relatório final | vse eiró... · 2018-09-11 · vera pinto do souto de sousa eiró 2012370...
TRANSCRIPT
Relatório Final Estágio Profissionalizante
Vera Pinto do Souto de Sousa Eiró 2012370
Regente: Professor Doutor Rui Maio Orientadora: Dra. Paula Kjollerstrom
6º ano | Mestrado Integrado em Medicina NOVA Medical School | Universidade Nova de Lisboa
Ano Letivo 2017-2018
Relatório Final | Estágio Profissionalizante
Vera S. Eiró 2
“A Medicina moderna (...) requer a percepção da globalidade do ser humano doente, na sua dimensão pessoal, física, espiritual e familiar
e não pode ser indiferente ao componente social. Por isso, a educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a
aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática profissional. Requer cultura, sem o que a sua compreensão do
indivíduo doente será sempre limitada; formação científica sólida, sem o que não dominará as razões da sua actuação e não poderá
progredir e inovar; impõe sentido ético e moral e interesse pelo próximo, sem o que não poderá apreender e viver o espírito de
serviço que deve ser o paradigma da sua profissão.”
In Licenciado Médico em Portugal, 2005
Relatório Final | Estágio Profissionalizante
Vera S. Eiró 3
ÍNDICE
I. Introdução 4
II. Objetivo 4
III. Descrição das Atividades Desenvolvidas
a. Estágio de Pediatria 5
b. Estágio de Ginecologia e Obstetrícia 6
c. Estágio de Saúde Mental 6
d. Estágio de Medicina Geral e Familiar 7
e. Estágio de Medicina Interna 7
f. Estágio de Cirurgia 8
g. Estágio Opcional – Cirurgia Plástica e Reconstrutiva 8
h. Atividades extra-curriculares 9
V. Reflexão Crítica 9
VI. Anexos 12
a. Trabalhos apresentados nos Estágios Parcelares
b. Atividades extra-curriculares
i. Curso TEAM (Trauma Evaluation and Management)
ii. Academia CUF – Jornadas da Primavera
iii. Organização do Encontro Nacional da Associação dos Médicos
Católicos Portugueses (AMCP)
iv. Projeto Erasmus +
v. Direção e organização de Campos de Férias
Relatório Final | Estágio Profissionalizante
Vera S. Eiró 4
I | Introdução
O sexto e último ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da NOVA Medical School da
Universidade Nova de Lisboa, toma a forma de um conjunto de estágios parcelares profissionalizantes,
sendo dada aos alunos a oportunidade de contactar com especialidades nucleares da medicina, na
sua componente mais prática. A elaboração deste relatório final visa descrever sucintamente as
atividades desenvolvidas, analisando em retrospetiva o cumprimento dos objetivos estabelecidos
pelas Unidades Curriculares e o seu contributo a nível pessoal. Desta forma, estruturei este documento
em cinco partes: Introdução ao relatório e à sua organização; Objetivos estabelecidos inicialmente;
Descrição das atividades desenvolvidas nos estágios parcelares; Reflexão Crítica, que consiste numa
análise global – mas sintética – do ano letivo, do trabalho e do crescimento pessoal e profissional
alcançados; e Anexos (trabalhos apresentados nos estágios parcelares e atividades extra-curriculares
consideradas relevantes no meu percurso académico e para a minha formação enquanto médica).
II | Objetivos
O objetivo principal do último ano do MIM é a formação pré-graduada, profissionalizante, com
base na prática clínica tutelada em meio hospitalar e em cuidados de saúde primários. Para
compreender o que é e a que se propõe esta formação médica pré-graduada, cito este excerto de O
Licenciado Médico em Portugal: “A finalidade da educação médica pré-graduada é ajudar o estudante
médico a adquirir uma base de conhecimentos sólida e coerente, associada a um adequado conjunto
de valores, atitudes e aptidões que lhe permita tornar-se um médico fortemente empenhado nas bases
científicas da arte da Medicina, nos princípios éticos, na abordagem humanista que constituiu o
fundamento da prática médica e no aperfeiçoamento, ao longo da vida, das suas próprias capacidades
de modo a promover a saúde e o bem-estar das comunidades que servem.”. De forma a otimizar este
ano profissionalizante, defini como metas principais: I – Desenvolver um raciocínio clínico dirigido e
crítico na abordagem do doente, desde a estruturação de hipóteses de diagnóstico, passando pela
marcha diagnóstica, até à proposta de abordagens individualizadas; II – Aperfeiçoar aptidões na
Relatório Final | Estágio Profissionalizante
Vera S. Eiró 5
execução de técnicas e procedimentos diagnósticos e terapêuticos; III – Adquirir progressiva
autonomia e responsabilidade, com maior capacidade de integração nas equipas médicas e serviços,
contribuindo nas atividades diárias destes, desenvolvendo capacidades de atuação e liderança nos
vários aspetos da gestão diária dos doentes e das suas patologias; IV – Desenvolver a capacidade de
reconhecer e abordar de forma sistemática as situações clínicas mais prevalentes e também as mais
urgentes; V – Aperfeiçoar a comunicação com todos os profissionais de saúde e com os doentes e
familiares, adequando a linguagem e gerindo sensibilidades perante os diferentes contextos sociais e
familiares, numa preocupação constante pelo respeito pelos diferentes valores e crenças,
estabelecendo uma boa e empática relação médico-doente e médico-família, essencial ao sucesso
terapêutico; VI – Aplicar os princípios científicos, humanos e éticos na prática clínica, estimulando a
formação e atualização constantes nestas áreas; VII – Reconhecer as minhas limitações teóricas e
práticas, tendo a capacidade de, com humildade, pedir apoio de forma a aprender e evoluir.
III | Atividades Desenvolvidas
a. Estágio de Pediatria (11 de Setembro a 6 de Outubro 2017)
O estágio parcelar de Pediatria, sob regência do Prof. Doutor Luís Varandas, teve lugar na
Unidade de Cuidados Especiais Respiratórios e Nutritivos (UCERN) do Hospital Dona Estefânia, sob
orientação da Dra. Sara Nóbrega. Estabeleci como objetivos específicos fundamentais, desenvolver
o conhecimento sobre as principais patologias e abordagem das mesmas nesta faixa etária e o
aperfeiçoar e adaptar das técnicas de comunicação e da realização do exame objetivo, de forma a
obter a máxima cooperação possível.
Acompanhei a Dra. Sara na enfermaria, no apoio de gastrenterologia, no serviço de urgência
(S.U.), na consulta e nas técnicas de gastrenterologia (em pediatria e em adultos, no Hospital Santo
António dos Capuchos). Tendo em conta a especificidade da intervenção da UCERN, considero que
a passagem pelo S.U. (médico e cirúrgico) permitiu contactar e conhecer melhor as patologias e
abordagens pediátricas, enriquecendo o estágio em si. Para este enriquecimento, contribuiu também
Relatório Final | Estágio Profissionalizante
Vera S. Eiró 6
o contacto com a Imunoalergologia e a Cardiologia Pediátrica. A nível formativo, assisti a reuniões
diárias dos doentes internados nos vários serviços, a sessões clínicas e ao seminário de
apresentações de trabalhos dos alunos do 6º ano (Anexo a).
b. Estágio de Ginecologia e Obstetrícia (11 de Outubro a 3 de Novembro 2017)
Este estágio foi realizado no Hospital dos Lusíadas, coordenado pela Prof. Doutora Teresa
Ventura e sob tutela da Dra. Fátima Faustino, responsável do Centro Especializado em Endometriose
do hospital. Como objetivos mais dirigidos a este estágio, defini a evolução em termos de aptidões a
nível de exame ginecológico e o desenvolvimento do conhecimento na área da obstetrícia, tanto no
âmbito da fisiologia, como da fisiopatologia. O estágio foi maioritariamente focado na consulta
(Ginecologia e Endometriose) e no Bloco Operatório, onde participei ativamente. Tive ainda a
oportunidade de acompanhar e colaborar nas atividades realizadas no S.U. (nomeadamente no bloco
de partos) e de assistir a outras valências da especialidade, como a consulta de Patologia do Colo,
Histeroscopias e Ecografias. No final do estágio, nas habituais reuniões de serviço de sexta-feira,
houve sessões de apresentação de trabalhos pelos alunos do 6o ano (Anexo a), alargando assim o
contacto e diversificando os conhecimentos na vasta área da Ginecologia e Obstetrícia.
c. Estágio de Saúde Mental (6 de Novembro a 30 de Novembro 2017)
O estágio parcelar de Saúde Mental, sob regência do Prof. Doutor Miguel Talina e orientado pela
Dra. Cátia Moreira, teve lugar no Hospital Psiquiátrico de Lisboa. Como objetivo específico, estabeleci
a capacidade de identificar, com progressiva facilidade, a sintomatologia e patologias psiquiátricas
mais prevalentes e respetivas abordagens, algo que considero fundamental para a profissão médica,
independentemente da especialidade escolhida. Os dois primeiros dias, no edifício da faculdade,
foram dedicados a sessões teórico-práticas com discussão de casos clínicos, no intuito de estimular
o raciocínio clínico – rápido e dirigido – relativamente às patologias mais frequentes. Assim, foi
possível a consolidação dos conhecimentos previamente adquiridos e a preparação para a
componente prática que se seguiria – tendo sido neste contexto abordados também temas como o
Relatório Final | Estágio Profissionalizante
Vera S. Eiró 7
estigma da doença mental. No estágio, acompanhei a minha tutora nas atividades no Hospital de Dia
– incluindo as reuniões multidisciplinares semanais onde eram discutidos a evolução dos doentes e o
funcionamento dos grupos de terapia –, Electroconvulsivoterapia, Consulta e Serviço de Urgência.
d. Estágio de Medicina Geral e Familiar (4 de Dezembro 2017 a 12 de Janeiro 2018)
Este estágio, orientado pela Dra. Sandrine Fázio e sob coordenação da Prof. Doutora Isabel
Santos, decorreu na Unidade de Saúde Familiar de São João do Estoril. Delineei como objetivos
específicos, o contato com as patologias mais comuns na população geral; a aptidão de saber olhar
para o utente como um todo, atuando em todas as áreas que o envolvem e consequentemente na sua
saúde e visão da doença; e o saber atuar em diferentes frentes, adequando a atuação ao utente e aos
recursos disponíveis. Assisti e participei em consultas de saúde de adultos, saúde infantil e juvenil,
saúde materna, planeamento familiar, consulta aberta e intersubstituição, adquirindo desta forma a
perceção da diversidade de patologias, de utentes e de desafios – não só em termos de tratamento e
controlo da doença, como também na promoção e manutenção da saúde – com que um médico de
família é confrontado no seu dia-a-dia. Acompanhei ainda a minha tutora numa visita ao domicílio,
tendo percebido o quão benéfico é contatar com o contexto do doente, ganhando-se a oportunidade
de apreender as condições e realidade em que vive e o que pode ser melhorado, de forma a contribuir
positivamente para a sua saúde e bem-estar. De destacar ainda a oportunidade de dirigir consultas
autonomamente – sob supervisão – e de participar nas Jornadas da USF, sobre “Liderança”, tão
importantes pelo conteúdo e também pela estimulação da comunicação e relação entre os vários
profissionais de saúde, que tanto impacto tem na articulação da equipa e, consequentemente, na
qualidade do acompanhamento e dos cuidados prestados aos utentes.
e. Estágio de Medicina Interna (22 de Janeiro a 16 de Março 2018)
Este estágio teve lugar no Serviço de Medicina II do Hospital Egas Moniz (HEM), na equipa do
Dr. Francisco Silva, sob regência do Prof. Doutor Fernando Nolasco. Foi, sem dúvida, o estágio onde
tive o papel mais ativo, autónomo e integrado num serviço e enfermaria, o que penso ter sido crucial,
Relatório Final | Estágio Profissionalizante
Vera S. Eiró 8
permitindo uma aproximação grande à rotina diária e à realidade da prática clínica – sendo esta a
principal expectativa que tinha para este estágio parcelar, que considero ter sido correspondida.
Acompanhei também os internos da equipa na consulta externa e no S.U. do Hospital de São
Francisco Xavier. Durante este estágio, participei ainda em atividades científico-pedagógicas como
seminários teórico-práticos, sessões clínicas hospitalares e na sessão de apresentação de revisões
teóricas, pelos alunos do 6º ano do serviço (Anexo a).
f. Estágio de Cirurgia (19 de Março a 18 de Maio 2018)
Realizei o estágio parcelar de Cirurgia, sob coordenação do Prof. Doutor Rui Maio e orientação
do Dr. Pedro Amado, no Hospital Beatriz Ângelo. O estágio dividiu-se numa componente teórico-
prática na primeira semana, que terminou com o curso TEAM (Trauma Evaluation and
Management); e numa componente prática de sete semanas. Estas dividiram-se em duas
semanas dedicadas a uma especialidade opcional – tendo escolhido a Unidade de Cuidados
Intensivos –, uma semana no serviço de urgência, e as restantes quatro semanas sob tutela do
Dr. Pedro Amado em contexto de bloco operatório, urgência, consulta e enfermaria. Participei
ativamente na rotina diária do médico cirurgião, nas suas diferentes valências, nomeadamente no
exame objetivo nas consultas e enfermarias, e em cirurgias como segunda ajudante, sempre sob
supervisão do meu tutor. À semelhança do estágio de medicina, procurei obter neste a
aproximação à rotina diária do médico recém-formado. O estágio terminou com o mini-congresso
de casos clínicos e revisões teóricas dos mais variados temas (Anexo a).
g. Estágio de Opcional (21 de Maio a 1 de Junho 2018)
O estágio clínico opcional decorreu no Hospital CUF Cascais (HCC) – e também no bloco
operatório da Fundação Champalimaud –, sob tutoria da Dra. Flora Gomes e do Dr. João Anacleto.
Optei por fazer esta UC Opcional em Cirurgia Plástica e Reconstrutiva por ser uma especialidade com
a qual não contactei ao longo do curso e por ter despertado a minha curiosidade durante o período de
Erasmus, tentando assim aproveitar a oportunidade, dada neste ano letivo, para esclarecer e alargar
Relatório Final | Estágio Profissionalizante
Vera S. Eiró 9
o meu conhecimento quanto às patologias, procedimentos e atividades diárias de um cirurgião
plástico.
h. Atividades Extra-Curriculares
Desde cedo neste percurso académico, somos confrontados com a frase do Professor Abel
Salazar: “O médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”. Foi muito no seguimento deste
pensamento que, ao longo dos seis anos do MIM, procurei investir o meu tempo não só na formação
académica e científica, mas muito também na formação social e humana que considero ser tão
relevante nesta profissão em que nos consagramos ao serviço do outro, numa preocupação e respeito
absolutos pela sua vida. Assim participei em algumas atividades e projetos que se destacam pela
diversidade e pelo impacto, quer social quer na minha própria formação, de forma a poder crescer
para ser melhor pessoa, melhor estudante e melhor médica (Anexo b). Além dos anexos
representativos destas atividades, refiro também a realização de um estágio opcional no Serviço de
Cardiologia Pediátrica do Hospital de Santa Marta, por interesse na especialidade.
IV | Reflexão Crítica
Termino como comecei “(...) a educação dum Médico é complexa”. Não só é complexa como é
exigente, variada e desafiante. Estes adjetivos mais do que definirem este sexto ano, definem o
caminho percorrido neste MIM e a profissão médica em si. Neste ano, autonomia é a palavra-chave
que deve guiar a nossa postura e objetivos, é o grande desafio. Neste ano, a autonomia é a novidade.
É esperado que cresçamos enquanto médicos, que sejamos pró-ativos, que nos desafiemos e
aproximemos do papel que assumiremos nos cuidados de saúde em Portugal já no próximo ano, que
todo o nosso conhecimento seja estimulado e exponenciado, e, que terminemos este ano, este
percurso, com todas as capacidades de um médico pluripotencial. Inicialmente, esta ideia apresentou-
se intimidante, não me sentia preparada para dar este salto, para ter esta responsabilidade. Esta
preocupação inicial foi-se dissipando com os estágios, mas nunca desaparecendo completamente,
até porque era o que me mantinha alerta, para observar e aprender, para melhorar, para pesquisar,
Relatório Final | Estágio Profissionalizante
Vera S. Eiró 10
para me superar. Desta forma, penso ter cumprido progressivamente os objetivos a que me propus
inicialmente e especificamente para cada estágio, reconhecendo, no entanto, que o conhecimento
nunca se esgota e que tenho necessidades de aprendizagem, nas quais devo investir para a minha
formação, nomeadamente no que diz respeito à prescrição terapêutica.
A duração e estruturação dos estágios de medicina interna e cirurgia, permitiram a boa integração
numa equipa onde tinha funções e responsabilidades, tendo sido os estágios que considerei mais
desafiantes em termos teóricos - pelo espectro de patologias - e práticos - pela diversidade de
procedimentos e técnicas que pude observar e realizar. Tendo um grande interesse na área cirúrgica,
penso que este continuou a ser estimulado pela preocupação do tutor com a nossa aprendizagem e
com a vivência completa do estágio, tendo sido também de especial relevância a participação nas
atividades, nomeadamente no bloco operatório, onde até este ano tinha tido apenas uma posição
observadora. Nestes estágios, gostaria ainda de realçar o papel da equipa de enfermagem junto dos
estudantes de medicina – considero ter aprendido muito com estes profissionais, desde as regras da
enfermaria e bloco operatório, ao ensinamento de procedimentos, esclarecimento de dúvidas e auxílio
junto dos doentes. Penso que seria muito positivo integrar um período de maior contacto com a
enfermagem neste ano, no sentido de enriquecer a nossa prática clínica através do domínio de alguns
gestos e técnicas, e de ganhar uma maior perceção e respeito pelo trabalho que realizam.
Nos estágios parcelares de pediatria e de ginecologia e obstetrícia, pela especificidade das áreas
e da população, foi onde me deparei com maiores limitações, que me fizeram investigar e aprofundar
a teoria e procurar desenvolver e aperfeiçoar aptidões da prática clínica. Penso que, no estágio de
pediatria, poderia ter beneficiado de maior autonomia em contexto de enfermaria e de urgência, e, no
estágio de ginecologia e obstetrícia, gostaria de ter contactado mais com a área obstétrica. Com
ambas as tutoras destas especialidades, penso ter aprendido muito na área da comunicação e de
adaptação da linguagem e explicações às mais variadas situações clínicas, doentes e famílias, quer
no conforto e tranquilização, quer nas explicações e esclarecimentos.
Relatório Final | Estágio Profissionalizante
Vera S. Eiró 11
Os estágios de Medicina Geral e Familiar (MGF) e Psiquiatria primaram pela perceção da
importância da abordagem holística do doente e também da importância da referenciação. Nestes
estágios, apercebi-me da posição privilegiada do médico para influenciar a saúde e a visão da doença
através da atuação nas mais variadas áreas da vida do doente. Nestas especialidades, também é
particularmente evidente a importância da integração da família na gestão dos problemas, sendo
poderosa a “intercolaboração” na tríade médico-doente-família. Tornam-se assim especialidades
relevantes na formação pessoal e profissional no exercício da prática clínica futura,
independentemente da especialidade escolhida.
Ao longo do MIM, é-nos muito explicada a importância da articulação dos diferentes serviços. Ao
longo deste ano, pude presenciar esta realidade da multidisciplinaridade, nas reuniões e sessões
clínicas, nas enfermarias, nos pedidos de consulta e nos serviços de urgência, principalmente nas
especialidades de pediatria, medicina interna e cirurgia geral, pelo espectro de patologias que
abrangem. Na psiquiatria, este aspeto foi mais claro na comunicação, articulação e trabalho entre os
diferentes profissionais de saúde. A participação nas reuniões, discussão de doentes e as
apresentações realizadas, permitiram-me desenvolver a capacidade de exposição de situações
clínicas, de estruturação do raciocínio e de capacidade de síntese – também muito estimulada através
dos relatórios, sendo estas competências essenciais e constantemente exigidas na carreira médica.
Este último ano possibilitou de facto o crescimento profissional, no sentido de maior autonomia e
confiança na abordagem clínica. Desenvolvi a importante capacidade de dirigir o raciocínio clínico,
sem negligenciar a comunicação, a relação médico-doente e a visão holística sobre este último.
Espero nunca esquecer aquilo que profissionais, colegas, amigos e família me ensinaram nestes anos,
aquilo que considero o mais importante: o que é ser médico, a responsabilidade que temos nesta
profissão, e a importância de olharmos para o doente que nos é confiado (com a preocupação de
integrar o contexto biopsicossocial) e não só para a doença em si.
“The good physician treats the disease; the great physician treats the patient who has the disease.”
Sir William Osler
Relatório Final | Estágio Profissionalizante
Vera S. Eiró 12
V | Anexos
a. Trabalhos apresentados nos Estágios Parcelares
b. Atividades extra-curriculares
i. Curso TEAM (Trauma Evaluation and Management)
Estágio Parcelar Hospital Tutor(a) Título do trabalho
Pediatria Hospital Dona Estefânia Dra. Sara Nóbrega PALOP em Portugal – um
desafio!
Ginecologia e Obstetrícia
Hospital dos Lusíadas Dra. Fátima Faustino
Abordagem da Hemorragia Uterina Anormal associada
à disfunção ovárica Medicina Interna
Hospital Egas Moniz Dr. Francisco Silva Abordagem da Hemorragia
Digestiva
Cirurgia Hospital Beatriz Ângelo Dr. Pedro Amado Hepatite C – e depois da
cura?
Relatório Final | Estágio Profissionalizante
Vera S. Eiró 13
ii. Academia CUF - Jornadas da Primavera
Relatório Final | Estágio Profissionalizante
Vera S. Eiró 14
iii. Organização do Encontro Nacional da Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP)