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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 1 RESUMOS EXPANDIDOS .................................................................................................. 2 RESUMOS SIMPLES ........................................................................................................ 78 RESUMOS DE PROJETOS .............................................................................................. 85 Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 1

RESUMOS EXPANDIDOS ..................................................................................................2

RESUMOS SIMPLES ........................................................................................................78

RESUMOS DE PROJETOS ..............................................................................................85

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 2

RESUMOS EXPANDIDOS

MOTA, MARCELO JOSÉ DA............................................................................................................... 5

PEREIRA, APARECIDO DE OLIVEIRA............................................................................................. 10

NOMURA, SHIRLEY OLIVEIRA LIMA ............................................................................................... 10

DURAN, ANGELA APARECIDA DA CRUZ ....................................................................................... 15

SANTANA, ISAEL JOSÉ .................................................................................................................... 19

DURAN, ANGELA APARECIDA DA CRUZ ....................................................................................... 23

RIVA, LÉIA COMAR ........................................................................................................................... 23

GITAHY, RAQUEL ROSAN CHRISTINO........................................................................................... 23

DURAN, ANGELA APARECIDA DA CRUZ ....................................................................................... 27

BARBOSA, GILSÂNIA FERRO 1, RACHEL LOPES QUEIROZ CHACUR2....................................... 31

CHACUR, RACHEL LOPES QUEIROZ ............................................................................................. 31

SANTANA, ISAEL JOSÉ .................................................................................................................... 36

ALVES, MARIANNY ........................................................................................................................... 36

FERRO, CARLA COLADELLO .......................................................................................................... 40

CHACUR, RACHEL LOPES QUEIROZ ............................................................................................. 40

FERREIRA, DANILO RODRIGUES ................................................................................................... 44

CHACUR, RACHEL LOPES QUEIROZ ............................................................................................. 44

PRADO, ALESSANDRO MARTINS................................................................................................... 47

DURAN, ÂNGELA APARECIDA DA CRUZ ....................................................................................... 47

BATISTA, CLAUDIA KARINA LADEIA............................................................................................... 47

CALIL, MÁRIO LÚCIO GARCEZ........................................................................................................ 47

SILVA, SIDINEA FARIA GONÇALVES DA........................................................................................ 47

PRADO, ALESSANDRO MARTINS................................................................................................... 51

DURAN, ÂNGELA APARECIDA DA CRUZ ....................................................................................... 51

BATISTA, CLAUDIA KARINA LADEIA............................................................................................... 51

CALIL, MARIO LÚCIO GARCEZ........................................................................................................ 51

SANTANA, ISAEL JOSÉ .................................................................................................................... 51

GITAHY, RAQUEL ROSAN CHRITINO ............................................................................................. 51

PANTONI, ROBERTA ALESSANDRA............................................................................................... 51

PRADO, ALESSANDRO MARTINS................................................................................................... 54

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 3

BATISTA, CLÁUDIA KARINA LADEIA............................................................................................... 54

BALDO, IZOLDA MARIA CARVALHO ............................................................................................... 54

RESENDE, GUIMARÃES................................................................................................................... 54

CALIL, MÁRIO LÚCIO GARCEZ........................................................................................................ 54

GITAHY, RAQUEL ROSAN CHRISTINO........................................................................................... 54

PRADO, ALESSANDRO MARTINS................................................................................................... 58

DURAN, ANGELA APARECIDA DA CRUZ ....................................................................................... 58

BATISTA, CLAUDIA KARINA LADEIA............................................................................................... 58

CALIL, MARIO LÚCIO GARCEZ........................................................................................................ 58

SANTANA, ISAEL JOSÉ .................................................................................................................... 58

BALDO, IZOLDA M. C........................................................................................................................ 58

RESENDE, G...................................................................................................................................... 58

PANTONI, ROBERTA ALESSANDRA............................................................................................... 58

COGO, RODRIGO.............................................................................................................................. 58

PRADO, ALESSANDRO MARTINS................................................................................................... 61

DURAN, ÂNGELA APARECIDA DA CRUZ ....................................................................................... 61

BATISTA, CLAUDIA KARINA LADEIA............................................................................................... 61

GITAHY, RAQUEL ROSAN CRHISTINO........................................................................................... 61

PANTONI, ROBERTA ALESSANDRA 5............................................................................................ 61

PRADO, ALESSANDRO MARTINS................................................................................................... 65

DURAN, ÂNGELA APARECIDA DA CRUZ ....................................................................................... 65

BATISTA, CLAUDIA KARINA LADEIA............................................................................................... 65

SANTANA, ISAEL JOSÉ .................................................................................................................... 65

CALIL, MARIO LÚCIO GARCEZ........................................................................................................ 65

GITAHY, RAQUEL ROSAN CHRITINO ............................................................................................. 65

PRADO, ALESSANDRO MARTINS................................................................................................... 68

BATISTA, CLÁUDIA KARINA LADEIA............................................................................................... 68

BALDO, IZOLDA MARIA CARVALHO ............................................................................................... 68

RESENDE, GUIMARÃES................................................................................................................... 68

CALIL, MÁRIO LÚCIO GARCEZ........................................................................................................ 68

GITAHY, RAQUEL ROSAN CHRISTINO........................................................................................... 68

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 4

PRADO, ALESSANDRO MARTINS................................................................................................... 71

DURAN, ANGELA APARECIDA DA CRUZ ....................................................................................... 71

BATISTA, CLAUDIA KARINA LADEIA............................................................................................... 71

PANTONI, ROBERTA ALESSANDRA............................................................................................... 71

PRADO, ALESSANDRO MARTINS................................................................................................... 75

DURAN, ÂNGELA APARECIDA DA CRUZ ....................................................................................... 75

BATISTA, CLAUDIA KARINA LADEIA............................................................................................... 75

CALIL, MARIO LÚCIO GARCEZ........................................................................................................ 75

SANTANA, ISAEL JOSÉ .................................................................................................................... 75

GITAHY, RAQUEL ROSAN CHRITINO ............................................................................................. 75

BALDO, IZOLDA M. C........................................................................................................................ 75

RESENDE, G...................................................................................................................................... 75

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 5

ERGONOMIA E PERFORMANCE VISUAL NA CONFIGURAÇÃO DO JORNAL DIÁRIO

Marcelo José da Mota Mestre em Design UNOESTE – Presidente Prudente – [email protected] Palavras-chave: Design, Ergonomia, Jornal Diário

Este artigo de revisão analisa soluções projetuais com a utilização da ergonomia aplicada ao

processo de construção gráfico visual de um jornal diário. A reflexão sobre os fundamentos

ergonômicos e a performance visual na página permite ao designer a manipulação consciente e

direta de elementos para garantir o sucesso da informação transmitida.

1. DESIGN E USABILIDADE DA NOTÍCIA

No jornal diário há necessidade de constantes mudanças e adaptações no sentido operacional

e morfológico que levam o emprego da ergonomia na configuração da notícia. A ergonomia

aplicada ao periódico tem o objetivo de otimizar a informação visual e atender aos quesitos

fisiológicos, sensoriais e cognitivos de uso. Os princípios e os fatores ergonômicos quando

determinados e empregados corretamente na página pelo designer reduzem imprevistos

desagradáveis ou desvio do padrão gráfico relacionado à produção e leitura do periódico. É

importante o empre go de uma disciplina projetual e de procedimentos na manipulação de

elementos visuais dentro de uma estrutura ordenada que contribua no processo de criação, de

desenvolvimento e de leitura do produto editorial.

De acordo com Itiro Iida (1990), muitos produtos e mensagens visuais inadequados

produzem vários problemas de fadiga no uso, de riscos operacionais nas interpretações, de tensão

ou mesmo de legibilidade. A estruturação da página de um diário dentro dos limites e um padrão

pré estabelecido pela editoria possibilita o manuseio operacional dos verbetes nos quais evoluem na

identidade corporativa e segmentação do jornal. É importante considerar aspectos ergonômicos e

cognitivos na relação da mídia com seu usuário leitor que proporcionará uma leitura contínua,

agradável e de fácil identificação.

2. ERGONOMIA E PROCESSOS DE REPRESENTAÇÃO GRÁFICA NO JORNAL

Alguns fatores e aspectos ergonômicos devem ser considerados essenciais para o projeto de

um jornal e no dia-a-dia de seu desenvolvimento como: estrutura morfológica – diagramação das

páginas com a divisão de colunas e espaçamento entre os elementos da página; estrutura tipográfica

– entrelinhamento adequado e utilização de fontes para uma eficácia e fluidez da leitura tornando a

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informação atrativa e agradável; estrutura cromática – utilização funcional de cores para a divisão

dos espaços e destaque entre texto e imagem, bem como provocar o estímulo visual na página e

sinalização dos cadernos; estrutura tecnológica – utilização de procedimentos e processos para

composição gráfica.

A performance visual, segundo Bullimore, Howarth e Fulton (1995), tem a função de

determinar:

• a capacidade de observação: a inerente limitação do sistema visual humano e

características comuns que causam fadiga.

• as características de observação nos objetos: tempo observado, contraste, volume, cor.

• as características visuais e espaciais do ambiente ou lugar.

Principalmente podemos considerar a performance visual nas características de análise do

meio e objeto. Também podemos considerar seu desempenho e conseqüência de tarefas e indícios

de fadiga. Ergonomicamente para sua avaliação no universo da notícia o design passa a poder

abordar assuntos como:

• O melhor formato para peça, viabilizando o produto e evitando desperdícios, envolve o

projeto gráfico, área técnica de produção, administrativa e comercial;

• Melhor tratamento visual para a notícia garantindo a comunicação e a boa leitura, leva-se

em consideração o projeto gráfico e as grids editoriais. Exemplos são fotos, infográficos e a notícia

visual bem articulada;

• Avaliação e desempenho: o importante conhecimento dos aspectos de funcionamento visual das

pessoas considerando necessidades particulares e deficiências visuais dos leitores.

Algumas questões podem ser respondidas pela avaliação da performance visual. Como, por

exemplo, uma pessoa ou grupo pode absorver certa informação visual ou com quantas informações

é possível ter contato em um tempo pré-determinado para a leitura de uma página de jornal. Pode-se

melhorar a performance visual de um layout se for trocado o caminho da informação visual exibida

ou detectados os erros mais comuns de leitura.

2.1 Cor e Tipografia

Segundo Guimarães (2003, p. 29) as cores desempenham funções específicas separadas em

dois grupos: um que compreende as sintaxes e as relações taxionômicas com princípios de

organização paradigmáticos (organização, atenção, destaque, percepção e direção) e outro que

compreendem as relações semânticas (ambientação, simbolização, conotação e denotação). O autor

destaca que o papel na divisão e aplicação das cores como informação está sujeito a cada grupo

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específico para que sejam aplicadas, como por exemplo, o correto uso da cor para o público

masculino e feminino, de caráter partidário e político e assim por diante.

A percepção da cor pelo leitor é o mais emocional dos elementos visuais empregados como

agentes simbólicos nas páginas. Ela pode ser usada com muito proveito pelos jornais, para expressar

e intensificar a informação assim como guiar o leitor à notícia desejada.

O que regulamenta a tipografia quanto ao tratamento e a manipulação dos tipos na página de

um jornal é o conhecimento, a experiência, as limitações práticas da língua e do veículo. A equipe

necessita de uma normatização e medidas tipográficas impostas pelo projeto gráfico aplicado pela

mídia em todas as etapas de produção para ser reconhecido e entendido pelo leitor.

As cores e os tipos aplicados nas páginas têm o caráter de efetivar a comunicação e

estabelecer uma unidade de fácil reconhecimento do idioma e da identidade visual do periódico,

além de seguir obrigatoriamente os conceitos de legibilidade e segmentação do jornal.

2.2 SPPs e Grids Editoriais

É chamada de seqüência pictórica de procedimento ou spp uma representação ilustrada da

informação em uma seqüência lógica e ordenada visualmente, no caso aplicado ao periódico

editorial ou a inserção na página de infografia e elementos visuais coordenados e objetivamente

aplicados. A leitura das spps é influenciada pela percepção gráfica bem como índices gráficos que

representam ordem, procedimentos de serviço ou uso. A contribuição da metodologia projetual

baseada nos conceitos que norteiam o design da informação para o desenvolvimento de um jornal

diário asseguram o respeito às normas de continuidade seqüencial da notícia e facilidade no acesso

à informação desejada.

A seguir um modelo de procedimentos tomados e análise da informação para um bom

resultado no desenvolvimento de uma spp proposta por Spinillo (2000):

• Apresentação do texto legenda, texto-corrido e/ou rótulo;

• Disposição da seqüência horizontal, vertical, oblíqua, circular e ramificada;

• Orientadores de leitura números, setas, letras;

• Elementos de separação visual espaço, linhas, bordas;

• Elementos simbólicos convenções usadas na seqüência (setas, barra diagonal);

• Elementos enfáticos recursos gráficos para chamar a atenção do leitor e/ou mostrar

detalhes das ilustrações (formas e cores);

• Estilo da ilustração fotográfico, desenho, esquemático e/ou sombra;

• Representação da figura ilustrações parciais e/ou completas.

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A elaboração e planejamento da mídia seguindo os procedimentos de percepção visual e

ordenação da informação, com a utilização de conhecimentos estabelecidos pela área de

conhecimento do design são possíveis resolver questões de continuidade editorial, espaço e

aproveitamento da área impressa. As linhas guias ou grids editoriais utilizadas na composição de

uma peça gráfica asseguram a posição do texto e imagens aplicadas na página. Segundo Jury (2006,

p. 130) as grids fornecem uma base racional em que um jogo de arranjos espaciais pode ser

repetido, concede ao leitor navegar seguramente nas páginas individuais e seguintes de um produto

gráfico.

A utilização de uma sequencia programada visualmente e grids editoriais aumenta a

eficiência da área de mancha e pré-determina os espaços tornando-se o layout altamente prático.

Toda a modulação e cadernização dos periódicos são baseadas em princípios e tecnologias

editoriais derivadas de originais, matrizes que contem uma estrutura pré-definida que possam

acomodar e organizar os elementos informativos na página.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A função do designer é dar sentido ao produto refletindo nele os anseios e ambições de uma

população ou indivíduo. O design é uma área multidisciplinar e um importante agente social na

aproximação entre arte, indústria e comunicação. A relação entre a ergonomia, performance visual

e design na configuração da página de um jornal diário são revelados ao leitor na concretização da

estética adequada no produto gráfico e no sucesso da comunicação. A análise do processo gráfico

visual, projeto editorial e dos fundamentos ergonômicos aplicados em um diário servem para

identificar a linguagem do design e metodologia projetual empregada no processo de configuração

do produto.

O padrão de produção gráfica ergonomicamente adequado nas edições dos jornais, bem

como suas reformas estruturais e manipulação dos elementos, revelam a importância da união entre

departamento de arte e de produção editorial. Para o designer este fato é um fomento à sua efetiva

participação na equipe e caminhos que proporcionem às páginas de um periódico diário visualidade

plástica, beleza e leveza traduzida em informações harmoniosas aos seus usuários, leitores da

notícia.

5. REFERÊNCIAS

BULLIMORE, Mark A.; HOWARTH, Peter A.; FULTON, E. Jane. Evaluation of humam work – a pratical ergonomics methodology, Chapter 27. Edited by John R. Wilson and E. Nigel Corlett 2ª ed, London: Taylor and Francis, 1995, 1134p. DENIS, Rafael Cardoso. Uma introdução à história do design. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia Prática. São Paulo: Edgar Blücher Ltda, 1991.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 9

GOMES FILHO, João. Ergonomia do Objeto – sistema técnico de leitura ergonômica. São Paulo: Editora Escrituras, 2003. GUIMARÃES, Luciano. As cores na mídia: a informação da cor informação no jornalismo. São Paulo: Anna Blume, 2003. IIDA, Itiro. Ergonomia projeto e produção. São Paulo: Edgar Blücher, 1990. JURY, David. What is typography? Switzerland, UK: Rotovision, 2006. SPINILLO, Carla G. An analytical approach to procedural pictorial sequences. 2000. p. Tese de Doutorado em Typography Graphic Communication. University of Reading, Reading, Inglaterra.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 10

A ATUAÇÃO PREDATÓRIA DAS EMPRESAS PÚBLICAS E DAS SOCIEDADES DE

ECONOMIA MISTA

Aparecido de Oliveira Pereira, Orientadora: Shirley Oliveira Lima Nomura

e-mail: [email protected], Aluno do quarto termo do curso de Direito. Palavras-chave: constituição, dignidade, ética

INTRODUÇÃO

As reflexões deste estudo é parte inicial de um trabalho mais amplo que procura mostrar,

com casos concretos, a desconstrução da solidariedade e a violação do principio da dignidade

humana pelo Estado, por meio da exploração direta de atividade econômica, face ao principio

estabelecido no artigo 173 da Constituição Federal. De acordo com Aristóteles, “o homem é um

animal político”, relacionando-se diuturnamente com seus pares. Adeste relacionamento o impele à

vida em sociedade, e consequentemente, à necessidade de instituição de regras de convivência que

vão evoluindo com o passar do tempo, como assinala Altavila (1989), ao afirmar que “desde que o

homem sentiu a existência do direito, começou a converter em leis as necessidades sociais. Para trás

havia ficado a era da força física e da ardilosidade, com as quais se defendera na caverna e nas

primeiras organizações gregárias”. Neste contexto, o Direito em sua permanente evolução chega ao

constitucionalismo que Canotilho (1999), define como “a teoria (ou ideologia) que ergue o princípio

do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da

organização”. Paralelamente, as revoluções dos séculos XVIII e XIX trazem em seu bojo, novas e

profundas mudanças e engendram o constitucionalismo moderno para atender as novas

necessidades do modo de produção capitalista. Modo este, que Marx (1999) assinala - referindo-se à

Economia Política – que “A natureza peculiar do material que ela aborda chama ao campo de

batalha as paixões mais violentas, mesquinhas e odiosas do coração humano, as fúrias do interesse

privado”. Neste campo de batalha, as novas relações sociais criam a constituição moderna que passa

a incorporar, entre suas dimensões fundamentais (Canotilho, 1999, p.48), um conjunto de direitos

fundamentais e do respectivo modo de garantia, consagrando-se nela o principio da dignidade da

pessoa humana, que reconhece o individuo como limite e fundamento do domínio político da

República. Neste sentido, afirma Canotilho (1999, p. 221) que “a República é uma organização

política que serve o homem, não o homem que serve os aparelhos político-organizatórios”.

JUSTIFICATIVA

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 11

A exploração da atividade econômica pelo Estado deve pautar-se pelo principio do

“relevante interesse coletivo”, conforme assinala o artigo 173 da Constituição Federal. No caso das

sociedades de economia mista, sua obsessão pelo lucro as tem levado a omitir-se na tarefa de zelar

pelo interesse coletivo, violando frontalmente princípios constitucionais e éticos que regem a

relação entre o cidadão e a empresa publica, sociedade de economia mista e suas subsidiárias,

conforme mostram fatos pesquisados e descritos. A constituição brasileira, promulgada em 1988,

consagrou em seu artigo primeiro, o principio da dignidade da pessoa humana e, logo em seguida,

no seu artigo terceiro, fixou como um dos objetivos fundamentais da Republica Federativa do Brasil

a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. Paradoxalmente, as empresas públicas e a

sociedade de economia mista mudaram de maneira paradigmática, seus objetivos institucionais,

contrariando frontalmente princípios constitucionais. As evidencias desta mudança são claramente

percebidas nas novas políticas adotadas, notadamente na imposição de mudança na cultura

organizacional destas instituições. Para isto, medidas foram adotadas1, como a rápida substituição

de todo corpo funcional2, com finalidade de impor os dogmas da nova ordem econômica, dogma

este retratado em meados de 1997, na fala de um dirigente da área de recursos humanos do Banco

do Brasil, quando dirigiu aos funcionários o seguinte discurso: “... Durante anos vocês trabalharam

pensando em gente, chegou a hora de trabalharmos pensando em números...” (Boletim Garef n.583,

de 04.12.97). Evidencia-se assim, de forma agressiva que o “Estado já não cuida de miudezas como

pessoas, seus projetos e sonhos”, e que “abandonou o discurso igualitário ou emancipatório”

(Barroso, 2006). Para suprir a lacuna deixada com o abandono do interesse público e a finalidade

social e ocultar os interesses econômicos subjacentes, as empresas intensificam a publicação dos

fraudulentos “balanços sociais”, numa tentativa de mostrar à sociedade sua suposta finalidade

social, conforme assinala Kameyama (2004, p.13), violando princípios constitucionais, entre eles o

inciso III do artigo 170 da Lei Máxima. Neste sentido, para quebrar o espírito de corpo dos

funcionários, de modo a inibir eventuais queixas trabalhistas e ampliar seus lucros, as empresas

rompem a solidariedade reinante no ambiente de trabalho. Estimulam a competição não só no

mercado, mas também entre seus empregados, fundando seus argumentos na teoria da luta das

espécies, em que o trabalho de Darwin foi particularmente atraente para o novo capitalismo

(Aveline, 1985, p.24). Kameyama (2004, p.151), afirma que “a ética tem como objeto de estudo os

atos humanos conscientes, voluntários dos indivíduos, que afetam outros indivíduos, determinados

1 Uma destas mudanças, de maneira bastante sutil foi a mudança nos estatutos da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil. Até então, o principio da solidariedade que regia a carteira do fundo, passa então, a partir de 1994, a ser individual. 2 O Banco do Brasil, entre 1994 e 2002 demitiu nada menos que 62 mil funcionários, sendo 13.300 numa única tacada, no mês de julho de 1995 (Alexandre, 2002, p.48). As demissões ocorriam via Programa de Demissão Voluntária ou demissão no interesse do serviço, alem de vários pedidos de demissão, ante intenso assedio moral em cima dos funcionários mais antigos.

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 12

grupos sociais, ou assentados no seu conjunto”. Sob este aspecto cabe lembrar no escândalo da

parabólica, a fala do ministro do planejamento da República Federativa do Brasil, quando afirmou

publicamente que “nós não temos escrúpulos”, referindo-se às decisões da cúpula do governo, que

violentavam frontalmente princípios constitucionais3.

OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo, evidenciar com fatos concretos, a inconstitucionalidade da

atuação de alguns agentes financeiros nos assuntos de “relevante interesse coletivo”, na medida em

que as empresas publicas e as sociedades de economia mista buscam o lucro a qualquer preço,

desconsiderando princípios constitucionais e legais.

MATERIAL E MÉTODOS

Compilação de informações pesquisadas junto à mídia, depoimento de cidadãos,

funcionários das empresas publicas e de economia mista e órgãos judiciários.

RESULTADOS

Em principio, algumas evidências mostram que as instituições financeiras mudaram de

maneira paradigmática sua atuação junto à sociedade, desconsiderando por completo o interesse

coletivo, operando em beneficio de uma reduzida minoria privilegiada, em prejuízo das pessoas que

dela realmente necessitam.

DISCUSSÃO

1. Propõe-se então o retorno à função constitucional das empresas publicas e sociedades de

economia mista; 2. Seus servidores deverão estar conscientes do amplo papel social da empresa e

dos aspectos científicos, sociais, culturais, ecológicos e éticos, intrínsecos ao processo de

desenvolvimento social, tendo como norte, os sete saberes necessários à educação do futuro, como

forma de resgatar a solidariedade e o respeito à dignidade da pessoa humana.

CONCLUSÃO

Face às evidencias apresentadas, caberia ao Ministério Público, a função constitucional de

defender os interesses sociais junto a estas instituições, sem prejuízo da fiscalização técnica pelos

demais órgãos encarregados destas funções, tendo como norte, que “A realização da moral não é

3 Em 15.09.1997, o Jornal Gazeta Mercantil publicou matéria a respeito da campanha milionária do Banco do Brasil, onde garoto propaganda faz campanha para o BB, ...”preocupado em posicionar-se num cenário bem mais competitivo, o Banco quer afastar (...) o estigma de Banco social, que não combina com a modernidade” (Moraes, 1997) (grifo nosso)

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 13

somente um empreendimento individual, mas também social, isto é, não somente processo de

moralização do individuo e sim processo de moralização no qual influem, de maneira diversa, as

diversas relações, organizações e instituições sociais” Vasquez (1997, p. 199). Assim, os princípios

normativos que sejam capazes de fundamentar uma ética de solidariedade universal, de respeitar a

dignidade da pessoa humana, devem ser capazes de enfrentar a questão da injustiça social, passando

necessariamente pelo campo da moral. Neste sentido, a ética tem como ponto de partida, a análise

do mundo atual, principalmente a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Percebe-se que a

fraternidade e a igualdade já não são os ícones da temporada. A própria lei caiu no desprestígio. No

direito público, afirma Barroso (2006) que a nova onda é a governabilidade. Fala-se em

desconstitucionalização e desregulamentação, onde o pensamento neoliberal reinante é totalmente

descrente do constitucionalismo e o vê como entrave ao desmonte do estado social. As evidências

mostram que a ardilosidade inicialmente apontada por Altavila (1989), como característica das

sociedades arcaicas, permanece ainda na sociedade pós-moderna. As grandes corporações4 trazem

ao campo de batalha as paixões mais violentas, mesquinhas e odiosas do coração humano, tudo para

atender as fúrias do interesse privado. O Estado torna-se o guardião do lucro e da competitividade

(Barroso, 2006). Para fazer frente a esta ideologia potencialmente destrutiva, há que se superar o

atraso e promover o amadurecimento da sociedade, de forma a resgatar os valores éticos. Para isto,

uma nova educação há que ser colocada à disposição da sociedade. Uma educação cujos pilares

foram estabelecidos pelo Relatório Delors, onde se aprende a ser, a fazer, a viver juntos e a

conhecer. É a partir destes quatro pilares que Morin (2005), a pedido da Unesco, elaborou sua

reflexão e enunciou os sete saberes necessários à educação do futuro. Este seria então o paradigma

para a educação deste milênio que poderia nos levar a uma sociedade com maiores possibilidades

de êxito, onde o direito constitucional cumpriria enfim o seu papel e sairia do papel para a realidade

das ruas, corrigindo as vicissitudes da existência humana, conforme aponta Barroso (2006).

REFERÊNCIAS

ACHBAR, Mark, ABBOTT, Jennifer. The Corporation. Filme documentário. Canadá, 2004. ALEXANDRE, Francisco F. Reestruturação e fim da segurança no emprego no Banco do Brasil. São Paulo: F.F Alexandre, 2002. ALTAVILA, Jayme de. Origem dos Direitos dos Povos. São Paulo: Ícone, 1999. AVELINE, Carlos. Aqui e Agora: Para viver até o século XXI. São Leopoldo: Editora Sinodal, 1985. BARROSO, Luis Roberto (organizador). Fundamentos teóricos e filosóficos do novo Direito Constitucional brasileiro (pós-modernidade, teoria critica e pós-positivismo). In: A nova Interpretação Constitucional: ponderação, direitos fundamentais e relações privadas. Rio de Janeiro: Renovar, 2006.

4 O documentário “The Corporation” desvenda os subterrâneos das corporações e suas ardilosidades para colocar o lucro acima do bem comum, violando frontalmente a dignidade da pessoa humana.

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 14

CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. Coimbra: Almedina, 1999. KAMEYAMA, Nabuco. Ética Empresarial. PRAIA VERMELHA, Estudo de Política e Teoria Social. Escola de Pos graduação de Serviço social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Segundo Semestre de 2004, n. 11 . MARX, Carl. O Capital Volume I. São Paulo: Nova Cultural, 1988. MORAES, Andréa Licht de, LOBATO, Pedro, ROCHA, Janes. Garoto-propaganda do Bamerindus faz campanha para o BB. Gazeta Mercantil, Brasília, 15.09.97. Empresas & Negócios, p. C-9. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2005.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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ENSINO JURÍDICO E EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS: UM ESTUDO DE CASO

EM MATO GROSSO DO SUL

Ms. Angela Aparecida da Cruz Duran

([email protected]) Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul/UEMS. Roberta Alessandra Pantoni. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul/UEMS. Dra. Raquel Rosan Christino Gitahy. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul/UEMS

Palavras chave: ensino jurídico, direitos humanos. No momento, mais uma crise econômica mundial ameaça a humanidade e o Direito, como

promotor da segurança pública, há muito não consegue regular os conflitos dessa sociedade

assegurando a paz interna e externa, a soberania das nações e os Direitos Humanos, como sempre se

acreditou que poderia. Todavia, em termos práticos: a influência, a consequência e a ingerência

desse contexto econômico sobre o Direito brasileiro e o seu profissional são pouco conhecidas pela

ciência jurídica.

Este trabalho apresenta os primeiros resultados da pesquisa institucional denominada: “O

Direito e os profissionais do Direito brasileiro no complexo contexto das transformações

econômicas mundiais: do capitalismo primitivo à atual crise econômica mundial”5, que tem como

principal objetivo geral sintetizar os estudos existentes sobre as transformações jurídicas nos vários

campos do Direito, decorrentes dos fenômenos econômicos e as suas consequências no ensino

jurídico brasileiro e na vida profissional dos seus atores.

A pesquisa se desenvolve e se estrutura com base em fontes especializadas do Direito e de

outros campos do conhecimento das Ciências humanas e sociais aplicadas, tais como: bibliografia

existente no mercado livreiro, jornais, revistas especializadas, rede virtual, dentre outras. Para o seu

desenvolvimento conta-se com o auxílio de professores e alunos pesquisadores do curso de Direito

da UEMS/Paranaíba/MS, componentes do Grupo de Pesquisa “Cultura Jurídica e Direitos

Sociais”6. Paralelamente, se realizam entrevistas com profissionais do Direito que atuam no

chamado bolsão sul-mato-grossensse7, de variadas áreas de atuação, formados em diferentes

instituições, locais e épocas, aos quais se propõem algumas questões a serem respondidas.

O Programa Mundial de Educação em Direitos Humanos proposto pela Organização das

Nações Unidas (ONU), em 2005, incumbiu as instituições de ensino superior da tarefa de formar

cidadãos hábeis para participar de uma sociedade livre, democrática e tolerante com as diferenças

5 Pesquisa institucional cadastrada na Divisão de Pesquisa da PROPP/UEMS sob o n◦ 06.977/09 DP. 6 O Grupo de Pesquisas: Cultura Jurídica e Direitos sociais está cadastrado no Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq. 7 O bolsão sul-mato-grossense localiza-se ao extremo sul do estado de Mato Grosso do Sul/Brasil e constitui-se pelos seguintes municípios: Três Lagoas, Aparecida do Tabuado, Paranaíba, Inocência e Cassilândia.

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 16

étnico-racial, religiosa, cultural, territorial, físico-individual, geracional, de gênero, de orientação

sexual, de opção política, de nacionalidade, dentre tantas outras, ou seja, propôs a construção de

uma cultura universal de Direitos Humanos por meio do conhecimento, de habilidades e atitudes.

Recomendou que a Educação em Direitos Humanos fosse incluída no ensino, por meio de

diferentes modalidades, tais como, disciplinas obrigatórias e optativas, linhas de pesquisa e áreas de

concentração e transversalização no projeto político-pedagógico, dentre outros. Na pesquisa,

estimulou uma política de incentivo desses estudos que devem ter caráter inter e transdisciplinar. Na

extensão, recomendou o compromisso das universidades públicas com a promoção dos Direitos

Humanos, por meio de programas e projetos.

O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH), aprovado em 2006 pelo

Conselho Nacional de Educação em Direitos Humanos (CNEDH), é fruto do compromisso do

Estado brasileiro diante da orientação da ONU.

Diante do exposto, o presente trabalho tem por objetivo investigar se o desenvolvimento

desse plano está correspondendo às suas expectativas, principalmente no ensino jurídico brasileiro,

segmento em que, por excelência, tais conhecimentos são alicerces, o que também justifica este

estudo. Assim, se apresentarão os resultados preliminares da pesquisa institucional acima

mencionada acerca dos conhecimentos específicos do campo dos Direitos Humanos adquiridos em

nível superior, pelos profissionais pesquisados.

Optou-se por iniciar a pesquisa pelo município de Paranaíba em razão da conveniência de se

pesquisar primeiramente o universo onde se está inserido. De um total de 163 advogados inscritos

na Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil/OAB/Paranaíba/MS8, até o presente momento,

apenas seis encaminharam suas respostas à solicitação feita e, é desta amostra que se analisam os

primeiros dados e informações.

Observou-se que dentre os seis respondentes: dois realizaram seus cursos jurídicos em

universidades públicas; um, em universidade privada; um, em faculdade privada e dois não

mencionaram onde cursaram o nível superior. Percebe-se que há um equilíbrio com relação às

instituições originárias dos respondentes, dois, ou 50% provêm de instituições públicas e dois, ou

50%, de privadas, contudo é sabido que as instituições privadas de nível superior no Brasil

preponderam sobre as públicas9. Entre os seis pesquisados: um formou-se em 1978; um em 1989;

um em 1990; um em 2004; um em 2006, e o último não mencionou em que ano se formou,

8 Dado extraído do site da OAB/MS: http://www.oabms.org.br/advogados/qtdeadv.php Acesso em 06.08.2009. 9 De acordo com o INEP (2009) em 2007 existiam 2.281 instituições de ensino superior no Brasil: 249 federais, estaduais e municipais e 2.032 instituições privadas; 23.488 cursos; 4.880.381 estudantes sendo: 1.240.968 na rede pública (615.542 em federais; 482.814 em estaduais e 142.612 em municipais), e nas IES privadas há 3.639.413 estudantes, donde se constata que esse nível de ensino está nas mãos da iniciativa privada, conforme dados obtidos no último Censo do Ensino Superior de 2.007.

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 17

observando-se que o tempo de atuação profissional varia entre 03 e 31 anos. Três deles declararam

que atuam nas áreas: cível e trabalhista; um somente na área cível; um somente na área trabalhista e

um outro nada mencionou, o que leva a crer que as áreas de maior atuação profissional giram em

torno da cível e trabalhista.

Dentre os seis pesquisados: três afirmaram que foram educados para os Direitos Humanos

(um na Faculdade, um em casa e na igreja, pois no período em que cursou a faculdade (1975-1978)

não se falava em Direitos Humanos, e um outro não respondeu onde adquiriu tais conhecimentos);

dois disseram que não foram educados para os Direitos Humanos (um não explicou o porquê, outro

disse que houve deficiência em sua formação superior); por fim um respondeu que aprendeu

sozinho com a família e “[...] na vivência [...]”. Percebe-se, pelas respostas dadas, que o ensino

superior brasileiro somente despertou para a Educação em Direitos Humanos muito recentemente,

pois nem mesmo nos cursos jurídicos houve tal preocupação, vez que somente um, dentre os seis

respondentes, afirmou ter aprendido conteúdos específicos na faculdade. Por outro lado, as

respostas obtidas surpreendem pela desatenção ou falta de consciência dos próprios profissionais do

Direito, de que o seu aprendizado durante todo o curso jurídico consistiu praticamente nos estudos

dos Direitos Humanos, considerando-se que se estudam nesses cursos os direitos e garantias

fundamentais, e todas as demais gerações dos direitos.

Dos seis respondentes, cinco afirmaram que defendem os Direitos Humanos apontando

várias formas. O primeiro disse: “Respeitando e fazendo respeitar”; o segundo disse: “Divulgando

às pessoas próximas a necessidade de se fazer respeitar seus direitos e lutar por eles, não deixando

quem quer que seja reduzi-los ou desrespeitá-los”; e o terceiro disse: “Pois é dever do advogado

velar pelos direitos e pela justiça, competindo a este lutar pela efetivação dos direitos positivados”;

suas respostas sugerem que a percepção que têm dos Direitos Humanos seja a da defesa de todos os

direitos como um todo. O quarto, assim explicou: “Advogando e pregando em todos os locais que

estou. Os direitos humanos hoje são uma realidade, pois vem sendo alvo de quase todas as

instituições, inclusive religiosa”; o que revela uma percepção de que os Direitos Humanos sejam

algo novo. O quinto afirmou: “Defendo os direitos humanos na proporção em que cada pessoa

mereça, se for a pessoa de boa índole, seus direitos merecem ser resguardados, se a pessoa for de

má índole, não há que se falar em direitos humanos. Tratar os iguais de maneira igual e os desiguais

de maneira desigual”; por fim, o sexto e último respondente disse que não defende os Direitos

Humanos explicando que: “Na minha juventude não existia a proteção que se vê hoje a marginais,

e, por consequência, não haviam também roubos, furtos, homicídios como há em abundância nos

dias atuais”. Estas duas últimas respostas revelam, no dizer de Bittar (2009, p.285-288) o espírito de

incompreensão do tema, pois: “[...] quem defende ‘direitos humanos’ não defende somente

‘bandido’, mas defende também ‘repórter’!”, ao que se acrescenta: defende pai de família,

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empresário, cientista, advogados, os de boa e de má índole, enfim, todos os seres humanos, pois:

“[...] está antes a defesa de todos os indivíduos, sem diferença de raça, cor, sexo, condição

socioeconômica, do seu direito de existir (art.5º., caput) !” (grifo nosso).

Confirma-se aqui as palavras de Bittar (2009, p.287), que diz que em razão dos Direitos

Humanos terem sido consagrados em ampla escala, somente em 1988 a cultura da cidadania ainda

se realiza com tropeços e dificuldades, carecendo de tempo social de maturação e desenvolvimento.

Entende-se que seja natural esse comportamento e atitude por parte dos cidadãos brasileiros,

uma vez que não possuem conhecimentos específicos no campo dos Direitos Humanos, mas

preocupa quando tal atitude e comportamento são observados entre os profissionais do Direito, os

quais têm por dever conhecer e agir dentre de uma cultura da paz, mesmo considerando-se que o

PNEDH tenha sido implementado somente a partir de 2006.

REFERÊNCIAS

BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. O Direito na pós-modernidade e reflexões frankfurtianas. 2. ed., rev., atual. e ampliada. Rio de Janeiro: Universitária, 2009. BRASIL. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos: 2008. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2008, 76 p. ______. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, 2009. Disponível em: <http://www.inep.gov.br/imprensa/noticias/censo/superior/news/09_01.htm>Acesso em 26.02.2009. ______. Ordem dos Advogados do Brasil. Mato Grosso do Sul. Disponível em: <http://www.oabms.org.br/advogados/qtdeadv.php > Acesso em 06.08.2009.

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PENAS ALTERNATIVAS: BREVE ESTUDO NA COMARCA DE PARANAÍBA /MS

Isael José Santana¹

¹Professor Mestre do curso de Direito da UEMS, Unidade Universitária de Paranaíba; Av. João Rodrigues de Melo s/ nº; e-mail: [email protected] Palavras-chave: penas alternativas. ressocialização. direitos humanos.

INTRODUÇÃO

A Carta Magna promulgada em 1988 traz esculpida entre os direitos fundamentais, artigo

5º, inciso XXXIX , o princípio da Legalidade, não sendo por demais frisar o caráter de cláusula

pétrea do supra mencionado artigo. O texto que prevê tal princípio de garantia de exercício e

responsabilidade vem descrito da seguinte forma: “não há crime sem lei anterior que o defina, nem

pena sem prévia cominação legal”.

O Princípio da Legalidade encontra seus fundamentos no Direito e, em especial, no

sentimento de justiça que sempre norteou os pensadores do direito penal. Assim, segundo o

Marquês Césare Bonesana Beccaria, em sua obra “Dos delitos e das penas”:

Que somente leis podem definir as penas a serem aplicadas aos delitos, leis estas que devem ser gerais, válidas a todos indistintamente, e criadas apenas por legisladores, pois, em uma sociedade o magistrado “não pode com justiça infligir a outro membro dessa sociedade uma pena que não seja estatuída pela lei, e, do momento em que o juiz é mais severo do que a lei, ele é injusto, pois acrescenta um castigo novo ao que já está determinado” (BECCARIA,1997, p. 27)

Há incurso no artigo 5º , inciso XLV , da CF/88, que “nenhuma pena passará da pessoa do

condenado”, ou seja, a pena não poderá se estender a terceiros, quando sabemos que a pena

aplicada a um membro da comunidade familiar se aplica a todos. Dentro do mesmo artigo 5º, inciso

XLVI, prevê-se que “a lei regulará a individualização da pena”. O legislador quis dizer neste artigo

que deve haver proporcionalidade entre o delito cometido e a pena a ser imposta (princípio da

proporcionalidade). E para cada tipo de delito haverá sempre determinada forma de pena, como a

privação ou restrição da liberdade; perda de bens; pena de multa; prestação social alternativa;

suspensão ou interdição de direitos.

São banidas do nosso ordenamento jurídico, de acordo com o artigo 5º , inciso XLVII,

CF/88 , “as penas de morte , salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 84, inciso

XIX, da CF/88; de caráter perpétuo; de trabalhos forçados ; de banimento; cruéis.” Pelo princípio

da inderrogabilidade: praticado o delito, a imposição deve ser certa e a pena cumprida

(MIRABETE,2002,p.246).

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No direito penal moderno, a tendência é a eliminação da pena privativa de liberdade de curta

duração, por não atender satisfatoriamente à finalidade reeducativa da pena, devido ao pernicioso

convívio com criminosos mais perigosos. A pena restritiva de direitos foi um dos mecanismos

criados para substituí-la. É facilmente explicável o incentivo da doutrina à disseminação dessa pena:

ela tem por fundamento primordial a ausência de periculosidade do condenado, revelando ainda

uma eficiente função reeducativa, além de reduzir o custo econômico para o Estado

(BARROS,2001,p.416).

Pena restritiva de direitos é a sanção imposta em substituição à pena privativa de liberdade,

consistente na supressão ou diminuição de um ou mais direitos do condenado

(BARROS,2001,p.416).

JUSTIFICATIVA E OBJETIVO

Visto que, a finalidade deste projeto é buscar, conhecer, com o auxílio do Poder Judiciário

da Comarca de Paranaíba, a quantidade de penas substituídas; quais as penas aplicadas; grau de

reincidência; efetivo cumprimento e fiscalização, utilizando-se de entrevista com os apenados,

elaboração de relatórios que possam expressar o possível benefício da aplicação destas penas, o

mesmo se justifica pela necessidade de esclarecimentos acerca do tema, e de suscitar discussões que

argumentem as penas alternativas como hipótese, possivelmente, mais eficaz enquanto método

ressocializador.

O grupo (pesquisa) de que se propõe efetuará estudos na área penal, em especial a aplicação

da pena de prestação de serviços à comunidade, forma de garantia dos direitos e deveres dos

cidadãos evitando o confinamento que não tem garantido a pressuposta ressocialização.

Estudar-se-á tal tema sob a ótica dos “direitos humanos”, realizando leituras desde a

concepção histórica de tais direitos. A efetividade da pena e a necessidade de sua aplicação são

conceitos inerentes a sua natureza, no entanto a restrição da liberdade deve ser a última racio, assim

como o é o direito penal.

As penas alternativas têm sido estudadas teoricamente, considerando o não-encarceramento,

por isso deseja-se pesquisar a utilidade da mesma, buscando saber se a instituição receptora e o

apenado interpretam a aplicação da pena alternativa como beneficio, para, por fim, analisar a

reincidência destes apenados.

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa realizar-se-á no período entre agosto de 2008 e agosto de 2010. O grupo de

acadêmicos fará pesquisa bibliográfica, realizando leituras seguidas de debates, coleta de dados,

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tabulação destes, para por fim confeccionar relatório final sobre a questão da aplicação da pena e

sua utilidade, reincidência/recuperação.

Estes dados referentes à reincidência estão sendo levantados junto ao juízo da vara criminal

de Paranaíba que se propôs a colaborar e fornecer dados e documentos básicos, possíveis de acesso

aos pesquisadores.

A área de atuação será restrita à cidade de Paranaíba, em face das dificuldades de se

abranger maior área geográfica, sem dispêndio de recursos financeiros.

Durante o processo de ensino será efetuada palestra com pelo menos um palestrante, de

outra Universidade, convidado a discorrer sobre o tema.

Os acadêmicos terão oportunidade, durante o trabalho, de adquirir conhecimentos de

fundamentos técnicos, metodológicos e bibliográficos sobre o assunto, bem como manifestar-se

sobre os temas em comunicações internas ou externas, sempre sob a orientação do professor

coordenador.

As considerações acerca da efetividade das penas alternativas dar-se-ão, além dos estudos

teóricos, por meio de entrevistas com os membros do Ministério Público, da Magistratura, entidades

assistenciais que recebem a prestação de serviços e, por fim, com os próprios prestadores de

serviços, visto que a visão deles sobre as penas alternativas é instrumento relevante para os

resultados da pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O projeto está em andamento e ainda não é possível relatar dados estatísticos sobre o total de

penas substituídas ou índices de reincidência/recuperação. Justifica-se que este último é um dado

que leva tempo para ser colhido, pois é pertinente acompanhar parcialmente o cumprimento e o pós-

cumprimento destas penas.

As entrevistas acontecerão apenas ao final do projeto, pois busca conhecer a visão dos

entrevistados quanto aos resultados da aplicação das penas alternativas.

As questões de esclarecimentos acerca do tema também estão em andamento, mas já

produzem resultados satisfatórios. Os pesquisadores envolvidos já possuem um maior

conhecimento acerca do tema e também se propõem a desenvolver pesquisas menores que

subsidiem esta.

CONCLUSÃO

Conclui-se que o projeto, que ainda não foi finalizado, já obteve alguns de seus pretendidos

resultados e tende a subsidiar argumentações que afirmem o benefício das penas alternativas. Não

há, ainda, relatório parcial ou final.

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Por mais, cabe ressaltar que o projeto se desenvolve, hoje, em meio a um projeto de

extensão que, por sua vez, põe em prática alguns conhecimentos adquiridos por meio da pesquisa

em questão.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Vera Regina Pereira de. A ilusão da segurança jurídica: do controle da violência à violência do controle penal. Porto Alegre: Livraria do Advogado,1997. BARROS, Flávio Augusto Monteiro. Direito penal parte geral.v.1.São Paulo:Saraiva,2001 BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997. BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da pena de prisão: causas e alternativas. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1993. ______ . Novas penas alternativas. São Paulo: Saraiva, 1999. BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 9. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1992. DELMANTO, Celso. Código penal comentado. 3. ed. atua. ampl. Rio de Janeiro: Renovar, 1991. FOUCAULT, Michel. A verdade e as formas jurídicas. 2. ed. Rio de Janeiro: Nau, 1999. ______ . Vigiar e punir. 14 ed. Petrópolis: Vozes, 1996. NEDER, Gizlene. Violência e cidadania. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1994. RODRIGUES, Anabela Miranda. A posição jurídica do recluso na execução da pena privativa de liberdade. São Paulo: IBCCrim, 2000. SILVA, Gilson César Augusto. Livramento condicional uma alternativa factível ao problema da reinserção do preso á sociedade. São Paulo, 2001. (Dissertação de Mestrado), Pontifícia Universidade Católica, 2001. THOMPSON, Augusto. A questão penitenciária. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1993.

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DEPOIS DA FESTA II: BREVE COMPARATIVO DOS PROJETOS POLÍTICOS

PEDAGÓGICOS DO CURSO DE DIREITO DA UEMS/PARANAÍBA

Me. Angela Aparecida da Cruz Duran, Me. Léia Comar Riva, Dra. Raquel Rosan Christino Gitahy

([email protected]) Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul/UEMS Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul/UEMS Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul/UEMS e Universidade do Oeste Paulista/UNOESTE

Palavras chave: ensino jurídico, formação, projeto

Em 2008 desenvolveu-se o projeto: Depois da Festa: um diagnóstico acerca da vida dos

egressos do curso de Direito da UEMS, em que se estudou as cinco primeiras turmas formadas pela

Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) Paranaíba/MS em: 1999, 2001, 2002, 2003

e 2004, totalizando 163 egressos. O trabalho se desenvolveu por meio de pesquisa bibliográfica

existente nos acervos públicos, privados, meios virtuais, dentre outros, que forneceram as categorias

de análises para os conceitos adotados; além da pesquisa de campo que colheu, por meio da

aplicação de questionários, dados, informações e percepções dos egressos (74 respondentes) acerca

do curso e de sua formação. Os resultados da pesquisa foram muito importantes, contribuindo para

a avaliação do curso e fornecendo subsídios para a reformulação do Projeto Político Pedagógico do

curso. Pensando em dar continuidade ao referido projeto, haja vista a necessidade constante de

atualização neste campo, as exigências legais, a intenção de detectar os pontos fortes e fracos do

processo ensino-aprendizagem avaliando as práticas docentes, dentre outras, propôs-se o estudo de

mais outras quatro turmas formadas (2005, 2006 e duas turmas em 2007), o que também justifica

sua propositura.

Neste momento serão apresentados os primeiros resultados dos estudos acerca do Projeto

Político Pedagógico vigente entre 1994 e 2004 (PPP-1994/2004) e do Projeto Político Pedagógico

vigente entre 2005 e 2009 (PPP-2005/2009) do curso de Direito.

Para Veiga (1998, p.111-113), o projeto pedagógico não é apenas um conjunto de planos e

projetos de professores, nem somente um documento que trata das diretrizes pedagógicas da

instituição educativa, mas um produto específico que reflete a realidade da escola, situada em um

contexto mais amplo que a influencia e que pode ser por ela influenciado. Portanto, trata-se de um

instrumento que permite clarear a ação educativa da instituição educacional em sua totalidade. O

projeto pedagógico tem como propósito a explicitação dos fundamentos teórico-metodológicos, dos

objetivos, do tipo de organização e das formas de implementação e de avaliação institucional.

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 24

Veiga (1998, p.147) diz que é primordial, antes de tudo, que se defina qual o cidadão que a

escola pretende formar e para qual sociedade, “[...] sem o que a ação política restrinja a luta por

vantagens individuais ou grupais”.

A UEMS pretendeu implantar, em 1994, um curso inovador, e trouxe a proposta de

superação dos “[...] estreitos limites do dogmatismo jurídico, muito presente no conjunto de cursos

de Direito do país, epistemologicamente expresso pelo viés do positivismo jurídico dos mais

variados matizes” (PPP-1994/2004, p.29)10: o curso nasceu com um propósito a mais, além de

ensinar técnica e ciência.

Já em 2005 atentando ao fato de estar inserida em uma região diferenciada, a UEMS

abraçou como vocação do curso de Direito a formação de cidadãos e profissionais capazes de atuar

nos campos do Direito Público e Privado em geral e:

[...] mais especificamente, nas áreas ambientais, agrárias, dos direitos difusos e coletivos, dos direitos laborais, derivados dos interesses mais diretos da Região bem como do perfil do Estado, que se constitui basicamente de uma economia agropecuária, tendo como base a propriedade rural, com um alto potencial turístico a ser implementado, com uma das poucas reservas ambientais do planeta, com uma população nativa a ser protegida, não descurando da responsabilidade social e buscando o desenvolvimento sustentável. (PPP-2005/2009, p.31)

O PPP-1994/2004 (s/n) visou formar um profissional com competência técnica, bagagem

teórica interdisciplinar e consciência de sua cidadania. O PPP-2005/2009 (p.10) tem como objetivos

gerais: formar cidadãos e profissionais com consciência ética, crítica e profissional, preparar um

cidadão e profissional capaz de assumir seu papel de co-artífice no Direito e na sociedade.

Do exposto constata-se que a UEMS continua tendo a intenção de fornecer ao mercado de

trabalho profissionais do Direito com um diferencial, pois comparando-se os objetivos dos dois

PPPs percebe-se, no primeiro, o projeto de formar cidadãos e profissionais competentes em seu

ofício, com conhecimentos científicos e culturais de forma vasta, com capacidade para se tornarem

seres transformadores da realidade onde se inserirem e preparados para lidar com a permanente

reconstrução do Direito em virtude das mudanças sociais, além de estimular o espírito crítico

reflexivo e as virtudes éticas e, no segundo, além de tudo isto trouxe a preocupação ambiental e

humana, dentre outras, contudo, não se conhece, ainda, o resultado de sua aplicação, como por

exemplo, se trouxe avanços para a formação de seus alunos.

Comparando os projetos aplicados (PPP-1994/2004 e o PPP-2005/2009) observou-se as

principais diferenças: a. o PPP-1994/2004 (p.03) buscou superar os “[...] estreitos limites do

dogmatismo jurídico, muito presente no conjunto de cursos de Direito do país, epistemologicamente

expresso pelo viés do positivismo jurídico dos mais variados matizes”, donde se constata que o

10 Estas informações foram extraídas do Relatório Final do Projeto de Pesquisa intitulado: Depois da Festa: um diagnóstico acerca da vida profissional dos egressos do curso de Direito da UEMS, realizado pela prof. Me. Angela Aparecida da Cruz Duran.

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 25

curso nasceu com o propósito de ser diferenciado, ensinando algo a mais do que a técnica e a

ciência; já o PPP-2005/2009 (p.15) superou amplamente essa proposta ao estabelecer a intenção de

fornecer ao mercado de trabalho profissionais do Direito com um diferencial, cidadãos e

profissionais competentes em seu ofício, com conhecimentos científicos e culturais de forma vasta,

com capacidade para se tornarem seres transformadores da realidade onde se inserirem e preparados

para lidar com a permanente reconstrução do Direito em virtude das mudanças sociais, além de

estimular o espírito crítico reflexivo e as virtudes éticas; b. o PPP-1994/2004 (p.10) previu em seu

currículo pleno uma carga horária de 4.177 horas, enquanto o PPP-2005/2009 (p.23) se constitui de

4.212 horas; mas apesar do pouco acréscimo de horas aulas, houve a inclusão de novos conteúdos, o

redimensionamento e a otimização da carga horária, com o remanejamento dos conteúdos e a

renomeação dos mesmos, em todos os eixos, para melhor defini-los e concretizar o processo;

buscou propiciar uma formação cultural mais humanista e condizente com a realidade social,

política, cultural, econômica e ética e inseriu conteúdos profissionalizantes inovadores e mais

sintonizados com a atualidade; c. o PPP-1994/2004 (p.18) não previu a criação de linhas de

pesquisa, nem de cursos de Especialização, nem a possibilidade de oferecimento de disciplinas

optativas, de atividades desenvolvidas a distância, o Plano de Implantação, Adaptação do Currículo,

e a Forma de Avaliação, enquanto o PPP-2005/2009 (p.58) previu.

As conclusões da Pesquisa poderão apontar novos rumos, não apenas para os cursos de

Direito da UEMS, mas também, para os estudiosos do ensino jurídico brasileiro e outros

interessados no assunto.

O Projeto Político Pedagógico de um curso superior não deve ser encarado como um

modismo, como um documento para ficar engavetado em uma mesa na sala de direção da escola, ou

para se realizar experiências, ele é um instrumento norteador da formação que se pretende dar à

sociedade, por isso é fundamental a participação de todos os atores envolvidos nesse processo.

REFERÊNCIAS BRASIL. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Projeto Político Pedagógico do Curso de Direito – 1994/2004. Disponível em: <htttp://uems.br> Acesso: 31.07.2009. ______. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Projeto Político Pedagógico do Curso de Direito – 2005/2009. Disponível em: <htttp://uems.br> Acesso: 31.07.2009. DURAN. A.A.C. Projeto de pesquisa: Depois da Festa: um diagnóstico acerca da vida profissional dos egressos do curso de Direito da UEMS. Divisão de Pesquisa: PROPP/UEMS, concluído em agosto de 2008. ______.Projeto de pesquisa: Depois da Festa II: um diagnóstico acerca da vida profissional dos egressos do curso de Direito da UEMS. Divisão de Pesquisa: PROPP/UEMS, em desenvolvimento desde outubro de 2009. VEIGA, I.P.A. Escola: espaço do projeto político pedagógico. 4ª. ed., Campinas: Papirus, 1998.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 26

ANDRÉ, M.E.D. O projeto pedagógico como suporte para novas formas de avaliação. In: Amélia Domingues de Castro e Anna Maria Pessoa de Carvalho (Orgs.). Ensinar a ensinar, São Paulo, 2001. VEIGA, I.P.A. (Orgs.) Projeto político pedagógico da escola: uma construção possível. 23ª. ed., Campinas:Papirus, 2001. ______. Escola: espaço do projeto político pedagógico. 4ª. ed., Campinas: Papirus, 1998.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 27

A REVITALIZAÇÃO DO HUMANISMO NO ENSINO JURÍDICO BRASILEIRO11

Angela Aparecida da Cruz Duran (docente)

([email protected]) Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul-UEMS. Rodrigo Cogo (docente). Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul-UEMS. Alessandro Martins Prado (docente). Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul-UEMS

Palavras chave: humanismo, ensino jurídico Desde a implantação dos cursos jurídicos no Brasil cultiva-se a idéia, tanto pelo senso

comum, quanto entre os profissionais e estudantes de Direito, de que a formação destes últimos

tenha sido de cunho humanista. Contudo, constatou-se que a formação humanista demonstrada

pelos profissionais do Direito, ao longo das décadas, não resultou do ensino sistematizado, mas sim

do gosto e esforço pelo aperfeiçoamento por parte daqueles que se dedicaram aos estudos

universais, mais especificamente, por parte daqueles que “puderam” se dedicar a tais estudos, em

razão de condições financeiras e sociais, conforme se concluiu em pesquisa intitulada: A idéia de

humanismo no ensino jurídico 12.

A preocupação, por parte de educadores e instituições de ensino superior, com a formação

do profissional do Direito tem sido uma constante, pois neste campo, conhecimentos universais são

imprescindíveis, para a sua boa atuação em sociedade, lugar este em que tal profissional não pode e

não deve se conformar em ser apenas um técnico, pois é ator indispensável nos processos jurídicos

e sociais. Nesta esteira, notou-se, pela primeira vez no Brasil, a preocupação oficial com a formação

cultural deste profissional, com a reformulação dos cursos jurídicos em 1994, por meio da Portaria

nº 1.886/1994 do Ministério da Educação e Cultura13. Em Setembro de 2004, a Resolução nº 09 do

Conselho Nacional de Educação novamente alterou qualitativamente as diretrizes gerais para os

cursos de direito, que ganharam novo enfoque, pois se ampliou muito mais a obrigatoriedade de

conteúdos humanistas nos currículos, com a inclusão de estudos de Antropologia, História, Ética,

Psicologia e outros.

11 Este estudo é parte dos resultados finais da Pesquisa institucional intitulada: Depois da Festa: um diagnóstico acerca da vida profissional dos egressos do curso de Direito da UEMS, realizado entre 2006/2008 e concluído em agosto de 2008, aprovado pela Divisão de Pesquisa/PROPP/UEMS, em setembro de 2008. 12 DURAN, Angela Aparecida da Cruz. A idéia de humanismo no ensino jurídico brasileiro. Dissertação de mestrado, originalmente apresentada ao Programa de Pós Graduação em Educação Escolar da UNESP, Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara, sob a orientação do Prof. Dr. José Vaidergorn em Junho de 2004. p.216-217. 13 Esta norma trouxe avanços, com a presença obrigatória de disciplinas do eixo fundamental - aquele que abrange conteúdos do conhecimento universal, considerados humanistas, tais como: Filosofia, Sociologia, Economia, Ciência Política, Português dentre outros – visando a despertar um melhor raciocínio jurídico e a propiciar uma cultura mais abrangente, além de estimular a reflexão sobre os princípios éticos, tão necessários ao exercício do direito e desprezados durante toda a história deste ensino no Brasil, mormente durante os anos de ditadura militar.

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 28

Para investigar se os egressos do curso de Direito da UEMS haviam adquirido uma formação

superior humanista, conforme visava o Projeto Político Pedagógico do curso (1994/2004), foi

necessário explicitar o quê, afinal se entende por Humanismo na atualidade. Assim, neste trabalho

o objetivo é apresentar a idéia que se delineou sobre Humanismo na pesquisa mencionada acima,

acrescida de reflexões posteriores sobre tema..

A investigação utilizou como fonte de pesquisa a bibliografia existente nos acervos públicos,

privados e virtuais, dentre outros.

Humanismo, na atualidade, é uma Cultura do agir humano, do fazer humano, entre os

humanos, voltado para o desenvolvimento, o aperfeiçoamento e a dignidade humana, em um local e

uma época. Essa cultura nasceu no seio da civilização greco-romana que considerou a dignidade e o

desenvolvimento das potencialidades do homem o ponto central da vida. Após um período de

dormência, foi revitalizado no final da Idade Média, quando tomou novas formas e depois perdeu

força chegando quase ao total esquecimento. No Brasil, foi introduzido pelo colonizador, mas foi

cultivado praticamente de forma autodidática por uma elite intelectual, dentro da qual se encontram

juristas de todos os tempos.

Conforme Paviani (2004, p.24-25), o maior desafio do Humanismo, na atualidade, é

reafirmar teórica e praticamente a dignidade do homem, principalmente do Outro, reconhecendo a

alteridade. Nesse sentido, prossegue ele, as Universidades e os meios de comunicação são pontos

estratégicos para o estudo e a difusão do Humanismo, contudo é necessário reatualizar os valores do

humanismo nas perspectivas do mundo globalizado, evitando-se o conservadorismo e estimulando o

criticismo para evitar ambigüidades e desvios. Mais à frente explica:

O Humanismo latino, sendo um movimento, um programa de ação para melhorar a vida humana dos povos latinos, em sua visão antropológica, reconhece direitos e deveres do indivíduo, os valores da cidadania, o respeito pelas instituições, pela religião, pelas línguas maternas, pelas virtudes da convivência cordial e da criatividade. Reafirma a confiança na humanidade e na racionalidade como ideal e norma de ação para superar a irracionalidade e a alienação nos comportamentos dos indivíduos e das coletividades e as graves crises sociais, econômicas e religiosas que marginalizam populações inteiras.

Acredita-se que o melhor instrumento para se concretizar esta ruptura e fortalecer o sentido

do humano seja a educação. Bombassaro (1987, apud: DAL RI JUNIOR E PAVIANI, 2001, p.78)

defende que “[...] a ruptura com a tecnocracia, que se legitima pelo saber técnico, demanda o

reconhecimento de que junto com a formação de recursos humanos destinados exclusivamente ao

mercado de trabalho, é preciso formar seres humanos, capazes de contribuir para o

desenvolvimento, de maneira digna, exercendo plenamente a cidadania”.

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 29

Para Quintás (2009): “[...] formar-se significa entusiasmar-se com a unidade, compreender

que estabelecer modos elevados de unidade com as realidades do nosso meio constitui o ideal de

nossa vida”.

Montaigne (2005), autor de Ensaios (1572), foi um dos grandes humanistas, que também

desenvolveu nesta sua obra uma reflexão centrada no homem. Ele pensa que a educação deve

formar indivíduos que saibam pensar e não meros repetidores, que deve formar não um gramático

ou um lógico, mas um fidalgo, donde se deduz que, para Montaigne, a educação pode e deve formar

não apenas o intelecto, mas o caráter, o ser humano como um todo, ou seja, a educação pode e deve

formar integralmente.

As Diretrizes para os cursos de Direito preceituam que os cursos jurídicos devem assegurar,

no perfil do graduando, sólida formação geral, o que inclui o conhecimento da “realidade” passada,

presente e futura, por isto aos graduandos se deve ensinar História, Antropologia, Política,

Economia, Psicologia e outros conhecimentos, porque o profissional do Direito precisa conhecer

sua realidade; preceitua que o graduando deve receber formação humanista, o que leva a constatar a

necessidade de se revitalizar a centralidade do mundo no homem, no ser humano, nas suas relações

pessoais e profissionais, vez que o mundo existe em torno do homem e não o homem para as coisas

do mundo; que o ser humano deve, indiscutivelmente, sempre vir, ser, estar em primeiro lugar e não

os bens, os outros interesses, como se percebe na atualidade; prescreve que o graduando precisa

receber uma formação axiológica convivendo com valores, aprendendo a exercitá-los, praticá-los,

considerá-los com a mente e a alma abertas, só assim adquirirá a lucidez, a capacidade de análise, o

domínio correto dos conceitos e da terminologia jurídica, realizando adequada argumentação,

interpretação e valorizando os fenômenos jurídicos e sociais, tudo isso aliado a uma atitude

reflexiva, com visão crítica, que fomentará a capacidade e a aptidão para a aprendizagem autônoma

e dinâmica, indispensável ao exercício da Ciência do Direito, da prestação da justiça e do

desenvolvimento da cidadania.

Quintás (2009) entende que seja indispensável que cada professor contribua a partir de sua

atividade específica à "formação integral" dos alunos e que, para isso, em todas as áreas se procure

tratar, a partir de uma ou outra vertente, temas que considere decisivos a este respeito. Os

professores deverão descobrir em que lugar de seu programa, de que forma e com qual método

introduzir temas como a educação moral e cívica, a educação para a paz e a tolerância, dentre

outras. Cada uma das áreas pode contribuir para a formação integral de seus alunos, mediante o

estudo dos programas dos cursos.

Supõe-se que somente com a “formação de seres humanos”, voltados primeiramente para o

sentido do humano no mundo, e só depois para o sentido do mercado - visão esta, em que se inclui,

principalmente o profissional do Direito- é que se poderá reverter esse quadro social que está posto,

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 30

ironicamente denominado pós-moderno, o que pressupõe um estágio civilizatório superior, ao invés

da observável barbárie. Todavia, todo esse esforço no sentido de esclarecer o tema, apenas indica

caminhos a se desenvolver, que requerem aprofundamento investigativo.

As reformas educacionais podem não surtir o efeito desejado, porque o seu sucesso ou

fracasso dependem de uma dose maciça de boa vontade e envolvimento sério por parte de todos os

seus atores, a quem cabe aproveitar ou não esta grande chance de fazer dos cursos de Direito,

realmente cursos de formação humanista e não cursos que apenas oferecem um “polimento” a mais

- o da formação cidadã - além da formação tecnicista e cientificista, para atender às exigências

mundiais atuais.

REFERÊNCIAS

BOMBASSARO, Luis Carlos. Educação e formação humana: breves considerações sobre os aspectos filosóficos do humanismo no Brasil atual. In: DAL RI JÚNIOR, Arno e PAVIANI, Jayme.Humanismo Latino no Brasil de hoje.Belo Horizonte: PUC Minas,2001p.66-80. DURAN, Angela Aparecida da Cruz. A idéia de humanismo no ensino jurídico brasileiro. Araraquara, SP, 2004. Originalmente apresentada como dissertação de mestrado. Universidade Estadual Paulista, Araraquara, SP – FCL. ______. Relatório final do projeto de pesquisa: Depois da Festa: um diagnóstico acerca da vida profissional dos egressos do curso de Direito da UEMS concluído em agosto de 2008 e aprovado pela Divisão de Pesquisa da PROPP/UEMS em setembro de 2008. PAVIANI, Jayme. Cultura, humanismo & globalização. Caxias do Sul, S: Educs, 2004. MONTAIGNE, Michel. Ensaios. Vol.I e II. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Editora Nova cultural, 2005. QUINTÁS, Alfonso López. Como obter uma formação integral: o modo ótimo de realizar a Logse (PCNs). Disponível em: <http: //www.hottopos.com/seminario/sem2/quintaspt.htm> Acesso em 25.07.2008. BRASIL. Ministério da Educação. Portaria n.1886/1994. BRASIL. Ministério da Educação. Resolução n.09/2004.

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 31

A SÚMULA NOS ORDENAMENTO JURÍDICO DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Gilsânia Ferro Barbosa1, Rachel Lopes Queiroz Chacur2

1Discente – Direito- UNOESTE, 2Docente- Direito UNOESTE. [email protected]

Palavras- chave: súmula- súmula vinculante- reforma processual civil

O presente projeto de pesquisa analisou o instituto da Súmula com efeitos vinculantes, que

foi introduzido com a Emenda Constitucional 45 de 2004, regulamentada pela Lei nº 11.417/2006,

em 19/12/2006, a qual entrou em vigor com o objetivo de permitir o encerramento dos litígios

reiterados, assim contribuindo para com a celeridade dos processos nos Tribunais superiores. As

justificativas do tema proposto estão baseadas na revisão de literatura e nas estatísticas oficiais. São

inúmeros os juristas que apresentam considerações favoráveis alegando a adoção desta, em prol da

redução do número de causas repetitivas à celeridade processual e a busca da Justiça. Em confronto

a temática, alguns juristas condenam as Súmulas Vinculantes baseados em que causas repetitivas,

pela mera condição de causas semelhantes, uma vez que não são idênticas, e, que a celeridade

somente iria mascarar a falta de solução para os problemas jurídicos isolados, os quais contêm um

mínimo de direito material, assim contrariando a liberdade e a independência jurídica de livre

convencimento e persuasão racional dos magistrados. O vocábulo tem origem no latim “summula”,

que significaria “sumário” ou “índice”, na acepção atual. A colenda de conceitos determina o real

significado do instituto Súmula Vinculante. A Súmula de efeito vinculante é a sinopse da

jurisprudência, isto é, o julgamento do processo ao ser editado os seus enunciados, por parte das

Cortes Superiores, os quais irão traduzir a orientação jurisprudencial (DINIZ, 2002). Os enunciados

representam o pensamento predominante de uma dada Corte sobre uma determinada matéria. A

súmula seria um enunciado “que de modo abreviadíssimo explica o teor, ou o conteúdo integral de

uma coisa”, qualificada pela vinculação do magistrado, a qual implica na filiação obrigatória de

uma decisão a outra, anterior, que a submete” (SILVA, 1987,297). No âmbito jurídico significa a

obediência obrigatória aos termos de um julgado ou decisão. O relato da evolução histórica da

Súmula vinculante recai na tentativa de adaptação do modelo common law (stare decis) para o

sistema romano-germânico (civil law), ou seja, o sistema Stare Decisis) provém da expressão latina

stare decisis et non quieta movere, conhecida nos Estados Unidos, como a doutrina do precedente

judicial. Isto é, significa que ao aplicar esta teoria aos casos idênticos, estes serão julgados da

mesma forma, evitando as contradições e insegurança jurídica. Assim, uma decisão do passado,

cujos motivos foram expostos, deve ser aplicada em casos similares e futuros, onde caiba a mesma

fundamentação e somente novas e persuasivas razões poderão admitir uma decisão que não seja

similar às decisões antecedentes, salvaguardando a segurança jurídica, e, por corolário, a

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 32

credibilidade do Poder Judiciário perante a sociedade. Os princípios que norteiam as Súmulas

Vinculantes formam uma verdadeira rede de paradigmas capazes de resolver as questões estudadas

pela Ciências Jurídicas, assim como os Princípios da celeridade, da segurança jurídica, da

separação dos poderes, do Juiz Natural, da independência do juiz e Duplo grau de Jurisdição. Com

efeito, é indispensável traçarmos um paralelo entre a Súmula Vinculante e os preceitos jurídicos,

com o intuito de analisarmos sua adequação ao sistema jurídico. A formação da Súmula vinculante

iniciam-se pela formação da Jurisprudência, cujo papel é de forma material integrar a interpretação

do Direito. No entanto, a jurisprudência diferencia-se da lei pela sua flexibilidade, atuando como

norma aplicável a todos os casos análogos. No ordenamento jurídico brasileiro é crescente o

desenvolvimento da vida jurídica através de tribunais e dos próprios órgãos administrativos

superior em decorrência de 2 fatores: desajuste acentuado entre algumas leis e as necessárias

exigências sócio econômicas, resultantes do impacto tecnológico e a participação do poder público

no domínio econômico gerando conflito que almejam soluções para disciplinar, relações

estritamente particulares, fazendo portanto que a jurisprudência seja em nosso país uma fonte de

normas jurídicas gerais e ainda fonte subsidiária de informação ao sistema de produção de normas

jurídicas. Desta forma, far-se-à necessário os ajustes das leis e os conflitos de interesses

quotidianos, por meio dos julgados, dos Tribunais. A súmula impeditiva recursal e a súmula

vinculante são institutos importantes para a uniformização da jurisprudência e uma orientação para

o julgamento dos juizes de 1º Grau, bem como colabora de forma informativa junto ao meio social.

Através da sumula vinculante tem-se mais um fundamento jurídico para resolução de conflitos e

para a sua proteção temos a inadmissibilidade de recurso (exegese do art. 518, 1º do CPC), pois

uma vez proferida a sentença em conformidade com a súmula do Superior Tribunal de Justiça (STJ)

ou Supremo Tribunal Federal (STF), não poderá ser alterado o enunciado. A sentença judicial

poderá ser cassada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), somente nos casos em que ela foi

aplicada equivocadamente ou recusa de sua aplicação não fundamentada (Constituição Federal, 3º.

103-A). O procedimento para edição, revisão e cancelamento de súmula vinculante estatuída pela

lei, limita a competência do órgão pleno do Supremo Tribunal Federal (STF), o qual deverá

deliberar pelo quorum qualificado de 2/3 (dois terços) de seus membros. A proposta poderá ser

formulada ex officio ou por parte de um dos legitimados ativos, esta será distribuída a um relator

que, em homenagem ao disposto no art. 103, §1º, da Constituição Federal (C.F.) e em obediência ao

art. 2º, §2º, da lei regulamentadora; na sequência procederá à oitiva do Procurador-Geral da

República, tão-somente, nas proposições não formuladas pelo mesmo, podendo, ainda, admitir, ou

não, manifestação de terceiros. Feito isto, o procedimento será submetido ao pleno do Pretório para

deliberação. Uma vez apreciado o pedido no sentido de editar, rever ou cancelar enunciado de

súmula, com efeito vinculante, o Supremo Tribunal Federal terá prazo de 10 dias para publicar o

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 33

respectivo verbete na imprensa oficial, a qual irá produzir efeitos imediatos, a partir da data de sua

publicação, podendo, todavia, o Pretório Excelso modular seus efeitos temporais, restringindo,

ainda, sua eficácia vinculante, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional

interesse público. Outrossim, há que ser ressaltado que a formulação de proposta de enunciado de

súmula com efeito vinculante, não autoriza a suspensão dos processos subjetivos que tenha como

fundamento questão idêntica, não tendo o referido procedimento força de questão prejudicial.

Quanto ao processamento dos Recursos Múltiplos no Supremo Tribunal Federal, bem como os

procedimentos nos gabinetes dos demais Ministros e nos Tribunais e Turmas recursais de origem;

seguem as orientações das Normas oficiais do Supremo Tribunal Federal. O Supremo Tribunal

Federal apresenta a coletânea de decisões originadas de sessões judiciais e administrativas, as

questões constitucionais suscitadas e ainda não decididas ou sem jurisprudência dominante, que

precedem de análise pelo Pleno, e, as questões constitucionais com jurisprudência dominante que

podem resultar em questões de repercussão geral, nas variadas formas recursais. O Supremo

Tribunal Federal criou o Plenário Virtual para acompanhamento das matérias discutidas, elucidando

parâmetros decisórios e com o fim de veiculação dos serviços judiciários à comunidade, ressaltando

a otimização do Poder Judiciário. O presente estudo analisou a edição e a publicação de 16 Súmulas

vinculantes, de forma vertical no conteúdo, nos procedimentos e nos resultados. No entanto, ainda,

o Supremo Tribunal Federal apresenta as matérias de omissão inconstitucional, pendentes de

julgamento. A estatística oficial (no período de 2006 a 2009) apresenta o número de Processos

distribuídos com Preliminar de Repercussão Geral por Origem (Estado), a distribuição de Recurso

Extraordinário e Agravo de Instrumento nos Tribunais Superiores; Distribuídos com Preliminar de

Repercussão Geral - Justiça Federal; Distribuídos com Preliminar de Repercussão Geral - Justiça

Estadual; Distribuídos com Preliminar de Repercussão Geral - Tribunais Regionais Federais;

Distribuídos com Preliminar de Repercussão Geral - Turmas Recursais dos Juizados Especiais

Federais; Turmas Recursais. A Justiça Estadual é o recordista no envio de processos com

repercussão geral ao Supremo, até julho deste ano. O TJ-SP, seguido do TJ-MG, do TJ-RS, do TJ-

RJ e, por fim, do TJ-PR. Até julho de 2009, foram distribuídos no Supremo 1.815 processos dessa

natureza provenientes do TJ-SP; 1.299, do TJ-MG; 1.232, do TJ-RS; 683, do TJ-RJ; e 307, do TJ-

PR. No ano de 2007 e 2008 o TJ-RS enviou à Corte 791 e 3.140 processos, que envolviam

repercussão geral. Em segundo lugar estava o TJ-SP, respectivamente com 307 e 2.916 processos;

totalizando 5.279 processos. No ano de 2006, destacou-se o número exacerbado de distribuição de

processos junto a Corte Suprema. No ano de 2007 a 2009, foram distribuídos no Supremo Tribunal

Federal (STF) cerca de 46.812 Recursos Extraordinários (REs). Estes mecanismos recursais tinham

o fito de contestar decisões de outros tribunais, sem contrariar preceitos constitucionais. Assim,

verificou-se que a maioria dos recursos distribuídos, não precedia de interesse recursal, não

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comprovando o pressuposto da repercussão geral. Tal questão de ordem e relevante sob o ponto de

vista social, econômico, político ou jurídico, obrigatoriamente deveria estar acostado nos autos, para

justificar o trâmite processual, no Supremo Tribunal Federal. Os dados estatísticos são concludentes

foram 73,22% de Recursos Extraordinários (REs) distribuídos no período de dois anos, sem

qualquer prequestionamento de pressupostos recursais obrigatórios. E, somente 26.78 %, os

recorrentes apresentaram as justificativas de repercussão geral. No ano de 2007 à 2009 totalizavam

80.316 agravos distribuídos no Supremo, considerando que 58,11% não apresentavam a preliminar

de repercussão geral e 41,89% já continham a justificativa de existência da repercussão geral, na

matéria discutida no recurso. As conclusivas das estatísticas destacam que a maioria dos processos

remetidos ao Supremo Tribunal Federal, contém preliminar de repercussão geral, a maioria (20.386)

é proveniente da Justiça estadual, seguido dos que vêm dos tribunais superiores (11.322). Logo em

seguida, estão os processos remetidos dos cinco Tribunais Regionais Federais (6.210) e de outros

tribunais (5.457). A menor parcela é proveniente das Turmas Recursais dos Juizados Especiais

Federais (2.803).14 Acrescentam aos dados a diminuição do trâmite recursal, já no momento da

distribuição junto aos Tribunais Superiores, uma vez que é mecanismos simples de denegação pelo

Supremo Tribunal Federal, fundamentado no artigo do Código de Processo Civil. Esse

fundamento estabeleceu uma maior eficácia legal e efetividade do processo, bem como da própria

tutela jurisdicional, rechaçando qualquer forma de meios protelatórios, no Poder Judiciário.

Atualmente tramitam no Supremo Tribunal Federal cerca de 39.558 recursos extraordinários, sendo

33.897 sem a preliminar de repercussão geral e 5.661 com a preliminar. Entre os agravos de

instrumentos cerca de 53.795, sendo 29.940 processos sem preliminar de repercussão geral e 23.855

contêm um capítulo à parte com a preliminar. Denota-se que houve uma alteração de conduta do

operador jurídico na remessa dos recursos para os Tribunais Superiores. Os Tribunais Regionais

Federais e Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais mantiveram os mesmos números

estatísticos de remessa ao Supremo Tribunal Federal. Os Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE e

STM) também drasticamente aumentou cerca de 1.200% de remessas de recursos, sob análise do

período dos anos de 2007, 2008 e 2009. A Justiça Estadual também aumentou 3,5 vezes no volume

remetido, semestralmente, de 2007 em relação com 2009. Entretanto, a referência de crescimento de

remessa dos recursos para o Supremo Tribunal Federal, não pode ser considerado como parâmetro

para negar o instituto da repercussão geral, pois no momento do recebimento e na fase de conhecer

o recurso, certamente haverá um número maior de hipóteses de vinculação e denegação recursal,

assim devolvendo ao tribunal de origem. Diante do exposto, o instituto da súmula vinculante

cumprirá o seu papel fazendo valer a diminuição do número total de processos no Supremo

Tribunal Federal. Tal assertiva, constata-se no primeiro semestre de 2009, quando houve a

14 dados estatísticos S.T.F

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avaliação da aplicabilidade do filtro condutor da sumula vinculante na fase de admissibilidade

recursal, em que os ministros denegaram cerca de 63% de processos distribuídos, já desde o início,

por ausência de pressuposto recursal da repercussão geral, assim diminuindo do total de processos

pendentes naquela Corte constitucional.

REFERÊNCIAS

ARAKEN, de Assis, et al. Condições de admissibilidade dos recursos cíveis. Aspectos polêmicos e atuais dos recursos cíveis de acordo com a Lei 9.756/98. São Paulo: RT,1999. BONAVIDES, Paulo.Curso de direito constitucional. 4 ed.São Paulo: Magalhães, 1993. CANDIDO, Rangel Dinamarco. Capítulo de sentença.São Paulo: Magalhães, 2002. CONSULEX, Revista Jurídica. - ano XI – n°245-31 de março/2007. MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários ás Súmulas do TST – ed. Ed. – São Paulo: Atlas, 2006. MARTINS, Ivês Gandra da Silva, et al. O controle concentrado de constitucionalidade. Saraiva. 2001. NERY, Júnior Nery. Teoria geral dos recursos. 6 ed.São Paulo:Rt,1999. Princípios do processo civil na Constituição Federal .São Paulo:Rt,1992. NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Reforma do CPC. São Paulo: Revista do advogado,2006. SÁ, Djanira Maria Radamés de.Análise de sua adoção. Belo Horizonte: Del Key,1996. STRECK. Luiz Lenio.Súmula no direito brasileiro. Eficácia, poder e função. A ilegitimidade constitucional do efeito vinculante. 2.rev.ampl. Porto Alegre: Livraria do advogado,1998. PALU, Osvaldo Luiz. Controle de constitucionalidade. Revista dos Tribunais, São Paulo, 1999. OLIVEIRA, Francisco Antonio de. O processo na justiça do trabalho . – Doutrina, jurisprudência, enunciados e súmulas. 4 ed.rev. e amp. São Paulo: Rt,1999. TEIXEIRA, Manoel Antonio Filho. Sistema dos Recursos trabalhistas. 3.São Paulo: LTR,1989. BASE DE DADOS International Information Programs: http://usinfo.state.gov

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DIREITO DE CIDADANIA: PRESSUPOSTO PARA UMA RESSOCIALIZAÇÃO VÁLIDA

Marianny Alves¹; Isael José Santana²

¹Estudante do curso de Direito da UEMS, Unidade Universitária de Paranaíba; e-mail: [email protected]; Av. João Rodrigues de Melo s/ nº; [email protected] ² Professor Mestre do curso de Direito da UEMS, Unidade Universitária de Paranaíba; Av. João Rodrigues de Melo s/ nº; e-mail: [email protected] Palavras-chave: ressocialização.cidadania.direitos humanos

INTRODUÇÃO

O Direito, em todos os seus ditos “ramos”, se modifica, altera-se na tentativa de assegurar

um teor humanístico, ou seja, da característica humana de cada indivíduo como ser detentor de

direitos pelo simples fato de pertencer ao gênero humano, o que é dito como essência do

jusnaturalismo. É o que se verifica no conjunto de fundamentos universais entendidos por Diretos

Humanos, mais precisamente, no Princípio da Dignidade da pessoa Humana. Tal princípio embasa

não só a Constituição de 1988, concedendo unidade aos direitos fundamentais, mais que isso,

constitui-se fator motivador e fundamental da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Nos primórdios da civilização, a sanção consequente de um crime restringia-se à vingança

privada. Ato observado, no que estabelecia o Código de Hamurabi, de aproximadamente 1680 a. C.,

pautado no princípio da pena de talião, que visava, com justiça matemática, estabelecer uma pena

idêntica ao mal praticado (sangue por sangue, olho por olho, dente por dente). Em seguida, passa-se

ao período de vingança divina, em que a sanção era instrumento de purificação da alma e reflexo do

castigo divino. Mais tarde, ela tornou-se pública, uma forma de assegurar o poder do Estado. Não

obstante, o caráter rigoroso e desumano das penas perdurou até a segunda metade do século XVII,

período em que surgiram os primeiros ideais do movimento humanitário - causa defendida nas

obras de Cesare Beccaria - que, hoje, tem como principal característica o intuito de ressocialização

do apenado.

É preciso ao menos mencionar a grande contribuição, em questões de teor humanístico, de

pensamentos oriundos da Revolução Francesa (1789 – 1799) com a Declaração dos Direitos do

Homem e do Cidadão e, mais tarde, após a Segunda Guerra Mundial, a Declaração Universal dos

Direitos Humanos (1948).

A República Federativa do Brasil, de acordo com o artigo 1º da Constituição Federal de

1988, caput e incisos II e III, tem como alguns de seus fundamentos: a cidadania e a dignidade da

pessoa humana.

Assim, por dignidade da pessoa humana, Flademir Martins, mestre em “Sistema

Constitucional de Garantia de Direitos” sintetiza que:

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 37

Temos que a dignidade efetivamente constitui qualidade inerente de cada pessoa humana que faz

destinatária do respeito e proteção tanto do Estado, quanto das demais pessoas, impedindo que ela

seja alvo não só de quaisquer situações desumanas ou degradantes, como também garantindo o

acesso a condições existenciais mínimas (2003, p. 120).

Quanto à cidadania, com propriedade, Tomas H. Marshall (apud JOHNSON, 1997, p. 34) a

ensina como uma situação social que inclui três tipos de direitos, sendo eles: direitos civis; direitos

políticos; e direitos sócio-econômicos.

Ampliando esta definição, Hannah Arendt (apud LAFER, 1998, p. 154) entende que

cidadania é o “direito a ter direitos”. Nesta perspectiva, é o direito pelo qual todos os outros podem

ser assegurados, pois, como cidadão é garantido em lei a legitimidade em ter direitos, e sendo a

cidadania um direito, logo ela é o direito a ter direitos.

Considerando os valores fundamentais garantidos na Constituição Federal de 1988,

legislação maior e fundamental dentro do Estado, o atual Código Penal, em seu artigo 32, classifica

as penas em “I- privativas de liberdade; II- restritivas de direitos; e III- de multa”. Nenhuma delas

pressupõe, por assim dizer, a suspensão do direito de cidadania; o que ocorre, quando muito, é a

suspensão ou interdição de alguns direitos – políticos, por exemplo. Logo, se “o preso conserva

todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade”, de acordo com o artigo 38 do Códice

Penal, é mais que legítimo que se garanta, antes de mais nada, todos os direitos sociais assegurados

pela Constituição.

Que estes direitos estão positivados, tanto nos documentos legais internacionais como

nacionais, é fato. Entretanto, às condicionantes que impedem a efetivação desses direitos, traz

consigo a ideia, nas proposições de Dimenstein (2003), da nossa cidadania ser uma cidadania

apenas de papel, que é garantida nos papéis, mas que não se concretiza por inteiro enquanto efetiva.

Nessa perspectiva, já alertava Bobbio, que “[...] o problema fundamental em relação aos direitos do

homem, hoje, não é tanto o de justificá-los, mas de protegê-los” (2004, p.43).

JUSTIFICATIVA E OBJETIVO

O presente projeto se justifica a fins de lançar luzes (sob o prisma de olhar crítico e

consciente) sobre a observância dos direitos de um apenado, com o intuito de fomentar a efetivação

de tais direitos, visando, desse modo, maior teor humanístico na execução das penas quando

objetiva-se, como fim último da pena, a ressocialização do apenado.

Assim, tem-se por intuito analisar os principais documentos legais, nacionais e

internacionais que assegurem os direitos de um apenado; registrar e examinar, a partir de dados

presentes na literatura científica disponível, as condições de um apenado como detentor de direitos

positivados e não efetivados; avaliar, dentro do contexto estudado, quais direitos possuem

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aplicabilidade possível e coerente com a realidade do sistema de execução de penas; buscar

subsídios teóricos com vistas a demonstrar que o exercício e garantia da cidadania é fundamental à

finalidade de ressocialização; e, a partir disto, então, discutir o direito de cidadania de um apenado,

sua aplicabilidade e efetividade como pressupostos para uma ressocialização válida.

MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, que fará uso do método dedutivo para atingir os

objetivos propostos, e, quando necessário, buscará técnicas da pesquisa documental na análise de

dados e legislação pouco discutidos.

Para tanto, será feito um levantamento bibliográfico das fontes relacionadas à temática, que

serão submetidas a uma triagem dos assuntos específicos e adequados à elaboração de categorias

para estruturar o estudo. A partir daí, realizar-se-á leitura e, em seguida, fichamentos das matérias

selecionadas. Alega-se que os encontros rotineiros com o orientador, tendentes a debates,

questionamentos e reflexões servirão de auxílio a fundamentação teórico-metodológica da pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O projeto ainda não possui resultados, visto que se iniciou agora. Contudo, cabe mencionar

que é de extrema relevância socializar uma pesquisa, ainda que esteja em estágio inicial. Afinal,

muitos questionamentos podem ser suscitados e, sendo no início da pesquisa, podem contribuir para

que o projeto se desenvolva da melhor forma possível e não desvie do seu objetivo inicial.

CONCLUSÃO

Diante do que foi exposto, cabe mencionar a insuficiente discussão sobre o tema proposto, já

que muito, no que tange a legislação pertinente, está positivado e tão pouco é efetivado. Por mais,

resta salutar que o direito de cidadania é inerente a todos, ainda que privados de liberdade.

REFERÊNCIAS

BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. 2. ed. rev. São Paulo: Editora Revista dos tribunais, 1999. BITTAR, C. B., ALMEIDA, Guilherme Assis de. Curso de filosofia do direito. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2005. BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. BRASIL. Lei de Execução Penal: lei nº 7.210, de Julho de 1984. Disponível em: <http://www.dji.com.br/leis_ordinarias/1984-007210-lep/lei_de_execucao_penal.htm>. Acesso em: 22 jun. 2009. _________. Constituição Federal 1988. Brasília: Senado Federal, 2008. _________. Código Penal. Brasília: Senado Federal, 2008. DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel: a infância, a adolescência e os Direitos Humanos no Brasil. 20. ed. atual. São Paulo: Editora Ática. 2003.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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JOHNSON, Allon G. Dicionário de sociologia: guia prático da linguagem sociológica. Rio da Janeiro: Jorge Zahar, 1997. LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. MARTINS, Flademir Jerônimo Belinati. Dignidade da pessoa humana: princípio constitucional fundamental. Curitiba: Juruá, 2003. MARTINS, Henrique Schaefer. Penas Alternativas. 2. ed. ampl. atual. Curitiba: Juruá, 2006.

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A IMPLEMENTAÇÃO DOS NOVOS INTITUTOS DA REFORMA DO PROCESSO CIVIL

NO ÂMBITO DA JUSTIÇA FEDERAL E ESTADUAL

1. Carla Coladello Ferro; 2. Rachel Lopes Queiroz Chacur 1. (Discente- Direito – UNOESTE); 2. (Docente- Direito – UNOESTE - [email protected]) Palavra-chave: Justiça federal, institutos, reforma processual civil.

Há debates permanentes a respeito das Reformas do Código de Processo Civil. São inúmeras

as inovações processuais e tecnológicas, no âmbito Estadual e Federal. No entanto, os avanços

processuais foram insuficientes para agilizar o trâmite processual, o que é facilmente comprovado

na prática forense. A Associação dos Juízes Federais do Brasil-AJUFE, consciente da necessidade

e urgência em se reformular as leis processuais, objetivando simplificar, racionalizar, acelerar,

moralizar e democratizar o Processo Civil, formou uma comissão, entre os juízes federais, no

intuito de debater propostas de Reforma. As propostas apresentadas demonstraram a existência de

um sentimento interno muito forte de mudança por parte dos juízes, configuradas a seguir. Nos

chamados processos "em massas", que são aqueles que envolvem direitos individuais homogêneos,

cuja controvérsia é unicamente de direito e atinge uma enorme quantidade de pessoas na mesma

situação fática, observou-se a ausência de um tratamento legislativo especial para esses processos.

Cada um dos processos é tratado autonomamente, exigindo um impulso individual com a repetição

dos expedientes forenses. Desta forma, o modelo atual é custoso aos cofres públicos, sem a

necessária previsão orçamentária e baseado na mecanização do trabalho do juiz e de seus

servidores, o que consome tempo e espaço, processual e institucional, dando ensejo a injustiças

decorrentes da desigualdade de tratamento em casos semelhantes. Sem um tratamento especial para

esses processos, o juiz federal continuará perdendo tempo assinando despachos de expedientes

padronizados, ao invés de estar aprimorando seu estudo nas causas complexas. A proposta de

permitir que o Supremo Tribunal Federal ou o próprio juiz de primeiro grau conceda efeito erga

omnes/ultra partes às suas decisões, nos processos em massa, evitaria a repetição de lides em

matéria já pacificada ou então deixar expresso que constitui impossibilidade jurídica do pedido,

justificando, o indeferimento da inicial, qualquer formulação de pretensão contrária ao

posicionamento pacífico do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça. Nestes

casos, permitir expressamente o julgamento na forma de improcedência prima facie e o

encurtamento, pelo juiz, do prazo de contestação para a Fazenda Pública em matéria unicamente de

direito, tornando o prazo flexível (de 15 a 60 dias). Quanto as mudanças visando à simplificação do

processo. Etimologicamente, o termo “processo” significa caminhar pra frente. A lei processual,

contudo, muitas vezes obriga o juiz a trabalhar "em círculo", fazendo com que o andamento

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 41

processual torne-se lento, burocrático e complexo. A exigência de simples impugnações ao valor da

causa e exceções relativas de incompetência autuadas e apensadas aos autos principais é um

preciosismo técnico completamente destituído de lógica. São inúmeros os transtornos causados pelo

apensamento de autos: necessidade de nova autuação, dificuldade no manuseio dos autos,

dificuldade no controle e andamento dos atos processuais, gasto de papel e repetição de

expedientes. O que facilitaria o trâmite processual, de forma simples e racional, seria permitir que

tais questões fossem alegadas como meros incidentes processuais, nos próprios autos principais, tal

como ocorre com as alegações preliminares, portanto, a tônica da simplificação da linguagem

processual e a mitigação do formalismo. Os atores judiciais devem procurar facilitar os trâmites e a

linguagem dos atos processuais. Ei-las: simplificar a linguagem dos atos processuais, determinando

que estes sejam escritos em linguagem objetiva, simples e auto-explicativa; permitir a citação de

ofício, quando houver dúvida acerca da legitimidade passiva do réu, sem necessidade da intimação

do autor para promovê-la. Deve-se permitir, também, que o juiz corrija a indicação errônea da

pessoa jurídica que comporá o pólo passivo da demanda, dispensando a intimação do autor para

fazê-lo, em caso de erro compreensível; regulamentar mais claramente a participação do Ministério

Público, dispensando a sua atuação em feitos padronizados, inclusive mandados de segurança;

acabar com a citação por edital; acabar com o processo cautelar autônomo nas hipóteses em que não

há necessidade de instrução probatória diversa, de tal modo que a medida cautelar seja concedida

nos próprios autos principais, como ocorre com a antecipação de tutela; determinar expressamente

que a petição inicial, nos casos em que há necessidade de dilação probatória, indique o rol de

testemunhas, bem como as provas documentais e, se for o caso, pericial, com a apresentação dos

quesitos. Quanto a mudança visando à efetividade do processo. A introdução do instituto da

antecipação dos efeitos da tutela no sistema processual pátrio foi um grande avanço para a

efetividade do processo. Porém, fez com que a decisão sobre a antecipação dos efeitos da tutela seja

mais importante do que a própria decisão final sobre o mérito. Portanto, far-se-à necessário

redimensionar a importância da sentença. Além disso, é necessário tornar mais efetiva a tutela

jurisdicional contra a Fazenda Pública. A desobediência às ordens judiciais, pelo Poder Público,

tem-se tornado praxe. Urge, pois, restaurar a força das decisões judiciais, sob pena de frustrar

qualquer tentativa de efetividade do processo. Assim, apontam-se as seguintes sugestões para

melhorar a efetividade do processo: criar um novo parágrafo ao art. 14 do CPC, possibilitando ao

juiz aumentar a multa imposta pelo descumprimento da decisão, caso reste frustrada a primeira

aplicação da multa com base no parágrafo antecedente; estimular a não-interposição de recurso,

autorizando, por exemplo, que o juiz aplique dois valores de honorários sucumbênciais: um valor

menor, se a parte sucumbente não recorrer da sentença e outro valor maior, se houver recurso e este

for improvido; incentivar o cumprimento espontâneo das decisões, prevendo que, se a parte cumprir

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espontaneamente a decisão, ficará isento de custas e honorários advocatícios; acabar com o Duplo

Grau de Jurisdição obrigatório. As mudanças visando a moralidade do processo enfocam o princípio

da boa-fé, o qual tem renascido em todos os campos do direito, principalmente na área processual.

Há uma preocupação em estimular a lealdade processual e em punir comportamentos em que os

atores utilizam-se de ardis torpes, no intuito de obter vitória a qualquer custo. Algumas fraudes são

cometidas através da manipulação da livre distribuição. É preciso impedir todas as formas de burla.

As sugestões visando à moralização do processo são, em síntese, as seguintes: facilitar a

condenação do advogado por litigância de má-fé, permitindo a condenação por litigância de má-fé

diretamente ao advogado independentemente da ação autônoma prevista no Estatuto da OAB;

prever um prazo para a validade das procurações judiciais para o exercício de poderes especiais. As

mudanças visando à democratização do processo pressupõem que o processo seja mecanismo hábil

de participação popular, porém justificando o interesse de agir. O assistente deve demonstrar um

interesse jurídico na causa para poder ser admitido como tal. Além disso, é preciso diminuir os

riscos e os custos do processo. Nesse sentido, propõem-se as seguintes mudanças: prever a

intervenção processual de "terceiros" que, a rigor, não teriam interesse jurídico, mas apenas de fato,

sobretudo em temas envolvendo matéria constitucional amicus curiae; prever a possibilidade de

concessão do benefício da justiça gratuita às pessoas jurídicas que demonstrarem, cabalmente, a

insuficiência de recursos para as despesas do processo. Quanto as mudanças visando à

informatização do processo. É óbvio que a legislação processual não está preparada para

regulamentar o novo processo de informatização. São necessárias mudanças contemplando a

automação das rotinas e das decisões judiciais, a digitalização dos autos, a expansão do conceito

espacial de jurisdição, a segurança e a autenticidade dos dados processuais, os poderes

"cibernéticos" dos juízes e a validade das provas digitais. Portanto, em termos de informatização do

processo, sugere-se o seguinte: autorizar a utilização de meios eletrônicos na prática de atos

processuais e procedimentais, devendo a lei dispor sobre os requisitos mínimos de segurança no

trânsito de documentos e informações; disciplinar as chamadas provas digitais, reconhecendo-lhes

expressa validade. As mudanças no Processo de Execução, sobretudo contra a Fazenda Pública,

tem-se tornado o problema do Judiciário brasileiro. É quase unânime a opinião de que a Lei nº

8.898, de 29/06/94, ao alterar a redação do art. 604, do CPC, eliminando a liquidação da sentença

por cálculo do contador, a qual transfere a liquidação dos cálculos para os embargos à execução,

piorou bastante a execução contra a Fazenda Pública, mas poderia ser resolvido nos próprios autos.

Desse modo, entre as propostas do Processo de Execução: acabar com a ação de embargos à

execução; limitar a regra de impenhorabilidade de bens do devedor, inclusive o bem de família. Eis

algumas sugestões eficazes para tentar solucionar os pontos mais relevantes no Processo Civil. O

presente relatório de pesquisa apresenta algumas propostas polêmicas e que representa, em parte, o

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ideal para a magistratura federal. Enquanto que, outras sequer necessitariam de mudança na lei, para

serem desde já adotadas. Há, ainda, algumas propostas que se excluem; outras que se

complementam. O certo é que existe a necessidade de alterações na Lei. O papel que a Constituição

Federal conferiu aos juizes é mais nobre que meros procedimentos burocráticos da toga. As

soluções oferecidas, obviamente, não são definitivas, apenas elementos para o aprimoramento das

leis processuais civis.

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Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 44

UNIÃO HOMOAFETIVA: O SEU RECONHECIMENTO ENQUANTO ENTIDADE

FAMILIAR

1. Danilo Rodrigues Ferreira; 2. Rachel Lopes Queiroz Chacur 1. (Discente- Direito – UNOESTE); 2. (Docente- Direito – UNOESTE) [email protected]

Palavras-chave: homoafetiva – entidade familiar- processo civil

O presente trabalho conclui que a união homoafetiva merece ser reconhecida como entidade

familiar. A evolução da sociedade, juntamente como a forma em que se vive a sexualidade,

demonstra o desenvolvimento de identificação sexual de uma pessoa. O padrão heterossexual

imposto socialmente rotula o ser humano de forma preconceituosa por considerar a união de

pessoas do mesmo sexo, uma diferenciação de escolha, apontada como desviante, reforçando

também a idéia com as diversas formas de dominação e poder, sedimentando a imposição da

invisibilidade homossexual, que é ocultada, reprimida, inaceitável, tendo a homossexualidade um

caráter reprovado, por não ser legitimada, servindo apenas como algo a ser exemplificado como

inverso ao normal (heterossexual). Todavia, a sexualidade é algo que cada sujeito possui, ou cultiva,

não sendo algo condicionado de maneira natural, que um indivíduo deva aceitar como estado

preestabelecido. Assim, deve-se observar a sexualidade como aspecto maleável do eu, um ponto de

conexão primário entre o corpo, a auto-identidade e as normas sociais. A sexualidade deve ser vista

como algo construído, de acordo com as mutações sociais, observada em conformidade a um

dispositivo histórico, de forma flexível referente a uma identidade sexual conquistada a partir dos

acontecimentos da agremiação geral, destacando, também, a constituinte do ser humano, que não

deve se sentir em uma posição de reprovação, devendo-se consagrar a sexualidade como algo que se

altera, transforma e não de forma imutável. O conceito de família, bem como a sexualidade, é

mutável, observado assim consoante ao dinamismo social, às mudanças notórias decorrentes dos

fenômenos sociais, tendo uma evolução constante, mesmo que paulatina, sendo que, neste meio

encontra-se o direito que não se deve silenciar, tendo a obrigação de dar respostas às discussões

encontradas, caso da celeuma contida nas uniões homoafetivas. O valor do afeto traz

fundamentação significativa a um novo espaço de realização familiar, sendo a sexualidade uma

escolha pessoal de como viver, sem óbice da empregada na sociedade como padrão. A família é

algo que todas as pessoas, sem distinção, tomam como desejo de constituí-la, devendo considerar o

afeto como um valor jurídico para a satisfação das necessidades basilares humanas. Há que se

ressaltar que não é mais o indivíduo que existe para a família e para o casamento, mas a família e o

casamento existem para o seu desenvolvimento pessoal, em busca de sua aspiração à felicidade. A

união homoafetiva merece respaldo em seu reconhecimento enquanto entidade familiar, por possuir

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 45

base nos princípios consagrados em nossa Lei Maior, sendo os da igualdade, liberdade e dignidade

da pessoa humana, destacando esse último por ser considerado fundamento de todo o sistema dos

direitos fundamentais, no sentido de que estes constituem exigências, concretizações e

desdobramentos da dignidade da pessoa humana e que com base nesta devem ser interpretados. No

que tange aos avanços e conquistas para o reconhecimento da união homoafetiva, como entidade

familiar, pontuamos o Projeto de Lei 2.285/2007, que dispõe sobre o Estatuto das Famílias, que

merece respaldo para aprovação por aduzir informações de suma importância para a sedimentação

das reivindicações, apontando neste o reconhecimento à união de pessoas do mesmo sexo como

entidade familiar, em seu artigo 68. Projeto de Lei este, apoiado na Conferência Nacional LGBT

(Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), sendo esta a primeira com essa abordagem

no mundo, que debateu questões as mais diversas no tocante à elaboração Plano Nacional de

Promoção da Cidadania e Direitos Humanos LGBT, avaliando e propondo estratégias de políticas

públicas, que trouxeram pontuações, de maneira significativa, ao reconhecimento dessas uniões.

Ressaltamos em afirmar que, mesmo não havendo aprovação de projetos de lei que dizem respeito a

essas uniões, esses fundamentos expostos dão respaldo ao preterido reconhecimento como entidade

familiar, sendo que, até o momento, o que denota colocações sobre o assunto é refletido em nossa

jurisprudência pátria, que possui posicionamentos os mais variados. Destacamos que, no que tange

ao não reconhecimento o que se encontra como óbice é o chamado senso comum teórico dos

juristas, visto como crítica aos Nobres Julgadores que, como visto, estão agregados a costumes que

se tornam verdades de princípios, considerado como o lugar do secreto, afastando o

aprofundamento de novos fenômenos, caso dessas uniões. Todavia a relativização por parte de

alguns acórdãos e julgadores é visível, considerado como grande avanço na busca do

reconhecimento das uniões homoafetivas como entidades familiares, encontrado em nossa amiúde

pesquisa apresentada, feita por intermédio de buscas nos julgados de todos os Estados de nosso

país, bem como nos dos Tribunais Federais. São interessantes as decisões, tanto na relativização

como nas contrárias, que expressam o senso comum teórico, que deve ser eliminado para que

possamos ver, em um futuro próximo, a efetiva aplicação dos direitos que todas as pessoas

possuem, sem discriminação, fazendo valer o valor da dignidade da pessoa humana a essas pessoas

que reivindicam a solidificação de tais direitos, para que, assim, se possa vivenciar uma nova

moldura jurídica do Direito pátrio, realizando o sonho de uma sociedade justa, fraterna e igualitária.

REFERÊNCIAS

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Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 46

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 47

EFETIVIDADE PARA A TUTELA JURISDICIONAL AMBIENTAL

1. Alessandro Martins Prado; 2. Ângela Aparecida da Cruz Duran; 3. Claudia Karina Ladeia Batista; 4. Mário Lúcio Garcez Calil; 5. Sidinea Faria Gonçalves da Silva 1. UEMS/FAMA; 2. UEMS; 3. UEMS - [email protected]; 4. UEMS/FAMA/FIPAR; 5. UEMS

Palavras-chave: meio-ambiente; tutela inibitória; tutela jurisdicional eficaz;

Embora tenha o Brasil notável legislação na área ambiental, a aplicação efetiva de tais leis

encontra alguns embaraços. Não raramente a comunicação tardia da ocorrência de dano ambiental

impede a identificação dos responsáveis, a morosidade no trâmite das ações e a não aplicação de

tutela específica (ou de urgência, quando o caso a comporta), acabam por fazer regra a aplicação do

mero ressarcimento pecuniário. A reparação pecuniária do dano, embora ainda mantenha seu

aspecto pedagógico, não é capaz de restituir o meio ambiente ao seu estado anterior.

O objetivo geral deste trabalho é propiciar o estudo dos mecanismos que asseguram eficácia

para as leis que compõe o ordenamento jurídico, bem como para a otimização da prestação

jurisdicional e efetividade da tutela jurisdicional. Mais especificamente tem-se por objetivo

demonstrar a necessidade e urgência em se tutelar de forma eficaz o meio ambiente, partindo da

análise da tutela coletiva no processo civil brasileiro, notadamente as tutelas direcionadas à

salvaguarda do direito difuso a um meio ambiente sadio e equilibrado.

A discussão do tema mostra-se de extrema relevância sob o ponto de vista jurídico, como

oportunidade de promover um estudo analítico dos mecanismos processuais existentes e úteis à

salvaguarda dos interesses difusos relacionados a um meio ambiente equilibrado. A relevância

também se mostra indissociável do presente projeto no que concerne ao estudo da efetividade da

atividade jurisdicional segundo as diversas modalidades de tutela.

Sob o aspecto social, mostra-se igualmente útil e relevante, considerando que em torno da

expressão “meio ambiente” gravitam interesses de um número indeterminado de pessoas e, em uma

macrovisão, da própria humanidade. O dano ambiental é caracterizado pela lesão de interesses de

um número indeterminado de titulares, mormente em razão da indivisibilidade do bem jurídico

lesado.

Também no aspecto social a relevância se verifica por meio da aplicação prática dos

resultados da pesquisa e das inúmeras reflexões em torno do tema destinadas a evidenciar a tutela

inibitória como meio efetivo de aplicação das disposições materiais.

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 48

A efetividade da tutela jurisdicional ambiental guarda em si um aspecto de suma

importância, porém nem sempre observado: a necessidade de se prevenir o ilícito, evitando por

conseqüência o dano ambiental.

A análise dos pontos de estudo foi feita a partir de pesquisas bibliográficas, artigos e

periódicos científicos, publicados em meio convencional, mídia ou eletrônico. A intenção primeira

consiste em analisar as formas de tutela ambiental, procurando comprovar de forma científica a

eficácia da tutela inibitória na prestação jurisdicional na defesa do meio ambiente.

Como fontes de pesquisa de legislação, fundamos o trabalho na Constituição Federal,

Código de Processo Civil, Lei de Ação Civil Pública, Legislação ambiental, Tratados e Convenções

internacionais, além de outras destinadas a um estudo comparativo da tutela ambiental por meio do

procedimento ordinário e por meio das tutelas inibitória e de urgência.

Constituíram ainda fonte de pesquisa e fundamentação teórica obras bibliográficas de

juristas notáveis relacionadas ao direito em estudo, especialmente em seus aspectos constitucional e

processual.

O método predominantemente utilizado foi o dedutivo, partindo-se de um estudo mais geral

dos princípios e valores que nortearam a Constituição Federal de 1988 no aspecto ambiental,

buscando-se a melhor compreensão das normas processuais criadas para tornar efetivo os ditames

constitucionais.

Expondo a necessidade de adaptação de todo o ordenamento jurídico para a eficaz prestação

jurisdicional na defesa dos interesses difusos Roxana Cardoso Brasileiro Borges considera:

O direito ao meio ambiente é tido como um direito-dever erga-omnes, pois ao mesmo tempo em que a pessoa é titular do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, também tem a obrigação de defendê-lo, preservá-lo. Direito difuso de terceira geração, vem ampliar o conteúdo dos direitos humanos fundamentais e sua positivação envolve a revisão de todo direito, enquanto ordenamento, enquanto teoria, enquanto implementação (1998, p. 29-30).

Sendo vedada a autotutela no Estado Democrático de Direito, salvo as exceções legais,

configura-se o processo como mecanismo de atuação do Estado na defesa de interesses individuais,

difusos e coletivos. A tutela deve, entretanto, corresponder à expectativa dos jurisdicionados, sob

pena de ser ineficaz. Nesse sentido ensina Luis Guilherme Marinoni:

A morosidade gera a descrença do povo na justiça: o cidadão se vê desestimulado a recorrer ao Poder Judiciário quando toma conhecimento de sua lentidão e dos males (angústias e sofrimentos psicológicos) que podem ser provocados pela morosidade da litispendência(...)É óbvio que a morosidade processual estrangula os direitos do cidadão (2000, p.33).

Os estudos permitiram concluir que a mera reparação pecuniária decorrente da aplicação do

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 49

princípio do poluidor-pagador, não é meio suficiente de evitar a ocorrência do dano ambiental,

tampouco saná-lo. É certo que a obrigação de reparação do dano guarda em si caráter pedagógico

destinado a desestimular a prática da conduta indesejada. Porém, quando na ocorrência desta, o

pagamento não é meio hábil para restituir o status quo ante do bem jurídico ambiental violado,

mormente quando este é irreparável. Assim, incumbe ao Poder Judiciário a tarefa de mais

largamente utilizar-se da tutela inibitória para evitar o ilícito e, conseqüentemente, o dano,

primando pelos princípios da prevenção e precaução já consagrados no texto Constitucional. Em

não havendo exploração racional do meio ambiente, máxima do desenvolvimento sustentável, a

tutela preventiva há de ser largamente utilizada para a salvaguarda do meio ambiente

ecologicamente equilibrado, a fim de que se assegure não só a existência humana, mas o amplo

exercício do direito a uma vida digna e saudável.

REFERÊNCIAS

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 50

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 51

NEOCONSTITUCIONALISMO E A FALÁCIA DA OFENSA AO PRINCÍPIO DA

SEPARAÇAO DOS PODERES

1. Alessandro Martins Prado; 2. Ângela Aparecida da Cruz Duran; 3. Claudia Karina Ladeia Batista; 4. Mario Lúcio Garcez Calil; 5. Isael José Santana; 6. Raquel Rosan Chritino Gitahy; 7. Roberta Alessandra Pantoni 1. UEMS – FAMA - [email protected]; 2. UEMS; 3. UEMS; 4. UEMS/FAMA/FIPAR; 5. UEMS; 6. UNOESTE/UEMS; 7. UEMS

Palavras-chave: neoconstitucionalismo; separação dos poderes;

O movimento intitulado de pós-positivismo jurídico ou neoconstitucionalismo iniciado na

segunda metade do século XX provocou a constitucionalização de todos os ramos do direito e um

fenômeno de politização da justiça, com considerável aumento na intervenção do Poder Judiciário

nos poderes Legislativo e Executivo, o que causou e ainda causa algum desconforto na área

jurídico-administrativa.

Este intervencionismo só é possível em razão das democracias, em sua maioria, se

organizarem por meio de Cartas Magnas, que prevêem o controle de constitucionalidade dos atos

dos poderes executivo e legislativo por um Tribunal Constitucional. Em alguns países este tribunal

se apresenta acima dos demais poderes (legislativo, executivo e judiciário) como é o caso da

Alemanha, por exemplo, sendo que em outros países, como no caso do Brasil, referido tribunal se

apresenta dentro do corpo do próprio Poder Judiciário.

A discussão em torno do tema foi importante, já que existe atualmente grande celeuma

doutrinária com relação a esse ativismo judiciário que se apresenta cada vez maior, principalmente

em países em desenvolvimento, o que provoca discussão quanto a correlação entre a existência do

princípio da separação dos poderes e o crescente ativismo jurisdicional.

O objetivo geral deste trabalho foi pesquisar as conseqüências apresentadas até então por

conta do ativismo jurisdicional provocado pelo neoconstitucionalismo, seus riscos, benefícios e, em

especial, a relação existente entre este ativismo com a manutenção ou não do princípio da separação

dos poderes.

O trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisas bibliográficas, doutrinas, artigos e

periódicos científicos, publicados em meio convencional e ou mídia eletrônica, sendo utilizados os

métodos histórico e dedutivo na consecução do trabalho.

As discussões, muitas vezes acaloradas, giraram em torno de parte do grupo que se

posicionou de forma mais tradicional, defendendo que o intervencionismo gerado pelo ativismo

jurisdicional, da forma como ocorre atualmente no Brasil, estaria sim desrespeitando o princípio da

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 52

separação dos poderes e outra parte do grupo que defendeu que não existe ofensa ao princípio da

separação dos poderes tendo em vista que o Estado provém da Constituição e essa determina que o

Poder Judiciário deve afastar qualquer ato inconstitucional, seja ato comissivo, seja omissivo.

Não obstante, Quanto a essa nova função do Poder Judiciário, Andreas J. Krell (2002, p. 94),

citando Tércio Ferraz Jr. leciona que foi necessário que ocorresse um processo de desneutralização

do poder judiciário, dotando o juiz de nova função sócio-terapêutica, liberando o magistrado do

apertado condicionamento da estrita legalidade e da responsabilidade exclusivamente retrospectiva,

impondo ao mesmo, uma responsabilidade prospectiva, relacionada com a viabilização das

finalidades políticas das quais o juiz não mais poderá se livrar em nome do princípio da legalidade.

Para referido autor, a responsabilidade do juiz passa a vinculá-lo ao sucesso político das finalidades

impostas aos demais poderes pelas exigências do Estado Social.

Foi possível concluir que existe na verdade uma falácia criada pelos autores que defendem

que está havendo uma afronta ao princípio da separação dos poderes, sendo extremamente

importante o ativismo jurisdicional, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil,

principalmente por conta da total inoperância existente nos poderes legislativo e executivo do país,

muitas vezes submerso em escândalos e desmandos com o dinheiro público.

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HABERLE, Peter. Hermenêutica constitucional: a sociedade aberta dos intérpretes da constituição: contribuição para a interpretação pluralista e “procedimental” da constituição. Tradução Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 2002. HESSE, Konrad. A força normativa da constituição. Tradução Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1991. KRELL, Andreas J. Direitos sociais e controle judicial no Brasil e na Alemanha: os (des) caminhos de um direito constitucional “comparado”. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 2002, p. 94. PERES LUÑO, Antonio Enrique. Los Derechos Fundamentales. 6. ed., Madrid: Ed. Tecnos, 1995. PIOSEVAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. ______. Desenvolvimento histórico dos direitos humanos e a Constituição brasileira de 1988. In: AGRA, Walber de Moura (coord). Retrospectiva dos 20 anos da Constituição Federal. São Paulo: Saraiva, 2009. SANCHÍS, Luís Prieto. El constitucionalismo de los derechos. In: CARBONELL, Miguel (Org.). Teoria del neoconstitucionalismo: ensayos ecogidos. Madri: Trotta, 2007. ______. Réplica a Juan Antonio García Amado. In: CARBONELL, Miguel (Org.). Teoria del neoconstitucionalismo: ensayos ecogidos. Madri: Trotta, 2007. SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 9. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007. TAVARES, André Ramos. Teoria da justiça constitucional. São Paulo: Saraiva, 2005. ZANETI JÚNIOR, Hermes. Processo constitucional: o modelo constitucional do processo civil brasileiro. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 54

APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR NAS LOCAÇÕES DE

IMÓVEIS URBANOS: ASPECTOS CONTROVERTIDOS

1. Alessandro Martins Prado; 2. Cláudia Karina Ladeia Batista; 3. Izolda Maria Carvalho Baldo e Guimarães Resende; 4. Mário Lúcio Garcez Calil; 5. Raquel Rosan Christino Gitahy 1. UEMS/FAMA; 2. UEMS - [email protected]; 3. UEMS/FAMA; 4. EMS/FAMA/FIPAR 5. UNOESTE/UEMS Palavras-chave:cláusulas abusivas; Código de Defesa do Consumidor; locação de imóveis.

O Código de Defesa do Consumidor (Lei 8078/90) é invocado com freqüência pelos

locatários, em especial quando acionados judicialmente. Raramente, porém, a aplicação da lei mais

benéfica é reconhecida pelos juízes ou tribunais. Entre os principais argumentos para a rejeição do

CDC nos contratos de locação estão a existência de lei especial regendo a matéria (Lei 8245/91),

bem como o não enquadramento das partes nos conceitos de consumidor e fornecedor, previstos em

lei. O presente estudo tem por objetivo analisar as razões para a majoritária rejeição do CDC pelos

tribunais em matéria locatícia, bem como apresentar situações pontuais em que a legislação

consumeirista poderia ser aplicada em favor do locatário de imóvel urbano.

O método utilizado predominantemente foi o indutivo. O trabalho foi feito por meio de

pesquisa bibliográfica e jurisprudencial pela qual se verificou que as pretensões de aplicabilidade do

Código de Defesa do consumidor são quase que maciçamente rejeitadas pelos magistrados e

Tribunais. O primeiro dos argumentos que fundamentam suas decisões é de que as locações de

imóveis urbanos são regidas por lei especial e, num conflito aparente de normas, a lei especial

sobrepõe-se à geral. Outro argumento é o de que a lei do inquilinato é posterior ao CDC, razão pela

qual este seria inaplicável.

O tema é de extrema relevância jurídica posto que embora o Código de Defesa do

Consumidor tenha entre suas funções precípuas minimizar o desequilíbrio nas relações de consumo,

ainda é negada a muitas vítimas a qualidade de “consumidor”, mantendo-se as máximas do pacta

sunt servanda e suas conseqüências nefastas.

Não raramente inquilinos se vêem assinando verdadeiros contratos de adesão formulados

por imobiliárias dotadas de todo um aparato jurídico, em manifesto desequilíbrio na relação

contratual. Também comum é a fixação de multas contratuais moratórias ou compensatórias em

patamares acima do legalmente aceito, assim como o estabelecimento do chamado “desconto

pontualidade”, cobrança de taxa de contrato entre outras obrigações fundadas em cláusulas

abusivas. Ocorre que nos casos submetidos à apreciação do judiciário, a invocação do CDC pelos

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 55

locatários não tem sido aceita em regra por juízes ou tribunais, em geral sob o argumento de que o

locador não se enquadra no conceito de fornecedor e o locatário no de consumidor.

Espera-se, porém, apesar dos relevantes argumentos que justificam a inaplicabilidade do

CDC nas relações locatícias, fixar entendimento que a questão não pode ser generalizada e que, em

determinados casos, a situação concreta autoriza a aplicação do Código de Defesa do Consumidor

em favor de locatários de imóveis urbanos. Cabe pontuar aqui que não será analisada a extensão da

aplicabilidade do CDC às locações de imóveis rurais posto que tais contratos são regidos pelo

Estatuto da Terra e não pela lei do inquilinato.

A Lei do Inquilinato e o Código de Defesa do Consumidor são dois microssistemas que não

se encontram hermeticamente fechados. As disposições do Código de Defesa do Consumidor

podem ser aplicadas a uma situação análoga à de consumo, mesmo que fora o microssistema por ele

regulado. Não há, pois um conflito aparente que impeça a aplicação do Código de Defesa do

consumidor em situações pontuais de locação de imóveis.

O estudo permite a sustentação da aplicabilidade de CDC nas relações locatícias. Porém há

que se enfatizar o apresentando desde o início do presente trabalho: a aplicabilidade é pontual e não

generalizada a todos os casos regidos pela Lei do Inquilinato.

A princípio vê-se aplicável o CDC em duas situações distintas:

a) em favor do locatário em face do locador, quando o contrato for de imóvel residencial utilizado

exclusivamente para tais fins e a locação se dê por meio de administradora de imóveis;

b) em favor do locador em face da administradora do imóvel a fim de ser atribuída especialmente a

inversão do ônus da prova e a responsabilidade objetiva.

No primeiro caso vê-se que o locatário certamente se encontra em desvantagem em relação

ao locador, que através dos serviços da imobiliária goza de todo um aparato para sua proteção

jurídica na celebração do contrato.

Ademais o locatário de imóvel residencial equipara-se ao consumidor, posto que utiliza o

imóvel como destinatário final. O mesmo não se pode dizer do locatário de imóvel não residencial

(utilizado para o estabelecimento de bares, hotéis, restaurantes, fábricas, entre outros). Isso porque

nos contratos de locação não residencial os locatários utilizam o imóvel não na condição de

destinatário final do mesmo, mas com escopo de lucro, não se enquadrando, por conseguinte, no

conceito legal de consumidor. Nesse sentido:

Apelação Sem Revisão 1000234009

Relator(a): Pedro Baccarat

Comarca: Campinas

Órgão julgador: 36ª Câmara de Direito Privado

Data do julgamento: 17/01/2008 Data de registro: 22/01/2008

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 56

Ementa: Despejo por falta de pagamento e cobrança de alugueres. Código de Defesa do

Consumidor que não se aplica às locações comerciais. Cumulação da multa moratória com a

compensatória, ambas aplicadas em razão do inadimplemento. Inadmissibilidade. Exclusão da

compensatória. Sucumbência recíproca. Recurso parcialmente provido. g.n.

Tratando-se de locação comercial a aplicação do CDC fica afastada (...), e em sendo o contrato de locação de espaço em shopping center uma locação comercial, inclusive com a proteção do fundo de comércio, seguindo o raciocínio exposto, não está o contrato em evidência subjugado àquela lei (TORRES DE ALBUQUERQUE, 1997, p.948).

A aplicabilidade do CDC nas relações locatícias também pode se dar em um outro aspecto:

em favor do locador que deixa seu imóvel para alugar sob cuidados de um administrador de

carteiras de locação, em geral imobiliárias. Não raramente a desídia destes profissionais ou

empresas acaba por impor ao locador algum tipo de ônus não previsto em contrato. Nesse sentido é

evidente que o locador do imóvel figura como consumidor dos serviços prestados pela

administradora. É inegável ainda que na maioria de tais relações contratuais o locador é parte

vulnerável, nem sempre sabendo as condições exatas de suas obrigações e direitos, tampouco as

obrigações da administradora. Trata-se de um contrato de adesão formulado pela própria

administradora e no qual, não raramente, existem cláusulas de exclusão de responsabilidade.

O microssistema criado pelo Código de Defesa do Consumidor exigiu dos intérpretes da lei

uma mudança nos paradigmas ainda originários do século XIX, norteadores da aplicação do direito

por juizes e tribunais: uma sociedade individualista, na qual o pactuado entre as partes era absoluto,

imutável. Talvez mais do que qualquer outra inovação legislativa, o CDC exigiu por parte do

judiciário uma nova compreensão da sociedade, com o Estado mais atuante e voltado à proteção dos

interesses da nova ordem social e as exigências do bem comum.

Assim, a pesquisa permitiu concluir que os locatários que se encontrarem em uma das

situações consideradas, estão em condição análoga à de consumidor, cabendo ao Poder Judiciário

aplicar em seu favor as disposições do CDC, a fim de minimizar eventual ausência de paridade na

relação jurídica.

Impedir, pois, que tais benesses sejam conferidas aos locatários e locadores nas hipóteses

aventadas, em que efetivamente se enquadram na condição de fornecedor e consumidor, implica em

cercear a proteção constitucional conferida ao consumidor.

REFERÊNCIAS:

BITTAR, Carlos Alberto. Direitos do Consumidor. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003. DINIZ, Maria Helena. Compêndio de Introdução à Ciência do Direito. São Paulo: Saraiva,2004. ______ Código de Direito Civil Anotado. São Paulo: Editora Abril, 2004 MARQUES, Cláudia Lima. Contratos no Código de Defesa do Consumidor: O novo

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 57

regime das relações contratuais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. MEZZOMO, Marcelo Colombelli. O Código de Defesa do Consumidor e sua aplicação nas relações locatícias. Disponível em: http://www.ufsm.br/direito/artigos/consumidor/cdc.htm>. Acesso em: 24.fev.2009 NUNES, Rizzato. Curso de direito do consumidor. São Paulo: Saraiva, 2004. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Repositório de Jurisprudência. Disponível em <www.stj.jus.br> Acesso em 14 fev.2009. NEGRÃO, Theotônio. Código de processo civil e legislação extraprocessual em vigor. São Paulo: Saraiva, 2006. PACHECO, José da Silva. Tratado das locações, ações de despejo e outras. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 58

PÓS-POSITIVISMO JURÍDICO E A NOVA HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL

1. Alessandro Martins Prado; 2. Angela Aparecida da Cruz Duran; 3. Claudia Karina Ladeia Batista; 4. Mario Lúcio Garcez Calil; 5. Isael José Santana; 6. Izolda M. C. Baldo e G. Resende; 7. Roberta Alessandra Pantoni; 8. Rodrigo Cogo 1. UEMS/FAMA - [email protected]; 2. UEMS; 3. UEMS; 4. UEMS/FAMA/FIPAR; 5. UEMS; 6. UEMS/FAMA; 7. UEMS; 8. UEMS.

Palavras-chave: pós-positivismo; hermenêutica; jurisdição;

A partir da segunda metade do Século XX ocorreu grande constitucionalização de todos os

ramos do direito, por conta de um movimento que foi intitulado de pós-positivismo jurídico,

inicialmente e, mais tarde, denominado, mundialmente, por neoconstitucionalismo.

Luis M. Cruz (2006) apresenta lição que não poderíamos deixar de transcrever em razão da

forma como demonstra a influência dos acontecimentos da II Guerra Mundial no nascimento da

nova ordem hermenêutica constitucional:

La geración de professores de Derecho constitucional que vivió directamente el régimen nacional-socialista, la Segunda Guerra Mundial y Sus consecuencias, quiso construir sobre los escombros de 1945 un orden nuevo y mejor, y estabelecer un dique frente a cualquer posible retorno a la situación anterior. Esta pretensión se manifesta claramente en el primer comentário a la Ley Fundamental, publicado en 1958 por los professores Theodor Maunz, de la Ludwig Maximilians – Universität München, y Günter Dürig, de la Eberhard – Karl – Universität Tübiengen. Este comentário, sustentado por el ímpetu y el ènfasis de esta generación, há de considerarse, por ello, como um trabalho sobre los fundamentos del nuevo orden jurídico-constitucional (CRUZ, 2006, p.10-11, Grifo nosso).

Referido movimento, ocorrido em várias regiões do planeta, concomitantemente, provocou

uma revolução no ordenamento jurídico, “destronando” a lei da sua posição de fonte principal do

direito, ascendendo para referida posição os valores constitucionais e seus princípios (BARROSO,

2009, p. 270).

O tema se apresentou de forma muito oportuna, já que as mudanças ocorridas pelo

movimento denominado neoconstitucionalismo ocorreram em um período de tempo muito curto e

exigiu que todos os operadores do direito repensassem a forma de interpretar o direito, provocando

verdadeira crise hermenêutica e a necessidade de se estudar e criar novas formas de interpretação do

direito.

Streck (2006) assevera que estamos em um momento de transição histórico-evolutiva que demonstra a superação de antigas formas de interpretação. Neste sentido, vamos citar os ensinamentos de Lenio Luiz Streck, retirados do prefácio da obra de Antonio Nedel (2006):

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 59

A teoria das fontes foi superada pela Constituição; a teoria da norma dá lugar à superação da regra pelo princípio; e o velho modus interpretativo fundado na relação epistemológica sujeito-objeto dá lugar ao giro lingüístico-ontológico (ontologisch Wwndung). Penso, pois, que o problema do direito é aplicativo. É applicatio, como diz Gadamer. E para essa compreensão, torna-se necessário superar os dualismos próprios da metafísica. Trata-se, assim, não de fundamentar, mas de compreender. Isto significa dizer que estamos diante de um problema hermenêutico, no sentido de uma teoria da experiência real, que é o pensar, e, enquanto o compreender não é um dos modos do comportamento do sujeito, mas modo de ser da própria existência, como ensina Gadamer (NEDEL, 2006, p. l-2).

O objetivo do presente trabalho foi pesquisar as principais mudanças hermenêuticas

provocadas por conta do movimento denominado neoconstitucionalismo, bem como, seus reflexos

no meio jurídico, principalmente por conta da disparidade existente entre a antiga técnica de

interpretação (subsunção) e as novas técnicas de interpretação (ponderação e argumentação

jurídica).

O trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisas bibliográficas, doutrinas, artigos e

periódicos científicos, publicados em meio convencional e ou mídia eletrônica, sendo utilizados os

métodos histórico e dedutivo na consecução do trabalho.

As discussões se apresentaram mais por conta da identificação da principal dificuldade, por

parte dos operadores do direito, em aceitar referidas mudanças, se foram em razão da dificuldade na

compreensão das técnicas da ponderação e argumentação, que são muito mais trabalhosas do que a

técnica da subsunção, ou se, por conta da formação positivista da maioria dos operadores do direito

que estão na ativa.

Neste sentido, Barroso (2009, p. 309) assevera “[...] a nova interpretação precisou

desenvolver, reavivar ou aprofundar categorias específicas de trabalho, que incluem a atribuição de

sentido a conceitos jurídicos indeterminados, a normatividade dos princípios, as colisões de normas

constitucionais, a ponderação e a argumentação”.

Foi possível concluir que, certamente, a complexidade de conhecimento que se exige do

operador do direito para a consecução das técnicas da ponderação e da argumentação jurídica tem

sim causando algum obstáculo na aceitação da nova e necessária hermenêutica constitucional,

porém o obstáculo maior se apresenta em razão da formação da imensa massa de operadores do

direito que foi de cunho eminentemente positivista.

REFERÊNCIAS

ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Tradução Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros Editores, 2008, p 47). ______. Constitucionalismo discursivo. Tradução Luis Afonso Heck. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007, p. 17.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 60

BARROSO, Luís Roberto; BARCELLOS, Ana Paula de. A nova interpretação constitucional: ponderação, argumentação e papel dos princípios. In: LEITE, George Salomão (coord.). Dos princípios constitucionais: considerações em torno das normas principiológicas da Constituição. São Paulo: Método, 2008, p. 204. BOBBIO, Noberto. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. 70. BONAVIDES, Paulo. Do estado liberal ao estado social. 8. ed. São Paulo: Malheiros, 2007. ______. A Democracia participativa e a crise do regime representativo no Brasil. In: FACHIN, Zulmar (coord.). 20 anos da Constituição Cidadã. São Paulo: Método, 2008, p. 219. CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e teoria da constituição. 7. ed. Coimbra: Edições Almeida, 2003, p. 1226 . CAPPELLETTI, Mauro. Juízes Legisladores? Tradução de Carlos Alberto Alvaro de Oliveria. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1999, p. 67. CARBONELL, Miguel. Neoconstitucionalismo: elementos para una definición. In: MOREIRA, Eduardo Ribeiro; PUGLIESI, Marcio (coord). 20 anos da constituição brasileira. São Paulo: Saraiva, 2009. COMANDUCCI, Paolo. Modelos i interpretación de la constitución. In CARBONELL, Miguel (editor). Teoría del neoconstitucionalismo: ensayos escogidos. Madrid: Trotta, 2007, p. 44. CRUZ, Luis M. Estudios sobre el neoconstitucionalismo. México: Porrúa, 2006. DIMOULIS, Dimitri; MARTINS, Leonardo. Teoria geral dos direitos fundamentais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, p. 113. DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. Tradução de Jefferson Luiz Camargo. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007, p. 304. GUERRA FILHO, Willis Santiago. Teoria processual da Constituição. São Paulo: RCS Editora, 2007, p. 94. ______. Autopoiese do direito na sociedade pós-moderna. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1997, p. 16. HABERLE, Peter. Hermenêutica constitucional: a sociedade aberta dos intérpretes da constituição: contribuição para a interpretação pluralista e “procedimental” da constituição. Tradução Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 2002, p. 15. HESSE, Konrad. A força normativa da constituição. Tradução Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1991, p. 19. KELSEN, Hans. Jurisdição constitucional. Introdução e revisão técnica de Sérgio Sérvulo da Cunha. São Paulo: Malheiros, 2003, p. 54. MONTESQUIEU, Charles de Secondat. O espírito das leis. Tradução Pedro Vieira Mota. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1994. MOREIRA, Eduardo Ribeiro. Do positivismo ao neoconstitucionalismo. In: MOREIRA, Eduardo Ribeiro; PUGLIESI, Marcio (coord). 20 anos da constituição brasileira. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 444. NEDEL, Antonio. Uma tópica jurídica: clareira para a emergência do direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006, p. L. SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 9. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007, p. 87.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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DIREITO AO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO X

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: FALÊNCIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS OU DA

TUTELA JURISDICIONAL?

Alessandro Martins Prado1, Ângela Aparecida da Cruz Duran2, Claudia Karina Ladeia Batista3, Raquel Rosan Crhistino Gitahy4, Roberta Alessandra Pantoni5 UEMS/FAMA1, UEMS2, UEMS [email protected] 3, UNOESTE/UEMS4, UEMS5

Palavras-chave: meio ambiente; políticas públicas; tutela jurisdicional.

O presente artigo procura abordar a importância do direito ambiental à vida digna e sadia da

pessoa humana, assim como a necessidade de fomento da atividade econômica, que não raro

envolve sacrifícios por parte do planeta e seus habitantes.

Não obstante os diversos tratados internacionais e legislações pátria se debruçarem sobre o

tema no intuito de conter a devastação ambiental em nome do progresso e do crescimento

econômico, o que se verifica hodiernamente é que os esforços não têm sido suficientes para

conciliar a exploração dos interesses econômicos e o direito fundamental ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado.

Dada a vastidão do tema e a impossibilidade de esgotá-lo, o propósito deste trabalho é

despertar no leitor à análise crítica acerca do direito fundamental assegurado pelo artigo 225 da

Constituição Federal, a ser exercido por esta e futuras gerações. Procura ainda alertar acerca da

imperiosa (e urgente) necessidade de desenvolvimento de políticas públicas destinadas ao incentivo

e consolidação do desenvolvimento sustentável, bem como meios processuais céleres e adequados à

tutela jurisdicional do meio ambiente, que considerem quando da aplicação do direito material, as

particularidades existentes no direito ambiental, quer em razão da dificuldade de reparação

específica do dano, quer quanto à ineficácia da condenação pecuniária.

Através da pesquisa bibliográfica procurou-se estudar a possível coexistência de

desenvolvimento econômico e meio ambiente equilibrado, bem como das razões pelas quais o

Estado vem falhando no seu dever constitucional de preservação ambiental. O método

predominantemente utilizado foi o dedutivo.

A questão é altamente relevante posto que o desenvolvimento econômico tem significativa

influência nos índices de desenvolvimento social, com a redução da miséria em algumas partes do

mundo, estabilidade econômica, acesso a crédito e a bens duráveis, melhoria da qualidade de vida,

entre outros benefícios. Entretanto, também não se pode ignorar seus efeitos nefastos: foi

responsável pela extinção de milhares de postos de trabalho, pela exploração de mão-de-obra

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 62

barata, pelo aviltamento do ser humano em condições de trabalho subumanas, pela crise e pela

miséria de tantos outros países e, não menos importante, pela degradação ambiental.

O ideal de desenvolvimento sustentável nem sempre é meta alcançável, de modo que ainda

se vislumbra maior avidez na busca do desenvolvimento econômico e industrial que propriamente

na defesa do ecossistema habitado pela humanidade. Estarrecido, Fritjof Capra narra a alienação

humana acerca dos problemas sociais, notadamente os relacionados ao meio ambiente:

Nosso progresso, portanto, foi uma questão predominantemente racional e intelectual, e essa evolução unilateral atingiu agora um estágio alarmante, uma situação tão paradoxal que beira a insanidade. Podemos controlar o pouso de espaçonaves em planetas distantes, mas somos incapazes de controlar a fumaça poluente expelida por nossos automóveis e nossas fábricas. Propomos a instalação de comunidades utópicas em gigantescas colônias espaciais, mas não podemos administrar nossas cidades. O mundo dos negócios faz-nos acreditar que o fato de gigantescas indústrias produzirem alimentos especiais para cachorros e cosméticos é um sinal de nosso elevado padrão de vida, enquanto que os economistas tentam dizer-nos que não dispomos de recursos para enfrentar os custos de uma adequada assistência à saúde, os gastos com a educação e transportes públicos.(“Ponto de mutação. A ciência, a sociedade e a cultura emergente”. 24 ed. São Paulo, Editora Cultrix, 2003).

A Constituição Federal de 1988 erigiu entre os direitos fundamentais, embora não elencado

no artigo 5º, o direito a um meio ambiente sadio e equilibrado. Também em razão da previsão

constitucional contida no artigo 5º, inciso XXXV acerca da inafastabilidade da jurisdição, deve o

judiciário dispensar seus esforços na tutela de interesses difusos que se encerram na pretensão por

um ambiente equilibrado. A tutela jurisdicional deve ser eficaz, assegurando o direito a um

ambiente sadio, direito este pertencente a uma universalidade de pessoas desta geração e de outras

vindouras.

O objeto deste trabalho é conclamar o leitor a compreender a importância do meio ambiente

enquanto direito fundamental de terceira geração, bem como a necessidade de aplicação de meios

processuais eficazes para que os ditames legais são sejam letra morta.

A legislação ambiental no Brasil goza de considerável grau de desenvolvimento. As normas

de direito material não encontram, entretanto, efetiva aplicação para a eficaz proteção do meio

ambiente. Nesse sentido Edis Milaré alerta acerca da necessidade de se possibilitar o emprego da

legislação ambiental às situações fáticas:

Não basta, entretanto, apenas legislar. É fundamental que todas as pessoas e autoridades responsáveis se lancem ao trabalho de tirar essas regras do limbo da teoria para a existência efetiva da vida real pois, na verdade, o maior dos problemas ambientais brasileiros é o desrespeito generalizado,

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 63

impunido ou impunível, à legislação vigente(“Direito do ambiente”, 2001, p.232).

A pesquisa permitiu concluir que a preservação ambiental eficaz supõe a atuação ordenada e

plena dos Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo. Verificou-se que o Brasil é referência

mundial em leis ambientais. Entretanto a morosidade do Poder Judiciário, quer pela insuficiência de

infraestrutura e pessoal, quer pelo “inchaço” decorrentes de mazelas a que ainda não se encontrou

solução efetiva (ações sem propósito lícito, recursos meramente protelatórios, entre outros) ainda

impede que tais leis sejam empregadas em sua plenitude.

Quanto ao Poder Executivo, verifica-se que os órgãos de fiscalização ambiental contam, em

regra, com um aparato sucateado e um contingente reduzido de homens para a fiscalização de um

território de dimensões continentais. Verifica-se, ainda, por parte do Executivo a inexistência de

uma política pública eficaz de educação ambiental, que certamente contribuiria para a formação da

responsabilidade e do perfil de consumo responsável do adulto de amanhã.

REFERÊNCIAS

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Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 64

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Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 65

REFLEXOS NEGATIVOS DO POSITIVISMO JURÍDICO NOS DIREITOS HUMANOS E

NA IMAGEM DA HUMANIDADE

1. Alessandro Martins Prado; 2. Ângela Aparecida da Cruz Duran; 3. Claudia Karina Ladeia Batista; 4. Isael José Santana; 5. Mario Lúcio Garcez Calil; 6. Raquel Rosan Chritino Gitahy 1. UEMS/FAMA - [email protected]; 2. UEMS; 3. UEMS; 4. UEMS; 5. UEMS/FAMA/FIPAR; 6. UNOESTE/UEMS. Palavras-chave: positivismo jurídico; direitos humanos; história;

A comunidade jurídica vivenciou grande período de sua história sob a égide de um direito

positivista, fruto das influências de um Estado liberal-burguês, de cunho eminentemente privatista,

em que se pretendeu garantir direitos fundamentais apenas para determinadas classes sociais, em

detrimento da justiça social e do desenvolvimento humano.

Neste ambiente positivista, onde o direito logrou se aproximar das ciências exatas e buscou

construir uma ciência pura, com fórmulas condizentes com as da física e da matemática, houve o

distanciamento entre os valores ético-morais e o direito, com conseqüências desastrosas para a

humanidade.

O objetivo geral deste trabalho foi pesquisar a evolução dos direitos humanos, através de seu

longo e lento desenvolvimento, sempre acompanhado por derramamento de sangue proveniente de

manifestações, revoluções e até mesmo guerras, bem como, as conseqüências nefastas do sistema

positivista que por vezes, “legitimou” ações desastrosas tais como o regime fascista na Itália, o

regime nazista na Alemanha e as ditaduras militares na América Latina.

A discussão se circunscreveu sempre quanto a impossibilidade do sistema legal promover a

justiça em um regime jurídico onde o magistrado se torna refém das lei positivada, não podendo

afastá-la, facilmente, mesmo quando se apresenta contrária a valores ético-morais e aos direitos

humanos.

O trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisas bibliográficas, doutrinas, artigos e

periódicos científicos, publicados em meio convencional e ou mídia eletrônica, sendo utilizados os

métodos histórico e dedutivo na consecução do trabalho.

As discussões giraram sempre em torno da aceitação e compreensão necessária dos

operadores do direito quanto às mudanças provocadas pelo movimento neoconstitucionalista, bem

como, a visível perplexidade que se verifica no meio acadêmico quanto aos resultados provocados

por um movimento que ainda não completou sequer um século de existência.

Foi possível concluir, ao contrário do que alguns autores alegam, no positivismo jurídico a

discricionariedade do magistrado era infinitamente maior que no sistema que se apresenta

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 66

atualmente, ou seja, o pós-positivismo jurídico. Isto porque, se no positivismo jurídico o magistrado

julgava, na lacuna da lei, através de equidade, ou seja, com ampla margem de discricionariedade, no

período atual, o magistrado julga, sempre balizado por meio dos princípios constitucionais, em

especial o princípio da dignidade da pessoa humana.

REFERÊNCIAS

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 67

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Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 68

O DEVIDO PROCESSO LEGAL E A AÇÃO DECLARATÓRIA DE

CONSTITUCIONALIDADE

1. Alessandro Martins Prado; 2. Cláudia Karina Ladeia Batista; 3. Izolda Maria Carvalho Baldo e Guimarães Resende; 4. Mário Lúcio Garcez Calil; 5. Raquel Rosan Christino Gitahy 1. UEMS/FAMA; 2. UEMS - [email protected]; 3. UEMS/FAMA; 4. UEMS/FAMA/FIPAR; 5. UNOESTE/UEMS Palavras-chave: ação declaratória de constitucionalidade; controle concentrado de constitucionalidade; princípios constitucionais;

O presente trabalho se propõe a analisar a ação declaratória de constitucionalidade à luz do

devido processo legal, em especial dos princípios da ampla defesa, contraditório, duplo grau e

inafastabilidade da jurisdição. A referida análise foi feita por meio de pesquisa bibliográfica. O

método de pesquisa predominantemente utilizado foi o dedutivo.

A questão é altamente relevante posto que a tese sustentada é de que em nome da celeridade

processual a ação declaratória de constitucionalidade afronta dispositivos constitucionais.

A ação declaratória de constitucionalidade é um mecanismo de controle concentrado e

abstrato de constitucionalidade, levado a efeito por meio de um processo objetivo. Conceituando o

instituto Gregório Assagra de Almeida considera:

A ação direta com pedido declaratório de constitucionalidade é ação coletiva constitucional, por intermédio da qual é possível a obtenção de provimento de natureza declaratória relativo à constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, com efeito erga omnes e vinculante, de forma a eliminar situações de incerteza e de insegurança jurídicas relativas à aplicabilidade das referidas normas federais (ALMEIDA, 2007, p. 124)

José Afonso da Silva a caracteriza como instrumento que “se destina a tutelar direito

subjetivo da União, já que a declaração de constitucionalidade da lei ou ato normativo impugnado

naqueles processos concretos serve a seus interesses” (SILVA, 2005, p. 55).

Os estudos de Gilmar Ferreira Mendes sobre a ADC na obra Controle Concentrado de

Constitucionalidade resultaram na concepção de igualdade entre esta e a ação direta de

inconstitucionalidade, de maneira que para o autor “Fácil ver que, do ponto de vista ontológico, não

há como diferenciar a ação declaratória de constitucionalidade da ação declaratória de

inconstitucionalidade, configurando as duas ações espécies do gênero controle abstrato de

normas”.(MENDES, 2005, p.225).

E prossegue o autor:

Trata-se de um instituto desenvolvido no Direito processual alemão, que tem por objetivo outorgar maior eficácia às decisões proferidas por àquela Corte Constitucional, assegurando força vinculante não apenas à parte dispositiva da

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 69

decisão, mas também aos chamados fundamentos ou motivos determinantes (tragende Günde) (2005, p. 245).

Um dos precursores dos estudos sobre o tema, professor Ives Gandra Martins, reconheceu a

inconstitucionalidade do projeto inicialmente idealizado com o propósito de assegurar segurança

jurídica e celeridade processual. Para o autor a ação declaratória de constitucionalidade afronta a

Carta Magna em diversos aspectos. Além da ofensa ao princípio do contraditório e ampla defesa,

atribui o autor à ADC ofensa à separação dos poderes, além de também identificar

incompatibilidade com o sistema pátrio, que não depende de qualquer instrumento para declarar a

validade de suas normas, presumidamente válidas até prova em contrário.

Infere-se do estudo feito que a celeridade processual buscada por meio da implementação de

novos mecanismos de controle concentrado de constitucionalidade tem exigido o sacrifício de

alguns direitos individuais. A despeito do entendimento contrário de célebres juristas, conclui-se

que o sacrifício aos bens jurídicos exigidos pela lei para que a celeridade se faça notar não aparenta

proporcionalidade. Sacrificar o direito ao contraditório, ampla defesa, inafastabilidade e duplo de

jurisdição parece um preço desproporcional à prometida duração razoável do processo.

A interpretação da ADC à luz dos princípios constitucionais não permite concluir que em

nome da celeridade processual se conceba mitigar direitos individuais indispensáveis à

concretização da tão esperada ordem jurídica justa. Nos dizeres de Konrad Hesse, a “vontade de

Constituição” deve nortear os responsáveis pela ordem constitucional, não só na produção

legislativa, mas também na como na aplicação do direito.

Não há dúvidas de que a alteração inserida na CF/88 pela EC 3/93 é de extrema valia para

“desafogar” o judiciário dos inúmeros feitos que se multiplicam em decisões contraditórias.

Também não se questiona que a falta de celeridade processual é uma preocupação recorrente que

aflige o judiciário, prejudicando a concretização da razoável duração do processo, interesse público

a ser resguardado em nome da própria paz social.

A descrença na justiça, a propagação da impunidade e o arrastar de processos cujas decisões

não raramente são tardias requerem por parte do Estado medidas capazes de minimizar tais agruras.

Contudo, os estudos conduziram à conclusão de que o sacrifício de garantias individuais

processuais em favor de uma prestação jurisdicional mais célere não parece a solução mais indicada

para os problemas que afligem o judiciário e os jurisdicionados. Assim, conclui-se que o

contraditório, a ampla defesa e a inafastabilidade da jurisdição foram afetados com a EC 3/93.

Conclui-se ainda que o sacrifício dos bens jurídicos prejudicados com a Emenda é desproporcional

às benesses que apresenta. A tão almejada celeridade processual adequada e necessária a todo

judiciário que pretende ser dinâmico e eficaz, não pode ser conquistada com medidas como a ação

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 70

declaratória de constitucionalidade, excessivamente gravosa e tendente a restringir (senão abolir)

direitos individuais.

Diante do exposto o presente ensaio permite concluir que, na ponderação de interesses

conflitantes, a salvaguarda dos direitos individuais inerentes ao devido processo legal precede ao

interesse público de um processo célere, razão pela qual este não pode existir em consonância com

a Constituição senão sem prejuízo daqueles.

REFERÊNCIAS:

ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. São Paulo:Malheiros, 2008, p. 123. ALMEIDA, Gregório Assagra de. Manual das Ações Constitucionais. Belo Horizonte: Del Rey, 2007, p. 124 BARROSO, Luís Roberto. O Direito Constitucional e a efetividade de suas normas. Rio de Janeiro: Renovar, 1996, p. 65 BRASIL. Constituição da República do Brasil de 05 de outubro de 1988. BRASIL. Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999 - Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. Publicada no DOU de 10-11-1999. CANOTILHO, Joaquim José Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 2ª ed. Coimbra: Almedina, 1998, p. 88. DINAMARCO, Cândido Rangel. A instrumentalidade do Processo. São Paulo: Malheiros, 1997, p. 45 HABERLE, Peter. Hermenêutica constitucional: A Sociedade aberta dos intérpretes da Constituição. Traduzido por Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris editor, 1997, p. 65. HESSE, Konrad. A força normativa da Constituição. Porto Alegre: Sérgio Fabris Editor, 1991, p.42. MARTINS, Ives Gandra da Silva & MENDES, Gilmar Ferreira (orgs.) Ação Declaratória de Constitucionalidade. São Paulo: Saraiva, 1995, p.121. ______ Controle concentrado de constitucionalidade. Comentários à Lei 9868/1999. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 225, 245. MENDES, Gilmar Ferreira. Controle de Constitucionalidade – Aspectos Jurídicos e Políticos. São Paulo, Saraiva, 1990, p. 115-166 ______Jurisdição Constitucional. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 108. MONTESQUIEU, Charles de Secondat. O Espírito das Leis. Tradução Pedro Vieira Mota. São Paulo: Saraiva, 1994, p. 43. MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada. São Paulo: Atlas, 2003, p. 23. SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos Direitos Fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001, p. 49-98. ______. Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais na Constituição de 1988. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001,p. 89 SILVA, Celso de Albuquerque; Interpretação Constitucional Operativa. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001, p. 34. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 24º edição. São Paulo: Malheiros. 2005, p. 55 SIQUEIRA CASTRO, Paulo Roberto. Constituição Aberta e os Direitos Fundamentais. Rio de Janeiro: Forense, 2003. VILHENA, Oscar Vieira. Direitos Fundamentais: Uma leitura da Jurisprudência do STF. São Paulo:Malheiros, 2006.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 71

O SISTEMA DE PETIÇÕES INDIVIDUAIS COMO FORMA MAIS EFICAZ PARA O

PLENO ACESSO À JUSTIÇA INTERNACIONAL: UMA ANÁLISE DO SISTEMA

INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

1. Alessandro Martins Prado; 2. Angela Aparecida da Cruz Duran; 3. Claudia Karina Ladeia Batista; 4. Roberta Alessandra Pantoni 1. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS)/ Centro Universitário Toledo (UNITOLEDO); 2. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS); 3. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS)/ Centro Universitário Toledo (UNITOLEDO); 4. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS)/ Universidade Federal de Uberlândia (UFU) ([email protected]) Palavras chave: acesso à justiça, petição individual, sistema interamericano

A internacionalização dos direitos humanos se inicia no período Pós-Guerra, quando então

começa a ser delineado um sistema normativo internacional visando sua proteção. Surgem,

portanto, o denominado sistema global, vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU) e os

sistemas regionais, europeu, interamericano e africano, complementares àquele. Percebe-se, no

entanto, que os sistemas regionais, por estarem em estágios diferenciados de afirmação, concedem

tratamento diferenciado à sistemática de petições individuais, ora possibilitando ao indivíduo acesso

direto à sua respectiva Corte, como o europeu; ora por meio da intermediação de uma Comissão,

como no sistema interamericano. Evidente, portanto, a necessidade de se analisar criticamente tal

sistemática, vez que, “não se trata de saber quais e quantos são” os direitos humanos “mas sim qual

o modo mais seguro para garanti-los” (BOBBIO, 1992, p. 25). Neste sentido é que se buscou

desenvolver a presente pesquisa de modo a investigar os seguintes pontos: qual seria a eficácia da

sistemática de petições individuais adotada pelo sistema interamericano; se não seria mais adequado

do ponto de vista da eficácia que o indivíduo tivesse acesso direto à Corte Interamericana; e se este

acesso não imprimiria uma maior “justicialização” ao sistema. Este trabalho apresenta, portanto, os

resultados da pesquisa institucional denominada: “O sistema de petições individuais como medida

necessária ao pleno acesso à justiça internacional: uma análise comparativa dos sistemas regionas

europeu e interamericano de proteção dos direitos humanos”15, que tem como principal objetivo

geral demonstrar que o acesso pleno à justiça internacional, em seu sentido material, no âmbito do

sistema interamericano, apenas se concretiza com o acesso direto do indivíduo à Corte

Interamericana, vez que evitaria uma eventual seletividade “política” por parte da Comissão. O

trabalho foi realizado a partir do estudo e fichamento de obras nacionais e estrangeiras, artigos de

revistas especializadas, consultas aos sites dos órgãos que compõem os sistemas internacionais,

europeu e interamericano, de proteção dos direitos humanos, os instrumentos legais que organizam 15 Pesquisa institucional cadastrada na Divisão de Pesquisa da Pro-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - PROPP/UEMS sob o n◦ 06.854/07 DP.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 72

tais sistemas, as decisões prolatadas em casos submetidos às Cortes Européia e Interamericana.

Foram utilizados os seguintes métodos: a) histórico, para análise da evolução do sistema de petições

individuais no interior dos sistemas em questão; b) dedutivo-indutivo, para o fim de analisar a

legislação pertinente e as decisões das Cortes Européia e Interamericana; c) comparativo, para o fim

de se fazer uma comparação entre tais sistemas no que se refere à eficácia do sistema de petições

individuais; f) dialético, para se verificar se os aparelhamentos jurídicos dos sistemas em questão

estão em consonância com as concepções atuais acerca do acesso pleno à justiça.

Por meio da leitura do material bibliográfico e documental, verificou-se que quando da

constituição do sistema europeu, estatuiu-se, além de uma corte, uma comissão a qual veio a ser

posteriormente extinta, culminando na possibilidade do acesso direito do indivíduo à Corte

Européia. Alguns autores posicionam-se no mesmo sentido do que está contido no regimento da

Comissão Interamericana, ou seja, de forma desfavorável à dotação de uma capacidade processual

internacional ao indivíduo com seu acesso direto aos tribunais. Isto porque, para tanto, seria

necessário reconhecê-lo como sujeito de direito internacional, prerrogativa por excelência dos

Estados. No entanto, em análise aos casos submetidos às Cortes Européia e Interamericana,

verificou-se que o número de casos submetidos àquela é muito superior ao número de casos levados

a esta16. Pelos resultados obtidos, restou claro que o sistema europeu encontra-se num estágio mais

avançado de desenvolvimento em relação ao sistema interamericano, vez que por preocupações de

eficácia, extinguiu-se a Comissão originariamente estatuída, passando-se a admitir o acesso direto

do indivíduo à Corte Européia. Esta mudança resultou na apreciação de um número maior de casos

pela mencionada Corte e por uma tramitação mais rápida de tais casos. Assim, fazendo-se uma

análise comparativa entre a sistemática de petições individuais entre o do sistema europeu e o

americano, pode-se dizer que, a eficácia deste é bastante reduzida em relação àquele no que se

refere aos dois aspectos aventados. A eficácia reduzida do sistema interamericano poderia ser

resolvida com a mudança na sistemática de petições individuais no interior do sistema

interamericano tomando o sistema europeu como modelo. Do acesso direito do indivíduo à Corte

Interamericana dependem decisões mais justas, na medida em que uma denúncia impetrada por

pessoas comuns é mais neutra, menos exposta a influências políticas e menos obstaculizada pela

intermediação da Comissão. Entende Flávia Piovesan (2006) que,

16 Faz-se necessário apresentar alguns dados estatísticos mais recentes sobre os casos submetidos à Corte Européia: após a entrada em vigor do protocolo 11 à Convenção Européia falam por si só: na vigência do protocolo 11, no ano 1999, a Corte registrou 8.402 petições e no primeiro semestre de 2000 o total foi de 4.882. (TRINDADE, Antônio Augusto Cançado. Direitos humanos: personalidade e capacidade jurídica internacional do indivíduo. In: BRANT, Leonardo Nemer Caldeira (Coord.) O Brasil e os novos desafios do direito internacional. Rio de Janeiro: Forense, 2004, 199-263, p. 245)

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 73

se, de um lado, faz-se necessária a justicialização dos direitos humanos, por outro é emergencial

ampliar a capacidade processual do indivíduo no sistema internacional, mediante sua

democratização. Isto é a afirmação de instâncias jurisdicionais de proteção internacional dos

direitos humanos deve ser conjugada com a consolidação do indivíduo como verdadeiro sujeito de

direito no campo internacional. Há que fortalecer o acesso à justiça internacional. (PIOVESAN,

2006, p. 58)

Com isto, na medida em que a acepção mais moderna de acesso à justiça é entendê-lo em seu

sentido material e não meramente formal, no sentido de que não basta somente, portanto, se ter o

direito ao acesso indireto a alguma corte, mas sim e principalmente, se ter uma efetividade e

eficácia na prestação jurisdicional, conclui-se que o pleno acesso à justiça apenas se dará com o

acesso direto do indivíduo às cortes internacionais, referindo-se este estudo em particular à Corte

Interamericana de Direitos Humanos.

REFERÊNCIAS

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Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 74

Sites: CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. http://www.corteidh.or.cr. CORTE EUROPÉIA DE DIREITOS HUMANOS. http://www.echr.coe.int/echr/. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). http://www.onu-brasil.org.br/.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 75

PÓS-POSITIVISMO JURÍDICO E DIREITOS HUMANOS

1. Alessandro Martins Prado; 2. Ângela Aparecida da Cruz Duran; 3. Claudia Karina Ladeia Batista; 4. Mario Lúcio Garcez Calil; 5. Isael José Santana; 6. Raquel Rosan Chritino Gitahy; 7. Izolda M. C. Baldo e G. Resende 1. UEMS – FAMA - [email protected]; 2. UEMS; 3. UEMS; 4. UEMS/FAMA/FIPAR; 5. UEMS; 6. UNOESTE/UEMS; 7. UEMS/FAMA.

Palavras-chave: pós-positivismo; direitos humanos; processo;

Ao longo da história da humanidade foi possível identificar um período em que o Estado, de

cunho ideológico-político liberal, se posicionou de forma privatista em razão de reivindicações,

principalmente da classe burguesa e de nobres, como forma de garantir alguns direitos

fundamentais, tais como a propriedade, direitos adquiridos e a liberdade. Sob essa égide privatista, o

Estado assumiu caráter positivista e legalista, o que prevaleceu até a metade do século XX.

Esse ambiente positivista, em que o direito tentou se aproximar das ciências exatas,

provocou o distanciamento entre a ciência jurídica e os valores ético-morais com conseqüências

nefastas para a humanidade. Com os acontecimentos da II Guerra Mundial, a hecatombe nazista, os

resultados do regime fascista na Itália e as tragédias provocadas pelas ditaduras militares, em

especial as da América Latina, ações sempre “legitimadas” pelo positivismo estanque, houve,

principalmente a partir da segunda metade do Século XX a reaproximação entre o direito e os

valores morais, o que provocou a quebra de paradigmas políticos, filosóficos, jurídicos, culturais e

até mesmo religiosos, assumindo o Estado uma ordem publicística, desencadeando o

neoconstitucionalismo, movimento que influenciou fortemente todos os ramos do direito, agora

constitucionalizados.

Neste sentido, leciona Bonavides (2001, p.219):

Com efeito, o Estado de Direito é o Estado de Justiça. Não é meramente um sistema de leis, porque

as leis, segundo a doutíssima lição de Juarez Freitas, podem ser injustas. Podem ser por igual

severas demais, dacronianas, tirânicas, cruéis. Leis que não libertam mas oprimem, como nas

ditaduras. O arbítrio pode corromper e degradar o Estado das Leis e o Estado das Constituições,

mas nunca o Estado Justo, feito precisamente do respeito a lei e à Constituição, à legalidade e a

constitucionalidade.

O Direito é Justo porque é legítimo; só a lei pode ser injusta porque nem sempre é legítima

(grifo nosso).

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 76

Todas essas mudanças de paradigmas provocaram uma revolução na ciência jurídica que

ainda está em andamento, sendo possível encontrar vários trabalhos discorrendo sobre o assunto, e

inúmeros autores tentando estabelecer uma uniformização quanto a nova hermenêutica

constitucional que nasceu do movimento denominado pós-positivismo jurídico.

O objetivo geral deste trabalho foi pesquisar a evolução dos direitos humanos, tendo como

corte epistemológico a Magna Charta Libertatum, no Século XIII, e consequentemente a lenta

evolução e positivação dos direitos humanos que ocorreu desde então. Outrossim, a positivação dos

direitos humanos foi realizada através de Cartas Constitucionais elencando direitos considerados

fundamentais e provocando a constitucionalização de todos os ramos do direito, a partir da segunda

metade do Século XX concebendo o movimento denominado neoconstitucionalismo.

A discussão se apresenta de forma muito oportuna, já que o movimento denominado pós-

positivismo jurídico ou neoconstitucionalismo provocou a reaproximação do Direito a valores ético-

morais, resgatando os direitos humanos e revolucionando a forma de interpretação do direito, onde

a técnica da subsunção perdeu espaço para as técnicas da ponderação e argumentação jurídica.

O trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisas bibliográficas, doutrinas, artigos e

periódicos científicos, publicados em meio convencional e ou mídia eletrônica, sendo utilizados os

métodos histórico e dedutivo na consecução do trabalho.

As discussões giraram sempre em torno da aceitação e compreensão necessária dos

operadores do direito quanto as mudanças provocadas pelo movimento neoconstitucionalista, bem

como, a visível perplexidade que se verifica no meio acadêmico quanto aos resultados provocados

por um movimento que ainda não completou sequer um século de existência.

Outrossim, destaca Barroso (2009, p. 380) que “[...] Sob a Constituição de 1988, o direito

constitucional passou da desimportância ao apogeu em menos de uma geração [...]”.

Foi possível concluir que os efeitos do movimento denominado pós-positivismo jurídico,

apesar de ser considerado jovem, já que não tem sequer um século de existência, já provou

profundas mudanças no meio jurídico, propiciando efetiva reaproximação entre ética e direito com

visível transformação inclusive social, já que hoje o juiz poderá até mesmo, afastar o direito, aplicar

um princípio e fazer efetiva justiça, enquanto que no positivismo jurídico o juiz, amarrado a lei,

nem sempre conseguia promover a justiça.

REFERÊNCIAS

ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Tradução Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros Editores, 2008, p 47). ______. Constitucionalismo discursivo. Tradução Luis Afonso Heck. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007, p. 17. BARROSO, Luís Roberto; BARCELLOS, Ana Paula de. A nova interpretação constitucional: ponderação, argumentação e papel dos princípios. In: LEITE, George Salomão (coord.). Dos

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 77

princípios constitucionais: considerações em torno das normas principiológicas da Constituição. São Paulo: Método, 2008, p. 204. BOBBIO, Noberto. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. 70. BONAVIDES, Paulo. Do estado liberal ao estado social. 8. ed. São Paulo: Malheiros, 2007. ______. A Democracia participativa e a crise do regime representativo no Brasil. In: FACHIN, Zulmar (coord.). 20 anos da Constituição Cidadã. São Paulo: Método, 2008, p. 219. CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e teoria da constituição. 7. ed. Coimbra: Edições Almeida, 2003, p. 1226 . CAPPELLETTI, Mauro. Juízes Legisladores? Tradução de Carlos Alberto Alvaro de Oliveria. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1999, p. 67. CARBONELL, Miguel. Neoconstitucionalismo: elementos para una definición. In: MOREIRA, Eduardo Ribeiro; PUGLIESI, Marcio (coord). 20 anos da constituição brasileira. São Paulo: Saraiva, 2009. COMANDUCCI, Paolo. Modelos i interpretación de la constitución. In CARBONELL, Miguel (editor). Teoría del neoconstitucionalismo: ensayos escogidos. Madrid: Trotta, 2007, p. 44. CRUZ, Luis M. Estudios sobre el neoconstitucionalismo. México: Porrúa, 2006. DIMOULIS, Dimitri; MARTINS, Leonardo. Teoria geral dos direitos fundamentais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, p. 113. DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. Tradução de Jefferson Luiz Camargo. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007, p. 304. GUERRA FILHO, Willis Santiago. Teoria processual da Constituição. São Paulo: RCS Editora, 2007, p. 94. ______. Autopoiese do direito na sociedade pós-moderna. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1997, p. 16. HABERLE, Peter. Hermenêutica constitucional: a sociedade aberta dos intérpretes da constituição: contribuição para a interpretação pluralista e “procedimental” da constituição. Tradução Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 2002, p. 15. HESSE, Konrad. A força normativa da constituição. Tradução Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1991, p. 19. KELSEN, Hans. Jurisdição constitucional. Introdução e revisão técnica de Sérgio Sérvulo da Cunha. São Paulo: Malheiros, 2003, p. 54. MONTESQUIEU, Charles de Secondat. O espírito das leis. Tradução Pedro Vieira Mota. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1994. MOREIRA, Eduardo Ribeiro. Do positivismo ao neoconstitucionalismo. In: MOREIRA, Eduardo Ribeiro; PUGLIESI, Marcio (coord). 20 anos da constituição brasileira. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 444. NEDEL, Antonio. Uma tópica jurídica: clareira para a emergência do direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006, p. L. SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 9. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007, p. 87.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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RESUMOS SIMPLES

ALVES, MÁRCIA OLIVEIRA ....................................................................................................................... 83

ALVES, MÁRCIA OLIVEIRA ....................................................................................................................... 84

LOPES, CLÁUDIO RIBEIRO ...................................................................................................................... 79

LOPES, CLÁUDIO RIBEIRO ...................................................................................................................... 80

LOPES, CLÁUDIO RIBEIRO ...................................................................................................................... 81

LOPES, CLÁUDIO RIBEIRO ...................................................................................................................... 82

SANTOS, NILCIMARA DOS ....................................................................................................................... 83

SANTOS, NILCIMARA DOS ....................................................................................................................... 84

WIEZEL MENEZES, CLAUDIA ARIANE .................................................................................................... 82

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTECIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DIREITO

A TUTELA JURÍDICO-PENAL DO AMBIENTE: DO MERECIMENTO E DA NECESSIDADE DE PENA NOS

DELITOS AMBIENTAIS

LOPES, CLÁUDIO RIBEIRO (Docente - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL -

UFMS)

A pesquisa investigou o binômio MERECIMENTO e NECESSIDADE de pena e as consequências de suaaplicação aos delitos ambientais, dando-se especial ênfase à categoria dogmática da culpabilidade. Foi feito umcontraponto entre duas perspectivas, a normativista e a ontologista (moderada ou radical) e as suas respectivasconsequências para as teorias do delito e da pena, tendo como norte o paradigma de um Estado de direitodemocrático e social. Procedeu-se à análise do merecimento e da necessidade de pena nos delitos ambientais, alocando-os em cada uma das categorias dogmáticas competentes, isto é, da culpabilidade e da punibilidade. Apartir da análise dos textos doutrinários foi possível estabelecer a contraposição entre as ideias normativistas e as de cunho essencialmente finalista, de forma a se extrair uma síntese conclusiva. Identificou-se que as premissas normativistas podem acarretar um nível bastante considerável de insegurança jurídica por nãoapresentarem nenhum limite em suas consequências, desprezando toda a evolução das teorias do delito e dapena. As bases normativistas não utilizam a culpabilidade como fundamento da pena, e, por outro lado, trazempara o interior dessa categoria dogmática elementos estranhos e que não traduzem um mínimo de segurança cognitiva - os fins da pena e as razões de política criminal -, ao contrário das premissas ontologistas. Identificou-se, desde uma perspectiva ontológica, que o merecimento de pena deve estar relacionado à culpabilidade, istoé, à censura que uma pessoa deve receber pela prática de um crime ambiental, enquanto que a necessidade depena deve estar atrelada às razões de política criminal e aos fins da pena, dentro da categoria dogmática dapunibilidade, a fim de se preservar um mínimo ético-social de segurança jurídica e o respeito à condição dadignidade humana.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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ENAPI 2009 COMUNICAÇÃO ORAL

UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTECIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DIREITO

A LEGITIMAÇÃO DO DIREITO PENAL A PARTIR DE DETERMINADOS FINS E FUNÇÕES DA PENA:

ALGUNS ASPECTOS DAS PROPOSTAS NORMATIVISTAS DE ROXIN E JAKOBS.

LOPES, CLÁUDIO RIBEIRO (Docente - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL -

UFMS)

Em fins da década de 60, do Século XX, surgiram duas propostas/tentativas de fundar o Direito Penal a partir de determinados fins que referido sistema de controle social poderia perseguir: o normativismo moderado, de Claus Roxin e o normativismo radical, de Günther Jakobs. Essas duas propostas tem encontrado grande aceitação no mundo acadêmico e no Direito legislado, como um todo, principalmente na última década. Assim, muito embora a legislação penal brasileira ainda não contemple qualquer dessas propostas, é importante estudá-las, até para estabelecer quais são seus pontos positivos - se é que existem - e os negativos. Investiga-se a possibilidade de fundar todo um subsistema de Direito (Penal) exclusivamente a partir de determinados fins propostos pelo legislador. A confrontação das propostas normativistas com o conceito de dignidade humana deve revelar ser possível ou não estabelecer, com um nível considerável de segurança jurídica, esse sistema de controle social formal. Se se ignora ou despreza a vinculação do legislador à natureza das coisas, à realidade do mundo do ser, como evitar artificialismos? Essa pergunta e outras mais não tem sido respondidas de forma satisfatória pelos autores adeptos do funcionalismo. Nessa perspectiva, parece de todo recomendável que não se adote qualquer proposta normativista, pois nenhuma delas tem condições de trazer um limite razoável ao legislador, tornando o sistema excessivamente autoreferente e desprovido de qualquer base que o torne legítimo ético-socialmente, ou, melhor dizendo, fazendo com que o sistema jurídico-penal respeite a essência da condição da dignidade humana.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTECIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DIREITO

A POSTURA DA DOUTRINA JURÍDICO-PENAL BRASILEIRA SOBRE OS FINS DA PENA

LOPES, CLÁUDIO RIBEIRO (Docente - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL -

UFMS)

Buscou-se identificar os vários matizes da doutrina brasileira sobre os fins da pena e a vinculação de autoresnacionais em relação às Escolas Penais, dando-se ênfase à tutela jurídico-penal de bens jurídicos individuais e supraindividuais. Procedeu-se à análise da influência das Escolas Penais sobre as teorias que tratam dos fins dapena. Utilizaram-se vários textos de doutrina, contemporâneos a cada uma das Escolas Penais com vistas a identificar a respectiva influência de cada Escola sobre os autores nacionais. Os posicionamentos foramcontrapostos por meio do método lógico-dedutivo, utilizando-se como parâmetro diferencial o modelo de Estado de direito democrático e social e uma visão humanista - relativamente antropocêntrica - de mundo. Generalizadamente, identificou-se que a doutrina brasileira tem aceito os três principais grupos teóricos quetratam dos fins da pena: teorias absolutas, relativas e ecléticas. A vinculação de muitos dos autores nacionais não se dá de forma muito clara, muita vez, deixando à margem qualquer fundamentação ou justificativa de seusposicionamentos. Identificou-se certa predominância dos autores brasileiros pelas teorias ecléticas (unitárias), principalmente a partir da Reforma Penal de 1984. Sobressai, no entanto, o posicionamento neoretributivista,que utiliza a ideia da retribuição como fim da pena, relativizado por critérios de prevenção geral e especial,positivos, como forma de se buscar a exemplaridade e pacificação social e a ressocialização do delinquente.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTECIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DIREITO

PERSPECTIVAS CONTEMPORÂNEAS DO DIREITO PENAL: TEORIAS DO DELITO E DA PENA

LOPES, CLÁUDIO RIBEIRO (Docente - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL -

UFMS)

WIEZEL MENEZES, CLAUDIA ARIANE (Discente de curso de graduação - UNOESTE)

O problema da legitimação do subsistema jurídico-penal se tornou uma das maiores questões na Ciência Penalcontemporânea. Dois grandes grupos teóricos se enfrentam: o finalismo e o normativismo. O primeiro pretendefundar o subsistema de Direito Penal a partir de sólidas bases extraídas pela ciência do mundo real, enquanto que o segundo grupo pretende estabelecer as suas bases exclusivamente a partir da norma. A análise dessasduas perspectivas contemporâneas contribui para a definição de um modelo de tutela de bens jurídicos maisadequado a um regime democrático ou não. É necessário proceder à investigação doutrinária sobre os fins dapena e sua possível relação com a legitimação do subsistema de Direito Penal. A partir da pesquisa dosprincipais autores dos dois grupos teóricos apontados se confrontará a noção humanista e de respeito à dignidade humana com as bases finalista e normativista para tentar concluir qual dos modelos serve melhor aoser humano. Em princípio, a premissa finalista, que pretende fundar o subsistema de Direito Penal a partir deestruturas lógico-objetivas, apreendidas da natureza das coisas pelo Direito, se revela como um limite maisestreito ao legislador em sua tarefa de criminalizar comportamentos humanos, e, dessa forma, garantir adignidade do ser humano. A proposta contemporânea normativista tende a funcionalizar o Direito, por partir de elementos exclusivamente pertencentes ao universo do Direito, conferindo excessiva margem de liberdade aolegislador, que não fica condicionado à realidade do mundo do ser. O Direito Penal contemporâneo deve ser limitado se se pretende que ele possa realmente cumprir sua função de proteger bens jurídicos relevantes para oser humano. Nesse sentido, a proposta finalista tem melhores condições de realizar essa tarefa, uma vez queparte da natureza das coisas e evita artificialismos inúteis, geralmente encontrados nas propostas normativistas.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTECIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DIREITO

O NOVO PERFIL DAS EMPRESAS

ALVES, MÁRCIA OLIVEIRA (Discente de programa de Pós-Graduação - UNIVERSIDADE DE MARÍLIA -

UNIMAR)

SANTOS, NILCIMARA DOS (Discente de programa de Pós-Graduação - UNIVERSIDADE DE MARÍLIA -

UNIMAR)

O conceito contemporâneo de empresa vem sendo disciplinado pelo valor jurídico, tanto quanto, pelo valor econômico. Essa nova modalidade empresarial tem ênfase na forma solidária e/ou pela responsabilidade socialda empresa. As concepções tradicionais estavam voltadas para a empresa como organização econômica, com objetivos apenas para o lucro. Sabe-se que o perfil funcional guardava a dimensão da atividade empresarialdesenvolvida apenas e exclusivamente com fins lucrativos. . Estudar e analisar os valores sociais do trabalho e operfil da empresa, para melhor compreender as relações de trabalho. . Houve o emprego do método indutivo,com o estudo bibliográfico. . Esse perfil compreende a empresa em sua dimensão social e jurídica, sem deixarde ser uma organização econômica. A busca pelo livre mercado, somado aos interesses sociais são elementos tensionadores de um padrão moral empresarial. Nesse novo perfil de empresa, o principal capital são seusrecursos humanos. A exigência agora não poderá ser somente por produtos com qualidade, mas eminentementede razão ético-moral. Assim, acredita-se que cabe a empresa o papel de promotora de valores éticos para odesenvolvimento social. Nessa nova perspectiva da empresa, o empresário deve ser impelido pela motivação deservir à sociedade, antes de somente a de aumentar seus lucros. Alguns autores entendem que se busca considerar as questões éticas como um imperativo da própria atividade econômica. Nesse momento deeconomia globalizada o maior desafio das empresas consiste em estar atentas às alterações sociais a fim de seapresentarem mais sólidas, com apresentação de produtos de qualidade e que tragam benefícios não somenteaos empresários, mas também aos seus funcionários e familiares, ao meio ambiente, a todos os parceiros quedireta ou indiretamente auxiliam no crescimento da empresa, e fundamentalmente à sociedade. Não se podepermanecer com a idéia de que o colaborador deve ser considerado como objeto ou uma peça descartável noprocesso produtivo. Ele deve ser considerado como ser humano fundamental e deve ser tratado com ética e dignidade. Diante do exposto conclui-se que a atividade empresarial, a característica do empresário e o exercícioda atividade empresarial conduzem à releitura do perfil das empresas. Não se pode permanecer com a idéia deque o colaborador deve ser considerado como objeto ou uma peça descartável no processo produtivo. Ele deveser considerado como ser humano fundamental e deve ser tratado com ética e dignidade. Diante do expostoconclui-se que a atividade empresarial, a característica do empresário e o exercício da atividade empresarial conduzem à releitura do perfil das empresas.

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 84

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UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNOESTECIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DIREITO

O CONCEITO DE EMPRESA EM TEMPOS REMOTOS CONFRONTADO COM A NOVA REALIDADE

SANTOS, NILCIMARA DOS (Discente de programa de Pós-Graduação - UNIVERSIDADE DE MARÍLIA -

UNIMAR)

ALVES, MÁRCIA OLIVEIRA (Discente de programa de Pós-Graduação - UNIVERSIDADE DE MARÍLIA -

UNIMAR)

A sociedade moderna vive um momento de grandes transformações sociais, o que antes fora conceituado comoindividual agora ganha novo viés, devendo ser visto pela ótica do bem estar social de toda uma sociedade. Oconceito de empresa foi construído na base dos direitos individuais do Estado Liberal, onde o instituto da propriedade era tido como direito exclusivo de seu proprietário, no entanto com o passar dos anos diante daevolução do pensamento jurídico na pós-modernidade, surge após a concepção individualista a ascensão dastutelas coletivas. Tal concepção foi adotada pela Constituição Federal de 1988 em seu art. 170, que restoudeterminado que toda propriedade deve cumprir com a sua função social, inclusive as empresas. . Confrontar oconceito jurídico tradicionai e moderno da empresa no Brasil. . Foi utilizado nesta pesquisa o método indutivo eexploração bibliográfica. A partir da Constituição Federal de 1988, principalmente, em seu art. 170, determinadoque toda propriedade deve cumprir com a sua função social, inclusive as empresas. No entanto, mesmo havendo proteção aos princípios da Livre Iniciativa e da Livre Concorrência, o empresário dos dias atuais nãodeve ter o seu empreendimento visando apenas o lucro, pois tais idéias estão há tempos ultrapassadas.Atualmente se espera que os empresários ao explorar a atividade econômica, optem por uma visãoempreendorista avançada, que possuem acima de tudo responsabilidade social, que estejam atentos para asnecessidades de seus empregados e da sociedade em que esteja inserida. A empresa deste período deve explorar a atividade econômica de forma justa e sustentável, respeitando o meio ambiente para que os seusrecursos naturais não sejam extintos, deve-se levar em consideração o meio ambiente de trabalho que estaráproporcionando aos seus funcionários, para que o ser humano veja elevado o princípio da Dignidade da pessoahumana. . Diante do exposto, conclui-se que a empresa atuante nesta nova realidade estará desenvolvendosuas funções econômicas em conjunto com os interesses sociais, pois é consciente da importância do seu papel para uma sociedade em pleno desenvolvimento. .

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 85

RESUMOS DE PROJETOS

ALVES, MÁRCIA OLIVEIRA................................................................................................................... 91

BUZETTI EUSTACHIO BEZERRO, EDUARDO .................................................................................... 88

BUZETTI EUSTACHIO BEZERRO, EDUARDO .................................................................................... 89

COGO, RODRIGO.................................................................................................................................. 86

COGO, RODRIGO.................................................................................................................................. 90

GITAHY, RAQUEL ROSAN CHRISTINO ............................................................................................... 87

NEUMANN, MARCOS APOLLONI......................................................................................................... 91

OLIVEIRA, LOURIVAL JOSÉ DE ........................................................................................................... 91

PANTONI, ROBERTA ALESSANDRA ................................................................................................... 92

RODRIGUES LAURIANO, TAMARA...................................................................................................... 93

SANTOS, NILCIMARA DOS................................................................................................................... 91

Colloquium Humanarum, vol. 5, n. Especial, 2009

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DIREITO

POLÍTICAS PÚBLICAS DE PROTEÇÃO À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR NO

BRASIL: EM BUSCA DA CIDADANIA

COGO, RODRIGO (Docente - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL - UEMS) O presente projeto de pesquisa está sendo desenvolvido com o escopo de realizar um levantamento bibliográfico acerca das políticas públicas já empreendidas no país no que tange ao combate e/ou a erradicaçãoda violência doméstica e familiar contra as mulheres, fornecendo ao seu término dados teóricos que possamsubsidiar o entendimento da latente dificuldade em se colocar em prática os mandamentos contidos nalegislação em vigência hodiernamente no Brasil, para que em um momento posterior se possa divulgar de ummodo mais eficaz as medidas de proteção às mulheres contra atos violentos dentro de seus lares e/ou quando vivem um relacionamento com o intuito familiar. No que tange à proteção da mulher no ambiente doméstico efamiliar, embora o país seja signatário da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e deoutros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil e tenha em sua ConstituiçãoFederal, art. 226, § 8º, a previsão da proteção à família contra atos de violência, o tema em tela só recebeuproteção especial com a Lei “Maria da Penha”. Em decorrência disto, o presente trabalho agrega em si umarelevância ímpar, pois se preocupa com a apuração da efetivação ou não dos mandamentos protetivos contidos nos mais diversos diplomas legais existentes ao longo da história brasileira, desaguando na Lei 11.340/2006 (LeiMaria da Penha) que busca privilegiar a dignidade da mulher, enquanto sujeito de direitos, oferecendo de umlado a proteção jurídica e de outro a valorização pessoal deste gênero tão denegrido através da história.Realizar um levantamento de dados estatísticos em órgãos oficiais,para atestar a eficácia ou ineficácia dasmedidas de proteção à mulher em situação de violência doméstica e familiar no Brasil ao longo dos anos;Verificar o posicionamento da doutrina acerca da (in) eficácia das medidas de proteção previstas na Lei11.340/2006; Observar o atual quadro apresentado no que tange às políticas públicas de prevenção, combate e erradicação de toda e qualquer forma de violência doméstica e familiar contra a mulher; Avaliar as políticaspúblicas já praticadas ou em fase de aplicação no intuito de vislumbrar novas perspectivas de fomento à redeintegrada de atendimento à mulher em situação de risco; Implementar mecanismos de divulgação dos direitos damulher em situação de violência doméstica e familiar, no intuito de incentivar novas denúncias, diminuindo oscasos de agressão; Elaborar artigo científico que contemple em seu corpo os dados teóricos e estatísticos acumulados pela pesquisa realizada. O estudo será desenvolvido conjuntamente com discentes da IES do autor,seguindo o método dedutivo, desenvolvendo sua linha de raciocínio com fulcro na análise dos diplomas legais e doutrinas brasileiras que já disciplinaram de alguma forma o tema em tela, desaguando na atual legislação.

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DIREITO

O PROCESSO DE PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NO ENSINO JURÍDICO: A VISÃO DOS DISCENTES

DA GRADUAÇÃO EM DIREITO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MATO GROSSO DO SUL- UEMS

GITAHY, RAQUEL ROSAN CHRISTINO (Docente - UNOESTE) O presente projeto vem mostrar a importância de um ensino jurídico progressista, reflexivo que considere a emergente necessidade da produção do conhecimento. Em vista disso, este projeto tem como objetivo geral:entender a realidade da indissociabilidade ensino-pesquisa para a construção do saber jurídico e como objetivos específicos: investigar as representações dos alunos a respeito da pesquisa como forma de produçãode conhecimento e da disciplina de Metodologia da pesquisa no curso de Direito ; verificar as diferençasexistentes entre um ensino jurídico liberal e progressista; discutir o impacto da pesquisa na reconstrução deconceitos jurídicos considerando a realidade atual. Considerando os objetivos, a pesquisa será desenvolvida emvárias fases. Uma primeira de caráter exploratório, apoiando-se em revisão de trabalhos científicos e periódicos objetivando sistematizar os dados de pesquisas existentes. Em um segundo momento serão aplicadosquestionários aos alunos do segundo ano da graduação em Direito da Universidade Estadual do Mato Grosso doSul (campus de Paranaíba). Para a análise dos dados utilizaremos o software SPSS. E, finalmente em umaterceira etapa buscaremos discutir os dados encontrados apontando propostas a fim de aproximar cada vezmais o ensino jurídico de uma pedagogia progressista que tem um aluno, construtor do conhecimento.

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DA POSSIBILIDADE DA APLICAÇÃO DOS INSTITUTOS DESPENALIZADORES AOS DELITOS

PERPETRADOS CONTRA O IDOSO

BUZETTI EUSTACHIO BEZERRO, EDUARDO (Discente de curso de graduação - UNOESTE) Cumprindo o mandamento constitucional preceituado no artigo 98, inciso I, da Constituição da República de1988, a Lei nº 9.099/95 inovou o ordenamento jurídico pátrio, introduzindo um novo modelo de Justiça Criminal,quebrando a inflexibilidade do princípio da obrigatoriedade da ação penal, no âmbito da incidência dos JuizadosEspeciais Criminais, dando azo ao denominado espaço de consenso. Com isso o órgão do Ministério Público conquistou maior flexibilidade em sua atuação, à luz de critérios fulcrados na conveniência e oportunidade,estabelecendo metas de política criminal, bem como criando estratégias de solução de conflitos, emconsonância com a perspectiva funcional e social do direito penal. Com efeito, a Lei nº 9.099/95 disciplinou trêsmedidas despenalizadoras, entendidas como medidas de ordem penal ou processual alternativas, que objetivamevitar à privação da liberdade individual, por meio da utilização do cárcere. São elas: a composição civil dosdanos, transação penal e suspensão condicional do processo. No entanto, considerando o aumento da práticade crimes contra idosos no Brasil, o legislador infraconstitucional instituiu o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/03), objetivando atribuir uma adequada atuação do Direito Penal no trato dos bens jurídicos inerentes aos idosos,estabelecendo uma tipologia criminal apropriada e prevendo sanções hábeis a extirpar todas as formas deviolência perpetradas contra esta parcela da população nacional. Nesta senda, a pertinência temática dopresente estudo científico justifica-se na necessidade de se desenvolver uma análise acerca da efetividade danovel legislação, sobretudo, na possibilidade da aplicação dos institutos despenalizadores estatuídos na Lei nº 9.099/95. Desse modo, partindo da premissa alhures exposta, poder-se-á evidenciar ou refutar a eventual falibilidade do princípio da proteção integral do idoso, ante a probabilidade de o Estatuto do Idoso estar em oposição aos reais interesses dos idosos, privilegiando o agente ativo dos delitos perpetrados contra estes, hajavista a possibilidade da aplicação das benesses despenalizadoras previstas na Lei nº 9.099/95. Os objetivosespecíficos da presente pesquisa serão: a) sopesar a introdução do novo modelo de Justiça Criminal a partir daanálise da Constituição Federal de 1988, notadamente, do disposto no artigo 98, inciso I; b) delinear o que sedeve entender por medidas despenalizadoras e suas consequências jurídicas; c) desenvolver considerações sobre o papel do Ministério Público em sede dos Juizados Especiais Criminais; d) abordar a situação doofendido no procedimento sumaríssimo quando da formulação da proposta das medidas alternativasdespenalizadoras; e) analisar os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais acerca da temática abordada. Noque pertine à metodologia a ser utilizada, trata-se de um estudo fundamentado em levantamento bibliográfico ejurisprudencial, que se desenvolverá a partir do método hipotético-dedutivo.

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A DELIMITAÇÃO CONCEITUAL DE INFRAÇÃO PENAL DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO À LUZ DAS

DISPOSIÇÕES CONTIDAS NAS LEIS 9.099/95, 10.251/01, 10.741/03 E 11.340/06

BUZETTI EUSTACHIO BEZERRO, EDUARDO (Discente de curso de graduação - UNOESTE) A população mundial enfrenta hodiernamente profunda modificação no seu perfil demográfico, devido aosavanços tecnológicos da medicina, fato que é facilmente vislumbrado também no Brasil, um país perfilhado aosistema constitucional do Estado Democrático de Direito. Nosso país que no passado era constituído em suamaioria por jovens, hoje ao revés, possui uma população eminentemente idosa. Ocorre que, face o elevado índice de crimes praticados contra esta parcela da população brasileira, o trato da tutela penal do idoso noordenamento jurídico pátrio ganhou novos contornos com o advento do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/03), um diploma que revelou sua finalidade precípua em proporcionar uma atuação do Direito Penal que melhor se ajusteà natureza dos bens jurídicos inerentes aos idosos, mediante a criação de uma tipologia criminal adequada e deuma sanção concreta e eficaz que erradique todas as formas de violência perpetradas contra a população idosanacional. Com efeito, a pertinência do presente estudo científico embasa-se na necessidade de se desenvolver uma análise acerca da efetividade da novel legislação, sobretudo, na relação evidenciada pelo confronto do conceito de infração de menor potencial ofensivo, a guisa das disposições contidas nas Leis nº 9.099/95,10.251/01, 10.741/03 e 11.340/06. Desse modo, poder-se-á demonstrar a eventual falibilidade do princípio da proteção integral do idoso, tendo em vista a possibilidade de o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/03) estar nacontramão de direção, privilegiando o sujeito ativo do delito perpetrado contra o idoso, em detrimento dos reaisinteresses destes, na preservação dos basilares bens jurídicos, como a vida, liberdade e integridade (física,psíquica, moral e patrimonial). Os objetivos específicos da presente pesquisa serão: a) verificar a situação dasinfrações penais de pequeno potencial ofensivo sob a ótica da Constituição Federal de 1988; b) analisar a primária definição de infração de menor ofensividade à luz da Lei nº 9.099/95; c) desenvolver consideraçõessobre as seguidas modificações do conceito de infração penal de menor ofensividade pelas Leis nº 10.251/01 e11.313/06; d) sopesar sobre a ampliação da definição de infração penal de menor potencial ofensivo pelaredação trazida pelo Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/03, artigo 94); e) abordar sinteticamente a hipótese decrime praticado contra mulher idosa, face à regra estabelecida pela Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha). Notocante à metodologia científica a ser utilizada, trata-se de uma pesquisa fundamentada em levantamentobibliográfico e jurisprudencial, partindo-se do método hipotético-dedutivo.

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ASPECTOS INOVADORES DO NOVO CRIME DE ESTUPRO PRATICADO CONTRA VÍTIMAS MENORES DE

CATORZE ANOS E SUA REPERCUSSÃO SOCIAL.

COGO, RODRIGO (Docente - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL - UEMS) A proteção estatal, oferecida pelo Direito Penal, às crianças e adolescentes no que tange à liberdade sexual nãoé nova. Desde o nascimento do instituto da presunção de violência, dá-se tratamento diferenciado às ações de cunho libidinoso envolvendo sujeitos que se enquadrem na tenra idade inferior aos catorze anos. Neste sentido,inúmeros projetos de alteração legislativa já tramitaram pelo Congresso Nacional buscando mudanças nassanções penais aplicáveis aos autores de crimes sexuais. A repulsa social causada pela prática de atos sexuaiscom menores de catorze anos, e a aparente frouxidão das sanções penais existentes foram dois dos motivosque levaram nossos legisladores à elaboração da Lei n.º 12.015 de 07 de agosto de 2009, que conforme se vê, érecente e traz dentre inúmeras inovações, a inédita figura do estupro de vulnerável, que já se tornou o cerne dediscussões, seja na esfera jurídica, seja no seio social, dada a severidade com que trata o autor de conduta de natureza libidinosa praticada com menores de catorze anos. Justifica-se o presente trabalho, pelo debate institucional e pela análise doutrinária que se pretende instaurar acerca de tema tão novo e ao mesmo tempo denatureza tão intrigante para os estudantes das ciências jurídicas, bem como à toda a sociedade brasileira, que jáquestiona a aplicabilidade restrita ou irrestrita do dispositivo criminal em comento. . Os objetivos deste trabalhosão oferecer argumentos científicos no sentido de sedimentar o entendimento legislativo trazido pela nova lei noque se refere ao estupro de vulnerável, bem como fomentar o estudo individualizado dos possíveis casos deexceção que já começam a ser diagnosticados pela sociedade hodierna, que através do entendimento das especificidades culturais e familiares passa a pré-julgar como (in) justa a punição estatal com base no novocrime. Ainda nesta seara, pretende-se a elaboração de artigo científico que contribua para o debate, apontandopossíveis soluções no sentido de se garantir a (in) aplicabilidade do artigo de lei causador da celeumadoutrinária. . A pesquisa, já em sua fase inicial, está sendo guiada pelo estudo da vasta bibliografia quecontempla o crime de estupro contra menores de catorze anos no Brasil, realizando uma análise comparativaentre o instituto que o Código Penal pátrio trazia, com a especialidade da presunção de violência, do agorarevogado artigo 224, a, e os novos pareceres dos estudiosos da área, que já abordam o novel dispositivo. Neste sentido, no intuito de ofertar caráter científico à pesquisa, pautaremos seus resultados na análise dos casosconcretos, buscando, via da jurisprudência que será formada a partir deste novo momento histórico-legislativo nos Tribunais do país, dados estatísticos que contribuam de forma decisiva no entendimento do dispositivo penalem comento, subsidiando, quiçá, a melhor forma de se interpretar e aplicar o artigo de lei em discussão, evitandoantinomias e distorções legais. .

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A IMPORTANCIA DO AMBIENTE DE TRABALHO NO DESEMPENHO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL

OLIVEIRA, LOURIVAL JOSÉ DE (Docente - UNIVERSIDADE DE MARÍLIA - UNIMAR) SANTOS, NILCIMARA DOS (Discente de programa de Pós-Graduação - UNIVERSIDADE DE MARÍLIA -

UNIMAR) ALVES, MÁRCIA OLIVEIRA (Discente de programa de Pós-Graduação - UNIVERSIDADE DE MARÍLIA -

UNIMAR) NEUMANN, MARCOS APOLLONI (Discente de programa de Pós-Graduação - UNIVERSIDADE DE

MARÍLIA - UNIMAR) O meio ambiente do trabalho deve ser seguro, evitar acidentes, não expondo o trabalhador a condiçõesprecárias. Não incorrer em ritmo desumano de trabalho, como por exemplo, jornadas extenuantes ou que lhe afete o lado psíquico, de forma a prejudicar a sua qualidade de vida, atingindo a sua saúde, a família e odesenvolvimento espiritual. Tudo isso passa necessariamente pelo ambiente de trabalho, como forma da própriavida, de tal modo que um meio ambiente de trabalho sadio irá extrapolar a esfera do trabalho. O artigo 170 daConstituição Federal indica que a ordem econômica tem por fundamento a valorização do trabalho humano ecomo fim assegurar a existência digna de todos, observando-se os princípios contidos nos seus incisos. Em outras palavras, a contrapartida do trabalho deve ser suficiente para produzir uma vida digna para quemtrabalha. Ficam aqui definidos os parâmetros que deve atender o meio ambiente do trabalho e também apesquisa que se encontra em desenvolvimento. Sendo assim, o poder diretivo do empregador deve sedesenvolver dentro dos parâmetros acima estabelecidos, em especial, pelo princípio da dignidade da pessoahumana, que se traduzem em essência, na proteção à vida, à liberdade, à privacidade, a não agressão ao direito e a proteção a intimidade. Considera-se abuso do poder do empregador, quando este se manifesta de forma aextrapolar o poder diretivo, ou seja, em desacordo com a harmonia que deve reinar no ambiente de trabalho,cabendo ao empregado oferecer seu direito de resistência. Estudar as maneiras de proporcionar um ambientedigno onde aquele que trabalhe possa criar, crescer e desenvolver-se. . Até o momento foram feitos levantamentos da legislação pertinente ao meio ambiente, centrando-se no meio ambiente do trabalho, selecionando material bibliográfico, reuniões com as análises de projetos e iniciativas voltadas à preservação erecuperação do meio ambiente laboral e análises sobre as doenças profissionais e os danos empresariais sofridos por conta de um ambiente doente. Os resultados parciais desta pesquisa demonstram que aConstituição Federal de 1988 resguarda a dignidade e o valor humano do trabalho em vários dispositivos; que areestruturação produtiva aliada a reforma do Estado não tem regulado o poder diretivo do empregador e queatualmente há elevação de doenças provocadas pelo meio ambiente do trabalho não sadio. Diante dosresultados conclui-se que a garantia de um meio ambiente de trabalho digno e adequado depende da atuação articulada entre empresa, Estado e sociedade. Sendo assim, em um segundo momento este projeto buscarálevantar propostas com vistas a analisar a eficiência dos meios processuais coletados à disposição paraproteção deste patrimônio, a atuação das entidades de classe e dos órgãos governamentais em busca desteobjetivo. .

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O PAPEL DO COMÉRCIO INTERNACIONAL PARA A EFETIVAÇÃO DO DIREITO AO DESENVOLVIMENTO

NOS PAÍSES DE ECONOMIA EMERGENTE

PANTONI, ROBERTA ALESSANDRA (Docente - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL - UEMS)

A discussão sobre a questão do desenvolvimento teve início após a II Guerra Mundial sob o discurso de que era necessário levar o progresso às nações mais atrasadas. Atrelava-se, portanto, o conteúdo do termo “desenvolvimento” ao mero crescimento econômico. Muito embora não se possa desvinculá-lo de seus aspectos econômicos intrínsecos, o fato é que na atualidade agrega-se à noção de desenvolvimento uma dimensão de pleno desenvolvimento pela satisfação das necessidades humanas essenciais. Esta dimensão humana, e comisto, o entendimento do direito ao desenvolvimento como direito humano veio a ser consagrada normativamente somente com a Declaração das Nações Unidas sobre o Direito ao Desenvolvimento (1986), que estabelece aindissociabilidade entre os direitos civis e políticos, econômicos, sociais e culturais, e o direito aodesenvolvimento, mas não especifica quais devem ser as ações para a implementação deste, determinandoapenas que os Estados têm a responsabilidade primária de criar condições nacionais e internacionais favoráveisà sua realização. A pesquisa objetiva estudar o papel do comércio internacional na efetivação do direito ao desenvolvimento, tomado este na sua acepção ampla – dimensão humana, e não restrita aos aspectos econômicos. Para tanto, buscar-se-á aferir quais seriam os instrumentos do comércio internacional maisadequados para tanto, no contexto dos países de economia emergente. A pesquisa buscará confirmar ahipótese de que as associações empresariais denominadas “joint ventures” seriam formas interessantes para aimplementação de tal direito. A pesquisa será bibliográfica e documental com a utilização dos métodos indutivo,estatístico e por meio de estudo de casos. O trabalho se desenvolverá a partir do estudo de obrasnacionais e estrangeiras relativas ao tema, artigos de revistas especializadas, consultas aos sites dos órgãosoficiais nacionais e internacionais, e análise de um número suficiente de casos de associações de empresas pormeio de joint ventures e seus resultados.

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EMBRIAGUEZ AO VOLANTE: ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELA LEI 11.705/2008.

RODRIGUES LAURIANO, TAMARA (Discente de curso de graduação - UNOESTE) Face ao grande número de acidentes causados por motoristas, que após ingerirem bebida alcoólica ou estando sob a influência de qualquer outra substância psicoativa, saem na direção de veículos automotores causandoinúmeros acidentes de trânsito, muitas vezes fazendo vítimas fatais, motivo pelo qual, resolvi me dedicar aoestudo do art. 306 do CTB. Os acidentes de trânsito causam grande transtorno à sociedade, tendo em vista queeste crime na maioria das vezes lesa o bem maior a preservado que é a vida e a integridade física, tanto doscondutores, quanto dos seus passageiros e dos usuários da malha viária, levando assim, a esclarecer aos condutores de veículos automotores, a gravidade de dirigir estando sob a influência de álcool ou outrasubstância psicoativa. Buscarei demonstrar as alterações introduzidas pela Lei 11.705/2008, que estabeleceunova redação ao artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro. Qual a dosagem mínima para que sejacaracterizado o crime de embriaguez ao volante? Esclarecer se o artigo 34 da Lei das Contravenções Penais foirevogado pelo artigo 306 do CTB. Quando a conduta perpetrada pelo condutor caracteriza a aplicabilidade doartigo 34 da LCP e do artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro? E Também buscarei demonstrar se é ou nãoobrigatório se submeter ao etilômetro? Abordar sinteticamente quando a conduta praticada pelo infrator caracteriza infração administrativa ou crime de embriaguez ao volante? Esclarecer a alteração introduzida pelaLei 11.705/2008 em relação ao concurso de crimes. Com efeito, a pertinência do presente estudo científicoembasa-se na necessidade de se desenvolver uma análise da efetividade da novel legislação, sobretudo, narelação de o legislador estabelecer uma dosagem mínima para caracterização da embriaguez, com isso muitoscondutores saem ilesos, sem receber justa e devida punição. Desse modo buscarei demonstrar uma eventual falibilidade do legislador ao alterar a redação do artigo 306 do Código de Trânsito, estabelecendo uma dosagemmínima de teor alcoólico para eventual caracterização como crime. . Os objetivos específicos da presentepesquisa serão: a) Fazer uma pesquisa sobre as alterações do art. 306 do CTB; b) Obrigatoriedade ou não dese submeter ao etilômetro; c) Estabelecer conceito de embriaguez; d) Infração administrativa ou crime deembriaguez ao volante; e) Aplicabilidade do artigo 34 da LCP ou do art. 306 do CTB; f) Alteração na ação penal.Antes da implantação da Lei o índice era de 11,7 e caiu para 4,3. Às vésperas de completar um mês de vigência,a lei seca começa a apresentar os primeiros resultados na redução de mortes e acidentes no trânsito. Levantamento elaborado pela Polícia Rodoviária Estadual, a pedido do Estado, revela queda de todos osindicadores de acidentes nos 24 mil quilômetros de rodovias estaduais desde a sanção da lei, em 20 de junho,ante igual período de 2007. O número de mortes nos primeiros 15 dias de julho caiu 15,32% - de 111 em 2007 para 94 neste ano.