residuos sólidos no brasil

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Aluna: Michele Roberta Manso Barbosa Pólo: Guaratinguetá/SP Dificuldades para aplicar a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil Atender as necessidades da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) reduzindo o volume de lixo produzido, realizando a coleta seletiva, tratando o lixo no seu destino final são etapas e ações que todos os municípios têm de realizar. A obrigatoriedade e os prazos são estabelecidos pela Lei 12.305/2010 e regulamentada pelo decreto 7.404/2010. Sua aplicação constitui um imenso desafio a ser vencido pelos três segmentos que a mesma indica como responsáveis: comunidade, empresariado e poder público, desafio tomado parcialmente pelos envolvidos, pois, os prazos estabelecidos não se cumprem. A questão levanta pontos importantes, pois o custo operacional destas ações afeta a economia dos municípios, já abalada por seca e queda de receita. Dois anos após a aprovação da PNRS, apenas 32,3% dos municípios brasileiros de acordo ao IBGE possuíam iniciativas de coleta seletiva. Apenas para dar uma idéia do potencial de perda de divisas que a demora na regulamentação de uma lei como esta representou, estudo recente realizado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas (IPEA) indicou que o potencial de reciclagem do Brasil é de R$ 8,5 bilhões / ano. Ou seja, esta é a soma que o 1

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Page 1: Residuos sólidos no brasil

Aluna: Michele Roberta Manso BarbosaPólo: Guaratinguetá/SP

Dificuldades para aplicar a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil

Atender as necessidades da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) reduzindo o

volume de lixo produzido, realizando a coleta seletiva, tratando o lixo no seu destino final são

etapas e ações que todos os municípios têm de realizar. A obrigatoriedade e os prazos são

estabelecidos pela Lei 12.305/2010 e regulamentada pelo decreto 7.404/2010.

Sua aplicação constitui um imenso desafio a ser vencido pelos três segmentos que a mesma

indica como responsáveis: comunidade, empresariado e poder público, desafio tomado

parcialmente pelos envolvidos, pois, os prazos estabelecidos não se cumprem.

A questão levanta pontos importantes, pois o custo operacional destas ações afeta a economia

dos municípios, já abalada por seca e queda de receita. Dois anos após a aprovação da PNRS,

apenas 32,3% dos municípios brasileiros de acordo ao IBGE possuíam iniciativas de coleta

seletiva.

Apenas para dar uma idéia do potencial de perda de divisas que a demora na regulamentação

de uma lei como esta representou, estudo recente realizado pelo Instituto de Pesquisas

Econômicas (IPEA) indicou que o potencial de reciclagem do Brasil é de R$ 8,5 bilhões / ano.

Ou seja, esta é a soma que o país perde anualmente por não aproveitar o potencial de gestão

adequada dos resíduos sólidos (TEIXEIRA, 2011).

O custo da limpeza de uma cidade é elevado, e a soma gasta para construção de aterros

sanitários em todas as cidades brasileiras ultrapassa a quantia de R$ 65 bilhões. Apenas a

elaboração do plano de resíduos sólidos, outra exigência da lei com prazo final em dezembro

passado, de uma cidade com cerca de 20 mil habitantes, estima-se em R$ 250 mil.

Vontade política, capacidade técnica e recursos financeiros são alguns dos fatores que

impedem a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, como afirma o presidente

da ABES, Dante Ragazzi Pauli. “Experiências exitosas no Brasil têm mostrado que as

mesmas sempre estão associadas a forte vontade política dos administradores públicos em

querer de fato mudar a situação. Infelizmente, ainda há uma parcela da população brasileira

que não tem serviço regular de coleta de resíduos. E a coleta deve atingir a 100% da

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população. Além disso, temos uma carência muito grande de quadros técnicos nos setores

públicos de gerenciamento de resíduos, tanto em quantidade quanto em qualificação. Em

muitos casos, os gestores alocados ao setor de resíduos sólidos não têm qualquer qualificação

técnica para o setor.”

Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESIDUOS ESPECIAIS.  Panorama 2010.  São Paulo: ABRELPE; 2011. Disponível em: < http://www.abrelpe.org.br&gt;> Acesso em: 18 de Agosto de 2015.

Falta de vontade política, de capacidade técnica e de recursos financeiros impede a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Disponível em: <http://www.abes-dn.org.br/camresiduos/docs/PRNS1280714.pdf> Acesso em: 18 de Agosto de 2015.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – CMADS, da Câmara dos Deputados. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-ermanentes/cmads/noticias/municipios-tem-dificuldade-de-cumprir-metas-da-politica-nacional-de-residuos-solidos> Acesso em: 18 de Agosto de 2015.

Prefeituras têm dificuldades para cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Disponível em: <http://upb.org.br/noticias/prefeituras-tem-dificuldades-para-cumprir-a-politica-nacional-de-residuos-solidos/>Acesso em: 18 de Agosto de 2015.

TEIXEIRA, I.  Governo trabalha para melhorar o licenciamento ambiental. Conjuntura da infraestrutura.  São Paulo: EESP- FGV/ ABDIB, abril 2011.

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