resumo - desenvolvimento comparado america latina e asia de carlos alonso barbosa de oliveira 2006

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Faculdade de Campinas Relações Internacionais Isabela Battistello Espíndola RA: 200811130 ______________________________________________________________________ ______ Resumo do texto “Desenvolvimento Comparado: América Latina e Ásia” de Carlos Alonso Barbosa de Oliveira (2006) A partir dos anos 80 inicia-se uma nova ordem mundial onde o crescimento econômico é desigual devido ao capitalismo, revelando algumas áreas dinâmicas, como a região asiática, especialmente a China, e outras estagnadas, como a América Latina. Apesar de serem economias com características parecidas, deve-se tomar cuidado em compara-las, pois tanto a Ásia quanto a América Latina possuem características que as tornam únicas, sobretudo quando se relacionam a condições sociais, históricas e culturais. Na América Latina, a partir da década de 90, grande parte dos países passa a adotar as regras contidas na cartilha do Consenso de Washington, buscando recompor reservas e implementar políticas de estabilização. Contudo tais medidas não eram favoráveis ao crescimento por reduzir, primeiramente, sua competitividade, e também por não conseguir controlar capitais e manter o câmbio flutuante. Os Estados passam atuar em segundo plano, tornando-se passivos, pois não podiam mais intervir na economia, dando proteção, subsídios ou estímulos à economia de seu país. Houve, nesse sentido, um retono nos países latino americanos a condição de exportação de produtos intensivos em recursos naturais.

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Page 1: Resumo - Desenvolvimento comparado America Latina e Asia de carlos alonso barbosa de oliveira   2006

Faculdade de CampinasRelações Internacionais

Isabela Battistello EspíndolaRA: 200811130

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Resumo do texto “Desenvolvimento Comparado: América Latina e Ásia”

de Carlos Alonso Barbosa de Oliveira (2006)

A partir dos anos 80 inicia-se uma nova ordem mundial onde o

crescimento econômico é desigual devido ao capitalismo, revelando algumas

áreas dinâmicas, como a região asiática, especialmente a China, e outras

estagnadas, como a América Latina.

Apesar de serem economias com características parecidas, deve-se

tomar cuidado em compara-las, pois tanto a Ásia quanto a América Latina

possuem características que as tornam únicas, sobretudo quando se

relacionam a condições sociais, históricas e culturais. Na América Latina, a

partir da década de 90, grande parte dos países passa a adotar as regras

contidas na cartilha do Consenso de Washington, buscando recompor reservas

e implementar políticas de estabilização. Contudo tais medidas não eram

favoráveis ao crescimento por reduzir, primeiramente, sua competitividade, e

também por não conseguir controlar capitais e manter o câmbio flutuante. Os

Estados passam atuar em segundo plano, tornando-se passivos, pois não

podiam mais intervir na economia, dando proteção, subsídios ou estímulos à

economia de seu país. Houve, nesse sentido, um retono nos países latino

americanos a condição de exportação de produtos intensivos em recursos

naturais.

“Em síntese, os países latino-americanos, a partir dos anos 1990,

assumem um padrão caracterizado por fases de estagnação alternadas com

curtos períodos de crescimento, que logo são revertidos. A região, que já

sofrera uma década perdida, que anteriormente se caracterizava pela profunda

desigualdade social, pela pobreza das grandes massas, pelo mercado de

trabalho heterogêneo e excludente, assiste agora ao agravamento da questão

social.”

Entretanto o caso asiático é diferente do Altino americano; A reforma da

China nos anos 60 possibilitou sua abertura econômica e comercial.

Diferentemente das empresas latino americanas, a empresa estatal chinesa

não foi privatizada, abandona-se os modelos de “pequenas empresas” a fim de

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se criar conglomerados formando joint ventures com empresas estrangeiras ou

mesmo TVEs (towns and villages enterprises), propriedades coletivas sob o

comando do governo. Outra inovação foram as ZEEs, criada para aumentar as

exportações, atrair IED e tecnologia. IED este que era discutido caso a caso e

exigia uma associação com empresas chinesas.O mercado assume um papel

regulador a economia. O sistema bancário, por sua vez, é estatal com controle

de créditos.

Na Índia há um afrouxamento do Estado tal como na America Latina,

todavia não houve o abandono de empresas estatais. Tanto a China quanto a

Índia não liberalizaram o capital e por isso foram às menos afetadas pela crise

asiática de 1967.

Uma das características únicas da Ásia esta em seu modelo

desenvolvimento na exportação, contudo não atrelado a política de substituição

de importações como a América Latina. Por isso, precisa de intensos

investimentos e exportação de manufaturas, já que não tem recursos naturais

sobressalentes. O desenvolvimento asiático se deu com ajuda dos Estados

Unidos na época da Guerra Fria. Diferente da América Latina que conservou a

velha ordem, a China revolucionou o sistema tirando os grandes proprietários e

a burguesia do poder e realizando reformas agrárias. A América Latina não

consegue sustentar grandes grupos empresariais, tem um bloqueio para a

concentração de capitais, refletindo sua fragilidade. Já a Ásia conseguiu a partir

de revolução nacional ou projeto de desenvolvimento superar sua condição

periférica.