reporter do marao

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Vinho do Porto entra em declínio se o Douro não tiver juízo * Edição escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico * Nº 1238 | Quinzenário | Assinatura Nac. 40€ | Ano 26 | Diretor: Jorge Sousa | | Edição:Tâmegapress | Redação: Marco de Canaveses | 910 536 928 repór ter do marão do Tâmega e Sousa ao Nordeste 26 mai - 08 jun’10 Sousacamp 'Rei' dos cogumelos quer vender à Europa Empreendedorismo Porta-pens dá prémio a alunos de Amarante Misericórdia de Felgueiras Nova unidade de cuidados continuados Dívida ultrapassa 12 milhões Mesão Frio à beira da falência António Barreto o filho pródigo

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Maior jornal regional de Portugal | Distritos de Porto, Vila Real e Bragança | Marão, Tâmega e Sousa

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Vinho do Porto entra em declínio se

o Douro não tiver juízo

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repórterdomarãodo Tâmega e Sousa ao Nordeste

26 mai - 08 jun’10

Sousacamp

'Rei' dos cogumelosquer vender à Europa

Empreendedorismo

Porta-pens dá prémioa alunos de Amarante

Misericórdia de Felgueiras

Nova unidade de cuidados continuados

Dívida ultrapassa 12 milhões

Mesão Frioà beira da falência

António Barretoo filho pródigo

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O s vinhedos perfilados e a perder de vista são, para António Barreto, sinónimos de uma fami-liaridade que se impõe como natural. “Conheço

o Douro como residente quase natural. Eu vivia na Ré-gua, em Vila Real, andava por aí.” Filho, neto e bisne-to de viticultores durienses, o conhecido sociólogo tem no Douro um berço afetivo que lhe suscita o mais eleva-do interesse. “A minha vida com o Douro é mais do que dupla, é tripla.”

Aos 67 anos, o conhecido sociólogo confessa que, findos os tempos de meninice, sentiu o desejo de evasão. “Era o adolescente que se quer ir embora, que quer ver o mundo.” Por isso, o Douro nem sempre o atraiu por ser “um buraco fechado”. “Tinha os meus 16 ou 17 anos e queria ir para lá do Marão. Fugi para o Porto, Coimbra, Suíça e não foi só por razões políticas, foi porque queria sair.” No regresso a Por-tugal, voltou à região para fazer campanha eleitoral. “Olhei para o Douro de uma maneira diferente, como adulto, como exilado que regressa.”

Adepto fervoroso das viagens de comboio, António Bar-reto envolveu-se na causa da linha do Douro, considerando a sua recuperação “um projeto de vanguarda que acautela o desenvolvimento económico, cultural e do turismo em me-lhores condições do ponto de vista ambiental”, escreveu na altura. Hoje critica a “fealdade das construções na Régua, no Pinhão”.

“Estão a fazer pressão para construir mais uma autoes-trada em Vila Nova de Foz Côa e no Pocinho. A própria auto-estrada da Régua podia ter sido pensada de outra maneira. Quando se olha para ela do outro lado do vale é uma mancha de betão que não há nada a fazer, podem pintar como qui-serem. Aquilo é uma pura agressão neste vale, mas não é a única.” Os durienses devem perceber que é “preciso muito cuidado e seriedade” na preservação daquilo que têm e uma atenção redobrada com o turismo. “Se querem continuar a pôr betão em cima das vinhas, a construir edifícios de 15 an-dares em cima do rio, se querem continuar a fazer isto, des-troem o Douro. As pessoas deixam de vir e o turismo não só estraga o que está como, depois, se vai embora.”

António Barreto é autor de uma vastíssima bibliografia, sendo os livros “Um retrato do Douro” e “Douro” compila-ções do seu conhecimento sobre a região. Apaixonado por fotografia, o sociólogo visitou o Douro “muitas vezes sozi-nho, com a máquina fotográfica e é outra maneira diferen-te de olhar”. Com a rodagem de “As Horas do Douro”, docu-mentário que fez com Joana Pontes, aprendeu mais. “Com o cinema, tem que se escolher um ponto de vista. Interessei-me por certas coisas quase microscópicas que me interessa-va menos no passado.” O olhar cinematográfico obrigou-o a questionar-se com frequência: “como vou mostrar o objeto? Estou a olhar para dizer de que lado é que o vou filmar, como é que o vou exprimir, como é que lhe vou dar voz.”

António Barreto: o fi lho pródigo do Douro

Percurso formativo: Escola Primária e Liceu em Vila Real;

Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra; Faculdade de Ciências Económicas e Sociais da

Universidade de Genebra, onde se licenciou e doutorou em sociologia

Percurso profissional:Professor de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

da Universidade Nova de Lisboa; investigador do Gabinete de Estudos Rurais da Universidade Católica Portuguesa, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa; participou nos encontros de reflexão sobre a evolução da sociedade portuguesa na Casa de Mateus; colunista na imprensa escrita e documentarista televisivo. Exerceu as funções de Secretário de Estado do

Comércio Externo, Ministro do Comércio e Turismo e Ministro da Agricultura e Pescas. Em 2009, foi nomeado presidente do Conselho de Administração da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

O portal de dados Pordata é da sua autoria.

Page 3: Reporter do Marao

Patrícia Posse | [email protected] | Fotos: P.L. e J.S.

António Barreto: o fi lho pródigo do DouroH á muitas décadas que a vida

da região é o satélite da pro-dução vinícola, mas o Douro

sobrevive sem representantes. Falta al-guém que “fale em nome dos pequenos proprietários”, o que gera uma situação de “enorme fragilidade”. Este problema “muito sério” assenta num desequilíbrio entre os comerciantes, “que constituem um grupo muito forte”, os novos produ-tores de vinhos de qualidade, “que são pequenos ou de média dimensão e têm

os seus representantes”, e “uma miríade de 20 a 30 mil pequenos lavradores”. Do ponto de vista da representação, a Casa do Douro “não tem real existência”, o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto “é do Estado”, por isso “não há quem re-presente o Douro”. “Se continuar assim muitos mais anos, os durienses vão so-frer as consequências”, sentencia.

A concorrência que existe dentro da própria região também não ajuda. “Qua-se ninguém pensa o Douro no seu con-junto. As câmaras municipais – cada qual puxa para si –, dificilmente se entendem entre elas, além disso são de partidos di-ferentes, o que não ajuda muitas vezes.”

Apesar dessas vicissitudes o Douro nunca será um feudo de exportadores. “Pode ser que haja divisão de proprieda-de e terra abandonada, como já há. Mas o facto de muitas famílias guardarem um bocado de terra e terem aquele interes-se permanente de cultivar a sua vinha, creio que isso não vai morrer assim de um dia para o outro.” E quando se pro-

pagandeia o carácter do Douro, Barreto preconiza que “não é uma questão mís-tica”. “Fazer qualquer coisa aqui é sem-pre difícil, então há 50 ou 100 anos, era muitíssimo mais.” Daí a analogia com os amores impossíveis: “quando uma pes-soa se apaixona e sabe que é impossível é uma verdadeira paixão e para ter resul-tados tem que fazer um enorme esforço, tem que se abdicar de coisas.” Quando se fala do Douro, a palavra paixão “vem sempre ali”. “O Douro tem muito carác-

ter e isso depende desse trabalho. Se isto fosse tudo lisinho, direitinho, só semear, colher e andar para a frente, certamente não se falava tanto do carácter.”

Na memória cabem-lhe os aromas, o empenho e as alegrias da época das vin-dimas. “Há 30 ou 50 anos, o Douro era uma animação e uma agitação colossal. Ouviam-se as mulheres e os homens a cantar do outro lado no vale, que tam-bém estavam a fazer uma vindima. Ha-via rogas com dezenas e dezenas de pes-soas.” Os caminhos estreitos e o subir e o descer com os cestos tornavam todo o processo bastante moroso. “Cortava-se durante o dia e viam-se luzes na noite fora, onde havia pessoas a pisar o vinho. Hoje, ninguém faz o vinho na sua quinta, tudo leva para as grandes empresas ou cooperativas.” Presentemente já não há homens a subir 300 metros com 70 quilos de uvas às costas nem o cheiro do vinho nas ruas. “Passava na Rua dos Camilos e cheirava a mosto, hoje não.”

Os novos socalcos e o cultivo de vi-nhas ao alto “também estão a pôr proble-

mas novos”. “A meu ver, nem todas estas novas re-

alidades parecem ter muito futuro, mas isso está a ser investigado”, considera. Se os produtores investirem nos trilhos da tradição, o porvir do Douro poderá ser bastante auspicioso. “Se soubermos com a ciência preservar o que há de ge-nuíno, muito bem. Se não, vamos acabar por ter o Califórnia Port Wine.” Antó-nio Barreto revela que já experimentou tais produções e que, nalguns casos, be-

beu “tão bom ou melhor que os vinhos do Porto de baixa qualidade”. Como a ciên-cia moderna não conhece metas, Barreto alerta para a importância de respeitar a rusticidade duriense. “Perante a ideia de que isto é tão nosso, tão próprio, tão ge-nuíno, que nada pode alterar isto, tenha-mos juízo.”

Num olhar prospetivo, o sociólogo acredita no desenvolvimento do vinho DOC (Denominação de Origem Contro-lada) e receia que o Vinho do Porto per-ca a sua personalidade, comparando com aquilo que está a acontecer com o xerês espanhol que, em poucos anos, perdeu prestígio e entrou em declínio, por causa “da especulação fundiária e comercial, da baixa colossal de preços e de qualidade”. “Os durienses devem manter a rusticida-de e ter cuidado com o preço, com a pro-dução, com os montantes de produção. Já houve anos em que, de repente, apa-receram 150 mil pipas, incluindo a res-ponsabilidade da Casa do Douro. Se não se fizerem maluqueiras, é provável que o Vinho do Porto ainda dure décadas.”

'Não há quem represente a região. Os durienses vão sofrer as consequências'.

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O empresáriotransmontano que pôs os portugueses a comer cogumelos

D escobriu os cogumelos nas prateleiras dos hi-permercados franceses. Tinha apenas 17 anos. Vinte e três anos depois já tem fábricas em

Vila Flor, Mirandela, Paredes e Espanha e está a termi-nar as unidades de Vila Real e Sabrosa. Quando todos os projetos estiverem concluídos terá criado centenas de postos de trabalho e concretizado um investimento de 100 milhões de euros.

A aventura começou aos 17 anos e depois de ver cogu-melos à venda em hipermercados em França. Foi duran-te umas férias em que partiu à boleia pela Europa. “Vi os cogumelos nas prateleiras, coisa que cá em Portugal ainda nem se imaginava. Achei piada àquilo e comecei a investi-gar”, afirmou Artur Sousa ao Repórter do Marão. E foi as-sim que, em 1987, passou do curso de Eletrotecnia no Ins-tituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) para um centro tecnológico, na Holanda, para estudar cogumelos.

Dois anos depois, submeteu o primeiro projeto aos Fundos Comunitários e construiu a primeira fábrica na sua terra Natal, em Benlhevai, concelho de Vila Flor, dando o arranque à Sousacamp.

“Comecei com quatro funcionários e a produção era muito pequena”, referiu.

Todavia, o grande problema com que se deparou na al-tura foi o “consumo”. “Ainda não se consumiam cogumelos em Portugal, por isso, para além de aprender a produzir tive que aprender também a vende-los”, salientou.

Foi aí que a comida italiana, que usa muito cogumelos, começou a estar na moda. Abriram restaurantes, pizzarias. Mais tarde, o produto entrou para os supermercados e hi-permercados.

A unidade de Benlhevai foi crescendo, empregando atualmente 185 funcionários. Aqui a produção anual ronda as quatro mil toneladas por ano e é praticamente destinada à exportação para países como Espanha, França, Holanda, Inglaterra e Alemanha.

À medida que o mercado ia crescendo, começou tam-bém a expandir-se. Primeiro foi para Mirandela, onde adaptou à unidade de produção e transformação de cogu-melos uma parte de embalagem de cogumelos. Com a en-trada no mercado espanhol, decidiu criar uma fábrica de transformação e distribuição no norte do país.

No sul de Espanha, como a marca Sousacamp ainda

não é muito conhecida, Artur Sousa adquiriu uma empre-sa, onde emprega 120 pessoas que produzem essencialmen-te para consumo interno. Seguiu-se Paredes, a unidade que abastece o mercado nacional e o galego e onde trabalham 180 funcionários.

| Atrasos em Vila Real |O projeto da Sousacamp em Vila Real deveria estar

concluído até ao final deste ano. Este foi um dos três proje-tos PIN (Projetos de Potencial Interesse Nacional) apro-vados para o distrito de Vila Real. Mas, já depois do li-cenciamento da autarquia, o empresário descobriu que o traçado da nova autoestrada transmontana colidia com a fábrica na zona industrial o que inviabilizava a unidade.

As obras avançam agora a “velocidade de cruzei-ro”, prevendo que estejam concluídas até 2013. Em Vila Real, está em funcionamento experimental uma uni-dade de produção que irá empregar cerca de uma centena de pessoas. “Estamos a testar e a dar formação aos funcio-nários”, salientou.

Artur Sousa tem grandes planos para Vila Real. Aqui a Sousacamp vai ocupar 10 hectares. Aqui vai criar uma área de investigação, que funcionará em colaboração com a Uni-versidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), uma unidade de transformação, conservas e uma área de prepa-ração de pratos pré cozinhados à base de cogumelos.

A ideia surgiu por causa da crise de que tanto se fala. A ideia do empresário é lançar no mercado, até 2011, uma li-nha de pratos, alguns dos quais serão vendidos a um euro. “Refeições económicas, sofisticadas e de qualidade”, frisou. Artur Sousa diz que os cogumelos estão sempre associados a uma alimentação de qualidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde, os cogumelos encontram-se entre os 12 melhores produtos de consumo.

Quando todo o complexo estiver concluído, a empresa terá criado entre 350 a 400 postos de trabalho. O investi-mento ronda os 60 milhões de euros.

Em curso a Sousacamp tem mais dois projetos. Artur Sousa quer apostar na agricultura biológica. Nesse sentido, vai estabelecer parcerias com jovens agricultores, a quem a sua empresa vai apoiar financeiramente, ceder recursos téc-nicos e equipamentos. Aos jovens caberá produzir de acor-do com o solicitado pelo mercado. “Queria ver se instalava

a t é 2011/2012 cer-ca de 50 engenheiros agróno-mos, espalhados um pouco por todo o norte do país”, frisou.

Em Sabrosa, até ao final deste ano deverá entrar em funcionamento um centro para tratamento de todo o sub-produto das fábricas da Sousacamp, para a sua reutilização e criação de biomassa para caldeiras ou fertilizantes. Aqui o investimento ronda os sete milhões de euros.

| Crescer para a Europa |Artur Sousa quer ser um dos maiores produtores de

cogumelos da Europa. Quando todos os projetos estiverem concluídos, o investimento terá rondado os 100 milhões de euros, terão sido criados entre 700 a 800 postos de trabalho e a produção média anual da Sousacamp será de 25 milhões de quilos por ano.

“Ainda não atingi essa dimensão, mas já me contacta-ram de Londres para ir lá ter uma reunião, para entrar num clube de produtores a nível europeu. Só assim é que podemos ser fortes”, referiu.

Para o empresário, a dimensão traz a força a qual-quer que seja o produto e, por isso, diz que não entende como podem existir 600 associações no país afetas ao sec-tor agrícola. Paula Lima

| Jovem Agricultor em 1992 |Artur Sousa, 42 anos, é casado e tem dois filhos.

Nasceu em Benvelhai, concelho de Vila Flor, onde

chegou a ser o presidente de junta mais novo do

país. Na sua juventude chegou a ser disc jockey

(DJ) e até tocou sintetizador numa banda que ani-

mava festas no verão. Em 1992, ganhou o prémio Jovem Agricultor do

Ano e também o prémio Inovação e Criatividade.

O empresário transmontano gosta de viajar e pra-

tica algum desporto. Gosta muito de golfe e con-

sidera que, hoje em dia, fazer agricultura em Por-

tugal, quando não se consegue rentabilizar, "é um

luxo mais caro que o golfe".

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Paula Costa | [email protected] | Fotos Panoramio e Lusa

Mesão Frio em falência técnicaEntrevista a Alberto Pereira | Vão ser precisos 22 an os para recuperar o 'desgoverno da última década'

C om 12 milhões de euros de dívidas, a Câmara de Mesão Frio está em falência técnica. Vão ser necessários 22 anos para equilibrar as con-

tas da autarquia. Está a ser elaborado um plano de sa-neamento financeiro que vai ser apresentado no final de junho à Assembleia Municipal.

Atualmente, cada um dos 4 800 habitantes do conce-lho de Mesão Frio deve 2 500 euros. Perante a gravidade dos números, há uma constatação que “é simples”, disse ao Repórter do Marão o presidente da Câmara, Alber-to Pereira. Simples, em teoria, porque “na prática é mais complicado”. O autarca passa à explicação: “Simples, só no sentido de chegarmos a uma conclusão quanto ao que há a fazer. Só há um caminho a percorrer: é poupar. As receitas não aumentam até porque o país vive na crise em que vive. O caminho é poupar nas despesas. E estamos a fazer todos os esforços para poupar nas despesas. Posso garantir que neste momento estamos a poupar entre 40 a 50 mil euros por mês em despesas correntes, o que é significativo para uma Câmara que tem pouco mais de 3 milhões de euros de transferências da administração central”.

A situação financeira da Câmara é de falência técni-ca. “Tanto está [nessa situação] que vamos propor à As-sembleia Municipal um plano para o saneamento financei-ro da autarquia. Estamos a elaborar um plano por forma a ser aprovado na Assembleia do final de junho” e depois apresentado ao Governo, adiantou o autarca. A auditoria concluída a meados de abril indica que vão ser necessários 22 anos para equilibrar as contas da Câmara. “São duas gerações de autarcas, na melhor das hipóteses. É muito complicado”, afirmou o presidente da Câmara que critica abertamente o desgoverno posto em prática pelos execu-tivos anteriores. E tem uma explicação simples para tan-tos milhões de dívida. “Gastando muito dinheiro em coi-sas supérfluas: com cargos políticos, com assessores, com chefes de gabinete, com assessores de assessores, despe-sas com telecomunicações, com gasóleo, em avenças des-necessárias que mensalmente levavam milhares de euros à Câmara. Tudo isso foi cortado. Estamos em contenção e a controlar devidamente as despesas. Supomos que esta-mos no caminho certo para controlar o problema”.

| População sem emprego |A dívida “astronómica” é um dos problemas graves do

concelho mais pequeno do distrito de Vila Real. Outros são a elevada taxa de desemprego, das mais altas do país, na casa dos 25 por cento e a baixa qualificação escolar e pro-fissional da população. Os últimos dados oficiais (do Cen-sos de 2001), mostram a existência de uma taxa de analfa-betismo muito significativa: 13,6 por cento.

Num concelho com sete freguesias, a Câmara Muni-cipal é a principal empregadora. A crise nos sectores da agricultura e da construção civil teve grande impacto no concelho, explica Alberto Pereira. “Resolver minimamen-te o problema financeiro da Câmara e controlar o desem-prego” são assuntos a que o autarca diz estar “a dar toda a prioridade possível”. “Fechámos o ano com uma dívida muito superior a dez milhões de euros. Se juntarmos os encargos já assumidos, as empreitadas já adjudicadas, ul-trapassa os 12 milhões”. Nos últimos seis meses, a Câma-ra fez contactos e planos de pagamentos a empreiteiros de forma a pagar dívidas “a médio prazo”.

Atendendo à realidade sócio-económica do concelho, o

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Paula Costa | [email protected] | Fotos Panoramio e Lusa

Mesão Frio em falência técnicaEntrevista a Alberto Pereira | Vão ser precisos 22 an os para recuperar o 'desgoverno da última década'

presidente da Câmara diz ter a noção de que as expectativas para os mais jovens “são ne-gras”. A sustentabilidade da população passa muito pelos apoios do Estado. “Uma grande parte” do concelho vive de subsídios sociais, sejam o Rendimento Social de Inserção ou o subsídio de desemprego. Os números da emigração “são variáveis”, mas todos os anos cerca de 400 pessoas rumam às campanhas agrícolas da apanha do morango e às vindi-mas. “Vão a França cinco a sete meses por ano e trazem mais dinheiro do que ganha-riam aqui num ano. É o que vai valendo”, diz Alberto Pereira. Emigrantes sazonais, vão e regressam. No ano seguinte voltam a partir. Por vezes as idas ficam “apalavradas” de um ano para o outro.

As baixas expectativas, num concelho do interior, muito ligado à agricultura (onde se produz essencialmente vinho), são condicio-nantes estruturais. “As expectativas de vida eram baixas. Na agricultura não era preci-so ter nenhuma carta para se saber pegar na enxada, as pessoas foram-se acomodando e hoje vivemos essa situação dramática” que é a baixa escolaridade. “Ultimamente tem-se apostado fortemente na escola, no combate ao insucesso e abandono escolar, mas no pas-sado não houve esse cuidado” lembra o au-tarca. Além de contornar as dificuldades eco-nómicas do meio familiar, era preciso muitas vezes uma determinação a toda a prova que a maioria não teve. Sou de uma freguesia [do concelho de Baião] em que tinha que me le-vantar às 5 da manhã para ir estudar para Amarante”, contou Alberto Pereira sobre a sua experiência pessoal.

Quanto ao futuro, o turismo é visto como

“a principal escapatória” para aproveitamen-to da paisagem e daquilo que o concelho tem de melhor. E no alargamento de serviços na área social ainda pode haver algum cresci-mento.

| Hotel será a salvação |Se, como está previsto, forem construídas

as duas estruturas hoteleiras, antevê o autar-ca, poder-se-á “estancar a saída de gente jo-vem”. O projeto mais adiantado é o do hotel de seis estrelas, com 42 camas, para Cidade-lhe, a freguesia onde existe um castro clas-sificado como monumento nacional. O auto de implantação da obra fez-se a 18 de maio e as obras deverão começar “dentro de pou-cos dias”. Este projeto começou muito depois do empreendimento turístico que está pre-visto para a Rede, mas está numa fase mais avançada. O projeto do Douro Marina Hotel voltou para as mãos de Mário Ferreira, dono da empresa Douro Azul, que o tinha vendi-do à CS Hóteis. Mário Ferreira esteve re-centemente no local com parceiros suíços na tentativa de arranjar financiamento para ar-rancar com o hotel. O Plano de Pormenor da Rede está aprovado e o Plano Diretor Muni-cipal já prevê essa estrutura para a Rede. A esse nível, “está tudo encaminhado”, acredita Alberto Pereira.

A Câmara já começou a fazer contactos para criar um pólo de formação em Mesão Frio “que vá de encontro às áreas que esses hotéis venham a precisar”. No concelho não existe nenhuma escola profissional, pública ou privada. Há apenas dois cursos de forma-ção na Escola Secundária.

Confrontado pelo RM com a hipóte-se de a fusão de pequenos municípios poder ser uma forma de resolver pro-blemas financeiros e de sustentação económica como os que afetam Me-são Frio, Alberto Pereira rejeita essa possibilidade.

“Agrupar concelhos acho que seria uma situ-ação muito complicada e a história diz-nos que as pessoas não reagiram bem. Considero que isso nunca poderia acontecer porque vai contra o orgulho que as pessoas têm da sua terra, do seu con-celho”, referiu, destacando a impor-tância que atribui às comunidades

intermunicipais e à regionalização. “Eu sou defensor das regiões. Se

tivermos uma região forte, que sai-ba puxar para esta zona, em que todos os concelhos te-nham um objetivo comum, podemos realmente come-çar a resolver os nossos pro-blemas. Agora enquanto pu-xarmos cada um para seu lado…”.

No entanto, admite que “poderia haver um reajus-te” no caso de “pequenas freguesias, com baixa den-

sidade populacional, que foram per-dendo população ao longo dos anos”. Mas teria sempre de ser um processo bem explicado às pessoas.

Presidente da Câmara não concorda com a fusão de pequenos concelhos

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Três dias para desfrutar do anho assado Ainda há no Marco de Canaveses quem o cozinhe em fogão de lenha | De sexta a domingo no largo da feira

Considerado um dos pratos mais emblemáticos da gastronomia do concelho do Marco de Canave-ses, o anho assado com arroz de forno não tem uma receita única. Há algumas variações que dependem de gostos pessoais ou de pormenores que passam pelas particularidades das receitas de família. Mas há alguns pormenores imprescindíveis num genuí-no anho assado com arroz de forno.

Em primeiro lugar, a carne tem de ser de boa qualidade. Um anho criado nos pastos, ao ar livre, que não seja alimentado com rações, dará uma car-ne de qualidade, mais saborosa, fator que é decisi-vo para o resultado final. Outro aspeto fundamen-tal é que o anho seja assado em forno aquecido a lenha e que as assadeiras, pingadeiras ou caçaro-las onde se colocam as batatas e o arroz sejam de barro vidrado. “Se não forem de barro, não fica tão bom”, garante Maria da Conceição Queirós, natu-ral de Soalhães, Marco de Canaveses. Glorinha das Cerdeiras, a mãe de Maria da Conceição, cozinhava para os casamentos que se faziam em Soalhães e foi com a mãe que aprendeu a fazer o anho assado, que antigamente se fazia poucas vezes no ano.

| De iguaria de festasa prato servido nosrestaurantes da região |Era “só nas festas”, por ocasião das comunhões

e da festa anual da freguesia. Hoje é feito com maior frequência. É um prato que se vulgarizou nas ementas dos restaurantes e que se faz com muita frequência, na Páscoa, nos aniversários e noutras festas ou encontros de família.

“Há muita maneira de fazer o anho”, diz Ma-ria da Conceição, numa alusão aos temperos e modo

como é feito o assado, antes de explicar ao Repór-ter do Marão como faz o anho assado para a família. Noutros tempos, o “anho era criado em casa”. Hoje, nas freguesias do concelho ainda há quem crie, mas em menor quantidade.

O anho deve ter meses, no máximo até meio ano de idade. Depois de morto e de ter arrefecido, Ma-ria da Conceição lava o anho com vinho verde bran-co. Depois faz o tempero. “Fica temperado de um dia para o outro com sal, alho, cebola, salsa, colo-rau ou pimenta”.

O tempo que o forno a lenha demora a aquecer depende do tamanho. Um forno grande precisa de duas horas para aquecer. Se for pequeno, metade do tempo. E há que contar que o anho “minga mui-to”. O arroz é mantido na calda, numa caçarola de barro, e as batatas numa assadeira. O anho é pos-to aos pedaços numa grelha por cima e ao assar vai libertando o molho que cai nas batatas e no arroz.

“Se não levar o anho por cima, não fica a saber a anho”. Passada uma hora a porta do forno é aber-ta, os pedaços de anho são virados e ficam no forno mais meia hora. No final, o anho “tem de ficar tos-tadinho”.

Cumpridos os preceitos da receita que apren-deu com a mãe, Maria da Conceição Queirós, que é cozinheira na Casa Formiga, no centro do Marco, deixa uma certeza: “o anho feito noutros sítios não tem nada a ver com o nosso”.

O Festival do Anho Assado e a Feira das Co-lectividades começam sexta-feira, 28, às 19:00, e vão decorrer em simultâneo na tenda instalada no Lar-go da Feira, no Marco de Canaveses. Os restauran-tes Plátano, Leal, Vasco da Gama, Penhadouro e Via Appia vão servir anho assado com arroz de for-no. Nos três dias vão atuar vários grupos de bom-bos, de cavaquinhos, ranchos folclóricos e grupos de concertinas do Marco de Canaveses. No mesmo es-paço vai haver jogos tradicionais e uma mostra dos vinhos produzidos no concelho.

08 26 mai a 08 jun’10

repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I tâmega

Cinco alunos da Escola Secundária de Amarante criaram um projeto, venceram a fase regional de um concurso de criação de mi-ni-empresas e vão à final nacional. Estão a pensar registar a paten-te e explorar a venda do produto que criaram: uma bolsa para guar-dar pens.

Os alunos do terceiro ano do Curso Profissional de Contabilida-de, que corresponde ao 12.º ano, ganham o primeiro prémio do con-curso de mini-empresas promovido pela Fundação EDP e pela Ju-nior Achievement Portugal na Feira Ilimitada, que decorreu a 13 de maio no pavilhão de exposições da NERVIR, em Vila Real. Entre 18 projetos de escolas das regiões de Trás-os-Montes e Alto Douro e Tâmega, o grupo da Escola Secundária de Amarante ganhou um prémio de 3 mil euros e a possibilidade de participar na competição nacional marcada para 2 de junho, no Museu da Eletricidade, em Lis-boa. O projeto vencedor vai representar Portugal em Itália no final de julho.

A mini-empresa criada por Cristina Ferreira, Daniela Ferreira, Luís Valadares, Vânia Carvalho e Vânia Ribeiro chama-se TECNO-BAG, AE e produz, uma bolsa destinada a guardar pens dos compu-tadores, a Jbag. Neste momento os jovens, com idades entre 17 e 19 anos, “ainda estão a digerir” a vitória e o sucesso, contou ao Repór-ter do Marão Jesuína Magalhães, professora do grupo de economia e contabilidade. “Neste momento [os alunos] estão a pensar utilizar esse dinheiro no processo de registo da patente” da pequena bolsa produzida com restos de ganga ou pequenos retalhos de pele da in-dústria do calçado, e onde se podem guardar duas pens. São vendidas a cinco ou a dez euros. As porta-pens são feitas manualmente, com a colaboração de um sapateiro (que recebe uma pequena remunera-ção), e da mãe de uma aluna, que trabalhou gratuitamente. Os acaba-mentos são feitos pelos próprios alunos.

“Começámos um bocadinho tarde, em novembro”, contou Jesu-ína Magalhães, dando início a um “processo real de criação de uma empresa”. O objetivo era “criar uma mini-empresa que funciona du-rante um ano letivo e dotar os alunos de competências para o merca-do de trabalho. Procedem à criação da empresa, elaboram o plano de negócio que pode consistir na criação de um produto ou serviço e de-pois no fim do ano procedem à liquidação da empresa”.

O projeto teve o apoio de um voluntário, Pedro Barros, adminis-trador de empresas, que foi designado pela Fundação EDP e “veio fazer a ligação com a vida empresarial real. Durante o ano letivo este-ve na escola várias vezes para reunirmos e apoiar os alunos”.

Com o final do ano letivo já próximo, o balanço final do projeto é “muito positivo”, considera Jesuína Magalhães. “Um dos objetivos em que os alunos são avaliados é o trabalho em equipa e o espírito de equipa. E nós começámos com alunos muito reservados, muito apa-gados e que acabaram por dar um salto, por assim dizer, que cresce-ram imenso e que têm neste momento um espírito empreendedor e que sabem e viveram um bocadinho as dificuldades do que é lançar uma empresa ou um produto no mercado”. Para a professora, os jo-vens “têm outras perspetivas de vida neste momento. São miúdos pró-ativos. Eu digo que ficou mesmo lá o bichinho do empreendedo-rismo. É a impressão que tenho”.

Dois dos alunos que participaram tencionam concorrer ao ensi-no superior e outros estão a pensar em criar uma empresa real, re-gistar a patente e manter a produção das porta-pens. “Em princípio, a patente será registada em nome dos cinco alunos, mas há três que estão a pensar seriamente em continuar o negócio e explorar a venda do produto criado”, adiantou a professora.

Alunos de Amarante ganham prémio a criar um porta-pens e vão à final nacional

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Ana Leite | [email protected] | Fotos A.L.

Misericórdia de Felgueiras é osegundo empregador do concelho

A comemorar 125 anos, a Misericórdia de Felguei-ras tem actualmente, de acordo com o provedor da instituição, um peso importante na estrutura econó-mica e social da cidade. “A misericórdia tem vindo a ganhar visibilidade ao longo dos anos e é hoje o segun-do maior empregador de Felgueiras. Estamos a che-gar aos 500 colaboradores”, afirmou.

Em simultâneo festejam-se os dez anos do Hospi-tal Agostinho Ribeiro, uma valência da Misericórdia. “A nossa instituição tem tido bastante sucesso ao lon-go dos anos. A grande evolução deu-se com a inaugu-ração do Hospital em 2000, mas não pode ser esqueci-do o trabalho desenvolvido até aí”, referiu.

José Martins lembra que a instituição felgueiren-se foi crescendo ao longo dos anos e criando novas va-lências, quer ligadas à área da saúde, quer do âmbito da educação e ação social, “para responder às maiores necessidades da população do concelho”.

“A Misericórdia ampliou o Lar Maria Viana em 1991, aquela que foi a sua primeira obra. Temos tam-bém uma creche e um jardim-de-infância a funcionar, temos um centro de dia, um lar para a terceira idade e prestamos apoio domiciliário”, mencionou.

Além disso, a instituição “participa ativamen-te no rendimento social de inserção e na iniciativa de contrato local de desenvolvimento social destinada a apoiar as famílias carenciadas”.

| Bons resultados na área da saúde |O Hospital Agostinho Ribeiro obteve em 2009 “os

melhores resultados de sempre em termos de movi-mento assistencial e financeiro”. De acordo com o di-retor - geral do Hospital, Paulo Coelho, “o crescimen-

to ultrapassou largamente as expectativas”.“O crescimento aumentou 20% em relação a 2008.

Nos últimos três anos o hospital duplicou a sua produ-ção, ou seja, houve um aumento do número de atendi-mentos e consultas, que se traduziu em resultados fi-nanceiros muito mais favoráveis”, salientou.

Para o dirigente hospitalar este aumento relacio-na-se com “a maior visibilidade da instituição, com a qualidade e variedade dos serviços prestados e com a falta de resposta dos hospitais de referência”.

“Este crescimento pode estar também relaciona-do com o facto de existirem muitos felgueirenses sem médico de família. Estamos a atender em média 180 doentes por dia e o tempo médio de espera foi redu-zido, o que é uma mais-valia para as pessoas”, men-cionou.

As principais apostas da direção do Hospital pas-sam pelos cuidados continuados – a Misericórdia está a construir uma nova unidade - e pelo aumento da oferta na área cirúrgica.

Paulo Coelho deixa no ar a ideia de que “haverá no futuro mudanças significativas no funcionamento do Hospital que serão bem recebidas pela população”.

| Valências sociais enfrentam dificuldades financeiras |De acordo com Paulo Coelho, “a Misericórdia tem

conseguido equilibrar valências sociais que passam em termos financeiros por uma fase muito complica-da”.

Os apoios ao Lar Nossa Senhora da Conceição, uma valência da instituição destinada ao apoio à ter-ceira idade, são para Paulo Coelho “escassos e não comportam os custos médios de um utente”.

“Posso dizer que um idoso em lar tem um custo médio que ultrapassa os 900 euros. A segurança so-cial dá um apoio de cerca de 350 euros. Se juntarmos a este valor reformas na ordem dos 200 ou 250 euros significa que se não fizéssemos alguma engenharia fi-nanceira o lar seria uma valência deficitária”, disse.

A resposta do lar é neste momento para 60 idosos, existindo cerca de uma centena de processos penden-tes ou em análise. “Tem que haver investimento nesta área porque a esperança média de vida aumentou e a população está cada vez mais envelhecida. Não iremos terminar este mandato sem deixar pelo menos no pa-pel um projeto de ampliação do lar”, recordou.

A situação financeira do Lar Maria Viana, desti-nado a crianças abandonadas, não é melhor. “Tenta-mos equilibrar a situação com receitas da área da saú-de porque temos um carinho especial por este projeto, por ter sido o primeiro da misericórdia e por estar vo-cacionado para 30 crianças e jovens com grandes ne-cessidades afetivas”, considerou.

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A Santa Casa da Misericórdia de Felgueiras prevê que a nova Unidade de Cuidados Continuados (UCC), proje-to da instituição, esteja concluída no primeiro trimestre de 2011. As obras de ampliação do Hospital Agostinho Ribei-ro começaram em outubro de 2010.

O novo edifício ficará dotado com 14 camas de conva-lescença, 18 destinadas a tratamentos de média duração e reabilitação e 32 de longa duração.

De acordo com o administrador da UCC, Paulo Coe-lho, serão ainda criados num piso inferior serviços de apro-visionamento, uma capela, um auditório e vestiários para os colaboradores do hospital.

A obra terá um custo aproximado de três milhões e meio de euros. A Misericórdia de Felgueiras viu aprova-da uma candidatura ao programa Modelar da Associação Regional de Saúde (ARS) do norte, entidade responsável pelo funcionamento da Rede Nacional de Cuidados Conti-nuados Integrados (RNCCI), que vai garantir um finan-ciamento da obra na ordem dos 750 mil euros.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, presente na comemoração dos 125 anos da Mise-ricórdia de Felgueiras, confirmou esta informação.

“Esta instituição é uma grande parceira do Serviço Nacional de Saúde em várias áreas, nomeadamente na área dos cuidados continuados. A misericórdia está a cons-truir esta nova UCC que contará com um apoio do Estado de 750 mil euros”, afirmou.

|Novas exigênciasde qualidade |Atualmente, o Hospital Agostinho Ribeiro possui uma

UCC dotada de 15 camas de convalescença e 10 para tra-tamentos de média e longa duração, com uma taxa de ocu-pação que se situa entre os 95 e os 100%.

“Decidimos construir um edifício de raiz porque verifi-camos que existiam deficiências arquitetónicas nas atuais instalações, que não reuniam as condições impostas pela

ARS do norte”, adiantou.O administrador da UCC considera “importante con-

tinuar a apostar-se neste tipo de cuidados que constituíam uma grande lacuna ao nível da saúde no país”.

“Estas unidades tornam-se imprescindíveis peran-te uma população cada vez mais envelhecida, a limitação de camas nas entidades hospitalares e a falta de condições nos domicílios que retardavam a recuperação”, referiu.

E continuou: “Existem muitas pessoas a necessitar deste tipo de cuidados, com problemas de saúde graves e cuja reabilitação não é possível ser feita no domicílio. Ago-ra um doente que sofra um acidente de viação ou um AVC, com necessidades de reabilitação, tem acesso a tratamen-tos da medicina física”.

O dirigente hospitalar lembrou que com estes servi-ços o doente regressa a casa, ao lar ou instituição de aco-lhimento em condições aceitáveis e mais independente, ao contrário do que acontecia anteriormente.

“Além disso, é importante mencionar que os cuidados continuados não se destinam apenas à terceira idade e não são um internamento definitivo”, atestou.

Paulo Coelho disse ainda que a nova UCC foi pensada para o concelho de Felgueiras, mas como é nacional desti-na-se a acolher doentes das regiões vizinhas. “A história da unidade existente diz-nos que recebemos doentes de vá-rios concelhos do Porto e de Braga. Esperamos também que a população de Felgueiras consiga ver as vantagens de ter na cidade uma nova UCC”, considerou.

Segundo Paulo Coelho, “os serviços prestados pela nova UCC terão comparticipações diferentes que são im-postas por decreto-lei e não pela misericórdia”.

“O nosso papel na rede passa por receber os doentes. Não temos qualquer poder de decisão na fixação das com-participações”, afirmou.

O administrador hospitalar sustenta que “o Estado as-sume na totalidade o pagamento do internamento do do-ente da unidade de convalescença e que na média e longa duração, o doente quando sai do hospital já sabe quanto irá pagar pelo internamento na UCC”.

Cuidados Continuados em 2011

Paulo Coelho, administrador da UCC

José Martins, provedor da Misericórdia

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EPAMAC ENQUADRAMENTO ACTUAL, NOVOS DESAFIOS E OPORTUNIDADES

EPAMAC ORGANIZA ENCONTRO NACIONAL DEREFLEXÃO SOBRE O ENSINO PROFISSIONAL AGRÍCOLA

No próximo dia 4 de Junho a EPAMAC será o palco de um Encontro Nacional de Reflexão sobre o Ensino Profissional Agrícola. Com a implementação da reforma do Ensino Secundário (2004) as Escolas Profissionais Agrícolas foram colocadas face a novos e problemáticos contextos para a sua identidade, pa-pel e acção. Por isso, interpretando os sinais de preo-cupação dos responsáveis pelas escolas, é fundamen-tal criar um momento colectivo de reflexão, onde cada

parceiro possa partilhar as suas preocupações e pers-pectivas de futuro e em que especialistas e represen-tantes das instituições possam também ter uma pala-vra a dizer.

Este momento de reflexão pretende envolver to-dos os intervenientes e parceiros a nível nacional e procurará gerar as bases para uma renovada iden-tidade destes projectos educativos singulares, iden-tificando os eixos estruturantes do seu papel e ac-

ção futura.Para o encontro, que se constituirá como espaço

de diálogo, foram convidadas todas as Escolas Profis-sionais Agrícolas, o Exmo. Sr. Secretário de Estado da Educação, o Exmo. Sr. Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, o Exmo. Sr. Director Regional de Educação do Norte, bem como outros especialistas e representantes de instituições ligadas aos sectores da Educação e da Agricultura.

Os dias 21 e 22 de Maio fica-ram marcados pela realização do XI TRIAL Salta Serras EPAMAC. No dia 21, sexta-feira, realizou-se o Ride Nocturno com saída do centro do Mar-co de Canaveses, passagem pela pis-ta junto à entrada sul da Cidade, per-curso até à escola e jantar/convívio. No dia 22, Sábado, os jipes, motas e quad´s saíram cedo para um passeio turístico até Baião. À sua espera ti-veram boas surpresas: umas bifanas para o pequeno-almoço e uma feijoa-da para almoço. Depois de algum des-canso rumaram à escola onde os es-perava uma pista cheia de obstáculos difíceis de ultrapassar. No fim do dia e após o jantar/convívio, foram sorte-adas diversas ofertas e distribuídos os prémios do safari fotográfico, realiza-do durante o dia com o objectivo de es-colher a melhor fotografia do TRIAL tirada pelos concorrentes e público.

No próximo dia 26 de Junho, sá-bado, a EPAMAC vai realizar uma festa-convívio com todos os seus ex-alunos.

Com esta festa pretende fomen-tar-se o reencontro de antigos cole-gas, professores e funcionários, bem como reforçar o sentimento de per-tença a esta Escola, que é já tão pre-sente em todos, como se pode cons-tatar pela elevada afluência de ex-alunos à escola nos dias em que se realizam actividades.

Do programa da festa fazem par-te a Entrega de Diplomas, a confra-ternização gastronómica e a anima-ção musical.

Pede-se a todos os ex-alunos que divulguem este encontro jun-to dos seus ex-colegas e que contac-tem a escola para confirmar a sua presença.

A Gincana de Tractores, em con-junto com a Festa das Vindimas, as Largadas de Caça e o TRIAL 4X4, é uma actividade emblemática da dinâ-mica pedagógica da EPAMAC.

No presente ano lectivo esta acti-vidade decorre durante a tarde e noi-te do dia 30 de Maio (Domingo). Nela participam tractoristas ávidos de de-monstrarem a sua habilidade ao nu-meroso público que acorre à escola. No fim da prova são entregues as ta-ças aos participantes seguindo-se o jantar/convívio. No final do jantar é al-tura de sortear pelos participantes as numerosas ofertas das empresas lo-cais que apoiaram o evento e um vitelo oferecido pela escola.

Esta actividade é organizada pelos alunos finalistas do Curso Técnico de Produção Agrária, sob coordenação dos professores.

A EPAMAC iniciou no ano lectivo 2009/2010 uma oferta formativa inova-dora para alunos que já concluíram o 12º ano: um Curso de Especialização Tecnológica (CET – Nível IV) na área da Gestão da Animação Turística em Espaço Rural. Este curso, organiza-do em conjunto com a Escola Superior Agrária de Ponte de Lima – IPVC – é um veículo, quer para a especialização de alunos em determinadas áreas pro-fissionais e posterior entrada no mer-cado de trabalho, quer para o prosse-guimento de estudo no ensino superior.

No ano lectivo 2010/2011 a escola pretende reforçar esta dinâmica com a abertura de nova turma do CET em Gestão da Animação Turística em Es-paço Rural e de um outro CET de Cui-dados Veterinários. As inscrições estão abertas e os interessados podem solici-tar mais informação através do telefo-ne (255 534 049) ou [email protected]

XI TRIAL SALTA SERRAS

EPAMAC

XIII GINCANA DE TRACTORES

ENCONTRO CONVÍVIO DOS

EX-ALUNOS

CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO

TECNOLÓGICA

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14 26 mai a 08 jun’10

repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I tâmega/diversos

Urgência de Penafielvai ser ampliadaDeputados do PS visitaram unidades do CHTS

O novo Conselho de Administração (CA) do Cen-tro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), em Pena-fiel, vai avançar com a reestruturação do espaço onde funciona o Serviço de Urgência (SU). Uma das primei-ras medidas do novo CA, que tomou posse há um mês, foi criar uma comissão que irá “apresentar o mais rapi-damente possível o novo programa funcional para a re-estruturação física do serviço de urgência”, anunciou José Luís Catarino, o novo presidente do CA.

A comissão é liderada pelo chefe do SU, o médico Fernando Moura.

Concluído o novo programa funcional, terá que ser elaborado um projeto e um caderno de encargos para a obra poder ser lançada, disse José Luís Cata-rino, durante um encontro com a comunicação social e após a visita de um grupo de deputados do PS eleitos pelo distrito do Porto.

O administrador hospitalar (que veio do Hospital de Valongo), afirmou que no SU do CHTS “o espaço fí-sico é exíguo e torna difícil aos profissionais trabalha-rem com alguma organização”.

Para a deputada Glória Araújo não é “novidade nenhuma dizer que há problemas” no SU que tem sido “apontado como um problema, uma debilidade”. A de-putada mostrou-se confiante quanto ao “alargamento e melhoria dos cuidados prestados pelo serviço de ur-gência". "Temos a certeza que o trabalho será bem fei-

to, que este CA está no caminho certo”, afirmou. No Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa são tra-

tadas todas as situações de urgência médico-cirúrgica excepto as urgências “de neurocirurgia e as questões cárdio-torácicas” que são encaminhadas para o Hos-pital de S. João, referiu Fernando Moura, responsá-vel pelo SU. “Somos das urgências com mais situações em termos de trauma”, disse o médico que deu ainda conta de que por dia, em média, são atendidos no SU 280 adultos, 140 casos pediátricos e 40 de ginecologia-obstetrícia.

Acompanhados por José Luís Catarino e pelo pre-sidente da Câmara de Amarante, Armindo Abreu, os deputados do PS visitaram também as obras do futu-ro Hospital de Proximidade de Amarante, em cons-trução em Telões e que deverá estar pronto em mea-dos de 2011. “Pretendemos que este seja um hospital de excelência. Esta população precisa de um serviço de qualidade. Este centro hospitalar, com as duas uni-dades, de Penafiel e Amarante, é fundamental para o tecido socioeconómico da região”, disse Glória Araújo, mostrando-se satisfeita com o andamento das obras.

A estrutura do edifício está concluída e “dentro de alguns dias” deverá começar a instalação de equipa-mentos. O custo total do novo hospital é de 40 milhões de euros sendo que 52 por cento dessa verba é finan-ciada por fundos comunitários.

O Presidente da República esteve na semana passada nos conce-lhos de Paços de Ferreira, Baião e Felgueiras num roteiro de inaugu-rações e visitas. Cavaco Silva esteve na Obra Social D. Sílvia Cardoso, inaugurou o Centro Escolar de Carvalhosa e as novas instalações da empresa Ibermetais, em Freamunde.

Na vila de Ancede, Baião, Cavaco inaugurou as obras do centro cí-vico e deslocou-se a Santa Cruz do Douro, ao Hotel Douro Palace, para conhecer um projeto turístico de cinco estrelas, o Grand Douro Hotel, que vai ser construído na zona da Pala.

Em Felgueiras, Cavaco Silva esteve na fábrica de pão-de-ló de Margaride, de Leonor Rosa da Silva e na Santa Casa da Misericór-dia de Felgueiras, que está a comemorar 125 anos. [Foto site da P.R.]

Cavaco Silva no Porto interior

As universidades Católica, do Porto e de Trás-os-Montes e Alto Douro e empresários da área da metalomecânica do concelho de Ama-rante estiveram representados na apresentação do Instituto Empresa-rial do Tâmega (IET) cuja constituição vai ser formalizada a 9 de junho, através de escritura pública. No mesmo dia vai ter lugar a primeira as-sembleia-geral para aprovação dos estatutos. Pedro Barros, adminis-trador do Tâmega Park, afirmou que a missão do IET é “dotar a região do Tâmega de um cluster empresarial capaz de gerar capacidade ins-talada de produção de bens e serviços de base tecnológica, fazendo des-te espaço regional uma referência”. Da nova associação pode “resultar um núcleo de investigação capaz de inovar e levar a novos negócios”, re-feriu o presidente da Câmara de Amarante, Armindo Abreu.

Instituto Empresarial arranca

O PSD do Marco de Canaveses vai organizar este ano uma convenção autárquica, anunciou Rui Cunha, o novo presidente da Comissão Política Concelhia na tomada de posse da estrutura local do PSD, cerimónia que teve a presença do dirigente distrital Agostinho Branquinho.

A “família social-democrata” vai ser liderada “numa perspetiva de inclu-são, respeitando e valorizando o talento e a experiência de todos dos militan-tes na sua diferença de sensibilidades”, referiu Rui Cunha. Para este dirigen-te, a nova Comissão Política quer ser “o suporte” dos autarcas do PSD nas Assembleias de Freguesia, na Assembleia Municipal e na Câmara do Mar-co de Canaveses.

Rui Cunha defendeu que a “implementação da regionalização é matéria de interesse para o desenvolvimento do concelho e da região”.

Nova vida no PSD/Marco

A MCoutinho Rallye Team foi ao Alto Minho ven-cer o Rali de Vila Nova de Cerveira. Antes da prova, o “principal objetivo” de Manuel Coutinho e Manuel Babo era chegar ao final, mas a equipa acabou por con-seguir “a cereja em cima do bolo”.

Em Cerveira, Manuel Coutinho e Manuel Babo acabaram por vencer quatro das sete classificativas de asfalto.

O Rali de Arganil (a 5 e 6 de junho), é a próxima prova da MCoutinho Rallye Team e marca o início da segunda metade do Open 2010. “Estamos muito moti-vados para a fase de terra", antecipa Manuel Coutinho.

MCoutinho Rallye Team com metade do título

O Clube Basquetebol de Penafiel (CBP) foi esta semana homenageado pela autarquia após a conquista da Taça Proliga e a subida ao escalão principal do bas-quetebol nacional.

O Presidente da Câmara Municipal de Penafiel, Alberto Santos, salientou o trabalho da equipa e da respetiva direção como sendo “um momento áureo, um momento bonito” para o concelho.

"O Município de Penafiel procurou estar sempre presente, garantindo meios e sustentabilidade para o clube, como foram os casos da total remodelação do te-lhado e piso do pavilhão", acrescentou.

Basquetebol de Penafielna primeira Liga

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TESTEMUNHOSNós somos alunas na EPALC, do 2º ano do Curso Profissional Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar. Nesta escola temos vindo a adquirir novos conhe-cimentos teórico-práticos e técnicos sobre a área alimentar, e temos tentado aplicá-los no nosso dia-a-dia. Na EPALC também rea-lizamos, ao longo do ano lectivo, algumas visitas de estudo e actividades práticas que nos permitem observar a realidade, que muitas vezes é muito mais do que aquilo que

aprendemos. Este ano iremos aplicar os nossos conhecimentos, pois vamos realizar a Formação em Contexto de Trabalho /estágio que nos permitirá conhecer a realidade no mundo do trabalho e se irá revelar fundamental para o nosso futuro. Cláudia Pinheiro e Fátima Teixeira, Turma CQ05

No dia 16 de Outubro co-memorou-se na EPALC o Dia Mundial da Alimenta-ção, com a participação ac-tiva das turmas do Curso Profissional de Técnico de Processamento e Contro-lo de Qualidade Alimentar. Neste dia tão importante para nós, realizámos várias actividades relacionadas com o curso, como por exemplo: a análise sensorial de produtos alimentares, o cálculo de IMC (Índice de Massa Corpo-ral), a fermentação e fabrico de pão, fabrico de queijo fresco, fer-mentação alcoólica do vinho e cerveja, visualização microscópica de bolores e leveduras, confecção de sumos naturais e uma mos-tra de vários frutos da época. No bar da escola foram oferecidas maçãs incentivando a comunidade escolar para uma alimenta-ção mais saudável e, na cantina o almoço teve como ementa car-

ne grelhada acompanhada por legumes, sopa e como sobremesa, fruta da época.Também participámos numa palestra sobre “Os Hábitos Alimentares” com a colaboração do Centro de Saúde de Amarante.

Um muito obrigado a todos os “epalquianos” que contribuíram para a dinamização do “Dia Mundial da Alimentação” tornando-o um dia útil e importante na comunidade escolar!Um até para o ano! Pela Turma CQ05

Actualmente, qualquer empresa do sector agro-alimentar enfrenta responsabilidades acrescidas, na medida em que a protecção do consumidor e a procura pela qualidade tem primazia. Por outro lado, há factos quotidianos que inquietam o consumidor, tais como: a gripe das aves, a BSE ou doença das “vacas loucas”, as hormonas da carne, a febre aftosa, os metais pesados, as salmonelas, os pesticidas, os resíduos de antibióticos, entre muitos outros.

Naturalmente, os consumidores finais, cada vez mais informados, exigem e com legitimidade, a rotulagem esclarecedora, o princípio da precaução e a higiene na manipulação dos alimentos. Consciente destes factos, a União Europeia tem vindo a criar uma sólida política, cada vez mais atenta e rigorosa, visando tornar o controlo da Segurança Alimentar o objectivo principal e obrigatório de todas as empresas agro-alimentares, quer estejam relacionadas com a produção, transformação, transporte, manipulação ou venda dos géneros alimentícios.

Torna-se assim, imprescindível formar técnicos que possam apoiar as empresas do sector agro-alimentar, colaborar no cum-primento das exigências legais e na implementação de metodologias práticas de processamento e controlo da qualidade alimentar, visando uma melhoria da segurança e qualidade dos seus produtos e processos. Desde 2005 que a EPALC aposta na formação destes técnicos que possam intervir no processamento e assegurar o controlo da qualidade dos alimentos, desde o local da produção primária de produtos até à sua colocação no mercado (“do prado ao prato”). O Curso Profissional de Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar tem como principal objectivo dotar os alunos de competências que lhes permitam apoiar, coordenar, organizar e executar as operações relativas ao processamento dos produtos alimentares, aplicando técnicas e métodos de controlo, necessários à implementação de um sistema de gestão de segurança alimentar e à implementação do Sistema HACCP.

Actualmente, há empresas no concelho de Amarante que solicitam a Escola para integração de alunos em estágio, manifestando agrado pelo bom desempenho dos alunos em contexto de trabalho e relações inter-pessoais. Tudo isto contribui para que a EPALC seja um espaço vivo, dinâmico e bem integrado com a comunidade, organismos e tecido empresarial. Recentemente foi efectuado o levantamento da actual situação dos cerca de 60 Técnicos de Processa-mento e Controlo de Qualidade Alimentar recém formados na EPALC, e os resultados a nível de taxa de empregabili-dade foram muito satisfatórios, destacando-se que alguns desses jovens foram admitidos nas empresas onde tinham realizado o estágio durante o curso.

Na EPALC, o percurso de formação garante aos jovens uma aprendizagem teórico-prática em todas as áreas alimentares, apoiada pelas salas de aula e laboratórios. A própria diversidade de estratégias, devidamente contextualizadas, são uma prio-ridade no desenvolvimento e aquisição de competências profissionais dos futuros técnicos, e fomentam o conhecimento real do sector agro-alimentar, nomeadamente, a realização de visitas de estudo a explorações agro-pecuárias, a matadouros, a indústrias de transformação de carne e peixe, a fábricas de massas alimentícias, a lagares de azeite, a adegas e caves, a Feiras temáticas, a laboratórios, a participação em seminários/palestras e práticas simuladas.

Sendo a área alimentar de importância e intervenção crescentes na nossa sociedade, o presente curso responde assim às necessidades de formação de profissionais qualificados. Ana Costa – Directora do CursoDia Mundial da Alimentação

A C T I V I D A D E S

CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DEPROCESSAMENTO E CONTROLO DE

QUALIDADE ALIMENTARO meu nome é Bruno Leite e estou a concluir o 3º e último ano do Curso Profissional de Técnico de Pro-cessamento e Controlo de Qualidade Alimentar. O curso que hoje frequento ajudou-me a conhecer o mundo do sector alimentar e graças à metodolo-gia de ensino da EPALC, é possível trabalhar várias competências e aplicar, na prática, as aprendiza-gens. Posso mesmo dizer, que os estágios foram muito úteis na minha formação porque fiquei a conhecer o mercado de trabalho… e quem sabe,

em breve, surgirá uma oportunidade de ingressar numa empresa do sector agro-alimentar! Para trás ficarão 3 anos de boas vivências entre colegas de escola e professores! Bruno Leite, Turma CQ04

Actualmente a trabalhar numa empresa que actua no mercado da distribuição alimentar, deixo em breves linhas o testemunho real de que a EPALC é um centro de estudo, que nos abre inúmeras por-tas para o nosso futuro, quer pelos estágios, pelas aulas teóricas, pelas práticas simuladas, pelo am-biente escolar, enfim… Um local onde aprendi a aproveitar as oportunidades de vida. Grato desde já, pela forma de ensinar, formar, ajudar e contri-buir para o conhecimento do mundo de trabalho.

Não é fácil, e os actuais alunos sabem disso, mas com luta, força e dedicação tudo se consegue!No meu dia-a-dia aplico a reflexão… Ontem é história, amanhã um mis-tério, mas hoje uma dádiva, daí chamar-se presente. UM MUITO OBRIGADO EPALC. Jorge Mendes, ex-aluno Turma CQ03

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C U R S O S D E E D U C A Ç Ã O E F O R M A Ç Ã O(Nível II, equivalência ao 9º ano)

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NOVO

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Paula Costa | [email protected] | Fotos J.S.

Voltar à advocacia está fora de questãoEntrevista a Jorge Magalhães | Autarca de Lousada disponível p ara dar «um contributo à política regional»

A pesar de não ter “nada definido”, quando terminar o atual e último mandato na presi-dência da Câmara de Lousada, Jorge Maga-

lhães espera “não ter de regressar à prática do Direi-to, que exerceu durante oito anos e meio. “Apesar de ainda ter os conceitos, teria de fazer um esforço tre-mendo para voltar a recentrar-me. Perdi o contacto e as mudanças na estrutura e na prática do Direito foram muito significativas”. Afastada essa possibi-lidade, o autarca assume que lhe daria “particular gozo” ficar ligado à política regional.

“Neste crescendo do protoganismo a nível regional, se houver alguma possibilidade...” É aí que Jorge Ma-galhães pretende ficar. “Espero que a experiência des-tes anos todos me permita encontrar alguma coisa para fazer, capitalizando essa experiência que pode ser útil para outros”, afirmou o autarca, em entrevista ao Re-pórter do Marão.

“É isso que à distância de três anos e meio estou a prefigurar. Ainda tenho idade para fazer algumas coi-sas na vida, ainda tenho alguns horizontes. Não estarei de modo nenhum acabado. A idade ainda me vai permi-

tir, espero eu, fazer outras coisas", acrescentou. Jorge Magalhães diz que precisa de traba-

lhar e coloca duas razões: “para estar ocupado e porque tenho família. Tenho dois falsos géme-os, um miúdo e uma miúda com dez anos, e uma mais velha com 13 a quem preciso de dar apoio para que eles tenham os instrumentos para fa-zer face à vida”.

O presidente da câmara de Lousada refere-se à vida de autarca como sendo “extremamente absorvente”, e que implica uma disponibilidade

Câmara de Lousada foi pioneira nas atividades extra-curriculares

'Abandono escolar tem hoje uma taxa residual'Quando deixar a Câmara de Lousada, após mais de 20 anos no poder, Jorge Magalhães acredita “deixar um legado de maior abertura do município para um conjun-

to de situações que quando cá chegámos não estavam propriamente asseguradas. Dir-lhe-ei que há aqui um conjunto de áreas que fomos tocando ao longo deste percurso que me parece que são importantes para afirmar o município”. O autarca destaca que “há indicadores claros do crescimento do concelho, apesar das circunstâncias eco-nómicas não serem as mais favoráveis. Creio que o município está neste momento seguramente muito mais capaz e muito mais adaptado a fazer face aos desafios que nos são postos diariamente, o que seguramente não acontecia quando viemos para aqui”. Para o presidente, há indicadores que colocam Lousada “numa posição já de char-neira em relação à região e a todo o norte de Portugal, o que não acontecia há 20 anos”.

Na área da educação, o concelho “tinha debilidades claras. Fizemos uma aposta clara desde sempre”. Quando foi eleito pela primeira vez, num primeiro encontro com os autarcas do distrito, o então presidente da Comissão de Coordena-

ção chamou Jorge Magalhães à parte para lhe dizer que Lousada tinha uma situação “tremenda” e que era preciso fazer algo por isso. “Nessa altura Lousada só tinha um jardim-de-infância, que era privado. Nes-

te momento tem superavit, nalguns casos com mais do que um espaço construído. Fizemos um esforço tremendo em termos do 1.º Ciclo, na remodelação das escolas e criamos novas atividades para manter

os nossos jovens na escola nos tempos livre. Foi uma aposta nossa. Nalguns casos as atividades ex-tra-curriculares começaram connosco e depois o Governo acabou por assumir isso como um desíg-nio nacional”.

A educação “era um sector menos conseguido. Houve um propósito claro de apostarmos na educação para que os nossos jovens estejam apetrechados para o futuro. Até há meia dúzia de anos tínhamos uma taxa de abandono significativa e neste momento temos valores residuais de taxa de abandono”, que o presidente diz resultarem “essencialmente de situações migratórias ou de emigração”.

O autarca está convicto de “que a debilidade que Lousada e a região tinham em termos da pou-ca escolaridade estará invertida de uma forma clara daqui a poucos anos”. A Câmara conta com uma equipa de sete psicólogos e sociólogos “que têm acompanhado quer as famílias quer os alu-

nos, quer a escola no sentido de integrar toda esta gente. E isso é transversal aos vários graus de ensino”. Terminada a formação, “há uma preocupação nossa de os encaminhar. E há aqui

casos claros de excelentes resultados fruto dessa abordagem”, referiu. Ao nível da cultura, criaram-se “equipamentos e de alguns anos a esta parte temos

tido uma atuação eficaz. É uma prestação extremamente positiva”. No turismo, as rotas Gourmet e do Românico são referidas como exemplos do “esforço”

que tem vindo a ser feito. Com cerca de 50 mil habitantes, o concelho tem níveis de nata-lidade que “continuam a ser os mais elevados da região norte” e

em termos demográficos tem conseguido “fixar pessoas”. A taxa de cobertura de saneamento é de 70 por cento e

na rede pública de água há “praticamente cobertura to-tal do município. Estamos com uma empreitada enorme na zona poente do concelho e a fazer um esforço muito grande. “Esperamos chegar aos 80, 85 por cento” quan-do terminar o mandato.

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Voltar à advocacia está fora de questãoEntrevista a Jorge Magalhães | Autarca de Lousada disponível p ara dar «um contributo à política regional»

permanente, que diz ter assumido desde o início. “Nunca mudei de número de telemóvel. Mesmo quando vou para a cama não desligo o telemóvel. Fica à minha beira na cabeceira. As pessoas sa-bem onde é que eu moro e vão a minha casa. Pre-firo que me incomodem a mim do que percam si-tuações de trabalho às vezes complicadas”.

| Idas à caça são férias |Quando pode estar “mais distendido”, o au-

tarca costuma ver “todos os dias os jornais re-gionais e nacionais". “Vou lendo algumas publi-cações que eu próprio compro ou que me vão oferecendo. Estou a ler uma biografia do Adria-no Moreira que me deram no Natal. Vou len-do conforme vou tendo disponibilidade e tem-po. Além do apoio que vou dando à família. Não saio praticamente de casa. Os meus filhos gos-tam de estar connosco”, o que propicia a perma-nência em casa.

Uma atividade a que se refere com particular agrado é a caça. “Tenho um grupo de amigos e caçamos na zona de Miranda do Douro. No tem-po da caça, ao fim-de-semana, e particularmente ao domingo, vou e aquilo para mim é um dia de férias, dá gozo”.

| Proximidade com a oposição |Habitualmente, há dois dias por semana em que cos-

tuma participar numa “futebolada” no pavilhão munici-pal, com “um grupo bastante heterogéneo com pessoas, das mais variadas proveniências” e onde se incluem dois ex-vereadores do PSD. O desporto permite-lhe “alterar a vida sedentária de estar sentado a uma secretária”.

No relacionamento com a oposição, Jorge Maga-lhães destaca uma atitude respeitosa. “Em relação aos sucessivos colegas da oposição que foram passando por aqui, no substancial sempre tive uma relação de proxi-midade com todos eles. Por um lado há respeito pela pessoa, mas também amizade, muitas vezes. Indepen-dentemente do que nos divide, da falta de sintonia em termos de opiniões, tem havido ao longo dos anos esse respeito e amizade”.

Ao atuar, garante, vê-se “sempre como cidadão e munícipe de Lousada e também quero que os pro-blemas sejam resolvidos com alguma eficácia e cla-reza”.

O autarca diz que em situações menos pacíficas procura “ter sempre frieza e bom-senso para quando as coisas são menos conseguidas, descomprimir. Sem dei-xar cada um de ter a sua individualidade, o seu pensa-mento. Tenho este tipo de abordagem e espero mantê-la até ao final do mandato”.

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repórterdomarão20 26 mai a 08 jun’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I opinião

O país atravessa um momento particularmente grave do pon-to de vista económico e social. O desemprego atinge níveis dra-máticos, a actividade económica atrofia, o endividamento dis-para, as contas públicas derrapam, as exportações definham, a exclusão social agudiza-se e a pobreza alastra.

Quando analisamos os indicadores nacionais, chegamos à amarga conclusão que a região norte e o distrito do Porto têm so-frido de forma redobradamente acentuada as consequências da crise que o nosso país vive há alguns anos.

A taxa de desemprego situa-se na região norte cerca de dois pontos percentuais acima da média nacional e o salário médio mensal líquido dos trabalhadores por conta de outrém encontra-se cerca de 50 euros abaixo da media nacional. Verifica-se, desde há largos meses, uma constante e acentuada diminuição do ní-vel de exportações dos principais produtos transaccionáveis (má-quinas, vestuário, calçado, mobiliario, etc.). Em 2000, o norte re-presentava 47% do total das exportações nacionais, enquanto em 2008 esse valor já situou nos 38%.

A região norte tem o pib “per capita" mais baixo do país e na sequência directa da degradação das condições económicas nota-se o aumento do clima de insegurança. A situação do distrito do Porto e da região norte, em poucos anos, deixou de ser o motor

da economia do país para passar a ser uma das regiões mais po-bres da Zona Euro. Não pode-mos continuar nesta caminhada para a morte. Basta.

Temos que aprofundar a de-mocracia representativa promo-vendo a regionalização política do país, responsabilizando pú-blica e democraticamente as de-cisões regionais e expondo-as ao escrutínio popular.

Faço esta análise real do meu país e da região que represen-to para lembrar a V. Exas que

passamos a vida a ser esquecidos. As compensações são para os mega aeoroportos que não são feitos, o não pagamento de porta-gens no Algarve e na ponte 25 de Abril.

Chega, chega mesmo. Temos que tomar medidas.Não sou de abanar com a cabeça, gosto do trabalho em equipa,

de ser solidário, correcto e leal.Como elemento da AMBT irei propor a criação de uma medi-

da que de algum modo seja o início da criação de emprego sus-tentável , desenvolvimento com a criação de riqueza económi-co-financeira e ambiental. Irei propor ao executivo municipal a criação de uma empresa intermunicipal na área das energias re-nováveis (parcerias público-privadas).

Todos os concelhos têm energia eólica, todos têm rendimentos produzidos pelo vento, sol e água. Eu quero rentabilizar este pro-duto e distribuí-lo mais barato, eu quero ser concorrente da EDP.

Temos uma oportunidade de nos unirmos e sermos empreen-dedores a favor do desenvolvimento sustentado. Temos que de-fender quem nos elegeu para bem de todos.

Passado dois meses desta minha intervenção, “por acaso ou não”, apareceu um grupo de 30 notáveis de Lisboa, que é a capi-tal do centralismo, a dizer que as energias renováveis (eólicas) fi-cam muito caras ao país. Sabem porquê?

Porque não têm eólicas no Terreiro do Paço nem na Av. dos Aliados, logo não têm proveitos, não têm ganhos directos. Nós te-mos ganhos reais e damos a ganhar ao país nos ganhos directos as C.M., juntas de fregesia e os proprietários recebem uma ren-da pela exploração das energias renováveis. Nós e o país ganha-mos porque produzimos energia limpa, não lançamos para a at-mosfera CO2. SOMOS AMIGOS DO AMBIENTE.

Temos que defender esta nossa mais valia que é comum a to-dos os municípios do Baixo Tâmega. Temos que estar unidos neste novo desafio, temos que rentabilizar esta fonte de energia. Não temos que ter complexos quanto aos nossos conhecimentos.

É com o conhecimento que se dá o desenvolvimento. Temos conhecimento nas áreas agro-alimentar e no vinho como poucos neste país. Os srs. do centralismo não estão preocupados com o nosso conhecimento, só estão preocupados com os nossos terre-nos para a construção de centrais nucleares. Já começaram a fa-zer a opinião pública – a seguir vão querer construir, explorar e distribuir a energia nuclear – e nós a ver os lucros a voar para Lisboa. Temos que defender o que a natureza nos dá e espero contar com todos para a criação de uma empresa intermunici-pal de energias renováveis, que explore e distribua. Não quero a energia nuclear no Baixo Tâmega com a promessa de criação de emprego. Juntos seremos capazes de dar um exemplo ao país e DEFENDER QUEM NOS ELEGE.

Não ao nuclear

José Carlos PóvoasVereador PSD/Baião

As crianças têm direitosNo dia 01 de Junho festeja-se em Portugal o Dia das Crian-

ças.Aproveitando esta efeméride proponho que nos debruce-

mos sobre alguns dos direitos fundamentais das crianças, que todos certamente conhecemos mas que, algumas vezes, na prática são esquecidos e violados.

Portugal ratificou a Convenção sobre os Direitos da Criança em 21 de Setembro de 1990, menos de um ano após a sua apro-vação pelas Nações Unidas.

A Convenção está assente em quatro princípios essenciais: a não discriminação; o interesse superior da criança; a sobrevivência e desenvolvimento e a opinião da criança.

E porque nunca é demais recordar, é consabido que a criança tem o direito de vi-ver com os seus pais a menos que tal seja considerado incompatível com o seu inte-resse superior. A criança tem também o di-reito de manter o contacto com ambos os pais se estiver separada de um ou de am-bos. É também aos pais que compete a res-ponsabilidade de educar a criança.

A criança tem direito a um nível de vida adequado ao seu desenvolvimento físico, mental, emocional, moral e social.

Tem também direito à educação, desti-nando-se esta a promover o desenvolvimen-to da personalidade da criança, dos seus ta-lentos, aptidões mentais e físicas, por forma a prepará-la para uma vida adulta activa.

A criança tem direito à saúde e serviços médicos, gozando do melhor estado de saúde possível e beneficiando de serviços médicos compatíveis com o seu estado.

Aqui chegada, e após enunciar de forma genérica alguns dos direitos da criança a que entendo não me dever escusar, não poderei deixar de recordar algumas situações – que, auto-maticamente, me assaltam a memória – em que muitos desses direitos são violados e os malefícios que comportamentos des-viantes trazem à criança.

Todos reconhecemos que é cada vez maior o número de crianças que enfrenta o divórcio dos seus pais ou a separação dos seus progenitores.

Certo que os filhos sofrem aquando da separação, mas não é menos verdadeiro que grande parte das vezes a separação, tendo em conta o elevado nível de conflitualidade e violência no âmbito das relações conjugais e familiares, é inevitável.

No entanto, a verdade é que, em muitos casos, as crianças poderiam sofrer menos se os seus progenitores orientassem de outra forma a sua (e não delas) separação e se as não instru-mentalizassem, nem fizessem das crianças os seus mensagei-ros, a sua “arma de arremesso”.

Repare-se, uma criança que não entende a razão da sepa-ração dos seus pais pode pensar que é ela o motivo da sepa-ração e certamente poderá sentir-se responsabilizada por tal situação.

O que poderá acontecer mesmo quando a separação se faz de forma digna com respeito pelos direitos da criança, quando os filhos de pais separados continuam a conviver plenamente com os progenitores e respectivas famílias, não saindo belisca-dos os laços de afectividade e quando ambos os progenitores se empenham seriamente no seu desenvolvimento e crescimen-to harmonioso e, em comum, são responsáveis e decidem as questões importantes dos filhos.

Não se pretende que o contacto da criança com o progeni-tor seja apenas “protocolar”, consubstanciando apenas o cum-primento de uma obrigação formal para o progenitor e um sa-crifício para o filho.

É inquestionável a existência de um dano efectivo para a criança pela ausência de convívio com um dos progenitores, os afectos assumem importância nuclear no desenvolvimento harmonioso da personalidade da criança. É necessário que a criança, principalmente a que não vive com um dos progeni-tores, não duvide dessa realidade, que os seus pais não se se-pararam de si, que continuam a amá-la, a preocupar-se com o seu bem estar, com o seu crescimento saudável a nível físi-co e psíquico. E nesta matéria não basta apenas afirmar tem que se praticar.

Acontece porém, e infelizmente muito mais frequentemen-te do que deveria, que a ruptura da vida conjugal ou da vida dos unidos de facto gera no elemento que não pretendia a se-paração um sentimento de abandono, de rejeição e de vingan-ça. Esse elemento, não conseguindo fazer o luto da separação, inicia um processo de destruição do seu anterior companheiro.

Ao saber que este pretende preservar o convívio com o filho mantendo todos os laços de afectividade decide vingar-se afas-tando a criança do progenitor.

A forma de o executar é variada, basta darmos largas à ima-ginação, tudo vale para que seja conseguido o objectivo: afastar a criança do seu pai ou da sua mãe. Por vezes até presenciamos ficções de maus-tratos físicos e de abusos sexuais, não havendo qualquer pejo em deixar a criança desprotegida e em contacto directo com toda esta adversidade.

Não raras vezes, esse progenitor passa a controlar e a do-minar a criança pelos processos mais in-sidiosos. Chegando mesmo a criança ao ponto de não conseguir distinguir o que é verdadeiro do que é falso, tal é o domínio e o controlo exercido sobre ela. O objectivo é destruir o antigo parceiro instrumentali-zando a criança.

A criança que, naturalmente, ama o seu progenitor é levada a afastar-se dele. Tudo isto gera uma profunda contradição de sen-timentos e destruição do vínculo afectivo entre este e aquela.

Estes comportamentos são geradores de graves danos psíquicos e emocionais na criança, não sendo necessário possuir for-mação nesta área para facilmente perceber que as crianças que crescem no meio deste tumulto hão-de tornar-se adultos inseguros, nervosos, e, acima de tudo, infelizes. A crian-

ça fica dividida, em crise, sempre posta à prova, acreditando que se for leal para com um dos progenitores estará a ser des-leal para com o outro e, mais cedo ou mais tarde, isto poderá ge-rar-lhe um sentimento de culpa, o que acontecerá, certamente, quando perceber a injustiça com a qual foi obrigada a pactuar.

Não se pense que estas situações, algumas de foro patológi-co, são distantes de nós ou que só acontecem com pessoas me-nos instruídas. De facto, e infelizmente, é reconhecido que tal assim não é: estas situações são transversais à nossa socieda-de, afectando pessoas com instrução e passam-se ao nosso lado e com alguma frequência.

Mostra-se, pois, necessário ter consciência que esta é uma forma de abuso, de maus-tratos infantis, que põe em risco a saúde emocional da criança e que não deve ser silenciada.

Torna-se bom de ver que esta situação afecta gravemente o desenvolvimento da saúde psicológica e física da criança e é impeditiva do que universalmente está reconhecido: a crian-ça deve crescer num ambiente familiar, em clima de felicidade, amor e compreensão, com vista ao desenvolvimento harmonio-so da sua personalidade.

Neste tempo em que vivemos, os problemas são globais e, deste modo, não podemos nem devemos fechar os olhos ao que se passa à nossa volta.

E porque há crianças que morrem literalmente à fome, não têm acesso aos cuidados de saúde primários e às medidas de prevenção e à educação e não lhes é assegurado um nível de vida adequado, permitam-me que aborde ainda o tema dos APADRINHAMENTOS À DISTÂNCIA.

Os projectos de apadrinhamento de crianças são uma das formas mais eficazes de contribuir para o desenvolvimento in-tegral das crianças nos países pobres.

O apadrinhamento consiste na ajuda por uma família ou pessoa individual, de forma continuada, prestada a crianças institucionalizadas no seu processo de crescimento, contribuin-do tais voluntários (pessoas comuns, muitas delas das nossas relações) com determinada quantia para as despesas com ali-mentação, saúde e educação das crianças.

Pode e deve haver uma interacção entre padrinho/afilhado, através da manutenção de contactos, por forma a que aque-le possa inteirar-se do bem-estar, dos projectos de vida e dos sucessos escolares da criança que apadrinha. À medida que a criança for crescendo o padrinho pode – e deve – relacionar-se com ela directamente, por carta, por telefone e pessoalmente, articulando estes contactos com os educadores da criança. É bom não esquecer que estamos a falar de crianças que, muito comummente, vivem em orfanatos, que perderam os pais por doença ou vítimas das malfadadas guerras.

É suficiente menos de 1€ por dia para ajudar estas crianças a construírem o seu futuro com dignidade e pondo em prática os direitos mais básicos que lhes assistem. Felizmente, estes projectos têm-se multiplicado e, a grande maioria, encontra-se hoje à distância de um click.

Por muito pouco para muitas pessoas podemos fazer feliz uma criança…

Lúcia Coutinho Amarante

Page 21: Reporter do Marao

Líder da Mota Engil agraciado em AmaranteO líder do grupo Mota-Engil, António Mota, foi

agraciado este mês em Amarante, sua terra natal, pela associação empresarial, durante uma cerimó-nia em que também foram homenageados alguns associados e antigos dirigentes da instituição.

"É para nós uma enorme honra distinguir um amarantino que tanto tem feito pelo país e pela sua terra, que nunca esqueceu", justificou Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Amarante (AEA).

O grupo liderado por António Mota tem fei-to vários investimentos no concelho, contribuindo para a dinamização económica. O dirigente recor-dou também que António Mota mantém a sede so-cial da sua empresa em Amarante, dando também emprego a muitos habitantes do concelho.

O empresário agradeceu a distinção e salien-tou que a empresa que lidera sempre soube apro-veitar as oportunidades em tempo de crise. "Vamos deixar-nos de lamúrias", salientou António Mota a propósito da atual crise económica e financeira.

Apesar das implicações em termos de impos-

tos, o empresário amarantino prometeu também manter a sede em Amarante, berço do maior gru-po empresarial privado.

No decurso da Gala do Empresário foram tam-bém celebrados protocolos com um banco, uma operadora de telemóveis e com o grupo do ramo automóvel MCoutinho.

Ao abrigo desta parceria, a empresa MCouti-nho Douro, através das Marcas Fiat, Alfa Romeo e Lancia, estará presente nos vários eventos pro-movidos pela Associação Empresarial de Amaran-te, disponibilizando também as viaturas oficiais a esta associação.

«A parceria que agora estabelecemos enqua-dra-se na política de desenvolvimento do nosso ne-gócio, com uma forte orientação para ações de pro-ximidade com as forças vivas da região onde nos inserimos, de que a Associação Empresarial de Amarante é um excelente exemplo», salientou a administradora da MCoutinho Douro, Margarida Coutinho.

A MCoutinho Alvescar promoveu no passado dia 20 de maio, um evento dedicado ao mais recente modelo da Marca, o novo Chevrolet Spark.

Assim, o objetivo passou por chegar a um dos públicos mais jovens e animados do Nordeste Transmontano, ou seja, aos estudantes da UTAD. Nesse sentido, estiveram em expo-sição nesta instituição vários Chevrolet Spark na expectativa de todos poderem sentir este novo modelo, promovendo ações de teste drive e também o inesquecível “dia K”.

A ação foi então encerrada com a “Festa K” no Bar BClub com uma sessão de Karaoke. Os participantes estavam habi-litados a usufruírem de um fim-de-semana, ao volante de um Chevrolet Spark numa Pousada de Portugal. A adesão dos mais jovens foi um êxito, e a qualidade dos participantes atin-giu níveis elevados. O Juri, constituído pelo Diretor de Ven-das e Frotas da Marca, Joaquim Troia, pelo Diretor Geral da MCoutinho Alvescar, Victor Fernandes e pelo Diretor do Gru-po BClub, Jorge Melo, decidiu que a feliz contemplada seria Ana Lourenço, estudante de Psicologia da UTAD, que brilhou ao cantar I will always love you de Whitney Houston. A festa manteve-se animada até de madrugada num ambiente total-mente SPARK. [Informação empresarial]

MCoutinho Alvescar promoveu “Festa K” na apresentação do novo Chevrolet Spark.

Jorge Manuel Costa Pinheiro

Comércio de todo o tipo de material de escritório

Rua Teixeira de Vasconcelos - Amarante

Telef. 255 422 283 * Telem. 917 349 473

MCoutinho Douro apresentou ASX,o novo argumento da Mitsubishi

A empresa MCoutinho Douro aproveitou o recente lançamento do ASX, novo modelo da marca nipónica Mitsubishi, para inaugurar o stand de Marco de Canaveses, em Talegre, pró-ximo da GNR, onde também dispõe de instala-ções e serviço pós-venda.

A concessão Mitsubishi na região do Tâmega e Sousa é desde há alguns meses representada por uma empresa do Grupo MCoutinho.

O Mitsubishi ASX é um SUV compacto de pouco mais de quatro metros de comprimento, cinco lugares e cinco portas.

Concebido para os que valorizam “o prazer

da condução”, o Mitsubishi ASX conjuga “níveis de potência elevados com reduzidas emissões” de CO2 e dos restantes gases de escape, graças ao novo motor 1.8 diesel DI-DMIVEC de 150 CV. O sistema de arranque sem chave, computador de bordo com LCD a cores e o teto panorâmico estão entre os atrativos do ASX.

Todas as versões estão equipadas com sete airbags, controlo ativo de estabilidade e tração, ABS e assistência no arranque em subidas. A mala tem capacidade para 442 litros e o desenho dos elementos dianteiros do ASX teve em consi-deração a redução de potenciais lesões nos peões.

MCoutinho Porto abreespaço MAZDA em Paredes

A empresa MCoutinho Porto abre em Paredes, a 2 de junho (19:00), um novo espa-ço de exposição da marca japonesa Mazda. A empresa do Grupo MCoutinho alargou recentemente a área da concessão Mazda a vários concelhos do distrito do Porto. O

novo espaço fica situado na avenida Francisco Sá Carneiro, próximo da estação ferroviária.

Além de Paredes, a MCoutinho Porto dispõe de espaços de exposição da marca na Rua Augusto Lessa e na Estrada Exte-rior da Circunvalação (Areosa), ambos na cidade do Porto.

empresas & negócios repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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repórterdomarão22 26 mai a 08 jun’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I crónica|eventos

Ernesto e SaraSim, sou um homem feliz

dentro das minhas possibili-dades. Cada idade tem os seus quês, tanto para bem, como para mal. Eu já fiz setenta e sete anos e sim, sou um homem feliz quando não penso em cer-tas coisas. Por exemplo, se pen-so na minha falecida mulher. Chamava-se Sara.

A minha Sara é uma mu-lher muito bonita e muito tra-balhadeira. Deu-me um filho, o meu Carlos, que está a viver em Vigo há muitos anos. Casou lá com uma espanhola, mas ain-da não me deram netos. Ain-da não calhou. Que agora com este novo mundo, não há tem-po para nada, nem para fazer fi-lhos. Diziam na televisão – que eu gosto de andar informado –, que os computadores iam facili-tar a vida às pessoas, mas não. Ficou tudo ainda mais acelera-do. Anda toda a gente a correr. Este tempo faz-me um bocado de confusão.

Sim, sou um homem feliz porque vivo na minha casa e sou senhor de mim. Faço o que quero e não tenho de dar sa-tisfações a ninguém. Não vivo completamente sozinho, tenho sempre o rádio ligado e, às ve-zes, também a televisão, mas com o som desligado. Também tenho o meu gato Serôdio, que ainda gosta de ser mais inde-pendente do que o dono. Tem dez anos, está velho, cego de um olho, mas ainda anda atrás das gatas. Às vezes são elas que o vêm chamar. E eu digo-lhe: vai à tua vida e faz o que tem de ser feito, mas com muita com-petência. Estás velho, estás ce-gueta, estás remeloso e neste ponto tens mais sorte do que eu. Às vezes penso nisso, mas de-pois encolho-me, porque tenho muito medo das doenças que andam por aí. E cá lá me vou arranjando sozinho, de velho se volta a moço, está a perceber-me. Odeio o Serôdio quando me aparece em casa todo moí-do. Odeio-o, e gostava tanto de ser como ele.

Sim, sou um homem feliz. De manhã acordo lá pelas seis e meia, ligo o rádio e ouço as notí-cias e o sei tudo sobre o trânsi-

to de Lisboa e do Porto. Depois deixo-me ficar e levanto-me tar-de, nunca antes das oito e meia. Depois vou comprar quatro pães à venda do Francisco, dou duas de trela e volto para casa para comer uma tigela de café com leite. Depois distraio-me a ver televisão, falo com o Serô-dio, ou com quem passa. Depois as meninas da Misericórdia tra-zem-me o almocinho, e eu já fico com comida para o dia inteiro.

O meu filho é que insistiu, porque eu bem me safava so-zinho: abria uma lata de sardi-nhas de conserva, ou de atum, ou de cavala, às vezes cozia fei-jões e comi-os com cebola, azei-te e vinagre. A minha nora é que andou a fazer a cabeça ao meu filho, que eu andava a ali-mentar-me mal, que os enlata-dos iam estragar-me o sangue e mais isto e mais aquilo. E en-tão encomendaram-me a comi-da e ofereceram-me um micro-ondas, que é um aparelho que faz muito jeito para aquecer a comida. Em três minutos fica tudo quentinho, às vezes até queima.

De tarde fico por casa a ver televisão e a ouvir rádio. Quan-do não chove, e para matar tem-po, vou até à venda do Francis-co, e fico por lá a meter-me com ele. Porque eu sou do Porto e ele é do Benfica, eu sou socialis-ta e ele é PPD, ele gosta do Ca-vaco e eu do Manuel Alegre, é uma pândega até vir a noite. O Francisco todos os dias se quei-xa do negócio, diz que vai fechar para o ano que vem. Mas eu não acredito. Se ele fechasse o que é que íamos fazer?

Sim, sou um homem mais fe-liz aos domingos. Visto o meu fato e saio de casa às dez da ma-nhã. Ao meio-dia já estou sen-tado no restaurante na mesa do canto. E como meia dose de ar-roz do forno com anho, que tem o mesmo sabor ao que a minha falecida fazia, e bebo dois copi-nhos de tinto maduro. Remato com um café, arroto como um menino, e digo para os meus bo-tões: aproveita, Ernesto, apro-veita antes que anoiteça.

[email protected]

António Mota

Debates em Lamego sobre o vinho e o tu-rismo e os seus múltiplos aspetos e um concer-to gratuito do lendário guitarrista americano B. B. King, em Sabrosa, animam a região duriense.

A vila de Sabrosa prepara-se para acolher as milhares de pessoas esperadas para assistir, no sábado, ao concerto de B.B. King, o que aju-dará a promover e a divulgar o concelho.

B.B. King em Sabrosa

Rali de Portugal: Vítor Pascoal confianteVítor Pascoal e Mário Castro, da equipa Politejo Amarante

Rallye Team, vão participar no Rali de Portugal que começa dia 27 no estádio do Algarve. A dupla, que no ano passado venceu o Vodafone Rali de Portugal, parte “com grande entusiasmo”.

A Politejo Amarante Rallye Team foi convidada pela organiza-ção a integrar o grupo de prioridade P3, o que é visto como um “reconhecimento” do trabalho da equipa.

A vila de Alfândega da Fé organiza de 10 a 13 de junho a Festa da Cereja, fruto que cons-titui cada vez mais importante fonte de receita da economia local.

A Câmara de Alfândega da Fé, responsá-vel pela iniciativa, organizou uma visita aos po-mares de cerejas e às unidades agro-industriais que trabalham na transformação deste fruto.

Cereja em Alfândega

A Bienal de Arte de Chaves 2010, que ar-ranca na próxima terça-feira, presta este ano homenagem a dois artistas consagrados flavien-ses, Nadir Afonso e João Vieira.

Com três exposições, uma conferência e um ateliê de pintura, a bienal insere-se "numa estra-tégia cultural" do Municíoio de Chaves. A home-nagem a Nadir Afonso e João Vieira tem como objetivo "promover a cidade, o concelho e a re-gião", assim como "promover a arte contemporâ-nea", disse o autarca local, João Batista.

De 01 de junho a 04 de julho, o espaço mul-tiusos do Centro Cultural de Chaves recebe uma exposição com trabalhos do artista João Vieira, natural de Vidago.

Nadir Afonsona Bienal de Chaves

Amarante recebe nos dias 4, 5 e 6 de ju-nho milhares de forasteiros para as tradicionais Festas do Junho, em honra do padroeiro São Gonçalo. Bandas musicais, arruadas dos gru-pos de bombos e as manifestações religiosas fa-zem parte do programa.

Marco Paulo encerra a noite de sábado, se-guindo-se uma sessão de fogo de artifício e es-petáculo piro musical.

Junho em AmaranteEscritores, autores, ilustradores e especia-

listas de educação participam a 29 de maio, no Museu do Douro, na Régua, no terceiro encon-tro de Sementes de Leitura e Artes, uma inicia-tiva dos estudantes e professores da ESE Pau-la Frassinetti, do Porto.

O encontro começa às 11:00 e prolonga-se pela tarde com a realização de diversos painéis, nomeadamente um sobre "Animação da leitura e contextos lúdicos da aprendizagem".

Sementes de Leitura no Museu do Douro

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2326 mai a 08 jun’10

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SamuelBeckett2010

Esta caricatura obteve o 1º Prémio no Concurso Euro-peu de Cartoon em 2010, na II Bienal de Humor «Luiz d`Oliveira Gui-marães», realizada em Penela.

O OLHAR DE...Eduardo Pinto 1933-2009

Esta edição foi globalmente escrita ao abrigodo novo acordo ortográfico. Porém, alguns textos, sobretudo

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"Fogo no rio"

– Rio Tâmega - Amarante– Finais dos Anos 50

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