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2016 INFORMAÇÃO ANUAL MOÇAMBIQUE

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2016INFORMAÇÃO ANUAL

MOÇAMBIQUE

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INDICADORES FINANCEIROSIntrodução

O Negócio

Orgãos Sociais

Regulação Aplicável

Relatório de Gestão

Resultados das Operações

Gestão de Risco e Controlo Interno

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASDemonstrações de Resultados

Demonstração do Rendimento Integral

Balanço

Demonstração de Alterações no Capital Próprio

Demonstração dos Fluxos de Caixa

NOTAS

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Indicadores Financeiros

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INDICADORES FINANCEIROS

T.1 PrinciPais indicadores Financeiros

MT

2016 2015

Margem Financeira 31.464.028 2.582.298

Comissões Líquidas 2.995.773 (71.952)

Resultados de Operações Financeiras (Líq) 81.859.066 4.166.363

Outros Resultados de Exploração 4.094.931 (8.891)

Produto Bancário 120.413.798 6.667.819

Custos com Pessoal (45.190.881) (7.469.087)

Gastos Gerais Administrativos (35.524.346) (5.567.365)

Custos de Funcionamento (80.715.227) (13.036.452)

Resultado Operacional 39.698.571 (6.368.633)

Amortizações (5.772.541) (725.634)

Imparidades (21.281.125) -

Custos Operacionais (107.768.893) (13.762.086)

Resultados antes de Impostos 12.644.905 (7.094.267)

Impostos Correntes - -

Impostos Diferidos 5.900.721 -

Resultado Líquido 18.545.626 (7.094.267)

Indicadores seleccionados 2016 2015

Total do Activo Líquido 834.938.152 233.713.756

Capitais Próprios 411.334.193 232.224.397

Fundos Próprios 403.801.315 231.810.599

Depósitos de Clientes 359.691.276 -

Crédito Vencido/Crédito Concedido 0,00% 0,00%

Crédito Concedido/Depósitos de Clientes 0,07% 0,00%

Crédito Concedido/Activo Líquido 0,03% 0,00%

Activos sob Supervisão (*) 1.281.194.392 210.145.670

(*) Activos sob gestão, sob Custódia e Depósitos de Clientes

Rendibilidade 2016 2015

Rendibilidade dos Activos Médios (ROA) 2,3% -3,0%

Rendibilidade dos Capitais Próprios Médios (ROE) 5,4% -3,1%

Produto Bancário/Activo Líquido Médio 22,5% 2,9%

Solvência 2016 2015

TIER 1 Capital 84,6% 100,0%

Rácio de Fundos Próprios Totais 90,4% 371,1%

Eficiência

Margem Financeira/Activo remunerado 4,3% 1,2%

Custos com Pessoal/Produto Bancário 37,5% 112,0%

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

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INTRODUÇÃO

Quem Somos

O Banco BIG Moçambique, S.A. (BiG Moçambique ou BiG) é um banco espe-cializado em investimento e poupança, com sede em Maputo, que iniciou a sua actividade em Março de 2016. O Banco está autorizado a operar em todas as áreas de negócio abertas ao sector bancário em Moçambique.

O Banco é detido maioritariamente pelo Banco de Investimento Global, S.A. (BiG), com sede em Lisboa, Portugal, fazendo parte de um Grupo com sólida experi-ência e credenciais provadas em banca. O Grupo BiG é independente face a grupos financeiros e a Accionistas ou grupos específicos. Esta independência traz consigo a liberdade de reflectir e inovar, mas também a responsabilidade de exercer uma maior disciplina financei-ra. Adicionalmente, esta independência exige uma gestão de risco rigorosa e um grande suporte da experiência acumulada em mercados financeiros ao longo dos anos, associada ao profundo conhecimento da sua natureza de risco e do retorno.

Na actividade principal, o BiG apresenta um modelo de negócio transparente e inovador, focado em soluções de poupança e investimento, bem como em serviços de assessoria, dirigidos a Empresas, Institucionais e Clientes Parti-culares de perfil Afluente.

Comercialmente, o BiG está focado na angariação de Clientes, no crescimento da base de depósitos e na gestão de activos de terceiros.

Operacionalmente, o Banco foca-se na qualidade dos seus activos, gestão de liquidez, controlo operacional interno, fiabilidade de execução, preservação do capital e controlo dos riscos inerentes ao negócio, de modo a gerar retornos atractivos para os seus Accionistas. O BiG procura, antes de mais, assegurar um crescimento sólido e sustentável, e permanecer uma referência de seguran-ça para os activos e poupanças dos seus Clientes.

O Banco apresenta rácios de solvabilida-de, assim como outros rácios operacio-nais, fortes e robustos. Desde o início de actividade, o BiG tem contado com as capacidades próprias de gestão de risco e com o suporte do Grupo para alicerçar o seu crescimento inicial, bem como para alargar e melhorar o seu modelo de negócio, num período turbulento e de

particular tensão na economia Moçam-bicana e na região em que Moçambique se insere, bem como nos mercados financeiros internacionais. O Banco não solicitou nem necessitou de qualquer tipo de assistência, capital ou garantias não definidas inicialmente no plano de negócios, em momento algum desde o início da sua actividade.

O BiG é uma instituição especializada fo-cada, alicerçada em processos de base tecnológica e escaláveis, de arquitectura aberta, com uma cultura que procura mitigar erros operacionais ou perdas de crédito. O BiG privilegia a qualidade face à quantidade ou à quota de mercado em todas as suas áreas de negócio, e em momento algum procura replicar os modelos de banca universal tradicionais, de retalho de massas, que nos últimos anos proliferaram no mercado nacional, procurando desenvolver soluções alter-nativas e eficientes e trazer inovação ao mercado financeiro Moçambicano. O BiG propõe-se repensar os serviços financeiros para os investidores mais exigentes, e procura democratizar o acesso a produtos de poupança e aos mercados de capitais.

O BiG contacta com os Clientes a partir dos escritórios em Maputo, e as equipas comerciais do Banco deslocam-se cons-tantemente por todo o país.

Um olhar rápido sobre o Banco:

z Capital Social subscrito e totalmente realizado de 370.000.000,00 MT (trezen-tos e setenta milhões de Metical)

z Detido maioritariamente pelo Banco de Investimento Global, S.A.

z Vinte e sete Colaboradores distribu-ídos pelas várias áreas de suporte, con-trolo, negócio e gestão do Banco, com o apoio das funções Centrais de Grupo.

A Nossa Visão

Reconhecemos que as necessidades e exigências dos aforradores e investi-dores Moçambicanos evoluíram mais rapidamente nos últimos anos do que os modelos tradicionais de Banca, logo as necessidades e exigências actuais dos Clientes não são plenamente satisfeitas.

Acreditamos que o acesso à informa-ção veio proporcionar aos Clientes as ferramentas adequadas para melhores e mais rápidas decisões financeiras.

Baseamos a nossa abordagem ao mercado numa estratégia de constan-te mudança e actualização, exigindo aos nossos Colaboradores, sistemas e processos, eficiência e capacidade de antecipar as alterações do mercado e as preferências dos Clientes.

Encorajamos a iniciativa, apoiamos a inovação, procurando enquadrar esses valores de forma controlada e respon-sável, traduzindo-os em ganhos de produtividade e valor acrescentado.

Procuramos democratizar o acesso dos investidores Moçambicanos aos merca-dos de capitais.

No futuro, queremos continuar a ofere-cer “mais por menos”, com constante inovação financeira e actualização tecnológica, procurando continuamente satisfazer os nossos Clientes.

O Que Fazemos

De um modo geral, o BiG associa a experiência dos seus recursos humanos, o seu capital e as suas ideias com o objectivo de ajudar Clientes, Accionistas e demais stakeholders a preservar e va-lorizar os respectivos activos financeiros. Em particular, o BiG:

Aconselha Empresas, Institucionais e Clientes Particulares em matéria de risco de crédito e de mercado, alocação de activos e questões estratégicas associa-das aos seus negócios;

Executa transacções em mercados regulados ou OTC (over the counter), em função de necessidades de financia-mento ou apetência por risco dos seus Clientes;

Investe, sobretudo em activos líquidos e de alta qualidade, contribuindo para o financiamento de empresas e da economia, e aconselha os seus Clientes relativamente a estratégias de inves-timento, de acordo com o respectivo perfil e conhecimento financeiro;

Gere o seu Balanço, a sua exposição ao risco e, sob solicitação, os activos dos seus Clientes;

Preserva a sua reputação e a integrida-de do seu negócio;

Valoriza o seu capital, assim como as poupanças e os activos confiados pelos seus Clientes, num ambiente operacio-nal seguro e de confiança;

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Introdução

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Inova, estimulando e desenvolvendo ideias que derivam da sua visão sobre o mercado, e que tem origem na génese empreendedora do Banco.

Para empresas e Clientes institucionais, os serviços prestados incluem gestão de risco, tesouraria, corretagem, custódia e serviços de assessoria financeira. Ao segmento de Clientes Particulares, o Banco presta serviços de poupança, corretagem, custódia, gestão de patri-mónios e serviços bancários gerais e de pagamento.

A área de Tesouraria e Mercado de Capitais do Banco foca-se na gestão de liquidez de Balanço. Esta área desem-penha um papel central na cultura de gestão de riscos relacionados com o mercado e de crédito.

Complementarmente à oferta de ser-viços bancários tradicionais, o Banco disponibiliza um conjunto de produtos destinados a vários segmentos de Clien-tes, cujo objectivo passa por promover a poupança e facilitar a negociação e in-vestimento em instrumentos financeiros. Desta forma, o Banco procura facilitar o acesso de aforradores e investido-res a serviços bancários e a um amplo

conjunto de soluções financeiras, com aconselhamento, assistência e níveis adequados de informação, ou apenas execução, assim como a vários produtos de investimento negociados na Bolsa de Valores de Moçambique e em mercados de balcão (OTC).

O Banco, durante 2016, gerou todas as suas receitas em Moçambique. O activo do Banco, regra geral, apresenta diversidade sectorial, que pode variar ao longo do tempo, dependendo das con-dições de mercado e de oportunidades de negócio. Adicionalmente, o Balanço do Banco reflecte a política do BiG de manutenção de excesso de liquidez. Do lado das responsabilidades, o Banco foca-se na estabilidade dos depósitos e no crescimento do capital. O Banco interage com os seus Clientes através de vários canais integrados: os Clientes institucionais e empresas são servidos por equipas de vendas e de produto que se deslocam por todo o País; os Clientes individuais são servidos por financial advisors disponíveis para se deslocarem ao seu encontro.

O serviço de corretagem do Banco tem por base a sua participação como Ope-rador da Bolsa de Valores de Moçam-

bique, membro da Central de Valores e Operador Especializado de Obrigações do Tesouro aprovado pela Direcção Nacional do Tesouro. Adicionalmente, o Banco disponibiliza informações sobre os mercados de capitais internacio-nais, de modo a proporcionar aos seus Clientes, o acesso a um conjunto de informação financeira que lhes permita tomar decisões informadas e conscien-tes. As plataformas para negociação e custódia do BiG têm por base soluções tecnológicas desenvolvidas interna-mente e acordos com contrapartes e fornecedores.

Onde Estamos

O BiG está sediado em Maputo.

Principais Milestones

É apresentado de seguida um cronograma que resume os principais eventos, desde o momento da submissão do pedido de Licença Bancária ao Banco de Moçambique, até ao início da actividade bancária comercial do Banco BiG Moçambique, S.A.

Janeiro 2015Autorização de importação de capital pelo Banco de MoçambiqueInicio do Set-up operacional do BIG Moçambiique

Janeiro 2016Inspecção para inicio de actividade pelo Banco de MoçambiqueAumento de Capital de acordo com o plano de negócios definido

Outubro 2013Pedido de Licença Bancária ao Banco de Moçambique

Outubro 2014Constituição da Sociedade Banco BIG Moçambique, S.A.

Setembro 2015Mudança para a sede provisória

Março 2016Inicio de Actividade

Fevereiro 2014Autorização concedida pelo Banco de Moçambique

Dezembro 2014Aprovação do projecto de investimento pelo CPI

1º, 2º, 3º trimestre 2015Parametrização dos sistemas Contratação da Equipe Market inteligence

Dezembro 2015Aumento de Capal de acordo com o plano de negócios definido

Fevereiro 2016Autorização para inicio de actividade pelo Banco de MoçambiqueAumento de Capital de acordo com o plano de negócios definido

Junho 2016Aumento de Capital de acordo com o plano de negócios definido

Nota

Foi concedida autorização pelo Banco de Moçambique para a constituição da sociedade Banco BiG Moçambique, S.A. a 5 de Fevereiro de 2014. A socieda-de foi constituída a 8 de Outubro de 2014, tendo o início de actividade fiscal ocorrido a 11 de Março 2015, tal como

comunicado pela Autoridade Tributária. A actividade comercial do BiG iniciou--se a 23 de Março de 2016, tal como registado junto do Banco de Moçambi-que, sendo o primeiro fecho de contas auditado referente ao ano de 2016. Contudo, e tal como regulamentado,

contabilisticamente o BiG e os seus Auditores Externos acordaram usar o método dos saldos de abertura. Assim, o presente R&C certifica não só as con-tas de 2016, como também os saldos das contas de 2015.

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

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Áreas de negócio

Clientes Institucionais e Empresas

Para investidores institucionais e para médias e grandes empresas, os profis-sionais de áreas chave do BiG desenvol-vem soluções financeiras especializadas, executam estratégias de negociação e de investimento e apoiam os Clientes na gestão de risco. A ampla gama de servi-ços que o BiG oferece inclui negociação em mercados regulados, estruturação de produtos OTC, gestão de activos, co-bertura de riscos de mercado e serviços de assessoria financeira.

Tesouraria e Mercados de Capitais

A área de Tesouraria e Mercados de Capi-tais foca-se nas actividades de investimento e crédito do Banco, centraliza a gestão de liquidez de Balanço do BiG e desempenha um papel central na cultura de gestão de riscos relacionados com o mercado. Para além da gestão da carteira de crédito do Banco, esta área partilha análises e infor-mação especializada sobre mercados para consumo interno, desenvolve activamente produtos para Empresas, Institucionais e Clientes de Retalho, e gere as posições de tesouraria e de risco do Banco.

Retalho Especializado

O BiG serve Clientes de retalho com diferentes necessidades e expectativas através de uma abordagem integrada, apoiada por um conjunto de serviços ban-cários e de negociação, e por uma rede de financial advisors que se deslocam aos mercados geográficos chave do país. A combinação de produtos e serviços, equipas de venda especializadas e finan-cial advisors permite aos Clientes do BiG executarem operações bancárias, gerir as suas poupanças e investir através do mercado de capitais. O Banco dispõe de soluções e serviços bancários direcciona-dos para Clientes com perfil diversificado, desde Clientes autónomos, Clientes que procuram apoio nas decisões de investi-mento, a Clientes de wealth management que procuram soluções personalizadas e preservação do capital.

Linhas de negócio

Corretora

Proporcionar aos Investidores acesso à Bolsa de Valores de Moçambique. Em

apenas 6 meses de actividade o BiG tornou-se num dos principais operado-res de bolsa. Disponibiliza cotações em tempo real, acções, obrigações, papel comercial, títulos de reembolso, contas de títulos, custódia, liquidação, informa-ção actualizada da carteira, research e acesso ao mercado primário. Tem como objectivo democratizar o acesso às alter-nativas de investimento, consolidar uma posição de líder de mercado e atrair investidores e emitentes para a bolsa.

Corporate Finance & Advisory

Equipa com sólida experiência em banca de investimento, com capacida-de de execução local. Extenso historial de concretização de transacções. Independência, objectividade e foco, são a proposta de valor num mercado bancário cada vez mais concentrado. O objectivo é tornar-se num dos principais bancos de investimento a actuar em território nacional, com capacidade de execução local e sofisticação financeira para apoiar os grandes projectos de investimento nos sectores da energia, infra-estruturas e recursos naturais.

Tesouraria e Mercados de Capitais

Extensa experiência de negociação nos mercados de capitais globais e em gestão de risco de crédito e de mercado. Capacidade para estruturar coberturas de risco de taxa de juro, de preço e cambial. Colocações de dívida e capital e market-making em mercado secundário. Especialização em deriva-dos como forma de cobertura e gestão de risco, com soluções para empresas, institucionais e particulares. Com eleva-do conhecimento técnico dos produtos e entendimento das necessidades dos Clientes e da evolução do mercado, tem capacidade para desenvolver soluções à medida. O objectivo é tornar-se num dos principais operadores de referência do mercado Moçambicano em transac-ções estruturadas e gestão de risco. No mercado cambial, o BiG presta serviços principalmente ao segmento Empresas, como intermediário de transacções estruturadas de grande volume.

Gestão de Activos

Com capacidade instalada para prestar serviços de gestão de activos a Clientes institucionais e particulares, a difícil conjuntura económica do país foi o catalisador para os Clientes procurarem conhecer os serviços especializados e

a gestão profissional do BiG na gestão discricionária das suas carteiras de activos financeiros. O Banco benefi-ciou do flight to objectivity de Clientes à procura de aconselhamento global e independente e aumentou a sua penetração neste novo segmento de negócio em Moçambique. O objectivo é disponibilizar mais soluções próprias e de terceiros, em produtos de gestão discricionária, que permitam aos Clientes uma maior diversificação.

Produtos & Serviços

Corretagem e Custódia

O BiG iniciou as suas actividades como Operador de Bolsa e como Operador Especializado de Obrigações do Tesouro apenas alguns meses após o início da sua actividade de banca comercial. Ti-rando partido dessas autorizações, o BiG estabeleceu-se rapidamente como um dos principais operadores de mercado em Moçambique, definindo um novo padrão para nível de serviço, rapidez de execução e competitividade nos custos. Durante 2016, o BiG posicionou--se como um importante colocador de dívida pública, em mercado primário e em mercado secundário, bem como um operador de referência em dívida corporativa, tendo sido convidado no final do ano para participar no evento da SADC Brokers Network que teve lugar em Joanesburgo, África do Sul, como operador especializado no mercado Moçambicano. Adicionalmente, por ser membro da Central de Valores Mobiliá-rios, o Banco presta serviços de banco depositário, executando as liquidações financeiras complexas associadas a uma carteira de activos financeiros, bem como à manutenção e actualização des-sa carteira em custódia. O Banco ofe-rece ainda aos seus Clientes, research macroeconómico periódico, bem como a constante monitorização dos mercados financeiros nacionais com o objectivo de detectar oportunidades de investimento ajustadas às diferentes necessidades dos aforradores e dos investidores.

Estruturação Financeira

A essência de um banco de investimen-to reside na capacidade de transformar dados em informação, e informação em inteligência, simultaneamente inte-grando a excelência do capital humano com a inovação tecnológica. Um dos

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O NEGÓCIO

RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

O Negócio

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pilares da banca de investimento é ter capacidade de aconselhar os Clien-tes de forma profissional, objectiva e imparcial, com soluções à medida para a gestão ou angariação de financiamento através de dívida e capital. O Grupo BiG dispõe de décadas de experiência em banca de investimento, um historial de sucesso com credenciais que o comprovam, capacidade de estruturação de transacções no mercado global, bem como avançadas técnicas de gestão de risco, com uma estratégia deliberada de gestão de recursos não condicionada por modelos ultrapassados. Quer seja a estruturar uma complexa emissão de dívida por parte de um Cliente, ou a aconselhar um gestor numa aquisição; quer seja na gestão competente de uma carteira de activos financeiros, ou na aferição do risco de determinado portfó-lio, a constante preocupação do Banco é maximizar o valor, sem nunca deixar de fazer uma gestão prudente dos riscos a que os Clientes e Accionistas possam estar expostos. Uma abordagem personalizada através das várias áreas – Aconselhamento, Mercados, Gestão de Risco – proporciona aos Clientes soluções holísticas.

Assessoria Financeira

Num mercado financeiro concentrado, com pouca liquidez e sujeito a choques

externos, e com fortes inter-relações creditícias, um aconselhamento objec-tivo e imparcial é um bem escasso. O posicionamento do BiG, como presta-dor independente de serviços de acon-selhamento, colocou o BiG como um dos principais prestadores de serviços nesta área, traduzindo-se na obtenção de mandatos de Corporate Finance, particularmente no sector financeiro e nos mercados de dívida, onde os impactos económicos globais mais se fazem sentir, provocando alterações profundas na conjuntura local. Os ser-viços oferecidos às empresas incluem Aconselhamento Financeiro (estratégia de angariação de capital, avaliações, reestruturação de dívida, cobertura de risco), Reestruturação (fusões e aquisi-ções, equity spin-offs/carve-outs, par-cerias estratégicas), Soluções Fiscais (optimização de Balanço, securitização de activos) e Private Equity (colocações privadas, capital de desenvolvimento). Para aforradores e investidores, os ser-viços incluem Planeamento de Carteiras de Activos Financeiros, Planeamento Fiscal e Análise de Risco.

Serviços Transaccionais

O aconselhamento de pouco serve sem a competência, a energia e o capital humano e intelectual, necessários para concretizar um negócio. O BiG

posiciona-se no mercado como entida-de profissional, experiente e indepen-dente, capaz de estruturar, subscrever, sindicar e colocar transacções no mercado com sucesso, sejam OPV, emissões de obrigações, colocações privadas ou estruturas híbridas. Os mer-cados de capitais são a maior e mais eficiente fonte de financiamento para qualquer negócio viável, tendo maior capacidade que o Balanço de qualquer banco ou combinação de Balanços de bancos. Ao não privilegiar a utilização do Balanço próprio no financiamento de Clientes o BiG garante independência e a capacidade de encontrar a solução mais eficiente. Estes serviços incluem Financiamento por Capitais Próprios (OPV, colocações privadas, ofertas em mercado primário e em mercado secundário), Financiamento por Renda Fixa (emissões clássicas e estrutura-das de dívida), Híbridos (convertíveis, obrigações com opções, emissões preferenciais) e outros tipos de Dívida (financiamentos intercalares, papel comercial). As opções de investimento para o investidor particular cobrem um conjunto de produtos e serviços, incluindo gestão discricionária de carteiras de investimento, estruturação de portfólios personalizados e investimentos estruturados à medida das necessidades específicas e visão de mercado de cada Cliente.

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

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REGULAÇÃO APLICÁVEL

As atividades do Banco são reguladas pelas seguintes entidades:

Banco de Moçambique: data de registo especial a 23 de Março de 2016, sob a Lei Nº15/99, de 1 de Novembro – alterada pela Lei Nº9/2004, de 21 de Julho. www.bancomoc.mz

Bolsa de Valores de Moçambique: data de autorização a 14 de Dezembro de 2015, sob o Regulamento Nº2/GP-CABVM/2013, de 16 de Abril. www.bvm.co.mz

Operador Especializado em Obrigações de Tesouro: data de autorização a 10 de Agosto de 2016, sob o Decreto Nº5/2013, de 22 de Março. www.mpd.gov.mz

O BiG, enquanto entidade integrante do Grupo BiG-Banco de Investimento Global, encontra-se sujeito às exigên-cias decorrentes das regras de su-

pervisão bancária da União Europeia, definidas pelo Banco Central Europeu (BCE). O Processo de Avaliação e Supervisão (Supervisory Review and Evaluation Process - SREP) conduzido pelo BCE e pelos Bancos Centrais dos países da União Europeia é realizado de forma individual a todos os Bancos no espaço europeu, e visa reforçar a ligação entre o perfil de risco dos grupos bancários, os seus sistemas de gestão de risco e o seu plano de capital. Este processo de avaliação é exaustivo e dinâmico, incluindo orientações em determinados tipos de testes de esforço, processos de auto--avaliação da adequação do capital interno (ICAAP) e liquidez (ILAAP), bem como regras de concentração e diversificação de activos e políticas de reconhecimento e categorização de riscos de crédito.

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Orgãos Sociais

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ORGÃOS SOCIAIS

Assembleia Geral

Presidente: Diogo Duarte

Secretário: Telmo Ferreira

Conselho de Administração

Presidente: Salvador Namburete

Vogal: Mário Bolota

Vogal: Paulo Figueiredo

Vogal: Sérgio Magalhães

Vogal: Joel Rodrigues

Comissão Executiva

Coordenador da Comissão Executiva: Sérgio Magalhães

Administrador Executivo: Joel Rodrigues

Fiscal Único

Fiscal Único: PKF Moçambique – Auditores e Consultores Limitada

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

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RELATÓRIO DE GESTÃO

Resumo dos Resultados

Os resultados de 2016 reflectem os custos de instalação da operação assu-midos durante o período de concessão de autorização para constituição da sociedade Banco BiG Moçambique, S.A., a 5 de Fevereiro de 2014 até ao início de actividade, em 23 de Março de 2016.

As actividades de investimento e te-souraria, representam 94% do total das receitas líquidas.

As receitas (financeiras) não provenien-tes de juros, a principal parcela da acti-vidade de investimento especializado, representaram 68% do total das receitas operacionais líquidas em 2016.

A margem financeira representa 26% das receitas totais em 2016.

Principais Indicadores

É apresentado nas tabelas seguintes um resumo dos indicadores chave da De-monstração de Resultados e do Balanço.

Uma análise mais detalhada dos indica-dores financeiros e dos resultados dos vários segmentos de negócio pode ser encontrada nos RESULTADOS OPERA-CIONAIS e nas NOTAS ÀS CONTAS.

Em 2016, todas as receitas do Banco foram geradas em Moçambique. A distribuição das receitas com base no sector da exposição ao risco de crédito, reflecte as expectativas do Banco em relação à evolução das taxas de juro e à qualidade do crédito soberano, público e corporativo, de acordo com os emiten-tes dos activos remunerados detidos no Balanço do Banco. A maioria dos activos do Balanço é constituída por valores mobiliários transaccionáveis em Bolsa, detidos na carteira de activos financeiros disponíveis para venda, em detrimento de actividades de menor liquidez rela-cionadas com a concessão de crédito. O risco de crédito e as concentrações são geridos de forma activa, dependendo das condições de mercado e do senti-mento dos investidores relativamente às taxas de juro.

A análise efectuada pelo BiG sobre con-centração de crédito e oportunidades de investimento considera a evolução da economia Moçambicana, e os impactos regionais (das economias da SADC), dos maiores parceiros comerciais (África do Sul, União Europeia, China, Índia, Brasil) e da economia global. A gestão dos efeitos do abrandamento económico em Moçambique, e de um comportamento não uniforme dos preços dos activos financeiros nos mercados globais, bem como o modo como os temas macro-económicos e geopolíticos afectam o desempenho dos mercados e o seu impacto local, também são factores que fazem parte do processo de análise.

Em 2016, em média, menos de 25% da exposição do Banco envolvia risco-país associado a Moçambique. A maioria da exposição esteve concentrada no sector privado. Durante grande parte do ano, os acontecimentos financeiros e económicos em Moçambique, juntamen-te com os eventos macroeconómicos a nível global, influenciaram os principais indicadores financeiros do Banco.

Em 2016

T.2 resULTados

Resumo dos Resultados 2016 2015

Produto Bancário 120.413.798 6.667.819

Custos Operacionais (107.768.893) (13.762.086)

Resultados antes de Impostos 12.644.905 (7.094.267)

Impostos 5.900.721 -

Resultado Líquido 18.545.626 (7.094.267)

No final de 2016

T.3 indicadores

Indicadores de Balanço 2016 2015

Total do Activo Líquido 834.938.152 233.713.756

Capitais Próprios 411.334.193 232.224.397

Fundos Próprios 403.801.315 231.810.599

Depósitos de Clientes 359.691.276 -

Crédito Vencido/Crédito Concedido 0,00% 0,00%

Crédito Concedido/Depósitos de Clientes 0,07% 0,00%

Crédito Concedido/Activo Líquido 0,03% 0,00%

Activos sob Supervisão (*) 1.281.194.392 210.145.670

(*) Activos sob gestão, sob Custódia e Depósitos de Clientes

Page 11: Relatorio BIG 2016bancobig.co.mz/.../pdf/BiG-Mo_Relatrio--Contas_-Dez.2016.pdfSolvência 2016 2015 TIER 1 Capital 84,6% 100,0% Rácio de Fundos Próprios Totais 90,4% 371,1% Eficiência

RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Relatório de Gestão

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Início de Actividade em 2016

O Relatório Anual de 2016 do Banco BiG Moçambique, S.A. faz a análise financeira da operação desde o início de actividade em Março, ou seja, cobre os primeiros nove meses de actividade do Banco até ao fim do ano.

Enquanto uma comparação com sig-nificado face a anos anteriores não é possível, é relevante rever o primeiro ano, embora parcial, de actividade do Banco, essencialmente à luz de: (i) expectativas geradas dado o actual enquadramento de mercado; (ii) investimentos efectuados durante o ano associados a essas expec-tativas; e (iii) ajustamentos efectuados para que o Banco se adaptasse à nova realidade, construindo uma base sólida.

Os objectivos definidos no início de actividade foram os seguintes:

Atingir o break-even no final do primeiro ano de actividade

z Estabelecer um ambiente estável e seguro, com sistemas, procedimentos e espaço físico adequados

z Reunir capital humano que combine competências técnicas, experiência, cria-tividade e sentido de inovação

z Usar a tecnologia para antecipar as necessidades dos Clientes e as mudan-ças nos serviços financeiros

z Gerir os recursos de forma eficiente, fazendo a diferença para os Clientes e construindo valor para os Accionistas

O BiG atingiu os seus objectivos iniciais, incluindo o break-even financeiro. Este desempenho encontra-se detalhado de seguida.

O BiG atingiu o break-even financeiro no final de 2016, ou seja, três meses antes do inicialmente previsto – no final do pri-meiro ano completo de actividade – ten-do obtido um resultado líquido de 18,5 milhões MT. Embora as componentes da demonstração de resultados possam apresentar algumas distorções, típicas numa fase de início de operações, onde algumas áreas de negócio podem avan-çar mais rapidamente do que outras, e onde os investimentos são significativos, as contas começam a espelhar a estraté-gia básica definida pela Gestão.

Indicadores Chave da Demonstração de Resultados

Os proveitos operacionais em 2016 são referentes apenas a uma parte do ano, uma vez que o BiG apenas iniciou a sua actividade em Março. De salientar que os custos operacionais reflectem não só os custos após o início de actividade do Banco mas, também, os custos incor-ridos durante o período de instalação após a autorização de constituição do Banco BiG Moçambique, S.A., datada de 5 de Fevereiro de 2014.

Durante 2016, à medida que alguns factores político-económicos globais e nacionais começaram a ter impacto nos mercados - designadamente, a restruturação das obrigações EMATUM, a crise das dívidas ocultas, os conflitos armados no centro do país, o aumento da insegurança nas zonas urbanas, a desvalorização cambial, a escassez de moeda estrangeira, os preços das matérias-primas deprimidos e o seu efeito nos mercados emergentes, o abrandamento na China, as expectativas de crescimento das taxas de juro nos EUA e a apreciação do dólar, associado

Proveitos Operacionais

T.4 ProVeiTos

MT

Proveitos 2016 2015

Juros e rendimentos similares 49.633.705 2.582.298

Juros e custos similares (18.169.677) -

Margem financeira 31.466.044 2.584.313

Rendimentos de serviços e comissões 5.823.237 -

Encargos com serviços e comissões (2.827.465) (71.952)

Comissões líquidas 2.995.773 (71.952)

Rendimentos de activos financeiros disponíveis para venda 6.701.016 -

Resultados de reavaliação cambial 75.158.050 4.166.363

Outros resultados de exploração 4.094.931 (8.891)

Produto bancário 120.415.814 6.669.834

Custos Operacionais

T.5 cUsTos

MT

Resumo dos Custos 2016 2015

Custos com pessoal (45.190.881) (7.469.087)

Gastos Gerais Administrativos (35.524.346) (5.567.365)

Amortizacao do Exercicio (5.772.541) (725.634)

Imparidade de Outros Activos Financeiros Liquidos de Reversoes e Recuperacoes (21.281.125) -

Total (107.768.893) (13.762.086)

Page 12: Relatorio BIG 2016bancobig.co.mz/.../pdf/BiG-Mo_Relatrio--Contas_-Dez.2016.pdfSolvência 2016 2015 TIER 1 Capital 84,6% 100,0% Rácio de Fundos Próprios Totais 90,4% 371,1% Eficiência

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Informação Anual 2016

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à incerteza quanto à retoma do apoio da comunidade internacional – o Conse-lho de Administração do BiG optou por moderar progressivamente o investi-mento e reduzir a exposição ao risco de flutuações das taxas de juro e ao risco de crédito, optando por manter posturas defensivas em liquidez com alocações de Balanço protegidas contra flutuações de taxas de juro e alocações em moeda forte.

A margem financeira registou um de-sempenho bastante positivo, decorrente de uma criteriosa alocação de Balanço e diversificação das classes de activos, o que permitiu compensar o aumento dos custos de depósitos. As receitas financeiras não provenientes de juros, que representaram a principal fonte de receitas do banco, registaram ganhos provenientes das alocações em moeda estrangeira e das receitas provenientes de comissões líquidas. O crescimento observado nesta rubrica ficou a dever--se a um aumento significativo das receitas geradas com as actividades de corretagem a custódia, bem como com os serviços de advisory. Os custos totais, que reflectem os custos de instalação e os custos operacionais, mantiveram-se controlados.

Margem financeira: Esta categoria gerou 31,4 milhões MT dos proveitos de 2016,

representando cerca de 27% do Produto Bancário. Estes valores reflectem a decisão estratégica de não utilizar a acti-vidade de crédito como área fundamen-tal, tendo em contrapartida apostado numa forte componente de gestão do risco do Balanço próprio, prestação de serviços associados a actividades de assessoria, transacção de produtos de maior valor acrescentado e intermedia-ção em mercados de capitais. A margem financeira obtida neste período resulta de aplicações temporárias de capital no curto prazo e em instrumentos financei-ros de baixo risco, com especial ênfase no final do ano, devido às preocupações resultantes da quebra da relação de con-fiança de Moçambique com a comunida-de internacional. Os custos associados à base de depósitos do Banco, foram crescendo ao longo do ano, consequên-cia do esforço natural para conquistar quota de mercado, bem como da subida das taxas de juro de referência definidas em sede de Comité de Política Monetá-ria do Banco de Moçambique.

O objectivo de aumentar a margem financeira como percentagem dos proveitos, dependerá essencialmente, da possibilidade de investir em activos líquidos e que proporcionem rentabili-dades aceitáveis ajustadas ao risco in-corrido, quando comparadas com outros investimentos.

Comissões: As comissões líquidas de serviços de corretagem, custódia, retalho e advisory atingiram os 3 milhões MT. Este resultado deveu--se às receitas com os serviços de corretagem e custódia institucional e assessoria financeira a empresas. Genericamente, durante o ano de 2016 registou-se uma tendência acentuada de reavaliação do risco de crédito dos bancos, juntamente com um aumen-to do apetite dos investidores por risco não-financeiro, que procuraram, desta forma, compensar a progressiva deterioração da qualidade creditícia do sector financeiro, com alocações de carteira noutros sectores, diversifican-do desta forma, o risco. O Conselho de Administração espera que esta tendência aumente durante o ano de 2017. As comissões líquidas resultam da dedução das comissões pagas pelo Banco no desenvolvimento normal da sua actividade. As comissões prove-nientes da área de Corporate Finance provêm de retainers e de comissões de sucesso associadas a serviços de assessoria e operações financeiras, grande parte das quais se encontrava ainda em curso no final do ano, bem como comissões de organização e par-ticipação, relacionadas com operações de financiamento organizadas pelo BiG para Clientes empresariais.

T.6 aLocaÇÕes

MT

Alocações do Balanço 2016 2015

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 44.031.588 132.114

Disponibilidades em outras instituições de crédito 364.829.044 1.123.148

Activos Financeiros Detidos para negociacao 798.082 -

Activos financeiros disponiveis para Venda. 174.443.353 -

Aplicacoes em Instituicoes de Crédito 184.343.137 209.022.523

Créditos a clientes 266.040 -

Recursos de Outras Instituicoes de Crédito 37.503.681 -

Recursos de Clientes 359.691.276 -

Page 13: Relatorio BIG 2016bancobig.co.mz/.../pdf/BiG-Mo_Relatrio--Contas_-Dez.2016.pdfSolvência 2016 2015 TIER 1 Capital 84,6% 100,0% Rácio de Fundos Próprios Totais 90,4% 371,1% Eficiência

RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Relatório de Gestão

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Adicionalmente, dado que o tempo médio para conclusão de um mandato de assessoria ronda os 6 meses, a maior parte das comissões desta categoria foram contabilizadas pelo banco nos últimos meses do ano, pelo que as co-missões de sucesso de alguns mandatos ainda em curso, apenas serão reconhe-cidas como proveitos em 2017.

Tesouraria e Mercado de Capitais: As actividades de tesouraria e investimen-to, o market making e os proveitos líquidos dos custos de cobertura de risco gerados pela gestão da carteira de activos de rendimento fixo dis-poníveis para venda do Banco, bem como por investimentos em produtos de crédito, registaram um resultado líquido de 81,5 milhões MT. A maior parte dos proveitos desta categoria foram gerados por posições à vista em moeda forte, o que permitiu proteger o Banco contra a desvalorização cambial do Metical e o aumento da inflação. Os lucros realizados na carteira de activos disponíveis para venda, foram gerados numa carteira diversificada de activos de rendimento fixo, com alocações a diferentes classes, privilegiando títulos líquidos e com diferentes perfis de risco sectorial. Num enquadramento desa-fiante, o Banco teve como prioridade,

na gestão das suas carteiras, manter elevados níveis de liquidez na sua car-teira de activos remunerados e um foco na sua qualidade creditícia. O Conselho de Administração prevê manter estes pressupostos de investimento, uma vez que representam vectores estruturais da cultura de gestão do Banco. A área de Tesouraria e Mercados de Capitais é essencial para o Banco como fonte de conhecimentos específicos relaciona-dos na estruturação de produtos para Clientes, incluindo instrumentos de cobertura de risco e produtos estrutu-rados. Os proveitos provenientes desta actividade podem variar de ano para ano. Contudo, a Gestão está constante-mente á procura de oportunidades que possam aumentar os proveitos manten-do o nível de risco controlado.

Credenciais Acumuladas

Ao longo de 2016, o Banco colocou títulos de dívida nos mercados primário e secundário, bem como iniciou um processo de assessoria financeira a uma instituição de crédito local. Apresenta--se abaixo as credencias acumuladas ao longo de 2016:

Custos Operacionais: O Conselho de Administração procura a máxima flexibi-

lidade possível na gestão da sua base de custos, de modo a garantir alguma correlação dos mesmos com o aumento, ou diminuição, da actividade em cada ano. Esta flexibilidade é gerida dentro de limites considerados razoáveis para uma instituição em crescimento, que necessita de continuar a investir, tendo igualmente em consideração a relativa inflexibilidade do contexto laboral e fis-cal. Em 2016, os custos totais, excluindo a tributação fiscal, foram cerca de 107,7 milhões MT. Os custos com pessoal, cerca de 45,1 milhões MT são uma parte significativa do total. As despesas ad-ministrativas têm um peso relativo e as amortizações decorrentes dos equipa-mentos adquiridos para preparar o início de actividade também têm impacto. Este comportamento da rubrica de custos operacionais está em linha com: (i) a contratação da equipa de Colaborado-res, (ii) a preparação do espaço físico onde o banco desenvolve a sua activida-de, (iii) determinados custos adicionais associados ao início de actividade e, (v) investimentos em hardware e software. As amortizações, cerca de 5,7 milhões MT, dizem respeito essencialmente a sis-temas, equipamento e hardware.. Estan-do previstos investimentos significativos para o ano de 2017, na infra-estrutura

T.7 coMissÕes

MT

Comissões Pagas e Recebidas por Serviço 2016 2015

Comissões Recebidas

Por operações realizadas por conta de terceiros 42.150 -

Por serviços prestados 2.279.173 -

Por serviços de assessoria financeira 3.500.000 -

Outros rendimentos de serviços e comissões 1.915 -

Comissões Pagas

Por operações realizadas por terceiros (615.506) (71.952)

Por serviços bancários de terceiros (2.211.959)

Comissões Líquidas 2.995.773 (71.952)

Participação no mercado primário

de Papel Comercial

OEOT no mercado primário e

intermediação no mercado secundário

Intermediação de block-trades de Obrigações em

mercado secundário

Organização, Montagem

e Colocação de Emissão

Obrigacionista

Participação no mercado primário e colocação de Obrigações em

mercado secundário

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

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tecnológica e aplicacional, bem como na expansão dos espaços físicos do Banco, as amortizações podem aumentar subs-tancialmente durante o próximo ano. Entretanto, os custos associados com provisões são cerca de 21 milhões MT, implementando-se desta forma medidas que vão ao encontro do princípio da prudência, nomeadamente no que se refere às crescentes incertezas e riscos financeiros associados à dívida sobera-na, e no cumprimento da regulamenta-ção, tal como definido pelo Aviso Nº16/GBM/2013, de 27 de Dezembro. Este aviso regula a criação de provisões para riscos gerais de crédito correspondentes a 2% dos créditos e garantias prestadas. A mesma regulamentação define que as perdas potenciais em títulos devem ser provisionadas a 100%.

Resultado antes de Imposto e Impostos. O Resultado Antes de Impostos em 2016 foi de 12,6 milhões MT. Os impostos cor-rentes e diferidos de 2016 ascenderam a 5,9 milhões MT.

Indicadores Chave do Balanço

Os principais activos remunerados do Banco foram geridos de modo a maximizar a liquidez e controlar os riscos de concentração. Estes representam carteiras diversificadas de activos deti-dos para negociação e disponíveis para venda, constituídas maioritariamente por instrumentos financeiros líquidos de ren-dimento fixo, que, no final do ano, esta-vam ligeiramente acima de 175 milhões MT. A rubrica de crédito a Clientes não apresenta saldo, uma vez que o Banco optou por não desenvolver esta linha de negócio em 2016. Este posicionamento

reflecte a reduzida ênfase do modelo de negócio do Banco no crédito comercial e ao consumo resultante de uma econo-mia excessivamente endividada.

As principais fontes de financiamento do Banco são, (i) depósitos de Clientes de retalho, (ii) depósitos de Empresas, (iii) depósitos de Institucionais, (iv) os capitais próprios e (v) o mercado inter-bancário. O Banco não emitiu quaisquer instrumentos representativos de dívida, em linha com o seu modelo de negócio e a sua capacidade de financiamento.

Enquadramento Macroeconómico

O nível persistentemente elevado de dívida a nível mundial, as políticas monetárias acomodatícias nos princi-pais blocos regionais, o crescimento lento das economias desenvolvidas e a estagnação das economias em desen-volvimento, a apreciação do dólar ame-ricano, a estabilização dos preços das matérias-primas na sua generalidade num intervalo de preços historicamente baixos, levou a fortes desvalorizações cambiais nos países emergentes. Esta combinação adversa de riscos globais originou elevados níveis de volatilida-de nos mercados internacionais, que impactaram directamente a capacidade de atrair investimento estrangeiro para Moçambique. A suspensão do apoio por parte da comunidade doadora e pelas instituições multilaterais, impactou fortemente a economia Moçambicana, que registou crescimentos abaixo da média histórica dos últimos anos e teve consequências directas na execução or-

çamental e no nível das reservas líquidas internacionais. Neste contexto, o Con-selho de Administração entende que o modelo de negócio definido para o início da operação do Banco em Moçambique, demonstrou um bom desempenho e que as linhas de negócios desenvolvi-das pelo BiG continuaram a demonstrar resiliência e solidez. O desempenho do Banco reflectiu a capacidade do BiG gerir os efeitos de uma combinação de factores, que de uma forma ou de outra influenciam o negócio do Banco:

Métricas Financeiras

z Forte desvalorização cambial, com o Metical a perder contra todas as moedas e consequente aumento da inflação;

z Correcção dos preços dos activos financeiros disponíveis no mercado;

z Aumento do custo dos fundos e escassa liquidez;

z Crescimento do volume de pou-panças e instrumentos de investimento por Cliente, à medida que os Clientes diversificam as suas carteiras de activos e se afastam de uma concentração em depósitos e imobiliário;

z Qualidade de crédito e controlos in-ternos sólidos e uma contínua ausência material de perdas relacionadas com crédito

Fatores Estratégicos:

z A capacidade de foco do Conselho de Administração na manutenção do crescimento do negócio, e no estabe-lecimento da marca BiG no mercado Moçambicano;

T.8 indicadores cHaVes

Indicadores de Balanço 2016 2015

Total do Activo Líquido 834.938.152 233.713.756

Capitais Próprios 411.334.193 232.224.397

Fundos Próprios 403.801.315 231.810.599

Depósitos de Clientes 359.691.276 -

Crédito Vencido/Crédito Concedido 0,00% 0,00%

Crédito Concedido/Depósitos de Clientes 0,07% 0,00%

Crédito Concedido/Activo Líquido 0,03% 0,00%

Activos sob Supervisão (*) 1.281.194.392 210.145.670

(*) Activos sob gestão, sob Custódia e Depósitos de Clientes

Fundos Próprios Regulamentares 403.801.315 231.810.599

TIER 1 Capital 84,6% 100,0%

Rácio de Fundos Próprios Totais 90,4% 371,1%

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Relatório de Gestão

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z Problemas persistentes no sector bancário Moçambicano e aumento signi-ficativo da regulação;

z Crescente responsabilidade do sector bancário através do Fundo de Garantia de Depósitos;

z Foco do Conselho de Administração na disciplina financeira, transparência contabilística e baixa alavancagem do Balanço;

z Foco estrutural do Conselho de Administração na qualidade dos activos de longo prazo, no excesso de liquidez, rácios elevados de capital, gestão do risco e eficiência operacional geral, independentemente das condições de mercado ou das tendências económicas.

A mudança de Governador no Banco de Moçambique, associada à mudança de uma política monetária acomodatícia para uma política monetária contraccio-nista, com a consequente subida das taxas de juro de referência do mercado, numa tentativa de travar o crescimento do crédito, bem como de medidas de esterilização do excesso de liquidez em Metical para travar a desvalorização cambial, produziram efeitos quase ime-diatos nos indicadores macroeconómi-cos, mas tiveram um grande impacto no tecido empresarial Moçambicano.

Por outro lado, as dificuldades das empresas públicas em honrarem os seus compromissos bem como a intervenção no Moza Banco e a liquidação do Nosso Banco, foram factores que contribuíram para uma enorme volatilidade no merca-do Moçambicano e uma forte contracção nas intenções de investimento.

Enquadramento Operacional

O ano de 2016 começou de forma positi-va em Moçambique, com as estimativas oficiais do Governo e de entidades internacionais a apontarem para fortes taxas de crescimento económico, e com indicações de intenção por parte de operadores internacionais de haver uma tomada de decisão quanto aos grandes projectos extractivos na Bacia do Rovuma.

Contudo, a economia local começou a deteriorar-se de forma gradual logo no início do primeiro trimestre do ano,

inicialmente como consequência da necessidade de restruturação da dívida da EMATUM, e subsequentemente com a divulgação de dívidas adicionais não anteriormente declaradas (Proindicus e Mozambique Asset Management). Adicionalmente, associaram-se a estes acontecimentos outras fontes de incer-teza, designadamente alguns sinais de abrandamento económico nos principais parceiros comerciais, e os efeitos do continuado aumento da taxa de juro de referência por parte da Reserva Federal Norte-Americana.

Paralelamente, sendo a economia Moçambicana dependente do preço das matérias-primas nos mercados internacionais, foi afectada pelos preços deprimidos das commodities, bem como por investigações públicas, desvaloriza-ção cambial e pressões da comunidade internacional.

O ano de 2016 não foi particularmente favorável para investidores em imo-biliário em Moçambique, ou para os depositantes no sistema financeiro, que sentiram o risco de crédito a aumentar em activos anteriormente considerados como muito seguros. Devido à conjun-tura, o Banco Central não pode usar alguns dos mecanismos para amortecer estes impactos, através da execução de uma variedade de estratégias, uma vez que não pode iniciar programas de compras de activos, ou manter as taxas de juro baixas como ferramenta para incentivar o crescimento económico. Pelo contrário, teve que implementar medidas contra-cíclicas para travar uma espiral inflacionista e a forte desvaloriza-ção cambial.

Ao conjunto de condições negativas registadas durante o ano associou-se a incerteza política no país, com con-frontos armados no centro que tiveram grande impacto económico, uma vez que diminuíram drasticamente o trânsito de bens e pessoas entre o Sul e o Cen-tro e Norte de Moçambique. No entanto, as tréguas foram negociadas no final de 2016, com a possibilidade de manuten-ção por tempo indeterminado.

O Governo apresentou um plano económico baseado em políticas de austeridade, que foi recebido com cautelas pela comunidade internacional, anunciando maior rigor orçamental e

controlo da despesa pública, associado a uma redução do défice orçamental e a um decréscimo do rácio Dívida/PIB que se encontra em níveis excepcionalmente elevados. A proposta de orçamento do Governo para 2017 aparenta depen-der do aumento da receita fiscal, e na concretização de metas de colecta de impostos, bem como revela uma grande dependência dos mercados de finan-ciamento internos, numa conjuntura em que o apetite por risco de dívida pública é virtualmente inexistente.

Os principais acontecimentos que deterioraram a confiança empresarial e a credibilidade externa de Moçambique e do respectivo sector bancário incluíram (i) a comunicação tardia das dívidas contraídas com garantia soberana pela Proindicus e Mozambique Asset Management, (ii) intervenção no Moza Banco, (iii) liquidação do Nosso Banco, com activação do Fundo de Garantia de Depósitos e utilização do mecanismo de bail-in dos depositantes, (iv) a difícil situ-ação financeira de algumas das maiores e mais importantes empresas públicas e (v) o anúncio inesperado em Outubro da necessidade de renegociar os termos e condições das dívidas externas comerciais do país.

Os eventos de mercado que mais afectaram o desempenho do Banco e as suas perspectivas estiveram relaciona-dos, por um lado, com o ambiente global de diminuição do apetite pelo risco de crédito de emergentes, os padrões de crescimento divergentes das principais economias e, por outro, com os aconte-cimentos políticos e riscos nacionais, e com as oportunidades e riscos associa-dos às medidas de austeridade e à reso-lução de alguns dos principais concor-rentes do Banco. Os primeiros eventos são fundamentais para o modelo de negócio do Banco, para a gestão do seu Balanço e para a definição da estratégia de negócio e posicionamento no mer-cado, e é também um ponto-chave para criar valor para os Accionistas. O último evento tornou-se subitamente crítico, após anos de melhoria da estabilidade e de reforço da credibilidade do país face a credores externos e investidores internacionais.

Elementos chave específicos do BiG e relevantes no actual Enquadramento Operacional:

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

16

T.9 eLeMenTos cHaVe

MT

Indicadores Financeiros 2016

Solvência e Transformação

Core Tier 1 85,4%

Crédito concedido/Depósitos 0,1%

Activo e Fundos Próprios

Activo Líquido/Capital Próprio 203,0%

Activos sob Supervisão/Capital Próprio 311,5%

Resultados

Rendibilidade dos Capitais Próprios Médios (ROE) 5,4%

z O Banco não emitiu instrumentos de dívida para suportar as suas actividades de Balanço, sendo as fontes chave de financiamento os depósitos de Clientes e os capitais próprios;

z O modelo de negócio do Banco não se baseia em crédito; está orien-tado para o crescimento sustentável num ambiente controlado, com base no crescimento dos resultados acumulados e cuidadosa gestão de capital;

z O Banco não solicitou, nem necessitou, de assistência ou apoio de entidades exter-nas, em qualquer momento, para cobrir as suas necessidades de financiamento ou ca-pital, sob a forma de garantias e similares, obrigações convertíveis ou capital.

Indicadores Macroeconómicos e Tendências Económicas

Global

De acordo com o FMI, o ritmo de cres-cimento económico mundial registou uma ligeira desaceleração em 2016, observando-se um crescimento de 3,1% (vs 3,2% em 2015), em função, sobretudo, do moderado arrefecimen-to dos países desenvolvidos (EUA, Zona Euro e Japão) que acentuaram os valores negativos do output gap, traduzindo repercussões negativas nos diferentes agregados económicos

em função do agravamento da incer-teza perante uma conjuntura política absolutamente única. Com efeito, exacerbaram-se os fenómenos popu-listas que culminaram com a votação favorável ao “Brexit” em Junho e a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas em Novembro. O bloco emergente man-teve uma trajectória de crescimento estável (+4,1%), verificando-se um de-sempenho assimétrico nas principais economias da região – abrandamento secular na China e Índia, em contraste com a suavização do quadro reces-sivo que afectou a Rússia e Brasil, países que encetaram um ajustamento estrutural assinalável e beneficiaram da recuperação gradual das commodi-ties ao longo do ano.

A política monetária global manteve--se expansionista, tanto no bloco desenvolvido como emergente, o que contribuiu para a suavização dos riscos deflacionistas e de um eventual hard landing na China que penalizaram o mercado no 1º trimestre do ano. Em 2016 reforçaram-se as dúvidas quanto ao alcance das políticas de quantita-tive easing, pelo que as políticas de expansão fiscal e reformas estruturais deverão adquirir novo fôlego – o eventual reforço de estímulos Gover-namentais é particularmente evidente nos EUA, após a vitória de Trump nas eleições Presidenciais.

T.10 indicadores e TendÊncias

Indicadores Macroeconómicos (%)PIB IPC

2015 2016 2017E 2015 2016 2017E

Estados Unidos 2.6 1.6 2.3 0.1 1.3 2.4

Zona Euro 2 1.7 1.6 0 0.2 1.4

Portugal 0.9 1.2 1.5 0.5 0.6 1.2

Japão 1.2 0.9 0.8 0.8 -0.1 0.6

China 6.9 6.7 6.5 1.4 2 2.2

Rússia -3.7 -0.6 1.1 15.6 7.1 4.9

Médio Oriente 2.5 3.8 3.1 3.3 3.8 5

Ásia-Pacífico 5 4.5 4.7 1.8 1.9 2.2

América Latina 0.1 -0.7 1.2 15.5 7 14.5

Economias Avançadas 2.1 1.6 1.9 0.4 0.9 2

Economias em Desenvolvimento 4.1 4.1 4.5 5.2 3.9 8.7

Mundo 3.2 3.1 3.4 2.8 2.9 3.4

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Relatório de Gestão

17

Europa

Na Europa, o resultado do referendo que deu a vitória à saída do Reino Unido da União Europeia “Brexit” foi inespera-do e representou uma decisão histórica com impactos ainda difíceis de prever. O “Brexit” motivou a demissão de David Cameron, substituído no cargo por Theresa May, tendo esta reiterado que ‘Brexit significa Brexit’, sendo necessário a invocação do Artigo 50, do Tratado Lisboa, para se iniciar a negociação da saída (prazo de dois anos) do Reino Uni-do. A libra não saiu incólume desta de-cisão, tendo desvalorizado mais de 16% em 2016 face ao dólar norte-americano, o que tresladou num impacto material no pick-up da inflação. Já o cross EURUSD recuou quase 3% num ano em que o BCE alterou as suas taxas de referência e anunciou, por duas vezes, modifi-cações no programa de quantitative easing. No início do ano, o BCE cortou a taxa de referência em 5 p.b. para 0%, bem como reduziu o valor da taxa de depósitos para -0,40% (-10 b.p) e aumen-tou as compras mensais em € 20 mil milhões (para € 80 mil milhões) até Mar-ço de 2017. Já na última reunião do ano foi ampliada a maturidade do programa de compra de activos em mais 9 meses (até Dezembro 2017) e foi retirada a proibição de compra de obrigações com yields abaixo da taxa de depósitos, ainda que o valor de compras mensais tenha sido revisto em baixa para € 60 mil mi-lhões/mês (vs € 80 mil milhões anterior). O resultado prático destas medidas foi a compressão de yields na generalidade dos países europeus, excepção feita para os casos particulares de Portugal e Itália por motivos idiossincráticos, tanto do ponto de vista político como do siste-ma financeiro. Refira-se que Itália levou a votação a terceira grande tentativa de reforma do sistema constitucional, com a vitória do “não’ no referendo a culminar com a demissão do primeiro-ministro Matteo Renzi.

Do ponto de vista macroeconómico, a Zona Euro registou um crescimento do PIB de 1,7%, ainda que escamoteando divergências relevantes nos países que integram o bloco, destacando-se o superior nível de actividade da econo-mia Espanhola (+3,2%). O indicador de inflação ostentou um pick-up nos últimos meses ao beneficiar do incremento nos preços de energia – IPC cresceu 1,1%, em termos homólogos, em Dezembro. Atendendo ao nível de fragmentação financeira vigente e com os targets

de inflação relativamente distantes do objectivo, não antecipamos uma normali-zação da política monetária (tapering) no curto prazo.

EUA

A economia norte-americana registou um crescimento de 1,6% em 2016, tradu-zindo um nível de crescimento inferior à média no actual ciclo de expansão (+2,1%) que vigora desde 2010 – o qual é já o terceiro mais longo desde o final da II Guerra Mundial. Ainda que o Consumo Privado (~68% do PIB) tenha permaneci-do relativamente estável, o fortalecimen-to do USD teve um impacto negativo no agravamento do défice de Conta Corrente (-2,6% do PIB), ao passo que o menor nível de investimento público (+0,9%) e, sobretudo, a contracção do investimento privado (-1,5%) justificaram o moderado abrandamento da economia norte-americana.

O sentimento de mercado manteve-se globalmente positivo em 2016, ainda que com impacto assimétrico na evolução das diferentes classes de activos: i) as taxas de juro sem risco, nomeadamente as Treasuries, registaram um incremento significativo na sequência da eleição de Trump, com o mercado a descontar um posicionamento menos dovish do FED perante “novos” riscos inflacionistas; ii) o mercado accionista voltou a regis-tar um comportamento favorável, em particular nos EUA, com os investidores a anteciparem os efeitos positivos da política de expansão fiscal prometida pelo Presidente eleito; iii) o mercado de commodities ostentou uma reversão significativa, impulsionado, também, pela expectativa deflacionária das políticas de Trump; iv) no mercado cambial, o USD apreciou face à generalidade das divisas internacionais, reflectindo o pick--up de taxas ao longo da curva de dívida Americana, sendo que o movimento de valorização do USD foi particularmente significativo em relação a um basket de divisas emergentes.

Emergentes

O crescimento económico da China em 2016 (6,7% do PIB) foi abaixo do nível registado em 2015 (6,9% do PIB). O desempenho das economias emergen-tes como um todo, foi em linha com o do ano anterior (4,1% do PIB) e o bloco de economias avançadas registou o pior desempenho dos últimos anos (1,6% do PIB), apesar de positivo. A nível mundial

o crescimento económico situou-se nos 3,1% do PIB. O impacto do abrandamento da China e das economias avançadas nos países emergentes fez-se sentir, uma vez que o grau de dependência comercial e económica é elevado.

No bloco Sub-Sariano, o abrandamento económico foi bastante pronunciado, com o crescimento médio em 2016 a ser apenas de 1,6% do PIB, contra 3,4% registado em 2015.

Este abrandamento deveu-se em grande parte à materialização dos riscos fiscais latentes há alguns anos em economias estruturalmente deficitárias (ao nível orçamental e/ou da balança comercial). Estas economias, muito dependentes das variações dos preços das matérias--primas nos mercados internacionais, e com sistemas financeiros nacionais com balanços bastantes fragilizados devido a anos de políticas de concessão de cré-dito massivo e de qualidade duvidosa, sem capacidade de reacção e apoio à economia, ficaram expostas a variações cambiais violentas das respectivas mo-edas nacionais e a aumentos pronun-ciados das taxas de inflação. Na região SADC, a taxa de inflação média anual foi de 12,7%, provocada pela desvalorização cambial geral das moedas dos países que fazem parte da Comunidade, para a qual também contribuiu um baixo nível de IDE-Investimento Directo Estrangeiro e a diminuição das receitas provenientes das exportações de commodities.

Moçambique

O crescimento económico em Moçam-bique traduziu-se nuns anémicos 3,3% do PIB em 2016. Muito abaixo da média histórica de anos recentes e do esti-mado pelo Governo e pelas entidades externas no início do ano. Foram vários os factores que contribuíram para este abrandamento, alguns de origem interna e outros de génese externa. Os choques externos incluem a volatilidade do preço das matérias-primas nos mercados internacionais, a valorização do USD consequência da política monetária adoptada pelo FED e uma diminuição geral do apetite por risco-emergente em linha com o sentimento geral de risk-off dos grandes investidores internacionais. Internamente, o conflito armado na zona centro do país, os impactos das cheias e da seca em diferentes zonas do país e a crise das dívidas ocultas que teve profundos efeitos na confiança dos investidores, conjugaram-se para

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

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num ambiente macroeconómico difícil, com fortes desvalorizações cambiais do Metical contra as principais moedas estrangeiras, bem como uma inflação homóloga de 25,27% em Dezembro e uma subida generalizada das taxas de juro, em que as referências FPD--Facilidade Permanente de Depósito e FPC-Facilidade Permanente de Depósito fecharam o ano a 16,25%e 23,25%, respectivamente.

A implementação de uma política de austeridade fiscal pelo Governo em linha com a política monetária contraccionista do Banco Central, com o objectivo de corrigir a trajectória económica do país, começou a produzir resultados no fim de 2016, com as RIL-Reservas Interna-cionais Líquidas do Banco Central a aumentarem (USD 1.778 MN no fecho do ano), uma recuperação do Metical contra o Dólar Norte-Americano de cerca de 8% nos últimos 3 meses do ano, bem como a diminuição da taxa de crescimento da inflação nos últimos 2 meses do ano. A balança comercial registou melhorias significativas nos últimos meses do ano, consequência da desvalorização cambial e das receitas de exportação de alguns projectos na área das indústrias extractivas.

Perspectiva de Negócio para 2017

Os principais riscos para o próximo ano são, designadamente: (i) o retorno da instabilidade político-militar, (ii) os potenciais efeitos económicos de um não acordo com os credores da dívida externa comercial, (iii) o retorno a uma tendência de forte desvalorização do Metical, (iv) as incertezas associadas à venda do Moza Banco, (v) preocupações com a estabilidade e o futuro do sector bancário (vi) os efeitos do elevado nível de endividamento das empresas públi-cas e da produtividade do sector público em geral, (vii) as incertezas relacionadas com as decisões de investimento nos grandes projectos do sector extractivo e (viii) os eventos macro inesperados, bem como os seus impactos em economias dependentes, como é o caso de Moçam-bique.

Os principais macro-riscos internacionais identificados para o próximo ano são, designadamente: (i) a volatilidade causa-da pela presidência de Donald Trump, (ii) a perspetiva de novos acontecimentos políticos inesperados na Europa, nome-

adamente associados às eleições na Holanda, França, Alemanha e, possivel-mente, Itália, bem como às negociações relativamente à dívida soberana Grega, (iii) a sustentabilidade e solidez dos go-vernos do Sul da Europa, num contexto de gestão da dívida pública, desafios na economia e fragilidades do setor bancá-rio, (v) a tensão entre a implementação de reformas e os movimentos populistas, e (vi) eventos macro atípicos ou inespe-rados, bem como os seus impactos em economias dependentes, como é o caso de Moçambique.

O Conselho de Administração concen-trou-se em manter um foco na qualidade e liquidez dos activos do Banco, no crescimento do negócio, no controlo da despesa e na gestão do capital próprio e regulatório. Os objectivos para 2017 se-rão (i) manter a flexibilidade do Banco no ambiente actual e (ii) manter o foco em elevados níveis de liquidez e solvabilida-de, qualidade dos activos e crescimento selectivo. Os investimentos no segmento de Retalho, com a abertura da primeira agência e o roll-out de meios de paga-mento, nomeadamente cheques bancá-rios, MTR e cartões de débito da rede SIMO, serão prioridades. O Conselho de Administração antecipa um aumento dos proveitos e do produto bancário em 2017, face a 2016, apesar do contexto mais desafiante e, provavelmente, com menos oportunidades, mas em linha com o esforço a ser implementado para o aumento da quota de mercado.

Políticas Contabilísticas Relevantes

As políticas contabilísticas revelantes utilizadas pelo Banco são discutidas em detalhe nas Notas às Demonstrações Financeiras, sendo que a mais relevante para o Banco corresponde à mensura-ção pelo justo valor dos instrumentos financeiros. Isto resulta do facto de a carteira de activos remunerados – e, portanto, do próprio Balanço – serem activos líquidos, de rendimento fixo ou variável, por oposição a activos com menor liquidez. Como resultado, a maio-ria do Balanço está avaliado a preços de mercado, o que leva a uma maior transparência na informação contabilís-tica. Perante a ocorrência de eventos que reduzem a transparência e/ou liquidez nos mercados, como tem vindo a ocorrer ocasionalmente nos últimos anos, incluindo em 2016, gerando assim volatilidade no mercado, a utilização

desta política de mensuração pelo justo valor, pode ter um impacto significativo na forma como os activos financeiros são avaliados e, consequentemente, nas demonstrações financeiras do Banco.

Os instrumentos financeiros classifica-dos como activos financeiros detidos para negociação são mensurados pelo justo valor através de resultados, sendo que os instrumentos financeiros classifi-cados como activos financeiros detidos para venda são mensurados pelo justo valor através de reservas de reavaliação ao justo valor, em capital próprio. Uma terceira categoria diz respeito a activos financeiros detidos até à maturidade, cuja mensuração é efectuada ao custo amortizado com base na taxa efectiva, e na qual o Banco não classifica actual-mente qualquer activo financeiro.

Eventos que podem assumir particular relevância nas Demonstrações Finan-ceiras:

Apreçamento: Na determinação do justo valor de um determinado activo financei-ro, o Banco considera o preço disponível no mercado. Na ausência de cotações ou na presença de preços de mercado que, na opinião do Banco, possam não ser realistas, o justo valor pode ser determinado com recurso a (i) avaliações baseadas em transacções recentes ou semelhantes, executadas sob condições de mercado normais, metodologias de cash flows descontados e modelos de avaliação baseados em opções, os quais podem ser customizados tendo em vista reflectir as circunstâncias de um determinado instrumento financeiro e (ii) avaliações baseadas em informação de mercado.

Controlo sobre avaliação de instrumen-tos financeiros: As infra-estruturas de controlo são independentes das áreas de geração de receitas. Estes processos, conjuntamente com as metodologias acima referidas, são definidos pelo Con-selho de Administração e controlados ou revistos pelas funções de auditoria interna e externa do Banco.

Revisão das receitas e despesas líquidas: A contabilidade das receitas e despesas é da responsabilidade de fun-ções independentes e de controlo e são verificadas diariamente pelo Conselho de Administração. O objectivo é iden-tificar e resolver potenciais problemas associados ao justo valor ou contabilís-tico das receitas numa base objectiva e periódica.

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Relatório de Gestão

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De uma forma geral, durante 2016, apesar da volatilidade, os níveis de liquidez dos instrumentos listados mantiveram-se aceitáveis, mitigando assim questões relativas ao justo valor dos activos. Por várias razões, designa-damente relacionadas com a interven-ção no Moza Banco e no Nosso Banco, a crise das dívidas ocultas, o processo de restruturação da dívida comercial externa, a política monetária dos EUA e a detioração do ambiente económico na Africa do Sul, registou-se um sentimen-to amplamente negativo em relação à maioria das classes de activos em Moçambique. A percepção de risco dos emitentes Moçambicanos, incluindo o soberano, os públicos, as empresas e os bancos, foi negativamente afectada por questões macroeconómicas globais e por questões nacionais específicas. Adicionalmente, no final do ano, o rating de qualidade de crédito soberano Moçambicano, era considerado SD/D, o último escalão (equivalente a selective default/default), com muito baixa pro-babilidade de apresentar melhorias no futuro próximo.

Análise Sumária – Indicadores Chave

Para uma análise mais detalhada, consulte-se a secção: Resultado das Operações e Notas às Demonstrações Financeiras

A utilização e afectação de capital, bem como a robustez, consistência e transpa-rência dos rácios de solvabilidade são, para o Conselho de Administração, de extrema importância na gestão diária do Banco. O nível adequado de capital fornece aos Clientes e às contrapartes confiança, e reflecte os aspectos chave de como o Banco gere o negócio. Al-guns desses aspectos são, (i) vigiar aten-tamente os riscos potenciais assim como os retornos esperados, (ii) aplicar o resul-tado dos processos de testes de esforço e planeamento de capital à gestão diária do Balanço, (iii) avaliar objectivamente o ambiente empresarial e (iv) identificar e avaliar os potenciais riscos materiais, sejam estes específicos ou estratégicos. O Banco efectua projecções de capital e financiamento regularmente e envia ao

regulador, numa base anual, o resultado do Processo de Avaliação da Adequa-ção do Capital Interno (ICAAP), que incorpora extensas análises realizadas regularmente. As análises de possíveis cenários são fundamentais para manter disciplina na tomada de risco e, conse-quentemente, na utilização de capital.

De forma a garantir um uso prudente do capital e um nível confortável de reser-vas, o Banco efectua diversos testes de esforço periodicamente. Estes incluem vários testes às mais importantes rubricas do Balanço, controlos diários dos limites estabelecidos no ICAAP do Banco e uma série de testes de esforço ao rácio de solvabilidade, introduzidos pelo Conselho de Administração durante os primeiros meses de actividade e mantidos, com modificações, deste então. Estes foram definidos para avaliar o impacto no Capital de alterações improváveis, mas teoricamente possí-veis, no sentimento de mercado, com potencial impacto directo nos rácios de solvabilidade do Banco. Os resultados dos testes de esforço, ainda que hipoté-ticos, servem regularmente como aviso ao Conselho de Administração e às diversas áreas de negócio, para reduzir o risco ou diversificar as concentrações.

Os testes de esforço são alguns dos muitos testes internos do BiG, existindo, no entanto, outros que são realizados de acordo com os requisitos regulatórios. O Banco analisa igualmente a forma como, num cenário de crise severa, seria gerido o Balanço do Banco, em termos de geração de liquidez e aplicação dos capitais próprios. Esta aferição incor-pora riscos de mercado, de crédito e operacionais e, quando combinada com análises periódicas de cenários, confor-me descrito anteriormente, constitui a base para a avaliação permanente pelo Conselho de Administração relativamen-te à adequação do capital do Banco.

As decisões do Banco Central de intervencionar o Moza Banco e liquidar o Nosso Banco e o anúncio da rene-gociação da dívida comercial externa pelo Ministério da Economia e Finanças impactaram a confiança dos investi-dores. Outros eventos mundiais fora do controlo do Banco de Moçambique e do Governo começaram a afectar o sentimento de mercado e os volumes de investimento directo estrangeiro. Neste contexto, o Conselho de Administração geriu activamente e alterou frequente-mente ao longo do ano a concentração da carteira de crédito do Banco, de acor-

T.11 nÍVeL de caPiTaL e soLVaBiLidade

MT

Capital e Solvabilidade 2016 2015

Capital 370.000.000 70.000.000

Outros Instrumentos de Capital 25.583.687 169.318.664

Reserva de justo valor 4.298.775 -

Outras reservas e resultados transitados (7.093.896) -

Resultado líquido do exercício 18.545.626 (7.094.267)

Capitais próprios 411.334.193 232.224.397

Fundos próprios 403.801.315 231.810.599

TIER 1 Capital 84,6% 100,0%

T.12 nÍVeL de LiQUideZ

MT

Liquidez e Recursos 2016 2015

Capitais próprios 411.334.193 232.224.397

Recursos de Outras Instituicoes de Crédito 37.503.681 -

Recursos de Clientes 359.691.276 -

Outros passivos 26.409.003 1.489.360

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

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do com as expectativas relativamente aos movimentos das taxas de juro e da qualidade de crédito. As principais com-ponentes de liquidez e financiamento permaneceram em linha com o previsto. A liquidez potencial não utilizada do Banco, baseada na capacidade de usar instrumentos financeiros elegíveis como colateral para aceder a linhas adicionais de financiamento, é substancial.

O crédito tradicional é segmento não estratégico, particularidade que constitui um factor chave no modelo de negócio do Banco e fundamental para a sua gestão da liquidez, da qualidade dos ac-tivos e da utilização eficiente do capital próprio. A maioria dos activos do Banco correspondiam a activos financeiros líquidos, detidos para negociação ou disponíveis para venda. O Conselho de Administração considera, e o passado recente confirma, que deter e negociar activos através das carteiras de activos financeiros detidos para negociação ou detidos para venda permite uma maior flexibilidade na gestão de posições, encoraja a disciplina nas tomadas de risco e o crescimento do Balanço, o que coincide com a política de absoluta transparência na avaliação de activos financeiros. A combinação de (i) nenhu-ma concentração de crédito ilíquido, (ii) uma reduzida alavancagem do Balanço relativamente ao capital próprio e fontes estáveis de financiamento e (iii) uma política de manutenção de uma carteira de activos permanentemente disponí-veis e livres de encargos garantindo níveis de liquidez confortáveis, têm sido fundamentais para a gestão rentável das operações do Banco.

Resumindo, as principais fontes de finan-ciamento do Banco incluíram (i) capitais próprios, (ii) depósitos de Clientes, e (iii) acordos de cedência estabelecidos com contrapartes de mercado. O Banco não emite títulos de dívida dado não repre-sentarem activos estratégicos do actual modelo de negócio e planos de inves-timento do Banco. Consequentemente, o BiG não é afectado pelo acesso

limitado ao financiamento em mercados internacionais em resultado da notação non-investment grade/default do país.

O Produto Bancário foi ligeiramente supe-rior a 120 milhões MT, tendo o Resultado Líquido registado 18,5 milhões MT. O desempenho do BiG em 2016, embora inferior ao desejado pelo Conselho de Administração, permaneceu robusto face aos impactos da crise financeira e do abrandamento económico em Moçam-bique. Durante o ano, as condições de mercado foram-se deteriorando. Em Moçambique, o ambiente económico revelou-se menos favorável para as em-presas e o posicionamento do Governo menos orientado para os mercados. Este contexto, quando associado às tendên-cias presentes a nível mundial, contribuiu para deteriorar a confiança das empresas de forma acentuada durante o segundo semestre, diminuir o investimento estran-geiro e promoveu a incerteza sobre o futuro da economia Moçambicana. Sendo objectivo do Conselho de Administração promover o crescimento do Banco de forma cuidada, enquanto opera num ambiente imprevisível, optou-se pelo controlo e, em alguns casos, redução da exposição ao risco durante o ano, de modo a preservar o capital e a integrida-de do negócio. Desde o começo da crise da dívida soberana, que evoluiu para uma crise bancária, o Banco mostrou capaci-dade para crescer, de um modo susten-tável, e produziu resultados sólidos num período que continua a ser desafiante. Tal deve-se a um conjunto de factores, entre os quais podem ser destacados:

(i) O foco do Conselho de Administra-ção nos princípios fundamentais de gestão de capital e liquidez, flexi-bilidade do Balanço, transparência contabilística, controlo de custos e controlo de risco; e

(ii) A abordagem disciplinada do Banco em assumir, medir e gerir riscos, que tem permitido ao Conselho de Administração planear o futuro com base em crescimento e resultados.

A margem financeira do Banco obedece a (i) a uma política de controlo da dimen-são do Balanço, (ii) à criteriosa alocação em activos remunerados num contexto de crescimento económico díspar e (iii) à gestão activa da carteira do Banco, o que significou uma substituição por par-te do Banco de margem financeira por ganhos de investimento superiores. O contexto de taxas de juro influenciou os Clientes a transaccionar e investir cada vez mais, contribuindo assim para um incremento significativo nas comissões líquidas.

O negócio de Tesouraria e Mercados de Capitais do Banco teve um forte desempenho. Oportunidades referentes a activos de rendimento fixo, produtos de crédito e a actividade dos Clientes foram díspares. No que concerne às di-ferentes linhas de negócio, o negócio de Retalho Especializado do Banco é ainda incipiente. Os proveitos dos segmentos Institucionais e Empresas revelaram-se robustos, devido ao volume de negócio e das receitas provenientes de transac-ções.

Do lado da despesa, as principais rubri-cas de custos operacionais, líquidos de imparidades, incluíram os custos com pessoal, despesas relacionadas com custos gerais administrativos e custos com amortizações. Estes custos são justificados com a contratação da equipa de Colaboradores, a expansão do espaço físico, a instalação de sistemas de informação e custos associados à instalação e abertura do Banco.

As provisões líquidas corresponderam a provisões regulamentares e a provi-sões para a posição em MOZAM23, adquirida em mercado secundário após o anúncio de 25 de Outubro, em que o Ministério das Finanças e Economia solicitava a renegociação dos termos e condições da dívida comercial externa. O Conselho de Administração procedeu ao provisionamento, em resultado das contingências associadas ao longo e im-previsível processo de negociação com os credores e à falta de clareza quanto ao seu desfecho.

Enquadramento Concorrencial

As alterações que se registaram no en-quadramento concorrencial em Moçam-bique coincidem com (i) a intervenção no Moza Banco, (ii) a liquidação com bail-in do Nosso Banco, (iii) a forte pressão regulatória sobre o sector bancário e respectivos custos associados, (iv) o

T.13 resULTados

MT

Rendibilidade 2016 2015

Rendibilidade dos Activos Médios (ROA) 2,3% -3,0%

Rendibilidade dos Capitais Próprios Médios (ROE)

5,4% -3,1%

Produto Bancário/Activo Líquido Médio 22,5% 2,9%

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Relatório de Gestão

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peso das estruturas legadas na capa-cidade dos bancos em reforçar a sua base de capital, e (v) as fortes alterações de política monetária introduzidas pelo Regulador, com consequências incertas para o futuro quanto ao impacto que as respectivas políticas terão.

Temas de destaque no sector financeiro incluíram: (i) as baixas notações de rating das parent-companies e a manutenção de baixos níveis de capitalização, (ii) os impactos do sector público nos Balanços dos bancos de maior dimensão, (iii) os efeitos de longo prazo de modelos de negócio focados no mercado de retalho de massas, juntamente com capacidade excedentária e leis laborais inflexíveis, (iv) a existência de alguma interdependência do Estado e da banca na economia, e (v) o efeito das pressões inflacionistas e desvalorização cambial.

O processo de reconhecimento de per-das e reposicionamento das instituições financeiras está em curso. Os bancos em Moçambique encontram-se sob pres-são dos reguladores e dos mercados financeiros para desalavancar, reavaliar o risco, reconsiderar as suas fontes de financiamento, aumentar capital e passar em testes de esforço de adequação de capital.

O mercado interno tem sentido os efeitos da contracção do Balanço dos bancos, resultando numa menor disponi-bilidade de crédito para alguns sectores. Contudo, este progresso não é ainda suficiente para os bancos comerciais contemplarem a retoma dos níveis de negócio e estratégias expansionistas para os níveis anteriores. Este processo continua em evolução, impulsionado pela crescente regulamentação e legislação, desenvolvidas de modo a assegurar que o sector bancário seja, ra-zoavelmente diferente, no futuro. Como resposta a estas medidas, o processo de ajustamento de alguns dos concor-rentes do BiG tem incluído reduções de pessoal, encerramento de agências, de-sinvestimentos, alterações na gestão e, nos casos de maior relevância, a entrada do Estado através do Banco Central e injecções de liquidez.

Não obstante o longo processo necessá-rio para sanar os Balanços da maioria dos bancos afectados pela recessão, o mercado bancário, a nível doméstico, continua a ser altamente competitivo, e é esperado que assim se mantenha. Moçambique continua a ser um mercado relativamente concentrado, com 3

instituições de crédito detendo conjun-tamente uma quota de mercado muito significativa. Estas podem ser caracte-rizadas como instituições financeiras com modelos de banca universais, que geralmente operam modelos de negócio tradicionais. Dezenas de outros bancos domésticos ou estrangeiros, de pequena e média dimensão, e em geral especia-lizados, partilham a restante quota de mercado. Consequentemente, o BiG en-frenta concorrência em todas as linhas de negócio por parte de um conjunto alargado de operadores domésticos, e, em certas linhas de negócio, de opera-dores internacionais.

À medida que o processo de ajustamento segue o seu curso, o Banco tem vindo a verificar um aumento, e não uma diminuição, da concorrência por parte de várias instituições financeiras.

Organização

Os objectivos do Banco passam por disponibilizar serviços financeiros efi-cientes e competitivos aos seus Clientes e criar valor de longo prazo para os seus Accionistas. O BiG procura assegurar um crescimento sustentado e um equilíbrio entre o investimento a médio-prazo e a existência de retornos no curto-prazo.

O Conselho de Administração acredi-ta que estes objectivos poderão ser alcançados através de uma estrutura operacional interna clara e eficiente, construída em torno de pessoas com talento, processos bem definidos e tecnologia fiável. No seu conjunto, estas componentes permitem maximizar a eficiência operacional e ajudar a manter uma estrutura de custos competitiva, concebida para beneficiar o Cliente final e os Accionistas. Estas componentes são igualmente essenciais à manuten-ção de controlos rigorosos sobre os riscos de mercado, crédito e operacional aos quais qualquer instituição financeira se encontra exposta.

A estrutura organizacional interna reflecte aspectos chave da cultura empresarial, que se foca no objectivo de assegurar a resiliência e a integridade do modelo de negócio do Banco e a sua capacidade de resistir a qualquer crise financeira. Resumindo, procura-se que o Banco seja transparente, flexível, atento aos riscos de mercado e com uma ges-tão que permita reagir rapidamente às oportunidades de negócio. A liquidez do Banco, a qualidade dos seus activos e o

seu perfil de capital são fortes. Excepto no que concerne a investimentos em sistemas de informação, ajustamentos na gestão diária de cada uma das linhas de negócio e precaução superior à usual dada a volatilidade do contexto político-económico, os eventos do último ano não ditaram alterações materiais na estratégia do Banco. O Banco conse-guiu crescer durante este período. No decurso da sua actividade, o Conselho de Administração está continuamente a analisar melhorias às atuais áreas de negócio e a procurar formas de investir capital, aumentar receitas, racionalizar custos e melhorar continuamente a eficiência interna. Esperamos crescer de forma sustentável, apesar da concorrên-cia, e manter esta tendência no futuro próximo.

Estrutura Legal e Órgãos Sociais

O Banco BiG Moçambique, S.A., é uma sociedade fundada de raiz, detida em 99,99% pelo Banco de Investimento Global, S.A., que deu lugar à unidade bancária do Grupo BiG em Moçambi-que. O BiG Moçambique não detém nenhuma outra sociedade, não participa em sociedades off-shore ou em Veículos Especiais de Investimento.

O Banco combina a sua presença na in-ternet, www.big.co.mz, com uma equipa de vendas totalmente integrada localiza-da em Maputo. Os Clientes Institucionais e as Empresas são servidos por equipas especializadas que se deslocam ao seu encontro em qualquer ponto do país, bem como por profissionais baseados na sede do Banco em Maputo.

Os imóveis ocupados pelo BiG são directamente arrendados pelo Banco. A sede do Banco na Avenida Vladimir Lenine, em Maputo, é arrendada directa-mente pelo Banco.

As marcas de retalho do Banco, são utilizadas na abordagem ao segmento do Retalho Afluente, Empresas e Institu-cionais.

Governo da Sociedade

A organização interna do Banco é reflexo da vontade do Conselho de Administração em manter a simplicidade, transparência e um controlo operacio-nal eficaz sobre as diferentes áreas de negócio. Esta filosofia encoraja o uso eficiente dos recursos e uma clara distribuição das responsabilidades

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sobre a forma como estes recursos são utilizados e os riscos assumidos. O BiG, embora não seja uma sociedade cotada em bolsa, procura seguir as melhores práticas de Corporate Governance e alinhar a supervisão e os processos de decisão com os interesses dos Accionis-tas e de outras partes interessadas. O Banco empenha-se em cumprir com as recomendações da OCDE (Resumo dos Princípios da OCDE sobre o Governo das Sociedades – 2004), na medida em que estas sejam praticáveis e adequa-das à dimensão do Banco. Embora sendo um pequeno/médio Banco, o BiG procura ser um exemplo entre os seus concorrentes de qualquer dimensão, em termos de gestão prudente de um negócio sustentável, independente-mente das condições de mercado, com base no pressuposto de que o Banco pode e deve operar sem ajuda externa. Adicionalmente, o BiG é membro da Associação Moçambicana de Bancos, através da qual o Banco procura contri-buir para o debate dos principais temas e acompanhar os principais desenvolvi-mentos. O Conselho de Administração revê e, quando é necessário, melhora as práticas e os instrumentos de Governo da Sociedade, de forma a reforçar a cul-tura de controlo interno e a manter uma base para o seu desenvolvimento social e económico.

Direitos de Voto

De acordo com os Estatutos do Banco, não existem restrições aos direitos de voto dos Accionistas. A cada acção corresponde um voto.

Consultores Externos

O auditor independente do Banco é a PricewaterhouseCoopers, Lda (PwC). O Banco tem uma política de revisão peri-ódica dos seus auditores externos, que por norma está limitado ao exercício de um mandato não superior a cinco anos consecutivos. O Banco mantém ainda como consultor legal externo a Socieda-de Couto Graça e Associados (CGA).

Controlo Interno

A responsabilidade de gestão funcional é depositada nos membros do Conse-lho de Administração, que desempe-nham funções executivas, aos quais os vários responsáveis de negociação, Front Office e Back Office reportam. As funções de contabilidade, controlo interno e Compliance e a gestão dos riscos associados com mercados, cré-dito, tecnologia e operações reportam directamente aos membros do Conselho de Administração. Além das funções de supervisão por área, o Banco estabele-ceu um Comité de Todos os Riscos (All Risks Committee), supervisionado por um elemento da Comissão Executiva, que reporta regularmente ao Conselho de Administração visando melhorar a compreensão em todo o Banco das prioridades relacionadas com controlo, regulamentação, sistemas e procedi-mentos.

O Compliance Officer do Banco reúne regularmente com a Comissão Exe-cutiva, para analisar temas sensíveis relacionados com o controlo interno e o

cumprimento das disposições regulató-rias. A área de Recursos Humanos repor-ta directamente à Comissão Executiva.

Base Accionista

Desde a constituição da sociedade Ban-co BiG Moçambique, S.A, a composição Accionista relativa manteve-se estável, sendo a mesma detida maioritariamente pelo Banco de Investimento Global, S.A., com sede em Lisboa, Portugal. O Banco, tem actualmente três Accionistas e um capital social de 370 milhões MT. O Ban-co espera, ainda, vir a abrir até 30% dos capital a investidores locais no futuro.

Capital Humano

A cultura de negócio do Banco pro-vém da resiliência do seu modelo de negócio, da capacidade do Conselho de Administração de executar as suas estratégias e de controlar os riscos, e da qualidade, formação e carácter dos seus Colaboradores. O Conselho de Adminis-tração acredita que o desenvolvimento de uma cultura interna é uma preocu-pação principal da gestão de topo e assume funções directas nos processos de recrutamento, formação e desenvol-vimento de carreiras dos Colaboradores. O BiG percepciona o desenvolvimento dos Colaboradores como um investi-mento chave e procura recompensar o talento desde o início. Em regra, o Banco promove a diversidade, excepto nos seus valores fundamentais. Estes in-cluem a excelência académica, um senti-do de compromisso, trabalho de equipa,

Órgãos Estatutários BiG

Assembleia Geral • PresididaporumPresidenteeumsecretárioeleitospelosacionistaspormandatosdequatroanos.Assuas responsabilidades passam por dirigir as assembleias gerais anuais e extraordinárias de accionistas do Banco.

Conselho de Administração

• Constituídonofinaldoanoporcincomembros(3membrosnão-executivose2executivos).Esteórgãoéeleito para mandatos de quatro anos e todos os membros são escolhidos com base na sua experiência, em base individual, independente de qualquer interesse accionista específico.

Comissão Executiva • Constituídopordoísmembrosexecutivoseleitosporperíodosdequatroanos.Esteórgãoreportadirectamente ao Conselho de Administração e foi constituído no âmbito da delegação de funções do Conselho de Administração, de modo a gerir adequadamente as actividades diárias do Banco.

Fiscal Único • Esteórgãoreportadirectamenteaosaccionistas.Assuasresponsabilidadesincluemrevisõesperiódicase auditorias independentes às contas, de acordo com as normas e políticas contabilísticas internacionais. Um Revisor Oficial de Contas independente providencia, igualmente, a sua opinião relativamente às contas.

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energia, inovação, respeito pelos outros e, acima de tudo, integridade.

Ao longo do último ano, o perfil dos Colaboradores do Banco e as políticas de recrutamento, formação e desenvol-vimento foram consistentes com o plano delineado previamente. De uma forma agregada, a idade média dos Colabora-dores é de 29 anos e 75% dos mesmos detêm pelo menos um título académico. O número de Colaboradores, excluindo o Conselho de Administração é de 24.

A distribuição dos Colaboradores pelas áreas de suporte, controlo e negócio é relativamente equitativa. No entanto, é expectável um crescimento gradual nas áreas de negócio juntamente com a área de Compliance e Controlo Interno, à me-dida que o volume de negócio aumenta.

As acções de formação locais e os perío-dos alargados de formação na Sede do Grupo, para vários membros de todas as áreas funcionais do Banco, são parte importante do esforço do Banco para manter os seus Colaboradores actuali-zados e em contacto com os padrões mais elevados e as melhores práticas in-ternacionais. Estas acções de formação e actualizações do conhecimento das equipas são constantes e fazem parte da cultura do Grupo, mantendo uma actualização transversal à estrutura dos processos e procedimentos, facilitando a relação matricial das subsidiárias com as Funções Centrais e proporcionando um nível de serviço ao Cliente uniforme em todas as unidades, independentemente da localização geográfica.

Os Padrões e Cultura Empresariais do BiG

O BiG é gerido por profissionais ex-perientes e dedicados. O Banco tem como objectivo manter uma estrutura organizacional simples e com linhas de responsabilidade claramente definidas entre o Conselho de Administração, a Comissão Executiva e os vários órgãos e Colaboradores. O modelo de negócio do BiG é deliberadamente transparen-te, assim como o são as suas relações com Clientes, reguladores e o público em geral. A estrutura organizacional é horizontal e não contém estruturas opacas nem qualquer entidade offshore. Desde a criação do Banco, o Conselho de Administração e os Accionistas têm procurado alinhar os seus interesses, procurando garantir uma separação adequada entre os que são proprietários e emitem orientações por um lado, e

aqueles que profissionalmente assumem e aceitam responsabilidades de gestão, por outro. O Banco acredita que a participação Accionista e a atribuição de incentivos de longo prazo através de programas de acções e opções, são um aspecto chave na manutenção deste equilíbrio, motivo pelo qual tem intenção de iniciar um programa que será mais um instrumento utilizado pelos Accio-nistas para premiar e reter o talento na organização, promovendo, desta forma, o alinhamento dos objectivos de longo prazo dos Accionistas, da gestão e dos Colaboradores.

O Conselho de Administração acredita que um sistema eficaz de governação para qualquer organização assenta na sua cultura e na integridade das pessoas que a compõem. Operando num negó-cio exigente de serviços financeiros, o BiG trabalha todos os dias para melhorar essa governação. A natureza e extensão da informação divulgada reflecte um aspecto fundamental da cultura interna do Banco e a sua proposta de valor. Nas relações com Accionistas, Clientes, regu-ladores e contrapartes, o BiG comunica deliberadamente de forma detalhada não só em que consiste o seu modelo de negócio, como também o seu fun-cionamento. Internamente, a cultura do Banco enfatiza a governação societária enquanto exercício diário de responsabi-lização de cada indivíduo, equipa e área de negócio. Este conceito começa pelo Conselho de Administração e pelos co-mités internos de supervisão e estende--se a toda a organização.

Uma vez que o BiG opera num ambien-te de regulação e reporte crescente, as responsabilidades individuais e do Conselho de Administração abrangem uma compreensão do código de ética da organização, formação interna sobre procedimentos, gestão de informação, políticas e práticas. Estas são concebi-das para identificar e gerir riscos e fun-ções independentes de supervisão para assegurar a aplicação dos regulamentos internos e externos. Estamos permanen-temente focados em garantir controlos operacionais efectivos, encorajar regras que promovam maior responsabilidade e transparência nas práticas competitivas e aceitamos o escrutínio do modelo de negócio. O tempo dedicado pelo Conse-lho de Administração à gestão de riscos e construção de uma cultura de respon-sabilidade apresenta uma tendência crescente e superior à análise e geração de novas oportunidades de negócio.

Gestão de Risco

O negócio do Banco, num sentido mais lato, envolve a assunção e gestão de riscos, de modo a criar valor para os Accionistas. As políticas e práticas defi-nidas tendo em vista o controlo destes aspectos fundamentais do negócio, são discutidas em detalhe de seguida.

Na gestão do risco da organização, o Conselho de Administração revê regular-mente os processos, de forma a garantir que estes são bem concebidos, disci-plinados, independentes, objectivos, e quantitativos. Este processo também visa garantir o cumprimento das normas regulamentares e práticas empresariais sensatas. Os processos de gestão de risco associados com os mercados na-cionais e globais, operações de crédito, processamento, tecnologia e riscos ge-néricos de negócio, exigem um sistema integrado de políticas e controlos, de modo a garantir a integridade do modelo de negócio do Banco e preservar a sua estabilidade, potenciando a rentabili-dade. Subjacente a estes sistemas e processos está uma cultura de respon-sabilidade pessoal e vigilância mútua tendo em vista o interesse comum.

O objectivo do Banco é o de gerar recei-tas através de um conjunto diversificado de fontes – o que implica assumir um certo nível de risco - operando em linha com orientações prudentes e razoáveis. Estas orientações combinam aspectos prudenciais básicos do negócio bancá-rio, reflectem a experiência do Conselho de Administração e dos gestores de negócio do Banco e são actualizadas através de medidas regulatórias ou le-gislativas. A comunicação interna regular e frequente das políticas de gestão de riscos e tolerância ao risco revela-se crítica neste processo. Estas comunica-ções incluem, embora não limitadas: o cumprimento pelo Banco de orientações regulatórias prudenciais, a capacidade de monitorizar transacções apropriada-mente, o conhecimento dos Clientes e a compreensão dos mercados, o ambiente legal em que o Banco opera, e o seu interesse em cada momento por certos riscos tendo em conta determinadas condições de mercado. O negócio do Banco assenta significativamente na confiança nos nossos Colaboradores e na fiabilidade dos nossos sistemas para processar operações, numa base contínua e relativamente livre de erros. O processo começa com a identificação do risco, seguindo-se a sua quantifica-

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ção, controlo e eventual reporte interno e externo em intervalos apropriados.

O BiG é uma instituição em crescimento, a operar num contexto de incerteza ma-croeconómica e financeira, de aumento da regulação e de maior escrutínio, num mercado global. Uma vez que o sector bancário depende da confiança e per-cepção, o Conselho de Administração foca-se em assegurar que o processo do Banco consegue sobreviver a condições de mercado voláteis, testando estes pro-cessos e pressupostos de forma regular, estando igualmente atento à integridade dos controlos do Banco e à manutenção da disciplina interna face a eventos de natureza excepcional.

No Banco, de forma transversal, são utilizadas técnicas diferentes para rever e analisar os riscos aos quais a actividade está exposta, designadamen-te risco de mercado, risco de crédito, risco operacional, risco reputacional e risco político. Estas técnicas incluem um conjunto de testes de esforço, realiza-dos periodicamente, que são ajustados quando justificável, que envolvem um exame aos resultados de cenários para todas as grandes classes de activos e carteiras. Incorporam conceitos de testes de esforço, tais como risco de concentração, cenários de liquidez e financiamento, entre outros, bem como potenciais alterações dos rácios de solvabilidade do Banco em condições inesperadas e improváveis. Os cenários são desenvolvidos pelo Conselho de Administração e pela equipa de risco de mercado, e geralmente coincidem, ou são mais prudentes, que as recomenda-ções dos reguladores. Simultaneamente, são monitorizados um conjunto de indi-cadores, são realizadas análises de sen-sibilidade da exposição do Banco à taxa de juro, e são utilizados vários limites não estatísticos para avaliar o risco de mercado. Estes estão inter-relacionados com medidas básicas relacionadas com crédito e procedimentos operacionais para garantir uma sobreposição de controlos sobre todas as exposições significativas.

Durante os primeiros nove meses de actividade, a exposição de crédito cresceu de forma controlada, enquanto a qualidade dos activos, medida através de níveis atuais e históricos de crédito vencido e crédito em risco, manteve-se em níveis satisfatórios. Tendo por base as análises das agências de rating exter-nas, as análise internas e a informação disponível no mercado, a qualidade

creditícia da carteira de activos corpo-rativos, de um modo geral, permane-ceu inalterada durante 2016, ao passo que as emissões públicas e entidades financeiras viram a sua qualidade cre-ditícia variar, de uma forma geralmente negativa. As notações de rating internas e externas são utilizadas para medir níveis de perdas esperadas e avaliar as posições e a sua respectiva evolução. As perdas relacionadas com crédito, bem como os custos associados com riscos operacionais, estão em linha com o projectado no início de actividade.

Planeamento: Financiamento e Capital

Anualmente, o Conselho de Administra-ção faz o seu planeamento no que con-cerne às necessidades de financiamento e alocações de capital do Banco. Este processo de planeamento incorpora ex-pectativas quanto à gestão dos activos remunerados, assume condições de negócio estáveis, e projecta o cresci-mento na disponibilidade de diferentes fontes de financiamento a taxas de mercado competitivas. Os pressupostos fundamentais subjacentes usados pelo Conselho de Administração incluem (i) crescimento orgânico sustentável, e (ii) foco contínuo num modelo de negócio baseado em reduzida alavancagem, elevados níveis de capital e níveis confortáveis de liquidez. Por norma, o Banco não estima uma taxa específica para o crescimento dos seus activos. Pelo contrário, o crescimento do Balanço deriva dos fundos disponíveis, condi-ções de mercado, uma base de capital que garante resiliência nos cenários de maior esforço e propensão ao risco. De acordo com as condições do mercado, o Banco espera efectuar ajustamentos às diferentes áreas de negócios, oferta de produtos e canais de distribuição, tendo em vista aumentar o financiamento está-vel, assegurar a preservação do capital e melhorar as receitas.

Complementarmente ao capital e depósitos, o Banco tem outras fontes de financiamento, designadamente financiamento junto de outros bancos e junto do Banco Central ao abrigo das facilidades de cedência. Assumindo um crescimento moderado do Balanço, os planos de financiamento prevêem uma utilização marginal do financiamento proveniente do Banco Central. O aumen-to dos depósitos, bem como a utilização de fontes alternativas de financiamento

como acordos de recompra, irão ser as principais fontes de financiamento do activo. Para efeitos de planeamento, o Conselho de Administração assume que o Banco não necessitará, nem recorrerá, ao mercado institucional de financia-mento de longo prazo, e que o acesso ao mercado interbancário relevante será utilizado oportunistica e selectivamente.

Em virtude de um conjunto de razões estratégicas, o Banco tem utilizado o seu Capital de forma conservadora e o Conselho de Administração prevê a continuidade desta tendência.

Com excepção de um cenário de eventual aquisição que seja do interesse dos Accionistas, ou de uma alteração radical nas definições regulatórias de capital decorrente das transformações em curso em Moçambique, o Conse-lho de Administração não prevê que o Banco necessite de novo capital por parte dos Accionistas no futuro imediato, para além do plano de investimento inicialmente definido para o projecto de investimento estrangeiro Banco BiG Moçambique e do qual ainda está por subscrever e realizar uma tranche de capital equivalente a cerca de USD 2.000.000,00. O Conselho de Adminis-tração espera puder vir a remunerar os Accionistas através do pagamento de dividendos no médio prazo, assumindo que as tendências atuais se mantêm. Contudo, devido à natureza do negócio do Banco, bem como o ambicioso plano de investimentos no desenvolvimento do footprint, de sistemas e novos produ-tos para manter o Banco em linha com o compromisso de inovação e sofisticação financeira, irá implicar o direccionamento dos resultados anuais gerados durante os próximos três anos, para a satisfação destas necessidades de investimento.

Regulação

O sistema financeiro ao nível global tem estado sujeito a uma reforma profun-da do seu quadro regulamentar e de supervisão desde há anos. O sistema financeiro Moçambicano, passou por vá-rias alterações regulamentares em 2016, com ênfase na Supervisão Prudencial. Este aumento significativo da regula-mentação, e o consequente impacto em termos operacionais nos Bancos, tem sido justificado com a necessidade de (i) estabilização dos mercados financeiros; (ii) reforço da solidez das instituições e (iii) aumento da transparência. Os resul-

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tados traduzem-se numa presença mais intensa das entidades reguladoras, num maior fluxo de informação requerida e no enfoque em controlos prudenciais, comportamentais e internos.

Outros Factores que Afectam o Negócio do BiG

O Banco gere vários riscos inerentes ao negócio bancário. Para além dos riscos resumidos anteriormente, as condições económicas e políticas em mutação também afectam o negócio do Banco. Tal significa que riscos macroeconómicos e políticos como aqueles que surgiram em 2016 podem ter um impacto nas perspectivas de negócio. Com início no segundo trimestre, a crise de dívida soberana que afectou Moçambique e a per-cepção da comunidade investidora e doadora internacional, começou a expor as falhas nos mecanismos de controlo do Estado, uma grande divergência de responsabilidade fiscal e produtividade no sector Público e diferentes percepções da capacidade de acesso ao financiamento internacio-nal. Apesar das recentes melhorias e sacrifícios significativos no fim de 2016, Moçambique encontra-se entre os países mais vulneráveis, em resultado de um conjunto de factores, entre os quais as políticas fiscais e monetárias, combinadas com problemas estruturais há muito ignorados, e um ambiente político persistentemente crispado. As medidas correctivas específicas para Moçambique, em conjunto com a estagnação económica dos maiores parceiros comerciais, conduziram a um contexto de crescimento muito abaixo das expectativas, (e também, da média histórica de anos recentes), ao aumento de impostos, menos oportu-nidades de negócio e alterações na percepção pelo mercado do risco de crédito do país e dos seus componen-tes económicos. Durante o período de 2016, a percepção do risco associado ao Estado Moçambicano agravou-se drasticamente. Contudo, com a tomada de medidas correctivas, pelo Banco Central, responsável pela condução da política monetária, e pelo Gover-no, responsável pela condução da política fiscal e execução orçamental, as expectativas de reforma do Estado aumentaram, ao contrário dos riscos macroeconómicos que, aparentemen-te, ficaram mais controlados no final

do ano. O modo como os parceiros de Moçambique e os mercados de finan-ciamento percepcionam o progresso do país, em termos absolutos e relati-vos, afecta directamente o negócio do Banco.

O BiG não está actualmente sujeito a notação de risco de crédito (rating), nem antecipa requerer ou necessitar de uma notação de risco de crédito no futuro próximo. Não obstante, as opiniões das agências internacionais e de outros participantes de mercado sobre Moçam-bique, as empresas e as instituições fi-nanceira em geral, afectam directamente o negócio. Do mesmo modo, os efeitos das políticas governamentais após a suspensão do apoio dos doadores em particular e da comunidade internacional em geral, e o desafiante ambiente fiscal, entre outros factores, têm tido impac-to no crescimento, no emprego e na confiança dos investidores. A perspec-tiva dos mercados financeiros globais relativamente ao rating de Moçambique, às suas perspectivas económicas e ao sector bancário no conjunto, afectam a receptividade das contrapartes em efectuar negócios de qualquer tipo num país cuja notação é selective default/de-fault, independentemente dos indicado-res económicos individuais dos bancos localizados nesse país.

Os bancos Moçambicanos que depen-dem de linhas dos mercados externos para uma parte do seu negócio, tiveram que lidar com limites no acesso a essas linhas junto de outras instituições desde o segundo semestre de 2016. Esta tendência mantem-se e deverá conti-nuar assim, ou agravar-se, num futuro próximo. O capital para os tradicionais modelos bancários tem sido escasso e a natureza da intervenção no Moza Banco, a incerteza associada à sua resolução e venda pendente, as medidas bail-in divulgadas na liquidação do Nosso Ban-co, a juntar ao custo inesperadamente elevado das dívidas comercias externas de três empresas públicas, não foram factores positivos para a imagem do país em geral e da indústria financeira em particular. Estes factores, em combina-ção com a fragilidade doméstica e o endividamento estrutural dos sectores público e privado, têm definido a visão dos mercados relativamente ao risco de crédito, aos spreads do crédito e aos custos de financiamento do Governo, das grandes empresas e dos bancos.

A atractividade de mercados em cresci-mento ou mais competitivos, conjugada

com a apertada regulação e aumento dos impostos, poderão afectar o negó-cio, caso se venha a tornar mais difícil reter Colaboradores e recompensar o desempenho e o mérito, relativamente a outros sectores da economia, ou relati-vamente a outros mercados.

No futuro, o Conselho de Adminis-tração espera manter o modelo de negócio, apesar da composição dos activos e dos proveitos poder variar ao longo do tempo, à medida que o Ban-co mobiliza capital e investe em novos negócios. Isto significa que, o retorno esperado dos investimentos iniciais mais elevados, pode demorar mais tempo a concretizar-se, mas a tendên-cia será de se tornar mais previsível no longo prazo, após o ajuste macroeco-nómico começar a produzir resultados duradouros. O BiG concentra-se em linhas específicas de produto para os segmentos de Retalho Afluente, Institucionais e Empresas, e alguns dos negócios estão altamente corre-lacionados com o desempenho dos mercados financeiros e a capacidade de antecipar e reagir a movimentos e oportunidades. Não se espera que este factor chave do negócio mude no futuro próximo.

Eventos ocorridos desde o final de 2016

Condições de mercado

O ano começou com os mercados acionistas dos EUA a manterem a tendência de valorização, na sequên-cia da eleição de Donald Trump para a Presidência. Não obstante, registou-se um sentimento de incerteza genera-lizado que traduz as perspectivas de aumento dos riscos políticos e de es-tagnação económica na Europa e em outras geografias. Em Moçambique, o início do ano foi marcado pelo default efectivo e já esperado no pagamento do primeiro cupão das obrigações so-beranas MOZAM23 (as primeiras emiti-das internacionalmente pela República de Moçambique, em resultado da rees-truturação acordada com os credores das obrigações EMATUM), por parte do Estado. Tal evento colocou ainda mais pressão sobre o sistema financeiro nacional e aumentou o desconforto já existente das contrapartes internacio-nais relativo aos modelos de negócio e níveis de solvabilidade locais. Esta

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degradação da percepção internacio-nal sobre o risco de crédito do Estado e dos bancos Moçambicanos traz dificuldades adicionais para que a eco-nomia Moçambicana consiga limites e linhas de financiamento no estrangeiro. Por outro lado, as medidas de política monetária do Banco de Moçambique conseguiram travar a subida das taxas de juro e da inflação, dando um sinal positivo ao mercado.

Banco BIG Moçambique

O Banco fez o roll-out & go live de meios de pagamento – cheques bancários e MTR – durante o primeiro trimestre de 2017, completando, desta forma, mais uma das etapas definidas para o aumento da eficiência da operativa bancária e da oferta disponibilizada aos seus Clientes.

Indústria Extractiva

Um facto relevante foi o anúncio da venda de participações da ENI à Exxon, no projecto da área 4 da Bacia do Rovuma por USD 2.8BN. Esta transacção é um bom indicador da atractividade e viabilidade dos grandes projectos para a extracção do Gás no Norte de Moçambi-que e mostra que o apetite por parte dos grandes operadores internacionais conti-nua firme, apesar dos eventos financei-ros e do abrandamento económico.

Banco de Moçambique

O Banco de Moçambique indicou a fór-mula de cálculo e a data de implementa-ção do novo indexante único a usar pelo mercado bancário como taxa base para os créditos concedidos.

O Regulador anunciou também durante o mês de Março, em reunião com todo o sistema financeiro, os novos limites para Capital Social mínimo (passa de 70.000.000,00 MT para 1.700.000.000,00 MT), Fundos Próprios mínimos (passa de 70.000.000,00 MT para 1.700.000.000,00 MT), Rácio TIER1 mínimo (passa de 50% dos Fundos Próprios para 80% dos Fundos Próprios), Rácio TIER2 máximo (passa de 50% dos Fundos Próprios para 20% dos Fundos Próprios), Rácio de Solvabilidade de Base mínimo (passa de 4% para 12%) e Rácio de Solvabilidade Global mínimo (pas-sa de 8% para 14%) e respectivas janelas de implementação (período de 3 anos).

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Resultados das Operações

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RESULTADOS DAS OPERAÇÕES

Os proveitos operacionais do Banco e o seu peso relativo foram consis-tentes com o projectado e incluíram (i) um bom desempenho da margem financeira, num ambiente de aumento acelerado das taxas de juro, (ii) um crescimento das comissões líquidas ao longo dos primeiros nove meses de actividade, em linha com o progressivo aumento da quota de mercado, (iii) resultados robustos nas actividades de investimento e trading cambial, (iv) custo com salários controlados, e outras despesas administrativas em linha com o estimado, (v) nível de provisionamento alinhado com as possíveis perdas de crédito associadas à exposição a dívida soberana.

O Conselho de Administração espera que os rendimentos no futuro resul-tem essencialmente das categorias descritas anteriormente, não antecipan-do um desvio significativo do modelo de negócio actual ou um aumento da complexidade no futuro próximo. As respectivas proporções poderão variar à medida que os depósitos de Clientes e os activos sob supervisão aumentem, o

Balanço cresça gradualmente e a repu-tação do Banco no mercado doméstico continue a aumentar. Áreas de destaque incluem os serviços de aconselhamento baseado em comissões, os activos sob supervisão, os produtos de poupança e a gestão do Balanço, tendo permanen-temente em vista a sólida qualidade dos activos e níveis confortáveis de excesso de liquidez.

O total de custos inclui custos operacio-nais e imparidades. O aumento deve-se essencialmente ao crescimento dos custos com pessoal, atendendo o cres-cimento do número de Colaboradores sustentado pela confiança do Conselho de Administração relativamente aos níveis da actividade de negócio.

De uma forma geral, o Banco privilegia a versatilidade e liquidez dos seus activos em Balanço, prosseguindo uma aborda-gem global quanto à gestão de riscos, e opera com uma estratégia única, que é suportada por uma estrutura operacional leve e de arquitectura aberta e prepa-rada para um processamento escalável. No que concerne ao uso do capital e à

gestão do risco, esta abordagem é cha-ve na gestão da base de custos.

O Conselho de Administração procura manter uma estrutura sensata e delibe-radamente flexível de remunerações que se relaciona fortemente com o desempenho do Banco. Para além dos custos com pessoal, outras categorias relevantes de despesa incluem custos administrativos, particularmente asso-ciados ao número de Colaboradores, e custos de gestão dos escritórios físicos e sistemas tecnológicos do Banco.

Os custos administrativos incluem comunicações, serviços de informação, licenciamentos, acordos com bolsas e for-necedores relacionados, rendas e outras despesas relacionadas com o normal funcionamento do Banco. Estes custos estão, normalmente, correlacionados com o crescimento do número de Colaborado-res e dos níveis de actividade de negócio ou associados a investimentos espe-cíficos. O Conselho de Administração espera aumentar o crescimento desta categoria, em linha com os planos de expansão física e tecnológica para 2017.

T.14 ProVeiTos oPeracionais

MT

Proveitos 2016 2015

Juros e rendimentos similares 49.633.705 2.582.298

Juros e custos similares (18.169.677) -

Margem financeira 31.466.044 2.584.313

Rendimentos de serviços e comissões 5.823.237 -

Encargos com serviços e comissões (2.827.465) (71.952)

Rendimentos de activos financeiros disponíveis para venda 6.701.016 -

Resultados de reavaliação cambial 75.158.050 4.166.363

Outros resultados de exploração 4.094.931 (8.891)

Produto bancário 120.415.814 6.669.834

T.15 cUsTos oPeracionais

MT

Custos 2016 2015

Custos com pessoal (45.190.881) (7.469.087)

Gastos Gerais Administrativos (35.524.346) (5.567.365)

Amortizacao do Exercicio (5.772.541) (725.634)

Imparidade de Outros Activos Financeiros Liquidos de Reversoes e Recuperacoes (21.281.125) -

Total (107.768.893) (13.762.086)

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

28

Os custos com amortizações no BiG relacionam-se principalmente com os equipamentos de escritório usados pelo Banco, investimentos em hardware e outros equipamentos e custos de licen-ças iniciais associados com acordos de fornecimento de software. A componen-te referente às instalações inclui custos com o edifício sede e investimentos e melhoramentos na infra-estrutura tecnológica e aplicacional do Banco. O Banco investe regularmente na sua infra--estrutura de Tecnologias de Informação (TI), de modo a assegurar qualidade de execução e segurança ao nível dos me-lhores padrões da indústria, e mantém recursos dedicados à gestão da infra--estrutura com soluções desenvolvidas internamente.

Os custos associados com imparidades estiveram associados a investimentos específicos nos mercados internacionais, e apresentam uma estimativa conserva-dora quanto ao desenlace dos pro-cessos de renegociação dos termos e condições com os credores das dívidas externas comerciais.

Resultados Operacionais por Segmento de Negócio

Internamente, o Conselho de Adminis-tração revê o desempenho do Banco ao nível dos principais segmentos de negócio, equipas de venda e áreas de produto, usando critérios objectivos e as contas reais do Banco como referên-cia. De um modo geral, o Conselho de

Administração revê os resultados com base numa matriz de três segmentos de negócio principais, que incluem as duas áreas principais de Clientes – Retalho Afluente e Empresas/Institucionais – e a área de Tesouraria e Mercados de Capitais. A presente secção contém uma exposição dos resultados operacionais do BiG, com base numa apresentação interna das receitas e despesas asso-ciadas com as três principais divisões internas de proveitos e custos. Neste formato, os proveitos são alocados por segmento de Cliente ou área de negócio e os custos são alocados com base nas despesas efectivas por área e numa divisão geral dos custos operacionais em função do número de Colaboradores por área de negócio.

As áreas de produto do segmento de Empresas e Institucionais do Banco são semelhantes às oferecidas ao segmento de Retalho, com excepção da asses-soria dirigida a empresas. Enquanto o negócio de Retalho envolve canais de vendas integrados, o negócio de Empresas e Institucionais baseia-se em equipas de vendas especializadas e soluções concebidas à medida das necessidades específicas dos Clientes. Os produtos e serviços oferecidos são, designadamente, corretagem institucio-nal, gestão de risco, venda de produtos de investimento e serviços de assessoria independente para Clientes Empresa-riais, Bancos, e Institucionais.

O segmento de negócio de Tesouraria e Mercados de Capitais visa gerar recei-tas, enquanto gere, simultaneamente, a

exposição do Banco aos produtos vendi-dos a Clientes em áreas tais como taxas de juro, cambial, rendimento fixo, acções e instrumentos derivados. O negócio foca-se em gerir a liquidez e exposição ao risco de taxa de juro do Banco, em conjunto com os controlos de risco de crédito e concentração. A exposição a crédito é activamente gerida através de emissões obrigacionistas de emitentes empresariais, financeiros e soberanos de qualidade com variadas maturidades. O Banco também negoceia as principais moedas internacionais, futuros sobre taxas de juro e futuros sobre os princi-pais câmbios, bem como uma variedade de opções e instrumentos financeiros similares, principalmente em relação aos negócios de Clientes, como parte das suas actividades de hedging. Na gestão das várias carteiras de activos financei-ros, a actividade da equipa de Tesouraria e Mercados de Capitais abrange muitas áreas internas, sendo uma fonte de ex-pertise, de gestão de risco de mercado e de rentabilidade consistente para a organização.

Estratégia de Balanço e Fontes de Financiamento

Gestão de Balanço

O crescimento do Balanço foi moderado e devido, substancialmente, ao cresci-mento dos depósitos e do investimento realizado com recurso ao capital próprio. Os activos e passivos do BiG aumenta-

T.16 resULTados Por seGMenTo

MT

Demonstração de Resultados por SegmentoTesouraria e

MercadosCorporate

FinanceCorporate

Banking Retalho Total

Juros e rendimentos similares 34.504.365 - 11,593,048 3,536,292 49,633,705

Juros e encargos similares (2.973.009) - (13.444.828) (1.751.840) (18.169.677)

Margem Financeira 31.531.355 - (1.851.780) 1.784.452 31.464.028

Rendimentos de serviços e comissões 2.170.802 3.500.000 108.370 44.065 5.823.237

Encargos com serviços e comissões (615.506) - (1.548.371) (663.588) (2.827.465)

Resultados de operações financeiras 64.125.101 - 12.371.545 5.362.420 81.859.066

Outros resultados de exploração 1.023.733 1.023.733 1.023.733 1.023.733 4.094.931

Produto Bancário 98.235.486 4.523.733 10.103.497 7.551.083 120.413.798

Custos de funcionamento (65.848.762) (3.032.328) (6.772.530) (5.061.607) (80.715.227)

Amortizações (4.709.330) (216.864) (484.354) (361.993) (5.772.541)

Imparidade (21.275.730) (5.395) (21.281.125)

Resultado antes de impostos 6.401.663 1.274.541 2.846.614 2.122.088 12.644.905

Impostos 5.900.721 5.900.721

Resultado Líquido 12.302.384 1.274.541 2.846.614 2.122.088 18.545.626

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Resultados das Operações

29

ram moderadamente ao longo dos pri-meiros meses de actividade, ao ritmo da entrada de depósitos e da alocação dos capitais próprios, os quais financiaram uma maior e mais diversificada carteira de activos financeiros disponíveis para venda, constituída maioritariamente por activos líquidos de rendimento fixo. De uma forma geral, as modificações na natureza do Balanço foram graduais, não se verificando diferenças materiais nos níveis de activos registados em meses consecutivos.

A atenção dada pelo Conselho de Ad-ministração à dimensão e composição do Balanço do Banco constitui um dos exercícios de gestão de risco mais im-portantes. Os activos e passivos podem alterar-se em função das actividades de Clientes, condições do mercado e oportunidades de negócio. No entanto, a dimensão e a composição do Balanço do Banco em cada momento reflecte (i) a natureza e disponibilidade de fontes de financiamento estáveis, (ii) o nível de capitais ou fundos próprios do Banco, e (iii) a visão global do Conselho de Admi-nistração relativamente a oportunidades e aos riscos associados. O processo envolve revisão regular e o planeamento das oportunidades de investimento dis-poníveis e estratégias de financiamento através do ALCO – Comité de Activos e Passivos, limites de crescimento do Balanço por linha de negócio, classe de activos ou concentração, monitoriza-ção diária dos indicadores chave pela Gestão de Risco e o importante uso de análise de cenários e testes de esforço como instrumentos disciplinadores essenciais. A grande maioria dos activos remunerados do Banco é classificada como disponíveis para venda. Estes são mensurados diariamente a preços de mercado e utilizados na gestão da ex-

posição do Banco aos movimentos das taxas de juro bem como no investimento de excedentes de liquidez.

A estrutura de risco é concebida e gerida à volta de uma estratégia central de manutenção de um Balanço excep-cionalmente líquido. Os processos e procedimentos do Banco encorajam uma gestão dinâmica dos activos e responsabilidades e incluem:

z Uma revisão periódica e planea-mento, pelo menos, mensal de activos e responsabilidades chave;

z Monitorização de indicadores de risco chave e de utilização de capital;

z Utilização extensa de análises de cenário, compiladas e analisadas perio-dicamente;

z Projecções semestrais de fontes de financiamento e requisitos de capital plurianuais;

z Revisão semestral de limites;

Os depósitos junto de outros bancos são utilizados para gerir a liquidez de curto prazo e as reservas mínimas obrigatórias junto do Banco Central. A carteira de ac-tivos disponíveis para venda aumentou devido aos maiores spreads verificados num conjunto de classes de activos financeiros de rendimento fixo. Esta carteira incluía títulos de dívida de curto, médio e longo prazo do tipo soberana, pública e corporativa. Entre os factores que poderão afectar a dimensão da carteira incluem-se oportunidades para criar margem ou proveitos de investi-mento durante o ano. A decisão de deter activos para tirar proveito da margem ou desinvestir é tomada pelo ALCO, que tem em consideração as condições de mercado, as concentrações de mercado e o perfil global de liquidez do Banco.

As principais fontes de financiamento do Banco foram, os depósitos de Clientes, capital Accionista, e ainda, o acesso a financiamento de contrapartes de mercado. Os depósitos de outros ban-cos são maioritariamente colaterais de operações financeiras estruturadas.

O ALCO fornece uma visão da nature-za das concentrações e liquidez dos activos do Banco e da gestão conser-vadora relativamente à composição do financiamento. O Conselho de Adminis-tração procura assegurar que existam posições substanciais de excedente líquido de tesouraria de modo a cobrir, a qualquer altura, as hipotéticas saídas de capital normais ou analisadas nos testes de esforço realizados.

Capitais Próprios. O número de acções ordinárias emitidas – cada com um valor nominal de 1.000,00 MT, totalmente subscritas e pagas – foi de 370.000 no final e 2016. Os principais factores que influenciaram o aumento subs-tancial do número de acções emitidas desde a constituição da sociedade e o consequente aumento dos capitais próprios, prendem-se com o plano de negócios definido inicialmente para o Banco e com as necessidades previstas de investimento na estrutura para fazer crescer o negócio, bem como com o nível considerado adequado para uma alocação eficiente de recursos de acordo com as linhas de negócio e plano estratégico traçado para o BiG.

Capital Regulatório. O BiG é regulado pelo Banco de Moçambique e, de acordo com as regulações bancárias, o Banco está sujeito aos requisitos de capital calculado com base no risco, a ní-vel individual e consolidado. Em termos gerais, o capital regulatório, objecto de reporte regular, é utilizado como base para avaliar aspectos chave do negócio bancário, e envolve vários ajustamentos regulares à rubrica de capital do Banco. Os requisitos de capital são apresenta-dos como rácios de capital que compa-ram o capital ajustado com o valor dos activos ponderados pelo risco.

ICAAP – Processo de Auto-avaliação da Adequação do Capital Interno. Nos termos da regulamentação em vigor o Banco realiza um exercício anual de auto-avaliação para determinar os níveis de adequação de capital face ao seu modelo de negócio. O processo, que é parte da regulação Moçambicana e inter-nacional, uma vez que o Banco consolida no Banco de Investimento Global, S.A.,

T.17 aLocaÇÕes

MT

Alocações do Balanço 2016 2015

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 44.031.588 132.114

Disponibilidades em outras instituições de crédito 364.829.044 1.123.148

Activos Financeiros Detidos para negociacao 798.082 -

Activos financeiros disponiveis para Venda. 174.443.353 -

Aplicacoes em Instituicoes de Crédito 184.343.137 209.022.523

Créditos a clientes 266.040 -

Recursos de Outras Instituicoes de Crédito 37.503.681 -

Recursos de Clientes 359.691.276 -

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

30

que reporta de forma consolidada e se-gundo as regras de Basileia III impostas pelo Banco Central Europeu. Este relató-rio incorpora uma descrição dos vários processos de gestão e controlo de risco utilizados pelo Banco. O ICAAP procura quantificar o montante de capital que o Banco deverá deter tendo em conta a sua estratégia e os riscos que considera ser materialmente relevantes. Neste âm-

bito, são considerados várias tipologias de riscos para o cálculo dos requisitos de capital. São, ainda, utilizados modelos internos complementares para o cálculo dos requisitos de capital e é feito um exercício de auto-avaliação usando mo-delos proprietários para algumas classes de activos no âmbito do risco de crédito e do risco de mercado. Incorporando todos os riscos materialmente relevan-

T.18 deseMPenHo

MT

Medidas de desempenho 2016 2015

Rendibilidade

Rendibilidade dos Activos Médios (ROA) 2,3% -3,0%

Rendibilidade dos Capitais Próprios Médios (ROE) 5,4% -3,1%

Produto Bancário/Activo Líquido Médio 22,5% 2,9%

Eficiência

Margem Financeira/Activo remunerado 4,3% 1,2%

Custos com Pessoal/Produto Bancário 37,5% 112,0%

Solvência

TIER 1 Capital 84,6% 100,0%

Rácio de Fundos Próprios Totais 90,4% 371,1%

tes, os resultados do ICAAP demostram que o BiG mantem um rácio de capital confortável, muito acima dos níveis pru-denciais mínimos exigidos. Este exercício de auto-avaliação descreve também os mecanismos internos utilizados no acom-panhamento, controlo e mensuração dos riscos, bem como a estrutura organiza-cional inerente à gestão do modelo de negócio do Banco.

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Gestão de Risco e Controlo Interno

31

GESTÃO DE RISCO E CONTROLO INTERNO

Vários riscos são inerentes à actividade bancária, e de um modo geral incluem riscos de mercado, liquidez, taxa de juro, crédito, operacionais, tecnológicos, de Compliance e reputacionais. O Conselho de Administração entende que uma gestão efectiva do risco, que está no cerne do negócio do Banco de criação de valor para os Accionistas, tem sido fundamental para o progresso do Banco e é essencial para o seu sucesso futuro.

Para identifi car e gerir estes riscos, que se encontram geralmente inter--relacionados, o Banco tem sistemas de controlo interno que contemplam políticas e procedimentos integrados e compreensivos, assumindo uma natureza quantitativa e qualitativa. Estes procedimentos são revistos, aprovados e supervisionados pelo Conselho de Administração, quer em grupo, quer por delegação. As políticas e sistemas do Banco são concebidos, genericamen-te, para garantir um processamento efi caz, sistemas fi áveis, tomada de risco apropriada, medição diária ou intra-diária dos riscos, reporte indepen-dente e comportamento responsável. As políticas e procedimentos visam igualmente garantir o respeito por, e a adesão a, orientações internas, legais e

prudenciais concebidas para proteger os interesses dos Clientes e dos Accio-nistas, enquanto preservam e protegem a reputação do Banco.

Como parte dos procedimentos, acima mencionados, de mensuração dos principais riscos inerentes à actividade bancária, o Conselho de Administração incorporou em alguns dos cenários assumidos em testes de esforço com-ponentes adicionais de riscos políticos e sistémicos. Estes estão sujeitos a uma revisão contínua e estão associados a alguns eventos capazes de mudar paradigmas, tal como a crise de dívida da externa comercial, e que podem ter impacto nas práticas de mercado existentes, regulação ou pressupostos, ou ter impacto directo nos preços e expectativas de mercado. Estes riscos constam regularmente da perspectiva do BiG e aferição de riscos de mercado, liquidez e crédito.

O enquadramento do risco, em termos gerais, refl ecte-se (i) na estrutura de Go-verno, (ii) nas políticas e procedimentos do Banco e (iii) nas pessoas envolvidas directamente nas unidades de controlo de risco, quer individuais quer transver-sais ao Banco.

Estrutura de Governo

A responsabilidade pela monitorização de riscos começa pelo Conselho de Adminis-tração, pelo Comité de Todos os Riscos do Banco (All Risks), e por vários subgrupos que controlam áreas específi cas de risco. O Comité de Todos os Riscos combina as várias funções individuais de controlo e gestão de Risco, a área de Compliance e a Auditoria Interna do Banco.

Presidindo a estrutura de governo societário encontra-se o Conselho de Administração que pode delegar na Comissão Executiva. O Conselho de Administração assume um papel essencial na supervisão de riscos e o seu funcionamento tem sido sempre pauta-do pelo reconhecimento de controlos ade-quados para os riscos inerentes à actividade e como meio de gerar valor para os Accio-nistas num ambiente controlado, elementos fundamentais para a robustez fi nanceira da instituição. É da responsabilidade do Conselho de Administração estabelecer a orientação estratégica do Banco e os níveis de risco aceites, aprovar políticas, e ainda manter uma visão integrada das exposições às diferentes tipologias de risco.

A estrutura de governo para gestão do risco do Banco é a seguinte.

Conselho de

Administração

Comité deActivos e Passivos

(ALCO)

Comissão Executiva

Comité de Todos os Riscos

Direcção Tesouraria Mercado

de Capitais

Sala de Mercados

Back-O ceClientes

Back-O ceAbertura Contas

Back-O ceCustódia e Liquidação

Back-O ceMercados

Back-O ceMeios de

Pagamento

Recursos Humanos

DirecçãoComercial

Gestão de Risco deLiquidez

Direcção deCorporateFinance

Direcção de Risco

Direcção deControlo Interno e

Compliance

Direcção de

Operações

Direcção de Sistemas

de Informação

Direcção deContabili-

dade e Reporte

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

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Políticas Gerais e Procedimentos

A Administração revê as políticas e procedimentos regularmente, e procura assegurar a sua comunicação de forma clara ao longo de toda a organização, de maneira a criar a base para um ambiente operacional sólido. A natureza da estrutura de governação para o risco e a existência de políticas claras visam assegurar que os processos associados com quatro passos fundamentais no processo de gestão de risco: a identifica-ção, mensuração, controle e reporte das exposições de risco a perdas potenciais, estão em conformidade com as melho-res práticas bancárias e regulamentares.

Na gestão da exposição a riscos, o Ban-co pauta-se pelos seguintes princípios básicos:

z Revisão regular das políticas e pro-cedimentos pelo Conselho de Adminis-tração;

z Definição formal de responsabilida-de pela gestão de risco no Banco;

z Políticas e procedimentos que per-mitam supervisão independente;

z Diversificação de riscos apropriada e revisão formal dos níveis de concen-tração;

z Sistemas de mensuração e reporte independentes;

z Sobreposição de sistemas para medir e controlar o risco;

z Formação para apoiar a identifica-ção de riscos nas várias áreas.

Entre as políticas e procedimentos essenciais incluem-se: (i) a revisão activa das posições do Banco, (ii) mark-to--market diário da maioria dos activos remunerados, (iii) revisão diária ou intra--diária das exposições financeiras e do produto bancário, (iv) revisão diária, e in-dependente, das exposições de crédito, e controlo diário dos limites e processos contabilísticos, (v) reporte independente e diálogo frequente entre as equipas geradoras de receitas e as equipas de controlo de risco e funções de suporte; (vi) testes de esforço extensos e realistas e (vii) proximidade do Conselho de Ad-ministração ao processo de controlo de risco e encorajamento na comunicação rápida do seu aumento.

Quantificação do Risco

Na tomada de decisões e na gestão de risco, o Conselho de Administração aplica o seu julgamento de negócio em combinação com um conjunto de ferramentas quantitativas e sistemas utilizados para monitorizar e medir as ex-posições. Estes aspectos são discutidos nas seções seguintes e incluem:

z Utilização exaustiva de cenários de testes de esforço;

z Limites de risco de mercado;

z Análises de sensibilidade, em parti-cular a taxas de juro;

z Limites por contraparte, família, classe de activos e carteira;

z Limites de concentração;

z Análise qualitativa e procedimentos.

A quantificação do risco requer exer-cícios regulares de auto-avaliação, actualizações nas técnicas e mudanças nos pressupostos, bem como a adesão a normas regulamentares e contabilísti-cas. Em resultado, o processo é um foco diário do Conselho de Administração, das equipas responsáveis e das áreas de suporte. Assume-se como parte do processo que nenhuma metodologia isolada é suficiente na análise global das exposições e, como tal, revêm-se os ris-cos, em particular os riscos de mercado, através de um conjunto de processos e abordagens. Como política, procuramos quantificar o potencial de perdas asso-ciado a todos os aspectos do negócio, de forma a realizar uma estimativa razoável dos potenciais danos em caso de ocorrência de eventos inesperados. Estes eventos abrangem aqueles que são observados, com base em dados históricos, e aqueles que considera-mos altamente improváveis, mas que, ainda assim, podem ser estimados com base na assunção de certos cenários extremos.

Limites e Controlo

A existência de limites em todas as actividades com risco é essencial ao processo de controlo de riscos, e envolve uma série de restrições revistas com frequência, organizadas por classe de produto, maturidade e por operador. Estes limites podem ser medidos através de uma combinação de medidas não estatísticas, e medidas estatísticas. É responsabilidade do Conselho de Admi-nistração e da função de Risco garantir a actualização contínua, o reporte diário, o diálogo e a revisão dos pressupos-

tos dos modelos. Vários critérios são adoptados para determinar os limites apropriados na tomada de riscos asso-ciada à negociação de activos financei-ros e investimento, incluindo a análise corrente e histórica dos mercados, estatísticas de volatilidade de liquidez, análise técnica e fundamental, o nível de experiência e desempenho dos gestores e, constituindo um factor importante, o apetite do Banco pelo risco em função das condições de mercado.

Os limites aprovados, especificando as exposições autorizadas por contrapar-te e concentração por tipo de activos, são revistos e comunicados numa base periódica aos gestores e Colaboradores de Front e Back Office e são sujeitos a revisão e actualização regular. Todos os Colaboradores são responsáveis por aderir aos limites aprovados, que são monitorizados por funções de Back Offi-ce independentes, que asseguram que as posições são valorizadas e registadas correctamente.

Reporte

Diariamente, as áreas responsáveis pela gestão de risco e Back Office compilam e reportam posições ao Conselho de Administração com base nas medidas estatísticas e não estatísticas estabeleci-das. Os limites excedidos são reporta-dos ao Conselho de Administração, que toma as medidas necessárias para ga-rantir o cumprimento dos mesmos. Estes controlos formais são ainda acompanha-dos por sistemas informais de monitori-zação de tomada de posições e limites, incluindo reuniões, no mínimo diárias, do Conselho de Administração com as áreas de mercado para rever posições e avaliar tendências. Os relatórios de testes de esforço servem como base de discussão sobre os níveis apropriados de exposição e da necessidade de agir de modo a reduzir concentrações de risco, quer através da venda ou do repo-sicionamento das posições, quer através da realização do hedging dos riscos.

Unidades de Controlo de Risco

Cada um dos comités internos de risco – All Risks, ALCO e outros grupos responsáveis por áreas como Auditoria Interna, Compliance – incluem respon-sáveis pelos mecanismos de controlo no dia-a-dia. Cada comité inclui, pelo menos um membro do Conselho de Adminis-

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Gestão de Risco e Controlo Interno

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tração. Dentro dos limites estabelecidos pelo Conselho de Administração, estes comités têm autoridade para tomar decisões nas suas áreas respectivas. Os eventos diários de natureza excepcional requerem a aprovação da Comissão Executiva. Exposições significativas ou decisões políticas relevantes que caiam fora destes limites requerem revisão e aprovação pelo Conselho de Adminis-tração. Acresce ainda que o Comité de Todos os Riscos reúne regularmente para assegurar uma comunicação ade-quada, conformidade com regulamentos e compreensão das inter-relações dos riscos entre as várias áreas do Banco.

A área de Compliance reporta funcional-mente à Comissão Executiva. As respon-sabilidades incluem a monitorização do cumprimento pelo Banco de questões de natureza legal e regulamentar, apli-cação de procedimentos operacionais internos, código de ética e questões re-lacionadas. O Compliance reúne-se pe-riodicamente com a Comissão Executiva, e sempre que necessário, para rever a evolução de questões regulatórias.

Risco de Mercado

Risco de Mercado representa o possível declínio no valor de instrumentos financeiros em resultado de alterações nas condições de mercado. Dada a possibilidade de impacto directo na demonstração de resultados e/ou nas reservas de justo valor, os principais ris-cos que o Banco gere na sua actividade de mercado incluem:

z Risco de activos de rendimento fixo, resultante de mudanças dos preços de activos financeiros detidos para negocia-ção ou para venda;

z Risco de preço de activos finan-ceiros, resultante de exposições a mudanças nos preços dos activos e volatilidade;

z Risco de taxa de câmbio, resultante de exposições a mudanças nos preços à vista, preços futuros, e volatilidade;

z Risco de derivados, resultante da gestão da exposição a mudanças de preços dos activos subjacentes utiliza-dos para cobrir posições e produtos de Clientes.

Na gestão dos riscos acima identifi-cados, o Conselho de Administração delega o controlo e supervisão diária no ALCO. Este inclui os membros Execu-

tivos do Conselho de Administração, além de outros gestores envolvidos nas actividades geradoras de receitas e da equipa de controlo de risco.

Em suporte ao Comité está a unida-de de controlo de Risco de Crédito, responsável pela revisão de metodolo-gias de medição de risco e limites para todas as actividades de investimento e negociação de activos financeiros. Controla ainda as decisões genéricas de investimento discutidas no ALCO, revê modelos e análises associadas ao cálculo dos vários limites para a carteira do Banco, bem como para as carteiras dos Clientes, e são responsáveis pela condução diária dos testes de esforço às carteiras, bem como por assegurar uma supervisão, controlo independente e verificação do cumprimento dos limites de tomada de risco pelos Colaboradores de Front Office. Adicionalmente, este grupo procura assegurar um equilíbrio eficiente entre riscos e retorno, bem como um nível apropriado de volatilida-de nos resultados operacionais.

Nas suas actividades de Tesouraria e Mercado de Capitais, o BiG gera receitas através da gestão de exposições a mudanças adversas no valor dos instru-mentos financeiros, produtos e carteiras. Para gerir e reportar riscos, o Conselho de Administração estabelece e revê, periodicamente, os procedimentos e sis-temas definidos para assegurar níveis de controlo adequados ao capital do Banco e aos seus objectivos de negócio.

A monitorização do Risco de Merca-do é assegurada pelo Conselho de Administração que, em conjunto com o Compliance, revê as políticas e procedimentos de desenvolvimento de produtos para assegurar que os níveis de risco assumidos pelo Banco, são apropriados às circunstâncias. Alguns dos membros do ALCO acompanham as tendências, alocações e políticas com respeito à gestão de activos próprios e de terceiros, incluindo responsabilidades associadas com mandatos de assessoria e gestão discricionária. As activida-des desta área, embora separada da carteira própria do Banco, encontram-se sujeitas ao mesmo tipo de mecanismos e procedimentos de controlo que são utilizados pelo Banco na gestão do seu capital. Os grupos reúnem regularmente e, uma vez que incluem normalmente os dois Administradores Executivos, têm a autoridade para decidir questões do dia-a-dia. As grandes exposições ou políticas significativas são geralmente

apresentadas para revisão prévia pelo Conselho de Administração.

Metodologias

Na gestão do risco de mercado, o Banco utiliza um conjunto de metodologias diferentes para medir e controlar a exposição ao risco, que são analisadas em conjunto com informação cobrindo os riscos de país e contraparte. Os riscos são frequentemente geridos através do processo de diversificação de exposi-ções, controlo de dimensão de posições e estabelecendo coberturas em valores mobiliários ou derivados relacionados. As ferramentas quantitativas chave utilizadas para medir e controlar as exposições eficientemente incluem medidas estatísticas e várias medidas não estatísticas. O Banco utiliza estes sistemas em simultâneo com outros, tais como relatórios de perdas e controlos diários sobre concentrações de risco, para garantir a integridade do processo na ocorrência de potenciais falhas numa ou mais metodologias, em consequência de um evento extraordinário que ocorra nos mercados.

Risco de Liquidez

Risco de Liquidez decorre da gestão dos activos e passivos do Banco. A política do BiG relativa à liquidez e financiamen-to baseia-se nos seguintes princípios: (1) financiamento dos activos antes da sua aquisição, (2) o pressuposto de que a maior parte dos activos que compõem o Balanço deveria ser convertível em liquidez num curto espaço de tempo, (3) um programa para construir uma base estável de depósitos e (4) assumir que se mantem um razoável nível de independência do mercado de financia-mento junto de outras instituições. Com efeito, estes princípios definem o mo-delo de negócio do BiG, que é baseado em comissões e prestação de serviços e pressupõe uma base de activos compos-ta por activos líquidos, em detrimento de crédito ilíquido.

Na prática, o processo de gestão de liquidez do Banco é uma questão estra-tégica e diária do Conselho de Adminis-tração. Este engloba os detalhes sobre controlos dos fluxos de entrada e saída, as questões de preçário e reputação, o controlo sobre colaterais, o processo do ALCO e os aspectos do plano de recuperação que transmite a natureza fundamental do modelo de negócio:

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Informação Anual 2016

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activos líquidos, flexíveis e de qualidade financiados de forma conservadora por depósitos estáveis e capital.

Risco de Taxa de Juro

Risco de Taxa de Juro resulta da expo-sição ao nível, declive e configuração das curvas de taxa de juro, volatilidade nas taxas de juro, duração e spreads de crédito. O risco de taxa de juro mede a probabilidade de ocorrência de impac-tos nos proveitos ou no capital do Ban-co, causados por movimentos nos níveis absolutos de taxas de juro, em spreads entre duas taxas, ou na configuração da curva de taxas de juro, entre outros factores. O BiG controla a sua exposição a eventos adversos através da diversi-ficação e de técnicas de cobertura de risco. Uma posição líquida longa pressu-põe uma posição longa em obrigações financiadas com liquidez de curto prazo. Uma posição líquida curta significa que o Banco vendeu obrigações na expecta-tiva de cobrir ou recomprar a posição mais tarde com lucro.

Análises de Sensibilidade

O Banco também executa análises de sensibilidade, que são utilizadas para quantificar o efeito da variação de um factor de risco em todas as posições. Mais especificamente, o Banco utiliza estas análises para medir o efeito de variações das taxas de juro bem como quantificar exposições a posições de negociação de activos financeiros. Estas dependem de variáveis de mercado incluindo o preço do activo subjacente, volatilidade, taxas de juro e tempo até à maturidade. O Banco mede as exposi-ções a estas variáveis através da realiza-ção de análises de sensibilidade.

Risco de Crédito

Risco de Crédito define-se como a perda em que o Banco incorreria se um mutu-ário, contraparte ou emitente de valores mobiliários falhasse no cumprimento das suas obrigações contratuais para com o Banco. O BiG está exposto a riscos de crédito em várias das suas actividades. Estes riscos incluem principalmente a exposição directa a Clientes, exposição directa a riscos de crédito associados com valores mobiliários emitidos por terceiros e detidos como activos de investimento do Banco, mas também a exposição directa a Clientes com crédito

concentrado e risco de compensação ou de mercado associado a actividades de Clientes. O risco de crédito associado a relações com contrapartes profissionais, bem como emitentes de valores mobili-ários admitidos à negociação, é avaliado em combinação com outros procedi-mentos de gestão de riscos referidos anteriormente.

As exposições a crédito no BiG ge-nericamente incluem obrigações de empresas, obrigações soberanas, obri-gações públicas, créditos interbancários, riscos relacionados com a liquidação de valores mobiliários, valores cobráveis em contractos de derivados e mercados monetários e compromissos relaciona-dos com a concessão de garantias ou outros créditos. No processo de análise e aprovação, o Banco avalia estas ex-posições a vários níveis: ao nível das transacções individuais, ao nível da ex-posição máxima ao Cliente ou Grupo, e, separadamente, ao nível das respectivas carteiras para medir a concentração de riscos num determinado sector, indústria ou localização geográfica. Por questões de política interna, todas as exposições são avaliadas e processadas para apro-vação, quer a sua natureza seja dentro ou fora do Balanço. Os controlos sobre risco de mercado, consequentemen-te, sobrepõem-se de forma frequente às avaliações de risco de crédito. No decurso da actividade diária do Banco, a existência de sistemas integrados de monitorização de exposições são um elemento essencial no processo de gestão de risco.

Processo

Constituindo um factor inerente à banca, o Conselho de Administração percepciona o risco de crédito como parte integrante do modelo de negócio, fundamental para a geração de receitas e valor para os Accionistas. Consideran-do a importância do desenvolvimento de um negócio rentável, aceitando risco e utilizando o capital prudentemente, o processo de risco de crédito visa preservar a independência do processo de aprovação, permitindo também uma integração efectiva com os objectivos de negócio definidos pelo Conselho de Administração. Este processo começa com o Conselho de Administração, que aprova as políticas gerais e orientações para riscos de crédito. O Conselho de Administração posteriormente dele-ga nos membros do Comité de Risco de Crédito e pessoal de suporte a

implementação diária destas políticas e responsabilidades, que incluem:

z Análise e controlo do risco de con-traparte;

z Orientações quantitativas e qualitati-vas, para revisão de créditos;

z Procedimentos quantitativos e qualitativos, para controlo da qualidade de crédito;

z Controlo do Cliente, família e gran-des riscos;

z Documentação, gestão e arquivo;

z Gestão e controlo de procedimentos e sistemas de monitorização de riscos;

z Manutenção de um sistema de ava-liação e de aprovação de crédito;

z Atenção à integridade e indepen-dência do processo de aprovação;

z Adesão a orientações regulamen-tares;

z Política de preços.

Natureza das Exposições de Crédito

A natureza dos riscos de crédito varia. A gestão do risco de crédito da carteira do Banco, em particular dívida cotada, tem implicada uma resposta à melhoria da percepção da qualidade de crédito e li-quidez, sem perder de vista as questões fundamentais de longo prazo associadas ao mercado. Neste enquadramento, a visão do mercado em relação à quali-dade da maioria dos activos, especial-mente relativamente ao risco de activos soberanos, e de activos intrinsecamente relacionados com a percepção de risco soberano, activos públicos e risco-em-presas é essencial.

Em termos genéricos, a estratégia de ne-gócio do Banco reduz o risco de crédito a duas categorias abrangentes:

z Risco de Crédito garantido, associa-do principalmente às actividades de ne-gociação e intermediação para Clientes e de produtos off balance-sheet.

z Risco de Crédito não garantido, que surge da gestão dos riscos de crédito principais: principalmente, da carteira de investimento em obrigações de empresas ou dívida pública, e das actividades de negociação no merca-do com contrapartes profissionais. As exposições classificadas pelo Banco como não garantidas podem envolver

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Gestão de Risco e Controlo Interno

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emissões de dívida soberana ou pública, dívida de emissões de outras entidades garantida por entidades soberanas, ou dívida de empresas. Considerando a dimensão da carteira de investimento em dívida sénior empresarial, soberana e pública do Banco, este tipo de crédito representa a maior porção da exposição de risco do Banco.

Procedimentos de Crédito

De acordo com a política de crédito do Banco, a base para aprovação de expo-sições a crédito, com ou sem garantia, inclui uma determinação da notação de risco (scoring) para a exposição ao crédito, calculado com base em critérios maioritariamente objectivos. Os resulta-dos do processo de análise financeira e pontuação de risco servem de base para decidir a rentabilidade associada ao risco assumido, incluindo considerações sobre preço mínimo, estrutura aceitável, prazos e documentação apropriada.

Como parte do processo de extensão de qualquer tipo de exposição de crédito, o Banco segue uma matriz de aprovação pré-definida, que combina os resultados da avaliação de crédito, prazos, níveis máximos de exposição global, incluindo quaisquer transacções em consideração e os níveis pré-aprovados de poderes de aprovação atribuídos aos membros do Comité de Risco de Crédito. Outros critérios para determinação dos níveis de aprovação incluem a existência e tipo de garantia subjacente à exposição do valor global.

Exposições não Garantidas

As linhas de crédito ou exposições conexas que não são integralmente garantidas, ou nas quais a garantia oferecida pode não ser líquida, estão su-jeitas a uma revisão objectiva dos dados financeiros históricos e projecções con-servadoras como base para aprovação de qualquer proposta de crédito. Este processo pode ser acompanhado por informação de agências internacionais credíveis de rating, quando aplicável. Alguns critérios utilizados como parte do processo de aprovação incluem critérios qualitativos, tais como a propriedade e base Accionista, a qualidade e reputa-ção da gestão, o posicionamento do devedor e o seu desempenho face aos pares, e outra informação relevante. As principais exposições globais não garantidas são a instituições financeiras através do mercado monetário inter-

bancário, por exemplo, quando o Banco opera na qualidade de credor de outros bancos, do sector financeiro, empre-sarial e de dívida soberana e pública, representada por dívida cotada com maturidades variáveis.

Gestão de Concentração de Riscos

O Banco analisa a sua exposição à con-centração de riscos por categoria - risco de crédito, risco de mercado, risco de liquidez e risco operacional - e, quando apropriado, por grupos de categorias que se podem sobrepor, como risco de crédito, de mercado e de liquidez. No que diz respeito à gestão de concentra-ções de risco de crédito, o Conselho de Administração e as áreas de Risco do Banco analisam os relatórios que resu-mem as maiores concentrações de risco, incluindo exposições directas, indirectas e contingentes. Estes relatórios são também desagregados por exposições financeiras e não financeiras. Para além da sua função de gestão e monitori-zação regular, servem também como base para reporte periódico de limites regulamentares, incluindo exposições superiores a 25% dos fundos próprios e limites legais de concessão de crédito.

Teste de esforço da carteira de crédito

O Banco mede todas as exposições relevantes de várias formas, no entanto, nenhuma delas é tão importante como os testes de esforço realizados em vários intervalos. Similarmente a outras carteiras, cujos riscos são periodicamen-te analisados, a carteira de investimento do Banco, constituída maioritariamen-te por activos de rendimento fixo de diferentes maturidades, é sujeita a vários exercícios de testes de esforço diários, de modo a proporcionar ao Conselho de Administração uma avaliação das potenciais perdas num conjunto de cenários hipotéticos. Outra variável que se tem em conta é o nível de cobertura da carteira de activos de renda fixa. Tal como ocorre com os testes combinados das carteiras de negociação de activos financeiros e investimento, o objectivo de testar cenários na maior posição indi-vidual do Balanço do Banco, que é a car-teira de crédito, consiste em determinar até que ponto os proveitos poderão vir a ser afectados e os capitais próprios dela-pidados num cenário extremo, baseado em circunstâncias teóricas. Os resulta-dos destes testes diários são utilizados para manter a disciplina e controlar a

tomada de posições ou concentrações excessivas.

Exposição de Crédito por via de Contratos sobre Instrumentos Financeiros Derivados

Os instrumentos financeiros derivados são contratos derivados são instrumen-tos, tais como futuros, forwards, swaps e opções, que derivam o seu valor de activos subjacentes, índices ou outros conceitos financeiros. O BiG utiliza instrumentos financeiros derivados e instrumentos de mercado cambial para gerir as exposições do Banco aos mercados, disponibilizar soluções financeiras para os seus Clientes e gerar receitas através das suas actividades de negociação de activos financeiros. Na avaliação de riscos, o Banco segue os mesmos procedimentos de crédito para exposições a contractos derivados e exposições relacionadas com o mercado cambial que utiliza nos produtos de crédito tradicionais descritos anterior-mente. Os limites de crédito para estes produtos são calculados e controlados com base na exposição potencial, que toma em consideração os valores atuais de mercado e estima o movimento futuro das taxas de mercado com base em critérios estatísticos. Como parte do processo, o BiG calcula o custo de substituição de um contrato derivado ou de mercado cambial como medi-da primária de exposição ao risco de crédito. Este é definido como o custo de substituir um contrato em condições de mercado extremas na eventualidade de um default da contraparte anterior à data de liquidação do activo. O Banco utiliza procedimentos de contabilização de activos ao justo valor de mercado e medidas de risco para aferir o custo de substituição de um contrato derivado ou cambial em mercado aberto.

Risco Operacional

O risco operacional pode surgir em resultado de procedimentos ou sistemas inadequados, risco humano ou eventos externos. Tendo em conta a natureza do seu negócio, o Banco encontra-se ex-posto a potenciais perdas e risco repu-tacional, em resultado de erros humanos ou erros sistémicos e operacionais, inter-rupções inesperadas no processamento de negócio ou execução insuficiente por fornecedores terceiros de componentes significativos do modelo de negócio.

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Informação Anual 2016

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No processo de gestão pró-activa de riscos operacionais, de modo a manter as exposições em níveis mínimos, o Banco revê os seus sistemas de controlo interno regularmente para assegurar o bom funcionamento do negócio em circunstâncias normais e anormais. Estes sistemas e procedimentos são desenha-dos para reduzir os riscos de fraude de fontes internas ou externas, e de erros ou quebras de serviço, resultantes de eventos associados com a tecnologia e infra-estrutura de sistemas, procedimen-tos e telecomunicações. Limitar os riscos operacionais através da implementação de procedimentos internos é essencial para oferecer um serviço completo e competente aos Clientes e reduzir o risco de sanções regulatórias.

A responsabilidade pela gestão de ris-cos operacionais recai sobre os respon-sáveis de cada unidade de negócio. Para monitorizar os riscos e a aplicação dos procedimentos no Banco, os respon-sáveis de área reúnem separadamente com os seus Colaboradores e reportam, posteriormente aos seus superviso-res no Conselho de Administração, e também em conjunto nos comités onde participam:

z Risco Operacional: revê a adequa-ção dos procedimentos internos, do suporte humano e de sistemas na con-dução normal das funções de negócio e riscos diários a que o Banco se encontra exposto, com base em processos de auto-avaliação, controlos dos erros operacionais e em auditorias internas e externas programadas.

z Risco Tecnológico: supervisiona a adequação e segurança da complexa infra-estrutura técnica que suporta todos os aspectos do processamento interno do Banco, informação de gestão e ligações com fornecedores terceiros de informação e serviços de execução.

As diversas áreas também realizam exercícios regulares de auto-avaliação para identificar e adoptar acções sobre riscos associados a operações, tecn ologia e Compliance. Os processos de controlo incluem, por exemplo, a revisão frequente dos procedimentos operacio-nais relevantes, o cumprimento de orien-tações normativas, auditorias internas e externas de operações, sistemas e áreas comerciais e de negociação, procedi-mentos de back-up e a manutenção dos acordos de outsourcing e de um plano de recuperação de negócio apropria-do para reduzir os efeitos de qualquer

interrupção imprevista das actividades do Banco.

Devido à natureza do negócio, os erros operacionais ocorrem ocasionalmente. Constitui um objectivo da estrutura de governação acima identificada, e dos departamentos internos, garantir o cum-primento das orientações prudenciais e regulatórias para que os custos de tais erros sejam mantidos em níveis con-sentâneos com o capital e estratégia de negócio. Tendo em vista o apoio a este controlo, o Banco tem procedimentos in-ternos de reporte de erros operacionais ao Conselho de Administração numa base regular. Estas análises e reporte permitem a identificação de problemas na sua fonte e a sua resolução em conformidade. Os dados recolhidos por ocorrência são extensos e permitem uma análise detalhada das perdas operacionais reais por tipo de evento, linha de negócio, por impacto, e por montantes médios ou específicos. Um aspecto chave no controlo dos riscos operacionais e manutenção de perdas operacionais evitáveis a níveis aceitá-veis, é parte da cultura de identificação e mitigação riscos do Banco. Encoraja-se a comunicação dos problemas opera-cionais, quer potenciais quer reais, ao Conselho de Administração e a sua resolução pró-activa.

Continuidade do Negócio e Segurança de Informação

O objectivo principal do Banco é assegu-rar que o negócio está apto para operar sob as condições mais exigentes e que os processos, gestão de risco e controlo interno, informação e sistemas são segu-ros e fiáveis. Estas questões complexas exigem uma regular atenção, revisão e melhoria à medida que o Banco cresce e que as condições de mercado e o ambiente regulatório mudam.

No que respeita ao risco operacional, o Banco assenta a implementação de um Plano de Continuidade de Negócio em dois pilares: a continuidade de opera-ções na sua sede e a continuidade de operações do seu principal centro de dados. O centro de dados encontra-se instalado, efectuando uma replicação de dados críticos entre o centro principal localizado em Maputo e a unidade de continuidade do negócio na Matola.

Compliance e Auditoria Interna

Na qualidade de instituição bancária cujo negócio envolve activos financei-

ros, o respeito pela regulação e pelo património dos Clientes e Accionistas é central ao modelo de negócio. A função de Compliance assume um papel chave no banco e constitui uma parte integrante da cultura interna. Neste âmbito, o Conselho de Adminis-tração considera o Compliance como mais do que o simples cumprimento das leis, regulamentos e práticas de mercado, na medida em que a história tem mostrado que a percepção sobre os comportamentos que são aceitáveis pode alterar-se com o tempo. Os Cola-boradores são seleccionados tanto com base nos seus valores como nas suas capacidades e experiências, e procura--se que a transparência, o respeito pelas regras e o comportamento responsável constituam elementos competitivos de diferenciação do Banco na sua relação com os Clientes.

A função de Compliance do Banco é responsável por: (i) garantir o respeito pelas exigências legais e regulamen-tares aplicáveis, incluindo os termos aprovados e os padrões internos de conduta; (ii) promover um ambiente de controlo e transparência na estrutura or-ganizacional adequado à complexidade dos serviços oferecidos e à dimensão da instituição; (iii) monitorizar a adequação e eficiência dos mecanismos de controlo associados com os riscos da actividade bancária; e (iv) proteger a reputação do Banco.

Em matéria de prevenção ao branque-amento de capitais e combate ao finan-ciamento do terrorismo, o Compliance é responsável pela criação dos mecanis-mos de controlo e detecção de ope-rações suspeitas e pela monitorização do cumprimento dos deveres previstos na legislação em vigor relativamente à abertura de contas bancárias e conhe-cimento do Cliente (Know Your Client). Compete a esta função, a centralização do reporte e interacção com as entida-des judiciais e órgãos de supervisão na investigação e análise de processos e operações suspeitas.

A função de Compliance é ainda responsável pela análise e emissão de pareceres sobre novos produtos e ser-viços, à luz da regulamentação em vigor, promovendo uma gestão pró-activa dos mesmos, um controlo e uma validação prévia dos riscos desses serviços, e a identificação e prevenção activa de conflitos de interesses.

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Gestão de Risco e Controlo Interno

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O sistema de controlo interno do Banco baseia-se numa forte cultura de confor-midade com a legislação e diferentes normativos aplicáveis à actividade bancária, bem como de cumprimento do conjunto de procedimentos e políticas relativas às obrigações contratuais, conduta pessoal e relacionamento com Clientes. No seu conjunto, estes sistemas e procedimentos visam mitigar o risco do Banco incorrer em prejuízos associados a potenciais sanções de ca-rácter legal, limitações à sua actividade e expansão e perdas de reputação asso-ciadas ao incumprimento contratual ou a uma percepção negativa da imagem pública do Banco.

A Auditoria Interna, que é assegurada pela Função de Grupo BiG, desempenha um papel central no sistema de controlo interno do Banco, através de inspecções regulares baseadas nas prioridades de-

finidas pelo Conselho de Administração, e tendo em vista os riscos inerentes às várias actividades e negócios do BiG.

A função de Auditoria Interna é objectiva e imparcial e, por via das suas análises periódicas, desempenha um papel essencial na identificação de quaisquer debilidades nos processos de controlo e políticas de gestão de risco, procurando garantir a conformidade com procedi-mentos internos e padrões de integrida-de e qualidade definidos pelo Banco. As inspecções cobrem todas as áreas de negócio e operacionais, e as respectivas conclusões são reportadas directamente ao Conselho de Administração.

Aplicação de resultados do Banco de Investimento Global, S.A.

No exercício de 2016, o Banco BiG Moçambique, S.A. teve um lucro indi-

vidual de 18.545.625,59 MT (dezoito milhões quinhentos e quarenta e cinco mil seiscentos e vinte e cinco meticais e cinquenta e nove cêntimos). O Con-selho de Administração propõe que, relativamente ao exercício de 2016, não seja distribuído dividendo. Nas contas individuais, o Banco BiG Moçambique, S.A. deverá, nos termos do do nº 1 do artigo 63º da Lei 15/99 de 1 de Novem-bro, destinar 15% dos lucros líquidos à formação da reserva legal. Assim, no exercício do disposto no artigo 18º dos Estatutos, o Conselho de Administração propõe a seguinte aplicação do lucro individual do exercício:

aplicação do lucro individual 18.545.625,59 MT

reserva Legal 2.781.843,84 MT reserva Livre 15.763.781,75 MT

Maputo, 31 de Março de 2017

O Conselho de Administração,

salvador namburetePresidente

Mário João abreu Galhardo Bolota Vogal

Paulo José caramelo de FigueiredoVogal

sérgio david delgado Magalhães Vogal

Joel narciso Gonçalves rodriguesVogal

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DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASpara o exercício findo em 31 de Dezembro de 2016

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Demonstrações de Resultados

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DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOSDO EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2016(Valores expressos em meticais)

Notas 2016 2015

Juros e rendimentos similares 4 49.633.705 2.582.298

Juros e encargos similares 4 (18.169.677) -

Margem financeira 31.464.028 2.582.298

Rendimentos de instrumentos de capital - -

Rendimentos de serviços e comissões 5 5.823.237 -

Encargos com serviços e comissões 5 (2.827.465) ( 71.952)

Resultados de ativos e passivos ao justo valor através de resultados - -

Resultados de ativos financeiros disponíveis para venda 6 6.701.016 -

Resultados de reavaliação cambial 7 75.158.050 4.166.363

Resultados de alienação de outros ativos - -

Outros resultados de exploração 8 4.094.931 ( 8.891)

Proveitos operacionais 120.413.798 6.667.819

Custos com pessoal 9 (45.190.881) (7.469.087)

Gastos gerais administrativos 10 (35.524.346) (5.567.365)

Depreciações e amortizações 17 e 18 (5.772.541) (725.634)

Provisões líquidas de anulações - -

Imparidade do crédito líquida de reversões e recuperações - -

Imparidade de outros ativos financeiros líquida de reversões e recuperações 14 e 16 (21.281.125) -

Imparidade de outros activos líquida de reversões e recuperações - -

Custos operacionais (107.768.893) (13.762.086)

Resultado operacional 12.644.905 (7.094.267)

Resultados de associadas - -

Resultado antes de impostos 12.644.905 (7.094.267)

Impostos

Correntes 19 - -

Diferidos 20 5.900.721 -

Resultado líquido do exercício 18.545.626 (7.094.267)

Resultados por ação básicos 14 50,12 -101,35

Resultados por ação diluídos 14 50,12 -101,35

As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras consolidadas.

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

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DEMONSTRAÇÃO DO RENDIMENTO INTEGRALPARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2016

(Valores expressos em meticais)

Nota 2016 2015

Resultado líquido do exercício 18.545.626 (7.094.267)

Outro rendimento integral do exercício

Items que não serão reclassificados para resultados

Desvio atuarial do fundo de pensões - -

- -

Items que poderão vir a ser reclassificados para resultados

Ativos Financeiros disponíveis para venda

Ganhos e perdas do exercício 26 6.321.729 -

Impostos diferidos 26 (2.022.953) -

Impostos correntes 16 - -

Diferenças cambiais - -

4.298.775 -

Total do rendimento integral do exercício 22.844.401 (7.094.267)

As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras consolidadas.

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Balanço

45

BALANÇOEM 31 DE DEZEMBRO DE 2016

(Valores expressos em meticais)

Notas 2016 2015

Ativo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 11 44.031.588 132.114

Disponibilidades em outras instituições de crédito 12 364.829.044 1.123.148

Ativos financeiros detidos para negociação 13 798.082 -

Ativos financeiros disponíveis para venda 14 174.443.353 -

Aplicações em instituições de crédito 15 184.343.137 209.022.523

Crédito a clientes 16 266.040 -

Derivados de cobertura - -

Ativos não correntes detidos para venda - -

Ativos tangíveis 17 35.794.776 19.677.575

Ativos intangíveis 18 3.234.102 413.798

Ativos por impostos correntes 19 8.501.725 402.555

Ativos por impostos diferidos 20 5.900.721 -

Outros ativos 21 14.818.536 2.942.043

Total de Ativo 836.961.105 233.713.756

Passivo

Recursos de bancos centrais - -

Passivos financeiros detidos para negociação 0 -

Recursos de outras instituições de crédito 22 37 503.681 -

Recursos de clientes 23 359.691.276 -

Derivados de cobertura - -

Provisões - -

Passivos por impostos diferidos 20 2.022.953 -

Outros passivos 25 26.409.003 1.489.360

Total de Passivo 425.626.913 1.489.360

Capital

Capital 26 370.000.000 70.000.000

Prémios de emissão 29 - -

Ações próprias 29 - -

Outros instrumentos de capital 26 25.583.687 169.318.664

Reserva de justo valor 26 4.298.775 -

Outras reservas e resultados transitados 26 (7.093.896) -

Resultado líquido do exercício 18.545.626 (7.094.267)

Dividendos antecipados 29 - -

Total de Capital 411.334.193 232.224.397

Total de Passivo e Capital 836.961.105 233.713.756

As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras consolidadas.

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

46

DEMONSTRAÇÃO DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIOPARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2016

(Valores expressos em meticais)

Capital

Prémios de

emissãoAções

Próprias

Outros instrumentos

de capitalReserva de justo valor

Reserva Legal

Outras Reservas

Resultado líquido do exercício

Dividendos antecipados

Total de Capital Próprio

Saldos em 31 de Dezembro de 2014 - - - - - - - - - -

Realização do capital subscrito 70.000.000 - - - - - - - - 70.000.000

Transferências p/realização do aumento de capital - - - 169.318.664 - - - - - 169.318.664

Resultado líquido do exercício - - - - - - - (7.094.267) - (7.094.267)

Saldos em 31 de Dezembro de 2015 70.000.000 - - 169.318.664 - - - (7.094.267) - 232.224.397

Rendimento integral

Outro rendimento integral

Alterações de justo valor de ativos financeiros disponíveis para venda - - - - 6.321.729 - - - - 6.321.729

Impostos diferidos - - - - (2.022.953) - - - - (2.022.953)

Resultado líquido do exercício - - - - - - - 18.545.626 - 18.545.626

Total de rendimento integral reconhecido no exercício - - - - 4.298.775 - - 18.545.626 - 22.844.401

Distribuição do resultado do exercício de 2015

Transferência para reservas - - - ( 371) - - (7.093.896) 7.094.267 - -

Aumento de capital 300.000.000 - - (143.734.605) - - - - - 156.265.395

Saldos em 31 de Dezembro de 2016 370.000.000 - - 25.583.687 4.298.775 - (7.093.896) 18.545.626 - 411.334.193

As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras consolidadas.

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Demonstração dos Fluxos de Caixa

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DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXAPARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2016

(Valores expressos em meticais)

Notas 2016 2015

Fluxos de caixa de atividades operacionais

Juros, comissões e outros rendimentos recebidos 141.410.940 6.739.771

Juros e comissões pagos (20.997.142) ( 71.952)

Pagamentos a empregados e fornecedores (80.715.227) 13 036.452

39.698.571 19.704.270

Variação nos ativos e passivos operacionais:

Disponibilidades em bancos centrais (42.353.262) -

Ativos e passivos financeiros detidos para negociação ( 798.082) -

Ativos financeiros disponíveis para venda (195.713.689) -

Aplicações em instituições de crédito 24.679.385 (209.022.523)

Recursos de bancos centrais - -

Recursos de instituições de crédito 37.503.681 -

Crédito a clientes ( 271.435) -

Recursos de clientes 359.691.276 -

Derivados para gestão de risco - -

Outros ativos e passivos operacionais 13.052.893 (1.452.684)

Fluxos de caixa líquidos das atividades operacionais, antes de impostos

sobre os lucros 235.489.338 (190.770.936)

Impostos sobre os lucros pagos / recebidos (6.076.217) ( 402.555)

229.413.121 (191.173.491)

Fluxos de caixa das atividades de investimento

Dividendos recebidos - -

Compra de imobilizações (18.403.083) (20.817.007)

(18.403.083) (20.817.007)

Fluxos de caixa das atividades de financiamento

Realização/aumento de capital 156.265.024 239.318.664

Ações próprias - -

Dividendos de ações ordinárias pagos - -

Fluxos de caixa líquidos das atividades de financiamento 156.265.024 239.318.664

Variação líquida em caixa e seus equivalentes 367.275.061 27.328.165

Caixa e equivalentes no início do período 1.255.262 -

Efeito da alteração da taxa de câmbio em caixa e seus equivalentes - -

Caixa e equivalentes no fim do período 366.507.370 1.255.262

Variação líquida em caixa e seus equivalentes 365.252.108 1.255.262

Caixa e equivalentes engloba:

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 11 1.678.326 132.114

Disponibilidades em outras instituições de crédito 12 364.829.044 1.123.148

Total 366.507.370 1.255.262

As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras consolidadas.

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NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASpara o exercício findo em 31 de Dezembro de 2016

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Notas

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NOTA INTRODUTÓRIA

O Banco BiG Moçambique, S.A. (Banco ou BiG) foi constituído por escritura de 08 de Outubro de 2014, tendo iniciado a sua atividade bancária no dia 23 de março de 2016. O Banco tem por objeto a realização de todas as operações e a prestação de quaisquer serviços permitidos aos bancos, sem quaisquer limitações de natureza estatutária.

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

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NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

NOTA 1 BASES DE APRESENTAçãO

No âmbito do disposto no Aviso n.º 4/GBM/2007 do Banco de Moçambique, de 30 de Março de 2007, as demonstrações financeiras in-dividuais do Banco BiG Moçambique, S.A. (Banco ou BiG) são preparadas de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS), tal como adotadas em Moçambique.

As IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Committee (IFRIC), e pelos respetivos órgãos antecessores.

As demonstrações financeiras individuais agora apresentadas, reportam-se ao período findo em 31 de Dezembro de 2016 e foram pre-paradas de acordo com as IFRS, tal como adotadas em Moçambique até 31 de Dezembro de 2016. As políticas contabilísticas utilizadas pelo Banco na preparação das demonstrações financeiras reportadas a 31 de Dezembro de 2016 são consistentes com as utilizadas com referência a 31 de dezembro de 2015.

As demonstrações financeiras individuais estão expressas em meticais. Estas foram preparadas de acordo com o princípio do custo histórico, com excepção dos ativos e passivos registados ao seu justo valor, nomeadamente instrumentos financeiros derivados, ativos e passivos financeiros detidos para negociação, ativos financeiros disponíveis para venda e obrigações cujo risco de taxa de juro se encontra a ser coberto por derivados na componente que está a ser objeto de cobertura.

A preparação de demonstrações financeiras individuais de acordo com as IFRS requer que o Banco efetue julgamentos e estimativas e utilize pressupostos que afetam a aplicação das políticas contabilísticas e os montantes de proveitos, custos, ativos e passivos. Alte-rações em tais pressupostos ou diferenças destes face à realidade poderão ter impactos sobre as atuais estimativas e julgamentos. As áreas que envolvem um maior nível de julgamento ou de complexidade, ou onde são utilizados pressupostos e estimativas significati-vas na preparação das demonstrações financeiras individuais encontram-se analisadas na nota 3.

NOTA 2 PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

2.1. TransaÇÕes eM Moeda esTranGeira

As transações em moeda estrangeira são convertidas para a moeda funcional à taxa de câmbio em vigor na data da transação. Os ativos e passivos monetários denominados em moeda estrangeira são convertidos para a moeda funcional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço. As diferenças cambiais resultantes desta conversão são reconhecidas em resultados. Os ativos e passivos não mo-netários denominados em moeda estrangeira e registados ao custo histórico são convertidos para a moeda funcional à taxa de câmbio à data da transação. Ativos e passivos não monetários denominados em moeda estrangeira registados ao justo valor são convertidos para a moeda funcional à taxa de câmbio em vigor na data em que o justo valor foi determinado, as diferenças cambiais resultantes são reconhecidas em resultados, com excepção daqueles reconhecidos em ativos financeiros disponíveis para venda, cuja diferença é registada por contrapartida de capitais próprios.

2.2. insTrUMenTos Financeiros deriVados e conTaBiLidade de coBerTUra

Classificação

O Banco classifica como derivados para gestão do risco os (i) derivados de cobertura e (ii) os derivados contratados com o objetivo de efetuar a cobertura económica de certos ativos e passivos designados ao justo valor através de resultados mas que não foram classifi-cados como de cobertura.

Todos os restantes derivados são classificados como derivados de negociação.

Reconhecimento e mensuração

Os instrumentos financeiros derivados são reconhecidos na data da sua negociação (trade date), pelo seu justo valor. Subsequente-mente, o justo valor destes instrumentos é reavaliado numa base regular, sendo os ganhos ou perdas resultantes dessa reavaliação registados diretamente em resultados do exercício, exceto no que se refere aos derivados de cobertura.

A cobertura poderá ser de dois tipos variando a mensuração consoante a natureza da mesma:

Cobertura de justo valor consiste na cobertura da exposição às alterações no justo valor de um ativo e passivo reconhecido, qualquer ganho ou perda no instrumento de cobertura e de sinal contrário no instrumento coberto serão incluídos nos resultados do exercício.

Cobertura de fluxos de caixa, consiste na cobertura da exposição à variabilidade nos fluxos de caixa que seja atribuível i) a um risco particular de ativo ou passivo reconhecido ii) ou a uma transação prevista altamente provável e que possa afetar os lucros e prejuízos. A variação dos ganhos e perdas no instrumento de cobertura será mensurado no capital próprio.

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Notas

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O justo valor dos instrumentos financeiros derivados corresponde ao seu valor de mercado, quando disponível, ou é determinado ten-do por base técnicas de valorização incluindo modelos de desconto de fluxos de caixa (discounted cash flows) e modelos de avaliação de opções, conforme seja apropriado.

Contabilidade de cobertura

Critérios de classificação

Os instrumentos financeiros derivados utilizados para fins de cobertura podem ser classificados contabilisticamente como de cobertura desde que cumpram, cumulativamente, com as seguintes condições:

z À data de início da transação a relação de cobertura encontra-se identificada e formalmente documentada, incluindo a identificação do item coberto, do instrumento de cobertura e a avaliação da efetividade da cobertura prospetiva;

z Existe a expectativa de que a relação de cobertura seja altamente efetiva, à data de início da transação e ao longo da vida da operação;

z A eficácia da cobertura possa ser mensurada com fiabilidade à data de início da transação e ao longo da vida da operação.

Cobertura de justo valor (fair value hedge)

Numa operação de cobertura de justo valor de um ativo ou passivo (fair value hedge), o valor de balanço desse ativo ou passivo, determinado com base na respetiva política contabilística, é ajustado por forma a refletir a variação do seu justo valor atribuível ao risco coberto. As variações do justo valor dos derivados de cobertura são reconhecidas em resultados, conjuntamente com as variações de justo valor dos ativos ou dos passivos cobertos, atribuíveis ao risco coberto.

Se a cobertura deixar de cumprir com os critérios da exigibilidade da contabilidade de cobertura, o instrumento financeiro derivado é transferido para a carteira de negociação e a contabilidade de cobertura é descontinuada prospetivamente. Caso o ativo ou passivo coberto corresponda a um instrumento de rendimento fixo, o ajustamento ao valor contabilístico do instrumento coberto é amortizado em resultados pelo período de vida útil remanescente do item coberto.

Derivados embutidos

Os derivados que estão embutidos em outros instrumentos financeiros são tratados separadamente quando as suas características económicas e os seus riscos não estão estritamente relacionados com o resto do contrato e com as características do instrumento financeiro subjacente. Os derivados embutidos  são reavaliados ao justo valor através de resultados.

2.3. crédiTo a cLienTes

O crédito a clientes inclui os empréstimos originados pelo Banco para os quais não existe uma intenção de venda no curto prazo, sen-do o seu registo efetuado na data em que os fundos são disponibilizados aos clientes, pelo seu valor nominal.

O crédito a clientes será desreconhecido do balanço quando (i) os direitos contratuais do Banco relativos aos respetivos fluxos de caixa expirarem, (ii) o Banco transferir substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, ou (iii) não obstante o Banco retiver parte, mas não substancialmente todos, os riscos e benefícios associados à sua detenção, o controlo sobre os ativos tiver sido transferido.

O crédito a clientes é reconhecido inicialmente pelo seu justo valor acrescido dos custos de transação e é subsequentemente valorizado ao custo amortizado, com base no método da taxa efetiva, sendo deduzido das perdas por imparidade.

Imparidade

O Banco avalia regularmente se existe evidência objetiva de imparidade na sua carteira de crédito. As perdas por imparidade identifica-das são registadas por contrapartida de resultados, sendo subsequentemente revertidas por resultados caso, num período posterior, se verifique uma redução do montante da perda estimada.

Um crédito concedido a clientes, ou uma carteira de crédito concedido, definida como um conjunto de créditos com características de risco semelhantes, encontra-se em imparidade quando exista evidência objetiva que indique que um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial, tenham um impacto no valor recuperável dos fluxos de caixa futuros desse crédito, ou carteira de créditos.

Mensalmente o Banco avalia se uma exposição ou exposições têm evidência objetiva de imparidade, como resultado de um ou mais eventos que ocorram desde o início do crédito (eventos de perda), e se estes tiveram impacto nos fluxos de caixa futuros estimados. Para esta avaliação e na identificação dos créditos com imparidade em base individual, o Banco considera os seguintes fatores como evidência objetiva de imparidade:

z A exposição global ao cliente e a existência de créditos em situação de incumprimento;

z A viabilidade económico-financeira do negócio ou atividade profissional do cliente e a sua capacidade de gerar meios suficientes para fazer face aos serviços de dívida no futuro;

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

52

z Potenciais alterações de montante e prazos de recuperação estimados devido a dificuldades financeiras do cliente.

Caso seja identificada uma perda de imparidade numa base individual, o montante da perda a reconhecer corresponde à diferença entre o valor contabilístico do crédito e o valor atual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o período de recuperação) descontados à taxa de juro efetiva original do contrato. Para um crédito com uma taxa de juro variável, a taxa de desconto a utilizar para a determinação da respetiva perda por imparidade é a taxa de juro efetiva atual, determinada com base nas regras de cada contrato.

O cálculo do valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados de um crédito garantido reflete os fluxos de caixa que possam resul-tar da recuperação e venda do colateral, deduzido dos custos inerentes com a sua recuperação e venda.

O Banco utiliza o procedimento de write-off, quando o crédito é considerado definitivamente incobrável (e.g. decisão de tribunal) ou o Banco decida proceder a um perdão de dívida ou ceder o seu direito sobre os créditos a terceiros.

2.4. oUTros aTiVos Financeiros

Classificação

O Banco classifica os seus outros ativos financeiros no momento da sua aquisição considerando a intenção que lhes está subjacente, de acordo com as seguintes categorias:

z Ativos financeiros ao justo valor através de resultados

Esta categoria inclui: (i) os ativos financeiros de negociação, adquiridos com o objetivo principal de serem transaccionados no curto prazo, ou que são detidos como parte integrante de uma carteira de ativos, normalmente de títulos, em relação à qual existe evidência de atividades recentes conducentes à realização de ganhos de curto prazo, e (ii) os ativos financeiros designados no momento do seu reconhecimento inicial ao justo valor com variações reconhecidas em resultados.

Os produtos estruturados adquiridos pelo Banco, que correspondem a instrumentos financeiros contendo um ou mais derivados em-butidos, por se enquadrarem sempre numa das três situações acima descritas, seguem o método de valorização dos ativos financeiros detidos para negociação.

z Ativos financeiros disponíveis para venda

Os ativos financeiros disponíveis para venda são ativos financeiros não derivados que; (i) o Banco tem intenção de manter por tempo indeterminado, (ii) que são designados como disponíveis para venda no momento do seu reconhecimento inicial ou (iii) que não se enquadram nas categorias acima referidas.

Reconhecimento inicial, mensuração e desreconhecimento

Os ativos financeiros são inicialmente reconhecidos ao seu justo valor adicionado dos custos de transação, exceto no que diz respeito a ativos financeiros detidos para negociação, caso em que os custos de transação são diretamente reconhecidos em resultados.

As aquisições e alienações de: (i) ativos financeiros ao justo valor através de resultados, (ii) investimentos detidos até à maturidade e (iii) de ativos financeiros disponíveis para venda são reconhecidos na data da negociação (trade date), ou seja, na data em que o Banco se compromete a adquirir ou alienar o ativo.

Estes ativos serão desreconhecidos quando (i) expiram os direitos contratuais do Banco ao recebimento dos seus fluxos de caixa, (ii) o Banco tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção ou (iii) não obstante retenha parte, mas não substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, o Banco tenha transferido o controlo sobre os ativos.

Mensuração subsequente

Após o seu reconhecimento inicial, os ativos financeiros ao justo valor através de resultados são valorizados ao justo valor, sendo as suas variações reconhecidas em resultados.

Os ativos financeiros detidos para venda são igualmente registados ao justo valor sendo, no entanto, as respetivas variações de justo valor reconhecidas em reservas, até que os ativos financeiros sejam desreconhecidos ou identificada uma perda por imparidade, momento em que o valor acumulado dos ganhos e perdas registados em reservas é transferido para resultados. As variações cambiais associadas a estes ativos financeiros são reconhecidas no caso das ações em reservas, e no caso de instrumentos de dívida em resul-tados. Os juros, calculados à taxa de juro efetiva, e os dividendos são reconhecidos na demonstração dos resultados.

Os investimentos detidos até à maturidade são valorizados ao custo amortizado, com base no método da taxa efetiva e são deduzidos de perdas de imparidade.

O justo valor dos ativos financeiros cotados é calculado com base no seu preço de compra cotado em mercado regulado. Na ausência de cotação, o Banco estima o justo valor utilizando um modelo de valorização que tem por base um conjunto de providers que apresen-tam cotações que o Banco considera representativos do justo valor.

Os instrumentos de capital para os quais não é possível mensurar com fiabilidade o justo valor são registados ao custo de aquisição líquido de perdas por imparidade.

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Notas

53

Imparidade

O Banco avalia regularmente se existe evidência objetiva de que um ativo financeiro, ou conjunto de ativos financeiros, apresenta sinais de imparidade. Para os ativos financeiros que apresentam sinais de imparidade, é determinado o respetivo valor recuperável, sendo as perdas por imparidade registadas por contrapartida de resultados.

Um ativo financeiro ou ativos financeiros, encontra-se em imparidade sempre que exista evidência objetiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial, tais como (i) para as ações e outros instrumentos de capital, uma desvalorização continuada ou de valor significativo no seu valor de mercado abaixo do custo de aquisição, e (ii) para títulos de dívida, quando esse evento tenha um impacto negativo no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do ativo financeiro ou ativos financeiros, que possa ser estimado com razoabilidade.

As perdas por imparidade dos investimentos detidos até à maturidade correspondem à diferença entre o valor contabilístico do ativo e o valor atual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o período de recuperação), descontados à taxa de juro efetiva original do ativo financeiro. Estes ativos são apresentados no balanço líquidos de imparidade. No caso de se tratar de um ativo com taxa de juro variável, a taxa de desconto a utilizar para a determinação da perda por imparidade é a taxa de juro efetiva atual, determinada com base nas regras de cada contrato. Caso num período subsequente o montante da perda por imparidade diminua, e essa diminuição estiver objetivamente relacionada com um evento ocorrido após o reconhecimento da imparidade, esta é revertida por contrapartida de resultados do exercício.

Quando existe evidência de imparidade nos ativos financeiros disponíveis para venda, a perda potencial acumulada em reservas, cor-respondente à diferença entre o custo de aquisição e o justo valor atual é transferida para resultados. Se num período subsequente o montante da perda por imparidade diminui, a perda de imparidade anteriormente reconhecida é revertida por contrapartida de resulta-dos do exercício até à reposição do custo de aquisição, exceto no que se refere a ações ou outros instrumentos de capital, em que este critério não se aplica e o aumento de justo valor é reconhecido em Reservas.

2.5. PassiVos Financeiros

Um instrumento é classificado como passivo financeiro quando existe uma obrigação contratual da sua liquidação ser efetuada median-te a entrega de dinheiro ou de outro ativo financeiro, independentemente da sua forma legal.

Os passivos financeiros não derivados incluem recursos de instituições de crédito e de clientes, empréstimos e vendas a descoberto.

O justo valor dos passivos cotados é o seu valor de cotação. Na ausência de cotação, o Banco estima o justo valor utilizando metodolo-gias de avaliação considerando pressupostos baseados em informação de mercado, incluindo o próprio risco de crédito da entidade do Banco emitente.

Quando existe a substituição de um passivo financeiro por outro com a mesma contraparte, em termos diferentes ou substancialmente alterados dos que inicialmente tenham sido estabelecidos esta substituição ou alteração é tratada como um desreconhecimento do passivo inicial e um novo passivo é reconhecido.

O passivo financeiro será desreconhecido quando a obrigação subjacente expira ou é cancelada.

2.6. insTrUMenTos de caPiTaL

Um instrumento é classificado como instrumento de capital quando não existe uma obrigação contratual da sua liquidação ser efetuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro ativo financeiro, independentemente da sua forma legal, evidenciando um interesse residu-al nos ativos de uma entidade após a dedução de todos os seus passivos.

Os custos diretamente atribuíveis à emissão de instrumentos de capital são registados por contrapartida do capital próprio como uma dedução ao valor da emissão. Valores pagos e recebidos pelas compras e vendas de instrumentos de capital são registados no capital próprio, líquidos dos custos de transação.

As distribuições efetuadas por conta de instrumentos de capital são deduzidas ao capital próprio como dividendos quando o direito ao seu recebimento é declarado.

Ações próprias

As ações próprias são registadas em contas de capital pelo valor de aquisição não sendo sujeitas a reavaliação. As mais e menos-valias realizadas na venda de ações próprias, são registadas diretamente em capitais próprios não afetando o resultado do exercício.

2.7. coMPensaÇão de insTrUMenTos Financeiros

Ativos e passivos financeiros são apresentados no balanço pelo seu valor líquido quando existe o direito legal exercível de compensar os montantes reconhecidos e liquidar o passivo simultaneamente. O direito legal exercível não pode ser contingente de eventos futu-ros, e deve ser exercível no decurso normal da atividade do Banco assim como em caso de default, falência ou insolvência do Banco ou contraparte.

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Informação Anual 2016

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2.8. aTiVos cedidos coM acordo de recoMPra

Títulos vendidos com acordo de recompra (repos) por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de venda acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são desreconhecidos do balanço. O correspondente passivo é contabilizado em valores a pagar a outras instituições financeiras ou a clientes, conforme apropriado. A diferença entre o valor de venda e o valor de recompra é tratada como juro e é diferida durante a vida do acordo, através do método da taxa efetiva.

Títulos comprados com acordo de revenda (reverse repos) por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de compra acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são reconhecidos no balanço, sendo o valor de compra registado como empréstimos a outras instituições financeiras ou clientes, conforme apropriado. A diferença entre o valor de compra e o valor de revenda é tratada como juro e é diferido durante a vida do acordo, através do método da taxa efetiva.

2.9. aTiVos TanGÍVeis

Os ativos tangíveis do Banco encontram-se registados ao custo de aquisição, deduzido das respetivas depreciações acumuladas e perdas por imparidade. O custo inclui despesas que são diretamente atribuíveis à aquisição dos bens.

Os custos subsequentes são reconhecidos apenas se for provável que deles resultarão benefícios económicos futuros para o Banco. As despesas com manutenção e reparação são reconhecidas como custo à medida que são incorridas de acordo com o princípio da especialização dos exercícios.

Os terrenos não são depreciáveis. As depreciações dos outros ativos tangíveis são calculadas segundo o método das quotas constan-tes, com taxas de amortização que refletem a vida útil esperada dos bens, conforme abaixo:

Anos

Obras em edifícios arrendados 5

Mobiliário e material 8 e 10

Máquinas e ferramentas 5 e 7

Equipamento informático 3 a 4

Instalações interiores 4 a 8

Material de transporte 4

Equipamento de segurança 8

Imóveis de serviço próprio 50

Sempre que exista indicação de que um ativo possa estar em imparidade, o Banco estima o seu valor recuperável, devendo ser reconhecida uma perda por imparidade sempre que o valor contabilístico líquido de um ativo exceda o seu valor recuperável. As perdas por imparidade são reconhecidas em resultados do exercício, sendo revertidas em períodos de relato posteriores, quando os motivos que levaram ao seu reconhecimento inicial cessarem. Para o efeito, a nova quantia depreciada não será superior àquela que estaria contabilizada, caso não tivessem sido imputadas perdas por imparidade ao ativo, considerando as depreciações que este teria sofrido.

O valor recuperável é determinado como o mais elevado entre o seu preço de venda líquido e o seu valor de uso, sendo este calculado com base no valor atual dos fluxos de caixa estimados futuros que se esperam vir a obter do uso continuado do ativo e da sua aliena-ção no fim da sua vida útil.

2.10. aTiVos inTanGÍVeis

Os ativos intangíveis são registados ao custo e são amortizados de forma linear pelo período de vida útil estimado de três anos.

2.11. LocaÇÕes

O Banco classifica as operações de locação como locações financeiras ou locações operacionais, em função da sua substância e não da sua forma legal cumprindo os critérios definidos no IAS 17 - Locações. São classificadas como locações financeiras as operações em que os riscos e benefícios inerentes à propriedade de um ativo são substancialmente transferidas para o locatário. Todas as restantes operações de locação são classificadas como locações operacionais.

Locações operacionais

Os pagamentos efetuados pelo Banco à luz dos contratos de locação operacional são registados em custos nos períodos a que dizem respeito.

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Notas

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Locações financeiras

Na ótica do locatário os contratos de locação financeira são registados na data do seu início, no ativo e no passivo, sendo capitalizadas ao menor entre o justo valor dos bens locados e os pagamentos mínimos contratualizados pelo custo de aquisição da propriedade locada, que é equivalente ao valor atual das rendas de locação vincendas. As rendas são constituídas (i) pelo encargo financeiro que é debitado em resultados e (ii) pela amortização financeira do capital que é deduzida ao passivo. Os encargos financeiros são reconhe-cidos como custos ao longo do período da locação, a fim de produzirem uma taxa de juro periódica constante sobre o saldo remanes-cente do passivo em cada período. Os bens adquiridos em regime de locação financeira são depreciados ao menor entre a vida útil dos bens, e o período de locação.

Na ótica do locador os contratos de locação financeira são registados no balanço como créditos concedidos pelo valor equivalente ao investimento líquido realizado nos bens locados, juntamente com qualquer residual não garantido a favor do Banco. Os juros incluídos nas rendas debitadas aos clientes são registadas como proveitos, enquanto que as amortizações de capital também incluídas nas rendas são deduzidas ao valor do crédito concedido a clientes. O reconhecimento dos juros reflete uma taxa de retorno periódica constante sobre o investimento líquido remanescente do locador.

2.12. BeneFÍcios a eMPreGados

Os colaboradores com vínculo contratual ao Banco de Investimento Global estão, na sua totalidade, inscritos na Segurança Social. As responsabilidades do Banco com pensões consistem, desta forma, no pagamento de um suplemento que completará a eventual prestação do sistema de Segurança Social.

O Banco não dispõe ainda de um plano pensões limitando-se às contribuições para a Segurança Social obrigatório conforme determi-nado por Lei em Moçambique.

Remunerações variáveis aos empregados e Órgãos de Administração

As remunerações variáveis atribuídas aos empregados e aos órgãos de administração são contabilizadas em resultados do exercício a que respeitam.

2.13. ProVisÕes

São reconhecidas provisões quando (i) o Banco tem uma obrigação presente, legal ou construtiva como resultado de um acontecimen-to passado, (ii) seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação. Nos casos em que o efeito do desconto é material, a provisão corresponde ao valor atual dos pagamentos futuros espera-dos, descontados a uma taxa que considera o risco associado a essa obrigação.

As provisões são desreconhecidas através da sua utilização para cumprimento das obrigações para as quais foram inicialmente consti-tuídas ou nos casos em que estas deixam de se observar.

2.14. iMPosTos soBre LUcros

O Banco está sujeito ao regime estabelecido no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRPC). Adicionalmente, são registados impostos diferidos resultantes das diferenças temporárias entre os valores contabilísticos e as bases fiscais para o efei-to, sempre que haja uma probabilidade razoável de que tais impostos venham a ser pagos ou recuperados no futuro.

Os impostos sobre lucros compreendem os impostos correntes e os impostos diferidos. Os impostos sobre lucros são reconhecidos na demonstração dos resultados, exceto quando relacionados com itens que sejam reconhecidos diretamente nos capitais próprios, fato que implica o seu reconhecimento em capitais próprios. Os impostos sobre lucros reconhecidos nos capitais próprios decorrentes da reavaliação de ativos financeiros disponíveis para venda são posteriormente reconhecidos em resultados no momento em que forem reconhecidos em resultados os ganhos e perdas que lhes deram origem.

Os impostos correntes são os que se esperam que sejam pagos com base no resultado tributável apurado de acordo com as regras fiscais em vigor ou substancialmente aprovada, e utilizando a taxa de imposto em cada jurisdição do Banco.

Os impostos diferidos são calculados, de acordo com as regras fiscais em vigor ou substancialmente aprovadas, e utilizando as taxas de imposto à data de balanço em cada jurisdição e que se espera venham a ser aplicadas quando as diferenças temporárias se reverterem.

Os impostos diferidos ativos são reconhecidos apenas na medida em que seja expectável que existam lucros tributáveis no futuro, capazes de absorver as diferenças temporárias dedutíveis.

2.15. reconHeciMenTo de rendiMenTos de serViÇos e coMissÕes

Os rendimentos resultantes de serviços e comissões são reconhecidos de acordo com os seguintes critérios:

z Quando obtidos à medida que os serviços são prestados, o seu reconhecimento em resultados é efetuado no período a que respei-tem;

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Informação Anual 2016

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z Quando são uma parte integrante da taxa de juro efetiva de um instrumento financeiro, os rendimentos de serviços e comissões são registados em resultados pelo método da taxa de juro efetiva.

2.16. reconHeciMenTo de JUros

Os resultados referentes a juros de instrumentos financeiros não derivados mensurados ao custo amortizado e de ativos financeiros disponíveis para venda, utilizando o método da taxa efetiva, são reconhecidos nas rubricas de juros e proveitos similares ou juros e cus-tos similares, utilizando o método da taxa efetiva. Os juros dos ativos e dos passivos financeiros detidos para negociação são também incluídos na rubrica de juros e proveitos similares ou juros e custos similares, respetivamente.

A taxa de juro efetiva é a taxa que desconta exatamente os pagamentos ou recebimentos futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro, ou quando apropriado, um período mais curto, para o valor líquido atual de balanço do ativo ou passivo financeiro. No caso da taxa de juro fixa a taxa de juro efetiva é estabelecida no reconhecimento inicial dos ativos e passivos financeiros e não é revista subsequentemente.

Para o cálculo da taxa de juro efetiva são estimados os fluxos de caixa futuros considerando todos os termos contratuais do instrumen-to, não considerando, no entanto, eventuais perdas de crédito futuras. O cálculo inclui as comissões que sejam parte integrante da taxa de juro efetiva, custos de transação e todos os prémios e descontos diretamente relacionados com a transação.

No caso de ativos financeiros ou Bancos de ativos financeiros semelhantes para os quais foram reconhecidas perdas por imparidade, os juros registados em resultados são determinados com base na taxa de juro utilizada na mensuração da perda por imparidade.

No que se refere aos instrumentos financeiros derivados, com excepção daqueles classificados como derivados para gestão de risco (nota 2.3), a componente de juro inerente à variação de justo valor não é separada e é classificada na rubrica de resultados de ativos e passivos ao justo valor através de resultados. A componente de juro inerente à variação de justo valor dos instrumentos financeiros derivados para gestão de risco é reconhecida nas rubricas de juros e proveitos similares ou juros e custos similares.

Os proveitos são registados à medida que são gerados, independentemente do momento do seu pagamento. Os rendimentos são reconhecidos na medida em que é provável que o seu benefício económico flui para o Banco.

2.17. resULTados Por aÇão

Os resultados por ação básicos são calculados dividindo o lucro atribuível aos acionistas do Banco pelo número médio ponderado de ações ordinárias emitidas, excluindo o número médio de ações próprias ordinárias detidas pelo Banco.

Para o cálculo dos resultados por ação diluídos, o número médio ponderado de ações ordinárias emitidas é ajustado de forma a refletir o efeito de todas as potenciais ações ordinárias diluidoras, como as resultantes de dívida convertível e de opções sobre ações próprias concedidas aos trabalhadores. O efeito da diluição traduz-se numa redução nos resultados por ação, resultante do pressuposto de que os instrumentos convertíveis são convertidos ou de que as opções concedidas são exercidas.

2.18. caixa e eQUiVaLenTes de caixa

Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores registados no balanço com maturi-dade inferior a três meses a contar da data de aquisição/contratação, com risco imaterial de flutuação de justo valor, onde se incluem a caixa as disponibilidades em bancos centrais e em outras instituições de crédito.

A caixa e equivalentes de caixa excluem os depósitos de natureza obrigatória realizados junto de bancos centrais.

2.19. reconHeciMenTo de diVidendos

Os rendimentos de instrumentos de capital (dividendos) são reconhecidos quando o direito de receber o seu pagamento é declarado.

2.20. norMas e inTerPreTaÇÕes ainda não adoTadas

Na nota 42 são apresentadas as Normas e Interpretações ainda não adotadas pelo Banco.

2.21. rePorTe Por seGMenTos

Considerando que o Banco não detém títulos de capital próprio ou de dívida que sejam negociados publicamente, à luz do parágrafo 2 do IFRS 8, o Banco não apresenta informação relativa aos segmentos.

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Notas

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NOTA 3 PRINCIPAIS ESTIMATIVAS E JULGAMENTOS UTILIZADOS NA ELABORAçãO DAS DEMONSTRAçõES FINANCEIRAS

Os IFRS estabelecem uma série de tratamentos contabilísticos e requerem que a gestão efetue julgamentos e faça estimativas necessá-rias de forma a decidir qual o tratamento contabilístico mais adequado. As principais estimativas contabilísticas e julgamentos utilizados na aplicação dos princípios contabilísticos pelo Banco são apresentadas nesta nota com o objetivo de melhorar o entendimento de como a sua aplicação afeta os resultados reportados pelo Banco e a sua divulgação. Uma descrição alargada das principais políticas contabilísticas utilizadas pelo Banco é apresentada na nota 2 às demonstrações financeiras.

3.1. iMParidade dos aTiVos Financeiros disPonÍVeis Para Venda

O Banco determina que existe imparidade nos seus ativos financeiros disponíveis para venda quando existe uma desvalorização continuada ou de valor significativo no seu justo valor ou quando prevê existir um impacto nos fluxos de caixa futuros dos ativos. A determinação de uma desvalorização continuada ou de valor significativo requer julgamento. No julgamento efetuado, o Banco avalia entre outros fatores, a volatilidade normal dos preços dos ativos financeiros. Consideraram-se os seguintes triggers para determinação de imparidade:

Títulos de capital: desvalorizações superiores a 30% face ao valor de aquisição ou valor de mercado inferior ao valor de aquisição por um período superior a doze meses;

Títulos de dívida: sempre que exista evidência objetiva de eventos com impacto no valor recuperável dos fluxos de caixa futuros destes ativos.

Adicionalmente, as avaliações são obtidas através de preços de mercado (mark to market) ou de modelos de avaliação (mark to model) os quais requerem a utilização de determinados pressupostos ou julgamentos no estabelecimento de estimativas de justo valor.

Metodologias alternativas e a utilização de diferentes pressupostos e estimativas, poderá resultar num nível diferente de perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados do Banco.

3.2. JUsTo VaLor dos insTrUMenTos Financeiros

O justo valor é baseado em cotações de mercado, quando disponíveis, e na ausência de cotação é determinado com base na utilização de preços de transações recentes, semelhantes e realizadas em condições de mercado, ou com base em metodologias de avaliação, baseadas em técnicas de fluxos de caixa futuros descontados considerando as condições de mercado, o valor temporal, a curva de rentabilidade e fatores de volatilidade. Estas metodologias podem requerer a utilização de pressupostos ou julgamentos na estimativa do justo valor.

Consequentemente, a utilização de diferentes metodologias ou de diferentes pressupostos ou julgamentos na aplicação de determina-do modelo, poderia originar resultados financeiros diferentes daqueles reportados.

3.3. Perdas Por iMParidade no crédiTo soBre cLienTes

O processo de avaliação da carteira de crédito de forma a determinar se uma perda por imparidade deve ser reconhecida é sujeito a diversas estimativas e julgamentos. Este processo inclui fatores como a frequência de incumprimento, notações de risco, taxas de recu-peração das perdas e as estimativas quer dos fluxos de caixa futuros quer do momento do seu recebimento.

Metodologias alternativas e a utilização de outros pressupostos e estimativas poderiam resultar em níveis diferentes das perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados do Banco.

3.4. iMPosTos soBre os LUcros

O Banco encontra-se sujeito ao pagamento de impostos sobre lucros em diversas jurisdições. A determinação do montante global de impostos sobre os lucros requer determinadas interpretações e estimativas. Existem diversas transações e cálculos para os quais a determinação do valor final de imposto a pagar é incerto durante o ciclo normal de negócios.

Outras interpretações e estimativas poderiam resultar num nível diferente de impostos sobre os lucros, correntes e diferidos, reconheci-dos no período.

As Autoridades Fiscais têm a possibilidade de rever a situação fiscal do Banco durante um período de 5 anos, exceto nos casos de utili-zação de prejuízos fiscais reportáveis, em que o prazo de caducidade é o do exercício desse direito. Desta forma, podem ser eventual-mente feitas correções à matéria coletável, resultantes principalmente de diferenças na interpretação da legislação fiscal. No entanto, é convicção do Conselho de Administração do Banco, de que não haverá correções significativas aos impostos sobre lucros registados nas demonstrações financeiras.

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NOTA 4MARGEM FINANCEIRA

O valor desta rubrica é composto por:

2016 2015

De ativos/pas-sivos ao custo amortizado e

ativos disponíveis para venda

De ativos/pas-sivos ao justo

valor através de resultados Total

De ativos/passivos ao custo amor-tizado e ativos

disponíveis para venda

De ativos/pas-sivos ao justo

valor através de resultados Total

Juros e rendimentos similares

Juros de aplicações 17.700.938 - 17.700.938 2.582.298 - 2.582.298

Juros de títulos disponíveis para venda 17.344.275 - 17.344.275 - - -

Juros de disponibilidades 14.577.255 - 14.577.255 - - -

Juros de crédito a clientes 11.236 - 11.236 - - -

Juros de ativos financeiros detidos para negociação - - - - - -

Outros juros e rendimentos similares - - - - - -

49.633.705 - 49.633.705 2.582.298 - 2.582.298

Juros e encargos similares

Juros de recursos de clientes (15.196.667) - (15.196.667) - - -

Juros de recursos de instituições de crédito (2.973.009) - (2.973.009) - - -

Juros de recursos de bancos centrais - - - - - -

Outros juros e encargos similares - - - - - -

(18.169.677) - (18.169.677) - - -

31.464.028 - 31.464.028 2.582.298 - 2.582.298

NOTA 5 RESULTADOS DE SERVIçOS E COMISSõES

O valor desta rubrica é composto por:

2016 2015

Rendimentos de serviços e comissões

Por operações realizadas por conta de terceiros 42.150 -

Por serviços prestados 2.279.173 -

Outros rendimentos de serviços e comissões 1.915 -

Por comissões de retrocesso - -

Por serviços de assessoria financeira 3.500.000 -

Por compromissos perante terceiros - -

Por garantias prestadas - -

5.823.237 -

Encargos com serviços e comissões

Por operações realizadas por terceiros ( 615.506) -

Outros encargos com serviços e comissões - -

Por serviços bancários de terceiros (2.211.959) ( 71.952)

Por garantias recebidas - -

Por operações sobre instrumentos financeiros -

(2.827.465) ( 71.952)

2.995.773 ( 71.952)

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Notas

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NOTA 6 RESULTADOS DE ATIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA

Em 31 de Dezembro de 2016, esta rubrica apresentou os seguintes movimentos:

2016 2015

Ganhos Perdas Total Ganhos Perdas Total

Obrigações e outros títulos de rendimen-to fixo

De emissores públicos 2.903.196 - 2.903.196 - - -

De outros emissores 4.530.197 ( 732.377) 3.797.820 - - -

7.433.394 ( 732.377) 6.701.016 - - -

NOTA 7 RESULTADOS DE REAVALIAçãO CAMBIAL

Em 31 de Dezembro de 2016, esta rubrica é composta por ganhos, no montante de 75 158 050 meticais dos quais 74 184 514 relativos a ganhos com reavaliação cambial à vista e 973 536 meticais relativos a ganhos provenientes de reavaliação cambial a prazo.

Esta rubrica inclui os resultados decorrentes da reavaliação cambial de ativos e passivos monetários denominados em moeda estran-geira de acordo com a política contabilística descrita na nota 2.2.

NOTA 8 OUTROS RESULTADOS DE EXPLORAçãO

O valor desta rubrica é composto por:

2016 2015

Outros proveitos de exploração

Prestação de serviços diversos - -

Reembolsos de despesas 5.294.154 -

Outros - -

5.294.154 -

Outros custos de exploração

Impostos directos e indirectos ( 88.857) -

Contribuições para o fundo de garantia de depósitos - -

Quotizações e donativos ( 763.677) -

Outros ( 346.689) ( 8.891)

(1.199.223) ( 8.891)

Outros resultados de exploração 4.094.931 ( 8.891)

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Informação Anual 2016

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NOTA 9 CUSTOS COM PESSOAL

O valor desta rubrica é composto por:

2016 2015

Remunerações (44.294.629) (7.236.969)

Custos com pensões de reforma

de Benefícios definidos - -

de Contribuições definidas (nota 13) - -

Encargos sociais obrigatórios ( 743.524) ( 95.111)

Outros custos com o pessoal ( 152.728) ( 137.007)

(45.190.881) (7.469.087)

A rubrica Outros custos com o pessoal é composta por seguros saúde, seguros vida, entre outros.

Por categoria profissional, o número de colaboradores em 31 de Dezembro de 2016 analisa-se como segue:

2016 2015

Funções específicas 18 8

Funções de chefia 2 2

Funções directivas 3 3

Funções administrativas 1 1

Funções auxiliares 3 -

27 14

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Notas

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NOTA 10 GASTOS GERAIS ADMINISTRATIVOS

O valor desta rubrica é composto por:

2016 2015

Fornecimentos de terceiros

Água energia e combustíveis ( 869.743) ( 120.635)

Impressos e material de consumo corrente (1.567.532) ( 181.653)

Material para assistência e reparação ( 334.089) ( 14.020)

Publicidade e edição de publicações ( 141.825) ( 14.610)

Outros fornecimentos de terceiros ( 611.939) ( 354.132)

Serviços de terceiros

Rendas e alugueres (12.847.570) (2.976.559)

Comunicações (4.379.675) ( 842.869)

Deslocações, estadas e representação (4.890.574) (495.401)

Serviços especializados

Auditores externos (2.469.139) -

Advogados e consultores externos (2.585.509) -

Informática ( 93.966) -

Segurança e vigilância ( 150.967) ( 5.792)

Contencioso e notariado ( 48.310) ( 8.391)

Outros honorários ( 592.392) ( 309.375)

Formação de pessoal ( 107.830) -

Seguros (1.309.366) ( 74.313)

Reparação e manutenção ( 479.770) ( 2.868)

Outros serviços de terceiros (2.044.151) ( 166.746)

(35.524.346) (5.567.365)

2016 2015

Serviços de Auditoria e Revisão legal de contas (2 469 139) -

Outros serviços de garantia de fiabilidade decorrentes da função do Revisor Oficial de Contas - -

(2 469 139) -

NOTA 11. CAIXA E DISPONIBILIDADES EM BANCOS CENTRAIS

Em 31 de Dezembro de 2016, esta rubrica tem a seguinte composição:

2016 2015

Caixa 10 902 132 114

Depósitos à ordem em bancos centrais

Banco de Moçambique 44 020 687 -

Total para o Balanço 44 031 588 132 114

Saldo mínimo de reservas obrigatórias (42 353 262) -

Caixa e disponibilidades em bancos centrais para fluxos de caixa 1 678 326 132 114

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A rubrica Depósitos à ordem em bancos centrais inclui os depósitos constituídos para satisfazer as exigências do regime de constitui-ção de reservas obrigatórias mínimas conforme regulamentado pelo Aviso 2/GBM/2016 de 19 de Agosto de 2016. De acordo com o re-ferido aviso, as reservas obrigatórias correspondem a 15,5% dos saldos de depósitos de clientes, dos quais são excluidas as instituições de crédito sujeitas ao regime de constituição de reservas obrigatórias. A constituição é efectuada em Meticais para os depósitos em moeda nacional e em Dólares Norte-americanos para os depósitos em moeda estrangeira e, não são remunerados.

O cumprimento das disponibilidades mínimas obrigatórias, para um dado período de constituição, é concretizado tendo em considera-ção o valor dos saldos dos depósitos junto do Banco de Moçambique durante o referido período. O saldo das contas no Banco de Mo-çambique em 31 de Dezembro de 2016 inclue 25 540 775 Meticais e USD 235 634 correspondentes às reservas obrigatórias mínimas a observar no período de constituição de 22 de Dezembro de 2016 a 6 de Janeiro de 2017.

NOTA 12 DISPONIBILIDADES EM OUTRAS INSTITUIçõES DE CRéDITO

Em 31 de Dezembro de 2016, esta rubrica tem a seguinte composição:

2016 2015

Disponibilidades em outras instituições de crédito no país

Depósitos à ordem 171.636.505 1.123.148

Disponibilidades em outras instituições de crédito no estrangeiro

Depósitos à ordem 193.192.539 -

364.829.044 1.123.148

O BiG mantém disponibilidades em instituições de crédito locais de comprovada solidez financeira.

NOTA 13 ATIVOS E PASSIVOS FINANCEIROS DETIDOS PARA NEGOCIAçãO

Em 31 de Dezembro de 2016, esta rubrica apresentava a composição:

2016 2015

Derivados

Instrumentos financeiros derivados com justo valor positivo 798.082 -

798.082 -

2016 2015

Nocional Justo valor Nocional Justo valor

Ativo Passivo Ativo Passivo

Derivados de negociação

Contratos sobre taxas de câmbio

Currency Options 8 003 320 798 082 - - - -

Currency Futures (a) - - - - - -

8 003 320 798 082 - - - -

Page 63: Relatorio BIG 2016bancobig.co.mz/.../pdf/BiG-Mo_Relatrio--Contas_-Dez.2016.pdfSolvência 2016 2015 TIER 1 Capital 84,6% 100,0% Rácio de Fundos Próprios Totais 90,4% 371,1% Eficiência

RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Notas

63

2016 2015

Nocional Justo valor Nocional Justo valor

Instrumentos financeiros derivados

Até 3 meses 8.003.320 798.082 - -

De 3 meses a 1 ano - - - -

De 1 a 5 anos - - - -

8.003.320 798.082 - -

NOTA 14 ATIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA

Em 31 de Dezembro de 2016, esta rubrica tem a seguinte composição:

Custo (1)

Reserva de justo valor

Perdas por imparidade

Valor balanço

Positiva Negativa

Obrigações e outros títulos de rendimento fixo

De emissores públicos - - - - -

De outros emissores - - - - -

Ações - - - - -

Saldo a 31 de Dezembro de 2015 - - - - -

Obrigações e outros títulos de rendimento fixo

De emissores públicos 110.759.086 4.665.422 - 21.270.335 94.154.173

De outros emissores 78.632.874 1.656.306 - - 80.289.180

Ações - - - - -

Outros - - - - -

Saldo a 31 de Dezembro de 2016 189.391.960 6.321.729 - 21.270.335 174.443.353

De acordo com a política contabilística descrita na nota 2.5., o Banco avalia regularmente se existe evidência objetiva de imparidade na sua carteira de ativos disponíveis para venda seguindo os critérios de julgamento descritos na nota 3.1.

Os títulos em carteira dados em garantia pelo Banco encontram-se analisados na nota 36.

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

64

Em 31 de Dezembro de 2016, a rubrica Ativos financeiros disponíveis para venda tem a seguinte composição no que se refere a títulos cotados e não cotados:

2016 2015

Cotação de mer-cado

(nível 1)

Modelos de valoriza-ção com parâmetros não observáveis no

mercado (nível 3) Total

Cota-ção de merca-

do (nível 1)

Modelos de valoriza-ção com parâmetros não observáveis no

mercado (nível 3) Total

Obrigações e outros títulos de rendi-mento fixo

De emissores públicos 94.154.173 - 94.154.173 - - -

De outros emissores 38.176.292 42.112.889 80.289.180 - - -

132.330.464 42.112.889 174.443.353 - - -

Em 31 de Dezembro de 2016, a distribuição dos Ativos financeiros disponíveis para venda por prazos de maturidade residual é como se segue:

2016 2015

Até 3 meses 9.680.548 -

De 3 meses a 1 ano 36.503.513 -

De 1 a 5 anos 128.259.292 -

Mais de 5 anos - -

Duração indeterminada - -

174.443.353 -

As perdas por imparidade em ativos financeiros disponíveis para venda apresentam os seguintes movimentos no período reportado:

2016 2015

Saldo inicial - -

Dotações 21.270.335 -

Utilizações - -

Saldo final 21.270.335 -

A dotação em causa foi efectuada em linha com o incumprimento, previsível à data de reporte, e a consequente reestruturação do título MOZAM23.

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Notas

65

NOTA 15 APLICAçõES EM INSTITUIçõES DE CRéDITO

Em 31 de Dezembro de 2016, esta rubrica tem a seguinte composição:

2016 2015

Aplicações em instituições de crédito no país

Depósitos 137.942.449 209.022.523

Empréstimos - -

Aplicações em instituições de crédito no estrangeiro

Depósitos 46.400.689 -

Empréstimos - -

184.343.137 209.022.523

Os prazos residuais das aplicações em instituições de crédito apresentavam a seguinte estrutura:

2016 2015

Até 3 meses 184.343.137 78.272.523

De 3 meses a 1 ano - 50.000.000

De 1 a 5 anos - 80.250.000

184.343.137 209.022.523

A 31 de Dezembro de 2016 não existe imparidade alocada a aplicações em instituições financeiras.

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Informação Anual 2016

66

NOTA 16 CRéDITO A CLIENTES

Em 31 de Dezembro de 2016, o crédito a clientes apresentava a seguinte decomposição:

2016 2015

Crédito interno

A empresas

Empréstimos - -

Créditos em conta corrente - -

Descobertos - -

Locação financeira - -

Outro crédito especializado - -

A particulares

Créditos em conta corrente - -

Habitação - -

Locação financeira - -

Descobertos - -

Outro crédito especializado 271.435 -

271.435 -

Crédito e juros vencidos

Há mais de 90 dias - -

- -

271.435 -

Imparidade de crédito a clientes ( 5.395) -

Crédito a clientes 266.040 -

2016 2015

Até 3 meses - -

De 3 meses a 1 ano - -

De 1 a 5 anos 266.040 -

Mais de 5 anos - -

Duração indeterminada - -

266.040 -

2016 2015

Saldo inicial - -

Dotações 5.395 -

Utilizações - -

Saldo final 5.395 -

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Notas

67

2016 2015

Taxa variável 266.040 -

Taxa fixa - -

266.040 -

NOTA 17 ATIVOS TANGÍVEIS

Em 31 de Dezembro de 2016, esta rubrica tem a seguinte composição:

2016 2015

Imóveis

Beneficiações em imóveis 9.016.045 -

De serviço próprio - -

9.016.045 -

Equipamento

Equipamento informático 13.336.414 1.199.373

Mobiliário e material 4.080.252 258.294

Instalações e interiores 230.000 -

Equipamento de segurança 151.634 34.498

Aparelhagem de som e imagem 150.659 -

Outros equipamento 9.500 -

Material de transporte 5.636.901 5.636.901

23.595.360 7.129.065

Ativos tangíveis em curso

Equipamento informático 8.951.578 13.272.365

Material de transporte - -

Equipamento de segurança - -

8.951.578 13.272.365

41.562.983 20.401.430

Imparidade - -

Depreciação acumulada (5.768.206) ( 723.855)

Imobilizado líquido 35.794.776 19.677.575

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

68

O movimento nesta rubrica foi o seguinte:

Imóveis EquipamentoImobilizado em

curso Total

Custo de aquisição

Saldo em 31 de Dezembro de 2014 - - - -

Adições - 7.129.065 13.272.365 20.401.430

Saldo em 31 de Dezembro de 2015 - 7.129.065 13.272.365 20.401.430

Adições 9.016.045 16.466.294 25.482.339

Transferências (4.320.786) (4.320.786)

Saldo em 31 de Dezembro de 2016 9.016.045 23.595.360 8.951.578 41.562.983

Depreciações

Saldo em 31 de Dezembro de 2014 - - - -

Amortizações do exercício - 723.855 - 723.855

Imparidade do exercício - - - -

Saldo em 31 de Dezembro de 2015 - 723.855 - 723.855

Amortizações do exercício 603.660 4.440.692 - 5.044.352

Saldo em 31 de Dezembro de 2016 603.660 5.164.546 - 5.768.206

Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2016 8.412.384 18.430.813 8.951.578 35.794.776

Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2015 - 6.405.210 13 272.365 19.677.575

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Notas

69

NOTA 18 ATIVOS INTANGÍVEIS

Em 31 de Dezembro de 2016, esta rubrica tem a seguinte composição:

2016 2015

Adquiridos a terceiros

Sistema de tratamento automático de dados 2.592.148 85.407

Outras imobilizações - -

2.592.148 85.407

Ativos intangíveis em curso

Sistema de tratamento automático de dados 1.371.923 330.170

1.371.923 330.170

3.964.071 415.577

Amortização acumulada ( 729.969) ( 1.779)

3.234.102 413.798

O movimento nesta rubrica foi o seguinte:

Goodwill

Sistema de tratamento

automático de dados

Outras imobili-zações

Imobilizado em curso Total

Custo de aquisição

Saldo em 31 de Dezembro de 2014 - - - - -

Adições 85.407 - - 85.407

Saldo em 31 de Dezembro de 2015 - 85.407 - - 85.407

Adições 2.506.740 - 1.371.923 3.878.664

Transferências

Saldo em 31 de Dezembro de 2016 - 2.592.148 - 1.371.923 3.964.071

Amortizações

Saldo em 31 de Dezembro de 2014 - - - - -

Amortizações do exercício - 1.779 - - 1.779

Saldo em 31 de Dezembro de 2015 - 1.779 - - 1.779

Amortizações do exercício - 728.189 - - 728.189

Saldo em 31 de Dezembro de 2016 - 729.969 - - 729.969

Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2016 - 1.862.179 - 1.371.923 3.234.102

Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2015 - 83.628 - - 83.628

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

70

NOTA 19 ATIVOS E PASSIVOS POR IMPOSTOS CORRENTES

Em 31 de Dezembro de 2016, esta rubrica tem a seguinte composição:

2016 2015

Estimativa de imposto do exercício - -

Pagamentos por conta - -

Retenções na fonte 8 501 725 402 555

Ativos / (Passivos) por impostos correntes 8 501 725 402 555

2016 2015

Taxa de imposto

Valor Taxa de imposto

Valor

Resultado antes de impostos 12.644.905 (7.094.267)

Resultado apurado com base na taxa de imposto 32,00% 4.046.370 32,00% (2.270.165)

Fundo de pensões 0,00% - 0,00% -

Correções nos casos de crédito de imposto 0,00% 1.888.231 0,00% 2.092.657

Custos não dedutíveis para efeitos fiscais 50,52% 6.387.816 -2,50% 177.509

Proveitos não tributáveis -83,33% (10.536.738) 0,00% -

Tributação autónoma e dupla tributação internacional 0,00% - 0,00% -

Contribuição sobre o setor bancário 0,00% - 0,00% -

Dedução de prejuízos fiscais -14,12% (1.785.678) 0,00% -

0,00% - -0,00% 0

NOTA 20 ACTIVOS POR IMPOSTOS DIFERIDOS

2016 2015

Ativos financeiros disponíveis para venda 5.900.721 -

Outros - -

Imposto diferido ativo / (passivo) líquido 5.900.721 -

Movimento do imposto no ano 5.900.721 -

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Notas

71

2016 2015

Reconhecido Reconhecido Total Reconhecido Reconhecido Total

em resultados em reservas em resultados em reservas

Ativos financeiros disponíveis para venda 5.900.721 (2.022.953) 3.877.768 - - -

Fundo de Pensões - - - - - -

Outros - - - - - -

5.900.721 (2.022.953) 3.877.768 - - -

NOTA 21 OUTROS ATIVOS

Em 31 de Dezembro de 2016, esta rubrica tem a seguinte composição:

2016 2015

Devedores e outras aplicações

Devedores por operações sobre futuros e opções - -

Aplicações - Contas caução 1.402.916 293.880

Setor público administrativo - -

Devedores diversos 9.982.351 1.043.014

Devedores e outras aplicações - -

Outros ativos - -

11.385.267 1.336.894

Perdas por imparidade para outros ativos - -

11.385.267 1.336.894

Despesas com custo diferido 3.433.269 1.605.150

Rendimentos a receber - -

Outras contas de regularização

Operações sobre valores mobiliários a regularizar - -

- -

- -

14.818.536 2.942.043

A rubrica Aplicações – Conta caução é referente a colaterais mantidos junto de locadores de imóveis como cauções.

A rubrica Outros respeita essencialmente a operações que estavam por liquidar à data de 31 de dezembro.

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

72

NOTA 22 RECURSOS DE OUTRAS INSTITUIçõES DE CRéDITO

Em 31 de Dezembro de 2016, esta rubrica tem a seguinte composição:

2016 2015

No país

Depósitos 37.503.681 -

37.503.681 -

No estrangeiro

Depósitos - -

Empréstimos - -

- -

37.503.681 -

O prazo residual dos Recursos de outras instituições de crédito pode ser analisado comos se segue:

2016 2015

Até 3 meses 15.085 -

De 3 meses a 1 ano 37.488.596 -

37.503.681 -

NOTA 23 RECURSOS DE CLIENTES

Em 31 de Dezembro de 2016, esta rubrica tem a seguinte composição:

2016 2015

Depósitos à ordem 159.832.478 -

Depósitos a prazo 199.858.798 -

Outros - -

359.691.276 -

Os prazos residuais dos Recursos de clientes, apresentavam a seguinte estrutura:

2016 2015

Até 3 meses 159.832.478 -

De 3 meses a 1 ano 199.858.798 -

De 1 a 5 anos - -

359.691.276 -

Page 73: Relatorio BIG 2016bancobig.co.mz/.../pdf/BiG-Mo_Relatrio--Contas_-Dez.2016.pdfSolvência 2016 2015 TIER 1 Capital 84,6% 100,0% Rácio de Fundos Próprios Totais 90,4% 371,1% Eficiência

RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Notas

73

NOTA 24 IMPOSTOS

O Banco determinou o montante do seu imposto corrente sobre os rendimentos para o exercício de 2016 tendo por base uma taxa nominal de imposto de 32%.

Para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2016, O Banco reconheceu 5 900 721 MT em imposto diferido com a seguinte decompo-sição:

2016 2015

Reconhecido em reservas

Imposto corrente - -

Imposto diferido (2.022.953) -

(2.022.953) -

Reconhecido em resultados

Imposto corrente

Do exercício - -

De exercícios anteriores - -

- -

Imposto diferido 5.900.721 -

5.900.721 -

3.877.768 -

As Autoridades Fiscais têm a possibilidade de rever a situação fiscal do Banco e das suas subsidiárias durante um período de 5 anos, exceto nos casos de utilização de prejuízos fiscais reportáveis, em que o prazo de caducidade é o do exercício desse direito. Desta forma, podem ser eventualmente feitas correções à matéria coletável, resultantes principalmente de diferenças na interpretação da le-gislação fiscal. No entanto, é convicção do Conselho de Administração, de que não haverá correções significativas aos impostos sobre lucros registados nas demonstrações financeiras.

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

74

NOTA 25 OUTROS PASSIVOS

Em 31 de Dezembro de 2016, esta rubrica tem a seguinte composição:

2016 2015

Credores e outros recursos

Por operações de futuros e opções - -

Recursos diversos - -

Setor público administrativo 1.248.286 438.413

Credores por operações sobre valores mobiliários - -

Outros credores 3.365.463 1.050.947

4.613.749 1.489.360

Custos a pagar

Encargos com o pessoal 6.823.793 -

Outros encargos a pagar 1.943.222 -

8.767.015 -

Receitas com rendimento diferido - -

Outras contas de regularização

Outras operações a regularizar 13.028.240 -

13.028.240 -

26.409.003 1.489.360

NOTA 26 CAPITAL, PRéMIOS DE EMISSãO, AçõES PRÓPRIAS E RESERVAS

Capital

Em 31 de Dezembro de 2016 o capital do Banco encontra-se representado por 370 000 acções (31 de dezembro de 2015: 70 000 acções), com o valor nominal de 1 000,00 meticais cada, integralmente subscrito e realizado.

Em 31 de Dezembro de 2016, a estrutura acionista do Banco é a seguinte:

2016 2015

Banco de Investimento Global, SA 99,990% 99,990%

BIG Serviços Financeiros, SA 0,005% 0,005%

Gestaline, SA 0,005% 0,005%

100,000% 100,000%

Page 75: Relatorio BIG 2016bancobig.co.mz/.../pdf/BiG-Mo_Relatrio--Contas_-Dez.2016.pdfSolvência 2016 2015 TIER 1 Capital 84,6% 100,0% Rácio de Fundos Próprios Totais 90,4% 371,1% Eficiência

RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Notas

75

Reservas de reavaliação

Em 31 de Dezembro de 2016, esta rubrica apresentava a seguinte composição:

2016 2015

Saldo em 1 de Janeiro - -

Variação de justo valor 6.321.729 -

Reserva de justo valor de associadas - -

Impostos correntes reconhecidos no exercício em reservas - -

Impostos diferidos reconhecidos no exercício em reservas (2.022.953) -

Diferenças cambiais - -

4.298.775 -

Saldo em 31 de Dezembro 4.298.775 -

NOTA 27 RESULTADOS POR AçãO

Os resultados por ação básicos são calculados efetuando a divisão do resultado líquido pelo número médio ponderado de ações ordinárias em circulação durante o ano.

Os resultados por ação diluídos são calculados ajustando o efeito de todas as potenciais ações ordinárias diluidoras ao número médio ponderado de ações ordinárias em circulação e ao resultado líquido atribuível aos acionistas do Banco.

2016 2015

Resultado líquido atribuível aos acionistas do banco 18.545.626 (7.094.267)

Número médio ponderado de ações ordinárias emitidas 220.000 70.000

Número médio ponderado de ações próprias em carteira - -

Número médio de acções ordinárias em circulação 220.000 70.000

Resultado por acção básico atribuível aos acionistas do banco (em meticais) 84,30 -101,35

Os resultados por ação diluídos não diferem dos resultados por ação básicos por não existirem instrumentos emitidos com efeito dilui-dor, em 31 de Dezembro de 2016.

NOTA 28 COMPROMISSOS E ACTIVOS CONTIGENCIAIS

Activos contigenciais

Para satisfazer as necessidades dos seus clientes, o BiG pode assumir compromissos e deter activos contigenciais. Embora as obriga-ções associadas possam não ser reconhecidas no balanço, possuem um risco de crédito inerente e, por isso constituem uma parte do risco a que o Banco se encontra exposto.

Entretanto, com referência ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2016, o BiG não detinha em carteira nenhuns activos contigenciais e nem tinha assumido compromissos com risco de crédito subjacente.

Page 76: Relatorio BIG 2016bancobig.co.mz/.../pdf/BiG-Mo_Relatrio--Contas_-Dez.2016.pdfSolvência 2016 2015 TIER 1 Capital 84,6% 100,0% Rácio de Fundos Próprios Totais 90,4% 371,1% Eficiência

BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

76

Compromissos associados à locações operacionais – Banco como locatário

O BiG realizou contratos de locação operacional de imóveis em que assume o papel de locatário. Os futuros pagamentos mínimos refe-rentes a locações operacionais em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015 apresentam-se como se segue:

2016 2015

Até 1 ano 14.372.071 13.713.582

Entre 1 a 5 anos 57.488.282 54.854.330

71.860.353 68.567.912

NOTA 29 PARTES RELACIONADAS

Nos termos da IAS 24, são entidades relacionadas aquelas nas quais o BiG exerce, directa ou indirectamente, uma influência significati-va sobre a sua gestão e política financeira (Associadas e Subsidiárias) e aquelas que exercem influência significativa sobre a gestão do Banco (Accionistas, Pessoal Chave: Membros do Conselho de Administração e Directores).

Ocorrem diversas transacções bancárias, depósitos, garantias e outras operações com entidades relacionadas, que foram realizadas numa base comercial no decurso normal do negócio.

As transacções realizadas durante o ano com as entidades relacionadas e os respectivos saldos em 31 de Dezembro de 2016 são as seguintes:

2016

Accionistas Pessoal chave Total

Activo

Disponibilidades em outras instituições de crédito 193.192.539 - 193.192.539

Aplicações em instituições de crédito 45.168.750 - 45.168.750

Outros devedores 5.327.756 - 5.327.756

243.689.045 - 243.689.045

Passivo

Recursos de clientes - 17.876.928 17.876.928

-

- 17.876.928 17.876.928

Proveitos

Juros 23.339 - 23.339

Reembolso de despesas 5.294.154 - 5.294.154

5.317.493 - 5.317.493

Custos

Comissões e despesas 225.623 225.623

225.623 - 225.623

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Notas

77

NOTA 30 GESTãO DE RISCO

Risco de liquidez

O balanço do BiG apresentava, por prazos de maturidade remanescente, a decomposição seguinte para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015, respectivamente:

2016 À vista Até 3 mesesDe 3 meses a

um anoEntre 1 a 5

anosMais de 5

anosIndetermi-

nado Total

Activos

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 44.031.588 - - - - - 44.031.588

Disponibilidades em outras instituições de crédito 364.829.044 - - - - - 364.829.044

Ativos financeiros detidos para nego-ciação - 798.082 - - - - 798.082

Ativos financeiros disponíveis para venda - 9.644.384 41.122.922 112.937.872 10.738.175 - 174.443.353

Aplicações em instituições de crédito - 137.942.449 46.400.689 - - - 184.343.137

Crédito a clientes - - - 266.040 - - 266.040

408.860.632 148.384.914 87.523.611 113.203.912 10.738.175 - 768.711.244

Passivos

Recursos de bancos centrais - - - - - - -

Passivos financeiros detidos para negociação - - - - - - -

Recursos de outras instituições de crédito 15.085 - 37.488.596 - - - 37.503.681

Recursos de clientes 159.832.478 7.922.056 191.936.742 - - - 359.691.276

159.847.562 7.922.056 229.425.338 - - 397.194.956

2015 À vista Até 3 mesesDe 3 meses a

um anoEntre 1 a 5

anosMais de 5

anosIndetermi-

nado Total

Activos

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 132.114 - - - - - 132.114

Disponibilidades em outras instituições de crédito 1.123.148 - - - - - 1.123.148

Ativos financeiros detidos para nego-ciação - - - - - - -

Ativos financeiros disponíveis para venda - - - - - - -

Aplicações em instituições de crédito - 77.792.389 131.230.134 - - - 209.022.523

Crédito a clientes - - - - - - -

1.255.262 77.792.389 131.230.134 - - - 210.277.784

Passivos

Recursos de bancos centrais - - - - - - -

Passivos financeiros detidos para negociação - - - - - - -

Recursos de outras instituições de crédito - - - - - - -

Recursos de clientes - - - - - - -

- - - - - - -

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BANCO BIG MOÇAMBIQUE, S.A.

Informação Anual 2016

78

Risco de taxa de juro

Os itens do balanço do BiG sensíveis à taxa de juro apresentava a seguinte decomposição:

2016Valor de balanço Não sensíveis Até 3 meses

De 3 meses a 1 ano De 1 a 5 anos

Mais de 5 anos

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 44.031.588 44.031.588 - - - -

Disponibilidades em outras instituições de crédito 364.829.044 200.317.618 164.511.426 - - -

Ativos financeiros detidos para nego-ciação 798.082 - 798.082 - - -

Ativos financeiros disponíveis para venda 174.443.353 - 9.644.384 41.122.922 112.937.872 10.738.175

Aplicações em instituições de crédito 184.343.137 - 137.942.449 46.400.689 - -

Crédito a clientes 266.040 - - - 266.040 -

Total 768.711.244 244.349.206 312.896.340 87.523.611 113.203.912 10.738.175

Recursos de outras instituições de crédito 37.503.681 - - - - -

Passivos financeiros detidos para nego-ciação 359.691.276 - - - - -

Recursos de outras instituições de crédito - 15.085 - 37.488.596 - -

Recursos de clientes - 159.832.478 7.922.056 191.936.742 - -

Derivados de cobertura - - - - - -

Total 397.194.956 159.847.563 7.922.056 229.425.337 - -

GAP (Ativos - Passivos) 371.516.288 84.501.643 304.974.284 (141.901.726) 113.203.912 10.738.175

2015Valor de balanço Não sensíveis Até 3 meses

De 3 meses a 1 ano De 1 a 5 anos

Mais de 5 anos

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 132.114 132.114 - - - -

Disponibilidades em outras instituições de crédito 1.123.148 1.123.148 - - - -

Ativos financeiros detidos para nego-ciação - - - - - -

Ativos financeiros disponíveis para venda - - - - - -

Aplicações em instituições de crédito 209.022.523 - 77.792.389 131.230.134 - -

Crédito a clientes - - - - - -

Total 210.277.784 1.255.262 77.792.389 131.230.134 - -

Recursos de bancos centrais - - - - - -

Passivos financeiros detidos para nego-ciação - - - - - -

Recursos de outras instituições de crédito - - - - - -

Recursos de clientes - - - - - -

Derivados de cobertura - - - - - -

Total - - - - - -

GAP (Ativos - Passivos) 210.277.784 1.255.262 77.792.389 131.230.134 - -

Page 79: Relatorio BIG 2016bancobig.co.mz/.../pdf/BiG-Mo_Relatrio--Contas_-Dez.2016.pdfSolvência 2016 2015 TIER 1 Capital 84,6% 100,0% Rácio de Fundos Próprios Totais 90,4% 371,1% Eficiência

RELATÓRIO DE GESTÃO 2016 DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Notas

79

Risco cambial

Em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015, respectivamente, a exposição do BiG por moeda apresentava a seguinte decomposição:

2016 EurosDólar Norte Americanos

Libras Ester-linas

Moeda Na-cional Valor Total

Ativo por moeda

Caixa e disponibilidades em bancos centrais - 16.902.995 - 27.128.594 44.031.588

Disponibilidades em outras instituições de crédito 38.402.902 161.914.004 - 164.512.137 364.829.044

Ativos financeiros detidos para negociação - - - 798.082 798.082

Ativos financeiros disponíveis para venda - 10.738.175 - 163.705.178 174.443.353

Aplicações em instituições de crédito - 46.400.689 - 137.942.449 184.343.137

Crédito a clientes - - - 266.040 266.040

Ativos tangíveis - - - 35.794.776 35.794.776

Ativos intangíveis - - - 3.234.102 3.234.102

Ativos por impostos correntes - - - 8.501.725 8.501.725

Ativos por impostos diferidos - - - 5.900.721 5.900.721

Outros ativos - 5.327.756 - 9.490.780 14.818.536

Total de Ativo 38.402.902 241.283.619 - 557.274.585 836.961.105

Passivo por moeda

Recursos de outras instituições de crédito - - - 37.503.681 37.503.681

Recursos de clientes - 114.347.481 - 245.343.795 359.691.276

Outros passivos - - - - 26.409.003

Total de Passivo - 114.347.481 - 282.847.475 423.603.959

Ativo - Passivo líquido por moeda 38.402.902 126.936.138 - 274.427.109 413.357.146

2015 EurosDólar Norte Americanos

Libras Ester-linas

Moeda Na-cional Valor Total

Ativo por moeda

Caixa e disponibilidades em bancos centrais - - - 132.114 132.114

Disponibilidades em outras instituições de crédito - 133.398 - 989.750 1.123.148

Ativos financeiros detidos para negociação - - - - -

Ativos financeiros disponíveis para venda - - - - -

Aplicações em instituições de crédito - 13.330.445 - 195.692.078 209.022.523

Crédito a clientes - - - - -

Ativos tangíveis - - - 19.677.575 19.677.575

Ativos intangíveis - - - 413.798 413.798

Ativos por impostos correntes - - - 402.555 402.555

Ativos por impostos diferidos - - - - -

Outros ativos - - - 2.942.043 2.942.043

Total de Ativo - 13.463.843 - 220.249.913 233.713.756

Passivo por moeda

Recursos de outras instituições de crédito - - - - -

Recursos de clientes - - - - -

Outros passivos - - - 1.489.360 1.489.360

Total de Passivo - - - 1.489.360 1.489.360

Ativo - Passivo líquido por moeda - 13.463.843 - 218.760.554 232.224.397

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