big sister manual

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Search for Common Ground in Angola Raparigas Juntas, o Futuro Brilhante Depende de Nos: Guião de Formação para o Empoderamento de Jovens Raparigas Angolanas Este manual foi escrito pelas participantes, mentores e líderes na programa "Big Sister" e é com base em suas idéias, perspectivas e contributos

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Page 1: Big Sister Manual

Search for Common Ground in Angola

Raparigas Juntas, o Futuro

Brilhante Depende de Nos:

Guião de Formação para o Empoderamento

de Jovens Raparigas Angolanas

Este manual foi escrito pelas participantes, mentores e líderes na programa "Big Sister" e

é com base em suas idéias, perspectivas e contributos

Page 2: Big Sister Manual

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Page 3: Big Sister Manual

3

Índice

i. Agradecimentos ..................................................................................................................................................4

ii. Objectivo do projecto .........................................................................................................................................6

iii. Introdução do papel da Líder .............................................................................................................................8

iv. Introdução do papel da Mentora .......................................................................................................................9

v. Passo Para Líder Formar o Seu Grupo ............................................................................................................. 10

vi. Como Usar o Manual ....................................................................................................................................... 12

I. Tópico: Liderança e Gestão de Conflitos ......................................................................................................... 14

1.1 O que é Liderança .......................................................................................................................................... 15

1.2. Como Construir uma Visão ........................................................................................................................... 18

1.3. A Nossa Identidade ....................................................................................................................................... 21

1. 4. A Diferença do Conflito e da Violência ........................................................................................................ 24

1.5. Estilos de Comunicação ................................................................................................................................ 27

1.6 Estilos de Gestão de Conflitos ....................................................................................................................... 30

1.6 Estilos de Gestão de Conflitos ....................................................................................................................... 30

II. Tópico: Saúde .................................................................................................................................................. 33

2.1. A Droga e Alcoolismo .................................................................................................................................... 34

2. 2. A Cólera ........................................................................................................................................................ 38

2. 3. A Saúde Reprodutiva ................................................................................................................................... 42

III. Tópico: Educação ............................................................................................................................................. 45

3.1. A Cidadania e o Civismo ................................................................................................................................ 46

3.2. Economia Domestica .................................................................................................................................... 49

IV. Tópico: Emprego .............................................................................................................................................. 53

4.1. Gestao Financeiro ......................................................................................................................................... 54

4.2. Criar o Seu Pequenos Negócios .................................................................................................................... 57

4.3. Criar o Seu Pequenos Negócios – Parte II ..................................................................................................... 69

4.4. Opções do Futuro ......................................................................................................................................... 77

V. Tópico: Relacionamento .................................................................................................................................. 79

5.1. Relacionamento Familiar .............................................................................................................................. 80

5.2. Amizade ........................................................................................................................................................ 84

5.3. Namoro ......................................................................................................................................................... 87

VI. Bibliografia: ...................................................................................................................................................... 91

Page 4: Big Sister Manual

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i. Agradecimentos Tendo em conta que todo um bom trabalho é um esforço conjugado de

vários intervenientes dentro de um processo; a SFCG agradece a

ExxonMobil Educating Women and Girls Initiative e a Comissão

Europeia pela Doação que tornou realidade este projecto.

A SFCG agradece também os parceiros de implementação

nomeadamente Casa da Juventude – Viana, Jango Juvenil – Viana,

Associação Cuidados de Infância, ONG AJJURS, PROMAICA da Diocese

de Viana, IECA – Viana, e o Governo de Angola através do Ministério

da Juventude e Desportos, Ministério da Família e Promoção da

Mulher e a Administração Municipal da Viana.

Neste projecto, trabalharam pessoas que com o seu espírito de equipa

e sabedoria, transmitiram a sua experiência e energia durante a

implementação a planificação e execução das actividades como

Supervisoras, Facilitadoras e Mentoras, cujo o dinamismo delas

tornou possível transformar muitos sonhos em esperança na vida

destas jovens raparigas. Essa equipa dinâmica da “Equipa Big Sister”,

como habitualmente fora tratada pelos colegas, fizeram parte dela, a

Sheila Daunt Escandon, o Luís Jimbo, a Maria Marcolino Junjuvili, a

Siminha Nsequele e a Rosa Mussili. A SFCG se orgulha e agradece o

compromisso destes promotores em prol da Nossa missão em Angola.

Finalmente, com muito carinho nos dirigimos as jovens raparigas e

Senhoras que participaram activamente durante a elaboração e

aplicação deste Manual. São elas que realmente escreveu o conteúdo

do manual com base na sua experiência e prioridades no dia-a-dia da

vida das mulheres e das raparigas angolanas. Delas que se

identificaram a responsabilidade de Mentoras e de Lideres com

sabedoria, usaram o manual e realizaram actividades nos seus bairros

do município de Viana, como forma de participação nas questões

públicas que a todos nos pertence, discutindo e buscando soluções das

várias preocupações ligadas a comunidade em prol de um futuro

melhor para todas as angolanas e angolanos.

A todas vocês, muito obrigada

Page 5: Big Sister Manual

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Agradecemos especificamente as Lideres e Mentoras:

Albertina Susso Santos Ana Bela Baptista

Ana Cristina Mualunua Anabela Chimbinde

Carla Coelho Silva Chigica Germana

Custodia Engrácia Domingas Joana

Domingas Nafeca Viegas Nhenguene Elisa Changa Shawaro Cahando

Emiliana H. Kanjilo Erica Vanessa da Silva

Esperança da Silva Jerónimo Fernanda Beijamim

Fernanda Benjamim Gomes de Assunção

Isabel chaquissa Isabel Luís João Joaquim

José Laurindo Kátia Gizela Vaz Lopes

Loide do Amaral Madalena Marta Lemos Gaspar

Maria Madalena Ndjnunju, Maria Rosa Saldanha

Maria Trosso Miusa Rodrigues

Natália Cahando Lambo Rita Raimundo

Sónia Paulina Tania Cristina da Silva Jerónimo

Teresa Costa Teresa Wandi

Page 6: Big Sister Manual

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ii. Objectivo do projecto

Este manual pode ser considerado um projecto em curso do Projeto

“Big Sister”. Foi elaborado por e para as líderes e as mentoras que

compõem o programa. Na sequência do primeiro ano, se da aplicação,

o grupo vai trabalhar para rever e actualizar o manual para responder

às lições aprendidas durante este primeiro ano.

Este manual, surge como resultado de um projecto desenvolvido pela

SFCG Angola em parceria com NED e UNHCR denominado Projecto

Mulheres com finalidade de intervir e incentivar as mulheres a

participarem nos processos de tomada de decisão nas suas

comunidades.

Este projecto tem sido desenvolvido desde 2003 e constou de um

conjunto de acções que se circunscreveram na realização de uma série

de actividades que abordaram questões de género, mulheres e

técnicas de gestão de conflitos. Pretendendo assim o SFCG, dar o seu

contributo para a melhoria da situação da mulher e da afirmação de

uma sociedade justa e democrática.

Por essa razão, empreendemos acções que não se ficam pelo projecto

desenvolvido mas que têm sequência num conjunto de outros actos

que visam sempre a defesa dos direitos da mulher e salvaguardar os

seus princípios de natureza cultural.

O objectivo do projecto “Big Sister Angola,” apoiado pelo Fundação

ExxonMobil e o Comissão Europeu, e para apoiar meninas da Luanda

na realização de o seu potencial completo como líderes no seu próprio

futuro e o futuro do seu país. O Manual foi elaborado na perspectiva

de fazer chegar a jovem rapariga, numa linguagem simples conceitos

nem sempre fáceis de compreender colocados em situações muitas

vezes tendo que utilizar termos técnicos afectos ao trabalho

desenvolvido pela SFCG Angola.

Para este trabalho recorremos a aprendizagem de adultos e a

experiência de outros povos e ONGS ligadas a sociedade civil de Viana

bem como, a literatura especializada dicionários de língua portuguesa

Page 7: Big Sister Manual

7

e materiais fornecidos por algumas ONGS de índole nacional que

implementam acções no município de Viana.

A SFCG Angola faz votos de que este trabalho contribua para o nosso

processo de aprendizagem democrática de compreensão de melhor

participação da jovem rapariga e da mulher no amplo processo do

despertar das suas capacidades de liderança e busca de

oportunidades para o seu bem-estar.

Este manual foi concebido especificamente para uso pelas mulheres e

raparigas Angolanos quem querem avançar as suas capacidades de

liderança através de uma exploração de temas identificadas por elas

como importantes para as suas vidas quotidianas. O manual pode ser

usado por qualquer pessoa, mas idealmente será aplicado por uma

equipe de mulheres (mentoras) e meninas (lideres) que trabalharam

com um e outro para que se envolvam num processo de aprendizagem

mútua. O papel da mentora e do líder são descritas a seguir.

Page 8: Big Sister Manual

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iii. Introdução do papel da Líder

A Líder é o alvo directo deste manual. Elas estão na faixa etária dos 15

aos 20 anos de idade e foram identificadas nas Igrejas, Escolas e

Associações sitiadas ao redor do município de Viana em Luanda e

beneficiaram de varias formações sobre Liderança, Gestão de

Conflitos e sobre o Manual de Liderança. Através das suas capacidades

inatas e adquiridas de liderança, cada Líder irá criar um grupo de

raparigas na faixa etária entre 12 aos 17 anos com quem irá trabalhar

na comunidade e para a comunidade usando o Manual de Liderança.

Page 9: Big Sister Manual

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iv. Introdução do papel da Mentora

As Mentoras são pessoas já adultas que têm alguma experiência e

idoneidade reconhecida. Foram identificadas através da parceria

Institucional com Órgãos do Governo, Organizações Não

Governamentais e Igrejas. Elas, também beneficiaram e participaram

directamente nas várias formações sobre Liderança, Gestão de

Conflitos e sobre o Manual de Liderança. A Mentora irá usar a sua

experiência e sabedoria para aconselhar e orientar a Líder durante as

suas actividades com o seu grupo na comunidade, através de visitas

regulares e encontros de campo. Cada Mentora poderá ter mais de

uma Líder para apoiar.

Page 10: Big Sister Manual

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v. Passo Para Líder Formar o Seu Grupo

1. Como para identificar quem deve fazer parte do grupo?

A Líder deverá conversar e convidar outras raparigas ou adolescestes

com idade entre os 12 á 17 anos e falar sobre a ideia de fazer parte de

um grupo de raparigas com objectivo de melhorar as suas

capacidades de liderança no dia a dia e também para serem

reconhecidas como Meninas que participam para o bem do bairro.

Isso quer dizer que devem fazer parte meninas com idade á cima

espelhada e sem descriminação de religião, cor, raça, língua ou etnia.

2. Onde encontrar as outras raparigas para formar o grupo?

A líder deverá começar pelas pessoas que já conhece é fácil de

contactar e de preferência de menor idade da sua, por exemplo se a

Líder tem 19 anos ela pode começar a falar com jovens menores de 18

anos. Então, o local fácil para Líder encontrar essas pessoas deverá ser

no seu bairro, por exemplo, as suas vizinhas ou amigas, as colegas da

mesma Escola, as Irmãs da mesma Igrejas, as amigas ou conhecidas

que vendem no Mercado ou fazem Zunga, e outras raparigas que

vierem pedir para fazer parte do grupo ou estiverem interessadas.

3. Quantas pessoas devem fazer parte do grupo?

Cada Líder vai organizar um grupo de raparigas que deverá ter no

mínimo 8 e no máximo 15 pessoas

4. Quando tempo deve levar para formar o grupo?

Os grupos devem estar formados logo depois da Líder terminar a

formação sobre Como Usar o Manual de Liderança e ter o Manual

consigo.

5. Depois de formar o grupo o quê a Líder deve fazer?

i. A Líder deve fazer uma lista com os nomes completos, idade, nível escolar, local de residência e contacto telefónico. Essa lista a Líder deverá entregar a sua Mentora e ao Oficial da SFCG.

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ii. A Líder deverá decidir em grupo um nome para o seu grupo. Por exemplo, o Grupo “As Meninas da Rua 11.``

iii. A Líder deverá decidir em grupo um local e data para se reunirem. O local pode ser no quintal de casa de uma das meninas que os pais não têm nada contra, numa Sala da Escola que o director aceitou, na Igreja ou então no onjango ou debaixo de uma árvore do bairro. Mas o grupo deve também decidir qual o dia e a hora da semana, em que pelo menos a maioria das raparigas estão livres dos afazeres de casa e da escola e podem se encontrar uma vez por semana.

iv. A Líder com ajuda da Mentora deverá escrever uma carta, aonde irá colocar o nome do grupo, os objectivos do grupo (objectivo: melhorar as suas capacidades de liderança no dia a dia e também para serem reconhecidas como Meninas que participam para o bem do bairro), o local e os dias da semana aonde o grupo irá realizar os seus encontros, ex : (na escola Mandume, todas as sexta-feira, das 14:00H ás 16:00H)

v. Enviar esta Carta para Coordenador do Bairro, ou ao Soba do Bairro, ou ao Director da Escola, ou o Pastor da Igreja, dependo do lugar onde a Líder formou o grupo, por exemplo, se o Grupo a Meninas da Rua 18 são da Rua Combatentes ou do Bairro do Tombo, a Carta será dirigida aos Coordenador do Bairro e com o conhecimento da Secção da Família e Promoção da Mulher da Administração Municipal da Viana.

vi. Comunicar a Mentora e a Oficial da SFCG que todos os passos foram dados e iniciar os encontros com o seu grupo usando o Manual de Liderança. Neste caso, o Grupo pode decidir convidar uma representante, o Coordenador do Bairro ou o Director da Escola, ou o Pastor da Igreja para assistir ao primeiro encontro do grupo.

Page 12: Big Sister Manual

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vi. Como Usar o Manual

A ideia original por trás deste manual foi a de criar um manual simples e de fácil utilização para as líderes com a fim de multiplicar o efeito do trabalho de formação realizado pelo Search for Common Ground (SFCG) em Angola. Como nunca é fácil reduzir conceitos complexos a simples diagramas e ilustrações, o produto final é mais longo e o texto mais específico do que inicialmente concebido. Entretanto, tentamos ser fiéis à nossa ideia original, fornecendo “agendas”, descrições detalhadas das actividades e listas de materiais que devem ser preparadas antecipadamente para cada sessão.

O uso do manual será conduzido pelas líderes com supervisão das

mentoras a supervisão geral estará a cargo da SFCG. Os participantes

são os mesmos de uma fase a outra, o que permite que o trabalho seja

aprofundado e expandido a partir das lições aprendidas na fase

anterior. O desenvolvimento de cada uma das sessões será de quatro

(4) actividades por mês.

Seguem algumas observações para a utilização bem sucedida deste

manual:

1. Quem deve utilizar este manual: Este manual é mais bem empregue por pessoas que já participaram de formações anteriores. É muito mais fácil entender o conteúdo e acompanhar as ideias após a participação em uma das actividades.

2. A Equipa de Lideres: Cada uma das lideres vai contar com o apoio da sua mentora antes da implementação de cada actividade para aconselhando e orientado diversos procedimentos como por exemplo: controlar o tempo previsto para cada actividade e a apoiar o grupo no decurso dos diálogos.

3. Os participantes: Jovens raparigas dos 12 a 17 anos de idade.

4. Esteja Preparado: Revise o manual, desenvolva o seu próprio esboço e escreva suas anotações. Antes do início de cada sessão organize material necessária antecedência.

5. Adaptação ao Contexto: Vários exercícios e actividades funcionam em Angola o em uma área especifica, mas não são relevantes ao contexto do seu país o do todos bairros de Angola. Crie, com antecedência, actividades alternativas com as quais seus participantes possam se identificar.

Page 13: Big Sister Manual

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6. Não tenha medo de errar: Todos nós aprendemos fazendo. Nenhuma actividade jamais será perfeita e você poderá encontrar dificuldades em uma ou mais sessões. Reúna-se com sua mentora e alguns participantes – chave depois da cada sessão para discutir as dificuldades e trocar ideias sobre maneiras de melhorar a actividade da próxima vez. Use os seus erros como uma oportunidade para aprender.

7. Organize sãs uas reuniões semanais para expandir além de o que é escrito no manual: como a líder/mentora do grupo, você deve fazer uma estrutura a suas reuniões semanais que construirão um sentido da unidade e do divertimento. Muitas líderes decidem começar cada reunião com uma sessão da conversa do grupo em que cada menina tem 2 minutos à parte com o grupo de todas as ideias, pensamentos, eventos especiais etc. que tiver o excesso a semana passada. Ou você pode decidir terminar cada reunião com uma canção especial o encaixe ritual a seu grupo, fazer à reunião seus próprios e pensar das ideias com seu grupo.

8. Divirta-se: Quanto mais você divertir-se como líder mais as participantes se divertirão; assim você se tornará uma boa líder e facilitadora de uma aprendizagem ainda mais eficaz.

Cada sessão é descrito em um formato semelhante a permitir a

facilidade na facilitação. Cada sessão inclui as seguintes secções:

Tópico Refere se ao Tema do Manual

Sub Tópico O que é que vamos falar hoje

Material Necessário O que vamos precisar e usar hoje no nosso

encontro

Objectivo O que queremos alcançar ou atingir hoje

Introdução A introdução da conversa através de alguns

conceitos e teorias sobre o tema

Actividades Um e exercício sobre o que acabamos de

falar ou o tema

Conclusão A consolidação ou resumo entre o que

acabamos de falar e o exercício que fizemos

Discussão e passos seguintes O que vamos então fazer agora

Notas Para escrever antes ou depois coisas

importantes para não esquecer de falar

durante o encontro ou apresentar para

apresentar a Mentora depois do encontro

Page 14: Big Sister Manual

I. Tópico: Liderança e Gestão de

Conflitos

Page 15: Big Sister Manual

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1.1 O que é Liderança

Tópico Liderança

Sub Tópico Liderança

Material

Necessário

Marcadores, Papel de “Flip Chart”, Cavalete,

Objectivo Incentivar as jovens raparigas a desenvolverem as suas próprias visões para

a sua liderança, com poder e habilidade de identificar o contexto e criar

oportunidades de participar como líder na comunidade

Introdução Por que aprender a ser um líder?

Para se envolver com o que realmente importa. Para poder fazer algo

inspirador e importante para você. Para ter companheiros no seu grupo. Em

qualquer área, na qual queira obter mais influência, você deve se tornar um

líder.

A liderança esta dentro de si – ela é um presente que só pode ser dado pelos

outros. Ela chega quando eles reconhecem você, porque ser um líder não

tem qualquer sentido sem outros que estão consigo no mesmo trabalho. Um

líder completamente solitário é como uma só mão batendo palmas.

Você precisa ser forte e ter recursos para poderes crescer e ter sucessos na

vida. Você precisa influenciar e inspirar os outros para juntar-se a você, se

não, você se arrisca ser uma viajante solitária e não uma líder. E você precisa

de um mapa, pois mesmo sendo forte você pode se perder em muitas coisas

que gostarias de atingir.

Então:

Ser uma Líder significa desenvolver-se a si mesmo. A medida que se torna

uma líder, você encontra recursos e potencial em si mesmo que não sabia

que tinha. Você se torna mais você, porque a maior influência de um líder

vem de quem ela é, do que ela faz e do exemplo que ela dá.

Uma Líder inspira outros para juntar-se a ale no grupo, então liderança

envolve habilidades de comunicar e influenciar.

Em resumo:

Liderança é uma combinação de quem você é, habilidades e talentos que

você tem e a sua compreensão da situação ou do contexto em que você está.

Embora esses elementos sejam universais, você juntará as peças de uma

maneira única.

Page 16: Big Sister Manual

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Actividades Os participantes serão divididos em 4 grupos pela Líder e distribuídos

marcadores e papel de “flip chart.”

O grupo 1 e 3 trabalharão para responder as seguintes questão:

1. O que é a Liderança?

2. Quais são as qualidades de um bom líder?

3. Exemplos ou uma historia de uma pessoas que conheces e tem uma das qualidades de um bom líder. Porque achas que essa pessoa é um (a) bom líder?

O grupo 2 e 4 trabalharão para responder as seguintes questão:

1. O que é que as jovens ou raparigas mais fazem aqui na sua comunidade?

2. Exemplos ou uma historia de uma jovem ou rapariga Líder na sua comunidade, o que é que ela faz como uma jovem líder?

Depois os grupos apresentarão os seus trabalhos em plenária e a Líder irá

fazer o resumo no quadro anotando as respostas semelhantes dos grupos 1

e 3, 2 e 4.

Finalmente, irá facilitar os comentários em plenário sobre as respostas e

porquê é importante aprender ser uma boa líder .

Conclusão Em plenário, a Líder irá facilitar através de chuvas ideias a conclusão do

encontro e alistar no quadro com ajuda de uma co facilitadora.

Pergunta para concluir:

1. Sobre Liderança o que é que mais gostaste de aprender hoje?

2. Como vais usar na sua vida o que acabaste de aprender?

Discussão e

passos

seguintes

Em plenário, a Líder irá facilitar através de chuvas ideias a discussão de

passos seguintes e alistar no quadro com ajuda de uma co facilitadora.

Pergunta para discussão:

1. O que é que podemos fazer para que as jovens raparigas tenham mais liderança na nossa comunidade

Page 17: Big Sister Manual

17

Notas

Page 18: Big Sister Manual

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1.2. Como Construir uma Visão

Tópico Liderança

Sub Tópico Mapa de Apoio da Visão

Material

Necessário

Marcadores, Papel de “Flip Chart”, Cavalete, cartolina, tesoura, cola, fita-

cola, bustique, um Rádio cassete, um CD música e papel álbum.

Objectivo Habilitar as jovens raparigas a desenvolverem as suas próprias visões para

as suas próprias lideranças,

Introdução O que é Visão

Uma líder precisa olhar para frente, bem como prestar atenção onde ela

esteve e onde ela está agora. Isso é ter Visão.

A líder vê além da situação imediata. Ele vê o contexto da jornada inteira, o

que pode acontecer no futuro. Isso significa que ela precisa compreender o

contexto do qual faz parte, ver além, sentir como os eventos se ligam uns

com os outros, enquanto outros apenas vêem acontecimentos isolados.

Então:

Liderança se baseia em propósito, visão e valores. Não é uma qualidade que

possa ser racionada ou controlada. O propósito estabelece o destino.

Em resumo:

A visão é para ver aonde você está indo e os valores para guiá-lo em

direcção a um futuro de sucesso sustentável a longo prazo. Os líderes são

necessários para guiar a organização e desenvolver outros líderes.

Page 19: Big Sister Manual

19

Actividades A Líder vai pedir e explicar aos participantes para pensarem naquilo que

cada uma gostaria de ser daqui a há mais 10, 20, ou 30 anos. Pode ser um

sonho, um profundo desejo, um objectivo ou meta, mas deve ser aquilo

como cada uma gostaria de, se ver, ou, ser vista, e podem ser em casa, ou no

bairro, ou no País, ou ate no mundo.

Cada participante terá escrever a Visão num pedaço de papel de cartolina,

essa frase, não poderá conter mais de 30 palavras e nem menos de 15

palavras. Também, é permitido escrever o seu nome, colar desenhos ou

flores, pintar, fazer decotes, caso a participante queira fazer a sua cartolina

mais bonita.

Depois de todos escreverem, a Líder deve orientar os participantes a

colarem as suas visões na parede ou árvore, o que estiver ao redor, com fita-

cola ou bustique.

Finalmente, a Líder deve orientar os participantes a circularem pela Sala, ou

no espaço aonde estão reunidas, para visitarem e lerem as Visões de cada

uma. Neste momento, as participantes poderão falar uma com as outras

sobre a Visões de cada uma ou para fazer algum esclarecimento sobre a

visão de uma ou de outra.

Conclusão A Líder deve preparar o rádio cassete e uma música suave para ser tocada.

Pedir as raparigas para reunirem em círculo e de mãos dadas e cada uma

dizer uma boa qualidade de Líder que falaram no último encontro. Neste

caso, a Líder também poderá relembrar algumas das qualidades.

Então, a Líder deve pedir silencio e olhos fechados de todas, fazer tocar a

musica já preparada, e de forma calma ao ritmo da musica, a Líder deve

repetidamente orientar o seguintes:

Que cada uma pensa calmamente na sua Visão que acabou de escrever…

Que cada uma tente sonhar, que é o quer ser na sua Visão…

Que cada uma tem uma boa qualidade de Líder…

Que cada uma repita dizendo uma qualidade: Eu sou … Eu sou ...

Esta actividade deve terminar quando a musica também terminar. E depois

cada rapariga deve retirar a sua cartolina.

Page 20: Big Sister Manual

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Discussão e

passos

seguintes

Em plenário, a Líder irá orientar as raparigas a construírem um Mapa de

Apoio da Minha Visão, como trabalho para fazerem durante a semana.

Pergunta para o Mapa de Apoio da Minha Visão:

1. O que Eu já tenho e o que Eu necessito da minha Família (Pai, Mãe, Irmãos, Tios, Tias, Primos, Avos) para conseguir conquistar a Minha Visão

2. O que Eu já tenho e o que Eu necessito dos meus Amigos (Vizinhos, Colegas, Conhecidos) para conseguir conquistar a Minha Visão

3. O que Eu já tenho e o que Eu necessito mais Saber (Escola, Formação, Curso, Tecnologia, etc) para conseguir conquistar a Minha Visão

4. O que Eu já tenho e o que Eu necessito de Recurso (Financeiros, Materiais, Humanos) para conseguir conquistar a Minha Visão

Notas

Page 21: Big Sister Manual

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1.3. A Nossa Identidade

Tópico Liderança

Sub Tópico Identidade

Material

Necessário

Marcadores, Papel de “Flip Chart”, Cavalete, autocolantes pequenos de varias

cores

Objectivo Capacitar nas jovens raparigas conhecimentos sobre identidade pessoal e do

grupo e ajudar a desenvolvem suas próprias ideias sobre as estratégias para

melhor cultivarem a suas liderança entre os amigos e colegas,

Introdução O Que é a Identidade?

E um “conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma pessoa (nome,

idade, sexo, estado civil, filiação, etc.)” A ideia de identidade é carregada de

símbolos e está relacionada a factores culturais, religiosos, políticos,

familiares, económicos e ate de saúde (ex. como são identificados as pessoas

com: HIV SIDA, Tuberculoses, Lepra, etc).

Então:

A identidade nos fala, sobre a cultura, a época, as relações entre as pessoas,

ou seja, ela é também uma intersecção de diferentes componentes.

Acreditamos que é através dos significados produzidos por estas relações

que encontramos sentido naquilo que somos ou, ainda, para aquilo que

podemos nos tornar.

Logo:

Para falarmos em identidade precisamos falar também de diferença. A nossa

identidade, muitas vezes, é descrita pelos outros a partir do que ela não é.

Isso, é utilizada para promover agrupamentos e possibilitam divisões do

tipo: nós/eles. Dessa forma, a identidade e a diferença estão interligados, e

resultam do mesmo momento.

Concluindo:

A identidade e a diferença, não são elementos naturais que estão a espera de

se revelar ou serem descobertos. Ambos, para existir, precisam ser criados

ou produzidos. Somos nós que criamos identidades e diferenças nas nossas

relações de amizade, familiar, colegas, trabalho, na comunidade e em outros

Page 22: Big Sister Manual

22

lugares. Assim, com essas influências e diferenças, as posições que

assumimos e com as quais nos identificamos ou identificamos os outros,

constituem as nossas identidades.

Actividades A Líder vai formar as raparigas em círculo e com olhos fechados. Em seguida

a Líder irá colocar os autocolantes na testa em cada uma delas. Ao colocar os

autocolantes deve ter a certeza que as cores do autocolantes estão

agrupadas, isso é, 5 vermelhos, 4 verdes, 5 azuis e 1 branco, que no total faz

um grupo de 15 raparigas. (o um numero correcto para o seu grupo mas

sempre com mais de um de cada cor e só uma da cor branca).

Em seguida, a Líder pede para abrirem os olhos, ninguém falar uma com a

outra e só com gestos juntarem-se para formarem pequenos grupos.

A Líder deve controlar a formação dos grupos sem interferir e deixar que os

membros dos grupos aceitam ou rejeitam aqueles que não tiverem a mesma

cor do seu pequeno grupo. E no final terá de haver formado 3 grupo juntado

sendo 1 com autocolantes vermelhos na testa, 1 com autocolantes verde na

testa e 1 com autocolantes azuis na testa. Finalmente, haverá uma rapariga

com autocolantes branco na testa que será rejeitada pelos 3 grupos e Ela não

saberá porque nenhum dos grupos a aceitou.

Então a Líder pede as raparigas para voltarem a fazer a roda e faz as

seguintes perguntas para a chuva de ideais:

O que aconteceu durante o exercício?

Porque vocês formaram os grupos desta maneira?

Porque vocês rejeitaram as outras raparigas como vocês?

Como é que você se sentiu ser parte do grupo?

Como é que você se sentiu ser rejeitada do grupo?

Conclusão Em plenários a Líder deve facilitar um debate sobre o exercício e o tema

falado sobre identidade.

Perguntas para a chuva de ideais:

1. Porque vocês formaram os grupos desta maneira?

2. Porque vocês rejeitaram as outras raparigas como vocês?

Page 23: Big Sister Manual

23

3. Como é que você se sentiu quando encontraste o seu grupo?

4. Como é que você se sentiu quando foste expulsa? do grupo, o que

pensaste fazer (especificamente para a rapariga de autocolante

branco)?

5. Quem pode dar um exemplo de como é que identificamos e

separamos as outras raparigas, em casa, na escola, no bairro e

noutros lugares?

6. Como gostarias de agir e comportar em casa, na escola, ou no bairro,

fruto do que hoje falamos e fizemos durante o exercício?

Discussão e

passos

seguintes

Continuando em plenário, a Líder de fazer a uma única pergunta e anotar a s

resposta no quadro.

Perguntas:

1. O que podemos fazer para ajudar as outras raparigas no bairro a mudarem de comportamentos de não rejeitar ou excluir outras pessoas que elas identificam que são diferentes delas?

Notas

Page 24: Big Sister Manual

24

1. 4. A Diferença do Conflito e da Violência

Tópico Liderança

Sub Tópico O Conflito

Material

Necessário

Um quadro ou “flipchart”, papel, marcadores

Objectivo Dar conhecimentos as jovens raparigas sobre técnicas básicas e teorias de

resolução de conflito que influenciam na liderança,

Introdução O que é o conflito

Por conflito se pode entender: Um Estado de tensão entre duas ou mais

partes resultantes de insatisfação e incompatibilidade das necessidades ou

interesses dos envolvidos

Estado de tenção porque é uma preocupação, nervosismo, ansiedade, stress,

e isso, sempre ocorre na nossa mente psíquica.

Essa preocupação deverá ser entre duas pessoas diferentes, ou até, dois

grupos diferentes, então por isso dissemos entre duas ou mais partes.

Assim, a causa do conflito vai ser as diferenças ou a insatisfação das

necessidades ou interesses de cada uma das partes que não são iguais ou

que são incompatíveis.

Então:

O conflito pode ser positivo ou negativo, dependentemente do modo como o

mesmo será resolvido pelas pessoas nela envolvidas.

O conflito será positivo quando: ajudar a encontra solução sem violência ou

mágoas; quando promover harmonia e respeito entre as pessoas; quando

ajudar a criar diálogo entre todos; quando dela resulta a paz; quando busca

sempre o consenso.

O conflito será negativo quando: não promove disputa invés de consenso;

quando dela resulta espancamentos ou mortes; quando provocar separação

das pessoas; quando há violência.

Page 25: Big Sister Manual

25

Concluindo:

Todos os seres vivos encontram-se, potencialmente em permanente estado

de conflito. O conflito não é anormal; e embora não pareça, útil. Conflitos

causam mudanças. Os conflitos fazem com que observemos, escutemos,

pensemos e aprendemos. Existem técnicas próprias para resolver o conflito,

o que permite melhorar as nossas vidas sob muitos aspectos.

Um conflito ocorre quando as pessoas se sentem incapazes de suprir as suas

necessidades de alimentação, habitação, educação e instrução, respeito,

amor, dignidade, liberdade, integridade, lazer etc.

Podemos aproveitar o conflito para melhorar uma situação, fortalecer uma

relação, criar um ambiente favorável no escritório e na comunidade. Para

que um conflito seja proveitoso necessitamos de dotar-nos de instrumentos

e conhecimentos para que não repitamos erros.

Não devemos deixar de ter em conta que a chave da resolução de conflitos

está na satisfação das necessidades de todos, porque a não ser atendido este

pressuposto os conflitos podem ser contínuos ou cíclicos. E por outro lado a

violência é a manifestação activa do conflito na sua fase de resolução menos

correcta, em que o poder e a posição se destacam ao longo da solução das

diferenças e disputas.

Actividades Violência

O facilitador divide os participantes em dois grupos, um interno e outro

externo, que ficam todos de mãos dadas.

O grupo de dentro, mantém os seus integrantes juntinhos uns aos outros.

O grupo de fora forçará a sua passagem para o centro do grupo interno.

Estes, por sua vez, não deverão deixar que os do grupo externo penetrem. É

uma situação que se deve desenvolver durante um ou dois minutos, ou até

mesmo em alguns segundos.

Feito isso, a Líder manda parar para cada sentar no seu lugar e provocar um

debate em torno do exercício realizado para concluir.

Conclusão Depois do exercício, em plenário, a Líder deve facilitar, através de chuva de

ideias, em volta do exercício realizado.

Page 26: Big Sister Manual

26

Perguntas:

1. De que maneira a grupo externo tentou penetrar para o meio do grupo interno?

A Lider vai usar as respostas das raparigas, do tipo, usar a força ou violência,

e aproveitar o momento para dar uma boa explicação e pedir comentários

sobre o que falaram relativamente ao tema e o exercício acabado de ser

feito.

2. Como a violência tem afectado a nossa vida de rapariga 3. Como vamos usar o que acabamos de aprender no nosso dia a dia

Discussão e

passos

seguintes

Continuando em plenário, a Líder de fazer a uma única pergunta e anotar a s

resposta no quadro.

1. O que podemos fazer para ajudar a diminuir a violência em casa, no bairro ou na escola que afecta a vida de outras raparigas.

Notas

Page 27: Big Sister Manual

27

1.5. Estilos de Comunicação

Tópico Liderança

Sub Tópico Comunicação

Material

Necessário

Material necessário: quadro e “flip chart”, marcadores, manual de Liderança

e de resolução de conflito, blocos e esferográficas, álbum seriado

Objectivo Motivar nas raparigas a autoconfiança e estima de comunicar seus

interesses em grupo amigas, familiar usando técnicas básicas de diálogo.

Introdução O que é Comunicação

É o veículo de transmissão do pensamento daquilo que observamos,

percebemos de uma realidade e permite a troca de impressões e

transferência de ideias e a inteiração entre os homens em cada qual

exprime, compreender e perceber algo do que o rodeia.

Então:

Comunicar bem não é só transmitir ou só ouvir bem. Comunicar é troca de

entendimento, e ninguém entende ninguém sem considerar além das

palavras, as emoções e a situação em que fazemos a tentativa de tornar

comuns os conhecimentos, ideias, instruções ou qualquer outra mensagem,

seja ela verbal, escrita ou corporal.

Queremos dizer que na comunicação há que termos um comportamento de

Escuta Activa ou de boa escuta que se caracteriza no seguinte:

Mostra atenção para pessoa

Colaboração durante a conversa

Olhar atento pessoa

Acenar c/ a cabeça de vez enquanto

Fazer sempre resposta de eco

Deste modo, a outra pessoa com que estamos a conversar mostrara

interesse e respeitos mútuo, porque ela terá um sentimento de satisfação,

alegria e bem-estar.

Page 28: Big Sister Manual

28

Também, a vez a comunicação é caracterizada por uma Ma Escuta, pelo

comportamento das pessoas, da seguinte maneira:

Não estar atenta Não dar importância a outra pessoa Estar distraída com a conversa Mostrar ignorância com o sentimento das outras

Deste modo, a outra pessoa com que estamos a conversar reage

demonstrando sentimentos desprezo, ignorância, nervosismo, faz

conclusões erradas, não fala a verdade, desconfia da sua palavra e não

mostra honestidade.

Concluindo:

Como líderes devemos, usar a Boa Escuta durante a comunicação. Porque

gera respeito, consideração e desta forma a Líder mostra segurança no que

diz e é valorizado e respeitado pelas outras. Assim, a Líder mostra respeito

mútuo, mostra-se preparado para soluções de problemas e não magoa as

outras pessoas.

Actividades A Líder/ facilitadora coloca uma cadeiras no centro do grupo e convida duas

voluntárias uma das quais sentar-se-á sob à cadeira enquanto a outra conte-

lhe uma cena qualquer. Neste instante a ouvinte (que está sentada e que

deveria estar a escutar a cena) simula estar distraído, põe-se a cantar, a

tocar a lapiseira na cadeira, olha para o outro lado, assobia eficiente

mostrar-se desatento. No segundo momento, depois de passado o primeiro

cenário, o mesmo diálogo prossegue entre as duas, mas desta vez a ouvinte

presta mais atenção, acompanha toda a informação que lhe está sendo

prestada, e por vezes acena a cabeça em jeito de concordância, deves em

quando parafrasear o seu interlocutor. Passado estes dois momentos, o

debate é levado a plenária para os participantes fazerem um comentário

sobre o que acabaram de observar.

Conclusão Depois do exercício, em Plenário, a Líder deve facilitar, através de chuva de

ideias, em volta do exercício realizado.

Perguntas:

1. Em que momentos da comunicação houve boa escuta e em que momento houve má escuta, porque?

Page 29: Big Sister Manual

29

A Líder vai usar as respostas das raparigas, do tipo, não esteve assobiar, e

aproveitar o momento para perguntar e explorar o sentimento da outra

pessoa, do tipo, o que é que sinetes quando falas sério e a outra pessoa diz

que escuta mas esta assobiar ou a cantar.

Finalmente, a Líder pedir comentários sobre o que falaram relativamente ao

tema e o exercício acabado de ser feito e deve anotar no quadro com ajuda

de uma co facilitadora

2. Como vamos usar o que acabamos de aprender no nosso dia a dia?

Discussão e

passos

seguintes

Continuando em plenário, a Líder de fazer a uma única pergunta e anotar a s

resposta no quadro.

O que podemos fazer para ajudar a promover uma boa comunicação entre as jovens raparigas e em casa, no bairro ou na escola que afecta a vida de outras raparigas?

Notas

Page 30: Big Sister Manual

30

1.6 Estilos de Gestão de Conflitos

Tópico Liderança

Sub Tópico Estilos de Gestão de Conflitos

Material

Necessário

Quadro ou “flip chart”, papel e marcadores, álbum seriado

Objectivo Levar os participantes a reflectirem como lidam com o conflito no seu dia a

dia.

Introdução O que é gerir conflitos

A resolução de conflitos sem violência, só é possível através dum trabalho

persistente com domínio e habilidade firme na comunicação e cooperação.

Portanto,”gestão pacífica de diferenças” é a definição mas correcta de

resolução de conflitos, pode ser melhor compreendida, através dos diversos

estilos de resolução de conflito que usamos no dia-a-dia, e que tem uma

relação com o que já foi dito anteriormente.

Então:

No nosso dia-a-dia, diante quando estamos diante de um problema, neste

caso o conflito, reagimos de formas diferentes, e essa forma de reagir de

forma inicial, consideramos ser a forma de administrares ou gerires o seu

conflito. Podemos identificar os seguintes estilos de gestão

Competir é o estilo em que se sustenta a defesa das minhas necessidades

em prejuízo das dos outros. Baseia-se num estilo agressivo de comunicação,

desrespeitando quaisquer outras consequências de relacionamento que

poderão advir no futuro.

Acomodar è o oposto de competição. Pessoas que usam este estilo, cedem

as suas necessidades em benefício das dos outros que se encontram nas

mesmas condições, tentando ser”bonzinho” e preservar o relacionamento è

vista como sendo muito mais importante, mesmo que isso me cause

dissabores.

Page 31: Big Sister Manual

31

Evitar è a resposta comum para a negativa percepção dum conflito. “Talvez

se não falarmos não vai haver problema” dizemos a nós mesmos, talvez sim.

Mas geralmente tudo o que acontece è que os sentimentos ficam inibidos,

as opiniões e os pontos de vista não são expressos e o conflito cresce ate

que se torna tão grande para poder-se ignorar.

Compromisso è a solução satisfatória dum conflito em que cada um de nós

ganha e dá alguma coisa numa série de ”toma-lá-dá-cá”. Apesar de

satisfatório o compromisso geralmente è visto como não trazendo

satisfação…cada um de nós continua moldado nas suas percepções

individuais sobre as nossas necessidades e desejamos se tivéssemos

trabalhado cooperativamente para alcançar a solução.

Colaboração è a junção das necessidades e objectivos individuais para

objectivos comuns. Chamando geralmente ”solução ganhar-ganhar” a

colaboração requer muita comunicação e cooperação de forma a obter uma

solução melhor do que a que podia ser obtida por um único individuo.

Actividades A facilitadora indica um integrante do grupo, para ficar de pé no meio dum

espaço aberto na sala e indica que ele/ela “representa o conflito”. Uma vez

naquela posição, o facilitador pede aos outros integrantes do grupo que

para se levantarem e se posicionarem em relação a forma como

habitualmente lidam com conflitos.

Depois de se posicionarem o facilitador pergunta o seguinte:

Porquê é que tu (falando para uma pessoa) te posicionaste desta

forma em relação ao conflito?

A facilitadora irá fazer as perguntas até encontrar os 5 e cincos estilos de

gestão de conflitos, com ajuda dos participantes.

Page 32: Big Sister Manual

32

Conclusão Depois de se posicionarem a facilitador pergunta o seguinte:

Porquê é que tu (falando para uma pessoa) te posicionaste desta

forma em relação ao conflito?

O facilitador irá fazer as perguntas até encontrar os 5 e cincos estilos de

gestão de conflitos, com ajuda dos participantes

Discussão e

passos

seguintes

Em plenário, através de chuvas de ideias, a Líder deve fazer a uma única

pergunta e anotar a s resposta no quadro.

O que podemos fazer para ajudar a promover a colaboração entre as jovens raparigas em casa, no bairro ou na escola que afecta a vida de outras raparigas.

Notas

Page 33: Big Sister Manual

33

II. Tópico: Saúde

Page 34: Big Sister Manual

34

2.1. A Droga e Alcoolismo

Tópico Saúde

Sub Tópico Drogas e Alcoolismo

Material

Necessário

Marcadores, papel de Flip Chart, Cavalete, ilustração de Tipos de Droga,

álbum seriado

Objectivo Os participantes obterão conhecimentos sobre os efeitos negativos da

droga e álcool a uma jovem rapariga e ao organismo humano e terão

habilidade de identificar as drogas mais comuns e fazer sensibilização aos

jovens no combate contra o uso de drogas.

Introdução O que é uma droga?

Droga é qualquer ingrediente ou substância seja ela química, natural ou

sintética que provoca alterações físicas e psíquicas numa pessoa. As drogas

naturais são obtidas em plantas e em minerais, as drogas químicas são

obtidas em farmácias (lembrando que todo medicamento é droga e faz mal

se usado incorrectamente) e drogas sintéticas que são fabricadas em

laboratórios.

As drogas circulam pelo corpo e entram na corrente sanguínea causando

dependência, problemas circulatórios, cerebrais e respiratórios, compulsão

e outros vários factores que iguais a estes citados podem levar à morte.

Hoje, os principais usuários de drogas são adolescentes de 16 a 18 anos

começam a usa-las por curiosidade, influências, pelo prazer que elas

proporcionam, pelo fácil acesso e pelo desejo de que elas resolvam seus

problemas.

Pode-se dizer que há quatro tipos de utilizadores de drogas: o que

experimenta, o que ocasionalmente consome uma droga, o que consome

habitualmente e o toxicodependente. Felizmente que nem todos os que

experimentam ou consomem uma droga com alguma frequência se tornam

toxicodependentes, mas a verdade é que todos os que são

toxicodependentes começaram por experimentar uma droga.

O maior problema é que nunca temos maneira de saber se vamos ficar

dependentes ou não antes de isso acontecer e quando sabemos já é tarde

demais.

Page 35: Big Sister Manual

35

Afinal quem é que se droga?

R: Dizem-se muitas coisas sobre isso: as pessoas que têm problemas, as que

querem curtir ou divertir-se, as que têm fácil acesso a drogas. O certo é que

a maior parte das pessoas não se droga – mesmo quando tem problemas,

quando se quer divertir ou quando é fácil experimentar ou adquirir drogas.

Pode-se dizer que há pessoas mais susceptíveis do que outras e que em

certos momentos da vida essa vulnerabilidade é maior, pode dizer-se que

há condições de vida e familiares que são difíceis – mas há sempre formas

de ultrapassar ou lidar com os obstáculos ou as dificuldades.

A decisão de usar ou não drogas é sempre uma questão individual, mesmo

com influências ou pressões de outros.

O que leva uma jovem adolescente a consumir drogas:

São variados os factores que levam ao consumo e geralmente estão

combinados. Por exemplo: curiosidade, desejo de viver outras experiências,

procura do prazer/diversão, desejo de testar limites e transgredir regras,

pressão dos Pais, desafio à autoridade, desejo de afirmação, informação

incorrecta ou ausência de informação.

As drogas podem ser consumidas de diferentes formas, que vão do

consumo experimental, ao frequente, do consumo recreativo ao abuso ou à

dependência. Um consumo experimental não conduz necessariamente a

uma dependência. É importante saber a diferença entre o uso de

substâncias e o seu abuso. Do mesmo modo é fundamental responsabilizar

o jovem pela consequência das suas decisões. Não são só os adolescentes

que consomem drogas. Os consumos podem existir em qualquer idade e as

razões para tal variam consoante as pessoas.

Como ajudar uma amiga a deixar de consumir droga ou álcool.

Claro que sim. No entanto, só o poderás fazer se ele assumir a que tem um problema e estiver disponível para receber ajuda. Assim, podes sempre procurar acompanhá-lo e aconselhá-lo e estar atento, sabendo que o único responsável pelo sucesso ou fracasso desse processo será sempre o próprio.

Page 36: Big Sister Manual

36

Deixar de consumir uma substância, neste caso drogas ou álcool, depende da força de vontade própria. Cada pessoa terá o seu ritmo e poderá sozinho, ou em conjunto num centro de tratamento para toxicodependentes encontrar o seu plano de tratamento.

É fundamental ajudar o outro a reflectir sobre o que significam os consumos e que peso têm na sua vida, assim como o que ela própria está disposto a fazer para se tratar.

Ajudar uma amiga não significa que tenhamos de concordar e aceitar em tudo. Ser amiga pode por vezes significar saber dizer não, conversar, partilhar, criticar. Só assim poderá haver crescimento e mudança de comportamentos.

Consequências do uso de drogas e álcool na juventude.

O consumo de drogas psicoativas na adolescência tem consequências

diversas. Há prejuízo da cognição, capacidade de julgamento, do humor e

das relações interpessoais, além do risco de dependência, super dosagem,

acidentes, danos físicos e psicológicos e morte prematura. A alteração de

percepção e reacções psicomotoras induzidas pela droga podem levar a

acidentes fatais e ao suicídio. A dependência de droga aumenta o risco do

jovem se envolver em crime e prostituição para financiar seu hábito. As

consequências decorrentes do uso de drogas entre os adolescentes são

semelhantes para ambos os géneros. Meninas e meninos apresentam queda

no rendimento escolar, abandono escolar, expulsão da escola e

envolvimento em actividades ilegais (roubo e tráfico), sem diferença entre

os géneros. Apesar disso, as meninas têm menos problemas com a polícia.

Actividades Dramatização.

A Líder forma 2 grupos através dos participantes e pede a elas que para

fazerem uma peça de teatro cada para mostrar como acontece nos seus

bairros ou escola o que acabaram de falar sobre as drogas e álcool. Cada

grupo será livre de criar a sua peça e apresentará em 5 minutos.

Conclusão Depois de apresentada as peças de teatro, Líder irá em plenário discutir

com as participantes sobre o tema de hoje falado e de mostrado no teatro,

através das seguintes questões que devem estar visualizado em papel de

“flip chart” aonde também a facilitadora vai resumir as respostas dos

participantes com ajuda da mentora ou de uma participante.

Page 37: Big Sister Manual

37

O que aconteceu durante apresentação das peças de teatro

Como as cenas de teatro mostraram o que falamos de positivas e de coisas

negativa sobre nosso tema de hoje

Perguntas:

O que é que mais gostastes hoje. Porque?

O que gostarias de saber mais sobre as drogas?

Como tudo que falamos e aprendemos vamos usas nas nossas vidas e no

nosso bairro ou escola?

Discussão e

passos

seguintes

A Líder em plenário vai escrever no papel de flip chart a seguinte pergunta

para discussão

O que podemos fazer para ajudar a reduzir as drogas e do álcool nos jovens

aqui no nosso bairro ou escola?

A líder vai ouvir todas as contribuições e anotara e no fim vai volta a ler

para os participantes?

Notas

Page 38: Big Sister Manual

38

2. 2. A Cólera

Tópico Saúde

Sub Tópico Cólera

Material Necessário

Materiais Necessários: Quadro móvel, giz ou marcadores, papel, cadernos, lápis e esferográficas, manual de Big Sisters, água fervida, sal, açúcar jarra de um litro uma colher de chá e copos, lixívia, o produto certeza.

Objectivo Despertar a jovem rapariga sobre a importância do saneamento

Introdução Introdução: A cólera é uma infecção intestinal aguda causada pelo Vibrio

cholera, que é uma bactéria capaz de produzir uma enterotoxina que causa

diarreia.

Transmissão - A Cólera transmite-se principalmente através da ingestão de

água ou de alimentos contaminados. Na maioria das vezes, a infecção é

assintomática ou produz diarreia de pequena intensidade. Em algumas

pessoas pode ocorrer diarreia aquosa, súbita e potencialmente fatal, com

uma evolução rápida para desidratação grave e diminuição acentuada da

pressão sanguínea.

Riscos - A cólera é uma doença de transmissão fecal-oral. São factores

essenciais para a disseminação da doença condições deficientes de

saneamento, particularmente a falta de água tratada.

A cólera é endémica em vários países mas normalmente ocorrem surtos

onde a infra-estrutura de saneamento básico é inadequada ou inexistente. O

risco de transmissão da cólera é variável entre países e, dentro de um país

pode haver diferenças de risco entre regiões e, até mesmo, entre diferentes

bairros de uma cidade.

A cólera pode ocorrer em uma cidade que tenha água tratada e esgotos,

porém em geral afecta principalmente os habitantes de comunidades

carentes, onde o saneamento básico é inadequado. O risco de aquisição da

cólera para quem fica em bairros com saneamento básico adequado é

relativamente menor e, basicamente, está mais relacionado aos alimentos,

uma vez que podem estar contaminados na origem e o seu preparo exige

higiene adequada. Quando a localidade inteira não possui infra-estrutura

adequada, além dos alimentos, existe a possibilidade de contaminação da

Page 39: Big Sister Manual

39

água para consumo, que deve ser tratada pelo próprio consumidor.

Medidas de protecção individual

O consumo de água tratada e o preparo adequado dos alimentos são

medidas altamente eficazes.

A agua deve estar sempre tratada. Existe algumas maneiras diferentes para

tratar água incluindo: ferver (tem que ferver numa fervida rápida para

mínimo de 3 minutos); tratar com lixívia (3 gotas por x 1 litro de agua);

tratar com outro produto da confiança como “certeza”.

Os alimentos devem ser bem cozidos e servidos logo após a preparação,

para evitar nova contaminação com a bactéria. Os alimentos preparados

com antecedência devem ser novamente aquecidos, imediatamente antes

do consumo e servidos ainda quentes. Água mineral gaseificada e outras

bebidas engarrafadas industrialmente, como refrigerantes, cervejas e

vinhos são geralmente seguras. Café e chá bebidos ainda quentes não

constituem risco. Não deve ser utilizado gelo em bebidas, a não ser que

tenha sido preparado com água tratada (desinfectada com lixívia1) ou

fervida).

Manifestações

Após um período de incubação de algumas horas a 5 dias, a maioria dos

casos de cólera, apresenta-se como uma diarreia leve ou moderada,

indistinguível das diarreias comuns. Podem ocorrer vómitos.

Em algumas pessoas, a cólera pode evoluir de forma mais grave, com início

súbito de uma diarreia aquosa profusa, geralmente sem muco, pus ou

sangue e, com frequência, acompanhada de vómitos. Pode ocorrer perda

rápida de líquidos (até 1 a 2 litros por hora), levando a desidratação

acentuada. Em função disso, há sede intensa, perda de peso, e os olhos

ficam encovados.

Encerramento: encenação sobre cólera, cuja as causas são o consumo de

água e alimentos contaminados. Socorros foram providenciados em casa.

Page 40: Big Sister Manual

40

Próximos passos elaboração de um projecto que visa a sensibilização da

população em temática de cólera.

Actividades A jovem líder/ facilitadora deverá organizar uma sessão de chuva de ideias

durante 15 minutos questionando.

O que é a Cólera?

Como se transmite a cólera?

Como podemos evitar a cólera?

Alguem aqui tinha usado lixivia o “certeza” para tratar a sua agua? – da um

apresentação do uso do produto.

Após chuvas de ideias, a líder terá 10 minutos para dar uma explicação

sucinta sobre a matéria que deverá ser acompanhada com ilustrações.

2: Como para fazer o soro de hidratação oral: A líder deverá orientar o

grupo a fazer o soro de hidratação oral caseiro no local de encontro. Divida

o grupo em grupos pequenos e cada grupo faz o soro de hidratação. Si ainda

existe tempo no encontro, pede os grupos fazer uma dramatização de dar

uma doente o soro.

Receita para o soro

Um colher de chá de sal Oito colheres de chá de açúcar Um litro de água potável ou fervida e posteriormente arrefecida

Conclusão Após as actividades do grupo a facilitadora/ Líder deve perguntar e anotar

as respostas no quadro:

O que é que aprendemos hoje?

Que atitude devemos ter?

Discussão e

passos

seguintes

Alguém do grupo tinha uma experiencia com a cólera o outra doença da

diarreia? Pode nos contar a tua historia? O que que foi feito?

Page 41: Big Sister Manual

41

Notas

Page 42: Big Sister Manual

42

2. 3. A Saúde Reprodutiva

Tópico Saúde

Sub Tópico Saúde Reprodutiva

Material

Necessário

Materiais Necessários: Giz ou marcadores, papel, cadernos, lápis e

esferográficas, manual de Big Sisters, casete de “coisas da nossa gente,”

posters de “homem e mulher verdadeiro”

Objectivo Com tema objectiva-se informar as jovens raparigas em matéria sobre saúde reprodutiva e planeamento familiar.

Introdução Introdução:

Toda rapariga jovem a partir do primeiro ciclo menstrual, deve recorrer ao planeamento familiar para obter informações sobre sexualidade, métodos contraceptivos, planeamento de uma gravidez. A jovem rapariga que recorre ao planeamento familiar pode adquirir conhecimentos úteis para tomar decisões importantes de forma livre e responsável.

Começaremos por introduzir a Definição de Saúde Reprodutiva reconhecida internacionalmente:

“Um estado de completo bem-estar físico, mental e social em todas as questões relacionadas com o sistema reprodutivo, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade. A saúde reprodutiva implica, assim, que as pessoas são capazes de ter uma vida sexual segura e satisfatória e que possuem a capacidade de se reproduzir e a liberdade para decidir se, quando e com que frequência devem fazê-lo.”

Isso quer dizer:

1º - O direito de homens e mulheres a serem informados e de terem acesso aos métodos de contracepção e planeamento familiar2 eficazes, seguros e financeiramente compatíveis com a sua condição, assim como a outros métodos de regulação da fertilidade que estejam dentro do quadro legal.

2º - O direito a aceder a serviços e cuidados de saúde adequados e que garantam à mulher condições de segurança durante a gravidez e o parto, proporcionando aos pais maiores possibilidades de terem filhos

Page 43: Big Sister Manual

43

saudáveis."

Podemos concluir:

A saúde sexual, quer dizer também "que se fale e ensine de forma positiva à sexualidade do homem e da mulher ", e não só apenas à prevenção das infecções sexualmente transmissíveis.

Então, vamos falar da Gravidez entre adolescentes.

Adolescentes - sexualmente activas citavam a necessidade de amor e intimidade como explicação - para justificar o relacionamento sexual com maior frequência do que as adolescentes - virgens. Outro fato apontado pelo trabalho foi a raridade de uso de contracepção entre as adolescentes, apesar de o conhecimento sobre métodos contraceptivos ser fato comum entre elas (Marques, 1995). - Em contraposição a essa atitude de romantismo por parte das jovens, outros estudos (Branrup-Lukanow et al., 1991) têm sugerido que adolescentes do sexo masculino têm uma postura menos compromissória em seus relacionamentos e, geralmente, não se preocupam com gravidezes que venham a resultar de - seus relacionamentos.

A final, e a decisão de cada um/uma sobre quando para começar relacionamentos sexuais. E importante notar que existem muitos opções para um relacionamento romântico sem sexo. Os posters da “homem e mulher verdadeira” mostram adolescentes quem decidiram esperar. Também si decide não esperar existem técnicas para proteger-se, que vamos discutir no próximo sessão.

Actividades Dialogo de Rádio ‘Rádio Novela – Coisas da Nossa Gente’

O que para fazer, A jovem líder vai conduzir um discussão em grupo sobre

a novela. O importante e não proclamar que uma posição e correcto uma

incorrecto, mas que cada posição tem o seu valor e cada rapariga tem o

poder e o direito a decidir como e quando vai tratar a sua própria saúde

reprodutiva.

Conclusão Encerramento: A líder dever solicitar ao grupo algumas lições aprendidas.

Discussão e

passos

seguintes

Se alguém aqui presente é adolescente e o seu corpo está a mudar, se

pretende ter filhos e precisa de informações, se não sabe que método de

contracepção usar ou se não consegue responder às perguntas dos seus

filhos, ao quem o a onde podemos ir para conselhos e informação?

Page 44: Big Sister Manual

44

Notas

Page 45: Big Sister Manual

45

III. Tópico: Educação

Page 46: Big Sister Manual

46

3.1. A Cidadania e o Civismo

Tópico Educação

Sub Tópico Cidadania e Civismo

Material

Necessário

Manual Big Sister, Lei constitucional Angolana, Carta dos Direitos

Humanos, ilustrações sobre cidadania, cd o cassete com episódio de O Jogo,

maquina para tocar cassete.

Objectivo Proporcionar as jovens raparigas conhecimentos sobre leis e

procedimentos dos deveres e direitos dos cidadãos perante a Comunidade

e motivar comportamentos e valores do bom cidadão perante o Estado

Introdução A cidadania se refere a um conjunto de direitos que dá à pessoa a

possibilidade de participar activamente da vida, do bairro, do município, e

do governo de seu País. Quem não tem cidadania pode ser marginalizado

ou excluído da vida do seu da comunidade e da tomada de decisões do País,

ficando numa posição de inferioridade dentro do seu bairro ou escola.

O civismo é especificamente às atitudes e comportamentos que no dia-a-dia o cidadão toma na escola, no bairro, na rua, com as outras pessoas e instituições na administração, posto de policia, associações, igrejas, partidos, e outras em defesa dos seus direitos e cumprimento dos seus deveres assumidas como fundamentais para uma vida colectiva, visando preservar a sua harmonia e melhorar o bem estar de todos na escola, no bairro, no município ou no País.

O cidadão cívico defende e respeita os valores de cidadania que são:

O respeito às leis, ninguém esta acima da lei e todos deve obedecer as leis, todo que se faz na escola, no bairro ou no município pelos oficias do governo deve estar conforme a Lei diz.

O respeito ao bem público, tudo que é feito pelo governo ou administração no bairro ou município como escolas, hospitais, estradas são bens da própria comunidade, então todos devem participar e proteger para o bem de todos

O sentido de responsabilidade no exercício do poder, o Líder, o director da escola, o administrador, o Governador, o Presidente da Republicas e todos outros lideres de partidos, associações e igrejas devem mostrar responsabilidade em todas as sua acções, isto é, os que exercem o poder

Page 47: Big Sister Manual

47

em nome de outrem; o segundo significa a sujeição ao rigor das sanções legalmente previstas caso abuse da sua responsabilidades como líder conforme previsto na Lei.

A virtude do amor à igualdade, devemos amar sempre o próximo e respeita-lo como ser humano;

O respeito integral aos direitos humanos, cuja essência consiste na vocação de todos - independentemente de diferenças de raça e etnia, sexo, instrução, credo religioso, julgamento moral, opção política ou posição social - a viver com dignidade, o que traz implícito o valor da solidariedade;

O acatamento da vontade da maioria, legitimamente formada, porém com

constante respeito pelos direitos das minorias, o que pressupõe a aceitação

da diversidade e a prática da tolerância. A virtude da tolerância, significa

não rejeitar ou excluir os outros com argumento egoísta e rejeitar os

outros por causa da religião, cor, partido, sexo ou etnia.

Temos aqui hoje exemplos dos documentos que formam o base legal da

nossa vida incluindo o lei constitucional Angolana, e a Carta dos Direitos

Humanos. Depois do nosso sessão, podemos analisar.

Actividades Ouve o episodio de rádio novela ‘O Jogo’ e forma um grupo de discussão

sobre o participação cívica. A líder vai formar as suas próprias perguntas

mas pode incluir:

Quem no novela mostro um grande capacidade para engajar no participação cívica?

Quais foram os resultados da sua participação? Quem não mostro a vontade de participar na vida cívica? Por que achas ele o ela não queria participar?

A Líder formará os participantes em três grupos e trabalharem em grupo e

identificarem algumas 3 coisas que fazem na escola, no bairro ou município

e para eles significa participação cívica para o bem comum de todos de

acordo com o que aprenderam hoje.

Depois cada grupo apresentará em plenário e a líder facilitará a

participação de todos sobre o que é participação cívica e quais os valores

cívicos contra o que as jovens raparigas dizem que fazem para o bem

comum.

Page 48: Big Sister Manual

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Conclusão A Líder em plenário vai escrever no papel de flip chart a seguinte pergunta

para discussão

Quais são os obstáculos ao participação cívica?

Como podemos ultrapassar estes obstáculos?

A líder vai ouvir todas as contribuições e anotara e no fim vai volta a ler

para os participantes

Discussão e

passos

seguintes

Que actividades específicos nos podemos fazer na nossa comunidade para

promover a maior participação cívica dos raparigas? O que podemos fazer

para que haja mais dos jovens na escola ou no bairro ?

Notas

Page 49: Big Sister Manual

49

3.2. Economia Domestica

Tópico Educação

Sub Tópico Economia Domestica

Material

Necessário

Um quadro ou flipchart, papel, marcadores, imagens ilustrativas

Objectivo Esclarecer a jovem rapariga, noções sobre economia doméstica.

Introdução A economia é a ciência que ensina a produzir e a poupar.

Economia doméstica é um ramo da economia que ensina como produzir e

poupar em nossas casas. Os grandes inimigos da economia e do bem-estar

económico duma família e dum país são os estragos ou desperdício, as

despesas inúteis e a preguiça.

Amor ao trabalho

O trabalho numa casa é muito é deve ser organizado para que não se torne

um peso. A jovem rapariga deve ser amiga do trabalho. Deve sentir o

desejo te tornar a sua casa acolhedora e limpa.

Amor á ordem

Muitas vezes a ordem da própria pessoa e de tudo o que a rodeia revela a

harmonia da alma e do coração. Em ordem vive-se bem. A ordem faz com

que as coisas sejam poupadas e conservadas em boas condições, durante

muito tempo.

A ordem deve reinar:

- Na pessoa;

- Na casa;

- Trabalho

- Nas despesas

Ordem da pessoa

A primeira ambição da rapariga deve ser a ordem e a propriedade na

Page 50: Big Sister Manual

50

maneira de vestir, sua e da família.

- Vestir bem é andar limpo e asseado;

- Vestir bem não quer dizer vestir roupa de luxo, mas roupa em boas

condições e conforme o momento (em casa: bata, avental, e roupas mais

usadas; nos dias de festa: os vestidos melhores; para sair: os vestidos mais

limpos e em boas condições)

- Vestir bem exige também que a roupa interior seja limpa e asseada.

Economia do tempo:

A fome e a miséria não entram numa casa onde a rapariga se levanta cedo,

cuida dos trabalhos da casa, produz e poupa. É triste ver uma jovem

rapariga passar horas sem conta a falar com amigas, ou pior ainda, sentada

a preguiçar, nas horas próprias do trabalho. Uma jovem que se respeite

tem sempre que fazer:

- Em casa;

- Na escola

- Na igreja

- Na comunidade

Economia da roupa:

Toda a jovem deseja ser elegante. Não há nada mais contrário à elegância e

à boa educação do que vestir roupa rasgada. A boa rapariga, quando nota

que o vestido começa a rasgar-se ou que um botão caiu da roupa, pega logo

na agulha e conserta-o ou pede a mãe. Quando um vestido ficar mais gasto,

podem utilizar as partes ainda boas para fazer: lencinhos, panos para

limpeza, até fraldinhas para as bonecas.

Economia da cozinha

A alimentação é talvez a despesa maior da família. A preparação das

refeições exige muito cuidado. A primeira norma da economia consiste em

calcular bem a medida da refeição que se deve pôr ao lume.

Os restos que sobraram não devem ser deitados fora. Podem servir para

outro prato ou para um pobre ou para animais domésticos, que também

têm direito à alimentação. A economia exige que não se deixem estragar os

Page 51: Big Sister Manual

51

alimentos, esquecendo-se, por exemplo, de expor ao sol, de colocar ao sal

etc. Poupar na cozinha não quer dizer passar fome, mas:

- Preparar os alimentos bem cozidos, frescos e saborosos;

- Prepará-los na medida certa;

- Não deixar estragar a alimentação

Economia do dinheiro

O dinheiro é fruto de trabalho e fadiga. O dinheiro que temos ao nosso

dispor será sempre menos do que desejaríamos ter. Esta é mais uma razão

para sermos económicos e aprendermos a arte de gastá-lo bem.

Regras para economizar o dinheiro:

- Antes de comprar, pensar bem;

- Sempre que possível reservar sempre uma qualquer quantia de dinheiro;

- Preferir comprar coisas importantes do que desnecessárias;

- É melhor esperar mais algum tempo do que comprar algo que não presta;

- Antes de sair do local de compra, conferir, em frente do vendedor, o

dinheiro, o troco e a conta;

- Evitar sempre que possível os “quilapes”;

Actividades Dramatização sobre as consequências da ma gestão (4 grupos)

Conclusão Encerramento:

Nesta secção a líder fará a seguinte pergunta as raparigas:

- Cada membro da família tem um papel na economia domestica. Quais

são os papeis dos membros das tuas famílias? Eu, pai, Mai., irmã, irmão,

avo, etc.

- Estas papeis são universais em todas as famílias o mudam dependendo

dos particularidades da família? (ejemplo peden as raparigas considerar

os casos siguententes:

uma família em qual a mai trabalha fora da casa durante a dia e o pai fica em casa.

Page 52: Big Sister Manual

52

Uma famila dos orfoes em cual um irmão mais velha tem que cuidar duas irmãs minoras.

- Qual é a importância do conteúdo que foi apresentado?

- E porque?

Discussão e

passos

seguintes

Discussão sobre qualquer tópico:

Em jeito conclusivo a líder fará a seguinte pergunta? Existe alguém que

têm algum exemplo prático de economia doméstica, para compartilhar

com o grande grupo?

Finalmente, recomendar as raparigas que tenham em atenção os conselhos

aprendidos pois serão uma mais valia para elas.

Notas

Page 53: Big Sister Manual

53

IV. Tópico: Emprego

Page 54: Big Sister Manual

54

4.1. Gestao Financeiro

Tópico Emprego

Sub Tópico

Gestao Financeiro

Material

Necessário

Quadro papel esferográficas, lápis, marcadores,

Objectivo Ensinar a jovem rapariga as básicas de gestão financeiro.

Introdução Todo mundo quer trabalhar. Porque queremos trabalhar? Para o

desenvolvimento profissional, para conhecer novas pessoas, por

curiosidade intelectual, mas o mais importante - para ganhar

dinheiro para apoiar a nós próprios e à nossa família. Dinheiro

ganho em qualquer tipo de emprego é importante. Dinheiro nos

permite viver bem e saudável e para planejar o nosso futuro. O

mais controle e sabedoria que temos sobre o nosso dinheiro e

gastos, o melhor somos capazes de aplicá-lo a melhorar a nossa

vida e as vidas das nossas famílias.

Actividade:

Dê a cada rapariga uma nota de 10 Kwanza. Vá ao redor do

círculo e pedir o modo como cada rapariga vai para usar o

dinheiro e porquê? Use as respostas para facilitar uma discussão

sobre as razões que as pessoas têm para gastar o seu dinheiro.

Todo mundo precisa de dinheiro para fins diferentes e cada um

escolhe a gastar dinheiro em diferentes formas. Isto é bom e

contribui para a diversidade da vida. O importante é estar

consciente e no controle dos recursos que temos à nossa

disposição nesse sentido, hoje nós vamos fazer um "orçamento

familiar", para as despesas mensais e, em seguida, vamos analisar

se temos dinheiro suficiente para fazer essas despesas básicas.

Page 55: Big Sister Manual

55

Actividades Actividade 1: Faça uma orçamento mensal da família. Comece

com a pergunta: "Em que precisamos de gastar dinheiro durante

uma semana para apoiar a nossa família?" Escreva as respostas

em uma linha o lado esquerdo de um flip-chart. Certifique-se de

itens básicos como "alimentação" "transporte" "despesas

médicas" estão incluídos. Uma vez que a lista é feita, pede às

meninas para dar um preço médio para cada um dos itens e

escreve os preços para o direito de cada item. Depois de todos os

preços são incluídos, explicar que estes custos são semanais e

quiser saber custos mensais então e necessário multiplicá-las por

4. Escreve o custo mensal da extrema-direita do flip-chart. Agora

pedir as meninas para outros custos que têm de pagar, numa base

mensal. Isto pode incluir renda, escola, honorários, telefone etc.

Escreve os preços para estes custos mensais abaixo do anterior

custos do lado direito do flip chart. Juntar-se de todos os custos,

para determinar qual é o seu orçamento mensal.

Actividade 2: Divida as jovens em 3 ou 4 grupos. Cada grupo

deverá ter 3 .-5. meninas. Cada grupo é uma "família". Podem

atribuir próprios papéis, exemplo: pai, mãe, irmão, irmã avó etc.

Pede a cada grupo para decidir como vão ganhar dinheiro para

pagar as suas despesas mensais. Quem vai fazer o quê? Quanto

vai ganhar cada "membro da família" pela sua actividade?

Dependendo do tempo, os grupos podem apresentar os seus

planos para si.

Conclusão Nesta secção a líder fará a seguinte pergunta as raparigas:

- Qual constrangimentos existem que causam dificuldades em

bom gestão financeiro?

- Qual é a importância do conteúdo que foi apresentado?

- E porque?

Discussão e

passos

Como um seguimento da aula de hoje, cada moça deveria ir para

casa e realizar entrevistas com pelo menos 5 pessoas em sua

vizinhança com diferentes profissões. As entrevistas devem

Page 56: Big Sister Manual

56

seguintes incluir as seguintes perguntas. "Qual é a sua principal fonte de

dinheiro?" "Por que você escolheu essa actividade?" "Será que a

actividade dar-lhe dinheiro suficiente para apoiar o seu

orçamento mensal?" "Se pudesse escolher outra profissão, o que

você escolher e por quê?" No início da próxima sessão cada

rapariga deverá apresentar o mais interessante profissão que

aprendeu sobre.

Notas

Page 57: Big Sister Manual

57

4.2. Criar o Seu Pequenos Negócios

Tópico Emprego

Sub Tópico

Criar o Seu Pequenos Negócios

Material

Necessário

Marcadores, cartolinas em tarjetas, bostick,

Objectivo Despertar nas jovens raparigas ideias sobre criatividade

empresarial.

Introdução Este é o primeiro de duas sessões sobre como para criar asua própria microempresa. Na sessão de hoje, as meninas aprenderão os princípios de começar e de controlar uma empresa de pequeno porte por uma actividade da chuva das ideias. Na sessão seguinte porão seu conhecimento novo à acção fazendo ao seus próprios “modelos negócios” em grupos pequenos.

Gente não vive sem gente é uma grande verdade vejamos de quantas pessoas de pendemos para desenvolvermos as nossas aspirações. Mas para que consigamos viver e conviver com outrem é importante que criemos iniciativas de responsabilidade financeira e criativa para o nosso bem-estar.

Actividades Em forma de uma chuva das ideias faz as perguntas aqui em baixo e alista as respostas num flip-chart. Provavelmente não vai ter tempo suficiente para discutir todos estes componentes então a líder e a sua mentora devem escolher as mais relevantes para o seu grupo. Respostas possíveis são aqui notadas.

O que é um micro projecto?

Um micro projecto é uma ideia de investimento, de pequena escala, em que o proponente (pessoa que propõe) é normalmente Uma só pessoa, uma família, um grupo reduzido de pessoas.

Page 58: Big Sister Manual

58

Elabora-se um micro projecto para:

- Se obter das autoridades uma licença para desenvolver um negocio,

- Ter acesso a empréstimos bancários e outras formas de apoio,

- Para melhorar o seu nível de vida, da sua família ou da sua comunidade.

Micro empresa é:

Uma unidade económica muito pequena que:

- Necessita de pouco investimento,

- Produz poucas quantidades,

- Emprega poucos trabalhadores.

Quais os objectivos de uma micro empresa?

- Criar empregos e aumentar o rendimento,

- Utilizar recursos locais,

- Abastecer o mercado.

Sectores de actividades onde pode fazer um negocio rentável:

Na agricultura e pecuária:

- Lavras,

- Criação de animais,

- Feituras de sumos e doces,

- Plantação de árvores, produção de lenha e carvão,

- Produção de mel de abelhas,

No comercio:

Page 59: Big Sister Manual

59

- Pequenas lojas ou cantinas,

- Comercio ambulante de artigos diversos,

- Bancas fixas.

No artesanato e semi-industria:

- Escultura,

- Carpintaria,

- Serralharia,

- Latoaria,

- Olaria,

- Produção de bolos e tijolos,

- Sapataria,

- Alfaiataria,

Nos serviços diversos:

- Transporte de carga e de passageiros,

- Barbearia,

- Reparações diversas (aparelhos domésticos, bicicletas, bombas manuais, moto-bombas, etc.).

Negocio e o mercado.

Toma-se a decisão de fazer um negócio:

- Quando sabemos o que queremos fazer,

- Quando a ideia do negocio é viável,

- Quando existe a procura do produto ou serviço.

Uma ideia de negocio é viável quando:

Page 60: Big Sister Manual

60

- Dominamos a área do negocio,

- O investimento pode ser executado e recuperado,

- O produto vai ter aceitação no mercado,

- O negócio promete ser lucrativo.

Quem pretende fazer um negócio deve:

- Dominar área do negocio,

- Conhecer o mercado,

- Saber gerir o negócio.

Para gerir um negócio é necessário sabermos:

- Estudar o mercado onde queremos vender,

- Organizar as compres e controlar os materiais,

- Planificar a produção,

- Organizar e motivar o pessoal,

- Controlar a qualidade do que vendemos,

Para gerir um negócio ainda é necessário sabermos:

- Determinar custos, preços e lucros,

- Evitar perdas, estragos e desvios,

- Promover as vendas divulgar os produtos,

- Pagar pontualmente as dividas e os impostos,

- Determinar os resultados.

Para começar um negócio precisamos de ter:

- Um espaço de trabalho,

Page 61: Big Sister Manual

61

- Equipamentos e ferramentas,

- Dinheiro para materiais e salários.

Estudar o mercado significa conhecer quem são:

- Os fornecedores de matérias-primas,

- Os compradores dos nossos produtos,

- Os nossos concorrentes.

Vender bem significa conhecer:

- Os gostos e hábitos dos clientes,

- Os preços e modo de venda dos concorrentes.

Os clientes são atraídos:

- Pela boa apresentação dos produtos,

- Pelos preços,

- Pela forma como são atendidos,

- Pelas facilidades de compras.

As facilidades de compras podem ser:

- Venda a credito,

- Transporte,

- Garantias de peças e reparações,

- Possibilidade de troca.

Podemos vender o nosso produto:

- No local de produção (venda directa),

- Na loja, mercado ou rua (venda através de intermediários.)

Page 62: Big Sister Manual

62

- A pronto pagamento,

- A credito,

- Trocando-o com outros artigos.

Quem pode vender o nosso produto:

- Nós mesmos,

- Membros da nossa família,

- Intermediários (vendedores ambulantes e comerciantes).

Financiamento de um negocio

Com obter financiamento de um pequeno negocio: como preparar e apresentar um projecto micro?

- Identificar os proponentes ( o dono do negocio. )

- Conhecer o mercado,

- Definir o que vamos produzir,

- Provar que o negocio é viável,

- Apresentar os custos do investimento.

Como pode ser feito o financiamento de um negócio?

Pode ser feito:

- Pelos próprios donos, com o seu dinheiro,

- Pelos bancos,

- Pelas casas comerciais (em materiais),

- Por outras instituições de apoio.

Donos do negocio podem participar com:

- Dinheiro,

Page 63: Big Sister Manual

63

- Trabalho,

- Materiais.

Bancos

Os Bancos servem para:

- Guardar o nosso dinheiro,

- Emprestar dinheiro.

Podemos guardar o nosso dinheiro no banco da seguinte maneira:

- À ordem, em geral sem juros,

- À prazo recebendo juros.

O banco concede empréstimos a quem apresentar boas propostas e der garantias de pagar o empréstimo. Normalmente este pagamento ou reembolso é feito no prazo acordado e o banco cobra-nos juros mais despesas pela papelada.

Como obter o financiamento bancário?

- Devemos saber em que sectores o banco está a fazer crédito,

- Devemos escolher actividades rentáveis,

- Devemos apresentar propostas válidas,

- Dar garantias de reembolso.

Quem aprova um micro projecto?

- Proponentes,

- As autoridades competentes,

- As instituições de apoio.

Como pode ser financiado?

Page 64: Big Sister Manual

64

- Contribuição própria que é o chamado auto financiamento,

- Empréstimo bancário,

- Outras contribuições.

Note Bem:

É importante honrar os compromissos.

Gestão de negocio

Como executar a nossa ideia de negócio?

- Ter as autorizações necessárias e um local,

- Comprar, guardar e transportar o equipamento e os materiais,

- Instalar o equipamento e formar o pessoal.

Como gerir o nosso negócio?

- Comprar matérias-primas,

- Planear e organizar a produção,

- Promover as vendas,

- Pagar as dividas,

- Distribuir os resultados,

- Fazer crescer o negócio.

Problema que podem fazer fracassar um negócio:

- Desconhecimento da área do negócio,

- Não-aceitação do produto pelo mercado,

Pouco interesse e empenho dos donos,

- Desvio do dinheiro, materiais e produtos,

Page 65: Big Sister Manual

65

- Falta de organização e gestão,

- Conflitos desastres naturais e doenças.

Como evitar desvios e perdas?

- Controle dos materiais,

- Controle da qualidade dos produtos,

- Controle do produto,

- Controle das vendas,

- Controle dos dinheiros,

- Prémios incentivos.

Tipos de custos:

- Custos directos:

Compra de matérias-primas e pagamento de salários.

- Custos indirectos:

Reposição das instalações e equipamentos Pagamento dos empréstimos bancários, Pagamento de outras despesas indirectas.

- O que são despesas?

São os gastos necessários para que a nossa empresa funcione e produza o que previmos.

- O que são receitas?

São os ganhos obtidos com as vendas dos produtos e serviços que produzimos.

- O que é lucro?

É a diferença entre o que ganhamos e o que gastamos na nossa empresa.

Page 66: Big Sister Manual

66

Como podemos aumentar os lucros?

- Reduzindo os custos e aumentando as margens,

- Aumentando a produção,

- Vendendo mais.

O que são juros?

È o custo do dinheiro que nos emprestam ou que o banco nos paga pelos nossos depósitos.

- Tipos de juros:

Juros dos empréstimos bancários, Juros dos depósitos do nosso dinheiro a prazo no banco.

O que é o fundo de maneio?

É o dinheiro necessário para que uma empresa possa funcionar todos os dias.

O fundo de maneio serve:

Para comprar matérias-primas, Pagar salários, Atender a outras despesas correspondentes.

O que é inventário?

É a relação de todos os bens que pertencem a empresa com os respectivos valores (preço de aquisição/custo).

O que é a contabilidade?

É o registo do que se passa numa empresa (compras, produção, vendas, pagamentos etc.).

O que um contabilista?

É a pessoa que organiza e regista os documentos relacionados com o funcionamento de uma empresa.

Page 67: Big Sister Manual

67

O que é um tesoureiro? É a pessoa que numa empresa:

Faz as cobranças, Efectua os pagamentos, Deposita e levanta dinheiro do banco.

Factores determinantes no processo de criação de uma empresa:

Motivação, Persistência, Conhecimento do mercado e do sector onde quer actuar, Capacidade de investimento, Rigor e dedicação.

Conclusão Pede cada rapariga a contar uma historia da uma pessoa

conhecida que tem uma microempresa

Discussão e

passos seguintes

É preciso recordar sempre que:

Ter um negócio não é fácil, É preciso gerir bem, para ter mais receitas e menos custos

(maiores lucros). Trabalhar muito, para produzir e vender o mais possível, Diminuir as despesas, evitando desperdícios e desvios

(roubos). E nunca esquecer os clientes a quem vendemos os nossos

produtos se não ficarem satisfeitos, procurarão outro vendedor!

Explica as raparigas que na próxima sessão elas vão aprender os passos necessários para começar uma microempresa e ter uma oportunidade de sonhar sobre o tipo da microempresa que elas querem abrir.

Page 68: Big Sister Manual

68

Notas

Page 69: Big Sister Manual

69

4.3. Criar o Seu Pequenos Negócios – Parte II

Tópico Emprego

Sub Tópico

Criar o Seu Pequenos Negócios - parte II

Material

Necessário

Marcadores, cartolinas em tarjetas, bostick,

Objectivo Despertar nas jovens raparigas ideias sobre criatividade

empresarial.

Introdução Explique que na sessão precedente você falou como um grupo

sobre os componentes importantes de uma microempresa de

bem sucedida. Hoje, você falará sobre as etapas realmente de

criar esse negócio.

Actividades Actividade 1: Revisa numa maneira criativa os 9 passos de

criação de uma empresa. Em nove passos ajudamo-lo a

desvendar o processo de criação de uma empresa

1º Passo: A Concepção da Ideia

O primeiro grande desafio na altura de criar um negócio próprio

é a concepção da ideia. Nesta fase o investimento do

empreendedor não se contabiliza em euros, mas sim em tempo

despendido na concepção da ideia.

Um projecto empresarial pode ter várias fontes de inspiração. A

ideia pode surgir da experiência profissional do empreendedor,

dos seus hobbies, da constatação de uma necessidade do

mercado. As fontes de inspiração são inúmeras, mas o

fundamental é que neste processo - quase sempre solitário - o

potencial empresário não perca a noção de que o seu projecto

tem de ser acima de tudo realista.

Aqui são definidas as bases da empresa. É das etapas mais

importantes do processo de criação de um negócio e nenhum

Page 70: Big Sister Manual

70

pormenor deve ser negligenciado. No momento de estruturar a

ideia de negócio, o empreendedor deve considerar vários

aspectos que vão desde a sua experiência profissional ao perfil do

consumidor, passando pela oportunidade do negócio e a

existência, ou não, de projectos empresariais semelhantes.

Para ajudá-lo a testar o seu perfil empreendedor e a viabilidade

da sua ideia deverá procurar responder de forma rigorosa às

seguintes questões:

Tenho perfil de empreendedor?

Qual é o destinatário do meu produto?

O mercado necessita daquilo que tenho para oferecer?

Que serviços prestarei?

Quais os benefícios do meu serviço?

Qual a minha concorrência?

Como poderei diferenciar-me da concorrência?

Que preço irei cobrar pelos meus serviços?

Qual o investimento inicial de que vou necessitar?

Como vou financiar-me?

Qual a melhor localização para a minha empresa?

A actividade que quero desenvolver carece de algum

licenciamento especial?

Qual o capital social que a minha empresa deverá ter?

Existe algum tipo de apoio para a minha actividade?

Como escolherei os meus sócios e qual o número de sócios

ideal para o meu projecto?

O REALISMO deve pautar a concepção da sua ideia. Para não ter

sobressaltos deverá procurar descrever as possíveis tendências

do seu mercado e qual o seu potencial de crescimento, os

processos legais necessários ao início da sua actividade, a

capacidade do negócio nos primeiros anos, bem como identificar

os pontos fracos e fortes da empresa

Lembre-se que algumas ideias, pela sua inovação deverão ser

protegidas legalmente. Em Portugal, compete ao Instituto

Nacional da Propriedade Industrial atribuir o registo de direitos.

Page 71: Big Sister Manual

71

2º Passo: Testar a Ideia

É verdade que o segredo é a alma do negócio. Mas não é menos

verdade que só faz sentido criar uma empresa se o mercado

necessitar do produto ou serviço que lhe quer oferecer. Esta é a

fase em que vai começar a testar se a sua ideia tem potencial.

Rodeie-se de pessoas da sua confiança, conte-lhes o seu projecto

e procure avaliar as potencialidades do mesmo. É também nesta

fase que vai começar a procurar informação sobre aquilo que vai

necessitar para concretizar o seu projecto.

Poderá começar a fazer um levantamento das etapas legais que

vai ter de cumprir, consultando um advogado se necessário. O

fundamental nesta fase é analisar de forma rigorosa - com base

em levantamentos e estudos concretos - as reais condicionantes

do mercado.

Entre os aspectos a considerar nesta fase estão: a singularidade

do produto/ serviço; o perfil do cliente-tipo; a dimensão do

mercado; a concorrência e quotas de mercado e as

potencialidades de crescimento do negócio.

É também o momento em que deverá elaborar o Plano de

Marketing descrevendo produtos/serviços, escolhendo políticas

de distribuição, preços e formas de promoção, tudo com

orçamentos previsíveis.

3º Passo: Rodear-se da Equipa Certa

Esta é a fase em que se testam as certezas. É o momento em que

vai fazer uma primeira abordagem à constituição da sua equipa

procurando estabelecer compromissos firmes com os recursos

humanos que considera fundamentais para o seu projecto.

Não vai recrutar funcionários, mas vai rodear-se dos parceiros

(eventuais sócios) que considere quem possam enriquecer o seu

projecto. O sentido da realidade é fundamental. Não deve

seleccionar as pessoas pela sua capacidade de investimento

financeiro no projecto, mas sim pelas suas qualidades técnicas.

Page 72: Big Sister Manual

72

Lembre-se que se estiver a investir numa área que não domina na

perfeição, a melhor forma de colmatar lacunas é encontrando os

parceiros adequados. Procure pessoas que partilhem a sua visão

de negócio e ambição para evitar posteriores incompatibilidades

e rupturas na gestão quotidiana do projecto.

Lembre-se também que à medida que a pressão aumenta é

frequente ocorrerem baixas na equipa. A partir daqui as tarefas

serão mais árduas. Escolha os guerreiros certos para o seu

exército.

4º Passo: Elaboração do Plano de Negócios

Esta fase é uma das fundamentais para o sucesso da sua empresa.

Vai passar para o papel de forma estruturada todas as ideias que

desenvolveu até ao momento. É momento de discutir

estratégias, definir prioridades, descartar ideias menos boas. É

nesta fase que elabora aquele que será o cartão de visita da sua

empresa junto de potenciais investidores e financiadores

externos.

O objectivo desta fase é que equipa conceba um plano de

negócios que exponha de forma realista como é que a equipa

planeia transformar as suas ideias num negócio exequível,

sustentável e lucrativo.

Esta é uma das etapas mais complicadas e minuciosas do

processo de criação de uma empresa. Na elaboração do Plano de

Negócios devem constar dados referentes à Análise de Mercado,

Plano de Investimentos, Fontes de Financiamento, Plano de

Tesouraria e Rentabilidade do Projecto.

O elevado grau de aspectos técnicos inerentes à elaboração do

Plano de Negócios leva muitos empreendedores a recorrer a

apoio especializado. Assim, além da equipa, não será demais ter a

ajuda de um consultor, advogados e até empresas de

contabilidade.

5º Passo: Conseguir o Capital Inicial

O empreendedor e a sua equipa devem decidir como vão

Page 73: Big Sister Manual

73

financiar o seu projecto. Há várias opções possíveis. O ideal seria

que conseguisse financiar o seu negócio com capitais próprios,

mas a percentagem de empreendedores que consegue criar uma

empresa sem recorrer a financiadores externos é residual.

Assim, deve estar preparado para defender o seu projecto junto

da Banca, de investidores privados ou empresas de capital de

risco. A vida do seu negócio depende do financiamento e por isso

é importante ter uma estimativa bastante realista das

necessidades de capital inicial fundamentais para o arranque do

negócio. A partir daqui será mais fácil definir onde se deverá

dirigir para conseguir esse capital.

Qualquer que seja a sua escolha, deverá ter uma estratégia para

atrair os investidores e convencê-los de que o seu projecto é

viável. O ideal será encontrar uma forma de fazer com que o seu

projecto se distinga da ‘pilha' de projectos que as entidades

financiadoras sempre têm para analisar. Nesta fase o objectivo é

conseguir um compromisso de financiamento que assegure a

criação da empresa. Depois de assumido esse compromisso, é

necessário recorrer a um advogado para fechar o negócio com as

fontes de financiamento.

6º Passo: Constituição Formal da Empresa

Uma vez ultrapassada a questão do capital inicial o

empreendedor poderá avançar para a constituição formal da

empresa. Esta é uma das fases mais penosas, pelo cargo

burocrático que lhe está associado.

Deverá começar por escolher a forma jurídica ideal para o caso da

sua empresa. A partir daqui poderá dirigir-se a um dos vários

Centros de Formalidades de Empresas (CFE) para cumprir as

seguintes tarefas:

Pedido do Certificado de Admissibilidade de Firma ou

Denominação de Pessoa Colectiva;

Pedido do Cartão Provisório de Pessoa Colectiva;

Marcação de Escritura Pública;

Celebração de Escritura Pública;

Page 74: Big Sister Manual

74

Declaração de início de actividade;

Requisição do Registo Comercial, publicação no DR e

inscrição no Registo Nacional de Pessoas Colectivas

Inscrição na Segurança Social;

Pedido de Inscrição no cadastro Comercial ou Industrial

7º Passo: Encontrar o Local Ideal

O local que escolhe para instalar a sua empresa faz toda a diferença. Além de ser uma das primeiras imagens que os seus clientes têm de si, deverá adequar-se à actividade que quer desenvolver, aos ‘targets' que quer alcançar e a vários outros factores.

A primeira decisão que terá de tomar é se procura um espaço próprio ou arrendado. A partir daqui, poderá recorrer a um agente imobiliário que lhe poderá ser útil pela experiência que tem na área.

Não se precipite. Um erro pode causar-lhe um gasto desnecessário de dinheiro. Seja prudente nas suas escolhas e lembre-se que factores como: uma má localização; uma área desadequada; uma renda exagerada ou um compromisso de arrendamento excessivamente longo podem fazer de uma escolha aparentemente acertada um mau investimento.

8º Passo: Definição dos Corpos Directivos e Recrutamento de Colaboradores

Agora que está prestes a iniciar a actividade da sua empresa e já tem uma estimativa do número e perfil de colaboradores de que vai necessitar para colocar a empresa a funcionar, é altura de iniciar o processo de recrutamento.

Deverá prestar particular atenção aos cargos de direcção e lembrar-se que poderá iniciar a actividade da empresa com um número reduzido de colaboradores e apostar num recrutamento posterior, à medida da expansão da empresa.

Se apostou numa área na qual não tem particular experiência e conhecimento, pode suprir eventuais lacunas de formação recrutando especialistas nesses sectores.

Lembre-se que o talento é vital. Rodeie-se de profissionais empreendedores e com capacidade de iniciativa. Lembre-se

Page 75: Big Sister Manual

75

também que o seu compromisso com os recursos humanos da sua empresa vai além das condições salariais. Defina estratégias de retenção dos seus recursos.

9º Passo: Iniciar a Actividade da Empresa

Se sobreviveu a todas estas fases é chegado o momento de iniciar

a actividade da sua empresa. Assegure-se de que todos os

pormenores estão operacionais para receber o cliente desde as

instalações, aos recursos humanos, às estruturas de comunicação

(telefones, faxes, emails).

Nesta fase deve estabelecer os principais sistemas de gestão e

definir áreas de contabilidade, logística, controlo de qualidade e

outras.

É também importante que defina e inicie o processo de promoção

da empresa. Pode apostar em campanhas de publicidade,

maillings para o seu público-alvo, ‘press releases' e outros meios.

Deverá ainda motivar os seus colaboradores para o início de

actividade, dar-lhes indicações precisas daquilo que se espera e

dos objectivos a atingir. É também o momento de contactar os

fornecedores e definir prazos.

Activdade 2: Divida o grupo em pequenos grupos de 3 o 4

raparigas. Da a cada grupo um flip-chart com as perguntas

siguentes.

1. Que é sua idéia para um microempresa?

2. Como vai testar sua idéia?

3. Quem estarão em sua equipe chave do negócio e porque?

4. Quanto tempo vai levar para fazer sua plano de negócio e

que tipo das perguntas você perguntará?

5. Como você começará o dinheiro a começar o seu negócio?

6. Onde você abrirá seu negócio?

7. Você necessitará registar seu negócio ou você começa-o

Page 76: Big Sister Manual

76

informal?

8. Quem estará em sua “grupo de directores?” e quem

estarão os funcionários?

9. No dia da abertura como você pensa você sentirá? Que

você será excitado aproximadamente e que você será

preocupado aproximadamente?

Cada grupo vai apresentar as suas ideais para o resto do grupo.

Conclusão Que ideias gostaram mais? Porque? Que desafios vamos ter que

alcançar com estas negócios?

Discussão e

passos

seguintes

Abrir negocio e só uma opção para emprego. Que outras coisas

são possíveis? Compartilham com as meninas os sonhos

profissionais de cada um e discutem como o grupo podem apoiar

um e outro para chegar aos sonhos.

Notas

Page 77: Big Sister Manual

77

4.4. Opções do Futuro

Tópico Emprego

Sub Tópico

Opções do Futuro

Material

Necessário

Papel, esferográficas

Objectivo Despertar ideias e sonhos profissionais nas jovens raparigas

Introdução A meta da sessão de hoje é fornecer alguns modelos das

profissões que as meninas podem querer escolher. Esta sessão

precisa da preparação boa. A líder e a mentora devem convidar 3

- 5 mulheres da comunidade circunvizinha à sessão de hoje e

prepará-las com as seguintes perguntas.

1. Que é seu trabalho?

2. Por que você escolheu esse trabalho?

3. Que você teve que fazer para se preparar para seu

trabalho?

4. Que você gosta mais sobre seu trabalho?

5. Que você gosta de menos sobre seu trabalho?

As mulheres podem vir das igrejas locais, escolas, ou puderam

mesmo ser as mães ou os familiares das meninas no grupo. Seja

criativo em seleccionar as suas convidadas e certifique-se de que

representam uma diversidade das profissões.

Actividades Cada convidada vai ter oportunidade a dar um discurso breve

sobre as 5 perguntas encima mencionadas. Depois que todos os

convidados falaram, facilite uma sessão da pergunta e da resposta

entre as meninas e os convidadas.

Page 78: Big Sister Manual

78

Conclusão Depois que os convidados saíram, pergunte às meninas qual das

profissões pareceram interessante e porque? Que outras

profissões são interessantes para elas? Com quem poderiam falar

para aprender mais sobre aquelas profissões?

Discussão e

passos

seguintes

Divida as meninas em grupos. Cada grupo deve escrever uma

carta de agradecimento a uma das convidadas para que todas

convidadas receberem uma carta. A líder e a mentora devem

entregar as letras as convidadas.

Notas

Page 79: Big Sister Manual

79

V. Tópico: Relacionamento

Page 80: Big Sister Manual

80

5.1. Relacionamento Familiar

Tópico Relacionamento

Sub Tópico Relacionamento Familiar

Material

Necessário

Quadro ou fliphart, marcador ou giz

Objectivo Apresentar as jovens raparigas algumas regras de boa

convivência no seio da família.

Introdução Introdução:

A Adolescência

É o período de vida entre a infância e a idade adulta. Trata-se de

um período de transição durante o qual o indivíduo sai da

infância e se desenvolve em direcção à maturidade. A puberdade

é o começo da adolescência. A adolescência estende-se entre os

12 aos 18 anos. A puberdade: é a fase em que um indivíduo se

torna fisicamente capaz de ser biologicamente pai ou mãe. É a

etapa da maturação das funções sexuais. As meninas atingem a

puberdade cerca de 14 anos.

A adolescência apresenta algumas características psicológicas

tais como:

Sentimento de insegurança e incertezas os adolescentes

atravessam um período de rápido crescimento psicológico e

desenvolvimento mental que lhes trazem novas ideias e

experiências. São invadidos por novas emoções e sentem medo

face ao novo. Todas as mudanças internas criam um perturbante

sentimento de insegurança.

Crise de identidade – O adolescente está num processo de

estabelecimento de um novo eu, de desenvolvimento de um

conceito de si, como uma pessoa distinta de qualquer outra coisa

pessoa.

Sentimento de solidão – A medida que o adolescente toma

conhecimento da necessidade de viver a sua própria vida e de ser

Page 81: Big Sister Manual

81

responsável por si, começa a desenvolver sentimentos de solidão.

Uma profunda necessidade de ter um amigo compreensivo com

quem se podem partilhar confidências e que ao mesmo tempo dê

apoio e encoraje, torna-se a grande prioridade.

Os adolescentes são incostantes e instáveis isto é típico dos

adolescentes devido a estarem incertos acerca de tantas coisas,

sobretudo acerca deles próprios. Os adolescentes reagem a estas

mudanças com sentimentos de insegurança e incerteza.

Necessidade de independência – Os adolescentes sofrem um

processo de separação das dependências da infância. Para eles

torna-se necessário estabelecer novas relações fora da família.

Esta necessidade de liberdade em relação às opções a tomar

decisões, etc. É muitas vezes considerada rebelião.

O que é o Relacionamento:

É o comportamento que um indivíduo tem em relação aos outros.

O que é o Relacionamento familiar

É o comportamento que um indivíduo tem em relação aos

membros da sua família.

A família é a célula básica da sociedade e cada membro tem um

papel a desempenhar na edificação das relações dentro de casa.

Os seres humanos são as únicas criaturas com poder para se

relacionar, tendo em conta que uma criança é concebida numa

relação familiar, onde se desenvolve o relacionamento básico

com os pais dentro do lar, que é a escola básica para a

socialização. Por vezes os adolescentes têm dificuldade em se

relacionar dentro da família. Porém, também eles precisam de

ultrapassar a sua crise e relançar as relações familiares.

Que postura deve ter a jovem rapariga no seio da família

Page 82: Big Sister Manual

82

a) Tomando conhecimento de si próprios, tomando uma posição

positiva e amando-se a si mesmos. Isto ajudá-los-á a amar e

aceitar os outros na família

b) Tomando conhecimento do lugar que ocupam por nascimento;

c) Respeitando cada membro da família, o que não só trará paz e

felicidade, mas também promoverá a auto-estima e a consciência

da própria dignidade

d) Contribuindo para um sentimento de segurança no seio da

família

e) Os pais precisam sentir amados pelos filhos

Actividades Actividades:

Primeiro Actividade - Lidando com problemas da família

1. Quais são algumas problemas familiares com que lidamos

dia a dia (a líder vai fazer uma lista de 10 o 15 problemas

reais das famílias das raparigas)

2. Como nos como raparigas podemos ajudar as nossas

famílias em líder com essas problemas (a jovem líder vai

escolher 3 o 4 de essas problemas para discussão em

plenário)

Segundo Actividade - Lidando com problemas da família

Dramatização em grupos pequenos sobre as consequências de

um mau comportamento.

Conclusão Plenário

Com qual grupo a maioria se identifica e porquê?

Quais são as vantagens de ter boa conduta no seio da família?

Page 83: Big Sister Manual

83

Discussão e

passos

seguintes

Pensam nas relacionamentos dentro da sua própria família? O

que e bom o que pode ser melhorada? Discutem a situação das

raparigas quem querem discutir e fazem um plano em conjunto

para líder com as ideias. No inicio do próximo sessão pergunta as

meninas si elas começaram a catalisar qualquer tipo da mudança

dentro das suas famílias.

Notas

Page 84: Big Sister Manual

84

5.2. Amizade

Tópico Relacionamento

Sub Tópico

Amizade

Material

Necessário

Materiais Necessários: Quadro móvel, giz ou marcadores, papel,

cadernos, lápis e esferográficas, manual de Big Sisters, cd de

“nossas vocês”, aparelhador

Objectivo Objectivo: a presente temática visa informar a jovem rapariga

sobre o que é amizade as vantagens de termos um amigo ou uma

amiga e como cultivar a amizade.

Introdução Introdução:

Falar de amizade é referir-se a um amor que nunca morre; a uma

virtude que muitos sabem que existe, que embora alguns

descobrem, mas poucos reconhecem.

No entanto, amizade quando é sincero o esquecimento é

impossível

A confiança, tal como a arte, não deriva de termos resposta para

tudo, mas, de estarmos abertos a todas as perguntas.

Há quem diga, por exemplo, que: - Um amigo é uma seta que

aponta para além de si mesmo! [OLIVEIRA:2004,19]

A amizade torna os fardos mais leves, porque os divide pelo meio.

A amizade intensifica as alegrias, elevando-as ao quadrado na

matemática do coração.

A amizade esvazia o sofrimento, porque a simples lembrança do

amigo é alívio.

A amizade ameniza as tarefas difíceis, porque a gente não as

realiza sozinho. São dois cérebros e quatro braços agindo.

A amizade diminui a distância. Embora longe, o amigo é alguém

perto de nós.

Page 85: Big Sister Manual

85

A amizade enseja confidências redentoras: problema partilhando,

percalço amaciado; felicidade repartida, ventura acrescida.

A amizade coloca música e poesia na banalidade do quotidiano.

A amizade é a doce canção da vida e a poesia da eternidade.

O amigo é a outra metade da gente. O lado claro e melhor.

Sempre que encontramos um amigo, encontramos um pouco

mais de nós mesmos.

O amigo revela, desvenda, conforta. É uma porta sempre aberta,

em qualquer situação.

O amigo na hora certa é o sol ao meio-dia, estrela na escuridão.

O amigo é a bússola e rota no oceano, porto seguro da tripulação.

O amigo é o milagre do calor humano que DEUS opera num

coração.

Actividades Actividade1:

Rádio drama e discussão, Nossas Vozes: Amizade

Actividade 2:

A líder fará uma abordagem sobre o tema durante 10 minutos;

vai repartir o grupo em dois e orienta um dos grupos a preparar

uma encenação de uma amizade sincera e forte. E ao outro grupo

oriente que prepare uma encenação de uma falsa amizade.

Durante 15minuto. Seguir-se-á apresentação das cenas durante

10 minutos (5 minutos para cada grupo). Comentários durante 5

minutos.

Conclusão

A importância de uma boa amizade

Qual é o comportamento de uma boa amiga?

Quem tem um amigo verdadeiro e porque?

Page 86: Big Sister Manual

86

Discussão e

passos

seguintes

Como cultivar maior amizade entre as pessoas

Notas

Page 87: Big Sister Manual

87

5.3. Namoro

Tópico Relacionamento

Sub Tópico

Namoro

Material

Necessário

Quadro, flipshat, giz, marcador, programa de namoro Baza Madie,

aparelhador

Objectivo Criar nas jovens raparigas o senso de responsabilidade e

comportamento adequado no namoro.

Introdução A adolescência é também o tempo propício às paixões, tanto para

rapazes e como para moças. A apaixonar-se é sempre uma coisa

maravilhosa. Quando a rapariga sente que o rapaz torna-se a

pessoa importante e única, parece que até não se pode viver sem

ele!

Mas, é preciso muita cautela, importa estar aberta a uma boa

amizade, ao amor, com lealdade e simplicidade, sem exageros e

sem exigências, procurando analisar os seus próprios

sentimentos e tendências.

Com efeito a sexualidade é também desejo, atracção, impulso,

busca de unidade e de comunhão total. É difícil, porém avaliar se

o desejo de união física tem a sua origem e causa no amor. E que

os motivos podem ser vários: querer superar os tabus sexuais,

seguir a moda actual, querer agradar ou vencer receios,

compensar carências afectivas e frustrações... Nesses casos, mais

razão há para esperar, até para evitar, mais tarde,

arrependimento e desilusões.

Page 88: Big Sister Manual

88

Namoro não é sexo, ou melhor, não é só sexo. É muito mais que

isso, é uma fase na qual o indivíduo convive, conhece e cultiva

uma verdadeira amizade com o parceiro. Quando um namoro é

cimentado a base de sexo corre o perigo quanto mais depressa se

satisfaz menos dura o namoro. É importante que a rapariga

valorize o seu corpo.

Comportamento sexual responsável

O comportamento sexual responsável não é adquirido

instantaneamente. É um processo de crescimento que envolve:

Maturidade – Para ser capaz de agir guiado pelo amor e não

apenas por fortes sensações ou impulsos, é preciso ter atingido

uma maturidade plena. Uma pessoa madura será capaz de amar

outra genuinamente pelo que ela é.

Socialização – Não pode amar outras pessoas genuinamente se

não as conhecemos. Leva tempo a estar com e a comunicar com

alguém, o suficiente para desenvolver relações significativas. Os

jovens têm de despender tempo, convivendo à medida que

crescem a fazer coisas simples da vida, de forma a desenvolveres

as relações de amizades significativas e duradouras.

Intimidade – As grandes amizades desenvolvem-se através do

convívio. As pessoas que são socialmente maduras são capazes de

escolher companhias agradáveis para relações de grande

duração. Até ao matrimónio, os amigos íntimos maduros serão

capazes de respeitar-se mutuamente e ter domínio de si próprio

em assuntos de atracção e impulsos físicos.

Matrimónio – Um comportamento sexual responsável significa

Page 89: Big Sister Manual

89

que o homem e a mulher que se amam realmente se

comprometerão, voluntária e mutuamente, por toda vida. O

comportamento sexual responsável pressupõe abstenção de

práticas sexuais, antes do casamento, e fidelidade, no casamento.

Actividades Actividade 1:

A líder colocará a escuta um programa sobre o namoro,

produzido pelo estúdio N´jango

Actividade 2:

Para esta secção a líder pede algumas voluntárias, para

formarem dois grupos. E seguidamente orienta para que

cada grupo faça uma encenação. O primeiro vai fazer um

teatro encenando uma rapariga que tem um namoro

responsável, e o segundo grupo vai fazer um teatro

encenando um namoro irresponsável.

Conclusão Como as quatro qualidades nos ajudarão a assumir

relacionamentos sérios e seguros?

O que é o namoro?

E porquê as jovens responsáveis durante o namoro

abstêm-se de práticas sexuais?

Discussão e

passos

seguintes

O que podemos fazer para as jovens raparigas nas nossos

bairros para que elas sejam mas responsáveis no namoro

e assim evitar o surto de gravidez na adolescência?

Page 90: Big Sister Manual

90

Notas

Page 91: Big Sister Manual

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VI. Bibliografia

Manual sobre noções elementares de gestão de uma micro empresa: programa geral de desmobilização

e reintegração (Pag.13 a 64);

Teatro na comunidade (Pag. 11 a 28) autor Plutarco Almeida. Editora Paulinas

Artigo retirado do livro Drogas: uso, mau uso e abuso, Dra. Patrizia Donatella Streparava, Psic. Virgínia

G. M. Rocha,

Colombo, Irmã Dalmazia, Economia Doméstica, Paulinas Editora- Prior Velho (Portugal) 2006,

(DALLARI, Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1998. p.14)

Ver o papel do Facilitador e regras de base da Facilitação em MANUAL DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

CCG, 2001, Página s 47 e 48.

Ver MANUAL DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS CCG, 2001, Página 32

Ver MANUAL DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS CCG, 2001, Página 27

Kiura, Jane M. – Gitau, Regina – Kiura, Andrew A vida e o Amor Artipol- Artes Tipográficas, Lda Águeda

(Portugal),