resumo - a gramática nuclear e a língua-i do brasileiro

4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ A GRAMÁTICA NUCLEAR E A LÍNGUA-I DO BRASILEIRO (MARY AIZAWA KATO) Disciplina: HL 201 - Língua Portuguesa I Professora: Maria José Foltran Aluno: Antonio Carlos de Barros

Upload: antonio-barros

Post on 06-Nov-2015

44 views

Category:

Documents


31 download

DESCRIPTION

Resumo do texto de Mary Aizawa Kato

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN

A GRAMTICA NUCLEAR E A LNGUA-I DO BRASILEIRO(MARY AIZAWA KATO)Disciplina: HL 201 - Lngua Portuguesa IProfessora: Maria Jos Foltran Aluno: Antonio Carlos de BarrosCURITIBA

2015

A GRAMTICA NUCLEAR E A LNGUA-I DO BRASILEIRO

MARY AIZAWA KATO em "A GRAMTICA NUCLEAR E A LNGUA-I DO BRASILEIRO" observa inicialmente os principais problemas na rea de aprendizagem da lngua materna. Em seguida, a autora resume de maneira simplificada, a natureza da aquisio de uma primeira lngua, apontando as diferenas no processo de aprendizagem da lngua escrita. Por fim, KATO nos apresenta o papel da lingustica brasileira, exemplificando atravs de alguns estudos, a transio da gramtica nuclear (resultado de aquisio espontnea da criana) para a lngua-I do letrado, finalizando seu artigo com uma pequena concluso.

A distncia entre a lngua falada e a lngua escrita institucionalizada , segundo KATO, o principal problema para o ensino do Portugus. KATO observa que as diferenas entre a fala e a escrita esto presentes em todas as lnguas, mas no Portugus do Brasil (PB) essa distncia to grande que, segundo a autora, para uma criana aprender a ler e a escrever, ela enfrentaria uma tarefa de aprendizagem similar a de uma lngua estrangeira. Para a autora, outro grande problema estaria relacionado a ausncia de contato das crianas com a escrita de livros de histrias, principalmente nas classes sociais em que os pais so iletrados. Uma possvel soluo seria, para KATO, um investimento nas escolas maternais onde histrias seriam lidas para as crianas, que, inconscientemente, passariam a absorver as caractersticas da gramtica da escrita.Alm do seu conhecimento da gramtica nuclear, segundo a autora, a criana pode ter uma pequena periferia diferente de outras crianas, desde que ela seja exposta oralmente a textos escritos. Sendo assim, cada criana na fase pr-escolar tem a sua lingua-I (individual). Para a autora, todo brasileiro adulto partilha tambm da mesma gramtica nuclear, mas o adulto letrado desenvolve atravs da instruo formal, uma periferia extensa, onde se situa aquilo que aprendeu como uma segunda gramtica.Segundo KATO, a lingustica brasileira vem revelando aspectos da gramtica do PB falado por adultos, bem como algumas mudanas que vm ocorrendo nos textos escritos dos brasileiros, diacronicamente, e procura desvendar a aquisio da sintaxe no incio da fala da criana brasileira. No entanto, a autora salienta que ainda se tem muito pouco conhecimento sobre o que a criana pr-escolar sabe antes do contato, ou do pouco contato com a escrita, e tambm sobre o que o letrado efetivamente sabe e faz, independentemente das gramticas prescritivas. A seguir, a autora nos apresenta um estudo em que podemos observar as mudanas no uso da gramtica a partir letramento, tomando como exemplo a perda do cltico de terceira pessoa e sua recuperao pela escola. O estudo evidencia que, quando a criana entra na escola, o cltico inexistente na sua gramtica nuclear, comeando a emergir na 3 srie e atinge o ndice de ocorrncia mais elevado na lngua-I do sujeito de nvel superior.

Continuando, KATO nos mostra outro estudo, que tem com base o uso do sujeito nulo no PB. Segundo a autora, no PB o sujeito parcialmente nulo, com alguns contextos de resistncia mudana, pois o sujeito nulo s equivalente ao sujeito pronominal, quando o antecedente o sujeito da matriz. O estudo aponta que a criana pr-escolar no dispe do nulo logofrico, presente no adulto letrado, mas o incorpora at o final da escola de primeiro grau.Em sua concluso, para formao de docentes capacitados, a autora recomenda o subsidio s escolas, para o desenvolvimento de pesquisas relacionadas ao conhecimento lingustico que a criana traz para a escola, descrio da lngua-I dos escritores contemporneos e uma descrio da forma como os aprendizes escolares bem-sucedidos chegam perto desse conhecimento.