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JOSÉ ADJAILSON UCHÔA-FERNANDES Representações de Aluno e Professor: O Método Audiovisual para o Ensino de Inglês como Língua Estrangeira UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 2004

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JOSÉ ADJAILSON UCHÔA-FERNANDES

Representações de Aluno e Professor: O Método

Audiovisual para o Ensino de Inglês como Língua

Estrangeira

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

2004

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JOSÉ ADJAILSON UCHÔA-FERNANDES

Representações de Aluno e Professor: O Método

Audiovisual para o Ensino de Inglês como Língua

Estrangeira

Monografia apresentada à Área de Estudos

Lingüísticos e Literários em Inglês do

Departamento de Letras Modernas da Faculdade

de Filosofia, Letras e Ciências Humanas como

requisito parcial para conclusão da disciplina

TGI II– Trabalho de Graduação Individual.

Orientadora: Profa. Dra. Deusa Maria de Souza

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

2004

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Para Adjaci, que mais que um irmão é um amigo.

Para Bianca, que mais que uma amiga é uma irmã.

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Agradecimentos

À minha família, por todo o suporte que tem me dado para a realização de

meus projetos.

À minha orientadora, Profa. Dra. Deusa Maria de Souza, não só por ter

apostado nessa parceria, mas também por ter me motivado e valorizado meu

trabalho nos momentos de maior ansiedade e dúvida, revelando-se uma pessoa de

serenidade e paciência inabalável.

Às professoras Maria José Coracini (Unicamp) e Cibele Mara Dugaich

(PUC-SP) pelas valiosas sugestões que deram durante a elaboração deste

trabalho.

Ao Departamento de Letras Modernas, na figura de seus funcionários

(Romilda, Cleide e Jônatas), sempre pronto para ajudar-me com questões

burocráticas, não só com relação a este trabalho, mas também ao longo do meu

curso de graduação.

Aos meus colegas de orientação, com os quais pude aprender e trocar

experiências da mais fundamental importância, sem as quais este trabalho não

teria acontecido.

À direção da escola de idiomas onde coletamos o nosso corpus, pelo

empenho na facilitação de nosso trabalho de pesquisa junto ao professores e

alunos que entrevistamos.

Finalmente, agradeço a todos os professores e alunos da escola de idiomas

estudada pela forma solícita com que contribuíram para a minha pesquisa.

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SUMÁRIO

Resumo ........................................................................................................................ 6

Introdução .................................................................................................................... 7

Objetivos ...................................................................................................................... 7

Metodologia e Corpus de Pesquisa ........................................................................... 10

Capítulo 1 – O Método Audiovisual ......................................................................... 11

1.1 Uma breve descrição do Método Audiovisual ................................................. 14

Capítulo 2 – Filiação Teórica .................................................................................... 23

Capítulo 3 .................................................................................................................. 28

Análise do Corpus ..................................................................................................... 28

3.1 - Concepção de Língua Estrangeira ................................................................. 28

3.2 - Concepção do Método ................................................................................... 38

3.3 - Hierarquia e Distribuição de Poder ............................................................... 42

3.4 - Lugares de Sujeito no Método Audiovisual .................................................. 47

Considerações Finais ................................................................................................. 52

Bibliografia ................................................................................................................ 56

Anexos ....................................................................................................................... 58

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Resumo

No presente trabalho, desenvolvemos um estudo acerca do método

audiovisual e suas técnicas de ensino, as quais são, fundamentalmente, de

orientação behaviorista. Este é utilizado por uma franqueadora de escolas de

idiomas de grande porte e de abrangência nacional. Buscando suporte nas teorias

e conceitos inerentes à Análise de Discurso (AD) de linha francesa (Orlandi,

2002), investigamos como as relações entre professores e alunos são construídas

a partir da análise da aplicação desse método, bem como dos discursos de

professores, alunos e materiais didáticos e materiais publicitários desta

franqueadora.

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Introdução

As inquietações que deram origem à problemática que desenvolvemos no

presente trabalho partiram de observações feitas, primeiramente como aluno e,

mais tarde, como docente da rede de escola de idiomas que estudamos, a qual nos

chamou a atenção pela metodologia utilizada.

Essa escola adotava e adota o método audiovisual que, segundo o próprio

manual de metodologia da referida instituição escolar

[It] began with the principles of the CREDIF (Centre de Recherche et

d’études pour la diffusion du Français) method, which was developed from

language studies financially supported by the French government after World

War II (CCLS Methodology, p.1). 1, 2

A referida metodologia de ensino apresenta muitos pontos em comum

com o método audiolingual, bem como com o ensino situacional de Língua

Estrangeira (LE).

Foram as concepções assumidamente behavioristas3 do ensino, adotadas

pelo método desta instituição, que se tornaram para nós motivo de grande

interesse na medida em que nos permitem ampliar o conhecimento acerca da

concepção dos papéis ou, usando o termo da AD, as posições de sujeito (Orlandi,

2002), assumidos pelo aluno, pelo professor e pelo material didático no processo

de ensino do inglês como LE.

Objetivos

A partir dos pressupostos teóricos da Análise de Discurso (AD) e da

1 Não há ano de publicação.

2 Começou com os princípios do método CREDIF (Centre de Recherche et d‟études pour la diffusion du

Français), que foi desenvolvido a partir de estudos lingüísticos financiados pelo governo francês após a

Segunda Guerra Mundial. (Tradução minha)

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Semântica Histórica da Enunciação este trabalho pretende:

(i) examinar as representações de professor e de aluno advindas de e

construídas no método audiovisual, de orientação behaviorista,

adotado por esta rede de escolas, método este baseado na tradição

empírica, para, a partir da análise dos manuais didáticos utilizados nos

treinamentos dos professores e na condução das aulas, buscarmos

alguns pressupostos e referências de estudo sobre os efeitos que tal

método produz no processo de aprendizagem;

(ii) confrontar possíveis concepções de aluno, professor e ensino de LE

que perpassam o método audiovisual. Investigamos ainda como se

configuram os lugares de sujeito-aluno e professor no contexto do

ensino de inglês pelo método audiovisual.

(iii) examinar a natureza da relação aluno-professor-método, bem como as

possíveis representações que permeiam o imaginário desses sujeitos

acerca de seus lugares no processo de ensino-aprendizagem de LE.

Para isso, valemo-nos de elementos discursivos a respeito da

concepção desses lugares de sujeito que advêm do método audiovisual

e que pode manifestar-se na dimensão interdiscursiva do método.

Este estudo está norteado pelas seguintes perguntas de pesquisa:

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a) Qual o papel reservado ao aluno e ao professor pelo método

audiovisual?

b) Como o aluno se situa no processo de aprendizagem que recorre ao

método audiovisual?

c) Como o professor avalia o lugar que lhe é reservado dentro desse

processo de aprendizagem em relação ao método e ao material

didático?

d) Como o aluno pensa a língua estrangeira (LE) e a cultura do povo que

fala essa língua?

e) A partir da visão de língua estrangeira advinda do método audiovisual,

como aluno e professor passam a ver a sua própria cultura? Existiria

nessa comparação entre culturas alguma relação de

superioridade/inferioridade?

f) Como o aluno avalia suas possíveis limitações e como lida com o

“reforço” (positivo ou negativo) que o método pressupõe por parte do

professor, especialmente durante a correção de possíveis erros

gramaticais ou de pronúncia?

g) Qual a relevância, para os alunos, dos temas, estruturas e vocabulários

abordados em relação às suas reais necessidades de comunicação na

LE?

3 Ver CCLS Methodology p.1, Rio de Janeiro, 2001.

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Metodologia e Corpus de Pesquisa

Nosso corpus de análise é constituído por manuais de metodologia de

ensino de línguas e planos de aula utilizados pela escola de idiomas em questão,

bem como gravações de aulas ministradas por seus docentes, questionários

aplicados junto aos alunos desta instituição e entrevistas com os docentes da

mesma. A aplicação dos questionários e a realização das entrevistas ocorreram

entre o primeiro e o segundo semestres de 2003, em dois estabelecimentos que

integram, por sistema de franquia, a rede de institutos de idiomas estudada, sendo

uma da região central e outra da zona Oeste da cidade de São Paulo.

Utilizamos como método de análise o cruzamento dos enunciados obtidos

a partir das diferentes fontes pesquisadas, entre si, e com a bibliografia

consultada.

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Capítulo 1

O Método Audiovisual

O método audiovisual pode ser entendido como uma variação do método

audiolingual, dadas as semelhanças de procedimentos e as teorias de ensino em

que ambos se apóiam. Portanto, para que possamos entender os princípios em

que se baseia o método audiovisual torna-se fundamental um breve apanhado

acerca do audiolingualismo e como este foi tomado como base para aquele.

Para Richards & Rodgers (1986), após a II Guerra mundial, o ensino de

Inglês como LE ganhou importância de dimensões gigantescas no contexto

mundial, a partir do momento que se tornou cada vez mais necessário o domínio

dos aspectos orais dessa língua, de modo que o aluno, ao final de seu

aprendizado, tivesse um grau de proficiência que lhe permitisse comunicar-se

naturalmente na língua estrangeira, através da fala, ao invés de fazê-lo

meramente pela linguagem escrita, que até então era adquirida essencialmente

pela prática da tradução de curtas orações ou de textos literários da língua

estrangeira para a materna e vice-versa.

Com a entrada dos EUA na II Guerra Mundial, surgiu um demanda no

exército norte-americano por pessoal fluente em várias línguas estrangeiras

(Alemão, Francês, Italiano etc.) para atuar como tradutores e intérpretes. Assim,

o governo norte-americano solicitou às universidades que desenvolvessem um

programa de ensino de língua estrangeira direcionado a militares. Este foi

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implementado em 1942 e ficou conhecido como ASTP “Army Specialized

Training Program”, método que ofereceu grande contribuição teórica para o que

posteriormente seria chamado de método audiolingual (op. cit.).

Baseado essencialmente no princípio da reprodução de enunciados

emitidos por um falante nativo da língua estudada ou por material gravado, nesse

método, segundo Richards & Rodgers, “language was identified with speech, and

speech was approached through structure4” (idem, op. cit., p. 47). Para esses atos

de repetição (respostas) diante do modelo fornecido (estímulo) seria emitido um

reforço – positivo ou negativo – pelo instrutor, o que nos remete às teorias de

Skinner a respeito do comportamento verbal e do processo de condicionamento

operante (Skinner, 1982). Tinha-se nesse método a crença de que a LE deveria

ser apreendida primeiramente por meio da fala e que só depois de dominá-la de

maneira satisfatória passar-se-ia ao estudo da forma escrita. Assim, normas

gramaticais deveriam ser aprendidas de maneira indutiva e com o auxilio de

exercícios direcionados à pratica oral (drills), conforme defendido por Hockett

(1959 apud Richards & Rodgers, 1986 p. 46): “It is these basic patterns that

constitute the learner‟s task. They require drill, drill, and more drill, and only

enough vocabulary to make such drills possible”5.

Há, ainda, uma tendência no método de sugerir ser possível dizer na LE

tudo o que seria possível ser dito em língua materna, o que nos leva a relacionar a

concepção de língua presente nesse método de ensino com a visão estruturalista

4 “a língua era identificada como fala e a fala era abordada a partir da estrutura” (Tradução minha)

5 Essa é a característica básica da tarefa dos alunos. Eles precisam de drill, drill e mais drill, e apenas

vocabulário suficiente para tornar tais drills possíveis. (Tradução minha)

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de orientação saussureana6, para a qual as palavras constituem seu significado

por meio de nomeações que se dão de modo arbitrário.

A este respeito, Rivers (1975) atenta para o fato de que, embora ótimos

resultados tenham sido alcançados pelo método audiolingual na tarefa de fazer o

aluno falar e entender a língua estrangeira, isso se verifica dentro de um material

lingüístico limitado, além do fato de que não se deixa o aluno à vontade para usar

a LE como base para o seu pensamento, mas sim para reproduzir sentenças

fornecidas pelo professor e/ou material didático.

Com o passar do tempo, novos recursos tecnológicos foram introduzidos

na sala de aula (fitas cassete, projeções de imagens, mais tarde os CD-ROMs),

favorecendo o surgimento de um método amplamente utilizado por uma grande

rede de escolas espalhada por todo o Brasil. Conforme mencionado na introdução

de nosso trabalho, esta rede de escolas afirma em seu manual de metodologia,

utilizado no treinamento de professores, ter seus princípios baseados nos mesmos

do CREDIF “...using the results of experiments in behavioral psychology

laboratories on the phenomenon of learning...” (CCLS Methodology, 2001, p.1).

A este método, que apresenta princípios semelhantes aos dos métodos

audiolingual norte-americano e do ensino situacional de línguas desenvolvido por

lingüistas aplicados britânicos, é dado o nome de método audiovisual, e este será

o nosso objeto de estudo.

Baseado em estímulos fornecidos pela associação de figuras a sentenças o

aluno é estimulado a repetir sentenças onde são empregados os aspectos

6 O qual identifica na língua (langue) um sistema de estruturas que se relacionam por meio de regras

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sintáticos e lexicais que devem ser aprendidos em cada lição.

1.1 Uma breve descrição do Método Audiovisual

Existem basicamente duas “técnicas” que são recomendadas ao professor

e que ele deve utilizar dependendo do nível de complexidade de cada lição. São

elas: BTT (Basic Teaching Technique) e ATT (Abreviated Teaching Technique),

sendo a segunda uma versão condensada da primeira, na qual alguns passos da

BTT são executados em um mesmo momento da aula.

Passemos, portanto, a uma descrição da técnica chamada BTT:

Essa é a técnica básica de ensino que fundamenta a maior parte das lições

do método audiovisual. O manual de metodologia divide essa técnica de ensino

em duas grandes fases (Fase Oral e Fase Escrita7), as quais, por sua vez

desdobram-se em outras sub-fases, a saber;

Na fase oral (Oral Phase) temos as sub-fases:

1. Review

A. General Review (Revisão de todas as lições anteriores do livro

estudado)

B. Previous Review (Revisão da lição imediatamente anterior à que se

inicia)

Para o previous review deve-se lançar uma nota para o aluno, de acordo

com o seguinte critério:

bem definidas, enquanto que a fala (parole) seria um ato de uso individual de tal sistema. 7 De acordo com a nomenclatura do manual de metodologia temos: “The Oral Phase” e “The Written

Phase”

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0 = resposta incorreta ou

nenhuma resposta

5= resposta parcialmente

correta

10= resposta correta e fluente

(CCLS Methodology p. 9)

2. Words in Action (Vídeo que introduz o novo vocabulário a ser praticado).

Geralmente essa introdução é feita por meio da associação de palavras

isoladas a imagens. Por exemplo, vê-se na TV uma maçã e um locutor pronuncia

a palavra apple, a qual o professor deve repetir junto com seus alunos.

3. Presentation (esse passo repete-se para cada “situation”, ou seja, cada

conjunto de quadros que conta uma determinada história, supostamente ligada à

vida cotidiana).

Nesse momento o professor faz perguntas que, segundo o manual de

metodologia, devem incentivar a curiosidade do aluno para o conteúdo que vai

ser apresentado. Em níveis iniciais do curso temos perguntas do tipo: “Where do

you think these people are?” ou ainda “What do you think they’re talking

about?”.

Após obter as hipóteses do aluno o professor deve mostrar o vídeo da

situação para seus alunos sem interrupções, duas vezes seguidas.

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4. Explanation

Esse é o momento em que a “situation” é tratada frase a frase, palavra a

palavra. Por meio de perguntas de verificação factual o professor dá o chamado

input ao aluno para obter um output.

Transcrevemos abaixo parte do Lesson Plan (livro que contém instruções

ao professor) onde é explicada a palavra movie, a qual se encontra no título de

uma situação chamada “In Front of a Movie Theather”.

Movie – ( the name Crazy Couple in the Picture.) This movie is Crazy Couple. Movie=Film

(An old movie) is a movie. (A new movie) is a movie tôo.

( the name Crazy Couple.) Is this movie (a new movie) or Crazy Couple?

( the name Green Card.) Crazy Couple is a movie. What about Green Card.

Name three movies.8

É importante lembrar que, após a explicação de cada frase completa, três

alunos são selecionados para repeti-la. Essa fase da Explanation é, assim,

comentada no manual de metodologia:

“After explaining the meaning of all new vocabulary and structures, the

teacher plays the Word Group and gets three students to individually repeat

it. Then, he or she plays the word group once more to join it to the following

word group. Nobody repeats and he or she goes to the next picture.”9

Depois de fazer todo esse processo com todas as frases da “situation” o

professor a apresenta novamente ao aluno, dessa vez por completo e sem pausas.

Esse processo de explicação repete-se até que todas as “situations” sejam

abordadas.

8 Way Ahead OWCC. Lesson Plan 1 (p.100), CCLS Publishing House, sem data.

9 Após a explicação do significado de todo o novo vocabulário e das novas estruturas, o professor

reproduz em aúdio o Grupo de palavras e seleciona três alunos para repetirem-no individualmente. Então,

ele(a) reproduz em áudio o Grupo de palavras mais uma vez para relacioná-lo ao Grupo de palavras

seguinte. Ninguém repete e ele(a) passa à próxima figura. (Tr. Minha)

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5. Repetition

A. Individual Repetition (os alunos reproduzem, individualmente, as

sentenças explicadas).

Durante essa sub-fase da aula, caso algum aluno tenha alguma dificuldade

na repetição de uma sentença, o procedimento de correção adotado é o

seguinte:

RWG S1(erro) RWG S1;

Caso o erro persista recomenda-se aplicar a correção seguindo o esquema:

RWG S1(erro) RWG S2 S1, RWG S1;

Onde: RWG = Recorded Word Group; S=Student

(CCLS Methodology p.12)

Aqui parece estar colocada uma aplicação prática daquilo que

Skinner (1957) chamou de reforço negativo, o qual buscava reprimir uma

nova ocorrência do erro.

B. Continuous Repetition

Os alunos são encarregados de “representar” determinado personagem da

situação, repetindo suas falas. Todos os alunos devem participar ao mesmo

tempo, cada um com suas falas, repetindo-as após ouvi-las.

6. Internalization

Segundo o próprio manual de metodologia, o objetivo é fazer com que os

alunos memorizem e reproduzam o diálogo.10

Logo em seguida, o professor exibe todas as “situations” que compõem

aquela lição, sem interrupções nem repetições.

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7. Extension

Novamente consiste em perguntas elaboradas com base na re-observação

das figuras já estudadas. Conforme postulado no manual de metodologia “os

alunos ampliam suas habilidades no uso do novo vocabulário e das novas

estruturas que adquiriram a partir da lição para diferentes tipos de situações”

(CCLS Methodology, p. 8, Trad. minha).

8. Drill Practice

Trata-se de exercícios que consistem em um modelo onde um item, seja

ele sintático ou lexical, deve ser manipulado ou adaptado pelo aluno para

produzir uma nova sentença.

Por exemplo:

Modelo:

Listen: This is Bill‟s car.

Ask: And whose car is that?

Listen: This is Bill‟s tape.

Ask: And whose tape is that?

(O aluno deve reformular a frase

conforme o modelo foncedo acima)

Fonte: (Methodology Manual, 2001 p.

16)

Os drills são defendidos no manual de metodologia como uma forma de

“aumentar o automatismo em estruturas que são difíceis para os alunos e

contribuem para o reforço do mecanismo da linguagem” (idem. Grifos meus, Tr.

minha).

10

CCLS Methodology, p.8

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9. Conversation

O propósito apontado é o de que os alunos possam “aprender a usar o

novo material em uma variedade de situações”, no entanto, tal sub-fase não difere

muito da Extension (sub-fase 4) a não ser pela ausência do elemento vídeo.

A conversation subdivide-se em:

1. Teacher‟s questions: perguntas formuladas de professor para aluno.

2. Teacher‟s answers: aqui o professor dá uma “resposta” para a qual um

aluno deve formular uma pergunta. Após a formulação da pergunta o

professor emite novamente aquela reposta anteriormente dada como

estímulo.

3. Teacher‟s requests: Aqui o professor dirige aos alunos comando do tipo

“S1 ask S2 if she is tired today.”

4. Students ask questions using: Nesta sub-fase o foco é a utilização de

elementos gramaticais. A semelhança com a sub-fase anterior é grande,

consistindo também em comando que o professor dá aos alunos.

Após esses nove “passos” finalizamos a chamada Fase Oral e passamos agora

a abordar a Fase Escrita.

Na Fase Escrita temos as sub-fases:

10. Reading

Os alunos ouvem e em seguida lêem um texto que se assemelha muito às

“situations” discutidas durante a Fase Oral, tanto em termos de vocabulário

quanto de estrutura. No momento da leitura o professor deve corrigir com sua

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própria voz os eventuais erros de entonação e pronúncia.

11. Grammar

O manual sugere que o professor leia os pontos gramaticais contidos no

livro-texto, fornecendo exemplos adicionais daquele tópico. Sugere-se ainda que

o professor peça aos alunos para elaborarem seus próprios exemplos acerca do

ponto gramatical que acaba de ser discutido.

12. Written Exercises

São tarefas que são desenvolvidas pelo aluno fora da sala de aula.

Consistem basicamente em exercícios onde o aluno deve completar frases

(especialmente nos primeiros momentos do aprendizado) e fazer exercícios do

tipo “drills escritos”.

Esses exercícios são de natureza algorítimica, ou seja, dependendo da

alternativa que o aluno escolher ele será redirecionado a outro exercício, cuja

primeira parte do enunciado tem por função parabenizá-lo ou corrigi-lo, em razão

de um erro na escolha da resposta anterior. Novamente, parecemos estar diante

da forte influência behaviorista do método audiovisual, e este método de correção

ilustra uma forma de aplicação prática dos reforços positivo e negativo

defendidos por Skinner.

12. Listening Comprehension Practice (LCP)

Durante essa fase o aluno é exposto a uma gravação seguida de questões

de compreensão oral.

Durante os seis primeiros livros, ao final da maioria dos LCPs, a aluno

submete-se a um ditado onde o material referente àquela lição é testado. O LCP é

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geralmente aplicado com duas lições de defasagem em relação à Fase Oral que

será iniciada. Ou seja, se estamos a ponto de iniciar a lição 3, aplicamos primeiro

o LCP da lição 1. O manual se pronuncia a esse respeito, afirmando que o

propósito de tal defasagem é fazer com que o aluno relembre o conteúdo mais

antigo que aprendeu e que corre o risco de ser esquecido pela não utilização.

Finalizamos aqui a nossa descrição da BTT (Basic Teaching Technique).

Passemos agora à descrição da ATT (Abreviated Teaching Technique).

A ATT é utilizada em lições de caráter gramatical mais simples ou em

lições onde o foco é a revisão de elementos estruturais e lexicais anteriormente

ensinados.

Esta técnica consiste em uma adaptação da BTT, agrupando alguns de

seus “passos”.

A primeira diferença é que a ATT não tem Internalization nem

Conversation.

A ATT reúne em um só passo a Presentation, Explanation, Extension,

Repetition e o Drill Practice.

Ou seja, se desenharmos um diagrama da ATT e seus passos temos:

Oral Phase:

1. REVIEW

A. General Review

B. Previous Review

2. Words in Action

3. Presentation, Explanation,

Extension, Repetition e Drill

Practice

Written Phase:

4. Reading

5.Grammar

6. Written Exercises

7. Listening Comprehension Practice

(CCLS Methodology p.25)

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Existem ainda técnicas de ensino para níveis mais avançados, as quais, por

uma questão de foco e espaço para discussão, optamos por não discutir neste

trabalho, tendo em vista a sua pouca recorrência. São elas: a Cloze Teaching

Technique e a Print Traching Technique. Ambas são utilizadas para abordagem

de artigos de jornais e revistas, comerciais e seriados da TV norte-americana.

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Capítulo 2

Filiação Teórica

Os conceitos e fundamentos teóricos da Análise de Discurso (AD) aos

quais nosso estudo se filia estão inseridos numa vertente de análise de linha

francesa, a qual encontra nas reflexões de Michel Pêcheux a respeito da

linguagem e sua materialidade suas principais referências e que, no Brasil,

inaugura-se com os estudos de Eni Orlandi. Esses estudiosos apontam para a

necessidade de uma transposição dos limites impostos pela lingüística clássica e

seu procedimento de abordagem no nível da sentença para se considerar o

contexto sócio-histórico-econômico daquilo que é dito, o que seria tomar a

linguagem em sua materialidade como objeto de estudo, permeada pela história e

pela ideologia e servindo de ponte entre o homem, a sociedade e o ambiente no

qual este se encontra inserido – abordagem defendida bem anteriormente por

Bakhtin (Voloshinov, 1929). Faz-se, portanto, necessária uma abordagem da

linguagem enquanto “interação social em que o Outro desempenha papel

fundamental na constituição do significado” (Brandão, 2002 p.10). Dada a

natureza interdisciplinar dessa abordagem, vêm contribuir com a AD os

conhecimentos advindos da sociologia, da história, da filosofia, da psicanálise e

da lingüística para buscar evidências das possíveis significações desses discursos

e de seus processos de construção, sempre relacionados às condições sócio-

históricas de sua produção.

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Dessa forma, busca-se extrapolar os limites do dito, do literal, do

transparente, rompendo-se assim com a idéia da univocidade. O sentido encontra-

se não na linguagem em si, mas como efeito propiciado pelo contexto social e

histórico da interação entre os interlocutores, ou seja, as formações discursivas,

que acabam por regular o que pode e ou não ser dito por este ou aquele membro

de uma comunidade, levando-se em consideração sua classe social, o seu lugar na

sociedade e as relações de poder envolvidas na produção dos discursos. Tal

abordagem da linguagem fundamentou a análise do corpus coletado ao longo de

nossa pesquisa.

A Respeito dos Sentidos

As considerações feitas acima nos levam a dois aspectos acerca dos

sentidos advindos de enunciados:

1. O significado é definido de maneira contextual, ou seja, o enunciado

insere-se no momento histórico para adquirir significação; o sentido não se

encontra ensimesmado mas se constitui no que Orlandi caracteriza como

efeitos de sentido resultantes da interpretação de um indivíduo interpelado

enquanto sujeito da linguagem e, portanto, sujeito-da-ideologia.

2. O entendimento de um determinado enunciado só poder se dar se levarmos

em consideração a formação discursiva na qual este está inserido.

Podemos então entender o discurso como um fluxo de enunciados

localizados no espaço e na história de cada sociedade. Assim, os sentidos

encontram-se num movimento de constante construção e reformulação, buscando

atender às demandas de significação de uma sociedade, acompanhando o ritmo de

suas mudanças ao longo da história.

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Esse caráter dinâmico dos sentidos nos leva a confrontar a noção de

literalidade, de transparência da linguagem enquanto mero sistema de

convenções onde o significado é atribuído pela comunidade de maneira

arbitrária. Orlandi postula que, mesmo no silêncio, há processos de significação,

sejam eles decorrentes do que ela classifica como um silêncio fundante –

necessário para a realização dos enunciados, evitando o “muito cheio” do

discurso contínuo – ou decorrente de uma política do silenciamento da qual

temos, a título de exemplo a censura (Orlandi, 1993), evidenciado a

materialidade do próprio silêncio.

O entendimento entre os membros de uma comunidade que faz uso de um

mesmo sistema de significação só torna-se possível pela existência do

interdiscurso. Este atua como elemento constitutivo da interação social em

determinada comunidade que, por sua vez, é dotada de uma memória discursiva.

É essa memória que permite ao indivíduo se significar, apoiando-se no “saber

discursivo que torna possível todo dizer e que retorna sob a forma do pré-

construído” (Orlandi, 2002 p.31). Isso significa dizer que o interdiscurso resulta

de significados que são adquiridos e compartilhados por uma determinada

comunidade e que estão baseados no já-dito que possibilita o dizível. Por

formação discursiva entende-se um conjunto de discursos pertencentes a

determinada comunidade e que se entrecruzam formando uma teia de

significações possíveis.

A partir dessa característica do discurso, em que o que se diz baseia-se

sempre numa memória discursiva, no já-dito, a AD confronta a ilusão do sujeito

enquanto origem do seu próprio discurso, problematizando as idéias de autoria e

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originalidade. Uma vez que nossas idéias são adquiridas por intermédio da

linguagem e esta é de natureza social, nossas idéias são, portanto, também de

natureza social, permeadas pela ideologia.

O Papel da Ideologia

Considerando-se o aspecto social da linguagem, onde expressão e

conteúdo já não se dão de forma separada e resultam de condições matérias de

produção e das relações de poder que envolvem os interlocutores, faz-se

necessária uma reflexão acerca do papel da ideologia no processo de significação

lingüística.

Para Orlandi (2002, p. 45), “o fato de que não há sentido sem

interpretação, atesta a presença da ideologia”, a qual pode ser entendida como um

fio condutor que atua na linguagem para organizar os sentidos, priorizando certos

significados em detrimento de outros, de acordo com a realidade sócio-histórica

de uma comunidade. É a ideologia que acaba por dotar o sujeito de uma ilusão de

transparência do que é dito, tornando opacas as outras possíveis interpretações. É

ainda por meio dela que se manifesta, no sujeito, a ilusão de estar situado na

origem do dito. A ideologia nos leva a interpretar determinado discurso desta e

não daquela maneira, buscando a eliminação da ambigüidade. Em outras

palavras, a rarefação dos sentidos se dá por meio da ideologia a qual é, por sua

vez, reforçada pelos Aparelhos Ideológicos de Estado (Althusser, 1970).11

11

Althusser menciona a escola como aparelho ideológico de importante papel no processo de

inculcamento e aceitação da ideologia hegemônica e na conseqüente reprodução das condições materiais

de produção.

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Sobre a Noção de Sujeito

É por meio da ideologia que o indivíduo é interpelado em sujeito, ou seja,

ele é chamado à existência, assumindo esse (e não aquele) lugar na sociedade em

determinado contexto. Esse sujeito com o qual lida a AD, no entanto, não é de

natureza una, centrada, imutável. Ele adquire identidades diversas, podendo

enunciar de diversas posições dependendo da formação discursiva onde se

encontra inserido no momento da enunciação. Isso significa dizer que, dada a

diversidade das condições de produção do enunciado, um mesmo sujeito pode

ocupar a posição do professor, do aluno, da instituição, do mercado, de

trabalhador etc. para situar o seu enunciado, significando-se. A AD lida, portanto,

com um sujeito “materialmente dividido desde sua constituição” (Orlandi, 2002,

p.49), que determina e é determinado pela sua relação com o simbólico e que

busca, por meio da linguagem, sua completude.

Além dos pressupostos da AD, recorreremos, para fundamentar a nossa

análise, a conceitos da Semântica Histórica da Enunciação, tais quais, as noções

de lugares de dizer, enunciador genérico e o conceito de reescritura que estão

presentes na obra de Guimarães (2002).

Para este autor, dada a heterogeneidade da constituição do sujeito-da-

enunciação, este busca legitimar suas proposições a partir de um amplo leque de

possibilidades que constituem seu universo discursivo. A respeito do conceito de

reescritura, Guimarães postula que é possível definir por diferentes processos de

nomeação um mesmo referente.

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Capítulo 3

Análise do Corpus

3.1 - Concepção de Língua Estrangeira

A análise do nosso corpus de pesquisa nos permite verificar que, no

acontecimento enunciativo, diversas posições de sujeito são ocupadas por alunos

e professores do método audiovisual.

Os enunciados com os quais nos deparamos nos permitem identificar, em

sua grande maioria, uma concepção predominantemente utilitária da LE.

Quando indagados a respeito dos motivos para o estudo de uma LE,

professores e alunos enunciaram:

[1] “[o inglês] é uma ferramenta necessária para o meu trabalho”;

[2] “utilização do conhecimento adquirido na vida profissional e pessoal”;

[3] “Porque [o inglês] é uma necessidade mercadológica... é necessário no

mercado que ela [a pessoa] saiba outra língua e uma língua que seja

comercial. A língua comercial do mundo é o inglês, né?”.

Evidencia-se, por meio dessas formulações, uma designação de Língua

Estrangeira (LE) enquanto instrumento de inserção mercadológica e de ascensão

na hierarquia social.

Apoiados no discurso liberal, os sujeitos legitimam uma concepção de LE,

a qual determina que língua se faz relevante ou não para o estudo, ou seja, “...

uma língua que seja comercial” tem prioridade de estudo em relação àquelas que

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não o são. O emprego da metáfora ferramenta para designar o inglês, vem

reforçar essa interpretação.

Temos, então, alunos e professores que enunciam a partir de uma posição

de sujeito-liberal, com os olhos voltados para a inserção em um mercado que

determina o grau de prestígio para cada LE. Temos então um efeito de sentido

que hierarquiza as LEs, posicionando a Língua Inglesa (LI) no topo de tal

hierarquia.

No entanto, os sujeitos não enunciam razões históricas que justifiquem o

prestígio que este atribuem à LI, silenciando (Orlandi, 1993) as razões históricas

que levaram a LI a tal processo de promoção lingüística, o qual se deu de modo

concomitante à expansão comercial da Inglaterra e, posteriormente, à expansão

dos domínios comerciais e políticos dos EUA pós - II Guerra Mundial

(Phillipson, 1993).

Observa-se ainda o intenso uso que é feito da palavra necessidade e suas

variantes, como por exemplo, em [1] e nos outros enunciados que seguem:

[4] “Necessidade em primeiro lugar. A empresa onde trabalho “exige” o

inglês e então procurei uma escola”;

[5] “Necessidade de mercado e satisfação pessoal”;

[6] “A necessidade de se falar mais um idioma nesse mundo cada vez mais

globalizado...”;

[7] “Várias vezes tentei estudar Inglês porém agora tive que me aplicar mais,

pois necessito desse idioma no meu trabalho”.

Em [4] exige reescritura (Guimarães, 2002) necessidade. Podemos

interpretar, nesse caso específico, que essa necessidade não é inerente ao sujeito,

sendo ela constituída por um efeito criado pelo reconhecimento do sujeito dentro

do contexto da divisão do trabalho.

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O que faria o sujeito reconhecer em si essa necessidade seria o fato de ele

se reconhecer enquanto membro daquele grupo, legitimando suas práticas

sociais, e dentre elas, o condicionamento de uma possível ascensão profissional

ou a manutenção de um determinado status ocupado pelo sujeito a um

conhecimento da LI.

Reforça a nossa tese o enunciado [5], que predica essa necessidade como

de mercado. Temos ainda mais evidências dessa pressão mercadológica em

[8] “Estou fazendo colegial técnico em informática que exige um certo

conhecimento em inglês, além de que, muitas empresas exigem tal

conhecimento”;

Em [6] deparamos-nos ainda com o fator globalização ao qual as razões

da necessidade de se aprender uma LE são atribuídas. Entre os enunciados que

mencionam a globalização e esse aspecto hegemônico do inglês temos:

[9] “Curiosidade, necessidade devido a globalização do inglês, ser uma

língua universal e necessária ao cotidiano de qualquer pessoa”;

[10] “Inglês é uma língua universal, é a língua mais falada em todo o mundo,

importantíssima nos dias atuais”;

[11] “Significa comunicação global, estar alfabetizado, seguido de um curso

superior”;

[12] “Significa me comunicar como já disse, com o mundo todo, fazendo

parte do mundo”;

[13] “Significa mais um idioma, daquele mais usados nos negócios como

Importação e outros”;

A LI é predicada nos enunciados acima como universal, global, a qual

acaba depois por ser reescrita como um idioma “daqueles mais usados nos

negócios” conforme observamos em [13] ou ainda, como enunciado em [3],“...a

língua comercial do mundo”.

Em [9] um enunciador genérico se configura e afirma que o inglês é uma

língua “necessária ao cotidiano de qualquer pessoa”.

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Ao referir-se a qualquer pessoa esse sujeito busca legitimar seu discurso

por meio de um dizer genérico que acaba por reforçar a concepção de LI

enquanto língua universal, conforme discutida nos parágrafos acima. Ao referir-

se a qualquer pessoa o sujeito apaga a posição da qual enuncia, ou seja, não se

trata de um indivíduo X que estuda inglês, que pertence a uma classe social e que

exerce determinada atividade no mercado de trabalho, dando ao dito o efeito de

uma verdade incontestável. Para esses sujeitos o fato de falar a LI parece

constituir um diferencial que os colocará numa posição de destaque da hierarquia

social, ou ainda, conforme temos em [11], seria estar alfabetizado.

Cabe aqui um questionamento a respeito do lugar da Língua Materna no

imaginário desses sujeitos. A expressão estar alfabetizado do enunciado [11],

referindo-se ao fato de falar a LI, produz um efeito de sentido no qual a LM

parece já não cumprir a sua função de promover ascensão social junto aos seus

falantes.

Por um processo de negação do enunciado acima temos: não falar inglês

= ser analfabeto, ou seja, para esse sujeito, o fato de não falar inglês rememora

conseqüências análogas às que são hoje enfrentadas por alguém que não está

alfabetizado (mesmo em LM), tendo seu poder e mobilidade social limitados.

Considerando ainda o enunciado [11], observamos uma latência de futuro no

qual o sucesso é esperado como decorrência natural do estudo da LI.

Chama-nos a atenção a forma como o enunciado [11] enumera e

hierarquiza os conhecimentos em língua inglesa e um curso superior. Observa-se

que o fato de falar inglês deve ser seguido de um curso superior e não o

contrário, o que nos dá uma idéia da dimensão da importância da LI no

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imaginário desse sujeito. Temos então que, na concepção desses sujeitos (alunos

e professores), o inglês não só ocupa o topo de uma hierarquia por eles

estabelecida para as LEs, mas também o seu falante ocupa uma posição de

destaque em relação aos outros membros de uma sociedade. De acordo com o

enunciado [11] falar inglês parece ser uma prioridade em relação a fazer um

curso superior, o que pode ser relacionado ao fato de a LI figurar hoje como

língua oficial das publicações científicas e congressos internacionais,

restringindo, dessa forma, o acesso ao conhecimento daquele que não a domina.

Essa interpretação nos levaria a uma justificativa da hierarquia estabelecida entre

LI e curso superior em [11]. Como discutiremos mais adiante, as relações

hierárquicas configuram um aspecto marcante que vai permear grande parte das

práticas do método audiovisual12

. A respeito dessa concepção de língua inglesa,

que a considera como ferramenta de destaque na hierarquia social, podemos

destacar enunciados como:

[14] “Significa satisfação pessoal, é saber algo a mais que as demais

pessoas”;

[15] “Falar inglês significa conhecer outra cultura sem sair do próprio país, e

também um passo no meu trabalho para eu me destacar”;

[16] “Ter um conhecimento a mais, e fica mais fácil de viajar para outros

países, pois é a língua mais falada no mundo”;

[17] “É poder estar na frente de muitos na hora de arrumar um emprego. E

abre novos horizontes”;

[18] “Ter conhecimento de uma ou mais línguas é muito importante para

quem deseja permanecer no mercado de trabalho.

Um segundo idioma torna-se um diferencial na hora de optar por um novo

emprego”;

Nos enunciados acima os sujeitos estabelecem uma relação entre saber

algo a mais e estar na frente do outro ao tentar inserir-se ou manter-se no

mercado. Em [16] temos língua mais falada no mundo reescrevendo

12

Lembremos do contexto militar em que os métodos que lhe serviram de base foram desenvolvidos.

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conhecimento a mais, que, por sua vez está em relação de equivalência com a

própria LI.

Consideremos a natureza dessa designação de LE enquanto conhecimento

a mais: o enunciador acaba por estabelecer uma dicotomia entre a sociedade em

que vive e o restante do mundo (que fala inglês). Temos, então, um recorte do

mundo estabelecido por esse sujeito-aluno em seu enunciado. O que foi

enunciado como conhecimento a mais pode ser então reinterpretado como se

colocar em pé de igualdade com o outro, ou seja, com a maioria da população

mundial – que está presumida por língua mais falada no mundo. No entanto, essa

dicotomia é amenizada e dá lugar a um efeito de sentido que nos remete ao

sucesso profissional adquirido por meio do esforço e da aplicação.

Tal efeito opera no sentido de apagar uma outra interpretação que nos

levaria a uma representação do enunciador a respeito da sociedade em que vive.

Temos em [16] que falar inglês = conhecimento a mais = se destacar; no entanto,

o questionamento que cabe aqui é: em relação a quem esse enunciador busca

destaque, uma vez que ele próprio predica o inglês como a língua mais falada no

mundo?

Outra interpretação possível, e que se encontra ofuscada pela aparente

transparência desse enunciado, é:

Inglês = língua mais falada no mundo;

Assim, falar inglês colocar-se em igualdade com o resto do mundo

Se falar inglês posicionamento superior na hierarquia de sua sociedade

Prestígio da comunidade falante do inglês > prestígio da comunidade falante

da língua materna

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Esses dizeres acabam por produzir um efeito de fixidez onde o resto do

mundo (que fala inglês) ocupa na hierarquia global uma posição de maior

prestígio do que a sua própria comunidade, em relação à qual o enunciador busca

se destacar.

O que se configura nesse enunciado é uma busca pela inclusão em uma

“maioria” que se constitui por um determinado tipo de conhecimento que ainda

lhe falta. Podemos aqui relacionar a busca desse sujeito-aluno com os conceitos

de desejo de poder e desejo de verdade presentes na obra de Foucault (1972), ou

seja, por via do conhecimento a mais esse sujeito busca se posicionar de maneira

superior, estar na frente de outros como em [17], numa determinada hierarquia

social e/ou cultural. Essa busca implica que este sujeito ainda identifica-se num

lugar inferior dessa hierarquia e é por meio do desconforto gerado pela posição

social em que se encontra que ele acaba sendo levado a buscar o conhecimento

da LE, identificando nela uma ferramenta para a ascensão e/ou inclusão ou

mesmo para a manutenção de um determinado status como evidenciado em [18].

A respeito de [18] podemos ainda citar o efeito de desconforto que é

produzido no momento em que nos deparamos com “um diferencial na hora de

optar por um novo emprego”. Tal proposição vem reforçar a nossa tese de que o

sujeito acaba por estabelecer uma relação de equivalência entre falar a LI e ser

bem sucedido. A concepção de sucesso que parece operar aqui é a de

equivalência a estar qualificado a ponto de este locutor-trabalhador poder optar

por um novo emprego, provavelmente em uma grande empresa multinacional,

como fica implícito pela importância dada à LE.

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Com relação à concepção de LI enquanto diferencial, saber a mais e fator

de destaque, é possível visualizar uma intertextualidade com o próprio discurso

behaviorista e a sua concepção de sucesso13

. Observa-se ainda que o sujeito

deseja destacar-se em sua sociedade por meio de uma aproximação com a cultura

do outro, passando a se constituir por meio da fala desse outro que está inserido

em uma cultura dominante. O que está colocado no discurso desses sujeitos é

uma fantasia de pertencimento e inclusão nessa comunidade que é dominante.

Essa fantasia pode ser bem ilustrada pela última lição do ultimo livro do

método audiovisual, na qual durante um cruzeiro um barman caribenho afirma:

“Other language is no good... but if you speak English it take you all over the world, all

over.”14

Ainda sobre esse tipo de concepção de LE, percebemos uma relação

intertextual nos enunciados de professores e alunos e na chamada de um texto

publicitário da rede de escolas em questão “Método para fazer sucesso”.

Figura 1. Fotografia de panfleto publicitário com o slogan da rede de escolas. (Junho de 2004)

13

Vamos nos ater à concepção behaviorista de sucesso no aprendizado. 14 Lesson Plan ME (Mastering English) Book 4 p. 201, Lição 156, CCLS Publishing House, sem data.

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Na representação de LE identificada nos enunciados, o sucesso

profissional e o destaque parecem ser a conseqüência natural do esforço e da

aplicação no estudo da LE, podendo ser entendidos como uma “recompensa”. A

idéia de recompensa, por sua vez, constitui um dos pilares em que se apóia a

teoria behaviorista do ensino (Skinner, 1957). De acordo com a concepção

behaviorista do ensino, todo comportamento desejável por parte do aluno deve

ser recompensado pelo reforço positivo, qual seja: um elogio do professor, uma

premiação material ou mesmo a concessão de poder feita pelo professor que

acaba por legitimar o aluno como “modelo de correção” para colegas15

, fazendo

com que tal comportamento torne-se um hábito comum àquele aprendiz.

Observamos ainda no corpus enunciados de outra natureza, que parecem

apontar para uma afinidade dos sujeitos pela língua inglesa por razões outras que

não aquelas resultantes de uma pressão mercadológica. No entanto, esse efeito

revela-se aparente. Buscaremos, a partir dos enunciados seguintes, confrontar

esse efeito de transparência que parece isentar esses sujeitos das pressões de

mercado. Observemos alguns desses enunciados:

[19] “1 – Pelo prazer de conhecer o idioma

2 – utilização do conhecimento adquirido na vida profissional e

pessoal”;

[20] “Gostar da língua

Ter vontade desde pequena

Ter facilidade com a língua”;

[21] “Desde quando eu me conheço por gente, eu amo inglês. O fato de

algum dia poder conversar com pessoas de outros países sem intérprete, ouvir

uma música e saber o que estão falando ou conseguir assistir a um filme sem

legenda simplesmente me fascina”;

Os enunciados acima sugerem um desejo de completude desses sujeitos

que buscam na língua inglesa uma forma de satisfazê-lo. Nesse caso o prazer de

15

Discutiremos tais procedimentos em maior detalhe ao analisar manuais da metodologia audiovisual e as

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conhecer aparenta ser o fator motivador para que esses sujeitos se dediquem ao

estudo da língua inglesa; no entanto, em [21] o enunciador afirma que “ama” o

inglês desde quando se conhece “por gente”. O enunciador utiliza-se de um dizer

popular bastante freqüente (“desde quando me conheço por gente”) para

expressar um gosto que possui pela língua estrangeira, e que vem de longa data.

A partir de que momento esse gosto pelo inglês teria começado? Para esclarecer

essa questão faz-se necessária uma análise mais detalhada do dizer popular

empregado por esse sujeito-aluno. Se interpretarmos “me conheço por gente”

enquanto me identifico como ser humano pertencente a um grupo social,

podemos reescrever o enunciado da seguinte maneira:

Desde quando me identifico na sociedade eu amo o inglês.

Por esse processo de refraseamento do enunciado, temos “amar o inglês”

como uma decorrência da exposição do indivíduo a uma sociedade e seus

valores. E por que será que esse gosto pela língua inglesa se dá a partir do

momento em que esse sujeito passa a se reconhecer em sociedade? Indo além no

enunciado, podemos encontrar mais evidências de como se dá esse processo. O

sujeito se apresenta como fascinado pela possibilidade da interação sem

intérprete com pessoas de outros países ou de saber o que estão falando em uma

letra de música ou ainda de poder assistir a um filme sem legenda.

O que percebemos é que esse sujeito busca uma eliminação de barreiras

interacionais que acabam por interditar o seu desejo pela comunicação completa,

ou seja, por “saber o que estão falando”. A concepção de LE que podemos

identificar aqui – e que, a priori, se apresentava como divergente daquela que

hierarquizava a língua inglesa por seu caráter universal – assemelha-se, de certo

relações de poder no contexto da sala de aula.

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modo, àquela que discutimos nos parágrafos iniciais, onde o inglês é

representado como uma ferramenta de caráter universal para a interação,

essencialmente para fins mercadológicos.

Quando o sujeito aluno aponta para o seu fascínio diante da possibilidade

de entender uma letra de música ou de poder assistir a um filme, sem ter que

recorrer à mediação de uma tradução, identificamos que a principal finalidade

atribuída pelo sujeito para a LI nos remete novamente à metáfora da ferramenta

que tornará possível ao sujeito o acesso a um determinado universo que ainda se

apresenta parcialmente interditado: o do consumo cultural, mais especificamente

da cultura do outro, buscando mesmo ser o outro.

3.2 - Concepção do Método

Nesta parte de nossa análise, buscaremos “pistas” presentes no discurso de

professores e alunos que nos permitam evidenciar suas concepções de ensino e

da metodologia audiovisual.

Pudemos notar que ao nomear uma metodologia, alunos e professores o

fazem de modo a atribuir-lhe o nome da instituição que a aplica.

Entrevistador: “[Você]já lecionou por alguma outra metodologia?”

[1] Professor: “Sim, já lecionei por... pela metodologia da Culura Inglesa, da Wizard,

da Wisdom, do CNA, e...”

O sujeito parece estabelecer uma relação na qual o método equivale à

própria escola, e com ela se confunde.

Outro aspecto interessante a respeito do método é que ele parece estar

muito ligado à questão do treinamento e do praticar.

[2] “Eu já tenho, já tenho automaticamente as minhas idéias de como explicar, já vêm, eu já sei

a... a... as perguntas que eu tenho que fazer pro alunos, né?o modo de chegar usando a

metodologia na... na... pra passar pro aluno, pra fazer ele praticar, né? Pra assimilar alguns

dados, etc.”;

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[3] “depois vêm os outros exercícios de conversação... pra praticar... pra eles adquirirem

fluência”;

[4] “Através deste método podemos vivenciar na pratica situações parecidas, aumento o

aprendizado”;

[5] “[o método] É o melhor! Parei de estudar inglês por mais de vinte anos e não esqueci a

língua, fiz outras escolas, mas, esse é o melhor método para realmente fixar o conhecimento da

língua, costumo dizer que esse é o método-osmose”.

O próprio conceito do praticar parece apontar para uma absorção do

discurso behaviorista de professores e alunos.

Sabemos que para Skinner a linguagem era considerada como um

conjunto de hábitos adquiridos pelo processo de estímulo – resposta – reforço, e

os enunciados acima parecem referendar essa concepção de linguagem e de

ensino de LE.

A idéia de que pela prática repetitiva de sentenças e estruturas gramaticais

aprende-se uma língua estrangeira é muito recorrente em nosso corpus, não só

nos discursos dos professores, mas também dos alunos. Em [5] temos um

exemplo de como a reprodução desse discurso manifesta-se no sujeito-aluno, o

qual se refere ao “método-osmose”, nos dando uma dimensão do que esse sujeito

enxerga como sendo seu papel na sala de aula. Muitos desses sujeitos sentem

mesmo dificuldade de questionar o método, tendo em vista o seu caráter

“moderno” e “natural”.

[6] “Eu particularmente gosto muito do método, mas não posso opinar muito por que nunca

estive em outra escola antes”;

[7] “Ótimo. Os recursos multimídia são fundamentais para o aprendizado. Mesmo porque

muitos já estão cansados devido a outras atividades, então, é importante sair do

tradicionalismo p/ ter efeitos positivos”;

[9] “Eu gosto do método usado, já estudei em outras escolas e esse foi o que eu melhor me

adaptei. Embora tenha algumas coisas que poderiam ser mudadas, melhoradas”

[10] “Muito bom. Utilizando somente o inglês para o real aprendizado das situações”;

[11] “Apesar de não conhecer outro método de escolas de inglês, achei esse muito interessante

e me parece ser o mais correto e eficiente”.

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40

Em face de tal dificuldade, os sujeitos parecem acabar atribuindo a culpa

por um eventual insucesso a fatores como sua suposta falta de “esforço” ou

“dedicação”. Esforço e dedicação que, aliás, são palavras chaves da ideologia

liberal da self-made person dominante no mundo anglo-saxão, em especial nos

E.U.A.

Alguns alunos que assumiram ter dificuldades nos seus estudos da LI,

enunciaram:

[12] “Não estou me saindo muito bem, acho que devo me dedicar mais.”

[13] “Regular. Poderia ser melhor se eu tivesse mais tempo para me dedicar aos estudos e ler

mais”

[14] “Não sou muito dedicada, Inglês para mim nunca foi levado a sério. Penso que seja esse

meu grande problema em aprender”

Esses enunciados parecem revelar uma tendência de se idealizar o método

por parte desses sujeitos, sugerindo a existência de algum tipo de barreira com a

qual esses sujeitos se deparariam, evitando seu questionamento do método. O

elemento tecnologia parece constituir uma dessas barreiras. Tem-se a impressão

que os sujeitos são interpelados por um discurso de modernidade onde a

tecnologia é vista essencialmente, senão unicamente, com elemento facilitador

do processo de aprendizagem, dificultando assim qualquer processo de

posicionamento mais crítico em relação ao método que dela se utiliza.

Em relação aos professores, essa dificuldade de posicionamento crítico

em relação ao método também parece estar presente, mas de modo distinto. Dada

a autoridade que tem o docente em relação ao assunto “ensino” esse se coloca

numa posição em que elogia, mas aponta para uma perspectiva de

aperfeiçoamento do método, na qual chegar-se-ia, a partir do método

audiovisual, a um método infalível, como podemos verificar no enunciado

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41

abaixo, no qual um professor se coloca a respeito do assunto metodologia, mais

especificamente, o material didático:

[15] O material didático eu acho que é muito bom. Ele poderia ser excelente, mas eu,

eu, eu classifico como muito bom... Eu acho que... que a metodologia ela é... prática, ou seja,

você aprende de um modo... do modo que você aprendeu português ou você aprendeu a língua

nativa, ou seja, falando, eh... se expressando, sabendo eh... formar as estruturas, né? Do

modo... por via oral. Via oral, ou seja, falada, né? Falando-se é que você vai conseguir mais

tarde desenvolver a leitura e desenvolver a escrita.

No entanto, existem posições de resistência às concepções educacionais

que fundamentam o método audiovisual, especialmente no que diz respeito à

intensa presença do elemento repetição.

[16] “Eu acho que [o material didático]... é muito... seco. Acredito que seja muito seco... eu

acho, né, na minha opinião que além do livro do professor deveria dar... ser dado ao professor

mais oportunidade de... aprendizado também... Só o livro, só o Lesson Plan eu acho muito

pouco... Eu acho que devia ter um material mais abrangente pra sala... visual... um vídeo, né?

que eu acho que é pouco. E além do material que o professor pode adquirir fora, né?”

Esse enunciado em especial nos chamou atenção não só pela metáfora que

utiliza (“seco”), a qual dá a idéia de incompletude, de falta, mas também pela

reivindicação que a professora faz de um material “visual”. Talvez esteja

operando aqui uma contradição entre a teoria que está posta nos manuais de

metodologia, nos quais o elemento visual é fundante da prática de ensino, e a

observação feita por esse sujeito-professor do contexto de sala de aula, no qual

ela sente uma carência desses recursos.

Apesar da discordância com a forma como o método é aplicado, podemos

observar que esse sujeito-professor não busca uma metodologia diferente. Pelo

contrário, ele busca complementar aquilo que é “seco”, preencher uma lacuna,

reformar. Esse desejo dialoga com o desejo do outro professor que

entrevistamos, o qual afirma que o método, mais especificamente o material

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didático, é “muito bom” podendo chegar a ser “excelente”, desde que essas

lacunas apontadas no enunciado acima sejam preenchidas.

3.3 - Hierarquia e Distribuição de Poder

Tanto a análise dos postulados dos livros de metodologia quanto as

entrevistas com professores e as respostas que obtivemos dos alunos nos

questionários, apontam para um discurso fortemente hierarquizador que permeia

as relações entre professores, alunos, instituição de ensino e o próprio método

audiovisual.

Muitos professores mencionam o seu roteiro de aula, o Lesson Plan (LP)

como a principal fonte – quando não única – para a preparação de aula.

Um dos professores da instituição, quando questionado a respeito do seu

processo de preparação de aulas afirma:

[1]“Eu leio as situações e leio o Lesson Plan, vejo quais são... o que é... quais são os

vocabulários... o vocabulário que é enfocado pra explicação, e... nisso eu já tenho uma idéia.

Eu já tenho, já tenho automaticamente as minhas idéias de como explicar, já vêm, eu já sei a...

a... as perguntas que eu tenho que fazer pro alunos, né?o modo de chegar usando a

metodologia na... na... pra passar pro aluno, pra fazer ele praticar, né? Pra assimilar alguns

dados, etc.” (grifos meus)

A respeito da preparação de aulas, outro professor afirma:

[2] “Preparo... dando uma lida nas perguntas... que vão ser dadas pra... a gente tem uma livro,

né? Chamado Lesson Plan, que o professor tem um esuqema, né? Pra seguir... perguntas que

você tem que levar aos alunos... então eu dou uma lida antes nessas perguntas, pesquiso

alguns... vocabulários, na.. na lógica que seja pra mim dar de algum exemplo...”

A respeito do LP o manual de metodologia afirma que

[3] “Esses Lesson Plans padronizam o trabalho em sala de aula e asseguram que todas as

apresentações das lições serão organizadas e completas” (Methodology Manual, 2001, p.1)16

16

Tradução Minha.

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43

Parece configurar-se aqui uma relação entre professor e LP na qual o

primeiro parece submeter-se a normas e procedimentos que são ditados pelo

segundo.

Pudemos ainda identificar outras manifestações de hierarquia no contexto

do método audiovisual como, por exemplo, a que é estabelecida entre as formas

falada e escrita da LE. De acordo com o manual de metodologia

[4] “Os alunos completam a fase oral de uma lição antes de completarem a fase escrita, pois a

língua é prioritariamente uma questão de fala e, secundariamente, uma questão de escrita.

Consequentemente, a língua falada deve ser a base para o aprendizado da língua estrangeira.”

(Methodology Manual, 2001)17

Um dos professores entrevistados afirma ser essa a maneira

[5] “como nós aprendíamos quando éramos crianças... a gente ouvia bastante as pessoas

falarem pra depois a gente repetir, reproduzir. Eu acho, eu acho quer a... a sacada é essa eu

acho que o... o aprendizado do aluno ele é... ele é ouvir através de uma imagem e discutir o

som e a imagem”.(grifos meus)

[6] Então eles aprendem inglês mais naturalmente...” (grifos meus)

[7] “mais natural... porque o aluno tem a tendência de quando ele está aprendendo uma outra

língua de escrever da maneira que... que se fala, né... Então eu acredito que ele aprendendo

primeiro a parte auditiva, ta podendo... ouvindo, pra depois repetir... na hora de ler ele associa

o texto mais fácil” (grifos meus)

Outro professor afirma achar essa seqüência prescrita no manual de metodologia

[8] “teoricamente válida. Mas na prática é difícil... tem pessoas que... sabe, não sabem... não

conseguem falar. Acho que não vale muito né? Até ali na teoria tudo bem, né? Vamos dizer que

oh, legal, mas na prática isso não funciona..” (grifos meus)

Nos enunciados [5], [6] e [7], os professores parecem legitimar o discurso

do manual de metodologia, que afirma que a língua falada constitui a “base” para

o ensino de LE. Para justificar tal argumento os professores recorrem ao fator

naturalidade, apoiando-se no que eles consideram ser o processo de aquisição da

LM. Essa idéia de naturalidade do processo de aprendizagem defendida no

17

Tradução minha

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44

manual acaba sendo reforçada pelo discurso publicitário da escola, conforme

podemos observar na figura 2, extraída do site da rede de idiomas.

Figura 2. Em destaque, afirmação sobre o fator “naturalidade” do método. (fonte: www.ccaa.com.br)

O que parece entrar implícito nesses enunciados (do manual e dos

professores) é uma concepção de aluno como aquele que chega à instituição

desprovido de qualquer conhecimento da LE, cabendo ao professor fornecer-lhe

os elementos para a associação de sons (língua falada e significados).

O professor que se manifesta em [8], no entanto, apresenta traços

discursivos de resistência a essa concepção, quando faz uma diferenciação entre

teoria e prática. Este parece apoiar-se na observação de seus resultados em sala

de aula para questionar o aspecto de “naturalidade” que é atribuído ao

procedimento de priorização da forma oral da língua.

Aqueles que advogam a tese do anual de metodologia apóiam-se no fator

de que a LM pode influenciar a pronuncia do aluno que está adquirindo a

fonética da LE. Conforme menciona um dos professores, “o aluno tem a

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tendência de quando ele está aprendendo uma outra língua de escrever da

maneira que... que se fala”.

Ou seja, a fonética da LM acaba por influenciar a forma como aquele

aluno vai realizar o seu processo de leitura, o que poderia levá-lo a pronunciar de

modo diferente daquele que é considerado o padrão. A este respeito o manual de

metodologia afirma ser

“de suma importância que os alunos assimilem oralmente o novo

vocabulário e as novas estruturas antes que as vejam na forma

escrita. Dessa forma os alunos sofrem menos a interferência da sai

língua nativa enquanto aprendem a reprodução correta dos sons e

da entonação”.

(Methodology Manual, 2001, p.6, grifos meus)

Aqui temos outro aspecto hierarquizador, o qual já discutimos na seção a

respeito de concepção de LE: aquele que coloca a LE em uma posição de

superioridade em relação à LM. A influência da LM parece ser reprimida por

vedar ao aluno a possibilidade de falar o inglês que dele se espera, o “falar

direito”, para usar o termo de um docente, ou usando o slogan da rede de escolas

o “é assim que se fala”.

Um outro aspecto hierárquico interessante a se discutir é aquele que se dá

dentro da sala de aula entre alunos e professores.

De acordo com observações de aula e com nossa leitura do manual de

metodologia, a escolha dos tópicos para discussão é dada aos alunos estritamente

pelo professor. Aparentemente, é ele que determina quais tópicos e em que

ordem serão discutidos.

Usamos o termo aparentemente pois, de fato, todos esses tópicos, bem

como a seqüência didática, é determinada pelo Lesson Plan (ver descrição das

técnicas de ensino no Cap. 1).

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Isso significa dizer que apesar de o professor aparentemente deter o

controle do processo de aprendizagem em relação aos alunos, o mesmo ocorre

com relação ao professor e ao método que tem como seu agente imediato o

Lesson Plan.

É nele que estão prescritos os tópicos e as seqüências das atividades, bem

como as perguntas e comandos que professores dirigem aos seus alunos para

fazê-los reproduzir determinada sentença ou internalizar estruturas gramaticais

que são abordadas em cada lição.

“O que necessita ser explicado encontra-se em negrito no

Lesson Plan” (Methodology manual, 2001, p.10).

O processo de explicação consiste em o professor aplicar aos alunos

definições, perguntas de verificação factual a respeito das gravações e comandos,

presentes no Lesson Plan para cada passo de cada lição. Pelo fato de a

organização da aula ser semelhante em todas as lições, a seqüência da aula

acaba-se tornando bastante previsível.

O fator previsibilidade também tem um papel de agente no processo de

monitoramento mútuo que se dá entre professores e alunos em sala de aula. Se o

professor resolve “pular” alguns drills ou fazer uma atividade numa ordem

diferente daquela que é sugerida pelo LP os alunos logo percebem isso e podem

vir a questionar seu professor a respeito de seu procedimento.

Toda essa busca por uma “padronização” do processo de ensino acarreta

em um apagamento do papel d professor na elaboração da aula. O professor é

levado a aceitar um lugar de aplicador do método onde a participação que lhe é

reservada é muito pouca, quando não nula.

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47

O professor, pelas relações de poder estabelecidas entre ele e seu material

didático (e conseqüentemente, entre ele e o método de ensino) parece ser

colocado em uma posição de refém, onde não aceitar as regras impostas pode

acarretar em reprovação de seus alunos em provas e exames que são elaborados

pelo franqueador, o qual decide o que deve ter sido assimilado em cada nível do

curso. Configura-se aqui uma situação análoga àquela analisado por Souza

(1999) em relação ao livro didático em escolas do ensino médio. Segundo a

autora “não aceitar o „lugar‟ de leitor nessa situação pode acarretar

conseqüências práticas, como, por exemplo, a reprovação em provas ou exames”

(p.101).

Configura-se assim um círculo de poder onde, de modo simplificado,

temos o Lesson Plan e os materiais didáticos em posição central exercendo

controle sobre o professor, o qual por sua vez exerce controle sobre os seus

alunos pela autoridade que lhe é dada pelo método para corrigir e elogiar.

Para concluir esse capítulo é importante retomarmos a história do método

audiovisual e lembrarmos de sua remota origem no contexto militar. A nossa

hipótese é que parte de toda essa cadeia hierárquica configure ainda uma herança

do próprio contexto da concepção do método e suas finalidades em um meio no

qual é hierarquia e a obediência são seus axiomas.

3.4 - Lugares de Sujeito no Método Audiovisual

Neste momento das nossas reflexões, buscaremos elementos nos dizeres

dos sujeitos (professores e alunos) que nos permitam elaborar hipóteses a

respeito de como esses sujeitos concebem seu papel no contexto da sala de aula.

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48

Nas entrevistas, quando questionamos os professores sobre qual seria o

seu papel em sala de aula, obtivemos destes as seguintes respostas:

[1] “Bom, eu tento... passar, né? ao máximo... pra eles daquilo que eu sei... ajudá-los, tal...

mesmo... não me importando só em seguir a metodologia, tal né?... ...o que eu posso tá trazendo

pra eles na sala de aula, em que o papel é fazer com que eles seja fluentes na língua conceitual

eh... tá falando... se comunicando bem né, em inglês... é esse o trabalho, né em ta... fazer com

que eles aprendam... o máximo, né. Não só aquilo que a metodologia exige que ales aprendem

por si só, mas também o que eu posso tá trazendo... a mais...”

[2] “O meu papel... o meu papel como professor é justamente... é fazer aquela ligação... é

transmitir... é transmitir conhecimento mesmo. (...) Você tem que deixar e... o aluno é... ele ter o

interesse em aprender, ele ir atrás buscar as coisas e você ser esse, ser esse guia”.

[3] “É orientador. Orientar eles da melhor maneira, não só chegar aqui, fazer o meu papel de

professora e ir embora. (...) Orientar... mais eles. (...) Se surgir dúvida eu vô tá aqui sempre em

mente... orientar eles de outras... não só com a metodologia, mas em geral, né? quê que o

mercado tá pedindo, o quê que eles devem fazer além de estudar três horas por semana aqui...”

Nos enunciados acima as representações que o professor tem do seu papel

parecem apontar para um aspecto de passividade do Ensino. O professor no

enunciado [1] utiliza-se dos verbos “passar” e “trazer” para referir-se ao

conhecimento que tem. Para esse professor o ensino da LI parece configurar-se

como um processo de transmissão de seu conhecimento para o aluno.

Essa concepção do papel do professor é corroborada pelo enunciado [2],

no qual também o professor é representado enquanto transmissor de um

conhecimento. No entanto, parece operar uma contradição entre essa concepção

de professor enquanto “transmissor” e a seqüência do enunciado na qual o

sujeito-professor afirma ser necessário “deixar o aluno ter interesse”. Parece

haver aqui um efeito de sentido onde o desinteresse do aluno é creditado a

determinado modo como o professor exerce seu poder em relação ao aluno.

Apesar da dificuldade em conciliar essas duas visões de professor, a saber, a do

professor que “transmite” conhecimento com a de professor que “deixa” o aluno

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buscar esse conhecimento, temos ambas as representações do papel do professor

nesse enunciado.

Uma hipótese que pode explicar essa contradição é a de que o sujeito-

professor enuncia de dois lugares de enunciação distintos. Na primeira parte do

enunciado, na qual o professor representa-se como “transmissor” de

conhecimento esse sujeito enuncia da posição de sujeito-professor e, em seguida,

reformula seu enunciado, posicionando-se como sujeito-aluno para tentar

conciliar representações que à priori são contraditórias.

Outra representação do papel do professor é a de “orientador”, presente no

enunciado [3]. O professor deve não só “orientar” o aluno com relação ao

conteúdo didático mas também em aspectos a ele relacionados, como “o que o

mercado tá pedindo”. Aqui também temos uma mudança da posição do sujeito da

enunciação. O sujeito-professor manifesta-se na primeira parte do enunciado,

quando o professor fala, mais especificamente, a respeito de conteúdos didático-

pedagócicos. Ao falar de exigências do mercado o professor parece posicionar

num lugar de dizer do sujeito-do-mercado, valendo-se do papel de “orientador”

para ajudar o aluno a trilhar os caminhos da inserção social, a qual se espera ser

decorrente do aprendizado da LI, conforme discutido anteriormente.

As respostas obtidas dos professores a respeito do papel do aluno vêm

corroborar as teses até agora levantadas:

[4] “Tem que ter... interesse, né. Eu acho que é... a primeira coisa que tem que existir do, do

aluno... ele tem que estar interessado, entendeu? Porque é difícil você ensinar uma pessoa

que... não tem... interesse. Então já não cabe... mais... somente ao, aos professores, né? pra

fazer isso e... tem que também tá buscando o máximo que pode, não esperar apenas do curso,

né? aqueles que possam, possam estar buscando, entendeu?... fora daqui...músicas, e tudo que

eles tenham interesse, né? de tá buscando, como os vocabulários e outras coisas”.

[5] “por sua vez o papel do aluno, ele ter o interesse do que... e o propósito do que ele tá

fazendo, né? É de aprender, de receber a mensagem. [sobre os alunos com dificuldades] Ah, a

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gente faz um método, muitas vezes a gente faz um método... por exemplo, você repetir em

chorus, né? as frases ... dar mais confiança pra ele, né? passar mais confiança, eh... fazer com

que ele interaja mais com a... com os alunos, né? fazer com que ele preste mais atenção na

aula, eh... que meio? é... chamando a atenção dele no seguinte sentido, não de... botar ele na

parede, não! mas de... deixar ele alerta, né? sempre alerta...”

[6] “O papel do aluno é uma parceria, né? Professor e aluno, eu acho. Então o professor... não

é tá aqui só o professor, né? o aluno ta aqui só o aluno. Cinqüenta por cento o aluno... papel do

professor, o papel do aluno. (...) buscar em casa informação nova eh... buscar informação, eu

acho. Basicamente... entender o professor...”

O aluno é representado em [4] como aquele que “deve ter interesse”, sem

o qual o professor sugere ser dificultando o processo de “transmissão” de

conhecimento. Em [6] essa representação do aluno aparece sob a forma de uma

“parceria” na qual o professor divide com seu aprendiz a responsabilidade pela

aquisição da LI: “O papel do aluno é uma parceria, né? Professor e aluno, eu

acho... Cinqüenta por cento o aluno...”.

Já em [5] temos novamente mencionado o fator interesse, o qual é

metaforicamente definido por esse sujeito-professor como o ato de estar “sempre

alerta”. Essa metáfora, particularmente nos chama á atenção por ser pertencente

ao universo dos escoteiros, os quais se organizam dentro de uma estrutura

militar. A metáfora parece dialogar com um universo que está intimamente

ligado à gênese do método audiovisual, o ASTP.

Também no mesmo enunciado, o sujeito professor representa-se não só

como transmissor de conhecimento, mas também de “confiança” ao aluno,

configurando, por sua vez, o aluno como receptor de ambos. Na seqüência do

mesmo enunciado, o sujeito professor credita a si próprio o papel de “fazer” o

aluno interagir em sala de aula. O verbo fazer neste enunciado produz um efeito

de sentido que nos leva a interpretar essa interação como algo externo ao aluno,

que lhe é transplantado. Podemos ainda interpretar o uso do verbo “fazer” no

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sentido de “induzir”, ou até mesmo de “forçar”, interpretação essa que parece

caracterizar o aluno como aquele que se “sujeita” à interação ou que é

“conduzido” a ela. O sujeito-aluno caracterizado por esse enunciado parece

carecer de autonomia não só para relacionar-se não só com a disciplina, mas

também com os elementos constitutivos do contexto da sala de aula (professor,

colegas, etc.).

Os próprios alunos também parecem referendar essa concepção de si

mesmos como “receptor” do conhecimento, cujo sucesso no aprendizado de LI é

determinado pelo fator dedicação:

[7] “As aulas ministradas somente em inglês faz com que os alunos se esforcem mais para

entender o que o professor está falando”;

[8] “Se tiver que me dar uma nota de 0 a 10, daria 7. No dias de hoje tem que haver muita

disciplina para conciliar todas atividades e tarefas com ANIMO e determinação”;

[9] “Não sou muito dedicada, Inglês para mim nunca foi levado a sério. Penso que seja esse

meu grande problema em aprender;

[10] “meu desempenho é bom (porque eu me aplico)”.

Em [8], por exemplo, o sujeito aluno menciona a necessidade de um

estudo disciplinado. As idéias de disciplina, hierarquia e organização, constituem

os fundamentos de um pensamento militar; pensamento este ao qual o sujeito-

professor recorre em [5] para designar ao aluno a tarefa de estar “sempre alerta”.

Nesse sentido, tanto o sujeito-aluno quanto o sujeito professor parecem buscar

apoio no mesmo universo ideológico para designar o processo de aprendizagem.

Ainda no mesmo enunciado temos uma intersecção dos discursos de

alunos e professores onde o aluno avalia o seu desempenho de maneira

quantitativa, da mesma forma que fez o sujeito-professor ao dividir as

responsabilidades em sala de aula com os alunos. Essa tendência de quantificar

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que está presente tanto nos discursos de alunos quanto no dos professores nos

permite relacionar esses enunciados com uma busca por uma objetividade.

Objetividade essa, que se recomenda ao professor na execução do “Previous

Review” (cf. Cap. 1) e que constituía uma crença estruturalista sobre a natureza

da linguagem.

Parece haver, no contexto da aplicação do método audiovisual, lugares de

atuação bem marcados e hierarquicamente definidos entre professores e aluno.

No entanto, conforme já discutimos na seção 3 deste capítulo, essa divisão

hierárquica não se manifesta somente na relação professor-aluno.

Há ainda que se considerar que, na estrutura hierárquica do método,

encontramos outros elementos detentores de poder como o livro didático, e a

própria tecnologia que parece exercer grande poder sobre o próprio professor,

engessando ou, para usar um termo do manual da metodologia audiovisual,

“padronizando” a sua prática pedagógica.

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53

Considerações Finais

A análise do nosso corpus nos permite constatar uma concepção

predominantemente utilitária da LI, a qual é representada, tanto pelo sujeito-

professor quanto pelo sujeito-aluno, enquanto fator condicionante para a

ascensão social.

Há ainda o estabelecimento de uma hierarquia lingüística onde a LI parece

ser representada em uma posição de destaque não só em relação às outras LEs

mas também em relação á própria LM. Para tanto, os sujeitos posicionam-se em

diferentes lugares de enunciação para corroborar um discurso que coloca em

equivalência o domínio da LI ao sucesso profissional.

A hierarquia, aliás, parece ser uma característica marcante do método

audiovisual, não só no que diz respeito á concepção que os sujeitos tem da LI e

da LM, mas também no modo como se configuram as relações entre professores,

alunos, e o próprio método utilizado18

.

Os enunciados analisados parecem apontar para uma representação de

aluno que atribui ao mesmo um caráter de passividade no processo de ensino,

enquanto que o professor é representado enquanto o detentor de um

conhecimento a ser transmitido. Essas representações parecem ser corroboradas

na própria aplicação do método audiovisual, na qual o controle dos tópicos a

serem discutidos e da seqüência didática é totalmente gerenciado pelo professor.

18

Lembremos que o método audiovisual descende, fundamentalmente, de um método desenvolvido para

o contexto militar. Por sua vez a hierarquia é uma característica marcante desse meio.

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No entanto, esse controle que o professor exerce sobre a sala de aula

revela-se aparente quando consideramos dentre desse processo o elemento

metodologia. Uma vez que todas as atividades a serem desenvolvidas encontram-

se prescritas no livro do professor (Lesson Plan), temos um processo onde o

papel do sujeito-professor é apagado em nome de uma “padronização” do

processo de aprendizagem, configurando, portanto, uma relação de poder em que,

do centro para a periferia, temos respectivamente a metodologia, o professor e o

aluno, conforme ilustrado no gráfico de poder abaixo.

Assim, o método audiovisual, por meio de seu manual de metodologia,

acaba por estabelecer lugares hierarquicamente muito bem definidos tanto para o

sujeito-professor quanto para o sujeito-aluno.

O primeiro deve ser o representante imediato do método e dele deve se

utilizar para transmitir o conhecimento contido nos materiais didáticos fornecidos

e fazer com que os alunos o internalizem.

O aluno, por sua vez, é configurado como o depositário desse

conhecimento, sendo a ele reservado o papel de responder com propriedade ás

Metodologia

Professor

Aluno

Metodologia

Professor

Aluno

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perguntas e comandos do seu professor, utilizando-se do conhecimento que lhe é

dado na forma de input para produzir um output que dele se espera.

A partir de observações de aulas, notamos que tais papéis parecem ser

mantidos por um processo de monitoramento mútuo entre professores e alunos.

Dado o aspecto previsível da aplicação do método audiovisual, qualquer

mudança na seqüência didática ou na maneira como os tópicos são abordados

pode acabar por causar um processo de estranhamento que acaba funcionando

para manter as relações e práticas previamente estabelecidas e prescritas no

manual de metodologia.

Apesar das fortes críticas que tanto o behaviorismo quanto o

estruturalismo vêm sofrendo nas últimas décadas, especialmente após o advento

da abordagem comunicativa, é interessante notar que o método audiovisual ainda

figura como um dos líderes do mercado de ensino de LE no Brasil. Isso pode se

dar, em parte, pelo grande cruzamento entre os discursos behaviorista e o próprio

discurso do mercado, o qual estabelece uma relação direta entre esforço e

recompensa, conforme demonstramos na seção em que tratamos da concepção de

LE.

O desejo que os alunos manifestam de adaptar-se ao método parece

dialogar com outro desejo manifestado por esses mesmos sujeitos: o da

adaptação ao mercado.

Essa intertextualidade pode acabar funcionando como um mecanismo de

reforço e legitimação dos fundamentos do método audiovisual, fazendo com que

o mesmo continue em evidência ao longo dessas quatro décadas.

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Anexos

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Entrevista 1 - Transcrição

E: Bom, então eh... professora...

P1: Thaís.

E: Thais, né? Essa entrevista vai tá sendo gravada, de acordo?

P1: de acordo.

E: Ok.eh... Thaís, pra, pra começar o nosso bate-papo... perguntar pra você eh... porquê

ensinar ou aprender inglês, né? levando em consideração os aspectos culturais,

econômicos e sociais do Brasil, né? Porquê que no Brasil, hoje, nesse contexto é

importante, ou não é importante?

P1: Porquê é importante ensinar inglês?

E: Ahã. Ou aprender...

P1: Pelo fato da... globalização

E: ahã...

P1: ...né? pelo... domínio dos Estados Unidos no nosso país, hoje... a gente sai na rua, vê

os outdoors, todo tipo de propaganda... tudo em inglês...

E: Ahã.

P1: ...então a necessidade no mercado de trabalho, eu penso que seja por isso...

E: Certo. E o que você entende por ter fluência numa língua estrangeira? O que seria ter

fluência?

P1: Saber se comunicar... bem... na língua. É ter... como eu posso dizer?...

conhecimento de vocabulário, expressões...

E: Ahã... certo.

P1: ...e a fluência é adquirida, né? conforme o tempo, né...

E: Ok. A quanto tempo você leciona por essa metodologia, dessa escola?

P1: no (nome da escola)... há quatro anos.

E: Quatro anos... ok. Eh... o que você pensa do material didático que te é fornecido?

P1: Eu acho muito bom, pelo fato de... dar bastante ênfase na conversação, né? dos

alunos... um pouco cansativo quando chega num determinado estágio, assim, eu percebo

até da parte dos alunos... mas eu acredito que... é bem eficaz, pelo fato de... ter bastan...

a gramática bem detalhada...

E: Ahã...

P1: ...né? o passo a passo que eles vão adquirindo ao... aos poucos, pelo fato de num...

você num bitolar numa tradução...

E: Ahã...

P1: ...né? Então eles aprendem inglês mais naturalmente, da mesma forma que

apenderam...

E: Você acha que a tradução é um pouco... não natural, é isso?

P1: É a tradução eu acho que ela limita um pouco porque se você for pensar em

português pra passar pro inglês...né? vai... não natural, né?

E: Entendo, entendo. Eh... De que forma, então que o... material didático trabalha os

conteúdos? Você poderia explicar um pouco isso? Como os conteúdos são passados...

P1: No... No (nome da escola)?

E: Ahã...

P1: ... ... Bom, inicialmente... eh, você vai apresentar o vocabulário através do vídeo,

onde o aluno vai associar imagem e som, depois você apresenta as situações da vida

real, do dia a dia... e você vai trabalhar a conversação em cima disso, vai trabalhar o

vocabulário, explicando situação por situação... e eles vão repetir pra treinar a

pronúncia... depois vêm os outros exercícios de conversação... pra praticar... pra eles

adquirirem fluência

E: como segue...

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P1: mais... e depois que vem a parte escrita, então vem naturalmente da mesma forma

que a gente aprendeu o português: primeiro ouvindo, depois falando, e... lendo e

escrevendo por último.

E: eh... Thaís, você costuma preparar as suas aulas antecipadamente...? De que forma

que se dá essa preparação... se ela ocorre?

P1: Preparo... dando já uma lida nas perguntas... que vão ser dadas pra...

E: Perguntas...? Onde, onde estão essas perguntas?

P1: num... a gente tem um livro, né? chamado Lesson Plan que o professor tem to um...

um esquema, né? pra seguir... perguntas que você tem que levar aos alunos... então eu

dou uma lida antes nessas perguntas, pesquiso alguns... vocabulários, na... na lógica que

seja pra mim dar de algum exemplo...

E: Ahã. Ahã. Certo. Exite... associação com materiais didáticos suplementares... eh... ao

material que é fornecido pela escola... eh, do tipo... um material que não o de sala de

aula, alguma coisa que possa... ter extra

P1: ...De que o (nome da escola) fornece esse tipo de material?

E: É. Se existe a possibilidade de tá sendo usado esse tipo de material... se há...

P1: Há possibilidade de tar sendo usado desde que o professor traga um material. Pode

ser músicas, né?, jogos... outras brincadeiras...

E: Você usa... Você usa jogos na sala de aula...?

P1: Sempre que... possível, né? quando... nos numa tamo apertados no tempo...

E: Uhum... como você sente a atitude dos alunos? É positiva? Negativa?

P1: Eles gostam bastante. Eu acho que também é uma maneira de eles tarem

aprendendo mais fácil, né... brincando...

E: Ahã... mas esses jogos são trazidos então... por você... por sua iniciativa... são

fornecidos pela escola...? digo, quando me refiro à escola são... eles... estão vinculados à

escola, pela editora que fornece os livros ou são coisas à parte?

P1: Não, à parte!

E: São à parte...

P1: Acho que a editora num... num tem nenhum tipo de... material aberto...

E: Uhum... Certo. Eh... na aula, Thaís, você usa... somente o inglês ou mescla com o

português?

P1: A metodologia exige que nós usamos apenas o inglês na sala de aula, tentando

explicar através de mímica, tal...

E: Uhum...

P1: ...mas na prática, na realidade dos primeiros livros, no primeiro livro

principalmente, onde o aluno nunca teve um contato com a língua, é bem difícil você...

usar apenas o inglês. Então daí você cria até uma barreira, você entra só falando inglês

na sala você cria uma barreira entre você e o aluno. Mas depois do... depois que eles já

estão num estágio mais intermediário... né... mais, mais, fácil assim de já aprender o

inglês porque eles já não têm dúvida...

E: Mas nos níveis básicos, então você... ah... você acaba se dando essa abertura de usar

um pouco o português...?

P1: Isso. Eu procuro usar o máximo de inglês pra então eles tarem se adaptando ao... à

língua...

E: mas português não ta excluído...

P1: mas o português...

E: Uhum...

P1: ...em um ou outro estágio é necessário...

E: Isso. Em que momento ele se torna mais necessário, em que momentos você usa mais

o português? Quando tem que usar? Quando você sente que tem que usar?

P1: Pra trata com o aluno... outros assuntos... né... fora da... da matéria que você tá

explicando, pra... alguns alunos quer têm mais dificuldade...

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E: Ahã...

P1: ...de... pra, entendeu?... apenas o inglês...

E: Ahã...

P1: ...né? de ultimo caso vale à pena você tá trabalhando pra esses aluno uma pergunta

em português...

E: Uhum... Isso tem te ajudado nas aulas?

P1: Ajuda...

E: Ajuda os alunos...?

P1: ... quando eu e o aluno... conversa bem... pra entender a mensagem.

E: Uhum... Certo. O manual de metodologia, ele... sugere, né... como você já até

colocou, que a língua deve ser ensinada primeiro pela conversação, depois você passa

pra uma fase escrita, e em seguida, por último, vem a compreensão auditiva. Você acha

essa ordem adequada?

P1: Eu acredito que sim...

E: Porquê?

P1: Por ser... mais natural, né... porque... o aluno tem a tendência de quando ele está

aprendendo uma outra língua de escrever da maneira que... que se fala, né? então como

leigo você pega um... um texto, e ele não conhece a língua, então ele vai ler esse texto,

né? da maneira que ta escrito. Então eu acredito que ele aprendendo primeiro ap arte

auditiva, tá podendo... ouvindo, pra depois repetir... na hora de ler ele associa... o texto

mais fácil...

E: Você acha que na hora da leitura tem uma certa interferência da lingua-mãe, seria

isso...?

P1: Isso. Porque ele na teve contato antes com a parte auditiva.

E: Certo. Eh... Thaís, o que você considera como sendo o seu papel na sala de aula,

enquanto professora?

P1: Meu papel...?

E: É, a sua... as suas tarefas enquanto professora que cê é... como você... entra nesse

jogo de aluno-professor-sala de aula?

P1: Bom, eu tento... passar, né? ao máximo... pra eles daquilo que eu sei... ajudá-los,

tal... mesmo... não me importando só em seguir a metodologia, tal né?...

E: Ahã...

P1: ...o que eu posso tá trazendo pra eles na sala de aula, em que o papel é fazer com

que eles seja fluentes na língua conceitual eh... tá falando... se comunicando bem né, em

inglês...

E: Ahã...

P1: ...eu... é esse o trabalho, né em ta... fazer com que eles aprendam... o máximo, né.

Não só aquilo que a metodologia exige que ales aprendem por si só, mas também o que

eu posso tá trazendo... a mais...

E: Certo.

P1: ...pra acrescentar a isso...

E: Certo. Eh... Thaís, e qual seria o papel do aluno dentro desse... desse processo de

aprendizagem?

P1: Tem que ter... interesse, né. Eu acho que é... a primeira coisa que tem que existir do,

do aluno, né... ele tem que estar interessado, entendeu? Porque é difícil você ensinar

uma pessoa que... não tem... interesse. Então já não cabe... mais... somente ao, aos

professores, né? pra fazer isso e... tem que também tá buscando o máximo que pode,

não esperar apenas do curso, né? aqueles que possam, possam estar buscando,

entendeu?... fora daqui...músicas, e tudo que eles tenham interesse, né? de tá buscando,

como os vocabulários e outras coisas.

E: Ta certo. Eh... alguns alunos apresentam certas dificuldades pra, pra con... pra

aprendizagem de língua estrangeira, né? língua inglesa eh... ou, ou até mesmo

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bloqueios, né? como você procura lidar com esses problemas, suprir as necessidades

desses alunos? Já aconteceu de você ter alunos desse tipo...

P1: já, sim...

E: ...de ter que lidar com essa situação?

P1: Muitos, né? Sempre... pelo menos em cada turma a gente depara com um que tem

um... certa dificuldade, mais dificuldade do que os demais e... tem que ter paciência, né?

um professor em primeiro lugar... entender... ter os limites do aluno pra ele não repetir

mais do que aquilo que... ele pode..., não ficar corrigindo muito o aluno perante os

outros pra na intimidar... ou envergonhá-lo...

E: Você acha que a correção, dependendo de como é feita, então acaba por intimidar

muitas vezes?

P1: Bloqueando, né? o aluno de repente... você ficar cobrando aquilo que... a mais do

que ele pode, né? pela dificuldade dele acaba... sabe, criando um bloqueio, né, do aluno.

E: Certo.

P1: Então eu acho que ter paciência... sugerir até... uma... extra classe, né?, uma aula de

reforço... ou ele treina né?, da parte do aluno. Treinar bastante porque quanto... maiores

são as dificuldades, maior deve ser o... o treino.

E: Certo. Eh... De que modo... ou seja, a gente tá falando de processo de correção, né?

de que modo você corrige erros do aluno durante a repetição? Você segue o que o

manual de metodologia recomenda, ou sej, você pede a outro aluno que repita a mesma

frase e retorna ao aluno com problemas, com dificuldade ou você adota outro processo?

P1: Primeiramente eu uso a metodologia, né? se o aluno na conseguiu repetir a primeira

vez eu passo pro outro... se ainda assim, com a voz do colega ele na consegue... repetir,

eu vou repetindo com a minha própria voz, eu vou repetindo palavra por palavra até ele

conseguir formar a frase completa e repetir corretamente...

E: Ahã...

P1: ...mas eu, eu uso a metodologia.

E: É claro que... é claro que não sempre mas na m..., pelo menos na maioria dos casos,

esse processo de correção tem apresentado resultados positivos?

P1: Na maioria das vezes, sim.

E: Sim... ok.

P1: Eh... de que modo os seus alunos reagem eh...a, a... a esse processo de correção que

você adota? (...) Assim, em média, como eles... como eles se sentem quando erram,

quando têm que ser corrigidos... como que você avalia que eles... se posicionam?

P1: Bom, eu acho que... tem tido um resultado positivo, ele não têm... a maioria dos

alunos geralmente... adolescentes, tal, eles têm um bom relacionamento entre eles

mesmo... dentro da, da sala de aula, então... nunca senti algum aluno... envergonhado,

bloqueado...

E: Ahã... Cê trabalha mais com adolescentes...

P1: A maioria são ado... são adolescentes.

E: Sei... com os adultos a... a mesma coisa ocorre quando... diante de um erro ou a... ou

há diferença entre adolescente e adulto?

P1: Os adolescentes ele têm mais facilidade... em aprender, né?...

E: Ahã...

P1: ...então, a... erros, eles não cometem erros gravíssimos, é mais falta de desinteresse

mesmo, né?...

E: Ahã...

P1: ...que quando eles querem eles... aprendem, né? Os adultos já têm grade dificuldade

pra aprender só que maior interesse...

E: Ahã...

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P1: ...mas é isso, então... os adultos ah... eu digo que eles... na se sentem

envergonhados, até menos envergonhados do que os... próprios adolescentes então

eles... corrigem, eles acham até bom porque eles tão aprendendo...

E: Certo. Eh...Thaís, existe algo que você modificaria na metodologia se tivesse essa

possibilidade?

P1: Na metodologia?

E: Uhum...

P1: A repetição às vezes de... de algum... alguns passos, alguns steps, tal que... em

determinadas situações, ele é um pouco cansativo pro aluno... principalmente pros

adolescentes que eles não têm muita paciência... então... no caso de repetir... então,

embora isso seja bom, em muitas vezes traz um... assim, um resultado negativo porque

eles... acabam... achando isso... um trabalho árduo, maçante, cansativo, e não

aproveitam da maneira que... deviam aproveitar.

E: Então voc...

P1: ...então eles usam.... um outro.... uma outra metodologia pra eles tarem treinando a

pronûncia. Talvez seria um pouco menos estressante.

E: Vo... ah... você acha que, que existe, digamos assim, um, um pouco de repetição de

mais, seria isso? Mais ou menos...

P1: É, e alguns passo a passo... corto... às vezes salas grandes que têm muitos alunos,

mais de dez alunos, cada um tem que repetir uma frase... eu penso que pra eles fica um

pouco cansativo.

E: Uhum... e pra você, enquanto professora? Também?

P1: (risos)

E: É, que eu imagino que você ouve essas frases o dia todo, né? Então... Eh... Thaís, que

tipo de aluno, né, vamos falar, né? assim dum aluno... não um aluno ideal, mas um

aluno que você classificaria como bom... bom aluno. O que cê... O que é um bom aluno

pra você?

P1: As características dum bom aluno?

E: Isso.

P1: Bom aluno é interessado, acho que o... princípio é... o interesse, né? porque o aluno

quando ele gosta, quando ele se interessa por aquilo ele busca e fica bem mais fácil pra

ele um... um desenvolvimento, uma certa melhora.

E: Certo.

P1: Então em primeiro lugar o interssado... paciente, porque a lingua você não vai

aprender num mês, dois meses, né? então requer muito... paciência, treino...

E: Ahã...

P1: ...então eu acho que... o interesse, paciência e... tempo ao tempo.

E: Certo. Thaís, eh... Você segue a metodologia à risca ou existe algum passo da

metodologia que você considera que pode ser deixada, deixado um pouco de lada... ou

feito em menor grau... como que ocorre, como que se desenvolve sua aula? Como seria

que te é... passada pelo...

P1: Na maioria das lições, eu procuro seguir... a metodologia à risca, do início ao fim,

todos os passo a passos que ela sugere, né?

E: Ahã...

P1: Só que... existem determinadas lições onde eu percebo que os alunos já tão com

mais facilidade, já adquiriram o vocabulário...

E: Ahã...

P1: ...então existem alguns passos que até... a gente acaba pulando pra num... tornar a

aula muito... cansativa, quando você percebe que o aluno já aprendeu, já sabe...

E: Ahã...

P1: ...que já não tá com tanta dificuldade.

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E: E quando isso acontece, que você acaba pulando alguns passos... em geral qua...

quais são es... esses passos que acabam por serem... diminuídos ou pulados?

P1: Uma parte de... memorização, quando são situações curtas, né? que o aluno já

repetiu várias vezes, ele já memorizou, então eu não faço a parte de memorização

novamente...

E: Ahã...

P1: ...alguns drills, quando... o vocabulário contido nesse drill já foi repetido... há

lugares da lição...

E: Certo. Eh... Ok. Você trabalha com... aspectos culturais do, dos povos de língua

inglesa em sala de aula?

P1: Algumas... situações exigem que a gente trabalhe com isso...

E: Ahã...

P1: ...Têm... situações... que eles falam de viagens, então... muitas vezes até passo um

trabalho extra pra eles... pedindo pra que eles pesquisem sobre...pontos turísticos de

algum local...

E: Certo, certo. Aqueles cartazes lá fora são de seus alunos?

P1: É. (risos)

E: Ah, ok. (risos). Eh... Thaís, pra, pra acabar nossa entrevista... né? existe uma linha de

teóricos no ensino de língua que... eles apontam que... ao aprender uma língua

estrangeira, né? o aluno também entra em contato com... um outro tipo de ideologia, né?

cê concorda com essa afirmação, enquanto professora... você acha que isso ocorre?

P1: Isso... vindo do aspecto cultural...?

E: Sim. Eh, aprender língua seria também aprender um pouco de como aquele povo

pensa, de como aquele povo vê o mundo... né? a... entrar em contato com a ideologia

daquele povo, né? não, não necessariamente em relação ao inglês, mas qualquer língua

estrangeira.

P1: Eu acredito que sim, mesmo por causa das... expressões...

E: Ahã...

P1: ...usadas, você... tem que acabar... quando você explica alguma expressão, alguma

gíria... isso tudo tem eh... o reflexo da cultura, do dia a dia desse povo. Então seria

impossível aprender uma língua estrangeira sem... aprender algo sobre esse povo porque

na verdade a língua é um reflexo...

E: Certo...

P1: ...da, da cultura....

E: E você acha que... ao entrar em contato com essa ideologia isso tem algum impacto

no teu aluno na, na, na questão de... da identificação dele com aquela... identificação ou

não com aquela cultura, se seu aluno muda... você que seu aluno que entrou aqui no

nível 1 quando ele tá no nível mais avançado ele, muda um pouco o modo como ele vê

o mundo... por causa desse contato com outra ideologia, ou... é indiferente? Ele

enquanto...

P1: Eu acho que... a visão, né... dá um, amplia, né? porque ele vai tá em contato com

outros... outra cultura, né?, com outros povos. Quando ele vê dente outros povos eu

acredito que... como abrange, né?, aprender a língua abrange tudo isso, então eu

acredito que ele tenha uma visão mais ampla. Não que isso... vem influenciar totalmente

na vida dele, que ele vai passar a pensar como o povo americano pensa, mas acredito

que abre uma... uma visão. Uma visão diferente, né?

E: Tá certo. Thaís... te agradecer, então (...)

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Entrevista 2 - Transcrição

E: Dave, eh..., porquê no Brasil ensinar ou aprender inglês, levando em consideração os

aspectos culturais e econômicos do país?

P2: Por que é uma necessidade mercadológica né? A pessoa não... precisa... ela precisa

saber uma outra língua e... é necessário no mercado é que ela saiba outra língua e uma

língua que seja comercial. A língua comercial do mundo é o inglês, né?

E: Ahã! Certo. Dave, o que você entende por ter fluência numa língua estrangeira?

P2: O que eu entendo por ter fluência é que você consiga por... por via escrita, via oral

eh... se comunicar.

E: Ahã!

P2: É isso que eu acho. Que a pessoa tenha a capacidade de transmitir uma idéia ou se

comunicar através de outra língua.

E: Certo. Dave, a quanto tempo você leciona por essa metodologia? Dessa escola?

P2: Oito anos. Há oito anos.

E: Certo. Já lecionou por alguma outra metodologia?

P2: Sim, já lecionei por... pela metodologia da Cultura Inglesa, da... Wizard, da

Wisdom, do CNA, e... bom, e tem outras escolas tambéM:: a Planet Idiomas, Alpes...

E: Certo. O que você pensa do material didático que lhe é fornecido aqui na escola?

P2: O material didático eu acho que é muito bom. Ele poderia ser excelente, mas eu, eu,

eu classifico como muito bom.

E: Ahã. Eh... De que forma o material didático trabalha os conteúdos?

P2: De que forma? Pedag...?

E: É, como se dá o trabalho dos conteúdos? Vocabulários, gramáticas, etc...

P2: Certo. Eu acho que... que a metodologia ela é... prática, ou seja, você aprende de um

modo... do modo que você aprendeu português ou você aprendeu a língua nativa, ou

seja, falando, eh... se expressando, sabendo eh... formar as estruturas, né? Do modo...

por via oral. Via oral, ou seja, falada, né? Falando-se é que você vai conseguir mais

tarde desenvolver a leitura e desenvolver a escrita.

E: Ok. Eh... Dave, tenho que perguntar... Você costuma preparar aulas

antecipadamente?

P2: Costumo. Hoje... não é arrogância, mas é muito mais fácil pra mim por que eu dou

só uma olhada nas lições, né? Uma uma repassada por que também eu já tenho tudo...

tudo na cabeça já...

E: Uma bagagem , já né?

P2: É experiência de oito anos né?

E: Como que se dá o teu processo de preparação de aula? Basicamente no que ele

consiste?

P2: Como dá o processo?

E: É, como... como que é feita essa preparação...

P2: Eu pego o Lesson Plan, né? o livro dos professores... e, “meu”, basicamente eu olho

todas as situações. Por que hoje eu já sei quais são os macetes, já sei quais são, quais

são, as potenciais dificuldades dos alunos, quais são as principais dificuldades da... da

própria lição já sei... então eu pego e dou uma olhada nas situações.

E: Certo....

P2: Eu leio as situações e leio o Lesso Plan, vejo quais são... o que é... quais são os

vocabulários... o vocabulário que é enfocado pra explicação, e... isso nisso eu já tenho

uma idéia. Eu já tenho, já tenho automaticamente as minhas idéia de como explicar, já

vêm, eu já sei a... a... as perguntas que eu tenho que fazer pros alunos, né? o modo de

chegar usando a metodologia na... na... pra passar pro aluno, pra fazer ele praticar né?

para assimilar alguns dados, etc.

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E: Ok. Eh... Dave, existe alguma associação de materiais didáticos suplementares,

algum material que é fornecido pela escola...

P2: Há sim. Há um incentivo de material extra. Você pode aplicar músicas, né?

Aplicar... um material extra que o professor tenha vontade dar que tenha eh... uma

ligação com a matéria, ou... né?

E: Você utiliza esses materiais?

P2: Utilizo sempre que eu posso e... e... e... os aluno se sintam à vontade... queiram usá-

los também...

E: Jogo, você costuma trabalhar?

P2: Costumo. Costumo trabalhar com jogos, sim.

E: Os aluno se sentem à vontade com os jogos? Eles gostam? Qual é a reação deles?

P2: Sim. Eles... Você precisa atingir o ponto que eles querem, né? Não adianta vocêr

aplicar um jogo..., por exemplo, cara-a-cara prum aluno de... de... um aluno avançado,

né? por que é uma coisa muito simples, muito banal, então isso vira uma coisa boba.

Você tem que aplicar a cada... a cada nível, cada tipo de classe, de aluno o que ele já do

momento que você sente a aula você sabe o que que o aluno quer e o que que o aluno

não quer.

E: Ahã. Dave, na aula você usa somente o inglês ou mescla com o português?

P2: Eu uso somente o inglês. Entretanto...

E: Em todos os níveis?

P2: Em todos os níveis. ENTRETANTO, ENTRETANTO há alguma situação ou outra

em que, por exemplo, o aluno até mesmo de avançado e adulto ele lança uma piadinha

referente à... matéria, né? Eh... Pertinente, né? ao... ao que nós estamos vendo, em

português, e aí naturalmente solta, há uma explosão do ponto de vista que as pessoas, é

uma coisa normal de pessoas não nativas, né?

E: E você acha que isso faz eles se sentirem mais confortáveis, de certa forma?

P2: Eu acho que sim, por que isso quebra o gelo né? às vezes a tua aula pode tá muito...

muito pesada, o pessoal pode tá, eh... estar muito... cansado, né?... saturado, então isso

faz com que até você dê um ânimo maio pra aula. Não que você tenha... não que você

atrapalhe a aula, né? Isso na atrapalha. Você deixa... você deixa que eles continuem a

falr português... não! É uma... um momento, um hiato na aula.

E: Certo. Eh... mas pra... pra fins de... didática, de explicação...

P2: Pra fins didáticos, somente se for extremamente necessário. Se o aluno realmente...

o aluno não, os alunos, né? o rendim... o grupo inteiro não cionseguir captar a

mensagem.

E: Certo. Eh... O manual de metodologia, ele sugere que a língua deve ser ensinada

primeiro pela conversação,

P2: Ahã...

E: passando-se pela forma escrita da língua, né? e em seguida a compreensão auditiva.

Você acha essa ordem adequada? Eu queria que você comentasse um pouco isso.

P2: É, o problema é que o... o... método (nome da escola) é audio... audiovisual, então já

no começo já baseado não só, como eu disse, né? audiovisual, então você já trabalha a

parte de listening e a parte de conversação

E: Lembro...

P2: Maneira que... como nós aprendíamos quando éramos crianças, né? então a gente

ouvia bastante as pessoas falarem pra depois a gente repetir, reproduzir. Eu acho, eu

acho que a... a sacada é essa eu acho que o... o aprendizado do aluno ela é... ele é ouvir

através de uma imagem e discutir o som e a imagem, né? O... o que eles ta falando no

diálogo, isso é que é o primordial.

E: Ok. Eh... Dave, o que você considera como sendo o teu papel enquanto professor?

Enquanto educador?

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P2: O meu papel... o meu papel como professor é justamente... é fazer aquela ligação

entre a mate... é transmitir... é transmitir conhecimento mesmo.

E: Ahã...

P2: Você tem que deixar o aluno, eu acho que... o importante é que você, lógico, tomar

partido,né? ensinar... mas você tem que deixar o aluno aprender. Você tem que deixar

e... o aluno é... ele ter o interesse em aprender, ele ir atrás buscar as coisas e você ser

esse, ser esse guia.

E: Ahã... por sua vez, o papel do aluno...

P2: por sua vez o papel do aluno, ele ter o interesse do que... e o propósito do que ele tá

fazendo, né? É de aprender, de receber a mensagem.

E: Certo.Eh... Como você procura supr... suprir o problema de alunos com bloqueio pra

língua estrangeira, com certas dificuldades de aprendizagem? Que tipo de atitude você

toma em relação a esses alunos?

P2: Ah, a gente faz um método, muitas vezes a gente faz um método... por exemplo,

você repetir em chorus, né? as fra... as frases, fazer com que... dar mais confiança pra

ele, né? passar mais confiança, eh... fazer com que ele interaja mais com a... com os

alunos, né? fazer com que ele preste mais atenção na aula, eh... que meio? é... chamando

a atenção dele no seguinte sentido, não de... botar ele na parede, não! mas de... deixar

ele alerta, né? sempre alerta... e nesse sentido você busca durante a aula, uma coisa mais

ou menos instintiva por que você busca a aula... têm ferramentas que você às vezes não

lembra fora da sala-de-aula mas dentro da aula você sabe como usá-las.

E: Sei. Eh... Dave, de que modo você corrige erros do... do aluno durante o processo da

repetição, o repetition, né?

P2: Ahã

E: Você segue o manual de metodologia que recomenda dar uma chance pra um outro

aluno servir a ele de modelo e retornar ao aluno com problemas ou você usa um outro

processo... e porquê?

P2: Eu faço como o livro de metodologia. Entretanto pode ter uma situação em que – e

várias vezes pode aparecer – em que mais de um aluno não conseguiu fazer a repetição,

né? da estrutura. Então você vai talvez até prum terceiro, mas até... até esse terceiro não

sai uma... uma fala fluente né? então o que que você faz? Eu tento fazer o seguinte

sentido: pegar o primeiro, né? e dar uma ajuda pra ele, talvez uma... uma palavra ou

outra... Isso eu já faço até previamente, eu não chego nem no terceiro aluno. Eu já faço

previamente já imaginando o que que o outr... os outros alunos estã também sentido.

Então eu pego no primeiro, já tenho essa idéia desse sentimento, né? Eu já tenho isso

em vista... eu pego o primeiro aluno e já dou uma corrigida no que que... falhou, se

falhou uma palavra, uma preposição e tal coisa, e peço pra ele repetir novamente, toco

pra ele e peço pra ele repetir... repetir novamente. Eu tenho notado que noventa...

quase... noventa por cento dos casos eu consigo fazer com que o aluno, sem ter que

puxar outros modelos pra chegar nesse número dois, e ter a repetição correta do aluno.

Mas eu sigo a metodologia. Se ele na repete, eu passo pro outro aluno, o outro aluno...

bateu seu... aluno logicamente que eu sei que vai ter mais chance de repetir, porque

inclusive é um bom aluno, tanto que ele repete e eu então volto ao outro aluno.

E: Certo. E... De que modo esse aluno que é corrigido, esses alunos reagem a esse

processo de correção? Eles regem bem...?

P2: Ah, não.Eles, eles de uma maneira geral eles querem se... se superar né? Eles

querem repetir direito, eles têm... eles se sentem totalmente... eh... desafiados no sentido

de: não, então eu vou falar direito né?

E: Certo, certo. Exite algo que você... é uma das ultimas perguntas, ta.

P2: Sim!

E: Existe algo que você modificaria na metodologia se tivesse possibilidade de tal? E o

que seria isso?

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P2: Se eu pudesse modificar a metodologia?

E: Isso.

P2: Eu acho que a metodologia do (nome da escola) ela é... ela é... eficiente, e ela é

igual pra todos os níveis, não é isso? Certo? Sendo igual pra todos os níveis, é lógico,

mudando, tendo mudanças no advanced, mas de uma maneira geral até o TT319

ela é

igual: Você tem o Basic Teaching e o Advanced ah... desculpa, o Abbreviated Teaching

Technique, né? Eu acho que aí qur ta uma pouquinho da, da... da, talvez, vamos dizer,

da falha, porque é sempre a mesma coisa até o TT3. Entã acho que eu mudaria, eh...

alguns exercícios, eu trocaria esses exercícios por alguma outra coisa. Na só trocar os

exercícios, mas eu daria alguma atividade extra, incluiria alguma atividade diferente,

não na, na lição. Eu mudaria um pouco o jeitão da lição: quando você fosse repetir

muitas vezes a mesma lição, a mesma coisa, você mudaria o, o, o jeito dela, o enfoque

dela.

E: Certo. Eh... que tipo de aluno você classifica como bom aluno?

P2: Como bom aluno?

E: É.

P2: Ah, o aluno que é esforçado, né? Aquele bom aluno é o que você sabe que ele é o

aluno que... não é só aquele que pega rapidinho, né? ele repete as coisas rapidinho

porque já tem fluência boa... não! Mas eu tenho aluno que tem aquela certa dificuldade,

tem problemas, mas que gosta de, de, de, né? de ser desafiado, que gosta de, de, de... de

repetir de... de, de, de se aprimorar, né?

E: Certo. Dave, tem algum passo da metodologia... desculpa... eh... você segue a

metodologia completamente à risca ou existe algum passo que você deixa de fazer ou

faça em menor grau ou adapte...?

P2: Ah, sim. Eu faço umas adaptações porque... não, não saio da metodologia

totalmente. Faço umas adaptações, por exemplo: drills. Têm algumas lições que são

absurdas. Você tem três drills da situação e tem mais oito drills pra dar depois, os

general drills, né? Isso é um absurdo. E têm drills que não têm... desses oito têm muitos

que não têm uso, né?, uso que eu digo, não têm propósito, entendeu? É só uma repetição

mesmo de papagaio. Então o que eu faço? Eu corto inteiramente. Então ao invés de dar

oito drills e mais os três, não, daí eu dou uns dois da situação – que seriam mais

importantes – e... faço, assim, mais três, quatro, drills dos mais importantes. Às vezes

tem lições que nem o drill eu coloco, que nenhum drill é útil, né? Então você vê, por

isso que também serve pra preparação de aula. Acho importante isso poque o professor

do (nome da escola) eh... ele perceber que ele precisa ser maleável algumas vezes na

metodologia, então ele tem que usar alguns recursos dele próprio na metodologia, né?

E: Certo. Eh... duas perguntas últimas pra finalizar...

P2: Certo.

E: você tem que dar aula, né?

P2: não, não...

E: Vcoê trabalha com aspectos culturais dos povos de língua inglesa em sla de aula?

P2: Trabalho.

E: Como? De que maneira?

P2: Com o intermediário, né? Com aluno mais do intermediário e do avançado que o

interesse eh... talvez seja maior, né? Isso é uma coisa óbvia. Por exemplo, com os

adolescentes, né... os adolescentes você tem certas eh... festividades que lês gostam, né?

Que acham... legal... Por exemplo, a própria páscoa, né... o Halloween, são datas em que

isso já é bem conhecido, né?

E: Ceto.

19

Advanced 3

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P2: Agora eu procuro sim, eu procuro falar a história sobre o Halloween em si, né? de

onde veio, o que que é o Halloween, né? de onde veio esse costume... o que que... qual é

o mito do Halloween, né? E... eu falo sobre Saint Patrick‟s Day, Thanksgiving Day, é

legal isso, o aspecto cultural eu acho interessante.

E: Certo. Dave, pra finalizar: Alguns teóricos apontam que ao aprender uma língua

estrangeira o aluno entra em contato também com uma outra ideologia, um outro modo

de pensar, de ver o mundo, né? Você concorda com essa visão?

P2: Sim. Uh... isso já é mais uma coisa de lingüística, né? Talvez eu na tenha como

explicar... recurso técnico pra explicar.

E: Mas assim, o que você sente, assim...como você...

P2: É... eu...

E: Assim, quando você aprendeu a língua estrangeira...

P2: Exato! Quando você aprende uma outra língua você ta absorvendo de certa forma a

cultura, né? a história da... eh... as raízes de um povo, né? Então você não pode

simplesmente dizer que você tá aprendendo inglês e ta aprendendo inglês como se fosse

uma parte desde que o Brasil foi colonizado... Não! Porque o Brasil foi colonizado...

fala português. Então você tá aprendendo uma fala desde quando os bárbaros, vamos

dizer assim, invadiram a Europa e os anglo-saxões se estabeleceram na ilha da ingla...

ilha inglesa, né? ilha da Inglaterra, etc. Então você vê... é uma coisa de... de cultura,

que vem desde raiz, é... uma coisa passa de povo, de cultura, de... de folclore, tradição.

E: Tá certo então, Dave. Dave, muito obrigado pela tua contribuição com a minha

pesquisa. (...)

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Entrevista 3 – Transcrição

E: Eh... Mariana, eh... primeira pergunta que eu vou fazer pra você é... porquê ensinar

ou aprender inglês, né? levando em consideração os aspectos culturais, econômicos e

sociais do Brasil? Porquê que é importante aprender inglês no Brasil hoje?

P3: Pela... eu acredito que seja pela globalização do idioma, né... já que qualquer área de

atuação hoje em dia, pra você... precisa ter o inglês... no mínimo, né? Antigamente você

exigia... quer dizer, o inglês era uma... é um... uma coisa a mais que você tinha na tua

vida. Hoje em dia já é uma necessidade mesmo, né. Você tem inglês? Ah, que mais que

você pode fazer? O que mais que você... Eu digo que é uma língua de bastante

ascensão...

E: Certo...

P3: cultural, social... que é pra gente poder trabalhar com outras coisas... trabalhar quase

com tudo.

E: Ok. Eh... Mariana, o que você entende por ter fluência numa língua estrangeira?

P3: Acho que... é a experiência, né? Tá acima de tudo... além de gramática, ou no caso

de professor pra aluno acho que é a experiência que você tem... estudando... experiência

própria da pessoa

E: Ahã...

P3: Você leva a fluência mais nesse sentido.

E: Certo. Eh... a quanto tempo você leciona né? ne... nesta... por esta metodologia? A

metodologia que a gente utliza aqui na escola.

P3: Alguns anos... um ano e... um ano e seis meses, sete meses.

E: Ahã... certo. E o que você pensa do material didático que é fornecido pra você?

P3: Eu acho que... é muito... seco. Acredito que seja muito seco além da... eu acho, né,

na minha opinião que além do livro do professor deveria dar... ser dado ao professor

mais oportunidade de... aprendizado também.

E: Certo...

P3: Não só dos alunos mas do professor. Treinamento, um outro tipo de material mais...

visual, né? Pra poder trabalhar.

E: Explica melhor esse “muito seco”...

P3: Só o livro, só o Lesson Plan eu acho muito pouco.

E: Certo.

P3: Eu acho pouco. Eu acho que devia ter um material mais abrangente pra sala...

visual... um vídeo, né? que eu acho que é pouco. E além do material que o professor

pode adquirir fora, né?

E: Certo. Você poderia dizer pra... pra gente, assim, de que forma o material didático

trabalha os conteúdos?

P3: Por etapas, né? Entã cada... fase do... da lição tem uma etapa que o professor deve

seguir e... né? acredita-se que o método funcione dessa maneira (risos)

E: Certo...

P3: Com as etapas eh... gramática... primeira... por exemplo, primeira é a conversação

depois parte pra uma explicação, depois vem a gramática, aquela coisa toda...

E: Ok. Ok. Mariana, eh... você costuma preparar as aulas antecipadamente?

P3: Dependendo do livro. Livro alto sim. TN1, por exemplo eu já não me preocupo

tanto em preparar. Mas...

E: Mas... mas isso se dá porquê. Por que você acredita que já não precisa, assim... você

tá no TN1... eu já não preciso mais. Isso se deve a quê? À experiência que você tem...

P3: É... acho que à experiência, no decorrer das aulas, inclusive eu vou... na hora bate

uma luz, eu invento um exemplo, alguma coisa que lê vão entender

E: Certo...

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P3: Agora claro, que livros mais... intermediário, básico, acho que precisa ser preparado

sim.

E: Certo. E quando você prepara, no caso do intermediário, ou livros que você não teve

contato, como você colocou, ehh...co... com que se dá essa sua preparação de aula? De

que maneira você procede pra preparar os exeplos...?

P3: Eu leio, né? as situações e... me baseio muito... na informação apenas, não no

exemplo do livro. Eu procuro trazer muitos meus... do dia-a-dia que eu passo, entendeu?

E: Sei...

P3: que possivelmente os alunos devem passar também... e...pela experiência de cada

aluno relamente... particular. Se eu tiver uma aluna que ela é... recepcionista, por

exemplo, eu vou usar na aula uma exemplo dessa aluna, pra essa aluna, não só o do

livro. E além de... algumas figuras também... trazer outro de material.

E: Matrial visual.

P3: Isso!

E: Ahã, certo. Existe associação de materiais didáticos suplementares ah... ao metrial

que é fornecido pela escola?

P3: Não.

E: Não tem nenhum material didático suplementar...

P3: Não. Não (trecho inaudível) ... quer dizer tem os... não, nada... assim, têm os três

livros, né?

E: Ahã...

P3: E os drills que você pode... que se vende separadamente, mas nada assim...

E: Certo. E... você utiliza esses drills? Você recomenda aos seus alunos que utilizem?

P3: Huuum. Não. Nunca tentei. Eles me perguntam às vezes alguma informação.

E: Ahã...

P3: Eu não tenho muito conhecimento sobre...

E: Basicamente de material suplementar então só os drills... são, são o quê? São

P3: Isso. Ah, além do CD, né? de, de, de lição... que você traz pra sala... mas eles me

pedem uma formação... padrão

E: Certo. Eh... Bom, eh...existe muito comentário sobre... usar na aula... só o inglês.

Alguns teóricos dizem que isso é importante, outros teóricos dizem que a língua mãe

tem um papel fundamental, né? E você? Você usa só o inglês ou mescla com o

português?

P3: Mesclo com o português, com certeza! Muito difícil você começar eh... com uma

turma que nunca teve contato com a língua, né? De repente é como puxar o tapete

daquela pessoa... eu acho que seja como puxar o tapete e a pessoa vai ficar sem

horizonte. Só... só e durante... então eu pro... eu procuro eh... associar o máximo

possível, não traduzindo, que eu acho que não é... des... não é... dessa maneira... Fazer

com que eles raciocinem, mas... mesclar com o protuguês.

E: Quando você mescla com o português, em que momentos da aula isso acontece?

P3: Explicação...

E: Ahã...

P3: ... que é importantíssimo, gramática...

E: Ahã...

P3: ... na explicação de gramática, e... alguma dúvida que surgir no... decorrer dos

outros steps. Dos drills, ou... uma conversation que eles na entenderam, vocabulário...

eu dou um jeito de despontar uma explicação, mas basicamente na explicação, né? e na

gramática.

E: É eu ia te perguntar exatamente porquê, mas eu acho que você já... já colocou, né?

P3: Ahã...

E: A questão de deixar o aluno... seria o quê? Seria deixar o aluno mais à vontade. Seria

isso?

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P3: Isso. Deixar mais a par do que ta acontecendo também.

E: Ok. Eh... o manual de metodologia, ele sugere que a língua deve ser ensinada

primeiro pela conversação, né? aí você passa depois para a fase escrita, né?

P3: Isso...

E: ... e logo em seguida pra compreensão auditiva...

P3: Ahã...

E: Você concorda com essa ordem? Acha ela adequada?

P3: Eu acho... teoricamente válida. Mas na prática é difícil.

E: Por que será?

P3: Porquê cada pessoa tem a sua... facilidade, né? Então eh... por exemplo, alguém

consegue... Na aula... tem pessoas que... sabe, não sabem... não conseguem falar. Acho

que não vale muito, né? Até ali na teoria tudo bem, né? Vamos dizer que oh, legal, mas

na prática isso não funciona...

E: Ahã...

P3: ...você tem gente que consegue falar mas não consegue ouvir, entendeu? Não

conseg... eh... escreve mas num... num tá, né? Ta de... de ouvir também, enfim... esse

negócio de seguir e vai dar certo, não. É a fórmula? Não, num é a fórmula, cada aluno

vai se adaptar.

E: Certo. Eh... o que você considera como sendo seu papel enquanto professora?

P3: Considero...?

E: É. O s... o seu papel enquanto professora, em relação aos seus alunos?

P3: É orientador. Orientar eles da melhor maneira, não só chegar aqui, fazer o meu

papel de professora e ir embora.

E: Ahã...

P3: Se surgir dúvida eu vô tá aqui sempre em mente... orientar eles de outras... não só

com... so... com a metodologia, mas em geral, né? quê que o mercado tá pedindo, o quê

que eles devem fazer além de estudar três horas por semana aqui...

E: Ahã...

P3: Orientar... mais eles.

E: Ok. E o papel do aluno?

P3: O papel do aluno é uma parceria, né? Professor e aluno, eu acho. Então o

professor... não é tá aqui só o professor, né? o aluno ta aqui só o aluno. Cinqüenta por

cento o aluno... papel do professor, o papel do aluno.

E: Ahã...

P3: Isso só é válido se o aluno fom bom... ajudar

E: Mais... mais especificamente, quais seriam as tarefas do aluno?

P3: Huuum... eh... deixe eu ver... buscar em casa informação nova eh... buscar

informação, eu acho. Basicamente... entender o professor mas...

E: Certo, certo. Como você procura suprir – a gente sabe que alguns alunos apresentam

problemas, né?

P3: Uhum...

E: de... de bloqueios pra língua estrangeira, de dificuldades de aprendizagem. Como

você procura suprir esses problemas?

P3: Eu procuro trazer dados que eles possam trabalhar em casa, assim

E: Ahã...

P3: ...uma música que eles possam relaxar um pouco, entendeu? Acho que...

E: Interessante isso. Você usa jogos também, não? Eu tenho uma amiga que faz uma

pesquisa sobre jogos, né? e... num sei (trecho incompreensível)

P3: Putz! Eu gosto de... assim, porque eles gostam muito de jogos, porque tem a

tensão... eles adoram. Nem que for pra ganhar uma bala, mas eles querem ganhar.

E: Certo...

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P3: Então acho que eles se empenhariam mais assim, então... mesmo no... na

metodologia buscar alguma coisa no jogo... Ah, o menino é louquinho vai repetir

quem... quem repetir mais certo... as palavras ganha tal coisa. Pras vezes... pra eles se

sentirem empolgados, assim.

E: Certo. É, talvez esses dados sejam interessantes não só pra minha pesquisa, mas há

uma amiga que trabalha especificamente com o jogo, né? Por isso to te perguntando,

né?

P3: Certo.

E: Então... pra basicamente pra suprir as necessidades do aluno você procura fazer esse

tipo de atividade.

P3: Isso. Jogos, trabalho em pares pra eles se sentirem mais confortáveis, né?

E: Ahã... Eh... De que modo você corrige os erros do aluno durante a repetição? Você

segue o manual de metodologia, ou seja, você pede a um segundo aluno que repita a

mesma frase, depois retorna...?

P3: De início sim. Não dessa maneira de eh... duas chances pro aluno, volto pro outro

aluno (???), volto o material tudo de novo. Não. Eu vejo que ele na conseguiu, não vai

conseguir e assim, se ele na teve como...né? Ele não absorveu a informação que cê

passou, eu acho... vai... pedir prum aluno... eu sempre peço pra sala explicar, ou pro

aluno reptir mais de uma vez, duas, três... caso não for... eh, não for... não funcionar

com o aluno eu acho que vale explicar de novo pra ele, não tem problema, assim. Mas a

metodologia mesmo eu... num sigo... direitinho (risos)

E: Certo. Entendo. Eh... De que modo seus alunos reagem à... à forma de corereção que

você adota. Você acha que a reação é positiva?

P3: Hoje em dia eles tão acostumados. De início eles se sentem intimidados.

E: Ahã...

P3: Tem um aluno que o... Rodrigo ele... tem muita... ele, na verdade eu acredito que é

um problema... não falta de interesse dele, mas eu acho que ele tem um tipo de

dislexia... alguma coisa que... faz com que ele viva no mundo da lua...

E: Ok...

P3: ...então ele às vezes ele fica parado, ele não consegue falar, e ele se sente

intimidado... apesar de... apesar de, né? conversar muito mas ele...

E: Tentar manter uma relação...

P3: Manter... às vezes eu acabo nem forçando tanto esse tipo de... não, repete! Repete!

Não, reprete de novo!Não. Eu acabo nem forçando pra não deixar ele mais intimidado

ainda. Vejo que não vai dar certo, depois eu chamo ele e tal...

E: Correto.

P3: Né?

E: Uhum, correto. Eh... Existe algo que você modificaria na metodologia se tivesse a

possibilidade? E o que seria isso/

P3: As figuras.

E: As figura? Porquê?

P3: A roupa dos personagens. (risos)

E: Ahã.

P3: Não, to brincando! Mudaria... essa forma... mecânica de...

E: Vcoê considera mecânica...

P3: Considero. Muito...

E: Eh... o que te leva a, a... a classificar como mecânica? Interessante essa tua

classificação.

P3: Todo mundo centadinho, olhando pro professor, olhando pra tela. Repete! Agora...

E: Uhum...

P3: ...Repete você também! Tarãrãrã. Ah, agora a gente vai fazer tal coisa... acabou a

lição? Então vamo voltar tudo de novo!

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E: Uhum...

P3: Eu acho isso muito maçante.

E: Você acha que eles sentem isso assim...

P3: Sentem.

E: Massante...

P3: Sentem... inclusive já... há reclamações de que as aulas são monótonas... não é so

minha, é de um aluno meu...

E: Ahã...

P3: De aluno de outros professores... cê deve saber disso, né?

E: Ahã...

P3: ...e... parte que eu credito ao método

E: Uhum, uhum... eh... bom... que tipo de aluno... vamo falar do, do aluno ideal... Que

tipo de aluno você classifica como o bom aluno?

P3: Bom aluno!?

E: É.

P3: O... empenhado, o esforçado. Nem tanto pelas notas. Acho que nota num... vale

assim. Prova pra mim é... injusto pra caramba com a pessoa. (risos)

E: Uhum...

P3: ...mas acho que o empenho do aluno, principalmente.

E: Ahã...

P3: ...o aluno ir buscar, e fazer as lições em dia... uma disciplina, é um... aluno

disciplinado eu acho que... é o mais empenhado, o que acho que é o bom mesmo...

E: Certo...eh... tô praticamente terminando a entrevista, só... pra te perguntar... eu acho

que já ficou um tanto... assim... durante a entrevista colocado, mas, enfim... você segue

a metodologia à risca ou existe algum passo da metodologia que você deixa de fazer, ou

faz em menor grau... né?

P3: Eu tenho algu... as minhas turmas são turmas pequenas, né? três, quatro alunos,

máximo cinco alunos...

E: Ahã...

P3: ...o que eu faço é... na repetition, com já é... uns dois alunos já repetiram durante a

explicação...

E: Uhum...

P3: ...eu acabo pulando a repetition “A”, passo só pra “B”, né? internalization...

E: Uhum...

P3: ...e cortar os drills, só.

E: Cê corta os drills...?

P3: e... gramática... dizem que você tem que ler e pedir pros alunos lerem os exemplos...

E: Uhum, uhum...

P3: ...eu já prefiro... bolar outra explicação...

E: ahã...

P3: ...deixar como referência só a gramática.

E: Ahã. Porquê você corta os drills?

P3: Porque é maçante pra eles...

E: Maçante? Você acha maçante?

P3: ...os números, num... num primeiro, um segundo... eu acho muitos drills.

E: Muito...?

P3: Muito, muitos drills... assim, eu acho que o ideal uns três ou quatro...

E: Uhum...

P3: ...Não toda aquela lista de drills que eles precisam fazer.

E: Certo. Eh... Você trabalha como aspectos culturais do... dos povos de língua inglesa

em sala de aula?

P3: Uhum... Sim, eu... eu gosto muito de comparar o americano com o britânico...

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E: Ahã...

P3: ...inglês americano e o britânico porque eles se interessam... ah, gírias, mais alguma

coisa que tenha a ver com a lição... ah! Coisa que me bate na hora assim eu acabo

falando...

E: Certo...

P3: Tipo... trabalho mesmo de... nunca fiz nenhum tipo de trabalho, assim de dar alguns

cartazes...

E: Mas você trabalha um pouco essa coisa da, da variedade lingüística...

P3: Da variedade... Ah, você sabia que em tal lugar... se fala assim?

E: Ahã...

P3: ...desse tipo...

E: Ahã... e eles gostam disso?

P3: Gostam, sempre... ah, mas porquê que fala quarter [ ] e quarter

[ ]?

E: Ahã...

P3: Ah, porque... assim... porque às vezes eu também, eles falam, né?

E: E esse tipo de coisa o material na fornece, é coisa... que você traz...

P3: Isso. Coisa que eu trago.

E: Certo. Eh... pra finaliza, ultima pergunta, seguinte... eh...eu vou colocar alguns,

alguns teóricos, né? eles apontam que... ao aprender outra língua, né? o aluno também

entra em contato com... outra ideologia, né? cê concorda com essa afirmação?

P3: Não.

E: Não?

P3: Não concordo.

E: Porquê você não concorda?

P3: Não concordo porque... muitos, muito alunos num deve ser isso pra, vai, pra todos.

E: Ahã...

P3: Muitos alunos nem sabem, né? sabem porque tão fazendo inglês mas... muitos

precisam, assim, por causa do emprego apenas, né? então vai naquela, né? vão tirar meu

emprego... ou senão a mãe que tá pagando, então não tá nem aí mesmo...

E: Ahã...

P3: ...apesar de que um ou pouco se interessa mesmo pela... língua a fundo, sobre

cultura e ideologia...

E: Certo.

P3: ...num acredito que funcione com todos não...

E: Você acha então que ensinar, ensinar língua não... não tá necessariamente colado ao

ensino ideológico, a botar em contato com a ideologia.

P3: Não.

E: Tá certo. Mariana... te agradecer, pedir desculpa por tomar seu tempo... e com certeza

a entrevista vai ser muito útil pra pesquisa, ta bom? Muito obrigado.

P3: Brigada...

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RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS

Questão 1-O que levou você a estudar inglês?

Necessidade em primeiro lugar. A empresa onde trabalho “exige” o inglês e então

procurei uma escola.

É uma ferramenta necessária para o meu trabalho.

Necessidade de mercado e satisfação pessoal.

A necessidade de se falar mais um idioma nesse mundo cada vez mais globalizado. E o

inglês por ser o idioma mais falado é considerado o mais necessário em nosso

currículos.

O que me levou, foi que para meu futuro, as profissões que pretendo fazer como

jornalismo necessita muito desta língua, resumindo para o mercado de trabalho.

A necessidade de obter uma chance melhor no mercado de trabalho e também a nível

cultural, pois é uma língua falada no mundo o que nos dá uma perspectiva de poder

falar com várias pessoas no mundo inteiro.

Meu marido me incentivou e eu gosto muito do idioma.

1 – Pelo prazer de conhecer o idioma

2 – utilização do conhecimento adquirido na vida profissional e pessoal.

Ter conhecimento de uma ou mais línguas é muito importante para quem deseja

permanecer no mercado de trabalho.

Um segundo idioma torna-se um diferencial na hora de optar por um novo emprego.

Gostar da língua

Ter vontade desde pequena

Ter facilidade com a língua

Curiosidade, necessidade devido a globalização do inglês, ser uma língua universal e

necessária ao cotidiano de qualquer pessoa

Várias vezes tentei estudar Ingles, porém agora tive que me aplicar mais pois necessito

desse idioma no meu trabalho.

Por causa do sucesso profissional

Desde quando eu me conheço por gente, eu amo inglês. O fato de algum dia poder

conversar com pessoas de outros países sem intérprete, ouvir uma música e saber o que

estão falando ou conseguir assistir a um filme sem legenda simplesmente me fascina.

Inglês é uma língua universal, é a língua mais falada em todo o mundo, importantíssima

nos dias atuais.

Eu comecei muito cedo, aos 10 anos, meus pais que me matricularam, fiz quatro anos

em outra escola e resolvi sair, esse ano voltei por vontade propria.

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O que me levou a estudar Inglês foi em primeiro lugar porque gosto da língua e em

segundo porque espero conseguir um emprego melhor com isso.

Comecei a estudar inglês como complemento do curso ginasial, agora o quero para pós

graduação e p/ viajar.

Estou fazendo colegial técnico em informática que exige um certo conhecimento em

inglês, além de que, muitas empresas exigem tal conhecimento

Estudo inglês, pois é importante para o meu futuro.

Para que eu consiga um bom emprego

Meus amigos me falaram que é legal, interessante e faz bem.

Primeiramente o inglês é uma língua, atualmente, em que todos devemos saber, que

para você “conquistar” algo de bom na sua vida, precisamos de muito estudo. Para mim,

o inglês significa o meu futuro.

Primeiro porque eu gosto de estudar essa língua, e segundo porque para arranjar

qualquer tipo de emprego, é preciso saber falar outras línguas, principalmente o inglês.

Vontade de aprender a língua e também necessidade devido a trabalho e estudo.

Questão 2 – O que significa, para você, falar inglês?

Significa conhecimento, cultura e futuramente poderá me abrir diversas portas.

Falar inglês significa conhecer outra cultura sem sair do proprio país, e também um

passo no meu trabalho para eu me destacar.

Significa satisfação pessoal, é saber algo a mais que as demais pessoas.

Significa comunicação global, estar alfabetizado, seguido de um curso superior.

Uma grande oportunidade de conquista um melhor futuro e grandes oportunidades.

Significa me comunicar como já disse , com o mundo todo, fazendo parte do mundo.

Significa muito, profissionalmente etc...

Realização pessoal

É tudo o que mais quero!

Em 1o lugar significa fazer o que gosto e saber que dependendo da área que escolher

poderei utilizá-la.

Aprender, novas coisas, nova, gírias, entender mais sobre tudo

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Significa mais um idioma, daquele mais usados nos negocios como Importação e outros

Hoje é muito importante para fechar negócios

Falar inglês para mim é simplesmente uma sensação de liberdade, de poder me

comunicar com pessoas de outras culturas, outros costumes. É acima de tudo um sonho

que eu estou realizando.

Significa estar em contato ou falar com uma quantidade maior de pessoas ao redor do

mundo

Eu gosto bastante e acho muito importante, não só inglês como outras línguas também.

Falar inglês para mim significa, abrir horizontes ou seja poder me comunicar com mais

pessoas.

Acesso a informação a nível mundial, bem como, entretenimento.

Ter um conhecimento a mais, e fica mais fácil de viajar para outros países, pois a língua

mais falada no mundo

Significa que estou levando a sério as aulas.

Aprender a falar uma nova língua

Significa garantir um futuro estrangeiro.

Falar inglês, é você falar outra língua, compreender outra língua. Você ampliar sua

cultura, e conhecer novas nações, novas pessoas.

É poder estar na frente de muitos na hora de arrumar um emprego. E abre novos

horizontes.

Poder me comunicar com todos.

Questão 3 – Qual a sua opinião a respeito do método utilizado em sua escola?

Eu particularmente gosto muito do método, mas não posso opinar muito por que nunca

estive em outra escola antes.

O método é muito bom e com ele já aprendi bastante.

Acho que é falho, pois não acho correto o modo como ministram as aulas, entregam as

situações depois que o professor explica, me sinto as vezes perdida.

Ótimo. Os recursos multimídia é fundamental para o aprendizado. Mesmo porque

muitos já estão cansados devido a outras atividades, então, é importante sair do

tradicionalismo p/ ter efeitos positivos.

Minha opinião é que ela é boa, embora que ela fica focada muito nas “historinhas” e

poderia ser mais aberto.

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Bom, mas acho que poderíamos falar mais sobre temas livres, conversando em inglês

como em português.

Gosto muito.

Aprovo o método utilizado

Não aprovo muito, porém no momento é o que consigo bancar. Sinto falta do “CD”

onde poderia levar no carro por exemplo.

Bom. Com as situações que explicam bem o vocabulário

Acho que falta um pouco de conversação pois, não treinamos muito a conversa entre o

grupo

Gostei muito. Com esse método parece que a minha inibição começou a desaparecer.

Bom, o método de associar quadros as palavras é bom.

Eu gosto do método usado, já estudei em outra escolas e esse foi o que eu melhor me

adaptei. Embora tenha algumas coisas que poderiam ser mudadas, melhoradas.

Muito bom. Utilizando somente o inglês para o real aprendizado das situações.

Eu gostei bastante, é melhor e até divertido, quando eu entrei nessa escola não sabia

como funciona é bem diferente de onde eu estudava.

Na minha opinião o método utilizado é muito bom.

É o melhor! Parei de estudar inglês por mais de vinte anos e não esqueci a língua, fiz

outras escolas, mas, esse é o melhor método para realmente fixar o conhecimento da

língua, costumo dizer que esse é o método-osmose.

Assim como no (nome da escola) como no COPI o método é muito bom pois o aluno

aprende

Bom e claro.

É muito interessante

É diferente, pois lá eu só aprendo a estrutura, aqui eu aprendo a falar e escrever melhor

Eu acho bom, porém poderiam ampliar mais o estudo na conversação, pois a coisa do

inglês que mais usamos é a fala.

Sinto que aprendo bastante a cada aula, não é uma aula “massante” e treinamos muito

conversação. Mas sinto falta de escrever mais e de gramática, que é tão importante

quanto saber falar.

Apesar de não conhecer outro metodo de escolas de inglês, achei esse muito interessante

e me parece ser o mais correto e eficiente.

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4.

4.1) Seu professor ministra as aulas

( a ) somente em inglês (16)

( b) parte em inglês, parte em português (09)

a

64%

b

36%

4.2) Dê sua opinião quanto ao item 4.1

As aulas são ministradas somente em inglês e com muita competência pelo “teacher”.

Aulas somente em inglês é muito bom pois no dia a dia na temos essa oportunidade de

interagir com o idioma.

Ministra as aulas em inglês

Parte em inglês, parte em português. 90% da aula tem que ministrada em inglês os

outros 10% em português para os iniciantes, senão fica impossível gerar entendimento

aos alunos. Nos estágios avançados tem que ser somente em inglês.

Pois ele só fala em inglês, sendo que quando nós falamos em português ele contorna e

pede para nós falarmos em inglês.

Nas aulas, meu professor é muito atento e está sempre disposto a tirar nossas dúvidas,

sempre nos fazendo falar e pensar em inglês, ás vezes é difícil não falar algo em

português, mas buscamos sempre o inglês.

Acho interessante, pois precisamos acostumar com a língua.

O fato do professor ministrar as aulas quase todo o tempo em Ingles, tem nos auxiliado

e aprimorado a conversação

Penso que poderia sair pouco do método proposto; e trazer diversidades

O modo ao ser passado o conteúdo é muito bom, pois o professor explica tudo em inglês

exceto que nós não entendemos que ele é “obrigado” a traduzir.

O professor fala bastante em ingles, mas acho que os alunos acostumaram a perguntar

em portugues, o que é ruim

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Ministra somente em ingles, e eu acho isso muito interessante pos aprendo mais

palavras novas e como pronuncia-las a cada aula.

Somente em inglês torna uma convivência em ambiente onde pensa-se e fala-se em

inglês.

Eu acho interessante o fato de meu professor ministrar as aulas somente em inglês. No

começo eu me assustei um pouco, mas depois eu percebi que sou capaz de entender

mais coisas em inglês do que eu imaginava.

As aulas devem ser ministradas em inglês, para que o aprendizado seja maior.

A maior parte do tempo é em inglês, quase a aula toda, mas tem uma coisa ou outra que

as vezes é necessário dizer em português.

As aulas ministradas somente em inglês faz com que os alunos se esforcem mais para

entender o que o professor está falando.

Somente me inglês. Acho que é assim que deve ser, para acostumar seu ouvido

(exercitá-lo).

É melhor em inglês e português, pois existem alguma dúvidas que são difíceis de

entender se explicadas em inglês

As vezes é necessário dar uma explicação em português, mas a maioria da aula é em

inglês.

Eu acho que as frases não entendidas devem ser explicadas em português

Os dois, pois falamos inglês, mas poucas vezes, tiramos dúvidas em português

Isso eu acho muito bom, pois assim, conseguimos compreender quando as pessoas

falam, o que falam. Quando formos falar com algum estrangeiro, já compreendemos um

pouco como falam.

A maior parte é em inglês, o que acostuma o aluno a entender melhor a língua.

Quanto ao que é falado em português, na prejudica o desenvolvimento.

No início é um pouco complicado, com o passar dos níveis é muito bom.

Questão 5 – Como você avalia o seu desempenho nas aulas?

Graças a Deus até o momento estou indo bem e por enquanto não estou tendo

dificuldades.

Eu tenho um desempenho muito bom procuro me esforçar ao maximo e consigo tirar

boas notas.

Não estou me saindo muito bem, acho que devo me dedicar mais.

Se tiver que me dar uma nota de 0 a 10, daria 7. No dias de hoje tem que haver muita

disciplina para conciliar todas atividades e tarefas com ANIMO e determinação.

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O meu desempenho é muito bom, só as vezes que tenho dificuldade em falar e entender

algumas coisas.

Regular pois acho muito difícil entender quando escuto o inglês falado nos exercícios

(vídeo) e não consigo articular bem as palavras o que quero dizer

Sou um pouco reservada, preciso me soltar mais; tenho medo de errar na hora de falar.

Embora tenho consciencia das dificuldades considero o meu desempenho razoavel

Não sou muito dedicada, Inglês para mim nunca foi levado a sério. Penso que seja esse

meu grande problema em aprender

Muito bom. Mesmo tendo facilidade, alguns pontos ainda são complicados, porém com

a explicação de todos os professores q já tive até hoje fica muito mais claro.

Satisfatorio, nem o melhor, nem o pior, afinal acho que não me esforço muito.

Regular. Poderia ser melhor se eu tivesse mais tempo para me dedicar aos estudos e ler

mais

Regular; pois estou sempre sem tempo para realizas as tarefas antecipadamente.

Eu acho que o meu desempenho é bom, como aluna que sou, tenho erros e acertos.

Tenho dificuldades principalmente na parte auditiva, mas tenho consciência de que

preciso treinar sempre.

Acho que na hora da prova, dá pra perceber meu empenho.

O meu desempenho na s aulas eu acredito que esta sendo muito bom, estou aprendendo

bastante.

Meu desempenho é bom (porque eu me aplico).

Não me julgo um mal aluno só me excedo algumas vezes

Bom.

Eu vou bem em tudo, menos matemática

Bem, eu vou bem, menos em Português, é meio difícil

Eu acho bom, pois eu sempre tento me empenha e me entreter em toda as aulas. Pois

acho, que isso é muito importante pra mim.

Bom. Tento dar o máximo de mim a cada aula.

Nos primeiros níveis foram regulares, agora estão melhorando.

Questão 6 – Como você lida com os seus próprios erros?

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Fico Estudando meus erros para tentar consertá-los e não me preocupo muito com eles.

Erros são normais, mas eu não me acomodo procuro estudar o que errei

Acho que errar faz parte de qualquer aprendizado, não tenho problemas com isso.

Procuro em 1o lugar identificá-los, depois procuro meios de corrigi-los, me

aprofundando na teoria referente.

De uma forma normal, sendo que as vezes me sinto “mal” achando que não sei “nada”.

De maneira irresponsável, pois quando erro não volto a fazer novamente para acertar e

isso me prejudica muito.

Aceito; preciso de mais tempo para estudar em casa.

Com muita naturalidade

Fico super envergonhada! Porém logo penso! Se não der dessa vez, tento na proxima

Bem, mesmo quando aparecem algumas dificuldades somos incentivados a estudar.

Tento refazer, entender e buscar a solução

Eu aprendo com eles

Eu verifico quais são e procuro estudar até ao tê-los mais.

Para ser bem sincera eu não gosto muito, porque na maior parte das vezes são erros por

causa de falta de atenção e não porque eu não sabia a matéria

Temos que agir com naturalidade, procurar a partir dos erros tentar consertar para

melhorarmos.

Eu tento me corrigir, e percebo quais são as minhas maiores dificuldades.

Eu lido com os meus erros tentando corrigilos e me aperfeiçoando cada vez mais.

Quando erro, procuro repetir e rever a lição e treinar algumas vezes mais.

Eu tento corrigí-los e me aprimorar

Depende dos erros. Alguns fico muito chateada principalmente por não dar para voltar

atrás, mas outros eu nem me importo muito.

Corrigindo-eles

Eu tento achar eles e concertá-los, se eu não consigo, tento denovo

Acho um pouco normal, pois afinal, todo mundo erra. Com base nos meus próprios

erros, tendo melhora-los , para que não possa errá-lo mais.

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Aprendo muito. Quando cometo algum erro, tenho certeza de que não o farei de novo.

Sem cobranças e tento não cometê-los novamente.

Questão 7

7.1 – Como seu professor corrige seus erros durante a aula:

A - Lhe dá uma

segunda chance

28%

B - Pede para uma

colega seu fazer

uma atividade igual

ou parecida e

depois lhe dá outra

chance

4%

C -O próprio

professor lhe

corrige depois, em

particular

4%

D - O próprio

professor lhe

corrige,

imediatamente após

o erro

44%

não respondeu

4%

dupla resposta

16%

7.2 – você se sente à vontade quando é corrigido dessa maneira?

Claro que sim. Acho muito importante essa correção.

Me sinto muito à vontade.

Sim, pois estou em sala de aula para aprender.

Acho que e a melhor forma de aprendermos. Me sinto a vontade desta forma.

Sim, acho muito bom.

Sim, pois quando ele nos dá uma segunda chance ele faz com que entendamos o

exercício.

Sinto; pois assim aprendo de imediato.

Muito à vontade

No geral, gosto de ser corrigida!

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Bom, pois assim podemos corrigir na mesma hora e entender o por que erramos.

Sim, pois estamos na aula para aprender e é normal errar

O professor me corrige de imediato e eu me sinto muito a vontade, pois para isso eu

estou aqui, estou para aprender com meus erros.

Sim, isto força-me a corrigir e entender.

Sim, me sinto à vontade, se eu estou aprendendo, não acho que eu tenha a obrigação de

acertar tudo. E gosto de ser corrigida após meu erro, isto me mostra exatamente onde

estou errando.

Sim, porque procuro treinar audição ouvindo a voz de outro aluno.

Sim, pois eu vejo que eu errei, quais são meus erros, se fosse depois talvez eu nem me

lembrasse mais

Sim, pois o ambiente na sala é descontraido e não faz com que a pessoa se sinta

envergonhada com nada.

Sim. Preciso saber onde estou errando no momento em que erro.

Me sinto, pois é melhor

Sim.

Sim

Sim, pois posso compartir os erros com a classe, podemos corrigir juntos.

Sim, pois estou aqui, exatamente, para aprender.

Sim. Acho ótimo quando o professor não deixa passar nenhum tipo de erro.

Sim.

Questão 8 – O que você acha das situações (“situations”) vistas em aula?

Acho muito bom, no que ajuda a aprendizagem.

São situações do dia a dia que podemos treinar em casa, no trabalho, etc. Muito bom.

Tem coisas que muito chato, mas são situações que vivemos no dia a dia.

Acho muito interessante, inovadora e produtiva.

Acho muito interessantes, pois são situações do dia a dia

São muito boas, pois são situações comuns do dia-a-dia.

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Acho tudo normal. A aula é muito legal.

São situações que enriquecem o conhecimento e vocabulário

“Massantes” As conversas e diálogos sempre são os mesmos.

Bem explicadas e com palavras que podem ser utilizadas no dia-a-dia

Algumas são chatas e perdemos tempo repetindo coisas básica, mas no geral elas

funcionam

Acho-as interessantes e muito atuais

Tem muitas “situations” do dia-a-dia, isto é bom.

São aparentemente inocentes, sem importância, mas se colocados para a nossa vida

cotidiana, conseguimos entender qual era a intenção dos “situations”.

São interessantes, para que aumentemos nosso vocabulário.

Eu acho super legakl, é até melhor para fixar, você vê as situações e logo entende do

que está sendo falado, é bem divertido

Eu gosto das situations e acho que mostram sistuações que realmente fazem parte do

nosso dia-a-dia.

Gostaria que as “situations” fossem mais longas, com mais diálogos.

São boas exceto por alguma vozes irritantes de alguns personagens

Chatas e sem muita lógica.

Eu acho que está correto

Não gosto muito, pois as falas vêm em som ruim, por causa do som posso me

prejudicar.

Acho legal, mas acho que devíamos mudar também um pouco a rotina. Não só

“situations”, mas texto. Mudar um pouco.

Apresentam um bom vocabulário e nos ensinam uma pronúncia boa.

São básicas, mas trazem um bom vocabulário.

Questão 9 – Qual a relevância, para você, das situações (“situations”) estudadas

em sala de aula? Justifique.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

As situations são muito relevantes pois como disse na pergunta anterior usamos no dia a

dia.

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Acho que são situações cotidianas do dia a dia, situações que vivemos a cada instante,

acredito que seja importante aprender um idioma desta forma.

Através deste método podemos vivenciar na pratica situações parecidas, aumento o

aprendizado.

De uma grande importância pois são situações que sempre serão usadas no dia-a-dia.

Tem muita importância para mim porque situações do dia a dia faz com que eu aprenda

de um modo mais fácil.

Bom. De acordo com o nosso nível é o que se estuda e se fala na sala.

São relevantes e adequadas ao metodo aplicado.

Não são relevantes! Já estudei em escolas que apresentavam textos bem mais difíceis

de ordem cientifica por exemplo. Eu era obrigada a Estudar

De vez em quando aprendemos algumas palavras que dificilmente usaremos. Porém a

maioria das palavras e da gramatica com certeza a usaremos.

Você aprende novos vocabulário, o que é muito bom, mas acho também que algumas

palavras devem ser mostradas a grafia também nas “situations”

As situações estudadas em classe levam-nos a lidar com parecidas que enfrentamos

quando formos a um pais de lingua Inglesa.

Estas “situations” são normais.

Elas têm me ajudado muito, sempre me vejo em uma situação parecida c/ as vistas em

sala.

É importante; pois aumentamos nosso vocabulário e aprendemos sempre cada vez mais.

Acho que nada, eu gosto (se foi isso que eu entendi)

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

São relevantes por introduzirem novos conhecimentos e vocabulário (quotidiano).

Elas dão uma noção de como se falar corretamente

É importante, mas as histórias poderiam ser mais percepitivas e claras.

São importante para a gente aprender

Aprender, pois é bom aprender.

Para mim é muito bom, porque assim, vou estudando os meus conceitos, ou seja, vou

exercitando a minha audição, em relação às flas das pessoas.

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É muito importante. Constantemente lembro das “situations” quando vou falar inglês.

Ela nos ajuda a guardar melhor o vocabulário.

Formam uma boa base para o aprendizado.