relatório do orçamento do estado para 2013

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  • 7/31/2019 Relatrio do Oramento do Estado para 2013

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    MMiinniissttrriioo ddaass FFiinnaannaass

    OOrraammeennttoo ddoo EEssttaaddooppaarraa 22001133

    Relatrio

    Outubro 2012

  • 7/31/2019 Relatrio do Oramento do Estado para 2013

    2/273

    (Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortogrfico)

    MINISTRIO DAS FINANAS

    Av. Infante D. Henrique, 1

    1149 009 LISBOA

    Telefone: (+351) 218 816 820 Fax: (+351) 218 816 862

    http://www.min-financas.pt

    http://www.min-financas.pt/http://www.min-financas.pt/
  • 7/31/2019 Relatrio do Oramento do Estado para 2013

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    RELATRIO OE2013

    ndicei

    ndice

    I.

    ECONOMIA PORTUGUESA:EVOLUO RECENTE E PERSPETIVAS PARA 2013 ............................11

    I.1. Evoluo Recente ...................................................................................................................... 11I.1.1. Mercados Financeiros e Enquadramento Internacional .................................................. 11I.1.2. A Economia Portuguesa em 2012 .................................................................................. 14

    I.2. Perspetivas para 2013 ............................................................................................................... 23I.2.1. Hipteses Externas para 2013 ........................................................................................ 23I.2.2. Cenrio Macroeconmico para 2013 .............................................................................. 24I.2.3. Anlise de Riscos do Cenrio Macroeconmico ............................................................. 25

    I.3. Competitividade e Crescimento ................................................................................................. 30

    II. ESTRATGIA DE CONSOLIDAO ORAMENTAL .......................................................................39

    II.1. Enquadramento ......................................................................................................................... 39

    II.2. Poltica Oramental em 2012 ..................................................................................................... 42

    II.3. Poltica Oramental para 2013 ................................................................................................... 45II.3.1. Medidas do Lado da Reduo de Despesa .................................................................... 48

    II.3.1.1. Medidas Transversais da Administrao Pblica ...................................................... 48II.3.1.2. Medidas no Sector Empresarial do Estado ............................................................... 57

    II.3.2. Medidas do Lado do Aumento da Receita ...................................................................... 60II.3.2.1. Medidas Fiscais para 2013 ........................................................................................ 60II.3.2.2. Outras Medidas do Lado da Receita ......................................................................... 73

    II.4. Anlise de Riscos Oramentais ................................................................................................. 73II.4.1. Riscos do Sector Empresarial do Estado ........................................................................ 73

    II.4.1.1. Empresas no Reclassificadas ................................................................................. 74

    II.4.1.2. Entidades Classificadas dentro do Permetro das AP ............................................... 77II.4.1.3. Racionalizao das Participaes do Estado ............................................................ 79

    II.4.2. Riscos das Responsabilidades Contingentes ................................................................. 80II.4.2.1. Garantias e Contragarantias ..................................................................................... 80II.4.2.2. Parcerias Pblico Privadas ........................................................................................ 82

    II.4.3. Estratgia de Gesto da Dvida Direta do Estado e o seu Impacto na Exposio aosRiscos ............................................................................................................................. 83

    II.4.4. Riscos Relacionados com a Administrao Regional e Local ......................................... 84II.4.4.1. Regio Autnoma da Madeira ................................................................................... 84II.4.4.2. Regio Autnoma dos Aores ................................................................................... 84II.4.4.3. Administrao Local .................................................................................................. 85

    III.SITUAO FINANCEIRA DAS ADMINISTRAES PBLICAS 2012 E 2013(CONTABILIDADEPBLICA E NACIONAL) .............................................................................................................89

    III.1. Receitas e Despesas das Administraes Pblicas .................................................................. 89III.1.1. Receitas e Despesas do Estado ..................................................................................... 93

    III.1.1.1.Receita do Estado ..................................................................................................... 95III.1.1.1.1. Receita e Despesa Fiscais ............................................................................. 95III.1.1.1.2. Receita no Fiscal ........................................................................................ 103

    III.1.1.2.Despesa do Estado ................................................................................................. 104III.1.1.2.1. Classificao Econmica.............................................................................. 104III.1.1.2.2. Classificao Funcional ................................................................................ 109III.1.1.2.3. Classificao Orgnica ................................................................................. 110

    III.1.2. Receitas e Despesas dos Fundos e Servios Autnomos ............................................ 111

    III.1.3. Receitas e Despesas da Administrao Regional e Local ............................................ 117

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    RELATRIO OE2013

    ndiceii

    III.1.4. Receitas e Despesas da Segurana Social .................................................................. 121

    III.2. Transferncias Financeiras entre Portugal e a Unio Europeia ............................................... 125

    III.3.Ativos e Passivos do Estado .................................................................................................... 127

    III.3.1. Dvida Direta do Estado ................................................................................................ 127III.3.2. Tesouraria do Estado .................................................................................................... 131

    IV.POLTICAS SECTORIAIS PARA 2013 E RECURSOS FINANCEIROS..............................................135

    IV.1.Programas Oramentais .......................................................................................................... 136IV.1.1. Atividade ....................................................................................................................... 136IV.1.2. Projetos ......................................................................................................................... 137IV.1.3. Quadro Plurianual de Programao Oramental .......................................................... 141

    IV.2.rgos de Soberania (P001) ................................................................................................... 141IV.2.1. Oramento .................................................................................................................... 141

    IV.3.Governao e Cultura (P002) .................................................................................................. 144IV.3.1. Polticas ........................................................................................................................ 144IV.3.2. Oramento .................................................................................................................... 147

    IV.4. Finanas e Administrao Pblica (P003) ............................................................................... 150IV.4.1. Polticas ........................................................................................................................ 150IV.4.2. Oramento .................................................................................................................... 155

    IV.5.Representao Externa (P005) ................................................................................................ 160IV.5.1. Polticas ........................................................................................................................ 160IV.5.2. Oramento .................................................................................................................... 162

    IV.6.Defesa (P006) .......................................................................................................................... 164IV.6.1. Polticas ........................................................................................................................ 164IV.6.2. Oramento .................................................................................................................... 165

    IV.7.Segurana Interna (P007) ........................................................................................................ 168

    IV.7.1. Polticas ........................................................................................................................ 168IV.7.2. Oramento .................................................................................................................... 169

    IV.8. Justia (P008) .......................................................................................................................... 171IV.8.1. Polticas ........................................................................................................................ 171IV.8.2. Oramento .................................................................................................................... 174

    IV.9.Economia e Emprego (P009) ................................................................................................... 175IV.9.1. Polticas ........................................................................................................................ 175IV.9.2. Oramento .................................................................................................................... 180

    IV.10. Agricultura, Mar e Ambiente (P010) .............................................................................. 184IV.10.1. Polticas ........................................................................................................................ 184

    IV.10.2.

    Oramento .................................................................................................................... 186

    IV.11. Sade (P011) ................................................................................................................ 188IV.11.1. Polticas ........................................................................................................................ 188IV.11.2. Oramento .................................................................................................................... 193

    IV.12. Ensino Bsico e Secundrio e Administrao Escolar (P012) ...................................... 195IV.12.1. Polticas ........................................................................................................................ 195IV.12.2. Oramento .................................................................................................................... 197

    IV.13. Cincia e Ensino Superior (P013) ................................................................................. 199IV.13.1. Polticas ........................................................................................................................ 199IV.13.2. Oramento .................................................................................................................... 200

    IV.14. Solidariedade e Segurana Social (P014) .................................................................... 203

    IV.14.1. Polticas ........................................................................................................................ 203

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    RELATRIO OE2013

    ndiceiii

    IV.14.2. Oramento .................................................................................................................... 205

    A n e x o s .................................................................................................................................209

    A1. Criao das Bases Institucionais para a Sustentabilidade das Finanas Pblicas: Plano

    Estratgico 2013-2015 ................................................................................................................ 211A2. Receitas e Despesas das Administraes Pblicas numa tica da Contabilidade Pblica ........253

    A3. Balano e Demonstrao de Resultados da Segurana Social ..................................................257

    A4. Relatrio sobre a Sustentabilidade Financeira da Segurana Social ..........................................261

    A5. Lista de Acrnimos ...................................................................................................................... 267

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    RELATRIO OE2013

    ndiceiv

    ndice de quadrosQuadro I.1.1. Crescimento econmico mundial............. 11

    Quadro I.1.2. Despesa nacional ....................................15

    Quadro I.1.3. Populao ativa, emprego edesemprego ...............................................................15

    Quadro I.1.4. IPC e IHPC ..............................................16

    Quadro I.1.5. Produtividade, salrios e custos dotrabalho ......................................................................17

    Quadro I.1.6. Quotas de mercado e termos de troca .... 17

    Quadro I.1.7. Peso das exportaes de algunspases nas exportaes extracomunitrias e totais ... 19

    Quadro I.1.8. Variao das componentes da balanade bens ......................................................................20

    Quadro I.1.9. Agregados de crdito bancrio emPortugal......................................................................20

    Quadro I.1.10. Crdito de cobrana duvidosa ............... 20

    Quadro I.1.11. Taxas de juro .........................................21

    Quadro I.2.1. Enquadramento internacional principais hipteses ...................................................23Quadro I.2.2. PIB e importaes ...................................24

    Quadro I.2.3. Principais indicadores ..............................24

    Quadro I.3.1. Eixos de atuao estruturais ................... 36

    Quadro I.3.2. Eixos de atuao sectorial ....................... 37

    Quadro II.2.1. Indicadores oramentais ........................43

    Quadro II.2.2. Receita e despesa estrutural .................. 44Quadro II.2.3. Dinmica da dvida pblica ..................... 44

    Quadro II.3.1. Medidas de consolidao oramentalem 2013 .....................................................................47

    Quadro II.3.2. Reduo parcial dos subsdios nafuno pblica em 2013 .............................................48

    Quadro II.3.3. Dados de emprego nasadministraes pblicas.............................................49

    Quadro II.3.4. Reduo parcial dos subsdios paraaposentados e reformados em 2013 .........................51

    Quadro II.3.5. Previso dos encargos plurianuaiscom as PPP ...............................................................56

    Quadro II.3.6. Encargos atualizados das PPProdovirias 2012-2013 ...............................................57

    Quadro II.3.7. Indemnizaes compensatrias ............. 58Quadro II.3.8. Reduo de despesa com aquisio

    de bens de investimento ............................................59

    Quadro II.3.9. Distribuio de rendimento declarado .... 66

    Quadro II.4.1. Dvida das empresas pblicas noreclassificadas nas AP ...............................................74

    Quadro II.4.2. Dvida das principais empresas nofinanceiras no reclassificadas nas AP stock emfinal de junho de 2012 ...............................................75

    Quadro II.4.3. Necessidades de refinanciamento dasempresas no reclassificadas....................................76

    Quadro II.4.4. Instrumentos de gesto de riscofinanceiro ...................................................................77

    Quadro II.4.5. Servio da dvida ....................................77

    Quadro II.4.6. Instrumentos de gesto de riscofinanceiro ...................................................................78

    Quadro II.4.7. Empresas no reclassificadas comcapital prprio reduzido..............................................79

    Quadro II.4.8. Garantias concedidas ao sectorbancrio .....................................................................80

    Quadro II.4.9. Garantias concedidas a outras

    entidades ...................................................................81

    Quadro II.4.10. Impacto de um aumento das taxasde juro em 1 ponto percentual ................................... 83

    Quadro III.1.1. Contas das administraes pblicas(tica da contabilidade nacional) ............................... 90

    Quadro III.1.2. Receitas e despesas dasadministraes pblicas (tica da contabilidadepblica) ......................................................................91

    Quadro III.1.3. Quadro de passagem dacontabilidade pblica contabilidade nacional ......... 92

    Quadro III.1.4. Grandes Agregados do Oramento doEstado ........................................................................93

    Quadro III.1.5. Evoluo da receita fiscal 2012-2013,por imposto ................................................................95

    Quadro III.1.6. Evoluo da despesa fiscal 2010-2013, por imposto ......................................................98

    Quadro III.1.7. Receita no fiscal ................................ 103

    Quadro III.1.8. Despesa do Estado por classificao

    econmica ...............................................................105Quadro III.1.9. Despesa do Estado, por grandes

    agregados de despesa ............................................108

    Quadro III.1.10. Despesa do Estado - classificaofuncional ..................................................................110

    Quadro III.1.11. Despesa do Estado - classificaoorgnica ...................................................................111

    Quadro III.1.12. Oramento 2013 e estimativa 2012 Servios e Fundos Autnomos (excluindo EPR) ..... 113

    Quadro III.1.13. Oramento 2013 e estimativa 2012 empresas pblicas reclassificadas .......................... 114

    Quadro III.1.14. Estimativa do subsector dosServios e Fundos Autnomos ................................ 116

    Quadro III.1.15. Receitas e despesas daadministrao local ..................................................118

    Quadro III.1.16. Receitas e despesas daadministrao regional............................................. 120

    Quadro III.1.17. Principais receitas e despesas daSegurana Social.....................................................122

    Quadro III.2.1. Fluxos financeiros entre Portugal e aUnio Europeia ........................................................125

    Quadro III.3.1. Estrutura da dvida direta do Estado ... 127Quadro III.3.2. Composio do financiamento em

    2012 .........................................................................129

    Quadro III.3.3. Necessidades e fontes definanciamento do Estado em 2013 .......................... 130

    Quadro III.3.4. Composio do financiamento em2013 .........................................................................131

    Quadro III.3.5. Situao da tesouraria saldos

    pontuais ...................................................................133Quadro III.3.6. Centralizao de fundos de terceiros

    contas da tesouraria .............................................134

    Quadro IV.1.1. Despesa por programasoramentais .............................................................136

    Quadro IV.1.2. Despesa por atividades .................... 137

    Quadro IV.1.3. Projetos por tipo de despesa efonte de financiamento ............................................137

    Quadro IV.1.4. Projetos por ministrios.................... 138

    Quadro IV.1.5. Projetos por programa e fontes definanciamento ..........................................................138

    Quadro IV.1.6. Projetos novos e em curso .................. 139Quadro IV.1.7. Projetos por agrupamento econmico 140

    Quadro IV.1.8. Projetos regionalizao tica

    NUTS I e II ...............................................................140

  • 7/31/2019 Relatrio do Oramento do Estado para 2013

    7/273

    RELATRIO OE2013

    ndicev

    Quadro IV.1.9. Quadro plurianual de programaooramental - 2013 - 2016 .........................................141

    Quadro IV.2.1. rgos de soberania (P001) despesa total consolidada .......................................142

    Quadro IV.2.2. rgos de soberania (P001) despesa dos SFA por fontes de financiamento ....... 142

    Quadro IV.2.3. rgos de Soberania (P001) despesa por classificao econmica ..................... 143

    Quadro IV.2.4. rgos de soberania (P001) despesa por medidas dos programas ..................... 143

    Quadro IV.3.1. Governao e Cultura (P002) -despesa total consolidada .......................................148

    Quadro IV.3.2. Governao e Cultura (P002) -despesa dos SFA e EPR por fontes definanciamento ...........................................................149

    Quadro IV.3.3. Governao e Cultura (P002) -despesa por classificao econmica ..................... 149

    Quadro IV.3.4. Governao e Cultura - despesa pormedidas dos programas ..........................................150

    Quadro IV.4.1. Finanas e Administrao Pblica(P003) despesa total consolidada ........................155Quadro IV.4.2. Finanas e Administrao Pblica

    (P003) despesa dos SFA por fontes definanciamento ...........................................................156

    Quadro IV.4.3. Finanas e Administrao Pblica(P003) despesa por classificao econmica ...... 157

    Quadro IV.4.4. Finanas e Administrao Pblica(P003) despesas excecionais ...............................158

    Quadro IV.4.5. Finanas e Administrao Pblica(P003) despesa por medidas dos programas ....... 159

    Quadro IV.4.6. Gesto da dvida pblica (P004) despesa total consolidada .......................................159

    Quadro IV.5.1. Representao Externa (P005) despesa total consolidada .......................................162

    Quadro IV.5.2. Representao Externa (P005) despesa dos SFA por fontes de financiamento ....... 162

    Quadro IV.5.3. Representao Externa (P005) despesa por classificao econmica ..................... 163

    Quadro IV.5.4. Representao Externa (P005) despesa por medidas dos programas ..................... 163

    Quadro IV.6.1. Defesa (P006) - despesa totalconsolidada ..............................................................166

    Quadro IV.6.2. Defesa (P006) - despesa dos SFA eEPR por fontes de financiamento ............................166

    Quadro IV.6.3. Defesa (P006) - despesa porclassificao econmica ..........................................167

    Quadro IV.6.4. Defesa (P006) - despesa pormedidas dos programas ..........................................167

    Quadro IV.7.1. Segurana Interna (P007) despesatotal consolidada ......................................................169

    Quadro IV.7.2. Segurana Interna (P007) - despesados SFA e EPR por fontes de financiamento .......... 170

    Quadro IV.7.3. Segurana interna (P007) despesapor classificao econmica ....................................170

    Quadro IV.7.4. Segurana Interna (P007) - despesapor medidas dos programas ....................................171

    Quadro IV.8.1. Justia (P008) - despesa totalconsolidada ..............................................................174

    Quadro IV.8.2. Justia (P008) - despesa dos SFA eEPR por fontes de financiamento ............................174

    Quadro IV.8.3. Justia (P008) - despesa porclassificao econmica ..........................................174

    Quadro IV.8.4. Justia (P008) - despesa por medidas

    dos programas .........................................................175

    Quadro IV.9.1. Economia e Emprego (P009) -despesa total consolidada ....................................... 181

    Quadro IV.9.2. Economia e Emprego (P009) -despesa dos SFA e EPR por fontes definanciamento ..........................................................181

    Quadro IV.9.3. Ministrio da Economia e doEmprego - despesa por classificao econmica ... 183

    Quadro IV.9.4. Ministrio da Economia e doEmprego - despesa por medidas dos programas ... 183

    Quadro IV.10.1. Agricultura e Ambiente (P010) despesa total consolidada ....................................... 186

    Quadro IV.10.2. Agricultura e Ambiente (P010) -despesa dos SFA por fontes de financiamento ....... 187

    Quadro IV.10.3. Agricultura e Ambiente (P010) -despesa por classificao econmica ..................... 187

    Quadro IV.10.4. Agricultura e Ambiente (P010) -despesa por medidas dos programas ..................... 188

    Quadro IV.11.1. Sade (P011) - despesa totalconsolidada ..............................................................193

    Quadro IV.11.2. Sade (P011) - despesa dos SFA eEPR por fontes de financiamento ............................ 194Quadro IV.11.3. Sade (P011) - despesa por

    classificao econmica .......................................... 194

    Quadro IV.11.4. Sade (P011) - despesa pormedidas dos programas .......................................... 195

    Quadro IV.12.1. Ensino Bsico e Secundrio eAdministrao Escolar (P012) despesa totalconsolidada ..............................................................197

    Quadro IV.12.2. Ensino Bsico e Secundrio eAdministrao Escolar (P012) despesa dos SFApor fontes de financiamento .................................... 198

    Quadro IV.12.3. Ensino Bsico e Secundrio eAdministrao Escolar (P012) despesa porclassificao econmica .......................................... 198

    Quadro IV.12.4. Ensino Bsico e Secundrio eAdministrao Escolar (P012) despesa pormedidas do programa ..............................................199

    Quadro IV.13.1. Cincia e Ensino Superior (P013) despesa total consolidada ....................................... 201

    Quadro IV.13.2. Cincia e Ensino Superior (P013) despesa dos SFA por fontes de financiamento ....... 201

    Quadro IV.13.3. Cincia e Ensino Superior (P013) despesa por classificao econmica ..................... 202

    Quadro IV.13.4. Cincia e Ensino Superior (P013) despesa por medidas do programa ......................... 202

    Quadro IV.14.1. Solidariedade e Segurana Social(P014) - despesa total consolidada ......................... 205

    Quadro IV.14.2. Solidariedade e Segurana Social(P014) - despesa dos SFA por fontes de

    financiamento ..........................................................206Quadro IV.14.3. Solidariedade e Segurana Social

    (P014) - despesa por classificao econmica ....... 206

    Quadro IV.14.4. Solidariedade e Segurana Social(P014) - despesa por medidas do programa ........... 207

    Quadro A4. 1. Evoluo dos saldos oramentais dosistema previdencial de repartio .......................... 261

    Quadro A4. 2. Projees da populao residente Portugal ...................................................................262

    Quadro A4. 3. Projees da populao entre os 15 eos 64 anos - Portugal ...............................................262

    Quadro A4. 4. Projees da populao com 65 emais anos Portugal ...............................................263

    Quadro A4. 5. Projees do rcio de dependnciados idosos Portugal ..............................................263

  • 7/31/2019 Relatrio do Oramento do Estado para 2013

    8/273

    RELATRIO OE2013

    ndicevi

    Quadro A4. 6. Projees da esperana mdia devida aos 65 anos Portugal ....................................263

    Quadro A4. 7. Taxa de desemprego ...........................264

    Quadro A4.8. Projees do sistema previdencial

    (milhes de euros, preos de 2012) cenrio commedidas ...................................................................266

    Quadro A4.9. Sntese dos principais indicadores........ 266

    ndice de grficosGrfico I.1.1. Preo spotdo petrleo brent.................... 12

    Grfico I.1.2. Taxas de juro a 3 meses do mercadomonetrio ...................................................................14

    Grfico I.1.3. Taxa de desemprego ...............................16

    Grfico I.1.4. Taxa de emprego .....................................16

    Grfico I.1.5. Exportaes de produtos industriaistransformados, por grau de intensidadetecnolgica .................................................................18

    Grfico I.1.6. Exportaes portuguesas de servios ..... 18

    Grfico I.1.7. Peso das exportaesextracomunitrias nas exportaes totais demercadorias ...............................................................18

    Grfico I.1.8. Balana corrente e de capital .................. 19

    Grfico I.1.9. Taxas de juro de emprstimos ................. 21Grfico I.1.10. Diferencial entre taxas de juro de

    emprstimos s empresas no financeiras eEuribor a 6 meses ......................................................21

    Grfico I.1.11. Desempenho comparativo dos ndicesbolsistas .....................................................................22

    Grfico I.1.12. Evoluo dos mercados de dvidapblica portuguesa.....................................................22

    Grfico I.2.1. Aumento do preo do petrleo em 20USD ...........................................................................26

    Grfico I.2.2. Anlise de sensibilidade ao aumentoda taxa de juro de curto prazo em 1 p.p. ................... 27

    Grfico I.2.3. Anlise de sensibilidade diminuioda procura externa em 1 p.p. .....................................28

    Grfico I.2.4. Anlise de sensibilidade diminuiodo PIB em 1 p.p. ........................................................29

    Grfico I.2.5. Anlise de sensibilidade ao aumentoem 1 p.p. da taxa de desemprego .............................30

    Grfico II.2.1. Reviso no dfice oramental de 2012 ... 42

    Grfico II.2.2. Evoluo da despesa correnteprimria ......................................................................43

    Grfico II.2.3. Contributos para a variao do saldoglobal .........................................................................44

    Grfico II.2.4. Variao do saldo oramental,excluindo medidas temporrias, nos pases da

    rea do euro, em 2012...............................................45Grfico II.2.5. Variao da dvida pblica nos pases

    da rea do euro, em 2012 .........................................45

    Grfico II.3.1. Do dfice de 2012 ao dfice de 2013 ..... 46

    Grfico II.3.2. Receita de IRS em percentagem doPIB .............................................................................65

    Grfico II.3.3. Peso da receita do IRS no total dareceita fiscal ...............................................................65

    Grfico II.3.4. Aumento mdio de IRS ........................... 66

    Grfico II.3.5. Concentrao do imposto ....................... 66

    Grfico II.3.6. Curvas de Lorenz .................................... 67Grfico II.3.7. Diferena das curvas de Lorenz ............. 67

    Grfico II.3.8. Taxa mdia de IRS por escales ............ 67

    Grfico II.3.9. Taxa mdia de IRS ................................. 67

    Grfico II.3.10. Receita de IRC em percentagem doPIB .............................................................................68

    Grfico II.3.11. Peso da receita do IRC no total da

    receita fiscal ...............................................................68Grfico II.4.1. Dvida das empresas pblicas

    (posies em final de perodo) .................................. 74

    Grfico II.4.2. Dvida das empresas pblicas (stock a30 junho 2012) ...........................................................74

    Grfico III.1.1. Dfice das administraes pblicas(tica da contabilidade nacional) ............................... 89

    Grfico III.1.2. Dfice das administraes pblicasem contabilidade pblica e contabilidade nacional ... 92

    Grfico III.1.3. Fatores explicativos da variao dosaldo do subsector Estado em 2013 ......................... 94

    Grfico III.1.4. Evoluo da despesa fiscal 2010-2013 ...........................................................................99

    Grfico III.1.5. Evoluo da despesa fiscal 2010-2013, por funo ......................................................100

    Grfico III.1.6. Evoluo da despesa fiscal 2010-2013, por tipo ...........................................................100

    Grfico III.1.7. Saldo global dos SFA (com EPR) ........ 111

    Grfico III.1.8. Saldos oramentais da AdministraoRegional e Local ......................................................117

    Grfico III.1.9. Receitas da administrao local .......... 118

    Grfico III.1.10. Despesas da administrao local ...... 119

    Grfico III.1.11. Receitas da administrao regional ... 120

    Grfico III.1.12. Despesas da administrao regional . 121

    Grfico A4 1. Efeito da subida da taxa dedesemprego no saldo do sistema contributivo daSegurana Social .....................................................265

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    RELATRIO OE2013

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    11/273

    Captulo

    1I. ECONOMIA PORTUGUESA:EVOLUO RECENTE E PERSPETIVAS PARA

    2013I.1. Evoluo Recente

    I.1.1. Mercados Financeiros e Enquadramento Internacional

    Intensificao da crise da dvida soberana na rea do euro e fraco dinamismo da econo-mia americana levam a um menor crescimento da economia mundial

    As mais recentes projees do FMI apontam para um abrandamento do crescimento da economia mun-

    dial em 2012 e para uma recuperao gradual a partir de 2013. Refletindo a evoluo da economia mun-

    dial, o comrcio mundial de bens e servios dever registar um crescimento mdio anual de 3,8%, em

    volume, no perodo 2012 e 2013 (5,8% em 2011), inferior ao valor mdio registado na dcada de 2000

    (5%).

    Estas previses reveem em baixa as perspetivas macroeconmicas apresentadas pelo FMI em julho de

    2012, refletindo a intensificao da crise da dvida soberana na rea do euro e o seu alastramento a eco-

    nomias como a Espanha e a Itlia, com impacto significativo nos custos de financiamento e nos nveis de

    confiana dos agentes econmicos.

    Assim, as perspetivas para o conjunto dos anos 2012 e 2013 apontam para uma diminuio do cresci-

    mento econmico mundial, devendo as economias avanadas continuar a registar crescimento positivo

    (1,4%, em termos mdios); enquanto as economias de mercado emergentes e em desenvolvimento deve-

    ro manter um crescimento mais forte (5,5%, em termos mdios).Quadro I.1.1. Crescimento econmico mundial

    (taxa de crescimento real, em %)

    Legenda: (*) com base no PIB avaliado em paridade de poder de compra. ** 2010. (p) previso

    Fonte: FMI, World Economic Outlook, previses intercalares, outubro de 2012.

    De entre as principais economias avanadas, prev-se uma expanso do PIB nos EUA, uma recuperao

    no Japo (associada ao esforo de reconstruo na sequncia do terramoto do incio de 2011) e uma

    (%)

    Economia Mundial 100,0 3,8 3,3 3,6

    Economias avanadas 51,1 1,6 1,3 1,5

    das quais:

    EUA 19,1 1,8 2,2 2,1

    rea do Euro, da qual: 14,3 1,4 -0,4 0,2

    Alemanha 3,9 3,0 0,9 0,9

    Frana 2,8 1,7 0,1 0,4

    Itlia 2,3 0,4 -2,3 -0,7

    Espanha 1,8 0,4 -1,5 -1,3

    Reino Unido 2,9 0,9 -0,4 1,1

    Japo 5,6 -0,8 2,2 1,2

    Outras economias, das quais:

    China 14,3 9,3 7,8 8,2

    India 5,6 6,8 4,9 6,0

    Rssia 3,0 4,3 3,7 3,8

    Brasil 2,9 2,7 1,5 4,0

    Por memria

    UE-27 20,7** 1,5 -0,2 0,5

    Estrutura 2011* 2011 2013P2012P

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    RELATRIO OE2013

    Economia Portuguesa: Evoluo Recente e Perspetivas para 201312

    quase estagnao na Unio Europeia com evolues muito distintas entre os Estados-membros (cresci-

    mento econmico mais forte na Polnia e pases blticos e recesso pronunciada na Grcia). A economia

    da rea do euro dever registar uma contrao ligeira em 2012.

    No 1. semestre de 2012, os EUA mantiveram uma expanso econmica moderada (crescimento do PIB

    de 2,4% em termos homlogos) assente essencialmente na melhoria do investimento privado, com des-

    taque para o reforo significativo da componente residencial (9,9%). O Japo registou uma forte recupe-

    rao no 1. semestre de 2012 (com uma taxa de crescimento homloga do PIB de 3,1%). Na rea do

    euro o PIB diminuiu 0,2% em termos homlogos.

    O enfraquecimento da atividade econmica da rea do euro durante este perodo refletiu em larga medida

    a fragilidade da procura interna, uma vez que a procura externa registou um contributo positivo para o

    crescimento do PIB. O consumo privado continuou a registar quedas. O investimento tambm se contraiu,

    refletindo os nveis relativamente baixos da confiana dos empresrios e um grau elevado de restritivida-

    de das condies de acesso ao crdito bancrio em alguns pases da rea do euro.

    As perspetivas para a atividade econmica da rea do euro para 2013 revestem-se de grande incerteza.

    Os principais riscos advm da possibilidade de intensificao das tenses nos mercados financeiros e dospotenciais impactos da decorrentes para a atividade econmica.

    Diminuio da taxa de inflao embora o preo do petrleo se mantenha num nvel ele-vado

    Em 2012, a taxa de inflao dever diminuir na generalidade das economias mundiais. Nas economias

    avanadas a inflao dever diminuir para 2% em 2012 (2,7% em 2011) e nas economias de mercado

    emergentes e em desenvolvimento dever registar valores em torno de 6,3% (7,2% em 2011). Estas

    projees tm subjacente a manuteno dos preos do petrleo em nveis elevados em 2012 e 2013,

    num quadro de manuteno das tenses geopolticas no Mdio Oriente e de reduo da oferta de petr-leo por parte de alguns pases produtores.

    Grfico I.1.1. Preo spotdo petrleo brent(USD/barril e eur/bbl)

    Fontes: Direco-Geral de Geologia e Energia e Banco de Portugal.(P) Previso do FMI, outubro de 2012.

    Com efeito, o preo do petrleo Brenttem vindo a oscilar em torno de 112 USD/bbl (87 /bbl) nos 8 pri-

    meiros meses de 2012. Em dlares, corresponde a um valor similar ao registado para este mesmo pero-

    do de 2011, mas em euros, corresponde a um aumento de 10% em termos homlogos, devido depre-

    ciao da taxa de cmbio do euro face ao dlar durante este perodo. Em termos prospetivos, os partici-

    pantes de mercado apontam para valores na ordem dos 106 USD/bbl em dezembro de 2013.

    22

    37

    52

    67

    82

    97

    112

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    2011

    2012P

    USD/bbl

    /bbl

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    RELATRIO OE2013

    Economia Portuguesa: Evoluo Recente e Perspetivas para 2013 13

    At agosto de 2012, os preos das matrias-primas no energticas diminuram 14% em termos homlo-

    gos, depois de terem registado um aumento de 18% no conjunto do ano de 2011. Refira-se que esta

    evoluo, em 2012, reflete j um aumento significativo dos preos dos produtos agrcolas e alimentares

    nos meses de junho e julho, causada sobretudo pela seca dos EUA e pelas inundaes no Brasil. A taxa

    de inflao na rea do euro deve situar-se em cerca de 2,5% em 2012 (2,7% em 2011), devido aos pre-

    os elevados dos produtos energticos, depreciao do euro e aos aumentos dos impostos indiretos emalguns pases. De facto, em agosto de 2012, a taxa de inflao da rea do euro foi de 2,7% em termos

    homlogos.

    Diminuio acentuada das taxas de juro de curto prazo na rea do euro

    Na medida em que a persistncia do fraco nvel de utilizao da capacidade produtiva nas economias

    avanadas contribuiu para a moderao das presses inflacionistas, a poltica monetria da generalidade

    dos pases pertencentes a este grupo (nomeadamente, Reino Unido, EUA, Japo e rea do euro) carac-

    terizou-se por uma orientao expansionista. Com efeito, os Bancos Centrais do Reino Unido, dos EUA e

    do Japo, mantiveram, at meados de setembro de 2012, as taxas de juro diretoras ao nvel de final de2010, i.e., prximas de zero. O Conselho do Banco Central Europeu decidiu em julho reduzir as taxas de

    juro oficiais em 25 p.b., passando a taxa das operaes principais de refinanciamento para 0,75%. Para

    alm das decises de taxas de juro, os principais bancos centrais continuaram a tomar medidas no con-

    vencionais de poltica monetria. Destaque-se o anncio de um terceiro programa de menor restritividade

    quantitativa (quantitative easing) pela Reserva Federal em setembro. Na rea do euro o Conselho do BCE

    anunciou em setembro o seu programa de Transaes Monetrias Definitivas (TMD), que visa a salva-

    guarda do mecanismo de transmisso de poltica monetria e assegurar a unicidade da poltica monetria

    na rea do euro1. As TMD consistem na compra de dvida pblica em mercado secundrio nos prazos de

    1 a 3 anos. Para que as obrigaes de um Estado Membro possam ser adquiridas necessrio que este-

    ja definido um quadro de condicionalidade estrita. Da mesma forma, a perspetiva de abrandamento da

    economia mundial tem levado as autoridades monetrias das economias de mercado emergentes a ado-

    tarem uma poltica monetria menos restritiva, caracterizada por descidas das taxas de juro e diminuio

    do coeficiente de reservas obrigatrias dos bancos (casos da China e do Brasil).

    Neste contexto, as taxas de juro de curto prazo na rea do euro diminuram de forma acentuada em 2012,

    com a Euribor a 3 meses a situar-se em 0,76%, em mdia, no conjunto dos oito primeiros meses (1,4%

    em 2011). Nos EUA, a Libor subiu ligeiramente para 0,48% at agosto de 2012, em termos mdios

    (0,34% em 2011).

    1 Para mais detalhes das TMD veja-se o Boletim Mensal do BCE de setembro 2012.

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    RELATRIO OE2013

    Economia Portuguesa: Evoluo Recente e Perspetivas para 201314Grfico I.1.2. Taxas de juro a 3 meses do mercado monetrio

    (mdia mensal, em %)

    Fontes: Banco Central Europeu e IGCP.

    I.1.2. A Economia Portuguesa em 2012

    A economia portuguesa est desde 2011 sob influncia do programa de ajustamento econmico e finan-

    ceiro acordado entre o governo portugus e o FMI, a Comisso Europeia e o BCE. Este programa incor-

    pora uma estratgia que visa corrigir os desequilbrios macroeconmicos e financeiros e proceder a uma

    alterao estrutural da economia portuguesa, criando as condies para um crescimento econmico sus-

    tentado e gerador de emprego. O sbito e substancial agravamento das condies de financiamento da

    economia portuguesa em 2011, conjugada com altos nveis de endividamento, imps substituir financia-

    mento privado por financiamento oficial. A consolidao oramental, conjugada com um rpido ajusta-

    mento por parte das empresas e das famlias portuguesas, conduziu a uma forte contrao da procura

    interna. Este efeito de compresso da procura interna resultou num ajustamento mais rpido que o previs-to dos saldos negativos da balana corrente, quer por via da reduo das importaes quer pelo aumento

    das exportaes, em parte associado ao esforo das empresas portuguesas na procura de novos merca-

    dos para colocao dos seus produtos.

    A contrao da procura interna e a dinmica do processo de ajustamento est associada a uma transfe-

    rncia de recursos para sectores produtores de bens transacionveis.

    Procura

    Aps a quebra da atividade econmica verificada no ano de 2011 de 1,7%, os dados mais recentes divul-

    gados pelo Instituto Nacional de Estatstica indicam uma contrao do crescimento econmico de 2,8%

    no 1. semestre de 2012, em termos homlogos (-2.3% e -3.3%, no 1. e 2. trimestre respetivamente).

    0,0

    1,0

    2,0

    3,0

    4,0

    5,0

    6,0

    Ago-04

    Abr-05

    Dez-05

    Ago-06

    Abr-07

    Dez-07

    Ago-08

    Abr-09

    Dez-09

    Ago-10

    Abr-11

    Dez-11

    Ago-12

    rea do Euro

    EUA

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    RELATRIO OE2013

    Economia Portuguesa: Evoluo Recente e Perspetivas para 2013 15Quadro I.1.2. Despesa nacional

    Fonte: INE, Contas Nacionais Trimestrais 2. Trimestre de 2012.

    Este resultado traduziu quebras nas diferentes componentes da procura interna, particularmente acentua-

    das no investimento. Os dados disponveis para o 1. semestre mostram que a procura externa lquida

    teve um contributo positivo para o PIB, refletindo o dinamismo das exportaes e uma reduo das impor-

    taes.

    Mercado de Trabalho

    Quadro I.1.3. Populao ativa, emprego e desemprego(taxas de variao homloga, em %)

    Fonte: INE, Inqurito Trimestral ao Emprego.

    O mercado de trabalho tem vindo a registar um comportamento desfavorvel desde 2009. A taxa mdia

    de desemprego no 1. semestre de 2012 situou-se em 15%, mais 2,7 p.p. que em igual perodo de 2011.

    Da mesma forma, assistiu-se a uma deteriorao do emprego, verificando-se, neste perodo, uma quebra

    homloga de 4,2%. Relativamente ao desemprego de longa durao (mais de 12 meses), este atingiu no

    2. trimestre de 2012 uma taxa de 53,6% do desemprego global (o que compara com 55,2% no trimestre

    homlogo e com 50,8% no trimestre anterior). Tambm, a evoluo do desemprego jovem tem sido nega-tiva, de facto a taxa de desemprego situou-se em cerca de 35,9%, em termos mdios, no 1. semestre de

    2012 (que compara com uma taxa de desemprego de 30,1% em 2011), um acrscimo de 18,6 mil indiv-

    duos face a 2011, nesta faixa etria.

    I II III IV I II

    Taxa de cresci mento homlogo real (%)

    PIB 1,4 -1,7 -0,6 -1,1 -2,0 -3,0 -2,3 -3,3

    Consumo Privado 2,1 -4,0 -2,4 -3,4 -3,5 -6,6 -5,6 -5,9

    Consumo Pblico 0,9 -3,8 -3,5 -4,3 -1,4 -6,0 -1,8 -3,9

    Formao Bruta de Capital Fixo -4,1 -11,3 -7,1 -10,5 -12,1 -15,7 -12,4 -16,4

    Procura Interna 0,8 -5,7 -3,3 -5,2 -4,9 -9,5 -6,1 -7,6

    Exportaes 8,8 7,5 8,4 8,8 6,7 6,3 7,9 4,3

    Importaes 5,4 -5,3 -1,1 -4,3 -2,8 -12,8 -3,8 -8,1

    Contributos para o crescimento do PIB (pontos percentuais)

    Procura Interna 0,9 -6,2 -3,6 -5,6 -5,3 -10,3 -3,6 -5,6

    Procura Externa Lquida 0,5 4,5 3,0 4,5 3,3 7,3 3,3 3,7

    2011 20122010 2011

    I II III IV I II III IV I II

    Populao Activa 0,0 -0,7 0,1 0,0 0,1 -0,3 -0,8 -0,2 -0,5 -1,1 -1,3 -0,9

    Emprego Total -1,5 -1,5 -1,7 -1,6 -1,2 -1,7 -1,5 -0,8 -0,8 -3,0 -4,2 -4,2

    Taxa de desemprego (%) 10,8 12,7 10,6 10,6 10,9 11,1 12,4 12,1 12,4 14,0 14,9 15,0

    Desemprego de longa durao em % do total 54,3 53,1 51,5 55,3 55,7 54,5 53,0 55,2 51,7 52,6 50,8 53,6

    20112011

    20102010

    2012

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    RELATRIO OE2013

    Economia Portuguesa: Evoluo Recente e Perspetivas para 201316

    Grfico I.1.3. Taxa de desemprego(%)

    Grfico I.1.4. Taxa de emprego(%)

    Fonte: INE.

    Para a quebra no emprego no 2. trimestre de 2012 contribuiu fundamentalmente a categoria de trabalha-

    dores por conta de outrem com uma quebra de 5% (equivalente a cerca de 194 mil trabalhadores). A

    reduo do nmero de trabalhadores por conta prpria foi menor, abrangendo 14 mil indivduos.

    semelhana do que j tinha acontecido em 2011, as condies do mercado de trabalho por um lado, e a

    evoluo dos salrios da administrao pblica por outro, contriburam para a reduo homloga de 6,5%

    dos salrios nominais no 1. semestre de 2012. Desta forma, estima-se que os salrios nominais totais

    por trabalhador registem uma quebra de 3,8% em 2012, em termos mdios (face a uma quebra marginal

    em 2011) e, os salrios reais totais por trabalhador apresentem uma reduo de cerca de 6,4% em 2012

    (o que compara com uma quebra de 3,7% em 2011).

    Preos

    De acordo com as estimativas do INE, a taxa de variao homloga do IPC, at ao 3. trimestre de 2012,situou-se em 3%, em termos mdios, menos 0,6 p.p. do que no perodo homlogo.

    Quadro I.1.4. IPC e IHPC(taxas de variao homloga, em %)

    Fontes: INE e EUROSTAT.

    A evoluo da inflao em Portugal nos ltimos anos tem sido significativamente influenciada pela evolu-

    o dos preos do petrleo e de outras matrias-primas nos mercados internacionais. Em 2011 e 2012, a

    estes fatores acresceu o aumento dos impostos indiretos (IVA) e dos preos administrados no quadro do

    esforo de consolidao oramental.

    Comparativamente com a rea do euro, os preos em Portugal (medidos pelo IHPC) subiram mais acen-tuadamente em 2011 (3,6% face a 2,4% da rea do euro), resultando num aumento do diferencial. At

    6.0

    8.0

    10.0

    12.0

    14.0

    16.0

    I II III IV I II III IV I II III IV I II

    2009 2010 2011 2012

    Taxa de desemprego trimest ral Taxa de desemprego anual

    40,0

    42,0

    44,0

    46,0

    48,0

    50,0

    I II III IV I II III IV I II III IV I II

    2009 2010 2011 2012

    Ta xa de emp re go trime st ral Ta xa de emp re go anu al

    I II III IV I II III IV I II III

    IPC Total 1,4 3,7 0,3 1,0 1,9 2,4 3,7 3,7 3,2 3,9 3,4 2,8 2,9

    Bens 1,7 4,4 -0,1 1,2 2,5 3,2 4,5 4,4 3,7 4,9 3,6 2,6 3,1

    Alimentares -0,3 2,1 -4,4 -1,6 2,3 2,7 2,5 2,2 1,6 2,2 2,8 2,5 3,2

    Energticos 9,5 12,7 10,3 10,3 8,1 9,2 13,2 11,7 11,0 14,9 11,5 10,1 11,5

    Servios 1,0 2,5 0,9 0,7 1,2 1,1 2,5 2,8 2,5 2,4 3,1 3,2 3,0

    IPC excluindo alimentos no

    processados e energia 0,3 2,3 -0,5 -0,1 0,7 1,0 2,1 2,5 2,1 2,3 2,1 1,6 1,2

    IHPC Portugal 1,4 3,6 0,3 1,0 2,0 2,3 3,7 3,7 3,1 3,8 3,3 2,8 2,8

    IHPC rea do euro 1,0 2,4 1,1 1,6 1,7 2,0 2,5 2,8 2,8 3,0 2,7 2,5 2,2

    Diferencial (p.p.) 0,4 1,1 -0,8 -0,6 0,2 0,3 1,1 0,9 0,3 0,8 0,7 0,3 0,6

    Variao de preos (%)2011

    20102010

    20112012

  • 7/31/2019 Relatrio do Oramento do Estado para 2013

    17/273

    RELATRIO OE2013

    Economia Portuguesa: Evoluo Recente e Perspetivas para 2013 17

    setembro de 2012, a taxa de variao homloga do IHPC em Portugal foi 0,5 p.p. superior mdia verifi-

    cada no conjunto dos 17 pases que compem a rea do euro.

    Produtividade e Competitividade

    Aps uma estagnao em 2011, verificaram-se ganhos da produtividade do trabalho no 1. semestre de

    2012 de 1,5% em termos homlogos. Esta evoluo explicada, essencialmente, pela reduo do PIB

    menos acentuada que o emprego.

    Quadro I.1.5. Produtividade, salrios e custos do trabalho(taxas de variao homloga, em %)

    Fonte INE.

    No que respeita aos custos unitrios do trabalho (CTUP), a expressiva desacelerao das remuneraes

    por trabalhador refletiu-se num aumento da tendncia de queda deste indicador que no 1. semestre de

    2012 se contraiu 3,6% em termos homlogos. De facto, as taxas de variao homloga trimestrais dos

    CTUP tm vindo a cair consecutivamente desde 2010, contribuindo para uma melhoria da competitividade

    da economia portuguesa. A reduo dos salrios nominais reflete em parte as redues de vencimentos

    dos funcionrios pblicos.

    Contas Externas

    Durante o 1. semestre de 2012, as exportaes portuguesas continuaram a crescer a um ritmo forte.

    Portugal obteve ganhos de quota de mercado nos oito principais parceiros comerciais.

    Quadro I.1.6. Quotas de mercado e termos de troca(variao homloga, %)

    Fonte: INE.

    Para este comportamento contriburam, do lado das mercadorias, produtos com maior grau de intensida-

    de tecnolgica. De facto, tem-se vindo a observar um aumento progressivo do peso dos bens com maior

    grau de intensidade tecnolgica nas exportaes portuguesas de mercadorias. Do lado dos servios tam-

    bm se tem assistido a um crescimento sustentado das exportaes. O turismo continua a ser a compo-

    nente mais importante, sendo no entanto de destacar o crescimento das exportaes de servios de

    transportes e comunicaes e de servios prestados s empresas. A exportao de softwaree servios

    de I&D continua a ter um peso diminuto, apesar do constante crescimento.

    I II III IV I II III IV I II

    Produtividade 3,0 -0,1 3,4 3,3 2,5 2,7 0,9 -0,3 -1,2 0,0 1,9 1,0

    Remuneraes

    Salrios nominais 1,0 -1,2 0,5 1,9 1,4 0,5 -0,2 -1,1 -1,2 -2,2 -3,6 -8,9

    Custos por Unidade de Trabalho Produzido -1,5 -0,7 -1,8 -1,3 -1,0 -2,1 -0,9 -0,8 -0,4 -0,4 -1,8 -5,4

    Acordos colectivos (Instrumentos de Regulao) 2,4 1,5 1,9 2,5 2,4 2,4 2,4 2,0 1,5 1,5 1,6 1,6

    20112010 2011 2012

    2010

    IT IIT IT IIT IT IIT

    Quota de Mercado (B&S) p.p. -1,0 3,6 3,2 -3,0 1,0 6,0 9,5 5,0

    Exportaes (volume, %) 8,8 7,5 9,5 9,6 8,4 8,8 7,9 4,3Procura Externa (volume, %) 9,9 3,8 6,1 13,0 7,3 2,6 -1,5 -0,6

    Termos de Troca (B&S) p.p. -0,5 -2,2 0,9 -1,6 -3,2 -1,8 -0,8 -0,4

    Deflator das Exportaes (%) 4,2 5,4 1,5 4,5 6,7 6,0 1,7 1,2

    Deflator das Importaes (%) 4,8 7,8 0,7 6,2 10,1 7,9 2,6 1,5

    Indicador 20102010 2011 2012

    2011

  • 7/31/2019 Relatrio do Oramento do Estado para 2013

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    RELATRIO OE2013

    Economia Portuguesa: Evoluo Recente e Perspetivas para 201318

    Grfico I.1.5. Exportaes de produtos industriaistransformados, por grau de intensidade tecnol-

    gica(em % do total)

    Grfico I.1.6. Exportaes portuguesas deservios

    Fonte: GEE, Ministrio da Economia. Fonte: INE.

    Nos ltimos anos assistiu-se tambm a uma crescente diversificao dos mercados de destino das expor-

    taes portuguesas a favor de economias fora da UE. Esta evoluo dever estar associada ao facto de

    nos ltimos anos as economias mais dinmicas se encontrarem em outras reas geogrficas ( Grfico

    I.1.7).

    Grfico I.1.7. Peso das exportaes extracomunitrias nas exportaes totais de mercadorias

    Fonte: INE.

    As exportaes registaram uma evoluo positiva. A fraqueza da procura interna proveniente tanto do

    lado do investimento como do consumo, tem levado as empresas portuguesas de bens transacionveis a

    fazer um esforo acrescido no sentido da procura de novos mercados. As exportaes de bens destina-

    das aos mercados extracomunitrios tm vindo a aumentar de forma acentuada. Por exemplo, pases

    como Angola, Brasil, China, EUA e Marrocos, representavam, at agosto de 2012, mais de 50% das nos-sas exportaes extracomunitrias e cerca de 15% do total das nossas exportaes.

    30

    35

    40

    45

    50

    55

    60

    65

    70

    2011 2012

    2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Jan- Jun

    Baixa t ecno logia Md ia a lt a t ecno logia

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    0

    4 000

    8 000

    12 000

    16 000

    20 000

    24 000

    2011

    2012

    2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 jan-jun

    %106

    euro

    Viagens e Turismo Transp. e ComunicaesServ. Prest. s Empresas Software e I&DServios (esc. esquerda)

    10

    15

    20

    25

    30

    0

    5 000

    10 000

    15 000

    20 000

    25 000

    30 000

    35 000

    40 000

    2011

    2012

    2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 jan-ago

    Exportaes Extra EU(%)

    milhesdeeuros

    %

  • 7/31/2019 Relatrio do Oramento do Estado para 2013

    19/273

    RELATRIO OE2013

    Economia Portuguesa: Evoluo Recente e Perspetivas para 2013 19Quadro I.1.7. Peso das exportaes de alguns pases nas exportaes extracomunitrias e totais

    (%)

    Fonte: INE.

    Pelo contrrio, o abrandamento econmico dos principais parceiros comerciais localizados na Unio

    Europeia (peso de 71% do total das exportaes portuguesas) tem condicionado a nossa capacidade

    exportadora para esses destinos. Com efeito, as exportaes para Estados-membros no perodo de janei-ro a agosto de 2012 cresceram cerca de 3,8% em termos homlogos. Em comparao, as exportaes

    para pases no pertencentes Unio Europeia cresceram 27%.

    Balana de Pagamentos

    Desde 2008, e particularmente a partir de 2011, assistiu-se a uma reduo substancial das necessidades

    de financiamento externo da economia portuguesa, medidas pelo saldo conjunto da balana corrente e de

    capital. Com efeito, aps ter atingido 11,4% do PIB em 2008 (o valor mais elevado da dcada de 2000), o

    dfice da balana corrente e de capital tem vindo a evoluir no sentido descendente, para 5% do PIB, em

    2011, e para 1,9% do PIB, no 1. semestre de 2012.

    Grfico I.1.8. Balana corrente e de capital(em % do PIB

    Fonte: INE.

    Analisando as diferentes componentes da balana (bens e servios, rendimentos, transferncias corren-

    tes e de capital), verifica-se que todas contriburam para a evoluo favorvel das contas externas duran-

    te o 1. semestre de 2012. Porm, convm destacar o contributo especialmente positivo proveniente daevoluo do saldo das balanas de bens e servios e de rendimentos.

    jan-ago2011 jan-ago2012 jan-ago2011 jan-ago2012

    Angola 19,5 21,5 4,9 6,2 39,7

    Brasil 5,2 5,0 1,3 1,4 20,3

    China 3,1 6,5 0,8 1,9 164,4

    EUA 13,5 14,6 3,4 4,2 36,8

    Marrocos 3,7 3,8 0,9 1,1 39,7

    Total (dos 5 pases) 45,2 51,3 11,3 14,9 44,3

    Peso nas exportaes totaisPeso nas exportaes

    extracomunitrias

    Taxa decrescimento

    dasexportaes

    (jan - agosto, %)

    -20,0

    -15,0

    -10,0

    -5,0

    0,0

    5,0

    10,0

    -20,0

    -15,0

    -10,0

    -5,0

    0,0

    5,0

    10,0

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    2011

    2011I II II

    IIV

    2012I II

    Balana de Bens Balana de Servios

    Balana de Rendimentos Balana de Transferncias Correntes

    Balana de Capital Balana de Corrente e de Capital

  • 7/31/2019 Relatrio do Oramento do Estado para 2013

    20/273

    RELATRIO OE2013

    Economia Portuguesa: Evoluo Recente e Perspetivas para 201320

    De facto, o dfice da balana de bens e servios apresentou uma diminuio muito expressiva, passando

    de 4.494 M no 1. semestre de 2011 (-5,2% do PIB) para 884 M no 1. semestre de 2012 (-1,1% do

    PIB). O dfice da balana de rendimentos tambm melhorou, resultado para o qual contribuiu a obteno

    de um menor diferencial entre os juros pagos e recebidos do exterior, passando de um dfice de

    3.724 M no 1. semestre de 2011 (-4.3% do PIB) para um dfice de 2.762 M no 1. semestre de 2012

    (-3.3% do PIB). Quanto aos saldos das Balanas de Transferncias Correntes e de Capital, de referirque os seus excedentes se tornaram mais elevados, representando 0,9% e 1,4% do PIB no 1. semestre

    de 2012 (0,8% e 1,2%, respetivamente no 1. semestre de 2011).

    Em 2011 e no 1. semestre de 2012, constata-se que a reduo do dfice da balana de bens tem sido

    sobretudo conseguida devido ao comportamento das exportaes portuguesas, apesar do enquadramen-

    to internacional no ser o mais favorvel, especialmente nos mercados que constituem os principais par-

    ceiros.

    Quadro I.1.8. Variao das componentes da balana de bens(face ao ano anterior, em milhes de euros)

    Fonte: INE.

    Mercados Financeiros

    Ao longo do ltimo ano, o crdito concedido ao sector privado foi reduzido em todos os segmentos, refle-

    tindo a recesso econmica, juntamente com o processo de desalavancagem do sector bancrio e o

    ajustamento dos balanos das empresas no financeiras e das famlias.

    Quadro I.1.9. Agregados de crdito bancrio em Portugal(variao anual, em %, fim de perodo)

    Nota: Variao Anual, ajustada de operaes de titularizao.

    Fonte: Banco de Portugal.

    Os crditos de cobrana duvidosa evoluram no sentido ascendente at julho de 2012, particularmente no

    segmento das empresas no financeiras e do crdito para consumo e para outros fins no caso das fam-lias. De facto, em julho de 2012, o peso dos crditos de cobrana duvidosa subiu para 9,3% nas socieda-

    des no financeiras, para 11,2% no consumo e para 10,8% nos outros fins (5,2%, 8,9% e 8,4%, respeti-

    vamente, em julho de 2011), tendo atingido nveis historicamente elevados.

    Quadro I.1.10. Crdito de cobrana duvidosa(em % do total do crdito)

    Fonte: Banco de Portugal.

    Exportao

    de bens

    Importao

    de bens

    Saldo de

    bens

    2009 -7.282,8 -12.696,7 5.413,9

    2010 5.218,8 5.620,1 -401,3

    2011 5.779,4 811,1 4.968,3

    1 sem/12 1.972,9 -1.523,5 3.496,4

    Dez-11 Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12

    Emprstimos ao sector privado no financeiro -2,4 -2,7 -2,9 -3,7 -4,2 -4,5 -4,5 -4,7

    Sociedades no financeiras -2,7 -2,9 -3,0 -4,6 -5,2 -5,5 -5,5 -5,8

    Particulares -2,2 -2,6 -2,9 -3,1 -3,4 -3,6 -3,8 -3,9

    para habitao -1,6 -1,9 -2,2 -2,4 -2,7 -2,9 -3,0 -3,1

    para consumo -5,8 -7,0 -7,4 -7,4 -8,2 -8,6 -9,0 -9,1

    Dez-11 Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12

    Sociedades no financeiras 6,0 6,7 7,3 7,4 8,1 8,5 8,7 9,3

    Particulares 3,3 3,4 3,5 3,5 3,6 3,5 3,5 3,6

    para habitao 1,9 1,9 1,9 1,9 2,0 1,9 1,9 2,0

    para consumo 9,9 10,2 10,6 10,7 11,0 11,0 10,9 11,2

  • 7/31/2019 Relatrio do Oramento do Estado para 2013

    21/273

    RELATRIO OE2013

    Economia Portuguesa: Evoluo Recente e Perspetivas para 2013 21

    Restries associadas ao balano dos bancos, tendo em vista a sua solvabilidade, e a perceo de um

    maior risco, nomeadamente na vertente empresarial, tm determinado condies de crdito mais restriti-

    vas, contribuindo para a subida das taxas de juro bancrias entre meados de 2010 e final de 2011. Em

    2012 assistiu-se, porm, a uma diminuio das taxas de juro das operaes do crdito tanto para as

    empresas como para os particulares (mais pronunciada para o crdito habitao), influenciada, em

    parte, pela descida das taxas Euribor. Este resultado uma consequncia do fato de a generalidade dastaxas de juro dos emprstimos concedidos para habitao serem indexadas Euribor, pelo que o com-

    portamento destas, que tm atingido nveis historicamente baixos, se reflete diretamente na variao das

    taxas dos crditos. Em sentido contrrio, tem-se registado um aumento das taxas de juro aos novos

    emprstimos, principalmente por efeito de um aumento do spread aplicado. No entanto, dado que os

    novos crditos tm apresentado quebras consecutivas nos montantes concedidos, o primeiro efeito preva-

    lece.

    Quadro I.1.11. Taxas de juro(valores mdios, fim de perodo, em %)

    Fonte: Banco de Portugal.

    O diferencial entre as taxas de juro do crdito s empresas e a Euribor a 6 meses tem vindo a apresentar

    uma tendncia crescente nos ltimos dois anos, o que se tem refletido em condies de financiamento

    menos favorveis para este sector.

    Grfico I.1.9. Taxas de juro de emprstimos(valores mdios, fim de perodo, em %)

    Grfico I.1.10. Diferencial entre taxas de jurode emprstimos s empresas no financeiras

    e Euribor a 6 meses

    (em pontos percentuais, p.p.)

    Fonte: Banco de Portugal.

    Apesar dos desenvolvimentos adversos observados desde finais de 2008 e das maiores exigncias de

    capital prprio dos bancos, estes esto hoje em melhores condies para financiar a economia. As medi-

    das tomadas pelas autoridades monetrias, nomeadamente pelo BCE, permitiram melhorar a posio de

    liquidez. Para alm disso, os bancos reduziram significativamente o grau de alavancagem e procederam a

    aumentos dos seus nveis de capital. De facto, os nveis de capitalizao do sistema bancrio melhoraram

    substancialmente em 2011, prosseguindo a tendncia evidenciada desde 2008. No final de 2011, o rcio

    Core Tier 1 do sistema bancrio situou-se em 9,6% (ultrapassando o limite mnimo de 9% fixado no

    PAEF), representando uma melhoria de 1,5 p.p. e de 1,7 p.p. face a 2010 e 2009, respetivamente.

    Dez-11 Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12

    Emprstimos, dos quais:

    a sociedades no financeiras 5,12 5,14 5,08 5,04 4,97 4,92 4,86 4,81a particulares 3,86 3,83 3,76 3,66 3,54 3,43 3,33 3,23

    para habitao 2,73 2,71 2,63 2,53 2,39 2,27 2,16 2,06

    para consumo e outros fins 8,68 8,66 8,67 8,58 8,59 8,55 8,51 8,44

    Depsitos e equiparados at 2 anos para sociedades no financeiras 4,13 3,83 3,64 3,35 2,90 2,89 2,79 2,84

    7,0

    7,4

    7,8

    8,2

    8,6

    9,0

    9,4

    1,5

    2,5

    3,5

    4,5

    5,5

    6,5

    7,5

    Jul-08

    No

    v-08

    Ma

    r-09

    Jul-09

    No

    v-09

    Ma

    r-10

    Jul-10

    No

    v-10

    Ma

    r-11

    Jul-11

    No

    v-11

    Ma

    r-12

    Jul-12

    HabitaoEmpresasConsumo e outros fins (escala da direita)

    4,03

    0,80

    1,30

    1,80

    2,30

    2,80

    3,30

    3,80

    4,30

    Jul-08

    Nov-08

    Mar-09

    Jul-09

    Nov-09

    Mar-10

    Jul-10

    Nov-10

    Mar-11

    Jul-11

    Nov-11

    Mar-12

    Jul-12

  • 7/31/2019 Relatrio do Oramento do Estado para 2013

    22/273

    RELATRIO OE2013

    Economia Portuguesa: Evoluo Recente e Perspetivas para 201322

    Grfico I.1.11. Desempenho comparativo dos ndicesbolsistas

    (dezembro 2009 = 100, fim de perodo)

    Fontes: CMVM e IGCP.

    No mercado de capitais, aps a desvalorizao de 28% em 2011, e do prolongamento desta tendnciaat maio de 2012, o ndice PSI-20 registou desde junho de 2012 uma recuperao significativa em linha

    com o verificado nos principais mercados bolsistas internacionais. Esta valorizao foi particularmente

    acentuada no sector financeiro, devendo estar associada s expectativas positivas criadas em torno do

    programa de compra da dvida soberana pelo BCE e, da tomada de medidas concretas pelas instituies

    europeias para a resoluo da crise do euro. No final de agosto de 2012, os ndices PSI-20, Euro Stoxx50

    e Dow Jones encontravam-se 11%, 15% e 6% respetivamente, acima dos nveis de final de maio do

    mesmo ano.

    As condies de financiamento do Tesouro registaram uma melhoria significativa ao longo de 2012. As

    taxas de juro das Obrigaes do Tesouro desceram marcadamente face aos mximos alcanados no final

    de janeiro de 2012. No mercado de Bilhetes de Tesouro, as taxas de juro tambm se reduziram, tendo asrespetivas maturidades sido tambm prolongadas. A queda acentuada dos CDS ainda outro indicador

    da melhoria substancial das perspetivas de financiamento da economia portuguesa.

    Grfico I.1.12. Evoluo dos mercados de dvida pblica portuguesa

    Obrigaes do Tesouro taxas de juro(%)

    Obrigaes do Tesouro diferencial face Alemanha (pontos base)

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    110

    120

    130

    Abr-10

    Ago-10

    Dez-10

    Abr-11

    Ago-11

    Dez-11

    Abr-12

    Ago-12

    PSI-20 DJ Euro Stoxx50 DOW JONES

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    Jan

    /12

    Jan

    /12

    Jan

    /12

    Fev

    /12

    Fev

    /12

    Mar/

    12

    Mar/

    12

    Abr/

    12

    Abr/

    12

    Ma

    i/12

    Ma

    i/12

    Jun

    /12

    Jun

    /12

    Ju

    l/12

    Ju

    l/12

    Ju

    l/12

    Ago

    /12

    Ago

    /12

    Se

    t/12

    Se

    t/12

    Ou

    t/12

    2 anos 5 anos 10 anos

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    Jan

    /12

    Jan

    /12

    Jan

    /12

    Fev

    /12

    Fev

    /12

    Mar

    /12

    Mar

    /12

    Abr/

    12

    Abr/

    12

    Ma

    i/12

    Ma

    i/12

    Jun

    /12

    Jun

    /12

    Ju

    l/12

    Ju

    l/12

    Ju

    l/12

    Ago

    /12

    Ago

    /12

    Se

    t/12

    Se

    t/12

    Ou

    t/12

    2 anos 5 anos 10 anos

  • 7/31/2019 Relatrio do Oramento do Estado para 2013

    23/273

    RELATRIO OE2013

    Economia Portuguesa: Evoluo Recente e Perspetivas para 2013 23

    Bilhetes do Tesouro em 2012, taxa mdiaponderada (%)

    CDS spreads(pontos base)

    Fontes: Bloomberg, Reuters, IGCP.

    I.2. Perspetivas para 2013

    I.2.1. Hipteses Externas para 2013

    A elaborao do cenrio macroeconmico assenta num conjunto de hipteses relativas ao comportamen-

    to de algumas variveis externas que condicionam a evoluo da economia portuguesa no horizonte de

    projeo. Estas hipteses refletem a informao disponvel at meados de setembro de 2012.

    Quadro I.2.1. Enquadramento internacional principais hipteses

    Notas: (p) previso. (a) Euribor a 3 meses.

    As hipteses relativas ao preo do petrleo assentam na informao dos futuros do Brent transacionados

    em meados de setembro, que apontam para uma diminuio do preo em 2013 face a 2012.

    Quanto s taxas de juro de curto prazo e taxas de cmbio, consideraram-se as hipteses usadas pelo

    BCE para 2012 e 2013 no exerccio de projees de Outono de 2012.

    As hipteses relativas procura externa relevante2 para Portugal sugerem um crescimento em 2013 de

    2,8% aps a quebra de 0,2% registada em 2012. Esta evoluo consistente com as previses do FMI

    divulgadas em outubro, que apontam para uma recuperao gradual da atividade econmica mundial

    para o prximo ano, em especial fora da rea do euro.

    Neste domnio, de evidenciar que no 1. semestre de 2012 se assistiu a uma quebra das importaes

    de Espanha e de Itlia, o que ter determinado um crescimento menos forte das exportaes portuguesas

    durante este perodo. Porm, a melhoria da situao econmica do conjunto da rea do euro e dos res-

    tantes parceiros comerciais de Portugal (apesar de se prever a manuteno de uma taxa de crescimento

    negativa para o PIB de Espanha e de Itlia) dever levar a uma expanso da procura externa dirigida

    economia portuguesa. Adicionalmente, a diversificao recente das exportaes portuguesas com o

    2 Procura externa relevante: clculo efetuado pelo Ministrio das Finanas com base nas previses do crescimento real das importaes dos principais

    parceiros comerciais ponderadas pelo peso que esses pases representam nas exportaes portuguesas. Foram considerados os seguintes pases: Espanha(26,5%); Alemanha (13,3%); Frana (12,4%); Angola (8,1%); Reino Unido (5,6%); Itlia (3,8%) Pases Baixos (3,7%) Estados Unidos (3,6%) Blgica (2,4%)

    Sucia (1,2%); Brasil (1%) e China (0,8%), os quais representam mais de 80% das exportaes portuguesas.

    4,3 4,34,1

    3,8

    2,2

    4,74,5 4,3

    2,9 2,92,7

    2,3

    1,7

    5,0 4,9

    3,73,9 3,8

    3,5

    4,5

    3,0

    0,0

    1,0

    2,0

    3,0

    4,0

    5,0

    6,0

    Jan04

    Jan18

    Fev01

    Fev15

    Mar21

    Abr04

    Mai02

    Jun06

    Jul18

    Set19

    3 meses 6 meses 12 meses 18 meses

    0

    200

    400

    600

    800

    1000

    1200

    1400

    1600

    Jan/12

    Jan/12

    Jan/12

    Fev/12

    Fev/12

    Mar/12

    Mar/12

    Abr/12

    Abr/12

    Mai/12

    Mai/12

    Jun/12

    Jun/12

    Jul/12

    Jul/12

    Jul/12

    Ago/12

    Ago/12

    Set/12

    Set/12

    Out/12

    5 anos 10 anos

    Crescimento da procura externa relevante (%) MF/PAEF 3,6 -0,2 2,8

    Preo do petrleo Brent (US$/bbl) NYMEX 111,0 102,4 96,9

    Taxa de juro de curto prazo (mdia anual, %) (a) BCE 1,4 0,6 0,4

    Taxa de cmbio do EUR/USD (mdia anual) BCE 1,39 1,26 1,26

    2013(p)Fonte 2011(p) 2012(p)

  • 7/31/2019 Relatrio do Oramento do Estado para 2013

    24/273

    RELATRIO OE2013

    Economia Portuguesa: Evoluo Recente e Perspetivas para 201324

    aumento do peso das exportaes para pases extra-UE com ritmos de crescimento econmico mais

    elevados outro fator de sustentao da procura externa.

    Quadro I.2.2. PIB e importaes(variao homloga real, em %)

    Fontes: Eurostat e Institutos de estatsticas nacionais. Previses do PIB para os anos de 2012 e de 2013, FMI, World EconomicOutlook, previses intercalares, julho 2012; Previses das Importaes de Bens e Servios para os anos de 2012 e 2013, CE, Eco-nomic Forecast, maio 2012.

    I.2.2. Cenrio Macroeconmico para 2013

    O cenrio macroeconmico atual reflete, no s a informao das Instituies Internacionais envolvidasno 5. exame regular do PAEF, em setembro do corrente ano, como a informao mais recente relativa ao

    desenvolvimento da atividade econmica, tanto nacional como internacional e as novas medidas tomadas

    no contexto do OE 2013.

    Assim, estima-se uma contrao do PIB em 3% em 2012, em consequncia da continuao da acentuada

    quebra na procura interna. A taxa de desemprego dever situar-se nos 15,5%. As exportaes lquidas

    permitiro compensar parcialmente o contributo negativo da procura interna na atividade econmica. de

    salientar que neste contexto ser atingido em 2012 o equilbrio da balana de bens e servios.

    Quadro I.2.3. Principais indicadores(taxa de variao, %)

    Legenda: (p) previso;

    Fontes: INE e Ministrio das Finanas.

    Para 2013, projeta-se uma contrao do PIB de 1% em mdia anual. Em termos trimestrais, o PIB dever

    comear a crescer j a partir do segundo trimestre de 2013. A evoluo da atividade econmica continua-

    r a traduzir as caractersticas do ajustamento da economia portuguesa verificadas em anos anteriores,

    isto , a procura interna ter um contributo negativo para o produto, embora menor do que em 2011 e2012. Este contributo ser parcialmente compensado por um contributo positivo das exportaes lquidas.

    3 T 4 T 1 T 2 T 3 T 4 T 1 T 2 T

    rea do Euro 1,4 1,3 0,6 0,0 -0,4 -0,4 0,2 4,0 3,5 0,4 -0,9 -0,3 -0,5 1,8

    Espanha 0,4 0,6 0,0 -0,6 -1,3 -1,5 -1,3 -0,9 -1,2 -4,9 -5,9 -5,4 -5,7 -2,8

    Alemanha 3,0 2,7 1,9 1,2 1,0 0,9 0,9 7,4 8,1 5,9 3,3 3,3 2,8 3,6

    Frana 1,7 1,5 1,2 0,4 0,3 0,1 0,4 4,9 2,4 1,4 -1,4 1,2 1,2 1,6

    Itlia 0,4 0,4 -0,5 -1,5 -2,6 -2,3 -0,7 0,4 0,1 -7,3 -9,2 -8,2 -7,3 0,2

    Reino Unido 0,9 0,6 0,7 -0,1 -0,5 -0,4 1,1 0,5 -1,3 -1,1 1,3 3,2 1,6 1,0

    2013P

    ImportaesPIB

    2012P 2013P2011 20112011 2012 2011 2012 2012P

    PIB e Componentes da Despesa (em termos reais)

    PIB 1,4 -1,7 -3,0 -1,0

    Consumo Privado 2,1 -4,0 -5,9 -2,2

    Consumo Pblico 0,9 -3,8 -3,3 -3,5

    Investimento (FBCF) -4,1 -11,3 -14,1 -4,2

    Exportaes de Bens e Servios 8,8 7,5 4,3 3,6

    Importaes de Bens e Servios 5,4 -5,3 -6,6 -1,4

    Evoluo dos Preos

    Deflator do PIB 1,1 0,7 0,3 1,3

    IPC 1,4 3,7 2,8 0,9

    Evoluo do Mercado de Trabalho

    Emprego -1,5 -1,3 -4,3 -1,7

    Taxa de Desemprego (%) 10,8 12,7 15,5 16,4

    Produtividade aparente do trabalho 2,9 -0,4 1,3 0,7

    Saldo das Balanas Corrente e de Capital (em % do PIB)Necessidades lquidas de f inanciamento face ao exterior -8,4 -5,1 -1,1 1,0

    - Saldo da Balana Corrente -9,7 -6,6 -2,6 -0,6

    da qual Saldo da Balana de Bens -10,0 -7,2 -3,6 -2,1

    - Saldo da Balana de Capital 1,3 1,4 1,5 1,6

    2010 2011(p) 2012(p) 2013(p)

  • 7/31/2019 Relatrio do Oramento do Estado para 2013

    25/273

    RELATRIO OE2013

    Economia Portuguesa: Evoluo Recente e Perspetivas para 2013 25

    A projeo para o PIB em 2013 rev em baixa a apresentada no Documento de Estratgia Oramental.

    Esta reviso resulta quer do contexto internacional mais desfavorvel, quer das medidas de consolidao

    oramental tomadas para cumprir as metas acordadas no mbito do 5. exame regular do PAEF. Estas

    tm um impacto mais acentuado no consumo privado, na sequncia da reduo do rendimento dispon-

    vel.

    No que respeita ao consumo privado, aps muitos anos a crescer acima do produto, esta componente

    dever continuar a ajustar-se, projetando-se uma contrao adicional de 2,2% em 2013. Esta evoluo

    est associada, quer ao nvel elevado de desemprego, quer reduo do rendimento disponvel das

    famlias.

    Por sua vez, prev-se uma reduo do consumo pblico em 3,5%, que resulta de um esforo deliberado

    de diminuio da despesa pblica.

    Tambm o investimento apresentar uma evoluo negativa de 4,2%, apesar de se esperar uma diminui-

    o menor do que em 2012. Esta evoluo resulta tanto da reduo estimada do investimento pblico,

    como do investimento residencial. Por seu turno, o investimento empresarial dever registar uma melho-

    ria. As exportaes de bens e servios devero apresentar um comportamento favorvel, apesar dedesacelerarem face aos anos anteriores. Projeta-se um crescimento das exportaes em 3,6%. Este

    crescimento, associado reduo prevista das importaes de 1,4%, dever traduzir-se na continuao

    da reduo do dfice da balana comercial.

    A evoluo projetada da procura agregada implica uma nova reduo substancial das necessidades de

    financiamento da economia portuguesa. O dfice da balana corrente e de capital ter sido eliminado

    tornando-se o respetivo saldo positivo j em 2013.

    A taxa de desemprego dever situar-se em 16,4%, mais 0,9 p.p. do que o previsto para 2012. O processo

    de ajustamento econmico tem como consequncia uma alterao na estrutura produtiva portuguesa,

    mais focado nos bens transacionveis dirigidos s exportaes. Esta reafectao de recursos est asso-

    ciada, no curto-prazo, a um aumento do desemprego.

    I.2.3. Anlise de Riscos do Cenrio Macroeconmico

    Principais Riscos Internacionais com Impacto na Economia Portuguesa

    Em termos internacionais, os principais riscos esto associados intensificao da crise da dvida sobe-

    rana na rea do euro e elevada incerteza quanto sua resoluo.

    A possibilidade de subida do preo das matrias-primas, nomeadamente do petrleo (associado, por

    exemplo, ao agravamento de tenses geopolticas no Mdio Oriente) e dos produtos alimentares, constitui

    igualmente um fator de risco acrescido tendo em conta o seu impacto sobre a taxa de inflao e, conse-quentemente, sobre o rendimento disponvel real das famlias.

    Riscos Relacionados com as Hipteses Externas: Preo do Petrleo, Taxa de Juro eProcura Externa

    Consideraram-se trs tipos de choques exgenos, face ao cenrio base: um aumento de 20% no preo

    do petrleo, uma trajetria de taxas de juro de curto prazo mais elevada em 1 p.p. e uma diminuio da

    procura externa em 1 p.p..

    No primeiro caso, a simulao revela uma quebra mais acentuada do PIB, com o correspondente impactonegativo no mercado de trabalho. Adicionalmente, assiste-se a uma deteriorao do saldo da balana

  • 7/31/2019 Relatrio do Oramento do Estado para 2013

    26/273

    RELATRIO OE2013

    Economia Portuguesa: Evoluo Recente e Perspetivas para 201326

    corrente e de capital enquanto os preos no consumidor apresentam uma variao em alta, face ao cen-

    rio base, dado o impacto inflacionrio do aumento do preo do petrleo.

    A ligeira melhoria no saldo das Administraes Pblicas explicada pelo efeito da inflao na variao

    nominal das receitas.

    Grfico I.2.1. Aumento do preo do petrleo em 20 USD

    Fonte: Ministrio das Finanas.

    No caso da resposta a um cenrio de taxas de juros de curto prazo mais elevadas, regista-se uma contra-

    o da atividade econmica, por via dos maiores custos de financiamento, que se traduz numa quebra no

    produto real de 0,11 p.p. De igual forma, assiste-se a uma deteriorao do saldo da balana corrente e de

    capital por via do maior pagamento de juros ao exterior.

    -0,34 -4,0

    -3,0

    -2,0

    -1,0

    0,0

    1,0

    2,0

    3,0

    -0,5

    0,0

    0,5

    1,0

    1,5

    2012 2013

    Taxadevariao(%)

    Diferencial(p.p.)

    PIB real

    Diferencial Cenrio base Petrleo 20% mais caro

    -0,42

    -8

    -6

    -4

    -2

    0

    2

    -4

    -2

    0

    2

    4

    2012 2013

    %d

    oPIB

    Diferencial(p.p.)

    Saldo da balana corrente e de capital

    Diferencial Cenrio base Petrleo 20% mais caro

    0,05

    -6

    -5

    -4

    0,0

    0,5

    1,0

    2012 2013

    %d

    oPIB

    Diferencial(p.p.)

    Saldo das administraes pblicas

    Diferencial Cenrio base Petrleo 20% mais caro

    -0,60

    70

    80

    90

    100

    110

    120

    130

    -1,0

    -0,8

    -0,6

    -0,4

    -0,2

    0,0

    2012 2013

    %d

    oPIB

    Diferencial(p.p.)

    Dvida pblica

    Diferencial Cenrio base Petrleo 20% mais caro

  • 7/31/2019 Relatrio do Oramento do Estado para 2013

    27/273

    RELATRIO OE2013

    Economia Portuguesa: Evoluo Recente e Perspetivas para 2013 27Grfico I.2.2. Anlise de sensibilidade ao aumento da taxa de juro de curto prazo em 1 p.p.

    Fonte: Ministrio das Finanas.

    Finalmente, no caso da resposta a um cenrio de procura externa mais reduzida, regista-se uma contra-

    o da atividade econmica, por via de menores exportaes que se traduz numa quebra no produto real

    de 0,2 p.p. De igual forma, e pela mesma ordem de razo, assiste-se a uma deteriorao do saldo da

    balana corrente e de capital.

    -0,11

    -4,0

    -3,0

    -2,0

    -1,0

    0,0

    1,0

    2,0

    3,0

    -0,18

    -0,16

    -0,14

    -0,12

    -0,10-0,08

    -0,06

    -0,04

    -0,02

    0,00

    2012 2013

    Taxadevaria

    o(%)

    Diferencial(p.p

    .)

    PIB real

    Dif erenc ial Cenri o base Taxa de Juro 1% mai s a lto

    -0,39

    -8

    -6

    -4

    -2

    0

    2

    -4

    -2

    0

    2

    4

    2012 2013

    %d

    oPIB

    Diferencial(p.p.

    )

    Saldo da balana corrente e de capital

    Diferencial Cenrio base Taxa de Juro 1% mais alto

    -0,09

    -6

    -5

    -4

    -0,5

    0,0

    0,5

    1,0

    2012 2013

    %d

    oPIB

    Diferencial(p.p.)

    Saldo das administraes pblicas

    Diferencial Cenrio base Taxa de Juro 1% mais alto

    -0,43

    70

    80

    90

    100

    110

    120

    130

    -2,0

    -1,0

    0,0

    2012 2013

    %d

    oPIB

    Diferencial(p.p.)

    Dvida pblica

    Diferencial Cenrio base Taxa de Juro 1% mais alto

  • 7/31/2019 Relatrio do Oramento do Estado para 2013

    28/273

    RELATRIO OE2013

    Economia Portuguesa: Evoluo Recente e Perspetivas para 201328Grfico I.2.3. Anlise de sensibilidade diminuio da procura externa em 1 p.p.

    Fonte: Ministrio das Finanas.

    Principais Riscos Internos sobre as Contas Pblicas

    Analisados os efeitos que possveis alteraes nas hipteses externas teriam no cenrio macroeconmico

    da economia portuguesa, analisam-se agora os efeitos de um eventual cenrio macroeconmico mais

    pessimista sobre as contas pblicas.

    Riscos Relacionados com a Atividade Econmica Interna: Procura Interna e Taxa deDesemprego

    Nesta seco consideram-se dois cenrios alternativos: um primeiro com uma quebra do PIB mais acen-

    tuada do que a admitida no cenrio central e um segundo onde se admite uma taxa de desemprego maiselevada. Em ambos os casos, analisam-se os efeitos ceteris paribus no saldo oramental e na dvida

    pblica.

    Diminuio do PIB real em 1 p.p.

    Neste cenrio considerou-se exclusivamente que a contrao do PIB tinha como origem uma diminuio

    na procura interna, mais especificamente uma diminuio no consumo privado.

    -0,2

    -4,0

    -3,0

    -2,0

    -1,0

    0,0

    1,0

    2,0

    3,0

    -0,5

    0,0

    0,5

    1,0

    1,5

    2012 2013

    Taxadevariao(%)

    Diferencial(p.p

    .)

    PIB real

    Diferencial Cenrio base Proc. externa 1p.p. menor

    -0,1

    -8

    -6

    -4

    -2

    0

    2

    -4

    -2

    0

    2

    4

    2012 2013

    %doPIB

    Diferencial(p.p.)

    Saldo da balana corrente e de capital

    Diferencial Cenrio base Proc. externa 1p.p. menor

    0,0

    -6

    -5

    -4

    -0,5

    0,0

    0,5

    1,0

    2012 2013

    %doPIB

    Diferencial(p.p.)

    Saldo das administraes pblicas

    Diferencial Cenrio base Proc. externa 1p.p. menor

    0,1

    70

    80

    90

    100

    110

    120

    130

    -3,0

    -2,0

    -1,0

    0,0

    1,0

    2012 2013

    %doPIB

    Diferencial(p.p.)

    Dvida pblica

    Diferencial Cenrio base Proc. externa 1p.p. menor

  • 7/31/2019 Relatrio do Oramento do Estado para 2013

    29/273

    RELATRIO OE2013

    Economia Portuguesa: Evoluo Recente e Perspetivas para 2013 29Grfico I.2.4. Anlise de sensibilidade diminuio do PIB em 1 p.p.

    Fonte: Ministrio das Finanas.

    O menor crescimento do PIB em 1 p.p. tem como efeito a diminuio do saldo das administraes pbli-

    cas em 0,4 p.p. Para este efeito concorre no s o efeito direto da diminuio das receitas fiscais (devido

    diminuio do consumo privado) mas tambm o efeito de um maior desemprego (e menor emprego), o

    que implica menores contribuies sociais e coleta de IRS, bem como um aumento das prestaes

    sociais para o subsdio de desemprego. O rcio da dvida pblica em termos do PIB ter um acrscimo

    estimado em cerca de 1,7 p.p., quer por via do aumento do dfice oramental, quer por via da diminuio

    do PIB nominal.

    Aumento da Taxa de Desemprego em 1 p.p.

    Neste caso, considerou-se que o aumento da taxa de desemprego deriva de uma diminuio do empregototal em 1,3 p.p. e da populao ativa em 0,1 p.p. face ao cenrio base. Por hiptese, consideraram-se os

    efeitos sobre a massa salarial e, consequentemente, no Rendimento Disponvel dos Particulares e na

    receita fiscal e contributiva3.

    3Por simplificao, no se contemplaram os efeitos (previsveis) que o aumento da taxa de desemprego teria na con-

    teno salarial e, consequentemente, nos preos.

    -1,0

    -4,0

    -3,0

    -2,0

    -1,0

    0,0

    1,0

    2,0

    3,0

    -1,5

    -1,0

    -0,5

    0,0

    0,5

    1,0

    1,5

    2012 2013

    Taxadevariao(%)

    Diferencial(p.p.)

    PIB real

    Diferencial Cenr io base Tx. Des. super ior em 1p.p.

    -0,4

    -6

    -5

    -4

    -3

    -2

    -1,0

    -0,5

    0,0

    0,5

    1,0

    2012 2013

    %d

    oPIB

    Diferencial(p.p.)

    Saldo das administraes pblicas

    Dif erenc ia l Cenr io base Tx . Des . super io r em 1p. p.

    1,7

    70

    80

    90

    100

    110

    120

    130

    -1,0

    -0,5

    0,0

    0,5

    1,0

    1,5

    2,0