relatÓrio & contas 2010...activo líquido / nº de funcionários 3.753.161 3.687.234 1,79%...

145
1 RELATÓRIO & CONTAS 2010

Upload: others

Post on 30-Jan-2021

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 1

    RELATÓRIO & CONTAS

    2010

  • 2

    ● RELATÓRIO E CONTAS DE 2010

    ÍNDICE

    3 ………………..…………………………………………….……..………………A CCAM EM NÚMEROS 8 ......................................MENSAGEM DO PRESIDENTE DO PRESIDENTE DO C.G.S. 12 ..............................................................MENSAGEM DO PRESIDENTE DO C.A.E. 15..................................................................................INFORMAÇÃO DE GESTÃO 45.......................................................PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS 47.........................................................PROPOSTA DE REMUNERAÇÃO DE CAPITAL 50..........................................................................................BALANÇO E CONTAS 56........................................................ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 114.................RELATÓRIO ANUAL DA COMISSÃO PARA AS MATÉRIAS FINANCEIRAS 118...............................PARECER DA COMISSÃO PARA AS MATÉRIAS FINANCEIRAS 120......................RELATÓRIO E PARECER DO CONSELHO GERAL E DE SUPERVISÃO 123...........................................................ORGANIZAÇÃO DA CCAM DO NOROESTE 125.......................ESTRUTURA E PRÁTICAS DE GOVERNO DA CCAM DO NOROESTE 134.....................................................................MEMBROS DOS ORGÃOS SOCIAIS 138............................................................................................COLABORADORES 143....................................................................CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS

  • 3

    ● RELATÓRIO E CONTAS DE 2010

    A CCAM EM NÚMEROS

  • 4

    CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DO NOROESTE, CRL.

    AGÊNCIAS

    Distrito Concelho Localidade Nº

    Funcionarios Local

    Arcos de Valdevez 4970-465 Arcos de Valdevez 3 Rua Soares Pereira, nº130

    4910-133 Caminha 3 Av. Manuel Xavier Caminha

    4910-011 Âncora 1 Intermarché - Lugar do Poço do Linho E.N.13 - Gelfa

    Melgaço 4960-551 Melgaço 4 Lg. Hermenegildo Solheiro, nº 1

    Monção 4950-427 Monção 3 Av. 25 de Abril, Bl. 3, R/C Esq.

    Paredes de Coura 4940-529 Paredes de Coura 3 Rua Conselheiro Miguel Dantas, nº32

    Ponte da Barca 4980-628 Ponte da Barca 4 Rua Diogo Bernardes, nº2

    4990-058 Ponte de Lima 2 Passeio 25 de Abril

    4990-209 Arca - Ponte de Lima 3 Rua Foral Dª Teresa

    4990-448 S. Julião de Freixo 3 Largo da Feira

    Ponte de Lima

    4990-643 S. Martinho da Gandra 1 Lugar do Terreiro

    Valença 4930 678 Valença 3 Av. Miguel Dantas, ED. Avenida, Lj 2 R/C

    4900-495 Viana do Castelo 4 Rua de Aveiro, nº119

    4900-432 Abelheira - Viana do Castelo 2 Rua Eça de Queirós, nº 4, Edificio Rotunda

    4905-386 Barroselas 3 Rua dos Reis Magos, 205 - Loja 1

    4935-573 Castelo do Neiva 3 Av. Central, R/C- Lugar de Santiago

    4935-169 Darque 2 Rua do Pinheiro Manso, nº 17 - r/c Esq

    Viana do Castelo

    4900-470 Sede Administrativa-Viana Castelo 16 Estrada da Papanata, 223

    Viana do Castelo

    Vila Nova de Cerveira 4940-275 Vila Nova de Cerveira

    4 Av. Heróis do Ultramar

    4750-297 Barcelos – Sede Social 10 Praceta Dr. Francisco Sá Carneiro

    4755-266 Macieira de Rates 3 Avenida Central ED. SR. DOS PASSOS

    4750-437 Carapeços 3 Urbanização da Fariota, Lugar de Pereiro

    4755-552 Vila Sêca 3 Lugar da Gandra

    4775-237 Silveiros 3 Rua Principal, nº 1855, Loja 9- Qdifício Magnólias

    Braga Barcelos

    4750-154 Arcozelo 2 Av. Nª Sr.ª de Fátima, 175

    TOTAL……………………………24 AGÊNCIAS (25 Instalações – Serviços Administrativos) Ver distribuição na página 129 e seguintes.

  • 5

    2010 2009 Var. % VOLUME DE NEGÓCIOS (euros) Activo líquido total 390.328.708 383.472.367 1,79% Activo líquido médio 386.900.538 372.395.883 3,89% Depósito a prazo na Caixa Central 64.176.580 77.090.168 -16,75% Crédito total concedido 282.299.210 276.343.753 2,16% Crédito líquido concedido 274.747.132 269.410.785 1,98% Imobilizado líquido 12.270.540 12.205.367 0,53% Depósitos totais 344.523.207 340.439.155 1,20% Depósitos à ordem 79.489.021 75.505.086 5,28% Depósitos a prazo e de poupança 265.034.186 264.934.069 0,04% Volume de negócios 626.822.417 616.782.907 1,63% Depósito a prazo na Caixa Central / Activo líquido 16,44% 20,10% Crédito líquido concedido / Activo líquido 70,39% 70,26% Crédito total concedido / Depósitos totais 81,94% 81,17% Imobilizado líquido / Activo líquido 3,14% 3,18% Depósitos à ordem / Depósitos totais 23,07% 22,18% Depósito a prazo e de poupança / Depósitos totais 76,93% 77,82% RESULTADOS CONSOLIDADOS (euros) Margem financeira 7.981.199 8.180.691 -2,44% Comissões líquidas 3.288.247 2.580.883 27,41% Produto bancário 11.563.135 11.059.807 4,55% Custos de estrutura 8.010.582 7.721.319 3,75% Custos com pessoal 4.219.862 3.790.788 11,32% Resultado antes de impostos 2.135.682 1.747.553 22,21% Margem financeira / Activo líquido médio 2,06% 2,20% Custos com pessoal / Custos de estrutura 52,68% 49,10% Custos com pessoal / Custos totais 20,06% 14,25% COLABORADORES E BALCÕES Nº de funcionários 104 104 - Nº de balcões 24 23 4,35% Activo líquido / Nº de funcionários 3.753.161 3.687.234 1,79% Depósitos totais / Nº de funcionários 3.312.723 3.273.453 1,20% Volume de negócios / Nº de funcionários 6.027.139 5.930.605 1,63% Volume de negócios / Nº de balcões 26.117.601 26.816.648 -2,61%

  • 6

    2010 2009 Var. % RENTABILIDADE (euros) Cash flow 3.265.563 2.975.309 9,76% Resultado do exercício 1.848.692 1.384.374 33,54% Cash flow / Activo líquido médio 0,84% 0,80% Resultado do exercício / Activo líquido médio 0,48% 0,37% Resultado do exercício / Capital próprio médio 5,27% 4,22% Rácio de eficiência 74,32% 74,22% SOLVABILIDADE (euros) Provisões totais 10.668.156 10.237.892 4,20% Amortizações acumuladas 3.826.613 3.243.682 17,97% Capital próprio 36.131.506 33.994.607 6,29% Capital próprio médio 35.063.057 32.780.735 6,96% Provisões p/crédito vencido / Crédito concedido bruto 2,59% 2,46% Crédito vencido / Crédito total concedido 4,03% 3,48% Capital próprio / Activo líquido 9,26% 8,86% Imobilizado líquido / Capital próprio 33,96% 35,90% Imobilizado líquido / Fundos próprios 35,16% 37,87% Rácio de solvabilidade 15,15% 14,31% Fundos próprios 34.895.248 32.225.177 8,29% Grande risco 3.489.525 3.222.518 8,29% Limite de grande risco 8.723.812 8.056.294 8,29% Limite agregado de grande risco 279.161.984 257.801.415 8,29%

  • 7

    ● RELATÓRIO E CONTAS DE 2010

    Área Geográfica da Caixa do Noroeste

  • 8

    ● RELATÓRIO E CONTAS DE 2010

    MENSAGEM DO PRESIDENTE DO CONSELHO GERAL E DE

    SUPERVISÃO

  • 9

    Mensagem do Presidente do Conselho Geral e de Supervisão

    Entres os acontecimentos relevantes da vida da Caixa do Noroeste em 2010 importa

    destacar a introdução do modelo de governação decorrente da aprovação dos novos

    Estatutos na Assembleia-geral de 29 de Dezembro de 2009 e consequente eleição

    dos novos órgãos sociais em 25 de Março de 2010, e seu averbamento pelo Banco

    de Portugal em 01 de Junho de 2010.

    Assim, a gestão da Caixa durante o ano findo divide-se em dois períodos: o que vai

    de Janeiro a Junho de acordo com o modelo clássico que vigorou desde a fundação e

    tendo como órgãos a Assembleia-geral, a Direcção e o Conselho Fiscal e aquele que

    vai de Junho a Dezembro obedecendo às imposições regulamentares e legais não só

    dos Estatutos como do Código das Sociedades Comerciais.

    A responsabilidade da gestão e fiscalização ficou, então, atribuída aos seguintes

    órgãos:

    - Conselho Geral de Supervisão

    - Conselho de Administração Executivo

    - Revisor Oficial Contas

    No âmbito do Conselho Geral e de Supervisão passou a existir, ainda, uma Comissão

    para as Matérias Financeiras, composta por três elementos do próprio Conselho

    Geral credenciados e com a assessoria do Revisor Oficial de Contas.

    Foi criado, ainda, como órgão de consulta sobre assuntos mais importantes da vida

    da Caixa, o Conselho Consultivo composto por figuras relevantes da massa

    associativa.

  • 10

    Pode dizer-se que este novo modelo corresponde, na prática, as necessidades da

    Caixa considerando a sua actual dimensão, as crescentes exigências técnicas e

    responsabilidades impostas pela Lei e pelas tutelas.

    É, sem dúvida, uma viragem histórica no seio do Credito Agrícola, nomeadamente

    nas Caixas locais, pelo menos naquelas que, como a nossa, seguiram este novo

    caminho de governação.

    O Relatório e as Contas de 2010 que o Conselho de Administração exuberantemente

    nos apresenta reflecte, pois, um trabalho altamente profissional que julgamos

    corresponder inteiramente ao dever de informação e de prestação de contas por

    parte deste Órgão satisfazendo a massa associativa e as tutelas.

    O Conselho Geral e de Supervisão seguiu, a par e passo, como lhe cumpre, as

    ocorrências deste ano de 2010, adaptando-se ás novas regras implantadas a partir

    de Junho.

    Infelizmente a conjuntura económica e financeira resultante da grande crise de

    2008/2010 não permitiu, no nosso entender, manter o ritmo ascensional acelerado

    que a Caixa vinha tendo desde as fusões operadas em 1995 (Alto Minho) e 2008

    (Barcelos), sobretudo no que respeita ao volume de negócios a aos resultados

    líquidos.

    Mesmo assim continuamos com resultados líquidos positivos, que cresceram de 2009

    (1.384.374€) para 2010 (1.848.692€). O mesmo acontece com o volume de

    negócios: 616.782.907€ em 2009 e 626.822.417€ em 2010.

    Outros aspectos positivos dos resultados gerais poderão os Senhores Associados

    Cooperadores aprecia-los nos diferentes quadros comparativos e nos balancetes e

    gráficos que integram o Relatório do Conselho de Administração Executivo.

  • 11

    Permito-me, ainda, chamar a Vossa atenção para a expressão dos rácios de

    solvabilidade apresentados que, de uma maneira geral, superam os recomendados

    pela Caixa Central, transmitindo-nos uma certa confiança no futuro da Caixa e

    confirmando a imagem de credibilidade de que goza a Instituição perante os sócios e

    clientes.

    Uma palavra final para a nossa crescente intervenção social no apoio as instituições

    culturais, desportivas, educativas e outras que prosseguem o bem público, agora

    polarizado da FUNDAÇÃO CAIXA AGRICOLA DO NOROESTE, cuja benéfica actividade

    está ainda pendente do reconhecimento Estatal para usufruir em pleno do estatuto

    do mecenato.

    É o que em nome do Conselho Geral e de Supervisão vos posso dizer em relação a

    nossa actividade neste primeiro ano (incompleto) da sua existência como Órgão de

    Supervisão e Fiscalização da Instituição.

    Termino com um voto de confiança no futuro da nossa Instituição, não obstante as

    dificuldades que teremos de vencer e que nos são impostas por motivos exógenos.

    Viana do Castelo, 21 de Fevereiro de 2011

    Presidente Conselho Geral e de Supervisão

    Avelino Meira do Poço

  • 12

    ● RELATÓRIO E CONTAS DE 2010

    MENSAGEM DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE

    ADMINISTRAÇÃO EXECUTIVO

  • 13

    Mensagem do Presidente do Conselho de Administração

    Executivo

    Prezados Associados,

    Nos últimos dois anos agravaram-se as condições económicas e financeiras do país

    com reflexo significativo nas actividades dos nossos clientes e consequentemente na

    actividade da Caixa, que mais uma vez registou uma diminuição na margem de

    intermediação, quando comparada com o ano anterior.

    Para além das políticas adoptadas pelo BCE cujo efeito se fez notar nos proveitos da

    Caixa, em virtude das variações das taxas Euribor se manterem a níveis bastante

    baixos e serem o referencial de uma parte significativa da Carteira de Crédito, a

    actividade da Caixa também foi fortemente condicionada pelo agravamento das

    condições do financiamento do Estado e de outros operadores financeiros (aliás

    situação que persiste neste início de 2011) cujo efeito se reflecte no custo do

    financiamento da Caixa.

    Esta conjuntura económica desfavorável não permitiu que conseguíssemos atingir o

    objectivo proposto para o crédito vencido, que agravou ligeiramente o rácio de

    crédito vencido, passando de 3,5% para 4,0%.

    Os constrangimentos ao nível da margem financeira foram no entanto compensados

    pelo crescimento da margem complementar na qual teve peso significativo a

    cobrança de comissões.

    Como proposto no Plano de Actividades para 2010, conseguiu-se com a

    diversificação da origem do comissionamento, um crescimento de cerca de 27% nas

    comissões líquidas.

  • 14

    Em 2010 adoptamos o novo modelo de governação de acordo com as alterações ao

    Regime Jurídico e criamos estruturas e mecanismos com o objectivo de melhorar a

    eficiência e o controlo interno.

    De modo a permitir maior estabilização de recursos e melhoria dos fundos próprios

    complementares, iremos propor a emissão, no exercício de 2011, de uma ou mais

    séries de títulos de investimento (dívida subordinada) até ao montante de cinco

    milhões de euros.

    Uma breve alusão aos empreendimentos que temos em curso quanto á melhoria de

    instalações. Começamos por dizer que não foi possível lançar em 2010 a construção

    da nova Sede da Abelheira – Viana do Castelo. Prudentemente, decidiu-se reformular

    os métodos de execução da obra, recorrendo à contratação de uma Empresa de

    Fiscalização e Segurança para analise de todos os pormenores técnicos do respectivo

    projecto, incluindo a execução de sondagem do terreno, que se revelaram muito

    importantes para o efeito.

    Temos em curso negociações para a construção, em terreno adquirido, da nova

    Agencia de Paredes de Coura e para a permuta de terrenos com vista a uma nova

    localização para a Agência de Monção.

    Com o apoio e o envolvimento dos Clientes, Associados, Colaboradores e outros

    interessados, estamos convictos que cumpriremos com sucesso a missão de apoiar o

    desenvolvimento económico e social da região na qual estamos inseridos.

    Viana do Castelo, 21 de Fevereiro de 2010

    O Presidente do Conselho de Administração Executivo

    José Gonçalves Correia da Silva

  • 15

    ● RELATÓRIO E CONTAS DE 2010

    INFORMAÇÃO DE GESTÃO

  • 16

    ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO

    A envolvente macroeconómica continua a apresentar-se complexa para as condições

    de exploração das instituições financeiras.

    Apesar de se admitir que, no plano internacional, o ponto mais crítico da actual

    recessão a nível internacional tenha sido atingido entre o final de 2008 e os

    primeiros trimestres de 2009, verificou-se em 2010 uma grande disparidade no

    comportamento das principais economias. Com efeito, a reanimação que se observou

    na parte final de 2009 e no princípio de 2010 assentou em grande medida na

    manutenção de um crescimento robusto em economias emergentes – como a China,

    que deve ter crescido 10,3% em 2010, a Índia, com um crescimento neste ano de

    9,7%, e o Brasil com um crescimento de 7,5%. Como se sabe, a China tornou-se

    recentemente a segunda maior economia a nível mundial, em termos do valor do PIB

    global, embora ainda a grande distância dos EUA.

    2010 2011[Est.] [Proj.]

    Países Desenvolvidos 3,0 2,7 0,2 -3,4 3,0 2,5

    EUA 2,8 2,1 0,0 -2,6 2,8 3,0

    Japão 2,4 2,3 -1,2 -6,3 4,3 1,6

    Zona Euro 2,8 2,7 0,5 -4,1 1,8 1,5

    Paises em Desenvolvimento 7,9 8,3 6,0 2,6 7,1 6,5

    China 11,6 13,0 9,6 9,2 10,3 9,6

    Índia 9,8 9,4 6,4 5,7 9,7 8,4

    Rússia 7,4 8,1 5,2 -7,9 3,7 4,5

    Brasil 3,8 5,7 5,1 -0,6 7,5 4,5

    Economia Mundial 5,1 5,2 2,8 -0,6 5,0 4,4

    ∆% Comércio Munidal* 9,3 7,3 3,0 -10,7 12,0 7,1

    Evolução da Economia MundialTaxas de crescimento ∆% PIB

    * Bens e serviços

    Fonte: FMI, Wordl Economic Outlook (Update, Janeiro/11)

    2006 2007 2008 2009

  • 17

    Este dinamismo das economias emergentes transmitiu-se às economias avançadas

    com sectores exportadores mais competitivos – v.g. a Alemanha, cujo crescimento

    em 2010 foi de 3,6% e Japão com 4,3%, e os próprios EUA (com um crescimento da

    ordem de 2,8%, no entanto considerado escasso face ao potencial produtivo e à

    evolução dos anos anteriores). A maioria das economias do continente europeu, e

    desde logo a Zona Euro no seu conjunto, continuaram porém a evidenciar fraco

    dinamismo (1,7% para o conjunto da Zona Euro, 1,6% para a França e 1% para a

    Itália, e contracção económica em Espanha, com o PIB a cair 0,2%).

    2010 2011[Est.] [Proj.]

    Zona Euro 2,8 2,7 0,5 -4,1 1.8 1,5

    Alemanha 3,0 2,5 1,0 -4,7 3,6 2,2

    França 2,2 2,3 0,1 -2,5 1.6 1,6

    Itália 1,8 1,6 -1,3 -5,0 1,0 1,0

    Espanha 3,9 3,6 0,9 -3,7 -0,2 0,6

    Evolução da Economia EuropeiaTaxas de crescimento ∆% PIB

    Fonte: FMI, Wordl Economic Outlook (Update, Janeiro/11)

    2006 2007 2008 2009

    A desaceleração verificada na segunda metade do ano transacto nas economias

    avançadas foi consequência do esgotamento do impulso, que se fez sentir nos

    últimos meses de 2009 e início de 2010, da reconstituição dos stocks – os quais na

    parte final de 2008 e início de 2009 haviam sido massivamente reduzidos como

    reacção de pânico. Mas a desaceleração ficou também a dever-se a um certo

    arrefecimento nos países emergentes, em alguns dos quais as respectivas

    autoridades adoptaram recentemente medidas para fazer face ao sobreaquecimento

    da economia. O progressivo desmantelamento das medidas de estímulo fiscal em

    muitos países, agora - como consequência da crise - a braços com défices públicos

    muito expressivos, igualmente contribuiu para o afrouxamento registado.

  • 18

    2010 2011 2010 2011(E) (P) (E) (P)

    Alemanha -0,2 -0,1 -3,3 -5,0 -4,7 65,1 66,0 73,2 78,8 81,6

    Espanha +2,2 -3,9 -11,2 -9,8 -8,8 36,2 39,7 53,2 64,9 72,5

    Irlanda +0,2 -7,2 -14,3 -11,7* -12,1 25,0 43,9 64,0 77,3 87,3

    Grécia ___ -7,7 -13,6 -9,3 -9,9 ___ 99,2 115,1 124,9 133,9

    Reino Unido -2,6 -5,4 -11,5 -12,0 -10,0 44,1 52,0 68,1 79,1 86,9

    Japão -2,5 -5,6 -6,9 -6,7 -6,6 187,7 172,0 189,2 193,5 194,9

    EUA -2,9 -5,3 -11,0 -10,0 -9,9 62,9 70,7 84,0 93,6 102,5

    Impacto da crise financeiranas finanças públicas

    Dívida Pública/PIB (%)

    2007 2008 2009

    Fonte: DI/Caixa Central com base na Moody’s Investment Services

    2007 2008 2009

    Saldo contas públicas/PIB (%)

    E/P: Estimativa/Previsão

    32% do PIB.* Integrando o apoio do Estado Irlandês aos bancos em dificuldades, o défice sobe para o nível colossal de

    Neste estado de coisas, e sobretudo como consequência de o crescimento

    económico não estar a absorver o desemprego existente, que permanecia elevado

    (9,4%)∗ e mostrava tendência de subida, as autoridades dos EUA decidiram manter

    em vigor as políticas de estímulo à actividade económica, incluindo a política

    monetária abertamente expansionista, deixando invariantes, no nível actual de

    praticamente 0%, as suas taxas directoras (fundos federais). Em paralelo

    prosseguiram com as cedências massivas de liquidez ao sistema bancário e à

    economia.

    ∗ Os últimos números sobre o desemprego, já do início de 2011, apresentaram uma significativa redução da taxa de

    desemprego para 9%, aguardando-se a informação para os meses subsequentes para ver se esta melhoria se

    consolida.

  • 19

    Evolução da Euribor 3M e das Taxas Directoras da Zona Euro e dos EUA

    0

    0,5

    1

    1,5

    2

    2,5

    3

    3,5

    4

    4,5

    5

    5,5

    6

    Jan-07 Abr-07 Jun-07 Set-07 Dez-07 Mar-08 Jun-08 Set-08 Dez-08 Mar-09 Jun-09 Set-09 Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10

    %

    BCE (TAXA REDESCONTO) FED FUNDS Euribor 3M

    Na Zona Euro, no entanto, apesar de as taxas de desemprego continuarem também

    persistentemente elevadas em vários países, o Banco Central Europeu, mantendo

    embora a sua taxa directora (taxa refi) em 1%, nível em que se encontra desde Maio

    de 2009, procedeu à inflexão da sua política monetária, começando a drenar,

    gradualmente, a liquidez injectada massivamente no sistema no auge da crise

    financeira. Em virtude deste reajustamento da política monetária na Zona Euro, as

    taxas euribor, que tinham descido para níveis esmagados, de quase 0% nos prazos

    mais curtos, encetaram uma paulatina recuperação, que, depois de um período ainda

    incerto, tem prosseguido nos últimos meses.

    No entanto, o possível reacendimento de tensões inflacionistas nos EUA e na Europa

    – no caso particular da Zona Euro a taxa de inflação homóloga mensal, ultrapassou ,

    nos últimos meses já o target de 2% pelo qual o BCE norteia a sua política

    monetária – introduziria um factor de complicação na actual postura acomodatícia

    dos bancos centrais dos dois lados do Atlântico, obrigando-os a dar, desde já,

    também atenção à contenção da subida de preços. As declarações dos principais

    responsáveis têm ido, no entanto, no sentido de considerarem que a inflação ainda

    não é um problema. Assim, no caso particular da Zona Euro, não é de prever

    qualquer subida da taxa directora do BCE para os meses mais próximos.

  • 20

    Neste contexto económico de fraco dinamismo e de acentuada incerteza, os

    mercados financeiros mantiveram uma marcada volatilidade, prevalecendo no sector

    obrigacionista uma atitude de aversão ao risco, com a correlativa fuga para a

    qualidade que afectou, e profundamente, o próprio mercado da dívida pública. No

    sector accionista, por seu turno, ocorreram nos últimos meses do ano significativos

    movimentos de correcção que anularam os ganhos iniciais, embora com

    comportamento diferenciado entre os principais mercados (os índices dos EUA e

    Alemanha subiram, no resto da Europa em geral regrediram).

    Face à conjuntura muito deprimida a nível internacional, a economia portuguesa

    registou uma estagnação em 2008 e uma acentuada contracção em 2009, ano em

    que o PIB decaiu 2,6%, evolução esta que, ao induzir uma forte redução das receitas

    do Estado e um aumento súbito da despesa pública via subsídios de desemprego – a

    taxa de desemprego subiu para 10,8% e mantém tendência ascendente∗ – provocou

    uma “crise fiscal”, agravada pelo afrouxamento, em 2009, do esforço de saneamento

    das contas públicas que vinha sendo seguido e pela situação estrutural de excessivo

    peso das despesas do Estado. O défice público em percentagem do PIB atingiu assim

    9,3% em 2009 e projectava-se que ficasse em 8,3% em 2010, nível

    subsequentemente revisto para 7,3%, como reflexo das medidas entretanto

    adoptadas.

    No tocante à evolução dos preços na economia portuguesa, verifica-se uma

    tendência semelhante à que se descreveu para a Zona Euro, explicada pelos mesmos

    factores - subida do custo de produtos de base energéticos, industriais e

    alimentares -, a que, no caso português, poderá vir a acrescer o efeito do aumento

    do IVA. Assim, a taxa de inflação média em 2010 situou-se em 1,4%, contra a

    inflação negativa de -0,8% registada em 2009. Aliás, as variações mensais mais

    ∗ A taxa de desemprego em Janeiro/2011, conforme dados recém-divulgados pelo INE, atingiu 11,1%,

    correspondendo a cerca de 620.000 desempregados.

  • 21

    recentes, também à semelhança do que ocorre na Zona Euro, mostram uma subida

    mais vincada do índice de preços no consumidor. (Em Dezembro foi de 2,4%).

    2010 2011Est. Prev.

    Consumo Privado 1,1 1,6 1,8 -1,0 1,8 -2,7Consumo Público -0,3 0,0 0,8 2,9 3,2 -4,6FBCF -2,0 3,1 -1,8 -11,9 -5,0 -6,8

    Exportações 9,1 7,5 -0,3 -11,8 9,0 5,9Importação 4,2 5,6 2,8 -10,9 5,0 -1,9PIB 1,3 1,9 0,0 -2,6 1,3∗ -1,3**

    Procura Interna 0,3 1,6 1,2 -3,4 0,6 -3,9Export.Líquidas 1,0 0,3 -1,2 0,8 0,7 2,5

    Fonte:• 2008, 2009: BdP, Boletim Económico, Outono 2010• 2010,2011: BdP, boletim Económico, Inverno 2010

    ∗ Números recentes do INE elevaram a variação do PIB para 1,4%**A projecção do Governo contida no OGE é de crescimento do PIB em 0,2%.

    Evolução das componentes do PIBv.h. em %

    2006 2007 2008 2009

    O nível do défice público, aliado ao crescimento da sensibilidade ao risco da dívida

    soberana dos países periféricos da Zona Euro que actualmente se verifica, e que

    afectou fortemente os yield da dívida portuguesa, veio criar a necessidade de um

    considerável reforço das medidas correctivas do défice, com impacto inevitavelmente

    gravoso. Estas medidas vão, no imediato, e porventura por algum tempo no futuro,

    restringir consideravelmente o crescimento da economia nacional, afectando o nível

    de actividade das empresas e avolumando o desemprego, sendo necessário

    compensar o efeito negativo na procura interna através de uma maior dinâmica das

    exportações, que aliás têm tido ultimamente comportamento razoável,

    nomeadamente de produtos não tradicionais e para mercados fora da Zona Euro.

  • 22

    Fonte: PEC (Março de 2010) e OE - 2011. Os níveis de dívida pública contemplados na revisão de Julho/2010

    eram de 83,5% do PIB para 2010 e de 85,9% para 2011, os níveis respectivos são 82,1% e 86,6%.

    Dívida Pública em % do PIB

    86,6%82,1%

    77,2%

    66,4%63,6%64,7%63,6%58,3%

    2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010(E) 2011(P)

    * OE - 2011

    Défice Público em % do PIB

    -4,0%

    -2,7% -2,7%

    -9,3%

    -7,3%

    -4,6%*

    2006 2007 2008 2009 2010(E) 2011(P)

    Os factores críticos para o comportamento das exportações prendem-se,

    naturalmente, com a melhoria da competitividade, que por sua vez depende do

    crescimento da produtividade – que exige medidas estruturais – e da contenção dos

    custos e da remuneração dos factores produtivos internos. A competitividade

    também depende, porém, da evolução do euro em relação às principais divisas, num

    quadro em que se especula sobre o ressurgimento de uma competição cambial entre

    os mais importantes pólos económicos. Em tal eventualidade, a subida do euro para

    além da cotação de 1€ = 1,35 USD, seria susceptível de prejudicar significativamente

    a evolução das nossas exportações, e de outros países da Zona Euro, e constituiria

    mais um factor de agravamento das dificuldades de ajustamento da economia

    nacional.

    2007 2008 2009 2010

    Taxa de desemprego (%) 8,0 7,6 9,5 10,7*Desemprego de longa duração (%) 48,8 49,8 46,5 54,2*Desempregados (v.h.%) +4,9 -4,8 23,8 15,5*

    Inflação (IPC v.h.%)* 2,5 2,6 -0,8 1,4da qual

    prod. energéticas 3,5 6,5 -8,0 9,5bens alimentares 2,8 4,2 -2,5 0,4

    * Até Novembro

    Fonte: BdP, Indicadores de conjuntura, Set 2010 e Jan 2011Boletim Económico Inverno 2010

    Desemprego e Inflação

  • 23

    De referir finalmente que o défice da balança corrente e de capital, que traduz a

    evolução do endividamento da economia portuguesa face ao exterior, registou em

    2010, em percentagem do PIB, uma ligeira melhoria – descendo de 9,4% no ano

    anterior para 8,8% –, antevendo-se nova redução do défice (em % do PIB) em 2011

    para 7,1%. No entanto, estes níveis de desequilíbrio mantêm-se excessivos, e são

    insustentáveis num cenário de subsistência de restrições ao financiamento externo

    da economia portuguesa.

    Balança Corrente e de Capital( % do PIB)

    -8,1

    -10,5

    -9,4-8,8

    -7,1

    2007 2008 2009 2010 (E) 2011 (P)

    Fonte: BdP, Boletim Económico, Inverno/2010

    MERCADO BANCÁRIO

    As perspectivas para o sector bancário que decorrem deste panorama

    macroeconómico são desfavoráveis no tocante à dinâmica e às condições gerais do

    negócio, na medida em que, à evolução quantitativamente desfavorável do crédito,

    se vão adicionar factores de risco, agravados pelas dificuldades da conjuntura, que

    tenderão a deteriorar a qualidade da carteira e a aumentar as imparidades.

  • 24

    Dez-08 Mar-09 Jun-09 Set-09 Dez-09 Mar-10 Set-10 Nov-10

    8,5 6,2 4,7 4,6 3 2,8 2,2 2,114 10,9 8,8 7 1,7 0,8 0,2 0,64,2 2,4 1,3 2,5 4,1 4,6 4,0 3,43,9 2,4 1,5 3,1 5,1 5,5 5,1 4,612,1 5,5 3,3 1,8 1,8 2 1,0 -1,2

    Evolução dos Agregados de CréditoVariação homóloga em %

    Fonte: Banco de Portugal; Indicadores de Conjuntura

    HabitaçãoConsumo

    TotalEmpresasParticulares

    Estas tendências já se verificam, aliás, no momento presente, na medida em que o

    crédito a empresas se encontra em estagnação – o que traduz um volume muito

    limitado de crédito novo – e o crédito vencido tem registado níveis de crescimento

    consideráveis. Entre 2007 e Junho de 2009 o crédito vencido de empresas aumentou

    178,1%, representando mais 2.649 milhões de euros em valor absoluto nesse

    período, e de meados de 2009 até Novembro de 2010 registou-se novo incremento

    de 2.026 milhões. No crédito a particulares, embora de modo menos expressivo, o

    crédito vencido apresentou igualmente, no mesmo período, grande aumento,

    particularmente no crédito ao consumo (mais de 800 milhões de euros desde 2007)

    uma vez que no crédito à habitação o crescimento do crédito em mora é

    significativamente menos acentuado.

    Jun-09 Jun-10 Jun-09 Nov-10Dez-07 Jun-09 Dez-07 Jun-09

    Particulares 1.296 794 58,7 22,7do qual:Habitação 516 202 40,8 11,3Consumo 452 359 89,5 37,5

    Empresas 2.649 2.026 178,1 49,0das quaisConstrução e Imobiliário 1.436 957 371,3 47,2

    TOTAL 3.617 2.820 97,9 36,9

    Fonte: BdP, Boletim Estatístico

    ∆%

    Crédito Vencido no Sistema Bancário NacionalEvolução

    ∆ absolutaMilhões de euros

    Sobre este pano de fundo já complexo, as restrições de balanço que as instituições

    enfrentam, a necessidade de iniciarem a adaptação para o enquadramento

  • 25

    normativo de Basileia III, e, sobretudo, as actuais dificuldades em se refinanciarem

    nos mercados financeiros internacionais – o que é uma sequela do actual grau de

    endividamento global do país, combinando as dívidas do sector público com as dos

    agentes privados, que se reflectem no balanço dos bancos – são factores que vão

    igualmente pesar nas perspectivas para o negócio bancário no futuro próximo.

    2007 2008 2008 2009 2009 2010

    Dez Jun Dez Jun Dez Set

    < 20.000 10,6 11,0 11,1 12,6 14,0 15,2

    20.000 – 50.000 7,3 7,7 8,0 9,3 9,9 11,1

    50.000 – 100.000 5,9 6,6 6,9 8,5 9,0 10,2

    100.000 – 200.000 4,8 5,5 6,0 7,2 7,9 8,8

    200.000 – 400.000 4,0 4,4 4,7 6,1 6,5 7,9

    400.000 – 1.000.000 3,5 4,0 4,6 6,3 6,7 7,8

    1.000.000 – 5.000.000 2,6 3,2 3,5 5,0 5,6 7,2> 5.000.000 0,4 0,7 1,0 2,7 2,6 3,2

    Fonte: BdP, Boletim Estatístico

    Rácios de crédito vencido empresariaispor escalões do crédito concedido

    [Intervalos em euros]

    Outro aspecto relevante da actual situação do mercado é a persistência, apesar da

    ligeira recuperação que se verificou recentemente, do baixo nível das taxas euribor,

    que, no tocante à sua actividade doméstica, penalizou a margem financeira dos

    diferentes bancos, e naturalmente em maior medida daqueles em cuja carteira de

    crédito têm peso elevado os empréstimos a prazos longos indexados a esses

    referenciais de mercado. Alguns bancos, no entanto, conseguiram, pelo menos em

    parte, compensar esta evolução com os proveitos da sua actividade internacional, e

    através do aumento da margem complementar.

    Apesar da ligeira subida das taxas euribor nos últimos tempos, a margem financeira

    mantém-se sob pressão, devido à expressiva subida do custo dos recursos, que

    tenderá a acentuar-se, seja em consequência da crescente competição pelos

    depósitos – induzida pela necessidade em que as instituições se encontram de

    recomporem a estrutura do seu passivo – seja pelos spreads mais altos (em relação

    ao passado recente) nos financiamentos junto dos mercados financeiros

    internacionais, quando estes se voltarem a abrir.

  • 26

    O fraco crescimento que se pode antever na massa global de recursos (depósitos e

    recursos fora do balanço) como reflexo da fraca dinâmica da economia e da própria

    contenção do crédito, para além de outros factores, vai ser um factor adicional de

    intensificação da concorrência entre as instituições financeiras na captação de

    recursos de clientes.

    Verifica-se, na verdade, um crescimento da taxa média de remuneração dos

    depósitos nos últimos meses claramente superior ao que se tem verificado no

    crédito. Assim, desde Junho até Novembro a taxa média dos depósitos até dois anos

    subiu 0,46 pontos percentuais, quando no mesmo período a taxa média do crédito a

    empresas apenas subiu 0,33%, sendo a subida ainda menor nas taxas do crédito a

    particulares.

    2006 2007 2008 2008 2009 2009 2010 2010 ∆pp ∆ppDez Dez Jun Dez Jun Dez Jun Nov Jun10 - Jun09 Nov - Jun10

    Depósitos até 2 anos 2,72 3,58 3,72 3,99 2,37 1,67 1,46 1,92 -0,91 +0,46Crédito a empresas* 5,39 6,15 6,29 6,14 4,02 3,34 3,31 3,64 -0,71 +0,33Crédito à habitação 4,79 5,51 5,63 5,86 3,08 2,00 1,86 2,06 -1,22 +0,20Crédito pessoal(consumo…) 8,07 8,75 8,98 9,04 8,00 7,32 7,76 7,87 -0,24 +0,11

    * Sociedades não financeirasFonte: BdP, Indicadores de Conjuntura, Set/2010

    Nível de Taxas de Juro Médiasno Sistema Bancário

    Os bancos portugueses, como se sabe, têm compensado as maiores dificuldades de

    financiamento nos mercados recorrendo ao Banco Central Europeu, obtendo assim

    recursos em condições até bastante favoráveis, mas este canal não ficará

    indefinidamente aberto nos termos e nos moldes actuais.

    É porém expectável que a subida no custo dos recursos venha a reflectir-se no preço

    do crédito, uma vez que as instituições não têm margem de manobra para acomodar

    essa subida sem ajustamento nas taxas activas.

  • 27

    CRÉDITO AGRÍCOLA – EVOLUÇÃO RECENTE E PERSPECTIVAS

    O Crédito Agrícola é uma instituição bancária de base cooperativa, integrando-se

    num modelo com presença de grande relevo nos sistemas financeiros de outros

    países europeus, como a Alemanha, a França, a Holanda e a Itália. A nível europeu,

    os bancos cooperativos dispõem de uma quota de mercado de mais de 20%, servem

    170 milhões de clientes através de 4.100 bancos locais com 65.000 balcões, e

    empregam centenas de milhares de pessoas. Alguns dos bancos cooperativos

    encontram-se entre as instituições líderes do continente europeu. É reconhecido que

    os bancos cooperativos foram os que melhor suportaram o impacto da crise

    financeira, de que não foram causadores, funcionando no contexto da crise como um

    factor de estabilidade.

    Com a mesma vocação dos seus congéneres europeus, eles também com laços

    históricos à agricultura, embora abertos hoje em dia a outros sectores económicos, o

    Crédito Agrícola tem vindo a fortalecer continuamente a sua solidez económico-

    financeira. Tal está bem expresso no valor da sua situação líquida, de mais de 1.000

    milhões de euros, bem como no nível do rácio de solvabilidade e do rácio Tier 1

    (relativo aos fundos próprios de base), situando-se este último actualmente em 12,2

    %. Este rácio é o mais elevado no conjunto dos grupos bancários de maior

    relevância no sistema financeiro nacional, e está muito acima dos mínimos definidos

    pelo Banco de Portugal, e também dos que decorrem do novo regime normativo

    internacional conhecido como Basileia III. No período 2002-2010, o Crédito Agrícola

    aumentou o seu rácio Tier 1 em 4 pontos percentuais, tendo conseguido um notável

    reforço da sua solvabilidade.

    Ao mesmo tempo que mantém esta forte posição em termos de solvabilidade, o

    Crédito Agrícola dispõe igualmente de uma posição de liquidez ímpar, que é o

    resultado da prudente política, que sempre manteve, de limitar o volume do crédito

  • 28

    Evolução do Rácio Tier 1 do Crédito Agrícola

    8,1%

    9,1%

    10,4% 10,5%

    11,6% 11,5%12,0% 11,8%

    12,2%

    6,0%

    8,0%

    10,0%

    12,0%

    14,0%

    2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Set-10Ano

    Per

    centa

    gem

    Evolução da Situação Líquida do SICAM

    520570

    657738

    828873

    979 1.000 1.016

    0

    200

    400

    600

    800

    1.000

    1.200

    2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Set-10Ano

    Va

    lore

    s e

    m M

    ilhõ

    es d

    e e

    uro

    s

    Rácio TIER I - Junho 2010

    12,36%

    12,21%

    8,90%

    8,20%

    7,90%

    8,90%

    9,50%

    8,40%

    8,60%

    0,00% 12,36%

    que concede aos depósitos que capta, deixando ainda uma significativa margem de

    segurança. Esta prática dispensa o Grupo de recorrer aos mercados financeiros

    internacionais para o financiamento da sua actividade creditícia.

    Em 2010 o Crédito Agrícola voltou a reforçar os seus capitais próprios, apesar das

    dificuldades da conjuntura e do efeito exógeno da política monetária do BCE que,

    esmagando as taxas euribor, a que muitos contratos de crédito se encontram

    indexados, prejudicou bastante a margem financeira das Caixas Associadas,

    reduzindo em consequência o seu produto bancário e os resultados. Estes

    mantiveram-se, no entanto, no conjunto do Crédito Agrícola, amplamente positivos

  • 29

    Evolução do Activo do SICAM

    7.946 8.2518.696

    9.31910.044

    10.56611.447

    12.093

    13.098

    0

    2.000

    4.000

    6.000

    8.000

    10.000

    12.000

    14.000

    2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Set-10Ano

    Val

    ore

    s em

    milh

    ões

    de

    euro

    s

    Evolução dos Depósitos de Clientes do SICAM

    6.863 7.1817.599

    8.1748.671

    9.1589.613

    10.070 9.994

    0

    2.000

    4.000

    6.000

    8.000

    10.000

    12.000

    2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Set-10Ano

    Val

    ore

    s em

    milh

    ões

    de

    euro

    s

    no corrente exercício, tendo ultrapassado os 37 milhões de euros para o SICAM

    (Caixa Central e Caixas Associadas) e atingido cerca de 9 milhões de euros na

    actividade seguradora.

    A actual conjuntura tem conduzido a um aumento do crédito mal parado no conjunto

    do sistema bancário nacional, fenómeno inevitável e que se verifica igualmente

    noutros países, dadas as dificuldades enfrentadas por numerosas empresas e

    famílias. Todavia, o aumento do crédito vencido no Crédito Agrícola, no contexto da

    actual crise, está bastante aquém do que se regista no sistema bancário no seu todo.

    Refira-se aliás que, nos últimos anos, o Crédito Agrícola reforçou de modo

    significativo a sua cobertura de provisões para crédito vencido, a qual se elevou de

    73,6% no final de 2002 para cerca de 129% no último exercício.

    O activo líquido do Crédito Agrícola situava-se, ao terminar o exercício de 2010, em

    cerca de 14 mil milhões de euros (13 mil milhões no SICAM), o que, representando

    já cerca de 8% do Produto Interno Bruto português, atesta a dimensão nacional do

    Grupo e a sua relevância no sistema financeiro português.

    Para além desta evolução no plano financeiro, o Crédito Agrícola conseguiu

    igualmente nos últimos anos uma evolução marcante em diversos aspectos da sua

    actividade, com melhorias visíveis na sua base tecnológica e no plano operativo, bem

    como na modernização da sua imagem e reforço da notoriedade.

  • 30

    Do mesmo modo, o Crédito Agrícola tem prosseguido o crescimento da sua rede,

    mesmo neste período em que o ambiente de negócio se apresenta menos favorável,

    dispondo actualmente de 690 balcões, cobrindo a totalidade do território nacional

    (com excepção da Região Autónoma da Madeira). Em alguns distritos do continente

    a rede do Crédito Agrícola representa mais de 30% da rede bancária existente.

    Evolução do número de balcões do SICAM

    584

    598

    616628 632

    647

    670680

    690

    520

    540

    560

    580

    600

    620

    640

    660

    680

    700

    2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010Ano

    Val

    ore

    s em

    milh

    ões

    de

    euro

    s

    O Grupo dispõe de um dos mais vastos parques de ATM (com 1.400 unidades, 10%

    da rede nacional, das quais 400 em localidades onde não existe qualquer outro tipo

    de serviço bancário), para além de um sistema avançado de auto-serviço bancário

    (Balcão 24, actualmente com 202 máquinas), e quase 15.700 TPA’s em pontos de

    venda. O Crédito Agrícola presta, actualmente, também o serviço de acquirer,

    detendo uma quota de mercado em cartões de 7%.

    10%5,6 %7,2 %Quota de Mercado

    1.400

    ATMs

    1.007.281 15.640Nº

    TPAsCartões

    10%5,6 %7,2 %Quota de Mercado

    1.400

    ATMs

    1.007.281 15.640Nº

    TPAsCartões

    Quotas de Mercado Dezembro 2010

  • 31

    É ainda de referir que o Crédito Agrícola colocou à disposição dos seus associados e

    clientes um serviço de internet banking, designado por CA On-Line, que oferece uma

    gama alargada de funcionalidades para consultas e transacções bancárias, quer para

    empresas quer para particulares, que tem granjeado adesão crescente, e igualmente

    instalou um canal de banca telefónica, também com grande utilização.

    Para além das 85 Caixas Agrícolas e da Caixa Central, que entre si formam o SICAM,

    o Crédito Agrícola integra um conjunto de empresas especializadas, nas áreas de

    seguros, de gestão de activos e de consultadoria, com crescente importância. Merece

    destaque, neste contexto, a relevância já adquirida pela actividade seguradora do

    Grupo, distinguindo-se as duas companhias – a CA Vida e a CA Seguros -, quer pela

    evolução dos seus indicadores económicos e financeiros quer pela crescente

    qualidade do serviço. Tal

    conduziu ao reconhecimento da

    CA Seguros como a melhor

    seguradora de ramos reais em

    Portugal no seu segmento,

    distinção que obteve, em 2010,

    pelo terceiro ano consecutivo.

    Em 2006 a CA Vida fora, por sua vez, considerada a melhor seguradora do Ramo

    Vida e tem mantido, nos últimos anos, posição de destaque no “ranking”.

    As perspectivas do Grupo para o próximo ano continuam condicionadas pela

    conjuntura de crise económica e financeira, admitindo-se no entanto que a

    recuperação paulatina a que se assiste desde há já alguns meses nas taxas euribor

    tenha continuidade e se reflicta positivamente na margem financeira das Caixas

    Associadas. Em sentido contrário, está a assistir-se a uma concorrência mais aguda

    pelos recursos, com impacto no seu custo, dada a necessidade em que os demais

    bancos se encontram de reajustarem a composição do passivo.

  • 32

    A chamada margem complementar, em que se integram, entre outros, os proveitos

    da venda cruzada, nomeadamente de seguros, as comissões do negócio de cartões,

    etc. tem vindo a dar igualmente um contributo mais expressivo para o produto

    bancário, e tal tendência deverá manter-se em 2011.

    Já no que toca ao crédito mal parado, o seu valor tenderá a aumentar, como sempre

    sucede em situações de recessão ou de fraco crescimento económico, mas como se

    viu atrás, o Crédito Agrícola dispõe de uma ampla cobertura de provisões, o que

    constitui uma salvaguarda nesta conjuntura complexa.

    Admite-se que o efeito conjugado dos vários factores em presença se traduzirá em

    2011 numa melhoria dos lucros consolidados do Crédito Agrícola comparativamente

    a 2010. A este respeito, são já conhecidos os resultados de Janeiro de 2011 que

    foram, em termos líquidos, de 10 milhões de euros no conjunto do SICAM, marcando

    um início muito positivo para o actual exercício, que é mais de realçar no actual

    contexto.

    CONTEXTO INTERNO

    Evolução do negócio

    O activo total da Caixa cresceu 1,8% relativamente ao ano anterior, alcançando 390

    milhões de euros (ver quadro de indicadores na página 5).

    Os recursos captados de clientes expressos no balanço superam os 344 milhões de

    euros, o que representa um crescimento de 1,2% comparado com o ano anterior

    (c.f. nota 26 do anexo às demonstrações financeiras).

    O crédito bruto a clientes alcançou o montante de 282 milhões de euros, ao que

    corresponde um aumento de 2,2% comparado com o ano anterior. (c.f. nota 11 do

    anexo às demonstrações financeiras).

  • 33

    O crescimento do crédito em atraso de pagamento foi de 18%, atingindo o montante

    de 11,4 milhões de euros. O rácio de crédito vencido (credito vencido/credito total)

    situou-se em 4% quando no ano anterior era de 3,5%. (ver quadro de indicadores

    na página 6).

    Capital

    O capital social da caixa ascendeu em 31 de Dezembro de 2010 a 28,8 milhões de

    euros, dos quais mais de 2/3 derivam da acumulação de resultados e são pertença

    da própria Caixa. O capital representado por títulos pertencentes aos associados são

    cerca de 9 milhões de euros. (c.f. nota 35 do anexo às demonstrações financeiras).

    As reservas, que também representam acumulação de resultados, ultrapassam os 7

    milhões de euros, dos quais 130 mil euros estão cativos para entrega a Fundação

    Caixa Agrícola Noroeste, logo que ela esteja regularmente constituída. (c.f. nota 36

    do anexo às demonstrações financeiras).

    O número de associados registou uma saída expressiva após a aprovação pela

    Assembleia-geral de 25/03/2010 da exclusão dos associados que não cumpriam a

    norma estatutária que impõe aos associados a movimentação de contas na Caixa

    Agrícola.

    No início do ano de 2009 a Caixa contava com 14.302 associados activos. Por

    deliberação da Assembleia Geral de 25 de Março de 2010 foram aprovados a

    exclusão de 4.743 sócios por não cumprirem os estatutos e regulamentos da Caixa

    do Noroeste e foram ainda aprovados, os pedidos de demissão de 142 associados.

    Considerando os movimentos correntes ao longo do ano de 2010, registamos a saída

    de 485 associados por falecimento/cessação de actividade e outras situações de

    registos por regularizar (18 exclusões e 40 pedidos de demissão e 5 regularizações)

    finalizando o ano de 2010 com 9.504 associados activos.

  • 34

    2009 2010 Dif. Registos Sistema 17.213 17.732 519 Falecidos 894 1.379 485 Pedido Exclusão 271 4.996 4.725 Pedido Demissão 1.724 1.826 102 Outros/Regularização 22 27 5 Sócios Activos 14.302 9.504

    Resultados

    Mantendo a trajectória já verificada no ano anterior, a margem financeira teve um

    decréscimo, embora de menor dimensão. Em 2010 a margem financeira foi inferior à

    do ano anterior em 2,4%.

    Ao contrário do sucedido no ano anterior, o produto bancário teve um acréscimo de

    4,6%, graças principalmente ao acréscimo das comissões liquidadas.

    Relativamente aos custos de estrutura tiveram um crescimento de 3,8%, resultante

    essencialmente de um crescimento com os custos com o pessoal da ordem de 11,3%

    e uma redução nos gastos gerais administrativos de 3,6%.

    Os custos com o pessoal tiveram um acréscimo de cerca de 5% impulsionado por

    contratações para cobertura de férias e baixas e a reforma antecipada de um

    colaborador que obrigou a Caixa a dotar o fundo de pensões de uma contribuição

    extraordinária de 230 mil euros.

    Para a cobertura de eventuais perdas na carteira de crédito a clientes e dado o

    crescimento dos créditos em atraso de pagamento, a Caixa dotou as respectivas

    provisões em 619 mil euros, de modo a que o rácio de crédito vencido liquido se

    cifrou em 1,5% calculados nos termos do Aviso 6/99 do Banco de Portugal.

  • 35

    Após a dedução do imposto sobre o rendimento do exercício, o resultado líquido

    alcançou o montante de 1.849 mil euros, mais 33,5% que no ano anterior.

    Eficiência

    O rácio de eficiência (calculado como a soma dos custos com pessoal, gastos gerais

    administrativos e amortizações a dividir pelo produto bancário) manteve-se

    inalterado em 74%.

    Este rácio que deveria ter um valor inferior nos termos das normas internas do

    SICAM, (Objectivo < que 55%) foi fortemente influenciado pelas condições adversas

    verificadas no comportamento das taxas de juro.

    Em 31 de Dezembro de 2010 a Caixa do Noroeste contava com 24 Agências e uma

    instalação onde funcionam os serviços administrativos. Uma nova Agência foi aberta

    em Arcozelo (Barcelos).

    Solvência

    No final de 2010, os fundos próprios totais atingiram o montante de 34,9 milhões de

    euros, o que significa um excedente sobre os requisitos de fundos próprios

    regulamentares de 16,5 milhões de euros.

    O rácio de solvabilidade ultrapassava os 15%, bastante acima dos 8% exigidos pelos

    regulamentos, além de que, o rácio Tier I (calculados com os fundos próprios de

    base) atingia os 14,3%, que supõe uma elevada qualidade de solvabilidade da caixa.

    Os requisitos de fundos próprios para riscos de crédito, riscos de crédito de

    contraparte e transacções incompletas situavam-se em 16,6 milhões de euros e os

    requisitos de fundos próprios para risco operacional situavam-se em 1,8 milhões de

    euros.

  • 36

    Relativamente a instalações, foram aprovados os projectos de construção da nova

    sede administrativa e das novas instalações em Paredes de Coura.

    Durante o segundo trimestre de 2011 deverão iniciar-se as construções das referidas

    instalações.

    Ainda durante o exercício findo se constituíu um grupo que se irá reunir

    regularmente e que funcionará como comité de controlo interno, com a missão de

    analisar os vários riscos que a Caixa incorre e propor soluções para a sua mitigação.

    Neste comité toma parte o auditor interno, o revisor oficial de contas, o jurista

    interno, o gestor de qualidade e controller e os coordenadores das áreas financeira e

    de risco de crédito.

    EVOLUÇÃO DAS ÁREAS DE NEGÓCIO

    Área Comercial

    A abordagem comercial em torno das necessidades financeiras dos Clientes

    continuou a motivar a realização de várias campanhas ao longo do ano de 2010.

    A capacidade de distribuição é um factor fundamental para o reforço do

    posicionamento competitivo da Caixa do Noroeste, resultando daqui a abertura de

    uma nova Agência em Arcozelo (Barcelos).

    Crédito Concedido

    Em 2010 o crédito bruto concedido a Clientes ascendeu a €282.299.210, registando

    um crescimento de 2,16% face aos valores de 2009, o que corresponde a um

    crescimento significativamente menor que o registado no ano anterior que foi de

  • 37

    13,69%. O crédito à habitação mantém a sua proporção na carteira global de

    crédito, cerca de 26,5%, atingindo um valor de €74.943.589.

    CRÉDITO CONCEDIDO

    100.000

    150.000

    200.000

    250.000

    300.000

    2008 2009 2010

    Exercício

    Un

    : m

    il eu

    ros

    No que concerne à qualidade de crédito, e tal como era esperado, o rácio de crédito

    vencido bruto aumentou relativamente ao registado em 2009, mas ainda assim foi

    inferior ao de 2008, fruto do apertado controlo levado a cabo, pelo que o rácio

    registado foi de 4,03%. Adicionalmente, o grau de cobertura do crédito vencido por

    provisões manteve-se elevado, nos 66,44%, que embora inferior ao grau de

    cobertura de 2009 que foi de 76%, é ainda assim superior aos 44% verificado em

    Dezembro de 2008.

    Captação de recursos

    Com um crescimento de apenas 0,80%, os recursos de clientes, principal fonte de

    recursos da Caixa do Noroeste, ascenderam no final de 2010 a 347 milhões de euros.

  • 38

    DEPÓSITOS TOTAIS

    100.000

    150.000

    200.000

    250.000

    300.000

    350.000

    2008 2009 2010

    Exercícios

    Un

    : m

    il e

    uro

    s

    O quadro seguinte regista o montante de recursos captados por produto. A

    componente à vista verificou uma taxa de crescimento superior à das componentes a

    prazo e de poupança, ao contrário do que havia sucedido em 2009. Assim, os

    depósitos à vista atingiram o montante de 79,5 milhões de euros, mais 3,44% que o

    valor registado no ano anterior. Os depósitos a prazo e de poupança registam um

    crescimento de apenas 0,05%, atingindo o montante de 263,7 milhões de euros.

    Este fraco crescimento em depósitos a prazo deve-se à situação de crise e

    instabilidade financeira que se tem vivido, o que leva os Clientes a levantarem as

    suas poupanças.

  • 39

    2010 2009 2008 Var.% (10/09) Var.% (09/08)Depósitos à Ordem 79.488 76.845 76.661 3,44% 0,24%Dep. à Prazo / Poup. 263.714 263.594 244.599 0,05% 7,77%Títul. de Invest.03 0 0 0 0,00% ---Títul. de Invest.04 0 0 0 0,00% 0,00%Títul. de Invest.06 2.500 2.500 2.500 0,00% 0,00%Títul. de Invest.08 1.567 1.567 1.042 --- 0,00%

    SUB-TOTAL 347.269 344.506 324.802 0,80% 6,07%Fundos de Invest. 2.632 2.824 2.871 -6,80% -1,64%Off-Shore 723 1.338 1.330 -45,96% 0,60%

    TOTAIS 350.624 348.668 329.003 0,56% 5,98%

    PRODUTOS

    Un: mil euros

    RECURSOS TOTAIS

    Os recursos fora do balanço registaram uma quebra de 19%, influenciada pelo

    comportamento dos activos sob gestão da CA Gest, condicionada pelo desempenho

    desfavorável dos mercados financeiros, mas principalmente pelo levantamento de

    depósitos em offshore, por parte dos Clientes.

    Seguros Ramo Real

    O projecto de Bancassurance resulta de um protocolo estabelecido com as

    Companhias de Seguro do Grupo Crédito Agrícola, a CA Seguros e a CA Vida, com o

    objectivo de potenciar a captação para as Seguradoras de Clientes da Caixa do

    Noroeste.

    No que concerne à CA Seguros, verifica-se que a taxa de penetração efectiva se cifra

    em 17,6%, ou seja, por cada 100 Clientes da Caixa cerca de 18 têm seguros ramos

    real.

    A evolução dos prémios comerciais de seguros reais é a que se verifica no quadro

    seguinte:

  • 40

    DELEGAÇÕES 2010 2009 2008 Var.% (10/09) Var.% (09/08)Viana do Castelo 67.049 66.546 79.419 0,76% -16,21%Arcos de Valdevez 49.224 49.481 40.046 -0,52% 23,56%Caminha 24.668 31.534 34.612 -21,77% -8,89%Melgaço 54.402 55.015 48.252 -1,11% 14,02%Monção 52.129 48.454 51.059 7,59% -5,10%Paredes de Coura 161.585 170.237 158.828 -5,08% 7,18%Ponte da Barca 66.529 60.845 46.877 9,34% 29,80%Ponte de Lima 76.648 75.280 74.800 1,82% 0,64%Valença 60.563 55.279 49.475 9,56% 11,73%Vila Nova de Cerveira 201.551 233.204 249.740 -13,57% -6,62%São Julião de Freixo 61.249 65.390 65.680 -6,33% -0,44%Sede Administrativa 44.942 44.921 40.709 0,05% 10,35%São Martinho da Gandra 3.378 3.591 3.145 -5,94% 14,17%Barroselas 63.739 52.056 45.892 22,44% 13,43%Castelo de Neiva 53.846 41.413 36.072 30,02% 14,81%Abelheira 38.607 29.153 20.573 32,43% 41,71%Darque 38.951 19.947 2.244 95,28% 788,94%Âncora 11.417 3.780 0 202,08% -----Barcelos 508.115 554.465 609.601 -8,36% -9,04%Macieira de Rates 88.122 85.424 95.801 3,16% -10,83%Vila Sêca 91.249 82.589 80.119 10,49% 3,08%Carapeços 65.287 49.166 35.759 32,79% 37,49%Silveiros 25.399 9.279 1.456 173,72% 537,33%Arcozelo 7.182 0 0 ----- -----

    TOTAIS 1.915.832 1.887.047 1.870.160 1,53% 0,90%

    Un: eurosPRÉMIOS / REAIS

    Os prémios correspondentes a seguro automóvel representam ainda a maior

    proporção na carteira de seguros, apesar de ter uma taxa de crescimento negativa

    (-2,4%) face ao ano anterior, resultado do esforço já desenvolvido em anos

    anteriores de captação de seguros com menor índice de sinistralidade e das politicas

    comerciais da CA Seguros, visando a não aceitação de apólices de maior risco. O

    maior crescimento absoluto verificou-se ao nível de Comércio e Serviços e CA

    Clinicard, tendo este começado a ser comercializado em 2010, com um total de

    prémios de € 34.603,60.

    O CA CliniCard é um serviço de saúde privado que dá acesso a uma rede médica de

    alta qualidade, para quem não tem possibilidades de adquirir um seguro de saúde,

    este novo produto possibilita o acesso a uma rede médica nacional com custos muito

    reduzidos.

  • 41

    Un: euros

    PRODUTOS 2010 2009 Var.% (10/09) Var. AbsAcidentes Trabalho 379.559 389.132 -2,5% -9.572,80Acidentes Pessoais 152.152 165.165 -7,9% -13.013,19Automóvel 785.170 804.513 -2,4% -19.343,01Máquinas Agrícolas 75.681 75.571 0,1% 109,91Habitação 209.699 198.239 5,8% 11.460,93Comércio e Serviços 101.602 82.266 23,5% 19.335,33Riscos Industriais 29.505 37.619 -21,6% -8.114,73Construções 20.988 21.794 -3,7% -806,77Resp. Civil 33.706 26.056 29,4% 7.650,82Outros 93.168 86.693 7,5% 6.475,07CCARD 34.604 0 ----- 34.603,60

    TOTAIS 1.915.832 1.887.047 1,5% 28.785,16

    PRÉMIOS / REAIS

    Em 2010 os custos totais com sinistros de clientes da CCAM do Noroeste foram 1,206

    mil euros. Estes custos tão elevados fazem com que o nosso rácio total de

    sinistros/prémios emitidos seja de 62,9%.

    Seguros Ramo Vida

    Tal com em 2009, em 2010 não foram atingidos os objectivos acordados com a CA

    Vida para comercialização de seguros de vida. O índice de concretização foi de

    50,31%, apesar da dinâmica das delegações comerciais na colocação destes

    produtos e das campanhas desenvolvidas pela própria CA Vida e pela Caixa do

    Noroeste.

    PRODUTOS 2010 2009 2008 Var.% (10/09) Var.% (09/08)Plano Poupança Investimento 1.387.512 1.199.580 1.431.824 15,67% -16,22%Plano Poupança Reforma 924.711 864.710 754.964 6,94% 14,54%Plano Poupança Educação 56.052 87.416 87.306 -35,88% 0,13%Protecção Crédito Habitação/Pessoal 697.031 622.330 541.554 12,00% 14,92%Protecção Família 106.950 108.943 117.009 -1,83% -6,89%

    TOTAIS 3.172.256 2.882.978 2.932.658 10,03% -1,69%

    Un: eurosPRÉMIOS / VIDA

  • 42

    Com um total de 1.111 apólices de seguros do ramo vida, mais 12 que em 2009, em

    termos de prémios cobrados houve um aumento de 10,03% contra um decréscimo

    de 1,69% verificado em 2009.

    Este crescimento em prémios cobrados deveu-se à comercialização do produto CA

    Protecção Livre, que é um seguro com prémios pagos à cabeça, o que permitiu a

    concretização dos objectivos da Caixa do Noroeste, em produtos de risco.

    Unidades

    PRODUTOS 2010 2009 2008 Var.% (10/09) Var.% (09/08)Plano Poup. Invest. 233 253 241 -7,91% 4,98%Plano Poup. Reforma 203 329 150 -38,30% 119,33%Plano Poup. Educaç. 0 3 11 -100,00% -72,73%Protec. Cred. Habit. 111 134 176 -17,16% -23,86%Protec. Cred. Pess. 488 300 277 62,67% 8,30%Protecção Família 76 80 63 -5,00% 26,98%

    TOTAIS 1.111 1.099 918 1,09% 19,72%

    Nº DE APÓLICES / VIDA

    O produto com maior taxa de crescimento face a 2009 foi o PCP – Protecção Crédito

    Pessoal (62,67%) devido a campanhas realizadas em 2010 para aumento do crédito.

    A diminuição em produtos de capitalização, face a 2009, deveu-se à conjuntura

    actual, que faz com que os Clientes não tenham dinheiro para investir. Relativamente

    ao PPE – Protecção Poupança Educação, esta diminuição deveu-se ao facto deste

    produto ter deixado de ser comercializado.

    Área de Suporte Técnico e Operaçional Após a realização da escritura de fusão entre a Caixa do Alto Minho (cooperativa

    incorporante) e a Caixa de Barcelos (cooperativa incorporada), o ano de 2009 e 2010

    ficaram marcados pela esforço na reorganização e consolidação da actual Caixa de

    Crédito Agrícola Mútuo do Noroeste, CRL.

    Em Junho de 2009, os Serviços Administrativos então sedeados em Ponte de Lima

    foram deslocalizados para instalações provisórias na Estrada da Papanata em Viana

  • 43

    do Castelo, enquanto se desenrola a construção do novo edifício, localizada na

    “Praça da Abelheira” (Praça Dr. Ribeiro da Silva), em Viana do Castelo para

    finalmente aí se estabelecer a Sede Administrativa da Caixa do Noroeste.

    Apesar de todas as dificuldades sentidas, próprias de uma nova dimensão da Caixa

    do Noroeste e de um processo de reorganização dos Serviços, com a aplicação do

    novo modelo organizacional e incorporação de novas funções, verificamos e

    registamos, com satisfação, que se mantém o empenho de todos neste enorme

    projecto, que contribuiu largamente para o sucesso e para o desenvolvimento da

    Caixa.

    Consideramos que, para o ano a que nos reportamos, foram alcançados os

    objectivos inicialmente propostos pela Área de Suporte Técnico:

    - Organização da Secção de Contabilidade e Reporting – processamento,

    contabilização e reporte periódico da informação financeira. Contínua formação e

    adaptação às novas exigências legais, operacionais e de mercado em conformidade

    com os desafios de Basileia II e III;

    - Acompanhamento da situação do património da Caixa, dando maior ênfase à

    gestão e venda dos imóveis resultantes de recuperação de crédito;

    - Interlocução com a CA Informática e CA Serviços nos projectos de modernização e

    reformulação de agências;

    - Obras de manutenção e conservação nas diversas instalações da Caixa. Procedeu-

    se ainda à uniformização e melhoria, na imagem de cada uma;

    - Construção e abertura da nova Agência de Arcozelo, inicialmente prevista para a

    freguesia da Várzea, ambas no concelho de Barcelos;

    - Desenvolvimento do Projecto de Construção da nova Sede Administrativa em Viana

    do Castelo;

    - Adjudicação do projecto de Arquitectura, de novas Instalações para a agência de

    Paredes de Coura;

    - Desenvolvimento do projecto de Arquitectura, para renovação das instalações da

    agência de Vila Nova de Cerveira;

  • 44

    - Conclusão das obras de renovação das antigas instalações da Sede Administrativa

    em Ponte de Lima, passando a denominar-se agência de Ponte de Lima - Arca;

    - Instalação de novos equipamentos ATM’s em vários locais estratégicos

    nomeadamente, no Distrito de Viana do Castelo, na freguesia de Roussas do

    concelho de Melgaço, na freguesia de Lanhelas do concelho de Caminha e,

    atendendo a solicitação de clientes, no Distrito de Viseu, na freguesia do Mezio do

    concelho de Castro Daire e no Distrito de Vila Real, na freguesia de Santa Marta da

    Montanha do concelho de Vila Pouca de Aguiar;

    - Implantação em todos os balcões do Projecto TREVO+

    - O processamento da informação relativa a crédito, das várias modalidades e ainda

    dos seguros dos ramos não-vida, em estreita ligação com a CA Seguros e a Caixa

    Central nos casos específicos;

    Adicionalmente ainda foram desenvolvidos outras iniciativas, nomeadamente:

    - Adopção de medidas para o cumprimento das normas do Banco de Portugal e da

    legislação portuguesa e decorrentes da celebração do contrato com o Banco de

    Portugal no âmbito da Recirculação de Notas de Euro;

    - Contrato de Prestação de Serviços – Desenvolvimento no âmbito de Workflow de

    concessão de crédito;

    - Gestão Frota de Viaturas;

    - Gestão de Facturas;

    - Levantamento da situação dos contratos de assistência e manutenção dos

    equipamentos da Caixa (sistemas de segurança, ar condicionado, comunicações,

    equipamentos, etc);

    - Levantamento dos Seguros da Caixa e adequação aos riscos associados.

  • 45

    ● RELATÓRIO E CONTAS DE 2010

    PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS

  • 46

    PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS

    De acordo com os Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Noroeste e com o

    Código Cooperativo, pelo menos 20% dos resultados líquidos deverão ser afectos

    obrigatoriamente à reserva legal, no máximo 5% para reserva para educação e

    formação cooperativas e para mutualismo e no máximo 10% para reserva destinada

    à Fundação Caixa Agrícola do Noroeste.

    Consequentemente, o Conselho de Administração Executivo propõe a seguinte

    aplicação dos resultados líquidos do exercício no montante de € 1.848.692,00:

    a) Para reserva legal - 946.090,00 b) Para reserva para remuneração a atribuir ao capital social

    previsto no código cooperativo - 554.000,00

    c) Para reserva para educação e formação cooperativas - 90.000,00

    d) Para reserva para mutualismo - 1.999.98

    e) Para Reserva para a Fundação Caixa Agrícola do Noroeste - 150.000,00

    f) RRemuneração variável do C.A.E. aprovada na Assembleia Geral de 18 de Dezembro de 2010.

    - 40.000.00

    g) Resultados transitados - 66.602.00

    1.848.691.98

  • 47

    ● RELATÓRIO E CONTAS DE 2010

    PROPOSTA DE REMUNERAÇÃO DE CAPITAL

  • 48

    PROPOSTA DE REMUNERAÇÃO DE CAPITAL

    Mantendo a política de remuneração do capital social seguida nos últimos anos pelas

    Caixas do Alto Minho e de Barcelos e como forma de estimular a participação dos

    associados nos destinos da Caixa Agrícola do Noroeste, o Conselho de Administração

    Executivo propõe que:

    a) O capital social realizado até ao dia 31/12/2009 tenha uma remuneração

    bruta de 4,5% (em termos de juro) durante o ano 2010;

    b) O capital realizado durante o exercício de 2010 tenha uma remuneração

    bruta de 4,5% (em termos de juro) durante o ano de 2010, mas proporcional

    ao prazo que decorre entre a data de realização e 31/12/2010;

    NOTA FINAL

    O Conselho de Administração Executivo deseja expressar o seu reconhecimento às

    pessoas e entidades que de alguma forma foram importantes para se alcançarem os

    resultados apresentados, destacando-se muito em especial:

    • Os associados e clientes pela confiança que continuaram a manifestar no

    seu relacionamento com a Caixa;

    • Às entidades de supervisão, à Caixa Central, à Fenacam e aos Órgãos de

    fiscalização (Conselho Geral e de Supervisão e Revisor de Contas) pela

    atenção que dispensaram a esta Caixa;

    • A empresas do grupo Crédito Agrícola, pelo apoio que prestaram à Caixa;

  • 49

    • A todos os colaboradores da Caixa, pelo empenho, esforço e competência

    que sempre demonstraram ao longo do ano, no exercício das suas

    funções;

    Viana do Castelo, 21 de Fevereiro de 2011

    O Conselho de Administração Executivo

    José Gonçalves Correia da Silva

    -

    Presidente do Conselho de Administração Executivo

    José Carlos Manuel Lay Alves

    -

    Administrador Executivo

    Júlio Orlando da Costa Soares

    -

    Administrador Executivo

    Sónia Isabel Correia Ferreira

    -

    Administrador Executivo

    José Júlio Faria da Costa

    -

    Administrador Executivo

  • 50

    ● RELATÓRIO E CONTAS DE 2010

    BALANÇO E CONTAS

  • 51

    CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DO NOROESTE, C.R.L.

    BALANÇOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009

    31-12-2009Provisões,

    Activo imparidade e Activo ActivoACTIVO Notas bruto amortizações líquido líquido PASSIVO E CAPITAL Notas 31-12-2010 31-12-2009

    Caixa e disponibilidades em bancos centrais 5 2.508.040 - 2.508.040 2.796.682 Recursos de bancos centrais 22 - -Disponibilidades em outras instituições de crédito 6 5.667.913 - 5.667.913 7.876.789 Passivos financeiros detidos para negociação 23 - 4.469Activos financeiros detidos para negociação 7 - - - 4.469 Outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados 24 - -Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados 8 - - - - Recursos de outras instituições de crédito 25 480 -Activos financeiros disponíveis para venda 9 3.179.148 2.494 3.176.654 3.252.804 Recursos de clientes e outros empréstimos 26 344.523.207 340.439.155Aplicações em instituições de crédito 10 64.176.580 - 64.176.580 77.090.168 Responsabilidades representadas por títulos 27 - -Crédito a clientes 11 282.299.210 7.552.077 274.747.132 269.410.785 Passivos financeiros associados a activos transferidos 28 - -Investimentos detidos até à maturidade 12 17.714.689 - 17.714.689 - Derivados de cobertura 14 - -Activos com acordo de recompra 13 - - - - Passivos não correntes detidos para venda 29 - -Derivados de cobertura 14 - - - - Provisões 30 2.489.370 2.433.158Activos não correntes detidos para venda 15 5.200.158 614.877 4.585.281 5.639.384 Passivos por impostos correntes 20 - -Propriedades de investimento 16 - - - - Passivos por impostos diferidos 20 20.001 9.766Outros activos tangíveis 17 10.712.817 3.743.254 6.969.563 6.903.584 Instrumentos representativos de capital 31 - -Activos intangíveis 18 84.369 83.359 1.010 1.815 Outros passivos subordinados 32 4.105.672 4.096.209Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos 19 5.307.353 7.385 5.299.967 5.299.967 Outros passivos 33 3.058.472 2.495.004Activos por impostos correntes 20 63.347 - 63.347 368.691 Total do Passivo 354.197.201 349.477.760Activos por impostos diferidos 20 2.045.042 - 2.045.042 1.739.804Outros activos 21 3.375.443 1.953 3.373.490 3.087.424 Capital 35 28.862.600 28.228.370

    Prémios de emissão 35 - -Outros instrumentos de capital 36 - -Reservas de reavaliação 36 117.887 120.605Outras reservas e resultados transitados 36 5.302.328 4.261.257Lucro do exercício 36 1.848.692 1.384.374Dividendos antecipados - - Total do Capital 36.131.506 33.994.607

    Total do Activo 402.334.107 12.005.399 390.328.708 383.472.367 Total do Passivo e do Capital 390.328.708 383.472.367

    O RESPONSÁVEL PELA CONTABILIDADE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO EXECUTIVO

    Daniela Moura José Gonçalves Correia da SilvaJosé Carlos Manuel Lay AlvesJúlio Orlando Soares da CostaSónia Isabel Correia Ferreira

    José Júlio Faria da Costa

    (Montantes expressos em Euros)

    31-12-2010

    O anexo faz parte integrante destes balanços.

  • 52

    Juros e rendimentos similares 37 12.456.767 14.708.811Juros e encargos similares 38 4.475.568 6.528.120

    Margem financeira 7.981.199 8.180.691

    Rendimentos de instrumentos de capital 39 11.000 -Rendimentos de serviços e comissões 40 3.745.941 2.942.793Encargos com serviços e comissões 41 457.695 361.910Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados 42 - -Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 43 - -Resultados de reavaliação cambial 44 21.349 5.078Resultados de alienação de outros activos 45 69.760 83.066Outros resultados de exploração 46 191.581 210.088

    Produto bancário 11.563.135 11.059.807

    Custos com pessoal 47 4.219.862 3.790.788Gastos gerais administrativos 48 3.790.720 3.930.531Amortizações do exercício 17 e 18 582.931 487.293Provisões líquidas de reposições e anulações 30 56.212 326.187Correcções de valor associadas ao crédito a clientes e valores a receber - -

    de outros devedores (líquidas de reposições e anulações) 30 640.422 424.062Imparidade de outros activos financeiros líquida de reversões e recuperações 30 - -Imparidade de outros activos líquida de reversões e recuperações 30 137.306 353.394

    Resultado antes de impostos 2.135.682 1.747.553

    Impostoscorrentes 20 581.993 454.922diferidos 20 (295.003) (91.743)

    Resultado líquido do exercício 1.848.692 1.384.374

    O RESPONSÁVEL PELA CONTABILIDADE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO EXECUTIVO

    Daniela Moura José Gonçalves Correia da SilvaJosé Carlos Manuel Lay AlvesJúlio Orlando Soares da CostaSónia Isabel Correia Ferreira

    José Júlio Faria da Costa

    O Anexo faz parte integrante destas demonstrações.

    CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DO NOROESTE, C.R.L.

    DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS

    PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009

    (Montantes expressos em Euros)

    RUBRICA Notas 31-12-2010 31-12-2009

  • 53

    31-12-2010 31-12-2009

    FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES OPERACIONAIS:Recebimento de juros e comissões 16.202.709 17.651.604Pagamento de juros e comissões (4.933.263) (6.890.030)Pagamentos ao pessoal e fornecedores (7.698.588) (7.580.251)Contribuições para o fundo de pensões (311.994) (141.068)(Pagamento) / recebimento de imposto sobre o rendimento (286.990) (363.179)Outros recebimentos / (pagamentos) relativos à actividade operacional 212.930 215.166

    Resultados operacionais antes das alterações nos activos e passivos operacionais 3.184.803 2.892.243

    (Aumentos) / diminuições de activos operacionais:Activos financeiros detidos para negociação e outros activos ao JV (4.469) (1.458)Activos disponíveis para venda (76.150) (757.813)Aplicações em instituições de crédito (12.913.588) (15.779.515)Crédito a clientes 5.976.770 33.131.972Investimentos detidos até à maturidade 17.714.689 -Activos não correntes detidos para venda (986.557) 1.713.354Outros activos 285.959 333.711

    9.996.654 18.640.251Aumentos (diminuições) de passivos operacionais:

    Passivos financeiros detidos para negociação e derivados de cobertura (4.469) (1.458)Recursos de outras instituições de crédito 480 -Recursos de clientes e outros empréstimos 4.084.052 19.177.955Outros passivos 573.703 (322.934)

    4.653.767 18.853.563

    Caixa líquida das actividades operacionais antes dos impostos sobre o rendimentoImpostos pagos

    Caixa líquida das actividades operacionais (2.158.085) 3.105.555

    FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO:Variação de activos tangíveis e intangíveis 648.105 526.513Recebimento de dividendos (11.000) -Variação de partes de capital em empresas filiais e associadas - -

    Caixa líquida das actividades de investimento 637.105 526.513

    FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO:Aumento de capital 634.230 14.053.075Variação de passivos subordinados 9.463 526.040Variação de reservas (346.022) (13.009.706)

    Caixa líquida das actividades de financiamento 297.670 1.569.408

    Aumento (Diminuição) líquida de caixa e seus equivalentes (2.497.518) 4.148.450

    Caixa e seus equivalentes no início do exercício 10.673.471 6.525.021Caixa e seus equivalentes no fim do exercício 8.175.953 10.673.471

    O RESPONSÁVEL PELA CONTABILIDADE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO EXECUTIVO

    Daniela Moura José Gonçalves Correia da SilvaJosé Carlos Manuel Lay AlvesJúlio Orlando Soares da CostaSónia Isabel Correia Ferreira

    José Júlio Faria da Costa

    O Anexo faz parte integrante destas demonstrações.

    CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DO NOROESTE, C.R.L.

    DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA

    PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009

    (Montantes expressos em Euros)

  • 54

    CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DO NOROESTE, C.R.L.

    DEMONSTRAÇÕES DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO

    PARA OS EXERCíCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009

    (Montantes expressos em Euros)

    Reservas de Outras Resultados Resultado doCapital reavaliação reservas transitados Total exercício Total

    Saldos em 31 de Dezembro de 2008 14.175.295 123.324 12.761.668 47.152 12.808.820 4.459.426 31.566.865

    Amortização anual do impacto de transição das pensões (Nota ...) - - - (66.602) (66.602) - (66.602)Aplicação do resultado do exercício de 2008:

    Transferência para resultados transitados - - - 971.282 971.282 (971.282) -Reserva legal - - (8.527.000) - (8.527.000) (2.473.000) (11.000.000)Distribuição de dividendos - - (25.999) - (25.999) (360.000) (385.999)Reserva para educação e formação cooperativas - - 66.896 - 66.896 (250.000) (183.104)Reserva Fundação - - - - - (400.000) (400.000)Reserva para mutualismo - - 5.144 - 5.144 (5.144) -

    Aumento de capital 14.189.515 - - - - - 14.189.515Reembolso de capital (136.440) - - - - - (136.440)Reservas de Reavaliação (2.718) - (971.282) (971.282) - (974.001)Alterações de justo valor líquidas de imposto - - - - - - -Resultado liquido do exercício de 2009 - - - - - 1.384.374 1.384.374

    Saldos em 31 de Dezembro de 2009 28.228.370 120.605 4.280.708 (19.450) 4.261.257 1.384.374 33.994.607

    Amortização anual do impacto de transição das pensões (Nota ...) - - - (66.602) (66.602) - (66.602)Aplicação do resultado do exercício de 2009:

    Transferência para resultados transitados - - - 22.168 22.168 (22.168) -Reserva legal - - 748.000 - 748.000 (748.000) -Distribuição de dividendos - - 179.967 - 179.967 (415.000) (235.033)Reserva para educação e formação cooperativas - - 24.613 - 24.613 (69.000) (44.387)Reserva Fundação - - 130.000 - 130.000 (130.000) -Reserva para mutualismo - - 207 - 207 (207) -

    Aumento de capital 760.215 - - - - - 760.215Reembolso de capital (125.985) - - - - - (125.985)Reservas de Reavaliação (2.718) 2.718 2.718 - -Alterações de justo valor líquidas de imposto - - - - - - -Resultado liquido do exercício de 2010 - - - - - 1.848.692 1.848.692

    Saldos em 31 de Dezembro de 2010 28.862.600 117.887 5.363.494 (61.165) 5.302.328 1.848.692 36.131.506

    O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO EXECUTIVO

    Daniela Moura José Gonçalves Correia da SilvaJosé Carlos Manuel Lay AlvesJúlio Orlando Soares da CostaSónia Isabel Correia Ferreira

    José Júlio Faria da Costa

    O Anexo faz parte integrante destas demonstrações.

    Outras Reservas e resultados transitados

    O RESPONSÁVEL PELA CONTABILIDADE

  • 55

    DEMONSTRAÇÕES DO RENDIMENTO INTEGRAL PARA

    OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009

    (Montantes expressos em Euros)

    2010 2009

    Resultado individual 1.848.692 1.384.374Reservas de reavaliação de activos financeiros disponíveis para venda:

    Reavaliação de activos financeiros disponíveis para venda - -Impacto fiscal - -Transferência para resultados por alienação - -Impacto fiscal - -

    Pensões - regime transitório (66.602) (66.602)Outros movimentos - -Total Outro rendimento integral do exercício (66.602) (66.602)Rendimento integral individual 1.782.090 1.317.772

    O RESPONSÁVEL PELA CONTABILIDADE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO EXECUTIVO

    Daniela Moura José Gonçalves Correia da SilvaJosé Carlos Manuel Lay AlvesJúlio Orlando Soares da CostaSónia Isabel Correia Ferreira

    José Júlio Faria da Costa

    O Anexo faz parte integrante destas demonstrações.

    CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DO NOROESTE, C.R.L.

  • 56

    NOROESTE

    DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E ANEXO

  • 57

    1. NOTA INTRODUTÓRIA A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Noroeste, C.R.L. (adiante designada por CAIXA ou CCAM do Noroeste) é uma instituição de crédito constituída em 10 de Dezembro de 1994 sob a forma de cooperativa de responsabilidade limitada. Constitui objecto da CAIXA a concessão de crédito e a prática dos demais actos inerentes à actividade bancária, nos termos previstos na legislação aplicável. A CAIXA forma parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM) o qual é formado pela Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L. (Caixa Central) e pelas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo suas associadas. Compete à Caixa Central assegurar a orientação, fiscalização e representação das entidades que fazem parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo. A CAIXA opera através de uma rede de 24 balcões situados nos concelhos de Arcos de Valdevez, Barcelos, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira, registando-se no 1º semestre do ano, a abertura de mais uma agência – Arcozelo, no concelho de Barcelos. Dos factos mais salientes ocorridos no exercício de 2010, é de destacar a alteração dos seus Estatutos, consequência da publicação, em 2009, do novo Regime Jurídico do Crédito Agrícola Mútuo, o qual alarga o âmbito das operações activas da Caixa Central, que passa a abranger todas as actividades permitidas aos bancos, ao mesmo tempo que reforça as suas competências e responsabilidades no acompanhamento e na coordenação das Caixas Associadas (Decreto-Lei n.º 142/2009, de 16 de Junho). 2. BASES DE APRESENTAÇÃO, COMPARABILIDADE DA INFORMAÇÃO E

    PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS 2.1. Bases de apresentação das contas

    As demonstrações financeiras da CAIXA foram preparadas no pressuposto

    da continuidade das operações, com base nos livros e registos contabilísticos mantidos de acordo com os princípios consagrados nas Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), nos termos do Aviso n.º 1/2005, de 21 de Fevereiro e das Instruções n.º 23/2004 e n.º 9/2005, do Banco de Portugal.

    As NCA correspondem genericamente às Normas Internacionais de Relato Financeiro (IAS/IFRS), conforme adoptadas pela União Europeia, de acordo com o Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho, transposto para o ordenamento nacional pelo

  • 58

    Decreto-Lei n.º 35/2005, de 17 de Fevereiro e pelo Aviso n.º 1/2005, de 21 de Fevereiro, do Banco de Portugal, excepto no que se refere a: i) Valorimetria do crédito a clientes e valores a receber de outros

    devedores (Crédito e contas a receber) – os créditos são registados pelo valor nominal, não podendo ser reclassificados para outras categorias e, como tal, registados pelo justo valor;

    ii) Sempre que aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à contratação das operações subjacentes aos activos classificados como crédito e contas a receber são, igualmente, periodificados ao longo do período de vigência dos créditos, de acordo com o método referido na alínea anterior;

    iii) Provisionamento do crédito e contas a receber: mantém-se o anterior

    regime, sendo definidos níveis mínimos de provisionamento de acordo com o disposto no Aviso do Banco de Portugal n.º 3/95, com as alterações introduzidas pelo Aviso do Banco de Portugal n.º 8/03, de 30 de Junho e pelo Aviso do Banco de Portugal n.º 3/2005, de 21 de Fevereiro. Este regime abrange ainda as responsabilidades representadas por aceites, garantias e outros instrumentos de natureza análoga;

    iv) Os activos tangíveis são obrigatoriamente mantidos ao custo de

    aquisição, não sendo deste modo adoptado o seu registo pelo justo valor, conforme permitido pelo IAS 16 – Activos fixos tangíveis. Como excepção, é permitido o registo de reavaliações extraordinárias, legalmente autorizadas, caso em que as mais - valias resultantes são registadas em “Reservas de reavaliação”.

    v) Benefícios aos empregados: reconhecimento através do

    estabelecimento de um período para diferimento do impacto contabilístico decorrente da transição para os critérios do IAS 19.

    De acordo com os Avisos do Banco de Portugal n.º 4/2005 de 21 de Fevereiro e n.º 12/2005 de 30 de Dezembro, para o reconhecimento em resultados transitados do impacto apurado com referência reportada a 31 de Dezembro de 2004, decorrente da transição para os IAS/IFRS foi ad