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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA LABORATÓRIO DE MEIOS POROSOS E PROPRIEDADES TERMOFÍSICAS AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO - ANP RELATÓRIO SEMESTRAL Determinação experimental da permeabilidade intrínseca Bolsista: Rafael Luiz Albiero Spagnuolo Orientador: Paulo César Philippi Florianópolis, fevereiro de 2001.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

LABORATÓRIO DE MEIOS POROSOS E PROPRIEDADES TERMOFÍSICAS

AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO - ANP

RELATÓRIO SEMESTRAL

Determinação experimental da permeabilidade intrínseca

Bolsista: Rafael Luiz Albiero Spagnuolo

Orientador: Paulo César Philippi

Florianópolis, fevereiro de 2001.

1 - INTRODUÇÃO

O relatório que se segue apresenta uma descrição das atividades desenvolvidas

pelo bolsista no periodo de janeiro a fevereiro de 2001 em substituição ao projeto

anterior.

Devido ao pouco tempo de vigência do projeto apenas uma das atividades

especificadas no plano de trabalho pode ser efetivada, essa atividade desenvolvida foi a

medição de permeabilidade em rochas sedimentares utilizando líquido e gás .

2 – PLANO DE TRABALHO

O plano de trabalho se intitula Caracterização microestrutural e propriedades

petrofísicas de rochas reservatório e as atividades que serão desenvolvidas ao longo do

período de vigência da bolsa são: Medição de permeabilidade em rochas sedimentares

utilizando líquido e gás; Obtenção da porosidade, distribuição de poros e curvas

principal e secundária de intrusão e extrusão de mercúrio; Análise de imagens de

lâminas finas de rochas, adquiridas por microscopia ótica e tratamento com o software

IMAGO.

3 – DISCIPLINAS CURSADAS E RESPECTIVOS CONCEITOS

Nenhuma disciplina foi cursada ainda desde a implementação da bolsa.

4 – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As atividades desenvolvidas até agora tiveram como objetivo usar um método

experimental para a obtenção da permeabilidade em meios porosos, tipo rocha

reservatorio.

A permeabilidade pode ser definida como uma propriedade que mede a

facilidade de escoamento de um fluido em um meio poroso.

De acordo com a lei de Darcy,

Q = k . A . P ,

onde k é a permeabilidade de um meio poroso p/ escoamentos unidimensionais,

constantes e de baixa velocidade.

Alguns métodos para cálculo de permeabilidade usam líquidos ou gases, sendo

que no uso de líquidos deve haver um cuidado especial, porque estes podem causar mais

facilmente uma mudança na estrutura dos poros, rearranjo de algumas particulas,

reações químicas, etc.

Nesses 2 meses o trabalho resumiu-se em montar um experimento capaz de

descobrir valores para a permeabilidade de um meio poroso.

A começar com a montagem de uma bancada de experimento como se pode ver

na foto ( 1 ), onde uma amostra de material devidamente preparada é montada num

suporte onde é causado uma diferença de pressão obrigando o fluido utilizado a

atravessar a amostra, medindo-se em seguida a vazão em função do tempo.

De posse dos dados de vazão, viscosidade do fluido e algumas

caracteristicas da amostra, como comprimento e area da seção, é possivel calcular a

permeabilidade usando a lei de Darcy.

O procedimento deste experimento tem sido:

• Preparo da amostra, fixando, isolando-a e polindo sua superficie. Foto ( 2 ).

• Limpeza da amostra no ultra-som.

• Determinação da área da seção transversal da amostra e o comprimento da

mesma.

• Saturação da amostra com o fluido usado. Este processo consiste em fazer vácuo

na amostra por 3 horas e coloca-la sob o fluido para que o fluido preencha todos

os poros, eliminando assim gases que poderiam impedir a passagem.

• Montagem no suporte e pressurização do fluido de um lado da amostra, usando

um cilindro de nitrogênio comprimido a pressão de aproximadamente 30 psi.

Foto ( 3 e 4 ).

• Do outro lado da amostra a pressão atmosférica mede-se a vazão observando-se

o deslocamento do menisco no capilar montado e previamente calibrado e o

respectivo tempo de deslocamento.

• A diferença de pressão é obtida através de um transdutor de pressão na tubulação

de nitrogênio e a coluna conhecida de fluido na mangueira. Foto ( 5 ).

• A temperatura é tambem medida para o calculo da viscosidade do fluido.

Os fluidos utilizados até agora foram etanol e água destilada.

Os resultados obtidos

No experimento foram utilizados como fluido água destilada e etanol

Foto ( 1 ) – bancada do experimento.

Foto ( 2 ) – amostras prontas.

Foto ( 3 ) – amostra montada no suporte ligado ao tubo capilar.

Foto ( 5 ) – transdutor de pressão.

Foto ( 4 ) – cilindro de nitrogênio comprimido.

Porous Media and Thermophysical Properties Laboratory Mechanical Engineering Department Federal University of Santa Catarina PB 476 88040-900 Florianópolis SC Brazil Phone: 55 0xx 48 331 9851 Fax: 55 0xx 48 234 1519 [email protected]

CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL, FABRICAÇÃO DE LEITOS DE ESFERAS DE VIDRO E VISUALIZAÇÃO DE DESLOCAMENTOS IMISCÍVEIS

Bolsista: Rafael Luiz Albiero Spagnuolo Orientador: J. A. Bellini da Cunha Neto

Florianópolis, agosto de 2001.

1 - INTRODUÇÃO

O relatório que se segue apresenta uma resumo das atividades desenvolvidas pelo bolsista no período de fevereiro a agosto de 2001, no qual a maior parte dos esforços foram no sentido de confeccionar um meio poroso artificial para possibilitar a análise dos fenômenos de escoamento bifásico de fluidos em uma estrutura porosa.

Todas as demais atividades visaram o meio poroso, seja na determinação de propriedades especificas do meio, na visualização do comportamento de fluidos em escoamento na estrutura porosa, etc. Sempre com o objetivo de conhecer melhor o que acontece no fenômeno de extração do petróleo em rochas reservatório.

2 – PLANO DE TRABALHO

O trabalho se intitula Caracterização Microestrutural e Propriedades Petrofísicas de Rochas Reservatório e as atividades que serão desenvolvidas ao longo do período de vigência da bolsa são: Medição de permeabilidade em rochas sedimentares utilizando líquido e gás; Obtenção da porosidade, distribuição de poros e curvas principal e secundária de intrusão e extrusão de mercúrio; Fabricação de lâminas finas de rochas, análise de imagens adquiridas por microscopia óptica e tratamento com o software IMAGO; confecção de um meio poroso artificial para a visualização dos fenômenos de invasão e drenagem no escoamento de fluidos bifásicos.

3 – DISCIPLINAS CURSADAS E RESPECTIVOS CONCEITOS Sem. Disciplina Nome Nota Men H.A. Freq Tipo Rev Turma 20011 EMC5121 Fadiga 8.0 54 FS Ob 0639A 20011 EMC5241 Conformação Mecânica dos Metais 7.5 72 FS Ob 0639A 20011 EMC5281 Circ. Eletr. Aplic. a Eng. Mec. 8.5 54 FS Ob 0639 20011 EMC5403 Transmissão de Calor I 7.5 54 FS Ob 0639A 20011 EMC5429 Maquinas de Fluxo 8.5 54 FS Ob 0639A 20011 EMC5446 Mecânica de Fluidos II 8.5 54 FS Op 1039 20011 EMC5482 Escoamento de Fluidos em Meios Porosos 9.0 54 FS Op 1039 IA: 8.18 IAA: 7.55 IAP: 7.55 H.A. (total= 2466 | aprovadas= 2466 )

4 – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Diversas atividades foram desenvolvidas neste período em continuação a atividade descrita no relatório anterior, determinação experimental da permeabilidade em meios porosos, onde seguiu-se a calibração do transdutor de pressão utilizado. Em seguida iniciou-se a atividade de preparo de lâminas com amostras de meios porosos, onde foram tomadas imagens com um microscópio óptico para serem analisadas e determinadas algumas de suas propriedades, como a porosidade, utilizando o software Imago. A atividade foi interrompida temporariamente, por falta de amostras de meio poroso, tipicamente rochas reservatório. A partir daí, começou-se um trabalho no sentido de construir um meio poroso artificial para que pudessemos registrar os fenômenos de invasão e deslocamento de fluidos e tirarmos daí informações necessárias para o aperfeiçoamento dos modelos de simulação de escoamento bifásico em rochas reservatório.

Este trabalho não foi concluido ainda, e este relatório mostra os passos das atividades até aqui desenvolvidas.

Síntese das atividades desenvolvidas neste período: - Calibração do transdutor de pressão; - Preparo de lâminas com amostras de meio poroso; - Construção de um meio poroso artificial; - Registro dos fenômenos de invasão e deslocamento de fluidos. 4.1 – CALIBRAÇÃO DO TRANSDUTOR DE PRESSÃO:

Ao utilizarmos o transdutor de pressão no experimento de determinação de permeabilidade intrínseca do meio poroso foi constatado que o sinal fornecido para uma pressão correspondente variava em função da tensão de alimentação, necessitando de uma calibração para obtenção dos valores de pressão.

Montou-se uma bancada para executar a calibração, com o objetivo de achar a relação entre a variação da tensão de alimentação e o sinal emitido pelo transdutor para uma faixa de medição de pressão.

A calibração foi feita para alimentações de 10, 12 e 14 VDC, variando a pressão em uma linha de N2 comprimido de 0 até 934mmHg (pressão manométrica), em valores crescentes e depois em valores decrescentes.

A voltagem de alimentação foi controlada através do multímetro, assim como o sinal captado em cada ponto de leitura do manômetro. Os pontos foram tomados a cada variação de 5mm na coluna de mercúrio.

A temperatura também foi controlada para se calcular a diferença de pressão lida através do manômetro.

De posse destes dados montamos uma planilha e traçamos um gráfico relacionando a pressão com o sinal emitido para cada uma das tensões de alimentação. Observando ser um comportamento linear, determinamos a equação para a reta que melhor se ajustava a cada gráfico. Notou-se que o sinal aumentava junto com a tensão para uma dada pressão.

Com as funções pressão x sinal para cada alimentação, ajustamos os coeficientes para as tensões de alimentação, aproximando a relação entre eles a um polinômio do segundo grau. Resultando em uma equação que relaciona a diferença de pressão com o sinal e a tensão de alimentação.

Com esta equação podemos calcular a pressão, lendo o sinal e a tensão com que está sendo alimentado o transdutor.

Foto ( 1 ) – transdutor de pressão.

4.2 - PREPARO DE LÂMINAS COM AMOSTRAS DE MEIO POROSO: O objetivo desta atividade foi o de confeccionar lâminas com amostras de rocha reservatório para que, após a aquisição de imagens com o microscópio óptico, pudessem ser analisadas no software Imago, obtendo assim propriedades como: porosidade óptica, função distribuição de tamanho de poros, etc. Em função da dificuldade de obtenção de amostras de rocha reservatório, iniciamos o trabalho com amostras de um polímero. Etapas da atividade: - Corte da amostra com serra diamantada, no laboratório de materiais da UFSC. Foram cortadas algumas

seções da amostra com diferentes espessuras; - Tentativa de impregnação da amostra com resina e corante. Vários materiais foram testados na utilização

como corante para resina epoxi até a compra do corante azul de ceres; - Fixação da amostra na lâmina de vidro utilizando resina epoxi; - Montagem de um suporte com resina para fixação da lâmina durante o polimento da mesma; - Polimento da lâmina e análise ao microscópio;

Pudemos observar que a porosidade do polímero utilizado era muito baixa, como foi constatado num teste de intrusão de mercúrio que realizamos aqui no LMPT.

A atividade foi interrompida até a obtenção de rochas, já que nossa intenção era a confecção de lâminas de rocha reservatório para serem utilizadas no software Imago.

4.3 – CONSTRUÇÃO DE UM MEIO POROSO ARTIFICIAL

O objetivo desta atividade é construir um meio poroso artificial, representativo das rochas reservatório, que possibilite a visualização do escoamento bifásico em seu interior utilizando uma câmera CCD. Os meios porosos construidos até agora são constituídos por leitos bidimensionais de esferas de vidro, em dimensões pouco maiores que as encontradas em rochas reservatório. Desenvolvimento do trabalho: - Preparo de lâminas com pó de diamante para a observação da frente de secagem e deslocamento do

menisco. - Peneiramento e selecionamento das esferas de vidro a serem utilizadas. - Preparo de lâminas com microesferas de vidro. - Confecção de lâminas com três arestas coladas com resina epoxi e a outra aresta aberta. Folga entre a

lâmina e a lamínula variando entre um a três diâmetros de esferas. - Confecção de lâminas com dois lados colados com resina epoxi e os outros dois lados abertos. Folga

entre a lâmina e a lamínula variando entre um a três diâmetros de esferas.

Figura ( 2 ): imagem de uma amostra de polímero, obtida com microscópio óptico.

- Confecção de lâminas com dois lados colados com resina epoxi e os outros dois lados abertos para uma camâra cada um. Camâras estas que possuem tubos de alimentação de fluidos, para simular os fenômenos de invasão e deslocamento de fluidos. Folga entre a lâmina e a lamínula variando entre um a três diâmetros de esferas.

- Confecção de lâminas com as camâras preenchidas por esferas. A intenção deste modelo foi diminuir o problema de movimento das esferas durante o experimento.

- Ensaio DST para a determinação de algumas propriedades do material, como a temperatura de amolecimento. Para desenvolver um meio poroso sinterizado de esferas de vidro.

- Fabricação de um molde em aço inox, usinado, para a sinterização do leito de esferas de vidro. Durante a construção destes modelos, diversos problemas foram identificados e solucionados.

Dificuldades como: tipo de cola ou resina utilizada, método de fixação das esferas ( com papel ou camâras com maior volume de esferas ), meio de alimentação do leito de esferas, etc. Outro problema foi o deslocamento preferencial do fluido na região de interface entre as esferas e a lâmina de vidro, ainda não completamente solucionado.

O ultimo modelo que esta sendo construído envolve a sinterização das esferas de vidro. Pretendendo assim solucionar o problema do movimento das esferas durante o escoamento, obtendo uma matriz porosa rígida.

4.4 – REGISTRO DOS FENÔMENOS DE INVASÃO E DESLOCAMENTO DE FLUIDOS NA ESTRUTURA POROSA Após construído o meio poroso artificial, o utilizamos para visualizar o escoamento de fluidos imiscíveis em seu interior. E a partir daí retirarmos informações qualitativas para fornecer subsídio ao desenvolvimento de modelos numéricos de simulação, como o de gás em rede desenvolvido aqui no LMPT. Para visualizar adequadamente o escoamento bifásico, testamos vários tipos de material como corante, em alguns tipos de líquidos como a água e óleo, água raz e água, álcool e óleo, etc. Alguns dos corantes testados foram o azul de ceres, tinta solúvel em água, tinta solúvel em álcool. O par de fluidos escolhidos foi água e água raz com tinta, de coloração azul, solúvel em água. O óleo não pôde ser utilizado devido sua alta viscosidade que exigia altas pressões para deslocá-lo, o que não foi possível pelo modelo ser muito frágil. Para captar as imagens dos fenômenos de drenagem e embebição, usamos uma câmera CCD com lentes de zoom, que foi montada em um suporte especial devidamente iluminado, interligada a um

Figura ( 3 ): modelos artificiais de meio

poroso. Figura ( 4 ): leito de esferas de vidro,

vistas no microscópio óptico.

computador que faz a aquisição das imagens em tempo real, permitindo assim a montagem de um filme do evento. Um dos problemas encontrados foi a impossibilidade da visualização do meio em uma escala maior com a câmera no suporte montado e de uma escala menor quando a câmera estava conectada ao microscópio óptico. O que nos obrigou a escolher entre uma escala em nível das esferas e outra em nível da lâmina, onde optamos por visualizar em uma escala menor, nos impossibilitando ver o deslocamento dos meniscos, mas em compensação nos permitindo ver os “fingers” formados. Uma sequência de imagens feitas com água em azul deslocando a água raz, transparente, é mostrada abaixo. 5 – RESULTADOS Os resultados que obtivemos até agora foram: - calibração do transdutor de pressão; maior dominio da técnica de fabricação de lâminas com amostras de rocha; visualização do escoamento bifásico no interior de meios porosos artificiais.

6 – CONCLUSÕES

O foco principal da atividade neste período foi a visualização do escoamento em um meio poroso para que pudessemos comprêende-lo e assim desenvolver os métodos numéricos de simulação, como o de gás em rede. Os resultados esperados ainda não foram totalmente alcançados devido a dificuldade de fabricação de um meio poroso artificial que seja representativo e pemita a visualização do escoamento em seu interior. Espera-se que dentro em breve com o avanço dos nossos modelos artificiais possamos atingir nosso objetivo. Quanto ao resultado da atividade de confecção de lâminas finas de meio poroso, foi

Figura ( 5 ) : sequência de imagens, fenômeno de deslocamento de um fluido por outro em uma matriz

satisfatório e espera-se que se confirme na fabricação das lâminas com rochas reservatório, onde novos problemas terão que ser superados.

Porous Media and Thermophysical Properties Laboratory Mechanical Engineering Department Federal University of Santa Catarina PB 476 88040-900 Florianópolis SC Brazil Phone: 55 0xx 48 331 9851 Fax: 55 0xx 48 234 1519 [email protected]

CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL FABRICAÇÃO DE LEITOS DE ESFERAS DE VIDRO E

VISUALIZAÇÃO DE DESLOCAMENTOS IMISCÍVEIS: Parte II

Bolsista: Rafael Luiz Albiero Spagnuolo Orientador: J. A. Bellini da Cunha Neto

Florianópolis, dezembro de 2001.

1 - INTRODUÇÃO

O presente relatório apresenta um resumo das atividades desenvolvidas pelo bolsista no segundo semestre do ano de 2001, e tenta relatar os conhecimentos adquiridos neste periodo.

Os esforços permaneceram em confeccionar um meio poroso artificial que possibilitasse a análise dos fenômenos de escoamento bifásico de fluidos em uma estrutura porosa.

Todas as demais atividades se concentraram neste objetivo, tais como a confecção de um molde para a fabricação de um meio poroso sinterizado, determinação da molhabilidade de um par de fluidos, visualização do comportamento de fluidos em escoamento na estrutura porosa, sempre com o objetivo de conhecer melhor o que acontece no fenômeno de extração do petróleo em rochas reservatório.

2 – PLANO DE TRABALHO

O trabalho se intitula Caracterização Microestrutural e Propriedades Petrofísicas de Rochas Reservatório e as atividades que foram ou serão desenvolvidas ao longo do período de vigência da bolsa são: Medição de permeabilidade em rochas sedimentares utilizando líquido e gás; Obtenção da porosidade, distribuição de poros e curvas principal e secundária de intrusão e extrusão de mercúrio; Fabricação de lâminas finas de rochas, análise de imagens adquiridas por microscopia óptica e tratamento com o software IMAGO; confecção de um meio poroso artificial para a visualização dos fenômenos de invasão e drenagem no escoamento de fluidos bifásicos; utilização dos experimentos realizados para a validação dos métodos de simulação de escoamento em meios porosos através de comparação.

3 – DISCIPLINAS CURSADAS E RESPECTIVOS CONCEITOS

Devido a interrupção no calendario letivo, por consequência da greve que ocorreu nas universidades federais, as disciplinas cursadas não puderam ser concluidas. Fica assim aqui citado apenas as disciplinas que estavam sendo cursadas antes da greve.

DISCIP. NA TURMA NOME DA DISCIPLINA DIR5996 3 0839 Nocoes Gerais de Direito EMC5140 4 0739B Controle de Vibracoes EMC5262 2 0739B Tecnologia de Soldagem EMC5330 4 0739A Elementos de Maquinas I EMC5404 3 0739B Transmissao de Calor II EMC5443 3 0739A Fund. de Sist. Hidr. e Pneumat. EPS5209 3 0839 Economia e Organ. Industrial ECZ5102 3 0739B Conservacao dos Rec. Naturais

4 – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS As atividades que se desenvolveram neste periodo, em continuação as atividades descritas no relatorio anterior, se concentraram em aperfeiçoar os meios porosos artificiais. Um molde em aço inox foi solicitado para que se pudesse realizar a sinterização do leito de esferas, no objetivo de solucionar o problema da rigidez da estrutura porosa, pois até o momento foi utilizado uma estrutura de esferas compactadas. A sinterização não pode ocorrer ainda, pois o molde só ficou pronto uma semana antes da entrega deste relatório.

A atividade de confecção de lâminas de meios porosos continuou com uma amostra de meio poroso formado pelas microesferas de vidro compactadas, onde após a fabricação da lâmina foi possível obter fotos para a determinação da porosidade e outras caracteristicas utilizando o software IMAGO. Os fenômenos de embebição e drenagem de fluidos continuaram a ser observados. Buscou-se visualizar as diferentes formas de escoamento, como o “finger” viscoso, o “finger”capilar e o deslocamento estável. 4.1 - PREPARO DE LÂMINAS COM AMOSTRAS DE MEIO POROSO: O objetivo desta atividade é o de confeccionar lâminas com amostras de rocha reservatório para que, após a aquisição de imagens com o microscópio óptico, possam ser analisadas no software Imago, obtendo assim propriedades como: porosidade óptica, função distribuição de tamanho de poros, etc. Em função da dificuldade de obtenção de amostras de rocha reservatório, iniciamos o trabalho com amostras de um polímero e agora com um meio poroso formado pela compactação das microesferas de vidro. Etapas da atividade: - impregnação da amostra com resina epoxi e corante azul de ceres; - Corte da amostra com serra diamantada, no laboratório de materiais da UFSC. Foram cortadas algumas

seções da amostra com diferentes espessuras; - Fixação da amostra na lâmina de vidro utilizando resina epoxi; - Polimento da lâmina e análise ao microscópio; As imagens registradas com o microscópio óptico foram utilizadas para a determinação da porosidade da amostra, representando o leito esferas do meio poroso artificial. A porosidade óptica total da amostra, obtida com o uso do software IMAGO, foi de 62%. Essa porosidade pode ser assumida como sendo a do leito de esferas utilizados na visualização do escoamento, fornecendo assim mais uma informação sobre o meio poroso artificial que utilizamos.

Figura ( 1 ) : lâmina com amostra do leito poroso utilizado.

Figura ( 2 ): imagem obtida com microscópio óptico da lâmina de amostra do meio poroso.

4.3 – CONSTRUÇÃO DE UM MEIO POROSO ARTIFICIAL

O objetivo desta atividade é construir um meio poroso artificial, representativo das rochas reservatório, que possibilite a visualização do escoamento bifásico em seu interior utilizando uma câmera CCD. Os meios porosos construidos até agora são constituídos por leitos bidimensionais de esferas de vidro, em dimensões pouco maiores que as encontradas em rochas reservatório.

A evolução dos meios porosos artificiais utilizados tem sido constante, diversos problemas encontrados foram solucionados. O meio poroso tornou-se mais resistente para suportar as elevadas pressões necessárias no deslocamento de óleo, devido a sua alta viscosidade.

A foto abaixo mostra a sequência de evolução dos modelos.

Atualmente estamos tentando solucionar o problema do deslocamento preferencial dos fluidos pelas

bordas do meio poroso. Estamos também tentando construir um meio poroso sinterizado.

Figura (3 ) : tipos de meio poroso artificial, na sequência de evolução.

Figura ( 5 ) : molde para confecção do leito de esferas sinterizados.

Figura ( 4 ): leito de esferas de vidro, vistas no microscópio óptico.

4.4 – REGISTRO DOS FENÔMENOS DE INVASÃO E DESLOCAMENTO DE FLUIDOS NA ESTRUTURA POROSA Após construído o meio poroso artificial, o utilizamos para visualizar o escoamento de fluidos imiscíveis em seu interior. E a partir daí retirarmos informações qualitativas para fornecer subsídio ao desenvolvimento de modelos numéricos de simulação, como o de gás em rede desenvolvido aqui no LMPT. Para captar as imagens dos fenômenos de drenagem e embebição, usamos uma câmera CCD com lentes de aproximação, que foi montada em um suporte especial devidamente iluminado, interligada a um computador que faz a aquisição das imagens em tempo real, permitindo assim a montagem de um filme do evento. Diversos fluidos são utilizados: água, óleo, ar, água raz. Assim como diferentes corantes, azul de ceres, tinta solúvel em água. Conseguimos registrar os diferentes padrões de escoamento para o caso da drenagem, como o deslocamento estável, o “finger” capilar e o “finger” viscoso. 5 – RESULTADOS

Os resultados obtidos foram a realização dos três diferentes tipos de escoamento para o caso da drenagem, o deslocamento estável, o “fingering” capilar e o “fingering” viscoso, confirmando a existência destes padrões em um meio poroso artificial mais representativo, diferentemente dos meios porosos constituídos por uma rede de capilares interconectados como haviamos visto em artigos sobre o assunto.

Figura ( 6 ) : imagens de fingering viscoso.

6 – CONCLUSÕES

O foco principal da atividade neste período foi a visualização do escoamento em um meio poroso para que pudessemos compreendê-lo e assim desenvolver os métodos numéricos de simulação, como o de gás em rede.

Os resultados já são satisfatórios e nos estimulam a continuar com o desenvolvimento destes meios porosos. Em breve deveram ser comparados com a simulação do escoamento em um meio reconstruido utilizando os softwares desenvolvidos aqui no LMPT.

Quanto ao resultado da atividade de confecção de lâminas finas de meio poroso, foi satisfatório e espera-se que se confirme na fabricação das lâminas com rochas reservatório, as quais ainda não foram realizadas e onde novos problemas terão que ser superados.