relatório mat 2

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS - DCTM BONIFÁCIO NEVES DE SOUZA BRUNO MATHEUS FRANCO DIEGO ARRUDA RODRIGUES HEITOR OLIVEIRA SANTOS CRUZ LÁZARO SABAS MARQUES S. C. NASCIMENTO RELATÓRIO PRELIMINAR DA CARACTERIZAÇÃO DOS AGREGADOS E VISITA A PEDREIRA Salvador 2015

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

    ESCOLA POLITCNICA DEPARTAMENTO DE CINCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS - DCTM

    BONIFCIO NEVES DE SOUZA

    BRUNO MATHEUS FRANCO

    DIEGO ARRUDA RODRIGUES

    HEITOR OLIVEIRA SANTOS CRUZ

    LZARO SABAS MARQUES S. C. NASCIMENTO

    RELATRIO PRELIMINAR DA CARACTERIZAO DOS AGREGADOS E VISITA A PEDREIRA

    Salvador 2015

  • 2

    BONIFCIO NEVES DE SOUZA

    BRUNO MATHEUS FRANCO

    DIEGO ARRUDA RODRIGUES

    HEITOR OLIVEIRA SANTOS CRUZ

    LZARO SABAS MARQUES S. C. NASCIMENTO

    RELATRIO DA CARACTERIZAO DOS AGREGADOS E VISITA A

    PEDREIRA

    Salvador 2015

    Relatrio apresentado na disciplina

    Materiais de Construo II ENG

    A53, no Curso de Engenharia Civil,

    na Universidade Federal da Bahia

    (UFBA).

    Prof. Dra. Vanessa Silveira Silva.

  • 3

    RESUMO

    A utilizao do concreto na construo civil tem grande importncia atualmente,

    tendo em vista que o mesmo hoje o segundo material mais utilizado no mundo e o

    Brasil um dos grandes produtores mundiais. Com isso, este trabalho inicia com a

    caracterizao dos agregados com todas as informaes necessrias para poder

    realizar um estudo detalhado sobre a produo de 2 (dois) tipos de concreto usando

    o Cimento Portland Branco e o Cimento Portland Composto e ensaios mecnico para

    averiguar suas propriedades. Foram realizadas visitas tcnicas a uma central

    dosadora de concreto, a uma mineradora e uma obra em dia de concretagem para

    complementar os estudos realizados em laboratrio e na sala de aula.

    Palavras-chave: Agregados, concreto e dosagem de concreto.

  • 4

    Sumrio

    1 INTRODUO 5

    2.1. AGREGADO GRADO 5 2.1.1. GRANULOMETRIA 5 2.1.1.1. DISCURSO 7 2.1.2. MASSA ESPECFICA DO AGREGADO GRADO 7 2.1.2.1. DISCURSO 7 2.1.3. MASSA UNITRIA NO ESTADO COMPACTADO NBR NM 45 8 2.1.4. TEOR DE MATERIAL PULVERULENTO NBR NM 46:2003 8 2.1.4.1. DISCURSO 8 2.2. AGREGADO MIDO 9 2.2.1. GRANULOMTRIA 9 2.2.1.1. DISCURSO 10 2.2.2. MASSA ESPECFICA 10 2.2.2.1. DISCURSO 10 2.2.3. TEOR DE MATERIAL PULVERULENTO 11 2.2.3.1. DISCURSO 11

    3. PRODUO DO CONCRETO 11

    3.1. CLCULO DO TRAO 11 3.1.1. CONSUMO DE GUA 11 3.1.2. RELAO GUA/CIMENTO E CONSUMO DE CIMENTO 12 3.1.3. CONSUMO DE BRITA 12 3.1.4. CONSUMO DE AREIA 13 3.1.5. TRAO EM MASSA (KG/M): 13 3.1.6. TRAO UNITRIO: 13 3.2. MISTURA EXPERIMENTAL 13 3.3. AJUSTE DE TRAO 14 3.3.1. AJUSTE DO TRAO 14 3.4. PRODUO FINAL 15 3.5. RUPTURA DOS CORPOS DE PROVA 16 3.6. ANLISE DOS RESULTADOS 17

    4. VISITA A CIVIL PEDREIRA 18

    5. VISITA A OBRA 21

    6. VISITA A CENTRAL DOSADORA 23

    7. CONCLUSO 26

    8. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 26

  • 5

    1 INTRODUO

    Este trabalho tem como principal objetivo proporcionar conhecimento tcnico-

    cientfico dos materiais usados na construo civil, principalmente no que se refere na

    rea de tecnologia do concreto e suas normas tcnicas.

    O relatrio divido em 2 (duas) partes: caracterizao dos agregados e produo

    do concreto.

    Aps aquisio dos materiais, foi realizado os ensaios com os agregados grados

    e midos: granulometria, massa especfica, massa unitria e materiais pulverulentos.

    Foi elaborao um trao para o concreto usando o Cimento Portland Composto

    com uma relao gua/cimento e slump especificado, aps realizado o ajuste do trao

    foi reproduzido este trao usando o Cimento Portland Branco de alta resistncia inicial,

    aps a desforma e cura dos corpos de provas foram realizados ensaios de

    compresso axial para realizar um estudo comparativo entre os concretos.

    Foram realizados 3 (trs) visitas tcnicas para proporcionar ao aluno um

    conhecimento prtico do que se estudo na universidade.

    Os ensaios foram realizados no Centro Tecnolgico das Argamassas (CETA) e no

    Laboratrio de Ensaios em Durabilidade dos Materiais (LEDMa) com a orientao dos

    tcnicos, monitores e alunos de iniciao cientfica.

    2. CARACTERIZAO DOS AGREGADOS

    2.1. AGREGADO GRADO

    Material granular cujos gros passam pela peneira com abertura de malha de

    75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm (ABNT NBR

    NM 248:2003 - Agregados - Determinao da composio granulomtrica).

    2.1.1. GRANULOMETRIA

    Composio Granulomtrica refere-se proporo relativa das massas dos

    diferentes tamanhos dos gros que constituem o agregado, expressa em

    percentagem.

    Dimenso mxima caracterstica a grandeza correspondente abertura nominal,

    em milmetros, da malha da peneira da srie normal ou intermediria, na qual o

    agregado apresenta uma percentagem retida acumulada, em massa, igual ou

    imediatamente inferior a 5%.

  • 6

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    2,36 12,36 22,36 32,36 42,36

    Pe

    rce

    nta

    gem

    re

    tid

    o a

    cum

    ula

    do

    (%

    )

    Abertura da peneira (mm)

    CURVA GRANULOMTRICA DE AGREGADO GRADO

    Agregado Gradoensaiado

    Mdulo de finura a soma das percentagens retidas acumuladas em massa

    de agregado, em todas as peneiras da srie normal, dividido por 100.

    Segue a planilha com os dados coletados em laboratrio e a curva

    granulomtrica:

    Tabela 1 Composio Granulomtrica do agregado grado

    Grfico 1 Curva Granulomtrica do Agregado Grado.

    GRANULOMETRIA DO AGREGADO GRADO

    Peneiras (mm) Massa retida (g) % Retida % Retida Acumulada

    Massa Inicial (g) 5000,3

    25 0,0 0 0

    19 0,0 0 0

    12,5 942,3 19 19

    9,5 2574,5 52 71

    6,35 1264,1 25 96

    4,75 121,9 2 98

    FUNDO 91,4 2 100

    TOTAL 4993,2 100,0

    % PERDA 0,12

    Mdulo de finura 6,59

    Dimenso mxima caracterstica (mm) 19

    Classificao do agregado Zona 9,5/25

    ZONA 9,5/25

    ZONA 4,75/12,5

  • 7

    2.1.1.1. DISCURSO

    Analisando a tabela dos Limites granulomtricos de agregado grado da

    ABNT NBR 7211: 2009 Agregados para concreto Especificaes percebe-se

    que o agregado ensaiado se encontra na zona 9,5/25, levando em considerao em

    cada zona granulomtrica uma variao aceitvel de no mximo cinco unidades

    percentuais em apenas um dos limites marcos.

    A dimenso mxima caracterstica no ensaio do agregado grado foi de 19,1

    mm (brita 1), porm o material comprado foi a brita 0 (Dmx.: 9,5 mm), com isso

    mostra-se a importncia de realizar a caracterizao do agregado na construo civil

    para saber se o material comprado de fato o solicitado.

    2.1.2. MASSA ESPECFICA DO AGREGADO GRADO

    Relao entre a massa do agregado seco e o volume dos gros, incluindo os

    poros impermeveis. A massa especfica foi determinada em laboratrio pelo mtodo

    do picnmetro (IPT-M9-76):

    MASSA ESPECFICA DO AGREGADO GRADO

    MASSA DA AMOSTRA (g) 700,3

    MASSA DO PICNMETRO + GUA (g) 1324,7

    MASSA DO PICNMETRO + GUA + AMOSTRA (g)

    1776,4

    MASSA ESPECFICA DO AGREGADO ( 3) 2,82

    Tabela 2 Determinao da massa especfica

    2.1.2.1. DISCURSO

    A massa especfica est apropriada para ser usado em concretos

    convencionais, j que est entre 2,0 e 3,0 kg/dm.

    A massa especfica dos agregados tem grande importncia na determinao

    das propriedades dos concretos no estado fresco. A porosidade inversamente

    proporcional a massa especfica, com isso quanto maior a porosidade do agregado,

    mais se consome gua da argamassa.

  • 8

    2.1.3. MASSA UNITRIA NO ESTADO COMPACTADO NBR NM 45

    Relao entre a massa do agregado seco contida em determinado recipiente e

    o volume deste.

    MASSA UNITRIA EM ESTADO COMPACTADO

    M Massa da amostra (kg) 12,760

    V Volume do recipiente (dm) 7,92

    Massa unitria (kg/dm) 1,611

    Tabela 3 Determinao da massa unitria compactada.

    2.1.4. TEOR DE MATERIAL PULVERULENTO NBR NM 46:2003

    Materiais pulverulentos so partculas minerais com dimenso inferior a 75 m,

    incluindo os materiais solveis em gua, presentes nos agregados. No geral a

    presena desses materiais indesejvel na constituio do concreto. Um agregado

    com alto teor de materiais pulverulentos diminui aderncia do agregado a pasta ou

    argamassa, prejudicando de forma direta a resistncia do concreto caso esse seja

    produzido com alto ndice de material pulverulento (JIMNEZ, 2011).

    O teor de materiais pulverulentos calculado pela relao:

    % mat. pulv. = ()

    100 (1)

    MATERIAL PULVERULENTO NO AGREGADO GRADO

    Massa da amostra antes da lavagem (g) 2500,0

    Massa da amostra depois da lavagem (g) 2485,5

    Teor de Material Pulverulento (%) 0,58

    Tabela 4 Determinao do teor de material pulverulento.

    2.1.4.1. DISCURSO

    Segundo a NBR 7211: 2009 o agregado grado deve ter um teor de material

    pulverulento menor ou igual a 1%. Com isso, o agregado grado apresenta um teor

    de material pulverulento condizente para ser utilizado na construo civil.

  • 9

    2.2. AGREGADO MIDO

    Corresponde ao material granular cujos gros passam pela peneira com

    abertura de malha de 4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha 75

    m (NBR NM 248:2003).

    2.2.1. GRANULOMTRIA

    Aps realizado o ensaio em laboratrio segue a tabela com os dados coletados

    e a curva granulomtrica:

    GRANULOMETRIA DO AGREGADO MIDO

    Peneiras (mm) Massa (g) % Retida % Retida Acumulada

    Massa inicial (g) 329,04

    4,75 0,32 0,1 0

    2,36 0,24 0,1 0

    1,18 1,44 0,4 1

    0,600 22,74 6,9 8

    0,300 96,68 29,4 37

    0,150 133,78 40,7 78

    FUNDO 73,51 22,4 100

    TOTAL 328,71 100,0

    % PERDA 0,10

    Mdulo de finura 1,24

    Dimenso mxima caracterstica (mm) 1,19

    Tabela 5 Composio granulometrica do agregado mido.

  • 10

    Grfico 2 Curva Granulomtrica do agregado mido.

    2.2.1.1. DISCURSO

    A curva granulomtrica do agregado mido ensaiado est fora da zona

    utilizvel segundo a NBR 7211:2009, mas pode ser explicado j que as areias da

    regio de Salvador serem muito finas.

    2.2.2. MASSA ESPECFICA

    A massa especfica do agregado mido foi determinada por meio do frasco de

    Chapman usando a expresso:

    =

    (2)

    MASSA ESPECFICA DO AGREGADO MIDO

    Massa de areia seca (g) 500,08

    Leitura inicial do frasco (cm) 200

    Leitura final do frasco (cm) 389,5

    Massa especfica (kg/dm) 2,64

    Tabela 6 Determinao da massa especfica do agregado mido

    2.2.2.1. DISCURSO

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    0,15 2,15 4,15 6,15 8,15

    Pe

    rce

    nta

    gem

    ret

    ido

    acu

    mu

    lad

    o (

    %)

    Abertura da peneira (mm)

    CURVA GRANULOMTRICA DE AGREGADO GRADO

    Agregadomidoensaido

    Zona Utilizvel

    Zona tima

  • 11

    A massa especfica do agregado mido tambm est apropriada para ser

    usado em concretos convencionais, j que est entre 2,0 e 3,0 kg/dm.

    2.2.3. TEOR DE MATERIAL PULVERULENTO

    A equao usada para o clculo do teor de material pulverulento para o

    agregado mido a mesma usada para o agregado grado.

    MATERIAL PULVERULENTO NO AGREGADO MIDO

    Massa da amostra antes da lavagem (g) 300,14

    Massa da amostra depois da lavagem (g) 298,74

    Teor de Material Pulverulento (%) 0,47

    Tabela 7 Determinao do teor de material pulverulento.

    2.2.3.1. DISCURSO

    O teor de material pulverulento para o agregado mido menor que 3% para utilizao

    de concreto submetido a desgaste superficial e menor que 5% para os demais

    concretos, com isso pode ser usado para qualquer concreto, segundo a NBR

    7211:2009.

    3. PRODUO DO CONCRETO

    A tarefa da equipe M6/2 foi elaborar um trao com a relao gua/cimento de

    0,55 com a utilizao de Cimento Portland Composto (CP II-E), com ensaio de

    abatimento (slump-test) de 80 a 110 mm. Alm isso, tivemos que reproduzir o mesmo

    trao utilizando o Cimento Portland Branco (CPB) e fazer uma comparao crtica dos

    resultados finais encontrados dos ensaios realizados.

    3.1. CLCULO DO TRAO

    A dosagem do concreto foi baseada no mtodo do ACI (American Concrete

    Institute), mas usamos tambm as tabelas constantes na ABNT NBR 12655:2006 para

    atender as condies de durabilidade em considerao a agressividade do ambiente.

    3.1.1. CONSUMO DE GUA

    O consumo de gua que devemos usar 205 l/m conforme a tabela 9 abaixo,

    j que o abatimento do tronco de cone proposto de 80 a 110 mm e a dimenso

    mxima caracterstica do agregado grado utilizada foi 19 mm.

  • 12

    Abatimento do

    tronco de cone

    (mm)

    Dimenso mxima caracterstica do

    agregado grado (mm)

    9,5 19 25 31,5 37,5

    40 60 220 195 190 185 180

    60 a 80 225 200 195 190 185

    80 a 100 230 205 200 195 190

    Tabela 8 Consumo de gua aproximado (l/m)

    3.1.2. RELAO GUA/CIMENTO E CONSUMO DE CIMENTO

    A relao gua/cimento proposta foi 0,55, logo a massa de cimento para 1m

    de concreto :

    =205

    0.55= 372,72 / (3)

    3.1.3. CONSUMO DE BRITA

    MF (areia)

    Dimenso mxima caracterstica do

    agregado grado (mm)

    9,5 12,5 19 25 31,5

    1,0 0,665 0,728 0,790 0,815 0,840

    1,2 0,654 0,712 0,770 0,795 0,820

    1,4 0,625 0,688 0,750 0,775 0.800

    1,6 0,605 0,668 0,730 0,755 0,780

    Tabela 9 Volume compactado seco de agregado grado para a regio de Salvador

    (m/m)

    Como experimentalmente se obteve mdulo de finura da areia igual a 1,24 e a

    dimenso mxima do agregado grado 19 mm, ento conforme a tabela 10 abaixo

    o volume compacto seco do agregado grado 770 dm/m, com isso podemos

    calcular a massa da brita:

    =

    (4)

    = 1,61770 = 1239,7 /

  • 13

    3.1.4. CONSUMO DE AREIA

    Considerando desprezvel o volume de vazios do concreto fresco e adensado,

    com isso podemos dizer com o volume do concreto a soma dos volumes de slidos

    dos materiais constituintes, mais o volume da gua.

    = + + + (5)

    1000 dm3 =372,73

    3,12+

    1239,7

    2,82+

    Ma

    2,84+ 205

    M agregado = 622,84 kg/m

    3.1.5. TRAO EM MASSA (kg/m):

    372,73:622,84:1239,7:205

    3.1.6. TRAO UNITRIO:

    1:1,67:3,33:0,55

    3.2. MISTURA EXPERIMENTAL

    Foi realizada mistura experimental utilizando 15000 g de materiais secos:

    Cimento: 2500 g Areia: 4175 g (%areia = 33,4%)

    Brita: 8325 g (%brita = 66,6%) gua: 1375 ml

    No processo de mistura, foi adicionada gua at o ndice de consistncia

    requerido ser alcanado. Tambm foram analisadas quatro propriedades do concreto

    fresco: exsudao, segregao, mobilidade e cobertura.

    Na mistura experimental foi obtido um concreto com slump de 100 mm,

    utilizando um total de 1325 ml de gua. Esse concreto no apresentou exsudao e

    segregao, mas apresentou mobilidade e cobertura.

    Imagem 1: Materiais seco, cobertura do concreto e slump test

  • 14

    3.3. AJUSTE DE TRAO

    Na etapa de misturas experimentais, foi observado que para atingir os slump

    requeridos no se utilizou toda gua determinada no trao, j que sobrou 50 ml. Como

    a quantidade de gua foi alterada, foi necessrio um ajuste do trao para que a relao

    gua/cimento fosse mantida.

    OBS.: Ocorreu um erro grosseiro no no clculo do ajuste de trao, e acabamos

    produzindo o concreto com o trao errado. A seguir, o trao calculado errado (que

    utilizamos) e o trao calculado corretamente, corrigido.

    Erros grosseiros: so aqueles cometidos devido falta de ateno ou de prtica

    do operador. Deste tipo so os erros cometidos em operaes matemticas, enganos

    na leitura ou escrita de dados, ou engano na leitura duma escala (ARGOLO,

    FERREIRA, SAKAI, 1998).

    3.3.1. AJUSTE DO TRAO

    A relao gua/materiais secos da mistura dada por:

    A(%) =0,53

    1+1,67+3,33x100% = 8,83% (6)

    Novo M =0,55

    8,83%x 100% = 6,23 (7)

    Percebe-se que esquecemos do -1 na formula do clculo do novo M, o que

    classificado como um erro grosseiro.

    Ajuste:

    M areia = 0,334x 6,23 = 2,08 kg (8)

    M brita = 0,666 x 6,23 = 4,14 kg (9)

    Trao unitrio:

    1:2,08:4,14:0,55

    A seguir o ajuste do trao correto que deveria ser utilizado:

    A% =0,53

    1+1,67+3,33x100% = 8,83% (10)

    Novo M =0,55x100%

    8,83% 1 = 5,23 (11)

  • 15

    Ajuste:

    M areia = 0,334x 5,23 = 1,75 kg (12)

    M brita = 0,666 x 5,23 = 3,48 kg (13)

    Trao unitrio (Correto):

    1:1,75:3,48:0,55

    3.4. PRODUO FINAL

    Com o trao ajustado, a etapa seguinte foi a produo do concreto. Utilizou-se

    uma betoneira estacionria de eixo inclinado para produo, ela possui capacidade

    de 120 L e um motor de potncia 0,33 CV. Foram calculadas as quantidades de

    materiais necessrias para produo de 10 L de concreto para cada tipo de cimento.

    O concreto produzido com o CP II-E e CPB obteve um slump de 25 mm. Aps

    produzido o concreto, foram moldados 8 corpos de prova cilndricos (4 para cada

    cimento) com 20 cm de altura e 10 cm de dimetro da base. No dia seguinte a

    moldagem, os corpos de prova foram desenformados e colocados em processo de

    cura submersa em gua para reduzir a perda de gua do concreto.

    Imagem 2: Moldagem dos corpos de prova na mesa vibratria

  • 16

    3.5. RUPTURA DOS CORPOS DE PROVA

    Foi realizado ensaio de resistncia a compresso axial (NBR 5739:2007) nas idades de 6 e 11 dias (2 corpos de prova de cada tipo de cimento em cada idade). Dados da prensa: Prensa HD-120T servo-controlada, com acionamento hidrulico/eletrnico micro-processado, para ensaios de compresso axial em corpos de prova de 10 x 20 cm e de 15 x 30 cm.

    Grficos 3 - Grficos dos ensaios de compresso axial de 6 e 11 dias respectivamente

    .

    Tabela 10 Resultados do ensaio de resistncia a compresso axial

    RESISTNCIA A COMPRESSO AXIAL (NBR 5739:2007)

    Corpo de Prova

    Idade (dias)

    Carga (N) rea (mm) Tenso (MPa) Tipo Ruptura

    1(CP II-E) 6 18140 7850 22,6 Cisalhante

    2(CP II-E) 6 18940 7850 23,6 Cisalhante

    3 (CPB) 6 30460 7850 38,0 Cisalhante

    4 (CPB) 6 30340 7850 37,9 Cisalhante

    5 (CPII) 11 20850 7850 26,0 Cisalhante

    6 (CPII) 11 20830 7850 26,0 Cisalhante

    7 (CPB) 11 36340 7850 45,4 Cisalhante

    8 (CPB) 11 32520 7850 40,6 Cisalhante

  • 17

    Imagem 3: Ruptura dos corpos de prova

    A resistncia a compresso em 28 dias foi estimada para cada exemplar utilizando a

    frmula:

    fcm =fcm(t)

    exp {s[1(28

    t)

    12]}

    (14)

    Corpo de Prova

    Tempo Resistncia em t

    dias (MPa) Resistncia em 28

    dias (MPa)

    2 (CPII) 6 dias 23,60 31,54

    3 (CPB) 6 dias 38,00 48,00

    5 (CPII) 11 dias 26,00 30,17

    7 (CPB) 11 dias 45,40 51,14

    Tabela 11 Estimativa da resistncia a 28 dias

    fcm a resistncia a compresso mdia a 28 dias de idade

    fcm(t) a resistncia a compresso mdia a t dias

    s um coeficiente que depende do tipo do cimento, s = 0,25 para CP II, s = 0,20 para

    cimento de alta resistncia inicial (CP V) segundo a ABNT NBR-6118 e (ARAJO,

    2001).

    3.6. ANLISE DOS RESULTADOS

    Com o uso do mtodo do ACI e a ABNT NBR 12655:2006 foi possvel chegar na

    mistura experimental a um trao que atenda ao slump solicitado para o CP II-E e o

    concreto fresco apresentou boas propriedades em relao a exsudao, segregao,

    mobilidade e cobertura.

  • 18

    No desenvolvimento do trabalho foi cometido um erro grosseiro no momento do

    ajuste do trao para produo final do concerto, com isso obtivemos um slump de 25

    mm, o que no condiz com as expectativas do trabalho. O Erro acarretou uma

    diminuio do abatimento do tronco de cone pois a quantidade de gua para a mistura

    foi menor do que o que deveria ser. Como modificamos o grau de umidade que

    determina a consistncia, alteramos tambm suas caractersticas de plasticidade.

    A tenso de ruptura para os corpos de provas teve uma variao muito pequena

    para cada idade como pode ser visto nos grficos (imagem 3) e na tabela 11, com

    exceo do corpo de prova 7 e 8 que teve uma variao de 4,8 MPa.

    O trao que foi moldado os corpos de provas atendeu a resistncia a compresso,

    j que todas as resistncias foram acima de 28,4 MPa, que o Fck esperado para a

    relao gua/cimento de 0,55 de acordo com a Curva de Abrams.

    4. VISITA A CIVIL PEDREIRA

    Na manh no dia 18 de abril de 2015 visitamos a empresa de minerao Civil

    Pedreira (Grupo Civil), que foi implantada em 1979 e est estrategicamente localizada

    na Rodovia da Base Naval de Aratu, Bairro de Piraj, 1,5km da BR 324.

    Logo ao chegamos fomos recepcionados pelo Engenheiro de Minas Roberto

    Matos (imagem 1), que durante toda a visita esteve presente explicando o processo

    de produo da brita.

    Iniciamos a visita tcnica conhecendo a jazia (imagem 2) de onde se extrai o

    minrio bruto, onde primeiramente realizou o desmatamento limpeza da rea verde;

    Decapeamento remoo da camada de solo que est sobre a rocha de interesse;

    Perfurao (ar comprimido) apenas uma perfurao produz mais de 18 mil

    toneladas de rocha realizado pelo menos 1 (uma) vez por semana, para isso se usa 4

    mil quilogramas de explosivos; Detonao por meio de uso de tcnicas os impactos

    sonos so reduzidos; Fragmentao secundria com o objetivo de reduzir as

    dimenses das rochas; Carregamento; Transporte o minrio transportado at o

    britador por meio da caminhes; Britagem primrio e secundrio onde acontece

    a reduo do tamanho do gro para as dimenses apropriadas para a construo civil;

    Transporte das brita entre os britadores - feito por um sistema de correias

    transportadoras; Separadas - de acordo com sua dimenso (4,8 mm - 9,5 mm - 19

    mm - 25 mm - 38 mm - 50 mm) e armazenadas em silos (imagem 3) para posterior

    transporte e comercializao.

  • 19

    Resumo anual de produo da Civil Pedreira se encontra na tabela abaixo, mas

    o Eng. Roberto Matos relatou que em alguns momentos a produo chegar a 400

    toneladas/hora.

    ANO 2009 2010 2011 2012 2013 2014

    Tonelada/hora 191,50 260,35 329,65 326,56 325,72 318,91

    Tabela 12 Produtividade tonelada/hora

    Foi relatado durante a visita tcnica que estima que ainda resta 40 anos de

    explorao, dos quais 20 anos na atual jazida (3 pisos) e mais 20 anos em outra

    jazida prxima. A empresa emprega atualmente 42 funcionrios nas mais diversas

    funes.

    A Civil Pedreira se preocupa com o meio ambiente e garantiu que no atravessa

    o lenol fretico nas perfuraes. Alm disso, tem licena ambiental para atuar na

    rea de explorao de minrio.

    Quando acabar a vida til da jazida a empresa pretende continuar com a rea

    produtiva economicamente por meio de aproveitamento de rejeitos da construo civil,

    j que existe apenas um local na regio que realiza este servio.

    Por meio desta visita conseguimos entender melhor como o funcionamento

    de uma pedreira e os cuidados que deve ter para garantir um produto de qualidade

    para os seus clientes, para isso a Civil Pedreira desde 2004 tem o selo de qualidade

    da ABNT NBR ISO 9001:2000 e Qualiop/nivel A.

    Com certeza esta visita agregou muito ao nosso futuro profissional, tendo em

    vista que a brita o principal constituinte do concreto e devemos ter o conhecimento

    profundo dos materiais utilizados para garantir qualidade na construo civil.

  • 20

    Imagem 4 Da esquerda para a direita: Diego Arruda, Bruno Matheus, Heitor

    Oliveira, Lzaro Sabas, Engenheiro de Minas Roberto Matos e Bonifcio Neves.

    Imagem 5 - A jazida mineral, na rea de lavra ocorre o desmonte de rochas, atravs

    de exploses (ao menos 1 vez por semana) e perfuraes.

  • 21

    Imagem 6 - Correias transportadoras Imagem 7 - Pilha de brita

    5. VISITA A OBRA

    A visita foi feita ao empreendimento das empresas Manptep e Novapex

    Engenharia que se chama SCENARIO SAN LAZARO. Ele um edifcio, em fase de

    acabamento, de 15 andares, sendo um apartamento por andar, localizado no ponto

    mais nobre da Federao em Salvador, com vista permanente para o mar e para o

    verde do Alto de Ondina

    No dia da visita estava sendo concretado a laje do playground de 30 m e o

    concreto usado foi proveniente da central dosadora Supermix e foi especificado com

    Fck = 35 MPa e slump 80 a 120 mm, no foi feito para cada caminho betoneira o

    ensaio de abatimento do tronco de cone, porm, foram produzidos 3 corpos de prova

    para a realizao do ensaio de compresso.

    O Concreto foi transportado atravs de carriolas, com o auxlio de rampas de

    madeira para facilitar o transporte at o ponto de lanamento do concreto, mas

    percebemos que poderia ser utilizado bombas para ser transportado o concreto, j

    que aumentaria a produtividade em ter um lanamento contnuo de grandes volumes

    em pouco tempo e dispensaria o gasto com mo de obra, j que tinha mais de 10

    pessoas para realizar a concretagem.

    O lanamento feito adequadamente de uma altura aceitvel buscando a no

    segregao do concreto e, logo aps o lanamento, foi feito o adensamento com um

    basto vibrador eltrico, evitando um intervalo muito grande entre o lanamento e o

    adensamento.

    Foi informado que a cura seria feita durante aproximadamente trs dias,

    molhando a estrutura duas vezes por dia.

    Foi possvel observar que a concretagem comeou a ser feita 13hs da manh,

    em um dia chuvoso com temperatura de 27C, isso pode trazer alguns problemas para

  • 22

    o concreto como: a perca da resistncia caracterstica, devido o aumento da relao

    gua/cimento.

    Foi observado tambm o mal-uso do vidrador, posio horizontal, de forma a

    vibrar apenas superfcie do concreto, e no adensando por completo.

    Alm disso, percebemos que 1 (um) trabalhador estava sem o capacete de

    proteo em toda a concretagem.

    Imagem 8 Da esquerda para direita: Bruno Franco, Bonifcio Neves, Lzaro

    Sabas, Diego Arruda e Heitor de Oliveira.

    Imagem 8 Concreto sendo adensado com vibrador na horizontal em tempo

    chuvoso.

  • 23

    6. VISITA A CENTRAL DOSADORA

    A visita foi realizada na empresa Concreto Redimix do Brasil S/A, central dosadora

    de concreto, localizada na Avenida Vasco da Gama, cidade de Salvador-Ba no dia

    04/07/2015.

    A empresa possui uma capacidade de produo de 20 mil m de concreto por

    ms. Porm, no opera com sua capacidade mxima devido a fraca demanda de

    obras atualmente, a produo do concreto na unidade vem tendo forte queda quando

    produzia em 2010 algo em torno de 16 mil m mensal, 10 mil m durante 2013-2014 e

    produzindo uma mdia mensal de 4 a 6 mil m de concreto atualmente.

    So produzidos diversos tipos de concreto na central dosadora REDIMIX, que

    vo dos concretos convencionais usado na maioria das obras civis com as

    resistncias que variam de 10 a 40 MPa aos concretos de alto desemprenho aplicados

    em obras especiais com resistncia superior a 40 MPa at 80 MPa. Alm dos

    concretos especiais encomendados sobre medida para o tipo de obra a ser

    empregado como exemplo: concretos bombeveis, fluidos, leves, pesados, auto

    adensvel, impermevel, alta resistncia inicial, entre outros.

    Os equipamentos observados foram: Caminhes betoneiras com capacidade

    de 8 m de concreto, esteira para transportar agregados, silos de cimento, tubos de

    aditivos, maquina operadora.

    Imagem 9 Caminho betoneira Figura 10 Silos de cimento

  • 24

    A estrutura fsica da central composta pelo estacionamento dos caminhes,

    armazenamento dos agregados que ficam estocados e comprimidos em uma caixa no

    cho evitando a umidade com capacidade de 200 m para cada tipo de agregado,

    cabine de comando onde fica o balanceiro responsvel por colocar o trao do concreto

    e operar a mquina, escritrios administrativos, sala de amostras de corpo de prova

    composta por um tanque de gua que realiza o processo de cura e galpo de mistura

    onde sero colocados o caminho a ser realizado a mistura dos componentes do

    concreto.

    Imagem 10 Armazenamento de agregados Imagem 11 Ccura do concreto

    Imagem 12 Estacionamento Imagem 13 Mquina de controle de operao

    A caracterstica do concreto se d por uma mistura adequada nos componentes

    do concreto (cimento, agregados, gua e aditivos) que resultar no concreto e suas

    caractersticas.

    So utilizados na central dois tipos de brita (19 mm e 9,5 mm) alm do p de

    pedra (muito usado na construo de asfaltos). Cimentos dos tipos: CP II-E (Cimento

    Portland composto com escoria de alto-forno que garante ao produto resistncias

    iniciais superiores, colorao escura e pega rpida) e o CP V-ARI (Cimento Portland

  • 25

    composto de alta resistncia inicial que garante uma alta resistncia nos primeiros

    dias de pega). So utilizados tambm aditivos que reduz a quantidade de cimento e

    aditivos retardador da pega.

    No local onde ocorre a produo do concreto os agregados passam pela esteira

    e so colocados no caminho junto com o cimento e gua na ordem conveniente e

    nas quantidades totais necessrias para a mistura. So colocados os materiais slidos

    no caminho betoneira nas suas quantidades totais e com pouca gua, que s ser

    colocada totalmente na obra antes da mistura final e descarga, colocado tambm

    na central o aditivo que dosado dentro da cabine pelo balanceiro que controla toda

    a operao. Assim o caminho est pronto para ir obra.

    A visita nos possibilitou aprender com a ajuda do engenheiro Paulo e

    funcionrio da Redimix como funciona uma central dosadora que um processo bem

    rpido de produo de um concreto, alm de d a possibilidade de ver as diferenas

    de como executado a produo no laboratrio e nas aulas prticas. Foi visto como

    so armazenados os agregados, os aditivos e cimentos e toda a operao at o

    caminho se direcionar at a obra. Foi mostrado um concreto leve produzido na

    central que possibilitou ver a grande diferena com o concreto normal.

    Ao final da visita, foi possvel absorver com mais detalhes de informaes os

    contedos ministrados em sala de aula.

    Imagem 14 Da esquerda para direita: Heitor, Bonifcio, Bruno, Lazaro e

    Diego.

  • 26

    7. CONCLUSO

    O estudo realizando neste trabalho com certeza pode nos proporcionar um

    grande crescimento como futuros engenheiros, pois tivemos a oportunidade de

    estudar os agregados e saber como ele influncia nas propriedades do concreto, que

    hoje o segundo material mais utilizado no mundo, s perde para a gua. Tivemos a

    oportunidade de realizar um estudo comparativo do Cimento Portland Composto e do

    Cimento Portland Branco, ambos com grande aplicabilidade na construo civil. Alm

    disso, as visitas tcnicas realizadas foram fundamentais para complementar o

    conhecimento adquirido em sala de aula e no laboratrio.

    8. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ENG-A53 Materiais de Construo II, Caderno de Aulas Prticas, Prof.

    Adailton de Oliveira Gomes.

    ABNT NBR NM 248:2003 - Agregados - Determinao da composio

    granulomtrica.

    ABNT NBR 7211:2009 Agregados para concreto Especificaes.

    ABNT NBR NM 45:2006 - Agregados - Determinao da massa unitria e

    do volume de vazios.

    ABNT NBR NM 46:2003 - Agregados - Determinao do material fino que

    passa atravs da peneira 75 m, por lavagem.

    JIMNEZ, ALEJANDRA MARA GMEZ. Estudo experimental de um

    resduo de construo e demolio (RCD) para utilizao em pavimentao.

    2011. xxv, 123 f., il. Dissertao (Mestrado em Geotcnica) - Universidade de Braslia,

    Braslia, 2011.

    ARGOLLO, R. M., FERREIRA, C., SAKAI T., Teoria dos erros, Universidade

    Federal da Bahia, 1998.

    ABNT NBR 12655:2006 - Concreto de cimento Portland - Preparo, controle

    e recebimento Procedimento.

    ABNT NBR 5739:2007 - Concreto - Ensaios de compresso de corpos-de-

    prova cilndricos.

    ARAJO, Jos M., Estruturas de concreto: a resistncia compresso e

    critrios de ruptura para o concreto. Rio Grande: Dunas, 2001.