relatório do segundo semestre de 2004 · com os instrumentos da sala, e as ... rita de cássia...

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nossos jogos e atividades pré-desportivas, aprendendo novas regras, modificando outras, discutindo condutas, descobrindo novas habilidades e aprimorando as já adquiridas. Tudo isso nos divertindo a va- ler, como sempre. Acreditamos que o “jogo”, dentro de qualquer uma de suas classificações, quer seja “de exercício”, “simbólico”, “de construção” ou “de re- gras,” continua sendo fonte inesgotável de aprendizagem e prazer. MÚSICA Começamos o semestre em clima de Olimpíadas. Aproveitamos este contexto para fazer uma apreciação do Hino Nacio- nal. As crianças ouviram oito versões dife- rentes do hino, cada uma delas apresen- tando um arranjo diferente. Pudemos ob- servar como uma mesma música pode inspirar variados ritmos e formações ins- trumentais e como o tratamento que cada arranjo recebeu remete a diferentes emo- ções e climas. Na seqüência, retomamos à “história sonorizada” iniciada no final do primeiro semestre. Terminamos de criar a história, que foi inspirada por experimentações com os instrumentos da sala, e as “recheamos” de som. A turma funcionou como uma verdadeira orquestra, onde ca- da um fez a sua participação com consci- ência da hora de entrar e sair, vivenciando noções de dinâmica, regência e prática de conjunto. No final do processo as crianças ilustraram a história que foi batizada de “A ilha das descobertas”. Depois de apresentarmos a história, iniciamos uma “olimpíada musical”. As tur- mas foram divididas em equipes, cada equipe escolheu seu nome e começamos, através de jogos e brincadeiras, uma ani- mada jornada. Os conteúdos aprofunda- dos foram: apresentação das figuras rítm i- cas e suas pausas, leitura e escrita rítmica e melódica e prática de conjunto. Projeto: Rita de Cássia Oliveira Matemática: Flávia Renata Coelho Inglês: Gabriela A. Irigoyen Expressão Corporal: Ana Cecília Guimarães Educação Física: Renato Lent Música: Manoela Marinho Rego Teatro: Rodrigo Maia Artes: Sabrina Romeio Tribo: Mariana Fiori Auxiliar : Carolina Carmo Orientação: Andréa de Rezende Travassos Coordenação e Direção: Maria Teresa Moura e Maria Cecília Moura Relatório do Segundo Semestre de 2004 Ensino Fundamental Rua Capistrano de Abreu, 29 - Botafogo Tel 2535-2434 Rua Cesário Alvim, 15 - Humaitá Tel 3239-0950 www.sapereira.com.br / [email protected] TRIBO A Tribo se configura como lugar privilegi- ado para trabalhar com as crianças o senti- mento de pertencimento ao grupo. Senti- mento esse esvaziado de sentido numa sociedade que prima pelo individualismo, to que os aproxime ao máximo da solidari- edade e do compromisso com o grupo. Dessa forma, se apropriam da percepção de suas formas de inserção e, portanto, de suas contribuições com a comunidade es- colar, atribuindo significado às suas vivên- cias, dimensionando o valor da troca com o pela esperteza de uns sobre outros, que gera formas silenciosas de violência. Nes- se sentido, é um espaço onde as crianças podem reconhecer suas possibilidades, suas responsabilidades no coletivo, com- preendendo as conseqüências que tem a ação individual na construção de um proje- Primeira Série Manhã Ana Carolina Medeiros do Carmo / Clara Urzedo Rocha Motta / Flora Rosa Campos / Gabriel de Andrade Busquim / Isabela Passos de Souza / Ivan Megre Souto / João Barcellos Rezende Pedro da Costa / João Octavio Rocha Lopes / João Paulo de Lima Neves / João Pedro Rocha da Silva / Juliana Arvellos Penello / Julie Angel de Freitas Fleury / Leonardo Vieira Franca Moss / Leonor Machado Jungstedt / Luna Tapajos Santos Moreira / Marilia Arruda Pereira / Petrus Vinicius Ballhausen Arruda / Sofia Mandelert Pracownik / Tabatha Mourao Araujo de Bulhoes / Theo Pereira da Cunha / Tomas Sobreira Machado / Tomaz Maya Monteiro L. de Oliveira

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nossos jogos e atividades pré-desportivas, aprendendo novas regras, modificando outras, discutindo condutas, descobrindo novas habilidades e aprimorando as já adquiridas. Tudo isso nos divertindo a va-ler, como sempre. Acreditamos que o “jogo”, dentro de qualquer uma de suas classificações, quer seja “de exercício”, “simbólico”, “de construção” ou “de re-gras,” continua sendo fonte inesgotável de aprendizagem e prazer.

MÚSICA Começamos o semestre em clima de

Olimpíadas. Aproveitamos este contexto para fazer uma apreciação do Hino Nacio-

nal. As crianças ouviram oito versões dife-rentes do hino, cada uma delas apresen-tando um arranjo diferente. Pudemos ob-servar como uma mesma música pode inspirar variados ritmos e formações ins-trumentais e como o tratamento que cada arranjo recebeu remete a diferentes emo-ções e climas.

Na seqüência, retomamos à “história sonorizada” iniciada no final do primeiro semestre. Terminamos de criar a história, que foi inspirada por experimentações com os instrumentos da sala, e as “recheamos” de som. A turma funcionou como uma verdadeira orquestra, onde ca-

da um fez a sua participação com consci-ência da hora de entrar e sair, vivenciando noções de dinâmica, regência e prática de conjunto. No final do processo as crianças ilustraram a história que foi batizada de “A ilha das descobertas”.

Depois de apresentarmos a história, iniciamos uma “olimpíada musical”. As tur-mas foram divididas em equipes, cada equipe escolheu seu nome e começamos, através de jogos e brincadeiras, uma ani-mada jornada. Os conteúdos aprofunda-dos foram: apresentação das figuras rítm i-cas e suas pausas, leitura e escrita rítmica e melódica e prática de conjunto.

Projeto: Rita de Cássia Oliveira Matemática: Flávia Renata Coelho Inglês: Gabriela A. Irigoyen Expressão Corporal: Ana Cecília Guimarães Educação Física: Renato Lent Música: Manoela Marinho Rego Teatro: Rodrigo Maia Artes: Sabrina Romeio Tribo: Mariana Fiori

Auxiliar : Carolina Carmo Orientação: Andréa de Rezende Travassos Coordenação e Direção: Maria Teresa Moura e Maria Cecília Moura

Relatório do Segundo Semestre de 2004 Ensino Fundamental

Rua Capistrano de Abreu, 29 - Botafogo Tel 2535-2434

Rua Cesário Alvim, 15 - Humaitá Tel 3239-0950 www.sapereira.com.br / [email protected]

TRIBO A Tribo se configura como lugar privilegi-

ado para trabalhar com as crianças o senti-mento de pertencimento ao grupo. Senti-mento esse esvaziado de sentido numa sociedade que prima pelo individualismo,

to que os aproxime ao máximo da solidari-edade e do compromisso com o grupo. Dessa forma, se apropriam da percepção de suas formas de inserção e, portanto, de suas contribuições com a comunidade es-colar, atribuindo significado às suas vivên-cias, dimensionando o valor da troca com o

pela esperteza de uns sobre outros, que gera formas silenciosas de violência. Nes-se sentido, é um espaço onde as crianças podem reconhecer suas possibilidades, suas responsabilidades no coletivo, com-preendendo as conseqüências que tem a ação individual na construção de um proje-

Primeira Série Manhã Ana Carolina Medeiros do Carmo / Clara Urzedo Rocha Motta / Flora Rosa Campos / Gabriel de Andrade Busquim / Isabela Passos de Souza /

Ivan Megre Souto / João Barcellos Rezende Pedro da Costa / João Octavio Rocha Lopes / João Paulo de Lima Neves / João Pedro Rocha da Silva / Juliana Arvellos Penello / Julie Angel de Freitas Fleury / Leonardo Vieira Franca Moss / Leonor Machado Jungstedt / Luna Tapajos Santos Moreira /

Marilia Arruda Pereira / Petrus Vinicius Ballhausen Arruda / Sofia Mandelert Pracownik / Tabatha Mourao Araujo de Bulhoes / Theo Pereira da Cunha / Tomas Sobreira Machado / Tomaz Maya Monteiro L. de Oliveira

outro e criando, através do diálogo, a auto-nomia individual e do grupo. Um espaço a serviço da transmissão dos valores e re-gras da escola, que busca a construção de instrumentos para um cotidiano escolar cada vez mais saudável, colaborando no aprendizado da escuta do outro e das situ-ações de conflito que as crianças vivenci-am. Intervimos no sentido de ajudá-los a compreender o que seja o problema ins-taurado e a levantar soluções possíveis, reconhecendo na diferença o fator chave para a transformação das relações.

Procuramos vincular as vivências espe-cíficas da Tribo às demais instâncias da comunidade escolar e às questões do mundo atual. O trabalho em parceria com a Educação Física foi rico nas discussões acerca das Olimpíadas, ressaltando sem-pre a importância de uma conduta solidá-ria, do jogar com o outro e não contra o outro, desconstruindo a visão do que repre-senta ser vencedor, ressaltando a amizade e a diversão como o principal nesse mo-mento proporcionado pela escola.

Trabalhamos no sentido de estreitar as relações com o Projeto Institucional e com os projetos de cada turma, colaborando com uma parcela no entendimento de

Começamos a recolher notícias e fizemos um “mural-jornal”, onde ficaram registrados os acontecimentos mais marcantes. Come-çamos, então, a colher informações... Quantos e quais países estariam partici-pando? Quais as modalidades esportivas? Quem seriam os atletas? De que lugares longínquos do planeta viríam? Quantas per-guntas! Que gente mais curiosa! Tínhamos muito para pesquisar e saber.

Assim, em parceria com os amigos da tarde, deslocamos o planeta Terra do nos-so sistema solar e o penduramos na nos-sa sala, feito de jornal, revestido com vá-rias imagens de seres vivos e com o ma-pa de todos os continentes. Arrumamos as malas e partimos para mais viagens.

Em cada continente, uma paradinha para procurar e localizar diferentes países, pesquisar suas bandeiras, conhecer um pouco das suas culturas e, principalmente, conhecer e se encantar com suas histó-rias. Com o atlas nas mãos foram apren-dendo a ler, analisar e interpretar o que os mapas lhes contavam. Trabalharam em grupos, em duplas, trocaram idéias e mui-to se ajudaram.

Enfim, depois de tantas paradas, de tantas informações e curiosidades, chega-

seus desdobramentos e procurando, junto com as crianças, relações que possam acrescentar o repertório de significações que elas atribuam ao projeto que desen-volvem.

Acreditamos que esse trabalho tenha dado suporte ao prazer de conhecer e de viver nesse mundo, mesmo com todas as dificuldades que ele traz.

PROJETO Foi bom parar, mesmo que por pouco

tempo. Descansados, nossos meninos e meni-

nas, retornaram à escola com seus olhi-nhos brilhando, repletos de novidades e vontade de contá-las.

Mostravam-se mais amigos e unidos, compartilharam suas viagens, passeios, brincadeiras e encontros. E ainda conhe-ceram e receberam uma nova amiga com o mesmo calor dos primeiros dias.

Hora de recomeçar. Pegamos o fio da nossa história com esse grupo que a cada manhã nos convidava ao estudo e ao pra-zer de descobrir coisas novas, e seguimos em frente.

Ano de Olimpíadas, jornais, revistas e televisão noticiavam esse grande ev ento.

Nascimento e Fernando Brant, que foi a-presentada na Festa Pedagógica. O pro-cesso de montagem dessa dança foi bem interessante, tanto pela participação efet i-va da turma, que demonstrou organização espacial e memória corporal, como pelo sentimento de união, alegria e cooperação que esteve sempre presente.

Em novembro começamos os ensaios para a Festa de encerramento e coreogra-famos uma linda dança árabe que envol-veu bastante a turma. A qualidade dos movimentos foi ficando cada vez mais a-primorada com uma clara intenção das crianças em viver o universo que repre-sentavam.

EDUCAÇÃO FÍSICA O semestre teve início, como é de pra-

xe, cheio de expectativas por conta das crianças que ficam muito ansiosas aguar-dando nosso torneio anual. Imbuídos do espírito olímpico que tomou conta de to-dos neste ano e totalmente engajados no

nosso projeto institucional “Catando So-nhos no Tempo”, conseguimos, enfim, re-alizar um desejo antigo: fazer uma grande Olimpíada na Sá Pereira.

Foram três dias de muita diversão, mui-ta garra e muito empenho das crianças e de toda a equipe da escola, pois foi preci-so muita cooperação mútua para que tudo saísse a contento.

As equipes foram formadas por crian-ças de todas as turmas, o que fez desta olimpíada um momento ímpar de integra-ção, de socialização, de aprendizado e de grande confraternização, tendo “o respeito ao outro” como ponto fundamental.

Além de uma belíssima abertura, com direito a performance criada nas aulas de expressão corporal, Hino Nacional e hino da olimpíada trabalhados nas aulas de Música e juramento do atleta com versão em inglês estudados nas aulas de Inglês e Teatro; tivemos várias modalidades de jogos e esportes, como: pique-bandeira,

queimado, futebol, ping-pong, cabo-de-guerra, corrida do saco, estafetas (competições por equipes), pular corda, ginástica artística e salto em distância, onde os pequenos atletas colocaram to-das as suas habilidades à prova.

Também participaram de uma gincana cultural muito bacana abordando “condutas solidárias” (que foi tema das aulas da Tribo), “conhecimentos gerais sobre esportes e Olimpíadas” e um belís-simo concurso de “grito de guerra”, no qual as crianças esbanjaram criatividade tocando, dançando e cantando com muita disposição e alegria.

As Olimpíadas foram, sem dúvida, o ponto máximo do semestre, um evento muito enriquecedor e gratificante tanto para nós, que a idealizamos, como para as cri-anças que participaram efetivamente e ti-veram seus valores a todo o momento sen-do testados, remexidos e até modificados.

No decorrer do semestre seguimos com

Em outro momento estivemos envolvi-dos com releituras da bandeira do Brasil. Partimos da apreciação das releituras de diferentes artistas, encontradas na revista de designer gráfico da Faculdade da Cida-de. A apreciação foi seguida de muitos comentários sobre a situação do país. Sa-lientamos a necessidade de pensar na nossa diversidade para representar algo que fizesse sentido para uma nação, ex-trapolando a realidade social de cada cr i-ança. Os resultados foram composições de recorte e colagem que exploravam, com muita criatividade, as diversas cores que a cartolina oferece.

Na ocasião da festa pedagógica, as crianças estiveram empenhadas com a pintura de bandeiras nas camisetas. O tecido foi então um novo tipo de suporte que ofereceu desafios diferentes dos en-frentados anteriormente. Utilizaram a pro-dução como figurino da coreografia da festa pedagógica.

Por fim, assistimos a cenas do poético filme iraniano Gabeh. O filme, além de oferecer as paisagens iranianas para o nosso deleite, apresenta o processo de produção dos tapetes orientais. Para con-tinuar nossa viagem pelas arábias, apreci-

amos outras paisagens na revista Geográ-fica Universal. A partir daí, o fazer se deu pela apreciação e produção de tantas ima-gens que caracterizam esse universo. O resultado desse trabalho pôde ser visto no vídeo da peça “Catando Sonhos no Te m-po”, quando outros significados puderam ser atribuídos, dando novos sentidos às produções dessa meninada.

TEATRO Começamos o semestre de olho nas

Olimpíadas. Alguns jogos que aprendemos no 1° semestre foram adaptados outros foram criados especificamente para traba-lharmos a realidade das Olimpíadas. Os jogos visam estimular atitude, solidarieda-de, respeito, entre outros aspectos. São eles: Corrida em câmera lenta com obstá-culos, Congela e Máscara com temas de esporte, Jogo do Passo, criação de esque-tes baseados em notícia de jornais, situa-ções de bastidores e familiares, tudo em torno dos “Jogos Olímpicos”.

Após o encerramento das Olimpíadas, a P1 vem se esbaldando com mil e uma histó-rias e tentando desvendar mais de mil enig-mas. Todos contados em nome da sobrev i-vência das personagens que habitam um mundo cheio de mistérios e curiosidades.

Estando bastante afinados com o univer-so dessas histórias, começamos a trabalhar os jogos do início do ano como atividade preparatória e organizadora para um bom ensaio.

Nesse momento de integração entre jogo e cena, inúmeras descobertas vêm ocorrendo em favor de uma maior com-preensão e conscientização sobre a lin-guagem teatral.

Em seguida mergulhamos de corpo e alma na peça de final de ano através dos mitos de criação e das histórias dos pov os e países trabalhados durante o ano, pre-sentes na música composta para o carna-val “Gregos, Árabes, Andinos, Africanos, Egípcios, Chineses”. Com a peça pronta demos início aos ensaios vivenciando a maioria dos personagens, até decidirmos qual seria o time oficial para o dia da apre-sentação.

E com essa mesma alegria e entusias-mo, pretendemos apresentar um espetá-culo que celebre numa grande festa o final de mais um ano letivo.

EXPRESSÃO CORPORAL Começamos o semestre nos sensibili-

zando com o tema das olimpíadas que iam ser iniciadas na Sá Pereira através das competições por equipes. Abordamos os elementos da ginástica rítmica, trabalhando primeiro as possibilidades de movimento do solo e em seguida, introduzindo uma adaptação dos aparelhos para improvisa-ções criativas que encantaram a todos. Carla, professora de Educação Física, veio fazer uma demonstração dos possíveis movimentos de circundações e de balan-cês pelo espaço, utilizando a massa, a cor-da, a fita e o arco. Depois de uma introdu-ção sobre o assunto, nos mostrou as dife-rentes formas de serem utilizados. Esse aprendizado enriqueceu o grito de guerra das equipes. Coreografamos, também, u-ma versão bem animada do hino nacional, interpretado pelo grupo baiano Olodum.

Em seguida ensaiamos uma coreografi-a para a música “Planeta Blue”, de Miltom

Adotamos também alguns livros da Co-leção “Contos Populares” que, recontados por Tatiana Belinky, nos proporcionaram momentos de discussão sobre as diferen-tes culturas, apreciação das diferentes técnicas de ilustração e ainda dramatiza-ções. Nessas atividades, os pequenos precisaram se organizar com autonomia para criar suas apresentações. Assim, pu-demos ver o quanto cresceram e amadu-receram. Foi um processo bonito de se acompanhar e perceber o quanto foram capazes de dividir, ouvir, ceder e vivenciar um verdadeiro trabalho em equipe.

“Quem lê muito, lê tudo.” Tatiana Belinky

Em meio a tantas histórias, também escreveram bastante. Fizeram recontos e inventaram outras tantas. O prazer de es-crever cresce a cada dia. Uns gostam mais, outros menos, mas não se recusam, trabalham com vontade querendo sempre compartilhar seus registros com as profes-soras e com os amigos. Agora já utilizam a letra cursiva, feita com cuidado e aten-ção. Os textos se ampliam e se tornam

mos à Ásia e resolvemos ficar. Passamos pela China e pelo Tibet. Pelo Japão, Irã, Iraque... Mas nos encantamos pelas Ará-bias e pelos contos das “Mil e uma noites”. Por Sherazade e o Califa, pelas histórias dentro das histórias... Nesse clima mágico ficamos e nos dedicamos em saber mais sobre a cultura árabe e ler e ouvir algu-mas de suas histórias fantásticas.

Na Biblioteca ampliaram suas escolhas e aproveitaram ao máximo todas as possi-bilidades de leitura. Também escutaram muitas histórias. De encantamento e as de fadas, as que dão uma pontinha de medo, as de aventura, as de esperteza e algu-mas que nos fazem rir ou pensar. Os li-vros “Lá Vem História”, “Lá Vem História Outra Vez” e “Volta ao Mundo em 52 His-tórias” estiveram sempre presentes nes-ses momentos, além de outros trazidos pelas próprias crianças.

mais elaborados. Começam a questionar a grafia correta das palavras e já conhe-cem os sinais de pontuação. É preciso tempo e amadurecimento, tarefas e lem-bretes para que não esqueçam de utilizar os recursos que já possuem.

“Dizem que finjo ou minto Tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto Com a imaginação. Não uso o coração (...)”

Fernando Pessoa Nesse semestre aproveitamos alguns

eventos que aconteceram para passear. As crianças participaram da Mostra de Cinema Unibanco assistindo ao filme “Cadê meu irmão?”, e nessa ocasião pu-deram ver uma dublagem sendo feita ao vivo. Foram ao CCBB visitar a exposição “Antes – Histórias da Pré- história no Bra-sil”. Participaram também do 6º Salão de Livros para jovens e crianças no MAM. Foi muito bom poder sair por aí, participar dos acontecimentos da nossa cidade, apreci-ar, debater e se divertir.

Nossos estudos terminaram, passou tão rápido... ainda lembramos dos rosti-nhos preocupados ou curiosos no início do ano. Agora todos estão adaptados, fel i-zes no Ensino Fundamental. É uma turmi-nha querida que viveu intensamente esse

tempo de muitos trabalhos e aprendiza-dos, compartilhando conosco descober-tas, pesquisas, leituras, sonhos, vitórias, alegrias, beijos e abraços. Foi bom de-mais.

“Não mate tuas saudades Deixa viver as tuas saudades Saudade é a certeza do reencontro Estar saudoso é estar junto.”

Huberto Rohden

MATEMÁTICA Neste segundo semestre o trabalho

com Resolução de Problemas continuou ocupando lugar de destaque. A Família Gorgonzola esteve ausente por um perío-do para entrar em cena Uma História com Mil Macacos, de Ruth Rocha. A história de um cientista que passa a receber inúmeros macacos para suas experiências nos trou-xe a possibilidade de elaborar uma série de situações–problema. As crianças foram convidadas a criar estratégias de resolu-ção para descobrir a quantidade de mac a-cos que haviam chegado a cada semana, quantas bananas eram necessárias para alimentar a macacada e toda a despesa do Dr Quaresma com a sua pesquisa.

Pouco a pouco, os desenhos e os pro-cedimentos mais longos vão dando lugar aos numerais e as crianças passam a fa-zer uso da contagem em intervalos regula-res (de 5 em 5, 10 em 10, entre outros), para realizar as operações de forma mais objetiva e econômica. Socializar as estra-tégias eficientes é um de nossos objetivos e com essa finalidade elaboramos uma nova apostila. Nela as crianças, após re-solverem cada problema, eram convida-

(Olimpíadas de Atlanta), fotografadas por Annie Leibovitz.

Demos continuidade ao semestre dedi-cando-nos à localização no atlas dos paí-ses que têm o inglês como língua oficial ou uma das línguas oficiais. As crianças vivenciaram as noções de país e continen-te e, além de localizá-los e situá-los, per-ceberam que o inglês faz parte da vida cultural e econômica de países diversos espalhados pelos cinco continentes.

Terminamos o semestre com as histó-rias de Mulá Nasrudim, personagem do folclore persa. As crianças ouviram sete contos, nos quais Mulá é o personagem principal, em versão bilingüe, reunidos e ilustrados por Cristina Millet da coleção holandesa Children of the World (Crianças do Mundo). Escolhemos 10 palavras de cada conto para praticar a sua pronúncia e grafia. A partir dessas palavras as cr i-anças construíram jogos para praticá-las e jogar entre eles: what’s missing? (o que está faltando?), pathgame (jogo de trilha), memory game (jogo da memória), hang-man (forca) e sharp eye (lince).

ARTES Envolvidos com as Olimpíadas, come-

çamos o semestre com muito entusiasmo, apreciando imagens de David Hocker: “Existem, na figura, partes brancas que foram deixadas para representar o refl e-xo!” “O artista utilizou vários tons de azul para representar a água!”; “O artista fez um esboço da pintura, marcou as áreas a serem pintadas!” Através do trabalho de Hocker, envolvido com estudos óticos, chamamos a atenção das crianças para uma forma diferente de representação – imagens refletidas na água e nas lentes. Utilizando a aquarela, cada criança criou uma cena com a modalidade esportiva aquática de sua preferência, procurando fazer uso das estratégias utilizadas pelo artista para representar o meio aquoso. Foi desafiante, mas, com empenho, bus-caram também conhecer outras formas de representação.

ção, concluímos o ano letivo trazendo pa-ra nossas aulas uma antiga máquina de calcular. O ábaco torna visível a questão da posicionalidade e dos agrupamentos de dez em dez. Para nossos alunos e alu-nas que têm experimentado inúmeras for-mas de operar, compondo e decompondo numerais em diferentes contextos e util i-zando diversos materiais, não foi difícil a apropriação das regras para trabalhar com esse material. No início parecia mágica e as crianças conferiam os cálculos mental-mente. Mas logo, logo passaram a confiar nas bolinhas coloridas e queriam “contas mais difíceis”.

Concluímos o ano com a bagagem cheia de aprendizagens que em muito contribuirão para a próxima série.

INGLÊS Iniciamos o segundo semestre com o

tema Olimpíadas. Pudemos nos familiar i-zar com os nomes das modalidades olím-picas em inglês e em português, des e-nhando as favoritas, escrevendo suas le-gendas, brincando de mímica e bingo para praticar o vocabulário aprendido e obser-vando um livro de fotografias da equipe olímpica dos Estados Unidos de 1996

das a mostrarem para o grupo a sua ma-neira de calcular. Nesse momento, cada uma deveria escolher um procedimento, dentre os apresentados pela turma, que lhe parecesse interessante para anotar ao lado da sua resolução.

Nossa intenção é trazer para as crian-ças a compreensão de que há inúmeras maneiras para se resolver um mesmo pro-blema. Em geral, todas estão corretas, mas à medida em que as situações vão se complexificando ou trabalhamos em um campo numérico mais amplo, muitas ve-zes precisamos de mais que uma opera-ção para resolver um problema e o melhor é buscar procedimentos mais objetivos.

Jogo é tarefa! Essa atividade alegra as crianç as e costuma deixá-las à vontade para expressarem como pensam e fazem contas. Neste semestre os jogos vieram acompanhados de desafios mais comple-xos, nos quais as crianças precisavam operar mentalmente utilizando a adição, e a subtração, além de experimentarem fa-zer cálculos aproximados com o nosso sistema monetário.

Para aproximar as crianças das carac-terísticas do nosso sistema de numera-