relatório e contas 2005 · 2021. 2. 7. · relatório e contas 2005 a. nota introdutÓria a.1....

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Relatório e Contas Autoridade de Supervisão da Actividade Seguradora e de Fundos de Pensões • Autorité de Contrôle des Assurances et des Fonds de Pensions du Portugal • Portuguese Insurance and Pension Funds Supervisory Authority 2005

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  • Relatórioe Contas

    Autoridade de Supervisão da Actividade

    Seguradora e de Fundos de Pensões • Autorité

    de Contrôle des Assurances et des Fonds de

    Pensions du Portugal • Portuguese Insurance

    and Pension Funds Supervisory Authority

    2005

  • Ficha Técnica

    Propriedade e Edição

    Instituto de Seguros de PortugalAv. de Berna, 191050-037 LisboaPortugal

    Telefone: 21 790 31 00Telefax: 21 793 85 68Endereço electrónico: [email protected]

    www.isp.pt

  • Inclui:ISP - Instituto de Seguros de PortugalFGA - Fundo de Garantia AutomóvelFAT - Fundo de Acidentes de Trabalho

    Relatório e Contas 20

    05Instituto de Seguros de PortugalLisboa 2006

  • Índice

  • 5 A. NOTA INTRODUTÓRIA

    10 B. ACTIVIDADE DESENVOLVIDA E RECURSOS UTILIZADOS

    10 B.1. ISP - Instituto de Seguros de Portugal

    38 B.2. Fundos autónomos geridos pelo ISP

    38 B.2.1. FGA - Fundo de Garantia Automóvel

    43 B.2.2. FAT - Fundo de Acidentes de Trabalho

    47 C. CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS

    52 D. PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS, ANEXOS E REFERÊNCIAS

    53 E. ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS E RESPONSÁVEIS PELAS UNIDADES ORGÂNICAS

    57 F. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

    57 F.1. ISP - Instituto de Seguros de Portugal

    71 F.2. FGA - Fundo de Garantia Automóvel

    87 F.3. FAT - Fundo de Acidentes de Trabalho

    99 G. RELATÓRIO E PARECER DA COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO

    105 H. CERTIFICAÇÃO LEGAL DAS CONTAS

    111 I. RELATÓRIO DOS AUDITORES

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    A. NOTA INTRODUTÓRIA

    A.1. Enquadramento macroeconómico

    De acordo com as informações disponíveis em finais de Janeiro de 2006 – que incorporaminformação macroeconómica recolhida até meados de Dezembro do ano anterior1 – após amodesta recuperação verificada em 2004 (1,3% de crescimento do PIB), o desempenho daeconomia portuguesa em 2005 ter-se-á traduzido num crescimento do PIB praticamente nulo(0,3%).

    A desaceleração da economia portuguesa em 2005 resultou essencialmente de uma diminuiçãoacentuada do contributo da procura interna, cuja taxa de crescimento relativamente ao anoanterior caiu de 2,1% para apenas 0,6%, em consequência da quebra do investimento (3,1%),do abrandamento do crescimento do consumo público (de 2,6% para apenas 1,1%) e em menorgrau, do abrandamento do crescimento do consumo privado (de 2,3% para 1,8%, igualando ocrescimento do rendimento disponível das famílias).

    A redução acentuada do contributo da procura interna para o crescimento do PIB excedeu oligeiro aumento do contributo do comércio externo, traduzido numa desaceleração simultâneadas exportações (de 5,4%, em 2004, para 1,8% em 2005) e das importações (de 6,8% para2,4%).

    Por trás do comportamento das variáveis macroeconómicas acima descritas, a análise darealidade tangível indica que o menor contributo da procura interna reflecte:

    (i) a situação do sector público, relacionada com a existência de um défice de cercade 6% e uma dívida pública de 65,5% do PIB, ambos claramente excessivos faceaos limites estabelecidos no Programa de Estabilidade e Crescimento da U.E. esuscitando a inadiável necessidade de consolidação orçamental;

    (ii) o elevado nível de endividamento das famílias e dos particulares – que cresceucerca de 10% entre 2004 e 2005 fixando-se em cerca de 90% do PIB – e dasempresas não financeiras portuguesas, que cresceu de cerca de 98% para 103%do PIB, situação esta que não só limita a possibilidade de recurso ao crédito parafinanciamento de despesas adicionais, como gera uma maior incerteza em relaçãoao futuro serviço da dívida; e

    (iii) uma percepção por parte dos agentes económicos de que a recuperação (nãoapenas portuguesa mas também europeia) poderá vir a ser mais lenta e irregularque a observada em anteriores ciclos económicos, o que tenderá a restringir asdespesas de consumo, o investimento e o próprio emprego (em finais de 2005 asestimativas situavam a taxa de desemprego cerca de 1% acima do nível atingidoem 2004, ou seja, em cerca de 7,6%).

    Já no tocante ao comércio externo há que reconhecer que o crescimento das exportaçõesportuguesas em 2005 foi inferior ao nível da procura externa, o que é explicável:

    (i) pelo aumento da concorrência dos novos países recentemente integrados nomercado europeu e mundial;

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    51 - Estimativas do Banco de Portugal, Sistema Europeu de Bancos Centrais, Ministério das Finanças e Administração Pública (Direcção-Geral deEstudos e Previsão), Instituto Nacional de Estatística e Eurostat, consoante a matéria, reportadas a finais de 2005.

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    (ii) pela manutenção de uma evolução desfavorável dos custos unitários do trabalhoface aos principais parceiros comerciais; e

    (iii) por último, pela subida significativa do preço do petróleo (de cerca de 45%) entre2004 e 2005, que elevou o preço médio anual do barril de Brent para os 55dólares, sendo que as expectativas implícitas nos mercados de futuros antevêemmaiores subidas nos próximos anos, o que contribuiu para um enquadramentoexterno mais desfavorável para a economia portuguesa.

    Os substanciais aumentos do preço do petróleo ocorridos desde 2003 explicam também emgrande parte o aumento das necessidades de financiamento externo da economia portuguesa,medidas pelo défice das balanças corrente e de capital em percentagem do PIB (-3,3% em 2003;5,9% em 2004 e -8,2% em 2005).

    Apesar da tendência de redução do peso das transferências públicas em função de um maiorrigor orçamental (redução de 1,6% para 1,2% do PIB entre 2004 e 2005), o aumento dasnecessidades líquidas de financiamento externo da economia portuguesa tende a ser ditado pelomaior peso do aumento das necessidades de financiamento do sector privado – reflectindo oefeito de redução da capacidade de financiamento das famílias e o aumento da necessidade definanciamento das empresas, decorrente de uma queda da poupança superior à redução doinvestimento de ambos os sectores institucionais.

    No tocante à inflação (medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor), que terádecrescido de 2,5% (em 2004) para 2,1% em 2005, a influência do crescimento dos preços dosbens energéticos e do aumento dos impostos indirectos (especialmente da taxa do IVA, de 19%para 21%) fez-se sentir fundamentalmente durante o segundo semestre, sendo de esperar queo seu maior impacto ocorra durante o primeiro semestre de 2006.

    A inflação portuguesa terá sido quase igual à da UME (2,2%), o que também terá condicionadoa evolução das taxas de juro e de câmbio do euro.

    No início de Dezembro as taxas de referência do Banco Central Europeu subiram 0,25%, medidaessa que já havia sido endogeneizada na estrutura temporal de todas as taxas de juro relevantes,as quais (em termos médios) geralmente sofreram aumentos quase insensíveis no decurso de2005: - a taxa de empréstimo a sociedades não financeiras subiu de 4,27% para 4,33%; - a taxade empréstimo a particulares para habitação aumentou de 3,64% para 3,66%; - a taxa deempréstimo a particulares para consumo evoluiu de 7,65% para 7,68%, enquanto que a taxa dasObrigações do Tesouro a 10 anos sofreu uma pequena redução de 3,67% para 3,40%.

    Em linha com a tendência de recuperação dos principais mercados accionistas mundiais, o índiceportuguês PSI-Geral apresentou uma valorização de 17,2% no conjunto do ano, que comparacom os 16,7% do índice britânico Footsie100, com os 23% de valorização do índice europeuDow Jones Eurostoxx, com o significativo aumento de 40,2% do índice japonês Nikkei e com osdiminutos 3% de valorização do índice Norte americano Standard & Poors 500 (uma vez que osefeitos de recuperação do mercado accionista dos EUA já se tinham antecipado cerca de um anorelativamente aos europeus).

    Quanto ao enquadramento externo da área do euro, espera-se que este permaneça favorável nosdois anos mais próximos, com o PIB Norte americano a desacelerar ligeiramente dos cerca de4,2% de 2005 para aproximadamente 3,6% e o PIB britânico a abrandar de 3,2% para cerca de1,7% (em ambos os casos devido a um abrandamento do consumo privado e da Formação Brutade Capital Fixo), enquanto que para o PIB japonês se espera uma ligeira contracção (de 2,7% para2,4%) em consequência de uma significativa deterioração das exportações líquidas, uma vez queo consumo privado e a FBCF deverão registar crescimento. Para as restantes economias asiáticas6

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    em desenvolvimento (especialmente China e Índia), a actividade económica deverá manter altosritmos de crescimento, com apenas uma pequena desaceleração face ao passado recente.

    Relativamente ao conjunto da área do euro, estima-se que o crescimento do PIB em 2005 se situeem torno dos 1,4%, em tendência expansiva nos dois anos posteriores. No ano em apreço a taxade inflação rondou os 2,2%, enquanto o consumo privado e público cresciam, respectivamente,cerca de 1,4% e 1,2% e a FBCF crescia cerca de 2,3%. As taxas de crescimento das exportaçõese das importações mantiveram-se robustas em torno dos 4% e 4,7%, respectivamente, situaçãoa que não terá sido alheia a depreciação do euro em relação ao dólar Norte-americano (12,3%em média anual), enquanto que a taxa de desemprego se mantinha elevada em torno dos 8,3%.

    A.2. Situação do mercado

    Ao longo de 2005, e à semelhança do ano transacto, a evolução global da actividade seguradoraem Portugal superou largamente as tendências macroeconómicas atrás referidas.

    No tocante ao exercício em análise, os dados provisórios já disponíveis, apontam para umcrescimento de cerca de 28,3% no volume de prémios brutos emitidos de seguro directo – contraos acréscimos de 12,1% e 9,7% registados em 2003 e 2004, por esta ordem – concentrando-seagora 68,0% (contra os anteriores 59,5%) da produção no ramo vida e 32,0% (contra osanteriores 40,5%) no conjunto dos ramos não vida. A produção total deverá ter sido próxima dos13.500 milhões de euros, o que equivale a cerca de 9,8% do PIB português.

    Embora o crescimento significativo do segmento vida apareça geralmente associado a umacréscimo da capacidade de poupança das famílias - visto que a sua produção se encontranormalmente muito concentrada em produtos de forte componente financeira - o aumento de46,2% registado em 2005 contém necessariamente componentes atípicas uma vez que, mesmocom a retirada dos benefícios fiscais aplicáveis às entregas para planos de poupança PPR/E, seregistou um acréscimo de cerca de 15% na produção deste segmento do ramo vida (com umataxa de crescimento mais pronunciada nos seguros ligados a fundos de investimento).

    Aparentemente, duas causas poderão ter contribuído para a situação supra:

    (i) a preocupação acrescida dos trabalhadores activos relativamente à sustentabilidadedo financiamento dos actuais níveis de benefícios da Segurança Social; e

    (ii) a entrada em vigor da Directiva Europeia da Poupança em 1 de Julho de 2005, namedida em que - relativamente aos cidadãos europeus - veio criar a obrigação dosbancos comunicarem os montantes dos rendimentos da poupança auferidos soba forma de juros ao Fisco dos respectivos Estados Membros de origem, o que -para aqueles cidadãos - veio ditar o fim de vários paraísos fiscais como os das IlhasAnglo-Normandas, Ilha de Man, Caraíbas, Liechtenstein, Mónaco, Andorra e SanMarino.

    No conjunto dos ramos “não vida” verificou-se um nível de crescimento modesto (cerca de 1,8%em termos nominais e –0,3% em termos reais), acompanhando a tendência de evoluçãoeconómica do país.

    Por outro lado, a aplicação continuada de políticas de tarifação adequadas aos riscosefectivamente assumidos, aliada à evolução dos principais mercados financeiros, à descida dosíndices de sinistralidade e às políticas de redução dos custos operacionais através de melhorias deeficiência, influenciaram positivamente os resultados das empresas de seguros sedeadas no nossopaís, situação que aponta no sentido da consolidação dos resultados positivos que se vinha adesenhar desde 2003.

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    Já no que se refere aos fundos de pensões, constata-se um aumento dos montantes geridos decerca de 24,5%, face a um crescimento de 0,9% em 2004. Esta evolução foi condicionada deforma muito significativa pela rendibilidade do mercado accionista e pelos substanciais aumentosde contribuições efectuados para os fundos de pensões do sector bancário, por efeito daaplicação dos princípios estabelecidos nas Normas Internacionais de Contabilidade.

    A.3. Enquadramento legislativo

    Com data de 29 de Julho de 2005 foi publicado o Decreto-Lei nº 122/2005, que introduziu aterceira alteração ao Decreto-Lei nº 142/2000, de 15 de Julho, que aprova o regime jurídico dopagamento dos prémios de seguro, e a décima quinta alteração ao Decreto-Lei nº 522/85, de 31de Dezembro, que aprova o regime do seguro de responsabilidade civil automóvel. A data deentrada em vigor desse Decreto-Lei nº 122/2005, nele fixada, foi depois objecto de alteração peloDecreto-Lei nº 199/2005, de 10 de Novembro.

    O regime do pagamento dos prémios (neste caso da generalidade dos contratos de seguros dedanos), recorde-se, constitui uma componente fundamental do regime geral do contrato deseguro.

    Com muito relevante interesse para a actividade seguradora, embora não específico a estaactividade, o Decreto-Lei nº 156/2005, de 15 de Setembro, estabeleceu a obrigatoriedade dedisponibilização do livro de reclamações a todos os fornecedores de bens ou prestadores deserviços que tenham contacto com o público em geral entre os quais se contam as empresas deseguros.

    A.4. Gestão Interna

    Sistemas de informação

    O Departamento de Sistemas de Informação prosseguiu a sua estratégia de desenvolvimento desoluções de suporte às actividades e de consolidação das aplicações já implementadas, bem comoa de apoio ao sistema informático, “lato senso” do ISP.

    No que respeita ao Desenvolvimento de Soluções destacaram-se:

    — Na área de Supervisão a solução de Gestão da Informação de Supervisão (GISVP), depoisde consolidada e estabilizada, foi alvo de um processo de análise que resultou numareestruturação do sistema interno e do PortalISPnet, com a introdução de pontos demelhoria e alinhamento com as necessidades dos utilizadores; na Gestão de Autorizaçãode Actividade (GAA) foram efectuadas tarefas de melhoria e consolidação da soluçãoexistente, das quais se destacam, a constituição do histórico da denominação dasempresas de seguros e o registo das operações entre as mesmas. Continuaram ostrabalhos de desenvolvimento e testes da solução aplicacional de Gestão de Mediadoresque irá substituir o sistema actual. Entrou, entretanto, em exploração, a solução degestão documental, com a respectiva formação e apoio aos utilizadores na área deRegisto (Mediação).

    — Nas áreas de Documentação, de Recursos Humanos e do Atendimento e Comunicaçãoforam efectuadas diversas tarefas de melhoria e consolidação das soluções já instaladas.

    — Os Fundos Autónomos geridos pelo ISP, Fundo de Acidentes de Trabalho (FAT) e Fundode Garantia Automóvel (FGA), foram enriquecidas com diversas funcionalidades eacções.8

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    — Nas áreas de Serviços, quer Administrativos quer Financeiros, para além das váriastarefas de apoio e manutenção, procedeu-se à implementação dos novos módulos.

    — De referir também a realização das tarefas de preparação para que o sistema de“Taxas”, integrado no PortalISPnet, entre em exploração em Janeiro de 2006.

    No que respeita ao Suporte Interno destacaram-se o projecto de Auditoria da Infra-Estrutura edas Comunicações, a Auditoria de Segurança e o Plano de Prevenção e Recuperação dos Sistemasde Informação do ISP.

    No apoio ao utilizador e administração de sistemas foram geridos durante o ano cerca de 3 000pedidos de suporte, sendo realizados, a título experimental, cerca de 600 inquéritos “desatisfação” aos utilizadores do sistema, com resultados satisfatórios.

    Na renovação de equipamentos continuou a substituição de desktop´s, portáteis, impressoras edigitalizadores, contribuindo assim para a melhoria do parque instalado. Foram tambémrenegociados os contratos relativos a manutenções, licenciamentos e comunicações.

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    B. ACTIVIDADE DESENVOLVIDA E RECURSOS UTILIZADOS

    B.1. INSTITUTO DE SEGUROS DE PORTUGALB.1.1. REGULAÇÃO E SUPERVISÃOB.1.1.1. Enquadramento

    O Instituto de Seguros de Portugal (ISP), enquanto autoridade de regulação e supervisão daactividade seguradora, resseguradora, de mediação de seguros e de fundos de pensões, éresponsável pelo bom funcionamento e pela tutela do mercado segurador e de fundos depensões, por forma a contribuir para a garantia da protecção dos tomadores de seguro, pessoasseguras, participantes e beneficiários.

    Neste contexto, o estatuto do ISP estabelece as seguintes atribuições:

    (i) Regulamentar, fiscalizar e supervisionar as actividades atrás descritas, bem comoas actividades conexas ou complementares daquelas;

    (ii) Assistir o Governo e o Ministro das Finanças, a pedido deste ou por iniciativaprópria, na definição das orientações a prosseguir na política para o sectorsegurador e de fundos de pensões;

    (iii) Executar e exercer o controlo dessa política;

    (iv) Colaborar com as autoridades congéneres de outros Estados nos domínios da suacompetência, em particular com as autoridades congéneres dos Estados-Membrosda União Europeia; e

    (v) Colaborar com as demais autoridades nacionais nos domínios da sua competênciae, em particular, com as outras autoridades de supervisão financeira.

    (vi) Com base nestas atribuições, o ISP tem orientado a sua actuação no sentido dapromoção da manutenção de um mercado segurador e de fundos de pensõeseficiente, justo, seguro e estável.

    B.1.1.2. Avaliação do cumprimento dos objectivos para 2005

    Para efeitos do desempenho das atribuições atrás mencionadas, foram estabelecidos no plano deactividades do ISP para 2005 um conjunto de objectivos que serviram de linha de rumo para asactividades a desenvolver ao longo do ano. Neste ponto pretende-se, de forma sucinta, avaliar efundamentar o grau de cumprimento desses objectivos.

    Assim, para cada objectivo são sumariamente identificadas as principais acções executadas,sendo efectuada no final uma avaliação global do cumprimento dos objectivos.

    — Objectivo n.º 1. Continuação da política de melhoria qualitativa dos procedimentos epráticas de supervisão prudencial e do reforço da sua normalização de forma a contribuir parao aumento da eficácia e da eficiência da actuação do ISP enquanto autoridade de supervisão.

    – Implementação do processo e das metodologias aplicáveis aos diferentes níveis decontrolo dos elementos financeiros e estatísticos enviados ao ISP pelas entidadessupervisionadas através do Portal ISPnet.

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    – Elaboração de manual de procedimentos relativo ao processo de supervisão dosinvestimentos das empresas de seguros.

    – Finalização do manual de procedimentos de análise da provisão para sinistros doramo automóvel.

    – Realização de análise transversal dos seguros automóvel e de acidentes detrabalho, incluindo análise individual sobre a exploração técnica e a adequação daprovisão para sinistros e análise comparativa com benchmarks do mercado.

    – Análise padronizada da generalidade dos fundos de pensões que financiam planosde benefício definido ou misto com o objectivo de aferir o respectivo nível definanciamento.

    — Objectivo n.º 2. Aperfeiçoamento continuado dos modelos de supervisão das empresas deseguros e dos fundos de pensões, tirando partido do processo de informatização, eprivilegiando a adopção de modelos baseados nos riscos efectivamente incorridos por cadaentidade supervisionada e na análise das políticas de gestão desses riscos.

    – Realização de exercício simplificado de assessment do risco e definição derequisitos adicionais de solvência, em função do perfil de risco das responsabilidadesassumidas nos seguros automóvel e de acidentes de trabalho.

    – Continuação da implementação prática do sistema de supervisão dos fundos depensões baseado nos riscos.

    – Estruturação de um sistema de rácios e indicadores de alerta para os ramos não-vida com especial incidência nas principais linhas de negócio.

    – Análise das carteiras de investimentos orientada para a aferição dos respectivosriscos incorridos pelas empresas de seguros quer numa base individual, quer numabase agregada.

    — Objectivo n.º 3. Continuação da reorientação das práticas de supervisão, privilegiando aavaliação prospectiva da situação financeira e a análise das actividades e estratégias denegócio e reforçando a vertente inspectiva, quer ao nível da avaliação dos sistemas decontrolo interno, quer na vertente relativa à conduta de mercado.

    – Criação de uma equipa de supervisão especificamente vocacionada para a análiseoff-site e on-site da conduta de mercado.

    – Finalização do manual de procedimentos de inspecção no âmbito da provisão parasinistros do seguro automóvel.

    – Desenvolvimento de manual de procedimentos de inspecção na área dosinvestimentos.

    – Continuação do enfoque na vertente inspectiva na área seguradora, salientando-sea concretização de 6 acções de inspecção no âmbito do ramo vida, 4 no que concerneà prevenção do branqueamento de capitais, 3 relativamente a aspectos de conduta demercado e 3 dedicadas à organização e à avaliação dos sistemas de controlo internodas empresas de seguros.

    – Continuação do enfoque na vertente inspectiva na área dos fundos de pensões,salientando-se a concretização de 3 acções no âmbito da avaliação dos sistemas decontrolo interno das sociedades gestoras de fundos de pensões.

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    — Objectivo n.º 4. Reforço dos mecanismos de transparência na actividade de regulaçãoatravés da implementação de procedimentos de consulta pública das propostas de novaregulamentação, no sentido de possibilitar o envolvimento dos diferentes intervenientes nomercado.

    – Estabelecimento dos princípios orientadores da divulgação das deliberações doConselho Directivo do ISP (Circular n.º 03/2005, de 18 de Fevereiro).

    – Criação de grupos de trabalho envolvendo representantes da AssociaçãoPortuguesa de Seguradores, Ordem dos Revisores Oficiais de Contas e Instituto dosActuários Portugueses com o objectivo de servir de plataforma de discussãoespecializada para efeitos de uma adaptação e implementação coerente e consistentedas disposições do plano de contas para as empresas de seguros às regras dosIAS/IFRS.

    – Consolidação da implementação dos procedimentos de consulta pública daspropostas de nova regulamentação.

    — Objectivo n.º 5. Continuação da estratégia de iniciativa no plano da política legislativa eregulamentar para o sector segurador e de fundos de pensões, procurando caminhargradualmente no sentido da adopção das melhores práticas internacionais.

    – Elaboração do projecto de Decreto-Lei relativo ao novo regime jurídico dos fundosde pensões, no âmbito do processo de transposição da Directiva n.º 2003/41/CE doParlamento Europeu e do Conselho, de 3 de Junho de 2003.

    – Revisão do projecto de Decreto-Lei relativo ao novo regime jurídico para amediação de seguros, no âmbito do processo de transposição da Directivan.º 2002/92/CE, de 9 de Dezembro, face aos contributos fornecidos pelo mercado.

    – Regulamentação da publicação dos documentos de prestação de contas dasempresas de seguros e das sociedades gestoras de fundos de pensões, prevendo arespectiva disponibilização através da Internet (Norma n.º 4/2005-R, de 28 deFevereiro).

    – Definição do âmbito subjectivo e do regime de aplicação das normasinternacionais de contabilidade relativamente às entidades sujeitas à supervisão do ISPque não sejam abrangidas pelo artigo 4.º do Regulamento (CE) n.º 1606/2002, doParlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho (Norma n.º 5/2005-R, de 18 deMarço).

    – Alteração da regulamentação relativa à prevenção do branqueamento de capitaisna sequência da publicação da Lei n.º 11/2004, de 27 de Março (Norma Regulamentarn.º 10/2005-R, de 19 de Julho).

    – Adaptação das diversas apólices uniformes em vigor, em função do novo regimejurídico do pagamento dos prémios do contrato de seguro introduzido pelo Decreto-lein.º 122/2005, de 29 de Julho (Norma Regulamentar n.º 13/2005-R, de 18 deNovembro).

    – Estabelecimento dos princípios aplicáveis ao desenvolvimento dos sistemas degestão de riscos e de controlo interno das empresas de seguros (Norma n.º 14/2005-R,de 29 de Novembro).

    – Divulgação de esclarecimentos relativos às participações em instituições deinvestimento colectivo não harmonizadas (Circular n.º 06/2005, de 8 de Março).

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    – Realização de questionário às empresas de seguros sobre estruturas e mecanismosde corporate governance (Circular n.º 10/2005, de 22 de Abril).

    – Esclarecimentos relativos à constituição das carteiras de investimentos dosprodutos em que o risco de investimento é suportado pelo tomador do seguro(Circular n.º 19/2005, de 27 de Setembro).

    — Objectivo n.º 6. Reforço do envolvimento do ISP nas organizações internacionais em que seconsolida o processo de convergência das práticas de regulação e supervisão da actividadeseguradora e de fundos de pensões, nomeadamente no Comité da Autoridades Europeias deSupervisão dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma.

    – Participação activa no Comité de Solvência da Associação Internacional deSupervisores de Seguros (IAIS).

    – Participação activa nos grupos de trabalho do Comité das Autoridades Europeiasde Supervisão dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (CEIOPS) relativos a:

    – Preparação do Protocolo entre autoridades de supervisão relativo àimplementação da Directiva n.º 2003/41/CE, de 3 de Junho (Fundos dePensões).

    – Preparação do Protocolo entre autoridades de supervisão relativo àimplementação da Directiva n.º 2002/92/CE, de 9 de Dezembro (Mediação deSeguros).

    – Implementação da Directiva relativa à supervisão complementar ao níveldos grupos de seguros.

    – Participação activa no grupo de peritos constituído para elaboração da propostade directiva relativa à supervisão da actividade resseguradora.

    – Participação no grupo de peritos mandatado pelo Comité Europeu dos Seguros ePensões Complementares de Reforma para implementação de sistemas de garantiapara os tomadores de seguros em caso de liquidação de uma empresa de seguros.

    — Objectivo n.º 7. Acompanhamento profundo e continuado do projecto de revisão dosistema de solvência do sector segurador na União Europeia (Solvência II)

    – Acompanhamento das discussões sobre o projecto Solvência II ao nível do ComitéEuropeu dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPC) e respectivoSubcomité de Solvência

    – Participação activa nos grupos de trabalho do Comité das Autoridades Europeiasde Supervisão dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (CEIOPS) noâmbito do projecto Solvência II:

    – Pilar I

    – Pilar II

    – Pilar III e Contabilidade

    – Estabilidade financeira.

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    — Objectivo n.º 8. Acompanhamento das perspectivas e evoluções internacionais sobre aregulamentação, em todos os subsectores do sistema financeiro, dos padrões relevantes parao controlo da situação financeira global e para a adequação das estruturas e mecanismos degovernação.

    – Adaptação metodológica e modelização estocástica do risco de crédito de longoprazo.

    – Estudo de metodologias de determinação dos coeficientes a aplicar ao risco demortalidade, no âmbito da definição de um modelo Standard de solvência para asempresas de seguros do ramo vida baseado nos riscos.

    – Estudo de metodologias de cálculo dos requisitos de capital para o risco específicode seguros Não-vida – ramo automóvel.

    — Objectivo n.º 9. Prosseguimento da participação activa no processo de articulação dasactividades de supervisão do sector financeiro em Portugal ao nível do Conselho Nacional deSupervisores Financeiros.

    – Participação no grupo de trabalho destinado a acompanhar os trabalhos daproposta de Directiva relativa à revisão oficial das contas anuais e contas consolidadas.

    – Participação nos trabalhos de transposição da Directiva n.º 2002/87/CE, de 16 deDezembro (Conglomerados financeiros).

    – Preparação do Financial Sector Assessment Program (FSAP) do FMI,nomeadamente através da elaboração da resposta a um questionário detalhado sobrea regulação e supervisão do sector segurador em Portugal.

    Durante o ano de 2005 foi prosseguida a estratégia de convergência com as melhores práticasinternacionais ao nível da regulação e supervisão, tendo sido implementadas várias medidasprevistas no plano de acção definido na sequência do exercício de auto-avaliação relativamenteao cumprimento dos Insurance Core Principles emitidos pela Associação Internacional deSupervisores de Seguros (IAIS).

    Neste contexto, o ISP adoptou algumas medidas que, de forma pragmática, pretendemdemonstrar o seu próprio compromisso institucional com o objectivo de reforçar a transparênciano sector financeiro e de facilitar o entendimento pelo público do âmbito da sua intervenção,nomeadamente: i) a divulgação das principais deliberações do Conselho Directivo, tendo sidodefinidos, através da Circular n.º 3/2005, de 18 de Fevereiro, os respectivos princípiosorientadores e ii) a aprovação de um Código de Conduta que estabelece linhas de orientação emmatéria de ética profissional para todos os que mantêm vínculos de natureza laboral com o ISP,ou que exercem funções como membros do seu conselho directivo.

    Na área da regulamentação, o ano de 2005 ficou essencialmente marcado pelos trabalhostendentes à elaboração do normativo relativo à gestão de riscos e controlo interno das empresasde seguros, processo que envolveu os diferentes intervenientes no mercado e que culminou coma publicação da Norma n.º 14/2005, de 29 de Novembro. A norma em questão estabelece umconjunto de princípios gerais que devem presidir ao desenvolvimento dos sistemas de gestão deriscos e de controlo interno a implementar pelas empresas de seguros, constituindo um passoessencial no processo de evolução para um sistema de solvência baseado nos riscos.

    É ainda de salientar a efectivação de um questionário às empresas de seguros sobre estruturas emecanismos de corporate governance, cujos resultados e principais conclusões foram objecto dedivulgação pública no âmbito do IV Colóquio Internacional sobre Seguros e Fundos de Pensõesorganizado pelo ISP.

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    Em suma, o conjunto de actividades desenvolvidas ao longo de 2005 permitiu um elevado graude cumprimento dos objectivos estabelecidos. De facto, quer em termos quantitativos, quer emtermos qualitativos, foram dados passos seguros no sentido de reforçar a transparência daactuação do ISP e a eficiência da sua actuação na regulação e supervisão do mercado seguradore de fundos de pensões.

    B.1.1.3. Estratégia para 2006

    A orientação estratégica em matéria de regulação e supervisão continuará a privilegiar aconvergência com as melhores práticas internacionais.

    Assim, entre os objectivos delineados para 2006, é de realçar o reforço da estruturação enormalização do processo de supervisão, por forma a contribuir para o aumento da eficácia eeficiência na análise corrente e prospectiva da situação financeira das entidades supervisionadas,dos seus sistemas de avaliação e gestão dos riscos e das políticas e procedimentos de conduta demercado.

    Por outro lado, continuará a ser prioritário o acompanhamento do projecto Solvência II de formaa avaliar os desenvolvimentos com maior impacto no mercado português e assegurar aadaptação tempestiva e gradual dos novos sistemas e das melhores práticas internacionais.

    Durante 2006 será ainda dada especial atenção à divulgação de “boas práticas” que contribuampara o reforço dos mecanismos de governação na actividade seguradora e de fundos de pensões,perspectivando-se, igualmente, a reformulação das diferentes vertentes dos sistemas deregulação e supervisão dos fundos de pensões e da actividade de mediação de seguros,adaptando-as aos requisitos da nova legislação.

    Por fim, ao nível dos processos de autorização, será iniciada a implementação de procedimentosde prestação normalizada de informação (formulários) o que contribuirá decerto para umincremento da eficácia e eficiência dos procedimentos internos e para uma resposta atempada ede qualidade às necessidades do mercado.

    B.1.1.4. SupervisãoB.1.1.4.1. Introdução

    Pela sua importância para o processo de supervisão do mercado segurador e de fundos depensões entendemos como relevante salientar a continuação da implementação do processo edas metodologias aplicáveis aos diferentes níveis de controlo dos elementos financeiros eestatísticos reportados ao ISP pelas entidades supervisionadas através do portal ISPnet.

    O contínuo desenvolvimento do sistema implementado é fundamental para a melhoria daqualidade e do acesso à informação, para a optimização do processo de supervisão e para oincremento da qualidade da informação prestada ao mercado. Vem contribuir para reforçar oacompanhamento efectivo pelo ISP da situação de cada um dos operadores bem como doconjunto do mercado e é essencial para garantir uma correcta avaliação dos riscos e da situaçãofinanceira das entidades supervisionadas.

    Além disso, o desenvolvimento de um novo sistema de solvência do sector segurador na UniãoEuropeia (Solvência II) vem colocar uma ainda maior relevância nos sistemas de informação e nanecessidade de assegurar a informação necessária e de qualidade para uma correcta avaliaçãodos riscos, dos activos e das responsabilidades.

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    B.1.1.4.2. Empresas de Seguros

    Autorizações

    As acções desenvolvidas no ano de 2005 caracterizaram-se, do ponto de vista qualitativo, porum ajustado grau de exigência no controlo das empresas de seguros ao nível das condiçõesjurídico-formais de acesso, dos meios humanos e técnicos, da estrutura orgânica e dos recursosfinanceiros necessários bem como das alterações estruturais que ocorreram nas empresas deseguros que operam no mercado.

    É de salientar que, relativamente ao mercado nacional, não existiram quaisquer alterações no querespeita a novos operadores estabelecidos no mercado português. Verificou-se, contudo, umnovo crescimento, apesar de bastante menor do que o do ano anterior (13%), no que respeita àintenção de empresas comunitárias operarem em regime de livre prestação de serviços emPortugal.

    Por outro lado, manteve-se reduzido o número de empresas de seguros nacionais a operarem emregime de Livre Prestação de Serviços noutros Estados-membros da UE, tendo-se verificadounicamente o pedido de uma empresa de seguros para operar em alguns Estados membros.

    No quadro das actividades intracomunitárias, é de referir uma diminuição de 58% no número deprocessos de transferência de carteiras de empresas de seguros com sede noutros EstadosMembros com riscos situados em Portugal ou em que Portugal é o Estado Membro docompromisso.

    Constatou-se, ainda, um considerável aumento do número de processos de autorização paraalteração de estatutos (92%), centrados fundamentalmente em modificações nas estruturas degovernação.

    De notar, também, um novo aumento significativo do número de processos de registo decondições gerais e especiais de apólices relativas a contratos de seguros obrigatórios (67%), factoque se deveu sobretudo à interpelação feita, no ano anterior, pelo ISP às seguradoras autorizadasa actuar em Portugal para que actualizassem tais registos.

    Durante o ano de 2005, não se verificaram processos de reestruturação (transferências decarteira, fusões ou cisões) e, tal como no ano precedente, não foi constituída qualquer novaempresa de seguros. Além disso, assistiu-se a uma estabilização do número de aquisições ealienações de participações qualificadas.16

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    2004 2005

    Autorização para alteração de estatutos 12 23

    Autorização para cessação de actividade 1 0

    Autorização para exploração de novos ramos ou modalidades 1 3

    Autorização de novas seguradoras 0 0

    Autorização para aquisição de participações qualificadas 7 8

    Certificação de actuários responsáveis 3 6

    Transferências de carteira e fusões/cisões de seguradoras nacionais (reestruturação) 3 0

    Notificação de LPS comunitárias em Portugal 63 71

    Notificação de LPS portuguesas na UE 8 6

    Notificação de conformidade legal de seguros obrigatórios 36 60

    Notificação de transferências de carteiras (seguradoras da UE) 19 8

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    No sentido de assegurar uma gestão sã e prudente das empresas de seguros a operar no mercadoe o cumprimento das garantias financeiras adequadas e exigíveis foi dada particular importânciaà análise técnica, económica e financeira, relativamente a diversas matérias, de que destacamosas relativas a:

    – pedidos de aumentos de capital, de realização e de reembolso de empréstimossubordinados; e

    – comunicações prévias relativas à aquisição e alienação de participaçõesqualificadas em empresas de seguros.

    No final de 2005 encontravam-se sob a supervisão do ISP 41 empresas de seguro directo (númeroidêntico ao do final do ano anterior) e uma empresa de resseguros, indicando-se no Quadroseguinte a respectiva natureza jurídica e âmbito de exploração.

    Encontravam-se também a operar no mercado português 28 sucursais de empresas de seguroscom sede na União Europeia (número idêntico ao do ano anterior) e, ainda, 333 empresas deseguros da União Europeia em regime de livre prestação de serviços, o que representa umacréscimo de 53%.

    Supervisão off-site

    No âmbito da estruturação dos procedimentos e práticas de supervisão e do reforço danormalização procedeu-se à elaboração do manual de procedimentos relativo ao processo desupervisão dos investimentos e foi finalizado o manual de procedimentos de análise da provisãopara sinistros do ramo automóvel.

    Com base na informação reportada pelas empresas de forma sistemática e, também a pedido, oInstituto procedeu ao acompanhamento da evolução da situação das empresas de seguros e aocontrolo do cumprimento das exigências relativas às garantias financeiras, tendo a respectivaanálise sido centrada essencialmente nas áreas a seguir mencionadas.

    Análise dos elementos financeiros e estatísticos reportados

    Procedeu-se à apreciação dos elementos financeiros e estatísticos reportados pelas 42 empresasde seguros existentes no final de 2004 que se encontravam sujeitas à supervisão solo e tambémda informação financeira consolidada relativa a 10 grupos de seguros.

    Para essa apreciação foram relevantes os resultados já conseguidos na implementação doprocesso de reporte dos elementos financeiros e estatísticos ao ISP pelas entidadessupervisionadas através do portal ISPnet que possibilita melhorias significativas na qualidade dainformação reportada, bem como o desenvolvimento de um sistema estruturado de acessoautomático à informação. Permitiu também o desenvolvimento da estruturação da análise das

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    Sociedades Anónimas 14 19 5 1 39Mútuas 0 2 0 0 2

    Sucursais Com sede fora da UE 0 0 1 0 1

    ∑ 14 21 6 1 42

    Direito Português

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    contas técnicas e de rácios e indicadores de alerta com especial incidência nas mais importanteslinhas de negócio dos ramos não vida.

    Relativamente ao seguro automóvel e à modalidade de acidentes de trabalho, além do controlodas provisões para sinistros, através da avaliação respectiva, utilizando métodos estatísticos(determinísticos e estocásticos), procedeu-se ainda a um estudo aprofundado da exploraçãodestes seguros, comportando não só uma análise individual sobre a exploração técnica e aadequação das respectivas provisões para sinistros incluindo a provisão matemática de acidentesde trabalho, como também uma análise transversal do mercado segurador, através dacomparação com benchmarks de mercado e de subgrupos homogéneos definidos internamente.

    Esta metodologia tornou possível sintetizar os principais factores que condicionaram a exploraçãodo seguro automóvel e do seguro de acidentes de trabalho (no mercado e por operador) e definirpropostas de actuação relativamente às empresas de seguros cuja respectiva situação o justificou.Finalmente, realizou-se um exercício simplificado de assessment do risco e a definição derequisitos adicionais de solvência, em função do perfil de risco das responsabilidades assumidaspelas empresas de seguros nestas áreas.

    Privilegiaram-se ainda os contactos com actuários responsáveis do ramo Vida e dos ramos NãoVida, com o objectivo de esclarecer, não só dúvidas relativas às informações constantes dosrelatórios elaborados por estes, mas também quanto ao âmbito e profundidade das análisesrealizadas.

    A análise do conjunto da informação recolhida, dos rácios e indicadores de alerta e a aplicaçãode métodos de análise estatística, permitiu não só detectar antecipadamente eventuais situaçõesde risco potencial ou efectivo nas empresas supervisionadas, como também acompanhar commaior detalhe a evolução das mesmas.

    Margem de solvência

    No que diz respeito à análise da evolução da margem de solvência das empresas supervisionadas,reportada ao final do exercício de 2004, pode-se concluir que se verificou um acréscimogeneralizado do nível do rácio de solvabilidade, que traduz um aumento do excedente damargem disponível, em relação ao mínimo regulamentar, quer para empresas de seguros de vida,quer para as empresas de seguros não vida quer ainda para as mistas, como se pode constatar nográfico seguinte:

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    O acréscimo verificado decorre da evolução favorável do mercado financeiro, do melhordesempenho das empresas de seguros ao nível da exploração técnica com impacto positivo nosresultados técnicos verificados e também de alguns reforços de capitais por parte dos accionistasde empresas de menor dimensão.

    Ainda no âmbito da análise da solvência das entidades sob a supervisão do ISP, foi igualmenteefectuado o acompanhamento da solvência corrigida das empresas de seguros e das sociedadesgestoras de participações sociais que estão abrangidas pela supervisão complementar, tendo sidotomadas as medidas necessárias e adequadas a cada situação.

    Representação / Caucionamento das provisões técnicas

    Em resultado da apreciação da representação das provisões técnicas, enviada trimestralmentepelas empresas de seguros, verificou-se o cumprimento generalizado, ao longo do ano, donormativo em vigor. Algumas situações temporárias de não verificação das regras de dispersão ediversificação estabelecidas foram objecto das medidas e do acompanhamento necessários.

    Para além da análise do cumprimento da regulamentação em termos de valorimetria e daverificação dos limites de diversificação e dispersão dos investimentos, foi igualmente, e nasequência de trabalhos que já tinham sido iniciados nos anos anteriores, efectuada uma análisedas carteiras de investimentos orientada para a aferição dos respectivos riscos incorridos pelasempresas de seguros, quer numa base individual quer numa base agregada.

    Análise e acompanhamento individualizado de algumas empresas

    Em face dos dados recolhidos e da análise efectuada das situações detectadas, quer ao nível damargem de solvência, quer da representação das provisões técnicas, quer ainda do nível deprovisionamento, foi efectuado um acompanhamento circunstanciado da evolução das empresasde seguros em causa. Deste modo, foi exigida, sempre que justificada, a apresentação de planosde regularização da representação das provisões técnicas e planos de financiamento, incluindocontas previsionais.

    Supervisão on-site

    No âmbito da estruturação dos procedimentos e práticas de supervisão e do reforço danormalização foi elaborado o manual de procedimentos de inspecção na área dos investimentose foi finalizado o manual de procedimentos de inspecção relativamente à provisão para sinistrosdo ramo automóvel.

    No decorrer do ano de 2005 continuou a dar-se uma grande importância às acções de supervisãoon-site, planeadas com base na análise do perfil de risco das empresas de seguros definido emresultado da apreciação prévia dos elementos de informação recolhidos e do sistema de rácios eindicadores de alerta aplicáveis, com particular incidência nas áreas de negócio mais importantes.

    Aquelas acções desenvolveram-se de acordo com os objectivos estabelecidos, centrando-se naanálise das actividades e das estratégias do negócio, na análise dos sistemas de gestão do risco ede controlo interno, na avaliação dinâmica da situação financeira, na análise da qualidade dainformação recebida e na conduta de mercado (incluindo branqueamento de capitais).

    Dentro desta linha salientamos a concretização de acções de supervisão on-site nas áreas deorganização e controlo interno (3 acções), seguro automóvel (1 acção), modalidade de acidentesde trabalho (2 acções), ramo vida e investimentos (6 acções), conduta de mercado (3 acções),branqueamento de capitais (4 acções) e, ainda, risco de subscrição e provisão para sinistros (2acções).

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    Em resultado das acções efectuadas, detectaram-se algumas situações irregulares ouconsideradas como não adequadas, abrangendo diversos aspectos da actividade, dos quaispodemos salientar a avaliação de activos e passivos, com particular incidência nas provisõestécnicas, incumprimento do normativo relativo à área dos investimentos, deficiências de controlointerno e ao nível da qualidade de informação e questões relativas a conduta de mercado.

    Em função da natureza e grau de importância dos casos encontrados foram tomadas as medidaspreventivas ou coercivas ajustadas à regularização das situações e efectuadas as recomendaçõesadequadas.

    O acompanhamento da actividade das empresas foi ainda concretizado através de frequentescontactos e reuniões com as respectivas Administrações e altos responsáveis pela gestão, com oobjectivo de analisar as estratégias de negócio implementadas e de discutir os problemas maisimportantes que foram sendo detectados nas acções de supervisão e na análise interna dainformação recolhida.

    B.1.1.4.3. Fundos de Pensões

    Autorizações

    Nos termos da legislação em vigor compete ao ISP a autorização prévia dos contratosconstitutivos e dos regulamentos de gestão de novos fundos de pensões e das alterações que sãointroduzidas nos já existentes, bem como da transferência de fundos entre entidades gestoras eda extinção daqueles. Deste modo, indicam-se no quadro seguinte a natureza e quantidade dospedidos autorizados em 2005, comparativamente com o ano anterior.

    No final de 2005 existiam 172 fundos de pensões fechados e 56 fundos de pensões abertos,embora 4 destes não se encontrassem em funcionamento.

    De acordo com o estabelecido na legislação aplicável, procedeu-se ainda à fiscalização preventivade 54 contratos de gestão, 29 contratos de depósito e 76 contratos de adesão colectiva, bemcomo à apreciação prévia, nos termos da legislação em vigor, de 22 contratos de extinção deadesões colectivas a fundos de pensões abertos, sendo, no entanto, de salientar que um númerosignificativo destas extinções decorreram de transferências para outros fundos de pensões,mantendo-se, portanto, o financiamento das responsabilidades em causa.

    Em 2005 verificou-se ainda um acentuado aumento do valor dos fundos de pensões, decorrentefundamentalmente das contribuições efectuadas na sequência da alteração de pressupostos decálculo das responsabilidades de fundos de pensões de bancos, em resultado da aplicação porestes dos princípios estabelecidos na IAS 19.

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    2004 2005

    constituição 10 17alteração 52 37transferência 3 1extinção 17 (1) 14 (2)

    ∑ 82 70(1) dos quais 4 para fundos de pensões fechados, 2 em consequência de transferência para adesãocolectiva a um fundo de pensões aberto, 1 por transferência para outro PPR/E e 3 por transferência paraa Caixa Geral de Aposentações.(2) dos quais 2 para fundos de pensões fechados, 1 em consequência de transferência para adesãocolectiva a um fundo de pensões aberto, 1 por transferência das adesões individuais para outros PPR/E,1 por transferência das adesões individuais para outros PPA e 1 de uma quota parte.

    Pedidos de

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    Supervisão off-site

    Com base na informação recolhida através dos relatórios actuariais e de outras informações deíndole estatística, procedeu-se à análise do nível de financiamento de todos os fundos depensões. Além disso, foram calculadas as responsabilidades assumidas por alguns fundos depensões.

    Ainda, foram desenvolvidos e aperfeiçoados programas para o cálculo das responsabilidades erespectivo financiamento de fundos de pensões e adesões colectivas que financiem planos depensões de acordo com o CCT da actividade seguradora e do ACTV do sector bancário, incluindoa validação dos dados demográficos utilizados, bem como os correspondentes procedimentos deutilização e análise.

    No ano de 2005 continuou-se a privilegiar o cálculo de responsabilidades no âmbito dos pedidosde extinção e alteração de planos de pensões. Deste modo, foram solicitados às entidadesgestoras os dados necessários à elaboração daqueles cálculos.

    Esta apreciação teve ainda como objectivo verificar o cumprimento do mínimo de solvênciaexigível aos fundos de pensões, bem como aferir do controlo efectuado pelas entidades gestorasde fundos de pensões, relativamente à informação recebida dos associados e à compatibilidade,quer do formulário utilizado nos cálculos com as disposições do plano de pensões constantes nocontrato constitutivo, quer destes com a determinação do montante das pensões em pagamento.

    Com base na apreciação da informação recolhida relativamente aos fundos de pensões fechadose às adesões colectivas a fundos de pensões abertos que financiam planos de benefício definidoou mistos, existentes no final de 2004, verificou-se que, relativamente às pensões empagamento, existiam 3 situações de insuficiência, que foram colmatadas no início do ano de2005.

    Existe, no entanto, ainda um fundo de pensões que mantém a situação de insuficiência do valoractual das pensões em pagamento.

    No que respeita ao nível de financiamento das responsabilidades por serviços passados dosrestantes fundos de pensões foram detectadas 8 situações de insuficiência, embora ainda existamalguns fundos de pensões que se encontram a cumprir planos de amortização destasresponsabilidades. Durante o decurso de 2005, foram extintos 3 destes fundos porimpossibilidade dos associados efectuarem o respectivo financiamento.

    Os fundos em situação de insuficiência financeira, no que diz respeito ao valor actual das pensõesem pagamento, ou com um nível de financiamento da responsabilidade por serviços passadosmais reduzido, foram sujeitos a um acompanhamento mais assíduo e detalhado.

    Relativamente à evolução do património dos fundos de pensões, realizou-se o controlo, quer davalorimetria atribuída, quer do cumprimento das regras de diversificação e dispersão relativas àcomposição da carteira de investimentos, tendo-se detectado algumas situações pontuais etransitórias de incumprimento, que determinaram um acompanhamento de forma maiscontinuada e circunstanciada.

    Por fim, é de realçar a continuação da implementação prática do sistema de supervisão dosfundos de pensões baseado nos riscos que foi conceptualizado nos anos anteriores.

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    Supervisão on-site

    Foram concretizadas 3 acções de supervisão on-site que tiveram como objectivos principaisverificar o controlo da qualidade da informação recebida dos associados dos fundos de pensões,a contabilização das receitas e despesas dos fundos e respectivo património, o processamento epagamento das pensões e o cumprimento das regras de investimento e a análise da política deinvestimentos.

    Procedeu-se ainda a uma análise conjugada dos diferentes elementos recolhidos (contratuais,contabilísticos, estatísticos, actuariais e financeiros), com o objectivo de se encontrarem eventuaisdivergências que permitissem a detecção de situações não perceptíveis pela análiseindividualizada daquela informação.

    B.1.1.4.4. Sociedades gestoras de fundos de pensões

    Autorizações

    Durante o ano de 2005 continuaram a não existir alterações ao nível das sociedades gestoras defundos de pensões autorizadas a exercer a actividade de gestão de fundos de pensões. Omovimento reduzido ao nível dos processos relacionados com autorizações ou certificaçõesparece traduzir a manutenção de alguma estagnação ou maturidade do mercado de fundos depensões que aguarda por alterações no sistema de segurança social.

    Supervisão off-site

    Com base na análise dos relatórios e contas e da informação recebida relativamente à margemde solvência, constatou-se que as 13 sociedades gestoras que operavam, no final de 2004,apresentavam a margem de solvência devidamente constituída.

    Supervisão on-site

    Procedeu-se à elaboração de um primeiro projecto do manual de procedimentos e critérios deanálise a serem prosseguidos no âmbito da supervisão on-site.

    As acções de supervisão on-site realizadas foram planeadas com base na apreciação prévia doselementos de informação recebidos das entidades supervisionadas e desenvolveram-se de acordocom o objectivo primordial de analisar o sistema de controlo interno das sociedades gestoras emcausa (3 acções).

    As situações entendidas como não adequadas, detectadas na sequência daquelas acções desupervisão on-site, diziam respeito fundamentalmente a deficiências dos procedimentos decontrolo interno implementados e de coordenação entre diferentes áreas.

    Em função da natureza e da importância das situações detectadas foram tomadas as medidas eefectuadas as recomendações entendidas como adequadas.

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    Autorização para alteração de estatutos 3 4

    Autorização para cessação de actividade 0 0

    Autorização de novas SGFP 0 0

    Autorização para aquisição de participações qualificadas 2 0

    Certificação de actuários responsáveis de fundos de pensões 3 2

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    B.1.1.4.5. Mediadores

    Desenvolveu-se, durante o ano de 2005, um conjunto de acções que se caracterizaram, do pontode vista qualitativo, por um ajustado grau de exigência no controlo do acesso e exercício daactividade de mediação de seguros.

    Ao contrário do que fora perspectivado, a Directiva n.º 2002/92/CE, de 09/12/2002, sobre amediação de seguros, não foi ainda objecto de transposição para o direito nacional, pelo que nãohouve lugar aos procedimentos de adaptação ao novo regime jurídico que haviam sido previstosno início de 2004.

    Relativamente ao acesso à actividade de mediação de seguros, constata-se uma muito ligeiraredução de inscrições de mediadores pessoas singulares mas, por outro lado, a percentagem deaprovações não sofreu alteração significativa, revelando uma estabilidade, quer na formaçãoproporcionada por seguradoras e corretores, quer no interesse dos particulares no acesso àactividade.

    Em 2005, verificou-se ainda uma diminuição de 14% nos processos de constituição desociedades e de 32% nas inscrições de mediadores pessoas colectivas.

    Ainda comparativamente ao ano anterior, é de salientar um ligeiro decréscimo (6%) domovimento dos contratos de exclusividade, bem como uma diminuição (12%) de cancelamentode inscrições. O movimento de transferências de carteiras teve também uma ligeira redução (6%).

    B.1.1.5. Regulamentação

    No que diz respeito à regulamentação da actividade seguradora e de fundos de pensões, aactividade desenvolvida consubstanciou-se na emissão de normas regulamentares e circulares deesclarecimento, bem como no desenvolvimento de trabalhos preparatórios que deram, oupoderão vir a dar, origem à elaboração de projectos regulamentares.

    Assim, em termos de nova regulamentação salientam-se essencialmente os seguintes aspectos:

    – Alteração das normas relativas ao cálculo e constituição da margem de solvênciadas empresas de seguros e das sociedades gestoras de fundos de pensões, nasequência das modificações introduzidas nos artigos 93.º a 103.º do Decreto-Lein.º 94-B/98, de 17 de Abril (Normas n.º 2 e 3/2005, de 3 de Fevereiro);

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    2003 2004 2005

    Convocatórias 5 059 5 526 5 183

    Sessões de exame 79 86 92

    Mediadores Singulares / Exames Examinados 2 705 3 044 2 980

    % de aprovações 64% 65% 64%

    Inscrições 1 731 1 974 1 906

    Processos de constituição 484 575 494

    Inscrições 114 115 78

    Transferências de carteiras Número 639 640 601

    Contratos de exclusividade Registados e Rescindidos 806 1 239 1 169

    Cancelamento de inscrições Número 1 657 2 227 1 957

    Denúncias ao Ministério Público Número 23 14 15

    Emissão de Certificados e Certidões Número 3 394 3 326 3 366

    Sociedades de agentes e corretores

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    – Regulamentação da publicação dos documentos de prestação de contas dasempresas de seguros e das sociedades gestoras de fundos de pensões, prevendo arespectiva disponibilização através da Internet (Norma n.º 4/2005-R, de 28 deFevereiro);

    – Definição do âmbito subjectivo e do regime de aplicação das normas internacionaisde contabilidade relativamente às entidades sujeitas à supervisão do ISP que nãosejam abrangidas pelo artigo 4.º do Regulamento (CE) n.º 1606/2002, do ParlamentoEuropeu e do Conselho, de 19 de Julho (Norma n.º 5/2005-R, de 18 de Março);

    – Elaboração de uma nova apólice uniforme do seguro de colheitas para a RegiãoAutónoma da Madeira (Normas n.ºs 6 e 7/2005-R, de 24 de Março);

    – Alteração da regulamentação relativa à prevenção do branqueamento de capitaisna sequência da publicação da Lei n.º 11/2004, de 27 de Março (Norma Regulamentarn.º 10/2005-R, de 19 de Julho);

    – Adaptação das diversas apólices uniformes em vigor, em função do novo regimejurídico do pagamento dos prémios do contrato de seguro introduzido pelo Decreto-lein.º 122/2005, de 29 de Julho (Norma Regulamentar n.º 13/2005-R, de 18 deNovembro);

    – Estabelecimento dos princípios aplicáveis ao desenvolvimento dos sistemas degestão de riscos e de controlo interno das empresas de seguros (Norma n.º 14/2005-R,de 29 de Novembro)

    – Estabelecimento dos princípios orientadores da divulgação das deliberações doConselho Directivo do ISP (Circular n.º 03/2005, de 18 de Fevereiro);

    – Divulgação de esclarecimentos relativos às participações em instituições deinvestimento colectivo não harmonizadas (Circular n.º 06/2005, de 8 de Março); e

    – Divulgação de esclarecimentos relativos à constituição das carteiras deinvestimentos dos produtos em que o risco de investimento é suportado pelo tomadordo seguro (Circular n.º 19/2005, de 27 de Setembro).

    De entre os trabalhos que se enquadram na perspectiva de contínua adequação da legislação eregulamentação, salientam-se, nomeadamente:

    – Realização de questionário às empresas de seguros sobre estruturas e mecanismosde corporate governance (Circular n.º 10/2005, de 22 de Abril), e divulgação públicados resultados e principais conclusões no âmbito do IV Colóquio Internacional sobreSeguros e Fundos de Pensões organizado pelo ISP;

    – Reformulação do projecto de norma regulamentar relativa à informação a prestarpelos revisores oficiais de contas e auditores para efeitos de supervisão prudencial dasempresas de seguros e dos fundos de pensões;

    – Estabelecimento de requisitos mínimos e de “boas práticas” relativamente aodesenvolvimento e implementação da estratégia de gestão do resseguro, dos planosde continuidade do negócio e da prevenção do branqueamento de capitais;

    – Desenvolvimento e divulgação de documento de trabalho sobre os princípiosinstituídos pela IFRS 4 sobre a classificação dos contratos explorados no âmbito da24

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    actividade seguradora (elaborado no âmbito do grupo de trabalho que integrourepresentantes do ISP, da Associação Portuguesa de Seguradores, da Ordem dosRevisores Oficiais de Contas e do Instituto dos Actuários Portugueses);

    – Desenvolvimento de um documento base para a regulamentação, em convergênciacom a IAS 19, da avaliação, financiamento, contabilização e divulgação dos benefíciospós-emprego que as empresas de seguros atribuem aos seus empregados;

    – Desenvolvimento de um documento base para a alteração da regulamentaçãorelativa à avaliação, contabilização e divulgação dos activos financeiros e dos terrenose edifícios detidos pelas empresas de seguros, em convergência com as normasinternacionais de contabilidade, nomeadamente, IAS 39, IFRS 7, IAS 40, IAS 16, IAS36, IAS 27 e IAS 28; e

    – Início dos trabalhos tendentes à consolidação de diversa regulamentação aplicávelàs empresas de seguros e aos fundos de pensões.

    B.1.1.6. Estudos e análise do mercado

    A actividade de regulamentação não pode ser dissociada de uma componente de estudo eanálise de mercado que funcione como plataforma de sustentação à decisão e procureperspectivar e detectar as respectivas tendências.

    Da actividade desenvolvida ao nível dos estudos técnicos são de realçar os seguintes trabalhos:

    – Estudo dos parâmetros de mortalidade a utilizar na avaliação das responsabilidadescom pensões de reforma a justo valor e com um intervalo de confiança adicional paraefeitos prudenciais;

    – Estudo de metodologias de determinação dos coeficientes a aplicar ao risco demortalidade, no âmbito da definição de um modelo Standard de solvência para asempresas de seguros do ramo vida baseado nos riscos;

    – Adaptação metodológica e modelização estocástica do risco crédito de longo prazo;

    – Estudo de metodologias de cálculo dos requisitos de capital para o risco específicode seguros Não-vida – ramo automóvel; e

    – Estudo relativo à criação de um fundo de calamidades, analisando a tipologia decoberturas, o esquema de funcionamento e as formas de financiamento e efectuandouma comparação com modelos implementados internacionalmente.

    No que concerne aos estudos e/ou análises globais sobre o mercado segurador e de fundos depensões, destacam-se os seguintes:

    – Caracterização da actividade de mediação de seguros nas suas diversas vertentes:

    – Análise das diferentes categorias de mediadores, respectiva distribuiçãogeográfica, distribuição etária, estratificação do nível do comissionamento erespectivo ranking;

    – Análise de indicadores contabilísticos dos agentes pessoas colectivas e doscorretores de seguros (incluindo rendibilidade dos capitais próprios);

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    – Canais de distribuição de seguros e meios de pagamento dos prémios (comcomparação internacional); e

    – Análise dos principais resultados relativos aos exames dos candidatos amediadores (tipologia dos candidatos e níveis de aprovação).

    – Análise global das taxas técnicas utilizadas no cálculo das provisões matemáticas;

    – Análise das principais características dos planos de pensões financiados através deapólices de seguro; e

    – Análise relativa à transferência de riscos para o mercado ressegurador, quer emtermos de concentração, quer em termos de ratings dos resseguradores.

    B.1.1.7. Assistir o Governo na definição das orientações a prosseguir na política para osector segurador e de fundos de pensões

    No âmbito legislativo foram continuados os trabalhos tendentes à transposição para o direitointerno de directivas bastante relevantes para o mercado segurador e de fundos de pensões.

    Assim, a actividade desenvolvida centrou-se, essencialmente, nos seguintes aspectos:

    – Elaboração do projecto de Decreto-Lei relativo ao novo regime jurídico dos fundosde pensões, no âmbito do processo de transposição da Directiva n.º 2003/41/CE doParlamento Europeu e do Conselho, de 3 de Junho de 2003;

    – Revisão do projecto de Decreto-Lei relativo ao novo regime jurídico para a mediaçãode seguros, no âmbito do processo de transposição da Directiva n.º 2002/92/CE, de 9de Dezembro, face aos contributos fornecidos pelo mercado.

    O ISP assistiu ainda o Governo no desenvolvimento de diversa legislação relacionada com a áreaseguradora e de fundos de pensões tendo emitido nesse âmbito um conjunto muito alargado depareceres.

    B.1.1.8. Colaboração com as autoridades congéneres de outros Estados

    Para além da usual troca de informações relativas à actividade corrente de supervisão, acolaboração do ISP com as autoridades congéneres de outros Estados tem-se efectuadosobretudo no âmbito dos fora internacionais ligados à regulação e supervisão da actividadeseguradora e de fundos de pensões.

    Em 2005 ressalta a importância dos trabalhos desenvolvidos no âmbito do Comité de Solvênciada Associação Internacional de Supervisores de Seguros (IAIS) e no Comité das AutoridadesEuropeias de Supervisão dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (CEIOPS).

    No que se refere ao Comité de Solvência da IAIS é de salientar a publicação do documento“Cornerstones for the Formulation of Regulatory Financial Requirements”, que estabelece osprincípios base para o desenvolvimento de uma estrutura conceptual e de standardsinternacionais para a avaliação da solvência de uma empresa de seguros.

    No âmbito do CEIOPS são de realçar os trabalhos enquadrados no projecto Solvência II, tendo oISP representantes nos grupos de trabalho relativos ao Pilar I (Vida e Não Vida), ao Pilar II, ao PilarIII e Contabilidade, bem como no comité de estabilidade financeira.

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    No âmbito dos trabalhos tendentes à promoção da implementação consistente das directivas daUnião Europeia, o ISP tem ainda representantes nos seguintes grupos de trabalho:

    – Preparação do Protocolo entre autoridades de supervisão relativo à implementaçãoda Directiva n.º 2003/41/CE, de 3 de Junho (Fundos de pensões);

    – Preparação do Protocolo entre autoridades de supervisão relativo à implementaçãoda Directiva n.º 2002/92/CE, de 9 de Dezembro (Mediação de seguros); e

    – Implementação da Directiva relativa à supervisão complementar ao nível dos gruposde seguros.

    Ainda no âmbito da União Europeia convém referir, quer o acompanhamento dos trabalhos queculminaram com a aprovação da directiva sobre a supervisão da actividade resseguradora(Directiva 2005/68/CE, de 16 de Novembro), quer a participação no grupo de peritos destinado aestudar a implementação de sistemas de garantia para os tomadores de seguros em caso deliquidação de uma empresa de seguros.

    É ainda de salientar a participação no Comité Europeu dos Seguros e Pensões Complementaresde Reforma (EIOPC) e no respectivo Subcomité de Solvência, bem como a participação no Grupode trabalho ad hoc sobre seguros nos transportes aéreos.

    Refira-se ainda a participação de técnicos do ISP em 3 comités de coordenação no âmbito dasupervisão complementar de alguns grupos de seguros europeus.

    A participação activa do ISP nos grupos de trabalho internacionais foi definida como objectivo.Assim, para além do acompanhamento continuado dos trabalhos e da elaboração decomentários e sugestões aos documentos produzidos, é de salientar o conjunto de apresentaçõese de documentos preparados que permitiram reforçar o peso de Portugal nas opções a tomar. Deentre estes salientam-se:

    – Estudo sobre o nível de prudência e as margens de risco nas provisões para sinistrosdo ramo automóvel, envolvendo a aplicação de metodologias estocásticas;

    – Documento sobre requisitos mínimos para o estabelecimento de uma estratégia degestão do resseguro;

    – Documento sobre o regime “Prudent Person Plus” congregando os princípios dedefinição, implementação e controlo das políticas de investimento, incluindoderivados, bem como os respectivos requisitos de governação;

    – Documento sobre o papel do actuário responsável, em especial os princípiosenquadradores da função actuarial e o conteúdo do relatório do actuário responsável;

    – Apresentação de análise sobre os efeitos pró-cíclicos dos mecanismos de stress testde curto prazo no ramo vida;

    – Elaboração de proposta de formato do balanço e da conta de ganhos e perdas emambiente IAS/IFRS para efeitos de reporte às autoridades de supervisão; e

    – Documento sobre requisitos de disclosure no âmbito das matérias ligadas ao riskmanagement e à corporate governance.

    Para além disso é de salientar a responsabilidade pela coordenação do sub-grupo encarregue deestabelecer os princípios aplicáveis ao estabelecimento do Pilar II add-on (requisitos adicionais decapital a aplicar no âmbito do processo de revisão pela supervisão).

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    Este envolvimento tem ainda permitido uma contribuição relevante do ambiente regulamentarportuguês para as recomendações do CEIOPS à Comissão Europeia, nomeadamente no que serefere à área dos investimentos, particularmente o regime Prudent Person Plus, e ao papel doactuário responsável, em especial no que se refere aos princípios enquadradores da funçãoactuarial e ao conteúdo do relatório do actuário responsável.

    São ainda de realçar os trabalhos desenvolvidos em conjunto com o mercado segurador paraefeitos da participação portuguesa nos estudos de impacto relativos à introdução do Solvência II,nomeadamente o Preparatory Field Study (PFS) e o Quantitative Impact Study (QIS 1). Estestrabalhos envolveram a aplicação de novas metodologias para avaliação das provisões técnicas avalor de mercado e a realização de stress tests simples e estandardizados para os diferentes riscosa que as empresas de seguros se encontram sujeitas. Neste âmbito, o ISP divulgou doisdocumentos:

    – Bases para o Exercício de “Stress Test” relativo ao Risco de Subscrição, com informação relativaà análise estática e dinâmica do comportamento da mortalidade específica das populaçõesseguras; e

    – Bases para o Exercício de “Stress Test” relativo ao Risco de Descontinuidade, com especialincidência na aplicação de um modelo de projecção das taxas de severidade de Resgate eRedução nas modalidades do ramo Vida.

    Foram cumpridos os acordos com diversos organismos internacionais, nomeadamente a ASSAL(Associação de Supervisores de Seguros da América Latina) e a OCDE, no âmbito da transmissãode informações estatísticas. Deu-se, ainda, continuidade à transmissão de elementos estatísticosno âmbito dos Fundos de Pensões, na sequência da Task-force criada pela OCDE, na qual o ISPparticipa.

    Foram também elaboradas as contas técnicas relativas à actividade das empresas de segurosportuguesas em outros países da União Europeia, quer em regime de livre prestação de serviços,quer através de sucursais, permitindo, assim, informar, nos termos do protocolo em vigor, osorganismos congéneres de supervisão da União Europeia sobre a actividade que as empresasnacionais desenvolveram nos respectivos mercados.

    B.1.1.9. Colaboração com as demais autoridades nacionais

    Neste âmbito, para além das regulares trocas de informação com o Banco de Portugal e aComissão do Mercado de Valores Mobiliários, há a salientar os trabalhos desenvolvidos sob aégide do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF), instância que congregarepresentantes das três autoridades de supervisão do sistema financeiro em Portugal.

    De entre os trabalhos desenvolvidos no âmbito do CNSF destacam-se os seguintes:

    – Preparação do Financial Sector Assessment Program (FSAP) do FMI;

    – Continuação da análise da situação de solvência dos conglomerados financeirosnacionais;

    – Revisão do projecto de Decreto-lei que transpõe para a ordem jurídica nacional aDirectiva sobre a supervisão prudencial dos conglomerados financeiros; e

    – Acompanhamento dos trabalhos da proposta de Directiva relativa à revisão oficialdas contas anuais e contas consolidadas.28

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    É ainda de realçar a coordenação de posições em diversas matérias transversais.

    Ainda no âmbito da colaboração com outras autoridades de supervisão financeira, é de destacara assinatura de um Memorando de acordo entre o Banco de Portugal e o Instituto de Seguros dePortugal relativo à cooperação entre as duas autoridades em matérias de supervisão.

    Para além disso, o ISP tem ainda colaborado com diversas entidades nacionais em matérias da suacompetência, salientando-se, nomeadamente, a participação no Grupo de Trabalho constituídojunto da Administração fiscal destinado a analisar os impactos fiscais da introdução das IAS e aparticipação no Grupo de Trabalho de tradução das Normas Internacionais de Contabilidade.

    Foram cumpridos os compromissos assumidos com o Instituto Nacional de Estatística no âmbitodo Protocolo estabelecido com o ISP, que visa facilitar e racionalizar a recolha de estatísticas deseguros e de fundos de pensões, traduzindo-se numa economia de custos, quer em termos deenvio dos dados nos prazos estabelecidos, quer em termos de apoio técnico, nomeadamenteatravés da participação de técnicos do ISP em reuniões da EUROSTAT.

    Foi ainda cumprido o acordo com o Banco de Portugal, no âmbito da transmissão de informaçõestrimestrais.

    B.1.2. Relações Internacionais e Cooperação

    No campo da participação internacional há a destacar, como actividade fundamental, orelacionamento com as instâncias comunitárias. Neste particular, o ISP deu um importantecontributo nas diversas reuniões do Comité de Seguros da União Europeia, tendo participadoactivamente no debate sobre matérias relacionadas com a regulamentação da supervisão deseguros e de fundos de pensões.

    Ao nível de assuntos pendentes da alçada do Parlamento Europeu e do Conselho, a participaçãodo ISP em diversos grupos de trabalho foi igualmente importante, destacando-se os encontrosrelacionados com a discussão da proposta de directiva sobre a melhoria da portabilidade dosdireitos à pensão complementar dos trabalhadores no espaço da UE, peça fundamental doprograma comunitário de implementação da Estratégia de Lisboa, em que o ISP participa emrepresentação do Ministério das Finanças.

    Nos assuntos respeitantes à gestão dos interesses comuns de Portugal e da União Europeiarelativamente a países terceiros, em particular das matérias relacionadas com as negociações dosacordos ao nível do GATS, o ISP continuou a providenciar a habitual colaboração ao Ministériodos Negócios Estrangeiros por intermédio da Direcção-Geral dos Assuntos Europeus e RelaçõesInternacionais (DGAERI) do Ministério das Finanças e, também, por via da Direcção-Geral dosAssuntos Comunitários do MNE.

    Foi mantido um profícuo relacionamento com várias organizações internacionais e organismoscongéneres, com realce para a participação nas reuniões semestrais do Comité de Seguros daOCDE e respectivos grupos de trabalho; na XVI Conferência da Associação de Supervisores deSeguros da América Latina (ASSAL); na Assembleia Anual da IAIS e nos encontros do Grupo deAcção Financeira criado no âmbito da Cimeira Económica do G-7 (GAFI) e da AssociaçãoInternacional para a Fraude nos Seguros (IAIFA).

    As relações com os países de expressão portuguesa e com a Região Administrativa Especial deMacau, para além do apoio técnico às autoridades congéneres, materializaram-se igualmenteatravés do exercício das funções de secretariado da Associação de Supervisores de SegurosLusófonos (ASEL) e na participação, em Maputo, nos trabalhos da IX Conferência e II AssembleiaAnual da Associação.

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    No domínio da cooperação foram efectuadas conversações com o Banco Central de S. Tomé ePríncipe, no sentido de proporcionar estágios de formação, em Portugal, aos técnicos darespectiva Direcção de Supervisão, a concretizar no primeiro semestre de 2006.

    B.1.3. JurídicaB.1.3.1. Produção Legislativa e Regulamentar

    A actividade nesta área centrou-se fundamentalmente nas seguintes iniciativas:

    — Em matéria de fundos de pensões, continuação da elaboração (e finalização) doprojecto de diploma que revê o regime dos fundos de pensões (hoje constante do DL475/99, de 9 de Novembro), no ensejo da transposição da Directiva 2003/41/CE, de 3de Junho. O projecto de diploma foi enviado para a Secretaria de Estado do Tesouroe Finanças, tendo continuado a colaboração com esta Secretaria de Estado bem comoa Presidência do Conselho de Ministros.

    Foram elaborados inúmeros documentos de síntese e de justificação – bem como dealteração do articulado do projecto de diploma – e de novo de síntese, atendendo aque o Governo entendeu por bem aproveitar o presente ensejo legislativo para, asugestão do ISP, introduzir relevantes inovações ao regime dos fundos de pensões nãodecorrentes da obrigação de transposição (casos em especial dos planos de benefíciosde saúde e dos comissão de acompanhamento do plano de pensões/provedor dosparticipantes e beneficiários) e, bem assim, dar azo a que a audição de terceirasentidades no processo decorresse com redobrado vagar.

    Foi assegurado igualmente a interface com a Comissão Europeia relativo àmonitorização do processo nacional de transposição.

    — No âmbito do seguro automóvel procedeu-se a:

    – Acompanhamento pós-transposição final da Directiva 2000/26/CE, de 16Maio, a chamada 4ª Directiva do Seguro Automóvel (cf. Decreto-Lei nº 72-A/2003, de 14 de Abril), e consubstanciado na resposta a um questionário daComissão Europeia sobre os organismos de indemnização respectivos, depoisalargado à problemática do tratamento comunitário dos reboques, bem comoda emissão de um parecer interno sobre o âmbito institucional do respectivorepresentante para sinistros;

    – Início do processo de preparação do diploma de transposição da Directiva2005/14/CE, de 11 de Maio – 5ª Directiva do Seguro Automóvel – sendoproduzidos os seguintes documentos:

    a) enunciação-síntese do regime e consequências da Directiva;

    b) problematização prévia das ponderações de regime a que orespectivo processo de transposição deverá dar lugar;

    c) programação/calendarização do respectivo processo interno detransposição; e

    d) sinalização de incumbências ou de pedidos de informação a outrasentidades;

    – Ponderação de uma sugestão da Direcção-Geral de Viação no sentido daincorporação das infracções ao Código da Estrada nos sistemas debónus/malus do seguro automóvel; e

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    – Ponderação da eventual necessidade de emissão de circular do ISP sobre oâmbito territorial do seguro do garagista, circular que não chegou a seremitida.

    — No âmbito do contrato de seguro procedeu-se a:

    – Análise do projecto de diploma do que viria a ser o Decreto-Lei nº 122/2005,de 29 de Julho, com o novo regime do pagamento dos prémios dos seguros“Não Vida”, e que implicou a adaptação regulamentar consubstanciada naemissão das Normas do ISP nº 12/2005 e 13/2005, ambas de 18 de Novembro;este processo legislativo-regulamentar incluiu também o acompanhamento doDecreto-Lei nº 199/2005, de 10 de Novembro, que alterou a entrada em vigordaquele primeiro diploma. Esta actividade integrou relevante cuidado deinterface com o Governo e a Associação Portuguesa de Seguradores; e

    – Análise de um pedido do CESE (Comité Económico e Social Europeu) decolaboração no sentido da harmonização das leis europeias do contrato deseguro – pedido centrado na emissão por aquela instituição do Parecer CESE1626/2004, de 15 de Dezembro de 2004.

    — No âmbito do exercício da actividade seguradora procedeu-se a:

    – Ponderação do impacto do Decreto-Lei nº 156/2005, de 15 de Setembro(regime do livro de reclamações) nos sectores segurador e dos fundos depensões, consubstanciada em concreto, primeiro na elaboração de cartasdirigidas à sensibilização do Governo para a rectificação e depois a alteraçãodesse diploma, e em segundo lugar na elaboração da Circular do ISPnº 24/2005, de 22 de Dezembro;

    – Ponderação sobre a necessidade de a transposição da Directiva 2005/1/CE,de 9 de Março, que altera diversas Directivas com vista a estabelecer uma novaestrutura orgânica para os comités no domínio dos serviços financeiros, deverpassar por alteração da lei nacional (na parte relativa aos serviços de seguros edos fundos de pensões), o que, no fim do percurso, envolveu a elaboração deum projecto de diploma de alteração do Decreto-Lei nº 94-B/98, de 17 de Abril(regime do acesso e exercício da actividade seguradora), que veio a serintegrado no projecto de alteração deste mesmo diploma para transposição daDirectiva 2002/87/CE, de 16 de Dezembro, relativa à supervisão complementarde instituições de crédito, empresas de seguros e empresas de investimento deum conglomerado financeiro, cuja aprovação final se encontra aindapendente. Este processo envolveu o B