relatorio de corrosão

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS RELATÓRIO DA AULA PRÁTICA SOBRE CORROSÃO — QUI204 Primeiro semestre de 2011 – Turma U2C - Farmácia / Diurno COMPONENTES: Pedro Henrique C. Franco Nathália Caroline Siqueira PROFESSORA: Elene

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Fisico-quimica

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Page 1: Relatorio de Corrosão

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

RELATÓRIO DA AULA PRÁTICA SOBRE CORROSÃO — QUI204

Primeiro semestre de 2011 – Turma U2C - Farmácia / Diurno

COMPONENTES:

Pedro Henrique C. Franco

Nathália Caroline Siqueira

PROFESSORA:

Elene

Page 2: Relatorio de Corrosão

Introdução

Com exceção de alguns - qualificados de nobres - os metais são quase sempre

encontrados na natureza na forma de compostos: óxidos, sulfetos, etc. Isso significa que

esses compostos são as formas mais estáveis para os respectivos elementos na natureza. A

corrosão pode ser vista como nada mais que a tendência ao retorno para um composto

estável. Assim, por exemplo, quando uma peça de aço enferruja, o ferro - principal

componente - está retornando à forma de óxido, que é o composto original do minério.

Muita energia e insumos são gastos na cadeia produtiva, desde a extração do minério até a

transformação do metal em algo utilizável. Tudo isso se perde na corrosão. A corrosão

pode manifestar-se de várias formas. Algumas são mais frequentes que outras, e a

ocorrência depende muito do ambiente e dos processos usados.

Por estes motivos, o estudo da corrosão faz-se necessário, uma vez que colabora na

prevenção e tratamento desde equipamentos domésticos à mega-empreendimentos, os

quais utilizam grandes quantidades de metais que são afetados pela corrosão.

Objetivo

Avaliar qualitativamente os tipos de corrosão mais frequente, dentro os quais estão:

corrosão do ferro em contato com a atmosfera e com umidade, corrosão galvânica, entre

outras. Verificar as reações oxido-redutivas que ocorrem; os principais reagentes e

produtos formados nos processos de corrosão. Outro aspecto avaliado foram as

polarizações - regiões catódicas e anódicas – decorrentes da corrosão.

Page 3: Relatorio de Corrosão

Materiais15 tubos de ensaio

2 suportes para tubos de ensaio

1 tubo de vidro de 40 cm graduado

2 rolhas de cortiça

12 vidros de relógio

1 suporte universal

1 garra

1 béquer de 100 ml

1 béquer de 500 ml

1 pinça metálica

Reagentes e soluções6 ml de H₂SO₄ concentrado

6 ml de solução aquosa de HCl 3mol/L

12 ml de solução aquosa de HCl 3mol/L

6 ml de solução aquosa de H₂SO₄ 3,5mol/L

6 ml de solução aquosa de NaOH 0,1mol/L

50 ml de solução aquosa de NaCl a 5%

Solução de NaCl contendo K₃[Fe(CN)₆]

5 ml de solução alcoólica de fenolftaleína

11 pregos de ferro

Lâminas de ferro e cobre unidas por um fio de cobre

Lâminas de ferro e zinco unidas por um fio de cobre

1 lâmina de ferro

2 pregos médios

Palha de aço

Page 4: Relatorio de Corrosão

Procedimentos

Procedimento 1Em uma proveta longa colocou-se um pedaço de palha de aço na porção superior; essa

proveta foi embebedada em água e emborcada num béquer previamente preenchido de

água mantendo uma coluna de 13ml de ar entre a palha de aço e a água na proveta e este

volume anotado. Depois de uma semana os resultados foram observados e anotados.

Procedimento 2Oito pregos foram limpos com palha de aço e mergulhados em soluções diversas, as

quais estavam em tubos de ensaio abertos.

Tubo 1: água de torneira;

Tubo 2: HCl diluído (3 mol L-1);

Tubo 3: HCl (6 mol L-1);

Tubo 4: NaOH (0,1 mol L-1);

Tubo 5 H2SO4 (3,5 mol L-1);

Tubo 6: H2SO4 conc.;

Tubo 7: NaCl a 5%;

Tubo 8: Somente o prego.

Depois de colocados nos tubos, foram anotados os aspectos iniciais dos pregos e após

uma semana comparados os resultados.

Procedimento 3Dois pregos de ferro foram parcialmente mergulhados em soluções de:

Tubo 1, água de torneira;

Tubo 2, NaCl a 5%.

Então foram tampados os tubos e anotados os aspectos iniciais. Após uma semana

comparados os resultados e anotados as divergências macroscópicas observadas.

Page 5: Relatorio de Corrosão

Procedimento 4Em uma placa de ferro limpa e decapada, pingou-se 3 gotas de uma solução

previamente preparada – solução de NaCl, K3[Fe(CN)6] e fenolftaleína – e após alguns

minutos foram observados e anotados os resultados obtidos.

Procedimento 5Dois pregos grandes de ferro foram mergulhados em soluções de:

Tubo 1: NaCl a 5%;

Tubo 2: HCl a 6 mol L-1

Após uma semana foi comparada integralmente a estrutura dos pregos, a fim de

verificar alterações causadas pela tensão e meio corrosivo a que foram submetidos. Os

resultados observados foram anotados.

Procedimento 6Duas placas metálicas (ferro e cobre) foram conectadas por um fio – também metálico

- condutor de elétrons; este conjunto foi então mergulhados num béquer de 50 mL com

água, contendo 3 mL de uma solução indicadora – solução de NaCl, K3[Fe(CN)6] e

fenolftaleína . Após alguns minutos os resultados foram observados e anotados.

Page 6: Relatorio de Corrosão

Lista de reações e alterações visíveis do sistema

Reação 5: 2Fe(s) + 6HCl(aq) -> 2FeCl2(s) + 4H2(g)

Oxidação do ferro na presença de ácido clorídrico; há produção de um sólido esverdeado e

gás hidrogênio.

Reação 6: Fe(s) + H2SO4 -> H2(g) + FeSO4(s)

Oxidação do ferro na presença de ácido sulfúrico; há produção de um composto sólido

preto e gás hidrogênio.

Page 7: Relatorio de Corrosão

Resultados e discussão

Procedimento 1 ‘Corrosão do Ferro na atmosfera’Após uma semana, o a palha de aço Fe(s) que foi embebedada em água enferrujou-se,

características das reações:

Fe(s) + H2O(l) + 1/2O2(g) -> Fe(OH)2(aq)

Fe(OH)2(aq) + H2O(l) +3/2O2(g) -> Fe(OH)3(aq) + H2O(l)

Fe(OH)3(aq) -> H2O(l) + Fe2O3(s)

as quais produziram a ferrugem: Fe2O3(s) de coloração alaranjada e textura áspera.

O O2 necessário para a reação é retirado da coluna de ar, que ao final do experimento

tinha 10,85ml, ou seja, foi consumido 16,54% da coluna, e como sabe-se que o ar atmosférico

possui cerca de 20% de oxigênio, pode-se dizer que todo este foi usado na reação, explicando

a alteração de volume.

Procedimento 2 ‘Corrosão Úmida do Ferro’ Após uma semana os resultados obtidos em cada tubo foram:

Tubo 1: Houve corrosão do ferro de acordo com as reações:

Fe(s) + H2O(l) + 1/2O2(g) -> Fe(OH)2(aq)

Fe(OH)2(aq) + H2O(l) +3/2O2(g) -> Fe(OH)3(aq) + H2O(l)

Fe(OH)3(aq) -> H2O(l) + Fe2O3(s)

A ferrugem podia ser encontrada ao redor do prego e no fundo do tubo de ensaio

Tubo 2: Houve oxidação do prego de acordo com as reações:

Fe(s) + H2O(l) + 1/2O2(g) -> Fe(OH)2(aq)

Fe(OH)2(aq) + H2O(l) +3/2O2(g) -> Fe(OH)3(aq) + H2O(l)

Fe(OH)3(aq) -> H2O(l) + Fe2O3(s)

Percebe-se que a corrosão foi maior que no primeiro tubo devido a maior presença de sólido

alaranjado no fundo do tubo, assim como, percebe-se a presença de uma tonalidade verde na

solução, que pode ser explicada pela reação:

2Fe(s) + 6HCl(aq) -> 2FeCl2(aq) + 4H2(g)

Page 8: Relatorio de Corrosão

O composto FeCl2 é solúvel em meio ácido e caracteristicamente verde.

Tubo 3: Mesmos resultados que os observados no tubo 2, porém com maior

intensidade e proporção dos produtos da corrosão, porque que há maior concentração do ácido

corrosivo e consequentemente maior número de eletrólitos, os quais geram mais fluxo de

elétrons no meio.

Há também formação de um sólido preto ao redor do prego, que pode ser explicado pela

reação:

3Fe(OH)2(aq) -> H2O(l) + O2(g) + Fe3O4(s)

O sólido em questão é o Fe3O4(s), de coloração preta, também conhecido como magnetita.

Tubo 4: Não há evidencias macroscópicas de que houve uma reação, todavia, sabe-se

que o ferro oxidará em meio aquoso; portanto há formação de Fe(OH)2 de acordo com as

reações 1 e 2 delimitando todo prego em uma camada, cessando assim as reações, pois o meio

alcalino ‘impede’ que o hidróxido formado se solubilize, fenômeno conhecido como

passivação

Tubo 5: Houve oxidação do prego em concordância com a reação:

Fe(s) + H2SO4 -> H2(g) + FeSO4(s)

com formação de um precipitado (FeSO4(s)) preto intenso.

Tubo 6: Não ocorreu reação em níveis significativos uma vez que a alta concentração

de ácido sulfúrico, substância molecular (aproximadamente 98%) dificulta a formação de íons

H+ dissociados em solução, impedindo assim a ocorrência da corrosão.

Tubo 7: As reações de corrosão são as mesmas apresentadas no tubo 1, todavia, a

presença de um maior número de eletrólitos por causa do NaCl dissolvido aumenta o fluxo de

elétrons e consequentemente corrosão mais intensa.

Tubo 8: Não houve evidências de reação neste tubo, pois a corrosão do ferro em

ambiente aberto e na ausência de catalisadores é muito lenta.

Page 9: Relatorio de Corrosão

Procedimento 3 ‘Corrosão na Linha D’água’Após uma semana num tubo fechado e em soluções aquosas, ambos os pregos

oxidaram produzindo ferrugem de acordo com as reações:

Fe(s) + H2O(l) + 1/2O2(g) -> Fe(OH)2(aq)

Fe(OH)2(aq) + H2O(l) +3/2O2(g) -> Fe(OH)3(aq) + H2O(l)

Fe(OH)3(aq) -> H2O(l) + Fe2O3(s)

até o total consumo de O2(g). Após este consumo as bordas de ferro que continham

Fe(OH)2 passaram a oxidar produzindo magnetita de acordo com a reação:

3Fe(OH)2(aq) -> H2O(l) + O2(g) + Fe3O4(s)

Além destes fatos observados, houve também uma ligeira diferenciação de

intensidades nos tubos. O Tubo 2 teve corrosão mais intensa que o Tubo 1, pois nesse

havia maior número de eletrólitos, os quais aumentaram o fluxo de elétrons nas reações.

Percebe-se também que a reação ocorre com mais intensidade abaixo da linha d’água,

evidenciado por um depósito de ferrugem neste local.

Procedimento 4 ‘Verificação das áreas Anódicas e Catódicas’A solução gotejada no ferro era uma solução de indicadores: fenolftaleína que indica

presença de meio básico e K3[Fe(CN)6] indicador de Fe2+ em solução, cuja coloração

característica é o azul. Na placa de ferro verificou-se que nas bordas da gota - onde há

contato do ferro com O2(g) - está delimitada a porção catódica da solução, corroborado pela

coloração rósea da fenolftaleína, a qual indica excesso de OH- na região; e no centro das

gotas a porção anódica, com formação de Fe2+ pela oxidação do ferro, indicados pela

coloração azul características do indicador (oxidação do ferro à Fe2+).

Procedimento 5 ‘Corrosão sob Tensão’Apesar da montagem do experimento, não houve análise dos tubos após uma semana.

Page 10: Relatorio de Corrosão

Procedimento 6 ‘Corrosão Galvânica’Na corrosão galvânica há diferenciação em pólos anódicos e catódicos, os quais estão

presentes em metais distintos de acordo com o potencial eletrônico. As indicações da

solução e os produtos formados são os mesmos indicados no procedimento 1, todavia a

região catódica está próxima ao tubo de cobre, uma vez que este transfere os elétrons para

o meio aquoso ao qual está inserido. Portanto na corrosão galvânica há uma transferência

de elétrons do metal mais oxidativo (ferro) para o menos oxidativo, que por sua vez

transfere o elétron para a solução, formando OH- .

Conclusão

O estudo das reações de corrosão é importante na prevenção e tratamento especial de

mega-empreendimentos que utilizem metais pesados cuja aquisição é difícil, evitando

assim as perdas desnecessárias de capital. Tais experimentos demonstraram as principais

maneiras macroscópicas de verificar a ocorrência de corrosão, como também métodos

simples de sacrifício e prevenção a fim de aumentar a durabilidade de empreendimentos

que utilize metais susceptíveis à corrosão.

Referências

1. DEMICHELI, Cynthia Peres. Apostila de práticas de Química Geral – UFMG 2010.

2. www.mspc.eng.br/tecdiv/corr_110.shtml [Introdução - Adaptado]