relatório do primeiro semestre de 200 4 - escola sá pereira · relatório do primeiro semestre de...
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As crianças mostraram-se muito ansi-osas pelo grande torneio, que realiza-mos no ano passado, que teve várias modalidades de jogos, torcida, grito de guerra, questões para serem respondi-das. Tudo isso foi realizado em dois di-as de mobilização total de toda a escola e engajamento das crianças. Para aten-der aos anseios de nossos alunos, já estamos nos organizando para a grande Olimpíada Sá Pereira, no segundo se-mestre. Aproveitamos o fato de ser o ano das Olimpíadas e, portanto um mo-mento significativo para aprender mais e, dessa forma, estabelecer novos links com o assunto, contribuindo cada vez mais para a generalização desse co-nhecimento.
Professor da Turma: Marilia da Victória Auxiliar da Turma: Lara Cardoso Expressão Corporal: Ana Cecília P Guimarães Educação Física: Renato Lent Música: Jean Philippe Coordenação: Maria Cecília Moura Direção: Maria Teresa Moura e Maria Cecília Moura
Relatório do Primeiro Semestre de 2004 Educação Infantil
Rua Capistrano de Abreu, 29 - Botafogo Tel 2535-2434
Rua Cesário Alvim, 15 - Humaitá Tel 3239-0950 www.sapereira.com.br / [email protected]
A chegada do grupo foi marcada pela alegria, pela curiosidade e pelo receio de lidar com tantas novidades: uma ca-sa diferente, novas professoras, alguns amigos desconhecidos e uma rotina de Turma de Alfabetização.
Durante os primeiros dias que passa-
Faltando apenas algumas semanas para um dos grandes eventos da esco-la – botar na rua o bloco de Carnaval da Sá Pereira – achamos oportuno trazer um pouco de música, poesia e arte para nossos pequenos foliões. As letras das marchinhas de Carnaval dos anos 30 e
mos juntos, fomos gradativamente nos conhecendo, fortalecendo amizades e estabelecendo novos vínculos. Aos pou-cos, a meninada foi se apropriando da rotina, aprendendo a organizar seus materiais e administrando, com mais autonomia, as novas responsabilidades.
Turma do Sonho Ana Carolina Ferreira Junger / Caio Vieira Fagundes / Danilo Terry Wettreich / Gabriel Costa Alves / Henrique Coimbra Merces / Igor Abramof /
Irene Porto / Ivo Mineiro Teixeira / Joana Tavares Fonseca / Joaquim Costa Ribeiro / Laura Bandeira Ferreira / Luiza Bonfatti de Andrade / Luiza Ramos Nucci / Maira Amorim Mello / Maria Luiza Peixoto / Maria Paula Lopes / Mariana Lula de Farias / Marina Castro Mahfuz /
Mayara Fernandes Tubino / Pedro Caldeira Braga / Tom Raitzik / Valentina Coutinho Herszage
gênia), “Meu livro de folclore” (Ricardo Azevedo), “O folclore do mestre André (Ricardo Xavier) e “Dicionário de folclo-re” do mestre Câmara Cascudo.
Algumas ilustrações dos “Contos de espantar meninos”, foram inspiradas em obras de artistas consagrados, como “O v i o l e i r o ” ( A l m e i d a J ú n i o r ) e “Abaporu” (Tarsila do Amaral). Aproveita-mos esse veio para explorarmos, resu-midamente, a biografia e a obra desses artistas e para fazer trabalhos plásticos inspirados nos quadros observando, na composição, elementos estéticos como cores e formas. E ainda foi possível “ver” além, imaginar, sentir, buscar significa-dos e identificações com a obra e todo o seu contexto.
Pensamos que ‘’a criatividade é um potencial inerente ao homem, e a reali-
a visita à exposição “Carnaval”, no Cen-tro Cultural Banco do Brasil, foram fonte de inspiração para diversos trabalhos de artes, leitura e escrita. Por outro la-do, o samba “Catando sonhos no tem-po”, possibilitou a discussão sobre o significado do projeto institucional deste ano e seus possíveis desdobramentos.
Através do projeto “O que tem dentro das nossas matas?”, procuramos apre-sentar às crianças histórias lendárias do imaginário popular brasileiro e conhecer mais sobre a nossa fauna e flora. As cria-turas fantásticas, presentes nas narrati-vas e transmitidas às novas gerações, oralmente ou por intermédio de livros, muitas vezes estão ligadas a uma ética mítica de defesa da natureza, o que pro-piciou algumas discussões sobre a rela-ção do Homem com o meio ambiente.
A coleção “Contos de espantar meni-nos” de Regina Chamlian e Helena Ale-xandrino foi a grande vedete do nosso projeto por possuir tramas envolventes, repletas de mistério e aventura. Os per-sonagens se deparam, em seu cotidia-no, com seres encantados da nossa cul-tura popular, como o lobisomem, a cu-ca, a caipora, o saci, a cabra-cabriola, o curupira, a comadre-florzinha e a mula-sem-cabeça. As histórias foram conta-das em capítulos, como uma novela de rádio. E as crianças demonstraram en-tusiasmo o tempo todo, reconhecendo aspectos conhecidos e se surpreenden-do com fatos e personagens novos.
Outras publicações também nos aju-daram a pesquisar sobre o tema, como “Bichos que existem e bichos que não existem” (Arthur Nestrovski e Maria Eu-
EDUCAÇÃO FÍSICA Começamos o semestre resgatando
nossas regras de convivência, introdu-zindo-as para a turma do Sonho que chegou cheia de expectativa e de vonta-de de aprender.
Trabalhamos com alguns jogos e es-portes já conhecidos pelas crianças co-mo pique-bandeira, queimado, câmbio, futebol, handebol, basquetebol e as competições por equipes (contestes), sempre buscando uma maior integração e socialização entre as crianças, modifi-cando regras como agente motivador, ora facilitando, ora aumentando a com-plexidade do jogo, dependendo do de-sempenho e competência do grupo.
atividades propostas, fortalecendo a in-tegração do grupo que, a cada aula, de-monstrava mais envolvimento e com-preensão na prática corporal.
No carnaval, além de inventarmos movimentos que nos ajudaram a deco-rar a letra do samba, experimentamos o ritmo no corpo, nos preparando para o bloco da Sá Pereira.
Em outros momentos, apresentamos à turma os materiais disponíveis e, atra-vés de rolamentos, diferentes equilíbrios e suspensões, todos iam entendendo como interagir na movimentação com as pernas de pau e com os panos sus-pensos, novidades aproveitadas em vá-rios momentos do semestre. Utilizando
os colchonetes e o bolão, a autoconfian-ça foi trabalhada e as possibilidades motoras foram ampliadas nas dinâmicas criadas para os exercícios. Jogos lúdi-cos em grupos, seqüências coreográfi-cas e improvisações também enriquece-ram as aulas, integrando o grupo de maneira envolvente e criativa, estimu-lando a expressão de cada um na cole-tividade.
As crianças se divertiram bastante, criando e ensaiando movimentos para dançar as músicas do Curupira, apre-sentadas na Festa Pedagógica, e ainda aprenderam os movimentos da Cana- Verde e de outra música escolhida para alegrar a festa caipira.
almente para este ano, afinal “...a or-dem de Momo é Sambar!”
A Turma do Sonho não está dormin-do no ponto. As crianças, sempre de-monstrando o maior interesse, puderam desvendar alguns significados míticos que cercam a cultura dos homens. Aos pouquinhos, vemos que a música, ou ainda, o próprio som, tem importância fundamental não só na transmissão co-mo na origem desses conhecimentos.
Formalizando e contextualizando um pouco os nossos conhecimentos musi-cais, vimos que o fazer musical, princi-palmente em grupo, precisa atender à demanda de um pulso rítmico coletivo. Através do Método do Passo, passamos a compreender corporalmente cada tempo do pulso e associá-los a timbres corporais, instrumentos de percussão e ao próprio silêncio, criando assim pe-quenas frases rítmicas. Passamos a ler um sistema de notação musical através de algarismos e inventamos alguns sím-bolos associados aos diferentes timbres encontrados na exploração do nosso próprio corpo e do instrumental de per-cussão.
A mata, ou ainda, a floresta foi o pa-no de fundo para as crianças conhece-rem um pouquinho mais a respeito dos seus misteriosos habitantes. Entre sons de folhas balançando ao vento, pios de pássaros e riachos, as crianças ouviram histórias de saci, curupira, caipora, boi-tatá e mula-sem-cabeça e conheceram algumas canções.
O cantar, sempre incentivado na sua espontaneidade, ganhou mais atenção com a apresentação dos nomes das no-tas na escala de dó maior e o trabalho de percepção das diferentes alturas por elas produzidas.
Essas pequenas lendas inspiraram a todos, resultando num trabalho integrado
nina, estamos trabalhando alguns mitos ligados a São João, como a história do seu boizinho encantado. De tão cobiça-do, o bicho teve um triste fim, dando ori-gem à brincadeira em forma de promes-sa do bumba-meu-boi. EXPRESSÃO CORPORAL
O semestre foi bem divertido, cheio de oportunidades que enriqueceram o repertório de movimento das crianças. A turma se desenvolveu bem nas diversas
de toda a equipe. Um texto produzido e ilustrado pelas crianças gerou uma incrí-vel pesquisa de timbres sonoplásticos utilizando materiais pouco comuns como tubos de conduite, tambor com miçan-gas, papel celofane, berra-boi e, como sempre, muita imaginação. O resultado pôde ser apreciado na Festa Pedagógi-ca, com direito a músicas coreografadas e um toque de dramatização.
Esquentando para a nossa Festa Ju-
pesquisa sobre a fauna e a flora das nossas matas.
O projeto “O que tem dentro das nos-sas matas?” propiciou a realização de diversas atividades de leitura, escrita, matemática, ciências, artes plásticas, música e expressão corporal, integran-do as várias áreas do conhecimento.
Durante a realização das tarefas, as crianças escreveram e leram da forma como acreditam que o sistema de escri-ta se constitui e, através de interferên-cias individuais sobre as produções e trabalhos coletivos, puderam ampliar a consciência a respeito dos sons da fala, estabelecer relações mais precisas en-tre letras e fonemas, perceber a estrutu-ra alfabética da nossa língua e aprox i-mar-se, gradativamente, da escrita con-vencional.
Por outro lado, sabemos que o pro-cesso de alfabetização não se resume à aquisição de uma técnica para codificar e decodificar a língua escrita. Acredita-mos que é preciso envolver-se com as práticas sociais de leitura e escrita, culti-
zação desse potencial uma de suas ne-cessidades. ‘’(Fayga Ostrower). Assim, através da exploração de materiais e técnicas diferentes, da apreciação e re-leitura de obras de artistas e do traço dos colegas, as crianças puderam am-pliar suas possibilidades de expressão e percepção do mundo.
Construímos trabalhos tridimensio-nais, pesquisando maneiras de criar vo-lume e expressividade. Vale mencionar a maquete da floresta, o boneco grande da caipora e a onça-pintada de argila.
Fizemos uma caminhada na floresta do Parque Lage para desfrutarmos do maravilhoso contato com a natureza e observarmos as árvores e os pequenos animais desse trecho de mata.
Depois de tantas histórias e informa-ções sobre os seres encantados, propu-semos aos alunos uma tarefa bastante desafiadora: construir uma narrativa lon-ga, ambientada na floresta, com os per-sonagens que vínhamos estudando.
O resultado da empreitada foi apreci-ado por todos na Festa Pedagógica,
que mereceu uma nova apresentação para os amigos da Pereirinha.
Depois da festa, assistimos ao vídeo “Ecoaventura na Amazônia” e ficamos fascinados com animais como a arira-nha, o boto, o pirarucu e o peixe-boi. Resolvemos aprofundar, ainda mais, a
visão da turma para uma partida de queimado, também possibilitaram o fa-zer matemático de maneira significativa.
É com grande carinho que falamos da Turma do Sonho. Um grupo alegre, cheio de crianças risonhas, divertidas, que brincam a valer nas tardes da Sá Pereira. Quanto se aprende brincando... Para elas é gostoso aprender. Vivem trazendo materiais de casa. São livros, revistas, recortes de jornais, CDs, fotos, vídeos, pesquisas da Internet, objetos, reproduções artísticas... Uma infinidade de materiais que vão conduzindo nos-sas pesquisas, revelando nossos inte-resses. Um grupo vibrante, motivado, que faz festa quando apresentamos u-ma novidade, que ouve atentamente uma nova história. Um grupo participan-te, onde todos querem falar, dar uma opinião. E às vezes... ao mesmo tempo! E aí nós entramos organizando o deba-te, dando espaço para todos falarem e, principalmente, se ouvirem. Um grupo amigo, que vem a cada dia aprendendo a respeitar o jeito de cada um ser. Um
vá-las e exercê-las com competência, autonomia e prazer. Assim, procuramos trazer, desde cedo, a língua escrita com toda sua complexidade e riqueza atra-vés de seus diversos portadores.
Pensamos que, assim como a própria leitura e a escrita implicam momentos de interlocução, o processo de alfabeti-zação também é fruto de diversas situa-ções de interação entre a criança, o gru-po, o professor e o objeto de conheci-mento em questão. As atividades com-partilhadas de leitura e escrita de pala-vras, frases e textos possibilitaram o intercâmbio de vivências e informações acerca da língua escrita, favorecendo importantes conquistas no terreno da alfabetização.
A observação do número em nosso cotidiano também esteve presente em sala de aula, trazendo à tona as múlti-plas funções do número e suas repre-sentações no mundo. Apresentamos jogos estruturados em que pudessem realizar contagens e operações mate-máticas, trabalhar a composição e de-
composição dos números, fazer tentati-vas de leitura e escrita em diferentes campos numéricos. Vale mencionar os jogos de trilha, com dados, as cartas de baralho e a balança numérica. Situa-ções do dia-a-dia, como a contagem das crianças que vieram à aula ou a di-
aprendizado difícil, que leva tempo, mas que começa na infância.
O semestre terminou, é hora de todos viverem novas experiências nas férias e voltarem para o segundo “tempo” com muitas novidades, disposição e alegria. INGLÊS
Iniciamos o ano estudando sobre a origem dos nomes dos dias da semana em inglês. Os nomes de quatro dias da semana foram dados em homenagem a alguns deuses da mitologia nórdica: Tu-esday (Tyr’s day), Wednesday (Wooden’s ou Oden’s day), Thursday (Thor’s day) e Friday (Freyja’s day). Ou-vimos histórias sobre cada um desses deuses, vimos ilustrações e os desenha-mos. Os deuses vikings tinham uma re-lação muito próxima com a natureza e muitos possuíam animais com poderes mágicos. Aprendemos os nomes desses animais em inglês e registramos, através de desenhos, os nossos favoritos.
Em seguida prosseguimos com o es-tudo sobre o vocabulário da natureza e animais. Para favorecer a aprendizagem dessas palavras em inglês lançamos mão de brincadeir as como: show me.. (onde pedimos em inglês que eles mos-trem a figura do que eu estou dizendo); word run (corrida da palavra- dizemos uma palavra em inglês e as crianças cor-rem para mostrar qual é); chinese whis-per (telefone sem fio com as palavras estudadas); memory game (jogo da me-mória) e what’s missing ( o que está fal-tando?), desenho, canções, bingo, do-braduras e tarefas sobre esse vocabulá-rio. As nursery rhymes (rimas inantis do repertório tradicional da língua inglesa) sobre natureza e animais também nos ajudaram a aprender e a memorizar as palavras e expressões novas.
As crianças participam com interesse e sempre conversamos que nos nossos
cordões e a história do primeiro bloco, nos enriqueceram num ano em que o próprio carnaval de rua do Rio pareceu ganhar ainda mais fôlego. Ficamos em-polgados com a visita misteriosa do Ba-te-Bola, o nosso Clóvis (clown). Ele po-de ter assustado alguns, mas nada co-mo fazer umas brincadeiras atrás de uma máscara. Preparados ou não, saí-mos à rua cantando o samba-enredo composto pela Manoela, professora de Música do Ensino Fundamental, especi-
jogos e brincadeiras todos saem ga-nhando porque o principal é participar para estar aprendendo e praticando as palavras em inglês. MÚSICA
No início do ano, todos sabem, é car-naval.
Pedindo licença à alegria e embala-dos pelo pulso marcante dos nossos surdos passeamos pela memória das antigas marchinhas de rua. Entrudos,