relatório parcial da cpmi encontro pede que dos correios ... · relatório parcial da cpmi dos...

8
ANO 7 - Número 1496 Brasília-DF, segunda-feira, 22 de agosto de 2005 www.camara.gov.br [email protected] Fone: (61) 3216-1666 Fax: (61) 3216-1653 Impresso Especial 11204/2002-DR/BSB CÂMARA DOS DEPUTADOS CORREIOS A Câmara aprecia nesta se- mana MPs que trancam a pauta do plenário, além de três proje- tos de lei com urgência constitu- cional vencida. Amanhã, o de- putado Custódio Mattos, relator, da Medida Provisória 252/05, que dispõe sobre a redução de tri- butos de setores da economia, deverá apresentar seu projeto de lei de conversão à proposta do Executivo. Há, ainda, as MPs do Desarmamento, da Timemania, da Previdência Complementar, na relação das medidas que de- verão ser apreciadas amanhã pelo Plenário. A Câmara também discutirá os projetos de lei que tratam da política de saneamen- to ambiental, de concessão de bolsas de estudo e da ampliação do Parque Nacional de Brasília. Custódio deve apresentar amanhã projeto de conversão a MP dos tributos Página 3 Maninha cobra apuração rigorosa de denúncias de corrupção Benevides destaca aprovação no Senado e pede rapidez em votação da Câmara Vicentinho ressalta avanços do Governo e vê preconceito contra Lula 5 VI Conferência das Cidades 3 Sob o tema Cidade Cidadã: A Organiza- ção das Cidades e a Participação Popular, a conferência será instalada amanhã às 15 horas, prosseguindo até quinta-feira, no Auditório Nereu Ramos. Página 2 O relatório parcial da Comissão Parla- mentar Mista de Inquérito dos Correios deve ficar pronto até a próxima sexta-feira e incluirá a lista dos 18 deputados citados nas denúncias, sem emitir juízo de valor. As informações foram dadas pelo relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio, em en- trevista concedida na sexta-feira (19), com o presidente da comissão, senador Delcidio Amaral, e sub-relatores, na qual foi feito um balanço dos trabalhos. De acordo com Serraglio, depois de analisado e aprovado pelos integrantes da CPMI o relatório deve ser entregue à Presidência da Câmara. A partir desta semana, a CPMI pre- tende concentrar as investigações nos contratos feitos pelos Correios. Hoje, a CPMI tem reunião para ana- lisar requerimentos de convocação de de- putados e autoridades cujos nomes vêm sendo envolvidos em denúncias de cor- rupção. Podem ser votadas as acareações entre o publicitário Duda Mendonça e o empresário Marcos Valério; entre os de- putados Roberto Jefferson e José Dirceu; além da convocação do ex-secretário de Comunicação da Presidência da Repúbli- ca Luiz Gushiken. Senador Delcidio Amaral e deputado Osmar Serraglio divulgam balanço dos trabalhos da CPMI JANE DE ARAÚJO / AGÊNCIA SENADO Relatório parcial da CPMI dos Correios sai até sexta-feira A principal recomendação do Encontro Nacional de Direitos Humanos de 2005, realizado na semana passada na Câmara, foi a recuperação do status de ministé- rio pela área de direitos humanos - que hoje está sob a responsabili- dade de uma subsecretaria vincu- lada à Presidência da República. A presidente da Comissão de Di- reitos Humanos e Minorias, depu- tada Iriny Lopes, relatora da Me- dida Provisória 259/05, que altera a estrutura da Presidência da Re- pública e extingue a Secretaria Es- pecial dos Direitos Humanos, com- prometeu-se a negociar com o Po- der Executivo e com parlamenta- res a manutenção do status minis- terial da secretaria. Encontro pede que Direitos Humanos retome status de ministério Página 7 2 5 Referendo popular pode- rá ser exigido para a apro- vação de tratados, acordos e atos internacionais que pos- sam comprometer a sobera- nia nacional, ou que trans- firam atribuições do Estado brasileiro a organismos su- pranacionais. A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou, na semana passada, a admissi- bilidade da Proposta de Emenda à Constituição 389/05, do deputado João Alfredo, que exige a reali- zação de referendo nesses casos. A proposta agora será analisada quanto ao mérito por uma comissão especial a ser instalada. CCJC aprova referendo para acordo internacional Comissão de Justiça aprova a admissibilidade de PEC que muda critérios na promoção de juízes Página 4 Página 4 POLÍTICA EXTERNA REFORMA POLÍTICA CRISE PLENÁRIO

Upload: others

Post on 09-Oct-2019

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Relatório parcial da CPMI Encontro pede que dos Correios ... · Relatório parcial da CPMI dos Correios sai até sexta-feira A principal recomendação do Encontro Nacional de Direitos

ANO 7 - Número 1496Brasília-DF, segunda-feira, 22 de agosto de 2005 www.camara.gov.br • [email protected] • Fone: (61) 3216-1666 • Fax: (61) 3216-1653

ImpressoEspecial

11204/2002-DR/BSBCÂMARA DOS

DEPUTADOS

CORREIOS

A Câmara aprecia nesta se-mana MPs que trancam a pautado plenário, além de três proje-tos de lei com urgência constitu-cional vencida. Amanhã, o de-putado Custódio Mattos, relator,da Medida Provisória 252/05,que dispõe sobre a redução de tri-butos de setores da economia,deverá apresentar seu projeto delei de conversão à proposta doExecutivo. Há, ainda, as MPs doDesarmamento, da Timemania,da Previdência Complementar,na relação das medidas que de-verão ser apreciadas amanhãpelo Plenário. A Câmara tambémdiscutirá os projetos de lei quetratam da política de saneamen-to ambiental, de concessão debolsas de estudo e da ampliaçãodo Parque Nacional de Brasília.

Custódio deve apresentaramanhã projeto de conversão

a MP dos tributos

Página 3

Maninha cobraapuração rigorosa

de denúnciasde corrupção

Benevides destacaaprovação no Senado e

pede rapidez emvotação da Câmara

Vicentinho ressaltaavanços do Governo

e vê preconceitocontra Lula

5

VI Conferência das Cidades

3

Sob o tema Cidade Cidadã: A Organiza-ção das Cidades e a Participação Popular, aconferência será instalada amanhã às 15horas, prosseguindo até quinta-feira, noAuditório Nereu Ramos. Página 2

O relatório parcial da Comissão Parla-mentar Mista de Inquérito dos Correiosdeve ficar pronto até a próxima sexta-feirae incluirá a lista dos 18 deputados citadosnas denúncias, sem emitir juízo de valor. Asinformações foram dadas pelo relator daCPMI, deputado Osmar Serraglio, em en-trevista concedida na sexta-feira (19), como presidente da comissão, senador DelcidioAmaral, e sub-relatores, na qual foi feitoum balanço dos trabalhos. De acordo comSerraglio, depois de analisado e aprovadopelos integrantes da CPMI o relatório deveser entregue à Presidência da Câmara.

A partir desta semana, a CPMI pre-tende concentrar as investigações noscontratos feitos pelos Correios.

Hoje, a CPMI tem reunião para ana-lisar requerimentos de convocação de de-putados e autoridades cujos nomes vêmsendo envolvidos em denúncias de cor-rupção. Podem ser votadas as acareaçõesentre o publicitário Duda Mendonça e oempresário Marcos Valério; entre os de-putados Roberto Jefferson e José Dirceu;além da convocação do ex-secretário deComunicação da Presidência da Repúbli-ca Luiz Gushiken.

Senador Delcidio Amaral e deputado Osmar Serraglio divulgam balanço dos trabalhos da CPMI

JANE DE ARAÚJO / AGÊNCIA SENADO

Relatório parcial da CPMIdos Correios sai até sexta-feira

A principal recomendação doEncontro Nacional de DireitosHumanos de 2005, realizado nasemana passada na Câmara, foi arecuperação do status de ministé-rio pela área de direitos humanos- que hoje está sob a responsabili-dade de uma subsecretaria vincu-lada à Presidência da República.A presidente da Comissão de Di-reitos Humanos e Minorias, depu-tada Iriny Lopes, relatora da Me-dida Provisória 259/05, que alteraa estrutura da Presidência da Re-pública e extingue a Secretaria Es-pecial dos Direitos Humanos, com-prometeu-se a negociar com o Po-der Executivo e com parlamenta-res a manutenção do status minis-terial da secretaria.

Encontro pede queDireitos Humanos retome

status de ministério

Página 7

2

5

Referendo popular pode-rá ser exigido para a apro-vação de tratados, acordos eatos internacionais que pos-sam comprometer a sobera-nia nacional, ou que trans-firam atribuições do Estadobrasileiro a organismos su-pranacionais. A Comissãode Constituição e Justiça ede Cidadania aprovou, nasemana passada, a admissi-bil idade da Proposta deEmenda à Constituição389/05, do deputado JoãoAlfredo, que exige a reali-zação de referendo nessescasos. A proposta agora seráanalisada quanto ao méritopor uma comissão especiala ser instalada.

CCJC aprovareferendo para

acordo internacional

Página 4

Comissão de Justiça aprova a admissibilidadede PEC que muda critérios na promoção de juízes

Página 4

Página 4

POLÍTICA EXTERNA

REFORMA POLÍTICA

CRISE

PLENÁRIO

Page 2: Relatório parcial da CPMI Encontro pede que dos Correios ... · Relatório parcial da CPMI dos Correios sai até sexta-feira A principal recomendação do Encontro Nacional de Direitos

Brasília, 22 de agosto de 200522

Mesa da Câmara dos Deputados - 52a Legislatura

Diretor: Ademir Malavazi (61) 3216-1500 - Fax: (61) 3216-1505

Editores: (61) 3216-1666Luís Castro, Renata Torres,Roberto Seabra e RosalvaNunes

SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Endereço: Câmara dos Deputados - Anexo I - Sala 1508 - CEP: 70160-900 Brasília - DF

Diretora:Amneres Pereira(61) 3216-1651Editor-chefe:Marcondes Sampaio

Jornal da Câmara

Diagramadores:(61) 3216-1667Guilherme Rangel Barros, JoséAntonio Filho , José Alberto eRoselene Guedes de Figueiredo

Presidente:Severino Cavalcanti (PP-PE)1º Vice-Presidente:José Thomaz Nonô (PFL-AL)2º Vice-Presidente:Ciro Nogueira (PP-PI)1º Secretário:Inocêncio Oliveira (PMDB-PE)2º Secretário:Nilton Capixaba (PTB-RO)

3º Secretário:Eduardo Gomes (PSDB-TO)4º Secretário:João Caldas (PL-AL)Suplentes:Givaldo Carimbão (PSB-AL),Jorge Alberto (PMDB-SE),Geraldo Resende (PPS-MS)e Mário Heringer (PDT-MG)

Procuradoria Parlamentar:Ney Lopes (PFL-RN)

Ouvidoria Parlamentar:Custódio Mattos (PSDB-MG)

Diretor-Geral:Sérgio Sampaiode Almeida

Secretário-Geral da Mesa:Mozart Vianna de Paiva

Cidade cidadãA Comissão de Desenvolvimento

Urbano promove, de 23 a 25, a VI Con-ferência das Cidades com o tema Ci-dade cidadã: a organização das cida-des e a participação popular. Além dapolítica nacional de saneamento am-biental, será debatida a regularizaçãofundiária de parcelamentos urbanos,

A Comissão de Constitui-ção e Justiça e de Cidadaniaaprovou a admissibilidade daProposta de Emenda à Cons-tituição (PEC) 389/05, do de-putado João Alfredo (PT-CE), que exige referendo po-pular para a aprovação de tra-tados, acordos e atos interna-cionais que possam compro-meter a soberania nacional,ou que transfiram atribuiçõesdo Estado brasileiro a organis-mos supranacionais. A propos-ta agora será analisada quan-to ao mérito por uma comis-são especial a ser instalada.

O autor sustenta que oCongresso Nacional devetransferir ao povo a compe-

CCJC aprova referendo sobre acordosPOLÍTICA EXTERNA

AGENDA

tência para aprovar ou nãoesses tratados. E acrescentaque o referendo, previsto naConstituição, deve ser usadonesses casos, “porque, no atu-al mundo globalizado, excluirda apreciação do povo essasmatérias significaria usurpa-ção da soberania popular”.

Quem mandaJoão Alfredo lembra que,

desde a transnacionalizaçãodos mercados, vários trata-dos, acordos e atos interna-cionais passaram a ser firma-dos diretamente pelos gover-nantes, sem qualquer inter-venção ou anuência direta dopovo, embora tenham grandesimplicações políticas, econô-

micas, sociais e culturais.Pela PEC, a iniciativa do

referendo poderá ser do pre-

grantes de cada uma de suasCasas, ou de pelo menos 0,3%do eleitorado nacional, distri-buído no mínimo por cincoestados.

“Ao ampliar o rol dos legi-timados a propor o referendopopular, a proposta estarácontribuindo para consolidare ampliar a própria democra-cia brasileira”, justifica o de-putado, lembrando ainda que“a idéia de soberania está in-trinsecamente ligada à proble-mática de quem manda”.

A relatora, deputada ZulaiêCobra (PSDB-SP), defendeu aadmissibilidade da PEC, masapresentou restrições jurídicasde mérito à proposta.

sidente da República, doCongresso Nacional, pelovoto de um terço dos inte-

Semana de 22 a 26 de agosto

ARQUIVO SECOM

A pauta completa do plenário e das comissões pode ser consultada no endereço eletrônico www2.camara.gov.br/agendacd

O ministro Gil-berto Gil participada audiência pú-blica que a Comis-são de Educaçãopromove, às 14horas, sobre asConferências Es-taduais de Cultura

SAIBA MAIS

Terça-feira 23/8/2005

Cargos em comissão

e os critérios de nomeação para car-gos em comissão. Plenário 10

Vargas e Brizola

GIL

BERT

O N

ASC

IMEN

TO

habitação popular, transporte coletivo, egestão democrática das cidades. O even-to será aberto, às 15 horas, com a presen-ça do presidente Severino Cavalcanti e doMinistro das Cidades, Márcio Fortes. Au-ditório Nereu Ramos

CPMI dos CorreiosO presidente do Banco Popular, Ivan Gon-

çalves, depõe às 11h30, na CPMI dos Correi-os, na Sala 2, Ala Nilo Coelho, Senado.

Jornada de trabalhoO PL 2.295/00, que trata da jornada de tra-

balho de enfermeiros, técnicos e auxiliares deenfermagem, será debatido, às 14h30, na Co-missão de Seguridade Social. Plenário 7

Regras de câmbioAs novas regras de câmbio aprovadas

pelo Conselho Monetário Nacional são otema da audiência pública que a Comissãode Finanças promove, às 14h30. Entre osexpositores, o diretor de Assuntos IInter-nacionais do Banco Central, AlexandreSchwartsman. Plenário 4

Comissão do NepotismoO presidente em exercício da OAB, Aris-

toteles Atheniense, participa da audiênciapública que a Comissão Especial do Nepo-tismo realiza, às 14h30, no Plenário 5.

Quarta-feira 24/8/2005

Nova refinariaO presidente da Petrobras, José Sér-

gio Gabrielli de Azevedo, participa do de-bate que a Comissão de Trabalho promo-ve, às 10 horas, sobre a localização danova unidade de refino de petróleo plane-jada para a Região Nordeste. Plenário 12

O 51º ano de morte do ex-presidenteGetúlio Vargas, o 1º ano de morte do ex-go-vernador Leonel Brizola, o 44º ano da Cam-panha da Legalidade e o 60º ano da Con-solidação da CLT serão homenageados noPlenário Ulysses Guimarães, às 9 horas. Asessão solene foi solicitada pelo deputadoSeveriano Alves (PDT-BA).

Centro-OesteO PL 314/03, do deputado Sandro

Mabel (PL-GO), sobre as diretrizes einstrumentos da Política de Desenvol-vimento do Centro-Oeste, a criação doFundo de Desenvolvimento do Cen-tro Oeste e da Agência de Desenvol-vimento do Centro-Oeste, é uma daspropostas que deverá ser analisada,às 10 horas, pela Comissão de De-senvolvimento Econômico. Plenário 5

Quinta-feira 25/8/2005

Agricultura orgânicaAgricultura orgânica; álcool com-

bustível e biodiesel; assuntos sanitári-os; e produtos geneticamente modifi-cados serão debatidos na Comissão deAgricultura, às 11h30. Entre os convi-dados, os ministros da Alimentação,Agricultura e Pesca, Hans ChristianSchmidr; e o de Assuntos de Família edo Consumidor, Lars Barfoed, ambosda Dinamarca. Plenário 6

Aprovada pela CCJC, a matéria será analisada, agora, por comissão especial

Page 3: Relatório parcial da CPMI Encontro pede que dos Correios ... · Relatório parcial da CPMI dos Correios sai até sexta-feira A principal recomendação do Encontro Nacional de Direitos

Brasília, 22 de agosto de 2005 3

Culpa por omissãoThelma de Oliveira (PSDB-

MT) acredita que a crise políticapoderá ser transformada numfato histórico para o País, princi-palmente se o Congresso con-seguir moralizar o processo po-lítico-eleitoral. Segundo a depu-tada, a sociedade quer saberquantas cestas básicas do pro-grama Fome Zero foram desvia-das para sustentar o esquemade corrupção do Partido dos Tra-balhadores. Ela entende que opresidente tem responsabilidadepelos atos cometidos pelo PT. Adeputada afirmou que o presi-dente Lula deveria vir a públicopara explicar onde estava paranão perceber o que faziam seusassessores dentro do Planalto.

Cúpula do PTAndré Costa (PT-RJ) la-

mentou que o Governo Lula te-nha se afastado do programahistórico do partido. O deputa-do também rejeitou os artifíci-os utilizados por membros dacúpula partidária para susten-tar o governo. Na sua visão, oPT deveria ter conduzido umgoverno diferente desde a pos-se de Lula, em janeiro de 2003.No entanto, ressaltou, o Gover-no não implantou as políticaspúblicas defendidas historica-mente pelo partido, em especi-al na área econômica. O depu-tado espera que a direção par-tidária não insista em relevar osatos ilícitos praticados pelosmembros do alto escalão pe-tista. Para André Costa, não in-vestigar e punir envolvidos emcorrupção significa preservaruma oligarquia partidária.

Custódio Mattos

Após uma semana de adia-mento, o Plenário deve come-çar a discutir, na terça-feira (23),a Medida Provisória 252/05,que trata da redução de tribu-tos. A matéria está sendo rela-tada pelo deputado CustódioMattos (PSDB-MG), que de-verá apresentar um projeto delei de conversão. Além dessaMP, outras três (253/05, 254/05e 255/05) trancam a pauta e trêsprojetos de lei (1.144/03, 5.463/05 e 5.524/05) têm urgênciaconstitucional vencida.

A MP 252/05 recebeu 443emendas e o relator discute al-terações no texto original como Ministério da Fazenda e enti-dades empresariais desde o iní-cio de agosto. Mattos já acertoucom a Secretaria da Receita Fe-deral um prazo maior para asmicro e pequenas empresasacertarem pendências de algu-mas contribuições com o gover-no, como Fundo de Garantia doTempo de Serviço (FGTS) e tri-butos do Simples .

Um dos principais objetivosda medida é a criação do Regi-me Especial de Tributação paraa Plataforma de Exportação deServiços de Tecnologia da Infor-mação (Repes) para os fabrican-tes nacionais de software e pres-

tadores de serviços de informá-tica que assumam o compromis-so de manter pelo menos 80%de sua receita bruta provenien-te de exportações. O regime ga-rante isenção do PIS/Pasep-Im-portação e da Cofins-Importa-ção sobre a importação de bensnovos e serviços usados no de-senvolvimento de software e deserviços que serão exportados.

A MP favorece a classe mé-dia por meio da isenção do Im-posto de Renda sobre o ganhode capital incidente na venda debens cujos valores não excedamR$ 35 mil. Quem vender umimóvel e comprar outro em seismeses, no máximo, também nãoserá tributado, mesmo se hou-

ver ganho de capital.Outras MPsA prorrogação do prazo da

Campanha Nacional do De-sarmamento de 23 de junhopara o dia 23 de outubro étema da MP 253/05, que tran-ca os trabalhos desde o últimodia 4. Entretanto, ao contrá-rio das prorrogações anterio-res ocorridas desde a edição doEstatuto do Desarmamento(Lei 10.826/03), o novo prazoabrange apenas as pessoas quedesejam entregar à Polícia Fe-deral armas de fogo em seupoder, e não mais os que dese-jam regularizar a posse.

Maninha

Integrante do bloco de esquer-da do PT, a deputada Maninha(DF) disse que não descansará en-quanto o partido não tiver punidotodos os que tiveram participaçãono esquema de corrupção que de-flagrou a atual crise política. Paraela, em vez de pedir desculpas àpopulação, como fez em nota divul-gada na semana passada, o PT deveinvestigar e punir rigorosamente osparlamentares e integrantes da Exe-cutiva que se envolveram no supos-to caso do mensalão.

“É necessário ser firme, ser im-placável ao aplicar o regimento dopartido e as leis brasileiras”, ale-gou a deputada. “Ninguém podesair por aí arrancando os sonhos,as esperanças, o investimentoemocional de vidas inteiras, tiran-do a paz do povo brasileiro, e sairimpune”, resumiu.

A deputada relatou que o di-retório nacional do partido fará

uma reunião extraordinária no dia3 de setembro. Até lá, ela esperaque as investigações internas pro-movidas por uma comissão de sin-dicância e pelo conselho de éticaestejam concluídas. Segundo Ma-ninha, o encontro, que ocorreráem São Paulo, poderá definir aspunições para os envolvidos noatual escândalo político.

Ela ressaltou que as manifesta-

ções ocorridas em Brasília na sema-na passada mostram que a popula-ção está atenta ao desenrolar da cri-se política. A deputada defendeu ain-da a aprovação de novas regras parao financiamento das campanhas elei-torais e normas partidárias.

Maninha voltou a comentar aposição da ala esquerdista do PT, doqual faz parte, sobre o destino dospetistas envolvidos no suposto es-quema de corrupção no Congresso.

“Vamos lutar até o fim para limparo PT deste câncer, que tenta levá-lo à morte. Queremos o afastamen-to de todos os envolvidos nas de-núncias que abalaram o País nos úl-timos meses. Não queremos açõesda boca para fora”, justificou.

A deputada disse que depoimen-tos como os de Duda Mendonça eDelúbio Soares nas CPMIs do Con-gresso “caíram como uma bomba”sobre a crença dos petistas. Mani-

A manifestação do dia 16, na Esplanada dos Ministérios, foi citada pelo primeiro-vice-presi-dente da Câmara, deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL). “Gostaria de ter estado na manifes-tação para ouvir como é que alguém, ao mesmo tempo, consegue o prodígio lógico de pedir apoiopara o Governo e apuração da corrupção”, avaliou. Ele ressaltou que os atuais problemas dopresidente Lula não foram criados pela oposição e sim pelo próprio governo, de onde surgiramtodos os fatos de corrupção que estão sendo apurados.

O deputado Nilson Mourão (PT-AC) elogiou a manifestação contra a corrupção feita em Brasília.Este movimento, segundo ele, é “o primeiro recado das ruas contra os golpistas que pretendem derrubar ogoverno do presidente Lula”. Para Mourão, o objetivo de alguns setores é desgastar o governo e criar todasas condições para um impeachment. “O fato é que estão preparando um clima de golpe”, alertou.

Plenário aprecia amanhã MP da redução de tributos

Em seguida às MPs, o Plenário deverá analisar os projetos de leicom urgência constitucional vencida. Ao PL 5.524/05 somam-se oProjeto de Lei 1.144/03, da deputada Maria do Carmo Lara (PT-MG), que trata da Política Nacional de Saneamento Ambiental, e oProjeto de Lei 5.463/05, do Executivo, que autoriza a concessão debolsas de estudo e de pesquisa a participantes de programas de for-mação inicial e continuada de professores para a Educação Básica.O PL 5.463/05, prevendo que as bolsas serão custeadas com recur-sos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) eterão valores variados de R$ 100 a R$ 1,2 mil, segundo a complexi-dade da atividade desenvolvida. Ao PL 1.144/05 está apensado o PL5.296/05, do Executivo, que trata do mesmo tema ao instituir a Políti-ca Nacional de Saneamento Básico. Volta à pauta o Projeto de Lei4.186/04, do Executivo, que altera os limites do Parque Nacional deBrasília, ampliando-o para 41,8 mil hectares de acordo com o substi-tutivo da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

Projetos em apreciação

Maninha quer punição rigorosa para os envolvidos em corrupção

PINGA-FOGO

nha relatou ter recebido telefonemasde aliados mostrando-se perplexose traídos. Apesar do desânimo pro-vocado pela crise, ela acredita que aluta por uma sociedade melhor nãopode parar. Para Maninha, é cadavez mais atual a frase do poeta ma-ranhense Ferreira Gullar, que disse:“perseguir o ideal de uma sociedademelhor é um objetivo que nunca seconcluirá, mas do qual não podemosabrir mão.”

Nonô e Mourão comentam manifestações em Brasília

Outra MP com prioridadeno Plenário é a 254/05, que re-vogou a MP 249/05, pela qualo governo criava o Timemania,loteria destinada a arrecadarrecursos para o pagamento dedívidas dos clubes de futebolcom a União. Os benefícios deprevidência complementar sãoo tema da Medida Provisória255/05, que passou a trancar apauta a partir da quinta-feira(18). A MP altera os prazos deopção por regime tributário re-gressivo para os participantesque ingressaram em plano deprevidência a partir de 1º de ja-neiro de 2005.

ELTON

BON

FIMAR

QU

IVO/SEC

OM

Page 4: Relatório parcial da CPMI Encontro pede que dos Correios ... · Relatório parcial da CPMI dos Correios sai até sexta-feira A principal recomendação do Encontro Nacional de Direitos

Brasília, 22 de agosto de 20054

MAGISTRATURA

CCJC aprovaPEC que muda

promoção de juiz

O relatório parcial da Co-missão Parlamentar Mista deInquérito dos Correios deve fi-car pronto até a próxima sexta-feira (26) e incluirá a lista dos18 deputados citados nas de-núncias, mas sem emitir juízo devalor sobre a situação de cadaum. As informações foram da-das pelo relator da CPMI, de-putado Osmar Serraglio(PMDB-PR), em entrevista co-letiva concedida na sexta-feira(19), com o presidente da comis-são, senador Delcidio Amaral(PT-MS). Serraglio afirmou queo relatório deve ser entregue àPresidência da Câmara, mas an-tes terá de ser analisado e apro-vado pelos integrantes da CPMI.

Novos depoimentosA CPMI confirmou para

amanhã o depoimentos do ex-presidente do Banco Popular doBrasil (instituição ligada ao Ban-co do Brasil) Ivan Guimarães, epara quarta-feira o do genro dodeputado Roberto Jefferson

(PTB-RJ), Marcus ViníciusVasconcelos. Indicado para ocargo pelo ex-tesoureiro do PTDelúbio Soares, Ivan Guimarãesé apontado como intermediárioda negociação de um emprésti-mo do Banco Rural a ÂngelaSaragoça, ex-mulher do deputa-do José Dirceu (PT-SP), paraa compra de um apartamento.Marcus Vinícius foi acusadopelo ex-chefe do Departamen-to de Contratação e Adminis-tração de Material dos Correios

Maurício Marinho de ser oemissário de Roberto Jeffersonna execução de um esquema dearrecadação de recursos na es-tatal para o PTB.

Balanço da CPMIEm dois meses de trabalho,

a CPMI ouviu depoimentos de27 pessoas e quebrou 65 sigilosde investigados. Das 71 contasanalisadas, 54 receberam recur-sos do empresário Marcos Valé-rio, acusado de ser o principaloperador do esquema de paga-

mento de mensalão a deputadosda base governista, de acordocom o balanço apresentado porDelcidio Amaral e Osmar Ser-raglio. No total, foram apresen-tados 838 requerimentos, dosquais 452 foram aprovados. Ospedidos de quebra de sigilo pen-dentes somam 108. A CPMIanalisa ainda 70 mil notas fis-cais enviadas apenas pelo Ban-co do Brasil e pelo Banco Popu-lar do Brasil.

O sub-relator da comissão,deputado Gustavo Fruet(PSDB-PR), anunciou que oBanco do Brasil já foi oficia-do para fornecer informaçõessobre todos os depósitos fei-tos nas contas de Marcos Va-lério - acima de R$ 10 mil porparte das pessoas jurídicas ede R$ 2 mil por parte de pes-soas físicas. Existe um déficitsuperior a R$ 190 milhões emdepósitos nas contas do em-presário, cujas origens nãoforam informadas.

Serraglio conclui relatórioparcial da CPMI até sexta-feira

Em depoimento na Comis-são Parlamentar de Inquérito(CPI) do Tráfico de Armas, naquinta-feira (18), o policial apo-sentado Marco Túlio Prata, co-nhecido como Pratinha, negouser traficante e declarou-se umpreso político. Pratinha disseacreditar que só foi preso por serirmão de Marco Aurélio Prata,contador do empresário MarcosValério, acusado de ser opera-dor do suposto esquema domensalão. Na avaliação do pre-sidente da comissão, deputadoMoroni Torgan (PFL-CE), ofato de documentos da DNA,uma das empresas de Valério,terem sido encontrados queima-dos na casa do policial pode evi-denciar uma ligação entre asoperações do empresário e o cri-me organizado. “Por um lado,vemos as operações de MarcosValério juntando-se ao crime or-ganizado na lavagem do dinhei-ro. Por outro lado, utilizam-sede atitudes criminosas, como

Moroni vê indício de ligação entreesquema de Valério e crime organizado

queima de documentos, umaprática usada também pelo cri-me organizado”, comparou.

Armas de uso restritoPratinha foi preso há cerca

de um mês em Belo Horizontepor possuir em casa 17 armas decalibres diversos, uma carabina,uma pistola semi-automática,silenciadores, miras telescópicas,dez granadas de efeito moral,bombas de fabricação caseira emunição que são de uso restritodas Forças Armadas. O policialnegou que as armas fossem dele,

afirmou que era encarregadoapenas de limpá-las, e indicou osnomes dos donos. Moroni Tor-gan afirmou, entretanto, que oinquérito policial mostra que to-das as pessoas apontadas por Pra-tinha já estão mortas, fato expli-cado pelo policial como “uma co-incidência.”

Documentos da DNADurante a operação de bus-

ca e apreensão na casa de Prati-nha, a Polícia Civil encontroutambém notas fiscais da DNAPropaganda, parte delas quei-

mada em tambores que se en-contravam no local. Em sua de-fesa, Pratinha disse que apenasguardou as caixas a pedido doirmão, contador de Marcos Va-lério, desconhecia o conteúdoe não é o responsável pela quei-ma dos documentos.

Para o delegado da PolíciaCivil de Minas Gerais ElderGonçalo Monteiro Dangelo,que participou da audiência,houve a intenção de destruirprovas policiais. “Encontramosos documentos na casa dele eos papéis estavam sendo inci-nerados de forma dolosa, parafazer desaparecer um materialprobatório de investigação queé de grande repercussão aqui noCongresso Nacional”, afirmou,considerando prematuro apon-tar o envolvimento de Pratinhano caso, mas ressaltando a exis-tência de uma gravação na qualo policial é orientado pelo ir-mão a levar os documentospara casa e “dar sumiço neles”.

O presidente da CPMI, senador Delcídio Amaral, e o relator, deputadoOsmar Serraglio, fizeram balanço dos trabalhos

Integrantes da CPMI ouviram Marco Túlio Prata, irmão do contador de Marcos Valério

GILBERTO NASCIMENTO

A Comissão de Cons-tituição e Justiça e de Ci-dadania aprovou na se-mana passada a admis-sibilidade da Proposta deEmenda à Constituição(PEC) 81/03, que substi-tui o merecimento pelosorteio como critério napromoção de juízes. Aproposta altera os inci-sos II, III e IV do artigo93 da Constituição. O au-tor da proposta, deputa-do João Alfredo (PT-CE), argumenta que ostribunais raramente ob-servam o real mérito doju i z pa ra p romovê- lo .“Não há como traçar nor-mas para aferir o mere-cimento, o que torna oc r i t é r i o e n s e j a d o r d eatos de influência nega-tiva, passíveis de gerarcorrupção”, alertou o de-putado.

Para João Alfredo, osistema baseado no sor-teio está mais próximodo ideal, pois privilegia acompetência e dá maisindependência para queos juízes exerçam suafunção. “O juiz adquire ace r teza de p rog ressofuncional sem protecio-nismo ou apadrinhamen-to, e pode exercer o seumister com independên-cia, como já ocorre coma promoção por antigüi-dade”, explicou. O relatorda ma té r ia , depu tadoMaur íc io Rands (PT-PE), propôs a admissibi-lidade por considerar quea PEC respeita os requi-s i tos const i tucionais eque não há nenhum impe-dimento circunstancial àsua apreciação. A maté-ria será analisada agorapor comissão especial.

JANE DE ARAÚJO / AGÊNCIA SENADO

João Alfredo

ARQUIVO SECOM

Page 5: Relatório parcial da CPMI Encontro pede que dos Correios ... · Relatório parcial da CPMI dos Correios sai até sexta-feira A principal recomendação do Encontro Nacional de Direitos

Brasília, 22 de agosto de 2005 5

Aprovada proibiçãode fiança decandidato a emprego

A Câmara aprovouo Projeto de Lei 45/99,do deputado PauloRocha (PT-PA), queproíbe a exigência decarta de fiança a can-didatos a empregosregidos pela Consoli-dação das Le is doTrabalho (CLT). O re-lator do projeto na Co-missão de Constitui-ção e Justiça e de Ci-dadania (CCJC), de-putado Luiz EduardoGreenhalgh (PT-SP),teve seu pareceraprovado na comis-são na quarta- fe i ra(17). Essa foi a últimacomissão da Casa ase pronunciar sobre amatéria, que tramitaem regime conclusivoe, agora, segue paraaná l ise das comis-sões do Senado.

A carta de fiança éuma garantia que ter-ceiros prestam a em-pregados que devamprestar contas a seusempregadores . Emcaso de pre ju ízoscausados pelo traba-lhador, o empregadorpoderá cobrar a dívi-da do fiador.

EmendaGreenha lgh não

fez alterações formaisno projeto, a não serem um artigo que pre-via a revogação de to-das as d isposiçõesem contrário e que foiexcluída por emenda.Após a edição da LeiComplementar 95/98,esse t ipo de art igo,chamado de “cláusularevogatória genérica”,não é mais admitido.O projeto sofreu outramudança na Comis-são de Trabalho, Ad-ministração e ServiçoPúblico. Antes, as clá-usu las do cont ra toexigindo a carta de fi-ança seriam apenasconsideradas nulas.Pela redação aprova-da, quem exigir cartade fiança poderá pagarmulta de 4 mil Ufirs, aser revertida para oFundo de Amparo aoTrabalhador (FAT).

TRABALHO

A atual crise política não éalimentada apenas por denún-cias ou fatos, mas também porpreconceito contra um presi-dente da República operário enordestino que vem conduzin-do o País com sucesso. A avali-ação foi feita pelo deputado Vi-centinho (PT-SP), que ressal-tou avanços feitos pelo Gover-no Lula em vários setores, comona economia, educação e em-prego. “Quando este homem,companheiro e meu irmão, re-solveu se candidatar a presiden-te da República, sobretudo nes-sa última eleição, diziam que, seele ganhasse, a inflação explo-diria, e aconteceu justamente ocontrário, pois estamos vivendoinclusive um período de defla-ção”, afirmou.

Ao lembrar a incerteza dosopositores à candidatura de Lula

em relação a mudanças no câm-bio, Vicentinho afirmou que,hoje, há empresários pedindopara que o dólar suba porqueacham o valor em relação aoreal baixo demais. Na época,disse o deputado, havia o medotambém de que o País perdesse

a credibilidade no exterior coma vitória de Lula. “O GovernoLula tem o maior índice de acei-tação e de credibilidade que umgoverno brasileiro já teve, sobre-tudo nos últimos 15 anos”, assi-nalou, acrescentando que essesfatos incomodam muito os opo-sitores do presidente.

“Incomoda mais ainda quan-do um presidente da Repúblicaconsegue baixar o risco-país, omenor dos últimos sete anos,que entre janeiro de 2003 emaio de 2005 caiu de 1.324 para432 pontos”, Além disso, afir-mou Vicentinho, os investimen-tos estrangeiros diretos passa-ram de 10,1 bilhões de dólares,em 2003, para 18,2 bilhões dedólares, um crescimento de79%, superior à média de 44%da América Latina e do Caribe.

Na área de educação, Vicen-

tinho destacou a criação de maisde 10 universidades públicas edo ProUni, programa que abriumais de 120 mil vagas para es-tudantes negros, pobres e indí-genas em universidades particu-lares. “Ao fazer isso o governobrasileiro assegura que o povopobre possa ser doutor, que osjovens não passem o que eu pas-sei: entrar na faculdade após os42 anos de idade”, frisou. Deacordo com Vicentinho, nessemomento de crise os parlamen-tares não devem tomar atitudesque contribuam para o retornode políticas passadas. “Não con-sigo compreender determinadasposições de companheiros quenão se submetem à disciplinapartidária”, observou, acrescen-tando que o partido deve sermaior do que qualquer um deseus integrantes.

Vicentinho vê preconceito contraLula e destaca avanços do Governo

O deputado Mauro Be-nevides (PMDB-CE) elo-giou a aprovação pela Co-missão de Constituição eJustiça do Senado do pro-jeto de lei de Reforma Polí-tica e pediu que a Câmaraadote a mesma rapidez emrelação à proposta em tra-mitação na Casa, já que opresidente Severino Caval-canti fechou acordo com aslideranças partidárias paravotar a matéria no plená-rio nesta semana. “A Refor-ma Política é exigência detodos os segmentos consci-entizados da opinião públi-ca brasileira, principalmen-te devido à crise conjuntu-ral que o País atravessa”,afirmou, alertando que asdivergências entre os parti-dos tem impedido a vota-ção de medidas provisóriase provocado o trancamen-to da pauta do plenário.“Será que, efetivamente,

pretendemos discutir e votar aReforma Política ainda nestemês ou iremos enveredar pelatrilha da procrastinação, in-compatível com a crise que seinstalou agora no País?”, inda-gou.

Mauro Benevides elogiounão apenas a celeridade da vo-tação do projeto no Senadocomo as modificações feitas, jáque a proposição foi aprovadaem forma de substitutivo do se-nador José Jorge (PFL-PE) aoprojeto de lei de autoria do se-nador Jorge Bornhausen (PFL-SC). “As inovações se ajustamperfeitamente à nova realida-de vivenciada pela Nação noque se refere aos excessivos gas-tos de campanha, custeados,quase sempre, pelo famigeradocaixa 2, descoberto em decor-rência dos depoimentos nascomissões parlamentares de in-quérito”, ressaltou.

Para o deputado, o ideal se-ria incorporar as modificações

aprovadas no Senado ao pro-jeto da Reforma Política elabo-rado pela comissão especial daCâmara com relatório do depu-tado Ronaldo Caiado (PFL-GO). Seria aconselhável, naavaliação de Benevides, que areformulação eleitoral e parti-dária fosse aprovada, em am-bas as Casas, até o dia 25 desetembro, para que a sançãopresidencial ocorresse a tempo

de as mudanças vigoraremnas eleições de 2006.

Mauro Benevides afirmouque principais divergênciasquanto à reforma estão rela-cionadas à proposta das lis-tas preordenadas, pela qual oeleitor não elegerá individu-almente seus candidatos a ve-reador, deputado estadual efederal, mas votará em listaspreviamente ordenadas pelospartidos. “Será que alguémainda se voltará contra o fi-nanciamento público de cam-panha depois do que se ou-viu nos depoimentos de De-lúbio Soares e Marcos Valé-rio, para citar apenas aquelesque têm sido objeto de maio-res espaços na mídia?”, ques-tionou o deputado, alertan-do que o Congresso não podemais ficar alheio a uma ques-tão de tamanha relevância,“sob pena de nos ser imputa-da a pecha de omissos, desi-diosos e negligentes”.

Mauro Benevides elogia aprovaçãoda Reforma Política pelo Senado

Vicentinho

Mauro Benevides

EDSON SANTOS

EDSON SANTOS

Page 6: Relatório parcial da CPMI Encontro pede que dos Correios ... · Relatório parcial da CPMI dos Correios sai até sexta-feira A principal recomendação do Encontro Nacional de Direitos

Brasília, 22 de agosto de 20056

PINGA-FOGO

Luz na BahiaGuilherme Menezes

(PT-BA) registrou a visita re-alizada pelo presidente Lulaao município baiano de Vitó-ria da Conquista. Ele esco-lheu um povoado da perife-ria da cidade para comemo-rar a extensão do programaLuz para Todos para 1 mi-lhão de pessoas. Segundo odeputado, o presidente garan-tiu que os 12 milhões de bra-sileiros que vivem sem luz elé-trica serão beneficiados até2008. Além disso, o presiden-te anunciou a implantação docampus da Universidade Fede-ral da Bahia, com oito cursos.Guilherme Menezes revelouque R$ 8 milhões serão libera-dos para a rodovia que corta Vi-tória da Conquista. Outros R$8 milhões serão destinados àsobras no próximo ano. Há 15anos, um presidente não visita-va o município, disse.

Obras no DFFrancisco Rodrigues

(PFL-RR) citou os investimen-tos em infra-estrutura que oGoverno do Distrito Federalvem fazendo desde a possedo governador Joaquim Roriz.Segundo o parlamentar, a ca-pital da República começa ase consolidar como um gran-de centro urbano. O deputa-do citou obras realizadas emtoda a cidade e avaliou que osserviços realizados estão am-pliando a qualidade de vidada população em áreas comosaneamento básico, abasteci-mento de água, energia elé-trica, urbanização e trânsito.

Verbas do OrçamentoColbert Martins (PPS-

BA) solicitou ao ministro doPlanejamento, Paulo Bernar-do, que libere os recursospara investimentos aprovadosno Orçamento de 2005. Eledisse que a liberação de R$ 1bilhão acontecerá em boahora, em razão dos gravesproblemas de infraestruturaexistentes no País. O parla-mentar fez referência especi-al à situação das rodovias fe-derais. Faltam recursos paraas rodovias federais, que, emsua opinião, estão em péssi-mo estado, embora o Bata-lhão de Engenharia do Exér-cito de Barreiras (BA) estejaauxiliando na recuperaçãodas estradas nessa região.Colbert Martins ainda ressal-tou que recursos aprovadosno Orçamento para o turismoe esporte precisam ser agiliza-dos, a fim de que as cidadesnão tenham suas economiascomprometidas.

A Companhia Energéticado Estado de Goiás (Celg) re-cebeu no dia 18 a homena-gem na Câmara pelos seus 50anos de fundação. A sessãosolene foi requerida pelo de-putado Barbosa Neto (PSB-GO), que exaltou a empre-sa, classif icando -a como“uma alavanca do desenvol-vimento, responsável por ge-rar conforto e emprego ao es-tado de Goiás”. De acordocom dados apresentados pelaprópria companhia, 5 mi-lhões de pessoas, 97% da po-pulação do estado, são bene-ficiadas pelo fornecimento deenergia pela empresa.

O presidente da Câmara,Severino Cavalcanti, ressaltouos 7 mil empregos gerados emdiferentes áreas e também ocomprometimento da Celgcom as necessidades do con-sumidor. “A homenagem ser-ve para destacar o empenhoda empresa em realizar umagestão de qualidade capaz degarantir o aproveitamentomáximo dos recursos mate-riais e humanos, com melhorrendimento e mais satisfação aocliente”, disse Severino. Ele des-tacou também conquistas como

Dirigentes da Celg integram Mesa da sessão solene

redução de acidentes e de que-das de energia e o esforço em pre-servar o meio ambiente.

HistóriaA Celg foi fundada em 1955

pelo então governador do esta-do, José Ludovico de Almeida.Nesse mesmo ano, foi implan-tada a primeira usina, a de Ca-choeira Dourada, que funciona-va com a capacidade de 34 milquilowatts. “Graças ao esforçodo governo de Goiás e de mi-lhares de trabalhadores, a usi-na de Cachoeira garantiu aenergia elétrica necessária parao Governo Federal realizar atransferência da capital do Paíspara o Planalto Central. Foi aCelg que viabilizou o forneci-mento de eletricidade na cons-

trução de Brasília”, afirmouBarbosa Neto. Em 1963, trêsnovas turbinas foram constru-ídas, o que aumentou a produ-ção de energia para 190 milquilowatts. Outras ampliaçõesforam realizadas nos anos de1977 e 1994.

A privatização da empresa,em 1997, significou novos ob-jetivos para a companhia, quedeixou de comercializar apenasenergia elétrica e passou a pres-tar outros serviços. “Hoje, aempresa realiza estudos que vi-sam à eliminação de custos naprodução de energia, desenvol-ve mapas digitais e investe emtecnologia para uso de cabos deenergia para transmissão de da-dos”, explicou Barbosa.

UniversalizaçãoO presidente da Celg, An-

dré Baptista Lins Rocha, agra-deceu todas as homenagensrecebidas e afirmou que se or-gulha em trabalhar na “maioralavanca para o progressoeconômico, social e culturaldo estado de Goiás”. Rochaaproveitou a oportunidadepara prometer empenho naconclusão da universalizaçãoda energia elétrica ainda em2005. “Só aqueles que vivemà luz de velas e de lampiõessabem da importância daenergia elétrica, não só parao conforto, mas também parao progresso econômico, disse.

Participaram da sessão osdeputados Pedro Chaves(PMDB-GO), Sergio Caia-do (PP-GO), Sandes Júnior(PP-GO), Pedro Canedo(PP-GO) , João Campos(PSDB-GO), Carlos Alber-to Leréia (PSDB-GO) ,Eduardo Gomes (PSDB-TO), Neyde Aparecida (PT-GO) e Inaldo Leitão (PL-PB) . Também compôs aMesa o engenheiro OtonNascimento Júnior, represen-tante do primeiro presidenteda Celg, Oton Nascimento.

Câmara presta homenagem aos 50 anos da Celg

Gonzaga Mota

O deputado GonzagaMota (PSDB-CE) protestoucontra a redução, pelo Tribu-nal Superior Eleitoral (TSE),do número de vereadores nascâmaras municipais . “Portodo o País, vereadores elei-tos legitimamente nas urnasestão sendo impedidos de to-mar posse, em clara afronta àautonomia municipal e àcompetência do CongressoNacional para reformar aConstituição Federal”, protes-tou o deputado.

Gonzaga Mota anunciouque, no dia 25, os ministros doSupremo Tribunal Federal(STF) vão se reunir para rea-valiar a decisão que diminuiude 11 para 9 o número de ve-readores do município de MiraEstrela, em São Paulo, quepossui 9 mil habitantes. Foiessa decisão que serviu de base

para que o TSE aplicasse amesma medida a todos os mu-nicípios brasileiros.

Para o deputado, a decisãodo TSE é inconstitucional. Se-gundo a Constituição, muni-cípios com menos de 1 milhãode habitantes podem ter ummínimo de 9 e um máximo de21 vereadores. A partir des-

ses limites, o Supremo esta-beleceu um critério de pro-porcionalidade aritméticapara calcular a quantidade devereadores em relação à po-pulação. “Quisesse o poderconstituinte originário criaruma proporcionalidade arit-mética a teria fixado expres-samente, como o fez em rela-ção ao número de deputadosestaduais eleitos para as as-sembléias legislativas”, pon-derou Gonzaga Mota.

O deputado ressalvou tam-bém que a decisão fere a au-tonomia dos municipios. Gon-zaga Mota observou que aConstituição define a autono-mia municipal como um dospilares da organização políti-co-administrativa do Estadobrasileiro. Na avaliação do de-putado, essa autonomia estárelacionada à edição de nor-

mas locais que regerão o mu-nicípio, entre elas a lei orgâ-nica, sem ferir, porém, o quedetermina o texto constituci-onal. “Que assunto poderia serde interesse mais local do quea fixação do próprio númerode vereadores, desde que den-tro dos limites fixados pelaCarta Magna?”, questionou.

Gonzaga Mota ressaltou,ainda, que o TSE desrespei-tou o prazo estipulado em lei– até 5 de março, em ano dedisputa eleitoral – para mu-dar as regras da eleição. Nocaso, a resolução do Tribunalfoi baixada nos dias 2 de abrile 8 de junho de 2004. “Porisso, é imprescindível que oCongresso Nacional não seomita neste momento, poisestá em jogo o próprio prin-cípio democrático nos nossosmunicípios”, completou.

Gonzaga Mota protesta contraredução do número de vereadores

EDSON SANTOS

ELTON BOMFIM

Page 7: Relatório parcial da CPMI Encontro pede que dos Correios ... · Relatório parcial da CPMI dos Correios sai até sexta-feira A principal recomendação do Encontro Nacional de Direitos

Brasília, 22 de agosto de 2005 7

O sócio da empresa HBTopografia e Engenharia Flo-restal Sílvio César Costa deLima rebateu as acusaçõesfeitas em reportagem da revis-ta Veja de que sua empresaparticiparia da formação deuma quadrilha para exploraçãode madeira no Pará. Ele com-pareceu na quinta-feira (18) àaudiência pública promovidapela Comissão Parlamentar deInquérito (CPI) da Biopiratariapara dar continuidade à apu-ração de irregularidades doPlano Safra Legal 2004, queenvolve autorizações do Ibamapara desmatamento e trans-porte de madeira.

O suposto esquema de-nunciado pela revista consisti-ria na afixação de um adesivocom a inscrição “empresa oP-Tante do Plano Safra Legal2004”, que garantiria o salvo-conduto dos caminhões commadeira ilegal. Segundo aVeja, o PT deu a senha paradesmatar. Para Sílvio Lima, oobjetivo do adesivo era identi-ficar os caminhões que esta-vam trabalhando no desmata-mento legal e não uma formade burlar a fiscalização.

DoaçõesO relator da CPI, deputa-

do Sarney Filho (PV-MA), le-vantou a suspeita de que ma-deireiras estariam sendo be-neficiadas porque, de acordocom a revista, o setor fez do-ações de campanha de maisde R$ 2 milhões nas últimaseleições municipais. O empre-sário disse desconhecer omontante gasto pelo setor. Eleinformou que, no ano passa-do, sua empresa gastou ver-bas na pavimentação de es-tradas da região, o que, se-gundo ele, beneficiou as co-munidades locais.

Também na audiência, ogerente executivo do Ibamaem Santarém (PA), PauloFernando Maier Souza, ne-gou as acusações de que oórgão tenha sido coniventecom o transporte ilegal demadeira. Ele disse que o Iba-ma reforçou a fiscalizaçãoapós tomar conhecimento deque caminhões circulavamna região com o adesivo quesubstituiria ilegalmente asautorizações para transportede produtos florestais. O re-presentante do Ibama disseainda que as operações rea-lizadas após as denúnciasresultaram na apreensão degrande quantidade de madei-ra ilegal. Mas admitiu que “éimpossível fiscalizar todas asmadeireiras”.

A recuperação do status deministério pela área de Direi-tos Humanos - que hoje estásob a responsabilidade de umasubsecretaria vinculada à Pre-sidência da República - foi aprincipal recomendação doEncontro Nacional de DireitosHumanos de 2005, que termi-nou na quinta-feira (18) naCâmara. A presidente da Co-missão de Direitos Humanos eMinorias, deputada Iriny Lo-pes (PT-ES), relatora da Me-dida Provisória 259/05, que al-tera a estrutura da Presidênciada República e extingue a Se-cretaria Especial dos DireitosHumanos, comprometeu-seem negociar com o Poder Exe-cutivo e com parlamentares amanutenção do condição mi-nisterial da secretaria.

ComunicaçãoOs participantes do encontro,

que durou dois dias e discutiu otema Direito Humano à Comuni-cação: Um Mundo, Muitas Vozes,aprovaram a Carta de Brasília. Odocumento reconhece a comuni-cação como um direito humano edefende o fim do monopólio no

Iriny Lopes (C) é a relatora da MP que altera a estrutura da Presidência da República

O presidente da TIM Celular,Mário César Araújo, reconheceu emaudiência na Comissão de Defesa doConsumidor que os seus clientes nãoestão satisfeitos. As reclamações fo-ram apresentadas pelo superinten-dente de Serviços Privados da Agên-cia Nacional de Telecomunicações(Anatel), Jarbas Valente, e pela re-presentante da Associação Brasilei-ra de Defesa do Consumidor (Pró-Teste) Ana Luísa Ariolli.

Mário César disse que as recla-mações se devem à desativação dealguns centros de atendimento e àrotatividade dos funcionários quelidam com o público. Ele disse quea TIM é a maior interessada emresolver os problemas. “Em um re-gime de concorrência, o clientemigra quando não está satisfeito”,alertou. Ele informou sobre um pro-jeto-piloto em dez cidades para ace-lerar o conserto de aparelhos. “Casoa autorizada não resolva o proble-ma imediatamente, o cliente rece-berá outro aparelho até a conclu-são do reparo”, disse.

O representante da Anatel in-

Relatora de MP vai propor voltade ministério de Direitos Humanos

setor. Entregue ao subsecretárionacional de Direitos Humanos,Mário Mamede, o texto alerta paraa necessidade do acesso “a uma mí-dia livre e pluralista que respeiteas diversidades étnicas, sexuais,culturais e regionais”. Exige aindamudanças no estatuto das comu-nicações, na publicidade e nos ins-trumentos de difusão e educação.

A corrupção no Brasil tam-bém foi criticada pelos participan-tes do encontro. Essa prática, se-gundo o documento final, retirarecursos “que poderiam salvar vi-das, garantindo a alimentaçãosaudável, a segurança pública, aeducação universal, a saúde, em-pregos e as reformas urbana e ru-

ral”. O documento condena ain-da “a má aplicação do Orçamen-

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias e a Frente Parla-mentar pelo Desarmamento vão realizar três teleconferências sobreo referendo de 23 de outubro sobre a proibição do comércio dearmas no País. O anúncio foi feito pela deputada Iriny Lopes no en-cerramento do encontro. A primeira teleconferência está marcadapara quarta-feira (24), a partir das 14 horas. O Interlegis transmitirá oevento para assembléias legislativas de todo o Brasil. As próximasconferências a distância serão em setembro e em outubro. Segun-do a deputada, as entidades de direitos humanos que solicitaram arealização das teleconferências terão direito de participar dos deba-tes. A comissão também criou a Subcomissão sobre o Desarma-mento, coordenada pelo deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). O órgão dispõe de um telefone para contato com a sociedade(61) 3216-6570 ou pelo site www.camara.gov.br/cdh.

to e a alocação de 70% dos recur-sos da União para o pagamentodo serviço da dívida pública”.

Oito grupos de trabalho pro-duziram relatórios que serão sis-tematizados pelos organizadoresdo encontro: a Comissão de Di-reitos Humanos e Minorias e oFórum Nacional das Entidadesde Direitos Humanos. Os deba-tes dos grupos abordaram, en-tre outros temas, a discrimina-ção da mulher, o combate à tor-tura e a violação de direitos hu-manos na mídia.

Estados debaterão desarmamento

formou que os novos planos daTIM têm gerado muitas queixas efizeram com que a empresa dividis-se com a Claro a liderança da listade reclamações. A relação não in-clui as reclamações contra a BrasilTelecom, que ainda serão contabi-lizadas. Jarbas Valente informouque as principais queixas foram: de-mora no atendimento ao cliente,dificuldade do consumidor em can-celar contratos e a recusa dos aten-dentes em fornecer o número doprotocolo nas reclamações feitaspor telefone.

Segundo o presidente da TIM,o setor está sofrendo uma queda dereceita nos últimos anos. Em 2003,cada cliente representava uma re-ceita mensal de R$ 37, valor quecaiu para R$ 28 neste ano. Esse mo-vimento, explicou Mário César,deve-se à tendência de substituiçãoda telefonia fixa pela celular, o querepresenta o acesso de mais pes-soas de baixa renda, com menoríndice de utilização do serviço.

Queixas e abusosA representante da Pró-Teste

citou a cobrança de valores supe-riores aos indicados nas ofertascomo um dos principais proble-mas. Outras queixas seriam quan-to ao descumprimento da oferta demanutenção do número que o usu-ário tinha com outra operadora; eda oferta de bônus no valor da re-carga, já que os créditos oferecidosacabam não sendo creditados na li-nha pré-paga. Como prática comer-cial abusiva, Ana Luísa apontou asligações que o usuário recebe com

ofertas para trocar de operadora.O presidente da comissão, de-

putado Luiz Antonio Fleury(PTB-SP), avaliou que as audiên-cias públicas com as operadoras têmdado resultado, já que as empresasvêm com o “dever de casa” feito ecom propostas para melhorar oatendimento aos clientes. A comis-são já promoveu encontros com re-presentantes da Claro e da Vivo. Apróxima audiência deverá ser coma Brasil Telecom.

Operadora reconhece insatisfação de clientes

O representante da Anatel informou que a agência estuda fixar oprazo máximo de 24 horas para o cancelamento de linha de celular,quando solicitado pelo usuário. Outras mudanças em estudo são: re-embolso dos créditos pré-pagos não utilizados e ampliação da validadedos créditos de 90 para 180 dias; ampliação da área onde a ligação éconsiderada local; existência de pelo menos um setor de atendimentodas empresas por município; restrição de mensagens de publicidade;gratuidade para ligações de emergência e manutenção dos númerostelefônicos mesmo nos casos de mudança no padrão tecnológico. Odeputado Walter Pinheiro (PT-BA) sugeriu que a Anatel separe nasestatísticas o que representa reclamação efetiva contra as empresas detelefonia e o que significa queixa contra serviços terceirizados, como aassistência técnica dos aparelhos. Ele também sugeriu a criação de umindicador que meça o nível de satisfação dos usuários do sistema.

Cancelamento de celulares

Empresário negaexploração ilegal

de madeira no Pará

BIOPIRATARIA

EDSON SANTOS

Page 8: Relatório parcial da CPMI Encontro pede que dos Correios ... · Relatório parcial da CPMI dos Correios sai até sexta-feira A principal recomendação do Encontro Nacional de Direitos

Brasília, 22 de agosto de 20058

PINGA-FOGO

O deputado PastorFrankembergen (PTB-RR) protestou contra a de-mora na entrega de 150 milhectares de terras federaisao estado de Roraima. Deacordo com o deputado, atransferência das terras,hoje pertecentes à União,está emperrada por contada intransigência do Insti-tuto Nacional de Coloniza-ção e Reforma Agrária (In-cra). “Quando o presidenteda República manda resolver asituação, o Incra intervém, e nãoresolve. Tanto é que, segundo su-gestão do Incra, deveria ser bai-xado um decreto, não para regu-lamentar a lei que já existe, maspara alterar uma lei, de forma aimpedir o repasse das terras, como

Salário mínimo - IIvan Valente (PT-SP) afir-

mou que a Câmara deveria teraumentado o salário mínimopara R$ 384, pois os argumen-tos de que a Previdência nãosuportaria o novo valor são fal-sos. Ele defendeu um aumen-to progressivo do mínimo para13 milhões de pessoas. Na suaavaliação, esse contingenteacabaria consumindo mais efazendo com que a economia,sobretudo a das pequenas ci-dades, fosse dinamizada. Alémdisso, haveria maior distribui-ção de renda no País. ParaIvan Valente, o orçamento daPrevidência é superavitário eos R$ 300 do salário mínimorepresentam um aumento realde apenas 8%. Ele entendeque a ganância e a lógica deajuste fiscal estão por trás des-sa política econômica.

Salário mínimo - IIAo defender o valor de

R$ 384 para o salário mínimo,Paulo Afonso (PMDB-SC)protestou contra a liderança doseu partido que, na semanapassada, orientou a bancadado PMDB a votar contra o rea-juste. Ele disse que queria tervotado favoravelmente. Se-gundo o deputado, o novo va-lor permitiria que o presidenteLula cumprisse sua promessade dobrar o mínimo. No seu en-tender, os governistas utiliza-ram os mesmos argumentosdefendidos pelos tucanos nosoito anos do governo anteri-or. “O PT negou-se a darR$ 80 a mais para o trabalha-dor, mas não reagiu diantedos juros escorchantes”, afir-mou. O deputado acreditaque a política econômica atu-al e a carga tributária eleva-díssima são muito mais pre-judiciais à economia do País.

Energia no AmapáJanete Capiberibe (PSB-

AP) disse estar preocupadacom a situação da companhiade energia elétrica do Amapá.Segundo ela, a empresa deveser privatizada pelo governoestadual, que havia prometi-do não vendê-la. Na sua opi-nião, a dívida que o governolocal está assumindo com aEletronorte é apenas uma for-ma de justificar a privatizaçãoda companhia elétrica. Alémdisso, de acordo com a parla-mentar, o governo do estadoconfunde a população divul-gando o programa Luz paraTodos, que é do Governo Fe-deral. Segundo Janete Capi-beribe, o ex-presidente daempresa deve mais de R$ 100mil à companhia.

O trabalho da Polícia Fede-ral nos últimos três anos foi elo-giado pelo deputado MaurícioRabelo (PL-TO). Ele destacoua realização da Operação Nar-ciso, que resultou na prisão dosproprietários e de fornecedoresda loja Daslu, e afirmou que as79 operações realizadas desde2003 pela PF conseguiramprender 1.558 pessoas – 395servidores públicos – “sem dis-parar um só tiro”.

O deputado elogiou a Ope-ração Narciso e ressaltou queela teve total respaldo da Justi-ça. Resultado de um trabalhoconjunto com o Ministério Pú-blico Federal, a ação mobilizou240 agentes e pessoal de apoioda PF e mais 80 auditores fis-cais da Receita Federal. O par-lamentar lembrou que os man-dados fundamentaram-se em“fortes indícios de formação dequadrilha, falsificação ideológi-ca e material e crimes contra aordem tributária”. Foram deti-das para investigação quatropessoas e apreendidos dezenasde computadores.

Rabelo estranhou o fato deque alguns setores da socieda-de tenham chamado o trabalhoda PF de “pirotecnia”. Segun-do ele, o numeroso aparato usa-

Maurício Rabelo elogia atuaçãoda Polícia Federal no caso Daslu

do pelas polícia é necessáriopara conseguir um efeito pre-ventivo e educativo. Os críticos,em sua opinião, “esquecem-seque a boa técnica policial rezaque o malfeitor deve ser rapida-mente cercado, bloqueando-lhetodas as rotas de possíveis fu-gas”. Para Rabelo, a razão dodesconforto desses setores só sejustifica por um extremado cor-porativismo ou, talvez, por “te-mores inconfessáveis”.

O deputado questionou oque faz com que “esses senho-res aplaudam a prisão de saco-leiros e a apreensão de ônibusrepletos de produtos importa-

dos, e bradem contra a prisãodos donos da Daslu”, que clas-sificam como ação arbitrária.Rabelo perguntou, ainda, qualé a diferença entre ambos os ca-sos. Para ele, a lei não pode fa-zer distinção entre o shoppingDaslu e o imenso shopping a céuaberto localizado na Rua 25 deMarço, em São Paulo, ou a Fei-ra do Paraguai, em Brasília.

O deputado cumprimentouo presidente Luiz Inácio Lula daSilva, o ministro da Justiça,

Márcio Thomas Bastos, o dire-tor-geral da PF, Paulo Lacerda,e o superintendente da PF doTocantins, Rubem Paulo deCarvalho Patury Filho pelo tra-balho realizado. Ele citou ou-tras operações realizadas, comoa que resultou na prisão do chi-nês naturalizado brasileiro LaoKin Chong e do advogado dele,Pedro Lindolfo Sarlo, em 2003,por tentarem subornar o deputa-do Medeiros (PL-SP), presiden-te da CPI da Pirataria na época.

Maurício Rabelo

tem de ocorrer”, criticou.Frankembergen observou

que, para a demarcação de 1,733milhão de hectares na ReservaIndígena Raposa Serra do Sol noestado – uma área muito maior– as exigências não foram tan-tas. Autoridades de Roraima

não concordaram com ahomologação da reserva,realizada em abril, quetornou indisponíveis paraexploração econômica aárea demarcada. O Go-verno Federal prometeu,então, repassar ao estadoos 150 mil hectares comoforma de compensação.Entretanto, a concretiza-ção desse acordo aindanão foi possível. “Infeliz-mente, todas as vezes que

vai se sentar à mesa para apre-sentar um resultado, o GovernoFederal apresenta mais uma exi-gência e vem se protelando, vemse adiando um resultado”, expli-cou o deputado.

Frankembergen informouque participou de uma reunião

O deputado Maurício Rabelo também informou queparticipou de audiência com o ministro dos Transportes,Anderson Adauto, que, segundo o parlamentar, garantiua liberação de recursos para a recuperação da rodoviaBR-080, principalmente no trecho de 28 quilômetros en-tre os municípios de Dois Irmãos e Barro Alto.

Segundo Rabelo, os caminhoneiros que saem de Bra-sília com destino a Tocantins precisam dar uma volta dequase 300 quilômetros em função da situação daquelarodovia e dos assaltos que são registrados na região.

Rabelo fez, ainda, um apelo para que o ministro dasMinas e Energia, Silas Silva, estenda o programa Luzpara Todos, de eletrificação rural, a quem realmente pre-cisa. O parlamentar sublinhou que muitos moradores doTocantins têm reclamado da demora e da burocracia paraconseguir a eletricidade.

Frankembergen pede agilidade na solução de terras de RR

Pastor Frankembergen

EDSON SANTOScom representantes do governodo estado; o brigadeiro Otomarde Souza Pinto; a bancada deRoraima; a ministra-chefe daCasa Civil, Dilma Rousseff; e osministros da Articulação Políti-ca, Jaques Wagner, e dos Trans-portes, Alfredo Nascimento, naquinta-feira (18) para resolvero assunto, sem sucesso. “Entra-mos na sala de reunião esperan-çosos. Estávamos convictos deque o Governo Federal, por in-termédio da Casa Civil, da minis-tra Dilma Rousseff, daria uma res-posta positiva ao povo sofrido deRoraima”, lamentou Frankember-gen. “Temos de acabar com isso,temos de tomar uma decisão. Nãoé possível ficar protelando e im-pedindo o crescimento de um es-tado”, finalizou.

EDSON SANTOS

Recuperação da BR-080