relatÓrio semanal reservado n° 13/15 semana: … · se de uma possibilidade que circulava em ......
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RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO
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N° 13/15
SEMANA: 27/04/15 a 01/05/15
ASSUNTOS:
COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA
PLANO NACIONAL DE BANDA LARGA
MINISTRO PROPÕE REVISÃO DOS CONTRATOS DE CONCESSÃO
NOVOS CABOS SUBMARINOS
COMPARTILHAMENTO DE POSTES – RESOLUÇÃO CONJUNTA ANATEL ANEEL
POSSÍVEIS DESDOBRAMENTOS PARA A Oi COM A VENDA DA PT
OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA
LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015
IMPLANTAÇÃO DA FAIXA DE 700 MHz E DIGITALIZAÇÃO DA TV
COMPRA DA GVT APROVADA COM CONDICIONANTES
AMÉRICA MÓVIL REDUZ INVESTIMENTOS NO BRASIL
UM PROCESSO COMPLICADO – UMA MULTA EXPRESSIVA À Oi
UMA NOTÍCIA AUSPICIOSA – INDÚSTRIA BRASILEIRA SE ACERTA
EMPRESAS DE TORRES PREOCUPADAS… NOS EUA! E NO BRASIL?
PROCESSO COMCAST-TWC – AINDA ASSIM NÃO ACONTECEU...
TV PERDE RELEVÂNCIA COMO DISPOSITIVO DE VÍDEO
MUNDO NOVO: OS GYROCOPTERS, OS VANTs, OS DRONES E OS REGULADORES
01. COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA
Conselheiro Bechara Deverá Sair Antes do Final de seu Mandato
CA da Telebras elege Jorge Bittar
Indicação de nomes para o CADE
Anatel Prorroga Prazo de Transferência de Controle no Processo Sky – AT&T
AT&T conclui compra da Nextel México
Conclusão de Processo de Venda de Torres
Justiça de S. Paulo decide o desligamento do Uber
CVM aplica sanções a ex-Presidente da Telebras
Na sequência são feitas rápidas considerações sobre temas considerados importantes para o Setor
de telecomunicações.
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Conselheiro Bechara Deverá Sair Antes do Final de seu Mandato
O Telesíntese anunciou a confirmação pública do Conselheiro Marcelo Bechara de que deverá
renunciar ao Mandato antes de seu término, mais especificamente, em agosto próximo. Tratava-
se de uma possibilidade que circulava em círculos fechados agora confirmada publicamente.
Ele deseja aproveitar o período de quarentena para desenvolver estudos nos Estados Unidos,
especificamente em Washington, onde terá oportunidade de mergulhar no intenso ambiente
regulatório que se desenvolve naquele País, principalmente, devido à recente aprovação, por parte
da FCC, das regras da “Open Internet”.
Bechara, apesar de jovem, tem uma intensa e brilhante carreira pública que desenvolveu na
Consultoria Jurídica do Ministério das Comunicações e, posteriormente, no Conselho Diretor da
Anatel. Também é Membro do Comitê Gestor da Internet.
CA da Telebras elege Jorge Bittar
O Conselho de Administração da Telebras, em sua reunião de 29/04/15, elegeu Jorge Bittar como
Presidente da Companhia e Diretor de Relações com Investidores, até à AGO de 2018.
Na mesma reunião, foi eleito como Presidente do CA o Conselheiro Maximiliano Martinhão, até à
AGO de 2016. Foram, ainda, confirmados interinamente na Diretoria da Companhia: Arthur
Achilles Dayrell, como Diretor Comercial; Marcio Antonio Rodrigues, como Diretor Administrativo-
Financeiro; e Paulo Henrique Kapp, como Diretor Técnico-Operacional.
Indicação de nomes para o CADE
A Presidente Dilma Rousseff encaminhou ao Senado Federal, no dia 30/04/15, os nomes de cinco
indicados para o CADE, sendo quatro como Conselheiros e o outro com Superintendente. As
pessoas indicadas deverão ser sabatinadas e ter seus nomes aprovados pelo Plenário do Senado.
Com mandato de quatro anos estão sendo indicados para o Conselho Diretor: João Paulo Resende,
Paulo Burnier da Silveira, Alexandre Cordeiro Macedo e Cristiane Alkmim Junqueira Schmidt. Como
Superintendente-geral está sendo indicado Eduardo Frade Rodrigues, com mandato de dois anos.
Estão deixando suas posições como Conselheiros: Alessandro Luís, Ricardo Ruiz, Eduardo Ribeiro e
Ana Frazão. Como Superintendente-geral será substituído no cargo Emmanuel Joppert Ragazzo.
Como se pode verificar, trata-se de uma alteração substancial na estrutura de decisão do CADE.
Anatel Prorroga Prazo de Transferência de Controle no Processo Sky – AT&T
A pedido da AT&T a Anatel concedeu prorrogação de prazo para a implementação da Anuência
Prévia concedida, sem condicionamentos, em setembro do ano passado, para a transferência de
controle da Sky uma vez que a DirectTV (que controla a Sky) foi adquirida, nos EUA, pela AT&T.
Cabe lembrar que a operação também tinha sido aprovada pelo CADE.
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Ocorre que a operação não foi, ainda, aprovada pelas autoridades norte-americanas. A expectativa
é que isto possa ocorrer durante o mês de maio corrente.
Desta forma, não seria possível a efetivação no Brasil o que justifica o pedido de prorrogação.
AT&T conclui compra da Nextel México
Foi concluída a operação de compra da Nextel México pela AT&T pela quantia de US$ 1,875 bilhão.
A Nii Holdings, antiga proprietária da Operadora está em processo de recuperação judicial nos US
(Chapter 11).
A notícia tem significado particular para o Brasil por duas razões singulares: (i) a possibilidade de
parte do lucro da operação ser utilizada na operação da Nextel Brasil onde a posição de liquidez da
Empresa seria reforçada; (ii) o fato de a AT&T ao consolidar sua posição no mercado mexicano
(considerando, também, a aquisição da Iusacell) ser entendido como um avanço nos planos de
estender sua atuação em outros países da América Latina, inclusive o Brasil.
Como tem sido largamente comentado no RELATÓRIO SEMANAL a AT&T está no aguardo da
aprovação pelas autoridades americanas do processo de aquisição da DirectTV e sua controlada
Sky, ambas com atuação no Brasil. Aqui, a operação já foi aprovada pela Anatel e teve aceito
pedido de prorrogação da aprovação, por seis meses, para a efetivação da operação (vide Nota
neste COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA).
Conclusão de Processo de Venda de Torres
A TIM publicou FATO RELEVANTE que pode ser acessado pelo link timtorres no qual informa sobre a “Conclusão do Primeiro lote de Venda de Torres” “(Realocando ativos para apoiar investimentos). Trata-se de uma etapa de Contrato celebrado em 21/11/2014 no qual foi previsto que a TIM Celular venderia para a American Tower até 6.481 torres de telecomunicações pelo valor aproximado de R$ 3 bilhões, seguindo-se a locação de tais torres pela TIM Celular.
Neste “Primeiro lote” estão incluídas 4.176 torres com um valor aproximado de R$ 1,9 bilhão. O Comunicado informa que deverá estar concluída nos próximos meses a venda das restantes 2.305 torres remanescentes.
Justiça de S. Paulo decide o desligamento do Uber
O Aplicativo Uber, por meio do qual, os usuários do Serviço Celular podem demandar serviço de
táxi, foi suspenso por determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo. A decisão tem força de
aplicação em todo o País e envolve uma multa diária de R$ 100.000,00 caso o serviço não seja
paralisado (limitada a R$ 5 milhões).
A decisão determina, ainda, que as Empresas que oferecem o Aplicativo em suas Lojas Virtuais
(Google, Apple, Samsung e Microsoft) deixem de fazê-lo e que cancelem, remotamente, os
programas instalados nos Smartphones de usuários que os “baixaram” anteriormente.
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Sem entrar no mérito da questão o RELATÓRIO SEMANAL registra o fato por envolver – ao que se
conhece – uma das primeiras decisões judiciais no País envolvendo aplicativos oferecidos por OTTs
que não sejam de cunho pessoal (p.ex. casos de privacidade ou claramente de cunho criminal).
Neste particular, a decisão judicial teria sido tomada considerando o texto do Marco Civil da
Internet que, conforme se sabe, passa, atualmente, por um processo de regulamentação
(Ministério da Justiça e Anatel).
Fica a indagação quanto à possibilidade de decisões na linha da ora adotada, envolvendo outros
assuntos ou aplicações, possam ser tomadas o que, naturalmente, é um indicativo sobre a
conveniência de acelerar o mencionado processo de regulamentação.
CVM aplica sanções a ex-Presidente da Telebras
Em reunião de 28/04/15, o Colegiado da CVM julgou o Processo Administrativo Sancionador CVM
N° 08/2009 (item 2 da Pauta) e decidiu aplicar como penalidade uma multa de R$ 100.000,00 a
Jorge da Motta e Silva, ex-Presidente da Companhia, na condição de Diretor de Relações com
Investidores, “por não ter inquirido o acionista controlador para obter informações acerca de
notícias publicadas em 14/11/2007 sobre a inclusão da Telebrás no Programa de Inclusão Digital
da Universalização da Banda Larga no Brasil gerando oscilação de quantidade, preço e volume
negociados das ações de emissão da Companhia (infração ao art. 4° da Instrução CVM 358)”.
Também foi aplicada penalidade no valor de R$ 70.000,00 a Francisco Couto Alvarez, na qualidade
de acionista da Telebrás “por não ter comunicado a aquisição de participação relevante na
Telecomunicações Brasileiras S.A. Telebrás dos dias 30/11/2007 e 7/1/2008”.
Maiores detalhes podem ser obtidos no link cvm.telebras.
02. PLANO NACIONAL DE BANDA LARGA
Ainda que não tenha havido manifestações específicas a respeito do PNBL declarações do Ministro
Ricardo Berzoini, em Audiência Pública em Comissão da Câmara dos Deputados, de forma indireta
se relacionam com o tema e, portanto, serão abordadas no presente RELATÓRIO SEMANAL como
ítem 02A.
02A. MINISTRO PROPÕE REVISÃO DOS CONTRATOS DE CONCESSÃO
Audiência Pública na CCTCI da Câmara dos Deputados
No dia 29/04 o Ministro Ricardo Berzoini participou de uma Audiência Pública na CCTCI - Comissão
de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados em atendimento a
Requerimento n° 2, de 2015, dos deputados José Rocha, Marcelo Aguiar, Flavinho, Bilac Pinto,
William Woo, Pedro Cunha Lima, Cabuçu Borges e Fábio Sousa, com o tema “Os planos, programas
e projetos do Ministério das Comunicações". Entre outros temas, o Ministro falou sobre os
Contratos de Concessão; Assinatura Básica; OTTs; e Interatividade dos Conversores da TV Digital.
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Contratos de Concessão do STFC
Um dos assuntos focados foi o dos Contratos de Concessão (STFC). A imprensa noticiou que o
Ministro propôs a “revisão dos Contratos de Concessão”. Na verdade, esta revisão está
contratualmente prevista e deve acontecer a cada 5 anos. Em 31/12/2015, portanto no final deste
ano, vence um dos períodos e tal revisão deverá estar acordada e formalmente assinada pelas
Partes (Concessionárias e Anatel-Governo). A última ocorrerá em 2020, pois, os Contratos se
encerram em 2025, sem possibilidade de renovação a menos que a legislação seja alterada para
permiti-lo. O processo de 2015 está em andamento. Inclusive foi feita a Consulta Pública N° 53 cujo
escopo e objetivos podem ser encontrados aquianatel. O RELATÓRIO SEMANAL N° 01/15,
considerou este assunto entre aqueles que mereceriam as maiores atenções do Ministério das
Comunicações no transcorrer do ano (2015).
O Ministro ao dar relevância ao tema na Audiência Pública está demonstrando suas (legítimas)
preocupações com o assunto. A possibilidade de não se chegar a um acordo de revisão até à data
prevista é expressiva. Em tal hipótese, as possibilidades mais práticas seriam manter os Contratos
sem qualquer revisão, ou, concordar em adiar a data por um período a ser negociado.
O Modelo de Prestação de Serviços de Telecomunicações
Ocorre que o tema não é tão simples. Em termos “burocráticos” até que o assunto poderia ser fácil
de equacionar. Ocorre que os Contratos de Concessão são um dos “pilares” do Modelo de
prestação de serviços de telecomunicações vigente no País. E tal Modelo está consolidado em Lei
e na Regulamentação. E, mais do que isto: em Contratos firmes celebrados entre as Partes. Então,
não basta mudar a legislação e os regulamentos: deve haver uma negociação entre os interessados
já que os instrumentos contratuais existentes são juridicamente perfeitos.
O Modelo foi superado em alguns aspectos pelas inovações tecnológicas do setor de
telecomunicações. Um deles diz respeito à essência de sua existência que é o da prestação dos
serviços de voz: o chamado STFC – Serviço Telefônico Fixo Comutado. Este é o Serviço submetido
aos maiores níveis de regulação, inclusive com tarifas reguladas (Assinatura Básica, por exemplo)
e aquele que mais está sendo “atropelado” pela tecnologia. Ao ponto, por exemplo, de a Telefonia
Fixa de Longa Distância, Nacional e Internacional, estar desaparecendo (na forma dos Contratos).
Certamente, o pouco que resta das redes e serviços não mais existirá ao fim do período de
Concessão (2025). Então, está em discussão uma questão mais vinculada a aspectos “burocráticos”
(atendimento ao que está disposto em contrato na sua forma original) do que pautada por
“mérito” que envolve uma “reformulação” dos próprios Contratos. Difícil de conseguir pois há uma
série considerável de obstáculos a vencer devido à essência do processo que resultou na sua
assinatura.
O Ministro reconhece o problema
E, o Ministro reconhece esta situação ao fazer comentários na Audiência Pública da seguinte
ordem:
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"Nós temos que enfrentar o desafio de saber o que fazer com as atuais concessões de telefonia fixa,
que perdem valor a cada ano".
"É preciso reavaliar se o modelo de concessão adotado nos anos 90 não merece ser atualizado, uma
vez que a tecnologia mudou radicalmente a relação das pessoas com a comunicação".
"O modelo atual, na minha opinião, até por questões tecnológicas, está começando a esclerosar.
Se nós não fizermos uma revisão, precedida de um debate técnico, nós poderemos ter daqui a dez
anos, quando acabam os contratos, um ativo de baixíssimo valor para redefinir. É melhor redefinir
agora, chegar a um consenso do que é o melhor para o País e encontrar uma estratégia de ação
que o Brasil deve adotar para os próximos dez, 15, 20 anos".
Assinatura Básica
“Não é mais a assinatura básica, mas as grandes transformações tecnológicas e as mudanças no
modelo de negócios que precisam ser discutidos” (Em relação à assinatura básica, uma questão
sensível, pois, teoricamente, é uma “reguladora” dos preços pagos pelos usuários e uma das
viabilizadoras do chamado equilíbrio econômico-financeiro dos contratos).
Seria “demagogo” se viesse defender o fim da assinatura básica da telefonia fixa sem considerar
amplamente o Modelo de prestação dos Serviços.
Privatização
E, tocou em um ponto crucial, que foi objeto de muita discussão e polarização, observando que o
Modelo totalmente estatizado do passado não “fazia muito sucesso” devido à incapacidade do
Estado de fazer os investimentos necessários.
OTTs
E, mandou uma mensagem para as Operadoras que “ganham muito dinheiro sem investir um
centavo” ao comentar o “dilema de investir em infraestrutura para suportar a voz e comunicação
de dados” que as Operadoras de telecomunicações de todo o mundo estão enfrentando. Como se
sabe, esta é uma das questões chave que está sendo discutida pelas Empresas OTT e as Prestadoras
de Serviços de Telecomunicações.
Ampla discussão
O Ministro defendeu a ampla discussão do assunto com a participação do Congresso Nacional, pois,
provavelmente, será necessário alterar a Lei. Deverão ser revistas obrigações e o valor do Serviço
(STFC) para a sociedade. E levantou a possibilidade de a legislação atual estar sendo um impeditivo
para atender à maior demanda que é, exatamente, a Banda Larga; seja ela com fio ou sem fio.
Então, um novo Modelo deve surgir desta discussão. Este ponto parece ser consensual. Mas, então,
retorna-se ao início destes comentários e surgem inúmeras indagações do tipo (sem exaurir o
assunto): o que fazer a curto prazo, pois, uma revisão já deveria estar, praticamente, acertada para
o atual período de 5 anos? Em que bases uma discussão deste tipo seria feita sem o apoio de uma
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sólida formulação tecnológica, técnica, operacional, para dar corpo e sustentar uma discussão
política? O Modelo de Concessão é viável diante do Modelo de Autorização largamente utilizado
na Telefonia Móvel, na TV por Assinatura e no Serviço Multimídia? Cabe um Modelo de Concessão
no ambiente da Internet? Como viabilizar a universalização dos acessos já que a universalização
dos Serviços está praticamente consagrada?
Interatividade dos Conversores da TV Digital
O Ministro manifestou ser uma decisão do governo que o Sistema de TV Digital disponha de
interatividade, ou seja, deve dispor de um canal de retorno. Para o caso dos previstos 14 milhões
de conversores que serão distribuídos a famílias do Bolsa Família deverá ser adotada solução que
preveja a utilização do Ginga C (um software nacional). Esta funcionalidade permitirá às famílias
que dispuserem do dispositivo acessarem a Internet e, no mínimo, ter condições de se conectar a
serviços públicos básicos.
As Prestadoras e os radiodifusores estão oferecendo alguma reação à introdução do Ginga C. Uma
das razões é o fato de os conversores ficarem mais caros; a outra estaria no fato de que não se
trata de uma tecnologia ainda plenamente consolidada.
Por conta desta manifestação do Ministro o GIRED que deveria se posicionar sobre este assunto na
reunião do dia 29/04 decidiu adiar a decisão para reunião do dia 15/05/2015 (vide item específico
sobre este tema no presente RELATÓRIO SEMANAL).
03. NOVOS CABOS SUBMARINOS
Não houve fatos novos divulgados publicamente sobre este assunto durante as duas semanas.
Cabe observar que há alguns prazos críticos em relação a compromissos assumidos pelo Governo
brasileiro junto à Comunidade Europeia. Com a nomeação de Jorge Bittar para a Presidência da
Telebrás há a expectativa de que o assunto possa evoluir.
04. COMPARTILHAMENTO DE POSTES – DIFICULDADES PARA NEGOCIAR O ALUGUEL
Não houve alterações significativas sobre este tema durante a semana.
05. POSSÍVEIS DESDOBRAMENTOS PARA A Oi COM A VENDA DA PT
Não houve comentários específicos sobre este assunto na semana.
06. OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA
A Anatel deverá se posicionar sobre o assunto agora que a Lei das Antenas foi aprovada. O compartilhamento no rais de 500 m só é obrigatório, ressalvadas condições técnicas, para os sites implantados de maio de 2009 em diante.
A regulamentação da Anatel deverá estabelecer as condições e parâmetros em que isto ocorrerá (ver item sobre Lei das Antenas neste RELATÓRIO SEMANAL).
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07. LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015
Permanece o cenário manifestado em RELATÓRIO SEMANAL anterior. Aguarda-se uma
manifestação da Anatel (regulamentação da Lei aprovada com os vetos da Presidente de
República).
O tema está coberto de alguma urgência, pois, é necessário dar celeridade ao processo de
compartilhamento de torres existentes e de instalação de novas torres no contexto da necessária
expansão das redes celulares do País, incluindo, a Faixa de 700 MHz.
Além da Anatel, outras Entidades estão envolvidas no Processo como é o caso, por exemplo, do
CONAMA. Sem esquecer, por óbvio, o trabalho que deve ser feito junto às principais Prefeituras.
08. IMPLANTAÇÃO DO LTE NA FAIXA DE 700 MHz E DA TV DIGITAL
Houve reunião do GIRED no qual algumas decisões foram tomadas, segundo abaixo comentado.
GIRED Transfere Decisão Sobre Conversor Digital
O GIRED, em sua reunião de 29/04/15, decidiu adiar a decisão sobre o conversor digital que será
distribuído às famílias incluídas no Bolsa Família, no contexto do programa de introdução da TV
Digital (TVD) no País, ora em progresso. Esta decisão foi influenciada pelas declarações do Ministro
Berzoini, colocadas em Audiência Pública realizada na Câmara dos Deputados, no mesmo dia. A
próxima reunião será realizada no dia 27/05.
O Ministro defendeu como objetivo de governo que os mencionados conversores sejam
disponibilizados com o software do Aplicativo Ginga C. A razão básica é a possibilidade de os
usuários da TV (de baixa renda) disporem de um canal interativo para acessar, pelo menos, serviços
de informação pública disponibilizados pelos diversos Órgãos da estrutura de Governo do País.
O receio maior é de que esta exigência aumente o custo do conversor e, com isto, os recursos
disponíveis não sejam suficientes. No entanto, o Conselheiro Zerbone já deixou claro que, a
despeito de todas as precauções que serão tomadas, caso faltem recursos as Operadoras que
compraram as faixas de espectro de 700 MHz é que devem arcar com os custos adicionais.
Por outro lado, há preocupações com o “grau de maturidade” da tecnologia do Ginga C. Ainda que
ele considere que poderá se dispor de um canal interativo que permite um “maior grau de
interatividade” há dúvidas quanto à possibilidade de poder haver problemas para a recepção do
sinal de TV. O assunto deverá envolver polêmicas entre os representantes do GIRED, mas, o
Conselheiro Zerbone deixou claro que se não houver consenso “o governo decidirá”.
Outras decisões do GIRED
a) o atendimento do porcentual de 93% da população atendida pela TVD antes de ocorrer o
desligamento da TVA, a pesquisa levará em consideração os usuários que dispuserem de: TV Aberta
terrestre; TV por Assinatura; e, TV por Satélite no qual esteja disponibilizada a TV Aberta.
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Nota: nestas condições, segundo o Conselheiro Zerbone, se for decidido pela utilização do
Conversor Híbrido de TV DTH (obrigação de instalar antenas que permitam a recepção de todos os
canais da TV Aberta) estes usuários também serão considerados no computo da base dos 93%.
b) todas as antenas internas a serem adquiridas para as instalações em domicílios de usuários do
Bolsa Família deverão receber sinais de UHF e as antenas externas os sinais de VHF e UHF.
c) foram definidas as especificações técnicas do filtro a ser empregado para mitigar as
interferências entre os serviços de TV e do 4G LTE.
09. COMPRA DA GVT APROVADA COM CONDICIONANTES
Não houve fatos novos durante a semana. O ítem será mantido na expectativa dos
desdobramentos que deverão acontecer em algum momento.
10. AMÉRICA MÓVIL REDUZ INVESTIMENTOS NO BRASIL
A Claro S.A., divulgou na CVM que investiu cerca de R$ 13 bilhões, no Brasil, em 2014, incluindo as
Empresas que constituem o Grupo América Móvil no País (Claro, Net e Embratel). O valor estimado
para 2015 é de R$ 8 bilhões (quase 40% a menos!).
O Presidente Carlos Zenteno manifestou que não está ocorrendo um recuo nos investimentos, mas,
apenas, um “novo ciclo”. Alegou, ainda, que no valor de 2014 estão incluídos os preços das licenças
do Leilão da Faixa de 700 MHz (no caso, a Claro pagou cerca de R$ 2 bilhões por um dos Lotes).
Comentário:
Seja qual for a explicação dada o valor de redução é significativo. É inegável que este número
impactará o total de investimentos no Brasil em 2015, pois, a Claro é uma das maiores Empresas
do Setor. Assim, tende a confirmar-se a previsão do valor para 2015, na casa de R$ 23 bilhões,
colocado no RELATÓRIO SEMANAL N° 12/15 que, também, reflete a redução já sinalizada por
outras Operadoras. Porém, esta queda anunciada pela Claro é tão importante que é possível
deduzir que este valor seja, ainda, menor.
Isto preocupa na medida em que as expectativas eram de, no mínimo, se manterem níveis similares
aos de 2014 (na casa de R$ 29 bilhões). Com esta perspectiva é normal admitir-se que haverá
prejuízos para os planos de expansão e renovação das Redes das Operadoras e aumenta o risco de
degradação da qualidade dos Serviços prestados nos próximos anos.
11. UM PROCESSO COMPLICADO – UMA MULTA EXPRESSIVA APLICADA À Oi
O DOU Nº 78, de 27 de abril de 2015 publicou o texto do Acórdão N° 74, de 4 de março de 2015, do Conselho Diretor da Anatel, referente ao Processo n° 53500.032331/2008, com as seguintes características
Conselheiro Relator: Igor Vilas Boas de Freitas. Fórum Deliberativo:
Reunião nº 770, de 26 de fevereiro de 2015. Recorrente/Interessado: TELEMAR NORTE LESTE
S/A (CNPJ/MF nº 33.000.118/0001-79) e TNL PCS S/A (CNPJ/MF nº 04.164.616/0001-59)
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EMENTA: PADO. SCO. SMP. RECURSO ADMINISTRATIVO. REESTRUTURAÇÃO SOCIETÁRIA DO
GRUPO SEM ANUÊNCIA PRÉVIA DA ANATEL. CARACTERIZAÇÃO DA INFRAÇÃO.ART. 6º, INCISO I,
DO ANEXO À RESOLUÇÃO Nº 101/1999.ART. 9º PGA-SMP. CLASSIFICAÇÃO DA INFRAÇÃO E
DOSIMETRIA DA SANÇÃO REVISTAS. REFORMA PARA PIOR.
Do texto publicado no DOU, além das informações antes registradas, foram retirados alguns
trechos transcritos na sequência.
1. Alteração da estrutura societária da TELEMAR PARTICIPAÇÕES S/A, controladora indireta da TNL
PSC S/A, Autorizada do Serviço Móvel Pessoal (SMP), com retirada de integrante do bloco de
controle, sem anuência prévia da Anatel.
2. As Recorrentes defendem, entre outros aspectos, a inexistência de obrigatoriedade de submissão
das operações à anuência prévia da Anatel.
3. Comprovada a violação ao disposto no art. 6º, inciso I, do Regulamento para Apuração de
Controle e de Transferência de Controle em Empresas Prestadoras de Serviços de
Telecomunicações, aprovado pela Resolução nº 101, de 4 de fevereiro de 1999, e no art. 9º do Plano
Geral de Autorizações do Serviço Móvel Pessoal (PGA-SMP), aprovado pela Resolução nº 321, de
27 de setembro de 2002.
4. Reforma para pior tendo em vista a reclassificação da infração e da dosimetria da sanção.
5. Recorrente previamente intimada, em obediência ao disposto no parágrafo único do art. 64 da
Lei nº 9.748, de 29 de janeiro de 1999, e Procuradoria Federal Especializada da Anatel devidamente
ouvida, em respeito ao disposto no § 1º do art. 125 do Regimento Interno da Anatel.
O Acórdão foi aprovado nos seguintes termos:
a) conhecer do Recurso Administrativo interposto por TELEMAR NORTE LESTE S/A e por TNL PCS
S/A, sucessora da AMAZÔNIA CELULAR S/A e da WAY TV S/A, em face de decisão da
Superintendência de Controle de Obrigações consubstanciada no Despacho nº
5.326/2013/COGE/SCO, de 4 de novembro de 2013, para, no mérito, negar-lhe provimento;
b) conhecer das Alegações apresentadas por OI MÓVEL S/A, sucessora por incorporação da TNL
PCS S/A, em face do Ofício nº 445/2014/COGE6/COGE-ANATEL, de 13 de junho de 2014, da
Superintendência de Controle de Obrigações, para, no mérito, indeferir os pedidos ali constantes;
c) reformar ex officio a decisão exarada no Despacho nº 5.326/2013/COGE/SCO, de 4 de novembro
de 2013, para agravar a sanção de multa aplicada à TNL PCS S/A, com fundamento no art. 64 e
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parágrafo único da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, em decorrência do reexame da
classificação da infração e da dosimetria da sanção, revendo o seu valor de R$ 5.708.613,14 (cinco
milhões, setecentos e oito mil, seiscentos e treze reais e quatorze centavos) para R$ 22.834.452,55
(vinte dois milhões, oitocentos e trinta e quatro mil, quatrocentos e cinquenta e dois reais e
cinquenta e cinco centavos).
Conforme se pode verificar, uma sanção no valor aproximados de R$ 5,7 milhões, aplicada em
novembro de 2013 foi agravada para cerca de R$ 22,8 milhões, em fevereiro de 2015.
Alguns passos do processo são, a seguir, indicados:
a) em 2008 algumas empresas da Oi que faziam parte do grupo de controle foram encerradas e as
participações acionárias foram divididas entre outros participantes do grupo de controle; portanto,
não houve mudança de controle, mas, somente alteração no controle em função de modificação
na participação dos sócios;
b) como à época a fiscalização era feita por Serviço foram abertos 3 PADOs (Superintendências de
Serviços Públicos, Serviços Privados e Comunicação de Massa).
c) na sua defesa a Oi alegou, exatamente, que não pediu a transferência por não ter havido
transferência de controle, mas, um rearranjo acionário;
d) duas das Superintendências acolheram as alegações da Companhia e os processos (nestas Áreas
da Agência) foram arquivados.
d) na terceira Superintendência não ocorreu o mesmo e, posteriormente, foi dada a interpretação
de que um mesmo fato pode gerar penalidades distintas por envolver diferentes Serviços; esta
decisão permitiu continuar a tramitação do processo que teve o desfecho ora publicado.
Comentário
A Resolução N° 101/1999 é bastante dura em relação à questão da “Apuração de Controle e de
Transferência de Controle” em Empresas Prestadoras de Serviços de Telecomunicações. O
Regulamento aprovado pela Resolução fala em “poder de controle” e “indícios de controle”
condições que dão um certo grau de subjetividade à questão, mas que, no Regulamento, estão
caracterizadas.
No caso, a Oi alega que não houve “transferência”, mas, teria ocorrido uma simples “alteração” no
controle. Em relação a “alteração no controle” o Regulamento diz o seguinte:
Art. 6º Deverá ser submetida previamente à Anatel alteração que possa vir a caracterizar transferência de Controle, especialmente:
I - quando a Controladora ou um de seus integrantes se retira ou passa a deter participação inferior a cinco por cento no capital votante da prestadora ou de sua controladora;
RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO
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II - quando a Controladora deixa de deter a maioria do capital votante da empresa;
III - quando a Controladora, mediante acordo, contrato ou qualquer outro instrumento, cede, total ou parcialmente, a terceiros, poderes para condução efetiva das atividades sociais ou de funcionamento da empresa.
Não se pretende entrar no mérito da questão, ou seja, se houve mudança de controle ou mudança
no controle, refletindo uma simples alteração que atenderia o disposto no Art. 6°, acima indicado.
O que chama atenção é o processo em si mesmo. Considerar que o “controle” de uma Empresa
pode afetar diferentemente os diferentes Serviços que ela presta é uma tese que envolve aspectos
polêmicos; principalmente, em tempos nos quais a “convergência dos Serviços” é uma realidade
“cantada e decantada” no Setor.
Além disto, ao considerar as três Superintendências como “Entidades” distintas fica a impressão
de que existiam três “Agências” dentro da Anatel (esta possibilidade não ocorre atualmente devido
à reestruturação da Anatel feita posteriormente ao fato). E, no caso, cada uma das “Entidades”
poderia aplicar o Regulamento de modo diferente em relação ao mesmo fato gerador como, aliás,
aconteceu.
Por outro lado, o agravamento da penalidade por razões não suficientemente explícitas no
Acórdão, mas, aparentemente, por um agravamento da dosimetria, levanta outros aspectos sobre
a questão no que se refere ao valor da penalização frente à gravidade da infração cometida.
Cabe registrar que a decisão envolveu a última etapa do processo administrativo na Agência e,
agora, a penalidade somente pode ser contestada judicialmente.
O RELATÓRIO SEMANAL ao levantar o tema não tem a intenção de emitir juízo ou se posicionar
sobre a questão. Ainda mais que, a partir de agora, muito provavelmente, será objeto de decisão
judicial. Mas, julga válido emitir uma opinião, para simples reflexão, em relação a procedimentos
burocráticos em processos desta natureza.
Imagina-se quantos esforços e recursos foram dispendidos, tanto pela Empresa quanto pela
própria Agência, na tramitação de um processo cuja origem remonta a fatos originados há cerca
de 7 anos. E que, no final, resulta em um agravamento de penalização da Empresa por fatos que,
aparentemente, não causaram maiores prejuízos à prestação dos serviços nem a terceiros.
Com isto não se considera, de forma alguma, que as Empresas estejam livres para interpretar a
regulamentação de acordo com sua visão ou seus interesses próprios. Principalmente, em uma
questão que é cara ao Modelo de telecomunicações vigente no País: ou seja, o do princípio da
máxima competição na prestação dos Serviços. E, para isto, o controle da participação acionária
das Prestadoras é um elemento fundamental.
Mas, é evidente que os quase R$ 23 milhões que a Oi foi penalizada seriam muito melhor
empregados na implantação de infraestrutura para ampliação ou melhoria dos serviços do que
com o pagamento de multa.
RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO
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12. UMA NOTÍCIA AUSPICIOSA – INDÚSTRIA BRASILEIRA SE ACERTA
O RELATÓRIO SEMANAL tem se fixado na importância dos “Pequenos e Médios Provedores” para
a disseminação da Banda Larga em determinadas regiões do País, especificamente nas cidades de
pequeno e médio porte e nas regiões limítrofes das grandes Metrópoles onde as maiores
Operadoras não prestam serviços pelas mais diversificadas razões. Na maior parte dos casos já se
adentra pelo conceito de áreas rurais.
As dificuldades são de toda a ordem: financiamento em condições adequadas; questões de ordem
técnica; condições de fornecimento de equipamentos e serviços de suporte à operação; falta de
pessoal capacitado para operar, comercializar e manter os Serviços; problemas de ordem
regulatória; quase impossibilidade de “dialogar” com as maiores Operadoras sobre temas de
interesse comum; inabilidades administrativas; restrições de negociação com fornecedores de
conteúdo para o SeAc, e, outras.
A despeito disto, existem casos de sucesso, principalmente, na prestação do SCM (Banda Larga
fixa). E, agora, começam a aparecer os primeiros casos envolvendo o SeAC, colocando estas
Empresas na lista das chamadas Prestadoras do “Triple-play” (voz, dados e vídeo).
Este sucesso é amplificado quando está envolvida no caso uma Empresa genuinamente brasileira
fornecedora de uma Plataforma de IPTV que suportará a parte de vídeo do conjunto de serviços
prestados. No caso trata-se da Cianet, uma Empresa com Sede em Florianópolis, que é a
fornecedora da “Life”, uma ISP de Marília, interior do Estado de S. Paulo.
A solução utiliza o “Kingrus” um Middleware desenvolvido pela própria Cianet em parceria com a
Life. O Kingrus já era utilizado em outros locais e com outros Provedores, porém, só para os Canais
Abertos. No caso da Life, pela primeira vez, a Plataforma entregará sinais de TV por Assinatura por
meio de fibras ópticas utilizando a configuração FTTH. A Cianet está promovendo os
desenvolvimentos para as tecnologias de cabo e DTH.
A Cianet já era a fornecedora de equipamentos de rede para a Life e resolveram estabelecer esta
parceria depois de uma tentativa sem sucesso da Life com uma empresa europeia. A Cianet
desenvolveu o Set-top box (STB) bem como sistemas de integração e plataforma. Os STB estão em
fase final de homologação na Anatel.
Trata-se de um projeto relativamente simples, mas de enorme significado para a indústria, pois,
viabiliza para pequenos e médios ISPs uma solução que só era acessível às maiores Provedoras.
Também se transforma em um importante apoio desses ISPs para se viabilizarem economicamente
por terem condições de competir no mercado com a oferta de pacotes de serviços que tenham
condições de competir com as dos Provedores mais fortes. Com isto, permite-se que estes ISPs
possam ser viabilizadores de soluções mais amplas no contexto do PNBL (BLT) comentado em outro
item deste RELATÓRIO SEMANAL.
Uma das questões relevantes a superar é a do fornecimento de conteúdo. Devem se viabilizar
condições para que estes pequenos e médios Provedores tenham condições de acesso à
RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO
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programação em condições similares às dos maiores Provedores sem o que as condições de
competição ficam totalmente comprometidas.
É oportuno salientar que outras indústrias nacionais estão seguindo caminhos similares e este caso
da Cianet é um exemplo representativo. Espera-se que o Governo adote medidas de apoio a estas
indústrias ainda mais efetivas do que aquelas que já foram adotadas. Principalmente, em um
momento de queda nos investimentos do Setor conforme foi assinalado em outros itens deste
RELATÓRIO SEMANAL.
13. EMPRESAS DE TORRES PREOCUPADAS… NOS EUA! E NO BRASIL?
Preocupação devido à redução dos investimentos
Foram realizadas nos EUA “earnings and results conference calls” relativas ao Q1 2015 de algumas
Empresas de infraestrutura de torres. As preocupações com as perspectivas da queda de
investimentos das “Tier 1 Wireless Carriers” foi comum. Naturalmente, tal queda nos
investimentos se reflete nas atividades das Empresas de Torres pois terão uma demanda menor.
As “Wireless Carriers” consideram que se trata de uma situação pontual e que ao longo do ano os
níveis de investimento serão mantidos dentro das previsões feitas pelas Companhias.
Dois casos distintos – AT&T e Sprint
A AT&T, um exemplo em que está previsto não ocorrer queda no ano, deverá investir em 2015 da
ordem de $18 bilhões e desembolsou $4 bilhões no 1° trimestre. O CFO John Stephens declarou
tentando justificar o valor abaixo das expectativas: “Capex é tudo o que precisamos. Ele é mais
baixo do que a velocidade de implantação. Nós não mudamos qualquer orientação sobre o Capex.
É mais um procedimento de gastá-lo na medida em que você precisa dele e não o de ter de executá-
lo antes do tempo”.
A Sprint apresenta uma situação aparentemente contrária. Em 2014 investiu 26% menos e não
houve nenhuma aceleração no Q1 2015, uma informação obtida a partir de comentários feitos por
Jim Taiclet, CEO da American Tower na conference call: “Novamente a Sprint não foi tão ativa
quanto as outras três, mas também apresenta demanda reprimida e nós pensamos em trabalhar
na sua rede no desenrolar dos próximos trimestres. Embora não vejamos as aplicações de modo
claro, esperamos algo mais da Sprint na medida em que avançarmos”.
Mas, um analista fez a seguinte observação: “Enquanto a American Tower fala da falta de
investimentos da Sprint, a Boingo está anunciando um acordo para vender capacidade nas suas
redes WiFI de Aeroportos para a Sprint. Não acreditamos que o offload do WiFI ajudará a volta do
crescimento de assinantes da Sprint, mas certamente não prejudicará a melhoria de sua cobertura
nestes locais, considerando a situação atual de sua rede”. A Boingo indicou que um telefone celular
da Sprint pode ter sua conexão automaticamente transferida quando ele se movimentar para um
local onde a Boingo opere. O que não se sabe é como reagirão os consumidores quando eles
pressentirem que seu WiFI foi ligado após eles o terem desligado.
RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO
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Destaque para a AT&T
A AT&T merece um destaque neste RELATÓRIO SEMANAL pelas cifras envolvidas e, também, pelas
perspectivas de investimentos fora dos US, inclusive no Brasil (vide item do RELATÓRIO EM que a
AT&T solicita à Anatel um prazo adicional para a concretização do processo de fusão com a Sky, no
Brasil). É interessante verificar que somente os investimentos da AT&T previstos nos US (R$ 54
bilhões @ 1US$ = 3,00 Reais) correspondem a, praticamente, o dobro das estimativas correntes
para o Brasil em 2015 (cerca de 23 bilhões de Reais).
Por esta razão, as Empresas de torres que por uma razão ou outra estão mais próximas de acordos
com a AT&T estão mais otimistas. Este é ocaso da American Tower no México, onde os planos de
expansão da AT&T naquele País, através da Iusacell e da Nextel, têm sua execução esperada em
2015.
A questão do WiFI
A utilização de redes WiFI era correntemente considerada como um meio de “retirar ou aliviar” o
tráfego das redes celulares (técnica offload). Agora ele se apresenta como uma solução para
melhorar/ampliar a cobertura das redes celulares. Isto, diante da perspectiva do handoff de voz
das redes celulares para as redes WiFI. Exemplos, são o caso da Sprint com a Boingo, antes
mencionado, e da rede MVNO da Google, já comentado em RELATÓRIO SEMANAL anterior. Mas,
outras Prestadoras estão adotando idêntica solução.
É feito um destaque desta possibilidade porque ela pode ser uma solução largamente utilizada no
Brasil para ampliar a cobertura e melhorar a qualidade das redes celulares, caso seja desenvolvido
um amplo programa de instalação de WiFI no País. Uma alternativa deste tipo também parece ser
fundamental para a implantação do PNBL (Banda Larga para Todos).
A viabilização de um amplo projeto desta natureza passa pela ampliação substancial da capacidade
dos Backbone e Backhaul (quantidade, capacidade e capilaridade), e um apoio a pequenos e
médios Provedores de Internet e Banda Larga, principalmente nas cidades do Interior e nos locais
periféricos das regiões metropolitanas do País.
As “Wireless Carriers” também se beneficiarão de uma ação dirigida desta natureza pois poderão
instalar mais facilmente as ERBs de suas redes celulares e complementar a cobertura com
“femtocells” complementarmente aos projetos de WiFI.
A questões para as quais deve se encontrar uma urgente resposta são, entre outras: (i) qual será a
estratégia estruturada do Brasil para a implantação das redes Backbone e Backhaul? (ii) quais serão
as Empresas responsáveis pela construção de tais redes? (iii) Como serão viabilizados os elevados
recursos necessários para os investimentos? (iv) Como se incentivará a participação de pequenos
e médios Provedores nos projetos locais? (v) Qual será o papel das Operadoras Celulares frente a
obrigações assumidas nos Leilões de frequências? (vi) Como se incentivará a construção de redes
de acesso fixas nas cidades de médio porte e em regiões de infraestrutura precária? (vii) Que
incentivos poderão ser concedidos para a melhoria/substituição das atuais redes de acesso de fios
RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO
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de cobre? Como se desenvolverá o relacionamento comercial das Operadoras de Redes e as
Prestadoras OTT? Qual evoluirão as políticas regulatórias, como fator de não inibir e,
preferencialmente, estimular os investimentos frente à evolução tecnológica das redes, dos
serviços e dos aplicativos?
Investimentos no Brasil
Dentro do quadro exposto, há indícios seguros de que, também aqui, haverá retração nos
investimentos (a Claro já se manifestou neste sentido) e sabe-se que a Oi também deverá seguir
idêntico caminho. A TIM e a Vivo devem ficar em patamares similares aos de 2014 com tendência
para queda. Portanto, o cenário de preocupação das Subsidiárias brasileiras das Empresas de
infraestrutura de torres deve estar em linha com as das Matrizes nos US.
Mas, sempre existem esperanças de evolução no cenário diante das evidentes necessidades do
mercado brasileiro, principalmente, em razão da implantação do Projeto de 700 MHz e expansão
necessária das demais faixas.
Também são fatores positivos a aprovação da Lei das Antenas que poderá “desamarrar” projetos
que estão na “prateleira” e acelerar a implantação de novos projetos para atender uma demanda
que está, reconhecidamente, reprimida, principalmente nos aspectos de qualidade do Serviço
sobre os quais a Anatel está atuando fortemente.
A outra possibilidade – sempre aguardada – é a de a AT&T ter aprovado o processo de fusão nos
US com a DirectTV o que a “liberaria” para atuação mais forte nos mercados da América Latina,
principalmente o Brasil.
Sobre o tema de investimentos ver item sobre o assunto no presente RELATÓRIO SEMANAL em
que, de modo geral, são feitas considerações gerais a partir de declarações da Claro no sentido de
que reduzirá seus investimentos no País no exercício de 2015.
Mais detalhes
Informações mais detalhadas do Q1 de três das maiores Empresas de infraestrutura de torres nos
US podem ser obtidas pelos leitores interessados do RELATÓRIO SEMANAL acessando os links: sba-
communications; crown-castle-internationals e, american-tower.
14. PROCESSO COMCAST-TWC – AINDA ASSIM NÃO ACONTECEU...
O Wall Street Journal, de 24/04/2015, em uma reportagem assinada por Shalini Ramachandran e Brody Mullins, sob a Manchete: “Comcast Miscalculated Its Influence” e sub Manchete “Media firm spent a lot on lobbyists and clout but failed to sway FCC’s Wheeler”, narra detalhes de “bastidores” referentes ao processo de fusão da COMCAST com a Time Warner Cable. Conforme foi comentado no RELATÓRIO SEMANAL N° 12/15, a operação foi cancelada, conforme anunciado pela própria COMCAST.
O assunto é de menor relevância para o Setor brasileiro de telecomunicações. O RELATÓRIO SEMANAL faz menção à reportagem por se tratar de um assunto do Setor e por envolver
RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO
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curiosidades que, de uma forma ou outra, dão conformidade à maneira como algumas questões são resolvidas, ou...não têm sucesso, como ocorreu no presente caso, nos US.
Diz a reportagem em alguns de seus tópicos:
“O esforço de lobby feito na “11ª. Hora” pelo CEO da Comcast (Brian Roberts) representou a última tentativa dos esforços de lobbying da Comcast desenvolvidos durante 14 meses para garantir a aprovação regulatória da fusão dos provedores N° 1 e N°2, do país, de Cabo e Internet de Banda Larga”.
“A inabilidade da companhia em convencer (Presidente da FCC) Mr. Wheeler – que tinha sido lobista de Cabo e um conhecido de longa data de Mr. Roberts – foi um último e inesperado suspiro. Em semanas recentes, pessoas próximas às companhias diziam que Mr. Wheeler poderia estar do lado delas”.
No final, os fortes laços da Comcast em Washington não foram páreo para uma força mais poderosa: o receio de que o gigante de Banda Larga criada pelo negócio teria o poder de prejudicar a florescente indústria de vídeo-streaming.
Para ajudar esta sua última tentativa de fusão a ser bem sucedida, a Comcast construiu uma gigante operação de lobbying em Washington, empregando mais de 100 lobistas individuais em 40 empresas de lobbying. Gastou $17 milhões com lobistas em Washington no ano passado – a primeira vez que a Comcast gastou mais do que qualquer outra corporação dos US, de acordo com a instituição não partidária Center for Responsive Politics.
Entre aqueles que foram pagos para pressionar pela fusão estiveram antigos assessores de congressistas que tivessem participação significativa no processo ou influência na transação, bem como do próprio Mr. Wheeler.
Poucas companhias têm uma relação tão próxima com o Presidente Barack Obama. Mr. Roberts jogou golfe com o presidente em Martha´s Vineyard e Mr. Obama participou de mais de um evento para levantar fundos na área da Filadélfia a área de domicílio de David Cohen o chefe da divisão de assuntos do Governo da Comcast. Ambos, Cohen e Roberts estiveram visitando a Casa Branca de acordo com o Registro de visitantes.
Mas oficiais tanto da FCC quanto da Divisão Antitruste do Departamento de Justiça concluíram que a combinação das companhias criaria incentivos que prejudicariam os competidores do vídeo online de ganharem força. Eles também ficaram preocupados que a Comcast teria mais poder para favorecer o conteúdo de sua própria NBCUniversal sobre a programação a ser oferecida online pelos seus competidores.
É, assim, factível considerar que as ponderações de ordem estritamente técnica prevaleceram sobre todo o poderoso e custoso lobby construído em Washington pela Comcast.
E, por fim, a reportagem ainda menciona que a Comcast participou de 3 das 20 maiores tentativas
fracassadas de takeover desde 1995, segundo se verifica no gráfico abaixo. Não estão explícitas na
reportagem as razões de ter sido inserido tal gráfico que é fornecido neste RELATÓRIO SEMANAL
a título de curiosidade.
RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO
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15. TV PERDE RELEVÂNCIA COMO DISPOSITIVO DE VÍDEO
Com este título o TELAVIVA online publicou reportagem baseada em estudo da Accenture fazendo
referência à perda de influência da TV tradicional como instrumento de entretenimento das
pessoas, em todo o mundo. Vide telavivarelevancia.
O RELATÓRIO SEMANAL N° 10/15, sob o título “DECLÍNIO NA AUDIÊNCIA DA TV TRADICIONAL”, já
havia feito comentários sobre este assunto com base no mesmo estudo (link para acesso foi
indicado). Os leitores que não tiveram contato com tais comentários naquela oportunidade e
tiverem interesse no assunto são convidados a acessar o link acima.
O tema também foi explorado no RELATÓRIO SEMANAL N° 12/15 sob o título “OTT – O FIM DA TV
COMO SE CONHECE” com base em análise da Juniper Research.
RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO
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16. MUNDO NOVO: OS GYROCOPTERS, OS VANTs, OS DRONES E OS REGULADORES!
Um caso bizarro
Há alguns dias um carteiro pilotando um “Gyrocopter” ou “Autogyro” pousou “tranquilamente”
seu aparelho nos jardins do Capitólio (Capitol), em Washington. O carteiro disse que foi “entregar
cartas aos congressistas a respeito da reforma do financiamento de campanha”. Muito simpático
se não fosse a reação furiosa de alguns deles em relação ao sistema de segurança da “Casa”.
Indagaram eles como foi possível ao carteiro ultrapassar os sistemas de segurança e questionaram
a atuação do Serviço Secreto, da Polícia Legislativa do Capitólio, e da FAA – Federal Aviation
Administration. Não é pouca coisa!
Alguns congressistas defendem que o Gyrocopter deveria ter sido abatido e, por óbvio, o carteiro
iria junto. Os encarregados da Segurança dizem que cogitaram desta possibilidade. Mas, desistiram
pelo receio de que um número indefinido de pessoas pudesse ser atingido em terra. Justificaram,
que o “veículo” estava sendo monitorado! Mesmo assim os congressistas continuaram irados, pois,
deveriam ter sido notificados do que estava ocorrendo. Por sua vez o carteiro disse que tinha
“avisado as autoridades de sua intenção”.
Como se observa, este particular assunto assume características sérias ao mesmo tempo em que
transparecem aspectos de um verdadeiro “pastelão”.
Aparelhos não tripulados
Levando para o lado sério, a ocorrência expõe a oportunidade de se pensar na regulação mais
específica da operação deste tipo de aparelhos que, no caso, são tripulados. Ainda que os conceitos
do Gyrocopter sejam antigos, as facilidades tecnológicas atuais facilitam sua construção de forma
que sua utilização pode ser incrementada e, até, banalizada. Vide a “aventura” do carteiro!
As questões de segurança são óbvias como se pode depreender do caso em pauta do Capitólio.
Portanto, fica evidente que se impõem daqui para a frente exigências mais fortes das que foram
consideradas no passado. Certamente, envolvendo o segmento da “Aviação Civil”.
O caso dos Drones
Mas, o tema pode ser expandido e assumir outras conotações: “Gyrocopters” não tripulados
podem ser entendidos como “Drones”. Estes são dispositivos mais atuais, não tripulados, que
despontam com uma gama abrangente de aplicações. E, não se trata de “aeromodelos” que, de
certa forma, podem ser considerados como Drones primitivos.
Tomando como exemplo o carteiro, o que ele fez pessoalmente poderia ter realizado remotamente
controlando um Drone que, da mesma forma, pousaria nos jardins do Capitólio levando as cartas
de sugestão sobre a legislação do “processo de financiamento de campanha”. Como elas seriam
entregues aos congressistas é uma questão que foge ao escopo das presentes considerações!
RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO
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Algumas destas aplicações podem ser de grande interesse para as pessoas e para a sociedade como
um todo, mas, outras poderão ser potencialmente perigosas e consideradas ilegais. E, sob este
aspecto, se levantam as questões de segurança. Não se aborda, aqui, a utilização militar destes
dispositivos que, segundo consta, já é uma prática frequente realizada por algumas potências, em
determinados tipos de missões que, obviamente, exigem uma logística bastante aprimorada
envolvendo, fundamentalmente, sistemas de telecomunicações de uso restrito.
Operação de VANTs
Na Copa das Confederações e na Copa 2014 o sistema de segurança incluiu um VANT – Veículo
Aéreo Não Tripulado. Um “Drone” de maiores dimensões com a finalidade específica de monitorar
pontos sensíveis de regiões chave dos eventos como foi o caso dos Estádios, rotas de passagem das
delegações e locais de concentração. Um vídeo sobre a operação deste aparelho pode ser visto
aquiyoutube. Nas Olímpiadas do próximo ano, no Rio de Janeiro e outros locais do País, veículo (s)
similar (es) deverá (ão) estar sendo utilizado (s). Estes casos são exemplos de ações bem definidas,
coordenadas de modo estratégico e logisticamente estruturadas para cumprir determinada missão
ou finalidade.
A utilização destes dispositivos (veículos) de forma particular, como é o caso dos VANTs, ou, de
modo massivo, como será o caso dos Drones envolve a inevitável utilização de sistemas sem fio
para o controle dos mesmos. Esta última situação (uso massivo) leva à necessidade de se empregar
uma faixa de frequências de uso público nas quais eles possam operar seguramente e, também, se
preveja alguma forma de “monitoramento” ou “controle” dos dispositivos. Seja por razões
operacionais, seja, por razões de segurança.
Como considerar um Drone?
Neste ponto, coloca-se uma questão fundamental: um Drone é um sistema de telecomunicações
ao qual está acoplada uma estrutura de voo e movimento no espaço, ou, é o oposto? É possível
que a resposta indique tratar-se de ambas as possibilidades! De qualquer forma, há sistemas de
transmissão e recepção envolvidos no assunto.
A Regulamentação se faz necessária?
Neste ponto se retoma a questão da regulamentação. Talvez seja o momento de a Anatel se fixar
na avaliação de questões tais como: se a faixa de frequência será licenciada ou não licenciada e,
em qualquer dos casos, qual seria o espectro mais adequado; se seguirá padrões internacionais,
ou, serão criadas situações particulares no Brasil? Haverá faixas de frequências de segurança para
Drones?
Os rádios dos Drones deverão ser certificados ou não? Poderão ser considerados dispositivos de
transmissão de redes públicas e, portanto, sujeitos ao pagamento do Fistel? Uma pessoa ou
Entidade que utilizar Drones deverá obter licença específica da Anatel se a faixa for licenciada?
Como se entenderão a Anatel, a Anac e os Órgãos de Segurança e de Defesa Civil? A Anac dará aos
Drones tratamento similar ao da Aviação convencional? E as questões de segurança das pessoas,
RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO
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das Entidades, no fim, da própria segurança nacional? Como será licenciado o uso de Drones nas
diversas possibilidade de aplicação civil (agricultura, monitoramentos diversos, indústria,
rastreamento, etc.)?
E, conforme já foi abordado em RELATÓRIO SEMANAL anterior, os Drones também poderão ser
utilizados em operações de manutenção dos sistemas de transmissão das redes de
telecomunicações fixas e móveis.
Um tema complexo
Naturalmente, as questões levantadas pelo RELATÓRIO SEMANAL são elementos simples de um
tema complexo. Esta é uma abordagem genérica tendo como “gatilho” o bizarro caso do carteiro
americano. Isto é feito dentro da perspectiva de chamar a atenção para o tema com a sugestão de
discussões mais abrangentes, independentemente, dos aspectos curiosos que possa assumir.
O caso particular dos Drones aponta para outras possibilidades que, provavelmente, merecerão
idênticas considerações, no escopo da chamada Internet das Coisas (IoT). Um Drone, em
determinadas situações e aplicações, pode ser uma “Coisa”, tratada como um dispositivo sem fio
conectado a uma Rede Pública de uso coletivo. Somente esta possibilidade já se considera
suficiente para a sugerida a avaliação séria da questão.