report redes sociais coronavirus 0405€¦ · as redes sociais são campo farto para a...

1
CORONAVÍRUS FAKE NEWS PARTE 2 As redes sociais são campo farto para a disseminação de fake news, que juntamente com o termo “notícias falsas”, com alguma ligação ao coronavírus, atingiram o patamar de 90 mil menções do início de abril até hoje. As notícias falsas circulam, muitas vezes, mais rapidamente do que os dados verdadeiros de fontes oficiais e a desinformação causa danos diretos a profissionais de áreas essenciais, como profissionais da saúde e jornalistas, alvos de agressão nas ruas nos últimos dias. Confira abaixo alguns dos destaques nas redes, que envolvem desde caixões sem corpos a tentativas de golpes virtuais, e como o poder público e as redes pretendem combater este problema. Clique nas imagens para ir ao post. 04maio20 DESTAQUES NAS REDES AGRESSÕES NAS RUAS COMBATE ÀS NOTÍCIAS FALSAS Uma das grandes fake news recentes é de que caixões de vítimas do coronavírus foram desenterrados em Belo Horizonte e havia apenas pedra e madeira dentro. Os sepultamentos são feitos apenas mediante apresentação de guia emitida por cartório com base em atestado de óbito, documentos da vítima e acompanhamento da família. A prefeitura analisa vídeo falso para tomar providências. Caixões com pedra e madeira dentro em Belo Horizonte-MG É falso que São Paulo e Rio de Janeiro tenham taxas de letalidade 10 vezes maiores que Minas Gerais, ao contrário do que afirma um texto compartilhado no Facebook. Minas Gerais tem uma taxa de letalidade menor da doença provocada pelo novo coronavírus, mas as diferenças são muito menores do que as apontadas pelo texto. Taxa de letalidade Analisando o período de um mês, gráfico aponta forte ligação dos termos “fake news” e “notícias falsas” a questões relacionadas ao coronavírus, ao Governo Federal e à família Bolsonaro. No mesmo período, os termos acumulam 90.964 menções. VP de BI e Digital Cláudia Fernandes [email protected] Diretor de BI Fernando Kadaoka [email protected] Tel.: +55 11 3147-7900 Monitoramento de Redes Sociais Leonardo Barbosa [email protected] As vítimas e seus familiares também não têm sido respeitadas em mais uma notícia falsa envolvendo caixões. O Governo do Ceará informou que tomará medidas judiciais cabíveis contra a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) por ela ter dito, em entrevista a Rádio Bandeirantes, na quarta-feira (29), que no Estado havia caixões sendo enterrados vazios. Já em Manaus-AM, um dos epicentros no país, famílias abriram caixões lacrados para conferir se cadáver era do parente. Caixões vazios no Ceará e Amazonas De forma indireta, as notícias falsas sobre a pandemia atingem negativamente todo o país e mais diretamente jornalistas e profissionais da saúde, que sentiram na pele o preço da desinformação no país por meio da agressão. Manifestantes pró-governo e contra o isolamento social, medida defendida pela OMS, agrediram trabalhadores de ambas as categorias, na sexta (1) e ontem (3). Em Brasília, a agressão a enfermeiros ocorreu em protesto da categoria por melhores condições de trabalho e pela manutenção do isolamento social. Jornalistas do Estadão e de outros veículos de comunicação sofreram chutes e empurrões em uma manifestação pró-Bolsonaro em Brasília, ontem. Jornalistas e enfermeiros Envolvendo a Unilever e a Pampers, tentativas de golpes nas redes sociais fazem circular as notícias de doações de produtos de limpeza e higiene durante a pandemia. Golpes oferece kits de limpeza gratuitos Circula no WhatsApp uma publicação afirmando que a Guarda Municipal e a Polícia Militar estão multando ocupantes de veículos que não estiverem usando máscaras de proteção contra o novo coronavírus. Multas por dirigir sem máscaras Circula pelas redes sociais um vídeo de uma falsa reportagem da GloboNews, que trataria de um alerta da OMS em relação a máscaras infectadas com o vírus. Máscaras infectadas no Brasil Diversas figuras importantes da política nacional se manifestaram contra as agressões e em solidariedade às vítimas. Em coletiva realizada hoje, o governador de São Paulo, João Doria, criticou duramente os atos e carreatas pelo país no fim de semana, além de ter homenageado com flores profissionais da saúde e da imprensa. Solidariedade A jornalista Patrícia Campos Mello, na Folha de SP , publica que “Estados brasileiros sucumbem à epidemia de leis contra fake news”. A matéria traz exemplos de leis no Ceará e Paraíba, no qual as aponta como “perigosamente vaga” e como “perigo de erosão dos direitos civis e da liberdade de expressão”, respectivamente. Já os deputados Tabata Amaral e Felipe Rigoni fazem uma modificação significativa no projeto que cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet para incluir o WhatsApp. Legislações no Brasil O WhatsApp e checadores lançam hoje um serviço para verificar fake news sobre coronavírus na plataforma. O usuário poderá adicionar o número de telefone do chatbot a sua lista de contatos e, a partir daí, checará se mensagens que recebeu abordando a pandemia são fake news. De acordo com a empresa, o envio de mensagens em massa já havia caído em 70% após atualização limitando o reenvio de conteúdos populares para um contato por vez. Whatsapp No último dia 16, o Facebook anunciou que vai mostrar notícias verdadeiras para quem curtir fake news sobre coronavírus. Os alertas irão redirecionar o usuário para uma página da OMS que contém informações verdadeiras sobre a covid-19. Atualização prometida, na época, “para as próximas semanas” ainda não foi colocada em prática. O anúncio do Facebook foi uma resposta àpesquisa feita pelo site Avaaz, apontando que a rede social não tinha nenhum mecanismo de controle sobre a exposição de usuários a informações falsas sobre a doença. Facebook Governo de SP O Governo de São Paulo possui canais exclusivos de comunicação para combater fake news e divulgar informações verdadeiras sobre prevenção e enfrentamento ao coronavírus. O material pode ser acessado livremente na página do hotsite sobre coronavírus, pelo aplicativo de mensagens Telegram e replicado pelo WhatsApp, redes sociais e e-mail. Há ainda um banco de cards com essas informações, para download via Google Drive.

Upload: others

Post on 05-Oct-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Report redes sociais Coronavirus 0405€¦ · As redes sociais são campo farto para a disseminação de fake news, que juntamente com o termo “notícias falsas”, com alguma ligação

CORONAVÍRUS FAKE NEWS PARTE 2

As redes sociais são campo farto para a disseminação de fake news, que juntamente com o termo “notícias falsas”, com alguma ligação ao coronavírus, atingiram o patamar de 90 mil

menções do início de abril até hoje. As notícias falsas circulam, muitas vezes, mais rapidamente do que os dados verdadeiros de fontes oficiais e a desinformação causa danos

diretos a profissionais de áreas essenciais, como profissionais da saúde e jornalistas, alvos de agressão nas ruas nos últimos dias. Confira abaixo alguns dos destaques nas redes, que

envolvem desde caixões sem corpos a tentativas de golpes virtuais, e como o poder público e as redes pretendem combater este problema. Clique nas imagens para ir ao post.

04m

aio2

0

DESTAQUES NAS REDES

AGRESSÕES NAS RUAS

COMBATE ÀS NOTÍCIAS FALSAS

Uma das grandes fake news recentes é de que caixões de vítimas do coronavírus foram desenterrados em Belo Horizonte e havia apenas pedra e madeira dentro. Os sepultamentos são feitos apenas mediante apresentação de guia emitida por cartório com base em atestado de óbito, documentos da vítima e acompanhamento da família. A prefeitura analisa vídeo falso para tomar providências.

Caixões com pedra e madeira dentro em Belo Horizonte-MG

É falso que São Paulo e Rio de Janeiro tenham taxas de letalidade 10 vezes maiores que Minas Gerais, ao contrário do que afirma um texto compartilhado no Facebook. Minas Gerais tem uma taxa de letalidade menor da doença provocada pelo novo coronavírus, mas as diferenças são muito menores do que as apontadas pelo texto.

Taxa de letalidade

Analisando o período de um mês, gráfico aponta forte ligação dos termos “fake news” e “notícias falsas” a questões relacionadas ao coronavírus, ao Governo Federal e à família Bolsonaro.

No mesmo período, os termos acumulam 90.964 menções.

VP de BI e DigitalCláudia [email protected]

Diretor de BIFernando [email protected]

Tel.: +55 11 3147-7900Monitoramento de Redes SociaisLeonardo [email protected]

As vítimas e seus familiares também não têm sido respeitadas em mais uma notícia falsa envolvendo caixões. O Governo do Ceará informou que tomará medidas judiciais cabíveis contra a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) por ela ter dito, em entrevista a Rádio Bandeirantes, na quarta-feira (29), que no Estado havia caixões sendo enterrados vazios. Já em Manaus-AM, um dos epicentros no país, famílias abriram caixões lacrados para conferir se cadáver era do parente.

Caixões vazios no Ceará e Amazonas

De forma indireta, as notícias falsas sobre a pandemia atingem negativamente todo o país e mais diretamente jornalistas e profissionais da saúde, que sentiram na pele o preço da desinformação no país por meio da agressão. Manifestantes pró-governo e contra o isolamento social, medida defendida pela OMS, agrediram trabalhadores de ambas as categorias, na sexta (1) e ontem (3). Em Brasília, a agressão a enfermeiros ocorreu em protesto da categoria por melhores condições de trabalho e pela manutenção do isolamento social. Jornalistas do Estadão e de outros veículos de comunicação sofreram chutes e empurrões em uma manifestação pró-Bolsonaro em Brasília, ontem.

Jornalistas e enfermeiros

Envolvendo a Unilever e a Pampers, tentativas de golpes nas redes sociais fazem circular as notícias de doações de produtos de limpeza e higiene durante a pandemia.

Golpes oferece kits de limpeza gratuitos

Circula no WhatsApp uma publicação afirmando que a Guarda Municipal e a Polícia Militar estão multando ocupantes de veículos que não estiverem usando máscaras de proteção contra o novo coronavírus.

Multas por dirigir sem máscarasCircula pelas redes sociais um vídeo de uma falsa reportagem da GloboNews, que trataria de um alerta da OMS em relação a máscaras infectadas com o vírus.

Máscaras infectadas no Brasil

Diversas figuras importantes da política nacional se manifestaram contra as agressões e em solidariedade às vítimas. Em coletiva realizada hoje, o governador de São Paulo, João Doria, criticou duramente os atos e carreatas pelo país no fim de semana, além de ter homenageado com flores profissionais da saúde e da imprensa.

Solidariedade

A jornalista Patrícia Campos Mello, na Folha de SP, publica que “Estados brasileiros sucumbem à epidemia de leis contra fake news”. A matéria traz exemplos de leis no Ceará e Paraíba, no qual as aponta como “perigosamente vaga” e como “perigo de erosão dos direitos civis e da liberdade de expressão”, respectivamente. Já os deputados Tabata Amaral e Felipe Rigoni fazem uma modificação significativa no projeto que cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet para incluir o WhatsApp.

Legislações no Brasil

O WhatsApp e checadores lançam hoje um serviço para verificar fake news sobre coronavírus na plataforma. O usuário poderá adicionar o número de telefone do chatbot a sua lista de contatos e, a partir daí, checará se mensagens que recebeu abordando a pandemia são fake news. De acordo com a empresa, o envio de mensagens em massa já havia caído em 70% após atualização limitando o reenvio de conteúdos populares para um contato por vez.

Whatsapp

No último dia 16, o Facebook anunciou que vai mostrar notícias verdadeiras para quem curtir fake news sobre coronavírus. Os alertas irão redirecionar o usuário para uma página da OMS que contém informações verdadeiras sobre a covid-19. Atualização prometida, na época, “para as próximas semanas” ainda não foi colocada em prática. O anúncio do Facebook foi uma resposta àpesquisa feita pelo site Avaaz, apontando que a rede social não tinha nenhum mecanismo de controle sobre a exposição de usuários a informações falsas sobre a doença.

Facebook

Governo de SP

O Governo de São Paulo possui canais exclusivos de comunicação para combater fake news e divulgar informações verdadeiras sobre prevenção e enfrentamento ao coronavírus. O material pode ser acessado livremente na página do hotsite sobre coronavírus, pelo aplicativo de mensagens Telegram e replicado pelo WhatsApp, redes sociais e e-mail. Há ainda um banco de cards com essas informações, para download via Google Drive.