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RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL
SISTEMAS ECOLÓGICOS
IP4 (A4) - Túnel do Marão (em regime de Conceção / Construção)
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RMon27 – Sistemas Ecológicos
RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL – RMon27
SISTEMAS ECOLÓGICOS
Fevereiro de 2016
Preparado por: Verificado e aprovado por:
Nome: Nome:
David da Fonte, Dr. Susana Baptista, Dr.
Rubrica: Rubrica:
Data: 18 de fevereiro de 2015 Data: 18 de fevereiro de 2015
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Índice
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 3
1.1. Identificação e objetivos da monitorização ............................................................................................... 3
1.2. Âmbito ..................................................................................................................................................... 4
1.3. Enquadramento Legal .............................................................................................................................. 4
1.4. Apresentação da Estrutura do Relatório ................................................................................................... 5
1.5. Autoria Técnica do Relatório .................................................................................................................... 6
2. ANTECEDENTES........................................................................................................................................... 7
3. DESCRIÇÃO DO PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO .................................................................................. 9
3.1. Parâmetros a Monitorizar ......................................................................................................................... 9
3.2. Locais de Amostragem ............................................................................................................................ 9
3.3. Periodicidade da Amostragem ............................................................................................................... 10
3.4. Técnicas e Métodos de Análise ou Registo de Dados ............................................................................ 10
3.4.1. Mamofauna e répteis .......................................................................................................................... 10
3.4.2. Lepidópteros ...................................................................................................................................... 11
3.4.3. Avifauna ............................................................................................................................................. 11
4. RESULTADOS DO PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO ............................................................................. 12
4.1. Resultados............................................................................................................................................. 12
4.1.1. Mamofauna e Répteis ........................................................................................................................ 12
4.1.2. Lepidópteros ...................................................................................................................................... 21
4.1.3. Avifauna ............................................................................................................................................. 26
4.2. Discussão, Interpretação e Avaliação dos Resultados ............................................................................ 30
4.2.1. Mamofauna e Répteis ........................................................................................................................ 30
4.2.2. Lepidópteros ...................................................................................................................................... 32
4.2.3. Avifauna ............................................................................................................................................. 33
5. CONCLUSÕES ............................................................................................................................................ 34
6. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................ 35
7. ANEXOS ...................................................................................................................................................... 36
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1. INTRODUÇÃO
1.1. Identificação e objetivos da monitorização
O presente relatório respeita à sétima e oitava campanha de monitorização da mamofauna geral,
répteis e avifauna, e a sétima, oitava, nona e décima campanha dos lepidópteros, da fase de
construção, da Monitorização dos Sistemas Ecológicos do IP4 (A4) – Túnel do Marão (em regime de
Conceção / Construção), projeto promovido pela atual Infraestruturas de Portugal, S.A., que engloba
todo o conjunto de projetos e trabalhos a realizar para a conclusão da estrutura Túnel do Marão e para
a sua entrada em serviço nas condições de segurança requeridas pela legislação em vigor.
A implementação do programa de monitorização dos sistemas ecológicos pretende averiguar se a
empreitada do Túnel do Marão causa alterações nas comunidades faunísticas mais importantes da
região, nomeadamente através da perturbação de espécies mais sensíveis devido ao ruído, emissões
de poeiras, e outras atividades de obra, ou através da contaminação ou introdução de sedimentos no rio
Marão que possam afetar comunidades aquáticas. De igual modo, face à possibilidade de uma
utilização do Túnel do Marão como abrigo (permanente ou temporário) por parte da comunidade local
de quirópteros, o programa de monitorização dos sistemas ecológicos preconiza ainda, numa fase
prévia ao início dos trabalhos de construção, uma prospeção nos setores poente e nascente do Túnel
do Marão, para verificar a eventual utilização como abrigo.
O presente relatório contempla a sétima e oitava campanha de monitorização da mamofauna, répteis e
avifauna, correspondentes às duas campanhas previstas para o período de verão, e ainda quatro
campanhas de monitorização dos lepidópteros referentes ao período do verão. Estas campanhas
permitem uma análise de potenciais desvios à situação de referência, inerentes à presente empreitada,
e a verificação de tendências evolutivas nos efetivos populacionais dos grupos faunísticos
anteriormente citados, conforme previsto no Plano de Monitorização Ambiental da empreitada IP4 (A4)
– Túnel do Marão (em regime de Conceção / Construção).
A estrutura do presente relatório tem por base as indicações do anexo V da Portaria 395/2015, de 4 de
novembro, que define a estrutura dos relatórios de monitorização.
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1.2. Âmbito
O presente relatório de monitorização enquadra-se no âmbito do Plano de Monitorização Ambiental
(PMA) da empreitada IP4 (A4) – Túnel do Marão (em regime de Conceção / Construção), datado de
novembro de 2014, o qual foi elaborado com base no RECAPE (Volume III / V – Plano Geral de
Monitorização Ambiental, datado de agosto de 2009, relativo ao projeto de Construção do Túnel do
Marão, na Declaração de Impacte Ambiental e nas observações da Comissão de Avaliação ao
RECAPE.
Os trabalhos de monitorização dos sistemas ecológicos referente à sétima e oitava campanha da fase
de construção da mamofauna, répteis e avifauna, decorreram nos meses de julho e agosto de 2015,
mais precisamente nos dias 21 de julho e 11 de agosto. As quatro campanhas de monitorização dos
lepidópteros tiveram lugar nos dias 21 de julho, 11 de agosto, 4 de setembro e 22 de setembro,
respetivamente. Foram considerados os transetos / pontos de amostragem definidos no PMA,
designadamente os transetos / pontos T10, T16 e A14.
1.3. Enquadramento Legal
O relatório de monitorização é desenvolvido nos termos da legislação em vigor, dando cumprimento ao
Decreto-Lei n.º 151-B/2013, de 31 de outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 47/2014, de 24 de março,
que revogou o Decreto-lei n.º 69/2000, de 3 de maio, correspondente ao regime jurídico de Avaliação de
Impacte Ambiental, alterado e republicado pelo Decreto-Lei nº 197/2005, de 8 de Novembro,
nomeadamente ao previsto no n.º 3 do artigo 26.º relativo à Monitorização. Este artigo estabelece que a
monitorização do projeto, da responsabilidade do proponente, deve ser realizada nos termos fixados na
DIA ou na decisão sobre a conformidade ambiental do projeto de execução, ou, na falta destes, de
acordo com o EIA ou o RECAPE apresentados pelo proponente, ou com os elementos referidos no n.º 1
do artigo 16.º ou no n.º 7 do artigo 20.º, e remeter à autoridade de AIA os respetivos relatórios ou outros
documentos que retratem a evolução do projeto ou eventuais alterações do mesmo.
A estrutura do Relatório é definida na Portaria n.º 395/2015, de 4 de novembro, que regulamenta as
normas técnicas para a sua elaboração, com as adaptações necessárias a este caso concreto.
São tidas igualmente em consideração na elaboração todos os diplomas legais aplicáveis, destacando-
se o Decreto-Lei n.º 156-A/2013, de 8 de novembro, que procede à segunda alteração ao Decreto-Lei
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n.º 140/99, de 24 de abril, alterado pelo Decreto-Lei nº 49/2005, de 24 de fevereiro, que procedeu à
transposição para a ordem jurídica interna da Diretiva n.º 79/409/CEE, do Conselho, de 2 de abril 1979,
relativa à conservação das aves selvagens (diretiva aves), e da Diretiva n.º 92/43/CEE, do Conselho, de
21 de maio de 1992, relativa à preservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens
(diretiva habitats), transpondo a Diretiva n.º 2013/17/UE, do Conselho, de 13 de maio de 2013, que
adapta determinadas diretivas no domínio do ambiente, devido à adesão da República da Croácia.
Este quadro legal visa a conservação dos habitats naturais da fauna e da flora selvagem,
nomeadamente mediante a criação de um conjunto de Sítios de Interesse Comunitário, designados
como zonas especiais de conservação (ZEC), para posterior definição de uma rede ecológica europeia
de zonas especiais de conservação, a Rede Natura 2000, que engloba as ZEC e as zonas de proteção
especial (ZPE). O Sítio Alvão / Marão (PTCON0003), onde se insere a área de implantação de projeto,
integra a lista nacional de Sítios de Interesse Comunitário desde 1997 (1ª fase – RCM n.º 142/97, de 28
de agosto).
1.4. Apresentação da Estrutura do Relatório
O relatório de monitorização dá cumprimento ao previsto nas normas técnicas constantes do Anexo V
da Portaria n.º 395/2015, de 4 de novembro, descrevendo-se:
Introdução – Com referência clara aos objetivos do programa de monitorização dos sistemas
ecológicos, aos objetivos específicos das referidas campanhas, ao âmbito temporal e espacial da
monitorização, bem como dos grupos faunísticos considerados, e ainda às obrigações e imposições
legais inerentes aos trabalhos de monitorização;
Antecedentes – Enquadramento geral das atividades de monitorização no plano geral de
monitorização, descrição breve do historial do processo com referência a decisões e demais
elementos das autoridades tutelares do projeto;
Descrição do programa de monitorização – Apresentação das metodologias adotadas, com
indicação dos indicadores e parâmetros de avaliação, materiais e métodos de trabalho e de
tratamento de dados;
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Resultados do programa de monitorização – Discussão, interpretação e avaliação dos resultados
obtidos face aos métodos e critérios definidos;
Conclusão – Resumo dos trabalhos desenvolvidos e resultados obtidos, bem como indicação de
medidas de prevenção e de mitigação para os impactes objeto de monitorização;
Anexos.
1.5. Autoria Técnica do Relatório
O presente trabalho foi desenvolvido pelo técnico David da Fonte (Licenciado em Biologia, Ramo
Científico-Tecnológico, pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. A revisão do relatório foi
efetuada por Susana Baptista (Licenciada em Biologia, Recursos Faunísticos e Ambiente, pela
Faculdade de Ciências da Universidade Clássica de Lisboa; Mestre em Parasitologia Média pelo
Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade de Lisboa; Doutorada em Ciências Biomédicas
pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade de Lisboa).
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2. ANTECEDENTES
O lanço do IP4 entre Amarante e Vila Real foi sujeito em 2005, em fase de Estudo Prévio (EP), a
procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), tendo sido emitida uma Declaração de Impacte
Ambiental (DIA) favorável condicionada à Solução 2 até ao Nó de Parada de Cunhos.
Este lanço de autoestrada (AE) veio a constituir a Concessão Túnel do Marão (Decreto-Lei n.° 86/2008,
de 28 de maio), a qual foi atribuída à empresa Autoestrada do Marão, S.A. para conceção, construção,
aumento do número de vias, financiamento, exploração e conservação, com cobrança de portagem aos
utentes.
O lanço deu origem a quatro Projetos de Execução (Geraldes/Padronelo/Nó de Ligação ao
IP4/Campeã/Parada de Cunhos) e a dois Relatórios de Conformidade Ambiental do Projeto de
Execução (RECAPE), sendo que um respeita ao primeiro sublanço e o outro aos três últimos sublanços,
nos quais se insere o Túnel do Marão, mais concretamente no Sublanço Nó de Ligação ao IP4 /
Campeã.
Os trabalhos de escavação do Túnel do Marão iniciaram-se em julho de 2009, encontrando-se
suspensos desde 22 de junho de 2011. Conforme indicado no processo de concurso, desde essa data,
foram realizados exclusivamente trabalhos de manutenção e preservação da obra já executada, e de
monitorização da instrumentação instalada.
Em 26 de fevereiro de 2014, o Conselho de Administração da EP – Estradas de Portugal, S.A., tomou a
decisão de avançar com o presente procedimento de concurso público para a execução dos trabalhos
de conceção, projeto e construção da conclusão do Túnel do Marão, integrando o troço do IP4 (A4)
entre Amarante e Vila Real, designado por “IP4 (A4) - TÚNEL DO MARÃO” (procedimento n.
1060/2014), localizado nos distritos do Porto e Vila Real, concelhos de Amarante e Vila Real.
No âmbito desta nova empreitada foi definido um novo Plano de Monitorização Ambiental (PMA), que
considerou todas as especificações constantes do Anexo da Declaração de Impacte Ambiental
aplicáveis ao Túnel do Marão e tendo em conta também já os relatórios de monitorização elaborados na
anterior empreitada. O PMA é constituído, entre outros programas, pelo programa de monitorização dos
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Sistemas Ecológicos, que contempla os grupos faunísticos tidos como mais relevantes para a presente
empreitada, designadamente a avifauna, herpetofauna (anfíbios e répteis), mamofauna e lepidópteros.
O presente documento constitui o quinto relatório de monitorização dos sistemas ecológicos da
empreitada do Túnel do Marão, e é referente à sétima e oitava campanha de monitorização da
mamofauna geral, répteis e avifauna, e à sétima, oitava, nona e décima campanha dos lepidópteros, da
fase de construção. Este último foi elaborado com base na informação de campo recolhida durante os
meses de julho, agosto e setembro de 2015.
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3. DESCRIÇÃO DO PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO
3.1. Parâmetros a Monitorizar
Tendo em conta as características da empreitada do Túnel do Marão, e o Plano de Monitorização
Ambiental, foram avaliados, nas referidas campanhas, os seguintes parâmetros:
Censo da fauna (mamofauna / herpetofauna) para cálculo de parâmetros populacionais
(abundância relativa e riqueza específica);
Cálculo de abundância, riqueza específica e diversidade, através de censos da comunidade de
lepidópteros;
Censo da comunidade de aves para cálculo da densidade, abundância relativa, riqueza
específica e diversidade;
3.2. Locais de Amostragem
Os locais de amostragem dos diferentes grupos faunísticos (pontos de monitorização e transetos)
apresentam-se no Quadro 1 e no desenho constante do anexo I do presente documento.
A monitorização da mamofauna geral e répteis foi assegurada pela realização de dois transetos de
cerca de 500 m de extensão. O primeiro, ao longo de um trilho existente junto ao caminho de acesso ao
emboquilhamento poente à partir da EN 15 (transeto T10), o segundo, próximo do local de vazadouro
do emboquilhamento nascente (Transeto T16).
A monitorização de lepidópteros foi realizada nos mesmos transetos da mamofauna geral e répteis
(T10 eT16), numa extensão de cerca de 300 m.
Os pontos de observação / escuta da avifauna coincidiram igualmente com os locais de monitorização
da mamofauna geral e répteis.
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Quadro 1 – Locais de monitorização dos sistemas ecológicos
Grupo biológico Designação do local de amostragem
Mamofauna e Répteis T10 – Viveiro das Trutas Norte
T16 – Sarnado
Lepidópteros T10 – Viveiro das Trutas Norte (300m)
T16 – Sarnado (300m)
Avifauna T10 – Viveiro das Trutas Norte
T16 – Sarnado
3.3. Periodicidade da Amostragem
A monitorização da mamofauna, répteis e avifauna teve lugar nos dias 21 de julho e 11 de agosto de
2015. A monitorização dos lepidópteros teve lugar nos dias 21 de julho, 11 de agosto, 4 de setembro e
22 de setembro de 2015.
3.4. Técnicas e Métodos de Análise ou Registo de Dados
3.4.1. Mamofauna e répteis
A monitorização da mamofauna e anfíbios foi executada com base na procura de indícios de presença
(pegadas, rastos, trilhos, dejetos, entre outros) e por observação direta. Foram registadas as espécies e
número de indivíduos / indícios encontrados, ao longo dos transetos, e registados os locais de
ocorrência.
Foram registadas as espécies e número de indivíduos encontrados, bem como o local de ocorrência
com recurso a GPS, para integração dos dados num Sistema de Informação Geográfica (SIG).
Os resultados obtidos foram utilizados para calcular um Índice Quilométrico de Abundância (IQA) (n.º de
indícios por quilómetro). Os resultados obtidos permitem avaliar a distribuição das espécies ao longo
das duas frentes de obra (presença / ausência), bem como o grau de utilização destas áreas
(abundância relativa). Foram igualmente determinados os índices de diversidade de Shannon-Wiener e
equitabilidade Pielou.
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3.4.2. Lepidópteros
A monitorização dos lepidópteros foi efetuada com base na realização de transetos com extensão de
cerca de 300 m, em que foram registadas as espécies e número de indivíduos encontrados, numa faixa
de 2,5 m para cada lado do caminho. Os indivíduos foram recolhidos com uma rede entomológica para
identificação, com recurso a um guia de campo e libertados em seguida.
Os resultados obtidos foram utilizados para calcular um Índice de Abundância Relativa (n.º de indícios
por 100 metros). Os resultados obtidos permitem avaliar a distribuição das espécies ao longo das duas
frentes de obra (presença / ausência), bem como o grau de utilização destas áreas (abundância
relativa). Foram igualmente determinados os índices de diversidade de Shannon-Wiener e
equitabilidade Pielou.
3.4.3. Avifauna
A metodologia para cálculo da densidade, abundância relativa, riqueza específica e diversidade da
comunidade de aves na envolvente dos emboquilhamentos poente e nascente consistiu na realização
de pontos de escuta com 5 minutos de duração. Durante este período foram recolhidos dados relativos
às espécies observadas, respetivo número de indivíduos, distância ao observador e posição
relativamente ao observador. No registo das distâncias das aves ao observador foram consideradas 3
classes: até aos 50 m; dos 50 aos 100 m; sem limite de distância.
Foram registadas as espécies e número de indivíduos encontrados, bem como o local de ocorrência
com recurso a GPS, para integração dos dados num Sistema de Informação Geográfica (SIG).
Os resultados obtidos nos locais de amostragem permitiram determinar a riqueza específica (número de
espécies observadas por ponto de amostragem), e abundância relativa (número de indivíduos, por
espécie, observados por ponto de amostragem). Para cálculo de riqueza e abundância foram
consideradas todas as espécies e indivíduos identificados nas duas primeiras bandas (<50 m; 50 a
100 m). Foram igualmente determinados os índices de diversidade de Shannon-Wiener e equitabilidade
Pielou.
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4. RESULTADOS DO PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO
4.1. Resultados
4.1.1. Mamofauna e Répteis
Nas duas campanhas realizadas para o período de verão foram identificadas, nos transetos T10 e T16,
por observação direta e/ou indireta, um total de 5 espécies de mamíferos não voadores,
nomeadamente Martes foina, Oryctolagus cuniculus, Sciurus vulgaris, Sus scrofa e Vulpes vulpes
(Quadro 2).
Quadro 2 – Lista de mamíferos não voadores identificados na campanha 7ª e 8ª campanha da fase de construção
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Martes foina Res LC LR/lc1 - III -
Oryctolagus cuniculus Res NT* LR/lc1 - - -
Sciurus vulgaris Res LC NT2 - III -
Sus scrofa Res LC LR/lc1 - - -
Vulpes vulpes Res LC LC2 - - -
Res – residente; EndIb – Endemismo da Península Ibérica; LC – Pouco Preocupante; NT* – Quase ameaçado; 1 Estatuto IUCN versão 2.3 (1994);
2 Estatuto IUCN versão 3.1 (2001);
Nenhum destes taxa apresenta um interesse conservacionista relevante, tratando-se de espécies
comuns ao nível nacional (Quadro 2). As espécies identificadas apresentam um estatuto de
conservação de Pouco Preocupante, à exceção do coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus), que apresenta
um estatuto de Quase Ameaçado, fundamentada pela redução da sua população, no território nacional,
em consequência dos níveis de exploração (enquanto recurso cinegético) e efeitos de agentes
patogénicos (como a mixomatose).
No Gráfico 1 e Gráfico 2 apresenta-se uma análise comparativa entre os resultados de abundância
relativa média e riqueza, por transeto, para as campanhas de referência e da fase de construção
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(período do outono, inverno, primavera e verão). No Gráfico 3 e Gráfico 4 apresenta-se uma análise
comparativa entre os resultados de diversidade e equitabilidade média, por transeto, para os mesmos
períodos.
Em termos de abundância relativa, expressa em Índice Quilométrico de Abundância (IQA), verifica-se
um aumento na abundância no transeto T10 no presente período de análise (IQA médio de 30,39),
comparativamente ao período anterior (primavera), mantendo-se claramente superiores aos registados
na campanha de referência (IQA médio de 11,76). Este aumento importante na abundância relativa
deve-se principalmente a um aumento significativo dos índices de presença da espécie Oryctolagus
cuniculus. No transeto T16 o valor de abundância relativa médio foi de 10,70, à semelhança da
campanha de primavera, mantendo-se assim um valor inferior aos registados em períodos anteriores,
nomeadamente de 15,27 para a situação de referência, 14,50 para o outono e 13,96 para o inverno. É
ainda de salientar que esta redução se deve principalmente a uma redução no número de indícios de
presença da espécie Sus scrofa.
Relativamente aos resultados da riqueza, na totalidade dos dois transetos foram detetadas menos duas
espécies que nas campanhas da primavera, mantendo-se contudo o mesmo número de espécies
identificadas que para as campanhas de referência, outono e inverno. No transeto T10 o valor de
riqueza foi de 5, à semelhança das campanhas de referência, outono e inverno, verificando-se assim
uma ligeira redução relativamente às campanhas de primavera, onde foram detetadas adicionalmente
as espécies Crocidura russula e Talpa occidentalis. No transeto T16 o valor de riqueza foi 4, sendo
inferior ao registado para as campanhas de inverno e primavera, porém, claramente superior ao
verificado nas campanhas de referência e outono.
Da análise dos valores de diversidade de Shannon-Wiener (Gráfico 3), verifica-se para ambos os
transetos uma redução comparativamente à campanha de primavera, sendo que no caso do Transeto
T10, essa redução seja apenas de 1,55 para 1,54. Importa referir que no transeto T16, apesar desta
redução, os valores mantém-se claramente superiores aos verificados para as campanhas de
referência, outono e inverno (1,23 na campanha de verão, e 0,33, 0,21 e 1,08 nas campanhas de
referência, outono e inverno, respetivamente). A redução do valor de diversidade deve-se à
predominância dos índices de presença de uma espécie, nomeadamente de Oryctolagus cuniculus no
transeto T10 e de Vulpes vulpes no transeto T16.
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Gráfico 1 – Abundância relativa média (IQA) e Riqueza em mamíferos no transeto T10 para a
campanha de referência (T10 Ref) e as campanhas de outono (T10 Out), inverno (T10 Inv),
primavera (T10 Pri) e verão (T10 Ver).
Gráfico 2 – Abundância relativa média (IQA) e Riqueza em mamíferos no transeto T16 para a
campanha de referência (T16 Ref) e as campanhas de outono (T16 Out), inverno (T16 Inv),
primavera (T16 Pri) e verão (T16 Ver).
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Gráfico 3 – Diversidade e Equitabilidade média em mamíferos no transeto T10 para a campanha de
referência (T10 Ref) e as campanhas de outono (T10 Out), inverno (T10 Inv), primavera (T10 Pri) e
verão (T10 Ver).
Gráfico 4 – Diversidade e Equitabilidade média em mamíferos no transeto T16 para a campanha de
referência (T16 Ref) e as campanhas de outono (T16 Out), inverno (T16 Inv), primavera (T16 Pri) e
verão (T16 Ver).
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No que se refere aos valores de equitabilidade de Pielou (Gráfico 4), para o transeto T10 verifica-se
uma redução face às campanhas anteriores. À semelhança da diversidade esta redução é devida a um
aumento significativo nos indícios de presença da espécie Oryctolagus cuniculus. No transeto T16
mantém-se o valor elevado de equitabilidade registado na primavera, nomeadamente de 0,89.
Relativamente à comunidade de répteis, foram detetados, no período da primavera, nos transetos T10
e T16, um total de 2 espécies (as mesmas da campanha de referência), nomeadamente Podarcis
hispanica e Psammodromus algirus (Quadro 3).
Quadro 3 – Lista de répteis identificados na campanha 7ª e 8ª campanha da fase de construção
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Podarcis hispanica Res LC LC2 B-IV III -
Psammodromus algirus Res LC LC2 - III -
Res – residente; EndIb – Endemismo da Península Ibérica; LC – Pouco Preocupante; NT* – Quase ameaçado; 1 Estatuto IUCN versão 2.3 (1994);
2 Estatuto IUCN versão 3.1 (2001);
Nenhum dos taxa anteriormente citados apresenta um interesse conservacionista relevante, tratando-se
de espécies com estatuto nacional de conservação de Pouco Preocupante. Não obstante, é de salientar
que a lagartixa-ibérica (Podarcis hispanica) consta do anexo B-IV do Decreto-Lei n.º 156-A/2013 de 8
de novembro, relativo às espécies animais e vegetais de interesse da comunidade que exigem uma
proteção rigorosa.
No Gráfico 5 e Gráfico 6 apresenta-se uma análise comparativa entre os resultados de abundância
relativa média e riqueza, por transeto, para as campanhas de referência e da fase de construção
(período do outono, inverno, primavera e verão). No Gráfico 7 e Gráfico 8 apresenta-se uma análise
comparativa entre os resultados de diversidade e equitabilidade média, por transeto, para os mesmos
períodos.
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Em termos de abundância relativa, verifica-se uma ligeira redução, para ambos os transetos,
comparativamente à campanha de primavera. Estes valores mantêm-se contudo claramente superiores
aos valores registados nas campanhas de outono e inverno, tendo-se no presente período registado no
transeto T10 um valor de abundância relativa médio de 2,29, e no transeto T16 de 3,06. No caso do
transeto T16 o valor apresentado é igualmente superior ao valor registado na situação de referência,
sendo que no caso do transeto T10, à semelhança da campanha de primavera, o valor mantém-se
inferior à referência.
Quanto à riqueza, para o transeto T10 regista-se uma redução de duas espécies para uma, entre a
primavera e o presente período, mantendo-se contudo superior ao registado no outono e inverno, e
igual a valor registado na referência. No transeto T16, o valor de riqueza mantém-se ao registado na
primavera (2 espécies) e, consequentemente, superior ao registado nas campanhas anteriores
(referência, outono e inverno).
No que se refere à diversidade e equitabilidade, como o número de espécie foi geralmente de um por
transeto, à semelhança de campanhas anteriores, estes parâmetros não puderam ser calculados. No
presente período, apenas o transeto T16 apresentou um número de espécie superior a um, pelo que foi
possível determinar estes dois parâmetros. Os valores obtidos são ligeiramente inferiores aos
registados na primavera, nomeadamente uma diversidade de 0,56 (contra uma diversidade de 0,67 na
primavera) e uma equitabilidade de 0,81 (contra uma equitabilidade de 0,97 na primavera).
Comparativamente às restantes campanhas (referência, outono e primavera), onde o número de
espécies foi de zero ou um, verifica-se um aumento destes parâmetros.
A subida de valores para os diferentes parâmetros, relativamente às campanhas de referência, outono e
inverno era expectável, uma vez que nestas campanhas a temperatura registada foi sempre inferior a
10ºC, sendo pelo menos quatro dessas campanhas (outono e inverno) coincidente com o período de
inatividade invernal. Com a subida da temperatura, na primavera e no verão, verifica-se um aumento de
atividade dos espécimes constituintes desta comunidade e, consequentemente, da sua detetabilidade.
Todavia, importa salientar que mesmo nos períodos de maior atividade, a abundância mantém-se
relativamente baixa.
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O número de observações e valores de abundância relativa por espécie são apresentados no anexo 2
do presente relatório.
Gráfico 5 – Abundância relativa média (IQA) e Riqueza em répteis no transeto T10 para a
campanha de referência (T10 Ref) e as campanhas de outono (T10 Out), inverno (T10 Inv),
primavera (T10 Pri) e verão (T10 Ver).
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Gráfico 6 – Abundância relativa média (IQA) e Riqueza em répteis no transeto T16 para a
campanha de referência (T16 Ref) e as campanhas de outono (T16 Out), inverno (T16 Inv),
primavera (T16 Pri) e verão (T16 Ver).
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Gráfico 7 – Diversidade e Equitabilidade média em répteis no transeto T10 para a campanha de
referência (T10 Ref) e as campanhas de outono (T10 Out), inverno (T10 Inv), primavera (T10 Pri) e
verão (T16 Ver).
Gráfico 8 – Diversidade e Equitabilidade média em répteis no transeto T16 para a campanha de
referência (T16 Ref) e as campanhas de outono (T16 Out), inverno (T16 Inv), primavera (T16 Pri) e
verão (T16 Ver).
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4.1.2. Lepidópteros
No decurso das quatro campanhas realizadas entre 21 de julho e 22 de setembro, correspondente ao
período de verão, foi possível identificar, no conjunto dos dois transetos amostrados, um total de 17
espécies (Quadro 4). Verifica-se para o referido período mais 13 espécies que as identificadas na
campanha (única) de situação de referência. De salientar ainda que das espécies identificadas na
situação de referência apenas uma não foi identificada neste período. Destaca-se o regresso da espécie
Leptotes pirithous como das mais abundantes em setembro, à semelhança do verificado na situação de
referência. Das 17 espécies identificadas, uma apresenta um estatuto de moderadamente ameaçada,
nomeadamente Euplagia quadripunctaria, constante do anexo B-II do Decreto-lei n.º 156-A/2013 de 8
de novembro.
Quadro 4 – Lista de lepidópteros identificados entre a terceira e sexta campanha da fase de construção
TAXA
Estado de Conservação
Planta Associada
Arethusana arethusa x Gramíneas
Aricia cramera x Erodium cicutarium
Brintesia circe x Festuca elegans
Coenonympha dorus x Agrostis spp.
Coenonympha pamphilus x Poa spp.
Colias croceus x Trifolium spp.
Euplagia quadripunctaria x Cytisus spp.
Hipparchia statilinus x Gramíneas
Lasiommata maera x Poa spp.
Lasiommata megera x Poa spp.
Leptotes pirithous x Tojo
Melanargia lachesis x Poa trivialis
Pararge aegeria x Poa spp.
Pieris brassicae x Brassica spp.
Pieris napi x Brassica spp.
Pontia daplidice x Sinapsis spp.
Rhodometra sacraria x Polygonum spp.
Espécie comum, em princípio não ameaçada; Espécie moderadamente ameaçada; Espécie em perigo de extinção;
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No Gráfico 9 e Gráfico 10 apresenta-se uma análise comparativa entre os resultados de abundância
relativa média e riqueza, por transeto, para as campanhas de referência e da fase de construção. No
Gráfico 11 e Gráfico 12 apresenta-se uma análise comparativa entre os resultados de diversidade e
equitabilidade média, por transeto, para as mesmas campanhas.
No que se refere à abundância relativa, verifica-se uma subida progressiva à partir da 2ª campanha de
monitorização da fase de construção para ambos os transetos, atingindo-se um pico por volta da 6ª/7ª
campanha. Após se atingir um pico de abundância, verifica-se uma redução progressiva da mesma nas
restantes campanhas. No caso do transeto T10, os valores das três últimas campanhas da fase de
construção mantém-se superior às quatro primeiras. Para o transeto T16, os valores de abundância
após o pico da 6ª campanha são superiores apenas às 3 primeiras campanhas da fase de construção.
No transeto T10 verifica-se uma subida de 1,33 para 12,33 indivíduos / 100 m, entre a 1ª e 7ª campanha
da fase de construção, e uma descida para 6,33 indivíduos / 100 m até à 10ª campanha. No transeto
T16 a subida gradual verifica-se entre a 1ª e 6ª campanha, de 0 para para 11,67 indivíduos / 100 m, e a
uma descida entre 6ª e 10ª campanha para 6 indivíduos / 100 m.
Quanto à riqueza, verifica-se aproximadamente a mesma tendência que para a abundância relativa. No
caso do transeto T10 verifica-se igualmente uma subida progressiva entre a 1ª campanha e 7ª
campanha, nomeadamente de 3 espécies para 6 e, posteriormente, uma ligeira descida entre a 7ª e 10ª
campanha de 6 espécies para 5. O número mínimo de espécie (1 espécie) é atingido na 2ª campanha,
e o número máximo (6 espécies), na 5ª, 6ª e 7ª campanha. No transeto T16 verifica-se uma subida
progressiva entre a 1ª campanha e 6ª campanha, de 0 para 10 espécies, e uma redução de 10 para 3
espécies entre a 6ª e 10ª campanha.
Para os valores de diversidade e equitabilidade verifica-se, igualmente, um decréscimo nestas quatro
últimas campanhas, tendo-se atingido os valores máximos entre a 5ª e 7ª campanha da fase de
construção. Importa referir que, para ambos os transetos, as quatro últimas campanhas, referentes ao
período em análise, apresentam valores de diversidade e equitabilidade superiores à campanha de
situação de referência, e às duas primeiras campanhas da fase de construção.
No transeto T10 verifica-se uma redução progressiva da diversidade no presente período,
nomeadamente de 1,52 para 1,11 entre a 7ª e 10ª campanha.
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Gráfico 9 – Abundância relativa e Riqueza em lepidópteros no transeto T10 para a campanha de
referência (T10 Ref) e as dez campanhas da fase de construção.
Gráfico 10 – Abundância relativa e Riqueza em lepidópteros no transeto T16 para a campanha de
referência (T16 Ref) e as dez campanhas da fase de construção.
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Gráfico 11 – Diversidade e Equitabilidade da comunidade de lepidópteros do transeto T10 para a
campanha de referência (T10 Ref) e as dez campanhas da fase de construção.
Gráfico 12 – Diversidade e Equitabilidade da comunidade de lepidópteros do transeto T10 para a
campanha de referência (T10 Ref) e as dez campanhas da fase de construção.
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No transeto T16 verifica-se uma redução de 1,09 para 0,63 entre a 7ª e 10ª campanha. Quanto à
equitabilidade, a tendência verificada é a mesma, sendo que os valores descem de 0,85 para 0,69 no
transeto T10, e de 0,61 para 0,57 no transeto T16. Como referido anteriormente, em ambos os
parâmetros os valores são superiores aos verificados na situação de referência, nomeadamente de 0,72
de diversidade e de 0,52 de equitabilidade para o transeto T10, e de 0,54 de diversidade e de 0,49 de
equitabilidade no transeto T16.
O número de observações e valores de abundância relativa por espécie são apresentados no anexo 2
do presente relatório.
4.1.3. Avifauna
No decorrer dos trabalhos de monitorização da avifauna foram identificadas 15 espécies de aves
(Quadro 5), mais uma espécie do que na situação de referência. Entre a campanha de referência e as
campanhas de verão verifica-se a existência de 9 espécies em comum, nomeadamente Aegithalos
caudatus, Buteo buteo, Emberiza cia, Erithacus rubecula, Parus cristatus, Picus viridis, Sitta europea,
Sylvia atricapilla e Sylvia undata. A maioria das espécies identificadas, no período de verão, são
residentes e apresentam um estatuto de conservação, para o território nacional, de Pouco Preocupante.
É contudo de salientar uma espécie constante do anexo A-I do Decreto-Lei n.º 156-A/2013 de 8 de
novembro, relativo às espécies de interesse comunitário cuja conservação requer a designação de
zonas de proteção especial, a felosa-do-mato (Sylvia undata).
No Gráfico 13 e Gráfico 14 apresenta-se uma análise comparativa entre os resultados de abundância
relativa média e riqueza, por transeto, para as campanhas de referência e da fase de construção
(período do outono, inverno e primavera). No Gráfico 15 e Gráfico 16 apresenta-se uma análise
comparativa entre os resultados de diversidade e equitabilidade média, por transeto, para os mesmos
períodos. A análise comparativa incidiu nas espécies identificadas nas bandas até aos 100 m.
Em termos de abundância relativa, os resultados obtidos para o presente período apontam para
tendências evolutivas distintas entre os dois transetos amostrados. No caso do transeto T10 verifica-se
uma regressão comparativamente à primavera (de 1,30 para 0,95), para valores próximos das
campanhas de inverno (abundância relativa de 1,00 no inverno), e superiores ao valor registado na
referência (abundância relativa de 0,80). Para o transeto T16 verifica-se um aumento importante de
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abundância relativo, atingindo-se um máximo neste período (abundância relativa de 1,80),
comparativamente às restantes campanhas.
Quadro 5 – Lista de aves identificadas na campanha 3ª e 4ª campanha da fase de construção
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Aegithalos caudatus Res LC LC2 - III -
Buteo buteo Res LC LC2 - II II
Dendrocopos major Res LC LC2 - II -
Emberiza cia Res LC LC2 - II -
Erithacus rubecula Res/Vis LC LC2 - II II
Parus ater Res LC LC2 - II -
Parus caeruleus Res LC LC2 - II -
Parus cristatus Res LC LC2 - II -
Picus viridis Res LC LC2 - II -
Regulus ignicapilla Res/Vis LC LC2 - II II
Serinus serinus Res LC LC2 - II -
Sitta europaea Res LC LC2 - II -
Sylvia atricapilla Res LC LC2 - II II
Sylvia undata Res LC LC2 A-I II -
Troglodytes troglodytes Res LC LC2 - II -
Res – residente; Vis – Visitante; LC – Pouco Preocupante;2 Estatuto IUCN versão 3.1 (2001);
A redução da abundância no transeto T10 encontra-se relacionada com a redução da riqueza,
passando de 10 espécies na primavera, para 8 espécies no verão. Este valor de riqueza é o segundo
mais importante, sendo os valores mais baixos registados na campanha de referência (6 espécies) e de
outono (7 espécies).
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Gráfico 13 – Abundância relativa média (IQA) e Riqueza da comunidade de aves no transeto T10
para a campanha de referência (T10 Ref) e as campanhas de outono (T10 Out), inverno (T10 Inv),
primavera (T10 Pri) e verão (T10 Ver).
Gráfico 14 – Abundância relativa média (IQA) e Riqueza da comunidade de aves no transeto T16
para a campanha de referência (T16 Ref) e as campanhas de outono (T16 Out), inverno (T16 Inv),
primavera (T16 Pri) e verão (T16 Ver).
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Gráfico 15 – Diversidade e Equitabilidade média da comunidade de aves no transeto T10 para a
campanha de referência (T10 Ref) e as campanhas de outono (T10 Out), inverno (T10 Inv),
primavera (T10 Pri) e verão (T10 Ver).
Gráfico 16 – Diversidade e Equitabilidade média da comunidade de aves no transeto T16 para a
campanha de referência (T16 Ref) e as campanhas de outono (T16 Out), inverno (T16 Inv),
primavera (T16 Pri) e verão (T16 Ver).
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No transeto T16 o aumento da abundância é acompanhado pelo aumento progressivo do número de
espécies ao longo da fase de construção. No presente período o número de espécies registado foi de
12 (igual ao registado na primavera), superior ao registado na situação de referência (7 espécies),
outono (5 espécies) e inverno (11 espécies).
Relativamente aos parâmetros diversidade e equitabilidade, para ambos os transetos, verifica-se uma
redução comparativamente à primavera. Os valores são contudo superiores aos verificados nas
campanhas de referência e de outono, e ainda, no caso do transeto T10, superior ao registado no
inverno. O transeto T10 apresentou, no presente período uma diversidade de 1,73 e uma equitabilidade
de 0,83, descendo assim de uma diversidade de 2,11 e equitabilidade de 0,91 na primavera. Os valores
permanecem contudo superiores aos verificados nas outras campanhas, em termos de diversidade,
nomeadamente de 1,67, 1,66 e 1,71, e semelhantes aos valores de equitabilidade das campanhas de
outono e inverno de 0,85 e 0,82. No caso do transeto T10 a redução dos valores de diversidade e
equitabilidade encontra-se relacionada com a descida da abundância e riqueza, e no caso do transeto
T16 na maior abundância de duas espécies (comparativamente às restantes), nomeadamente
Aegithalos caudatus e Parus cristatus.
O número de observações e valores de abundância relativa por espécie são apresentados no anexo 2
do presente relatório.
4.2. Discussão, Interpretação e Avaliação dos Resultados
O presente relatório compreende os resultados das campanhas de verão para mamofauna, répteis e
avifauna, e ainda as últimas quatro campanhas de lepidópteros da fase de construção. Nos pontos
seguintes é efetuada a discussão, interpretação e avaliação dos resultados das referidas campanhas,
nomeadamente através da comparação com os resultados obtidos nas campanhas anteriores
(referência, outono e inverno), para averiguação de eventuais perturbações da empreitada IP4 (A4) –
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4.2.1. Mamofauna e Répteis
A amostragem direcionada para os mamíferos não voadores permitiu verificar que a comunidade se
encontra, em termos de estrutura e composição, equilibrada, mantendo-se valores elevados nos índices
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de diversidade e equitabilidade. Embora se verifique alguma variação sazonal, os valores de
diversidade e equitabilidade mantém-se elevados ao longo de todas as campanhas, o que corrobora o
facto da comunidade se manter equilibrada em termos de estrutura e composição, não havendo
nenhuma aparente alteração significativa da mesma. Importa ainda de salientar que as espécies de
presença mais comum, foram sendo constantemente identificadas ao longo das campanhas,
verificando-se apenas algumas variações na detetabilidade de indícios de presença.
É contudo de assinalar uma tendência regressiva da abundância relativa desde a campanha de
referência para o transeto T16. Esta redução encontra-se associada à redução de indícios de presença
de javali (Sus scrofa), em particular do número de trilhos.
Tal facto poderá estar relacionado com condições de amostragem, nomeadamente com a redução da
precipitação ao longo dos períodos de amostragem. Nos períodos com maior precipitação as marcas de
pegadas são mais visíveis, o que se traduz numa maior detenção de indícios de presença. Contudo,
não se pode excluir que a redução de abundância poderá estar associada à perturbação humana,
nomeadamente sonora. De referir que o maior decréscimo da abundância relativa (correspondente ao
período entre o inverno e primavera), coincide com uma maior atividade da empreitada de Ligação do
Túnel do Marão a Parada de Cunhos, cujo traçado se encontra paralelamente ao transeto T16, e com
muita proximidade (sendo a atividade de construção facilmente audível aquando dos trabalhos de
campo). Outros fatores poderão estar relacionados com esta redução de abundância relativa,
designadamente desmatações do subcoberto da zona de pinhal atravessado pelo transeto T16 e as
atividades de corte de árvores realizados por madeireiros. Esta atividade representa, para além da
perturbação sonora, uma afetação de habitat, mais precisamente do subcoberto da zona florestal. É
ainda de referir que o caminho onde se realiza o transeto tem igualmente apresentado uma maior
utilização, quer por parte de veículos de obra, da empreitada de Ligação do Túnel do Marão a Parada
de Cunhos, bem como de alguns “privados” que têm realizado trabalhos de limpeza florestal no referido
local.
Convém no entanto reforçar novamente que, apesar desse decréscimo de abundância relativa, a
comunidade apresenta-se bem estruturada e sem grandes alterações. Importa ainda salientar que, face
à distância à frente de obra e ao circuito de passagem de veículos pesados entre a frente de obra
nascente e vazadouros, as possíveis alterações não se encontrarão associadas à empreitada do Túnel
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do Marão. Outro aspeto importante prende-se com o facto de a situação de referência ser caracterizada
por apenas uma campanha de amostragem. Caso a situação de referência contemplasse os diferentes
períodos amostragem considerados na fase de construção, eventualmente seria possível verificar se
esta tendência regressiva no número de indícios de presença se trata de uma situação natural ou
associada aos fatores antropogénicos anteriormente referidos.
Relativamente à comunidade de répteis verificou-se no presente período uma ligeira redução da
abundância relativa, embora seja de realçar que os valores registados neste período são superiores aos
verificados para os períodos de outono e inverno (como seria de esperar). No presente período apenas
foi possível calcular os índices de diversidade e equitabilidade para o transeto T10, uma vez que foi o
único onde foram identificadas pelo menos duas espécies. Face aos resultados obtidos, não é
percetível nenhuma perturbação na comunidade de répteis. Apenas se pode referir que ao longo do
tempo (para a referência e período de obra) a abundâncias e riqueza apresentadas, para esta
comunidade, foram reduzidas, não se verificando flutuações significativas, excetuando entre as
campanhas de outono / inverno e primavera / verão, que se deve essencialmente às condições
ambientais, mais precisamente de temperatura.
4.2.2. Lepidópteros
Nas campanhas de monitorização relativas ao período em análise verifica-se uma redução progressiva
para a generalidade dos parâmetros de avaliação, sendo que o valor dos mesmos se mantém contudo
superior às campanhas realizadas em março e abril. Foi possível no conjunto das campanhas
realizadas entre julho e setembro um total de 13 espécies, sendo as campanhas de julho e agosto
aquelas que apresentaram maior valor de abundância e riqueza. Tal era expectável, uma vez que o
período de maior ocorrência de lepidópteros encontra-se compreendido entre maio e agosto. A
comunidade apresenta elevados valores de diversidade e equitabilidade, sendo assim considerada de
equilibrada em termos de estrutura e composição. As campanhas de monitorização da fase de
construção permitiram confirmar a sazonalidade em termos de abundância e riqueza, destacando-se os
meses de maio a julho como os de maior atividade.
Face aos resultados obtidos no presente período de análise e na campanha de referência, não são
visíveis perturbações na comunidade de lepidópteros.
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4.2.3. Avifauna
A monitorização direcionada para a avifauna permite verificar que não existem alterações significativas
na comunidade. Mantiveram-se os valores de abundância e riqueza elevados, sendo de destacar que
ao longo de toda a monitorização a comunidade apresentou-se equilibrada, de um ponto de vista
estrutural e em termos de composição, conforme se pode verificar com os valores elevados de
diversidade e equitabilidade. Comparativamente com a campanha de referência os valores para os
diferentes parâmetros foram superiores, não sendo assim visível alterações ou perturbações
significativas da comunidade avifaunística.
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5. CONCLUSÕES
Dos resultados obtidos nesta fase (período de primavera), comparativamente às campanhas de
situação de referência, outono, inverno e verão, verifica-se o seguinte:
Não se verificam alterações ou indícios de perturbação significativos nas diferentes comunidades
faunísticas em análise, embora, de um modo geral, se verifique uma redução de valores para os
diferentes parâmetros em análise, comparativamente à primavera (importa contudo referir que,
de um modo geral os valores apresentados são superiores aos registados na campanha de
situação de referência);
As diferentes comunidades apresentam valores de diversidade e equitabilidade elevados, o que
indicia que as mesmas se encontram estruturalmente equilibradas;
Os resultados da monitorização ao longo da fase de construção demonstram alterações
sazonais em que, para a maioria dos grupos, se verifica um pico de abundância e de atividade
no período da primavera;
Uma tendência regressiva de valores de abundância relativa em mamíferos não voadores no
transeto T16, associado à redução de indícios de presença da espécie Sus scrofa, que poderá
estar relacionada, para além das condições ambientais de amostragem, com perturbações
inerentes à empreitada de Ligação do Túnel do Marão a Parada de Cunhos (contígua ao
transeto T16) e à atividade silvícola que se verifica na zona florestal atravessada por esse
mesmo transeto;
os resultados obtidos não evidenciam qualquer perturbação na comunidade faunística, com
origem na empreitada do Túnel do Marão. A comunidade faunística mantém-se equilibrada e
pouco perturbada, verificando-se nesta campanha condições ecológicas “iguais ou superiores”
da situação de referência, as quais eram expectáveis face ao período em análise (primavera)
que corresponde a um período de elevada atividade faunística.
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6. BIBLIOGRAFIA
Almeida, N.F., P.F. Almeida, H. Gonçalves, F. Sequeira, J. Teixeira & F.F Almeida (2001). Guias Fapas.
Anfíbios e Répteis de Portugal. FAPAS/Câmara Municipal do Porto, 249 pp.
Ambidelta 2008. Concessão Túnel do Marão: Auto-estrada do Marão (A4/IP4, Lanço Amarante/Vila
Real, Sublanço Padronelo/Nó de Ligação ao IP4/Campeã/Parada de Cunhos). Relatório de
Conformidade Ambiental do Projeto de Execução: Volume IV/V – Anexos Técnicos. Anexo 12 – Estudo
de Medidas de Minimização dos Sistemas Ecológicos. Ambidelta, Ambiente e Paisagismo, Lisboa.
Bibby, C.J., N.D. Burgess & D.A. Hill (1992). Bird Census Techniques. Ed. Academic Press. 257 pp.
Cabral, M.J. (coord.), Almeida, J., Almeida, P.R., Dellinger, T., Ferrand de Almeida, N., Oliveira, M.E.,
Palmeirim, J.M., Queiroz, Al., Rogado, L. & Santos-Reis, M. (eds.). 2006. Livro Vermelho dos
Vertebrados de Portugal. 2ª ed. Instituito da Conservação da Natureza/ Assírio & Alvim. Lisboa. 660 pp.
Carretero, M.A., J. Teixeira, F. Sequeira, H. Gonçalves, C. Soares & N. Ferrand (2002). Inventariação,
Distribuição e Conservação da herpetofauna do Sítio “Natura 2000” – Alvão-Marão. Centro de
Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) – ICETA/Universidade do Porto, 64pp.
Mullarney, K. L. Svensson, D. Zetterstrom & P.J. Grant (2003). Guia de Aves. Assírio & Alvim Edts, 400
pp.
Rabaça, J. (1995). Métodos de Censo de Aves, Aspectos Gerais, pressupostos e Princípios de
Aplicação – SPEA
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7. ANEXOS
Anexo 1 – Desenhos
Desenho 1 – Locais de amostragem
Anexo 2 – Taxa Faunísticos Inventariados
Mamofauna
Avifauna
Lepidópteros
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ANEXOS
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ANEXO 1 – DESENHOS
!R
!R
EAO
E
FO
A14
T10
Folha: 1/2 LOCAIS DE AMOSTRAGEM
¹
LegendaMonitorização dos Sistemas Ecológicos!R Ponto de Escuta - Avifauna (RECAPE)!R Ponto de Amostragem de Anfíbios
Transecto para a Fauna (RECAPE).
Empreitada e Locais de Apoio à ObraFrente de ObraEstaleiroEstrutura de Apoio à Obra
FO
E
EAO
0 250 500125m
!R
EAO
FO
EE
EE
E
T16
Folha: 2/2 LOCAIS DE AMOSTRAGEM
¹
LegendaMonitorização dos Sistemas Ecológicos!R Ponto de Escuta - Avifauna (RECAPE)!R Ponto de Amostragem de Anfíbios
Transecto para a Fauna (RECAPE).
Empreitada e Locais de Apoio à ObraFrente de ObraEstaleiroEstrutura de Apoio à Obra
FO
E
EAO
0 250 500125m
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ANEXO 2 – TAXA FAUNÍSTICOS INVENTARIADOS
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MAMOFAUNA INVENTARIADA
21 de julho de 2015
Transeto Taxa Observação Indício N.º Observações IQA
T10
Oryctolagus cuniculus Indireto Dejeto 3 5,88
Sciurus vulgaris Indireto Marcas de alim. 2 3,92
Sus scrofa Indireto Marcas de alim. 1 1,96
Sus scrofa Indireto Dejeto 1 1,96
Vulpes vulpes Indireto Dejeto 3 5,88
T16
Martes foina Indireto Dejeto 1 1,53
Sciurus vulgaris Indireto Marcas de alim. 2 3,05
Sus scrofa Indireto Trilho 1 1,53
Vulpes vulpes Indireto Trilho 1 1,53
Vulpes vulpes Indireto Dejeto 3 4,58
11 de agosto de 2015
Transeto Taxa Observação Indício N.º Observações IQA
T10
Martes foina Indireto Dejeto 1 1,96
Oryctolagus cuniculus Indireto Dejeto 15 29,41
Sciurus vulgaris Indireto Marcas de alim. 2 3,92
Sus scrofa Indireto Marcas de alim. 1 1,96
Vulpes vulpes Indireto Dejeto 2 3,92
T16
Martes foina Indireto Dejeto 1 1,53
Sciurus vulgaris Indireto Marcas de alim. 1 1,53
Sus scrofa Indireto Trilho 1 1,53
Vulpes vulpes Indireto Dejeto 3 4,58
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RÉPTEIS INVENTARIADOS
21 de julho de 2015
Transeto Taxa N.º Observações IQA
T10 Psammodromus algirus 1 1,53
T16 Podarcis hispanica 1 1,53
11 de agosto de 2015
Transeto Taxa N.º Observações IQA
T10 Psammodromus algirus 2 3,05
T16 Podarcis hispanica 2 3,05
Psammodromus algirus 1 1,53
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AVIFAUNA INVENTARIADA
21 de julho de 2015
Transeto Taxa
Banda N.º Observações Abundância
Relativa
T10
Aegithalos caudatus 0-50 4 0,40
Dendrocopos major 0-50 1 0,10
Emberiza cia 0-50 1 0,10
Erithacus rubecula 0-50 1 0,10
Sylvia undata 0-50 1 0,10
T16
Aegithalos caudatus 0-50 1 0,10
Erithacus rubecula 0-50 2 0,20
Parus ater 0-50 1 0,10
Parus cristatus 0-50 3 0,30
Picus viridis 0-50 1 0,10
Regulus ignicapilla 0-50 1 0,10
Sylvia undata 0-50 1 0,10
Troglodytes troglodytes 0-50 2 0,20
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11 de agosto de 2015
Transeto Taxa
Banda N.º Observações Abundância
Relativa
T10
Aegithalos caudatus 0-50 3 0,30
Buteo buteo >100 1 0,10
Parus cristatus 0-50 1 0,10
Regulus ignicapilla 0-50 2 0,20
Sylvia undata 0-50 4 0,40
Troglodytes troglodytes 0-50 1 0,10
T16
Aegithalos caudatus 0-50 8 0,80
Erithacus rubecula 0-50 3 0,30
Parus caeruleus 0-50 1 0,10
Parus cristatus 0-50 5 0,50
Picus viridis 0-50 1 0,10
Serinus serinus 0-50 2 0,20
Sitta europaea 0-50 1 0,10
Sylvia atricapilla 0-50 1 0,10
Sylvia undata 0-50 1 0,10
Troglodytes troglodytes 0-50 1 0,10
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LEPIDÓPTEROS INVENTARIADOS
21 de julho de 2015
Transeto Taxa N.º Observações IA
T10
Arethusana arethusa 9 3,00
Aricia cramera 1 0,33
Brintesia circe 7 2,33
Coenonympha pamphilus 16 5,33
Melanargia lachesis 1 0,33
Pieris napi 3 1,00
T16
Aricia cramera 1 0,33
Coenonympha pamphilus 15 5,00
Colias croceus 1 0,33
Euplagia quadripunctaria 1 0,33
Lasiommata megera 3 1,00
Melanargia lachesis 3 1,00
11 de agosto de 2015
Transeto Taxa N.º Observações IA
T10
Arethusana arethusa 7 2,33
Brintesia circe 7 2,33
Coenonympha dorus 13 4,33
Hipparchia statilinus 4 1,33
Pontia daplidice 1 0,33
T16
Coenonympha pamphilus 8 2,67
Hipparchia statilinus 1 0,33
Leptotes pirithous 4 1,33
Lasiommata megera 4 1,33
Pieris brassicae 2 0,67
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04 de setembro de 2015
Transeto Taxa N.º Observações IA
T10
Brintesia circe 2 0,67
Hipparchia statilinus 3 1,00
Lasiommata maera 2 0,67
Lasiommata megera 1 0,33
Pontia daplidice 5 1,67
T16
Leptotes pirithous 17 5,67
Lasiommata maera 3 1,00
Lasiommata megera 1 0,33
Pararge aegeria 1 0,33
22 de setembro de 2015
Transeto Taxa N.º Observações IA
T10
Hipparchia statilinus 1 0,33
Lasiommata megera 2 0,67
Leptotes pirithous 4 1,33
Pieris brassicae 1 0,33
Rhodometra sacraria 11 3,67
T16
Leptotes pirithous 15 5,00
Lasiommata maera 1 0,33
Lasiommata megera 2 0,67