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1 Posicionamentos radiográficos de serpentes Snakes radiographic position Brunno Augusto e Sá¹, Henrique Baptista de Oliveira², George Ortmeier Velastin³ Email: ¹ [email protected], ² [email protected], ³[email protected] Resumo O posicionamento radiográfico é essencial para que uma imagem radiográfica seja de boa qualidade e para que o médico veterinário possa realizar uma análise correta e precisa de uma possível patologia ou suspeita clínica. No posicionamento radiográfico de serpentes, segue-se a mesma premissa. A contenção física ou até mesmo farmacológica do animal é muito importante para garantir essa imagem radiográfica ideal. Existem algumas maneiras de contenção que variam de acordo com a espécie. Conhecer as características biológicas da serpente examinada também é importante, pois pode-se decidir a melhor maneira de contenção e cuidados no manuseio. Em ambos os casos, peçonhentas e não peçonhentas, o uso de equipamentos de proteção individual é extremamente necessário visando a diminuição do risco que algumas espécies podem trazer para quem estiver manuseandoas durante o exame. Os principais posicionamentos para radiografar serpentes são: decúbito dorsal com incidência ventro-dorsal e decúbito lateral com incidência latero-lateral.Pensando nesses animais exóticos e o cuidado com sua saúde desenvolver-se-á pesquisa que vai tratar de uma breve revisão anatômica de serpentes e os possíveis exames radiológicos realizados, descrevendo as técnicas radiológicas usadas, posicionamentos e contenção utilizada. Palavras Chave: Posicionamento radiográfico de serpentes, contenção, imagem de raio x.

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Posicionamentos radiográficos de serpentes

Snakes radiographic position

Brunno Augusto e Sá¹, Henrique Baptista de Oliveira², George Ortmeier Velastin³

Email: ¹ [email protected], ² [email protected], ³[email protected]

Resumo

O posicionamento radiográfico é essencial para que uma imagem radiográfica seja

de boa qualidade e para que o médico veterinário possa realizar uma análise correta

e precisa de uma possível patologia ou suspeita clínica. No posicionamento

radiográfico de serpentes, segue-se a mesma premissa. A contenção física ou até

mesmo farmacológica do animal é muito importante para garantir essa imagem

radiográfica ideal. Existem algumas maneiras de contenção que variam de acordo

com a espécie. Conhecer as características biológicas da serpente examinada

também é importante, pois pode-se decidir a melhor maneira de contenção e

cuidados no manuseio. Em ambos os casos, peçonhentas e não peçonhentas, o uso

de equipamentos de proteção individual é extremamente necessário visando a

diminuição do risco que algumas espécies podem trazer para quem estiver

manuseando–as durante o exame. Os principais posicionamentos para radiografar

serpentes são: decúbito dorsal com incidência ventro-dorsal e decúbito lateral com

incidência latero-lateral.Pensando nesses animais exóticos e o cuidado com sua

saúde desenvolver-se-á pesquisa que vai tratar de uma breve revisão anatômica de

serpentes e os possíveis exames radiológicos realizados, descrevendo as técnicas

radiológicas usadas, posicionamentos e contenção utilizada.

Palavras Chave: Posicionamento radiográfico de serpentes, contenção, imagem de

raio x.

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Abstract

The radiographic positioning is essential for a radiographic image is of good quality

and that the veterinarian can perform a correct and accurate analysis of possible

pathology or clinically suspected. Radiographic positioning of snakes, it follows the

same premise. The physical restraint or even pharmacological animal is very

important to ensure that radiographic image ideal. There are some ways to contain

that vary with the species. Knowing the biological characteristics snake is also

considered important because you can decide the best way to restraint and care in

handling. In both cases, poisonous and non poisonous, the use of personal

protective equipment is extremely necessary in order to decrease the risk that some

species can bring whoever is handling them during the examination. The key to x-ray

positioning snakes are focusing supine lateral and ventrodorsal to lateral-lateral

incidence. Thinking about these exotic animals and care about their health will

develop research that will address a brief review of anatomical snakes and possible

radiological examinations carried out, describing the radiological techniques used,

positioning and restraint use.

Keywords: Radiographic Positioning of snakes, containment, x-ray image

1. Introdução

O gosto por animais exóticos tem aumentado muito, a preferência por cães e gatos

ainda predominam, mas algumas pessoas estão optando por animais diferentes,

como por exemplo: tartarugas, lagartos, cobras, entre outros. Com o aumento dessa

procura por esses animais exóticos, surgem também profissionais especializados

nos cuidados da saúde dos mesmos. Como em cães e gatos, os cuidados com a

saúde desses “novos animais” são de extrema importância, vários tipos de exames

já estão disponíveis hoje como: tomografia, Ressonância magnética, raios x e até

mesmo acupuntura. Nesse trabalho alguns itens serão esclarecidos como: a

contenção do paciente, o conhecimento do profissional que vai trabalhar com o

posicionamento de serpentes, o uso de Epi’s, patologias visualizadas em um exame

radiográfico e os posicionamentos radiográficos.

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2. Metodologia

Esse trabalho se desenvolveu com o auxilio de livros, revistas especializadas e com

praticas sob a orientação de professores e médicos veterinários. As radiografias

foram feitas no hospital veterinário da Faculdade Evangélica do Paraná sob a

supervisão da médica veterinária Simone Monteiro, responsável pelo setor de

radiologia.

3. Revisão Teórica

Os raios-X foram descobertos em 1895 por Wilhelm Conrad Roentgen, desde então

os métodos de obtenção e armazenamento das imagens radiológicas evoluíram

muito. As imagens radiográficas proporcionam uma imagem bidimensional das

estruturas anatômicas. O filme exposto precisa ser submetido a um processamento

químico para que a imagem seja visível. A imagem do filme radiográfico, que é

composta na realidade pela deposição da prata metálica sobre uma base de

poliéster, é permanente; não pode ser alterada. As diversas nuanças na escalas de

cinza apresentadas na imagem são representativas da densidade e dos números

atômicos dos tecidos sob exame. A imagem do filme radiográfico ou radiografia é

geralmente chamada de copia impressa [1].

As imagens radiográficas em filmes são avaliadas por quatro fatores de

qualidade. Esses quatro fatores principais da qualidade da imagem são: densidade,

contraste, resolução e distorção [1].

Cada um desses fatores possui parâmetros específicos pelos quais são controlados

[1].

O principal fator responsável pela densidade é o mAs. O mAs controla a densidade

por meio de controle de qualidade de raio x emitidos pela ampola de raios x e pela

duração da exposição[1].

O contraste radiográfico é definido como a diferença de densidade em áreas

adjacentes de uma imagem radiográfica, Quanto maior essa diferença, maior o

contraste; quanto menores as diferenças de densidade menor o contraste [1].

O principal fator de controle de contraste nas imagens em filmes radiográficos é a

tensão, ou kV. O kV controla a energia ou poder de penetração do feixe principal de

raio x [1].

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Resolução é definida como a nitidez de estruturas registrada na imagem. A

resolução em uma imagem radiográfica é demonstrada pela clareza ou nitidez das

linhas estruturais mais delicadas e das bordas dos tecidos ou estruturas na imagem

[1].

A distorção é definida como a deformação do tamanho ou da forma do objeto

projetado sobre o meio de registro radiográfico. Existem dois tipos de distorção: a

distorção de tamanho e a distorção de forma [1].

Serpentes são animais vertebrados, exotérmicos isto é, o seu metabolismo

dependente do meio externo. Para conseguirem manter a sua temperatura corporal

adotam mecanismos de comportamento ao longo do dia, geralmente sempre

procuram alguma fonte de calor, por exemplo, as pedras que ficam aquecidas com o

sol. Possui o corpo alongado repleto de vértebras [2].

São desprovidos de membros, de pálpebras e de aparelho auditivo externo. Enrola-

se para não perder calor. Por ter a visão deficiente, as serpentes contam com outros

órgãos sensoriais para compensarem esta deficiência, uma delas é a língua bífida

ou bifurcada que, com ela sondam o ambiente, captando partículas soltas no ar,

levando-as a um orifício situado no palato, chamado órgão de Jacobson

(Vômeronasal), onde é feita a “leitura” ou identificação dessas partículas, esse

processo chama se quimiorrecepção [2]. Outro mecanismo é a presença da fosseta

loreal nas serpentes solenóglifas.

Podem ser peçonhentas e não-peçonhentas e seu tamanho varia de espécie para

espécie, são vivíparas ou ovíparas. [2]

O conhecimento sobre a espécie a ser tratada em um exame, é importante,

conhecer os hábitos e temperamentos, pois facilita muito na realização do exame.

Há algumas espécies de serpentes que por serem dóceis é a preferida para ser

criada como pet, mas também algumas outras que possam estar em zoológicos e

precisam que se realizem os exames. As mais comuns da Família Boidae são as

Jibóias (Boa constrictor constrictor ou boa constrictor amarali), Periquitambóia

(Corallus caninus), Salamanta (Epicrates cenchria), Salamanta da Amazônia ou

Jibóia Arco-íres (Epicrates cenchria cenchria), Sucuri (Eunectes murinus). A família

das peçonhentas estão as Viperidae que são as Jararaca (Bothrops jararaca),

Cascavel (Crotalus durissus collilineatus) entre outras. Algumas serpentes vieram de

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fora do Brasil e são populares como pet entre elas estão às grandes Pítons (Python

reticulatus, python regius e python molurus) e as dóceis corn snakes (Pantherophis

guttatus). A preferência para a escolha de uma cobra como animal de estimação

geralmente leva a pessoa a escolha a espécie mais dócil como por exemplo: Jibóias,

pítons e as corn snakes (cobra do milharal) [3].

Jibóia (Boa constrictor constrictor)

Distribuição geográfica: Trinidad e Tobago, Ilha Margarita, Venezuela, Guianas,

Suriname, bacia amazônica.

Habitat: Florestas, capoeiras, savanas, roçados e zonas urbanas.

História natural: A espécie amazônica de Jibóia é considerada a mais bonita entre as

Boa constrictor. É Conhecida no exterior como “red-tail boa” devido à coloração

peculiar da cauda, que apresenta um belo vermelho vivo. A espécie é encontrada

nas florestas úmidas da Amazônia e até mesmo nas grandes cidades da região, se

alimentando de roedores e outros pequenos mamíferos e aves domésticas [4].

As Jibóias amazônicas podem atingir 4,0 m de comprimento e pesar 50 kg em

cativeiro. O maior registro de comprimento Jibóia em casa encontrado na literatura

até hoje é de 5,63 metros, porém raramente esta espécie atinge 3 metros, ficando

em média entre 2,0 e 2,5 metros. Elas demoram bastante para atingir este tamanho,

geralmente mais de 6 anos, se bem alimentadas e em boas condições de cativeiro.

As fêmeas parecem ficar maiores que os machos. O criador deve sempre respeitar a

força do animal [4].

As jibóias possuem coloração predominantemente marrom-claro com manchas

marrom-escuro, e padronagem característica com desenhos romboidais ao longo do

corpo, que finaliza em uma cauda de coloração vermelho - vivo e manchas claras.

Podem viver até 20 anos, há registro de 25 anos em cativeiro. Quando irritadas,

expiram com força o ar do pulmão, fazendo um ruído peculiar, um silvo, denominado

folcloricamente como o “Bafo de Jibóia” [4].

Periquitambóia (Corallus caninus)

Distribuição geográfica: Bacia Amazônica (Brasil, Peru, Equador, Bolívia, Venezuela,

Guianas e Suriname)

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Habitat: Árvores e arbustos próximos a rios e igarapés de florestas tropicais.

História natural: De coloração geral verde esmeralda no dorso, com manchas

transversais brancas e ventre amarelo, a periquitambóia é considerada por muitos

como um dos animais mais belos do planeta. Seus filhotes são vermelhos ou

alaranjados, com manchas brancas no dorso [4].

De hábitos exclusivamente arborícolas, sua coloração garante eficiente camuflagem,

facilitando a captura das presas e tornando-a quase invisível aos possíveis

predadores. Animal noturno passa boa parte do dia em sua posição característica

com a cabeça grande e achatada descansada no centro das voltas simétricas do

corpo. Sua cauda preênsil garante apoio firme. Atinge até 2 m de comprimento.

Podem alcançar 2m de comprimento [4].

Assim como outros representantes do gênero Corallus, possui termorreceptores

labiais. Estes termorreceptores são sensíveis às menores variações de temperatura

e auxiliam a cobra na localização da presa e direcionamento do bote. Esta espécie

possui dentes longos e finos que garantem rápida penetração da pele e apreensão

de pequenos mamíferos e aves. A presa é morta por constrição e muitas vezes é

engolida enquanto a cobra está suspensa em um galho, segura apenas pelo rabo

preênsil ou região posterior do corpo. De hábitos exclusivamente arborícolas, possui

dieta especializada, alimentando-se principalmente de pequenos roedores e aves.

Entretanto, há registro em literatura relatando que morcegos e iguanas também

fazem parte da dieta desta cobra [4].

Vivíparas, possuem fecundação interna dão à luz filhotes completamente formados.

O tamanho dos filhotes e da ninhada dependem do tamanho da fêmea. Os filhotes

quando nascem possuem coloração terracota, alaranjada ou, eventualmente, verde-

azulada, com manchas brancas ao longo do dorso [4].

5. Anatomia

Os órgãos das serpentes são bem característicos, pois pelo seu formato alongado e

ausência de membros as estruturas dos órgãos também são modificada para se

adaptarem ao corpo da cobra. As serpentes possuem praticamente os mesmos

órgãos dos outros animais, um exemplo que seu intestino lembra muito o das aves,

pois as serpentes possuem cloaca, as fezes e urina são expelidas juntas.

Geralmente as serpentes possuem somente um pulmão funcional, o outro é

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chamado de pulmão vestigial. Pois com a evolução esse pulmão perdeu a utilidade,

em dissecações é possível ver esse pulmão vestigial [5]. Para descrever uma exata

área a ser examinada as serpentes são dividida em 3 segmentos: proximal, medial e

distal (Fig.1). Assim é possível se localizar durante um exame.

Figura 1: mostra os segmentos que são divididas as serpentes Fonte: os autores

Essa divisão de segmentos facilita ao medico veterinário ou radiologista a localizar a

área de interesse de maneira correta (Fig.2), sendo que cada uma dos seus

seguimentos, possuem órgãos distintos. No segmento proximal encontramos a

traqueia, esôfago, coração, parte do pulmão (Fig.3). No segmento medial, encontra-

se parte do esôfago e da traquéia, pulmão, estômago e fígado (Fig.4). No segmento

distal, intestino Rins, cloaca, testículos, hemipênis (Fig.5) [5].

Figura 2: áreas anatômicas visualizadas em uma dissecação Fonte: os autores

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Figura 3: principais órgãos visualizados no segmento proximal Fonte: os autores

Figura 4: segmento medial Fonte: os autores

Figura 5: seguimento distal Fonte: os autores

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4. Posicionamentos

As cobras, em sua maioria, são criaturas relativamente dóceis, requerendo somente

contenção física ou manual. A contenção manual é útil quando for necessário

radiografar somente certos segmentos da cobra. Alguns métodos efetivos de

contenção física incluem fita adesiva, corda, caixas de papelão, sacos de pano e de

papel e almofadas [6].

As cobras instintivamente lutam e se enrolam durante qualquer ameaça perceptível,

tal como contenção radiográfica. Por esse motivo, a contenção química pode ser

usada especialmente para espécies venenosas ou para as cobras de grande porte

como jibóias e pítons. [6]

4.1 Projeção Dorsoventral

Nesse posicionamento a cobra é colocada diretamente sobre o chassi em uma

posição naturalmente enrolada (Fig.6). Se necessário, o paciente pode ser contido

fisicamente colocando-o dentro de uma caixa de papelão (Fig. 7), com grampos

metálicos removidos, enquanto estiver enrolado na posição dorsoventral colocar a

caixa sobre o chassi [6].

Em uma radiografia de projeção dorso ventral (Fig.8), possibilita a visualização de

toda a coluna vertebral, a sobra do esôfago e estômago, intestinos. É útil para

visualizar corpo estranho, fraturas. Para visualização do pulmão não é utilizada, pois

a coluna fica sobreposta ao pulmão.

Figura 6: projeção dorso-ventral diretamente sobre o chassi [6]

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Figura 7: projeção dorso-ventral, usando contenção física com caixa de papelão [6]

Figura 8: Radiografia da projeção dorso-ventral Fonte: os autores

Usando essa técnica, a cobra e medida com o auxilio do espessômetro sobre o

ponto mais alto da circunferência do seu corpo, o feixe de raio - x no centro da

espiral e a colimação inclui o corpo todo da cobra [6].

Um profissional habilitado pode conter as cobras em posição dorsoventral. Para

cobras menores, deve-se segurar firmemente na base do crânio e na porção distal

da cauda. Focaliza-se o feixe primário na porção media do paciente e colima pra

excluir a presença das mãos do profissional. Espécies maiores de cobras podem ser

radiografadas em seções dessa mesma forma [6].

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Outra opção para radiografia dorsoventral de cobras é a utilização de um tubo

plástico, como canos de PVC, etc. Quando se usa essa técnica deve-se adicionar de

2 a 4 kV a medição para compensar a espessura do tubo [6].

4.2 Projeção Ventro-dorsal

Praticamente é impossível de conseguir esse posicionamento de forma manual, pois

com a contenção manual ou física ela vai se mexer muito, o ideal nesse caso é a

contenção química, pois com o animal imobilizado dessa formal, não surgira

artefatos na imagem radiológica ou imagem retorcida pela movimentação do corpo

da serpente. Coloca-se o paciente na posição ventro-dorsal (Fig. 9), sobre o chassi,

pode usar fitas para fixar a cobra, dessa maneira é possível radiografar todas as

seções da cobra. A radiografia da projeção ventro-dorsal (Fig.10) possibilita a

visualização das vértebras, alteração do volume dos órgãos, fraturas.

Figura 9: cobra em projeção ventro-dorsal com contenção farmacológica Fonte: os autores

Figura 10: Radiografia de projeção ventro-dorsal. Fonte: os autores

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4.3 Projeção Lateral do Corpo

Enquanto estiver segurando a base do crânio com uma mão protegida com luva e a

porção distal da cauda com a outra, estique delicadamente a cobra sobre o chassi.

Pode-se colocar a cobra diretamente sobre o chassi em posição latero-lateral

(Fig.11). Usando a técnica sobre a mesa, meça sobre o ponto mais alto da

circunferência, centralize sobre a secção media da cobra e colime para incluir tudo

exceto a cabeça. [6] Uma técnica que se pode usar para visualizar partes pequenas

de uma serpente é a magnificação. Usando almofadas ou algum outro item que não

interfira na imagem radiográfica (Fig.12)

A radiografia da projeção latero-lateral é ótima para visualização da coluna vertebral,

visualiza também pulmão, fígado, intestino. (Fig. 13)

Figura 11: cobra em projeção latero-lateral Fonte: os autores

Figura 12: projeção latero-lateral com contenção física e acessório para magnificação da imagem

radiográfica. Fonte: os autores

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Figura 13: Radiografia lateral de serpente com possível hemivertebra. Fonte: os autores

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7. Conclusão

A conclusão sobre esse artigo é que apesar de ser uma área ainda nova aqui no

Brasil na radiologia veterinária se mostra muito importante, pois com o crescimento

da aquisição de animais exóticos como animais de estimação crescem também o

mercado para esse tipo de tratamento e essa ferramenta é essencial para que o

médico veterinário faça diagnósticos bem sucedidos.

Os posicionamentos apresentados no trabalho foram o resultado de práticas, se

baseando na bibliografia sobre posicionamentos, em algumas das incidências a

teoria não foi completa, pois não conta com exemplos sobre projeção ventro-dorsal,

sendo essa incidência acrescentada no trabalho junto com os posicionamentos

mencionados na bibliografia.

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Referências

1 - Bontrager K.L; Lampignano J.P. Posicionamento Radiografico e Anatomia

Associada, 6ª edição, Editora Mosby Elsevier,2008

2 - Pough F H; Heisen J.B. A Vida Dos Vertebrados, v. 4 editora Atheneu SP, 2008

3 – Molina F; Puorto G, 2007, Revista Répteis editora online, ano 1 nº 1

4 – Sítio Xerimbabo, criadouro comercial de fauna silvestres, disponível em

< http://www.xerimbabo.com.br/site_antigo/web/>. Acesso em: 07/11/11

5 - Mader, Douglas R.,Reptile Medicine and Surgery 2ª Edition,2005

6 – Han, Connie M,Hurd C.D; Diagnóstico por imagem para a prática veterinária

3ª edição Editora Roca Sp, 2007