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Responsabilidade Tributária RUBENS KINDLMANN

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Page 1: Responsabilidade Tributária · 2019. 4. 29. · Responsabilidade na sucessão “causa mortis” Art. 131. São pessoalmente responsáveis: II - o sucessor a qualquer título e o

Responsabilidade TributáriaRUBENS KINDLMANN

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Responsabilidade na sucessão “causa mortis”O Código Civil não admite patrimônio sem dono

“Art. 1.784. CC. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aosherdeiros legítimos e testamentários.”

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Responsabilidade na sucessão “causa mortis”Art. 131. São pessoalmente responsáveis:(...)II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelode cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidadeao montante do quinhão do legado ou da meação;III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura dasucessão.

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Débitos posteriores podem ser constatados...

No NCPC:

Art. 654. Pago o imposto de transmissão a título de morte e juntada aos autoscertidão ou informação negativa de dívida para com a Fazenda Pública, o juizjulgará por sentença a partilha.

Parágrafo único. A existência de dívida para com a Fazenda Pública nãoimpedirá o julgamento da partilha, desde que o seu pagamento estejadevidamente garantido.

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Sucessão EmpresarialArt. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão,transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelostributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privadofusionadas, transformadas ou incorporadas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção depessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectivaatividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, soba mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.

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Sucessão EmpresarialFusão: União de duas ou mais sociedades para formação de uma nova sociedade, que lhes sucederáem todos os direitos e obrigações (art. 228 da Lei 6404/76 – Lei das SA). A nova empresa seráresponsável pelo passivo gerado pelas empresas fusionadas (antigas)

Incorporação: Uma ou mais empresas são absorvidas por outras que acabam lhes sucedendo emtodos os direitos e obrigações (art. 227 da Lei 6404/76 – Lei das SA). A empresa que absorve as deiasrecebe a responsabilidade por todos os débitos das empresas pelas empresas incorporadas

Transformação: Ocorre quando uma empresa passa de um tipo de sociedade para outro, sem sedissolver ou liquidar ) (art. 220 da Lei 6404/76 – Lei das SA). Se trata de uma modificação societária. Oresultado da transformação responde pelo passivo tributário da empresa antes da transformação.

Cisão: Ocorre quando uma empresa transfere parte do seu patrimônio para uma ou mais sociedades(art. 229 da Lei 6404/76 – Lei das SA). Nesse tipo de operação se retira o patrimônio (no todo ou emparte) do patrimônio da empresa para constituição ou acréscimo de outra ou em outra

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Súmula 554, STJSúmula 554 - Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade dasucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas tambémas multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até adata da sucessão

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Responsabilidade no TrespasseArt. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquertítulo, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar arespectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual,responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data doato:

I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;

II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seismeses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio,indústria ou profissão.

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Responsabilidade no Trespasse§ 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial:

I – em processo de falência;

II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.

§ 2º Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for:

I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou

em recuperação judicial;

II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou

em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou

III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a

sucessão tributária.

§ 3º Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva

isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano,

contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos

extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário.

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Responsabilidade de TerceirosArt. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principalpelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem oupelas omissões de que forem responsáveis:I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre osatos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às decaráter moratório.

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Sobre os tabeliães(...)NÃO-EXIGÊNCIA DE CND, PELO OFICIAL DE REGISTRO . RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA SOBRE

TODA A CONSTRUÇÃO RESIDENCIAL, E NÃO APENAS SOBRE A NOVA ÁREA EDIFICADA.

1. A isenção estabelecida pela Lei n. 8212/91 da contribuição previdenciária sobre a construção

de residência familiar só se aplica aos imóveis que possuam, dentre outros requisitos, área

inferior a 70m2.

2. Construtor que amplia seu imóvel além dos limites de área beneficiada de isenção fiscal deve

recolher a contribuição previdenciária sobre toda a construção, e não apenas sobre a ampliação.

3. Oficial de Registro que não exige Certidão Negativa de Dívida no momento da averbação é

responsável solidariamente, nos termos do art. 48 da Lei n. 8.212/91, pelo tributo devido, com

base em toda a construção, e não só em relação à ampliação da área construída. Recurso

especial parcialmente conhecido e provido.

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Solidariedade ou Subsidiariedade?“... Na verdade, o texto do dispositivo sob exame refere-se àresponsabilidade subsidiária, pois a solidária não comporta benefício deordem, por expressa determinação contida no parágrafo único do art. 124 doCTN.”(Kiyoshi Harada. ITBI: doutrina e prática. Altas, 2010, p. 159)

“... 10. Flagrante ausência de tecnicidade legislativa se verifica no art. 134, doCTN, em que se indica hipótese de responsabilidade solidária ‘nos casos deimpossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelocontribuinte’, uma vez cediço que o instituto da solidariedade não secoaduna com o benefício de ordem ou em excussão. Em verdade, o aludidopreceito normativo cuida de responsabilidade subsidiária”(STJ, EREsp 446.955/SC - 1ª Seção – Rel. Min. Luiz Fux, abr/2008)

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Quando se aplica?“A responsabilidade de terceiros, prevista no art. 134 do CTN, pressupõeduas condições: a primeira é que o contribuinte não possa cumprir suaobrigação, e a segunda é que o terceiro tenha participado do ato queconfigure o fato gerador do tributo, ou em relação a este se tenhaindevidamente omitido. De modo nenhum se pode concluir que os paissejam sempre responsáveis pelos tributos devidos por seus filhos menores.Nem que os tutores ou curadores sejam sempre responsáveis pelos tributosdevidos pelos seus tutelados ou curatelados etc. É preciso que exista umarelação entre a obrigação tributária e o comportamento daquele a quem alei atribui a responsabilidade.”(MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 33ª ed. Malheiros, 2012, p. 162)

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Sobre os administradores de bens de terceiros“... tais administradores de bens de terceiros não se confundem comadministradores de empresas. Aqueles atuam com condutas reguladas peloCódigo civil, sendo os gestores de negócios (arts. 861 a 875) e mandatários emgeral (artigos 653 a 692).”

(BECHO, Renato Lopes. A Responsabilidade Tributária dos Sócios tem Fundamento Legal? RDDT 182/107,nov/2010)

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Sobre o Administrador JudicialCom a Lei 11.101/2005, houve a alteração. Em substituição à figura do síndico ecomissário, passamos a ter a figura do administrador judicial

“Art. 7º A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial,com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor enos documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo contarcom o auxílio de profissionais ou empresas especializadas.”

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Acerca do tributo devido pela massa“O art. 134, V, do Código Tributário nacional aplica-se somente aos tributosdevidos no curso da falência, vez que há de existir uma relação de causa eefeito entre a conduta do síndico e o inadimplemento tributário.”(excerto de sentença do Juiz Federal Substituto Daniel Luersen nos autos da AO 2004.72.11.001446-7 NAVara de Caçador/SR, em ago/05)

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Sobre o ITBI na escritura de Compra e Venda“... fica prejudicada a aplicação desse preceito em relação a tabeliães e escrivães seacolhida a tese de que o aspecto temporal do fato gerador do ITBI recai sobre omomento do registro do título de transferência dos bens imóveis ou de direitos aeles relativos. Nessa situação que configura o fato gerador da obrigação tributária,não podendo ser-lhes atribuída qualquer responsabilidade tributária à luz do quedispõe o art. 128 do CTN. Esse dispositivo exige que o terceiro a serresponsabilizado esteja vinculado ao fato gerador da obrigação tributária. É ocaso, por exemplo, do vendedor do imóvel que poderá ser responsabilizado pelopagamento do ITBI devido pelo comprador, caso a lei local tenha eleito estecomprador como sujeito passivo natural. Entretanto, em relação a oficiais deregistro poderá haver essa responsabilidade solidária.”(HARADA, Kiyoshi. ITBI: doutrina e prática. Atlas, 2010, p.159)

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Outra visão sobre os tabeliães(...)NÃO-EXIGÊNCIA DE CND, PELO OFICIAL DE REGISTRO. RESPONSABILIDADESOLIDÁRIA SOBRE TODA A CONSTRUÇÃO RESIDENCIAL, E NÃO APENAS SOBRE ANOVA ÁREA EDIFICADA.1. A isenção estabelecida pela Lei n. 8212/91 da contribuição previdenciária sobre aconstrução de residência familiar só se aplica aos imóveis que possuam, dentreoutros requisitos, área inferior a 70m2.2. Construtor que amplia seu imóvel além dos limites de área beneficiada deisenção fiscal deve recolher a contribuição previdenciária sobre toda a construção,e não apenas sobre a ampliação.3. Oficial de Registro que não exige Certidão Negativa de Dívida no momento daaverbação é responsável solidariamente, nos termos do art. 48 da Lei n. 8.212/91,pelo tributo devido, com base em toda a construção, e não só em relação àampliação da área construída. Recurso especial parcialmente conhecido e provido.(STJ, Resp 645047/CE – 2ª T. – Min. Humberto Martins, abr/2009)

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Sobre a Lei 8212/91Art. 47. É exigida Certidão Negativa de Débito-CND, fornecida pelo órgãocompetente, nos seguintes casos:(...)II - do proprietário, pessoa física ou jurídica, de obra de construção civil, quandode sua averbação no registro de imóveis, salvo no caso do inciso VIII do art. 30.(...)

Art. 48. A prática de ato com inobservância do disposto no artigo anterior, ou oseu registro, acarretará a responsabilidade solidária dos contratantes e do oficialque lavrar ou registrar o instrumento, sendo o ato nulo para todos os efeitos.

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Sociedade de Pessoas x Sociedade de CapitalNa sociedade de Pessoas a figura do sócio é importante, há o intuitu personae.Ex.: Sociedade Limitada

Na sociedade de capital, o principal é a condição de investimento do sócio, nãohavendo pessoalidade. Ex. : S/A de Capital Aberto

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Sobre o Parágrafo Único do 134, CTN“Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria depenalidades, às de caráter moratório.”

Somente a Obrigação Principal pode ser exigida dos terceiros! As obrigaçõesacessórias e as multas punitivas seguem na como obrigação do contribuinte

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Responsabilidade pessoalArt. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes aobrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderesou infração de lei, contrato social ou estatutos:

I - as pessoas referidas no artigo anterior;II - os mandatários, prepostos e empregados;III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direitoprivado.

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No sentido de responsabilidade exclusiva“... tem-se responsabilidade pessoal desses terceiros. Em verdade, o art. 135,CTN, contempla normas de exceção, pois a regra é a responsabilidade da pessoajurídica, e não das pessoas físicas dela gestoras. Trata-se de responsabilidadeexclusiva de terceiros que agem dolosamente, e que, por isso, substituem ocontribuinte na obrigação, nos casos em que tiverem praticado atos com excessode poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos.”

(Regina Helena Costa. Curso de Direito Tributário. Saraiva, 2009, p. 205)

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No sentido de que não exclui o contribuinte“A lei diz que são pessoalmente responsáveis, mas não diz que sejam as únicas.A exclusão da responsabilidade, a nosso ver, teria de ser expressa. Com efeito, aresponsabilidade do contribuinte decorre de sua condição de sujeito passivodireto da relação obrigacional tributária. Independe de disposição legal queexpressamente a estabeleça. Assim, em se tratando de responsabilidadeinerente à própria condição de contribuinte, não é razoável admitir-se quedesapareça sem que a lei o diga expressamente. Isto, aliás, é o que sedepreende do disposto no art. 128 do CTN...”

(Hugo de Brito Machado. Curso de Direito Tributário. 33ª ed. Malheiros, 2012, p. 166)

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No sentido de que é solidária“A concepção de responsabilidade por ato ilícito exclui o caráter de subsidiariedade daobrigação do infrator. Este deve responder imediatamente por sua infração,independentemente da suficiência do patrimônio da pessoa jurídica. Eis o sentido deestar expresso no caput do art. 135 do CTN que são ‘pessoalmente responsáveis’ osadministradores infratores da lei. Dessa forma, deve ser excluída a tese daresponsabilidade subsidiária em sentido próprio. (...) Por sua vez, a tese daresponsabilidade por substituição, pessoal e exclusiva, peca por prever implícito no art.135 do CTN a desoneração da pessoa jurídica contribuinte, coisa que não está dita neminsinuada nesse dispositivo legal. A desoneração do contribuinte não pode ocorrer porobra de mera interpretação extensiva; demanda, rigorosamente, norma expressa nessesentido. Logo, não havendo qualquer preceito que afaste o dever da pessoa jurídica depagar o crédito tributário, continua ela com este dever, sem óbice para a exigência depagamento também do terceiro responsável.”(LOPES, Anselmo Henrique Cordeiro. A responsabilidade tributária dos administradores. RFDT 36/155, nov-dez/08)

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Não se confunde com desconsideração de personalidade Jurídica“Não se pode deduzir do art. 135, III, do CTN que este encerre a teoria dadesconsideração da personalidade jurídica pois apenas cuida daresponsabilidade pessoal daqueles que representam a pessoa jurídica quandoagem com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos.”

(SILVA, Alexandre Alberto Teodoro da. A Desconsideração da Personalidade Jurídica no Direito Tributário. Quartier Latin, 2007, p. 230 e 232)

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Súmula 430, STJ“O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, aresponsabilidade solidária do sócio-gerente.”

“(...) 1. Esta Corte firmou entendimento de que a simples falta de pagamento do tributo não configura, por si só, nem em tese, circunstância que acarreta a responsabilidade subsidiária do sócio, prevista no art. 135 do CTN. É indispensável, para tanto, que tenha agido com excesso de poderes ou infração à lei, ao contrato social ou ao estatuto da empresa.”

(STJ, AgRg no REsp 1295391/PA, 1ª T., Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, set/2013)

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Súmula 435, STJ"Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar noseu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando oredirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente."

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O sócio na época da dissolução irregular“4. O pedido de redirecionamento da execução fiscal, quando fundado na dissolução irregularda sociedade executada, pressupõe a permanência de determinado sócio na administração daempresa no momento da ocorrência dessa dissolução, que é, afinal, o fato que desencadeia aresponsabilidade pessoal do administrador. Ainda, embora seja necessário demonstrar quemocupava o posto de gerente no momento da dissolução, é necessário, antes, que aqueleresponsável pela dissolução tenha sido também, simultaneamente, o detentor da gerência naoportunidade do vencimento do tributo. É que só se dirá responsável o sócio que, tendopoderes para tanto, não pagou o tributo (daí exigir seja demonstrada a detenção de gerência nomomento do vencimento do débito) e que, ademais, conscientemente optou pela irregulardissolução da sociedade (por isso, também exigível a prova da permanência no momento dadissolução irregular).”

(STJ, AgRg no AREsp 383.837/RS, 2ª T. Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, out/2013)

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(...) REDIRECIONAMENTO EM FACE DE MANDATÁRIOS, PREPOSTOS E EMPREGADOS (ART. 135, II, DOCTN). INVIABILIDADE, NO CASO CONCRETO. REAFIRMAÇÃO DAS TESES FIRMADAS NO JULGAMENTODO RESP 1.604.320/RS. 1. Cumpre destacar a existência das seguintes peculiaridades no casoconcreto: (a) não pretende a Fazenda Nacional a responsabilização de "diretores, gerentes ourepresentantes de pessoas jurídicas de direito privado" (art. 135, III, do CTN) - casos que sãofrequentemente enfrentados no âmbito deste Tribunal -, e sim a responsabilização de mandatários,prepostos e empregados, em razão da suposta prática de atos com excesso de poderes ou infraçãode lei, contrato social ou estatutos, que originaram créditos tributários (art. 135, II, do CTN); (b) onome do responsável não consta da CDA e não houve a dissolução irregular da pessoa jurídica -hipóteses nas quais a jurisprudência desta Corte autoriza o redirecionamento da execução fiscal. 2.É certo que a existência de indícios da prática de atos com excesso de poderes ou infração de lei,contrato social ou estatutos autoriza, em tese, o redirecionamento da execução fiscal em face dossujeitos previstos nos incisos do art. 135 do CTN, inclusive dos mandatários, prepostos eempregados (inciso II). Também é certo que fica viabilizado o redirecionamento se a conduta ilícitaconstitui infração penal. Contudo, a viabilidade do redirecionamento da execução fiscal deveobservar o disposto na Súmula 430/STJ, in verbis: "O inadimplemento da obrigação tributária pelasociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente". Essa orientação aplica-se, mutatis mutandis, aos mandatários, prepostos e empregados (caso dos autos).

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Nesse contexto, independentemente de a conduta tida por ilícita seja dolosa ou culposa, é necessário que haja a imputação, ao responsável, de um resultado que não seja o mero inadimplemento do tributo. Na linha dos precedentes desta Corte: (a) na hipótese de ocorrência de dissolução irregular da pessoa jurídica, o resultado transcende o mero inadimplemento e autoriza o redirecionamento da execução fiscal; (b) quando a Fazenda Pública apura a responsabilidade em sede de procedimento administrativo fiscal - sujeito ao contraditório - e verifica a existência inequívoca de liame entre condutas supostamente ilícitas e inadimplemento tributário, com a consequente inclusão do nome do responsável na Certidão de Dívida Ativa, fica viabilizada a execução direta em face do sócio. 3. Desse modo, não verificada, no caso concreto, hipótese autorizativa, fica inviabilizado o redirecionamento da execução fiscal. Registro que a adoção de tal entendimento não implica impunidade em relação a eventuais ilícitos praticados, pois as condutas ilícitas tipificadas como crime ensejam a responsabilização penal e os danos causados à pessoa jurídica ensejam a responsabilidade civil, no âmbito empresarial.4. Ademais, a orientação desta Corte firmou-se no sentido de que os arts. 134 e 135 do CTN estabelecem a responsabilidade de terceiros quando impossível a exigência do cumprimento da obrigação tributária em face do devedor principal. Ressalte-se que há inúmeros precedentes deste Tribunal que tratam a responsabilidade prevista no art. 135 do CTN como "subsidiária", especialmente o acórdão proferido no REsp 1101728/SP (1ª Seção, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe de 23.3.2009) - submetido ao regime dos recursos repetitivos. 5. Agravo interno não provido. (AgRg no AgRg nos EDcl no REsp 1485532 / RS. Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES - SEGUNDA TURMA - DJe 27/03/2018)

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Responsabilidade por InfraçõesArt. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade porinfrações da legislação tributária independe da intenção do agenteou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitosdo ato.

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Responsabilidade ObjetivaDa leitura do art. 136 se verifica que a responsabilidade é OBJETIVA, uma vezque não depende da intenção real do sujeito passivo para atribuição daresponsabilidade!

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“1. O STJ entende que a aplicação da pena de perdimento de veículo somente écabível quando devidamente comprovadas, por meio de regular processoadministrativo, a responsabilidade e a má-fé do proprietário de veículo naprática do ilícito. Precedentes... 2. No caso concreto, não houve comprovaçãoda responsabilidade e da má-fé do proprietário do veículo (in casu, o Bancoagravado) pela prática da infração aduaneira, uma vez que não se noticiou ainstauração de procedimento com o objetivo de apurar a sua eventualresponsabilidade, ou mesmo se demonstrou qual teria sido sua contribuiçãopara a prática da ilícito.”(STJ, 1ª T., AgRg no REsp 1156417/SC, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, set/2013)

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Independe da Intenção do agente!“O art. 136 do CTN, ao dispor que a responsabilidade por infrações da legislaçãotributária independe da intenção do agente ou do responsável, dispensa o dolocomo elemento dos tipos que definem as infrações tributárias. Não se requer,portanto, que o agente tenha a intenção de praticar a infração, bastando que hajacom culpa. Esta (a culpa), por sua vez, é presumida, porquanto cabe aoscontribuintes agir com diligência no cumprimento das suas obrigações fiscais. Essapresunção relativa pode ser afastada pelo contribuinte que demonstre que agiudiligentemente. Aliás, o próprio Código afasta expressamente a imposição depenalidades, por exemplo, quando o contribuinte tenha incorrido em ilegalidadeinduzido por normas complementares que observou (art. 100, parágrafo único, doCTN). O Judiciário tem afastado a aplicação de penalidades, em muitos casos,referindo a boa-fé no contribuinte, conforme nota adiante.”

(Leandro Paulsen, Direito Tributário CONSTITUIÇÃO e CÓDIGO TRIBUTÁRIO à luz da doutrina e dajurisprudência. 16ª edição)

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Responsabilidade por InfraçõesArt. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem;b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores;c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas.

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Infrações conceituadas por lei como crimes“Trata-se aí de responsabilidade por infração administrativa, e de submissão àsanção administrativa. Se aquela infração é tão grave, que a lei a enquadra comoilícito penal, a responsabilidade administrativa (isto é, pela sanção meramentefiscal) também é pessoal do agente.” (Luciano da Silva Amaro, Infrações Tributárias, RDTnº 67, Ed. Malheiros, p. 35)

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O agente público“INSS. APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS. OMISSÃO DE INFORMAÇÕES. AGENTEPOLÍTICO. PREFEITO. RESPONSABILIDADE PESSOAL. DEMONSTRAÇÃO DACULPABILIDADE. NECESSIDADE. ART. 41 DA LEI Nº 8.212/91. POSTERIOR ANISTIA.LEI Nº 9.476/97... 1. A multa de que trata o art. 41 da Lei 8.212/91 somentedeve ser imputada pessoalmente ao agente público se demonstrado o excessode mandato ou o cometimento da infração com dolo ou culpa, já que essaregra deve ser interpretada em harmonia com o disposto no art. 137, I do CTN,que expressamente exclui a responsabilidade pessoal daqueles que agem noexercício regular do mandato. Precedentes da Primeira Turma. 2. A Lei nº9.476/97 concedeu anistia aos agentes políticos e aos dirigentes de órgãospúblicos estaduais, do Distrito Federal e municipais a quem, porventura, tenhamsido impostas penalidades pecuniárias decorrentes do art. 41 da Lei 8.212/91.”(STJ, 2ª T., Resp 898.507/PE, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, ago/08)

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Denúncia EspontâneaArt. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração,acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros demora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa,quando o montante do tributo dependa de apuração.

Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após oinício de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização,relacionados com a infração.

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A finalidade do InstitutoVisa estimular que o contribuinte infrator a se coloque em situação deregularidade, resgatando as omissões que o Fisco ainda não teve acesso,recebendo o que deveria ter sido pago fazendo com que a exclusão dapenalidade desestimule a inadimplência

Sem o estimulo, provavelmente a fazenda não teria acesso às informações, semo instituto da denuncia espontânea

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Como forma de exclusão da responsabilidadeA responsabilidade por infrações à legislação tributária pode ser excluída peladenúncia espontânea (art. 138 do CTN) ou pela anistia (artigo 180 do CTN), ouseja, pelo arrependimento associado ao cumprimento das obrigaçõesinadimplidas ou pelo perdão legal. Mas também pode ser extinta pela leiposterior mais benéfica que, deixando de considerar a conduta como infração,seja aplicada retroativamente (art. 106 do CTN), pela decadência e pelaprescrição, dentre outros modos de extinção do crédito tributário (art. 156 doCTN).

(Leandro Paulsen, Direito Tributário CONSTITUIÇÃO e CÓDIGO TRIBUTÁRIO à luz da doutrina e da jurisprudência. 16ª edição)

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Não há forma definida em lei“A denúncia espontânea de infração não é ato solene, nem a lei exige que ela se façadesta ou daquela forma. A forma irá depender da natureza e dos efeitos da infração. Se,por exemplo, a infração consistiu em que certo contribuinte de um tributo sujeito a‘lançamento por homologação’... deixou de efetuar o pagamento no prazo legal, omodo de sanar essa infração é comparecer à repartição fiscal (ou aos bancoscredenciados para receber e dar quitação do tributo) e pagar seu débito; na própriaguia de recolhimento já se indicará que se trata de recolhimento a destempo, e, porisso, os juros de mora devem também ser recolhidos. Não se requerem outrasprovidências burocráticas.” (AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. Saraiva, 15ª ed., 2009, p. 453)

“Denúncia espontânea. Multa. Pagamento em atraso. Artigo 138 do CTN. 1. Opagamento integral em atraso de tributos, sem que tenha sido iniciado procedimentoadministrativo, configura-se denúncia espontânea, hipótese amparada pelo artigo 138do Código Tributário Nacional. 2. Recurso especial improvido.” (STJ, 2ª T., REsp 204.555, Min. CastroMeira, mar/04)

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Da obrigatoriedade do pagamento“DECLARAÇÃO DE DÉBITO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. QUANDO SE CONFIGURA.ART. 138 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. A simples confissão da dívida nãoconfigura denúncia espontânea. Deve a declaração do débito ser acompanhadado pagamento do tributo e dos juros de mora, ou do depósito da importânciaarbitrada pela autoridade administrativa, quando depender de apuração.Recurso especial do contribuinte não conhecido.” (STJ, 2ª T, Resp 147.927/RS,Min. Hélio Mosimann, DJU 11.05.98, p. 77/78)

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Cabe no Parcelamento?“PARCELAMENTO DE DÉBITO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE.RECURSO REPETITIVO. ART. 543-C DO CPC. 1. O instituto da denúnciaespontânea (art. 138 do CTN) não se aplica nos casos de parcelamento de débitotributário. 2. Recurso Especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-Cdo CPC e da Resolução 8/2008 do STJ. (Resp 1102577/DF, Rel. Ministro HERMANBENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/04/2009, DJe 18/05/2009)

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No sentido de excluir qualquer tipo de multa“... forçoso consignar que a sanção premial contida no instituto da denúncia espontânea exclui as penalidades pecuniárias, ou seja, as multas de caráter eminentemente punitivo, nas quais se incluem as multas moratórias, decorrentes da impontualidade do contribuinte. 8... Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.” (STJ, Primeira Seção, Resp 1149022/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, jun/2010)

“DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA MORATÓRIA. EXCLUSÃO... 1. É desnecessário fazer distinção entre multa moratória e multa punitiva, visto que ambas são excluídas em caso de configuração da denúncia espontânea.” (STJ, 1ª T., REsp774.058/PR, TEORI ALBINO ZAVASCKI, out/09)

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No sentido de que não exclui a multa da obrigação acessória“2. Segundo orientação firmada nesta Corte, ‘a denúncia espontânea não tem o condão de afastar a multa decorrente do atraso na entrega da declaração de rendimentos, uma vez que os efeitos do artigo 138 do CTN não se estendem às obrigações acessórias autônomas’... “ (STJ, Segunda Turma, AgRg no REsp 1279038/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, fev/2012)

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No sentido de que não exclui a multa da obrigação acessória“DENÚNCIA ESPONTÂNEA. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INAPLICABILIDADE. 1.Inaplicável o instituto da denúncia espontânea quando se trata de multa isoladaimposta em face do descumprimento de obrigação acessória.” (STJ, 2ª T., AgRg noREsp 916.168/SP, HERMAN BENJAMIN, mar/09)

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Súmula 360, STJO benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.

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