relatório: oficinas sobre a importância do codeter br 163

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RELATÓRIO Itaituba Março/2009

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O presente relatório se refere as discussões, reflexões e encaminhamentos ocorridos na Oficina sobre a Importância do CODETER BR 163 nas discussões e implantação das Políticas Territoriais, realizada no período de 03 a 04 de Março de 2009, no Recanto Maloquinha, Itaituba, estado do Pará.

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RELATÓRIO

Itaituba Março/2009

Elaboração do Relatório

Edivan Carvalho – IPAM/Projeto Diálogos

Edma Silva Moreira – IPAM/Projeto Diálogos

Equipe Responsável pela Realização da Oficina

Edivan Carvalho – IPAM/Projeto Diálogos

Edma Silva Moreira – IPAM/Projeto Diálogos

Rosana Costa – IPAM/Projeto Diálogos

Zilner Callera – EMATER/Itaituba

Rosilene Choua – FVPP/CODETER BR 163/PA

João Paulo Meister – SAGRI/Itaituba

Adonis Facioni – PARÁ RURAL/Itaituba

Tatiane Santos – IDEFLOR/Itaituba

Colaboração

Daniele Bonente – IPAM

Felipe Resque – IPAM

Gracilene Ferreira – IPAM

Adriene Coelho – FMS BR 163/PA

Patrícia Guedes Silva – Estudante de Doutorado do NAEA

João Raimundo Almeida – CODETER BAM

Avelino Ganzer – SAGRI

Pe. Arno Miguel Longo – FMS BR 163/PA

Katiana Rodrigues – FMS BR 163/PA

Eder Mayck Rodrigues de Araújo – IPAM

Domingos Robson Silva Nunes - IPAM

Índice

1. Apresentação............................................................................................................................ 4 2. Contexto do Território BR 163/PA.......................................................................................... 5 3. Breve Histórico do CODETER BR 163/PA ............................................................................ 6 4. Dinamização do CODETER BR 163/PA ................................................................................ 8 5. Objetivos da Oficina ................................................................................................................ 8 6. Etapas da Oficina ..................................................................................................................... 8

6.1. Organização e Mobilização da Oficina............................................................................. 8 6.2. Metodologia e Andamento da Oficina.............................................................................. 9

Tema 1: Análise De Políticas Públicas: Discussões Conceituais e Práticas Sobre

Políticas Públicas.............................................................................................................. 10

Tema 2: As políticas de desenvolvimento territorial rural para a Amazônia: A criação dos

territórios da cidadania de integração como programa de política pública.................... 13

Relato do Senhor Irineu Matthes - Castelo Dos Sonhos.................................................... 16

Tema 3: Experiências do CODETER no Baixo Amazonas................................................ 17

TEMA 4: DA CIAT AO CODETER: As Esferas de Governo(federal, estadual e municipal)

e a Sociedade em Ação na Construção do Desenvolvimento Territorial Sustentável....... 18

Tema 5: As Políticas De Desenvolvimento Territorial Rural Para a Amazônia: A Criação

dos Territórios da Cidadania de Integração como Programa de Políticas Públicas....... 19

Tema 6: CODETER: A Sociedade Construindo o Desenvolvimento da Região, Desafios,

Estratégias e Perspectivas................................................................................................. 19

7. Resultados/Encaminhamentos da Oficina.............................................................................. 21 8. Considerações Finais e Avaliações........................................................................................ 23 9. Referências............................................................................................................................. 24

1. Apresentação

O presente relatório se refere as discussões, reflexões e encaminhamentos ocorridos na

Oficina sobre a Importância do CODETER BR 163 nas discussões e implantação das

Políticas Territoriais, realizada no período de 03 a 04 de Março de 2009, no Recanto

Maloquinha, Itaituba, estado do Pará.

Esta iniciativa foi viabilizada pelo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia –

IPAM, Projeto Diálogos e o CODETER BR 163, em parceria com a Fundação Viver, Produzir

e Preservar – FVPP, Fórum dos Movimentos Sociais da BR 163/PA – FMS BR 163/PA,

Secretaria de Estado de Agricultura – SAGRI/Regional Itaituba, EMATER, IDEFLOR,

Programa Pará Rural/Itaituba e a CEPLAC.

A oficina teve como propósito disseminar informações, gerar debates e conhecimentos

sobre os objetivos pretendidos com a Criação dos Territórios da Cidadania, informar as

instâncias de gestão, papeis e responsabilidades de seus representantes e identificar as

oportunidades de participação social e de integração de outras políticas territoriais das esferas

governamentais estadual e municipais.

Participaram do evento diversas representações das instituições do governo e das

entidades da região BR 163/PA.

O evento foi patrocinado pelo IPAM/Projeto Diálogos, com recursos oriundos da

Comunidade Européia.

¹ Área de Castelo de Sonhos (35.727,55Km²) – Fonte IPAM. As aéreas dos demais municípios fonte IBGE/Censo 2007

² População de Castelo de Sonhos(11.500 hab.) – Estimativa de moradores do Distrito. A população dos demais

Municípios fonte IBGE /Censo 2007 5

2. Contexto do Território BR 163/PA

O território BR 163/PA está localizado na região oeste do estado Pará e é cortado pela rodovia BR163 ou Cuiabá-Santarém e rodovia 230 ou Transamazônica, e ainda pelo Rio Tapajós. A área foi definida em 2002 pelos movimentos sociais e contou com o apoio de organizações ambientais e de pesquisa, para juntos fortalecerem o processo de organização, planejamento e político do contexto local.

Dentre as principais reivindicações do movimento socioambiental estavam o ordenamento fundiário e a promoção de estratégias sustentáveis de produção, como forma de dirimir os conflitos agrários e a pressão sobre os recursos naturais que afligi a região desde a década de 70.

O movimento socioambiental da região considera que o Território Br 163/PA é formado pelos municípios de Itaituba, Aveiro, Jacareacanga, Rurópolis, Placas, Trairão, Novo Progresso e o Distrito de Castelo de Sonhos pertencente ao município de Altamira, totalizando uma área¹ de 232.492,55 km² e com uma população² de 274.140,00 mil habitantes.

O território representa um dos principais eixos de transporte rodoviário planejados para a Amazônia desde a década de 70. Entretanto, as rodovias que cortam a região, nunca foram totalmente pavimentadas e suas más condições dificultam a trafegabilidade.

Até o final da década de 90, a falta de sinalização do governo em relação aos investimentos para a região desestimulou a migração, ocupação desordenada e o desmatamento extensivo. Após este período e com o lançamento programa de desenvolvimento denominado Avança Brasil, as rodovias foram colocadas novamente na pauta de investimentos governamentais. A necessidade de efetivar o corredor BR163 como via de transporte e escoamento da produção de grãos foi motivada também pela rápida expansão da produção da soja, no Mato Grosso (Alencar et al. 2005 ; Fearnside 2007). Tanto o anúncio da obra quanto a pressão econômica exercida pelo setor produtivo de grãos geraram um processo desenfreado de migração, grilagem e aquisição de terras a baixo custo às margens da rodovia, o que facilitou o fortalecimento da indústria madeireira e estimulou o desmatamento ilegal (Nepstad et al. 2002; Alencar et al. 2004; Soares-Filho et al. 2004; Torres, 2005). Esse processo transformou o trecho paraense da BR163 na principal fronteira Amazônica do início do século XXI.

Ao mesmo tempo em que as políticas de governo conduziram na região um modelo de desenvolvimento empresarial e predador, o movimento socioambiental reagiu no sentido de denunciar e se opor a esse modelo de desenvolvimento por considerar que ele exclui os demais

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setores socioeconômicos e ambientais da região, como por exemplo, o da agricultura familiar. Foi nesse sentido que, em 2004, por pressão do movimento sociambiental da região, o governo federal, através de seu Ministério do Meio Ambiente (MMA), instituiu a região da BR163 como sendo de alta prioridade para ação governamental para minimizar a expansão dessa fronteira. Este processo resultou no Plano de Desenvolvimento Sustentável da BR163 (Grupo de Trabalho Interministerial 2005), cuja principal ação foi o de ordenamento territorial através da criação de um conjunto de unidades de conservação de aproximadamente 16 milhões de hectares e do Distrito Florestal Sustentável da BR163 (Campos and Nepstad 2006; Alencar 2008; Schwartzman et al. 2008), e o fomento de atividades de base florestal sustentável na região. Outra ação prevista nesse Plano foi a implantação de Territórios Rurais Sustentáveis, os quais foram discutidos e estabelecidos com o Ministério de Desenvolvimento Agrário-MDA, através da Secretaria de Desenvolvimento Territorial-SDT.

Os Territórios Rurais foram criados para serem coadjuvantes do desenvolvimento local, porém, o da região da Br 163, só foi homologado pelo MDA apenas em 2006. O governo do estado do Pará, em 2007, lançou duas ações como instrumento de desenvolvimento sustentável, uma através da Secretaria de Integração Regional-SEIR, com a instituição as 12 regiões de desenvolvimento do estado e o Planejamento Territorial Participativo – PTP, ambos consolidando, pelo menos no discurso, a garantia de participação popular na construção e implantação das políticas públicas. Apesar de avanços na instituição de ações governamentais, tal como os autores acima destacam, em ambas esferas de governo, estadual e federal, pouco avanços se tem verificado em nível local, pois é muito comum na região essas políticas não interagirem entre si, e, ainda, cada uma delas se efetivarem para além dos tramites burocráticos do estado (decretos, portarias, ofícios, reuniões...), como ocorre, até o momento, como Plano de Desenvolvimento Sustentável da BR163.

No nível governamental, tanto o MDA quanto a SEIR advogam pelo direcionamento de suas políticas publicas considerando suas divisões, uma territorial e outra regional. No nível local, o movimento sociambiental advoga pelo reconhecimento de uma ação a partir das formas locais de mobilização que se diferenciam das acima instituídas, esse descompasso é o indicador que falta uma melhor compreensão do Estado em relação às dinâmicas locais.

3. Breve Histórico do CODETER BR 163/PA

Para implementar a ação prevista no Plano de Desenvolvimento Sustentável da BR163, relacionada à instalação de Territórios Rurais Sustentáveis, o MDA através da SDT, em contato com atores da Br 163/PA, realizou uma reunião de sensibilização e apresentação da política de territorial em 2005. Um dos resultados desta reunião foi a elaboração do relatório de apresentação das características socioeconômicas e ambientais do território BR 163. Na segunda reunião, realizada em maio de 2006, se criou a Comissão de Implantação de Ações Territoriais – CIAT/BR 163. Esta comissão tinha o caráter norteador, referenciador e definidor das ações do território, suas principais atribuições eram: - Sensibilizar, articular e coordenar os atores sociais com vista à construção coletiva dos planos de desenvolvimento do território; - Promover agendas de prioridade; - Articular e apoiar arranjos interinstitucionais. A CIAT BR 163/PA foi estruturada da seguinte forma: Plenária, Núcleo Diretivo, ambos coordenados pelo Fórum dos Movimentos Sociais da BR 163/PA e Núcleo Técnico, coordenado pela EMATER-Itaituba. Na oportunidade ficaram definidas as 93 entidades e instituições que fariam parte da comissão, bem como os projetos prioritários que receberiam os primeiros recursos oriundos do MDA, conforme tabela abaixo:

PROJETO INSTITUIÇÃO VALOR(R$) MUNICIPIO

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Aquisição de Móveis e Equipamentos STR – Itaituba 20.000,00 Itaituba Implantação de mini-usinas de óleos STR – Itaituba e

Associações 60.000,00 Itaituba

Unidades Móveis de Beneficiamento de Madeira

STR’S e Associações

96.000,00 Jacareacanga, Novo Progresso e Castelo.

Reforma do Armazém de Itaituba e instalação de secador

STR 100.000,00 Itaituba

Aquisição de equipamentos para beneficiamento da Banana

Cooperativa 123.000,00 Trairão

Aquisição de equipamentos para beneficiamento de polpas

STR 81.000,00 Rurópolis

Aquisição de caminhão para transporte de leite até a coopetra

SEMAGRI 94.000,00 Placas

Dos projetos apresentados acima, apenas o da Secretaria de Agricultura de Placas foi

aprovado e executado. Os demais, até o momento, não foram viabilizados, em função de pendências jurídicas e fundiárias. Outros fatores que contribuíram para não efetivação dos projetos estão relacionados a forma como os mesmos foram definidos, por exemplo, como um grande “leilão” do recurso e os aspectos técnicos de viabilidade não foram priorizados nem discutidos durante a elaboração dos mesmos. As não liberações do recurso para estruturar a instituição coordenadora e o atraso na contratação do articulador territorial também contribuíram para engessar o processo e desmotivar a participação dos interessados na CIAT..

Nos anos seguintes a estrutura ficou enfraquecida, pelos fatores acima citados e também pela não priorização por parte dos representantes da SDT no estado do Pará e em Brasília, a fim de buscar soluções que minimizassem os problemas dos projetos aprovados. Não podemos isentar os atores locais nesses impasses, uma vez que não se apropriaram e se afastaram do processo dada as enormes controvérsias que dificultavam a compreensão dos problemas existente. Esse fato culminou com um drástico esvaziamento das Plenárias da CIAT, que passaram a ser praticadas apenas por algumas instituições e entidades locais que acreditando na nova prática de trabalho conjunto entre governo e sociedade para dinamização territorial, essas instituições mesmo com dificuldades financeiras disponibilizavam recursos e colocavam seus quadros técnicos para viabilizar as reuniões e evitar que o processo se dissolvesse por completo. É notável que a iniciativa de algumas organizações da sociedade civil possibilitou a continuidade das discussões territoriais, ao mesmo tempo, muitas vezes, estas tiveram de fazer papel de governo, recebendo, inclusive, as críticas e cobranças da sociedade pela ausência do mesmo.

Neste contexto, é possível avaliar que a CIAT BR 163/PA desenvolveu o processo de articulação entre governo e sociedade em busca de um diálogo de forma insatisfatória, uma vez que não alcançou e nem garantiu a pluralidade, a gestão social, o capital social, a integralidade, a participação, a priorização da Agricultura Familiar, fatores que deveriam ser buscados e fortalecidos pela comissão, assim, a CIAT BR163 esteve longe de se constituir com um espaço efetivo para discussão entre governo e sociedade civil sobre o desenvolvimento do território.

A CIAT BR 163/PA ficou por 23 meses sem receber recursos para contratar o Articulador Territorial, profissional que deveria viabilizar os projetos. Apenas em março de 2008 a SDT firmou um convênio com a Fundação Viver, Produzir e Preservar – FVPP, para promover processos de mobilização para a gestão participativa do desenvolvimento sustentável dos territórios rurais selecionados pela SDT/MDA no Estado do Pará – Território BR 163 – através da articulação dos atores locais e consultoria especializada.

Em agosto de 2008 a estrutura de CIAT BR 163/PA, transforma-se em Colegiado de Desenvolvimento Territorial Rural Sustentável da BR 163/PA – CODETER BR 163, conforme estava prevista nas diretrizes da CIAT, como uma instância de debate posterior à Comissão, e que tem como propósito facilitar as discussões a cerca dos Territórios da Cidadania. Neste

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período, e novamente aproveitando ações de organizações da sociedade civil e do governo do estado, foram realizadas algumas reuniões, tendo como principais resultados o recadastramento das entidades e instituições participantes da plenária, o estabelecimento do núcleo diretivo, coordenado pelo Fórum dos Movimentos Sociais da BR 163/PA e núcleo técnico, Coordenado pela EMATER. Houve também a elaboração e aprovação do regimento interno do colegiado

4. Dinamização do CODETER BR 163/PA

Se tomarmos como referencia os quatro anos de existência de espaços de discussão das políticas territoriais, os avanços foram incipientes e, ao mesmo tempo; os projetos territoriais enfrentaram entraves que impossibilitam a implantação da maioria das ações previstas. Neste contexto, as entidades e instituições remanescentes do processo, iniciaram uma discussão sobre uma estratégia que promovesse o fortalecimento do Colegiado de Desenvolvimento Territorial Rural Sustentável da BR 163/PA (CODETER BR 163), e que agregasse as políticas de desenvolvimento territorial dos governos estadual e municipal, uma vez que estas vêm sendo apresentadas à população da região sem ter uma estratégia que vise à integração de investimentos financeiros, esforços técnicos e de participação social na execução.

Com o intuito de contribuir para a criação de um consenso tendo em vista o desenvolvimento sustentável da região, o CODETER Br 163, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e o Projeto Diálogos, em parceria com a Fundação Viver, Produzir e Preservar – FVPP, Fórum dos Movimentos Sociais da BR 163, a Secretaria de Estado de Agricultura (SAGRI/Regional Itaituba), EMATER, IDEFLOR, Programa Pará Rural/Itaituba e a CEPLAC organizaram a Oficina Sobre a Importância do CODETER BR 163 nas discussões e implantação das Políticas Territoriais.

5. Objetivos da Oficina

Discutir e disseminar informações sobre os objetivos governamentais com a Criação dos Territórios da Cidadania.

Contribuir para a construção de uma instancia de gestão local com participação e conhecimento dos papeis e responsabilidades de seus representantes e identificar as oportunidades de participação social e de integração das políticas territoriais federais, estaduais e municipais, para o melhor desenvolvimento do pacto federativo.

6. Etapas da Oficina

6.1. Organização e Mobilização da Oficina

A necessidade de organização da oficina foi fruto da demanda do CODETER BR 163/PA, por uma fase de capacitação e reflexão sobre políticas territoriais e paralelamente pela iniciativa do IPAM e o Projeto Diálogos, que através do apoio financeiro da União Européia, tem como objetivo principal contribuir para a preservação e manejo sustentável dos recursos naturais e para adequada ocupação territorial da Amazônia brasileira, otimizando os espaços de diálogo, negociação, coordenação e inovação, ainda limitados e pouco explorados.

A oficina estava programada para outubro de 2008, mais em função da incompatibilidade de agenda dos representantes do MDA/SDT a mesma foi adiada para fevereiro de 2009, e mais uma vez não foi possível de se realizar pelo mesmo motivo. Os adiamentos se justificam, pois era de suma importância termos nas mesas de discussões os

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responsáveis pela execução das políticas territoriais e para que os participantes tirassem suas dúvidas sobre as estratégias do MDA/SDT para fortalecer o processo na BR 163/PA.

Após as duas tentativas frustradas, o núcleo técnico do CODETER BR 163/PA se reuniu em fevereiro de 2009 e definiu de forma incondicional que a realização da oficina se daria nos dias 03 e 04 de março de 2009. Na oportunidade, ficou acertado o papel de cada entidade e instituição na mobilização e organização do evento, como também foi elaborado o convite(ANEXO 1) e a Programação(ANEXO 2).

Inicialmente a oficina estava programada para ser realizada com 30 participantes da sociedade civil, porém, houve um grande interesse dos atores locais pelo tema e a procura foi muito intensa. Para atender a demanda, a oficina foi preparada para 50 participantes, membros de entidades da sociedade civil e de instituições dos governos.

No processo de mobilização alguns dos acordos estabelecidos na reunião do núcleo técnico não foram cumpridos o que sobrecarregou a representação do IPAM na região, que precisou acessar outros parceiros que não estavam inseridos na organização, para contribuírem com a mobilização.

Foram convidadas a priori, as entidades e instituições que já haviam efetuado o recadastramento no CODETER BR 163/PA, bem como as que já haviam participado da CIAT e apresentavam interesse em participar da capacitação.

Como a procura foi grande, a estratégia estabelecida para garantir a participação dos interessados, foi orientada pelo envio de convite e exigida confirmação antecipada de participação, assim, agilizaríamos a confecção de materiais didáticos personalizados e no caso de não confirmação, as vagas disponíveis seriam oferecidas as entidades e instituições que faziam parte de uma lista de espera.

Mesmo com todas as recomendações algumas representações só confirmaram participação em cima da hora e até mesmo no ato de abertura do evento.

Outro imprevisto que exigiu uma adequação da organização do evento, foi o fato das representações do MDA/SDT terem entrado em contato por telefone, na véspera do evento e cancelar a participação, o primeiro em função do encerramento de seu contrato de trabalho e o segundo por priorizar uma outra agenda de trabalho. Vale ressaltar, que os mesmos, confirmaram suas presenças 08 dias antes do evento. Esta situação causou um sério desconforto entre os organizadores, uma vez que a presença do MDA/SDT já havia sido divulgada para os participantes e nos meios de comunicação do território.

Também por motivos de sobreposição de agendas a representação da Secretaria de Integração Regional do Pará – SEIR, também cancelou sua participação.

Para sanar o problema estabelecido com a ausência dos representantes dos governos Federal e Estadual, a gerencia regional da SAGRI/Itaituba, conseguiu articular com o Diretor de Agricultura Familiar da SAGRI, Sr. Avelino Ganzer para permanecer na região, após algumas agendas no território e fazer a abordagem sobre o tema “As Políticas de Desenvolvimento Territorial Rural para a Amazônia: A criação dos Territórios da Cidadania de Integração como programa de políticas públicas”.

6.2. Metodologia e Andamento da Oficina

A oficina foi planejada para discutir os temas relacionados a percepção territorial dos participantes, as políticas publicas territoriais e a importância e funcionamento do Colegiado, conforme programação em anexo.

Para cada tema, foram elaboradas perguntas orientadoras para discussão em grupos. Em todos os grupos havia representante de cada município que compõem o território. Após as reflexões nos grupos e apresentação em plenária um colaborador ou uma colaboradora, realizava um aprofundamento e detalhamento do tema, levando em consideração os fatores comuns e os contraditórios apresentados pelos grupos em plenária.

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Abaixo segue a sistematização e discussão de cada tema: DIA 03/03/2009

Tema 1: Análise De Políticas Públicas: Discussões C onceituais e Práticas Sobre Políticas Públicas

Perguntas Orientadoras: 1 - O que são políticas públicas? 2 - Como se constroem as políticas públicas? 3 - Quais são os papéis do estado e da sociedade na construção das Políticas públicas? 4 - Quais as políticas públicas que vocês conhecem. Cite exemplos?

Apresentação dos Grupos: GRUPO 1

Resposta 1 a) São linhas de ações dos governos junto a sociedade em benefício cidadania para a população. b) Descentralização dos (conhecimentos) PODER junto a sociedade. Resposta 2 a) Envolvendo a sociedade e governo de forma participativa considerando as demandas da população. Resposta 3 a) Mobilização da Sociedade no sentido de cobrar que as políticas aconteçam. b) Papel da sociedade propor, mostrando as dificuldades para serem consideradas na elaboração das políticas. c) Papel de governos: Analisar demandas, considerar, implantar e Executar as políticas. Resposta 4 a) Investimentos na Agropecuária (linhas de crédito Pronaf, FNO, Pará Rural) b) Na área da Saúde (Descentralização do SUS) c) Na área da educação (descentralização através da LDB) d) Reforma agrária (criação de linhas de Projetos de assentamento, Benefícios para os assentados, infra-estrutura em geral, fomento, etc.) e) Política da territorialidade.

GRUPO 2

Resposta 1 Ações e projetos de governo implementados para a sociedade que atendem o bem comum, são de longo prazo, independente de ações do governo, ou seja, o governo passa, mas a política pública continua. Ela tem que ser uma ação do estado. Muitas vezes as políticas públicas acabam se transformando em assistencialismo, pois atendem as necessidades mais urgentes da população. As políticas não estão chegando aos pequenos agricultores, eles não conhecem as políticas existentes, hoje ela está ficando mais transparente. A política pública não é o governo e sim o funcionário público, porque é ele que vai administra o calendário de ações, devendo partir do funcionalismo público. A população não tem o controle social das políticas. Toda política resulta de uma ação do governo. Resposta 2 Deve-se verificar a realidade da região, no entanto ela esta se construindo apenas a nível técnico. Sendo influenciadas por decisões externas. Deve ser feita com a participação popular, através de audiências públicas para embasamento de projetos. Priorizar os povos tradicionais através de qualificações, pois o próprio tempo irá expulsar essas famílias da terra. São criadas de maneira desarticulada e desintegrada.

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As audiências públicas estão sendo realizadas para validar grandes projetos. As políticas públicas estão pensadas para a Amazônia de acordo com interesses externos e setoriais. Resposta 3 Sociedade: definir, planejar, participar, fiscalizar. Estado: executar e fiscalizar. Resposta 4 PRONAF, PTP, Reforma agrária (Assentamentos, Regularização fundiária), Política de Desenvolvimento Territorial, Acesso à educação, Saúde, Segurança e Lazer

GRUPO 3 Resposta 1 • ações do governo destinadas a infra-estrutura • cidade + povo + publico • Construção de um bem-estar publico • planejamento das ações que atingem um grupo organizado Resposta 2 • Por técnicos do governo • Governantes dá uma olhada o que mais precisa, e distribui • Indiretas, o povo não participa • Pela sociedade civil representada, mas não transmite a necessidade real de quem representa • Necessidade do povo • Indireta – Direta – Pressão Resposta 3 Estado • Ouvir a sociedade • Destina recursos • A política vem, mas a execução não contempla a realidade Sociedade • Pressiona para sair às políticas • Se fazer ouvir • papel nenhum, porque estou acomodado esperando acontecer • fiscalizar as aplicações Resposta 4 • Trabalho escravo • Luz para Todos • Asfaltamento da Br-163 • Agente de Saúde Comunitário • Pronaf • Pronera • Bolsa Família • Para Rural • Campo Cidadão • CrediPará • 1 Bilhão de Arvore • NavegaPará • Bolsa Baruquita • Gestar • Casa Familiar Rural

GRUPO 4

Resposta 1

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É toda uma ação planejada ou demandada pela sociedade civil ou pelo governo visando atingir um determinado publico. Resposta 2 São construídas através de debates e discussões visando beneficiar a sociedade em determinadas necessidades. Resposta 3 Estado – ouvir a necessidade para ver as demandas e planejar as ações, criar políticas voltadas para a especificidade de cada região. Sociedade civil – mobilização da sociedade, construir, fiscalizar e cobrar o governo. Resposta 4 Luz para todos, bolsa família, bolsa trabalho, campo cidadão, Para-Rural...

GRUPO 5

Resposta 1 • Políticas publicas são ações publicas do governo, se consegue através do movimento

social. • Gestões de idéias são colocadas de forma participativa (participação popular) • Se faz de duas maneiras políticas publicas, quando a sociedade participar e quando o

governo executa. • São ações estratégicas que são executadas pelo poder publico. • Demandas levantadas e a execução das demandas. • Gestão de idéias, muito papel e pouca ação.

OBS agente só ver quando e contemplado, falta o entendimento do governo. Resposta 2 Se construí através do levantamento de demandas, não chegam a ter uma ação pratica e efetiva. Resposta 3 Governo: Levantamento, mobilização, cobrança, dialogo, fiscalização, levantamento. Sociedade: Execução Resposta 4 Plano da BR 163, PTP, CODETER, PRONAF (FNO), FORUM, PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS, CFR. Observação: FALTA AÇÃO DO MOVIMENTO SOCIAL

Aprofundamento do tema: Patrícia Guedes Silva – Estudante de Doutorado do NAEA.

A palestrante iniciou a discussão chamando atenção para que a política pública não é algo estático, mas um processo que precisa ser construído coletivamente. Para compreender o que é política pública mais do que a teoria, e das discussões conceituais, é importante vivenciá-la na prática, e esse é um trunfo dos participantes deste encontro.

Foi chamado a atenção por um dos participantes do encontro a respeito da diferença entre ação e reação. Para fazer uma política pública funcionar não basta esperar do governo e quando ela não vem ou não vem como desejado, reagir. É importante agir para que ela aconteça e isso se faz com mobilização.

Esta questão é importante de ser aprofundada! Os participantes chamaram atenção para algumas questões: 1) Dificuldade de entender as políticas públicas com as mudanças de governo, pois

elas podem tanto mudar de nome, como serem engavetadas ou simplesmente desaparecerem para voltarem em outro momento.

2) Durante o encontro e pelas falas dos participantes foi possível visualizar variadas políticas públicas, a dificuldade é visualizar uma integração e articulação entre elas. Falta prioridade para uma ação única.

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3) Nas décadas de 1970 e 1980 assistimos a um período de grande repressão política onde cerca de 800 a 900 lideranças foram assassinadas no Estado do Pará. Hoje vivemos num período completamente diferente, de maior liberdade de expressão. É momento de avançar. O problema é que a cultura da repressão ainda é muito forte no inconsciente coletivo, devendo a participação ser algo a construir ou reconstruir.

4) Os recursos públicos atualmente são de fácil acesso pelos movimentos sociais, entretanto o que falta é uma capacitação nas questões de gestão. No entender de alguns dos participantes, há tanto um mau gerenciamento devido a dificuldades operacionalização, quanto também má fé e uma confusão aparente entre o público e o privado. Isto leva a que recursos preciosos e importantes se percam, não alcançando os objetivos esperados.

5) Todos os atores (governo e sociedade) são instrumentos para que as políticas aconteçam. Técnico não é mero executor, também pensa, “não é quem decidiu, mas é ele que queima os neurônios para fazer acontecer”. Deste modo precisa ter claro que sua ação é política, pois é ela que concretiza a política.

As discussões foram finalizadas com os comentários de que o Estado não tem sentido se ele não se relaciona com a sociedade. Ele tem que reconhecer as demandas e vontades dos grupos. Agentes não são apenas recebedores, historicamente foi afirmado de que não era nosso papel reivindicar, mas é claro que devemos ser ativos. Cada um tem que se pronunciar para poder reunir as falas, pois é assim que se constroem as políticas públicas. Elas são ação intencionada.

Tema 2: As políticas de desenvolvimento territorial rural para a Amazônia: A criação dos territórios da cidadania de integração como programa de política pública.

Perguntas Orientadoras: 1 - O que entendem por território? 2 - Qual relação que o

grupo faz entre o município e o território? 3 - O que constituiu a CIAT e como ele se desenvolveu? 4 - Como e porque se constituiu o CODETER?

Apresentação dos Grupos:

GRUPO 1 Resposta 1 É um espaço físico definido pelas características e peculiaridades sociais, econômicas e ambientais comuns. Resposta 2 Os municípios dependem de uma relação territorial para alavancar a economia regional. Os limites do desenvolvimento não obedecem a limites municipais Os municípios com as mesmas características têm maior poder de negociação para discutir, cobrar e implementar políticas publicas . Resposta 3 Necessidade de ter os atores planejando as ações do MDA no território. Insatisfatório na implantação de apenas algumas metas. Pronats sem aprofundamento da viabilidade. Falta de interesse do governo estadual na gestão anterior e na implementação das metas Desorganizada, falta de interesse da sociedade local devido os entraves na liberação das metas Sem coordenação Resposta 4 Necessidade de se ter regimento de funcionamento da confusão que era a CIAT.

GRUPO 2

Resposta 1

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ESPAÇO GEOGRÁFICO COM IDENTIDADES sócio-ambientais, políticas semelhantes. Espaço físico onde o Estado exerce seu poder. Território depende de como é visto, seja através de biomas, do ponto de vista econômico, cultural. As políticas não estão chegando aos pequenos agricultores, eles não conhecem as políticas existentes, hoje ela está ficando mais transparente. Resposta 2 Município seria a célula, é uma parte, um espaço dentro do território, sendo que essa relação ultrapassa os limites geográficos. Tendo identidades, especificidades que o caracterizam como território. Resposta 3 Comissão de Implantação de Projetos Territoriais, devendo ser pensado de forma que não atendesse somente o 1 município, sendo implantado para que houvesse a integração dos municípios e de instituições. Definiu as ações necessárias para o território. Fortalece a Agricultura Familiar. Resposta 4 Colegiado de Desenvolvimento Territorial da BR 163 se constituiu através de políticas territoriais. Espaço privilegiado para definir as políticas públicas através do território da cidadania. Surgiu a partir das necessidades do Governo Federal trabalhar as políticas públicas dentro do território. (Demandas discutidas e debatidas pelos atores sociais para elaboração das propostas técnicas)

GRUPO 3

Resposta 1 Dificuldade de entender a pergunta Área delimitada com características próprias: cultura, social, econômica Espaço físico, o que faz, o que produz, cultura, Território da área da água, da estrada e dos indígenas Resposta 2 Falta de uniao Descentralizacao do governo Uma disputa entre os municipios por conta de recursos Oportunidade de crescimento em conjunto Resposta 3 Iniciou com uma audiência demandada pela sociedade civil, onde atores sociais da região se reuniram e discutiram a questão de um levantamento socioeconômico de todos os municípios do território. A partir de então incentivos do governo federal e estadual para região. Outra percepção da criação do Colegiado foi visto de forma gananciosa, não se viu Território, se viu dinheiro! As gestões municipais do território não reconhecem o CODETER, o poder publico não se integram com as ações do colegiado. Os projetos encaminhados via colegiado para o território não tiveram resultados aplausivos ate o momento, exceto o projeto do município de Placas. A sociedade civil não estava organizada para receber recurso, por isso alguns recursos ainda estão empenhados. Resposta 4 Pela necessidade burocrática da transformação da CIAT, em Colegiado, onde agora no CODETER se tem mais qualidade na participação e paridade entre os municípios.

GRUPO 4

Resposta 1

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É todo espaço de ação publica que englobam as diversas esferas de governo caracterizado por aspectos comuns Tais como: solo, cultura, produção, meio ambiente organização social etc. Resposta 2 É a forma de integração entre eles que podem ser discutir relações que se exponha ao território para atender a necessidade de cada município Resposta 3 As entidades da sociedade civil e ONGs organizada e instituições governamentais. Desenvolveu-se como uma experiência de articulação dos atores territorial da br 163 Resposta 4 Através da experiência que deu certo como o CIAT.

GRUPO 5

Resposta 1 É um espaço geográfico, que se defini questões culturais, econômica, social e ações governamentais. Resposta 2 O município é um agente para mudança do território. Descentralização das ações do governo. Resposta 3 A necessidade de desenvolver ações adequadas às necessidades regionais com a participação da sociedade, com a participação de 93 instituições desenvolvendo, ações de capacitação dos movimentos sociais. A preocupação do governo de descentralizar suas ações. As demandas regionais. O fortalecimento da sociedade civil. Resposta 4 Constituiu-se através das ações desenvolvidas dentro do território pela própria CIAT. Fórum de debate entre o poder público e movimento social.

Aprofundamento do tema: Edma Moreira -IPAM A palestrante iniciou sua fala comentando as discussões apresentadas pelos grupos,

chamando a atenção para expressões comuns que foram utilizadas por todos os grupos, como espaço geográfico, espaço físico, identidade, governo municipal não dá prioridade, governo municipal visualiza apenas o financeiro, não participa do CODETER. Ressaltou que o, município é a célula onde acontecem as políticas públicas. A palestrante chamou a atenção para que apenas um grupo utilizou a palavra DESENVOLVIMENTO, segundo ela, palavra chave para compreender os processos em discussão. Falar de território é falar de desenvolvimento. Qual desenvolvimento? É claro que é o sustentável, pois território não combina com desenvolvimento convencional e tudo que ele tem trazido são queimadas, violências, exclusão, etc.).

Independente da delimitação geográfica existem várias definições para o território, como:

1) Algo diversificado (inclui todos, negros, índios, agricultor, político, madeireiro, etc.) Na escala menor somos diferentes, mas de alguma forma nos identificamos com nossos parceiros. Nossa diferença está, portanto, na relação com os outros .

2) Território é algo público e jurídico. Regido pela Constituição Federal. 3) Supõe vários tipos de organização e o conjunto destas formam sua identidade

(os vínculo de pertencimento). 4) Território é o local da vivência, da prática, da comunidade, do grupo, da

história, da cultura, do tempo próprio.

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5) Não é o terreno, é aonde acontecem as ações, a afirmação de poderes, conflitos, movimentos sociais. É o que dá sentido a vida. É o lugar de encontros.

6) Território da ação política: política pública, plano de desenvolvimento, etc. É o espaço para definição de estratégias.

7) O mais importante e urgente é definir o “como chegar” alcançar nossos objetivos, pois sem debate não há estratégia; queiramos ou não, se não tivermos a nossa estratégia, outros terão.

Comentando a respeito de por que se cria um território, foi chamada a atenção para que

haja um planejamento e implementação de forma integrada, reconhecendo a diversidade cultural, social e econômica, criando-se um MÉTODO de desenvolvimento territorial. Esta posição é importante de ser assumida pelos atores presentes porque é a possibilidade de construção de uma proposta efetiva para desenvolver a região. Algo gestado na prática e não vindo pronto, algo que deve ser meramente aceito porque não há outra alternativa.

A partir da argüição da palestrante um representante da EMATER chamou a atenção para a necessidade de cobrar do governo federal é uma etapa e papel importante dos atores do território, mas não podemos ficar esperando apenas o governo fazer, cada um tem o seu papel e suas obrigações. Nessa mesma direção, outro participante, ligado aos movimentos sociais, chamou a atenção para que na maior parte das vezes se tem pouca ou nenhuma escolha das possibilidades de utilização dos recursos disponíveis, então se pega o que se tem. Isto evidencia uma articulação anterior mal feita, uma falta de estratégia, um vazio de discussão que deixa com que venha de cima para baixo as imposições do que e como deverá ser feita a implementação da política pública no local.

De posse da palavra a palestrante chamou a atenção para a oportunidade, com a instalação do Território da Cidadania BR 163, de se concretizar o Plano da Br 163 sustentável via a política do território, não esquecendo que nesse processo O CODETER deve assumir sua liberdade e autonomia.

Sobre os créditos para o território, o participante da SAGRI-Belém chamou a atenção para a importância de aprofundar a questão de que mesmo com a possibilidade de inúmeros financiamentos públicos para projetos de interesse do nosso território, há carência de projetos para disputar esses recursos.

A palestrante aprofundou as questões dos territórios da cidadania apresentando documentos, mapas e outros recursos, possibilitando uma visualização bastante qualificada das discussões e fomentando novas possibilidades de aprofundamento.

Relato do Senhor Irineu Matthes - Castelo Dos Sonho s

Argumentou sobre a ineficiência da CIAT, das 7 metas apontadas no documento apenas 2 foram executadas desde 2006 – aquisição do caminhão e equipamentos de escritório da CIAT.

Sobre a criação do CODETER, para que o conselho seja realmente atuante é necessário que os CMDRS (Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável) estejam fortalecidos.

O participante indagou aos presentes quais conselhos estão nessa condição e a resposta foi de que apenas em AVEIRO ele funciona de fato.

Informou também sobre a criação do CDDRS do distrito de Castelo dos Sonhos com a participação da maioria dos representantes das organizações da sociedade civil, porém, é importante chamar a atenção para a ausência do poder público.

Acrescentou ainda que os CMDRS precisam ter no mínimo 50% da formação por representantes da agricultura familiar. Qualquer outra composição descaracteriza o conselho.

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Comentou ainda sobre ATER e Bancos e da necessidade urgente de adequação dos princípios do Programa Nacional da Agricultura Familiar. Comentou da falta de estrutura do escritório da EMATER de Castelo dos Sonhos, que possui apenas um funcionário para operacionalizar as ações de assistência técnica no município. Questionou o porquê da ausência de representantes dos Bancos nos eventos do CODETER, inclusive Plano Safra – Banco do Brasil ITB – Novo Progresso – Rurópolis.

As agencias bancárias de Novo progresso, apesar do esforço do Banco da Amazônia, precisam se adequar para cumprimento dos APLs definidos no Plano Safra.

“ESTAMOS PERMITINDO A DESCARACTERIZACAO DO PROGRAMA, EM FUNCAO DA INOBSERVANCIA DAS DIRETRIZES NA APLICACAO DOS RECURSOS DO FNO E PRONAF EM NOSSA REGIAO! DE QUE FORMA QUEREMOS REDUZIR A POBREZA NO MEIO RURAL E A INCLUSAO SOCIAL?. QUAIS SÃO AS NORMAS ESTABELECIDAS PELA DIRECAO GERAL DOS BANCOS PARA A CONCESSAO DO CRÉDITO RURAL NA AMAZONIA LEGAL?”, finaliza.

DIA 04/03/2009

Tema 3: Experiências do CODETER no Baixo Amazonas

Apresentação do tema: João Raimundo Almeida – CODETER BAM

Neste momento da oficina o Articulador Territorial do Baixo Amazonas, realizou uma apresentação na qual caracterizou o CODETER e o Território do Baixo Amazonas, fazendo citações das entidades e institucionais atuantes e sobre os trabalhos que o colegiado vem desenvolvendo.

Durante a explanação a plenária interagiu com o apresentador e entre as questões levantadas podemos citar:

1) Por que a CEPLAC não participa do núcleo técnico do Baixo Amazonas? 2) Se a sociedade civil organizada quando demanda ações, vai direto a fonte buscar

recursos ou procura o CODETER? 3) De que forma o governo pode criar um mecanismo para que os prefeitos possam

visualizar o CODETER como um colegiado que tenha legitimidade? 4) De que forma a sociedade civil pode mobilizar o governo para que o CODETER

possa ter um reconhecimento enquanto um representante da sociedade civil (prefeitos enxergam-no como um movimento de partido político)?

5) Se o movimento de transformar o colegiado em um conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável é um movimento a nível do Baixo Amazonas, Estadual ou Regional?

Após os esclarecimentos e discussões é possível afirmar que em aspectos gerais o território do Baixo Amazonas enfrenta dificuldades semelhantes ao da BR 163, como por exemplo, o acesso aos projetos territoriais, a elaboração do PTDRS e na interlocução com os representantes da SDT. Porém, o diferencial está relacionado a apropriação da sociedade civil, através do sentimento de pertencimento do espaço de discussão e no número de entidades que efetivamente participam das discussões no Baixo Amazonas.

A apresentação da experiência foi importante para que os atores da BR 163/PA pudessem ter um comparativo das ações desenvolvidas em outras regiões, as estratégias para solucionar as dificuldades enfrentadas e principalmente visualizar a estratégia de política territorial para a Amazônia que vem sendo desenvolvida entre governos e sociedade civil.

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TEMA 4: DA CIAT AO CODETER: As Esferas de Governo(f ederal, estadual e municipal) e a Sociedade em Ação na Construção do D esenvolvimento Territorial Sustentável.

Apresentação do tema: Adonis Facioni – PARÁ RURAL/Itaituba.

O facilitador do tema apresentou um breve histórico da implantação do colegiado, explicado os passos e processos que foram desenvolvidos ao longo do tempo para que o CODETER BR 163 fosse estabelecido.

Foi explanado também os motivos e as necessidades de se constituir um espaço de discussão territorial com vista a preparar a sociedade para serem coadjuvantes do desenvolvimento local.

Na oportunidade o mesmo, analisou e apresentou alguns gargalos que dificultaram o desenvolvimento das ações territoriais, durante o seu trabalho como Articulador Territorial:

• Falta de preparo da sociedade na condução do processo • Pronat’s sem aprofundamento da viabilidade. • Processo insatisfatório: implantação poucas metas. • Falta de interesse do governo estadual na gestão anterior na implementação

das metas (não saber quem dentro da SAGRI era responsável) • Desorganizada: falta de interesse da sociedade local devido os entraves na

liberação das metas • Processo sem coordenação durante 02 anos (No começo a coordenação era do

FMS BR 163, mas devido a demora na liberação dos recursos a entidade abandonou o processo).

• EMATER: ausente como coordenador do Núcleo Técnico (No período da CIAT nunca reuniu)

• Demora na liberação dos recursos para contratação do articulador. • Burocracia da caixa econômica na liberação dos Pronat`s

Durante as discussões podemos destacar as seguintes dúvidas e sugestão da plenária: 1) Quais as experiências para aprovar o projeto? 2) E quanto à legitimidade do CODETER como personalidade jurídica? 3) De que forma se trabalha a região, como viabilizar os projetos? 4) Como articular o Fórum com o CODETER? Sugestão: 1) Levar o que foi discutido nesta oficina para os Prefeitos e movimentos sociais. De acordo com Adonis isto já está acontecendo. Este sugere que as pessoas que

participaram divulguem, pois nem sempre se tem recursos disponíveis. 2) Mobilizar Núcleo Técnico e Articuladora para participarem de uma oficina de elaboração de projetos, que será realizada em Belém. As considerações disponibilizadas durante esta apresentação confirmaram o desenvolvimento insatisfatório das ações do Colegiado, inclusive as análises relacionadas ao abandono do processo promovido pelo governo e entidades da sociedade civil, reforçam a necessidade de uma readequação das responsabilidades e de uma estratégia de favoreça a apropriação do processo pelos atores locais. A análise feita em plenária foi importante para uma maior socialização das problemáticas que o processo vem enfrentando desde seu estabelecimento, esta foi uma possibilidade de sensibilização dos membros do CODETER BR 163, na busca de soluções viáveis e da necessidade de pressão dos atores locais frente às ações incipientes dos governos.

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Tema 5: As Políticas De Desenvolvimento Territorial Rural Para a Amazônia: A Criação dos Territórios da Cidadania de Integração como Programa de Políticas Públicas

Apresentação do tema: Avelino Ganzer – SAGRI.

O Diretor de Agricultura Familiar da SAGRI e Presidente do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário - CEDRS, Sr. Avelino Ganzer, realizou uma reflexão sobre as políticas territoriais que estão sendo implementadas na região e enfatizou a contribuição do CEDRS nas discussões sobre vários temas estratégicos à melhoria do meio rural, como desenvolvimento sócio-econômico e ambiental, reforma agrária, acesso aos recursos naturais, qualidade de vida no campo, participação política e organização social. Relatou ainda, que o governo pretende qualificar os investimentos para melhorar ainda mais a eficiência dos recursos aplicados e atender as expectativas e demandas dos produtores rurais.

O palestrante ressaltou também que nos últimos anos O CEDRS tem se fortalecido através do desenvolvimento de ações para melhorar a produção e a qualidade de vida das famílias do campo e pela sua atuação em todos os territórios do Pará. O Conselho também é responsável pela deliberação sobre as políticas de assistência técnica e extensão rural do Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Progater).

Avelino Ganzer avaliou positivamente as políticas territoriais desenvolvidas pelos governos estadual e federal, e considera que a criação dos Territórios da Cidadania é um marco histórico no Estado, principalmente, pela visão diferenciada que os governos irão empregar na busca e implementação das políticas publicas.

Finalizou sua apresentação citando as importantes parcerias que o Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário - CEDRS, tem com o Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA, SAGRI, outros órgãos estaduais e as entidades da sociedade civil.

Tema 6: CODETER: A Sociedade Construindo o Desenvol vimento da Região, Desafios, Estratégias e Perspectivas.

Apresentação do tema: Rosilene Choua – CODETER BR 163/FVPP

João Paulo Meister – SAGRI/Itaituba.

A Articuladora do território iniciou sua apresentação, divulgando as ações desenvolvidas no território através do Projeto Territorial ou Plano de Trabalho para apoiar a contratação e ações da articuladora. Este Plano de Trabalho tem como objeto: PROMOVER PROCESSOS DE MOBILIZAÇÃO PARA A GESTÃO PARTICIPATIVA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DOS TERRITÓRIOS RURAIS SELECIONADOS PELA SDT/MDA NO ESTADO DO PARÁ – TERRITÓRIO BR 163 – ATRAVÉS DA ARTICULAÇÃO DOS ATORES LOCAIS E CONSULTORIA ESPECIALIZADA, sendo contratada a FVPP para aplicar os recursos oriundos da SDT.

No primeiro momento foi selecionado para ser o Articulador do território o Sr. Adonis Facioni e em seguida, foi substituído pela Sra. Rosilene Choua, uma vez que o primeiro passou a assumir o cargo de representante do Programa Pará Rural na Região.

Foi socializado que o contrato foi estabelecido para o período de abril de 2008 a março de 2009 e até a realização da oficina apenas uma parcela havia sido liberada, situação que manteve a deficiência na articulação e na animação do processo da CIAT e CODETER do território da BR-163. Porém, com o recurso disponibilizado foi possível realizar algumas reuniões nos municípios.

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Estas reuniões de mobilização foram registradas em um relatório, que foi entregue a SDT/MDA, como prestação de contas da parcela recebida. Na oportunidade, a atual Articuladora inseriu essas informações em sua apresentação, as quais pela primeira vez foram socializadas para a plenária.

Após um breve debate e esclarecimentos em relação ao projeto, iniciou-se então, a discussão de Planejamento do CODETER BR 163/PA, que foi moderado pelo Sr. João Paulo – SAGRI/Itaituba. Nessa etapa, houve um debate sobre os seguintes pontos: • Divergência sobre a área geográfica do Território BR 163/PA Os membros do CODETER BR 163/PA analisaram e questionaram sobre o recorte geográfico do território BR 163/PA, que é considerado pela SDT/MDA e pelo programa de Integração do Governo do Estado, que não consideram que o Município de Placas e o Distrito de Castelo de Sonhos, como membros do território BR 163/PA. O agravante é que as respectivas áreas sempre participaram deste território, inclusive determinando a área de atuação dos movimentos socioambientais e consideradas pelo o regime interno do colegiado. Segundo Avelino Ganzer, em relação a Placas, esta definição foi orientada por diversas atas e reuniões do território da Transamazônica e Xingu, que também tem como participantes representantes do município e que solicitaram ao Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável que Placas, estivesse inserida nas discussões territoriais da Transamazônica e Xingu. Já em relação ao Distrito, foi socializado que a política territorial define áreas municipais, como o Castelo de Sonhos pertence é área do município de Altamira, então deve participar também do território da Transamazônica. Os representantes do município e distrito, presentes na ofina, questionaram a legitimidade dos que solicitaram esta mudança e avaliaram negativamente esta decisão. Por sua vez, Avelino Ganzer orientou que o Colegiado da BR 163 registrasse esta questão e encaminhasse um documento para o Conselho Estadual avaliar a situação. • Plano de Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – PTDRS Houve um nivelamento sobre a importância e as dificuldades de elaboração do PTDRS, foi informado que o representante do IPAM, durante uma reunião em Brasília no ano de 2007, já havia indicado a prioridade de liberação do recurso para construção do Plano, porém, até o momento a SDT/MDA não sinalizou nenhum encaminhamento para liberação dos recursos. Foi discutido também que os planos existentes na região, tais como: Avaliação Ambiental Integrada, produzida pelo projeto Gestar, os Plano de Desenvolvimento Municipais, entre outros, podem facilitar a elaboração do PTDRS. Além de que, os participantes do CODETER BR 163/PA podem levantar informações em seus municípios, principalmente via os Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável. Neste momento, foi levantada a situação dos conselhos, conforme tabela abaixo:

Município Se existi

Conselho Municipal Situação

Itaituba SIM HOMOLOGADO (INATIVO) Aveiro SIM HOMOLOGADO Jacareacanga SIM HOMOLOGADO (INATIVO) Rurópolis NÃO EM PROCESSO DE HOMOLOGAÇÃO Trairão SIM HOMOLOGADO (SEM COMPOSIÇÃO) Novo Progresso SIM HOMOLOGADO (ATIVO)

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Placas NÃO Castelo dos Sonhos SIM HOMOLAGADO (ATIVO)

Foi sugerido que o Núcleo Técnico, com base nos levantamentos municipais, indique uma metodologia de construção do PTDRS. Outros comentários sobre a questão:

É necessário se ter uma relação de confiança; É valido que as pessoas produzam informações para o plano. Que cada um saiba quem pertence aos conselhos municipais; é preciso que haja

encaminhamento e um compromisso de cada um dos atores sociais. Existe um prazo até junho deste ano para que todos os municípios tenham seus

conselhos municipais. • Discussão sobre o PRONAT 2007, que trata da Aquisição de equipamentos para

beneficiamento de polpas Este debateu foi demandado pelos representantes do município de Rurópolis, que apresentaram as dificuldades de implementar o projeto na comunidade de Divinópolis, uma vez que a associação que iria desenvolve-lo encontra-se inadimplente e a área onde a fábrica seria construída não possui documentos agrários, fator exigido pela Caixa Econômica Federal. Os representantes de Rurópolis consultaram a plenária sobre a possibilidade de adequar o projeto e transferi-lo para a sede do município. A questão foi colocada em votação, sendo que a transferência foi aceita por unanimidade. • Planejamento Anual do CODETER BR 163/PA Este momento foi dedicado para definir a forma de divulgação da política territorial e integração com as políticas municipais, as estratégias de funcionamento das instâncias do colegiado e a definição de uma agenda. Houve novamente um debate sobre as possibilidades de interação como os CMDRS, as estratégias de construção do PTDRS e os intervalos das reuniões do colegiado. Os resultados e encaminhamentos deste ponto são apresentados no próximo tópico deste relatório.

7. Resultados/Encaminhamentos da Oficina

Podemos considerar que a primeira parte da oficina, que tinha o propósito de sensibilizar os atores locais a cerca das políticas publicas territoriais e o papel dos envolvidos nas suas implementações, alcançou com êxito sua missão, uma vez que a qualificação dos temas possibilitou um maior entendimento da plenária sobre os papéis, os responsáveis e as formas de intervenção, que devem ser desempenhadas pelo CODETER BR 163.

Durante as discussões, na avaliação da plenária e nas análises sobre a participação do governo e da sociedade civil, ficou evidente que até o presente o espaço CODETER se encontrava sem priorização por parte do governo e da sociedade, mas que a partir da oficina a sociedade decidiu revitalizar o CODETER BR 163, através de compromissos de participação, de apoio local para realizar as reuniões ordinárias do colegiado e de estratégias municipais para integrar e fortalecer as ações do mesmo.

Uma questão de apropriação do CODETER, como espaço de diálogo, parte da discussão sobre a não concordância sobre as áreas geográficas dos territórios definidos pelo Governo Federal e Estadual, que difere da área de atuação dos movimentos sociais da BR 163/PA. A questão se refere ao envolvimento do município de Placas e o Distrito de Castelo de

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Sonhos, que para o governo fazem parte do território da Transamazônica e Xingu, enquanto que na prática local os trabalhos são feitos em conjunto com eles. Este fato fez com que a plenária deliberasse que os município e distrito envolvidos na situação, realizassem uma reunião local com as entidades e instituições para discutir e definir qual o território realmente estes pretendem participar. Em seguida, deveriam encaminhar o resultado da reunião no local, para que o CODETER BR 163 possa discutir a situação com o Governo Estadual e Federal.

A segunda parte da reunião foi dedicada a uma reflexão do processo de funcionamento que era estabelecido quando existia a CIAT e mais recentemente do CODETER. Foram apresentados e analisados os principais fatores que estão contribuindo ou dificultando suas ações.

Nesta fase da oficina foi possível estabelecer um nivelamento satisfatório, uma vez que os membros assumiram ter uma maior clareza sobre ações que devem desenvolver para garantir e aperfeiçoar as discussões, encaminhamentos e atuação do colegiado, frente às políticas territoriais. Porém, é pertinente avaliar que o nível de entendimento entre os participantes ainda difere bastante e outros processos como estes ainda serão necessário.

Durante o planejamento do colegiado ficaram definidos os seguintes encaminhamentos: • O núcleo técnico deve construir e propor uma metodologia que contemple as

demandas municipais e acelere a elaboração do PTDRS; • Cada município deve se reunir para apresentar uma proposta de plano que

querem; • O núcleo técnico deve elaborar um roteiro como informações que os municípios

necessitam coletar para subsidiar a elaboração do PTDRS; • Cada município deve eleger um representante que possa coletar as informações; • Os representantes dos municípios devem divulgar o CODETER BR 163/PA, nas

câmaras de vereadores, Prefeituras e nos CMDRS; • Os membros do CODETER BR 163/PA devem contribuir em seus municípios

com a revitalização e formação dos CMDRS, e viabilizar o funciomnamento deste até o dia 25/07/2009.

As reuniões do colegiado ficaram definidas conforme tabela abaixo:

DATA MUNICÍPIO RESPONSÁVEL

PELA MOBILIZAÇÃO/ ORGANIZAÇÃO

ORIGEM DO RECURSO

04/Mar Itaituba Núcleo Técnico IPAM/PROJETO

DIÁLOGOS

27/Mar Itaituba Núcleo Técnico -

08/Maio Itaituba Km 25

Articuladora FMS – BR 163

Pauta: Gestão dos recursos

Rancho e hospedagem– FMS BR 163

Transporte – Institucional

10/Jul Aveiro Articuladora

Entidades e Instituições de Aveiro Plano de Trabalho – FVPP

11/Set Trairão Articuladora

Entidades e Instituições de Trairão

Rancho e hospedagem– SEMAGRI E SEMMA

Transporte – Institucional

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13/Nov Novo Progresso Articuladora

Entidades e Instituições de NP

Plano de Trabalho – FVPP Hospedagem e alimentação

- EMATER

8. Considerações Finais e Avaliações

A realização da oficina foi fundamental para animação e estabelecimento de um

processo de pertencimento e apropriação do espaço CODETER BR 163/PA. Podemos afirmar que os atores dos territórios estão mais sensibilizados sobre a postura que se deve ter nas discussões territoriais e na construção de um espaço de diálogo. Porém, considera-se que esta sensibilização não é suficiente, é preciso ter atitude e compromisso no desenvolvimento das ações, sobretudo por parte do governo federal. Esperamos que durante as discussões sobre o Território da Cidadania e dos futuros projetos territoriais, as demandas da sociedade civil, sejam realmente potencializadas e que estas sejam baseadas em ações concretas que beneficie todos os setores da sociedade local, seja através da geração de emprego e renda, seja da garantia da sustentabilidade da região que não se faz apenas criado decretos ou instituindo áreas protegidas, mais sim, com diálogo e com a implantação de políticas que foram construídas em conjunto.

Também é preciso recomendar que o CODETER BR 163 viabilize: � A Profissionalização do Espaço – Para que este possa realmente apresentar demandas

prioritárias, baseadas principalmente em um documento norteador, neste caso, o Plano Territorial Desenvolvimento Rural Sustentável – PTDRS. � Funcionamento do Núcleo Técnico – Formar um núcleo técnico paritário e que este,

em conjunto com o(a) articulador(a), proponha metodologias que melhor oriente as propostas de projetos e investimentos do território BR 163/PA. � Funcionamento do Núcleo Diretivo – Que a entidade coordenadora assuma de fato as

responsabilidades que lhe são conferidas e que o efetive como espaço decisório das ações estratégicas. � Plenária – Participar efetivamente da construção de um modelo de desenvolvimento

territorial, se apropriando da política e das decisões sobre os projetos e investimentos, cobrando do MDA a contratação de um(a) articulador(a) exclusivo(a) e que seus honorários sejam pagos de forma ininterrupta. Cobrar para que as decisões estratégicas sejam transparentes e participativas. Buscar soluções e cobrar dos governos Estadual e Federal, que revejam as suas áreas geográficas da política territorial do Tapajós e BR 163 e que reconheçam o nosso território conforme estabelecido pelos atores locais. � Exclusividade Profissional – Exigir do(a) articulador(a), exclusividade profissional

para desenvolvimento das ações do CODETER BR 163 e assim viabilizar com mais qualidade o processo de mobilização dos atores e as discussões sobre os projetos territoriais.

Na avaliação final a maioria dos participantes avaliou positivamente assumindo que seus conhecimentos em relação ao tema foi ,consideravelmente, mais profundo.

Três participantes avaliaram negativamente o não cumprimento dos horários pré-

estabelecidos. Porém, o não cumprimento de alguns horários é justificado uma vez que alguns dos participantes não se hospedaram no local e se ausentavam nos intervalos e para aplicação da metodologia proposta se fazia necessário aguardar o maior número de pessoas na plenária.

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9. Referências

ALENCAR, Ane A. C.; MCGRATH, David; COSTA, Rosana; SOUZA, Lucimar; CARVALHO, Edivan & RESQUE, Felipe: Planejamento Detalhado para a Fronteira BR163 - Iniciativa Andes e Amazônia (IAA) - Fundação Gordon e Betty Moore. IPAM, Julho 2008. CARVALHO, Edivan. Relatório reunião CIAT/ BR-163. Itaituba: IPAM, Julho 2007. LE MOAL, Maira: Território da BR-163 / Pará - O desafio de se pensar o desenvolvimento territorial numa nova fronteira da Amazônia brasileira: Relatório de trabalho de conclusão de curso de engenheiro agrônomo: Março – Setembro de 2007. FACIONI, Adonis Luiz; BASÉGIO, Airton; SALIM, Ana Cristina; SOUZA, Ana Paula Santos; CARVALHO, Edivan; JÚNIOR, Felipe R. G.; FEITOSA, Francisco; GRIMAUD, Jean ; BATISTA, João; PINHEIROS, Luzia Aparecida; LONGO, Pe. Arno Miguel; COSTA, Rosana Gisele Cruz Pinto. Relatório analítico das organizações sociais e instituçoes governamentais correlatas as questões rurais e ambientais. Itaituba: Projeto GESTAR UTF/BRA/060/BRA. Abril de 2006. Sitios visitados: http://www.pa.gov.br/noticias/resultadonoticias.asp http://www.ipam.org.br http://www.mda.gov.br/portal/ http://www.dialogos.org.br http://www.presidencia.gov.br/casacivil/