relatÓrio e contas - cmvm · 2020-05-27 · relatório de gestão – relatório e contas 2018 7...

572
RELATÓRIO E CONTAS 2018

Upload: others

Post on 04-Jul-2020

7 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

    RELATÓRIO E CONTAS 2018

  • NOVO BANCO, S.A. Av. da Liberdade, n.º 195, 1250-142 Lisboa, Portugal

    Capital Social: 5 900 000 000,00 euros Número de Matrícula na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa

    e de Pessoa Coletiva: 513 204 016 LEI: 5493009W2E2YDCXY6S81

  • Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018 3

    I. Relatório de Gestão 5

    1. Mensagem do Presidente do Conselho Geral e de Supervisão 7 Mensagem do Presidente do Conselho de Administração Executivo 9

    2. Principais Indicadores 11 3. O Grupo NOVO BANCO 15

    3.1. O NOVO BANCO 15 3.2. Eventos mais relevantes de 2018 16 3.3. Órgãos Sociais e Estatutários 17 3.4. Estratégia 20

    4. Enquadramento Macroeconómico 22 5. Atividade Comercial e Modelo de Negócio 28 6. Gestão de Liquidez e Financiamento 45 7. Gestão de Riscos e Capital 50

    7.1. Principais Riscos e Incertezas 50 7.2. Organização 51 7.3. Risco de Crédito 56 7.4. Risco de Mercado e de Liquidez 67 7.5. Risco Operacional 72 7.6. Solvabilidade 76

    8. Resultados e Atividade 81

    8.1. NOVO BANCO Recorrente 81 8.2. NOVO BANCO Legacy 83 8.3. Grupo NOVO BANCO – Atividade e Resultados Consolidados 84 8.4. NOVO BANCO (Individual) 92

    9. Demonstração de Dados não Financeiros 95

    9.1. Estratégia de Sustentabilidade e Dividendo Social 95 9.2. Envolvimento com os Stakeholders 96 9.3. Gestão Ambiental 113

    10. Governo da Sociedade 119

    11. Demonstrações Financeiras 151 11.1. Demonstrações Financeiras Consolidadas 151 11.2. Demonstrações Financeiras Individuais 153

    12. Notas Finais 155

    12.1. Declaração de Conformidade sobre a Informação Financeira Apresentada 155

    12.2. Proposta de Distribuição dos Resultados do NOVO BANCO 155

    12.3. Nota de Agradecimento 156

    Anexo:

    I - Indicadores Alternativos de Desempenho 157

  • 4 Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018

    II. Demonstrações Financeiras e Notas, Relatórios e Pareceres 161

    1. Demonstrações Financeiras Consolidadas e Notas às Demonstrações Financeiras Consolidadas 161

    2. Anexo - Adoção das Recomendações do Financial Stability Forum (FSF) e do Committee of European Banking Supervisors (CEBS) relativas à Transparência da Informação e à Valorização dos Ativos 369

    3. Demonstrações Financeiras Individuais e Notas às Demonstrações Financeiras Individuais 373

    4. Certificação Legal e Relatório de Auditoria das Contas Consolidadas 539

    5. Certificação Legal e Relatório de Auditoria das Contas Individuais 549

    6. Relatório do Conselho Geral e de Supervisão e Parecer do Comité para as Matérias Financeiras sobre o Relatório de Gestão e as Demonstrações Financeiras Individuais e Consolidadas do Novo Banco, S.A. referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2018 559

    7. Relatório Independente de Garantia Limitada de Fiabilidade 569

  • Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018 5

    I. RELATÓRIO DE GESTÃO

  • 6 Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018

    Página deixada intencionalmente em branco

  • Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018 7

    1. Mensagem do Presidente do Conselho Geral e de Supervisão

    Caros Stakeholders,

    O ano de 2018 marcou o primeiro aniversário da atividade do NOVO BANCO S.A. (“NOVO BANCO” ou

    “Banco”) sob a nova estrutura acionista e modelo de governo, na sequência da aquisição de 75% do Banco

    pela Nani Holdings SGPS S.A. (“Nani Holdings”) no quarto trimestre de 2017.

    O Conselho Geral e de Supervisão ("CGS") e as respetivas Comissões reuniram durante o ano no desempenho

    da sua função de supervisionar e apoiar o Conselho de Administração Executivo (“CAE”) na monitorização da

    implementação dos objetivos e metas estratégicas estabelecidos e acordados no plano de negócios anual.

    Em particular, o Banco concentrou-se durante o ano na execução dos quatro principais pilares do plano de

    negócios, a saber: (1) Desenvolvimento, investimento e apoio contínuos à atividade comercial core; (2) de-

    risking do balanço através do saneamento de elementos legacy, incluindo a alienação de ativos não core; (3)

    Reforço e melhoria do governo interno, controlo, operações e gestão do risco; e (4) Fortalecimento da posição

    de capital e de liquidez do Banco.

    No final de 2018 o NOVO BANCO publicou pela primeira vez os seus resultados anuais fazendo a separação

    entre o “Banco Recorrente” e o “Banco Legacy”. Os resultados do Banco Recorrente são a prova dos

    progressos já visíveis no desenvolvimento e apoio à atividade comercial, tendo o crédito a clientes líquido

    aumentado 2,4%, e tendo-se atingido resultados operacionais antes de impostos positivos, que comparam com

    os prejuízos significativos registados em 2017. Os resultados do Banco Legacy incorporam a venda do Banque

    Espírito Santo et de la Vénétie (“BES Vénétie”), a venda de uma significativa carteira de crédito não produtivo

    e a venda de uma carteira de ativos imobiliários. O balanço do Banco Legacy foi reduzido em 4,1 mil milhões

    de euros, refletindo a aceleração das atividades de de-risking ao longo do ano, tirando partido de condições de

    mercado favoráveis.

    Em 2018 o NOVO BANCO reforçou ainda mais as suas competências no âmbito do governo interno, controlo,

    operações e gestão de risco. O reconhecimento pelos avanços conseguidos refletiu-se numa redução de 75pb,

    para 3,25% em dezembro de 2018, no requisito do Pilar 2 do Supervisory Review and Evaluation Process

    (SREP) por parte do Mecanismo Único de Supervisão. Os indicadores chave de desempenho na gestão de

    risco são agora mais robustos, traduzindo a melhoria da qualidade dos ativos em balanço. Por outro lado, o

    rácio Non-Performing Loans (NPL) mantém-se ainda a um nível elevado, situando-se em 22,4%, o que

    posiciona o Banco como um outlier tanto no mercado doméstico como nos mercados europeus. Trata-se assim

    de uma área que irá continuar a exigir a concentração de esforços no sentido da sua redução.

    Adicionalmente, o Banco reforçou ainda a sua posição de capital e liquidez ao longo do ano. Em junho de 2018

    o Banco acedeu pela primeira vez aos mercados de capitais, concluindo com êxito uma emissão de obrigações

    subordinadas Tier 2 no montante de 400 milhões de euros conjuntamente com ofertas de aquisição e de troca

    de dívida. Por outro lado, o Mecanismo de Capital Contingente (“CCA”) continua a suportar o capital, permitindo

  • 8 Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018

    sanar as questões herdadas do passado. No final de 2018, o Banco apresentava confortáveis níveis de liquidez,

    com um rácio de transformação de 89% e um rácio de liquidez (LCR) de 125%.

    Em termos gerais o Banco conseguiu importantes avanços neste primeiro ano do seu processo de

    transformação.

    Para 2019, foram estabelecidos objetivos e metas ambiciosos, mas realistas, os quais estão vertidos no plano

    de negócios anual. O processo de transformação no sentido de apoiar os nossos clientes, colaboradores e

    restantes stakeholders continuará a ser implementado a bom ritmo, quer através do desenvolvimento,

    investimento e apoio contínuos à atividade comercial do Banco Recorrente, quer através do consistente de-

    risking do Banco Legacy.

    Em nome do CGS, gostaria de agradecer aos nossos clientes e a todos os stakeholders do Banco pela sua

    continuada confiança e lealdade, e aos membros do CAE e a todos os colaboradores pela sua dedicação,

    trabalho intenso e reiterado empenho, contribuindo para transformação do Banco durante o ano de 2018.

    Byron Haynes

    Presidente do Conselho Geral e de Supervisão

  • Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018 9

    Mensagem do Presidente do Conselho de Administração Executivo

    Caros Stakeholders

    O ano de 2018 foi particularmente desafiante para todos os colaboradores do NOVO BANCO, por três razões

    essenciais.

    Primeiro porque a separação da atividade entre NOVO BANCO Recorrente e Legado sendo que o NOVO

    BANCO Recorrente representa 78% da totalidade do ativo, permitiu separar o trigo do joio e garantir uma maior

    concentração da atividade comercial regular nos clientes e no crescimento.

    E se o ativo cresceu de forma ténue, 0,8%, há que salientar, pela primeira vez um crescimento saudável do

    crédito a particulares e empresas de 2,4%. Sublinhe-se também a recuperação expressiva da margem

    financeira, mais 36,6%, a redução dos custos operacionais em quase 10% que no conjunto permitiram um

    acréscimo do resultado operacional core em 145 milhões de euros para 232 milhões de euros. Foram estes

    efeitos conjugados que permitiram atingir o "break-even" antes de impostos com um resultado levemente

    positivo de 2 milhões de euros.

    Mas esta separação, em segundo lugar, permitiu e vai permitir também um escrutínio mais efetivo do contínuo

    trabalho de de-risking do balanço legado que desceu uns expressivos 27,7% situando-se actualmente em

    10 658 milhões de euros. Esta redução drástica, que ainda não comporta os efeitos esperados da venda já

    acordada da GNB Vida, implicou perdas significativas e exige novamente o recurso ao mecanismo de

    capitalização contingente acordado com o Fundo de Resolução no âmbito da venda do NOVO BANCO.

    Por fim uma terceira razão é de salientar. Este foi o ano do lançamento do nosso Plano Estratégico que definiu

    um conjunto de programas operacionais de otimização que permitiram a recuperação da viabilidade do Banco,

    mas também a aposta na transformação digital com um roadmap e prioridades bem definidas, quer na

    simplificação dos processos, quer na inteligência do serviço, bem como permitiu apostas claras na

    diferenciação que implicarão o alargamento da oferta do NOVO BANCO a áreas de Investimento visando a

    melhoria da performance futura. Neste Plano Estratégico não poderia deixar de referir a importância do objetivo

    em prosseguir uma política de recuperação da imagem de banco confiável e transparente, mantendo as

    preocupações de sustentabilidade (igualdade de género, bem-estar social e ambiental) com a criação, em

    2017, de um modelo inovador de Dividendo Social, com compromissos e objetivos claros definidos para 2020.

    Estes desafios fundamentais só foram possíveis de ultrapassar pelo esforço dos colaboradores, pelo exigente

    e eficiente modelo de governação implementado, pela cooperação exigente dos acionistas mas sobretudo pela

    confiança dos nossos clientes, empresas e particulares. A todos importa agradecer.

    António Ramalho

    Presidente do Conselho de Administração Executivo

  • 10 Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018

    Página deixada intencionalmente em branco

  • Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018 11

    2. Principais Indicadores

    PRINCIPAIS INDICADORES - Recorrente 31-dez-17 31-dez-18

    ATIVIDADE (milhões de euros)

    Ativo (2) 37 318 37 616

    Crédito a Clientes (bruto) 22 572 23 077

    Depósitos de Clientes (2) 29 682 28 350

    Capitais Próprios e Equiparados (2) 3 247 2 856

    QUALIDADE DOS ATIVOS

    Non-Performing Loans (NPL) / (Crédito a Clientes + Disponibilidades e Aplicações em

    Instituições de Crédito)- 5,4%

    Provisões para Crédito/ Non-Performing Loans - 46,8%

    Provisões para Crédito/Crédito a Clientes (bruto) 2,8% 2,7%

    Custo do Risco 0,86% 0,17%

    RENDIBILIDADE

    Resultado antes de impostos (milhões de euros) (2) -311,4 2,2

    Resultado antes de Impostos e Interesses que não controlam / Ativo Líquido médio (1) (2) -0,8% 0,0%

    Produto Bancário /Ativo Líquido médio (1) (2) 1,6% 1,9%

    Resultado antes de Impostos e de Interesses que não controlam / Capitais Próprios médios

    (1) (2)-8,8% 0,1%

    EFICIÊNCIA

    Custos Operativos/ Produto Bancário (1) (2) 85,2% 64,5%

    COLABORADORES (nº)

    Total 5 488 5 096

    - Atividade Doméstica 5 156 4 804

    - Atividade Internacional 332 292

    REDE DE BALCÕES (nº)

    Total 473 402

    - Doméstica 448 381

    - Internacional 25 21

    (1) De acordo com a Instrução nº 16/2004 do Banco de Portugal, na versão em vigor

    (2) Dados de 31 de dezembro de 2017 reexpressos de forma a refletir em Outras reservas e resultados transitados a

    ativação do Mecanismo de Capital Contingente e a alteração do registo inicial de passivos relacionados com a operação

    de LME concretizada no último trimestre de 2017

  • 12 Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018

    PRINCIPAIS INDICADORES - Legacy 31-dez-17 31-dez-18

    ATIVIDADE (milhões de euros)

    Ativo 14 737 10 658

    Crédito a Clientes (bruto) 8 850 5 635

    Depósitos de Clientes - -

    Capitais Próprios e Equiparados 1 474 1 066

    QUALIDADE DOS ATIVOS

    Non-Performing Loans (NPL) / (Crédito a Clientes + Disponibilidades e Aplicações em

    Instituições de Crédito)- 90,3%

    Provisões para Crédito/ Non-Performing Loans - 63,0%

    Provisões para Crédito/Crédito a Clientes (bruto) 56,5% 59,4%

    Custo do Risco 11,71% 3,97%

    RENDIBILIDADE

    Resultado antes de impostos (milhões de euros) - 1 514,6 -715,2

    Resultado antes de Impostos e Interesses que não controlam / Ativo Líquido médio (1) -10,0% -6,2%

    Produto Bancário /Ativo Líquido médio (1) 1,2% -2,0%

    Resultado antes de Impostos e de Interesses que não controlam / Capitais Próprios médios

    (1)-108,2% -62,1%

    EFICIÊNCIA

    Custos Operativos/ Produto Bancário (1) 19,3% -9,7%

    COLABORADORES (nº)

    Total - -

    - Atividade Doméstica - -

    - Atividade Internacional - -

    REDE DE BALCÕES (nº)

    Total - -

    - Doméstica - -

    - Internacional - -

    (1) De acordo com a Instrução nº 16/2004 do Banco de Portugal, na versão em vigor

  • Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018 13

    PRINCIPAIS INDICADORES - CONSOLIDADO 31-dez-16 31-dez-17 31-dez-18

    ATIVIDADE (milhões de euros)

    Ativo (3) 52 333 52 055 48 274

    Crédito a Clientes (bruto) 33 750 31 422 28 712

    Depósitos de Clientes (3) 25 585 29 682 28 350

    Capitais Próprios e Equiparados (3) 5 148 4 721 3 922

    SOLVABILIDADE

    Common EquityTier I /Ativos de Risco 12,0% 12,8% 12,8%

    Tier I /Ativos de Risco 12,0% 12,8% 12,8%

    Fundos Próprios Totais/Ativos de Risco 12,0% 13,0% 14,5%

    LIQUIDEZ (milhões de euros)

    Financiamento líquido junto do BCE (2) 5 123 2 790 5 864

    Carteira Elegível para Operações de Repos (BCE e outros), líquida de haircut 11 587 12 706 14 624

    (Crédito Total - Imparidade acumulada para Crédito)/ Depósitos de Clientes (1) 110% 88% 89%

    Liquidity Coverage Ratio (LCR) 107% 124% 125%

    Net Stable Funding Ratio (NSFR) 99% 108% 106%

    QUALIDADE DOS ATIVOS

    Crédito Vencido >90 dias/Crédito a Clientes (bruto) 17,0% 16,3% 12,1%

    Non-Performing Loans (NPL) / (Crédito a Clientes + Disponibilidades e Aplicações em

    Instituições de Crédito)33,6% 28,1% 22,4%

    Provisões para Crédito/Crédito Vencido > 90 dias 97,2% 109,8% 114,3%

    Provisões para Crédito/Crédito a Clientes (bruto) 16,5% 17,9% 13,8%

    Custo do Risco 1,99% 3,91% 0,92%

    RENDIBILIDADE

    Resultado do exercício (milhões de euros) (3) - 788,3 -2 298,0 -1 412,6

    Resultado antes de Impostos e Interesses que não controlam / Ativo Líquido médio (1) (3) -1,9% -3,6% -1,5%

    Produto Bancário /Ativo Líquido médio

    (1) (3) 1,8% 1,5% 1,0%

    Resultado antes de Impostos e de Interesses que não controlam / Capitais Próprios médios (1) (3)

    -17,0% -33,5% -14,3%

    EFICIÊNCIA

    Custos Operativos/ Produto Bancário (1) (3) 60,4% 70,4% 100,6%

    Custos com Pessoal / Produto Bancário (1) (3) 31,0% 35,3% 55,0%

    COLABORADORES (nº)

    Total 6 096 5 488 5 096

    - Atividade Doméstica 5 687 5 156 4 804

    - Atividade Internacional 409 332 292

    REDE DE BALCÕES (nº)

    Total 537 473 402

    - Doméstica 507 448 381

    - Internacional 30 25 21

    (1) De acordo com a Instrução nº 16/2004 do Banco de Portugal, na versão em vigor

    (2) Inclui financiamento e aplicações do/no SEBC; o valor positivo significa um recurso; o valor negativo significa uma aplicação

    (3) Dados de 31 de dezembro de 2017 reexpressos de forma a refletir em Outras reservas e resultados transitados a ativação do Mecanismo de Capital Contingente e a

    alteração do registo inicial de passivos relacionados com a operação de LME concretizada no último trimestre de 2017

  • 14 Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018

    Página deixada intencionalmente em branco

  • Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018 15

    3. O Grupo NOVO BANCO

    3.1. O NOVO BANCO

    O NOVO BANCO, S.A. (“NOVO BANCO” ou o “Banco”) é a entidade principal do grupo financeiro NOVO

    BANCO, cuja atividade está principalmente centrada no setor bancário. O NOVO BANCO foi constituído por

    deliberação do Conselho de Administração do Banco de Portugal, a 3 de agosto de 2014 (20 horas), ao abrigo

    do nº 5 do artigo 145º-G do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF)1,

    aprovado pelo Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de dezembro (na redação à data), na sequência da aplicação pelo

    Banco de Portugal de uma medida de resolução ao Banco Espírito Santo, S.A. (BES), nos termos dos nºs 1 e

    3, alínea c) do artigo 145º-C do RGICSF. Nos termos da medida de resolução foram transferidos para o NOVO

    BANCO, os ativos, passivos, elementos extrapatrimoniais e ativos sob gestão do BES definidos no Anexo 2 à

    referida deliberação, conforme alterada.

    No dia 29 de dezembro de 2015, o Conselho de Administração do Banco de Portugal aprovou uma deliberação

    (doravante “Deliberação de 29 de dezembro de 2015”) da qual resultou uma versão revista e consolidada do

    Anexo 2 da Deliberação de 3 de agosto de 2014, consolidando-se assim o perímetro de ativos, passivos,

    elementos extrapatrimoniais e ativos sob gestão do NOVO BANCO.

    Em 18 de outubro de 2017, conclui-se o processo de venda do NOVO BANCO à sociedade Nani Holdings,

    S.G.P.S., S.A. entidade detida indiretamente por fundos de investimento geridos pelo grupo Lone Star. Com a

    conclusão da venda e a realização de dois aumentos de capital, o primeiro no montante de 750 milhões de

    euros (realizado na data de venda) e segundo no montante de 250 milhões de euros (realizado em 21 de

    dezembro de 2017), o capital social do NOVO BANCO passou para 5.900.000.000,00 euros, representado por

    9.799.999.997 ações escriturais, nominativas, sem valor nominal, totalmente subscrito, realizado e detido pela

    Nani Holdings S.G.P.S., S.A. em 75% e pelo Fundo de Resolução em 25%.

    As condições da operação de venda incluem a existência de um Mecanismo de Capital Contingente

    (“Contingent Capital Agreement” ou “CCA”), nos termos do qual o Fundo de Resolução se compromete a

    realizar pagamentos, sujeitos a um limite máximo absoluto, no caso de se materializarem certas condições

    cumulativas, relacionadas com o desempenho de um conjunto delimitado de ativos e com a evolução dos níveis

    de capitalização do NOVO BANCO. As condições acordadas preveem também mecanismos de salvaguarda

    dos interesses do Fundo de Resolução, de alinhamento de incentivos e de fiscalização, não obstante as

    limitações decorrentes da aplicação das regras de auxílios de Estado.

    Após a conclusão da operação de venda, cessou a aplicação ao NOVO BANCO do regime das instituições de

    transição, passando a operar em total normalidade ainda que sujeito a algumas medidas limitativas à sua

    atividade impostas pela autoridade da concorrência europeia.

    1 As referências efetuadas ao RGICSF referem-se à versão em vigor na data da medida de resolução.

  • 16 Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018

    O NOVO BANCO desenvolve a sua atividade bancária diretamente e através da sua sucursal em Espanha e

    das suas subsidiárias Banco Eletrónico de Serviço Total S.A. (Banco Best, detido a 100%) e NOVO BANCO

    dos Açores, S.A. (NBA, detido em 57,53%). Adicionalmente desenvolve também atividade na área de gestão

    de ativos através da subsidiária GNB - Gestão de Ativos, S.G.P.S., S.A. (GNB GA), que detém a 100% (gestão

    de fundos mobiliários, gestão de fundos imobiliários, gestão de fundos de pensões e gestão de patrimónios).

    O Banco detém ainda participações em entidades que atuam no capital de risco, no setor imobiliário, seguros,

    renting e prestação de serviços a empresas.

    3.2. Eventos mais relevantes de 2018

    Emissão de obrigações subordinadas

    De forma a reforçar os seus capitais, em 2018 o NOVO BANCO emitiu 400 milhões de euros de instrumentos

    de dívida subordinada a 10 anos, a uma taxa de juro de 8,5%. A emissão de dívida subordinada foi efetuada

    em conjunto com ofertas de aquisição e de troca dirigidas aos detentores de obrigações sénior do NOVO

    BANCO, tendo sido priorizada a alocação da nova emissão do Tier 2 aos investidores participantes na oferta

    de troca (65%), face à alocação a novos investidores (35%).

    Processo de Desinvestimento de Ativos não Estratégicos

    A prossecução da estratégia de foco no negócio bancário doméstico levou à realização das seguintes

    operações sobre os ativos considerados não estratégicos para a atividade do NOVO BANCO:

    Concretização da venda dos ativos e passivos da Sucursal da Venezuela ao BANCAMIGA, Banco Universal,

    CA. Com a concretização desta transação, o NOVO BANCO deixou de ter qualquer atividade bancária na

    Venezuela;

    Alienação da participação acionista de 87,5% no capital social do BES Vénétie ao fundo Cerberus Capital

    Management, L.P.;

    Concretização da venda de 90% do capital social do Banco Internacional de Cabo Verde, S.A., detido pelo

    NB África, SGPS S.A. e pelo NOVO BANCO, à sociedade IIBG Holdings B.S.C.;

    Celebração com a Bankers Insurance Holdings, uma sociedade do grupo Global Bankers Insurance Group,

    de um contrato de compra e venda da totalidade do capital social da subsidiária GNB - Companhia de

    Seguros de Vida, S.A., cuja concretização se encontra dependente da autorização pelas autoridades

    regulatórias;

    Celebração de um contrato-promessa de compra e venda com entidades indiretamente detidas por fundos

    geridos pela sociedade Anchorage Capital Group L.L.C. para a venda de uma carteira de ativos imobiliários,

    composta por cerca de nove mil imóveis (Projeto Viriato);

    Celebração de um contrato de compra e venda entre o NOVO BANCO, o Banco Electrónico de Serviço

    Total, S.A. (“Banco Best”) e um consórcio de fundos geridos pela KKR Credit Advisors (US) L.L.C. e a LX

    Investment Partners II S.À.R L., mediante o qual o NOVO BANCO e o Banco Best venderam uma carteira

    de crédito não produtivo (non-performing loans - NPLs) e ativos relacionados (Projeto Nata).

  • Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018 17

    Mecanismo de Capital Contingente

    Na sequência das condições acordadas no processo de venda do NOVO BANCO, foi criado um Mecanismo

    de Capitalização Contingente (CCA) cuja responsabilidade pela gestão ficou a cargo do Fundo de Resolução.

    Neste contexto, o NOVO BANCO pode ser compensado, até ao limite máximo de 3,89 mil milhões de euros,

    por perdas que venham a ser reconhecidas com alguns dos seus ativos problemáticos, caso os rácios de capital

    desçam abaixo de determinado patamar.

    O capital que está a ser gerido corresponde a um perímetro de ativos previamente definido, com um valor

    líquido contabilístico inicial (junho de 2016) de cerca de 7,9 mil milhões de euros. Em 31 de dezembro de 2018,

    estes ativos apresentavam um valor líquido contabilístico de 4,0 mil milhões de euros (31 de dezembro de

    2017: valor líquido contabilístico de 5,4 mil milhões de euros).

    Em resultado das perdas das vendas e da redução dos ativos legacy, o NOVO BANCO irá solicitar uma

    compensação de 1 149 milhões de euros ao abrigo do CCA. Este montante decorre em 69% das perdas

    assumidas sobre os ativos incluídos no CCA e 31% devido a requisitos regulatórios de aumento de capital no

    quadro do ajustamento do período transitório dos rácios de capital e ao impacto do IFRS 9. O valor das

    compensações relativamente a 2017 e 2018 totaliza 1,9 mil milhões de euros que compara com o montante

    máximo estabelecido no CCA de 3,89 mil milhões de euros.

    Património Cultural e Artístico

    Em 29 de janeiro de 2018, o NOVO BANCO e o Estado Português, através do Ministério da Cultura, assumiram

    o compromisso de disponibilizar à fruição pública o património cultural e artístico do NOVO BANCO, através

    de parcerias com entidades públicas e privadas, como museus e universidades, de âmbito nacional e regional.

    Este compromisso passa pela criação da marca NB Cultura que reúne, sob um único conceito, as coleções do

    Banco – pintura, fotografia contemporânea, estudos humanísticos e numismática.

    3.3. Órgãos Sociais e Estatutários

    Nos termos dos estatutos são órgãos sociais e estatutários do NOVO BANCO, a Assembleia Geral, o Conselho

    Geral e de Supervisão, o Conselho de Administração Executivo, a Comissão de Acompanhamento, o Revisor

    Oficial de Contas e o Secretário da Sociedade.

    Os membros dos órgãos sociais são nomeados para mandatos de quatro anos e podem ser eleitos por uma

    ou mais vezes.

    Ainda nos termos dos Estatutos, os membros da Mesa da Assembleia Geral, do Conselho Geral e de

    Supervisão e da Comissão de Acompanhamento são eleitos pela Assembleia Geral. A Assembleia Geral tem

  • 18 Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018

    igualmente a competência para designar e substituir o Revisor Oficial de Contas do Banco, mediante proposta

    do Conselho Geral e de Supervisão. Os membros do Conselho de Administração Executivo são nomeados

    pelo Conselho Geral e de Supervisão. O Secretário e o Secretário Suplente da Sociedade são nomeados pelo

    Conselho de Administração Executivo após consulta prévia ao Conselho Geral e de Supervisão.

    Organograma do modelo de governo do NOVO BANCO:

    (1) Eleito pela Assembleia Geral mediante proposta do Conselho Geral e de Supervisão.

    (2) A Comissão de Acompanhamento é composta por três membros. A Comissão de Acompanhamento é um órgão consultivo no

    âmbito do Mecanismo de Capital Contingente.

    (3) Os Comités Especiais são compostos por membros do Conselho Geral e de Supervisão. O Conselho Geral e de Supervisão

    constitui, nomeia os membros e aprova as regras internas dos Comités Especiais.

    (4) O Conselho Geral e de Supervisão é consultado no âmbito de qualquer proposta do Conselho de Administração Executivo

    relacionada com a nomeação do Secretário e do Secretário Suplente da Sociedade.

  • Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018 19

    Para o mandato 2017 – 2020, a composição dos órgãos sociais e estatutários do NOVO BANCO à data de

    assinatura deste Relatório é a seguinte:

    Mesa da Assembleia Geral

    Presidente: Rui Manuel Pinto Duarte

    Vice-Presidente: Miguel João Valente da Costa Madeira

    Secretário: Pedro Moreira de Almeida Queiroz de Barros

    Conselho Geral e de Supervisão

    Presidente: Byron James Macbean Haynes

    Vice-Presidente: Karl-Gerhard Eick

    Vogal: Donald John Quintin

    Vogal: Kambiz Nourbakhsh

    Vogal: Mark Andrew Coker

    Vogal: Benjamin Friedrich Dickgiesser

    Vogal: John Ryan Herbert

    Vogal: Robert Alan Sherman

    Vogal: Carla Antunes da Silva

    Conselho de Administração Executivo2

    Presidente: António Manuel Palma Ramalho - Chief Executive Officer (CEO)

    Vogal: Vítor Manuel Lopes Fernandes - Chief Commercial Officer

    Vogal: Jorge Telmo Maria Freire Cardoso – Chief Recovery and Investment Officer

    Vogal: Luísa Marta Santos Soares da Silva Amaro de Matos - Chief Legal and Compliance Officer

    Vogal: José Eduardo Fragoso Tavares de Bettencourt – Chief Operating Officer

    Vogal: Rui Miguel Dias Ribeiro Fontes - Chief Risk Officer

    Vogal: Luís Miguel Alves Ribeiro - Chief Commercial Officer - Retail

    Vogal: Mark George Bourke – Chief Financial Officer (CFO)3

    Comissão de Acompanhamento4

    Presidente: José Rodrigues de Jesus

    Vogal: José Bracinha Vieira

    Revisor Oficial de Contas

    Ernst & Young, Audit & Associados – SROC, S.A., inscrita na CMVM sob o número 20161480 e na OROC

    sob o número 178, representada por António Filipe Dias da Fonseca Brás, registado na CMVM sob o número

    20161271 e na OROC sob o número 1661 e, como Suplente João Carlos Miguel Alves, registado na CMVM

    sob o número 20160515 e na OROC sob o número 896.

    Secretário da Sociedade

    Pedro Moreira de Almeida Queiroz de Barros

    Mário Nuno de Almeida Martins Adegas (Secretário Suplente)

    2 Durante o exercício de 2018 exerceu funções de Vogal do Conselho de Administração Executivo Isabel Maria Ferreira Possantes

    Rodrigues Cascão tendo cessado o seu mandato em 31 de março de 2018. 3 Mark George Bourke iniciou funções em 4 de março de 2019. 4 Durante o exercício de 2018, Miguel Athayde Marques exerceu funções de Vogal da Comissão de Acompanhamento tendo renunciado

    ao mandato com efeitos imediatos em 28 de fevereiro de 2019.

  • 20 Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018

    3.4. Estratégia

    Na sequência do Plano de Reestruturação desenhado no âmbito dos compromissos com a DG COMP5, foi

    criado, no final de 2016, um conjunto de Projetos de Transformação do Grupo NOVO BANCO (“GNB” ou o

    “Grupo”), projetos com especial enfoque na (i) maximização da eficiência de custos, através de ajustamentos

    à capacidade instalada – racionalização da estrutura (serviços centrais e rede de retalho) e processos, e

    otimização de custos - e (ii) na otimização das receitas.

    Em 2018 ficou definido o Plano Estratégico do Banco para 2018/2020, o primeiro plano estratégico desenhado

    após a venda do Banco no final de 2017.

    Este plano assenta no ADN do Grupo e alicerça-se em quatro pilares estruturais e estruturantes, compostos

    por vários Programas Operacionais:

    1. Pilar Modelo de Distribuição – constituído por programas que visam a evolução inteligente do modelo

    de distribuição, com profundas alterações do modelo de balcões e ajustamento aos novos requisitos

    dos clientes digitais, assegurando a proximidade omni-canal com os clientes;

    2. Pilar Talento e Mérito – constituído por programas que pretendem garantir a profunda evolução da

    gestão do capital humano, em termos de rejuvenescimento, motivação e retenção e procuram o

    alinhamento entre os incentivos e a evolução transformacional;

    3. Pilar IT e Processos – incluindo um conjunto de programas com vista a garantir a profunda

    transformação tecnológica, tanto em termos da preservação das plataformas atuais, como na criação

    de um IT Agile;

    4. Pilar Risk Adjustment – constituído por programas que se destinam a garantir o ajustamento na

    gestão de risco, designadamente através de ajustamentos do apetite de risco segmentados, com

    influência decisiva no pricing e continuas melhorias na governance.

    Sobre estes pilares, foram definidos três círculos, também eles compostos por programas operacionais:

    1. O círculo da otimização;

    2. O círculo da digitalização; e

    3. O círculo da diferenciação

    Em 2018 foi dada prioridade aos programas contidos no círculo de otimização ambicionando atingir melhores

    níveis de eficiência e melhor nível de prestação de serviço ao cliente.

    Os programas deste círculo foram, ainda, desenhados por forma a garantir o cumprimento dos objetivos

    traçados no acordo assinado entre o Estado Português e a Comissão Europeia, garantindo a necessária

    reestruturação do Banco e um elevado nível de rentabilidade operacional.

    Em consequência do sucesso destes programas, durante o ano de 2018 reduziu-se consideravelmente o

    elevado volume de NPLs quer através de recuperação casuística, quer pela venda da maior carteira de créditos

    não produtivos alguma vez vendida em Portugal. No final do ano a carteira de NPLs líquida de imparidades era

    já inferior a 3 mil milhões de euros.

    5 Directorate-General for Competition

  • Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018 21

    Em paralelo acelerou-se a venda de imóveis não produtivos. No quarto trimestre foram vendidos cerca de 9 mil

    propriedades, no montante de mais de 700 milhões de euros.

    Foi, ainda, dado grande enfoque à normalização do custo do passivo através de diversas operações que

    incidiram sobre os produtos de passivo de taxa de juro elevada, com um nível de retenção de recursos de

    clientes superior a 80%.

    Mas 2018 foi também marcado por passos decisivos para a atividade corrente que refundará o NOVO BANCO

    para o futuro.

    O capital foi reforçado por efeito da compensação recebida ao abrigo do mecanismo de capitalização

    contingente acordado com o Fundo de Resolução no âmbito da venda do NOVO BANCO, e também pela

    emissão de 400 milhões de euros de obrigações subordinadas Tier 2, uma operação que foi premiada pela

    International Financing Review (IFR) como a emissão obrigacionista do ano na Europa por parte de uma

    instituição financeira – Europe Financial Bond Award.

    Ao nível da Atividade Comercial reiniciou-se o processo de recuperação de quota de mercado, quer nas

    empresas, quer nos particulares, mantendo níveis adequados de margem financeira.

    Ao nível da operação foi possível conter os custos, reduzir os balcões para um número muito próximo do

    comprometido com a DG COMP e assegurar a venda ou fecho das operações não core como o Banco

    Internacional de Cabo Verde, o BES Vénétie ou a sucursal na Venezuela.

    Inicia-se, em 2019, a fase de transformação do Grupo, de cariz predominantemente digital, com vista a manter

    o seu posicionamento como banco universal e de referência no mercado nacional, com uma forte presença na

    área de empresas e no retalho, destacando-se, igualmente pela qualidade do serviço prestado.

    Em 2019 será dada prioridade aos programas que constituem o círculo da digitalização, cujas iniciativas

    compõem o recém-criado NOVO BANCO Digital, que permitirão transformar o Grupo NOVO BANCO num

    prestador de serviços multi-canal, com forte componente digital, simples e de baixo risco, centrado no cliente.

    Neste ano aprofundar-se-á, ainda, o terceiro círculo de prioridades (diferenciação) onde se desenha a

    diferenciação do Grupo e onde às propostas das unidades em Espanha, Banco Best e Gestão de Ativos se

    juntarão as unidades de negócio de Real Estate Financing e de Principal e Alternative Lending que estão em

    fase de implementação. Tudo isto fará a diferenciação do Grupo NOVO BANCO.

    Tudo o que foi feito em 2018 será aprofundado em 2019 para assegurar o destino estratégico do NOVO

    BANCO.

    Refira-se, ainda, que o Banco decidiu apresentar em 2018, os principais indicadores financeiros separando a

    atividade desenvolvida pelo banco recorrente e pelo banco legacy. Nesta última categoria foram englobados

    créditos sobre clientes, incluindo não só os créditos incluídos no Mecanismo de Capital Contingente, cerca de

    92% do total, como outros créditos não estratégicos, títulos, incluindo fundos de reestruturação e ainda uma

    carteira de Real Estate Owned (não produtiva).

    A atividade de 2019 será, assim, enformada pelos objetivos do Plano Estratégico, que se traduzem no

    adequado crescimento da carteira de crédito recorrente, em significativas melhorias do produto bancário

    comercial e do custo do risco e, na continua redução de custos operativos.

  • 22 Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018

    4. Enquadramento Macroeconómico

    O ano de 2018 foi marcado pelo prolongamento do ciclo de expansão da atividade económica global, mas com

    um desempenho divergente entre os EUA e as restantes economias e com um maior foco nos riscos negativos

    para o outlook, marcando um ponto de inflexão na evolução da economia mundial, depois da aceleração

    simultânea das principais economias em 2017. No seu conjunto, a economia mundial manteve o crescimento

    do PIB estabilizado em torno de 3,7%, com as economias desenvolvidas a acelerarem apenas marginalmente,

    de 2,3% para 2,4%, e com as economias emergentes a manterem um crescimento em torno de 4,7%.

    Crescimento do PIB (%) EUA: IPC – Taxa de Inflação Homóloga (%)

    O PIB dos EUA cresceu 2,9% em 2018 (depois de um registo de 2,2% no ano anterior), com a procura interna

    a beneficiar de significativos estímulos fiscais e de uma política monetária ainda expansionista. O crescimento

    revelou-se particularmente dinâmico na primeira metade do ano. Neste contexto, a taxa de desemprego recuou

    de 4,1% para um mínimo de 3,7% da população ativa em novembro, fechando depois o ano em 3,9%, em torno

    do seu nível estimado de longo prazo. Com a economia a operar em torno do pleno emprego, foi visível um

    aumento das pressões inflacionistas, em particular pela via salarial. A remuneração média horária acelerou

    para uma variação homóloga de 3,2%, o registo mais forte desde 2009, e outras medidas de crescimento dos

    salários apontaram para subidas homólogas em torno de 3%-4%. A inflação subiu de 2,1%, em janeiro, para

    um máximo anual de 2,9% em julho, antes de recuar para 2,2% no final do ano (neste caso, em função do

    comportamento dos preços da energia). A nível core, a inflação subiu de 1,8% para 2,4% até julho, fechando

    o ano também em 2,2%. Neste contexto, a Reserva Federal prosseguiu, em 2018, um processo de

    normalização gradual da política monetária, elevando os juros de referência por quatro vezes, em movimentos

    de 25 bps, para 2,25%-2,5%, ainda abaixo da estimativa para o seu nível neutral. Os níveis ainda contidos da

    inflação permitiram que a política monetária se mantivesse expansionista. A yield dos Treasuries a 10 anos

    subiu de 2,406% para 2,685% no conjunto do ano, tendo superado temporariamente os 3,2% no início do 4º

    trimestre.

    1,6

    2,2

    2,9

    1,92,4

    1,8

    6,7 6,8 6,6

    2016 2017 2018 2016 2017 2018 2016 2017 2018

    EUA Zona Euro China-0,5

    0

    0,5

    1

    1,5

    2

    2,5

    3

    3,5

    4

    4,5

    2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

    1,9

    IPC headline

    IPC core 2,2

  • Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018 23

    Yields dos títulos de dívida pública a 10 anos, Taxa de juro Fed Funds EUA e Alemanha (%)

    A evolução da economia dos EUA contrastou com o comportamento menos dinâmico da Zona Euro, que

    cresceu 1,8% em 2018, em desaceleração face ao registo de 2,4% do ano anterior. Embora se tenha observado

    alguma melhoria nos mecanismos de transmissão dos estímulos monetários levados a cabo pelo Banco Central

    Europeu (BCE), expressos numa ligeira aceleração do crédito ao setor privado, a atividade económica da Zona

    Euro não beneficiou do mesmo grau de estímulos orçamentais que os EUA. Adicionalmente, a Zona Euro foi

    penalizada pela persistência de um ambiente de incerteza política que, condicionando os níveis de confiança,

    restringiu decisões de investimento. Destacam-se, neste contexto, as tensões orçamentais entre o novo

    Governo italiano e a Comissão Europeia, que se traduziram num alargamento dos spreads soberanos de Itália,

    numa revisão em baixa do respetivo rating e numa penalização do euro, refletindo o menor interesse dos

    investidores em ativos da Zona Euro, relativamente aos ativos dos EUA.

    Spread das taxas das Obrigações do Tesouro a Taxa Euribor a 3 e 6 meses (%) 10 anos face à Alemanha (pontos base)

    A expansão da atividade na Zona Euro permitiu uma redução da taxa de desemprego em 2018, de 8,6% para

    perto de 7,9% da população ativa. Foi também visível uma ligeira aceleração dos salários, mas com a respetiva

    variação homóloga a manter-se ainda contida, subindo de 1,8% para 2,4%. Neste contexto, a economia da

    Zona Euro não sentiu pressões inflacionistas significativas. A inflação headline elevou-se de 1,3% para um

    -0,5

    0,0

    0,5

    1,0

    1,5

    2,0

    2,5

    3,0

    3,5

    4,0

    2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

    EUA

    Alemanha

    2,69

    0,24

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    400

    2015 2016 2017 2018

    148

    Espanha

    Portugal

    1

    8

    Itália

    250

    117

    66

    Irlanda -0,4

    -0,3

    -0,2

    -0,1

    0

    0,1

    0,2

    2015 2016 2017 2018 2019

    Euribor 6M

    Euribor 3M

  • 24 Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018

    máximo anual de 2,2% em outubro, recuando depois para 1,6% em dezembro. A nível core, o crescimento

    homólogo dos preços manteve-se estável em torno de 1%. A inflação da Zona Euro manteve-se, assim, muito

    abaixo da meta do BCE para a estabilidade de preços. O BCE manteve os juros de referência inalterados (taxa

    das operações principais de refinanciamento em 0% e taxa de juro da facilidade de depósitos em -0,4%). A

    revisão em baixa das expectativas para o crescimento e inflação na Zona Euro, visível ao longo do ano,

    traduziu-se na atenuação e adiamento de expectativas de subida dos juros de referência pelo BCE. Neste

    contexto, a Euribor a 3 meses acabou por se manter relativamente estável no conjunto de 2018, em níveis

    ainda negativos, fechando o ano em -0,3090%, apenas marginalmente acima dos -0,3290% registados no final

    de 2017. A yield do Bund a 10 anos recuou de um máximo anual de 0,76%, em fevereiro, para 0,242% em

    dezembro. O BCE prosseguiu, em 2018, a atenuação do programa de compra de ativos, reduzindo

    gradualmente os montantes mensais de títulos adquiridos e terminando o processo de compra de nova dívida

    em dezembro.

    Zona Euro: IPC – Taxa de Inflação Homóloga Taxa de câmbio EUR/USD

    A divergência entre os desempenhos das economias dos EUA e da Zona Euro ao nível do crescimento

    económico, da política monetária e dos juros traduziu-se numa maior atratividade dos ativos americanos para

    os investidores, o que suportou uma depreciação do euro face ao dólar. A divisa europeia perdeu 4,7% face

    à divisa americana, fechando o ano em EUR/USD 1,1452. A incerteza política na Europa foi, também,

    alimentada pelas dúvidas em torno do Brexit. O PIB do Reino Unido desacelerou em 2018, com o respetivo

    crescimento a recuar de 1,7% para 1,3%, enquanto a libra depreciou quase 12% face ao dólar desde o máximo

    anual de abril (GBP/USD 1,434) até ao final de dezembro (GBP/USD 1,263). A divisa britânica foi penalizada

    pelos receios crescentes de um hard Brexit, não obstante o acordo de saída alcançado com a UE no final do

    ano, muito contestado internamente. O Banco de Inglaterra elevou a base rate em agosto (25 bps, para 0,75%),

    mantendo depois a política monetária inalterada durante o resto do ano.

    Na China, o PIB cresceu 6,6% no ano, depois de um registo de 6,8% em 2017. As autoridades chinesas

    estimularam a procura com medidas expansionistas seletivas, como a redução do rácio de reservas dos bancos

    (de 17% para 14,5%) e a atenuação das restrições ao financiamento de entidades públicas. Mas isso não

    impediu uma tendência de abrandamento da atividade, por um lado em função do necessário processo de

    ajustamento estrutural da economia (redução da alavancagem, do investimento em imobiliário e do excesso

    -1

    -0,5

    0

    0,5

    1

    1,5

    2

    2,5

    3

    3,5

    2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

    1,6IPC headline

    1,0IPC core

    1,00

    1,05

    1,10

    1,15

    1,20

    1,25

    1,30

    1,35

    1,40

    1,45

    1,50

    2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

    1

    1.145

  • Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018 25

    de capacidade produtiva) e, por outro lado, em resultado das tensões comerciais com os EUA, que geraram

    incerteza e condicionaram as decisões dos agentes económicos. Apesar deste desempenho menos favorável

    da China, em termos gerais as economias emergentes mostraram-se resilientes em 2018, com um

    crescimento mais elevado na Ásia a compensar uma desaceleração na Europa e uma estabilização na América

    Latina. A subida dos juros nos EUA e a apreciação do dólar suportaram, contudo, um movimento de saída de

    capitais dos mercados emergentes, penalizando os seus ativos. Na primeira metade do ano, a pressão foi

    particularmente sentida em economias com maiores desequilíbrios macroeconómicos (e.g. Argentina), com

    maior incerteza política (e.g. Brasil) ou ambos (e.g. Turquia).

    Comércio Internacional (YoY%) vs. Tendência

    O desempenho dos mercados financeiros foi fortemente condicionado pelas tensões comerciais crescentes

    entre os EUA e a China, com a Administração Trump a anunciar, em diversas fases, a imposição de tarifas

    sobre um total de USD 250 mil milhões de importações oriundas da China, e com as autoridades chinesas a

    retaliarem com a imposição de tarifas sobre um valor global de USD 110 mil milhões de importações oriundas

    dos EUA. Os receios de uma escalada de medidas protecionistas condicionaram as expectativas de

    crescimento da economia global, com impactos negativos no mercado acionista. Em si mesma, a imposição

    de tarifas forçou diversas empresas a adotarem estratégias de ajustamento às restrições ao comércio, incluindo

    a deslocalização de operações produtivas, a procura de novos fornecedores ou a absorção dos custos das

    tarifas, com impactos negativos na sua eficiência e rentabilidade. Num contexto de subida dos custos de

    produção (e.g. aceleração dos salários nos EUA) e de receios sobre a subida dos juros pela Reserva Federal

    americana (com o progressivo flattening da yield curve), este contexto contribuiu para uma forte desvalorização

    dos principais índices no conjunto de 2018, apesar da evolução positiva dos resultados das empresas. Nos

    EUA, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq registaram variações de -5,6%, -6,2% e -3,9%, respetivamente.

    Na China, o Shanghai Composite recuou 24,6%. No Japão, o Nikkei perdeu 12,1%. Na Europa, o DAX, o CAC

    40 e o IBEX registaram variações de -18,3%, -10,95% e -14,97%, respetivamente. De referir a forte correcção

    do setor tecnológico no 2º semestre, fruto da revisão em baixa das perspetivas de crescimento global, depois

    da forte valorização na primeira metade do ano. Por último, o mercado acionista foi também penalizado pelo

    setor energético, na sequência da queda superior a 20% do preço do petróleo (-20,4% no caso do Brent, para

    -1

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    2014 2015 2016 2017 2018

  • 26 Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018

    USD 53,2/barril, e -24,8% no caso do WTI, para USD 45,4/barril). Esta queda ocorreu apesar dos cortes de

    produção levados a cabo pela OPEP e pela Rússia, e resultou da perceção de excesso de oferta no mercado.

    Para além de um forte aumento da volatilidade, o ano de 2018 ficou marcado pela (pouco usual) ausência de

    óbvios ativos de refúgio nos mercados financeiros.

    Índices Acionistas Selecionados Preço do Petróleo Brent e WTI (USD/Barril) (janeiro 2016 = 100)

    A economia de Espanha manteve, em 2018, um dinamismo superior à média europeia. O PIB cresceu 2,5%,

    com uma desaceleração ligeira face ao registo de 3% observado em 2017. O crescimento manteve-se

    suportado pela procura interna, com crescimentos de 2,4% no consumo privado e de 5,2% no investimento. As

    exportações abrandaram significativamente (de 5,2% em 2017 para 2,2%), enquanto as importações

    cresceram 3,6%. A taxa de desemprego manteve uma tendência descendente, recuando de 17,1% para 14,5%

    da população ativa. A inflação manteve-se muito contida, recuando de 2% para 1,2%. O mercado da habitação

    mostrou-se dinâmico, com os respetivos preços a subirem 6,6%, em termos homólogos, no 4º trimestre, em

    aceleração face à primeira metade do ano. A economia espanhola mostrou-se resiliente perante a curta, mas

    intensa, crise política que, no final de maio, resultou na substituição do Governo de Mariano Rajoy, do PP, por

    um Governo minoritário do PSOE, liderado por Pedro Sanchez. A postura europeísta e mainstream revelada

    pelo novo Governo – contrastando com os sinais do novo Governo em Itália – traduziu-se numa resposta

    benigna dos mercados, depois de uma reação inicial adversa.

    Em Portugal, o PIB cresceu 2,1% em 2018, em desaceleração face ao forte registo de 2,8% observado no ano

    anterior. A expansão da atividade económica assentou também no dinamismo do consumo privado (com o

    respetivo crescimento a acelerar ligeiramente de 2,3% para 2,5%) e do investimento (com um crescimento

    inferior a 2017, mas ainda forte, de 5,6%). A persistência de condições monetárias favoráveis (permitindo uma

    expansão do crédito, sobretudo às famílias), um desempenho positivo das exportações (sobretudo, mas não

    só, de serviços de turismo), a redução do desemprego (de 8,9% para 7% da população ativa) e o forte

    dinamismo do mercado da habitação (crescimento anual do preço da habitação de 10,3%) traduziram-se em

    níveis de confiança elevados entre as empresas e as famílias, embora em níveis inferiores aos observados em

    2017, e suportaram o prolongamento do ciclo de expansão da atividade. A inflação média anual recuou de

    60

    70

    80

    90

    100

    110

    120

    130

    140

    150

    2016 2017 2018

    Shanghai Composite

    PSI 20

    DAX

    FTSE 100

    Nikkei 225

    S&P 500

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    2008 2010 2012 2014 2016 2018

    Brent

    WTI

  • Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018 27

    1,4% para 1%, abaixo das expectativas. Os resultados positivos apresentados nas contas públicas (com um

    défice esperado de 0,5% do PIB), o ambiente de estabilidade política e o desempenho relativamente positivo

    da atividade económica mantiveram uma perceção favorável dos investidores em relação à economia

    portuguesa (expressa, também, em melhorias no rating atribuído pelas principais agências, com subidas das

    notações atribuídas pela DBRS, em abril, e pela Moody’s, em outubro, depois de ações semelhantes pela S&P

    e Fitch em 2017). Após atingir pontualmente um máximo anual de 193 bps em maio (fruto de um breve efeito

    de contágio de Itália), o spread da OT portuguesa a 10 anos face ao benchmark alemão recuou para 148 bps

    no final do ano. A respetiva yield recuou do máximo anual de 2,19% no final de maio para 1,72% no final do

    ano. O índice PSI-20 seguiu a tendência global e recuou 12,19% no ano.

    Portugal – Crescimento anual do PIB (%) Portugal - Exportações de serviços de turismo (MM 3m YoY, %)

    -1,1

    0,9

    1,8 1,9

    2,8

    2,1

    2013 2014 2015 2016 2017 2018-15

    -10

    -5

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017

  • 28 Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018

    5. Atividade Comercial e Modelo de Negócio

    O Grupo NOVO BANCO (o “Grupo” ou “GNB”) desenvolve a sua atividade centrada no setor financeiro

    direcionado para as empresas, institucionais e clientes particulares.

    No acompanhamento do desempenho por áreas de negócio são considerados os seguintes segmentos

    operacionais de negócio:

    • Banca Comercial Doméstica, que inclui os subsegmentos de Retalho, Empresas e Institucionais;

    • Banca Comercial Internacional;

    • Gestão de Ativos;

    • Seguros Vida;

    • Mercados.

    5.1. Banca Comercial

    Em Portugal o GNB atua através de uma rede de 381 balcões e 20 Centros de Empresas. O dinamismo

    comercial permitiu uma resiliência do seu posicionamento competitivo no mercado, num ambiente

    extremamente adverso, tendo em conta as circunstâncias que deram origem ao GNB.

    Banca de Particulares (Retalho)

    O ano de 2018 representou mais um importante passo na consolidação do NOVO BANCO como um banco de

    referência nas diversas fases da vida das famílias portuguesas. Num mercado já de si fortemente competitivo

    e em processo de mudança, o NOVO BANCO conseguiu reforçar as suas quotas de mercado nas principais

    linhas de produto graças à sua aposta na diferenciação pela qualidade de serviço, de forma centrada no cliente,

    suportada por uma plataforma de canais digitais que é a preferida dos utilizadores portugueses. Esta evolução

    robusta é resultado do continuo reconhecimento dos clientes Particulares, Empresários e Negócios.

    Sempre com o intuito de elevar o patamar do serviço prestado e a capacidade de resposta às necessidades

    dos Clientes de Retalho, o NOVO BANCO dinamizou diversas iniciativas comerciais reconhecidamente

    inovadoras:

    Renovação da imagem do Segmento NB 360º6, reforçando as linhas de diferenciação face a outros

    segmentos do Banco e do mercado bancário português;

    Lançamento do inovador site Moving to Portugal criado para apresentar Portugal como país destino a

    cidadãos estrangeiros que queiram instalar-se em Portugal, oferecendo soluções financeiras

    integradas para o potencial cliente e informação em áreas como fiscalidade, finanças, saúde,

    educação, habitação ou lazer;

    6 O serviço NB 360º constitui uma proposta de referência no segmento afluente, baseada num elevado padrão de qualidade através do acompanhamento permanente de um gestor dedicado e especializado, de uma oferta exclusiva e de soluções adequadas a necessidades específicas dos clientes NB 360º

  • Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018 29

    Novas Soluções de Investimento, com produtos de elevada qualidade do Grupo NOVO BANCO e de

    Sociedades Gestoras Internacionais, de modo a permitir uma gestão diversificada e otimizada das

    poupanças dos clientes;

    Reforço do posicionamento como especialista em Crédito Habitação, com a criação do Laboratório de

    Crédito Habitação, permitindo aos Clientes adequar o crédito à sua situação particular (extensão ou

    redução de prazo, alteração para taxa fixa, troca de casa, investimento para arrendamento e muitas

    outras funcionalidades com solução adequadas aos objetivos dos clientes);

    Campanha de apoio à Seleção nacional de futebol, com a criação da conta NB Seleção – uma conta

    para novos Clientes, incluindo um pacote alargado de produtos e serviços financeiros, como cartões

    de débito, crédito, operações gratuitas nos canais digitais, entre outros, tudo sem comissões de

    manutenção durante um ano;

    Desenvolvimento de mais de 20 novas funcionalidades na NB Smart App (das quais se destacam o

    Orçamento Familiar, Assinatura de Documentos pré-carregados pelo gestor e Adesão à Solução

    Ordenado), aplicação líder da Banca Portuguesa, tanto na Google Play como a Apple Store.

    O esforço do NOVO BANCO em desenvolver ofertas e serviços inovadores, em conjunto com Campanhas de

    Marketing de grande notoriedade, permitiu ao Banco ser líder em Recordação Espontânea em Rádio e

    Publivaga durante o ano de 2018.

    Para apoiar os Clientes a escolher as melhores opções para as suas poupanças, o NOVO BANCO reforçou a

    oferta de Soluções de Investimento, nomeadamente através da disponibilização de Fundos de Investimento de

    Sociedades Gestoras Internacionais que, a par da oferta de Fundos da GNB Gestão de Ativos, permitem

    prosseguir diversas estratégias de investimento, ajustadas ao perfil de risco e objetivos de cada cliente.

    Adicionalmente, a disponibilização de novos seguros financeiros e o lançamento de novos produtos

    estruturados contribuíram para um elevado reconhecimento e satisfação dos Clientes.

    A oferta inovadora, abrangente, flexível e reconhecidamente de qualidade superior conduziu a uma adesão

    significativa por parte dos Clientes do NOVO BANCO, com a produção de Soluções de Investimento a mais

    que duplicar em 2018.

    O NOVO BANCO coloca-se, cada vez mais, como o especialista do Crédito de Retalho no qual os portugueses

    podem confiar, o que se reflete no reforço da sua quota de mercado nos principais produtos. A proximidade da

    Rede e a elevada eficiência do processo de aprovação e concretização do Crédito Habitação é

    consensualmente reconhecida pelos intermediários de crédito, o que permitiu ao Banco apresentar, em 2018,

    um crescimento de 20% na produção, com spread confortavelmente acima dos registados no mercado. No

    Crédito Pessoal, destaque para a parceria realizada com a Samsung que permitiu disponibilizar aos Clientes

    produtos exclusivos da marca sul coreana com condições de Crédito especiais (sem juros). O dinamismo do

    NOVO BANCO refletiu-se no aumento da carteira em cerca de 27%, obtido através de uma evolução muito

    favorável dos níveis de nova produção (+17% face ao período homólogo).

    No segmento dos Clientes Negócios, acompanhados na área do Retalho, é de salientar o contributo da

    produção de crédito Médio/Longo Prazo e Leasing, com um crescimento de 26% face ao período homólogo. A

    dinâmica empreendida no apoio aos Clientes para a preparação e submissão das propostas permitiu ao NOVO

  • 30 Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018

    BANCO uma posição de destaque no ranking da sublinha Capitalizar destinada às pequenas e microempresas,

    o que se reflete no crescimento acentuado na captação de novos Clientes Micro e Pequenas Empresas

    (superior a 30% face ao período homologo). Adicionalmente, e com o objetivo de disponibilizar uma oferta de

    produtos mais abrangente na atividade dos Clientes Negócios, o NOVO BANCO lançou uma oferta de Seguros

    de Acidentes de Trabalho e Multiriscos.

    Por fim, não se pode deixar de destacar a vinculação e confiança que os Clientes depositam no NOVO BANCO

    para a gestão financeira do quotidiano. Em 2018, os Clientes com Domiciliação de Rendimentos ultrapassaram

    a fasquia dos 535 mil Clientes, registo mais elevado dos últimos cinco anos, acompanhado de um crescimento

    superior a 20% do número de Clientes com Solução Ordenado.

    Oferta Especializada O ponto fundamental para construir uma relação forte e duradoura com os clientes não passa somente pelo

    reforço constante da confiança do cliente no Banco, passa igualmente pela disponibilização de serviços

    bancários simples e adequados às suas necessidades, integrando progressivamente considerações sociais e

    ambientais nos produtos e serviços disponibilizados, destacando-se os seguintes:

    Produtos de Poupança;

    Microcrédito;

    Produtos e Serviços destinado ao segmente das Universidades;

    Produtos e Serviços Ambientais (e.g. Conta NB 18.31 neutra em carbono).

    Produtos de Poupança

    A atenção disponibilizada às necessidades dos seus clientes e a crescente necessidade de adequar as

    soluções de poupança ao orçamento familiar originou a disponibilização de um pacote de Soluções de Micro

    Poupança, no qual se encontram contemplados três produtos, nomeadamente a Poupança Programada, Micro

    Poupança e Smart App Poupança por Objetivos.

    As soluções Micro Poupança NOVO BANCO conciliam a necessidade de constituir aforro à medida das

    possibilidades de efetuar o mesmo, por exemplo através do depósito de pequenos valores regulares,

    arredondamento de contas e outras soluções, possibilitando deste modo a mudança de mentalidade e

    comportamentos dos clientes em questões de poupanças.

  • Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018 31

    Estas Soluções de Poupança permitiram, em conjunto, criar cerca de 945,7 milhões de euros em poupanças.

    Além destes produtos de poupança, o NOVO BANCO disponibiliza ainda a todos os clientes o serviço gratuito

    “Orçamento Familiar”. Trata-se de um serviço que organiza e agrupa automaticamente todas as receitas e

    despesas da conta permitindo ao cliente ter uma fotografia real do seu orçamento e, sobretudo, acompanhar a

    evolução das receitas e despesas identificando os gastos que podem ser reduzidos, de forma a gerar uma

    folga maior no orçamento e assim facilitar a criação de poupanças.

    Microcrédito

    Indo ao encontro do contexto socioeconómico e alinhada com a sua estratégia de empreendedorismo, o NOVO

    BANCO disponibiliza na sua rede comercial o Microcrédito, um produto desenvolvido para atender às

    necessidades financeiras de pessoas que não têm emprego e/ou não consigam obter outro tipo de crédito junto

    das instituições financeiras, devido à sua reduzida capacidade de endividamento, o que necessariamente

    dificulta a sua integração no mercado de trabalho.

    O Microcrédito é uma ferramenta que deve ser vista como um meio complementar de auxílio para retirar

    pessoas de ciclos de subinvestimento, sempre que este ciclo esteja relacionado com a fraca capacidade de

    acesso ao crédito, tendo contudo um espírito empreendedor e uma ideia de negócio viável.

    A Poupança Programada permite poupar a partir de 10 euros/mês, mediante a adesão a um plano de entregas mensais, no qual o cliente estabelece a quantia e o momento do mês a poupar, permitindo ajustar a poupança ao seu respetivo orçamento familiar.

    4 mil Contratos

    2,9 milhões de euros em

    poupanças

    Poupança

    Programada

    A Micro Poupança é uma solução que permite a qualquer cliente começar a poupar pequenos montantes, através do arredondamento dos débitos correspondentes às suas despesas quotidianas revertendo o arredondamento para uma conta poupança (exemplos: prestação de crédito habitação, prestação de crédito individual, prémio de seguro, débitos diretos, entre outros).

    294 mil clientes aderentes ao

    serviço 934,2 milhões de

    euros em poupanças

    Micro

    Poupança

    A Poupança por objetivos, lançado em 2017, é um produto exclusivo para clientes subscritores do NB smart app, em que o cliente define os objetivos da sua poupança (quanto quer poupar e em quanto tempo), sendo o trajeto para alcançar o objetivo definido pelo smart app.

    Utilizado por cerca de 44 mil clientes

    8,8 milhões de

    euros em

    poupanças

    Smart app (Poupança

    por

    Objetivos)

  • 32 Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018

    Beneficiários do Microcrédito

    - Desempregados; - Empregados por conta de outrem que pretendam iniciar um negócio próprio; - Novos residentes; - Artesãos; - Micro empresários.

    Com a solução microcrédito, materializada em dois mecanismos de financiamento: soluções próprias do NOVO

    BANCO – Microcrédito NB e protocolos firmados com a Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC) e

    Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) através das linhas de crédito Microinvest e Invest, em

    2018, o Grupo NOVO BANCO financiou 73 projetos com um montante de crédito de cerca de 1,2 milhão de

    euros, possibilitando assim a criação 104 postos de trabalho. Durante o ano 2018 deram entrada 122 novos

    processos, no âmbito das linhas do Microcrédito e Empreendedorismo.

    Na atual carteira de Microcrédito do Grupo NOVO BANCO contabilizam-se cerca de 1 586 aprovados, num

    valor total 27,8 milhões de euros de crédito concedido, situando-se a média do empréstimo nos 8 mil euros

    para um investimento na ordem dos 10 mil euros, que possibilitaram a criação de mais de 2 500 postos de

    trabalho.

    No ano de 2018 verificou-se um decréscimo acentuado na entrada de processos de microcrédito e

    consequentemente o seu financiamento quando comparado com o período homólogo. Este decréscimo ficou

    a dever-se essencialmente à diminuição da procura deste produto por parte do público-alvo, muito por força da

    melhoria verificada na situação económica do país com impacto direto nos níveis de desemprego observados

    nos últimos anos.

    Ao nível da representatividade por setor de atividade, os negócios mais procurados continuam, em 2018, a ser

    os serviços com uma percentagem na ordem dos 72%, seguido pelo retalhista com 24% e pelo alojamento /

    restauração com 18%. Cerca de 57% dos projetos financiados são iniciativas económicas de natureza

    individual, enquanto 43% assentam no modelo societário.

    Os clientes que acedem às Linhas de Microcrédito e Empreendedorismo caracterizam-se por serem

    maioritariamente do género masculino (51%), com idade inferior aos 40 anos (62%) e evidenciarem

    habilitações literárias ao nível do ensino secundário (42%).

    Conta Serviços Mínimos Bancários

    A conta serviços mínimos bancários é uma conta que prevê a disponibilização de uma conta à ordem com

    cartão de débito com uma comissão de manutenção de conta anual de 4,12 euros. Trata-se de uma conta

    destinada a pessoas singulares que não sejam titulares de qualquer outra conta de depósito à ordem em

    qualquer instituição ou que sejam titulares de uma única conta de depósito à ordem a converter em conta de

    serviços mínimos bancários ou ainda que sejam titulares de outras contas de depósito à ordem mas que

    pretendam abrir uma conta de serviços mínimos bancários em que um dos titulares tem mais de 65 anos ou

    está dependente de terceiros.

  • Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018 33

    Universidades

    O NOVO BANCO disponibiliza uma oferta de produtos e serviços específica e direcionada às necessidades

    dos clientes universitários, entre os 18 e os 30 anos (inclusive), residentes ou não residentes em Portugal. Esta

    oferta responde à fase do seu ciclo de vida, nas suas diferentes vertentes - quotidiano, poupança, canais

    digitais e crédito vocacionado para financiar a frequência do ensino superior.

    Para responder às necessidades deste segmento, o Banco mantém protocolos de colaboração com instituições

    de ensino superior de referência, atendendo à excelência da formação ministrada, potencial futuro dos alunos

    e papel desempenhado na dinâmica regional, que visam uma presença relevante e distintiva junto deste

    mercado e do seu público - estudantes, professores, colaboradores e investigadores.

    Ainda neste âmbito, foram disponibilizados diversos tipos de estágios para universitários – de verão,

    curriculares e de aproximação à vida ativa, visando proporcionar experiências relevantes em contexto

    profissional durante o período de formação superior.

    Foram igualmente atribuídas diversas bolsas e prémios de mérito a alunos que se distinguiram pela excelência

    das classificações alcançadas nas universidades com as quais o Banco tem parcerias estabelecidas.

    Produtos e Serviços Ambientais

    O Grupo NOVO BANCO assume o compromisso em estar atento aos impactos ambientais dos seus produtos

    e serviços financeiros e às oportunidades de negócio que daí advêm, disponibilizando a sua oferta de acordo

    com as expectativas dos seus stakeholders.

    Consciente da importância que o setor financeiro desempenha na promoção da responsabilidade ambiental, o

    Grupo NOVO BANCO dispõe de uma oferta específica de produtos e serviços financeiros inovadores que

    promovem a responsabilidade ambiental dos seus clientes.

    Para informações sobre serviços com responsabilidade ambiental consulte 9.3. Gestão Ambiental.

    Conta NB 18.31 neutra em carbono

    Desenvolvida com o objetivo de ter um menor impacto ambiental, a conta bancária NB 18.31 é uma conta

    totalmente neutra em carbono, conseguida pela sua baixa emissão de carbono por se tratar de uma conta

    online e pelo facto das suas baixas emissões serem neutralizadas.

    Numa parceria com a consultora e)mission, o NOVO BANCO quantificou as emissões de CO2 associadas

    à Conta NB 18.31 resultantes, por exemplo, da utilização de computadores, produção de papel e cartões,

    entre outros.

  • 34 Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018

    Para efetuar a neutralização das emissões, foram calculadas as emissões de Gases com Efeito Estufa

    (GEE) associadas, incluindo todo o ciclo de vida desta conta bancária: desde a sua abertura até ao fecho.

    Este cálculo foi efetuado em alinhamento com a metodologia PAS 2050:2008, específica para análise do

    ciclo de vida de produtos e serviços, e permitiu concluir que cada nova Conta NB 18.31 tem um impacto de

    carbono estimado de 1,09 kg CO2eq/ano, o que representa uma redução de 20% face a uma conta

    convencional, e se tiver abertura online o carbono estimado é de 944g.

    A 31 de dezembro de 2018, o NOVO BANCO detinha 121 133 Contas NB 18.31 com emissões

    compensadas o que corresponde a 1 217 toneladas de CO2 neutralizadas.

    Em 2018, as emissões de carbono foram compensadas, através do apoio ao projecto Soil&More, um projeto

    de compostagem de resíduos verdes (resíduos vegetais de jardins, parques e outros) recolhidos no

    município da Cidade do Cabo, na África do Sul, sendo aprovado pela UNFCCC (Convenção-Quadro das

    Nações Unidas sobre a Mudança do Clima). Com a produção deste composto microbiano controlado é

    possível restaurar a fertilidade e fortalecer os solos agrícolas, evitando que os resíduos continuem a ser

    depositados em dois aterros sem condições na Cidade do Cabo, a sua consequente queimada e emissão

    de metano. Estima-se que este projeto reduza 600 mil toneladas de CO2 equivalente em 10 anos. O

    procedimento adotado irá permitir ainda o aumento da capacidade de retenção de água dos solos até 70%,

    o que no contexto Sul Africano é um impacto extremamente importante, dado que o UNEP (Programa das

    Nações Unidas para o Ambiente) listou a qualidade e disponibilidade de água nesta região como uma das

    três principais questões ambientais a considerar.

    Mais informação sobre este projeto encontra-se disponível no site institucional.

    https://www.novobanco.pt/site/cms.aspx?plg=7FAD1277-08AB-4AFD-A558-E51959548E3A

    As emissões totalmente neutralizadas pelo NOVO BANCO com conta NB 18.31 são o equivalente a 329

    voos de ida-e-volta para um passageiro entre Lisboa e São Paulo, Brasil.

    Ainda no segmento de Retalho destaca-se o serviço prestado pelas subsidiárias NOVO BANCO dos Açores e

    Banco Best.

    NOVO BANCO dos Açores

    No ano de 2018 o NOVO BANCO dos Açores prosseguiu a sua atividade promovendo a captação de novos

    clientes, através de diversas ações junto de particulares, empresas, serviços, instituições e organismos

    públicos, com o objetivo de melhoria da quota de mercado, e da atividade, em matéria de captação de recursos

    e de concessão crédito e apoio à economia e às famílias açorianas. O NOVO BANCO dos Açores continua a

    ser o único banco com sede na Região Autónoma dos Açores.

    https://www.novobanco.pt/site/cms.aspx?plg=7FAD1277-08AB-4AFD-A558-E51959548E3A

  • Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018 35

    No que se refere à atividade do NOVO BANCO dos Açores em 2018, em termos homólogos, o saldo final do

    crédito concedido a clientes aumentou (1,6%), assim como o dos depósitos de clientes (5,1%).

    O produto bancário registou um acréscimo de 3,2% face a 2017, como resultado, principalmente, da evolução

    do resultado financeiro (+15,2%). Em 2018 os custos operativos registaram uma diminuição de cerca de 22,8%,

    comparativamente a 2017, em resultado de uma política de forte contenção de custos.

    O NOVO BANCO dos Açores encerrou o ano com um ativo líquido de 548 milhões de euros e um resultado

    líquido do exercício de 3,6 milhões de euros, superior a 2017 em 1,7 milhões de euros (+87,2%), o que atesta

    um comportamento muito positivo.

    Banco Best

    O Banco Best registou um resultado líquido de 3,6 milhões de euros no ano de 2018, um crescimento de 18%

    face ao ano anterior, mantendo rácios prudenciais e de solidez muito positivos com, nomeadamente, um rácio

    de transformação de depósitos em crédito de 26%. Houve também uma evolução favorável a nível operacional

    com o rácio de cost to income a situar-se nos 69% face aos 71% verificados no ano anterior.

    Os ativos sob gestão registaram um valor de 2 mil milhões de euros, nestes sendo de destacar o crescimento

    dos depósitos de clientes, a uma taxa de 11% face ao ano anterior, atingindo o valor de 546 milhões de euros.

    Num ano marcado pela forte volatilidade dos mercados financeiros, em especial no último trimestre do ano, a

    atividade de Trading, através do serviço Best Trading Pro (BTP), revelou também um grande dinamismo

    conduzindo ao aumento da quota de mercado de 13% em 2017 para 17% em 2018 na componente de

    derivados online.

    O Banco Best manteve o seu enfoque na liderança no digital banking e na inovação da oferta de produtos e

    serviços financeiros em Portugal nas suas diferentes vertentes, sendo de salientar que em 2018:

    - O Banco Best foi pioneiro na oferta da opção de abertura de conta por videochamada e, em junho, apresentou

    ao mercado um novo site, mais apelativo, com novas funcionalidades e utilizando ferramentas de marketing

    digital;

    - Na área de Asset Management, o Banco Best recebeu o prémio atribuído em fevereiro pela Euronext, na

    categoria Financial Innovation, pela introdução em Portugal do primeiro fundo de investimento cuja gestão

    assenta na inteligência artificial (Acatis AI Global Equities Fund). Introduziu ainda em Portugal, pela 1ª vez,

    os Exchange-Traded Funds (ETF) emitidos pela UBS, reforçando a oferta na área de gestão passiva, bem

    como apresentou ao mercado Português de fundos de investimento a Rubrics Asset Management, a

    Carmignac e Optimize, Nova Seguradora: Una;

    - Através de parceria com a startup nacional Advicefront, o Banco Best lançou uma ferramenta que potencia a

    consultoria de investimento de forma simples e inteligível.

    - Foi promovida a literacia financeira através dos ciclos de formação Best Trading Pro, uma iniciativa para

    estimular a educação financeira dos investidores sob o mote “Maior conhecimento, Melhor Investimento” que

    decorreram nos diversos Centros de Investimento do pais, num total de 9 sessões.

  • 36 Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018

    - O Banco Best lançou a assistente digital BEA - Best Electronic Assistant, um chatbot assente em inteligência

    artificial que responde às questões dos utilizadores sobre produtos e serviços;

    - O Banco Best articulou com parceiros da área das Fintech e sociedades gestoras internacionais a primeira

    operação de subscrição de um fundo estrangeiro em Portugal, realizada em ambiente de Blockchain.

    - A oferta da solução de Open Banking para institucionais, dando a possibilidade de ligação ao domínio Best

    via APIs e acesso à informação, antecipando desta forma as mudanças que vão surgir com a legislação

    PSD2.

    - Ainda neste período o Banco Best procedeu à reestruturação de toda a oferta de contas de depósitos à ordem

    e de cartões, mantendo-se a gratuitidade nas comissões de gestão das contas 100% digitais, em linha com

    a matriz do Banco Best.

    Banca de Empresas

    O NOVO BANCO apresenta uma forte presença no mercado de empresas: 52% das empresas com volume de

    negócios superior a 2,5 milhões de euros são clientes do NOVO BANCO (base de empresas IES - Informação

    Empresarial Simplificada, 2017). Esta taxa aumenta para 57% quando analisamos o subgrupo das empresas

    exportadoras.

    Numa análise ao mercado das Sociedades Não Financeiras, o NOVO BANCO apresentou uma quota de

    mercado7, a dezembro de 2018, de 15,0% nos Depósitos e no Crédito de 17,2%.

    O NOVO BANCO dispõe de uma rede segmentada aos seus clientes Empresa, destacando-se:

    20 Centros de Empresas distribuídos pelo país, com equipas dedicadas que acompanham as Médias

    Empresas com volume de negócios individual ou numa ótica de grupo económico superior a 2,5

    milhões de euros e inferior a 200 milhões de euros. Este segmento conta com mais de 15,5 mil clientes,

    que representaram, no final do ano de 2018, cerca de 8,4 mil milhões de euros de movimento

    financeiro;

    O segmento Corporate que acompanha empresas que apresentam um volume de negócios individual

    ou numa ótica de grupo económico superior a 200 milhões de euros, com mais de 1,7 mil clientes, que

    representaram, no final do ano de 2018, cerca de 8,2 mil milhões de euros de movimento financeiro.

    No ano de 2018, o crédito de médio e longo prazo registou uma produção de 1,8 mil milhões de euros, tendo

    assim o NOVO BANCO mantido o seu papel de referência no apoio ao desenvolvimento das empresas e da

    atividade económica em Portugal. De realçar a produção nas Linhas NB FEI Inovação IV (em parceria com o

    Fundo Europeu de Investimento), Capitalizar e Capitalizar Mais (em parceria com o Sistema de Garantia Mútua)

    e NB Corporate Invest, nas quais foram desembolsados, entre janeiro e dezembro, 420,0 milhões de euros de

    crédito novo. Este conjunto de instrumentos tem-se revelado um importante pilar de apoio ao investimento e

    reforço dos capitais permanentes das Pequenas e Médias Empresas (PME), destacando-se os projetos

    aprovados no âmbito do Portugal 2020.

    7 Sociedades Não financeiras, Residentes em Países da União Monetária, para operações em Euro; Perímetro NB: atividade doméstica e

    exclui NB Açores e Best; Mercado: informação do Banco de Portugal.

  • Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018 37

    No apoio ao dia a dia das empresas, nas Soluções de Tesouraria, o NOVO BANCO disponibiliza uma oferta

    que se adequa às necessidades de cada cliente, com a carteira de factoring e de confirming a ascender, no

    final do ano, a 706 milhões de euros no segmento de Médias Empresas e de Corporate.

    No Leasing, instrumento de crédito especializado para apoiar o investimento dos nossos clientes, destacamos

    o crescimento da carteira de 12,6%, com um valor de produção de 325,4 milhões de euros.

    A atuação junto dos clientes empresariais engloba também soluções destinadas aos colaboradores das

    empresas. Neste domínio, é de destacar a recetividade para soluções que proporcionam benefícios sociais e

    fiscais para os colaboradores das empresas, em particular os Cartões Refeição, os Seguros Vida Risco, e os

    protocolos de parceria destinados aos colaboradores das empresas.

    A área do Trade Finance é uma importante vertente de negócio do NOVO BANCO. Esta aposta é também

    enquadrada no plano económico nacional que evidencia um crescimento sustentado das exportações

    portuguesas nos últimos anos (em 2018, +5,6% até novembro), e também no crescimento do peso das

    exportações no PIB, que atingiu 43% em 2017. O NOVO BANCO disponibiliza uma vasta oferta de produtos e

    aconselhamento especializado no apoio ao comércio internacional. O know how do Banco neste segmento é

    valorizado pelas empresas, que lhe destinam uma quota de mercado de cerca de 22% (dezembro de 2018,

    medido pelo número de mensagens swift), tendo crescido 0,8pp face a 2017.

    O NOVO BANCO foi eleito o melhor banco na área de Trade Finance, em Portugal, pela revista internacional

    “Global Finance”, reconhecimento atribuído em janeiro 2019, referente à atividade de 2018. Este prémio

    representa o reconhecimento internacional das competências do NOVO BANCO nesta importante vertente de

    negócio.

    O NOVO BANCO preocupa-se em criar valor para as empresas e por essa razão disponibiliza produtos e

    serviços inovadores e de valor acrescentado, nomeadamente o Fine Trade: trata-se de um modelo que analisa

    os potenciais mercados e identifica as oportunidades de exportação das empresas portuguesas no Mundo,

    partindo do bem transacionável que o cliente produz ou vende. O modelo identifica até 20 países onde existe

    maior probabilidade de sucesso de colocação do mesmo. Encontra-se disponível gratuitamente no NBnetwork

    e poderá constituir mais uma importante ferramenta de informação sobre os mercados e as oportunidades de

    exportação para as empresas portuguesas.

    Considerando o Barómetro Serviços Financeiros Empresas Bancos (BFinBancos) do DATAE, que tem como

    principal objetivo caracterizar o setor bancário português na ótica das empresas/sociedades relativamente aos

    produtos e serviços que os bancos disponibilizam, o NOVO BANCO é o 2º Principal Banco das empresas, no

    subgrupo das empresas com volume de negócios superior a 2 milhões euros, posicionamento que melhora

    face a 2017. As principais razões que levam os clientes a escolher o NOVO BANCO são a tradição, a qualidade

    e rapidez nos serviços: esta escolha revela a importância da relação e orientação para o Cliente, bem como

    da aposta na inovação e eficiência do serviço.

    Ao nível da avaliação que os nossos clientes empresas efetuaram ao NOVO BANCO e à sua equipa de

    gerentes, merece destaque o facto da “Satisfação com o Atendimento” ter atingido uma avaliação de 90,7%

    (percentagem de respostas de 8 a 10, numa escala ascendente de 1 a 10) em 2018, o que representa um

    acréscimo de 1,8pp face a 2017. Acresce positivamente, que as várias avaliações efetuadas, como a

    “Satisfação Global com o Banco”, a “Confiança”, a “Recompra”e a “Recomendação” melhoram continuamente

    desde 2015.

  • 38 Relatório de Gestão – Relatório e Contas 2018

    O NOVO BANCO promoveu várias iniciativas durante o ano de 2018 junto do segmento empresas, apoiando

    a divulgação de setores económicos, regiões, e de empresas que se distinguem, nomeadamente:

    - Eventos Regionais

    Lançamento do “NOVO BANCO Summit”, que pretende promover as regiões de Portugal, indo ao encontro

    das empresas, dos empresários, e dos projetos que mais se destacam, uma iniciativa do NOVO BANCO

    com a SIC Notícias:

    “Summit Norte”, Braga, 11 de julho;

    “Summit do Dão”, com a conferência “O Vinho, o Dão e a Beira”, no âmbito da Festa das Vindimas,

    em Viseu, que ocorreu de 20 a 23 de setembro;

    “Summit do Oeste”, Torres Vedras e Óbidos, 8 de novembro;

    - Eventos Setoriais

    Pretendem promover os setores mais dinâmicos, representativos, e inovadores da economia portuguesa:

    SISAB - Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas – O NOVO BANCO, como parceiro

    deste evento, esteve presente com uma equipa de gerentes de empresas, gestores de negócio

    internacional e especialistas em trade finance para prestarem apoio à atividade exportadora das

    PME portuguesas (Lisboa, 12 a 14 de fevereiro);

    Publituris Trade Awards - Prémios Publituris – o NOVO BANCO é patrocinador bancário exclusivo

    deste evento anual que distingue a excelência no turismo (Lisboa, 28 de fevereiro a 4 de março

    no âmbito da Bolsa de Turismo de Lisboa);

    Feira da Agricultura: o NOVO BANCO esteve presente, em Santarém, na 55ª edição da Feira

    Nacional da Agricultura, disponibili