resposta de ovinos naturalmente infectados por … · eu realmente vou te levar em meu coração...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL RESPOSTA DE OVINOS NATURALMENTE INFECTADOS POR NEMATOIDES GASTRINTESTINAIS EM PASTOS DE CAPIM-MASSAI FERNANDA CAVALCANTE SILVA MACAÍBA/RN Fevereiro/2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL

RESPOSTA DE OVINOS NATURALMENTE INFECTADOS

POR NEMATOIDES GASTRINTESTINAIS

EM PASTOS DE CAPIM-MASSAI

FERNANDA CAVALCANTE SILVA

MACAÍBA/RN Fevereiro/2016

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FERNANDA CAVALCANTE SILVA

RESPOSTA DE OVINOS NATURALMENTE INFECTADOS POR

NEMATOIDES GASTRINTESTINAIS

EM PASTOS DECAPIM-MASSAI

Dissertação apresentada à Universidade Federal

do Rio Grande do Norte – UFRN, Campus

Macaíba, como parte das exigências para

obtenção do título de Mestre em Produção

Animal.

Orientador (a): Profª. Drª. Lilian Giotto Zaros de

Medeiros

MACAÍBA/RN Fevereiro/2016

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Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da Publicação na Fonte. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba

Biblioteca Setorial Professor Rodolfo Helinski

Silva, Fernanda Cavalcante.

Resposta de ovinos naturalmente infectados por nematoides gastrintestinais em pastos de capim-massai / Fernanda Cavalcante Silva. – Macaíba, RN, 2016.

64 f. -

Orientador (a): Profa. Dra. Lilian Giotto Zaros de Medeiros.

Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba. Programa de Pós-

Graduação em Produção Animal.

1. Ovinocultura – Dissertação. 2. Haemonchus sp - Dissertação. 3. Manejo de Pastagem – Dissertação. 4. Panicum maximum cv. – Dissertação. 5. Massai, Trichostrongylus sp – Dissertação. I. Medeiros, Lilian Giotto Zaros de.

II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba. IV. Título. RN/UFRN/BSPRH CDU: 636.3

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FERNANDA CAVALCANTE SILVA

RESPOSTA DE OVINOS NATURALMENTE INFECTADOS POR

NEMATOIDES GASTRINTESTINAIS

EM PASTOS DE CAPIM-MASSAI

Dissertação apresentada à Universidade Federal

do Rio Grande do Norte – UFRN, Campus

Macaíba, como parte das exigências para

obtenção do título de Mestre em Produção

Animal.

APROVADA EM: _____/_____/________

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________

Profª.Drª. Lilian Giotto Zaros de Medeiros – UFRN ORIENTADOR (A)

_____________________________________________

Prof. Dr. Henrique Rocha de Medeiros – UFRN CO-ORIENTADOR (A)

_____________________________________________

Prof. Dr. Gelson dos Santos Difante – UFRN PRIMEIRO MEMBRO

_____________________________________________

Prof. Dr. Luiz da Silva Vieira – EMBRAPA Caprinos e Ovinos SEGUNDO MEMBRO

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, Ele quem me deu o dom da vida. Guiou-me, me

protegeu e instruiu até aqui. Deus este que sempre me fortaleceu, me deu a mão e ergueu nos

momentos que cai. Obrigada Senhor, te amo acima de tudo, sem limites.

“A Ele a glória, A Ele o louvor,

A Ele o domínio. Ele é o Senhor”.

À minha mãezinha do Céu, Nossa Senhora que sempre esteve ao meu lado

intercedendo nos momentos mais difíceis desta caminhada.

Aos meus pais Eliane Martins Cavalcante e Silva e Fernando Benedito da Silva que

sempre foram companheiros, incentivadores e apoio. Junto a eles, minha irmã Ana Beatriz

Cavalcante Silva. Obrigada, amo vocês infinitamente.

Gratidão sem fim tenho a minha orientadora Profª. Drª. Lilian Giotto Zaros de

Medeiros, que sempre apostou em mim. Mostrou-me caminhos, apontou as direções e sempre

me aconselhou como uma amiga. Eu realmente vou te levar em meu coração aonde eu for, e

honrarei todo ensinamento de ciência e de vida que compartilhastes comigo. E sem palavras

suficientes para agradecer ao Prof. Dr. Henrique Rocha de Medeiros, que como um pai

sempre auxiliou e se preocupou com nossos desafios encontrados pelo meio do caminho.

Vocês são merecedores de todo reconhecimento pelo esforço, carinho e cuidado com que

tratam seus orientados. Isso é o diferencial!

Agradeço imensamente a Fabrício Ehm Martins que excepcionalmente foi quem me

auxiliou em todos os momentos complicados, solucionando ou me dando direções e saídas

para que eu cumprisse com meu trabalho com êxito e não faltasse com meu compromisso.

Assim como sou eternamente grata a meu companheiro de trabalho Raí Lima da Silva, como

um irmão sempre ao meu lado. Nossa força, astúcia, alegria, habilidade e segurança no

campo! Obrigada meu amigo! Juntamente, agradeço a Cléa Dias, que soube crescer

juntamente ao trabalho e amizade que foram surgindo nas coletas e no laboratório, sempre ao

meu lado! Vocês foram fundamentais para a execução deste trabalho.

Também aos que de alguma ou todas as formas me ajudaram: Renata Coutinho, com

palavras e atos de amizade sempre! Renato Varela e Sandja Celly pela ajuda inicial no campo,

também a Thiago Brasil que contribuiu. Aos meus técnicos agrícolas do coração Talita

Queirós e Rodrigo Oliveira, que a todo o momento estavam dispostos a me ajudar no campo,

surpreenderam com a desenvoltura e dedicação. Bem como as ajudas indispensáveis do Theo

Lucas. Não poderia deixar de agradecer a Joelma Souza e Rosália Nascimento, que além de

companheiras de trabalho estiveram ao meu lado, amigas que a vida e a Zootecnia me deram.

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Não poderia deixar de agradecer aos novos integrantes orientados da “Teacher” que

com sede de novos conhecimentos me deram apoio nas atividades laboratoriais: Ana Keila,

Jorginho Lucas, Gabi e Kelly. Também Alberto que deu uma força com sua experiência!

Muito grata sou ao Prof. Dr. Gelson dos Santos Difante, que proporcionou a

possibilidade de mais uma vez fazer parceria junto ao João Neto, tornando possível a

realização do trabalho. Obrigada professor por sua generosidade. Agradeço também a todo

GEFOR – Grupo de Estudo em Forragicultura pelo suporte, principalmente ao Sr. Severino,

sempre prestativo e responsável, levando sua seriedade a refletir competência. Meu carinho

especial por aquele lugar e todos vocês.

Agradeço imensamente a instituição que faço parte, Universidade Federal do Rio

Grande do Norte – UFRN, pela oportunidade de me formar uma Zootecnista, e continuar a

buscar engrandecer meu saber em Produção Animal através das experiências e conhecimentos

passados por professores extraordinários como o Prof.’s Dr.’s José Aparecido Moreira,

Gelson dos Santos Difante, Lilian Giotto Zaros de Medeiros, Luís Henrique Fernandes Borba,

Henrique Rocha de Medeiros e Elisanie Neiva Magalhães Teixeira. Além de ter a

oportunidade de desfrutar de professores excepcionais de outras instituições que vieram

enriquecer nossa bagagem como os Prof.’s Dr.’s Luiz Lehmann Coutinho (ESALQ/USP) e

Iran Borges (UFMG).

Sem esquecer minha gratidão pela equipe do PPGPA que me deu auxílio, palavras de

força, companheirismo, e mais que tudo uma singela amizade, obrigada por tudo: Ana

Cláudia, Mayara, Francisca e João.

Expresso gratidão a Viviany Santos que me ajudou no estágio de docência assistida,

aprendendo e descobrindo mais juntas! Grata também aos funcionários da EAJ: Valéria, Peri,

Totó, Ismael, Jailson, Xexéu e Cristiano que em um simples bom dia ou palavras amigas me

confortavam em dias nublados. Obrigada pessoal!!!

Enfim, agradeço a CAPES pelo apoio financeiro. Eternamente aos animais, meu

fascínio, admiração e amor. Sem eles nada seria possível, não teria objetivo.

Com AMOR.

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RESUMO

SILVA, Fernanda Cavalcante. 2016. 64 f. Dissertação de Mestrado (Pós-Graduação em

Produção Animal: Sistemas de produção sustentáveis no semiárido) – Universidade Federal

do Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2016. RESPOSTA DE OVINOS

NATURALMENTE INFECTADOS POR NEMATOIDES GASTRINTESTINAIS

EM PASTOS DE CAPIM-MASSAI.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta de ovinos mestiços Santa Inês às infecções naturais por

nematoides gastrintestinais em pastos de Panicum maximum cv. Massai em diferentes alturas de

pastejo. Para isso foram utilizados 36 ovinos mestiços Santa Inês, divididos em quatro grupos e

distribuídos aleatoriamente nos piquetes de capim-massai naturalmente contaminados por nematoides

gastrintestinais. Dentre o período de outubro de 2013 a maio de 2014, os animais foram

acompanhados semanalmente por exames hematológico (volume globular) e parasitológicos

(contagem de ovos por grama de fezes e coprocultura), a fim de monitorar o nível da infecção dos

ovinos, bem como foram avaliados quanto ao peso, escore de condição corporal e coloração da

mucosa ocular pelo método FAMACHA©. Além disso, houve a recuperação de larvas infectantes no

pasto nos momentos de pré-pastejo e pós-pastejo. Aos 35 Kg de peso vivo, os animais foram abatidos

e necropsiados, para a coleta dos conteúdos do abomaso e intestinos delgado e grosso para

recuperação dos parasitos adultos, realização da contagem e identificação dos mesmos. Os animais

mantidos em pastos com altura de 40 cm de pré-pastejo obtiveram valor inferior de ovos de

nematoides nas fezes (1.608 ovos/g) e aqueles em 33 cm de pré-pastejo, a maior média (2.539 ovos/g).

Os animais nos diferentes grupos apresentaram valores médios de volume globular inferiores a 23%

(P>0,05). Quanto ao FAMACHA, os animais pertencentes aos grupos 40 e 50 cm de pré-pastejo

permaneceram com mais de 50% dos indivíduos entre os FAMACHA 1 e 2 e os animais dos grupos de

33 e 45 cm de pré-pastejo apresentaram sua maioria entre os FAMACHA 3, 4 e 5 (69,06% e 58,93%,

respectivamente). Na cultura de larvas em fezes e na recuperação de larvas do pasto no pré e pós-

pastejo foram encontrados os seguintes gêneros, em ordem de prevalência, Haemonchus,

Trichostrongylus, Oesophagostomum e Strongyloides. O pasto com 33 cm de pré-pastejo

proporcionou o maior número de larvas recuperadas tanto no pré quanto no pós-pastejo (1.081 e 715

L3/100g de matéria verde, respectivamente). Dentre os diferentes grupos, os ovinos apresentaram

média de peso entre 23 e 26 Kg e variação entre os escores corporal 1 e 3, com maior frequência dos

escores 1,5 e 2. Pode-se observar que os animais mantidos em diferentes alturas de pastejo obtiveram

respostas distintas diante da carga parasitária. Os animais mantidos em 40 cm de pré-pastejo

expressaram uma resposta satisfatória em relação aos demais grupos (33, 45 e 50 cm), suportando

melhor a ação dos endoparasitos. Além disso, nesta mesma altura, foi recuperado um menor número

de larvas infectantes no pasto nos momentos de pré e pós-pastejo.

Palavras-chave: Haemonchus sp., manejo de pastagem, ovinocultura, Panicum maximum cv. Massai,

Trichostrongylus sp.

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ABSTRAT

SILVA, Fernanda Cavalcante. 2016. 64 f. Master Thesis (Graduate Diploma in Animal

Production: sustainable production systems in semi-arid) - Federal University of Rio Grande

do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2016. RESPONSE OF SHEEP NATURALLY

INFECTED BY GASTROINTESTINAL NEMATODE IN GRASS MASSAI OF

PASTURES.

The aim of this study was to evaluate the crossbred sheep Santa Ines response to natural infections by

gastrointestinal nematodes in Panicum maximum cv. pastures Massai at different times of grazing. For

this it was used 36 crossbred sheep Santa Inês, divided into four groups and randomly distributed in

massai-grass pickets naturally infected by gastrointestinal nematodes. In the period from October 2013

to May 2014, the animals were weekly monitored for hematology tests (packed cell volume) and

parasitological (egg counts per gram of feces and fecal culture) in order to monitor the level of

infection of sheep and they were assessed for weight, body condition score and staining ocular mucosa

by FAMACHA© method. Furthermore infective larvae was recovery from pasture in times of pre-and

post-grazing pasture. At 35 kg body weight, the animals were slaughtered and necropsied to collect the

contents of the abomasum and small and large intestines to recover the adult parasites, carrying out the

count and identification. The animals on pasture with a height of 40 cm pre-grazing obtained low

nematode eggs in feces (1608 eggs / g) and 33 cm those in pre-grazing the highest average (2,539 eggs

/ g). The animals in different groups showed mean values of packed cell volume less than 23% (P>

0.05). Regarding to FAMACHA, the animals belonging to the groups 40 and 50 cm pre-grazing

remained over 50% of individuals between FAMACHA 1 and 2 , and those to 33 and 45 cm pre-

grazing showed mostly between FAMACHA 3, 4 and 5 (69.06% and 58.93%, respectively). In the

culture of larvae in feces and recovery of pasture larvae before and after grazing the following genera

were found, in order of prevalence: Haemonchus, Trichostrongylus, Oesophagostomum and

Strongyloides. The pasture with 33 cm of pre-grazing provided the highest number of larvae recovered

both in the pre and post-grazing (1,081 and 715 L3 / 100 g of green matter, respectively). Among the

different groups, the sheep had an average weight of between 23 and 26 kg and variation between the

body 1 and 3 scores with scores greater frequency of 1.5 to 2.It can be observed that the animals kept

at different times of grazing got different answers on the parasite load. Animals kept in 40 cm pre-

grazing expressed a satisfactory answer than the other groups (33, 45 and 50 cm), best supporting the

action of endoparasites. Moreover, this same height, was recovered fewer infective larvae on pasture

in pre and post-grazing.

Keywords: Haemonchus sp., pasture management, sheep breeding, Panicum maximum cv. Massai,

Trichostrongylus sp.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Graus FAMACHA©

, coloração aproximada da conjuntiva ocular, valor

correspondentedo volume globular (VG) e atitude clínica para os graus

de anemia observados.................................................................... 26

Tabela 2 Média de larvas infectantes de acordo com as diferentes alturas no pré-

pastejo ..................................................................................................... 45

Tabela 3 Média de larvas infectantes no pós-pastejo ............................................ 45

Tabela 4 Comparação entre as médias de larvas infectantes encontradas no

estrato inferior e superior do pasto no momento de pré-pastejo ............. 47

Tabela 5 Média (valor mínimo – valor máximo) dos parâmetros fenotípicos dos

ovinos mestiços Santa Inês de acordo com as alturas pastejadas ........... 50

Tabela 6 Média e amplitude (valor mínimo-valor máximo) dos pesos dos ovinos

mestiços Santa Inês de acordo com as alturas pastejadas ....................... 53

Tabela 7 Total de parasitos gastrintestinais recuperados através de necropsia 55

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Cartão-guia do Método FAMACHA©

......................................................... 22

Figura 2 Classificação dos animais de acordo com a resposta às endoparasitoses .... 24

Figura 3 Imagem de satélite da área experimental ..................................................... 33

Figura 4 Detalhes dos piquetes .................................................................................. 34

Figura 5 Animais experimentais ................................................................................ 35

Figura 6 Contagem de ovos por grama de fezes (OPG) ............................................ 37

Figura 7 Culturas de larvas em fezes ......................................................................... 37

Figura 8 Determinação do volume globular (VG) ..................................................... 38

Figura 9 Observação da coloração da conjuntiva ocular pelo método

FAMACHA©

................................................................................................ 39

Figura 10 Escore de condição corporal em ovinos ………………………………….. 40

Figura 11 Recuperação de larvas infectantes na pastagem .......................................... 41

Figura 12 Recuperação de parasitos adultos através de necropsia ............................... 42

Figura 13 Contagem e identificação de parasitos adultos recuperados através de

necropsia ...................................................................................................... 43

Figura 14 Porcentagem de gênero de larvas infectantes nas fezes dos ovinos

mestiços Santa Inês em diferentes alturas de pastejo .................................. 49

Figura 15 Porcentagem de observações do FAMACHA em ovinos mestiços Santa

Inês em diferentes alturas de pastejo ........................................................... 52

Figura 16 Porcentagem do índice de escore de condição corporal observado nos

ovinos mestiços Santa Inês em diferentes alturas de pastejo ....................... 54

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AFA Ácido acético, formol e álcool etílico

CEUA Comitê de ética para uso de animais

CIP Controle integrado de parasitos

cm Centímetros

cv. Cultivar

DIC Delineamento inteiramente casualizados

ECC Escore de condição corporal

Kg Quilograma

L1 Larva de primeiro estágio

L2 Larva de segundo estágio

L3 Larva de terceiro estágio

m Metro

MAPA Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento

mm Milímetro

MS Matéria seca

MV Matéria verde

OPG Ovos por grama de fezes

ovos/g Ovos por grama

PIB Produto Interno Bruto

PV Peso vivo

RA Resistência anti-helmíntica

SAS Statistical Analysis System

UA Unidade animal

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte

VG Volume globular

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………….. 13

2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 15

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................ 15

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 16

3.1 A OVINOCULTURA NO BRASIL E NA REGIÃO NORDESTE................ 16

3.2 HELMINTOSE GASTRINTESTINAL……………………………………... 17

3.3 MÉTODOS DE CONTROLE DOS NEMATOIDES

GASTRINTESTINAIS ....................................................................................... 19

3.3.1 Anti-helmínticos ................................................................................................... 20

3.3.2 Método FAMACHA©........................................................................................ 21

3.3.3 Seleção de animais resistentes à helmintose ...................................................... 23

3.3.4 Outras alternativas de controle .......................................................................... 26

3.3.5 Pastejo intermitente ............................................................................................ 27

3.3.6 Larvas infectantes e altura do dossel forrageiro .............................................. 28

3.4 CAPIM MASSAI (P. maximum cv. Massai) ..................................................... 30

4 METODOLOGIA ............................................................................................... 33

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 45

6 CONCLUSÃO ………………………………………...……………………… 56

REFERÊNCIAS ……………………………………………………………… 57

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1 INTRODUÇÃO

A ovinocultura e a caprinocultura são atividades de grande importância

socioeconômica no Brasil, principalmente no Nordeste semiárido, por serem as principais

fontes de proteína animal da população de baixa renda (AHID et al., 2007). No entanto, um

dos principais entraves ao crescimento destes segmentos são as parasitoses causadas por

nematoides gastrintestinais, que representam o maior e mais grave problema sanitário dos

pequenos ruminantes, chegando a alguns casos, inviabilizar economicamente a criação

(VIEIRA, 2008).

O controle de nematoides gastrintestinais é baseado quase exclusivamente na

utilização de anti-helmínticos, sendo que, falhas nesse tipo de controle é o primeiro sinal do

aparecimento de resistência anti-helmíntica (MELO et al., 1998; MELO et al., 2003). O uso

intensivo de anti-helmínticos, muitas vezes, em subdoses, aliado a problemas de manejo, tem

selecionado parasitos resistentes a vários produtos. Dentre esses parasitos, destacam-se os

gêneros Haemonchus, Trichostrongylus e Ostertagia, (RAMOS et al., 2002).

A procura pela redução de níveis de resíduos químicos nos produtos de origem animal

e no ambiente, bem como a disseminação da resistência anti-helmíntica requer a utilização de

estratégias que promovam o uso mínimo de compostos químicos na produção animal

(BRICARELLO et al., 2007; ZAROS et al., 2010). A adoção de medidas estratégicas que

visem principalmente reduzir a contaminação dos animais e da pastagem, deve ser realizada

principalmente na presença da resistência anti-helmíntica (COSTA et al., 2011; VIEIRA et

al., 2010), visto que, a dependência de fármacos comerciais no controle dos nematoides

gastrintestinais tem demonstrado ser pouco sustentável e ineficiente em longo prazo

(MOLENTO, 2005).

A escolha da espécie forrageira é uma alternativa importante no controle das

endoparasitoses gastrintestinais, visto que a estrutura foliar junto ao hábito de crescimento

favorece ou não a permanência de ovos e larvas de helmintos no ambiente, potencializando a

contaminação dos animais mesmo em períodos de condições adversas. Além disso, Pegoraro

et al. (2008) citam que o manejo da pastagem influencia a carga parasitária dos animais, pois

as ofertas mais elevadas podem favorecer a formação de um microclima ideal à sobrevivência

e desenvolvimento dos estágios larvais. No entanto, esta condição pode evitar que o animal

ingira as larvas infectantes ao se alimentar na porção do estrato superior, onde a contaminação

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torna-se reduzida. Por outro lado, o rebaixamento da forragem pode ser benéfico no que se

refere à exposição das larvas a ação solar e dos ventos.

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2 OBJETIVO GERAL

Avaliar a resposta de ovinos mestiços Santa Inês às infecções naturais por nematoides

gastrintestinais em pastos de Panicum maximum cv. Massai em diferentes alturas de pastejo.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar a resposta de ovinos à infecção por nematoides gastrintestinais mantidos em

pastos de P. maximum cv. Massai por meio de marcadores fenotípicos (contagem de

ovos de helmintos nas fezes, determinação do volume globular, coloração da mucosa

conjuntiva ocular, peso e escore corporal);

Identificar os gêneros dos nematoides gastrintestinais nas culturas de fezes;

Identificar e quantificar as espécies de nematoides presentes nos animais por meio de

suas características morfológicas;

Avaliar a frequência das larvas infectantes no pasto de P. maximum cv. Massai em

quatro alturas do dossel forrageiro no pré-pastejo (33; 40; 45 e 50 cm) e no pós-

pastejo (15 cm);

Correlacionar os parâmetros fenotípicos (parasitológicos, hematológico e de produção)

à altura do dossel forrageiro no pré-pastejo e no pós-pastejo.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1A OVINOCULTURA NO BRASIL E NA REGIÃO NORDESTE

A ovinocultura brasileira é uma atividade que vem se desenvolvendo na grande

maioria das regiões do país, expandindo-se para localidades onde, até então, não havia

tradição nesse tipo de criação. Tais fatos apontam para um cenário em que a tendência da

atividade é aumentar a sua importância e contribuição para a composição do produto interno

bruto (PIB) do agronegócio brasileiro (OLIVEIRA et al., 2011).

Difundida em todo território nacional, a ovinocultura contém um efetivo de rebanho

de 17.614.454 cabeças, sendo que a região Nordeste detém mais de 57% deste total. O Estado

do Rio Grande do Norte ocupa a quinta posição no ranking regional, sendo detentor de

860.037 cabeças (IBGE, 2014). A atividade é relevante para o Nordeste, na medida em que, a

produção tanto de caprinos quanto de ovinos constitui alternativa na oferta de carne, leite e

derivados, melhorando a dieta alimentar e aumento da renda do produtor. Também atua como

mais um atrativo para ocupar as pessoas no campo, contribuindo para sua permanência na

área (AHID et al., 2006).

O desenvolvimento da criação de pequenos ruminantes no Nordeste é severamente

afetado por inúmeros fatores. A exploração, na região semiárida, é caracterizada por práticas

de manejo inadequadas, especialmente sanitárias, o que interfere sobremaneira na

produtividade do rebanho. Nas regiões tropicais, as condições climáticas favorecem a ação de

várias espécies de endoparasitos simultâneos, acentuando os danos causados pelos helmintos

gastrintestinais nos animais criados empasto (SANTOS et al., 2006).

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3.2 HELMINTOSE GASTRINTESTINAL

Entre os ovinos e caprinos, a helmintose gastrintestinal constitui-se uma das

enfermidades mais comuns e que causa mais mortalidade. Considerada a mais frequente entre

as doenças do sistema digestivo desses ruminantes, os animais parasitados apresentam

diminuição do crescimento, perda de peso, diminuição no consumo de alimentos, altas taxas

de mortalidade em infecções massivas, queda na produção e diminuição da fertilidade dos

rebanhos, podendo ainda apresentar anemia, edema de barbela (submandibular) e diarreia

(BARBOSA et al., 2011).

Os parasitos da classe Nematoda, apresentam-se como indivíduos de sexos distintos,

em geral, sendo os machos menores que as fêmeas. A maioria deles desenvolve seus

primeiros estádios larvais, ou seja, larva de primeiro estágio (L1) e larva de segundo estágio

(L2) no interior do bolo fecal no ambiente, alimentando-se de microrganismos e matéria

orgânica (TAYLOR et al. 2010; MONTEIRO, 2010). Sob condições edafoclimáticas ideais,

as larvas L2 desenvolverão para fase L3 (terceiro estágio), porém, para o desenvolvimento

dos parasitos se completar é necessário que a larva L3 encontre um hospedeiro. Monteiro

(2010) cita que a L3 é uma larva muito ativa nas horas frescas do dia, subindo no pasto, desde

que haja temperatura e umidade favoráveis, caso contrário, elas estrategicamente se escondem

no solo ou na bainha da planta. A infecção dos ovinos ocorre através da ingestão dessas larvas

infectantes, que liberam a bainha retida na fase de L2 dentro do trato gastrintestinal do

hospedeiro, que a protege das condições adversas do meio ambiente (TAYLOR et al., 2010;

URQHART et al., 1998). Ao encontrar um hospedeiro, a larva infectante (L3) se direcionará

para seu órgão de predileção, se fixando e desenvolvendo-se para fase de quarto estágio (L4),

posteriormente para fase de quinto estágio (L5), estando aptos para reprodução, dando

continuidade ao ciclo (MONTEIRO, 2010; TAYLOR et al., 2010).

Os nematoides são vermes que possuem boca, pseudoceloma e ânus. A maioria de

vida livre na natureza e alguns são parasitos de plantas e animais. As espécies que parasitam

animais são comumente cilíndricas e variam em tamanho (MONTEIRO, 2010).

A elevada ocorrência, associada à grande patogenicidade, faz da espécie Haemonchus

contortus, ao principal endoparasita de ovinos no Brasil (AMARANTE, 2004). Este parasito

do abomaso é hematófago e os animais com carga parasitária elevada podem apresentar

anemia, edema submandibular e os casos de mortalidade são relativamente comuns. Os

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adultos desses helmintos são facilmente identificados por causa de sua localização específica

(abomaso) e seu tamanho médio (machos de10 a 20 mm, e fêmeas de 18 a 30 mm), sendo

encontrados mundialmente, mas principalmente em áreas tropicais e subtropicais (TAYLOR

et al., 2010; UENO e GONÇALVES, 1998).

Em seguida, em ordem de importância, aparece a espécie Trichostrongylus

colubriformis, parasito do intestino delgado, presente em praticamente todas as criações de

ovinos e caprinos, causam lesões na mucosa intestinal e provoca exsudação de proteínas

séricas para a luz do intestino. Em massivas infecções os animais podem apresentar anorexia,

diarreia e edema submandibular. Embora seja encontrado em áreas temperadas, este parasito é

principalmente encontrado em zonas subtropicais e tropicais (TAYLOR et al., 2010). Os

machos medem cerca de 4 a 8 mm e as fêmeas de 5 a 12 mm de comprimento (UENO e

GONÇALVES, 1998).

Também encontrado mundialmente, mas principalmente nas áreas tropicais e

subtropicais, Oesophagostomum columbianum é um parasito do intestino grosso dos

pequenos ruminantes, que provoca resposta inflamatória com formação de nódulos visíveis a

olho nu. Os adultos são dotados de asas cervicais, que produzem uma curvatura dorsal

acentuada da parte anterior do corpo. Os machos possuem de 12 a 17 mm e as fêmeas de 13 a

22 mm (TAYLOR et al., 2010).

A maioria das infecções por nematoides gastrintestinais de pequenos ruminantes são

mistas, sendo comum a helmintose causada, além das espécies acima citadas,

concomitantemente por espécies de Cooperia spp. e Strongyloides papillosus (AMARANTE

e SALES, 2007; ATHAYDE et al., 2004).

Em todas as faixas etárias os ovinos são parasitados por nematoides gastrintestinais,

porém alguns animais são mais susceptíveis, como é o caso dos jovens e fêmeas gestantes

e/ou lactantes. A ação negativa interfere no desenvolvimento corporal, bem como nos

desempenhos reprodutivo e produtivo, afetando a qualidade do produto final. O controle

destes endoparasitos é realizado rotineiramente pela administração de anti-helmínticos.

Tradicionalmente, os produtores recorrem ao uso exclusivo dessas substâncias químicas,

estratégia considerada ineficiente devido a diversos fatores, dentre eles a falta de critério

técnico na aplicação dos fármacos (VIEIRA, 2005). Além disto, a utilização de

antiparasitários é considerada de baixa eficácia, onerosa e prejudicial ao rebanho, além de

deixar resíduos na carne, no leite e nas fezes produzidas pelos animais, coloca em risco a

saúde humana e/ou contamina o meio ambiente. A administração inadequada de drogas anti-

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helmínticas favorece a seleção de parasitos resistentes aos antiparasitários de diferentes

grupos químicos em um curto espaço de tempo, dificultando o controle da parasitose

(MOLENTO et al., 2004).

Sendo assim, o sistema de criação deve adotar um conjunto de medidas integradas de

controle de helmintos gastrintestinais, que associadas, devem ser capazes de controlar e conter

a infecção no rebanho.

3.3 MÉTODOS DE CONTROLE DOS NEMATOIDES GASTRINTESTINAIS

O controle e a profilaxia de doenças devem fazer parte do manejo sanitário de um

sistema de produção, pois garante a saúde do rebanho e também evita custos inesperados e

problemas irreversíveis na criação. Sabe-se que a identificação e o isolamento de animais que

apresentem sinais e/ou sintomas suspeitos devem ser realizados com precisão para que não

haja a disseminação das enfermidades, principalmente a infecção por nematoides

gastrintestinais. Após os animais serem identificados e confirmada a causa da doença, deve-se

realizar o tratamento e exterminar o agente etiológico das possíveis fontes de contaminação,

podendo ser inclusivo, animais do próprio rebanho e/ou pastagem (SOTOMAIOR et al.,

2009; VIEIRA et al., 2010; COSTA et al., 2011).

O controle de endoparasitos de ovinos e caprinos é realizado no mundo inteiro quase

que exclusivamente com o uso de anti-helmínticos, pertencentes a diferentes grupos químicos,

muitas vezes, sem levar em consideração a dinâmica populacional das espécies prevalentes na

região nas diferentes épocas do ano (VIEIRA et al., 2010).

O controle integrado de parasitos (CIP) é definido como a adoção de um conjunto de

medidas estratégicas que visam principalmente reduzir a infecção dos animais e,

consequentemente, a contaminação da pastagem, assim como manter a eficácia das drogas

antiparasitárias. O CIP deve ser utilizado em qualquer situação, mas principalmente quando

há presença de resistência anti-helmíntica (RA) (COSTA et al., 2011). O controle integrado

tem como objetivo a sustentabilidade na produção e não se prende a uma única abordagem,

mas lança mão de várias medidas numa visão integrada, sendo evidente a eficácia quando

utilizadas simultaneamente (VIEIRA et al., 2010).

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O CIP não depende apenas de tratamento eficaz, mas também de uma combinação de

práticas de manejo que possam ser adotadas em várias ocasiões. Existem algumas técnicas já

em uso ou sendo desenvolvidas que podem auxiliar no controle dos efeitos negativos dos

parasitos. O produtor ou técnico responsável deve sempre ter em mente que não existem

fórmulas prontas de um controle parasitário perfeito e sim a análise caso-a-caso para um

melhor aproveitamento dos recursos humano e animal (MOLENTO, 2004).

De acordo com o mesmo autor, dentre as técnicas que podem ser utilizadas

separadamente ou em conjunto destacam-se:

- Pesagem do peso dos animais correta, para evitar a subdosagem ou desperdício na aplicação

das drogas anti-helmínticas;

- Diminuição do número de tratamentos com fármacos, para diminuir os custos e retardar o

aparecimento de resistência anti-helmíntica;

- Seleção de drogas antiparasitárias, a partir do conhecimento de quais espécies estão presente

nas infecções, escolha do grupo específico de drogas, evitando o uso de compostos de amplo

espectro.

3.3.1 Anti-helmínticos

Anti-helmínticos são geralmente usados de duas maneiras: terapeuticamente, para

tratar infecções existentes ou surtos clínicos, ou profilaticamente, em que a sincronização do

tratamento baseia-se no conhecimento da epidemiologia (TAYLOR et al., 2010).

Inúmeros produtores tentam controlar as infecções por nematoides gastrintestinais por

meio da administração de anti-helmínticos, sendo muitas vezes aplicados de maneira

indiscriminada e sem a alternância adequada dos princípios ativos disponíveis (SOTOMAIOR

et al., 2009).

Além de resíduos químicos deixados em produtos cárneos e lácteos, e no ambiente,

que podem interferir na saúde humana, e os altos custos na produção, aparecerem como

barreiras para a exclusividade da utilização de drogas anti-helmínticas como controle da

infecção de nematoides no rebanho, a disseminação da resistência anti-helmíntica vem

atuando negativamente na produção de pequenos ruminantes (CÉZAR et al., 2008;

SOTOMAIOR et al., 2009).

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Dessa forma, estratégias alternativas no controle da helmintose gastrintestinal devem

ser adotadas a fim de reduzir os impactos econômicos e ambientais na produção animal.

Dentre as estratégias alternativas de controle, pode-se destacar a fitoterapia, controle

biológico, seleção de animais resistentes, pastejo intermitente e espécies. Além disso, para

auxiliar a administração dos anti-helmínticos, pode-se utilizar o método seletivo de animais,

FAMACHA©

(VAN WYK et al., 1997), diminuindo a aplicação do fármaco sem controle,

uma vez que, no método FAMACHA apenas os animais anêmicos recebem tratamento anti-

helmíntico.

3.3.2 Método FAMACHA©

Desenvolvido por pesquisadores sul-africanos para facilitar a identificação clínica de

ovinos parasitados por Haemonchus sp., o método FAMACHA©

consiste em uma avaliação

clínica da anemia causada por este parasito, por meio de uma comparação da coloração da

conjuntiva ocular com um padrão pré-estabelecido, utilizando um cartão-guia (SOTOMAIOR

et al., 2007). Os pesquisadores realizaram testes na tentativa de comprovar a viabilidade do

tratamento seletivo contra o Haemonchus sp., aplicando o conhecimento de que os animais

manifestam diferentes respostas ao ataque parasitário (MOLENTO, 2009).

A avaliação e a decisão de tratamento são feitas por meio de exame visual, para definir

a coloração da conjuntiva ocular, diante de um cartão ilustrativo (cartão-guia – Figura 1) que

acompanha a técnica e auxilia na determinação do grau de anemia dos animais (MOLENTO,

2009).

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Figura 1: Cartão-guia do Método FAMACHA©

Fonte: http://www.matsuda.com.br

No cartão-guia estão presentes cinco categorias, variando de 1 (coloração vermelho

robusto) a 5 (coloração pálida, quase branca). Essa divisão representa diferentes médias de

valores de volume globular (VG), sendo 35, 25, 20, 15 e 10% para os grupos de 1, 2, 3, 4 e 5,

respectivamente (BATH e VAN WYK, 2001; VAN WYK e BATH, 2002). Apenas os

animais que apresentam coloração da mucosa ocular compatíveis com o FAMACHA©

4 e 5 e,

em alguns casos com 3, recebem tratamento anti-helmíntico. Este procedimento permite a

permanência de uma população de parasitos sensíveis aos anti-helmínticos, admitindo a

eficácia das drogas antiparasitárias por um período maior de tempo e com isso, permite o

retardo do aparecimento da resistência anti-helmíntica (VIEIRA, 2008).

O cartão-guia tem a finalidade de orientar o técnico de forma prática e ilustrativa,

definindo padrões e definindo a necessidade ou não de tratamento (MOLENTO, 2009). A

aplicação é simples, pouco onerosa e de fácil ensinamento, inclusive a pessoas iletradas, são

algumas das principais vantagens desse método, que já está sendo utilizado no Nordeste

brasileiro (REIS, 2004; VIEIRA, 2008).

Além desses benefícios, Molento (2009) cita que uma das principais vantagens do

método é a possibilidade de identificação de animais que apresentam algum grau de anemia,

assumindo a condição de infecção por H. contortus, mas também a praticidade de utilização

da técnica, o tratamento individualizado dos animais, a redução do índice de mortalidade, a

economia com a redução da compra de compostos químicos e a redução do número de

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tratamentos em curto prazo, e consequentemente reduz o processo de seleção de helmintos

com resistência parasitária.

Alguns fatores são fundamentais para a boa utilização da técnica, como: observar os

animais sob a luz natural, evitar a avaliação nos períodos mais quentes do dia e a

movimentação excessiva e outras possíveis causas de estresse ou outro tipo de transtorno para

os animais (MOLENTO, 2009).

O método FAMACHA©

, empregado junto aos exames parasitológico e hematológico,

é uma ferramenta eficiente na identificação de animais resistentes e resilientes (MOLENTO et

al., 2004; SOTOMAIOR et al., 2007), pois este método foi idealizado como uma forma

prática de avaliar um animal, ou mesmo todo o rebanho, por meio de informações que

correlacionam com os dados clínicos e laboratoriais (MOLENTO, 2009).

3.3.3 Seleção de animais resistentes à helmintose

A seleção de animais no rebanho é uma importante forma de auxiliar no controle da

helmintose, uma vez que os animais que sejam do mesmo rebanho e/ou da mesma raça,

respondem diferentemente à infecção. Assim, eles podem ser classificados em três tipos:

resistente, resiliente e susceptível (SOTOMAIOR, et al., 2009).

Segundo Costa et al. (2011), animais que são resistentes possuem a capacidade de

impedir o desenvolvimento de parasitos, podendo diminuir o estabelecimento das larvas

infectantes (L3) e retardar o crescimento dos parasitos. Sotomaior et al. (2009) ressaltam que

os animais resistentes (Figura 2A) ingerem o pasto contaminado com larvas L3 e conseguem

eliminá-las, ou seja, essas larvas não se desenvolverão para a fase adulta no organismo do

animal, e este não sofrerá a ação do parasito. Este animal não necessita de tratamento anti-

helmíntico.

Animais classificados como resilientes (Figura 2B) apresentam a capacidade de,

mesmo infectados, sofrer nulas ou baixas perdas produtivas (CÉZAR et al., 2008). Como os

parasitos conseguem atingir e instalarem-se no sistema digestivo dos animais, estes não

diminuem contaminação no ambiente (COSTA et al., 2011), porém, não necessitam,

eventualmente, receber tratamento com drogas antiparasitárias, pois assim mantém a

população refugia de parasitos (SOTOMAIOR, et al., 2009).

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A população refugia é representada por um grupo de parasitos que permanecem na

pastagem sem sofrer ação das drogas, consideradas “estoques de larvas sensíveis”, os

parasitos adultos que permanecem no organismo de animais que não receberam tratamento

químico, também são considerados população refugia. O tamanho da população refugia tem

papel fundamental na manutenção da eficácia das drogas (COSTA et al., 2011).

Ao comparar um animal resistente com um resiliente, pode-se afirmar que o resistente

é melhor, porque não fica doente e também não elimina ovos de parasitos pelas fezes. O

animal resiliente, apesar de não ficar doente, pode contaminar a pastagem, pois elimina ovos

de parasitos nas fezes. Mas o animal resiliente é muito melhor que o animal totalmente

susceptível (Figura 2C), porque este animal fica doente por sofrer com a ação do parasito e

pode até morrer. Além disso, o resiliente, por não precisar de tratamento anti-helmíntico

constantemente, ajuda a preservar a população refugia, pois quando elimina ovos de parasitos

são somente dos sensíveis aos anti-helmínticos (SOTOMAIOR, et al., 2009).

Figura 2: Classificação dos animais de acordo com a resposta às endoparasitoses. A: animal

resistente; B: animal resiliente; C: animal susceptível

Fonte: Sotomaioret al., 2009

Uma vez identificados no rebanho, o produtor deve optar por quais animais serão

mantidos, visto que, as características são herdáveis. Escolhido um animal mais resistente à

helmintose, os descendentes deste animal serão, na média, também, mais resistentes que os

descendentes dos outros animais do rebanho (SOTOMAIOR, et al., 2009).

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Vieira et al. (2010), citam que manter animais resilientes e resistentes com boa

produção no rebanho previne o desenvolvimento da resistência anti-helmíntica,

consequentemente, reduz o uso de fármacos antiparasitários e mantém a população refugia. A

seleção dos animais pode ser auxiliada por marcadores fenotípicos tais como a verificação da

coloração da mucosa conjuntiva ocular, contagem de ovos de helmintos nas fezes e

porcentagem do volume globular.

Tão importante quanto conhecer os efeitos e prejuízos provocados pelas

endoparasitoses é saber o grau em que a mesma ocorre. Os exames de fezes ou

coproparasitários constituem uma forma indireta para detectar a presença de parasitos e

determinar da carga parasitária gastrintestinal sem que seja necessário realizar necropsia do

animal. A contagem de ovos de helmintos por grama de fezes (OPG), segundo a metodologia

de Gordon e Whitlock (1939), é uma técnica laboratorial simples de quantificar os ovos de

nematoides nas fezes dos animais. Assim, é possível avaliar o nível de infecção,

correlacionando os valores de OPG com a carga parasitária, bem como verificar a eficiência

de produtos anti-helmínticos mediante a redução da contagem de OPG (UENO e

GONÇALVES, 1998). Apesar destas vantagens, a contagem de OPG apresenta variação alta

entre indivíduos, assim como entre amostragens de um mesmo animal (MOLENTO, 2009),

bem como não reflete a infecção real, muitas vezes uma baixa contagem não significa que

existam poucos parasitos no trato gastrintestinal do animal (UENO e GONÇALVES, 1998).

Os autores ainda ressaltam que se efetuadas duas contagens de OPG em um animal, uma pela

manhã e outra pela tarde, observa-se uma acentuada variação no resultado do exame. Portanto

o valor obtido na contagem de OPG não representa o número exato de helmintos que

parasitam o trato gastrintestinal dos animais.

A determinação da porcentagem do volume globular (VG) é um parâmetro utilizado

para avaliar as hemácias presentes no sangue, pois ele se refere ao número de glóbulos

vermelhos sendo correspondente à relação entre o volume de eritrócitos e o volume total de

sangue, por isso é expresso em porcentagem (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013). Este exame,

também chamado de hematócrito, é um método laboratorial rotineiramente usado como

indicador de saúde animal. Ovinos que apresentem valor VG maior ou igual 23% é

considerado animal sadio, que não apresenta quadro anêmico. Já animais que apresentam

valores inferior ou igual a 22% consideram-se em um quadro de anemia.

Este método foi correlacionado com a coloração da conjuntiva ocular dos animais. Os

valores de volume globular junto à coloração da conjuntiva ocular indicam a classificação do

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grau FAMACHA©

e a atitude clínica que se deve tomar diante das características as quais o

animal se enquadra (Tabela 1) (CHAGAS et al., 2007).

Tabela 1: Graus FAMACHA, coloração aproximada da conjuntiva ocular, valor

correspondente do volume globular (VG) e atitude clínica para os diferentes graus de anemia

observados

Grau FAMACHA©

Coloração Hematócrito (%) Atitude clínica

1 Vermelho robusto >27 Não tratar

2 Vermelho rosado 23 a 27 Não tratar

3 Rosa 18 a 22 Tratar

4 Rosa pálido 13 a 17 Tratar

5 Branco <13 Tratar

Fonte: Adaptação de Van Wyket al.(1997)

3.3.4 Outras alternativas de controle

Vieira et al. (2010) relatam que muitas alternativas são pesquisadas e algumas já são

adotadas em maior ou menor grau por produtores de vários países, dentre as quais, destacam-

se: a suplementação alimentar com elevado nível de proteínas, pastejo misto e/ou alternado de

hospedeiros susceptíveis (caprinos e ovinos) com animais resistentes (bovinos e equinos), o

manejo de pastagem, o confinamento das categorias mais susceptíveis e o uso de áreas com

restolhos de culturas.

Além destes métodos e alternativas de controle parasitário, medidas higiênico-

sanitárias como: limpeza e desinfecção das instalações; manutenção das fezes em locais

distantes do alojamento dos animais, se possível construir esterqueiras para o manejo correto

desses dejetos; evitar superlotação e animais de faixa etária diferentes em piquetes comuns; na

aquisição de novos animais, realizar quarentena e tratá-los com anti-helmínticos

anteriormente à introdução destes no rebanho, para evitar a introdução de estirpes resistentes

aos fármacos; auxiliam no controle desses agentes infecciosos (VIEIRA, 2005).

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Outra opção de controle dos parasitos é a fitoterapia, que pode auxiliar na diminuição

do uso de tratamento químico com os anti-helmínticos, porém estudos com o tratamento

fitoterápico na medicina veterinária são escassos, afirma Vieira (2005). Muitas plantas são

tradicionalmente conhecidas como possuidoras de atividade anti-helmíntica necessitando,

entretanto, que sua eficácia seja comprovada cientificamente.

A escolha da espécie forrageira também é uma alternativa de conter a infecção por

helmintos, no que diz respeito à forma de crescimento da planta e o manejo sanitário desses

parasitos. De acordo com Fonseca et al. (2010), pastos de espécies cespitosas, que possuem

crescimento ereto e, consequentemente, não recobrem bem a superfície do solo, apresentam a

vantagem de fornecer maior penetração dos raios solares até a superfície do solo. Portanto, o

ambiente torna-se menos favorável para o desenvolvimento de larvas infectantes e

sobrevivência de ovos de helmintos. Por outro lado, os autores ressalvam que, espécies

estoloníferas, ou seja, que apresentam o crescimento prostrado propiciam a manutenção de

um microclima mais favorável à permanência de ovos e desenvolvimento das larvas, o que

resulta em uma maior dificuldade no manejo sanitário.

3.3.5 Pastejo intermitente

Método alternativo de controle das helmintoses gastrintestinais, o manejo do pasto

com lotação intermitente das pastagens permite otimizar a área de pastejo destinada aos

rebanhos, além de promover a diminuição de populações de larvas infectantes dos parasitos.

Segundo Amarante (2010), utilizar as pastagens em esquema de lotação intermitente, permite

que as mesmas permaneçam em descanso por períodos entre 30 e 40 dias, sem animais. Em

grande parte, este período de descanso ainda é insuficiente para obter uma redução

significativa da contaminação da pastagem devido à necessidade de vários dias para o

desenvolvimento dos parasitos no ambiente (do ovo até a fase de larva infectante). O autor

ainda ressalta que, as larvas infectantes podem sobreviver durante várias semanas ou até

mesmo vários meses no ambiente.

Por essa razão, o pastejo rotacionado, com frequência, resulta justamente no contrário

do que se esperaria em termos de descontaminação. Como esse método de pastejo permite

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aumentar o número de animais em uma área, pode ocorrer o aumento da contaminação,

portanto, a vigilância em relação à helmintose deverá ser redobrada quando esses métodos de

pastejo são empregados.

3.3.6 Larvas infectantes e altura do dossel forrageiro

Em virtude da helmintose gastrintestinal apresentar-se como um dos principais

problemas enfrentados na criação de ovinos, faz-se necessário manter um controle dos

endoparasitos para evitar os custos excessivos com os anti-helmínticos e o aumento da

resistência parasitária.

De acordo com Rocha et al. (2007) deve-se adotar estratégias de manejo da pastagem,

pois o pasto é uma grande fonte de infecção, visando à redução da ingestão de larvas

infectantes (L3) pelos animais, além de ter um conhecimento detalhado da dinâmica da

população e da localização das larvas infectantes no pasto.

Cunha (1997) afirma que no caso de helmintos gastrintestinais de ovinos, as larvas

eclodidas oriundas de ovos depositados com as fezes no meio ambiente, migram para o pasto

e sua sobrevivência é garantida quando a mesma apresenta cobertura vegetal suficiente, de

forma que mantém um elevado teor de umidade no ambiente e confere proteção contra

radiação solar intensa, isto diminui a mortalidade de formas larvais livres que contaminam a

forragem.

Sabe-se que apenas 5% da população dos endoparasitos localizam-se dentro de seus

hospedeiros, os 95% restantes encontram-se no meio sob a forma de ovos e/ou estágios

larvais (BOWMAN et al., 2003). Esses percentuais indicam que é relevante que se faça o

controle do grau de contaminação larval no pasto, pois, segundo Yamamoto et al. (2004) essa

situação apresenta reflexos negativos, e eleva os custos de produção por exigir maior número

de tratamentos com uso de anti-helmínticos e por consequência, produção de carcaças com

maior nível de resíduos químicos.

Dentro do manejo do pasto, o pastejo intermitente é frequentemente referido como

forma de minimizar a população de larvas infectantes de nematoides no ambiente

(CAVALCANTE et al., 2005).

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O cenário de contaminação se agrava ainda mais na ovinocultura moderna, seja pela

criação em áreas reduzidas, com pastejo em lotação contínua ou pela utilização de altas taxas

de lotação. A exploração intensiva de áreas de pastagem, bem como a superlotação dos

piquetes minimiza a seleção durante o pastejo, reduzindo as áreas de rejeição ao redor das

fezes, podendo levar à maior ingestão de larvas infectantes (PEGORARO et al., 2008).

O microclima formado nas pastagens é de fundamental importância para o

desenvolvimento e para a sobrevivência dos estágios de vida livre dos nematoides. Estudos

têm demonstrado que animais em diferentes tipos de pastagens não apresentam os mesmos

níveis de infecção por helmintos gastrintestinais.

As pastagens altas propiciam um ambiente mais favorável para a sobrevivência de H.

contortus do que as forragens mantidas baixas (CARNEIRO e AMARANTE, 2008). As

temperaturas elevadas encontradas no Nordeste, ao mesmo tempo em que aceleram o

desenvolvimento larval (ovo até larva infectante – L3), podem reduzir o tempo de

sobrevivência das larvas no ambiente (CAVALCANTE et al., 2005).

Gramíneas forrageiras eretas apresentam estruturas que permitem certa penetração de

raios solares nas bases das plantas, que poderia reduzir o número de ovos e larvas infectantes

pela dessecação (BUENO et al., 2008). E segundo Nieto et al. (2003), alguns criadores de

ovinos têm utilizado como alternativa gramíneas com hábito de crescimento cespitoso e porte

médio, como por exemplo as espécies pertencentes ao gênero Panicum, devido as larvas

apresentarem maior dificuldade de migrarem para as partes da forrageira consumidas pelos

animais.

Há muitas controvérsias a respeito de como o manejo da pastagem influencia a carga

parasitária em ovinos. Ofertas mais elevadas podem levar a um microclima favorável à

sobrevivência e ao desenvolvimento dos estágios larvais. No entanto, essas podem evitar que

o animal ingira as larvas infectantes, pois, ao ingerir a porção superior, as chances de

contaminação são reduzidas. Por sua vez, o maior rebaixamento da forragem, pode ser

benéfico ao expor as larvas à radiação solar e à ação dos ventos. No entanto, em estruturas

mais reduzidas, em alguns casos, além de, os ovinos não obterem uma dieta de boa qualidade

ou em quantidades suficientes, o risco de ingerir larvas infectantes aumenta, caso as condições

climáticas favoreçam os estágios larvais (PEGORARO et al., 2008).

Almeida et al. (2005) avaliaram o desenvolvimento, sobrevivência e distribuição dos

estágios pré-parasitários dos nematoides gastrintestinais de bovinos, caprinos e ovinos em

pastagem formada por Paspalum notatum (grama-batatais). Neste estudo verificaram que a

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grande maioria das L3, oriundas de amostras fecais das três espécies de ruminantes, conseguiu

atingir a metade superior da gramínea (acima de 12,5 cm).

Rocha et al. (2008) recuperaram maior número de larvas L3 de fezes depositadas em

forragens altas (30 cm), pois esta proporcionou um ambiente com condições de

sombreamento de umidade favoráveis a permanência e desenvolvimento das mesmas,

comparadas com as amostras de fezes depositadas em meio às forrageiras de altura inferior (5

cm). Em pastagens de inverno formadas por Avena strigosa (aveia preta) e Lolium

multiflorum (azevém), Gazda et al. (2012) recuperam no estrato superior 16,01 larvas/g MS e

71,17larvas/g MS, respectivamente.

Deste modo, sendo a forrageira uma das mais importantes fontes de contaminação, é

relevante conhecer a relação entre a migração das larvas infectantes de nematoides

gastrintestinais e a espécie forrageira a ser adotada em cada sistema de produção. Não apenas

ressaltando o nível de infecção do pasto, mas também a característica daquela que melhor

dará suporte aos animais para enfrentar os efeitos dos parasitos.

3.4 CAPIM-MASSAI (P. maximum cv. Massai)

O manejo do pastejo de plantas forrageiras tropicais tem passado por modificações nos

últimos anos. A planta forrageira está sendo estudada como componente de um sistema

dinâmico composto ainda pelo solo e os animais (CARVALHO et al., 2014). Desta forma,

Oliveira et al. (2007) afirmam que é necessário o conhecimento da dinâmica de acúmulo de

biomassa em um pasto, para que se adote práticas de manejo que possibilitem a alta

produtividade dos componentes do vegetal e animal, respeitando os limites ecofisiológicos

das plantas forrageiras.

A gramínea forrageira P. maximum é conhecida mundialmente por sua alta

produtividade, qualidade e adaptação a diferentes condições edafoclimáticas. A espécie é a

mais produtiva forrageira tropical propagada por sementes e tem despertado a atenção de

pecuaristas também por sua abundante produção de folhas longas, porte elevado e alta

aceitabilidade pelos animais das mais variadas categorias e espécies ruminantes e equídeos

(JANK et al., 2010).

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31

Gramíneas do gênero Panicum estão entre as forrageiras mais utilizadas em sistema de

produção animal no Brasil devido a sua adaptação a climas tropicais e subtropicais e elevada

produtividade, bem como seu valor nutritivo, elevada produção de biomassa, capacidade de

suporte e desempenho animal, além de ótima aceitabilidade pelos animais e por não

apresentar princípios tóxicos ou antinutricionais (DIFANTE et al., 2010; GOMES et al.,

2011).

O capim-massai é um híbrido natural entre P. maximum e P. infestum, é amais rústica

dentre as variedades do gênero comercializadas. Apresenta elevado potencial produtivo e

constitui uma importante opção forrageira para a intensificação dos sistemas de produção em

pastagens no Brasil (EMBRAPA, 2001;CARVALHO et al., 2014).

Essa cultivar apresenta crescimento cespitoso, formando touceiras, com folhas finas (1

cm) e decumbentes sem serosidade, raízes profundas e altura média de 65 cm, podendo atingir

altura média de 1,50 m sob crescimento livre e destacando-se das demais cultivares por

apresentar maior adaptabilidade ao estresse hídrico. As inflorescências apresentam

ramificações primárias, curtas, sem ramificações secundárias. Seu ciclo vegetativo é perene.

O capim-massai também apresenta grande velocidade de estabelecimento e de rebrotação, alta

produção de massa verde e alta relação folha/colmo (VALENTIM et al., 2001;EMBRAPA,

2008).

É um cultivar que favorece boa cobertura de solo, quando comparado aos capins

Mombaça e Tanzânia, apresenta sistema radicular mais adaptado às condições adversas, tais

como maior compactação, acidez e menor fertilidade (VALENTIM et al., 2001).

De acordo com os mesmos autores, este cultivar em comparação aos demais cultivares

P. maximum mantém os sistemas apicais mais próximos do solo, permitindo o pastejo

uniforme de toda área com menor risco de acúmulo de forragem rejeitada pelos animais,

devido ao fato desta cultivar apresentar menor porte e maior proporção de folhas.

Os trabalhos de seleção de gramíneas forrageiras da espécie Panicum maximum na

Embrapa iniciaram-se em 1982, a cv. Massai apresentou uma produção de matéria seca de

folhas em parcelas (15,6 t/ha) semelhante a cv. Colonião (14,3 t/ha), apesar do porte de

apenas 60 cm de altura, em contraste com os 150 cm do Colonião, nas mesmas condições.

Essa alta produção em relação ao Colonião é por causa da capacidade 30% maior de produzir

folhas em relação aos colmos, e 83% maior de rebrota após os cortes. A cultivar Massai

apresentou também 53% menor estacionalidade de produção que o Colonião. Em relação às

cultivares Tanzânia-1 e Mombaça, a cv. Massai apresentou porcentagem semelhante de folhas

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(em torno de 80%), mas por ser de porte mais baixo que ambas as cultivares, sua produção de

matéria seca foliar também foi menor. Um aspecto importante de adaptação apresentado por

esse capim é a sua resistência à cigarrinha-das-pastagens. A cv. Massai foi avaliada, em várias

ocasiões, quanto à resistência à cigarrinha Notozulia entreriana por meio de parâmetros,

como: percentual de sobrevivência de ninfas; duração do período ninfal; níveis populacionais

no campo; notas de dano; preferência de alimentação por adultos; peso seco de fêmeas e taxa

de excreção (EMBRAPA, 2001).

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4 METODOLOGIA

4.1 Local de execução

O experimento foi conduzido na Unidade Acadêmica Especializada em Ciências

Agrárias – UAECIA pertencente à Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, no

município de Macaíba/RN no setor do Grupo de Estudo em Forragicultura – GEFOR,

localizado a 5° 53’ 34’’ de latitude Sul, 35° 21’ 50’’ de longitude Oeste e a 50 metros de

altitude. O experimento foi realizado entre o período de outubro de 2013 e maio de 2014.

A pastagem foi implantada na área experimental em 2011e desde então pastejada

apenas por ovinos.

O método de semeadura foi o convencional em linhas com distribuição de sementes e

adubo (P2O5), com área total de 2,88 ha, com oito módulos de 0,36 ha, subdividas em seis

piquetes de igual área (0,06 ha). Sendo a área utilizada neste experimento de 1,44 ha (quatro

módulos) composta por pastos de P. maximum cv. Massai (Figura 3). Cada um dos módulos

continha uma praça de alimentação com bebedouro e saleiro com livre acesso dos animais

(Figura 4).

Figura 3: Imagem de satélite de quatro módulos (1,44 ha cada) da área experimental

Fonte: Google maps

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Figura 4: Detalhes dos piquetes. A: Animais experimentais com acesso livre a água; B:

Croqui da área dos piquetes, exemplo de um tratamento. Vista do sistema de pastejo

intermitente com seis piquetes, uma praça de alimentação com água e sal mineral disponíveis

Fonte: Alberto Júnior; Fernanda Cavalcante

O campo foi mantido permanentemente livre de plantas daninhas e realizado o

controle de formigas durante todo o período de avaliação. As pastagens foram irrigadas nos

meses de outubro, novembro e dezembro de 2013 e outubro e novembro de 2014, a fim de

manter a planta filologicamente ativa na restrição de chuvas.

Os tratamentos foram realizados simultaneamente, sendo pastejados de acordo com a

altura diferenciada de pré-pastejo (33, 40, 45 e 50 cm) utilizando o manejo de pastejo

intermitente. Ao atingir a altura de seu respectivo tratamento os animais pastejavam nos

piquetes e eram retirados dos mesmos quando o pasto atingia altura de 15 cm (altura de pós-

pastejo), sendo encaminhados a outro piquete com a altura correspondente ao pré-pastejo de

cada tratamento. Antes de iniciar foi realizado um corte de uniformização rente ao solo em

toda área, utilizando roçadeira mecânica.

Os animais foram mantidos no pasto durante o dia (das 7 às 16 horas) e abrigados em

galpão com baias coletivas durante a noite.

Para garantir as metas de altura foi utilizada taxa de lotação variável de acordo com o

crescimento do pasto e a quantidade de forragem disponível, para isso além dos animais

experimentais foi utilizado o lote de animais como reguladores de pastejo. As taxas de lotação

médias aplicadas foram de 27, 28, 33 e 36 UA – unidade animal (30 kg)/ha, respectivamente

para as alturas de 33, 40, 45 e 50 cm.

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4.2 Animais experimentais

Foram utilizados 36 ovinos, 24 machos castrados e 12 fêmeas, mestiços ½ sangue

Santa Inês e ½ sem raça definida. Os animais apresentavam inicialmente quatro meses de

idade, peso inicial médio de 18,50 Kg e foram divididos em quatro grupos (n=9), cada grupo

contendo seis machos e três fêmeas, e distribuídos aleatoriamente nos piquetes de capim-

massai naturalmente contaminados por ovos e larvas de nematoides gastrintestinais (Figura

5).

Figura 5: Animais experimentais

Fonte: Alberto Júnior

Os animais foram distribuídos aleatoriamente em quatro grupos devidamente

identificados com brincos numerados. Antes da entrada nos piquetes, estes receberam

tratamento anti-helmíntico, e foram monitorados pela contagem de ovos por grama de fezes

(OPG), até que esta se apresentasse nula (OPG=zero) para então, iniciar-se o período

experimental. Os animais receberam tratamento anti-helmíntico com fármacos compostos por

ivermectina (0,2 mg/Kg PV – peso vivo), cloridrato de levamisol a 5% (7,5 mg/Kg PV),

closantel sódico a 10% (0,2 mg/Kg PV), albendazol a 10% (5 mg/Kg PV), e por último o

monepantel (2,5 mg/Kg PV).

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Os animais foram distribuídos nos piquetes com dossel forrageiro de 33, 40, 45 e 50

cm de altura de pré-pastejo e submetidos ao método de pastejo intermitente, sendo

transferidos quando o dossel forrageiro atingiu uma altura de 15 cm pós-pastejo.

4.3 Avaliação do nível de infecção dos animais

As coletas dos materiais biológicos oriundos dos animais foram realizadas

semanalmente, sendo as análises destes realizadas no Laboratório de Helmintologia, no

Centro de Biociências – CB da UFRN, campus central – Natal/RN.

A avaliação da infecção dos animais foi realizada por meio de análises

parasitológicas, que abrangeu a contagem de OPG e a identificação das larvas infectantes; da

análise hematológica, que compreendeu a determinação do volume globular; e da avaliação da

coloração da mucosa ocular para determinar o grau de anemia causado por H. contortus pelo

método FAMACHA©

. Também, realizou-se análises de desempenho que abrangeram as

medidas de escore da condição corporal – ECC e ganho de peso.

4.3.1 Análises parasitológicas de fezes

Para as análises parasitológicas, foi feita a contagem de ovos por grama de fezes

(OPG) de acordo com a técnica de Gordon e Whitlock (1939) (Figura 6), modificada por

Ueno e Gonçalves (1998). As culturas de larvas a partir das fezes dos animais foram

realizadas de acordo com o método de Roberts e O’Sullivan (1950) (Figura 7). Realizou-se a

identificação das larvas infectantes de acordo com as características morfológicas descritas

por Keith (1953).

Figura 6: Contagem de ovos por grama de fezes. A: Coleta de fezes diretamente da

ampola retal do animal; B: Maceração das fezes com solução hipersaturada de açúcar; C:

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Preenchimento da câmara de McMaster com a amostra processada; D: Leitura da amostra em

microscópio óptico; E: Contagem de ovos por grama de fezes

Fonte: Alberto Júnior; Fernanda Cavalcante

Figura 7: Culturas de larvas em fezes. A: Coleta de fezes diretamente da ampola retal do

animal; B: Maceração das fezes com água limpa; C e D: Após sete dias, inversão do frasco

para retirada das larvas infectantes cultivadas em fezes

Fonte: Alberto Júnior; Fernanda Cavalcante

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4.3.2Análise hematológica

Para a análise hematológica, semanalmente, amostras de sangue foram colhidas

diretamente da veia jugular de cada animal experimental e o VG foi determinado por

centrifugação em tubos de micro-hematócrito (JAIN, 1993) (Figura 8).

Figura 8: Determinação do volume globular. A: Coleta de sangue diretamente da veia

jugular do animal; B: Preenchimento dos capilares de vidrilho com a amostra de sangue; C:

Vedação do capilar; D: Amostras na centrífuga de micro-hematócrito; E: Cartela para leitura

do percentual de volume globular de cada amostra

Fonte: Alberto Júnior; Fernanda Cavalcante

4.3.3Avaliação da coloração da mucosa

Semanalmente os animais foram acompanhados quanto à coloração da mucosa ocular

através do método FAMACHA©

(VAN WYK et al, 1997), observando-se a conjuntiva que

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apresenta variações na coloração de vermelho-robusto até o branco pálido, numa escala que

varia de 1 a 5, identificando os animais que apresentavam ou não anemia (Figura 9).

Figura 9: Observação da coloração da conjuntiva ocular pelo método FAMACHA©

Fonte: Fernanda Cavalcante

4.3.4 Avaliação do desempenho

A cada sete dias, os animais foram submetidos à avaliação de escore da condição

corporal e pesados para estimar o ganho de peso médio final. O ganho de peso total foi

calculado pela diferença do peso dos animais no início e final do experimento.

Para avaliação da condição corporal, utilizou-se uma escala de 1 a 5, onde 1 é

excessivamente magro e 5 é muito gordo, através da palpação entre a região lombar dos

animais experimentais mimetizando-se um movimento de pinças com aplicação de pressão

constante (Figura 10).

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Figura 10: Escore de condição corporal, apalpação na região dorso-lombar do animal

Fonte: Machado et al., (2008); rehagro.com.br

4.4 Recuperação de larvas infectantes (L3) do pasto

A recuperação das larvas infectantes no pasto foi realizada em dois momentos: 1- Pré-

pastejo: momento em que os animais foram introduzidos inicialmente nos piquetes (dossel

forrageiro com altura de 33, 40, 45 e 50cm); e 2- Pós-pastejo: momento em que os animais

saíram dos piquetes (dossel forrageiro com15cm de altura).

Em cada piquete foram coletadas cinco amostras do pasto, compreendendo pontos

representativos (extremidades e centro do piquete) com auxílio de um quadrado de ferro

medindo 1m², com cortes em duas partes da touceira: inferior (da base da touceira até 15 cm

de altura) e superior (acima dos 15 cm de altura). Após a coleta, as amostras foram

encaminhadas ao Laboratório de Parasitologia da UFRN para serem processadas de acordo

com os procedimentos descritos por Rocha et al. (2007) (Figura 11).

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Figura 11: Recuperação de larvas infectantes na pastagem. A: Coleta do dossel

forrageiro em cinco pontos da área de pastejo; B: Pesagem da amostra colhida; C: Corte das

folhas da amostra em tamanhos semelhantes; D: Amostras processadas em baldes com água

para recuperação das larvas infectantes

Fonte: Fernanda Cavalcante

As larvas infectantes presentes no pasto foram identificadas de acordo com as

características morfológicas descritas por Keith (1953) e expressas em número de larvas

L3/100g de matéria verde.

4.5 Necropsia para recuperação dos nematoides gastrintestinais

O período experimental finalizou quando os animais atingiram o peso médio de 35 kg,

que correspondeu a 225 dias. Em seguida, estes foram necropsiados para a recuperação dos

nematoides gastrintestinais de acordo com o Regulamento Técnico de Métodos de

Insensibilização para o Abate Humanitário de Animais (IN Nº 3 - MAPA, 2000) e de acordo

com a autorização do Comitê de Ética para Uso de Animais (CEUA-UFRN, Protocolo n.

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022/2015). Antes de serem abatidos, os animais foram submetidos ao jejum de sólidos por 16

horas.

Durante a necropsia, o abomaso e os intestinos delgado e grosso foram removidos,

abertos e seus conteúdos transferidos para recipientes graduados. Uma alíquota de 20% de

cada órgãofoi preservada em formalina 5% para posterior contagem e identificação dos

gêneros e espécies presentes (UENO e GONÇALVES, 1998) (Figura 12).

Figura 12: Recuperação de parasitos adultos através de necropsia. A: Amarradura e

corte dos órgãos para sua retirada; B: Coleta do conteúdo do órgão e lavagem do mesmo para

obtenção dos parasitos adultos; C: Conteúdo sendo peneirado em tamisas; D: Separação de

uma alíquota de 20% do conteúdo do órgão

Fonte: Alberto Júnior; Fernanda Cavalcante

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4.6 Contagem e identificação das espécies de nematoides gastrintestinais

O conteúdo obtido e conservado durante a necropsia foi colocado em pequenas

quantidades em uma placa de Petri, adicionado água e com o auxílio de microscópio

estereoscópio, os parasitos presentes no material foram capturados, contados e conservados

em solução AFA (2 ml de ácido acético glacial, 5 ml de formaldeído 37-40%, e 93 ml de

álcool etílico 70%) para identificação, segundo procedimento descrito por Ueno e Gonçalves

(1998) (Figura 13).

Figura 13: Contagem e identificação de parasitos adultos recuperados através de

necropsia. A e B: Contagem de endoparasitos encontrados em cada órgão; C: Identificação de

espécies por características morfológicas

Fonte: Fernanda Cavalcante

4.7 Análiseestatística

As diferenças fenotípicas significativas entre os grupos de animais quanto à altura do

dossel forrageiro foram obtidas pela análise de variância usando o programa SAS (Analysis

Systems Institute, 2003). Os dados de contagem de OPG por não possuírem uma distribuição

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normal foram transformados em log (x + 1) antes das análises. Para inferir se houve diferença

significativa, as dados foram avaliados quanto o teste de Tukey, a um nível de significância de

5%.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As larvas recuperadas na pastagem, tanto no pré-pastejo quanto no pós-pastejo

apresentaram prevalência do gênero Haemonchus, seguido de Trichostrongylus sp.,

Oesophagostomum sp. e Strongyloides sp. (Tabelas 2 e 3).

Tabela 2: Média de larvas infectantes de acordo com as diferentes alturas no pré-pastejo

Altura de

Pastejo

/ Gênero

Haemonchus

(L3/100g MV)

Trichostrongylus

(L3/100g MV)

Strongyloides

(L3/100g MV)

Oesophagostomum

(L3/100g MV)

Total de

larvas

recuperadas

33 cm 11,89ab

5,12ab

0,87a 1,76

ab 1.081

40 cm 7,28c 3,75

b 0,42

b 1,33

b 576

45 cm 9,98bc

4,63ab

0,65ab

1,94ab

947

50 cm 14,70a 6,05

a 0,80

ab 2,20

ab 950

Letras iguais na mesma coluna indicam não haver diferença significativa (P>0,05); L3/100g MV: Larvas

infectantes a cada 100g de matéria verde

Fonte: Fernanda Cavalcante

Tabela 3: Média de larvas infectantes no pós-pastejo

Altura de

Pastejo

/

Gênero

Haemonchus

(L3/100g MV)

Trichostrongylus

(L3/100g MV)

Strongyloides

(L3/100g MV)

Oesophagostomum

(L3/100g MV)

Total de

larvas

recuperadas

33 cm 8,36a 3,5

a 0,68

a 1,74

a 715

40 cm 3,17c 1,70

b 0,15

b 0,90

b 237

45 cm 4,9b 2,16

b 0,18

b 0,94

b 412

50 cm 5,2b 2,45

b 0,27

b 1,00

b 313

Letras iguais na mesma coluna indicam não haver diferença significativa (P>0,05); L3/100g MV: Larvas

infectantes a cada 100g de matéria verde

Fonte: Fernanda Cavalcante

A prevalência do gênero Haemonchus foi superior tanto na entrada dos animais nos

piquetes, ou seja, nas alturas de 33, 40, 45 e 50 cm de pré-pastejo (Tabela 2), quanto na saída

destes animais dos piquetes, aos 15 cm de altura no pós-pastejo (Tabela 3). Em sequência, a

prevalência foi de Trichostrongylus sp., Oesophagostomum sp. e Strongyloides sp.. De acordo

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com a predominância dos gêneros de parasitos exibida na coprocultura, o resultado

encontrado na recuperação de larvas na pastagem foi condizente com o esperado.

O piquete de 33 cm de pré-pastejo proporcionou maior recuperação de larvas

infectantes de parasitos gastrintestinais, seguido dos piquetes de 50, 45 e 40 cm de altura. Nas

outras alturas as larvas poderiam estar mais distribuídas na área foliar, enquanto que

nopiquete de 33 cm as larvas permaneciam mais próximas ao solo. Esta proximidade do solo

facilita a deglutição de larvas pelos animais, assim como um piquete com uma massa de

forragem mais densa, propicia melhores condições de sobrevivência dos parasitos. Neste

piquete, o microclima formado com auxílio da densidade e altura da gramínea foi suficiente

para sobrevivência e desenvolvimento das larvas. Apesar da diferença encontrada, todas as

alturas ofereceram as condições ideais para que os estágios iniciais do ciclo de vida desses

parasitos, desde ovo à larva infectante, sobrevivessem no ambiente até encontrar o

hospedeiro.

A carga parasitária nos animais pode ser influenciada pela disponibilidade de larvas

infectantes no ambiente, sendo que mais de 95% localizam-se em diferentes estratos da

pastagem e menos de 5% nos animais (BOWMAN et al., 2003). Além do ambiente ser um

grande estoque de larvas, que encontram situações e condições adversas e favoráveis ao seu

desenvolvimento e sobrevivência, os próprios animais são fontes de contaminação local

(BASSETO et al., 2009; AMARANTE, 2010) e que irão ter acesso à uma alimentação

contaminada.

Avaliando a contaminação do pasto no pré-pastejo, dividindo a touceira em dois

estratos: inferior (altura do solo até 15 cm das folhas da gramínea) e superior (altura a partir

15 cm das folhas da gramínea até o ápice correspondente a cada grupo: 33, 40, 45 e 50 cm),

observou-se que no pré-pastejo, a contaminação do pasto em altura de até 15 cm (estrato

inferior da touceira), o piquete de 40 cm obteve o menor número de larvas infectantes

recuperadas (10,57 L3/100g de MV) diferenciando-se do piquete de 33 cm (15,65 L3/100g de

MV). Os piquetes de 45 cm (12,66 L3/100g de MV) e 50 cm (16,95 L3/100g de MV)

apresentaram-se semelhantes ao piquete de 33 cm, porém são diferentes entre si.

O piquete com altura de 50 cm de pré-pastejo proporcionou as condições mais

favoráveis às larvas para resistirem às ações ambientais. A altura elevada das folhas

proporciona uma cobertura do solo mais eficiente, assim há uma menor penetração dos raios

solares devido ao sombreamento causado pelas folhas, o que reduziria a dessecação de ovos e

larvas dos parasitos presentes no ambiente (GAZDA et al., 2012), porém, o piquete de 33 cm

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de pré-pastejo manteve sua rotação mais dinâmica, em relação às demais alturas, por atingir

mais rápido a altura de pré-pastejo, o período de descanso foi menor, aumentando no local a

contaminação com ovos e larvas infectantes dos endoparasitos, tornando estes piquetes com

maior número de larvas infectantes (Tabela 4).

Tabela 4: Comparação entre as médias de larvas infectantes encontradas no estrato inferior e

superior do pasto no momento de pré-pastejo

Altura de Pastejo

Estrato Inferior

(L3/100g MV)

Estrato Superior

(L3/100g MV)

33 cm 15,65a 4,14

a

40 cm 10,57b 3,85

a

45 cm 12,66ab

4,83a

50 cm 16,95ac

5,40a

Letras iguais na mesma coluna indicam não haver diferença significativa (P>0,05); L3/100g MV: Larvas

infectantes a cada 100g de matéria verde

Fonte: Fernanda Cavalcante

Já a contaminação do pasto no pré-pastejo acima de 15 cm, estrato superior da

touceira, foi menor ao encontrado no estrato inferior da touceira, não houve diferença

significativa entre os tratamentos. No pasto com altura de pré-pastejo de 40 cm houve a

menor recuperação de larvas (3,85 L3/100g de MV) apesar da semelhança com os demais,

seguido de 33 cm (4,14 L3/100g de MV), de 45 cm (4,83 L3/100g de MV) e 50 cm (5,40

L3/100g de MV). O número baixo de larvas recuperadas no estrato superior aos 15 cm se dá

pela maior ação dos raios solares e dos ventos, com a exposição da folha, as larvas tendem a

sofrer mais com as intempéries, fazendo com que as mesmas busquem abrigo na bainha da

gramínea ou no solo, assim no estrato inferior há um maior número de larvas que no estrato

superior.

Rocha et al. (2008) recuperaram larvas infectantes em gramíneas distintas (Brachiaria

decumbens cv. Australiana, Cynodon dactilon cv. Coast-cross e Panicum maximum cv.

Aruana) em dois cortes, corte alto (30 cm) e corte baixo (5 cm) contaminadas com fezes de

ovinos infectados por endoparasitos gastrintestinais. No geral, as maiores recuperações de L3

das fezes ocorreram quando as amostras foram depositadas em meio às forragens altas (30

cm). A maior massa forrageira propiciou um ambiente mais sombreado e mais úmido, ou seja,

um microclima mais favorável ao desenvolvimento e à sobrevivência das larvas, em

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comparação com as amostras depositadas em meio às forrageiras com comprimento reduzido

(5 cm), onde a incidência direta de radiação solar sobre as fezes foi maior.

Em alturas de pastejo, em média de 33,7 cm, Almeida et al. (2005) encontraram larvas

infectantes de parasitos gastrintestinais de ruminantes em pastagem composta por Paspalum

notatum (grama-batatais) infectadas artificialmente com fezes depositadas de bovinos, ovinos

e caprinos, sendo estas larvas pertencentes aos gêneros Haemonchus, Trichostrongylus,

Oesophagostomum, e do gênero Cooperia apenas nas massas fecais de bovinos. Os autores

recuperaram 137.312,2 L3/Kg da gramínea contaminada com amostras de fezes bovinos, na

pastagem contaminada com amostras de fezes de ovinos foram recuperadas 98.540,4 L3/Kg

de gramínea, e 38.125,0 L3/Kg de gramínea contaminada com fezes de caprinos. Estes

autores ainda citam que, de acordo com Silangwa e Tood (1964), a migração vertical das

larvas é aleatória, limitada pelas condições ambientais e não uma resposta predeterminada do

parasito, no sentido de alcançar a parte da vegetação que, teoricamente, oferece maiores

chances das mesmas serem ingeridas pelo hospedeiro em pastejo.

Após a saída dos animais dos piquetes, foram recuperadas as larvas da pastagem no

pós-pastejo. Houve uma diminuição do número de larvas recuperadas nos piquetes no

momento de pós-pastejo em relação ao encontrado no momento de pré-pastejo. Era esperado

um valor reduzido pela maior exposição em que as larvas estavam sujeitas às intempéries, em

relação à altura de pré-pastejo que favorecia melhores condições de sobrevivência. O piquete

do grupo de 33 cm de altura obteve o maior número de larvas infectantes, seguido dos grupos

de 45, 50 e 40 cm, mesmo estes grupos sendo as larvas recuperadas com mesma altura de pós-

pastejo.

O pasto com altura de pré-pastejo de 33 cm proporcionou maior recuperação de larvas

infectantes tanto no pré-pastejo (1.081 L3/100g de MV) quanto no pós-pastejo (715 L3/100g

de MV).

Avaliando a contaminação do pasto com maior e menor oferta de forragem em

pastagens de inverno no Paraná, Gazda et al. (2012) comprovaram maior potencial de

ingestão de larvas infectantes presentes em plantas de menor altura, portanto em situação de

menor oferta de forragem, forçando os animais a pastejarem mais próximo à superfície do

solo, pois o estrato pastejado pelos ovinos corresponde preferencialmente a 50% da porção

superior da planta estendida (PEGORARO et al., 2008).

Além de realizar a identificação dos gêneros dos parasitos recuperados nos pastos,

também realizou-se a identificação de larvas infectantes, quanto ao gênero, através da técnica

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49

de cultura de larva em fezes (coprocultura) oriundas dos ovinos naturalmente infectados com

endoparasitos. O gênero Haemonchus foi prevalente nos grupos de 33, 40 e 50 cm de altura

de pré-pastejo, seguido dos gêneros Trichostrongylus, Oesophagostomum e Strongyloides. Já

os animais do grupo de 45 cm de altura de pré-pastejo também apresentaram o gênero

Haemonchus como prevalente, porém seguidos dos gêneros Oesophagostomum,

Trichostrongylus e Strongyloides (Figura 14).

Figura 14: Porcentagem do gênero de larvas infectantes nas fezes dos ovinos mestiços Santa

Inês em diferentes alturas de pastejo

Fonte: Fernanda Cavalcante

Apesar da prevalência de Haemonchus sp. em todos os grupos de diferentes alturas de

pré-pastejo, esta foi inferior a 60%, valor recomendado para se ter confiabilidade do

diagnóstico pelo método FAMACHA©

, e afirmar que o causador da anemia apresentada pelos

animais é devido à ação hematófaga pela população desse parasito (CHAGAS et al., 2007).

Os animais mantidos nos pastos com altura de 40 cm de pré-pastejo obtiveram a

menor média de OPG (1.608 ovos/g), e os animais mantidos na altura de pré-pastejo de 33 cm

apresentaram a maior média de OPG (2.539 ovos/g) (P<0,05). Pastos manejados com altura

de 33 cm proporcionam aos animais maior risco de contaminação, devido o rebaixamento do

pasto acontecer de forma mais rápida, em relação às outas alturas, fazendo com que os

0

10

20

30

40

50

60

33 cm 40 cm 45 cm 50 cm

Haemonchus

Trichostrongylus

Oesophagostomum

Strongyloides

%

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50

animais pastejassem mais próximos ao solo, refletindo em uma maior oferta de larvas

infectantes. Apesar das larvas estarem mais expostas a ação de raios solares e ventos, de

acordo com Pegoraro et al. (2008) a quantidade e qualidade do pasto é comprometida, assim

como a proximidade ao solo facilita a ingestão de uma maior quantidade de larvas infectantes.

Quanto maior o número de larvas infectantes ingeridas, maior a possibilidade delas se

estabelecerem no animal e completar o seu ciclo de vida, que pode ser comprovado pelo

maior número de ovos por grama de fezes nos ovinos que permaneceram no pasto com altura

de pré-pastejo de 33 cm (Tabela 5).

Tabela 5: Média (valor mínimo-valor máximo) dos parâmetros fenotípicos dos ovinos

mestiços Santa Inês de acordo com as alturas pastejadas

Altura de Pastejo

OPG

transformado

OPG

não transformado(ovos/g)

Volume globular

(%)

33 cm 6,48ab

2.539 (0-20.200) 21,85a(5-44)

40 cm 6,00ac

1.608 (0-20.000) 22,52a(5-40)

45 cm 6,02ac

1.874 (0-24.600) 22,51a(7-45)

50 cm 6,25a 1.828 (0-47.900) 22,70

a(5-47)

Legenda:

OPG - ovos por grama de fezes

Letras iguais na mesma coluna indicam não haver diferença significativa (P>0,05)

Fonte: Fernanda Cavalcante

Quanto à avaliação do VG, pode-se observar na tabela 5que não houve diferença

significativa (P>0,05) entre as médias dos animais experimentais mantidos nos pastos com

diferentes alturas de pré-pastejo, o que pode ser explicado pela variação individual dentro de

cada grupo, animais com VG de 5%, considerados extremamente comprometidos, até animais

com VG de 47%, extremamente saudáveis. Apesar disso, todos os grupos obtiveram valor

médio de VG inferior a 23%.

Molento e Severo (2004) citam que este valor reflete correlação com a coloração da

conjuntiva ocular dos ovinos, representado pelo FAMACHA, indicando que estes animais

apresentam um quadro de anemia (CHAGAS et al., 2007). Animais que apresentam valores

de VG superior ou igual a 23% apresentam-se com uma mucosa ocular bem vascularizada,

caracterizando animais em FAMACHA 1 e 2. Porém animais que caracterizam um estado

anêmico, típico de uma mucosa pálida, com ausência de vasos sanguíneos calibrosos, à

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51

medida que aumenta o grau de anemia, caracterizam-se em FAMACHA 3, 4 e 5. Nesses casos

o valor de VG é menor ou igual a 18%, apresentando um quadro anêmico severo com limites

críticos de volume globular (MOLENTO e SEVERO, 2004; MOLENTO et al., 2004). Estes

valores devem ser levados em consideração para determinar os intervalos de VG comparados

aos diferentes graus de anemia para se tomar as atitudes clínicas corretas e necessárias.

Assim, espera-se que animais que apresentam alta contagem de OPG apresentam-se

anêmicos, pois as infecções, em sua grande maioria são mistas, e o efeito em conjunto de

parasitos de ação hematófaga e espoliativa contribuem para a evolução de um quadro

anêmico.

O comportamento do VG dos animais dentre os grupos, de maneira geral, apresentou-

se de forma inversa ao esperado, visto que estes animais obtiveram uma média alta de OPG o

que indicaria um valor de VG inferior ao encontrado, uma vez que o OPG é inversamente

proporcional ao VG (CAVELE et al., 2009; MOLENTO et al., 2004). Porém, essa relação

somente é verdadeira quando a carga parasitária de Haemonchus sp. é elevada, igual ou

superior à 60% do total de larvas encontradas, visto que, a ação deste parasito reflete em

baixas porcentagens de VG, devido à sua ação hematófaga.

Em Botucatu/SP Basseto et al. (2009) avaliaram o volume globular de ovinos da raça

Bergamácia e estes não apresentaram valores inferiores a 20% e superiores a 35%, sendo estes

animais parasitados por Haemonchus sp., Trichostrongylus sp. e Oesophagostomum sp.,

diferentemente deste experimento que animais variaram de 5 a 47% de VG.

Cavele et al. (2011) encontraram variações nos valores médios de VG de caprinos

mestiços Anglo Nubiano no sertão baiano, o qual os animais infectados por Haemonchus sp.,

Trichostrongylus sp. e Oesophgostomum sp., apresentaram VG de 21,76% e 26,8%,

respectivamente. No Paraná, Holsback et al. (2013) encontraram variação de valores de VG

entre 28 e 40% em ovelhas sem padrão racial definido.

Além do VG ser correlacionado ao OPG, seus valores podem ser comparados aos

valores de FAMACHA, uma vez que a coloração da mucosa ocular dos animais indicam um

possível quadro de anemia.

A maior parte dos animais mantidos nos pastos com aturas de pré-pastejo de 40 e 50

cm apresentaram FAMACHA 1 e 2, 60,81% e 53,56% respectivamente, o que demonstra que

estes não sofreram anemia provocada pela ação do parasito Haemonchus sp.. Já animais

mantidos em pastos com alturas de pré-pastejo de 33 e 45 cm apresentaram FAMACHA 3, 4

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e 5, 69,06% e 58,93%, respectivamente, o que indica anemia, possivelmente causada pela

ação do parasito hematófago (Figura 15).

Figura 15: Porcentagem de observações do FAMACHA em ovinos mestiços Santa Inês em

diferentes alturas de pastejo

Fonte: Fernanda Cavalcante

O tratamento seletivo pelo método FAMACHA©

(VAN WYK e BATH, 2002;

MOLENTO, 2004) é uma proposta de técnica clínica indireta complementar às técnicas

laboratoriais (OPG, VG e coprocultura) sendo indispensável haver o confronto entre esses

valores para diagnóstico preciso. Os animais mantidos em pastos com altura de pré-pastejo de

40 e 50 cm apresentaram, porém não significativas, maiores médias de VG (22,52% e

22,70%, respectivamente) condizentes aos valores médios de FAMACHA 1 e 2 (60,81% e

53,56%, respectivamente). Da mesma forma, os animais mantidos em altura de pré-pastejo 33

e 45 cm apresentaram os valores médios entre os FAMACHA 3, 4 e 5 (69,06% e 58,93%,

respectivamente), que está em concordância com os valores de VG encontrados durante o

período experimental (21,85% e 22,51%, respectivamente).

Molento et al. (2004) avaliaram a utilização do método FAMACHA©

em pequenos

ruminantes oriundos de raças mestiças, a fim de identificar características próprias em relação

à metodologia proposta para as duas espécies animais, e correlacionaram o método com as

técnicas laboratoriais OPG e VG. Encontraram correlação de 1:0,8 com o valor de VG em

ovinos com o método FAMACHA©

. Mesmo com contagens de OPG acima de 1.500 ovos/g

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

33 cm 40 cm 45 cm 50 cm

FAMACHA 1

FAMACHA 2

FAMACHA 3

FAMACHA 4

FAMACHA 5

%

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em vários animais não foram observados sinais de anemia, fato semelhante ao observado

nesse estudo que, apesar de alguns animais apresentarem alta contagem de ovos por grama de

fezes, estes por sua vez resistiram às ações dos parasitos hematófagos, não demonstrando

anemia.

Na alimentação de ovinos em pastagens, recomenda-se de 7 a 10% do peso vivo dos

animais de oferta de matéria seca de forragem (MORAES e MARASCHIN, 1988). No

entanto, na prática, é comum se observar produtores que mantêm seus animais em pastagens

que ofertam 5%, ou até porcentagem inferior, de matéria seca em relação ao peso vivo dos

animais sem qualquer tipo de suplementação nutricional. Com a oferta de forragem

diminuída, os animais são obrigados a pastejarem mais próximos ao solo, ficando sujeitos a

ingerirem maior quantidade de larvas. Em situação de oferta de forragem maior, acaba-se

aumentando o número de lotação nos piquetes, em consequência, potencializando a

contaminação do ambiente e infecção dos animais (GAZDA et al., 2012). Além de contribuir

para maior risco de contato dos animais com as larvas, a oferta oferecida de forma errada e

falta de suplementação reflete em um baixo peso dos animais.

Diante de médias elevadas de OPG, os animais experimentais apresentaram valores

médios de VG satisfatórios, próximo a 23%. Entretanto, para suportar as infecções mistas e

massivas, estes animais utilizavam de nutrientes oriundos da alimentação para mantença, ao

invés de direcioná-los ao ganho de peso, refletindo assim em baixas médias de peso e escore

de condição corporal (Tabela 6 e Figura 16).

Tabela 6: Média e amplitude (valor mínimo-valor máximo) dos pesos dos ovinos mestiços

Santa Inês de acordo com as alturas pastejadas

Altura de Pastejo

Peso (Kg) Amplitude (Kg)

33 cm 26,15ab

(15,2-37,4)

40 cm 25,22ac

(15,4-37,6)

45 cm 23,52c (12,8-34,6)

50 cm 23,77c (16,5-39,2)

Letras iguais na mesma coluna indicam não haver diferença significativa (P>0,05)

Fonte: Fernanda Cavalcante

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Figura 16: Porcentagem do índice de escore de condição corporal observado nos ovinos

mestiços Santa Inês em diferentes alturas de pastejo

Fonte: Fernanda Cavalcante

Dentre os diferentes grupos, os ovinos apresentaram variação entre os escores 1 e 3,

tendo maior frequência dos escores 1,5 e 2.

Trabalhando com ovinos da raça Morada Nova em confinamento, Medeiros et al.

(2009) na cidade de Recife/PE, verificaram o efeito dos níveis de concentrado sobre as

características de carcaça destes ovinos e verificaram ECC médio de 3. Poli et al. (2008)

encontraram média de ECC 2 para ovinos da raça Suffolck em Pinhais/PR, em quatro

sistemas de produção.

Animais mestiços não são especializados em um alto rendimento na produção de

carne, porém estes escores podem ser reflexos da carga parasitária massiva, salvo que, estes

animais não recebiam suplementação proteica. Ou seja, o ganho e aproveitamento de suas

reservas energéticas adquiridas via alimentação foram direcionadas à mantença desses

animais, buscando suportar os efeitos danosos causados pelos endoparasitos gastrintestinais.

Somente 15,47% dos ovinos pertencentes ao grupo com altura de pastejo de 33 cm,

apresentaram escores de 2,5 a 3, desejável para obter retorno na produção e reprodução desses

animais (RIBEIRO et al., 2003). Nesta mesma faixa de escore os outros grupos também

apresentaram baixa porcentagem de animais durante o período experimental, sendo

respectivamente: 40 cm – 3,38%; 45 cm– 12,12%; e 50 cm – 5,99%. Machado et al., (2008)

0

10

20

30

40

50

60

33 cm 40 cm 45 cm 50 cm

ECC 1

ECC 1,5

ECC 2

ECC 2,5

ECC 3

%

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55

relatam que é recomendável que se faça o acompanhamento dos animais pelo escore, pelo

menos, nos períodos estratégicos do ciclo de reprodução das fêmeas ou de produção dos

borregos, tais como antes da estação reprodutiva, no pré-parto e na fase de engorda das crias.

Nessas ocasiões é possível realizar ajustes nutricionais, se forem necessários, pois a relação

nutrição-reprodução muitas vezes é prejudicada.

Andrade Júnior (2013) acompanhou ovinos mestiços Santa Inês durante o período

chuvoso mantidos em diferentes pastagens tropicais em Macaíba/RN, e verificou que o escore

de condição corporal dos ovinos oscilou entre o escore 2 e 3, ou seja, de animais magros a

animais intermediários, com boa conformação de carcaça.

Quanto aos achados em necropsia de exemplares adultos de nematoides, estes foram

identificados e quantificados através de suas características morfológicas. Foram recuperados

um total de 929 nematoides, sendo 647 exemplares de Haemonchus sp., 113 de

Trichostrongylus sp., 127 de Strongyloides sp. e 42 de Oesophagostomum sp. (Tabela 7).

Tabela 7:Total de parasitos gastrintestinais recuperados através de necropsia

Altura de

Pastejo

/

Gênero

Haemonchus

Trichostrongylus

Strongyloides

Oesophagostomum

Total de

parasitos

recuperados

33 cm 220 46 79 16 361

40 cm 242 9 9 0 260

45 cm 7 23 10 16 56

50 cm 178 35 29 10 252

Total de

parasitos

recuperados

647 113 127 42 929

Fonte: Fernanda Cavalcante

Foram recuperados 361 parasitos dos animais mantidos em pastos com altura de pré-

pastejo de 33 cm, dentre as diferentes alturas esta teve o maior número recuperado, seguido

dos animais mantidos em altura de pré-pastejo de 40 cm com 260 parasitos recuperados. Em

sequência, os animais mantidos em pastos com 50 cm de pré-pastejo, obtiveram 252 parasitos

recuperados, dos animais mantidos em altura de pré-pastejo de 45 cm, os quais foi obtido o

menor número de parasitos, foram recuperados 56 exemplares.

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6 CONCLUSÃO

Os ovinos naturalmente infectados por nematoides gastrintestinais mantidos em

pastagem composta por P. maximum cv. Massai em diferentes alturas de pastejo obtiveram

respostas distintas diante da carga parasitária. Apesar da infecção massiva e dos resultados

dos parâmetros fenotípicos não satisfatórios, os animais mantidos em pastos com altura de

pré-pastejo de 40 cm suportaram melhor a ação dos parasitos em relação aos animais dos

demais grupos (33, 45 e 50 cm). Além disso, foi recuperado um menor número de larvas

infectantes no piquete com pasto de 40cmde altura, no pré-pastejo e pós-pastejo, o que

proporcionou aos animais um menor risco de infecção.

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