resenha despesa pública

Upload: michel-costa

Post on 11-Jul-2015

209 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

FACULDADE IDEAL FACI CURSO DE DIREITO DIREITO FINACEIRO TURMA SIDA MICHEL COSTA

Resumo dos Princpios do Direito Financeiro

BELM-PA 2011

MICHEL COSTA

Trabalho apresentado para obteno de nota complementar para a 1 avaliao da disciplina Direito Financeiro da Turma SIDA do Curso de Direito da Faculdade Ideal. Prof.: Orientador: Edson Benassuly .

BELM-PA 2011

Sumrio Princpios do Direito Financeiro a) b) c) d) e) f) g) h) i) j) k) l) Princpio da Legalidade Programao Equilbrio Anualidade Anterioridade oramentria Universalidade Unidade Exclusividade oramentria Proibio do Estorno Especializao Publicidade No afetao Bibliografia

BELM-PA 2011

1

CONCEITO

Regis Fernandes de Oliveira em seu livro Curso de Direito Financeiro, 3 Ed. 2010, explana o pensamento de Aliomar Baleeiro, o qual defende a existncia de dois conceitos a respeito do tema. No primeiro a Despesa Pblica defini-se por ser um conjunto de dispndios do Estado, ou de outra pessoa de direito pblico, para o funcionamento dos servios pblicos no outro ser a aplicao de certa quantia, em dinheiro, por parte da autoridade ou do agente pblico competente, dentro duma autorizao legislativa, para execuo de fim a cargo do governo. Regis de Oliveira concorda com o pensamento de Aliomar Baleeiro, visto que este no deixar de qualificar como interesse pblico, seus conceitos. Portanto, Despesas para Regis de Oliveira a aplicao da arrecadao feita pelo Poder Pblico em fins previamente traados, contanto que seja de interesse pblico. 2 FINALIDADE

Tem por finalidades finalizar o atendimento e o cumprimento de seus objetivos, que so o interesse publico, como por exemplo, atingir o Crescimento econmico, a Estabilizao da economia e Repartio da renda. 3 a) CLASSIFCAO Quanto forma:

- Despesa em espcie; em tempos atrs no havia a necessidade do Estado realizar arrecadaes monetariamente, ou seja, em dinheiro, visto que para tanto a requisio de servio ou de bens bastava para satisfazer a necessidade fim do Estado, como por exemplo, caso houvesse a necessidade de abrir uma estrada, o era ordenado aos escravos e aldees que a fizesse, e o mesmo ocorria quanto aos alimento que fosse necesrios. - Despesa em natureza: passou-se a realizar arrecadaes em dinheiro na medida em que foi ocorrendo a crescente politizao das camadas mais populares, bem como o avano dos direitos e garantias fundamentais fato este que acabou por impedir que o Estado violasse a liberdade pessoal dos cidados, porem, pelo estado ainda ficar incumbido de certas obrigaes constitucionais, para compilas passou a usar como ferramenta a arrecadao com base no patrimnio particular dos cidados, contanto que tal arrecadao esteja previamente constante na Constituio Federal e seus limites traados pelo diploma legal Maximo.

b)

Quanto ao territrio:

- Internas: trata-se de despesas realizadas internamente, ou seja, dentro do territrio do ente realizador. - Externas: esta, por sua vez, ocorrer quando ocorrerem gastos fora do Territrio Federativo Brasileiro neste caso, tendo como ente realizador a Unio. c) Quanto natureza:

- Ordinrias: so aqueles renovareis a cada oramento, ou seja, so os recursos disponveis s finanas pblicas. - Extraordinrias: ao contrario das despesas ordinria, este, por usa vez, possui um carter de temporariedade, para atender a necessidades em curto prazo, necessidades momentneas. - Especiais: ao contrario das ordinrias e as extraordinrias, a despesa especial no possui dotao oramentria especifica, a titulo de exemplo podemos citar a criao de um novo rgo inexistente na estrutura estatal. d) Quanto competncia:

- Federal: so as despesas que venha a objetivar os fins e servies pblicos nos quais ser de competncia exclusiva da Unio, conforme art. 21 da CF. - Estadual: so as despesas que venha a objetivar os fins e servios pblicos nos quais ser de competncia dos Estados-membros, para tanto, tem que estar fora do raio de competncia da Unio e dos Municpios, como prev o 1 do art. 25 da CF. - Municipal: j est ser os de competncia municipal, conforme prescrio do art. 30 da CF. e) Lei 4.320/64: Despesas Correntes: Utilizadas para que o Estado possa honrar seus compromissos com pessoal, tanto civil como militar ou a quem preste servios ao Poder Estatal, e tambm as subvenes sociais, pensionistas, salrio-familia, jurus da divida publica e outros. - Despesas de custeio: O pagamento de pessoal, material de consumo e encargos diversos.

- Despesa de transferncia corrente: So as subvenes sociais, pensionistas, salrio-famlia, juros da divida pblica e dentre outros. Despesas de Capitais: Esta ser utilizada para as despesas tipo investimentos e financeiras, como por exemplo, a construo de uma ponte, material permanente, entidade industrial, assim como participao Entidade Comercial ou Financeira e etc. - Despesas de investimentos: Obras Pblicas, Servios em Regime de Programao Especial, Equipamentos e Instalaes, Material Permanente, Participao em Constituio ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades Industriais ou Agrcolas. - Inverses Financeiras: Aquisio de Imveis, Participao em

Constituio ou Aumento de Capital de Empresas ou, Entidades Comerciais ou Financeiras, Aquisio de Ttulos Representativos de Capital de Empresa em Funcionamento, Constituio de Fundos Rotativos, Concesso de Emprstimos, Diversas Inverses Financeiras. - Despesas de Transferncia de Capitais: Amortizao da Dvida Pblica, Auxlios para Obras Pblicas, Auxlios para Equipamentos e Instalaes, Auxlios para Inverses Financeiras, Outras Contribuies. 4 - LIMITES PARA A DESPESA PBLICA Os limites para a despesa publica o prprio oramento, na conformidade vem constando no art. 167, inciso II da Constituio Federal. 5 DECISO POLTICA Esta deciso consiste meramente em deciso de gastar, visto que por meio poltico que ser elaborado o oramento, bem como as ferramentas a serrem utilizadas para a efetuao dos gastos. 6 REQUISITOS PARA DESPESA O requisito principal para a realizao das despesas a previa autorizao do poder legislativo, bem como dever estar em consonncia com o que disposto na Constituio Federal Art. 165, 5, 6 e 9, arts. 167 e 169. Resalta-se que os dispositivos citados no so conflitantes com o art. 52, incisos V ao IX tambm da Constituio Federal.

7

DESPESA PBLICA X LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL - Despesas no autorizadas, irregulares e lesivas (art. 15 1 LC 101/2001):

Estas sero consideradas no autorizadas, irregulares e lesivas sempre quando ocorrer a criao, expanso ou aperfeioamento de ao governamental que acarrete aumento da despesa estas dever conter conforme o art. 16, incisos I e II respectivamente, uma estimativa do impacto oramentrio-financeiro no exerccio em que deva entrar em vigor e nos dois subseqentes e tambm conter declarao do ordenador da despesa de que o aumento tem adequao oramentria e financeira com a lei oramentria anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes oramentrias. Para que no ocorra incompatibilidade com o plano plurianual e a lei de diretrizes oramentrias esta no poder infrinja qualquer de suas disposies devendo ser conforme as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos. - Da Despesa Obrigatria de Carter Continuado: so aquelas que for corrente derivada e lei, medida provisria ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigao legal para a sua execuo por um perodo superior a dois exerccio. Logo podemos ver que ser imprescindvel a sua ocorrncia por no minimo trs anos. - Despesa com pessoal art. 18 LC 101/2000: o art. 18 desta lei delimita o percentual Maximo a ser usado nas despesas com o pessoal. - Controle da despesa total com pessoal: o art. 19 em seus incisos cuida de estabelecer os percentuais de controle das despesas totais com pessoal, conforme segue: I - Unio: 50% (cinqenta por cento); II - Estados: 60% (sessenta por cento); III - Municpios:60% (sessenta por cento).

8

VINCULAES CONSTITUCIONAIS - Educao art. 212 CF

Art. 15. Sero consideradas no autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimnio pblico a gerao de despesa ou assuno de obrigao que no atendam o disposto nos arts. 16 e 17.

O caput do art. 212 da Magna Carta prev que a Unio aplicar, anualmente, nunca menos de dezoito, e os estados, o Distrito federal e os Municpios vinte e cinco por cento, no mnimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferncias, na manuteno e desenvolvimento do ensino. Logo, por fora do art. 212 da CF, tm-se a vinculao da despesa o que torna sua aplicabilidade adquirir um carter o de obrigatoriedade constitucional, ressalta-se que o mesmo estendido a sade. - Sade art. 198 CF: Quanto ao que diz respeito sade, sua forma de custeio est prevista no 1 do art. 198 da Constituio Federal, que estipula o sistema nico de sade ser financiado, nos termos do art. 195, com recursos do oramento da seguridade social, da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, alm de outras fontes. - Fundos art. 79 e 80 ADCT: Este Fundo intitulado como Fundo de Combate a Erradicao da Pobreza foi criado como o objetivo de poder aferir a todos os brasileiros acessos a nveis dignos de subsistncia, pelo art. 79 da CF, tal Fundo vigoraria at 2010 e obrigatoriamente seus recursos deveriam ser aplicados em aes suplementares de nutrio, habitao, educao, sade, reforo de renda familiar e outros programas de relevante interesse social voltados para melhoria da qualidade de vida. No art. 802 da CF e seus incisos, includos pela emenda constitucional n 31 de 2001, vem descrito o rol que constitui compem este Fundo. 9 MEIOS DE CONTROLE DA DESPESA PBLICA

Para tanto, o Poder Legislativo uma das vias fundamentais, diga-se de passagem, para um efetivo controle das despesas, visto que, este participa da elaborao do oramento, portanto, um parceiro importante quanto na implantao de polticas pblicas diretamente no mbito da previso oramentria. Outro ponto eficaz a divulgao peridica do andamento da execuo das despesas pblicas.

Art. 80. Compem o Fundo de Combate e Erradicao da Pobreza: I - a parcela do produto da arrecadao correspondente a um adicional de oito centsimos por cento, aplicvel de 18 de junho de 2000 a 17 de junho de 2002, na alquota da contribuio social de que trata o art. 75 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias; II - a parcela do produto da arrecadao correspondente a um adicional de cinco pontos percentuais na alquota do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, ou do imposto que vier a substitu-lo, incidente sobre produtos suprfluos e aplicvel at a extino do Fundo; III - o produto da arrecadao do imposto de que trata o art. 153, inciso VII, da Constituio; IV - dotaes oramentrias; V- doaes, de qualquer natureza, de pessoas fsicas ou jurdicas do Pas ou do exterior; VI - outras receitas, a serem definidas na regulamentao do referido Fundo.

E ainda, classifica-se como forma de controle da despesa pblica o previsto no art. 48 da Lei de Responsabilidade Fiscal3 e tambm ao inciso II, art. 2 da Lei n 10.257/2001 Estatuto da Cidade no qual traz como condio obrigatria para a aprovao do oramento pela Cmara a realizao de audincias, debates e consulta. Pelos dizeres Kelseniano4 toda norma dotada de eficcia jurdica e, por tal, possui carter obrigacional, e neste sentido o Estado no pode deixar de aplicar o dispositivo a ele imposto, do contrario este poder responder em juzo, o que no deixaria de ser um meio de controle para a ao negativa do Estado quanto s despesas pblicas.

LEI COMPLEMENTAR 101, DE MAIO DE 2000. Art. 48. So instrumentos de transparncia da gesto fiscal, aos quais ser dada ampla divulgao, inclusive em meios eletrnicos de acesso pblico: os planos, oramentos e leis de diretrizes oramentrias; as prestaes de contas e o respectivo parecer prvio; o Relatrio Resumido da Execuo Oramentria e o Relatrio de Gesto Fiscal; e as verses simplificadas desses documentos. Pargrafo nico. A transparncia ser assegurada tambm mediante: (Redao dada pela Lei Complementar n 131, de 2009). I incentivo participao popular e realizao de audincias pblicas, durante os processos de elaborao e discusso dos planos, lei de diretrizes oramentrias e oramentos; (Includo pela Lei Complementar n 131, de 2009). II liberao ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informaes pormenorizadas sobre a execuo oramentria e financeira, em meios eletrnicos de acesso pblico; (Includo pela Lei Complementar n 131, de 2009). III adoo de sistema integrado de administrao financeira e controle, que atenda a padro mnimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da Unio e ao disposto no art. 48-A. (Includo pela Lei Complementar n 131, de 2009).

OLIVEIRA, Regis Fernandes de. Curso de direito Financeiro. 3 Ed. pag. 291.

10 -

REFERNCIA BIBLIOGRFICA

- ARAJO, Eugnio Rosa de. Resumo de Direito Financeiro. 2 edio, revisada, ampliada e atualizada. Ed. Impetus. Rio de Janeiro, 2009. - OLIVEIRA, Regis Fernandes de. Curso de Direito Financeiro. 3 ed. Rev. E autal. So Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2010.- HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributrio. 16 ed. Ed. Atlas. 2007.

Constituio Federal da Republica. Planalto, Braslia, 05 de outubro de 1988. Disponvel em:. Acesso em: 17 out. 2011.