resenha 1 - a metropole e a vida mental

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Disciplina: Antropologia e Sociologia Urbana Docente: Thiago Reis Discente: Amanda Rosa RA: 5129869 REFERÊNCIA SIMMEL, Georg. A Metrópole e a vida mental. In: VELHO, Otávio Guilherme (Org.). O Fenômeno Urbano. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar editores. 1973. Pág. 11 – 25 Georg Simmel – “A Metrópole e a vida mental”. O presente trabalho tem por objetivo resenhar o texto “A metrópole e a Vida Mental”, de Georg Simmel, capítulo da Obra “O Fenômeno Urbano”, organizado por Otávio Guilherme Velho, que, aparelhando, junto com outros textos de distintos autores, compôs uma obra que propõem pensar, antropologicamente e socialmente, a vida urbana, seus modos e práticas, o comportamento urbano imerso nessa atmosfera metropolitana, bem como algumas análises da cidade, compondo, desta forma, ponderações sobre cidade, sujeito e sociedade inseridos nesta conjuntura urbana. Georg Simmel é sociólogo alemão, nascido em Berlim, em 1858. Faleceu no início dos anos de 1900, foi professor universitário e trabalhou com ênfases e reflexões sobre a relação imigrantes, emigrantes e migrantes com novas pessoas e costumes, partindo de sua perspectiva de análise, pautada na

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Disciplina: Antropologia e Sociologia UrbanaDocente: Thiago ReisDiscente: Amanda Rosa RA: 5129869REFERNCIA

SIMMEL, Georg. A Metrpole e a vida mental. In: VELHO, Otvio Guilherme (Org.). O Fenmeno Urbano. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar editores. 1973. Pg. 11 25Georg Simmel A Metrpole e a vida mental.

O presente trabalho tem por objetivo resenhar o texto A metrpole e a Vida Mental, de Georg Simmel, captulo da Obra O Fenmeno Urbano, organizado por Otvio Guilherme Velho, que, aparelhando, junto com outros textos de distintos autores, comps uma obra que propem pensar, antropologicamente e socialmente, a vida urbana, seus modos e prticas, o comportamento urbano imerso nessa atmosfera metropolitana, bem como algumas anlises da cidade, compondo, desta forma, ponderaes sobre cidade, sujeito e sociedade inseridos nesta conjuntura urbana.

Georg Simmel socilogo alemo, nascido em Berlim, em 1858. Faleceu no incio dos anos de 1900, foi professor universitrio e trabalhou com nfases e reflexes sobre a relao imigrantes, emigrantes e migrantes com novas pessoas e costumes, partindo de sua perspectiva de anlise, pautada na sociedade que se d, no esttica ou limitada por territrios e localizaes, mas a partir da relao recproca entre os indivduos. Para alm o autor dissertou sobre comportamentos humanos partindo da anlise da relao dinheiro/capital - individuo sociedade. Ensasta e autor de vrias obras escreveu inumerveis publicaes, podendo citar algumas delas, em portugus, tais como: Da diferenciao Social 1890; A filosofia do dinheiro 1907; Questes fundamentais da sociologia 1917.Em A metrpole e a vida mental, Simmel prope, em mbito geral, analisar o surgimento das massas, assim como a personalidade dos sujeitos modernos de se acomodarem aos ajustamentos das foras advindas dos estmulos da vida nas cidades e o extinto de sobrevivncia humana em volto a turbulncias de associaes e mecanismos para sobrevier nesse espao urbano moderno.Inicialmente, o autor busca, atravs da comparao entre urbano e rural buscar comportamentos que preservam, psicologicamente, os indivduos diante a ebulio e incitao da vida metropolitana, uma vez que, diante da conjuntura da vida moderna, um dos impasses mais graves a busca do indivduo por preservar sua autonomia e individualidade diante s foras sociais, herana histrica, cultura externa e a tcnica de vida.Essa vida urbana pressupe e extrai uma conscincia diferente do homem, no qual a racionalizao sobrepe o corao; a intelectualidade mostra-se como uma via de preservao do status quo, contudo esta est intrinsecamente vinculada com a economia monetria, em uma atmosfera de impessoalidade e subjetividade. Assim, o ser humano adquire novas caractersticas e mantm as que convm para metamorfosear e sobreviver no mbito metropolitano moderno.

No obstante, Simmel aborda a questo da produo dos bens de consumo, no qual, na sociedade moderna e urbana, a riqueza reina atravs do modo capitalista de viver e produzir, pois, quanto maior a populao, maior a produo, e quanto maior a ultima, menor a produo artesanal, alterando o quadro de vida urbana que emerge, e reinando um modelo de produo como organizao das relaes sociais e de produes, no qual torna o sujeito uma engrenagem na mquina, um componente desta, e no mais o meio de produo essencial e indispensvel. A cidade adquire assim uma caracterstica de espao mercantil.

Simmel vai enfatizar que, nesta sociedade tm-se trs tipos distintos de sujeitos: o rural, o metropolitano e o blas. O primeiro tem impresses duradouras, um forte sentimentalismo, estabelece vnculos profundos e tem uma vida sem mudanas radicais e grandes rupturas, ao passo que, o segundo modelo, o metropolitanos, goza de um ritmo complexo, sem vnculos profundos, uma vida em busca da intelectualidade. Um sujeito racional e calculista, em grande maioria.

Por fim, o sujeito blas, o terceiro tipo de indivduo para Simmel, metropolitano, contudo indiferente, busca no ser parte da massa e assegurar sua autonomia, diante disto tornam-se pessoas foscas e rabugentas.Assim, a sociedade metropolitana busca uniformizar as relaes e produes, o dinheiro torna-se o quociente geral, no qual tudo possui valor de uso, e tambm reina o valor de troca, produzindo para trocar.

Em sntese, podemos perceber, ao ler o trabalho de Simmel que a cidade um corpo vivo e em constante processo de interao, e no uma unidade geogrfica, tendo em vista que ela vai se moldando e delineando medida das relaes humanas, da criao de laos e continuidade. E para alm, no podemos v-la de forma homogenia, pois constituda de agrupamentos heterogneos de indivduos advindos de diferentes raas, etnias, classes e interaes. No obstante, em contra ponto, a metrpole tambm condiciona a emergncia s desenvolvimento das relaes sociais, assim como a individualizao do sujeito. Por fim, podemos concluir que as cidades se diferem entre si, e que uma grande metrpole, produz valores, mecanismos, sujeitos e combinaes diferentes de uma unidade rural, ou ainda de uma cidade pequena e/ou interiorana e doravante, os homens que desfrutam de uma vida metropolitana permeiam um processo cultural, bem como social efervescente e constate, permitindo-o se colocar livre de amarras que assujeitam homens de comunidades menores, Porm, o autor frisa que tal liberdade dbia e pode, tambm, fadar o homem solido e obscuridade.