Curso de Gestão das Organizações

Responsabilidade social e ética(Capítulo IV Págs. 187 a 202)

Disciplina: Economia e Gestão dos Media

Docente: Prof. Doutor Rui Teixeira

Alunos:

António M. Amaral de Almeida

Fernando António

Curso: Jornalismo

1.º Ano, 2.º Semestre, 2011/2012

Introdução

A responsabilidade social das empresas, nomeadamente no nosso País, assume uma crescente importância, bem patente pelo facto de decorrer, entre os dias 7 e 11 de maio de 2012, em Lisboa, a 7ª edição da Semana da Responsabilidade Social, promovida pela Associação Portuguesa de Ética Empresarial, que tem como tema central a "Mudança e Inovação Para Novos Estilos de Vida", cuja abertura solene tinha prevista a presença do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, a segunda figura do Governo, o que, por si só, demonstra o interesse do Estado nesta matéria. Neste mesmo momento, iniciou-se o painel “O estado da Arte da Ética e da Responsabilidade Social”.

O recente episódio da campanha de descontos de 50% promovida pela cadeia “Pingo Doce” relança, igualmente, a discussão da ética, da moral e da responsabilidade social das empresas. 2

ÉticaOrigem da palavra e objecto

Existem vários conceitos de ética, todos relativos à

conduta humana, generalizando-se que é o

domínio da filosofia que tem por objectivo o juízo

de apreciação que distingue o bem e o mal, o

comportamento correcto e o incorrecto. A ética tem

sido aplicada na economia, política e ciência

política, conduzindo a muitos distintos e não-

relacionados campos de ética aplicada, incluindo,

a ética nos negócios.

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A terminologia-chave inclui hoje valores, direitos,

deveres, regras morais e relacionamentos (pág.

190). É, porém, corrente classificar-se a ética em

duas categorias:

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A moralidade

A moralidade, que caracteriza os actos como bons e maus, distingue-se por ser formal, que afectaactos e pessoas, e material, própria dos actos em si mesmos. Saliente-se que a moral formal tem muito de senso comum.

A nível empresarial, “a moralidade das decisõestomadas depende da forma como os gestores agem em função das suas convicções, isto é, de acordo com as suas fontes de inspiração ética (valores culturais básicos da sociedade e dos grupos sociais em que o decisor se insere –religião, factores influenciadores que emergem no ambiente social, leis, códigos deontológicos ou éticos, etc., por exemplo), a sua consciência ou as condições e pressões exógenas (Orlando Rolo, pág. 192).

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A campanha de descontos

promovida pela cadeia “Pingo

Doce”, no feriado de 1 de Maio,

pode ser analisada nas duas

vertentes: responsabilidade

social e ética/moralidade.

A moralidade pode ser

distinguida como formal, que

afecta actos e pessoas; e a

material, os actos em si

mesmos.

As fontes de conduta ética ou

de moralidade, caracterizam-se

por três factores: 1. Intenção ou

fim; 2. Acção ou objecto; 3.

Circunstâncias. 6

Distinção entre o dever e a obrigação

moral

Fazem-se as seguintes distinções entre o dever e

a obrigação moral:

O sistema ético pode ser sintetizado no esquema:

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Ética Empresarial ou Ética nos Negócios

A ética ou a moral fundam-se, portanto, “no

conjunto de convicções que constituem a estrutura

do sistema de valores culturais de um dado grupo

social, (…) num dado momento histórico” (Orlando

Rolo, pág. 196).

É relevante, do ponto de vista empresarial, a

forma como as decisões são tomadas, isto é,

como as mesmas se encaixam no “padrão social

da moralidade vigente”.

Para Orlando Rolo, “a Ética Empresarial ou Ética

nos Negócios funda-se na verdade, na justiça, no

rigor, no respeito, em harmonia, por tudo o que a

Natureza, o Ambiente, a Terra e o Universo

oferecem e nos rodeia” (pág. 197). Generalizando:8

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“Em todas as crises, vêm ao de cima os problemas éticos, porque os comportamentos que desembocam nas crises incluem atitudes de ganância (“greed is good”, dizia-se no filme Wall Street), injustiça, excessiva preocupação com o lucro, imprudência,… Mas, na crise actual, esta realidade foi mais patente, entre outros motivos, porque a sociedade aplaudiu esses comportamentos, encorajando os agentes económicos a actuar de acordo com os mesmos, tendo também contribuído para a eliminação das barreiras sociais que as teriam tornado menos improváveis, ou que teriam reduzido o seu impacto negativo.” [1]

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Legalidade e legitimidade

Não há conflitos, num estado de direito, entre legalidade e legitimidade.

A legalidade está contemplada em lei. O princípio da legalidade é um princípio jurídico fundamental que estabelece que o Estado deve submeter-se ao império da lei.

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O princípio da legalidade é a expressão maior do Estado Democrático de Direito, a garantia vital de que a sociedade não está presa às vontades particulares, pessoais, daquele que governa.

O segundo, legitimidade, que podem ser ou não legais.

A legitimidade é o critério utilizado para se verificar se determinada norma se adequa ao sistema jurídico ao qual se alega que esta faz parte.

Em ciência política é o conceito com o qual se julga a capacidade de um determinado poder para conseguir obediência sem necessidade de recorrer à coerção, que supõe a ameaça da força, de tal forma que um Estado é legítimo se existe um consenso entre os membros da comunidade política para aceitar a autoridade vigente.

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Comportamento Organizacional

É o estudo e dinâmica das organizações e o modo como os grupos sociais e indivíduos se comportam dentro delas.

É, também, o estudo do funcionamento e estrutura das organizações, sendo estudado o comportamento dos grupos e indivíduos e caracterizado, portanto, como uma ciência interdisciplinar.

A organização espera que o empregado obedeça à sua autoridade, e em contrapartida o empregado espera que a organização possua atitudes correctas e justas com ele.

Os sociólogos referem-se a isso como “norma de reciprocidade”, enquanto os psicólogos, “contrato psicólogo”, que nada mais é que um entendimento entre indivíduo e organização, que vai além do contrato formal, ou, por outras palavras, é o que ambos esperam ganhar com o contrato formal.

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Responsabilidade Social das

Organizações

Duas grandes alterações, com o advento da burguesia e da era industrial:

A economia, meios de produção, transitam da nobreza para a burguesia, o mesmo aconteceu com o sistema político.

Andrew Carnegie: é tido como o primeiro empresário (início século XX) a declarar publicamente que os ricos têm a obrigação moral de repartir as suas fortunas acumuladas.

Milton FRIEDMAN: Entende que os responsáveis das empresas não estão em condições de determinar a importância relativa dos problemas sociais.

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Actividade social das organizações

MICRO: Estuda o modo como as organizações reagem às questões sociais.

MACRO: Estuda as forças que determinam as questões sociais às quais as organizações devem reagir.

COMBINADA: Estuda os modos como as organizações respondem e podem vir a responder a questões sociais específicas.

“Nesta época de crises sucessivas é inegável que devem ser estabelecidas prioridades. O que resta saber é se a ética é uma delas. Infelizmente para muitas empresas a ética não está no topo das suas prioridades.” [2]

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Fontes:

[1] Antonio Argandoña figura entre os três melhores especialistas de ética empresarial a nível mundial.

Professor de Economia e de Ética nos Negócios no IESE Business School, Universidade de Navarra.

In Portal VER, 03-05-2012

[2] Claudia Pedra, Managing Partner, Stone Soup Consulting, in Portal VER, 12-02-2012

DECLARAÇÃO

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