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8ª CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE CACHOEIRA DO SUL RELATÓRIO FINAL I – Direito à Saúde, Garantia de Acesso e Atenção de Qualidade A luta do povo brasileiro conquistou na Constituição Federal de 1988 que a “saúde é direito de todos e dever do Estado”. Mesmo sendo a saúde o direito social que obteve os maiores avanços entre os conquistados pelas lutas populares e sindicais, ainda não está devidamente garantida para amplos setores sociais. Universalizou-se o direito à saúde, apontando para a garantia do pleno acesso aos serviços para todos. Mas passado 27 anos do SUS, os desafios ainda são muitos. Continuamos a defender um sistema de saúde que tenha na promoção da saúde e prevenção de doenças sua política mais importante. A atenção básica com acesso e qualidade, que deve estar articulada com a média e alta complexidade para garantir a integralidade do atendimento com resultados efetivos. Propostas: Âmbito Municipal 1. Garantir políticas públicas que busquem a prevenção da doença e eliminação das causas sociais, econômicas e ambientais do adoecimento. 2. Garantir políticas públicas que busquem a integralidade da assistência através do fortalecimento da atenção básica, por meio da ampliação e da implantação de Equipes da Saúde da Família (ESF) e Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), com retaguarda na média e alta complexidade, estimulando a implantação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e garantindo a articulação entre os níveis de atenção, melhorando a comunicação/interação entre os serviços da rede de saúde.* 3. Efetivar a Reforma Psiquiátrica (Lei nº 10.216/2001 e Lei nº 9716/92) com * Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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8ª CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE CACHOEIRA DO SUL

RELATÓRIO FINAL

I – Direito à Saúde, Garantia de Acesso e Atenção de Qualidade

A luta do povo brasileiro conquistou na Constituição Federal de 1988 que a

“saúde é direito de todos e dever do Estado”. Mesmo sendo a saúde o direito social

que obteve os maiores avanços entre os conquistados pelas lutas populares e

sindicais, ainda não está devidamente garantida para amplos setores sociais.

Universalizou-se o direito à saúde, apontando para a garantia do pleno acesso aos

serviços para todos. Mas passado 27 anos do SUS, os desafios ainda são muitos.

Continuamos a defender um sistema de saúde que tenha na promoção da saúde

e prevenção de doenças sua política mais importante. A atenção básica com acesso e

qualidade, que deve estar articulada com a média e alta complexidade para garantir a

integralidade do atendimento com resultados efetivos.

Propostas:

Âmbito Municipal

1. Garantir políticas públicas que busquem a prevenção da doença e eliminação

das causas sociais, econômicas e ambientais do adoecimento.

2. Garantir políticas públicas que busquem a integralidade da assistência através

do fortalecimento da atenção básica, por meio da ampliação e da implantação

de Equipes da Saúde da Família (ESF) e Núcleos de Apoio à Saúde da Família

(NASF), com retaguarda na média e alta complexidade, estimulando a

implantação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e garantindo a

articulação entre os níveis de atenção, melhorando a comunicação/interação

entre os serviços da rede de saúde.*

3. Efetivar a Reforma Psiquiátrica (Lei nº 10.216/2001 e Lei nº 9716/92) com

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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8ª CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE CACHOEIRA DO SUL

ampliação e fortalecimento da rede de atenção psicossocial.*

4. Efetivar a Política da Pessoa com Deficiência garantindo o acesso, a

prioridade, a sinalização adequada e o transporte adaptado, com profissionais

de saúde capacitados para o atendimento e abordagem destes usuários, além de

centros de referência em reabilitação física e psicomotora (adulto e infantil) em

todos os níveis de complexidade, em todas as regiões de saúde.*

5. Ampliar e fortalecer a política de Assistência Farmacêutica, garantindo a

disponibilidade dos medicamentos das listas padronizadas dos componentes

básico, estratégico e especializado, com a transversalidade do Uso Racional

dos Medicamentos.

6. Implantar o terceiro turno na atenção básica.

7. Implementar a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no

SUS, assegurando o respeito às escolhas das pessoas e às práticas e saberes em

saúde das populações tradicionais, na perspectiva de promover mudanças no

modelo de atenção à saúde.

8. Garantir o acesso aos serviços da rede de saúde fora do território para as

pessoas que tenham impedimentos devido a estigma, discriminação e

preconceito.

9. Que a assistência Integral da Saúde, do diagnóstico à atenção do agravo

(doenças transmissíveis e não transmissíveis), ocorra em serviços de saúde, por

profissionais habilitados e qualificados, para atender as demandas e

necessidades dos(as) usuários(as) do SUS, respeitando as diferenças e

especificidades destes.*

10.Efetivar os princípios da descentralização e da regionalização da atenção à

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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saúde de forma que garanta a universalidade e integralidade, nas ações de

Atenção Básica e Média e Alta Complexidade efetivando a promoção, proteção

e recuperação da saúde para todo o cidadão independente do território.*

11.Garantir a Assistência integral à saúde da população carcerária e trabalhadores

em instituições prisionais (prevenção e promoção da saúde).

12.Reativação do PIM com parceria dos movimentos sociais

13.Ampliar cobertura de ESFs, no mínimo, para 50% da população, bem como,

implantação de pelo menos um NASF (núcleo de apoio à Saúde da Família) e

abertura da UPA até 2017.

14.Extensão dos serviços do CAPS II e AD até às 21h, bem como, implantação de

CAPSi e efetivação dos Serviços de Residencial Terapêutico.

15.Serviços de Saúde devem disponibilizar, no local, materiais e equipamentos

para as pessoas com deficiência, tais como, cadeiras de rodas, rampa, corrimão,

banheiros adaptados, etc.

Âmbito Estadual/Nacional

1. Efetivar a Reforma Psiquiátrica (Lei nº 10.216/2001 e Lei nº 9716/92) com

ampliação e fortalecimento da rede de atenção psicossocial.

2. Ampliar e fortalecer a política de Assistência Farmacêutica, garantindo a

disponibilidade dos medicamentos das listas padronizadas dos componentes

básico, estratégico e especializado, com a transversalidade do Uso Racional

dos Medicamentos.

3. Criar e estruturar hospitais públicos por região de saúde, de gestão estadual,

ampliando e fortalecendo as redes de atenção à saúde, tendo como base as

necessidades regionais.

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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4. Implantar e/ou ampliar o SAMU Regional, com financiamento tripartite,

aperfeiçoando o processo de acolhimento e criar mecanismos de avaliação e

monitoramento deste serviço.

5. A Vigilância em Saúde deve ser norteadora das ações em saúde com

transparência e controle social, ampliando o diálogo com a rede de atenção, e

com garantia de sua autonomia de ação para garantir as condições de saúde da

população, mesmo que em contraposição aos interesses econômicos e

políticos.

6. Exigir que todos os hospitais públicos atendam 100% SUS, ampliando a oferta

de leitos (AIHS e UTI), de procedimentos e exame, com fluxos de referência e

contra referência bem definidos.

II – Participação social

A Constituição Federal de 1988 estabelece a participação da comunidade como

um dos princípios basilares do SUS. A participação social (participação comunitária)

foi regulada pela Lei nº 8.142/90, com a criação de Conselhos de Saúde e de

Conferências de Saúde, nas três esferas de governo, bem como de colegiados de

gestão nos serviços de saúde. Busca-se, desta maneira, a participação efetiva do

conjunto da sociedade na formulação de diretrizes (conferências) definição de

política de saúde e na fiscalização das ações dos gestores de cada esfera (conselhos).

Se faz necessário a ampliação e reformulação da participação dos movimentos sociais

no controle social. A conquista de melhores condições de saúde e qualidade de vida

da população passa pela luta articulada e unificada dos diversos movimentos sociais e

populares na construção do SUS.

As Conferências de Saúde são um espaço privilegiado de articulação política e

de formação de militantes. Mas, a sua principal função é formular diretrizes políticas

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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que promovam a melhoria das condições de saúde do povo brasileiro. Para tanto, o

controle social deve banir todas as propostas que busquem referendar concepções

contrárias à democratização das políticas de saúde e as ações privatizantes da gestão

pública.

Propostas

1. *Garantir, conforme legislação vigente, as condições de funcionamento e de

fortalecimento do Conselho de Saúde, como órgão deliberativo e de

fiscalização, com autonomia e independência política da gestão, através:

a) da eleição democrática dos membros do conselho de saúde;

b) do estabelecimento de critérios objetivos para possibilitar que entidades e

movimentos sociais representativos dos diversos setores sociais participem do

Conselho de Saúde;

c) da execução pelo gestor do SUS das deliberações aprovadas;

d) da autonomia financeira e administrativa, bem como infraestrutura física,

administrativa e financeira para exercer as suas atribuições;

e) da democracia interna, sem interferência indevida do gestor;

f) da eleição direta e livre para a mesa diretora ou coordenação, com a vedação da

presidência ou coordenação a ser assumida pelo gestor, ocupante de cargo em

comissão e funções gratificadas;

g) da prioridade nas suas solicitações de auditoria e fiscalização financeira pelos

órgãos competentes, além de fazer cumprir as punições quando constatados

atos irregulares e ilegais;

h) da definição da abrangência e do conceito dos segmentos que compõem o

controle social pelo Conselho Nacional de Saúde.

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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2. *Garantir que o Plano Plurianual, o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias,

o Projeto de Lei do Orçamento Anual e a Programação Anual sejam aprovados

pelo Conselho de Saúde, da esfera correspondente, antes de ser remetido ao

Poder Legislativo, bem como garantir que os convênios e contratos do SUS

somente possam ser realizados se estiverem previstos nos instrumentos de

gestão.*

3. Democratizar e popularizar as conferências de saúde garantindo o direito à

Saúde como Política de Estado e não de Governo, exigindo que as diretrizes

aprovadas se transformem em políticas deliberadas pelos conselhos de saúde,

para serem executadas pelos gestores, com efetiva fiscalização.

4. *Garantir o acesso às informações da gestão do SUS para o controle social, da

gestão do SUS e do controle social para a sociedade, de forma publica e

transparente, bem como, ampliar e qualificar as relações dos conselhos de

saúde, das três esferas, com os demais órgãos de controle e sociedade civil

organizada para melhorar e fortalecer o controle social.*

5. *Ampliar e aprimorar a Política de Educação Permanente para o Controle

Social do SUS, incentivando a participação de todos os setores sociais, com

recursos públicos, contribuindo com o desenvolvimento da compreensão de

uma visão critica e participativa.*

6. Garantir a reestruturação e a democratização do Conselho Estadual de Saúde

do RS com a aprovação do PL 323/2012.

7. Implantar os conselhos regionais, com participação de entidades e movimentos

sociais, de representação de âmbito regional.

8. *Garantir acesso de representações do movimento negro nos conselhos

municipais de saúde, visando corroborar com a inserção de políticas integral de

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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atenção à saúde da população negra, indígenas e outros grupos com recortes

étnico-raciais e sociais.

III – Valorização do trabalho e da educação em saúde

Na busca pela melhoria do SUS é fundamental preparar os trabalhadores de

saúde reorientando a formação em saúde a partir das necessidades da maioria do povo

brasileiro e que os qualifique para o seu trabalho. São desafios colocados na

discussão da mudança nos currículos, sendo imprescindível que as práticas dos

futuros profissionais ocorram em ambientes das ações e dos serviços ofertados pelo

SUS, com inserção do trabalho em equipe e a educação permanente. Também

fundamental efetivar a valorização do trabalho em saúde. A construção de plano de

carreira nacional que garanta a isonomia de vencimentos, com qualificação e

profissionalização dos trabalhadores do SUS. Combatendo todas as formas de

precarização, terceirização e privatização, tais como as OS, OSCIPs, Fundações

Publicas/Estatais de direito privado, EBSERH, INSI.

Propostas

Âmbito Municipal

1. *Fortalecer e qualificar o processo de trabalho da Vigilância em Saúde.

2. *Melhorar as condições físicas do ambiente de trabalho com ampliação das

equipes de trabalho das Esfs e UBs e com promoção de ações de qualificação

profissional, efetivando a educação permanente em saúde.

3. Aumentar a equipe de enfermagem, principalmente para os setores como sala

de vacinas, coordenação da unidade e atendimento ao usuário.

4. *Reformular o quadro geral dos servidores da saúde, ampliando vagas para os

cargos de maior demanda.*

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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5. * Reformular o quadro geral dos servidores da saúde, ampliando vagas para os

cargos de maior demanda.

6. Remapear as áreas de abrangência dos ESFs e EACs.

Âmbito Estadual

1. Plano de Carreira com Isonomia de Vencimentos para todos os servidores da

Secretaria Estadual de Saúde com:

a) redistribuição dos servidores lotados na Secretaria Estadual da Saúde

pertencentes ao Quadro Geral e ao Quadro Técnico Científicos para o Quadro

da Saúde;

b) transformação do atual Quadro de Funcionários da Saúde Pública em Plano de

Carreira;

c) o Plano de Carreira deve conter ascensão funcional; critérios objetivos para

preenchimento dos cargos de chefia e os cargos em comissão de livre

nomeação e exoneração; jornada de trabalho máxima de 30 horas semanais;

dedicação exclusiva como regime de trabalho a todos os servidores; política de

valorização do servidor e reajustes salariais dignos; estratégias de fixação de

profissionais de saúde no interior e em áreas de difícil acesso e provimento;

política de formação profissional com incentivos salariais e de carreira;

regulamentação da aposentadoria especial decorrente de atividades insalubres,

penosas e perigosas, com integralidade e paridade;

d) extensão aos servidores extranumerários e celetistas lotados na SES os direitos

funcionais e salariais do Plano de Carreira da Saúde.

Âmbito Nacional

1. *Plano de Carreira Nacional do SUS para os servidores das três esferas de

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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governo, com Isonomia de Vencimentos, no regime estatutário (RJU) que

contemple:

a) ascensão funcional e critérios objetivos para o preenchimento dos cargos de

chefia;

b) jornada de trabalho máxima de 30 horas semanais;

c) dedicação exclusiva como regime de trabalho a todos os servidores;

d) política de valorização do servidor e reajustes salariais dignos;

e) estratégias de fixação de profissionais de saúde no interior do país e em áreas

de difícil acesso e provimento, que incluam política de formação profissional

com incentivos salariais e de carreira;

f) regulamentação da aposentadoria especial decorrente de atividades insalubres,

penosas e perigosas, com integralidade e paridade.

2. *Revogar a parte da Lei de Responsabilidade Fiscal que inclui o gasto com

pessoal da saúde nos limites por ente federado por inconstitucionalidade, já que

a Saúde é dever do Estado.

3. Instituir o Serviço Civil, definido em lei e em caráter obrigatório, para os

profissionais de saúde de nível universitário formados em instituições públicas

de ensino ou em instituições privadas com subsídio público para exercerem

função remunerada, preferencialmente na atenção primária e em municípios de

difícil acesso e alta vulnerabilidade social, por período determinado de dois

anos.

4. Combater o processo de precarização do trabalho e lutar contra toda e qualquer

iniciativa de privatização do SUS e da Previdência Social.

5. Exigir o cumprimento do que preconizam as Diretrizes Curriculares Nacionais

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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dos cursos de graduação das profissões de saúde em relação à formação dos

profissionais para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS).

6. Instituir a efetiva profissionalização da gestão do SUS em todos os níveis, com

os cargos ocupados por profissionais de carreira concursados, com formação e

perfil necessários para atenderem às necessidades do SUS e da população

brasileira.

7. Promover a qualificação profissional dos trabalhadores da saúde no SUS para a

atuação com as práticas integrativas e complementares.

IV – Financiamento do SUS e Relação Público-Privado

O SUS sempre foi subfinanciado, já passou da hora de se resolver esta questão

estrutural.

No art. 55 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias de 1988 foram

destinados 30% de recursos orçamentários da Seguridade Social. Desde o início os

recursos previstos para o SUS não foram repassados ao sistema. O financiamento do

SUS já teve várias fases, sendo realizado de diversas formas, todas elas insuficientes

para atender as necessidades do povo brasileiro.

O Rio Grande do Sul historicamente destina a saúde em torno de 4%. No

último governo avançou e duplicou os recursos, passando de 8%, muito abaixo dos

12% estabelecidos pela Constituição Federal e dos 10% das Receitas Tributárias

Líquidas previstas na Constituição Estadual.

O avanço da privatização da saúde faz com que parcos recursos públicos sejam

destinados, de forma crescente, ao setor privado enfraquecendo ainda mais o SUS

público. Chegou a hora de revertermos esta tendência com a elevação dos recursos ao

SUS e iniciar a estatização progressiva dos estabelecimentos de saúde privados.

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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É imprescindível a garantia de financiamento estável e suficiente para o SUS,

bem como lutarmos contra o Orçamento Impositivo, que vem como resposta aplicar

15% das receitas correntes líquidas.

Propostas

Âmbito Estadual

1. *Lutar para que o Estado aplique em ações e serviços públicos de saúde, no

mínimo:

a) 10% (dez por cento) da sua Receita Tributária Líquida, excluídos os repasses

federais oriundos do Sistema Único de Saúde, conforme o § 3º, do Art. 244 da

Constituição Estadual, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 25;

ou,

b) 12% (doze por cento) do produto da arrecadação dos impostos a que se refere o

art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e

inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos

Municípios, conforme o inciso II, do Art. 77 do Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, com a redação dada pela

Emenda Constitucional nº 29, regulamentada pela LC 141 que incluí na receita

os valores das desonerações fiscais.

Âmbito Nacional

1. *Garantir os recursos públicos necessários para a atenção integral e universal

da saúde, buscando de forma progressiva que estes recursos sejam usados

exclusivamente nas ações e serviços públicos de natureza pública.

2. *Restringir a participação da iniciativa privada no SUS ao seu caráter

complementar, garantindo que as três esferas de gestão invistam o necessário

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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para a redução progressiva e continuada da contratação de serviços na rede

privada, até que o SUS seja provido integralmente por sua rede própria; e pelo

fim dos subsídios públicos aos Planos Privados de Saúde.

3. *Pelo fim da Desvinculação das Receitas da União (DRU) destinando 20% das

receitas de contribuições sociais para serem aplicadas com saúde, assistência

social ou previdência social.

4. Extinguir os subsídios e os empréstimos a juros subsidiados às indústrias

multinacionais de medicamentos e as isenções fiscais à importação de

equipamentos para o setor privado de saúde.

5. Lutar pela revogação da Emenda Constitucional nº 86/15, que trata do

Orçamento Impositivo por retirar recursos da saúde pública; possibilitar que as

emendas parlamentares do orçamento impositivo sejam contabilizadas como

gasto com saúde e retirar os 25% dos recursos do pré-sal como aplicação

adicional ao mínimo em ações e serviços públicos de saúde.

6. Revogar a parte da Lei de Responsabilidade Fiscal que inclui o gasto com

pessoal da saúde nos limites por ente federado por inconstitucionalidade, já que

a Saúde é dever do Estado.

7. Extinguir os subsídios públicos aos planos privados de saúde e regulamentar o

imposto sobre grandes fortunas, bem como qualificar os mecanismos de

tributação e controle sobre o setor financeiro.

8. Lutar pela revogação do artigo 142 da Lei 13097/2015, por sua

inconstitucionalidade, pois permite a entrada de capital estrangeiro nos

serviços de assistência à saúde.

9. *Que a União coloque 10% da receita corrente bruta em saúde

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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V – Gestão do SUS e Modelos de Atenção à Saúde

A organização do SUS está assentada em três pilares: rede (integração dos

serviços interfederativos), regionalização (região de saúde) e hierarquização (níveis

de complexidade dos serviços). A Constituição ao definir que o SUS é um sistema

integrado, organizado em rede regionalizada e hierarquizada, definiu o modelo de

atenção à saúde e a sua forma organizativa.

Atualmente existe um amplo debate sobre qual é o modelo de gestão que

garanta a atenção integral e universal, com acesso ao usuário conforme preconizam as

diretrizes do SUS. Com o processo de constituição de Regiões de Saúde sem que haja

um ente público regional abre o debate de como será efetivado a regionalização

descentralização dos serviços de saúde como determina a Constituição Federal.

Entre as alternativas possíveis cabe destaque a possibilidade de criação de um

ente regional, de direito publico, com gestão e financiamento tripartite, submetido ao

controle social. Um dos defensores desta proposta é Gastão Wagner (professor do

Instituto de Saúde Coletiva da FCM da Unicamp) propõe tornar o SUS uma

autarquia, organizada a partir das regiões de saúde. Uma proposta semelhante é de

Alcides de Miranda (professor de Saúde Coletiva da UFRGS) sugere a criação de

consórcios intermunicipais por região de saúde. Julgamos que esta Conferência de

Saúde deve debater a alternativa apresentada, já que são formas concretas de

superarmos o processo crescente de privatização que estamos vivenciando.

Propostas

Âmbito Estadual/Nacional

1. *Defesa incondicional do SUS público, estatal, universal, de qualidade e sob a

gestão direta do Estado; contra todas as formas de privatização e precarização

da saúde; pela revogação das leis que deram origem às Organizações Sociais,

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, às Fundações Estatais

de Direito Privado, à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares e suas

subsidiarias, e aquelas que permitem e/ou preveem as Parcerias Público-

Privadas; bem como, contra a proposta do Instituto Nacional de Saúde

Indígena.

2. *Garantir a Saúde como Política Pública de Estado e não de Governo,

contando com gestão pública profissional e que a gestão do Sistema Único de

Saúde (SUS), em todas as esferas de gestão e em todos os serviços, seja 100%

pública e estatal, com participação efetiva do Controle Social.

3. *Exigir que os Planos de Saúde (Municipais, Estaduais e Nacional), Planos

Plurianuais de Saúde, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Plano de Ação de

Saúde sejam construídos com base nas diretrizes aprovadas nas Conferências

de Saúde.

4. *Adequar os serviços de saúde, de acordo com as normas vigentes da

vigilância sanitária, garantindo a segurança dos equipamentos e dos

profissionais, como forma de prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao

trabalho.

5. *Que as propostas das microconferências sejam contempladas nas conferências

municipais de saúde e que as resoluções das conferências municipais de saúde

sejam contempladas nos planos municipais de saúde.

VI – Informação, Educação e Política de Comunicação do SUS

A comunicação vem assumindo importância crescente na sociedade

contemporânea. A face mais visível desse processo talvez seja o acelerado

desenvolvimento de tecnologias de informação e comunicação, observado nas

últimas décadas. Mas o avanço do SUS exige um modelo de comunicação que

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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alimente práticas com a visão ampliada da saúde, com as propostas de

descentralização e controle social, que reconheça e expresse as diferentes realidades

de saúde existentes no país. E também que atenda a necessidade de ampliar as

informações sobre ações preventivas, de aumentar o conhecimento sobre os riscos e

determinantes do processo saúde-doença, de capacitar líderes comunitários.

Propostas

Âmbito Estadual/Nacional

1. *Garantir que os órgãos de controle interno e externo sejam interligados e que

haja a divulgação, de forma transparente, dos recursos aplicados na saúde e os

resultados das auditorias realizadas.

2. Garantir e reforçar a implementação dos programas Telessaúde e Telemedicina

nas Regiões de Saúde, para dar suporte às equipes de profissionais de saúde.

3. *Aprimorar e integrar Aos vários sistemas de informação do SUS, utilizando

uma única base de dados, garantindo suporte técnico e manutenção adequados

que incluam as informações do Cartão SUS, do prontuário eletrônico de acesso

amplo (nacional), dos dados de empregos e funções, dos dados previdenciários,

dos exames e dos procedimentos realizados.

4. Realizar Campanha permanente de valorização do Direito à saúde e do SUS

como política pública de Estado, na mídia em geral, utilizado o preceito da

utilidade pública para sua veiculação.

5. Divulgar pelos meios de comunicação, inclusive mídia eletrônica, digital e

rádios comunitárias, o papel dos conselheiros, das conferências e dos conselhos

de saúde (distritais, locais e gestores) e sua importância como órgão

deliberativo do SUS, bem como os cronogramas e pautas de suas reuniões

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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ordinárias, destacando as políticas e as diretrizes de atuação do SUS e, ainda,

sobre a localização, os fluxos e serviços disponíveis no SUS, o que é atenção

básica, urgência, emergência e pronto atendimento, sobre os planos, as

políticas e os programas de saúde.

6. *Garantir recursos financeiros, técnicos e tecnológicos para implantação

definitiva do Cartão SUS, com leitura óptica, ampla divulgação e incluir seu

número do CPF, para que este seja o registro nacional único de usuários do

SUS em todo o território nacional e base para a transferência automática de

recursos financeiros referentes aos usuários atendidos fora do seu município.

7. *Implementar a Política Nacional de Educação Popular em Saúde no RS,

valorizando o saber popular em saúde.

8. *Criar espaço dentro dos meios de comunicação (mídia eletrônica, digital e

rádios comunitárias) para divulgação sobre a localização dos serviços,

estruturação das equipes, fluxos de atendimentos, com dados atualizados, etc.,

fortalecendo a comunicação interna na rede e desta com os usuários.

VII – Ciência, Tecnologia e Inovação no SUS

As inovações tecnológicas e o desenvolvimento da ciência e da tecnologia

influenciam diretamente e cada vez mais a vida em sociedade, gerando,

consequentemente, transformações na área da saúde, no meio ambiente, no

comportamento dos cidadãos e na vida social. A Constituição Federal de 1988 define

o Estado como responsável pela promoção e incentivo ao desenvolvimento científico

e tecnológico, competência que, na área da saúde, é dada ao SUS. A Política Nacional

de Gestão de Tecnologias em Saúde, aprovada em 2009, tem por objetivo "maximizar

os benefícios de saúde a serem obtidos com os recursos disponíveis, assegurando o

acesso da população a tecnologias efetivas e seguras, em condições de equidade”.

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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Propostas

Âmbito Estadual/Nacional

1. *Efetivar um sistema informatizado, desenvolvido pelo Ministério da Saúde

(SISREG ou similar), para atender a Regulação Estadual e municipal,

garantindo a gratuidade de suas atualizações e suporte.

2. Definir e pactuar ações intersetoriais que visem a internalização e o

desenvolvimento de tecnologias que atendam às necessidades de produtos e

serviços, nos diferentes níveis de atenção, abrangendo a produção de

fitoterápicos e a implantação de opções terapêuticas adequadas ao princípio de

integralidade do SUS.

3. *Investir em laboratórios farmacêuticos públicos e estatais para ampliar a

pesquisa própria, as possibilidades de transferência de tecnologias para

produção nacional de medicamentos de interesse do SUS.

4. *Garantir e ampliar a conectividade com tecnologia com menor impacto a

saúde para possibilitar reuniões, debates, seminários, formações de forma

virtual entre as cidades e regiões.

5. Lutar pela manutenção do Sistema CEP/CONEP como integrante do

ConselhoNacional de Saúde e do controle social do SUS.

6. *Lutar por alteração da Lei de Patentes Brasileira garantindo a acessibilidade e

viabilidade financeira da assistência farmacêutica no SUS.

7. *Regulamentar e efetivar da política de manejo (reciclagem, logística reversa)

de resíduos oriundos dos serviços assistenciais e de interesse à saúde.

8. Divulgar e efetivarde protocolos clínicos assistenciais para os profissionais da

rede de atenção do sus.

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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9. Agilizar os processos de avaliação e liberação de licenças e registros para

empresas nacionais que desejam produzir insumos, produtos e equipamentos

para a saúde, estabelecendo prazos para os setores públicos responsáveis.

VIII – Reformas democráticas e populares do Estado.

A luta por saúde do povo brasileiro passa pela transformação da nossa

realidade. Para tanto, devemos superar a sociedade historicamente marcada pelo

autoritarismo social e político, onde as desigualdades são as principais características.

Somado a isto, se faz necessário a luta contra as relações sociais capitalistas que estão

na raiz da determinação social da saúde e da doença e que reproduz as desigualdades

sociais e a defesa de transformações sociais profundas tendo em vista a emancipação

humana.

Aprofundar a democracia do país é um passo necessário, que exige uma

reforma política democrática e popular para garantir a real representação das classes

sociais brasileiras, acabando com a esmagadora representação do grande capital em

detrimento dos interesses da esmagadora maioria do povo. Assim como, a

democratização dos meios de comunicação é determinante para garantir o acesso a

informação de todos.

Garantir a distribuição de renda de forma equitativa, melhorando as condições

de vida e trabalho da maioria do povo brasileiro, com saneamento básico são

determinantes importantes para contribuir com a melhoria das condições de saúde do

todos. Bem como, acabar com um modelo econômico que destrua o ambiente e

construir um desenvolvimento sustentável, com alimentos orgânicos possibilita uma

vida melhor para todos, com mais saúde.

Propostas

Âmbito Nacional

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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1. *Lutar por uma reforma tributária que tenha por objetivo a implantação da

justiça fiscal, promovendo o crescimento e distribuição de renda, com as

seguintes características:

a) impostos progressivos em relação ao patrimônio e à renda;

b) simplificação dos tributos para possibilitar uma maior fiscalização sobre a

sonegação e evasão fiscal;

c) fim da guerra fiscal e das desonerações em benefício ao capital;

d) revogação da Lei Kandir que torna imune a tributação de produtos

semielaborados exportados, incentivando a exportação de commodities em

detrimento de manufaturas;

e) pela criação do Imposto sobre Grandes Fortunas; e,

f) elevação da tributação sobre o setor financeiro.

2. Lutar por uma reforma política democrática e popular, com as seguintes

características:

a) proibição do financiamento privado de campanha e adoção do Financiamento

Público de Campanha;

b) eleições proporcionais em dois turnos;

c) paridade de gênero na lista pré-ordenada; e,

d) fortalecimento dos mecanismos da democracia direta com a participação da

sociedade em decisões nacionais importantes.

3. Democratizar dos meios de comunicação de forma que permita o direito à

comunicação e a liberdade de expressão, proporcionando as diferentes ideias e

opiniões, dos diferentes grupos sociais, etários, culturais, étnico – raciais e

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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políticos, garantindo as manifestações em igualdade de condições nos espaços

públicos, contribuindo para a construção de uma sociedade crítica e

democrática. O processo de democratização passa pela: revogação das

concessões de radio e televisão ilegais, tais como, as concedidas a

parlamentares e às empresas que sonegam impostos, etc; construção de lei que

regula e democratiza os meios de comunicação, garantindo o acesso de todos

os setores sociais; garantia de funcionamento de rádios e televisões

comunitárias; fim do monopólio das rádios e televisões;

4. *Proibir a produção e comercialização de transgênicos, até que existam estudos

confiáveis de impacto à saúde e ao ambiente e que a realização das pesquisas

referentes a estes produtos sejam controladas e fiscalizadas pelo poder público

e controle social.

5. *Agilizar os processos de reavaliação dos registros e dos cadastros de

agrotóxicos, visando à proibição de agrotóxicos perigosos e de maior risco a

saúde e ao meio ambiente, além de:

a) reafirmar a proibição da importação e produção dos agrotóxicos já proibidos

nos países de origem.

b) acompanhar os trabalhadores que manuseiam estes produtos;

c) investigar os danos causados ao ambiente e às pessoas;

d) exigir o fim do financiamento público à aquisição destes produtos; e,

e) obrigar que as licenças ambientais sejam aprovadas pelo controle social,

conselho de saúde e ambiental, nas três esferas de governo.

6. Contra a política de juros altos que transfere quase a metade dos recursos

públicos do orçamento nacional ao capital financeiro em detrimento de

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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investimentos nas áreas social, principalmente na saúde publica.

7. *Direitos dos trabalhadores:

a) criação de novos postos de trabalho, para combater o desemprego, com

garantia de manutenção de todos os direitos;

b) contra o PL 4.330 da terceirização e flexibilização do trabalho, que permite a

terceirização inclusive da atividade-fim, rompendo todos os direitos dos

trabalhadores brasileiros;

c) pelo salário mínimo do DIEESE;

d) redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais e sem redução de

salário,

e) pela regulamentação da Convenção 158, da OIT, que proíbe a demissão

imotivada

f) repudio as Medidas Provisórias 664 e 665 que retira direitos previdenciários e

trabalhistas.

g) regulamentação da Convenção 151 da OIT que estabelece a negociação

coletiva no serviço público.

8. Tornar obrigatório que os empregadores (públicos e privados) informem aos

trabalhadores, aos órgãos públicos e comunidade:

a) a relação das substâncias tóxicas utilizadas e ou produzidas nas atividades da

empresa, bem como, os riscos à saúde e ao meio ambiente, decorrentes do

processo produtivo e da organização do trabalho.

b) a relação de danos decorrentes das atividades de telecomunicações e as

medidas protetivas frente a poluição eletromagnética de forma a proteger a

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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saúde dos trabalhadores e população geral.

9. *Criar legislação que considere crime o assédio moral, responsabilizando quem

o praticou. O gestor público que permitir o assédio moral será

corresponsabilizado com a perda do cargo publico, além de arcar com as

despesas do tratamento das sequelas do assédio. No caso do assédio ocorrer em

empresa privada, esta será penalizada com multa, com impedimento de

participação de licitações publicas, além de arcar com as despesas do

tratamento das sequelas do assédio.

10.Todos os profissionais da área da saúde de nível superior, formados em

universidades públicas deverão atuar por 2 anos no SUS, após a conclusão do

curso.

IX – Situação de saúde e os determinantes econômicos, sociais e ambientais do

adoecimento

Vivemos um período histórico em que uma parcela importante da sociedade

esta doente. O processo de adoecimento tem determinantes econômicos, sociais e

ambientais, além dos fatores biológicos. As causas que produzem as doenças devem

se identificadas para possibilitar ações concretas para evitar a continuidade dos

determinantes do adoecimento. Assim, devemos construir diagnósticos das principais

causas do adoecimento por territórios, em cada município e em cada região. Nas

análises das causas devemos avaliar o processo de trabalho das diversas atividades

econômicas; as fontes de poluição física, química e biológica; as condições de vida e

moradias; as condições ambientais; as condições sociais e econômicas; entre outras.

O amplo conhecimento das causas do adoecimento permite o desenvolvimento

de uma política de prevenção para evitar a doença e promover a saúde. Neste

contexto o conhecimento do nexo causal de cada doença é fundamental. Cabe ao

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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profissional de saúde detectar, no acolhimento, as principais informações que possam

estabelecer as causas prováveis do adoecimento individual e coletivo. Podemos

desenvolver políticas de promoção e prevenção com maior eficácia com a criação de

banco de dados público e transparente que contribuam com o conhecimento coletivo

das causas do adoecimento do território.

Propostas

1. *Identificar as doenças vinculadas às etnias da população que vive no

município e na região.

2. *Garantir acesso as ações de saúde para a população LGBT, contemplando

suas especificidades.

3. Identificar as condições de moradia e de saneamento básico do território no

município e na região.

4. Planejar e implantar ações e serviços de saúde a partir do perfil epidemiológico

e sociodemográfico da população dos municípios e regiões de saúde.

5. Proibir a produção e comercialização de transgênicos, até que existam estudos

confiáveis de impacto à saúde e ao ambiente e que a realização das pesquisas

referentes a estes produtos sejam controladas e fiscalizadas pelo poder público

e controle social.

6. *Agilizar os processos de reavaliação dos registros e dos cadastros de

agrotóxicos, visando à proibição de agrotóxicos perigosos e de maior risco a

saúde e ao meio ambiente, além de:

a) reafirmar a proibição da importação e produção dos agrotóxicos já proibidos

nos países de origem;

b) acompanhar e assistir a saúde dos trabalhadores que manuseiam estes produtos,

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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garantindo o tratamento da doença adquirida em função da atividade exercida,

comprometendo à empresa o ressarcimento das despezas ao sus com este

tratamento;

c) investigar os danos causados ao ambiente e às pessoas;

d) exigir o fim do financiamento público à aquisição destes produtos;

e) obrigar que as licenças ambientais sejam aprovadas pelo controle social,

conselho de saúde e ambiental, nas três esferas de governo.

7. *Tornar obrigatório que as empresas informem a sociedade de forma objetiva e

de fácil compreensão a relação de danos decorrentes das atividades de

telecomunicações e as medidas necessárias para a proteção à saúde frente à

poluição eletromagnética.

8. Tornar obrigatório que os empregadores informem aos trabalhadores, aos

órgãos públicos e comunidade:

a) a relação das substâncias tóxicas utilizadas e ou produzidas nas atividades da

empresa, bem como, os riscos à saúde e ao meio ambiente, decorrentes do

processo produtivo e da organização do trabalho, bem como a fiscalização do

uso de EPI.

b) a relação de danos decorrentes das atividades de telecomunicações e as

medidas protetivas frente à poluição eletromagnética de forma a proteger a

saúde dos trabalhadores e população geral.

9. Criar legislação que considere crime o assédio moral, responsabilizando quem

o praticou. O gestor público que permitir o assédio moral será

corresponsabilizado com a perda do cargo público, além de arcar com as

despesas do tratamento das sequelas do assédio. No caso do assédio ocorrer em

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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empresa privada, esta será penalizada com multa, com impedimento de

participação de licitações públicas, além de arcar com as despesas do

tratamento das sequelas do assédio.

10.Incluir nos controles de atendimento a identificação dos Acidentes e Óbitos

Relacionados ao Trabalho, com posterior envio dos dados dos casos

identificados à Vigilância Epidemiológica das Secretarias Municipais de

Saúde.

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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Delegados eleitos para a 8ª Conferência Estadual de Saúde

USUÁRIOS

Titulares:

• Armindo Macedo

• Gelson Juarez da Silva

• Genésio Pereira do Prado

• Gisele dos Santos Ferreira

• Luís Aníbal Vieira Machado

• Renato Pinheiro Soares

Suplentes:

• José Alcemar Silva de Paula

• José Nilceu de Menezes

• Jurema Alves da Silva

• Francisco de Assis Teixeira

• Paulo Sérgio Ferreira Dias

TRABALHADORES EM SAÚDE

Titulares:

• Éder Oberdan Gonçalves Pereira

• Lídia Mara Gonçalves

• Rosângela Aparecida Caetano

Rodrigues

Suplente:

• Andréia Luísa Porsch

• Celira Rejane Grings

• Denise Carvalho Caspani

GESTOR/PRESTADOR

Titulares:

• Fernando Fernandes Barbosa

• Marluza da Silva Rosa

• Marta Helena Fernandez Caminha

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde

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Suplentes

• Elenise Lara

• Lídia Mara Paz Osório

• Maria Cristina Costa

* Destacada para o relatório a ser encaminhado ao Conselho Estadual de Saúde