resumo de direito constitucional
DESCRIPTION
Direito ConstitucionalTRANSCRIPT
-
1
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
SumrioSumrioSumrioSumrio Organizao do Estado ................................................................................................................. 4
Forma de Governo .................................................................................................................... 4
1. Repblica ...................................................................................................................... 4
2. Monarquia .................................................................................................................... 4
Sistema de Governo ................................................................................................................. 4
1. Parlamentarismo .......................................................................................................... 4
2. Presidencialismo ........................................................................................................... 5
Forma de Estado ....................................................................................................................... 6
Estado Unitrio ..................................................................................................................... 6
Estado Regional .................................................................................................................... 6
Estado Federal ...................................................................................................................... 6
Tipologias do federalismo ........................................................................................................ 9
Confederao ...................................................................................................................... 12
Repartio de Competncias ............................................................................................. 13
Tcnicas de Repartio de Competncias.............................................................................. 13
1. Repartio horizontal de competncias .................................................................... 13
2. Repartio vertical de competncias ......................................................................... 13
Territrios ............................................................................................................................... 18
Dicas finais sobre competncia .............................................................................................. 19
Interveno ......................................................................................................................... 20
Princpios................................................................................................................................. 20
Decreto Interventivo .............................................................................................................. 24
Nacionalidade ..................................................................................................................... 25
Nacionalidade originria ........................................................................................................ 25
Nacionalidade secundria ...................................................................................................... 26
Hipteses legais que diferenciam o brasileiro nato do naturalizado ................................... 27
Perda da Nacionalidade ......................................................................................................... 28
Direitos Polticos ................................................................................................................. 29
Regime Democrtico .............................................................................................................. 29
Direitos Polticos Positivos ..................................................................................................... 30
Direitos Polticos Negativos ................................................................................................... 31
Perda e suspenso dos Direitos Polticos .............................................................................. 32
Poder Legislativo................................................................................................................. 33
Composio ............................................................................................................................. 34
-
2
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Funcionamento ....................................................................................................................... 34
Estrutura ................................................................................................................................. 35
Imunidades Parlamentares .................................................................................................... 36
Imunidade material (ou substancial) ................................................................................. 36
Imunidade formal ............................................................................................................... 38
Comisso Parlamentar de Inqurito ...................................................................................... 40
Requisitos da CPI/ CPMI ..................................................................................................... 40
Poderes de investigao ..................................................................................................... 41
Processo Legislativo .................................................................................................................... 43
Espcies de Processo Legislativo ............................................................................................ 43
Processo Legislativo Ordinrio ............................................................................................... 44
Fase Introdutria ................................................................................................................ 44
Fase Constitutiva ................................................................................................................ 46
Fase Complementar ............................................................................................................ 47
Procedimento do Processo Legislativo Ordinrio ................................................................. 47
Casa Iniciadora .................................................................................................................... 47
Casa Revisora ...................................................................................................................... 48
Presidente da Repblica (sano ou veto) ........................................................................ 48
Promulgao e Publicao ................................................................................................. 49
Emenda Constitucional ........................................................................................................... 50
Emendas (art. 60 da CF/88) ................................................................................................ 50
Poder Executivo .......................................................................................................................... 54
Sistema de Governo ............................................................................................................... 54
Estrutura do Poder Executivo................................................................................................. 55
Vacncia e impedimento ........................................................................................................ 55
Conselho da Repblica e Conselho de Defesa ....................................................................... 57
Crimes praticados pelo Presidente da Repblica .................................................................. 57
Crimes de Responsabilidade .............................................................................................. 58
Crime comum ...................................................................................................................... 60
Controle de Constitucionalidade ............................................................................................... 61
Sistemas de Controle de Constitucionalidade ....................................................................... 63
Excees ao sistema jurdico .............................................................................................. 64
Norma constitucional inconstitucional e o Bloco de Constitucionalidade ........................... 64
Espcies de Controle de Constitucionalidade ........................................................................ 65
Controle Preventivo de Constitucionalidade ......................................................................... 66
Controle Repressivo ............................................................................................................... 67
-
3
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Controle Difuso ................................................................................................................... 67
Controle Concentrado ........................................................................................................ 72
Ao Direta da Inconstitucionalidade (ADI ou ADIN) ............................................................ 75
Liminar ................................................................................................................................ 77
Deciso final ........................................................................................................................ 77
Efeito represtinatrio ......................................................................................................... 77
Controle de Constitucionalidade da Omisso ....................................................................... 78
Ao Direta de Inconstitucionalidade por omisso (ADI por omisso) ............................ 79
Ao Declaratria de Constitucionalidade (ADC ou ADECON) ............................................. 80
Ao de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) ............................................... 81
Bibliografia .................................................................................................................................. 84
Ateno!
Todo contedo deste arquivo protegido pelas leis de direitos autorais
(Lei 9.610) e direitos conexos, sendo expressamente proibida sua cpia,
reproduo, difuso, transmisso, utilizao, modificao, venda,
publicao, distribuio ou qualquer outro uso, na totalidade ou em parte,
fora dos casos previstos em lei.
Todos os direitos no expressamente concedidos aqui so reservados.
-
4
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Organizao do EstadoOrganizao do EstadoOrganizao do EstadoOrganizao do Estado
Forma de Forma de Forma de Forma de GovernoGovernoGovernoGoverno
Trata-se do modo como governantes e governados se relacionam. Para grande
parte da doutrina, forma de governo sinnimo de regime poltico. Neste
cenrio, podemos apontar 2 espcies de forma de governo:
1. RepblicaRepblicaRepblicaRepblica: nesta espcie o governante estar pautado nos seguintes
requisitos:
a. eleito pelo povo (Princpio da eletividade);
b. Prazo de mandato certo e determinado (Princpio da temporariedade)
c. Responsabilidade do governante perante governados.
2. MonarquiaMonarquiaMonarquiaMonarquia: o Rei sustenta-se no seguinte trip:
a. No eleito, havendo sucesso no cargo por meio da hereditariedade;
b. No h prazo ou sequer mandato. Trata-se de uma posio vitalcia
(permanece at a morte do Rei);
c. Irresponsabilidade do rei perante os governados.
Sistema de GovernoSistema de GovernoSistema de GovernoSistema de Governo
Trata-se do modo como o Poder Executivo e o Poder Legislativo se
relacionam. H duas espcies importantes:
1. ParlamentarismoParlamentarismoParlamentarismoParlamentarismo: este sistema de governo desloca a funo de chefe de
governo para o primeiro ministro, podendo seu mandato ser abreviado
em razo de perda da sustentao poltica do parlamento. H, ento,
uma chefia dual, pois:
a. Primeiro ministro carrega a funo de chefe de governo;
b. Monarca ou Presidente da Repblica (a depender da
forma de governo), carrega a funo de chefe de Estado.
Chefia
dual
-
5
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Curiosidade: o Brasil foi parlamentarista de 1847 a 1891 (primeira
Constituio Republicana do Brasil).
2. PresidencialismoPresidencialismoPresidencialismoPresidencialismo: diferentemente do parlamentarismo, h uma
concentrao da funo de chefe de governo e chefe de Estado na figura
do chefe do poder Executivo. Dalmo de Abre Dallari, sobre o tpico
apresentado, ensina com inigualvel brilhantismo o seguinte:
O mesmo rgo unipessoal acumula as duas atribuies, exercendo o papel de vnculo moral do Estado e desempenhando as funes de representao, ao mesmo tempo em que exerce a chefia do poder executivo. (DALLARI, 2005, p. 242)
Aqui, no pode o parlamento abreviar a funo do chefe do Poder
Executivo, salvo nos casos de crime de responsabilidade.
Note: O Brasil, hoje, adota o sistema de governo Presidencialista e a
forma republicana de governo. Dizemos, ento, que o Brasil uma
repblica presidencialista. Portanto, o Presidente da Repblica
representar o Brasil no mbito interno (chefe de governo), bem como
no mbito externo (chefe de Estado).
Questo de concurso: O Poder Constituinte Originrio, ao elaborar a
Constituio Federal de 1988, definiu, desde j, a forma de governo,
bem como o sistema de governo???
A resposta correta NO! A ADCT n 2 da Constituio Federal assim
dispe:
Art. 2 - No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definir, atravs de plebiscito, a forma (repblica ou monarquia constitucional) e o
sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem
vigorar no Pas.
No que pese definir que a deciso seria tomada no dia 7 de setembro de
1993, a EC n 02 antecipou o plebiscito que, por fim, decidiu que o Brasil
passaria a ser uma repblica presidencialista.
-
6
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Ateno! Forma de Governo, bem como Sistema de Governo no so
clusulas ptreas, pois no fazem parte do rol do art. 60, 4, CF/88. Tal
dispositivo protege, contudo, a forma federativa de Estado (inciso I).
Forma de EstadoForma de EstadoForma de EstadoForma de Estado
Trata-se da projeo do poder dentro da esfera territorial, tomando como critrio a
existncia, a intensidade e o contedo de descentralizao poltico-administrativa de
cada um (ARAJO & JNIOR, 2006, p. 258). , ento, a forma de distribuio
geogrfica do Poder Poltico dentro de um territrio.
As 4 principais espcies so:
Estado UnitrioEstado UnitrioEstado UnitrioEstado Unitrio
No h descentralizao do exerccio do Poder Poltico. Entretanto, deve o
operador do direito ater-se ao seguinte detalhe: embora no exista, nesta espcie,
descentralizao do Poder Poltico, h uma descentralizao administrativa que visa
democratizar e desburocratizar o sistema. O exemplo de Estado Unitrio mais
comum a Frana.
Estado RegionaEstado RegionaEstado RegionaEstado Regionallll
No h uma descentralizao do exerccio do Poder Poltico, embora exista uma
descentralizao administrativa e legislativa.
Estado FederalEstado FederalEstado FederalEstado Federal
aquele em que existe uma distribuio do Poder Poltico, existindo um ente
dotado de soberania e outros entes dotados de autonomia. Os entes, ento, abrem
mo de suas respectivas soberanias em prol do Pacto Federativo.
Note: para manter a integridade do pacto federativo, a Constituio Federal utiliza
o instrumento da repartio de competncias, pautada na preponderncia de
interesses.
-
7
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
O ente soberano, no Brasil, a RFB (Repblica Federativa do Brasil). Significa dizer
que no tcnico dizer que a Unio o ente soberano. Os entes autnomos so:
1. Unio;
2. Estados;
3. Municpios;
4. Distrito Federal;
A Soberania o poder poltico de grau mximo. A partir de uma tica externa,
podemos observar a soberania como sendo sinnimo de igualdade. Inclusive, trata-
se de um dos Princpios de Direito Internacional (art. 4, inciso VI, CF/88). Na
perspectiva interna, a soberania sinnimo da supremacia.
A autonomia consagra-se na capacidade de auto-organizao, auto-governo e auto-
administrao. Os trs conceitos sustentam a autonomia dos entes federativos,
portanto, essencial tecer alguns comentrios sobre o tema. o que passaremos a
fazer a partir de agora.
1. Capacidade de auto-organizao: A auto-organizao, tambm
denominado por alguns doutrinadores como normatizao prpria,
est prevista, de forma expressa, no art. 25 da CF/88, segundo o qual os
Estados organizam-se e regem-se pelas Constituies e leis que adotarem
com a observncia, necessria, da Constituio Federal. A Unio se auto-
organiza por meio da Constituio da Repblica e das leis federais, ao
passo que os Estados se organizam por meio das Constituies Estaduais
e das leis estaduais. O municpio, por sua vez, se auto-organiza por meio
das leis municipais e leis orgnicas. O mesmo ocorre com o Distrito
Federal.
2. Capacidade de autogoverno: o autogoverno se perfaz na existncia do
Poder Executivo, Legislativo e Judicirio no mbito do ente. H
representao destes no mbito da Unio e dos Estados, portanto, ambos
so dotados de auto-governo.
Por esse motivo, no existe hierarquia entre leis
federais, leis estaduais, leis municipais e leis distritais.
A Constitucionalidade de cada lei ser aferida com
base na competncia firmada pela Constituio.
-
8
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Importante
O Congresso Nacional faz parte da Repblica Federativa da Unio e, ao
mesmo tempo, da Unio, assim como ocorre com o Presidente da
Repblica. O Congresso Nacional, por exemplo, quando atua no interesse
da Unio produz lei federal, ao passo que, quando atua no interesse da
Repblica Federativa do Brasil, produz lei Nacional.
Lei Nacional aquela que possui amplitude nacional, vinculando todos os
entes.
Lei federal aquele que se relaciona apenas a organizao e estrutura da
Unio, vinculando, apenas, a Unio. Significa dizer que a lei federal no
vincula os Estados, Municpios e o Distrito Federal. o caso, por exemplo,
da lei 8.112.
Os Municpios possuem Poder Legislativo (Cmara de Vereadores), bem
como Poder Executivo (Prefeito). Entretanto, no existe Poder Judicirio,
motivo pelo qual parte da doutrina sustenta que o Muncipio no possui
autonomia. Outro dado importante que o Municpio no possui
representao federativa no Senado. H, neste cenrio, 3 senadores para
cada Estado e 3 senadores para o Distrito Federal, no existindo, entretanto,
representao do Municpio.
Para a corrente majoritria, contudo, a exceo supracitada no subtrai a
autonomia do Municpio, mantendo sua condio de ente federativo dotado
de autonomia poltica. Neste sentido, precisa a lio de Marcelo
Alexandrino e Vicente Paula, cumpre citar:
Reforando a posio de ente federativo do municpio, a autonomia
municipal foi arrolada como princpio constitucional sensvel, a ser
respeitada pelo estado-membro, sob pena de sujeitar-se ele a
interveno federal (CF. 34. VII, c) (PAULO & ALEXANDRINO, 2008, p.
280)
O Distrito Federal possui todos os Poderes, porm, com algumas ressalvas:
1. Poder Judicirio do Distrito Federal organizado e mantido pela
Unio;
-
9
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
2. Ministrio Pblico do Distrito Federal faz parte do Ministrio Pblico
da Unio;
3. Polcia Civil, Polcia Militar e Corpo de Bombeiros Militar do Distrito
Federal so organizadas e mantidas pela Unio;
Cuidado! O governador do Distrito Federal (art. 144, 6 da CF/88) d
ordens polcia civil, militar e corpo de bombeiros militar, embora seja
organizado e mantido pela Unio.
Atualizao!
Defensoria Pblica do Distrito Federal, a partir da EC 69/2012,
determinou que a DPDF fosse retirada da estrutura da DPU e, com isso,
foi estabelecida uma estrutura prpria para a mesma.
3. Capacidade de auto-administrao: a capacidade do ente exercer
competncias prprias (administrativas, legislativas e tributrias).
Competncia, por sua vez, a faculdade juridicamente atribuda ao ente
para a tomada de decises.
So caractersticas do Federalismo brasileiro:
1. Repartio de competncia entre os Entes;
2. Descentralizao do Poder;
3. Pacto Federativo
4. Bicameralismo;
5. Restrio quanto as alteraes da clusula ptrea;
6. rgo de cpula do Poder Judicirio (STF)
Tipologias do federalismoTipologias do federalismoTipologias do federalismoTipologias do federalismo
Quanto a formao, o Estado Federal poder ser formado:
1. Por agregao: o caso, por exemplo, dos Estados Unidos. Neste caso, 13
colnias abriram mo de suas respectivas soberanias em prol do Pacto
Federativo.
-
10
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
2. Por segregao: o caso, por exemplo, do Brasil. Aqui, o Imprio segregou o
Poder.
Quanto a concentrao do Poder, o Estado Federal poder ser:
1. Federao Centrpeta: Trata-se de espcie de Federao que concentra o poder
no centro. o caso, por exemplo, do Brasil.
2. Federao Centrfuga: Trata-se de espcie de Federao que concentra o poder
na periferia, ou seja, nas entidades regionais.
Note: quem entrega o poder a outrem, em regra, entrega com parcimnia, ou
seja, resguardando uma parcela maior de poder para si. Este raciocnio de
grande importncia, pois, quando a formao se d por meio de segregao, o
federalismo, quanto a concentrao de poder, ser um Federalismo Centrpeto.
O imprio brasileiro, por exemplo, ao distribuir o poder, transformando-se em
Estado Federal, distribuiu reservando uma parcela maior de poder para si,
portanto, pode-se dizer que, hoje, o Brasil uma Federao Centrpeta, uma vez
que o centro (Unio) possui uma parcela de poder maior. O mesmo no ocorre
com os Estados Unidos, cujos Estados Regionais possuem grande autonomia.
s lembrar que, em alguns Estados, autorizada a pena de morte, ao passo que
em outros no. Tal hiptese completamente invivel no cenrio brasileiro.
Formao por segregao Formao por agregao
Federao Centrpeta Federao Centrfuga
(Concentra poder no centro) (Concentra poder nos Entes Regionais)
Outra subdiviso da federao bastante comum a seguinte:
1. Federao dual (ou clssica): distribui competncias prprias para os entes;
-
11
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
2. Federao de cooperao (ou neoclssica): a competncia exercida pelos entes
em regime de parceria ou condomnio legislativo.
O Federalismo tambm poder ser federalismo simtrico e assimtrico:
1. Federalismo simtrico: todos os entes so tratados de forma paritria, ou seja,
com simetria;
2. Federalismo assimtrico: todos os entes so tratados de forma desigual,
portanto, sem paridade.
Por fim, cumpre destacar outras 3 formas de federalismo bastante comuns em
concursos pblicos. So elas:
1. Federalismo orgnico: Como o prprio nome diz, visa o tratamento do Estado
como um organismo. Na lio de Pedro Lenza, o Estado deve ser considerado
como um organismo. Busca-se, dessa forma, sustentar o todo em detrimento
da parte (LENZA, 2011, p. 381);
2. Federalismo de integrao: integrao, aqui, relaciona-se a ideia de integrao
nacional. No federalismo de integrao, ento, a integrao nacional dotada
de relevncia mpar, sendo tratada com grau de importncia maior pelo Governo
Central. A valorao exacerbada da integrao nacional, contudo, direciona o
Estado, aos poucos, ao Estado Unitrio, motivo pelo qual tal caracterstica reduz,
significativamente, a fora do federalismo;
3. Federalismo equilbrio: ressalta o equilibro entre os entes federativos.
Memorize
Estado Unitrio Estado Regional Estado Federal
Distribuio de
Poder poltico
No No Sim
Descentralizao
Legislativa
No Sim Sim
Descentralizao
Administrativa
Sim Sim Sim
-
12
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Note: nosso Federalismo considerado um federalismo de 2 grau e de 3 ordens. Veja
o esquema abaixo:
ConfederaoConfederaoConfederaoConfederao
Trata-se de uma reunio de Estados Soberanos. H uma distribuio do Poder
Poltico. Aqui, todos os entes possuem soberania.
Qual a diferena entre o Estado Federal e a Confederao?
1. A confederao nasce de uma acordo/ tratado e no da Constituio.
2. Por nascer de um acordo/ tratado, poder o Estado romper o vnculo,
pois no h de se falar em indissolubilidade do vnculo federativo.
3. Como foi estudado anteriormente, o rgo de cpula do Poder
Judicirio caracterstica do Estado Federal. Na Confederao,
contudo, no haver este rgo de cpula do Poder Judicirio.
Municpio Estado Unio
1 grau 2 grau
ordem ordem ordem
3 ordens
-
13
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Repartio de CompetnciasRepartio de CompetnciasRepartio de CompetnciasRepartio de Competncias
Tcnicas de Repartio de CompetnciasTcnicas de Repartio de CompetnciasTcnicas de Repartio de CompetnciasTcnicas de Repartio de Competncias
H 2 grandes tcnicas. So elas:
1. Repartio Repartio Repartio Repartio horizontal de competnciashorizontal de competnciashorizontal de competnciashorizontal de competncias: Esta tcnica entrega atribuies que so
prprias de cada ente. Tais competncias sero realizadas de modo isolado.
Haver, ento, uma distribuio fechada de competncia entre os entes. Assim,
cada ente ter suas competncias especficas no dividindo-as com os demais.
Sobre o tema, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo ensinam o seguinte:
O trao marcante da repartio horizontal a inexistncia de subordinao ou hierarquizao entre os entes federados no exerccio da competncia. Cada
ente dotado de plena autonomia para exercer, sem ingerncia dos demais,
a competncia quanto as matrias que a Constituio lhe atribui. (PAULO & ALEXANDRINO, 2008, p. 306)
A ideia da repartio horizontal fruto do sistema norte-americano de
repartio. Nasce com a Constituio Americana de 1897 e surge no Brasil, pela
primeira vez, com a Constituio Federal de 1981.
Ateno! Com os Estados, permanecem as competncias remanescentes.
A repartio horizontal d origem ao Federalismo Dual (cada ente possui suas
competncias).
Sobre o tema, leia Organizao do Estado.
2. RepaRepaRepaRepartio vertical de competnciasrtio vertical de competnciasrtio vertical de competnciasrtio vertical de competncias: aqui, 2 ou mais entes atuam, conjunta ou
concorrentemente, para o mesmo tema. Isso porque a repartio de
competncia vertical uma tcnica de repartio que distribui as competncias
para serem cumpridas em conjunto (regime de parceria ou condomnio
legislativo).
-
14
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
A tcnica de repartio vertical de competncia tem origem no Direito Europeu,
mais precisamente na Constituio de Weimer (1919). No Brasil, esta espcie de
repartio nasce com a Constituio de 1934.
A repartio vertical d origem ao Federalismo Cooperativo (ou Federalismo de
Integrao).
Sobre o tema, leia Organizao do Estado.
Note: No correto dizer que o Brasil adota, exclusivamente, o modelo de
Federalismo dual ou cooperativo, pois o Brasil adota ambas as tcnicas de
repartio de competncia, motivo pelo qual a doutrina sustenta que o Brasil
adota um sistema misto de repartio de competncia.
Qual a diferena entre competncia privativa e
exclusiva? Para Jos Afonso da Silva, competncia
exclusiva no admite delegao, ao passo que a
competncia privativa admite delegao. o caso,
por exemplo, do art. 22 da CF/88 (Unio poder
delegar para os Estados matrias privativas).
Problema: Alguns dispositivos, embora falem em
competncia privativa, no admitem delegao
(ex. Art. 51 CF), razo pela qual a doutrina
majoritria sustenta que no h diferena entre
competncia privativa e exclusiva.
Note: Se h interesse local, haver, sem dvida alguma, interesse regional.
Assim, o correto dizer que, em verdade, h um interesse
predominantemente local e, apenas nestes casos, competncia do
Municpio. o caso, por exemplo, das matrias administrativas do
Municpio.
O que fazer na prova de
concurso?
Para descobrir se a competncia
, de fato, privativa, verifique nos
pargrafos do dispositivo se est
autorizada a delegao. Por
exemplo, o art. 22, pargrafo
nico, da CF/88 autoriza a
delegao da Unio para os
Estados), portanto, est
competncia seria, sem dvida
alguma, privativa.
-
15
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
O art. 22, pargrafo nico, da CF autoriza a delegao de competncia legislativa da
Unio para os Estados, desde que respeite os seguintes requisitos:
1. Requisito Formal: trata-se de exigncia de lei complementar da Unio.
2. Requisito Material: a delao dever estar relacionada a matria especfica de um
dos incisos passveis de delegao. Significa dizer, portanto, que no se pode
delegar todos os incisos, mas apenas algum especfico.
3. Requisito Implcito: trata-se da isonomia (igualdade) entre os entes da federao,
previsto no art. 19, inciso III, da CF/88. Por meio desse princpio, no pode a Unio
Repartio Horizontal Repartio vertical
Unio
Art. 21 competncias
administrativas: so
competncia
exclusivas;
Art. 22 competncias
legislativas: So
competncias
privativas;
Art. 23: Competncia
Administrativa.
Art. 24: Competncias
Legislativas;
Estados Possui Competncias
enumeradas (art. 25
CF/88), bem como as
competncias
Remanescentes (art.
25, 1, CF/88)
Art. 23: Competncia
Administrativa;
Art. 24: Competncias
Legislativas;
Municpios Art. 30, inciso I:
Competncias
legislativas.
Art. 30, inciso III a IX:
Competncias
administrativas.
Art. 23: Competncia
Administrativa;
Art. 24: Competncias
Legislativas (cuidado! O
Municpio no faz parte da
competncia concorrente
legislativa)
Distrito Federal Art. 32: possui
competncias dos
Estados e dos
Municpios.
Art. 23: Competncia
Administrativa;
Art. 24: Competncias
Legislativas;
-
16
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
delegar para um Estado e no delegar para os demais. O mesmo dever ocorrer em
relao ao Distrito Federal.
Dentro da tcnica de repartio vertical de competncias, poderemos ter o seguinte:
1. Competncia comum:
a. uma competncia material-administrativa;
b. Cumulativa: todos os entes atuam, sendo que a atuao de um no impede
ou limita a atuao dos demais.
2. Competncias concorrentes
a. uma competncia Legislativa
b. No cumulativa: existem limites previamente definidos para a atuao
concorrente. Aqui, para uma mesma matria, temos o seguinte:
Dentro da competncia concorrente, temos o seguinte:
a. Unio: cria normas gerais;
b. Estados e Distrito Federal: suplementam as normas gerais firmadas pela Unio,
para atender suas peculiaridades. Trata-se da competncia suplementar-
complementar.
Note: Caso a Unio no edite normas gerais, caber aos Estados e Distrito
Federal a competncia suplementar-supletiva (art. 24, 3, da CF/88). Significa
dizer que os Estados e Distrito Federal, nestes casos, exercem competncia
legislativa plena.
Caso, em momento posterior, a Unio edite normas gerais, estas suspendero
as normas estaduais contrrias ao novo texto (art. 24, 4, CF/88).
Um ponto de suma importncia para concursos pblicos so as excees
competncia remanescente dos Estados. A Constituio Federal, de forma
excepcional, pode enumerar competncia para os Estados (Por exemplo, art. 25,
3 CF).
-
17
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
c. Municpios: podero, assim como os Estados, suplementar (art. 30, inciso II, CF/88)
a legislao Estadual ou Federal quanto a assuntos de interesse local.
Ateno! Na prova de concurso pblico, caso o examinador pergunte segundo
a Constituio tem competncia concorrente..., deve o candidato lembrar que
o art. 24 da CF/88 no inclui o municpio dentre os entes. Porm, o candidato
dever inclui-lo dentro das competncias concorrentes, caso o examinador no
pergunte segundo a Constituio.
Entretanto, o Municpio, segundo a corrente majoritria, no possui
competncia suplementar-supletiva. Em verdade, a doutrina faz uma
interpretao literal do art. 30, inciso II, CF/88, vale citar:
Art. 30. Compete aos Municpios:
II - suplementar a legislao federal e a estadual no que couber;
Portanto, na ausncia de uma norma geral da Unio e do Estado, no tem o
municpio autorizao para exercer a competncia legislativa plena. Todavia,
h uma corrente minoritria que sustenta a possibilidade do Municpio exercer
tal competncia. Neste sentido, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo
defendem o seguinte:
No uso da competncia suplementar, podem os municpios suprir as lacunas da legislao federal e estadual, regulamentando as respectivas matrias
para ajustas a sua execuo s peculiaridades locais. Entretanto, no uso dessa
competncia suplementar, no podero os municpios contraditar a
legislao federal e estadual existente, tampouco extrapolar a sua
competncia para disciplinar, apenas, assuntos de interesse local grifo nosso (PAULO & ALEXANDRINO, 2008, p. 326)
pacfico na doutrina que aquilo que interesse local ser, necessariamente,
interesse regional e nacional. Assim, mais preciso dizer que a competncia
concorrente do municpio relaciona-se ao interesse preponderantemente
local.
-
18
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
importante destacar que as competncias enumeradas da Unio no esto
catalogadas apenas no art. 21 e 22 da Constituio Federal. No art. 164 da
CF/88, por exemplo, h competncia atinente a Unio. No mesmo sentido, as
competncias dos Municpios no restringem-se ao art. 30 da Constituio (e.g.
art. 182, 1 da CF Plano Diretor).
TerritriosTerritriosTerritriosTerritrios
Os territrios so descentralizaes administrativas da Unio, sem autonomia
poltica, dotadas de personalidade jurdica prpria, respeitando. Trata-se de
descentralizao administrativo-territorial da Unio, portanto, uma espcie
de autarquia. Por esse motivo, inclusive, so tambm chamados de Autarquias
Territoriais. Hoje, no h territrios no Brasil (os ltimos foram Roraima, Amap
e Fernando de Noronha). Sobre espcie de autarquias, leia tambm nosso
resumo sobre autarquias.
O ente federativo dotado de autonomia poltica, neste caso, a prpria Unio e
no o territrio. Podero ser criados novos territrios, desde que respeitado os
seguintes requisitos:
1. Criado por Lei complementar;
2. Existncia de plebiscito;
3. Participao da populao diretamente
interessada.
Note: independentemente do tamanho do territrio, este ter 4 Deputados
Federais.
O chefe do Poder Executivo do territrio ser um governador, porm, de forma
sue generis, no chegar ao poder por meio do voto. Em verdade ser indicado
pelo Presidente da Repblica, aps sabatina do Senado (art. 84, XIV, CF/88).
Alm disso, por ser um cargo de investidura e no um cargo de mandato, no
ter um mandato fixo. Ademais, no termos do art. 211, 1, da CF/88, o ensino
ser organizado pela Unio.
A organizao
administrativa e
judiciria, contudo, ser
firmada por meio de lei
ordinria.
-
19
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Caso exista mais de 100 mil habitantes, haver, no territrio, rgo judicirio,
de primeira e segunda instncia, bem como Ministrio Pblico e Defensores
Pblicos Federais, todos organizados e mantidos pela Unio.
Por fim, vale ressaltar que os territrios podero ser subdivididos em Municpios.
Dicas finais sobre competnciaDicas finais sobre competnciaDicas finais sobre competnciaDicas finais sobre competncia
OBS1: muito comum questionarem quanto competncia para legislar sobre
ramos do Direito. Por esse motivo, imprescindvel memorizar o art. 22, inciso
I, CF (competncia privativa), bem como art. 24, inciso I, CF (competncia
concorrente):
Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrrio, martimo,
aeronutico, espacial e do trabalho;
(...)
Art. 24. Compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
I - direito tributrio, financeiro, penitencirio, econmico e urbanstico;
OBS2: bastante comum, tambm, a confuso entre termos utilizados em alguns incisos do art. 22 com termos utilizados no art. 24. o caso, por exemplo, da competncia privativa da Unio para legislar sobre processo e da competncia concorrente dos entes federativos para legislar sobre procedimento. As principais confuses esto no quadro comparativo abaixo (memorize!):
Art. 22 (competncia privativa da Unio)
Art. 24 (competncia concorrente dos entes federativos)
Legislar sobre processo Legislar sobre procedimento
Legislar sobre Diretrizes e Bases para a Educao Nacional
Legislar sobre educao
Legislar sobre Seguridade Social Legislar sobre Previdncia Social
Economize memria: o agravo interno (tambm chamado de agravo regimental) um agravo previsto no regimento interno do Tribunal. H doutrinadores que sustentam que o Tribunal no estaria autorizado a fazer isso, por se tratar de processo e, portanto, competncia privativa da Unio, motivo pelo qual o agravo interno seria inconstitucional.
-
20
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
IntervenoIntervenoIntervenoInterveno
a suspenso temporria e excepcional da autonomia poltica do ente federado. Na
viso de Jos Afonso da Silva, a interveno a anttese da autonomia. No se trata,
em verdade, de uma punio, mas sim de situao que visa o retorno ao statu quo
ante.
PrincpiosPrincpiosPrincpiosPrincpios
1. Excepcionalidade
A interveno ser sempre excepcional, uma vez que, em regra, os Entes
Federativos possuem autonomia.
O art. 34 da Constituio Federal determina que a Unio no intervir nos
Estados, salvo em alguns casos taxativos (rol taxativo) descritos na
Constituio. O rol previsto no art. 34 da Constituio Federal consagra o
pressuposto material da interveno.
2. Taxatividade
As hipteses de interveno esto previstos, de forma taxativa, na
Constituio. Significa dizer que no podero ser inventadas novas
hipteses, devendo a decreto interventivo ater-se, em sua
fundamentao, ao rol previsto na Constituio.
3. Temporariedade
O Decreto Interventivo tem, necessariamente, prazo determinado. A
regra, a autonomia, portanto, se a interveno retira a autonomia, deve
ela ter prazo certo.
4. Necessidade
A interveno tem lugar, apenas, quando no existir outro meio menos
gravoso para restabelecer o equilbrio.
-
21
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Interveno federal
Interveno estadual
Interveno federal
Interveno federal
Note: a interveno sempre ocorre do ente maior para o menor. Em
outras palavras, a Unio poder intervir nos Estados, bem como no
Distrito Federal, ao passo que os Estados interviro nos Municpios. No
pode a Unio intervir nos Municpios, salvo se Municpio de territrio.
Hiptese 1 Hiptese 2 Hiptese 3
Hiptese 4
Unio
Estados
Municpio
Unio
Estados
Municpio
Unio
Estados
Municpio Territrio
Unio
Estados
Municpio Territrio
Municpio
Unio
Estados 1
Municpio
Estados 2
Municpio
-
22
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
o Procedimento de Interveno (ou pressuposto material)
1. Hiptese do art. 34, inciso I, II, III e V, CF/88 (interveno
espontnea)
Inciso I manter a integridade nacional: visa evitar movimentos separatistas
mantendo a indissolubilidade do Pacto Federativo.
Inciso II - repelir invaso estrangeira ou de uma unidade da Federao em outra: o
Brasil deve, por meio da interveno, resguardar sua soberania, bem como evitar que
um Estado transcenda seus limites territoriais.
Inciso III pr termo a grave comprometimento da ordem pblica:
Inciso V reorganizar as finanas da unidade da Federao que:
a) suspender o pagamento da dvida fundada por mais de dois anos
consecutivos, salvo motivo de fora maior;
b) deixar de entregar aos Municpios receitas tributrias fixadas nesta
Constituio, dentro dos prazos estabelecidos em lei.
Nestes casos, a interveno decretada de ofcio pelo Presidente da Repblica,
bastando a verificao de motivos, aps a oitiva do Conselho da Repblica, bem
como Conselho de Defesa. Tais rgos emitem um parecer opinativo, ou seja,
no vincula a deciso do Presidente da Repblica.
muito comum questionarem em concursos pblicos quanto a composio do
Conselho da Repblica e Composio do Conselho de Defesa. Sobre o tema, veja
o quadro esquemtico abaixo.
Conselho da Repblica Conselho da Defesa
1. Presidente e Vice-presidente da
Repblica;
2. Presidente da Cmara;
3. Presidente do Senado;
4. Lderes da maioria e minoria da
Cmara;
5. Lderes da maioria e minoria do
Senado;
6. Ministro da Justia;
7. 6 (seis) brasileiros natos com mais de
35 anos.
1. Presidente e Vice-presidente da
Repblica;
2. Presidente da Cmara;
3. Presidente do Senado;
4. Ministro da Defesa;
5. Ministro das Relaes Exteriores;
6. Ministro do Planejamento;
7. Ministro da Justia;
8. Comandantes da Marinha, Exrcito e
Aeronutica.
-
23
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
2. Hiptese do inciso IV (interveno provocada).
Inciso IV garantir o livre exerccio de qualquer dos Poderes nas
unidades da Federao;
Ser por meio de:
a. Solicitao do Poder Legislativo ou Poder
Executivo para Presidente da Repblica;
b. Requisio do Poder Judicirio, por intermdio do
Supremo Tribunal Federal, para Presidente da
Repblica.
3. Hiptese do inciso VI
Inciso VI prover a execuo de lei federal, ordem ou deciso
judicial;
Aqui, a interveno depender de requisio do STF, STJ ou TSE para
o Presidente da Repblica. Caso a ordem advenha de outro rgo,
que no os listados aqui, cabe ao STF requisitar a interveno.
No caso de inexecuo de lei federal, ser por provimento de
representao relao pelo Procurador Geral da Repblica. Aps o
provimento, cabe ao Presidente da Repblica decretar a interveno.
Trata-se de requisio, portanto, deve o Presidente decretar. A
representao do PRG se d por meio da Ao de Execuo de Lei.
4. Hiptese do art. 34, VII (Descumprimento de Princpios Sensveis)
So princpios constitucionais sensveis:
a) forma republicana, sistema representativo e regime
democrtico;
b) direitos da pessoa humana;
A solicitao no obriga o
Presidente da Repblica,
contudo, a requisio
obriga a expedio do
Decreto Interventivo.
-
24
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
c) autonomia municipal;
d) prestao de contas da administrao pblica, direta e indireta.
e) aplicao do mnimo exigido da receita resultante de impostos
estaduais, compreendida a proveniente de transferncias, na
manuteno e desenvolvimento do ensino e nas aes e servios
pblicos de sade.(Redao dada pela Emenda Constitucional n
29, de 2000)
Esta hiptese depende de provimento do STF, em representao do
Procurador Geral da Repblica. Aqui, o provimento em representao
se d por meio Ao Direta de Inconstitucionalidade Interventiva
(ADI Interventiva), regulamentada pelo Lei 12.562/11. O Presidente
da Repblica dever (obrigatrio) decretar a interveno, pois o
provimento do STF tem natureza de requisio.
Decreto InterventivoDecreto InterventivoDecreto InterventivoDecreto Interventivo
O Decreto Interventivo fixar:
1. Condies;
2. Termos;
3. Limites;
4. Prazo;
5. Nomear um interventor;
O Decreto Interventivo submete-se a um controle do Congresso Nacional. A anlise
ocorrer em 24h. Caso o Congresso Nacional, neste perodo, rejeite, deve o Decreto
Interventivo ser sustado, cuja insistncia submete o Presidente da Repblica a Crime de
Responsabilidade (art. 85, II, CF/88).
Deve o operador do direito ater-se, contudo, a uma srie de hipteses nas quais no
haver controle poltico (art. 34, VI, CF, bem como art. 34, VII, CF).
Note: No necessrio haver a
nomeao de interventor.
possvel, portanto, a interveno
sem a nomeao de um interventor.
-
25
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
NacionalidadeNacionalidadeNacionalidadeNacionalidade
Na lio de Pedro Lenza, nacionalidade pode ser definida como o vnculo jurdico-
poltico que liga um indivduo a determinado Estado, fazendo com que esse indivduo
passe a integrar o povo daquele Estado e, por consequncia, desfrute de direitos e
submeta-se a obrigaes. (LENZA, 2011, p. 993)
A nacionalidade poder ser originria ou secundria. Sobre elas, passaremos a tecer
alguns comentrios.
Nacionalidade originriaNacionalidade originriaNacionalidade originriaNacionalidade originria
A nacionalidade originria nasce de um fato natural (nascimento). Significa dizer que
a nacionalidade originria quanto a aquisio. Est relacionada com o brasileiro
nato. A Constituio Federal adotou o critrio ius solis, considerando nato aquele
que nasceu no territrio territorial. Entretanto, de forma excepcional, a Constituo
no considera brasileiro nato aquele que, embora nascido dentro do territrio
brasileiro, seja filho de pais estrangeiros a servio do pas de origem. Pode-se
concluir, portanto, que neste caso o legislador adotou o critrio do ius sanguinis.
Visto isso, podemos resumir os critrios nos seguintes termos:
1. ius solis - a regra nascido em territrio brasileiro, ser considerado
brasileiro nato;
2. ius sanguinis - este critrio ser adotado se:
a. Nascido dentro do Brasil, filho de pai e me estrangeiros, estando, ao
menos um deles, a servio do pas de origem neste caso, no ser
brasileiro;
b. Nascido fora do Brasil, filho de pai ou me brasileiro, estando, ao menos um
deles, a servio do pas neste caso, ser brasileiro;
c. Nascido fora do Brasil, filho de pai ou me brasileiro, no estando a servio
do pas, porm, o casal realiza o registro na repartio competente neste
caso, ser brasileiro.
d. Nascido fora do Brasil, filho de pai ou me brasileiro, no estando a servio
do pas, porm venha, em momento posterior, a residir no Brasil optando, a
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira neste caso, ser brasileiro.
-
26
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Nacionalidade secundriaNacionalidade secundriaNacionalidade secundriaNacionalidade secundria
A nacionalidade secundria depende do elemento volitivo. Significa dizer que, uma
vez preenchidos os requisitos exigidos pela Constituio, deve a parte manifestar
seu interesse em adquirir a nacionalidade brasileira. Neste caso, ser ele um
brasileiro naturalizado. H duas espcies, quais sejam a tcita ( prescindvel a
manifestao expressa da vontade) e a expressa. Em tempos anteriores, j houve a
naturalizao tcita no territrio brasileiro, contudo, hoje, apenas a naturalizao
expressa est autorizada pela Constituio.
A naturalizao expressa poder ser:
1. Ordinria
a. Todos os estrangeiros, salvo se originrios de pases com lngua
portuguesa:
I permanncia no Brasil por, no mnimo, 4 anos;
II Falar e escrever portugus;
III Ter boa sade;
IV ter condies financeiras para a manuteno no territrio nacional.
b. Todos os originrios de pases com lngua portuguesa, salvo portugueses:
I Residncia no Brasil por, no mnimo, 1 ano ininterrupto;
II Ter idoneidade moral.
c. Portugueses:
I Ter residncia permanente no Brasil;
I Haver reciprocidade, em Portugal, em favor dos brasileiros (significa dizer
que, em Portugal, deve o brasileiro ser tratado da mesma forma que aqui).
d. Radicao precoce: o estrangeiro que chegou no Brasil antes de completar
5 anos de idade, porm, aqui se estabeleceu. Neste caso, aps completar 18
anos de idade, tem o estrangeiro 2 anos para optar pela nacionalidade
brasileira;
e. Concluso de curso superior: residiu no Brasil, antes de completar 18 anos
de idade, e ainda, findou curso superior em estabelecimento de ensino
nacional. Neste caso, deve o estrangeiro optar pela nacionalidade brasileira
dentro do prazo de 1 ano, contados da concluso de ensino superior.
-
27
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
2. Extraordinria (ou quinzenria)
a. Estrangeiro com:
I residncia no Brasil por mais de 15 anos;
II sem condenao penal;
III mediante requerimento;
Hipteses legais que diferenciam o brasileiro nato do naturalizadoHipteses legais que diferenciam o brasileiro nato do naturalizadoHipteses legais que diferenciam o brasileiro nato do naturalizadoHipteses legais que diferenciam o brasileiro nato do naturalizado
Em regra, a lei no estabelecer diferenas entre o brasileiro nato e naturalizado.
Porm, h algumas excees que merecem destaque. So elas:
1. O brasileiro nato nunca ser extraditado, ao passo que o brasileiro
naturalizado poder ser extraditado em duas hipteses:
a. Crime comum praticado antes da naturalizao;
b. Envolvimento, comprovado, em trfico ilcito de drogas antes ou depois
da naturalizao.
Ateno! O estrangeiro no ser extraditado por crime poltico ou de opinio
(art. 5, LII, CF/88)
2. So cargos privativos de brasileiros natos:
a. Presidente da Repblica e Vice-Presidente;
b. Presidente da Cmara dos Deputados;
c. Presidente do Senado Federal;
d. Presidente do STF;
e. Carreira Diplomtica;
f. Oficial das Foras Armadas;
g. Ministro de Estado da Defesa;
h. 6 cidados que compem o Conselho da Repblica.
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacncia dos
respectivos cargos, sero sucessivamente chamados ao exerccio da Presidncia o
Presidente da Cmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal
Federal.
Note: se o Presidente no pode
ser naturalizado, ento o
Presidente da Cmara, Senado e
STF tambm no podero, pois,
na vacncia ou impedimento do
Presidente, estes podem assumir
temporariamente o poder,
segundo a CF/88.
-
28
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Memorize, para concurso pblico, a composio do Conselho da Repblica, bem
como a composio do Conselho da Defesa, pois muito comum em prova:
Conselho da Repblica Conselho da Defesa
8. Presidente e Vice-presidente da
Repblica;
9. Presidente da Cmara;
10. Presidente do Senado;
11. Lderes da maioria e minoria da
Cmara;
12. Lderes da maioria e minoria do
Senado;
13. Ministro da Justia;
14. 6 (seis) brasileiros natos com mais de
35 anos.
9. Presidente e Vice-presidente da
Repblica;
10. Presidente da Cmara;
11. Presidente do Senado;
12. Ministro da Defesa;
13. Ministro das Relaes Exteriores;
14. Ministro do Planejamento;
15. Ministro da Justia;
16. Comandantes da Marinha, Exrcito e
Aeronutica.
3. A propriedade de empresa jornalstica de radiofuso poder ser de
brasileiro naturalizado desde que esteja naturalizado a, no mnimo, 10 anos.
Perda da NacionalidadePerda da NacionalidadePerda da NacionalidadePerda da Nacionalidade
H na Constituio 2 hipteses que implicam na perda da nacionalidade:
1. Cancelamento de naturalizao por sentena judicial em razo de atividade
nociva ao interesse nacional;
2. Aquisio de outra nacionalidade: Trata-se de hiptese em que o brasileiro
nato ou naturalizado opta (voluntariedade) por outra nacionalidade. Neste
caso, a perda ocorre por meio de Decreto do Presidente da Repblica,
devendo ser resguardado o contraditrio e a ampla defesa. Entretanto, no
implicam na perda da nacionalidade:
a. O reconhecimento da nacionalidade originria pela lei estrangeira;
b. A imposio de naturalizao pela norma estrangeira.
Ateno! Observe que inclusive o brasileiro nato poder perder a
nacionalidade na hiptese de aquisio de outra nacionalidade
-
29
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Direitos PolticosDireitos PolticosDireitos PolticosDireitos Polticos
Os direitos polticos, sob a tica de Pedro Lenza, so instrumentos por meio dos
quais a Constituio Federal resguarda o exerccio da soberania popular,
atribuindo poderes aos cidados para interferirem na conduo da coisa pblica,
seja direta, seja indiretamente (LENZA, 2011, p. 1015).
Regime DemocrticoRegime DemocrticoRegime DemocrticoRegime Democrtico
H, basicamente, 3 espcies de democracia, quais sejam a democracia direta, a
democracia semidireta e a democracia indireta.
1. Democracia direta: o poder exercido pelo povo sem intermedirios (por
exemplo, Lei de iniciativa popular, plebiscito, referendo etc);
2. Democracia indireta: o poder exercido por meio de representantes eleitos
pelo povo, titular do poder;
3. Democracia semidireta: Nesta espcie, o poder ora exercido diretamente
pelo povo, ora exercido por representantes. Este o modelo adotado pelo
Brasil.
Qual a diferena entre referendo e plebiscito?
Embora ambas as espcies visem a consulta popular quanto a um tema
entendido como relevante em determinado tempo e espao, no plebiscito a
consulta ser prvia ao ato legislativo ou administrativo, ao passo que no
referendum a consulta posterior, visando, portanto, a ratificao de um ato
legislativo ou administrativo j existente.
Importante
No confunda sufrgio universal com escrutnio. O primeiro o direito de votar
e ser votado, ao passo que o segundo a forma pela qual se exercita o voto (no
caso do Brasil, em razo do art. 60, 4, inciso II, da Constituio Federal, ser
direto, secreto, universal e peridico)
-
30
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Direitos Polticos PositivoDireitos Polticos PositivoDireitos Polticos PositivoDireitos Polticos Positivossss
Consagra-se na capacidade de votar, capacidade de ser eleitor, bem como na
alistabilidade.
Para exercer o sufrgio ativo por meio do voto, deve o cidado:
1. Possuir alistamento eleitoral;
2. Ser maior de 16 anos;
3. Possuir nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado);
4. No ser conscrito durante o servio militar obrigatrio.
Nos termos do art. 60, 4, inciso II, CF/88, o voto deve ser direto, secreto,
universal e peridico.
1. Voto direito: o cidado vota sem intermedirios.
Ateno! Excepcionalmente, a Constituio Federal autoriza o voto indireto
(por meio de intermedirios) para preencher o cargo de Presidente da
Repblica no caso de vacncia nos 2 ltimos anos de mandato.
Art. 81 - CF/88. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da
Repblica, far-se- eleio noventa dias depois de aberta a ltima
vaga.
1 - Ocorrendo a vacncia nos ltimos dois anos do perodo
presidencial, a eleio para ambos os cargos ser feita trinta dias
depois da ltima vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
2. Voto secreto: o voto, quando consagrado pelo eleitor, ser mantido em sigilo
absoluto.
3. Voto universal: No h condio discriminatria que obstaculize seu
exerccio;
4. Voto peridico: Em decorrncia da repblica (princpio da temporariedade),
devem os votos, assim como os mandatos, serem peridicos.
Alm das mencionadas caractersticas, o voto obrigatrio aos maiores de
18 anos e menores de 70 anos, personalssimo (no pode ser realizado com
instrumento de procurao).
-
31
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Ateno! A obrigatoriedade do voto no clusula ptrea, motivo pelo qual
poder ser alterada por meio de Emenda Constitucional.
A capacidade eleitoral passiva consagra-se na possibilidade de eleger-se.
So condies de elegibilidade:
1. Alistamento eleitoral;
2. Nacionalidade brasileira (nato ou
naturalizado)
3. Pleno exerccio dos direitos polticos;
4. Filiao partidria;
5. Domiclio eleitoral na circunscrio;
6. Idade mnima de acordo com o cargo ao qual
se candidata;
Direitos Polticos NegativosDireitos Polticos NegativosDireitos Polticos NegativosDireitos Polticos Negativos
Direitos Polticos Negativos, na viso de Jos Afonso da Silva, so determinaes
constitucionais que, de uma forma ou de outra, importem em privar o cidado
do direito de participao no processo poltico e nos rgos governamentais
(SILVA, 2012, p. 383).
So absolutamente inelegveis (inelegibilidade absoluta):
1. Estrangeiros;
2. Conscritos durante o servio militar obrigatrio;
3. Analfabetos;
So relativamente inelegveis (inelegibilidade relativa):
Lembre-se dos cargos
privativos de brasileiro nato
(vide Nacionalidade).
Idades mnimas importantes
1. 35 anos: Presidente da
Repblica e seu Vice;
Senador;
2. 30 anos: Governador e seu
Vice (do Estado e DF);
3. 21 anos: Deputado
Federal, Deputado
Estadual, Deputado
Distrital, Prefeito e seu
Vice, Juiz de Paz;
4. 18 anos: Vereador
Hiptese do vereador a que
mais cai em concursos!!!
-
32
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
1. Em razo da funo exercida para um terceiro mandato sucessivo;
2. Em razo da funo para concorrer a outros cargos (para concorrer a outros
cargos, Governadores e Prefeitos precisam renunciar o cargo com, no
mnimo, 6 meses de antecedncia visa a desincompatibilizao);
3. Em razo do parentesco (tambm chamada de inelegibilidade reflexa):
engloba parentes at o 2 grau.
Note: ainda que ocorra a dissoluo da sociedade conjugal, no poder a ex-
mulher candidatar-se na mesma circunscrio do marido. Tal posio evita
fraudes.
Observao Importante sobre militares
O militar, com menos de 10 anos de servio, para eleger-se, dever se afastar
da atividade, ao passo que o militar com mais de 10 anos de servio dever
ser agregado pela autoridade superior e, aps eleito, passar inatividade.
Os conscritos, durante o servio militar obrigatrio, so inelegveis.
Perda e suspenso dos Direitos PolticosPerda e suspenso dos Direitos PolticosPerda e suspenso dos Direitos PolticosPerda e suspenso dos Direitos Polticos
Hipteses de perda
1. Cancelamento da naturalizao por sentena transitado em julgado
2. Recusa de cumprir obrigao legal a todos imposta ou prestao alternativa;
3. Perda da nacionalidade (vide resumo Nacionalidade)
Hipteses de suspenso
1. Incapacidade civil absoluta;
2. Condenao criminal transitada em julgado enquanto durarem seus efeitos;
3. Improbidade administrativa (Lei 8429)
-
33
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Poder LegislativoPoder LegislativoPoder LegislativoPoder Legislativo
O Poder Legislativo, ao contrrio do Poder Judicirio, est presente em todos os
entes da federao. No mbito federal, a estrutura bicameral, ao passo que no
plano estadual, distrital e municipal a estrutura unicameral.
Economize memria: lembre-se que o bicameralismo, no plano federal, uma
das caractersticas do Federalismo.
Como todos os Poderes, o legislativo possui funes tpicas bem definidas,
porm, sem deixar de lado funes atpicas indispensveis ao bom
funcionamento do poder. Sobre as funes tpicas e atpicas do Poder Legislativo,
temos o seguinte:
1. Funes tpicas: legislar e fiscalizar (ocorre com auxlio do Tribunal de
Contas);
2. Funes atpicas: atuao administrativa (e.g. quando exonera um de seus
servidores, exercendo funo tipicamente administrativa), bem como
atuao judicial (e.g. Senado julga crime de responsabilidade, por exemplo,
do Presidente da Repblica funciona como um Tribunal Poltico, presidido
pelo Presidente do STF).
-
34
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
ComposioComposioComposioComposio
No mbito nacional um rgo bicameral (Deputados que representam o povo
e Senadores que representam os Estados e DF). Temos o seguinte:
Cmara dos Deputados Senado Federal
Representam o povo Representam os Estados e DF
513 deputados 81 Senadores
Sistema eleitoral proporcional Sistema eleitoral majoritrio
Quanto mais populoso o Estado, maior
ser o nmero de Deputados (mnimo de
8 e mximo de 70 Deputados)
Sero 3 Senadores por Estado ou DF.
Cada Senador tem direito a 2 suplentes.
Idade mnima 21 anos; Idade mnima 35 anos;
Mandato ser de 1 legislatura (4 anos),
motivo pelo qual, a cada legislatura, h
renovao total da casa (substituio dos
deputados).
Mandato ser de 2 legislaturas (8 anos),
sendo que, a cada legislatura, h uma
renovao parcial quanto a
representao daquele Estado/ DF.
a. Legislatura 1: renova 1/3 (1
senador substitudo);
b. Legislatura 2: renova 2/3 (2
senadores so substitudos).
Ateno! No caso dos Territrios, h 4 Deputados.
FuncionamentoFuncionamentoFuncionamentoFuncionamento
1. Legislatura: 4 anos. Equivale ao mandato dos Deputados Federais. Os
Senadores, que possuem mandato de 8 anos, exercem 2 legislaturas.
2. Sesso Legislativa Ordinria: 02/02 a 17/07 e 01/08 a 22/12.
3. Perodo Legislativo: o semestre, portanto, h 8 perodos legislativos
dentro da legislatura.
-
35
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
4. Sesso Ordinria: No Senado, vai de tera a quinta-feira, ao passo
que na Cmara dos Deputados. de segunda a sexta-feira.
5. Sesso Extraordinria: Ocorre em dia e hora diversa das sesses
ordinria.
Ateno! A sesso extraordinria ocorre dentro do perodo legislativo.
6. Sesso Legislativa Extraordinria: ser aquela que ocorre durante o
recesso, portanto, diferente da sesso extraordinria.
Hipteses de convocao extraordinria
1. Presidente do Senado;
2. Urgncia ou motivo relevante por
a. Presidente da Repblica
b. Presidente da Cmara
c. Presidente do Senado
d. Maioria dos Membros de ambas as casas
Poder haver deliberao em Convocao Extraordinria, apenas, para matrias da
pauta de convocao, salvo Medidas Provisrias (art. 57, 8 da CF/88).
Antes, era vedada o pagamento de parcela indenizatria superior ao subsdio mensal.
Com o advento da EC n 50 de 2006, passou a ser vedado o pagamento de qualquer tipo
de parcela indenizatria em convocao extraordinria
EstruturaEstruturaEstruturaEstrutura
1. Mesas: so os rgos mais importantes dentro das casas, sob a tica legislativa e
administrativa. H 3 mesas:
a. Mesa da Cmara
Tem que ter a
aprovao dos
membros de
ambas as casa.
Poder existir mais
de uma
convocao
extraordinria por
recesso.
-
36
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
b. Mesa do Senado
c. Mesa do Congresso Nacional (o Presidente desta mesa ser o Presidente do
Senado).
2.. Comisses
a. Comisses Permanentes: So, em regra, temticas, transcendendo as legislaturas.
o caso, por exemplo, da CCJ.
b. Comisses Temporrias: No transcendem as legislaturas, pois nascem com um
objetivo definido e, uma vez alcanado, deixam de existir (e.g. CPI)
c. Comisso mista: comporta por Deputados e Senadores. Poder ser:
c.1. Permanente;
c.2. Temporria;
d. Comisso Representativa: a comisso encarregada de representar o Congresso Nacional em perodos de recesso (art. 58, 4, CF/88)
Imunidades ParlamentaresImunidades ParlamentaresImunidades ParlamentaresImunidades Parlamentares
A imunidade nada mais do que prerrogativas que existem em razo do cargo ocupado
pelo parlamentar. Visam resguardar a independncia do parlamentar frente aos demais
poderes. As imunidades podem ser material ou formal.
Imunidade materialImunidade materialImunidade materialImunidade material (ou substancial)(ou substancial)(ou substancial)(ou substancial)
O art. 53 da Constituio Federal dispe que os Deputados e Senadores so inviolveis,
civil e penalmente, por quaisquer de suas opinies, palavras e votos (grifos nossos).
O Poder Constituinte, por meio deste dispositivo, protege a manifestao do
parlamentar. Sem dvida alguma, o direito do parlamentar manifestar a opinio, a
palavra e o voto, de forma livre, instrumento imprescindvel ao Estado Democrtico
de Direito. Neste sentido, Pedro Lenza, de forma bastante didtica, ensina o seguinte:
A imunidade material, mantida pela EC n. 35/2001, sinnimo de
democracia, representando a garantia de o parlamentar no ser perseguido
-
37
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
ou prejudicado em razo de sua atividade na tribuna, na medida em que
assegura a independncia nas manifestaes de pensamento e no voto.
(LENZA, 2011, p. 476)
interessante ressaltar que a imunidade civil no advm do Poder Constituinte
originrio. Em verdade, foi a EC n. 35/2001 que, de fato, consolidou a imunidade civil do
parlamentar no ordenamento jurdico. At o advento da referida emenda, a imunidade
civil era respeitada em razo de posio jurisprudencial firmada nos Tribunais.
No mbito penal, a imunidade material, segundo posio firmada no STF, exclui a
tipicidade quanto aos crimes contra a honra.
H uma presuno absoluta quando o ato praticado pelo parlamentar dentro do
Senado ou Cmara dos Deputados. Porm, dever ser comprovado o nexo de
causalidade quando o ato for praticado fora deste estabelecimento. Neste caso, deve o
parlamentar demonstrar que a opinio, palavra ou voto foi proferida no exerccio da
funo, embora fora do Senado ou Cmara dos Deputados. Por se tratar de uma
prerrogativa inerente ao cargo e, portanto, personalssima (de cunho subjetivo), no se
estende ao corru (smula 245 do STF).
Smula 245 do STF a imunidade parlamentar no se estende ao corru sem essa
prerrogativa.
Por fim, vale destacar que a imunidade material tem eficcia temporal absoluta, logo,
ainda que finde o mandato, no poder o deputado ser processado por crime contra a
honra praticado durante o mandato, desde que o crime guarde relao com a funo
parlamentar (nexo de causalidade).
-
38
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Imunidade formalImunidade formalImunidade formalImunidade formal
O art. 53 da Constituio Federal dispe quanto a prerrogativa de priso, bem como
prerrogativa de processo, ambas imunidades formais.
1. Priso: o parlamentar no poder ser preso (priso civil, administrativa, etc),
desde a expedio do diploma, salvo:
a. Em razo de flagrante da prtica de crime inafianvel;
b. Sentena condenatria transitada em julgado (posio do STF);
Ateno! Deve o candidato ater-se ao grupo de reformas recentes do Cdigo de
Processo Penal. Em primeiro lugar, o flagrante passou a ser, segundo alguns,
forma de priso precautelar (ou preliminar), uma vez que em, no mximo, 24h,
deve o delegado encaminhar o auto de priso ao Juiz que, por sua vez,
converter ou no em priso cautelar (art. 310 do CPP). No que pese esta
reforma, o entendimento majoritrio que cabe respectiva Casa, e no ao
juiz, decidir quanto a manuteno ou no da priso em flagrante do
Parlamentar. Em segundo lugar, quanto aos crimes inafianveis, houve
importante reforma por meio da lei 12.403/2011. A partir desta lei, so
inafianveis:
1. Crimes de racismo;
2. Crime de tortura, Trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins e terrorismo;
3. Crimes hediondos;
4. Crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado Democrtico.
5. Quando presentes os motivos para decretao da Priso Preventiva (garantia
da ordem pblica, ordem econmica, convenincia da instruo criminal
assegurar aplicao da lei penal, ou ainda, prova da existncia de crime com
indcio suficiente de autoria)
Os autos devem ser
encaminhados em 24h para a
respectiva casa para que esta
decida (maioria absoluta em
votao aberta) se o indivduo ou
no permanecer preso.
-
39
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
2. Processo: antes da EC 35/2001, era necessrio a concesso de licena prvia pela
Casa para que o parlamentar fosse processado e julgado pelo STF. Isso garantia
a impunidade do parlamentar, pois, na grande maioria dos casos, a licena no
era concedida.
Aps a EC 35/2001, com a finalidade de melhorar o prestgio do Poder
Legislativo, foi retirada a necessidade da concesso de licena prvia.
Entretanto, aps a instaurao de processo contra o parlamentar, pode o Casa,
por iniciativa do partido poltico nela representado, requerer a sustao o
processo. Portanto, podemos concluir que a EC 35/2001, em verdade, apenas
atenuou o cenrio anterior. Neste caso, haver o requerimento, cuja analise ser
feita no prazo de 45 dias. A sustao do processo depender do voto da maioria
absoluta dos membros da casa (veja o esquema abaixo)
Caso o processo seja sustado, estar suspenso o prazo prescricional.
Ateno! O vereador no ter imunidade formal, pois no h Poder Judicirio do
Municpio.
Procurador
Geral da
Repblica
Particular
STF Incio do
processo
Aps EC 35 Casa poder sustar
o processo
Antes da EC 35 a Casa podia no
autorizar o incio do processo
-
40
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Observaes importantes:
1. Os parlamentares no so obrigados a testemunhar contra pessoas que lhe
entreguem informaes (art. 53, 6, CF/88), desde que guarde relao com o
mandato.
2. Deputados e Senadores no podem ser incorporados as foras armadas, salvo
autorizao da casa respectiva (art. 53, 7, CF/88);
3. A imunidade parlamentar irrenuncivel;
4. No estado de stio e estado de defesa, as imunidades so conservadas, salvo, no
caso do primeiro, se:
a. Pratica de atos fora do Congresso Nacional;
b. Atos praticados devem ser incompatveis com o estado de stio;
c. Aprovao de 2/3 dos membros da respectiva Casa para a perda das
imunidades.
ComissoComissoComissoComisso Parlamentar de InquritoParlamentar de InquritoParlamentar de InquritoParlamentar de Inqurito
Conforme ensinamento de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, as comisses
parlamentares de inqurito (CPIs) so comisses temporrias, criadas pela Cmara dos
Deputados, pelo Senado Federal ou pelo Congresso Nacional, com o fim de investigar
fato determinado de interesse pblico (PAULO & ALEXANDRINO, 2008, p. 404).
A partir do conceito supracitado, devemos concluir que a comisso tem prazo certo,
sendo criada para um fim especfico, pois visa investigar fato determinado.
Requisitos da CPI/ CPMIRequisitos da CPI/ CPMIRequisitos da CPI/ CPMIRequisitos da CPI/ CPMI
1. Quorum:
a. 1/3 de Senadores;
b. 1/3 dos Deputados;
c. 1/3 dos membros do Congresso Nacional
Note: no caso do item (c) teremos a denominada CPMI (Comisso
Parlamentar Mista de Inqurito)
Basta uma das hipteses
para que seja instaurada a
CPI
-
41
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
2. Investigar fato determinado;
3. Instaurao por Prazo certo.
STF: entende que a CPI um direito pblico subjetivo das minorias (vide ADI
3919 SP). Ademais, fatos conexos com o principal podero ser investigados,
desde que haja o aditamento do objeto inicial da CPI (Inqurito n 2245). Por fim,
segundo o STF, bem como Regimento das Casas, pode o prazo ser prorrogado,
contudo, no poder ultrapassar a legislatura (perodo de 4 anos).
Poderes de investigaoPoderes de investigaoPoderes de investigaoPoderes de investigao
As CPIs tero poderes regimentais, bem como poderes de investigao prprios de
autoridade judicial. Contudo, segundo o STF, sero os poderes prprios de autoridade
judicial em fase de instruo processual. Isso porque, no Brasil, no h juiz inquisitor
que investiga durante o inqurito portanto, deve ser atrelado apenas instruo do
processo.
H poderes resguardados pela reserva de jurisdio que no se estendem CPI. Tratam-
se de poderes que podero ser exercido, nica e exclusivamente, por rgos investidos
de jurisdio. Os poderes resguardados pela reserva de jurisdio so os seguintes:
1. Interceptao telefnica (art. 5, inciso XII, CF/88): A comisso parlamentar de
inqurito poder decretar a quebra do sigilo bancrio, fiscal, de dados e,
inclusive, a quebra do sigilo telefnico, mas, em hiptese alguma, podero ter
acesso, sem deciso judicial, ao contedo da conversa. Significa dizer que a CPI
saber para quem o investigado ligou, mas no poder saber o que foi falado
durante a conversa.
Economize memria: a interceptao telefnica medida extrema autorizada
apenas para investigao criminal ou instruo em processo penal, respeitado os
requisitos disciplinados pela lei 9296. Alis, o legislador, reconhecendo a
gravidade da medida, disciplinou, no art. 10 da Lei 9296, o crime consagrado pela
interceptao telefnica infundada (sem motivo expresso na lei).
2. Busca e apreenso domiciliar (art. 5, inciso XI, CF/88):
3. Priso, salvo priso em flagrante;
-
42
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Note: inclusive o cidado poder realizar a priso em flagrante (art. 301 do CPP).
Trata-se, neste caso, de priso facultativa, uma vez que o cidado, ante a infrao
penal, no tem o dever legal de realizar a priso. Do mesmo modo, no faria
sentido impedir a CPI de prender algum ante o flagrante.
4. Medidas cautelares: o poder geral de cautela pertence, apenas, ao juiz (art. 798
do Cdigo de Processo Civil). A medida cautelar visa evitar a sentena incua
(sem efeito). Neste cenrio, como no cabe Comisso Parlamentar de Inqurito
proferir deciso final (sentena) sobre o investigado, tambm no poder ela
conceder medida cautelar.
A CPI no poder tambm:
a. Anular ato do executivo ou convocar magistrado para prestar depoimento
sobre tema relacionado, exclusivamente, a atividade jurisdicional, sob pena
de, em ambos os casos, violar separao dos poderes;
b. Investigar contas e contratos prprios de ente federativo diverso daquela
comisso (e.g. CPI convocada pelo Senado Federal no pode inestigar
licitao do Municpio do So Bernardo do Campo, pois cabe Assembleia
este papel). Com isso preserva-se o Pacto Federativo;
c. Quebrar o sigilo profissional, violar sigilo judicial, impedir a assistncia de
advogado, ou ainda, violar o direito ao silncio. Em todos os casos, protegem-
se Direitos Fundamentais.
d. Impedir a sada do investigado da comarca ou do pas.
Importante
1. Todas as decises da CPI so fundamentadas (art. 93, inciso IX, CF/88);
2. Todas as decises da CPI so tomadas pela maioria absoluta (Princpio da
Colegialidade)
-
43
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Processo LegislativoProcesso LegislativoProcesso LegislativoProcesso Legislativo
O processo legislativo a funo tpica do Poder Legislativo. Segundo Pedro Lenza, o
processo legislativo consiste nas regras procedimentais, constitucionalmente previstas,
para a elaborao das espcies normativas, regras estas a serem criteriosamente
observadas pelos atores envolvidos no processo (LENZA, 2011, p. 492).
Vale lembrar que fiscalizao tambm uma funo tpica do Poder Legislativo.
O Poder Executivo e o Poder Judicirio, de forma atpica, tambm exercem a funo
legislativa.
1. Poder Judicirio: exerce de forma atpica a funo legislativa quando elabora seu
regimento interno.
2. Poder Executivo
a. Medida Provisria (art. 62 CF/88);
b. Decreto Autnomo: Conforme dispe o art. 84, inciso IV, CF/88, poder ser
expedido Decreto Autnomo para:
I - organizao e funcionamento da administrao federal, quando no
implicar aumento de despesa nem criao ou extino de rgos pblicos;
II - extino de funes ou cargos pblicos, quando vagos
c. Lei Delegada (art. 68 CF/88)
Espcies de Processo LegislativoEspcies de Processo LegislativoEspcies de Processo LegislativoEspcies de Processo Legislativo
1. Quanto a organizao poltica, o Processo Legislativo poder ser:
a. Autocrtico: no h participao popular;
b. Indireto: as propostas so votadas por representantes (adotado no Brasil);
c. Semidireto: os representantes elaboram as propostas, porm, estas entram
em vigor apenas aps a participao do povo (e.g. referendo);
d. Direto: o povo, sem intermedirios, discute e vota a proposta.
-
44
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Ateno! No confunda Processo Legislativo Indireto (adotado no Brasil) com
Regime Democrtico Indireto (no adotado no Brasil). O Brasil adota o Regime
Democrtico semidireto, pois h participao popular.
2. Quanto as fases procedimentais, o processo legislativo poder ser:
a. Comum: o processo legislativo mais amplo, apto para elaborar leis
ordinrias;
b. Especial: visa a elaborao de algumas espcies normativas como, por
exemplo, as leis oramentrias;
c. Sumrio;
Note: As normas relacionadas ao Processo Legislativo no fazem parte do rol do art. 60
4 da Constituio Federal, motivo pelo qual no so clusulas ptreas. Entretanto sua
alterao depende
Processo Legislativo OrdinrioProcesso Legislativo OrdinrioProcesso Legislativo OrdinrioProcesso Legislativo Ordinrio
Alexandre de Moraes subdivide o processo legislativo em 3 fases, quais sejam a fase
introdutria, a fase constitutiva e a fase complementar. Jos Afonso da Silva, por sua
vez, subdivide o processo legislativo em 5 fases: fase introdutria, fase de exame do
projeto nas comisses parlamentares, fase das discusses, fase das deliberaes e fase
de reviso.
Em concursos pblicos, porm, h aparente preferncia pelo modelo desenhado por
Alexandre de Moraes, motivo pelo qual passaremos, a partir da agora, a estudar as fases
do processo legislativo sob a tica de Alexandre de Moraes.
Fase IntrodutriaFase IntrodutriaFase IntrodutriaFase Introdutria
A fase introdutria consagrada pela iniciativa do projeto de lei. A iniciativa a
capacidade, atribuda a determinados rgos, para deflagrar o Processo Legislativo. A
iniciativa poder ser:
-
45
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
1. Geral: trata-se da capacidade de propor projeto de lei sobre temas no
delimitados pela Constiutio;
2. Reservada: trata-se da capacidade de propor projeto de lei sobre temas
delimitados pela Constituio.
A iniciativa poder ser tambm:
1. Parlamentar;
2. Extraparlamentar;
3. Privativa;
4. Concorrente
Ateno! Para parte da doutrina, iniciativa reservada sinnimo de iniciativa privativa
ou exclusiva. Isso porque a marca desta espcie seria a indelegabilidade.
iniciativa privativa do Presidente da Repblica, por exemplo, a organizao judiciria
e administrativa dos Territrios, assim como suas respectivas matrias tributrias,
oramentrias, servios pblicos e de pessoal.
Questo: O Senado elabora e aprova projeto de lei de iniciativa reservada do Presidente
da Repblica, portanto, com patente vcio de iniciativa. Neste caso, a sano do
Presidente da Repblica capaz de sanar o vcio?
A antiga smula 5 do STF dizia que sim, porm, esta sumula no vem sendo mais
utilizada pelos Tribunais superiores de modo que a posio atual rechaa a possibilidade
de ratificao do projeto viciado por meio da sano do Presidente da Repblica.
Iniciativas que costumam cair em provas
1. Procurador Geral da Repblica:
Art. 128, inciso II, 5 - Leis complementares da Unio e dos Estados, cuja iniciativa facultada
aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecero a organizao, as atribuies e o estatuto de
cada Ministrio Pblico, observadas, relativamente a seus membros:
2. Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores e Tribunais de Justia:
-
46
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Art. 99. Ao Poder Judicirio assegurada autonomia administrativa e financeira.
1 - Os tribunais elaboraro suas propostas oramentrias dentro dos limites estipulados
conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes oramentrias.
2 - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I - no mbito da Unio, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores,
com a aprovao dos respectivos tribunais;
II - no mbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territrios, aos Presidentes dos Tribunais de
Justia, com a aprovao dos respectivos tribunais.
Fase CFase CFase CFase Constitutivaonstitutivaonstitutivaonstitutiva
Nesta fase ocorre a deliberao, votao e, ao final, a sano ou veto do Presidente da
Repblica
Na deliberao, Comisses Temticas e a Casa de Constituio e Justia (CCJ) avaliam e
discutem o projeto de lei.
O que delegao interna corporis? delegar comisso o poder de votar o projeto
de lei sem a necessidade de passar pelo plenrio. A delegao interna corporis, ento,
gera um tramite terminativo, salvo recurso de 1/10 (um dcimo) dos membros da Casa.
A delegao ocorrer por meio do Regimento Interno, O art. 58, 2, inciso I da CF/88
dispe o seguinte:
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas tero comisses permanentes e
temporrias, constitudas na forma e com as atribuies previstas no
respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criao
(...)
2 - s comisses, em razo da matria de sua competncia, cabe:
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a
competncia do Plenrio, salvo se houver recurso de um dcimo dos
membros da Casa;
Aps a deliberao ocorrer a votao e, finalmente, o projeto de lei ser encaminhado
para o Presidente da Repblica sancionar ou vetar.
-
47
Copyright 2013 advogadoR todos os direitos reservados
Fase ComplementarFase ComplementarFase ComplementarFase Complementar
Ocorre a promulgao e publicao. Sobre o tema, interessante ler nosso resumo
sobre a Lei de Introduo as Normas de Direito Brasileiro - LINDB (Direito Civil).
Procedimento do Processo Legislativo OrdinrioProcedimento do Processo Legislativo OrdinrioProcedimento do Processo Legislativo OrdinrioProcedimento do Processo Legislativo Ordinrio
Casa IniciadoraCasa IniciadoraCasa IniciadoraCasa Iniciadora
Ser a Cmara dos Deputados a casa iniciadora quando o projeto de lei for apresentado
pela iniciativa popular, pelo Presidente da Repblica, pelo Procurador Geral da
Rep