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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC PROGRAMA DE RECURSOS HUMANOS DA ANP PARA O SETOR PETRÓLEO E GÁS – PRH – ANP/MME/MCT RELATÓRIO DA GRADUAÇÃO Bolsista Nível Graduação: Gilson Atanásio Orientador: Clovis R. Maliska, Ph.D. Florianópolis, agosto de 2002. 1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC PROGRAMA DE RECURSOS HUMANOS DA ANP PARA O SETOR PETRÓLEO E GÁS – PRH – ANP/MME/MCT

RELATÓRIO DA GRADUAÇÃO

Bolsista Nível Graduação: Gilson Atanásio

Orientador: Clovis R. Maliska, Ph.D.

Florianópolis, agosto de 2002.

1

ÍNDICE

1. Apresentação..................................................................................... Pág. 4

2. Introdução.......................................................................................... Pág. 5

3. Objetivos............................................................................................ Pág. 6

4. Primeira Parte.................................................................................... Pág. 7

a. A unidade de Negócio da Industrialização do Xisto................ Pág. 8

b. O Processo PETROSIX........................................................ Pág. 10

5. Segunda Parte................................................................................. Pág. 27

a. Apresentação........................................................................ Pág. 28

b. Programa de Estágio............................................................ Pág. 29

i. Equipamentos Visitados e Estudados....................... Pág. 30

ii. Simulação Numérica.................................................. Pág. 37

c. Atividades Durante e Pós Estágio........................................ Pág. 47

i. Craqueamento Catalítico........................................... Pág. 47

ii. Simulação de ciclones............................................... Pág. 55

iii. Compressores e Turbina Francis.............................. Pág. 63

iv. Tubo de Hilsch........................................................... Pág. 70

v. Câmara de combustão .............................................. Pág. 78

vi. Geometria e Malha Solicitada pela PETROBRAS.... Pág. 94

6. Conclusão ....................................................................................... Pág. 95

7. Agradecimentos............................................................................... Pág. 97

8. Referências Bibliográficas .............................................................. Pág. 98

9. ANEXO

a. Disciplinas Cursadas do Programa PRH-ANP-MME-MCT... Pág. 99

2

APRESENTAÇÃO

Este relatório tem por objetivo apresentar as atividades desenvolvidas durante o

estágio supervisionado na Superintendência da Industrialização do Xisto (SIX), no

período de 5 de fevereiro a 27 de julho de 2001, e as atividades desenvolvidas pós

estágio no SINMEC até a formação acadêmica do graduando, em junho de 2002.

O presente trabalho divide-se em duas partes. A primeira parte retrata a sua área

de atuação, produtos e processos, e da PQ – Gerência de Pesquisa – setor ao qual o

estágio foi realizado. A segunda parte apresenta as atividades desenvolvidas durante e

após o estágio.

3

INTRODUÇÃO A efetivação do estágio na empresa PETROBRAS S/A deve-se ao vínculo

existente entre esta e o SINMEC – Laboratório de Simulação Numérica em Mecânica

dos Fluidos e Transferência de Calor, à qual o estagiário realizava pesquisas de

iniciação científica anteriormente. O acadêmico é bolsista da ANP - Agência Nacional

do Petróleo, e apresenta como cláusulas para continuidade da bolsa realizar estágio na

área de engenharia do setor petróleo e gás.

O estagiário esteve presente na PQ – Gerência de Pesquisa, na SIX – Unidade

de Negócio da Industrialização do Xisto, pertencente ao grupo PETROBRAS S/A.

Gerência esta a qual é afiliada ao CENPES e realiza-se pesquisas de campo e

computacionais sobre equipamentos utilizados e em desenvolvimento em diversas

unidades do país, objetivando otimizar processos de refino de petróleo.

Esta efetivação deve-se ao fato do estagiário ter realizado treinamento sobre

pacotes computacionais na área de CFD (Mecânica dos Fluidos Computacional)

denominados de CFX 4.4, ICEM CFD e CFX TASCflow da AEA Technology, além de

ter realizado trabalhos de pesquisa em CFD no setor de petróleo no SINMEC, tendo

eles como ferramentas de trabalho. Pacotes estes utilizados em pesquisas na empresa.

O presente relatório também apresenta as atividades realizadas pelo bolsista

durante o segundo semestre de 2001 e primeiro semestre de 2002 no SINMEC. Estas

atividades baseiam-se em trabalhos de pesquisa passados pelo seu orientador de

estágio, Waldir P. Martignoni, sendo estes portanto de interesse para a PETROBRAS

S/A.

4

OBJETIVOS

Os objetivos dos trabalhos de pesquisa focam-se na aplicação de técnicas de

CFD - Fluidodinâmica Computacional, visando otimizar e buscar maior entendimento no

aspecto fluidodinâmico e de reações existentes em unidades de refino e estudo dos

fenômenos que ocorrem nos motores de combustão interna. Também como projeto de

novos equipamentos de interesse da PETROBRAS S/A, tais como o Tubo de Hilsch

para utilização fabril, além de buscar maior conhecimento referente a engenharia do

setor de petróleo.

5

PRIMEIRA PARTE

Apresentação da PETROBRAS - SIX

A UNIDADE DE NEGÓCIO DA INDUSTRIALIZAÇÃO DO XISTO

A Superintendência da Industrialização do Xisto (SIX) foi constituída em 1º de

junho de 1954, com a missão de estudar as potencialidades do xisto betuminoso e a

viabilidade econômica de sua transformação industrial. Ela incorporou o acervo da

extinta Comissão de Industrialização do Xisto Betuminoso (CIXB), órgão do Governo

Federal que tinha sido repassado a PETROBRAS quando de sua criação em 3 de

outubro de 1953.

A sede está localizada no município de São Mateus do Sul, no Paraná, a 140

quilômetros de Curitiba, onde também se encontram a mina e a área industrial.

6

A SIX conta com 265 empregados e cerca de 580 contratados. Em suas

atividades, mantém harmoniosa convivência com a comunidade, procurando respeitar o

interesse comum não só no município onde está inserida, como também naqueles

situados em suas proximidades.

Em função da capacidade tecnológica desenvolvida na exploração do xisto, a

PETROBRAS S/A resolveu transformar a planta industrial do xisto também num centro

avançado de pesquisa na área de refino. Hoje, vários projetos estão sendo

desenvolvidos em conjunto com universidades e centros de pesquisa. Além disso, a

SIX confere atenção especial à preservação dos ecossistemas, promove e apóia os

órgãos públicos de defesa do meio ambiente e entidades ambientalistas.

TUDO SE APROVEITA

O xisto, folhelho pirobetuminoso, é uma rocha sedimentar que contém

querogênio, um complexo orgânico que se decompõe termicamente e produz óleo e

gás. O xisto gera também uma infinidade de subprodutos e rejeitos que podem ser

aproveitados pelos mais diversos segmentos industriais.

Só para se ter uma idéia, o xisto retortado pode ser utilizado como matéria-prima

na produção de argila expandida, que é empregada em concretos estruturais e

isolantes termoacústicos. Pode ser usado também na produção de vidros, cerâmicas

vermelhas e cimento.

O calxisto (uma rocha carbonatada geologicamente denominada marga

dolomítica) é um dos rejeitos da mineração do xisto e é empregado na agricultura para

corrigir a acidez do solo. Outros rejeitos aproveitáveis do ponto de vista econômico são:

cinzas de xisto, como insumo para a produção de cimento; torta oleosa, como

combustível sólido alternativo à lenha e ao carvão mineral; finos de xisto, como

combustível e em cerâmica; água de retortagem, para a produção de adubo e

defensivos agrícolas.

7

TIRANDO O ÓLEO DA PEDRA

O interesse pela potencialidade do xisto é antigo. Já no final do século XVIII, nos

Estados Unidos, cerca de 200 instalações extraíam querosene e óleo desta rocha.

No Brasil, a primeira extração aconteceu em 1884, na Bahia. Em 1935, em São

Mateus do Sul, uma usina instalada por Roberto Angewitz - mais conhecido como o

Perna-de-Pau - chegou a produzir 318 litros de óleo de xisto por dia. Em 1949, o

governo Federal decide investigar cientificamente as potencialidades do xisto e a

viabilidade econômica de sua industrialização. Um ano mais tarde, é criada a Comissão

de Industrialização do Xisto Betuminoso (CIXB), para estudar a construção de uma

usina na cidade de Tremembé, em São Paulo, com capacidade para produzir 10 mil

barris diários de óleo de xisto. Com a criação da PETROBRAS em 1953, o acervo desta

Comissão é incorporado a ela e, em 1957-58, os técnicos da PETROBRAS

desenvolveram um novo processo de transformação de xisto que recebeu o nome de

PETROSIX. Hoje, esse processo é reconhecido mundialmente como o mais avançado

no aproveitamento industrial desse minério.

O PROCESSO PETROSIX

A principal característica da tecnologia desenvolvida pela PETROBRAS é a

simplicidade operacional. Depois de minerado a céu aberto, o xisto vai para um

britador, que reduz as pedras a tamanhos que variam de 6 a 70 milímetros. Então,

estas pedras são levadas a uma retorta, onde são pirolisadas (cozidas) a uma

temperatura de aproximadamente 500 ºC liberando-se a matéria orgânica nelas contida

sob a forma de óleo e gás.

8

O calor para a pirólise é fornecido por uma corrente gasosa de elevada

temperatura, que entra na zona de retortagem e se mistura com uma segunda corrente,

injetada pela base da retorta, para recuperar o calor do xisto já retortado. Nas zonas de

aquecimento e secagem, a massa gasosa ascendente cede calor ao xisto e se resfria,

resultando na condensação dos vapores de óleo sob a forma de gotículas,

transportadas para fora da retorta pelos gases. Estes, com as gotículas de óleo passam

por dois outros equipamentos (ciclone e precipitador eletrostático), onde são coletados

o óleo pesado e as partículas sólidas arrastadas na etapa anterior. O gás limpo de

neblina de óleo (ou seja, das gotículas de óleo pesado condensado durante a

retortagem) passa por um compressor e se divide em três correntes: uma retorna para o

fundo da retorta, outra também volta à retorta após ser aquecida em um forno, e a

terceira, denominada gás produto, vai para um condensador onde o óleo leve é

recuperado. Depois de retirado o óleo leve, o gás é encaminhado à unidade de

tratamento de gás para a produção de gás combustível de xisto e para a recuperação

do GLX (gás liquefeito de xisto, mais conhecido como gás de cozinha) e do enxofre.

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O óleo produzido é vendido diretamente para as indústrias e também é enviado

para a REPAR. A nafta é toda processada pela refinaria, produzindo gasolina. O GLX e

o enxofre são vendidos diretamente para terceiros.

Terminado o processo de retirada do óleo e gás da rocha, o xisto, agora dito

"retortado", é devolvido à área minerada que será reabilitada.

DESCRIÇÃO DO PROCESSO PETROSIX

Uma jazida de xisto como a da formação Irati, pela sua característica tabular,

com grande extensão lateral e ocorrendo a pouca profundidade, é explorada a céu

aberto pelo método de tiras com recuperação simultânea da área minerada.

Para efeito de mineração a jazida compõe-se de 4 camadas distintas:

• Capeamento: camada de estéril composta de argila e rochas, situada

acima do xisto superior, com espessura variável;

• Xisto Superior: xisto da camada superior, com 6,4 metros de altura;

• Intermediária: camada de rocha estéril de óleo com espessura média de 9

metros, situada entre as camadas de xisto superior e inferior;

• Xisto Inferior: xisto da camada inferior, com 3,2 metros de espessura;

A camada intermediária e as camadas de xisto são desmontadas por explosivos

antes de serem escavadas. O capeamento e a camada intermediária são removidos por

uma escavadeira de grande porte, a Dragline Marion 7500. O xisto a ser beneficiado é

retirado pelas escavadeiras 150B e 195B através da camada superior e inferior. O

remanuseio das pilhas de estéril e eventuais apoios à Marion, à 150B e à 195B é feito

pela Dragline 7W.

Na seqüência, o xisto é transportado pelo britador primário.

O TRATAMENTO DE MINÉRIO

O xisto oriundo da mina é descarregado dos caminhões para o britador primário,

de onde, após a redução inicial, é dirigido para restaurações de peneiramento e

britagem secundária, de forma a adequá-lo à faixa granulométrica de ¼” a 2 ½”. A

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carga, na granulometria especificada, é realimentada de forma contínua à retorta por

sistemas de balanças. Neste trajeto tem lugar a amostragem, que fornece ao laboratório

as quantidades representativas dos materiais para análises químicas e granulométricas

de carga.

RETORTAGEM

A retortagem de pirólise de xisto é um processo de tratamento térmico do xisto

em ambiente controlado, visando a produção do óleo, gás e subprodutos.

O processo de pirólise do xisto na SIX é feito através de duas retortas. A menor,

em funcionamento na UPI, possui um diâmetro de 5,5 metros. A maior, com diâmetro

de 11 metros, está em funcionamento em módulo industrial.

A retortagem consiste no aquecimento da rocha em condições de temperatura

controlada na ordem de 580ºC em atmosfera isenta de oxigênio, de modo que a matéria

orgânica (betume e querogênio) se decomponha pela ação do calor. Nestas condições,

uma grande parte da matéria orgânica decomposta vaporiza a rocha mãe na forma de

hidrocarbonetos gasosos e uma fração de matéria orgânica não vaporizada permanece

agregada ao rejeito com o carbono residual.

A corrente gasosa, após um processo de resfriamento, condensa a parte mais

pesada em forma de óleo e a parte não condensável constitui o gás de pirólise.

Nas condições que ocorre retortagem, acontecem também transformações da

matéria orgânica do xisto: a perita pela ação do hidrogênio gera gás sulfídrico (H2S) e,

da mesma forma os carbonetos presentes decompõem-se parcialmente em óxidos e

gás carbônico (CO2). Em função disto, os gases de pirólise apresentam em sua

composição H2S e CO2, além de hidrocarbonetos e hidrogênio.

PRODUTOS DA RETORTAGEM

São obtidos como produtos da retortagem:

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• Gás combustível para consumo local e gás liquefeito para consumo doméstico

ou industrial;

• Nafta, utilizado como combustível industrial;

• Óleo, utilizado como combustível industrial;

• Enxofre;

Como subprodutos da retortagem se enquadram:

• Cinzas de xisto, insumo industrial para produção de cimento;

• Torta oleosa, combustível sólido alternativo, para lenha e carvão mineral;

• Finos de xisto, insumo energético com aproveitamento por combustão;

• Xisto retortado, insumo industrial para produção de cerâmica vermelha;

• Cal xisto, corretivo de acidez para solos agricultáveis.

TRATAMENTO DOS PRODUTOS DE RETORTAGEM

Os produtos de retortagem do xisto ainda não estão prontos para o uso e

necessitam de tratamentos para adequá-los ao uso direto ou como de matéria-prima

para outras aplicações.

LIMPEZA DO ÓLEO

Em geral, os processos que produzem óleo por retortagem são portadores de

impurezas sólidas que devem ser eliminadas antes do tratamento do óleo.

O óleo sujo proveniente da unidade é recebido em um tanque de carga e

homogeneização, de onde é bombeado para o primeiro estágio de centrifugação. Neste

estágio de centrifugação no qual, através de centrífugas, a carga é separada em três

fluxos: óleo limpo, água oleosa e borra decantada.

A torta oleosa efluente do primeiro estágio de centrifugação e após diluição com

nafta para extração residual é bombeada para o tanque de carga dos filtros.

A torta do filtro prensa, com baixo teor de óleo, constitui o rejeito final da

unidade, sendo transportada às cavas de mineração. O filtrado, composto de óleo, nafta

e água, após a decantação desta, é misturada ao óleo semi-limpo efluente do primeiro

estágio de centrifugação.

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TRATAMENTO DOS GASES DE PROCESSO

Como citado anteriormente, depois de retirado o óleo leve, as correntes de gás

de processo são encaminhadas à unidades de tratamento para produção de gás

combustível de xisto e para a recuperação do gás liquefeito de xisto e do enxofre.

Primeiramente as correntes gasosas, compostas por hidrocarbonetos leves

(metano, propano e butano), gás carbônico, gás hidrogênio e ácido sulfúrico, são

alimentadas ao fundo de uma absorvedora onde são tratadas com uma solução de Di-

Etanol-Amina (DEA), alimentada pelo topo, para a remoção do H2S. O processo baseia-

se no fato de que a solução DEA combina-se com o H2S a temperaturas próximas à

ambiente.

A solução DEA segue para uma torre regeneradora, onde é submetida a

aquecimento para a liberação do H2S. Após o tratamento, a DEA regenerada é resfriada

e retorna ao processo.

A corrente de ácido proveniente do tratamento DEA, rica em H2S, é normalmente

enviada à Unidade de Recuperação de Enxofre (URE), onde, através de uma queima

controlada, têm-se a produção de enxofre elementar. A produção de enxofre é

conseguida por oxidação parcial do H2S através do processo Clauss. É queimado 1/3

do H2S presente no gás ácido sendo o restante reagido com o SO2 formado, conforme

as reações abaixo:

H2S + 3/2 O2 ⎯⎯⎯→ SO2 + H2O

2 H2S + SO2 ⎯⎯⎯→ 3S + 2 H2O

A mistura de gás liquefeito de gás proveniente do tratamento DEA é basicamente

composta por hidrocarbonetos leves, dentre eles C3 e C4, componentes do gás

liquefeito do petróleo (GLP). A separação destes dois compostos dos demais

hidrocarbonetos é economicamente viável a partir de uma certa produção de

combustível e representa uma forma de valorização dos produtos de xisto.

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O primeiro procedimento para a separação do GLX é a absorção em nafta que,

por semelhança molecular, retira do combustível as frações de C3 e C4. Uma

seqüência de compressões e retificações irá enquadrar o GLX produzido.

As frações mais leves não absorvidas pela nafta serão as formadoras do gás

combustível, cujo destino é o forno de aquecimento do gás de processo e o consumo

por compradores (INCEPA).

REJEITO DO XISTO RETORTADO

O xisto retortado é removido do fundo das retortas por transportadores de pás

até os transportadores de correia, de onde seguem até os silos. Nos silos são

carregados os caminhões que transportam a rocha exaurida até as cavas da mina.

PRODUÇÃO DIÁRIA

Óleo Combustível 480 t. Nafta Industrial 90 t. Gás Combustível 132 t. Gás Liquefeito 50 t. Enxofre 80 t. Calxisto 8.000 t. Xisto Fino 1.500 t. Xisto Retortado 6.600 t. Água de Retortagem 300 m3

O Brasil tem um dos maiores volumes mundiais de xisto: reservas de 1,9 bilhão

de barris de óleo, 25 milhões de toneladas de gás liquefeito, 68 bilhões de metros

cúbicos de gás combustível e 48 milhões de toneladas de enxofre só na formação Irati.

Por isto, a PETROBRAS S/A não poderia deixar de pesquisar esta fonte geradora de

hidrocarbonetos, na condição de empresa que tem a responsabilidade constitucional de

garantir o abastecimento de petróleo e seus derivados em todo o território brasileiro.

14

A maior parte do xisto localizado em território nacional pertence à formação Irati,

que abrange os Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul,

Mato Grosso do Sul e Goiás. A PETROBRAS concentrou suas operações na jazida de

São Mateus do Sul, onde o minério é encontrado em duas camadas: a camada

Superior de xisto com 6,4 metros de espessura e teor de óleo de 6,4%, e a camada

inferior com 3,2 metros de espessura e teor de óleo de 9,1%. Em 1972, entra em

operação a Usina Protótipo do Irati (UPI), que comprova a viabilidade técnica do

processo PETROSIX, testa equipamentos e levanta dados básicos para projetos de

usinas industriais. O processo de consolidação da tecnologia PETROSIX se completa

em dezembro de 1991, quando entra em operação o Módulo Industrial (MI), em plena

escala. Hoje a UN-SIX processa diariamente 7.800 toneladas de xisto betuminoso, que

geram 3.870 barris de óleo de xisto, 120 toneladas de gás combustível, 45 toneladas de

gás liquefeito de xisto e 75 toneladas de enxofre.

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INCUBADORA TECNOLÓGICA

Para viabilizar o surgimento de novas empresas que utilizem e desenvolvam

novos processos a partir do xisto, foi criada, em dezembro de 1992, a Incubadora

Tecnológica de São Mateus do Sul, por meio de convênio firmado entre a PETROBRAS

S/A e o Centro de Integração de Tecnologia do Paraná (CITPAR).

A Iniciativa conta com o apoio de várias outras instituições, como o Banco

Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), a Federação das Indústrias do

Paraná (FIEP), o Serviço de Apoio à Pequena Empresa (SEBRAE), a Universidade do

Paraná (UFPR), a Prefeitura Municipal de São Mateus do Sul e a Mineropar Com o

objetivo de incentivar o nascimento de empresas que tenham processos inovadores do

ponto de vista tecnológico, a Incubadora de São Mateus do Sul, localizada na área da

SIX, oferece, por três anos, espaço físico, uso de instalações e serviços a baixo custo,

infra-estrutura técnica e administrativa, informações tecnológicas e orientação

empresarial. Fornece, também, energia elétrica, vapor, água e ar comprimido.

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RESPEITANDO O MEIO AMBIENTE

Muito antes da atual legislação ambiental, a PETROBRAS começou um trabalho

de recomposição das áreas degradadas pela mineração do xisto, com o objetivo de

reconstruir a antiga cobertura vegetal e reintroduzir espécimes da fauna regional.

Trabalhando em colaboração com universidades e centros de pesquisa, os

técnicos da UN-SIX conseguiram desenvolver metodologias da reabilitação das áreas

mineradas, de modo a garantir o retorno das florestas nativas ou a utilização para

atividades agropecuárias, num total de mais de 275 hectares de áreas mineradas e

reabilitadas.

Na UN-SIX, o programa de recuperação ambiental é permanente, fazendo com

que a PETROBRAS seja considerada modelo entre as empresas mineradoras que

atuam no País e mostrando que é possível harmonizar mineração e meio ambiente.

Em São Mateus do Sul, as escavações chegam a atingir 40 metros de

profundidade, mas, a cada etapa de escavação e retirada do xisto, o solo é

reconstituído com a recomposição das camadas originais, podendo, então, ser utilizadO

para o plantio de florestas nativas, desenvolvimento da agricultura ou atividades

pecuárias.

A UN-SIX pesquisou, também, por meio de convênio firmado com a

Universidade Federal do Paraná, a reconstituição da cobertura vegetal para fins

agrossilvopastoris, através da sucessão de culturas e forrageiras, comprovando a

possibilidade de reutilizar os terrenos reabilitados para desenvolver lavouras e áreas de

pastagens.

A fim de auxiliar no trabalho das áreas mineradas, foram instaladas colméias,

para que as abelhas acelerassem a polinização das flores, ajudando a reconstituir a

cobertura vegetal. Os resultados desta experiência não poderiam ser melhores. Já na

primavera de 1993, foram produzidos 300 quilogramas de mel de qualidade

considerada excelente pelo Instituto de Tecnologia do Paraná.

17

UM CENTRO DE PESQUISAS

Desde sua criação, a UN-SIX vem atuando como um centro de desenvolvimento

de tecnologia, inicialmente para o aproveitamento do xisto e, a partir de 1991, em

outros projetos, principalmente na área de refino, trabalhando em conjunto com o

Centro de Pesquisas da PETROBRAS (Cenpes).

Com a implantação do Programa de Desenvolvimento de Tecnologias

Estratégicas de Refino (PROTER), que busca compatibilizar a maior oferta de petróleos

nacionais com o aumento de demanda de combustíveis e maior exigência da sociedade

por uma melhoria da qualidade do ar e dos produtos, a UN-SIX passou a trabalhar nas

áreas de craqueamento catalítico, desasfaltação, hidrogenação e no desenvolvimento

de novas rotas para o aproveitamento do coque e do resíduo asfáltico.

A UN-SIX também vem desenvolvendo tecnologia na área ambiental, com a

implantação do laboratório de combustão, que irá analisar a emissão de gases durante

o processo de combustão em unidades industriais. Essas informações serão fornecidas

aos legisladores, para que possam formular leis ambientais mais adequadas.

A UN-SIX desenvolveu e patenteou ainda uma tecnologia para a incineração de

resíduos oleosos. Esta alternativa apresenta as vantagens da simplicidade operacional

e queima simultânea de diversos combustíveis, aliadas ao baixo custo de construção e

manutenção. Grande parte destes projetos estão sendo desenvolvidos em conjunto

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com as universidades. Assim, a UN-SIX sedia um dos maiores esforços de

desenvolvimento tecnológico do País.

A MINERAÇÃO

A jazida de xisto de São Mateus do Sul está situada na Bacia do Paraná e

pertence à Formação Irati. A coluna de interesse econômico é composta de duas

camadas de folhelho pirobetuminoso (xisto), separadas por uma camada intermediária

constituída por margas e siltitos. As camadas de xisto apresentam espessuras de 6,50

e 3,20 m com teores de óleo da ordem de 7,5 e 9,1% (em peso), respectivamente.

Embora a espessura da camada de xisto inferior seja de 3,20 m (litológica), a de lavra é

de 2,0 m a 2,4 m, o que proporciona um teor aproximado de 11,5%. A camada

intermediária é constituída na parte superior por intercalações de marga dolomítica, que

corresponde a uma rocha carbonática rica em sílica e magnésio e folhelho preto,

denominado calxisto, utilizado para produção de brita e corretivo de solos. Na parte

inferior ocorrem siltitos de coloração cinza escuro, não apresentando matéria orgânica

em quantidades significativas.

19

PESQUISA - PQ

A SIX possui diversas plantas piloto utilizadas na realização de estudos para

desenvolvimento de processos e equipamentos que fazem parte, juntamente com o

setor de Laboratório, da Gerência de Pesquisa e Desenvolvimento – PQ.

SETOR DE LABORATÓRIO

O laboratório realiza análises referentes à pesquisa geológica, como as

destinadas à caracterização geoquímica das rochas, análises relativas ao controle de

qualidade dos produtos comercializados e análises químicas e físico-químicas das

amostras geradas nos testes em escala de bancada, piloto e protótipo do processo

Petrosix e dos processos alternativos e complementares. Além disso, o laboratório

realiza experimentos que, devido à sua natureza, fornecem melhores resultados em

escala de laboratório do que em bancadas ou plantas piloto.

As análises de laboratório podem ser divididas, de um modo geral, em quatro

grupos: xisto, óleo, gases e água.

UNIDADES DE PESQUISA

PLANTA DE HIDROGENAÇÃO CATALÍTICA

Os processos de hidroconversão consistem em converter as frações pesadas a

altas temperaturas (acima de 400ºC), em altas pressões parciais de hidrogênio (acima

de 70 kgf/cm2) e na presença de um sistema catalítico. A carga (resíduo de vácuo) é

formada por compostos de elevado peso molecular, os asfaltenos, que concentram a

maior parte dos metais, N e S do resíduo. Tais moléculas rompem algumas ligações em

função do calor, resultando em radicais livres que, caso não sejam hidrogenados,

ligam-se em cadeia gerando coque. O hidrogênio estabiliza os radicais livres,

impedindo a formação do coque.

Para que a reação de hidroconversão se processe, o hidrogênio necessita de

catalisador com sítios ativos. Entretanto, trabalhar com resíduo de vácuo como carga

implica em uma alta taxa de desativação do catalisador, resultando dificuldade em

20

hidroconverter resíduo em leito fixo. Por isso os processos de hidroconversão são

desenvolvidos em leito expandido, que permite trabalhar com reposição de catalisador,

mantendo a atividade do sistema catalítico, além de eliminar problemas de formação de

pontos quentes, má distribuição de fluxo e entupimento.

LABORATÓRIO DE COMBUSTÃO

O laboratório de combustão tem como principais objetivos avaliar combustíveis

líquidos em processo de combustão quanto à geração de poluentes gasosos,

particulados, eficiência energética, manuseio e segurança, e testar queimadores e

equipamentos ligados à combustão.

U-2110 – PLANTA PILOTO DE DESTILAÇÃO

A planta piloto de destilação está a todo vapor, destilando naftas diversas para a

composição das gasolinas de competição fornecidas pela PETROBRAS,

principalmente, à Fórmula 1, para a Equipe Williams, agora com motor BMW.

Estão sendo feitos diversos testes, na REFAP, REPLAN e no CENPES e sendo

estudada a composição para 2001.

Está sendo desenvolvido, entre outras coisas, um modelo matemático para

estudos em motores.

UNIDADE MULTIPROPÓSITO DE FCC

O processo de craqueamento catalítico tem por objetivo converter

hidrocarbonetos de elevado ponto de ebulição em frações leves de hidrocarbonetos,

como gasolina e gás liquefeito de petróleo.

O FCC emprega catalisador na forma de pó muito fino, cujas partículas

comportam-se como um líquido quando fluidizadas com vapor d’água ou ar.

A técnica tradicional consiste em alimentar a mistura íntima de catalisador na

forma de suspensão quente com a carga de hidrocarbonetos atomizada em pequenas

gotículas, em reator tubular de fluxo ascendente – “riser”, onde ocorrem as reações de

craqueamento.

21

Ao final do riser ocorre a rápida separação das partículas de catalisador

coqueado da suspensão de hidrocarbonetos craqueados. A suspensão de catalisador e

hidrocarbonetos craqueados proveniente do riser é direcionada para o interior de um

vaso separador, geralmente na forma de um jato descendente, onde ocorre a

separação da maior parte do catalisador e pela ação gravitacional. Hidrocarbonetos

coqueados e fluido de retificação arrastando algum catalisador escoam pela parte

superior do vaso separador.

Assim, a unidade multipropósito de FCC tem como objetivo testar condições

operacionais, catalisadores, cargas e equipamentos de uma unidade de craqueamento

catalítico fluido através do craqueamento de resíduos atmosféricos, resíduos

atmosféricos, resíduos de vácuo e gás-óleo pesado.

UNIDADE À FRIO DE CICLONES (UNIDADE – U111)

Sabe-se que as Unidades de Craqueamento Catalítico (UFCC) apresentam um

sério problema que é a perda de catalisador durante a sua operação.

Nessas unidades é usual a utilização de ciclones como mecanismo separador

dos sólidos em suspensão. Tais ciclones normalmente dispõem de uma válvula em

suas extremidades de descarga do material sólido. Esta válvula atua como elemento de

selagem, impedindo o contra-fluxo da corrente gasosa para o interior do ciclone, o que

reduziria consideravelmente a sua eficiência de separação. Entretanto, por melhor que

seja projetada, é mecanicamente impossível para uma única válvula eliminar

completamente o arraste de partículas sólidas devido ao contra fluxo da corrente

gasosa, no intervalo entre a abertura e o conseqüente fechamento da válvula. A

pressão interna no ciclone é sempre inferior à pressão no vaso, sendo necessária a

selagem da perna do ciclone, através do emprego de algum tipo de válvula de selagem

em sua extremidade inferior.

Tipicamente empregam-se conjuntos de dois ciclones em série para se obter a

máxima separação das partículas. A separação da maior parte das partículas ocorre no

primeiro estágio de ciclone, sobrando uma concentração baixa e de distribuição

granulométrica reduzida para o segundo estágio.

22

De forma a minimizar o rearraste de particulados durante o ciclo de abertura da

válvula de selagem, visando manter a alta eficiência de operação do ciclone, estudou-

se o emprego de duas válvulas de selagem em série na mesma perna, formando uma

câmara de acúmulo de sólidos entre as duas válvulas.

Realizados diversos testes para avaliação da perda de calor da unidade, estudos

de troca térmica entre o leito do regenerador e uma serpentina imersa no leito,

utilizando como fluido para retirada de calor água ou ar. Com isso, pudemos quantificar

o calor possível de ser removido do regenerador. Realizados, também, testes com

vaporização parcial e completa da carga (gasóleo pesado). O objetivo da vaporização

da carga é reduzir o rendimento de coque e gás combustível e com isso aumentar a

quantidade de carga processada, o que acarreta maior rentabilidade das unidades de

craqueamento catalítico, além de verificar a influência da vaporização da carga no

rendimento de produtos.

U-2325 - Unidade Piloto de Desasfaltação.

23

SEGUNDA PARTE

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

APRESENTAÇÃO

As atividades desenvolvidas baseiam-se em simulações em unidades de

ciclones, unidades com escoamentos em regime de leito fluidizado, simulações de

câmaras de combustão e simulações de elementos rotativos. A presente parte

demonstrará novamente em uma breve explicação referente à simulação numérica e os

pacotes computacionais empregados, descreverá os equipamentos industriais e

automobilísticos que foram e estão sendo simulados, bem como os trabalhos realizados

até o presente momento e os resultados.

Deve-se enfatizar a limitação que foi empregada pela PETROBRAS S/A para a

descrição deste relatório pois todos os trabalhos realizados pelo estagiário foram de

cunho altamente confidencial, devendo, portanto, ser respeitada a posição da empresa.

24

PROGRAMA DE ESTÁGIO As atividades de estágio na empresa foram referentes à simulação numérica de

fenômenos na área de mecânica dos fluidos, reações químicas, transferência de calor e

massa que ocorrem na câmara de combustão de automóveis e em diversos

equipamentos utilizados para o refino de petróleo. Para a resolução destes casos foram

utilizados os pacotes computacionais CFX-4.4, CFX-TASCFlow e ICEM CFD que

apresentam grande confiabilidade nos resultados. Estes softwares resolvem problemas

pelo método de Volumes Finitos conforme em [7].

1- Trabalhos com CFD (Fluidodinâmica Computacional)

• Criação de malhas em CFX-4.4 e ICEM CFD;

• Estudos Fluidodinâmicos em CFD sobre equipamentos utilizados no

processo de craqueamento catalítico (FCC) sobre as seguintes geometrias:

o Ciclones;

o ”Risers”;

o Equipamentos (fornos, caldeiras, regeneradores);

o Tubulações.

2- Modelagem e Simulação da Câmara de Combustão.

• Foi simulado no ambiente do software CFX-TASCFlow;

• Modelagem Dinâmica;

• Estudos de Combustíveis;

3- Elaboração de relatórios Durante o período de estágio foram confeccionados relatórios para outros

setores da referida empresa, como material informativo sobre o desenvolvimento dos

trabalhos e resultados.

Equipamentos Visitados e Estudados Durante Estágio Unidades de Craqueamento Catalítico - FCCs

25

O objetivo deste item é apresentar o funcionamento de equipamentos que foram

trabalhados e simulados, tais como ciclones e risers, bem como suas finalidades dentro

do processo de craqueamento catalítico procurando evitar apresentação dos problemas

enfrentados por questões de sigilo industrial.

O Craqueamento Catalítico (FCC) é um processo de conversão primária em uma

refinaria integrada conforme indicado em [5] e [6]. Para muitas refinarias, o

craqueamento (quebra) é a chave para lucratividade em que o sucesso na operação da

unidade pode determinar ou não um grande negócio.

Há aproximadamente 400 tipos de FCCs operando mundialmente com um total

de processamento de mais de 12 milhões de barris por dia.

Várias companhias de óleo, como Exxon, Shell e outros têm seus próprios

formatos. Contudo, unidades de operação atuais têm sido designados por três grupos

de engenharia VOP, M. W. Kellog e Stone & Webster.

Contudo a configuração mecânica das unidades FCC podem ser arranjadas

diferentemente, seus objetivos comuns são a eficiência na conversão de matéria prima

em produto.

É importante notar que mundialmente 45% de toda gasolina produzida vêm do

FCC, assim como unidades de alquilação.

Desde o início da primeira unidade comercial em 1942, muitos aperfeiçoamentos

têm sido desenvolvidos para aumentar a sua capacidade de craqueamento.

A unidade de FCC utiliza catalisadores micro-esféricos que fluidizam quando

apropriadamente aerados. A principal propriedade é converter frações de petróleo

vaporizadas chamadas gás-óleo para gasolina, óleo diesel etc. Gás óleo é a porção de

óleo cru que aquece entre 330ºC a 550ºC e contém uma diversificada mistura de

parafinas, naftênos, aromáticos e olefinas. A figura 1 mostra foto de uma unidade FCC.

A figura 2 ilustra o diagrama esquemático de uma unidade de FCC.

26

Figura 1: Foto de uma unidade FCC [3].

27

Figura 2: Diagrama esquemático de uma unidade de FCC [3].

28

Alimentação a quente, junto com pouco vapor (Steam), é introduzida na parte

inferior o Riser via distribuição especial sobre um bocal. Aqui ele encontra um fluxo de

catalisador quente proveniente do regenerador (Regenerator) descendo de um tubo

inclinado conforme em [3].

O catalisador de craqueamento em leito fluidizado desempenha três funções

principais no processo:

a) Promotor das reações de craqueamento – é a principal função do catalisador no

processo. Ele promove a ocorrência de reações de quebra em condições mais suaves do

que as requeridas no craqueamento térmico. Além disso, a quantidade e a qualidade dos

produtos são superiores ao processo realizado sem a presença de catalisador.

b) Agente de transporte de coque – o carbono depositado na superfície do catalisador é

transportado do reator ao regenerador, onde é queimado produzindo energia, sendo esta

a principal fonte de calor para o processo. Caso não houvesse o catalisador, o coque

formado tenderia a se depositar no interior dos vasos de reação, provocando

entupimentos e reduzindo o tempo de operação contínua da unidade.

c) Agente de transferência de calor – o calor gerado pela queima do coque no regenerador é

parcialmente utilizado para o aquecimento do catalisador, elevando sua temperatura de

100 a 350ºC. A circulação do catalisador retira esta energia do regenerador e a utiliza

para aquecer e vaporizar a carga, de modo a possibilitar e manter as reações de

craqueamento.

O FCC é um processo no qual devem existir três equilíbrios simultâneos em sua operação:

• Equilíbrio de calor: o excesso de geração de energia causa elevadas

temperaturas, causando danos ao equipamento e ao catalisador. A baixa

geração de energia causa temperaturas insuficientes do catalisador, fazendo

com que as reações não ocorram corretamente.

• Equilíbrio de pressões: é fundamental para que o catalisador circule

corretamente e não ocorra inversão do fluxo.

29

• Equilíbrio químico: também chamado de equilíbrio de coque ou balanço de

carbono, consiste na queima do coque gerado na reação. A insuficiência da

queima de coque causa um acúmulo deste no catalisador, o que afeta as

conversões. Por outro lado, a insuficiência na geração de coque afeta o balanço

térmico.

Assim, o Craqueamento Catalítico é um processo bastante complexo devido à

quantidade de variáveis que estão envolvidas. Classificar as variáveis operacionais em

dois grandes grupos: variáveis independentes (ou de ação direta), nas quais atua-se

através de um controlador e variáveis dependentes (ou de ação indireta), que são

alteradas em conseqüência da mudança de alguma variável independente. O óleo é

aquecido e vaporizado pelo catalisador quente e as reações de craqueamento iniciam.

O gás, inicialmente formado pela vaporização e sucessivamente por craqueamento,

eleva o catalisador ao longo do riser entre 10 e 20 m/s em regime de leito fluidizado

numa fase diluída. Na saída do riser o catalisador e os hidrocarbonetos são

ligeiramente separados em um equipamento especial. O catalisador (agora

parcialmente desativado pela deposição de coque) e o vapor entram no reator. O vapor

se eleva via um separador gás-sólido chamado ciclone para remover do catalisador

antes deste entrar no fracionador e demais equipamentos para separação de produto. A

figura 3 ilustra um “raio x” de um ciclone em funcionamento e o movimento das

partículas em forma de espiral.

30

Figura 3: Representação do escoamento no interior de um ciclone. [6]

O catalisador então desce e vai para o Stripper onde os hidrocarbonetos que

ainda são arrastados e elevados novamente por injeção de vapor (Steam), antes de

escoar via rampas inclinadas dentro do Stripper para o regenerador. Ar é fornecido para

o regenerador por um soprador e distribuído através da camada de catalisador. O

31

coque depositado é queimado e o catalisador regenerado desce pelo tubo e vai para

realimentar o riser, e o ciclo recomeça.

Simulação Numérica

O engenheiro para resolver um determinado problema apresenta três

ferramentas: métodos analíticos, métodos numéricos, experimentação em laboratório

[8]. O método numérico é um campo amplamente usado nos setores de engenharia e

física e que cresce muito com o avanço da tecnologia dos computadores reduzindo o

tempo de processamento, e dos softwares, cada vez mais fieis na resolução, mais

fáceis e capazes de resolverem problemas cada vez mais complexos. O método

utilizado pelos softwares trabalhados no presente estágio resolvem pelo método dos

volumes finitos. A bolsa de estudos da ANP foi efetivada em março de 2000. Durante o primeiro

semestre, com o ingresso no SINMEC, por ser uma área que exige grande

conhecimento na área de informática foi realizado treinamento de diversos softwares,

tais como Windows, Word, Excel, Power Point, Corel Draw, ambiente DOS e ambiente

UNIX. Após, foi realizado estudos referentes à Mecânica dos Fluidos Computacional e

treinamento em programação nas linguagens C e C++, além de noções do método de

Volumes Finitos.

No final do mês de agosto iniciou-se treinamento através de manuais indicada

em [1] dos pacotes computacionais ICEM CFD, CFX 4.4 e do CFX-TASCflow da

empresa AEA Technology, sendo estes os pacotes mais avançados e utilizados para a

resolução de problemas na área de CFD nos diversos setores industriais e

principalmente na indústria de petróleo.

As etapas do processo e respectivos pacotes dividem-se em cinco partes

principais:

• Desenvolvimento da Geometria através do ICEM CFD DDN e do CFX 4.4

Build;

32

• Desenvolvimento da malha numérica hexaédrica através do ICEM CFD

Hexa e do CFX 4.4 Build;

• Implantação das condições de contorno através do CFX 4.4 Comand File e

do CFX Tascflow;

• Rodagem do problema através do CFX 4.4 Solver e do CFX Tascflow;

• Análise dos resultados através do CFX 4.4 Visualize, Analise e do CFX

TASCFlow;

As etapas serão explicadas abaixo.

ICEM CFD

Proporciona uma sofisticada aquisição de geometria e geração de malha. Uma

relação fechada com a geometria durante a geração da malha é mantida. Ele suporta

todos os solvers e analistas de códigos que utilizam malhas estruturadas.

CFX-4

O CFX-4 é um programa para a predição de escoamento laminar e turbulento, e

transferência de calor, massa e reações químicas, junto com modelos adicionais tais

como escoamento multifásico, combustão e transporte de partículas. O programa CFX-

4 consiste de um número de módulos:

• O módulo de pré-processamento, ou geometria e geração da malha

• O CFX-4 Solver propriamente dito

• O módulo da solução do CFX-4 Solver

• O módulo de Pós-Processamento ou gráfico

A geometria e a geração da malha podem ser usadas para definir o domínio a

ser estudado para a simulação numérica posterior. O solver propriamente dito

transforma os dados descritos pelo usuário para linguagem de comando de forma que o

33

programa possa resolver. O módulo da solução resolve a representação discretizada do

problema. O módulo gráfico permite a visualização dos resultados.

CFX-TASCflow

É um softwares que apresenta basicamente módulos semelhantes ao CFX-4 tais

como pré-processamento, processamento e pós-processamento, porém este resolve

sem acoplamento das propriedades envolvidas, enquanto que o CFX-TASCFlow é

acoplado. Este software é largamente utilizado na área de elementos rotativos, tais

como bombas, compressores e câmaras de combustão, além deste apresentar um

processamento dos resultados melhor que o solver do CFX-4. Os itens à seguir

apresentam as etapas seguidas pelo simulador numérico que utilizam estes pacotes,

bem como uma descrição mais detalhada.

1 Pré-Processador

Desenvolvimento da Geometria

Através do ICEM CFD DDN é construído o problema físico a ser estudado.

O DDN é um sistema CAD semelhante ao Auto CAD da Microsoft onde pode-se

criar geometrias desde simples tubulações até aviões e submarinos

detalhadamente. As figuras 4 e 5 ilustram exemplos de um simples cilindro e

ciclone respectivamente. Ciclones são equipamentos utilizados na indústria de

refino basicamente para separar partículas sólidas de gasosas.

34

Figura 4: Representação da geometria de um cilindro feito no ICEMCFD DDN.

35

Figura 5: Representação de um ciclone tangencial feito no CFX-Build.

Geração da Malha Hexaédrica

Com a geometria feita, deve-se criar uma malha numérica a fim de que o

software resolva numericamente o problema físico. O ICEMCFD Hexa realiza este

processo através de associações dos blocos da malha com a geometria. Nesta etapa a

geometria é tratada como um “molde” para a malha onde esta deverá ficar com o

formato o mais próximo possível da geometria.

36

O tipo de malha estudado foi a estruturada hexaédrica, onde os volumes são

sólidos de 6 faces retangulares, já que o CFX 4.4 resolve problemas com malhas

estruturadas. Trata-se do meio físico a ser estudado.

As figuras 6 e 7 mostram a malha do cilindro, apresentado acima, e de um

automóvel como exemplo. Com a malha formada, pode-se resolver problemas de

escoamentos, transferência de calor e reações. Para o caso do automóvel é criada a

geometria de um túnel de vento com um automóvel dentro para avaliar o coeficiente

aerodinâmico por exemplo.

Figura 6: Representação da malha hexaédrica do cilindro.

37

Figura 7: representação da malha hexaédrica do túnel de vento até a superfície de um automóvel.

As malhas, como apresentadas acima, estão prontas para definir as condições

de contorno. Outro software estudado foi o CFX 4.4 Build. Neste, trabalha-se com a

criação da geometria e malha simultaneamente, ou seja cria-se a geometria

preocupando-se com a relação inter-bloco da malha, diferente dos explicados acima

onde realiza-se cada etapa separadamente.

Definição das Condições de Contono (Comand File)

Nesta etapa o usuário define as condições de contorno bem como as variáveis

que deseja serem calculadas. Para o caso do joelho, que fluido está passando, ar, água

ou petróleo; sua fase gás, líquido ou sólido; qual o fluxo, temperatura, ocorre reação

química, há ação de particulado, enfim, diversos casos podem ser colocados no CFX

4.4 Comand File e no CFX Tascflow. Para o caso do ciclone foi definida uma entrada

38

pela voluta, ou seja, a face retangular, e duas saídas pelo topo (Cilindro menor

conforme mostrado na Fig. 2) e pela face inferior do tronco de cone, não visualizado na

figura.

2 Processador

Solver (Processador)

Nesta etapa, o software realiza os cálculos escolhidos pelo usuário sobre a

malha formada pelo método de volumes finitos, ou seja, o software realiza um balanço

de massa, energia, quantidade de movimento etc, pelas equações de Navier-Stokes,

para cada elemento da malha hexaédrica. Nestes volumes avalia-se balanços de

massa, energia, quantidade de movimento e outros termos fonte. Esta etapa pode ser

feita pelo CFX-4.4 Solver e pelo CFX-TASCFlow. A figura 8 ilustra o gráfico de resíduo,

ou seja, variação de entrada e saída de fluxo nos elementos.

39

Figura 8: Representação do gráfico de resíduo do CFX TASCFlow.

40

3 Pós-Processamento

Análise dos Resultados

Com a convergência alcançada, os resultados são avaliados através de:

• Dados calculados pelo software como fluxo na entrada da geometria e na

saída, força de arraste na parede, temperatura, resíduo máximo, pressão e

outros;

• Visualização dos resultados através de mapeamento vetorial sobre um plano

qualquer, mapeamento de pressão, velocidade e temperatura, e também

através de gráficos em quaisquer pontos escolhidos sobre a geometria.

Figuras ilustrando o processo de pós-processamento serão apresentadas

posteriormente.

Atividades Realizadas Durante e Pós Estágio Curricular Neste tópico apresenta-se as atividades realizadas mais relevantes pelo bolsista

graduação desde o primeiro semestre de 2001 até julho de 2002. Estas concentram em

estudos no tocante aos aspectos físicos e numéricos do Tubo de Hilsch, Câmara de

Combustão, Reator de Craqueamento Catalítico e outros trabalhos solicitados pela

PETROBRAS como a construção de geometria e malha numérica para posterior

simulação pela empresa.

41

MODELAGEM E SIMULAÇÃO 3-D DE UM REATOR DE CRAQUEAMENTO CATALÍTICO (FCC): MODELO CINÉTICO-FLUIDOTERMODINÂMICO

Realizou-se estudos sobre um Reator de Craqueamento Catalítico – FCC (Fluid

Catalitic Cracking) na forma de auxílio de tese de doutorado da ANP, que está sendo

feita no SINMEC.

O Projeto de pesquisa tem como objetivo modelar e simular um reator de

craqueamento catalítico denominado “Riser” e auxiliará a tese de doutorado da ANP

“Modelagem e Simulação 3-D de um Reator de Craqueamento Catalítico (FCC): Modelo

Cinético-Fluidotermodinâmico”, e consiste no desenvolvimento de um modelo que

simule o padrão de escoamento e sua influência nas taxas de reação objetivando assim

encontrar a melhor configuração de alimentação de catalisador e matéria prima, bem

como o estudo de aspectos relacionados ao projeto da unidade. Um dos aspectos

importantes de uma unidade de craqueamento catalítico refere-se a região de

alimentação, onde ocorre forte interação entre o catalisador, que retorna da unidade de

regeneração, e o gás-óleo. Esta interação pode gerar pontos quentes produzindo gases

leves indesejáveis, este fato exige um estudo mais aprofundado nesta região, onde os

mecanismos de turbulência influenciam as taxas de reação. A simulação será realizada

utilizando pacotes computacionais da AEA Technology.

No reator de craqueamento catalítico mistura-se o óleo bruto “atomizado”, ou

seja, na fase gás com o catalisador, que são partículas porosas na fase sólida onde,

ambos em contato promovem reações químicas, objetivando em outras partes da

refinaria alcançar o refino de petróleo e conseqüente formação de diversos produtos.

Sua geometria consiste de uma tubulação na vertical, onde entra por baixo

petróleo bruto na fase gás, unida com outra tubulação de diâmetro menor, onde entra

catalisador, que são partículas com formato aproximadamente arredondado, diâmetro

médio da ordem de 70μm, presente na fase sólida, e são despejados no tubo maior. Na

indústria de petróleo, a geometria do Riser é encontrada com dimensões variadas, com

diâmetros do tubo maior da ordem de 0,1m a 0,3m e altura de 10m, podendo chegar

até a 40m. O caso estudado tem diâmetro de 1,24m e altura de 50m na tubulação maior

42

e 0,3m de diâmetro da tubulação menor angulados de 60º entre si. A figura 37 ilustra a

geometria do reator.

50 m

60 °

Figura 37: Vista lateral (acima) e geometria do Riser.

As partículas são arrastadas pelo gás-óleo, em regime de leito fluidizado, e

ambas alcançam a parte superior do tubo maior. Durante o regime de leito fluidizado, as

moléculas de gás-óleo em contato com as regiões de “sítios ativos”, localizados na

superfície externa e na superfície interna da região porosa do particulado, sofrem

reações químicas denominadas adsorção. Os sítios ativos são regiões do particulado

aptas a reagir quimicamente sobre o gás-óleo.

O reator FCC tem como região crítica a de alimentação, devido aos efeitos de

turbulência associados à forte interação entre o catalisador, proveniente da unidade de

regeneração que entra em contato com o gás-óleo da alimentação do Riser. Pelo fato

de cerca de 80% das reações ocorrerem na junção entre os dois cilindros, deve-se ter

uma boa representação física aumentando o refino de malha nesta região.

Após, passou-se para a etapa de geração da malha numérica. As figuras 38 e 39

mostram regiões da malha feita no ICEM CFD Hexa. Na região interna das tubulações

foi feita uma malha cartesiana nas regiões centrais e cilíndrica nas bordas, com a

finalidade de melhorar a ortogonalidade entre os elementos. Para que a malha

apresente boa qualidade, os volumes devem ser o mais próximos da forma cúbica.

43

Porém quanto maior a complexidade da geometria, torna-se inevitável a não

deformação dos elementos. Busca-se uma malha com menor distorção possível.

Ângulos mínimos entre as arestas dos volumes devem ser maiores que 13 graus. A

malha criada apresenta ótima qualidade pois o menor ângulo esteve acima de 20 graus.

Este modelo apresenta 120.000 volumes. Pode-se notar também um maior refino de

malha na região de alimentação, na junção dos cilindros.

Figura 38: Vista da malha na região de alimentação do Riser.

44

Figura 39: Vista da malha na região de alimentação do catalisador. Por ser uma região de

altos gradientes, neste local apresenta-se maior refino.

Inicialmente foram feitos testes sobre a malha, definindo condições de contorno

com menor complexidade como aplicação de escoamento monofásico, ar nas duas

entradas, isotérmico e em regime permanente.

Alcançada a convergência, aplicar-se-ão condições de contorno cada vez mais

complexas e mais próximas do objetivo final do trabalho. Nesta etapa as condições

serão a aplicação de fluxo de ar nas duas entradas com injeção de partículas no cilindro

menor. A dimensão das partículas são próximas da dimensão das partículas do

catalisador, apresentando forma arredondada com diâmetro de 70μm. O modelo de

injeção de partículas simulado no CFX TASCflow avalia a influência de agentes

externos sobre o particulado denominado modelo Lagrangiano. Porém o objetivo de

estudo é avaliar também a influência das partículas sobre o escoamento que é o

modelo Euleriano, onde simular-se-á em etapas seguintes. Há diferença de temperatura

nas duas entradas, avaliando transferência de calor.

As figuras abaixo representam resultados da simulação de um escoamento

turbulento monofásico com transferência de calor. A condições de contorno utilizadas

foram:

45

• Parâmetros do fluido:

o Viscosidade 2,0E-05 kg/m.s;

o Densidade 7,20E+00 kg/m3;

o Condutividade Térmica 7,0E-02 W/m.K;

o Calor Específico do Fluido 3350,0 J/kg.K;

• Condição de contorno na entrada de gás inferior pelo tubo maior:

o Velocidade 4,91E+00 m/s;

o Intensidade Turbulenta 3.7000E-02;

o Comprimento de Escala da Dissipação Turbulenta: 1,24E+00 m;

o Temperatura 7,7300E+02 K;

• Condição de contorno na entrada de gás inferior pelo tubo menor:

o Velocidade 3,047E+00 m/s;

o Intensidade Turbulenta 3.7000E-02;

o Comprimento de Escala da Dissipação Turbulenta: 3,00E-01 m;

o Temperatura 9,7300E+02 K;

• Condição de contorno na saída de gás superior pelo tubo maior:

o Pressão Manométrica: 0 Pa (Atmosférica);

o Intensidade Turbulenta 3.7000E-02;

A figura 40 mostra o mapeamento dos vetores velocidade na região de união dos

tubos. Nota-se a presença de uma forte zona de recirculação. A figura 41 mostra o

mapeamento do campo de velocidades W na direção Z, que é paralela ao tubo. Nota-se

a presença de velocidades negativas na região acima da junção.

46

Figura 40: Mapeamento do vetores velocidade na região de união dos tubos.

47

Figura 41: Mapeamento do campo de velocidade W na direção Z.

A figura 42 mostra o mapeamento do campo de temperaturas na região da

junção dos tubos. Nota-se a presença de fortes gradientes.

48

Figura 42: Mapeamento do campo de temperaturas na região de união dos tubos.

Os trabalhos referentes ao Riser prosseguirão com o objetivo de rodar casos

com condições de contorno mais complexas incluindo modelos que procurem

representar ao máximo fenômenos que ocorrem na realidade, ou seja, escoamento

multifásico, reações químicas, transferência de calor, partícula porosa além de avaliar a

influência das partículas sobre o escoamento e vice versa (modelo Euleriano) e analisar

o modelo de turbulência. E também variar a geometria do Riser objetivando estudar sua

influência nas taxas de reação.

49

Simulação de Ciclones

Ciclones são equipamentos utilizados na indústria petrolífera. São localizados após a

unidade de craqueamento catalítico (FCC) e geralmente são conectados a mais de uma unidade

ciclone, de duas a três conforme bibliografia recomendada, dispostos em série entre si.

Na unidade de FCC – Reator de craqueamento catalítico (fluid Catalitic Cracking), que

significa quebra de moléculas, onde se mistura o óleo bruto “atomizado” (gás-óleo), ou seja, na

fase gasosa, a temperaturas entre 330º e 550ºC com o catalisador, a temperaturas entre 270º e

357ºC que são partículas porosas na fase sólida onde, ambos em contato promovem reações

químicas, objetivando em outras partes da refinaria alcançar o refino de petróleo e conseqüente

formação de diversos produtos, tais como gasolina, óleo diesel etc.

A sua geometria é simples. Consiste de uma tubulação na vertical, onde entra petróleo

bruto na fase gás, unida com outra tubulação de diâmetro menor, onde entra catalisador,

composta por partículas porosas com diâmetros da ordem de 60μm, e são despejados no tubo

maior.

As partículas são arrastadas pelo gás-óleo, em regime de leito fluidizado, e juntas

alcançam a parte superior do tubo maior. Durante o regime, as partículas de gás-óleo em contato

com as regiões de “sítios ativos”, localizados na superfície externa das partículas e na superfície

interna da região porosa do particulado, sofrem reações químicas denominadas adsorção. Os

sítios ativos são regiões do particulado aptas a promover reações químicas sobre o gás-óleo. As

reações químicas que ocorrem são complexas. O tempo necessário para as partículas escoarem no

reator é de 3 a 4 segundos.

Após alcançar o topo da unidade de FCC, o escoamento de gás-partícula é jogado para o

reator/stripper, onde ocorre a retirada de catalisador coqueificado (inativo). As reações continuam

ocorrendo no reator, mas são consideradas indesejáveis. Após esta separação de regenerador que

consiste de um cilindro na vertical que contém ciclones. Entre os ciclones e a parede do

regenerador está presente o escoamento gás-partícula proveniente do riser. As partículas são

depositadas no fundo juntas com gás-óleo. Na base do regenerador é injetado ar de forma que as

partículas sejam elevadas até a entrada das unidades de ciclone, posicionadas no topo do

regenerador. Um ciclone separador é um equipamento econômico para remoção de partículas

50

sólidas em um sistema fluidizado. A indução das forças centrífugas é tangencialmente imposta

sobre a parede cilíndrica do ciclone. Esta força aumenta a diferença de densidade entre o fluido e

o sólido e desta forma aumenta o estabelecimento da velocidade relativa. Os gases são arrastados

e saem pela parte superior do ciclone, onde são levados a unidades de condensação e separação

de produtos, e as partículas caem por gravidade e saem pela parte de baixo do ciclone onde são

depositadas novamente ao fundo do regenerador onde podem reiniciar novamente o ciclo ou irão

ser realimentados no riser. Separadores de ciclone são equipamentos extremamente importantes

para o sucesso da operação de craqueamento catalítico. Sua performance pode melhorar diversos

fatores, incluindo a redução da quantidade de substituição de catalisadores, por ser uma estrutura

simples apresenta baixo custo de manutenção, apresentando ainda grande eficiência na separação

de gás partícula. Devido ao interior dos ciclones apresentar pressão inferior ao ambiente externo,

as partículas são forçadas a entrar junto com o gás-óleo. Neste ocorre entrada de particulado

(catalisador) e gás no ciclone. Este escoamento multifásico entra pela seção transversal conforme

mostrado na figura 5 e após encontrar com a zona cilíndrica as partículas tangenciam a parede do

ciclone, descendo por esta e arrastando o gás. À medida que as partículas descem no ciclone e

alcançam a parte cônica cria-se uma região de alta pressão agindo sobre o escoamento. Isto faz

com que o gás migre para a parte central do ciclone saindo pela face superior e que apresenta

menor pressão separando do catalisador, esta que sai pela parte inferior do ciclone. Esta variação

de pressão pode ser suficiente para que ocorra arraste de particulado para a zona superior.

O particulado desce para voltar ao riser e promover novamente reações com o gás-óleo e o

vapor e algumas partículas que escapam pela parte superior vão para outras unidades de ciclone

de forma a haver nova separação partícula-gás. Após a passagem pelo segundo ciclone o gás sai

novamente pela parte superior deste e encontra unidades de destilação onde posteriormente será

fracionado, e o particulado que sai pela parte inferior dos ciclones descem para unidades de

regeneração onde é separado catalisadores de produtos indesejáveis tais como o coque formado

em sítios ativos do catalisador e este volta a unidade de craqueamento catalítico, de forma a

promover novamente reações com o gás-óleo, fechando assim o ciclo. A unidade riser e a

unidade ciclone, conforme explicadas acima, foram estudadas para simulação numérica na

PETROBRAS S/A de forma a solucionar problemas enfrentados sobre estes equipamentos.

Devido a normas da empresa, não será possível apresentar as geometrias das unidades de ciclone

e as malhas deste desenvolvidas pelo estagiário por serem considerados de assunto confidencial.

51

A geometria do ciclone apresentado no presente trabalho é um exemplo típico encontrado em

bibliografia recomendada.

A título de ilustração, apresenta-se abaixo figuras que representam geometrias e

escoamentos correntes em ciclones, mas sem qualquer relação com geometrias estudadas durante

os estágio na PETROBRAS S/A. A figuras 9 ilustra o escoamento bifásico gás/partícula mapeado

por vetores velocidade. Nota-se que há maiores velocidades na região próxima às paredes do

ciclone, identificando maior concentração de massa na parte da parede, comprovando maior

tendência do escoamento tangenciá-la. Conforme literatura recomendada, as partículas giram 3

vezes em torno do eixo do ciclone pela parede até atingir a saída pela parte inferior.

Figura 9: Representação dos resultados do ciclone através de mapeamento vetorial de velocidade.

Nas figuras 10.1 e 10.2 nota-se os vetores em azul que são maiores na entrada e

encontrando a câmara do cilindro do ciclone reduz-se a sua velocidade e concentração de massa

devido a esta região ser considerada como uma região de expansão. As figuras ilustram os

52

vórtices formados. Uma parcela maior de fluido sai pela parte superior. O tom das cores é

definido através do cálculo de velocidade em cada elemento localizado no centro do volume.

Figuras 10.1: Representação do fluxo de gás mapeado pelos vetores velocidade. Figura 10.2 (à direita): mapeamento do campo de velocidades sobre o mesmo plano que na figura 10.1.

As figuras 11.1 e 11.2 representam o mapeamento da trajetória das partículas sobre o

interior do ciclone, identificando a influência do diâmetro das mesmas no escape para a saída

superior. Na figura à esquerda, foi mapeada a trajetória de 10 partículas com diâmetro de 35μm e

à direita, com 125μm de diâmetro. Nota-se que as partículas mais leves escapam pela saída

53

superior, enquanto que as mais pesadas saem inteiramente pela saída inferior, identificando

assim, a influência das paredes do ciclone sobre o escoamento. Deve-se enfatizar a importância

que a visualização dos resultados numéricos têm para maior conhecimento sobre os fenômenos

físicos existentes nos escoamentos de forma a auxiliar em projetos e na solução de problemas de

engenharia.

Figura 11.1 (esquerda): Trajetória das partículas com 35μm de diâmetro. Figura 11.2 (direita): trajetória de partículas com 125μm de diâmetro.

Os ciclones de separação estão localizados no interior de unidades de regeneração. Estas

unidades promovem a separação entre as partículas de catalisador e gás-óleo. O escoamento

bifásico incide na unidade de regeneração e encontra correntes de ar injetadas à partir da base do

regenerador para seu topo forçando o escoamento a entrar em regime de leito fluidizado.

54

Este escoamento encontra unidades de ciclone posicionadas próximas a do regenerador

com entrada na vertical. O escoamento é forçado por diferença de pressão a entrar nos ciclones e

tangenciar sua parede cilíndrica de forma a criar uma variação de densidade forçando os gases a

migrarem para o eixo central do ciclone e sair deste pela saída superior.

As partículas, agora com menos presença de gás-óleo ao redor de seus corpos, caem por

gravidade, saindo pela saída inferior do ciclone e são depositadas no fundo do regenerador,

formando um nível de particulado. Na base das unidades de regeneração há presença de tubos

que ligam o regenerador a unidades de craqueamento catalítico. As partículas de catalisador são

então levadas para o FCC realimentando-o.

As unidades de ciclone são geralmente dispostas em série de forma a promover maior

separação de gás/catalisador.

Simulou-se o escoamento na região de entrada de ciclones buscando maior compreensão

sobre colisões de particulado sobre as paredes deste. O pacote utilizado para a aquisição da

geometria e malha foram o ICEMCFD da AEA Technology. O tipo de malha foi a hexaédrica.

O solver utilizado foi o CFX-TASCFlow que já apresenta modelos para cálculos e

visualização gráfica de fenômenos de erosão. A figura 12, abaixo mostra um exemplo de um

problema de colisão de partículas próximas à junção destes dois tubos.

55

Figura 12: Representação do modelo de erosão contido no CFX-TASCFlow. A geometria trata-se de uma

junção.

As partículas entram pelo tubo menor e chocam-se com a parede inferior da caixa. A

figura mostra a região que as partículas chocaram com maior intensidade.

As figuras e os resultados não poderão ser mostrados neste texto por serem considerados

assuntos de sigilo industrial.

56

Simulação de Compressores e Turbina Francis

Pretende-se com este trabalho apresentar as vantagens do CFX-TASCFlow na simulação

de elementos rotativos. O compressor estudado apresenta malha hexaédrica construída em duas

partes, ou blocos. Um bloco seria a parte estacionária (estator) e outra a parte rotativa, o rotor. A

grande vantagem deste software para a simulação deste caso é que ele admite deslizamento entre

blocos, ou seja, um bloco estacionário (estator) e o bloco do rotor com velocidade de rotação e

deslizando sobre os limites entre o bloco do rotor e do estator. Com este giro representa-se o

efeito das forças centrífugas que o rotor provoca sobre o fluido expulsando-os para o estator.

Quanto a simulações de compressores o processo ocorre no sentido inverso onde o fluido de

trabalho entra pela parte externa, chegando ao distribuidor. Este, através do movimento das pás

direciona o fluxo para dentro do runner. O fluido cria uma força sobre este, forçando-o a girar. A

figura 17 representa a geometria. Trata-se de uma turbina Francis composta de uma parte

estacionária, o distribuidor e uma parte girante, o runner.

57

Figura 17: Geometria da turbina Francis [10].

A figura abaixo representa a malha da turbina para o caso avaliado. Esta malha apresenta

número de elementos muito alto, provocará sérios problemas de convergência.

Figura 18: Malha hexaédrica da turbina Francis [10].

A figura 19 representa a malha empregada para a simulação. Trata-se de uma parte da

geometria, pois, admite-se que a condição se repete nas outras partes, não necessitando, portanto,

simular todo o domínio. Esta síntese do modelo beneficia na redução do tempo computacional

para a convergência. As condições de contorno utilizadas foram inflow (Entrada com velocidade

em ângulo), outflow (saída) com condição de pressão, parede sem deslizamento nas pás do

runner, e condição de contorno periódica onde a condição nas laterais do distribuidor, onde a

condição de fluxo da superfície do lado esquerdo repete-se em direção contrária na superfície do

lado direito. Ou seja, condição de fluxo de entrada na superfície esquerda, ocorre condição de

fluxo de saída na parte direita na mesma quantidade.

58

Entre o distribuidor e o runner há existência de inter-bloco como condição de

deslizamento, tornando possível movimento relativo entre eles.

Figura 19: Malha hexaédrica empregada para a simulação [10].

As figuras 20 e 21 ilustram os resultados. Foi selecionado um mapeamento vetorial

localizado no meio do domínio. Nota-se os vetores velocidade, figura 20, entrando no

distribuidor (topo da figura), percorrendo seu domínio até encontrar a região da pá (região em

vazio no meio da figura em forma de gota). A saída ocorre na parte inferior da figura.

59

Figura 20: Mapeamento dos vetores velocidade no plano central da geometria [10].

A figura 21 representa o mapeamento do campo de velocidade na mesma região escolhida

na figura acima. Nota-se que as velocidades são maiores na região de saída do distribuidor.

60

Figura 21: Mapeamento do campo de velocidades no plano médio da geometria [10].

A figura 22 representa os resultados da simulação de um compressor centrífugo. A região

interna limitada por uma linha no meio do domínio representa o bloco rotante, enquanto que a

parte externa é o bloco estacionário. O movimento relativo cria movimento do fluido nele contido

forçando este a deslocar para a região estacionária. O sentido do fluxo é na direção radial da

região interna para a externa do equipamento. Os contornos com diferentes cores representam as

curvas de iso-velocidade, sendo as mais baixas em azul e as mais altas em rosa.

61

Figura 22: Mapeamento dos contornos de velocidade no domínio do compressor centrífugo.

Tubo de Hilsch O tubo de Hilsch é um dispositivo simples, ausente de peças móveis, e tem por

objetivo separar ar quente de ar frio. Este tem aplicações tecnológicas. Nele ar

comprimido é injetado numa câmara cilíndrica através de um bocal tangencial

transversal ao eixo do cilindro. Dentro da câmara o jato descreve uma trajetória em

espiral e forma um vórtice. Os orifícios axiais existentes nas extremidades do tubo

62

permitem que duas correntes de ar, uma fria e outra quente, saiam do dispositivo

escoando em sentidos opostos e na forma de uma hélice.

A diferença de temperatura entre as duas correntes de ar resulta do fato que,

num vórtice, tanto a temperatura quanto a pressão do fluido caem do exterior para o

centro do vórtice porque o aumento da energia cinética do jato faz-se à custa de um

consumo de sua entalpia. Na extremidade do tubo de Hilsch pela qual se extrai o ar frio

há um orifício de saída de pequeno diâmetro a fim de que apenas o ar frio bem próximo

ao centro do vórtice, e portanto de temperatura mais baixa, possa por ele passar. Na

outra extremidade do tubo há um orifício de saída de diâmetro maior que permite a

passagem das correntes mais externas do vórtice, que estão em temperaturas mais

altas. As frações de fluxo de ar admitido no dispositivo que estão extraídas como ar frio

e ar quente fixam-se por meio de balanceamento de pressões, controladas por meio de

restrições de fluxo localizadas nas extremidades do instrumento.

Ë possível obter com este tubo a partir de ar comprimido a 10 atm e 20ºC, ar frio

a -40ºC, situação na qual 20% do fluxo admitido no dispositivo tem sua temperatura

reduzida enquanto do lado quente sai a 35ºC.

A empresa interessou-se por um estudo sobre este equipamento de forma a

utilizá-lo para diversas atividades na indústria de petróleo. Estão sendo realizadas

simulações numéricas sobre este equipamento de forma a otimizá-lo e para

futuramente construí-lo.

Os detalhes mais importantes foram retirados de publicação de W. Fröhlingsdorf

e H. Unger, segue abaixo e podem ser divididos em aspectos físicos e numéricos.

63

- Aspectos físicos:

A

B

C DTubo de Hilsch

Figura 31: Representação esquemática do escoamento no tubo de Hilsch.

Uma explicação qualitativa dos fenômenos é apresentada e está baseada na

figura 31 acima. Ar comprimido entra tangencialmente no tubo por meio de um bocal e

desenvolve um vórtice aproximadamente axissimétrico. Do estado A para o B o fluido

comprimido se expande e acelera. Sob a influência de forças centrífugas o gás injetado

é pressionado para a parede do tubo. Sob trajetória helicoidal este é direcionado para a

saída de gás quente D. Do estado B para o D o gás é aquecido por dissipação (fricção),

especialmente próximo às paredes do tubo, onde os gradientes de velocidade são

maiores. Gás frio é formado por expansão radial ao longo da linha de centro do tubo.

Como representado na figura abaixo, o gás frio desloca-se para a saída C segundo

uma trajetória em espiral. A separação de energia aumenta com o aumento da relação

de pressões entre o gás na entrada do tubo e na saída C, pA/pC. De acordo com

resultados experimentais obtidos por Stephan, a diferença entre a temperatura em A e

em C aumenta de –27K com uma pressão na entrada de 3 bar para –38K com 5 bar,

em ambos os casos com 30% de vazão escoando em C.

A figura abaixo representa a seção transversal do tubo de Hilsch. O ar

comprimido a partir do bocal de entrada sofre os seguintes fenômenos:

64

A diferença de entalpia total ΔH, do gás frio para o gás comprimido da entrada A descreve mudança da massa específica térmica e contra a energia mecânica:

ΔH = cp Δt)A = (cp Δt)C + vc² / 2

O fluido entra sob uma velocidade aproximadamente nula, vA ≈ 0 m/s em A para

velocidade do gás frio vC. Como conseqüência a energia cinética cresce (vC2/ 2 > 0) e a

energia térmica decresce (cp Δt)C < 0). Para o gás frio a entalpia total decresce

comparada ao gás comprimido da entrada por que o decrescimento da energia térmica

excede o aumento da energia cinética devido a transferência de energia cinética para

as regiões próximas à parede devido a forças de fricção (tensões de cisalhamento).

Conseqüentemente, nos gases quentes ambas a energia cinética e a térmica crescem

e a entalpia total excede a do gás de entrada.

Para a produção de ar frio na saída do tubo, deve existir uma região de gás a

temperatura baixa e uma região a alta temperatura, a última próximo as paredes do

tubo. O modelo deste mecanismo é representado na figura 32:

wq

E d

E m

seção transversal do tubo

wf

wf > wq

gás quente

gás frio

Figura 32: Modelo do mecanismo que ocorre no interior do tubo de Hilsch.

A expansão radial do gás frio aumenta a velocidade angular (wf) isto é, as

camadas internas rotacionam mais que as externas (wf > wq ). As tensões de

65

cisalhamento promovem o fluxo de energia mecânica Em direcionado para as camadas

externas. Os gases quentes recebem esta energia que, predominantemente, dissipam

ao redor das camadas próximas à parede do tubo. O fluxo de energia difusivo Ed é

direcionado para dentro do gás a baixa temperatura. O trabalho da energia mecânica

Em é parcialmente compensado pelo Ed.

- Aspectos numéricos:

O CFX permite o cálculo de escoamentos compressíveis e turbulentos. As

características básicas das equações resolvidas compreendem conservação da massa,

quantidade de movimento e energia, expressas como balanço das equações da massa,

movimento e energia por unidade de volume com respeito ao tempo.

Equação da conservação da massa:

∂ρ + • (ρv) = 0 ∂t

A equação do momento:

∂ρv + • (ρv v) = • σT ∂t onde

σ = -pδ+μT( υ+( υ)T) = -pδ – τT

é o tensor tensão, e a equação da energia:

∂ρH + • [ρυH] = ∂p + • [(λ / cp + μt / PrT ) H] - • [τT • υ] ∂t ∂t

66

onde, λ = Condutividade térmica;

μt =Viscosidade total;

PrT = Número de Prandtl sob influência de fenômenos de turbulência.

Sendo que, • [(λ / cp + μt / PrT ) H] e • [τT • υ] descrevem a mudança de

energia específica através da difusão turbulenta (influência na Ed) e a transferência de

energia na forma de trabalho mecânico turbulento (influência na Em), respectivamente.

Forças de fricção causam transferência de energia mecânica, que é sobreposta ou

parcialmente compensada pela transferência de energia devido aos processos

difusivos, este que ocorre em sentido contrário do anterior. A difusão turbulenta pode

ser baseada no número de Prandtl turbulento PrT = cp μT /λT. A relação do fluxo de

trabalho mecânico e do fluxo de energia difusivo Em/Ed aumenta no modelo numérico

com o aumento do número de Prandtl turbulento. Logo, o número de Prandtl turbulento

é o parâmetro governante para a existência da separação da energia no tubo de Hilsch.

Fulton [13] menciona que o trabalho de fluxo direcionado para fora é maior que a

transferência de calor direcionada para dentro. A relação do fluxo de energia radial (Em /

Ed) é influenciada por efeitos instáveis. Resultados experimentais mostram que

respostas das flutuações turbulentas periódicas influem essencialmente na

transferência de energia no tubo. Medidas de Kurosaka [14] mostram que a redução do

chamado pelo autor ”apito” do vórtice leva a um decrescimento da separação da

energia. A influência de efeitos instáveis podem indiretamente ser considerados no

modelo numérico pelo aumento do número de Prandtl turbulento.

O tubo de Hilsch será investigado com a geometria utilizada pelo experimento de

Bruun [15] para comparação dos resultados numéricos com os experimentais. As

dimensões principais são:

• Comprimento do tubo: 520 mm;

• Raio do tubo: 47 mm;

• Raio do orifício de saída do gás frio: 17.5 mm;

• Área de entrada: 363 mm2;

• Pressão de entrada: 2 atm;

67

Será desenvolvido modelo axissimétrico, pelo fato deste já ter alcançado

sucesso na comparação com dados experimentais em simulações anteriores deste

caso.

Uma melhor aproximação dos resultados medidos poderá ser alcançada, com a

troca do modelo k-ε pela correlação de Keyes [16]:

μT / μL = 2,03 . 10 -3 . Reθ,p0.86

Rep = 2 . rp . vθ, p . ρp / μL

Onde os índices θ, p, L indicam a componente angular θ, e periférica p e

Laminar.

Este caso não é considerado caso de sigilo pela empresa e sua geometria pode

ser mostrada. As figuras 28, 29 e 30 representam as vistas superior, perspectiva da

geometria do instrumento, e malha numérica construída no ICEMCFD, respectivamente.

Figura 28: Vista superior da geometria do tubo de Hilsch.

68

Figura 29 : Geometria do tubo de Hilsch em perspectiva.

Figura 30: Malha numérica do tubo.

Simulação Numérica de uma Câmara de Combustão de um Automóvel.

69

Este trabalho tem o objetivo de simular câmaras de combustão de motores de

combustão interna no ambiente do software CFX-TASCFlow.

Dimensões da câmara de combustão de quatro válvulas de um automóvel, obtida

via catálogo, a realizar estudos numéricos são mostrados nas figuras abaixo.

6,6

54,8

3

admissãovela

descarga

Figura 33: Vista em perfil da câmara de combustão a ser estudada.

Figura 35: Detalhes da válvula de admissão.

70

29°39°

AFAPMI

AAD

AAAPMS

AFD = 0

Figura 36: Diagrama de distribuição da abertura e fechamento das válvulas.

Na figura 36 é mostrado diagrama de distribuição da abertura e fechamento das

válvulas de admissão e descarga do motor, conforme o movimento do pistão. PMS:

ponto morto superior, PMS: ponto morto inferior, AAA: o ângulo de abertura da válvula

de admissão; AFD: ângulo de fechamento da válvula de descarga; AAD: ângulo de

abertura da válvula de descarga; AFA: ângulo de fechamento da válvula de admissão. Foi simulado, em primeira instância, o caso 2D sob as seguintes propriedades e

condições:

- Ar, alta rotação 5500 RPM com abertura e fechamento das válvulas (conforme

movimento de cames). Teste do movimento das válvulas na malha.

- Combustível Metanol, 5500 RPM com maior número de cinéticas químicas para

análise das pressões e temperatura da câmara. As propriedades do metanol

variaram com a temperatura e pressão. Análise de combustão.

- Caso 3D seguindo as mesmas etapas citadas acima.

Obs.: Realizar-se-á pesquisas bibliográficas referente a busca de resultados

experimentais sob casos semelhantes ao estudado, e simulações numéricas anteriores.

Etapas do trabalho:

71

Etapa 1

• Geometria da câmara de combustão de um motor automotivo, malha

bidimensional, com válvulas de admissão e descarga que movimentam-se com o

tempo. Etapas de admissão, compressão, expansão e descarga; escoamento

monofásico com ar. Objetivo: teste de malha. Buscar-se-á uma malha numérica

que representa o movimento do pistão segundo uma harmônica e cujos volumes

desaparecem com o tempo;

Etapa 2

• Mesma malha da etapa 1, com Ar + Metanol na admissão, propriedade dos

componentes variável com a temperatura e pressão, reações de combustão

avaliando o maior número de cinéticas das reações obtidos (~100). Objetivo:

Comparação da fluidodinâmica, pressões, temperaturas e reações com solução

analítica (comparação com dados experimentais);

Etapa 3

• Malha tridimensional da câmara de combustão Fire, seguindo as mesmas etapas

citadas anteriormente. Objetivo: alcançar resultados similares com os

experimentais, se possível adquirir;

Revisão Bibliográfica - Motor de Combustão Interna

Os equipamentos térmicos que são usados como elementos propulsores de

automóveis são conhecidos como motores de combustão interna [2]. A figura abaixo

72

mostra a câmara de combustão e seus componentes, ondeVA é a válvula de admissão,

VD é a válvula de descarga e CC é a câmara de combustão.

Para um motor alternativo de quatro tempos pode-se dividir em quatro estágios:

Admissão. Considerar o êmbolo estando no ponto superior do seu

deslocamento, conhecido como ponto morto superior (PMS). Assim que o êmbolo inicia

seu movimento descendente, ele cria um vácuo parcial no cilindro. Neste instante, a

válvula de admissão (VA) é aberta e uma mistura de ar e gasolina vaporizada entra no

interior do cilindro, vinda da tubulação de admissão através da válvula de admissão

aberta.

Compressão. Quando o êmbolo atinge o final de seu curso descendente, diz-se

que este atingiu o ponto morto inferior (PMI). Neste ponto, a válvula de admissão (VA)

73

se fecha e permanece fechada enquanto o êmbolo se movimenta para cima. Como a

mistura de ar-combustível está totalmente confinada no interior do cilindro, ela é

comprimida enquanto o êmbolo sobe. Ambas as válvulas, de admissão e de descarga

(VD), mantém-se fechadas.

Potência. Idealmente, quando o êmbolo atinge novamente o ponto morto

superior (PMS) e a mistura ar-combustível está na sua compressão máxima, uma

centelha elétrica na vela e inflama a mistura ar-combustível, promovendo a combustão.

A grande força da pressão criada pela combustão faz com que o êmbolo se desloque

para baixo. Este movimento do êmbolo impelido para baixo é o tempo de força do ciclo.

Nos motores reais a ignição pode ocorrer antes, ou mesmo depois do PMS. Também,

ambas as válvulas, de admissão e de descarga, permanecem fechadas durante o

tempo de potência.

74

Descarga. No final do curso de potência os gases estão totalmente expandidos e

a válvula de escape agora se abre. O movimento do êmbolo para cima promove a saída

dos gases provenientes da combustão para fora do cilindro, passando pela válvula de

escape aberta para a tubulação de escapamento. No ponto morto superior, a válvula de

descarga (VD) se fecha e o ciclo recomeça novamente.

O ciclo de quatro tempos acima descrito produz um tempo de potência em

êmbolo para cada duas revoluções do virabrequim. A mesma seqüência de ocorrências

pode ser realizada em uma única rotação do eixo de manivelas proporcionando tempo

de potência por rotação. A seqüência de processos é mostrada na figura abaixo, e

consiste no seguinte:

Entrada de ar: Com os canais de transferência e de exaustão abertos, o ar

proveniente do carter enche o cilindro.

Compressão: Com todos os canais cobertos, o êmbolo ascendente comprime o

ar e cria sucção no carter. Inicia-se a injeção.

Expansão: A mistura em combustão se expande, forçando o êmbolo para baixo.

Ar entra no carter para ser comprimido pela descida do êmbolo.

Exaustão: O êmbolo na descida descobre o canal de exaustão. Uma ligeira

pressão se desenvolve no Carter, suficiente para forçar o ar para dentro do cilindro.

No motor de dois tempos, cada curso descendente corresponde a um único

curso do motor.

75

As figuras abaixo ilustram as etapas do ciclo de combustão.

As figura 13 ilustra o mapeamento dinâmico de temperatura do transiente de

uma câmara de combustão resolvida como caso bidimensional simulado no TASCFlow.

Nota-se que as temperaturas são mais altas próximas à parede. A válvula de admissão

está localizada na parte superior da câmara. As cores em azul ilustram temperaturas da

ordem de 300K e as em rosa correspondem a temperaturas de 500K.

O caso simulado ilustra entrada de combustível com ar atmosférico, ocorrendo

posterior reação através de ignição por centelha.

Figura 13: Visualização do mapeamento do campo de temperatura na câmara de

combustão [10].

A figura 14 abaixo ilustra o mapeamento vetorial do fluido estudado que está

sofrendo um processo de compressão.

76

Figura 14: Vetores velocidade na etapa de compressão [10].

A figura 15 representa o mapeamento dinâmico dos vetores velocidade na etapa

de descarga. Nota-se que as velocidades apresentam mais altas na região de

descarga.

Este caso é observado como um dos mais complexos para se simular, pois nota-

se os vários fenômenos que ocorrem no interior de seu domínio, tais como

recirculações de fluido, regime transiente, malha numérica com dimensões variáveis

com o tempo, comportando como uma senóide, compressibilidade, não isotermicidade,

regiões de pontos quentes, turbulência, reações de combustão, velocidade de

propagação da chama, enfim, um problema completo. Este trabalho ainda está em

estudo quanto às hipóteses simplificadoras e as metas a serem alcançadas.

Primeiramente avaliar-se-ão casos com malha bidimensional e sem reações químicas

para acertar a malha numérica, pois esta movimentar-se-á com o tempo e apresentará

comportamento de uma senoidal.

77

Figura 15: Vetores velocidade no estágio de descarga [10].

A figura 16 representa a malha de um motor de combustão interna tridimensional

feito no ICEMCFD, retirada em [12].

78

Figura 16: Representação da malha hexaédrica de uma câmara de combustão retirada em

[12].

Os casos mostrados acima são apenas representações referentes à simulações

da câmara de combustão no TASCFlow e no ICEMCFD. Demais figuras não poderão

ser mostradas por tratarem de assunto de sigilo industrial.

Simulação Numérica da Câmara de Combustão Foram alcançados muitos avanços quanto a este caso, tanto no aspecto de

geometria e malha, movimento desta, aspecto da fluidodinâmica além das reações

químicas dos componentes estudados pela empresa.

As figuras abaixo mostram o transiente do ciclo de compressão de uma câmara

de combustão. Foi definida uma condição de contorno de temperatura de 600K na

parede, uma condição de contorno de pressão de 0 Pa na válvula, localizada no canto

superior à esquerda e uma temperatura de 600K para o fluido estudado que no caso é

ar (Escoamento Monofásico). Como condição inicial no domínio colocou-se como

pressão 0 Pa e 300K, como fluido ar e escoamento laminar. As figuras abaixo mostram

as etapas de admissão e compressão do ciclo de combustão. Na figura 23 é visualizado

o mapeamento de temperatura no seu estado inicial (antes de movimento da malha).

Pode-se observar o gradiente de temperatura entre a parede e o domínio.

79

Figura 23: Mapeamento do campo de temperatura no estado inicial.

A figura 24 mostra o mapeamento de temperatura e vetores velocidade na fase

de admissão. A zona em vermelho representa a massa de ar quente que entrou no

domínio em passos de tempo anteriores.

80

Figura 24: Mapeamento do campo de temperatura e vetores velocidade fase admissão.

A figura 25 mostra o mapeamento de temperatura e vetores velocidade na fase

de compressão. Nota-se os vetores velocidade direcionando para a região de saída. Na

região em vermelho há formação de um vórtice no sentido anti-horário.

81

Figura 25: Mapeamento do campo de temperatura e vetores velocidade fase descarga.

A figura 26 mostra a geometria da câmara tridimensional. Os dois “joelhos”,

como podem ser observados, representam os dutos de admissão; no interior de cada

joelho há uma válvula de admissão, que se abre durante a etapa de admissão, e fecha

durante as outras etapas. Há movimento de malha em função do passo de tempo nos

elementos pertencentes a esta superfície. Acima do duto há os cabeçotes das válvulas

onde na sua junção com o duto há um desnível na superfície do duto. Esses elementos

causam forte influência sobre o escoamento na etapa de admissão, sendo, portanto,

importante levá-los em conta na a simulação. Os círculos visualizados à direita

representam as válvulas de descarga onde serão abertas na etapa de descarga e

movimentar-se-ão para dentro durante esta. A região em roxo no meio do cabeçote

representa a vela onde será propagado a centelha no fim da etapa de compressão. A

parte cilíndrica abaixo representa o volume morto.

82

Figura 26: Geometria da Câmara de Combustão Tridimensional.

A figura 27 mostra a malha numérica grosseira da câmara de combustão. Os

elementos pertencentes ao volume morto movimentar-se-ão descrevendo o movimento

de admissão, compressão, expansão e descarga. A figura 28 mostra vetores velocidade

no interior da câmara de combustão.

Demais resultados da simulação encontram-se em animações anexadas em

disco estilo CD, juntamente com este documento.

83

Figura 27: Malha numérica da câmara de combustão.

Figura 28: Malha numérica da câmara de combustão.

84

Construção de Geometria e Malha Numérica de Equipamento solicitado pela PETROBRAS

Realizou-se durante os meses de outubro e novembro a construção da

geometria e malha numérica de equipamento utilizado na indústria de refino, solicitado

pela PETROBRAS S/A, com o auxílio dos pacotes computacionais ICEMCFD DDN e

ICEMCFD Hexa. Os dados e figuras da geometria não podem ser mostrados neste

relatório por tratarem-se de assunto considerado confidencial pela empresa.

85

Conclusão As atividades no SINMEC auxiliaram em maior conhecimento de problemas de

engenharia do setor de petróleo, devido ao auxílio de tese de doutorado da ANP.

As atividades de estágio na PETROBRAS foram de grande valia para maior

aprofundamento sobre o tema. Além de estar em contato com problemas de engenharia

da empresa, esta trouxe maior experiência profissional na área de CFD. Algumas

atividades desenvolvidas não puderam ser apresentadas neste relatório por serem

consideradas de caráter confidencial pela empresa.

Contudo, as figuras apresentadas representam geometrias com formas e

dimensões liberadas pela empresa de forma a ilustrar a linha de pesquisa efetivada

pelo estagiário.

O contato empresa aluno trouxe grandes benefícios, tanto no aspecto

profissional como no humano, para o estagiário de forma a aperfeiçoar sua postura

como engenheiro, por influência indireta dos engenheiros que nela trabalhou. Trouxe

maior experiência na área de pesquisa, desenvolvimento de produtos entre outras, bem

como maior conhecimento sobre o funcionamento de equipamentos utilizados na

indústria petrolífera.

O bolsista concluiu seu estágo curricular no 9º período, e no presente momento

está cursando disciplinas do 10º período do curso de Engenharia Mecânica. Contudo, o

vínculo do estagiário com a PETROBRAS após o estágio está sendo mantido através

da continuidade de trabalhos que foram realizados durante o estágio, e, tendo em vista

os bons resultados alcançados, a empresa solicitou ao bolsista ANP a dar continuidade

em pesquisas referentes a simulação numérica da câmara de combustão e do Tubo de

Hilsch no SINMEC, além de construir geometrias e malhas numéricas solicitadas pela

mesma para serem utilizadas em simulações pela empresa.

Estes fatos podem servir como amostra de que o objetivo do programa de

recursos humanos da ANP para o setor de petróleo e gás está sendo alcançado e está

trazendo melhorias quanto à qualificação de profissionais para exercer trabalhos no

setor de petróleo e mostrando às empresas a importância do papel da universidade na

melhoria da qualidade de seus produtos.

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Agradecimentos

Agradeço ao consultor técnico da PETROBRAS Waldir P. Martignoni, por ter

auxiliado nos trabalhos e pela ótima receptividade demonstrada, e por todos os

membros da Gerência de Pesquisa – PQ, durante o período de Estágio, realizado no

primeiro semestre de 2001.

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Referências Bibliográficas

1. CFX-4 FOR WINDOWS NT. CFX-4 User Guide. AEA Technology. Oxfordshire

United Kingtom. 1997.

2. Martignoni, W. P. Desenvolvimento Integrado: Simulação e Experimentação no

Processo de Craqueamento Catalítico, CONEXPO ARPEL’96.

3. Granet I, P. E., Termodinâmica e Energia, Pretince-Hall do Brasil.

4. Baxendell, S. P. The Petroleum Handbook, Elsevier Science Publishers B. V.

5. Sadeghbeigi, R. Fluid Catalytic Cracking Handbook, Gulf Publishing Company.

6. Wilson, J. W. Fluid Catalytic Cracking, PennWell Publishing Company.

7. Foust, A. S. Wenzel, L. A. Clump, C. W. Maus, L. Andersen, L. B. Princípios

das Operações Unitárias, Guanabara Dois.

8. Maliska, C. R. Mecânica dos Fluidos Computacional. Fundamentos e

Coordenadas Generalizadas. Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.

9. Jones J. C., Combustion Science, Principles and Practice, Millennium Books

10. CFX-TASCFlow, User Guide. AEA Technology.

11. Canjar L. N., Manning F. S., Thermodinamic Properties And Reduced

Correlations For Gases. Gulf Publishing Company, Houston, Texas.

12. ICEMCFD, User Guide. AEA Technology.

13. C.D. Fulton, Ranque´s Tube, Journal Fluid Mechanics 124 (1982) 139-172.

14. M. Kurosaka, Acoustic streaming in swirling flow and the ranque-hilsch (vortex-

tube) effect, Journal mFluid Mechanics 124 (1982) 139-172.

15. H.H. Bruun, Experimental investigation of the energy separation in vortex tubes,

J. Mechanical Engineering Science 11 (6) (1969) 567-582.

16. J.J. Keyes, Jr., An Experimental study of gas dynamics in high velocity vortex

flow, in: Proceedings of the Heat Transfer and Fluid Mechanics Intitute, Stanford

University, Oak Ridge National Laboratory, Tenessee, 1960, pp. 31-46.

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ANEXO Foram cursadas disciplinas de especialização para a área de petróleo e gás,

eletivas e optativas, oferecidas para o curso. Abaixo segue a lista das disciplinas

cursadas bem como o código da disciplina, total de horas-aula e respectivos conceitos,

mostrado na tabela 1. As disciplinas onde não estão indicados os conceitos tratam-se

de disciplinas cursadas neste semestre e aguardam resultado. Tabela 1: Disciplinas cursadas com ênfase no setor petróleo e gás

Nome da Disciplina Código da Disciplina

Total de Horas-Aula Teórica Prática

Conceito

Mecânica dos Fluidos I EMC 5445 72 18 7.0

Termodinâmica EMC 5401 72 6.5

Controle de Vibrações EMC 5140 72 7.0

Tecnologia de

Soldagem

EMC 5262 36 4 7.0

Materiais de Construção

Mecânica I

EMC 5101 54 8.5

Materiais de Construção

Mecânica II

EMC 5102 72 8.0

Geração e Distribuição

de Vapor

EMC 5471 54 8.0

Transporte em Meios

Porosos

EMC 5482 54 9.0

Motores de Combustão

Interna

EMC 5273 54 8.5

Simulação de

Reservatório de

Petróleo

EMC5487 54 X

Seminários sobre a

Indústria de Petróleo e

Gás

TEECT-6201 25,5 X

Mecânica dos Fluidos II EMC 5446 54 X

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