manifesto do principe regente do brasil aos governos, e

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Page 1: Manifesto do principe regente do Brasil aos governos, e

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Page 2: Manifesto do principe regente do Brasil aos governos, e

Jlabu (íiirtn* t^iiUni

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Page 3: Manifesto do principe regente do Brasil aos governos, e
Page 4: Manifesto do principe regente do Brasil aos governos, e

rra

7V31*f

T>eixai ^uc clâTnetn quff nos rcbcllnmos cõíiíísr

^ nosso Rei : Elie sabe que O amamon , como a

fcum Rei Cidadão, e .qiieieraos salval-O do aíFron-

toso estado de captlveiro , a q'J9 O reduziram ; ar-

raacando a mascara da hypo-risia a Demagogos in-

fames, e, marcando com verdadeiro Liberalismo

os justos limites doa poderes políticos.. Deixai

que vozeem ,querendo persuadir ao Mundo que

quebramos todos os laços de união com nossos Ir-

mãos da Europa ; nSo ; nós queremos firraal-a era

bases solidas , sem a influencia de um partido ,

que vilmente desprezou nossos direitos , e que , nios-

trando-se á cara descoberta tyranno , e dominador

em tantos factos, que já se não podem esconder,

com deshonra , e perjuizo nosso ,enfraquece , e

destróe irremediavelmente aquella força moral , tiio

necessária em um Congresso , e que toda se apoia

Ba opinião publica, e na justiça.

lUustrcG Bahianos, porção generosa, e Walfs-

dada do Brasil , a cujo Solo se tem agarrado

mais essas famintas, e impéstadas harpyas, quan-

to Me punge o vosso destino ! Quanto o naõ po-

der á mais tempo ir enxugar as vossas lagrimas , e

abrandar a vossa desesperação! Balúancs, o brio

he a vossa divisa , expelli do vosso seio esses

monstros, que se susfentam do vosso sangue; naõ

os temais , vossa paciência faz a sua força. EUes

jjá na5 sam Portuguezes , expelli-os , e vinde reu-

|íir=T08 a Nós, que vos abrimos os braços.

Valenfes Mineiros , inf rcpic3os Persfttnbuaanoí

Defensores da Liberdade Brãsilica , voni em soe-,

corro dos vossos vizinhos Irriíáos : paÕ lie a causa. •

(ie uma Província l:e a cauffl, do Erasil, que se

defende na. Frirrlogenifx (>. Cabral. Extingui esse

viveiro de fardado'? Loboz,

que aiuda sustentam

os sani^uii-iavios caprichos do partido faccioso, lle-

cordal-voj ,Pernambucanos das fogueiras do Bo^

não, e áas sccnas do Recife. Poupai xiorèm , e

amai, como Iv;r;^os a todos o? Portugue-ea^ pací-

ficos, que rcspeilam nossn.? diíeitos, e desejam a

nossa , e sua verdauclva leliciíkac.

HaI)it;uiíes(lo Ceará , do Maranhão, do Riquís-

simo Par;\ , Vus lodos das bell?,s , e am.enas Pro-.

vindas do Noríe , vinde exarar , e assignar o

Aclo da nossa Ivmancipaçaõ ,para figurarmos (lie

(empo ) directamente na grande associação politi-

ca. Brasileiros em geral ! Amigos , reunamo-nos ;

Sou Vosso Compatriota , Sou Vosso Defensor ;.

encaremos, como único premio de nossos suores,

a Isonra, a gloria, a prosperidade do Brasil. Mar-

chando por esta estrada ver-Me-h eis sempre avos-,

sa frente, e no logar cio maior perigo.. A Minli»

Felicidade ( convencçi-vos") existe na vossa felici-

dade: he Minlia Glovia Heger um Povo brsoso

,

e livrp. Dai-Me o exemplo das Vossas Virtudes

,

e da Vossa União. Serei Digno de vòs. Palácio

do Rio de Janeiro em o primeiro d' Agçsto ^.18,22.

-''^':

príncipe REGENTMi

iMf té

NA IMPllENSA NACIONAL DO 1410 DR e»AN):ill©.

Page 5: Manifesto do principe regente do Brasil aos governos, e

, , r'i

^Uy^

MAD O

AOS

•GOVERNOS, E NAÇÕES AMIGAS,T :

D ESEJANDO Eu , e os Povos , que Me reconhecem como Seu PrincíjJtegente

, Conservar as relações politicas , e commerciaes com os Governo^ , e j,^it-çoes Amigas deste Reino, e Continuar a Merecer-lhes a approvacaõ e esúmacr^õ

,

q^e.s'' íaz credor o caracter Brasileiro; Cur^ipre-Me espor-líies stsccinía, masverdadeiramente a série dos factos e motivos, que Me tem obrigado a annuir à von-tade geral do Brasil, que proclama à face do Universo a sua Independência poli-ticR ,- e quer, como Reino Irmaõ , e como Naçaõ grande e poderosa, cciiservarillesos e firmes seus imprescriptiveis direitos , contra os qnaes Poríuíial sempre at-lentou, e agora mais que nunca, depois da decantada Regeneração politica daMonarchia pelas Cortes de Lisboa.

o t r

Quando por um acaso se appresenfara pela vez primeira esta rica e vastaRegião Brasílica aos olhos do venturoso Cabral, logo a avareza e o prosei vtis-ino religioso, moveis dos descubrimentos e Colónias modernas , se apoderaram del-ia por meio de conquista

; e leis de sangue , dictadas por paixões, e sórdidos inte-resses, fcrmaram a tjrannia Portugueza. O Indígena bravio, e o Colono Eiiropeoforam obrigados a trilhar a mesma estrada da miséria e escravidão. Se cavavam oeeio de seus montes para delles extrahirem o ouro , leis absurdas , e o Quinto vie-ram iogo esmorecêl-os em seus trabalhos apenas encelados ; ao mesmo tempo oueo testado Portuguez com sôfrega ambição devorava os thesouros

,que a beiíiana

.\laíureza lhes offertava, fazia também vergar as desgraçadas Minas sob o pez»

do mais odioso dos tributos, da Capitação. Queriam que os Brasileiros pagassem

ate_ o ar que respiravam, e a terra que pizavam. Se a industria de alguns iiomcns

mais activos tentava dar nova forma aos productos do seu sôlo,para com el!es cu-

brir a nuaez de seus filhos , leis tjrannicas o empeciam , e castigavam estas no-bres tentativas. Sempre quizeram os Europeos conservar este rico Paiz na mais du-ra e triste dependência da Metropoli

; porque julgavam ser-lhes necessário estancar,ou pelo menos empobrecer a fonte perenne de suas riquezas. Se a actividade dea,gum Colono offerecia a seus Concidadãos , de quando , em quando algum novoraino de riqueza rural

, naturalizando vegetaes exóticos, úteis , e preciosos, imnósfosonerosos vinham logo dar cabo de faõ felizes r.meços. Se 'homens empkemíedo'res ouravam mudar o curso de caudalosos ribeirões

, para arrancarem de .eus a!veos os diamantes, eram logo impedidos pelos agentes cruéis do monopólio, epunido* por leis inexoráveis. Se o supérfluo de suas producções convidava e reclamava a troca de outras producções e,slr3nhas , privado o Brasil do mercado geral

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""^ai

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das Nações , e por conseguinte da sua concurrencia,

que encarreceria as com-

pras, e abarataria as vendag , nenhum outro recurso lhe restava senaõ mandal-aa

aos portos da Metrópole, e estimular assim cada vez mais a sórdida cobiça e

prepotência de seus tyrannos. Se finalmente o Brasileiro, à quem a provida Na-

tureza. dêo talentos naÕ vulgares, aulielava instruir-se nas Scienciaf e nas Artes

para melhor coidiecer os seus direitos , ou saber aproveitar as preciosidades nalii-

raes com que a Providencia dotara o seu Paiz , mister lhe era iUas mendigar a

Portu^ral,que pouco as possuía , e de onde muitas vezes lhe naõ era permitlido

regressar.

Tal foi a sorte do Brasil por quasi frez séculos; tal a mesquinha politica, que

Portugal scmpi-e acanhado em suas vistas, sempre faminto e tyrannieo, imaginou

para cimentar o seu domínio, e manter o seu factício esplendor. Colonos e indí-

genas, Coííquistados e Conquistadores, seus filhos e os filhos de seus filhos, tudo

foi confundido, tudo ficou sujeito a um anathema geral. E por quanto a ambi-

ção do poder, e a sede de ouro saÕ sempre insaciáveis e sem freio, naõ se esque-

ceo Portugal de mandar continuamente Bachàs desapiedados, mafgistrados corru-

ptos, e enxames de agentes tiscaes de 'toda a espécie, que no dclirio de suas pai-

xões e avareza despedaçavam os laços da moral assim publica, como dome3tic3 ;

devoravam os mesquinhos restos dos suoi-es c fadigas dos habitantes; e dd aceravam

as entranhas do Brasil, que os sustentava e enriquecia, para que reduzidos à ulti-

ma desesperação seus povos, quaes submissos Musulmanos fossem em romarias à

nova Aléca comprar com ricos dons e oflerendas uma vida , bem que obscura e

.languida, ao menos mais supportavel e folgada. Se o Brasil resistio a esta tor-

.reiíte de males ; se medrou no meio de taõ vil oppressaõ , devêo-o a seus filhos

fortes, e animosos,

que a Natureza tinha talhado para gigantes; devêo-o aos be-

neficios dessa boa Mâi,

que llies dava forças sempre renascentes para zombarem

dos ol)staculos phybicos e raoraes,que seus ingratos Pais e Irmãos Qppunbam acin-

temente ao eeu crescimento e prosperidade.

Porém, o Brasd ainda que ulcerado com a lembrança de seus.passados infor-

túnios, sendo naturalmente bom e honrado, na5 deixou de receber cora inexpli-

cável jubilo a Augusta Pessoa do Senhor D. Joaõ VI. e a toda a Real Família,

Fez ainda mais: acolheo com braços hospedeiros a Nobreza e Povo que emigra-

ra, acossados pela invasão do Déspota da Europa — Tomou contente sobre •. seus

hombros o pezo do Tlirono de Meu Augusto Pai — Conservou -com esplendor o

D. aderna que Lhe cingia a Fronte — Supprio com generosidade e. profusão as

despesas de uma nova Corte desregrada — e, o que mais he , era graiulissim a,dis-

tancia , sem interesse algum seu particular, mas só pelos simples laços da frater-

nidade, contribuio também para as despezas da guerra, que Portugal taÕ glorio-

samente tentara contra os seus Invasores,iE que ganhou o Brasil em paga de

tantos sacrificios .? A continuação dos velhos abusos, e o accrescimo de novos, in-

troduzidos, parte prla imperícia , e parte pela immoralidade e pelo crime. Ta.es des-

graças clamavam altamente por uma prompta reforma de Governo,

para o qual

o habilitavam o accrescimo de luzes, e os seus inauferíveis direitos, como homens

que formavam a porçaõ maior e mais rica da NaçaÕ Portugneza , favorecidos pe-

la Natureza na sua posição geographica e central no meio do Globo — nos seus

vastos portos e enseadas — e nas riquezas naturaes do seu solo; porém sentimen-

tos de lealdade excessiva, e um extremado amor para com seus irmãos de Por-

tugal embargaram seus queixumes , sopearam sua vontade , e fizeram ceder esta

palma gloriosa a seus Pais e Irmiíos da Europa..

Quando em Portugal se levantou o grito tia Regeneração Politica da Monar-

cliia, confiados os Povos do Brasil na inviolabilidade dos seus direitos , e incapa-

zes de julgar aquelles seus Irmãos ditlerentes em sentimentos e generosidade , abaH-

donaram & estes ingratos a defeza de seus mais sagrados interesbes , e o cuidado

da sua completa reconstituição ; e na melhor fé do mundo mlormeceram tranquil-

]os a borda, do mais terrível precipício. Confiando tudo da sabedoria e justiça do

Congresso Lisbonense, esperava o Brasil receber delle tudo o que. lhe pertencia

por "direito. Quaõ longe eslava entaÕ de presumir que este mesmo Congresso fosse

capaz de taõ vilmente atraiçoar suas esperariças e interesses ; interesses que estaÕ

estreitamente enlaçados com os geraes da Naçaõ !

Agora já conhece o Brasil o erro era que cabira ; e se os Brasileisos naõ

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fbââeni dotados á'áqi!elle generoso entliusiasmo,que tmási vezes cotifurrde fósforos

passageiros com a verdadeira luz da razaõ , veriam desde o primeiro Manifesto quePortugal dirigira aos Povos da Europa , que um dos fins occaltos da sua apre-goada Regeneração consistia em restabelecer astutamente o velho systema Colonial

,

seín o qual creo sempre Portugal , e ainda hoje o crê , que naÕ pode existir

rico e poderoso. NaÕ prerio o Brasil que seus Deputados , tendo de passar a umPaiz estranho e arredado — tendo de lutar contra preocupações e caprixos inve-

terados da Metrópole— faltos de todo o apoio prompto de amigos e parentes , deceíto haviam dé cahir na nullidade em que ora os vemos ; mas foi-lbe necessário

passar pelas darás lições da experiência para reconhecer a illusaõ das suas erra-

das esperai! çjs.

Mas merecera desculpa os Brasileiros^

porqçie almas cândidas e generosasmuita difficuldade teriam de capacitar-se que a gabada Regeneração da Monar-chia houvesse de começar pelo restabelecimento do odioso systema Colonial. Eransui difficil , e quasi incrivel ^ conciliar este plano absurdo e tyranníco com asluzes e liberalismo que altamente apregoava o Coíigrcsso Portuguez ! E ainda maisincrivel era

,que houvesse homens taÕ atrevidos , e insensatos que ousassem , como

depois Direi , attribuir á vontade e Ordens de Meu Augusto Pai ElRei o SenhorDom Joaõ Sexto , a Quem o Brasil devêo a sua Cathcgoria de Reino , Quererderribar de um golpe o mais bello Padraõ que o hade eternizar na Historia doUniverso. He incrivel por certo ta5 grande allucinaçaa ; porém fallsm os factos,é contra a verdade manifesta naõ pode haver sopliismas.

Em quanto Meu Augusto Pai naõ abandonou , arfastrado por ocultas epérfidas manobras , as praias do Janeiro para hir desgraçadamente habitar de novoas do velho Tejo, aíFectava o Congresso de Lisboa sentimentos de fraternal igual-dade para com o Brasil , e princípios luminosos^de reciproca justi(;a ; declarandoforrnalraente no Art." 21 das Bazes da Constituição

,que a Lei fundameftíji

, quese ia organisar e promulgar , só teria applicaçaõ a este Reino , se os Deputadosdêlle , depois de reunidos , declarassem ser esta a vontade dos Povoa que repre-sentavam. ; Mas qual foi o espanto desses mesmos Povos

, quândo Tiram , emcontradicçaÕ aquelle artigo , e com desprezo de seus inalienáveis dirsitos , um»fracção do Congresso geral , dicidir dos seus mais carotí interesses ! quando viramlegislar o partido dominante daquelle Congresso incompleto e imperfeita , sobreobjectos de transcendente importância , e privativa competência do Brasil j sem aaudiência se quer de dois terços dos seus Representantes !

Este partido dominador , que ainda hoje insulta sem pejo as luzes , e probidadedos homens sensatos e probos que nas Cortes existem , tenta todos os meios infer-

naes e tenebrosos da Politica para continuar a enganar o crédulo Brasil com sppa-reate fraternidade , que nunca morara cm seus corações ; e aproveita astutameníe03 desvarios da Junta Governativa da Bahia ( que occultamcnte promovera

) parodespedaçar o sagrado nó que ligava todas as Províncias do Brasil á Minha Le-gitima e Paternal Regência. ^ Como ousou reconhecer e Congresso n^aquella Juntafacciosa, legitima authoridade para cortar os vínculos políticos da sua Província,e apartar-se do centro do systema a que estava ligada, e isto ainda depois doJuramento de Meu Augusto Pai à Constituição promettida á toda a Monarcbia ?

^;

Com que direito pois sanccionou esse Congresso , cuja representação Nacional entaÕsó se limitava á de Portugal , actos taõ illegaes , criminosos , e das mais funestasconsequências para todo o Reino Unido ? E quaes foram as utilidades que dahivieram á Bahia .^ O vaÕ e ridículo nome de Província de Portugal; e o peór he

,

os males da guerra civil e da anarchia em que hoje se acha submergida por culpado seu primeiro Governo , vendido aos Demagogos Lisbonenses , e de alguns outroshomens deslumbrados com ideas anarchicas e republicanas. Por ventura sêr aBahia Província do pobre e acanhado Reino de Portugal, quando assim podesseconservar-se , era mais do que ser uma das primeiras do vasto, e grandioso Impériodo Brasil ? Mas eram outras as vistas do Congresso. O Brasil naõ devia maisser Reino; devia descer do throno da sua Cathegoria ; despojar-se do manto Realda sua Magestade ; depor a Coroa e o Sceptro ; e retroceder na Ordem politica

do Universo, para receber novos ferros , e humilhar-se como escravo perante

Portugal.

Naõ paremos aqui — examinamos a marcha progressiva do Congresso. Autho-

Í<

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'íh-m e e^-tkbclecc-ra Governos Provinciacs anarclnco? . e ínaepenaent«& uns- dos

outros' mas svio-eitos a roríuíral. llompem a responsr.Lilicbdc e luirmouia mutua.

entre os Poderei Civil , Militar , e Financeiro , sem deixarem aos Povos outro

recurso a seus males inevitáveis senaõ atravez do vasto Occcano — recurso inulil e

ludibrioso. Bem via o Congresso que despedaçava a arclútecíura magestosa do Im-

pério Brasileiro ; que hia separar e pôr cm continua luta suas partes ;anniquilar-

^uas forças ; e até converter as Provincias em outras tantas Republicas mimigas.

Mas pouco lhe importavam as desgraças do Brasil ; bastava-llie por então provei-

tos momentâneos ; e nada se lhe dava de cortar a arvore pela raiz, com tanto que ,

à similhança dos Selvagens da Luisiana , colhesse logo seus fructos ,se quer uma vez.

somente. . t -i^ ^ j a^As representações e esforços da Junta Governativa , e dos Deputados de

Pernambuco para se verem livres das baionetas Europeas , ás quaes aquella Pro-

vinci.i d°via as tristes dissensões intestinas que a dilaceravam ,íoram balcladas.

Er.taÕ o Brasil começou a rasgar o denso véo que cubria seus olhos; e foi co-

nhecendo o para que se destinavam essas Tropas; examinou as causas do maor

acolhimento que recebiam as propostas dos poucos Deputados que ja tmna em

PortuP-al , e fbi perdendo cada vez mais a esperança de melhoramento,e reíorma

nas deliberações do Congresso; pois via que naõ valia a justiça de seus direi-,

tos ., nem as vozes e patriotismo de seus Depulados.^ ^ . , -n -i

Aind.n naÕ he tudo — Bem conheciam as Cortes de Lisboa que o ±irasil

estava esma"ado «ela immensa divida do Thesouro ao seu Banco Nacional,

e

que se este viesse a fallir , de certo innumeraveis familias ficariam arruinadas,ou

reduzidas á total indigência: Este objecto era da maior urgência; todavia nunca

o credito deste Banco lhes deveo a menor at tenção ; antes parece que se empe-

nhavam com todo o esmero em dar-lhe o ultimo golpe, tirando ao Brasil as so-

bras das rendas Provinciaes ,que deviam entrar no seu Thesouro Publico e Cen-

tral ; e até esbulharam o Banco da administração dos Lontractos que iilile*

Meu Auc^usto Pai lhe havia Concedido, para amortisaçaõ desta divida sagrada.

Chegam em fim ao Brasil os fataes Decretos da Minha Retirada para a im-

ropa, e da ExtincçaÕ total dos Tribunaes do Rio de Janeiro ,ao mesmo tempo

qu^ ficavam subsistindo os de Portugal. Desvaneceram-se entaó em um momento

todas as esperanças até mesmo de conservar uma Delegação do Poder Iixecutivo,

que fosse o centro commum de UniaÕ e de força entre todas as Províncias deste

vastíssimo Paiz ,pois que sem este centro commum que dê regularidade e im-

pulso a todos os movimentos da eua Machina Social , debalde a Natureza teria

feito tudo o que delia profusamente dependia,

para o rápido desenvolvimento das

suas ftp-ças e futura prosperidade. Um Governo forte e Constitucional era so quem

podia desempeçar o caminho para o augmento da civilisaçaõ e riqueza progressiva

ão Brasil ;quem podia defendel-o de seus inimigos externos , e cohibir as facções

internas de homens ambiciosos e malvados ,que ousassem attentar contra a Liber-

dade e propriedade individual , e contra o socego e segurança pubhca do Esta-

do em gerai , e de cada uma das suas Provincias cm particular. Sem este centro

commum, Torno a Dizer, todas as relações de amizade e commercio mutuo entre

este Reino com o de Portugal e Paizes Estrangeiros , teriam mil colhsões e em-

bates ; e em vez de se augmentar a nossa riqueza debaixo de um systema solido

e adequado de Economia Publica , a veríamos pelo contrario entorpecer ,definhar ,

e acabar talvez de todo. Sem este centro de força e de uniaÕ finalmente ,nao pode-

riam os Brasileiros conservar as sua-s fronteiras e limites naturaes,

e perderiam,

como a.rora machina o Congresso, tudo o que ganharam ó custa de tanto sangue

e cabedaes ; e o que he peor , com menoscabo da honra e brio Nacional, e dos

seus P-'-andes e legítimos intereresses políticos e commerciaes. Mas felizmente para

nós a Justiça, ultrajada e a sã Politica levantaram um brado universal , e ficou

suspensa a execução de taÕ maléficos Decietos.

Resenliram-se de novo os Povos deste Reino , vendo o desprezo com que

foram tratados os Cidadãos beneméritos do Brasil, pois na numerosa lista de

Diolomaticos , Ministros de Estado , Conselheiros , e Governadores mihtares,nao

apparecpo o nome de um só Brasileiro. Os fins sinistros porque se nomearam estes

novos Bachàs com o titulo doirado de Governadores d' Armas estão hoje manifes-

tos : basta aitepdur ao comportamento uniforme que haé tido em neasas Provmci-

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ás , 0]-)ponáo-se ' â clignidade é liberdade do Brasil »— e basta. Ter a idòsisidej-a^

çaÕ com que as. Cortes ouvem seus Officios , e s ingerência que tomam em ma^í

terias civis e politicas , muito alheias de qualquer maindo íx)jji*ar. A eondescenden-r

cia com que as Cortes receberam as felicitações da Tropa fratricida expulsa de;

Pernambuco ; e lia pouco as approvações dadas pelo partido dorninanie do Con-,

pi-esso aos revoltosos procedimentos do General Avilez,que, para cumulo de males e.

soíFrimeiito, até dêo causa á prematura morte de Meu Querido Fiiho o Prínci-

pe Dom Joaõ ,• o pouco caso e cscarneo , com que foram ultimamente ouvidas ag;

Eaní^uiíiosas scenas da Babia,

perpetradas pelo infame Madeira , a quem vaÕ re-.

forçar com novas ^l'ropas , a pezar dos protestos dos Deputados do Brasil ; tudo

isto evidencia,

que depois de subjugada a liberdade das Províncias , suííbcados

os gritos de suas justas reclamações , deuunciádos como anti-constitucionaes o pa-

triotismo e honra dos Cidadãos, só pretendem esses desorganizadores estabelecer

debaixo das palavras enganosas de uniaõ e fraternidade, um completo despotismo

militar, com qae esperam esmagar-nos.

Nemhum Governo justo, nemhuma Naça5 civilizada deixará de comprehen-.

der5que privado o Brasil de um Poder Executivo — que extinctos os Tri-

bunaes necessários — e obrigado a ir mendigar a Portugal a travez de delongas

e perigos as graças e a justiça — que chamadas a Lisboa as sobras das ren-

das das suas Províncias — que anniquilada a sua Cathegoria de Reino — e que

flominado este pelas baionetas que de Portugal mandassem — só restava ao Bra-

sil ser riscado para sempre do numero das Nações e Povos livres , ficando outra

vez reduaido ao antigo er^tado Colonial, e de commercio exclusivo. Mas naõ con-

vinha ao Congresso patentear á face do Mundo civilisado seus occultos e abo-

mináveis projectos; procurou portanto rebuçal-os de novo, nomeando coinmissÕes

encarregadas de íratir dos Negócios Políticos, e Mercantis deste Reino. 0« pare-

ceres destas Comiai^sões correm pelo Universo , e mostram terminantítoeiile todo

o machiavelispjo e lijpocriaia das Cortes de Lisboa, que só podem illudir a ho-

hiens ignorantes , e dar novas armas aos inimigos solapados que vivem eníre nós.

Dizem agora esses falsos e niáos Poliíicos ,que o Congresso deseja ser inalruido

dos Votos do Brasil, e que sempre quiz acertar em suas deli bera >, ões ; se isto he

Verdade,porque, ainda agora regeitam as Cortes de Lisboa tudo quanto propõem

os poucos Deputados que lá temos ?

Essa Çommi?sa5 Especial encarregada dos Negócios Políticos deste Reino jálá ÍLíilia em seu poder .93 Representações de muitas das nossas Províncias, e Ca-marás , em que pediam a derrogação do Decreto sobre a organisaçaõ dos Gover-

nos Provinciaes, e a Minha Conservação neste Reino como Príncipe Regente.;

Que fez porém a CommissaÕ? A nada disso attendeo , e apenas propoz a MinhaEstada temporária no Rio de Janeiro sem entrar nas attríbuições que Me deviam

pertencer , como Delegado do Poder Executivo. Reclamavam os Povos um centro

unico d'aqueUe Poder para se evitar a desmembraçaõ do Brasil em partes isoladas

e riyaes. j Que fez a Commissaõ ? Foi taÕ mãchíavelica que propoz se concedesse

ao Br.isil dois ou mais centros , e até que se correspondessem directamente comPortugal as Províncias que assim o desejassem.

Muitas e muitas vezes levantaram seus brados á favor do Brasil os nossos De-putados ; mas suas vozes expiraram suíFocadas pelos insultos da gentalha assalariada

das galerias. A todas as suas reclamações respoderarti sempre que eram ou contra

os artigos jà decretados da Constituição , ou contra o Regulamento interior das

Cortes, ou que naÕ podiam derrogar o que já estava decidido,, ou finalmente res-

pondiam orgulliosos =t aqui naÕ ha Deputados de Províncias , todos síiõ Deputa-

dos da NaçaÕ j e só deve valer a pluralidade = falso e inaudito principio de Di-

reito Publico,porém muito útil aos dominadores, porque, escudados pela maioria

dos votos Europeos , tornavam nullos os dos Brasileiros,podendo assim escravi-

sar o Brusil a seu sabor. Foi presente ao Congresso a Carta que Me . dirigio oGoverno de S. Paulo, e logo depois o voto unanime da Deputação que Me foi

«nviada pelo Governo, Cam;ira , e Clero da sua Capital Tudo foi baldado. AJunta d' aquelle Governo foi insultada , taxada de rebelde , e digna de ser cri-

rnisialrnen-te processada. Em fim pelo orgam da Imprensa livre os Escríptores Bra-

sileiros- manifestaram ao Mundo as injustiças e erros do Congresso; e em pagada sua lealdade e patriotismo foram invectivados de venaes , e só inspirados pelo"

geni(3 do piai, no macMavelico Parecer da Commissa©.

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C 6 )

A' vista ds tada isto,ja íi,a5 li.? mais pis-ivo^ que oTirasil lince um véo de

eíemo esquecimento sobro tantos insulto? e atrocidades ; nem he igualmente possí-

vel que ellc possa jamais ter conliança nas Cortes da Lisbja , vendo-se a cada

passo ludibriado, ji dilaceraio pjr umi guiirra civil come,ada por essa iniqua

gente, e atê ameaçado com as scenas horrorosas de Hnity^que nossos furiosos

inimigos muito desejam reviver.

Por ventura não he também um começo real de hostilidades prohibir aquelle

Governo que as Nações Estrangeiras , com quem livremente commerciavamo> , nos

importem petrechos militares e navaes ? — Deverennjs iiçualmente softrer que Por-

tugal offereça ceder á França uma parte da Provincia do Pari , se aquella Poten-

cia lhe quizer snbministrar Tropas e Navios com que possa melhor algemar nossos

pulsos , e sufibcar nossa justiça ? — Poderá õ esquecer-se os briosos Brasileiros de

que iguaes propostas , e para o mesmo fim , foram feitas á Inglaterra , com offere-

ciniento ds se perpetuar o Tratado de Commercio de 1810 , e ainda com maiores

vantagens ? A quanto chega a má vontade , e impolitica dessas Cortes I !

De mais , o Congresso de Lisboa naõ poupando a menor tentativa de opprimir-

nor, e escraviza r-nos , tem espalhado nnm Coliorte de Emissários occultos , que em-

pregam todos os recursos da astúcia e da perfídia para desorientarem o espirito

publico,perturbarem a boa ordem , e fomentarem a desunião e anarchia no Brasil.

Certificados do justo rancor que tem estes Povos ao Despotismo, naõ cessam estes

pérfidos Emissários, para perverterem a opinião publica , de envenenar as acções

mais justas e puras de Meu Governo , ousando temerariamente imputar-Me desejos

de separar inteiramente o Brasil de Portugal , e de reviver a antiga Arbitrarie-

dade. De balde tentam porém desunir os habitantes deste Reino ; os honrados

Europeos nossos Conterrâneos naõ seraõ ingratos ao paiz que os adoptou por

filhos , e os tem honrado e enriquecido.

Ainda naõ contentes os facciosos das Cortes com toda esta serie de perfídia?

e atrocidades , ousam insinuar que grande parte destas medidas desastrosas sa5

emanações do Poder Executivo; como se o Caracter d' El Rei ^ do Bemfeitor do

Brasil , fosse capaz de taÕ machiavelica perfídia — como se o Brasil e o Mundointeiro naõ conhecessem que o Senhor Dom Joaõ Sexto Meu Augusto Pai está

realmente Prisioneiro d'Estado , debaixo de completa coacção , e sem vontade livre

,

como a deveria ter um verdadeiro Monarcha , que gozasse d'aquellas attribuições ,

que qualquer Legitima Constituição, por mais estreita e suspeitosa que seja , lhe

naõ deve denegar: sabe toda a Europa ^ e o Mundo inteiro, que dos Seus

Ministros , uns se acham nas mesmas circunstancias , o outros saõ creaturas e parti-

distas da facçaÕ dominadora.

Sem duvida as provocações e injustiças do Congresso para com o Bíasil saÕ

filhais de partidos contrários entre si , mas ligados contra nós ; querem uns forçar

o Brasil a se separar de Portugal , para melhor darem ali garrote ao systema Cons-

titucional ; outi-03 querem o mesmo,porque desejam unrr-se à Hespanha : por isso

naõ admira cm Portugal escrever-se e assoalhar-se descaradamente que aquelle ReiuQutiliza com a perda do Brasil.

Ccg.is pois de orguilio, ou arrastradas pela vingança e egoismo , decidiram as

Cortes com dois rasgos de penna uma qneslaõ da maior importância para ã GrandeFamília Luzitana , estabelecendo sem consultar a vontade geral dos Portuguezes de

iimbos os Hemisplieriot! o assento da Monarcliia em Portugal , como se essa mí-

nima parte do território Portugucz , c a sua povoação estacionaria e acanhada de-

vesse ser o Centro politico e commeicial da Naçaõ inteira. Com effeifo se con-

Tcni a Estados espidljados , mas reunidos debaixo de um sò Chefe, que o prin-

cipio vital de seus movimentos e energia exista na parte a mais central e podero-

sa da grande Macliina Social, para que o impulso se communiqne a toda a perife'

lia com a n<aior presteza e vigor , de certo o Brasil tinha n incontrastavel direita

de ter dentro de si o assento do Poder Executivo. Com eíFeito ; este rico e vas-

to 1'aií, cujas alongadar; Costas se estendem desde dois gràos alem do Eouadcrató o Ri» da Prata, c saõ banhadas pelo Atlântico , fica quasi no centro do Glo-

bo à borda do grande Canal por onde se faz o Commercio (las Nações,qae V^

o liame que uite as quatro partes do Mundo. A' esquerda tem o Brasil a Èuropse 3 parte mais considerável da Ameyica , em frente a Africa, à direita o resto

da Ameiica e a A»ia , com o iinmen.ío archipelago da Austrália , e ca-s Costas oMar Pacifico ou o Máximo Oceano, com o Estreito <le Magalhác-, o o C&hf> deHorn qu?3Í à porta.

Page 11: Manifesto do principe regente do Brasil aos governos, e

( 7 y

Quem içnovEí íguaífisfíile íjUtr, Íie quasi impossível dar Hovafforça e eneí^ia &>

íovos envelhecidos e dt-lccíclus ? Quem ignora. hoje que os bellos dias de Portu-

gal estaõ passados, e que sò do Brasil pode estíi_ pequena pon;35 da IVÍonarcIjia

csrsérar sesjuro arrimo , e novas forças para adquirir outra vez a sua virilidade, an-

tiga ! Ma^ de certo n-.i5 poderá o Brasil prtbíar-lhe estes soccoiros se alcançarem

esses insensatos decepar-llie as forças, desuníLo , e arruinal-o.

Em'íamanlia c taÕ systematica serie de desatinos e atrocidades ,- qual deveria

ser o compor!;amento.do Brasil? ^Deveria suppor acaso;' as Cortes de Lj,sboa ig-

norantes de nossos direitos e conveniências ? Na5 por certo : porque ah Jia ho-

mens /ainda meemo d'eiitre os facciosos, bem que malvados, naõ de todo ignoran-

tes.^;

Deveria o Biassl soílVer , e coníenfar-se somente com pedir humildemente

o remédio de seus males a corações desapiedados e egoístas? Naõ vê elle que mu-

dados os Déspotas,- coníinna o Despotismo? Tal comportamento , além de inepto e

deshonroso precipitari;i o Brasil em huia ptlago insondável de desgraças ; e perdi-

do o Brasil está perdida a Monarcliia. ,,

'

, .

Coilocado pela Providencia no meio deste vastisuimo e abençoado Paiz, como

Herdeiro, e Le-itirao Delegado d' ElRei Meu Augusto Pai, he a primeira das

Minhas obrigaçoeg , naS siV zelar o bem dos Povos Brasileiros ; mas igualmente os de

toda a NaçaÕ ,que ura dia devo Gorvernar. Para cumprir estes Deveres Sagrados

,

jAiiniii aos' votos das Províncias que Me pediram naõ as abandonasse : e Dese-

jando axeitar cm todas as Minhas Resoluções /Consultei a opinião publica dosMéus

Súbditos, e F;z iNomear c Convocar Procuradores Géraes de todas as Provindas

para i\íe aconselharem nos negócios d' Estado e da sua commum utilidade. Depois

para lhes dar uma nova prova da;Miidia sinceridade eAmor, Aiceiíei o titulo e

éiicargos de Defensor Perpetuo deste Reino,que os Povos Me conferiram : E fi-

nalmente rendo a uvíreticia dos acontecimentos , e ouvindo os votos geraes do Bra-

sil q«e queria ser salvo , Mandei Convocar uma Assemblèa Constituinte e Legis-

lativa que trabalhasse a bem da sua solida felicidade. A&sim requeriam os Povos ,

que colisideram a Meu Augusto Pai e Rei privado dá Sua Liberdade, é sugei-

ib aos caprix os desse bando de facciosos que domina nas Cortes de Lisboa, das

quaes seria absurdo esperar medidas justas e liteis aos destinos do Brasil * e ao ver-

dadeiro bem de toda a Naçaõ Portugueza.

Eu seria ingrato aos Brasileiros — reria perjuro às Minhas Promessas — e

Indigno do Nome de= Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil, e Algarves =se Obrasse de outro modo. Mas Protesto ao mesmo tempo perante DEOS e à

face de todas as Nações Amigas e Alliadas que naÕ Desejo cortar os laços de

nniaÕ e fraternidade, que devem fazer de toda a NaçaÕ Portugueza um sò Todo

Politico bem organisado. Protesto ií^ualmente que salva a devida e justa reuniaÕ

de todas as partes da Monarcliia debaixo de um sò Rei , como Gliéfe Supremo

do Poder Executivo de toda a Naçaõ, Heide defender os legítimos direitos e a

Constituição futura do BrasU,

que Espero seja boa e prudente,com todas as

Minhas Forças , e à custa do Meu próprio sangue , se assim for necessário.

Tenho exposto com sinceridade e concisão aos Governos e Nações, a quem

Me dirijo neste Manifesto, as causas da final resolução dos Povos deste Reino.

So Ei.Beí o Sr. D. JoaÕ VI. Meu Augusto Pai estivesse ainda no seio do Bra-

sil, gozando de Sua Liberdade e Legitima Authoridade, de certo Se Compraze-

ria coffl 03 votos deste Povo leal e generoso ; e o Immortal_Fundador deste Rei-

no,Qiic já em Fevereiro de 1821 chamara ao Rio de Janeiro Cortes Brasileiras,

naõ Poderia deixar neste momento de Convocal-as do mesmo modo que Eu agora

Fi . Mas achando-Se o nosso Rei Prisioneiro e Captivo, a Mim Me compete sal-

vaí-Õ do áffrontoso estado a que O reduziram os facciosos de Lisboa. A Mimpeiteuce, conio Seu Delegado e Herdeiro, salvar naÕ só ao Brasil, mas com elie

toda a NaçáÕ Pòrtugiieza..

A Minha firme íiesoluçâo, è' á dos PoVos que Governo, estaÕ legitima-

mente promulgadas. 'Espero põis^ que os homens sábios e imparciaes de todo o

Mundo, e que os GoVeí-hps" e'Naç,Ões Amigas do Brasil hajam de fazer justiça

a tão justos- e nobres seíítinieôlos; Eu os Convido a continuarem com o Reino

do" Brasil ás' mesmas reíáç^oes' de mittuo interesse e amizade. Estarei prompto a

rét'eher ÒS-; seoâ Ministros ',- eAg-erites Diplomáticos , e a enviardhes os Meus, emcjuiíitd ílitíar o'cáptíveiro ^''MRei' Meu' 'Augusto Pai: Os portos do; Brasil con-

r.: í

Page 12: Manifesto do principe regente do Brasil aos governos, e

l^-iiS"

tinuará5 a estar abertos á todas as Nações pacificas e amigas para o comtnerciolicito que as Leis não prohibem : os Colonos Europeos que para aqui emif^rarempoderão contar com a mais justa protecção neste Faiz rico e hospitaleiro. Os Sá-bios, os Artistas, os Capitalistas, e os Emprehendedores encontrarão íatnberaamizade e accolhimento : E como o Brasil sabe respeitar os direitos dos outrosPovos e Governos Legitimes , espera igualmente por justa retribuição

,que seus

inalienáveis direitos sejam também por elles respeitados e reconhecidos, para ae

nio vêr , em caso contrario , na dura necessidade de obrar contra os desejos doseu generoso coração. Palácio do Rio de Janeiro seis de Agosto de mil oitocen-

tos e Tinte doiso

príncipe regente.

RIO DE JANEIRO. NA IMPRESSAM NACIONAL

Page 13: Manifesto do principe regente do Brasil aos governos, e

HHi

Representação que â Sua aiagestade

Ão o Procurador da Provmeia do

ro Joaquim Gonsalves Ledo.

ial.iiiperia

lio

8ENIÍ^

S ^.T A • A. fp,. sorvido á cauza da mínbíí Patna em geral, eaIqgUANDO depois de tei

«^^^Ji'';^^^^^^ como simples

vTm. mesmo com todos'^^^^^''^^Z' ^Ix^onle^hXo d'Estado desta Provia»

Cidadão , Já como '

P-<^-f;;^^^';^,^^^ d" ter me eddo aquella estima, que.

*ia do Rio t^<^ Janeiro, me compiazia^et^^^^^conferindo-Bi€^ l>a pouco,

o bom Povo da mesma P^ovinaa me ^^^^^^^^^^ear Deputado por elía y

pela sua absoluta espontaneidade a hom a aef^^dameatos do liBpe.4«

lAssembleaGeral. que deve estabe^^^^^^^

Constitucional de V. M. sobre este^^f

«'

"J^- /y^ M. que poucos dias

nascer: quando ei^seguro ^^^/^^^^ ^U pervcSsosfe gratuitos

antes me dera de não conceituar i umoi es,q^^^^ ^^^

emulos de antemão^''^"f^^^ZLTeLl Xto po^ todas as boticas , e lugare.

acreditada reputação ,l^^Ç^^"^^^.^^'^;/^'^

.^^j^a honra podesse- resguardar

de public^.^""^^^^"?'r',fnS^ S^ 4a^ ava a agucoL intriga de meos

os escólios ,que poí^,tod^ aJ^^^ Ío p^terito Outubro, vejo sublevar,

íurados immigos, eis que^ no clia^u"nitra o mfeo nome , contra os Em-

ie coiitra mim, Senhors ^^?^^^^"^^.^^^, ^ntà a miaba bon- ";

pregoa, que a Inveja dolhos^.f^^^^^^^^^^J^^^^^

L,ecominaudito^ vilipendio d esse>me^^^^^^

.|^ j^^^^^,^. ^^ _^

de toda esta ^^-incia mc^^í^ ^l--^«^

^J^,.^.,^^, ,, ,^^,^^do-lheonome de pop^Jar, ma^ sim de^^^^^^

coiibecidos Iniu^igos* os

xa plebe vendidos á. íacçao <J«\^'™^^^rtós do Faeo do Conselho des-,

^«als dirigindo-se em P^^lj^^^^^asl HÍe^^l descompostas me argui-

. Sx Cidade ,ahi ^««1 ^«^^^^^^^'"^^•'^^S^S^a substituir'hum sistema de .

rão de Fautor de, bum ^partido ,que P «J««J^1 .

^^ ^^^^ trabalhei yforma Republicana ^ ftu^^^^^^^^^eC/^^S^tS âabeleci como &Bda-:

.• eque até em. hum voto^^««/^^^^^^"'f'"^^^^^^ as suas calimmiosas

mento -da segíirança interna do ^^^a^^\;

.'',^fí'í'X'^^^^^ e palavras ludibr-K

-

inerepacoes.de tqdas -^-^J^-^X^S^^Sticol se poc^^^^

sas/ de que apenas nos govemos P»^^^^"f liof^or ^ e espanto. A ii#-.

-tar algun. exemplos que se ouvoíu ^-;P- ^^™ l^^^ffi^ da de V. M. , .jre .

.

ma convicção da minha consciência , a cei tc^a qin.^^Sna Acclaii^arao;

; :p.ssoalmelte -nhece os-meo^serg-Jj^-^^^^

:^^

a. que eu julgava no seu «^^^'^^;^™'f^ soçobro de 'q«^ a |>rimeira .vo-dc

.

: «om .elle concertado', me recobrarão ^'^^^^^^^; 4:,,ài-4o.-devia-^er -a

;tal acontecimento me: deixara; imp.ess.oa.uh). Ma^<F4i^.^^^^^ ^^^^,^

minha surpresa -quando; ^^P^^^?"^^^^^^^f m^^rKÍÍ^-Leifica ^,,ev^^

Cidade, em vez de. cohibirc^m o tutnulto,, ,^^,^»^^| ;J ^ a ou^ro.- hôi^-h ,:

- vacão-de^todoo.in^ltov.que ahi:s^:-qmz fo;.^^ ao.^n^^^-.^^s <x-\mnhn:

.,u4amIo álgáns: dos^pervcírsos.'^™^'^^^^"'^a.ííf C^l;^" os mais a:..l^BaI.>-

'

. -cfabeça„:^e a de a%uns ^-"^-^««^^^^í^^t ^tnegavlis -rvie^ íel.

dos pelos^ sèos^ pretéritos,, e.. recentes, pubhcos^e^ASclamacão de T.M:/

tos ácau.a^ do, Brasil em- ahteriore.oec^m.^s^^^^^

Varões , digo , que .sén^o Cónstitucioi.aes po Ca^ ^^^V^^ ^^.

i^^^^^

ser tax^^ senão da impaciência de ^^^^^^''^,^: e sem p^o,

^ieo , e a formas arbitraria» , que os &ers .s bt.

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\-,

Page 14: Manifesto do principe regente do Brasil aos governos, e

7

seu poder todas as' Attêstàro&rfs nècè^àTÍàr de ^boa conducia , exacçSo'

epecstimo durancc o seu emprega na Secreraria da Intendência , como Officiale Imerprete ; e que ^e requereu a Demissão do Lugar, foi por lhe pare-cer desairoza a conservação, de hum Lugar Publico aonde elle foi tratadotão mestjuinhamencc , *tendo sempre cymprido os seus deveres e suieitado-se ate a servir lugares que jamais ihe podçrião pertencer.

R E ^U £ RI ME N TO,

ésssra:^. ^:.,.r

SENHOR.

Iz Lhiz Sebastião Faíjfcgas Snrigué, qiit áclíandõ-se áesde 19 de A?»os-to de 1823 empregado em a Secretaria da Intendência G^ral da Policia nà'íjualidade de Incerpr-eté c Official delia, e tendo servido vieíde o seu ingres- ,

so atc^ iiieado do mez de Vlaio próximo passado . t€vc <rntâoo grave despostoe desairosa sem-^aboria -efe se vc-r quasi queinsensivejmente envi^lvido na em-brulhada que dco occasiáG á Portaria do Ministério da Justiça de 19 deMaio de 1824, que por isso que já foi levada á Augusta Presença de V.M. I. , torna inútil nova fxposição , visto que neiJa teria o supplicante dereplicar contra a maneira pouco decente, e menos liza Com qi^e se procu-'rou ind-ispor o Animo de-V. Al, j. conira o suppplicante : E como que emhuma taí s-ituação , c á vista da educação do supplicante

, e sua Constante-conducta

,se tijrna inconsistente com o seu modo de pensar , c de orçar as

Vantagens e interesses desta vida > continuar a servir nO Luoar onde teve de-experimentar tão -sensive! dissabor; —-Pede a V. M. i. Sc Sirva Ordenar selhe de demissão do Lugar de Interprete e Official da Secretaria da Policia ,•

Lugar nunca por ellè requerido , e que lhe havia sido conferido pela mui'reconhecida concurrencia de circunstancias, de préstimo j e boa conductareservando-se o direito de se óffeVecer aV. M. L para bem do Servirão Na-cional , e na extensão das >>uas forças

, protestando humildemente contra amaneira verdadciíamente desabrida, com que í^e procurou aggravar na Pre-3en(;a de V. M. !. hum simples desforço contra o âugmento de Serviço One--ro^io e com clausulas desairosas , como se jamais fosse , ou tivesse sido ne-cessário

, estimular o supplicante no desempenho de seus deveres, descm--penho não só publico e notório i, como attestado pélas Autoridades com-(^uem lhe coube servir. Roga, portanto, a V. M, I. Se Digne Ordenar se-

de ao supplicaatc a demissão requerida. É R. M. • • >

Luiz Sebastião Fabrcgaâ Surigué»

RIO DE JANEIRO 1824, NA TYPOGKAPHIA DE TORRES.

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