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MATEMÁTICA E MÚSICA: A HARMONIA SONORA DOS NÚMEROS Allan Alves Dias Graduando do Curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Estadual Vale do Acaraú UVA Bolsista PIBID/CAPES Francisco Diego Feitosa de Souza Graduando do Curso de Licenciatura em Matemática UVA Márcio Nascimento da Silva (Orientador) Mestre. Professor do Curso de Licenciatura em Matemática UVA Bolsista PIBID/CAPES INTRODUÇÃO O presente trabalho apresenta uma proposta de ensino de matemática fruto de um projeto idealizado por nós, estudantes bolsistas do subprojeto de matemática do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), e desenvolvido na escola parceira Ministro Jarbas Passarinho, localizada na cidade de Sobral, onde utilizamos a música e suas relações matemáticas como ferramenta de motivação na assimilação de conteúdos matemáticos. Sabendo “que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” (FREIRE, 1996, p.27), percebemos a música como uma ferramenta eficaz na construção de conhecimentos. A matemática é uma disciplina considerada muito árida pelos alunos devido a sua complexidade e a forma como é trabalhada em sala de aula, o que, consequentemente, gera falta de interesse e desmotivação. Conhecendo tal realidade no recinto escolar é que percebemos a necessidade de trabalhar com algo que despertasse nos alunos o interesse em participar e a motivação em querer aprender. Vemos que a matemática está associada a várias atividades humanas que dão prazer, uma dessas, a música; uma forma de arte

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  • MATEMTICA E MSICA: A HARMONIA SONORA DOS NMEROS

    Allan Alves Dias Graduando do Curso de Licenciatura em Matemtica da Universidade Estadual

    Vale do Acara UVA Bolsista PIBID/CAPES

    Francisco Diego Feitosa de Souza

    Graduando do Curso de Licenciatura em Matemtica UVA

    Mrcio Nascimento da Silva (Orientador) Mestre. Professor do Curso de Licenciatura em Matemtica UVA

    Bolsista PIBID/CAPES

    INTRODUO

    O presente trabalho apresenta uma proposta de ensino de matemtica

    fruto de um projeto idealizado por ns, estudantes bolsistas do subprojeto de

    matemtica do Programa Institucional de Bolsas de Iniciao Docncia

    (PIBID) da Universidade Estadual Vale do Acara (UVA), e desenvolvido na

    escola parceira Ministro Jarbas Passarinho, localizada na cidade de Sobral,

    onde utilizamos a msica e suas relaes matemticas como ferramenta de

    motivao na assimilao de contedos matemticos. Sabendo que ensinar

    no transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua prpria

    produo ou a sua construo (FREIRE, 1996, p.27), percebemos a msica

    como uma ferramenta eficaz na construo de conhecimentos.

    A matemtica uma disciplina considerada muito rida pelos alunos

    devido a sua complexidade e a forma como trabalhada em sala de aula, o

    que, consequentemente, gera falta de interesse e desmotivao. Conhecendo

    tal realidade no recinto escolar que percebemos a necessidade de trabalhar

    com algo que despertasse nos alunos o interesse em participar e a motivao

    em querer aprender. Vemos que a matemtica est associada a vrias

    atividades humanas que do prazer, uma dessas, a msica; uma forma de arte

  • constituda basicamente de combinaes de sons nas quais a matemtica est

    presente. Campos (2009), diz que:

    A msica cria um ambiente livre de tenses, facilita a sociabilizao, cria um ambiente escolar mais abrangente e favorece o desenvolvimento afetivo. Na msica, vrios motivos so simultaneamente acionados: a audio, o canto, a dana, o ritmo corporal e instrumental da criao meldica contribuindo para o desenvolvimento da pessoa e servindo para transformar o ato de aprender em uma atitude prazerosa no cotidiano do professor e do aluno. H interao com o outro e consigo mesmo, capacidade de criar e experimentar, dinamizar a aprendizagem de contedos formais do currculo da escola e trazer alegria ao ambiente escolar, estimulando a comunicao, a concentrao, a capacidade de trabalhar e de se relacionar melhor em grupo. (CAMPOS, 2009, p.16)

    A msica foi criada atravs de relaes matemticas h muito tempo,

    desde a antiguidade. Considerando o cenrio educacional, contraditrio o

    pensamento de que a matemtica uma disciplina isolada, que tem um fim em

    si mesma. A utilizao de ferramentas ligadas realidade dos alunos para o

    ensino de matemtica concretiza a afirmao de que esta uma disciplina

    presente em tudo que est ao nosso redor, possibilitando durante as atividades

    escolares um ambiente mais abrangente e agradvel.

    Na tentativa de fazer com que os alunos passem a conhecer e

    compreender as relaes matemticas existentes na msica que utilizamos o

    violo como instrumento concreto na construo do pensar matematicamente.

    Percebemos que a msica uma ferramenta muito til para se trabalhar

    conceitos matemticos, pois alm de proporcionar prazer na execuo das

    atividades, os alunos conseguem absorver de forma prazerosa uma

    aprendizagem satisfatria, por se tratar de algo que, acreditamos, de seu

    interesse.

    OBJETIVOS

    Desenvolver nos alunos a capacidade de reconhecer as relaes

    existentes entre a matemtica e a msica de maneira prazerosa e dinmica,

    contribuindo na assimilao e compreenso dos contedos trabalhados,

    especialmente proporo, razo e progresso geomtrica (PG). E ainda, faz-

  • los conhecer a histria que marca essa relao que muitos desconhecem, e

    aceitao de que a matemtica est presente em tudo que nos rodeia, nas

    coisas mais simples, as coisas mais complexas, sabendo identifica-la como til

    e essencial para suas vidas.

    MTODOS E PROCEDIMENTOS

    Trabalhar com algo presente na realidade do aluno e que

    proporcionasse prazer e envolvimento ativo do mesmo nas atividades, no foi

    uma tarefa fcil. Os alunos se encontram com uma concepo formada com

    relao matemtica, definindo-a como uma disciplina muito complicada e

    pouco significativa. Portanto, se torna ainda mais difcil escolha de uma

    ferramenta que, aliada matemtica, chame a ateno e gere prazer na hora

    da aprendizagem. Snyders (1994) argumenta que:

    Para alguns alunos a partir talvez da beleza da msica, da alegria proporcionada pela beleza musical, to frequentemente presente em suas vidas em outra forma, que chegaro a sentir a beleza na literatura, o misto de beleza e a verdade existente na matemtica, o misto de beleza e a eficcia que h nas cincias e nas tcnicas. (SNYDERS, 1994, p. 138).

    Atravs da beleza da msica, podemos despertar nos alunos esse

    prazer to almejado quando se quer aprender, e a matemtica se torna

    essencial para sua existncia.

    E ainda, Feitosa (2000) acrescenta que:

    Assim como a matemtica, a msica um fenmeno presente no cotidiano da criana; contudo, ao contrrio da matemtica, a msica no s percebida sensorialmente pela criana, como provoca nela uma srie de atitudes que tanto mais auxiliam na elaborao dos seus conceitos e percepes da realidade. (FEITOSA, 2000, p.77)

    Durante uma tarde, visitamos as salas do Ensino Mdio da escola a qual

    desenvolvemos nossas atividades como bolsistas, divulgando o projeto e

    convidando os estudantes para participarem dessa atividade, como mostra a

    Figura 1.

  • Figura 1: Divulgao do projeto na escola.

    O projeto foi dividido em dois encontros, que aconteceram nos dias 18 e

    19 de maro de 2013. Ao todo, dezesseis estudantes do 1, 2 e 3 anos do

    turno vespertino participaram das atividades. No primeiro encontro, os

    estudantes fizeram uma avaliao diagnstica abordando matemtica e

    msica, como mostra a Figura 2. Esse teste apresentava no seu contedo

    questes sobre a frequncia do som das notas musicais e progresso

    geomtrica (PG).

  • Figura 2: Avaliao diagnstica.

    Aps o teste, foi feita uma breve explanao acerca dos contedos

    matemticos encontrados na msica como razo, proporo, progresso

    geomtrica e logaritmos. Essa introduo foi feita atravs das notas musicais e

    das relaes existentes na combinao dos sons, buscando a ampliao dos

    conhecimentos prvios dos estudantes. Usando exemplos prticos do

    cotidiano dos mesmos explicamos o conceito/definio de proporo, para um

    melhor entendimento com relao diferena de uma situao ser diretamente

    ou inversamente proporcional. Os demais conceitos abordados ainda no

    primeiro dia de oficina foram explicados utilizando a matemtica presente na

    msica. Levamos os estudantes a identificar a razo entre uma nota e outra e a

    perceber que tais razes nos geravam uma progresso geomtrica. A

    explicao sobre logaritmo foi curta; abordamos apenas alguns conceitos

    bsicos, j que a maioria dos estudantes ainda no tinha estudado o assunto

    por estarem ainda no primeiro ano do ensino mdio. Ainda no primeiro

    encontro, falamos sobre a histria da msica utilizando audiovisuais, o que

    facilitou a abordagem e o desenvolvimento do contedo.

  • Os vdeos tinham como enfoque a contribuio de Pitgoras, que

    relacionou conceitos matemticos com a msica. Campos (2009) ressalta que:

    (...) a matemtica est presente no desenvolvimento das escalas musicais, nas principais leis da acstica, na teoria musical. Pitgoras foi o primeiro a relacionar razes de cordas vibrantes a intervalos musicais. Foi ele, Pitgoras, o descobridor do que viria a ser o quarto ramo da matemtica, atravs de suas experincias como monocrdio. (CAMPOS, 2009, p.12)

    Acreditando que tudo se constitua atravs da harmonia dos nmeros,

    Pitgoras pode encontrar a harmonia sonora das notas musicais atravs de

    combinaes de sons agradveis aos ouvidos, durante seus experimentos

    utilizando o monocrdio, construindo, assim, a primeira escala musical, a ento

    conhecida escala pitagrica.

    Pitgoras deu continuidade a seus experimentos investigando a relao entre o comprimento de uma corda vibrante e o tom musical produzido por ela. Caracterizando a primeira lei descoberta empiricamente, o experimento de Pitgoras ainda a primeira experincia registrada na histria da cincia, no sentido de isolar algum dispositivo para observar fenmenos de forma artificial (ABDOUNUR, 1999, p. 5).

    O monocrdio de Pitgoras era um instrumento composto por uma caixa

    de madeira com uma nica corda presa a dois cavaletes mveis, e era atravs

    desse instrumento que realizava seus experimentos. Durantes as suas

    descobertas, Pitgoras conseguiu encontrar a relao de comprimento/razes

    de nmeros inteiros que produzia determinados intervalos de som. Ao fazer

    seus experimentos, percebeu que quando o fio do monocrdio estava esticado

    produzia uma vibrao numa frequncia particular; quando o comprimento da

    corda era dividido ao meio e tocado, produzia um tom, uma oitava mais alto, e

    vibrava a uma frequncia duas vezes maior que a original (2:1). Ento concluiu

    que as metades desse comprimento iria produzir um tom duas oitavas mais alto

    que o original, quadruplicando sua frequncia (4:1) e isso iria se repetir

    proporcionalmente, obedecendo a uma razo matemtica. Portanto, a sua

    utilizao foi muito til para o estudo e clculo das relaes entre vibraes

    sonoras.

  • Dando continuidade ao projeto e j que os estudantes estavam

    familiarizados com os contedos apresentados no encontro passado,

    propomos no segundo e ltimo encontro uma atividade prtica. Os estudantes

    foram separados em quartetos e cada grupo recebeu um violo, instrumento de

    cordas que fora utilizado no papel de monocrdio de Pitgoras, citado

    anteriormente, e uma fita mtrica, para que os estudantes pudessem

    determinar as notas musicais da escala pitagrica, atravs da medio das

    notas do violo. .

    Figura 3: Estudantes utilizando violo como monocrdio de Pitgoras.

    A atividade com o violo foi desenvolvida da seguinte maneira. Cada

    grupo realizava a medio do comprimento da sexta corda do violo (Mi) a

    partir de seus pontos extremos (cavalete e ponte). Depois disso, achava as

    relaes de cada nota da escala pitagrica, anotando o tamanho encontrado.

    Assim, encontraram atravs de clculos matemticos as notas D, R, Mi, F,

    Sol, L, Si, D, verificando as propores existentes entre uma nota e outra,

    onde a quinta da escala pitagrica igual a 2/3, contando o nmero de oitavas

    que teramos at chegar nota d num percurso de quintas puras. Aps essa

  • atividade prtica, finalizamos o segundo e ltimo encontro, aplicamos o mesmo

    teste para sondarmos os conhecimentos adquiridos pelos estudantes ao longo

    do projeto.

    DISCUSSO DOS RESULTADOS

    A aprendizagem facilmente percebida quando se nota a empolgao e

    o envolvimento do aluno na atividade. Se ele est participando ativamente,

    porque est querendo entender. Vimos durante o desenvolvimento do projeto

    na escola, estudantes participativos, curiosos e motivados a aprender.

    Contudo, na aplicao do teste no primeiro dia de projeto, no demonstraram

    tanto entusiasmo e segurana ao responder tais questes, deixando

    transparecer que no eram conhecedores e nem dominavam o assunto

    abordado. Algo que foi mudando gradativamente no decorrer do projeto.

    Para que os estudantes passassem a conhecer a relao existente entre

    a matemtica e a msica, tivemos que passear na histria da matemtica,

    sculo VI a.C, poca de Pitgoras, o ento descobridor de tal relao entre as

    duas reas. Notamos olhares atentos e surpresos ao saberem que matemtica

    e msica se entrelaam nas combinaes de sons e frequncia, e que o

    fascnio de Pitgoras pela msica era devido a sua paixo pelos nmeros.

    Sobre esse interesse de Pitgoras pela msica, Rutherford (1984) diz que:

    (...) comparado apenas a seu fascnio pelos nmeros, seria de esperar que os pitagricos tentassem combinar os dois. E, de fato, Pitgoras foi aclamado descobridor do fato de que a corda l, da lira de sete cordas, tinha de ter a metade do comprimento da corda sol, uma proporo de 2:1, para produzir uma oitava completa, enquanto as cordas intermedirias relacionavam-se umas com as outras nas propores de 3:2, 4:3, e assim por diante. Isso significa que todas derivavam das sries numricas 1,2,3,4,etc., chegando at dez, nmero que Pitgoras considerava dotado de atributos especiais.(RUTHERFORD,1984, p.58)

    Para Pitgoras, tudo se constitua em nmeros, toda msica pode ser

    reduzida a nmeros e relaes matemticas, e o universo e todos os seus

    fenmenos poderiam ser explicados na razo dos nmeros e relaes

    matemticas encontradas na msica.

  • A viagem pela histria da matemtica foi bastante significativa, pois os

    estudantes comearam a dar significado ao que estava sendo abordado e por

    fim aceitar a matemtica como til e essencial para suas vidas. E durante a

    explanao de contedos percebemos que os mesmos estavam conseguindo

    assimilar/entender os contedos da forma que estavam sendo apresentados,

    por estarem participando, perguntando e respondendo corretamente alguns

    exemplos.

    Durante a atividade prtica, nos foi possvel notar atravs de perguntas

    frequentes dos estudantes na hora da explorao do material concreto

    utilizado, o violo, que eles perceberam que ao dividir a corda do violo ao

    meio, obtinham a mesma nota da corda inteira mais com o dobro de frequncia

    e que ao dividir a corda inteira em trs partes iguais eles obtinham uma

    frequncia que era agradvel aos ouvidos e que quando tocada com a corda

    inteira ou sua metade, se tratava de uma nova nota musical e essa diviso da

    corda do violo iria se repetir sucessivamente at que eles encontrassem todas

    as notas e formassem a escala pitagrica.

    Foi uma atividade muito bem sucedida, que divertiu e ao mesmo tempo

    trouxe aprendizagem para os envolvidos. Assim, percebemos o quo

    importante prtica para o ensino de matemtica, Castro e Carvalho (2001)

    destacam que:

    Prtica em sala de aula coloca desafios e questes para os quais precisamos criar alternativas adequadas, fazendo com que nosso ensino seja ele tambm uma construo, que se d paralela e concomitantemente com a construo do conhecimento pelos alunos. Talvez mais difcil porque, enquanto profissionais, estamos expostos e freqentemente no temos um parceiro que exera o papel estimulador para que possamos empreender a mudana de nossas concepes alternativas sobre ensino. (CASTRO E CARVALHO, 2001: p. 132)

    Foi possvel observar atravs das atividades realizadas e do contato

    direto com os estudantes, que a matemtica prtica, alm de divertir, estimular

    e facilitar o ensino de contedo, dar-nos possibilidade muito rica de

  • aprendizado, com inmeras potencialidades para se desenvolver habilidades e

    competncias necessrias na resoluo de problemas e situaes reais.

    Vale ressaltar ainda, que notamos que alguns dos estudantes que

    estiveram presentes nos encontros, apresentavam certo domnio com esse

    instrumento, o violo, sabiam toc-lo e conheciam as notas musicais, e isso foi

    percebido por ns durante o primeiro contato com o violo na aula prtica,

    assim que eles receberam o instrumento comearam a toc-lo e mostrar

    algumas canes para os demais. Porm, os mesmos desconheciam essa

    relao entre msica e matemtica. No entanto, atravs desse projeto,

    passaram a conhecer. Eles conseguiram fazer a assimilao dos contedos e

    perceberem que a matemtica est presente no seu dia-a-dia muito mais do

    que imaginam. Atravs da msica obtiveram uma aprendizagem de forma mais

    prazerosa, fazendo-se possvel unio dessas reas para fins didticos de

    forma interdisciplinar, estabelecendo um dialogo entre a msica, matemtica e

    educao.

    CONSIDERAES FINAIS

    Ns, estudantes bolsistas do subprojeto de matemtica, fazemos parte

    de uma realidade escolar onde a cada passo que damos sempre haver um

    novo desafio a ser superado. Portanto, cabe a ns buscarmos a melhor

    maneira de super-los e solucionar os problemas existentes. Trabalhar com a

    msica como ferramenta de ensino aliada matemtica para ns foi bastante

    produtivo. J para os estudantes, despertou interesse no que estava sendo

    explanado, proporcionando uma aprendizagem prazerosa. Atravs desse

    projeto foi possvel interligar teoria e prtica de forma harmoniosa.

    Percebemos que quando utilizamos uma metodologia inovadora e

    adequada possvel fazer com que teoria e prtica andem juntas, trazendo

    satisfao aos estudantes na hora da aprendizagem. Foi tentando buscar essa

    satisfao/motivao que tivemos a preocupao de criar meios que

    possibilitasse a aprendizagem dos estudantes de forma construtiva e que os

  • mesmos pudessem levar tais conhecimentos adquiridos para sua realidade.

    Assim, vemos o quo importante uma metodologia adequada para conseguir

    identificar que a prtica no ir ver, passar perto, mas a unio do fazer com o

    teorizar o fazer (DEMO, 2006, p.62). Ento, importante que se trabalhe o

    aprendizado de forma a construir conhecimentos atravs de mtodos que

    faam com que o aluno no aprenda apenas olhando, mas tambm, praticando

    e sabendo o que est fazendo.

    Vemos a msica como meio de motivao para o ensino de matemtica

    muito eficaz, pois torna a aula mais atrativa e interessante de se aprender,

    proporcionando uma aprendizagem aceitvel, uma vez que cria um ambiente

    livre de tenses, facilita a sociabilizao, cria um ambiente escolar mais

    abrangente e favorece o desenvolvimento afetivo (CAMPOS, 2009, p.16) e

    uma ferramenta de ensino encontrada facilmente na realidade dos alunos. E

    quando aliada a metodologias inovadoras de grande valia na superao de

    problemas enfrentados pelos estudantes durante o aprendizado, pois

    dependendo da forma de como ensinamos e quais ferramentas iremos utilizar,

    podemos fugir do tradicionalismo que os mesmos esto habituados em sala de

    aula, podendo promover inmeras interaes interdisciplinares de diversos

    conhecimentos, e possivelmente proporcion-los uma aprendizagem

    construtiva.

    Uma vez que conseguimos despertar o interesse do estudante pelo

    contedo, utilizando-se de mtodos diversificados e estimuladores, fica bem

    mais fcil despertar seu interesse tambm pela disciplina em questo,

    facilitando em muito a prtica de ensino e uma aprendizagem mais slida e

    interativa. Para os professores, cabe a cada um encontrar a melhor maneira de

    desenvolver suas prticas pedaggicas em sala de aula, com fins a uma

    educao de qualidade e voltada para todos.

    REFERNCIAS

    ABDOUNUR, J. Oscar. Matemtica e Msica. So Paulo: Escrituras, 1999

  • CAMPOS, Gean Pierre da Silva. Matemtica e Msica: prticas

    pedaggicas em oficinas interdisciplinares. Dissertao (mestrado)

    Universidade Federal do Esprito Santo, Centro de Educao, aprovada em 24

    de abril de 2009.

    CASTRO, Amlia Domingues de. CARVALHO, Anna Maria Pessoa de.

    Ensinar a Ensinar: Didtica para a Escola Fundamental e Mdia. So

    Paulo: Lummi Produo visual e Assessria Ltda., 2001.

    DEMO, Pedro. Pesquisa: princpio cientfico e educativo. So Paulo: Cortez

    Editora, 2006.

    FEITOSA, Sebastio Gonalves. Msica e Matemtica: uma soma que

    subtrai problemas, multiplica interesse e divide melhor os resultados.

    Linhas Crticas, v.6, n.10, jan a jan/00.

    FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessrios prtica

    educativa. 35 ed. So Paulo: Paz e Terra, 1996.

    RUTHERFORD, W. Pitgoras. Editora Mercuryo, 1991.

    SNYDERS, Georges. A escola pode ensinar as alegrias da msica? 2 ed.

    So Paulo: Cortez, 1994.

    Palavras-chaves: Matemtica. Msica. Pitgoras. Prtica Docente.