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RELATÓRIO Nº 201409563 QUAL FOI O TRABALHO REALIZADO? Avaliação de Resultados da Gestão (ARG) Serviço Social da Indústria Departamento Regional do Distrito Federal (SESI-DF) Esta ação de controle avaliou a gestão do SESI-DF referente a serviços e obras de engenharia, especificamente na execução das Obras de Melhorias do Centro de Produção de Refeições (CPA) da unidade Guará, no Distrito Federal. POR QUE O TRABALHO FOI REALIZADO? O trabalho foi realizado em razão da materialidade dos recursos R$ 4.891.864,17, bem como da relevância dessas obras no atingimento da finalidade institucional do Sesi-DF. QUAIS AS CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAIS RECOMENDAÇÕES FORAM EMITIDAS? A gestão do Sesi-DF referente aos serviços e obras de engenharia mostrou-se insuficiente, visto que foram identificadas impropriedades desde a elaboração dos projetos até a execução e fiscalização das obras do CPA- Guará. Dentre as impropriedades identificadas destacam-se sobrepreço decorrente da superestimativa de quantidade de serviços; medição e pagamento de serviços não executados; projetos deficientes e incompletos; deficiências no edital de licitação, ocasionando restrição à competitividade; fracionamento de despesas e fuga da modalidade licitatório na execução das obras. Recomendou-se a glosa da medição antecipada, a celebração de aditamento contratual para adequar as quantidades dos serviços e a criação de normativo para regulamentar a contratação de projetos, obras e serviços de engenharia, tendo como parâmetro a norma OT IBR 01/20016 editada pelo Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (IBRAOP). Em face da atuação da CGU, foram celebrados termos aditivos ajustando as quantidades de serviços e reduzindo o valor do contrato em R$ 528.692,30, além da criação da norma interna ING-GAD-007 regulamentando a contratação de projetos, obras e serviços de engenharia. Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria- Geral da União

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RELATÓRIO Nº 201409563

QUAL FOI O TRABALHO REALIZADO?

Avaliação de Resultados da

Gestão (ARG)

Serviço Social da Indústria

Departamento Regional do

Distrito Federal (SESI-DF)

Esta ação de controle avaliou

a gestão do SESI-DF referente

a serviços e obras de

engenharia, especificamente

na execução das Obras de

Melhorias do Centro de

Produção de Refeições (CPA)

da unidade Guará, no Distrito

Federal.

POR QUE O TRABALHO FOI REALIZADO? O trabalho foi realizado em razão da

materialidade dos recursos R$ 4.891.864,17,

bem como da relevância dessas obras no

atingimento da finalidade institucional do

Sesi-DF.

QUAIS AS CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAIS RECOMENDAÇÕES FORAM EMITIDAS?

A gestão do Sesi-DF referente aos serviços e

obras de engenharia mostrou-se insuficiente,

visto que foram identificadas impropriedades

desde a elaboração dos projetos até a

execução e fiscalização das obras do CPA-

Guará.

Dentre as impropriedades identificadas

destacam-se sobrepreço decorrente da

superestimativa de quantidade de serviços;

medição e pagamento de serviços não

executados; projetos deficientes e

incompletos; deficiências no edital de

licitação, ocasionando restrição à

competitividade; fracionamento de despesas

e fuga da modalidade licitatório na execução

das obras.

Recomendou-se a glosa da medição

antecipada, a celebração de aditamento

contratual para adequar as quantidades dos

serviços e a criação de normativo para

regulamentar a contratação de projetos,

obras e serviços de engenharia, tendo como

parâmetro a norma OT IBR 01/20016 editada

pelo Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras

Públicas (IBRAOP).

Em face da atuação da CGU, foram

celebrados termos aditivos ajustando as

quantidades de serviços e reduzindo o valor

do contrato em R$ 528.692,30, além da

criação da norma interna ING-GAD-007

regulamentando a contratação de projetos,

obras e serviços de engenharia.

Ministério da Transparência,

Fiscalização e Controladoria-

Geral da União

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

Unidade Auditada: SESI- DEP. REGIONAL DO DISTRITO FEDERAL

Município - UF: Brasília - DF

Relatório nº: 201409563

UCI Executora: SFC/DP/DPSES - Coordenação-Geral de Auditoria da Área de

Serviços Sociais

RELATÓRIO DE AUDITORIA Senhor Coordenador-Geral,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço nº 201409563, apresentamos os resultados dos exames realizados sob atos e consequentes fatos de gestão, ocorridos na supra-referida, no período de 01/01/2014 a 30/09/2014.

I – ESCOPO DO TRABALHO

Os trabalhos foram realizados na Sede da Unidade Gestora em Brasília/DF, no período de 18/08/2014 a 30/09/2014, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao serviço público federal, objetivando o acompanhamento preventivo dos atos e fatos de gestão ocorridos no período de abrangência do trabalho, qual seja, 01/01/2014 a 30/09/2014. Nenhuma restrição foi imposta aos nossos exames.

II – RESULTADO DOS EXAMES

1 GESTÃO DO SUPRIMENTO DE BENS/SERVIÇOS

1.1 PROCESSOS LICITATÓRIOS

1.1.1 PROCESSOS LICITATÓRIOS

1.1.1.1 INFORMAÇÃO O empreendimento.

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Fato O objeto desta ação de controle consiste na verificação de processos e rotinas relacionadas à execução de obras e serviços de engenharia.

Para tanto foi selecionada a seguinte obra cujas informações processuais mais relevantes são as apresentadas no quadro abaixo:

Quadro – Informações gerais sobre o processo de contratação e execução das obras de melhorias na Unidade Operacional do SESI Guará

EXECUÇÃO DE OBRAS DE MELHORIAS NA UNIDADE OPERACIONAL DO SESI GUARÁ

ITEM INFORMAÇÕES SOBRE A OBRA

1 CARACTERÍSTICAS GERAIS

Localização QE 23, Lote E, Área Especial, Guará II

Cidade Brasília

Área de intervenção Unidade Operacional SESI Guará

Tipo de obra Reforma

Valor estimado R$ 3.261.985,71

Mês de referência Agosto/2013

BDI orçado 28%

Prazo de execução estimado 6 (seis) meses

2 ELABORAÇÃO DOS PROJETOS

Hidráulico R-7 Engenharia Ltda – EPP Planilha orçamentária SESI-DF

3 LICITAÇÃO

Tipo de Comissão Permanente

Modalidade Concorrência

Tipo de licitação Menor Preço

Data do edital 04/10/2013

Data da abertura 21/10/2013

Data de julgamento 21/10/2013

Data da adjudicação 31/10/2013

Empresa vencedora Construminas Reformas e Instalações Ltda-ME

CNPJ da empresa vencedora 09.038.741/0001-36

Número de empresas participantes 5 (cinco)

Número e data do ato designativo do Gestor do contrato

Portaria nº 147/2013, de 01/11/2013

Número e data do ato designativo do Fiscal da obra

25/10/2013

4 CONTRATO

Data de assinatura 01/11/2013

Prazo para início da execução 01/11/2013

Prazo inicial de conclusão 180 (cento e oitenta) dias

Valor inicial contratado R$ 2.500.174,39

Mês de referência Outubro de 2013

BDI da proposta 28%

Data do Termo Aditivo 07/04/2014

Valor total do Contrato + Aditivo R$ 3.731.864,14

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EXECUÇÃO DE OBRAS DE MELHORIAS NA UNIDADE OPERACIONAL DO SESI GUARÁ

ITEM INFORMAÇÕES SOBRE A OBRA

Percentual de acréscimo sobre o contrato 49%

Prazo adicional do aditivo 105 (cento e cinco) dias

Prazo total do Contrato + Aditivo 285 (duzentos e oitenta e cinco) dias

% executado da obra 55%

Termo de Recebimento Provisório -

Termo de Recebimento Definitivo -

Observaram-se impropriedades relacionadas com o processo de licitação e de execução da obra que se encontram relatadas em pontos específicos deste relatório.

##/Fato##

1.1.2 FORMALIZAÇÃO LEGAL

1.1.2.1 CONSTATAÇÃO Projetos deficientes subsidiando a Concorrência nº 10/2013 e a celebração do Primeiro Termo Aditivo ao Contrato nº 33000/2013 referentes às obras de melhorias na Unidade SESI Guará. Fato As obras de melhorias na Unidade SESI Guará, licitadas através do Edital de Concorrência SESI/DF nº 10/2013, consistem em serviços de reforma da área existente, com a execução de troca de piso, de revestimentos de parede, de instalações hidrossanitárias e elétricas, de forros e de esquadrias, dentre outros, além da execução de recapeamento asfáltico em Concreto Betuminoso Usinado à Quente (CBUQ). Ocorre que o projeto utilizado na Concorrência nº 010/2013, correspondentes aos Anexos de I a IV, onde constam as Especificações Técnicas, a Planilha Orçamentária, os Desenhos Técnicos e o Cronograma Físico Financeiro, respectivamente, não contém os elementos necessários, suficientes e adequados para caracterizar a obra, diversamente do que preconiza o RLC da entidade. Tal conclusão fundamenta-se nos seguintes fatos:

i. Inexistência dos desenhos técnicos de arquitetura, de instalações elétricas e de recapeamento asfáltico, que localizem e detalhem os serviços,

ii. Falhas na estimativa dos quantitativos de serviços, e iii. Incompatibilidades entre os serviços integrantes da planilha orçamentária com as

especificações técnicas e os serviços constantes dos sistemas referenciais adotados pelo SESI/DF.

Por meio da Solicitação de Auditoria nº 201409563/003, de 22/08/2014, solicitou-se ao Gestor a disponibilização dos seguintes documentos:

1. Projetos dos acréscimos/supressões objeto do aditivo contratual. 2. Especificações técnicas dos serviços acrescentados através do aditivo contratual que não

estão contemplados no Anexo I – Caderno de Especificações Técnicas. 3. Projeto “as built”, que conforme a 12ª medição, encontra-se medido em 80%. 4. Projeto(s) e detalhe(s) das intervenções nos pisos, telhados, forros e recapeamento

asfáltico, com os respectivos locais de execução, caso tais intervenções não estivessem contempladas no “as built”.

Registre-se que também foram questionadas nas Solicitações de Auditoria nº 201409563/007, 201409563/008 e 201409563/009, de 02/09, 03/09 e 08/09/2014, respectivamente, as divergências identificadas nos quantitativos dos serviços elencados na planilha orçamentária, sendo estas divergências tratadas em constatações específicas do presente relatório.

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Por meio do Ofício Super nº 0001285, de 28/08/2014, o gestor respondeu à Solicitação de Auditoria 201409563/003, de 22/08/2014, da seguinte maneira:

“[...]

Quanto à solicitação dos projetos acréscimos/supressões objeto do aditivo contratual solicitado no “item 1.a”, vimos informar que de fato não foram confeccionados, arrimados no princípio da economicidade, tendo a área técnica de engenharia, balizando-se em instrumentos substitutivos a exemplo de orçamento, cujos quantitativos foram levantados in loco, e Descrição de Serviços (TR – especificações técnicas, que ora junta), que garantiram precisão, segurança e lisura para o aditamento contratual, destarte, atendendo a finalidade perseguida pela administração, notadamente a vantajosidade. Ou seja, observando-se que o custo para elaboração dos projetos seria mensurado por m2, e que a edificação possui 7148m2, a área técnica, prezando pelo princípio da economicidade e vantajosidade, balizou a tomada de decisão pelos instrumentos substitutivos citados acima, que seriam tão seguros quanto, e ainda partindo da premissa de que ao final da obra todas as alterações dos projetos com acréscimos e supressões entregues no processo licitatório seriam registradas no projeto AS BUILT. No que toca a solicitação efetivada no “item 1.c.”, quanto ao fornecimento do projeto “as built”, vimos informar que considerando a não conclusão efetiva da obra, em face de algumas pendências de acabamentos finais, o mesmo ainda encontra-se na iminência de finalização e entrega. Quanto a solicitação constante no “item 1.d”., qual seja, “projeto(s) e detalhe(s) das intervenções nos pisos, telhados, forros e recapeamento asfáltico, com os respectivos locais de execução”, vimos informar, que da mesma forma justificada no item 1.a., e com arrimo no princípio da economicidade, após estudado e sopesado pela engenharia, deliberou-se pela não elaboração, pois demandaria investimento considerável, para um serviço reputadamente simples. Além da preocupação com economicidade, e preservação do patrimônio da administração, a entidade com base nas informações da área técnica de engenharia, considerou que o caderno de especificações e estimativas de orçamento seriam suficientes para a fiel execução dos serviços, bem como fundamentar e afastar quaisquer dúvidas do contratado, sem falar do ostensivo acompanhamento fiscalizatório da equipe técnica do SESI. Todavia, em tempo, noticiamos que as indicadas intervenções serão informadas no “as built” quando da competente conclusão. [...]” Em resposta ao questionamento sobre os detalhes das intervenções nos pisos, telhados, forros e recapeamento asfáltico, o SESI/DF informou que optou pela não elaboração, em consideração ao princípio da economicidade, “pois demandaria investimento considerável, para um serviço reputadamente simples”. Além disso, a entidade considerou que o caderno de especificações e as estimativas de orçamento seriam suficientes para a execução dos serviços, em conjunto com o ostensivo acompanhamento da fiscalização da equipe do SESI/DF, e informou ainda que tais intervenções estarão contempladas no “as built”. O SESI/DF informou também que não há projeto dos acréscimos e supressões constantes do aditivo contratual, em atendimento ao princípio da economicidade, e que a área técnica utilizou “instrumentos substitutivos a exemplo de orçamento, cujos quantitativos foram levantados in loco, e Descrição de Serviços (TR – especificações técnicas, que ora junta), que garantiram precisão, segurança e lisura para o aditamento contratual [...]”. (Original sem grifo) Reafirmando a economicidade e a não confecção dos projetos do aditivo contratual, alegou que o custo para confecção dos mesmos seria mensurado de acordo com área da edificação, 7.148 m², e consignou que ao final da obra todas as alterações constarão do projeto “as built”. Sobre estes argumentos, cabe esclarecer que (i) o orçamento e as especificações técnicas não são instrumentos substitutivos, como afirma o SESI/DF, pois esses documentos integram o

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projeto, juntamente com os desenhos técnicos; (ii) a finalidade do projeto “as built” é o registro dos serviços conforme executado na obra, servindo de subsídio para futuras intervenções e/ou manutenções, não se prestando a substituir o projeto que deve ser utilizado para a realização dos serviços; e (iii) a quantidade prevista para o “as built” é de 1.500,00 m², o que não contempla toda a área de intervenção, não sendo, portanto, capaz de registrar todos os serviços executados. Com relação ao argumento da economicidade, é importante inicialmente destacar que elaboração de projetos para obras e serviços de engenharia é obrigatória, conforme expresso no §2º do art. 13º do RLC, in verbis: “§2º Na contratação de obras e serviços de engenharia, o objeto deverá ser especificado com base em projeto que contenha o conjunto de elementos necessários, suficientes e adequados para caracterizar a obra ou o serviço ou o complexo de obras ou serviços.” (Original sem grifo). Mais do que mera formalidade, a elaboração de projeto com nível de precisão adequado é elemento fundamental para que haja a adequada definição dos serviços a serem executados, suas quantidades e seus custos, assim como do seu prazo de execução e forma de fiscalização. Neste sentido, cumpre destacar trecho do Acórdão nº 5122/2014 – Plenário, destinado ao Senac/SP, in verbis: “14. Conforme lição do Ministro Valmir Campelo e Rafael Jardim, em seu Livro Obras Públicas (Editora Fórum, 2012), o projeto de engenharia é a aplicação técnica do princípio da economicidade. Nesse sentido, a ausência de projeto básico fere não somente a referida lei de licitações, mas também o princípio constitucional da economicidade, derivado do princípio da eficiência, ao qual se subordina todo o Sistema S.” (Original sem grifo) Adicionalmente, é importante destacar que por se tratar de empreitada por preço global, onde as medições são feitas por etapas e não por quantidade efetivamente executada, o detalhamento do projeto tem papel ainda mais importante para evitar prejuízos à entidade. Como exemplo da deficiência na elaboração do projeto da licitação, pode-se citar as divergências entre 5 (cinco) serviços materialmente mais relevantes do orçamento de referência – que corresponde a 41% do valor total - com as especificações técnicas e os serviços constantes dos sistemas referenciais adotados pelo SESI/DF, conforme segue. 1. Piso Gail extrudado 30x30cm, assentado com argamassa AC III bicomponente, da Gail ou

similar, e rejuntado com rejunte epóxi aluminizado incluso cantos de acabamento internos e externos. o Composição de custo unitário referencial incompatível com os serviços a serem

executados, visto que foram utilizados os códigos Sinapi 21108 e 4750, que correspondem aos insumos de piso porcelanato 40x40cm e pedreiro, respectivamente, sendo que o piso referencial não é compatível com o orçado, além de não terem sido considerados os custos referentes ao servente, à argamassa ACIII para assentamento e ao rejunte epóxi aluminizado, necessários para execução do piso.

2. Recapeamento asfáltico com 3 cm de espessura, inclusive fornecimento e espalhamento de CBU e transporte. o Utilização do serviço referencial Sinapi 73759/002 - “Pré-misturado a frio com

emulsão RM-1C, incluso usinagem e aplicação, exclusive transporte”, diferente do serviço orçado.

o Custo unitário estimado pelo SESI/DF em R$ 358,47/m³, incluído o transporte, enquanto que o custo referencial do Sinapi, R$ 360,22/m³, não inclui o transporte.

3. Impermeabilização com manta asfáltica alumínio 4 mm. o Utilização de custo unitário na planilha orçamentária referencial, R$ 55,63/m²,

superior aos informados como referenciais - Sinapi - 83738 e 73971/001 - R$ 53,79/m² e R$ 32,82/m², respectivamente.

o Utilização da composição de custo unitário 83738, com custo unitário de R$ 53,79/m², que não reflete a especificação técnica do serviço, sendo que a que mais se aproxima é a 73971/001, que apresenta custo unitário de R$ 32,82/m².

4. Contrapiso em argamassa traço 1:4 (cimento e areia), espessura 5 cm, preparo manual. o A especificação técnica do SESI/DF define que o contrapiso terá 8 cm de espessura e

a planilha orçamentária informa que a espessura será de 5 cm, assim como a composição referencial 73919/002 do Sinapi.

5. Estrutura metálica para telhado, fornecimento e instalação.

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o O serviço orçado não guarda correlação com o referencial do Sinapi 72110 - “Estrutura metálica em tesouras ou treliças, vão livre de 12m, fornecimento e montagem, não sendo considerados os fechamentos metálicos, as colunas, os serviços gerais em alvenaria e concreto”, visto que, conforme informado na visita in loco, serão feitas intervenções pontuais para aumentar a declividade do telhado e não a execução de novas treliças metálicas.

Por fim, considerando-se a jurisprudência do Tribunal de Contas da União, conforme o Acórdão 632/2012 – Plenário, os elementos mínimos que devem constar dos projetos, in verbis: “9.1. determinar à Segecex que dê conhecimento às unidades jurisdicionadas ao Tribunal que as orientações constantes da OT IBR 01/2006, editada pelo Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (Ibraop), passarão a ser observadas por esta Corte, quando da fiscalização de obras públicas;” A Orientação Técnica OT-IBR 01/2006 trata sobre a uniformização do entendimento quanto à definição de projeto básico especificada na Lei 8.666/93, e define que “projeto básico” é o conjunto de desenhos (representação gráfica), memorial descritivo, especificação técnica, orçamento e cronograma físico-financeiro, além de explicitar os conteúdos técnicos por tipo de obra – edificações, rodoviárias e pavimentação urbana. Em tempo, em que pese a entidade seguir seu Regulamento, a LLC é aplicável de forma subsidiária quando existe lacuna nesse Regulamento, o que ocorre neste caso quanto à indefinição dos elementos mínimos dos projetos de obras e serviços de engenharia. Além da definição constante da OT-IBR 01/2006, de acordo com o Anexo II do edital de licitação da Concorrência nº 010/2013, o nível de precisão do custo global da obra é de mais ou menos 15%, em acordo com a Resolução CONFEA nº 361/1991. Conforme o art. 3º dessa Resolução, dentre as principais características de um projeto básico encontram-se: “[...] b) fornecer uma visão global da obra e identificar seus elementos constituintes; [...] d) adotar soluções técnicas, quer para conjunto, quer para suas partes, devendo ser suportadas por memórias de cálculo e de acordo com critérios de projeto pré-estabelecidos de modo a evitar e/ou minimizar reformulações e/ou ajustes acentuados, durante sua fase de execução; e) identificar e especificar, sem omissões, os tipos de serviços a executar, os materiais e equipamentos a incorporar à obra; f) definir as quantidades e os custos de serviços e fornecimentos com precisão compatível com o tipo da obra, de tal forma a ensejar a determinação do custo global da obra com precisão de mais ou menos 15% (quinze por cento);[...]” (Original sem grifo) Assim, considerando-se o RLC, a jurisprudência do TCU, a OT-IBR 01/2006 e a Resolução CONFEA nº 361/1991, conclui-se que os projetos utilizados para balizar a licitação e a assinatura do Primeiro Termo Aditivo ao Contrato nº 33000/2013 são deficientes, por não apresentarem elementos necessários, suficientes e adequados à caracterização completa da obra. Em decorrência do exposto, apresentou-se à entidade, por meio do Relatório Preliminar de Auditoria, recomendação da criação de normativo interno que regulasse a contratação de obras e serviços de engenharia, incluindo, como parâmetro, a norma OT IBR 01/2006 editada pelo Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (Ibraop). Registre-se que o fato apontado e a recomendação sugerida foram discutidos com o Gestor na Reunião de Busca Conjunta de Soluções, realizada em 29/04/2015.

##/Fato##

Causa Ausência de normativo interno que regulamente a contratação de projeto para fins de licitação de obras e serviços de engenharia. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Após a Reunião de Busca Conjunta de Soluções, o Gestor manifestou-se por meio do ofício SUPER nº 640, de 14/05/2015, da seguinte forma:

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“Como se pode observar, essa auditoria considerou que os projetos que balizaram a obra objeto de discussão são deficientes e/ou ausentes, sendo necessária a criação de normativo interno, com fito de regulamentar a contratação de projetos, obras e serviços de engenharia, bem como inclua como parâmetro a norma OT IBR 01/2006, editada pelo Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (Ibraop). Conquanto, em ocasião passada, tenha esta entidade manifestante invocado o princípio da economicidade para justificar a não elaboração de projeto de arquitetura e engenharia, tal argumento não fora aceito pelo CGU. Frise-se, ainda, os apontamentos supra que demonstram inaplicabilidade das determinações contidas na Lei 8.666/1993 aos entes autônomos de cooperação. Em sendo assim, cônscios do compromisso da responsabilidade na gestão, sempre pautado por esta entidade, vimos informar que ACATAREMOS A PRESENTE RECOMENDAÇÃO, com relação à elaboração de normativo interno que disponha sobre a contratação de projetos, obras e serviços de engenharia, dentro das normas aplicáveis aos entes autônomos de cooperação que são regulamentados por normativo específico (Regulamento de Licitações e Contratos) e demais normas aplicáveis à espécie, ocasião em que encaminhamos a sugerida minuta da norma em anexo (DOC. 01). Ressalte-se, por oportuno, que se trata de documento ainda pendente dos trâmites administrativos internos, que poderá sofrer alterações, conforme orientações das áreas competentes. Ainda, a título de esclarecimento, vimos informar também que esta entidade já publicou Edital de Licitação para a contratação de empresa especializada na elaboração de projetos de arquitetura e engenharia formalizado mediante o Edital de Concorrência n.º 001/2015 (Aviso de Publicação de 15 de abril de 2015 – DOC. 02).” (Original com grifo)

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em sua resposta, a entidade manifesta-se acatando a recomendação, apresentando uma minuta de normativo, que ainda necessita tramitar internamente, o que poderá acarretar alterações na mesma. Além disso, informa que publicou Edital de Licitação nº 001/2015 para contratação de empresa especializada na elaboração de projetos de arquitetura e engenharia, não especificando, no entanto, a qual obra e/ou serviço refere-se tal Edital. Pelo exposto, verifica-se que a entidade está adotando providências para a criação do normativo interno que regulamente a contratação de obras e serviços de engenharia, porém é necessário que o mesmo esteja formalmente elaborado para possibilitar a elisão da constatação.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Criar normativo interno, no prazo de 45 dias, que regulamente a contratação projetos de obras e serviços de engenharia e inclua, como parâmetro, a norma OT IBR 01/2006 editada pelo Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (Ibraop). 1.1.2.2 CONSTATAÇÃO Fragilidades no planejamento e contratação de serviços técnicos de pavimentação asfáltica e cobertura metálica. Fato Da análise do processo de contratação e execução dos serviços do Contrato nº 33000/2013, foram encontradas divergências nos serviços de revisão do telhado, com

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previsão de reforma do telhado em estrutura metálica, e execução de recapeamento asfáltico.

No caso da reforma do telhado, estavam previstos no Item 12-Telhado do 1º Termo Aditivo serviços relacionados à demolição, nova estrutura e telhas termoacústicas. Com custo total de R$ 530.288,70, tem seu preço final, após inclusão de BDI, de R$ 678.769,54.

Para o item telhas termoacústicas, que tem maior impacto econômico no grupo, prevê-se aplicação de 5.065,00 m². Em análise ao quantitativo de telhas termoacústicas, foi realizado levantamento e visita à obra. Conclui-se que, consideradas apenas as áreas de cobertura e excluídos elementos acessórios tais como platibanda e beirais, tem-se apenas 3.099,18 m² de área de cobertura adequada a receber telhas termoacústicas, resultando em uma superestimativa de 1.965,82 m². (Vide Figura 1).

Figura 1 – Área efetiva de telhado para aplicação de telha termoacústica.

Fonte: Google Earth – 18/02/2014

Em igual situação, tem-se o serviço de execução de recapeamento asfáltico com CBUQ. Previsto no item 10 – Asfalto do contrato, com custo de total de R$ 154.350,00. Incluído os 28% de BDI, alcança-se o preço final de R$ 197.568,00. Ainda não executado até 28/08/2014, data da realização da inspeção in loco, tal serviço previa a aplicação de 700 m³, em camada de 3 cm, o que seria suficiente para 23.333,33 m² (700 m³ / 0,03 m). Entretanto, o levantamento da área de estacionamento e de carga e descarga do SESI-Guará mostra uma área de apenas 7.107 m² (vide Figura 2), que poderia ser executado com 213 m³ de CBUQ.

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Figura 2 – Áreas de estacionamento e de carga e descarga.

Fonte: Google Earth – 18/02/2014

A tabela a seguir apresenta o resumo dos achados de superdimensionamento de quantitativos de telhas termoacústicas e pavimentação asfáltica.

Tabela – Resumo de Superestimativa de Telhas Termoacústicas e de Pavimentação.

Descrição Unid. Qtd. Prevista

Planilha contratual e aditivos

Quantidade executável

Diferença

Telha termoacústica isoest m² 5.065,00 3.099,18 1.965,82

Execução de Recapeamento asfáltico CBUQ, com 3cm de espessura

m3 700,00 213,00 487,00

Num segundo momento, foram analisadas as condicionantes técnicas da contratação de tais serviços. Assim como as demais etapas da contratação em análise, o SESI/DF não elaborou quaisquer projetos para a cobertura ou para a pavimentação asfáltica. Embora coberturas metálicas e pavimentação asfáltica sejam serviços técnicos reconhecidamente especializados, o edital não trouxe quaisquer exigências acerca de comprovada experiência e capacidade técnico-operacional na execução de tais serviços.

Por meio da Solicitação de Auditoria nº 201409563/008, de 03/09/2014, solicitou-se ao Gestor o que segue:

1. No que se refere ao item aditivo 12 - Telhado:

a. Considerando existência de divergência entre a área de cobertura prevista em orçamento (5.065 m2) e levantamento efetuado pela equipe de auditoria (3.099 m2), apresentar memória de cálculo e considerações sobre a área de cobertura.

b. Com relação ao conforto térmico, há no mercado diversas soluções específicas para galpões industriais, tais como: tintas cerâmicas, tintas refletivas, spray de poliuretano, isolante reflexivo, aspersão de água, etc. Apresentar estudo técnico-

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econômico que justifique a vantagem da adoção da solução de telhas termo acústica em relação às demais opções disponíveis.

c. Indicar localização e justificativa para inclusão do Item Aditivo 12.2 – Estrutura Metálica para telhado, fornecimento e instalação.

2. No que se refere ao item 10.1 - Recapeamento Asfáltico:

a. Considerando que a lama asfáltica é uma das possíveis soluções para correção de defeitos funcionais superficiais, apresentar justificativa técnica e econômica para adoção de CBUQ para tratamento superficial das áreas de estacionamento e carga do Sesi-Guará.

b. Conforme planilha orçamentária licitada, no item 10.1 estão previstos 700 m3 de CBUQ para aplicação em camada de 3 cm de espessura. Tal volume seria suficiente para aplicação em 23.333 m2, área superior ao estacionamento do SESI-Guará, com cerca de 7.107 m2. Justificar o volume de CBUQ previsto, apresentando memória de cálculo e indicação das áreas que receberão tratamento asfáltico.

Em atendimento à Solicitação de Auditoria 201409563/008, de 03/09/2014, o SESI/DF se manifestou através do Oficio Super nº 001389, em 09/09/2014, conforme segue:

01. No que se refere ao item aditivo 12 - Telhado:

a) Considerando existência de divergência entre a área de cobertura prevista em orçamento (5.065 m2) e levantamento efetuado pela equipe de auditoria (3.099 m2), apresentar memória de cálculo e considerações sobre a área de cobertura.

Resposta: Quanto ao pedido efetivado no subitem “1.a”, vimos pelo presente informar que, a despeito das medidas noticiadas pela auditoria, com indicação de imagem panorâmica, o SESI/DF utilizou como base os dados do projeto arquitetônico original, que contempla como medidas da edificação, 108 m de comprimento por 36m de largura, totalizando 3.888 m² de cobertura na ala principal.

Acontece que, não fora considerado no cálculo dessa auditoria, a ala secundária.

Observe-se na própria imagem indicada na SA, ora discutida, demonstra a citada edificação secundária, localizada ao lado da ala principal.

A referenciada ala secundária que contempla o refeitório, sanitários e vestiários de empregados, possui 24 m de comprimento, por 24 m de largura, totalizando 576 m².

Logo, as duas alas juntas - inclusive contempladas na imagem fornecida por essa auditoria - somam 4.464 m².

Acontece que, também, não foram considerados por essa auditoria, para efeito de cálculo da área total, os transpasses laterais de 10 cm e os frontais de 30 cm, de cada telha utilizada na obra, cujo somatório deste transpasses, medidas das coberturas da ala principal e da ala secundária, chega-se a um valor total de 5.068,8 m², inclusive um pouco a mais do estimado na planilha orçamentária, que fora, 5.065 m². Desta forma, não havendo nenhum prejuízo a administração, tampouco na obra.

b) Com relação ao conforto térmico, há no mercado diversas soluções específicas para galpões industriais, tais como: tintas cerâmicas, tintas refletivas, spray de poliuretano, isolante reflexivo, aspersão de água, etc. Apresentar estudo técnico-econômico que justifique a vantagem da adoção da solução de telhas termo acústica em relação às demais opções disponíveis.

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Resposta: De início cumpre-nos informar que a escolha adotada, segundo estudos efetivados no passado, foi a que melhor se adequou as necessidades do SESI/DF, vez que atendera os aspectos de a) conforto térmico, b) acústico, c) sanar definitivamente vazamentos proveniente da chuva; d) inviabilidade de recuperação do telhado existente; d) economicidade para entidade; e e) resistência e durabilidade, senão vejamos:

Cumpre-nos esclarecer que a escolha da telha não levou em consideração apenas a busca do conforto térmico, pois existem atualmente inúmeros pontos de vazamento na unidade, ocasionando risco de inúmeros prejuízos.

À título de ilustração, podemos citar evento recente, onde em face da forte chuva do dia 03/09/14, no período da tarde, alguns pontos das dependências da unidade, ficaram alagados, trazendo transtorno aos empregados, bem como ao regular funcionamento da produção de alimentos.

Frise-se que, o telhado atual, objeto da pretendida substituição, foi construído com telhas de zinco com espessura muito fina de 0,5 mm, tendo sido objeto de algumas manutenções, no decorrer do tempo, porém as medidas paliativas, preventivas e corretivas, nunca se sagraram eficazes.

Outro fator que deixou os telhados mais deteriorados - em que pese o constate cuidado da administração na preservação do seu patrimônio - fora a oxidação, que redundou em fragilidade de algumas telhas, destarte, repercutindo na ineficiência da funcionalidade da cobertura como um todo.

Logo, pensando-se em um sistema para resolver definitivamente os riscos para a edificação, bem como afastar as problemáticas de vazamentos, e combinado à necessidade de conforto térmico, optou-se pela telha termo acústica indicada na planilha de estimativa orçamentária, que ao sentir da área técnica da entidade, em comparação com as demais existentes no mercado, é a que atende a nossa demanda com mais eficácia.

Em tempo, passamos a colacionar o gráfico abaixo, que demonstra o acerto na escolha:

Verifique-se que o modelo escolhido pela entidade, além de resolver os itens elencados anteriormente, contribuirá para uma maior economia, destarte, afastando a eventual patente necessidade de aquisição futura de sistema de climatização, tendo em vista que a funcionalidade do prédio não permite ventilação natural, no intuito de evitar a contaminação dos alimentos.

Em tempo, e com todo o respeito às sugestões apontadas por essa auditoria, no questionamento ora respondido, vimos informar que ao nosso sentir, os materiais indicados, em que pesem contribuam sobremaneira para o isolamento térmico, não resolveria definitivamente os vazamentos no período de chuvas.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Telha tijolo Telha

fibrocimento

Telha lã de vidro EPS PU

Gráfico comparativo de transmissão de calor

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Talvez, caso autuássemos no mesmo posicionamento dessa auditoria, poderíamos ter utilizado o método da impermeabilização com spray poliuretano. Acontece que o SESI/DF já passou por experiência, semelhante, na qual a aplicação deste material não se mostrou eficiente, pois não teve uma vida útil longa, trazendo maiores transtornos à Instituição. Isso porque, com o tempo a camada protetora se deteriorou e a água da chuva penetrou a camada de poliuretado, ali ficando alojada, dessa forma ocasionando danificação das telhas em virtude do processo de oxidação.

Também a título ilustrativo, passamos a colacionar fotografias da situação atual do telhado objeto de substituição, da unidade SESI Guará:

80 % 43 %

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Logo, restando patente o acerto na escolha da entidade, quanto à substituição das telhas, todavia, ficaremos abertos às sugestões dessa auditoria.

c) Indicar localização e justificativa para inclusão do Item Aditivo 12.2 – Estrutura Metálica para telhado, fornecimento e instalação.

Resposta: Tal iniciativa, quanto à utilização de estrutura metálica para o telhado, deu-se em vista da necessidade de atendimento as especificações técnicas da telha, combinados com a busca de uma maior eficiência no sistema de escoamento das águas das chuvas, senão vejamos:

Ou seja, a estrutura foi estimada na necessidade de aumentar o caimento do telhado para 5%, segundo a especificação técnica da telha, melhorando a eficiência do telhado atual que dispõe de um caimento de aproximadamente 3%.

Ainda quanto ao vosso questionamento, informamos que será instalada ao longo de todo o comprimento da cumeeira, até a extremidade do telhado.

02. No que se refere ao item 10.1 - Recapeamento Asfáltico:

a) Considerando que a lama asfáltica é uma das possíveis soluções para correção de defeitos funcionais superficiais, apresentar justificativa técnica e econômica para adoção de CBUQ para tratamento superficial das áreas de estacionamento e carga do Sesi-Guará.

Resposta: Como da ciência dos profissionais da área de engenharia, a lama asfáltica é uma camada de proteção contra intemperismo, prolongando a vida útil do pavimento, todavia, aplicáveis para correções de defeitos superficiais.

Acontece que quando da elaboração do levantamento dos serviços necessários naquela unidade operacional, verificou-se que pelo estado em que se encontrava o asfalto, a aplicação da lama asfáltica não se mostrava eficiente, em virtude do avançado e considerável estado de deterioração daquele pavimento, com inúmeros buracos, erosões, desníveis e trincas profundas, o que demandaria um tratamento na base do pavimento.

Para que essa auditoria possa tomar como base as condições do asfalto, passamos a juntar fotografias do estado do pavimento, senão vejamos:

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Logo, em vista deste cenário, e com base na Norma DNIT 31/2006, a entidade elegeu a aplicação do CBUQ, opção esta destinada à realização de procedimentos de restauração de pavimentos, como reforço, regularização, tapa buraco e etc, desta forma restaurando o pavimento, visando uma durabilidade (vida útil) de aproximadamente 20 anos, a despeito da utilização de lama asfáltica, que serviria apenas de medida paliativa, certamente não resolvendo os problemas apresentados, vindo a apresentar os mesmos entraves, em período bastante exíguo.

Ainda, cumpre-nos esclarecer que a espessura da camada média acabada do asfalto, deve situar-se entre 3 cm a 7 cm, porém em alguns trecho a espessura será maior do que a prevista na planilha. No caso de eventual aplicação da lama asfáltica a espessura será contínua, desta forma não resolvendo as várias imperfeições existentes.

Em sendo assim, ao nosso sentir, o sistema escolhido apresenta-se com a solução mais escorreita, com um excelente comportamento da película asfáltica, frente aos efeitos de envelhecimento pelo intemperismo (clima), maior flexibilidade (elasticidade) e resistência, garantindo inquestionável economia para a instituição ao longo do tempo, que se utilizará do asfalto por lapso temporal de aproximadamente 20 anos, sem, em tese, necessitar de reparos profundos e constantes.

Por derradeiro, com vista à natureza dos serviços desempenhados naquela unidade, deve-se ainda, considerar o intenso tráfego de veículos pesados no pavimento, objeto de discussão, onde a utilização de lama asfáltica, não resolveria a evidente problemática ora demostrada, mediante o relatório fotográfico acima.

b) Conforme planilha orçamentária licitada, no item 10.1 estão previstos 700 m³ de CBUQ para aplicação em camada de 3 cm de espessura. Tal volume seria suficiente para aplicação em 23.333 m2, área superior ao estacionamento do SESI-Guará, com cerca de 7.107 m2. Justificar o volume de CBUQ previsto, apresentando memória de cálculo e indicação das áreas que receberão tratamento asfáltico.

Resposta: De início, conforme informado no item anterior, cumpre-nos esclarecer que o serviço necessário para recuperação do pavimento asfáltico, não poderá se limitar à utilização de lama asfáltica, consequentemente demandando uma maior quantidade de asfalto para tratamento de deformações profundas.

É fato que os quantitativos apresentados por essa auditoria refletem a realidade, todavia, verificaremos em seguida que não haverá prejuízo financeiro para entidade.

Ou seja, a estimativa da planilha orçamentária balizada pela tabela SINAPI (R$ 250.929,00) para contratação de 700m³ de CBUQ, equivale em custo, ao valor aproximado para recuperação de 7.107m², senão vejamos:

Como forma de comprovar a inexistência de prejuízo, buscamos no mercado proposta realizada no dia 05.09.2014, que ora juntamos, para a área de 7.000m², cujo preço se mostra acima daquele contratado, e inclusive do estimado originariamente por esta entidade, ou seja, R$ 284.155,50.

Frise-se que a empresa ganhadora do certame contratou com o SESI/DF, para a realização de recuperação do pavimento asfáltico (7.107 m²), o valor de R$ 154.000,00, ou seja, repita-se, bem abaixo do estimado na planilha referencial, e abaixo da proposta de mercado que ora juntamos.

Logo, em que pese tenha havido equívoco no quantitativo do item, o preço não foge à realidade, desta forma não trazendo prejuízo à entidade.

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Ainda, cumpre-nos informar que dentro da área total de 7.107 m², existem 1.141,70 m² de área que necessitam de tratamento tipo tapa-buracos, regularização, reforço e tratamento de trincas profundas, que demandam uma maior quantidade de material. Ver tabela abaixo:

Obra: SESI Guará

Tratamento profundo no asfalto

Ambiente Largura Comprimento Área de

piso

Externo 0,7 11 7,7

Externo 0,3 30 9

Externo 2 2 4

Externo 2 10 20

Externo 1 10 10

Externo 2 50 100

Externo 15 20 300

Externo 1 34 34

Externo 2,5 10 25

Externo 2 35 70

Externo 1 7 7

Externo 2 16 32

Externo 4 6 24

Externo 2 20 40

Externo 3 15 45

Externo 2 28 56

Externo 1 6 6

Externo 10 16 160

Externo 12 16 192

TOTAL LEVANTADO 1.141,70

Em análise as manifestações apresentadas, a auditoria fez as seguintes observações:

I – Telhado

Considerando o projeto arquitetônico fornecido, constata-se que a edificação possui 30 m de largura por 94,22 m de comprimento. O telhado principal é formado por duas águas cobrindo o edifício principal, com balanço de 4 m sobre plataforma de expedição e outros 4 m sobre a plataforma do depósito. Assim, desconsideradas as platibandas e coberturas das passarelas laterais, tem-se que a área de cobertura principal, que faz jus a receber telhas termoacústicas, é de 30 x (94,22 + 4 + 4), ou aproximadamente 3.067 m².

Já para as platibandas e coberturas das passarelas laterais recomenda-se o uso de peças galvanizadas, uma vez que o uso de peças termoacústicas, mais caras, teria efeito inócuo no conforto térmico no interior da edificação. Estas partes correspondem a uma área de aproximadamente 1.184 m², sendo a platibanda com 504 m² (1.8* (104 + 104 + 36 + 36)) e os beirais com 680 m² (2x4x28 + 2x3x76).

Registros fotográficos apontam que as platibandas estão em bom estado de conservação, podendo ser reaproveitadas. Os beirais podem ser parcialmente aproveitados, trocando-se apenas as peças afetadas por corrosão. As imagens a seguir mostram que os beirais estão em plano distinto do telhado, com uma calha para águas pluviais separando os

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planos de cobertura e do beiral. Destaca-se que ambos, beiral e platibanda, estão em área externa ao edifício principal. (Vide Fotos 1 e 2)

Foto 1 e 2 – Detalhes do Beiral e Platibanda.

De fato, as áreas de cobertura do refeitório, sanitários e vestiários não foram consideradas no levantamento inicial. Agora agregado ao levantamento, a referida parte tem uma área de cobertura de aproximadamente 484 m² (22x22m), conforme medidas dados pelo projeto arquitetônico fornecido.

Quadro - Cobertura – Locais indicados para revestimento termoacústico

Local Área (m2) Cobertura principal 3.067,00 Restaurante/vestiários 484,00 Total 3.551,00

Apresenta-se a seguir tabela resumo com as áreas consideradas adequadas a receber cobertura com telhas termoacústicas. A área total é de 3.551,00 m², inferior aos 5.065,00 m² previstos no 1º Termo Aditivo do Contrato nº 33000/2013. Em termos percentuais a superestimativa apontada representa 42,7% além do necessário.

Tabela – Cobertura: cComparativo entre previsto e orçado

Local Área (m2) (A) - Levantamento Auditoria 3.551,00 (B) - Previsto no 1º Termo Aditivo 5.065,00 (C) - Diferença (m2) (B – A) 1.515,00

(D) - Diferença em % ( C / A) 42,7 %

Pode-se apontar que a principal causa da divergência entre as áreas previstas em orçamento e as áreas levantadas decorre da ausência de projeto adequado. Tal fragilidade traz riscos ao empreendimento e à entidade. Considerando apenas o impacto

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financeiro do item aditivo 12.4 – Telhas Termoacústicas ou Similar, tem-se o valor de R$ 155.136,00, conforme mostrado na tabela a seguir.

Tabela – Impacto financeiro entre orçado e levantamento da Auditoria

Item Área (m²)

Planilha Termo Aditiva

BDI 28% Preço (R$)

Item Aditivo 12.4 – Telhas Termoacústicas ou similares (A) - Levantamento Auditoria 3.551,00 284.080,00 79.545,40 363.622,40 (B) - Previsto no 1º Termo Aditivo

5.065,00 405.200,00 113.542,40 518.656,00

(C) - Diferença (m2) (B – A) 1.515,00 121.200,00 33.936,00 155.136,00

Dadas às fragilidades encontradas, verifica-se que o item aditivo 12-Telhado, e subitens, deve ser suprimido, e que sua execução seja realizada apenas quando o SESI/DF dispuser de projeto executivo completo, incluindo projeto de estrutura metálica, paginação de telhado, sistema de aguas pluviais e especificações técnicas específicas.

Outra fragilidade encontrada se refere à ausência de atestados técnicos que habilitem a empresa Construtora Construminas Ltda. a executar as obras de cobertura. Intervenções no telhado não estavam no escopo do objeto licitado e, portanto, não foram pedidos quaisquer atestados de capacidade técnica para este item. Com a sua inclusão em momento posterior, através de Termo Aditivo, criou-se um hiato entre a capacidade técnica do contratado e a capacidade requerida para executar a obra. II – Recuperação asfáltica do estacionamento e pátio

A entidade se manifesta apresentando justificativas acerca do uso do CBUQ, em detrimento ao uso da lama asfáltica. Apresenta evidências de que certas partes do estacionamento necessitam de reparos mais profundos.

Em visita à obra, nota-se que parte da recuperação asfáltica pode ser realizada com lama asfáltica, mais barata, e nas partes mais danificadas, deve ser aplicada outras soluções, como CBUQ ou Pré-Misturado a Frio (PMF).

Estacionamentos e pátios são dimensionados como pavimentos flexíveis de tráfego leve, isto é, com ciclo de trafego da ordem de 100.000 cargas/ano, entre veículos leves e pesados. As principais patologias verificadas nestes pavimentos são trincamentos e desagregação. Outras degradações decorrem de obras que realizam cortes na camada asfáltica. Para trincas e desagregações leves, conforme encontrado no estacionamento e pátio do SESI/Guará, a solução mais indicada é a selagem com lama asfáltica. Para aquelas áreas com desagregações mais severas, buracos e cortes, indica-se a execução de remendo profundo com CBUQ ou PMF.

A entidade também se manifesta acerca dos quantitativos de CBUQ, considerados pela Auditoria como excessivos frente ao volume de obras a executar. A entidade argumenta que, embora o quantitativo de 700 m³ de CBUQ seja inadequado, em termos de custo total, tal valor seria compatível com preços de mercado para recuperação dos 7.107 m² de pavimentação previstos.

Cabe esclarecer que tal situação se assemelha ao uso de unidades genéricas, ou verbas, uma prática condenada pelo Tribunal de Contas da União. Em tal irregularidade, estima-se de forma geral e pouco criteriosa o custo de um dado serviço, abrindo mão de projetos e respectivos detalhamentos. Inegável que tal ato gera insegurança tanto para o contratado quanto para o contratante. A Corte de Contas assim pacificou o tema com a Súmula nº 258/2010:

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“As composições de custos unitários e o detalhamento de encargos sociais e do BDI integram o orçamento que compõe o projeto básico da obra ou serviço de engenharia, devem constar dos anexos do edital de licitação e das propostas das licitantes e não podem ser indicados mediante uso da expressão ‘verba’ ou de unidades genéricas”.(Original sem grifo)

Em atenção às entidades do Sistema S acerca do tema, o Tribunal de Contas trouxe a seguinte determinação, reafirmando a aplicabilidade da Súmula 258 às obras destas entidades:

Acórdão TCU 7514/2010 – 2ª Câmara

9.4. alertar o Serviço Social do Transporte - Conselho Nacional (SEST/CN) (...)

9.4.1. nos termos do Enunciado 258 da Súmula da Jurisprudência deste TCU, "as composições de custos unitários e o detalhamento de encargos sociais e do BDI integram o orçamento que compõe o projeto básico da obra ou serviço de engenharia, devem constar dos anexos do edital de licitação e das propostas das licitantes e não podem ser indicados mediante o uso da expressão "verba" ou de unidades genéricas;

9.4.5. na elaboração de orçamentos-base são recomendáveis:

9.4.5.1. a utilização de unidades-padrão na quantificação dos serviços a serem executados;

9.4.5.2. o levantamento da unidade de todos os serviços previstos de modo que não sejam utilizadas unidades do tipo verba;

Assim, para sanar todas as patologias encontradas no estacionamento do SESI/Guará, de forma econômica e eficaz, é necessário que seja elaborado projeto detalhando as áreas a serem recuperadas por CBUQ ou PMF, áreas para aplicação de lama asfáltica e sinalização horizontal. A partir deste projeto, deve-se então elaborar a planilha orçamentária, com quantitativo adequado dos serviços e insumos necessários, incluindo serviços típicos de obras de pavimentação, como mobilização e desmobilização.

Outra fragilidade encontrada se refere à ausência de atestados técnicos que comprovem a capacidade da empresa Construtora Construminas Ltda. em executar as obras de pavimentação asfáltica. Tal fragilidade está tratada em constatação específica deste relatório.

Em decorrência do exposto, apresentou-se à entidade, por meio do Relatório Preliminar de Auditoria, recomendação de supressão da execução do telhado e da recuperação asfáltica, condicionando suas execuções a existência de projeto executivo completo e especificações técnicas pertinentes.

Registre-se que o fato apontado e as recomendações sugeridas foram discutidos com o Gestor na Reunião de Busca Conjunta de Soluções, realizada em 29/04/2015.

##/Fato##

Causa Ausência de normativo que regulamente a contratação de projeto para fins de licitação de obras e serviços de engenharia e fragilidades no dimensionamento de área objeto das melhorias. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

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Após a Reunião de Busca Conjunta de Soluções, o Gestor manifestou-se por meio do ofício SUPER nº 640, de 14/05/2015, da seguinte forma:

“Conforme o relatório ora discutido, essa CGU, mesma após justificativas plausíveis desta entidade manifestante, entendera como frágil o planejamento e contratação dos serviços técnicos de pavimentação asfáltica e cobertura metálica da Unidade do SESI Guará, reclamando pela ausência de projeto adequado, bem como normativo para este fim, o que, segundo informações daquela equipe técnica redundou em divergências das áreas.

Diante deste fato, aponta a recomendação ora discutida, oportunidade em que esta entidade se manifesta no sentido de que ACATARÁ O PRESENTE ACONSELHAMENTO, com a supressão do item 12 - TELHADO e respectivos subitens, da planilha licitada, referente ao 1º Termo Aditivo do Contrato n.º 3300/2013, ocasião em que a fazemos (supressão) mediante termo de aditamento conjunto em anexo (DOC 3.6), arrimado no item 3 da planilha de supressão, que ora junta (DOC 3.2), totalizando um valor de R$ 678.769,54 (seiscentos e setenta e oito mil, setecentos e sessenta e nove reais, e cinquenta e quatro centavos), inclusive com o BDI; e quando da oportunidade e conveniência da execução destes item e subitem, futuramente, a entidade se pautará em preceder a obra, de projeto executivo completo, incluindo projeto de estrutura metálica, paginação de telhado, sistema de águas pluviais e especificações técnicas pertinentes, na forma sugerida.

Do mesmo modo, esta entidade também ATENDERÁ A PRESENTE RECOMENDAÇÃO da CGU, oportunidade em que promoverá a supressão do item 10 - ASFALTO e respectivos subitens da planilha licitada, referente ao contrato n.º 3300/2013, ocasião em que a fazemos (supressão) mediante termo de aditamento conjunto em anexo (DOC. 3.6), justificado e fundamentado pelo “item 4” da planilha de supressão ora acostada (DOC. 3.3), totalizando um valor de R$ 197.120,00 (cento e noventa e sete mil, cento e vinte reais), inclusive com o BDI.

Ainda, conquanto tenhamos efetivado esta citada supressão na forma recomendada por essa CGU, vimos informar que em face da precariedade da situação de alguns pontos do pátio de manobra em frente à expedição de alimentos na Unidade do SESI Guará, restamos obrigados a promover alguns reparos emergenciais e necessários, desta forma realizado serviços de “tapa buraco’ no aludido local, onde demanda um maior tráfego de caminhões, conforme foto ilustrativa da situação exposta:

Em sendo assim, suprimimos o item total referente ao asfalto (R$ 197.120,00), todavia, em face da necessidade apontada, orçamos detalhadamente o serviços acima citado (tapa buraco), no valor de R$ 31.344,43, conforme a planilha de aditivo de acréscimo

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em anexo (DOC. 3.3), executando o serviços, cujos supressão e acréscimos também foram contemplados no termo aditivo conjunto em anexo (DOC. 3.6).”(original com grifo)

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em sua resposta, a entidade manifesta-se acatando as recomendações, provendo a supressão de itens que totalizam R$ 844.545,11, representando 35,39% do valor do contrato.

Com relação à supressão dos itens telhado e recuperação asfáltica, a entidade comprova o atendimento ao recomendado através da apresentação do Terceiro Termo Aditivo ao Contrato nº 33.000, devidamente assinado pelas partes, e das respectivas planilhas que detalham o acréscimo e a supressão dos serviços (doc`s 3.1, 3.2 e 3.6 anexos ao Ofício SESI SUPER nº 640, de 14/05/2015).

Porém, quanto à condicionante de elaboração de projeto executivo na futura execução do telhado e da recuperação asfáltica, a verificação do seu atendimento depende da ocorrência fática da situação analisada. Desta forma, altera-se a recomendação preliminar, mantendo-se o que se refere à elaboração dos projetos executivos.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Elaborar projeto executivo completo, incluindo projeto de estrutura metálica, paginação de telhado, sistema de aguas pluviais e especificações técnicas pertinentes, para a contratação da execução dos serviços do item 12 ? Telhado, suprimidos do Contrato nº 33000/2013. Recomendação 2: Elaborar projeto executivo completo, incluindo planilha orçamentária e especificações técnicas pertinentes, para a contratação da execução dos serviços do item 10 ? Asfalto, suprimidos do Contrato nº 33000/2013. 1.1.3 LIMITES À COMPETITIVIDADE

1.1.3.1 CONSTATAÇÃO Restrição à competitividade da licitação devido à exigência de registro de atestado de capacidade técnica em nome da licitante no CREA. Fato O Edital da Concorrência SESI/DF nº 10/2013, para execução das obras de melhorias na Unidade SESI Guará, traz em seu item 7.1.4, b os seguintes requisitos relativos à qualificação técnica, in verbis:

“7.1.4. Quanto à Qualificação Técnica

[...]

b) Atestado(s) de Capacidade Técnica, emitido(s) por pessoa(s) jurídica de direito público ou privado em nome da licitante, devidamente registrado(s) no CREA, comprovando que a empresa licitante executou ou está executando serviços pertinentes e compatíveis em características com o objeto desta licitação.”

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Conforme a Resolução CONFEA nº 1025/2009, o Conselho Regional de Engenharia – CREA não está obrigado a emitir Certidão de Acervo Técnico - CAT “em nome da pessoa jurídica contratada para prova de capacidade técnico-operacional por falta de dispositivo legal que o autoriza a fazê-lo” e que “inexiste dispositivo legal na Lei de Licitações que obrigue o Crea ao registro do atestado para comprovação da capacidade técnico-operacional”.

Assim, através da Solicitação de Auditoria nº 201409563/006, de 28/08/2014, requereu-se do Gestor a justificativa para a exigência, como requisito de qualificação técnica da licitante, de apresentação de atestado de capacidade técnica, emitido por pessoa jurídica de direito público ou privado em nome da licitante, devidamente registrado no Crea, comprovando que a empresa licitante executou serviços pertinentes e compatíveis em características com o objeto da licitação, ao invés de atestado de capacidade técnico emitido em nome do profissional.

Em atendimento à Solicitação de Auditoria 201409563/006, de 28/08/2014, o SESI/DF se manifestou através do Oficio Super nº 1350, em 01/09/2014, conforme segue:

“Considerando que o Regulamento de Licitações e Contratos do SESI não prevê a exigência da qualificação técnico-profissional, este SESI/DF ao exigir o registro do atestado de capacidade técnico-operacional, procurou se resguardar do perigo da apresentação de atestados inidôneos. Considerando que atestados podem facilmente ser redigidos no intuito de tornar determinada licitante habilitada para o certame, poderiam conter informações não condizentes com a obra executada. Com a exigência do registro junto ao CREA, o SESI/DF procurou se resguardar da apresentação deste tipo de documento, afastando qualquer possibilidade de risco. A exigência de registro do atestado técnico operacional no CREA se deu para garantir que o SESI/DF não fosse vitima de atestado ilegítimo. É sabido que todas as obras iniciadas no Distrito Federal estão sujeitas à fiscalização do CREA/DF, destarte, a exigência de registro do atestado no CREA é um mecanismo que visa garantir que a empresa, verdadeiramente, executou a obra e, ainda, que a execução ocorreu de acordo com as normas de engenharia e que não se trata de documento “fabricado” por duas pessoas jurídicas com o fito de fraudar documentação para participar de licitações. Com relação à afirmação de que o fato de ter-se exigido a apresentação de “atestado de capacidade técnica, emitido por pessoa jurídica de direito público ou privado em nome da licitante, devidamente registrado no Crea” estar em “desacordo com o Manual de Procedimentos Operacionais para aplicação da Resolução Confea nº 1025/2009”, verifica-se que, em verdade, a referida Resolução do CONFEA veda a emissão de Certidão de Acervo Técnico - CAT em nome de pessoa jurídica, contudo, não torna defeso o registro de atestados de capacidade técnica, e que, embora não exista lei que imponha ao CREA o registro do atestado para comprovação da capacidade técnico-operacional, não existe norma que o impeça de fazê-lo. Tanto é que o atestado da empresa que se sagrou vencedora do certame foi devidamente validado pelo CREA/DF. Ademais, como se pode perceber pelo Atestado da empresa vencedora, este só tem validade, conforme informado pelo CREA/DF, se devidamente acompanhado da ART do engenheiro responsável. Após publicado o Edital, se apresentaram ao certame um total de 05 (cinco) empresas. Assim, tal exigência editalícia não se configurou em restrição indevida, eis que as empresa poderiam não ter sucesso em registrar estes atestados, o que de fato não ocorreu. Cabe ressaltar que qualquer das licitantes interessadas em participar do certame, e que retiraram o edital de licitação, não interpuseram qualquer tipo de esclarecimento ou impugnação ao Edital que questionasse a exigência.

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Assim, se a regra pode ser atendida por todas as empresas que se interessaram, a exigência de registro do atestado junto ao CREA/DF não se mostrou restritiva à competitividade e não teve qualquer influência para o deslinde da licitação.” (Original com grifo)

O Regulamento de Licitações e Contratos do SESI/DF traz a possibilidade de ser exigido das licitantes, para fins de qualificação técnica, “documentos comprobatórios de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação”, conforme o art. 12º, inciso II, alínea b. Dentre os requisitos para habilitação das licitantes, listados no item 7.1.4 do edital de licitação, foi requerida, para comprovação da capacidade técnica, a apresentação de “Atestado(s) de Capacidade Técnica, emitido(s) por pessoa(s) jurídica de direito público ou privado em nome da licitante, devidamente registrado(s) no CREA, comprovando que a empresa licitante executou ou está executando serviços pertinentes e compatíveis em características com o objeto desta licitação.” (Original sem grifo) Observa-se, porém, que, conforme o Manual de Procedimentos Operacionais para aplicação da Resolução CONFEA nº 1025/2009, aprovado pela Decisão Normativa CONFEA nº 085/2011 nos subitens 1.3 do Capítulo IV e 1.5.2 do Capítulo III, o “Crea não emitirá CAT em nome da pessoa jurídica contratada para prova de capacidade técnico-operacional por falta de dispositivo legal que o autorize a fazê-lo” (Original sem grifo) e que “inexiste dispositivo legal na Lei de Licitações que obrigue o Crea ao registro do atestado para comprovação da capacidade técnico-operacional”, respectivamente. Ainda, de acordo com o Manual, in verbis: “A Certidão de Acervo Técnico – CAT é o instrumento que certifica, para os efeitos legais, que consta dos assentamentos do Crea a anotação da responsabilidade técnica pelas atividades consignadas no acervo técnico do profissional.” ”A capacidade técnico-profissional de uma pessoa jurídica é representada pelo conjunto dos acervos técnicos dos profissionais integrantes de seu quadro técnico.” (Original sem grifo) Os subitens 1.3 do Capítulo IV e 1.5.2 do Capítulo III do Manual do CONFEA são os fundamentos utilizados pelo Tribunal de Contas da União para exarar o Acórdão nº 128/2012 – 2ª Câmara, recomendando que a Universidade Federal do Rio de Janeiro “exclua dos editais para contratação de empresa para a execução de obra de engenharia a exigência de registro no CREA dos atestados para comprovação da capacidade técnico operacional das licitantes”. Cabe esclarecer que o Atestado de Capacidade Técnica, apresentado pela empresa vencedora do certame, está vinculado à CAT nº 0761/12, e esta se refere aos profissionais e não à empresa propriamente dita, corroborando que a capacidade técnica de uma empresa é a junção da capacidade técnica de seus profissionais, conforme o disposto anteriormente. Assim, conclui-se que não assiste razão ao SESI/DF quando argumenta que “[...] verifica-se que, em verdade, a referida Resolução do CONFEA veda a emissão de Certidão de Acervo Técnico – CAT em nome de pessoa jurídica, contudo, não torna defeso o registro de atestados de capacidade técnica, e que, embora não exista lei que imponha ao CREA o registro do atestado para comprovação da capacidade técnico-operacional, não existe norma que o impeça de fazê-lo. Tanto é que o atestado da empresa que se sagrou vencedora do certame foi devidamente validado pelo CREA/DF”. (Original com grifo) Já em relação ao argumento de que “A exigência de registro do atestado técnico operacional no CREA se deu para garantir que o SESI/DF não fosse vitima de atestado ilegítimo.”, cabe a ressalva de que não está sendo questionada a necessidade da entidade resguardar-se quanto à apresentação de documentos inidôneos. O que se questiona é a exigência de registro de atestado da licitante junto ao Crea, quando há impossibilidade disso acontecer, conforme descrito anteriormente. Além disso, há que se fazer uma observação em relação à consideração de que “o Regulamento de Licitações e Contratos do SESI não prevê a exigência da qualificação técnico-profissional”. Observa-se que o texto do Regulamento realmente não traz a expressão “qualificação técnico-profissional”. Ocorre que para os casos específicos de obras e serviços de engenharia, conforme explicitado no Manual do Confea, a capacidade técnico-profissional de uma empresa “é representada pelo conjunto dos acervos técnicos dos profissionais integrantes de seu quadro técnico”.

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E, como os acervos técnicos somente são emitidos em nome dos profissionais vinculados à empresa, conclui-se que os atestados apresentados serão dos profissionais, sendo, portanto, atestados de qualificação técnico-profissional. Cabe comentário ainda quanto à afirmação do SESI/DF de que participaram do certame 05 (cinco) empresas, e que “[...] tal exigência editalícia não se configurou em restrição indevida, eis que as empresas poderiam não ter sucesso em registrar estes atestados, o que de fato não ocorreu.”, e que tanto as empresas licitantes quanto as que retiraram o edital não interpuseram esclarecimento ou impugnação ao Edital questionando tal exigência. Observa-se que no transcorrer da licitação houve inversão das fases da habilitação e julgamento das propostas, ocorrendo primeiramente a análise das propostas e posteriormente a abertura da documentação de habilitação. Assim, não se pode afirmar que todas as licitantes possuiriam atestados das empresas registrados no CREA. Além disso, a não interposição de recurso ou de questionamento não pode ser conclusivo como inexistência à restrição da competitividade.

Diante do exposto, conclui-se que não pode ser exigido que o atestado de capacidade técnica da licitante seja devidamente registrado no Crea, e que tal exigência constitui restrição à competitividade da licitação.

Em decorrência do exposto, apresentou-se à entidade, por meio do Relatório Preliminar de Auditoria, recomendação da criação de normativo interno que regulasse a contratação de obras e serviços de engenharia, incluindo a exigência, para fins de comprovação da qualificação técnica das licitantes, atestados de capacidade técnica registrados no Conselho responsável, Crea e/ou CAU, conforme o caso, referentes aos seus responsáveis técnicos. Registre-se que o fato apontado e a recomendação sugerida foram discutidos com o Gestor na Reunião de Busca Conjunta de Soluções, realizada em 29/04/2015.

##/Fato##

Causa

Falha na interpretação do Regulamento de Licitações e Contratos da entidade e do normativo do CONFEA/CREA que regulamenta o exercício profissional dos responsáveis técnicos por serviços e obras de engenharia.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Após a Reunião de Busca Conjunta de Soluções, o Gestor manifestou-se por meio do ofício SUPER nº 640, de 14/05/2015, da seguinte forma: “Em resultado dos exames, afirma essa Auditoria que, em virtude de falha de interpretação do RLC SESI e Normativo do CONFEA/CREA, esta Unidade Auditada, contribuiu para restrição à competitividade, quando no certame exigira registro de atestado de capacidade técnica em nome da licitante registrado no CREA. Defende a CGU, arrimada no Normativo do CONFEA e jurisprudência do TCU, que não poderá ser exigido que o atestado de capacidade técnica da licitante seja devidamente registrado no CREA, pois tal exigência constitui restrição à competitividade, ocasião em que aduz que a exigência para fins de comprovação técnica das licitantes deverá ser promovida mediante atestados de capacidade técnica registrados no Conselho responsável (CREA e/ou CAU), apenas referente aos seus responsáveis técnicos. Todavia, em que pese esta unidade auditada não concorde com o argumento da falha de interpretação e restrição da competitividade, conforme os argumentos e motivos já apresentados na fase de respostas às Solicitações de Auditorias - quais sejam: - [a) Afastamento da possibilidade de riscos na contratação; b) Garantia de que a empresas tem a expertise necessária; c) as empresas licitantes, notadamente a vencedora, apresentou atestado

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na forma solicitada no edital; d) não houve qualquer tipo de reclamação, pedido de esclarecimento, impugnação ou recurso quanto a exigência; e) não houve prejuízo ao certamente] - VIMOS INFORMAR QUE A PRESENTE RECOMENDAÇÃO SERÁ ACATADA, inserindo em norma interna que dispunha sobre a contratação de normas e serviços de engenharia, dispositivo com a exigência, para fins de comprovação da qualificação técnica dos licitantes, de atestados de capacidade técnica registrado no CREA ou CAU, referente aos seus responsáveis técnicos, cujas disposição normativa refletirá, doravante, nos Termos de Referência e Editais Licitatórios. Em tempo, passamos a encaminhar em anexo minuta sugestiva do normativo (DOC. 01).” (Original com grifo)

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A entidade, em sua resposta, apesar de não concordar com o argumento de falha de interpretação e restrição à competitividade apresentado pela CGU, dispõe-se a acatar a recomendação, informando que será inserida na norma interna que disporá sobre a contratação de obras e serviços de engenharia, que se encontra em elaboração, pendente de trâmites internos administrativos, e, portanto, passível de alteração após o término dos mesmos. Pelo exposto, verifica-se que a entidade está adotando providências para a criação do normativo interno que regulamente a contratação de obras e serviços de engenharia, porém é necessário que o mesmo esteja formalmente elaborado para possibilitar a elisão da constatação.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Criar normativo interno, no prazo de 45 dias, que regulamente a contratação de obras e serviços de engenharia e inclua a exigência, para fins de comprovação da qualificação técnica das licitantes, atestados de capacidade técnica registrados no Conselho responsável, Crea e/ou CAU, conforme o caso, referentes aos seus responsáveis técnicos. 1.1.3.2 CONSTATAÇÃO Ausência de definição dos critérios de aceitabilidade de preços unitários e global, não exigência da apresentação pelas licitantes do detalhamento do BDI, dos encargos sociais e das composições de custos unitários, e deficiência no critério de reajustamento contratual e nos requisitos de qualificação das licitantes. Fato O Edital da Concorrência SESI/DF nº 10/2013, para execução das obras de melhorias na Unidade SESI Guará, não exigiu que os licitantes apresentassem o detalhamento da taxa de Bonificações e Despesas Indiretas, dos encargos sociais e das composições de custos unitários, bem como não trouxe o critério de aceitabilidade de preços unitários e global conforme exigido pelas Súmulas nº 258 e 259 do TCU, respectivamente, in verbis: “As composições de custos unitários e o detalhamento de encargos sociais e do BDI integram o orçamento que compõe o projeto básico da obra ou serviço de engenharia, devem constar dos anexos do edital de licitação e das propostas das licitantes e não podem ser indicados mediante uso da expressão 'verba' ou de unidades genéricas.” “Nas contratações de obras e serviços de engenharia, a definição do critério de aceitabilidade dos preços unitários e global, com fixação de preços máximos para ambos, é obrigação e não faculdade do gestor.”

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Além disso, o edital e o contrato nº 33000/2013 não estipularam a data referencial para início da contagem do prazo de reajustamento contratual. Como o reajuste contratual somente pode ocorrer a partir de um ano da celebração do contrato, é necessário que o edital de licitação e o contrato tragam expresso se a periodicidade dos reajustes terá como base a data do orçamento de referência da licitação ou a data limite para a apresentação das propostas, mesmo que o prazo para execução dos serviços seja inferior a um ano, como neste caso, em que o prazo inicial é de 6 (seis) meses. Além disso, o contrato prevê a utilização da variação do IGP-M para fins de reajuste contratual, contrariando a jurisprudência do TCU que determina que sejam utilizados índices setoriais ou específicos regionais, como o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC), que reflitam a variação efetiva do custo de produção ou dos preços dos insumos utilizados, sendo a adoção de índices gerais somente admitida na ausência dos demais. Por fim, o edital estabelece no item 7.1.4 os requisitos de qualificação técnica das licitantes, in verbis: 7.1.4. Quanto à Qualificação Técnica: a) Registro ou Inscrição da licitante e dos seus responsáveis técnicos, junto ao CREA - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia da jurisdição da empresa, demonstrando possuir em seu quadro de pessoal permanente, à data da abertura da licitação, Responsável Técnico habilitado na área de Engenharia Civil. a.1 A comprovação do vínculo profissional poderá ser feita com apresentação da cópia de carteira de trabalho (CTPS), ou da ficha de registro de empregado, ou de contrato de prestação de serviço, ou do contrato social da licitante em que conste o profissional como sócio. b) Atestado(s) de Capacidade Técnica, emitido(s) por pessoa(s) jurídica de direito público ou privado em nome da licitante, devidamente registrado(s) no CREA, comprovando que a empresa licitante executou ou está executando serviços pertinentes e compatíveis em características com o objeto desta licitação. c) Declaração indicando o(s) nome(s) do(s) responsável (eis) técnico (s) que acompanhará (ao) a execução dos serviços que se trata este objeto. O(s) nome(s) do(s) responsável (is) técnico (s) indicado (s) deverá (ao) ser o (s) mesmo (s) que constar (em) do (s) atestado (s) de responsabilidade técnica de que se tratam os itens acima, conforme modelo constante no Anexo IX do presente Edital.” Observa-se que o edital não definiu as parcelas mais relevantes técnica e economicamente para fins de qualificação técnico-operacional das licitantes, conforme estabelece a Súmula nº 263 do TCU, in verbis: “Para a comprovação da capacidade técnico-operacional das licitantes, e desde que limitada, simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, é legal a exigência de comprovação da execução de quantitativos mínimos em obras ou serviços com características semelhantes, devendo essa exigência guardar proporção com a dimensão e a complexidade do objeto a ser executado.” Dessa forma, por meio da Solicitação de Auditoria nº 201409563/006, de 28/08/2014, solicitou-se que o Gestor justificasse:

1. A não exigência da apresentação pelas licitantes das composições de preços unitários, do detalhamento do BDI e dos encargos sociais, conforme estabelecido na Súmula nº 258 do TCU.

2. A ausência no edital de licitação dos critérios de aceitabilidade de preços unitários e global, com fixação de preços máximos para ambos, segundo determinação da Súmula nº 259 do TCU.

3. A ausência da data referencial para início da contagem do prazo de reajustamento contratual, tanto no edital quanto no contrato, considerando-se a possibilidade do mesmo ocorrer na periodicidade anual, ainda que o prazo original de execução dos serviços seja inferior a um ano.

4. A utilização da variação do IGP-M para fins de reajuste contratual, visto que a jurisprudência do TCU determina que sejam utilizados índices setoriais ou específicos regionais, como o INCC, que reflitam a variação efetiva do custo de produção ou dos preços dos insumos utilizados, sendo a adoção de índices gerais somente admitida na ausência dos demais.

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5. A não definição no edital de licitação, de acordo com a exigência da Súmula nº 263 do TCU, das parcelas mais relevantes técnica e economicamente para fins de qualificação técnico-operacional e técnico-profissional das licitantes.

Em atendimento à Solicitação de Auditoria 201409563/006, de 28/08/2014, o SESI/DF se manifestou através do Oficio SUPER nº 1350, em 01/09/2014, conforme segue:

Questionamento 1 “Conforme já esposado, o Regulamento de Licitação e Contratos do SESI não prevê tais exigências, razão pela qual a entidade entendeu pela desnecessidade de incluir tal detalhamento das empresas licitantes quando da elaboração da proposta de preços, tendo em vista que os preços unitários referências foram baseados em planilha oficial (SINAPI). No entanto, informamos que o SESI/DF, desde abril do corrente ano, vem exigindo das licitantes a entrega de proposta de preços com o detalhamento do BDI.” Questionamento 2 “Esclarece-se, inicialmente, que esta entidade entende que a finalidade da regra contida na Súmula n. 259 do TCU, é de que a Administração não pode aceitar planilha de composição com preços unitários acima dos estimados no Edital. A despeito da alegação de que inexistiu critério de aceitabilidade de preços unitários e global, e considerando que o RLC do SESI não faz qualquer referência à exigência de fixação de preços máximos para preços global e unitário, temos a esclarecer que constou no Edital os seguintes subitens:

Subitem 8.1, letra “b” 8 - DA PROPOSTA DE PREÇOS – (Envelope “B”) 8.1. Deverá atender os requisitos abaixo: (...) b) apresentar preço total unitário e total, em real, até duas casas decimais, para os itens, considerando os Anexos I e II deste Edital, bem como preço global da proposta expresso em algarismo e por extenso; - DOS PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS Subitem 9.9 9.9. Será desclassificada a Proposta da licitante que não atenda às especificações técnicas e às exigências contidas neste Edital e seus Anexos. - DO JULGAMENTO E DA CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSTAS Subitem 11.1 11.1. Examinadas as propostas e atendidas às exigências deste Edital será considerada vencedora, dentre as propostas devidamente válidas, a empresa que apresentar MENOR PREÇO GLOBAL. Subitem 11.3 letra “b” 11.3. Será desclassificada a Proposta da licitante que: a) contiver preços condicionados a prazos, descontos ou vantagens baseadas em ofertas de outras licitantes; b) apresente irregularidade ou defeitos capazes de dificultar o julgamento, ou que apresente alternativas;

Observe que, especialmente o subitem 8.1 é claro ao afirmar que a proposta da licitante deveria considerar “os Anexos I e II” do Edital. Por seu turno, o Anexo II do Edital elenca os preços unitários orçados pela entidade, que tiveram como base a Tabela SINAPI. Destarte, no entendimento desta entidade, a inclusão de regra que impusesse a desclassificação de licitante pela apresentação de preço unitário acima do estimado, ou mesmo, no caso da licitante se negar a reduzir o preço do respectivo item, seriam hipóteses que poderiam ensejar a desclassificação da proposta.

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O objetivo foi que, na hipótese de apresentada proposta com preço unitário acima do estimado, o SESI/DF tivesse a oportunidade de, considerando as propostas apresentadas pelas demais licitantes, sopesar qual seria a hipótese mais vantajosa para a entidade: desclassificar a licitante, ou aceitar a proposta. Isto porque, simplesmente eliminar aquela proposta que consta preço unitário acima do estimado, pode não ser a opção mais vantajosa para a entidade. A averiguação de todos estes fatores depende da verificação das disparidades contidas entre as propostas, seja relativa ao preço unitário, seja pelo preço global. Por exemplo, se a proposta classificada em segundo lugar apresentar preço global consideravelmente acima daquela classificada em primeiro, então, desclassificar a primeira por apresentar valor unitário em preço acima do estimado, pode significar prejuízo considerável para a entidade. Estes elementos somente serão conhecidos após os licitantes apresentarem suas propostas. Ao elencar no Edital que a proposta deveria obedecer à Planilha Orçamentária contida no Anexo II, o SESI/DF determinou aos licitantes que estes deveriam apresentar suas propostas seguindo os parâmetros contidos no referido anexo. Por este motivo, cabe salientar que mesmo não constando nos autos critério explícito que asseverasse a desclassificação de proposta que constasse preço de item acima do orçado, esclarecemos que não houve prejuízo para esta entidade, uma vez que todos os valores unitários e global apresentados pela vencedora do certame estão igual ou abaixo da planilha de referência apresentada pelo do SESI/DF (SINAPI) e disponibilizada em edital.” (Original com grifo) Questionamentos 3 e 4

“Considerando a identidade de entendimento nos questionamentos n. 6 e 7, passamos a respondê-los de forma consolidada, senão vejamos:

Em que pese o contrato em questão não demandasse prazo superior a 1 ano (180 dias de execução), que em tese, não necessitaria de indexador para reajustamento, com o intuito de assegurar eventual necessidade de atualização dos preços contratados, entendeu-se por bem prever, nos instrumentos contratuais a serem celebrados por esta entidade, dispositivo que tratasse sobre a aplicação periódica anual, retratando, destarte, a variação efetiva dos custos da empresa contratada, desde a data da apresentação da proposta/orçamento.

No caso em testilha, o texto utilizado para prever as condições para aplicação do reajustamento seguiu a minuta padrão usualmente utilizada pela entidade quando da confecção de seus contratos. De fato, não se considerou a possibilidade de se aplicar índices setoriais ou específicos regionais, como o INCC.

A despeito do equívoco cometido por esta entidade por ter se utilizado da minuta padrão não se levando em conta as condições pontuais referentes à contratação em tela, não acarretou qualquer prejuízo nem ao SESI/DF, nem à empresa contratada, vez que não houve necessidade de prorrogação da vigência contratual e, por conseguinte, aplicação de qualquer reajuste.

De todo modo, o SESI/DF já está tomando as providências necessárias para que os índices de reajuste aplicados nas contratações celebradas por esta entidade levem em consideração as peculiaridades do objeto contratado.

Também em virtude de se ter utilizado da minuta padrão para elaboração do edital e do contrato, não se especificou, expressamente, o marco temporal a ser considerado para a contagem do prazo de reajustamento contratual. Importa esclarecer que, este SESI/DF, quando da solicitação, pela contratada, de aplicação do reajuste decorrente

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da prorrogação contratual, utiliza-se como início da data da contagem a de elaboração da proposta orçamentária.

Nesse sentido, cuida-se informar que as minutas de edital e de contrato já estão sendo devidamente alteradas, de tal sorte a contemplar, expressamente, o marco de contagem para o reajustamento contratual.

Diante do exposto, em que pese todas as considerações aduzidas, esta entidade não se opõe a aprimorar procedimentos, modelos editalícios e contratuais, caso essa Auditoria apresente orientações para que sejam efetuadas as devidas melhorias em prol da entidade.”

Questionamento 5

“Observando o Edital ora questionado, identifica-se que não foi exigida, como condição de habilitação, a capacitação técnico-profissional das licitantes. A exigência de capacidade técnico-profissional não consta do Regulamento de Licitações e Contratos do SESI. Segundo o artigo 12, inciso II do RLC, verbis:

Art. 12. Para a habilitação nas licitações poderá, observado o disposto no parágrafo único, ser exigida dos interessados, no todo ou em parte, conforme se estabelecer no instrumento convocatório, documentação relativa a: (...) II) qualificação técnica: a) registro ou inscrição na entidade profissional competente; b) documentos comprobatórios de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação; c) comprovação de que recebeu os documentos e de que tomou conhecimento de todas as condições do instrumento convocatório; d) prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.

Entretanto, conquanto não se aplique às entidades do Sistema S, o artigo 30 da Lei 8.666/93, que envolve a definição das parcelas de maior relevância está intimamente ligada à capacitação técnico-profissional, verbis:

Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a: I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;

Segundo a referida Lei, a definição das parcelas de maior relevância terá a sua aplicabilidade destinada somente à exigência de habilitação relativa aos profissionais de nível superior, ou seja, aquela relativa à capacitação técnico-profissional.

Sobre a questão da parcela de maior relevância ser exigível apenas em relação à habilitação técnico-profissional, vejamos o entendimento de JESSÉ TORRES PEREIRA JUNIOR1, que assim preleciona:

O atestado de capacitação técnico-profissional cingir-se-á a certificar que o habilitante possui, em seu quadro permanente de pessoal (logo, descabe contratação em caráter eventual ou temporário), na data da licitação, que é a da entrega dos

1 in Comentários à Lei das Licitações e Contratações da Administração Pública, 1994, p.30

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envelopes pelos licitantes (não valerá contratação posterior), profissional de nível superior em cujo nome haja sido emitido atestado de responsabilidade técnica (necessariamente registrado no órgão de controle do exercício profissional) por execução de obra ou serviço de características semelhantes às do objeto da licitação; a semelhança não se estenderá a todos os pormenores da obra ou do serviço, mas, tão-só, às parcelas significativas para o objeto da licitação.

A teleológica legal e doutrinária sobre a exigência técnico-profissional caminha no sentido de que, uma vez definido no instrumento qual é a parcela de maior relevância, exigir-se-á, à titulo de habilitação, capacidade técnico-profissional somente em relação a estas parcelas. O que se procura é evitar que se eleja critério de habilitação restritivo, exigindo a apresentação de profissionais que não correspondam às parcelas de maior relevância.

Considerando que o objeto licitado não possui complexidade ímpar, que, na avaliação da entidade, não tornou imprescindível a exigência técnico-profissional, bastando à empresa que apresentasse um engenheiro como responsável técnico; este SESI/DF atendeu ao seu Regulamento, assim como, procurou trazer ao certame a maior competitividade possível, em franco atendimento ao princípio da ampla concorrência, conforme art. 2 do RLC do SESI.

Destarte, para o SESI/DF a exigência adstrita à qualificação técnico-operacional, em face do objeto licitado, seria suficiente a comprovar a capacidade da empresa em executar o serviço, e a inclusão de exigência técnico-profissional seria medida que, além de não estar prevista em seu regulamento, efetivamente, somente iria trazer uma restrição injustificada a maior competitividade no certame. Sobre o tema, Marçal Justen Filho2, assim se expressa:

Vale insistir acerca da inconstitucionalidade de exigências excessivas, no tocante à qualificação técnica. (...) Essa competência discricionária não pode ser utilizada para frustrar a vontade constitucional de garantir o mais amplo acesso de licitantes, tal como já exposto acima. A administração apenas está autorizada a estabelecer exigências aptas a evidenciar a execução anterior de objeto similar. Vale dizer, sequer se autoriza a exigência de objeto idêntico.

Assim, uma vez superada a questão da exigência de qualificação técnico-profissional, cabe avaliar o disposto no Edital sob exame sobre a qualificação técnico-operacional em face da Súmula 263/2011 do TCU, que assim dispõe:

Sumula 263/2011 - Para a comprovação da capacidade técnico-operacional das licitantes, e desde que limitada, simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, é legal a exigência de comprovação da execução de quantitativos mínimos em obras ou serviços com características semelhantes, devendo essa exigência guardar proporção com a dimensão e a complexidade do objeto a ser executado. (grifo nosso)

Veja-se que a finalidade contida na Súmula está sedimentada no fato de que caberá ao órgão licitante somente poder exigir “a comprovação da execução de quantitativos mínimos em obras ou serviços com características semelhantes”. O objetivo da Súmula é obstar aquelas exigências que se tornem desarrazoadas e restritivas à ampla competitividade.

2 in Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 12 ed., Dialética, 2008

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Com a devida cautela, qualquer que seja a Súmula editada pela Corte de Contas, estas são oriundas da reiterada jurisprudência do Tribunal. Neste passo, para que melhor possa se entender o real objetivo de uma matéria quando esta é sumulada, é importante que se faça uma análise finalística sobre o tema. Em se tratando de capacidade técnico-operacional, a falta de demonstração clara de qual é a parcela de maior relevância não vicia, não torna ilegal, ou mesmo, imprestável aos fins propostos, a redação de determinado Edital. Isto porque, mesmo que não se tenha no instrumento convocatório descriminado qual é a parcela de maior relevância, isto não significa que a exigência concernente à habilitação técnico-operacional resultou em qualquer vicio para o certame.

Conquanto respeite o posicionamento desta Auditoria, em momento algum foi identificado no instrumento convocatório qualquer exigência que reduzisse a competitividade ou direcionasse o certame a esta o a aquela licitante. A falta de identificação da parcela de maior relevância, considerando que não existiu exigência técnico-profissional teve pouca ou nenhuma influência para a ampla competitividade neste caso concreto. Destarte, o SESI/DF definiu suas exigências de habilitação de forma que o maior número de empresas pudesse participar da licitação, sem que isso significasse a possibilidade de contratar com quem não tem condições técnicas e econômicas de executar o serviço.” (Original com grifo)

Questionamento 1 Conforme a Súmula nº 258 do TCU, as composições de custos unitários e o detalhamento dos encargos sociais e do BDI integram o orçamento, e devem constar dos anexos do edital de licitação e das propostas das licitantes. Questionado sobre a ausência da exigência de tais itens no edital, o SESI/DF informou que o seu RLC não prevê tais exigências, e por essa razão, a entidade entendeu pela desnecessidade de incluir tal detalhamento das empresas licitantes. Além disso, cientificou que, desde abril de 2014 vem exigindo das licitantes a entrega de proposta de preços com o detalhamento do BDI. Observa-se que a Súmula nº 258 traz a exigência de que estejam detalhados os encargos sociais, o BDI e as composições de custos unitários, tanto no projeto básico que compõe a licitação quanto nas propostas das licitantes. Além da edição da Súmula nº 258, em 2010, que pacificou o entendimento do TCU sobre o tema, o Tribunal vem exarando determinações às entidades do Sistema S, a exemplo dos Acórdãos 1948/2011 – Plenário e 273/2012 – 2ª Câmara, destinados, respectivamente, ao Senac-DR/ES e ao Sesc/AR-ES, sobre a necessidade de atendimento à obrigatoriedade de detalhamento de encargos sociais e BDI e das composições de custos unitários, tanto pela contratante quanto pela licitante. Assim, diante do exposto, em que pese a resposta da entidade no sentido de estar exigindo das licitantes a entrega de proposta de preços com o detalhamento do BDI desde abril/2014, considera-se uma falha do edital de licitação a ausência de exigência que as licitantes apresentem o detalhamento da taxa de BDI, dos encargos sociais e das composições de custos unitários. Questionamento 2 Conforme a Súmula nº 259 do TCU, a definição do critério de aceitabilidade dos preços unitários e global, nos casos de contratações de obras e serviços de engenharia, é obrigatória, não havendo margem para discricionariedade do gestor. A definição do critério de aceitabilidade de preços unitários e global, com fixação de preços máximos para ambos, tem por objetivo evitar a ocorrência do jogo de planilha, que pode ocorrer quando aditivos são celebrados através de acréscimos e inserções de serviços com sobrepreço e/ou decréscimos e supressões de serviços subavaliados.

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Em sua resposta, o SESI/DF apresenta o entendimento de que a regra contida na Súmula nº 259 do TCU “é de que a Administração não pode aceitar planilha de composição com preços unitários acima dos estimados no Edital”. A respeito do tema, a jurisprudência do TCU é pacífica sobre a obrigação do gestor em definir os critérios de aceitabilidade de preços unitário e global, entendimento este consolidado na Súmula nº 259. Além disso, o Tribunal continua exarando acórdãos às entidades do Sistema S sobre a obrigatoriedade de definição em seus editais de licitação desses critérios, como nos Acórdãos 273/2012 – 2ª Câmara, 534 e 2965/2011, ambos do Plenário. O SESI/DF aduz ainda que o seu RLC não faz qualquer referência à exigência de fixação de preços máximos para preços unitários e global, e que o edital de licitação previa que as licitantes deveriam observar os Anexos I e II, sendo que neste último estão consignados os preços unitários. Ocorre que, apesar deste comando constante do edital, não há indicação de que aqueles preços unitários e global serão os máximos aceitáveis, de acordo com a exigência da Súmula. Ainda argumenta a entidade, que incluir regra que desclassificasse uma licitante que apresentasse proposta com preço unitário acima do estimado poderia, por exemplo, gerar a situação de “a proposta classificada em segundo lugar apresentar preço global consideravelmente acima daquela classificada em primeiro, então desclassificar a primeira por apresentar valor unitário em preço acima do estimado” o que acarretaria prejuízo à entidade. O critério de aceitabilidade de preços no edital vem coibir a situação descrita acima, visto que as licitantes terão conhecimento prévio de que os preços unitários e global máximos aceitáveis são aqueles constantes do orçamento. Atente-se ainda para o fato de que a contratação da obra se deu sob o regime de execução por empreitada global, situação esta que não desobriga o gestor de definir os critérios de aceitabilidade de preços, conforme a jurisprudência do TCU, a exemplo dos Acórdãos 2088/2004, 1324/2005, 13/2006, 1453/2006, 2065/2006, 1829/2007 e 2857/2013, todos do Plenário. Tal obrigatoriedade se faz necessária, pois os valores contratuais de cada item servirão de base para eventuais aditivos contratuais, evitando que a proposta torne-se desvantajosa para a entidade. Por fim, o SESI/DF esclarece que não houve prejuízo para a entidade, “[...] uma vez que todos os valores unitários e global apresentados pela vencedora do certame estão igual ou abaixo da planilha de referência apresentada pelo SESI/DF (SINAPI) e disponibilizada em edital”. (Original com grifo) Importante esclarecer, que mesmo que o contrato seja feito com valor global abaixo do preço de referência, em consequência do desenvolvimento dos serviços, bem como da ocorrência de aditivos contratuais, pode ocorrer a situação de jogo de planilha, conforme abordado anteriormente. Diante do exposto, conclui-se que a não definição do critério de aceitabilidade dos preços unitários e global, com a fixação de preços máximos para ambos, é uma falha do edital de licitação, mantendo-se a constatação. Questionamento 3 e 4 O reajuste contratual é o instituto utilizado para compensar as variações inflacionárias que atingem os preços contratuais, por meio de índices gerais ou setoriais específicos, como, por exemplo, o INCC, “que reflitam a variação dos custos de produção ou dos insumos utilizados nos contratos de prazo de duração igual ou superior a um ano”, conforme a Lei nº 10.192/01, sendo a adoção de índices gerais somente admitida na ausência dos demais. Segundo o art. 40, caput, e inciso XI, da Lei nº 8.666/93, aplicável subsidiariamente às entidades do Sistema S na carência de disciplinamento específico nos regulamentos próprios, o edital de licitação conterá obrigatoriamente o critério de reajuste, “desde a data prevista para a apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela”. Questionado sobre a ausência da data referencial para início da contagem do prazo de reajustamento contratual e a utilização da variação do IGP-M para fins de reajuste contratual, em detrimento de índice específico da construção civil, o SESI/DF informou que o texto utilizado para prever as condições de reajustamento seguiu a minuta padrão de contrato utilizado pela entidade, e, por esse motivo, não foi considerada a possibilidade de aplicação de

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índices setoriais ou específicos regionais, como o INCC, bem como não se especificou expressamente o marco temporal a ser considerado para o reajuste contratual. Registrou ainda que está tomando as providências necessárias para que os índices de reajuste aplicados levem em consideração as peculiaridades do objeto contratado e que as minutas de edital e de contrato estão sendo alteradas, de forma a contemplar o marco de contagem para o reajustamento contratual. A respeito do reajuste contratual, a jurisprudência do TCU é pacífica quanto à necessidade de que conste nos editais e nos respectivos contratos, mesmo que o prazo de duração do ajuste seja inferior a 12 (doze) meses, cláusula que estabeleça o critério de reajustamento dos preços, como consignado, por exemplo, no Acórdão 6720/2013 – 1ª Câmara, prolatado para o Senac-ES: “1.7. Determinações / Recomendações / Orientações: 1.7.1. dar ciência ao Senac/ES quanto aos seguintes pontos: [...] 1.7.1.6. a ausência de cláusula contratual prevendo reajustamento de preços e critério de reajuste, identificada nos contratos firmados com as empresas JCC - Construtora e Incorporadora Ltda. e APSE - Avaliações, Projetos e Serviços de Engenharia Ltda., contrariando o art. 26 da Resolução Senac 845/2006;” (Original sem grifo). Diante do exposto, em que pese a entidade estar providenciando os ajustes necessários quanto aos critérios de reajustamento contratual, mantém-se a constatação. Questionamento 5 O Edital da Concorrência SESI/DF nº 10/2013, para execução das obras de melhorias na Unidade SESI Guará, tem o valor estimado de contratação de R$ 3.261.985,71, e 5.813,00 m2 de área de intervenção, conforme se depreende da planilha orçamentária em seu item 2.13 - Limpeza Geral da Obra. Para habilitação nas licitações do SESI, conforme o caput do art.12 do Regulamento de Licitações e Contratos, poderão ser exigidos, no todo ou em parte, a documentação relativa à qualificação técnica, conforme o inciso II do art. 12, especialmente a alínea b, in verbis: “b) documentos comprobatórios de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação;” O edital de licitação exigiu no item 7.1.4, b apresentação de atestado de capacidade técnica “comprovando que a empresa licitante executou ou está executando serviços pertinentes e compatíveis em características com o objeto desta licitação”. (Original sem grifo) Verifica-se que a exigência do edital é inferior à estabelecida no RLC, que engloba pertinência e compatibilidade com quantidades e prazos, além das características do objeto em licitação. Em que pese o RLC facultar essa decisão ao gestor, a jurisprudência do TCU, ao enfrentar em diversos acórdãos o tema de qualificação técnica das licitantes, pacificou o seu entendimento na Súmula nº 263, definindo que a comprovação da capacidade técnico-operacional das licitantes deve se limitar às parcelas mais relevantes técnica e economicamente, simultaneamente, com a possibilidade de exigência de quantidades mínimas, e mais, que essa exigência guarde proporção com a dimensão e a complexidade do objeto a ser executado. Em resposta ao questionamento da equipe de auditoria, o SESI/DF informa que não foi exigida a capacitação técnico-profissional das licitantes, pois a mesma não consta do RLC da entidade. Além disso, consigna que, segundo a Lei n.º 8.666/1993, “a definição das parcelas de maior relevância terá a sua aplicabilidade destinada somente à exigência de habilitação relativa aos profissionais de nível superior, ou seja, aquela relativa à capacitação técnico-profissional”. (Original com grifo) Além disso, “uma vez definido no instrumento qual é a parcela de maior relevância, exigir-se-á, a título de habilitação, capacidade técnico-profissional somente em relação a estas parcelas”, “que o objeto licitado não possui complexidade ímpar” e que a entidade entendeu não ser imprescindível a exigência técnico-profissional, trazendo maior competitividade para o certame. Conforme apresentado neste relatório, no item referente à exigência de registro do atestado de capacidade técnica em nome da licitante junto ao CREA, a capacidade técnica de uma pessoa jurídica é a junção da capacidade técnica de seus profissionais, conforme disposto no Manual de Procedimentos Operacionais para aplicação da Resolução CONFEA nº 1025/2009. Dessa forma, os requisitos de qualificação técnica a serem exigidos das empresas estarão intrinsecamente ligados à capacidade técnica de seus profissionais, o que evidencia a

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necessidade de que as parcelas mais relevantes técnica e economicamente sejam definidas em função do objeto a ser licitado. Em relação à possibilidade de ampliação da competitividade, observa-se que a finalidade da Súmula nº 263 do TCU é justamente possibilitar que as parcelas sejam definidas, atentando-se para o fato de que quantidades e prazos só podem ser exigidos quando compatíveis com o objeto da licitação, impedindo restrições à competitividade. No que se refere à complexidade do objeto licitado, entende-se não haver a necessidade de que o mesmo seja ímpar para que sejam definidas as parcelas de maior relevância, até porque a dificuldade para execução do objeto está justamente ligada à experiência e expertise da empresa e de seus profissionais. Assim sendo, a definição das parcelas mais relevantes é fundamental para que o contratante se assegure de estar contratando uma empresa que executará adequadamente os serviços ajustados. No caso em tela, a exigência de atestado de capacidade técnica “comprovando que a empresa licitante executou ou está executando serviços pertinentes e compatíveis em características com o objeto desta licitação” sem a definição das parcelas mais relevantes técnica e economicamente, resultou na contratação de uma empresa que comprovou sua aptidão por meio de um atestado referente à construção de uma guarita de vigilância com banheiro, com área de 13,42 m2, conforme o item 1.3.7 do atestado, sendo o valor total da obra de R$ 44.813,60. Considerando-se que a obra do SESI Guará tem área de intervenção de 5.813,00 m2, que a execução do piso cerâmico e de granitina é o serviço materialmente mais representativo do orçamento-base da licitação, totalizando 4.727,11 m², verifica-se que a área construída apresentada pela contratada como serviço pertinente e compatível com o objeto da licitação corresponde a 0,28% da área de intervenção, o que não se mostra coerente com o objeto licitado. Além disso, comparando-se os quantitativos dos 5 (cinco) serviços materialmente mais relevantes daquele orçamento, que correspondem a 41% de seu valor total, com os quantitativos apresentados no atestado de capacidade técnico da licitante vencedora, tem-se o quadro a seguir:

Quadro – Comparativo de quantitativos licitados e apresentados no atestado de capacidade técnica da empresa vencedora da licitação

Item Descrição do Serviço Unid.

Quant. Valor do Orçamento

Referencial - incluído 28%

de BDI (R$)

Licitado Atestado

7.3.1.2 / 4.7

Piso Gail extrudado 30 cm x 30 cm, assentado com argamassa AC III bicomponente, da Gail ou similar e rejuntado com rejunte epóxi aluminizado incluso cantos de acabamento internos e externos

m² 2.214,71 8,47 406.797,94

10.1 Execução de Recapeamento asfáltico com 3cm de espessura inclusive fornecimento e espalhamento de CBUQ e transporte

m³ 700,00 0,00 321.189,12

4.5 Piso de granitina branco, espessura 12mm, inclusos juntas de dilatação plásticas e polimento

m² 2.512,40 0,00 255.404,56

4.2 / 7.9.1 / 12.3

Impermeabilização com manta asfáltica alumínio 4mm.

m² 3.064,33 0,00 218.199,91

4.3 Contrapiso em argamassa traço 1:4 (cimento e areia), espessura 5cm, preparo manual

m² 4.510,11 13,42 140.201,64

Valor Total dos Serviços Avaliados (R$) 1.341.793,16

Valor Total do Orçamento Referencial (R$) 3.261.985,71

Observa-se que em relação ao piso cerâmico Gail e ao contrapiso, a quantidade apresentada pela contratada corresponde a 0,38% 0,30% da quantidade licitada, respectivamente, e que não há comprovação de execução de recapeamento asfáltico em CBUQ, de piso de granitina e de impermeabilização com manta asfáltica, o que demonstra que o atestado técnico da contratada

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não comprovou que ela tenha executado ou estivesse executando serviços pertinentes e compatíveis em características com o objeto da licitação, conforme requerido pelo edital. Em sua resposta, o SESI/DF aduz sobre a qualificação técnico-operacional, em face da Súmula do TCU, consignando que o “objetivo da Súmula é obstar aquelas exigências que se tornem desarrazoadas e restritivas à ampla competitividade”. Além disso, considera que a ausência da demonstração clara da parcela de maior relevância não resultou em qualquer vício para o certame, possibilitando ampliar sua competitividade. Ainda consigna que “Destarte, o SESI/DF definiu suas exigências de habilitação de forma que o maior número de empresas pudesse participar da licitação, sem que isso significasse a possibilidade de contratar com quem não tem condições técnicas e econômicas de executar o serviço”. (Original sem grifo) Em que pesem os argumentos do SESI/DF, sobre a ampliação da competitividade do certame, discorda-se da afirmação de que as exigências de habilitação não trouxeram a possibilidade de contratar uma empresa que não possuísse as condições técnicas e econômicas para executar os serviços, visto que a licitante vencedora do certame, conforme demonstrado anteriormente, apresentou um atestado de capacidade técnica em que não demonstra ter executado ou estar executando serviços com características compatíveis com o objeto licitado. Além disso, a jurisprudência do TCU é pacífica sobre a necessidade de se estabelecer previamente as condições mínimas para comprovação da capacidade técnica-operacional e técnico-profissional, bem como quanto a quesitos mínimos compatíveis com o objeto a ser licitado, como pode ser visto nos Acórdãos a seguir: Acórdão Nº 534/2011 – Plenário “9.4. determinar, ainda, ao Sesi/DR-ES que, na referida licitação e nos futuros certames: [...] 9.4.1.1. devem ser definidos, previamente, para efeito da comprovação da capacidade técnico-operacional e técnico-profissional, os itens de serviços ou da obra que atendam, simultaneamente, os requisitos de relevância técnica e significância econômica;” (Original sem grifo) Acórdão 2386/2012 – Plenário “9.2 determinar ao Sesc-ES que: 9.2.1 adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, consistentes na alteração/correção das cláusulas do edital [...], saneando, em especial, as irregularidades relacionadas a seguir: [...] 9.2.1.5 ausência de exigências mínimas na habilitação técnico-operacional como forma de atestar a capacidade da contratada para executar objeto de porte similar ao do contrato;” (Original sem grifo) Dessa forma, conclui-se que os critérios de qualificação técnica estabelecidos no edital, conjugado com a não definição das parcelas mais relevantes técnica e economicamente, não foram suficientes para assegurar a contratação de uma empresa que demonstrasse a execução de serviços compatíveis com o objeto licitado. Em conjunto com a fragilidade da qualificação técnica das licitantes, cabe registrar que o requisito exigido para qualificação econômico-financeira das mesmas, em função do vulto financeiro da contratação, apresenta risco de que a entidade contrate empresa que não disponha de condições suficientes para cumprir o objeto contratado. Para fins de qualificação econômico-financeira, o edital trouxe a seguinte previsão, in verbis: “7.1.3. Quanto à Qualificação Econômico-Financeira: a) Certidão negativa de falência, concordata ou recuperação judicial ou extrajudicial, expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, dentro do prazo de validade. Nos casos em que não houver validade na própria certidão, esta deverá ter sido emitida há, no máximo, 3 (três) meses;” O Regulamento do SESI, em seu art. 12, inciso III, traz os requisitos possíveis de serem exigidos para qualificação econômico-financeira, in verbis: “a) balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, ou balanço de abertura no caso de empresa recém-constituída, que comprovem a situação financeira da empresa, através do cálculo de índices contábeis previstos no instrumento convocatório;

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b) certidão negativa de falência expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física; c) garantia de proposta, nas mesmas modalidades e critérios previstos no art. 27 deste Regulamento, que para o licitante vencedor será devolvida quando da assinatura do contrato; d) capital mínimo ou patrimônio líquido mínimo.” Esses critérios visam aferir a qualificação econômico-financeira das licitantes, e quando previstos em edital, devem ser suficientes para garantir o cumprimento das obrigações contratadas sem, no entanto, restringir a competitividade do certame. Entretanto, devem guardar correlação com o objeto a ser executado, considerando-se sua complexidade e materialidade. Como mencionado na resposta da entidade, “Destarte, o SESI/DF definiu suas exigências de habilitação de forma que o maior número de empresas pudesse participar da licitação, sem que isso significasse a possibilidade de contratar com quem não tem condições técnicas e econômicas de executar o serviço”. (Original sem grifo) Pelo exposto, discorda-se novamente dessa afirmação em relação às condições econômicas, pois a exigência de apresentação somente da certidão negativa de falência não possibilita que a contratante tenha um maior conhecimento da situação financeira da empresa a ser contratada, possibilitando a contratação de empresa que não tenha condições de arcar com os serviços contratados. Além disso, o RLC oportuniza a apresentação do balanço patrimonial e das demonstrações contábeis o que possibilitaria uma melhor avaliação desta situação. É fato que mesmo que a licitante comprove atender aos requisitos estabelecidos, não há garantia de que o objeto será executado completamente. Porém, o gestor ao exigir as condições de habilitação adequadas ao objeto em licitação estará exercendo a sua função de resguardar o patrimônio da entidade. Pelos motivos elencados, considera-se que os requisitos qualificação técnica e econômico-financeira apresentam fragilidades, bem como inobservância à jurisprudência do TCU, mantendo-se a constatação. Em decorrência do exposto, apresentou-se à entidade, por meio do Relatório Preliminar de Auditoria, recomendação da criação de normativo interno que regulasse a contratação de obras e serviços de engenharia, incluindo exigências quanto ao detalhamento do BDI, dos encargos sociais e das composições de custos unitários pela entidade e pelas licitantes, definição de critérios de aceitabilidade de preços, de reajustamento contratual e de capacidade técnica. Registre-se que o fato apontado e a recomendação sugerida foram discutidos com o Gestor na Reunião de Busca Conjunta de Soluções, realizada em 29/04/2015.

##/Fato##

Causa Ausência de normativo interno que regulamente a contratação de projeto para fins de licitação de obras e serviços de engenharia. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Após a Reunião de Busca Conjunta de Soluções, o Gestor manifestou-se por meio do ofício SUPER nº 640, de 14/05/2015, da seguinte forma: Quanto à Recomendação 1: “Do mesmo modo, em exame do processo, deliberou essa CGU no sentido de que, pela ausência de normativo interno, não foram lançados na fase de contratação a) critérios de aceitabilidade de preços unitários e global; b) exigência da apresentação pelas licitantes do detalhamento do BDI, dos encargos sociais e das composições de custos unitários; e c) aduziu pela deficiência de indicação de critério de reajustamento contratual e requisitos de qualificação das licitantes. Como já explicitado nas respostas às SAs., esta entidade já vem adotando algumas providências quanto aos apontamentos constantes da presente recomendação, inclusive jamais se opondo a aprimorar procedimentos, normas internas, tampouco os seus editais e contratos, com vistas à melhorias em prol da Entidade, motivo pelo qual ACATA A PRESENTE

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RECOMENDAÇÃO, quanto a criação de normativo interno, ocasião em que passamos a juntar minuta preliminar (DOC. 01).” Quanto à Recomendação 2:

“No mesmo sentido, em que pese não concordemos com o posicionamento bosquejado por essa CGU, vimos informar que ACATAREMOS A SUGESTÃO APRESENTADA PELA CGU, todavia levando-se em consideração as normas aplicáveis aos entes autônomos de cooperação.” (Original com grifo)

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Em sua resposta, a entidade informa que já vem adotando algumas providências quanto aos apontamentos, acatando a recomendação de criação do normativo interno, informando que será inserida na norma interna que disporá sobre a contratação de obras e serviços de engenharia, que se encontra em elaboração, pendente de trâmites internos administrativos, e, portanto, passível de alteração após o término dos mesmos. Já em relação à manutenção das composições de custos unitários no processo licitatório, informa que acatará a sugestão apresentada pela CGU, todavia levando em consideração as normas aplicáveis aos entes autônomos de cooperação. Pelo exposto, verifica-se que a entidade está adotando providências para a criação do normativo interno que regulamente a contratação de obras e serviços de engenharia e a manutenção no processo licitatório das composições de custos unitários, porém é necessário que o normativo esteja formalizado para que a constatação seja elidida.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Criar normativo interno, no prazo de 45 dias, que regulamente a contratação de obras e serviços de engenharia e inclua dentre outros itens: a. Exigência de que o BDI e os encargos sociais, integrantes do orçamento que compõe o projeto básico constem de forma detalhada no Edital ou seus anexos, bem como das propostas das licitantes. b. Exigência do detalhamento na elaboração de projetos de engenharia e arquitetura das composições de custos unitários de todos os serviços constantes das planilhas de serviços dos referidos projetos, como parte integrante do edital de licitação e também das propostas das licitantes. c. Definição dos critérios de aceitabilidade de preços unitários e de maior valor global admissível, não admitidos preços superiores ao valor de referência; d. Critério de reajustamento contratual, incluindo a definição da data base (data do orçamento de referência da licitação ou a data da apresentação das propostas) e o índice setorial de reajuste (a exemplo do INCC). e. Exigência de atestados de capacidade técnica, no que tange aos critérios de habilitação técnica-operacional e técnico-profissional, para os itens de serviços ou da obra que atendam, simultaneamente, aos requisitos de relevância técnica e significância econômica, devendo necessariamente especificar quais são estes itens e os seus respectivos quantitativos mínimos, limitados a no máximo 50% da quantidade prevista em edital. f. Exigência, nos editais de licitação, de critérios de qualificação técnica e econômico-financeira que possibilitem avaliar a capacidade da licitante em executar o objeto contratado. Recomendação 2: Manter no processo licitatório, assim como os demais elementos integrantes do projeto de obras e serviços de engenharia, as composições de custos unitários dos serviços constantes da planilha orçamentária.

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1.1.3.3 CONSTATAÇÃO Fracionamento de despesa e fuga da modalidade licitatória na execução das obras de melhorias na Unidade SESI Guará. Fato A execução das obras de melhorias na Unidade SESI Guará foi licitada pelo SESI/DF através da Concorrência nº 10/2013, sendo a empresa Construminas Reformas e Instalações Ltda. ME, contratada conforme o Contrato nº 33000, de 01/11/2013, que foi aditivado por meio do Primeiro Termo Aditivo, em 07/04/2014. No decorrer dos trabalhos de auditoria, verificou-se que a entidade realizou o Convite nº 05/2014, em 08/04/2014, para “contratação de empresa especializada em construção civil para realização de obra de melhorias na Central de Produção de Refeições do SESI Guará”, resultando no Contrato nº 38200, celebrado em 14/05/2014, com a mesma empresa citada anteriormente. Verificou-se que os atos administrativos para a celebração do Primeiro Termo Aditivo ao Contrato nº 33000/2013 e para a realização do Convite nº 05/2014 foram realizados concomitantemente, e que a área demandante responsável pelos dois processos, tinha conhecimento tanto dos serviços necessários ao aditivo contratual quanto ao referido convite. Assim, através da Solicitação de Auditoria nº 201409563/011, de 03/10/2014, requereu-se do Gestor justificativa sobre a situação identificada de falha no planejamento da execução das obras, a qual resultou no fracionamento da despesa.

Em atendimento à Solicitação de Auditoria 201409563/011, de 03/10/2014, o SESI/DF se manifestou através do Oficio Super nº1545, em 07/10/2014, conforme segue:

“De início cumpre-nos informar que, conquanto tenha se deliberado pela escolha de dois processos licitatórios distintos, a exemplo da Concorrência (Processo nº 7.105/2013) e do Convite (processo nº 2.597/2014), não vislumbramos a ocorrência de fracionamento de despesas. Isto porque, uma vez que se utilizou primeiramente a contratação precedida da licitação na modalidade Concorrência, o SESI/DF planejou a contratação com base nas necessidades que se apresentavam antes de iniciada a obra. Todavia, quando se esgotaram os recursos no primeiro contrato (valor originariamente contratado, acrescido do aditamento de 50% - art. 30 do RLC SESI), e em face da urgência que a execução da obra apresentava, não restou alternativa senão deflagrar outro certame licitatório, qual seja, o Convite nº 05/2014 (processo nº 2.597/2014). Este Convite se apresentou dentro das determinações legais e principiológicas desta modalidade licitatória, inclusive quanto ao valor (limite até R$1.179.000,00 – art. 6º, I, b do RLC SESI). Ou seja, após o início da execução da obra, e verificando-se alguns entraves de natureza executória, que argumentaremos a diante, detectou-se que o processo originário (Concorrência) não suportaria outros aditivos de valor, limitados pelo artigo 30 do RLC SESI, que nos autoriza o aditamento de 50% do valor inicialmente contratado. Balizado nesta premissa, deliberou-se, repita-se, pela abertura de outro certame licitatório, na modalidade Convite, cujo processamento atendeu todas as determinações legais e, notadamente, os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, probidade, ampla concorrência, publicidade, proposta mais vantajosa, vinculação ao instrumento convocatório, julgamento objetivo, e inclusive dentro do valor autorizado para utilização da aludida modalidade licitatória. Logo, em que pese tenha havido a abertura de dois processos, um no ano de 2013 e outro no ano de 2014, o segundo motivado por fatores imprevisíveis, não podemos afirmar que houve fracionamento de despesas pela utilização de dois procedimentos licitatórios. Observe-se que o intuito do SESI/DF em efetivar dois procedimentos licitatórios (primeiro a Concorrência e por derradeiro o Convite), não fora o de fracionar a despesa, com vista a utilizar modalidade de licitação inferior à recomendada pela legislação para o total da despesa, ou para efetuar contratação direta, mas tão somente legitimar nova contratação, cujo processo originário (Concorrência), não mais autorizava condição de aditamento.

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Frise-se que a entidade, como é de sua praxe, teve o cuidado de deflagrar certame mais rigoroso, a exemplo da Concorrência, e quando o contrato oriundo desse procedimento não mais suportava aditamento, deliberou-se pela abertura de outro certame nas condições autorizadas pela Lei de Licitações e Regulamento de Licitações e Contratos do SESI, logo, restando claro que não houve fracionamento nos moldes daquele vedado pelo TCU e legislação licitatória. O próprio TCU já se manifestara neste sentido, senão vejamos:

“(...) a realização de vários procedimentos em um exercício não caracteriza, por si só, o fracionamento indevido da despesa, o qual somente ocorre quando não se preserva a modalidade pertinente para o total de aquisições do exercício (§ 2º do art. 23 da Lei 8.666/1993).” Acórdão 82/2005 Plenário

Isto porque, o que o TCU e a legislação reprovam é o fracionamento feito de forma dolosa e premeditada, que tem por objetivo se evitar a deflagração de procedimento licitatório privilegiando a dispensa e evitando a competitividade, in verbis:

Evite a fragmentação de despesas, caracterizada por aquisições freqüentes dos mesmos produtos ou realização sistemática de serviços da mesma natureza em processos distintos, cujos valores globais excedam o limite previsto para dispensa de licitação a que se referem os inciso I e II do art. 24 da Lei 8.666/1993. (Acórdão TCU nº 1.386/2005 – Segunda Câmara)

Em tempo, cumpre-nos esclarecer que não se vislumbra a hipótese de premeditação por parte do SESI/DF com a deflagração do Convite, mas sim, verifica-se que restou necessário a abertura de novo processo licitatório (Convite) por fatores alheios à vontade da entidade, vez que quando da execução da obra, notadamente na fase de instalações de tubulações, fomos surpreendidos pela queda de parte do revestimento cerâmico das paredes, sem falar que foi intentada uma retificação deste revestimento, como medida paliativa, que tornou o ambiente esteticamente desarmonioso, demandando a necessidade de medidas urgentes e imediatas na tentativa de agregar valor estético, todavia, respeitando-se a legalidade e inclusive a economicidade para entidade.

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Logo, verificando-se a necessidade e oportunidade para as retificações citadas acima, bem como considerando que não mais existia possibilidade de aditamento no processo de Concorrência para este fim específico, decidiu-se pela abertura do Convite. Acontece ainda que, quando do processo originário (Concorrência), não dispúnhamos de recursos suficientes para os serviços de revestimentos e outros contemplados no Convite, logo, quando da necessidade de efetivação destes serviços de revestimento, pelos fatores acima especificados, considerando ainda a possibilidade de ingresso de recursos novos, deliberou-se pela abertura do Convite, inclusive contemplando outros serviços e que não estavam previstos anteriormente, tampouco poderiam ser absorvidos na Concorrência, cujo limite de valor

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planejado já se encontrava esgotado e cujo o objeto não abarcava a totalidade de serviços que surgira posteriormente.” A celebração do Primeiro Termo Aditivo ao Contrato nº 33000/2013 em período concomitante à realização do Convite nº 05/2014 constitui fracionamento de despesa e decorre da falha de planejamento da área responsável pelos serviços de execução das obras de melhorias na Unidade SESI Guará. O fracionamento se caracteriza pela divisão da despesa para utilizar modalidade de licitação inferior à prevista pela legislação ou para realizar a contratação direta. No caso em apreço, a despesa foi dividida entre o aditivo contratual e o convite, para que não fosse realizada licitação na modalidade concorrência. O Contrato nº 33000, de 01/11/2013, decorrente da Concorrência SESI/DF nº 10/2013, tem por objeto a contratação de empresa especializada em construção civil para realização de obra de melhorias na Unidade Operacional do SESI Guará, sendo a contratada a empresa Construminas. Em 07/04/2014, foi celebrado o Primeiro Termo Aditivo a este Contrato, sendo que a Solicitação de Aditivo de Valor e de Prazo foi encaminhada pela Assessoria de Engenharia do SESI/DF para a Coordenação Administrativa em 02/04/2014, baseando-se na solicitação de aditivo feita pela contratada em 01/04/2014. A justificativa dada pela empresa e corroborada pela Assessoria de Engenharia para a solicitação do aditivo, que englobou o acréscimo de 105 dias e o valor de R$ 1.231.689,75, foi a “dificuldade em executar a obra com a cozinha industrial em operação, pelo acréscimo de serviço solicitado pela administração superior e pelas dificuldades encontradas com os fornecedores contratados”. Já para a realização do Convite nº 05/2014, em 25/03/2014, a Diretoria da Unidade SESI Guará encaminhou para o Setor de Licitações documento requerendo a realização do processo licitatório, em face de um novo aporte financeiro para continuação das obras de melhorias da Unidade e da precariedade de suas instalações, sendo o valor estimado pela área técnica em R$ 1.163.055,44. A publicação da Carta Convite nº 05/2014 ocorreu em 08/04/2014, com a abertura de propostas em 16/04/2014, sendo a vencedora do certame a empresa Construminas, com proposta no valor de R$ 1.160.000,03, e assinatura do contrato nº 38200 em 14/05/2014. Observa-se que a Assessoria de Engenharia, responsável pela Concorrência nº 10/2013 e pelo Convite nº 05/2014, e pelo acompanhamento da execução dos serviços, no momento da solicitação do aditivo ao Contrato nº 33000/2013, tinha conhecimento dos serviços integrantes do Convite nº 05/2014, bem como dos recursos financeiros disponíveis para as obras do SESI Guará. Portanto, considerando-se que a área responsável tinha conhecimento (i) dos serviços a serem executados no aditivo e no convite, (ii) que tais serviços são da mesma natureza e executados no mesmo local, (iii) da disponibilidade financeira, e (iv) que os atos realizados para a celebração do aditivo e para a realização do convite ocorreram simultaneamente, isto é, entre os dias 25/03 e 08/04/2014, conclui-se que ocorreu o fracionamento da despesa, para que não fosse realizada licitação na modalidade concorrência. O SESI/DF, em sua resposta, informou que planejou a contratação com base nas necessidades que se apresentavam antes de iniciada a obra, porém, quando se esgotaram os recursos no primeiro contrato, já acrescido do aditamento de 50% conforme autoriza o RLC, e em face da urgência de execução das novas obras, não restou alternativa senão a deflagração de outro certame. Em que pese a resposta da entidade, considerando-se a concomitância dos procedimentos para a celebração do aditivo e a realização do convite, não se pode acatá-la. Observa-se que a abertura do processo nº 2597/2014, referente ao Convite nº 05/2014, é datada de 03/04/2014, porém, ainda em 25/03/2014 a Diretoria da Unidade SESI Guará encaminhou ao setor de licitações a solicitação de realização de processo licitatório. Nesse momento não havia a solicitação do aditivo contratual por parte da empresa, que foi realizado em 01/04/2014, e, portanto, os recursos do primeiro contrato não se encontravam esgotados. Ainda em sua resposta, o SESI/DF consigna que não se pode afirmar que houve fracionamento de despesas pela utilização de dois procedimentos licitatórios, que a abertura de novo processo licitatório decorreu dos problemas durante a execução da obra, a exemplo dos relativos ao

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revestimento cerâmico das paredes, e que, quando da realização da concorrência, o SESI/DF não dispunha dos recursos para executar os serviços previstos no convite. Ocorre que, conforme afirmado anteriormente, o questionamento refere-se à simultaneidade da celebração do aditivo com a realização do convite, não sendo questionada a necessidade técnica da execução dos serviços previstos no convite. Porém, quanto aos serviços previstos no aditivo contratual, considera-se indevida a inserção dos serviços referentes ao vestiário e ao telhado, que correspondem a 79,69% do valor aditivado, pois tais serviços, diferentemente dos demais previstos no aditivo, não são necessários à consecução do objeto inicialmente contratado, e, que a necessidade de execução dos mesmos era de conhecimento da área demandante desde a época da realização da Concorrência nº 10/2013, contrariando a premissa de que os acréscimos e/ou supressões de serviços devem ser decorrentes de situações vislumbradas após a contratação. Dessa forma, considerando-se os serviços do vestiário e do telhado, indevidamente inseridos no aditivo, e os previstos no Convite, obtém-se o valor total estimado de R$ 2.144.561,58, implicando na necessidade da entidade realizar uma Concorrência, conforme estipulado no RLC em seu art. 6º, inciso I, alínea c, reafirmando a constatação de fracionamento de despesa. O SESI/DF afirma, ainda, que “o que o TCU e a legislação reprovam é o fracionamento feito de forma dolosa e premeditada, que tem por objetivo se evitar a deflagração de procedimento licitatório privilegiando a dispensa e evitando a competitividade” e que “[...]cumpre-nos esclarecer que não se vislumbra a hipótese de premeditação por parte do SESI/DF com a deflagração do Convite [...]”. Registra-se que a hipótese de dolo ou premeditação não foi aventada pela Auditoria, sendo que o fato apontado é a ocorrência do fracionamento de despesa e consequente fuga à modalidade licitatória, em decorrência da falha de planejamento da área responsável pela execução das obras. Diante do exposto, conclui-se que houve falha no planejamento da contratação das obras da Unidade SESI Guará, evidenciada pela celebração concomitante do Primeiro Termo Aditivo ao Contrato nº 33000/2013 com a realização do Convite nº 05/2014, resultando em fracionamento de despesa e, por consequência, fuga à modalidade de licitação. Em decorrência do exposto, apresentou-se à entidade, por meio do Relatório Preliminar de Auditoria, recomendação da adoção de planejamento sistemático da execução de obras e serviços de engenharia, de modo a evitar o fracionamento de despesa quando da execução de obras no mesmo local e no mesmo espaço de tempo, utilizando a correta modalidade de licitação. Registre-se que o fato apontado e a recomendação sugerida foram discutidos com o Gestor na Reunião de Busca Conjunta de Soluções, realizada em 29/04/2015.

##/Fato##

Causa

Fragilidades no processo de planejamento de execução das obras na Unidade SESI Guará.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Após a Reunião de Busca Conjunta de Soluções, o Gestor manifestou-se por meio do ofício SUPER nº 640, de 14/05/2015, da seguinte forma: “Afirma essa CGU que houve fragilidade no processo de planejamento na execução das obras do SESI Guará, que segundo a constatação ora discutida, redundou em fracionamento de despesa e fuga da modalidade licitatória. Conforme apontamentos apresentados por esta manifestante, na ocasião das respostas às SAs., em que pese reconheça dificuldade no planejamento, não vislumbramos a ocorrência de fracionamento de despesa ou fuga da modalidade licitatória, pelos motivos apresentados naquela oportunidade.

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Todavia, mesmo diante destes argumentos, vimos informar que ACATAREMOS A PRESENTE RECOMENDAÇÃO, no sentido de adotar planejamento sistemático da execução de obras e serviços de engenharia, de modo a preservar a manutenção do procedimento já adotado pela entidade, em evitar o fracionamento de despesa, utilizando a correta modalidade de licitação conforme o art. 6º do RLC.” (Original com grifo)

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em sua resposta, a entidade manifesta-se acatando a recomendação, informando que adotará planejamento sistemático da execução de obras e serviços de engenharia, de modo a evitar o fracionamento de despesa. Em que pese o acatamento, a resposta da entidade não elide a impropriedade constatada.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Adotar planejamento sistemático da execução de obras e serviços de engenharia, de modo a evitar o fracionamento de despesa quando da execução de obras no mesmo local e no mesmo espaço de tempo, utilizando a correta modalidade de licitação conforme o art. 6º do RLC. 1.2 CONTRATOS DE OBRAS, COMPRAS E SERVIÇOS

1.2.1 FISCALIZAÇÃO INTERNA

1.2.1.1 CONSTATAÇÃO Falha na fiscalização e acompanhamento da execução dos serviços na Unidade SESI Guará por não exigir o cadastro da obra junto ao INSS. Fato As obras de construção civil devem ser cadastradas junto à Previdência Social através da matrícula no Cadastro Específico do INSS (CEI). Esta matrícula tem por finalidade vincular as contribuições previdenciárias à mão de obra empregada na obra específica, e, por consequência, aos recolhimentos junto ao INSS, devendo estar identificada na nota fiscal referente aos serviços prestados. No caso de empreitada total, como é o caso das obras de melhorias na Unidade SESI Guará, licitadas conforme o Edital da Concorrência SESI/DF nº 10/2013, a responsabilidade pela matrícula é da empresa contratada, sendo o proprietário do imóvel e/ou dono da obra, no caso o SESI/DF, responsável solidário pelo cumprimento da obrigação previdenciária. Contudo, o edital de licitação e o contrato não trouxeram a exigência da realização da matrícula, e as notas fiscais não traziam a matrícula CEI. Assim, por meio da Solicitação de Auditoria nº 201409563/004, de 25/08/2014, solicitou-se ao Gestor que:

1. Apresentasse a matrícula CEI da obra, e no caso de sua inexistência, informasse quais as providências seriam adotadas pela Entidade para a regularização da situação.

2. Informasse se a Entidade vem se resguardando da responsabilidade solidária, através do uso de alguma das possibilidades de elisão definidas na Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil nº 971, como a retenção de 11% do valor bruto da nota fiscal, e, caso isto não venha ocorrendo, apresentasse quais providências seriam adotadas pela Entidade.

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3. Informasse quais providências seriam adotadas pela Entidade para garantir a emissão da Certidão Negativa de Débito (CND) ao término da obra.

Em atendimento à Solicitação de Auditoria 201409563/004, de 25/08/2014, o SESI/DF se manifestou através do Oficio Super nº 001336, em 01/09/2014, conforme segue:

Questionamento 1 “Como já verificado nos autos do processo administrativo da obra em tela, de fato a exigência do CEI não fora contemplada no edital, tampouco no instrumento contratual. Acontece que embora esta entidade sempre tenha tomando providências no sentido de elidir a sua responsabilidade solidária, notadamente com a retenção fiscal quando dos pagamentos das Notas Fiscais – que será demonstrado a seguir - vimos informar que na oportunidade do recebimento da SA n.º 201409563/004, procedemos ao imediato questionamento e solicitação de providências junto à empresa contratada CONSTRUMINAS (ofício n.º 0001299/2014 – anexo), que por sua vez efetivara a matrícula CEI, referente à execução da obra ora auditada, que no oportuno passamos a informar qual seja: CEI n.º 51.225.95503/78. Questionamento 2 Quanto ao presente questionamento vimos informar que a entidade vem SIM procedendo com as devidas retenções tributárias, com vistas a afastar eventual aplicação de responsabilidade solidária, atendendo a legislação aplicável à espécie, notadamente a IN RFB 971. Como da ciência dessa auditoria, a contratada se trata de empresa optante pelo regime tributário SIMPLES NACIONAL. Frise-se que, conforme informação apresentada pela empresa contratada, em resposta ao questionamento desta entidade lançado no Ofício 0001299/2014(anexo), esta vem procedendo ao regular recolhimento de todos os tributos que lhe cabe, inclusive com a sua situação fiscal devidamente regular (certidões em anexo). Demais disso, esta Unidade Jurisdicionada, no caso concreto, e na obrigação que lhe é imposta, vem retendo a exação ora questionada (INSS), da seguinte forma, conforme informação repassada por nossa Gerência de Contabilidade, ocasião em que passamos a colacionar:

“Com o advento da Lei nº 9.711/1998, que passou a vigorar a partir de fevereiro de 1999, onde foi instituída a obrigatoriedade do recolhimento da contribuição previdenciária sobre as contratações de serviços mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, de 11% (onze por cento) sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviço, no qual a contratante deverá recolher à previdência social a importância retida, em documento de arrecadação identificado com a denominação social e o CNPJ da empresa contratada que, por seu turno, fará a compensação desses valores retidos com a contribuição relativa aos seus funcionários. Assim, a contratante passou a ser, portanto, substituta tributária das contribuições previdenciárias devidas pela contratada.

De acordo com o artigo 121 da IN SRP nº 971/09, deverão ser deduzidos da base de cálculo o valor correspondente aos materiais e/ou equipamentos fornecidos pela contratada, desde que estejam destacados no contrato e na nota fiscal. Em casos onde não são destacados os valores correspondentes aos materiais e/ou equipamentos fornecidos pela contratada, a base de cálculo não poderá ser inferior a 50% (cinquenta por cento) do valor total da nota fiscal, mesmo que a contratada tenha comprovação de que o valor dos

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materiais seja superior ao valor deduzido da base de cálculo conforme previsão no Art. 122, da IN SRP nº 971/09.

A partir de 1° de abril de 2013, a folha de pagamento de empresas de setores como varejo e construção civil, entre outros foram comtempladas na desoneração através da MP 601, que inseriu o inciso IV ao art. 7 da Lei 12.546/2011 no qual determinava a desoneração para empresas da construção civil com CNAE’s 412, 432, 433 e 439 a partir de 01/04/2013 a alíquota de 3,5% sobre a Nota Fiscal de Serviços deste Setor e que teve a sua vigência válida até a data limite de 03/06/2013.

Além disso, a MP 610/2013, convertida na Lei 12.844/2013 que foi publicada em 19 de julho de 2013 trouxe novamente as regras da supracitada MP 601, com alterações quanto aos prazos validando estes até a data de 31 de dezembro de 2014.

Assim, conforme demonstrativo anexo fica comprovado o recolhimento, inclusive acima do limite exigido, da contribuição para a previdência social, uma vez que valor total retido das notas fiscais da referida obra somam R$ 31.958,08 (trinta e um mil novecentos e cinquenta e oito reais e oito centavos) enquanto que o recolhimento previsto era de R$ 26.285,00 (vinte e seis mil duzentos e oitenta e cinco reais). Quanto aos ajustes previstos para regularização dos valores recolhidos a maior, estes ficarão a cargo da contratada que deverá seguir os trâmites e orientações da Receita Federal do Brasil, Órgão responsável pelo tributo destacado, uma vez que o valor retido a mais ficará como crédito junto ao fisco.”

Logo, conforme se pode observar pela transcrição acima, de autoria da nossa Gerência de Contabilidade, bem como da planilha que ora encaminhamos em anexo, resta demonstrado que todos os tributos questionados foram devidamente recolhidos, destarte afastando qualquer possibilidade de eventual responsabilização solidária dessa unidade jurisdicionada. Questionamento 3 No tocante ao presente questionamento, vimos noticiar que a entidade já informou à empresa contratada da necessidade da apresentação da CND ao final da obra, ocasião em que esta respondera informando que já está regularizando a situação no que toca ao CEI da obra, com vistas ao competente fornecimento da questionada CND. Além deste fato, processar-se-á uma fiscalização mais efetiva no presente caso, bem como lançando uma maior cautela formal e operacional nas contratações futuras de mesma natureza.” A Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil nº 971, de 13/11/2009, dispõe sobre normas gerais de tributação previdenciária e de arrecadação das contribuições sociais destinadas à Previdência Social, incluídas aquelas relacionadas com obras de construção civil. Conforme a IN, as obras de construção civil deverão estar inscritas no INSS, conforme a matrícula CEI, até 30 (trinta) dias após o seu início, sendo a sua realização, no caso de empreitada total, responsabilidade da empresa executora, e o proprietário do imóvel e/ou dono da obra, o SESI/DF, responsável solidário pelas contribuições previdenciárias da mão de obra vinculadas a esta obra. Além disso, ao final da obra, a emissão da Certidão Negativa de Débito (CND) é necessária para averbação dos serviços realizados, estando vinculada à matrícula CEI.

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Questionamento 1 Conforme o Gestor, realmente inexistia a matrícula CEI, em desacordo com o prazo estabelecido pela IN para sua obtenção, que é de 30 (trinta) dias a contar do início da obra, porém a mesma foi efetivada e o seu número informado CEI nº 51.225.95503/78. Questionamento 2 Informa o Gestor que o SESI/DF vem procedendo às devidas retenções tributárias, e que a empresa contratada, optante pelo regime tributário Simples Nacional, vem realizando o “regular recolhimento de todos os tributos que lhe cabe, inclusive com a sua situação fiscal devidamente regular”. Para comprovar a regularidade da situação fiscal, a contratada apresentou diversas certidões, dentre elas a Certidão Negativa de Débitos Relativos às Contribuições Previdenciárias e às de Terceiros. Em que pese a validade da Certidão apresentada, não se pode confundir a regularidade fiscal da empresa com a da obra. A CND da obra não se confunde com a CND da contratada, sendo, inclusive, certidões distintas. Observa-se que para a elisão da responsabilidade solidária é necessário que o SESI/DF tenha a comprovação de que a empresa contratada está recolhendo as contribuições previdenciárias vinculadas à obra do SESI Guará, o que se fará com a comprovação de que as contribuições estão vinculadas à matrícula CEI, que foi obtida somente em agosto/2014. Ademais, em consulta ao site da Receita Federal, http://cnd.dataprev.gov.br/cws/contexto/Pcnd1/Pcnd1.html, em 29/09/2014, informando-se o número da matrícula CEI com a finalidade de “Pedido de Certidão Negativa de Débito” para fins de comprovação da regularidade fiscal da obra, é obtida a resposta “Pedido não cadastrado por haver falhas no cadastro da empresa/obra. Favor comparecer a uma Unidade de Atendimento da RFB da jurisdição de sua empresa”. (Original sem grifo) Dessa forma, conclui-se que a CND apresentada não se refere à obra, pois na data de sua emissão, 27/06/2014, inexistia a matrícula CEI que foi obtida no final do mês de agosto de 2014, e que, portanto, não resta comprovada a regularidade dos recolhimentos previdenciários referentes à obra do SESI Guará. Já com relação à elisão da responsabilidade solidária, o gestor informa que vem retendo 3,5% sobre a nota fiscal da contratada, desconsiderando-se os valores de matérias e/ou equipamentos nos termos dos arts. 121 e 122 da IN RFB nº 971, de 2009. Além disso, a entidade justifica a alteração da alíquota de retenção de 11% para 3,5% através da Lei nº 12.995, de 18/06/2014, que alterou a Lei nº 12.546, de 14/12/2011. De fato, o gestor tem razão em sua argumentação. O § 6o do art. 7º da Lei nº 12.546/11 traz:

§ 6o No caso de contratação de empresas para a execução dos serviços referidos no caput, mediante cessão de mão de obra, na forma definida pelo art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e para fins de elisão da responsabilidade solidária prevista no inciso VI do art. 30 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, a empresa contratante deverá reter 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) do valor bruto da nota fiscal ou da fatura de prestação de serviços. (Redação dada pela Lei nº 12.995, de 2014) (grifo nosso).

Já quanto à base de calculo da retenção, a Solução da Consulta nº 38, de 02/12/2013, da RFB traz:

27. Enfim, o § 6º do art. 7º da Lei nº 12.546, de 2011, apenas alterou, para as empresas sujeitas à contribuição substitutiva, o percentual relativo à retenção previdenciária de forma que seu valor fique compatível com as contribuições que serão recolhidas em Guia da Previdência Social (GPS). Tal dispositivo, por coerência lógica, não alterou os critérios e procedimentos para apuração da base de cálculo da retenção, que continuam sendo regulados pelos artigos 121 a 123 da Instrução Normativa RFB nº 971, de 2009.

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28. Assim, se, no valor da nota fiscal estiverem incluídos materiais ou equipamentos que, de acordo com a referida Instrução Normativa, podem ser deduzidos da base de cálculo, tais deduções também se aplicam à retenção efetuada com utilização do percentual de 3,5%.

[...]

Conclusão

30. Diante do exposto, conclui-se que:

[...]

30.2. Para fins de apuração da base de cálculo da retenção a que se refere o § 6º do art. 7º da Lei nº 12.546, de 2011, deve-se observar o disposto nos arts. 121 a 123 da IN RFB nº 971, de 2009, que estabelecem os critérios para a exclusão dos valores relativos a materiais ou equipamentos fornecidos pela contratada.

Por fim, é importante registrar que, além do INSS (A1), há 17,80% de encargos sociais sobre a mão de obra, inseridos no Grupo A dos Encargos Sociais, conforme o detalhamento abaixo, utilizado pela CAIXA na elaboração dos custos unitários dos serviços do Sinapi.

Como o Sinapi é a referência utilizada pelo SESI/DF para elaboração da planilha orçamentária, pode-se afirmar que os valores correspondentes aos encargos sociais sobre a mão de obras estão contemplados no preço contratado. Considerando o valor contratual referente à mão de obra e o percentual de 17,8, ao final do contrato o SESI/DF terá repassado o valor de R$265.708,73 à empresa construtora. Ressalta-se que tais valores são contribuições devidas aos trabalhadores da indústria da construção civil, público alvo das ações do SESI. Assim, cabe ao SESI/DF zelar para que tais contribuições sejam recolhidas, com a finalidade de obtenção da Certidão Negativa de Débito ao final da obra. Questionamento 3 Conforme o Gestor, a contratada foi comunicada sobre a necessidade de apresentação da CND ao final da obra, conforme o Ofício Super nº 0001299, de 25/08/2014, e informou que o SESI/DF realizará uma fiscalização mais efetiva e adotará maior cautela formal e operacional nas contratações futuras. Observa-se que, devido à responsabilidade solidária pelas contribuições previdenciárias e à inexistência de garantia contratual para a execução das obras, é necessário que o SESI/DF faça o recebimento definitivo da obra somente após a contratada apresentar a CND vinculada à matrícula CEI, condicionando o pagamento da última medição a este fato.

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De acordo com a execução financeira da obra até o mês de julho/2014, conforme informado pelo SESI/DF, restam R$ 1.368.584,35 a ser medido e pago à contratada, sendo suficiente para que a entidade se resguarde. Além disso, é fundamental que a entidade preveja em seus futuros editais mecanismos que a resguardem dos problemas advindos da responsabilidade previdenciária solidária. Portanto, verifica-se que o SESI/DF está adotando providências para que a CND seja obtida ao final da obra, porém conclui-se que é necessário que reste comprovado que os recolhimentos previdenciários feitos pela empresa contratada referem-se especificamente à obra do SESI Guará e que a entidade firme entendimento com a contratada no sentido de realizar o recebimento definitivo da obra e o pagamento da última medição após ter recebido a CND vinculada à matrícula CEI. Em decorrência do exposto, apresentou-se à entidade, por meio do Relatório Preliminar de Auditoria, as recomendações:

i) De criação de normativo interno que regulasse a contratação de obras e serviços de engenharia, incluindo a exigência da obtenção da matrícula CEI da obra até a primeira medição e de que o recebimento definitivo da obra, juntamente com a liberação da garantia contratual e do pagamento da última medição, somente ocorresse após a entrega da CND vinculada à matrícula CEI da obra, e

ii) De proceder ao recebimento definitivo e ao pagamento da última medição do contrato nº 33000/2013 somente após o recebimento da CND vinculada à respectiva matrícula CEI.

Registre-se que o fato apontado e a recomendação sugerida foram discutidos com o Gestor na Reunião de Busca Conjunta de Soluções, realizada em 29/04/2015.

##/Fato##

Causa Ausência de normativo interno que trate da matrícula CEI, bem como do instituto da elisão da responsabilidade solidária quanto aos recolhimentos previdenciários da mão de obra vinculada à execução de obras e serviços de engenharia.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Após a Reunião de Busca Conjunta de Soluções, o Gestor manifestou-se por meio do ofício SUPER nº 640, de 14/05/2015, da seguinte forma: Quanto à Recomendação 1: “Esta auditoria aponta falhas quanto à fiscalização e acompanhamento da execução dos serviços, pela não exigência do Cadastro Específico do INSS (CEI), ocasião em que sugere a criação de normativo interno que preveja a exigência da contratada em promover a obtenção da matrícula CEI da obra até a primeira medição e de que o recebimento definitivo da obra, juntamente com a liberação da garantia contratual e do pagamento da última medição, somente ocorrerá após a entrega da CND vinculada à matrícula CEI da obra. De fato, como já informado em oportunidade anteriores a essa auditoria, não fora previsto no edital a sugerida exigência, todavia, esta entidade sempre promovera a fiscalização contratual, notadamente de forma a evitar a responsabilidade subsidiária quanto aos recolhimentos previdenciários da mão de obra vinculada a execução dos serviços contratados, seja acompanhando a regularidade fiscal da empresa, seja, atuando como substituto tributário na retenção e recolhimento dos discutidos tributos. Cumpre-nos ainda informar que mesmo antes da emissão do presente relatório, esta manifestante já solicitou à empresa que providenciasse a CEI, bem como tomasse todas a providências em manter a regularidade da obra até a sua conclusão, como de fato vem aquela contratante procedendo. Todavia, considerando que a presente exigência contribuirá na melhoria dos nossos processos, inclusive trazendo avanço e benefícios na fiscalização, de forma a evitar débitos tributários, vimos informar que ACATAREMOS A PRESENTE RECOMENDAÇÃO, na emissão de

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normativo interno para obras e serviços de engenharia, cujo conteúdo também disporá da exigência da obtenção da matrícula CEI da obra e que o recebimento definitivo da mesma, juntamente com a liberação da garantia contratual e do pagamento da última medição, somente ocorrerá após a entrega da CND vinculada à matrícula CEI da obra, ocasião em que passamos a juntar minuta sugestiva em anexo (DOC. 01).” Quanto à Recomendação 2:

“Do mesmo modo, também manifestamo-nos no sentido de ACATAR A PRESENTE RECOMENDAÇÃO, quanto a apenas proceder ao recebimento definitivo e ao pagamento da última medição do contrato nº 33000/2013, somente após o recebimento da CND vinculada à respectiva matrícula CEI, cuja informação já fora repassada à empresa contratante.” (Original com grifo)

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em sua resposta, a entidade manifesta-se acatando as recomendações, apresentando uma minuta de normativo, que ainda necessita tramitar internamente, o que poderá acarretar alterações na minuta, e informando que procederá ao recebimento definitivo e ao pagamento da última medição do contrato nº 33000/2013 somente após a emissão da CND vinculada à matrícula CEI. Pelo exposto, verifica-se que a entidade está adotando as providências necessárias, porém para possibilitar a elisão da constatação é necessário que o normativo esteja formalmente elaborado e que a CND vinculada à matricula CEI seja apresentada pela contratada.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Criar normativo interno, no prazo de 45 dias, que regulamente a contratação de obras e serviços de engenharia e inclua a exigência da obtenção da matrícula CEI da obra até a primeira medição e de que o recebimento definitivo da obra, juntamente com a liberação da garantia contratual e do pagamento da última medição, somente ocorrerá após a entrega da CND vinculada à matrícula CEI da obra. Recomendação 2: Proceder ao recebimento definitivo e ao pagamento da última medição do contrato nº 33000/2013 somente após o recebimento da CND vinculada à respectiva matrícula CEI. 1.2.2 PAGAMENTOS CONTRATUAIS

1.2.2.1 CONSTATAÇÃO Sobrepreço por superestimativa de quantidade do Contrato nº 33000/2013, decorrente de falha no levantamento de quantitativos de serviços de engenharia. Fato Com relação às obras de melhorias da unidade do Sesi Guará, referente ao Contrato nº 33000/2013, no valor de R$ 2.500.174,39, firmado com a empresa Construminas Reformas e Instalações Ltda. ME., foi efetuado levantamento de quantitativos de serviços economicamente relevantes, dentro da Curva ABC.

Considerando os itens que compõe a planilha orçamentária da obra, a equipe de auditoria da CGU procedeu à elaboração da Curva ABC de custos para obter a relação dos itens com maior relevância econômica. Objetivando verificar se os quantitativos executados estavam compatíveis com o que fora licitado, após alterações formalizadas

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em termo aditivo, foi realizado levantamento de quantitativos de itens previstos na planilha orçamentária considerados de relevante materialidade.

Para realizar tal levantamento, foi solicitada através da SA 201409536/001, de 13/08/2014, a disponibilização de cópias eletrônicas (CAD) dos projetos devidamente atualizados. Em consequência da ausência de projetos básicos e respectivos plantas, a entidade auditada não pode atender ao pedido da auditoria. Entretanto, em atendimento à solicitação da SA 201409536/005, foi encaminhada uma prancha de arquitetura da reforma anterior da edificação. Informações complementares foram obtidas em visitas técnicas à obra, realizadas em 27/08/2014 e 24/09/2014.

Confrontados os quantitativos de serviços executados com o previsto em planilha contratual, encontraram-se diferenças relevantes, ocorrendo tanto casos de subestimativa quanto de superestimativa. As divergências mais relevantes ocorreram nos itens: Piso Gail 30x30cm, assentado em argamassa ACIII; Piso em Granitina 12mm; Porcelanato Eliane branco 30x60cm; Contrapiso em Argamassa 1:4; Pintura látex acrílica interno/externo, duas demãos.

Os levantamentos dos quantitativos estão apresentados nas tabelas que seguem.

Tabela – Levantamento de piso GAIL 30x30cm

Ambiente Largura

(m) Comprimento

(m) Área (m²)

Expedição 9,3 8,85 82,31

Higiene de Panelas I 3,6 5,1 18,36

Higiene de Panelas II 8,85 5 44,25

Higiene de Panelas III 8,2 5,4 44,28

Higiene de Panelas IV 8,2 5,4 44,28

Apoio Expedição 1 2,9 2,4 6,96

Apoio Expedição/Apoio Cocção 8,7 6 52,20

Cocção Panelões e Circulação 30 16,8 504,00

Cocção/Pias 21,8 12,7 276,86

Padaria 9,5 8,7 82,65

Padaria Circulação 3,5 4 14,00

Circulação 4 13 52,00

Verduras e Legumes 8,8 12,5 110,00

Açougue 8 12,5 100,00

Circulação da Entrada/Deposito 4 20 80,00

Corredor 1,9 12,5 23,75

Deposito Carrinhos 5,3 9,3 49,29

Deposito Pequeno 3,2 4,5 14,40

Nutricionista 3,85 2,8 10,78

Administração 8 6,5 52,00

Salinha entrada (antigo bho fem) 3 3,5 10,50

Total (m²) 1.672,87

Tabela – Levantamento de Piso Granitina 12mm

Ambiente Largura

(m) Comprimento

(m) Área (m²)

Plataforma Expedição 4 36 144,00

Calçada Direita 3 60 180,00

Calçada Esquerda 3 60 180,00

Calçada Depósito Direita 3 30 90,00

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Ambiente Largura

(m) Comprimento

(m) Área (m²)

Calçada Deposito Fundo 4,5 41 184,50

Calçada Deposito Esquerda 3 24 72,00

Calçada Refeitório 3 15,5 46,50

Calçada Refeitório Recortes 5,5 7,8 42,90

Descanso 6 12,5 75,00

Hall Entrada 6 16 96,00

Escada 4,4 6 26,40

Adm Superior 12 29,8 357,60 Adm Superior - Salas ao lado

escada 6 15,5 93,00

Adm Superior - Reuniões 6 10 60,00 Adm Superior - Corredor

Produção 6 1,5 9,00

Adm - Sala Apoio (sobre Açougue)

6 11 66,00

Total (m²) 1.722,90

Tabela – Levantamento de Contrapiso em Argamassa 1:4 (CI:Areia)

Serviço Área (m²)

Levantamento de piso GAIL 30x30cm 1.672,87

Piso Granitina 12mm 1.722,90

Total (m²) 3.395,77

Tabela – Levantamento de Revestimento de Parede Porcelanato Eliane 30x60

Ambiente Altura

(m) Perímetro

(m) Descontos

(m²) Área (m²)

Observação Descontos

Expedição 2,75 41,7 63,29 51,39 Descontados vãos e chapa de aço inox

Apoio Expedição 2,75 27,8 9,28 67,17 Vão de porta e chapa inox

Higiene Panelas 2,75 100,85 86,61 190,73 Vãos e chapa de inox Cocção 2,75 68,2 187,55 Cocção/Verduras 3,9 12,5 48,75 Cocção Muretas 1,2 60 72,00 Cocção/Padaria 4,4 8,5 37,40 Coccção Muretas sob Pias 0,8 18 14,40 Padaria 2,75 9,3 25,58 Padaria/Mirante 4 15 60,00

Circulação/Verduras/Frig/Açoug 3,9 21 23,10 58,80 Vão de janelas e portas

Circulação/Mirante/Nut 3,9 10 5,28 33,72 Vãos de portas e janelas

Corredor/Adm 1,7 4 6,80 Deposito Carrinhos parede int. 2,7 18,6 50,22 Deposito Carrinhos contorno 3,9 23,9 93,21

Verduras 2,7 42,6 24,30 90,72 Vãos de portas e janelas

Açougue 2,7 40,6 22,05 87,57 Vãos de portas e janelas

Circulação/Corredor (Entrada/Despensa)

2,7 50 13,70 121,30 Vãos de portas e janelas

Salinha entrada (antigo bho fem) 2,7 11,6 3,48 27,84 Vão de porta e janela

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53

Ambiente Altura

(m) Perímetro

(m) Descontos

(m²) Área (m²)

Observação Descontos

Depósito pequeno 2,7 15,4 3,48 38,10 Vãos de porta e janela Total (m²) 1.363,25

Tabela – Levantamento de Pintura Acrílica Parede

Ambiente Altura (m)

Perímetro (m)

Descontos (m²)

Área (m²)

Observação Descontos

Externa Plataforma 6,1 29,8 25,60 156,18 Vãos e chapa de aço inox

Externa Lateral Direita 6,1 60,0 72,00 294,00 Vão de porta e chapa

inox Externa Lateral Esquerda 6,1 60,0 72,00 294,00 Externa Estoque Direito 6,1 24,0 24,00 122,40 Externa Estoque Fundos 6,1 35,2 35,20 179,52

Externa Estoque Esquerda 6,1 24,0 24,00 122,40 Cocção interna - acima

porcelanato 2,2 60,0 - 129,60

Parede frontal estoque Interna/externa

6,1 35,2 24,00 190,72

Estoque Interna 6,1 100,0 60,00 550,00 ADM Interna (Terreo) 2,8 29,0 12,60 67,15

Lazer 2,8 49,0 3,02 131,73 P.S 2,8 27,9 3,02 73,70

ADM Interna (Superior) 2,8 218,0 32,76 566,74 ADM Salões Reunião I e II 2,8 92,0 32,16 220,84

Mirante 1,2 42,9 51,42 Total (m²) 3.150,40

Tabela – Levantamento de Pintura Teto

Ambiente Largura

(m) Comprimento

(m) Área (m²)

Verduras 8,80 12,50 110,00

Açougue 8,00 12,50 100,00

Nutri 3,85 2,80 10,78

ADM e Depositos 12,70 6,50 82,55

Entrada 6,00 12,80 76,80

Circulação 12,00 4,00 48,00

Corredor 12,70 1,90 24,13

lazer 12,70 6,00 76,20

Salas sup., ao lado da escada. 12,00 4,00 48,00

Adm Superior 29,30 14,00 410,20

Adm Sala de Reunião I sup. 10,00 6,00 60,00

Adm Sala de Reunião I sup. 10,00 6,00 60,00

Total (m²) 1.106,66

Tabela – Levantamento de Pintura

Serviço Área (m²)

Parede 3.150,40

Teto 1.106,66

Total (m²) 4.257,06

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Foram encaminhadas ao SESI Solicitações de Auditoria com questionamentos diversos acerca da citada obra. Apresenta-se abaixo, organizado por SA, os questionamentos e as respectivas manifestações.

O SESI/DF, através do Oficio Super Nº 1388, de 09/09/2014, apresentou as seguintes justificativa para as questões da SA 201409563/007:

01. Considerando a existência de divergência entre quantitativos previstos em orçamento e os levantados pela equipe de auditoria, solicitamos apresentação de planilhas com memória de cálculo e indicação dos locais de execução dos seguintes serviços:

Resposta: Informamos que todo o quantitativo foi novamente medido in loco nas áreas onde os serviços já foram executados ou estão para serem iniciados.

a. Piso extrudado Gail 30x30, assentado em argamassa AC III;

b. Rodapé em Gail 240x100x9mm, assentado em argamassa AC III;

Quanto aos subitens “a” e “b”, segue a solicitada planilha:

Obra: SESI Guará

Piso : Gail extruturado

Ambiente Largura

(m) Comprimento

(m) Área de piso (m²)

Perda do piso (m²)

Total do piso (m²)

Rodapé (m)

Perda do rodapé

(m)

Total do Rodapé

(m) Lavagem de

folhas 3,8 3,2 12,16 0,1216 12,28 13,2 0,132 13,332

Expedição 11,8 9 106,20 1,062 107,26 30,59 0,3059 30,8959

Sobremesa 4,87 3,7 18,02 0,18019 18,20 14,35 0,1435 14,4935

Higienização 10 8,8 88,00 0,88 88,88 105,96 1,0596 107,0196

Panificação 12,9 9,25 119,33 1,19325 120,52 33,3 0,333 33,633

Coação 1 13,93 8,1 112,83 1,13 113,96 43,34 0,4334 43,7734

Coação 2 30 21,75 652,50 6,53 659,03 156,26 1,5626 157,8226

Circulação acesso ao

almoxarifado 33,5 3,87 129,65 1,29645 130,94 46,35 0,4635 46,8135

Kit 3,9 9,85 38,42 0,38415 38,80 23,7 0,237 23,937

Corredo da sala do

planejamento 1,76 11 19,36 0,1936 19,55 23,12 0,2312 23,3512

Planejamento 5,9 6,2 36,58 0,3658 36,95 21,8 0,218 22,018

Sala da Gerencia do

Planejamento 2,8 3,9 10,92 0,1092 11,03 12,6 0,126 12,726

Gêneros alimetícios e

sala 3,8 6,3 23,94 0,2394 24,18 18,6 0,186 18,786

Corredor para acesso ao refeitório

1,8 13 23,40 0,234 23,63 29,6 0,296 29,896

Dml Centro de

convicencia 1,8 3,8 6,84 0,0684 6,91 10,4 0,104 10,504

açougue 7,7 12,7 97,79 0,9779 98,7679 47,95 0,4795 48,4295

Salada 8,72 12,7 110,744 1,10744 111,85144 82,39 0,8239 83,2139

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Obra: SESI Guará

Piso : Gail extruturado

Ambiente Largura

(m) Comprimento

(m) Área de piso (m²)

Perda do piso (m²)

Total do piso (m²)

Rodapé (m)

Perda do rodapé

(m)

Total do Rodapé

(m) TOTAL LEVANTADO

ATUALMENTE 1.606,67 16,07 1.622,74 713,51 7,1351 720,6451

TOTAL ESTIMADO NA PLANILHA ORÇAMENTÁRIA

1.997,71

1.015,25

c. Piso Granitina 12mm, com juntas de dilatação e polimento;

Resposta: No tocante ao subitem “c”, segue a planilha solicitada:

Obra: SESI Guará

Piso : Piso Granitina

Ambiente Largura

(m) Comprimento

(m) Área de piso (m²)

Sala dos motoristas ( parte 1) 5 7,05 35,25

Sala dos motoristas ( parte 2) 3,7 5,9 21,83

Sala de descanso FEMININO 5 4 20

Hall do Vestiário 5,96 1,65 9,834

Sala de descanso MASCULINO 2,77 6,23 17,26

Hall do refeitório 4,2 4,2 17,64

Centro de convivência/DEP. Caixa 12,96 1,85 23,97

Centro de convivência /DEP. Caixa 4 8,35 33,4

Centro de convivência /DEP. Caixa 3,9 4,8 18,72

Granitina ao redor do refeitório 17,7 1,42 25,13

Rampa ao lado do refeitório 1,56 5,22 8,14

Corredor externo 1 2,8 60,33 168,92

Corredor externo 2 35,95 4,15 149,19

complemento corredor externo2 2,35 2,8 6,58

Corredor externo 3 60,33 2,75 165,90

corredor externo 3 24,3 2 48,6

corredor externo 4 39,8 4 159,2

Hall da entrada da ADM e escada 16,6 6 99,6

Hall do refeitório 5,8 12,05 69,89

Hall do refeitório 10 8,9 89

Hall da escada da ADM 3,4 1,85 6,29

Escada 3,65 1,65 6,02

Escada 4 1,65 6,6

Patamar 3,35 1,47 4,92

Corredor 1 ADM 11,8 1,8 21,24

Sala da cozinha Brasil e Planejamento 8,5 4 34

Hall da Secretaria 4,15 3,7 15,355

Corredor 2 25,5 1,85 47,175

Sala da Gerência 3,8 2,9 11,02

Ante sala da Diretoria 3,8 3,4 12,92

Sala do Diretor 4 5,8 23,2

Sala de reunião 5,90 12,8 75,52

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Obra: SESI Guará

Piso : Piso Granitina

Ambiente Largura

(m) Comprimento

(m) Área de piso (m²)

Copa 5,65 2,85 16,10

Mirante 6 4 24

Sala de Reunião 2 7,5 12,8 96

Sala Faturamento 3,8 2,22 8,43

Sala Faturamento 6 4,4 26,4

Escada 2 1,1 4 4,4

Escada 2 1,1 3,65 4,01

Escada 2 1,4 3,9 5,46

Escada 2 1,1 6,6 7,26

Escada 2 2,4 1,15 2,76

Escada 2 2,4 1,15 2,76

Corredor do subsolo 1 2,88 50,75 146,16

Corredor do subsolo 2 2,82 26,75 75,43

Pátio da Caldeira 12,65 26,85 339,65

TOTAL LEVANTADO ATUALMENTE 2.211,19

TOTAL ESTIMADO NA PLANILHA ORÇAMENTÁRIA 2.512,40

d. Contrapiso em argamassa traço 1:4 (Cimento e Areia), espessura 5 cm:

Resposta: Abaixo segue planilha demonstrativa do quantitativo do contrapiso:

Obra: SESI Guará

Contrapiso em argamassa traço 1:4 (cimento e areia), espessura 5 cm

Ambiente Largura Comprimento

Área de piso

Sala dos motoristas ( parte 1) 5 7,05 35,25

Sala dos motoristas ( parte 2) 3,7 5,9 21,83

Sala de descanso FEMININO 5 4 20

Hall do Vestiário 5,96 1,65 9,834

Sala de descanso MASCULINO 2,77 6,23 17,2571

Hall do refeitório 4,2 4,2 17,64

Centro de convivência/DEP. Caixa 12,96 1,85 23,976

Centro de convivência/DEP. Caixa 4 8,35 33,4

Centro de convivência/DEP. Caixa 3,9 4,8 18,72

Granitina ao redor do refeitório 17,7 1,42 25,134

Rampa ao lado do refeitório 1,56 5,22 8,1432

Corredor externo 1 2,8 60,33 168,924

Corredor externo 2 35,95 4,15 149,1925

complemento corredor externo2 2,35 2,8 6,58

Corredor externo 3 60,33 2,75 165,9075

corredor externo 3 24,3 2 48,6

corredor externo 4 39,8 4 159,2

Hall da entrada da ADM e escada 16,6 6 99,6

Hall do refeitório 5,8 12,05 69,89

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Obra: SESI Guará

Contrapiso em argamassa traço 1:4 (cimento e areia), espessura 5 cm

Ambiente Largura Comprimento

Área de piso

Hall do refeitório 10 8,9 89

Hall da escada da ADM 3,4 1,85 6,29

Escada 3,65 1,65 6,0225

Escada 4 1,65 6,6

Patamar 3,35 1,47 4,9245

Corredor 1 ADM 11,8 1,8 21,24

Sala da cozinha Brasil e Planejamento 8,5 4 34

Hall da Secretaria 4,15 3,7 15,355

Corredor 2 25,5 1,85 47,175

Sala da Gerência 3,8 2,9 11,02

Ante sala da Diretoria 3,8 3,4 12,92

Sala do Diretor 4 5,8 23,2

Sala de reunião 5,9 12,8 75,52

Copa 5,65 2,85 16,1025

Mirante 6 4 24

Sala de Reunião 2 7,5 12,8 96

Sala Faturamento 3,8 2,22 8,436

Sala Faturamento 6 4,4 26,4

Escada 2 1,1 4 4,4

Escada 2 1,1 3,65 4,015

Escada 2 1,4 3,9 5,46

Escada 2 1,1 6,6 7,26

Escada 2 2,4 1,15 2,76

Escada 2 2,4 1,15 2,76

Corredor do subsolo 1 2,88 50,75 146,16

Corredor do subsolo 2 2,82 26,75 75,435

Pátio da Caldeira 12,65 26,85 339,65

GAIL

Lavagem de folhas 3,8 3,2 12,16

Expedição 11,8 9 106,20

Sobremesa 4,87 3,7 18,02

Higienização 10 8,8 88,00

Panificação 12,9 9,25 119,33

Coação 1 13,93 8,1 112,83

Coação 2 30 21,75 652,50

Circulação acesso ao almoxarifado 33,5 3,87 129,65

Kit 3,9 9,85 38,42

Corredor da sala do planejamento 1,76 11 19,36

Planejamento 5,9 6,2 36,58

Sala da Gerencia do Planejamento 2,8 3,9 10,92

Gêneros alimentícios e sala 3,8 6,3 23,94

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Obra: SESI Guará

Contrapiso em argamassa traço 1:4 (cimento e areia), espessura 5 cm

Ambiente Largura Comprimento

Área de piso

Corredor para acesso ao refeitório 1,8 13 23,40

Dml Centro de convivência 1,8 3,8 6,84

açougue 7,7 12,7 97,79

Salada 8,72 12,7 110,744

TOTAL LEVANTADO ATUALMENTE 3.817,86

TOTAL ESTIMADO NA PLANILHA ORÇAMENTÁRIA 4.510,11

e. Porcelanato Eliane branco 30x60cm;

Resposta: Quanto ao presente questionamento, segue a planilha abaixo:

f. Pintura Látex Acrílica interno/externo, duas demãos;”.

Resposta: Quanto à solicitação ao presente subitem “f”, seguem as planilhas:

Pintura e emassamento do forro, incluindo viga invertida

Ambiente Largura Comprimento Área do Forro e Área de viga invertida

Açougue 7,7 12,7 101,51

Salada 8,72 12,7 115,494

TOTAL LEVANTADO 217,004

Ambiente Largura Altura Acréscimo Desconto Área de parede Perda Área Total

Salada Parede 1 12,68 2,72 3,00 31,49 0,31 31,80

Salada Parede 2 8,72 2,72 8,32 5,88 26,16 0,26 26,42

Salada Parede 3 12,68 2,72 34,49 0,34 34,83

Salada Parede 4 8,72 2,72 9,53 9,85 23,40 0,23 23,63

TOTAL 115,53 116,69

Açougue parede 1 12,7 2,73 11,2 45,87 0,46 46,33

Açougue parede 2 7,71 2,75 5,62 2,16 24,66 0,25 24,91

Açougue parede 3 12,7 2,73 34,67 0,35 35,02

Açougue parede 4 7,71 2,73 5,85 15,52 11,38 0,11 11,49

TOTAL 116,58 117,75

Sobremesa 3,01 2,8 3,8 4,63 0,46 5,09

Sobremesa 2,93 2,8 2,97 5,23 0,52 5,76

Sobremesa 2,93 2,8 1,6 6,60 0,66 7,26

Sobremesa 3,01 2,8 1,53 6,90 0,69 7,59

TOTAL 23,36 25,70

Higienização 4,6 2,8 5,98 6,90 0,69 7,59

Higienização 4,6 2,8 5,98 6,90 0,69 7,59

Higienização 4,4 2,8 6,46 5,86 0,586 6,45

Higienização 4,43 2,8 6,3 6,10 0,6104 6,71

TOTAL 25,76 28,34

281,24

288,48

288,54

Área Total açougue, salada, sobremesa e higienização levantado

Área Planilhado

Obra: SESI Guará

Revestimento de parede: Porcelanato Eliane

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ATUALMENTE

TOTAL ESTIMADO NA PLANILHA OÇAMENTÁRIA 217,000

Obra: SESI Guará

Ambiente interno: Pintura e emassamento do forro Ambiente Largura comprimento Área do Forro

Hall da escada da ADM 3,4 1,85 6,29

Escada 1 3,41 3,84 13,0944

Corredor 1 ADM 11,8 1,8 21,24

Planejamento 3,86 3,9 15,054

Sala da cozinha Brasil 3,86 4,4 16,984

Hall da Secretaria 3,68 4,15 15,272

Corredor 2 25,5 1,85 47,175

Sala da Gerência 2,85 3,73 10,6305

DML 2 2,95 1,85 5,4575

Ante sala da Diretoria 3,4 3,7 12,58

Sala do Diretor 4 5,75 23

WC Diretor 1,47 1,95 2,8665

Sala Faturamento 1 4 2,2 8,8

Sala Faturamento 2 5,75 4,4 25,3

Servidor 3,12 4 12,48

Escada 2 3,5 2,3 8,05

Centro de convivência 5,73 5,89 33,7497 TOTAL LEVANTADO

ATUALMENTE 278,0236 TOTAL ESTIMADO NA

PLANILHA ORÇAMENTÁRIA 279,00

Obra: SESI Guará Pintura externa

Ambiente Tipo de serviço Área de

pintura (m²)

Parede fundo selador, massa acrílica, massa

PVA, pintura 201,13

Plataforma fundo pintura 31,21

Parede lateral secundária selador, massa acrílica, massa

PVA,pintura 534,31

Plataforma lateral secundária selador, pintura 39,41

Parede frente selador, massa acrílica, massa

PVA, pintura 175,75

Parede lateral principal selador, massa acrílica, massa

PVA, pintura 624,16

Parede fundo da sala do diretor pintura 35,55 Pilares hall pintura 2,21 Parede lateral do jardim no acesso principal pintura 53,10 Muretas de acesso pintura 18,72 Parede externa superior da caldeira selador, pintura 75,56 Mureta próximo a caldeira e caixa d´água pintura 3,25 Parede interna do pátio de óleo selador, pintura 134,52 Viga frontal da laje em balanço da lateral principal pintura, textura 24,89 Parede e pilares da caixa d´água Pintura 108,65

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Obra: SESI Guará Pintura externa

Ambiente Tipo de serviço Área de

pintura (m²) Viga frontal da laje em balanço da lateral secundária

pintura, textura 13,50

Paredes do bloco do refeitório, vestiários e sanitários

pintura 169,37

Plataformas pintura, massa acrílica 70,00 Retoques de massa PVA em paredes com pequenos defeitos

massa PVA 8,00

Parede acima do revestimento cerâmico na produção e paredes sala técnica no mesanino

pintura 274,00

Parte do Teto do subsolo pintura 965,27 Parte das Vigas invertidas do subsolo pintura 465,90 Parte dos pilares do subsolo pintura 19,08 Parte das paredes do subsolo pintura 662,46 Vigas e laje em balanço da lateral secundária pintura 94,36 Paredes pátio da caldeira pintura, textura 314,73 Paredes e teto dentro da sala técnica da caldeira pintura 369,46 Vigas e laje em balanço da lateral principal pintura 185,19 Parede do corredor de acesso ao subsolo pela lateral principal

pintura 60,96

Parede subestação pintura 95,30 Tubulação de água pluvial esmalte 77,26 Ferragem passarela de ligação dos mezaninos esmalte 10,00 Portão subsolo ao lado da caldeira esmalte 41,02 Esquadria corredor subsolo da lateral secundária esmalte 65,312 Tela moeda e porta telada da sala técnica do mezanino

esmalte 5,57

Esquadria subestação esmalte 12,24 Pilares metálicos do refeitório esmalte 4,27 Piso pátio de depósito de óleo pintura piso 73,98 Calçadas pintura piso 173,27 piso sala técnica e mesanino técnico pintura piso 171,75

Pintura externa

Serviço Quantidade

Selador acrílico 1784,84

Massa acrílica 646

Massa PVA 1216,84

Pintura com tinta acrílica 5822

Pintura com tinta esmalte 215,6818

Textura 353,12

Pintura para piso 419

Quanto aos subitens elencados neste item “2”, é fato que em face da complexidade dos serviços de engenharia, normativos do CONFEA, notadamente a Resolução n.º 361/1991, em seu artigo 3º, alínea “f”, preveem a possibilidade de eventuais diferenças, limitadas a mais ou menos 15% de precisão.

Logo, verifique-se que não foram apontadas diferenças consideráveis, que fujam da normalidade, sopesando-se a dimensão e complexidade dos serviços.

Mesmo assim, considerando que esta entidade sempre pautou o seus atos pelos princípios de boa-fé e probidade, colocamo-nos a disposição para atendimento de eventual orientação.

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A seguir são apresentadas as análises da manifestação do SESI/DF acerca dos questionamentos encaminhados na SA 201409563/007, de 02/09/2014.

Considerando a existência de divergência entre quantitativos previstos em orçamento e os levantados pela equipe de auditoria, solicitamos apresentação de planilhas com memória de cálculo e indicação dos locais de execução dos seguintes serviços:

a. Piso extrudado Gail 30x30, assentado em argamassa AC III;

b. Rodapé em Gail 240x100x9mm, assentado em argamassa AC III;

A entidade se manifesta apresentando sua planilha de medição para os citados serviços, a qual mostra que de fato houve superestimativa dos quantitativos de piso extrudado GAIL e de rodapé GAIL.

Quanto às perdas de material apontadas na resposta da entidade, cabe destacar que elas não são consideradas nos cálculos dos quantitativos executadas, visto que estas perdas já são devidamente consideradas nos coeficientes de consumo das composições de custo unitário.

Conforme apresentado na tabela que segue, a contratação de 2.453,41 m² de piso GAIL 30x30 (itens 4.7; 7.3.1.2; e aditivo 1.5 e 11.14) para quantidade efetivamente executada de 1.606,67 m² representou um superestimativa de 846,74 m². Da mesma forma, para o rodapé GAIL foram contratados 1.015,25 m (itens 4.8; 7.3.1.3 e aditivo 1.6 e 11.15) e efetivamente executado 713,51 m.

Tabela – Superestimativa do Piso e Rodapé GAIL

Serviço Unid. Quant.

Contratada (A)

Quant. Executada

(B)

Superestimativa Quant.

(C) A – B

% (D) C/B

Piso Extrudado GAIL 30x30, assentado com rejunte (itens 4.7;

7.3.1.2; e aditivo 1.5 e 11.14) m² 2.453,41 1.606,67 846,74 52,70

Rodapé GAIL (itens 4.8; 7.3.1.3 e aditivo 1.6 e 11.15)

m 1.015,25 713,51 301,74 42,29

c. Piso Granitina 12mm, com juntas de dilatação e polimento;

A entidade apresentou planilha detalhando os ambientes e as áreas de aplicação de piso Granitina 12mm que totalizam 2.512,40 m². Além disso, em visita à obra em 24/09/14, identificaram-se áreas que estão previstas para receber piso Granitina até a conclusão da obra, conforme tabela que segue:

Tabela – Ambientes com piso Granitina 12mm ainda não executados.

Ambiente Largura (m) Comprimento

(m) Área de piso

(m²) Corredor do subsolo 1 2,88 50,75 146,16

Corredor do subsolo 2 2,82 26,75 75,44

Pátio da Caldeira 12,65 26,85 339,65

Total (m2) 561,25

A tabela que segue consolida a situação relatada.

Tabela – Superestimativa de Granitina 12mm.

Serviço Quant.

Contratada (A)

Quant. Executada

(B)

Quant. a Executar

(C)

Superestimativa Quant.

(D) % (E)

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A – (B +C) D/(B+C)

Piso em Granitina 12mm (Item 4.5)

2.512,40 1.649,94 561,25 301,21 13,62

d. Contrapiso em argamassa traço 1:4 (Cimento e Areia), espessura 5 cm:

A entidade apresentou planilha na qual detalha os ambientes e áreas de aplicação de contrapiso em argamassa 1:4. A planilha incluiu as áreas de aplicação de piso Granitina que não haviam sido consideradas no levantamento efetuado pela auditoria, a saber: corredor do subsolo, corredor do subsolo 2 e pátio da caldeira. Estas áreas totalizam 561,25 m² e ainda não foram executadas.

Conforme documentação apresentada, o contrapiso foi previsto no item 4.3 da planilha orçamentária e no item 1.4 da planilha do 1º Termo Aditivo, totalizando 4.544,11 m². A área total de aplicação de contrapiso, incluídas aquelas áreas já executadas (3.256,61 m²) e aquelas previstas a serem executadas até o fim do contrato (561,25 m²), é de 3.817,86 m², conforme apresentada na tabela que segue.

Tabela – Contrapiso (1:4), espessura 5 cm – unidade m².

Serviço Quant.

Contratada (A)

Quant. Executada

(B)

Quant. a Executar

(C)

Superestimativa

Quant. (D)

A – (B +C)

% (E)

D/(B+C)

Contrapiso 1:4 Contratado (item 4.3; Aditivo 1.4)

4.544,41

Aplicação contrapiso em área de Granitina.

1.649,94 561,25

Aplicação contrapiso em área de área piso Gail

1.606,67

Total (m²) 4.544,41 3.256,61 561,25 726,55 19,03

%

e. Porcelanato Eliane branco 30x60cm

O quantitativo previsto no contrato e no 1º Termo Aditivo para o serviço de fornecimento e aplicação de Porcelanato Eliane 60x30cm é de 700,61 m². Em sua manifestação, o gestor apresentou planilha detalhando os ambientes e áreas em que o citado serviço foi executado. Os ambientes considerados foram Açougue, Salada, Sobremesa e Higienização, totalizando 288,54 m², incluindo recortes.

Considerando que ainda resta por executar 394,07 m2 no novo vestiário no subsolo (item aditivo 1.19), tem-se apenas 18 m² de superestimativa de quantidade. A tabela que segue consolida esta situação.

Tabela - Resumo de quantitativos de Porcelanato Eliane 30x60 – unidade m²

Serviço Quant.

Contratada (A)

Quant. Executada

(B)

Quant. a Executar

(C)

Superestimativa Quant.

(D) A – (B

+C)

% (E)

D/(B+C)

Porcelanato Eliane 30x60 (item 6.33; item aditivo 1.10 e 11.19)

700,61 288,54 394,07 18,0 2,57

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Porém, conforme apontado na SA 201409563/007, o levantamento realizado pela auditoria mostra a execução de 1.363,25 m² do serviço de aplicação e fornecimento de porcelanato. Questionada sobre tal inconsistência por ocasião da segunda vistoria ao local da obra, a entidade auditada informou que o quantitativo excedente decorre de um segundo contrato com a Construtora Construminas, feito por Carta Convite.

Registre-se que as questões relativas ao segundo contrato foram tratadas em constatações específicas do presente relatório.

F. Pintura Látex Acrílica interno/externo, duas demãos;

A entidade se manifestou apresentando planilha detalhando ambientes e áreas de aplicação de pintura. A área total levantada pela entidade para pintura externa foi de 6.464,68 m². Entretanto, a planilha apresenta inconsistências, ao incluir itens diversos de pintura acrílica látex, tais como pintura de piso (419,00 m²) e pintura esmalte (215,68 m²). Assim, apenas as áreas de pintura de parede, com tinta látex, foram consideradas. Conforme detalhado na tabela que segue, a área total de pintura executada foi de 3.626,85 m², restando a executar 2.482,87 m².

A planilha apresentada pela entidade inclui áreas previstas a receber pintura que não foram consideradas no levantamento inicial da Auditoria. As áreas são: parte do teto, vigas, pilares paredes do subsolo (2.112,71 m²); e paredes e teto da casa de caldeiras (396,46 m²). Em visita, a Auditoria confirmou que estas áreas, embora previsto, ainda não foram pintadas. Estas áreas estão consideradas na coluna “Qtd. à executar” da tabela que segue.

As áreas que aguardam nova pintura, 2.482,87 m², representam cerca de 39% da área total de pintura. Considerando que serão executas até o encerramento do contrato, temos uma superestimativa de quantidade de 290,28 m², ou 4,75%.

Tabela - Resumo de levantamento de Pintura Látex Acrílica interna e externa – unidade m²

Serviço Quant.

Contratada (A)

Quant. Executada

(B)

Quant. a Executar

(C)

Superestimativa Quant.

(D) A – (B +C)

% (E)

D/(B+C) Pintura Externa (m2) (Item

aditivo 13.4) 5.822,00 3.347,83 2.482,87 8,70 0,01

Pintura interna e tetos. (m2) (Itens 5.5; 6.22; 13.4 e 7.6.1)

578,00 279,02 - 298,98 107,15

Total 6.400,00 3.626,85 2.482,87 290,28 4,75%

Desta forma, a tabela que segue consolida a análise até então efetuada, apresentando a superestimativa de quantidade encontrada no Contrato nº 33000/2013.

Tabela - Resumo de Quantitativos de Itens da Curva ABC – Contrato nº 33000/2013

Descrição Uni. Quant.

Contratada (A)

Quant. Executada

(B)

Quant. a Executar

(C)

Superestimativa Quant.

(D) A – (B

+C)

% (E)

D/(B+C)

Piso Gail 30x30cm, assentado em argamassa ACIII;

m² 2.453,41 1.606,67 - 846,74 52,70 %

Rodapé GAIL m 1.015,25 713,51 - 301,74 42,29%

Piso em Granitina 12mm m² 2.512,40 1.649,94 561,25 301,21 13,62 %

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Descrição Uni. Quant.

Contratada (A)

Quant. Executada

(B)

Quant. a Executar

(C)

Superestimativa Quant.

(D) A – (B

+C)

% (E)

D/(B+C)

Porcelanato Eliane branco 30x60cm; (1º Contrato e aditivos)

m² 700,61 288,54 394,07 18,0 2,57 %

Contrapiso em Argamassa 1:4;

m² 4.965,81 3.256,61 561,25 1.147,95 30,07%

Pintura látex acrílica interno/externo, duas demãos.

m² 6.400,00 3.626,85 2.482,87 290,28 4,75%

¹ Consolida a planilha contratual e aditivo

Registre-se que no Acórdão 1.977/2013-Plenário, o TCU concluiu que a possibilidade de celebração de aditivos em obras contratadas em regime Empreitada por Preço Global (EPG) se enquadram em duas categorias:

a) Alterações de projeto propostas pela administração, fatos imprevisíveis e demais situações previstas na alínea “d” do inciso II do art. 65 da Lei 8.666/93;

b) Alterações contratuais decorrentes de erros de orçamentação, projetos ou quantitativos. (Original sem grifo)

O caso analisado enquadra-se na segunda categoria, “alterações contratuais decorrentes de erros de orçamentação, projetos ou quantitativos”, em vista da superestimação de quantitativos. Para tal situação, o supracitado Acórdão mostra o entendimento que o gestor, ao identificar orçamentos com quantitativos superestimados, deve proceder de ofício a alteração contratual para reduzir os quantitativos inadequados, ajustando o montante total ao valor real.

Essa regra decorre do fato de que, se a medição for feita por etapas e não por quantidades unitárias, haverá uma assimetria de informações entre o contratado e a Administração. Afinal, o fiscal, ao medir por etapas, não está medindo as quantidades e não tem com saber o quanto foi efetivamente executado. Mas o contratado sabe o quanto foi executado, qualquer que seja o regime. O TCU já se pronunciou a respeito de situação de quantitativos superestimados:

Acórdão 363/2007 – TCU – Plenário – trecho do voto:

O fato de se tratar de contratação por preço global não assegura a nenhum contratado o direito de receber por produto não utilizado.

Esclarecendo em como proceder nos casos de superestimativas relevantes, o Acórdão TCU 1977/2013-Plenário assim orientou:

9.1.8. excepcionalmente, de maneira a evitar o enriquecimento sem causa de qualquer das partes, como também para garantia do valor fundamental da melhor proposta e da isonomia, caso, por erro ou omissão no orçamento, se encontrarem subestimativas ou superestimativas relevantes nos quantitativos da planilha orçamentária, poderão ser ajustados termos aditivos para restabelecer a equação econômico-financeira da avença, situação em que se tomarão os seguintes cuidados:

(...)

9.1.8.4. verificar, nas superestimativas relevantes, a redundarem no eventual pagamento do objeto acima do preço de mercado e, consequentemente, em um superfaturamento, se houve a retificação do acordo mediante termo aditivo, em prol do princípio guardado nos arts. 3º, caput c/c art. 6º, inciso IX, alínea "f"; art. 15, § 6º; e art. 43, inciso IV, todos da Lei 8.666/93; (grifo nosso)

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Resta então, definir o que seria uma superestimativa orçamentária relevante. O Ministro Valmir Campelo, relator do Processo TC-044.312/2012-1, apresenta em seu voto que:

Em exemplo, os contratos podem, com simplicidade, objetivar que erros unitários de quantidade de até 10% não sejam objeto de qualquer revisão. Menos que isso, esses erros acidentais serão álea ordinária da contratada. Para que não haja incontáveis pedidos de reequilíbrio decorrentes de serviços de pequena monta, pode-se, ainda, definir que somente serviços de materialidade relevante na curva ABC do empreendimento incorrerão como tarja de "erro relevante". Mantém, assim, a lógica da medição por preço global, ao mesmo tempo em que se veda o enriquecimento sem causa de qualquer das partes, sem ferir o princípio fundamental da obtenção da melhor proposta. Situação parecida foi tomada por esta Corte ao apreciar o Acórdão 2.929/2010-Plenário, quando julgou regular cláusula semelhante. (Original sem grifo)

Assim, no caso concreto, seguindo as considerações apresentadas no voto do Relator, optou-se, de maneira conservadora, por considerar que para uma superestimativa (ou uma subestimativa) seja relevante, as seguintes premissas devem ser atendidas:

a) Que o item analisado esteja na curva ABC;

b) Que a variação de quantidade seja superior a 10%;

No caso concreto, todos os itens analisados estão contidos na curva ABC, satisfazendo a premissa “a”. O segundo critério a ser analisado é a relevância da variação, que deve ser superior a 10%. Dos itens analisados, de acordo com os critérios propostos pelo TCU no voto do Acórdão 1977/2013-Plenário, não são consideradas relevantes as variações entre contratado e realizado os itens Porcelanato e Pintura, conforme mostrado na tabela que segue. Todos os demais itens tiveram variação entre contratado e executado superior a 10%, sendo considerados relevantes.

Tabela – Relevância da variação dos quantitativos

Descrição Unid. Quantidade Contratada

(A)

Quantidade Executável¹

(B)

Superestimativa

Relevante Quant. (C)

A – B

% (D) C/B

Piso Gail 30x30cm, assentado em argamassa

ACIII; m² 2.453,41 1.606,67 846,74 52,70 Sim

Rodapé GAIL m 1.015,25 713,51 301,74 42,29 Sim

Piso em Granitina 12mm

m² 2.512,40 2.211,19 301,21 13,62 Sim

Contrapiso em Argamassa 1:4;

m² 4.965,81 3.817,86 1.147,95 30,07 Sim

Porcelanato Eliane branco 30x60cm;

(1º Contrato e aditivos) m² 700,61 682,61 18,00 2,57 Não

Pintura látex acrílica interno/externo, duas

demãos. m² 6.400,00 6.109,72 290,28 4,75 Não

¹ Contém somatório das áreas já executadas com aquelas áreas previstas para execução

Atendidos os critérios de relevância, a tabela que segue consolida o impacto financeiro da superestimativa de quantidade.

Tabela – Demonstração do Sobrepreço de Quantidade.

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Descrição Unid. Quantidade Contratada

(A)

Quantidade Executável¹

(B)

Superest. Quant.

(C) A - B

Custo Unitário (R$/m²)

(D)

Diferença (R$) (E)

C X D Piso Gail 30x30cm,

assentado em argamassa ACIII;

m² 2.453,41 1.606,67 846,74 120,00 101.608,80

Rodapé GAIL m 1.015,25 713,51 301,74 60,00 18.104,40

Piso em Granitina 12mm m² 2.512,40 2.211,19 301,21 70,00 21.084,70

Contrapiso em Argamassa 1:4;

m² 4.510,11 3.817,86 455,70 20,00 13.845,00

Total (R$) 154.642,90

BDI 28%

Preço Total (R$) 197.942,91

¹ Contém somatório das áreas já executadas com aquelas áreas previstas para execução

##/AnaliseControleInterno##Em decorrência do exposto, apresentou-se à entidade, por meio do Relatório Preliminar de Auditoria, recomendação para o aditamento do Contrato nº 33000/2013 de forma a adequar as quantidades dos itens identificados com superestimativa de quantidades conforme a tabela Demonstração do Sobrepreço de Quantidade, totalizando uma redução de R$197.842,91 no valor global do contrato. Adicionalmente, recomendou-se a inclusão nos editais e contratos especificação objetiva acerca das regras sobre realização das medições, a exemplo de pagamentos após cada etapa conclusa do empreendimento ou de acordo com o cronograma físico-financeiro da obra.

Registre-se que o fato apontado e as recomendações sugeridas foram discutidos com o Gestor na Reunião de Busca Conjunta de Soluções, realizada em 29/04/2015.

##/Fato##

Causa Fragilidade nos controles internos na avaliação qualitativa e quantitativa dos serviços previstos para obras e serviços de engenharia. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Após a Reunião de Busca Conjunta de Soluções, o Gestor manifestou-se por meio do ofício SUPER nº 640, de 14/05/2015.

Sobre a supressão dos itens considerados em superestimativa, o Gestor assim se manifestou:

“Após apurada análise desta Unidade Auditada, bem como discursões na Reunião de Busca Conjunta de Soluções realizada na data de 29.04.2015 e Reunião da Sede da CGU no dia 04.05.2015, esta entidade deliberou no sentido de ACATAR A RECOMENDAÇÃO, destarte promovendo o competente termo de aditamento conjunto ao contrato n.º 33000/2013 (DOC. 3.6), balizado na planilha de supressão, item 01, (DOC. 3.2), que entre outros pontos, inclui a redução do importe de R$ 197.942,91 (cento e noventa e sete mil, novecentos e quarenta e dois reais e noventa e um centavos) do valor global do contrato, cujo aditivo passamos a colacionar demonstrando o resultado da providência recomendada por essa CGU (DOC. 3.6).”

Sobre a recomendação de inclusão nos editais e contratos de especificação objetiva acerca das regras sobre realização das medições, o Gestor assim se manifestou:

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“No que toca ao presente apontamento, vimos também informar que ACATAREMOS A RECOMENDAÇÃO na forma sugerida, de maneira que constarão nos nossos editais e contratos especificação objetiva acerca das regras sobre realização das medições, a exemplo de pagamentos após cada etapa conclusa do empreendimento ou de acordo com o cronograma físico-financeiro da obra.” (original com grifo)

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em sua resposta, a entidade manifesta-se acatando as recomendações. Com relação à supressão dos itens considerados em superestimativa, a entidade comprova o atendimento ao recomendando através da apresentação do Terceiro Termo Aditivo ao Contrato nº 33.000, devidamente assinado pelas partes, e das respectivas planilhas que detalham o acréscimo e a supressão dos serviços (doc’s 3.1, 3.2 e 3.6 anexos ao Ofício SESI SUPER nº 640, de 14/05/2015). Já com relação à recomendação de aplicação de regras objetivas na medição dos serviços contratados, a verificação do seu atendimento depende da ocorrência fática da situação analisada. Desta forma, mantem-se a citada recomendação.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Incluir nos editais e contratos especificação objetiva acerca das regras sobre realização das medições, a exemplo de pagamentos após cada etapa conclusa do empreendimento ou de acordo com o cronograma físico-financeiro da obra. 1.2.2.2 INFORMAÇÃO Sobrepreço por superestimativa de quantidade do Contrato nº 38200/2014, decorrente de falha no levantamento de quantitativos de serviços de engenharia. Fato Com relação às obras de melhorias da unidade do SESI Guará, referente ao Contrato nº 38200/2014, no valor de R$ 1.160.000,03, firmado com a empresa Construminas Reformas e Instalações Ltda. ME., observou-se que alguns dos serviços contratados já estavam previstos no 1º Contrato, conforme quadro que segue.

Quadro – Resumo de Serviços Sobrepostos – Contrato nº 38200/2014 (2º Contrato)

Serviços Item da Planilha Uni. Quantidade 2º Contrato

Piso Gail 30x30cm, assentado em argamassa ACIII

4.31 e 13.16 m² 23,74

Rodapé GAIL 4.32 e 13.17 m 27,26 Piso em Granitina 12mm - m² - Contrapiso em Argamassa 1:4 - m² -

Porcelanato Eliane branco 30x60cm 4.34; 4.70; 6.11; 7.12;

8.5;10.7;13.23;16.19;17.29 m² 1.887,89

Pintura látex acrílica interno/externo, duas demãos

2.17; 4.10; 4.38; 4.72; 5.10; 5.15; 9.11; 11.8; 12.10; 13.26;

15.15; 15.18; 16.23; 17.33; m² 2.177,22

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Desta forma, considerando a sobreposição de serviços previstos e executados no Contrato nº 33000/2013 (1º contrato) e o Contrato nº 38200/2014 (2º contrato), solicitou-se por meio da SA 201409563/011, de 03/10/2014, que o Gestor apresentasse planilhas com memória de cálculo e indicação dos locais de execução dos seguintes serviços:

a. Porcelanato Eliane branco 30x60cm;

b. Pintura Látex Acrílica interno/externo, duas demãos;

Registre-se que para fins de contextualização, foi disponibilizada ao gestor a tabela que segue, com o resumo dos quantitativos previstos em ambos os contratos, confrontados com levantamentos realizados em obra. A coluna “Executável” contém somatório das áreas já executadas com aquelas áreas previstas para execução até a conclusão da obra:

Tabela – Resumo dos quantitativos previstos x executados

Descrição Uni. Quantidade 1º Contrato¹

(A)

Quantidade 2º Contrato

(B)

Quantidade Contratada

(C) A + B

Quantidade Executável

(D)

Dif. (E)

C - D

Dif. (%) (F)

E / D

Porcelanato Eliane branco 30x60cm;

m² 701,24 1.887,89 2.589,13 1.651,79 937,34 56,75

Pintura látex acrílica interno/externo, duas demãos.

m² 6.400,00 1.948,78 8.348,78 6.109,72 2.239,

06 36,65

2. ¹ Inclui quantitativo do 1º TA

O SESI/DF, através do Ofício Super 1545, de 07/10/2014, encaminhou a seguinte manifestação, acerca dos questionamentos da SA 201409563/011, supra mencionados:

1. Considerando a sobreposição de serviços previstos e executados no Contrato nº 33000/2013 (1º contrato) e no Contrato nº 38200/2014 (2º contrato), solicitamos apresentação de planilhas com memória de cálculo e indicação dos locais de execução dos seguintes serviços: a) Porcelanato Eliane branco 30x60cm;

Obra: SESI Guará

Revestimento de parede: Porcelanato Eliane

Ambiente Perímetro Altura Acréscimo Desconto Área Perda Área Total

Expedição 30,59 2,8 38,6 47,052 4,7052 51,7572

Higienização 39,56 2,8 28,41 82,358 8,2358 90,5938

Higienização III 15,35 2,8 18,42 24,56 2,456 27,016

Higienização IV 18,75 2,8 8,18 44,32 4,432 48,752

Higienização IV 12,99 0,8 10,392 1,0392 11,4312

Coacção 92,3 2,8 258,44 25,844 284,284

Coacção 12,58 4 50,32 5,032 55,352

Coacção 23,12 0,8 18,496 1,8496 20,3456

Coacção 45,6 1,32 60,192 6,0192 66,2112

Coacção 3,94 1,3 5,122 0,5122 5,6342

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69

Obra: SESI Guará

Revestimento de parede: Porcelanato Eliane

Ambiente Perímetro Altura Acréscimo Desconto Área Perda Área Total

Coacção 4,02 0,8 3,216 0,3216 3,5376

Coacção 35,96 0,8 28,768 2,8768 31,6448

Panificação 47,67 4 190,68 19,068 209,748

KIT 23,7 4 94,8 9,48 104,28

CIRCULAÇÃO (PLANEJAMENTO) 21,76 2,8 4,44 56,488 5,6488 62,1368

Deposito de gêneros 12,68 2,51 7,8 24,0268 2,40268 26,42948

Copa do planejamento 9,36 2,59 2,27 21,9724 2,19724 24,16964

PNE Produção 8 2,59 4,89 15,83 1,583 17,413

Lavagem de Folhas 13,9 2,73 2,88 35,067 3,5067 38,5737

DML 11,1 2,73 1,68 28,623 2,8623 31,4853

Circulação 63,74 4 60,31 194,65 19,465 214,115

Circulação para o refeitório 25,96 2,41 5,59 56,9736 5,69736 62,67096

WC do refeitório 18,4 2,68 1,05 48,262 4,8262 53,0882

Copa do refeitório 13,34 2,72 5,55 30,7348 3,07348 33,80828

WC FEM ADM 11,4 2,53 1,68 27,162 2,7162 29,8782

WC MASC ADM 10,6 2,53 1,68 25,138 2,5138 27,6518

PNE ADM 7,6 2,53 1,89 17,338 1,7338 19,0718

DML I 6,7 2,53 16,951 1,6951 18,6461

DML II 9,6 2,53 1,2 23,088 2,3088 25,3968

TOTAL 1.541,02 1.695,12

Área Planilhada 1.856,59

DIFERENÇA 161,47

b) Pintura Látex Acrílica interno/externo, duas demãos;

Obra: SESI Guará

Pintura e emassamento de parede

Ambiente Perímetro total

das paredes Área do Forro

Aditivo de Acréscimo/ supressão

Mirante ADM 115,92

Corredor do Mirante 1 e 2 37,77

Escada 1 2,8875

Escada 1 3,201

Escada 1 17,84

Escada 1 14,718

Escada 1 21,945

Escada 1 8,6955

Escada 1 4,6552

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70

Obra: SESI Guará

Pintura e emassamento de parede

Ambiente Perímetro total

das paredes Área do Forro

Aditivo de Acréscimo/ supressão

Escada 1 4,539

Escada 1 2,608

Escada 2

Escada 2 28

Escada 2 18,72

Escada 2 6,49

Escada 2 38,16

Escada 2 11,33

Escada 2 7,44

Escada 2 7,44

Corredor 1 ADM 63,6562

Planejamento 37,326

Sala da cozinha Brasil 37,326

Hall da Secretaria 20,75

Corredor 2 88,376

Sala da Gerência 29,776

Ante sala da Diretoria 31,65

Sala do Diretor 30,32

Sala de reunião 2 134,77

Sala Faturamento 1 20

Sala Faturamento 2 50,595

Servidor 33,456 Centro de convivência, rouparia, dep. De caixa aberta, DML 66,1 79,61 Aditivo de Acréscimo

Refeitório 88,29 Suprimido

Hall do WC 31,05 Suprimido

Descanso Fem 43,76 Suprimido

Descanso Mas 25,21 16,87 Aditivo de Acréscimo

Hall de acesso ao refeitório 42,93 Suprimido

Sala Nutricionista 21,02 23,6 Aditivo de Acréscimo

Socorrista 18,62 11,66 Aditivo de Acréscimo

PNE Produção 3,5 Aditivo de Acréscimo

Planejamento 47,53 36,65 Aditivo de Acréscimo

Chefe Planejamento 27,17 10,65 Aditivo de Acréscimo

Copa Planejamento 5,22 Aditivo de Acréscimo

Dispensa de Gêneros 11,49 Aditivo de Acréscimo

Depósito 34,84 11,08 Aditivo de Acréscimo

TOTAL LEVANTADO 1.376,88 210,33

TOTAL PLANILHADO 1.451,69 210,33

Diferença 74,81 0

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Em atendimento a solicitação dessa auditoria, segue planilha resumo, constando o comparativo das informações requisitadas, senão vejamos:

COMPARATIVO ENTRE LICITADO E EXECUTADO

DESCRIÇÃO UND

1º CONTRATO / LICITADO

2º CONTRATO/ LICITADO

TOTAL LICITAD

O

1º CONTRATO/ EXECUTADO

2º CONTRATO /

EXECUTADO

TOTAL EXECUTAD

O

DIFERENÇA- LICITADO/ EXECUTADO

%

Porcelanato Eliane branco 30x60cm, assentado na horizontal - ou similar de igual ou superior qualidade, assentado com argamassa ACIII e rejuntado (aprovar fiscalização)

M² 288,54 1.856,59 2.145,13 288,48 1.695,12 1.983,60 161,53 8,143%

PINTURA LATEX ACRILICA AMBIENTES INTERNOS/EXTERNOS, DUAS DEMAOS (PAREDE)

M² 5.822,00 1.451,69 7.273,69 5.822,00 1.376,88 7.198,88 74,81 1,039%

PINTURA LATEX ACRILICA AMBIENTES INTERNOS/EXTERNOS, DUAS DEMAOS (TETO)

M² 496 210,33 706,33 565,13 210,33 775,46 -69,13 -8,915%

Em tempo, colocamo-nos à disposição para esclarecimentos de dúvidas, bem como para o fornecimento de informações, dados ou documentos eventualmente necessários ao subsídio dos trabalhos de auditoria.

I - Item Porcelanato Eliane branco 30x60cm

Em função da ausência de projetos, ocorreram divergências entre nomes de ambientes adotados no levantamento da Auditoria e aquele apresentado pela entidade, sendo necessária uma compatibilização. A Auditoria considerou como válidas as áreas referentes aos WCs e Copas, não consideradas no levantamento inicial. Assim, descontadas aquelas áreas referentes ao escopo do 1º Contrato, o levantamento da Auditoria considera como área referente ao 2º contrato o total de 1.541,02 m2.

Cabe destacar que para fins de levantamento de quantitativos executados não se consideram perdas de materiais, visto que elas já estão contempladas nos coeficientes de consumo das composições de custo unitário.

Em síntese, o SESI/DF contratou 2.588,50 m², sendo 700,61 m² no primeiro contrato e 1.887,89 m² no segundo contrato. Com relação ao Contrato nº 38200/2014 (2º Contrato), levantamentos apontaram que foram executados somente 1.438,57 m2, resultando numa superestimativa de quantidade de 449,32 m2, conforme consolidado na tabela abaixo.

Tabela – Porcelanato - Superdimensionamento de Quantitativos no 2º Contrato

Descrição Uni. Qtd.

2º Contrato (A)

Executado (B)

Diferença (C)

A -B

Dif. (%) (D)

C / B Porcelanato Eliane branco

30x60cm m² 1.887,89 1.541,02 346,87 22,51

II. Pintura Látex Acrílica interno/externo, duas demãos;

O Contrato nº 38200/2014 trouxe uma previsão de execução de pintura látex acrílica de 2.177,22 m2 (itens 2.17; 4.10; 4.15; 4.38; 4.72; 4.76; 5.10; 5.15; 9.11; 11.8; 12.10; 12.14; 13.26; 15.15; 15.18; 16.23 e 17.33;).

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Com relação aos levantamentos apresentados pela entidade auditada em referência ao Contrato nº 38200/2014, a Auditoria acata parcialmente, incorporando as áreas diversas apresentadas na manifestação e excluindo áreas marcadas para supressão (Refeitório, Hall wc, descanso fem. e hall acesso refeitório), totalizando assim 1.170,85 m2. Desta forma, dos previstos 2.177,22 m², são excedentes 1.006,37 m², conforme demonstrado na tabela que segue.

Tabela - Resumo de levantamentos de Pintura Látex Acrílica interna e externa – em m² - Contrato nº 38200/2014 (2º Contrato)

Descrição Uni. Qtd.

2º Contrato (A)

Executado (B)

Diferença (C)

A -B

Dif. (%) (D)

C / B

Pintura Látex m² 2.177,22 1.170,85 1.006,37 85,95 %

Considerando os critérios definidos no Acórdão 1.977/2013-Plenário, a tabela que segue consolida a análise até então efetuada, apresentando a superestimativa de quantidade encontrada no Contrato nº 38200/2014.

Tabela – Relevância da variação dos quantitativos

Descrição Unid. Quantidade

Contratada

Quantidade Executada

Diferença Diferença

(%) Relevante

Porcelanato Eliane branco 30x60cm;

m² 1.887,89 1.541,02 346,87 22,51 Sim

Pintura látex m² 2.177,22 1.170,85 1.006,37 85,95 Sim

Atendido o critério de relevância, a tabela que segue consolida o impacto financeiro da superestimativa de quantidade.

Tabela – Demonstração do Sobrepreço de Quantidade.

Descrição Unid. Quantidade Contratada

Quantidade Executável¹

Diferença Custo

Unitário (R$/m²)

Diferença (R$)

Porcelanato Eliane branco 30x60cm;

m² 1.887,89 1.541,02 346,87 134,33 46.595,05

Pintura látex m² 2.177,22 1.170,85 1.006,37 6,93 6.974,14

Total (R$) 53.569,19

BDI 22,35%

Preço Total (R$) 65.541,90

Em decorrência do exposto, apresentou-se à entidade, por meio do Relatório Preliminar de Auditoria, recomendação de supressão dos serviços apontados em sobrepreço de quantidade, resultando no valor de R$ 65.541,90.

Registre-se que o fato apontado e as recomendações sugeridas foram discutidos com o Gestor na Reunião de Busca Conjunta de Soluções, realizada em 29/04/2015.

Após a Reunião de Busca Conjunta de Soluções, o Gestor manifestou-se por meio do ofício SUPER nº 640, de 14/05/2015, da seguinte forma:

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Após análise desta Unidade Auditada, bem como discussões na Reunião de Busca Conjunta de Soluções realizada na data de 29.04.2015 e Reunião da Sede da CGU no dia 04.05.2015, esta entidade deliberou no sentido de ACATAR A RECOMENDAÇÃO, destarte promovendo a emissão do competente termo de aditamento ao contrato n.º 38200/2014 (DOC. 4.6 em anexo), todavia, não somente no valor de R$ 65.541,90, conforme apontado pela CGU, ocasião em que passamos explicar.

Como do conhecimento dessa Auditoria, no decorrer da obra objeto do contrato n.º 38200/2014, verificou-se a necessidade da promoção da execução de alguns serviços, o que demandou um acréscimo no valor de R$ 169.990,74, conforme justificativa e planilha de acréscimo constante do processo administrativo, e ora em anexo (DOCs. 4 e 4.2).

Acontece que, após a identificação da necessidade de algumas adequações, conforme justificativa e planilha de supressão em anexo (DOCs. 4 e 4.3), a entidade se viu obrigada a promover a supressão de alguns itens anteriormente previstos, não só no valor de R$ 65.541,90, mas no importe R$ 198.003,52.

Em sendo assim, com vistas a efetivar a competente compensação, sopesamos os acréscimos e supressão ora apontados (DOCs 4.2 e 4.3 em anexo), restando um valor de R$ 28.012,78, de diferença para fins de aditamento e não o valor apontado por essa CGU, de R$ 65.541,90, ocasião em que procedemos a formalização e efetivação do termo de aditamento naquele valor (R$ 28.012,78), conforme se faz prova mediante o documento em anexo (DOC. 4.6), demonstrando desde já o resultado da providência recomendada por essa CGU.

Em sua resposta, a entidade manifesta-se acatando a recomendação de supressão de R$ 65.541,90 devido ao sobrepreço por quantidade. Destaque-se que o Gestor comprova o atendimento da citada recomendação através da apresentação do 1º Termo Aditivo do Contrato nº 38.200, devidamente assinado pelas partes, e das respectivas planilhas que detalham o acréscimo e a supressão dos serviços (docs 4.2 e 4.3).

##/Fato##

1.2.3 INSPEÇÃO FÍSICA DA EXECUÇÃO

1.2.3.1 CONSTATAÇÃO Medição de serviços não executados e superestimativa de quantidade de serviços nos novos vestiários do subsolo do SESI Guará. Fato Com relação às obras de melhorias da unidade do Sesi Guará, referente ao Contrato nº 33000/2013, verificou-se, por ocasião da vistoria ao local da obra, que os quantitativos apresentados na planilha orçamentária do aditivo contratual para o vestiário não estão coerentes com o tamanho do cômodo existente. Localizado no subsolo, atualmente funciona um pequeno banheiro coletivo, com 2 baias com chuveiro, 2 bacias, 2 mictórios e 4 lavatórios. As dimensões do ambiente não são compatíveis com a previsão em planilha para vestiário com 10 bacias, 15 chuveiros, 4 mictórios e 10 lavatórios. Como o restante da obra contratada, não foi apresentado projeto hidrossanitário ou projeto arquitetônico detalhando layout e acabamento.

Além disso, verificou-se a medição de 20% dos serviços contratados, embora nenhum dos serviços medidos tenha sido executado.

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Em 02/09/2014, foi encaminhada a SA 201409563/007 ao SESI/DF, com os seguintes questionamentos acerca das obras do novo vestiário:

1. No que se refere ao vestiário localizado no subsolo: a. Apresentar justificativa para medição de 20% da execução, visto que nenhum

dos serviços medidos foi executado. b. Apresentar a memória de cálculo dos quantitativos apresentados na planilha

orçamentária do aditivo contratual, uma vez que os valores apresentados não são coerentes com o tamanho do cômodo existente, encontrando-se majorados.

O SESI/DF, através do Oficio Super Nº 001388, de 09/09/2014, apresentou a seguinte justificativa para as questões da SA 201409563/007:

01. “No que se refere ao vestiário localizado no subsolo:

a. Apresentar justificativa para medição de 20% da execução, visto que nenhum dos serviços medidos foi executado.

Resposta: Como já verificado por essa auditoria na visita in loco na obra, de fato a obra do vestiário está na iminência de execução. Acontece que a indicação de medição de 20% se refere ao material que já fora adquirido pelo contratante e entregue ao SESI/DF, cujos objetos encontram-se estocados no canteiro de obra, conforme apresentado à equipe de auditoria quando da citada visita.

Ainda, apenas a título de esclarecimento, vimos noticiar que o serviço efetivamente não foi iniciado, pois se priorizou a finalização da área destinada à produção de alimentos, que impacta sobremaneira nos resultados da prestação de serviços daquela Unidade Operacional do Guará.

Frise-se, ainda, que a citada medição em nada repercute em prejuízo à instituição, tendo em vista que a obra já está em fase de conclusão e o fornecedor recebeu aproximadamente 55% do valor total do contrato com o aditivo.

b. Apresentar a memória de cálculo dos quantitativos apresentados na planilha orçamentária do aditivo contratual, uma vez que os valores apresentados não são coerentes com o tamanho do cômodo existente, encontrando-se majorados.”

Resposta: Conforme vossa solicitação, segue planilha com estimativa atualizado e realizada in loco:

Item Discriminação Unid. Qtd

11 Vestiário subsolo e da sala dos brigadistas 11.1 Andaime m²/mês 45 11.2 Tapume m² 5 11.3 Demolição de piso de granitina m² 58 11.4 Demolição de alvenaria sem reaproveitamento m³ 5 11.5 Retirada de bancadas m² 3 11.6 Retirada de louças sanitárias und 11 11.7 Retirada de divisórias m² 29 11.8 Retirada de forro de PVC m² 58 11.9 Retirada de esquadria m² 10

11.10 Retirada de instalações elétricas e hidráulicas h 29

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Item Discriminação Unid. Qtd

11 Vestiário subsolo e da sala dos brigadistas 11.11 Carga manual de entulho em caminhão basculante m³ 13,5 11.12 Transporte e descarga de entulho em caminhão basculante m³ 13,5

11.13 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO FURADO 10X20X20CM, 1/2 VEZ, ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO 1:4 (CIMENTO E AREIA),E=1CM

m² 10

11.14 CHAPISCO EM PAREDES TRACO 1:4 (CIMENTO E AREIA), ESPESSURA 0,5CM, PREPARO MANUAL

m² 20

11.15 EMBOCO TRACO 1:4 (CIMENTO E AREIA), ESPESSURA 2,0CM, PREPARO MANUAL

m² 20

11.16 Regularização sarrafeada de base para piso com argamassa de cimento e areia traço 1:3, e= 3cm

m² 58

11.17 Impermeabilização com cimento cristalizante 3 demãos , Viaplus 1000 ou similar de igual ou superior qualidade, todo o piso e parede até 1,00m de altura do piso.

m² 119

11.18 Piso Gail extrudado 30 cm x 30 cm, assentado com argamassa AC III bicomponente, da gail ou similar e rejuntado com rejunte epóxi aluminizado incluso cantos de acabamento internos e externos.

m² 58

11.19 Rodapé em gail mdindo 240 cm x 100 cm x 9 mm, com parte suprior em 90º e assentado com argamassa AC III bicomponente da gail ou similar e rejuntado com rejunte epóxi aluminizado.

m 62

11.20 Soleira granito branco siena m 12,16

11.21 Fornecimento de forro de PVC com tiras de 20 cm, incluindo estrutura de sustentação em metalon 50mmx30mm

m² 58

11.22 Regularização sarrafiada de base para parede com argamassa de cimento e areia peneirada traço 1:3, e=3 cm (incluindo chapisco)

m² 167

11.23 Porcelanato Eliane branco 30x60cm, assentado na horizontal - ou similar de igual ou superior qualidade, assentado com argamassa ACIII e rejuntado (aprovar fiscalização)

m² 167

11.24 Cuba de embutir oval grande cod L73 cor GE 17 branco gelo da marca DECA ou similar de igual ou superior qualidade

un 7

11.25 Válvula de escoamento de cuba metálica, cromada da marca DECA ou similar de igual ou superior qualidade

un 7

11.26 Sifão Cromado 1" X 1 1/2" 1680c - da marca DECA ou similar de igual ou superior qualidade

un 7

11.27 Ligação Flexível em Aço Inox 30cm 4607 - damarca DECA ou similar de igual ou superior qualidade

un 7

11.28 Chuveiro elétrico comum, fornecimento e instalação um 4

11.29 Torneira Decamatic Eco de Mesa Cromada 1173c Ref: 32858000, da marca DECA ou similar de igual ou superior qualidade

un 7

11.30 Vaso sanitario sifonada convencional DECA P202 ou similar de igual ou superior qualidade na cor branca

un 7

11.31 Tampa para vaso sanitário branca com almofada da marca ASTRA ou similar de igual ou superior qualidade

un 7

11.32 Acabamento para Registro Targa Cromado Grande 4900 C40 - DECA ou similar de igual ou superior qualidade.

un 6

11.33 Dispenser para papel higienico interfolhado linha Excellence cód 7008 un 7 11.34 Dispenser para papel tolha Iinterfolhada excellence Compac cód. 7016 un 3

11.35 Ducha Advanced Multitemperaturas 220v 6000w - LORENZETTI ou similar de igual ou superior qualidade.

un 7

11.36 Dispenser para sabonete líquido un 4 11.37 Espelho em vidro cristal 6,00 mm m² 4

11.38 Fornecimento e colocação cantoneiras de PVC nos cantos vivos do vestiarios da marca TALENTOS cod. 567698 ou similar de igual ou superior qualidade

m 11

11.39 Porta em alumínio inclusive colocação e acabamento, (Fechadura, dobradiça maçanetas) abertura de uma folha em veneziana com travessa e trava com chaves pelos lados interno e externo

m² 17

11.40 Janela em alumínio colocação e acabamento (fechadura, dobradilça, maçanetas) Maxim Ar Basculante da marca TIGRE ou similar de igual ou superior qualidade, linha Europa

m² 3

11.41 Tubo PVC Soldável Marrom 32mm Tigre ou similar de igual ou superior m 8

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Item Discriminação Unid. Qtd

11 Vestiário subsolo e da sala dos brigadistas qualidade

11.42 Tubo PVC Soldável Marrom 25mm Tigre ou similar de igual ou superior qualidade

m 48

11.43 Adaptador Soldável Curto Bolsa e Rosca 25mmx3/4" Marrom Tigre ou similar de igual ou superior qualidade

und 7

11.44 Adaptador Soldável Curto Bolsa e Rosca 32mmx1" Azul Tigre ou similar de igual ou superior qualidade

und 2

11.45 Bucha de Redução Curta 32mmx25mm Marrom Tigre ou similar de igual ou superior qualidade

und 12

11.46 Curva 90º 32mm Marrom Tigre ou similar de igual ou superior qualidade und 1

11.47 Joelho 90º com Bucha de Latão 25mmx1/2" Azul Tigre ou similar de igual ou superior qualidade

und 13

11.48 Joelho 90º 32mm Marrom Tigre ou similar de igual ou superior qualidade und 4 11.49 Joelho 90º 25mm Marrom Tigre ou similar de igual ou superior qualidade und 27

11.50 Joelho de Redução 32mmx25mm Marrom Tigre ou similar de igual ou superior qualidade

und 3

11.51 Tê com Bucha de Latão Bolsa Central 25mmx1/2" Azul Tigre ou similar de igual ou superior qualidade

und 8

11.52 Tê 32mm Marrom Tigre ou similar de igual ou superior qualidade und 11 11.53 Tê 25mm Marrom Tigre ou similar de igual ou superior qualidade und 2

11.54 Luva com Bucha de Latão 25mmx1/2" Azul Tigre ou similar de igual ou superior qualidade

und 16

11.55 Registro de Gaveta Base 1" Deca ou similar de iqual ou superior qualidade und 1 11.56 Registro de Pressão 3/4" Deca ou similar de iqual ou superior qualidade und 7 11.57 Escavações manual de vala em solo de 1º categoria (profundidade até 2m) m³ 34 11.58 Reaterro manual de vala apiloado m³ 34

11.59 Tubo PVC Soldável Branco 40mm Tigre ou similar de igual ou superior qualidade

m 17

11.60 Tubo PVC Soldável Branco 50mm Tigre ou similar de igual ou superior qualidade

m 22

11.61 Tubo PVC Soldável Branco 100mm Tigre ou similar de igual ou superior qualidade

m 9

11.62 Tubo PVC Soldável Branco 150mm Tigre ou similar de igual ou superior qualidade

m 7

11.63 Curva 90º Curta 40mm Tigre ou similar de igual ou superior qualidade und 10 11.64 Curva 90º Curta 50mm Tigre ou similar de igual ou superior qualidade und 7 11.65 Joelho 45º 50mm Tigre ou similar de igual ou superior qualidade und 5 11.66 Joelho 45º 100mm Tigre ou similar de igual ou superior qualidade und 5 11.67 Joelho 45º 40mm Tigre ou similar de igual ou superior qualidade und 11

11.68 Joelho 90º com Visita 100x50mm Tigre ou similar de igual ou superior qualidade

und 9

11.69 Junção Simples 100mm Tigre ou similar de igual ou superior qualidade und 2 11.70 Junção Simples 50mm Tigre ou similar de igual ou superior qualidade und 5 11.71 Junção Simples 100x50mm Tigre ou similar de igual ou superior qualidade und 8 11.72 Luva Simples 100mm Tigre ou similar de igual ou superior qualidade und 2 11.73 Luva Simples 50mm Tigre ou similar de igual ou superior qualidade und 7 11.74 Redução Excêndrica 100x50mm Tigre ou similar de igual ou superior qualidade und 17 11.75 Tê 50mm Tigre ou similar de igual ou superior qualidade und 1

11.76 Adaptador soldável Curto Bolsa e Rosca 40mmx1 1/4"Tigre ou similar de igual ou superior qualidade

und 3

11.77 Centro de distribuição de embutir16 elementos, espaço p/ disjuntor geral e supressor de surto, c/barramento de cobre trifásico, profundidade mínima de 12 cm, Cemar

und 1

11.78 Disjuntor tripolar 70A, 18kA/220V curv. C (instalar no QGBT Existente) und 1 11.79 Disjuntor unipolar 32A, 5kA/220V, curv. C und 6 11.80 Disjuntor unipolar 16A, 5kA/220V, curv. C und 3 11.81 Dispositivo DR tetrapolar 80A-30mA und 1 11.82 ELETROCALHA com abas 50 x 50 mm, com acessórios e conexões m 54

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Item Discriminação Unid. Qtd

11 Vestiário subsolo e da sala dos brigadistas 11.83 Eletroduto PVC 2" m 87 11.84 Eletroduto PVC 1 1/2" m 52 11.85 Caixa estampada 4"x2" und 3 11.86 Caixa de passagem em alvenaria 50x50x100cm (fundo de brita s/ tampa) und 2 11.87 Tampão de ferro fundido T-33 und 2

11.88

Luminária de embutir, corpo em chapa de aço tratada com acabamento em pintura eletrostática epóxi- pó na cor branca. Difusor em acrílico leitoso, equipada com porta-lâmpada antivibratório em policarbonato, com trava de segurança e proteção contra aquecimento nos contatos, com duas lâmpadas de fluorescentes de 32w, reator eletrônico, ref. 2109.232.190 fab. Itaim ou similar.

und 14

11.89 Interruptor de embutir 2 secção, simples, c/ espelho, 4"x2", linha Talari, Iriel, cor branca

und 3

11.90 Tomada 2P+T, 20A, c/ espelho 4"x2", NBR 14136, linha Talari, Iriel, cor branca und 9 11.91 Fio flexível, 750V, #2,5mm2 m 400 11.92 Fio flexível, 750V, #6,0mm2 m 300 11.93 Cabo de Cobre EPR 90º, #35mm2, 0,6/1kV, Classe 5 m 450

11.94 Fornecimento e instalação de divisórias em granito na cor Branco Siena ou similar de igual ou superior qualidade, espessura 2cm, h=180cm, polida nas duas faces, incluindo acabamento retos nas quinas.

m² 25

11.95 Fornecimento e instalação de parafusos cromados próprios para ferragens de divisórias, cromados

und 40

11.96 Bancada em granito na cor Branco Siena, com assentamento, incluindo corte, furo e colagem da cuba , incluindo sais 25 cm

m² 3

11.97 Limpeza geral e desobstrução das áreas reformadas m² 58

Logo, colocamo-nos a disposição dessa auditoria para acatamento de orientações.

A seguir são apresentadas as análises acerca da manifestação do SESI/DF sobre os questionamentos encaminhados na SA 201409563/007, de 02/09/2014.

Questão 1.a) No que se refere ao vestiário localizado no subsolo: a) Apresentar justificativa para medição de 20% da execução, visto que nenhum dos serviços medidos foram executados. A entidade se manifesta sobre a questão justificando que o material a ser utilizado no serviço está posto em obra. Entretanto, a contratação em empreitada por preço global implica na medição e pagamento somente de etapas concluídas e entregues, não se justificando a existência de pagamentos por “medição de compras de insumos”. A licitação possui uma etapa de habilitação econômico-financeira justamente para classificar aquelas empresas com capacidade de adquirir os insumos e honrar os custos laborais dos serviços contratados até que estes sejam entregues e faturados. Destaca-se ainda que a modalidade de empreitada de preço global foi criada para reduzir o custo administrativo da gestão de obras, pela simplificação da medição. Então é contra senso a administração incluir controle e medição de insumos postos em obra, aumentando os custos de gestão. Adicionalmente, ainda se tem a possibilidade dos insumos, sob tutela da empreiteira contratada, serem retirados a qualquer tempo. Assim, a Auditoria considera que o pagamento antecipado por serviços não entregues constitui uma grave fragilidade que não deve ser praticada pelo SESI/DF. Pelas razões apresentadas em síntese acima, os Acórdãos TCU 526/2013-P e 1977/2013-P orientaram aos gestores que como fosse dada necessária regulamentação em contrato das medições das execuções físicas da obra e vinculação dos pagamentos à efetiva entrega dos serviços contratados: Acórdão TCU 526/2013 – Plenário

9.1. determinar aos Departamentos Nacionais do Serviço Social da Indústria (SESI/DN) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/DN) que, em futuros procedimentos licitatórios:

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9.1.1. promovam diagnóstico de suas necessidades de modo a permitir a completa definição do objeto da contratação; demonstrem os preços contratados com os praticados no mercado, e vinculem os pagamentos à efetiva entrega dos produtos ou serviços contratados, de modo a evitar as falhas constatadas nos Processos (...) as quais afrontaram o disposto nos arts. 2º e 13 do Regulamento de Licitações e Contratos do Sesi/Senai; (Original sem grifo) Acórdão TCU 1977/2013 - Plenário

9.1.2. os instrumentos convocatórios devem especificar, de forma objetiva, as regras sobre como serão realizadas as medições, a exemplo de pagamentos após cada etapa conclusa do empreendimento ou de acordo com o cronograma físico-financeiro da obra, em atendimento ao que dispõe o art. 40, inciso XIV, da Lei 8.666/93; (Original sem grifo)

Agrava a situação o fato de tal falha ter sido objeto de recomendação anterior, conforme Relatório nº 201204066, referente Auditoria Anual de Contas 2011 - SESI/DF. Naquela oportunidade, a constatação 1.1.2.2 apontou a ocorrência de pagamentos antecipados na obra objeto do Contrato 20100/2011. O supracitado relatório recomendou ao SESI/DF de “abster-se de realizar medições/pagamentos incompatíveis com a efetiva execução dos serviços, uma vez que a ocorrência apontada no presente relatório configura pagamento antecipado dos serviços.”. À época do citado fato, o SESI/DF se manifestou indicando aperfeiçoamento dos controles e fiscalização, conforme Ofício Super 1408/20112, de 12/07/2012: “Informamos ainda que, diante dos fatos levantados, faremos todos os ajustes que se fizerem necessários para as demais obras, inclusive na continuidade desta, atendendo todos os pontos considerados merecedores de aperfeiçoamento dos nossos controles e fiscalização. Gostaríamos que levassem em consideração que, mesmo havendo lacunas na fiscalização do processo, o SESI/DF utilizou de seus recursos da forma mais transparente e livre de qualquer ilegalidade, desta forma atingindo o objetivo final da contratação, sem qualquer tipo de mácula/improbidade da administração”. Em face dos achados, o presente relatório apresenta recomendação de igual teor a aquela do Relatório de Contas de 2011, reiterando a recomendação de que o gestor vincule medições e pagamentos à efetiva entrega dos bens ou serviços. Assim, considera-se que houve reincidência da falha, não tendo o SESI/DF implementado medidas eficazes para sanar o problema apontado no Relatório 201204066. Questão 1. b) Apresentar a memória de cálculo dos quantitativos apresentados na planilha orçamentária do aditivo contratual, uma vez que os valores apresentados não são coerentes com o tamanho do cômodo existente, encontrando-se majorados. Em reavaliação às obras pretendidas do novo vestiário do subsolo, a entidade encaminhou uma nova planilha corrigindo quantitativos previstos no 1º Termo Aditivo ao Contrato nº 33000/2013, sem, contudo, apresentar projetos arquitetônico, elétrico ou hidrossanitários usados como referência. Com relação ao que estava previsto no 1º Termo Aditivo, a planilha apresentada pelo SESI/DF em sua resposta mostra a execução de serviços que não estavam previstos inicialmente como alvenaria, chapisco e emboço. Outras diferenças se referem à redução de quantitativos inicialmente previstos. No quadro a seguir são apresentados os serviços que tiveram sensível redução nos quantitativos, dentre aqueles com maior relevância econômica.

Quadro – Variação dos quantitativos do novo vestiário subsolo – 1º TA vs. resposta SA.

Item 1º TA / SA

Descrição Unid. Qtd. 1º TA

Qtd. Resposta

SA 11.14 / 11.18 Piso GAIL 30x30 m² 201 58 11.15 / 11.19 Rodapé GAIL 240x100x9mm m 100 62 11.19 / 11.23 Porcelanato Eliane 30x60cm m² 394 167 11.20 / 11.24 Cuba oval grande unid. 10 7 11.31 / 11.35 Ducha elétrica unid. 15 7

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Item 1º TA / SA

Descrição Unid. Qtd. 1º TA

Qtd. Resposta

SA 11.85 / 11.88 Luminária de embutir 2x32w unid. 38 14

Embora, por um lado, a redução dos quantitativos torne o levantamento mais coerente com as dimensões sugeridas para o novo vestiário, por outro lado, confirma a incerteza e imprecisão causada por obras realizadas sem os devidos projetos. No caso em análise, o SESI/DF não atendeu a recomendação prevista no §2 do art. 13 do Regulamento de Licitações e Contratos do SESI, que prevê justamente a necessidade de “projetos que contenha o conjunto de elementos necessários, suficientes e adequados” nas contratações de obras e serviços de engenharia. Utilizando-se os custos dos serviços e insumos definidos contratualmente com a nova previsão de quantitativos constante na resposta do SESI/DF, tem-se uma economia de R$ 171.454,30, ao reduzir dos previstos R$ 236.512,97 no Termo Aditivo para R$ 102.564,30. Este valor inclui os 28% de BDI, conforme tabela apresentada a seguir:

Tabela – Redução de Quantitativos

Item Previsão em

Termo Aditivo Quantitativos revistos na resposta à SA 007

Redução

Orçamento R$ 236.512,97 R$ 102.564,30 R$ 133.948,67 BDI 28% R$ 66.223,63 R$ 28.718,00 R$ 37.505,63

Total R$ 302.736,61 R$ 131.282,30 R$ 171.454,30

Entretanto, cabe apontar que, na planilha apresentada na manifestação, os quantitativos de disjuntores para chuveiro (item 11.76 - 6 unidades de 32 Amperes) estão incompatíveis com o quantitativo de chuveiros e duchas (itens 11.28 e 11.35 – 11 unidades). Inconsistências desta natureza podem ser mitigadas com o uso de projetos elétricos e hidrossanitários adequados. A fim de corrigir a falha verificada nos quantitativos do novo vestiário, deve a entidade proceder à celebração de novo termo aditivo corrigindo os quantitativos, com base em levantamento realizado em projetos que contenha o conjunto de elementos necessários, suficientes e adequados ao escopo da obra.

Em decorrência do exposto, apresentou-se à entidade, por meio do Relatório Preliminar de Auditoria, as recomendações de glosa da medição antecipada no valor de R$ 60.547,32, de supressão da execução dos vestiários do subsolo, condicionando sua execução à existência de projeto executivo completo. Registre-se que o fato apontado e as recomendações sugeridas foram discutidos com o Gestor na Reunião de Busca Conjunta de Soluções, realizada em 29/04/2015.

##/Fato##

Causa Fragilidade nas medições de serviços executados; ausência de projetos e levantamentos de quantitativos baseadas em estimativas. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Através Oficio SESI Super nº 640, de 14/05/2015, a entidade se manifestou acerca das recomendações preliminares apresentadas na Reunião de Busca Conjunta de Soluções.

Em relação à recomendação preliminar de glosa de R$ 65.547,32 referentes a pagamentos antecipados da obra dos vestiários no subsolo, o Gestor assim se manifestou:

“Antes mesmo de nos manifestarmos quanto a presente recomendação de glosa, vimos informar que, considerando a necessidade de implantação das determinações/recomendações constantes nos outros itens do presente relatório de auditoria a exemplo da emissão de projetos básicos que precedam as licitações e elaboração de normas que específica, a entidade deliberou no sentido de que a

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execução da obra dos novos vestiários do subsolo da CPA, será por ora suprimida do contrato, sem a imediata execução, inclusive com a competente supressão financeira.”

“Tal atitude não afasta o compromisso desta entidade, de que em obras futuras, inclusive as dos novos vestiários, atenderá as recomendação da CGU, notadamente no que diz respeito à emissão prévia de projeto executivo na forma recomendada.”

“Em sendo assim, considerando os argumentos narrados anteriormente (não execução da obra dos vestiários), noticiamos o ACATAMENTO DA PRESENTE RECOMENDAÇÃO, de forma a glosar não só o valor de R$ 60.547,32, referente à medição antecipada dos novos vestiários do subsolo do Centro de Produção de Refeições do SESI Guará do Contrato nº 33000/2013, mas o quantum total de R$ 302.736,61, inclusive com o BDI, referente a todos os itens e subitem da obra do vestiário, ocasião em que juntamos o termo aditivo conjunto e planilha de supressão (item 2) em anexo (DOCs. 3.6 e 3.2), demonstrando o resultado da providência recomendada por essa CGU, no que toca a presente recomendação.”

Com relação à recomendação preliminar de supressão de R$ 171.454,30 do Contrato nº 33.000, o Gestor assim se manifestou:

“Conforme já noticiado, a entidade deliberou no sentido de que a execução da obra dos novos vestiários do subsolo da CPA, será por ora suprimida do contrato, sem a imediata execução, inclusive com a competente supressão financeira, cuja execução futura, após análise de conveniência e oportunidade do gestor, bem como disponibilidade orçamentária, será objeto de competente procedimento licitatório, respeitados os dispositivos regulamentares, bem como todas as recomendações acatadas.”

“Em sendo assim, pelos motivos expostos, e a exemplo do apontamento anterior, noticiamos o ACATAMENTO DA PRESENTE RECOMENDAÇÃO de forma que já procedemos à emissão de termo aditivo conjunto ao processo N.º 33000/2013, com a redução não só do valor de R$ 171.454,30, mas do valor total de R$ 302.736,61, previsto em relação aos vestiários, conforme indicado na planilha de supressão (Item 2), ambos em anexo (DOCs. 3.2 e 3.6), ocasião em que já apresentamos as providências tomadas a essa CGU.” (Original com grifo)

Com relação à recomendação preliminar de elaboração de projeto executivo completo para os novos vestiários, o Gestor assim se manifestou:

“Conforme já informado em itens anteriores, esta entidade vem tomando todas as providências quanto à elaboração de norma para a contratação de serviços e obras de engenharia, adequação de editais e Contratos, bem como preceder as licitações de projeto executivo completo, planilha orçamentária e competentes especificações técnicas.”

“Todavia, repita-se, considerando a necessidade de implantação das determinações/recomendação constantes nos outros itens do presente relatório de auditoria, a exemplo da emissão de projetos e elaboração de normas que especifica, a entidade deliberou no sentido de que a execução da obra dos novos vestiários do subsolo da CPA, será por ora suprimida do contrato, sem a imediata execução, inclusive com a competente supressão financeira.”

“Tal atitude não afasta o compromisso desta entidade, de que em obras futuras, inclusive as dos novos vestiários, atendera as recomendação da CGU, notadamente no que diz respeito à emissão prévia de projeto executivo na forma recomendada, ocasião em que noticiamos do ACATAMENTO DA PRESENTE RECOMENDAÇÃO.” (Original com grifo)

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##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em sua resposta, a entidade manifesta-se acatando as recomendações.

Com relação às supressões e glosas do vestiário, a entidade comprova o atendimento ao recomendando através da apresentação do Terceiro Termo Aditivo ao Contrato nº 33.000, devidamente assinado pelas partes, e das respectivas planilhas que detalham o acréscimo e a supressão dos serviços (doc`s 3.1, 3.2 e 3.6 anexos ao Ofício SESI SUPER nº 640, de 14/05/2015), totalizando supressão do valor de R$ 302.736,61, inclusive com o BDI, referente a todos os itens e subitem da obra do vestiário .

Quanto à recomendação de elaboração de projeto executivo para os novos vestiários, a verificação do seu atendimento depende da ocorrência fática da situação analisada. Desta forma, mantem-se a presente recomendação para verificação futura.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Elaborar projeto executivo completo, planilha orçamentária e especificações técnicas pertinentes para a execução da obra dos novos vestiários do subsolo do Centro de Produção de Refeições do Sesi Guará. III – CONCLUSÃO

Em face dos exames realizados, somos de opinião que a Unidade Gestora deve adotar medidas corretivas com vistas a elidirem os pontos ressalvados nos itens: 1.1.2.1, 1.1.2.2, 1.1.3.1, 1.1.3.2, 1.1.3.3, 1.2.1.1, 1.2.2.1, 1.2.2.2, e 1.2.3.1.

Brasília/DF, 10 de julho de 2015.

Equipe Técnica Nome: Cargo: ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE Assinatura:

Nome: Cargo: ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE Assinatura:

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