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1 TREINAMENTO DA RESISTÊNCIA (PARTE1) Prof. Dr. Emerson Farto Ramirez INTRODUÇÃO O estudo das características do desenvolvimento das capacidades esportivas tem chamado a atenção de muitos pesquisadores do esporte e especialista em metodologia do treinamento, principalmente nos últimos 20 anos. Todavia, os resultados mostram contradições continuas, principalmente devido às diferentes épocas em que foram feitas as pesquisas. Na opinião de Navarrro (2000), se considerarmos que os jovens de hoje treinam de igual forma aos adultos de 20 anos atrás, inclusive superando resultados em algumas modalidades de campeões de 10 anos atrás, se torna claro que devemos interpretar com certa precaução determinadas pesquisas onde a amostra pode ser raramente real a essas alturas do esporte atual. O Treinamento em meninos jovens é sempre possível e aconselhável desde que se ajuste às possibilidades e limitações de cada sexo e idade. Como premissa básica, o treinamento do jovem nadador deve permitir um normal e correto desenvolvimento, prevenindo transtornos ortopédicos devido à má postura ou enfraquecimento de determinado grupo muscular, e por outro lado, preparar o nadador para o Maximo de rendimento em longo prazo, sem impor limites ao mesmo em cada etapa do desenvolvimento, o qual deverá ser adaptado às possibilidades de rendimento segundo a idade biológica e amadurecimento do jovem nadador. Na pedagogia esportiva, a orientação visa um alto nível esportivo, mas devido ás particularidades do crescimento e desenvolvimento motriz se destacam os objetivos específicos ao que direciona o conteúdo da preparação esportiva nestas etapas, sequencia de realização dos objetivos e os parâmetros da carga do treinamento. O fator principal para garantir um alto nível na capacidade de trabalho nos esportes cíclicos e entre outros é a resistência. O desenvolvimento da resistência compreende o aumento da produtividade dos sistemas cardiovascular e respiratório; potência, volume e eficiência dos mecanismos de abastecimento energético (aeróbico, anaeróbico glicogênico, anaeróbico alático); manutenção da eficiência mecânica e potência dos movimentos quando do aumento da fadiga. No metabolismo aeróbico, 90% das diferenças no VO2máx são de origem genético, e apenas 10% ao treinamento (Ruiz, L.M.; Sanmartin, M.G; Sanz, J.L.G; Iglesias, J.L.L; Navarro, F, 2001). Segundo os

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TREINAMENTO DA RESISTÊNCIA (PARTE1) Prof. Dr. Emerson Farto Ramirez

INTRODUÇÃO

O estudo das características do desenvolvimento das capacidades esportivas tem chamado a atenção de muitos pesquisadores do esporte e especialista em metodologia do treinamento, principalmente nos últimos 20 anos. Todavia, os resultados mostram contradições continuas, principalmente devido às diferentes épocas em que foram feitas as pesquisas. Na opinião de Navarrro (2000), se considerarmos que os jovens de hoje treinam de igual forma aos adultos de 20 anos atrás, inclusive superando resultados em algumas modalidades de campeões de 10 anos atrás, se torna claro que devemos interpretar com certa precaução determinadas pesquisas onde a amostra pode ser raramente real a essas alturas do esporte atual. O Treinamento em meninos jovens é sempre possível e aconselhável desde que se ajuste às possibilidades e limitações de cada sexo e idade. Como premissa básica, o treinamento do jovem nadador deve permitir um normal e correto desenvolvimento, prevenindo transtornos ortopédicos devido à má postura ou enfraquecimento de determinado grupo muscular, e por outro lado, preparar o nadador para o Maximo de rendimento em longo prazo, sem impor limites ao mesmo em cada etapa do desenvolvimento, o qual deverá ser adaptado às possibilidades de rendimento segundo a idade biológica e amadurecimento do jovem nadador. Na pedagogia esportiva, a orientação visa um alto nível esportivo, mas devido ás particularidades do crescimento e desenvolvimento motriz se destacam os objetivos específicos ao que direciona o conteúdo da preparação esportiva nestas etapas, sequencia de realização dos objetivos e os parâmetros da carga do treinamento.

O fator principal para garantir um alto nível na capacidade de trabalho nos esportes cíclicos e entre outros é a resistência. O desenvolvimento da resistência compreende o aumento da produtividade dos sistemas cardiovascular e respiratório; potência, volume e eficiência dos mecanismos de abastecimento energético (aeróbico, anaeróbico glicogênico, anaeróbico alático); manutenção da eficiência mecânica e potência dos movimentos quando do aumento da fadiga. No metabolismo aeróbico, 90% das diferenças no VO2máx são de origem genético, e apenas 10% ao treinamento (Ruiz, L.M.; Sanmartin, M.G; Sanz, J.L.G; Iglesias, J.L.L; Navarro, F, 2001). Segundo os

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dados de Kobaeashi (1978) as crianças atingem os maiores efeitos do treinamento um ano após o crescimento Maximo de sua estatura.

É necessário conhecer o próprio conceito, suas diferentes manifestações, as bases fisiológicas que as sustentam e os efeitos de adaptação que são produzidos pelo organismo através de cargas de resistência. O aumento da resistência no esporte de alto rendimento perseguem algumas das seguintes finalidades:

• Manter uma determinada velocidade durante o maior tempo possível (Em todas as provas).

• Aumentar a capacidade de suportar as cargas dos treinamentos e competições.

• Recuperação rápida, entre os intervalos do esforço físico (Em treinamentos e competições).

• Estabilização da técnica esportiva e da capacidade de concentração.

1. O CONCEITO DE RESISTÊNCIA

O conceito de resistência na atualidade contempla esforços com duração muito ampla que vão desde os 20 segundos até 6 horas ou mais. Na natação é equivalente a nadar provas desde 50 metros até 25 km. O principal fator limitante e ao mesmo tempo o que afeta o rendimento de um esportista é a fadiga. A resistência depende de muitos fatores, tais como a velocidade, a força muscular, as capacidades técnicas de execução de um movimento de forma eficiente, a capacidade de utilizar economicamente os potenciais funcionais, o estado psicológico quando se executa o trabalho, etc. Na natação, a resistência é a qualidade física que permite ao nadador manter uma velocidade de nado. Na tabela 1 podemos ver algumas definições de resistência de diferentes autores.

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Autor Definição Bompa, T.O (2002) “Limite de tempo sobre o qual o trabalho em uma intensidade determinada pode

ser realizada”.

Grosser e col. (1989) “Capacidade física e psíquica de suportar o cansaço diante de esforços relativamente longos e ou a capacidade de recuperação rápida depois dos esforços”.

Manno, R. (1991) “Capacidade de resistir à fadiga em trabalhos de longa duração”. Weineck, J. (1999) “Capacidade psicofísica do esportista para resistir à fadiga”.

Harre, D. (1987) “Capacidade do esportista para resistir à fadiga”. Platonov,V.N. (2001) “Capacidade para realizar um exercício de maneira eficiente, superando a fadiga

que é produzida”.

Zintl, F. (1991) “Capacidade de resistir psíquica e fisicamente a uma carga durante longo tempo produzindo finalmente o cansaço (= perda de rendimento) insuperável (manifesto) devido à intensidade e à duração da mesma e/ou de recuperação rápida depois de esforços físicos e psíquicos”.

Tabela 1. Algumas definições de resistência

Quando se fala de resistência normalmente pensamos em distâncias de meio fundo e fundo como por exemplo os 400 – 800 – 1500 metros ou na maratona no atlestismo. Entretanto, não devemos esquecer que a resistência é uma qualidade que engloba varias distâncias menores a partir dos 20 segundos e devem desenvolver (Rodriguez, 2000). Uma vez que a energia com esforços de mais de 4 minutos, previne oxidar “combustível” em nossos músculos, muitas vezes identificamos a resistência como sendo a capacidade do nosso organismo para consumir oxigênio. Por outro lado, o atleta com um consumo de oxigênio maior, não é sempre o melhor nas provas longas. A resistência no atleta não só determina o consumo de oxigênio (fator aeróbico), como também o funcionamento do sistema anaeróbico. Na literatura se distingue a resistência de base e a resistência específica, no caso da resistência de base entende se como: a) a capacidade de executar um tipo de atividade independentemente do esporte que implique muitos grupos musculares e sistemas (SNC, sistema cardiovascular e respiratório) durante um tempo prolongado. Afeta tanto à componente aeróbica como à anaeróbica, com predomínio da aeróbica; b) a capacidade de realizar durante um tempo longo qualquer carga que implica em muitos grupos musculares e que guarda uma reação ótima com um rendimento específico. Por outro lado, a resistência específica se contempla igualmente de baixo de duas perspectivas diferentes: a) como característica relacionada com o esporte / modalidade; b) como adaptação às condições de carga próprias da competição.

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Dentro da estrutura de base, a natação esta dentro da resistência de base II que é uma resistência básica que se emprega fundamentalmente nos esportes de resistência para criar a adaptação geral do organismo aos esforços específicos de resistência, com a finalidade de estabelecer uma base elevada inicial para o treinamento da resistência específica e ativar novas reservas para possibilitar maiores incrementos de rendimento. Por outro lado, a resistência especial é a capacidade para executar de forma efetiva um trabalho e superar a fadiga ao executar cargas condicionadas pelos requisitos da atividade competitiva efetiva numa distancia curta, média ou longa concreta da natação esportiva (Platonov, 1994). A estrutura do rendimento é um parâmetro de referencia para o treinamento de alto nível, que se caracteriza pelo estado de desenvolvimento das capacidades físicas, técnicas e psicológicas determinantes para a utilização num período de máximo rendimento (Schnabel, 1981), citado por Navarro, 1998). O desenvolvimento da capacidade motora resistência, velocidade, força é necessário para atingir um rendimento específico numa atividade de resistência de duração curta (RDC), resistência de duração media (RDM) ou dos diferentes tipos de resistência de longa duração (RDL). Desta maneira, uma menor duração do tempo da prova (competição) implica uma participação mais elevada da força para a potência de impulsão e uma frequência de movimentos mais elevada (Navarro, 1998). O desenvolvimento da capacidade de resistência tem sido estudada por inúmeros autores e tem sido experimentada em múltiplas disciplinas com diferentes métodos. Para alcançar os objetivos de treinamento de cada um dos tipos de resistência é necessário conhecer os métodos de treinamento de resistência e seus efeitos. Em função do conhecimento destes efeitos poderão ser aplicados os métodos adequados para a melhoria do rendimento de cada tipo de resistência. Com a finalidade de entender melhor as diferentes possibilidades de treinamento da resistência é necessário adotar uma classificação de métodos de treinamento de resistência que permitam as suficientes variações com a finalidade de poder cobrir todas as necessidades de desenvolvimento dos diferentes fatores que possam afetar às diferentes manifestações de resistência.

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O fator principal que favorece e ao mesmo tempo, afeta o rendimento de um nadador é a fadiga. A resistência depende de muitos fatores: � A velocidade � A força muscular � As capacidades técnicas de execução de um movimento eficiente. � A capacidade para utilizar economicamente os potenciais funcionais � O estado psicológico ao executar o trabalho. Os fatores centrais especialmente a capacidade de bombear do coração contribuem para uma boa capacidade de manter os movimentos repetidos potentes dos braços e pernas como é o caso das provas curtas na natação. Também existe uma necessidade de obter uma força psicológica para suportar a dor e o incomodo se obtendo assim uma maior vantagem sobre seus oponentes em competições de resistência. Existe também uma diminuição do rendimento por causa da fadiga nervosa (mental, sensorial e emocional) ou a fadiga física (motora ou coordenativa). Estas causas podem ser agrupadas em esgotamento das reservas de energia, redução da oferta de energia (devido ao acumulo de resíduos de produtos), os fatores neuromusculares e os fatores psicológicos.

2. O TREINAMENTO DA RESISTÊNCIA AEROBICA NAS CRIANÇAS

Os efeitos do treinamento de resistência são também influenciados pela idade. Nos adultos, os efeitos chegam a ser menores. Mas é prematuro ainda afirmar que o nível pode ser atingido começando o treinamento mais cedo. Atletas de resistência como Keino, Viren, Elliot e Malinowski não treinaram quando jovens e já alcançaram notáveis resultados em distancia de resistência. As crianças não respondem fisiologicamente da mesma maneira que os adultos (Tabela 2).

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Respostas fisiológicas

Parâmetro fisiológico Crianças Adulto Implicações Gasto cardíaco < > A quantidade de sangue bombeada é ligeiramente

menor, por isso não chega tanto oxigeno aos

músculos como nos adultos. Gasto cardíaco =

Frequência cardíaca x Volume da batida. Frequência cardíaca em

intensidades submáximas > < As crianças compensam o menor tamanho do coração

e, em consequência, seu menor volume da batida,

com uma frequência cardíaca mais elevada que os

adultos. Volume da batida < >

Concentração de

hemoglobina < > Menor capacidade do sangue para transportar

oxigênio nas crianças. Capacidade de extração de

O2 circulante na

musculatura

> < A capacidade das crianças para extrair mais oxigênio

circulante aos músculos do que os adultos parece

compensar o menor gasto cardíaco e a menor

concentração de hemoglobina. O resultado é um

sistema de transporte mais eficiente. Mobilização do sistema

aeróbico > < Maior contribuição do sistema energético aeróbico

nas crianças. Reservas de glicogênio < > As crianças tem uma menor tolerância para períodos

prolongados de exercício aeróbico diante das reservas

diminuídas de glicogênio. Concentração de lactato

sanguíneo < > Tanto em intensidades máximas como submáximas,

as concentrações de lactato sanguíneo são menores

que nos adultos. Existe evidencia de que nas

intensidades no limiar anaeróbico, o nível de

referencia de 2,5 mM/l deveria ser utilizado no lugar

dos 4 mM/l presente nos adultos. Eficiência mecânica < > A menor eficiência mecânica nas crianças provoca

uma maior demanda de oxigênio nas crianças. Fatores ambientais < > Devido a uma maior proporção da superfície corporal

sobre o peso corporal, com calor extremo, acima dos

45°, o corpo das crianças não podem dissipar o calor

igual aos adultos e se desidratam rapidamente. Em

ambientes frios, são menos capacitados de aquecer

seus corpos. Tabela 2. Diferenças nas respostas fisiológicas de um exercício aeróbico entre criança e adultos (Navarro, 2000). As crianças necessitam treinar um maior numero de exercícios com aumento da intensidade para melhorar a capacidade aeróbica do que os adultos. Normalmente, a frequência cardíaca tem sido utilizada como um marcador da intensidade do treinamento, com a intensidade recomendada do 60-90% da FCmáx, ou o 60% da FC de reserva (diferença entre FC em repouso e máxima) para os adultos. Entretanto, o ritmo do coração não parece ser um marcador eficaz nas crianças, pois necessitam uma intensidade de exercício suficiente para estimula-los a fim de ver melhorias no pico de Vo2max (Rowand, 2005). A frequência cardíaca mínima para garantir o efeito do treinamento com reação à produtividade aeróbica nas crianças de 8 a 13 anos é de 155 – 150 pulsações por minuto (ppm). Com o passar dos anos as ppm diminuem tanto trabalhando a nível de VO2máx, como a nível de limiar anaeróbico (Bulgakova, 2000). A potência das pulsações de trabalho num nível de limiar anaeróbico em crianças de 9 a

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10 anos é de 179+/- 3,2 ppm, aos 12 – 14 anos = 161 +/- 5,7 ppm, e aos 16 – 17 anos = 145 +/- 7 ppm. A maior diminuição etária de ppm durante o trabalho sub máximo ocorre entre 11 – 13 anos de idade (Bulgakova, 2000). A Tabela 3 apresenta o regime de pulsações que caracterizam as cargas de orientação fisiológica diferente (crianças e adolescente de 9 – 15 anos de idade).

Idade Limiares de potência fisiológica I II III IV

9 – 11 anos 155 - 170 170 - 185 185 – 200 > de 200 12 - 13 150 - 160 160 - 170 170 - 180 > de 180 14 - 15 140 – 150 150 - 165 165 - 185 > de 185

Tabela 3. Regime recomendado de F.C. (frequência cardíaca) para o aumento do nível de capacidade de trabalho em vários limiares

de potência fisiológica (Bulgakova, 2000). Bar – Or (1983) acharam que o treinamento de resistência de orientação aeróbica não aumenta o numero, o tamanho e a funcionalidade das mitocôndrias nas crianças pré-púberes. Entretanto, puderam comprovar que realmente melhorava a atividade enzimática oxidante, fundamentalmente a succinato desidrogenase, o citocromo oxidase e a palmitoil CoA, o que permitia contrariar o efeito anterior visando melhorar o desempenho. Num estudo realizado por Eriksson (1973) foi descoberto que a atividade da succinato desidrogenase (SHD), enzima oxidante, no músculo esquelético das crianças de 11 anos é maior que nos adultos não treinados. Se passarmos a um análise do VO2máx em valores reativos (ml./kg./min) poderemos comprovar que é alcançado 90% dos valores máximos à idade de 5 anos, chegando a 100% entre os 8 a 10 anos (García Manso, 1996). No caso das mulheres, depois da puberdade inicia se uma lenta deterioração de VO2máx. reativo, o que parece não apresentar se entre os homens desde as primeiras idades. Com tudo, não podemos esquecer que atrás da puberdade, as mulheres aumentam consideravelmente os depósitos de gordura, por isto se considerarmos o VO2máx em reação à massa muscular iremos comprovar que as diferenças em sua perda são significativas. Os adultos jovens mostram normalmente um aumento no consumo do Vo2max por volta de 15-20% (Bouchard et al., 1992), Entre tanto, pode se ver reduzido no treinamento com crianças a <10%. A meta-análise de Paene e Morrow (1997) reuniram dados de 69 estudos para analise (de 28 se reuniu a inclusão de vários critérios) produziu se uma comparação transversal entre os estudos das crianças

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sem informação com um desenho pré teste / pós teste. Maior diferença entre os participantes treinados e não treinados (Tamanho do efeito (ES) de 0,94 ± 1,00) pode se observar menor mudança de 5% no pico de Vo2max (aproximadamente 2 mL · kg-1· min-1). Foram observados nos estudos de pré/pós (ES 0,35 ± 0,82). Mais recentemente, Baquet et al. (2003) nos diz que as melhorias no volume de oxigeno são por volta de 6.5% e podem ser observados quando os dados são independentemente analisados pelo sexo ou estado puberal. Existem autores que afirmam nos estudos a existência de mudanças significativas no pico de V02max e melhoras de 10.8% (Baquet et al., 2003). Em concordância com os estudos anteriores, Rowand (2005) recuperou uma série de pesquisas consideradas como bem elaboradas que colocam nas crianças melhorias na capacidade aeróbica de 10% no melhor dos casos, e de 5.8% na media global.

3. MECANISMOS FISIOLÓGICOS QUE AFETAM A CAPACIDADE AERÓBICA.

As possíveis razões para a redução da magnitude da resposta de treinamento das crianças em comparação com os adultos seriam: � Testosterona circulante Os dados indicam que as mudanças nos adultos das concentrações de Hormônios como o GH, IGF-I, a testosterona, os estrogênios são responsáveis pelos efeitos anabólicos com o exercício de treinamento. Não está claro entre tanto, qual a quantidade de hormônios e como afetam através do treinamento a resistência das crianças, sendo esta informação, em grande parte, extrapolada de estudos com adultos e animais (Boisseau e Deamarche, 2000). Parece que a concentração de testosterona entre tanto, aumenta significativamente com o crescimento das crianças, aumento do Vo2max, o tamanho e a força muscular, e a diferença arteriovenosa de oxigênio máximo (A-Vo2max), estão relacionados com o aumento da testosterona na puberdade. Quando começa o aumento da testosterona durante a puberdade melhora significativamente a capacidade de treinamento aeróbico (Rowand, 2005). Mero

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et.col. (1990) medem a testosterona sérica em repouso, antes, durante e depois de um ano de treinamento em crianças de 11 a 12 anos de idade. As crianças participam em diferentes atividades como corridas de longa distância, corridas de velocidade, tênis e levantamento de peso. Depois do período de treinamento, a testosterona foi quase três vezes maior, em comparação ao grupo de crianças sem treinamento, e a média aproximada do nível de testosterona foi duplicada após um ano de treinamento. Foi concluído que o aumento da condição física, do rendimento e a aptidão são o resultado direto da formação induzida pela testosterona, melhorada inclusive na puberdade precoce (Mero et al., 1990). Além disso, já foi demonstrado que os níveis de testosterona podem aumentar durante treinamento nos adultos, mas não em pessoas em idade pré-púbere (Fahee et al., 1979). � Mudanças cardíacas. As características da resistência cardiovascular nos esportistas jovens têm sido bem descritas. Esportistas mostram um Vo2max aproximadamente duas vezes maior em comparação com a população sedentária, esta lógica é o resultado do maior tamanho cardíaco do ventrículo esquerdo (Faria et al., 1989, Wolfe et al., 1986). Os estudos de intervenção do sistema cardiovascular confirmam que o tamanho do ventrículo esquerdo é eminentemente treinável nos adultos, com aumento de 10-30% através do treinamento (De Maria et al 1979;. Stratton et al. 1994, Wilmore et al.,2001). Um aumento no pico de Vo2max nos adultos é em reação às adaptações periféricas e o central (Wilmore et al., 2001). Nas crianças, entre tanto, dispomos de menos informação sobre este assunto. Os estudos transversais de crianças treinadas e não treinadas sugerem que o tamanho e a função cardíaca, podem ser treinados nas crianças. Os estudos também indicam que a motivação do tamanho cardíaco e a funcionalidade, são modificáveis através de treinamento nas crianças. Os primeiros trabalhos de Erickson e Koch (1973), através de diluição de corantes e técnicas de medição das respostas do sistema cardiovascular em crianças pré-púberes (11 a 13 anos de idade) após 16 semanas de treinamento. Os autores observaram diminuição na FC em repouso, aumento do tamanho do coração e Vo2max ao final do programa (Eriksson e Koch, 1973). Um trabalho anterior, de acordo com um recente estudo que analisa as

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adaptações cardíacas após os treinamento de resistência de 13 semanas nas crianças pré-púberes (10,5 ± 0,3 anos), concluiu que o Vo2max aumenta em 15% nos meninos e um 8% nas meninas, respectivamente. Os autores descreveram um aumento nas SV (meninos: 15%, meninas: 11%) em ambos os sexos, com esta explicação como sendo a mais forte variável para o aumento de pico Vo2max (Obert e al., 2003). A testosterona afeta a capacidade aeróbica, ao afetar nas mudanças no tamanho do coração (Janz et al., 2000). Foi demonstrado, que durante a puberdade, o tamanho do ventrículo esquerdo nos homens, aumenta a um ritmo mais rápido do que acontece com as mulheres (Haeward et al., 2001), o que poderia funcionar como uma vantagem para os homens durante o exercício e o volume diastólico final, e por tanto, o gasto cardíaco. � Enzimas aeróbicas Em adultos, melhora o rendimento, existem menores valores submáximos na produção de lactato, grande dependência do metabolismo nas gorduras devido ao treinamento de resistência, parecem estar associados com um aumento no número de mitocôndrias dentro do músculo esquelético (Hollosze e Coele, 1984). Em um dos poucos estudos em crianças para avaliar as mudanças nas enzimas oxidantes com o treinamento aeróbico, Eriksson et al. (1973) analisou os efeitos após 6 semanas de treinamento de resistência muscular no perfil metabólico de cada cinco crianças pré-púberes (11-13 anos). Através de Uma biopsia muscular, os autores observaram incremento interanual da concentração das enzimas oxidantes, desidrogenase (SDH) em 30% após o treinamento. Trabalhar com os mesmos e com os adultos, informam que os esportistas de resistência mostram maiores níveis de SDH (50% mais) em comparação com pessoas sedentárias (Eriksson et al., 1973). Além disso, foi registrado que a concentração de enzimas como a isocitrato desidrogenase (ICDH) tem um nível mais alto em crianças no geral, do que em adultos e também que há uma menor proporção de PFK a ICDH (Haraambie, 1982), o que sugere que as crianças podem ser adaptadas ao metabolismo aeróbico.

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Na Figura 1 podemos observar o consumo máximo relacionado com a idade cronológica e na Figura 2 o consumo máximo de oxigênio relativo ao peso corporal.

Figura 1. Consumo máximo de oxigênio relacionado com a idade cronológica.

Adaptado de Krahenbuhl et al. (Krahenbuhl & Kohrt, 1985).

Figura 2. Consumo máximo de oxigênio relativo ao peso corporal reacionado com a idade

cronológica. Adaptado de Krahenbuhl et al., 1985) De 10 a 11 anos, o 47% da energia é aeróbica durante os primeiros 30 segundos, enquanto que em adultos alcança estes valores durante o segundo minuto. Esta porcentagem diminui com a idade ao se aproximar do adulto acima dos 17 anos

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(García Manso e col; 1996). Nos meninos não treinados o limiar anaeróbico diminui com a idade dos 9 – 12 anos (Atomi e col; 1986). Em geral, os meninos parecem ter um limiar mais alto que as meninas. Ao contrario, em meninos altamente treinados este valor não só não diminui como pode melhorar com o treinamento. Na Tabela 4 podemos observar a evolução da potência aeróbica conforme a idade (Bar – Or, 1983; Blinkie, 1993). ______________________________________________________________________

Potência aeróbica (Watios/Kilos)

Idade Homens Mulheres

8 anos 3.55 3.15

9 anos 3.75 3.10

10 anos 3.90 3.07

11 anos 3.75 3.00

12 anos 3.55 2.95

13 anos 3.40 2.90

14 anos 3.50 2.80

14.4 anos 3.86 2.74

15.5 anos 3.91 3.36

16.5 anos 4.50 3.33

17.7 anos 3.31 2.40

Tabela 4. (Evolução da potência aeróbica conforme a idade Bar – Or, 1983; Blinkie e Roche, 1986).

Isto nos leva a pensar que a puberdade é um momento crítico para alcançar e melhorar o potencial aeróbico e de resistência dos indivíduos se não se empregarem dos estímulos de cargas correspondentes. Na Figura 3 Navarro (2000) nos ensina as possibilidades de principio e intensificação do treinamento aeróbico em diferentes grupos de idade.

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Figura 3. Possibilidades de principio e intensificação do treinamento aeróbico em diferentes grupos de idade. (Navarro, 2000).

4. O TREINAMENTO ANAEROBICO EM JOVENS

A capacidade de treinamento do sistema anaeróbico em jovens tem recebido, em comparação menos atenção do que a força e/ou a capacidade aeróbica. Entre tanto, a capacidade anaeróbica pode afetar a potência anaeróbica e o rendimento esportivo, para isso a capacidade de formação destes atributos é de interesse dos treinadores, dos atletas e dos cientistas do esporte. A capacidade do treinamento anaeróbico de jovens é difícil de ser estudado tendo em conta as múltiplas fazes de rendimento e a capacidade em curto prazo, das atividades de intensidade máxima. A razão da falta de informações e dados é devido à equipe e protocolos para os estudos de rendimento anaeróbico são bastante complexos, em comparação com os utilizados para os programas de força, este último requer somente a medição do mesmo, em quanto o treinamento da força requer a medição simultânea da produção de força a todo o momento (Blimkie e Bar-Or, 1996). Além disso, os fatores éticos tem limitado a capacidade de quantificar a troca glicolítica muscular na atividade a nível celular nas crianças. Malthus, As teorias de melhoras

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são deduzidos do intercambio visto desde o produto da atividade (ou seja, o poder máximo). Além disso, está o fato de que o poder de produção, durante as provas, como o Wingate ou a força-velocidade são uma prova composta não só da taxa de atividade glicolítica, se não o objetivo de outros fatores, como o tamanho do músculo e a atividade neuronal. Por outro lado, quando a velocidade de avaliação de capacidade de formação e atividades como o salto de altura ou salto com contra movimento, a plasticidade das habilidades motoras e a coordenação neuromuscular também devem ser consideradas (Blimkie e Bar-Or, 1996; Rowand, 2005). Finalmente, enfoques diferentes foram tomados durante as pesquisas de potência anaeróbica, mas o maior tem sido o uso comum das repetições de curto prazo nas atividades que duram de 5 a 30 segundos, tendo estes na sua maioria, o ciclismo e a corrida na máxima intensidade, com seus participantes pondo à prova em um ciclo ergômetro e em esteira rodante, respectivamente (Blimkie e Bar O, 1996, Rotstein et al 1986;. Sargeant et al, 1985). No metabolismo anaeróbico, um parâmetro indicador do potencial deste metabolismo, são as mudanças de produção do ácido láctico máximo que é capaz de alcançar ou sujeito a um esforço supramáximo. Na Tabela 5 observamos a produção máxima de lactato em crianças.

Produção aproximada de lactato em crianças 4 a 6 anos 3 – 6 mmol/l 6 a 9 anos 4 – 8 mmol/l 15 anos 6 – 14 mmol/l

Tabela 5. Produção máxima de lactato em crianças (Cerani, 1993) Os menores níveis de testosterona infantil comportam uma alta capacidade oxidante em comparação com a glicolítica. Segundo alguns trabalhos, em crianças a taxa plasmática de ácido láctico esta correlacionada com o volume testicular (Eriksson e col, 1971) e com a concentração de testosterona salival em crianças de 12 anos. Pelo contrario, os trabalhos de Welsman e col. (1997) chegam à conclusão de que os níveis de lactato plasmático máximo e submáximo são independentes da maturidade sexual. Segundo Cerani (1993), os problemas que apresentam as crianças no seu metabolismo

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anaeróbico podem ser devido à limitada atividade enzimática desta via energética (Glicogênio fosforilase, PFK e LDH). A atividade da fosfofructoquinase (PFK) em crianças de 11 – 13 anos é entre 30 – 50% menos ativa que nos adultos. Dados similares foram encontrados por Berg e Keul (1988); a alta atividade enzimática para a resínteses do ATP e o sistema glicolítico (CK, ALD, PHI, PK e LDH) não ocorre antes dos 11 – 14 anos. Não obstante, alguns autores (Gurtler e col, 1979; Weineck, 1991) afirmam que, mediante o treinamento específico e prolongado, a criança pode registrar valores de lactato plasmáticos similares a dos adultos, ainda que reconheçam o inadequado que é este tipo de treinamento para estas idades, ao ter Uma taxa de eliminação muito inferior ao dos adultos. O treino da resistência anaeróbica melhora notavelmente na adolescência, sempre e quando o individuo tenha uma boa resistência de base. Por isso, a resistência anaeróbica deve regredir seu treinamento até os 12 – 14 anos para as mulheres e os 14 – 16 anos para os homens. O progresso na produção máxima de lactato aumenta com a idade linearmente desde os 10 anos (aproximadamente 5 mmol/l) até a adolescência, fase esta da vida em que começa a estabilizar, alcançando seu máximo por volta dos 20 anos. Sempre devemos ter presente que, para produzir a mesma quantidade de lactato que um adulto, uma criança produz uma liberação de catecolaminas dez vezes superior, o que supõe submeter o individuo a altos níveis de stress. Por outro lado, a eliminação do ácido láctico produzido se torna mais lenta nos jovens. Todo isto faz aconselhável não submeter à criança a demasiadas cargas de tipo anaeróbico, uma vez que as mesmas são mal toleradas pelo seu organismo (García Manso e col, 1996). A idade ideal para iniciar este tipo de trabalho deve ser a partir da puberdade, de qualquer maneira, devemos dar ênfase ao fato de que pode ser desenvolvida consideravelmente através do treinamento, visto que, o organismo reage extremamente bem ao estimulo anaeróbico entre os 14 e os 18 anos de idade. Nesta fase, os resultados do treinamento podem ser mais eficazes do que em qualquer outra etapa da vida.

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Uma pergunta nos fazemos os treinadores e pesquisadores do esporte de base: As crianças podem melhorar o desempenho anaeróbico com o treinamento? Os estudos em adultos têm demonstrado que a capacidade de treinamento anaeróbio melhora depois do treinamento por volta de 12% a potência máxima (PP), e 6.7% na potência media (MP) (Barnett et al 2004; Nevill et al, 1998, Sharp et al. 1986). Os produzidos pelo treinamento, na produção de energia surgiram através dos níveis aumentados de PC intramuscular, o ATP e o glicogênio, aumentando a atividade das enzimas anaeróbicas, a hipertrofia das fibras musculares e à contração rápida, aumentando a produção de lactato a intensidades submáxima e máxima, e a melhoria no rendimento nas diferentes tarefas do treinamento (McArdle et al., 1998). A produção de energia trás melhora nas crianças com o treinamento se encontra a potência media (MP) e a potência máxima (PP), comprovada no teste de Wingate, aumentaram 3,4% e 3,9% respectivamente, depois do treinamento de sprint no ciclismo e em corridas de velocidade. A pequena proporção dos ganhos pode ser atribuída à baixa duração do exercício (15 minutos por sessão mais de 6 semanas), entre tanto, os estudos tem demonstrado que as crianças podem melhorar sua potência através de treinamentos anaeróbicos como os sprints, potência media (10%) e potência máxima (14,2%) (Rotstein et al. 1986, Sargeant et al., 1985). Com relação às mudanças na potência anaeróbia, Ingle et al., (2006) foi realizado um estudo de doze semanas de treinamento com exercícios complexos (com dinâmica constante, resistência externa e pliometría), na pré-puberdade melhora o resultado da potência anaeróbica nas crianças nos exercícios de saltos, lançamentos e velocidade cíclica, também foi encontrado melhoras notáveis na força dinâmica. Sargeant et al. (1985) do mesma forma, fez um estudo com crianças de 13 anos, durante um programa de treinamento de 8 semanas composto misto e de curta duração, saídas e arrancadas e exercícios aeróbicos. Observaram-se melhoras nos exercícios de potência media de 4,5% em comparação com exercício de potência máxima de 1,2% de aumento no grupo control.

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É sugerido, entre tanto, que as crianças podem ter uma recuperação mais rápida nos sprints que os adultos (Falk & Dotan, 2006). Isto tem sido em parte atribuído à observação de que as crianças (10 a 14 anos) dependem em grande medida do metabolismo oxidante e em menor medida da glicólise que os adultos jovens (21,6 -/+ 1,6 anos) durante um tempo máximo de corrida de velocidade prolongada (Hebestreit, Mimura, E Bar-Or, 1993). Além disso, a ressintese da fosfocreatina é mais rápida nas crianças (6-12 anos) que nos adultos jovens (20-29 anos), e esta diferença é ao contrario no metabolismo oxidante em crianças do que em adultos (Taelor, Kemp,Thompson, e Radda, 1997). As provas de Sprint tem demonstrado que existe uma reação positiva na taxa de ressintese de fosfocreatina (Bogdan, Nevill, Boobis, Akome, e Nevill, 1995) e está negativamente co-reacionada com a glicólise anaeróbica (Gaitanos, Williams, Boobis, e Brooks, 1993), Isto da um novo impulso à hipótese de que repetidos Sprint melhoram mais a capacidade em crianças do que em adultos. Sobre este assunto, Mújica e col. (2009) tem feito um estudo com um total de 134 jovens jogadores de futebol altamente capacitados, representando a todas as posições de jogo, participaram nesta pesquisa (U-11, n = 22, U-12, n = 17, U-13, n = 15, U-14, n = 16, U-15, n = 19;U-16, n = 17, U-17, n = 17, U-18, n = 11. O propósito deste estudo por tanto, foi pesquisar como o treinamento de Sprint melhora a capacidade dos jogadores de futebol adolescentes (idade grupos de U-11 a U-18). A prova consistiu seis repetições de uma corrida de velocidade máxima de 30 m (Spencer et al., 2006) com 30s. de descanso entre cada repetição. Os resultados nos dizem que a media (+ s) para o tempo médio de sprint e concentração máxima de lactato no sangue são apresentados na Figura 4. A media dos 30 metros rasos de a U-11 foi inferior a 1 s que para o U-15. A media de 30 metros rasos de a U-15 foi 0,15s. mais lento que o grupo G-18, entre tanto, não há diferenças significativas encontradas entre os U-15 a U-18. Pelo contrario, houve diferenças significativas entre os grupos U-15 e U-18 para alcançar a concentração máxima de lactato no sangue. Há diferenças significativas entre os U-16, U-17 e U-18. Além disso, não houve diferenças significativas entre os U-11, U-12 e U-13, entre tanto, a concentração máxima de lactato no sangue dos U-11 é significativamente menor que a do grupo U-14. A concentração de lactato no sangue da U-18 foi 12.6 mmol e 58% superior à de a U-11. Não houve diferenças significativas entre os grupos e a concentração de lactato se ajustou à massa corporal (houve variação entre os valores de 0,17 hasta 0,19 mmol). O

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lactato no sangue varia de concentração depois de 1, 4, 7 e 10 minutos de terminar as provas. Se apresentam na Tabela 6. Figura

Figura 4. Mean sprint time (A) and peak blood actate concentration (B) of the 6630-m repeated-sprint test for each group of eouth

male football paeers from U-11 to U-18. Significantle different (P50.05) from: *U-11 to U14; xU-13 to U-18; {U-14 to U-18; #U-

16 to U-18; ¥U-11 to U-13; þU-15 to U-18; U-11 and U-16 to U-18; ¥U-11, U-12, and U-18; ¢U-11 to U-15; {ane other group.

Values are mean+s (Mújica e col. (2009).

Tabela 6. Blood lactate concentration 1,4,7 and 10 min alter the 6x30 m repeated-sprint test for each group of youth male football

players from the U-11 to the U-18 group.

A velocidade não melhora com o aumento da capacidade glicolítica e a concentração de lactato no sangue se mantém constante ao aumentar a idade, nas provas realizadas em pré-adolescentes e crianças (Ratel, Beduinos, Hennegrave, Dore, e

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Duche, 2002). Esta teoria, também é apoiada, pelos resultados obtidos na concentração de lactato no sangue, que se incrementou em função do aumento da idade (Figura 4), parecem estar amplamente relacionados à idade e ao aumento da massa corporal (Beneke et al; 2005). Por outra parte, as relacionadas com a idade melhoram no aumento da velocidade, pode ser maior pelo aumento da porcentagem das fibras tipo II durante a adolescência (Fournier et al., 1982). Pode se observar que o tamanho das fibras musculares alcança um patamar na idade de 16 anos para ambos os sexos (Glenmark, Hedberg y Jansson, 1992), e que a seção das fibras musculares aumenta de maneira exponencial nos homens até a idade de 17 anos (Kanehisa etal., 1995). Existe evidencia considerável para sugerir que as crianças se recuperam mais rápido dos esforços de alta intensidade do que os adultos jovens, devido a: � Maior contribuição de porcentagem do metabolismo oxidante (Hebestreit et al.,1993). � Ressintese mais rápida de fosfocreatina (Taylor et al., 1997). � Menor potência relativa anaeróbica durante o exercício de alongamento e flexão do joelho (Zafeiridis et al. 2005). � Redução da taxa de produção de lactato progressivo durante o exercício de alta intensidade (Zanconato et al., 1993). O lactato aumenta com cada grupo de idade, numa proporção de aumento de 1,5 vezes da U-11 à U-15 de grupo e um aumento de quase duas vezes da U-11 à U-18 do grupo. Existem diferenças significativas na concentração máxima de lactato no sangue entre os U-18 y U-11 y U-15. A concentração de lactato no sangue é muito menor nas crianças (Dotan y col, 2003.; Hebestreit et al 1993. Zafeiridis et al, 2005). Os resultados coincidem com o que já temos dito anteriormente, que a ativa das enzimas fosfofructoquinase (Eriksson, Gollnick, y Saltin, 1973) e lactato desidrogenada (Kaczor, Ziolkowski, Popinigis y Tarnopoisky, 2005) são baixo nas crianças. Com relação às mudanças na potência anaeróbia através do treinamento aeróbio, alguns estudos sobre seu efeito concluíram no geral, que as crianças têm proporcionado consistentes resultados. McManus et al. (1997) realizaram um estudo

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com 12 meninas ciclistas, realizaram um treinamento de 8 semanas de duração, se observou um aumento do 10% no pico de Vo2max, entre tanto, também perceberam um acréscimo do 20% no teste de Wingate de potência máxima. A pesar das diferenças nas magnitudes, os intercambio são um reflexo da especificidade do tipo de formação, isto sugere que um efeito de treinamento cruzado pode ser dado às crianças (McManus et al., 1997). Da mesma maneira, Obert y col. (2001) também informaram da mudança anaeróbia nos parâmetros medidos na prova de força velocidade, depois de 13 semanas de treinamento aeróbico (intervalo e continuo) em meninos/as pré-puberais. Os participantes melhoraram o pico de potência em 23%, o que se atribui principalmente ao aumento da força máxima (17%). Por último, 7 semanas depois do programa aeróbico de corrida com 20 meninas e meninas de 13 anos (Suas intensidades de treinamento da frequência cardíaca máxima (FCmax) de 78% da FC máx 95%), foi capaz de aumentar significativamente a velocidade de corrida (Baquet et al., 2002). Para isso, as crianças são capazes de melhorar sua potencia anaeróbia seguindo um programa de tipo misto. Com relação à diferença entre os sexos, os estudos que analisam especificamente as diferenças de gênero na capacidade anaeróbica nas crianças são insuficientes. Alguns estudos utilizaram meninos e meninas como participantes, mas não há diferenciado nos gêneros (Baquet y. al 2002;. Bencke et al, 2002, Hawley y Williams, 1991, Obert et al. 2001a). Naughton y col. (1998) descobriram que os adolescentes masculinos mostram uma maior magnitude de melhora no PP e MP depois do treinamento, sem nenhum propósito os dados comparativos estão disponíveis das crianças pré-púberes. A informação relacionada com o intercambio metabólico anaeróbico e o treinamento com atletas jovens é deficiente, em parte devido aos aspectos práticos da medição das respostas metabólicas, (Por exemplo, a atividade das enzimas e a histologia das fibras musculares), que dependem das biopsias do músculo invasivo. Entre tanto, os raros dados disponíveis abrem uma janela para o intento de explicar a mudança vista em anaeróbica do potencial das crianças. Fournier y col. (1982) estudaram as alterações da PFK muscular (Fosfofructoquinase) e a área da fibra em 6 adolescentes (16 a 17 anos de idade) depois

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de ter passado por um programa de treinamento de sprint de 3 meses. Depois de obter pré e pós-biopsia do músculo vasto lateral, não há mudanças no tamanho das fibras musculares ou as porcentagens relatadas (Fournier et al. 1982). Entre tanto, a concentração de PFK maior mais de 21% superior não pode ser atribuída ao crescimento. A pesar das mudanças de formação enzimática glicolítica, as crianças não mostram incrementos nos níveis de lactato no sangre depois de exercícios anaeróbicos de treinamento. Prado (1997) estudaram 12 crianças (idade 10) e 12 homens adultos (24 anos) em um treinamento de natação de 6 semanas (3 vezes por semana). A capacitação consistiu exclusivamente em séries anaeróbicas de 25m, 100m e tempo máximo de 45 segundos de distância percorrida no nado. Os adultos melhoraram seu rendimento na prova de 25 metros e depois a prova de 45 segundos em 6 semanas, onde não havia efeito do treinamento sobre as crianças. As concentrações de lactato foram significativamente menores nos adultos que nas crianças, não se observaram mudanças no lactato máximo de treinamento dentro dos grupos. Estes resultados, entre tanto, não colocam em duvida a idoneidade da utilização do lactato como uma medida substitutiva para a atividade glicolítica. As preocupações sobre a avaliação do desempenho das provas anaeróbicas e as dificuldades para manter a motivação e o interesse das crianças e adolescentes. Para manter o nível de motivação no treinamento anaeróbico de alta intensidade. Esse programa inclui exercício aeróbico e de curta duração e alta intensidade, que podem ser benéficos. Como tal, uma bactéria anaeróbica deve incluir um programa mínimo de 3 sessões por semana, de 30 minutos de duração. Na Figura 5 Navarro (2000) nos ensina as possibilidades de começo e intensificação do treinamento anaeróbio em diferentes grupos de idade

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Figura 5. Possibilidades de começo e intensificação do treinamento anaeróbico em diferentes grupos de idade. (Navarro, 2000)

Conclusão:

� O treinamento anaeróbio não só não está contra indicado, ele é muito recomendável para esportistas jovens (pré-púberes e púberes). A competição tem um componente anaeróbio. Não há nenhuma razão para não incorporar este conteúdo ao treinamento. � O treinamento de alta intensidade focado para melhoria do metabolismo glicolítico em jovens provoca adaptações, ainda que, a magnitude das mesmas varie segundo estudos. (Rotsein y col ., 1986) � O treinamento aeróbico também produz melhorias na potência anaeróbica em jovens (McManus y col, 1997; Obert y col, 2001) � Não há evidencias de que o treinamento glicolítico tenha nenhum efeito prejudicial à saúde ou ainda no rendimento posterior de jovens esportistas. � O treinamento anaeróbico não só não está contra indicado, ele é muito recomendável para os nadadores jovens (pré-púberes e púberes). A competição tem um componente anaeróbico e não há nenhuma razão para não incorporar este conteúdo ao treinamento.

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� O volume de trabalho anaeróbico deve estar condicionado ao trabalho dos conteúdos mais importantes em cada fase de desenvolvimento. � Realiza atividades de curta e alta intensidade (não menos de 90% do esforço máximo), como velocidade de corrida, saltos, lançamentos, exercícios pliométricos, sprint de pernas, intercalados com atividades aeróbicas submáximas. � A duração dos exercícios anaeróbicos é de 20-30 segundos (Armstrong e Welsman 1993). � O desenho das tarefas é a chave para uma correta aplicação do treinamento anaeróbico.