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Repensando a prática pedagógica do professor de História para a Educação de
Jovens e Adultos – EJA
Autora: Cinara de Souza Gomes
Orientadora: Maura Regina Petruski
RESUMO:
O presente estudo se encaminha para analisar elementos circunscritos a EJA –
Educação de Jovens e Adultos. O principal objetivo desse estudo foi propor
estratégias diferenciadas direcionadas para esse público especifico conduzindo os
professores a repensar sua prática pedagógica. O trabalho envolveu professores do
Colégio Estadual Rivadavia Vargas em Pirai do Sul durante o segundo semestre de
2011.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, Metodologia, Alunos e Professores.
1. Introdução
O Colégio Estadual Rivadávia Vargas onde o projeto PDE foi
implementado contava no segundo semestre de 2011 com uma clientela de EJA de
505 alunos e 20 professores, sendo apenas um de História. Alguns participam dos
grupos de estudo direcionados à EJA e a Equipe Pedagógica faz algumas
proposições nas poucas reuniões pedagógicas exclusivas para professores de EJA.
Sendo assim, os professores da EJA carecem de orientações quanto à metodologia
e currículo, necessitam de debates e trocas de experiências, pois a clientela é
heterogênea e diversificada.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) do ano de 2007, quase 11 milhões de brasileiros frequentam a EJA. Desse
total, estima-se que 42,7% desistem antes de concluir o curso, em função de que,
em sua grande maioria, os alunos se dividem entre o trabalho e o estudo. No
entanto, quando há dificuldade de conciliar as duas áreas, infelizmente, eles optam
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pela sua permanência no trabalho, uma vez que a sala de aula não é muito atrativa,
segundo os alunos.
O especialista da UNESCO Timothy Ireland, afirma que, “ao contrário do
que acontece em países mais desenvolvidos, que pensam em políticas de EJA que
agreguem habilidades para a vida, no Brasil as ações para esse segmento são
quase que exclusivamente focadas na alfabetização e escolarização1”.
É importante que os conteúdos do saber formal se entrelacem com as
necessidades do dia a dia do aluno, é essencial que o educando veja a praticidade
do que está aprendendo em sala de aula, pois a escola deve ser um espaço em que
seja possível sistematizar e ampliar os muitos saberes que são construídos fora
dela.
A EJA ocupa um lugar marginal dentre as demais politicas educacionais
do Brasil não há formação acadêmica específica, Semanas Pedagógicas, Encontros,
Oficinas próprias para os profissionais da educação que trabalham nesta
modalidade, todavia é necessária uma formação diferenciada para o professor que
trabalha com a Educação de Jovens e Adultos, mas enquanto isso não acontece é
imprescindível que haja cursos de capacitação para essa modalidade de ensino. Do
contrário, os professores preocupados somente com a alfabetização e em vencer o
PTD ( Plano de Trabalho Docente) até o final do ano letivo, se esquecem, na grande
maioria das vezes, de que os alunos tem uma vivência, uma historia de vida, um
saber tácito e acabam levando-o ao desanimo e à desistência. Há ainda que
considerar o fato de que para muitos alunos a escola é um local de socialização, de
fazer amizades e de elevar a sua autoestima. A escola não pode se tornar mais um
problema na vida dos alunos, ela deve sim, resgatar identidades individuais e
coletivas, deve ser uma referência adequada às necessidades daqueles que a
procuram.
O que é diferente acerca do estudante adulto é a experiência que ele traz
para a relação de sala de aula. A experiência modifica às vezes de maneira sutil e
às vezes mais radicalmente todo o processo educacional, influencia os métodos de
ensino, a seleção de conteúdos, o aperfeiçoamento dos professores e o currículo,
podendo até mesmo revelar pontos fracos ou omissões nas disciplinas acadêmicas
tradicionais e levar a elaboração de novas áreas de estudo.
1 Disponível em www.unesco.org – Acessado em 28/01/2010.
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É necessário compreender que todo o trabalho pedagógico deve partir do
universo cultural dos alunos, tomar a cultura e as formas de compreensão de mundo
dos educandos como ponto de partida (reconhecer, incorporar, ampliar) Uma vez
que Cultura corresponde às formas de organização de um povo, seus costumes e
tradições transmitidas de geração para geração que, a partir de uma vivência e
tradição comum, se apresentam como a identidade desse povo. Pensar práticas
educativas voltadas para o jovem e o adulto, que superem visões desqualificadoras
das potencialidades desses educandos, trazer para a prática de sala de aula a
experiência do aluno.
É imprescindível que se entenda que não tem problema na diferença, se
faz um ou vinte anos que o educando está fora de sala de aula, se ele tem 16 ou 50
anos, o problema está na forma desigual como são tratados; desigual no sentido da
valorização enquanto alunos, pois os professores trabalham os conteúdos da
mesma forma em que é trabalhado no ensino regular.
Atualmente a escola enfrenta alguns dilemas como a necessidade de
reconstruir um laço forte com a comunidade, a necessidade de desenvolver a
capacidade de adaptação à diferença; os professores não têm formação condizente
com os desafios e a complexidade inerente a ela e por último, possivelmente o mais
importante, acabar com a rotatividade de professores, ou seja, todo início de ano
trocam os professores, pois alguns retornam para o ensino regular, e outros são
apenas contratados e tem este mesmo contrato rescindido no final do ano letivo,
quando já tinham iniciado uma maior interação com os educandos.
Muito já foi escrito sobre este tema, e porque se continua a escrever? Porque
mesmo diante de vasta e excelente bibliografia tais como as publicações de Moacir
Gadotti, Marciane Silva, Maria Clara Di Pierro, da revista REVEJA (todos
referenciados ) os educadores continuam insensíveis à metodologia diferenciada
que deve ser adotada.
A escolarização de adultos, na história do Brasil inicia-se com o
letramento missionário dos indígenas no período colonial. No império ficou
marginalizada, pois a preocupação era formar apenas a elite. Já no período
republicano foram criados o Fundo Nacional do Ensino Primário em 1942, o Serviço
Nacional de Adultos e a Campanha Nacional de Educação de Adultos em 1947, em
1952 foram lançados a Campanha Nacional Rural e em 1958 a Campanha de
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Erradicação ao Analfabetismo. Mas até então era focada apenas na alfabetização e,
nesse momento histórico aparece um grande educador chamado Paulo Freire,
transformador e ousado, que propõe um método de educação diferenciado,
emancipatório e humanizado.
Durante a Ditadura Militar foi criado o MOBRAL – Movimento Brasileiro de
Alfabetização – cujo objetivo era alfabetização, depois tivemos Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional n.º 5692/71 a qual implantava o Ensino Supletivo
provedor de certificação para os analfabetos.
Em 1985, o MOBRAL é extinto dando lugar a Fundação Educar
(Fundação Nacional para a Educação de Jovens e Adultos) que logo no ano
seguinte também deixou de existir. A nova LDB nº 9394/96 trouxe uma seção para a
Educação de Jovens e Adultos, onde agora era mencionada a educação integral.
Existe uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC) chamada de
Agenda Territorial, com o objetivo de que os estados tenham efetivamente uma
política voltada para a alfabetização e a educação e jovens e adultos.
Segundo a Secretaria de Estado da Educação o Paraná criou a Comissão
Estadual de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos. Instituída dentro da
Agenda Territorial, a comissão tem como objetivo promover a discussão sobre as
ações necessárias para o fortalecimento da Educação de Jovens e Adultos no
Paraná.
No Paraná, houve investimentos em infraestrutura, formação de
professores e na elaboração de material didático específico para a EJA. Segundo
dados da SEED2, são mais de 360 estabelecimentos de ensino que ofertam esta
modalidade de ensino e atendem cerca de 150 mil estudantes. Desta forma, o
Estado possui uma política pública instituída de atendimento a essa população que
não teve a oportunidade de estudar.
2 Disponível em http://www.educacao.pr.gov.br – acessado em 26/11/2010
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2. O Ensino de História: Metodologia e Perspectivas
O processo de implantação da História em disciplina escolar ocorreu
inicialmente na França, no contexto das modificações revolucionárias do século
XVIII inserido na luta da burguesia pela educação pública, leiga e obrigatória.
Segundo Elza Nadai,
O século XIX acrescentou paralelamente aos grandes movimentos que
ocorreram visando construir os Estados Nacionais sob hegemonia
burguesa, a necessidade de retornar-se ao passado, com o objetivo de
identificar a “base comum” formadora da nacionalidade. Daí os conceitos
tão caros às histórias nacionais: Nação, Pátria, Nacionalidade, Cidadania
(1986, p. 106).
No Brasil, essa disciplina começou a existir com a criação do
Colégio Pedro II, em 1837, quando também foi fundado o Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro (IHGB), que estabeleceu a História como disciplina acadêmica.
Alguns professores do Colégio Pedro II faziam parte do IHGB e produziram as
orientações dos conteúdos que seriam ensinados, os manuais didáticos e os
programas escolares que seriam utilizados no espaço escolar.
Essas produções foram construídas sob influência da História
Metódica e do Positivismo3 caracterizadas por uma racionalidade histórica,
norteadas pela linearidade dos fatos, pelo uso reduzido de documentos de
documentos oficiais como fonte e verdade histórica e, por fim, pela expectativa do
prestígio político dos heróis.
A narrativa histórica elaborada legitimava o formato de nação
brasileira, entendida como prolongamento da História da Europa Ocidental. Sugeria
uma nacionalidade representada na síntese das raças branca, indígena e negra,
com a predominância da ideologia do branqueamento. Nesse modelo de sociedade,
3 Corrente filosófica que surgiu na França no começo do século XIX; o Positivismo defende a ideia
de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro.
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o currículo oficial de História tinha como objetivo justificar os valores aristocráticos,
cujo processo histórico eliminava a possibilidade dos homens comuns serem
compreendidos como sujeitos históricos.
Esta forma de ensino de História permaneceu no início da
República (1889), e o Colégio Pedro II continuava a ser referência para a construção
educacional brasileira. Em 1901, o corpo docente modificou o currículo do colégio e
propôs que a História do Brasil passasse a fazer parte da História Universal.
O retorno da História do Brasil nos currículos escolares ocorreu
apenas no período autoritário do governo de Getúlio Vargas, vinculado ao projeto
político nacionalista do Estado Novo (1937-1945), e se ocupava em reforçar o
caráter moral e cívico dos conteúdos escolares.
Durante o regime militar, a partir de 1964, o ensino de História manteve
seu caráter exclusivamente político, orientado no estudo de fontes oficiais e narrado
somente do ponto de vista factual. Mantiveram-se os grandes heróis como sujeitos
da História, exemplos a serem seguidos e não contestados pelas novas gerações.
Modelo da ordem estabelecida, de uma sociedade hierarquizada e nacionalista, o
ensino não tinha lugar para análise crítica e interpretações dos fatos, pois objetivava
formar indivíduos que aceitassem e valorizassem a instituição da pátria. O Estado
aparecia como o principal sujeito histórico, responsável pelos grandes feitos da
nação, centralizado nas obras dos governantes e das elites dirigentes do país.
Naquele contexto, o Estado realizou um extenso programa de
reestruturação educacional, com a finalidade de ampliar o domínio sobre as
instituições escolares, visando a legitimação dos interesses político-ideológicos do
regime.
Ainda no período militar, a partir da Lei 5692/71, o Estado organizou o
Primeiro Grau de oito anos e o Segundo Grau profissionalizante. O ensino voltado à
preparação de mão-de-obra para o mercado de trabalho, centrou-se numa formação
tecnicista. As disciplinas da área de ciências humanas perderam espaços nos
currículos escolares.
As disciplinas de História e Geografia, no Primeiro grau, foram
condensadas como área de Estudos Sociais, dividindo ainda a carga horária para o
ensino de Educação Moral e Cívica (EMC). No Segundo Grau, a carga horária de
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História foi reduzida e a disciplina de Organização Social e Política Brasileira (OSPB)
passou a fazer parte do currículo escolar oficial.
Ao adotar essas medidas, o Estado pretendia exercer maior autoridade
sobre os professores, pois retirava o instrumental intelectual politizador e centrava a
formação numa prática pedagógica orientada na transmissão de conteúdos
selecionados e consolidada pelos livros e manuais didáticos.
A prioridade do ensino de História era ajustar o aluno para o cumprimento
dos seus deveres patrióticos e privilegiava noções e conceitos para adaptá-los à
realidade. A História continuava administrada de modo linear e cronológico, guiada
pelos heróis em busca de um ideal de progresso de nação.
Na década de 1970, o ensino dessa disciplina era predominantemente
tradicional, tanto pela valorização de alguns personagens como sujeitos da História
e de sua atuação em fatos políticos quanto pela abordagem dos conteúdos
históricos de forma factual e linear, formal e abstrato.
A partir da década de 1980, com o fim da ditadura militar e o início do
processo de redemocratização da sociedade brasileira, a aproximação entre a
Educação Básica e a Superior foi retomada como condição para que houvesse
maior aproximação entre a investigação histórica e o universo da sala de aula.
Cresceram os debates sobre reformas democráticas na área educacional,
processo que se refletiu nas novas propostas de ensino de História. A interferência
de especialistas diversos permitiu um diagnóstico das condições do ensino da
História nas escolas do país. Permitiu também, um perfil do professor de História,
cuja formação era dividida, nesse período, entre os cursos de graduação, de
licenciatura em História curta ou plena, além do curso de Estudos Sociais, curto ou
pleno.
A condição reprodutivista do ensino da História nas escolas bem como a
problemática do livro didático foi e continua a ser, ainda hoje, o tema mais debatido
por estudiosos cujo objeto de pesquisa é o ensino dessa disciplina. Também a
problemática da história dos vencedores e as questões relativas ao desenvolvimento
das concepções de tempo são tema recorrente de pesquisas individuais ou de
encontros coletivos de pesquisadores e professores de História.
Em meados da década de 1980, vários estados procuraram organizar
reestruturações curriculares. Momento marcado por discussões e debates em torno
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do ensino de História, principalmente sobre as novas concepções que deveriam
servir de referência para os conteúdos e as metodologias de ensino. Assim, a
década de 1980, foi marcada pelas discussões acerca de questões sobre a
retomada da disciplina história como espaço para um ensino crítico, centrado em
temáticas relacionadas ao cotidiano do aluno, seu trabalho e sua historicidade. A
idéia era recuperar o aluno como sujeito produtor da História, não apenas como
espectador de uma história produzida pelos heroicos personagens dos livros.
BITTENCOURT (2004), no livro Ensino de História: fundamentos e
métodos afirma que ...
... as transformações no ensino de História podem ser identificadas
mediante a análise de várias propostas curriculares elaboradas a partir de
1980 pelos estados e municípios e pelos Parâmetros Curriculares
Nacionais, produzidos pelo poder Federal na segunda metade da década de
90. Nos últimos dez anos têm surgido uma variedade de propostas que
almejam proporcionar um ensino de História mais significativo para a
geração do mundo tecnológico, com seus ritmos diversos de apreensão do
presente e seu intenso consumismo, o qual desenvolve, no público escolar,
expectativas utilitárias muito acentuadas.
Em relação ao ensino de História, a redefinição do papel do professor a
partir dos anos 80, fora uma das mudanças mais aparentes na questão do trabalho
pedagógico, pois conferiu aos educadores e educadoras mais autonomia no
trabalho, não os deixando sumariamente presos a um rol de conteúdos.
Para a historiadora e pesquisadora Circe Bittencourt, p. 121
"um dos objetivos centrais do ensino de história na atualidade, relaciona-se
à sua contribuição na constituição de identidades. A identidade nacional,
nessa perspectiva, é uma das identidades a ser constituída pela história
escolar, mas por outro lado, enfrenta o desafio de ser entendida em suas
relações com o local e o mundial",
portanto, a constituição das identidades está totalmente relacionada com a questão
da cidadania, que é um problema essencial na atualidade brasileira. Nesse aspecto,
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fundamentalmente, é que se encontra nos PCN's a afirmação de que a História deve
contribuir para a formação do "cidadão e cidadã críticos" mostrando a importância
política da disciplina.
No Paraná, houve também uma tentativa de aproximar a produção
acadêmica de História ao ensino desta disciplina no Primeiro Grau, pautada na
pedagogia histórico – crítica, através do Currículo Básico para a Escola Pública do
Estado do Paraná (1990). A proposta de renovação tinha como pressuposto a
historiografia social, fundamentada no materialismo histórico dialético, e propunha
alguns elementos da Nova História.
O Currículo Básico tinha como opção teórica a valorização das ações dos
sujeitos, em relação às estruturas em mudança, que demarcam o processo histórico
das sociedades e incluía o estudo da produção do conhecimento histórico, das
fontes e das temporalidades.
Apesar do avanço das propostas, os documentos continham limitações,
principalmente devido à definição de uma listagem de conteúdos que se
contrapunha, em vários aspectos, à proposta apresentada nos pressupostos teóricos
e metodológicos.
Os anos 1990 trouxeram, nas suas entrelinhas, a crise da História e a
possibilidade de novos paradigmas. Mudanças foram propostas para os currículos
de História, numa tentativa de incorporação “das produções historiográficas que
respondessem com maior adequação aos temas mais significativos da sociedade
contemporânea”.
Ao lado da necessidade de adequação de currículos ao mundo
contemporâneo, surgiu também, a defesa de uma referência curricular global para
todos os brasileiros. Através da Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 –
Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a qual determinou competência da União, do
Distrito Federal e dos municípios o estabelecimento de novas diretrizes para a
organização dos currículos e seu conteúdo mínimo - , em 1997 a Secretaria de
Educação fundamental do MEC, propôs os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN) para o primeiro e segundo ciclos da escola fundamental e, em 1998, os
Parâmetros Curriculares Nacionais para o terceiro e quarto ciclos. O propósito dos
defensores dos Parâmetros era que não se produzisse um currículo único a ser
seguido por todos, mas que eles servissem de referência para conteúdos e
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metodologias de ensino, numa tentativa de diminuir as diferenças encontradas no
ensino do país.
Na área de História a idéia básica era a transformação dos conteúdos
organizados de forma linear em eixos temáticos. A justificativa apresentada para a
mudança era a tentativa de superar o ensino baseado na cronologia. As principais
contribuições dos Parâmetros Curriculares Nacionais foram a ênfase nas inovações
metodológicas e o afinco na busca de novos caminhos para a avaliação, sugerindo a
idéia de um trabalho contínuo, privilegiando a aprendizagem como processo, e não
como produto para ser medido na prova.
Com o objetivo de elaborar novas Diretrizes Curriculares Estaduais para o
ensino de História, no Paraná, em 2003, iniciou-se uma discussão coletiva
envolvendo os professores da rede estadual. Durante os anos 2004, 2005 e 2006 a
Secretaria de Estado da Educação promoveu encontros, simpósios e semanas de
estudos, visando a elaboração dos textos para a construção das Diretrizes. Ao longo
dos anos 2007 e 2008, as Diretrizes Curriculares passaram por leituras, críticas e
debates que resultaram nos devidos ajustes finais. Ainda em 2008, foi
disponibilizado para a rede pública estadual do Paraná, o documento oficial das
Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação Básica que, sob uma perspectiva
de inclusão social, busca contemplar também os seguintes aspectos:
O cumprimento da Lei nº 13.381/01, que torna obrigatório, no Ensino
Fundamental e Médio da Rede Pública Estadual, os conteúdos de
História do Paraná;
O cumprimento da Lei nº 10.639/03, que inclui no currículo oficial a
obrigatoriedade da História e Cultura Afro-Brasileira, seguidas das
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações
Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana;
O cumprimento da Lei nº 11.645/08, que inclui no currículo oficial a
obrigatoriedade do ensino da História e Cultura dos Povos Indígenas
do Brasil.
A organização do currículo para o ensino de História tem como referência,
atualmente, os Conteúdos Estruturantes (relações de trabalho, relações de poder e
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relações culturais), entendidos como conhecimentos que aproximam e organizam os
campos da História e seus objetos.
De acordo com Maria Clara Di Pierro (2010), quando dirigimos a atenção
para as retóricas educativas, os acordos internacionais e a legislação nacional
somos levados a crer na existência de um amplo consenso em torno do direito
humano à educação, em qualquer idade, e à necessidade da formação continuada
ao longo da vida. Entretanto, quando analisamos as políticas educacionais levadas à
prática, constatamos a secundarização da EJA frente a outras modalidades de
ensino e grupos de idade.
Iniciada em 1990 com a Conferência Mundial de Jontiem, a Década da
Educação para Todos se propunha não só a assegurar que todas as crianças e
adolescentes tivessem acesso de ensino de qualidade, com equidade de gênero,
mas também a reduzir pela metade os índices de analfabetismo e proporcionar aos
jovens e adultos as oportunidades para satisfação de suas múltiplas necessidades
de aprendizagem. Em meados da década de 1990, a Comissão Internacional sobre
a Educação para o século XXI difundiu o Relatório Jacques Delors, que reiterou ser
a educação um bem coletivo, ao qual, todas as pessoas deveriam ter acesso; e, em
1997, a V Conferência Internacional de Educação de Adultos comprometeu os
países signatários da Declaração de Hamburgo com a promoção da aprendizagem
ao longo da vida. Também no âmbito nacional, a Lei n. 9.394 de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (LDBEN), de 1996, reiterou os direitos educativos dos jovens
e adultos ao ensino adequado às suas necessidades e condições de aprendizagem
e estabeleceu as responsabilidades dos poderes públicos na identificação e
mobilização da demanda, e na provisão de ensino fundamental gratuito e
apropriado.
O capítulo dedicado à EJA no PNE aprovado pelo Congresso na forma da
Lei n. 10.172/2001 teceu um diagnóstico que reconheceu a extensão do
analfabetismo absoluto e funcional e sua desigual distribuição entre as zonas rural e
urbana, as regiões brasileiras, os grupos de idade, sexo e etnia. O Plano admitia ser
insuficiente apostar na dinâmica demográfica e atuar apenas junto às novas
gerações, propondo que as ações de escolarização atingissem também os adultos e
idosos.
12
Nas diretrizes, o PNE aderiu à concepção de educação continuada ao
longo da vida, mas priorizou a atenção ao direito público subjetivo dos jovens e
adultos ao ensino fundamental público e gratuito. O capítulo sobre EJA enunciou 26
metas, dentre as quais se destacavam cinco objetivos: 1) alfabetizar, em cinco anos,
dez milhões de pessoas, de modo a erradicar o analfabetismo em uma década; 2)
assegurar, em cinco anos, a oferta do primeiro ciclo do ensino fundamental a
metade da população jovem e adulta que não tenha atingido esse nível de
escolaridade; 3) oferecer, até o final da década, cursos do segundo ciclo do ensino
fundamental para toda a população de 15 anos ou mais que concluiu as séries
iniciais; 4) dobrar, em cinco anos, e quadruplicar, em dez anos, a capacidade de
atendimento nos cursos de EJA de nível médio; 5) implantar ensino básico e
profissionalizante em todas as unidades prisionais e estabelecimentos que atendem
a adolescentes infratores.
Para cumprir essas metas, previa-se cooperação entre as três esferas de governo e
a sociedade civil organizada.
O monitoramento dos progressos realizados em direção às metas do PNE
é também, em certa medida, uma avaliação do governo do Presidente Luís Inácio
Lula da Silva, já que seus dois mandatos transcorreram em oito dos dez anos de
vigência da Lei n. 10.172/2001. É possível distinguir dois traços principais nas
políticas de EJA do governo federal nesse período. O primeiro, essencialmente
positivo e distintivo do governo anterior, foi a mudança da posição relativa da EJA na
política educacional, atribuindo-se maior importância a esse campo, tanto no
discurso quanto no organograma do governo e em suas ações. Embora a EJA
continue a ocupar lugar secundário na agenda da política educacional do governo,
houve um incremento na colaboração da União com os estados e municípios, por
meio da institucionalização da modalidade no sistema de ensino básico, com sua
inclusão nos mecanismos de financiamento e nos programas de assistência aos
estudantes (alimentação, transporte escolar e livro didático).
O segundo traço dessa administração federal foi a proliferação de
iniciativas de EJA geridas em diferentes instâncias de governo e precariamente
articuladas entre si, entre as quais: o Programa Brasil Alfabetizado, coordenado pela
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da
Educação (MEC); o Programa Nacional de Inclusão de Jovens – PROJOVEM,
13
gerido pela Secretaria Nacional de Juventude; o Programa Nacional de Integração
da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de
Jovens e Adultos, mantido pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
do MEC; o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária, coordenado pelo
Ministério do Desenvolvimento Agrário; e o Exame Nacional de Certificação de
Competências, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (INEP).
Visando à construção de um novo plano plurianual de educação, um ciclo de
conferências municipais e estaduais deu início, em 2009, ao processo participativo
que resultou na realização, em abril de 2010, da CONAE.
A LDBEN n. 9.394/1996 reduziu para 15 e 18 anos, respectivamente, as
idades mínimas para conclusão do ensino fundamental e do ensino médio pela via
dos exames supletivos (que antes eram de 18 e 21 anos), mas não definiu idade
mínima para o ingresso na EJA. Essa lacuna foi preenchida pelo Parecer n. 11/2000
do Conselho Nacional de Educação (CNE), que fixou em 14 e 17 anos,
respectivamente, as idades mínimas para ingresso na modalidade nas etapas do
ensino fundamental e médio. Existe uma corrente de gestores, pesquisadores e
educadores que defendem a elevação da idade mínima de ingresso na EJA para 18
anos, alegando que o ensino regular deve ser o espaço preferencial de formação
dos adolescentes. Os defensores desse ponto de vista argumentam que a EJA não
pode continuar a acolher toda a diversidade social e cultural rejeitadas pela escola
comum, que precisaria rever os processos de exclusão dos adolescentes com
defasagem na relação idade-série.
Em junho de 2010, o CNE reviu sua posição nas novas Diretrizes
Operacionais para a EJA, em que, entre outras definições, as idades mínimas de
ingresso nas etapas do ensino fundamental e médio da EJA foram fixadas em 15 e
18 anos.
Em meio às numerosas propostas do Eixo IV para a “Formação e
valorização dos/das profissionais da educação”, consta a diretriz de formação
continuada dos profissionais do magistério atuantes na EJA, com vistas a uma
prática pedagógica conforme as especificidades dos sujeitos da aprendizagem. Para
superar o quadro atual de rotatividade e precariedade do vínculo de trabalho,
propõe-se valorizar os profissionais que possuem formação e atuam na EJA,
14
mediante justa remuneração e adoção de critérios de seleção, ingresso e
progressão na carreira que estimulem a dedicação e permanência dos docentes na
modalidade.
Segundo Paulo Eduardo Dias de Mello (2010), um dos documentos mais
atuais sobre a Educação de Jovens e Adultos é resultado da Conferencia Nacional
de Educação Básica (CONEB), o qual recomenda a consolidação de uma política
que assegure ao público de jovens, adultos e idosos a efetiva garantia de uma
formação integral ao longo da vida, política esta que deve se pautar pela inclusão e
qualidade social. Esse documento ainda indica a implantação de um sistema
integrado de monitoramento e avaliação, uma política especifica de formação
permanente do professor que atua nessa modalidade de ensino, maior alocação do
percentual de recursos para estados e municípios e que esta modalidade de ensino
seja ministrada por professores licenciados.
Para Di Pierro (2010), resta ainda o desafio de aperfeiçoamento do
regime de colaboração, que permita superar a situação atual de desarticulação de
iniciativas, imposição aos governos subnacionais de programas federais pré-
modelados, em que os municípios são impelidos a assumir encargos crescentes na
provisão da EJA sem o necessário respaldo técnico e financeiro da União e dos
estados. Ainda não é possível avaliar o impacto da iniciativa do MEC de articulação
da Agenda Territorial de Alfabetização e EJA em cada unidade federada, mas é
legítimo supor que uma estratégia isolada para a modalidade tenha menos chance
de êxito do que um processo institucional de planejamento sistêmico que articule,
nos próximos anos, os planos nacional, estaduais e municipais de Educação.
15
3. Aplicação de um projeto na EJA
A escola exerce um fascínio devido a sua diversidade e possibilidades o
que deve ser aproveitado para instigar o aluno, para mantê-lo dentro deste mundo e
por isso mesmo os conteúdos devem ser significativos, devendo levar à
compreensão do ambiente vivido, valores e atitudes incrementando a sua
capacidade crítica e de autonomia.
Faz-se necessário que o professor perceba que ele tem o poder da ação
transformadora no espaço escolar, que ele “vista a camisa”, pois como disse
FREIRE “só desperta paixão de aprender quem tem paixão de ensinar”.
Pouco adianta as iniciativas governamentais de capacitação e/ou
aperfeiçoamento se elas não são bem recebidas pelos docentes. Há a triste
constatação da falta de interesse dos educadores em cursos de aperfeiçoamento se
estes não contam pontos ou horas e se não têm bolsa-auxílio.
É imprescindível que alguns professores saiam do estado de apatia em
que se encontram, pois só o engajamento dos mesmos levará à solução dos
problemas educacionais.
Para que se efetive uma educação de qualidade e que atenda ás
necessidades e expectativas dos educandos de EJA faz-se mister um currículo
adaptado a essa realidade, como preconizam as DCEs (Diretrizes Curriculares
Estaduais) “um currículo com metodologia integradora e emancipadora, é
especialmente relevante na EJA, caracterizada por atender os interesses e as
necessidades de pessoas que já tem um determinado conhecimento socialmente
construído, com tempos próprios de aprendizagem e que participam no mundo do
trabalho e, por isso, requerem metodologias especificas para alcançar seus
objetivos.”
As turmas na disciplina de História convivem numa sala, dois meses
(modo coletivo) e quatro meses (modo individual) e este espaço acaba por revelar
certas características de identidade do grupo, eles tornam-se cumplices, criam
vínculos afetivos e isto poderá ser aproveitado pelo professor, pois facilita as
relações pedagógicas. O espaço da sala de aula deve estimular o convívio em
grupo, interações e responsabilidades e isto os leva a afirmação carinhosa “nossa
16
sala de aula”. O professor também deve tomar cuidado com a disposição das mesas
e cadeiras, pois isto revela a relação professor/aluno, ensina/aprende. As filas e a
mesa do professor na frente, o professor dando uma aula expositiva em sua mesa
falando para todos de uma só vez, não respeita as singularidades.
O corpo discente do Colégio Estadual Rivadavia Vargas é bastante
diverso, a considerar: idosos, jovens, adultos, adolescentes, mulheres, zona rural e
com necessidades educacionais especiais . Os idosos retornam a escola depois de
muitos anos, pois quando da época de estudos, precisaram trabalhar para ajudar no
sustento da família, e agora além da oportunidade de conclusão há ainda a
possibilidade da socialização. Jovens e adultos, a grande maioria busca a
certificação para a manutenção ou a melhoria do emprego; muitos adolescentes
vitimas de evasão, repetência ou exclusão procuram a EJA para sanar essas
deficiências; as mulheres, muitas delas, foram impedidas de estudar pelos pais ou
maridos que consideravam que elas não precisavam saber “ler e escrever” agora
retornam para os bancos escolares. Há ainda os alunos com necessidades
educacionais especiais que não conseguiram se sentir “incluídos” no ensino regular,
vem a EJA, onde existe o respeito ao tempo do aluno. Também fazem parte desta
clientela, os alunos da zona rural, que com o transporte e a oferta das aulas no
período da noite agora realizam um sonho antes impossível. Todos estes alunos
foram vitimas da exclusão social e educacional, mas trazem consigo a capacidade
de interação no contexto concreto do meio vivido. Como se percebe, os educandos
da EJA possuem características peculiares, que devem ser considerados no ato do
Plano de Trabalho Docente – PTD.
Num propósito de reelaborar e recontextualizar os objetos de estudo para
a EJA, bem como o uso eficiente dos seus cadernos de ensino temático e, ainda
levar os alunos a se reconhecer como sujeitos da ação transformadora da sua
própria realidade, o presente trabalho foi desenvolvido com base nos seguintes
procedimentos metodológicos.
1. Análise e discussão de textos
2. Aulas expositivas
3. Entrevistas com professores e alunos
4. Trecho do filme: Narradores de Javé
5. Elaboração de material didático-pedagógico
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6. Discussão e análise do material com os professores
7. Proposição de uma aula embasada nas reflexões feitas em cada
disciplina de trabalho
A proposta de trabalho foi disponibilizada a todos os professores da EJA,
em virtude da modalidade contar com apenas um professor de História e, porque o
tema é de interesse metodológico a todas as áreas.
Segundo o Conselho Nacional de Educação na proposta sobre a
"Formação e valorização dos/das profissionais da educação", consta a diretriz de
formação continuada dos profissionais do magistério atuantes na EJA, com vistas a
uma prática pedagógica conforme as especificidades dos sujeitos da aprendizagem,
mas o que observei foi a total falta de comprometimento de setenta por cento dos
professores que compõem o quadro de professores do Colégio Estadual Rivadávia
Vargas
Dos vinte docentes, apenas seis participaram das discussões! Isto mostra
a preocupação dos mesmos com uma educação de qualidade, a qual deve começar
pela formação dos educadores.
Já no Grupo de Trabalho em Rede – GTR – as discussões acerca dos
temas abordados (que eram os mesmos) foram muito profícuas e com certeza só
acrescentaram tanto a mim, como a todos os participantes.
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4. Considerações Finais
Ao olharmos para a Educação de Jovens e Adultos, precisamos
necessariamente, nos reportarmos a questões fundamentais, como:
A cada ano as salas de aula recebem alunos mais jovens frutos da
defasagem na relação idade-série, o que gera alguns transtornos de
ordem disciplinar.
A EJA não é reconhecida como um campo pedagógico e que requer
um currículo adequado às caraterísticas de seus educandos e que
requer estratégias diferenciadas direcionadas para esse público
especifico.
A necessidade de os professores repensarem sua prática pedagógica,
bem como refletir sobre sua postura metodológica.
Outra questão é o desalento que às vezes cerca nosso horizonte
profissional, mas este precisa ser substituído pela coragem de
estarmos diante de discussões como esta que devem se colocar como
subsidiárias de novas perspectivas para a educação de nosso país.
Devemos olhar estas reflexões com um olhar mais crítico a partir do
compromisso que temos, enquanto educadores de conhecermos a realidade para
podermos ser propositivos de novas realidades.
Este era o propósito de uma incipiente reflexão, estimular o pensar crítico
frente a problemática da Educação de Jovens e Adultos, na busca de novas
possibilidades metodológicas.
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REFERENCIAS
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1980.
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