relatório de mapeamento de moçambique

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Elaborado por: Enni Panizzo, Nádia Osman, Orlando Taéro, Faustino Weliha, Hámido Mucussete INICIATIVA DO GENÊRO PARA RAPARIGAS VULNERÁVEIS RELATÓRIO DE MAPEAMENTO

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Elaborado por: Enni Panizzo, Nádia Osman, Orlando Taéro, Faustino Weliha, Hámido Mucussete

INICIATIVA DO GENÊRO PARA RAPARIGAS VULNERÁVEIS

RELATÓRIO DE MAPEAMENTO

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Conteúdo

Acrónimos_______________________ pag. 4

Primeira Parte

Sumário Executivo________________pag. 6

Introdução______________________pag. 8

Projecto GIGV___________________pag. 10Metodologia

do Mapeamento _________________pag. 11Considerações

sobre o Mapeamento_____________pag. 12Factores

de vulnerabilidade_______________pag. 13

Segunda Parte

Província da Zambézia____________ pag. 15

Quelimane_____________________pag. 16

Nicoadala______________________pag. 18

Educação______________________pag. 21

Saúde__________________________pag. 25Situação dos órfãos

e COVs_________________________pag. 30

Comunicação___________________ pag. 37 Encontro com as Organizações

na Zambézia____________________pag. 44

Comunidades seleccionadas

Conclusões_____________________pag. 54

Terceira Parte

Província de Nampula__________pag. 57

Cidade de Nampula_____________pag. 59

Educação______________________pag. 61

Saúde__________________________pag. 64

Distrito de Mogovolas___________pag. 67Situação

dos órfãos e COVs______________pag. 72

Comunicação___________________pag. 82Encontro com as

Organizações em Nampula______pag. 91Comunidades

seleccionadas em Nampula_______pag. xxConclusões

e Recomendações______________pag. 108

Anexo 1: Levantamento estatístico sobre

população escolar de Quelimane

Anexo 2: Levantamento estatístico sobre

população escolar de Nampula

Anexo 3: Levantamento estatístico sobre

população escolar de Mogovolas

Anexo 4: Situação escolar em Nicoadala,...

Anexo 5: Situação da rede escolar em ..

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ACRÓNIMOS

ACS – Agente Comunitário de Saúde

APS – Agente Polivalente de Saúde

AKILISETHO – Nossas Idéias

CDL – Comité de Desenvolvimento de Liderança

CNCS – Conselho Nacional de Combate ao HIV-SIDA

COVs – Crianças Órfãs e Vulneráveis

DPMA – Direcção Provincial da Mulher e Acção Social

EP1- Escolas de Educação Primária

EPC- Escola Primária Completa

FNUAP – Fundo das Nações Unidas para a População

FORCOM – Fórum das Rádios Comuni-tárias

GM – Grupo de Mulheres

HIV – Vírus de Imuno Deficiência Humana

ICS – Instituto de Comunicação Social

IEC – Informação, Educação, Comunica-ção

ITs – Infecção de Transmissão Sexual

ONGs – Organização não Governamental

PCR – Poupança e Créditos Rotativos

NPCS – Núcleo Provincial de Combate ao SIDA

MEC – Ministério da Educação e Cultura

MISAU – Ministério da Saúde

MMAS- Ministério da Mulher e Acção Social

MJD – Ministério da Juventude e Desporto

OBC – Organização Baseada na Comunidade

OPHAVELA – Procurar

PEN I e II – Plano Estratégico Anual de Combate ao HIV/SIDA

PTV – Prevenção em Transmissão Vertical

SIDA – Síndroma de Imuno-Deficiência Adquirida

TARV – Tratamento anti- retroviral

UEM – Universidade Eduardo Mondlane

UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a infância

ZIP – Zona de Influência Pedagógica

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INICIATIVA DO GENÊRO PARA RAPARIGAS VULNERÁVEIS RELATÓRIO DE MAPEAMENTO

PRIMEIRA PARTE1. 0 SUMÁRIO EXECUTIVO

O Projecto de Iniciativa de Género para Raparigas Vulneráveis, financiado pelo PEPFAR, está sendo implementado em três Países da área subsaariana, isto é Malawi, Botswana, e Moçambique.

Este Projecto tem como objectivo melhorar a situação de vulnerabilidade das rapari-gas em Moçambique e particularmente em duas Províncias: Zambézia e Nampula.

Sendo Moçambique um país muito vasto e populoso, a escolha das duas Províncias de implementação obedeceu aos critérios de:

- maior incidência de HIV/SIDA - existência de zonas consideradas de alto

risco para as raparigas, como as zonas corredores, e de passagem de popula-ções de alta mobilidade

- presença de várias ONGs locais e estrangei-ras implementando Programas destina-dos a reduzir a propagação da epidemia, sobretudo destinados aos jovens.

- existência de Programas na área da comu-nicação

O Projecto GIGV procura encontrar um Modelo onde possam ser coordenadas acções de Educação, Saúde e microcrédi-to/geração de rendimento, para reduzir a vulnerabilidade das raparigas. Assim, nesta fase de Mapeamento, em vista de escolher os lugares para a implementação do Pro-jecto, procuramos a nível das Províncias de Zambézia e de Nampula os sítios onde estão sendo implementados Projectos, pos-sivelmente bem sucedidos, e relacionadoscom as áreas acima citadas.

A realidade no terreno indica que mesmo havendo muitas intervenções não apare-cem ainda resultados relevantes em rela-ção ao HIV/SIDA, e também falta muitas das vezes um Mapeamento claro dos in-tervenientes e das suas actividades a nível provincial e distrital, assim como uma co-ordenação entre estes.

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Para obter o leque de informações que ne-cessitamos para o Mapeamento, utilizamos uma metodologia que teve em conta en-contros a nível central, periférico e visitas no terreno com vários actores, privados, da sociedade civil e do Governo.

Em relação a Educação, encontramos uma forte diferença entre Escolas a nível das Ci-dades e a nível do campo, no sentido que nas Cidades há bastante número de Esco-las, enquanto no campo é patente a falta destas, a falta de condições e de recursos humanos. O factor distância das Escolas constitui também um impasse para as ra-parigas e suas famílias. Factores culturais e sociais também podem limitar a continu-ação dos estudos das raparigas, como é o caso dos ritos de iniciação, sobretudo na faixa da alta Zambézia e nas zonas costei-ras seja da Província de Nampula, como da Zambézia, porém estes nem sempre têm conotação totalmente negativa, depen-dendo do contexto.

Muitas organizações que trabalham na pre-venção e mitigação do HIV/SIDA não actu-am nas cidades, mas em Distritos às vezes longínquos, como é o caso da UNICEF ou Action Aid que se encontram só nos Distri-tos de Maganja da Costa e de Pebane, e da Save the Childrem em Muatua e Morrum-bala, respectivamente.Na área da Saúde existem também muitas dificuldades, particularmente para os jovens porque os serviços de SAAJ que

eram destinados especificamente para os problemas de saúde sexual e reprodutiva deste grupo, foram suprimidos, e não existe nada actualmente destinado a esta camada e em particular para as raparigas, além dos serviços de PTV.

No que diz respeito a geração de rendi-mento/microcrédito, existem varias orga-nizações, sobretudo na Província de Nam-pula, implementando actividades deste tipo, como crédito rotativo e poupança, micro empréstimos para pequenos negó-cios. É por exemplo o caso do Banco das Mulheres de Nampula, e do Banco das Oportunidades em Quelimane, e de Oph-avela e IRD.

Existem também, sobretudo na Província de Nampula, Fóruns de agricultores que são apoiado por ONGs locais e/ou estrangeiras para melhorar a sua produção agrícola e comercializar a mesma.

O trabalho de Mapeamento seguiu, den-tro do possível as linhas dos Modelos que foram o nosso ponto de referência, e foram escolhidas como zonas urbanas as Cidades de Quelimane e de Nampula, e como rurais os Distritos de Nicoadala e de Mugovolas.Entre os Bairros procuramos aqueles que melhor corresponderiam as características exigidas para cada Modelo, como segue:

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ZAMBÉZIA

ZONA URBANA (Quelimane) Bairro AeroportoBairro ManhauaBairro MicajuneBairro 17 de SetembroBairros de confrontação:Bairro de CoalaneBairro Brandão

ZONA RURAL (Nicoadala)

Bairro de Nicoadala SedeBairro de Munonha SedeBairro de LicuariBairro de JuliãoBairros de Confrontação:Mairro NamacataBairro Maquival

NAMPULA

ZONA URBANA (Nampula) Bairro de MuhavireBairro de MuahalaBairro de MuhatalaBairro de NapipineBairros de confrontação:Bairro de NatiquiriBairro de Marrere

ZONA RURAL (Mogovolas)

Bairro de Namacarro ABairro de Meluli BBairro de MutacazeBairro de MucocoroBairros de confrontação:Bairro de MicucuniBairro de Namarata

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1.1 INTRODUÇÃO

Em 1992, acabava para Moçambique o período de 20 anos de guerra civil, que o deixava como um dos países mais pobres do mundo, com 54% da população a viver, até hoje, abaixo do limite de pobreza.

Os esforços empreendidos pelo Governo, depois da Independência, para elevar o nível de alfabetização, que era estimado em 95% e para melhorar o sistema de saúde (havia só 30 médicos no Pais em 1975) foram anulados.

Mais de um milhão de habi-tantes foram mortos, pela guerra e pela fome, mas a partir de 1992, ano em que foi assinado o acordo de paz, iniciou-se um perío-do de estabilidade e de crescimento económico

no País.

Setenta por cento dos Moçambicanos vivem nas zonas rurais, praticando a agri-cultura em regime de produção familiar.

As calamidades naturais e as cheias têm causado ao longo

dos anos migra-ções do interior do País para as zonas urbanas e costei-ras, provocando deslocações das

povoações e degradação ambiental (UNI-CEF 2007).

O nível de expectativa de vida para os 21.4 milhões de moçambicanos é de 45 anos para os homens e de 46 para as mulheres, com uma expectativa de vida saudável de 36 e 38 anos respectivamente (OMS). Cerca de metade da população tem menos de 18 anos, sendo o 44% com menos de 15 anos. No período entre 2000 e 2005 60% das cri-anças em idade escolar foram matriculadas nas escolas, embora algumas em tempo parcial(UNICEF).

Estima-se que em Moçambique haja um BIP anual calculado em 1.270 US$, sendo o Pais catalogado no 172º lugar do índice de desenvolvimento humano das Nações Unidas por ter entre 54 a 70% das pessoas vivendo em situação de pobreza (PNUD, UNICEF 2007).

Apesar do alto índice de pobreza, desde o fim da guerra, Moçambique tem pro-gredido rapidamente. O País tem atraído fortes apoios da parte dos doadores, e uma alta percentagem de investimen-tos estrangeiros. Na África sub-sahariana Moçambique atraiu 15 % dos investimen-tos, contra 6-8% dos outros países da região (USAID 2006).

Apesar disto, a riqueza não está sendo dis-tribuída igualmente, e permanecem dispari-dades a nível da sociedade moçambicana no que diz respeito ao acesso a saúde e aos indicadores relativos a diferença de quali-dade de vida entre zonas urbanas e rurais

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(como o acesso a água e saneamento, en-tre outros).

As vidas e os bens dos moçambicanos po-bres continuam a ser fustigados pelas ca-lamidades, cheias, uma alta taxa de pre-valência de HIV/SIDA e uma insegurança alimentar crónica. Actualmente a taxa de prevalência está estabilizada à volta de 16.2 %, mas em algumas Províncias do sul e do Centro do Pais, é muito mais alta.

O Governo Moçambicano, tem reunido e fortalecido todos os sectores nacionais para combater a epidemia, e o Plano Estratégico de combate ao HIV/SIDA 2005-2009 é um exemplo da nova estratégia adoptada.

Esta segue, como objectivo geral para a área de prevenção: reduzir o número de novas infecções do nível actual de 500 por dia até 350 em 5 anos e 150 em 10 anos

Para alcançar este objectivo foram focadas as seguintes etapas:- estender o período conhecido como

“janela de esperança”- reduzir o número de novas infecções,

particularmente no grupo entre 15 e 24 anos

- aumentar o nível de conhecimentos acer-ca do HIV/SIDA e reduzir as disparidades em relação ao género

- expandir, popularizar o aconselhamento e testagem voluntários

- aumentar a taxa de uso do preservativo- aumentar a percentagem de pacientes de

STI e o seu contacto- reduzir a vulnerabilidade da mulher e as

infecções devido a razões sócio culturais

e económicas- reduzir a transmissão de mãe para crian-

ça- reduzir a transmissão não-sexual do HIV

A partir da situação de emergência desta Região, a Universidade Johns Hopkins fi-nanciada pelo PEPFAR, está implementan-do um Programa de três anos em Países en-tre os mais afectados nesta parte da África: Botswana, Malawi e Moçambique.

Nesta parte de África a vulnerabilidade de alguns grupos é particularmente alta.

As mulheres representam o grupo mais vul-nerável, com 75% de infecções entre os 15 e 24 anos, e as causas representam ainda um ponto de interrogação que precisa ser urgentemente investigado. Apesar da in-clusão do programa sobre saúde sexual e reprodutiva no curriculum das escolas primárias, somente 1,5% dos professores foram treinados (em todo o País existiam 165 SAAJ).

A taxa de analfabetismo em jovens mulheres entre 15 e 19 anos é de 48 %. O nível de abandono escolar é muito alto neste grupo sendo de 3% por gravidez, 10% por causa de casamentos precoces (dados do MICAS) e várias outras causas sociais.

Em 2006, 8-9 % de raparigas na idade de 15-19 anos, e 2,9 % de rapazes eram sero-positivos (CNCS). Provavelmente isto acon-tece porque a vida sexual em Moçambique, sobretudo nas raparigas, inicia cedo e não se protegem.

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As raparigas e as mulheres estão mais ex-postas à infecção por causa de diferentes factores, entre os quais aspectos socio cul-turais e a vulnerabilidade fisiológica.

Por esta razão, o Programa GIGV imple-mentado em Moçambique, Malawi e Bo-tswana pela Johns Hopkins, é particular-mente apropriado e representa um desafio importante para a USAID, a própria Univer-sidade Johns Hopkins e o Governo Moçam-bicano.

O principal objectivo é de desenhar, imple-mentar e testar intervenções que reduzam a vulnerabilidade ao HIV/SIDA nas rapari-gas. Esta é uma possibilidade para a Uni-versidade Johns Hopkins de encontrar um modelo operativo que consiga uma com-preensão profunda das causas.

1.3 O PROJECTO GIGV

Trata-se de um Projecto de pesquisa opera-tiva que tem financiamento do PEPFAR e que é implementado pelo Centro de Comu-nicação da Johns Hopkins University em Moçambique, Malawi e Botswana.

O objectivo principal é de prevenir a in-fecção pelo HIV/SIDA nas raparigas adoles-centes em situação vulnerável, e tem como objectivos secundários:- identificar e expandir métodos bem suce-

didos em programas que intervêm em relação a factores contextuais que posi-cionam as raparigas em alto risco de in-fecção pelo HIV

- capacitar e fortalecer iniciativas e interve-nientes locais

- avaliar a praticabilidade, sustentabilidade e efectividade dessas intervenções e a possibilidade de adaptá-las e expandi-las para outros lugares.

A inovação deste Programa consiste em envolver as comunidades, lideranças, e famílias no sentido de fortalecer as redes já existentes que trabalham e estão enga-jadas em reduzir a vulnerabilidade da ra-pariga potenciando os meios de comunica-ção existentes, e tendo como abordagens especificas a promoção do acesso à escola, aos serviços de saúde, e aos Programas de geração de rendimento, e de microcrédito para as raparigas e as suas famílias.

O modelo operativo elaborado pela JHU irá fornecer o apoio técnico necessário para ultrapassar as barreiras e facilitar as mudan-ças das normas sociais que perpetuam a vulnerabilidade da rapariga.

Este Programa contará com a colaboração permanente do CNCS, MISAU, assim como dos Ministérios da Educação, Mulher e Acção Social, da Juventude e Desporto, a nível central e periférico.

1. 4 METODOLOGIA DO MAPEAMENTO

O principal objectivo desta fase é a realiza-ção do Mapeamento tendo como aspectos principais: - Revisão das fichas, matrizes e protocolos

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- Identificação de programas implementa-dos em Moçambique destinados a jovens e mais especificamente às raparigas, nas Províncias da Zambézia e de Nampula

- Utilização e aprendizagem da experiência de outras Organizações e das Instituições do Governo ao longo da implementação de Programas nesta área de nosso inter-esse nas duas Províncias

- Procura de pessoas chave com um conhecimento profundo do Pais e das duas Províncias onde o Projecto GIGV será implementado

- Organização de visitas às duas Províncias para identificar os parceiros existentes nas áreas de nosso interesse: educação, saúde, geração de rendimento e/ou mi-crocrédito

- Identificação dos sítios mais oportunos para a realização do Projecto seguindo as indicações dos Modelos I e II e de Con-trole (ver GIGV Workplan)

- Análise da situação das comunidades escolhidas e dos canais de comunicação existentes

Em Maputo encontramos as entidades do Governo ligadas ao género e a situação dos jovens e das mulheres e raparigas a nível da Educação, Saúde, Ministério da Ju-ventude e Desporto, Ministério da Mulher e Acção Social, assim como do CNCS. Esta foi uma ocasião para também apresentar o projecto.

Numa segunda fase encontramos orga-nizações internacionais como:Save the Children UK e USA, Visão Mun-dial, Action Aid, Danida, Cida Canadá, Terres dês Hommes, Care, Concern, Path

Finder(Geração Biz), SNV, IRD e FHI, Bando Oportunidades. Algumas são parceiras do PEPFAR.

Alguns destes encontros foram repetidos a nível local, para conhecer melhor a reali-dade no terreno.

Realizamos encontros também com ONG Femininas Moçambicanas, como Fórum Mulher, AMORA, Nafeza, Caixa das Mulheres de Nampula, Associação das Mulheres Rurais, WLSA, sendo esta última uma organização especializada em pesquisas sobre o género e o HIV/SIDA, violência doméstica, casamentos poligâmicos e a lei da família em Moçambique.

Visitas no terreno

Na província da Zambézia realizamos en-contros e visitas no terreno, em Nicoadala, as actividades de algumas organizações e activistas como foi o caso da Visão Mundial, Projectos Rita e Mozark, e da organização local Amudza, uma pequena mas activa ONG que trabalha ao cuidado da orga-nização “umbrella” Nafeza, o equivalente de Fórum Mulher da Zambézia.

Visitamos também actividades realizadas pela ONG IRD (Internacional Relief Development) onde grupos de mulheres (Mulheres Primeiro) aderiram a uma actividade de geração de rendimentos associada a um Programa de educação para a Saúde e mudança de comportamento. Esta organização é parceira da Visão Mundial.

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Outras ONG locais encontradas foram: N´WETY (Clube dos Bradas), Monaso, Ametramo, Aforza, Muliba, Ebaribar, Adju-ducusa, Namuali, Amora, Amme, Liga dos Direitos das crianças.

Em Nampula, onde realizamos também duas visitas, entrevistamos na primeira viagem as mesmas entidades do Governo da Zambézia, assim como: Organização Juvenil Islâmica, Conselho Islâmico, Desafio Jovem, geração BIZ, UDEBA, Nogina, Associação das Mulheres Rurais, Caixa das Mulheres de Nampula, Olipa, Ophavela, Amora, Mutiana, M´Sol, Amed, Salama, Avante Rapale, Facilidade, Solidariedade Zambézia, Akhilizeto, Monaso.

Entre as Organizações internacionais: Ac-tion Aid, Concern, SNV, Geração BIZ, Hel-vetas, Visão Mundial, Clusa, Cocamo, Iram.

1.5 CONSIDERAÇÕES EM RELAÇÃO A

METODOLOGIA DO MAPEAMENTO

Em Moçambique, existe um grande número de Projectos a intervir em todas as Provín-cias do Pais, realizando trabalho de preven-ção, mitigação e tratamento para combater a pandemia do Sida.

A Zambézia foi alvo de muitas intervenções, seja da parte do Governo como da parte das ONGs internacionais, porque tem uma taxa de prevalência bastante alta, entre as mais altas do Pais.

Muitos Distritos estão situados ao longo dos corredores, além de que esta Província apresenta, do ponto de vista étnico e social, uma divisão entre o Norte que é matrilinear e o Sul patrilinear.

Esta divisão causa muita diferença no que diz respeito às tradições, a algumas crenças, às interpretações culturais, e consequentes comportamentos.

As consequências da guerra foram muito negativas nesta Província, e ainda hoje há falta de infra-estruturas que foram destruídas naquela época. Faltam escolas e serviços de Saúde, e há muitos grupos populacionais vulneráveis.

As intervenções das Organizações, particu-larmente internacionais, seguindo as estra-tégias traçadas pelo Governo, tem sido de focar ao longo destes anos, as zonas corre-dor, e as zonas fustigadas pelas cheias.Por isto, as intervenções estão nos Distritos, onde as distâncias são grandes e a situação das vias rodoviárias não é ainda boa.

Por esta razão, é difícil encontrar contem-poraneamente e juntos, programas que operem na área da educação, saúde e ge-ração de rendimentos.

Os média e os Programas de comunicação e de sensibilização existem, mas, sendo a Província muito extensa a cobertura não é suficiente.

Assim, no que diz respeito a área urbana, decidimos avaliar a situação de Quelimane

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cidade, e no que diz respeito a área rural, escolhemo a de avaliar a situação de Nicoadala, que se encontra a 25 km de Quelimane, e que apresenta características semi-rurais e rurais.

A segunda visita no terreno, confirmou esta escolha. Para a Província de Nampula, é im-portante focar aqui o facto que a taxa de incidência aumentou bastante nos últimos anos, sobretudo entre os jovens e particu-larmente entre as raparigas.

O grupo islâmico é bastante fechado nesta Província, e as raparigas não têm facilmente acesso à informação, embora o Concelho Islâmico tenha uma Radio Comunitária, com a qual o CCP da JHU tem vindo a co-laborar.

Na zona costeira nesta província as rapari-gas casam cedo, ainda no início da ado-lescência, depois de cumprir os ritos de ini-ciação.

Nampula é a zona urbana que escolhemos a priori para a Província de Nampula, por ser o melhor Modelo de zona urbana, en-quanto Mugovolas tem sido a escolha para a área rural, pois encontra-se a 75 km. da Cidade capital da Província.

Na segunda visita no terreno foi possível confirmar esta escolha, visitando seja a Sede do Distrito Nametil, como duas outras localidades, Muatua e Namuhopo Rio.

1.6 Factores de vulnerabilidade

Embora a nossa escolha tenha tomado em conta que existe uma dinâmica de vulnera-bilidade generalizada entre as raparigas, seja nas zonas rurais como urbanas, nas duas Províncias escolhidas para a imple-mentação do projecto de GIGV, de facto existem aspectos específicos e ao mesmo tempo singulares no que diz respeito a vul-nerabilidade deste grupo social.

Entre os factores principais tomados em conta consideramos:- As distâncias- Pertencer a zonas corredor- Pertencer a zonas de rápido e recente de-

senvolvimento económico- Pertencer a zonas de forte influência reli-

giosa, sobretudo islâmica

No que diz respeito a Educação foi considerada importantea existência de:- Escolas de tipo EP1 e EPC- Lares para estudantes- Baixo número de raparigas nas Escolas,

sobretudo entre 5ª e 7ª classe- Alto número de abandonos- Alto número de gravidezes precocesPara a escolha dos nossos Modelos e a im-plementação do Projecto foi considerada prioritária a:- Presença de ONGs internacionais e lo-

cais nas escolas e nas comunidades mais próximas implementando actividades do

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tipo Cantos de aconselhamento para jo-vens, retenção das raparigas nas Escolas, promoção da sua evolução escolar,

Promoção de “lifeskills”, promoção da ligação Pais, Escola, Comunidade e geração de rendimento/microcrédito:E mais: presença de ONGs nacionais e/ou internacionais, que promovem micro-crédito e geração de rendimento, particu-larmente para mulheres, situação dinâmica do mercado local, favorecendo pequenos negócios e existência de Bancos favore-cendo pequenos comerciantes, particular-mente mulheres.

A nível das Comunidades procuramos es-colas e comunidades tendo Conselhos de Escola e líderes comunitários seja formais

como informais engajados, assim como a presença de Organizações promovendo o Género, Direitos Humanos, Direitos das cri-anças órfãs, das viúvas, e engajados na luta contra a violência e o abuso sexual.

A nível da componente de comunicação: presença de media que tem impacto na divulgação de mensagens sobre o HIV/SIDA, particularmente para jovens (Rádios, TV), videoclubes, grupos de canto e dança conhecidos e activos na área do HIV/SIDA.

Também presença de jornais de tipo comu-nitário, jornais/murales nas escolas, leitura de jornais e escuta colectiva da Radio nas comunidades, promoção de Festivais, Fei-ras, encontros de Desporto, promovidos pelo Governo e pelas ONGs locais.

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INICIATIVA DO GENÊRO PARA RAPARIGAS VULNERÁVEIS RELATÓRIO DE MAPEAMENTO

SEGUNDA PARTE

A Província da Zambézia, situada na Região Central de Moçambique, é uma das Provín-cias mais populosas do Pais. A população é estimada em 3.645.639 habitantes sendo 1.877.755 composta por mulheres. A maior parte da população da Zambézia é jovem, com idade inferior a 16 anos. Em termos administrativos, esta Província tem como capital Quelimane, e 17 Distritos, compos-tos por vários grupos étnicos, tais como o Chuabo, Lomué, Sena, Macua e Marendje. As línguas mais faladas são Lomué (41%) e Chuabo (29%), sendo que apenas 7% da população fala habitualmente português. Do ponto de vista da religião, é predomi-nante o Cristianismo, e há 10% de Muçul-manos (dados do CNCS; 2005)

Na Província da Zambézia a situação em relação ao HIV/SIDA é altamente preocu-pante, pois trata-se de uma das regiões mais afectadas do Pais, com uma taxa que actualmente situa-se entre 17% e 21%, mas chega a ser muito mais alta nas zonas de fronteira, como é o caso de Milange, na fronteira com Malawi, onde pode chegar a 30, 35% (MISAU-CNCS) As mulheres dos 15 aos 29 anos estão entre o grupo que apresenta as mais elevadas taxas de pre-valência especialmente se comparadas com os homens da mesma faixa etária. De facto, a taxa de prevalência entre as mul-heres de 20-24 anos é considerada 4 vezes superior á taxa de prevalência do mesmo grupo etário de sexo masculino.Todavia, a

partir dos 30 anos em diante, os homens apresentam taxas de prevalência mais el-evadas do que as mulheres da mesma faixa etária.

Na Província da Zambézia o recurso à prati-ca do sexo comercial ou transaccional para melhorar a situação de sobrevivência, en-volvendo sobretudo raparigas jovens, com limitado acesso a educação, e homens adul-tos detentores de alguns recursos económi-cos, tem contribuído para a propagação do vírus entre a população jovem.

A resistência cultural ao uso do preserva-tivo, os estereótipos e preconceitos de mas-culinidade tem induzido os homens a práti-ca de relações sexuais desprotegidas e com múltiplos parceiros, privando as mulheres do direito a negociação sexual.

Estes factores estão associados a alta taxa de analfabetismo, e nalgumas zonas rurais ao acesso restrito a informação, apesar do esforço de consciencialização que estão sendo levados a cabo por múltiplas orga-nizações sediadas nesta parte do Pais. Nesta Província, segundo um estudo realizado em 2004 pelo Ministério da Mulher e Acção Social, registam-se as maiores taxas de violência contra a mulher, das quais 23.1% para qualquer forma de

2. PROVÍNCIA DA ZAMBÉZIA

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violência, 14.3% para violência sexual e 24.8% para a violência física. Os dados revelam que a violência é mais acentuada

2.1 QUELIMANE: LOCALIZAÇÃO, DIVISÃO ADMINISTRATIVA E POPULAÇÃO

entre as inquiridas cujo grau de instrução se estende entre a não escolarização e o ensino primário.

A cidade de Quelimane é a capital da Província da Zambézia e apresenta uma superfície de 117 km². Quelimane é banhada pela margem esquerda do rio Cuacua (Bons sinais) que desagua no oceano Índico e é cercada, a norte, pelo Distrito de Nicoadala.

De acordo com o censo populacional de 1997, a população da cidade de

Quelimane era estimada em 150.116 habitantes dos quais 79.515 são homens e 70.601 são mulheres.

A cidade de Quelimane está dividida em cinco (5) grandes unidades, definidas como bairros, que vão de 1º ao 5º bairro. O primeiro bairro é o mais populoso da cidade, com cerca de 44.389 habitantes, compreendendo:

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1º Bairro

UNIDADES

F. S. MagaiaLiberdade

KansaPiloto

AeroportoChiramgano

MapiazuaSinacura

Torrone Velho24 de Julho

SaguarPopular

1º de MaioTotal 13

Nº DE QUARTERÕES

71083

2412107

128

1888

135

ACTUALIZAÇÃODA POPULAÇÃO

3.2953.6492.9551.3583.3854.4813.2002.6463.984 2.9945.6523.7272.407

43.733

O 2º bairro, tem uma população estimada em 30.712 habitantes, sendo 15.615 habitantes homens e 15.097 mulheres:

UNIDADES

Torrone novoMurropue

JaneiroIcidua

7 de AbrilIvagalane

SangariveraCoalane

Total 13

Nº DE QUARTERÕES

136

15111039

1081

ACTUALIZAÇÃODA POPULAÇÃO

5.190 2.1556.4414.1182.6652.0084.9683.054

30.539

2º Bairro

18

UNIDADES

Samugue25 de Setembro

1º de Maio A1º de Maio B

3 de FevereiroAcordo de Lusaka AAcordo de Lusaka B

SampeneCololo

Coalane 1ºTotal 10

Nº DE QUARTERÕES

116995

10101455

84

ACTUALIZAÇÃODA POPULAÇÃO

3.2132.0193.2302.5372.5044.6571.8794.3372.4262.054

28.856

O 3º bairro tem uma população de 27.491 habitantes sendo 14.213 homens e 13.278 Mulheres:

3º bairro

UNIDADES

BrandãoManhaua AManhaua B

17 de SetembroMicajuneFloresta

Santagua ASantagua BInhacome

Total 9

Nº DE QUARTERÕES

1721151011121515

115

ACTUALIZAÇÃODA POPULAÇÃO

5.508 8.5665.1103.3614.4064.8762.0272.914582

37.350

O 4º bairro, com uma população estimada em 39.731 habitantes sendo 21.277 sãohomens e 18.454 são mulheres como segue :

4º bairro

19

O 5º bairro, o menos populoso com 7.793 habitantes sendo 3.761 homens e 4.032mulheres abrange a zona de Namuinho. A densidade populacional da cidade deQuelimane é estimada em 1924 h/km².

UNIDADES

BazarMiganoGogone

Namuinho

Total 13

Nº DE QUARTERÕES

857

12

32

ACTUALIZAÇÃODA POPULAÇÃO

2.8671.2302.3953.151

9.638

5º Bairro

2.2 NICOADALA: LOCALIZAÇÃO, DIVISÃO ADMINISTRATIVA E DA POPULAÇÃO

O Distrito de Nicoadala apresenta uma su-perfície de 6.285 km² e fica situado na região sul da província da Zambézia. Nicoadala é limitado ao norte pelos distritos de Mor-rumbala e Namacurra, a sul pela cidade de Quelimane, a oeste pelo distrito de Mopeia e a este delimita-se com o distrito de Nama-curra e o Oceano Índico.

Em termos administrativos Nicoadala é constituído por dois postos administrativos e nove localidades, nomeadamente o pos-to administrativo de Nicoadala sede, com as localidades de:

Nicoadala sede, Munhonha, Namacata e Nafuba, e o posto administrativo de Maquival, que compreende as localidades de Maquival sede, Madal, Ionge, Nangoela e Marrongane.

De acordo com o censo populacional de 1997, Nicoadala era constituído por 198.451 habitantes dos quais 97.823 são homens e 100.628 são mulheres que corresponde a 50,7% e 47, tendo 4% dos habitantes menos de 16 anos de idade. A distribuição territorial da população é irregular verificando-se maior concentração no posto administrativo de Maquival particularmente na localidade de Madal

20

onde concentra cerca de 39.186 habitantes, sendo 19.333 homens e 19.853 mulheres, seguido da localidade da sede Maquival com cerca de 35.035 habitantes, dos quais 17.282 homens e 17.148 mulheres.

A localidade de Nhafuba é que regista maior concentração da população do dis-trito com 29%. Sendo a densidade popu-lacional de 31.6 habitantes para cada 100 mulheres.

Postos Administrativos

Posto Administrativo Sede

Nicoadala sedeLocalidade de NitoLocalidade de MunhonhaLocalidade de NamacataLocalidade de Nhafuba

Posto Administrativo de Maquival

Maquival sedeLocalidade de MaquivalLocalidade de IongeLocalidade de MadalLocalidade de MarroncaneLocalidade de NacuelaDistrito de Nicoadala

45.14417.49812.63113.5411.474

52.67917.2825.11819.3334.4066.47097.823

45.51417.40012.13514.5411.438

55.11417.1485.57619.8534.9446.993100.628

90.65834.89824.76628.0822.912

107.79335.03010.76435.1869.35013.463198.451

Números de Homens

Números de Mulheres

Total de Habitantes

NOTA: Em relação aos resultados de números da população preliminar do último censo populacional de 2007 somente foram publicados os resultados da cidade de Quelimane com cerca de 191.828 habitantes, dos quais 98.361 homens e 93.417 mulheres e de Nicoad-ala 232.929 habitantes sendo 112.212 homens e 120.717 mulheres onde os jovens repre-sentam 60%, sendo 80% raparigas, muitas destas em situação de vulnerabilidade.Em relação aos números de habitantes de cada bairro da cidade de Quelimane e das aldeias das localidades de Nicoadala foram publicados somente os dados preliminares.Em relação com os habitantes das localidades de Nicoadala Sede e de Munhonha,que ao longo do Mapeamento individuamos como potenciais áreas de interesse para aimplementação do Projecto GIGV, a situação é a seguinte:

21

A cidade de Quelimane dispõe de uma rede educacional composta por 26 escolas de EP1, 17 escolas do nível de EP2, 3 escolas do ensino secundário geral de nível 1, e 1 de ensino secundário de nível 2. Em Quelimane existe uma escola do ensino técnico e uma de mag-istério primário totalizando 49 estabelecimento. Esta rede educacional é complementada pelo Instituto Superior Politécnico e Universitário, Universidade Pedagógica e Instituto de Ciências de Saúde (Anexo 1)

2.3 EDUCAÇÃO

Quelimane tem-se caracterizado também por acolher estudantes provenientes de toda a província em busca de oportuni-dades de prosseguir com os estudos em níveis mais avançados. Alguns destes estu-dantes encontram-se a residir nos lares estudantis existentes na cidade (Lar 1 de Junho, Lar EPU 25 de Setembro, Lar dos Continuadores e Lar do IMAP.)Em relação a rede escolar em Nicoadala,

(Anexo 4), esta é composta por 106 escolas, sendo 95 do nível do ensino primário do 1º grau (EP1), 3 do ensino primário do 2º grau (EP2), 6 escolas primárias completas (EPC) e uma de ensino secundário geral, mais um Centro de formação de professores do ensino primário. Somente 48 das 106 escolas foram construídas em material convencional. Nicoadala conta com dois

22

estabelecimentos do tipo lar de estudantes, um dos quais é parte do centro de formação de professores primários. Nicoadala também recebe estudantes provenientes de outros distritos da província. A distância média percorrida pelos alunos para aceder aos estabelecimentos de ensino é de cerca de 5 km. A comunidade tem participado das actividades da escola, especialmente no que concerne ao apoio na construção de escolas em materiais precários. Por exemplo, a organização ADPP capacitou cerca de 50 professores em matéria de

HIV/SIDA, embora poucos se encontrem activos. A Action Aid também formou professores em metodologia de Stepping Stones, no CFPP.

As Escolas têm potencialmente instrumen-tos de controle e de ligação entre escola e comunidade, que não são de facto utiliza-dos, ou muitas das vezes, não sabem como funcionar utilizando toda a sabedoria e o poder que lhe é conferido.

23

Bairros

17de Setembro

Aeroporto

Manhaua

Chuabo Dembe

Brandão

Micajune

O.N.G,s

FHI/Colúmbia University-Clinica 2/ POH Clínica 1/ Mozark/ Monaso

FHI/Colúmbia University-Clinica 2/ POH Clínica 1/ Monaso/ Mozark

FHI/Colúmbia University-Clinica 2/ POH Clínica 1/ Monaso/ Mozark

FHI/ Colúmbia University-Clinica 2/ POH Clínica 1/ Monaso

FHI/ Colúmbia Uniersity-Clinica 2/ POH Clínica 1/Monaso/ Mozark

FHI/ Colúmbia University-Clinica 2/ POH Clínica 1,/Monaso

Instituições

Educação&

Saúde

ONG,s que prestam serviços no bairro 17 Setembro, Aeroporto, Manhaua, Chuabo Dembe e Micajune em Quelimane

24

Bairros

Nicoadala-sede e Munhonha

Nicoadala-sede

O.N.G,s

Visão Mundial Ovata Nutrição, Mozark , Coash e Projecto Rita

AmodefaFHI,

IRD

Colombia University

Instituições

Educação&

Saúde

ONG,s que prestam serviços na localidade de Nicoadala-sede e na localidade de Munhonha

Conselhos de Escolas e os Conselhos Comunitários nos Bairrosda Cidade de Quelimane.

A avaliação realizada no que diz respeito às actividades dos Conselhos de escolas e dos conselhos comunitários da cidade de Quelimane e Nicoadala é positivo embora alguns conselhos não sejam operativos nas escolas e nas respectivas comunidades. Uma das razões é que os conselhos de esco-las (alguns) não se envolvem na vida moral das escolas e/ou não possuem o poder de decisão devido ao facto que os membros dos conselhos de escolas e comunitários das zonas urbanas e rurais não são capaci-tados. Exemplo disso é que os membros do conselho de escola do bairro Aeroporto, já capacitados, conseguem desenvolver as suas actividades duma forma efectiva e in-tegrada com a direcção da escola. Os mem-bros dos conselhos em geral gostariam ser

25

capacitados e ter uma monitoria pois, eles próprios notam haver pouca sensibilização sobre os problemas entre as crianças e os pais, e entre as escolas e as comunidades.

É frequente a participação dos líderes co-munitários, membros da OMM, encarrega-dos de educação, da Direcção da Escola nas decisões dos problemas que afectam a escola, os alunos, os professores. Contudo alegam que a vida na cidade não ajuda para fortalecer as actividades nesta área.

A promoção da rapariga, as palestras sobre os casamentos prematuros, os ritos de iniciação, promoção de campanhas sobre atestados de pobreza têm sido algumas das actividades que os conselhos de escolas e comunitários realizam, sobretudo se apoiados e acompanhados por alguma ONG vocacionada nestes temas.

A problemática da falta de vagas nas es-colas para os alunos graduados da sétima classe, a isenção ao pagamento das propi-nas para as crianças órfãs e vulneráveis, a aquisição de uniformes para alunos desfa-vorecidos, a construção de salas de aulas, aquisição de cardeiras para as salas, são alguns dos problemas enfrentados e às vezes resolvidos. Embora algumas pes-soas afirmem que os conselhos de escolas e comunitários só se preocupam com os dias festivos, alguns destes conselhos são bastante activos. O problema é que não prestam ainda bastante atenção a questões de principio, a aspectos éticos, aos direitos das crianças, dos alunos e particularmente das raparigas. Não existe ainda um nível su-ficiente de consciencialização sobre o papel que poderiam desempenhar.

26

2.4 SAÚDE

Serviços existentes:A rede sanitária de Quelimane é compos-ta por um Hospital Provincial, 4 Centros de saúde, e 4 Postos de Saúde, a destacar como segue:

- Hospital Provincial de Quelimane: Aconselhamento e Testagem em Saúde, Tratamento de Infecções Oportunistas, PTV, TARV, SAAJ, CD4

- Centro de Saúde de Coalane: Aconselhamento e Testagem em Saúde,

Tratamento de Infecções Oportunistas, PTV, TARV, SAAJ

O grau de cobertura dos serviços de saúde na cidade de Quelimane é estimado em 33.938 pessoas por unidades sanitárias.

- Centro de Saúde 24 de Junho: Aconselhamento e Testagem em Saúde,Tratamento de Infecções Oportunistas,PTV, TARV, SAAJ

- Centro de Saúde de 17 de Setembro:Aconselhamento e Testagem em Saúde, Tratamento de Infecções Oportunistas, PTV, TARV, SAAJ.

27

28

ONG,s

Colômbia University/ Clínica 2POH/ Clínica 1FHIKukumbiNAFEZAAliança 2015Save the children

Projecto CoachMozarkOvata Nutrição

Serviços

TARVTARV, PTV e sub nutriçãoPTVCuidados domiciliáriosLei da famíliaCuidados domiciliáriosCOV,s e HIV/SIDA

PAV, Cuidados DomiciliáriosHIV e EducaçãoHIV/SIDA

Visão Mundial

ONG,s que prestam serviços em Quelimaneem parceria com a Saúde

Dentro das duas clínicas 1 e 2 surgiram duas Associações de Pessoas vivendo comHIV/SIDA sendo uma a Associação Esperança e a outra a Associação Aliança.

Rede sanitária de Nicoadala:

É composta por 11 unidade sanitárias dos quais 1 Centro de saúde do tipo 1, 6 Centros de tipo 2 e 4 Postos de socorro distribuídos pelas diferentes localidades.

Nicoadala conta com um Centro de Labo-ratório e nove maternidades. A rede sani-tária de Nicoadala dispõe de serviços dis-tribuídos da seguinte maneira:

- Centro de Saúde de Maquival: ITS, SAAJ.- Centro de Saúde de Varela- Centro de Saúde de Inhaculue: ITS

- Centro de Saúde de Ilalane- Centro de Saúde de Namacata- Centro de Saúde de Licuari: ITS- Centro de Saúde em Nicoadala Sede: Acon-selhamento e Testagem, ITS, PTV, TARV, SAAJ, HBC para PLHS

Postos de Saúde

- Posto de Saúde de Marroncane- Posto de Saúde Girassol- Posto de Saúde Domela

29

Visão Mundial

Observação.Os centros de Saúde de Amor e Malauna (Praia) só estarão em funcionamento em

breve, porque recém construídosONG,s que prestam serviços em Nicoadala em parceria com a Saúde

Serviços

TARVPTV

PAV, Cuidados DomiciliáriosHIV e EducaçãoHIV/SIDA

ONG,s

Colúmbia UniversityFHI

Projecto CoachMozarkOvata Nutrição

30

2.5 POLÍTICA DE GÉNERO

A Política de Género e Estratégia de Implementação em Moçambique abrange homens e mulheres de todos os grupos etários. O facto de fazer mais alusão à rapariga (mulher) constitui uma forma de garantir com que a Política atenda às especificidades da mulher contribuindo para a elevação do seu estatuto na sociedade, visto que, por circunstâncias históricas, culturais e sociais, as mulheres em Moçambique ficaram mais discriminadas.

A Política de Género visa contribuir para a redução das desigualdades de género e promover a mudança gradual de mentalidade tanto do homem ou mulher, despertando e criando sensibilidades necessárias em ambos, relativamente à situação de discriminação existente no tratamento de questões sociais,

económicas, políticas e culturais. Assim o objectivo principal é de garantir a participação e o acesso a direitos e oportunidades iguais entre homens e mulheres, assegurando que, todos os cidadãos contribuam para o desenvolvimento sustentável da Zambézia e para a redução da pobreza absoluta.

Esta acção visa também a reduzir o impacto negativo de certas práticas culturais no processo de promoção social da mulher, sensibilizando as comunidades para uma mudança de mentalidade. As associações juvenis existentes na Zambézia, têm seguido as principais estratégias traçadas para sensibilizar sobre o assunto género os jovens, os pais, as comunidades e a escola. Muitos Programas têm esta componente, mas ainda muito resta para ser realizado.

31

32

01

02

03

04

05

06

07

08

NOME

Associação Ebaribari ya Ana Cabuir da Zambézia

Associação Esperança daZambézia

Associação dos JovensMuçulmanos da Zambézia

Associação dos Acrobatas Amantes do Desporto daZambézia

Associação para o Desenvolvimento Juvenil dos Acordos de Lusaka da Zambézia

Associação parao Desenvolvimento da Criança e Educação da Raparigada Zambézia

Associação dos Jovens Cristãos da Zambézia

AMORA- Associação Moçambi-cana da Rapariga

ACTIVIDADE

Socio-Humanitário/ HIV/SIDA

Socio-Humanitário/ HIV/SIDA

Socio-Humanitário/ HIV/SIDA, COV,s

Ginástica/Desporto

Socio-Humanitário/ HIV/SIDA

Socio-Humanitário/ HIV/SIDA e COV,s

Socio-Humanitário/ HIV/SIDA e COV,s

Educação a Rapari-ga/HIV/SIDA

LOC.

ChuabTembe

Coalane

BairroNovo

BairroCansa

BairroAcordosde Lusaka

1º de Maio

Floresta

Aeroporto

Cidade

Quelimane

Quelimane

Quelimane

Quelimane

Quelimane

Quelimane

Quelimane

Quelimane

ASSOCIAÇÕES LOCAIS JUVENIS

33

Entre as Associações acima indicadas desta-cam-se: AMORA (Associação Moçambicana da Rapariga, Associação para o Desenvolvi-mento da Criança e Educação da Rapariga da Zambézia, e a Associação Ebaribari da Zambézia.

Em relação ao material de comunicação a ser utilizado pelo Governo e pelas ONGs, como manuais, cartazes e programas ra-diofónicos, existe um projecto conjunto en-tre o ICS Instituto de Comunicação Social,

o Núcleo Provincial de Combate ao SIDA, a Geração Biz e a Educação que produzem programas educativos denominado “DIGA LA MAMA BIZ” transmitido na Rádio Paz em Quelimane. Neste Programa abordam-se assuntos para as raparigas e rapazes tais como: SSR, Discriminação, Ralações múlti-plas, Circuncisão, Educação para rapariga. Os mesmos programas são transmitidos no período da noite.

34

2.6 SITUAÇAO DOS ORFÃOS E DAS COVS

De acordo com os dados recolhidos na Direccão Provincial da Mulher e Acção Social e do INAS da Zambézia referente ao número de crianças órfãs e vulneráveis estima-se que

em toda província existem 38.138 COVs distribuidas em todos os distritos, mas não foi possível ter o núme-

ro total de COV,s da cidade de Quelimane e Nicoadala

Número Total de Crianças Orfãsem Quelimane e Nicoadala

Nr

01

02

Distrito/Cidade

Cidade de Quelimane

Distrito deNicoadala

Nr de COV,s Masculinos

Não Existe

Não Existe

Nr de COV,s Feminino

Não Existe

Não Existe

TOTAL

Não Existe

Não Existe

No âmbito da implementação do pro-grama de apoio socio-económico directo, com vista a ampliação da estratégia para a redução da pobreza absoluta no Pais, foi criado o INAS (Instituto Nacional de As-sistência Social) pelo decreto n. 28/97 de 10 de Setembro, como braço executor do Ministério da Mulher e Acção Social.

Sendo o INAS uma das instituições do Governo responsável pela execução dos programas de redução da pobreza

absoluta junto dos indivíduos e grupos desprovidos de meios para a satisfação das suas necessidades básicas, e tendo em consideração a prevalência de indivíduos que necessitam de diversos tipos de apoio de natureza imediata, o II Conselho Coordenador do Ministério da Mulher e Coordenação da Acção Social (MMCAS) realizado no ano de 2001, recomendou a transferência do programa de apoio social directo (PASD) do orgão central para o INAS. O PASD visa fundamentalmente

35

atender casos imediatos, garantindo sobretudo apoio material. Baseia-se no pagamento de bens ou serviços aos beneficiários como por exemplo assistência médica e medicamentosa.

Apoio Psico-social

Sendo considerada como uma componente de carácter transversal, visa fundamentalmente promover nos indivíduos uma atitude de auto-estima, dignidade e mudança positiva, mas não existe atendimento especificamente psicológico, a não ser em alguma unidades hospi-talares do País.

Grupo Alvo do Programa

São grupo alvo do PASD:Crianças Chefes de Agregado Familiar cujo pais faleceram e que não encontram condições para garantir a satisfação das suas necessidades básicas; crianças mal-nutridas cuja família não têm capacidade para satisfazer as necessidades básicas; cri-anças orfãs e abandonadas cujos pais fa-

leceram e/ou estão sem nenhum amparo familiar e vivendo com famílias substitutas;adolescentes e jovens vivendo nas uni-dades socias sob tutela do estado (orfana-tos p.ex.), sem possibilidade de integração familiar.

36

Nr

01

02

Instituições Parceiras

Direcção Provincial da Saúde

Direcção Provincial da Educação

Actividades

HIV/SIDA, Mal-nutrição e doenças crónicas

Programas de Desenvolvimento

Coordena as Actividades de apoio as COV,s

Para além destas actividades o INAS realiza, em parceria com as instituições do Governo acima citadas, acções tais como beneficio social pelo trabalho, geração de rendimento, desenvolvimento comunitário.

Instituições

INAS

D. P. da Mulher A.Social

37

01020304050607080910111213141516171819202122232425

26

AeroportoSampeneInsiduaCololoJaneiro

Cansa,Popular, SinaguraFlorestaSaguar

Coalane 1Coalane 2Samugue

Torrone velhoChiranganoMapiassuaMuropue

Torrone Novo3 de Fevereiro

1 de MaioMicajuine

Santagua “A”Santagua “B”

Brandão17 de setembro

Manhaua “A”Acordos de Lusaka “A” & “B”

TOTAL GLOBAL

111469

149

101710155823

164

108

109

1010107

21

248

231386

12112

2013196

2543

3097

2014121128

1324

315

34271415262012372334113366

4613172824212112182045

563

Bairros de QuelimaneNr de

HomensNr de

MulheresTOTAL

deNr

38

Nr

01

Nicoadala

Nicoadala

Nr de Homens

23

Nr de Mulheres

26

Total de

49

Número de COV,s em Nicoadala onde o INAS Trabalhae que Beneficiam Apoio Directo

De acordo com os dados recolhidos na Direcção Provincial da Mulher e Acção Social da Zambézia referente ao numero de crianças orfãs e vulneráveis estima-se que existem muitas COV,s, distribuidas em difentes orfanatos.

Em Quelimane funcionam apenas três (3) casas de orfanatos formais e as restantes 7casas são informais e prestam apoio a pequenos grupos de crianças orfãs e vulneráveis. O orfanato Sangariveira localizado no bairro do mesmo nome não

funciona mais, e foi transformado em ca-deia feminina. O Centro Orfanáto Infantil Eduardo Mondlane localizado no bairro Coalane também teve a mesma sorte e as instalações foram vendidas para a Delega-ção da Universidade Pedagógica da Zam-bézia.

No centro de Apoio á Velhice foram acol-hidas ultimamente crianças órfãs e vul-neráveis, e neste momento a casa abriga 12 crianças órfãs, das quais 3 vindas do Malawi.

Orfanatos Formais Existentes em Quelimane

Nr

01

02

03

Orfanatos

Casa Família/ São Francisco Distrito de

Nicoadala

Casa Esperança

Aldeia da Paz

Localização

Bairro Aeroporto

Bairro Aeroporto

Mapiasua

Nr de COV,s Internas

65

30

88

Nr de COV,s Externas

85

1000

39

Instituições que Trabalham com Crianças Órfãs e Vulneráveis em Quelimane e Nicoadala

0102030506070809

Casa Família São FranciscoCasa EsperançaAldeia da Paz

Liga dos Direito da CriançaINAS

D. P. da Mulher A.SocialParlamento InfantilAssociação Namuali

Presta apoio as COVs da ruaPresta apoio a COVs

Presta apoio a COVs do sexo femininoApoiam as COVs /Registo

Prestam apoio a todo tipo de COVsCoordenam as Actividades de apoio as COVs

Prestam apoio as COVsApoiam as COVs /Registo

Instituições/ONG,s ObservaçãoNr

40

CASA FAMILIA

A Casa Família surge como resultado do aparecimento da cooperativa social pertencente aos Frades Menores Padres Capuchinhos na cidade de Quelimane, e que tinha o objectivo de apoiar os refugiados de guerra durante a guerra civil em Moçambique. Foi nesse período que se criou a Cooperativa social onde desenvolviam actividades de olaria, carpintaria, fabrico do sabão caseiro de forma a ensinar as pessoas carentes uma maneira para se auto-sustentar. Mais tarde foi fundada a Escola Mártires de Inhassunge, fruto da necessidade de integrar as crianças dos refugiados de guerra e por falta de vagas nas escolas devido o crescente número da população na cidade de Quelimane. A mesma Escola leccionava no início, da 1ª classe à 7ª classe. Devido ao crescente número de crianças e falta de vagas e salas de aulas a Escola cresceu e lecciona actualmente da 1ª classe à 10ª classe.

Em 2003 surge a Casa Família de São Fran-cisco para apoiar as mesmas incluindo cri-anças órfãs da rua na cidade de Quelimane. Este centro hospeda 65 crianças órfãs inter-nas e 85 crianças orfãs externas, entre elas raparigas que vivem em familias substitutas, ou com avós, tios e entre crianças em que o mais velho/a cuida dos mais novos mas não tem as mínimas condições de sobrevivên-cia. Estes recebem apoio directamente a partir da Casa Família dos Frades Menores Padres Capuchinhos. Há que salientar que das 85 crianças órfãs e vulneráveis externas

35 são raparigas e que todos frequentam a Escola Mártires de Inhassunge. Esta é a Es-cola que recebe maior número de crianças órfãs e vulneráveis, dos 6 aos 16 anos de idade.

O centro já conseguiu enviar 4 raparigas para a Escola Agrária de Mocuba a fim de formar-se na área da Agricultura, 4 para o Instituto de Ciências de Saúde de Queli-mane, duas (2) para o IMAP de Quelimane e mais duas (2) para o Instituto Agrário de Chimoio.

A casa Familia também recebe crianças da rua. É de salientar que muitas dessas crianças estão a frequentar a 12ª classe e os graduados da 7ª classe e 10ª classe são enviados para o ensino técnico profissional anteriormente citados..

Neste orfanato desenvolvem-se actividades vocacionais de arte e oficio como carpintaria, mecânica, agricultura e informática.

Graças ao esforço da casa Familia já foram graduados duas raparigas e um rapaz na Escola Agrária de Chimoio que se encontram actualmente a trabalhar na Agricultura.

CASA ESPERANÇA

O orfanato Casa de Esperança localiza-se no bairro Aeroporto na cidade de Quelimane e alberga 30 crianças órfãs e vulneráveis consideradas internas, e 1000 crianças orfãs e vulneráveis externas vivendo em familias

41

substitutas. Algumas destas beneficiam de casas onde actualmente vivem. No ano passado o orfanato tinha 80 crianças órfãs e vulneraveis.

As COVs passam o dia neste orfanato, par-ticularmente os rapazes e as raparigas. Recebem acompanhamento somente por parte dos funcionário da Casa Esperança, Acção Social e da Direcção Provincial da Saúde.

Algumas familias que cuidam das COVs consideradas externas, já tiveram financia-mento de microcrédito para actividades de geração de rendimento, melhoramento das suas habitações e alimentação.

Dados recolhidos confirmam que a casa está vocacionada em actividades de Edu-cação, Apoio Psico-social, Saúde e Habili-dades para a vida. O orfanato actualmente apoia COV,s que viveram nesta casa em

formação superior na Universidade Católi-ca de Moçambique.

ALDEIA DA PAZ

A Aldeia da Paz é um orfanato localizado no bairro de Mapiasua na cidade de Quelimane, e vocacionado somente para acolher órfãs do sexo feminino (raparigas). Pertence às Irmãs Franciscanas. O Orfanato Aldeia da Paz tem 88 raparigas que frequentam várias escolas e diversas classes. Sem fugir às regras dos orfanatos Casa da Familia e a Casa de Esperança, o orfanato Aldeia da Paz tem especialmente órfãs de sexo feminino externas.

Como se constatou o orfanato é considerado especial por prestar apoio somente a raparigas órfãs de mãe, pai ou ambos, promovendo o âmbito educacional/formativo.

42

2.7 COMUNICAÇÃO

A parte destinada à comunicação neste Projecto será fundamental para atingir os nossos objectivos. Assim, no processo de mapeamento da área de comunicação procurou-se identificar recursos, actividades e potencialidades de comunicação locais existentes, bem como as possíveis lacunas, para permitir a formulação de uma estratégia de comunicação eficaz que se baseie em evidências, e que suporte o Projecto de GIGV ao longo da sua implementação.

O Projecto Power International (PI) trabalha com a Direcção

da Mulher e Acção Social dando voz às pessoas porta-

doras de deficiên-cia. Produzem pro-

gramas radiofónicos que são difundidos pela

Rádio Paz (Quelimane), Rádio Licungo (Mocuba) e Rádio do Alto-Molocué (Alto-Molocué). Já foram capaci-tados alguns dos seus membros pelo NPCS e pelo próprio PI,

e no fim de cada mês fazem escutas colec-tivas onde fazem “ouvir” os surdos através dos Clubes de Escuta de Rádio (CER). Nos seus projectos, o PI tem a componente de micro-finança. O PI espera defender, em breve, um projecto sobre HIV e SIDA submetido ao NPCS-Zambézia.

O Concelho Cristão de Moçambique (CCM) tem um pro-jecto denominado Projecto Pedra, direccionado para raparigas entre os 10 e 17 anos, no Posto Administrativo de Regone, no distrito de Namarroi. Tem implemen-tado a componente de corte e costura e de bolsas de estudo. Este projecto teve um impacto reconhecível, particularmente, na área de educação o que fez com que o governo construísse uma escola na zona1.

O Projecto Mozark (PM), da Visão Mundial trabalha na província da Zambézia com jo-vens dos 10 aos 24 anos de idade. A ideia é criar um círculo à volta dos jovens e pais, fa-zendo com que um pai trabalhe com outro pai e um jovem trabalhe com outro jovem dando mais enfoque aos valores e com-portamentos. É um projecto que também envolve os líderes religiosos, Comités de Es-

1Esta informação foi dada pelo Sr. António Zefanias e secundada pelo Sr. Orlando Taéro durante a conversa na noite do dia 01 de Outubro de 2008, em Quelimane.

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colas, Conselhos de Saúde, e outros pilares importantes na comunidade. Desenvolvem seguimentos como Jovens Conselheiros (que trabalham com outros jovens até os 24 anos de idade); Educadores de Pares e Grupos de Abstinência (formados nas es-colas locais e liderados por um professor). Possuem 1 em Quelimane e também 1 em Nicoadala. O PM tem parceria com a TVM e RM. A TVM está a preparar uma telenovela Pequenas e Grandes Aventuras, de 24 capítulos. Tem, ainda, um outro seguimento da socie-dade que denomina Grupo de Alto Risco, das trabalhadoras do sexo com uma idade mínima de 15 anos. Foram treinadas 5 ra-parigas em Gestão de Negócios em cada distrito do corredor entre Chimuara e Alto-Ligonha (Chimuara, Mopeia, Morrumbala, Nicoadala, Quelimane, Mocuba, Alto-Mo-locué e Gilé). Este Projecto tem voluntários (7 em Quelimane e 7 em Nicoadala) que fazem o trabalho de aconselhamento às trabalhadoras de sexo e aos camionistas e são do conhecimento das lideranças co-munitárias. Nos distritos onde o PM actua tem Grupos de Escuta de Rádio, compostos por 15 pessoas, que discutem os conteú-dos das mensagens veiculadas e onde são analisadas questões de familiaridade com as palavras e/ou expressões usadas nessas mesmas mensagens para que se evitem, por ventura, choques com a cultura, os va-lores morais e/ou hábitos da comunidade local. O PM tem, igualmente, parceria com a Direcção Provincial do Trabalho que pre-tende formar jovens em cursos de forma-ção profissional. O PM é parceira da JHU no Projecto COACH da Visão Mundial.

O Projecto RITA (PR) trabalha na província da Zambézia com 6 activistas (3 homens e 3 mulheres) em cada distrito abrangido pelo Projecto. Esses activistas são munidos de formação sobre HIV e SIDA. O PR tem uma radionovela Os ventos da Vida que é ra-diodifundida pela Rádio Paz e pelas Rádios Comunitárias de Alto-Molocué, Gúruè e Namacurra. A estratégia de comunicação Palhota do RITA adoptada pelo Projecto, visa, fundamentalmente, aproximar e envolver a comunidade, promovendo uma espécie de Feira de Informação.

O Núcleo Provincial de Combate ao HIV e SIDA (NPCS), Delegação da Zambézia é uma entidade financiadora das iniciati-vas provinciais no que concerne ao HIV e SIDA. No capítulo das suas relações com a comunicação social, o NPCS já capacitou jornalistas na área de prevenção. Conjun-tamente com o Fundo das Nações Unidas para Actividades da População (FNUAP), o NPCS promoveu campanhas nas Escolas Primárias do Primeiro e do Segundo Graus (EP1 e EP2) que consistiam, entre outras, em i) criar programas educativos que eram transmitidos nas Rádios Comunitárias e; ii) assessorar jornais de parede (dois jornais na Escola Pré-Universitária 25 de Setem-bro, em Quelimane). Neste momento, o NPCS trabalha com as unidades móveis do Instituto de Comunicação Social (ICS), mas também com a comunicação social local. Com isso, o NPCS tem uma Caravana de Es-perança que discute tudo aquilo que tem a ver com o HIV e SIDA baseando-se em uma metodologia chamada Animação com IEC (Informação – Educação - Comunicação) e

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tem também um Núcleo Técnico de Comu-nicação (com 13 membros) que engloba os focal-points de diversas organizações.

A Rádio Moçambique (RM), Delegação da Zambézia tem um programa radiofónico chamado Vidas Positivas que é transmitido em língua Portuguesa, Echuabo e Elomué. Vidas Positivas é um programa do tipo magazine, concebido para 2 horas de emissão, com 2 componentes: 1) programa ao vivo (Jornadas Móveis para a cidade de Quelimane todos os distritos) chamado Como se Faz Rádio e 2) programa de estúdio. O programa das jornadas móveis era gravado e depois compilado para 1 hora para ser transmitido na emissão provincial. O Programa Vidas Positivas pretende atingir todo o público da cidade de Quelimane e de todos os distritos por onde actuou, nos mercados e escolas. Envolve todas as faixas etárias e todas camadas da sociedade, incluindo o poder político, líderes religiosos, curandeiros, escolas, Conselhos de Escolas e Comunitários, etc. O primeiro patrocinador deste programa foi o NPCS e o actual é a Embaixada dos Estados Unidos da América. Hoje é produzido com fundos da RM. Quando ainda tinha patrocínio era produzido pela própria população em três línguas (Português, Echuabo e Elomué) em simultâneo. Envolvia músicas e cânticos locais, concursos de nível de conhecimento sobre HIV e SIDA. Segundo o seu produtor, o nível de audiência era medido pela participação (dúvidas e contribuições) dos ouvintes ao vivo. Considera, ainda, que o nível de participação da rapariga era muito elevado e tinha vantagens por ser

produzido pela própria população. Por falta de fundos, é transmitido apenas no estúdio. Já não é possível fazer as habituais jornadas móveis, portanto, perdeu força e impacto.

Assim como a RM, a Rádio Paz (RP), de Que-limane, Com cerca de 70 Km de alcance, tem um programa chamado Grito de Esper-ança radiodifundido em língua portuguesa, echuabo e elomué. O programa é do tipo magazine e concebido para 50 minutos de emissão em directo do estúdio às terças-feiras e repetido às sextas. Os conteúdos e temas são escolhidos pelos ouvintes. É um programa que requer muita investigação sobre matérias de HIV e SIDA por parte do jornalista. Este magazine pretende atin-gir jovens dos 14 aos 20 anos. O Grito de Esperança era financiado pelo NPCS. Nesta altura os conteúdos eram obtidos nas es-colas, principalmente as que tinham Canto de Aconselhamento. O seu produtor considera que o nível de participação da rapariga tem sido muito elevado por causa do seu envol-vimento nos debates e proposta de temas. Depois que o NPCS deixou de patrocinar o programa o tempo de emissão reduziu para 20/30 minutos, por falta de conteúdo. Mas, esse tempo (de 50 minutos) pode ser prolongado se existir um parceiro e/ou fi-nanciador.

O Instituto de Comunicação Social (ICS), Delegação da Zambézia apoia com a com-ponente de divulgação o Programa Escola Amiga da Criança, da UNICEF, implementado

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apenas no distrito da Maganja da Costa. Faz a divulgação de materiais áudio e visu-al muitos dos quais com programas virados para os pais e promovem debates. Uma parte do programa da UNICEF é dedicada à rapariga e registo de nascimento de crian-ças. São responsáveis por unidades móveis na província, mas neste momento, estão com deficiências de ordem logística. Só trabalham quando o NPCS arranja meios. O ICS colabora com CNCS. O ICS possui 3 plataformas de comunicação: as rádios co-munitárias, o jornal O Campo e o programa televisivo Canal Zero. A nível da comunidade há escutas e leituras colectivas. Para as es-cutas colectivas, o ICS disponibilizou 600 rádios manivela para toda a província. A escuta é liderada pelos respectivos líderes comunitários e o processo de avaliação é feito por uma equipa composta por 2 pes-soas que recolhem dados sobre a escuta. O jornal O Campo disponibiliza as leituras colectivas. O Campo é um tablóide mensal e existe desde 1984, neste momento, com 10.000 exemplares. É um jornal vocaciona-do ao desenvolvimento rural e 75 por cento do seu espaço é coberto por imagens. Pro-duzem estórias com bandas desenhadas e fotonovelas com pessoas da comunidade. Colabora com associações que lutam con-tra o HIV e SIDA como a MONASO e Pro-jecto Esperança, na Zambézia. É um jornal que está disponível a partilhar informações com outras organizações que trabalham junto às comunidades. Podem fazer suple-mentos para essas organizações. As foton-

ovelas são sugeridas pelos parceiros. A sua distribuição pelos distritos é obrigatória. A ideia é disponibilizar, pelo menos, 1 exem-plar para cada professor da língua portu-guesa do distrito.

O Grupo de Mulheres Muçulmanas (GMM), do bairro do Brandão, em Quelimane, é composto por 16 pessoas (15 Mulheres e 1 Homem) com idades compreendidas en-tre os 20 e 60 anos. Actuam 4 vezes/sem-ana nas comunidades e nas mesquitas da cidade de Quelimane. Em breve passarão a actuar no distrito de Nicoadala (numa primeira fase em Licuari e Digudiua). O seu grupo alvo é a comunidade em geral, mas tem feito actividades especificas de acon-selhamento às raparigas para aderirem aos ensinamentos dos ritos de iniciação. Este trabalho é financiado pelo Projecto Family Heath International (FHI) no âmbito do Pro-grama para Mulheres e Adolescentes em PTV. As suas canções (em Português e Ech-uabo) são dos ensinamentos dos ritos de iniciação mas, também, tem a componente de palestras. Tem 3 anos de vida, mas ainda não tem nenhuma canção gravada.

O Grupo Ovilela do bairro de Santagua, em Quelimane, é composto por 15 pessoas (9 Mulheres e 6 Homens) dos 25 e 40 anos de idade. Os Ovilela actuam também 4 vezes/semana em quase todos os bairros da ci-dade de Quelimane. Trabalham na comu-

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nidade em geral. Fazem cantos e dança de tufu2 e palestras em Português, Echuabo e Emuiniga3. Com 3 anos de experiência, ain-da não tem nenhuma gravação.

O Grupo Mafili (GM), do bairro do Brandão, em Quelimane, tem 20 pessoas (15 Mulheres e 5 Homens) dos 25 aos 50 anos de idade. Actuam 3 vezes/semana em todos os bairros da cidade de Quelimane e no distrito de Mopeia. Tem como alvos militares, polícias e comunidade em geral. Cantam e dançam tufu e promovem debates em Português, Echuabo e Emacua. Com 3 anos de vida, já tem algumas canções gravadas em áudio. Os membros do Mafili foram formados em matérias de HIV e SIDA pela Direcção Provincial da Saúde (DPS) e passam por reciclagens oportunas.Grupo de Teatro Rucu (GTR), de Quelimane, composto por 10 membros - todos actores (5 Mulheres e 5 Homens) entre 15 e 28 anos de idade. Tem uma longa experiência na área de HIV e SIDA e Malária, pois trabalham, sempre que possível, com o Projecto Populalation Services International (PSI) em Quelimane e em todos os distritos, incluindo as zonas mais recônditas. Os seus

membros são provenientes de diferentes distritos da província, por isso são fluentes em Português, Elomué, Echuabo e Emanhaua4 . Já trabalharam com raparigas em situação vulnerável.

O Núcleo das Associações Femininas da Zambézia (NAFEZA) é uma organização que coordena as actividades e promove a capacitação institucional de 43 associações a ela filiadas, a maior parte das quais no contexto rural. Tem como um dos princi-pais objectivos contribuir para a elevação do estatuto da mulher e reduzir as dispari-dades de género a nível provincial. As as-sociações filiadas ao NAFEZA operam em muitas áreas, destacando-se a educação da rapariga e de adultos, violência baseada no género e HIV e SIDA. Esta organização já providenciou um espaço jurídico onde estudantes de Direito aperfeiçoam os seus conhecimentos sobre a Lei da Família. Cer-ca de 25 mil pessoas já escutaram progra-mas de divulgação desta Lei pela rádio. Tem um jornal mensal Nafeza. Já trabalhou com raparigas nos centros de reassentamento e teve a oportunidade de trabalhar com as Casas de Vídeo, no distrito de Inhassunge.

2 Tufu (= Etufu), Nome de um batuque dançado em Moçambique (sic) e em Angoche (…) Há tufu de homens

e de mulheres. O das mulheres é executado, estando elas sentadas no chão e com inclinações para os la-dos (PRATA 1990: 443). Dança originária da província de Nampula, composta na sua maioria por mulheres vestidas com capulanas e lenços. Na província da Zambézia encontra-se na zona do litoral, particularmente no distrito de Pebane e na localidade Bajone – uma zona pertencente ao distrito da Maganja da Costa, com hábitos e custumes Macuas e maioritariamente islâmica.

3 Emuiniga é um dialecto da língua Emacua. É um dialecto falado somente em Pebane e Bajone. O seu nome pode ter a ver com o Rio Muiniga que atravessa a Baixa Zambézia, separando Pebane de Bajone.

4 Emanhaua é um dialecto da língua Echuabo. É fala somente no distrito de Lugela e em algumas zonas de Mocuba.

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Contudo, apesar de todo esse potencial e de muita força de vontade, verifica-se uma grande ausência de coordenação entre as organizações que trabalham nesta área o que faz com que prevaleça um clima de subaproveitamento desses mesmos recur-sos e dessas atitudes proactivas. Ademais, não se verificam intervenções inovadoras na forma de fazer comunicação. O que se pode notar é uma inércia na maneira de fazer as coisas.

Outro facto notável é o desperdício de talentos e experiência, ou seja, os grupos não são autosustentáveis. O que se verifica é que os grupos dependem de patrocina-dores. Provavelmente porque os parceiros que trabalham com esses grupos (teatro, canto e dança, rádios, jornais, etc.) não os munem de instrumentos capazes de se sustentarem ou se gerirem (ou mesmo viverem) sozinhos, por um lado, ou talvez porque esses grupos não têm conhecimen-tos de comunicação ou institucional para terem um impacto suficientemente atracti-vo nas comunidades onde estão inseridos.

Nota-se, igualmente, uma fraca capacidade dos grupos gerirem os seus patrocinadores e/ou parceiros. De acordo com um dos convidados, este fenómeno pode ter a ver com o facto de muitas organizações que tiveram acesso à ajuda financeira mostra-rem pouca seriedade na hora da execução das tarefas. Mas, também, pode haver um equívoco generalizado entre os conceitos de patrocinador e parceiro por parte desses mesmos grupos. Nota-se, igualmente, que os intervenientes estão munidos de muita informação e conhecimentos sobre o HIV

e SIDA.

O Que Existe?

•Existem grupos culturais, teatrais, rádios, jornais e outras plataformas de comuni-cação que trabalham na área de HIV e SIDA. Esses recursos de comunicação es-tão munidos de informações sobre o HIV e SIDA adquiridas em palestras, debates, seminários, etc.

•Existe muita experiência acumulada durante anos de trabalho o que facilita a sua adaptação a novas estratégias de comunicação. Para além dos grupos que foram anteriormente referenciados, pode-se citar o ICS que é considerado como sendo uma “peça chave” em matéria de comunicação, visto que possui uma experiência inquestionável na componente de mobilização, técnica e de meios, acumulada ao longo dos anos, mas também pela sua vocação e filosofia.

•Existe, apesar de tantos inconvenientes, uma comunicação social local compro-metida com a causa do HIV/SIDA ao nível da província da Zambézia. É uma comu-nicação social sem nenhuma burocracia a nível da sua filosofia de trabalho e políti-ca editorial, uma comunicação social que tem um background aceitável na difusão de materiais ligados ao HIV/SIDA e que, acima de tudo, está disponível para rece-ber e integrar novas ideias. Portanto, uma média que aceita inovações – novos par-ceiros e novos programas inovadores.

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•Existe algum trabalho que está a ser feito nas escolas por algumas organizações locais, nacionais e internacionais. Este trabalho foi realizado, por exemplo, pela Geração BIZ, NPCS, FNUAP e outras, e que culminou com a criação de Cantos de Aconselhamento e jornais de parede, só para citar alguns exemplos. Nestas actividades houve um envolvimento considerável das lideranças locais e das próprias escolas. Os Conselhos de Escola passaram a ter um papel preponderante na tomada de decisões concernentes à educação dos seus filhos.

• Existe, sem dúvida, uma força de vontade de trabalhar. Notou-se no terreno que há organizações da sociedade civil e do Es-tado que usam meios próprios para tra-balharem. Podem-se citar como exemplo, a Rádio Paz em Quelimane que ainda mantém o programa Grito de Esperança apesar das dificuldades e a Rádio Moçam-bique que também mantém com fundos próprios o programa Vidas Positivas.

2. O Que Não Existe

Apesar de haver muita vulnerabilidade da rapariga, não existem programas que sejam dirigidos exclusivamente para a prevenção da rapariga em situação vulnerável. Os pro-gramas que se podem encontrar no terreno são generalistas, isto é, falam da mulher no geral. A vulnerabilidade da rapariga pode ter a ver com factores culturais, assim como económicos.

•Uma das grandes lacunas verificadas en-tre os projectos relacionados com o HIV e SIDA é a ausência de coordenação e coesão entre elas. Não existe uma co-ordenação nem a nível das políticas e, muito menos, a nível das acções fazendo com que, de certo modo, se verifique uma fragilidade na cooperação e imple-mentação dos projectos, principalmente, para os projectos que operam na mesma comunidade.

•Não existe auto-suficiência dos projectos. Os projectos não são suficientemente auto-sustentáveis, capazes de sobreviver sozinhos, pelo menos, por algum tempo. Quando não tem patrocinadores os pro-jectos “morrem”, talvez, por falta de fun-dos ou, então, por falta de capacidade institucional e/ou de marketing desses projectos. Isto faz pensar, logo a priori, que todo o projecto que ainda está no activo é um forte candidato à falência a qualquer momento.

•O grande desafio para o CCP-JHU na implementação do seu projecto é que existem poucos projectos que trabalham exclusiva e especificamente com raparigas adolescentes em situação vulnerável que operam em Quelimane e Nicoadala, como os que o CCP-JHU encontrou nesta visita.

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•Pelas auscultações feitas notou-se que não existe a solidez necessária entre as escolas e os seus respectivos Conselhos. Os Conselhos de Escola funcionam como “juízes” para resolverem situações pon-tuais, mas não promovem um verdadeiro diálogo entre os diferentes actores.

Aliás, projectos específicos para jovens no geral são inexistentes.

•Aliado ao anterior ponto está a ausência da própria rapariga na elaboração das mensagens. Não existe um envolvimento da rapariga nas plataformas de comuni-cação que são activadas.

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Existem muitas ONGs internacionais e lo-cais assim como CBOs a operarem na Zam-bézia, sobretudo nos Distritos, por ser uma Província bastante afectada, não só pelas cheias, como também pela pandemia do HIV/SIDA, como já foi explicado na in-trodução. Entre estas escolhemos encon-trar algumas que respondessem a alguns requisitos como:

- Estarem situadas na Cidade de Queli-mane e/ou no Distrito mais próximo, isto é Nicoadala,

Porque a distância é um dos factores chave da nossa escolha

- Existirem do ponto de vista legal e opera-tivo há já alguns anos

- Ter o reconhecimento das Instituições do Governo

- Terem o reconhecimento das comuni-dades onde estão a operar

- Estarem a implementar Projectos que atribuem importância a componentegénero e tenham como grupo alvo as mulheres e/ou as raparigas

A apresentação que segue obedece ao cri-tério de apresentar as Organizações que operam na área da Educação, Saúde e Ge-ração de Rendimento e/ou micro-crédito na Cidade de Quelimane e no Distrito de Nicoadala.

Ao longo das nossas duas visitas para a re-alização do Mapeamento encontramos:

NUCLEO DE COMBATE AO HIV/SIDA

O Núcleo Provincial de Combate ao Sida da Zambézia esta baseado na Cidade de Que-limane, desde 2001.

Este é um órgão de coordenação, de todas as actividades de combate ao SIDA a nível Provincial. É dirigido por um Coordenador Provincial. O Governador da Província é o Presidente do Núcleo Provincial, sendo o Director Provincial de Saúde o vice-Presi-dente.

Várias ONG internacionais e locais, com-põem o Conselho Técnico Provincial, que é responsável pela selecção e financiamento de Projectos a serem implementados na província. Dependendo do tipo de Projecto há financiamentos de três tipos, A, B, C.

O CNCS tem financiado algumas pequenas Organizações juvenis como é o caso da AMORA, uma organização composta por raparigas que tentam sensibilizar as vendedoras

2.8 Encontros com Organizações da Província da Zambézia

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de sexo na cidade de Quelimane sobre o HIV/SIDA e o uso de preservativo.

Junto com JHU, UNICEF e outros parceiros, o CNCS tem produzido brochuras e pastas

para os administradores locais distribuídos pelo Núcleos Provinciais, com o objectivo de mobilizar a população e ampliar o de-bate sobre HIV/SIDA.

ORGANIZAÇÕES DE TIPO REDE (UMBRELLA)

Neste grupo entram principalmente a MONASO, a NAFEZA e a AFORZA.

A MONASO reúne 235 organizações e está presente nos Distritos da Zambézia, com excepção de Gilé, Chile e Inhassunge.

Esta Organização existe a nível nacional e providencia coordenar, capacitar e legalizar as organizações locais que trabalham na área do HIV/SIDA.

A NAFEZA, associação que nasceu como afiliada da AFORZA, foca o Género como aspecto principal das suas actividades. Existe desde 1997 e é o equivalente do FORUM MULHER, para a Região Centro e Norte de Moçambique.Edita um Boletim mensal.

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A AFORZA é por sua vez uma associação que reúne formadores e consultores da Província e tem como objectivo capaci-tar recursos humanos para desenvolver a Província com vista a reduzir a pobreza. O grupo alvo são as associações locais, os grupos comunitários e pessoas singulares. Existem legalmente desde 2001 e tem tra-balhado em parceria com a Visão Mundial, capacitando e monitorando parceiros lo-cais.

ORGANIZAÇÕES DA ÁREA DA EDUCAÇÃO

UNICEF

É a única Organização a trabalhar directa-mente com a Educação na Província da Zambézia, mas actualmente encontra-se a actuar só no Distrito de Maganja da Costa, muito longe das áreas de nosso interesse. No passado a UNICEF apoiou o Sector da Educação no Programa “Meu futuro minha Escola”em Nicoadala, assim como havia a ACTION AID que está actualmente também a implementar os seus projectos só nos Dis-tritos costeiros, como Pebane e Maganja da Costa.

Está previsto para o ano que a FNUAP re-tome o fio do trabalho da UNICEF, mas por enquanto não há datas certas para tal evento.

A UNICEF implementa actividades em 3 grandes áreas interligadas:

- advocacia e parceria pelos direitos da cri-ança- mobilização das comunidades- participação dos jovensO Instituto de Comunicação Social esta en-volvido para a área de comunicação nestas actividades.

GERAÇÃO BIZ (PathFinder)

A GERAÇÃO BIZ tem um Programa Multi-sectorial, implementado pela Path-Finder, uma ONG Internacional, pela UNFPA e pe-los 3 Ministérios, da Educação, da Mulher e Acção Social e da Juventude e Desporto.O objectivo é apoiar os jovens entre 10 e 24 anos no sentido de ter acesso ao conhecimento sobre DTS e HIV/SIDA nas escolas, adquirir conhecimentos para a vida, e ter acesso ao aconselhamento fornecido nos SAAJ sobre Saúde sexual e rEproductiva.

Estes Serviços estiveram presentes junto aos cuidados clínicos nos Hospitais e Cen-tros de Saúde, desde 1999, assim como os cantos de aconselhamento nas Escolas. Es-tes últimos ainda continuam a funcionar. Promovem programas radiofónicos, filmes, jogos educativos, concursos, peças de te-atro, torneios e distribuição de materiais de IEC.

Actualmente o Ministro da Saúde decretou que este tipo de serviços devesse atender outros problemas de Saúde dos adoles-centes e que fossem abertos para o atendi-mento de adultos também.

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Actividades para o acompanhamento de pares existem nas escolas, e nas comuni-dades, assim como nos serviços de Saúde, mas na nova fórmula acima indicada.

Infelizmente Geração BIZ não está a imple-mentar programas mais estruturados em que a componente acesso à escola, aban-dono precoce, abusos, violência sexual, es-tejam a ser focados e resolvidos.

Sítios onde se encontra a operar a Geração Biz na Província da Zambézia a nível dosSAAJ :

Cidade de Quelimane:- SAAJ de Coalane- SAAJ de 17 de Setembro- SAAJ de 4 de Dezembro- SAAJ de 24 de Julho- SAAJ de Isidua- SAAJ de Micajune- SAAJ de Namuinho

Nicoadala :- SAAJ de Nicoadala Sede- SAAJ de Licuari- SAAJ de Maquival

EBARI-BARI

É uma associação juvenil que foca as rapari-gas entre 10 e 14 anos, tem 79 membros, dos quais 48 são raparigas, e se encontra sediada no Bairro de Chuabo Tembe, na ci-dade de Quelimane.

Iniciou as suas actividades em 2005 em Maganja da Costa, vinda da Action Aid, que treinou os seus membros na metodolo-gia participativa dos Stepping Stones.

Desenvolvem actividades nos Bairros de Chuabo Tembe e de Inhangome, ambos situados na Cidade de Quelimane, tendo criado:

- uma escola primária para raparigas até 5ª classe

- um centro de formação onde as raparigas aprendem corte e costura

- uma machamba para actividades de gera-ção de rendimento para as raparigas (25), que na maioria são órfãs

- pesca e fabrico de blocos, para homens e rapazes

- crédito rotativo para os membros da asso-ciação, que pode ser até 2000 MT

Apoiam também PVHS (16 famílias), e tem actualmente 20 activistas a realizarem visi-tas de Cuidados Domiciliários.

Realizam actividades de comunicação e informação comunitária através do teatro, que segue as técnicas do teatro do oprimi-do, e pelo grupo de canto e dança.

As peças de teatro abordam os temas de PTV, de violência doméstica e da vulnera-bilidade da rapariga.

Este Bairro não tem Centro de Saúde, sen-do o mais próximo a 3 KM de distância, não há Escola também, além daquela da Asso-ciação. A mais próxima de tipo EP1 está no Bairro de Inhangome.

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CLUBEdos BRADAS – N´WETY

Tem como grupo alvo jovens entre 12 e 14 anos, e estão presentes nos Distritos de Gurué, Mocuba, Maganja da Costa, e Que-limane.

Na cidade de Quelimane tem actividades na Escola 1ª Completa do Aeroporto, com Financiamento da UNICEF, no âmbito da promoção dos direitos da criança.

Implementam vários tipos de actividades, entre as quais:- formação de activistas na escola e na co-

munidade- supervisão pelos professores do trabalho

do clube- realização de campanhas de saneamento- colaboração com as Rádios Comunitárias

de Gurué, Mocuba e Maganja da Costa.

Em Quelimane colaboram com a Rádio Moçambique para difundir Programas so-bre os jovens. Já distribuíram também ma-teriais de comunicação e revistas, até nas zonas mais longínquas do Pais. No total 7 milhões de cópias destas revistas foram dis-tribuídas em 4 línguas locais, para a popu-lação entre 15 e 49 anos de idade.

AMME

È a Associação Moçambicana Mulher e Educação, cuja tarefa principal é de lutar para elevar o nível sócio-económico e cultural da mulher docente.

È membro da NAFEZAOs objectivos principais da AMME con-sistem em proporcionar as melhores for-mas de desenvolvimento pessoal e profis-sional, consciencializar a sociedade sobre a relevância da educação e da elevação do nível cultural das mulheres, encorajar as iniciativas no âmbito da educação que visem promover o estatuto cultural, social e económico da mulher, e formar uma rede de mulheres docentes.

Existem desde 1994, mas oficialmente só desde 1997.

Estão presentes em 7 Distritos da Província da Zambézia, e também em 4 Bairros da Ci-dade de Quelimane: Manhaua, (Sagrada) 17 de Setembro, Micajune e Sinacura.

Em Nicoadala estão actualmente iniciando actividades de sensibilização nas Escolas, visando reter as raparigas para continuar os estudos.

A sensibilização consiste em desenvolver actividades ligadas à educação da rapari-ga, prevenção do HIV/SIDA, violência con-tra rapariga na educação, abuso sexual, direitos das crianças e escolarização dos órfãos.

Promovem também actividades de forma-ção para professores, jovens activistas,seminários sobre educação comunitária para conselheiros das Escolas, líderes co-munitários, conselheiros de ritos de inicia-ção.

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AMUDZA

A AMUDZA é a Associação das Mulheres Domésticas da Zambézia. Tem a sua sede principal em Mocuba, e opera em todos os Distritos da Zambézia, com excepção de Chinde.

No Distrito de Nicoadala, em coordenação com a NAFEZA, implementa um projecto destinado a COVs e PLWHA. Tem 62 mem-bros, dos quais 20 formados como activis-tas para realizarem visitas domiciliárias aos doentes infectados e suas famílias, e registar as crianças órfãs e vulneráveis.

As crianças que estão ao cuidado de AMUDZA são 519, metade das quais são raparigas, e a Organização os tem apoiado no registo e integração escolar e na entre-ga de material escolar (cadernos, lápis, pas-tas, uniformes).

Eles tem várias iniciativas e alguns recursos que utilizam para apoiar o seu grupo alvo, dos quais um forno para produção e venda de pão, uma horta de plantas medicinais, onde produzem pomadas e xaropes des-tinadas a aliviar a situação das pessoas vi-vendo com HIV/SIDA.

Algumas senhoras membros da AMUD-ZA receberam formação sobre Medicina Verde, por um especialista do Conselho Cristão, baseado na Vila de Gúrue.

Costumam também produzir umas papas enriquecidas misturando vários cereais

(milho, farelo, amendoim, feijão) para dis-tribuir aos doentes.

Estes cereais são cultivados numa ma-chamba de 1 hectare que representa uma experiência de geração de rendimento e nisto tem tido o apoio técnico de um ex-tensionista da Direcção Distrital de Agricúl-tura.

Entre outras actividades previstas há a produção de pão e de carvão vegetal, mas estas actividades dependem do financia-mento do CIDA Canadá.

Do ponto de vista da informação e comuni-cação têm realizado palestras e teatro nas 6 comunidades de Licuari, isto é em: Nhan-quinta, Micajune, Nhanguo, Mussofani, Ba-timuziva, e Juleão.

Nas palestras tentam sensibilizar as pessoas para fazer o teste, e nas peças de teatro tentam chamar atenção sobre o estigma, ensinam como tratar os doentes graves e apelam ao uso do preservativo.

Têm participado também nalguns progra-mas radiofónicos da Radio Paz e RM em Quelimane.

Em Licuari só há 6 escolas primárias, e só a Escola 4 de Outubro tem até 8ª classe. Para ir à escola secundaria é preciso ir até Nicoadala, que dista 25 Km.

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Comunidade de JúliãoComunidadeBate MuzivaComunidade de MuzoaganeComunidade de NhaquintaComunidade de NhagãoComunidade de Micapine

Áreas/Comunidades

AMUDZA – NAFEZAAMUDZA - NAFEZAAMUDZA – NAFEZAAMUDZA – NAFEZAAMUDZA - NAFEZAAMUDZA - NAFEZA

Bairros de Quelimane

Áreas onde trabalha a AMUDZA/NAFEZA em Nicoadala - Licuari

No que diz respeito a Saúde, em Licuari só há um Centro de Saúde, com um enfer-meiro e uma parteira, e há PTV.

Para testagem e tratamento as pessoas têm que ir até Nicoadala, onde a capacidade é de 10 testes por dia.

NAMUALI

Esta associação dedica-se ao desenvolvi-mento da criança e à educação da rapari-ga.

Existem desde 2004, mas oficialmente a partir de 2007.

São também membros da NAFEZA.

Implementam actividades em Nicoadala, no Posto administrativo de Munhonha.

Têm tido pequenos financiamentos e es-tão limitados na implementação das ac-tividades, que consistem em fornecer ma-

terial escolar as crianças mais carenciadas, construir casas para crianças e famílias vul-neráveis (3 casas), e construir um clube ju-venil na EPC de Munhonha, que tem por enquanto até 7ª classe, sensibilizando os estudantes, a Escola e a Comunidade sobre HIV/SIDA.

Têm previsto a possibilidade de fornecer conhecimentos para a vida, e capacitação profissional a raparigas e rapazes dotando o clube juvenil de um centro de costura, de uma carpintaria, e de uma machamba, para cultivo de hortícolas. (para este pro-jecto falta ainda financiamento)

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Promovem trabalho de sensibilização através de 6 activistas (2 raparigas e 4 ra-pazes) para fortalecer a situação das ra-parigas envolvendo as matronas, os líderes tradicionais, o próprio Conselho da Escola, envolvendo os professores, o Director e o Director Pedagógico.

O problema é que faltam nas zonas rurais cantos de aconselhamento para os jovens, e particularmente para as raparigas, que enfrentam múltiplos problemas.

Nicoadala sendo uma zona corredor apre-senta altos riscos para os jovens.

ORGANIZAÇÕES DA ÁREA DA SAÚDE

VISÂO MUNDIAL

A Visão Mundial, que é uma ONG inter-nacional opera em 15 Distritos dos 17 da Zambézia e está a implementar 4 progra-mas nesta província:

- RITA- MOZARK- COACH- OVATA

O Projecto RITA tem como objectivo a redução do impacto da transmissão do HIV/SIDA.

Através da prevenção e mitigação e está sendo implementado em 13 Distritos da

Zambézia, incluindo Nicoadala.. Prestam serviços de aconselhamento e testagem, serviços de PTV, prevenção para OVCs, cuidados domiciliários para PLWHA e OVCs (alimentação, educação, protecção, direitos da criança).

A estratégia da Visão Mundial é de criar capacidades nas comunidades para que estas possam dar apoio a estes grupos, fornecendo capacitação para elas e os par-ceiros locais, mesmo em relação ao acesso aos fundos, e para geração de pequenos negócios.

As CCCs (Coligação de cuidados comuni-tários) são 205 no total e representam a estrutura básica, estando ao mesmo tempo inseridos nos CCs (Conselhos Comunitários de Saúde).

Existe uma parceria com a IRD (Interna-tional Relief Development) no âmbito da geração de rendimentos em Nicoadala e Mocuba, e com a AFORZA (ONG local es-pecializada em Capacity Building)

Para aumentar o acesso a ARV através do aumento das infra-estruturas, irão construir unidades sanitárias, garantir o transporte dos doentes, trabalhando em parceria com a Vanderbuilt e a Colúmbia, esta última para a distribuição do TARV.

Tem 350 activistas que realizam visitas de cuidados domiciliários, tendo uma média de 10 doentes cada.

O Projecto RITA tem também as compo-nentes IEC e BCC, utilizando programas

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radiofónicos, novelas (24 episódios em 3 línguas) e teatro.

O Projecto MOZARK esta mais virado para a prevenção, focando os jovens e os ado-lescentes. Existe em 15 Distritos da Zambe-zia, incluindo Nicoadala.

Iniciou com um enfoque de abstinência, mas este ano ampliaram para a componen-te de uso do preservativo.

Trabalham com grupos de pais e de jovens que por sua vez envolvem outros grupos de pais e de jovens, também trabalham nas escolas formando professores, num pro-grama denominado “Vila de Esperança” e usam a media como TV, grupos de escu-ta (5 grupos, entre os quais Quelimane e Nicoadala) spots radiofónicos. Nestes pro-gramas é incluída a componente género e as peças de teatro apresentam histórias de violência sexual pelo padrasto e pelo pro-fessor.

Em relação a Nicoadala, o RITA e o MO-ZARQ estão sediados em 4 localidades:

- Madal- Munhonha (onde se encontra Licuari)- Namacata - Nicoadala Sede

Madal tem um Centro de saúde e um Posto de saúde da Empresa Madal, mas não há PTV ou ATS.Em Nicoadala opera a FHI (Family Health International) que tem Programa de PTV e aconselhamento e testagem nas consultas pré-natais.

Na Cidade de Quelimane nos Bairros de Micajune, Chirangana, Santagua, Gogone, Floresta e Sangariveira Os Projectos RITA e MOZARQ têm CCs nos Bairros e realizam apresentações teatrais semanais.Cada Distrito tem o seu grupo de teatro, e o grupo de Nicoadala desloca-se pelas co-munidades acima referidas.Está próximo o lançamento da radio nove-la “O vento da vida”que irá abranger Queli-mane e Nicoadala, transmitida pela RM em línguas locais.

OVATA

Este Projecto implementa actividades que li-dam com aspectos de nutrição (dieta equili-brada e alimentação infantil) e segurança alimentar (stocks) em 10 Distritos, entre os quais Nicoadala.A VM trabalha com os conselhos comuni-tários e tem a componente de HIV/SIDA para o aconselhamento e promoção do preservativo.

COACH

Este Projecto apoia a implementação de actividades sobre a sobrevivência infantil, saúde materno-infantil, saúde sexual e re-productiva e malária e cólera.

Está sendo implementado em 14 Distritos

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em parceria com ADPP, ADRA e JHU.O enfoque deste Projecto é a prevenção, mas também apoia a evacuação dos doen-tes para as unidades sanitárias.

Já treinaram mais de 300 trabalhadores de saúde e está sendo implementado através das Direcções Distritais de saúde e dos Con-selhos Comunitários de saúde.

Os Conselhos possuem algumas activi-dades de rendimentos, como machambas, tanques para produção de peixe, criação de patos, etc.

FHI (Family Health Interna-tional)

È uma Organização Internacional Ameri-cana, que trabalha na área da prevenção e da mitigação.

O grupo alvo são as mulheres grávidas para as quais existe o Programa de PTV, mas também a população em geral à qual proporcionam atendimento para ATS; HBC; ITS TBC.

Estão presentes nos Distritos de Quelimane, Nicoadala, Mocuba, Mopeia, Inhassunge e Milange.

No que diz respeito a Quelimane, estão apoiando 5 unidades sanitárias, e em Nicoadala estão presentes em 3 unidades situadas em Nicoadala Sede, Licuari e Maquivale.

Em Quelimane e nos outros distritos forma-ram grupos de mães para mães, que são mulheres seropositivas, que aderiram ao tratamento ARV e que aconselham outras mães.

No Centro de Saúde 17 de Setembro forma-ram também um grupo de maridos, como experiência para ultrapassar obstáculos cul-turais, e promover o uso de preservativos.

Para a parte de prevenção tem um programa de BCC baseado em palestras, teatro e grupos de canto e dança. O teatro segue a orientação do teatro do oprimido do brasileiro Augusto Boal, envolvendo o público no desfecho das peças apresentadas.

A FHI contrata a partir de sub-grants grupos locais para realizar apresentações teatrais e de canto e dança nos Bairros, envolvendo a população na discussão de tema relacio-nados com o HIV/SIDA

No que diz respeito a mitigação, além da prevenção em transmissão vertical e do TARV, focam as actividades em proporcio-nar aos doentes Cuidados Domiciliários, graça a uma rede de activistas experimen-tados e pertencentes a ONGs locais, como é o caso da Associação Esperança, Amod-efa, Asseve.

A associação Esperança tem também ac-tividades de geração de rendimento para as pessoas vivendo com HIV/SIDA, como machamba, costura, arte, pintura.

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O programa de BCC esta tentando melhorar a difusão das mensagens, realizadas através da RM em Quelimane e da radio Comunitária de Mocuba, e através dos grupos de mães e das Promotoras de Saúde em Mocuba, um grupo de mulheres de formação religiosa muito influentes e activas nas comunidades à volta da Vila de Mocuba.

PROGRAMAS DE GERAÇÂO DE RENDIMENTO E MICROCRÉDITO

IRD (International Relief Development)

Esta organização tem implementado em parceria com a Visão Mundial, o Programa “Mulheres Primeiro” na Província de Inham-bane, no Sul de Moçambique, e a seguir o projecto foi expandido para a Província da Zambézia, onde tem tido mais de 400 par-ticipantes.

A IRD está a operar em Maputo, Inham-bane, Zambezia e Sofala, e tem a previsão de trabalhar também em Nampula.A filosofia do Programa tem sido que quando as mulheres são pobres, e não consegue comida para os filhos, podem procurar outros meios para sobreviver, a risco da própria saúde.

O programa de Mulheres Primeiro tenta fazer com que as mulheres particularmente a risco e que aderem ao Programa

consigam alguma segurança alimentar graças à possibilidade de apreender a realizar pequenos negócios e geração de rendimentos, ao mesmo tempo que adquirem noções sobre a saúde proporcionadas pelo mesmo Programa.

Na Província da Zambézia a IRD encontra-se em Namacurra e Nicoadala.

Em Nicoadala existem 7 grupos: 2 na localidade de Madal, 1 em Murrua, e 4 em Licuari, nomeadamente:- Julião (com um grupo de 18 mulheres)- Curungo (21 mulheres)- Iduine (22)- Munhacua (18)

A estratégia da IRD é de procurar parceiros distribuidores de produtos, de tipo alimen-tar (arroz, sardinhas, leite condensado) se-mentes, material escolar, capulanas, chine-los, pratos, copos, e material de limpeza (OMO, sabão, VIM, etc.) para vender de porta a porta, porque nos mercados não há muita possibilidade de venda. E a IRD responsabiliza-se pela distribuição.

Nas reuniões semanais sobre negócios as mulheres e os maridos, se querem participar, recebem uma explicação sobre Saúde, por exemplo sobre o funcionamento do corpo humano, usando metáforas para transmitir mais facilmente noções difíceis a pessoas analfabetas, para chegar a falar sobre o HIV/SIDA e outras doenças graves com mais naturalidade. Graça a esta metodologia, muitas mulheres têm pedido para refazer o teste de HIV.

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Quando uma mulher completa as 3 fases previstas na evolução dos negócios, isto é em media depois de um ano, recebe uma bicicleta, que lhe permite ampliar o raio dos seus negócios. Esta ONG tem tido um crescimento notável e está a expandir as suas actividades para outros Distritos

BANCO DAS OPORTUNIDADES

A Zambezia é uma Província onde as activi-dades de microcrédito nem sempre foram bem sucedidas, sobretudo na própria Ci-dade de Quelimane.

Mas parece que para o Banco das Opor-tunidades tem conseguido marcar a difer-ença.

Trata-se de um Banco que se encontra a funcionar em várias Províncias de Moçam-bique e que utiliza também unidades móveis.

Existe em Quelimane estando presente em todos os Bairros da Cidade, onde trabalham 9 técnicos de crédito. Em Nicoadala tam-bém tem um técnico fixo, na Sede.

O princípio deste Banco é de poder atender as pessoas que não tem acesso aos Bancos formais, e que não tem capacidade para preencher fichas, cumprir com a burocra-cia que os Bancos exigem.

Eles pertenciam a CARE, ao Projecto Cresce, e estavam presentes em Quelimane e Mo-

cuba. Constituíram-se como Banco das Oportunidades em 2005.

Os clientes são na maioria homens, mas a percentagem das mulheres pode chegar a ser de 49%, dependendo dos períodos do ano. De facto as mulheres adquirem crédi-tos para utilizar na compra-venda de hortí-colas, peixe, venda de roupa, sapatos, en-quanto os homens praticam mais comércio de carvão.

O empréstimo mínimo é actualmente de 1.200 MT, enquanto no início era de 500 MT e a taxa praticada é de 5,5 %.

No que diz respeito ao crédito mal parado a percentagem é de cerca de 7%.

Tem a previsão de se expandir proximamente para os Distritos de Namacurra e de Maganja da Costa.

A Província de Manica é o sítio onde este Banco tem tido um sucesso marcante.

OUTRAS ORGANIZAÇÕES DA ÁREA SOCIAL

LIGA DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS

È uma ONG humanitária que promove e defende as crianças de 0 a 18 anos de idade, e que existe desde 1999, embora tenha sido legalizada só em 2004.

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Advocacia e assistência às crianças em situ-ação vulnerável são os principais objectivos desta organização.

Trabalham em colaboração com os Conselhos Consultivos Distritais, a Procuradoria, o Tribunal Provincial, e a Policia.

Tentam consciencializar as comunidades sobre os direitos das crianças, por exemplo ,em relação a herança sobretudo em caso de morte do pai.

Tem capacitado policiais, juízes, trabalhado com os Tribunais Distritais.

Estão presentes a nível de toda a Província da Zambézia.

SAVE THE CHILDREN

Esta Organização internacional opera nos Distritos de Morrumbala e de Mopeia.

Implementam Programas ligados ao HIV, educação, emergência (nas zonas de alto risco), e de segurança alimentar e nutricio-nal.

No caso do HIV/SIDA tem actividades de Cuidados Domiciliários, para os COVs, e apoio aos Comités Comunitários.

Em relação às crianças órfãs têm utilizado a metodologia dos livros de memórias, e uma intervenção de tipo holístico, através do trabalho com os Comités Comunitários.Em parceria com as Direcções Distritais in-tervêm em 20 escolas, e tem o projecto de construção de 4 escolas nas zonas de reas-sentamento.

Cada ano realizam uma feira de educação para as crianças órfãs.

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64

Existem muitas actividades desenvolvidas pelos vários intervenientes na Província da Zambézia.Contudo, parece que faltam:- Coordenação- Partilha de informação- Liderança

Muitas ONGs locais e estrangeiras imple-mentam actividades sectorializadas, e dis-persas.

Só a Visão Mundial parece ter um papel mais abrangente e ao mesmo tempo com-pacto, embora as áreas abrangidas pela implementação dos Projectos sejam muito amplas e de não fácil monitoramento.

No que diz respeito aos objectivos que este exercício de Mapeamento pretendia, podemos referir que não encontramos as condições ideais que inicialmente procurá-vamos.

Tivemos que fazer escolhas a prior devido a extensão do território, devendo se o facto de que muitos Projectos se encontram nos Distritos, bastante longe da Cidade de Quelimane, e que é raro encontrar Projectos da área da Educação, Saúde e Geração de rendimento e microcrédito que estejam interligados ou que sejam geograficamente próximos.

Em relação à componente de melhoria das condições de vida e empoderamento financeiro, a Província de Nampula apresenta exemplos mais bem sucedidos

do que da Província da Zambézia. A história destas experiências, sobretudo na Cidade de Quelimane não é positiva, devido ao prejuízo que muitas organizações tiveram na reposição dos créditos concedidos, ou créditos malparados. Contudo, há organizações que estão actualmente promovendo estratégias alternativas para promover esta componente, como é o caso do Banco das Oportunidades. No caso da Visão Mundial e da ONG parceira IRD, o Projecto Mulheres Primeiro está em franca e positiva expansão no Distrito de Nicoadala.

Também encontramos nestas localidades várias actividades implementadas por várias organizações, algumas das quais lo-cais, que focam as mulheres e o HIV/SIDA.Na Zambézia permanecem muitos obstácu-los de tipo cultural á consciencialização do risco de ficar infectados pelo HIV/SIDA. Al-gumas pessoas ainda acreditam numa in-terpretação tradicional desta doença, isto é, como sendo um feitiço, devido aos maus olhares ou a rivalidades, inveja, etc. Outras acham que os preservativos, estejam eles próprios infectados, e isto aumenta a re-sistência que existe acerca do uso dos con-doms.

Mas a dimensão mais preocupante tem a que ver com a impossibilidade das mulheres poderem negociar com os homens as rela-ções sexuais. A identidade sexual da mul-her depende quase totalmente da imagem que a sociedade e os homens projectam

2.9 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

65

nelas, das expectativas que eles tem para com as mulheres, e a sociedade condena as mulheres que não respeitem os padrões estabelecidos.

Os ritos de iniciação de facto, apresentados na sua formula mais moderna, e se bem prodigados, poderiam representar uma alternativa valida e contribuir a mudan-ças constructivas, mantendo-se ao mesmo tempo dentro da tradição.

Alguma organizações tem timidamente procurado trabalhar nesta perspectiva, mas falta-lhe segurança e conhecimentos sóli-dos na área do HIV/SIDA, para conseguir uma dinâmica sincrética que funcione. Associações como AMME e Nafeza tem ten-tado abordagens neste sentido,e tem uma forte credibilidade no terreno. Há aqui uma potencialidade que poderia ser fortalecida e exprimida num trabalho de tipo comuni-tário.

Um dos objectivos do Mapeamento tin-ha sido também de individuar uma ONG “umbrella”. Para a Província da Zambézia a Visão Mundial é sem dúvida a organiza-ção que apresenta melhores requisitos para este papel, além de que o trabalho desempenhado pelos Projectos Mozark e Rita, aproxima-se e até se identificam com alguns dos nossos objectivos.

Para a área da comunicação foram individ-ualizados também vários aspectos como sendo acções prioritárias. Constatamos que devido as altas taxas de vulnerabilidade ex-istentes, é preciso accionar um programa que fale exclusivamente da prevenção da

rapariga em situação vulnerável. Esse pro-grama terá que ter em conta os factores culturais, e prever por exemplo a formação de algumas matronas, as mais influentes re-sponsáveis pelos ritos de iniciação, profes-sores, lideranças locais e a comunidade no geral.

Será importante unir e coordenar os gru-pos influentes pertencentes aos parceiros para alinharem no mesmo diapasão. Isto é possível capacitando e munindo esses grupos de uma estratégia de comunicação comum para que seja eficiente e eficaz. Os grupos devem-se sentir parceiros e irmãos da mesma causa.

A língua joga também um papel inques-tionável no sucesso da comunicação inter-pessoal e estratégica. Dai que, o CCP-JHU tem que ter certeza de que os interve-nientes que vão trabalhar directamente com a comunidade, principalmente nas zo-nas rurais, terão domínio da língua local e conhecimentos básicos da cultura, hábitos e costumes das comunidades em que estão a trabalhar.

Outras actividades que deveriam ser pro-movidas:

- Criar e activar os jornais de parede (com material convencional) e road shows (cara-vanas e jornadas móveis) nas escolas, lares de estudantes e outros centros de grande aglomeração. Será oportuno trabalhar com os parceiros locais, a comunidade e, principalmente, a comunicação social nas próprias comunidades.

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- Criar, activar e solidificar as relações entre os Conselhos Comunitários, Conselhos de Escolas e as lideranças locais a todos os níveis. Para que isto aconteça será preciso envolver, motivar e formar os activistas já existentes acerca de estratégias de mobi-lização comunitária

- Trabalhar com as Casas de Vídeo para apresentar vídeos educativos sobre a problemática do HIV e SIDA. É nesses lugares onde a maior parte dos jovens aprende algo sobre a vida sexual, principalmente nas zonas rurais. Esta iniciativa já foi implementada pela NAFEZA em Inhassunge, segundo o seu Responsável de Informação e Comunicação. A NAFEZA trabalhou também nos centros de

reassentamento das cheias na Zambézia onde fazia aconselhamentos às raparigas adolescentes a não se envolverem sexualmente com os colaboradores das organizações e/ou lideres locais que garantiam alimentação ou outros bens às populações. Envolver as lideranças legítimas locais e a comunidade no geral passa por consciencializar os proprietários dessas casas de que é importante e oportuno transmitir esses vídeos de carácter educativo nas horas de intervalo, incluindo à noite.

Será fundamental fortalecer o trabalho positivo que algumas organizações já estão implementando, através de uma parceria com o Projecto de GIGV.

Bairro AeroportoBairro ManhauaBairro MicajuneBairro 17 de SetembroBairros de confrontação:Bairro de CoalaneBairro Brandão

ZONA URBANA (Quelimane)

Bairro de Nicoadala SedeBairro de Munonha SedeBairro de LicuariBairro de JuliãoBairros de Confrontação:Mairro NamacataBairro Maquival

ZONA RURAL (Nicoadala)

COMUNIDADES SELECIONADAS

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Zona Urbana

Comunidade do Aeroporto

Habitantes

3.385

Raparigas: 406.2

Educação

EPC de Manhaua

Saúde

Clínica 2 da Colúmbia :Aconselham. e TestagemTARV

FHI : prevenção em transmissão vertical (PTV)

HBC: CBOs : Esperança, Aliança

Microfinanças

Banco das Oportunidades

(microcrédito)

NOTA: ZIP significa Zona de influencia pedagógica e significa que a escola sede da ZIP tem o papel de supervisar as outras escolas pertencentes a sua área.Utilizamos a sigla HBC para indicar Cuidados Domiciliários e a sigla PTV para Prevenção em Transmissão Vertical

ONGs/CBOs

N´Weti: jovens dentro da escola, HIV/SIDAGeração BIZ: jovens den-tro e fora da escola

Visão MundialProjecto Mozark: jovens, pais,professores,comunidade (CCCs)

MONASO: grupos de canto e dança, teatro

AMME: retenção da raparigas dentro e fora da escola, madrinhas de ritos/iniciação

INAS: assist. aos orfãos

Orfanato Casa Família: orfãosOrfanato Casa Esperança:orfãos

68

Comunidade 17 de Setembro

Habitantes

3.361

Raparigas:403.3

Educação

EPC 17 de SetembroEPC Unidade PopularEPC Samora Machel

Saúde

Clínica 1 eClínica 2 da Colúmbia : Aconselh. e Testagem, TARV, SAAJ

Colúmbia, FHI

HBC: CBOs: Esperança, Aliança

Microfinanças

Banco das Oportunidades

(microcrédito)

ONGs/CBOs

Visão Mundial:Projecto Mozark: jovens, pais,professores,comunidade (CCCs)

Geração BIZ: jovens den-tro e fora da escola

MONASO:grupos de canto e dança, teatroAMME:retenção da raparigas dentro e fora da escola, madrinhas de ritos/iniciação

INAS:assist. aos órfãosCasa Família: orfãos

NOTA: Neste Bairro estão situadas 3 EPCs que servem os Bairros vizinhos também.

69

Comunidade Manhaua A

Habitantes

8.566

Raparigas:1.028

Educação

EPC de Manhaua

Saúde

Clínica 1 da Colúmbia: Aconselh. e Testagem, TARVColúmbia, FHI

Microfinanças

Banco das Opor tunidades

(microcrédito)

ONGs/CBOs

Visão Mundial:Projecto Mozark: jovens,pais,professores,comunidade (CCCs)

AMME:retenção da raparigas dentro e fora da escola, madrinhas de ritos/inicia-çãoMONASO:grupos de canto e dança, teatro

Liga Direitos da Criança : colaboração com as instituições de tutela e as comunidades

Geração BIZ :jovens dentro e fora da escola

70

Comunidade de Micajune

Habitantes

4.406

Raparigas: 528.7

Educação

EPC Micajune

Saúde

Clínica 1 eClínica 2 daColúmbia, Aconselham., Testagem, POH, PTV, TARV, SAAJ

FHI : PTV

HBC: CBOs Esperança, Aliança

Microfinanças

Banco das Opor tunidades

(microcrédito)

ONGs/CBOs

Visão Mundial:Projecto Mozark: jovens,pais,professores,comunidade (CCCs)

MONASO :grupos de canto e dança, teatroAMME :retenção da raparigas dentro e fora da escola

Liga Direitos da Criança : colaboração com as instituições de tutela e as comunidades

Geração BIZ :jovens dentro e fora da escola

Geração BIZ :jovens dentro e fora da escola

INAS : assist. aos orfãos

71

Comunidades de confrontação:

Comunidade de Brandão

Habitantes

5.508

Raparigas:661

Educação

EPC Micajune

Saúde

Clínica 1 eClínica 2 da Colúmbia :Aconselh. e Testagem, ITS, TARV

FHI : PTV

HBC: CBOs Esperança, Aliança

ONGs/CBOs

Visão Mundial:Projecto Mozark: jovens,pais,professores,comunidade (CCCs)

MONASO:grupos de canto e dança, teatroICS: Instituto de Com. Social

INAS : assist. aos orfãos

Geração BIZ :jovens dentro e fora da escola

Microfinanças

Banco das

Oportunidades (microfinanças)

72

Comunidade de Coalane

Saúde

Centro de Saúde : Aconselh. e testagem, ITS, PTV, TARV,SAAJ(jovens)

HBC: CBO Esperança

Microfinanças

Banco das Opor-tunidades

(microfinanças)

ONGs/CBOs

Visão Mundial:Projecto Mozark: jovens,

pais,professores,comunidade (CCCs)MONASO :grupos de canto e dança,

teatro

INAS : assist. aos órfãos

Habitantes

3.054

Raparigas:366.5

Educação

EPC de Coalane

NOTA: Todas estas comunidades tem acesso a Instituições do Governo, entre as quais o Hospital Provincial e outras EPCs, assim como a outras ONGs situadas na cidade de Queli-mane,

73

Comunidade de Nicoadala Sede

Saúde

Hospital de Nicoadala :Aconselh. e Testagem, TARV, PTV, SAAJColúmbia:TARV

HBC: Amodefa

FHI : PTV

Microfinanças

Banco das Oportunidades(microcrédito)IRD(microcrédito)Projecto Mulheres Primeiro

ONGs/CBOs

Visão Mundial: Ovata (Nutrição), Rita (Órfãos)Projecto Mozark :jovens, pais,professores,comunidade (CCCs)e canto e dança, teatro

Geração BIZ :jovens dentro e fora da escola

AMME :retenção da raparigas dentro e fora da escola, madrinhas de ritos/inicia-ção

Habitantes

90.658

Raparigas:10.868

Educação

EPC 25 de Junho(Sede de ZIP)EPC Eduardo MondlaneEPC de Moloquiua

Sede de ZIP

NOTA: Para o Bairro de Nicoadala Sede e os outros também, não foi possível obter os da-dos específicos, assim os dados apresentados indicam a população de todo o Posto Admin-istrativo. Os dados relativos às raparigas referem-se ao grupo etário entre 10 e 19 anos, e foram calculados segundo as estimativas do INE de 2005.Comunidade de Munhonha Sede

74

Saúde

Centro de Saúde de amoro: Aconselh. e Testagem, PTVColúmbia: TARV

FHI : PTV

HBC : AMODEFA

Microfinanças

Banco das Oportunidades(microcrédito)IRD(microcrédito)ProjectoMulheres Primeiro

ONGs/CBOs

Visão Mundial: Rita (Ór-fãos)Projecto Mozark :jovens, pais,professores,comunidade (CCCs)

INAS: assist. aos órfãos

AMME :retenção das raparigas dentro e fora da escola, madrinhas de ritos/inicia-ção

Habitantes

24.766

Raparigas:2.972

Educação

EPC de Munhonha

Comunidade de Munhonha Sede

75

Comunidade de Licuari

Saúde

Centro de saúde de licuari:PTV, ITS, SAAJ

HBC : AMODEFA

Microfinanças

Banco das Oportunidades(microcrédito)IRD(microcrédito)Projecto Mulheres Primeiro

ONGs/CBOs

Visão Mundial:Projecto Mozarkjovens, pais,professores,comunidade (CCCs)

AMME :

NAFEZA : género, mobi-liz. comunit., defesa dos direitos da mulher/rapari-gas

INAS : assist. aos órfãos

Habitantes

7.002

Raparigas:840

Educação

Escola 4 e Outubro (até 8ª classe)

Saúde

Centro de saúdede Licuari : PTV. ITS

Microfinanças

Banco das Opor-tunidades(microcrédito)IRD(microcrédito)Projecto Mulheres Primeiro

ONGs/CBOs

Visão Mundial :Projecto Mozarkjovens, pais,professores,comunidade (CCCs)

NAFEZA : género, mobiliz. comunit., defesa dos direitos da mulher/raparigas

Habitantes

1.179

Raparigas:141.5

Educação

Epc2 ate 6aEPC de Licuari

Comunidade de Julião

76

Saúde

Centro de saúde: aconselhamento, e testagem, ITS, TARV

Colúmbia: PTV

Microfinanças

Bando das Oportunidades(microcrédito)

Habitantes

28.082

Raparigas:3.370

Educação

EPC de Nicoadala Sede

Comunidades de confrontação

Bairro Namacata

ONGs/CBOs

Mozark: jovens, pais,professores,comunidade (CCCs)

Saúde

Centro de saúde:aconselhamento, e testagem, ITS, TARV, SAAJ

HBC : AMODEFA

Microfinanças

Banco das Oportunidades(microcrédito)

ONGs/CBOs

Geração BIZ :jovens dentro e fora da escola

Habitantes

35.030

Raparigas:4.203

Educação

EPC de Maquival SedeEPC de MucocolaEPC de Golongone

BC.:Amodefa

Bairro Maquival

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TERCEIRA PARTE

3. 0 PROVÍNCIA DE NAMPULA

NAMPULA é uma Província do Norte de Moçambique com a área de 81.606 km2 com população geral de 4.076.642 habitantes.

Faz fronteira ao Norte com a província de Cabo Delgado através do rio Lúrio, ao Sul com a Província da Zambézia através do rio Ligonha, ao Este a Província de Niassa também através do rio Lúrio, sendo na parte Oeste banhada pelo Oceano Índico.

Nampula foi uma das províncias mais afectadas pela última guerra civil, que causou muitas consequências negativas tanto sociais como económicas.

Estes contribuíram sobremaneira com a migração das populações das comunidades rurais para as áreas urbanas, tendo causado nestes últimos anos um maior índice de desemprego e de vulnerabilidade na camada jovem, seja a nível urbano, como a nível rural.

O crescimento económico-social iniciou apenas dois anos depois da guerra. Os sistemas de educação foram-se expandindo, os meios de comunicação cresceram porque as vias de acesso já estavam abertas nas comunidades aumentando a circulação

de pessoas e de bens. As potencialidades económicas desta Província atraem investimentos diáriamente.

Mas as calamidades naturais (ciclones) e secas trazem também anualmente um impacto negativo, sobretudo na região costeira, e são frequentes ao longo do ano, particularmente no mês de Fevereiro.

Esta Província caracteriza-se também pela forte presença do Islamismo, sobretudo em Nampula, onde existe uma Universidade Islâmica e uma Radio, Radio Haq (=Verdade) e nas zonas do litoral como Mussúril, Nacala, Ilha de Moçambique, Angoche.

Trata-se de uma Província que carrega uma herança histórica importante, pois a Ilha de Moçambique foi a primeira capital da Colonia Ultramarina de Moçambique, e um lugar onde chegavam e saíam os navios para o comércio de escravos, de ouro e de marfim.

Os navios árabes chegaram bem antes dos Portugueses até a província de Sofala, trazendo possibilidades comerciais, o Islamismo, e causando fortes conflitos entre as linhagens do interior e as da costa, por causa do comércio de escravos.

INICIATIVA DO GENERO PARA RAPARIGAS VULNERAVEIS RELATORIO DE MAPEAMENTO

78

Mapa linguístico de Moçambique

A situação de crescimento é ainda frágil, e muito é preciso fazer para melhorar as condições de vida da população des-ta Província, como podemos ver pelos seguintes dados:Taxa de analfabetismo, 69%Taxa de natalidade (por 100) 42.3Taxa de mortalidade infantil (por 1000) 150.0Taxa de mortalidade (por 1000) 20.3

A língua mais falada e o Makhwa, existindo diferenças conforme as várias divisões étnicas.No Mapa que segue pode-se reparar na existência de muitas línguas em Moçambique, e, particularmente nas zonas de nosso interesse será possível distinguir os grupos linguísticos segundo a distribuição geográfica.

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DIVISÃO ADMINISTRATIVA DA PROVÍNCIA DE NAMPULA

DISTRITOS E SEUS HABITANTES POR SEXO

DISTRITO TOTAL DE HOMENS MULHERES INDICE DE

HABITANTES MASCULINIDADE

Angoche 277.412 135.819 141.593 96.3Erate 259.660 123.319 136.341 92.8Ilha de Moç 48.839 23.502 25.337 98.6Lalawa 73.917 36.697 37.220 98.6Malema 169.034 82.013 87.021 94.2Meconta 157.814 77.578 80.236 96.7Mecuburi 181.430 92372 89.058 103.7Memba 234.999 112.388 122.611 91.7Moginqual 131.561 64.473 67.088 96.1Mogovolas 273.306 133.021 140.285 94.8Moma 329.181 163.201 165.980 98.3Monapo 305.221 148.783 156.438 95.1Mossuril 117.082 56.757 60.325 94.8Mwecate 95.386 46.638 48.748 95.7Murrupula 143.162 69.810 73352 95,2Nacala Porto 207.894 102066 105828 96.4Nacala Velha 89.336 43.398 45.938 94.5Nacaroa 108.342 52.074 56.268 92.2Nampula Rapale 209.046 102.592 106.454 96.2Ribawe 186.120 91.238 94.882 92.2Nampula Cidade 477.900 242.149 235.622 102.8

TOTAL 4.076.642 1.999.958 2.076.684 96.3

80

3.1 NAMPULA CIDADE

Esta Província caracteriza-se também pela forte presença do Islamismo, sobretudo em Nampula, onde existe uma Universidade Islâmica e uma Radio, Radio Haq (=Verdade) e nas zonas do litoral como Mussúril, Nacala, Ilha de Moçambique, Angoche.

Embora a prevalência não seja tão alta na província de Nampula como em outras, todavia as previsões apontam para um alto crescimento das novas infecções, sobretudo na camada jovem, podendo chegar a 15% em 2009/2010.

Segundo o estudo IDS 2003 e o MISAU a idade de 15 anos é indicada como sendo a idade mediana de início das relações sexuais,

mas é mais baixa nas areas rurais. Para a Província de Nampula os ritos de iniciação são apontados como uma das causas de início prematuro das relações sexuais, assim como de casamentos prematuros e gravidezes precoces. Nesta província assim como na província da Zambézia, a taxa de abandono escolar é alta entre as raparigas, agravando a sua vulnerabilidade, sendo a taxa de analfabetismo de 69%.

A cidade de Nampula tem 477.900 ha-bitantes, dos quais 242.149 homens e 235.622 mulheres.

A língua mais falada e o Makhwa, existindo diferenças conforme as várias divisões étnicas.

81

Dados Actualizados Sobre nº de Habitantes da Cidade de Nam-pula por Bairro e Sexo

Posto Administrativo Bairro Homens Mulheres Total

1º de Maio 1.588 952 2.540 25 de Setembro 846 856 1.702

Central Bairro de Liberdade 1.011 980 1.991 Bairro dos Limoeiros 1.649 1.645 3.294 Bairro Militar 3.279 2.732 6.011 Sub-Total 8.373 7.165 15.538

Bairro de Muhala 30.157 29.889 60.046 Muhala Bairro de Muahivire 24.426 24.165 48.591 Bairro de Namutequeliua 22.473 21.769 44.242 Sub-Total 77.056 75.823 152.879

Bairro de Muatala 23.183 22.224 45.407 Muatala Bairro Mutauanha 31.976 31.617 63.593 Sub-Total 55.159 53.841 109.000

Bairro de Napipine 20.008 19.238 39.246 Napipine Bairro de Carrupeia 24.086 22.969 47.055 Sub-Total 44.094 42.207 86.301

Bairro de Namicopo 25.807 25.120 50.927 Namicopo Bairro de Muatava Rex 4.961 4.817 9.778 Sub-Total 30.768 29.937 60.705

Bairro de Natikiri 9.077 9.237 18.314 Natikiri Bairro de Murrapaniua 13.944 13.793 27.737 Bairro de Marrere 2.613 2.612 5.225 Sub-Total 25.634 25.642 51.276

Total 241.084 234.615 475.699

82

3.2 EDUCAÇÂO

Associações que trabalham em parceria com a Direcção de Educação da Cidade de Nampula:

a) Conselho Provincial de Juventude e Desportob) Geração BIZ.c) CONCERN.d) OPHAVELA.e) ARO JUVENILf) UDEBA

Como sabemos existem sérios problemas de desistência dos alunos na Província de Nam-pula, sobretudo no que diz respeito as raparigas.

Sobre o número de desistên-cias de alunos e alunas na província, a DPEC justificou que os dados ainda não tinham sido enviados pelos distritos, entretanto, dados relativos a cidade de Nam-pula, datados de 11 de Julho de 2008 apresentam o seguinte quadro:

83

ESCOLASDA CIDADE DE NAMPULA

TIPO DE ESCOLAS

Nº DE ALUNOS NÚMERO DE MATRICULADOS DESISTÊNCIAS MENINAS RAPAZES TOTAL MENINAS RAPAZES TOTAL

EP1 PÚBLICAS 43.357 40.711 84.068 323 351 674EPC PÚBLICAS 11.764 12.168 23.932 50 61 111EP1 PARTICULARES 1.348 961 2.309 60 22 82EPC PARTICULARES 134 259 393 4 1 5TOTAL 448.603 54.099 110.702 437 435 72

Foram apontadas como principais causas para as raparigas:

▫ Prática de negócios para a sobrevivência da família;

▫ Casamentos prematuros;▫ Mudança de residência dos pais e encar-

regados de Educação;▫ Longas distâncias percorridas pelas meni-

nas, na maioria dos casos.

A nível do Ministério da Educação e em colaboração com a DANIDA, entre outros Programas, foi elaborada uma Metodolo-gia participativa sobre HIV/SIDA denomi-nada “Pacote Básico”.

Em relação a este Programa do Pacote Básico nas Escolas, destinado a capacitar os professores sobre o HIV/SIDA, no ano de 2006 houve a iniciativa de se implementar este programa em todas as escolas, com os fundos de Apoio Directo às Escolas (ADE). Entretanto, do ano seguinte para cá, a iniciativa revelou-se insustentável por

falta de financiamento. Verificou-se que em algumas escolas, mesmo com orçamento disponível para kits de primeiros socorros ou de limpeza, as lideranças dessas escolas não se mostraram suficientemente preocupados com relação a higiene dos recintos escolares, como por exemplo, as casas de banho, etc. Actualmente há tentativas no sentido de reactivar acções nestas chamadas áreas transversais.

Parece haver falta de dinamismo ao nível das direcções e das lideranças escolares. A nossa fonte realçou notar-se um grande desleixo, já que, mesmo com algum orça-mento para este pacote, nada funciona. Também, foi apontada a falta de coordena-ção funcional ao nível dos SEJT da Cidade, não há supervisão nem visitas de terreno, a não ser trabalhos de gabinete. Faltam ori-entações vindas das instâncias superiores distritais ou da cidade, faltam capacitações entre outros incentivos.

84

Dentre os parceiros que os SEJT da Cidade conta neste projecto, embora com deficiên-cia de coordenação e persistência de tra-balhos paralelos, actualmente, ficou a Soli-dariedade Zambézia, uma ONG nacional que trabalha no levantamento do número de raparigas grávidas e sensibilização con-tra a violência doméstica. A CONCERN que durante o ano passado interveio na capaci-tação sobre o funcionamento dos órgãos do conselho de escola, está a despedir-se depois de ter deixado em todas as ZIP’s equipamento audiovisual e geradores de corrente eléctrica para a difusão das men-sagens.

Decorrem através do Núcleo de Apoio à Rapariga acções de sensibilização das ra-parigas contra abuso sexual e contra o HIV/SIDA, em 12 escolas, levadas a cabo pela Nivenyee em parceria com a Solidariedade Zambézia. A Associação dos Desportos, por sua vez, em parceria com a Solidariedade Zambézia, promove o projecto Desporto e Saúde Escolar, designado “Criança o nos-so futuro”.

Outros projectos em curso em Nampula são Geração Biz; Liderança e mediação de conflitos ao nível das escolas; Futuro 21 (DPJD); Clube da Rapariga (Escola Se-cundária de Nampula).

Em todas as escolas foram estabelecidos Conselhos de escola para permitir a inter-actividade entre os estabelecimentos de ensino e a comunidade local, servindo de espaço para a reflexão sobre assuntos que preocupam ambas as partes.

Os bairros em que realizamos a pesquisa apresentam as seguintes escolas que têm Conselhos de escola em pleno funciona-mento:O Bairro de Muhala tem 3 Conselhos de Escola

▫ EPC do Belenenses;▫ EPC de Namuatto;▫ Escola Secundária 12 de Outubro

O de Muahivire possui 1, o Conselho de escola de EPC da Serra da Mesa, enquan-to, no bairro de Muatala, as escolas com Conselho são:

▫ EPC de Muatala▫ EPC de Cossore▫ EPC e Secundária de Maparra▫ EP1 de Khanloca▫ EP1 de Namicopo B

Nestes encontros consultivos focam-se dentre vários assuntos, as desistências dos jovens, gravidezes precoces entre as raparigas em idade escolar, assim como se promove-se a reflexão sobre o que fazer para minimizar estes cenários no seio dos jovens. Além dos pais/encarregados de educação, participam nos encontros os próprios alunos, mas ainda não se equacionou a possibilidade de os Conselhos reunirem apenas com os jovens sem a presença dos pais, apesar de ser uma ideia muito boa e promissora, pois seria uma oportunidade para que esta camada olhe para o seu futuro com cuidado, e mais responsábilidade. Nas duas ZIP’s do bairro de Muatala existem centros de recurso.

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TABELA DE ESCOLAS COM CONSELHOS DE ESCOLA FUNCIONAIS

Nome e Categoria da Escola Bairro em que se Localizam

Escola Secundária de Nampula Bairro dos BombeirosEscola Industrial e Comercial 3 de Fevereiro Bairro dos BombeirosEscola Secundária 12 de Outubro Bairro de MuhalaEP1 de Napipine Bairro de NapipineEscola Secundária de Murapaniua Bairro de MurapaniuaEscola Clave do Sol Bairro dos LimoeirosEscola Secundária de Namicopo Bairro de NamicopoEPC de Namicopo Bairro de NamicopoEPC da Barragem Bairro de CarrupeiaEPC de Mutauanha Bairro de MutauanhaEscola Secundária de Muatala Bairro de MuatalaEscola Secundária de Teacane Bairro de NatikiriEscola Secundária da Texmoque Bairro de CarrupeiaEPC de Carrupeia Bairro de CarrupeiaEPC da Serra da Mesa Bairro de Muahivire

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3.4 SAÙDE

Cidade de Nampula

- Hospital geral de Marrere – com atenção especial por ser ao tratamento da Tuber-culose, TAR e medicina geral, e pequenas cirurgias.

- Centro de saúde 25 de Setembro.- Centro de saúde 1º de Maio - Centro de saúde Novo de Muhala Expansão.

Estes três centros estão reforçados pelos seguintes postos de saúde:

Posto de saúde de Namicopo,Namutequeliua

Posto de saúde Hospital Militar.

Posto de Saúde de Napipine.

Posto de saúde anexo ao Hospitalpsiquiátrico.

A cidade conta também com a presença do Hospital Central de Nampula e mais 2 Clíni-cas Privadas.-Clínica Boa Saúde.-Clínica de Muahivire.

Tipo de actividades – Unidade de saúde Hospital geral de Marrere TARV T.B, PTVC. Saúde 25 de Setembro TAR PTVC. Saúde 1º de Maio PTV C. Saúde Muhala Expansão PTV H. Central de Nampula TAR PTV

87

88

Nº deOrdem

01

02

03

04

05

0607

08

09

10

11

12

13

Número de Associações

Associações das Mulheres Rurais(AMR)

Associação das Mulheres de Alivio à Pobreza (AMAP)Associação de Mulheres e Comunicação SocialAssociação de Mulheres ViúvasAssociação Moçambicana das Mulheres de Carreira JurídicaCaixa das Mulheres OMM

Associação Wakuveia (Cauana)Ministério das Mulheres de VirtudeNúcleo das Mulheres Portadoras de DeficiênciaAssociação de Mulheres com Visão

Associação das Mulheres para o Apoio da Rapariga

Núcleo das Mulheres Antigo Combatentes

Actividades

Apoio a mulher rural no seu desenvolvimento agro-pecuário.Agro-pecuária, Moageira.

Formações diversas, corte e costura.Corte – costura e alfabetização

Defesa dos direitos da mulher, justiça para todos.Crédito e poupança. Projecto de Moageira e 6 Projectos de costura.Crédito e poupança.

Corte – costura.

Diversas capacitações tais como: na área de Género; Associativismo; Liderança; Aprendizagem de informática e Inglês.Alfabetização, Olaria, Corte – Costura, Culinária, Estampa-gem, Extensão rural. Abertura de machamba

Associações de Mulheres na Cidade de Nampula

89

Associações de Mulheres na Cidade de Nampula

Área que ocupa

Mecubúri, Rapale e Moma

Nampula – cidade

Nampula – cidade

Nampula – cidade

Nampula – cidade

Nampula – cidadeNampula – cidade

Nampula – cidade

Nampula – cidade

Nampula – cidade

Nampula – cidade

Nampula – cidade

Nampula – cidade

Grupo alvo

Mulher rural

Mulheres e Homens

Mulheres

Mulheres

Mulheres

Mulheres Mulheres

Mulheres e Homens

Mulheres e Homens

Mulheres

Mulheres

Raparigas

Mulheres

H

0

6

0

0

0

0103

75

06

0

0

03

0

M

400

40

24

23

70

1727

33

20

45

30

27

20

Total associados

400

46

24

23

70

1830

108

26

45

30

30

20

90

Nome da Associação

Associação Desafio de Jovens (ACAMO) União dos Naturais e Amigos de Ocua Associação de Jovens Decididos ADECOMOA – Organização nãogovernamentalOKHELA VAMOZAPROCUIDA OLIPIHENEOS DESEJOS Interesse Banda Desenhada Associação – ACABEAssociação – ASOPWAXI Associação Ajudiana

Local

MuatalaNamicopoNapipineMemória – Namicopo MurrapaniuaMuatalaNamutekeliua MuhalaMuseu Muatala MuatalaNatikiriNamicopo

Contacto

826729540/Óscar Mustafa

828951480/Maekance825480866826973430 Lopes Aquino 824074045/José Mucovete 826610040/Estêvão Morais 827615030/Januário Hibraimo826616010/Aristides de Castro824385740/Justino

824350560/Melito Elias

Em Nampula Cidade existem:

ASSOCIAÇÕES de JOVENS

A maior parte das actividades ligadas aos jovens e às raparigas, serão coordenadas entre a Direcção de Juventude e Desporto e a Geração BIZ nas escolas. Contudo, o Projecto acaba de iniciar e apenas realizou a formação de activistas com as seguintes carateristicas: – Jovens formados em saúde sexual e re-

produtiva de adolescentes. – Activistas em juventude.– Activistas Jovens na área de educação

comunitária.– Activista em base escolar.

Principais actividadesprevistas:

a) Apoiar na criação de associações ju-venis que levam a cabo as informações

sobre a previsão do HIV/SIDA e o trata-mento, outras doenças nos adoles-centes e jovens.

b) Capacitação de jovens em gestão e planificação de empresas.

c) Participação de jovens nos Fóruns de decisão.

d) Desenvolver actividades de educação de pares, através de teatros, desporto, dança, canto e musica.

e) Estabelecer cantos de aconselhamento e cantos juvenis.

f) Realização de encontros juvenis frequéntes para avaliação das actividades trimestrais.

91

Associação Juvenil WAKHIHANAGrupo TeatralAssociação ASHANA

NatikiriNampula Todos os postos de Nampula

827165140/Adelino Muassigarro827371105/Jaquelina Timóteo 828041470/Nelson Amaral 826999500/Maria Irene

ASSOCIAÇÕES de JOVENS

A maior parte das actividades ligadas aos jovens e às raparigas serão coordenadas entre a Direcção de Juventude e Desporto e a Geração BIZ nas escolas. Contudo, o Projecto acaba de iniciar e apenas realizou a formação de activistas com as seguintes carateristicas: – Jovens formados em saúde sexual e re-

produtiva de adolescentes. – Activistas em juventude.– Activistas Jovens na área de educação

comunitária.– Activista em base escolar.

Principais actividadesprevistas:

a) Apoiar na criação de associações ju-venis que levam a cabo as informações sobre a previsão do HIV/SIDA e o trata-mento, outras doenças nos adoles-centes e jovens.

b) Capacitação de jovens em gestão e planificação de empresas.

c) Participação de jovens nos Fóruns de decisão.

d) Desenvolver actividades de educação de pares, através de teatros, desporto, dança, canto e musica.

e) Estabelecer cantos de aconselhamento e cantos juvenis.

f) Realização de encontros juvenis fre-quéntes para avaliação das actividades trimestrais.

Perfil Demográfico

O Distrito de Mogovolas possui 5 (cinco) Postos Administrativos incluindo a Sede Nametil com uma extensão de 4.771 Km2 de área total e 273.306 habitantes; sendo 140.285 mulheres e 133.021 homens de acordo com os resultados preliminares do Censo de 2007, habitantes esses maioritari-amente jovens ocupando-se em actividades agro-pecuárias. O Posto Administrativo do Distrito, é subdividido em 3 localidades, no-meadamente Nametil, Muquito e Rieque, distribuídos por áreas urbana e rural. A Vila de Nametil, dada a sua extensão, con-templa muitos Bairros, alguns longínquos, porém, a nível da área urbana existem os

3.5 DISTRITO DE MOGOVOLAS

92

Número de População por Posto Administrativo

Nº/Ordem

0102030405

Total

Posto Administrativo

NametilCalipoIuluti

Nanhupo RioMuatua

Nº de População

9493438918593944415035918

273306

Área em Km2

12331297899672680

4781

seguintes: Namacarro, Meluli, Mutacaze, Mucororo, Micucuni e Namarata.

O Distrito de Mogovolas faz limites com os Distritos de Moma, Angoche, Murrupula, Moginqual e Meconta. É atravessado pela via rodoviária que liga estes todos Distri-tos passando assim a ser um corredor, e pela sua capacidade mineira e comercial tem muito afluxo de pessoas e bens. Do ponto de vista económico o Distrito possui maiores potencialidades pelas suas minas de ouro, tantalite, pedras preciosas de di-versos tipos, seu potencial em criação ani-mal, produção agrícola como é o caso da castanha de caju, amendoim, e por ser o centro de venda do pescado vindo dos dis-tritos vizinhos.

No contexto de HIV SIDA, o distrito é mais vulnerável pela passagem de turistas, trabalhadores das minas, comerciantes e vendedores ambulantes.

A presença de uma escola secundaria que acolhe crianças dos 4 distritos vizinhos assim como a cidade de Nampula e Nacala e que na sua maioria são raparigas que nem se quer têm condições de viver no pequeno internado que lá existe, representam um risco de infecção muito sério.Há raparigas na vila de Nametil vivendo em casas alugadas em grupos de 3 a 5 e até mesmo sozinhas sem condições mínimas para poderem estudar e como consequências disso, até ao mês de Agosto de 2007, a escola secundária de Nametil tinha registado 20 meninas grávidas.

Rede Escolar (Anexo 5)

Para garantir o processo de aprendizagem, o Distrito funciona com 120 Escolas das quais:107 Escolas do EP1, 14 Escolas do EPCs, 1 Escola Secundária do 1ºe 2º ciclo, 214 Centros de AEA. com um total de 58.847 alunos matriculados e 2 Centros internatos

Taxa Bruta de AdmissãoA proporção de Novos Ingressos, independentemente da idade com que entram pela primeira vez na 1ª Classe com a população de 6 anos, é de 32.4%. fazendo uma comparação com 2007, nota-se um crescimento em 2.4%.

93

EPC/ZIP da Vila de Nametil

EPC de Nametil (Bairro de Namacaro)EP1 de NamaculaEP1 de NamarattaEP1 de MucororoEP1 de NaviveEP1 de RiequeEP1 de MuhemuaEP1 de SimpuitiEP1 de Mucucuni

EPC/ZIP de Mecutamala Km14

EPC de Mecutamala Bairro Mecutamala

EP1 de MabucosEP1 de MuepaneEP1 de MecupesEP1 de NacodeEP1 de NamurawaEP1 de MpirikicheEP1 de Nagonha

EPC/ZIP de Name-turi, Bairro Name-luco Km 20EPC de Nameturi Bairro de Nameluco, Km 20EP1 de MueriaEP1 de MuquitoEP1 de MalaleEP1 de IlucuziEP1 de Murequene

EPC/ZIP de 7 de Abril; Bairro de Meluli EPC de 7 de AbrilBairros Meluli/NamacaroEP1 de MahulaEP1 de ThequeneEP1 de ChalauaEP1 de MubilaniEP1 de MayoelaEP1 de MulihanaEP1 de MutacaziEP1 de MucatapaEP1 de Carahe

TABELA DE ESCOLAS COM CONSELHO DE ESCOLA POR ZIP

Taxa líquida de escolarização

A proporção entre alunos que frequentam o EP1 com idade oficial (6-10 anos) e a população do mesmo grupo etário é de 99%. Comparando com igual período do ano 2007, nota-se um crescimentode 67%.

Associações que colaboram comas direcções distritais da educação

a)AJONA – Associação de Jovens de Na-metil.

b)Fórum de associações – Nas áreas de mo-bilização sobre HIV/SIDA através de peças teatrais.

c)Departamento de educação física e desporto – Realiza campanha de sensibili-

zação antes e após as actividades recreati-vas (futebol, por exemplo)

Outras actividades do departamento de cultura

a)Promoção de cultura nos dias festivos.b)Realização de palestras por meio de teatro.

c)Promoção de associações de geração de rendimento.

No concernente aos Conselhos de escola, eles existem em todas as escolas e cada escola tem um membro eleito para representar o respectivo conselho a outros níveis. Só a vila de Nametil tem 9 escolas e 9 membros.

94

Lista de Associações, sua área de actividades e entidades de suporte no Posto de Nametil

Nome da Associação

NairopePironi

MuepaneNamurauaNampauaMabucosNahapa

MucopoaMpiriquicha

RiequeMulapane

TOTAL

Número de

membrosH M32 2155 1221 1541 747 230 1218 631 229 516 1815 12335 112

Total

5367364849422433343427

447

Ano de criação

19971997200020002000200020052005200220032003

Ano de legalização

200720072007200720072007

- -2007200720072007

Área de actividades

Agro-pecuáriaAgro-pecuáriaAgro-pecuáriaAgro-pecuáriaAgro-pecuáriaAgro-pecuáriaAgro-pecuáriaAgro-pecuáriaAgro-pecuáriaAgro-pecuáriaAgro-pecuária

ONG’s de Suporte

CLUSA/AENACLUSA/ADAP/AENACLUSA/ADAP/AENACLUSA/ADAP/AENACLUSA/ADAP/AENACLUSA/ADAP/AENAAENA/CLUSA/CAREAENA/CLUSA/CAREAENAAENA

O Posto Administrativo de Nametil possui 4 EPC’s que constituem as sedes de Zonas de Influência Pedagógica (ZIP) e cada ZIP tem sob a sua tutela uma série de EP1:

Nas reuniões de Conselhos de Escola fo-cam-se dentre vários assuntos, as desistên-cias dos jovens, gravidezes precoces entre as raparigas em idade escolar, indisciplina entre outros males, assim como reflexão sobre o que fazer para minimizar estes cenários no seio dos jovens. Constituem momentos de busca de mecanismos para promover o desenvolvimento educacio-nal tendo em conta os aspectos culturais positivos, mas sem desviar os propósitos da

Educação. Os pais e encarregados de Edu-cação colaboram muito, por isso, são con-sidarados verdadeiros parceiros da escola. Entretanto, além dos pais/encarregados de educação, participam nos encontros os próprios alunos e ao nível de Mogovolas, diversas vezes os Conselhos reúnem ape-nas com os jovens sem a presença dos pais para debruçar-se sobre assuntos ligados à juventude e desenvolvimento.

Na escola Secundária de Nametil há um centro de aconselhamento dos jovens (chamado AJONA – Associação dos

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Jovens de Nametil) que, usando teatro e dança como meios de comunicação pro-move acções de sensibilização e colabora com o grupo de teatro Khupulamuno na sede da cultura local.

Entre as ONG’s/associações cujas actividades abrangem a vila de Nametil estão a CARE que aposta na área de desenvolvimento agrário, formação/capacitação das associações locais e apoio no processo de sua legalização. A CARE apoia também os extencionistas dos serviços distritais. A CLUSA, capacita os camponeses associados, na área de comercialização agrícola, desenvolvimento económico e mecanismos de poupança e crédito rurais. AENA (Associação de Extensão Nacional Agrícola) constituída por extencionistas da Agricultura que com fundos da CARE desenvolvem actividades de capacitação dos camponeses e de desenvolvimento agrário em geral, crédito e poupança ao nível da vila. ADAP (Associação para o Desenvolvimento Agro-pecuário), apoia os camponeses na promoção da tracção animal e no fomento pecuário para o desenvolvimento, na vila e em Muatua. AKILIZETHO na formação e legalização das associações, na poupança/crédito e na capacitação dos conselhos locais, em todos os Postos Administrativos. KULIMA que além da formação das associações e da área de HIV/SIDA, vai agora introduzir o projecto de produção de sementes. OPHAVELA realiza trabalhos de capacitação comunitária também na vila. Sobre as associações locais

apoiadas por aquelas, foi-nos fornecida a seguinte lista no que se refere ao Posto da Vila Sede:

Ao nível do Posto Administrativo da Vila de Nametil existem 366 crianças em situação difícil que vivem com os tios, irmãos ou outras famílias substitutas. Entretanto, este levantamento não abrangeu outros Postos Administrativos que compõem o distrito. No distrito só há um orfanato islâmico de nome Orfanato Hanass Bin Malk, no bairro de Meluli A, que alberga 30 crianças do sexo masculino, onde aprendem os ensinamentos islâmicos, mas também frequentam escolas formais. As crianças não recebem apoio de nenhuma outra instituição. Os serviços de Acção social apenas fazem o acompanhamento e em casos de o INAS trazer alguma oferta, fazem o encaminhamento. No distrito há um comité comunitário que funciona na vila, pois, ainda não foi expandido para os Postos Administrativos. Trabalha com o apoio da UNICEF na identificação das crianças e, as que têm idade escolar são matriculadas e apoiadas com material escolar.

Em termos de ONG’s que trabalham na área de Saúde mas não necessariamente com os Serviços Distritais de Saúde, destacam-se o projecto OKUMI na área de Saúde Materno Infantil, saúde reprodutiva, sobretudo, na prevenção contra HIV/SIDA, abrangendo todo o distrito, excepto Nanhupo-Rio. Está também o PSI no Posto de Muatua. O NPCS apoiou, no ano passado, o grupo de teatro

SERVIÇOS DISTRITAIS DE SAÚDE E ACÇÃO SOCIAL de MOGOVOLAS

96

SERVIÇOS DISTRITAIS DE CULTURA E DESPORTOS: grupos culturais e de dança e teatro existentes nos bairros da vila:

BAIRROMeluli AMeluli A Meluli BMeluli CMeluli CNamacaro ANamacaro ACavacavaMutacazi BMutacazi C

NOME DO GRUPOMzoope JosinaAJONA (da Escola Secundária)Mzoope Estrela VermelhaTufo AxipimbeAJOMOKhupulamunoPahanticuaNamucaAssociação de MzoopeGrupo de Bankwe (Instrumento tradicional)

GÉNERO DE ARTEDançaTeatroDançaDançaTeatroTeatroDançaDançaDançaMúsica tradicional

KHUPULAMUNO, na sensibilização contra a pandemia e outras doenças. Em resumo, há poucas ONG’s que trabalham em parceria com os Serviços Distritais de Saúde. Na vila funciona um GATV e em termos de centros

de Saúde, em todo o Posto Administrativo sede, só funcionam 2, um em Nametil e outro em Mecutamala, a 14km da Vila.

Centro de SaúdeNametil Mecutamala Iluluti

MurririmuieMuatua

Nanhupo

Calipo 32Km

Serviços de Saúde

Km Sede ao Centro

028Km42Km

36Km42Km

42Km

32Km

Comunidades com Assistência dos A.P.SKm2, Mueria – NapilaTolela, LojaMalahipa, Naholokho, Mukwikissa, Naiheva, Maputo, NamijaiaMurririmuieMululama, Mukuluta, Nathere, Nita, Mu-kopito, Mapheta Tarane, MutuveNantira, Natili, Namachapa, Navacuca, Muavire, Namilaba, Miyawa, Malilihe, Luazi.Nacose, Napeso, Kussi, Tukuaxana

Nº de APS

326

18

9

5

97

Todos estes grupos ganharam grande audiênçia na sociedade local, pois, as suas mensagens convergem na sensibilização sobre o HAIV/SIDA, combate à droga, violação de menores, criminalidade e outros males.

Dentre os grupos de dança, o Mzoope Estrela Vermelha (de mulheres) e Pahanticua (de homens) são os que movimentam multidões para assistirem à sua actuação. O nome “Pahanticua” na tradução livre de Emakhuwa, significa: a capacidade de o grupo distrair e divertir a audiência, leva frequentemente as mulheres a queimarem caril. Por tal facto, as agendas das datas celebrativas ou dos comícios e reuniões do governo com a população, colocam os grupos a actuarem em último lugar, pois, caso contrário o número de audiência reduz-se consideravelmente. E dentre os de teatro, o da Escola secundária (AJONA) é o mais dinâmico porque, tendo como grupo alvo os jovens encontram espaços nas escolas e nos bairros, e contrariamente aos demais grupos, este não espera por comícios ou feriados nacionais para fazer a sua apresentação. Mas também, o grupo de teatro KHUPULAMUNO é dos mais popularizados.

Sobre apoios, no corrente ano, o grupo AJOMO recebeu fundo e treinamento através do grupo teatro OPRIMIDO de Maputo, para a sensibilização em relação a violação de menores, produção, venda e consumo de drogas, queimadas descontroladas, saneamento do meio e criminalidade. Outro grupo foi o

KHUPULAMUNO que com o apoio da FACILIDADES produziu um filme que retrata aspectos de feitiçaria que, como vimos atrás, leva pessoas a matarem membros da sua família para fins de enriquecimento obscuro.

As grandes fraquezas dos grupos relacionam-se com as questões logísticas devido à falta de meios para se deslocarem a lugares distantes. O grupo de tufo é o único que tem feito intercâmbio fora do distrito, por exemplo em Nampula. Outro aspecto está ligado ao facto de os grupos não estarem juridicamente reconhecidos, embora se reconheça a sua utilidade na sociedade local e a sua capacidade de intervenção.

Da parte do governo tem havido apoio no sentido de encorajar e reservar um lugar de destaque no desenvolvimento sócio-cultural do distrito. Por exemplo, o grupo KHUPULAMUNO, ganhou a fase provincial do festival de canto e dança, e foi participar na fase nacional em Xai-Xai.

O distrito só possui uma rádio comunitária no Posto Administrativo de Iulute, mas em grande parte do território distrital, facilmente são captadas as emissões da rádio Haq, rádio Encontro, rádio Moçambique..

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TABELA DE ORFANATOS NA CIDADE

Orfanato

EvanjáfricaMadre de CalcutáCCCOV de NamicopoMadre DeiInfantário ProvincialInfantário das IrmãsInfantário de S. PedroInfantário de Natikiri

Localização

MuahivireNamicopoNamicopoMuatala

NapipineNatikiri

Número de criançasSexo F Sexo M

Entidade de suporte

IrmãsIrmãs

IrmãsDPMAS

3.6 SITUAÇAO DOS ÓRFÃOS E DAS COVs(em Nampula e Mogovolas)

Em Nampula procurou-se fazer o levantamento das instituições que cuidam dos orfãos em termos de sua localização, sua área temática concreta e geográfica de intervenção, sua situação legal, seus possíveis parceiros, colaboradores e financiadores, breve descrição sobre o desenvolvimento das suas instalações e equipamento, as suas principais realizações e seu grau de inserção nas comunidades.

A nível da Cidade de Nanmpula existem as seguintes Instituições, sendo que algumas tra-balham também nos Distritos, incluindo Mogovolas:

A nível das organizações, existem muitas que tratam de cuidar do problema das crianças órfãs e em situação vulnerável, embora muitas das vezes de forma transversal.

A politica de Moçambique no que diz respeito ao amparo das cri-anças é de tentar no máximo de não a marginalizar, e, dentro do possível, criar toda uma serie de condições à volta delas, incluindo nos Pro-jectos de ajuda à comunidade, às famílias substitutas, e às outras crianças, que, em-bora tenham família, muitas das vezes vivem em condições altamente desfavoráveis.

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Nome

ASMUNA (Ass. das Mulheres de Nametil)

ADAP/SF (Ass. de Desen. Agro-pecuário

APEA (Ass. de Promoção Pedagógica)ACADER (Ass Agrícola

de Muecate

AJDR (Ass da Juventude para o

Desenvolviment RuralAMAP (Ass das

Mulheres para o Alívio da Pobreza)

AMORA (Associação das Moçambicanas

para a promoção da Rapariga)

CMN (Caixa das Mulheres de

Nampula)Estrela Vermelha

de Nametil (Ass de Tufo)

MISSÃO de JOVENS

ORADE (Ass de Apoio a Crianças)

AJUDEMOS (Ass da Juventude Moçambicana

AMODEJ (Ass moçamb de jovens)

Área de acção

Envolvimento da mulher no desen.

comunitárioDesen. Programas

Agro-pecuáriosAcção Pedagógica

e Alfabetização Educação formal, Alfabetização e Educação cívica

para a vidaAgricultura, credito e micro-empresas

Reintegração da Mulher

Área de Apoio e Promoção da

Mulher

Crédito às mulheres de Npl

Área de cultura

Educação, Desenv. comunitário

Alívio a pobreza da criança

Ocupação de jovens

Ocupação de Jovens

Situação legal

Legalizada

Legalizada

Legalizada

Em via de legalização

Em via de legalização

Em Via de Legalização

Legalizada

Em via de legalização

Em via de legalização

Em via de legalizaçãolegalizada

Em via de LegalizaçãoEm via de

legalização

Endereço e pessoa

de contactoNa sede do Posto Adm de Nametil

Ernesto Lopes Tel 26217202

Jeremias Amade Tel 26216762

Augusto Maevela ou Maria da Glória

Severiano Tel 26213556

Augusto José Cornélio, Tel

26212464Natália Luís, Tel

26217454

Bairro de Napipine, Sra.

Guida Miranda, cel 826964310

Berlinda Pacheco, Tel 26212992,

COCAMOVila de Nametil

ADOC Tel 26213556

Joaquim Box, Cell 820628570ADOC Tel 26213556

Bernardo Ehora, Tel 26213556

Localização e zonas de

acçãoBairro de Mutacazi

Rapale e NPL Cidade

Bairro de NamicopoNamicopo, Meconta e Muecate

Nampula Cidade

Bairro de Namicopo

Nampula Cidade, Mogo-volas, Memba

Cidade de Nampula

Nametil

Nampula Cidade

Cidade de Nampula

Cidade de Nampula

100

DISTRITO/CIDADE

Nacala-PortoMuecateNacarôa

Nampula – Cidade6 MuatalaMuhala

NapipineNamicopoMeconta

MurrupulaNacala-a-VelhaMemba-Sede

Mossuril – SedeMogincual – LiúpoMogovolas – Sede

Ribaue – SedeTOTAL

Nº DE MENINAS

1.225969513

714154737364

1.4061.03370418193

508197670

9.468

Nº DE RAPAZES

1.165670540

650146737193

1.46871245021997

305172478

8.002

TOTAL DE ÓRFÃOS

2.3901.6391.053

1.364300

1.474557

2.8741.7451.154400190813369

1.14817.470

MEMBROS DA COMUNIDADE5

55 M/47 H77/4084/39

7/59/66/59/5

25/2222/1616/810/511/49/39/65/6

354/212

Grupo Estrela Vermelha de Mutomoti - NplAAA Pró-Gen (Ass de Agric e de protecção mulheres Género)Grupo Cultural KUNENE

Área da cultura

Agricultura e pro-tecção de Género

Área da cultura

Em via de legalização

Em via de legalização

Em via de legalização

Momade Anrane, Tel 26213556

ADOC Tel 26213556

Selemane, Tel 26213556

Cidade de Nampula

Cidade de Nampula

Cidade de Nampula

No que diz respeito ao atendimento de crianças e adolescentes em situação difícil até Janeiro de 2008, segundo dados fornecidos pela DPMAS, foram atendidas cerca de 20.519 crianças em situação difícil, por diferentes instituições a operar na província, representando 89,2% da meta planificada de 23.000 crianças, conforme a tabela abaixo.

5Refere-se ao nº de pessoas na comunidade, por cada distrito, que foram capacitadas para atender a estas crianças. A letra M representa o nº de mulheres e H o nº de homens.

6 Tal como os dados disponíveis não abrangem todos os distritos, ao nível da cidade de Nampula, o trabalho de recolha dos mesmos, feito pela DPMAS decorreu nalguns Bairros. E mesmo em alguns dos distritos abrangidos, o trabalho foi feito apenas nas sedes distritais, como se pode depreender na tabela.

101

Deste universo de crianças 939 foram atendidas nos Centros de Acolhimento; 170, no Infantário Provincial; 665, nos Orfanatos sob a gestão de entidades religiosas e 104, no Centro aberto da ORADE. Em toda a província há cerca de 15 instituições que lidam com as crianças em situação difícil. Também estão em funcionamento 34 comités comunitários em 14 distritos (incluindo a cidade de Nampula e o distrito de Mogovolas) congregando cerca de 413 membros que assistem 11.989 crianças7.

Destas instituições há as que apoiam iniciativas de parceiros locais, como por exemplo a UNICEF, que prevê financiar as iniciativas da APAI com cerca de 56.000,00 MZN na área de assistência à COV’s e com cerca de 33.000,00MZN destinados à AGAPE para o mesmo propósito. Decorrem também programas de reunificação das famílias.

Entre as Instituições/parceiros na província além da UNICEF e governamentais como Saúde, Educação, Polícia, Registo Civil, Administrações e municípios estão as

Organizações da Sociedade Civil que trabalham nesta área de crianças como são as ONG’s, OCB’s, Autoridades/líderes comunitários (Comités Comunitários) e entidades religiosas, ou seja: Visão Mundial, Save the Children, Centro de Cooperação Português para o Desenvolvimento (CCD-Portugal), Action Aid, Solidariedade Zambezia, Niilipihe, Nivenyee, Niiwanane e outras.

Para responder às necessidades de intercâmbio/colaboração, foi criado um Núcleo Multi-sectorial que integra as instituições supra mencionadas, com papel de coordenação, e que se reúne trimestralmente para a concertação de acções. Porém, tendo em vista a redução de custos, estas reuniões realizam-se em diferentes níveis, quer seja ao nível da cidade, distrital e da comunidade. Realiza-se uma reunião anualmente envolvendo todos os representantes das instituições que fazem parte do Núcleo. E ao nível da DPMAS os técnicos reúnem-se mensalmente.

7Segundo os entrevistados e com base na legislação moçambicana, é considerada criança todo o individuo até 17 anos de idade.

102

TABELA DE LOCALIZAÇÃO DAS ONG’S NACIONAIS AO NIVEL DA CIDADE DE NAMPULA APOIANDO COVs

Posto Administra-tivo

Muhala

Namicopo

Muatala

Central

BairroMuahivire

Muhala

Mutava RexMutauanha

Muatala

Militar (CCM)

EntidadeIrmãs De CalcutáAgrimuvi (Mulheres)Prodelane (mista)Wiwanana wa aNamphula (mista)Madre DayOradeAGAPEAss. de Namicopo BAss. MuaweryakaASMADEAss. Takatuka MuedaAss. Mulheres viúvasAss. Athiana OovelavelaAss. PedrolaneAss. Whbale (Nikhalihane)Ass. NiilipiheAss. MirrukuAss. Policiamento ComunitáNiilipihe

Nivenyee

Solid. ZambéziaNiwanane

Tipo/área de acçõesApoio à criançaGeração de RendimentoSaúde/saneamento do meioCombate à erosão e saneamento do meioApoio à criançaApoio à criançaApoio à criança, combate HIV/SIDAGeração de renda/agriculturaCombate à erosãoSaneamento e combate à erosãoGeração de renda/serralhariaGeração de rendimentoGeração de rendimentoSaneamento do meio/latrinasCombate à erosãoApoio à criança, combate HIV/SIDACombate à erosão/saneamentoGeração de rendimentoRapariga grávida nas escolas/violência doméstica

Cuidados domiciliários, criançasórfãs, hervanária, teatro

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Este orfanato está situado na Av: Samora Machel nº27 (na dependência do edifício do Fórum OKHALIHANA)Sr. Joaquim Sabite Box – CoordenadorO nome de ORADE provem do facto de a Organização ter iniciado as suas activi-dades lidando com crianças da rua que até hoje se julga que sobreviviam graças a Deus. Foi criado em 1997 e legalizada fal-tando a escritura pública. Constituem seus membros pessoas individuais, algumas das quais são parentes dessas mesmas crianças. Tem como:

Visão: apoiar e capacitar os jovens para a vida

Missão: apoiar os familiares das COV’s via agricultura;Objectivo geral: promover os direitos da criança e da mulher em cumprimento das normas nacional e internacionalmente es-tabelecidas em seu favor.

O seu grupo alvo é constituído por crianças órfãs e vulneráveis e mulheres viúvas, pro-tegendo-as contra a usurpação do poder e direitos por parte dos parentes do marido já falecido, pois muitas das vezes, na altura do falecimento dos maridos, as mulheres viúvas e os seus filhos são espoliados dos seus bens pela família do falecido.

ORFANATO AJUDA DE DEUS (ORADE)

104

A sua área de actuação é no apoio à educação, sobretudo da rapariga, mas não dispõe de centro de acolhimento, as crianças permanecem com seus parentes ou com famílias substitutas ou adoptivas. Estas famílias trazem as crianças com uma declaração do bairro que confirma a sua condição de vulnerabilidade e daí passa-se a tratar de tudo para se poder integrar a criança na escola e/ou prestar apoios possíveis e necessários, incluindo o acompanhamento da sua evolução na escola e na família.

Actualmente estão integradas 175 crian-ças nas escolas primárias e secundárias, das quais 80 são raparigas. Inicialmente o

número de raparigas era superior a este, mas reduziu devido ao facto de algumas delas terem se deixado engravidar e o regu-lamento interno do ORADE determina que não presta assistência a quem fica grávida ou engravida alguém.

ORADE tem vocação na capacitação técnica e advocacia pelo direito da criança e da mulher. Desenvolve as suas acções na cidade de Nampula, distritos de Murrupula, Malema, Ribáwè e Angoche, portanto, está em 5 distritos incluindo a cidade de Nampula onde assiste um total de 1225 crianças.

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O CDS foi o 1º parceiro do ORADE que fa-cilitou a sua capacitação até a legalização, e nas suas actividades conta com as parcerias da COCAMO, INSS, Banco Mundial, Fundos dos EUA para a segurança alimentar na montagem da carpintaria/serralharia.

ORADE trabalha em colaboração com conselhos consultivos comunitários e está satisfeito com o seu funcionamento, mas com relação aos comités comunitários considera que falta a capacitação para a clarificação do seu papel. Considera ainda que ao nível da cidade os comités comunitários são muito fortes em todos os Postos Administrativos. Em contra partida, nos distritos os conselhos consultivos são mais vivos/dinâmicos. Nos distritos ORADE trabalha com OCB’s por si capacitadas.

No Bairro de Muhala-Expansão tem um número de crianças, enquanto em Muatala formou e capacitou 5 núcleos de apoio às COVs, nas mesquitas e igrejas.

ORADE trabalha também com conselhos de escola e é um dos membros de uma escola, a EP2 de Cossore. E tem realizado acções de sensibilização para a não desistência e, o resultado disso é que o índice de desistên-cias reduziu consideravelmente.

Em termos das principais realizações, ORADE orgulha-se de ter conseguido promover até aqui: 20 crianças finalistas de 12ªclasse, 4 poços que beneficiam crianças em Murrupula e Ribawe, os parentes das COVs já abrem machambas para sustentar a si e aos seus dependentes, 2 escolas construídas em Murrupula e Ribawe, oficina

de serralharia e carpintaria em Murrupula, onde os jovens formados em ofícios estão a formar os outros.

ORADE é uma das ONG’s com experiência de mérito no lidar com as crianças, e o seu desempenho torna-a muito conhecida, quer por instituições governamentais como da sociedade civil, incluindo as comunidades.

INFANTÁRIO PROVINCIAL

Trata-se de uma Instituição estatal sob a tu-tela da DPMAS.

Bairro Piloto, Cell 827474060 – Cristina Ri-cardo – substituta do director.

O infantário é antigo, existe desde 1978, es-tava localizado no distrito de Mossuril, mas foi transferido para a cidade de Nampula devido a intensificação do último conflito armado.

Actualmente hospeda 32 crianças, das quais, 30 compreendem a idade entre 2-16 anos e 2 com 20 anos, estes últimos a fazerem estágio para poderem inserir-se no mercado de trabalho, depois da bolsa de que beneficiaram para estudarem na ADPP em Nacala.

As crianças acolhidas são aquelas que se apresentam em situação nitidamente vul-nerável e quando chegam ao infantário, aquelas que ainda não têm idade escolar aprendem a cantar e fazer actividades in-fantis e as outras mais crescidas são integra-das nas escolas imediatamente, mesmo

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que seja a meio do ano. Elas são identifica-das através dos comités comunitários, em diferentes partes da província que, depois dum trabalho de verificação nos bairros, aldeias ou comunidades pelas autoridades comunitárias, são encaminhadas ao infan-tário. Mas também são acolhidas crianças perdidas que ficam temporariamente até à identificação dos seus familiares.

No infantário não promovem capacitações na área de ofícios ou profissionalização devido a falta de capacidades internas, em termos de equipamento e outros recursos.

O infantário tem como principais parceiros o CC - Portugal (no Bairro de Muahivire), uma Organização que lida com crianças no apoio em material escolar; Igreja Exer-cito de Salvação (no Bairro de Napipine), buscando integração social da criança e

ensinando a cantar; RINO BOYS, um grupo de artistas plásticos que ensina estas crian-ças a pintar, entre outros parceiros que a DPMAS pode mencionar. Tudo o que diz respeito às acções, financiamentos e parce-rias depende da orientação da DPMAS, o infantário nunca tomou iniciativas. Mesmo que apareça uma entidade de boa vontade para apoiar, o que fazemos é encaminhá-la a DPMAS e, se lá for aceite, então, nós re-cebemos. Mas nunca saímos de forma au-tónoma na procura de parcerias ou ajudas de fora.

Trata-se de um centro de acolhimento, com poucas infra-estruturas embora novas num espaço relativamente largo para implantar serviços como oficinas, campos de demonstração agrícola para aprendizagem das crianças, etc.

ORFANATO EVANJAFRICA

Bairro de Mutauanha, muito próximo da subestação da EDM, atrás da Escola Secundária de Muatala.Sr. Victor Alberto Carlos – Director do Orfanato, cell 829276500;Sra. Marta Armando – Secretária no Orfanato, cell 826296343.

O Orfanato está a funcionar, desde 2001, com o objectivo de apoiar a criança a crescer educada, com vocação profissional para a sua fase adulta. E, ao mesmo tempo, a criança, aprende o evangelho, já que se trata de uma instituição religiosa, cuja vocação é evangeli-zação da sociedade. Além de lidar com crianças órfãs e vulneráveis, a instituição, também, trabalha no apoio às viúvas necessitadas.

A identificação do grupo alvo é feita durante as actividades de evangelização em que, se-gundo a nossa informante, as pessoas são levadas a conhecer o Cristo. A partir daí surgem pessoas a apresentarem as suas preocupações. As crianças identificadas são submetidas à

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provas para se apurar a sua situação de vulnerabilidade, através de consultas à comunidade, aos líderes locais e à instituição de Acção Social.

Neste momento apoia 55 crianças de di ferentes proveniências, desde as províncias de Nampula, Niassa, Zambézia, Manica e outras, com idades variadas entre os 4-20 anos, sendo 20 raparigas e 30 rapazes. Dos restantes 5, alguns estão formados e já estão fora, 2 (moço e moça) em professorado e a trabalharem no distrito de Monapo, uma como enfermeira a trabalhar em Quelimane e 2 estão em formação no IMAP, Nampula. Dentre várias actividades que preenchem o tempo das crianças, além da escola, aprendem a tocar diferentes instrumentos musicais, jogos e outras actividades culturais, como forma de aproximar as crianças entre si e aprender a conviver dentro do Orfanato.

Entre os seus parceiros e colaboradores, contam-se a DPMAS; Restaurante Copa-Cabana que faz a promoção da criança na área musical, isto é, tem convidado as crianças a participarem nos concertos musicais, ao vivo; Rede da criança; Solidariedade Zambézia e outros. Em rela-ção aos financiadores, a nossa informante explicou que o director é que melhor conhece.

Quanto ao espaço geográfico de intervenção, a Evanjáfrica está baseada na cidade de Nam-pula, mas assume que as suas actividades são progressivamente extensivas a toda a provín-cia, embora haja partes deste território provincial que ainda não foram visitadas.

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Dispõe de infra-estruturas ainda em obras não acabadas, num vasto terreno vedado, cujo plano é de construir dormitórios, escola para as crianças e outras infra-estruturas. Enquanto isso, o trabalho de evangelização que é o enfoque das suas actividades, vai continuar. É de facto um centro de acolhimento que alberga crianças de ambos os sexos com uma faixa etária que abrange o grupo de nosso interesse.. Fora das actividades religiosas, a instituição está empenhada em acções de alívio à vulnerabilidade, buscando alternativas que permitam inserir as crianças no processo de sua preparação social e técnica visando o seu futuro melhor em fase adulta

SOLIDARIEDADE ZAMBÉZIA

Rua Filipe Samuel Magaia nº644, na Dependência das instalações do Conselho Cristãode Moçambique.Sr. Contas – Coordenador geral, cell 824193039; Sra. Argentina Joaquim Assane – Coordenadora da Campanha contra Abuso sexualda Rapariga, cell 825269826.

A Organização surgiu na Zambézia, cidade de Quelimane, em 2000, no momento das cheias que provocaram situações adver-sas. Esta situação provocou sensibilidade entre algumas igrejas de Quelimane, em dar apoio de solidariedade, que quando se dirigiu ao Governo local para apresen-tar a ideia, este por sua vez considerou de excelente, tendo encorajado a crescer. Daí o nome de Solidariedade Zambézia que ostenta. A sede funciona em Quelimane, na Av. Eduardo Mondlane/antigas instala-ções da Agricom e, a única delegação em Nampula, em 2003. Ao nível nacional a Solidariedade Zambézia tem 65 membros entre individuais e colectivos, 10 dos quais se situam em Nampula.

Em 2004 filiou-se na rede nacional da criança, a qual representa, em Nampula, como ponto focal, na província, na área social, das Organizações que trabalham

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em prol da criança, contra abusos e tráfico de menores ou violação dos direitos da criança.

O seu objectivo é congregar as iniciativas das organizações e apoiar no desenvol-vimento das suas actividades, na área da criança, assim como capacitá-las em de-senvolvimento comunitário em geral, para garantir a sustentabilidade dessas mesmas iniciativas.

Quanto à abrangência da sua intervenção, a Solidariedade Zambézia, trabalha em Nampula cidade e Rapale, na área de pro-tecção legal da criança; apoio em registos de nascimento; campanha de sensibiliza-

ção contra abuso, tráfico e turismo sexual de menores, contra o HIV/SIDA e gravi-dezes precoces, sobretudo, em raparigas em fase escolar. Neste sentido, em caso de uma menina ficar grávida, primeiro identi-fica-se o autor e a seguir encaminha-se ao Gabinete de Atendimento da Mulher e Cri-ança (GAMC) para os devidos procedimen-tos. Na área de educação, faz apoio em material e uniforme escolares. E embora até agora não tenha avançado no apoio às actividades de geração de rendimento, por falta de fundos para financiá-las, faz capacitação em gestão de micro-negócios/micro-projectos. Nos distritos da Ilha de Moçambique e Monapo, apoia no registo de nascimentos.

Os seus parceiros são DPMAS, MONASO, CCM, DPEC e SEJT da cidade, Registos e Notariado, OMM, COM (Organização dos Continuadores Moçambicanos), GAMC, ORADE, AMORA, AJESOL (Ass. Jesus é a Solução), Todos contra a violência, ORDE-NA (Organização para a reintegração do deficiente de Nampula), NIILIPIHE, OTM-CS, Ministério Arco Íris, Orfanato Evanjáfrica, Missão da Cidade, JOUAN (em Namicopo), AMUDI (Ass. das Mulheres Dinâmicas) e As-sociação 12 de Outubro (em Mossuril). A associação

Como principais financiadores estão TRO-CAIRE e FDC (via Rede da criança), British Council, Save the Children e Alliance (só em seminários) e, também, conta com fun-dos próprios provindos da quotização dos membros e de outras contribuições.

No exercício das suas actividades, a Solidar-

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iedade Zambézia colabora também com os comités comunitários para o atendimento da criança e com o Núcleo Multi-sectorial, coordenado pela DPMAS que engloba as ZIP’s/conselhos de escolas e líderes comu-nitários. Em termos de desempenho dos conselhos de escola, estes precisam de ca-pacitação para terem o domínio do que de-vem fazer no terreno. O problema maior é a falta de capacitação para conhecerem o seu papel e aperfeiçoarem o seu trabalho, pois, a vontade não falta porque o assunto é sensível para todos.

As suas principais realizações têm sido:- Encontro/seminário regional de busca de informação sobre a implementação da Convenção sobre os direitos da criança (fi-nanciado por Save the Children da Norue-ga e pela Rede da Criança);- Em 2007, registo gratuito de nascimento de 47.491 crianças;- Capacitação em matéria de tráfico, migra-ção ilegal da criança (Save the Children da Noruega);- Seminário para a participação da criança em programas sobre os seus direitos, no sentido de ela própria, criança poder fazer/

advogar algo em seu prol;- Anualmente, escolhe um distrito onde vai organizar o chamado lanche anual para oferecer às crianças;- O apoio em material e uniforme escolares é uma actividade de rotina e já beneficiou 375 crianças; - Campanhas contra abuso sexual da ra-pariga que, em 2007, resultaram na identi-ficação de 1.200 raparigas grávidas em 60 escolas da cidade de Nampula. Neste ano, fez-se o mesmo trabalho em 30 escolas, tam-bém, da cidade e ainda não foi produzido o mapa final, mas acredita-se que o número tenha reduzido consideravelmente, em re-sultado das intervenções feitas (o mapa sai no próximo mês de Dezembro);- Reunificação das famílias e reintegração das 39 crianças do episódio de Inchope.A Solidariedade Zambézia apresenta como seus pontos fortes: o facto de ser membro da Rede Nacional da Criança que promove capacitações, troca de experiências, pos-suir staff disponível e capaz de envolver a rapariga e crianças na planificação e imple-mentação e projectos, dispor de Visão e Missão claras que facilitam as suas interven-ções, entre outros.

LAR ELDA (MISSIONARIOS COMBONIANOS/ARQUIDIOCESE NAMPULA)

Bairro de Muahivire-expansão, Quarteirão 1, Casa nº58. Telefone 26218068Irmã Cármen – cell 826931430A fundação deste Lar foi financiada por um casal italiano (já falecido) cuja mulher se chamava ELDA, daí a designação de “LAR ELDA”. Nasceu para ajudar meninas órfãs ou em situação vulnerável, desde os 9-19 anos, para proporcionar-lhes um ambiente de educação adequado para uma vida digna, desenvolver e ter uma possibilidade no futuro.

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Começou a funcionar em 2003, e actualmente alberga 40 meninas até completarem a 12ªclasse ou ter formação em enfermagem. Elas são identificadas em colaboração com outras irmãs religiosas, as quais avaliam rigorosamente a sua situação e concluem que é vulnerável e assim são trazidas para o acolhimento e acompanhamento. O Lar acolhe também meninas vítimas de maus-tratos. Além de crianças, também, a instituição ajuda as idosas em colaboração com instituições religiosas cristãs.

Em termos de espaço geográfico, esta insti-tuição funciona em Nampula, mas as meni-nas são acolhidas de diferentes pontos, umas de Nampula cidade, outras nos distri-tos e até há crianças recebidas de Pemba, através da colaboração com outras irmãs missionárias. O Lar não dispõe de muitas alternativas, em termos de ofícios para ocupar as meninas. Mas, depois da escola aprendem o bordado, corte e costura, máquina de dactilografar e informática. Aprendem também a criação de animais de pequeno porte. As meninas mais crescidas e com o nível escolar mais avançado, transformam-se em educadoras das outras.

O lar não tem financiadores definidos, mas é ajudado por famílias estrangeiras, so-bretudo, italianas e de pequenos grupos

de religiosos cristãos. Não recebe apoio nem colaboração com instituições do es-tado, embora seja conhecido, excepto o da primeira Dama da província, e, também, da Chefe do Posto Administrativo de Corrane que ofereceram lanche e material escolar. Apenas a Educação tem colaborado na in-tegração das meninas nas escolas. A colab-oração com as comunidades é muito defi-ciente dado que a maioria dos familiares das crianças acolhidas só aparece no momento de encaminhamento dessa criança ao lar, mas a partir daí nunca mais procuram sa-ber da evolução da sua menina. Porém, al-guns familiares aparecem para fazer visita.

A experiência que o Lar tem com as meni-nas é positiva, pois, algumas que saíram estão até a cursar Medicina e tomam o lar como referência, como a casa onde cresce-ram.

As responsáveis do Lar apontaram como pontos fracos, o facto de se criar uma de-pendência das meninas em relação àquele Lar, uma vez que desde que a menina deixa os familiares se desliga por completo, não tem mais contacto com eles. A socie-dade também fomenta discriminação des-tas meninas, nas escolas, incluindo profes-sores. No lar sente-se falta de pessoal de apoio preparado pedagogicamente para apoiar no ensino de ofícios ou actividades fora da escola, tais como machambas e outras tarefas.

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IRMÃOS MISSIONÁRIOS DE CARIDADE

Bairro de Muahivire-Expansão, Quarteirão 20. Telefone 26240024, Irmão Bernard Mu-oki.

È uma instituição da igreja cristã estabele-cida em Setembro de 2003 e transferido de Namicopo, zona do Bispo, em 2005, para o Bairro de Muahivire-Expansão. Dispõe de dois espaços nomeadamente, a “Casa de Alegria,” no Bairro de Muahivire, cidade de cimento, em frente da delegação da TVM – Nampula, que é uma creche que acolhe somente criancinhas do sexo feminino, que

chegam debilitadas por doenças ou mal nutridas por várias razões incluindo o HIV/SIDA. Recebem um suplemento nutricional e outros cuidados até a sua recuperação. E no lado de Muahivire-Expansão funciona o “Lar da Alegria” ainda em construção para, por sua vez, acolher rapazes doentes de epilepsia e idosos.

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3.7 COMUNICAÇÃO

Para identificar a nível da Cidade de Nampula e abrangendo o Distrito de Mugovolas, recursos, actividades e potencialidades da comunicação local existentes, bem como as possíveis lacunas, e para permitir a formulação de uma estratégia futura de comunicação, a equipa do CCP-JHU realizou encontros com os vários órgãos de comunicação existentes nesta urbe e com outras entidades que utilizam a comunicação para fazer chegar as suas mensagens, como é o de ONGs, grupos de teatro e órgãos do Governo.

A estratégia de comunicação do CCP-JHU será implementada na cidade de Nampu-la, capital da província de Nampula, e no distrito de Mogovolas, que serve de corre-dor para os distritos do litoral da província. Portanto, serão abrangidos 477.900 ha-bitantes e 273.306 habitantes na cidade de Nampula e no distrito de Mogovolas, respectivamente8, constituindo 12% e 7% num universo de 4.076.642 habitantes de toda a província.

Esta província possui potencialidades in-teressantes em recursos de comunicação relativas a pandemia do HIV e SIDA, quer a nível da comunicação social quer a nível de outros organismos intervenientes. Carac-teriza-se, igualmente, por ter muitas rádios comunitárias privadas a nível da cidade de

Nampula com uma particularidade de to-das elas pertencerem às igrejas: Rádio En-contro (Católica), Rádio Vida (Protestante), Rádio Miramar (Igreja Universal do Reino

de Deus - IURD), Rádio Haq9 (Islâmica) e um canal televisivo, Televisão Miramar (também da IURD). As mensagens de con-sciencialização da população sobre esta pandemia são promovidas através de gru-pos de teatro (as vezes em forma de filmes),

8RAgenda do Professor 2008; MEC; Maputo. 2007; pág. 9. Dados fornecidos pelo INE. III Recenseamento Geral da População e Habitação, 2007. Resultados Preliminares. Maputo, INE, 2007.

9Haq, Significa verdade na língua árabe e também em Emacua.

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canto e dança e programas radiofónicos. Entre as organizações da sociedade civil e do governo existentes em Nampula o CCP-JHU conversou com:

O Núcleo Provincial de Combate ao HIV e SIDA (NPCS), de Nampula é uma entidade financiadora das iniciativas provinciais no que concerne ao HIV e SIDA. O NPCS não possui projectos com acção específica para a rapariga mas, sim, para a mulher no geral. Sem especificar, confirma que a Direcção Provincial da Educação (DPE) e a Direcção Provincial da Mulher e da Acção Social (DP-MAS) têm programas sobre a rapariga e o Projecto Population Service International (PSI) tem um projecto com as trabalhadoras do sexo.

Sobre a componente de comunicação, o NPCS tem trabalhado com jornalistas lo-cais. Tem um projecto de recolha e difusão de boas práticas, neste momento apenas com a RM mas que em breve irá se expandir para outras rádios da província. Como insti-tuição coordenadora, o NPCS foi convida-do a participar num programa novo da RM sobre HIV e SIDA que foi estreado no distri-to de Mogovolas em que se usa a música, o teatro e concursos. Este programa serviu para medir o nível de conhecimento sobre questões ligadas ao HIV e SIDA naquele distrito que é muito baixo. É um programa financiado pelo CNCS e nesta fase abrange apenas 12 distritos da província.

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O ICS tem tido um papel muito importante na difusão de mensagens a nível da provín-cia de Nampula. A partir do ICS o NPCS fi-nanciou as rádios comunitárias sob sua tu-tela a difundirem práticas que ajudam e as que não ajudam. O ICS tem a componente de unidade móvel que tem usado para seus programas de aconselhamento e testagem voluntária.

O NPCS aliou-se a um programa da DPE que se chama Família Sem Analfabetismo e acrescentou o slogan “E Sem HIV”, portanto, o programa passou a chamar-se Família Sem Analfabetismo e Sem HIV. Este programa, di-fundido em Português e em Emacua, tem como objectivo levar a família a discutir e reflectir sobre o HIV e SIDA. Já tem elabora-do um projecto com o PSI, a Universidade de Lúrio (UniLúrio) e um outro parceiro em que a PSI vai disponibilizar um técnico para fazer testes e o outro parceiro vai disponibi-lizar tendas e os estudantes vão fazer tra-balho de voluntariado. O NPCS teve que retirar uma exposição so-bre HIV e SIDA que tinha sido feita numa escola do distrito de Ribaué porque as peças expostas feriam os bons costumes da comunidade. De acordo com a Coordena-dora do NPCS, Nampula tem uma Facul-dade de Comunicação da Universidade Católica de Moçambique que está a ser subaproveitada. O NPCS está interessado em fazer parceria com aquela Faculdade. O NPCS acredita que a componente islâmi-ca chega a ser um obstáculo à passagem das mensagens. Por exemplo, a Rádio Co-munitária Islâmica Haq tem difundido men-sagens segundo as quais a sua religião (a

islâmica) permite que um homem se divor-cie da sua mulher se esta for seropositiva. E, as vezes, alguns líderes religiosos muçul-manos têm criticado fortemente as iniciati-vas do Governo e de outras organizações em comícios ou cerimónias públicas. Mas, a igreja Católica já organizou uma marcha sobre HIV e SIDA. Então: “Como comunicar na diversidade?”.

Em relação aos Conselhos de Escola, estes têm trabalhado com os Conselhos das Co-munidades, principalmente nos distritos. As Casas de Vídeo foram bastante criticadas durante a visita Presidencial, dai que, foram dadas instruções aos líderes das comuni-dades para controlarem os filmes que pas-sam. Neste momento, o NPCS está a tra-balhar nesse sentido para ter o feedback da Iniciativa Presidencial e através dos projec-tos, o NPCS vai treinar matronas em maté-ria de HIV e SIDA

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O NPCS tem estado a desenhar um pro-jecto ambicioso com os Cabeleireiros da ci-dade de Nampula. O projecto consiste em dar cassetes/discos educativos sobre HIV e SIDA aos proprietários dos Cabeleireiros que passarão a difundir. Essa ideia é tam-bém válida para os Barbeiros. O NPCS em Nampula não tem um Responsável para Comunicação, estando esta área assegu-rada pelo sector de Programas.

A MONASO, Delegação de Nampula, é uma instituição umbrella em que estão fili-adas, até este momento, mais de 135 as-sociações, dentre elas 3 trabalham especifi-camente com mulheres: Amora, Mulheres com Visão e Associação da Mulheres Rurais. Os seus maiores parceiros são a DPS e NPCS.

A MONASO apoia em material informativo. O Projecto AID vai financiar um projecto de raparigas dos 12 aos 24 anos, que

incluirá raparigas trabalhadoras do sexo. Este projecto terá como estratégia envolver os líderes comunitários, encarregados, matronas e jovens. A fase de acompanhamento do projecto vai durar cerca de 6 meses, virado essencialmente para aconselhamento. A nível da componente de comunicação, a MONASO tem usado filmes e rádios comunitárias para fazer passar as suas mensagens. Neste momento, trabalha com as Rádios Parapato e Encontro. Faz a sugestão dos temas dessas rádios para os programas com os quais tem parceria. Em 2005, tiveram um Projecto denominado Comboio da Vida em que se fazia divulgação de mensagens via megafone, mas teve que parar porque a MONASO achou que as pessoas já estavam saturadas. Mais tarde, tiveram apoio do GAS num projecto onde produziram panfletos, folhetos e outros materiais para as escolas com COV’s. A MONASO teve um concurso

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de documentação de boas práticas onde o Grupo de Pintura e Canto e Dança Ephatto na Conga. A MONASO sustenta que não tem tido falta de colaboração mas de falta de integração e coordenação entre as instituições.

O Grupo de Artes Plásticas e de Canto e Dança Ephatto na Conga é um

grupo integrante da MONASO desde 2000, composto por

11 membros (7 homens e 4 mulheres). O

grupo associa

a componente de arte plástica e a de música. Fazem pintura de murais, folhetos, panfletos, dísticos, brochuras, e outros materiais informativos mas também cantam e dançam em Português e Emacua. Tiveram formação em prevenção, estigmatização e desenho de políticas no local de trabalho e género. Tiveram, igualmente, uma capacitação em “Formadores para Formadores de Educadores” pelo Projecto Empresários Contra SIDA (ECOSIDA). Deram uma formação a professores nacionais e estrangeiros em artes plásticas sobre HIV e SIDA. Neste momento, estão a formar crianças em pintura. Já trabalham com crianças há muito tempo. No âmbito da “Promoção das Boas Práticas no Quadro das Reformas do Sistema Prisional em Moçambique” financiado pelo Projecto Mundo, estão a formar 12 prisioneiros em artes plásticas na Penitenciária Industrial de Nampula, na Barragem. No distrito de Mogovolas já deram 4 espectáculos musicais patrocinados pelo Projecto Felicidade, que trata de assuntos ligados a florestas. Tem um disco (com título Ekekhai10) gravado cujas músicas passam pelas rádios da província, onde uma delas é sobre o dilema do HIV e SIDA (faixa # 6, Niikassope11). Ephatto na Conga está a preparar uma exposição para este ano.

10Ekekhai, significa verdade em língua Emacua9Niikassope, quer dizer tenhamos cuidado em língua Emacua.

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O Grupo Teatral Timbila é também um grupo profissional de teatro (e cinema) integrante da MONASO composto por 10 membros (2 homens e 8 mulheres). É um grupo formado na Casa da Cultura de Nampula e por artistas finlandeses por 2 anos. Estão capacitados em formar outros grupos teatrais. Tem 7 peças teatrais também traduzidas ao cinema, bem como peças radiofónicas, em Português e Emacua. Tem algumas peças teatrais e filmes sobre a rapariga: Patrocinados pela UDEBA: Educação à rapariga, fala sobre a relação entre a educação formal e tradicional e as causas de desistência da rapariga na escola; Género e HIV, fala sobre prevenção, descriminação, tratamento e equidade de género; Patrocinado pela CARE: PTV,

fala sobre os conhecimentos básicos dos PTV’s; e Patrocinado pelo Projecto Felicidade: Violência Doméstica, que fala sobre os direitos da mulher e das crianças. Neste momento, estão a trabalhar com a Concern fazendo peças sobre O Papel do Conselho de Escola que tem como objectivo principal consciencializar as comunidades a perceberem de que as escolas são da comunidade e não das direcções de escolas. As suas actuações têm tido muito impacto porque para além de simples apresentação de peças teatrais tem havido também debates em língua local. Quando fazem as filmagens tem havido participação da comunidade como figurinos mas também como personagens. No distrito de Mogovolas formaram um grupo de teatro local que se chama Kuphulamunu que foi vencedor do Concurso Nacional de Teatro realizado este ano na cidade de Xai-Xai, província de Gaza, com a peça Direitos do Idoso. O grupo Teatral Timbila implementa a componente de geração de rendimentos. O Grupo possui uma Peixaria, patrocinada pelo NPCS, que está localizada no bairro do Piloto, arredores da cidade de Nampula. Aquela Peixaria é a fonte de sustento das 8 raparigas do grupo (com idades entre 16 e 26 anos), visto que são órfãs. Trabalham naquela Peixaria 2 senhoras viúvas que também se beneficiam.

A Rádio Moçambique (RM), Delegação de Nampula tem programas sobre HIV e SIDA financiados pelo CNCS e outros com fundos locais: Programa Juvenil com 4 horas de emissão; Tarde Jovem (patrocinado pela MediaSupport) e Viva Vida com 15 minutos e vai ao ar 2 vezes por semana e Olá Vida da

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Emissão Nacional que lança mensalmente um tema e um concurso. Esses programas têm 2 formatos: programas de estúdio e emissões ao vivo, conhecidos como Rádio na Rua, onde envolvem as autoridades comunitárias e, às vezes, doentes de SIDA. Tem envolvido a população na concepção dos projectos. Neste momento, a RM está a difundir um programa de emissões ao vivo, patrocinado pelo CNCS, lançado a 21 de Setembro no distrito de Mogovolas e que vai abranger 12 distritos da província de Nampula. Nesta emissão foram convidados o NPCS, lideranças locais, grupos teatrais locais Ntxolontxo e grupos corais. Houve participação dos jovens no debate desse dia, facto que revelou falta de conhecimentos básicos sobre HIV e SIDA (Ex: Os estudantes não conhecem o significado da sigla HIV). Este programa e outros da RM-Nampula tem impacto porque os programas de rádio nos distritos são uma oportunidade, mas, também, as pessoas querem ver os seus ídolos. A componente religiosa (islão) já não é vista como um grande obstáculo e os ritos de iniciação são uma componente muito importante porque é lá onde as raparigas “aprendem a fazer sexo com muitos homens”.

A Rádio Haq (RH) é uma rádio privada islâmica que existe desde 17 de Outubro 2007 (em regime experimental) e Abril de 2008 (emissões oficiais). Transmite em Português e Emacua. É uma rádio com

100 Km. de alcance, pode ser ouvida em Mogovolas, Meconta, Muecate, Nampula-Rapale, Murrupula e Namina. Por ser religiosa, reserva uma parte das suas emissões a evangelho, portanto, recitação do Sagrado Alcorão. Tem como parceiros a Embaixada dos Estados Unidos da América e o CCP-JHU. A equipa do CCP da JHU já visitou a RH por 3 vezes e treinou os seus trabalhadores a produzirem programas sobre HIV e SIDA que tenham impacto. Promovem um programa sobre HIV e SIDA com 3 componentes: Mensagens, Magazine (de 10 a 15 minutos) e Depoimentos de pessoas vivendo positivamente. Em parceria com a Associação Nivenhe12, estão a preparar um grupo de pessoas vivendo com HIV para produzirem uma peça de teatro para quebrarem o silêncio. Para os próximos 3 meses já tem preparados 12 temas relacionados com HIV e SIDA, fundamentalmente sobre prevenção, transmissão, estigmatização, nutrição e vida positiva. Aos sábados, das 10 as 11 e 30, têm um debate sobre mulher, rapariga e casamento. O tema desta semana, no mesmo programa, é “O Uso do Preservativo: O Que o Islão Diz e O Que os Outros Dizem”. Tem tido debates em directo com painelistas diferentes. Colaboram com a Faculdade de Ciências de Saúde da UniLúrio no apoio técnico e disponibilização dos seus estudantes e/ou docentes para os debates. Tem um outro programa chamado Prós e Contras na Mesa, aos Domingos com duração

12Nivenhe, quer dizer acordemos em língua Emacua.

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de 1 hora e 30 minutos que aborda temas gerais e diversos. O próximo tema deste programa será HIV: Modos de Transmissão. Na Rádio Haq não há descriminação religiosa, visto que nem todos os trabalhadores são muçulmanos. Nem a audiência nem os painelistas são apenas muçulmanos.

O Director diz que “a primeira missão da sua rádio é transmitir a palavra de Deus (ALLAH), mas não são nenhum obstáculo. Não podemos promover camisinhas, mas sim, fidelidade. Para os jovens aconselhamos a abstinência. Se falarmos de camisinhas vamos levantar conflitos com os princípios islâmicos”. Depois da capacitação com o CCP-JHU, a RH mudou a maneira de conceber os programas sobre HIV e SIDA e a partir da próxima semana vão envolver a componente de teatro nos seus programas. A RH propõe que o CCP-JHU faça uma equipa com produtores dos media que passarão a produzir programas sobre HIV e SIDA para os seus órgãos de informação.

A Rádio Encontro (RE) de Nampula é uma rádio privada Católica que começou as

suas emissões experimentais em Dezembro de 1995 e oficialmente a 1 de Janeiro de 1996 em língua portuguesa e emacua. Tem alcance de 75 Km neste momento gravam somente em cassetes porque o seu estúdio de gravações não está apetrechado com aparelhagem moderna. Como uma estação religiosa, esta rádio tem a missão de formar, informar e evangelizar. Tem programas para crianças, jovens e adultos. O grande

constrangimento desta rádio é a promoção do preservativo. Neste aspecto, a rádio tenta arranjar uma linguagem conciliatória entre o discurso religioso e o sócio-científico. No ano passado, tinham um programa virado à rapariga financiado pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC) que parou por falta de financiamento. Transmitiam o programa da Voz da América que também já não vai ao ar. O apoio que a RE tinha do NPCS-Nampula também acabou. Neste momento, a RE está á espera da aprovação de um projecto submetido à Embaixada dos Estados Unidos da América, em Maputo. Tem um Padre que está a ser formado em

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Jornalismo no Brasil. A RE é membro do Fórum das Rádios Comunitárias (FORCOM) que tem um Gabinete da Mulheres na região norte do País, com sede na cidade de Nampula, que fala particularmente dos programas dedicados à mulher e à rapariga.

A Rádio Miramar (RM) de Nampula é uma estação radiofónica pertencente à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD)

estabelecida em meados de 2007 na cidade de Nampula.

Conta, neste preciso momento,

com 7 trabalhadores.

Com 150 Km de alcance é

captada no distrito de Mogovolas.

Não tem nenhum programa dedicado

especificamente a HIV e SIDA,

apenas difundem um programa chamado Utilidade Pública com 1 hora de emissão. Este programa aborda temas diversos incluindo o HIV e SIDA. A RMi nunca fez nenhuma parceria nem com a MONASO nem com o NPCS, mas pode estudar uma parceria nesse sentido. As propostas de parceria são feitas a nível local. No dia 06 de Agosto passado, a RMi pediu a MONASO para que, conjuntamente, organizassem uma marcha sobre HIV e SIDA, mas, até então, não houve resposta.

O Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA-Moçambique), Delegação de Nampula é uma entidade promotora de liberdade de informação e expressão e pluralidade dos media. O Delegado Provincial do MISA em Nampula é também produtor e apresentador do programa chamado Campo e Desenvolvimento pertencente ao Instituto de Comunicação Social (ICS) difundido pela RM-Nampula. Este programa fala tudo sobre o desenvolvimento do campo e os seus constrangimentos. E, por experiência própria, diz que o projecto do CCP-JHU para o distrito de Mogovolas é oportuno. Por exemplo, só no primeiro semestre deste ano, na Escola Secundária de Mogovolas desistiram 499 alunas devido a gravidez e muitos rapazes. Alia-se a isso o facto de terem descoberto um jazigo de turmalinas (pedras semi-preciosas) no povoado de Nathove, a 16 Km da vila. Entretanto, o MISA em Nampula, concretamente, nunca se manifestou sobre o HIV e SIDA.

Instituto de Comunicação Social (ICS), Del-egação de Nampula tem as componentes de rádios comunitárias, unidades móveis e mobilização. As unidades móveis divul-gam as mensagens áudio e vídeo. Quinze-nalmente fazem as medições do impacto através de fichas próprias e tem observa-do que o trabalho tem estado a resultar. O ICS está representado, neste momento, com rádios comunitárias nos distritos de Ribaué, Meconta, Nacala-Porto e Nami-alo e futuramente estará nos distritos de Memba e Mossuril. Todas as rádios do ICS têm a componente de HIV e SIDA. As 4 rá-dios comunitárias do ICS já tiveram finan-

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ciamento do NPCS. O ICS também conta com o apoio do NPCS na concepção das mensagens e na disponibilidade de técni-cos de saúde por parte de outros parceiros. A Rádio comunitária de Namialo tem um programa chamado Rapariga Real virado exclusivamente à rapariga. O ICS-Nampula produz documentários (em vídeo), mas que segundo alguns círculos de opinião estão fora do contexto, particularmente na forma de abordagem dos assuntos. O ICS tem li-gações com diversos grupos das comuni-dades onde tem trabalhado e acredita que o teatro tem um impacto muito positivo a nível das zonas rurais. Neste momento, o ICS tem financiamento da UNICEF para pro-gramas de educação da rapariga proposto a nível central usando especificamente as unidades móveis. Contudo, o ICS não tem meios adequados e completos para as suas unidades móveis.

A província de Nampula possui um po-tencial de recursos, quer a nível da comu-nicação social quer a nível de experiência adquirida, mas nota-se um fraco compro-metimento em combater o HIV/SIDA. Ver-ifica-se, igualmente, uma grande ausência de coordenação e colaboração entre as organizações que trabalham nesta área. A cidade de Nampula tem 4 estações de rá-dios comunitárias privadas (Haq, Encontro, Miramar e Vida13) e 1 estatal (RM) mas não há convergência dos programas sobre HIV/SIDA. Há também um comportamento de inércia que faz com que não hajam inter-venções inovadoras na forma de fazer co-

13A equipa do CCP-JHU não contactou a Rádio Vida da cidade de Nampula

municação. A comunicação social de Nam-pula, privada assim como estatal, não tem suas próprias estratégias de comunicação para prevenir o HIV e não consegue man-ter os programas com fundos próprios.

Em Nampula existem exemplos de grupos auto-sustentáveis como são os casos do Grupo Ephatto na Conga e do Grupo Timbila. Nota-se também que esses grupos são profissionais, experientes e da confiança da MONASO, do NPCS e de outros parceiros. Outro facto notável é o desperdício de talentos e experiência, ou seja, os grupos não são auto-sustentáveis. São grupos munidos de profissionalismo e marketing institucional através de seus bons trabalhos e capazes de atrair novas parcerias.

O Que Existe?

•Existe um número elevado de rádios comunitárias privadas e outras plataformas de comunicação que, apesar de certos constrangimentos de ordem religiosa, tem feito um trabalho considerável na área de HIV/SIDA. Esses recursos de comunicação estão munidos de informações sobre o HIV/SIDA adquiridas em palestras, debates, seminários, etc. Essas rádios estão disponíveis a receber parcerias e novos projectos inovadores que lhes possa dar maior dinamismo.

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•Existe o ICS e a RM, com uma componente técnica e humana que pode ser aproveitada por outras rádios através de parcerias. São duas instituições com um potencial apreciável em recursos de infraestruturas, equipamento e humanos. Essas instituições estão também disponíveis a receber parcerias e novos projectos inovadores que os possa injectar maior dinamismo.

•Existem 2 grupos profissionais (Ephatto na Conga e Timbila) com muita experiência de trabalho admirável. A profissionalização e experiência desses grupos facilita-os a adaptarem-se a novas estratégias de comunicação. Existem também grupos já formados (o caso do grupo Kuphulamunu de Mogovolas) ou que podem ser formados nos distritos face aos objectivos do projecto.

•Existe, uma Faculdade de Comunicação na Universidade Católica de Moçambique, Delegação de Nampula que precisa de ser aproveitada. Esta Faculdade pode ajudar a apreciar as plataformas de comunicação que são usadas a nível da província no que concerne ao HIV/SIDA.

•Existe, contudo, muito conhecimento por parte das pessoas intervenientes. Todas as entidades que lutam contra a pandemia es-tão munidas de formações e capacitações em matérias ligadas ao HIV/SIDA.

O Que Não Existe

•Apesar de existir muita vulnerabilidade da rapariga em Nampula, verifica-se que não

existem programas que trabalham em prol da prevenção do HIV/SIDA em raparigas em situação vulnerável. Esta vulnerabilidade da rapariga pode ter a ver, nalguns casos, com o factor religioso islâmico que proíbe a rapariga de usufruir de certos direitos, incluído o direito à informação, mesmo a educação sexual.

•Uma das grandes lacunas verificadas en-tre os projectos relacionados com o HIV e SIDA é a ausência de coordenação e coesão entre elas. Não existe uma coordenação e colaboração nem a nível das políticas e, muito menos, a nível das acções fazendo com que, de certo modo, se verifique uma fragilidade na cooperação e implementa-ção dos projectos, principalmente, para os projectos que operam na mesma comuni-dade.

•A comunicação social em Nampula não é coesa. Isso faz transparecer a ideia de que existe um clima de rivalidade no seio dos media. Isto pode ter a ver com o facto de a maior parte das rádios comunitárias priva-das existentes, particularmente, na cidade de Nampula, serem de origens religiosas diferentes: Católicos, Protestantes, Néo-protestantes e Islâmicos.

•O grande desafio para o CCP-JHU na implementação do seu projecto é que existem poucos projectos que trabalham exclusiva e especificamente com raparigas adolescentes em situação vulnerável e que operam em Nampula e Mogovolas. •Aliado ao anterior ponto está a ausên-cia da própria rapariga na elaboração das

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mensagens. Não existe um envolvimento da rapariga nas plataformas de comunica-ção que são activadas.

•Não há facilidades de comunicação quan-do o poder da religião é visível dentro das comunidades. O maior constrangimento as plataformas do comunicação é o factor is-

lâmico. A província de Nampula, segundo estatísticas, é a mais islamizada do País e isso pode criar conflitos com as mensagens que são veiculadas. Portanto, não existe concordância entre o discurso islâmico e sócio-científico e, até, político sobre o HIV e SIDA.

3.8 Encontros com as Organizações em Nampula

Organizações em rede

MonasoEsta Organização existe a nível nacional e desempenha um papel de coordenação em relação às organizações que trabalham na área do HIV/SIDA. Na conversa com o actual Coordenador apareceu claro que a situação das raparigas esta particularmente em risco em Mogovolas, e que Monapo e Malema são entre os Distritos mais ameaça-dos pelo HIV/SIDA.

À pergunta sobre em quais dos bairros do Posto Administrativo Central de Nampula a MONASO tem intervenções, respondeu que aquela ONG trabalha via seus mem-bros, por sua vez, estes têm acções em diferentes sítios, quer dentro da cidade, ou nos distritos.

A MONASO aceita qualquer associação, seja de carpinteiros, comerciantes, músicos, etc, desde que incorporem nas suas activi-dades a componente de HIV/SIDA. Neste momento, está-se a projectar a capacita-ção de jovens para melhor desenvolverem

actividades na área de negócios, geração de rendimento e também para pensarem na sustentabilidade das suas actividades.

Entretanto, sugeriu-nos a contactar as seguintes ONG’s, por achar que elas incor-poram componentes que interessam ao GIGV: - Cristo Rei (sr. Fanito, cell 826655050) - componente de cuidados domiciliários e produção de medicamentos alternativos;- NIIWANANE (sra. Teresa, cell 826488830) – geração de rendimentos, escolinhas, sen-sibilização e visitas domiciliárias., dando ênfase ao género e COVs. Tem compo-nente de medicina alternativa, e tem um grupo teatral de 20 jovens/crianças a rep-resentar nos Bairros com o apoio logístico da MONASO. A área geográfica de inter-venção é a cidade de Nampula e os Bair-ros de Mutauanha, Napipine, Namicopo, Namutequeliua, Muahivire, Muhala e Mua-hatala. - AMORA (sra.Guida Mirana,cell 826964310)

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– advocacia a favor da mulher;- Rede de Mulheres com Visão (sra. Gilber-ta cel 827066045) – advocacia a favor da mulher;- TIMBILA (sr. Magido cel 825355992) – sen-sibilização/prevenção através de teatros/filmes;- Naakihane (824029574) – trabalhavam com ICAP na busca de pessoas que aban-donaram o tratamento antiretroviral e faz visitas domiciliárias;- ORADE (Joaquim Box, Cell 820628570) – lida com crianças na OKHALIHANA.

CADER (Associação deCamponeses para o Desenvolvimento Rural)

Av: Samora Machel, nas instalações da OKHALIHANA.

Srs. Augusto José Muaevela – Coordenador e Maria da Glória Severiano – Assistente de Programas, Tel 26213556.

Criada em 31 de Dezembro de 1997, possui 200 membros entre homens e mulheres, e já foi legalizada mas falta a publicação da escritura no Boletim da República (veja es-tatutos em anexo).

No concernente à área geográfica das suas intervenções, ACADER está nos distritos de Muecate, Meconta e cidade de Nampula. Ao nível da cidade de Nampula, trabalha no Bairro de Namicopo, Unidade Comunal Palmeiras 2, onde desenvolve actividades na área de educação de crianças órfãs vi-

vendo com as famílias adoptivas ou substi-tutas, alfabetização de adultos. A escolha desta parte de Namicopo deveu-se ao facto de ter sido uma zona de reassentamento dos deslocados da guerra, caracterizada por um número considerável de mulheres cujos maridos “abandonaram” á procura de emprego ou ocupação noutras zonas, por jovens não escolarizados e sem ocupa-ção o que propiciava na zona uma situa-ção deplorável dessas mulheres e jovens, de criminalidade, entre outros males que afectavam, também, as crianças. ACADER viu nesta situação uma oportunidade para uma iniciativa de ajudar a população no combate à tal criminalidade, criando facili-dades em infra-estruturas, capacitação em gestão de negócios e protecção do meio ambiente.

Em Namicopo, a associação dispõe de infra-estruturas constituídas de salas de aulas, incluindo fonte de água, financiada pela UNICEF por intermédio da DIMAS/Conselho Municipal, que também benefi-cia a população circunvizinha. Na escola, de categoria de EP1, frequentam 375 cri-anças da 1ª a 5ª classes.

No que diz respeito às parcerias, ACADER colabora com a Educação que paga os pro-fessores e alfabetizadores e, com a ZIP de Namicopo. Colabora com APEA na educa-ção e alfabetização dos adultos e também com a escola 1º de Janeiro, pertencente a uma associação religiosa, localizada na ro-tunda do Aeroporto. Funciona o conselho de escola que muito precisa de capacita-ções para melhorar a sua intervenção na ligação entre a escola e a comunidade. Os

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membros do conselho não percebem o seu papel, não são capazes de fazer a mo-bilização porque não sabem qual é o seu trabalho como elo de ligação, por falta de capacitação. Comparecem nas reuniões quando convocados para a reunião de en-carregados de educação, mas o seu envol-vimento continua passivo na maioria das vezes. Entretanto, para fazer face a esta tendência, ACADER submeteu um projecto de capacitação deste conselho ao NPCS, foi aprovado mas ainda não foram disponibili-zados os fundos.

Funciona nesta comunidade também um conselho comunitário para a gestão da fonte de água. E foi criado um grupo de voluntários para sensibilizar a comunidade no combate ao fecalismo a céu aberto, pro-moção de latrinas e conservação do meio ambiente, mas ultimamente o dinamismo do grupo está baixando, talvez, por falta de incentivos.

Outro parceiro era a Organização Interna-cional do Trabalho (OIT) que recrutou 14 mulheres entre membros de ACADER e as do Bairro, capacitou-as em matéria de gestão de negócios, poupança (xitike) e crédito rotativo, mas essas mulheres não têm fundos para iniciarem os negócios.

Em termos de realizações, ACADER faz uma avaliação positiva, pois, na sua opinião o objectivo tem sido buscar alternativas para ocupação dos jovens, sobretudo, as mulheres que desenvolvendo as suas actividades quase não lhes resta tempo para a prostituição e, deste modo evitam a contaminação com o vírus de HIV/SIDA. Na

área de educação, de 2001-2007, ACADER tinha como meta graduar 2000 alunos da 5ª para 6ª classe e conseguiu graduar 1750 alunos. As suas intervenções tornam ACADER uma Organização de reconhecido papel, quer ao nível da comunidade, pois, quando os encarregados de educação são convocados para ajudar nos trabalhos da escola, comparecem em massa. Goza também de reconhecimento por parte da direcção da educação da cidade e da ZIP. Apesar deste reconhecimento ACADER ainda enfrenta dificuldades financeiras, em infra-estruturas e outros recursos para impulsionar as suas intervenções. Entre as suas necessidades sonha em angariar fundos para a construção de mais 4 salas de aulas, um escritório próprio com uma casa de banho e desenvolver actividades de arte e ofícios para ajudar as crianças a aprenderem algum ofício pensando no seu futuro. Para isso tentou fazer lobby com a Embaixada do Japão e com a 1ª Dama, mas ainda nada de concreto senão apenas a esperança.

Neste momento, ACADER encontra-se nos preparativos para a realização de sua Assembleia-geral, a ter lugar no distrito de Muecate, nos próximos meses.

ACADER é uma ONG antiga que intervém em áreas que de certo modo são do inter-esse do GIGV, pelo menos ao nível da cidade de Nampula. Porém, a entrevista decorreu com as duas pessoas acima mencionadas que, por sinal, são os gestores dos progra-mas e não houve tempo para conversar com os beneficiários ou outros membros,

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nem tempo para a visita no terreno das ac-tividades para confrontarmos as informa-ções. O que temos como conhecimento é que em Nampula, ACADER ocupou para seu escritório um compartimento pequeno do edifício do Fórum OKHALIHANA, com muito poucas condições de trabalho. Pos-sui um computador, e como muitas ONG’s, depende de financiamentos para as suas actividades. Até ao momento, queixa-se da falta de financiadores, pois, o maior fi-nanciador até aqui é NPCS. Este facto é sus-ceptível de questionamentos se os financia-dores não são interessados pelas áreas de intervenção da ACADER ou se o problema está no seu desempenho que pode não merecerr de confiança. Desta forma, hav-endo interesse de o GIGV estabelecer par-ceria com esta associação, será necessário aprofundar a pesquisa e entrevistar mais membros e beneficiários, incluindo visitas à zona onde está a operar.

REDE DE MULHERESCOM VISÃO

Rua dos Continuadores nº21 (na dependên-cia da Igreja Adventista do Sétimo Dia), em frente do Shoprite. Apesar de funcionar em instalações de uma Igreja, não é uma ONG religiosa. Tel 26216628; sra. Zumira Abdul Magid Carimo – Coordenadora, cel 824198928.

É um fórum de 30 associações de mulheres, criado em 2006, legalizado e tem como:

- VISÃO – Mulheres empoderadas- MISSÃO – formar/capacitar mulheres so-cial e profissionalmente de modo a poder-em desenvolver qualquer actividade para o sustento e para a inserção social.

- OBJECTIVO GERAL – ver a mulher a perceber e a reivindicar seus direitos por mérito, sobretudo, nas associações onde dificilmente a mulher ocupa cargos de che-fia.

Em resumo é uma ONG que exerce sobretu-do a advocacia em favor da mulher e as suas intervenções incluem a formação para a vida, gestão empresarial, capacitação na área de informática, Inglês, elaboração de projectos, desenvolvimento organizacio-nal/institucional, secretariado, direitos de herança e sucessões no âmbito da lei da família, HIV/SIDA e gestão de conflitos nas associações.

O seu grupo alvo é constituído maiori-tariamente por mulheres que vêm pelas respectivas associações membros para aprenderem e depois disseminarem o aprendizado nas suas associações e nos seus convívios. Mas também, incluem-se alguns homens e mulheres singulares. A Organização possui membros que são alunas.

As áreas vocacionais das associações mem-bros são: educação para a mulher, HIV/SIDA. Há projectos em carteira para acções de geração de rendimento no próximo ano. O que a Rede fez até agora na área de HIV/SIDA foi apenas a formação em pre-

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venção e Género, mas ao nível dos mem-bros é muito difícil dizer algo de concreto, pois, ainda não foi feita pesquisa para se saber sobre acções no terreno. Ainda não foi desenhado um projecto para atacar a questão de desistência das raparigas das escolas, abusos e outras questões.

Em termos de espaço geográfico de actua-ção, a Rede por enquanto concentra acções ao nível da cidade de Nampula, mas a partir do próximo ano projecta expandi-las para Mogovolas, Rapale e outros distritos.

Possui um único financiador que é o Grupo África da Suécia (GAS) e um parceiro, a MO-NASO. E não há ainda um intercâmbio ou colaboração com estruturas comunitárias nem com entidades governamentais, en-tão, é difícil dizer algo sobre os conselhos comunitários.

Conclui-se que as acções da Rede têm im-pacto no sentido de que há mulheres que tendo-se beneficiado dessas capacitações, hoje estão empregadas. Entretanto, sub-sistem grandes sinais de fraqueza orga-nizacional/institucional, dado que nas as-sociações membros nota-se falta de solidez e entendimento sobre a finalidade das ca-pacitações

A Rede constitui um óptimo espaço e boa oportunidade para o debate e reflexão sobre aspectos que colocam a mulher em desvantagem, em termos de sua participa-ção no desenvolvimento da família e de sua comunidade, apesar do seu grande papel

NUGENA

E uma rede de organizações sociais, que tem como objectivo a promoção da mulher e o equilíbrio da relação de género. Existem desde 1998, mas oficialmente só a partir de 2001. São membros do Fórum Mulher e estão presentes em 18 dos 21 Distritos da Província. Fazem parte desta rede 9 orga-nizações, tendo o apoio do CIDA Canada e da Concern. O seu principal papel consiste em capacitar os seus membros e formar for-madores das organizações para a área do género.

Associações Juvenis

AJID

Esta é a Associação da juventude Islâmica para os jovens.

Existe oficialmente desde 2004. Os seus objectivos têm que ver com a promoção da cultura, da educação, promovem os valores morais entre os jovens, apoiam os órfãos, realizam palestras sobre HIV/SIDA. Para com os jovens defendem sobretudo os temas da fidelidade e abstinência.

Esta associação tem actividades sobretudo na cidade, e são 25 membros. Tem real-izado caravanas que chegam aos Distritos onde realizam palestras.

Em Mossuril têm o projecto de abrir uma escola primária com madrassa. Em Mossuril

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as raparigas locais não vão a escola, e eles têm realizado palestras nas mesquitas para mobilizar os pais e as próprias raparigas.

Em Angoche, na zona de Luazi tem um Centro para órfãos, com 20 crianças.

Além das palestras nas mesquitas, no do-mingo promovem jogos de futebol, juntam

os jovens, e no fim aproveitam para conver-sar sobre vários temas da juventude.

As actividades que realizam são feitas em parceria com a comunidade islâmica.

Gostariam de colaborara com a Rádio Haq, que e a Rádio muçulmana, mas não têm fi-nanciamento para tal.

UNDE (UNIÃO NACIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO ESTUDANTIL)

Com a sede nacional em Maputo, na Av: Ahmede Sekou Touré nº2050,telefax 21327126 e fax 2131889,

possui 3 delegações províncias, nomeadamente Nampula, Cabo Delgado e Niassa.

A de Nampula fica situada na Av: Filipe Samuel Magaia nº44.Telef 26213058 ou cell827045976, sr. Tavares – Oficial do Programa,ou 826565191- sr. Pedro Casaco – Coordenador delegado.

A Organização foi criada em 1 de Junho de 1996, é legalizada, os seus membros são estudantes e trabalha com núcleos das es-colas que ela própria cria e capacita. O seu propósito é defender os direitos estudantis e divulgar os deveres pedagógicos, pois, o que se verifica é que há mais exigências no concernente aos deveres pedagógicos do estudante e, em contra partida, pouco ou quase nada se respeitam, os seus direitos, por parte das entidades, ou funcionários das instituições do ensino.

Desde a sua criação, a UNDE, tem como:VISÃO – escola livre da corrupção, de as-sédio sexual, da violência e do HIV/SIDA e drogas, onde os direitos dos estudantes são respeitados e levados em conta na tomada de decisões. Tornar a escola um lugar de oportunidades para que os estudantes possam fazer escolhas informadas sobre as suas vidas.

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OBJECTIVOS – garantir um ambiente de ensino/aprendizagem entre alunos e pro-fessores; informar e comunicar assuntos de direitos humanos, direitos e deveres esco-lares à comunidade estudantil; promover debates nas escolas e programas radiofóni-cos sobre questões que afligem os estu-dantes, redução dos conflitos e a promoção de um bom convívio social nas escolas.

Estes núcleos são capacitados em gestão/mediação e triagem de conflitos pedagógicos nas escolas; divulgação dos direitos e deveres dos estudantes; promoção de palestras de sensibilização, advocacia e promoção de convívios estudantis. Em cada escola é criado um gabinete de atendimento ao estudante (GAE), constituído por chefe e 2 colaboradores, para velar pelas situações de assédio sexual à rapariga; estes fazem também campanhas de sensibilização sobre o HIV/SIDA, gravidezes precoces; e promovem debates sobre o novo curriculum de ensino.

No respeitante a áreas geográficas de actu-ação, na cidade de Nampula, a UNDE pos-sui núcleos na Escola Secundária 12 de Ou-tubro (Bairro de Muhala-expansão); Escola S. da ADEMO (Bairro de Mutauanha); Es-cola S. de Namicopo (B.Namicopo); Escola S. Nampaco (zona da Quinta Naza); Escola de Tiacane (B. de Natikire); UP de Nampula; Escola S. de Napipine (B. Napipine); Escola Industrial e Comercial 3 de Fevereiro (B dos Bombeiros); Escola S. de Muatala; e Centro Cultural Islâmico (CCI).

Em cada núcleo há activistas que moni-toram as actividades. Existe também um

plano centralizado da UNDE a partir do qual cada núcleo elabora o seu próprio plano. Apesar deste dinamismo entre estu-dantes, aspectos burocráticos dificultam a colaboração com as estruturas das escolas e, por isso, propicia um desnível de desem-penho entre um núcleo e outro.

Em termos de parcerias a UNDE trabalha com a LDH na capacitação técnica em direitos humanos; MONASO em seminári-os e debates sobre o HIV/SIDA; Conselho Província da Juventude (CPJ-NPL) em in-tercâmbios juvenis; Rede de Mulheres com Visão em intercâmbios e debates sobre o género e abusos da rapariga. Lida também com conselhos de escola para a capacita-ção das comunidades circundantes às es-colas.O seu principal financiador é o Grupo Áfri-ca da Suécia (GAS) na capacitação técnica e apoio material.

No que diz respeito às principais realizações, nos seus 11 anos de defesa do estudante, a UNDE orgulha-se de ter conseguido es-tar suficientemente divulgada e enraizada nas escolas e, conquistar os corações dos estudantes. A sua capacidade de intervir em assuntos de injustiças escolares e o seu espírito de frontalidade já cria certa inqui-etação ao nível de algumas entidades de educação. No início de cada ano reproduz-se o regulamento interno das escolas que serve de instrumento de defesa contra as injustiças.

A criatividade dos seus membros e núcleos, a interacção com estudantes promovendo os intercâmbios, as suas boas relações com

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os conselhos de escolas e com os parceiros fazem da UNDE uma Organização forte.

DESAFIO JOVEM

Trata-se de uma organização cristã, e o próprio Coordenador é um pastor. Tra-balham com jovens vulneráveis, sobretudo com crianças órfãs e vulneráveis e têm es-tado a apoiar cerca de 360 destas.Estão presentes em Namialo, Meconta e na cidade de Nampula, no Bairro de Nam-paco.Neste momento estão a espera de finan-ciamento para poder continuar com as actividades, entre as quais, um projecto de criação de frangos em Morrupula, para ajudar as famílias que cuidam de crianças órfãs, e queriam continuar a trabalhar com activistas que já estavam formados tendo a responsabilidade de visitar, cada um deles, 11 casas de órfãos.

ARO MOÇAMBIQUE

No passado esta ONG desempenhou tarefas muito interessantes, trabalhando com parceiros fortes, como por exemplo no Projecto ÊSH da FDC, onde capacitaram núcleos escolares de combate ao HIV/SIDA nas escolas de 10 distritos da Província de Nampula, incluindo Nampula Cidade. A vocação desta ONG é educação, forma-ção e comunicação/informação em diver-sas áreas que dizem respeito à juventude. Nesta altura está praticamente parada, à espera de conseguir financiamentos.

Associações da área daEducação

M`Sol

Começaram a operar em 2007, mas estão actualmente parados à espera do financia-mento do NPCS. O grupo alvo é de jovens entre 12 e 19 anos de idade.Trabalham com estudantes nas escolas primárias de Anchilo em Rapale. Esta zona esta no corredor, onde passa a estrada na-cional e a linha férrea, e existe também um quartel.

Os planos de actividade desta organização incluem: segurança alimentar, educação da rapariga, abastecimento de agua potável, sensibilização sobre HIV/SIDA nas escolas.

Actualmente estão a trabalhar nas escolas realizando palestras, concursos e formação de 10 estudantes e 2 professores em An-chilo.

Em Anchilo não há escolas secundárias, e às vezes encontram-se jovens que com 22 anos frequentam a 7ª classe.

UDEBA

Nasceu como ONG mas actualmente, desde 2004, existe como instituição.Trabalham em colaboração com a Direcção Provincial de Educação e Cultura, e a nível da educação básica no que diz respeito a:- infra-estruturas comunitárias (salas de aul-

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as, casas de professores)- centros de desenvolvimento comunitários (recursos)- capacitação de professoresO tema de HIV/SIDA é tido como transver-sal. Existe uma forte colaboração com os Centros de Desenvolvimento Comunitári-os, onde decorrem cursos de alfabetização e implementação de micro-projectos para que os alunos aprendam:- medicina verde- horticultura- olaria- costura- cestaria- fabrico de blocos Estão presentes em 5 Distritos: Nacala Vel-ha, Memba, Mogincual, Nacarroa, Lalaua.Podem-se deslocar a outros Distritos tam-bém se houver alguma necessidade.Não operam na Cidade.

Em Lalaua, por causa da alta taxa de desistência das raparigas nas escolas, realizaram um inquérito social sobre os ritos de iniciação, e a seguir uma filmagem, graças ao envolvimento dos líderes tradicionais, das matronas responsáveis pelo ritos de iniciação, e das alifas, as professoras das madrassas.

O grupo alvo é de crianças e jovens entre 7 e 12 anos. Para os mais velhos realizam tor-neios de equipas de futebol, debates assim como teatro (trabalhando sobretudo com o grupo Timbila).

CONCERN

Rua da Cidade de Moçambique,nºTelefone 26212829.

Sr. Maurício Sulila – Coordenador daCONCERN, cell 823816040

Sra. Fátima Marcelo Jerónimo – Técnica para a área de Conselho de Escolas, cell 826915680.

Sr. Caetano Inlapucha – Oficial para a área de HIV/SIDA e Género.

Sr. Júlio Avalinho – Oficial para a área das ZIP’s e Centros de Recursos.

Na cidade de Nampula, a CONERN estava a implementar o projecto de Educação, sobretudo, nas capacitações das Zonas de Influência Pedagógica (ZIP’s), tendo realizado actividades, tais como, capacitação psico-pedagógica dos professores, incluindo matérias sobre técnicas e tipos de avaliação e, em matéria sobre a psicologia da criança e sobre a ética profissional na Educação, sendo um dos temas principais o relacionamento professor/estudante (afim de desencorajar o assédio aos alunos).

Na componente “crescer”, do mesmo pro-jecto, foram capacitados os coordenadores das ZIP’s para estes fazerem a réplica nas respectivas zonas de influência. Foram construídos 8 centros de recurso de edu-cação e equipados com mapas, bibliografia diversa e entregues equipamentos audio-visuais constituídos por vídeo, televisor e

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filmes sobre o HIV/SIDA. As ZIP’s que foram abrangidas por este projecto são: Marere, Mutauanha, Serra da Mesa, Barragem, Namicopo, Muatala, 7 de Abril e Napipine.

Todos os professores das ZIP’s foram abrangidos na capacitação em saúde sexual e reprodutiva, usando comissões de mães como pontos focais, nas escolas e núcleos de género e HIV/SIDA, criados nessas escolas. Os alfabetizadores também foram abrangidos, com destaque sobre a capacitação em matéria de planificação, usando métodos participativos, com enfoque de género. Ainda a CONCERN apoiou na formação profissional, no IMAP, 11 professores das ZIP’s de Serra da Mesa, Barragem, Marere e Mutauanha. As capacitações incluíam palestras sobre a estratégia de promoção de acções preventivas em relação ao HIV/SIDA. Assim, em cada escola surgiram subcomissões de género e HIV/SIDA para lidar com essas questões. Os núcleos beneficiavam-se de palestras sobre como preparar e dirigir encontros.

Foram, também, criados e capacitados grupos teatrais, em 5 escolas, nomeadamente, Tiacane (Natikire); Namicopo B; EPC de Carrupeia; EP2 de Belenenses (Muahala); e EPC de Cossore (Muatala). A ideia era de estes grupos, além de desenvolverem actividades normais de difusão das mensagens, fossem também, trabalhar noutras escolas para criarem inspiração em outros alunos criarem grupos de teatro.

No concernente às parcerias que a CON-CERN estabeleceu, foi apenas com a Di-recção Distrital de Educação onde foram indicadas pessoas para representantes por área como género e HIV/SIDA, conselho de escola, ZIP’s, etc. Com a Direcção Provincial de Educação havia apenas concertação, enquanto com as ONG’s locais não havia muita ligação, senão negociações e consul-tas. A CONCERN colaborava com a UDEBA e Save The Children na componente de educação para todos, iniciativa que não so-breviveu por falta de financiamento. Cola-borou também com o Concelho Municipal e a Direcção Ciência e Tecnologia, na con-strução de 2 escolas incluindo a capacita-ção dos respectivos conselhos de escola.

Durante a implementação do seu projec-to de educação, a CONCERN realizou ca-pacitações dos conselhos de escola, mas somente em 12 escolas é que a capacita-ção foi em 100% e nas restantes escolas foi um ciclo parcial. As matérias que versa-vam essas capacitações eram: regulamen-to do ensino básico; planificação estraté-gica; contabilidade básica e produção de relatórios; saneamento do meio ambiente/uso de latrinas; incluía também as trocas de experiências entre os conselhos de es-colas.Porque um conselho de escola representa todos os grupos da comunidade escolar, a CONCERN adoptou como estratégia de saída capacitar estes conselhos de escola em: construção e manutenção de escolas; elaboração de micro-projectos de geração de rendimento; incluía também a projecção de filmes, na componente de educação preventiva.

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LISTA DAS ESCOLAS POR ZIP CAPACITADAS NO AMBITODO PROJECTO DE EDUCAÇÃO APOIADO PELA CONCERN

Nome da EscolaKalonkaCossoreNamicopo BMutauanhaMpuechaNamauatto BTiacaneAcordos de LusakaCarrupeiaNikuthaBarragemNahene 1

Nome da Escola

Mutava - RexMutomoteSerra da MesaMurrapaniua 1Murrapaniua 2Napipine

Distância a partirda cidade≈ 29 Km≈ 3 Km≈ 19 Km≈ 4 Km≈ 6Km≈ 13 Km≈ 7 Km≈ 14 Km≈ 3 Km≈ 5 Km≈ 4.5 Km≈ 13 Km

Distância

≈≈≈≈

Nome da ZIP

Muatala (zona militar)Muatala Muatala (no Lourenço)MutauanhaMutauanhaMutauanhaMarereMarereNamicopoBarragemBarragemNamutequeliua

Nome da ZIP

MutomoteMutomoteSerra da MesaMutauanhaMutauanhaNapipine

Ciclo de Capacitação (100% completo)

Ciclo completoCiclo completoCiclo completoCiclo completoCiclo completoCiclo completoCiclo completoCiclo completoCiclo completoCiclo completoCiclo completoCiclo completo

Ciclo de capacitaçãoparcial

Ciclo parcialCiclo parcialCiclo parcialCiclo parcialCiclo parcialCiclo parcial

A seguir são apresentadas as ZIP’s e o Conselhos de Escolas considerados mais dinâmicos pelo seu desempenho.

CONSELHOS DE ESCOLAS (por ordem de classificação quanto ao seu desempenho):- Cossore- Mpuecha- Tiacane- Belenenses- Carrupeia

- Nikutha- Serra da Mesa- Mutauanha- Murrapaniua 1ZIP’s mais dinâmicas (por ordem de classifi-cação quanto ao seu desempenho)- Marere- Muatala- Serra da Mesa- Mutomote- Napipine

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A CONCERN apontou como factores que poderão constranger a sustentabilidade do projecto de educação, após a sua retirada:

- As mudanças de coordenadores das ZIP’s, cujos substitutos ou não estavam a par do processo, ou não levavam a sério as acções iniciadas pelos seus antecessores;

- A falta de recursos financeiros para a con-tinuação dos debates/seminários e troca de experiências entre os conselhos de es-colas e/ou as ZIP’s, depois da retirada da CONCERN. Quer dizer, não falta a vonta-de nas pessoas, mas sim, meios para con-tinuarem em frente;

- A maior parte das pessoas eleitas para membros dos conselhos e núcleos de es-cola não é escolarizada, porém, as eleições internas desses membros não são acom-panhadas de capacitações.

- Com a retirada da CONCERN as capacita-ções reduziram bastante e, isto constitui uma fraqueza para a continuidade das actividades, quer dos conselhos de esco-las, quer das próprias ZIP’s.

Solidariedade (Zambézia)

Esta Organização é membro e Represen-tante da Rede Nacional da Criança na Província. Dentro das suas actividades pro-move também a campanha contra o abuso da rapariga, que para tal criou um fórum representativo da rapariga nas escolas da cidade.

O Fórum Provincial contra o abuso sexual da rapariga tem como objectivos principais: fortalecer o conhecimento das raparigas sobre os seus direitos, ganhar consciência sobre a importância da edu-cação como fonte para habilidades para a vida, e aprender a dialogar com os pais, parentes e sua comunidade.

O problema deste fórum é não ter financia-mento para a continuação da campanha.Em principio deveriam estar presentes nas Escolas Secundarias de Nampula, Teacane, EPC de Namutequeliua, EPC da Barragem, EPC Mapara, e EPC de Muthita.

Na Escola Secundária de Nampula foi aberto um clube da rapariga, mas sem actividades por falta de fundos. A ideia partiu da experiencia da FAWEMO, e era que nestes clubes a rapariga pudesse ter noções de musica, culinária, e habilidades para a vida em geral.

Tiveram cobertura da TVM na altura da campanha, num Programa que teve muito seguimento, e que intitulava-se: Sa Khula Mahiku (=Novidades Diárias)

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Associações de Mulheres

CENTRO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

Bairro de Muhala-Expansão, Quarteirão 29/30, Cell 826957460 – Irmãs Lídia ou Norma.

É um centro que iniciou as suas actividades em 2003, atende especialmente mulheres, viúvas, desempregadas ou vulneráveis no ensino/alfabetização dos Adultos; na ca-pacitação em artesanato, croché, corte e costura, culinária e medicina alternativa (medicina verde). Aprendem também con-ceitos de primeiros socorros, conhecimen-to de plantas medicinais para a preparação de chás, pomadas, xaropes e outros medi-camentos que ajudam a combater algumas doenças como borbulhas, feridas, bron-quites e asmas, entre outras. Aprendem a aplicação de argila também no combate às doenças. No centro faz-se também o aten-dimento de alguns doentes que sem serem do centro demandam o tratamento com recurso as plantas.

Como já vimos a maioria são mulheres do bairro que chegam voluntariamente em busca de aprender algo para a vida, além do simples ler e escrever, e frequentam desde o 1º a 3º anos de AEA e no próximo ano pretende-se introduzir a 6ªclasse e cur-so de informática. Actualmente conta com mais de 500 pessoas, incluindo as que che-gam de outras comunidades/bairros, con-vocadas para participarem nas palestras acabando por se apaixonarem por diversas actividades que o centro desenvolve. Ape-

sar existirem alguns rapazes o centro é pre-dominantemente de mulheres e raparigas acima de 14 anos de idade. Embora se trate de um centro gerido por Irmãs religiosas, não há condicionalismo religioso para se ser integrado nas actividades, até porque a grande maioria das mulheres que frequen-tam o centro professam ou se identificam com a religião islâmica. O objectivo é aju-dar as pessoas a prolongarem a sua vida e abrir a sua mente através destes cursos e frequência ao centro de AEA.

As palestras que o centro promove são so-bretudo educativas para o esclarecimento sobre os direitos de cidadania, a lei da famí-lia e outros aspectos dos direitos humanos. Neste sentido, as viúvas são assistidas com a finalidade de recuperarem o seu direito de herança que lhes é negada. Há exem-plos positivos de 3 viúvas que estão a re-ceber o direito de aposentadoria dos seus maridos antes de falecerem.

O centro possui equipamento audiovisual para as palestras, infra-estruturas como sa-las de aulas e oficinas de ofícios para a cu-linária, bordados e corte e costura.

Tem como único parceiro a Educação que paga os alfabetizadores e integra as finalis-

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tas no ensino formal e facilita a produção de certificados de equivalência. Mas a colabo-ração com entidades como DPMAS é muito difícil devido a morosidade no atendimen-to, por exemplo de pessoas debilitadas por HIV/SIDA em TARV e que procuram apoio em dieta alimentar. Entretanto, está aberto para parceria neste desafio de ajudar as pessoas a lutarem por uma vida digna. Co-labora com outras entidades religiosas.Não possui um financiador a não ser pessoas de boa vontade, sobretudo, es-

trangeiros que dão apoio quer material, quer financeiro.

É um centro muito procurado no bairro e, muitas vezes fica com espaço bastante re-duzido para mais pessoas, sinal de sua im-portância e do seu papel social nas comuni-dades circunvizinhas. Não é um centro de acolhimento do tipo internato, apenas as pessoas se concentram para os trabalhos do dia, no fim do qual regressam às suas casas.

AMORA (ASSOCIAÇÃO MOÇAMBICANAPARA A PROMOÇÃO DA RAPARIGA)

Bairro de Napipine, atrás da Direcção Pro-vincial do Trabalho. Entra-se pela rua que separa os muros do cemitério velho e do parque de estacionamento da TPN.Sra. Guida Miranda – Coordenadora, cell 826964310, e-mail [email protected]; [email protected]. É uma associação nacional criada em No-vembro de 2000 e a Delegação de Nam-pula dispõe de 40 membros individuais.O seu propósito é promoção da mulher e género através de capacitações em áreas vocacionais, tais como, educação formal, profissional e educação/comunicação preventiva contra o HIV/SIDA. Mas neste momento não está a desenvolver projec-tos concretos, apenas possui um centro educacional na vila de Rapale (Nampula distrito, entre o tribunal local e a sede do partido Frelimo), com 2 salas de aulas onde frequentam alunos desde 1ª-5ªclasses e tur-mas de alfabetzação.

Em Rapale ainda tem um programa de agricultura com uma machamba de cerca de 12 hectares para beneficiar as comu-nidades circunvizinhas, onde as famílias recebem por empréstimo uma parcela de terra e certa quantidade de semente para no fim da campanha reembolsar a mesma quantidade que irá beneficiar os outros.

Na área de HIV/SIDA forma activistas que promovem palestras de sensibilização e apoia as COV’s. AMORA tem um grupo de crianças em 3 escolas: na escola 1º de Janeiro, na zona do Xitende (rotunda do Aeroporto, Nampula cidade) são 80 COV’s vivendo em famílias substitutas e apoiadas em material escolar; 2 crianças na escola de Namicopo; 2 na escola dos Limoeiros; 4 na escola comunitária dos CTT (Bairro de Carrupeia) e 12 crianças em Rapale. Como atrás referido, o centro não é de acolhi-mento, mas serve para promover capacita-

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ções vocacionais, tais como extensão rural, batique/corte e costura, culinária.

Em termos de procedimentos para a identificação das crianças vulneráveis, as próprias escolas é que fazem o levantamento/cadastro dessas crianças e algumas delas são parentes dos membros da AMORA. Trabalha também com as lideranças comunitárias/madrassas e igrejas na identificação das meninas para a formação nesses cursos vocacionais. Colabora com a educação/directores das escolas e responsáveis pedagógicos na ocupação de tempo de férias para essas aprendizagens, no sentido de não se desviarem. O centro de formação de alfabetizadores de Mutauanha é outra instituição com que AMORA colabora na disponibilização do material para AEA. A ligação escola comunidade, conselhos de escola, permite a identificação de raparigas que por diversos motivos não conseguiram ingressar na escola e facilita a mobilização dos pais a perceberem as vantagens de a criança frequentar a escola e a participarem nos trabalhos da escola, nas reuniões da escola e contribuições para as beneficiações das mesmas escolas.

Nas suas actividades, AMORA conta com os seguintes parceiros: MONASO, NPCS, MOPH, DPS, Rede de Mulheres com Visão, OKHALIHANA, SOLIDARIEDADE ZAMBÉZ-IA. E teve a Terre des Homens da Alemanha como principal financiador, mas agora já se retirou. Depois contou com a Save the Chil-dren, em Nacala-Porto, NPCS em Rapale e Mogovolas.

A sua área geográfica de actuação é Nam-pula-Rapale, Mogovolas (onde grupo de mulheres com projecto de geração de ren-dimento recebeu apoio do FIL e está a pro-duzir amendoim) e Nacala Porto e Memba.

Associação das MulheresRurais

Rua dos Continuadores nº 21(na de-pendência da Igreja Adventista do Sétimo Dia).

Apesar de funcionar em instalações de uma Igreja, não é uma ONG religiosa. Tel 26216628; sra. Zumira Abdul Magid Ca-rimo – Coordenadora, cel 824198928.

É um fórum de 30 associações de mul-heres, criado em 2006, legalizado e tem como:-VISÃO – Mulheres empoderadas

-MISSÃO – formar/capacitar mulheres social e profissionalmente de modo a poderem desenvolver qualquer actividade para o sustento e para a inserção social.

-OBJECTIVO GERAL – ver a mulher a perceber e a reivindicar seus direitos por mérito, sobretudo, nas associações onde dificilmente a mulher ocupa cargos de chefia.

Em resumo é uma ONG que exerce so-bretudo a advocacia em favor da mulher e as suas intervenções incluem a formação para a vida, gestão empresarial, capacitação na área de informática,inglês,elaboração

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de projectos, desenvolvimento organiza-cional/institucional, secretariado, direitos de herança e sucessões no âmbito da lei da família, HIV/SIDA e gestão de conflitos nas associações.

O seu grupo alvo é constituído maioritaria-mente por mulheres que vêm pelas respec-tivas associações membros, para aprender-em e depois disseminarem o aprendizado nas suas associações e nos seus convívios. Mas também, incluem-se alguns homens e mulheres singulares. A Organização possui membros que são alunas.

As áreas vocacionais das associações mem-bros são: educação para a mulher, HIV/SIDA. Há projectos em carteira para acções de geração de rendimento no próximo ano.

O que a Rede fez até agora na área de HIV/SIDA foi apenas a formação em preven-ção e Género, mas ao nível dos membros é muito difícil dizer algo de concreto, pois, ainda não foi feita pesquisa para se saber sobre acções no terreno. Ainda não foi de-senhado um projecto para atacar a questão de desistência das raparigas das escolas, abusos e outras questões.

Em termos de espaço geográfico de actua-ção, a Rede por enquanto concentra acções ao nível da cidade de Nampula, mas a partir do próximo ano projecta expandi-las para Mogovolas, Rapale e outros distritos.

Possui um único financiador que é o Grupo África da Suécia (GAS) e um parceiro, a MO-

NASO. E não há ainda um intercâmbio ou colaboração com estruturas comunitárias.A Rede constitui um óptimo espaço e boa oportunidade para o debate e reflexão sobre aspectos que colocam a mulher em desvantagem, em termos de sua participa-ção no desenvolvimento da família e de sua comunidade, apesar do seu grande papel. Talvez o pouco tempo de sua existência jus-tifique a sua fraqueza organizacional, mas o campo de sua intervenção certamente tange o de interesse do GIGV. Assim, jul-gamos que é um potencial candidato ao estabelecimento de parceria pelo menos para a área de advocacia, mas precisaria de muito trabalho de capacitações no sentido de promover consciencialização para ata-car aspectos, muito mais sensíveis da vida da mulher e da criança na família e na so-ciedade, em vez de centrar-se na promoção da mulher nas agremiações.

Nugena

E uma rede de organizações sociais, que tem como objectivo a promoção da mulher e o equilíbrio da relação de género. Existem desde 1998, mas oficialmente só a partir de 2001.

São membros do Fórum Mulher e estão pre-sentes em 18 dos 21 Distritos da Província.Fazem parte desta rede 9 organizações, tendo o apoio do CIDA Canada e da Con-cern.

O seu principal papel consiste em capacitar os seus membros e formar formadores das organizações para a área do género.

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Organizações da área do microcrédito e da geraçãode rendimento

IRAM

É uma organização estrangeira de origem francesa que existe em Moçambique desde 1997, e que trabalha na área de microfi-nanças.

O projecto que tem em Nampula chama-se rede das caixas rurais de Nampula, e está a operar desde 2005, com financiamento da cooperação suíça, gerido pela Helvetas.

Trabalham em 5 distritos: Erati, Muecate, Mecuburi, Rapale e Meconta.

Em Nampula já tem 25 caixas. O empréstimo é feito a grupos e não individualmente.

Os créditos são utilizados sobretudo para a área de negócios e de agricultura.

OLIPA

Existe há 7 anos, e foi a CLUSA que a aju-dou a se formar. A palavra olipa significa “ser forte”em macua. Estão em 8 distritos: Nampula-Rapale, Murrupula, Ribaue, Male-ma, Mecuburi, Muecate e Erati.

Esta organização promove associações de produtores, comercialização e ligação com os mercados.

Como actividades transversais tem centros de alfabetização em vários distritos, e fo-cam o HIV e o meio ambiente. Estes cen-tros existem em todos os distritos onde estão presentes, menos Erati. Os jovens e muitas mulheres também frequentam estes centros que tem 3 níveis.

Trabalham em parceria com Ophavela, e Iram e estas entram com a parte de mi-crocrédito, tendo todas estas organizações uma forte componente de associativismo.

Caixa das Mulheresde Nampula

Existem desde 2005 e estão presentes em Erati, Muecate, Mecuburi, Meconta, Rapali, além de Nampula cidade. Foi a COCAMO que criou as condições para se tornarem independentes.

Funcionam como um Banco onde a poupança e o crédito são as principais ac-tividades.

Tem mais de 3000 mulheres que recorrem aos seus serviços e que pedem créditos para pequenos negócios (produtos da macham-ba, pecuária, e outras vendas informais).A vantagem da Caixa é que concedem

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crédito mais facilmente do que os Bancos, mas o máximo do empréstimo e de 25000 Mts. O valor de deposito para poupança pode ser mais baixo daquele praticado nos Bancos, isto é de 5 meticais.

Não tem tido problemas de crédito mal parados, pois tem tido um retorno de 98% dos empréstimos feitos.

Também os jovens podem pedir crédito, mas tem que ter mais de 18 anos.

Tem 25 caixas espalhadas pela Província com mais de 5000 clientes, na maioria mulheres.

Entre os novos projectos de expansão tem a perspectiva de ir para Nacala Porto para permitir que mulheres e raparigas possam encontrar alternativas de auto-sustentam-ento que não seja ligado ao negocio do sexo.

Ophavela

Até 2004 pertenciam a ONG internacional CARE, tem 34.000 beneficiários na Provín-cia de Nampula, e estão em 14 distritos incluindo todos os Bairros da Cidade de Nampula e em Mugovolas.

Capacitam as comunidades para que pos-sam gerir o seu próprio dinheiro, ajudando-as a criar mecanismos de poupança e de créditos, assim como de um fundo social (por ex. para resolver problemas de saúde). O apoio é dado através de animadores co-

munitários (250), que por sua vez formam grupos nas comunidades de poupança e crédito rotativo, sendo as próprias comuni-dades que pagam os animadores.

Estão a tentar criar associações nos distri-tos para descentralizar e tornar as comuni-dades auto sustentáveis.

Em cada distrito há um oficial de programa, e este é o caso de Mugovolas, e existe um supervisor regional para cada 3 distritos.

As actividades da Ophavela tem uma com-ponente de HIV/SIDA, e conseguem atrair 45% de mulheres para as suas actividades, mas procuram parceiros para fortalecer esta componente.

Os grupos mais fortes, entre os quais alguns grupos de mulheres, são aqueles que estão perto dos corredores, e na cidade de Nam-pula, por causa do volume de negócios.

Organizações internacionais tendo múltiplas intervenções

Existem varias organizações internacionais na Província de Nampula, que implemen-tam Projectos em várias áreas. É o caso da Visão Mundial, da Helvetas, da SNV, da Concern, da Cocamo, da Clusa.

Na sua maioria não se encontram a tra-balhar na cidade de Nampula e estão pre-sentes nos distritos mais longínquos, seguin-do as indicações do Governo, no sentido de apoiar os distritos mais desfavorecidos

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na luta contra a pobreza e na melhoria dos sistemas de Educação, Saúde, e produção, geração de rendimento, comercialização, e boa governação, sobretudo nos Distritos. Entre estas várias e activas Organizações, destaca-se a SNV.

SNV

Esta ONG holandesa, trabalha em Moçam-bique e na Província de Nampula, há mais de duas décadas.

È uma organização que tem vindo a desempenhar um papel fundamental, pela seriedade e abrangência das suas interven-ções a vários níveis. Está seguindo actual-mente uma nova estratégia, baseada nos seguintes pontos:- orientação das actividades em duas áreas que são aquelas dos serviços básicos (BASE) e a de geração de rendimento, produção e criação de trabalho (PIE) focando estes pontos no contexto das prioridades nacionais de desenvolvimento

- procura de uma forte colaboração a nível local, essencial para render sustentáveis os esforços que visam á redução da pobreza

- tomar a “boa governação para o empoderamento” como um conceito fundamental

- cuidar da diversificação das parcerias e dos recursos, para aumentar o impacto das intervenções e para apoiar no fortalecimento da ligação entre micro e macro

Para realizar intervenções que são dirigidas aos serviços básicos, foram escolhidas as áreas de Educação, Saúde, Agua e Sanea-mento e Energia.De facto a SNV assinou recentemente um memorandum de entendimento para apoiar o Sector de Educação no Distrito de Mugovolas, no sentido de reduzir a de-sistência das raparigas da continuação dos estudos, e enfrentar outros problemas des-tas.

No que diz respeito a Saúde, além de forta-lecer o sistema nacional de Saúde em rela-ção ao acesso básico dos utentes, existe a preocupação de melhorar a qualidade do atendimento às mulheres grávidas, por exemplo, devido às altas taxas de mortali-dade na altura do parto em Moçambique, e em outros Países Africanos onde estão a operar.

No que diz respeito a tripla escolha (PIE), isto é income, production e employement, a SNV baseia-se em experiência e conheci-mento que se referem a vários Projectos nes-tas áreas implementados em outros Países, como Mali, Tanzania, Lao, Nicarágua.

A preocupação da SNV é de demonstrar a eficácia das suas intervenções, no senti-do de render factíveis os seus Programas, e isto é através da possibilidade de medir sistematicamente os resultados obtidos.

A boa governação e o seu fortalecimento é uma outra actividade chave, porque, se assim for, garante-se o desenvolvimento do País. Sabemos que em Moçambique, estas

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condições ainda permanecem, frágeis, e é preciso fazer-se muito trabalho a nível da liderança e dos próprios citadãos.

Assim a capacitação a nível local abrange um leque de aspectos, também no sentido de promover a auto-sustentabilidade, a apropriação das actividades implementadas, sejam quais forem os seus objectivos.

Em Nampula, mais especificamente, a SNV esta a juntar e capacitar várias ONGs da área da Educação, pois a ideia é de haver mais coordenação entre elas.

A SNV está de facto a apostar na educação da rapariga, e no fortalecimento dos currículos locais, assim como do fortalecimento da ligação Escola-Comunidade, e, seguindo a nova estratégia, actualmente também a nível da Cidade de Nampula e da Vila de Mugovolas.

Até agora tinha trabalhado mais nas regiões de grande plantações de caju, como Angosce e em toda a região costeira, onde

tem tentado fortalecer a cadeia income, emprego e rendimento, e tem assessorado as organizações locais para maximizar o seu impacto.

De facto é evidente, cada vez mais, a nível da Cidade de Nampula a necessidade de se melhorar a qualidade de vida das pessoas, particularmente dos grupos mais vulneráveis, e por isto a pertinência das novas intervenções desta organização.

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3.8 CONCLUSÕES e RECOMENDAÇÕES

Na Província de Nampula existem muitos actores intervenientes sobretudo nos sec-tores de desenvolvimento.

As áreas da Saúde e da Educação apare-cem como bastante frágeis mesmo tendoimportantes ONGs a trabalhar nestas áreas, sobretudo agora com a retirada da CON-CERN.

As intervenções para combater o alastra-mento do HIV/SIDA são bastante recentes, porque esta não é ainda uma Província com alta prevalência, mas os casos de novas in-fecções são alarmantes nos últimos anos, sobretudo entre os jovens, e particular-mente entre as raparigas. Em contraparte,existem nesta Província organizações pre-sentes no terreno há já vários anos, e existe uma forte tradição de formação institucio-nal e de capacitação para o auto-sustenta-mento das ONGs locais e das CBOs.

Ao longo do trabalho para o Mapeamento encontrámos aqui, como na Província daZambézia, muita potencialidade, mas que precisa de coordenação e de maior interacção entre os vários intervenientes.

O sector mais forte e apetrechado é o de microfinanças, ao contrário dos da saúde e da educação. Nesta Província que está crescendo rapidamente do ponto de vista económico, existe de facto uma certa agilidade social e económica, pequenos e grandes negócios e uma rede de comercialização e escoamento dos

produtos agrículas que funciona.Nampula é considerada actualmente como a 2ª mais importante cidade de Moçam-bique, depois de Maputo.

No que diz respeito a educação, embora hajam numerosas escolas, em número maior das escolas existentes por exemplo na Província da Zambézia, a situação das desistência das raparigas é muito alta, as-sim como os casos de gravidezes precoces e de casamentos prematuros. Existem Uni-versidades e até uma Universidade Islâmi-ca, mas que não são acessíveis a muitos jo-vens, e raparigas especialmente que vivem longe, nas zonas rurais.

A situação dos Lares para estudantes, que poderiam acolher os provenientes das zo-nas rurais, infelizmente é muito precária.Na área da saúde existem poucas orga-nizações fortes, e a maioria daquelas que trabalham na área do HIV/SIDA, fazem-no de forma transversal, paralelamente a out-ros ramos de interesse. O Núcleo Provincial de Combate ao HIV/SIDA tem tido muitas limitações em apoiar as organizações, so-bretudo as pequenas, por causa da dificul-dade de acesso aos fundos e de efectuar desembolsos pontuais.

Assim, notamos a existência de uma vastidão de Instituições/ONG’s/OCB que trabalham, de diferentes maneiras, estando envolvidas em diversas áreas de intervenção, por vezes tendo a área das COVs e da rapariga como transversal.

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Poucas são as que somente lidam com a área das COVs, ou da rapariga e mulher, tendo um forte impacto e acções a longo prazo. No entretanto,grande parte das ONG’s contactadas apresentam características positivas no seu desempenho, em geral, assim como requisitos que podem sugerir parcerias interessantes para o Projecto GIGV.

A SNV, a CONCERN, entre as internacio-nais, e a Solidariedade entre as nacionais, representam sem dúvida modelos de orga-nizações, que têm desempenhado ao lon-go de anos nesta Província um papel muito positivo.

A tendência nesta Província tem sido a de se fortalecerem e apoiar em, se para tornarem autónomas daquelas ONGs locais, que têm demonstrado capacidade e que tem sido capacitadas para tal, mas, muitas vezes, negligenciando a situação urbana.

No que diz respeito à área da comunicação, foi constatado que, para atingir os nossos objectivos, iremos precisar de:- Promover um programa virado exclusiva-mente à prevenção da rapariga em situa-ção vulnerável. Este programa tem que tomar em conta o factor religioso islâmico que é muito tradicional e conservador. Pelo facto da componente religiosa ser muito sensível, é preciso realizar um trabalho con-juntamente com as madrassas a nível da ci-dade de Nampula e no Distrito de Mogovo-las para envolver as instrutoras e as alunas, inclusivamente as dos ritos de iniciação.

- Unir e coordenar os grupos que serão

prováveis parceiros (Rádios e outras ONGs) a alinharem na mesma linha de onda. Isto é possível se se capacitarem e munirem esses grupos de uma estratégia de comunicação comum para que seja eficiente e eficaz. Os grupos devem-se sentir parceiros e irmãos da mesma causa.

- Este trabalho de unir e coordenar os gru-pos intervenientes deverá começar com a própria comunicação social local. A comu-nicação social local, principalmente as rá-dios comunitárias devem estar munidas de uma plataforma única e comum. Apesar de ser uma missão difícil, o CCP-JHU tem que procurar uma estratégia que unifique os discursos, respeitando as políticas de cada uma dessas rádios. Isso passa, em primeiro lugar, por assumir as características de cada rádio e, em segundo lugar, incentivá-las com formações e outros incentivos.

- A língua joga um papel inquestionável no sucesso da comunicação interpessoal e estratégica. Por isso, o CCP-JHU, tem que ter certeza de que os intervenientes que vão trabalhar directamente com a comunidade, principalmente nas zonas rurais, têm domínio da língua local e que têm conhecimentos básicos da cultura, hábitos e costumes das comunidades em que estão a trabalhar. E ter atenção aos dialectos locais.

- Criar e activar os jornais de parede (com material convencional) e road shows (cara-vanas e jornadas móveis) nas escolas, lares de estudantes e outros centros de grande aglomeração. Passa por trabalhar com os parceiros locais, a comunidade e, principal-

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mente, a comunicação social que trabalha na comunidade. Os jornais de parede nas escolas são feitos em colaboração com as direcções das respectivas escolas, mas en-volvendo mais os alunos. É uma forma criativa de os próprios alunos descobrirem os seus talentos. Através de concursos de peças apresentadas no jornal, os alunos poderão sentir-se incentivados e, conse-quentemente, irão se empenhar-se ainda mais.

- Criar, activar e solidificar as relações entre os Conselhos Comunitários, Conselhos de Escolas e as lideranças locais a todos os níveis. Isto passa por activar e munir os activistas já existentes, de estratégias com objectivos claros e concretos e incentivà-los.E mais:

- Trabalhar com as Casas de Vídeo para passarem vídeos educativos sobre a problemática do HIV e SIDA. É nesses lugares onde a maior parte dos jovens aprende e “desenvolve” a sua vida sexual,

principalmente nas zonas rurais.

- Envolver as lideranças legítimas locais e a comunidade no geral. Passa por consciencializar os proprietários dessas casas, de que é importante e oportuno passar esses vídeos de carácter educativo nas horas de intervalo, incluindo à noite. É importante encontrar uma forma de incentivá-los. Trabalhar em colaboração com organizações com certa experiência.

- Trabalhar com os cabeleireiros e barbeiros locais para passarem vídeos educativos sobre a problemática do HIV e SIDA. É nesses locais onde a maior parte das pessoas troca impressões sobre qualquer assunto, sendo homens ou mulheres. São lugares maioritariamente frequentados por jovens de ambos os sexos. Passa por consciencializar os proprietários dessas casas de que é importante e oportuno assistir a esses vídeos de carácter educativo nas horas de intervalo, incluindo à noite. É importante encontrar uma forma de incentivá-los.

COMUNIDADES SELECIONADAS

ZONA URBANA (Nampula)Bairro de MuhavireBairro de MuahalaBairro de MuhatalaBairro de NapipineBairros de confrontação:Bairro de NatiquiriBairro de Marrere

ZONA RURAL (Mogovolas)Bairro de Namacarro ABairro de Meluli BBairro de MutacazeBairro de MucocoroBairros de confrontação:Bairro de MicucuniBairro de Namarata

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ZONA URBANA

Comunidade de Muhavire

Habitantes

H: 24.426

Saúde

Hospital Militar :Aconselh. Testagem. ITS, TARV

Microfinanças

Ophavela(microcrédito/poupança)

NGOs/CBOs

Solidariedade Zambézia : cam-panha contra abuso rapariga dentro e fora da escolaMONASO: apoio as CBOs, grupos de canto e dança e teatro, HIV/SIDAIrmãs de Calcutá, Lar Elda, Irmãos Missionários de Caridade: rapari-gas em sit. desfa-vor. e órfãos

Niwanane:crianças, HIV/SIDA, teatro,hervanária

Geração BIZ :jovens dentro e fora da escola

Clínica Privada Boa Saúde

M: 24.165

Tot: 48.591

Raparigas:5.831

Educação

EPC de Serrada Mesa(Conselho de Escola)

149

Habitantes

H: 30.157

Saúde

Centro de Saúde Novo de Mua-hala (PTV)Posto de Saúde de Muahala Belenenses

Microfinanças

Agrimuvi (mulheres ger.rendi-mento)Ophavela(Microcrédi-to/poupança)

NGOs/CBOs

Solidariedade Zambézia :campanha contra abuso rapariga dentro e fora da escolaMONASO: apoio as CBOs, grupos de canto e dança e teatro, HIV/SIDAIrmãs de CalcutáCentro Imac. Cor.de Maria: orfãos

AMORA: raparigas fora da escola, direitos e lifeskills

Geração Biz: jovens dentro e fora da escola

Clínica Privada Boa Saúde

M: 29.889

Tot: 60.046

Raparigas:7.205.5

Educação

EPC BelenensesEPC Namuatto

Comunidade de Muahala

150

Habitantes

H: 23.183

Saúde

Posto de Saúde anexo ao Hospital Psiquiátrico

Microfinanças

Ophavela(Microcrédi-to/poupança)

NGOs/CBOs

Solidariedade Zambézia:campanha contra abuso rapariga dentro e fora da escolaNiilipihe: COVs, HIV/SIDA

AGAPE(crianças desfav./HIV/SIDA

Infantário Prov.,Orfanato Evanjáfri-ca: órfãos, crianças desfavorecidas

Geração BIZ: jovens dentro e fora da escola

Raparigas:5.449

Educação

EPC/ZIP de Mu-hatalaEPC Cossore

Comunidade de Muhatala

M: 22.204

Tot: 45.407

151

Habitantes

H: 20.008

Saúde

Posto de Saúde de São Pedro

Microfinanças

Ophavela(Microcrédi-to/poupança)

NGOs/CBOs

M: 19.238

Tot: 39.246

Raparigas:4.709.5

Educação

EPC de NapipineEPC Nahene

Comunidade de Napipine

Solidariedade Zam-bézia:campanha contra abuso rapariga den-tro e fora da escolaNiilipihe: COVs, HIV/SIDA Niwanane:crianças, HIV/SIDA, teatrohervanária

AMORA:raparigas fora da escola, direitos e lifeskills

Infantário de São Pedro: órfãos e crianças desfav.

152

Habitantes

H: 9.077

Saúde

Hospital geral de Marrere

Microfinanças

Ophavela(Microcrédi-to/poupança)

NGOs/CBOs

M: 9.237

Tot:18.314

Raparigas:2.198

Educação

EPC Natiquiri

Comunidades de confrontação:

Comunidade de Natiquiri

MONASO: apoio as CBOs, grupos de canto e dança e teatro, HIV/SIDASolidariedade Zam-bézia:campanha contra abuso rapariga den-tro e fora da escolaNiilipihe: COVs, HIV/SIDANiwanane:crianças, HIV/SIDA, teatrohervanária

Infantário. de Na-tiquiri: órfãos e criança desfavor.

153

Habitantes

H: 2.613

Saúde

Hospital geral de Marrere

Microfinanças

Ophavela(Microcrédi-to/poupança)

NGOs/CBOs

M: 9.237

Tot:18.314

Raparigas:2.198

Educação

EPC ZIP de Mar-rere

MONASO: apoio as CBOs, grupos de canto e dança e teatro, HIV/SIDASolidariedade Zam-bézia:campanha contra abuso rapariga den-tro e fora da escolaNiilipihe: COVs, HIV/SIDANiwanane:crianças, HIV/SIDA, teatrohervanária

Infantário. de Na-tiquiri: órfãos e criança desfavor.

Comunidade de Marrere

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Habitantes

H: 2.613

Saúde

Centro de Saúde de Nametil:Aconselh. e testa-gem, PTV, TARVPAF, HIV/SIDA, PTV e nutriçaõ

Microfinanças

Ophavela(Microcrédi-to/poupança)

NGOs/CBOsEducação

EPC de Nametil SNV: educação, com-erc, boa gov. micro-finan.AMORA : raparigas dentro e fora da escolaKulima: ed. para saúde, HIV/SIDAEstrelaVermelha grupo de “tufo” canto e dançaSIDA CARE: assoc. agro-pec., comerc.Akhilizeto-CLUSA: associat. e alfabetiza-ção AJONA: Jovens para aconselh. (na Esc. Sec.)

AEPNM (Estudantes e negócios)

Comunidade de Meluli B

Infantário Hanass Bin Malk

Save the Children eMedicos com Africa: Progr. de Nutrição

DPMAS: orfãos e crianças desfavore-cida

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Habitantes Saúde

Centro de Saúde de Nametil Acon-selh. e testagem, PTV, TARV

Microfinanças

Ophavela(Microcrédi-to/poupança)

NGOs/CBOsEducação

EPC de Nametil (ZIP)

SNV: educação, com-erc, boa gov. micro-finan.AMORA : raparigas dentro e fora da escolaKulima: ed. para saúde, HIV/SIDAEstrelaVermelha grupo de “tufo” canto e dançaSIDA CARE: assoc. agro-pec., comerc.Akhilizeto-CLUSA: associat. e alfabetiza-ção AJONA: Jovens para aconselh. (na Esc. Sec.)Khupulamuno (te-atro e HIV/SIDA)

Mzoope Organiza, Tufo Axipimbe, Pahanticua : canto e dança e HIV/SIDA

Comunidade de Mutacaze A

DPMAS: orfãos e crianças desfavore-cida

Save the Chil-dren eMedicos com Africa: Progr. de Nutrição

Okaliher-ana (inic. pequenos negócios)

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Habitantes Saúde

Aconselh. e testa-gem, PTV, TARVPAF, HIV/SIDA, PTV e nutriçaõ

Microfinanças

Ophavela(Microcrédi-to/poupança)

NGOs/CBOsEducação

EPC de Nametil Kulima: ed. para saúde, HIV/SIDASIDA CARE: assoc. agro-pec., comerc.Akhilizeto-CLUSA: associat. e alfabetiza-ção

Comunidade de Mucocoro

DPMAS: orfãos e crianças desfavore-cida

Save the Children e Médicos com África: Progr. de Nutrição

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Comunidades de confrontaçãoBairro Micucuni

Habitantes Saúde

Aconselh. e testa-gem, PTV, TARVPAF, HIV/SIDA, PTV e nutrição

Microfinanças

Ophavela(Microcrédi-to/poupança)

NGOs/CBOsEducação

EPC de Nametil Kulima: ed. para saúde, HIV/SIDASIDA CARE: assoc. agro-pec., comerc.Akhilizeto-CLUSA: associat. e alfabetiza-ção

DPMAS:órfãos e crianças desfavorecidas

Save the Children e Médicos com África: Progr. de Nutrição

Bairro Namarata

Habitantes Saúde

Aconselh. e testa-gem, PTV, TARVPAF, HIV/SIDA, PTV e nutrição

Microfinanças

Ophavela(Microcrédi-to/poupança)

NGOs/CBOsEducação

EPC de Nametil Kulima: ed. para saúde, HIV/SIDASIDA CARE: assoc. agro-pec., comerc.Akhilizeto-CLUSA: associat. e alfabetiza-ção

DPMAS:órfãos e crianças desfavorecidas

Save the Children e Médicos com África: Progr. de Nutrição

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