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OS VENCEDORES Conheça as 13 empresas premiadas nesta edição O JÚRI É preciso reforçar a qualidade de gestão VEJA MAIS EM NEGOCIOS.PT Este suplemento é parte integrante do Jornal de Negócios nº 2638, de 28 de Novembro de 2013, e não pode ser vendido separadamente n + negócios mais. edição especial A exportação, para estas empresas, não foi uma alternativa. Tratou-se de uma decisão estratégica. Ainda a crise não tinha batido à porta, a maioria destas companhias já procurava negócio lá fora. Da Europa, aos países emergentes, passando pelo Brasil e Ásia, a inovação e negócios de valor acrescentado foram a receita do sucesso. O BES e o Negócios premiaram as melhores. Empresas exportadoras dão um pontapé na crise Pub

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O S VE N CE D O RE SConheça as 13 empresaspremiadas nesta edição

O J Ú RIÉ preciso reforçara qualidade de gestão

VEJA MAIS EM NEGOCIOS.PTEste suplemento é parte integrante do Jornal de Negócios nº 2638,de 28 de Novembro de 2013, e não pode ser vendido separadamente

n+negócios mais.edição especial

A exportação, para estas empresas, não foi uma alternativa. Tratou-se de uma decisão estratégica.Ainda a crise não tinha batido à porta, a maioria destas companhias já procurava negócio lá fora.Da Europa, aos países emergentes, passando pelo Brasil e Ásia, a inovação e negócios de valoracrescentado foram a receita do sucesso. O BES e o Negócios premiaram as melhores.

Empresas exportadorasdão um pontapé na crise

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.II | Suplemento | Jornal de Negócios | Quinta-Feira, 28 de Novembro de 2013

J Ú RI

“As empresasprecisamde reforçara qualidadeda sua gestão”

Alberto Castro, membro do júri dosPrémios Exportação, defende que épelas exportações de valor acrescentadoque Portugal se tem de afirmarANA TORRES PEREIRA [email protected]; MIGUEL BALTAZAR Fotografia

Os Prémios Exportação BES /Ne-gócios,entreguesa6deNovembro,distinguiram 13 entidades pelasuacapacidade eestratégiadeexporta-ção.Naterceiraedição,AlbertoCas-tro, um dos elementos do júri, ad-mite adificuldade de selecção, pelaqualidadeapresentada. Contudo,oresponsávelalertaqueénecessárioinvestir mais em produtos e servi-ços de valor acrescentado, pois nofinal do dia serão eles que serãotransformadores da economia na-cional. O embaixador do Brasil emPortugal, Mário Vilalva , e o direc-tor-geral da Autoeuropa, AntónioMelo Pires, foram os outros doismembros deste júri

O hotel Ritz Four Seasons, emLisboa, encheu-se para aplaudir omelhorque se faz em Portugal, nocampo da exportação. O País ain-da está sob a espada da “troika”,comumorçamentorestritivo,masexisteumgrupo, jásignificativodeempresas que está a dar cartas.“Foi difícil escolher, porque haviauma série de boas empresas queestavammuito próximas. Foipre-

ciso analisar a estratégia, a evolu-ção,quãodiferenteeramenalgunscasos voltar a trás e ver quais asempresas que podiam ter um de-sempenho muito importante paraa economia”, recordou AlbertoCastro, à margem da entrega dosprémios.

Mário Vilalva, embaixador doBrasilemPortugal,sublinhouofac-todesteanoterhavidoapreocupa-ção de procurar empresas novas.“Asempresasquesãopoucoconhe-cidas têm feito um esforço paraes-tarem mais envolvidas nos merca-dosexternosenessamedidafoiumsucesso”, disse o diplomata.

Esperar pela retoma económi-ca não tem sido a alternativa, ac-tuarecontinuarainvestirnadiver-sificação de mercados é a estraté-giaaseguir.“Éextremamentesau-dávelverempresas,comoasqueseapresentaram aqui, que procura-ram, mesmo diante de um emi-nente fracasso, novas alternativase conseguiramretornarao merca-dointernoeexterno”,afirmouMá-rio Vilalva.

À espera que a experiência internacional se entranhe Uma das principais preocupaçõesdestaselecção,foiencontrarempre-sas que acrescentassem valor. Al-berto Castro defendeu que é pelasexportações de valoracrescentadoque Portugal se tem de afirmar.“Esse é o ponto crítico, às vezesolhamosparaovalortotaldaexpor-tação e é muito mais critico olharpara a componente de valor acres-centando nacional que está incor-porado, por isso é que o turismo éimportante, por isso o vinho é im-portante.Eporissoéqueasempre-sas de serviços que têm uma gran-decomponentedemãodeobrasãomuito importantes, porque quan-dovendemparafora, vendemmui-tos recursos endógenos”. Não obs-tante dos bons exemplos, “as em-presas precisam de reforçar a qua-lidade da sua gestão e reforçá-lascom pessoas com estas caracterís-ticas, que estão àvontade no mun-do, que nadalhes mete medo”.

O embaixador do Brasil admiteque, com aconjunturaadversa, es-

tas empresas continuam a enfren-tarmuitosdesafios,nomeadamen-te porque “lutam com custos quenão são originados por elas, nempelainiciativaprivada”.ParaMárioVilalva, “o Governo poderia certa-mente ajudá-las, tomando provi-dências paradiminuiros custos”.

AlbertoCastroédeopiniãoqueoGovernotemodeverde“criarumre-gime fiscal que torne atractivo o re-patriamentodelucrosporpartedasempresasqueestãonoestrangeiroeisso é valoracrescentado puro”. “Àsvezes temos umaideiamais oume-nos peregrina um pouco perversaque dizemos que os lucros muitograndessãomaus,masquandoesseslucrossãorepatriadosparaPortugaléumvaloracrescentadomuitogran-de”,sublinhaoeconomista

QuantoaoOrçamentopara2014,Alberto Castro considera que este“não incentivaas empresas que es-tãonomercadodomésticoe,omer-cado internacionalcontinuaráaserumasaída.Aminhaexpectativaéqueaexperiênciainternacionalseentra-nhe e se torneumarotinaese torne

Prémios Exportação

Mesa redonda | António Souto do BES (mais à esquerda), Paulo Fernandes (Altri/Cofina), Mário Vilalva(embaixador), Alberto Castro (econo

A minhaexpectativaé que aexperiênciainternacionalse entranhe.ALBERTO CASTROEconomista

O economistaAlberto Castrofoi mais umavez um dosmembros dojúri dosprémios.

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.Jornal de Negócios | Quinta-Feira, 28 de Novembro de 2013 | Suplemento | III

PE RG U N TAS A

ANA TORRES [email protected]

As exportações jápesam39% doPIBeestima-sequesejapossívelfecharumanocom41%.AntónioSouto,administradordo BES,es-tá convicto que será possível al-cançar os 50% antes do final de2020, como é ameta. Paraisso oBESestáempenhadoaajudarasempresas. Oresponsável,emen-trevistaao Negócios, afiançaqueparaasexportadorasnãohádifi-culdade de acesso ao crédito.

Há cada vez mais empresas a candi-datar-se aos Prémios Exportação Negócios/BES. Como vê esta dinâ-mica destas empresas? Paranós,oapoio àsempresas

exportadorastemsidoumobjec-tivofundamental,desdesempreecomumacréscimodefocaliza-ção ainda maior nos últimosanos,faceàsituaçãodaeconomiaportuguesa. São cerca de 20 milas empresas que exportam emPortugal,oquesignifica7%doto-tal das empresas portuguesas. Éumnúmeroquetemvindoapro-gredir, tem aumentado todos osanos, mas ainda é muito aquémdaambição que devemos ter.

Deve-se à aversão ao risco? Exportar exige um conjunto

decompetênciasedeterminação,atéestruturafinanceiraadequa-da, exige conhecimento paraonde os produtos podem ir ten-do valor acrescentado, exigecompetir a nível mundial compaíses de todo o mundo, exigeprocurar mercados e investi-mentosdetodaaordemparapas-sardomercadointernoparaoex-terno. Nós tentamos ajudar emmúltiplosaspectos,nãosónestasiniciativasquesedestinamapre-miareadarexemplosnestaáreada exportação, como várias ini-ciativas que o banco toma, atra-vés das unidades especializadasdedicadas às empresas exporta-doras, temos um departamentoa que chamamos a Unidade In-ternacional Premium que seconcentranesteapoioemtermosfinanceiros, na divulgação de

mercados específicos para osseusprodutosetambémnaorga-nização de missões empresariasqueobancopromoveedinamizanos mercados externos.

Estamosnocaminhoqueéde-cisivodeultrapassarmosos50%do PIB antes de 2020 e isso tra-duz-se em alavancar o cresci-mento do PIB emmais 1%.

Algumas das empresas queixam-se da dificuldade de acesso ao crédito... Omaiorproblemadasempre-

sas no acesso ao crédito prende-se com o risco percepcionadopelabanca.Amaiorpartedasem-presas que têm essadificuldade,prende-se com o facto de teremumagrandeexposiçãoaomerca-donacional,porqueasempresasexportadoras, hoje em dia, nãotêmdificuldadedeacessoaocré-dito e são aliás as mais saudáveisem termos de PME e que conse-guiramconsolidarasuavocaçãoexportadora.

O BES tem linhas especificasde pré-financiamentoàexporta-çãoecontascorrentesdeapoioàexportação que são facilmenteutilizadas. Também as linhasPME Investimento dedicadas à

exportaçãoeprotocoladascomoministério da Economia, têmtido adesão, onde o banco temumacotade cercade 40%. Estaslinhasnãosósãovantajosaspeloacesso ao financiamento, masporque são disponibilizadas apreços muito competitivos, queandam nas melhores taxas de fi-nanciamento. As empresas ex-portadoras não é pelo acesso aocréditoquetêmdificuldades,maspelo facto de ser difícil determi-naros mercados destino que de-vemire,nadiversificaçãoomer-cado. Hoje,30%dasexportaçõesportuguesas já são para fora daEuropa e isso foi muito impor-tante.

O que evidencia das empresas pre-miadas na edição deste ano? Oquevimoséqueasexporta-

ções portuguesas estão cada vezcom maior valor acrescentado,sobe a fasquia, já não estamos afalar de exportações de mão deobrabarata,ounacompetitivida-depelopreço.Essaéagrandedi-ferençadeanoparaano,parame-lhor, desde as exportações maistradicionais com inovação, des-deovinhoaprodutosmetalome-canicos, e outras são empresasqueexportamjáprodutosdetec-nologia, produtos “cleantech”.

Que desafios de futuro têm estas empresas? Hásectoresquetêmcapacida-

dedeprogredirnestaárea,nãosóos sectores tradicionais, mastambém os sectores na área dasaúde,temosumaevoluçãomui-to positivadas empresas de pro-dutos farmacêuticos, temos noclusteraeronáutico,naeconomiado mar, no turismo, nos trans-portes,naenergia.Estamoscon-vencidos que háaqui um grandenaipe de sectores e que vão con-tinuar a enriquecer os PrémiosBES Exportação.

O que se pode esperar dos Prémios Exportação em 2014? É essa diversidade, esse au-

mentodovaloracrescentadodasexportaçõesdasempresasportu-guesas.

� AN TÓ N I O S O U TOADMINISTRADOR DO BES

Há aqui umconjunto desectores, como asaúde, o turismo,as tecnologiaslimpas e ostransportes, quevão continuara enriquecer osPrémios BES.ANTÓNIO SOUTOAdministrador do BES

mista), Guy Vilax (Hovione)e Carlos Fortunato (MSF) debateram o potencial das exportações

vícioestarláfora”.Éapenasdeassi-nalar,adescidado IRC,“masnãoéosuficienteeeuatétenhodúvidasquefosseaconjunturacertaparaofazer”.Nestecampo,o“maisimportantedoquedesceroIRCerahaverumcon-senso com o partido socialista nosentidodesesaberasuaevolução,senão houverentendimento pode serumamedidapontualquenãoadian-tanematrasa”.

O embaixadordo Brasil defendeque “o Governo português tem deusaraimaginação, hámedidas quepodemsertomadasquenãoafectamemnadaoprogramaeconómico,euseiporqueoBrasiljápassouporumacrise como esta, vivemos algo pare-cidonadécadade90,tivemosajudaexternamediante um programaderesgatefinanceiro,nãosósoubemoscomocolaborarcomainiciativapri-vada”.EVilalvadeixaumasugestãoàs empresas portuguesas: “O Brasiléumimensolocalde200milhõesdepessoas,principalmenteparaasem-presasportuguesas quejáconhecemosnossoscódigosdenegócio.Estánahoradeaproveitar”.

Está na horade aproveitar,o Brasil estáde braçosabertos paraas empresasportuguesas.MÁRIO VILALVAEmbaixador do Brasilem Portugal

Mário Vilalva,embaixadordo Brasil emPortugal,apela a maiorincentivo doGoverno.

“Há crédito paraas empresas exportadoras”

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.IV | Suplemento | Jornal de Negócios | Quinta-Feira, 28 de Novembro de 2013

Ainda a crise não tinha batido àporta de Portugal já a Metalcértimase tinha feito à estrada daexportação. Paulo Oliveira,administrador da empresa contouao Negócios que esta estratégia“foi uma opção e uma necessidade”.Com mais de 100 trabalhadores,a Metalcértima faz negócio, commais assiduidade com sete países:Venezuela, Argélia, Rússia, Ucrânia,Angola, China e Líbia. No entanto,“já exportámos também paraMarrocos e Espanha”. O adminis-trador admite que o tema expor-tação tem estado em cima da mesapor várias vezes, em Portugal, “masna prática penso que continua a nãohaver uma ‘cultura exportadora’,com reais incentivos ou condiçõespalpáveis de apoio à produção debens (e serviços) transaccionáveis”.Na visão deste gestor era“necessário algo mais para criaruma orientação para a exportação,para que não seja apenas lembrada

como tábua de salvação emperíodos de crise”.A Metalcértima já tem os desafiosfuturos bem definidos. Paulo Oliveiradetalhou que a procura “incessante”de oportunidades de negóciocontinua no topo da lista.“Procuramos nas mais variadasgeografias, normalmente mercadosemergentes/países em vias dedesenvolvimento”. Paulo Oliveiraadmitiu que esta estratégia “éarriscada”, mas “também existemmais oportunidades de negócio”.Em paralelo, a Metalcértima quer“manter uma elevada qualidade ecompetitividade, nomeadamenteatravés de uma elevadaincorporação tecnológica,permanentemente actualizada efiável, por um preço razoável, nasmáquinas que fabricamos”.Com uma facturação de cerca de48,6 milhões de euros, asexportações já pesam, mais de 95%do volume total de negócios.Com trabalho feito, a Metalcértimafoi distinguida com o PrémioBES/Negócios Exportação paraGrande Empresa de Bens Tran-saccionáveis. “É um reconhecimentoque nos honra, uma res-ponsabilidade a juntar à que derivade uma indústria que emprega cercade 140 colaboradores e umincentivo acrescido para prosseguiro trabalho desenvolvido até aqui”,conclui Paulo Oliveira.

EM PRESAS PREM I ADAS

“A exportação foi uma opçãoe uma necessidade”

Prémios Exportação

Grande EmpresaBens Transaccionáveis

VencedorMetalcértima

Menção honrosaSogrape

Sector de actividadeProjecto, fabrico e instalaçãode máquinas e equipamentospara produção de cerâmica.Volume de negócios 201248.585.000 eurosTrabalhadores137

A Sogrape encara as exportaçõescomo uma via para o crescimento.Fernando Cunha Guedes, adminis-trador da empresa, sublinha: “aindaque o mercado nacional mantenhaum papel de destaque, em 2012 osmercados externos foram respon-sáveis por cerca de 70% dos vinhosportugueses produzidos”. E na visãodeste gestor, “a exportação deveráser encarada como alavanca da tãodesejada retoma económica”. ParaFernando Cunha Guedes “faria sent-ido a existência de uma política quefomentasse e apoiasse mais as em-presas exportadoras”. Quanto aofuturo, o gestor conta que aempresa “está numa fase de reforçoe consolidação das posiçõesconquistadas nos mercadoseuropeus mais maduros, masapostaremos, acima de tudo, naintrodução de novos produtos e noreforço do potencial de crescimentodos EUA, da Europa de Leste, Ásia,África e América Latina”.

Sector de actividadeVinhoVolume de negócios 2012Cerca de 139.000.000 eurosTrabalhadoresMais de 500

A indústria da construção foi umadas mais afectadas pela crise. Enessa medida a exportação nãosó foi a forma de ultrapassar aadversidade, como foi “ únicamaneira”, refere Luisa AmorimMartins, vice presidente executiva daConduril Engenharia.Para a Conduril, “o maior desafio quese põe é, cada vez mais, impor anossa capacidade técnica, consolidara nossa credibilidade e aumentar anossa reputação nos vários paísesonde actualmente actuamos”,esclareceu Luisa Amorim Martins.A exportação já pesa mais de 90%do volume de negócios dacompanhia e mais de 96% dosresultados que, em 2012,ultrapassaram os 23 milhões.E com os olhos postos nocrescimento, a Conduril Engenhariaacredita que o aumento do negóciofuturo “passa essencialmente pelospaíses onde já nos encontramos atrabalhar: Angola, Moçambique,

Botswana, Espanha, Cabo Verde,Senegal, Zâmbia e Malawi”,acrescentou a mesma fonte.A vice presidente executiva daConduril Engenharia considera queeste Prémio de Exportação atribuído,na categoria Grande Empresa deServiços, é “uma recompensa”,designadamente pelo trabalho feitopor toda uma equipa de mais de 2mil trabalhadores. A gestora,contudo, refere que “este não é oprimeiro prémio que recebemos aolongo dos nossos 54 anos deactividade”. Se traz maisresponsabilidade de futuro? “Demaneira nenhuma. A nossaresponsabilidade enquanto empresaé fundamentalmente focada nadefesa dos nossos accionistas e dosnossos colaboradores que hádezenas de anos vêm trabalhandoconnosco, atitude que sempre nospautou, mas que neste momentodifícil que o país atravessa, nosmerece uma especial atenção”.Segundo o relatório e contas daConduril, referente a 2012, a carteirade obras contratadas já ascende aos610 milhões de euros, sendo quedestes 77% já corresponde a negócioalcançado no mercado externo.A projecção da Conduril é para a con-solidação do negócio e uma evoluçãopositiva do “cash flow”, nomea-damente no mercado angolano, ondeé esperada uma maior estabilidadeno fluxo de pagamentos.

Grande EmpresaServiços

VencedorConduril

Sector de actividadeConstruçãoVolume de negócios 2012230.000.000 eurosTrabalhadores2.228

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.Jornal de Negócios | Quinta-Feira, 28 de Novembro de 2013 | Suplemento | V

As empresas distinguidas em 2013 encontraramna exportação um caminho alternativo paraultrapassar a dimensão do mercado nacional.Quando a crise chegou, a maioria já tinha a maior

parte do negócio fora de Portugal.O administrador da Metalcértima admiteque foi uma opção, mas também umanecessidade e a única alternativa é crescer

A RARI é uma empresa que estáfocada na tecnologia de sistemasde transporte para a indústriaautomóvel e na tecnologia nosector da metalomecânica,engenharia e desenvolvimento doproduto que viu a exportaçãocomo uma necessidade de sobre-vivência. Nuno Ramos, responsávelde marketing da companhia, éperemptório ao dizer que “omercado português não tem massacritica, ou seja, para acrescentarvalor e crescer de forma orgânica,apenas com a inclusão demercados internacionais se podeter um projecto sustentável e delongo prazo”.Com um volume de negócios queultrapassou os 11 milhões de euros,em 2012, as exportações directas eindirectas já pesam cerca de 90%da sua actividade. Actualmente, onegócio de exportação passa-seessencialmente em quatromercados: “Espanha, Inglaterra,

Alemanha e França. Em 2012 foicriada a RARI GMBH que actua naAlemanha e Europa Central”.A Rari vê o seu futuro focado nodesenvolvimento interno de “umadinâmica de crescimento assenteno conhecimento e inovação bemcomo contrariar os efeitosnegativos da marca Portugal noscustos financeiros e créditomercantil”. O aumento do negóciopassa “pelo incremento da diver-sidade na oferta no mercado eu-ropeu com principal incidência naAlemanha e Inglaterra e posterior-mente na América Latina”.Quanto ao prémio que distinguiu aempresa como exportadorarevelação, Nuno Ramos diz que “ésempre positivo sentir oreconhecimento do esforçoefectuado por uma equipa comvontade de fazer mais e melhor.Não altera o peso daresponsabilidade presente numprojecto empresarial com visão delongo prazo”.A RARI é uma empresa da R&CHolding da família Ramos eCaçador. A empresa conta com 5áreas de produção com maquinariamoderna e transforma entre outrosmateriais, 120 toneladas.semanalmente de aço deespessura reduzida e os Os picosde produção são garantidos poruma rede de subcontratadosqualificados.

ExportadoraRevelação

VencedorRari

Sector de actividadeTecnologia para a indústriaautomóvel e metalomecânicae engenharia.Volume de negócios11.645.058,63 eurosTrabalhadores161

O sector têxtil, em Portugal, temprocurado reinventar-se. “ A expor-tação é claramente um expedienteindispensável para as empresasevitarem a dependência do mer-cado doméstico, particularmenteem momentos de conjuntura difícilcomo a que vivemos”, refere PauloVaz, director-geral da AssociaçãoTêxtil Portuguesa (ATP). O sectortêxtil e vestuário português “tem,desde há muitas décadas, umaforte vocação exportadora, atéporque possuía – e ainda possui –uma capacidade produtiva ins-talada que supera em muito asnecessidades do mercado interno”,acrescentou o responsável.Até 2008 cerca de 65% do volumede negócios do têxtil e vestuárioportuguês, destinava-se aosmercados externos, percentagemque actualmente ascende a 70%,segundo os dados da ATP.Na opinião de Paulo Vaz, “omomento que vivemos em Por-

tugal é a prova mais concludentede que um sector exportador podesalvar um país”.Já quando questionado se o Paísincentiva à exportação, Paulo Vazrecorda que “é verdade que ossistemas de incentivos são fundoscomunitários, cuja participação doEstado português é cada vez maisdiminuta, já para não referir que opróprio AICEP beneficia dessesfundos europeus, como se umpromotor privado se tratasse, e aactuação da AICEP tem sido muitopouco estável – até errática - aolongo dos últimos anos, mercê dapermanente alteração de políticasneste domínio”.Contudo, “o indicador maisimportante que nos leva a concluirque Portugal não incentiva comodevia a exportação está naausência de uma fiscalidade quediscrimine positivamente asempresas exportadoras, pois é aquique faz toda a diferença e que nospoderia aproximar de outrospaíses, como a Irlanda ou aHolanda, onde as exportaçõessuperam 70% do PIB”, concluiu.Quanto ao prémio atribuído à ATP,Paulo Vaz diz ainda ser “umadistinção que muitos nos orgulha eque obviamente promove muitopositivamente um sector, que,infelizmente, no passado, nemsempre foi bem compreendido peloPoder Político e os “media””.

Associaçãoempresarial

VencedorATP

Sector de actividadeAssociação Patronal, deâmbito nacional, que agrupa512 empresas da área textilVolume de negócios 20123.000.000 eurosTrabalhadores35 mil

Menção honrosaEtermar

Também antes da crise, a Etermar jáolhava para os mercados externoscomo uma fonte de crescimento.“Quer as entidades públicas quer asprivadas reconhecem como é impor-tante para o País o incentivo às ex-portações. A questão é se estamos afazer tudo o que é possível para au-mentarmos as exportações e os seusresultados e, claramente não esta-mos”, admitiu António Jorge Antu-nes, presidente da Etermar.Para estegestor se por um lado “é de enalte-cer a actuação muito positiva daAICEP quer pela sua interligação coma rede diplomática”, por outro “Por-tugal compara mal com os outrospaíses europeus a nível de competi-tividade fiscal para as exportações”.A visão da empresa passa por “con-tinuar a criar maiores capacidades ea desenvolver novas tecnologias quenos permitam deter cada vez maiorcompetitividade”, para isso o inves-timento em recurso humanos é fun-damental, acrescentou.

Sector de actividadeEngenharia e ConstruçãoVolume de negócios 201270.350.062 eurosTrabalhadores295

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.VI | Suplemento | Jornal de Negócios | Quinta-Feira, 28 de Novembro de 2013

Prémios Exportação

A Grestel insere-se perfeitamenteno objectivo de exportação deprodutos de valor acrescentando.João Portugal, gestor da Grestel,detalhou que a exportação, para aempresa “é o dia-a-dia já que ex-portamos 98% do nosso ‘turn-over’”, acrescentando que existeconsciência que “a balança de pa-gamento está desequilibrada e asexportações de bens transaccio-náveis são muito importantes. Nonosso caso ainda mais, pois somosindústria transformadora primária,criamos forte valor acrescentado”.A dimensão reduzida do mercadonacional é também um forteimpulsionador da exportação.Agora se o País incentivaverdadeiramente este negócio?“Ultimamente sim, incentiva, masdurante muito tempo os sectorestradicionais como o nosso foramesquecidos. Hoje fala-se muito emexportar mas ainda não há umapolítica industrial clara para o pais.Não há no terreno escolasprofissionais capacitadas, a energiaé demasiado cara, etc. O pais está afazer um esforço e apoiar muito osempresários a ‘olharem’ para foramas é necessário algo mais, umapolítica industrial de longo prazo”.Ainda com a crise e a contracçãoeconómica bem presente, o desejode João Portugal é que a Gresteltenha um “crescimento sustentadoque não dependa tanto dos cicloseconómicos”. Quanto ao futuro,esse passa “pela aposta em desen-volver ou criar marcas próprias, eos respectivos canais de distri-buição e alargar os mercados”.A exportar quase a totalidade dasua produção, a Grestel é maisconhecida em Nova Iorque do queem Portugal, “no futuro teremosque fazer campanha de promoçãolocal, não temos nada contra omercado nacional simplesmente as

vendas tem corrido muito bemnoutros países não temos tido ca-pacidade para abrir mais merca-dos, um dia gostaríamos obvia-mente de ter uma base local umpouco maior, lá chegaremos…”A aspiração de João Portugal é queeste prémio não seja “efémero massim um sinal motivante para con-seguir um sucesso que possa serduradouro. É muito importantepara os nossos colaboradores semos quais nada seria possível eacarreta mais responsabilidade”.

PME ExportadoraBens transaccionáveis

VencedorGrestel

Menção honrosaGranorte

Foi pela qualidade e inovação que aGranorte se foi afirmando nomercado internacional. JoaquimFigueiredo, sócio gerente daempresa, está convicto que “oesforço que as empresas estão afazer para aumentarem as suasexportações vai traduzir-se tambémnum aumento da sua capacidadeempreendedora e criadora deemprego, importante para darrobustez à recuperação económica”.Quanto à Granorte, que já exporta97% da produção para 42 países,sendo 60% países extracomunitários, “o futuro passa pelanossa capacidade exportadora. Onosso compromisso com aqualidade, funcionalidade e designdos nossos produtos permitiu-nospenetrar em mercados queprivilegiam a qualidade e ainovação”. Contudo, “a exigênciacada vez maior dos mercados e aconcorrência de produtosalternativos com produção baseadaem países de economiasemergentes, colocam um desafioconstante à sustentabilidade donosso negócio”.O crescimento da empresa passapela consolidação da presença emmercados “tradicionais”, econtinuar “o esforço de penetraçãoem novos mercados,nomeadamente nos países daAmérica central e do sul, África,China e India”.

Sector de actividadeRevestimentos de cortiça.Volume de negócios 201219.253.813,27 eurosTrabalhadores174

Sector de actividadeFabrico de artigos de mesa eacessórios de servir, em grésVolume de negócios11.000.000 euros (previsão2013)Trabalhadores260

O País está a fazerum esforço eapoiar muitoos empresáriosa “olharem”para fora mas énecessário umapolitica industrialde longo prazo.JOÃO PORTUGALGestor da Grestel

Também para a Ogma, a exportaçãonão foi uma resposta à crise, masuma estratégia de negócio. “Mesmoantes da crise já era o maiorcontribuinte para o nosso volume denegócio”, detalhou Rodrigo Rosa,presidente da empresa deaeronáutica.O gestor acrescentouainda que “no caso da OGMA, aexportação faz parte da estratégiatanto da manutenção como daexpansão dos negócios da empresa.Isto porque, nossos principaisclientes e mercados estão hoje noexterior”.O sector aeronáutico tem continuadoa sua dinâmica. Em particular, aOgma que é detida em maioria pelabrasileira Embraer e pelo Estadoportuguês, não só tem parcerias comos maiores fabricantes de aviões,como a Airbus, como está envolvidano desenvolvimento do avião militarda Embraer, o KC-390. E o futuro,“passa pela conquista de novosclientes mantendo os actuais e pelaintrodução de novos produtos eserviços no nosso portefólio”. E osdesafios não param de aumentar, navisão de Rodrigo Rosa, o maior detodos é garantir “a competitividadeface aos nossos competidores nummercado cada vez mais exigente”.Quando olha para este prémio, opresidente da Ogma admite que “anossa maior responsabilidade égarantir a perpetuidade da empresae isso passa certamente pelaconquista de mais negócios e novosmercados. E quando expandimosnossos negócios para o exterior,aumenta a responsabilidade de todaa empresa em entregar produtos eserviços de qualidade e comeficiência, pois, além da imagem doempregado e da empresa, é tambéma imagem do País que está emevidência”. Assim, a atribuição doPrémio Exportadora CapitaisEstrangeiros é vista “com grande

satisfação o prémio, principalmentepelo reconhecimento do trabalho detodos os empregados nos resultadosalcançados”.Em 2012 a Ogma atingiu um volumede negócios de 159,3 milhões deeuros, com os resultados líquidosatingirem os 9,4 milhões de euros,dos quais 1,54 milhões de eurosforam distribuídos pelos seuscolaboradores sob a figura departicipação nos lucros da empresa.Cerca de 96% das receitas foramresultado de exportações.

Exportadora CapitaisEstrangeiros

VencedorOgma

Sector de actividadeAeronáuticoVolume de negócios 2012159.300.000 eurosTrabalhadores1560

O maior desafio égarantirmos acompetitividadeface aos nossoscompetidores nummercado cada vezmais exigente.RODRIGO ROSAPresidente da Ogma

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.Jornal de Negócios | Quinta-Feira, 28 de Novembro de 2013 | Suplemento | VII

Menção honrosaTufama

Menção honrosaGeocontrole

A exportação surge na vida da Tufama como “umaoportunidade de crescimento da empresa, noentanto, ao longo dos anos com a situaçãoeconómica em Portugal cada vez mais complicada,essa aposta foi sendo reforçada e traduziu-se numamais valia que se vem reflectindo no crescimento daempresa apesar da ‘crise’ instalada”, explicou JoãoSilva, da Tufama. E os desafios futuros não param, ogestor admite que pretende “levar a Tufama aindamais longe apostando na fidelização dos nossosclientes e parceiros, através duma relação deconfiança mutua e apostando na diversificação dosnossos serviços sempre com garantia de qualidade,rigor e profissionalismo”. Esta menção honrosa,“reveste-se de um caracter de incentivo mostrando-nos que temos percorrido o caminho certo”.

Sector de actividadeMetalomecânicaVolume de negócios201218.324.973,56 eurosTrabalhadoresNúmero médio decolaboradores. 183

Sectorde actividadePrestação de serviços deprospecção geotécnica;prospecção geológicaVolume de negócios201212.500.000 eurosTrabalhadores120

A competitividade é o principal desafio daGeocontrole e a exportação a “única maneira queencontrámos para conseguirmos potenciar o nossocrescimento”, admitiu Nelson Beiró, adminitrador daempresa. Para o gestor, Portugal tem incentivado àsexportações, mas com alguns erros, “as própriasorganizações e instituições públicas que fomentam ainternacionalização da economia portuguesa, nãoestavam preparadas para o embate sofrido com arecessão económica. Temos notado um crescenteesforço dos responsáveis políticos nesse sentido, eos resultados desse trabalho começam a dar frutos”.O futuro, passa pelo “crescimento em Moçambique eno Brasil, embora estejamos também a ponderaroutros mercados na África Equatorial queconsideramos de enorme potencial económico”.

A criação de emprego é hoje, maisdo que nunca, um motivo deassinalar. A Petratex distinguiu-senessa categoria. Fundada em 1989 éuma empresa que desenvolve a suaactividade em diversas áreas e queadquiriu uma posição de liderançana indústria têxtil. E foi pela inovaçãoque se afirmou.Foram vários os motivos que“empurraram” a Petratex para omercado externo. “A exportação é omelhor caminho para garantirmos ocrescimento e consolidação do nossoprojecto, até pela dimensão dosmercados aos quais passamos a teracesso; é também uma forma deadquirir prestígio”, referiu CatarinaReguenga, responsável de marketingda empresa. Mas, não foi só: “oaparecimento de novos clientes auma escala de maior exigência,obriga a própria empresa adesenvolver o seu ‘know-how’ atra-vés mesmo de processos internosmuito céleres para responder à ditaexigência, tornando-se frequen-temente na alavanca de crescimentodo negócio”. Por fim, a exportaçãotem permitido “à empresa obterreceitas e margens suficientes quelhe permitam investir no desenvol-vimento e inovação dos seus pro-dutos, aumentando assim, direc-tamente, a sua competitividade aassegurando a consolidação daexpansão da empresa”.“O crescimento passa peladiferenciação e tecnologia de valoragregado, e pela maior satisfação docliente em relação ao mercado daconcorrência”, acrescentou a mesmaresponsável. Para Petratex, “o mer-cado é cada vez mais competitivo etemos de assegurar que estamos navanguarda do desenvolvimento doproduto”.Ser distinguida na categoria empregoé de assinalar, “ficamos muitoorgulhosos, pois um dos objectivos

primordiais desta empresa, é con-tribuir para a vertente social, de for-ma significativa”. A Petratex apostanuma economia solidária, gerandoassim a criação de mais de 100postos de trabalhos só em 2013. Enesta medida, “continuaremos embusca da perfeição e excelência,esperando desta forma assegurar acontinuidade deste projecto para oscolaboradores que formam estaequipa, e quem sabe passar para apróxima geração estaaprendizagem!”

Prémio ExportaçãoEmprego

VencedorPetratex

Sector de actividadeIndústria TextilVolume de negócios 201267.067.107,78 eurosTrabalhadores515

A Petratex apostauma economiasolidária, gerandoassim a criaçãode maisde 100 postosde trabalhossó em 2013.CATARINA REGUENGAResponsável de marketing

A Promarinha é uma empresa comhistória que se soube adaptar àrealidade. A empresa foi constituídaem 1969 sendo o objecto dasociedade a prestação de serviçosrelacionados com a indústria dostransportes marítimos, bem comoas actividades que com eles tenhamrelação. E, a partir de 1984 passoua desenvolver-se no recrutamento egestão de pessoal de mar.Actualmente, a empresa destaca-sepela colocação de mão de obraespecializada que opera em naviosde apoio a plataformas de explo-ração de petróleo (offshore), naviosferrys e navios porta-contentores.

“O nosso crescimento de exporta-ção está directamente ligado à dis-ponibilidade de pessoal qualificadoe portanto este factor é uma condi-cionante desse crescimento”, disseAntónio Santos.E se por um lado, as exportaçõessão uma forma de contrariar acrise, por outro Portugal “sórecentemente é que este assuntotem sido evidenciado pelas nossasautoridades”. Para a Promarinha, “oprincipal desafio, é a aposta dasautoridades nacionais na formaçãopara esta área de negócio, uma vezque tem vindo a diminuir. Sempessoal qualificado não será

possível criar mais postos detrabalho, que representam o nosso‘Know-How’ de exportação”,acrescentou o mesmo responsável.A Promarinha actua em seis países,estando a exportar quase 90% dasua actividade.António Santos admite que esteprémio que distinguiu a Promari-nha, como PME Exportadora, nacategoria serviços, é “um reconhe-cimento da actividade da nossaempresa e do esforço desenvolvidona qualidade e rapidez do serviçoprestado, assim como na criação deemprego. Por estas razões umamaior responsabilidade no futuro”.

PME ExportadoraServiços

VencedorPromarinha

Sector de actividadeColocação de mão de obraespecializada em navios deexploração de petróleoVolume de negócios 201213.559.946 eurosTrabalhadores167

Page 8: de28deNovembrode2013,enãopodeservendidoseparadamente

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