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ENTREVISTA - Pág. 15 FRANCISCO GONÇALO “Airão Santa Maria sairia a ganhar com a criação do concelho de Joane” PUBLICIDADE JOANE | p. 06 e 07 Joanense foi esfaqueado em Requião GNR apreende DVD´s piratas na feira VERMOIM | p. 14 ACV lança clube de Andebol POUSADA | p. 08 Adiado caso dos limites com Mogege RONFE | p. 07 Trabalhadoras suspendem contratos de trabalho VERMIL | p. 08 Parque de jogos entregue ao abandono PESSOAS pág. 09 A colecção de mais de 200 copos de bagaço OPINIÃO pág. 18 Sérgio Cortinhas | António Paiva Ensino Privado vs Ensino Público RL MAGAZINE pág. 10 Rui Faria, investigador joanense na revista “Nature” WWW.FACEBOOK.COM/REPORTERLOCAL/ Nº 142 • ANO XIII • JANEIRO 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE EM FOCO pág. 02 e 03

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Edição de Janeiro 2011

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ENTREVISTA - Pág. 15

FRANCISCO GONÇALO“Airão Santa Maria sairia a ganhar com a criação do concelho de Joane”

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JOANE | p. 06 e 07Joanense foi esfaqueado em Requião

GNR apreende DVD´s piratas na feira

VERMOIM | p. 14ACV lança clube de Andebol

POUSADA | p. 08Adiado caso dos limites com Mogege

RONFE | p. 07Trabalhadoras suspendem contratos de trabalho

VERMIL | p. 08Parque de jogos entregue ao abandono

PESSOAS • pág. 09A colecção de mais de 200 copos de bagaço

OPINIÃO • pág. 18Sérgio Cortinhas | António Paiva

Ensino Privado vs Ensino Público

RL MAGAZINE • pág. 10Rui Faria, investigador joanense na revista “Nature”

www.facebook.com/REPORTERLOCAl/

Nº 142 • aNo XIII • JaNeIRo 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

EM FOCO • pág. 02 e 03

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2 JANEIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

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Luís Pereira

D ez meses depois do der-r u b e d a s “ b a r r a c a s ” , a s obras no Largo 3 de Julho de Joane estão prontas a

inaugurar. Ainda sem data para a inauguração, o vereador da Câmara d e F a m a l i c ã o c o m o p e l o u r o d a s o b r a s m u n i c i p a i s , J o s é S a n t o s , adiantou ao RL que o empreiteiro deverá proceder em breve à entregada obra. “É a obra possível . Haverásempre quem goste ou não das lojas que foram construídas. Uma coisa é certa, Joane f icou a ganhar”, refere o vereador.A c o n s t r u ç ã o d e q u a t r o l o j a s c o -merc ia is no âmbito da renovação urbana do centro da vi la nunca foi p a c í f i c a , t e n d o j u n t a d o p o d e r e oposição local no coro de protestos. A decisão de construír no Largo um edifício comercial foi tomada na se-quência do fracasso das negociações (em plena campanha eleitoral para as autárquicas em 2009) com três dos comerciantes das antigas lojas. José Santos revela que os loj istas já receberam luz verde para trata-rem da ocupação dos espaços. Por revelar continua ainda o destino a dar à quarta loja. Sobre o assunto,

Centro de Joane está mais arejado

INTERNET GRATUITA EM VERMILA Junta de Freguesia de Vermil lança, esta sema-na, a primeira fase do projecto de cobertura de rede Wireless (Internet gratuita). Para já o acesso gratuito será possível numa área de 200 metros em torno da sede da Junta local.

EM FOCO

Largo 3 de Julho está pronto mas não há data de inauguração

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REPÓRTER LOCAL • JANEIRO DE 2011 • 3

agora que se vislumbra o resultado final da intervenção parcial que a câmara levou a cabo no antigo “campo da feira”, não resis-to a lembrar factos, até porque alguns que se arvoram em defensores dos interesses de Joane, quando afinal, dão cobertura aos desmandos do município, quando se trata de investir na nossa terra .em outubro de 2008, numa audiência com o vereador José Santos, nado e crescido em Joane, lembrei a necessidade de a câ-mara colocar dotação orçamental no seu Plano de actividades para o arranjo do largo e para resolver o problema dos lojis-tas. este pedido caiu em saco roto. a 22 de Dezembro (ver acta da assembleia munici-pal), interpelei o Sr. Presidente da câmara (P.câmara) sobre o assunto, tendo solicita-do 100 mil euros para resolver o problema dos lojistas: arrendar lojas ou indemnizar. o P. câmara , a pedido de um “leva e traz”, negou o pedido, referindo que o problema era da Junta . Disse-lhe que a Junta não ti-nha verba, pelo que, se queria fazer a obra , teria de nos ajudar. Semanas depois, voltei a questionar. o “leva e traz” terá defendi-do que deveria ser o P. câmara a negociar com os lojistas e não o Presidente da Jun-ta , porque se não, este reclamaria o méri-to da resolução. assim foi. o Sr. P. câmara anunciou que iria ser ele a negociar com os lojistas, pois entendia que 100 mil euros era uma verba elevada . Nessa altura “o leva e traz” foi incumbido de sondar e convo-car os lojistas para uma reunião, facto que surpreendeu os mesmos. a preocupação de me tirar de cena era tal que tudo foi fei-to para dar visibilidade à câmara e a mais alguém.o Sr. P. câmara que achava 100 mil euros muito dinheiro, acabou por negociar com os lojistas, revelando-se ruinoso o negó-cio, por sinal elogiado pelo “leva e traz” que considerou a solução encontrada “um mal menor e que o Sr. Presidente da Jun-ta deveria agradecer à câmara”. Tamanha desfaçatez não lembraria ao diabo! afinal quanto gastou a câmara com as lo-jas e os lojistas? Indemnizações: 75000€; construção das lo jas : 90 mi l euros ; alu-guer dos contentores : cerca de 12500€; Renda mensal a uma das lo j i s tas : 750€, durante 12 meses ; cedência de loja em famal icão ao S indicato. ou seja , o ne-gócio do Sr. P. câmara custou no mínimo aos cofres do município , cerca de 180 mi l euros . a Junta pediu 100 mi l para re-solver o assunto, não construindo lojas no largo, pelo que deixo à consideração de todos , os ju ízos que queiram fazer.Quanto à obra e la é , no essencia l , do meu agrado; sem lojas a inda ser ia mais inte-ressante , mas i sso poderá ser remediado com o arranjo da área que se encontra em terra e na qual a câmara nunca pôs todo o empenho. apesar da resposta dos joanenses em outubro de 2009, cont inu-am os do costume a desculpar a câma-ra , quando dever iam juntar a sua voz à nossa , para que a câmara respeite Joa-ne e resolva de vez a parte restante do largo. enquanto ta l não acontecer, não faz sent ido fa lar em inauguração. Joane tem dire i to a todo o espaço devidamen-te arranjado e a câmara , se quiser, tem poder negocia l para cumprir o que pro-meteu aos joanenses . Para já o cenár io que se oferece a inda não digni f ica Joane. Impõe-se vontade ao município e é pre-ciso que todos , sem excepção, o sa ibam lembrar e ex ig ir à câmara!

OPINIÃO IVO SÁ MACHADOPresidente da Junta de Joane

O Largo 3 de Julho

o vereador de Joane assegura que a Câmara ainda não tomou nenhuma decisão.“ A o b r a d e u m u i t o t r a b a l h o . A e m p r e s a c o n s t r u t o r a t e v e p r o b l e m a s f i n a n c e i r o s e s ó c o m p r e s s ã o é q u e c o n c l u i u o trabalho. Apesar de triste com o atraso e com todos os episódios que envolveram este processo, penso que, não sendo uma obra r ica, é uma obra bonita” , con-sidera o vereador.Na últ ima edição do RL, demos c o n t a d a s c r í t i c a s d o s c o m e r -ciantes do centro da vi la quanto à demora nos trabalhos da re-novação urbana. A s o m a r à s a í d a d a f e i r a p a r a L a b o r i n s , o s c o m e r c i a n t e s queixavam-se que o a traso da renovação urbana estava a afas-tar a inda mais a população do centro da vila, contribuindo para o agravamento da s i tuação de grande dif iculdade em que vive o comércio do centro de Joane.A c o n c l u s ã o d a o b r a ( i n i c i a l -me nt e p re v is t a p ara Ou t ubro d o ano p assad o) não coloca termo à renovação do centro da vi la. O processo em torno da h ipoteca dos terrenos contíguos ao agora intervencionado, continua a aguardar por uma decisão do tribunal. Só quando

esta surgir , e se for em sent ido f a v o r á v e l à a u t a r q u i a , é q u e a renovação urbana pode avançar para a total idade que constitui o centro cívico da vi la.É e s s a o b r a q u e o l í d e r d o P S D de Joane, Miguel Ribeiro, encara como forma de atenuar “a s i tu-ação grave dos comerciantes do coração de Joane”. “Esta é a altura em que devemos potencializar, criando um espaço âncora com serviços públicos, que atraiam a população ao centro”, defende, adiantando que é preciso “ r e a v a l i a r t o d a a o r g a n i z a ç ã o daquele comércio”. S o b r e a o b r a a g o r a c o n c l u í d a , o l íder loca l dos “ laranjas” não demonstra entusiasmo, saúda“as alterações fe itas” mas confessa que esperava “algo mais arroja-da”. “Reconheço, no entanto, que qualquer solução que possa vir a ser encontrada estará inquinada por aquilo que está nas costas da actual intervenção. Só ultrapassa-do este imbróglio é que teremos

a verdadeira renovação urbana”, vinca.A renovação urbana no largo 3 de Julho da vi la d e J o a n e , q u e a g o r a t e r m i n a , c u s t o u 3 2 5 m i l e uros aos co fres da Câmara Munic ipa l de Vi la Nova de Famalicão.

EM FOCO

“Apesar de triste com o atraso e com todos os episódios que envolveram este processo, penso que, não sendo uma obra rica, é uma obra bonita. É a obra possível. Haverá sempre quem goste ou não das lojas que foram construídas. Uma coisa é certa, Joane ficou a ganhar”.

José Santos Vereador na câmara municipal de famalicão

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4 JANEIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

FÓRuM

O qUE sE DIzA FRAsE DO MÊs

“Após a tomada de posse do Professor Cavaco Silva, em meados de Março, as-sistiremos à queda do Go-verno e teremos eleições Legislativas”custódio oliveira, dirigente da aTc, opinião Pública

“O PSD não é um partido de direita nem conservador, ainda que nos últimos tem-pos exista a tentação, até por parte de destacados militantes, de o encostar à direita e ao centro-direita. O espaço so-ciológico e político do PSD é o centro-esquerda”.edna cardoso, o Povo famalicense

“Manuel Alegre esteve em Famalicão e teve muita gente a recebê-lo. Só que en-trou mudo e saiu calado. Saiu do carro, colocou flores na estátua de Bernardino Machado e foi-se embora, num desres-peito total pelos seus apoiantes”mário martins, apoiante de manuel alegre, o Povo famalicense

“As obras de recuperação da zona do Cas-telo de Guimarães e Paço dos Duques, ar-rancam em Maio e terão um custo total de dois milhões de euros”correio do minho

” Jean-Luc Godard e Manoel de Oliveira são dois dos mais de vinte cineastas con-vidados a filmar para a Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura (CEC)”Público

“Esperança de vida da próxima geração de portugueses será inferior à actual”Título jornal Público

“O sistema de cunhas mudou. Já não se procura um santo influente no céu para obter uma graça divina. Pede-se a Deus a promoção de uma pessoa da respectiva família religiosa, levando-a a fazer um milagre que convença um tribunal cien-tífico e teológico. É normal pedir socorro e agradecer, mas não é preciso ser ridí-culo”.frei bento Domingues, Público

Alunos de Joane hospitalizados devido a excesso de álcoolD o i s a l u n o s d a e s c o l a B e r n a r d i n o Machado de Joane foram transporta-dos para o hospital de Famalicão, na tarde da passada sexta-feira, dia 28, alcoolizados.Os jovens de 15 anos são alunos do 9.º ano daquela escola. Segundo o relato do director da escola , Al fredo Lima, os alunos saíram do estabelecimento por volta das 13h30, no final das aulas, t e n d o r e g r e s s a d o t r ê s h o r a s d e p o i s sob o efeito do álcool .“A escola nestas situações serve como p o r t o d e a b r i g o p a r a o s a l u n o s . E m vez de voltarem para casa, vieram de novo para a escola. Ao cruzar-se com os alunos, ainda fora do recinto esco-lar, o director de turma apercebeu-se do estado e t ratou de os t razer para

dentro da escola”, narra.Segundo a mesma fonte , apesar dos alunos não estarem “exageradamente alcoolizados”, a escola chamou a am-b u l â n c i a q u e o s t r a n s p o r t o u p a r a o hospital de Famalicão, na companhia de uma funcionária.“Não querendo minimizar, são situa-ções que fazem parte do processo de experimentação que os adolescentes passam nesta fase da v ida . Normal-m e n t e t e n t a m s e m p r e i m i t a r o q u e vêm em contexto social” .A estadia no hospital de um dos jovens t e r á s i d o d e c u r t a - d u r a ç ã o , t e n d o regressado a casa de imediato com a funcionária. O outro aluno permaneceu mais tempo e só regressou a casa já na companhia dos pais. LP

QU

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JOANE, 1998o s l e i t o r e s m a i s j o v e n s n ã o terão memória da casa do Povo de Joane, mas e la fo i , durante dezenas de anos , um centro de r e c r e i o e a p o i o s o c i a l . a l i , a poucos metros do novo módulo d e l o j a s d o l a r g o 3 d e Ju l h o , a c a s a d o Po v o o c u p a v a u m edi f íc io que foi demol ido para - anunciava-se na a l tura - abr ir caminho à renovação da zona centra l de Joane. a c a s a f o i a b a i xo - co m o d o -c u m e n t a a i m a g e m - m a s a r e n o v a ç ã o d a z o n a e s b a r r o u num monte de obstáculos . Da casa do Povo resta a memória de todos aqueles que a l i passaram a l g u m d o s e u t e m p o , a j o g a r c a r t a s , b i l h a r, p i n g - p o n g , o u que recorreram à sua pequena bibl ioteca .Se TIVeR foTogRafIaS QUe moSTRem aSPecToS QUe JÁ DeSaPaReceRam oU efeIToS

DaS alTeRaçõeS Na PaISagem Da SUa TeRRa , e Se aS QUISeR PaRTIlhaR com oS leIToReS, eNVIe PoR maIl , geRal@RePoRTeRlocal .com, oU PoR coRReIo.

DIAs DE ONTEM

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REPÓRTER LOCAL • JANEIRO DE 2011 • 5

“Não sendo uma obra rica, é uma obra bonita”. “É a obra possível” . As palavras são de José Santos, vereador com o pelouro das Obras Municipais na Câmara Municipal de Famalicão. Um joanense. E foram ditas ao RL a propósito do arranjo do Largo 3 de Julho. Começa a ser um discurso muito colado a Joane e revelador de uma certa polít ica da “mediania” que tem caracterizado a intervenção dos poderes locais. A Junta, já se sabia, é apologista deste t ipo de acção: na feira semanal foi também a lógica da “obra possível” que imperou. Assim se explica que a mudança (necessá-ria, note-se) tenha sido trapalhona e que o recinto ainda exiba umas paredes por acabar. Na sede da Junta de Joane acabou por prevalecer o melhor remédio e não o mais ef icaz, o desenrasca - “a obra possível” - e não a obra mere-cida e pensada. A Câmara de Famalicão, pelos vis-tos - e no que toca a Joane - parece seguir pelo o mesmo caminho. Ao invés de aproveitar a oportunidade para realizar na vi la mais importan-te de Famalicão uma obra emblemá-tica, que pudesse merecer elogios e marcar dentro e fora do concelho,

optou pela “obra possível” , que “não sendo uma obra rica, é uma obra bo-nita”.Repetimos agora o que já aqui se escreveu: o centro que vai ser inau-gurado nada tem a ver com o que existia antes, com o estado em que estava (e esteve dezenas de anos) a “sala de visitas” de Joane. O arranjo é esteticamente apelativo (exceptu-ando, claro, a discutível opção pelo módulo de lojas); os materiais são nobres - e aos “actores” locais (po-pulação), não chega apontar o dedo como se nada lhes dissesse respeito na preservação do espaço.

O ex-presidente da Junta de Airão Santa Maria, Francisco Gonçalo, diz que a população desta localidade do concelho de Guimarães f icaria a ga-nhar com a criação do concelho de Joane. Uma forma de dizer, com a serenidade que caracteriza este ex-autarca do PS, que aquela zona pe-riférica do concelho continua “lon-ge” da sede do Município. Da mesma forma, vai directo ao assunto, sem tibiezas, quando diz que Airão San-ta Maria e Airão S. João ficariam a ganhar se se juntassem numa só fre-guesia, pois “com cerca de 2.500 elei-tores, teria outra força”.

EdiTORiAL

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RUI FARIAa prova de que Portugal tem cérebros: Rui faria, de Joane, integra a equipa de investiga-dores responsável por um artigo publicado na prestigiada revista mundial “Nature” e que está a merecer a atenção de especia-listas mundiais.

FRANCISCO GONÇALODa entrevista deste ex-presiden-te da Junta de airão Santa maria ficam duas ideias: que a fregue-sia ficaria a ganhar se integrasse um futuro concelho de Joane; e que faz mais sentido a fusão com a vizinha airão S. João.

CASOS dE POLíCIAo cardápio arrepia: um jovem de Joane foi esfaqueado em Re-quião; a gNR apreendeu cen-tenas de DVD´s piratas na feira semanal e dois alunos de uma escola da vila foram parar ao hospital com excesso de álcool.

ANdEbOL VERMOIMSempre que há uma notícia do aparecimento de um clube que não seja do reino de futebol, só podemos aplaudir. em Ver-moim, está para ser apresenta-do o clube de andebol “os cra-ques”. Uma boa notícia.

PARqUE dE JOGOS VERMILJá foi um dos grandes centros de actividade desportiva na re-gião. hoje, o Parque de Jogos de Vermil é uma nódoa, votado ao abandono, palco de vandalismo e de toxicodependentes. fala-se na sua revitalização, mas falta saber se haverá engenho e arte (e acima de tudo dinheiro) para tal empreitada.

dOMINGOS FERNANdESmais um coleccionador da re-gião: neste caso, de cálices de aguardente. a colecção de Do-mingos fernandes, de airão Santa maria, conta mais de 200.

PROTAgOnisTAs

na rede

Repórter Local | Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail [email protected] detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira Director Joaquim Forte ( [email protected]) | Redacção Luís Pereira ([email protected]) | Paginação Filipa Maia |Colaboradores Ana Margarida Cardoso; AnalisaNeto; Custódio Oliveira; Elisa Ribeiro; João Monteiro; Luís Santos; Miguel Azevedo; Luciano Silva; Sérgio Cortinhas; Joana Cunha; António Oliveira | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. Jornal de distribuição gratuita | Distribuição: Alberto Fernandes Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514

o largo 3 de Julho e airão Santa maria

JOAQUIM FORTE

PAG. 15ENTREVISTAao Rl , francisco gon-çalo, ex-presidente da Junta de airão Santa maria , fala da função de autarca e dos bene-fícios que resultariam para aquela localidade da criação do concelho de Joane e da fusão com a vizinha airão S. João.

http://www.jf-casteloes.com/o sítio na Internet da Junta de freguesia de castelões disponibiliza informação sobre os serviços prestados e dá nota das principais intervenções realizadas pela autarquia. Por outro lado, permite aceder à revista “o castrejo” em versão PDf (embora a publica-ção não esteja actualizada), que propõe uma viagem pela fregue-sia através de imagens. festividades (S. Tiago e Santo antónio). e permite o acesso a vários documentos da actividade da Junta e a actas das sessões da assembleia de freguesia. Também importante é o facto de permitir subscrever a Newsletter.

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6 JANEIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

JOANE • PolícIa

A GNR de Joane apreendeu m a i s d e 6 0 0 d v d ´ s d e f i lmes pirateados e cerca de quatro dezenas de cd´s

musicais , também contrafeitos. A a p r e e n s ã o f o i f e i t a n o â m b i t o d e u m a o p e r a ç ã o d e r o t i n a à f e i r a s e m a n a l d e J o a n e , n o d i a 2 2 d e Janeiro (sábado), e envolveu cinco mil itares da Guarda joanense.O material contrafeito apreendido estava a ser comercializado no Par-que de Laborins (no recinto da nova feira semanal) por um cidadão de nacionalidade marroquina que, ao que o RL apurou, será reincidente nesta actividade i l ícita. O individuo foi constituído arguido f icando a aguardar pelo respectivo inquérito judicial .A apreensão decorreu sem grande a p a r a t o , n ã o t e n d o o i n d i v i d u o oferecido qualquer resistência ao t r a b a l h o d a G N R . S e g u n d o f o n t e desta força, estas iniciativas ocor-rem esporadicamente e têm como

o material apreendido estava a ser comercializado no recinto da feira semanal por um cidadão marroquino

GNR apreendeu dVd´s piratas

LOCALidAdEs

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Luís Pereira | Texto e Foto

NOVAS OPORTUNIDADES EM CASTELõESo centro Novas oportunidades da secundária Padre benjamim Salgado, de Joane, real iza , d ia 9 de fevereiro , 19 horas , na Junta de caste lões , uma sessão de esc larecimento sobre ofertas educat ivas-formativas para adultos .

FILMES PIRATEADOS a gNR de Joane não teve grandes dificuldades na apreen-são de 600 dvd´s de filmes pirateados. a Junta de Joane diz que tem apertado a fiscalização a fim de evitar a venda de material contrafeito na feira semanal.

finalidade a “dissuasão da venda de material contrafeito”. Um objectivo dif íci l de alcançar, uma vez que a venda de material pirateado - filmes e músicas, principalmente - é uma constante nas feiras da região.Contactado pelo RL, António Oli-v e i r a , v i c e - p r e s i d e n t e d a J u n t a d e F r e g u e s i a j o a n e n s e , e n t i d a d e r e s p o n s á v e l p e l a a t r i b u i ç ã o d o s e s p a ç o s a o s f e i r a n t e s , a s s e g u r a q u e a a u t a r q u i a t e m a p e r t a d o a f iscal ização a f im de evitar a venda de material contrafeito.“ P a r a e f e i t o s d e a t r i b u i ç ã o d o espaço na feira, a Junta de Joane exige aos comerciantes toda a do-cumentação legal inerente a esta a c t i v i d a d e ” , a r g u m e n t a A n t ó n i o Oliveira. Por outro lado, adianta, “ t e m o s s e g u r a n ç a s p r i v a d o s e m dias de fe ira que são incumbidos de assegurar a normalidade da feira s e m a n a l . A c o n t e c e q u e , q u a n d o l á n ã o e s t ã o , a l g u n s v e n d e d o r e s aproveitam-se e acabam por des-respeitar determinadas normas” , argumenta o autarca joanense.

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REPÓRTER LOCAL • JANEIRO DE 2011 • 7

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o joanense Simão Rodrigues terá sido agredido pelo ex-companheiro da namorada

Jovem esfaqueado em RequiãoJOANE • caSo

LOCALIDADES

U m jovem de 21 anos, Simão Rodrigues, de J o a n e , f o i e s f a q u e -a d o n a s c o s t a s e n o

a b d ó m e n n o p a s s a d o d i a 2 4 , na f regues ia de Requião , a le -gadamente pelo ex-namorado da sua actual companheira . À data desta reportagem o jovem já não corria perigo de vida, con-tinuando internado no hospital de Famalicão, onde foi sujeito a duas intervenções cirúrgicas aos pulmões. “Ele já andava a ser ameaçado há algum tempo com chamadas anónimas. Na segunda-feira o ex-namorado da namorada dele l i g o u - l h e a d i z e r q u e q u e r i a conversar e marcou o encontro p a r a R e q u i ã o ” , n a r r a , a o R L , Eduardo Rodrigues , i rmão da vít ima.Na expectativa de colocar ter-m o à s a m e a ç a s , S i m ã o t e r á resolvido aceder ao encontro, levando consigo um amigo e a própria namorada. No local , o agressor estaria acompanhado por um vizinho.

“ Q u a n d o l á c h e g o u , p o u c a o u n e n h u m a c o n v e r s a h o u v e . O m e u i r m ã o a p e r c e b e u - s e d e imediato da faca e ao afastar-se tropeçou. Foi então que o rapaz l h e d e s f e r i u d u a s f a c a d a s ” , descreve Eduardo.O a m i g o e a n a m o r a d a t r a n s -portaram Simão ao hospital de F a m a l i c ã o ( f o t o ) , e n qu a n t o o alegado agressor abandonava o local . Pouco tempo depois, um

outro irmão da vítima deslocou-se à residência do alegado agres-sor onde tanto o ex-namorado como o indivíduo que o acom-panhou negaram a autoria das facadas, assegurando que não tinham saído de casa. Só depois é q u e i r m ã o e n a m o r a d a d a vít ima se deslocaram à GNR de Famalicão, que os acompanhou numa segunda ida à residência d o a l e g a d o a g r e s s o r . “ F o r a m r e c e b i d o s p e l a m ã e q u e d i s s e q u e e l e n ã o e s t a v a e m c a s a d e s d e a s 2 2 h 0 0 e q u e e s t a r i a acompanhado pelo pai” , narra Eduardo.O RL apurou entretanto, junto de fonte da GNR de Vi la Nova de Famal icão , que o caso não mereceu imediatamente a aten-ção devida porque houve “falha de comunicação” por parte dos a c o m p a n h a n t e s d a v í t i m a e também da parte do hospital de Famal icão . Segundo a mesma fonte, o caso reveste-se de muita gravidade já que pôs em risco a v id a d e u m j o ve m, p e l o qu e foi encaminhado para a Polícia Judiciária, a quem compete dar andamento às investigações.

RONFE

TRAbALhAdORAs susPEndEM COnTRATOs

as trabalhadoras da confecção de ca-misas mendes Pereira , de Ronfe , sus-penderam os contratos de trabalho por fa l ta de pagamento do sa lár io de De-zembro e do subsídio de Natal . ao todo são 29 operár ios que voltam a estar numa s i tuação de impasse e que, se a empresa não pagar os ordenados até março, vão requerer o subsídio de desemprego.esta não é a pr imeira vez que a empre-sa atrasa os pagamentos . em Setembro, o Rl deu eco da greve por fa l ta de pa-gamento dos vencimentos de agosto e metade do subsídio de fér ias , num protesto acompanhado pelo S indicato Têxt i l do minho, que serviu de inter-mediár io nas conversações com a ent i-dade patronal . Depois da promessa de pagamento, as t rabalhadoras vol taram ao trabalho.Desta vez , o protesto foi a lém da gre-ve. as operár ias accionaram, a 13 de Janeiro, os meios legais de suspensão do contrato de trabalho. as t rabalha-doras dizem que não há s inais de aber-tura ao diá logo por parte da empresa , o que indic ia a intenção de encerrar. o prazo legal para pagamento dos or-denados em atraso termina em março. caso ta l não aconteça , as funcionár ias vão requerer o fundo de desemprego.a conf i rmar-se o mais que provável encerramento, são mais 29 pessoas , sobretudo mulheres que res idem em Ronfe , que i rão para o desemprego en-grossar as estat ís t icas do f lagelo que assola o Vale do ave.

Luís Pereira

Não há quem queira reparar o piso da entrada da escola secundária deJoane. o pavimento está há muito tempo completamente esburacado mas nem escola, nem câmara, nem Junta assumem a reparação. “Pensei que no dia das eleições os políticos que por lá passassem iriam ficar sen-sibilizados, mas perece que não”, desabafa o director da escola, alfredo mendes. José Santos, vereador das obras municipais, alega que “o espaço em questão pode ser da responsabilidade do estado”. No jogo de empur-ra, também a Junta se coloca de lado. “a Junta não tem responsabilidade naquele local. Temos direccionado os pedidos à câmara”, frisa antónio oliveira, vice-presidente da Junta.

NINGUÉM ARRANJA PISO ESBURACADO DA SECUNDáRIA

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8 JANEIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

bREVES

a acIP – ave cooperat iva de In-tervenção Ps ico-Socia l real izou a festa de Reis na casa das artes de famal icão, com as part ic ipações do agrupamento cNe 364 de Vale de S . cosme, a lunos e professores do agrupamento de escolas Jú l io brandão e cr ianças , jovens e técni-cos da acIP.

LOCALIDADES

O P a r q u e d e J o g o s d e Vermil está votado ao abandono. A degrada-ção tomou conta deste

espaço, outrora pólo de atracção d a j u v e n t u d e d e V e r m i l e d a s freguesias vizinhas. Até meados da década de 90 era, na região, um dos poucos espaços disponí-ve is para os jovens darem dois chutos na bola . Recebeu a taça Padre Flávio, festivais de folclo-res e festas diversas. Hoje, está entregue ao abandono. “ J á a n d e i p o r t o d o o l a d o p a r a a r r a n j a r f o r m a d e d i n a m i z a r aqui lo. Hoje abre-se uma porta mas amanhã fecham-na logo”, la-menta o pároco local, José Castro. “O problema é falta de dinheiro. Temos um projecto para cobrir o ringue por completo, mas é muito c a r o e n ã o h á q u e m o f i n a n c i e e a paróquia não tem a mínima hipótese de o suportar”, refere.Nos anos 90, adianta, a Comissão

F a b r i q u e i r a ( p r o p r i e t á r i a d o p a r q u e ) f o i f o r ç a d a a d e m o l i r o s a n t i g o s b a l n e á r i o s d e v i d o a vandalismo e toxicodependência. T e r á s i d o e s s e o p r i n c í p i o d o f i m d o r i n g u e . “ A s i n s t a l a ç õ e s deterioraram-se e já não ofere-ciam segurança. Para não piorar as coisas, resolveu-se demolir os balneários, cortar a luz e fechar o campo”, refere o pároco.A Câmara de Guimarães, no âmbi-to da ampliação da escola ( junto ao parque), chegou a pensar num protocolo com a paróquia para

usar o parque como complemento à escola. O pároco nega, contudo, a existência de qualquer contacto. P e s s i m i s t a q u a n t o à c o n c r e t i -zação desta alternativa, Marçal M e n d e s , s e c r e t á r i o d a J u n t a , c o n s i d e r a q u e “ m a i s c e d o o u m a i s t a r d e , a e s c o l a d e V e r m i l v a i f e c h a r e o s a l u n o s v ã o t e r d e i r p a r a R o n f e ” e p o r i s s o “ a pretensão da Câmara não sa irá do plano de intenções”. Marçal crit ica também o projec-t o d a p a r ó q u i a , q u e c o n s i d e r a “megalómano” . “A Fabr ique ira já mostrou não ter visão e revela d e s i n t e r e s s e p e l o c a m p o . C a b e à s o c i e d a d e c i v i l o r g a n i z a r - s e numa associação e dinamizar o p a r q u e ” , a p o n t a M a r ç a l M e n -d e s , r e v e l a n d o q u e e s t ã o a s e r e l a b o r a d o s e s t a t u t o s p a r a q u e uma associação venha a gerir o equipamento.O pároco aplaude a determinação e espera que “apareça gente para dinamizar o Parque. Ser ia uma boa solução para aquele espaço”.

mogege e PoUSaDa

JoaNe

Parque de Jogos abandonadoDegradação tomou conta do ringue propriedade da comissão fabriqueira

foi uma vez mais adiada a sessão das a legações f inais em torno do processo dos l imites terr i tor ia is das f reguesias de Pousada de Sa-ramagos e mogege, concelho de famal icão. a questão “ tem barbas” e opõe as duas autarquias , que re-c lamam para cada uma o terr i tór io da zona de outeiro . o desentendi-mento constante levou as duas Jun-tas a disputar aquele terr i tór io em tr ibunal , num processo que já dura há a lguns anos . a audiência que se faz ia adiv inhar como desfecho, estava marcada para o passado dia 28, no Tr ibunal administrat ivo de braga , mas , por fa l ta do ju iz t i tu lar do processo, fo i uma vez mais adia-da . os advogados das autarquias , ao que apurou o Rl , terão dia lo-gado no sent ido de encontrar uma data a propor para resolver o caso. ambas as partes têm a expectat iva de verem o assunto resolv ido a inda durante o mês de fevereiro .

AdiAdA sEssãO dAs ALEgAçõEs FinAis dO CAsO dOs LiMiTEs

ACiP FEsTEjOu diA dE REis

Luís Pereira

“Já andei por todo o lado para arranjar forma de dinamizar aquilo. Hoje abre-se uma porta mas amanhã fecham-na logo”

VEMIL • caSo

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REPÓRTER LOCAL • JANEIRO DE 2011 • 9

Janeiro

a colecção começou há 6 anos por mero passatempo. “ Toda a gente faz colecção de qualquer coisa . Uma al tura , estava de fér ias na Suíça , fu i a uma fe ira de velhar ias e foi a í que d e s a f i e i a m i n h a m u l h e r a c o m e ç a r a c o l e c ç ã o ” , r e f e r e Domingos fernandes .Não há muita oferta destes cál ices ( “encontram-se pouqui-nhos” , sa l ienta) pelo que, as duas centenas que compõem a colecção, sem repet ição, são dignas de registo e do orgulho de Domingos fernandes . “Procuro-os em fe iras de entulho, nas Taipas , por exemplo. Tenho também a sorte de ter f i lhas e outros fami l ia res que v ia jam mui to pe lo mundo fora e , sabendo deste meu gosto, t razem-me alguns” , re lata .e como colecção que se preze exige ser mostrada , fernandes construiu uma casa em miniatura , t ipo estante , em madeira , que f ixou na parede do exter ior da sua habi tação e onde estão guardados e cuidados os di ferentes cál ices .o hábi to de beber bagaço fo i-se perdendo à medida que as tascas t radic ionais foram fechando. Domingos fernan-des d iz que é raro encontrar cá l ices d i ferentes em cafés . “Quem os tem, tem amor por e les e não os quer dar. há c á l i ce s q u e c h e g a m a c u s t a r m a i s d e 5 e u ro s a u n i d a d e , o que é um exagero tendo em conta que fa lamos de um mini-copo” , subl inha .Quanto ao bagaço, o coleccionador entendido na matér ia deixa o conselho. “o bagaço, para ser bom, tem de ser ou muito velho ou então deve saber ao a lambique (aparelho d e d e s t i l a ç ã o ) . h á b a g a ç o f e i t o d e s a l e a m a r t e l o , e s s e não presta” , assegura .

Luís Pereira

aIRÃo SaNTa maRIa

Domingos fernandescoleccionador

ESCULTURA NA CASA DAS ARTESA Associação de Escultura e Arte Contemporânea organiza a exposi-ção “ O Feminino” de Manuel Cruz Prada. Inaugura dia 1 de Feverei-ro, 22 horas, na Casa das Artes de Famalicão. As 22 esculturas serão leiloadas no dia 26 de Fevereiro e 10% do valor reverte a favor da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

apreciador confesso de bagaço, Domingos fernandes, de airão Santa maria, é dono de uma colecção de mais de 200 cálices da bebida.

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10 JANEIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

Luís Pereira

PeRfIl

Rui Faria, antigo presidente do Centro de Apoio Local, de Joane, Licenciado em Biologia e Doutorado em Ciên-c i a s B i o l ó g i c a s p e l a U n i v e r s i d a d e

do Porto, integra a equipa de investigadores responsável por um artigo pu-bl icado na prest ig iada revista mundial “Nature” e que está a merecer a atenção de especia-l istas mundiais.R u i F a r i a e s t á a f a z e r p ó s -d o u t o r a m e n t o n o C e n t r o d e Investigação em Biodiversidade e m R e c u r s o s G e n é t i c o s , n a U n i v e r s i d a d e d o P o r t o , e n o Instituto de Biologia Evolutiva, na Universidade Pompeu Fabra, Barcelona.Tem apresentado o seu t raba lho em vár ios congressos internacionais e publicou vários a r t i g o s e m r e v i s t a s i n t e r n a c i o n a i s n a s u a á r e a d e i n v e s t i g a ç ã o : b i o l o g i a e v o l u t i v a .Recentemente viu um projecto aprovado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, no valor de 189.000 euros, para estudar processos de formação de novas espécies.

C o m o s u r g i u e s t a i n v e s t i g a ç ã o a g o r a publicada na revista “Nature”?Em 2007 foi feito um convite ao grupo onde eu estava a trabalhar (em Barcelona) para tra-balhar no projecto. Nessa altura não sabíamos se e onde ir ia ser publicado o trabalho. Se o trabalho é bom e os resultados interessantes e com grande relevância internacional, é pos-sível que possam ser publicados em revistas m a i s p r e s t i g i a d a s c o m o a N a t u r e . N o c a s o d a N a t u r e , é m u i t o c o m p e t i t i v o e p o r i s s o muito dif íci l de publicar, mas neste caso, foi aceite. No fundo, o trabalho do cientista (e o próprio) está em constante avaliação. Mas é assim que o conhecimento se constrói através do método científ ico. O artigo é o resultado de um trabalho de investigação. Pode resumir um pouco o trabalho que foi feito?É o sumário do trabalho de mais de 30 equipas de invest igação de se te pa íses d i ferentes e durou ce rca de c inco anos de sde a p lani f i -

cação inicial até à publ icação. Tratou-se de s e q u e n c i a r o g e n o m a c o m p l e t o ( m a i s d e 3 b i l i õ e s d e b a s e s d e A D N p o r i n d i v í d u o ) d e v á r i o s o r a n g o t a n g o s . T e n t a m o s n o f u n d o descodificar a informação presente no genoma através da interpretação de padrões. É como resolver um puzzle.

Que importância t e m a d e s c o b e r -ta do genoma do orangotango para o mundo?Essa é uma pergun-t a c o m p l i c a d a . O m u n d o q u e r s a b e r de implicações ime-diatas, mas a ciência e o c o n h e c i m e n t o são uma construção g r a d u a l e m u i t a s

v e z e s b a s e a d o s e m d e t a l h e s p u b l i c a d o s a o longo dos anos. De um modo resumido, tem uma importância em termos de conservação

de uma espécie ameaçada. A publicação do artigo na “Nature” é a credibilização da descoberta?S i m c l a r o . S e d e s c o b r e s o u d e s c r e v e s a l g o pe la pr imeira vez , i sso só será út i l quando o colocas à consideração de todos os inves-tigadores, para que estes possam validar ou até contrariar as tuas descobertas e colocar novas questões . O facto de se submeter um artigo a uma revista científ ica, s ignif ica que o trabalho vai ser avaliado por outros inves-t igadores independentes e credenciados na área, e pelo editor da revista que decidem se tem qualidade na revista a que submetemos. Sendo numa revista como a Nature, os revisores são muito fortes e o “crivo” muito apertado. Para ser biólogo e obter reconhecimento é preciso sair de Portugal?Não é necessário, mas é bom e recomendável , do ponto de vista científ ico, em certas áreas, menos avançadas em Portugal . Mas há boas instituições de investigação em Portugal. Nem tudo é mau, tal como costumamos pensar.

Investigador integra equipa que sequenciou o genoma de vários orangotangos

Rui FARiA, de joane para a revista nature

RUI FARIANatural de Joane. Nasceu a 27 de Setembro de 1977. Licenciado em Biologia e Doutorado em Ciências Biológicas. Está a fazer pós-doutoramento no Centro de Investigação em Biodiversidade em Recursos Genéticos, na Universidade do Porto, e no Instituto de Biologia Evolutiva, na Universidade Pompeu Fabra, Barcelona.

Bi

“O facto de se submeter um artigo a uma revista cien-tífica, significa que o tra-balho vai ser avaliado por outros investigadores inde-pendentes e credenciados”

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REPÓRTER LOCAL • JANEIRO DE 2011 • 11

CONFRARIA DOS BOMBOSA Confraria dos Bo

“Como gerir bem a sua instituição” é o título de um livro coordenado por Custódio Oliveira, presidente da ATC de Joane e Consultor de Comunicação, que foi apresentado há duas semanas, em Braga. “Trata-se de uma publicação sobre gestão pensada para os dirigentes das Instituições do Terceiro Sector Social”, refere o autor ao RL, lembrando que “este sector, entre nós, representa já mais de 4% do PIB”. O l i v r o f u n c i o n a c o m o “ u m m a n u a l d e gestão”no qual colaboram especialistas nas áreas jurídica, gestão da qualidade, gestão económica e financeira, comunicação, etc. O coordenador do l ivro reconhece que as Inst i tuições v ivem com muitas di f iculda-des, “porque muitos dirigentes não tiveram formação nesta área e porque outros não têm qualquer experiência de gestão. Todos procuram gerir bem, mas a verdade é que com mais conhecimentos teóricos e práticos é possível fazer melhor”, assinala Custódio Oliveira. “O l ivro procura ser um contributo sólido numa lógica proactiva de melhoria contínua”, adianta o também presidente da ATC de Jo-ane, autor, por exemplo, de várias peças de teatro, entre elas “O Cego da Igreja Velha”. De resto, Oliveira confessa que sente sauda-des do teatro, mas “neste período da minha vida, o tempo é o principal impedimento para concretizar algumas ideias. As três frentes em que me encontro (estudos, empresa e ATC) não me deixam tempo para mais nada. Sinto uma grande saudade do teatro, de escrever e de encenar”, conclui.

“Como gerir bem a sua Instituição”,de custódio oliveira , coord.edição omnisinal

Ângela Machado: Será que um jogo da selecção tem tanta abstenção, será mesmo a descrença no sistema, ou a desculpa confortável que prefere não participar e deixar as decisões nas mãos dos outros? Nuno Santos: espero por uma de duas coisas: ou a renovação dos políticos ou o fim deste sistema “democrático” em que podemos escolher livremente...entre as duas pessoas que foram colocadas nas lideranças ou do PS ou do PSD.Carlos Rodrigues: esta abstenção alta revela apatia do eleitor em relação à política.

eleIçõeS PReSIDeNcIaIS e a alTa abSTeNçÃo RegISTaDa

JÁ SomoS 2600!

a hipertensão arter ia l é uma doença que se est ima que afecte 40% da população portu-guesa . a pressão arter ia l é a pressão com que o sangue circula dentro das artér ias do corpo. Quando esta pressão está elevada de forma crónica , estamos perante a hipertensão ar-ter ia l . a pressão arter ia l corresponde a 2 valores , a pressão s istól ica e a diastól ica , às quais vul-garmente se chamam a pressão máxima e a mínima , respect ivamente. Quando estes valo-res estão acima de 140 ou 90, em duas oca-siões di ferentes , estamos perante uma hiper-tensão.É um problema de saúde muito frequente e que normalmente não causa mal-estar. mes-mo assim, é muito importante tratá-la , pois se não o f izermos, com o passar do tempo, pode provocar vár ios problemas de saúde, danif icando o coração, os r ins , as artér ias , o cérebro e os olhos. as complicações mais co-nhecidas da hTa são o enfarte cardíaco e o

aVc , vulgarmente conhecido por trombose. Para evitar a hipertensão, ou ajudar a contro-lar, no caso de se ser hipertenso, é importante tomar algumas medidas, ta is como: diminuir o consumo de sal , quer o adicionado na comi-da , quer os al imentos r icos em sal , ta is como os enlatados e os enchidos; deve também evi-tar as gorduras , pr iv i legiando as frutas e os vegetais . Se t iver excesso de peso deve per-dê-lo, podendo ajudar através da real ização de exercício f ís ico regularmente, com pelo menos 20 minutos diár ios . a caminhada é um excelente exercício; também não deve fumar.Se já for hipertenso, não se esqueça de ir as consultas de vigi lância , quer com o seu mé-dico, quer com o seu enfermeiro de famíl ia . Deve cumprir, a lém das medidas refer idas , a toma da medicação, caso o médico a t iver prescr i to. Todos os anos deve fazer exames de rot ina que estão def inidos para os doentes hipertensos, para vigiar e também antever o surgimento de complicações.

haJa sAÚdEELISA RIBEIROmÉDIca

hIPERTENSÃO ARTERIAL

NUTRIÇÃO

Já imaginou estar 14 horas ou mais em je jum? É o que acontece quando n ã o t o m a m o s o p e q u e n o - a l m o ç o (Pa ) . Deve ser a pr imeira refe ição do dia e deve ser real izada na pr imeira hora após o acordar. Deve fornecer a o o r g a n i s m o 2 0 , 2 5 % d a e n e r g i a tota l d iár ia . e s t a r e f e i ç ã o f u n c i o n a c o m o u m “carregador de baterias” . Se for equi-l ibrada , estamos a reduzir um terço d e p ro b a b i l i d a d e s d e o b e s i d a d e e de desenvolver colesterol e levado.o organismo nunca pára de trabalhar, nem mesmo quando dormimos, pois é necessár ia energia para manter a tempera tura corpora l , para o pro -cesso de resp i ração e o bat imento cardíaco.

com as reservas de energia em baixo, o organismo sente-se num estado de f raqueza , que se re f lecte em perda d e c o n c e n t r a ç ã o , d i m i n u i ç ã o n o s r e f l e x o s e q u a l i d a d e d o t r a b a l h o f í s ico e inte lectual .Um bom Pa deve conter : le i te e de-r ivados ( fornecem cálc io , proteínas e v i t a m i n a s ) ; c e r e a i s e d e r i v a d o s ( a ç ú c a r e s q u e n o s d ã o e n e r g i a , proteínas vegetais , ferro, v i taminas e f ib ras ) ; f ru ta ( r i ca em v i taminas , beta-carotenos e f ibras) . Conselho To m e o Pa e m c a s a . c o m e r f o r a d u p l i c a a s p ro b a b i l i d a d e s d e v i r a sofrer de obesidade, porque, se ainda não comeu, vai estar mais vulnerável à tentação de provar um capricho!

A IMPORTÂNCIA DO PEqUENO-ALMOçO

ANALISE NETONUTRIcIoNISTa

custódio oliveiraManual de gestão

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12 JANEIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

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Em todo o mundo, cada comunidade nacio-nal tem uma representação mental das es-pecif icidades das outras nacionalidades. Os espanhóis fazem boa paella e dançam sevi-lhanas. Os franceses têm bons queijos. Os ital ianos têm boa pasta e pizza. Na Ucrânia e na Rússia bebe-se boa vodka. Na Suíça há bons chocolates e relógios. E Portugal? Bom, Portugal é reconhecido por muitas coisas. José Mourinho é uma delas. O vinho do Por-to, obviamente, e a cortiça, por exemplo.Mas se há algo em que Portugal é indiscuti-velmente bom, é em aldrabar. Não há volta a dar: somos um país embru-lhado na aldrabice pura e dura, a todos os níveis. Os polít icos aldrabam nas promessas, os bancos e banqueiros aldrabam os cl ien-tes, aldraba-se no pagamento de impostos, aldraba-se na justiça e aldraba-se em todo o lado. Aqui há um par de anos, a aldrabice chegou à educação, pelo nome de Novas Oportuni-dades: um plano para tornar a população portuguesa numa população mais qualif ica-da. Em que consiste? Bom, dá oportunidades a pessoas que, por algum motivo, não con-cluíram os níveis básicos e secundários de educação, de voltar à escola para concluir a sua formação. Et voilá! Combater a desistência escolar nunca foi tão fáci l . Indivíduos com o grau de formação académica equivalente ao 9ºano podem concluir o secundário num ou dois pares de meses. Um portefóliozinho, umas f ichas de leitura e já está. Três anos em três meses.Conclusão: eu sou uma tremenda idiota por

ter gasto três anos da minha vida no ensino secundário, a estudar História, Geografia, Inglês, Fi losofia, Matemática, Informática e outras. Devia era ter começado a trabalhar, ter ganho dinheiro para as propinas univer-sitárias e inscrever-me nas Novas Oportuni-dades ou num EFA (Educação e Formação de Adultos) que, por sinal , são pagos pelo Esta-do (e bem pago, a julgar pela quantidade de gente que conheço que já anda há uns anos largos em formações deste género) e só de-pois ter vindo para a Universidade. Três me-ses e poupava-me a todo o trabalho e estudo pelo qual t ive de passar no ensino secundá-rio. Já podia estar l icenciada a esta hora, e era considerada uma menina-prodígio. E é isso que temos, hoje em dia, em Portu-gal: uma população prodígio. De repente, to-dos temos o ensino secundário. De repente, a educação é fáci l , chegando a ser r idícula.Por isso, vou ser muito franca relativamen-

te a este assunto: não é possível comparar a formação de uma pessoa que faz o percurso “normal”, e a formação de uma pessoa com o curso “Express”. Querem mesmo fazer acre-ditar que temos as mesmas competências? E não me venham falar em equivalências de competências pelos anos de trabalho. Não me venham dizer que o vosso trabalho vos ensina a ler cartas meteorológicas de pres-são barométrica, que vos ensina história mundial e nacional em termos tão específ i-cos, que vos ensina química e f ís ica e biolo-gia como é ensinada no ensino secundário. Que, no vosso conhecimento do dia-a-dia, sabem fazer equações e calcular estatíst ica. Que o vosso trabalho vos obrigou a uma aná-l ise profunda dos sermões de Padre António Vieira, poemas de Fernando Pessoa, peças de Frei Luís de Sousa e textos do José Sa-ramago. Não me venham dizer que o vosso trabalho vos fez alguma fez ref lectir sobre os pensamentos de Fernando Savater.Porque, se o disserem, é uma grande aldra-bice, à semelhança de quase tudo o que se diz neste país. A ideia por detrás de cursos deste género é apenas esta: cumprir objec-tivos estabelecidos pela Comissão Europeia. Em 2010, 85% das pessoas com 22 anos na UE deveriam ter completado o ensino secun-dário. Portugal está, c laramente, a fazer a sua parte – à sua maneira aldrabada de sem-pre. Não é verdadeiramente a qualidade da formação que importa aqui, é a quantidade. Está errado, obviamente. É uma falsa qua-l i f icação, e é quase insultuoso para quem, como eu, estudou arduamente três anos para obter o mesmo grau de formação.

Somos um país embrulhado n a a l d r a b i c e p u r a e d u r a . O s p o l í t i c o s a l d r a b a m n a s p r o m e s s a s , o s b a n c o s aldrabam os clientes, aldraba-se no pagamento de impostos, aldraba-se na justiça e aldraba-se em todo o lado.

alDRabõeS e SobReDoTaDoS

milhares nos dinossauros em guimarãesCerca de 35 mil pessoas já visitaram a exposição “O Mundo dos Dinossauros”, que permanece no Mult iusos de Guimarães até ao dia 27 de Feve-r e i r o . P r o v e n i e n t e s d e v á r i a s l o c a l i d a d e s d o País, com especial destaque para as zonas norte e centro, e da vizinha Espanha os visitantes têm sido surpreendidos com a dinâmica e interacti-vidade da exposição.O s d i n o s s a u r o s ( à e s c a l a r e a l ) r e a g i n d o c o m m o v i m e n t o e s o m à p r e s e n ç a d o s v i s i t a n t e s , o s c e n á r i o s e o a t e l i e r d e p a l e o n t o l o g i a s ã o a l g u n s d o s m o t i vo s q u e s u r p r e e n d e m . Ad e s ã o

signif icativa tem registado também o programa direccionado para as escolas. Até ao momento j á v i s i t a ra m o u t ê m d e s l o c a ç õ e s p ro g ra m a d a s grupos escolares de Guimarães, Famalicão, Gon-domar, Vi la do Conde, Maia , Santo Tirso, Braga , Barcelos, Esposende, Viana do Castelo, Monção, Ponte de L ima , Póvoa de Lanhoso, Vizela , Fafe e Cabeceiras de Basto. “ O M u n d o d o s D i n o s s a u r o s ” f u n c i o n a d i a r i a -mente até 27 de Fevereiro - 2ª a 5ª: das 10h00 às 18h00; 6ª , sáb: das 10h00 às 23h30 e Domingos e feriados: das 10h00 às 19h00.

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14 JANEIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

em Vermoim vai nascer um pro-jecto pioneiro que tem por f ina-l idade a promoção e a prát ica do andebol . Paulo costa , de Joane e luís P into, de oleiros S . Vicente , são dois de quatro autores da in i-c iat iva que terá o apoio da asso-ciação cultural de Vermoim ( acV ) . os dois rapazes são ex-alunos da escola secundária Padre benjamim Salgado e faz iam parte da equipa de andebol da escola .os a lunos , foram agora desaf iados pela professora alc ina monteiro , da eb1 de montelhão, Joane, para incut i rem nas cr ianças o gosto pela prát ica de andebol .

“com o apoio da acV, i remos pelas escolas do agrupamento bernar-dino machado desaf iar as cr ian-ças a part ic ipar numa competição inter-escolas que estamos a orga-nizar. Nesse mini-campeonato, es-taremos lá para ensinar as regras bás icas e captar os melhores para formar uma espécie de escola de andebol” , expl ica Paulo costa .o torneio está previsto arrancar no dia 9 de abri l no pavi lhão Ter-ras de Vermoim. “apresentamos a ideia à acV que a acolheu desde

logo. É importante ter uma asso-ciação que nos apoie na divulga-ção e na logíst ica . Pensamos tam-bém em angar iar patrocinadores de forma a adquir i r-mos mater ia l para que as cr ianças possam pra-t icar a modal idade” , refere luís P into.Trata-se de um projecto pioneiro no concelho de famal icão já que em matér ia de andebol , não exis te qualquer equipa da modal idade.“Quando saí da secundária quer ia jogar numa equipa e não t inha , a não ser na francisco de holanda , em guimarães ou em braga” , la-mentam.os jovens estão empenhados no projecto e têm grandes expecta-t ivas quanto à adesão. “Sabemos que não será fác i l . Vai ser um de-saf io grande, em pr imeiro lugar, expl icar o que é andebol a miúdos entre os 7 e os 10 anos . mas , com a a juda dos pais , acho que tere-mos sucesso” , referem

Depois do empate f rente ao leça f.c . na úl t ima jorna-da , o gDJoane conseguiu, no passado domingo, conquistar t rês pontos na des locação ao recinto do União de Paredes . Um jogo que se adiv inhava di-f íc i l , onde o Joane acabou por ser v i tor ioso com dois golos apontados por Sócrates .

JOANE • aTleTISmo

ROsA OLivEiRA E nAj nO PÓdiORosa ol iveira venceu a prova de 7000 metros da XX estafeta mista e márt i r T i rso. hermínia Pereira , também da associa-ção escola de at let ismo Rosa ol iveira , f icou em 8º lugar. Doroteia Peixoto, do Núcleo de at let ismo de Joane, sagrou-se campeã do Norte em pista coberta , ao obter o pr imeiro lugar nos 3000 metros , numa compe-tição realizada na cidade de braga, no dia 16 de Janeiro.

RONFE • JUDo

CLubE dE judO APuRAdO PARA nACiOnALNo passado dia 29 realizou-se no Porto o apuramento de Juniores da Zona Norte para o campeona-to Nacional de Juniores, marcado para 20 de fevereiro, em lisboa. o torneio contou com mais de 200 atletas do Norte de Portugal. a casa do Povo de Ronfe fez-se re-presentar por Rui Rodrigues (– 60kg, José Dias (– 73kg) e Diana costa (+70kg). e conquistou dois segundos lugares, apurando os seus três atletas.

JOANE • fUTebol

gd jOAnE vEnCEu PAREdEs

Trata-se de um pro-jecto pioneiro no con-celho de Famalicão já que em matéria de andebol, não existe qualquer equipa da modalidade

Luís Pereira

Projecto pioneiro VERMOIM • aNDebol

Page 15: Reporter Local

REPÓRTER LOCAL • JANEIRO DE 2011 • 15

“FREguEsiAs PEquEnAs vãO ACAbAR”

eX-aUTaRca coNSIDeRa QUe a fUSÃo De aIRÃo e SaNTa maRIa NUma Só fRegUeSIa DaRIa maIS foRça àS PoPUlaçõeS locaIS

O que acha da criação do concelho de Joane, integrando as freguesias de Santa Maria e S. João?chegou-se a fazer uma petição nesse sen-tido e Santa maria era capaz de sair bene-ficiada. Quando ia com o chapéu na mão à câmara de guimarães e ela não me dava o que queria, cheguei-lhes muitas vezes a atirar com isso e o concelho de Joane era assunto que os irritava. apesar de achar que todos ganharíamos com isso, esse as-sunto nunca irá por diante. o bairrismo é o pior inimigo do concelho de Joane. as freguesias de guimarães não iriam aceitar porque o bairrismo é muito grande. as pessoas sairiam a ganhar. em vez de se-rem obrigadas a percorrer 15 km para tra-tarem de assuntos de dia-a-dia, ficariam com a possibilidade de resolvê-los quase sem sair de casa.A convivência com Airão S. João é positiva?Sempre tivemos as melhores rela-ções, porque nunca nenhuma das Juntas se intrometeu no trabalho da outra . Acha que as duas freguesias se po-deriam fundir numa só, uma vez que são pequenas e vizinhas? o difícil seria encontrar o nome que agradasse às duas. mas penso que sim, ficaria uma freguesia boa, com cerca de 2.500 eleitores, teria outra força . o assunto, contudo, nunca foi discutido mas considero que a ten-dência das freguesias pequenas é para acabar. Se lhe oferecessem a possibilidade de construir uma piscina em Santa Maria, avançava?Descoberta , não faz sentido. É um investimento muito grande para tão curto espaço de tempo. Trocava por outras coisas mais importantes.

“As pessoas de Santa Maria sairiam a ganhar com a criação do concelho de Joane”

fRaNcISco goNçalo

ex-presidente da Junta de airão Sta. maria entre 1993 e 2001 (PS), vê com bons olhos fusão da freguesia com S. João

Do q u e é q u e s e n t e m a i s s a u d a d e s d o tempo de presiden-te da Junta?

Não tenho saudades. Saí no tempo exacto. Quando se fica demasiado t e m p o n o p o d e r , o p o d e r f i c a desinteressante e isso prejudica, neste caso, a freguesia.H á q u e m d i g a q u e o p r e s i -dente da Junta é o “parente pobre” dos órgãos políticos locais. Concorda?Q u a n t a s e q u a n t a s v e z e s t i n h a q u e a n d a r d e c h a p é u n a m ã o a m e n d i g a r n a C â m a r a p a r a v e r se trazia alguma coisa! E foram m u i t a s a s v e z e s e m q u e s a í d e lá chateado por não me darem. P o r i s s o , é f a l s o q u a n d o d i z e m q u e s e f o r m o s d a m e s m a c o r pol í t ica somos benef ic iados; só com persistência e diálogo é que se conseguiam as coisas. O senhor foi também árbitro d e f u t e b o l e é a c t u a l m e n t e secretário da associação de a r b i t r a g e m d e B r a g a . S ã o diferentes?A di ferença é que numa (pres i -dente) t inha de andar muito de c h a p é u n a m ã o e n a o u t r a n ã o . N u n c a t i v e p r e s s õ e s e n q u a n t o fui árbitro (20 anos). Cheguei à I D i v i s ã o e s ó l á c h e g a q u e m é sério naquilo que faz.Q u a l a o b r a q u e m a i s o o r -gulha?A escola EB1 foi a que mais von-tade e gozo me deu em lutar por e l a . A n t e s d i s s o , a c o n q u i s t a d a c a n t i n a e s c o l a r n a s e d e d e J u n t a f o i t a m b é m i m p o r t a n t e . E o a p o i o s o c i a l . C o n s e g u i m o s muitas aprovações de subsídios p a r a o s i d o s o s s e m r e f o r m a s . Graças ao nosso trabalho, muitos ainda hoje recebem esse subsídio. Apesar da praia f luvial também ter sido importante, foi sobretudo na educação e na área social que deixei a minha marca.O facto de Santa Maria ficar no extremo do concelho faz com que a Câmara tenha me-nos atenção?Não creio. As freguesias em redor da cidade, naturalmente que be-

neficiam mais por uma lógica de serem complementos da própria cidade. Contudo, uma freguesia c o m o S a n t a M a r i a é a p r o v a que, mesmo distante, pode f icar bem servida com equipamentos públicos.Quais são, para si, as princi-pais carências da freguesia?Santa Maria precisa de um centro de dia, para deixar de estar depen-dente de outras freguesias, e de uma casa mortuária. Tanto num caso como no outro, a paróquia t e m e s p a ç o s e t e r r e n o s . P a r a a casa mortuária tem o terreno ao lado da igreja, parte dele doado por um privado. Para o centro de dia, tem dois salões paroquiais, u m d o s q u a i s s ó é o c u p a d o a o sábado. É uma questão de reunir vontades. Através do diálogo, a solução pode ser encontrada.De que forma se pode resol-ver o problema da capela de Santa Luzia?

J á h o u v e a l g u m a s t e n t a t i v a s . Tentou-se comprar o terreno ao lado da capela mas a proprietária não aceitou - embora na últ ima c a m p a n h a e l e i t o r a l s e t e n h a o u v i d o d i z e r q u e , s e g a n h a s s e o PSD, a senhora voltaria atrás! A Câmara sempre foi reticente e acha que a capela não deve sair do local . A alternativa que chegou a ser estudada passava por desviar o trânsito. Mas a solução em que a Câmara chegou a apostar - fazer o trânsito confluir na estrada para Oleiros - i r ia mexer com vários terrenos, sendo dif íci l a aprova-ção de todos os proprietários. A solução deveria ser a que vem de Airão S. João, a seguir à curva, a b r i n d o e s t r a d a p o r e s s e l a d o , onde só ter iam que se entender com um proprietário que até po-deria ter interesse nisso, em troca de viabilidade de construção. Mas, não me parece que tão cedo, o problema se resolva.

Luís Pereira

fRaNcISco goNçalo

EnTREvisTADÊ-NOS A SUA SUGESTÃOse acha que há pessoas que deveriam ser entrevistadas pelo RL, envie-nos a sua sugestão para [email protected]

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16 JANEIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

bURACOS E MAIS bURACOS!a Junta de freguesia de Joane diz que não senhor, não tem nada que arranjar ; a câmara municipal de famal icão ass ina por baixo: i sso é com o governo. É neste “ping-pong ” que se vê met ido o s impát ico director da es-cola secundária de Joane, al f redo mendes . a entrada pr incipal da escola parece um quei jo suiço, cheia de buracos que dão cabo das suspensões automóveis e das musculaturas dos peões , mas de nada valem os pedidos de al f redo mendes para que o problema se resol-va . Nem o facto ser joanense o vereador das obras municipais pa-rece valer de muito. os buracos lá vão cont inuar por muito tempo. e este caso, não sei porquê, faz lembrar aquele conhecido di tado: “a v ingança serve-se f r ia” .

A VIA SINUOSA dA ESTRAdA NACIONAL 206Por fa lar em buracos : quem circula na estrada Nacional 206, entre Joane e famal icão, já deu por certo pela prol i feração deles . o piso desta movimentada v ia há muito que anseia por uma intervenção de vul to . Senhores autarcas , unam-se, puxem dos galões e ex i jam do Poder centra l a renovação do piso.

CARTAs AbERTAs Comendador aPareCIdo

eXmo. Sr. PreSIdente da JUnta de Joane

Tal como o camarada Manuel Alegre, poeta e dono de uma voz tonitruante (agora mais murcha por causa da derota), também eu sou amante do ga-ti lho. Umas perdizes, uns fai-sões, assestar a mira, e pum!, lá vai chumbo na passarada. Pois bem, f iquei deveras es-pantado - e eu, com esta idade, já não sou homem de me espan-tar faci lmente - com a existên-cia da Zona de Caça Municipal em Joane, anunciada numa tabuleta ali na desembocadu-ra da antiga sede da Junta e

do Café Central. Ainda estra-nhei, mas depressa entranhei a mensagem, já a pensar numa jornada de caça com a malta amiga, concluída com um tin-to do Douro de fazer estalar a l íngua. Quem sabe até se com a presença do prezado presi-dente da Junta de Joane e do I lustre presidente da Câmara de Famalicão. Assim como as-sim, os dois já andam habitua-dos a “t iroteios”, certo? Aceite os melhores cumpri-mentos deste que se assina Comendador Aparecido

por D. VIRINHA

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REPÓRTER LOCAL • JANEIRO DE 2011 • 17

N a s e l e i ç õ e s d e 2 3 d e J a n e i r o , Cavaco Si lva foi e leito com clara maioria, 53% dos votos. Em Joane v e n c e u , c l a r a m e n t e , c o m p o u c o m a i s d e 5 1 % d o s v o t o s . U m a v i -t ó r i a e x p r e s s i v a , u m a v e z q u e a ampli tude da di ferença de votos relativamente ao candidato do PS (ou do BE, dependendo dos dias), Manuel Alegre, foi bastante consi-derável (26 pontos percentuais) .O s r e s t a n t e s c a n d i d a t o s , q u e , d i g a - s e , n ã o a p r e s e n t a r a m n e -n h u m a a l t e r n a t i v a c r e d í v e l , f o -r a m e l e i t o r a l m e n t e e s m a g a d o s e d e m o n s t r o u - s e q u e n ã o b a s t a lançar atoardas contra os oposi -tores para ganhar eleições.Ganhou Cavaco Si lva e ganhou o PSD porque foi eleito o candidato q u e a p o i o u , q u e é t a m b é m , s e u mi l i tante e ex- l íder . Perdeu, em toda a l inha, o PS. Mais uma vez

estas eleições demonstraram que, ao contrár io do que muita gente pensa, o mito da invencibi l idade do PS em Joane não existe. Ainda bem! Os Joanenses têm maturidade p o l í t i c a e d e m o n s t r a r a m - n o . A abstenção nacional foi a mais alta de sempre em presidenciais, mas, apesar de tudo, os Joanenses sou-beram dar um sinal de vital idade democrática, e compareceram nas urnas para votar. A abstenção em Joane fo i cerca de 7 pontos per-centuais inferior à média nacional, o que é posi t ivo . Compareceram e v o t a r a m m a c i ç a m e n t e e m C a -vaco Si lva , à semelhança do que já t inham fe i to em 2006. Deram u m s i n a l c l a r o d e q u e q u e r e m a estabilidade política, numa altura em que o país enfrenta uma grave crise económica e a pressão para recorrer a ajuda externa.M as , c o mo no re s t o d o Pa í s , e m Joane, um sem número de pessoas t iveram problemas em votar como p r e t e n d i a m , p o r d i f i c u l d a d e d e acesso ao processo administrativo que lhes permitiria votar. Muitas não puderam mesmo votar.Foi confrangedor ver a confusão instalada junto ao único posto de apoio ao acto eleitoral disponibi-l i z a d o p e l a J u n t a d e F r e g u e s i a , o q u e c a u s o u u m a l o n g a f i l a e

muito tempo de espera aos e le i -tores com o Cartão de Cidadão na mão, para obter novo número de recenseamento. Os meios electró-nicos para esclarecer os eleitores funcionaram de forma deficiente. O P o r t a l d o E l e i t o r b l o q u e o u ; o número gratuito de informações estava ocupado; o serviço de SMS d e m o r a v a h o r a s a r e s p o n d e r . A responsabilidade não foi da Junta, mas parece-me que um posto de a t e n d i m e n t o é m a n i f e s t a m e n t e i n s u f i c i e n t e p a r a u m u n i v e r s o de 6747 e le i tores inscr i tos . Não a j u d o u n a d a , p e l o c o n t r á r i o , o facto de duas das salas com grande previs ibi l idade de haver recurso a o p o s t o d e a t e n d i m e n t o s e s i -t u a r e m n u m p a v i l h ã o d i s t i n t o , distante das restantes e do posto

de atendimento.Com isto tudo muitos Joanenses de ixaram de exercer o seu voto . É um fenómeno novo. A absten-ção involuntária provocada pelo choque tecnológico do PS que pôs em causa a democracia. O próprio presidente da Comissão Nacional de Eleições não tem dúvida de que a abstenção foi influenciada pelos problemas administrativos e que é impossível saber qual o peso deste problema no resultado f inal .Sabe-se que milhares de portugue-ses quiseram votar e não o puderam fazer por razões administrativas. D a d o s o s p r o b l e m a s r e g i s t a d o s no exercício do voto, a abstenção n ã o s e p o d e c o m p a r a r c o m a d e outras eleições.R u i P e r e i r a , m i n i s t r o d a A d m i -nistração Interna tem de ser res-ponsabil izado e não pode vir com j u s t i f i c a ç õ e s b a n a i s d e “ a f l u x o anormal” de pedidos. Espero que se apurem responsabil idades. O mais importante é que o Presi-dente está eleito à primeira volta e que os portugueses escolheram a v ia da cont inuidade e da esta-bil idade.M a s c o m o d i s s e P e d r o P a s s o s Coelho “a v ida em Portugal será mais segura e mais confiante, mas não será mais fáci l” .

OPINIÃO

A s s o n d a g e n s d e h o j e , q u a n d o f e i t a s p o r e m p r e s a s c r e d í v e i s , dão-nos desde logo uma antevisão d a q u i l o q u e s e r ã o o s r e s u l t a d o s eleitorais. E então, quando feitas à boca das urnas, a certeza é ainda maior. Este conhecimento prévio d a t e n d ê n c i a d o s e l e i t o r e s p o d e de a lguma forma condic ionar os r e s u l t a d o s f i n a i s . U n s , p o r q u e o s r e s u l t a d o s e s p e l h a m o s s e u s desejos sentem que não é neces-sário votar e outros, porque sendo os resul tados contrár ios às suas p r e t e n s õ e s , s e n t e m q u e p o u c o se poderá fazer para al terar esta tendência. Se aqui adicionarmos a crescente margem de portugueses

que estão cada vez mais afastados da polít ica e dos polít icos, chega-mos rapidamente aos números que hoje atingem a abstenção. É p r e o c u p a n t e q u e u m a e l e i ç ã o e m P o r t u g a l t e n h a m a i s d e 5 0 % de abstenção. Se ja e la autárqui-c a , l e g i s l a t i v a o u p r e s i d e n c i a l . O a lheamento e a descrença dos portugueses em relação à polít ica são um mau ponto de partida para u m a r e c u p e r a ç ã o e c o n ó m i c a . E mais grave se torna ainda, quando a re c u p e ra ç ã o qu e P o rt u g a l t e m que fazer é gigantesca. A q u i l o q u e e s p e r o , e q u e p e n s o todos esperam, é que Presidência da Republica e Governo consigam encontrar as pontes de entendi -m e n t o n e c e s s á r i a s p a r a o b e m comum.A m b a s a s e l e i ç õ e s f o r a m d e m o -c r á t i c a s , t a n t o a q u e e l e g e u o Presidente da Republica, como a que e legeu o Pr imeiro-ministro . A m b o s t ê m a l e g i t i m i d a d e d a d a

p e l o s p o r t u g u e s e s p a r a f a z e r e m “o que ainda não foi feito”. Que é tirar Portugal desta profunda crise e c o n ó m i c a e c r i a r b a s e s s ó l i d a s p a r a q u e n o f u t u r o n ã o s e j a m o s obrigados a passar por s i tuações tão dif íceis como esta, que afecta toda a sociedade portuguesa. Mas como é óbvio, quem mais sente é quem tem os mais ba ixos rendi-mentos. E parte dessa população com os mais baixos rendimentos e n c o n t r a - s e n a n o s s a á r e a : F a -

malicão, Guimarães, Santo Tirso - no chamado Vale-do-Ave. É no têxt i l , e mais concretamente nas confecções e secções produt ivas que os sa lár ios são mais baixos . Às vezes meio a brincar digo que d o P o r t o p a r a b a i x o n ã o e x i s t e sa lár io mínimo nac ional . Na te -l e v i s ã o a p a r e c e m p e s s o a s c o m s a l á r i o s d e 1 5 0 0 , 1 8 0 0 , 2 0 0 0 e u r o s q u e n ã o s a b e m c o m o v ã o sobrev iver com os cor tes que os s e u s s a l á r i o s s o f r e r a m . J á n ã o f a l o n o s e s c â n d a l o s f r e q u e n t e s d e o r d e n a d o s i n a c r e d i t á v e i s e m diversos sectores do Estado. As te-levisões deviam perguntar também às pessoas, muitas aqui da nossa terra, como sobrevivem com 450 euros mensais, ou com 1000 euros por casal . Muitos com dois e três f i lhos . As te levisões e os jornais centram-se demasiado na “capital” e esquecem as dif iculdades sérias do país real . Lisboa e os centros urbanos não são o país real .

miguel azevedomembro da Comissão Política do núcleo de Joane do PSd

OPiniãO

Lisboa não é o país real

Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores

Asbtenção involuntária

“As TV´s deviam

perguntar às pessoas

da nossa terra como

sobrevivem com

450€ mensais”

Luís Santosmembro da Junta de Freguesia de Joane | PS

“Ao contrário do

que muita gente

pensa, o mito da

invencibilidade do PS

em Joane não existe”

PRESIdENCIAIS cavaco S i lva teve em oleiros a maior votação (76,6%) e em Pousada a v i tór ia menos express iva (50,5%) . manuel alegre teve 24,7% dos votos em Joane.Vermoim teve a abstenção mais e levada (46,2%) e Vermil a mais baixa (33,09%) .

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18 JANEIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

ao deslocar-me para um jantar de apoiantes do manuel alegre, passei pelo meio de uma mani-festação de crianças, jovens, pro-fessores e pais do ensino parti-cular. Defendiam a sua visão, de forma correcta . Passavam, com inteligência , a mensagem repe-tida em muitos cartazes apenas com as letras SoS.De seguida , ouvi opiniões de al-guém que dizia : se querem ter ensino privado que o paguem. Não tem qualquer sentido que seja o estado a pagar, diziam-me.o ensino público, universal, lai-co, gratuito e obrigatório, à pri-meira vista , deveria ser o único a ser pago pelo estado. Teríamos assim um modelo de ensino único estatal. esta concepção contraria os princípios básicos da organi-zação da nossa sociedade. Poria em causa a l iberdade de escolha . aniquilaria o princípio da subsi-diariedade. correríamos o risco de uma espécie de ensino tota-litário ao sabor das orientações ideológicas dos governantes. o ensino único estatal só existe nas sociedades governadas por fun-damentalismos com regimes to-talitários onde as l iberdades não existem.Decorre daqui que o estado tem o dever de apoiar o ensino par-ticular. os apoios que concede, por aluno, são muito inferiores aos custos do ensino público, por aluno. o estado, de acordo com a constituição (número 2, do ar-tigo 75º), deve reconhecer e f is-calizar o ensino particular e coo-perativo. fiscalização para evitar abusos de qualquer espécie. Re-conhecer através dos apoios in-dispensáveis ao seu funciona-mento.Parece-me que o estado, em tem-pos de crise, e quando faz cortes elevados nos vencimentos dos professores do ensino público, tem legitimidade para diminuir racionalmente os apoios aos en-sino particular. É normal que os atingidos com as reduções mos-trem o seu descontentamento. atingir aqui o justo equilíbrio é o mais difícil .

Ensino particular ou fundamentalismo

oPINIÃo

CUSTÓDIO OLIVEIRAConsultor de Comunicação; Presidente da associação teatro Construção de Joane

Escolas com contrato de associação (ECA) são escolas particulares ou co-operativas f inanciadas pelo Estado porque prestam o serviço público de educação (2º e 3º ciclo e Secundário) nas mesmas condições que as escolas do Estado. São escolas públicas sem fins lucrativos que integram a rede públ ica de ensino tendo surgido a sua maioria a partir dos anos 80 para servir zonas onde não havia oferta de escolas do Estado. Estas escolas não podem recusar a frequência de alunos da sua área de implantação e estes têm a gratuit idade de ensino. S ã o e s c o l a s p a r a t o d o s : p o b r e s , remediados ou r icos considerando a referida gratuit idade e o serviço público a que estão obrigadas. Além disso, são escolas de qualidade re-conhecida ao níve l dos resul tados e s c o l a r e s ( a s d u a s m e l h o r e s n o s rankings dos exames nacionais do Secundário 2010 do nosso concelho são ECA - Didaxis S. Cosme e Exter-nato Del f im Ferreira) , ao nível da

qualidade do corpo docente e ao nível da qual idade das infra-estruturas f ís icas e equipamentos. São escolas q u e f i c a m m a i s b a r a t a s d o q u e a s e s c o l a s d o E s t a d o . U m e s t u d o d e 2010 da OCDE revela que Portugal gastou cerca de 5200 euros/ano com cada aluno no sector público, mais mil euros do que nas ECA. P e r a n t e e s t a s e v i d ê n c i a s o a c t u a l G o v e r n o r e s o l v e u , s e m q u a l q u e r critério racional, desferir um duro golpe a estas escolas asfixiando-as financeiramente e criando barreiras ao desenvolv imento dos seus pro-jectos educativos. Impôs contratos d e a s s o c i a ç ã o a p e n a s p o r c i c l o s ( d o i s o u t r ê s a n o s ) e r e d u z i u e m cerca de 30% o f inanciamento (as escolas do Estado sofreram apenas um corte de 10%) tornando muitas delas inviáveis e às portas de fechar. Tratou-se de uma forma cega, ide-o l o g i c a m e n t e i n q u i n a d a d e g e r i r o d i n h e i r o d o s n o s s o s i m p o s t o s . E s t a s m e d i d a s t i v e r a m u m ú n i c o ob jec t ivo : deportar a lunos para a E s c o l a d o E s t a d o , m e s m o c o n t r a a vontade dos pais . Os pais devem ter o d ire i to de escolher o t ipo de ensino que querem para os seus f i-lhos e essa escolha pode passar pela l i b e r d a d e d e e s c o l h e r u m s e r v i ç o público prestado pelo Estado e um serviço público prestado por outras inst i tuições apoiadas pelo Estado.

O que o Estado tem é que garantir que o dinheiro dos nossos impostos é canalizado para o bem comum e é devidamente aplicado no interesse e sat i s fação das necess idades dos cidadãos. Esse serviço público pode ser prestado por instituições priva-das desde que estas, em comparação com as do Estado, não gastem mais dinheiro, tenham a mesma ou melhor qualidade e garantam igualdade de tratamento aos cidadãos. É isso que fazem as ECA. E são estes projectos bem sucedidos que o Governo está a querer el iminar enquanto vai inau-gurando requalif icações de Escolas Secundárias públicas que custarão cada uma anualmente cerca de 500 mil euros, renda que o Estado tem que pagar durante 10 anos à empresa pública “Parque Escolar” – a quinta mais endividada do país. Claro que há excepções à regra e situações de má aplicação dos f inanciamentos. Mas serão esses os casos que o Estado deve fiscalizar, punir ou encaminhar para a justiça. Não somos assim tão ricos para acabar com projectos de reconhecida qualidade e desbaratar u m p a t r i m ó n i o f í s i c o e h u m a n o construído ao longo de 30 anos. É um erro crasso de José Sócrates e do Governo ao desmoronar um edi-f ício da educação que o PS ajudou a construir. Isso revela desorientação, incompetência e pacovice polít ica.

antónio José PaivaProfessor eB 2,3 Bernardino machado - Joane

O erro de Sócrates

Uma falsa questão?

Sérgio CortinhasPresidente da assembleia Geral da associação de Professores das escolas Particulares e Coope-rativas com Contrato de associação

OPINIÃO - DEBATE fINaNcIameNTo Do eNSINo PRIVaDo

Em tempos a tr ibulados como os qu e h o je a t rave s s amos , f a l ar d o p a p e l d o E s t a d o e m s e c t o r e s d a s o c i e d a d e c o m o a E d u c a ç ã o , a Saúde e a Justiça conduz inevita-velmente ao agudizar de tensões e a o e x t r e m a r d e o p i n i õ e s r e l a -t ivamente a temas fundamentais q u e , m a i s d o q u e u n i r , s e p a r a m o s c i d a d ã o s . A p o l é m i c a à v o l t a d o m o d e l o d e f i n a n c i a m e n t o d o ensino privado - ensino públ ico, longe de ser nova, traz exaltado o país, à boleia de outros problemas que esperam com impaciência a sua vez para saltarem para as primeiras páginas dos jornais. Em primeiro lugar, importa lem-brar que não fo i a Educação que conduziu o país ao ponto em que e s t e s e e n c o n t r a a c t u a l m e n t e . M u i t o m e n o s o s p r o f e s s o r e s , a s

f a m í l i a s e o s a l u n o s . M a s a t é parece, a julgar pela forma como apontam o dedo acusador uns aos outros. Depois, porque o Ensino, seja ele privado ou público, sairá (ainda) mais fragil izado com tudo isto. Saem fragil izados os alunos, que assistem a mais uma de muitas reformas curriculares (esta mais subserviente às taxas de juro e afins do que qualquer outra anterior); saem fragi l izados os professores e p e s s o a l n ã o d o c e n t e a o v e r e m o s s e u s v e n c i m e n t o s r e d u z i d o s , incapazes de evitarem a aproxima-ção do desemprego que atingirá a curto prazo, diz-se, 40.000. E por f i m a s f a m í l i a s , q u e c o m e ç a m a sentir cada vez mais dif iculdades na ges tão d iár ia de um bem que deveria ser, desde o primeiro mo-mento, gratuito - os subsídios de apoio social são retirados, almoçar na escola deixa de ser possível se os alunos passarem a frequentar a escola por turnos.A p a r d e s t e s c o r t e s f i n a n c e i r o s d i rec tos , eventua lmente jus t i f i -c á v e i s , o u t r o s c o r t e s i r ã o a f e c -t a r d i r e c t a m e n t e o s a l u n o s : o d e s a p a r e c i m e n t o d e d i s c i p l i n a s c o m o o E s t u d o A c o m p a n h a d o , local pr iv i legiado para o reforço de saberes no domínio da Mate-mática e do Português (e a única

a l ternat iva para muitas famíl ias poderem contornar os centros de e x p l i c a ç ã o ) ; o f i m d a d i s c i p l i n a d e Á r e a d e P r o j e c t o , t i d a c o m o fundamental na art iculação com os documentos estruturantes das e s c o l a s ( P r o j e c t o s E d u c a t i v o s , Projectos Curriculares de Escola), a r e d u ç ã o d a s h o r a s d e s t i n a d a s a o D e s p o r t o E s c o l a r , o f i m d a leccionação em par pedagógico em Educação Visual e Tecnológica… Por tudo isto, o momento deveria ser de união e não de desavença. M a s a g o r a e s t a m o s d i v i d i d o s , m a i s u m a v e z . A s e s c o l a s d e v e -r i a m d e f e n d e r o s s e u s a l u n o s e as suas comunidades educat ivas p o r q u e s ã o e l e s a s u a r a z ã o d e ser: as crianças com necessidades educativas especiais , as crianças c o m d i f i c u l d a d e s d e a p r e n d i z a -gem, as cr ianças com problemas sociais cada vez mais preocupantes p r e c i s a m d a e s c o l a p ú b l i c a e d a escola privada. A escola pública e a escola privada precisam ambas de bons a lunos. Contudo, se a igualdade no acesso a uma e outra for, em algum mo-mento, posta em causa, qualquer que seja a razão invocada, o papel do Estado social e o seu apoio às escolas deixa de fazer sentido. E esta já não é uma falsa questão.

“Que interessa ao Estado, a todos nós, que os privados façam algo q u e é d o i n t e re s s e p ú b l i co , s e o E s t a d o o f a z i g u a l m e n t e b e m ou melhor? (e , sobretudo nos tempos que correm, mais barato)”Domingos far inho, www.jugular.b logs .sapo.pt