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Brasília, 30 de novembro de 2011 Relatório de Pesquisa Indicativos de impacto da Copa 2014 em Brasília Transformações Qualitativas

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Brasília, 30 de novembro de 2011

Relatório de PesquisaIndicativos de impacto da Copa 2014 em BrasíliaTransformações Qualitativas

2011 SEBRAE-DF – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Distrito FederalTodos os direitos reservados. Nenhuma parte pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou transmitida sob qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do autor.

Presidente do Conselho DeliberativoJosé Sobrinho Barros

Diretor SuperintendenteAntonio Valdir Oliveira Filho

Secretario GeralFernando Neves dos S. Filho

DiretoraMaria Eulalia Franco

DiretorRodrigo de Oliveira Sá

Ficha Técnica Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo de ServiçosAparecida Vieira Lima

Gerente da Unidade de Atendimento de AgronegóciosRoberto de Faria

Gerente Unidade de Atendimento Coletivo de ComércioMaria Auxiliadora G. Franca

Gerente Unidade de Atendimento Coletivo de IndústriaLucimar dos Santos

Série de Estudos: Indicativos de impacto social da Copa 2014 em Brasília na condição de cidade-sede e na condição de cidade de Cerimônia de Abertura

Relatório de Pesquisa: Indicativos de impacto da Copa 2014 em Brasília – Transformações Qualitativas

Estudo realizado pela empresa WHO – Informações de Mercado Ltda

Analistas de InformaçãoRegina Célia Xavier dos Santos e Mônica Igreja do Prado

Projeto Gráfico, Capa e Editoração EletrônicaLuciano Mendes

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Apresentação

Programa Sebrae 2014

Série de Estudos

Pano de Fundo

Aspectos Metodológicos

Brasília no cenário da Copa

Brasília: cidade-sede da Copa 2014

Brasília: cidade da Cerimônia de Abertura da Copa 2014

Matriz de Análise: Oportunidades e Ameaças para Brasília

Outras questões: para além de oportunidades e ameaças

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Sumário

Oportunidades para EIs e MPEs

Inserção de EIs e MPEs no megaevento de 2014

Atuação e oportunidades para EIs e MPEs

Matriz de Análise: possibilidades para EIs e MPEs

EIs e MPEs: decisão e preparação

Legados e transformações qualitativas

Reflexões Finais

Referências Bibliográficas

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sília Apresentação Em 30 de outubro de 2007, a FIFA anunciou o Brasil como país-sede

da Copa do Mundo de 2014, megaevento esportivo planetário, com duração de aproximadamente 30 dias, que envolve 64 partidas de futebol, hospedagem para 32 equipes e suas comitivas e a estrutura necessária para a transmissão globalizada de todo o evento para mais de 3 bilhões de espectadores. No geral, o megaevento movimenta mais de 30 mil profissionais entre jornalistas e pessoal técnico para a operacionalização, estimadamente 200 mil turistas estrangeiros, além do turista doméstico.

O Brasil foi escolhido para anfitrião com base na Política de Rodízio de Continentes implantada pela FIFA em 2000 e extinta em 2007 para evitar as candidaturas únicas com ocorreu com a Copa da África do Sul em 2010 e a Copa do Brasil em 2014. Brasil, Argentina e Colômbia, em 2003, manifestaram à FIFA intenção de sediar o evento de 2014. No entanto, em 2006, as confederações de futebol dos países da América do Sul decidem pela inscrição única do Brasil, que se inscreveu oficialmente na FIFA como candidato único para a Copa do Mundo, a ser realizada na América do Sul, em dezembro de 2006.

Para que um país possa sediar a Copa do Mundo, a FIFA faz uma série de exigências ao país-sede para garantir que o megaevento seja realizado. O país anfitrião, então, estabelece o Comitê Organizador Local (COL) e com a FIFA firma acordos e planos de trabalho para que os estádios tenham padrão de primeiro mundo com condições de conforto e segurança, assentos numerados, vias de acesso, estacionamento e hospitais nas imediações. Também

3 bilhões de espectadores

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está incluída, nos planos de trabalho, a necessária infraestrutura de transporte e hotelaria nas cidades-sede, além da escolha e preparação das cidades-campo, os seja, os centros de treinamento das equipes de futebol. Os preparativos para o megaevento também envolvem aspectos financeiros e operacionais desde a entrada no país de profissionais estrangeiros até a venda de ingressos e espaços publicitários a serem comercializados ou ocupados pelos patrocinadores do evento junto à FIFA. O ordenamento desses aspectos operacionais tem por base legislações específicas sancionadas pelo país-sede. No caso do Brasil, a Lei 12.350/2010 e a Lei Geral da Copa do Mundo de 2014 (Projeto de Lei 2330/11, do Executivo1). Ambas valem também para a Copa das Confederações, evento que acontece um ano antes, entre 15 e 30 de junho de 2013.

1 Projeto de Lei 2330/11. Disponível em: http://www.copa2014.gov.br/sites/default/files/publicas/sobre-a-copa/biblioteca/pl_lei-geral-da-copa.pdf

2 Lei 12.350 de 2010. Disponível em: http://200.181.15.9/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12350.htm

A Lei 12.350 de dezembro de 2010, já tramitada e aprovada, trata das questões tributárias que envolvem a realização do evento pela FIFA e parceiros comerciais, como a suspensão do pagamento de tributos federais, a importação de equipamentos e/ou produtos a serem comercializados e a isenção de impostos quanto aos rendimentos e as operações de crédito2 realizadas no país tanto pela FIFA como por seus parceiros incluindo os patrocinadores.

A Lei Geral da Copa, em novembro de 2011, estava em tramitação no Congresso Nacional e gerou polêmica quanto aos aspectos: meia-entrada para idosos e estudantes, venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante os jogos, vendas casadas de ingressos e pacotes turísticos, suspensão da necessidade de visto para turistas durante a realização da Copa e criação de cortes especiais do Judiciário para julgamento de crimes relacionados ao evento Copa do Mundo. A polêmica deve-se ao fato de que há no país legislação específica sobre esses assuntos. A Lei Geral da Copa também estabelece normas de proteção às marcas associadas ao megaevento (FIFA e patrocinadores), fixa as regras sobre transmissão e retransmissão dos jogos e aborda as questões de condutas de torcedores nos estádios, além de permitir que as cidades-sede possam decretar feriado nos dias nos jogos.

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A venda de ingressos cabe exclusivamente à FIFA, que deve colocar à disposição da população no mundo mais de 3 milhões de ingressos que serão vendidos a partir de junho de 2013, pelo site oficial da entidade FIFA.com e também em pontos de venda ainda não definidos no país.

O maior evento esportivo planetário – Copa do Mundo – vem, assim, mobilizando a Nação. E o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sistema Sebrae) está inserido nesse momento nacional indicando oportunidades de mobilização e de negócios para as micro e pequenas empresas e para os empreendedores individuais, cumprindo sua Missão institucional de “promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas e fomentar o empreendedorismo”, e avançando em direção a sua Visão de

3 SEBRAE. Direcionamento Estratégico do Sistema Sebrae 2009 – 2015. Disponível em: http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/8840E70648C5E027832574DC00718E4D/$File/NT000390D6.pdf

SistemaSebrae

“ter excelência no desenvolvimento das micro e pequenas empresas, contribuindo para a construção de um Brasil mais justo, competitivo e sustentável” 3.

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Os investimentos programados para a organização e realização da Copa do Mundo FIFA 2014 no Brasil, associados ao crescimento da movimentação econômica antes, durante e após o evento, representam um enorme espaço de oportunidades para empreendedores e empresas nacionais. Pensando nisso, o Sebrae Nacional está implementando, desde 2010, o Programa Sebrae 2014, programa nacional de atuação que, até 2012, deverá investir R$ 3 milhões em cada unidade da Federação escolhida como cidade-sede dos jogos da Copa do Mundo.

O Programa, que abriga projetos nacionais e projetos estaduais, além da realização de seminários, estudos e debates, é dirigido ao segmento de Micros e Pequenas Empresas (MPEs), de Empreendedores Individuais (EIs) e de potenciais empreendedores ligados a diversos setores econômicos. São objetivos do programa: identificar, disseminar e fomentar as oportunidades de negócios a partir do evento mobilizador Copa do Mundo 2014, considerando a missão do Sebrae de contribuir para a competitividade e o desenvolvimento sustentável das MPEs e dos EIs.

As ações previstas para o Programa visam a atuação integrada entre o Sistema Sebrae e os parceiros envolvidos com a temática dos projetos, a qualificação das MPEs para o aproveitamento das oportunidades de negócios, a inserção dos Negócios Informais e Empreendedores Individuais, além de proporcionar visibilidade institucional sobre a participação do Sebrae na Copa do Mundo 2014. Assim, para a estruturação do Programa Sebrae 2014 foram

Programa Sebrae 2014

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realizados diversos encontros e reuniões do Sebrae com entidades públicas e privadas nacionais envolvidas com o evento esportivo (Ministério do Turismo, Ministério dos Esportes, Ministério das Cidades, comitês dos governos federal, estaduais e municipais e entidades empresariais), bem como com a Match Consultoria, empresa contratada pela FIFA para gerenciar e comercializar todos os serviços durante os jogos, entre eles a venda de pacote de hospedagens e ingressos.

Dentre as diversas ações previstas pelo Programa, uma merece especial destaque por representar um ponto de partida para toda a sua estruturação. Trata-se do Mapa de Oportunidades para Micro e Pequenas Empresas nas Cidades–sedes, desenvolvido em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV)4.

O levantamento de oportunidades de negócios teve como objetivo proporcionar um instrumento de auxílio na elaboração de planos de ação para o Sebrae Nacional e de suas unidades estaduais no que diz respeito à realização da Copa do Mundo 2014 no Brasil. Levando em conta o potencial de investimentos e o fluxo econômico proporcionado pelo megaevento esportivo, o estudo priorizou a investigação junto a nove setores de atuação do Sebrae: (i) Construção Civil, (ii) Tecnologia da Informação, (iii) Turismo, (iv) Produção associada ao turismo, (v) Comércio Varejista, (vi) Serviços, (vii) Vestuário, (viii) Madeira e Móveis e (ix) Agronegócio. Os resultados obtidos constituíram-se em elementos direcionadores das ações do Sistema Sebrae, possibilitando a estruturação de projetos estaduais e nacionais, visando capacitar gerencial e operacionalmente empresários e empreendedores com vistas a torná-los aptos para o aproveitamento eficaz das oportunidades identificadas.

No Distrito Federal, o Programa Sebrae 2014 foi estruturado através de cinco projetos, que estão associados aos setores de atuação do Sebrae5. Os projetos são: Projeto Turismo – Copa 2014; Projeto Serviços – Copa 2014; Projeto Agronegócios – Copa 2014; Projeto Comércio – Copa 2014; Projeto Indústria – Copa 2014.

4 SEBRAE. Programa Sebrae 2014: Mapa de Oportunidades para as micro e pequenas empresas nas cidades-sede. FGV/SEBRAE, novembro 2010.

5 Programa Sebrae/DF – Copa 2014. Disponível em: www.df.sebrae.com.br.

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Com o objetivo de construção de um cenário estratégico que possibilitasse a análise das reais oportunidades a serem geradas pela Copa FIFA 2014, fez-se necessário reunir, sob uma abordagem mais sistêmica, diversas informações disponíveis em inúmeras fontes secundárias internas e externas ao Sistema Sebrae. Para atender a esta necessidade, o Sebrae/DF contratou à empresa WHO – Informações de Mercado, uma Série de Estudos que tem no presente relatório seu Relatório de Pesquisa.

As análises aqui apresentadas, de caráter predominantemente qualitativo, resultam da sistematização de dados de estudos realizados por instituições de governo e acadêmicas, de análises qualitativas de conteúdo de matérias jornalísticas, depoimentos de autoridades e de atores relevantes na estruturação do evento Copa FIFA 2014. A linha analítica da Série de Estudos apresenta natureza dinâmica e foi sendo construída simultaneamente ao processo de articulações, o qual envolveu inúmeras decisões relativas ao megaevento esportivo, tais como a escolha da cidade-sede para a Cerimônia de Abertura da

Série de Estudos

Copa, em 2014, a decisão da cidade-sede para a Cerimônia de Abertura da Copa das Confederações, em 2013, bem como a definição da quantidade e momento dos jogos em cada uma das 12 cidades-sede brasileiras.

Neste sentido, o primeiro relatório – Sumário Executivo: Brasília como cidade de abertura da Copa do Mundo 2014 - Oportunidades e Ameaças, concluído no final de agosto de 2011, referiu-se à análise das oportunidades e ameaças reveladas para Brasília enquanto possível cidade-sede para a Cerimônia de Abertura da Copa FIFA de 2014. Naquela ocasião, a disputa de Brasília por esta condição era real, e as análises empreendidas ofereceram significativos subsídios ao posicionamento de seus parceiros institucionais, como os membros integrantes do Comitê Brasília 2014, presidido pelo Governador do Distrito Federal. O conteúdo, na íntegra, do relatório Sumário Executivo está contido no Relatório de Pesquisa.

Embora a escolha de Brasília enquanto cidade-sede para a Cerimônia de Abertura

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da Copa de 2014 não tenha se efetivado, a sua escolha na condição de cidade-sede para a Cerimônia de Abertura da Copa das Confederações, evento teste para a Copa do Mundo, a realizar-se em 2013, um ano antes, ao invés de diminuir a importância das análises contidas no primeiro relatório desta Série de Estudos, reforça a necessidade de aceleração das ações e articulações ali propostas, indicando que a curva de maturação precisa começar mais cedo.

Importante salientar que as oportunidades e os desafios impostos a Brasília como cidade-sede para a Cerimônia de Abertura da Copa das Confederações, em 2013, não são diferentes daqueles apresentados na análise empreendida no referido documento, uma vez que, se por um lado a amplitude das oportunidades e ameaças tende a ser reduzida, pela menor visibilidade e atratividade deste evento em relação à Copa de 2014, por outro lado,

sua ocorrência antecipada em um ano impõe a aceleração da tomada de decisões e de articulações ali indicadas.

Inserido no contexto de oportunidades e ameaças a Brasília e dentro do marco do Programa Sebrae 2014, cujos objetivos são identificar, disseminar e fomentar as oportunidades de negócios que o evento mobilizador - Copa do Mundo 2014 – tem para MPEs e EIs e com isso contribuir para a competitividade e o desenvolvimento sustentável de empresários e empreendedores, está o segundo relatório da Série de Estudos elaborado pela WHO para o Sebrae/DF. Empreendedorismo: Dimensões qualitativas sobre a participação de Brasília em 2014– Inserção de EIs e de MPEs tratou de indicar oportunidades de atuação e de negócios para cada uma das categorias que compuseram as dimensões de análise escolhidas para a linha analítica da Série de Estudos.

O terceiro relatório da Série chamado Articulações Sociais: Indicativos estratégicos para a concretização dos legados - Espaços de Atuação aborda indicativos de articulações com base no cenário das oportunidades e das ameaças construído pela pesquisa qualitativa que tratou de olhar os legados do megaevento esportivo Copa do Mundo 2014 para a cidade de Brasília.

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Megaeventos planetários como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos estão inseridos na intersecção Esporte, Entretenimento e Turismo que ganhou força na década de 80 do século passado e hoje, no século XXI, se consolida como tendência de negócios mundializada. A indústria do Entretenimento movimenta, na atualidade, cerca de US$ 1 trilhão/ano, sendo que US$ 350 bilhões se referem ao Esporte (35%) e desse montante, US$ 260 bilhões são exclusivos do futebol6.

A experiência dos Jogos Olímpicos de Barcelona/92 (Espanha) é considerada o marco inicial dessa nova era e tida como modelo a ser copiado por outras cidades ao redor do mundo. Em seguida, a Copa do Mundo da Alemanha, em 2006, consolida o novo modelo mostrando que megaeventos têm potencial para modificar as cidades, transformando o patamar em que se encontravam antes do evento e que isso é possível a partir de planejamento integrado e mobilização social. Os relatos e os

Pano de Fundo

estudos acadêmicos sobre essas experiências mostram que houve planejamento com definição dos legados ou resultados tangíveis e intangíveis a serem alcançados e não exclusivamente para as questões pontuais que envolviam o megaevento esportivo.

Assim, megaeventos passam a estar inseridos num modelo de planejamento mais amplo, com base em uma visão contemporânea de gestão local. O que comanda a visão mais moderna é o planejamento de cidade, em que as questões já não são vistas dentro de um orçamento anual ou como aspectos setorizados, a exemplo do planejamento clássico urbano. Para dar conta da necessidade de um planejamento público moderno, os administradores buscaram no Planejamento Estratégico, usado pelo setor privado para seu posicionamento de negócio e de mercado, o instrumento para pensar as cidades com a cooperação dos entes públicos e privados e com o envolvimento da população. Nesse sentido, o novo modo de pensar a cidade ultrapassa os modelos tradicionais de planejamento atrelados a um tempo governamental pré-fixado pelo período do mandato eleitoral. E mais uma vez Barcelona é a referência para as mudanças no modo de operacionalizar o planejamento urbano7, ao conceber, em 1988, o Planejamento Estratégico de Cidade (PEC), que vigora até hoje com o nome de Planejamento Estratégico Econômico e Social. O PEC também agregava o instrumental do Marketing como apoio à mobilização e à captação de investimentos.

6 COCCO, José Estevão. Marketing Esportivo: aproveitando oportunidades. Palestra proferida no II Seminário Internacional de Oportunidades de Negócios Sebrae 2014, realizada no dia 8 de outubro de 2011, durante a Feira do Empreendedor, evento do Sebrae-DF.

7 MOURA, Suzana. Cidades Empreendedoras, Cidades Democráticas e a construção de Redes Públicas na Gestão Local, In Organizações & Sociedade, 1996, pp. 33-61.

investimento exclusivo

em futebol

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O pano de fundo dessas mudanças são as profundas modificações econômicas ocorridas na década de 70 do século XX. Essas mudanças levaram o governo local a ganhar força e presença na agenda de debates por conta da descentralização do Estado, movimento que atingiu tanto países desenvolvidos quanto países em desenvolvimento, mas que também acabaram por inserir as cidades no contexto de uma economia globalizada, obrigando-as, por assim dizer, a operarem no nível da concorrência para atraírem investimentos e, então, manterem padrões de satisfação da população e recursos financeiros em circulação8. Tal complexidade esteve presente na escolha das cidades-sede para os jogos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Entre maio de 2008 e março de 2009, 18 cidades candidatas foram visitadas com o objetivo de diagnosticar e avaliar as condições de infraestrutura urbana.

As cidades foram avaliadas em nove áreas: Mobilidade Urbana, Aeroportos, Portos, Rede Hoteleira, Rede Hospitalar, Energia, Saneamento, Segurança e Telecomunicações9. Foram selecionadas

12 cidades: Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Cuiabá (MT), Manaus (AM), Fortaleza (CE), Natal (RN), Recife (PE), Salvador (BA). Ficaram de fora Rio Branco (AC), Belém (PA), Maceió (AL), Goiânia (GO), Florianópolis (SC) e Campo Grande (MS).

Empreendedorismo urbano é o conceito introduzido por David Harvey10 para definir o novo modo de gestão pública que as cidades, antes focadas na provisão de serviços locais, foram buscar para se libertarem da dependência de transferências ou cotas de recursos públicos, uma vez que nos anos 70 do século passado sofreram cortes e restrições econômicas, que as fizeram estar conseqüentemente empobrecidas. A saída foi a competição interurbana por empregos, recursos e capital. Nesse caso, as cidades passaram a ter vida e serem ativas no cenário do planejamento urbano, utilizando o instrumento das parcerias público-privadas para garantir aumento de renda, geração de empregos e oferecimento de serviços públicos. As cidades se tornaram empresas11 e estão inseridas em fluxos

8 PONTE, Juliano Pamplona Ximenes. Empreendedorismo Urbano: entre o Discurso e a Prática, In Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, volume 7, número 1, maio de 2005, resenha do livro de Rose Compans, São Paulo: Editora Unesp, 2005.

9 BRASIL. Sumário Executivo. Estudos desenvolvidos pela Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB) sob a égide do Termo de Cooperação Técnica N. 01/2008 (ME/CBF/ABDIB).

10 HARVEY, David. From Managerialism to Entrepreneurialism: the transformation in urban governance in late capitalism, In Geografiska Annaler. Series B, Human Geography, Vol. 71, No. 1, The Roots of Geographical Change: 1973 to the Present (1989), pp. 3-17.

11 COMPANS, Rose. Empreendedorismo urbano: entre o discurso e a prática. São Paulo: Editora UNESP, 2005, pp. 15-34.

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globalizados de capital. A título de exemplo, a empresa AECOM, da Inglaterra, ganha, no Rio de Janeiro, concurso para a construção do Parque Olímpico para 201612, e o governo brasileiro está recebendo cooperação do Governo britânico para a realização de Inventário de Emissões de CO2 nas 12 cidades-sede, como parte dos trabalhos do Comitê para a Sustentabilidade de Copa de 201413.

Atuando como empresas, ferramentas de Marketing foram adaptadas para o setor público e megaeventos esportivos ou não começam a ser tratados como estratégias de promoção para a cidade. Marketing Urbano/Marketing de Cidade ganharam força e, hoje, as cidades são vistas como branding, ou seja, uma marca, e são tratadas assim dentro desse pano de fundo de empreendedorismo urbano14. Como marca, a imagem da cidade é o vetor de atração de negócios e de turismo e de continuidade dos fluxos de receitas. A percepção (o modo como comunica a marca e o modo como é percebida pelas pessoas) é um dos legados da cidade.

Brasília está vivendo esse momento como uma das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 que vai receber sete jogos, igualando-se a Rio de Janeiro e São Paulo, e ainda vai sediar a Cerimônia de Abertura da Copa das Confederações, no ano anterior, em 2013.

É nesse contexto e tomando como pano de fundo o empreendedorismo urbano e o branding (cidades como marca) que a Série de Estudos: Indicativos de impacto da Copa 2014 em Brasília enquadrou a matriz de Oportunidades e Ameaças, as análises sobre as oportunidades para EIs e empresários de MPEs e as sugestões de articulações estratégicas.

Também foi com base nesse pano de fundo que foram apontados os legados, que são marcas que megaeventos esportivos deixam nas cidades. Os legados não acontecem por si mesmos, eles precisam ser construídos. A Série de Estudos buscou, então, levantar os possíveis legados da Copa 2014 para Brasília levando em conta as lições aprendidas por outras cidades e outros países quando realizaram megaeventos esportivos de dimensão planetária.

12 Dados disponíveis em: http://www.onenewspage.com/n/Health/74msa0a8h/Sustainable-design-helps-AECOM-win-competition-to-build.htm

13 Informação oral de Cláudio Langone, coordenador da Câmara Temática Nacional de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Copa 2014, em palestra realizado em Brasília, no dia 8 de outubro de 2010, no II Seminário Internacional de Oportunidades de Negócios Sebrae 2014, de que Dan Epstein é consultor do governo brasileiro para cálculos de emissão. Dan Epstein é ex-diretor de Sustentabilidade e Regeneração Urbana dos Jogos Olímpicos de Londres 2012.

14 SEISDEDOS, Gildo. State of the Art of City Marketing in European Cities. IsoCaRP, 42nd Congress, 2006.

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dos fluxos de receita

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Para a concepção e redação desse Relatório de Pesquisa para a Série de Estudos, métodos de pesquisa e de análise de diferentes naturezas foram empregados.

Inicialmente, para a coleta e seleção dos dados, adotou-se a técnica de pesquisa documental baseada em fontes secundárias que procurou identificar e apreciar documentos que abordassem a temática de Cerimônia de Abertura e cidade-sede de megaeventos esportivos em geral e, mais particularmente de Copas FIFA, as lições aprendidas, as melhores práticas e os investimentos em megaeventos esportivos com forte direcionamento turístico.

Para a análise dos dados foram empregadas operações intelectuais internas e externas. As internas contrastaram o mesmo documento por mais de um analista e buscaram identificar a linha dos conteúdos abordados. A externa buscou averiguar a veracidade do documento e a credibilidade da fonte15. A segunda etapa constituiu de análise de conteúdo qualitativa16. Para tanto, foram identificadas macro dimensões de análise e dentro delas

Aspectos Metodológicos

tópicos de abordagem de conteúdo. As categorias nasceram da convergência das informações publicadas e as divergências ora foram descartadas, pois não se mostraram consistentes, ora foram incorporadas, pois apontavam visões de mundo diferentes para o mesmo objeto.

Complementando as técnicas qualitativas adotadas individualmente para cada dimensão de análise, buscou-se a construção de um panorama agregado de análise estratégica, um ambiente de análise. Para tanto, foi adotado o conceito de Análise SWOT17, oriundo da Administração Estratégica. Com a adoção desse conceito procurou-se resumir os principais aspectos da Copa FIFA 2014 no ambiente externo (oportunidades e ameaças dentro de cada macro dimensão de análise) e seus impactos frente às capacitações e/ou debilidades de Brasília e de suas instituições visando à indicação de linhas estratégicas de atuação.

15 FERRARI, Alfonso Trujillo. Metodologia da Pesquisa Científica. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982.

16DUARTE, Jorge e BARROS, Antônio (Org.). Métodos e Técnicas de pesquisa em comunicação. São Paulo: Atlas, 2000.

17 FERNANDES, Bruno Henrique Rocha. Administração Estratégica:da competência empreendedora à avaliação de desempenho.São Paulo: Saraiva,2005.

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Em 2014, o Brasil vai sediar a Copa FIFA, cuja realização envolve complexas operações e requer esforços nos processos de preparação. De um lado, o Campeonato Mundial gerará reflexos e benefícios em diversos setores da economia e da sociedade, sejam temporários ou duradouros, diretos ou indiretos. De outro, também apresenta riscos e, portanto, a necessidade de processos de gestão eficientes no setor público e no setor privado para que o evento possa proporcionar plenamente benefícios à sociedade18.

No dia 20 de outubro de 2011, a FIFA, reunida em assembléia em Zurique, Suíça, divulgou a tabela das 64 partidas de futebol da 20ª edição da Copa do Mundo , confirmando que a Cerimônia de Abertura será em São Paulo, no estádio Itaquerão, no dia 12 de junho, e que o encerramento será no Rio de Janeiro, no Maracanã, no dia 13 de julho de 2014. Junto com a Cerimônia de Abertura, São Paulo também sediará o Congresso da FIFA com os delegados que participam da competição, dias antes do megaevento. Na primeira fase, todas as 12

Brasília nocenário da Copa

cidades-sede brasileiras receberão quatro jogos e serão anfitriãs de pelo menos uma disputa de uma seleção cabeça de chave. Nas oitavas de final, os jogos serão em oito das 12 cidades-sede: Brásilia, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. Nas quartas de final, as partidas serão realizadas em quatro cidades-sede: Brasília, Fortaleza, Salvador e Rio de Janeiro. A disputa do terceiro lugar será realizada em Brasília e a partida final no Rio de Janeiro.

Brasília, em 2014, vai viver futebol. A capital foi contemplada com sete inserções que estão distribuídas na primeira fase do torneio, nas oitavas, nas quartas e na disputa do terceiro lugar. A seleção brasileira joga em Brasília na primeira fase. Brasília se apresenta como pólo importante na Copa do Mundo.

Brasília, em 2014, vai viver

futebol

18 BRASIL. Brasil Sustentável: Impactos Socioeconômicos da Copa do Mundo 2014. Fundação Getulio Vargas (FGV) e Ernst & Young Terco, 2010. Disponível em: http://www.ey.com/BR/pt/Issues/Brasil_Sustentavel_-_Copa_2014

19 Declaração publicada no Super Esporte, suplemento do jornal Correio Braziliense, em reportagem de Thiago Rizerio, no dia 27 de outubro de 2011. Disponível em: http://www.superesportes.com.br/app/19,156/2011/10/27/noticia_copa_do_mundo,24894/sem-abertura-da-copa-brasilia-se-orgulha-de-participacao-no-mundial-2014.shtml

“Brasília saiu vitoriosa e será mostrada para todo o mundo. Dessa forma, faremos com que a cidade se encontre com sua vocação: o turismo. Brasília é um museu a céu aberto e o mundo poderá conhecê-la”19

Cláudio Monteiro, Secretário executivo do Comitê Organizador Brasília 2014

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No mesmo dia em Zurique, a FIFA divulgou as cidades contempladas com os jogos da Copa as Confederações, também conhecida como Festival dos Campeões, que será realizada entre 15 e 30 de junho de 2013. Das oito equipes participantes, já estão classificadas o anfitreão Brasil, Espanha (atual campeã do mundo), Japão, México, Uruguai. As sedes dos jogos serão Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza e Rio de Janeiro, que foi contemplado com a cerimônia de encerramento. Salvador e Recife foram aprovados condicionalmente e a decisão será tomada em junho de 2012. O critério de escolha, segundo o Comitê Local, foi a data de previsão para as conclusões das obras dos estádios que devem ser até o final do ano de 2012.

Brasília, em 2013, será a sede da Cerimônia de Abertura da Copa das Confederações.

Os locais para as cerimônias de abertura e de encerramento da Copa as Confederações assim como os da Copa do Mundo foram acordados entre o Comitê Executivo da FIFA e o Comitê Organizador Local antes da reunião da Assembléia Geral, no mesmo dia 20 de outubro de 2011.

Brasília também se candidatou para receber o Centro Internacional de Transmissão (International Broadcast Centre - IBC), juntamente com Rio de Janeiro e São Paulo. O local escolhido pela FIFA para abrigar a TV FIFA foi o Riocentro no Rio de Janeiro (RJ). O IBC deixará um legado físico de infraestrutura de telecomunicações de ponta que poderá ser usado para as Olimpíadas de 2016, que serão realizadas no Rio de Janeiro.

“A abertura das Confederações é a abertura real do Mundial. É quando o Brasil se apresenta ao mundo” 20

Agnelo QueirozGovernador do Distrito Federal

20 Fala do Governador Agnelo Queiroz em Zurique quando Brasília foi anunciada sede da Copa das Confederações.

Sede da Cerimônia de Abertura da Copa das

Confederações

17Novembro2011

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R$ 142,3 bina economia

brasileira

3,6 bilhõesna economia do DF

54 milnovos empregos

Brasília:cidade-sede da

Copa 2014

Conforme estimativas da Ernest & Young, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV)21, os valores em investimentos em infraestrutura, telecomunicações e orga-nização do país para a realização da Copa FIFA 2014, montam R$ 22,4 bilhões. Adicio-nalmente, a competição deverá injetar R$ 112,9 bilhões na economia brasileira, com a produção em cadeia de efeitos diretos, indi-retos e induzidos. Estima-se que entre 2010 e 2014 sejam movimentados, em função do evento, cerca de R$ 142,3 bilhões. Esses as-pectos associados ao crescimento do fluxo turístico demonstram a grandiosidade do evento e a potencialidade de seu legado.

Em Brasília-DF, mesmo com a inexistência de indicadores específicos, as estimativas dos impactos da sua condição de uma das 12 cidades-sede da Copa apresentam-se estimulantes. No período entre 2010 e 2014, os impactos diretos no PIB do DF serão de R$ 3,6 bilhões, representando um acrés-cimo de 4% sobre o PIB local em relação

201022. Esse impacto direto na economia deverá gerar aproximadamente 54 mil no-vos empregos, sendo 49% empregos per-manentes e 51% empregos temporários23.

Os investimentos públicos pactuados entre o Governo Federal e o GDF para infra-estrutura local como reforma do estádio Mané Garrincha, ampliação do Aeroporto JK, obras de mobilidade urbana e segurança são expressivos, importando em R$ 1,857 bilhão24. Somente para a reforma do estádio os investimentos previstos são de R$ 671 milhões25. Para a modernização e ampliação do Aeroporto JK, a Infraero estará investindo R$ 748,4 milhões. Tais investimentos, até 2014, vão incrementar em 47% a área física do terminal de passageiros, aumentando em 90% a atual

21 BRASIL. Brasil Sustentável: Impactos Socioeconômicos da Copa do Mundo 2014. Fundação Getulio Vargas (FGV) e Ernst & Young Terco, 2010. Disponível em: http://www.ey.com/BR/pt/Issues/Brasil_Sustentavel_-_Copa_2014.

22 BRASIL. Impactos econômicos da realização da Copa 2014 no Brasil. Consorcio contratado pelo Ministério do Esporte, Consorcio Copa 2014, em especial da empresa consorciada Value Partners Brasil Ltda, março de 2010. Disponível em: http://www.mdic.gov.br/sistemas_web/renai/public/arquivo/arq1288291213.pdf.

23 Estimativas calculadas pela WHO a partir de parâmetros obtidos no estudo Brasil Sustentável, FGV e Ernst & Young Terco, 2010.

24 Portal da Transparência. Disponível em http://www.portaltransparencia.gov.br/copa2014/brasilia/. Acesso em 16/08/2011.

25 Portal de Acompanhamento de Gastos para a Copa do Mundo de Futebol de 2014 da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal. Disponível em: http://www.copatransparente.gov.br/portalCopa/acoes/estadio-nacional-de-brasilia-obras-civis. Acesso em 12/08/2011.

18Novembro2011

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capacidade de atendimento, que passa de 14 milhões de passageiros para 26,5 milhões. O pátio das aeronaves, hoje com 181 mil/m², será ampliado para 403 mil/m² 26.

Os impactos na rede hoteleira também serão significativos, uma vez que segundo os requi-sitos da FIFA a oferta de leitos em meios de hospedagem deve atender, no mínimo, 30% da capacidade do estádio onde serão realiza-dos os jogos na cidade27. Haverá em Brasília um crescimento da oferta atual de leitos. Estima-se que o Distrito Federal tenha 20 mil leitos e que novas construções elevem esse número para 28 mil28. Recursos para a neces-sidade de crescimento no número de leitos na cidade não faltam já que existem linhas de crédito específicas para o setor hoteleiro

junto ao BNDES e ao Programa Pró-Copa Turismo, assim como junto ao Fundo Consti-tucional para o Centro-Oeste (FCO).

Quanto ao potencial turístico, Brasília como cidade-sede tende a ser incluída em rotas turísticas tendo a expectativa de receber 207 mil visitantes estrangeiros e elevar sua participação no turismo interno29. Também tende a ganhar como cidade a ser visitada, uma vez que o turista de Copa do Mundo visita em média três cidades do país30. Item aleatório, como os times que aqui jogarão, pode ser vetor de maior ou menor incremento no número de turista.

Embora a grandiosidade dos números dire-cione o olhar para os ganhos econômicos

que Brasília terá como legado, estudos de avaliação de eventos de Copa do Mundo31 apontam que o sucesso está no sentimento e na percepção que as populações fazem da realização da Copa. Reafirmando a neces-sidade de atenção a fatores para além dos ganhos econômicos, o estudo Brasil Susten-tável, da Ernest & Young em parceria com FGV, já citado anteriormente, afirma:

26 JORNAL DA COMUNIDADE, Aeroporto JK alçará novos vôos. Caderno A-4, edição 6-12 de agosto de 2011.

27 Fórum de Operadores Hoteleiros no Brasil (FOHB). Disponível em: http://www.fohb.com.br/ConteudoNews.php?id=9. Acesso em 12/08/2011.

28 AMORIM, Diego. Novo setor hoteleiro na 901 Norte movimentará R$ 4 bilhões. Correio Braziliense. Publicação: 12/04/2011. Disponível em: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2011/04/12/interna_cidadesdf,247352/novo-setor-hoteleiro-na-901-norte-movimentara-r-4-bilhoes.shtml

31 MANZENREITER, Wolfram e HORNE, John. An introduction to the sociology of sports mega-events. Sociological Review, volume 54, agosto 2006. Disponível em: http://kenkyuu.jpn.univie.ac.at/fileadmin/STAFF_DIRECTORY/Manzenreiter/SME_Horne___Manzenreiter.pdf e WONNEMANN, Günter, FRIEDRICH, Peter e POPESCU, Alina. Economic and Fiscal Effects of the 2006 FIFA World Cup™ in Germany – The Case of the World Cup™ Games in Munich. University of the Federal Armed Forces of Germany Munich Department of Economical and Organizational Sciences. AGOSTO, 2006. Disponível em: http://www-sre.wu-wien.ac.at/ersa/ersaconfs/ersa06/papers/115.pdf

29 EMBRATUR, Anuário 2010. Embarque e desembarque de passageiros estrangeiros no Aeroporto JK. Dados da Infraero.

30 BRASIL. World Cup Turistas África do Sul 2010. Ministério do Turismo e Fundação Getúlio Vargas. Disponível em: http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/export/sites/default/dadosefatos/outros_estudos/downloads_outrosestudos/Resumo_Pesquisa_FGV_x2x.pdf

Os impactos socioeconômicos – fluxo de bem-estar que o evento ge-

rará para a população brasileira – têm diversas dimensões e serão per-

cebidos em função de vários fatores. Dependem de que o País consiga

aportar os investimentos e as ações necessárias a tempo de o evento

ser realizado de forma bem-sucedida; de que aproveite os legados da

Copa, transformando-os em bens perenes; e, finalmente, de que alcan-

ce esses objetivos de forma economicamente eficiente, sem dispêndios

excessivos, má alocação de recursos ou custos de oportunidade.

19Novembro2011

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A decisão da escolha da cidade de Brasília para a Cerimônia de Abertura da Copa 2014 ocorreu em outubro de 2011. Deu-se por certo que o RJ sediará o encerramento da Copa por conta da tradição do Maracanã e por ser a cidade ícone do Brasil. Teve-se em conta que SP (o centro econômico do país) dificilmente sediaria a Cerimônia de Abertu-ra porque deixou de atender as exigências da FIFA e também porque o apoio político para tal empreendimento foi se esvazian-do e o foco paulista era garantir o maior número de cidades-base (base camps) para as seleções do mundial.

Brasília sempre foi apontada como possibi-lidade para a Cerimônia de Abertura e, du-rante o primeiro semestre de 2011, ganhou presença diante do Comitê da FIFA ao lado de Belo Horizonte e Salvador que aparecem para a nova corrida. É natural pensar – che-ga a ser óbvio – que Brasília seria a cidade escolhida para a Abertura, já que os players de peso RJ e SP se colocaram fora da dispu-ta , aparentemente, e no páreo estavam BH, Salvador e Fortaleza.

Brasília: cidade da Cerimônia de Abertura da Copa 2014

Cenário

Como cidade escolhida para a Cerimônia de Abertura, no entanto, terá de minimizar os riscos e potencializar as oportunidades para fazê-lo em grande estilo, com entusiasmo, mobilização e liderança. Mais do que núme-ros ou resultados econômicos, os legados da Capa 2014 em Brasília como cidade da Cerimônia de Abertura e como cidade-sede devem ser:

(i) a população e o orgulho de ser mora-dor de Brasília(ii) a sustentabilidade e uma cidade verde muito além da compensação de emissão de carbono

Terá desperdiçado uma oportunidade histó-rica ímpar para se reposicionar como centro aglutinador da Nação

Terá cumprido sua vocação de integração nacional e ícone da modernidade como Patrimônio Cultural da Humanidade

E se não for a cidade

escolhida?

E ser for a cidade

escolhida?

20Novembro2011

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Brasília preparou o terreno para ser a cidade da Cerimônia da Abertura.

• O estádio já foi construído com 70 mil lugares para que possa comportar os 60 mil pagantes, os convidados e a imprensa na Cerimônia de Abertura. Além disso, atende aos novos critérios das placas de publicidade da FIFA, que alterou a curva de visibilidade dos estádios

• Disponibilidade de espaço ao lado do estádio de 120 mil m2 para receber a TV da FIFA em caso de cidade de abertura e encerramento. O espaço para a FIFA ocupa cerca de 20 mil m2 e abriga a TV, a área de hospitalidade e a área comercial da FIFA. A TV da FIFA tem 32 câmaras em campo

• Candidatura para receber a Central de Mídia, que estará ou no Pavilhão do Parque da Cidade ou no Centro de Con-venções. A sede do IMC agrega à cidade

significativo número de jornalistas e pes-soal operacional antes, durante e depois do evento

• Copa a pé em 2,5 km, pois a um raio de dois quilômetros e meio a pé estão localizados o Estádio Nacional, o espaço para a central de tevê da FIFA, o Parque da Cidade, a delegacia de polícia (central de segurança), a rodoviária, a rede hotelei-ra, a rede hospitalar, bancos, shoppings, bares e restaurantes

As articulações para o credenciamento foram iniciadas com o Comitê Organizador Local (COL) há anos. E as exigências da FIFA foram acompanhadas de muito perto. O Aeroporto JK, ainda que lentamente, vem se transfor-mando num hub desde 2009 e recebendo recursos do Governo Federal para sua mo-dernização. A proposta do veículo leve sobre pneus em alternativa ao veículo leve sobre trilhos complementa por parte do Distrito Federal o esforço de mobilidade urbana.

Preparando o terreno

21Novembro2011

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Ou seja, Brasília há muito estava no jogo.

Porém, naquele momento não tinha torci-da organizada, mesmo com a campanha publicitária do GDF A Copa começa aqui32 e com o apoio de atores sociais, políticos e econômicos de Brasília como os Diários Associados com campanha conclamando a população a se juntar aos caras pintadas na defesa de Brasília como cidade para a festa de Abertura da Copa33. Uma consulta popular informal seja por pesquisa de opi-

nião seja por votação simbólica em urnas eletrônicas em todas as Regiões Adminis-trativas antes da decisão final (outubro de 2011) poderia potencializar a oportunidade, dando visibilidade à vontade popular.

Vontade e liderança política poderiam fazer a diferença na hora de Brasília ser seleciona-da para a Cerimônia de Abertura.

“Aqui estão representadas todas as culturas. Lugar perfeito para sediar a abertura de um evento tão grandioso e de proporção nacional, sem privilegiar, uma região ou outra”

Governador Agnelo Queiroz

32 Agência Brasília: portal de notícias do Governo do Distrito Federal. Disponível em: http://www.agenciabrasilia.df.gov.br/. Publicação em: 20/04/2011.

33 Movimento Brasília Merece. Disponível em: http://www.caraspintadas.com.br/

A Copacomeça

aqui

22Novembro2011

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O megaevento é midiático e político. A Ceri-mônia de Abertura permite uma exposição na mídia internacional prolongada34, pois junto à Cerimônia está a Central de Mídia, pela qual transitam cerca de mil jornalistas de diversos países do mundo35 em mais de 30 dias de cobertura.

A Cerimônia de Abertura A cidade de Brasília será vivida, experencia-da, falada, comentada. Estará na boca de to-dos. Estará em evidência em seu cotidiano, no dia a dia da vida da cidade, nas suas ruas com ou sem esquinas, nos seus parques. O Céu de Brasília, uma das belezas naturais do Distrito Federal, será apreciado e as cidades dos arredores, sejam as satélites e sejam as históricas, serão visitadas.

A Cerimônia de Abertura permitirá que Brasília contraponha uma nova percepção de si mesma à Nação e ao mundo, tornan-do-se algo muito maior que a cidade da corrupção e da maracutaia. Terá a oportu-nidade de reposicionar-se como cidade do povo brasileiro, coração do país, onde mora gente, gente de luta, de trabalho, gente honesta.

3 bilhões de espectadores emmais de 200 países no mundo

mais de 500 emissoras de televisão

34 Estimativas a partir de indicativos de audiência de eventos de Copa do Mundo (Japão, Alemanha e África do Sul).

35 São 192 países do mundo reconhecidos pela ONU e são 246 listados pelo ISO 3166-1, que fornece também a abreviatura para domínios da Internet.

23Novembro2011

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Matriz de Análise foi construída para facilitar a visualização das oportunidades e das ameaças que se apresentam à cidade de Brasília em sua condição de cidade-sede e quando há o deslocamento para a condição de cidade de Cerimônia de Abertura da Copa 2014.

Três grandes dimensões de análise são os eixos da matriz construída. A dimensão População & Cidadania reúne aspectos que envolvem questões sociais e que falam de perto sobre o bem-estar da população como moradora de Brasília. Autoestima, segurança, reurbanização, qualificação de mão de obra, saúde, participação social e vo-luntariado são tópicos levantados e analisados sob a ótica de Oportunidades e de Ameaças. A dimensão Desen-volvimento Local & Regional aponta aspectos de infraestrutura, mobilidade urbana, emprego, renda, arreca-dação tributária e hotelaria. E a dimensão Mídia, Entretenimento & Turismo aborda tópicos como visibilidade midiática, Fan Parks e Centros de Mídia, e fluxo internacional e nacional de turistas.

Para cada um dos tópicos relacionados nas três dimensões foram indicados os impactos associados à condição de Brasília como cidade-sede, em duas categorias: impacto social e impacto de investimentos. Com a mudança da condição de cidade-sede para cidade de Cerimônia de Abertura, os impactos assinalados ganharam grada-ção qualitativa, pois a análise realizada mostra que a condição de cidade da Cerimônia de Abertura potencializa tanto oportunidades quanto ameaças. Assim, foram utilizadas as seguintes gradações para apontar a potência do impacto: dificilmente cresce, possivelmente cresce, cresce significativamente, cresce exponencialmente.

Matriz de Análise: Oportunidades e Ameaças para Brasília

24Novembro2011

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sília POPULAÇÃO & CIDADANIA

OPORTUNIDADESImpactos associados à condição de Brasília

AMEAÇASCidade-sede Cidade Cerimônia da Abertura

Sentimento de orgulho e de identidade: recuperação da auto-estima dos moradores e fortalecimento das identidades regionais. Ser apenas cidade-sede de alguns jogos não tem a força simbólica para esta recuperação

Impacto social Possivelmente cresce Tradição de corrupção e o sentimento de abandono da cidade (Brasília e as satélites) pelo governo local. Sentimento de que a Copa de 2014 seja a Copa da corrupção

Falta de articulação entre os diversos agentes sociais para a construção, no morador do DF, de um sentimento de “orgulho de Brasília e de sediar a abertura da Copa 2014”

Participação social: Inclusão de ações da Copa no Orçamento Participativo das Administrações Regionais

Impacto social Possivelmente cresce Copa não “acontecer” em todo o DF

Articulação Social: o GDF e parceiros como atores das articulações com a FIFA/Match para garantir a participação das MPEs como fornecedores para as demandas e exigências das Operações do Comitê Organizador (OC)

Impacto social

Impacto de investimentos

Cresce significativamente A falta de um planejamento para a Copa 2014 que contemple articulações indutoras do desenvolvimento das MPEs

Voluntariado: inclusão social a partir da condição de voluntário da FIFA

Impacto social

Impacto de investimentos

Cresce significativamente O entendimento de que a FIFA explora mão-de-obra sem pagar

Educação: vetor mobilizador para a Copa 2014, como o Programa Football for hope da África

Impacto social

Impacto de investimentos

Cresce significativamente Não articulação com a FIFA para ter cotas de inclusão de moradoras das satélites e alunos oriundos de escolas públicas

Capacitação (setor privado): qualificação da mão de obra profissional de setores produtivos aproveitando Programa MTUR, Programas SEBRAE, Programas CDL...

Impacto social

Impacto de investimentos

Cresce significativamente Qualificação direcionada somente os empregados das empresas e não atinja os empresários que precisam entender a Copa como uma oportunidade real cujas demandas impõem a necessidade de profissionalização dos negócios e não somente da mão de obra. Ex: falta de restaurantes capazes de atender rapidamente grandes grupos de turistas, falta de cultura do empresariado de bares e restaurantes em fazer parcerias com os receptivos, pois não aceita investir no custo de alimentação do guia e motorista

25Novembro2011

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Capacitação (setor público): qualificação de Servidores Públicos do DF

Impacto social

Impacto de investimentos

Cresce significativamente Risco de greves e paralisações em função de baixos salários e falta de planos de carreira e de progressão profissional que geram um elevado sentimento de insatisfação dos servidores

Elevada dependência de terceirizados em alguns setores

Reurbanização: renovação do mobiliário urbano, revitalização de áreas turísticas, entorno dos aeroportos e de áreas de grande fluxo

Impacto social

Impacto de investimentos

Possivelmente cresce Restrição das ações ao “circuito turístico” e o não enfrentamento do desafio da mobilidade e acessibilidade do pedestre: faixas apagadas, falta ou precariedade no estado das calçadas, falta de acessibilidade para portadores de necessidades especiais, falta de iluminação, passarelas para travessia de pistas, dentre outros, não só no Plano Piloto, mas também nas satélites

Falta de áreas de estacionamento para ônibus de turismo e dificuldade de circulação interna na cidade: tesourinhas e vias internas

Saúde: aprimoramento da oferta de serviços de saúde como legado decorrente da necessidade de investimentos públicos e privados

Impacto social

Impacto de investimentos

Cresce significativamente Ineficiência do sistema de saúde em função do completo sucateamento da rede pública de saúde e dependência da rede privada que, em casos de maior gravidade (UTI), já não consegue atender a atual demanda

Segurança Pública: investimentos em equipamentos e em capacitação

Impacto social

Impacto de investimentos

Crescem significativamente Restrição das ações de segurança ao turista ou a áreas nobres, deixando de lado as cidades satélites

Despreparo policial para lidar com torcidas e grandes massas

Risco de ações policiais violentas nas satélites, a título de “prevenção”, reforçando sentimento de apartheid

Sustentabilidade: posicionar Brasília/ DF como Cidade Sustentável em âmbito global

Impacto social

Impacto de investimentos

Cresce exponencialmente O entendimento “limitado” de sustentabilidade, restringindo-se a programas pontuais: certificação do estádio, reciclagem e outros

Restrição das ações de sustentabilidade aos aspectos de emissão de carbono como são as metas do programa Green Goal da FIFA

POPULAÇÃO & CIDADANIA

OPORTUNIDADESImpactos associados à condição de Brasília

AMEAÇASCidade-sede Cidade Cerimônia da Abertura

26Novembro2011

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sília DESENVOLVIMENTO LOCAL & REGIONAL

OPORTUNIDADESImpactos associados à condição de Brasília

AMEAÇASCidade-sede Cidade Cerimônia Abertura

Estádio: construção e reforma do Estádio Nacional de Brasília (Mané Garrincha)

Impacto social

Impacto de investimentos

Dificilmente cresce Risco de se tornar um elefante branco se não houver concretização das ações prospectadas pelo GDF para utilizar posterior da EcoArena

Hotelaria: expansão e adequação com aumento do número de leitos

Impacto social

Impacto de investimentos

Possivelmente cresce Em função do alto custo dos terrenos no DF, a tendência de se mudar os gabaritos de construção e a destinação do uso de áreas com destinação social (preservação e cultura) para atender interesses econômicos, gerando insatisfação e descrédito junto à população local e desgaste de imagem

Em função do alto custo do terreno há a predominância de meios de hospedagem de nível superior e falta de oferta de meios de hospedagem adequado ao perfil do turista interno e externo

Concentração dos meios de hospedagem em Brasília, e exclusão das satélites

Meios de hospedagem não atenderem aos requisitos da Match, responsável pela comercialização de “todo o pacote” para os turistas estrangeiros

Mobilidade Urbana: investimento e melhoria da qualidade de vida da população

Impacto social

Impacto de investimentos

Dificilmente cresce Trânsito caótico do DF, excesso de veículos circulando, falta de transporte público de qualidade e em quantidade para atender à demanda

Falta de integração entre os modais, inclusive de ciclovias

Cartel de empresários no setor

Telecomunicações: investimento em tecnologia da informação, infra-estrutura e profissionais

Impacto social

Impacto de investimentos

Cresce significativamente Obsolescência

27Novembro2011

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Transporte: investimentos públicos em infra-estrutura de transportes (capacidade aeroportuária e manutenção e recuperação de rodovias)

Impacto social

Impacto de investime

Dificilmente cresce Atraso no cronograma das obras

Energia: investimento na infraestrutura elétrica Impacto social

Impacto de investimentos

Cresce significativamente Falta de segurança do sistema de fornecimento, por conta da atual situação da oferta de energia do DF, com quase metade dos geradores operando além da capacidade ideal e rede sucateada

Turismo: ingresso de divisas em função do consumo de turistas nacionais e internacionais

Impacto social

Impacto de investimentos

Cresce exponencialmente Brasília está fora da rota do turismo nacional e, principalmente, internacional

Oferta de atrativos turísticos (culturais) de Brasília é inadequada às demandas do perfil do turista da Copa

Foco das campanhas internacionais do MTur nos USA e América Latina atrai perfil de turista internacional com menor potencial de consumo (America Latina)

Crise internacional e impactos na Copa 2010 da África

Falta de sinalização, postos e material/mapas de informação turística

Falta de cultura do morador da cidade em conviver com o turismo

Insuficiência e despreparo do receptivo local

Emprego: oportunidade de usar a Copa para diminuir o desemprego estrutural no DF

Renda: geração potencial de significativo número de postos de trabalho – temporários e permanentes – diretos e indiretos

Impacto social Cresce exponencialmente Falta de um planejamento para desenvolvimento local e regional capaz de absorver parte significativa da mão-de-obra após a Copa

Tributos: aumento na arrecadação de impostos Impacto de investimentos

Cresce exponencialmente Dependência da “real efetivação” dos fatores geradores de recursos

DESENVOLVIMENTO LOCAL & REGIONAL

OPORTUNIDADESImpactos associados à condição de Brasília

AMEAÇASCidade-sede Cidade Cerimônia Abertura

28Novembro2011

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sília MÍDIA, ENTRETENIMENTO & TURISMO

OPORTUNIDADESImpactos associados à condição de Brasília

AMEAÇASCidade-sede Cidade Cerimônia Abertura

Publicidade: investimentos em mídia e publicidade Impacto de investimentos

Cresce exponencialmente Os investimentos correm o risco de ficarem restritos à FIFA/Match com pouco ou nenhum reparte local

IMC: Implantação de centros de mídia pela FIFA Impacto de investimentos

Cresce exponencialmente Fornecimento precário de energia, constantes apagões

Baixa qualidade dos serviços prestados pelas operadoras de telecomunicações

Visibilidade: reposicionamento de imagem da cidade da corrupção para uma cidade humana e sustentável

Impacto social

Impacto de investimentos

Cresce exponencialmente A não compreensão de que a Cerimônia de Abertura da Copa é essencialmente um evento midiático e assim não buscar a efetividade em todas as ações e atividades realizadas

Perder credibilidade como cidade e como capital diante de outros estados e em nível nacional

Visibilidade: projeção da imagem internacional da cidade Patrimônio Cultural da Humanidade

Impacto social

Impacto de investimentos

Cresce exponencialmente A não compreensão de que a Cerimônia de Abertura da Copa é essencialmente um evento midiático e assim não buscar a efetividade em todas as ações e atividades realizadas

Perder credibilidade como cidade e como capital do país diante de outros países e em nível global

Fan Parks: articulação para instalação em espaços integradores entre Plano e Satélite e inclusão de MPEs

Impacto social

Impacto de investimentos

Cresce exponencialmente Empresas locais, particularmente empreendedores individuais e MPEs não estarem preparadas para atender aos requisitos exigidos pela Match para fornecimento de serviços e produtos dentro dos Fan Parks

Ausência de Fan Parks nas cidades satélites

Evento: operações com o Comitê Local Impacto de investimentos

Cresce exponencialmente Não articular parceria com a FIFA/Match

29Novembro2011

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Fluxo turístico (internacional): inclusão de Brasília em roteiros turísticos

Impacto de investimentos

Cresce significativamente Brasília continuar fora da rota do turismo internacional, pois o fluxo de estrangeiros para Brasília via Aeroporto JK é insignificante e refere-se à comunidade internacional aqui presente

Os atrativos turísticos (culturais) de Brasília são inadequados às demandas do perfil do turista Copa

Crise internacional e os impactos Copa 2010 da África

Setor público e privado não têm alavancado a visibilidade obtida pelo Brasil no cenário internacional para gerar um aproveitamento integral do potencial turístico do país. O mesmo acontece em relação ao DF

Meios de hospedagem não atenderem aos requisitos da Match, responsável pela comercialização de “todo o pacote” para os turistas estrangeiros

Insuficiência e despreparo do receptivo local

Fluxo turístico (nacional): ampliação da vocação turística da cidade

Impacto de investimentos

Cresce exponencialmente Qualidade das rodovias de acesso ao DF

Baixa oferta de meios de hospedagem adequados ao perfil do público (albergues, cama e café, aluguel de quartos em casas de moradores, e outros)

Falta de cultura do morador da cidade em conviver com o turismo

MÍDIA, ENTRETENIMENTO & TURISMO

OPORTUNIDADESImpactos associados à condição de Brasília

AMEAÇASCidade-sede Cidade Cerimônia Abertura

30Novembro2011

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O esforço para a Copa 2014 não pode estar ausente e deve ser tomado como marco para definir aspectos da agenda de desen-volvimento para o Distrito Federal. Não pensar o evento como um vetor para ques-tões humanas, sociais e econômicas mais abrangentes da cidade é uma ameaça para o legado da Copa. A inclusão social e sua tangibilidade e materialidade nas cidades satélites são as oportunidades para Brasília transformar seu entorno. Rio Grande do Sul, por exemplo, quer aumentar a cobertura de saneamento básico da cidade de Porto Alegre na onda da Copa. Estudos acadêmi-cos mais críticos demonstram que os custos são sempre maiores que os previstos nos orçamentos iniciais e indicam a necessidade de planejamento realista para não sair de megaeventos em dúvida pública financeira e com os contribuintes.

A presença de um planejamento tangível e realista nas Câmaras Temáticas do Ministé-rio do Esporte é a oportunidade de Brasília

Outras questões: para além de oportunidades e ameaças

Articulação & Planejamento materializar o legado social, econômico e de imagem que ficará após o evento. A preo-cupação com o risco do elefante branco36 está minimizada com as oportunidades já criadas para o uso da EcoArena (Estádio Nacional de Brasília) e com a já demonstra-da vocação de Brasília para grandes eventos musicais e artísticos ou outras competições esportivas como vôlei e tênis.

36 Estruturas fantasmas e de baixa ocupação após megaeventos. A expressão elefante branco é derivada da prática do Rei de Siam (moderna Tailândia) para lidar com ameaças, dando aos rivais os animais caros e simbólicos. O custo de manutenção dos animais era maior do que o que eles valiam. MANZENREITER, Wolfram e HORNE, John. An introduction to the sociology of sports mega-events. Sociological Review, volume 54, agosto 2006. Disponível em: http://kenkyuu.jpn.univie.ac.at/fileadmin/STAFF_DIRECTORY/Manzenreiter/SME_Horne___Manzenreiter.pdf

2013 Copa das Confederações2015 Copa América2016 Sede do futebol dos Jogos Olímpicos

EcoArena

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Articulações também são necessárias no que se refere ao Centro Internacional de Transmissão (IBC), que tem pouca chance de ser instalado no DF, pois deverá estar sediado no RJ. Porém, a condição de Brasília, como cidade da Cerimônia de Abertura, potencializa essa chance e traz para o DF um investimento de R$ 184 milhões. Caso isso aconteça, haverá demanda de articulação com os ato-res sociais, políticos e econômicos da cidade, pois a operação do Centro gera um acréscimo populacional de 20 mil pessoas que passam a residir em Brasília por pelo menos três meses (dois antes do evento e um após o evento).

Além disso, as previsões econômicas não devem colocar de lado a necessidade de lidar com o incontrolável: os times dos países que estão jogando em determinada cidade. Países com forte tradição em futebol tendem a ter torcidas organizadas que acompanham o time ao longo dos jogos, como é o caso da Holanda e da Ingla-terra. A Cerimônia de Abertura garante a presença de torcedores independentemente de times e torcidas. Por outro lado, se não for abertura, o volume maior ou menor de torcedores (turistas) estará condicionado à aleatoriedade, aos sorteios das chaves e dos jogos. A Copa das Confederações, em 2013, será um laboratório de teste, pois Brasília receberá as oito maiores seleções do mundo.

20 milpessoas

3 meses

maiores seleções do mundo8

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Os riscos de um escândalo midiático por conta de improbidade com dinheiro públi-co estão minimizados com a presença de auditores dos tribunais de contas da União e do DF acompanhando de perto cada um dos contratos, fiscalizando a aplicação do dinheiro público.

Além disso, há comissões externas de fisca-lização na Câmara dos Deputados como a Subcomissão permanente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, instalada com a preocupação de evitar os problemas de improbidade que aconteceram com o Pan-Rio 2007.

Há também a iniciativa do senador Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), o Portal de Transparên-cia da Copa 2014 que é uma rede de informa-ções (www.copatransparente.gov.br) criada pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal (CMA), com apoio do Tribu-nal de Contas da União (TCU).

Corrupção & Transparência O portal Fiscalização da Copa 2014 do Tribunal de Contas da União (TCU), em parceria com os tribunais de contas das cidades-sede, está no ar desde maio 2010 (www.fiscalizacopa2014.gov.br ouwww.fiscopa2014.gov.br).

Na condição de cidade-sede ou como ci-dade escolhida para a Cerimônia de Aber-tura há uma oportunidade de consolidar um novo movimento de credibilidade em diversos níveis de Governo para fazer uma Copa limpa e transparente, sem desvio de dinheiro público. Movimento que é vital para engajar o morador na receptividade e acolhimento do turista e do evento como um todo.

www.fiscalizacopa2014.gov.br

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O Comitê Local da Copa da Alemanha37 introduziu critérios de sustentabilidade ambiental que foram incorporados pela FIFA, por intermédio do programa The Green Goal, cujo objetivo principal é reduzir a emissão de dióxido de carbono (CO2) gera-da pelo megaevento. A pegada de carbono na Copa 2010 na África do Sul girou em torno de 2,7 milhões de toneladas de car-bono, sendo 890 mil toneladas de carbono emitidas por transporte rodoviário, constru-ção de estádios e uso de energia e 1,8 mi-lhão de toneladas de carbono por conta do transporte aéreo internacional. Ou seja, as viagens internacionais de avião para Copa da África corresponderam a 67% da pegada de carbono38. A pegada de carbono mede quanto dióxido de carbono é produzido por

Meio Ambiente & Sustentabilidade

37 WONNEMANN, Günter, FRIEDRICH, Peter e POPESCU, Alina. Economic and Fiscal Effects of the 2006 FIFA World Cup™ in Germany – The Case of the World Cup™ Games in Munich. University of the Federal Armed Forces of Germany Munich Department of Economical and Organizational Sciences. AGOSTO, 2006. Disponível em: http://www-sre.wu-wien.ac.at/ersa/ersaconfs/ersa06/papers/115.pdf

38 BRASIL. Brasil Sustentável: Impactos Socioeconômicos da Copa do Mundo 2014. Fundação Getulio Vargas (FGV) e Ernst & Young Terco, 2010. Disponível em: http://www.ey.com/BR/pt/Issues/Brasil_Sustentavel_-_Copa_2014

uma pessoa, uma empresa ou um evento ao realizar atividades que utilizam combustíveis fósseis, como petróleo, gás e carvão.

Brasília pode deixar sua marca em sustentabilidade indo além da implantação de seqüestro de carbono, por intermédio do plantio de árvores, a alternativa popular para reduzir a emissão de gás carbônico. Brasília pode neutralizar as pegadas de carbono realizando ações ecologicamente de maior efetividade. O legado verde da Copa em Brasília pode estar associado ao incentivo do uso de transporte movido a etanol ou biodiesel, ao controle e redução da poluição (fumaça preta) dos veículos de transporte público e à modernização da infraestrutura para pedestres e ciclistas. Também, como já vem fazendo nas obras do Estádio Nacional, promover a construção de edifícios verdes e a certificação internacional norte-americana Leed (Leadership in Energy and Environmental Design).

Além da construção verde, cuidar do uso responsável da água e da paisagem natural como a manutenção dos parques e das atuais áreas verdes espalhadas pela cidade. Brasília também pode deixar sua marca em sustentabilidade na implantação da recente Políti-ca Nacional de Resíduos Sólidos, promovendo a coleta seletiva e a inclusão de catadores de material reciclável, por intermédio do cooperativismo e da articulação com atores econômicos locais.

Brasília pode neutralizar as

pegadasde carbono

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Em outubro de 2011, mais uma vez o Sistema Sebrae realizou, em Brasília (DF), a Feira do Empreendedor, um evento tradicional cujo objetivo é divulgar e promover o empreendedorismo39. A Feira do Empreendedor é conhecida como o maior evento da região Centro-Oeste e, este ano, mais de R$ 22 milhões em negócio foram prospectados nos cinco dias de evento, 10 mil pessoas foram capacitadas e o número de visitantes e participantes chegou a 32 mil pessoas40. A Feira se caracteriza por ser um ambiente privilegiado para geração de negócios, informações e conhecimento e troca de experiências entre empresários individuais, empresários de micro e pequenas empresas e entre candidatos a empresários, contando ainda com espaço de Orientação Empresarial em oficinas, palestras e seminários.

A Feira do Empreendedor – edição 2011 – teve como mote a Copa 2014. O evento vai evidenciar Brasília como capital de todos os brasileiros e as oportunidades de negócio para os empreendedores individuais e de micro e pequenas empresas no cenário de

Oportunidadespara EIs e MPEs

megaeventos esportivos. O segundo estudo da Série – Empreendedorismo: Dimensões qualitativas sobre a participação de Brasília em 2014 - Inserção de EIs e de MPEs apóia o Sebrae-DF e ressalta a importância de compreender que as oportunidades advindas de megaeventos esportivos vão mais além do que estritamente os ganhos financeiros, pois também estão inseridas em outras dimensões sociais que geram legados permanentes para toda a população.

Dentro desse contexto, o estudo Empreendedorismo teve por objetivo oferecer, a partir de uma abordagem mais sistêmica, contribuições para que empreendedores (individuais e de micro e pequenas empresas) pudessem se inserir no ambiente de negócio de megaeventos esportivos antes, durante e depois da Copa do Mundo de 2014. Pois, até 2014 estão estimadas a formalização de 20.361 empreendedores individuais com faturamento bruto de 732 milhões/ano41 e a criação de 2.600 micros e pequenas empresas42.

39 SEBRAE. Feira do Empreendedor: uma história para contar. Maio, 2005. Disponível em PDF: http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/68D16AD65B8C98940325703F006AB927/$File/NT000A993A.pdf

40 Blog da Feira. Sebrae no DF comemora sucesso da Feira do Empreendedor 2011. Dados disponíveis em http://blog.df.sebrae.com.br/fe/?p=497

41 SEBRAE. Estimativa de formalização e de faturamento de EI nas categorias relacionadas a megaeventos até 2014. Documento interno da Gerência da Unidade de Atendimento Coletivo de Serviços. Sebrae-DF, setembro de 2011.

42 Pronunciamento do Governador do DF, Agnelo Queiroz, no evento de lançamento da Feira do Empreendedor, no dia 22 de agosto de 2011, no auditório do Conselho Federal de Contabilidade, em Brasília-DF.

Inserção de EIs e MPEs na

Copa 2014

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Ressalta-se que começa a vigorar em 2012 os novos tetos de enquadramento para o Super Simples ou Simples Nacional (Sistema Simplificado de Cobrança de Impostos), benefício tributário previsto na Lei Complementar 123/2006, conhecida por Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas (MPE). Ao optar por esta modalidade de tributação, o empresário tem a carga tributária reduzida e a unificação de oito tributos em um único. A legislação

aprovada em novembro de 2011, reajustou em média 50% os limites anuais de faturamento, elevando de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões o da pequena empresa, de R$ 240 mil para R$ 360 mil o ganho da microempresa e de R$ 36 mil para R$ 60 mil o limite de faturamento do empreendedor individual. O governo brasileiro entende que as mudanças na legislação ampliam o aumento de renda e a geração de empregos.

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Os investimentos programados para a organização e realização da Copa do Mundo FIFA 2014 no Brasil e a maior movimentação econômica durante e após o evento representam oportunidades reais tanto para as micro e pequenas empresas brasileiras (MPEs) como para os empreendedores individuais (EIs), particularmente nas cidades onde ocorrerão os jogos (cidades sede). Em Brasília não será diferente.

Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas43, os impactos gerados por megaeventos e as oportunidades deles resultantes podem ser divididos em três fases distintas: pré-evento, evento e pós-evento. Estas etapas relacionam-se à forma como se comportam os investimentos e os gastos associados ao evento, considerando seu volume e natureza.

Inserção de EIs e MPEs no megaevento de 2014

Cenário Pré-evento: fase anterior ao evento, caracterizada pelos investimentos para estruturação e adequação das cidades-sede para receber o evento. Os impactos econômicos e oportunidades dessa fase têm duração finita.

Evento: Os impactos desta fase são resultantes, principalmente, do fluxo econômico gerado pelos gastos dos visitantes e turistas nas cidades e com o turismo. São os negócios efetivados durante o evento. Assim, as oportunidades decorrentes desta fase são negociais.

Pós-evento: Refere-se aos impactos deixados pelo megaevento. É o legado que fica para o país, e mais particularmente para as cidades-sede. Os impactos incluem toda a infraestrutura construída (estádios, aeroportos, hotéis, transporte público, vias de acesso, meios de comunicação, entre outros), a exposição da cidade na mídia nacional e internacional (que resulta na imagem da cidade diante do mundo), aumento do fluxo turístico e aperfeiçoamento da economia local, bem como uma nova visão da cidade diante de seus moradores. Os impactos dessa fase não terminam com o evento e por isso têm especial importância.

43 SEBRAE. Programa Sebrae 2014: Mapa de Oportunidades para as micro e pequenas empresas nas cidades-sede . FGV/SEBRAE, novembro 2010.

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Este cenário determina para as MPEs e EIs o surgimento de oportunidades de diferentes naturezas, porém igualmente importantes: oportunidades de realização de negócios (oportunidades negociais) e oportunidades de desenvolvimento empresarial e aprendizado (oportunidades de legado). É nesse segundo tipo de oportunidade propiciada pela Copa do Mundo FIFA 2014 que reside o legado do evento para o SEBRAE e para as MPEs e EIs brasileiros.

Exemplos de Oportunidades

Aumento da demanda por

produtos e serviços

Demandas para novos produtos/

serviços

Acesso a novos mercados

Acesso a novas tecnologias

Profissionalizaçãoda Gestão

Qualificaçãoda

mão-de-obra

Melhoriano processo

produtivo

Ganho deimagem

Megaeventos Esportivos em

Brasília -DF

NEGOCIAIS DE LEGADO

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A inserção de empresários individuais (EIs) e de empresários de micro e pequenas empresas (MPEs), no cenário de megaeventos esportivos, nasce da vontade de participação. No entanto, é preciso mais do que a vontade e a decisão de se ver inserido no cenário da Copa 2014. É necessário estar preparado e pronto para perceber a oportunidade e tomá-la como aspecto estratégico empresarial.

As análises qualitativas de dados secundários sobre megaeventos esportivos em geral apontam que Copa do Mundo não deve ser visto como um evento pontual, mas sim como uma alavanca para o desenvolvimento e para a prosperidade do negócio. Dentre as lições aprendidas de outras copas, está aquela que mostra que os empresários que mais lucram são aqueles que entendem o evento como um processo. O Relatório Pós Copa 201044,

Preparando paraentrar no jogo

44 SEBRAE. Relatório Pós-Copa 2010 Missão Empresarial do DF à África do Sul. Documento interno do SEBRAE-DF, Gerência da Unidade de Atendimento Coletivo de Serviços. Sebrae-DF, 2010, página 61.

realizado pela missão técnica do Sebrae-DF que viajou à África para conhecer os resultados da Copa 2010, enfatiza:

“os empreendedores que perceberam a Copa como início de um processo futuro tiveram resultado positivo, tanto em nível de ganhos, quanto em nível de credibilidade de seu produto [...]. Já os empreendedores que perceberam a Copa como evento pontual com lucratividade imediata, houve pouco ganho e perda de credibilidade.”

Além da percepção de estarem inseridos no cenário de negócios de megaeventos esportivos, os empresários do DF, de todos os portes, devem ter uma visão empresarial mais sistêmica. Particularmente, é importante observar e sentir o que o Governo do Distrito Federal vem oportunizando para a cidade com o objetivo de promover o desenvolvimento a partir da promoção e realização de eventos.

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O Governo do Distrito Federal vem tratando de garantir que a EcoArena (Estádio Nacional de Brasília) não seja apenas um estádio para os jogos da Copa FIFA que vão acontecer em Brasília em 2014 e se transforme em um “elefante branco” após o evento. Além dos eventos já certos (ver linha do tempo), o GDF está fazendo significativos esforços para que Brasília sedie o evento Universíade – jogos universitários – em 2017. Além disso, vem estudando as propostas de empresas internacionais com interesse na exploração comercial da EcoArena, vem negociando a revitalização do Autódromo de Brasília (Autódromo Internacional Nelson Piquet), e já acordou eventos como a Copa das Confederações em 2013 e a sede dos jogos de futebol nos Jogos Olímpicos de 201645.

Linha do tempo de eventosdecorrentes da ação do GDF

2003

Brasil sede

2011

Feira Empreendedor

2014

Copa FIFA 2017

Universíadade

(em negociação)

2007

Brasília se

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Copa da Confederações

2016

Jogos Olim

picos/f

utebol

45 Pronunciamento do Governador do DF, Agnelo Queiroz, no evento de lançamento da Feira do Empreendedor, no dia 22 de agosto de 2011, no auditório do Conselho Federal de Contabilidade, em Brasília-DF.

“ O GDF está trabalhando para iniciativas para o desenvolvimento. É preciso perceber o potencial extraordinário do momento, compreender e não perder a oportunidade. A vocação econômica da cidade é o turismo de eventos. São oportunidades reais. É um marco, a cidade precisa estar sintonizada [...] A EcoArena não é estádio para futebol - é uma visão moderna - é uma arena que funciona no centro da cidade que pode comportar 3 a 4 eventos simultaneamente. [...] Brasília é a capital da esperança. Capital da oportunidade”.

Governador Agnelo Queiroz

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Dimensões de preparação para EIs e MPEs

Para estar inserido com sucesso no cenário de megaeventos esportivos é necessário que EIs e empresários de MPEs estejam PREPARADOS e em PRONTIDÃO para não só aproveitar o que está sendo oportunizado mas também para criar oportunidades de negócios que se descortinarão à sua frente pelos próximos cinco anos. O Governo do Distrito Federal, ao sancionar a Lei das Micro e Pequenas Empresas, em agosto de 2011, ajuda os EIs e os MPEs a estarem inseridos no processo de negócios da Copa 2014. A Lei estabelece tratamento diferenciado e simplificado para micro e pequenas empresas e empreendedores individuais46. Os principais artigos tratam da simplificação da burocracia nos procedimentos de abertura, alteração e baixa de empresas. Com a Lei, empresas podem ser abertas em até 48 horas, o alvará pode ser emitido sem a regularização fundiária e em residência de sócios, desde que não atrapalhe a vizinhança. No tratamento preferencial e simplificado nas licitações, a lei garante que no mínimo 10% de todas as compras do GDF sejam feitas com as microempresas e que até 25% das licitações sejam destinadas ao setor. Outro ponto é a participação exclusiva destas entidades preferenciais nas contratações do GDF com valor estimado de até R$ 80 mil reais. O objetivo é ampliar o acesso dos pequenos negócios a uma fatia maior das compras governamentais, no DF e no Brasil.

Para entrar na onda esportiva dos megaeventos que a cidade de Brasília vai acomodar ao longo dos próximos cinco anos, é preciso estar preparado. A preparação envolve quatro dimensões: como indivíduo, como empresa e empresário, como membro de uma coletividade e como participante de um ambiente (setor) de negócio. Para cada uma das quatro dimensões, há condições a serem observadas.

46 AGENCIA BRASILIA. Lei das Micro e Pequenas Empresas - Lei sancionada pelo governador Agnelo Queiroz beneficiará mais de 100 mil empresários e diminuirá a burocracia, facilitando o acesso ao crédito e aquecendo a economia do DF. Empreendedorismo e Economia em 08/08/2011 - 20:02. Disponível em: http://www.agenciabrasilia.df.gov.br/042/04299003.asp?ttCD_CHAVE=155861

10%das compras do GDF

para EIs e MPEs

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Com o objetivo de apoiar os EIs e os empresários de MPEs em sua inserção nesse cenário, buscou-se trabalhar com perguntas motivadoras para cada uma as dimensões. As perguntas auxiliam os empreendedores a se posicionarem diante dos desafios e a prepararem o seu Plano de Ação para participação no processo. Ressalta-se que as análises qualitativas que abordam impactos sociais de outras copas ou outros eventos esportivos falam da necessidade de estar preparado do ponto de vista de planejamento empresarial para não perder oportunidades e para atuar junto a diversos atores, pois megaeventos se caracterizam por multiplicidade de atores envolvidos e parcerias estratégicas.

No quadro ao lado, é possível visualizar as dimensões, as condições e as perguntas motivadoras que empresários individuais e de micro e pequenas empresas podem responder com o objetivo de facilitar a construção de um Plano de Ação Empresarial para a participação na Copa 2014, levando em consideração, também, os eventos anteriores e posteriores que acontecerão em Brasília.

Dimensões de preparação para EIs e MPEs para a construção de um Plano de Ação Empresarial

Dimensões de preparação Condições a observar Algumas perguntas motivadoras

INDIVÍDUO Informação e Conhecimento

Você tem acompanhado o noticiário da Copa? Conhece o que está acontecendo? Está informado sobre as ações do Sebrae-DF sobre oportunidades de negócios?

Sensibilização e Mobilização

Você está sensibilizado para a Copa? Sente entusiasmo pelo evento ser realizado aqui em Brasília? Conversa sobre isso com as pessoas de seu relacionamento? Já pensou em se preparar para participar do evento? Pensa em participar de cursos, em se capacitar e também aqueles que trabalham com você?

EMPRESA e EMPRESÁRIO Documentação e Experiência

Sua empresa está formalizada? Tem documentação em dia, escrituração, certificações, contratos? Pensou em ganhar experiência fazendo alianças, participando de pregões eletrônicos e de licitações governamentais agora que o GDF aprovou a lei da micro e pequena empresa? Está se capacitando como empresário sobre o trade do turismo, como funciona, quais os requisitos? Pensa em se profissionalizar para oferecer serviços à cadeia do turismo e de eventos? Tem um plano de ação para sua inserção na Copa?

MEMBRO da COLETIVIDADE (funcionários, familiares e associação de pares)

Sensibilização, Mobilização e Articulação

Você conversa sobre o assunto com seus funcionários? Já pensou em oferecer capacitação e profissionalização para estarem preparados para a Copa? Há mobilização entre seus familiares para que estejam envolvidos nos esforços para participar da Copa? Você já se filiou a sua associação de classe? Trabalha junto com a sua associação de classe para garantir acordos e parcerias mais vantajosos para o setor?

PARTICIPANTE do SETOR de NEGÓCIOS (fornecedores, clientes, stakeholders, parceiros)

Alianças, Parcerias e Redes de Apoio

Já pensou em fazer aliança com os seus fornecedores habituais? Já pensou em criar uma rede de parceiros que possam agregar valor ao seu negócio? Pensou na possibilidade de se inserir numa rede de apoio com outros empresários para que seu negócio esteja incluído em acordos e oportunidades que sozinha sua empresa não tem condições de estar inserida?

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Preocupado em identificar as possibilidade de atuação de EIs e MPEs na Copa FIFA 2014, o SEBRAE em parceria com a Fundação Getúlio Vargas realizou um estudo de mapeamento de oportunidades para as MPEs e EIs: o Programa SEBRAE 2014: Mapa de Oportunidades para as MPEs e EIs nas cidades sede. Esse levantamento teve por objetivo a identificação de oportunidades de negócios e oportunidades de desenvolvimento empresarial para as MPEs e EIs em nove setores de atuação47 do SEBRAE: Construção Civil, Tecnologia da Informação, Turismo, Produção Associada ao Turismo, Comércio Varejista, Serviços, Vestuário, Madeira e Móveis e Agronegócios. O Mapeamento de Oportunidades para o DF identificou, no conjunto dos setores de atuação do SEBRAE, 538 oportunidades para EIs e MPEs.

Atuação e oportunidades para EIs e MPEs

47 O uso do termo setor neste documento repete o que foi usado pela FGV no estudo sobre oportunidades.

7,8%Serviços em geral

12,5%Construção civil

8,6%Madeira e móveis

16,0%Tecnologia da informação

4,5%Textil e vestuário

15,6%Turismo

16,2%Produção associada ao turismo

9,7%Comércio varejista

9,3%Agronegócio

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Importante ressaltar que as oportunidades identificadas em cada setor de atuação não se referem exclusivamente a empresas do setor, mas também, para empresas de outros setores que podem atuar como fornecedoras para o setor em análise. Isso

Quantidade de Oportunidades Cruzadas entre Setores no DFSETOR OFERTANTE CONSTRUÇÃO

CIVILMADEIRA E

MÓVEISTECNOLOGIA INFORMAÇÃO

TEXTILVESTUÁRIO

TURISMO PRODUÇÃOASSOCIADA AO

TURISMO

COMÉRCIO AGRONEGÓCIO SERVIÇOS EM

GERAL

SETOR DEMANDANTE COM

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IÇOS

CONSTRUÇÃOCIVIL

9 36 1 2 1 5 5 11

MADEIRA E MÓVEIS 10 1 28 7

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 86

TEXTIL VESTUÁRIO 4 10 4 6

TURISMO 8 42 1 34

PRODUÇÃO ASSOCIADA AO TURISMO

12 8 14 36 17

COMÉRCIO VAREJISTA 42 10

AGRONEGÓCIO 34 15 1

SERVIÇOS EM GERAL 42

significa que tanto EIs quanto MPEs têm que estar atentos às oportunidades de atuação em outros setores de atividade. Para isso, é necessário estar bem informado e se articular com empresários de outros setores. O quadro a seguir Quantidade de

Oportunidades Cruzadas entre Setores no DF apresenta as oportunidades cruzadas entre os setores de atuação, identificadas pelo estudo.

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Analisando o Quadro, podemos perceber, por exemplo, que em relação ao Setor de Madeira e Móveis (como demandante), existem tanto oportunidades para MPEs que produzem, comercializam e prestam serviços especializados dentro do setor de Madeira e Móveis, como para empresas do Setor de Comércio (varejo e atacado), empresas do Setor Têxtil e de Vestuário e empresas do Setor de Serviços.

No entanto, para que as oportunidades identificadas nos diversos setores possam ser aproveitadas pelas MPEs ou EIs é necessário atender às exigências dos potenciais contratantes (requisitos). Neste sentido o estudo identificou diferentes tipos de requisitos de contratação a serem atendidos pelas MPEs e EIs: requisitos de documentação geral, requisitos de documentação específica, requisitos de gestão e requisitos de sustentabilidade.

Esses requisitos foram ainda classificados segundo o seu grau de criticidade (se o requisito era eliminatório ou classificatório para aproveitamento da oportunidade) e segundo o tipo de oportunidade a que estão associados (se oportunidade de fechar negócios ou oportunidade de legado).

Fonte: Programa SEBRAE 2014: mapeamentode oportunidades para micro e prequenas empresas nas cidades sede

Tipos de Requisitos de Contratação

Atividadescom chancede atuação

de MPEs

Requisitos decontratação

CRIT

ICID

AD

E

OU

OU

TIPO

DE

OPO

RTU

NID

AD

E

Item obrigatóriopara contratação

Item de diferenciação para contratação

Item competitivopara consolidaçãode negócios

Item de aprendizado e desenvolvimento empresarial

Eliminatório

Classificatório

Negócios

Legado

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Além de especificar os diferentes requisitos que as MPEs e os EIs devem atender para estarem mais bem preparados para aproveitar as oportunidades apontadas no estudo, o SEBRAE e a FGV identificaram, para cada oportunidade, a densidade de MPEs que exercem atividades compatíveis com a oportunidade, em cada uma das cidades-sede do evento.

A densidade é um índice que representa o percentual de Micro e Pequenas Empresas no total das empresas que desenvolvem uma atividade econômica específica em uma dada localidade ou região. Esse índice varia entre 0 e 1. Por exemplo, se numa região a densidade de uma atividade econômica é 0,8, isto significa que 80% das empresas que exercem esta atividade naquele local são micro ou pequenas empresas.

Quando esta densidade é elevada (valor mais próximo de 1) significa que naquele local há uma predominância de Micro e Pequenas Empresas naquela atividade. Este é um fato positivo, pois já há uma “cultura” local de que Micro e Pequenas Empresas podem dar conta do recado. No entanto, a concorrência entre Micro e Pequenas Empresas será grande e aquela empresa que estiver mais preparada terá uma maior chance de aproveitar a oportunidade. Na situação contrária, densidade baixa, mais próxima de zero, significa que, naquele local, a atividade é desenvolvida predominantemente por empresas de maior porte. Nesta situação, a Micro ou Pequena Empresa terá que se qualificar muito para poder ter chance de disputar a oportunidade.

Para maiores informações sobre as 538 oportunidades de negócios identificadas no DF para as MPEs e EIs, bem como dos requisitos a elas associadas, consultar Programa Sebrae 2014: Mapa de oportunidades para as micro e pequenas empresas nas cidades-sede – Relatório Brasília.

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Para a Feira do Empreendedor de 2011, o SEBRAE/ DF priorizou 50 oportunidades de negócios dentre as 538 oportunidades identificadas no DF para MPEs e EIs no estudo citado anteriormente. Para essas 50 oportunidades, foram construídas Fichas Técnicas contendo diversas informações importantes tanto para o empreendedor que quer entrar neste negócio, como para aqueles que já estão. Ali podem ser encontradas informações relativas ao público-alvo do negócio, estimativa de investimento inicial, faturamento e lucro anuais estimados, prazo de retorno estimado e número de empregados. Além destes dados são apresentadas análises da evolução do mercado, fornecedores, concorrência e aspectos legais, bem como estratégias de marketing mais adequadas ao empreendimento. Para maiores detalhes das 50 oportunidades priorizadas pelo SEBRAE/DF, consultar a Ficha Técnica das Oportunidades de Negócios – Feira do Empreendedor do Distrito Federal 2011, que estiveram disponíveis no Espaço Espiral das Oportunidades na Feira.

Feira doEmpreendedor 2011

• Agente de cargas e logística

• Artista Floral• Casa de Espetáculos e

Shows• Clínica de Estética

Masculina• Clínica de Saúde Esportiva• Comércio de souveniers e

brindes corporativos• Comércio varejista de

bijuterias finas• Comércio varejista de

equipamentos e utensílios de cozinha

• Comunicação visual - adesivação e plotagem

• Cuidador de animal• Cultivo e comercialização

de hortaliças orgânicas• Empresa de recrutamento

e seleção de pessoa• Ervas medicinais, culturas

aromatizantes, temperos e especiarias

• Escola de Idiomas• Flores, plantas e folhagens• Frutas secas e desidratadas• Guia de turismo• Hotel Turismo Histórico• Indústria de biodiesel em

pequena escala

• Indústria de embalagem de papel

• Locação de bicicletas• Locação de Equipamentos

para Obras Civis• Locação de Veículos• Locação e montagem

de equipamentos para eventos

• Loja de artigos de perfumaria e cosméticos

• Loja de moda esportiva, ginástica e equipamentos esportivos

• Loja de Produtos Fitoterápicos

• Loja de produtos orgânicos• Miniprocessamento de

frutas e hortaliças• Mudas de eucalipto• Multitarefas Residencial e

Predial• Operadora de Turismo• Professor particular de

idiomas• Projetos de arquitetura e

engenharia sustentáveis e acessíveis

• Reciclagem de material eletrônico

• Projeto e implantação de sistemas de convergência de rede

• Restaurante em local turístico

• Serviços de atenção à melhor idade e portadores de necessidades especiais

• Serviços de beleza em domicílio

• Serviços de consultoria certificação de produtos agropecuários e florestais

• Serviços de Desenvolvimento de Portais e Sites

• Serviços de filmagem e fotografia

• Serviços de instalação de redes de telecomunicação

• Serviços de instalação de sistema de climatização de ambientes

• Serviços de limpeza residencial, predial e de final de obra

• Serviços de produção e criação de cenários para eventos

• Ficha Técnica - Serviços de vigilância e segurança privada

• Serviços demolição de construção e preparação de canteiros de obras

• Sistemas de controle de acesso e segurança patrimonial

• Turismo Náutico

50 Oportunidades Selecionadas pelo SEBRAE/DF para a Feira do Empreendedor

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Tomando como base a Matriz de Análise da Série de Estudos e o estudo da FGV anteriormente citado, foi construído um desdobramento da Matriz que contemplasse aspectos transversais aos setores empresariais, outra seja, intra e inter setores, de modo que o EIs e MPEs pudessem vislumbrar atividades de negócios para o período antes, durante e pós Copa 2014.

A dimensão População & Cidadania reúne aspectos que envolvem questões sociais e que falam de perto sobre o bem-estar da população como moradora da cidade de Brasília. Autoestima, segurança, reurbanização, qualificação de mão de obra, saúde, participação social e voluntariado são tópicos levantados e analisados sob a ótica de Oportunidades e de Ameaças. A dimensão Desenvolvimento Local & Regional aponta aspectos de infraestrutura, mobilidade urbana, emprego, renda, arrecadação tributária e hotelaria. E a

Matriz de Análise:possibilidades para EIs e MPEs

dimensão Mídia, Entretenimento & Turismo aborda tópicos como visibilidade midiática, Fan Parks e Centros de Mídia, e fluxo internacional e nacional de turistas.

O objetivo das matrizes de desdobramento para os EIs e MPEs algumas idéias a considerar para se investir e ganhar dinheiro no cenário de megaeventos esportivos considerando a linha do tempo descrita anteriormente nesse documento, a necessidade de planejamento realista e a construção de um Plano de Ação Empresarial. As idéias apontadas a seguir de modo algum esgotam as possibilidades de atuação de EIs e MPEs.

As matrizes foram construídas com base nas mesmas dimensões de análise, categorias listadas para cada uma delas e oportunidades e ameaças apontadas anteriormente nesse Relatório de Pesquisa. As oportunidades e as ameaças apontadas para as categorias de cada uma das três dimensões geraram idéias de como EIs e MPEs podem investir e ganhar dinheiro em Brasília no processo da Copa do Mundo de 2014.

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sília POPULAÇÃO & CIDADANIA

TópicosAnálise Alguns aspectos a considerar para

se investir e ganhar dinheiroOportunidades/Ameaças

Sentimento de orgulho e de identidade

Orgulho de ser morador de Brasília e fortalecimento da identidade de modo que a Copa não seja um evento distante da população e identificado com corrupção

Mobilização social e a organização de eventos os mais diversos, para criar um clima de Copa junto a toda população. Para isso serão necessários divulgação e material de publicidade (folders, bandeiras, camisetas, faixas, cartazes)

Participação social Inclusão de ações para a Copa no Orçamento Participativo das Administrações Regionais de modo que a Copa possa acontecer em todo o Distrito Federal

Mobilização social de atores sociais de Brasília e cidades satélites para que aspectos relativos à Copa sejam contemplados no Orçamento Participativo das RAs. Para isso será necessário advocacy e divulgação das ações em cada satélite por meio de sites, boletins, jornais, encartes e outros meios de divulgação

Articulação Social GDF e parceiros como atores das articulações com a FIFA/Match para garantir a participação de Eis e MPEs de modo que haja articulações indutoras do desenvolvimento

Espaço para associações de classes e parcerias com empresas e firmas de advocacia para construção de termos e condições para garantir participação de EIs e MPEs nos espaços públicos exigidos pela FIFA/Match

Cuidados com segurança alimentar (nutricionista, regras da vigilância sanitária) e a oportunidade de acordar inspeção preventiva em parceria com as associações de classe

Oportunidade de Certificações para tornar os negócios aptos aos requisitos da FIFA e de empresas contratantes de maior porte do próprio Setor ou de outros Setores.

Voluntariado Inclusão social a partir da condição de voluntário da FIFA de modo que não seja entendido que há exploração de mão-de-obra sem pagar

Divulgação e assinatura de acordos com empresas de recursos humanos que garantam a participação de estudantes de escolas públicas e moradores das cidades-satélites nos trabalhos voluntários

Educação Vetor mobilizador para a Copa de modo que haja articulação com a FIFA para cotas de inclusão de moradores das satélites e alunos de escolas públicas

Oportunidades para associações de classes e empresas parceiras para junto a escolas de todo o DF desenvolver eventos mobilizadores para a Copa como jogos educativos, exposições artísticas, concursos, shows de música, dança e teatro

Capacitação (setor privado)

Qualificação da mão de obra profissional de setores produtivos aproveitando os programas oficiais do governo federal e do GDF de modo que tanto empregados e empresários sejam qualificados. Os empresários precisam entender a Copa como uma oportunidade real cujas demandas impõem a necessidade de profissionalização dos negócios e não somente da mão de obra

Recursos Humanos e as empresas para contratação de mão-de-obra permanente e temporária, formação de banco de talentos e de profissionais para terceirização. Assim como capacitação de empresários para atuar no trade de turismo de modo que possam suprir, por exemplo, a falta de restaurantes capazes de atender rapidamente grandes grupos de turistas, que possam adquirir a cultura de parcerias com os receptivos de turismo, aceitando investir no custo de alimentação do guia e do motorista como parte do negócio de bares e restaurantes

Treinamento para MPEs de como participar de pregão eletrônico e licitação pública, pois a legislação de MPEs já foi assinada pelo GDF

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Capacitação (setor público)

Qualificação de Servidores Públicos do DF de modo a minimizar o risco de greves e paralisações em função de baixos salários e falta de planos de carreira e de progressão profissional que geram um elevado sentimento de insatisfação dos servidores

Oportunidade para associações de classe e firmas parceiras de legislação trabalhista para garantir acordos durante os megaeventos esportivos, e também para empresas de recrutamento e seleção para manter banco de reserva de talentos para terceirização de mão de obra para diversos setores de comércio e serviços

Programa governamental do GDF para capacitação de gestores públicos para a aplicação da Lei das Micros e Pequenas Empresas em parceria com o Sebrae-DF

Reurbanização Renovação do mobiliário urbano e revitalização de áreas turísticas, em torno dos aeroportos e de áreas de grande fluxo. As ações não podem ficar restritas ao “circuito turístico” e precisam ser amplas para enfrentar o desafio da mobilidade e acessibilidade do pedestre: faixas apagadas, falta ou precariedade no estado das calçadas, falta de acessibilidade para portadores de necessidades especiais, falta de iluminação, passarelas para travessia de pistas, não só no Plano Piloto, mas também nas satélites; além de enfrentar o desafio da falta de áreas de estacionamento para ônibus de turismo e dificuldade de circulação interna na cidade: tesourinhas e vias internas

Necessidade de acessibilidade e de pequenas obras e reformas de construção civil em vias públicas e nos estabelecimentos comerciais para atender aos que têm problemas de locomoção e outros impedimentos; parcerias para áreas de estacionamento para ônibus de turismo; aluguel de bikes e junto com ela a manutenção de bikes e a oferta do serviço agregado a hotéis e meios alternativos de hospedagem como forma de revitalizar a mobilidade urbana; parcerias para revitalizar as quadras residenciais com pinturas em faixas de pedestres, iluminação e rampas de acesso

Saúde Aprimoramento da oferta de serviços de saúde como legado decorrente da necessidade de investimentos públicos e privados de modo que setor público e os setores privados de saúde trabalhem juntos para minimizar a ineficiência do sistema de saúde em função do sucateamento da rede pública e a dependência da rede privada que, em casos de maior gravidade (UTI), já não consegue atender a atual demanda

Preparação para caso de acidentes ou necessidade de atendimento médico de turistas tendo à mão telefones de emergência e parcerias com estabelecimentos privados e públicos. Associação de classe e parcerias com empresas em geral para modernização das instalações hospitalares e de clínicas médicas, assim como para cursos de capacitação em gestão hospitalar para criação de Força Tarefa para equacionar os problemas de atendimento médico no Distrito Federal e Entorno

Segurança Pública Investimentos em equipamentos e em capacitação de modo que as ações não fiquem restritas ao turista ou a áreas nobres, deixando de lado as cidades satélites. Pois é preciso enfrentar o despreparo policial para lidar com torcidas e grandes massas e o risco de ações policiais violentas nas satélites, a título de “prevenção”, reforçando sentimento de apartheid

Necessidade de Segurança Privada em áreas internas e externas de diversos estabelecimentos e/ou espaços públicos, por períodos os mais diversos inclusive de até 24h

Segurança Privada e o inter-relacionamento com a Polícia Militar para qualquer emergência assim como com Bombeiros e SAMU Capacitação, cursos e treinamento para lidar com turista s e grandes massas, além de empresas de fornecimento de material de segurança.

POPULAÇÃO & CIDADANIA

TópicosAnálise Alguns aspectos a considerar para

se investir e ganhar dinheiroOportunidades/Ameaças

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Sustentabilidade Posicionar Brasília/ DF como Cidade Sustentável em âmbito global e evitar ao máximo o entendimento “limitado” de sustentabilidade, para que não se restrinja a programas pontuais como certificação do estádio, reciclagem e ações de sustentabilidade referentes à emissão de carbono como são as metas do programa Green Goal da FIFA

Necessidade de saneamento e oferta de banheiros químicos e sua conservação e limpeza, assim como limpeza pública de instalações sanitárias em locais públicos e limpeza pública do estádio, vias públicas e Fan Parks antes de cada jogo, durante o jogo e após os jogos

Oportunidade também para associações de classe e de parcerias com empresas públicas e privadas com cooperativas para reciclagem em geral como papel, alumínio e outros

Plantio de mudas de árvores que podem ser doadas ou vendidas aos turistas para compensar a emissão de CO2 e outros impactos ambientais como forma de neutralizar as pegadas de carbono causadas pela realização do megaevento

POPULAÇÃO & CIDADANIA

TópicosAnálise Alguns aspectos a considerar para

se investir e ganhar dinheiroOportunidades/Ameaças

51Novembro2011

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sília DESENVOLVIMENTO LOCAL & REGIONAL

TópicosAnálise

Alguns aspectos a considerar para se investir e ganhar dinheiroOportunidades/Ameaças

Estádio Construção e reforma do Estádio Nacional de Brasília (Mané Garrincha) e o risco de se tornar um elefante branco se não houver concretização das ações prospectadas pelo GDF para utilizar posterior da EcoArena

Oportunidades para empresas de construção civil e empresas de recrutamento e seleção de mão de obra, além da possibilidade de parcerias com empresas para fornecimento de material e serviços

Hotelaria Expansão e adequação com aumento do número de leitos enfrentando a tendência de se mudar os gabaritos de construção e a destinação do uso de áreas com destinação social (preservação e cultura) para atender interesses econômicos, devido ao alto custo dos terrenos no DF, o que gera insatisfação e descrédito junto à população local e desgaste de imagem.

Risco de que em função do alto custo do terreno continue a predominância de meios de hospedagem de nível superior e a falta de oferta de meios de hospedagem adequados ao perfil do turista interno e externo e a permanência da concentração dos meios de hospedagem em Brasília, e exclusão das satélites. Assim como o risco de que os meios de hospedagem não atendam aos requisitos de certificação

Adequação de meios de hospedagem para a recepção do turista nacional e internacional

Oportunidades para empresas e associações de classe para certificação de construção civil e de arquitetura, assim como para empresas de equipamentos para hotéis, como móveis e aparelhos de ar condicionado, sem esquecer a necessidade de pequenas adequações e reformas de construção civil necessárias, tais como: acessibilidade, internet, banheiros, carpintaria

Transformação de empreendimentos ou residências em meios de hospedagem alternativa como cama e café, pensões e albergues para atender a demanda de turista nacional e internacional que busca por espaços alternativos, inclusive fora do Plano Piloto, aproveitando as oportunidades das satélites, como hotéis fazenda

Alimentação é um dos elementos responsáveis pela promoção da experiência do visitante e interação com a cultura local. Por isso, oferta de pratos típicos, menu especial para a Copa, desde que com qualidade e em dia com as exigências da vigilância sanitária e também cardápio em vários idiomas, cardápios em braile, cartilha para os funcionários com frases em outro idioma para poder se comunicar com o visitante

Pequenas adequações e reformas gerenciais tanto para a profissionalização do atendimento e do cuidado com documentos e registros de hóspede quanto para o atendimento de serviços ampliados como lanches 24 horas e outros como rede de informação, pontos turísticos, horários de funcionamento, internet (levando em conta que o turista estrangeiro viverá em fusos horários diferenciados), e para tal preparação de manual/cartilha para os funcionários, principalmente de bares e restaurantes. Estes aspectos revelam ainda oportunidades para empresas de comunicação e profissionais de idiomas

Oportunidade para fornecimento, implantação e manutenção de Mecanismo de controle e facilidade de pagamento (cartões de crédito e de débito, de viagem, convênio ou parceria com Casa de cambio

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Mobilidade Urbana Investimento e melhoria da qualidade de vida da população, equacionando o trânsito caótico do DF, excesso de veículos circulando, e a falta de transporte público de qualidade e em quantidade para atender à demanda. Enfrentar a falta de integração entre os modais, inclusive de ciclovias e o cartel de empresários no setor, abrindo novas possibilidades para o morador de Brasília

Oportunidades para associações de classes e para parcerias as mais diversas para equacionamento do problema de mobilidade a partir de Força Tarefa entre setor público, setor privado e universidades. Empresas de construção e de recrutamento e seleção, além da intensificação do uso de bicicleta e construção de ciclovias em todo o DF

Telecomunicações Investimento em tecnologia da informação, infra-estrutura e profissionais e a ameaça da obsolescência

Empresas de telecomunicação e oferta de serviços e equipamentos

Transporte Investimentos públicos em infra-estrutura de transportes (capacidade aeroportuária e manutenção e recuperação de rodovias) e o risco de atraso no cronograma das obras

Empresas de construção civil e de transporte e empresas de recrutamento e seleção e cursos para capacitação de mão de obra

Energia Investimento na infra-estrutura elétrica e o risco de falta de segurança do sistema de fornecimento, por conta da atual situação da oferta de energia do DF, com quase metade dos geradores operando além da capacidade ideal e rede sucateada

Empresas de construção e de energia, inclusive energia solar, para ofertas de serviços e equipamentos, principalmente geradores em caso do risco de problemas com a demanda de energia

DESENVOLVIMENTO LOCAL & REGIONAL

TópicosAnálise

Alguns aspectos a considerar para se investir e ganhar dinheiroOportunidades/Ameaças

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Turismo Ingresso de divisas em função do consumo de turistas nacionais e internacionais e o enfrentamento do fato de que Brasília está fora da rota do turismo nacional e, principalmente, internacional.

Equacionamento de outras ameaças como a oferta de atrativos turísticos (culturais) de Brasília é inadequada às demandas do perfil do turista da Copa; o foco das campanhas internacionais do MTur nos USA e América Latina atrai perfil de turista internacional com menor potencial de consumo (America Latina); a crise financeira internacional e impactos na Copa 2010 da África; a falta de sinalização, postos e material/mapas de informação turística, a falta de cultura do morador da cidade em conviver com o turismo e a insuficiência e o despreparo do receptivo local

Hospitalidade e a capacidade de se expressar obrigatoriamente no idioma inglês, sendo a habilidade de falar Espanhol ou outras línguas uma vantagem a mais. Nessa linha, aulas particulares, curso instrumental de como atender turista, adaptação e tradução de cardápios, mapas, páginas de internet, formulação de manual e cartilhas sobre hospitalidade

Informação turística e a possibilidade de cada morador da cidade se transformar numa referência para o turista (assim como a empresa, o restaurante, o bar, o táxi) com o fornecimento de folders ou pequenos guias de informação sobre shoppings, restaurantes, bares, casas de show, de artesanato, museus, atrações turísticas; com telefone, endereço e pontos de referência, mapas simples com pontos de referência para os endereços de Brasília

Atrativos turísticos e a necessidade de guias (de preferência com domínio de inglês e/ou espanhol) que conhecem os locais e as obras ou os espaços da instalação

Comercialização, concepção e produção de audiotours para os museus ou exposições (audiotours são produções sonoras com som ambiente da história que está contando sobre o local, a exposição e o museu que está sendo visitado. São muito comuns na Europa e nos Estados Unidos com aparelhos retangulares com fones de ouvido em que é possível avançar e retroceder para ouvir. Normalmente custam cinco dólares. Outra forma comum de audiotour são serviços de via números discados, mistura de letras e números – ex: D55, com celulares para uma central de banco de dados fornecida por companhias telefônicas. A resposta são explicações sobre quadros, pontos, destaques de uma exposição ou de um ponto turístico qualquer num parque. Por exemplo: Parque da Cidade e pontos com audiotour grátis

Produtos culturais e visitas curtas com tours de 2 horas, como, por exemplo, para o Vale do Amanhecer ou Planaltina e Morro da Capelinha e/ou Brazlândia e a plantação de morangos, fazendas e restaurantes históricos – cachoeiras como Poço Azul etc. Na época da Copa estará muito seco e meio frio e meio calor. Cachoeiras e banhos no lago podem ser passeios interessantes. Boi do Seu Teodoro, ARUC, Feiras Guará, Núcleo Bandeirante (gastronomia) são outros atrativos

Sinalização turística e o fornecimento de material para empresas privadas (sinalização bilíngüe) e também para o GDF, não só nas vias de acesso ao Estádio e Fan Parks, mas sob a forma de folders, sinalização da circulação interna de estabelecimentos comerciais desde o mais simples, como indicativo de banheiros e entradas e saídas, até as rotas de fuga contra incêndios e calamidades

Alimentação é um dos elementos responsáveis pela promoção da experiência do visitante e interação com a cultura local. Por isso, oferta de pratos típicos, menu especial para a Copa, desde que com qualidade e em dia com as exigências da vigilância sanitária e também cardápio em vários idiomas, cartilha para os funcionários com frases em outro idioma para poder se comunicar com o visitante

DESENVOLVIMENTO LOCAL & REGIONAL

TópicosAnálise

Alguns aspectos a considerar para se investir e ganhar dinheiroOportunidades/Ameaças

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Emprego Oportunidade de usar a Copa para diminuir o desemprego estrutural no DF e geração de renda a partir do aumento significativo potencial de número de postos de trabalho, temporários e permanentes, diretos e indiretos e o enfrentamento da ameaça de que a falta de um planejamento de desenvolvimento local e regional para após a Copa impeça o aproveitamento de parte significativa da mão-de-obra

Temporários, permanentes, diretos e indiretos em todas as dimensões assinaladas nessa matriz de análise

Autorização governamental para venda de artesanato em hotéis em local próprio e beneficiado com redução de impostos ou bônus para a comercialização de artesanato

Tributos Aumento na arrecadação de impostos e o risco de depender da “real efetivação” dos fatores geradores de recursos

Utilização da nova legislação para MPEs do DF e também a nova lei de empreendedores individuais

Participação em pregão eletrônico e licitação pública, pois a legislação de MPEs já foi assinada pelo GDF

DESENVOLVIMENTO LOCAL & REGIONAL

TópicosAnálise

Alguns aspectos a considerar para se investir e ganhar dinheiroOportunidades/Ameaças

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sília MÍDIA, ENTRETENIMENTO & TURISMO

TópicosAnálise Alguns aspectos a considerar para

se investir e ganhar dinheiroOportunidades/Ameaças

Publicidade Investimentos em mídia e publicidade e o risco de ficarem restritos à FIFA/Match com pouco ou nenhum reparte local

Serviços de Eventos e Mídia e a necessidade de telas, palcos, iluminação, som, colocação e retirada de material publicitário, impressão de material publicitário, sites (design, redação, alimentação), folders e/ou painéis indicativos em diversos locais, por exemplo, shoppings em outros idiomas, legendas em mídia indoor

IMC (Centro de Mídia da FIFA)

Implantação de centros de mídia pela FIFA e o risco de fornecimento precário de energia, constantes apagões e a baixa qualidade dos serviços prestados pelas operadoras de telecomunicações

Empresas de telecomunicações e fornecedores de equipamentos (geradores e outros) e prestadores de serviço, inclusive de recursos humanos para o local, banheiros químicos, limpeza, cooperativas de reciclagem, dentre outras

Visibilidade interna (nacional)

Reposicionamento de imagem da cidade da corrupção para uma cidade humana e sustentável e a não compreensão de que a Cerimônia de Abertura da Copa é essencialmente um evento midiático e assim não buscar a efetividade em todas as ações e atividades realizadas

Perder credibilidade como cidade e como capital diante de outros estados e em nível nacional

Mobilização social, agências de publicidade e de comunicação, e empresas fornecedoras de produtos e serviços ligados à comunicação social

Serviços de Eventos e Mídia e a necessidade de telas, palcos, iluminação, som, colocação e retirada de material publicitário, impressão de material publicitário, sites (design, redação, alimentação), folders e/ou painéis indicativos em shoppings em outros idiomas, legendas em mídia indoor

Visibilidade externa (internacional)

Projeção da imagem internacional da cidade Patrimônio Cultural da Humanidade e a não compreensão de que a Cerimônia de Abertura da Copa é essencialmente um evento midiático e assim não buscar a efetividade em todas as ações e atividades realizadas

Perder credibilidade como cidade e como capital do país diante de outros países e em nível global

Mobilização social, agências de publicidade e de comunicação, e empresas fornecedoras de produtos e serviços ligados à comunicação social

Serviços de Eventos e Mídia e a necessidade de telas, palcos, iluminação, som, colocação e retirada de material publicitário, impressão de material publicitário, sites (design, redação, alimentação), folders e/ou painéis indicativos em diversos lugares como shoppings, legendas em mídia indoor também em outros idiomas

Tradução de sites e indicativos para outros idiomas

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Fan Parks Empresas locais, particularmente empreendedores individuais e MPEs não estarem preparadas para atender aos requisitos exigidos pela FIFA/Match para fornecimento de serviços e produtos dentro dos Fan Parks e a ausência de Fan Parks nas cidades satélites

FAN PARK ou FAN FESTE é uma das exigências da FIFA para toda cidade-sede e cidade de Cerimônia de Abertura. Fan Park é o espaço para receber torcedores com entrada grátis. O espaço necessita de telões, palcos, banheiros químicos, serviço de achados e perdidos, uso de credenciais, detectores de metal, câmaras de segurança, adoção de pulseiras para crianças, serviços de limpeza

Serviços de Eventos e Mídia e a necessidade de telas, palcos, iluminação, som, colocação e retirada de material publicitário, impressão de material publicitário, sites (design, redação, alimentação), folders e/ou painéis indicativos em diversos lugares como shoppings, legendas em mídia indoor também em outros idiomas

Produtos culturais como artesanato e grupos de expressão da cultura popular como ARUC, B Boi do Seu Teodoro e outros

Evento Operações com o Comitê Local e o risco de não haver articulação de parceria com a FIFA/Match

Oportunidades para associações de classe e parcerias com setores público e privado para articular com a FIFA/Match a inclusão de EIs e MPEs em todo o megaevento

Participar de pregão eletrônico e licitação pública, pois a legislação de MPEs já foi assinada pelo GDF

Fluxo turístico (internacional)

Inclusão de Brasília em roteiros turísticos e o risco de Brasília continuar fora da rota do turismo internacional, pois o fluxo de estrangeiros via Aeroporto JK é insignificante e refere-se à comunidade internacional aqui presente. Além desse há outros riscos como: os atrativos turísticos (culturais) de Brasília são inadequados às demandas do perfil do turista Copa; a crise financeira internacional e os impactos na Copa da África; os meios de hospedagem não atenderem aos requisitos da FIFA/Match; a insuficiência e despreparo do receptivo local.

Setor público e privado não têm alavancado a visibilidade obtida pelo Brasil no cenário internacional para gerar aproveitamento integral do potencial turístico do país. O mesmo acontece em relação ao DF

Campanhas publicitárias e os planos estratégicos governamentais para ampliar o fluxo turístico

MÍDIA, ENTRETENIMENTO & TURISMO

TópicosAnálise Alguns aspectos a considerar para

se investir e ganhar dinheiroOportunidades/Ameaças

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sília MÍDIA, ENTRETENIMENTO & TURISMO

TópicosAnálise Alguns aspectos a considerar para

se investir e ganhar dinheiroOportunidades/Ameaças

Fluxo turístico (nacional) Ampliação da vocação turística da cidade e o enfrentamento dos riscos quanto à qualidade das rodovias de acesso ao DF e a baixa oferta de meios de hospedagem adequados ao perfil do público (albergues, cama e café, aluguel de quartos em casas de moradores, e outros). Assim como a falta de cultura do morador da cidade em conviver com o turismo

Campanhas publicitárias e os planos estratégicos governamentais para ampliar o fluxo turístico

58Novembro2011

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A onda esportiva em que o Brasil e Brasília, particularmente, vão viver pelos próximos cinco anos requer decisão e participação de EIs e MPEs, afinal, somente a Copa 2014, gera para a capital mais de 500 oportunidades de negócio, segundo estudo da FGV, abordado anteriormente. Ao decidirem participar da onda esportiva, EIs e MPEs estão cumprindo a sua vocação de empreendedores e devem, então, arregaçar as mangas e se prepararem para aproveitar as oportunidades. A preparação, de modo geral, requer dois macroníveis: Prontidão & Requisitos e Articulação & Planejamento.

EIs e MPEs:decisão e preparação

Prontidão & Requisitos

As oportunidades só serão aproveitadas se MPEs e EIs atenderem às exigências dos potenciais contratantes (requisitos).

Há diferentes tipos de requisitos de contratação a serem atendidos pelos empreendedores:

• Requisitos de documentação geral• Requisitos de documentação específica• Requisitos de gestão• Requisitos de sustentabilidade

O detalhamento dos requisitos já foi apontado anteriormente neste Relatório.

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Articulação & Planejamento pequenas obras e reformas para garantir acessibilidade (rampas com o rigor da certificação, e outras formas de acesso) que podem ser oportunizadas por EIs e MPEs em parceria com a Associação dos arquitetos e dos engenheiros civil

geração de valor e renda para ambos os negócios a partir de parcerias com meios de hospedagem para a oferta de aluguel de bikes como serviço agregado

parceria com cooperativas para reciclagem de material como vidro, papel, lata, garrafa pet, etc. e a contribuição para a sustentabilidade do evento e para inclusão social

articulação mais do que necessária com o GDF para a certificação e participação dentro do espaço da FIFA, chamado de Fan Parks, para comercialização de produtos locais, serviços de alimentação e bebidas, apresentação musical e shows artísticos locais

EXEM

PLO

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Para estar em Prontidão e atender aos Requisitos é preciso Planejamento. Os estudos qualitativos sobre lições aprendidas de outras copas apontam que planejamento realista e integrado ajuda aos EIs e aos MPEs a se posicionarem e aproveitar as oportunidades de negócios. Porém, Planejamento só não basta. É preciso Articulação e participação efetiva em associações de classe do setor produtivo para garantir acordos de participação e certificação para venda de produtos e serviços em espaços públicos ou privados relacionados com a Copa 2014. A Articulação também passa pelos stakeholders (públicos de interesse – positivos e negativos) do negócio e por parcerias com outros EIs e MPEs e empresas de outros setores.

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Megaeventos esportivos como Copa do Mundo deixam marcas nas cidades e nos países em que os jogos são realizados. O principal legado da Copa para Brasília é qualitativo, intangível, e estará na sensação de bem viver na cidade. O que fica é a experiência que o morador da cidade vai viver antes dos jogos começarem, durante a realização deles e depois que os jogos acabarem. Além disso, muito dos impactos vão depender direta ou indiretamente do sucesso do megaevento, assim como do próprio espetáculo do futebol com seleções que alavanquem mobilização, entusiasmo e atratividade. Caso a Copa não materialize transformações qualitativas para os moradores de Brasília, o megaevento esportivo poderá passar pela cidade como efeito túnel, isto é, grandes eventos que passam, mas não deixam marcas positivas. Além disso, ressalta-se que legados, positivos ou negativos, não existem por si mesmos, eles são construídos a partir de planejamento integrado e mobilização social.

Legados e transformações qualitativas

Legado de desenvolvimento

local e regional

Legado de imagem

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A Copa deixará em Brasília um legado central que é o poder de realização dos moradores e do governo. O sentimento de orgulho e de confiança do morador da cidade é a base do legado central, que tem como resultado o fortalecimento da identidade social dos que moram e trabalham em Brasília. Também deixará legados periféricos como o legado de imagem, o legado verde, o legado social e o legado de desenvolvimento local e regional.

O legado de imagem tem como lastro as percepções (sentimentos e impressões) das pessoas, deve fazer jus a ser Patrimônio Cultural da Humanidade e, como exemplo de modernidade, estar em busca de ser também uma cidade sustentável. Imprescindível considerar que há custos intangíveis para a Copa 2014 como as dificuldades no trânsito, a violência nos estádios e pequenos roubos, que ficam como legado negativo de imagem do evento. Assim como há benefícios intangíveis que compõem o legado de imagem: o orgulho de ser morador da cidade, o exercício da cidadania, a satisfação do turista.

O legado verde é um qualitativo que pode ser divisor de águas para o estado atual da cidade. Ele não diz respeito apenas a construções com certificados ambientais Leed ou a neutralização de pegadas de carbono, mas sim ao modo como a população interage com o ambiente da cidade em que vive.

O risco de o legado social não se materializar é tomar a Copa como um evento pontual não aproveitando sua realização para a construção de um projeto transformador das estruturas que impactam no descontentamento da população, com as condições de transporte público, de segurança, de saúde, de pleno emprego e de preparo profissional.

Tanto na Copa da Alemanha como na da África, foram utilizados 15 mil voluntários que adquiriram qualificação e experiência em trabalhar em grandes eventos. No Brasil, este número deverá ser maior, pois há 12 cidades-sede para os jogos. O Programa de Voluntariado envolve milhares de pessoas – entre estudantes de baixa renda e pessoas da terceira idade, que dão suporte ao público dos jogos, especialmente nos estádios e entorno e nos locais onde serão instalados os Fan Parks ou Fan Fest (locais públicos para transmissão ao vivo dos jogos com área de alimentação e realização de shows). Os voluntários recebem capacitação, uniforme, lanche e ajuda de custo.

15 milvoluntários

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O Programa de Voluntariado, associado à inclusão social, por exemplo, é uma materialização do legado social. O acesso de banda larga por toda a população, a diminuição do desemprego estrutural com raiz na baixa qualificação profissional e as melhorias de mobilidade urbana são materializações do legado de desenvolvimento local e regional, promovendo a justiça social. O legado de desenvolvimento deve estar relacionado também ao turismo, na ampliação do número de dias de permanência na cidade e na expansão da vocação turística de Brasília, levando em consideração que a vocação econômica da cidade é o turismo de eventos e de negócio.

O PIB do DF vai crescer, por certo, tal o volume de investimentos públicos e privados. Porém, os legados da Copa devem ser pulverizados para todas as Regiões Administrativas. A desigualdade social, por exemplo, está presente na distância que separa a realidade de Brasília (então Plano Piloto) do Recanto das Emas, conforme o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O IDH é composto por indicadores de renda, escolaridade e esperança de vida ao nascer e varia de zero (mínimo) a 1 (máximo). Em 2011, o IDH do DF de 0,874 é o mesmo do Chile, considerado país de alto desenvolvimento humano (40º lugar no ranking). No entanto, no ano 2000, único ano com IDH disponível para as Regiões Administrativas do DF, Brasília tem um alto IDH de 0,936 enquanto Recanto das Emas tem um IDH de 0,775, considerado de médio desenvolvimento48.

A Copa 2014 em Brasília deve fazer parte de uma agenda estratégica de desenvolvimento local/regional lastreada em articulações com os diversos sujeitos e atores sociais. Um ator essencial é o consórcio FIFA/MATCH que, no controle de todo o processo operacional de realização do evento, pode encontrar margem para negociações que garantam espaços para as MPEs atuarem nos Fan Parks e em outros espaços de comercialização durante a Copa. O legado social e de desenvolvimento só aparece se houver inclusão de players econômicos não tradicionais. A agenda estratégica também deve levar em consideração a participação de EIs e de MPEs que podem e devem atuar diante das oportunidades criadas ou mesmo criando suas próprias oportunidades para ampliação, crescimento e manutenção de seu negócio a partir da construção de um Plano de Ação Empresarial.

48 Fonte (1): http://hdr.undp.org/en/media/back.pdf e Fonte (2): www.distritofederal.df.gov.br/005/00502001.asp?ttCD_CHAVE=1621

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Porém, é importante ressaltar que o sucesso do megaevento está no detalhe, na capilaridade das ações que perpassam o processo operacional, concretizando e materializando os ganhos e as transformações para todos os setores da sociedade em todos os rincões da cidade. O êxito está no ganho intangível de percepção, que é baseado no sentimento que emana dos moradores da cidade de que a Copa tem potencial para trazer transformações qualitativas no modo como as pessoas vivem suas vidas cotidianamente. Ressalta-se, com base nas análises qualitativas realizadas, que os problemas da cidade não estarão solucionados definitivamente, mas podem ser equacionados, modificando substancialmente o patamar em que se encontravam no período pré-Copa.

As Copas da Alemanha (2006) e da África (2010) e as Olimpíadas de Barcelona (1992) apontam, como lição aprendida para megaeventos, que a confiança e o orgulho do morador da cidade em que são realizados os jogos e a Cerimônia de Abertura são os vetores determinantes de como a história retratará o evento. De um lado, a possibilidade de consolidar um projeto político, partidário ou não. De outro, a força de participação e mobilização da coletividade e dos empreendedores EIs e MPEs de Brasília que vão contar sobre a passagem da Copa de 2014 pela cidade.

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O Brasil se apresenta ao mundo como país anfitrião da Copa FIFA, na Cerimônia de Abertura da Copa das Confederações, que será realizada em Brasília, em junho de 2013.

Um ano depois, a capital do país será cidade-sede da Copa do Mundo de 2014, desde a primeira fase, quando recebe a Seleção Brasileira, até a disputa do terceiro lugar do campeonato. A capital do país vai respirar futebol, receber turistas nacionais e estrangeiros e ser notícia para espectadores em todo o planeta.

Para o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sistema Sebrae), a Copa do Mundo é um evento mobilizador e uma oportunidade para cumprir sua Missão institucional de “promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas e fomentar o empreendedorismo”. Nesse contexto, o Sebrae-DF contratou a Série de Estudos: Indicativos de impacto social da Copa 2014 em Brasília na condição de cidade-sede e na condição de cidade de Cerimônia de Abertura. A Série é resultado de uma pesquisa qualitativa a partir de dados secundários cujo objetivo foi a construção de um cenário estratégico que possibilitasse a análise de oportunidades e ameaças para Brasília a serem geradas pela Copa FIFA 2014.

A análise qualitativa aponta como oportunidade-síntese para a cidade de Brasília, a possibilidade de reposicionamento, isto é, o momento de modificar a percepção que os moradores e os brasileiros têm da capital do país, construindo uma nova imagem de si mesma, deixando de ser identificada apenas como a cidade

Reflexões Finais

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de políticos e da corrupção para passar a ser identificada também como uma cidade humana, competente, eficiente e sustentável. A oportunidade pode ser potencializada pela força da participação popular e pela mobilização da coletividade em torno dos diversos espaços que se abrem nos momentos pré, durante e pós evento.

Como ameaça-síntese para a cidade de Brasília, a análise qualitativa aponta a possibilidade de efeito túnel, isto é, uma experiência que passa pela cidade, mas não se materializa nela, deixando de produzir transformações qualitativas para os moradores. A ameaça pode ser minimizada pela apropriação das benfeitorias de infraestrutura na vida diária dos moradores da cidade como também por ações de inserção de atores como Empreendedores Individuais (EIs) e de empresários de Micro e Pequenas Empresas (MPEs) nos negócios econômicos gerados pela presença da Copa na cidade.

Ao sistematizar dados e adotar uma linha de análise de natureza dinâmica, a Série

aponta que megaeventos esportivos têm o potencial de modificar cidades, se houver mobilização social e planejamento integrado. Para tanto, o megaevento deve fazer parte de uma agenda estratégica de desenvolvimento local lastreada em articulações com os diversos sujeitos e atores sociais. Um ator essencial como vetor de transformação é o consórcio FIFA/MATCH que, no controle de todo o processo operacional de realização do evento, pode abrir espaços para a participação de EIs e MPEs nos Fan Parks e em outros espaços de comercialização durante a Copa. Lições aprendidas de outros megaeventos esportivos mundiais indicam que o legado social e o legado de desenvolvimento aparecem mais claramente se houver inclusão de players econômicos não tradicionais.

Haverá um incremento turístico seja pela inclusão do Distrito Federal na rota do turismo doméstico, seja pela inclusão da capital federal no rol das cidades visitadas pelo turista estrangeiro durante os jogos da Copa. Por certo, o turismo internacional em Brasília será uma das grandes novidades para uma cidade acostumada apenas a conviver com funcionários do corpo diplomático.

Como cidade da Cerimônia da Abertura da Copa das Confederações, Brasília ganha visibilidade midiática global em menor escala, é verdade, do que se a fosse a cidade de Abertura da Copa de 2014. Além disso, Brasília estará exposta à mídia global em sete momentos durante a Copa de 2014. O peso dessa exposição pública contínua produz um ganho social interno.

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Como cidade da Abertura da Copa das Confederações em 2013, há também ganho social externo, pois Brasília passa a ter visibilidade como destino turístico e pode realizar a grandeza de ser Patrimônio Cultural da Humanidade, gerando uma alavanca de atratividade para pessoas, negócios e turismo uma vez que possui sete inserções no circuito da Copa em 2014.

Brasília ser cidade de Abertura da Copa das Confederações é estratégico, pois antecipa, em um ano, a visibilidade para a construção de um fluxo turístico que ainda está por se definir. Além disso, do ponto de vista de planejamento público e privado para o megaevento – Copa do Mundo – Brasília é afortunada porque terá a experiência teste e um ano para fazer os ajustes necessários para o sucesso do evento.Nesse rastro, Brasília se fortalece como capital da Nação e projeta a percepção de um país que realiza o seu potencial de desenvolvimento social e humano, reforçando o reconhecimento internacional que o país vem recebendo por seu mercado interno e sua economia, por sua democracia representativa, por sua capacidade criativa

de encontrar soluções de inclusão e de combate à fome e à miséria, e por sua tradição diplomática de país conciliador.

No entanto, ressalta-se que a lição aprendida com as Copas da Alemanha (2006) e da África (2010) é que confiança e orgulho do morador da cidade, em que são realizados os jogos, são os vetores determinantes de como a história retratará o evento. Ou seja, a força de participação e mobilização da coletividade determina como a população, dentre eles os empreendedores individuais e os micros e pequenos empresários de Brasília, vai contar a história da passagem da Copa de 2014 por Brasília.

49 Fala dos consultores alemães Gerd Kolbe, Helmut Hausmann e Thomas Jedtschta da GIZ, Agência de Cooperação Internacional do Governo Alemão, quando visitaram obras nas cidades-sede da Copa no Brasil, publicada em matéria do jornalista Bernardo Itri, na Folha de São Paulo, em 10 de setembro de 2011.

“A Copa precisa de aceitação popular para ser bem-sucedida na cidade. Para isso, a população não pode ser excluída. Tem que participar do evento… senão a Copa não dá certo”

Consultores alemães da GIZ, em visita às cidades-sede da Copa no Brasil49

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