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Relatório e Contas 2002

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  • Relatório e Contas 2002

  • Índice

    Relatório do Conselho de Administração

    Uma Palavra do Presidente 1

    Principais Acontecimentos em 2002 3

    Síntese de Indicadores 4

    Grupo BCP 6

    As Acções do BCP nas Bolsas de Valores 16

    Síntese do Relatório do Conselho de Administração 19

    Enquadramento Económico e Financeiro 21

    Prioridades Estratégicas do Grupo BCP 27

    Actividade do Grupo BCP em 2002 29

    Análise Financeira – Síntese 65

    Demonstrações Financeiras Consolidadas – Síntese 68

    Proposta de Aplicação de Resultados 70

    Relatório sobre o Governo da SociedadeDivulgação de Informação 71

    Exercício de direito de voto e Representação de Accionistas 77

    Regras Societárias 78

    Órgão de Administração 81

    Posição Accionista e Obrigacionista

    dos Órgãos de Administração e Fiscalização 84

    Participações Qualificadas 87

    Corpos Sociais 88

    Contas de 2002Mapas Contabilísticos 89

    Demonstrações Financeiras – Notas explicativas 101

    Relatório dos Auditores 120

    Certificação Legal das Contas 121

    Relatório dos Auditores Externos 123

    Relatório e Parecer do Conselho Fiscal 125

    Análise FinanceiraAnálise da Rendibilidade 126

    Análise da Estrutura Patrimonial 135

    Análise por Segmentos de Negócio 140

    Gestão dos RiscosGestão de Riscos de Mercado 142

    Gestão de Riscos de Liquidez 143

    Gestão de Riscos de Crédito 144

    Gestão de Riscos Operacionais 146

    De acordo com o artigo 245.º do Código dos Valores Mobiliários e o artigo 6.º do Regulamento n.º 11/2000 da CMVM transcreve-se o

    Relatório e Contas 2002BANCO COMERCIAL PORTUGUÊS, S.A.

    Sociedade AbertaSede: Praça D. João I, 28 – 4000-295 PORTO

    Capital Social 2.326.714.877 eurosMatriculado no C.R.C. do Porto sob o n.º 40.043

    Pessoa Colectiva n.º 505 525 882

  • 1

    Há um ano atrás, ao eleger este mesmo espaço para convosco partilhar as aspirações estratégicas a médio prazo do Banco Comercial Português,sublinhando a conclusão de um processo de exigentes realizações no plano doméstico e a determinação dedicada à abordagem de novos mer-cados geográficos, ao mesmo tempo que antecipava o início de um novo ciclo de desenvolvimento do Grupo BCP, dificilmente poderia prever amagnitude e o ritmo das mudanças que se avizinhavam, configurando um novo ciclo para a economia mundial com acrescidas dificuldades parapaíses com estruturas produtivas mais vulneráveis, como é o nosso caso.

    É consensual entre analistas que a primeira crise pós-globalização assume contornos de difícil interpretação, estando a arrastar a maior quedados mercados accionistas a nível mundial desde a Grande Depressão, no final da segunda década do século passado. Muitos de nós não tere-mos memória de condições tão desfavoráveis e persistentes nos mercados financeiros internacionais e das implicações generalizadas à esca-la global, com forte incidência nas empresas de maior relevo nas economias desenvolvidas e com repercussão na generalidade dos índicesaccionistas, quer sectoriais quer geográficos, arrastando a confiança dos investidores para níveis historicamente reduzidos.

    A crise dos mercados financeiros internacionais repercutiu-se nas tendências que se vinham desenhando à escala global, ocasionando umapausa nos movimentos de convergência inter-sectorial e de concentração transfronteiriça e a forte retracção nos projectos de investimen-to mais ambiciosos, provocando, desse modo, desequilíbrios financeiros nas empresas mais endividadas e inviabilizando o cumprimento dosplanos de negócio. Esta situação teve reflexos na capitalização das instituições financeiras, com o consequente impacto nos rácios de capi-tal, determinando a redução ou, mesmo, a suspensão de planos de desenvolvimento e uma tendência generalizada para a concentração deprioridades na abordagem de mercados domésticos e na focalização nos negócios principais.

    A compreensão das dificuldades e das alterações no contexto que enquadrava a acção das empresas do Grupo BCP, bem como os sinaisda inequívoca confiança nos fundamentais do Banco, levaram-nos a agir decididamente, com o propósito de adequar as orientações estra-tégicas a uma nova situação e a responder positivamente aos novos desafios; foi neste enquadramento que se resolveu centrar as priori-dades na distribuição de produtos e serviços financeiros a retalho, tanto no mercado doméstico como nos mercados europeus com maiorpotencial de crescimento, e no reforço da solidez patrimonial.

    No mercado doméstico, prosseguimos o programa de racionalização das redes de distribuição, incrementámos a utilização de canais de dis-tribuição complementares das redes de sucursais, demos um impulso significativo na consolidação do novo modelo multi-produto/multi-canal e assumimos como prioritária a melhoria sustentada da eficiência operacional, assente no aumento da produtividade e no controlodos custos de fornecimentos e serviços de terceiros.

    Na vertente da internacionalização, avançámos para a reconfiguração da aliança estratégica com a Eureko, reduzindo significativamente aexposição ao sector segurador europeu, eliminando uma fonte geradora de elevadas necessidades de capital, que pela sua natureza inviabi-lizava o acesso do Grupo ao mercado de capitais em condições adequadas. Foi, assim, possível reconduzir as prioridades do Grupo a umamaior concentração de recursos nos segmentos de actividade que melhor conhece e domina, dando sinais inequívocos de grande confian-ça nas operações e no atractivo dos mercados naturais de expansão – Polónia e Grécia –, onde poderemos alcançar uma diversificaçãosegura da base de negócios assente nas nossas competências distintivas.

    No que concerne ao reforço dos fundos próprios, prosseguimos os esforços de mobilização e optimização da alocação de capitais, de modoa situar os rácios de solvabilidade do Banco Comercial Português em patamares superiores, que comparem favoravelmente com “bench-marks” internacionais, empreendendo iniciativas como a emissão inovadora de Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis. Em para-lelo, realizámos alienações selectivas de activos não estratégicos, propiciando libertação de capitais, reforçando a solidez patrimonial do Bancoe criando as condições que assegurem o seu desenvolvimento sustentado no futuro.

    Reconhecemos que o exercício de 2002 foi muito exigente, envolvendo a tomada de decisões difíceis mas muito ponderadas. Mas foi muitoimportante – e continuará a ser crucial – não cedermos à onda de generalizado pessimismo e conformismo. Ao contrário, num espírito deconfiança e realismo consolidamos as bases para projectar o futuro da Instituição, cientes das capacidades que dominamos e de tudo quan-to poderemos aperfeiçoar e desenvolver. Neste entendimento, faremos o necessário para abordar o período pós-crise, com o Banco ade-quadamente capitalizado, dispondo de fórmulas de negócio inovadoras, suportadas em tecnologias e plataformas informáticas avançadas, ecom um posicionamento ímpar no mercado doméstico.

    Uma Palavra do Presidente

    Jorge Jardim GonçalvesPresidente do Banco Comercial Português

  • Como instituição bancária líder de um grupo financeiro integrado e sociedade anónima com valores cotados, designadamente, no

    Euronext Lisbon e Euronext Amsterdam, o Banco Comercial Português está sujeito a uma multiplicidade de exigências e requisitos de

    organização e prestação de informação que o presente Relatório e Contas visa satisfazer, dentro dos mais exigentes padrões de clare-

    za, suficiência, objectividade e comparabilidade que tem imposto a si próprio e a que se considera obrigado.

    Nesta secção introdutória, algumas notas complementares sobre a organização substancial e formal do presente documento

    se justificarão.

    A primeira é a de que, conforme vem sendo praticado e se considera corresponder a maior fidelidade e clareza na imagem e aprecia-

    ção da situação da sociedade e do Grupo, os Relatórios de Gestão individual e consolidado correspondem a um texto unificado, que

    observa, em ambos os planos, os necessários requisitos de exposição da evolução dos negócios, situação e perspectivas da sociedade e

    do Grupo, nas diferentes vertentes de actividade exercida.

    Em segundo lugar, no que se refere às contas consolidadas do Grupo, continua a acolher-se uma organização das contas sociais conso-

    lidadas de acordo com o formato-tipo aprovado pelo Banco de Portugal para a generalidade das instituições de crédito nacionais.

    Continua a registar-se a ausência, tal como no exercício imediatamente antecedente, de demonstrações financeiras consolidadas incluin-

    do empresas subsidiárias da actividade seguradora pelo método de consolidação integral, de acordo com a orientação anteriormente

    seguida pelo Banco.

    Uma terceira nota ainda quanto à configuração da prestação de contas. Há que sublinhar, com efeito, que as contas individuais e conso-

    lidadas do Banco são, como cumpre, organizadas e apresentadas exclusivamente de acordo e com rigorosa observância das regras de

    contabilidade e normas legais aplicáveis em Portugal, donde decorre, designadamente, que são distintas e inconfundíveis com pontuais

    reconciliações que, para efeitos específicos, são feitas com formatos contabilísticos de outras proveniências ou mercados, nomeadamen-

    te o norte-americano, das quais resulta uma representação diversa da mesma realidade.

    Por último, e no plano da organização formal, será de assinalar a divisão do Relatório e Contas em dois volumes, inaugurada já no exercí-

    cio de 2000, para mais cómoda utilização e consulta. O presente primeiro volume contém os Relatórios de Gestão individual e conso-

    lidada (em texto unificado, conforme referido) abrindo com as referências aos principais acontecimentos e Síntese do Relatório do

    Conselho de Administração, assinalados no respectivo índice, e encerrando um capítulo de Análise Financeira, uma síntese das demons-

    trações financeiras e a proposta de aplicação de resultados, seguidos do Relatório sobre o Governo da Sociedade, nos termos estabe-

    lecidos no Regulamento n.º 7/2001 da CMVM.

    As demonstrações financeiras, por seu turno, juntamente com o Relatório dos Auditores, a Certificação Legal de Contas, o Relatório dos

    Auditores Externos e o Relatório e Parecer do Conselho Fiscal integram o segundo volume, que finaliza com capítulos dedicados de

    novo a Análise Financeira (agora com maior grau de detalhe e profundidade) e, inovadoramente, a Gestão de Riscos.

    Seguidamente, pela ordem indicada no índice, são abordadas em detalhe as áreas de análise mais relevantes, após inserção de uma sín-

    tese de indicadores e de uma enumeração cronológica dos principais factos ocorridos no exercício, as quais constituem também parte

    integrante deste relatório.

    Organização da Informação

    2

  • Principais Acontecimentos em 2002

    3

    Redimensionamento do Conselho de Administração do Banco Comercial Português, com a redução de 13 para 9 membros;

    Conclusão do processo de fusão por incorporação da BCP Dealer – Sociedade Financeira de Corretagem e da Mello Valores –– Sociedade Financeira de Corretagem no BCP Investimento e consequente extinção daquelas sociedades;

    Aquisição da totalidade do capital social da Corretora Independente Portuguesa – CIP BROKERS, S.A.;

    Aliança estratégica entre a Foreign & Colonial e a Interamerican para a gestão de fundos de investimento no mercado grego;

    Formalização da compra do Sitebank (Turquia) pelo NovaBank, subsidiária grega do Banco Comercial Português.

    Disponibilização da subscrição “on-line” do Plano de Saúde Médis para clientes individuais, tornando-se o BCP o primeiro Grupo FinanceiroPortuguês a disponibilizar a subscrição na Internet de um Sistema Integrado de Saúde;

    Lançamento de uma emissão pública de obrigações no montante de 500 milhões de euros ao abrigo do Programa de Euro Medium Term Notes.

    Aprovação em Assembleia Geral do Relatório de Gestão e Contas de 2001, e da proposta de aplicação de resultados apresentada pelo Conselhode Administração, estabelecendo a distribuição de um dividendo bruto por acção de 0,15 euros; eleição dos membros do Conselho Superior parao triénio 2002-2005;

    Reestruturação dos órgãos sociais do ActivoBank em Espanha e Portugal, com o objectivo de atingir um maior enfoque comercial e uma reduçãodos custos operativos;

    Atribuição dos prémios “Melhor Banco em Corporate Finance em Portugal” e “Best Foreign Exchange Bank” ao BCP pela revista Global Finance;

    Atribuição do prémio “Residential Mortgage Deal of the Year” pela revista Structured Finance International ao BCP Investimento, na sua qualidadede “joint lead manager” na operação de titularização de crédito hipotecário Magellan Mortgages Nº1 originada em Portugal;

    Classificação do BCP em sexto lugar no “ranking” mundial de competitividade empresarial na edição de 2002 do “Competitive Fitness of GlobalFirms”, um relatório elaborado desde 1998 pelo INSEAD.

    Lançamento pelo portal “cidadebcp” de novas funcionalidades no serviço SMS, na área de corretagem “on-line”;

    Renovação da imagem institucional da Império Bonança e unificação da rede de balcões.

    Colocação de Obrigações do BCP Finance Bank no montante de 500 milhões de euros, numa emissão fungível com a emissão realizada emFevereiro de 2002;

    Atribuição das notações “A+” e “F1” às responsabilidades de Longo Prazo e de Curto Prazo assumidas pelo BCP, pela agência internacional Fitch Ratings;

    Integração do BIG Bank Gdanski no principal índice da Bolsa de Varsóvia (WIG20);

    Atribuição do Troféu Jet Net na categoria de “Melhor site financeiro” ao ActivoBank7;

    Apresentação pública do livro “Banco Comercial Português – A Primeira Década de 1985-1995”.

    Atribuição do prémio “Melhor site de serviços financeiros” à “cidadebcp”, portal Internet do Grupo BCP para clientes particulares, pelos leitoresda revista de informática de consumo “PC Guia”.

    Classificação do Banco Comercial Português como o maior Banco em Portugal em termos de “Tier One Capital”, pela revista The Banker;

    Atribuição do prémio “Melhor banco de investimento a operar em Portugal” ao BCP Investimento pela revista Euromoney, pelo 3º ano consecutivo.

    Lançamento pelo portal “managerland” de um conjunto de novas funcionalidades, consolidando o seu posicionamento como um dos principais emais sofisticados portais empresariais ibéricos;

    Atribuição do prémio “Melhor Banco em Portugal” ao BCP pela revista Global Finance.

    Lançamento de uma nova funcionalidade denominada “My Activo” pelo ActivoBank7, que permite aos utilizadores a criação personalizada da suapágina de entrada no “site”;

    Introdução de um novo tema de comunicação assente no valor “Confiança” que irá vigorar até Março de 2003 em todas as Lojas Atlântico.

    Anúncio do acordo de realinhamento da cooperação estratégica com a Eureko e a Achmea Association. Em resultado deste acordo, a participaçãoremanescente detida pelo BCP no capital da Eureko B.V. diminuirá para 5.0% dos direitos de voto. Por seu turno, o BCP procederá à aquisição de100% do capital social da Seguros e Pensões S.G.P.S.;

    Anúncio do acordo com o Banco Sabadell S.A. tendo em vista prosseguir o desenvolvimento das operações do ActivoBank7 em Portugal e doActivoBank Espanha de forma mais coordenada com as respectivas operações bancárias domésticas, passando cada um dos bancos a controlar a100% as operações locais dessas suas subsidiárias.

    Anúncio do lançamento de uma emissão de Asset Backed Securities no montante de 320 milhões de euros, numa operação realizada através deum Veículo Especial de Financiamento sediado na República da Irlanda, denominado Nova Finance Nº3, Plc (Nova Nº 3).

    Deliberação, em Assembleia Geral Extraordinária de Accionistas do BIG Bank Gdanski, da alteração da denominação social de BIG Bank GDÁNSKIS.A. para Bank Millennium SA;

    Emissão de valores mobiliários de conversão obrigatória em acções ordinárias do BCP, denominada Capital BCP 2005, no montante de 700milhões de euros, constituindo a primeira oferta deste tipo realizada em Portugal;

    Resultados líquidos consolidados do BCP atingem 272,7 milhões de euros, reflectindo o impacto da constituição de uma provisão extraordinária,não obrigatória, para riscos bancários gerais no montante de 200 milhões de euros.

    Janeiro

    Fevereiro

    Março

    Abril

    Maio

    Junho

    Julho

    Agosto

    Setembro

    Outubro

    Novembro

    Dezembro

  • 4

    Valores extraídos das DemonstraçõesFinanceiras Consolidadas

    Valores em milhões de euros,excepto Resultados por acção (euros)

    Síntese de Indicadores

    4

    Variação2002 2001 2000 (2002-2001)

    (Milhões de Euros)

    Activo total 61.852 62.961 61.979 -1,8%

    Crédito sobre clientes 45.451 42.938 41.113 5,9%

    Recursos totais de clientes (1) 47.491 49.068 47.610 -3,2%

    Situação líquida, Acções preferenciais

    e Passivos subordinados 6.530 6.294 4.609 3,7%

    Margem financeira 1.327 1.352 1.253 -1,9%

    Provisões:

    Para riscos de crédito 316 208 235 51,7%

    Para outros riscos 59 12 143 398,6%

    Outros proveitos líquidos (2) 1.135 1.065 1.296 6,6%

    Custos de transformação (3) 1.488 1.384 1.362 7,5%

    Impostos sobre lucros 55 84 130 -34,4%

    Interesses minoritários

    e Resultados de pré-aquisição 71 90 173 -21,6%

    Lucro da actividade corrente 473 638 505 -25,9%

    Provisão e Custos extraordinários 200 66 - 203,0%

    Lucro líquido atribuível ao Banco 273 572 505 -52,3%

    Rendibilidade dos activos médios (ROA) 0,4% 0,9% 0,9%

    Rendibilidade dos capitais próprios médios (ROE) 13,8% 26,2% 27,7%

    Rácio de Solvabilidade BIS -Total 10,8% 9,4% 9,2%

    Crédito vencido a mais de 90 dias/Crédito total 1,2% 1,4% 1,1%

    Crédito vencido total/Crédito total 1,5% 1,7% 1,3%

    Provisões para riscos de crédito/

    /Crédito vencido a mais de 90 dias 169,0% 169,6% 213,0%

    Provisões para riscos de crédito/

    /Crédito vencido total 142,2% 146,3% 172,8%

    Capitalização bolsista (Final do Ano) 5.305 10.587 11.874

    Resultados por acção (euros) 0,12 0,25 0,33

    Valor de mercado por acção (euros)

    Máximo 4,53 5,74 5,98

    Mínimo 1,77 3,35 5,10

    Fecho 2,28 4,55 5,65

    Sucursais em Portugal 1.088 1.139 1.383 -4,5%

    Colaboradores em Portugal 14.072 14.103 16.099 -0,2%

    (1) Inclui Débitos para com clientes titulados e não titulados, Patrimónios sob gestão e Seguros de capitalização.(2) Rendimentos de títulos, Comissões líquidas, Resultados em operações financeiras, Outros proveitos de exploração (líquidos) e Ganhos na alienação de

    participações financeiras.(3) Custos com o pessoal, Outros gastos administrativos e Amortizações do exercício.

  • — Defesa da margem e preservação da taxa de margem financeira, em resultado da recomposição da estrutura de recursos e de crédito;

    — Evolução positiva do crédito concedido – apesar da concretização de operações de titularização de créditos ao consumo e da opti-mização dos riscos associada à consolidação de carteiras de crédito integradas mais recentemente no Grupo –, destacando-se o aumen-to muito positivo do crédito hipotecário, com ganho de quota de mercado de nova produção em 2002;

    — Melhoria da qualidade da carteira de crédito, com a manutenção de baixos níveis de incumprimento do crédito a par com níveis bastante confortáveis de cobertura do crédito vencido por provisões para riscos de crédito;

    — Crescimento dos proveitos de comissões bancárias, designadamente, com cartões de pagamento e com operações de crédito;

    — Desempenho desfavorável ao nível das comissões em operações sobre títulos e relacionadas com a actividade de gestão de activos,associado à persistente instabili-dade e forte volatilidade nos mercados de capitais, que também afectaram negativamente os resultadosem operações financeiras;

    — Maiores contribuições para o fundo de pensões em resultado da alteração das regras regulamentares ocorridas no final de 2001;

    — Aumento dos fundos próprios de base, com especial destaque para a emissão de valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis“Capital BCP 2005” no montante de 700 milhões de euros, e, paralelamente, o reforço da solidez patrimonial do Banco com a consti-tuição de uma provisão extraordinária, não obrigatória, para riscos bancários gerais no montante de duzentos milhões de euros;

    — Prosseguimento, ao nível das operações internacionais, dos programas de reestruturação, de melhoria de eficiência e de implementaçãode novos modelos de negócio, suportados na experiência e “know-how” do BCP, com enfoque na segmen-tação de mercados, na especia-lização de negócios e em propostas de valor e plata-formas tecnológicas inovadoras, e que, pese embora o ainda modesto contributo parao resultado consolidado, se configuram como fontes cruciais para o Grupo manter bons ritmos de crescimento no futuro.

    Contribuir para o desenvolvimento do sistema financeiro e da economia portuguesa – mediante a concepção e a distribuição de pro-dutos e serviços financeiros inovadores e personalizados, cobrindo a globalidade das necessidades e expectativas financeiras de diferentessegmentos de mercado, com padrões de qualidade e de especialização superiores –, consolidando o seu posicionamento comoInstituição de referência pela qualidade, inovação e liderança tecnológica das suas propostas de valor, tanto a nível doméstico como nosmercados geográficos em que marca presença autónoma ou através de empresas subsidiárias financeiras.

    ObjectivosMaximização do valor na perspectiva dos accionistas;Preservação de elevados níveis de satisfação, fidelização e de relacionamento com os clientes;Melhoria sustentada dos níveis de rendibilidade e de solidez patrimonial;Valorização, motivação e compensação dos colaboradores;Protagonismo na qualidade, na inovação e no desenvolvimento tecnológico;Revitalização das capacidades competitivas da distribuição a retalho de produtos e serviços financeiros no mercado doméstico;Enfoque da actividade internacional em negócios especializados e em mercados prioritários.

    Linhas de OrientaçãoOptimização da estratégia de segmentação e racionalização das redes de distribuição;Capitalização das potencialidades transaccionais e comerciais dos canais remotos e áreas de "self banking";Melhoria da eficiência operativa global e dos padrões de serviço das plataformas operativas;Consolidação do modelo de distribuição “multi-produto/multi-canal”, visando aumentar a eficácia comercial no negócio de retalho;Concepção e lançamento de produtos e serviços financeiros especializados e inovadores;Desenvolvimento de plataformas de negócio autónomas com base na Internet;Internacionalização da actividade, com enfoque nos mercados europeus prioritários e em mercados étnicos com forte presença

    da comunidade de origem portuguesa;Reforço da estrutura de capitais e ampliação dos fundos próprios de base e complementares.

    Factores Determinantes da Evolução dos Resultados

    5

    Missão

    Estratégia

  • Áreas de Negócio

    6

    Particulares & Negócios

    NovaRede

    Atlântico

    expresso!Atlântico

    SottoMayor

    Private Banking

    Corporate

    Empresas

    CLIENTESEstrutura por Área de Negócio (Dez. 2002)

    1,8%

    31,4%

    42,0%

    1,9%

    22,3%

    0,2%

    0,1%

    0,3%

    Segmentos-AlvoClientes Particulares detentores de patrimónios financeiros acima dos 10 mil euros e inferiores a 50 mil euros eEmpresas e Empresários em Nome Individual com volume de vendas inferior a 500 mil euros/ano.

    Vantagem CompetitivaModernidade tecnológica, inovação, conveniência, facilidade, rapidez e eficiência dos modelos de vendas e de “servicing”;Horário alargado e flexível das 8h30 às 19 horas.

    Rede de Distribuição378 Sucursais cobrindo todo o território nacional.

    Segmentos-AlvoClientes Particulares detentores de patrimónios financeiros acima dos 10 mil euros mas inferiores a 50 mil euros eEmpresas e Empresários em Nome Individual com volume de vendas inferior a 7,5 milhões de euros/ano.

    Vantagem CompetitivaModelo de abordagem universal complementado com ofertas de valor especializadas, suportado em conceitos inovadoresno negócio de distribuição a retalho; Horário alargado e flexível das 8h30 às 19 horas..Rede de Distribuição337 Sucursais cobrindo todo o território nacional.

    Segmentos-AlvoParticulares com rendimentos anuais superiores a 10 mil euros, habitualmente Clientes dos estabelecimentos comerciaisPingo Doce e Feira Nova.

    Vantagem CompetitivaAcessibilidade e conveniência pela sua localização, que a coloca como a primeira entidade bancária europeia a funcionarexclusivamente no interior de superfícies de distribuição alimentar (“in-store banking”).Actualmente é a única entidadea operar neste segmento no mercado nacional.

    Rede de Distribuição54 Lojas localizadas em supermercados Pingo Doce e hipermercados Feira Nova.

    Segmentos-AlvoParticulares e Profissionais Liberais com rendimentos anuais acima dos 100 mil euros ou detentores de patrimónios finan-ceiros acima dos 50 mil euros e Pequenas e Médias Empresas com volume de vendas anual compreendido entre os 500mil euros e os 7,5 milhões de euros.

    Vantagem CompetitivaGerente de Conta, suportado por um modelo de negócio que privilegia o aconselhamento especializado e personalizado,permitindo a melhor adequação da oferta de produtos e serviços financeiros às necessidades e motivações do Cliente,individualmente considerado, ou de cada agregado familiar.

    Rede de Distribuição73 Sucursais localizadas essencialmente nas zonas da Grande Lisboa, Grande Porto, Litoral e nas principais capitais de distrito.

  • Particulares & Negócios

    NovaRede

    Atlântico

    expresso!Atlântico

    SottoMayor

    Private Banking

    Corporate

    Empresas

    RECURSOS TOTAISEstrutura por Área de Negócio (Dez. 2002)

    10,2%

    15,8%

    31,0%

    0,2%

    19,0%

    16,0%

    4,3%

    3,5%

    Particulares & Negócios

    NovaRede

    Atlântico

    expresso!Atlântico

    SottoMayor

    Private Banking

    Corporate

    Empresas

    CRÉDITO DIRECTOEstrutura por Área de Negócio (Dez. 2002)

    8,0%

    12,7%

    18,2%

    1,3%

    9,6%

    9,3%

    20,6%

    20,3%

    Segmentos-AlvoClientes Particulares detentores de patrimónios financeiros acima dos 10 mil euros e inferiores a 50 mil euros eEmpresas e Empresários em Nome Individual com volume de vendas inferior a 7,5 milhões de euros/ano.

    Vantagem CompetitivaPrestígio patrimonial da marca assente em valores de tradição, confiança e segurança, permitindo explorar o elevadopotencial de “cross-selling” identificado; Horário alargado e flexível das 8h30 às 19 horas.

    Rede de Distribuição216 Sucursais cobrindo todo o território nacional.

    Segmentos-AlvoClientes Particulares com património financeiro confiado ao Banco superior a 250 mil euros.

    Vantagem CompetitivaCompromisso com a excelência e a ênfase estritamente personalizada na relação com os clientes, tendo comointerlocutores privilegiados os “Private Bankers”.

    Rede de Distribuição14 Espaços Privados, dos quais 9 localizados em Lisboa e 5 no Porto.

    Segmentos-AlvoGrandes Empresas com volume de facturação superior a 100 milhões de euros/ano e Clientes Institucionais.

    Vantagem CompetitivaSoluções financeiras flexíveis e integradas, vocacionadas para a satisfação individual de Clientes com elevadograu de exigência e sofisticação.

    Rede de Distribuição2 Centros Corporate localizados em Lisboa e no Porto, os quais integram 5 e 4 Direcções Comerciais, respectivamente.

    Segmentos-AlvoEmpresas de média dimensão com volume de vendas entre 7,5 e 100 milhões de euros/ano.

    Vantagem CompetitivaProposta de valor assente em elevados níveis de especialização, inovação, qualidade de serviço e oferta de solu-ções “tailor made”.

    Rede de Distribuição32 Espaços de Atendimento de Empresas.

    7

  • 8

    Plataformas Tecnológicas de Negócio

    Actividade Portal financeiro vocacionado para Clientes Particulares, ao qual podem aceder todos os potenciais utilizadores,desde logo os Clientes das diferentes marcas de retalho do BCP – NovaRede,Atlântico, Expresso Atlântico eSottoMayor –, apresentando-se como um portal financeiro transversal ao Grupo BCP.

    Proposta de valorPortal que possibilita, a partir de qualquer local, a consulta “on-line” ao património financeiro, bem como arealização de um vasto leque de operações bancárias, a oferta de soluções financeiras e não financeiras e o acesso a informação diversificada como o lazer, viagens, imobiliário, saúde, investimentos, fiscalidade e automóveis;Serviço “O Banco em SMS”, permitindo que qualquer Cliente do Grupo BCP possa, a partir do seu telemóvel ecom o envio de mensagens escritas SMS, efectuar as principais consultas e operações bancárias; Solução de“Internet banking” e de “Mobile banking”, disponíveis 24 horas por dia e 7 dias por semana.

    Actividade Portal ibérico vocacionado para os segmentos de Empresas e Empresários (PME e ENI), a que podem aceder,embora não constitua o universo exclusivo de utilizadores, os Clientes do Banco Sabadell e das Redes BCP –Particulares & Negócios, Empresas e Corporate.

    Proposta de valorPortal que possibilita, a partir de qualquer local, a consulta “on-line” ao património financeiro, bem como a realização de um vasto leque de operações bancárias, a aquisição de um conjunto de bens e serviços financeirose não financeiros e o acesso a informação útil para a gestão quotidiana dos negócios e das empresas;Disponibilização do “Online banking”, a versão em língua inglesa de toda a área transaccional do portal; Soluçãode “Internet banking”, disponível 24 horas por dia e 7 dias por semana.

    Actividade Banco especializado em serviços de investimento para Particulares, “web centric”, mas multi-canal.

    Proposta de ValorSelecção de produtos de terceiros e recomendação aos seus Clientes da melhor alternativa de investimentos,considerando o seu perfil de risco e horizonte temporal; Oferta do melhor serviço de informação de fundos deinvestimento em conjunto com a Standard & Poor’s, com dados quantitativos e qualitativos acerca dos 450 fundosdisponibilizados; Serviço ActivoStream, através do qual é possível acompanhar em “real-time” a evolução do merca-do português, os principais índices bolsistas e as últimas notícias.

  • Unidades de Produto

    9

    Unidade de Produtos de InvestimentoProposta de Valor Enfoque na especialização e na flexibilidade da oferta de soluções de poupança e investimento, de modo a exceder as expectativas e a atingir superioresníveis de satisfação de aforradores e investidores.

    Portfólio de Produtos/ServiçosOferta completa, abrangente e competitiva no domínio dos produtos de poupança e investimento.

    Inovação em 2002Lançamento de uma emissão pioneira de valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis em acções ordinárias do BCP – “Capital BCP 2005” –, um produtoinovador no mercado de capitais nacional, que suscitou grande interesse dos accionistas e investidores em geral.

    Unidade de BancassuranceProposta de Valor Contempla a protecção para o Cliente e a Instituição, segundo padrões elevados de conveniência e a preço competitivo, traduzindo a resposta por antecipaçãoa necessidades financeiras numa óptica de protecção global.

    Portfólio de Produtos/ServiçosCentro de competência especializado em seguros de risco, visando, a médio prazo, a oferta de uma solução de protecção única através do canal bancário,respondendo a todas as necessidades de protecção – do segurado, do património e das responsabilidades.

    Inovação em 2002Profunda reformulação de processos e renovação de toda a oferta de produtos, adequando-os à estratégia de distribuição multi-marca e multi-canal do BancoComercial Português.

    Unidade de CréditoProposta de Valor Inovação e optimização do valor criado pelos produtos e serviços de crédito proprietários e de terceiros, distribuídos nos diversos canais de distribuição doGrupo BCP, visando a satisfação e fidelização dos Clientes.

    Portfólio de Produtos/ServiçosOferta completa e abrangente no domínio do Crédito ao Consumo, Cartões de Crédito e Crédito a Pequenos negócios.

    Inovação em 2002Lançamento, em Portugal, do primeiro cartão oferta pré-pago – “Cartão D+” –, um cartão da Rede Maestro, funcionando com base em valores pré-carregados, segundo o conceito de “oferta” a terceiros em ocasiões especiais, constituindo uma alternativa interessante à oferta de numerário ou cheque.

    Unidade de Crédito ImobiliárioProposta de Valor Desenvolvimento e gestão dos produtos e soluções de Crédito Imobiliário, especialmente dirigidos ao segmento de Clientes Particulares.

    Portfólio de Produtos/ServiçosOferta de produtos e de soluções de financiamento para a construção e aquisição de habitação própria e de imóveis.

    Inovação em 2002Flexibilidade das soluções e produtos comercializados, com destaque para a nova modalidade de “Crédito Habitação Jovem”, uma solução que combina a possibilidade da existência de um período de carência de amortização do capital, com a bonificação no “pricing” e a flexibilização do prazo contratual,reflectindo-se em prestações inferiores na fase inicial do empréstimo.

    Unidade de Tesouraria e Meios de PagamentoProposta de Valor Optimização da criação de valor nas soluções desenvolvidas para as necessidades de tesouraria e meios de pagamento dos Clientes do Grupo BCP.

    Portfólio de Produtos/ServiçosGestão, dinamização e desenvolvimento de produtos de depósitos à ordem e meios de pagamento (cheques, transferências a crédito e débito, cartões de débito), bemcomo intervenção na área de comunicação escrita dirigida a Clientes.

    Inovação em 2002Concepção de um novo produto – a “Conta Vencimento Mais” – vocacionado para profissionais do Estado e a criação, para o segmento de Particulares, do código deacesso multi-canal (código único para acesso à Internet, mensagens escritas por telemóvel (SMS) e serviços de banca telefónica – atendimento automático ou comrecurso a operador) comum a todas as Redes de retalho.

    Unidade de Corretagem e TítulosProposta de Valor Oferta de produtos e serviços competitivos e inovadores associados às áreas de corretagem e títulos, maximizando a eficiência dos processos e contribuindopara a melhoria dos níveis de satisfação dos Clientes do Grupo BCP.

    Portfólio de Produtos/ServiçosDinamização e lançamento de produtos associados à corretagem – acções, obrigações, certificados e “warrants” –, e definição, desenvolvimento e melhoria deserviços relacionados com a guarda e negociação de títulos – custódia de títulos, “Ordens Stop”, bolsas mundiais e “Day Trade”.

    Inovação em 2002Lançamento de Certificados – um valor mobiliário inovador que traduz uma nova forma de investir em bolsa, pioneiro no mercado nacional; Dinamização de campanha deincentivo à transferência para o BCP de carteiras de títulos depositadas em outras Instituições, inédita no sistema bancário português;Alargamento da oferta de “Day Trade”.

  • Empresas Especializadas

    10

    Actividade Negócios de “merchant bank” e de banca de investimento.

    Áreas de Intervenção Instituição especializada no mercado de capitais, prestação de serviços de consultoria e assessoria estratégica e financeira,serviços financeiros especializados – “project finance”, “corporate finance”, corretagem de valores mobiliários e “equityresearch” – e na estruturação de produtos derivados de cobertura de risco.

    Inovação em 2002 Primeiro emitente em Portugal de um novo valor mobiliário regulamentado em 2002 – os Certificados –, indexados aos índicesDJ EuroStoxx50 e Dow Jones Industrial Average, cuja emissão foi admitida à cotação no dia de abertura do novo segmento demercado na Euronext Lisbon, assumindo o BCP Investimento a responsabilidade de “market maker” dos certificados emitidos.

    Posicionamento Competitivo Líder nas áreas de mercado de capitais e de “project finance” de banca de investimento, em Portugal.

    Actividade Integra os negócios do crédito especializado de “leasing” mobiliário e imobiliário.

    Áreas de Intervenção Financiamento dos investimentos em equipamentos, viaturas e imóveis, com recurso ao “leasing”; durante quase todo o exer-cício de 2002 integrou o negócio de “factoring” do Grupo, incorporado na casa matriz já no final do ano.

    Inovação em 2002 Introdução de novas soluções e funcionalidades na plataforma tecnológica de contacto directo com os Clientes – “Home-factoring”; Lançamento da oferta “Solução Automóvel” – uma proposta de financiamento global especialmente concebidapara os Clientes do Grupo BCP, integrando os produtos de Leasing, Aluguer Longa Duração e Crédito.

    Posicionamento Competitivo Liderança destacada no sector do “leasing” em Portugal.

    Actividade Plataforma de negócio de Crédito Pessoal.

    Áreas de Intervenção Instituição especializada no financiamento da aquisição de bens de consumo duradouro por particulares – mobiliário, elec-trodomésticos e equipamentos informáticos –, no crédito para aquisição de automóvel e no Aluguer de Longa Duração deviaturas para Clientes das redes do Grupo.

    Inovação em 2002 Promoção, junto dos comerciantes prescritores, da plataforma via Internet – “TPVnet” –, possibilitando a subscrição de propostas de crédito, a comunicação da decisão e a impressão local de contratos, com impacto na melhoria dos níveis deserviço; Arranque do novo aplicativo de Front Office que permitirá obter significativos ganhos de eficiência; Nova versão dosite do CrédiBanco – acessível também através dos portais do Grupo BCP cidadebcp e managerland –, com destaque paraa promoção do financiamento directo ao Cliente final.

    Posicionamento Competitivo Líder no segmento do financiamento da aquisição de bens para a casa – Rede CrédiLar –, componente de uma estratégia multi--marca e multi-canal em que, além da rede autónoma de Lojas, se integram as Redes Império Bonança e Bancária do Grupo BCP.

    Actividade Integra os negócios de Seguros e de Gestão de Fundos de Pensões.

    Áreas de Intervenção Instituição especializada em seguros dos ramos Vida (risco e capitalização) e ramos Reais (pessoais e patrimoniais), nos negó-cios de intermediação, resseguro e corretagem independente de seguros e na actividade de gestão de fundos de pensões.Atravésda subsidiária Médis intervém no "managed care", que combina a prestação de cuidados médicos e os seguros de saúde.

    Inovação em 2002Disponibilização da subscrição “on line” do “Plano Saúde Médis” para Clientes individuais, um serviço pioneiro em Portugal,permitindo a subscrição na Internet de um Sistema Integrado de Saúde, acrescentando às vantagens da Médis a comodi-dade e a possibilidade de subscrição 24 horas por dia.

    Posicionamento Competitivo Liderança do mercado Segurador em Portugal, prosseguindo uma estratégia de segmentação da actividade por canais dedistribuição e de especialização por negócios – modelo multi-marca/multi-produto/multi-canal.

    SÍNTESE DE INDICADORES 2002 2001

    Activo total 3.335 2.710

    Proveitos totais (líq.) 103 64

    Resultados líquidos 35 27

    (milhões de Euros)

    SÍNTESE DE INDICADORES 2002 2001

    Crédito sobre Clientes 2.306 2.206

    Proveitos totais (líq.) 53 55

    Resultados líquidos 9 9

    (milhões de Euros)

    SÍNTESE DE INDICADORES 2002 2001

    Crédito sobre Clientes 681 313

    Proveitos totais (líq.) 54 52

    Resultados líquidos 2 5

    (milhões de Euros)

    SÍNTESE DE INDICADORES 2002 2001

    Activo total 8.974 8.438

    Prémios processados 2.105 2.374

    Resultados líquidos -94 4

    (milhões de Euros)

  • 11

    Actividade Plataforma de negócio de financiamento automóvel.

    Áreas de Intervenção Instituição especializada no financiamento do negócio automóvel, contemplando importadores/distribuidores, concessionáriose Clientes finais, utilizando, neste último caso, como canal de venda as redes de concessionários e stands automóveis.

    Inovação em 2002 Reformulação da oferta de produtos ao Cliente final e reposicionamento competitivo em matéria de “pricing”; Lançamentoda nova plataforma de subscrição para o segmento de viaturas usadas; Implementação do novo modelo de abordagem àcarteira de Clientes em parceria com os prescritores originários dos negócios.

    Posicionamento CompetitivoLiderança no mercado de financiamento especializado para a aquisição de automóveis novos no ponto de venda.

    Actividade Negócio de Aluguer Operacional de Viaturas (“Renting”) e serviços complementares.

    Áreas de Intervenção Empresa especializada no Aluguer Operacional de Viaturas (“Renting”), disponibilizando, através das redes do Grupo, pro-dutos quer para as empresas (numa óptica de “outsourcing” da gestão de frotas automóveis), quer para Clientes individuais(particulares, profissionais liberais e empresários em nome individual).

    Inovação em 2002 Desenvolvimento de novas funcionalidades e integração do “site” da Classis nos portais cidadebcp e managerland.

    Posicionamento Competitivo Única empresa em Portugal especializada em Aluguer Operacional de Viaturas (“Renting”) a comercializar os seus produtossob marca autónoma, através de canais bancários.

    Actividade Integra os negócios de “asset management” – gestão de fundos de investimento mobiliário e imobiliário, gestão discricionáriade patrimónios, gestão de carteiras de investidores institucionais e prestação de serviços de consultoria de investimentos.

    Áreas de Intervenção Instituição especializada na gestão e no aconselhamento de investimentos nos mercados doméstico e internacionais, atravésda oferta de um leque completo e diversificado de instrumentos de desintermediação financeira e de soluções de investi-mento, cobrindo os mercados monetários, obrigacionistas e accionistas nacionais e estrangeiros e o sector imobiliário.

    Inovação em 2002 Lançamento de novos fundos e reformulação dos existentes, incluindo quer a redefinição da oferta de Fundos de Fundos,tornando-a mais ajustada aos diferentes perfis de risco dos investidores, quer a reformulação da oferta de fundos de baixorisco – Fundos de Tesouraria e Fundos de Obrigações.

    Posicionamento Competitivo Liderança no mercado português ao nível do negócio de fundos de investimento mobiliário.

    Actividade“Banco de Produto” vocacionado para o crédito imobiliário.

    Áreas de Intervenção Especialização no negócio do crédito imobiliário, nas vertentes do crédito hipotecário a particulares e do financiamento aconstrutores e promotores imobiliários.

    Inovação em 2002 Aperfeiçoamento dos circuitos pós-venda com a disponibilização de uma nova aplicação de gestão de pedidos relacionadoscom o crédito à habitação em carteira, integrada no portal de Crédito Imobiliário do Grupo BCP (de uso exclusivamenteinterno), possibilitando aos balcões o acesso e comunicação de informação rigorosa e atempada, em benefício da qualidadede serviço oferecida aos Clientes finais.

    Posicionamento Competitivo Posição de relevo entre as instituições especializadas na concessão de crédito hipotecário a particulares, Clientes e nãoClientes do Grupo BCP, através da rede de distribuição própria, e no financiamento da construção e promoção imobiliária.

    SÍNTESE DE INDICADORES 2002 2001

    Crédito sobre Clientes 619 381

    Proveitos totais (líq.) 42 45

    Resultados líquidos 8 12

    (milhões de Euros)

    SÍNTESE DE INDICADORES 2002 2001

    Activo total 137 116

    Proveitos totais 44 33

    Resultados líquidos 0,3 0,5

    (milhões de Euros)

    SÍNTESE DE INDICADORES 2002 2001

    Activos sob gestão 7.349 19.611

    Proveitos totais (líq.) 18 35

    Resultados líquidos 8 18

    (milhões de Euros)

    SÍNTESE DE INDICADORES 2002 2001

    Crédito sobre Clientes 3.024 2.606

    Proveitos totais (líq.) 42 34

    Resultados líquidos 18 10

    (milhões de Euros)

  • Actividade Internacional

    12

    Actividade Banco universal.

    Vantagem CompetitivaConceito inovador de banca de Retalho no mercado moçambicano, com oferta de produtos e serviços financeirosespecializados, ajustados ao perfil e às necessidades da base de Clientes Particulares e Empresas, e disponibilizaçãode canais alternativos inovadores – portal financeiro “MundoBIM”, banca telefónica através da “LinhaBIM” ebanca electrónica através da “MultiRede” a maior rede moçambicana de serviços de pagamento electrónico.

    Actividade Banco universal vocacionado para Clientes Particulares de médios e elevados patrimónios financeiros e para ossegmentos de Médias Empresas e Pequenos negócios.

    Vantagem CompetitivaConceito de banca de Retalho disponibilizando um serviço de elevada conveniência, assente numa plataformamulti-canal – redes de sucursais de retalho, espaços de venda para pequenas empresas, sucursais “prestige” paraclientes de elevados rendimentos e pontos de serviço e venda para empresas, complementado por canais debanca directa (ATMs e “Call Centre”) –, possibilitando o acesso em “circularidade” a todos os Clientes do Banco.

    Actividade Banco global vocacionado, numa primeira fase, para os segmentos de Particulares de rendimentos médios/altos,mas evoluindo para a abordagem a outros segmentos de mercado, nomeadamente, a penetração nos negóciosde “Private Banking” e de Negócios e Empresas.

    Vantagem CompetitivaNovo conceito de banca de Retalho e uma proposta de valor inovadora no mercado grego, disponibilizando umelevado nível de conveniência, com uma plataforma de distribuição alargada ao “Call Centre” e “Internet banking”,e um excelente nível de serviço.

    ActividadeBanco universal, vocacionado predominantemente para a actividade de Retalho, com um relacionamento importantecom Empresas e outros Clientes Institucionais.

    Vantagem CompetitivaEnfoque numa abordagem global do mercado centrada na comunicação directa e na venda cruzada de produ-tos, no âmbito da complementaridade comercial com as Seguradoras do Grupo BCP com actividade em Macau.Grande experiência em matéria de financiamento do comércio externo.

    SÍNTESE DE INDICADORES 2002 2001

    Activo total 807 946

    Proveitos totais (líq.) 25 27

    Resultados líquidos 8 8

    (milhões de Euros)

    SÍNTESE DE INDICADORES 2002 2001

    Activo total 558 681

    Proveitos totais (líq.) 83 75

    Resultados líquidos 15 10

    (milhões de Euros)

    SÍNTESE DE INDICADORES 2002 2001

    Activo total 4.657 4.975

    Proveitos totais (líq.) 369 305

    Resultados líquidos 46 5

    (milhões de Euros) Taxa de câmbio 1 euro = 4,0202 zlotys

    SÍNTESE DE INDICADORES 2002 2001

    Activo total 1.232 1.348

    Crédito sobre clientes 425 215

    Recursos de clientes 2.862 1.980

    (milhões de Euros)

  • 13

    Actividade Banco global vocacionado para servir a população local de Estados norte-americanos onde a comunidade de ori-gem portuguesa marca uma forte presença.

    Vantagem CompetitivaConceito de “community banking”, baseado na experiência de banca de Retalho do BCP, disponibilizando plataformas de serviço inovadoras e de elevada conveniência – o “BPAOnline” uma solução bancária “on line”vocacionada para Particulares e Negócios, o “BPAContact” uma solução de “Contact centre”, e também soluçõesde “Self banking” (ATMs e CATs).

    Actividade Banco global vocacionado para servir a comunidade portuguesa e luso-descendente residentes no Canadá, emespecial na área de Toronto.

    Vantagem CompetitivaConceito de “community banking”, privilegiando uma abordagem enfocada em segmentos de mercado étnicos,nomeadamente as comunidades portuguesa e grega, oferecendo uma linha de produtos e serviços inovadora,aconselhamento personalizado e elevada conveniência, tendo como produto-âncora a remessa de fundos para oPaís de origem.

    Actividade Banco vocacionado prioritariamente para a actividade de “Retail banking” focalizando-se no segmento de clientesde origem lusa residentes em França e no Luxemburgo, procurando afirmar-se como um Banco de relação porexcelência.

    Vantagem CompetitivaEstratégia de segmentação da base de Clientes e de “cross selling”, baseada na experiência e no modelo deabordagem comercial do Grupo BCP no negócio de banca a Retalho, disponibilizando aos Clientes uma gamacompleta de produtos e serviços financeiros cobrindo a generalidade das necessidades financeiras dos ClientesParticulares e Empresas e canais alternativos – “Homebaking”,“Call Centre” e o “BCP SMS” pioneiro no mercadoluxemburguês.

    SÍNTESE DE INDICADORES 2002 2001

    Activo total 201 163

    Crédito sobre clientes 135 88

    Recursos de clientes 175 134

    (milhões de Euros)

    SÍNTESE DE INDICADORES 2002 2001

    Activo total 143 154

    Crédito sobre clientes 92 97

    Recursos de clientes 128 134

    (milhões de Euros)

    SÍNTESE DE INDICADORES 2002 2001

    FrançaActivo total 1.207 1.212Proveitos totais (líq.) 55 57Resultados líquidos -18,8* 0,6(*) Reflecte amortização integral de “goodwill” de 19,8 milhões de euros

    LuxemburgoActivo total 246 218Proveitos totais (líq.) 7 8Resultados líquidos 0,2 0,1

    (milhões de Euros)

  • Alicerçada numa visão estratégica a médio e longo prazo, a sustentabilidade empresarial do Grupo BCP reflecte-se na sua capacidadeinovadora, no dinamismo, na rendibilidade e orientação para o negócio, na responsabilidade social, na estabilidade accionista e em boaspráticas de “corporate governance”, mas, também, num conjunto de activos intangíveis e vantagens comparativas que o diferenciam eque contribuem activamente para a criação de riqueza, de modo sustentado, a longo prazo.

    Desde sempre o Banco Comercial Português atribuiu grande importância ao investimento e desenvolvimento de activos intangíveis – valordo capital humano e do conhecimento, satisfação e fidelização das bases de clientes, tecnologias,“software” e bases de dados, segurança dossistemas de informação, qualidade e inovação,“know-how”, notoriedade das marcas, entre outros –, face ao reconhecimento da sua capaci-dade de geração de vantagens competitivas, garantes da sustentabilidade da empresa e da continuidade dos negócios no longo prazo.

    Por outro lado, ao integrar na sua estratégia corporativa os objectivos de crescimento e de criação de valor a longo prazo para os accio-nistas, e ao associar as estratégias de negócio ao aproveitamento do potencial dos diferentes segmentos de mercado e das vantagensdistintivas das suas propostas de valor, adaptando-as de forma permanente e consistente às novas necessidades e expectativas dosclientes, o Banco cria as condições propiciadoras da preservação da competitividade.

    A gestão dos recursos humanos vem constituindo, igualmente, um dos pilares estratégicos fundamentais da sustentabilidade do Grupo,ao promover as capacidades e a satisfação dos colaboradores através das melhores práticas de formação, aquisição de conhecimentose programas de remuneração e benefícios sociais exclusivos, e ao proporcionar a criação de emprego de qualidade e de condições atrac-tivas para o desenvolvimento de carreiras.

    Numa outra vertente, os investimentos em tecnologias, sistemas, infra-estruturas e em “software”, além de cruciais para responderem àsofisticação das necessidades dos clientes e suportar o crescimento, revelam-se essenciais, a par com os activos que representam as basesde dados e os reportórios de informação, para a gestão criteriosa dos riscos de negócio e para a gestão eficaz dos recursos humanose tecnológicos, designadamente, quer ao nível da gestão pró-activa e fidelização de clientes e da inovação de produtos e serviços, querno fortalecimento da cadeia de relações com fornecedores e outros parceiros de negócio.

    O reconhecimento da importância da sustentabilidade estratégica e empresarial encontra tradução na crescente apetência dos investi-dores por empresas que assumam esse compromisso a longo prazo, quer porque esse objectivo constitui um catalizador para uma gestãobaseada em exigentes padrões de “corporate governance”, quer porque visam a criação sustentada de valor para o accionista, mas, tam-bém, porque em relação a essas empresas são exigidos pelo mercado um desempenho e um perfil de risco de rendibilidade e de soli-dez patrimonial comparativamente superiores.

    Para além do reconhecido contributo para o desenvolvimento e modernização da economia e do sistema financeiro português nas últi-mas décadas, o Banco Comercial Português valorizou, desde a sua constituição, a sua função enquanto Instituição socialmente res-ponsável, quer através da promoção da qualificação profissional e do desenvolvimento pessoal dos seus colaboradores, quer no exercí-cio da responsabilidade social na comunidade em que se insere, na qual encontra a razão da sua existência e a legitimidade necessáriaao exercício das suas funções.

    À medida que o Grupo BCP foi ganhando relevância na sociedade portuguesa, as suas responsabilidades sociais foram também ganhandonovas dimensões, ultrapassando o objectivo de criação de valor para os seus accionistas, clientes e colaboradores. Não procurando substi-tuir o papel das entidades públicas, o Banco Comercial Português encontra a motivação para actuar neste domínio, consciente de que oseu empenho em actividades de interesse social reforça a sua aceitação e o compromisso para com a comunidade, mas também porque,para além do estrito cumprimento das obrigações legais exigidas, impõe a si próprio um comportamento socialmente responsável.

    Correspondendo às expectativas das sociedades modernas em relação ao papel das entidades privadas, a criação da Fundação BancoComercial Português corporizou a responsabilidade social do Grupo BCP, traduzindo a preocupação em que a sua actuação nas áreascultural, da solidariedade social, da educação e da saúde, seja coerente, especializada e eficaz. A actuação da Fundação BCP incide, pois,em dois grandes vectores – Cultura e Solidariedade –, encontrando-se claramente definidos, no âmbito dos seus objectivos fundacio-nais, os diferentes campos de intervenção: na educação, contribuindo para o incremento da divulgação da língua e cultura portuguesas;fomento da investigação e divulgação científica e promoção de estágios para pós-licenciados; na cultura, recuperação de património artís-tico e arquitectónico; apoio a entidades promotoras de formação e desenvolvimento cultural; e na solidariedade social, o apoio a acçõesde prestação de serviços de saúde, de acção social, de solidariedade com os mais desfavorecidos e de fins humanitários em geral.

    Sustentabilidade Estratégica e Empresarial

    14

    Função Social

  • A Fundação BCP alarga a sua intervenção aos Países Africanos de Expressão Portuguesa, através do apoio a entidades locais que desen-

    volvam acções que se enquadrem nos objectivos enunciados da Fundação, salientando-se a criação e o acompanhamento de um pro-

    grama de Bolsas, em Portugal, para estudantes de nível universitário e pós-universitário oriundos daqueles países. Em 2002 o Banco

    Comercial Português associou-se à UNESCO para a recolha de verbas destinadas às crianças de Moçambique e, no caso de Angola,

    cooperou na campanha de fundos para ajuda humanitária.

    A acção mecenática desenvolvida pela Fundação Banco Comercial Português tem justificado o seu reconhecimento como uma das enti-dades que mais tem actuado no campo mecenático em Portugal, com forte pendor na área cultural. Neste âmbito, saliente-se o estatutogranjeado pela Fundação BCP de “Mecenas Exclusivo” dos núcleos museológicos do Museu Arpad Szènes – Vieira da Silva, Museu doAzulejo, Museu do Chiado e Museu Soares dos Reis, e, na área da música, do Teatro Nacional de S. Carlos. No domínio da recuperaçãodo património arquitectónico, histórico e cultural, sublinhem-se os apoios financeiros concedidos para o restauro do retábulo do Altar-Mor do Mosteiro dos Jerónimos, da Sala Lanternim no Palácio de Queluz e da Sala dos “Gobelins” no Palácio Nacional da Ajuda.

    O acentuado desenvolvimento tecnológico registado nas últimas décadas e os novos requisitos de negócio no contexto da globali-zação das economias e dos mercados, expõem as organizações a um conjunto de novos riscos, internos e externos, estruturados enão estruturados, que podem comprometer a integridade, confidencialidade e disponibilidade da informação e a não repudiação eauditabilidade das transacções, os quais representam uma diferença profunda relativamente aos problemas de segurança tradicionais.

    A partir da análise das principais áreas de risco, o Grupo BCP concebeu uma nova estratégia para a segurança dos sistemas de infor-mação, articulada com as estratégias de negócio e alinhada com padrões internacionais de segurança, e.g. ISO 17799, no âmbito daqual tem vindo a desenvolver inúmeras iniciativas estruturantes incidindo sobre áreas como as políticas, normas e procedimentos desegurança, a administração e a monitorização de segurança, a promoção da consciência de segurança e a generalização de tecnolo-gias de segurança ao nível das aplicações, das bases de dados, dos sistemas operativos e das redes de comunicações.

    A crescente complexidade dos sistemas de informação e a dificuldade dos fabricantes de “software” em incorporar as questões desegurança nos processos de desenvolvimento, potencia a multiplicação e propagação de ameaças à segurança dos sistemas de infor-mação, tendo como corolário a descoberta e a divulgação diárias de novas vulnerabilidades. Com o objectivo de mitigar estes riscos,o Grupo BCP tem vindo a promover internamente a revisão, melhoria e uniformização das configurações de segurança dos servi-dores e estações de trabalho, especificando os correspondentes parâmetros de acordo com as boas práticas. Mais ainda, implemen-tou um processo activo e contínuo de identificação, análise e eliminação de vulnerabilidades de “software” para todas as suas plata-formas distribuídas e equipamentos de comunicação.

    No quadro do desenvolvimento aplicacional, encontra-se especificado um conjunto de princípios de segurança a respeitar pelas equi-pas de desenvolvimento internas e externas e, no âmbito de um projecto mais alargado de concepção dos blocos tecnológicos desuporte ao desenvolvimento contínuo da digita-lização dos processos de negócio do Grupo, encontram-se definidas diversas peçasde infra-estrutura destinadas a implementar serviços homogéneos de autenticação dos utilizadores e dos componentes, de protec-ção de dados, de não repudiação das transacções e de registos de auditoria adequados.

    Visando reforçar as medidas tradicionais de protecção há muito implementadas, e.g.“firewalls” e zonas periféricas segregadas, o GrupoBCP desenvolveu um sistema de filtragem de comunicações que permite minimizar os riscos associados às transferências de docu-mentos e mensagens via Internet, e desenhou e implementou um sistema de detecção de intrusão que permite, em tempo real, iden-tificar padrões de ataque aos recursos internos e iniciar procedimentos de resposta adequados, o qual inclui sensores nas diversaszonas da rede corporativa.

    O desenvolvimento articulado deste conjunto de regras e iniciativas, pensadas a partir de um modelo holístico de competências desegurança, e a recolha e análise sistemática de métricas de segurança que possibilitam a avaliação regular da eficácia dos mecanismosinstalados, permitem maximizar a protecção de um dos principais activos do Grupo BCP, ou seja, a confiança dos seus clientes, par-ceiros de negócio, colaboradores e accionistas.

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    Segurança dos Sistemas de Informação

  • O processo de melhoria contínua da Qualidade de Serviço no Banco Comercial Português insere-se no objectivo estratégico de cria-ção de vantagens competitivas duradouras, enquanto factor de diferenciação e de fidelização dos clientes, com enfoque no grau deSatisfação dos Clientes, no quadro de uma cultura empresarial totalmente vocacionada para o cliente.

    A monitorização da satisfação dos clientes das Redes de retalho e dos Call Centers do Grupo, é efectuada com recurso à realização eanálise exaustiva de inquéritos com periodicidade mensal dirigidos aos clientes finais, designado por “Sistema de Gestão da Satisfaçãodos Clientes”, e visa a aferição sistemática dos atributos susceptíveis de influenciarem a satisfação e a fidelização dos clientes, tendo comoprincipais objectivos a identificação e correcção atempada dos aspectos considerados menos positivos e o aperfeiçoamento dos aspec-tos mais valorizados pelos clientes. Ainda neste âmbito, em 2002 foi lançado um inquérito inovador, realizado em base trimestral, dirigi-do aos clientes que recorrem ao crédito para a aquisição de habitação junto do Grupo BCP, com o intuito de monitorar as várias fasesde um processo ao nível de produto.

    Complementarmente, o Grupo tem vindo a aperfeiçoar e a aprofundar o processo regular de medição da Satisfação dos ClientesInternos, envolvendo os colaboradores que contactam directamente com os clientes do Grupo, de forma a aferir a sua satisfação emrelação aos fornecedores internos, as empresas associadas e as plataformas operativas de apoio ao negócio. Este sistema, ao permitir nãosó, monitorar o impacto do serviço prestado no âmbito da cadeia de valor, mas também identificar as prioridades de intervenção pararesponder às necessidades dos utilizadores, afirma-se como um instrumento, por excelência, de reforço da solidariedade e dinamizaçãodo espírito de equipa e de gestão e motivação dos recursos humanos.

    Prosseguindo a excelência na Qualidade de Serviço, o Grupo BCP acede a outros instrumentos de medição dinâmica da satisfação dosclientes, designadamente, a estudos de mercado conduzidos e monitorados por entidades externas especializadas, e elabora análisessobre o contexto competitivo e estudos de maior profundidade e complexidade sobre a qualidade de serviço percepcionada pelosclientes, procurando avaliar a satisfação dos clientes em relação ao portfólio de produtos e serviços disponibilizados e, também, identi-ficar novos factores críticos, nomeadamente, os associados à maior sofisticação dos clientes e aos novos modelos de negócio, de modoa oferecer aos clientes as melhores soluções, que corporizem um fluxo contínuo de valor e serviço.

    Evolução do Mercado Accionista2002 foi um ano excepcionalmente desfavorável para os mercados accionistas mundiais, registando a generalidade dos índices accionis-tas, quer sectoriais quer geográficos, depreciações expressivas, acompanhadas de quebras expressivas das transacções no mercado accio-nista secundário e a interrupção das emissões no mercado primário. Em paralelo, a rendibilidade das aplicações em instrumentos deinvestimento alternativos foi muito reduzida, designadamente nos mercados obrigacionistas, constatando-se a quebra das taxas de ren-dibilidade de títulos da Dívida Pública e o aumento dos “spreads” de risco de outros emitentes para níveis históricos.

    Os mercados financeiros foram condicionados pela combinação de diversos factores desfavoráveis, nomeadamente a redução das expec-tativas de crescimento da economia mundial, as preocupações quanto à evolução futura dos lucros das empresas, o impacto desfasadodo 11 de Setembro em vários sectores de actividade (nomeadamente do sector de transportes aéreos e segurador), o conflito militarno Afeganistão, as condições climatéricas muito adversas na Europa, o aumento das tensões político-militares no Médio Oriente, a dete-rioração da situação político-económica na América Latina, bem como as preocupações com o nível de transparência na comunicaçãoda informação financeira por parte das empresas cotadas após a ocorrência de fraudes contabilísticas em algumas empresas, e a maioraversão ao risco por parte dos investidores que se traduziu no aumento do "equity risk premium". As fortes correcções do mercadoaccionista, os programas de racionalização implementados pela generalidade das empresas, o aperfeiçoamento das regras de supervisãoe políticas monetárias mais expansivas nas principais economias industriais contribuíram para a recuperação dos principais índices accio-nistas no último trimestre de 2002, contrariando parcialmente as fortes quebras sofridas no terceiro trimestre. No conjunto do ano,o índice norte-americano S&P500 registou uma desvalorização de 23,4%, o índice Eurostoxx50 representativo das maiores empresaseuropeias desceu 37,3% e o índice PSI-20 depreciou-se 25,6%.

    Evolução da Cotação das Acções do Banco Comercial PortuguêsEm 2002 a cotação do Banco Comercial Português registou uma desvalorização de 49,9% face a depreciações de 25,6% do PSI20 e de29,8% no índice de bancos europeus (BEBANKS).Tratou-se de um ano particularmente difícil no que se refere às cotações de Bancose demais instituições financeiras, que afectou de forma especialmente penalizadora os Bancos com forte exposição e ligação à activida-de seguradora, cujo índice sectorial europeu (DJEurostoxx Insurance) caiu 51,7%, tratando-se pois de uma conjugação de vários factoresde natureza geral económico-financeira, agravada por fenómenos sectoriais.

    Qualidade de Serviço e Satisfação dos Clientes

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    As Acções do BCP nas Bolsas de Valores

  • Comparativamente aos principais índices de referência europeus debanca e seguros, o BCP teve um comportamento em linha com a médiadas empresas aí representadas, tendo acompanhado as expressivasdepreciações registadas em 2002.

    Como tem sido habitual em anos transactos, o título BCP foi dos maistransaccionados na Euronext Lisbon em 2002, contribuindo em médiadiariamente com um volume de 12,3 milhões de euros. Uma vez mais aquota de liquidez do BCP evidenciou um crescimento ao atingir 13,8%da liquidez do mercado de cotações oficiais em 2002 que compara com11,5% em 2001 e 9,3% em 2000.

    Relativamente aos indicadores de liquidez, de destacar que o mercado Euronext Lisbon registou uma redução de 29,4% nos volumestransaccionados que compara com uma redução nos volumes transaccionados do BCP de 15,4%, o que corresponde a um acréscimona quota de transacções realizadas por títulos BCP.

    A capitalização bolsista do BCP, ascendia, em 31 de Dezembro de 2002, a 5.305 milhões de euros evidenciando uma quebra face aos10.586 milhões de euros que apresentava no final de 2001, fruto da evolução do mercado, constituindo ainda assim a 2ª maior capitali-zação do mercado.

    Emissão de Valores MobiliáriosEm Dezembro de 2002 foi realizada uma emissão de Valores Mobiliários Obrigatoriamente Con-vertíveis (VMOC) em acções do BCP, deno-minada “Capital BCP 2005”, no valor de 700 milhões de euros através da emissão de 140.000.000 de títulos ao valor nominal de 5 euros.

    A subscrição decorreu com assinalável sucesso, não obstante as condições desfavoráveis de mercado. Os pedidos de subscrição e rateioexcederam a oferta em cerca de 10%, o que é bem demonstrativo do interesse que a emissão suscitou junto dos investidores. Igualmenteimportante será a entrada de cerca de 6.500 novos accionistas, através da subscrição destes valores mobiliários.

    O preço de conversão (€ 2,449) dos títulos “Capital BCP 2005” em acções do BCP resultou da cotação média ponderada das acçõesdo Banco nas sessões de 18 a 23 de Dezembro de 2002. Do apuramento desta, resulta que, por cada título “Capital BCP 2005” detido,o investidor receberá na data de conversão fixada 2,04164965291 acções do BCP com arredondamento por defeito.

    O BCP nas Bolsas InternacionaisNas bolsas de Nova Iorque (sob a forma de ADR’s), Londres, Frankfurt (sob a forma de certificados) e Euronext Amsterdam, onde o BCP se encontra cotado, o ano 2002 pautou-se pelo acompanhamento das linhas de tendência dos respectivos mercados.Como sempre, o Banco Comercial Português, acompanhou de forma inequívoca e exemplar as rigorosas exigências na prestação de informação relevante, nomeadamente, de cariz contabilístico exigidas pelas autoridades dos mercados onde se encontra cotado.

    À semelhança do observado em anos anteriores, as transacções efectuadas no mercado Euronext Lisbon corresponderam a cerca de99% das transacções efectuadas no total das bolsas em que o BCP se encontra cotado, reflectindo a sua condição de bolsa de origem.A este propósito, o BCP acompanha com grande interesse a planeada integração das plataformas de negociação das bolsas de Paris,Amsterdão, Bruxelas e Lisboa, confiante quanto ao acréscimo de actividade que daí poderá advir.

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    Cotação 31-12-2001 @ 4,55

    Cotação 31-12-2002 @ 2,28

    Cotação média anual @ 2,94

    Cotação mínima @ 1,71 (23-10-2002)

    Cotação máxima @ 4,54 (03-01-2002)

    Performance

    Valorização de cotação -49,89%

    Capitalização Bolsista 5,3 mil milhões de Euros (31-12-2002)

    Peso no índice PSI20 14,59% Dez. 2002

    Comportamento do título BCP em 2002

    VariaçãoÍndice em 2002

    BCP -49,9%PSI20 -25,6%Eurostoxx 50 -37,3%Bloomberg Europe Banks and Financial Services Index (BEBANKS) -29,8%DJ Eurostoxx Insurance -51,7%

    2001 2002

    Turnover do BCP(milhões de Euros) 3.527 2.983Turnover do mercado(Euronext Lisbon – MCO) 30.688 21.655% transacções pela acção BCP 11,5% 13,8%

    Performance face aos principais índices de referência Indicadores de Liquidez

    Juro Preço de Rácio deNº de títulos Preço de anual Conversão conversão conversão paraa emitir Subscrição bruto Obrigatória fixado acções BCP

    140.000.000 @ 5,00 9,0% 30-12-2005 @ 2,449 2,0416

    Condições da emissão

  • Participação em Índices InternacionaisEm resultado da fusão da Bolsa de Valores de Lisboa e Porto na Euronext NV, em 2 de Abril de 2002 o BCP passou a integrar o índi-ce Euronext 100, que integra as 100 maiores empresas em termos de capitalização e liquidez na Euronext, tendo ocupado a 53ª posi-ção no respectivo “ranking”. A integração no índice Euronext 100 ganha maior relevo se atendermos ao facto de algumas das maioresempresas europeias aí se encontrarem representadas, constituindo índice de referência para importantes conjuntos de investidores.

    Estrutura AccionistaNo final de 2002 o número de accionistas do Banco Comercial Português ascendia a 255.692, sendo superior em cerca de 1.200 face aofinal de 2001. Este número ganha relevo se considerarmos o clima desfavorável vivido nos mercados de capitais ao longo do ano.

    Considerando adicionalmente a emissão “Capital BCP 2005” realizada em Dezembro de 2002, o número de futuros novos accionistaspor via da mesma, ascenderá a cerca de 6.500.

    A estrutura accionista do BCP em Dezembro de 2002 evidencia, comparativamente ao final de 2001, um aumento significativo nos seg-mentos de accionistas particulares e institucionais e uma redução nas empresas.

    No que se refere à distribuição da estrutura accionista por número de acções detidas, não se registaram alterações significativas face aoexercício anterior.

    Acções PrópriasDe acordo com a aprovação deliberada em Assembleia Geral de Accionistas do BCP, o Banco pode adquirir acções próprias até ao limi-te de 10% do seu capital social.

    Em 31 de Dezembro de 2001, o Banco Comercial Português detinha 1.975.004 acções próprias, correspondentes a 0,08% do seu capital social. Conforme deliberação referente ao ponto 5 da convocatória da Assembleia Geral de 18 de Março de 2002, e enquadrando-se dentro dos limites aprovados, em anos sucessivos, em Assembleias Gerais de Accionistas do BCP, durante 2002 o Bancoadquiriu 5.672.991 acções ao custo médio de 3,9676 euros, e alienou 7.647.995 acções ao preço médio de 2,7584 euros, sendo que destas últimas 7.643.633 foram alienadas por dotação, a título de entrega ao Fundo de Pensões do Grupo BCP.

    Em 31 de Dezembro de 2002 o BCP não detinha em carteira quaisquer acções próprias, excepto 68.254 acções em “carteira de nego-ciação” de empresas subsidiárias, destinadas a cobertura de riscos de mercado.

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    Percentagem

    Estrutura Número de do capital

    Accionista Accionistas Social

    Colaboradores 11.873 1,3%

    Particulares 235.932 44,0%

    Empresas 7.510 2,7%

    Institucionais 377 52,0%

    Total 255.692 100,0%

    Estrutura Accionista do Banco Comercial Português em 31 de Dezembro de 2002

    Número de Percentagem

    Acções por Número de do Capital

    Accionista Accionistas Social

    > 5.000.000 46 71,4%

    500.000 a 4.999.999 156 9,6%

    50.000 a 499.999 791 4,3%

    5.000 a 49.999 14.209 6,5%

    < 5.000 240.490 8,2%

    Total 255.692 100,0%

  • Síntese do Relatório do Conselho de Administração

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    Dando cumprimento às exigências legais, estatutárias e de mercado de prestação de informação rigorosa, completa e oportuna, vem oConselho de Administração apresentar às autoridades, aos accionistas, aos clientes, aos investidores e ao público em geral, o Relatório eContas de 2002 do Banco Comercial Português, S.A. (BCP).A satisfação destas exigências constitui uma oportunidade para expor de formaaprofundada: o comentário sobre o enquadramento competitivo; a explicação das prioridades estratégicas no exercício findo; a caracteriza-ção da actividade das diferentes áreas de negócio, das empresas associadas do Grupo e das plataformas operativas; a análise da rendibilida-de e da evolução da estrutura patrimonial, bem como dos mecanismos de gestão de riscos; e a apresentação das demonstrações financei-ras, em base individual e consolidada, acompanhadas pelos relatórios e pareceres dos órgãos de fiscalização e dos auditores externos.

    Precedendo a caracterização pormenorizada do enquadramento económico e financeiro e a descrição das principais actividades desen-volvidas no decurso do ano, propomo-nos destacar, nesta breve síntese, as linhas de orientação e algumas das iniciativas desenvolvidaspelo Banco em 2002, tendo em vista o compromisso estratégico de a médio prazo continuar a proporcionar, de forma sustentada, níveisadequados de rendibilidade aos seus accionistas, independentemente das fases mais ou menos favoráveis do ciclo económico ou carac-terísticas dos mercados de capitais.

    Contrariando as expectativas optimistas que apontavam para o início da retoma das principais economias já na segunda metade de 2002,a envolvente macroeconómica internacional caracterizou-se pela estabilização da economia norte-americana, pela estagnação da activida-de na área do Euro, em linha com os sinais de debilidade do consumo privado e da FBCF, e pela contracção da economia japonesa.A par-tir do segundo trimestre, num quadro de instabilidade nos mercados financeiros e de aumento da incerteza a nível global, ocorreu umaumento acentuado da aversão ao risco por parte dos investidores, com repercussão na elevada volatilidade dos índices bolsistas, moti-vado pelas dúvidas quanto à fiabilidade e nível de transparência das demonstrações financeiras bem como quanto à situação financeira eníveis de rendibilidade de numerosas empresas, pelo aumento das tensões político-militares e pela instabilidade na América Latina. Noquarto trimestre, verificou-se uma recuperação da generalidade das bolsas internacionais, influenciada pela correcção das quebras pro-nunciadas das cotações das acções, pelos programas de racionalização implementados por empresas da generalidade dos sectores de acti-vidade, pelo aperfeiçoamento das regras de supervisão e por políticas monetárias mais expansionistas nas principais economias industriais.

    O abrandamento da procura interna privada e os exigentes esforços de consolidação orçamental, a par do enquadramento internacio-nal adverso, revelaram-se determinantes para o abrandamento da economia portuguesa em 2002. O PIB em Portugal cresceu a umritmo inferior ao da média da União Europeia, denotando o esgotamento dos factores impulsionadores do crescimento nos últimos anosda década de noventa, designadamente, a adaptação a taxas de juro substancialmente mais reduzidas e o estímulo do consumo e inves-timento públicos.A desaceleração do consumo privado continuou a decorrer essencialmente do fraco comportamento do consumo debens duradouros, justificado pelo abrandamento do rendimento disponível das famílias, pela diminuição da capacidade de financiamentodado o aumento do endividamento nos últimos anos e pela deterioração da confiança dos consumidores, enquanto que a procura decrédito por parte das empresas foi fortemente condicionada pela retracção do investimento e pelo ajustamento da situação financeiradas empresas face ao abrandamento da actividade económica. As instituições financeiras portuguesas continuaram a responder eficaz-mente aos novos desafios e tendências estruturais, apostando na inovação tecnológica, na diversificação da oferta de produtos e servi-ços e na implementação de programas de reestruturação e racionalização visando capturar sinergias operativas. Estas medidas não terãosido, contudo, suficientes para contrariar a tendência de redução dos níveis de rendibilidade, em virtude do enquadramento económicoadverso e das condições desfavoráveis dos mercados de capitais.

    Reflectindo a difícil conjuntura vivida nos mercados internacionais de capitais em 2002, a generalidade dos índices accionistas, quer sec-toriais quer geográficos, registaram depreciações expressivas, acompanhadas de quebras significativas dos volumes de transacções. Nestecontexto, o sector bancário acabaria por ser um dos mais afectados – tanto pelos receios de degradação dos riscos de crédito, comotambém pela sua exposição ao sector segurador –, tendo os Bancos com maior enfoque na actividade seguradora sido mais fortemen-te penalizados. O título BCP, em virtude dos elevados níveis de liquidez e da sua capitalização bolsista, não ficou imune ao mau com-portamento dos mercados accionistas, tendo a sua cotação depreciado 49,9% em 2002, continuando a sobressair como um dos títulosmais transaccionados na Euronext Lisbon, registando um "turnover" de 2.983 milhões de euros, a que correspondeu uma superior quotade 13,8% do volume de negócios do mercado de cotações oficiais em 2002 (11,5% e 9,3%, em 2001 e 2000, respectivamente). A capi-talização bolsista no final do ano quedou-se pelos 5.305 milhões de euros, face aos 10.587 milhões de euros no final do ano anterior,constituindo, ainda assim, a segunda maior capitalização na Bolsa nacional.

    Em face das novas circunstâncias ditadas pela incerteza e trajectória dos mercados de capitais e pelo clima de menor confiança nos mer-cados financeiros, que inviabilizaram a plena e tempestiva concretização dos objectivos que haviam alicerçado a aliança estabelecida, em2000, entre o BCP e a Eureko B.V., em Outubro de 2002 os dois Grupos estabeleceram as bases de um acordo de realinhamento estra-tégico, que prevê a redução da posição accionista do BCP na Eureko de 24,86% para 5% e, simultaneamente, a recuperação pelo BCP docontrolo a 100% da Seguros e Pensões. Esta reconfiguração, cuja concretização aguarda as necessárias aprovações estatutárias e regula-mentares, além de permitir reduzir a exposição ao risco da actividade seguradora em mercados mais maduros, permitirá ao BCP concen-

  • trar recursos e capacidades nos negócios e mercados prioritários, sem prejuízo do compromisso de ambas as Instituições prosseguirem acooperação estratégica, designadamente, nas áreas de gestão de activos e de "bancassurance" na Polónia e na Grécia.

    Embora ainda influenciado pelos processos de reestruturação e racionalização das plataformas operativas e comerciais que, com espe-cial acuidade nos dois anteriores exercícios, mobilizaram capacidades e recursos humanos e financeiros significativos, em 2002 os esfor-ços e energias foram particularmente concentrados no enfoque nos negócios e na revitalização das capacidades competitivas no mer-cado doméstico, consubstanciado no lançamento, implementação e consolidação de um conjunto de programas e de iniciativas trans-versais ao Grupo, centrados na racionalização e especialização da oferta, na dinamização comercial das redes de distribuição e canaisremotos alternativos e na reconfiguração das soluções tecnológicas, visando a optimização das oportunidades de incremento da eficáciacomercial, de melhoria dos níveis de eficiência e rendibilidade e de crescimento orgânico nos negócios de retalho com enfoque na bancae na distribuição de serviços financeiros.

    A consolidação do novo modelo de distribuição multi-produto/multi-canal no mercado doméstico, implementado no ano transacto eassumido como uma prioridade estratégica a curto e médio prazo, evidenciou já resultados que confirmaram as expectativas e revelou-se determinante para revigorar a capacidade de inovação e reforçar a vocação do BCP na distribuição a retalho de produtos e serviçosfinanceiros, baseada numa actuação centrada na satisfação do cliente, num contexto em que a crescente competitividade do sector obri-ga a um maior enfoque e especialização no desenvolvimento consistente da oferta e em que se revela crucial a antecipação e o alinha-mento com as principais tendências de evolução do negócio de retalho, em que se incluem a constante inovação ao nível da oferta deprodutos e serviços, a maior sofisticação e exigência dos clientes, a importância crescente do valor das marcas e a afirmação dos novoscanais baseados em plataformas tecnológicas.

    Sublinhem-se os novos desenvolvimentos concretizados ao nível das plataformas tecnológicas de negócio do Grupo baseadas na Internet– ActivoBank7, cidadebcp e managerland –, com vista a reforçar a sua atractividade, fomentar a comodidade, conveniência e excelênciado serviço prestado aos clientes, no quadro dos objectivos centrais do novo modelo de distribuição multi-produto/multi-canal, bemcomo a potenciar as componentes transaccional e de vendas que se lhes encontram associadas, de modo a melhorar a eficiência globaldas operações bancárias, a dinamizar o "cross-selling" de produtos e serviços das empresas subsidiárias do Grupo e a incrementar osníveis de penetração nas carteiras de negócios e de clientes utilizadores destas plataformas de negócio, especializadas na oferta de solu-ções financeiras inovadoras na área do "e-banking".

    Paralelamente ao reposicionamento e enfoque na gestão e dinamização da actividade comercial e ao prosseguimento dos esforços dereestruturação de negócios e racionalização das plataformas operativas e comerciais, no mercado doméstico e no exterior, com vista aexplorar o aproveitamento de sinergias suplementares e economias de escala e de âmbito, em 2002 o Grupo assumiu como objectivoestratégico prioritário a implementação de um ambicioso plano de melhoria de eficiência – "Programa de Melhoria de EficiênciaOperacional" –, visando alcançar uma redução adicional de custos operativos, correspondente a um montante estimado de 100 milhõesde euros, o qual tem vindo a ser progressiva e rigorosamente concretizado e que, conforme publicamente anunciado, prosseguirá aolongo do exercício de 2003, salvaguardando os níveis de serviço prestado aos clientes e contribuindo para a institucionalização de umafilosofia de baixo custo que permita sustentar, no longo prazo, superiores níveis de excelência operacional.

    No quadro da internacionalização e diversificação geográfica da sua actividade, o Banco manteve-se empenhado na dinamização da acti-vidade das operações desenvolvidas na globalidade dos mercados estrangeiros onde marca presença autónoma ou através de empre-sas subsidiárias, pese embora a maior concentração dos novos esforços de investimento em operações em curso nos mercados euro-peus com elevado potencial de crescimento – Polónia e Grécia –, visando, por um lado, limitar os riscos associados a esses investimen-tos de expressão relativamente reduzida, e, por outro, racionalizar as estruturas operativas e plataformas de negócio locais, capitalizan-do a experiência adquirida nos processos de integração e reestruturação empreendidos no mercado doméstico, e, ainda, aproveitar todoo potencial de "know-how" do BCP na segmentação e distribuição a retalho de produtos e serviços financeiros.

    Saliente-se, igualmente, o novo impulso conferido em 2002, na abordagem aos mercados étnicos e na dinamização da actividade das ope-rações que o Grupo BCP aí desenvolve de forma autónoma – BCM (Macau), Banque BCP (França e Luxemburgo), BPABank (EUA),SottoBank (Canadá) –, com exigências limitadas de recursos e com "roll out" de sucursais mais lento e condicionado aos resultados obti-dos, apostando na inovação da oferta de produtos e serviços financeiros adequados às necessidades das comunidades locais em que seinserem e nos conceitos de comodidade e conveniência, através da disponibilização de soluções tecnológicas inovadoras.

    Em Dezembro de 2002 foi concretizada com sucesso uma operação de reforço dos fundos próprios, com uma emissão inovadora deValores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis, denominada "Capital BCP 2005", no montante de 700 milhões de euros. Sem prejuízoda possibilidade de conversão antecipada ou automática, prevista nas condições de emissão, o vencimento dos Valores ocorrerá a 30