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Relatório Final
Análise Custo Benefício (ACB) de Estratégia de
Erradicação da Febre Aftosa no Estado do Paraná
Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação
Instrumento Econômico para Tomada de Decisão
Curitiba, maio de 2011.
Jorge Madeira Nogueira, Coordenador,
Universidade de Brasília (UnB)
Celso Fernando Dias Dôliveira, Executor,
Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP)
Silmar Pires Bürer, Executor,
Secretaria de Estado da Agricultura e do
Abastecimento do Paraná (SEAB)
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Sumário
SUMÁRIO EXECUTIVO
I. BREVE NARRATIVA DOS PROCEDIMENTOS DO ESTUDO
Capítulo 1: Procedimentos Usuais em uma ACB
Capítulo 2: Procedimentos para Estimativas dos Custos da Estratégia do Paraná
Capítulo 3: Procedimentos para Estimativas dos Benefícios da Estratégia do Paraná
II. DETALHAMENTO DAS ESTIMATIVAS DE C&B DO ESTUDO
Capítulo 4: Estimativas dos Custos da Estratégia do Paraná
Capítulo 5: Estimativas dos Benefícios da Estratégia do Paraná
Capítulo 6: Outras Estimativas
III. ANÁLISES COMPLEMENTARES, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Capítulo 7: Análises Complementares
Capítulo 8: Conclusões
Capítulo 9: Recomendações
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APÊNDICES
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Sumário
SUMÁRIO EXECUTIVO
II. DETALHAMENTO DAS ESTIMATIVAS DE C&B DO ESTUDO
Capítulo 4: Estimativas dos Custos da Estratégia do Paraná
Capítulo 5: Estimativas dos Benefícios da Estratégia do Paraná
Capítulo 6: Outras Estimativas
5
• No caso específico do presente estudo, “a retirada da
vacinação contra febre aftosa no Estado do Paraná” é a
definição genérica daquilo que se avaliou economicamente
em termos comparativos à alternativa de ser mantida “a
situação atual de duas vacinações por ano”.
• Estabelece-se, assim, a comparação “COM” e “SEM”
(“WITH” e “WITHOUT”) uma alternativa de mudança,
comparação essa essencial para uma ACB rigorosa.
6
• A ACB da Nova Estratégia de Erradicação da Febre
Aftosa no Estado do Paraná de Livre sem Vacinação
estima que o valor presente de seus benefícios
econômicos é da ordem de R$ 4.834.945.660,54 (quatro
bilhões, oitocentos e trinta e quatro milhões, novecentos e
quarenta e cinco mil, seiscentos e sessenta reais e
cinquenta e quatro centavos), para um período de 20
(vinte) anos – entre 2009 e 2028 -, a valores de 2010,
descontados a uma taxa de 6% ao ano.
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• Já o valor presente dos custos econômicos alcança o
montante de R$ 3.605.744.417,25 (três bilhões, seiscentos
e cinco milhões, setecentos e quarenta e quatro mil,
quatrocentos e dezessete reais e vinte e cinco centavos)
para o mesmo período e com base nos mesmos
procedimentos.
8
• O VPL esperado é, portanto, de R$ 1.229.201.243,28
(Hum bilhão, duzentos e vinte e nove milhões, duzentos e
um mil, duzentos e quarenta e três reais e vinte e oito
centavos), em um espaço de tempo relativamente curto de
20 anos.
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Quadro 3
Benefícios da Nova Estratégia
IP 1.
Custos evitados pelo pecuarista com a suspensão da vacinação contra Febre Aftosa, por redução de multas e com vacinadores, e pela
autoridade pública com campanhas de vacinação e com fiscalização de casas revendedoras de vacina.
IP 2.
Redução de perdas de produtividade com a aplicação da vacina em bovinos de leite.
IP 3.
Melhoria da estrutura do serviço oficial de fiscalização permitindo o controle de outras doenças animais e vegetais.
IP 4.
Melhoria da qualidade (eficácia e eficiência) do profissional responsável pelo controle de outras doenças animais e vegetais.
IP 5.
Novos mercados – abertura de novos mercados (nacional e internacional) que melhor remuneram o frigorífico e o pecuarista.
IP 6.
Efeitos positivos á jusante e à montante da cadeia produtiva da carne decorrentes do aumento da quantidade e do valor da carne
comercializada.
IP 7.
Incentivo a mudanças no ciclo completo de criação pecuária no Paraná, com efeitos sobre o aumento no número de cabeças, na
produtividade dos rebanhos e no comportamento do pecuarista (de bovinos e suínos).
IP 8.
Possibilidade de atrair investimentos no incremento das plantas industriais já instaladas ou outras novas plantas habilitadas para a
exportação.
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Quadro 2
Custos da Nova Estratégia
IN 1.
Aumento de custos com infraestrutura física, com material e com recursos humanos (contratação e manutenção) para a Vigilância Sanitária.
IN 2.
Aumento dos custos de capacitação de pessoal tanto público como privado.
IN 3.
Custo com a criação e com a manutenção dos Conselhos de Sanidade Agropecuária (CSA).
IN 4.
Custo de manutenção do cadastro das explorações pecuárias.
IN 5.
Proibição (temporária) da entrada de bovinos e bubalinos vivos vacinados de outros estados reduzindo o comércio de animais.
IN 6.
Efeito financeiro sobre os setores (industrial, atacadista e varejista) ligados ao fornecimento de vacinas contra aftosa, decorrente da eliminação
da vacinação.
IN 7.
Efeito financeiro da redução da entrada de animais de alto valor zootécnico de outros estados para participar das feiras e leilões.
IN 8.
Risco na demora do reconhecimento internacional (OIE).
IN 9.
Risco do surgimento de novos eventos sanitários (focos).
IN 10.
Custo do incremento de rebanho bovino e suíno para atender aumento da exportação.
A.P.1.1 Custo Evitado ao Retirar a Vacinação Contra a Febre Aftosa
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ANO todo o rebanho acima de 24
meses 2009 6.772.267,23
2010 6.923.398,19
2011 7.397.014,08
2012 26.631.210,43
2013 24.432.303,15
2014 22.414.957,02
2015 20.564.180,75
2016 18.866.220,87
2017 17.308.459,51
2018 15.879.320,66
2019 14.568.184,09
2020 13.365.306,50
2021 12.261.749,09
2022 11.249.311,09
2023 10.320.468,89
2024 9.468.320,08
2025 8.686.532,18
2026 7.969.295,58
2027 7.311.280,35
2028 6.707.596,65
TOTAL 248.004.696,89 21.092.679,50
A.P.1.2 -Custo Evitado pelos Pecuaristas por Redução de Multas.
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ANO Custo Evitado pelos pecuaristas
por redução de multas
2009
2010
2011
2012 225.437,73
2013 206.823,61
2014 189.746,43
2015 174.079,29
2016 159.705,77
2017 146.519,06
2018 134.421,15
2019 123.322,16
2020 113.139,60
2021 103.797,79
2022 95.227,33
2023 87.364,53
2024 80.150,94
2025 73.532,97
2026 67.461,44
2027 61.891,23
2028 56.780,95
TOTAL 2.099.401,99
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A. P.1.3 - Custos Evitados com vacinadores
2009 Nº de vacinadores na etapa de maio de 2009 355
Valor Médio cobrado 2,70
Valor da dose da vacina 1,29
Valor líquido da mão de obra 1,41
Nº de bovídeos vacinados com vacinadores contratados 145.618
Valor Total dos gastos com vacinador em 05/2009 204.884,53
Nº de vacinadores na etapa de novembro de 2009 456
Valor Médio cobrado 2,70
Valor da dose da vacina 1,23
Valor líquido da mão de obra 1,47
Nº de bovídeos vacinados com vacinadores contratados 388.906
Valor Total dos gastos com vacinador em 11/2009 570.525,10
Custo Estimado Anual com Vacinadores Estrat. Antiga 1.141.050,20
Custo Total com Vacinador Estrat. Atual 775.409,63
Custo Evitado Estratégia Atual 2009 365.640,58
2010 Nº de vacinadores na etapa de maio de 2010 355
Valor Médio cobrado 2,70
Valor da dose da vacina 1,29
Valor líquido da mão de obra 1,41
Nº de bovídeos vacinados com vacinadores contratados 125.004
Valor Total dos gastos com vacinador em 05/2010 175.755,62
Nº de vacinadores na etapa de novembro de 2010 244
Valor Médio cobrado 3,00
Valor da dose da vacina 1,42
Valor líquido da mão de obra 1,58
Nº de bovídeos vacinados com vacinadores contratados 352.110
Valor Total dos gastos com vacinador em 11/2010 557.742,24
Custo Total com Vacinador Estrat. Atual 733.497,86
Custo Estimado Anual com Vacinadores Estrat. Antiga 1.115.484,48
Custo Evitado Estratégia Atual 2010 381.986,62
Custo Evitado Estratégia Futura 1.128.267,34
A. P.1.3 - Custos Evitados com Vacinadores
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ANO Custos Evitados com
Vacinadores 2009 365.640,58
2010 381.986,62
2011 350.446,44
2012 1.128.267,34
2013 1.035.107,65
2014 949.640,05
2015 871.229,40
2016 799.293,03
2017 733.296,36
2018 672.748,95
2019 617.200,87
2020 566.239,33
2021 519.485,63
2022 476.592,32
2023 437.240,66
2024 401.138,22
2025 368.016,71
2026 337.630,01
2027 309.752,31
2028 284.176,43
TOTAL 11.605.128,91
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• Os impactos positivos (benefícios) mais relevantes são:
• IP 01 – Custos Evitados – R$ R$ 286.602.685,15;
• IP05 – Novos Mercados – R$ 2.516.797.444,63.
• IP06 – Efeito Multiplicador – R$ 1.757.983.015,08.
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• Os impactos negativos (custos) mais relevantes são:
• IN 01 – Custos Infra e Pessoal – R$ 475.743.653,09;
• IN06 – Perdas Indústria e Comércio – R$ 270.513.971,26;
• IN 08 – Demora no Reconhecimento – R$ 119.831.002,39;
• IN 09 – Surgimento de Novos Eventos Sanitários (Focos) –
R$ 2.643.166.283,12.
Ano
Exportações
Paraná Peso
Líquido (KG)
Exportações Brasil
Peso Líquido (kg)
Participação
Exportações Pr/Br
1997 4.045.674 158.329.897 2,56%
1998 4.140.392 211.910.634 1,95%
1999 11.034.510 323.401.924 3,41%
2000 11.072.435 356.410.283 3,11%
2001 21.419.090 541.569.688 3,96%
2002 24.981.683 635.343.363 3,93%
2003 30.135.563 852.491.885 3,53%
2004 45.795.711 1.181.649.527 3,88%
2005 38.354.724 1.355.697.671 2,83%
2006 12.384.167 1.523.243.970 0,81%
2007 10.416.003 1.615.040.965 0,64%
2008 26.216.230 1.383.864.511 1,89%
2009 18.130.707 1.245.139.143 1,46%
2010 22.185.109 1.230.570.845 1,80%
Distribuição das Exportações de Carne Bovina do Paraná e do Brasil em Peso Líquido e Respectiva Participação entre
1997 e 2010.
4,75%
6,24%
8,50% 9,14%
12,51%
13,52%
17,13%
20,01%
21,36% 22,12% 22,91%
20,90%
18,69% 17,46%
1,80% 1,75%
5,55% 6,11%
10,82% 11,39%
13,71%
16,54%
12,41%
3,91% 3,53%
9,38%
6,42% 6,71%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Evolução do Percentual da Produção Exportada de Carne Bovina no Brasil e no Paraná de 1997 a 2010.
Percentual de Exp. Br Percentual de Exp. Pr
Distribuição das Exportações de Carne Suína do Paraná e do Brasil em Peso Líquido e Respectiva Participação entre
1997 e 2010. Ano
Exportações Paraná
Peso Líquido (KG)
Exportações Brasil
Peso (kg)
Participação
Exportações Pr/Br
1997 10.620.272 74.264.176 14,30%
1998 8.695.526 93.028.519 9,35%
1999 10.082.750 94.140.322 10,71%
2000 15.735.151 135.331.217 11,63%
2001 27.082.165 275.604.813 9,83%
2002 55.557.046 479.588.312 11,58%
2003 77.315.881 494.236.178 15,64%
2004 64.570.998 507.160.037 12,73%
2005 91.040.512 622.695.928 14,62%
2006 30.241.222 526.631.118 5,74%
2007 39.365.652 605.248.414 6,50%
2008 31.368.744 528.314.665 5,94%
2009 55.223.043 606.312.868 9,11%
2010 56.422.611 539.584.083 10,46%
7,35% 8,31% 7,61%
10,07%
17,39%
25,53% 25,78% 27,15%
28,88%
22,91% 24,41%
20,05%
20,69%
17,72%
5,61% 4,50%
4,39% 6,69%
10,28%
16,59%
21,53%
18,96%
24,76%
7,75% 9,01%
6,90%
10,85%
10,46%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
Evolução do Percentual da Produção Exportada de Carne Suína no Brasil e no Paraná de 1997 a 2010.
Percentual de exp. BR Percentual de expo PR
27
• A ACB da Nova Estratégia de Erradicação da Febre Aftosa
no Estado do Paraná de Livre sem Vacinação indicam que a
nova estratégia apresenta claras evidências de ser uma
eficiente alternativa de uso de recursos humanos, materiais e
financeiros.
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• VPL: R$ 1.229.201.243,28, indicando benefícios superiores
aos custos da nova estratégia por uma margem de
aproximadamente 25%;
•TIR: 10,83%, bastante superior à taxa de desconto aplicada
em todas as séries de custos e de benefícios (de 6%);
•B/C: 1,341, sugerindo que para cada R$ gasto como custo é
esperado R$ 1,34 de benefício.
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• Temos que verificar quão sensível o resultado final é a
mudanças em algumas de nossas estimativas:
• a) taxa de desconto: de 6% como inicialmente aplicada, recalculamos todos
os custos e benefícios com taxas de 3% (três por cento) e 9% (nove por
cento);
• b) taxa de crescimento das exportações: simulamos todos os resultados
usando uma taxa equivalente à metade da inicialmente prevista e depois com
uma taxa 50% maior do que a inicialmente prevista; e
• c) o efeito multiplicador sobre a economia paranaense: inicialmente
assumimos que cada R$ de aumento de exportações de carne representaria
um incremento de R$ 0,70 sobre o PIB estadual; na análise de sensibilidade
nós reduzimos esse efeito para R$ 0,35 e o aumentamos para R$ 1,05.
Conclusões
• Cautela e firmeza.
• Essas duas palavras resumem as principais mensagens
deste Relatório da ACB da Nova Estratégia do Paraná e
emolduram as suas principais recomendações.
• Cautela no sentido de que certas unidades de benefício só
se materializam à medida que ocorram certas unidades de
custo.
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Conclusões
• Firmeza, por sua vez, é necessária por parte dos
proponentes da nova estratégia para que ela seja
percebida como uma alternativa efetiva de política pública.
• A nova estratégia precisa ser percebida com uma real
alternativa estadual por todos os segmentos sociais
paranaenses diretamente (e até mesmo indiretamente) por
ela afetados.
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