relatório de supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em...

45
Relatório de Supervisão 2007

Upload: vuongthien

Post on 30-Sep-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

���������������� ����

Relatório de Supervisão 2007

�������������� ������������������������������������� ��

Page 2: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

RELATÓRIO DE SUPERVISÃO

BANCO NACIONAL DE ANGOLA

2007

Índice

1.0 Prólogo……………………………………………………………………………1

1.1 Introdução ..................................................................................................... 1 2. Estrutura e Evolução das Instituições Financeiras supervisionadas pelo BNA4

2.1 Estrutura e composição do sistema bancário............................................ 4 2.2 Actividade dos bancos............................................................................... 6

2.2.1 Activos ................................................................................................ 6 2.2.2 Passivos............................................................................................ 10 2.2.3 Fundos Próprios................................................................................ 12 2.2.4 Risco de Liquidez.............................................................................. 12 2.2.5 Risco de Crédito ............................................................................... 15 2.2.6 Risco de Mercado: Risco Taxa de Câmbio....................................... 18

2.3 Solvabilidade do Sistema Bancário ......................................................... 20 2.4 Resultados das Instituições Bancárias.................................................... 22

3. A Actividade de Supervisão Bancária .......................................................... 23 3.1 A Supervisão Directa e Indirecta ............................................................ 25 3.3 Elaboração de um novo Plano de Contas das Instituições Financeiras.. 28 3.4 Projecto da Central de Risco................................................................... 29 3.5 Branqueamento de Capitais .................................................................... 30 3.6 Capacitação dos Recursos Humanos ..................................................... 31

4. A Actividade de Regulamentação Prudencial .............................................. 32 5. Plano de Actividades de Supervisão 2008.................................................... 36

5.1 Aplicativo de Supervisão ......................................................................... 37 5.2 FSAP ....................................................................................................... 37 5.3 Regulamentação da Lei das Instituições Financeiras ............................. 38

6. Anexos .......................................................................................................... 40 A. Organigrama do Departamento de Supervisão ........................................ 41 B. Instituições Bancárias Supervisionadas.................................................... 42 C. Quadros Estatísticos................................................................................... 0

Page 3: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

1

1.0.Prólogo

No âmbito das funções que lhe são acometidas pela Lei nº6/97, de 11 de Julho, Lei do Banco

Nacional de Angola, incumbe ao Banco Nacional de Angola (BNA) velar pela estabilidade do

sistema financeiro nacional. Compete ainda ao Banco Nacional de Angola na sua relação com as

instituições financeiras a supervisão das mesmas e zelar pela sua solvabilidade e liquidez. Deste

modo, ao Departamento de Supervisão das Instituições Financeiras (DSI) do BNA cabe a

responsabilidade de monitorar e acompanhar a actividade e o desempenho das instituições

financeiras, identificar os riscos envolventes, as suas perspectivas futuras e aferir sobre a sua

robustez, bem como divulgar informação sobre as instituições financeiras supervisionadas.

O presente relatório retrata de forma resumida as actividades de supervisão desenvolvidas pelo

Banco Nacional de Angola através do Departamento de Supervisão das Instituições Financeiras às

instituições bancárias e não bancárias, nomeadamente, bancos, casas de câmbios e escritórios de

representação no âmbito das competências atribuídas pela Lei nº 13/05, de 30 de Setembro, Lei

das Instituições Financeiras.

Para os usuários de serviços bancários, o relatório contém informações relevantes do desempenho

do sistema financeiro angolano referente ao ano de 2007, que poderá servir para aferir sobre a

saúde do sistema financeiro e estabilidade do mesmo.

1.1. Introdução

O exercício económico findo em Dezembro de 2007, foi marcado pela continuação da consolidação

do processo de estabilização macroeconómica iniciado com a conquista da Paz em Fevereiro de

2002,com benefícios para a economia nacional, caracterizada pela desaceleração da taxa de

inflação e pela valorização do Kwanza em relação as moedas estrangeiras, com destaque para a

apreciação da moeda nacional face ao Dólar Americano. A redução da taxa anual de inflação de

12.2% em Dezembro 2006 para 11.8% em Dezembro 2007, e o contínuo crescimento do PIB

Angolano, que se cifrou em920,9%, foram as variáveis macroeconómicas que mereceram maior

destaque em 2007.

Page 4: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

2

Em Dezembro de 2007, o activo agregado da banca representava cerca de 28% do produto interno

bruto, contra 20% em Dezembro 2005. Os depósitos captados pelo sistema bancário também

aumentaram o seu peso em relação ao PIB, cerca de 19% em 2007 contra 14% em 2005. O

crescimento verificado no sector bancário é resultado em grande parte da estabilidade macro

económica que a economia angolana atravessa e do melhor ambiente de negócios daí resultante.

A desaceleração da inflação e a valorização da moeda nacional têm aumentado a confiança dos

agentes económicos nacionais e estrangeiros na economia angolana. Assim, tem-se assistido à

Constituição de novos bancos bem como ao aumento de pedidos de autorização de constituição de

instituições financeiras junto do Banco Central e uma expansão no volume de crédito concedido a

clientes.

Gráfico 1. Participação dos Activos e Depósitos no PIB

O activo total do sistema bancário no final de 2007, totalizou cerca de 1.355 mil milhões de

kwanzas, uma variação nominal acentuada de 63,4% comparativamente aos 830 mil milhões de

kwanzas registados em 2006, ou seja, uma taxa de crescimento superior à taxa de 56% registada

em 2006. Contudo, tendo em conta, a taxa de inflação de 11,8% de 2007, o activo dos bancos,

registou um acréscimo real de 46,1%. A maior expansão do activo consubstanciou-se no aumento

das operações de crédito em 225,8 mil milhões de kwanzas (82 %) e no aumento dos títulos em

210,3 mil milhões de kwanzas (130,3 %). O crescimento dos activos foi acompanhado pelo

aumento dos fundos próprios dos bancos. Em Dezembro de 2007 o conjunto dos bancos detinha

fundos próprios avaliados em cerca de 124,1 mil milhões de kwanzas, correspondendo a um

aumento de 60 % face aos cerca de 77,3 mil milhões de Kwanzas registados em Dezembro de

2006.

Page 5: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

3

Em 2007 os bancos acentuaram o uso dos depósitos para o financiamento dos créditos. A

percentagem das captações sob a forma de depósitos usada na concessão de crédito situou-se em

Dezembro de 2007 em 54% contra 47% verificado em Dezembro de 2006, o que representa um

aumento de 7 pontos percentuais.

A carteira de crédito é constituída maioritariamente pelo crédito em moeda estrangeira, com uma

concentração no sector privado que detém um valor correspondente a 90% do total da carteira,

sendo 77% concedido a empresas e 23% a particulares. Apesar do crédito ao sector privado

empresarial continuar a dominar as aplicações em operações de crédito da banca, a participação

dos mesmos no crédito total tem vindo a diminuir a favor do crédito ao sector privado particular que

tem evidenciado um crescimento acentuado.

Em Dezembro de 2007 do crédito total concedido, cerca de 15 mil milhões de Kwanzas,

correspondia ao crédito vencido, representando 3% da carteira, contra os 5% do período

homólogo. A redução da percentagem do crédito vencido no total da carteira é resultado do

crescimento do crédito concedido.

Os resultados agregados declarados pelas instituições financeiras evidenciam uma tendência

crescente, o que evidência de forma inequívoca a aposta da banca no aumento das operações de

crédito e de títulos. O resultado líquido do sistema bancário no final de 2007 totalizou 35 mil

milhões de kwanzas, um crescimento considerável de 58% face ao período homólogo, que se

traduziu num retorno dos activos aplicados em de 2.66%.

No contexto da supervisão das instituições bancárias o DSI continua o processo de fortalecimento

do arcabouço prudencial e a sua adequação às sãs práticas internacionais. Deste modo, foram

aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos

para uma supervisão eficiente e em conformidade com os 25 Princípios de Basileia, após ampla

discussão com os bancos comerciais e outras instituições externas ao BNA. Fazem parte deste

pacote, entre outras, as normas sobre a exigência do Limite Mínimo de Capital e Fundos Próprios

Regulamentares, Rácio de Solvabilidade Regulamentar, Limite de Exposição ao Risco de Câmbio,

Limite de exposição por cliente, Limite do imobilizado, Actualização monetária, e Equivalência

patrimonial.

Page 6: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

4

O BNA em 2007 iniciou um projecto de constituição de uma Central de Informação e Risco de

Crédito moderna, com vista a conferir segurança, eficiência e fiabilidade à informação e

consequentemente incentivar a sua utilização pelas Instituições Financeiras. O serviço da Central

de Informação e Risco de Crédito (CIRC) visa centralizar a informação do crédito concedido sob

qualquer forma ou modalidade pelas Instituições Financeiras; e deverá constituir um instrumento de

auxílio na avaliação dos riscos assumidos nas operações de intermediação financeira.

2. Estrutura e Evolução das Instituições Financeiras supervisionadas pelo BNA

2.1 Estrutura e composição do sistema bancário

Até 2003, o sistema bancário contava apenas com 9 (nove) bancos, dos quais 2 (dois) de capitais

públicos e 7 (sete) de capitais privados, sendo 3 (três) destes últimos sucursais de bancos

portugueses. No final de 2007 o número de bancos passou para 19 (dezanove), o que representou

um aumento absoluto de 10 bancos. Dos actuais dezanove bancos, 3 (três) são de capitais

públicos, 16 (dezasseis) privados e, destes 6 são filiais de bancos estrangeiros, perfazendo um

total de 412 agências disseminado por todo o território nacional, sendo que mais de metade se

encontram localizados em Luanda.

Banco de acordo com o controlo accionário

Bancos 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Públicos 2 2 2 2 3 3

Privados 3 4 5 7 9 10

Filiais 4 4 4 4 5 6

Total 9 10 11 13 17 19

Para além dos bancos estão sob jurisdição do BNA as casas de câmbio cuja actividade principal

consiste na realização das operações de câmbio manual, ou seja, compra e venda de moeda

estrangeira e de cheques de viagem. No final de 2007 estavam em funcionamento 13 casas de

câmbios.

A ausência de regulamentação para as instituições financeiras não bancárias tem inibido o

surgimento de instituições com vocação para micro e pequenos créditos, bem como de locação e

Page 7: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

5

de cessão financeira. Contudo, 3 (três) dos 19 (dezanove) bancos a operar no mercado angolano

realizam actividades de micro crédito (BPC, BSOL e Novo Banco). Para colmatar este vazio

regulamentar, está em curso a elaboração de normas prudenciais para as instituições financeiras

não bancárias.

Em Dezembro de 2007 os activos do sistema financeiro bancário totalizaram 1.355 mil milhões de

kwanzas, contra os kwanzas 830 mil milhões de kwanzas do período homólogo encontrando-se

concentrados num número relativamente reduzido de bancos. Assim, quatro bancos (BAI, BFA,

BIC e BPC), conjuntamente detinham 68% dos activos, 57% dos fundos próprios, 71% dos

depósitos e 73% do crédito concedido. A participação destes bancos nos activos totais do sistema

bancário decresceu 6 pontos percentuais no ano 2007 comparativamente a Dezembro de 2005.

Adicionalmente, 83% do crédito vencido estava concentrado apenas em quatro bancos (BAI, BCI,

BFA e BPC) do sistema financeiro. Apesar disto, não existem sinais evidentes de monopólio quanto

à fixação de preços dos produtos e serviços financeiros.

O sistema bancário em 2006 contava com cerca de 313 agências em todo o País, este número no

final de 2007 passou para cerca de 412 agências. A maior parte das mesmas encontram-se

localizadas na província de Luanda que detém 217 agências. O quadro abaixo, ilustra a

distribuição geográfica das agências por província.

Província 2006 2007 Bengo 4 5 Benguela 33 41 Bié 5 7 Cabinda 11 13 Cunene 11 13 Huambo 6 12 Huíla 14 26 Kuando - Kubango 2 5 Kwanza - Norte 4 6 Kwanza - Sul 12 15 Luanda 170 217 Lunda - Norte 8 11 Lunda - Sul 4 4 Malange 4 5 Moxico 3 5 Namibe 9 10 Uíge 4 4 Zaire 9 13 Total 313 412

Page 8: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

6

2.2 Actividade dos bancos

2.2.1 Activos

O activo total do sistema bancário angolano no final de 2007, totalizou cerca de Kwanzas 1.355 mil

milhões, uma variação nominal acentuada de 63,4% comparativamente aos Kwanzas 830 mil

milhões registados em 2006, com uma taxa de crescimento superior a taxa de 56% registada em

2006. Considerando os efeitos da inflação, cuja taxa foi de 11,8% em 2007, o activo dos bancos,

registou um acréscimo real de 46,1% em relação á 2006. O forte crescimento do activo nos últimos

dois anos, contribuiu para a expansão do activo no final de 2007, cujo valor corresponde duas

vezes e meia ao valor do activo registado em finais de 2005, tudo isto num contexto de redução da

taxa de inflação e apreciação do Kwanza. Em termos de crescimento trimestral, o activo da banca

registou um incremento permanente ao longo do período compreendido entre 2005 e 2007, tendo

atingido um crescimento de cerca de 17% no quarto trimestre de 2007.

Gráfico 2. Activo do Sistema Bancário

O crescimento dos activos foi principalmente liderado pelos bancos privados, cujos activos

cresceram 240 %, com uma participação no total do sistema bancário de 44% contra 32% em

Dezembro de 2005. Quanto aos bancos públicos, o crescimento dos activos foi de 59%, e por

conseguinte, a sua participação nos activos do sistema reduziu-se em 20,3%. Os activos das filiais

dos bancos estrangeiros cresceram a uma taxa de 141%, mantendo-se inalterada a sua

participação no mercado.

Page 9: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

7

Gráfico 3. Activo do Sistema Bancário por Controlo Accionário

Estrutura dos Activos

A expansão do activo reflectiu o aumento das operações de crédito em 225,8 mil milhões de

kwanzas (82%), o aumento dos títulos em 210,3 mil milhões de kwanzas (130,3%) e, o reforço das

disponibilidades em 70,6 mil milhões de kwanzas (46,57%) face ao ano de 2006. Assim sendo, as

operações de crédito e os títulos constituem as principais aplicações da banca nacional, com 38%

e 27% na estrutura do activo respectivamente. As aplicações em títulos em 2007, compreendem

maioritariamente os títulos do banco central, aproximadamente com 15% e os títulos da divida

pública em moeda estrangeira (obrigações e bilhetes do tesouro) com cerca de 12%.

Em 2007 foi notória a contracção das aplicações no exterior, e por conseguinte uma menor

exposição face aos riscos inerentes às actividades dos bancos com o exterior, o que resultou numa

redução do peso das aplicações em instituições de crédito no estrangeiro em cerca 22,2 mil

milhões de Kwanzas, ou seja 12% do activo contra 22% em 2006. Por outro lado, a expansão das

disponibilidades contribuiu para o aumento dos depósitos das instituições financeiras no Banco

Nacional de Angola.

Page 10: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

8

Gráfico 4. Estrutura do Activo (Mil Milhões de Kwanzas e Percentagem)

A participação do crédito no total das aplicações, aumentou cerca de 5 pontos percentuais em

relação a 2006 e cerca de 17 pontos percentuais em relação ao ano de 2005. Os créditos em

moeda estrangeira representam cerca de 70% do total de crédito concedido, tendo reduzido a sua

participação em 2007, como consequência da apreciação do Kwanza face ao Dólar Americano.

Gráfico 5. Crédito Total (em Percentagem do Activo)

Page 11: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

9

A estrutura do crédito do sistema bancário é constituída maioritariamente pelos créditos de médio e

longo prazo em moeda estrangeira concedido ao sector privado empresarial, sector que se

confirma como o maior parceiro no processo de intermediação da banca, sendo este também o

sector com o maior volume de depósitos junto da banca comercial no final de Dezembro 2007, ou

seja 40% da carteira das captações.

Gráfico 6. Crédito por prazo e moeda

Em Dezembro 2007, os títulos da dívida pública emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco

Nacional de Angola em posse do sistema financeiro bancário totalizaram 372 mil milhões de

kwanzas, um acréscimo nominal de 130% face aos 161 mil milhões de kwanzas registados em

Dezembro 2006. As aplicações da banca em títulos da dívida pública nos dois últimos trimestres de

2005 eram dominadas pelos títulos da divida pública emitidos pelo Tesouro Nacional em moeda

nacional, atingindo 16% do total das aplicações. No entanto, a partir do primeiro trimestre de 2006,

o crescimento dos títulos da divida pública emitidos pelo Tesouro Nacional desacelerou em relação

aos títulos de dívida pública emitidos pelo banco central em moeda nacional, reflectindo o maior

envolvimento do Banco Central na utilização dos seus papéis como instrumento de política

monetária. Os títulos do Banco Central registaram um crescimento acentuado desde o último

trimestre de 2006, representando em Dezembro de 2007, cerca de 18% do activo total da banca.

Page 12: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

10

Gráfico 7. Composição e participação dos Títulos no Activo

2.2.2 Passivos

O passivo exigível da banca totalizou 1.116 mil milhões de kwanzas em Dezembro 2007, um

acréscimo nominal de 60% face aos 729,4 mil milhões de kwanzas registados em Dezembro 2006,

traduzindo-se num crescimento real de 43%. O crescimento das exigibilidades da banca foi mais

acelerado em 2006 do que em 2007, com excepção do último trimestre de ambos os anos, altura

em que o passivo cresceu 16,5% em 2007 contra 9,2% em 2006.

* TN – Tesouro Nacional

Gráfico 8. Exigibilidade do Sistema Bancário

���

���

���

���

���

���� � ���� � ���� ������ ���� � ���� � ���� ������ ���� � ���� � ����

������������������ !��"� # �$ %� �$& ������������������ !��"� # �$ %

� �'&

����������(�"��) ������$

Page 13: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

11

Os depósitos de clientes, como fonte tradicional de financiamento da actividade bancária,

continuam a ser a principal fonte de captação correspondendo a 77% (896,5 mil milhões de

kwanzas) do passivo e registaram um aumento de 46% (280,7 mil milhões de Kwanzas),

comparativamente aos 615,8 mil milhões de Kwanzas registados em Dezembro de 2006. Os outros

recursos, sobretudo os recursos provenientes dos acordos de recompra de títulos da dívida pública

são a segunda maior fonte de captação de recursos da banca, tendo crescido cerca de 91,8 mil

milhões de Kwanzas (183%) em relação a Dezembro de 2006.

Gráfico 9. Estrutura do Passivo (Mil Milhões de Kwanzas e Percentagem)

Por outro lado os bancos do sistema têm aumentado as trocas de liquidez junto de outras

instituições financeiras através do mercado interbancário, os recursos de outras instituições

financeiras representam 5% das captações em Dezembro de 2007, contra 1% em Dezembro de

2006.

Gráfico 10. Depósitos e Exigibilidades Gráfico 11. Depósitos por Sectores

Page 14: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

12

Os depósitos de clientes da banca nacional são maioritariamente depósitos em moeda estrangeira

captados principalmente junto do sector privado empresarial (38%) e privado particular (34%).

2.2.3 Fundos Próprios

Em Dezembro de 2007 o conjunto dos bancos detinha fundos próprios avaliados em cerca de

124,1 mil milhões de kwanzas, uma expansão de 60 %, face aos 77,3 mil milhões de Kwanzas

registados em Dezembro de 2006. O aumento dos fundos próprios foi suportado pelos resultados

obtidos, o qual se reflecte sobretudo no aumento das reservas sinalizando o reinvestimento dos

lucros obtidos. Contribuíram também para o aumento dos fundos próprios totais do sistema

bancário, mas em menor escala, os aumentos de capital social realizado por alguns bancos no

decurso do ano em análise, por via da injecção adicional de capital e a entrada de novos bancos

no sistema.

Gráfico 12. Evolução dos Fundos Próprios

2.2.4 Risco de Liquidez

O ponto 1 do artigo 2º, do Aviso N.º 06 de 10 de Março, define o risco de liquidez como a falta de

correspondência entre os prazos de realização dos activos e de exigibilidade dos passivos, que

afecta a capacidade de pagamento da instituição.

Deste modo a transformação dos depósitos de curto prazo em operações de crédito de médio e

longo prazo torna os bancos vulneráveis ao risco de liquidez, com efeitos negativos tanto a nível da

instituição como do mercado no seu conjunto. Virtualmente cada transacção financeira ou

compromisso tem implicações para a liquidez de um banco. A gestão eficaz do risco de liquidez

assegura que o banco seja capaz de cumprir com as obrigações do fluxo de caixa, as quais se

afiguram incertas na medida em que são afectadas por eventos externos e pelo comportamento de

outros agentes. A gestão de riscos da liquidez é de importância primordial porque um défice de

liquidez em uma única instituição pode ter repercussões para todo o sistema.

Page 15: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

13

Os depósitos totais são a maior fonte de captação de recursos das instituições bancárias no

sistema financeiro, representando cerca de 80% das exigibilidades em Dezembro de 2007,dos

quais , cerca de 80% são depósitos à ordem e 20% corresponde os depósitos a prazo. Em termos

de moeda, os depósitos à ordem em moeda estrangeira (ME) representam 48% dos mesmos e

cerca de 32% são depósitos à ordem em moeda nacional (MN). Os depósitos a prazo apresentam

a mesma estrutura verificada nos depósitos à ordem, i.e., os depósitos a prazo em moeda

estrangeira (ME) detêm cerca de 11%, enquanto os depósitos em moeda nacional (MN) detêm

apenas 9%. Em 2007, foi notória a migração dos depósitos a prazo em moeda estrangeira para os

depósitos em moeda nacional.

Gráfico 13. Estrutura de Depósitos por Prazo e Moeda

O indicador de transformação dos depósitos em operações de crédito situou-se em 54% em

Dezembro de 2007,contra 47% no período homólogo, o que representa um aumento de 8 pontos

percentuais. A estabilidade da economia nacional e o crescimento da rede bancária em todo o

território nacional explicam este comportamento.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Jun 05

Set 05

Dez 05

Mar 06

Jun 06

Set 06

Dez 06

Mar 07

Jun 07

Set 07

Dez 07

Depósitos a Ordem MN

Depósitos a Ordem ME Depósitos a Prazo

MN Depósitos a Prazo ME

Page 16: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

14

Gráfico 14. Indicador de Transformação dos Depósitos

Os indicadores de liquidez apresentaram uma tendência contraccionista em relação aos períodos

homólogos, os activos líquidos em relação ao passivo de curto prazo diminuíram em 2 pontos

percentuais, ou seja 34% em Dezembro de 2007, contra os 36% do período homólogo. Os activos

remunerados sobre passivos remunerados, registaram um ligeiro acréscimo de 2 pontos

percentuais., tendo passado de 93% em 2006 para 95% em 2007.

Gráfico 15. Risco de Liquidez

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1.000

Jun 05

Set 05

Dez 05

Mar 06

Jun 06

Set 06

Dez 06

Mar 07

Jun 07

Set 07

Dez 07

Mil milhões de Kwanzas

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Crédito Totais

Depósitos Totais

Rácio de transformação (eixo direito)

Page 17: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

15

2.2.5 Risco de Crédito

A actividade principal dos bancos assenta na transformação das captações em aplicações, com

vista garantir a sua continuidade no mercado cada vez mais competitivo. Associada a esta

actividade está o risco que as instituições correm de não reaverem os fundos cedidos. Esta

natureza de risco designa-se por Risco de Crédito. O risco de crédito é geralmente considerado

como o mais importante risco subjacente à actividade bancária e consiste na probabilidade da

ocorrência de perdas devido ao incumprimento dos pagamentos na data contratada, por parte dos

devedores das instituições financeiras. Estes pagamentos não se limitam aos empréstimos

(titulados ou não titulados) tradicionais, mas podem igualmente decorrer de operações extra

patrimoniais (por exemplo, execução de uma garantia bancária).

No âmbito das suas funções de regulador do sistema financeiro, o BNA através do Aviso nº 08/07,

de 12 de Setembro, estabelece as condições essenciais para a realização de operações de crédito

e de prestação de garantias, com as devidas restrições, bem como os limites máximos de

exposição ao risco por cliente, fixando em 25% dos fundos próprios regulamentares o limite

máximo de exposição por cliente a ser observado pelas instituições financeiras na concessão de

crédito e prestação de garantias e em 300% dos fundos próprios o limite máximo de exposição ao

risco para os 20 (vinte) maiores devedores da instituição financeira.

Para o reforço do processo de monitoramento das operações de crédito, o BNA através do Aviso nº

09/07, de 12 de Setembro, determinou a classificação dos créditos concedidos e as garantias

prestadas, em 7 (sete) níveis de risco. Por outro lado, as provisões para o crédito passam a serem

constituídas tendo em atenção o nível de risco atribuído ao tomador de crédito.

Em 31 de Dezembro de 2007, o crédito total concedido pelo SFA, cifrou-se em 507 mil milhões de

Kwanzas, representando um crescimento de 255,4% e 81,9% face a Dezembro 2005 e Dezembro

2006 respectivamente. A taxa média de crescimento trimestral do crédito do sistema financeiro foi

de 16%. O crédito total sobre depósitos totais apresentou no período de Junho 2005 a Dezembro

2007 rácios entre 46% e 54%, sendo que o crédito total sobre activo total situou-se entre 31% e

37% no mesmo período.

Gráfico 17. Crédito

Page 18: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

16

A carteira de crédito é constituída maioritariamente pelo crédito em moeda estrangeira, com uma

concentração no sector privado que detém um valor correspondente a 90% do total da carteira,

sendo 77% concedido a empresas e 23% a particulares.

Apesar do crédito ao sector privado empresarial continuar a dominar as aplicações em operações

de crédito da banca, a participação dos mesmos no crédito total tem vindo a diminuir a favor do

crédito ao sector privado particular que tem evidenciado um crescimento acentuado, sinalizando a

maior confiança que se regista na banca em relação as operações com clientes particulares e o

crescimento da rede de agências bancárias. O crédito ao sector privado particular cresceu cerca de

127%, aumentando a sua participação no total de crédito concedido para 21%, contra os 10%

registados em Dezembro de 2006.

Gráfico 18. Distribuição do Crédito por Sectores de Actividade

As operações de crédito dos cinco maiores bancos no conjunto das dezassete instituições que

operam no SFA somaram 432 mil milhões de Kwanzas correspondentes a 85% do crédito total

concedido. Comparativamente a Dezembro 2005 e Dezembro 2006 estas instituições tiveram um

crescimento na ordem de 101% e 77%. As restantes doze instituições respondem por 15%, tendo

registado um crescimento relativamente a Dezembro 2005 de 62% e a Dezembro 2006 de 97%.

Em termos de participação por segmentos de bancos, no total do sistema financeiro, em Dezembro

de 2007, os bancos privados filiais de bancos estrangeiros respondiam por 39%, os restantes

bancos privados por 38% e os bancos públicos por 22%. Comparativamente a Dezembro de 2005

e Dezembro de 2006, os bancos públicos registaram uma diminuição de 5 pontos percentuais e 12

pontos percentuais respectivamente, mantendo-se constante a posição dos bancos privados filiais

de bancos estrangeiros e um crescimento de 11 pontos percentuais e 5 pontos percentuais nos

restantes bancos privados, respectivamente.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Jun 05

Set 05

Dez 05

Mar 06

Jun 06

Set 06

Dez 06

Mar 07

Jun 07

Set 07

Dez 07

Sector Público Administrativo

Sector Público Empresarial Sector Privado

Empresarial Sector Privado Particular

Page 19: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

17

Gráfico 19. Crédito por Controlo Accionário e por Moeda

Em Dezembro de 2007, cerca de 15 mil milhões de Kwanzas do crédito estava vencido e

representava 3% do crédito total, ou seja, houve uma redução de 38% relativamente a Dezembro

2006. A menor participação do crédito vencido no total de crédito resultou do aumento considerável

do crédito concedido à economia. Ao longos dos últimos três anos, o crédito vencido tem vindo a

apresentar uma variação inconstante, realçando-se as diminuições mais acentuadas nos meses de

Dezembro, ou seja, no final dos exercícios económicos. Os bancos constituíram provisões

específicas, as quais em Dezembro de 2007 representavam 37% dos créditos vencidos para a

cobertura de prováveis perdas.

Gráfico 20. Crédito Vencido e Provisões

Page 20: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

18

2.2.6 Risco de Mercado: Risco Taxa de Câmbio

O risco de mercado advém da possibilidade de ocorrerem perdas mediante movimentos

desfavoráveis no mercado. Deste modo o risco de taxa de câmbio, é o risco de perda de dinheiro

resultante da mudança ocorrida no valor percebido de um instrumento. O Acordo de Basileia

estabelece a necessidade dos bancos manterem fundos próprios para fazer frente aos riscos de

taxa de juros e de títulos na carteira para negociação e aos riscos de câmbio e de mercado.

A dolarização do sistema financeiro de Angola faz com que o risco cambial seja um dos riscos de

mercado mais importante do sistema bancário. O risco de câmbio deriva da exposição cambial dos

bancos. A exposição líquida cambial resulta das posições activas e passivas assumidas em moeda

estrangeira ou indexadas à variação cambial. Estas podem ser longas (compradas) quando o valor

das posições activas for superior ao valor das posições passivas, ou curtas (vendidas), quando o

valor das posições passivas for superior ao valor das posições activas. O limite de exposição

cambial é calculado pela diferença entre os activos em moeda estrangeira e os passivos em moeda

estrangeira em relação aos fundos próprios.

Atendendo ao objectivo de estabilidade do sistema financeiro o BNA aprovou a 12 de Setembro de

2007, o Instrutivo n.º06/07, que regulamenta a forma de cálculo do capital exigido para a cobertura

do risco de câmbio e ouro. Ademais, o Aviso n.º 06/07, de 26 de Setembro estabelece que a

exposição cambial está limitada a 100% (cem %) dos Fundos Próprios Regulamentares para as

posições activas (longas) e a 40% (quarenta %) para as posições passivas (curtas).

A posição líquida envolvendo as instituições do sistema bancário, cotada em Kwanza de Junho

2005 a Dezembro 2007 permaneceu comprada (longa). Essa posição cambial longa é

maioritariamente em dólares americanos. A exposição cambial aberta líquida, decresceu 5%, de

743 milhões de dólares em Dezembro 2006 para 707 milhões de dólares em Dezembro 2007. Com

respeito ao comportamento da exposição cambial em termos de Kwanzas, a exposição cambial

aberta líquida, decresceu 11%, de 59,7 mil milhões de Kwanzas em Dezembro 2006 para 53 mil

milhões de Kwanzas em Dezembro 2007, enquanto os fundos próprios das instituições do sistema

financeiro angolano, passaram de 80 mil milhões de Kwanzas em Dezembro 2006 para 160 mil

milhões de Kwanzas em Dezembro 2007. Como consequência da apreciação ocorrida com a

moeda nacional e do aumento dos fundos próprios dos bancos, o rácio de exposição cambial

experimentou um decrescimento de 56% em 2007.

Page 21: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

19

Gráfico 21. Exposição Cambial

No cômputo geral o sistema financeiro, em termos de exposição cambial enquadra-se nos limites

estabelecidos pelo Aviso 06/07 de 12 de Setembro. É de realçar que este intervalo vigorará apenas

a partir de 12 de Setembro 2008. Mais, o comportamento é diferente de acordo com o controlo

accionário dos bancos. O rácio de exposição cambial dos bancos públicos e privados está acima

dos limites de flutuação permitida pelo Aviso supracitado. Em Setembro de 2005, encontrava-se

abaixo da banda dos 100%, enquanto que em Dezembro do mesmo ano atingiu os 200%. Em

Março de 2006, houve uma desaceleração pese embora se tenha situado acima dos limites de

100% e com uma tendência crescente.

Os bancos privados tiveram o mesmo comportamento que os bancos públicos, tendo apresentado

uma desaceleração de 300% para 120% de Junho a Setembro de 2005, mantendo posteriormente

a tendência crescente e encontrando-se acima dos limites de 100%. As filiais estrangeiras, de

Junho a Dezembro de 2005 tiveram uma desaceleração e registraram uma ligeira subida de Março

a Junho de 2006, mas no ano 2007 as suas posições tornaram-se curtas (vendidas). Não obstante

este comportamento mantiveram-se dentro dos limites fixado por lei até Setembro de 2007. Em

Dezembro de 2007 ultrapassaram o limite inferior.

Gráfico 22. Exposição Cambial por Controlo Accionário

Page 22: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

20

2.3 Solvabilidade do Sistema Bancário

As instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Nacional de Angola (BNA) devem

manter um nível de fundos próprios compatível com a natureza e a escala das suas operações, de

acordo com os riscos inerentes, mantendo o Rácio de Solvabilidade Regulamentar (RSR) igual ou

superior a 10%1. O Rácio de Solvabilidade Regulamentar (RSR) corresponde à relação entre os

Fundos Próprios Regulamentares (FPR) e o valor do património exposto aos riscos inerentes às

operações realizadas pela instituição financeira. As exigências de capital feitas pelo BNA têm em

conta os riscos de crédito e de câmbio.

Para fins do cálculo da exposição ao risco de crédito, o factor de ponderação de risco deve ter em

consideração a natureza da operação e corresponder ao intervalo que vai de 0 (zero) a 100% (cem

%). Os Fundos Próprios Regulamentares são constituídos pelos fundos próprios de base e pelos

fundos próprios complementares. Os fundos próprios de base integram o capital social, resultados

transitados, resultados do exercício e algumas reservas, ao passo que os fundos próprios

complementares englobam fundos, outras reservas, e dívidas subordinadas, conforme estabelecido

pelo Aviso nº 05/07, de 12 de Setembro. O rácio mínimo de solvabilidade exigido aos bancos em

Angola é de 10%, superior ao rácio mínimo recomendado pelo Comité de Basileia (8%) e tem como

finalidade dar maior estabilidade ao sistema financeiro, tendo em conta as características do País.

Em 2007 o total dos activos dos bancos aumentou 526 mil milhões de kwanzas (63%), tendo

alcançado cerca de 1,355 mil milhões de kwanzas. Os activos ponderados pelo risco registaram

um aumento de 300 mil milhões de kwanzas, ou seja, 69%, tendo passado de 434 mil milhões de

kwanzas em Dezembro 2006 para 734 mil milhões de kwanzas. A expansão do crédito esteve na

base deste aumento. Consequentemente, a exigência dos fundos próprios regulamentares

aumentou de 43 mil milhões de kwanzas para 73 mil milhões de kwanzas.

Gráfico 23. Solvabilidade

1 O rácio de solvabilidade mínimo é regulamentado pelo Aviso Nº05/07 de 12 de Setembro de 2007.

Page 23: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

21

Apesar do aumento dos fundos próprios alocados para os activos ponderados pelo risco, o rácio de

solvabilidade do sistema financeiro aumentou em 3 pontos percentuais. Tendo-se situado em 22%

em Dezembro 2007, contra 19% em Dezembro 2006. Contribuiu para o efeito o aumento dos

fundos próprios regulamentares em 80 mil milhões de kwanzas com destaque para o aumento dos

fundos próprios de base, pois, alguns bancos capitalizaram-se com entrada de “dinheiro fresco”.

Portanto, o sistema bancário angolano opera com níveis de solvabilidade acima do mínimo exigido

pela norma prudencial em vigor.

Gráfico 24. Rácio de Solvabilidade

A maior parte das instituições financeiras registou um rácio de adequação dos fundos próprios

acima do limite mínimo estabelecido de 10% exigido pelo BNA.

Gráfico 25. Rácio de Solvabilidade (RS)

Page 24: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

22

2.4 Resultados das Instituições Bancárias

Os resultados agregados da banca evidenciam uma tendência crescente, como consequência da

aposta das instituições em operações de intermediação financeira e títulos ao contrário dos anos

anteriores em que os lucros em operações financeiras representavam a maior fatia da estrutura

dos proveitos totais. O resultado líquido no final de 2007 totalizou 35 mil milhões de kwanzas, o que

corresponde a um crescimento de 58% face ao período homólogo, que se traduziu num retorno de

2.66% sobre o activo.

Gráfico 26. Resultado Líquido e Retorno de Activos

O incremento do resultado líquido, decorre do comportamento favorável registado na margem

financeira, apesar da ligeira diminuição das taxas de juro activas do mercado.

Gráfico 27. Retorno do Activo

Page 25: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

23

Pese embora o resultado líquido do exercício ter aumentado na ordem dos 58% em relação a

Dezembro de 2006 e 120% em relação a Dezembro de 2005, ainda assim, os indicadores de

rentabilidade (ROA e ROE) registaram um ligeiro decréscimo.

O custo com pessoal registou um aumentou de 168% em Dezembro de 2007, cerca de 296 mil

milhões de Kwanzas, reflectindo o aumento dos salários e outras remunerações bem como o

aumento do número de empregados. Por outro lado, os prejuízos em operações financeiras

aumentaram na ordem dos 101% em Dezembro de 2007, sendo que, 94,2% do mesmo,

corresponde aos prejuízos e diferenças de reavaliação da posição cambial.

O rácio cost-to-income2 decresceu, tendo-se situado em 80,96%, ou seja, 8,35 pontos percentuais

abaixo do valor verificado em 2005.

3. Actividade de Supervisão Bancária

A Direcção de Supervisão Bancária (DSB), criada em princípios da década de 90, passou a

adoptar em 1993 uma estrutura orgânica dividida em três departamentos técnicos a saber;

Acompanhamento Directo (DAD), Acompanhamento Indirecto (DAI) e Consultadoria e Autorizações

(DCA), com o suporte administrativo de um secretariado.

No âmbito dos trabalhos desenvolvidos ao abrigo do Projecto de Desenvolvimento Organizacional

do Banco Nacional de Angola, através do Despacho nº 29/04, de 12 de Agosto, passou a

denominar-se Departamento de Supervisão de Instituições Financeiras (DSI), dividindo-se então

em quatro áreas: Divisão de Acompanhamento Directo, Divisão de Acompanhamento Indirecto,

Divisão de Organização do Sistema Financeiro e Divisão de Pesquisa e Normas, mantendo-se o

suporte administrativo do secretariado.

Num mercado caracterizado pela liberdade contratual e pela inovação financeira, compete ainda ao

Banco Nacional de Angola verificar o cumprimento dos requisitos mínimos de informação aos

clientes sobre as condições financeiras praticadas nas várias operações e serviços, bem como

sobre os respectivos riscos.

2 (Custo com Pessoal + Fornecimentos e Servico de terceiros +Outras despesas administrativas)/ Produto Bancário

Page 26: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

24

Portanto, a supervisão assenta na avaliação sistemática dos riscos financeiros assumidos pelas

instituições e grupos, na verificação do cumprimento das regras prudenciais em vigor, através da

análise da informação reportada numa base regular e de inspecções in loco, e, ainda, na

verificação da qualidade da respectiva gestão, de forma a habilitar o Banco Nacional de Angola a

responder a problemas emergentes antes que eles se tornem críticos ou de difícil gestão.

Assim, o Departamento de Supervisão das Instituições Financeiras (DSI) do Banco Nacional de

Angola no âmbito da sua função de supervisão do sistema financeiro, combina na sua actuação as

técnicas de inspecção no local “on site” e o acompanhamento à distância “off site”, em obediência

ao princípio 20º do Comité de Basileia.

A supervisão directa (inspecção in loco) visa uma avaliação objectiva levada a cabo na instituição

financeira de forma a determinar a sua situação económico financeira, o cumprimento das normas

regulamentares e comprovar as informações prestadas ao Banco Central. De forma geral o

processo de inspecção compreende:

- Planeamento inicial que visa definir o escopo da inspecção em função do perfil de risco da

instituição, das preocupações levantadas pela análise “off site”, plano de actividades da área e

outras;

- O exame in loco que incluí a avaliação e gestão de riscos, a verificação da observância às leis e

regulamentos, o exame às transacções e operações bancárias, a avaliação da administração e

outras áreas conforme o plano;

- A elaboração do relatório de inspecção com base nas constatações, contendo recomendações a

observar pelo banco.

A supervisão indirecta (análise “off site”,) é feita no Banco Central, a partir das informações

prestadas pelas instituições financeiras, visando:

- A análise da performance económica e financeira das instituições com base nas regras

prudenciais e práticas bancárias internacionalmente recomendáveis;

- O monitoramento do cumprimento da regulamentação em vigor e identificação de eventuais

discrepâncias relevantes que deverão posteriormente ser comunicadas à supervisão directa para

efeitos de investigação no local;

- A análise da evolução e tendências do sistema financeiro nacional como um todo, servindo de

importante instrumento para a tomada de decisões do Banco Central;

Page 27: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

25

- A utilização de mecanismos de avaliação atempada da situação das instituições financeiras de

forma a permitir uma intervenção oportuna que mitigue ou reduza os focos de risco antes que estes

se tornem incontroláveis;

- A classificação das instituições como via de promover uma salutar concorrência entre elas e

propiciar um estímulo ao aumento da eficiência e eficácia da actividade bancária;

- A avaliação do processo de constituição de instituições financeiras sujeitas à jurisdição do Banco

Nacional de Angola.

3.1 A Supervisão Directa e Indirecta

No decurso dos anos, o Departamento de Supervisão das Instituições Financeiras emitiu um

conjunto de normas regulamentares, com o objectivo de aperfeiçoar e reforçar os instrumentos de

supervisão já existentes às melhores práticas a nível internacional. Assim, a 10 de Março foram

publicados os Avisos N.º 2/2006 – sobre os Controlos Internos; N.º 3/2006 – sobre a Auditoria

Externa e o N.º 4/2006 sobre o risco de liquidez.

Supervisão Directa

De acordo com os programas de actividade são definidas as inspecções globais, de

acompanhamento e específicas. As inspecções têm como objectivo avaliar:

• as políticas, práticas e os procedimentos relacionados com a concessão de crédito e decisões

de investimentos;

• a qualidade dos activos;

• os sistemas de gestão de risco e os procedimentos de controlos internos;

• o cumprimento das normas e limites prudenciais;

• os aspectos relacionados com a governação corporativa;

• o acompanhamento da implementação das recomendações do Banco Nacional de Angola;

Outrossim, são realizadas inspecções pontuais resultantes da supervisão indirecta e de

solicitações de outras unidades de estrutura.

Page 28: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

26

O relatório final sintetiza as principais constatações e é enviado uma carta de recomendações às

instituições objecto de inspecção para comentários e adopção de medidas correctivas, cuja

implementação é objecto de acompanhamento subsequente.

Antes do início de uma inspecção é efectuada uma reunião com a Administração da instituição,

onde são colocados os principais objectivos do trabalho a realizarem. No final da mesma é

realizada uma reunião de encerramento em que são comunicados os aspectos relevantes. Porém,

no decurso dos trabalhos são realizados encontros pontuas com a Administração da instituição, se

disso houver necessidade.

Portanto, sempre que um Banco é submetido a uma inspecção, resulta desta uma carta com

recomendações onde são apresentados, formalmente, todos os aspectos passíveis de correcção.

Posteriormente é feito o respectivo acompanhamento para se aferir do seu cumprimento.

Durante o período de 2007 realizou-se 1 (uma) inspecção global, 5 (cinco) de acompanhamento e

3 (três) específicas. No decorrer de 2006 foram realizadas apenas 3 (três) inspecções globais, 3

(três) de acompanhamento e 1 (uma) específica; em 2005 a BNA realizou 8 (oito) inspecções, das

quais 4 (quatro) globais, 2 (duas) de acompanhamento e 2 (duas) específicas, conforme o mapa a

seguir:

Inspecções 2007 2006 2005

Globais 1 3 4

Acompanhamento 5 3 2

Específicas 3 1 2

Total 9 7 8

O sistema financeiro angolano era composto por 12, 14 e 17 bancos, nos anos de 2005, 2006 e

2007, respectivamente.

Page 29: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

27

Supervisão Indirecta

No que concerne à informação remetida ao Departamento de Supervisão, assume particular relevo

a análise (i) da estrutura patrimonial das instituições financeiras, (ii) dos fundos próprios e a

respectiva adequação às exigências de capital para o grau de riscos dos activos e cambial, (iii) da

exposição aos grandes riscos, (iv) da qualidade do crédito e outros activos e respectivos níveis de

provisão, (v) do cumprimento dos rácios e limites prudências, (vi) bem como dos indicadores de

qualidade dos activos, rendibilidade e liquidez.

A análise dos relatórios e contas anuais e de controlo interno permite, ainda, avaliar de forma

qualitativa as políticas de gestão e os procedimentos de controlos internos.

No decorrer de 2007 foram aplicadas 8 (oito) sanções às instituições financeiras por incumprimento

no envio atempado da informação.

3.2 Relações com outras entidades de supervisão.

Nos últimos anos registou-se a abertura de vários bancos de capital estrangeiro em Angola, assim

como a abertura de filiais de bancos angolanos no estrangeiro. Este facto tem estado a demandar

trabalhos conjugados com outros supervisores. Os princípios básicos para uma supervisão

bancária efectiva estabelecem que “os supervisores bancários devem realizar uma supervisão

global consolidada aos grupos financeiros bancários, em particular aos que actuam

internacionalmente, monitorando adequadamente e estabelecendo normas prudenciais adequadas

para todos os seus negócios de alcance internacional (Princípio 24). Outro elemento chave da

supervisão é o estabelecimento de contactos e intercâmbio de informações com outros

supervisores, em particular os do país de acolhimento. Os supervisores bancários devem ainda

requerer que as operações locais de bancos estrangeiros sejam conduzidas com o mesmo padrão

de exigência requerido às instituições locais e devem poder fornecer informações requeridas por

autoridades supervisoras do país de origem, visando possibilitar-lhes a supervisão consolidada

(Principio 25).

No cumprimento das suas atribuições, o BNA adoptou os Princípios de Basileia. Assim, ao longo

dos anos o BNA vem estabelecendo trocas de informações com outros países, destacando-se,

Portugal, Rússia, Camarões, e África do Sul.

Page 30: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

28

3.3 Elaboração de um novo Plano de Contas das Instituições Financeiras

A Auto - Avaliação elaborada pelo Departamento de Supervisão de Instituições Financeiras (DSI),

do Banco Nacional de Angola (BNA), relativa às informações contabilísticas/estatísticas que têm

sido remetidas pelas Instituições Financeiras nos moldes do Plano de Contas das Instituições

Financeiras (PCIF) mostrou algumas limitações que a seguir destacamos:

1. Um grande volume de documentos com informações específicas tem sido remetido ao BNA;

2. As reconciliações dos vários documentos remetidos ao BNA têm registado diferenças

relevantes;

3. Ausência de flexibilidade para emissão de relatórios com informações integradas pelos vários

sistemas do BNA;

4. Duplicação de algumas informações.

Tendo em conta, dentre outras insuficiências, as limitações acima descritas, houve a necessidade

de se proceder à elaboração de um novo plano de contas – CONTIF, com a finalidade de que a

remessa de todas as informações necessárias à execução dos trabalhos da Supervisão Bancária

seja feita numa única base de dados, a partir da qual diversos relatórios de gestão possam ser

elaborados, inclusive por outras áreas do BNA.

O CONTIF tem por objectivo uniformizar os registos contabilísticos, sistematizar os procedimentos

e critérios de registo, estabelecer regras para divulgação de informações, tudo em consonância

com as melhores práticas internacionais. Além disso, o CONTIF visa racionalizar e padronizar a

utilização das contas, de modo a possibilitar o acompanhamento do sistema financeiro,

particularmente no que se refere à análise, avaliação do desempenho e controlo das actividades

desenvolvidas pelas instituições sob supervisão do Banco Nacional de Angola (BNA).

Para atingir este objectivo, procurou-se fazer convergir os procedimentos contabilísticos

estabelecidos no CONTIF com as normas internacionais de contabilidade (IFRS3 – International

Financial Reporting Standards) emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB).

3 IFRS inclui os IAS (International Accounting Standards) e as SIC (Interpretações).

Page 31: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

29

Nesse contexto, foram incorporados critérios contabilísticos recomendados internacionalmente

como a mensuração pelo valor justo, hedge accounting, método da equivalência patrimonial,

reavaliação de activos, actualização monetária, imparidade, entre outros, assim como

procedimentos para propiciar o melhor conhecimento da situação económico-financeira do

conglomerado ou grupo económico no qual a instituição está inserida, como a consolidação de

demonstrações financeiras e as regras de evidenciação.

Adicionalmente, a estrutura conceptual do CONTIF tem o propósito de simplificar e reduzir a

quantidade de informação a ser prestada pelas instituições de forma segmentada. Concebido para

atender plenamente às necessidades actuais do BNA em termos de informação financeira, o plano

é flexível e permite alterações e expansões teoricamente ilimitadas, que propiciarão a inclusão,

alteração ou exclusão de quaisquer tipos de informações.

O DSI/BNA espera, com a implementação do CONTIF, contribuir para o aperfeiçoamento

organizacional, melhorar a gestão dos riscos e propiciar ganhos de produtividade nas instituições

financeiras em Angola, capacitar o Sistema Financeiro frente às transformações contínuas no

mercado financeiro internacional, e fornecer informações que beneficiem os usuários da

contabilidade, especialmente do sistema financeiro que detém extensa ligação com todos os

agentes económicos. Concomitantemente, o CONTIF pretende oferecer maior quantidade de

informação qualitativa para a melhoria dos trabalhos da Supervisão do BNA, na busca constante

da solidez do Sistema Financeiro Angolano.

3.4 Projecto da Central de Risco

O BNA iniciou no ano de 2007 um projecto de constituição de uma Central de Informação e Risco

de Crédito moderna, com vista a conferir segurança e fiabilidade à informação e

consequentemente incentivar a sua utilização pelas Instituições Financeiras.

O serviço da Central de Informação e Risco de Crédito (CIRC) tem por objectivo centralizar a

informação do crédito concedido sob qualquer forma ou modalidade pelas Instituições Financeiras,

e prestar informação que auxilie a avaliação dos riscos na concessão de crédito pelas Instituições

Financeiras;

Page 32: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

30

Os bancos, as cooperativas de crédito, as sociedades de cessão financeira, as sociedades de

locação financeira, as sociedades de micro-crédito e outras Sociedades que sejam como tal

qualificadas por Lei devem fornecer ao Banco Nacional de Angola, a informação requerida,

referente ao crédito concedido, a residentes e a não residentes cambiais. A informação constante

na Central de Informação e Risco de Crédito é de inteira responsabilidade das Instituições

Financeiras que a tenham fornecido, cabendo exclusivamente a estas proceder à sua alteração ou

rectificação.

As informações da Central de Informação e Risco de Crédito podem ser utilizadas para fins de

Supervisão das Instituições Financeiras e melhor gestão do risco de crédito pelas Instituições

Financeiras. A informação constante da Central de Informação e Risco de Crédito está sujeita ao

dever de segredo nos termos da Lei das Instituições financeiras.

3.5 Branqueamento de Capitais

O branqueamento de capitais (branqueamento de capitais) constitui um conjunto de operações

comerciais ou financeiras que visam a introdução na economia de cada país de bens ou direitos

adquiridos de forma ilícita.

Esta prática geralmente envolve múltiplas transacções, usadas para ocultar a origem dos activos

financeiros e permitir que eles sejam utilizados sem comprometer os criminosos. A dissimulação é,

portanto, a base para toda a operação de lavagem que envolve dinheiro proveniente de um crime

antecedente.

Durante os últimos dez anos, inúmeras organizações envolveram-se na luta contra o

branqueamento de capitais, promovendo a cooperação para assegurar que as instituições

financeiras tomem as providências necessárias a fim de minimizar os efeitos danosos desta

prática. O tema do branqueamento de capitais, embora conhecido desde a década de 80, difundiu-

se, nos últimos anos, em conferências internacionais e a preocupação com os aspectos práticos do

combate a esse crime começou a materializar-se de forma mais ampla no início dos anos 90.

Desde então, diversos países têm tipificado o crime e criado agências governamentais

responsáveis pelo combate ao branqueamento de capitais. Estas agências são conhecidas

mundialmente como Unidades de Inteligência Financeiras (UIF).

Os acordos internacionais ou tratados que formam a estrutura para cooperação em assuntos de

branqueamento de capitais incluem:

Page 33: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

31

• A Convenção das Nações Unidas contra o Tráfico Ilícito de Estupefacientes e de Substâncias

Psicotrópicas, 1988, Viena;

• As 40 recomendações sobre branqueamento de capitais do Grupo de Acção Financeira sobre

branqueamento de capitais (GAFI/FATF32) - de 1990, revistas em 1996 e referidas como

Recomendações do GAFI/ FATF; mais as 9 recomendações sobre financiamento do terrorismo

do ano 2003.

• A Declaração Política e o Plano de Acção contra Branqueamento de Capitais, adoptados na

Sessão Especial da Assembleia-Geral das Nações Unidas sobre o Problema Mundial das

Drogas, 1998, Nova Iorque.

Na nossa região existe uma organização Anti-branqueamento de Capitais da África Oriental e

Austral (Eastern and Southern África Anti-Money Laundering Group- ESAAMLG). O ESAAMLG é

uma organização dos países da África Oriental e do Sul voltada para a promoção da cooperação

na implementação de políticas de combate ao branqueamento de capitais e de luta contra o

financiamento do terrorismo.

No ano de 2007, o BNA levou a cabo um conjunto de actividades voltadas para dinamização da

temática relacionado com o branqueamento de capitais em coordenação com outras instituições

nacionais, visando a promoção da cooperação no combate ao branqueamento de capitais e a luta

contra o financiamento ao terrorismo. Refira-se também que o BNA tem vindo a capacitar os seus

quadros no sentido de dotá-los de conhecimentos que poderão vir a ser de grande utilidade no

combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo.

3.6 Capacitação dos Recursos Humanos

Um dos objectivos estratégicos do Departamento de Supervisão das Instituições Financeiras,

consiste no fortalecimento da supervisão através de um processo contínuo de capacitação dos

seus técnicos. São pressupostos desta estratégia, o reforço da capacidade interna, a diminuição

da dependência externa e a optimização na utilização dos recursos existentes.

Os objectivos prioritários visam a promoção da melhoria da qualidade do sistema de formação dos

técnicos do departamento e a criação de condições que possibilitem um desenvolvimento auto-

sustentável.

Page 34: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

32

Com a capacitação continua dos técnicos, pretende-se também criar uma base de conhecimentos

comum sobre as normas internacionais de supervisão, assim como as estratégias e metodologias

de intervenção no sector financeiro.

No âmbito do cumprimento do seu plano de formação, o Departamento de Supervisão de

Instituições Financeiras, participou em vários cursos, seminários e estágios dentro e fora de país,

relacionados com matérias de supervisão baseada no risco, Basileia II, risco de crédito,

branqueamento de capitais, risco de mercado, processos administrativos e de penalizações.

4. Normas Prudenciais

As regras prudenciais emitidas pelo BNA têm como desiderato, por um lado, a manutenção da

estabilidade do sistema financeiro, ou seja, a segurança e solidez financeira das instituições, e por

outro lado, a protecção dos depositantes e outros investidores contra perdas resultantes de uma

gestão deficiente, de fraudes e falências dos provedores de serviços financeiros.

A Lei das Instituições Financeiras estabelece um conjunto de regras que são regulamentadas

mediante Avisos do BNA e que devem ser observadas pelas instituições financeiras sob sua

jurisdição. Destacam-se aqui o controlo da aquisição de participações qualificadas, a verificação da

idoneidade e experiência dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização, o valor

mínimo dos fundos próprios a determinar em função do grau de risco dos activos, o limite de

participações sociais, os limites à concentração de riscos e às imobilizações, os limites mínimos

para as provisões destinadas à cobertura de crédito e outros riscos ou encargos, e as normas em

matéria de supervisão em base consolidada. A maioria dos requisitos e limites prudenciais têm

relação com os fundos próprios regulamentares.

Além dos objectivos já identificados, o estabelecimento de regras prudenciais tem em vista criar

uma base uniforme de enquadramento para a actuação das instituições no mercado. Tratam-se,

por isso, de instrumentos simplificados e de carácter preventivo, motivo pelo qual essas regras têm

de ser entendidas como complemento de uma gestão sã e prudente, nunca podendo substituir

sistemas eficazes de avaliação de riscos, gestão e de controlo interno. Estes sistemas devem ser

desenvolvidos pelas próprias instituições financeiras, tendo em conta as suas responsabilidades

perante os accionistas, depositantes, credores, assim como a sociedade em geral.

Page 35: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

33

O Banco Nacional de Angola produziu um pacote de normativos ajustados às Normas

Internacionais de Contabilidade e aos princípios de boa técnica bancária, destacando-se a

aprovação de um novo Plano de Contas para as Instituições Financeiras (CONTIF).

A Auto-Avaliação elaborada pelo Departamento de Supervisão das Instituições Financeiras do

Banco Nacional de Angola relativa ao cumprimento dos vinte e cinco Princípios do Comité de

Basileia do Banco de Pagamentos Internacional (BIS) realizada em 2004, revelou a necessidade

de se proceder à revisão e elaboração do conjunto de normas prudenciais em vigor para as

instituições financeiras sob supervisão do Banco Central, com o objectivo de as adequar aos

padrões internacionais.

De sublinhar que os princípios básicos para uma supervisão bancária efectiva constituem uma

referência na avaliação da eficiência e eficácia dos regimes de supervisão bancária a nível

internacional.

Adicionalmente, a posterior alteração da Lei-Quadro do sistema financeiro, nomeadamente a

publicação da Lei nº13/ 05, de 30 de Setembro – Lei das Instituições Financeiras, que revogou a

Lei 01/99, de 23 de Abril, contribuiu também para a necessidade de adequação da regulamentação

prudencial actual.

Finalmente, a evolução que o sistema financeiro, em particular o sistema bancário, tem

apresentado, expressa no crescimento do número de instituições financeiras a operar no país,

assim como no aumento que tem vindo a ocorrer na complexidade e sofisticação dos produtos,

serviços e operações, requerem a existência de normas prudenciais em conformidade com os

padrões internacionalmente aceites.

Deste modo, o conjunto de normas prudenciais publicado no ano de 2007, foi amplamente

discutido com as instituições financeiras sob jurisdição do BNA, beneficiando da contribuição das

mesmas o que permitiu uma melhor adaptação à realidade Nacional e está alicerçado nos

princípios básicos para uma supervisão eficiente e eficaz extraídos do documento “Core principles

for effective banking supervision” elaborado pelo Comitê de Supervisão Bancária de Basiléia (Basel

Committee on Banking Supervision) do BIS (Bank for International Settlements).

Page 36: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

34

Principais Normas Aprovadas:

1. O Aviso nº 04/07 sobre “Limites Mínimos de Capital e Fundos Próprios” regulamenta os

valores mínimos de capital e fundos próprios necessários para garantir o funcionamento das

instituições. Os fundos próprios devem ser suficientes para absorver perdas prováveis

independentemente do perfil dos activos, passivos e de itens extra-patrimoniais que compõem o

cálculo do rácio de solvabilidade.

2. O Aviso nº05/07 sobre “Rácio de Solvabilidade Regulamentar – RSR e Fundos Próprios

Regulamentares - FPR” estabelece o limite operacional para exposição aos riscos inerentes às

actividades de intermediação financeira, consubstanciado no rácio de solvabilidade, bem como as

definições de fundos próprios regulamentares, níveis I e II. Estabelece a exigência de capital para

cobertura de riscos de mercado, nomeadamente, o risco de câmbio, para além da exigência de

capital para cobertura do risco de crédito.

3. O Aviso nº06/07 sobre “Limite de Exposição ao Risco de Câmbio” estabelece o limite de

exposição ao risco de câmbio, decorrente do desfasamentos de montantes activos e passivos em

moeda estrangeira ou indexados à variação cambial.

4. O Avisonº07/07 sobre “Limite de Imobilização” estabelece o limite para aplicação de recursos

em activos imobilizados. Tem por finalidade assegurar liquidez e recursos para a intermediação

financeira, que constitui o objecto social das instituições financeiras.

5. O Aviso nº08/07 sobre “Princípios ou Regras para Concessão de Crédito e Operações

Vedadas” estabelece as regras para a concessão de crédito e prestação de garantias e define o

limite de exposição ao risco de crédito. O objectivo desta norma consiste na redução do risco de

concentração das aplicações e na apresentação de um conjunto de recomendações e de práticas

que assegurem a observância dos preceitos de prudência e de segurança na realização de

operações de crédito.

6. O Aviso nº09/07 sobre “Classificação das Operações de Crédito e de Locação Financeira”

estabelece os procedimentos e critérios a serem observados na concessão de crédito e de locação

financeira, com vista à classificação do crédito pelo nível de risco.

Page 37: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

35

7. O Aviso nº10/07 sobre “Actualização Monetária” estabelece o índice e os procedimentos de

actualização monetária aplicáveis às demonstrações financeiras das instituições financeiras,

considerando os efeitos da modificação no poder de compra da moeda nacional.

8. O Aviso nº11/07 sobre “Reavaliação do Imobilizado Corpóreo” estabelece as condições e

procedimentos aplicáveis à instituição financeira quando esta optar por este critério de

avaliação do imobilizado de uso próprio.

9. O Aviso nº12/07 sobre “Condições e Procedimentos para Instalação de Sucursais no

Exterior e para Participação Societária” estabelece as condições e procedimentos para

instalação de sucursais no exterior, bem como as regras para a participação societária, directa

ou indirecta, no país e no exterior.

10.O Aviso nº13/07 sobre “Requisitos e Procedimentos para Constituição de Instituições

Financeiras” revoga o Aviso 4/98, de 30 de Novembro e estabelece os requisitos e

procedimentos a serem seguidos no processo de constituição e revogação de instituições

financeiras à luz da Lei 13/05, de 30 de Setembro – Lei das Instituições Financeiras.

11.O Aviso nº14/07 sobre “Procedimentos para Elaboração das Demonstrações Financeiras

Consolidadas” estabelece os procedimentos a observar na elaboração das demonstrações

financeiras consolidadas, incluindo a forma proporcional e integral, para instituições financeiras

pertencentes a conglomerados financeiros e/ou grupos económicos. A finalidade desta norma

consiste na obtenção de uma visão consolidada de todas as instituições pertencentes ao

conglomerado financeiro e grupo económico, imprescindível à correcta avaliação dos riscos

inerentes às actividades operacionais, bem como ao conhecimento da situação económico-

financeira das Instituições.

12.O Aviso nº15/07 sobre “Elaboração e Publicação das Demonstrações Financeiras”

estabelece a periodicidade para a elaboração e publicação das demonstrações financeiras das

Instituições financeiras, assegurando a disponibilidade de informação para os aforradores e

para o mercado.

13.O Aviso nº16/07 sobre “Atraso no envio de informação” estabelece, de forma prática e

simplificada, a aplicação de multas relativas aos atrasos no envio de informação contabilística e

extra-contabilística para o Banco Nacional de Angola.

Page 38: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

36

14.O Instrutivo nº08/07 sobre “Método da Equivalência Patrimonial - Procedimentos para

Avaliação de Participações Societárias em Sociedades Coligadas ou Equiparadas”

estabelece os procedimentos para a avaliação de participações societárias em sociedades

coligadas ou equiparadas.

15.O Instrutivo nº05/07 sobre “Exposição ao Risco de Crédito” estabelece os factores de

ponderações do risco tendo em conta a natureza das operações para o apuramento do rácio de

solvabilidade regulamentar.

16.O Instrutivo nº06/07 sobre “Cobertura do Risco de Câmbio e Ouro” estabelece a fórmula de

cálculo do capital exigido para a cobertura do risco de câmbio e ouro, para efeitos de

determinação do rácio de solvabilidade regulamentar.

17.O Instrutivo nº07/07 de “criação de contas”, cria as novas contas no âmbito do Plano de

Conta das Instituições Financeiras (PCIF) em vigor, de forma a adequá-lo às necessidades e

exigências do momento.

18.A Directiva nº02/07 sobre “Diversificação de Risco de Clientes” estabelece o formato e a

periodicidade para envio desta informação ao BNA.

19.A Directiva sobre “Exposição Cambial”, estabelece as contas a serem consideradas no

preenchimento dos mapas de exposição cambial diária e mensal e a respectiva forma de

cálculo do limite de exposição cambial a ser observada pelas instituições financeiras.

5. Plano de Actividades do DSI para 2008

No marco do fortalecimento da supervisão do sistema bancário, o Departamento de Supervisão

das Instituições Financeiras definiu 4 (quatro) grandes projectos para os anos de 2008 e 2009; (i) a

substituição do actual sistema informático de suporte à supervisão (BSA - Banking Supervision

Application) por outro, designado Sistema de Supervisão das Instituições Financeiras (SSIF). Esta

substituição é necessária pelo facto do mesmo não ser compatível com o novo plano de contas

(CONTIF); (ii) a realização de actividades preparatórias do Programa de Avaliação do Sector

Financeiro (FSAP); (iii) a regulamentação da Lei das Instituições Financeiras na parte referente às

Instituições Financeiras não bancárias e (iv) a implementação de uma Central de Informação e

Risco de Crédito Moderna.

Page 39: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

37

5.1 Aplicativo de Supervisão

O BNA pretende substituir o actual sistema informático de suporte às actividades de supervisão

Banking Supervision Application (BSA), por outro designado Sistema de Supervisão de Instituições

Financeiras (SSIF), que funcionará no Departamento de Supervisão das Instituições Financeiras

(DSI) do BNA.

A substituição do actual sistema, decorre do facto do mesmo não ser compatível em termos de

absorção das contas previstas no novo plano de contas (CONTIF).

O SSIF terá as seguintes vantagens: ser um sistema robusto, flexível, de fácil manuseio (user

friendly), totalmente adequado às necessidades actuais de negócio, flexível em termos de

evolução, com características de segurança apropriadas, tanto no sistema de fluxo das

informações quanto no seu processamento e armazenamento.

Este sistema terá como objectivos: validar, criticar e armazenar os dados enviados pelas

instituições financeiras, calcular rácios e limites operacionais, disponibilizar consultas e relatórios

padronizados e dinâmicos, alertar sobre situações preestabelecidas, enfim, propiciar o

desenvolvimento de instrumentos e de metodologias que permitam o monitoramento, a análise e

avaliação da situação económico-financeira e dos riscos inerentes às actividades das instituições

financeiras e conglomerados.

5.2 Programa de Avaliação do Sector Financeiro ( FSAP)

O Programa de Avaliação do Sector Financeiro (FSAP) é um programa conjunto do Banco Mundial

(BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), utilizado pelos países membros, como um

instrumento para a avaliação abrangente do sistema financeiro tendo em vista o diagnóstico das

suas vulnerabilidades e dos seus pontos fortes, e serve também para a identificação das

necessidades de desenvolvimento e de aperfeiçoamento dos sistemas financeiros em matéria de

enquadramento legal, regulamentar e de supervisão, no sentido da promoção da convergência

para as melhores práticas internacionais.

Page 40: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

38

5.3 Regulamentação da Lei das Instituições Financeiras

No ano de 2008, o DSI vai iniciar a preparação da regulamentação da Lei das Instituições

Financeiras no que se refere às Instituições Financeiras não bancárias, designadamente,

sociedades cooperativas de crédito, sociedades de micro crédito, sociedades de locação

financeira, sociedades cessão financeira e outras sob a jurisdição do BNA, assim como a

elaboração de um projecto de código de ética para os supervisores.

5.4 – Central de riscos.

A institucionalização da Central de Informação e Risco de Crédito (CIRC), tem-se mostrado cada

vez mais premente e urgente, enquanto ferramenta necessária ao registo das informações sobre

as operações de crédito ocorrido no sistema financeiro angolano, com a finalidade de dar cobertura

ao disposto no artigo 64º, da Lei 13/05, de 30 de Setembro – Lei das Instituições Financeiras.

Assim, a efectivação da CIRC passa pela implementação de um aplicativo informático que permita

às Instituições Financeiras participantes fazer uma melhor gestão de riscos de crédito, bem como

ao Banco Nacional de Angola, na qualidade de Organismo de Supervisão das Instituições

Financeiras, dispor de informações sobre as operações de crédito concedidas no sistema

financeiro angolano. A ausência desta informação tem fragilizado o processo de gestão do risco de

crédito pelas instituições financeiras.

A CIRC terá fundamentalmente como funcionalidade proceder ao registo e disponibilizar um

conjunto de informação sobre as operações de crédito praticadas pelas instituições financeiras que

exerçam funções de crédito e sujeitas à jurisdição do Banco Nacional de Angola, nomeadamente,

bancos, sociedades de cooperativas de crédito, sociedades de cessão financeira, sociedades de

micro crédito e outras sociedades como tal qualificadas por Lei.

Page 41: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

39

6. Anexos

A. Balanço Patrimonial

Page 42: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

40

B. Demonstração de Resultados

Page 43: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

41

C. Organigrama do Departamento de Supervisão

Page 44: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

42

D. Instituições Bancárias Supervisionadas

LISTA DOS BANCOS COMERCIAIS EM ACTIVIDADE NOME DO BANCO SIGLA 1. BANCO DE POUPANÇA E CRÉDITO B.P.C. 2. BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA B.C.I. 3. BANCO DE FOMENTO, S.A. B.F.A. 4. BANCO TOTTA DE ANGOLA, S.A. BTA 5. BANCO MILLENNIUM ANGOLA, S.A. BMA 6. BANCO COMERCIAL ANGOLANO, S.A. B.C.A. 7. BANCO SOL S.A. BSOL 8. BANCO ESPÍRITO SANTO ANGOLA, S.A. B.E.S 9. BANCO REGIONAL KEVE, S.A. BRK 10. NOVO BANCO, S.A. NVB 11. BANCO BIC, S.A. BIC 12. BANCO DE NEGÓCIOS INTERNACIONAL S.A. BNI 13. BANCO ANGOLANO DE NEGÓCIOS E COMÉRCIO BANC 14. BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE ANGOLA BDA 15. BANCO PRIVADO ATLÂNTICO, S.A. BPA 16. VTB ÁFRICA, S.A. VTB 17. BANCO AFRICANO DE INVESTIMENTOS BAI

BANCO AUTORIZADOS POR INICIAR ACTIVIDADE 1. BANCO QUANTUM CAPITAL INTERNACIONAL 2. FINIBANCO LISTAGEM DAS CASAS DE CÂMBIO AUTORIZADAS E FUNCIONAMENTO: 1-MONETA,LDA – LUANDA 2-NEV – LUANDA 3-NOVACÂMBIOS S.A. – LUANDA 4-FERNANDES LDA – LUBANGO 5-CASA DE CÂMBIOS EXPRESSO, LDA – LUANDA 6-UNIVERSAL CÂMBIOS, S.A. – LUANDA 7- HUÍLA CÂMBIOS LDA – LUBANGO 8- ENOQUE & IRMÃO, LDA – LUBANGO 9-SOFICHANGE,LDA – LUANDA 10-KUZUCA LDA – SUMBE 11-TRANSGLOBAL,SARL – LUANDA 12- ALMAC CASA DE CÂMBIOS LDA – LUBANGO 13- SPOTCÂMBIOS, LDA – LUANDA

Page 45: Relatório de Supervisão 2007 - bna.aof4fa1956-2fdb-425b-939f-f668867bc901}.pdf · aprovados em 2007 um conjunto de normas prudenciais consistentes com os princípios básicos para

E. Q

uad

ros

Est

atís

tico

s

E

sc

alo

na

me

nto

de

cré

dit

os

P

razo

s r

es

idu

ais

de

De

sit

os

Mo

nta

nte

s e

m M

ilha

res

de

Kw

an

zas

A

te t

rês

me

ses

De

3 m

ese

s a

u

m a

no

M

ais

de

um

an

o

Ate

trê

s m

ese

s D

e 3

me

ses

a

um

an

o

De

um

an

o a

5

an

os

Ma

is d

e 5

a

no

s

Ba

nco

Afr

ica

no

de

In

vest

ime

nto

s S

.A.

96

9.4

76

9

.08

1.1

95

5

1.7

83

.83

5

20

6.3

23

.66

3

5.0

31

.03

8

61

1.8

48

1

7.9

65

B

an

co A

ng

ola

no

de

Ne

cio

s e

Co

rcio

S

.A.

75

5

0.7

24

5

3.8

56

15

.38

0

Ba

nco

BIC

S.A

.

9

1.9

56

.56

0

27

.08

8.5

01

2

.49

6.9

74

Ba

nco

Co

me

rcia

l An

go

lan

o S

.A.

1

.24

8.3

05

3

.25

9.8

68

1

.84

0.2

50

2

.27

5.1

51

Ba

nco

de

Co

rcio

e I

nd

úst

ria

S.A

.

9

.94

1.8

68

Ba

nco

de

De

sen

volv

ime

nto

de

An

go

la

E.P

.

7

8.2

95

5

8.7

43

.00

0

Ba

nco

de

Fo

me

nto

S

.A.

10

9.3

59

.09

8

10

.32

4.0

11

1

10

.20

9

Ba

nco

de

Ne

ios

Inte

rna

cio

na

l S.A

.

37

1.8

28

5

.77

9.1

05

5

.11

4.4

30

1

.17

0.6

99

1

63

.32

8

Ba

nco

de

Po

up

an

ca e

Cré

dito

9

3.6

99

.76

0

11

.07

2.6

95

3

2.9

86

.06

9

16

.83

3

Ba

nco

de

Esp

irito

Sa

nto

An

go

la S

.A.

6

04

.45

4

27

.61

7.5

54

3

4.9

78

.65

7

54

.73

4.4

38

3

1.9

55

.12

4

3.7

45

.99

3

32

3.6

93

Ba

nco

Mill

en

niu

m A

ng

ola

S.A

.

1

2.6

35

.87

8

3.7

25

.87

0

1.4

23

.15

0

Ba

nco

Pri

vad

o A

tlán

tico

S.A

.

3

.01

2.7

43

1

.97

1.7

63

4

.14

9.7

92

Ba

nco

Re

gio

na

l Ke

ve S

.A.

2.7

65

.01

7

2.1

99

.95

1

2.0

84

.68

5

2.4

39

.67

8

70

1.9

94

Ba

nco

So

l S.A

. 9

25

.97

7

3.5

70

.58

6

4.4

87

.96

8

8.1

78

.78

9

58

9.4

78

4

.77

1

Ba

nco

To

tta

de

An

go

la S

.A.

11

.36

3.1

95

4

.17

7.8

65

1

.18

2.2

21

No

vo B

an

co S

.A.

80

.61

5

51

4.3

12

1

20

.18

3

2

15

.34

6

VT

B Á

fric

a S

.A.

89

.66

3

1

98

.77

6