resumos teste sociologia

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Processo Dialéctico entre o Homem e o Meio - transformação do meio pelo homem e deste pelo meio.Isto significa que se estabelecem relações nos dois sentidos, isto é, relações de interdependência. OHomem, como ser actuante, à medida que atinge estádios superiores de conhecimento, exerce umamaior acção sobre o seu ambiente, garantindo assim a sua sobrevivência e aumentando a qualidade devida, o bem estar, a inteligência, entre outros. A natureza condiciona também o homem. A Realidade Social é uma, não se encontrando compartimentada. Mas para que todas as suas vertentes possam ser estudadas e aprofundadas com uma fácil análise pelas diferentes ciências, estáartificialmente compartimentada. Todas as ciências sociais se ocupam da mesma realidade social massão distintas entre si devido ao seu ponto de vista ou leitura própria, fornecendo uma visão parcelar da realidade. Se conhecermos todas essas visões parcelares, então obteremos uma compreensão maiscorrecta e profundas do fenómeno social analisado, ou seja, a realidade social é tão complexa, , tem umatão grande diversidade de situações, de fenómenos, que é necessário recorrer à pluridisciplinaridadecomo atitude metodológica a tornar para a análise dos factos e fenómenos sociais por forma a adquirir um conhecimento mais profundo e correcto da realidade. A realidade é portanto pluridimensional, poisé passível de várias abordagens. Complementaridade entre as diferentes ciências - para se poder chegar a uma visão e compreensãototal do fenómeno em

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Page 1: Resumos Teste Sociologia

Processo Dialéctico entre o Homem e o Meio - transformação do meio pelo homem

e deste pelo meio.Isto significa que se estabelecem relações nos dois

sentidos, isto é, relações de interdependência. O Homem, como se r

ac tuan te , à med ida que a t i nge es tád ios supe r i o res de

conhec imen to , exe rce uma maior acção sobre o seu ambiente,

garantindo assim a sua sobrevivência e aumentando a qualidade de vida, o

bem estar, a inteligência, entre outros. A natureza condiciona também o homem.

A Realidade Social é uma, não se encontrando compartimentada. Mas para

que todas as suas vertentes  p o s s a m s e r e s t u d a d a s e

a p r o f u n d a d a s c o m u m a f á c i l a n á l i s e p e l a s d i f e r e n t e s

c i ê n c i a s , e s t á artificialmente compartimentada. Todas as ciências sociais

se ocupam da mesma realidade social massão distintas entre si devido ao seu

ponto de vista ou leitura própria, fornecendo uma visão parcelar da realidade. Se

conhecermos todas essas visões parcelares, então obteremos uma

compreensão maiscorrecta e profundas do fenómeno social analisa do, ou

seja, a realidade social é tão complexa, , tem umatão grande diversidade de

situações, de fenómenos, que é necessário recorrer à

pluridisciplinaridadecomo atitude metodológica a tornar para a análise dos

factos e fenómenos sociais por forma a adquirir  um conhecimento mais

profundo e correcto da realidade. A realidade é portanto pluridimensional,

poisé passível de várias abordagens.

Complementaridade entre as diferentes ciências - para se poder chegar a uma

visão e compreensãototal do fenómeno em causa, torna-se imprescindível

que as várias análises parcelares se completemumas às outras. As

Ciências Sociais são reciprocamente complementares, pois a leitura que

cada umafaz da realidade social completa ou complementa as leituras feitas pelas

outras ciências.

Interdependência entre as diferentes ciências - uma vez que os múltiplos

aspectos dos fenómenossoc ia i s não são ma is do que d i f e ren tes

aspec tos de uma só rea l i dade soc ia l ( uma un idade sob a diversidade

(ou diferenciação) das disciplinas), eles não podem ser independente s uns

dos outros; pelocontrário, eles interferem entre si.

Page 2: Resumos Teste Sociologia

Os diferentes aspectos de um fenómeno interferem entre si na explicação

desse mesmo fenómeno. Acomplexidade da sociedade actual exige o

recurso às várias disciplinas relacionando-as entre si de f o r m a a

a d q u i r i r u m c o n h e c i m e n t o m a i s p r o f u n d o d a r e a l i d a d e s o c i a l

e d e m o d o a q u e e s t e conhecimento seja o mais próximo possível da

verdade.

Fenómeno Social Total - são t odos os f enómenos soc ia i s , po i s t odos

e les são p lu r i f ace tados e resultantes da complexidade das relações

sociais, podendo ser objecto de estudo de várias disciplinas  pa ra me lho r

compreende r o f enómeno . Todos e les t êm imp l i cações em

d i f e ren tes n í ve i s do rea l (sociológico, económico, religioso, etc.).

Objecto da Sociologia - Fac tos soc ia i s - s i t uações que oco r rem na

v i da soc ia l en t re os g rupos e instituições sociais (nomeadamente as

relações recíprocas - relações estabelecidas entre os indivíduos

duradouramente resultantes de determinadas funções sociais

desempenhadas). Estes factos estudados dividem-se em: - acção social

(como existem e são mantidas as colectividades humanas e como se ligao

indivíduo a essas colectividades); - organização social (como se organizam

e estruturam os quadrossociais da vida humana); - mudança social (como se

produz a evolução das sociedades humanas).

Os factos sociais são relativos, pois um facto social só faz sentido quando

está integrado no contexto natural e social onde ocorre; verificam-se num

determinado espaço e tempo, sendo condicionados peloselementos do próprio

contexto. Os factos sociais são também exteriores aos indivíduos, pois

existemfo ra das consc iênc ias i nd i v i dua i s ( a soc iedade impõe aos

i nd i v íduos mode los de compor tamen to (determinadas maneiras de pensar,

sentir e agir, independentemente da sua vontade).

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Page 3: Resumos Teste Sociologia

Sociologia Geral - estuda o funcionamento da sociedade, a sua evolução, a

mudança social, isto de um ponto de vista global e geral.

Sociologia Especializada - estuda mais aprofundadamente os aspectos

particulares sociais (influênciadas forças sociais sobre o comportamento dos

indivíduos em grupo (escola, família, etc.).

Objectivo da Sociologia - con t ro l a r os g rupos soc ia i s . Dev ido à

evo lução da i ndus t r i a l i zação e desumanização do trabalho foram

originados conflitos, o que motivou uma necessidade de concertação social

para que não houvesse um desintegramento dessa mesma sociedade. Esta

concertação deu origemà necess idade de es tuda r e o r i en ta r as esco lhas

das pessoas . Um soc ió l ogo amer i cano comparou a Sociologia como

uma espécie de engenharia social em que, depois de os problemas serem

estudados,seria construída uma sociedade em que cada indivíduo ocuparia

um lugar pré-definido. Deste modo, o impacto causado pelos conflitos sociais

resultantes de uma crise seriam controlados.

Método da Sociologia : - Atitude Científica - a Sociologia como ciência estuda a realidade de formaobjectiva, procurando estabelecer causas e relações entre os fenómenos. Utiliza o método científico, conduzindo por isso à formação de ciências. -Atitude Ideológica - pronuncia juízos de valor relativamente aos fenómenos em estudo. Esta atitudevalorativa não tem em conta o estudo científico dos factos, originando o aparecimento de doutrinas.

A IMPORTÂNCIA  DO MÉTODO CIENTÍFICO NAS CIÊNCIAS SOCIAIS

O Método Científico como método de estudo dos fenómenos sociais foi

defendido por AugusteComte, considerado como o “pai da Sociologia”.

An tes de Augus te Comte , as aná l i ses / i nves t i gações não

ap ro fundavam todas as ve r t en tes dos f e n ó m e n o s , h a v i a u m a

t e n d ê n c i a p a r a s e f o r m u l a r e m a p r e c i a ç õ e s d e c a r á c t e r

é t i c o - v a l o r a t i v o ( cons ide rações não vá l i das c i en t i f i camen te , po i s

o c i en t i s t a r eco r r i a no rma lmen te a p r i nc íp i os normativos e filosóficos para

explicar um fenómeno).

Page 4: Resumos Teste Sociologia

Comte então “desenvolveu” a Sociologia como ciência social, defendendo o Método

Científico para oestudo dos problemas sociais. Deste modo, o cientista no

seu trabalho de investigação deverá percorrer  várias etapas, onde o confronto

das suas propostas com as diferentes provas de validação darão validadecientífica às

soluções apontadas.

O Mé todo C ien t í f i co é cons t i t u ído po r 4 f ases : a Obse rvação , a

Fo rmu lação de H ipó teses , a Experimentação e por fim a Conclusão.

Deste modo passou a existir uma ordem, uma organização na pesquisa científica.

No en tan to , o Mé todo C ien t í f i co não pe rm i te p reve r o

compor tamen to i nd i v i dua l , só se ap l i ca unicamente em relação à

generalidade da população. Nas ciências naturais um acontecimento é

sempreverificável, mas nas ciências sociais as leis só se aplicam na

generalidade dos casos (representam umatendência do comportamento da

população mas esse comportamento poderá ser incerto, isto devido

àcomplexidade dos fenómenos sociais). É o caso de um objecto que é mais

procurado quando está namoda . Es te compor tamen to ve r i f i ca - se em

re lação à gene ra l i dade da popu lação , mas não se pode verificar caso a

caso, pois nem todos os indivíduos irão procurar esse objecto pelo facto de ele estar

na moda.

A IMPORTÂNCIA DA OBJECTIVIDADE NAS CIÊNCIAS SOCIAIS E O

POSICIONAMENTO DO INVESTIGADOR

Uma c iênc ia soc ia l p rocu ra a ve rdade ob jec t i va , en tão o soc ió l ogo

t e rá de u t i l i za r uma a t i t ude objectiva no estudo dos fenómenos. Para

isso ele deverá estudar os fenómenos ou factos sociais como“coisas”, isto

é, terá de se colocar perante os factos (nos quais ele próprio está

envolvido devido ao seurelacionamento dentro dos grupos sociais) com um

certo distanciamento, de modo a que a investigaçãonão seja influenciada

pelos seus sentimentos e envolvimento na sociedade, principalmente pelos

juízosde va lo r ( op in i ões pe jo ra t i vas ou f avo r i t i smo) e ou t ros

f ac to res ex te rnos , os qua i s d i s t o r ce r i am a realidade.

Page 5: Resumos Teste Sociologia

O sociólogo deverá fundamentar as suas conclusões com base na

observação e experimentação,utilizando o método científico para que análise da

realidade seja objectiva.

A ob jec t i v i dade p ressupõe : uma obse rvação an t i - dogmá t i ca ; o

a fas ta r de p reconce i t os ; obse rva r o concreto; ter um método de observação

específico; ter neutralidade ética e o afastar das noções do sensocomum. Por

exemplo, o estudo de diferentes etnias por pessoas de raça diferente ou

até mesmo o tipod e r e l a ç ã o e x i s t e n t e e n t r e g r u p o s e s p e c í f i c o s

p o d e r á r e s p o s t a s d e c a r á c t e r p r e c o n c e i t u o s o . A Objectividade

será indispensável para superar este problema.

- A COMPREENSÃO E EXPLICAÇÃO –

 A objectividade e o rigor de uma pesquisa social relaciona-se com o

Processo de Compreensão e o Processo de Explicação.

A Compreensão e a Explicação fazem com que o sociólogo, ao analisar os

problemas sociais, não possa influenciar as suas conclusões com o seu

envolvimento emocional em relação às colectividadesque está a estudar.

A Compreensão e a Explicação são processos distintos.

A Compreensão é a capacidade intuitiva queo soc ió l ogo t em pa ra

conhece r os p rob lemas que es tá a i nves t i ga r , dada a sua

p rox im idade com as colectividades, uma vez que possui experiências de

vida semelhantes, ou seja, o cientista conseguecolocar-se no papel do

observado (das pessoas ou das colectividades). A Explicação está mais associada

com o distanciamento necessário entre o sujeito e o objecto da investigação;

Uma das van tagens de o c i en t i s t a compreende r o ob jec to de

es tudo cons i s te na i n te rp re tação e  justificação mais fácil dos problemas.

Page 6: Resumos Teste Sociologia

Por outro lado, a compreensão não é sinónimo de rigor e objectividade de

análise se não for incluídana explicação de um fenómeno a fase da

experimentação do Método Científico.

Portanto, estes 2 processos têm de ser conjugados na investigação, pois

isoladamente não explicamcom rigor e objectividade os fenómenos sociais, nem

definem um Método de Pesquisa.

Para se atingir o rigor científico, será necessário testar, na fase da experimentação,

todas as hipótesesexplicativas e utilizar diferentes técnicas para a análise do

fenómeno estudado. Deste modo será obtidauma conclusão mais rigorosa no

ponto de vista científico.

COMPREENDER A FORMAÇÃO DAS COLECTIVIDADES EM GERAL

Uma Colectividade é um conjunto de inter-relações com uma determinada organização, estrutura eo rdenamen to no qua l o homem tem necess idade de pa r t i c i pa r pa ra sa t i s f aze r as suas necess idades fundamentais (e por isso, estabelece contactos com durabilidade). O elemento base da vida social são as relações entre os indivíduos, por isso essas relações, as colectividades e os comportamentos são oselementos primários da vida social. As colectividades podem encaixar-se ou  justapor-se umas nas outras, pois o indivíduo não actua directamente como membro da colectividade mais ampla (sociedadeglobal), mas sim por intermédio das colectividades mais restritas. Esse indivíduo pode ser directamentemembro de cada uma dessas colectividades. O que define o “lugar” do indivíduo na colectividade é asua “maneira de estar”.

O que caracteriza uma colectividade não é os seus membros (pois estes podem ser comuns a várias colectividades) mas sim as relações que se estabelecem entre eles nessas diferentes colectividades. Os comportamentos típicos que oco r rem em cada co lec t i v i dade - em con fo rm idade com a f unção que exercem ou com o cargo que desempenham - deriva destas relações.

DISTINGUIR AS DIFERENTES FORMAS DE SOCIABILIDADE

As diferentes formas de sociabilidade decorrem do conjunto ou tecido de relações decorrentes da vida social.

Page 7: Resumos Teste Sociologia

Gurvitch distinguiu-as do seguinte modo:

⇒ POR FUSÃO PARCIAL OU NÓS

Nalgumas colectividades, os seus membros têm necessidade de se

identificar com o todo, o qual é i r r e d u t í v e l à p l u r a l i d a d e d o s s e u s

m e m b r o s ( o t o d o n ã o é i g u a l à s o m a d a s p a r t e s ) e e m q u e

a consciência da totalidade só se atinge em determinadas circunstâncias.

Há uma ligação/pertença a umagrupamen to , à co lec t i v i dade , que não

impede que cada pessoa se s i n ta e l a p róp r i a , com as

suasca rac te r í s t i cas pa r t i cu la res . Cada pessoa apenas se anu la

pa rc i a lmen te quando passa a se r , em d e t e r m i n a d o s m o m e n t o s ,

m e m b r o d o c o n j u n t o / a g r u p a m e n t o . S ó e m m o m e n t o s d e

e n o r m e solidariedade/emoção em relação aos outros membros do grupo é que a

fusão é mais do que parcial.

Gurvitch distingue três tipos de formas de sociabilidade , de aco rdo com uma ma io r ou meno r   intensidade do processo de fusão parcial, a qual depende do grau de solidariedade entre os membros:

- Massas - caracterizam-se pela fraca intensidade da solidariedade (este sentimento nasce, geralmente,da participação semelhante em certos valores) ou baixo grau de consciência da ligação das partes ao “ t odo ” , pe la a l guma p rox im idade ps i co lóg i ca en t re os e lemen tos i n teg ran tes e uma p red i spos i ção  potencial para a acção conjunta quando a ocasião surge, podendo existir uma espécie de capacidade  p a r a c o m p r e e n d e r o s o u t r o s . U m e x e m p l o d e M a s s a s s e r á a M o d a - a s p e s s o a s c o n s o m e m u m determinado produto influenciadas pelas massas.

- Comunhões - caracterizam-se pela solidariedade e forte intensidade da consciência da ligação doselementos ao grupo, fazendo com que, em determinadas situações de grande emoção, os indivíduosse jam capazes de passa r à acção , anu lando -se pe lo t odo (as pe rsona l i dades i nd i v i dua i s e as suas interiorizações atenuam-se a favor dos comportamentos comuns). Nas comunhões os elementos estãoem harmonia e em sintonia, sacrificando-se pelo “Todo”, actuando em favor do grupo onde se inserem.

Page 8: Resumos Teste Sociologia

- Comunidades - caracterizam-se pela intensidade média da consciência da ligação dos elementos ao“todo” e pela existência de agrupamentos estruturados, estáveis e permanentes que tenham por base umcer to e l emen to ma te r i a l comum: um te r r i t ó r i o , uma v i vênc ia de aco rdo com um es t i l o p róp r i o e o respeito pelas mesmas tradições, crenças, ideias, costumes, etc. Isto constitui o seu “património” comu m a b a s e c u j a ú n i c a s i g n i f i c a ç ã o é s e r p r o p r i e d a d e i n d i v i s í v e l d e c a d a u m d o s m e m b r o s d a comunidade.

⇒ POR OPOSIÇÃO PARCIAL OU “RELAÇÕES COM OUTREM”

 É o opos to da soc iab i l i dade po r f usão pa rc i a l . Nes te caso os

e lemen tos (mesmo que ac tuem em conjunto) agem em função do seus

interesses individuais e na salvaguarda da sua personalidade. Estaacção

em conjunto resulta de uma situação em que os interesses do grupo

convergem. Predomina aindividualidade, mesmo que haja uma conjugação

de forças para se atingir um determinado objectivo.

As pessoas não es tão mo t i vadas pa ra de fende r o t odo (uma causa

comum) . O a t r i bu to pa rc i a l queca rac te r i za es ta f o rma de

soc iab i l i dade é a opos i ção não se r pe rmanen te nem to ta l , po r i s so

não há antagonismo. É uma heterogeneidade parcial que não se aplica

unicamente aos relacionamentos que imp l i quem lu tas , con f l i t os ,

de l im i t ações rec íp rocas de i n te resses , e t c . , mas t ambém às

re l ações r e c í p r o c a s m a i s p r ó x i m a s e e n v o l v e n t e s , u m a v e z

q u e a s p e s s o a s e n v o l v i d a s “ p e r m a n e c e m essencialmente distintas

e parcialmente transcendentes uma à outra”, existindo, então, a

“oposição parcial” entre elas.

⇒ SOCIABILIDADE E ASSOCIAÇÃO/DISSOLUÇÃO

Page 9: Resumos Teste Sociologia

 Processos Associativos - tipo de sociabilidade que tende a unir os membros de uma colectividade.O sociólogo americano Joseph Fichter divide os Processos Associativos em:

- Cooperação - é uma forma indispensável de relacionamento entre os membros de qualquer gruposocial. Só ela permitirá o funcionamento, manutenção e continuidade do grupo. Embora a solidariedadeseja grande, cada indivíduo mantém as suas características pessoais.A cooperação poderá nascer de um sentimento de solidariedade de tal modo forte que um novo grupo   p o d e r á n a s c e r c o m o b j e c t i v o s d i f e r e n t e s e m a i s v a s t o s . D i s t o , s ã o e x e m p l o s o s s e n t i m e n t o s nacionalistas que levaram os povos à organização de movimentos políticos de interdependência.

- Acomodação - es ta f o rma de re l ac ionamen to dá -se quando os i nd i v íduos , sen t i ndo obs tácu los à cooperação, decidem ultrapassar as situações através de concessões recíprocas. Assim, o indivíduo, admitindo a sua impotência perante determinada situação, decide aceitar os factos, adaptando-se a eles.

- Assimilação - a assimilação é um processo em que grupos com características específicas e diferentes, postos em contacto estreito, darão origem a um novo grupo com um modus vivendi próprio.

Es te p rocesso i n i c i a - se com a ap rend i zagem ou im i t ação de mane i ras de se r d i f e ren tes . Comoresu l t ado , ao f im de de te rm inado pe r íodo de t empo , os compor tamen tos resu l t an tes es ta rão ma is  próximos dos do grupo de maior influência, mas serão sempre diferentes dos comportamentos iniciaisde qualquer dos grupos em contacto. Isto normalmente acontece com as comunidades de imigrantes,que ao se instalarem em determinado local, vão-se adequando à maneira de pensar, agir e sentir dos  povos l oca i s , dando o r i gem pos te r i o rmen te a uma nova comun idade com ca rac te r í s t i cas cu l t u ra i s diferentes. Por outro lado a comunidade local também será influenciada pelos emigrantes.

Processos Dissociativos- p rocessos de re l ação com ou t rem que cons t i t uem casos pa r t i cu la res da sociabilidade por oposição parcial. A oposição não é geral mas é orientada.

Os Processos Dissociativos são constituídos por:

- Oposição - Quando um elemento do grupo impede outro de atingir os seus objectivos. É o exemplo, anível político, dos partidos da oposição em relação ao governo.

- Conflito - No conflito cada elemento do grupo tenta prejudicar o adversário, destruindo-o, enquantoque na oposição o objectivo não é prejudicar mas sim impedir o outro membro do grupo de atingir osseus objectivos. Quando este conflito se verifica entre classes há uma luta de classes; quando se verificaentre nações teremos uma guerra.

Page 10: Resumos Teste Sociologia

- Competição - Na competição cada elemento tenta superar o outro nos seus objectivos. Ao contrárioda oposição e do conflito, não se pretende impedir ou anular o outro elemento, mas sim atingir maisdepressa os mesmos objectivos com base no esforço pessoal.

TIPOS DE AGRUPAMENTOS

Os Agrupamentos distinguem-se pela sua estrutura, características próprias,

âmbito e natureza dosobjectivos comuns dos seus membros. A estrutura de um

agrupamento é o conjunto das diferentes posições (papéis, cargos, etc.)

ocupadas pelos membros das colectividades e das interacções daí

resultantes de forma a existir ajustamento e ordenação entre cada membro e o

“todo”. Quando se detecta uma determinada estrutura num agrupamento, estamos

perante um grupo. Um Grupo é, portanto, uma colectividade estruturada, um

sistema de interacção social formado por   parte dos sistemas de acção dos

seus membros. O indivíduo desenvolve vários sistemas de acção

por   pe r t ence r a d i ve rsos g rupos em s imu l t âneo e po r es tabe lece r a

sua i n teg ração nos mesmos . Po r   exemplo, um membro de uma

associação de amigos do Pentium será provavelmente membro de uma

família, de uma escola, de um clube, etc. Mantém, portanto, uma relação

com todos. Essa relação ou acções que desenvolve enquanto membro de

um grupo poderá influenciar reciprocamente ou não as acções que

desencadeia enquanto membro de outros grupos. Por exemplo, como faz parte da

associaçãodos amigos do Pentium, poderá perder lá algum tempo e chegar

tarde ao jantar de família ou às aulas,ou por exemplo poderá não ir ao clube por

ter muito para estudar.

A diferença entre as colectividades estruturadas e as não estruturadas

verifica-se nos seguintes aspectos:

COLECTIVIDADES ESTRUTURADAS  

- os membros do grupo partilham alguns valores, padrões culturais, comportamentos,

objectivos futuros,etc.

Page 11: Resumos Teste Sociologia

- são c r i adas com de te rm inados ob jec t i vos espec í f i cos e se rão

de f i n i das as acções a desenvo l ve r   (atribuição de diferentes papéis

sociais) para que os membros atinjam os objectivos. A definição

das posições próprias que cada indivíduo ocupa nas colectividades deriva

das funções/papéis/cargos queassume em cada um dos agrupamentos.

TIPOS DE GRUPOS

QUANTO À F UNÇÃO S OCIAL QUE CUMPREM

- GRUPO FAMILIAR - trabalho de socialização;

- GRUPO ECONÓMICO - fábrica, executa uma função produtiva;

- GRUPO POLÍTICO - edificação de determinado modelo de sociedade;

- GRUPO RELIGIOSO - missão espiritual;

- GRUPO RECREATIVO- fomenta actividades que ajudam ao desenvolvimento

individual.

QUANTO AO FUNCIONAMENTO INTERNO: PROXIMIDADE DOS SEUS ELEMENTOS E TIPO DE RELACIONAMENTO

- GRUPOS PRIMÁRIOS - grupo restrito onde o relacionamento entre as pessoas é mais expontâneo, íntimo,natural, informal e próximo, podendo-se encontrar uma identificação dos valores culturais básicos. O  p r i nc ipa l ob jec t i vo des tes g rupos é o a fec to . É o caso , po r exemp lo , das f amí l i as , que pe rm i te o equilíbrio emocional.

- GRUPOS SECUNDÁRIOS - o relacionamento entre os membros é mais formal, impessoal e segmentário.  Normalmente é formado por um maior número de elementos, cuja finalidade é de carácter utilitarista ouinteresseira. Predomina como objectivo a eficácia e/ou o sucesso. É o caso, por exemplo, das empresas,onde existe um clima de competição profissional.

Vantagens:os grupos secundários dão a possibilidade de mobilidade e de ascensão profissional e aobtenção de benefícios materiais, o que irá dar à pessoa um sentimento de realização pessoal.

Consequências:os grupos secundários originam mudanças de atitudes resultantes do contacto entre as pessoas nesse g rupo , o que va i l eva r a uma d im inu i ção dos p reconce i t os e a uma ass im i l ação (po r   imitação) dos comportamentos dos grupos a que os indivíduos não pertencem.

Na nossa soc iedade ac tua l ( onde dom ina a i ndus t r i a l i zação e a u rban i zação ) , as re l ações en t re indivíduos são bastante impessoais e de carácter formal e contratual, tendo um objectivo utilitarista,dominando a razão sobre os sentimentos.

Page 12: Resumos Teste Sociologia

Deste modo, e ao contrário do que sucedia nas sociedadestradicionais, a

duração das tais relações não é permanente, tendo-se perdido os vínculos

afectivos entreos indivíduos devido ao seu relacionamento dentro dos grupos

secundários.Deste modo tem-se assistido ao desenvolvimento de grupos

primários cujo objectivo é compensar  emocionalmente e afectivamente as

pessoas que se inserem também nos grupos secundários. É o casodos

grupos de vizinhos, de leitura, de voluntários, etc.

QUANTO À APRESENTAÇÃO DE MODELOS DE COMPORTAMENTO DE

REFERÊNCIA

- GRUPOS DE PERTENÇA - cada pessoa (conjunto de pessoas) é membro de

grupo(s);

- GRUPO DE REFERÊNCIA - outro grupo ao qual uma pessoa pertencente a

um determinado grupo não seencontra directamente ligada mas que

adquire dele elementos culturais (forma de sair do seu grupo de  pertença e

tentar inserir-se no outro), tendo essa pessoa o objectivo de ser

reconhecida como membrodesse outro grupo: desejo de ascensão social. Nestes

aspectos reside a auto-socialização ou socialização por antecipação - a re-

socialização.

A dificuldade de assimilação e de aceitação ou reconhecimento no grupo

de referência e rejeição noseu g rupo de pe r tença o r i g i na , po r vezes ,

compor tamen tos anóm icos (a r e i n teg ração no g rupo de  pertença

poderá ser a forma de ultrapassar estes comportamentos).

Os valores dos grupos de referência constituem-se como modelo de avaliação das

pessoas: avalia-se ocomportamento, os valores, a aparência pessoal, etc.,

pela sua adequação aos apresentados por essegrupo padrão que se deseja

pertencer. Quanto maior for a proximidade desses padrões, mais se

julgaestar próximo do grupo de referência.

Page 13: Resumos Teste Sociologia

COLECTIVIDADES NÃO ESTRUTURADAS

- encontro ocasional entre as pessoas num determinado espaço, ao mesmo tempo.

- não é possível encontrar uma ordenação ou estrutura social. Mesmo que

seja possível identificar ar a z ã o d a p r o x i m i d a d e d a s p e s s o a s e m

d a d o m o m e n t o , n ã o e s t a b e l e c e m c o n t u d o , e n t r e s i ,

o relacionamento necessário que exija a distribuição de tarefas ou a ordenação de

papéis.

Deste modo surgem os agregados sociais (A), as categorias sociais (B) e

outras colectividades nãoestruturadas (C).

A – AGREGADOS SOCIAIS - são colectividades constituídas por indivíduos que se

encontram numa situaçãonão voluntária de proximidade física ou psicológica.

Estes agregados não resultam da existência derelações pré-estabelecidas entre

os indivíduos, nem dão origem às mesmas. Este tipo de relacionamentoestabelecido

não cria laços sociais entre as pessoas.

O grau de proximidade e a duração das reuniões ou o tipo de comunicação pode

variar, dando origema ag regados soc ia i s espec í f i cos : os Compactos ( os

qua i s t em como ca rac te r í s t i cas uma g randedens idade ou g rau de

p rox im idade da popu lação envo l v i da ; o t i po de comun icação e

du ração das reun iões é t emporá r i o ; dando o r i gem a d i f e ren tes

ag regados sob a f o rma de mu l t i dão , ass i s tênc ia ,a j un tamen to ou

man i f es tação ) e os Territoriais ( o s q u a i s t ê m u m a f r a c a

d e n s i d a d e o u g r a u d e  proximidade da população envolvida, sendo

portanto menos compactos; a comunicação e duração das reuniões podem ser

mais prolongadas ou até poderão ser estabelecidos contactos permanentes, o que

vaidar origem à constituição de agregados sob a forma de agregados residenciais (ex.:

bairro) ou agregadosfuncionais (ex.: Círculos Eleitorais).

Agregados sociais compactos:

Multidão - caracteriza-se pela motivação individual dos indivíduos a

reunirem-se com outros; só hácomunicação e participação entre os

elementos por mero acaso; os elementos estão fisicamente

muito p róx imos e a du ração das reun iões é t emporá r i a ou mu i t o

l im i t ada (du ra enquan to ex i s t i r uma  justificação da presença dos elementos

num determinado lugar). É o caso, por exemplo, das pessoas queaguardam a

chegada do autocarro. Uma multidão pode dar origem a um ajuntamento.

Page 14: Resumos Teste Sociologia

Ajuntamento - caracteriza-se pela motivação individual dos indivíduos a

reunirem-se com outros; ées tabe lec ido um p rocesso de comun icação

de que resu l t am compor tamen tos expon tâneos , não estruturados e

imprevisíveis (são partilhados pontos de vista, emoções, reacções e

atitudes colectivas);os elementos estão próximos fisicamente e

psicologicamente, dependendo o grau de proximidade dacausa do

ajuntamento; alguns conjuntos de indivíduos estimulam a reacção

colectiva; as reuniões têmduração temporária ou muito limitada. É o caso,

por exemplo, das pessoas que aguardam a chegada doau toca r ro e que

ass i s tem a um ac iden te , dando i n í c i o a um p rocesso de

comun icação en t re e l as ,  partilhando opiniões e sentimentos.

Assistência - caracteriza-se pelo mesmo tipo de motivação individual; a

comunicação existente não sees tabe lece en t re os i nd i v íduos

ass i s ten tes ao acon tec imen to , mas en t re cada um de les e o ac to r

ou orador; os elementos estão fisicamente e/ou psicologicamente próximos

e a duração das reuniões ét e m p o r á r i a o u m u i t o l i m i t a d a . É o

c a s o , p o r e x e m p l o , d a a s s i s t ê n c i a a u m a c o n f e r ê n c i a .

U m a assistência pode dar origem a uma manifestação.

Manifestação - c a r a c t e r i z a - s e p e l a m o t i v a ç ã o i n d i v i d u a l e

“ s o c i a l ” ( o u c o l e c t i v a ) ; h á u m a intercomunicação mais facilitada,

não se comunicando unicamente com o actor ou orador, mas tambémentre

outros participantes; há uma comunhão de sentimentos vividos pelos participantes e a

duração dasreuniões é temporária ou limitada. É o caso, por exemplo, de

uma manifestação a favor ou contra ogoverno, uma marcha de grevistas ou um

comício político.

B – CATEGORIAS SOCIAIS - são “ag rupamen tos men ta i s ” que ex i s tem

na men te de quem exp r ime determinada categoria (ex.: a classe social

superior é composta por pessoas ricas - esta classificaçãoderiva das

características dos elementos desta classe).

Page 15: Resumos Teste Sociologia

 

Os casos particulares ou formas de categorias sociais são:

1º - Estratificação social :- os estratos sociais são estabelecidos pelo espírito

do observador a partir do acesso do indivíduo aosva lo res que a

soc iedade co loca ao seu d i spo r , e que t em a pa r t i cu la r i dade de

assoc ia r pessoas que ocupam uma posição semelhante na participação dos

valores que uma sociedade proporciona.

- a desigualdade de oportunidades e a diferente forma de usufruto dos

valores da sociedade conduz auma ordenação hierarquizada dos

indivíduos, em função da sua participação nesses valores. Por sua vez, esta

ordenação dará origem a estratos sobrepostos, o que constituirá a hierarquia social.

2º- Público :- conjunto de pessoas reunidas na mente do observador, que

têm a característica de se interessar por  d e t e r m i n a d o b e m ( m a t e r i a l ,

c u l t u r a l , a r t í s t i c o , e t c . ) e p a r a q u e m u m a d e t e r m i n a d a

c a m p a n h a  publicitária é planeada e dirigida, por exemplo.

C – OUTRAS COLECTIVIDADES NÃO ESTRUTURADAS – RELAÇÕES DE  

VIZINHANÇA:

- é uma situação típica das comunidades tradicionais.

- as relações de vizinhança constituem meios de comunicação, de

transmissão de valores desse gruposocial, ou como reprodutores da ordem social

existente.

- por se caracterizarem pela existência de proximidade física e social,

aparentam-se aos agregadossociais, mas apresentam elementos de estratificação

social.

Page 16: Resumos Teste Sociologia

CULTURA E PADRÕES DE CULTURA

Todo o comportamento humano é um comportamento com um significado cultural. A vida em grupo,em comunidade, tem conduzido ao desenvolvimento de regras e procedimentos com o objectivo desatisfazer as necessidades colectivas, o que leva a que cada sociedade exprima-se e realize-se através deuma cultura.

CULTURA - representa a expressão de um determinado grupo e concretiza tudo aquilo que é socialmenteaprendido e partilhado pelos membros desse grupo (as normas, crenças e valores), o que confere a cadasociedade um aspecto original.O tipo de cultura condiciona a maneira de pensar, agir e fazer as coisas, pois face a uma determinadas i t uação , um i nd i v íduo reage de aco rdo com o seu s i s t ema de e lemen tos cu l t u ra i s esp i r i t ua i s e materiais.

ELEMENTOS DE CULTURA:

- Espirituais (elementos abstractos) - compreendem as ideias, crenças, normas, valores, usos e costumesdo grupo. Deste conjunto ressalta, pela sua importância, os valores, pois toda a vivência colectiva serealiza e se ajuíza em função deles. A actividade do indivíduo é condicionada pelas ideias do bem e doma l , da j us t i ça , da be leza , da l i be rdade , e t c . Há a inda a re fe r i r que es tes t r aços esp i r i t ua i s são transmitidos de geração em geração e reconhecidos ou aceites por cada um de nós.

- Mat er ia is - são as ob ras rea l i zadas , as t écn i cas ou os i ns t rumen tos de t r aba lho do g rupo que l he  permitem controlar a Natureza (garantindo a sua sobrevivência) e exprimir o universo espiritual dohomem. Essenc ia lmen te , os t r aços ma te r i a i s são a mane i ra de f aze r as co i sas (modo de ac tua r e de realizar as coisas). 

Estes elementos, ao fazerem parte integrante da cultura, não podem ser separados, pois entre eles háuma interacção dialéctica mutua, o que produz a cultura.

Os elementos espirituais condicionam as acções ou o comportamento dos indivíduos (ex.: os povosq u e n ã o p o d e m c o m e r c a r n e d e v a c a , a q u a l é s a g r a d a ) , e n q u a n t o q u e o s e l e m e n t o s e s p i r i t u a i s cond i c i onam d i rec tamen te os e lemen tos esp i r i t ua i s da cu l t u ra , o que é ve r i f i cáve l nas s i t uações de rup tu ra h i s t ó r i ca e soc ia l . A i novação t ecn o lóg i ca que pe rm i t i u ao Homem domina r a Na tu reza acarretou diversas alterações nas ideias e nos valores sociais. É o exemplo da evolução do conceito de“a l de ia g l oba l ” , o qua l pe rm i t i u o con tac to en t re cu l t u ras , l evando a uma a l t e ração das no rmas , costumes, etc.

Page 17: Resumos Teste Sociologia

VALORES NORMAS E COMPORTAMENTOS COMO EXCLUSIVOS DE UM GRUPO

Cada g rupo ou soc iedade t em os seus pad rões que se espe ram que se jam respe i t ados pe los c o m p o r t a m e n t o s d o s s e u s m e m b r o s , o s q u a i s v a r i a m d e s o c i e d a d e p a r a s o c i e d a d e . E s s e s comportamentos são exclusivos de cada grupo. Para que um grupo se preserve, as condutas individuaisdeve rão asseme lha r - se , obedecendo a um con jun to de no rmas p róp r i as (a um pad rão soc ia l ) que defendam e garantam a ordem social; caso contrário, a vida em grupo será dificultada. Portanto, os comportamentos que se diferenciam dos padrões considerados “normais” põem em causa a coesãosocial, sendo considerados como desviantes. Essas normas têm a “função” de determinar as atitudes ecompor tamen tos das pessoas , sendo resu l t an tes dos va lo res ace i t es pe la co lec t i v i dade (os qua i s i den t i f i cam, d i f e renc iam e d i s t i nguem esse g rupo dos ou t ros ) . Es ta re lação en t re as normas e os valores ve r i f i ca - se , po r exemp lo , num de te rm inado compor tamen to - as no rmas de f i nem se esse comportamento é certo ou errado, mas para isso tem de haver a ideia de bem ou de mal, entrando aqui o plano dos valores. A acção de partir uma janela é errado segundo as normas, mas a ideia de que “partir”a janela é errado é-nos dada pelos valores. Portanto, podemos fazer deste modo uma “hierarquia”: os valoressituam-se no topo, os quais vãoinspirar as normas, que por sua vez vão condicionar os comportamentos (que podem ser normais oudesviantes) e asatitudes

.Folkways - são as “maneiras normais de fazer as coisas” para cada comunidade, sendo portanto traçosculturais. São estes traços ou padrões culturais que distinguem as comunidades, sendo transmitidos degeração para geração (entre os membros dessa comunidade).As novas gerações absorvem os folkways quer por ensinamento deliberado, quer por observaçãodirecta e por tomar parte na vida em relação a eles, tornado-se portanto esses folkways num modo devida. Para a criança, os hábitos de outras culturas vão-lhe parecer estranhos e pouco práticos, situaçãoque se verificará do mesmo modo na outra cultura.Deste modo, as normas e regras exteriores ao indivíduo são-lhe imputadas independentemente da suavontade, sendo o respeito por elas obrigatório para que o indivíduo seja reconhecido e aceite comomembro do grupo.

Valores - são as concepções gerais do que é o bem para uma comunidade e legitimam os modelos e asregras de funcionamento das comunidades, mantendo a coesão social.Os valores:- são ideias que exprimem qualidades, conduzindo as pessoas a agir de acordo com determinados ideais;- são ideias que inspiram juízos de valor (exemplos de valores: coragem, justiça, o bem, etc.; juízos de valor - julgamentos que se emitem em relação a condutas ou comportamentos à luz de determinadosvalores (ex.: o ser bonito/feio, ser bom/mau, etc.) );- servem de guia para as condutas, e estas são sempre julgadas à luz desses valores;- são relativos - cada sociedade tem os seus próprios valores de acordo com os seus ideais;- reflectem sempre uma certa carga afectiva porque estão relacionados com os sentimentos;

Page 18: Resumos Teste Sociologia

- encon t ram-se d i spos tos segundo uma o rdem h ie rá rqu i ca , p o r q u e a m e s m a p e s s o a p o d e r e v e l a r   diferentes valores de acordo com os papéis que exerce e com o contexto em que se encontra integrado(ex.: um pai tem um filho que fez algo mau, mas o facto se ser filho vai influenciar a decisão do pai;mas se quem tivesse feito algo de mau fosse outra pessoa, a situação poderia ser diferente).

2.4 - PADRÕES DE CULTURA E ETNOCENTRISMO CULTURAL

Cada cultura possui um carácter exclusivo devido aos seus padrões culturais próprios, tipos formais ecategorias de comportamento individual e colectivo que condicionam, explicam e explicitam as atitudesno e do grupo. Esta exclusividade e relativismo cultural de cada grupo muitas vezes é desconhecida ounão é entendida, por isso desde sempre tem havido o impedimento de que alguns grupos aceitem aexistência de outros para além do deles, pois o seu grupo é único e superior. Esta situação denomina-se por Etnocentrismo Cultural (atitude baseada na convicção de que o povo a que se pertence, com assuas crenças, tradições e valores, é um modelo a que tudo deve referir-se), sendo característica dosgrupos fechados. Esta situação está na base dos preconceitos (nomeadamente os raciais) associados à superioridade.

2.5 - ORDEM SOCIAL E CONTROLO SOCIAL

Devido às relações entre os indivíduos surgiram modelos gerais de comportamento colectivamenteaceites, os quais ordenam a vida colectiva.

Deste modo, a vida social vai determinar as normas a que as pessoas estão sujeitas como um conjuntode princípios “sagrados e absolutos”, portanto inquestionáveis e invioláveis. Desde que um indivíduonasce que é ensinado a comportar-se e a reagir em cada situação segundo as normas.

Po r vezes essas no rmas não são aca tadas de f o rma pac í f i ca , oco r rendo des te modo desv ios à normalidade, ou seja, surgemcomportamentos desviantes (comportamentos que se diferenciam dos padrões considerados “normais”, pondo em causa a coesão social). 

Por vezes a ordem social é ameaçada pelos comportamentos desviantes, os quais são eficazmenteanulados pelo grupo em que esses comportamentos se verificam.Para combater estes desvios e manter a ordem social o grupo recorre a mecanismos de controlo social que podem ser de vários tipos:-controlo físico - ex.: bofetada, algemas, carícias;-controlo legal ou institucional - ex.: tribunal, leis, regulamentos;-controlo organizativo ou grupal - ex.: chefe, departamento, horário, toque escolar;-controlo psicológico - ex.: elogio, crítica, remorso, efeitos de uma recompensa.

Estes mecanismos de controlo social podem ter uma função repressora, orientadora ou educadora,sendo exercidos na sua maioria pelos grupos secundários e mistos (há neste aspecto uma cooperação entre as instituições para esse efeito, nomeadamente as escolas, famílias, TV, polícia, justiça, etc.).

Page 19: Resumos Teste Sociologia

Deste modo o grupo vai exercer um certo constrangimento social sobre os seus membros de modo a prevenir estes comportamentos desviantes, pois submete os indivíduos às normas do grupo, impedindo-o de realizar actos contrários a essas normas. Por vezes este constrangimento social é insuficiente,recorrendo-se por isso a coacções físicas, como por exemplo a pena de morte.

Ex i s tem mu i t as f o rmas de sanções u t i l i zadas pe las soc iedades pa ra p reven i r e /ou co r r i g i r os comportamentos desviantes dos seus membros.

Podem ter a forma de:- Sanções Positivas ou Recompensas - económicas (ex.: aumento da mesada); morais (ex.: satisfaçãodo dever cumprido); físicas (ex.: carícia); sociais (ex.: elogio).- Sanções Negativas ou Castigos - económicas (ex.: corte da mesada); morais (ex.: remorso); físicas(ex.: bofetada); sociais (ex.: crítica).

Deste modo, podemos definir  Controlo Social como o conjunto de meios utilizados pela sociedadeem ge ra l e pe los g rupos em pa r t i cu la r pa ra ob te rem a ha rmon ia en t re o compor tamen to dos seus membros e as normas, valores e padrões estabelecidos pelo grupo. 

2.6 - O HOMEM COMO PRODUTO/PRODUTOR DE CULTURA

Uma criança quando nasce não possui cultura, embora ela rapidamente assimile as maneiras de pensar e agir do grupo. Deste modo a criança, no seu desenvolvimento físico e intelectual, é “modelada” pelosvalores e normas do grupo em que se insere, adquirindo os seus modelos de comportamento. Deste modo os indivíduos surgem como o produto de uma cultura . Esta cultura é imposta pelo exterior aoindivíduo, sendo transmitida por herança, como se fosse um bem patrimonial.

Por outro lado, a cultura, ao ser a forma como um grupo se expressa e se realiza, recebe de cadageração novas normas e valores, sendo portanto cumulativa e evolutiva. Deste modo a cultura vai-sealterando ao longo do tempo pelos grupos, os quais a herdam como um património, trabalhando-a.Então, como um indivíduo, sendo um produto de uma cultura, pode alterar essa cultura, sendo entãotambém um produtor da cultura.3.1 e 3.2 - O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO

A criança ao nascer é um ser sem cultura, a qual vai adquirindo à medida que toma contacto com oamb ien te do g rupo em que es tá i nse r i da , po i s e l a va i t omando consc iênc ia do que l he é ex te r i o r , repetindo e imitando atitudes e comportamentos de outros indivíduos (sendo estes na fase inicial os seus f am i l i a res ) . G radua lmen te a c r i ança i r á ass im i l ando va lo res , no rmas , compor tamen tos , t écn i cas e  práticas, ultrapassando a sua fase biológica. Deste modo o comportamento individual não é instintivo, pois é resultante de um processo de aprendizagem. Isto faz com que as decisões e comportamentosindividuais sejam regulares e previsíveis, estando ajustados ao contexto cultural em que se inserem.

Page 20: Resumos Teste Sociologia

É a este processo de adequação dos comportamentos resultante da interiorização pelo indivíduo das normase va lo res do g rupo (havendo uma t r ansm issão aos membros do g rupo dos t r aços cu l t u ra i s que o identificam) a que se dá o nome de Socialização, a qual vai integrar o indivíduo ao colectivo em que faz parte. 

No entanto, esta interiorização dos modelos de comportamento que ocorre durante a socialização nãovai fazer com que todos os indivíduos ajam de acordo com as normas e valores do grupo, não há umaobrigatoriedade no que diz respeito ao seu cumprimento, daí que surjam por vezes os comportamentosdesviantes. É por isso que existem as sanções morais, físicas, religiosas e sociais sobre os indivíduos,assim como o sentimento de que o que se está a fazer não é correcto. Isto vai levar ao impedimento oud i f i cu l t ação do desv io à no rma . Ass im sendo , podemos d i ze r que a nossa l i be rdade de ag i r não é absoluta, pois é-nos exigido o acatamento e respeito pelos modelos formais do grupo de modo a que nosi n t e g r e m o s e s e j a m o s a c e i t e s n a s o c i e d a d e . O n o s s o c o m p o r t a m e n t o é l i v r e , m a s é l i m i t a d o e constrangido pelos limites impostos pelo grupo.

3.3 - AGENTES DE SOCIALIZAÇÃO

A soc ia l i zação na soc iedade mode rna é um p rocesso d inâm ico e pe rmanen te de t r ansm issão de cultura, pois não termina em nenhuma fase da vida de um indivíduo. Ao longo da nossa vida vamo-nos integrando em diversos grupos, o que exige que assimilemos novas regras e padrões de modo a agirmosd a m a n e i r a c o r r e c t a . É , p o r t a n t o , u m p r o c e s s o e f e c t u a d o q u o t i d i a n a m e n t e , p o i s t o d o s o s d i a s aprendemos novas coisas.

Inicialmente, a criança é socializada pelo contacto directo com os seus familiares, sendo portanto a família o primeiro agente de socialização(embora se ve r i f i que ac tua lmen te uma subs t i t u i ção da família por grupos especializados e oficiais de socialização, como por exemplo as creches pré-escolarese os grupos de recreio, assim como posteriormente a escola).

A infância é o momento em que se dá uma maior assimilação por parte da criança da cultura que arode ia , po i s é uma fase em que e la é ma is r ecep t i va e reac t i va , sendo po r tan to o g rupo f am i l i a r de impo r tânc ia v i t a l pa ra esse e fe i t o . Nes ta f ase , a c r i ança va i ap rendendo apenas o que os f am i l i a res fazem, sendo a socialização realizada pela via afectiva e emocional, o que faz com que a criança (de modo inconsciente) se abra ao conhecimento e à assimilação de novos conhecimentos.

Ao sairmos do grupo familiar, somos forçados a inserir-nos noutros grupos, continuando a nossaaprendizagem. Nestes novos grupos surge a escola como o grande agente de socialização , po i s é l á que o jovem passa a maior parte do seu tempo. A escola tem a função de fornecer os conhecimentos edesenvolver as capacidades da criança para que seja um ser “útil” à sociedade. Hoje em dia existe outro importante agente de socialização: osmeios de comunicação de massas,como é o caso da t e l ev i são , r ád io , j o rna i s , c i nema , e t c . , os qua i s são pode rosos i ns t rumen tos de aprendizagem, pois inculcam-nos normas, crenças, valores, condutas, etc. Deste modo, estes meios decomunicação têm o poder de nos moldar os

Page 21: Resumos Teste Sociologia

comportamentos, logo desde a nossa infância, pois a suaacção faz-se sentir desde logo no seio da sociedade.

3.4 - SOCIALIZAÇÃO, PAPEL SOCIAL E ESTATUTO SOCIAL

3.4.1 – SOCIALIZAÇÃO E PAPEL SOCIAL

A - PAPEL SOCIAL E EXPECTATIVAS

O facto de os comportamentos dos indivíduos se adequarem e reflectirem os padrões de cultura dogrupo torna-os de certo modo previsíveis, pois, face a uma determinada situação, os indivíduos de ummesmo grupo provavelmente reagirão da mesma maneira. Mas isto não faz com que nos deparemossempre com o mesto tipo de comportamentos, pois a multiplicidade de funções específicas exercidas  pelos membros de uma colectividade leva à existência de comportamentos diversos, mas típicos. É ocaso de um médico, por exemplo. Enquanto profissional, é esperado dele um comportamento próprio edistinto do que se prevê que seja adoptado de um professor, de um operário ou de um chefe de família.

De um chefe de família, por exemplo, é esperado que trabalhe, que sustente a família, que zele pela segurança do seu agregado, que oriente e dirija os seus membros, etc. Estas tarefas estão como que definidas pela sociedade, sendo impostas pelo exterior. A sociedade espera ou exiged o c h e f e d e f a m í l i a o c u m p r i m e n t o d e s t e s c o m p o r t a m e n t o s , e n q u a n t o q u e p a r a o c h e f e d e f a m í l i a e s t e s c o m p o r t a m e n t o s s ã o c o n s i d e r a d o s c o m o n a t u r a i s , p o i s a o l o n g o d a s u a v i d a e l e f o i t o m a n d o conhec imento do pape l de che fe de famí l ia e fo i i n te r io r i zando os compor tamentos que lhe são  próprios.

Deste modo, a sociedade espera de cada um de nós determinados comportamentos, dando-se a estasexpectativas da sociedade, relativamente ao nosso comportamento numa determinada circunstância, a designação de Papel Social.

Como este papel social implica expectativas por parte dos outros intervenientes na relação social, um papel existe apenas em relação com outros papéis, pois, por exemplo, o papel de pai implica o papel defilho, o papel de médico implica o papel de doente, o papel de professor implica o papel de aluno, etc.No entanto, não é só a sociedade que espera determinado comportamento por parte de cada membrono exercício das suas funções; cada um de nós também espera um determinado comportamento por  parte dos restantes membros da colectividade que se encontram em idêntica situação. O comportamentoque esperamos de um professor é o mesmo que esse professor espera dos restantes professores, pois elesrealizam funções idênticas. Por outro lado (devido ao facto de um papel só existir em relação a outros  papéis), esse professor esperará dos seus alunos o cumprimento dos seus papéis.

Estas expectativas mútuas (o que se espera de nós e o que esperamos dos outros) demonstram arelação dialéctica existente entre nós, os outros e a sociedade.

Page 22: Resumos Teste Sociologia

Assim podemos distinguir três tipos de expectativas: as necessárias, as obrigatórias e as facultativas.

- As expectativas necessárias são aquelas que são sancionadas pelas leis e às quais a sociedade poderecor re r a f im de obr igar os c idadãos a respe i ta rem as le i s , a po l í c ia e o t r ibuna l . Por tan to , es tasexpectativas são impostas, sendo o(s) indivíduo(s) punido(s) de modo brutal se não as respeitarem. Seisto acontecer, haverá por exemplo um julgamento, sendo o indivíduo condenado a uma pena de prisãoe excluído da sociedade, perdendo o seu papel social. É o caso, por exemplo, de um caixa de um bancoque comete um desfalque, sendo julgado e consequentemente preso.

- As expectativas obrigatórias são exercidas no seio de um grupo social, podendo-se contorná-las pelof a c t o d e n ã o i m p l i c a r e m s a n ç õ e s t ã o r í g i d a s e c o m p l e t a s c o m o n a s e x p e c t a t i v a s n e c e s s á r i a s .  Normalmente são condutas impostas pelos grupos sociais aos seus membros, os quais podem sair dogrupo se não qu iserem cumpr i r ta i s condu tas (sem se exporem a sanções) . É o caso da Ordem dosMéd icos , a qua l tem um cód igo espec í f i co de compor tamento que deverá ser cumpr ido pe los seusmembros, caso contrário serão censurados e provavelmente excluídos.

- Nas expectativas facultativas há uma liberdade relativa no seu respeito, pois não há sanções. Nestecaso os outros membros do grupo deixam simplesmente perceber ao infractor que ele está agindo mal,sendo o escândalo e o medo de um escândalo uma sanção e um meio de pressão.

Estas expectativas são normalmente compensadas por sanções positivas, recompensas e prémios,enquanto que nas necessár ias a le i é cumpr ida no caso de uma in f racção , não havendo por tan to recompensa (um assaltante não é recompensado pelo facto de ter furtado e sido preso); nas obrigatóriasa pessoa limita-se a satisfaze-las cumprindo o seu dever (um caixa que não comete um desfalque não érecompensado por isso). Nas facultativas, ao desempenhar satisfatoriamente o seu papel, uma pessoaconqu is ta êx i to e sor r i sos ; ao desempenhar bem o seu pape l , e la coopera com o func ionamento da máquina social, e todo o mundo mostra o seu reconhecimento.

O controlo social recorre mais às sanções positivas do que às negativas. Habitualmente aparecemsanções de ordem jurídica, mas elas actuam mais frequentemente em função do medo que provocam doque pe la sua ap l i cação d i rec ta . O jogo soc ia l func iona por me io de sanções pos i t i vas que têm o objectivo de estimular os indivíduos a desempenhar os seus papéis o melhor possível. O indivíduo quetem por objectivo uma vida sem percalços ou que deseja obter êxito no seu grupo social faz tudo paranão decepcionar as expectativas dos

Page 23: Resumos Teste Sociologia

outros, desempenhando da melhor maneira possível o seu papelsocial. Deste modo ele vai obter recompensas por fazer uma carreira fácil ou irá adquirir uma forma ououtra de reconhecimento ou prestígio social.

B - PAPÉIS MÚLTIPLOS, CONFLITOS DE PAPÉIS

 Um ind iv íduo ao exercer d i fe ren tes funções des ignadas pe la soc iedade, desempenha uma multiplicidade de papéis sociais. É o caso de um indivíduo casado, o qual exercerá o papel de marido ede pai, mas ele também será membro de outros grupos, os quais vão-lhe exigir outros comportamentos: poderá ser um funcionário de uma empresa, membro de um clube, militante de um partido político,m e m b r o d e u m s i n d i c a t o , m e m b r o d e u m a c o m u n i d a d e r e l i g i o s a , e t c . , p o r t a n t o e x e r c ePapéis múltiplos. Es ta mu l t ip l i c idade de funções poderá o r ig inar s i tuações de con f l i t o en t re os papé isdesempenhados pe lo ind iv íduo : por exemplo o seu pape l de func ionár io poderá co l id i r com o de grevista.

Um indivíduo também se relaciona com outros quando desempenha as suas funções. Esses outrosindivíduos também desempenham os seus papéis, portanto existe um conjunto de papéis que se podedefinir como a totalidade dos papéis representados por determinado indivíduo e pelos restantes a ele

Page 24: Resumos Teste Sociologia

As teorias do aparecimento de desvios são três:-Teo r i a da Assoc iação D i f e renc ia l- q u a n d o o i n d i v í d u o a s s u m e a t i t u d e s d e s v i a d a s d o s comportamentos do grupo em que se insere, adoptando outras atitudes e comportamentos ajustados aum novo grupo ao qual passa a estar inserido. Ex.: o punk.-Teoria da Rotulação- desvio de certo modo não real, sendo uma opinião preconcebida e comum quese impõe aos membros de uma co lec t i v i dade pe lo pode r o f i c i a l . É o caso , po r exemp lo , de um indivíduo que seja apanhado pela polícia a cometer um acto menos correcto, sendo classificado comoum marginal ou criminoso.-Teoria da Desorganização Social- desvio que surge devido ao enfraquecimento dos vínculos sociaisr e l a t i v a m e n t e a o c o n t e x t o s o c i a l e m q u e o i n d i v í d u o s e i n s e r e . E x . : u m a s i t u a ç ã o d e g r a n d e instabilidade social e política em que ocorre frequentemente a pilhagem de lojas.

Page 25: Resumos Teste Sociologia

Fenómeno Social Total

- são t odos os f en ómenos soc ia i s , po i s t odos e les são

p lu r i f ace tados e resultantes da complexidade das relações sociais,

podendo ser objecto de estudo de várias disciplinas  pa ra me lho r

compreende r o f enómen o . Todos e les t êm imp l i cações em

d i f e ren tes n í ve i s do rea l (sociológico, económico, religioso, etc.).

Objecto da Sociologia

- Fac tos soc ia i s - s i t uações que oco r rem na v i da soc ia l en t re os

g rupos e instituições sociais (nomeadamente as relações recíprocas -

relações estabelecidas entre os indivíduosduradouramente resultantes de

determinadas funções sociais desempenhadas). Estes factos

estudadosdividem-se em: - acção social (como existem e são mantidas as

colectividades humanas e como se ligao indivíduo a essas colectividades);

- organização social (como se organizam e estruturam os quadrossociais da

vida humana); - mudança social (como se produz a evolução das sociedades

humanas).Os factos sociais são

relativos

, pois um facto social só faz sentido quando está integrado no

contextonatural e social onde ocorre; verificam-se num determinado espaço e tempo,

sendo condicionados peloselementos do próprio contexto. Os factos sociais

são também

exteriores

aos indivíduos, pois existemfo r a das consc iê nc ias i nd i v i dua i s ( a

soc iedade impõe aos i nd i v íduos mode los de

compor tamen to (determinadas maneiras de pensar, sentir e agir)

independentemente da sua vontade).

Sociologia Geral

Page 26: Resumos Teste Sociologia

- estuda o funcionamento da sociedade, a sua evolução, a mudança social,

isto de um ponto de vista global e geral.

Sociologia Especializada

- estuda mais aprofundadamente os aspectos particulares sociais

(influênciadas forças sociais sobre o comportamento dos indivíduos em grupo

(escola, família, etc.). 

Objectivo da Sociologia

- con t ro l a r os g rupos soc ia i s . Dev ido à evo luçã o da

i ndus t r i a l i zação e desumanização do trabalho foram originados conflitos,

o que motivou uma necessidade de concertaçãosocial para que não houvesse

um desintegramento dessa mesma sociedade. Esta concertação deu origemà

necess idade de es tuda r e o r i en ta r as esco lhas das pessoas . Um

soc ió l ogo amer i cano comparou a Sociologia como uma espécie de

engenharia social em que, depois de os problemas serem estudados,seria

construída uma sociedade em que cada indivíduo ocuparia um lugar pré-

definido.

Deste modo, oimpacto causado pelos conflitos sociais resultantes de uma crise

seriam controlados.