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SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO
Unidade Auditada: SECRETARIA DE FOMENTO E INCENTIVO A
CULTURA/MINC
Município - UF: Brasília - DF
Relatório nº: 201600116
UCI Executora: SFC/DR/CGCULT - Coordenação-Geral de Auditoria da
Área de Cultura
RELATÓRIO DE AUDITORIA
Senhor Coordenador-Geral,
Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço nº 201600116,
apresentam-se os resultados dos exames realizados sob atos e consequentes fatos de
gestão, ocorridos na supra referida, no período de 21 de janeiro de 1992 a 17 de novembro
de 2015, no que atine à sistemática vigente de aprovação, ao processo de
acompanhamento da execução e à prestação de contas de projetos executados com
recursos advindos de renúncia fiscal (Mecenato), decorrente da Lei nº 8313, de 23 de
dezembro de 1991, intitulada Lei Rouanet, que instituiu o Programa Nacional de
Incentivo à Cultura – PRONAC.
I – ESCOPO DO TRABALHO
A partir do histórico de trabalhos relativos à gestão de projetos PRONAC
realizados por meio do mecanismo Mecenato, efetuou-se uma análise pormenorizada, em
múltiplas frentes, das etapas relativas à gestão desses projetos, desde a elaboração do
projeto até a sua finalização e prestação de contas. Foram elaboradas trilhas baseadas em
cruzamentos de dados do Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura - SALIC - com
várias informações constantes de outros sistemas governamentais.
Tais cruzamentos de dados permitiram a formação de um ranking de risco, que
identificou os atores (proponentes, patrocinadores, fornecedores, pareceristas, servidores
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do Ministério da Cultura - MinC e unidades vinculadas, e representantes da Comissão
Nacional de Incentivo à Cultura - CNIC) que apresentavam uma maior incidência nas
trilhas elaboradas e que, consequentemente, norteou a obtenção da lista das empresas
proponentes com maior potencial em apresentar irregularidades nos seus respectivos
projetos. Cabe registrar que o ranking elaborado não significa, necessariamente, a
existência de irregularidades, mas tão somente a elevação do risco de ocorrência de
impropriedades no âmbito de projetos geridos pelas proponentes, carecendo de uma
apuração direcionada, pelo órgão gestor, com vistas a certificar a regularidade dos
projetos geridos.
II – RESULTADO DOS EXAMES
1 GESTÃO DO SUPRIMENTO DE BENS/SERVIÇOS
1.1 PROCESSOS LICITATÓRIOS
1.1.1 FORMALIZAÇÃO LEGAL
1.1.1.1 CONSTATAÇÃO
Ineficiência normativa e processual relativa à aprovação, ao acompanhamento e à
prestação de contas de projetos culturais incentivados por meio de renúncia fiscal
(mecenato), no âmbito do Programa Nacional de Apoio à Cultura - PRONAC.
Fato
O Programa Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC) foi criado por meio da Lei
Rouanet (Lei n º 8.313/1991) e possui como finalidades básicas:
Estimular a produção, a distribuição e o acesso aos produtos culturais;
Proteger e conservar o patrimônio histórico e artístico;
Promover a difusão da cultura brasileira e a diversidade regional;
O Programa em questão tem como diretriz principal: Garantir o acesso
democrático aos recursos, levando em conta a diversidade de linguagens e de regiões do
país.
Dispõe-se, de acordo com o art. 2º da referida Lei, de três mecanismos para
implementação do PRONAC, quais sejam:
I) Fundo Nacional da Cultura (FNC);
II) Fundos de Investimento Cultural e Artístico (Ficart);
III) Incentivo a projetos culturais (Renúncia Fiscal – Mecenato).
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Estruturalmente, o referido Programa apresenta agentes com específicas funções
para que seja possível a execução efetiva de projetos que envolvam recursos públicos. A
Figura a seguir traz uma breve ilustração:
Figura 1: Atores envolvidos no fluxo do PRONAC
Fonte: Elaborado pela equipe de auditoria
PROPONENTES – As pessoas físicas e as pessoas jurídicas, públicas ou
privadas, com atuação na área cultural, que proponham programas, projetos e ações
culturais ao Ministério da Cultura;
PATROCINADORES/INCENTIVADORES – O contribuinte do Imposto
sobre a Renda e Proventos de qualquer natureza, pessoa física ou jurídica, que efetua
doação ou patrocínio em favor de programas, projetos e ações culturais aprovados pelo
Ministério da Cultura, com vistas a incentivos fiscais, conforme estabelecido na Lei nº
8.313/1991;
DOADORES – Aquele que efetua transferência definitiva e irreversível de
numerário ou bens em favor de proponente, pessoa física ou jurídica sem fins lucrativos,
cujo programa, projeto ou ação cultural tenha sido aprovado pelo Ministério da Cultura.
Os doadores diferem dos patrocinadores pois não requisitam o incentivo fiscal;
FORNECEDORES – Pessoas físicas ou jurídicas que prestam algum tipo
de serviço à proponente, quando da execução de projetos relacionados à cultura;
PARECERISTA – Profissional dotado de especialização em algum (ns)
dos diversos segmentos culturais e selecionado por meio de edital de credenciamento.
Responsável por efetuar a análise técnica das propostas encaminhadas ao MinC.
CNIC – Comissão Nacional de Incentivo à Cultura. Trata-se de um órgão
colegiado que tem, entre outras, a função de subsidiar as decisões do MinC na aprovação
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dos projetos culturais. É composta por representantes de artistas, de empresários, da
sociedade civil e do Estado. Ao todo, são 21 integrantes da referida Comissão: sete
titulares e quatorze suplentes, das áreas de Audiovisual, Humanidades, Artes Cênicas,
Artes Visuais, Empresariado Nacional, Música e Patrimônio;
SEFIC – Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura. Responsável por
gerenciar projetos, no âmbito do PRONAC, desde o recebimento de proposta,
transformação em projeto, encaminhamento à CNIC, acompanhamento de execução, até
a análise de prestação de contas.
ENTIDADE VINCULADA – Instâncias técnicas de atuação em áreas
específicas, vinculadas ao Ministério, cuja existência baseia-se no princípio da
descentralização ou distribuição de competências e atividades. Essas entidades têm a
responsabilidade de avaliar os pareces emitidos pelos pareceristas, dando o devido
respaldo técnico para os itens propostos no projeto. No caso do MinC, são sete entidades
ao todo, sendo três autarquias e quatro fundações, quais sejam: Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Agência
Nacional do Cinema (Ancine), Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), Fundação
Cultural Palmares (FCP), Fundação Nacional das Artes (Funarte) e Fundação Biblioteca
Nacional (FBN).
De maneira simplificada, tem-se o seguinte fluxograma que ilustra o caminho da
informação, da criação, da aprovação e da execução dos projetos culturais:
Figura 2: Fluxograma simplificado relacionado ao fluxo de projetos culturais no âmbito
da Lei Rouanet (renúncias fiscais)
Fonte: Elaborado pela equipe de auditoria.
A Figura 2 mostra que, inicialmente, o proponente encaminha a proposta ao MinC,
sendo de responsabilidade da SEFIC recebê-la e efetuar a análise documental. Havendo
aprovação nesta etapa, a proposta é transformada em projeto. O projeto então é
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encaminhado para a análise técnica, realizada pelos pareceristas, resultando na emissão
de um parecer técnico apontando a viabilidade ou não do projeto.
O projeto cultural devidamente instruído e com parecer técnico, após anuência da
SEFIC, será encaminhado à CNIC, para análise e parecer na forma de seu regimento
interno. Após a manifestação da CNIC, o projeto será submetido à decisão da autoridade
máxima da Secretaria competente.
Uma vez aprovado o Projeto, há a autorização para que o proponente possa buscar
recursos a serem depositados na Conta Captação, que fica bloqueada até que se atinja
20% do valor autorizado. Uma vez atingida esta cota mínima, os recursos da Conta
Captação são transferidos para a Conta Movimento, onde virá ocorrer a execução
propriamente dita.
O proponente, então, efetua a execução do projeto realizando transferências da
Conta Movimento para os fornecedores, devendo informar os destinatários de cada
parcela do recurso, com as respectivas parcelas de recursos, rubricas dos serviços
prestados e comprovantes de transferência bancária. Posteriormente, tais informações
comporão a Prestação de Contas (PC) a ser apresentada para avaliação da área finalística
e da SEFIC.
Após a manifestação, por parte da Entidade Vinculada, quanto ao cumprimento
do objeto, a SEFIC providencia a análise financeira/orçamentária do projeto, quando
então, na medida do necessário, efetuam-se diligências e consideram-se as prestações de
contas como aprovadas ou reprovadas.
O Anexo I contempla o fluxograma completo e, a seguir, de maneira segmentada,
o detalhamento do processo de aprovação, de acompanhamento e de prestação de contas
dos projetos culturais.
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Figura 2 - Etapas de análise e de aprovação de projetos
Fonte: Ministério da Cultura
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Figura 4 – Etapas de execução e de acompanhamento de projetos
Fonte: Ministério da Cultura
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Figura 5 – Etapa de prestação de contas de projetos
Fonte: Ministério da Cultura
Com base no fluxograma detalhado (Anexo I), foram construídas as trilhas
apresentadas em sequência, as quais podem vir a ser incorporadas ao Sistema SALIC,
com intuito de qualificar as informações constantes no Sistema, orientar os exames dos
servidores designados para realizar o acompanhamento e análise de prestação de contas,
mitigando riscos atualmente existentes:
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Quadro 1: Trilhas de auditoria e seus respectivos quesitos
Questão Macro Sub-Questão
Situação na Receita
Federal
Incentivadores que não estão em situação ativa na Receita Federal
Proponentes que não estão em situação ativa na Receita Federal
Fornecedores que não estão em situação ativa na Receita Federal
Entidades recém-criadas
ou que não possuem
trabalhadores na RAIS*
Incentivadores recém-criados
Incentivadores que não possuem trabalhadores conforme RAIS/GFIP**
Incentivadores recém-criados, que não possuem trabalhadores conforme
RAIS e integram um grupo de empresas
Proponentes recém-criadas
Proponentes que não possuem trabalhadores conforme RAIS/GFIP
Proponentes recém-criadas, que não possuem trabalhadores conforme RAIS
e integram um grupo de empresas
Relações de
Incentivadores com
terceiros
Sócios, responsáveis e contadores de Incentivadores com relacionamento
(sócios, responsáveis, contadores, endereço, telefone, e-mail, irmãos, pais)
com as proponentes
Sócios, responsáveis e contadores de Incentivadores com relacionamento
(sócios, responsáveis, contadores, endereço, telefone, e-mail, irmãos, pais)
com potenciais fornecedores
Sócios, responsáveis e contadores de Incentivadores com relacionamento
(sócios, responsáveis, contadores, endereço, telefone, e-mail, irmãos, pais)
com servidores do MinC e indiretas
Sócios, responsáveis e contadores de Incentivadores com relacionamento
(sócios, responsáveis, contadores, endereço, telefone, e-mail, irmãos, pais)
com o parecerista
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Sócios, responsáveis e contadores de Incentivadores com relacionamento
(sócios, responsáveis, contadores, endereço, telefone, e-mail, irmãos, pais)
com as proponentes e potenciais fornecedores
Sócios, responsáveis e contadores de Incentivadores com relacionamento
(sócios, responsáveis, contadores, endereço, telefone, e-mail, irmãos, pais)
com as proponentes, potenciais fornecedores e pareceristas
Sócios, responsáveis e contadores de Incentivadores com relacionamento
(sócios, responsáveis, contadores, endereço, telefone, e-mail, irmãos, pais)
com as proponentes, potenciais fornecedores, pareceristas e servidores do
MinC e indiretas
Relações de Proponentes
com terceiros
Sócios, responsáveis e contadores de proponentes com relacionamento
(sócios, responsáveis, contadores, endereço, telefone, e-mail, irmãos, pais)
com potenciais fornecedores
Sócios, responsáveis e contadores de proponentes com relacionamento
(sócios, responsáveis, contadores, endereço, telefone, e-mail, irmãos, pais)
com pareceristas
Sócios, responsáveis e contadores de proponentes com relacionamento
(sócios, responsáveis, contadores, endereço, telefone, e-mail, irmãos, pais)
com servidores do MinC e indiretas
Sócios, responsáveis e contadores de proponentes com relacionamento
(sócios, responsáveis, contadores, endereço, telefone, e-mail, irmãos, pais)
com pareceristas e servidores do MinC e indiretas
Conglomerados
Conglomerados de proponentes (vínculos familiares, endereço, telefone,
contadores)
Conglomerados de fornecedores (vínculos familiares, endereço, telefone,
contadores)
Projetos/Recursos acima
do limite
Proponentes ME ou de pequeno porte que administraram projetos acima do
limite
Fornecedores ME ou de pequeno porte que receberam recursos acima do
limite
Fornecedores atuantes em
mais de um Pronac Fornecedores de mais de um Pronac
Notas fiscais
Notas fiscais repetidas em mais de um Pronac
Notas fiscais de mesmo número no mesmo Pronac
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Notas fiscais em sequência de um fornecedor com intervalo de tempo entre
as emissões
Proponentes com
vínculos diversos
Proponentes com o mesmo responsável cadastrado no SALIC (nome,
endereço, e-mail, telefone)
Proponentes com conta bancária em domicílio diferente do endereço
registrado
Proponentes cujo responsável seja funcionário de outra empresa, distante do
endereço da proponente
Incentivadores inativos Incentivadores que se tornaram inativos após a renúncia (3 anos)
Beneficiários de ingressos
gratuitos
Beneficiários de ingressos gratuitos que residam em local diferente do
projeto
Beneficiários de ingressos gratuitos que possuam empresas
Beneficiários de ingressos gratuitos que não sejam carentes, pois possuem
vínculo conforme RAIS/GFIP/SIAPE***
Projetos similares/ com
recursos extralegais
Projetos distintos com similaridade na concepção
Projetos financiados com recursos de outras leis de incentivo (estaduais e
municipais)
Atores com vínculo
partidário
Lista de doadores de campanha que integram o grupo de incentivadores,
proponentes e fornecedores
Filiação partidária de sócios e responsáveis de proponentes e fornecedores
Vínculos de servidores
públicos
Pareceristas que são servidores públicos
Sócios de incentivadores que são servidores públicos
Sócios de proponentes que são servidores públicos
Captadores de recursos
Captadores de recursos que atuam em mais de um Pronac
Captadores de recursos que atuam em Pronac de localização diferente e que
as despesas estejam ocorrendo na localidade do captador
Captadores de recursos que tenham algum vínculo com os
incentivadores/proponentes/pareceristas/servidores/fornecedores
LEGENDA
Trilhas concluídas
Trilhas não realizadas
* RAIS – Sistema que traz a Relação Anual de Informações Sociais.
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** GFIP – Sistema que traz a Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social.
*** SIAPE – Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos
Fonte: Elaborado pela equipe de auditoria
Ressalta-se que as trilhas não concluídas decorrem da ausência de informações
estratificadas o suficiente para a realização dos exames. Destaca-se, em especial, a
ausência de informações relativas às movimentações das contas correntes específicas,
abertas com autorização do Ministério da Cultura, para gerenciamento das captações e
movimentações do PRONAC, informações essas essenciais para um controle mínimo das
operações e que tal detalhamento não é oferecido pelo Banco do Brasil, instituição
financeira que acolhe todas as movimentações de incentivo fiscal – cerca de R$ 1,3 bilhão
por ano.
Com a efetivação das trilhas listadas e concluídas, considerando o volume
expressivo de informações, foi elaborado um ranking (Anexo III – disponível em
http://www.cgu.gov.br/assuntos/auditoria-e-fiscalizacao/relatorios/201600116-anexo-
iii.xlsx) que mostrasse as empresas mais expostas ao risco, incluindo erros ou eventuais
irregularidades na gestão de projetos culturais.
A partir dessa classificação, foram feitas verificações gerais sobre a materialidade,
a quantidade e a tempestividade dos trabalhos realizados por cada proponente listada entre
as primeiras do ranking (Anexo III – disponível em
http://www.cgu.gov.br/assuntos/auditoria-e-fiscalizacao/relatorios/201600116-anexo-
iii.xlsx), ou seja, aquelas identificadas como de maior grau de risco. Efetuada essa triagem
inicial das proponentes listadas no ranking, foram selecionadas 21 proponentes, das quais
se escolheram projetos, em caráter amostral, considerando projetos recentes, de relevante
materialidade e com prestação de contas já apresentada, para análise documental e
verificação de integridade.
Desta forma, o Quadro 2, a seguir, traz as proponentes cujos projetos foram objeto
de auditoria em suas respectivas prestações de contas:
Quadro 2: Projetos culturais integrantes da amostra auditada CNPJ Proponente Nº de Pronac analisado
04514650000106 Artedarte Producoes Ltda. – Me 104741
02754529000126
Associacao Museu Ferroviario
Vale Do Rio Doce 128193
60756178000199
Associação Sociedade De Cultura
Artística 148843
75214718000180 Associacao Viking 126814
05155740000110 Base Sete Projetos Culturais 129047
04803073000172 Capivara Editora Ltda. 140479
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51561819000169 Cooperativa Paulista de Teatro 117377
05320143000102 D + 3 Producoes Artisticas Ltda. 139340
06791257000195
Elo 3 Integracao Empresarial
Ltda. 134291 e 121192
60507100000130
Fundação Dorina Nowill Para
Cegos 127217
54956206000119 Fundacao Victor Civita 1311011
27051978000139 Gege Producoes Artisticas Ltda. 1311073
09462163000160 Instituto Agires 139187
05080779000116 Instituto Cultural J. Safra 1310383
08288790000164
Instituto Festival de Musica de
Santa Catarina 136227 e 122816
57119000000122 Instituto Itau Cultural 139298, 128313 e 1410875
11454114000128 Jwap Promocoes e Eventos Ltda. 131910 e 1012458
56568884000130 Kavantan & Associados 1414272
03377377000152
Nett Núcleo Experimental Teatro
de Tábuas 135253
10956785000124
Oficina de Arte Producoes
Culturais Ltda. 128855
Fonte: Elaborado pela equipe de auditoria
Os exames realizados nos projetos relacionados anteriormente demonstraram a
pertinência de utilização do ranking e das trilhas elaboradas como ferramenta na
identificação do risco potencial na execução de projetos culturais. Seguem, no Quadro 3,
alguns exemplos, conforme Anexo II:
Quadro 3: Situações de risco identificadas nos projetos auditados
Potencial risco Anexo
Replicação de rubricas por meio de nomes similares, que possuam a mesma
função no projeto, a fim de comprovar serviços que não tenham execução
real;
Anexo II - Item 1
Apresentação de Notas Fiscais por fornecedores vinculados aos proponentes,
sugerindo execução apenas aparente de serviços; Anexo II - Item 2
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Apresentação, pelo proponente, de documentos fiscais de visualização
comprometida ou ilegíveis Anexo II - Item 3
Potencial enriquecimento ilícito de proponentes pela prática constante do
reembolso; Anexo II - Item 4
Potenciais inconsistências em projetos que envolvam múltiplos objetos e são
denominados de "Plano Anual de Atividades"; Anexo II - Item 5
Possibilidade de desvio de recursos em projetos que envolvam transferências
bancárias do tipo INVOICE (câmbio) de grande materialidade; e Anexo II - Item 6
Projetos em que fornecedores/ proponentes excedam o limite legal de 5
rubricas por empresa. Anexo II - Item 7
Fonte: Elaborado pela equipe de auditoria.
A fim de se ilustrar os casos elencados no quadro anterior, apresentam-se a seguir
alguns documentos constantes da prestação de contas dos projetos auditados que indicam
a ocorrência de situações de potencial impropriedades e/ou irregularidades nos
respectivos projetos.
Figura 3 - Relatório de Execução da Receita e Despesa do Projeto PRONAC 136227
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 136227
Observa-se no documento constante da Figura 6 que há replicação de rubricas por
meio de nome similares (“Diretor Geral” e “Diretor Artístico e Musical”, ambos com
valor de R$ 97.200,00) e que possuem a mesma função no projeto, possibilitando a
remuneração por serviços que não tenham execução efetiva.
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Figura 4 - Relação de Pagamentos do Projeto PRONAC 136227
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 136227
Por meio da relação de pagamento (Figura 7), observa-se que os pagamentos
relacionados às rubricas que teriam sido duplicadas (destacadas na Figura 6), foram no
mesmo valor, mas referentes a favorecidos e notas fiscais diferentes, embora o número
da Ordem Bancária apontada tenha sido idêntico. Ademais, destaca-se que um dos
favorecidos (AFP Promoções) possui vínculo de telefone e contador com o proponente.
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Figuras 5 - Despesa comprovada por meio de Recibo, no âmbito do PRONAC 136227
em que o Fornecedor possui mesmo endereço e telefone do proponente.
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 136227
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Figura 6 - Despesa comprovada por meio de Recibo, no âmbito do PRONAC 136227.
Estrutura documental para comprovação de despesas de todos os serviços prestados,
com números sequenciais de recibos.
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 136227
Desta forma, tendo-se por subsídio as trilhas desenvolvidas e os exames de
auditoria complementares realizados, por amostragem, nos projetos dos proponentes
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selecionados, evoluiu-se à identificação de fragilidades potenciais a que estão sujeitos os
procedimentos relacionados à concessão de incentivos culturais financiados por renúncia
fiscal. Tais fragilidades foram classificadas em cinco tipos de riscos, quais sejam:
1. Não prestação/ prestação inadequada de serviços;
2. Superfaturamento;
3. Fraude;
4. Conflito de interesses;
5. Responsabilização de dirigentes do MinC.
Ante o exposto, a seguir é apresentado um quadro (Quadro 4) que associa as
fragilidades identificadas nas trilhas, a identificação dos anexos a este relatório que
contemplam informações relacionadas e os riscos aos quais os projetos estariam expostos,
considerando as sinalizações decorrentes da aplicação das mencionadas trilhas.
Quadro 4 Associação de informações relacionadas às trilhas desenvolvidas e de riscos
aos quais os projetos estariam expostos.
DESCRIÇÃO DAS FRAGILIDADES ANEXOS
RISCOS
Não
pre
staç
ão/
pre
staç
ão
inad
equ
ada
de
serv
iço
s
Su
per
fatu
ram
ento
Fra
ud
e
Co
nfl
ito
de
inte
ress
es
Res
po
nsa
bil
izaç
ão d
os
dir
igen
tes
do
Min
C
Empresas que executam, patrocinam ou
prestam serviços com situação inativa na
Receita Federal 1.1, 1.2, 1.3
X
Empresas destituídas de capacidade técnica
real para atuar como proponentes ou
patrocinadores por serem recém-criadas e/ou
não possuírem trabalhadores registrados 2.1, 2.2, 2.3, 2.4, 2.5,
2.6
X X X
Patrocinadores que praticam renúncia fiscal
com possibilidade de serem ressarcidos de
parte dos recursos aplicados no projeto
3.1.1, 3.1.2, 3.1.3,
3.1.4, 3.1.5, 3.1.6,
3.1.7
X X
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Projeto com aprovação de itens
incompatíveis com sua natureza ou de
elementos cujo valor seja desproporcional,
levando a desvio de recursos quando da
execução do Pronac
3.3.1, 3.3.2, 3.3.3,
3.4.1, 3.4.2, 3.4.3,
3.6.2, 4.1.1, 4.1.2,
4.1.3, 4.1.4, 4.1.5,
4.1.6, 4.1.7, 4.2.1,
4.2.2, 4.2.3, 4.2.5,
4.2.7, 4.3.1, 4.3.2,
4.3.3, 4.4.1, 4.4.2,
4.4.3
X X X
Projetos com aprovação facilitada por algum
tipo de relação dos proponentes com
representantes da CNIC e/ou pareceristas,
refletindo vínculos de interesse e
possibilidade de desvio de recursos para os
interessados
4.2.1, 4.2.2, 4.2.3,
4.2.5, 4.2.7 e 16.1
X X
Aprovação de projetos para proponentes
vinculados (por endereço, telefone,
contadores ou sócios), os quais podem
corresponder a um esquema de empresas de
múltiplas identidades, mas mesmos atores 5.1.1, 5.1.2, 5.1.3,
5.1.4
X X
Proponentes que, porventura, venham a
administrar/ receber recursos acima do limite
a eles imposto 6.1
X X X
Situações em que a mesma nota fiscal é
repetida em mais de um Pronac, invalidando
as respectivas prestações de contas 8.1
X
Prestações de contas inadequadas pela
apresentação de notas fiscais “diferentes” de
mesmo número e fornecedor, em um mesmo
Pronac 8.2
X
Proponentes cujos sócios sejam funcionários
de outras empresas, distantes do endereço da
proponente 9.3
X
Doadores de campanha ou sócios com
filiação partidária que participem de projetos
de incentivo para alavancar recursos com
fins políticos
13.1.1, 13.1.2,
13.2.1, 13.2.2
X X
Servidores públicos exercendo funções de
pareceristas, proponentes, fornecedores ou
patrocinadores, para manipular recursos em
proveito próprio 14.1, 14.2, 14.3
X
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##/Fato##
Causa
Considerando as fragilidades identificadas, são diversos os motivos que
contribuem para o aumento de riscos envolvidos nas operações relacionadas com a gestão
dos projetos, a destacar:
1. Sistema informatizado sem os controles internos suficientes para
inibir ou mitigar a ocorrência de fraudes, principalmente por não realizar
verificações possíveis de serem executadas por meio de trilhas e por utilizar dados
desestruturados;
2. O MinC não dispõe de informações suficientes e estruturadas para
o adequado controle dos Pronac, utilizando extensivamente formulários e
documentos digitalizados sem reconhecimento ótico de caracteres (OCR);
3. Detalhamento insuficiente das informações fornecidas pelo Banco
do Brasil (BB), pois só demonstram a transação, mas não detalham os
beneficiários dessas movimentações. Os dados informados são, portanto,
insuficientes para um adequado acompanhamento dos projetos;
4. Há investimentos em processos que culminam nas análises
preliminares, nas aprovações dos projetos e nas autorizações de uso de recursos
de incentivo fiscal, porém não acompanhados de melhorias nos sistemas de
monitoramento e de prestação de contas, tampouco acompanhados de capacitação
adequada dos servidores dessas áreas no que diz respeito à gestão de riscos e à
detecção de irregularidades e fraudes;
5. Apesar do volume expressivo de recursos renunciados, não existe
uma atuação articulada entre a SEFIC/MinC e a Secretaria da Receita Federal do
Brasil (SRFB/MF), no que tange ao aproveitamento das bases de dados da SRFB
para validação das informações e de sua área de inteligência para auxílio na
detecção de fraudes e estabelecimento de rotinas de reporte de irregularidades;
6. Inexistência de um núcleo especializado em mineração de dados,
detecção de fraudes e informações estratégicas.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio de reunião presencial, ocorrida em 04 de julho de 2016, foi feita a
apresentação do conteúdo deste relatório, quanto a assuntos relativos a projetos de
incentivo/renúncia fiscal, com a presença de representantes do Gabinete do Ministro da
Cultura, do Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura e do Assessor Especial de
Controle Interno do MinC, bem como de representantes do Ministério da Transparência,
Fiscalização e Controladoria-Geral da União (Secretário Executivo, Secretário Federal de
Controle Interno e Secretária de Transparência e Prevenção da Corrupção). Na
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oportunidade, foram entregues às autoridades anteriormente citadas a versão preliminar
deste relatório, os Anexos I, II, III e todas as planilhas que deram suporte à análise
efetuada e que permitem a compreensão dos trabalhos realizados.
Na ocasião, foram apresentados e discutidos os principais pontos registrados em
relatório e entendeu-se haver uma convergência interpretativa entre o MinC e a CGU,
presumindo-se um comum acordo quanto à pertinência das recomendações propostas.
Demonstrada esta concordância com os posicionamentos explicitados pela CGU,
o MinC solicitou a concessão de prazo para melhor compreensão e internalização dos
apontamentos e, assim, manifestar-se formalmente. Desta forma, por meio do
Memorando SEI nº 313/2016/SEFIC, de 14 de novembro de 2016, encaminhado à CGU
por meio do Ofício nº 137/2016/AECI/GM-MINC, de 25 de novembro de 2016, a
Unidade registrou, pontualmente, suas considerações sobre as recomendações propostas,
conforme disposto a seguir:
“[...]
2. Considerando a importância do Relatório de Auditoria para o Pronac,
foram realizadas reuniões de busca conjunta de soluções entre essa
Secretaria, a Assessoria Especial de Controle Interno e o MTFC. A seguir,
apresentar‐se‐ão as ações que estão em andamento nessa Secretaria para
atendimento às recomendações feitas pelo MTFC no Relatório de Auditoria
nº 201600116.
3. Recomendação 1: Tendo por base as trilhas apresentadas e as planilhas
fornecidas em anexo, apresentar um plano de ação para o passivo existente,
com o intuito de priorizar projetos de proponentes que possuam maior
potencial de fraude, potencializar o acompanhamento e a análise de
prestação de contas.
3.1. Elaborou‐se a Nota Técnica nº 7/2016 (SEI nº 0110453) a qual foi
apresentada à AECI e à equipe do MTFC. A Nota Técnica apresenta um
cenário dos projetos vinculados aos CNPJs indicados pelas trilhas
constantes do Relatório de Auditoria (quantitativos e valores). A proposta
visa a análise de um projeto por proponente relacionado no resultado das
trilhas, onde priorizar‐se‐á a análise de projetos constantes do passivo de
prestação de contas desse Ministério, considerando o valor o projeto.
4. Recomendação 2: Aprimorar o processo de análise preliminar, bem como
avaliar se o uso de pareceristas contratados revela algum benefício ao
acompanhamento e fiscalização do projeto, incluindo rotinas de comparação
de custos com o mercado, de avaliação da capacidade técnica e gerencial do
projeto – considerando sua força de trabalho contratada – e provas de seu
efetivo funcionamento, não apenas a verificação da apresentação de
documentos legais constitutivos
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4.1. Encontra‐se em fase de minuta para implementação/atualização a
Portaria MinC nº 83/2011 e a Instrução Normativa MinC nº 1/2013, as quais
se propõem a revisar o modelo de contratação de parecerista, bem como a
forma de operação e constituição dos pareceres. O novo modelo comportará
melhorias no Parecer Técnico visando contribuições para o
acompanhamento, fiscalização e prestação de contas dos projetos do Pronac.
4.2. Ademais, essa Secretária está realizando um estudo de viabilidade
de implementação de modal de valores de itens de projetos atribuídos no
histórico de preços de aprovação de projetos, com o objetivo de constituir
uma série histórica para a métrica de preços de execução de itens constantes
da planilha orçamentária (modal precificação).
5. Recomendação 3: Estabelecer uma parceria permanente com a Secretaria
da Receita Federal, compartilhando informações que comprovem o real
funcionamento das empresas, bloqueando proponentes que não estejam com
sua situação fiscal ativa ou que tenham sido recém‐criadas, e instituindo
rotinas no Sistema SALIC que identifiquem vínculos societários, de endereço,
de telefone, de e‐mail ou de parentesco entre proponentes, com
patrocinadores, com fornecedores ou com representantes da CNIC,
pareceristas e mesmo servidores do MinC
5.1. Os procedimentos para tal verificação encontram‐se em fase de
estudo para implementação junto às trilhas fornecidas pela CGU até a
evolução das tratativas para o consumo de informações junto aos bancos de
dados da Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRF/MF). Avalia‐se a
relação de custo x benefício, bem como impacto do desenvolvimento de
Tecnologia da Informação.
6. Recomendação 4: Repactuar, com o Banco do Brasil, melhorias tanto na
ferramenta de Atendimento ao Setor Público, denominado RPG, para a
identificação dos destinatários de cada uma das transações, com o devido
detalhamento, além de abolir a restrição de consultas a extratos bancários
por períodos superiores a um mês, quanto no estabelecimento de rotinas
periódicas de fornecimento dos dados estratificados para importação ao
Sistema SALIC.
6.1. O MinC está realizando tratativas com o Banco do Brasil para
implementação de novo modelo, que se encontra em fase de avaliação, e que
contemplaria um formato de contas com uso de cartão e disponibilização do
consumo no Portal da Transparência.
7. Recomendação 5: Estabelecer as devidas alterações normativas ou
mesmo legais, que restrinjam a autorização de projetos em que haja atores
que possuam algum grau de vinculação (por sociedade, endereço, telefone,
e‐mail ou parentesco), sejam eles patrocinadores, proponentes ou
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fornecedores, de modo a impedir a ocorrência de conflitos de interesses na
gestão de projetos com recursos de renúncias fiscais.
7.1. O MTFC e a SEFIC estão realizando estudos e trilhas para
verificação de compatibilidade das informaçãoes com modelo atualmente em
vigor na MinC, visando a implementação de trilhas e adequação dos
normativos.
8. Recomendação 6: Estabelecer, para cada linha de atuação cultural,
padrões referenciais de preços de mercado, considerando inclusive ganhos
em escala, para mitigar a ocorrência de superfaturamento. Incorporar essa
verificação no fluxo de aprovação e, principalmente, de acompanhamento e
de prestação de contas. Utilizar os dados das próprias prestações de contas
dos projetos para aperfeiçoar e regular os padrões estabelecidos, bem como
impedir o uso indevido de mesmos gastos em projetos distintos.
8.1. Os procedimentos para tal verificação encontram‐se em fase de
estudo para implementação junto às trilhas fornecidas pela CGU até a
evolução das tratativas para o consumo de informações junto aos bancos de
dados da Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRF/MF).
9. Recomendação 7: Restringir projetos de valores acima do limite imposto
às proponentes pelo seu respectivo enquadramento tributário.
9.1. O modelo a ser estabelecido para aprovação de projetos na nova
instrução normativa possibilitará o enquadramento de valor pelo contrato
social. Contudo, tal procedimento depende de trilha a ser desenvolvida pelo
MTFC.
10. Recomendação 8: Estabelecer rotina específica para verificação
da regularidade de despesas realizadas com fornecedores e dos aportes de
recursos de patrocinadores que sejam doadores de campanha, bem como
estabelecer procedimentos para identificação de eventuais conflitos de
interesse de pareceristas, integrantes da CNIC e servidores do Ministério.
10.1. O MinC não dispõe de tecnologia apropriada para atendimento da
demanda. Contudo, em reunião com a equipe do MTFC, identificou‐se a
possibilidade de atendimento por meio de trilhas que são objetos de análise
e elaboração pelo MTFC para disponibilização ao MinC.
11. Recomendação 9: Rever todos os procedimentos relativos aos
Planos Anuais de Atividades, incluindo o marco regulatório de aprovação,
da forma de elaboração, dos produtos realizados e sua correspondência com
a movimentação financeira, do processo de prestação de contas
individualizado por produto, bem como a estruturação necessária para o
adequado acompanhamento e análise das prestações de contas.
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11.1. A nova Instrução Normativa a ser exarada pelo MinC deverá
conter a adequação de formato exclusivo para apresentação, execução e
prestação de contas de planos anuais, bem como destacará em único capítulo
para tal requisito.
12. Recomendação 10: Analisar, no prazo máximo de 120 dias, as
prestações de contas dos projetos referentes às proponentes Instituto Itaú
Cultural, Jwap Promoçoes E Eventos Ltda, Instituto Festival De Musica De
Santa Catarina, Base Sete Projetos Culturais Ltda E Nett – Nucleo
Experimental Teatro De Tabuas.
12.1. Elaborou‐se a Nota Técnica nº 7/2016 (SEI nº 0110453) a qual foi
apresentada à AECI e à equipe do MTFC. A Nota Técnica apresenta um
cenário dos projetos vinculados aos CNPJs indicados pelas trilhas
constantes do Relatório de Auditoria (quantitativos e valores). A proposta
visa a análise de um projeto por proponente relacionado no resultado das
trilhas, onde priorizar‐se‐á a análise de projetos constantes do passivo de
prestação de contas desse Ministério, considerando o valor o projeto.
13. Recomendação 11: Instituir melhoras efetivas que garantam a
democratização de acesso aos projetos culturais, tanto para acesso aos
ingressos gratuitos, quanto para os com preços populares. Avaliar a
possibilidade do estabelecimento de um canal em que pessoas integrantes de
políticas sociais (Cadastro Único para Programas Sociais ‐ CadÚnico)
manifestem o interesse em participar de algum evento cultural, havendo,
assim, um sorteio – caso o número de interessados seja superior aos
ingressos disponíveis e que indiquem claramente as orientações para
recepção e uso de tais ingressos. Estabelecer como contrapartida para tais
usuários uma maneira de reportarem suas avaliações, como medida de
controle social e auxílio no acompanhamento dos projetos
13.1. Encontra‐se em fase de minuta para implementação/atualização a
nova Instrução Normativa, onde será considerado a revisão do modelo de
plano de distribuição de produto cultural, adequado a realidade de execução
do projeto. A ideia separa por itens e formatos de distribuição, considerando
o tipo da ação cultural.
14. Recomendação 12: Estabelecer rotinas tanto para
compartilhamento de informações, com os demais entes da Federação
(Estados, Distrito Federal e Municípios), relativas a projetos culturais
realizados por meio de outros mecanismos de incentivo fiscal, atentando que
despesas financiadas por um não possam ser utilizadas para prestar contas
em outro, quanto para impedir que haja replicação de projetos em múltiplos
entes.
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14.1. Encontra‐se em fase de desenvolvimento junto à UFABC
[Universidade Federal do ABC], com a gestão da CGTEC/SPOA/SE/MinC,
nova versão do sistema SALIC que será disponibilizado para estados e
municípios, com compartilhamento de informações e conceito de federação
de dados.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A resposta ao Relatório Preliminar, encaminhada pela SEFIC/MinC aborda,
individualmente, considerações e providências a adotar ou adotadas em relação a cada
recomendação proposta no âmbito do mencionado Relatório.
Ademais, não foram registradas divergências quanto às diretrizes propostas nas
recomendações, no que tange à temática e à relevância das questões abordadas. Registra-
se que têm sido informados esforços, por parte da Unidade, no intuito de sanar
fragilidades e promover o aprimoramento dos controles internos administrativos nos
respectivos processos relacionados ao PRONAC.
Avaliando-se a manifestação da Unidade, registram-se as seguintes
considerações:
Em relação às Recomendações 2, 4, 6, 9, 11 e 12, o MinC demonstrou
concordância com as questões apresentadas e comprometeu-se a implementar
medidas no sentido de atender as orientações da CGU. Dessa forma, a
implementação dessas recomendações será acompanhada pela área técnica da
CGU e, consideradas e observadas as competências de controle primário do
gestor federal, essas iniciativas serão apoiadas com a disponibilização de
informações eventualmente demandadas e disponíveis no âmbito do órgão de
controle interno. Registra-se, no entanto, que a adoção de providências pela
SEFIC/MinC deve ser conduzida a despeito de eventual impossibilidade ou
intempestividade na disponibilização de informações que tenham sido
solicitadas à CGU.
A Recomendação 1 contempla a proposta de ações estruturantes quando
menciona a necessidade de "apresentar um plano de ação para o passivo
existente" (referindo-se ao passivo de análise de prestação de contas de
projetos do PRONAC). O intuito é proporcionar a delimitação do tamanho e
das características desse passivo, viabilizando, posteriormente, uma reflexão
sobre a priorização a ser dada ao passivo, possibilitando abordar,
prioritariamente, aquelas prestações de contas com maior grau de risco
identificado. A resposta da Unidade para este item levou em consideração o
universo restrito de proponentes abordado pela Nota Técnica Nº 7/2016, a qual
faz referência à Recomendação 10, não levando em conta todo o Passivo e
toda a Matriz de Risco, mas apenas os cinco Proponentes elencados.
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Quanto às Recomendações 3 e 8, reiteram-se as orientações de que o MinC
obtenha acesso às bases de dados da Secretaria da Receita Federal do Brasil
(SRFB/MF), mediante tratativas e contato direto do MinC com aquela
Secretaria, e promova sua integração, naquilo que for pertinente, com o
sistema SALIC, de forma a possibilitar a identificação de situações de risco
de fraude e/ou conflito de interesse quando da admissão de proposta de projeto
cultural, permitindo a prevenção de situações futuras de utilização indevida de
recursos públicos.
A Recomendação 5 trata da prevenção de situações de conflito de interesse,
especialmente a existência de vínculos entre proponentes, patrocinadores e
fornecedores. De forma a robustecer esse controle, recomenda-se, em
consonância com as informações prestadas pela Unidade em sua manifestação,
que, além da implementação de trilhas de auditoria que permitam identificar
essa situação, sejam implementadas as alterações necessárias na Instrução
Normativa de forma a limitar a realização de contratações, no âmbito de
projetos de PRONAC, em que se identifiquem vínculos entre fornecedores,
proponentes, patrocinadores, pareceristas, integrantes da CNIC ou servidores
do MinC.
Em relação à Recomendação 7, a CGU registrou a possibilidade de auxiliar no
desenvolvimento de trilha com a temática de limitação de valores de projetos
considerando o enquadramento tributário do Proponente, de forma a auxiliar
o controle primário do gestor público. Entretanto, salienta-se que é
indispensável que o MinC seja capaz de desenvolver essas trilhas de forma
autônoma, sem limitar-se à possibilidade de a CGU auxiliar em seu
desenvolvimento. Assim, é primordial que o Ministério da Cultura busque e
obtenha acesso a informações contidas em alguns bancos de dados
governamentais, notadamente aqueles da Secretaria da Receita Federal do
Brasil (SRFB/MF), para que o Ministério possa realizar um controle primário
tempestivo, atualizado e autônomo, independente da atuação da CGU em
apoio às suas iniciativas.
Quanto à Recomendação 10, a mesma faz referência à necessidade de análise
das prestações de contas dos projetos referentes a cinco proponentes
específicas, mencionadas na recomendação, no prazo de 120 dias.
Considerando-se a manifestação da Unidade, com menção à Nota Técnica nº
7/2016, verifica-se que a SEFIC indica que realizaria a análise de prestação de
contas de um Projeto de cada um dos Proponentes relacionados na
manifestação.
Em que pese a existência de limitação da capacidade operacional das equipes
do MinC para a análise dessas prestações de contas, situação não desconhecida
da CGU, não foram apresentadas quaisquer informações que indicassem o
início da análise das prestações de contas de projetos apresentados pelos
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Proponentes relacionados, mesmo que referentes à análise do primeiro projeto
de cada um dos Proponentes mencionados. Destaca-se que as recomendações
foram apresentadas ao MinC em 04 de julho de 2016, conforme anteriormente
registrado neste Relatório, e que, por ocasião do envio de manifestação pelo
Ministério da Cultura, em 25 de novembro de 2016, não foi remetida à CGU
qualquer informação acerca de análise de prestação de contas de Projeto
eventualmente realizada.
Não obstante, salienta-se que alguns projetos de proponentes considerados
possuiriam prestações de contas relativamente organizadas e de baixa
complexidade. Desta forma, seria razoável que o MinC já tivesse iniciado a
análise das prestações de contas dos projetos e que, no prazo de 120 dias, prazo
esse já transcorrido desde a realização da reunião em que foi dada ciência do
teor do relatório aos gestores do MinC, realizada em 04 de julho de 2016, a
avaliação, no mínimo, de projetos de maior valor captado de cada proponente,
tivesse sido concluída.
Registra-se, ainda, no sentido de facilitar a obtenção das bases de dados
necessárias à implementação plena das trilhas de auditoria, que o Decreto nº 8.789, de 29
de junho de 2016, normatizou o compartilhamento de bases de dados na Administração
Pública Federal, garantindo aos órgãos e às entidades da administração pública federal
direta, autárquica e fundacional a disponibilização das bases oficiais por parte das
entidades detentoras ou responsáveis pela gestão dos respectivos dados. No Art. 8º,
detalham-se as informações necessárias às solicitações de acesso:
“Art. 8º A solicitação de acesso a bases de dados será realizada mediante
pedido ao órgão responsável, com, no mínimo, as seguintes informações:
I - data da solicitação;
II - identificação do solicitante;
III - telefone e endereço eletrônico institucional do solicitante;
IV - descrição clara dos dados objeto da solicitação, incluindo
periodicidade; e
V - descrição das finalidades de uso dos dados.
§ 1º O responsável pela base de dados deverá manifestar-se quanto à
solicitação em até vinte dias.
§ 2º As informações recebidas não poderão ser transmitidas a outros órgãos
ou entidades, exceto quando previsto expressamente na autorização
concedida pelo responsável pela base de dados.”
O teor das Recomendações registradas na versão preliminar do Relatório, e as
respostas apresentadas, em novembro de 2016, reforçam a importância de aprimoramento
do controle primário do MinC nas fases de admissão, de acompanhamento e de prestação
de contas dos projetos culturais apoiados via Lei Rouanet.
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Adicionalmente, foi identificada a necessidade de aprimoramento das normas
aplicáveis, bem como a importância de utilização de cruzamentos de dados, como forma
de prevenir e mitigar situações de risco e/ou conflito de interesse.
Nesse sentido, é necessário que o MinC obtenha acesso às bases de dados a serem
utilizadas para a realização dos cruzamentos de dados pertinentes, tais como CPF, CNPJ,
RAIS, SIAPE e TSE, bem como que ultime as providências necessárias para a atualização
dos normativos aplicáveis à Lei Rouanet, no sentido de prevenir algumas das situações
destacadas neste relatório de auditoria.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Tendo por base as trilhas apresentadas e as planilhas fornecidas em
anexo ao Relatório, apresentar um plano de ação para a análise do passivo de prestação
de contas existente, com o intuito de priorizar projetos de proponentes que possuam maior
potencial de fraude, e de potencializar o acompanhamento e a análise de prestação de
contas.
Recomendação 2: Aprimorar o processo de análise preliminar de projetos submetidos ao
MinC, incluindo rotinas de comparação de custos com o mercado, de avaliação da
capacidade técnica e gerencial do projeto - considerando sua força de trabalho contratada
- e provas de seu efetivo funcionamento, e não apenas a verificação de documentos legais
constitutivos apresentados, bem como avaliar se o uso de pareceristas contratados revela
algum benefício ao acompanhamento e fiscalização do projeto.
Recomendação 3: Estabelecer uma parceria permanente com a Secretaria da Receita
Federal do Brasil, compartilhando informações que comprovem o efetivo funcionamento
das empresas, bloqueando proponentes que não estejam com sua situação fiscal ativa e
instituindo rotinas no Sistema SALIC que identifiquem vínculos societários, de endereço,
de telefone, de e-mail ou de parentesco entre proponentes, com patrocinadores, com
fornecedores ou com representantes da CNIC, com pareceristas e mesmo com servidores
do MinC.
Recomendação 4: Acordar, com o Banco do Brasil, melhorias tanto na ferramenta de
Atendimento ao Setor Público, denominada RPG, de forma a permitir a identificação dos
destinatários de cada uma das transações, com o devido detalhamento, além de abolir a
restrição de consultas a extratos bancários por períodos superiores a um mês, quanto no
estabelecimento de rotinas periódicas de fornecimento dos dados estratificados para
importação ao Sistema SALIC.
Recomendação 5: Efetuar as necessárias alterações normativas ou mesmo legais, visando
restringir a autorização de projetos em que haja atores que possuam algum grau de
vinculação (por sociedade, endereço, telefone, e-mail ou parentesco), sejam eles
patrocinadores, proponentes, fornecedores, pareceristas, integrantes da CNIC ou
servidores do MinC, de modo a impedir a ocorrência de conflitos de interesses na gestão
de projetos com recursos de renúncias fiscais.
Recomendação 6: Estabelecer, para cada linha de atuação cultural, padrões referenciais
de preços de mercado, considerando inclusive ganhos em escala, para mitigar a ocorrência
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de superfaturamento. Incorporar essa verificação nos fluxos de aprovação e,
principalmente, de acompanhamento e de prestação de contas. Utilizar os dados das
próprias prestações de contas dos projetos para aperfeiçoar e regular os padrões
estabelecidos, bem como impedir o uso indevido dos mesmos comprovantes de gastos
em projetos distintos.
Recomendação 7: Restringir a aprovação de projetos de valores acima do limite imposto
às proponentes pelo seu respectivo enquadramento tributário.
Recomendação 8: Estabelecer rotina específica para verificação da regularidade de
despesas realizadas com fornecedores e de aportes de recursos de patrocinadores que
sejam doadores de campanha, bem como estabelecer procedimentos para identificação de
eventuais conflitos de interesse de pareceristas, de integrantes da CNIC e de servidores
do Ministério.
Recomendação 9: Rever todos os procedimentos relativos aos Planos Anuais de
Atividades, incluindo o marco regulatório de aprovação, da forma de elaboração, dos
produtos realizados e sua correspondência com a movimentação financeira, do processo
de prestação de contas individualizado por produto, bem como a estruturação necessária
para o adequado acompanhamento e análise das prestações de contas.
Recomendação 10: Analisar, no prazo máximo de 120 dias, as prestações de contas dos
projetos referentes aos proponentes Instituto Itaú Cultural, Jwap Promoçoes E Eventos
Ltda, Instituto Festival De Musica De Santa Catarina, Base Sete Projetos Culturais Ltda
E Nett - Nucleo Experimental Teatro De Tabuas, observando critérios de materialidade e
de criticidade para a priorização dos projetos a serem analisados.
Recomendação 11: Instituir melhoras efetivas que garantam a democratização de acesso
aos projetos culturais, tanto para acesso aos ingressos gratuitos, quanto para os com
preços populares. Avaliar a possibilidade de estabelecimento de um canal em que pessoas
integrantes de políticas sociais (Cadastro Único para Programas Sociais - CadÚnico)
possam manifestar o interesse em participar de algum evento cultural, havendo, assim,
um sorteio - caso o número de interessados seja superior aos ingressos disponíveis - e que
indiquem claramente as orientações para o recebimento e a utilização de tais ingressos.
Estabelecer como contrapartida para esses usuários uma maneira de reportarem suas
avaliações, como medida de controle social e auxílio no acompanhamento dos projetos.
Recomendação 12: Estabelecer rotinas para o compartilhamento de informações com os
demais entes da Federação (Estados, Distrito Federal e Municípios), relativas a projetos
culturais realizados por meio de incentivo fiscal, observando que despesas financiadas
por um projeto não podem ser utilizadas para prestar contas em outro, bem como
impedindo que haja replicação de projetos com as mesmas características em múltiplos
entes.
III – CONCLUSÃO
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Em face dos exames realizados, verifica-se que a SEFIC/MinC deve adotar as
seguintes medidas corretivas com vistas a elidir as impropriedades identificadas:
Tendo por base as trilhas apresentadas e as planilhas fornecidas anexas a este
Relatório, apresentar um plano de ação para análise do passivo de prestação de contas
existente, com o intuito de priorizar projetos de proponentes que possuam maior potencial
de ocorrência de irregularidades, bem como de potencializar o acompanhamento e a
análise de prestação de contas.
Aprimorar o processo de análise preliminar, bem como avaliar se o uso de
pareceristas contratados revela algum benefício ao acompanhamento e fiscalização do
projeto, incluindo rotinas de comparação de custos com o mercado, de avaliação da
capacidade técnica e gerencial do projeto – considerando sua força de trabalho contratada
– e de comprovação de seu efetivo funcionamento.
Estabelecer uma parceria permanente com a Secretaria da Receita Federal do
Brasil, compartilhando informações que comprovem o efetivo funcionamento das
empresas, bloqueando a apresentação de projetos por proponentes que não estejam com
sua situação fiscal ativa e adotando critérios de priorização de acompanhamento dos
projetos daquelas que tenham sido recém-criadas, e instituindo rotinas no Sistema SALIC
que identifiquem vínculos societários, de endereço, de telefone, de e-mail ou de
parentesco entre proponentes, com patrocinadores, com fornecedores ou com
representantes da CNIC, pareceristas e mesmo servidores do MinC, de forma a orientar a
atuação do Ministério nas etapas subsequentes de aprovação e de acompanhamento de
projetos.
Definir, junto ao Banco do Brasil, a adoção de melhorias tanto na ferramenta de
Atendimento ao Setor Público, denominado RPG, para a identificação dos destinatários
de cada uma das transações, com o devido detalhamento, além de rever a restrição de
consultas a extratos bancários por períodos superiores a um mês, quanto no
estabelecimento de rotinas periódicas de fornecimento dos dados estratificados para
importação ao Sistema SALIC.
Estabelecer as alterações normativas necessárias com o intuito de restringir a
aprovação de projetos em que haja atores que possuam algum grau de vinculação (por
sociedade, endereço, telefone, e-mail ou parentesco), sejam eles patrocinadores,
proponentes ou fornecedores, de modo a minimizar a ocorrência de conflitos de interesses
na gestão de projetos com recursos de renúncias fiscais.
Estabelecer, para cada linha de atuação cultural, padrões referenciais de preços de
mercado, considerando inclusive ganhos em escala, para mitigar a ocorrência de
superfaturamento. Incorporar essa verificação no fluxo de aprovação de projetos e,
principalmente, de acompanhamento e de prestação de contas. Utilizar os dados das
próprias prestações de contas dos projetos para aperfeiçoar e regular os padrões
estabelecidos, bem como impedir o uso indevido de mesmos gastos em projetos distintos.
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Restringir a apresentação de projetos cujos valores estejam acima do limite
imposto às proponentes pelo seu respectivo enquadramento tributário.
Estabelecer rotina específica para verificação da regularidade de despesas
realizadas com fornecedores, bem como estabelecer procedimentos para identificação de
eventuais conflitos de interesse com patrocinadores, pareceristas, integrantes da CNIC e
servidores do Ministério.
Rever os procedimentos relativos aos Planos Anuais de Atividades, contemplando
no marco regulatório critérios de aprovação, de elaboração, de definição de produtos
realizados e sua correspondência com a movimentação financeira, e de prestação de
contas, bem como a estruturação necessária para o adequado acompanhamento e análise
das prestações de contas.
Analisar, no prazo máximo de 120 dias, as prestações de contas dos projetos
referentes às proponentes Instituto Itaú Cultural, Jwap Promoçoes e Eventos Ltda,
Instituto Festival de Música de Santa Catarina, Base Sete Projetos Culturais Ltda e Nett
– Núcleo Experimental Teatro de Tabuas.
Instituir melhoras que garantam a democratização de acesso aos projetos culturais,
tanto para acesso aos ingressos gratuitos, quanto para aqueles com preços populares.
Avaliar a possibilidade do estabelecimento de um canal em que pessoas integrantes de
políticas sociais manifestem o interesse em participar de algum evento cultural e que esse
canal explicite as orientações para recepção e uso de tais ingressos. Estabelecer como
contrapartida para os usuários desses ingressos uma maneira de reportarem suas
avaliações, como medida de controle social e auxílio no acompanhamento dos projetos.
Estabelecer rotinas para o compartilhamento de informações com os demais entes
da Federação (Estados, Distrito Federal e Municípios), relativas a projetos culturais
realizados por meio de outros mecanismos de incentivo fiscal, observando que despesas
financiadas por um não possam ser utilizadas para prestar contas em outro, impedindo,
assim, a replicação de projetos com mesmo objeto em múltiplos entes.
Brasília/DF, 17 de janeiro de 2017.
Anexo I - Fluxograma completo do processo de aprovação, de acompanhamento e de prestação de contas dos projetos culturais.
ANEXO II - ANÁLISE DAS PRESTAÇÕES DE CONTAS DE PROJETOS CULTURAIS
- PRONAC
1) Replicação de rubricas por meio de nomes similares, que possuam a
mesma função no projeto, a fim de comprovar serviços que não tenham execução real
Identificação de situações que indicam uma potencial replicação de rubricas no
projeto, as quais são identificadas por nomes diferentes, porém correlatos, sugerindo que
estes representem uma mesma função no Pronac.
Caso se confirme que, de fato, as rubricas semelhantes se referem ao mesmo serviço,
fica caracterizada fragilidade na análise realizada pelo parecerista, bem como da área técnica
da SEFIC e do membro relator da CNIC.
As imagens abaixo trazem casos práticos que ilustram essa potencial fragilidade:
PROPONENTE PRONAC
Festival de Música de Santa Catarina (FEMUSC) 136227
Figura 1 - Relatório de Execução da Receita e Despesa do Projeto PRONAC 136227
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 136227
Figura 2 - Relação de Pagamentos do Projeto PRONAC 136227
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 136227
Observa-se no documento constante da Figura 1 que há replicação de rubricas por
meio de nome similares (“Diretor Geral” e “Diretor Artístico e Musical”, ambos com valor
de R$ 97.200,00) e que possuem a mesma função no projeto, possibilitando a remuneração
por serviços que não tenham execução efetiva.
Por meio da relação de pagamento (Figura 2), observa-se que os pagamentos
relacionados às rubricas que teriam sido duplicadas (destacadas na Figura 1), foram no
mesmo valor, mas referentes a favorecidos e notas fiscais diferentes, embora o número da
Ordem Bancária apontada tenha sido idêntico. Ademais, destaca-se que um dos favorecidos
(AFP Promoções) possui vínculo de telefone e contador com o proponente.
Figura 3 – Na discriminação dos serviços prestados há uma rasura na identificação do nº
PRONAC
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 136227
Figura 4 – Nota Fiscal com valor igual à anterior. Nota Fiscal de valor considerável com
preenchimento manual
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 136227
2) Apresentação de Notas Fiscais por fornecedores vinculados aos
proponentes, sugerindo execução apenas aparente de serviços
Identificação de notas fiscais emitidas por fornecedores que possuem algum vínculo
com o proponente (vínculo societário, de endereço, mesmo telefone ou e-mail, parentesco
entre os sócios da fornecedora com a proponente, mesmo contador). A vinculação por si só
não é uma irregularidade, mas requer elevar a certeza da efetiva prestação de serviços,
principalmente para os serviços de alto impacto orçamentário no projeto, que foram
comprovados por meio de recibos ou notas fiscais de preenchimentos manuais, sem mesmo
destaques tributários.
PROPONENTE PRONAC
Festival de Música de Santa Catarina (FEMUSC) 136227
Figuras 5 - Despesa comprovada por meio de Recibo, no âmbito do PRONAC 136227 em
que o Fornecedor possui mesmo endereço e telefone do proponente.
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 136227
Proponente: Festival de Música de Santa Catarina
Fornecedor: Instituto Jaraguá do Sul de Turismos e Eventos
Telefone em comum (47) 3275-0504/ (47) 3273-1002
Endereço em comum Rua Jorge Czerniewicz, nº 160, CEP
89255-000, Jaraguá do Sul - SC
Figura 6 - Despesa comprovada por meio de Recibo, no âmbito do PRONAC 136227.
Estrutura documental para comprovação de despesas de todos os serviços prestados, com
números sequenciais de recibos.
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 136227
Figura 7 – Recibo de pagamento referente à prestação de serviço de 25 músicos que haviam
assinado compromisso de prestar serviços voluntariamente no projeto.
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 136227
Figura 8 – Termo padrão assinado por um dos 25 músicos contratados em que se
comprometeu a prestar serviços voluntários. Todos os músicos assinaram termo semelhante.
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 136227
A partir do confronto dos documentos constante das Figuras 7 e 8 verifica-se que há
indícios de pagamento indevido às custas dos recursos do projeto uma vez que o Recibo nº
01/2014 do INSTITUTO JARAGUÁ DO SUL DE TURISMOS E EVENTOS (Figura 7)
registra um pagamento de R$ 7.560,00 por profissional, contrariando as declarações
assinadas pelos professores (à exemplo da Figura 8) em que se comprometem a “prestar
serviços voluntários”.
Ainda que no termo assinado pelos professores conste a observação que “os custos
desta participação com deslocamentos, hospedagem e alimentação, bem como custos
adicionais serão cobertos nos termos do contrato a ser assinado” não seria justificável alegar
que os pagamentos constantes do Reco nº 01/2014 seriam referente a esse tipo de serviço
uma vez que existem outras despesas registradas na prestação de contas que abrangem o
pagamento relativo ao deslocamento, hospedagem e alimentação, tais como as apresentadas
em sequência.
Figura 9 – Uma das notas fiscais referente a comprovação de despesas referentes ao
deslocamento dos profissionais envolvidos no projeto.
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 136227
Figura 10 – Uma das notas fiscais referente a comprovação de despesas referentes à
hospedagem dos profissionais envolvidos no projeto.
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 136227
Figura 11 – Uma das notas fiscais relacionada à comprovação de despesas referentes à
alimentação dos profissionais envolvidos no projeto. Nota fiscal de valor considerável e
preenchida a mão.
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 136227
Ressalta-se ainda que existe uma denúncia acostada ao processo que relata que o
proponente estaria “comprando notas e desviando dinheiro de forma absurda”, conforme
reproduzido em sequência.
Figura 12 – Denúncia, protocolada no Ministério da Cultura, que relata supostas fraudes
no projeto FEMUSC.
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 136227
3) Apresentação, pelo proponente, de documentos fiscais de visualização
comprometida ou ilegíveis
Analisando-se, nas respectivas prestações de contas, as notas fiscais ou documentos
semelhantes apresentados para fins de comprovação documental, nota-se que muitos deles
possuem uma disposição visual que inviabiliza leituras confiáveis, como disposto a seguir:
PROPONENTE PRONAC
Instituto Itaú Cultural 128313
Figura 13 – Nota fiscal com visualização comprometida
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 128313
Figura 14 – Nota fiscal ilegível
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 128313
4) Potencial enriquecimento ilícito de proponentes pela prática constante do
reembolso
Analisando-se as prestações de contas dos projetos selecionados por amostra,
observou-se que é comum alguns proponentes adotarem a prática do reembolso quando da
execução do projeto. Tal prática consiste no pagamento de fornecedores em momento
anterior à entrada de recursos no projeto e, posteriormente, quando do recebimento dos
patrocínios ou doações, efetua-se o reembolso, ao proponente, dos valores antecipados para
os fornecedores do projeto.
Em situações excepcionais essa prática pode ser considerada adequada, de forma a
dar celeridade ao desenvolvimento do projeto e/ou garantir a contratação de serviços
estratégicos. Ocorre que, conforme observado em alguns processos analisados, é possível
que o proponente se utilize dessa prática de forma repetitiva, envolvendo, inclusive, grandes
volumes de recursos e múltiplos fornecedores a ele vinculados (por sócios, endereço,
telefone, e-mail, parentesco e contador).
Esse conjunto de fatos eleva o risco relacionada aos serviços objetos de reembolso,
principalmente em relação à prestação efetiva desses serviços e à destinação dos recursos
envolvidos. O risco torna-se ainda mais elevado quando a comprovação do gasto é feita por
meio de faturas ou recibos, como destacado nos exemplos seguintes.
PROPONENTE PRONAC
JWAP Promoções e Eventos Ltda. 131910
Figura 15 – Relação de pagamentos do PRONAC nº 131910.
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 131910
Por meio da Relação de Pagamentos do PRONAC nº 131910 (Figura 15) observa-se
que os reembolsos somaram R$ 1.065,639,50, valor correspondente a 22% dos recursos
captados.
Figura 16 – Comprovação de despesa de reembolso por meio de fatura emitida por
fornecedor vinculado ao proponente (mesmo contador).
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 131910
Proponente: JWAP Promoções e Eventos Ltda.
Fornecedor: RR´s Projetos e Produções Artísticas Ltda. ME
Contador em comum CPF ***.827.418-**
Figura 17 – Comprovação de despesa de reembolso por meio de fatura emitida por
fornecedor vinculado ao proponente (mesmo representante).
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 131910
Proponente: JWAP Promoções e Eventos Ltda
Fornecedor: Dial Brasil Empresa Interativa de Radio S/A
Representante em comum CPF ***.670.588-**
Figura 18 – Comprovação de despesa de reembolso por meio de fatura emitida por
fornecedor vinculado ao proponente (mesmo sócio).
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 131910
Proponente: JWAP Promoções e Eventos Ltda.
Fornecedor: XYZ Live Comunicação e Eventos S/A
Representante em comum CPF ***.670.588-**
5) Potenciais inconsistências em projetos que envolvam múltiplos objetos e
são denominados de "Plano Anual de Atividades"
Uma prática constante em projetos de mecenato são as propostas culturais no modelo
“Plano Anual de Atividades”, mecanismo previsto no Decreto nº 5.761/2006, por meio do
qual pessoas jurídicas sem fins lucrativos submetem ao MinC projetos visando a captação de
recursos para contemplar, por um período de um ano, a manutenção da instituição e suas
atividades culturais de caráter permanente e continuado, bem como os projetos e ações
constantes do seu planejamento. Embora o projeto preveja a manutenção da instituição por
um período de um ano, o proponente deve apresentar um cronograma de projetos a serem
desenvolvidos ao longo do ano e prestar contas de sua execução.
Existem vantagens na utilização desse modelo de projeto cultural, como, por
exemplo, a simplificação da interação entre Proponente e Ministério, aumentando a agilidade
e a eficiência na execução dos projetos envolvidos. Entretanto, do ponto de vista de prestação
de contas, observou-se que os projetos culturais do tipo “Plano Anual de Atividades” têm se
mostrado pouco transparentes uma vez que há dificuldade do MinC em vincular cada
etapa/objeto de execução com suas respectivas despesas, pois o que, a princípio, abrange
múltiplos objetos independentes (como diferentes exposições de um museu durante o ano),
costumeiramente é apresentado como se fosse um objeto só. Assim, compromete-se a
verificação da correta realização de cada evento cultural, possibilitando confusão financeira
entre eles, bem como desvios de recursos de variadas proporções. Fato é que se perde o
devido controle e acompanhamento de execução pela forma como são apresentadas as
informações pelos proponentes envolvidos.
A seguir são apresentados documentos que ilustram o que foi registrado acima.
PROPONENTE PRONAC
Instituto Itaú Cultural 128313
Figura 19 – Relação de pagamentos do PRONAC 128313
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 128313
A relação de pagamentos apresentada na Figura 19 é integrante da prestação de contas
de um projeto cultural do tipo Plano Anual de Atividades. A figura traz apenas um trecho da
referida relação, que possui 346 páginas. Observa-se que consta desse documento uma
relação sequencial de despesas sem vinculá-las à execução de qualquer objeto cultural, como
se todos os gastos fossem vinculados a um único projeto denominado “Plano Anual de
Atividades”. Esse tipo de conduta compromete a transparência e fragiliza a prestação de
contas.
Além disso, as informações bancárias do projeto estão divergentes da relação de
pagamentos apresentada, conforme se observa na Figura seguinte.
Figu
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Figura 20 – Informações bancárias do PRONAC 128313
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 128313
Portanto, considerando as informações acima, observa-se que os projetos do tipo
Plano Anual de Atividades, que comumente envolve projetos complexos e de montante
financeiro relevante, devem aperfeiçoar a forma como prestam contas, de forma a evidenciar
o cumprimento dos objetos pactuados com o MinC, garantindo assim transparência e a
efetiva prestação de contas. Não é razoável que o MinC aprove prestações de contas nos
moldes apresentados, uma vez que não há garantias suficientes da execução dos produtos
culturais acordados.
6) Possibilidade de desvio de recursos em projetos que envolvam
transferências bancárias do tipo INVOICE (câmbio) de grande materialidade
Alguns projetos, por suas características operacionais e/ou culturais, envolvem a
contratação de fornecedores estrangeiros. Entretanto, em muitos casos, os pagamentos
realizados a esses fornecedores (por vezes pagamentos financeiramente volumosos) constam
da prestação de contas com a breve referência de “câmbio” ou serviço “INVOICE”, não se
sabendo, em muitos casos, qual o destino final deste recurso ou o nome do fornecedor, bem
como em que rubrica do projeto se enquadra cada uma dessas despesas.
Desta forma, muitos pagamentos realizados para fornecedores estrangeiros carecem
de transparência, uma vez que, comumente, não é identificado o favorecido desses
pagamentos, tampouco o enquadramento dessas despesas nos projetos dos quais fazem parte.
Essa situação eleva o risco de fraude uma vez que não há transparência dos recursos enviados
ao exterior, não se sabendo a real destinação desses valores.
De forma exemplificativa, tem-se que:
PROPONENTE PRONAC
Base Sete Projetos Culturais Ltda. 129047
Figura 21 – Relação de Pagamentos do PRONAC nº 129047 com despesas no exterior
(Invoice)
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 129047
Figura 22 – Relação de Pagamentos do PRONAC nº 129047 com despesas no exterior
(Invoice)
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 129047
Observa-se nas Figuras 21 e 22 que, não obstante os elevados montantes envolvidos,
as despesas do projeto realizadas no exterior foram identificadas tendo como favorecido a
instituição financeira intermediadora da operação (Banco Rendimento S.A), não se sabendo
o destinatário final dos recursos.
PROPONENTE PRONAC
Instituto Itaú Cultural 128313
Figura 23 – Relação de Pagamentos do PRONAC nº 128313 com despesas no exterior (Invoice)
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 128313
7) Projetos em que fornecedores/proponentes excedam o limite legal de
cinco rubricas por empresa em cada PRONAC
A Instrução Normativa Nº1, de 24 de Junho de 2013, traz em seu Art. 32, § 1º, que:
“A execução de itens orçamentários com recursos incentivados será desconcentrada, somente
sendo permitida a aquisição de mais de cinco produtos ou serviços do mesmo fornecedor
quando demonstre ser a opção de maior economicidade, comprovada na prestação de contas
mediante declaração do proponente, acompanhada de cotação de preços de pelo menos dois
outros fornecedores”.
Assim, avaliando alguns projetos, verifica-se que a regra acima é frequentemente
desrespeitada pelos proponentes ou fornecedores envolvidos, sem a demonstração de que
exceder os 5 itens, em cada caso, tem amparo no aumento da economicidade, conforme
permite o dispositivo supracitado.
Como exemplo da situação evidenciada, tem-se:
PROPONENTE PRONAC
Nett Núcleo Experimental 135253
Figura 24 – Serviços executados pela proponente no âmbito do Projeto em quantidade acima do limite
estabelecido
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 135253
Figura 225 - Fornecedor com execução de múltiplos itens no projeto, excedendo o limite de
5 permitidos pela IN
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 135253
Figura 26 – Outros serviços prestados no âmbito do Projeto pelo fornecedor Cenotécnica
Fonte: Prestação de contas do PRONAC nº 135253