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Relatório Anual De 2012

Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De

Capitais Na África Ocidental

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02 Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

Índice Analítico

| www.giaba.org GIABA 2012 Annual Report

LISTA DE TABELAS 04

LISTA DE GRÁFICOS 04

LISTA DE ABREVIATURAS 05

PREÂMBULO 07

AGRADECIMENTOS 09

CAPÍTULO UM

INTRODUÇÃO 11

Estado Membro do GIABA 12

Principais Órgãos do GIABA 12

Implementação do Plano Estratégico do GIABA 2011-2014 12

Panorama do Relatório Anual 2012 12

Conclusão 13

CAPÍTULO DOIS

PANORAMA DA SITUAÇÃO ABC/CFT EM AFRICA OCIDENTAL 15

Introdução 15

Benim 15

Burkina Faso 17

Cabo Verde 20

Costa do Marfim 22

Gâmbia 25

Gana 27

Guiné 32

Guiné Bissau 33

Libéria 35

Mali 38

Nigér 41

Nigéria 44

Senegal 49

Serra Leoa 52

Togo 55

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03Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

www.giaba.org |GIABA Relatório Anual De 2012

Índice Analítico

CAPÍTULO TRÊS

AVALIAÇÃO DO PAÍS 59

CAPÍTULO QUATRO

TIPOLOGIAS E OUTRAS PESQUISAS 77

CAPÍTULO CINCO

ASSISTÊNCIA TÉCNICA E FORMAÇÃO 85

CAPÍTULO SEIS

ADVOCACIA E ABERTURA À SOCIEDADE CIVIL 111

CAPÍTULO SETE

INTEGRAÇÃO REGIONAL E COOPERAÇÃO INTERNACIONAL 125

CAPÍTULO OITO

SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E DE APOIO 137

CAPÍTULO NOVE

CONCLUSÃO: DESAFIOS E PRIORIDADES FUTURAS 143

Apêndice I: Plano de Trabalho do GIABA 2013 151

Apêndice II: Organograma Revisto 157

Apêndice III: Situação da ratificação das Convenções dos Estados

membros do GIABA 157

Apêndice IV: Situação dos quadros jurídicos, políticas e institucionais

nos Estados Membros 158

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04 Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

| www.giaba.org GIABA Relatório Anual De 2012

Lista de Tabelas e Gráficos

No. Título Pág.Tabela 1 Classificações de avaliação mútua dos Estados-Membros da

conformidade com as 40 +9 Recomendações do GAFI60

Tabela 2 Classificações de Avaliação Mútua dos Estados-Membros nas 9 Recomendações Especiais do GAFI

61

Tabela 3 Resumo das Classificações por País 61Tabela 4 Resumo geral de classificações para Estados-Membros do GIABA nas 40

recomendações62

Tabela 5 Resumo das classificações para Estados-Membros do GIABA nas 9 Recomendações Especiais

62

Tabela 6 Resumo das Ações de Seguimento por Estados Membros 70Tabela 7 Plano de Implementação do dispositivo Analítico ABC / CFT

para os Estados-Membros89

Tabela 8 Tabela 8: Plano de Projeto Amplo (Indicando Datas Chaves Provisórias) Para Benim, Togo, Mali, Níger, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Serra Leoa, República da Guiné e Libéria

89

Tabela 9 Situação de Implementação do projeto dos painéis publicitários 92

Tabela 10 Comentários sobre o livro Estratégias e Técnicas de julgar os Crimes Económicos e Financeiros

98

Tabela 11 Natureza do Programa Executado (2009 – 2012) 109

Tabela11A Participação por Estados Membros 109Tabela 11B Participação por Sector 110Tabela 11C: Participação por Género 110Gráfico 1 Resumo da classificações para Estados-Membros do GIABA

Recomendação 40 do GAFI 62

Gráfico 2 Resumo da classificações para Estados-Membros do GIABA Recomendação 9 do GAFI

63

Gráfico 3 Natureza do Programa 86Gráfico 4 Total de Participação por Sector (2009 - 2012) 86Gráfico 5 Participação por Sector 86 Gráfico 6 Participação Anual por Género (2009 - 2012) 87

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05Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

www.giaba.org |GIABA Relatório Anual De 2012

Lista de Abreviaturas

AfDB/BAD Africa Development Bank/ Banco Africano de DesenvolvimentoABC/CFT Anti-Branqueamento de Capitais/Contra Financiamento do Terrorismo

LABC Lei Anti-Branqueamento de Capitais

LAT Lei Anti-terrorismo

UA União Africana

BCEAO Banco Central dos Estados da Africa Ocidental

BOAD Banco Oeste Africano de Desenvolvimento

BCL Banco Central da Libéria

BCN Banco Central da Nigéria

DVC Devida Vigilância do Cliente

UIF Unidade de Informação Financeira (CENTIF em Francês)

CIMA Conferência Inter-Africana dos mercados de seguros da Zona Franca

CPI Índice de Percepção da Corrupção

CTED Direção Executiva Anti-terrorista (NU)

DDG Director-Geral Adjunto

DG Director Geral

EPNFD Empresas e Profissões Não Financeiras Designadas

CEDEAO Comunidade Económica dos Estados Oeste Africano

EFCC Comissão de Crimes Económicos e Financeiros

ERG Grupo de Avaliação e Revisão

GAFI Grupo de Ação Financeira

FCFA Franc Communauté Financière Africaine

UIF Unidade de Informação Financeira

OREG Órgão Regional Estilo GAFI

GIABA Grupo Intergovernamental de Ação contra o Branqueamento de Capitais (Groupe Inter-Gouvernemental d’Action contre le Blanchiment d’Argent en Afrique de l’Ouest (Inter-Governmental Action Group against Money Laundering in West Africa)

ICRG Grupo Internacional de Revisão de Cooperação Internacional (GAFI)

FMI Fundo Monetário Internacional

INTERPOL International Criminal Police Organization

TIC Tecnologias da Comunicação e Informação

CSC Conheça Seu Cliente

MEF Ministro da Economia e Finanças

RAM Relatório de Avaliação Mútua

IMF Instituição de Micro-Finança

BC Branqueamento de Capitais

LBC Lei de Branqueamento de Capitais (Proibição) 2004 (Nigéria)

MOU Memorandum de Entendimento

ONG Organização Não Governamental

ANI Agência Nacional de Inteligência

NPO Organização sem fins lucrativos

OTA Gabinete de Assistência Técnica (Tesouro dos EUA)

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06 Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

| www.giaba.org GIABA Relatório Anual De 2012

PNDCL Provisional National Defense Council Law

RRG Grupo de Análise Regional (ICRG/FATF)

ALPC Armas Ligeiras e de Pequeno Calibre

PIE Planeamento implementação estratégica

COS Comunicação Operação Suspeita

COT Crime Organizado Transnacional

UEMOA União Económica e Monetária do Oeste Africana

RU Reino Unido

NU Nações Unidas

PNUD Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas

UNODC Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime

CSNU(R)EUA

Conselho de Segurança das Nações Unidas (Resolução) Estados Unidos da América

UEMOA União Económica e Monetária da África Ocidental

WGMEI Grupo de Trabalho de Avaliação Mútua e Implementação

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07Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

www.giaba.org |GIABA Relatório Anual De 2012

Desde que assumi o cargo de Diretor Geral do Grupo Intergovernamental de Ação contra o Branqueamento de Capitais na África Ocidental (GIABA), em maio de 2006, tenho assegurado de forma consistente a produção de um relatório abrangente sobre as suas atividades numa base anual, conforme previsto nos termos dos estatutos do GIABA. O relatório anual de 2012 é a 6 ª edição e a última vez que vou assinar antes do final do meu mandato, em abril de 2013. Na vida, há sempre um tempo para dizer adeus a qualquer atividade humana e a mudança continua a ser a única constante.

Nos últimos 7 anos que tenho presidido aos assuntos desta nobre instituição, o GIABA tem trabalhado assiduamente para apoiar os seus Estados membros para construir e consolidar sistemas de controlo de branqueamento de capitais (BC) e o financiamento do terrorismo (FT) na região. Dentro do contexto da CEDEAO, o GIABA tem demonstrado um desempenho excepcional com uma taxa de programa de implementação de 88% em 2008, 94% em 2009 e 98% para 2010 e 2011, respectivamente. Além de ser consistente com a visão global de 2020 da CEDEAO, os programas do GIABA têm ajudado a sensibilizar sobre os perigos do crime organizado transnacional e complementaram outros programas de integração da CEDEAO, especialmente na justiça criminal, controlo de medicamentos, anti-corrupção e boa governação, micro -economia, o comércio e a livre circulação de bens e serviços. Este relatório contém uma análise de muitos desses programas.

Como uma instituição especializada da Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO), o GIABA tem, através dos seus programas e projetos, contribuído de forma significativa para o aprofundamento do programa de integração regional da CEDEAO. Promoveu e apoiou a formulação ou atualização de leis ABC e CFT, ajudou na formulação da Estratégia Nacional ABC/CFT,

incentivou a criação de comités interministeriais (CIM) Anti-Branqueamento de capitais e Contra Financiamento do Terrorismo (ABC/CFT) nos Estados membros; facilitou a avaliação mútua de todos os seus Estados-Membros, incluindo a última missão de avaliação no local a São Tomé e Príncipe, em dezembro de 2012; facilitou o estabelecimento e fortalecimento das Unidades de Inteligência financeira (UIF), conduziu numerosos programas de capacitação sobre questões ABC/CFT para os funcionários envolvidos na implementação de leis e políticas ABC/CFT nos seus países;e aumentou a consciência pública sobre as questões ABC/CFT na região. Finalmente, as tipologias e outros projectos de investigação realizados geraram conhecimento sobre as ligações entre os vários crimes antecedentes e BC/FT na região. Além disso,  também provocam novas iniciativas de políticas e alguns países reagiram através da criação de novas instituições para lidar com infracções subjacentes específicas para BC.

Apesar dos esforços acima mencionados, contudo, ainda existem muitas áreas onde ainda precisa ser feito mais trabalho e muitos desafios que precisam de ser abordados. As necessidades ABC/CFT dos Estados membros do GIABA FT ainda sobrecarregam a sua capacidade e recursos. O baixo nível de conformidade com as normas ABC/CFT internacionais aceitáveis registado na primeira ronda de avaliação dos Estados-Membros do GIABA bem como o ritmo lento de ação em muitos países para lidar com as deficiências identificadas, justificam a necessidade de mais empenho e apoio contínuo para o desenvolvimento dos seus regimes ABC/CFT.

O GIABA não pode atender a todas as exigências de assitência técnica da região e está, por isso, agradecido pela assistência de parceiros que apoiaram em vários níveis para fortalecer os regimes ABC/CFT e conformidade na África Ocidental. Apelamos a esses parceiros para continuarem a apoiar-nos nos esforços para controlar o crime aquisitivo e assim,

Dr. Abdullahi Y. ShehuDirector General

Preâmbulo

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08 Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

| www.giaba.org GIABA Relatório Anual De 2012

proteger as economias da África Ocidental, em particular, e do mundo em geral.

Durante o meu mandato como Diretor-Geral do GIABA, disfrutei do imenso apoio dos Estados-Membros. Em particular, o apoio e a compreensão dos membros do Comité Ministerial do GIABA, os membros da Comissão Técnica e os nossos correspondentes Nacionais na implementação eficaz dos nossos programas e os projetos têm sido extraordinários para além de qualquer medida. Juntos, conseguimos puxar a região para longe do caminho incerto de leis fracas, falta de instituições; não-resposta das entidades de comunicação, apatia social a um certo caminho das leis tradicionais, com marcos regulatórios e de execução estabelecidas, fez as entidades que relatam ter a total noção da responsabilidade de conformidade e sensibilizou a consciência social e pública para se envolverem em discussão efetiva dos efeitos deletérios do BC/FT sobre o desenvolvimento humano na região e a agir. Tem sido uma viagem que vale a pena repetir, mas só podemos seguir em frente.

Ninguém pode escrever a história do futuro, porque não aconteceu! No entanto, se posso ousar ser um Nostradamus para o GIABA, vejo uma instituição que encabeçará uma aliança regional das partes interessadas comprometidas na luta contra o BC/FT na África Ocidental e para além das suas fronteiras!Gostaria de convidar todos as partes interessadas a estender à gestão futura do GIABA o apoio e a cooperação que necessitam, a fim de continuar a construir e até mesmo ultrapassar a arquitetura ABC/CFT. A continuidade é a base da sustentabilidade; o meu apelo para todos nós, com o

interesse comum no aprofundamento dos controlos de ABC/CFT é estender as nossas mãos de companheirismo ao meu sucessor e equipa de modo que os criminosos que trabalhamos para combater não tenham razão para sorrir.

Tudo que tem um começo deve ter um fim. O meu adjunto e eu estamos eternamente gratos a Deus Todo-Poderoso que nos possibilitou servir nas nossas respetivas capacidades e contribuir para o desenvolvimento humano. Agradecemos também à Autoridade da CEDEAO que nos deram a oportunidade de fazer as nossas modestas contribuições para a nossa integração regional, a prevenção do branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo e luta global contra o crime organizado e para a manutenção da paz e segurança internacional. Espero que considerem esta edição do Relatório Anual de GABA tão informativa como as edições anteriores. Apesar das inúmeras conquistas e passos de gigante, não há espaço para melhorias. O mundo é um palco e cada pessoa só, pode desempenhar o seu papel. Não há lamento algum para ao despedir-me ao deixar uma organização bem estruturada, organizada, funcional, eficaz e eficiente. Um fato óbvio é que os nossos caminhos ainda se cruzarão pois continuo a ser um discípulo de mudança, um promotor forte e protetor do Estado de Direito, democracia e boa governação e sobre todo o desenvolvimento. Agradeço a todos pelo vosso amável apoio e assistência!

Dr Abdullahi Shehu,Director General of GIABA

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09Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

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Agradecimentos

O ano de 2012 marcou o segundo ano da implementação do Plano Estratégico 2011 - 2014 do GIABA. Este relatório, como os anteriores Relatórios Anuais do GIABA, baseia-se nas actividades desenvolvidas pelo GIABA em 2012. Os sucessos gravados neste relatório foram obtidos como resultado das imensas contribuições das partes interessadas _ e parceiros do GIABA. Gostaríamos de agradecer o apoio contínuo da Autoridade dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO e do Conselho de Ministros que forneceram o apoio e assistência necessária através de um maior apoio político e financeiro para a execução do mandato do GIABA. O apoio e incentivo do presidente da Comissão da CEDEAO e outros chefes de instituições da CEDEAO também tem sido uma fonte grata de inspiração e encorajamento para o GIABA no exercício das suas responsabilidades.

O GIABA deseja reconhecer o forte apoio e compromisso dos membros do Comité Ministerial do GIABA, a saber, os Ministros das Finanças, da Justiça e do Interior/Segurança de cada país-membro na aprovação dos nossos planos estratégicos e de trabalho e fornecer a orientação política necessária para a obtenção de resultados. Os membros da Comissão Técnica e, em particular, os nossos correspondentes nacionais que são os diretores das UIF, nos seus respetivos países merecem um agradecimento especial pelo seu contínuo apoio e assistência. Sem os esforços dos membros da Comissão Técnica/Plenária, o GIABA não poderia conseguir muito e transferir a propriedade das ações regionais gerais para os Estados membros. A Plenária tornou-se mais decisivo, enquanto os Estados-membros continuaram a demonstrar um maior compromisso na luta contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo. Os correspondentes nacionais assumiram a propriedade plena e tornaram-se mais envolvido nas atividades do GIABA e continuaram a conduzir a implementação de programas e projetos nos seus respetivos países. A sua cooperação e apoio são inestimáveis para a prestação de assistência técnica.O GIABA também deseja reconhecer o forte apoio dos vários intervenientes nacionais e regionais que se tornaram mais sensíveis à nossa busca de parceria. Reconhecemos e apreciamos o apoio dos nossos parceiros internacionais, os quais não podemos mencionar todos pelo nome, pelo seu apoio e incentivo, especialmente a sua participação nas nossas atividades, incluindo avaliações mútuas e estudos de tipologias.

O GAFI e o apoio contínuo dos seus membros e a colaboração com o GIABA têm sido bastante úteis e produtivos. Em 2012, tivemos o privilégio de organizar, em conjunto com o

Secretariado do GAFI, uma reunião de peritos em tipologias. Foram aprendidas boas lições com isso e estamos gratos ao GAFI. Como também é a lição e inspiração tirada de outros OREG na promoção e implementação de normas internacionais aceitáveis e melhores práticas sobre ABC/CFT. Acreditamos que alguns deles também podem ter beneficiado a partir de circunstâncias e desafios únicos do GIABA e que constitui a essência da rede global.

Queremos expressar a nossa gratidão a todos aqueles que nos apoiaram durante todo o ano de 2012, e gostariamos de pedir o apoio e a compreensão continuada à medida que trabalhamos duro para criar um ambiente hostil para os criminosos que procuram explorar a nossa região para ganhos pessoais. É impossível lembrar todo o apoio e colaboração que nos prestaram durante o ano, mas o papel das organizações da sociedade civil, incluindo os meios de comunicação, na divulgação da mensagem de ABC/CFT para os diferentes segmentos da população tem sido incrível. Para aqueles que não podem ser mencionados neste reconhecimento, realmente agradecemos e dizemos obrigado!

Secretariado do GIABA,

Dakar, Senegal

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10 Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

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11Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

www.giaba.org |GIABA Relatório Anual De 2012

Capítulo Um

INTRODUÇÃO

1. A criação do Grupo Intergovernamental de Ação contra o Branqueamento de Capitais na África Ocidental (GIABA) pela Autoridade dos Chefes de Estado e de Governo da EDEAO no ano de 2000 representa a resposta da África Ocidental às ameaças do crime organizado transnacional, sobretudo ao branqueamento de capitais (BC) e o Financiamento do Terrorismo (FT).

2. A natureza complexa do BC e as inúmeras formas em que se manifesta torna qualquer avaliação exata dos danos que provoca uma tarefa complexa. Apesar da ausência de estimativas precisas, no entanto, as consequências negativas de produtos do crime para uma economia e uma sociedade são bem reconhecidas. Existem ferramentas e fontes disponíveis, que nos ajudam a ter uma visão sobre os riscos BC/FT que enfrentamos. Essas ferramentas e fontes incluem a avaliação mútua e relatórios de acompanhamento, tipologias e outros estudos de pesquisa, relatórios sobre as atividades criminais e investigações de casos de BC/FT em países da África Ocidental, e os resultados da avaliação das necessidades técnicas que realizamos na preparação para prestar assistência técnica aos Estados membros do GIABA. Estes órgãos de informação, quando adequadamente fundidos, não só ajudam a traçar um retrato de BC/FT na África Ocidental, mas também informam melhor as decisões políticas e operacionais e ações.

3. Agimos coletivamente para enfrentar BC/FT particularmente por causa dos esforços por parte de grupos criminosos organizados que usam a grande quantidade de dinheiro que adquirem a partir dos seus negócios criminosos para aumentar o seu poder e influência e minar o poder e a integridade da autoridade legítima. Subjacente ao esforço para ganhar poder e influência está o de não só obter o máximo de valor da sociedade, sem lhe agregar valor, mas também garantir a proteção para que sejam apanhados pela lei. Em grande medida, a corrupção generalizada permitiu aos barões do crime ampliar e proteger as suas empresas criminosas. De fato, a corrupção insidiosa compromete a boa governação e o pleno respeito pela lei, e enfraquece as instituições públicas. Desta forma, é criado um ciclo de

auto-destruição sendo uma vantagem para os criminosos que, em seguida, trabalham ativamente para manter o ciclo. É, portanto, essencial que possamos intensificar os nossos esforços de forma coordenada, a fim de garantir que os criminosos que tentam minar o nosso desenvolvimento estão devidamente colocado em xeque perpétuo.

4. É tendo em vista estes desafios que a Autoridade dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados Oeste Africano (CEDEAO) estabeleceu o GIABA com a missão de:

• Assegurar a adoção de medidas contra o BC e FT, de acordo com as normas e práticas internacionais aceitáveis, incluindo 40 Recomendações do GAFI;

• Facilitar a adoção e implementação pelos Estados-Membros das medidas contra BC/FT e tendo em conta as peculiaridades e condições regionais específicas;

• Funcionar como um fórum onde os membros podem discutir assuntos de interesse regional e compartilhar experiências;

• Organizar auto-avaliações e exercícios de avaliação mútua para determinar a eficácia das medidas adoptadas, incluindo a sua conformidade com as normas internacionais aceitáveis , e

• Coordenar e prestar apoio aos Estados membros para estabelecer e implementar regimes de ABC/CFT, incluindo a implementação de leis contra o produto do crime por meio de Assistência Judiciária Mútua (AJM) e, também, a criação e manutenção de Unidades de Inteligência Financeira (UIF).

5. A partir do mandato e funções do GIABA acima descritos, podem ser traçadas algumas distinções entre GIABA, o GAFI e outros OREG: Em primeiro lugar, ao passo que o GAFI e alguns OREG foram estabelecidos como grupos de trabalho, com prazo fixo, mas com mandato de renovação, GIABA foi estabelecido por Estatuto conforme o uma instituição especializada da CEDEAO, com com mandato para desempenhar funções relacionadas com o GAFI, avaliação mútua e principalmente estudos de tipologias;em segundo lugar, GIABA está mandatado não só para coordenar a

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12 Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

| www.giaba.org GIABA Relatório Anual De 2012

assistência técnica, mas também para prestar assistência direta aos Estados membros com base no quadro de integração regional comunidade CEDEAO Em essência, portanto, GIABA deve cumprir ambas comunidade CEDEAO e com o GAFI conforme o caso. Para que não restem dúvidas, este estatuto um tanto duplo não apresentou qualquer desafio, mas sim, tem proporcionado oportunidades, especialmente para o financiamento direto e consistente do GIABA com o contributo da comunidade da CEDEAO.

Estado Membro do GIABA

6. Adesão ao GIABA consiste em ser Estado-Membro da CEDEAO, nomeadamente, República de Benim, Burkina Faso, República da Costa do Marfim, República de Cabo Verde, República da Gâmbia, República do Gana, República da Guiné, República da Guiné-Bissau, República da Libéria, República do Mali, República do Níger, a República Federal da Nigéria, República do Senegal, República da Serra Leoa e a República do Togo. A República de São Tomé e Príncipe, é o único membro não-CEDEAO do GIABA.

7. O Estatuto de observador no GIABA é concedido aos Estados africanos e não-Africanos, bem como Organizações Inter-Governamentais, que se aplicam a esse estatuto e apoiar os objectivos e ações do GIABA. Consequentemente, São Tomé e Príncipe foi admitido como membro e à União das Ilhas Comores foi concedido o estatuto de observador em 2012. Ambos os países não são membros da CEDEAO. Com efeito, portanto, a adesão de STP, bem como o estatuto de observador das Ilhas Comores no GIABA será limitada a assuntos relacionados com o branqueamento de capitais e combate ao financiamento do terrorismo (ABC/CFT) e o seu estatuto no GIABA não implica a adesão à CEDEAO ou respetivas responsabilidades.

8. As seguintes organizações têm estatuto de observador no GIABA: os bancos centrais dos Estados-Membros, títulos regionais e comissões de câmbio, a União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA), o Banco Africano de Desenvolvimento Ocidental (BOAD), Comité de Liaison Francês da Zona Anti-Branqueamento de Capitais, Conselho Regional de Poupança Pública dos Mercados Financeiros (CREPMF), o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), a Direção Executiva Anti Terrorismo das Nações Unidas (CTED) e o Escritório das Nações Unidas das Drogas e Crime (UNODC), o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Grupo de Ação financeira Internacional (GAFI), a Interpol, a Organização Mundial das Alfândegas (OMA), o Secretariado da Commonwealth e do Grupo Egmont da UIF. Além disso, todos os Estados membros do GAFI têm estatuto de observador no GIABA.

Principais Órgãos do GIABA

9. O GIABA opera por meio dos seguintes quatro órgãos principais, a saber:

• O Comité Ministerial GIABA (CMG), composto pelos três ministros responsáveis pelas Finanças, Justiça e Interior / Segurança de cada Estado-membro;

• O Secretariado, localizado em Dakar, Senegal;

• A Comissão Técnica, composta por peritos provenientes dos ministérios acima mencionados dos Estados membros, e

• A rede de correspondentes nacionais, com um em cada um dos EM.

As funções de cada órgão estão claramente definidas nos Estatutos do GIABA.

Implementação do Plano Estratégico 2011-2014 do GIABA

10. Desde 2006, o GIABA procedeu de forma lógica e metódica para fortalecer os regimes ABC/CFT dos seus Estados membros. Não só têm estratégias nacionais - e, em alguns países, foram formulados e implementados planos de ação, mas também a legislação padrão foi aprovada pelas legislaturas nacionais. Além disso, a regulação, supervisão e execução foram significativamente melhorados, e as instituições críticas de ABL/CFT receberam apoio técnico específico para melhorar as suas capacidades operacionais.

11. Apesar dessas conquistas, no entanto, a conformidade com as normas internacionais aceitáveis e melhores práticas permanece um desafio. Em particular, alguns Estados membros carecem de capacidades necessárias para absorver e manter a assistência técnica, a capacidade de sustentar a assistência técnica oferecida é outro grande desafio. Em muitos casos, competindo pelas prioridades de parcos recursos a nível político, governanção, níveis económicos e sociais colocam ABC/CFT em posições de segundo plano em alguns casos, quer no imediato, médio ou longo prazo. Noutros, a instabilidade política e violência afetou os seus esforços para manter o ritmo das suas ações.

12. Assim, o Plano Estratégico do GIABA 2011-2014 baseia-se em seis objectivos estratégicos através do qual se pretende abordar os constrangimentos relacionados acima mencionados e outros. Enquanto uma revisão intercalar do Plano Estratégico está prevista para o segundo trimestre de 2013, foi realizado e publicado um sistema de acompanhamento interno e avaliação do progresso da implementação do plano em 2012. Na sequência da decisão da Comissão de Gestão de Sucessão da CEDEAO (CSG), a unidade de Monitorização e Avaliação (M & E) foi criada sob o Gabinete do Diretor-Geral.

Panorama do Relatório Anual 2012

13. Este relatório fornece uma visão geral das atividades realizadas pelo GIABA em 2012. O Capítulo Dois é capítulo emblemático do relatório, uma vez que fornece uma avaliação técnica da situação dos regimes ABC/CFT dos Estados membros do GIABA, observando os avanços registados na implementação de regimes ABC/CFT, os desafios enfrentados e as perspetivas para o futuro. Também fornece ainda que brevemente, as necessidades de assistência técnica dos países e conclui com algumas recomendações sobre a implementação dos seus relatórios de avaliação mútua. O capítulo três fornece uma visão

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13Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

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geral das ações realizadas até 2012 na implementação do Programa aprovado de Avaliação Mútua do GIABA; e descreve a visitas in loco realizadas, avaliação mútua e relatórios de acompanhamento produzidos, aprovados e publicados, e os constrangimentos e desafios enfrentados na realização destes exercícios. O capítulo Quatro avalia tipologias e projetos de pesquisa, bem como atividades correlatas realizadas no ano de referência. O capítulo cinco relata a assistência técnica aos Estados-Membros, bem como apoio prestado a entidades profissionais e organizações da sociedade civil. O capítulo Seis relata a parceria com as organizações da sociedade civil, de divulgação e advocacia sobre os esforços ABC/CFT na África Ocidental. O capítulo Sete dá conta da integração regional e as atividades de cooperação internacional desenvolvidas, enquanto o Capítulo Oito fornece o resumo dos serviços administrativos e de apoio, bem como o resumo dos resultados do monitoramento e avaliação das atividades do GIABA nesse ano. Finalmente, o Capítulo Nove conclui destacando as lições aprendidas, os desafios e as perspetivas futuras.

Conclusão

14. O mandato do GIABA permanece relevante como pode ser visto através deste relatório. No entanto, os desafios relacionados com a execução desse mandato são enormes e cada vez mais diversificados e complexos. O relatório articula esses desafios, ao mesmo tempo destacando os esforços do GIABA e os resultados alcançados. Especificamente, através deste relatório, o GIABA procura informar as partes interessadas do progresso incremental a ser feito em ABC/CFT na África Ocidental e os desafios encontrados no processo. Sem ser imodesto, pode-se concluir depois de ler o relatório que ocorreu um grande avanço a nível nacional e regional, novas legislações foram promulgadas quando necessário, novas instituições criadas, em alguns casos para a aplicação da lei, os reguladores têm melhorado as suas funções de fiscalização e a capacitação foi dimensionada para conseguir tudo isso. No entanto, parece que o número real de casos investigados e processados com sucesso e o número de condenações permanece baixo. Muitos países parecem estar a precisar de assistência contínua, mesmo na execução de tarefas mundanas atribuídas a certas instituições. No entanto, o relatório conclui com uma esperança completa para mais desenvolvimentos potenciais nos próximos anos.

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Capítulo dois

Introdução

PANORAMA DA SITUAÇÃO ABC/CFT EM AFRICA OCIDENTAL

15. No ano de 2012, a África Ocidental testemunhou intensas atividades, incluindo a instabilidade política e violência em algumas partes, bem como terrorismo relacionado, e com o terrorismohá sempre o financiamento subjacente e apoio que lhe é dado pelos indivíduos e / ou grupos. Por exemplo, as atividades da AQMI - Al-Qaeda no Magrebe foi intensificada como resultado do controlo rebelde de partes do norte do Mali. O fluxo de combatentes islamitas nas zonas controladas rebeldes e as suas tentativas de criar uma nova forma estrita de vida para as pessoas que vivem nessas áreas foram recebidas por uma forte resposta regional e internacional. Além disso, o fluxo de refugiados fora do país, os países afetados, como o Burkina Faso, Guiné, Mauritânia, Níger, Senegal e em certa medida, Costa do Marfim. Na Nigéria, Boko Haram causou grande dano tanto psicológica como fisicamente. Vidas pereceram injustificadamente e os meios de subsistência de muitas pessoas inocentes foram destruídas. A capacidade do Grupo de se sustentar e continuar a realizar o tipo de ataques testemunhados naquele país é muito preocupante, especialmente no que diz respeito à paz e à segurança. Todos estes têm impacto nos esforços dos países e as suas instituições para aplicar medidas ABC/CFT eficazes.

16. Ambos BC e FT continuam a ser uma grande ameaça, o impacto de outros crimes organizados subjacentes tais como corrupção, drogas, armas e tráfico de seres humanos, só para mencionar apenas alguns, também continuam grandes desafios com os quais os países têm de lidar. Este capítulo tenta uma avaliação das situações políticas e económicas nos respectivos países membros, com vista a determinar a forma como a governação global e as condições económicas afetam a implementação de medidas de ABC/CFT. Também tenta fornecer uma visão geral da prevalência de crimes subjacentes e os esforços em curso por parte dos governos para lidar com deficiências nos seus sistemas de ABC/CFT. O capítulo também analisa alguma assistência técnica prestada a nível bilateral, sem duplicar o relatório detalhado sobre a assistência técnica prestada no capítulo 5. Os comentários mostram que, acima de tudo, o progresso é lento, mas o progresso lento é sempre melhor do que nenhum progresso. A análise da situação de cada país é apresentada nas seções subsequentes deste capítulo.

BENIM

Situação Política17. O Benim continua a gozar de relativa estabilidade política e governabilidade democrática1. No entanto, uma tentativa do braço executivo do governo, com o apoio de membros associados da Assembleia Nacional, para estender os poderes do presidente, alterando a Constituição ameaçou a estabilidade do progresso democrático2 do país. A prisão de um ex-ministro, sobrinha do presidente e médico pessoal por supostamente conspirar para o envenenar levantou preocupações sobre instabilidade potencial3. Isto foi precedido por uma série de crises, incluindo uma greve de dois meses pelos professores em março 2012 que paralisou o sistema educacional4 do país. Em 2012, a República do Benim teve a boa vontade da comunidade internacional, pois o Presidente Thomas Yayi Boni, com o apoio da CEDEAO foi eleito presidente da União Africana. No entanto, houve várias mudanças no gabinete nesse ano, talvez uma das razões pelas quais, apesar dos esforços feitos pelo GIABA, os membros da UIF cujo mandato tinha expirado ou se tinham demitido não puderam ser nomeados.

18. Enquanto isso, as eleições municipais e locais, previstas para o primeiro semestre de 2013, deverão gerar um alto nível de entusiasmo entre os políticos e as comunidades também. No entanto, foram levantadas algumas preocupações sobre a fiabilidade dos cadernos eleitorais, e isso pode gerar controvérsia e prejudicar a realização pacífica das eleições5.

1 Desde 1991, o país realizou eleições periódicas pacíficas pelas quais os partidos governantes foram sub-stituídos pela oposição através de eleições credíveis, tanto a nível presidencial como parlamentar. Ver, por exemplo, Boafo-Arthur, Kwame (2008). A democracia e a estabilidade na África Ocidental: A Experiência do Gana. Claude Ake Memorial Papers, No. 4, pp 5, 11. Boafo-Arthur observa que a onda democrática na África Ocidental, no período imediato pós-Guerra Fria começou no Benim. O país foi realmente o pioneiro da democ-racia na África Ocidental francófona

2 Iniciativa Sociedade Aberta para a África Ocidental, ‘Benim Country Report 2012’, 30 de maio de 2012, disponível em http://www.osiwa.org/en/portal/newsroom/302/Benin-Country-Report-2012.htm. (Acedido em 4 de março de 2013). A Assembleia Nacional aprovou uma nova lei que permitiu convocar um referendo para aprovar alterações à Constituiç. O Tribunal Constitucional, salientando que a lei não era consistente com os pilares básicos da Constituição, declarou-o inconstitucional.

3 BBC News, “presidente do Benim Yayi Boni: Três detidos sobre conspiração Veneno ‘, 22 de outubro de 2012, disponível em http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-20037201. (Acedido em 11 de março de 2013).

4 West Africa Democracy Radio, ‘ Conversações num impasse ,  Greve dos Professores do Benim continua “, 12 de março de 2012, disponível em http://wadr.org/en/site/news_en/3226/Talks-end-in-deadlock-as-Benin-Teachers-strike-continues.htm (Acedido a 4 de março de 2013).

5 Panorama Económico Africano “, 2012 Benim-Country Note ‘, disponível em http://www.africaneconomicoutlook.org/en/countries/west-africa/benin/. (Acedido em 12 de março de 2013).

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19. O Índice Ibrahim de Governação Africano da Fundação Mo Ibrahim de 2012 (IIAG) classificou o Benim na 13ª posição em 52 países da África, tendo pontuado 58 em 1006. Esta é uma ligeira queda na pontuação de 59 em 2010 e 20117. Em resposta, o governo adotou uma carta nacional em fevereiro de 2012 com o objetivo de enfrentar os desafios de governação existentes. Em particular, a carta procura reviver os valores morais e o espírito de estadista e criar um ambiente propício para o desenvolvimento humano sustentável.

Situação Económica e Financeira20. A economia do Benim foi projetada para crescer 4,2% em 2012, comparado com 3% em 20118. Este valor é ligeiramente superior à taxa de crescimento de 3,5% projetado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para 20129. O crescimento projetado foi atribuído à implementação de estratégias de reforma pelo Governo do Benim, em particular o 2011-2015 SCRP e um plano de três anos para o crescimento, que visa modernizar e diversificar os grandes setores agrícolas do país e desenvolver a infra-estrutura10. Enquanto isso, a atratividade do Benim para negócios diminuiu ligeiramente, uma vez que foi classificado 176 de 183 países em 2012, em comparação com 175 em 2012 na tabela de Doing Business11 do Banco Mundial. Este declínio foi consistente com os declínios mencionados no desempenho de governação em vários setores. Além disso, devido à implementação de um programa de inspeção de importação, entre outros, as receitas fiscais deveriam aumentar ligeiramente em 201212.

21. O Benim continua a enfrentar uma série de desafios económicos, até porque a agricultura e o comércio, a base da sua economia, permaneceu vulnerável a choques externos. A pobreza manteve-se em 35%, enquanto o alto desemprego e subemprego, particularmente entre os jovens, persiste, não obstante a introdução de vários programas de criação de emprego e de redução da pobreza desde 200613. Assim, é improvável o país alcançar a maioria dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) até 201514. Com o desemprego e o subemprego duas vezes maior entre os jovens e adultos15, o Benim permanece particularmente vulnerável a várias actividades criminosas, que podem ser vistas como um meio irresistível de sobrevivência. Enquanto isso, a queda na renda real familiar, induzida pelo aumento do preço do petróleo na Nigéria, e a recessão em atividades de Verão no Porto de Cotonou compensaram os ganhos de aumento da produção de algodão da época 2011/2012.

6 Mo Ibrahim Foundation (2012). 2012 Ibrahim Index of African Governance: Summary. Pp, 3. Copy available at http://www.moibrahimfoundation.org/downloads/2012-IIAG-summary-report.pdf. (Accessed 12 March 2013).

7 Ibid, pp. 9.

8 Panorama EconómicoAfricano, ‘ 2012 Benin-Country Note’

9 Fundo Monetário Internacional “, o Benim e o FMI, Atualizado em 15 de janeiro de 2013, disponível em http://www.imf.org/external/country/ben/index.htm (Acedido em 12 de março de 2013).

10 Panorama EconómicoAfricano, ‘ 2012 Benin-Country Note’

11 Banco Mundial (2012). Fazer Negócios num mundo mais transparente. Washington, DC: Banco Mundial, pp 6. Cópia disponível em http://www.doingbusiness.org/~/media/GIAWB/Doing%20Business/Documents/Annual-Reports/English/DB12-FullReport.pdf.

12 Panorama Económico Africano, ‘ 2012 Benin-Country Note’

13 Ibid

14 Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (2012). Relatório dos Objetivos do Milénio de 2012. Nova Iorque: Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. O relatório assinala que os países africanos não são susceptíveis de satisfazer a maioria dos ODM até ao prazo definido de 2015. Ver

15 Ibid

22. O setor financeiro do Benim é dominado principalmente pelos bancos. Os 13 bancos criadores de moeda são responsáveis por 90% do total de ativos do setor no valor de 27,3% do PIB em 2010. As remessas entradas em 2012 foram de USD189 milhões, o que representa cerca de 2,5% do PIB.

Prevalência de Crimes subjacentes23. O Benim testemunhou incidentes de crimes subjacentes em 2012, especialmente o narcotráfico. O país continua a ser um ponto de trânsito para grandes remessas de cocaína da América Latina e heroína do sudoeste da Ásia para a Europa e outros destinos. Enquanto a quantidade de entorpecentes que transitaram pelas costas do Benim não está confirmada, a apreensão conjunta do país de cerca de 7,9 milhões de quilos de narcóticos com o Gana e o Togo, como parte de uma “Operação Atakora” apoiada pela CEDEAO e pela INTERPOL, em agosto de 2012, o país foi uma indicação da extensão do tráfego, bem como os esforços e o empenho das autoridades para lidar com o problema16. O Benim também continua a ser um hub regional na África Ocidental para o contrabando de veículos usados.

24. Importação ilegal de mercadorias diversas, especialmente de carburantes da vizinha Nigéria, continua a prevalecer no país. Além disso, os grupos criminosos da Nigéria utilizaram o porto do Benim para perpetuar as diversas formas de atividades criminosas, como desvio de importações, a manipulação de funções, falsificação de documentos de importação, a importação de contrabandos e outros produtos ilegais, como drogas, etc Esta situação deve-se a má gestão do porto. Corrupção, extorsão, peculato, gestão fraudulenta e desvio de recursos públicos continuam a ser um grande desafio no Benim, comprometendo assim a eficácia das instituições públicas e dos esforços contra o branqueamento de capitais. A corrupção em particular continua a prevalecer no serviço alfandegário, compras governamentais, e no sistema judicial17. O chefe do Supremo Tribunal do país, lamentou a corrupção arraigada na sociedade beninense, citando vários delitos sem respostas esperadas das autoridades18. O Benim foi classificado 94 de 174 países, tendo pontuado 36 em 100 no Índice de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional de 2012 (IPC) 19.

A Situação ABC/CFT25. As atividades de branqueamento de capitais, embora não seja facilmente detectáveis, continuaram no Benim, no ano passado. Por exemplo, o governo expulsou uma empresa estrangeira do Benim por supostamente servir

16 Ghana Business News, ‘CEDEAO, INTERPOL apreendem 7,8 milhões de quilos de drogas no Gana, Togo, O Benim em três dias, 12 de agosto de 2012, disponível em http://www.ghanabusinessnews.com/2012/08/12/ecowasinterpol-seize-7-8-million-kilos-of-drugs-in-ghanatogo-benin-in-three-days/. (Acedido em 4 Março 2013).

17 Departamento de Estado dos EUA, ‘2012 Declaração do clima de Investimento - O Benim “, em junho de 2012, disponível emhttp://www.state.gov/e/eb/rls/othr/ics/2012/191110.htm. (Acedido em 13 March 2013).

18 West Africa Democracy Radio, ‘Juristas africanos vêem Combate à Corrupção como uma tarefa árdua “, 12 de março de 2012, disponível em http://wadr.org/en/site/news_en/3958/African-jurists-see-fighting-corruption-as-an-uphill-task.htm. (Acedido em 12 Março 2013).

19 Índice de Percepção de Corrupção 2012’ Transparência Internacional, disponível em http://www.transparency.org/cpi2012/results. (Acedido em 12 Março 2013).

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como canal para branqueamento de capitais20. De acordo com investigações do Drug Enforcement Administration (DEA), a empresa estava secretamente a branquear capitais por meio da venda de carros usados para financiar o Hezbollah, um partido político na lista de grupos terroristas classificados pelos Estados Unidos. Em 2012, o Benim  continuou a lutar para cumprir os padrões internacionais ABC/CFT, bem como a implementação das recomendações contidas no Relatório de Avaliação Mútua (MER). O regime de ABC/CFT do país permanece repleto de desafios significativos, incluindo um quadro legislativo fraco (que não foi testado) e grave restrição de capacidade e de recursos nas instituições competentes. Em particular, não só a aplicação da lei, judicial, e outro pessoal relevante apresentam lacunas em termos de conhecimentos sobre crimes financeiros, mas também a coordenação e colaboração, incluindo a partilha de informação entre as instituições relevantes permanece consideravelmente pobre21. A UIF do Benim continua a ter falta de pessoal adequado, apesar de várias tentativas pelo GIABA para trabalhar com funcionários do Benim para resolver a questão. A Estratégia nacional ABC/CFT, elaborada em 2011, com o apoio do GIABA, ainda está para ser aprovada não se podendo falar de implementação.

26. No entanto, o engajamento sustentado pelo GIABA com as autoridades políticas do Benim resultou na aprovação da Lei de Financiamento do Terrorismo em maio 2012 pela Assembleia Nacional do país. A lei criminaliza o financiamento do terrorismo e amplia as competências da UIF. Na verdade, este foi um desenvolvimento notável e louvável no Benin em 2012, considerando o tempo e esforço que levou para conseguir a aprovação da lei.

Assistência técnica27. Em 2012 não foi fornecida muita ajuda direta ao Benim devido a insuficiência de pessoal na UIF e além disso, não houve pedido formal. O GIABA apoiou o Benim com cópias do Manual de Conformidade ABC/CFT para distribuição aos EPNFD. Além disso, as autoridades informaram o Secretariado do GIABA que o Governo do Benim obteve um financiamento de dois anos, no valor de 427 mil, 485 dólares Americanos (EUA $ 427,485.00) do Fundo de Desenvolvimento Institucional do Banco Mundial para financiar a capacitação das partes interessadas na luta contra o BC e FT, através da UIF. Apesar de tudo isso, o Benim necessita de apoio para reforçar o seu quadro jurídico ABC. Além disso, a UIF precisa de uma melhoria das competências do seu analista, diretor de TI e outros membros da equipa, a fim de melhorar o desempenho da unidade. É preciso também sensibilizar o público sobre questões ABC/CFT.

Conclusão28. O Benim continua a gozar de relativa paz, estabilidade e governação democrática, apesar de tentativas do governo para ampliar os poderes do presidente e uma tentativa de envenenar o presidente por alguns membros dos seus círculos internos. No entanto, uma série de desafios

20 Ibid

21 Ibid

de governação e socioeconómicos, particularmente os altos níveis de corrupção, pobreza e desemprego continua a torná-lo vulnerável a diversas atividades criminais, incluindo branqueamento de capitais... Apesar da sua aprovação de uma Lei do Financiamento do Terrorismo, o Benim continua a lutar pela conformidade com normas internacionais ABC/CFT. Não é só o quadro legislativo ABC/CFT do país que é fraco, mas também carece de pessoal requerido, conhecimentos e recursos para ABC/CFT. A estratégia nacional de ABC/CFT, elaborada em 2011, ainda está para ser aprovada para a implementação. Apesar dos esforços da UIF para receber, analisar e disseminar COS, ainda há muito a ser feito no que diz respeito à implementação das recomendações contidas no RAM do Benim. Em particular, o Benim precisa de desenvolver um mecanismo consistente com a R6 do GAFI para a implementação das RCSNU 1267 e 1373; adotar e disponibilizar recursos para a implementação da sua estratégia ABC/CFT e garantir uma maior coordenação no âmbito da Comissão Inter-Ministerial.

BURKINA FASO

Situação Política29. Depois de ter sofrido algumas crises sociais e políticas, incluindo uma série de motins militares, em 2011, o Burkina Faso registou um progresso democrático louvável em 201222. O país realizou as suas primeiras eleições locais conjuntas em dezembro de 2012, com mais de 75% dos seus cidadãos adultos a ir às urnas23. O comparecimento às urnas representou um aumento considerável da taxa de participação de 54% na eleição presidencial24 de 2010. Significativamente, apesar do domínio contínuo dominante do Congresso para a Democracia e Progresso (CDP), que ganhou 70 assentos nos 127 membros do Parlamento, a oposição da União para o Progresso e Mudança (UPC) mostrou-se formidável, tendo conquistado uns inéditos 19 lugares.25

30. Apesar deste progresso, no entanto, o Burkina Faso enfrentou uma série de desafios e incertezas no ano de referência. Em particular, houve a preocupação de que as tentativas do presidente e do partido no poder para alterar o limite de dois mandatos deste alterando o artigo 37 da Constituição, bem como a possibilidade do presidente exercer um novo mandato em 2015 não eram apenas fontes potenciais de inquietação e insegurança no país, mas também poderiam prejudicar o seu frágil progresso democrático26. O elevado número de armas usadas durante

22 Ver, por exemplo, IRIN, ‘Burkina Faso: Estabilidade Vital à Região “, 19 de setembro de 2012, disponível em http://www.irinnews.org/report/96340/BURKINA-FASO-Stability-vital-to-region. (Acedido em 5 Março 2013). No início de 2011, o descontentamento dos soldados, incluindo alguns guardas presidenciais, devido aos baixos salários e condições de vida, resultou em motins em várias cidades do Burkina Faso. Isso resultou na prisão de mais de 300 soldados e retirada de 600 das suas fileiras. Ao mesmo tempo, os civis também protestaram contra o alto custo de vida, a corrupção e a impunidade no aparelho de Estado. Isto resultou numa série de reformas políticas e institucionais do governo. Para o tratamento completo, ver, por exemplo, o Banco Africano de Desenvolvimento “, o Burkina Faso - Nota País 2012 ‘. Cópia disponível em http://www.africaneconomicoutlook.org/fileadmin/uploads/aeo/PDF/Burkina%20Faso%20Full%20PDF%20Country%20Note.pdf. (Acedido em 5 Março 2013). Ver também, Bloomberg, ‘Burkina Faso está pensar alterar a Constituição após motins, protestos “, 24 de junho de 2012, disponível em http://www.bloomberg.com/news/2011-06-24/burkina-faso-is-considering-changing-constitution-after-mutinies-protests.html. (Acedido em 5 Março)

23 O Instituto Nacional Democrático, “Burkina Faso”, disponível em http://www.ndi.org/node/14056. (Accessed 5 March 2013).

24 Ibid

25 Reuters, ‘Partido do governo vence Maioria nas eleições do Burkina Faso ‘, 7 de dezembro de 2012, disponível em http://uk.reuters.com/article/2012/12/07/uk-burkina-elections-idUKBRE8B61D720121207. (Acedido em 5 Março 2013). No entanto, a oposição alegou ocorrência de fraude tanto na capital Ouagadougou como em Kadiogo, uma província densamente povoada.

26 Panorama Económico Africano “, Burkina Faso - Nota País 2012 ‘. Veja também, Reuters, ‘limite de mandato em líder de longa data em jogo no Burkina Faso “, 2 de Dezembro de 2012, disponível em http://www.reuters.

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18 Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

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as crises ainda em circulação e os numerosos cidadãos na sua maioria soldados, à espera de julgamento constituem um particular preocupação27.

31. Talvez o mais notável dos desafios foi a ameaça de infiltração terrorista e desestabilização representada pela insegurança agravada na região do Sahel, particularmente no vizinho Mali. O Burkina Faso, além de atuar como mediador designado da CEDEAO sobre a crise do Mali, acolheu milhares de refugiados do Mali. Durante várias Cimeiras Ordinária e Extraordinária da Autoridade dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, o chefe mediador, Sua Excelência, Blaise Compaoré, foi altamente elogiado juntamente com o seu co-mediador, Sua Excelência,  Good luck Jonathan, presidente da República Federal da Nigéria.

32. Ao mesmo tempo, em termos de boa governação, o indice de percepção da Corrupção da Transparência Internacional para 2012 classifica o Burkina Faso na 83ª posição entre 174 países, com uma pontuação de 38. Com este ranking, o Burkina Faso continua na categoria de países cujo setor público é muito corrupto e, portanto, vulnerável ao BC. Isto sublinha a necessidade do país ter instituições que são mais transparentes e responsáveis pelas suas ações.

Situação Económica e Financeira33. O panorama económico do Burkina Faso foi favorável, especialmente com uma taxa de crescimento esperado de 7% em 2012 e em 201328. A taxa projetada de 2012 é maior do que o 5,3% projetado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) 29.

34. Com a sua forte dependência da agricultura, o crescimento em 2012 foi atribuído à relativa boa pluviosidade. Especificamente, após uma contração de 16% em 2011, esperava-se que a produção agrícola aumentasse em quase 25%30. A fiação de algodão em particular, o esteio da economia, deveria ter um aumento de cerca de 13% em relação aos anos anteriores31. Infelizmente, os preços do algodão cairam 43% em 2012. A expansão das atividades de mineração, manifestada pelo ligeiro aumento na produção de ouro para 32 toneladas, contribuiu para o crescimento do país. Os preços do ouro continuam a valorizar nos mercados internacionais. O renascimento do setor industrial, que teve início no quarto trimestre de 2011, manteve-se no primeiro trimestre de 2012.

35. O setor financeiro do Burkina Faso está a desenvolver

com/article/2012/12/02/us-burkina-elections-idUSBRE8B104I20121202. (Acedido em 5 Março 2013)

27 IRIN, ‘Burkina Faso: Estabilidade vital para a Região’

28 Isto segue um declínio de 4,2% em crise e seca de 2011. Fundo Monetário Internacional “, Burkina Faso e do FMI”, disponível em http://www.imf.org/external/country/BFA/index.htm. (Acedido em 5 Março 2013). No entanto, uma missão de técnicos do FMI ao Burkina Faso relataram uma taxa projetada de 8% em 2012. Ver Fundo Monetário Internacional, “FMI Conclui Missão Pessoal ao Burkina Faso”, Atualizado 04 de outubro de 2012, disponível em http://www.imf.org/external/np/sec/pr/2012/pr12380.htm. (Acedido em 5 Março 2013).

29 Panorama Económico Africano “, Burkina Faso - Nota do País ‘. A AEO

30 Ibid

31 Ibid

com 12 bancos comerciais, sendo responsável por mais de 90% dos ativos totais do setor, que de acordo com dados do Banco Mundial, representa 21% do PIB em 2010. As remessas entradas em 2011 somaram USD111 milhões, equivalente a 1,1% do PIB.

36. Apesar deste progresso, no entanto, o Burkina Faso foi considerado entre os mais pobres e os países menos desenvolvidos do mundo, tendo sido classificado 181 entre 187 países em 2012 no Índice de Desenvolvimento Humano do PNUD. Estima-se que 56,5% da população vive abaixo da linha de pobreza, com uma taxa de expectativa de vida de 55,4%. O desemprego e o subemprego afetam grande parte da população, particularmente aqueles em áreas rurais, que constituem 80% da população. Isto tem um efeito potencial sobre o crime e a criminalidade, especialmente das infracções subjacentes para branqueamento de capitais.

37. Ao mesmo tempo, o aumento dos preços do gás e grãos, especialmente durante o segundo trimestre de 2012, resultou em aumento das pressões inflacionárias nos primeiros oito meses do ano32. O BCEAO também projeta um aumento do défice orçamental no Burkina Faso de 2,6% do PIB em 2011 para 2,9% em 2012.

38. Em resposta, o Governo do Burkina Faso adoptou uma estratégia de Aceleração do Crescimento e do programa de Desenvolvimento Sustentável (SCADD) para o período 2011-2015 para promover o bem-estar de seu povo. O SCADD é baseado em quatro áreas principais: desenvolvimento dos pilares do crescimento acelerado, consolidando o capital humano e proteção social; fortalecimento da governação (económica, política, administrativa e local), e integração das prioridades transversais nas políticas e programas. Medidas de redução da pobreza e boa governação ajudam a reduzir a incidência de crime aquisitivo, portanto, sendo útil ao ABC/CFT.

Prevalência de Crimes subjacentes39. Partilhando fronteiras porosas e em grande parte não monitoradas com seis países da África Ocidental, o Burkina Faso continua a ser um ponto de trânsito ideal para narcóticos da África Ocidental através do Sahel para a Europa33. Em julho de 2012, as autoridades de Burkina Faso relataram que a sua apreensão de entorpecentes totalizaram 991 kg34. Alguns cidadãos do Burkina Faso trabalham para empresas farmacêuticas e participam indiretamente no tráfico de drogas em trânsito. No entanto, não são produtores, organizadores, financiadores ou grandes intervenientes. Estão maioritariamente organizados como pequenos traficantes de droga que servem os criminosos

32 Ministério da Economia e Finanças do Burkina Faso, painel de indicadores económicos na economia Burkina Faso - 2 º Trimestre de 2012, www.insd.bf.fr

33 Departamento de Estado dos EUA (2012). Relatório de Estratégia Internacional de Controlo de Drogas: Volume I Controlo de Medicamentos e Produtos Químicos. Washington, DC: Departamento de Estado dos EUA. Pp.142

34 Allafrica.com, ‘Burkina Faso: Apreensão de mercadorias ilícitas em Fô - pele de cobra e crocodilo e cocaína, 2 de agosto de 2012, disponível em http://fr.allafrica.com/stories/201208130515.html (Acedido em 5 Março 2013)

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da Nigéria, do Togo, do Gana, da Costa do Marfim e da Guiné Bissau. Além disso, o cultivo de cannabis continua a prevalecer no Burkina Faso, particularmente em áreas ao longo das fronteiras do sul e na periferia de Ouagadougou35.

40. Além disso, a corrupção e desvio de fundos públicos persiste no Burkina Faso, como exemplificado pela recusa do Banque Internationale pour le Commerce, l’Industrie et l’Agriculture no Burkina Faso (BICIAB) em aceitar um depósito de 36 milhões de francos CFA em dinheiro de um ex-ministro do governo36. Da mesma forma, uma desconhecida, ainda, grande quantidade de dinheiro foi encontrada na casa de um ex-funcionário sénior das Alfândegas.

41. Além disso, a Embaixada do Burkina Faso nos Estados Unidos é uma das dezessete (17) missões diplomáticas africanas37 proibidas, até nova ordem, de abrir uma conta em qualquer banco dentro dos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Estado dos EUA, “os bancos americanos suspeitam que essas missões diplomáticas africanas realizam transferências bancárias, que nem sempre podem estar relacionados com o trabalho da Embaixada e seu pessoal”. Foi enviado um memorando a embaixadas, afirmando que a lista de países africanos em questão foi estabelecida após uma investigação do Congresso dos EUA sobre a corrupção e uso de bancos norte-americanos para branqueamento de capitais por parte das autoridades de alguns países africanos.

42. De acordo com o INCSR EUA, um certo número de traficantes de drogas que tenham sido interceptados no Burkina Faso ao longo dos últimos dois anos, foram encontrados com drogas, cocaína ou canábis que tinham ingerido e/ou estavam escondidos no seu corpo. Os agentes de segurança no aeroporto de Ouagadougou receberam formação básica em perfis de correios de droga e identificação de comportamento suspeito de passageiros.

43. As outras ameaças que pesam sobre Burkina Faso são produtos fraudulentos ou falsificação e tráfico de numerários animais ameaçadas de extinção38. Isto é evidenciado pela grande quantidade de peles de cobras e crocodilos apreendidas pela Alfândega em julho de 2012 (247 peles de crocodilo e 12 peles de répteis). O Burkina Faso também se depara com a ameaça do terrorismo e o financiamento do terrorismo. Na verdade, o Burkina Faso até agora tem sido poupado das atividades da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico, que opera na faixa do Sahel-Saharan. No entanto, o renovado ativismo do grupo no vizinho Mali e da presença de outros grupos islâmicos na região da Africa Ocidental pode extravasar para o país. Na verdade, não há razão para temer que a crise no Mali vá ter repercussões sobre

35 Departamento de Estado dos EU (2012), op. cit.

36 lefaso.net, “Em Ouagadougou, BCIAB recusa-se a branquear capitais de um ministro “, artigo de imprensa publicado em 11 de janeiro de 2012 http://www.lefaso.net/

37

38 allAfrica.com, ‘Burkina Faso: Apreensão de mercadorias ilícitas em Fô - pele de cobra e peles de crocodilo e cocaína ‘

a segurança interna do Burkina Faso, através da incursão de combatentes, a ascensão do fundamentalismo islâmico, o surto de banditismo transfronteiriço, e a insegurança induzida pela presença de centenas de refugiados do Mali. Previsivelmente, isso seria convergente com a ameaça e o risco do BC e FT.

A situação ABC/CFT44. O Burkina Faso apresentou o terceiro relatório de acompanhamento sobre o seu exercício de avaliação mútua ao Comissão Técnica Plenária do GIABA em novembro de 2012. O relatório destacou as medidas tomadas pelas autoridades do Burkina Faso para corrigir as deficiências no seu combate ao branqueamento de capitais e sistema de contra financiamento subjacente. De acordo com o relatório, o país realizou progressos no reforço da capacidade operacional da UIF e da Comissão Interministerial em ABC/CFT. . Por exemplo, o dispositivo analítico ABC/CFT do GIABA foi instalado na UIF do Burkina Faso, em novembro de 2012. Foi fornecidoa formação ao nível do utilizador sobre o dispositivo à UIF pelo GIABA para permitir-lhes a apropriação e operar o dispositivo juntamente com o equipamento para melhorar e agilizar a sua recepção, análise e disseminação de COS. Também houve avanços no reforço do quadro jurídico e institucional, particularmente com a nomeação de um magistrado especializado em BC/FT para lidar com questões relacionadas com branqueamento de capitais.

45. Tendo reconhecido a ameaça representada pelo BC/FT, a UIF do Burkina realizou um estudo sobre a extensão, a natureza e a dinâmica do problema no país. Estava previsto que as conclusões do estudo informariam o desenho de políticas e respostas operacionais, incluindo a finalização do projecto de Estratégia Nacional de ABC/CFT.

46. A UIF também organizou uma série de formações e seminários de sensibilização para os alunos, diretores de conformidade, incluindo diretores de companhias de seguros, e entre outros. Além disso, também iniciou as formalidades para se tornar um membro do Grupo Egmont até julho de 2013. O relatório sobre a visita ao local dos seus patrocinadores (TRACFIN e a UIF do Senegal), foi discutido e aprovado na 20ª reunião Plenária do Grupo Egmont, realizada de 09-13 julho de 2012, em São Petersburgo. A UIF assinou acordos de cooperação com a UIF da Nigéria, Gana, Gabão, o Principado de Mónaco e o Reino de Marrocos. Isto eleva o número de memorandos de entendimento assinados para 7 (sete) desde a sua criação.

47. No que diz respeito à sensibilização, o ministro da Economia e Finanças, apresentou um relatório elaborado pela UIF no conselho de ministros, de modo a informar e sensibilizar as autoridades políticas e administrativas de alto escalão sobre questões ABC/CFT. O relatório informou os funcionários sobre o progresso do país em ABC/CFT, bem como o papel decisivo da UIF no processamento de informações financeiras para a boa governação ea implementação da estratégia nacional ABC/CFT aprovada.

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20 Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

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48. A UIF organizou atividades de formação e sensibilização a nível nacional, incluindo:

• O seminário de informação e sensibilização ABC/CFT organizado a 3 de Junho de 2012, para os alunos do Instituto Africano de Gestão baseado em Ouagadougou (Fr. Institut Africain de Management (IAM-Ouaga);

• O seminário de informação e sensibilização ABC/CFT organizado a 5 de Julho de 2012, para os diretores das empresas da Segurança Social e Conselheiros do Instituto Internacional de Seguros Yaoundé;

• A validação nacional e seminário de finalização sobre a estratégia nacional ABC/CFT aprovada no Burkina Faso e plano de acção, organizados a 29 de Agosto de 2012;

• Assistência à Société Burkinabè d’ intermediation Financière (SBIF) para permitir a associação estabelecer o seu quadro interno de conformidade ABC/CFT em 2012.

49. No entanto, os desafios existem, como evidenciado pela apresentação de apenas dezassete (17) COS à UIF em 201239. Isso mostra uma falta de envolvimento ativo das outras entidades que relatam ABC/CFT. Devido à falta de pessoal (analista), dispositivo adequado e uma base de dados, a UIF começou a processar COS apenas em 2012. Dois casos foram encaminhados às autoridades judiciais. No entanto, não houve condenação ainda para branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo no Burkina Faso.

Assistência Técnica50. O Burkina Faso requer assistência para várias atividades de formação destinadas ao pessoal, particularmente de regulação, supervisão e judiciais e policiais. Na mesma linha, a UIF precisa de financiamento para viagens de estudo a UIF estrangeiras para otimizar o desempenho da sua equipa.

51. No que diz respeito à segurança das pessoas e dos dados, a UIF tem a intenção de adquirir um sistema de vídeo vigilância, sistema de alarme, cofres à prova de fogo, back-up de energia nas centrais de produção e um inversor central pesados com capacidade suficiente para sustentar a energia elétrica durante as várias interrupções no Burkina Faso.

Conclusão52. O Burkina Faso experimentou um período de progresso económico e financeiro em 2012. No entanto, manteve-se vulnerável e enfrentou ameaças que emanam de atividades criminosas subjacentes e da insegurança na região do Sahel. A capacidade de responder a estas ameaças permanece relativamente fraca.

53. Além disso, o Burkina Faso alcançou um progresso mínimo em relação ao ABC/CFT, até porque as principais

39 Estes COS foram apresentados apenas por bancos

deficiências no seu regime de ABC/CFT permanecem. Embora o Burkina Faso permaneça sob um acompanhamento regular para a produção de relatórios de acompanhamento sobre o seu processo de avaliação mútua regular, é recomendável que se envidam mais esforços para que o sistema ABC/CFT fique em conformidade com as dezesseis (16) recomendações princípais e chave. Para isso, O Burkina Faso tem de reforçar as medidas de vigilância da clientela do sistema financeiro, a supervisão e a fiscalização de entidades de relatórios e de cooperação internacional. Não há nenhuma evidência de COS relacionada com o FT recebida pela UIF, portanto, o país deve pôr em prática o mecanismo necessário para congelamento e confisco. Uma estratégia Nacional ABC/CFT eficaz deve estar em funcionamento, assim como uma Comissão Inter-Ministerial para o nível técnico para coordenar os esforços nacionais de combate a estes flagelos.

CABO VERDE

Situação Política54. A República de Cabo Verde realizou eleições municipais em fevereiro de 2012. A condução pacífica de campanhas nos meses anteriores reflete a imagem de Cabo Verde como um farol da democracia, estabilidade, Estado de Direito e os direitos humanos40. Esta atmosfera de consolidação democrática e de paz sustentada fornece um ambiente crítico para garantir a responsabilização política, a boa governação, o crescimento económico, o que poderia ajudar a vencer a guerra contra o BC/FT.

55. Cabo Verde tem apresentado uma exemplar governação do sector público, tendo realizado grandes reformas que reduziram a corrupção e melhoraram a qualidade de transações comerciais. O país pontuou 60 em 100 e ficou em 39 º entre 174 países no Índice Internacional de Percepção da Transparência da Corrupção de 201241. Esta classificação de certo modo coloca Cabo Verde como tendo uma melhor governação e sistema de responsabilização entre todos os países da CEDEAO. Isso é altamente louvável!

56. Cabo Verde é um país de renda média (PRM) nos rankings do BAD e do FMI42 na política de crédito. Tinha um rendimento nacional bruto per capita de US $ 3.270 em 2010, um nível bem acima do limite de US $ 1,175 estabelecido para a concessão de empréstimos aos PRM. Cabo Verde tem uma população relativamente pequena (estimada em menos de 500 mil), a taxa de crescimento populacional de 1,4% em 201043 e uma expectativa de vida de 72 anos de vida. Segundo o BAD, o país teve uma taxa de alfabetização estimada de

40 Panorama Económico Africano - Cabo Verde Nota do País . Cópia disponível em http://www.africaneconomicoutlook.org/fileadmin/uploads/aeo/PDF/Cape%20Verde%20Full%20Country%20Note.pdf. (Acedido em 5 Março 2013).

41 “Índice de Percepção de Corrupçãoda Transparência Internacional de 2012.”, disponível em http://www.transparency.org/cpi2012/results. (Acedido em 6 Março 2013). Os países menos corruptos tiveram uma avaliação de 90 em 100

42 Fundo Monetário Internacional (2012) World Economic Outlook:. Crescimento Retomado, perigos permanecem. Washington, DC: Fundo Monetário Internacional.

43 Dados do Banco Mundial sobre Cabo Verde, disponíve emhttp://data.worldbank.org/country/cape-verde. (Acedido em 7 Março 2013)

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84% em 2010. O Índice de Desenvolvimento Humano de Cabo Verde tem vindo a aumentar ligeiramente desde 2010 a uma taxa de 0,6% ao ano, em média. Com estes resultados, o país passou da posição 129 no ranking Doing Business do Banco Mundial em 2011 para a posição 119 em 2012.

Situação Económica e Financeira

57. Depois de uma crise financeira na zona Euro, o que retardou o crescimento económico de 5,4% em 2010 para 5% em 2011, devido à fraca demanda por exportações, a economia cabo-verdiana deveria crescer 5,1% em 2012 e 201344.

58. Enquanto isso, os ajustamentos orçamentais estabilizaram as reservas do país e ajudaram a reforçar a coordenações políticas macroeconómicas em 2012. O crescimento do crédito desacelerou consideravelmente no ano, refletindo a desaceleração da demanda e aumento do risco de crédito. Estes resultados permitiram ao país manter reservas num valor de nível de três meses de importações, uma vez que a moeda continuará a ser indexada ao euro. A taxa de inflação em 2012 foi de cerca de 3%, contra 4,5% em 2011.

59. De acordo com a estratégia de desenvolvimento de Cabo Verde, a médio prazo, o governo resolveu transformar a economia, diversificando a sua base de produção. Como tal, o governo continuou a desenvolver pólos de crescimento, tais como a pesca e os serviços marítimos, serviços financeiros e tecnologias da informação (TI), e serviços de transporte aéreo.

60. No entanto, os esforços de desenvolvimento do país continuam a ser prejudicados por uma série de desafios, incluindo a sua difícil característica geográfica como uma pequena ilha-nação e o seu pequeno mercado interno. As deficiências de infra-estrutura são consideráveis prejudicando a competitividade de Cabo Verde. Cabo Verde baseia-se também em fontes externas de financiamento, especialmente assistência ao desenvolvimento e as remessas da sua diáspora, e é vulnerável a choques externos. As entradas de remessas foram calculadas em cerca de 200 milhões USD em 2012 pelo Banco Mundial, que representa cerca de 9,4% do PIB do país, contra 178 milhões de dólares em 2011.

61. Consequentemente, o crescimento económico impressionante não reduziu o desemprego elevado de Cabo Verde, especialmente entre os jovens, que representam mais de 50% da força de trabalho. Além disso, o alto nível de desemprego, no contexto de um crescimento económico impressionante indica a concentração da riqueza nacional

44 Panorama Económico Africano - Cabo Verde Nota do País . Veja também, o Fundo Monetário Internacional, “Declaração de Conclusão de uma missão do FMI a Cabo Verde”, 3 de Dezembro de 2012, disponível em http://www.imf.org/external/np/sec/pr/2012/pr12468.htm. (Acedido em 5 Março 2013).

nas mãos de poucos. A desigualdade social resultante é provavelmente para servir como um catalisador para as infracções subjacentes ao BC/FT.

62. Cabo Verde tem um sistema financeiro pequeno mas dinâmico com quatro bancos de depósito que compõem cerca de 80% do setor financeiro, o que representa cerca de 77,3% do PIB em 2010.

Prevalência de Crimes subjacentes63. Como uma junção para transporte marítimo e aéreo entre a África, Caraíbas, América do Sul e Europa, Cabo Verde está a assistir a um aumento da imigração ilegal e ao tráfico de narcóticos45. Enquanto nenhuma grande apreensão de drogas foi relatada em 2012, a imagem de Cabo Verde como país de trânsito chave para as drogas ilícitas da América do Sul na rota Europa permaneceu46. Apesar de não ser muito alarmante, alguns casos relatados de corrupção por parte de alguns funcionários públicos se não forem controlados, poderão comprometer os esforços do governo para interromper a produção ou distribuição de drogas ilícitas, bem como o branqueamento de capitais provenientes de operações de drogas ilegais no país. Os movimentos fronteiriços de moeda física interceptados pelas autoridades aduaneiras durante os controlos nas fronteiras em viajantes, e o uso de “empresas de fachada” no setor imobiliário para ocultar ou dissimular a origem ilícita de dinheiro sujo ainda permanecem como parte dos desafios que lidam com o crime aquisitivo e de branqueamento de dinheiro do mesmo.

Situação ABC/CFT64. Após uma discussão Plenária sobre o acompanhamento do RAM de Cabo Verde em Novembro de 2011, o país foi colocado  num regime de controlo reforçado, não tendo conseguido demonstrar progressos concretos na implementação das recomendações no seu relatório de avaliação mútua. Consequentemente, Cabo Verde alterou o Decreto n º. 1/2008, de 2008 e substituiu-o com o Decreto n º. 09/2012, em março de 2012. O novo decreto mudou a Unidade de Informação Financeira (UIF) do Banco Central de Cabo Verde para o Ministério da Justiça. A UIF estabeleceu acordos informais com as UIF da Irlanda e da Itália. O Governo de Cabo Verde desenvolveu diretrizes para agentes imobiliários e casinos para orientar os profissionais desses setores sobre como conduzir as suas transações comerciais e evitar o branqueamento de capitais.

65. Apesar destas medidas, no entanto, continuam em Cabo Verde deficiências significativas e desafios consideráveis. Por exemplo, enquanto a UIF recebeu 100 comunicações de operações suspeitas (COS) em 2012, apenas cinco foram processadas e submetidas ao Procurador-Geral. Mais de 90% das COS foram apresentadas pelos bancos comerciais, especialmente aqueles localizados na ilha de

45 RFI, Afrique drogue, Apreensão recorde de cocaína em Cabo Verde, http://afriquedrogue.blogs.rfi.fr/

46 Departamento de Estado dos EUA (2012). Relatório de Estratégia Internacional de Controlo de Narcóticos: Volume I Controlo de Medicamentos e Produtos Químicos. Washington, DC: Departamento de Estado, pp 157-160 EUA.

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Santiago. Embora isto seja considerável, sugere pouco ou nenhum envolvimento de outras entidades reportantes nos esforços ABC/CFT no país. A UIF terá de alcançar e inspirar a confiança de outras entidades que relatam para fazer jus às suas obrigações.

66. A deslocalização da UIF não fortaleceu as suas capacidades estratégicas e operacionais, uma vez que permanece limitada pelas dificuldades dos recursos financeiros, logísticos e humanos. As estruturas e capacidades institucionais contra BC/FT continuam fracos, embora com a crescente ameaça de branqueamento de capitais da droga. A Comissão Inter-ministerial de Cabo Verde em ABC/CFT, que é o órgão de coordenação nacional para as actividades ABC/CFT, não está funcional desde 2010. Portanto, nenhuma atividade de reunião ou sensibilização têm sido organizadas nos últimos dois anos. Da mesma maneira, Cabo Verde ainda não adotou uma estratégia nacional para a ABC/CFT.

Assistência Técnica67. Como parte de sensibilização e transferência de propriedade da luta contra o branqueamento de capitais a diversos grupos da sociedade civil, o GIABA organizou um seminário de sensibilização de dois dias sobre ABC/CFT para jornalistas na Praia, Cabo Verde, de 29-30 de agosto de 2012. O seminário teve como objetivos:

• Construção de uma sólida aliança com os meios de comunicação de uma forma concertada para a divulgação eficaz das questões de ABC/CFT;

• Familiarizar os meios de comunicação com as iniciativas regionais em ABC/CFT, especialmente o mandato do GIABA, e

• Melhorar a rede entre os jornalistas que iria promover a disseminação de informações adequadas sobre os regimes ABC/CFT.

68. Um total de 40 participantes de países francófonos e lusófonos da CEDEAO, tais como: Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Guiné, Guiné Bissau, Mali, Níger, Senegal e Togo participaram no seminário de 2 dias. No final do seminário, emergiu um grupo de jornalistas altamente capacitados, com conhecimento aprofundado sobre medidas contra BC/FT e completo entendimento de mandato GIABA; a grande cobertura dos média durante o seminário de dois dias, a nível local, regional e internacional; criação da comissão ad hoc para a criação de uma rede francófona e lusófona e desenvolvimento de um plano de acção sobre a forma como a rede de profissionais da comunicação social vai promover as metas e objetivos do GIABA.

69. Em outubro de 2012, o dispositivo e equipamento analítico de  ABC/CFT foram instalados na UIF de Cabo Verde para ajudar com a receção, análise e disseminação de COS. Além disso, a formação dos utilizadores sobre o dispositivo foi fornecida à UIF pelo GIABA para que possam assumir plenamente a propriedade do equipamento. No entanto, em

vista dos muitos desafios, Cabo Verde necessita de mais ajuda para fornecer os recursos humanos, técnicos e logísticos requeridos à sua UIF, reforçar a sua capacidade para controlar o movimento transfronteiriço de dinheiro físico, metais preciosos, e de outras mercadorias, e eficientemente regular e fiscalizar o setor não financeiro. Outras necessidades incluem:

• Fornecer a sua UIF com recursos humanos, técnicos e logísticos adequados que lhe permitam responder de forma eficaz e atempada aos desafios ABC/CFT;

• Melhorar o controlo dos movimentos transfronteiriços de moeda física, metais preciosos e pedras preciosas no país;

• Regulamentar e fiscalizar setores não-financeiros de forma eficiente;

• Proporcionar formação contínua à investigação e autoridades judiciais, bem como a outros funcionários nas entidades reportantes, sujeitas a obrigações de comunicação de operações suspeitas;

• Sensibilizar os magistrados sobre a importância de confiscar, em nome do Estado, as receitas do tráfico de drogas e outros crimes semelhantes na luta contra o crime organizado.

Conclusão70. Cabo Verde continua a ser um dos países pacíficos e estáveis da África Ocidental. No entanto,  está vulnerável, e está ameaçado por branqueamento de capitais e as atividades criminosas associadas. A sua localização geográfica e características continuam a torná-lo um ponto de passagem natural de narcóticos da América Latina a caminho da Europa e outros destinos. Além disso, a atração de turistas e investidores em Cabo Verde torna-o um alvo favorito para branqueamento dos produtos do crime organizado.

71. Considerando a falta em Cabo Verde de progresso no cumprimento das normas ABC/CFT, o país deve tomar medidas para, entre outros:

• Fornecer a UIF com os recursos necessários para funcionar corretamente e começar o processo de alcançar a adesão do Grupo Egmont;

• Operacionalizar a Comissão Inter-Ministerial em ABC/CFT, e

• Adoptar uma estratégia nacional ABC/CFT.

COSTA DO MARFIM

Situação Política72. A Costa do Marfim continua o trânsito de forma incremental para a paz e a estabilidade a longo prazo. No entanto, a situação política e de segurança do país continua frágil, com a deterioração da segurança, entre agosto e outubro de 201247. Uma série de ataques mortais visando as forças de segurança nacionais e em torno de Abidjan e ao longo da fronteira com o Gana e Libéria teriam sido

47 Trigésimo primeiro Relatório de Progresso do Secretário-Geral sobre as operações das Nações Unidas na Costa do Marfim, pp 1-3

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planeados, financiados e executados muitas vezes por grupos e indivíduos com ligações com o governo anterior, de Laurent Gbagbo48. Estes ataques, particularmente aqueles alegadamente realizados pela oposição e os elementos rebeldes baseados no Gana e o surto de violência resultante no sudoeste da Costa do Marfim, o que resultou no encerramento da fronteira com o Gana em setembro de 2012, não só ameaçava minar o progresso do país rumo à paz, mas também aprofundou a desconfiança e a divisão entre a coligação no governo e a oposição49. Além disso, o anúncio do governo de uma suposta tentativa falhada pela oposição alinhada com soldados, ex-guardas presidenciais e outros elementos rebeldes para derrubar reflete a continuamente difícil transição do país,  para a paz50.

73. A situação de segurança volátil e o roubo de armas e munições por assaltantes durante ataques a instalações de segurança têm implicações significativas para o tráfico e circulação de Armas Pequenas e Leves (ALPC) na Costa do Marfim

74. Apesar desses desafios, no entanto, a governação melhorou consideravelmente na Costa do Marfim. O país, tendo pontuado 39 em 100, ficou em 46ª em 52 países africanos em 2012 no Índice Mo Ibrahim de Governação Africano (IIAG). Isto representa uma ligeira melhoria a partir da 36 de 100 que recebeu em 2011 e em 2010. Ao nível regional, o presidente Alassane Dramane Ouattara foi eleito Presidente da CEDEAO e demonstrou liderança exemplar na gestão da crise política na Guiné-Bissau e Mali. Com o apoio dos seus colegas chefes de Estado, presidiu mais de 10 cimeiras ordinárias e extra-ordinárias da CEDEAO, o número mais elevado registado até agora no espaço de um ano, em termos de reuniões de chefes de Estado para lidar com conflitos e instabilidade política na região.

Situação Económica e Financeira

75. Não obstante a situação de segurança volátil e o aumento das tensões políticas, as atividades económicas na Costa do Marfim exibiram resiliência considerável e voltaram à normalidade em 2012. O PIB real deve crescer de 8,6% e 5,5% em 2012 e 2013, respetivamente51. A projeção de 2012 foi ligeiramente inferior a 8,9% e 8,1%, respetivamente, projetado pelo Banco Mundial e o FMI52. Certamente, o crescimento projetado está dependente da consolidação da paz e da restauração das capacidades produtivas53. Exportações de cacau mais elevadas, no entanto, deverão contribuir para o crescimento54. Outros serviços, como

48 Ibid, pp. 1

49 Ibid  ; International Crisis Group (2012). Costa do Marfim : neutralizar tensões, África Relatório n º 193. Cópia disponível em http://www.crisisgroup.org/en/regions/africa/west-africa/cote-divoire/193-cote-divoire-defusing-tensions.aspx. (Acedido em 6 Março 2013); BBC News, ‘Costa do Marfim fecha fronteira com o Gana Após ataque mortal ‘, 21 de setembro de 2012, disponível em http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-19683708. (Acedido em 6 Março 2013).

50 Ver por exemplo, BBC News, Costa do Marfim Golpe de Estado frustrado “, 13 de junho de 2013, disponível em http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-18426056. (Accessed 6 March 2013).

51 Panorama Económico Africano “, Costa do Marfim _ - Nota do País ‘ Cópia disponível em http://www.africaneconomicoutlook.org/en/countries/west-africa/cote-divoire/. (Acedido em 6 Março 2013). Isto resulta numa contração de 5,9% em 2011.

52 Banco Mundial “, Costa do Marfim Visão geral ‘, disponível em http://www.worldbank.org/en/country/cotedivoire/overview; e o Fundo Monetário Internacional “, Costa do Marfim e o FMI”, disponível em http://www.imf.org/external/country/civ/index.htm. (Acedido em 6 Março 2013).

53 Panorama Económico Africano, ‘2012 Costa do Marfim - Nota do País ‘

54 Banco Mundial “, Costa do Marfim _ Visão geral

banca/seguros, turismo/hotelaria registaram uma taxa de crescimento de 17,1%.

76. Enquanto isso, o governo registou um aumento de 44,7% e de 2,7% nas receitas de impostos e fontes não-tributárias, respetivamente. A receita total representou 20% do PIB nominal, acima dos 14,9% em 2011. Ao mesmo tempo, os esforços do governo para reanimar a economia após a crise eleitoral resultaram num aumento de 39,7% nas despesas. As despesas de investimento, em particular, aumentaram consideravelmente em vista a execução de construção de infra-estruturas sociais e económicas. Esses gastos foram de 5,4% do PIB, contra 2,6% em 2011. Da mesma forma, a despesa corrente registou um aumento de 29,1%, motivada, principalmente, pelo aumento dos custos operacionais, salários e subsídios concedido no setor elétrico.

77. Estas melhorias foram o resultado das reformas económicas que foram iniciadas através de um ambicioso programa de desenvolvimento nacional para o período 2012 - 2015 que incidem sobre a galvanização do investimento público, e empurrando o crescimento, criando empregos. O FMI concordou em apoiar este programa económico no âmbito do programa Facilidade de Crédito Alargado sem juros no valor de EUA $ 300.000.000 durante um período de 3 anos55. Ao mesmo tempo, o clima de negócios da Costa do Marfim melhorou ligeiramente, tendo sido classificado 167 entre 183 países em 2012, em comparação com 170 em 201156.

78. Apesar deste progresso louvável, uma estimativa de 65,5% e 29,4% dos marfinenses permanecem na pobreza. Apesar da falta de dados fiáveis , a situação foi agravada pela crise pós-eleitoral. O Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD 2012 revela que a Costa do Marfim tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,4, o que é ligeiramente abaixo do índice Subsaariano Africano de 0,463. Da mesma forma, a renda per capita chegou a US $ 1,387 muito abaixo do USD 1,966 mil dólares registado pela região.

79. O setor financeiro da Costa do Marfim o maior do zona UEMOA não é muito diferente dos seus outros membros. Há 21 bancos que formam a maior parte do sector financeiro, o que contribui para cerca de 22% do PIB e igual a 80% do setor. As entradas de remessas em 2011 foram de USD 373 milhões, o que representa cerca de 1,6% do PIB.

Prevalência de Crimes subjacentes80. A série de ataques mortais realizados e a volátil situação de segurança aponta para o contrabando contínuo e circulação de armas pequenas e armamento leve (ALPC) na Costa do Marfim. Isto é evidenciado pela destruição

55 Abidjan.net, ‘Declaração do director-geral do FMI, Christine Largarde, no fim de uma visita a Costa do Marfim “, 9 de janeiro de 2012, disponível em http://news.abidjan.net/h/448413.html

56 Banco Mundial (2012). Fazer Negócios num mundo mais transparente. Washington, DC: Banco Mundial, pp 6.

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de cerca de 600 ALPC pelo Serviço de Ação de Minas das Nações Unidas em julho de 201257. Grande parte das armas e armamento suspeitos, foram traficados através da Guiné, Mali e outros países vizinhos. Há suspeita de que alguns ex-comandantes rebeldes utilizaram recursos recebidos dos distritos de diamantes no norte da Costa do Marfim para comprar e traficar armas no país58. Embora a produção de diamantes tenha diminuido, há suspeita de que cerca de 23 milhões são provenientes do comércio ilegal de diamantes59.

81. A Costa do Marfim, também continua a experimentar uma série de outras atividades criminosas, especialmente a cibercriminalidade e contrabando de mercadorias. Estima-se que 3 bilhões de FCFA foram roubados em três bancos da Costa do Marfim por ciber criminosos durante 201260. O Diretor de Farmácia do Ministério da Saúde registou um prejuízo de 21 bilhões de FCFA devido ao tráfico de drogas em 2012. Além disso, o contrabando de cacau, especialmente do vizinho Gana, permanece não menos prevalente por causa de grandes diferenças de preços entre os dois países61.

82. A apreensão de 1.200 kg de narcóticos, incluindo uma quantidade desconhecida de cannabis, com um valor estimado de 12 milhões de FCFA, por funcionários da alfândega, no departamento de Bondoukou ilustra a persistência do tráfico de droga e a produção na Costa do Marfim. No que diz respeito à corrupção, a Costa do Marfim foi classificada como 29 em 100 e ficou em 130 entre 174 países no Indice de Percepção da Corrupção de Transparência Internacional 2012 (IPC), em comparação com o seu ranking de 154 entre 182 países em 201162.

Situação ABC/CFT83. O regime ABC/CFT da Costa do Marfim foi avaliado pelo GIABA em maio 2012. O Relatório de Avaliação Mútua (RAM) foi discutido na 18ª Plenária do GIABA, realizado em Dakar, Senegal, de 20-22 de Novembro de 2012. O RAM revelou que o país assinou e ratificou as principais convenções relativas ao crime organizado, nomeadamente a Convenção de Palermo de 2000 contra o Crime Organizado Transnacional, a Convenção de Mérida de 2003 contra a Corrupção, a Convenção de Viena contra o Tráfico Ilícito de Estupefacientes e Substâncias Psicotrópicas e a Convenção das Nações Unidas contra o Terrorismo de 1999.

84. Após o engajamento de advocacia sustentada

57 UN News Center, ‘NU destrói centenas de pequenas e armamentos leves na Costa do Marfim “, 12 de julho de 2012, disponível em http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=42468&Cr=Small+Arms&Cr1#.UUGs6Rzwk4E. (Acedido em 14 Março 2013).

58 ioL News, ‘Vendas de Diamante combustível do Comércio de Armas na Costa do Marfim - NU, 19 de abril de 2012, disponível em http://www.iol.co.za/news/africa/diamond-sales-fuel-icoast-arms-trade-un-1.1279738#.UUGz0Bzwk4E. (14 Março 2013).

59 Ibid.

60 Seneweb.com, ‘Costa do Marfim: Três bancos descarregados de cerca de 3 bilhões de FCFA para os cibercriminosos “, 4 de janeiro de 2013, disponível em http://www.seneweb.com/news/Afrique/cote-d-ivoire-trois-banques-delestees-de-pres-de-3-milliards-de-fcfa-par-des-cybercriminels_n_85073.html. (Acedido em 6 Março 2013). Apesar de criminosos terem sido presos, o sucesso de seu crime é prova de que o cibercrime está a assumir uma dimensão maior no país.

61 Reuters, ‘Contrabandistas de cacau Esfreguam as mãos sobre o preço do Gana “, 12 de outubro de 2012, disponível em http://www.reuters.com/article/2012/10/18/ozabs-cocoa-smuggling-idAFJOE89H01R20121018. (Acedido em 14 Março 2013).

62 Transparência Internacional, Índice Percepção da Corrupção 2012 ‘; “ Transparência Internacional, Índice Percepção da Corrupção de 2011 “, disponível em http://www.transparency.org/cpi2011/results. (Acedido em 14 Março 2013).

pelo Diretor-Geral do GIABA com líderes políticos da Costa do Marfim em novembro de 2011 e em fevereiro de 2012, o país registou progressos louváveis na estratégia nacional ABC/CFT. Não só foi o orçamento da UIF aumentado para aproximadamente 1 bilhão de FCFA, mas também o seu presidente foi apontado como Correspondente Nacional do GIABA. A UIF assinou acordos de parceria com as suas congéneres de França, Bélgica, e do Líbano, e estabeleceu contactos com as UIF de Gana e Marrocos.

85. A UIF também realizou um estudo sobre as “vulnerabilidades da economia da Costa do Marfim, em face de BC/FT, particularmente nos sectores da habitação e Agrícola”. Nos termos da rede, a UIF acolheu favoravelmente a organização do Fórum de UIF da UEMOA e o seu presidente foi, posteriormente, designado para chefiar a estrutura. A UIF também recuperou o seu estatuto de membro do Grupo Egmont.

86. No entanto, desafios consideráveis permanecem na Costa do Marfim, até porque o cumprimento das normas e implementação de recomendações do RAM pode colocar alguns desafios. Subjacente a estes desafios em particular, está a falta de uma estratégia nacional de ABC/CFT, bem como um mecanismo de congelamento eficaz como exigido pela R6 do GAFI.

87. Apesar de aprovar a sua lei ABC em 2005, as forças policiais da Costa do Marfim ainda não processaram um caso envolvendo branqueamento de capitais. Assim, a lei ainda não foi implementada. Por exemplo, das sessenta e uma (61) COS recebidas pela UIF entre novembro de 2011 e setembro de 2012, apenas uma (1) foi investigada e o relatório encaminhado ao judiciário. Ainda não há informações sobre as medidas tomadas pelo Poder Judiciário sobre este caso. A fiscalização e agências Controladoras carecem de competências jurídicas e operacionais específicas ao abrigo da lei ABC, desse modo comprometem gravemente a sua capacidade de detectar e prevenir BC/FT. Além disso, o instrumento jurídico existente sobre o financiamento do terrorismo, nomeadamente Portaria n º 2009-367 de 2009, não define claramente “organizações terroristas” ou “terroristas” individuais, tal como previsto pelos padrões internacionais.

88. Também as condições estabelecidas para a execução da RCSNU 1267 (1999) sobre o confisco de fundos e outros recursos financeiros de pessoas e entidades visadas pelo Conselho de Segurança das NU não são satisfatórios. O procedimento fixado pelo regulamento comunitário n º 14/CM/UEMOA de 19/09/2002 impõe um processo de tomada de decisão e comunicação das listas às entidades declarantes que é relativamente entediante. Além disso, não há coordenação e acompanhamento da execução eficaz das decisões de confisco. Por outro lado, as listas do Conselho de Segurança não são amplamente divulgadas aos bancos e, aliás, não recebem nenhum aviso sobre essas listas. Não

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há igualmente nenhuma instrução ou directrizes claras para ajudar os tomadores de decisão a entender e executar de forma eficiente as Resoluções 1267 (1999) e 1373 (2001).

Assitência Técnica89. Além das missões de alto nível realizadas pelo Diretor-Geral, em preparação para a realização da avaliação mútua da Costa do Marfim e a organização da Plenária e reuniões ministeriais do GIABA, o GIABA apoiou o país na organização de um seminário de pré-avaliação de 05-07 marco 2012. Os principais objetivos do seminário de avaliação mútua preparatório eram basicamente a: (a) informar e sensibilizar os intervenientes nacionais sobre a importância da avaliação mútua e o processo de preparação necessária para que sejam plenamente envolvidos no projeto e garantir o sucesso do exercício, e b) utilizar a oportunidade do seminário para atualizar o Questionário de Avaliação Mútua (QAM)) submetido ao Secretariado do GIABA em outubro de 2009. Cerca de sessenta (60) participantes, representando os diversos setores da administração pública e privada na Costa do Marfim participaram neste seminário.

90. À medida que o RAM aprovado revelou deficiências significativas, especialmente em várias recomendações principais e chave, a Costa do Marfim requer mais assistência técnica no desenvolvimento de um quadro eficiente de ABC/CFT, incluindo a elaboração dos seus quadros legislativos e regulamentares, bem como o desenvolvimento de uma estratégia nacional ABC. São necessários mais investimentos para dar formação a capacidade de pessoal, incluindo analistas, investigadores e juízes, e as instituições responsáveis pela implementação dos meios ABC/CFT.

Conclusão91. A Costa do Marfim continua o trânsito de forma incremental para a paz a longo prazo e estabilidade. No entanto, continua a ser assolada pela insegurança, violência e tensão política. Ao mesmo tempo, as atividades do crime organizado, incluindo o tráfico ilícito de armas e armamento, sustentado pela situação prevalecente segurança, cibercrime, contrabando de mercadorias, tráfico de drogas, e entre outros, persistem na Costa do Marfim. O país também continua a lutar pela conformidade com normas internacionais ABC/CFT, até porque o seu quadro de ABC/CFT continua significativamente fraco. Assim, a Costa do Marfim deve tomar medidas para implementar as recomendações contidas no Relatório de Avaliação Mútua, incluindo a criminalização do ato individual do terrorismo, o desenvolvimento de mecanismo para o congelamento de bens, de acordo com as RCSNU 1267 e 1373, e finalizar e adoptar a sua estratégia nacional ABC/CFT para assegurar a sinergia e a coordenação adequada nos seus esforços de ABC/CFT.

GÂMBIA

Situação Política92. A Gâmbia manteve a sua imagem como um país pacífico e estável na África Ocidental. Continua numa trajectória democrática difícil, como evidenciado pela

ausência de uma forte oposição política63. As eleições parlamentares de março 2012, durante as quais a Aliança para Reorientação Patriótica dominante e Reconstrução (APRC), ganhou 47 dos 57 assentos parlamentares, foram boicotadas pela oposição Partido Democrata Unido, a Aliança Nacional para a Democracia, e outros, como fraudulentas64. A formação de um governo no exílio, o Conselho Nacional de Transição da Gâmbia (CNTG), no vizinho Senegal por um grupo político de oposição em setembro de 2012 ilustra ainda mais os défices democráticos da Gâmbia65.

93. De acordo com o Índice Ibrahim de Governação Africano (IIAG) da Fundação Mo Ibrahim de 2012, o desempenho da Gâmbia melhorou ligeiramente, tendo pontuado 52 em 100 e está classificado como 27 entre 52 países em comparação com a sua pontuação de 51 em 100 em 2011 e em 201066. No entanto, ficou em mais mal colocado na prestação de contas e categorias dos Direitos Humanos marcando apenas 32,7 e 28,6%, respectivamente67. De fato, a execução de várias prisões estrangeiras provocou um clamor internacional e re-acendeu longas preocupações permanentes sobre as infrações contínuas dos direitos humanos na Gâmbia68. A ausência - e, em muitos casos, a repressão - da oposição política, bem como a problemática recorde do país sobre direitos humanos, poderia minar os esforços ABC/CFT e não menos grupos e cidadãos, particularmente os jornalistas, podem não estar dispostos a relatar casos que envolvem funcionários públicos.

Situação Económica e Financeira94. A economia gambiana deveria crescer 5,6 por cento em 2012, em comparação com 5,5% em 201169. O Fundo Monetário Internacional projeta uma contração de de 1,2% em 2012 e uma expansão de 9,7% em 201370.

95. Considerando que a agricultura é o pilar da economia do país, as condições climáticas desfavoráveis afetaram negativamente a produção agrícola e as atividades económicas nos três primeiros trimestres de 2012. No entanto, uma forte recuperação na produção agrícola, o crescimento no sector do turismo, e a assistência internacional ao desenvolvimento ajudou a mitigar o impacto sobre os agricultores e famílias vulneráveis. As reformas implementadas pelo governo na agricultura, no entanto, continuarão a impulsionar a economia e sustentar o seu crescimento.

63 New York Times, ‘Partido no poder enfrenta pouca Oposição no Parlamento “, 15 de março de 2012, disponível em http://www.nytimes.com/2012/03/15/world/africa/gambia-ruling-party-faces-scarce-opposition-for-parliament.html?_r=0. (Acedido em 14 Março 2013).

64 Al Jazeera, ‘Oposição Boicota Votação Parlamentar da Gâmbia ‘29 março de 2012, disponível em http://www.aljazeera.com/news/africa/2012/03/2012329171523858213.html. (Acedido em 6 Março 2013).

65 BBC News, ‘Grupo de oposição da Gâmbia formado no Senegal “, 14 de setembro de 2012, disponível em http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-19598137. (Acedido em 6 Março 2013). A eleição presidencial em novembro de 2011, ganha por incumber Yahyah Jammeh, foi criticada pela oposição e a equipa de observadores da União Africana, como não livres e justas.

66 Fundação Mo Ibrahim (2012). 2012 Índice Ibrahim de Governação africana ResumoPp. 9

67 Ibid

68 CNN, ‘NU Golpeia fluxo de Execuções na Gâmbia “, 28 de agosto de 2012, disponível em http://edition.cnn.com/2012/08/28/world/africa/gambia-executions. (Acedido em 6 Março2013); BBC News, ‘Presidente Jammeh da Gâmbia Interrompe Execution Entre Contestação “, 15 de setembro de 2012, disponível em http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-19610206. (Acedido em 6 Março 2013).

69 Panorama Económico Africano “, Gâmbia - Nota do País ‘, disponível em http://www.africaneconomicoutlook.org/en/countries/west-africa/gambia/.

70 Fundo Monetário Internacional “, Gâmbia e o FMI, Atualização 7 dezembro de 2012, disponível em http://www.imf.org/external/country/gmb/index.htm. (Acedido em 6 Março 2013).

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96. Devido a ajustes fiscais, a inflação foi projetada para subir de 4,7% para um pouco menos do que ou igual a 5% em 2012 e em 201371. O défice orçamental deverá diminuir de 4,2% em 2011 para 3,8% em 2012 e 2,8% em 201372. Além disso, o déficit em conta corrente estava estimado para ter declínio ligeiramente de 17,5% em 2011 para 16,9 por cento em 2012, não menos, porque as importações devem diminuir73.

97. O ritmo da expansão monetária permanece modesto. Em setembro de 2012, a oferta monetária cresceu 7%, inferior aos 11,5% em 201174. Ambos os componentes da oferta de moeda aumentaram, com capitais estreitos crescendo a um ritmo mais lento de 4,7% e qusi dinheiro de 8,9%75. A Reserva de capitais contraíu de 3,1%, significativamente inferior à taxa de 13,0% no ano anterior ao crescimento. A Reserva de capitais deverá aumentar em 5,8% no final de Dezembro de 201276.

98. O setor financeiro da Gâmbia dominado principalmente pelos bancos, tem 14 bancos de depósitos a prazo que equivalem a 90% do total de ativos do setor no valor de 47,2% do PIB em 2010. As entradas de remessas em 2012 foram de USD91 milhões, o que representa cerca de 8,2% do PIB.

99. O Governo pretende levar a cabo uma reforma tributária abrangente, que amplia a base tributária, simplifica os procedimentos e reduz as taxas de imposto, preservando as receitas. No entanto, os subsídios aos combustíveis continuam a cortar as receitas fiscais em potencial, pois muito pouco progresso foi alcançado para os eliminar, apesar de reajustes mensais.

100. O crescimento do crédito para o setor privado e os depósitos em bancos comerciais diminuiu consideravelmente em 2012. Em maio, com as pressões inflacionárias contidas, o Banco Central da Gâmbia (BCG) agiu para aliviar a sua política monetária, reduzindo o compulsório sobre os depósitos em dois pontos percentuais (para 10%). Além disso, o BCG continua a reforçar a supervisão bancária. Em preparação para o próximo aumento da exigência de capital mínimo no final de 2012, o BCG reviu os planos dos bancos para atender a nova exigência e está pronto para fazer cumprir rigorosamente a nova medida.

Prevalência de Crimes subjacentes101. A Gâmbia, é uma atração turística na África Ocidental, por conseguinte, é um dos alvos dos cartéis de drogas da América do Sul para o trânsito de drogas para

71 Panorama Económico Africano “, Gâmbia - Nota do País ‘

72 Ibid

73 Ibid

74 Ibid

75 Ibid

76 Ibid

os EUA e Europa, como evidenciado por crises recentes. Outro grande desafio que o país enfrenta é o nível de dinheiro envolvido em transações de negócios no comércio transfronteiriço. A economia é baseada em dinheiro com um sistema financeiro subdesenvolvido. O setor financeiro tem desafios regulatórios e de supervisão, juntamente com um sistema de pagamento rudimentar. O setor de empresas não financeiras é desregulado com fraca supervisão. Há aparato estatal limitado para combater o crime com fronteiras muito porosas. Em geral, não há nem dados empíricos sobre o tamanho da economia informal, nem a prevalência e impacto de vários crimes de microcriminalidade sobre branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. No entanto, o rating de governação Gâmbia diminuiu, tendo pontuado 34 dos 100 e está classificado como 105 entre 174 países em 2012 Transparência Internacional, Índice Percepção da Corrupção (IPC), em comparação com a sua posição de 77° entre 182 países em 201177. Em resposta, o Governo da Gâmbia apresentou um projeto de lei anti-corrupção que visa combater práticas ilícitas78.

Situação ABC/CFT102. A avaliação mútua da Gâmbia foi conduzida e adoptada pela 18ª Plenária do GIABA em 2008. Depois de uma ameaça de emissão de uma declaração pública contra o país, durante a reunião Plenária do GIABA em maio 2012 a Gâmbia reviu a Lei 2003 ABC/CFT e re-promulgou uma nova lei ABC/CFT em julho de 2012. A lei visa corrigir as deficiências identificadas pelos avaliadores durante o exercício de avaliação mútua. Antes da aprovação da Lei, o Comité Inter-Ministerial foi reativado, com os seus novos membros sendo sensibilizados sobre questões relacionadas à ABC/CFT. O Comité coordenou o processo de aprovação da nova Lei, e está actualmente a estudar as modalidades orçamentais da UIF. Mais detalhes sobre os progressos realizados por este país sobre a implementação das recomendações constantes do seu RAM podem ser encontrados no capítulo 3.

103. Enquanto isso, foi nomeado um CEO da UIF e Correspondente Nacional do GIABA. Trata-se de uma evolução positiva uma vez que irá acelerar a operacionalização da UIF.

104. A UIF permaneceu semi operacional já que não há clareza sobre o número de funcionários e o orçamento real da UIF. Além disso, até um conselho independente ser nomeado, é difícil descartar a possibilidade de ser influenciado pelas autoridades do Banco Central já que a maioria, se não todos os funcionários, foram retirados diretamente do departamento bancário do BCG. Além da não-operacionalização da UIF e os constrangimentos logísticos e grave restrição de capacidade persistentes, a aplicação da Lei de ABC/CFT não foi totalmente testada. Por exemplo, das 14 comunicações de operações suspeitas (COS) recebidas pela UIF, em 2012, apenas cinco foram encaminhados para a aplicação da lei para uma investigação mais aprofundada. Apesar das catorze COS representarem um aumento considerável das três COS arquivadas em 2011, não há nenhuma informação sobre

77 Transparência Internacional “Percepção da Corrupção 2012”, op. cit,. Transparência Internacional “Índice de Percepção da Transparência Internacional, Índice Percepção da Corrupção 2011 ‘

78 Global Times, ‘Gâmbia lança Projeto-lei Anti-Corrupção para abordar más práticas “, 29 de junho de 2012, disponível http://www.globaltimes.cn/content/717978.shtml. (Acedido em 14 Março 2013).

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o que aconteceu com as COS referidas e não há registo de condenação de  BC ou FT na Gâmbia.

Assistência Técnica105. A Gâmbia foi o primeiro país a beneficiar de assistência técnica abrangente do GIABA para o fornecimento de dispositivo e equipamento às UIF de 13 países. O equipamento foi instalado e testado na UIF da Gâmbia em julho de 2012 e foram fornecidas mais de duas semanas de formação a nível do utilizador para a equipa que vai gerir o sistema. No entanto, o Gâmbia precisa de assistência técnica para permitir que as autoridades ponham um regime de ABC/CFT eficaz e reforçar a luta contra o crime organizado transnacional. Essa assistência envolveria formação e orientação para as autoridades judiciais, policiais e de investigação e agências especializadas de ação penal que lidam com questões ABC/CFT. As necessidades específicas incluem visita de formação e estudo a UiF bem estabelecidas, mais apoio para o desenvolvimento da estratégia ABC/CFT; aquisição de scanners de moeda para interdição de postos de fronteira; montagem de um escritório UIF e formação nas técnicas de investigação e repressão de tráfico de drogas, e outras infracções subjacentes a BC/FT.

Conclusão106. Após a aprovação da nova lei, a Gâmbia está actualmente a elaborar estratégias de implementação, começando particularmente com a autonomia operacional da UIF. A Gâmbia precisa de melhorar a supervisão sobre as instituições financeiras e não financeiras, bem como EPNFD, devem ser feitos esforços para testar a lei levando infracções à justiça;e o país precisa de pôr em prática um mecanismo adequado para o congelamento e confisco de bens de origem criminosa, tal como constante na R6 do GAFI, entre outros.

GANA

Situação Política 107. Em julho de 2012, Sua Excelência, John Evans Atta Mills, Presidente da República do Gana morreu. O seu vice, Sua Excelência, John Dramani Mahama foi empossado como presidente. A transição pacífica e ordeira de poder que se seguiu à sua morte testemunhou progressos do país e relativa maturidade na governação democrática desde que retornou a ordem constitucional em 199279. Tal progresso e maturidade foram manifestados pela sequência das eleições presidenciais e parlamentares profundamente contestadas em dezembro de 201280. Em particular, enquanto os resultados presidenciais - e, em menor medida - os resultados parlamentares foram rejeitados pela oposição do Nova Partido Patriótico (NPP) como tendo sido manipuladas pela Comissão Eleitoral (CE) e a decisão do Congresso Nacional Democrático (NDC), em favor do último, contestou os resultados nos tribunais sem recorrer à violência em todo o país.

79 O progresso democrático do Gana é evidenciado por duas décadas de regime civil ininterrupto, cinco eleições multipartidárias sucessivas sem violência em todo o país, alternância pacífica de poder entre os dois principais partidos políticos em 2001 e 2009, média vibrantes, e uma sociedade civil cada vez mais assertiva.

80 Embora destaque séria acrimónia , a violência inter-partidária, e persistentes alegações de suborno e corrupção por representantes dos dois principais partidos, a eleição foi julgada pelos observadores internacionais como amplamente justa, pacífica e credível.

108. A descoberta de reservas de petróleo elevou os desafios e intensificou a competição pelo poder político, devido ao afluxo esperado da riqueza do petróleo. De fato, as eleições de 2012 foram consideradas as mais caras da história do Gana81. A intensa competição pode ser situada no contexto de deficiências estruturais no sistema político do Gana que permite que o ganhador assuma todo o controlo da política e consegue o controlo quase total de recursos no estado no Gana82.

109. Não obstante a natureza cada vez mais competitiva e cara das campanhas, o Gana carece de estruturas robustas para a regulação do financiamento de campanha e declaração de ativos. A Lei de Partidos Políticos de 2000 não obriga partidos e candidatos a revelar as fontes de contribuição para as suas campanhas, nem as contribuições limite que eles possam receber de pessoas físicas e empresas. Embora a Lei exige que as partes apresentem relatórios financeiros auditados à Comissão Eleitoral (CE) para a publicação, não prevê sanções para os partidos que não conseguem fazê-lo83. Além disso, enquanto que a Constituição de 1992 obriga os funcionários públicos a apresentarem relatórios escritos de declaração de ativos para o Gabinete do Auditor-Geral, ele não autoriza o Instituto a publicá-las84. O Relatório Global Integrity 2011 revelou que o Gana teve uma avaliação 8 em 100 sobre a eficácia de suas normas de financiamento do partido, e 0 em 100 sobre os regulamentos de financiamento de candidato individual85.

110. Essas lacunas jurídicas, combinadas com a falta de financiamento estatal para os partidos, levaram a medos da influência potencial das receitas provenientes de crimes subjacentes sobre o processo eleitoral. A eleições de 2012, como a de 2008, apresentou as alegações e contra-alegações entre os NDC e os NPP, de ambos terem utilizado o dinheiro das drogas para financiar as suas campanhas eleitorais86. Na verdade, antigos e atuais funcionários anti-drogas, assim como alguns especialistas ganenses manifestaram a suspeita de que alguns políticos foram influenciados por barões da droga e usaram o dinheiro da droga nas eleições de 201287.

81 Ver Africa Confidential ‘, a primeira eleição Oil’, 24 de agosto de 2012.

82 Por exemplo, o artigo 257 § 6 da Constituição de 1992 afirma: “[cada] mineral no seu estado natural, sob ou sobre qualquer terra no Gana rios, córregos, cursos d’água em todo o Gana, a zona económica exclusiva e qualquer área coberta pelo mar territorial ou plataforma continental é propriedade da República do Gana e será investido no Presidente, em nome de, e em confiança para o povo de Gana “.

83 Apesar de ter o poder de retirar o registo do partido por não apresentar os seus registos financeiros para a publicação, a CE não está disposta a fazer cumprir rigorosamente esta disposição dizendo que prejudicaria os pequenos partidos.

84 Artigo 286 º (1) da Constituição de 1992 afirma, «[a] pessoa que detém um cargo público mencionado no item (5) deste artigo deve apresentar ao Auditor-Geral uma declaração por escrito de todos os bens ou ativos de propriedade ou passivo devido por, ele direta ou indiretamente, “(a) num prazo de três meses após a entrada em vigor da presente Constituição ou antes de assumir o cargo, conforme o caso, (b) no final de cada quatro anos, e (c) no final de seu mandato.

85 Ver Integridade Iniciativa do Gana, ‘Gana Entre Países piores resultados em Regras financiamento político “, 30 de março de 2012, disponível em http://www.tighana.org/giipages/giinews.php?idnews=50. (Acedido em 31 Outubro 2012).

86 Joy News, Condenado ex-cocaína não é Nem Financiador NPP nem membro-Sir John, 29 de setembro de 2011, Disponível em http://politics.myjoyonline.com/pages/news/201109/73696.php (Acedido em 31 Outubro 2012). O Secretário-Geral do NPP oposição negou as acusações pela Revista African Watch que um traficante de cocaína condenado era um financiador do partido. Joy News, ‘NPP Promete Utilizar Saga recente de cocaína para Propaganda mas NDC diz’ faça-o ‘’, 19 de dezembro de 2011, Disponível em http://politics.myjoyonline.com/pages/news/201112/78448.php. (Acedido em 31 Outubro 2012)

87 Ver, por exemplo, Joy Notícias ‘O chefe NACOB recusa nomear políticos no lista do dinheiro dos Narcóticos “, 14 de Setembro de 2011, disponível em http://edition.myjoyonline.com/pages/news/201106/68340.php (Acedido em 19 Outubro 2012). O Secretário Executivo do Conselho de Controlo de Narcóticos (O chefe NACOB), Yaw Akrasi Sarpong, declarou que ‘políticos de boca cheia ou flamboyant ... mesmo influentes’ estavam na lista dos traficantes suspeitos dessa lista de observação do chefe NACOB.

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A recusa dos partidos e candidatos a revelar as suas fontes de financiamento, e alegação recente que uma empresa estrangeira de TIC forneceu apoio financeiro e material para o NDC dirigente em troca de contratos públicos lucrativos pouco fazem para aplacar esses temores88.

111. A possibilidade dos partidos políticos e os candidatos que dependem de produtos do crime na sua busca pelo poder tem implicações de longo alcance, uma vez que podem danificar seriamente o sistema político do Gana e minar os esforços ABC/CFT no país.

Situação Económica e Financeira112. O Gana continuou a fazer avanços louváveis no crescimento económico e tem mantido a sua imagem como um farol de esperança na região da Africa Ocidental. O crescimento do PIB do Gana foi projetado para ser 8,3 por cento em 201289. Embora este seja inferior a 14,4 por cento registados em 2011, é um pouco maior do que 7,5 por cento, 7,6 por cento e os 8,2 por cento projetado pelo Banco Mundial, o Business Monitor Internacional e o FMI, respetivamente90. Contribuindo para o crescimento foram o aumento da produção de petróleo e atividades de mineração que resultaram em 36,2 por cento de crescimento no setor industrial, bem como 5,2 por cento de crescimento na agricultura91. O Banco do Gana (BOG) e do Banco Mundial relatou que o Gana manteve a inflação de um dígito em 201292. Além disso, o Gana continua a ser um país de renda média baixa. Também está entre os nove países da África Subsaariana, e um dos dois países da Africa Ocidental classificado na categoria média do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) Índice93 de Desenvolvimento Humano.

113. As receitas de petróleo do Gana apoiaram o seu orçamento e forneceram flexibilidade fiscal ao governo no financiamento de projetos de desenvolvimento. No entanto, embora o governo do Gana tivesse projetado receber cerca de US $ 650 milhões em receitas de petróleo em 2012, só recebeu US $ 180 milhões nos dois primeiros trimestres

88 GhanaWeb, ‘Fundos da Empresa chinesa NDC - AFAG Alega ‘, 16 de outubro de 2012, disponível em http://www.ghanaweb.com/GhanaHomePage/NewsArchive/artikel.php?ID=253355. (Acedido em 31 Outubro 2012).

89 Banco Africano de Desenvolvimento: Panorama Económico do Gana. Disponível em http://www.afdb.org/en/countries/west-africa/ghana/ghana-economic-outlook/. (Acedido em19 Outubro 2012)

90 Banco Mundial resumo do País : Gana. disponível emhttp://www.worldbank.org/en/country/ghana/overview. (Acedido em 19 Outubro 2012); Business Monitor Internacional ‘global Macro Monitor’, pp 34; Fundo Monetário Internacional “, o Gana e o FMI, 13 de outubro de 2012. disponível em http://www.imf.org/external/country/GHA/index.htm. (Acedido em 19 Outubro 2012).

91 Banco Africano de Desenvolvimento “, AEO 2012 Gana - Nota do País ‘, Disponível em http://www.afdb.org/fileadmin/uploads/afdb/Documents/Publications/Ghana%20Full%20PDF%20Country%20Note.pdf. (Acedido em 19 Outubro 2012).

92 A partir do primeiro segundo trimestre de 2012, os números do Banco Gana indicam uma taxa de 9,4 por cento. Ver Bank of Gana (2012), a evolução da inflação e Outlook, vol. 4, No. 3, pp 1-2. Cópia disponível em http://www.bog.gov.gh/privatecontent/MPC_Press_Releases/Inflation%20Outlook%20Report%20-%20June%202012_Final%20to%20BOG.pdf. (Acedido em 8 Novembro 2012). Ver também, do Banco Mundial resumo do País : Gana, op. cit. O Banco Mundial não relata uma figura específica. Importante, Gana Panorama Económico. A questão da inflação de um dígito no Gana há uma fonte de grande controvérsia, com políticos da oposição e muitos ganenses reclamando de aumentos significativos nos preços internos. Ver, por exemplo, Myjoyonline.com ‘Bawumia Palestra Expõe Achieve do NDC esfarrapada “, 8 de agosto de 2012, Disponível em http://politics.myjoyonline.com/pages/news/201205/86198.php. (Acedido em 19 Outubro 2012). Numa palestra sobre o estado da economia do Gana, o vice-candidato presidencial da oposição NPP, Mahamadu Bawumia, questionou a validade de inflação de um dígito alardeado pelo governo, citando o aumento de preços e taxas de juros. Veja também, Daily Graphic, ‘Nana Ataca NDC Corrupção’, 15 de outubro 2012, disponível em http://www.dailyguideghana.com/?p=63759. (Acedido em19 Outubro 2012). Num comício de campanha, o candidato presidencial NPP, Nana Akufo-Addo, questionou por que o custo de construção de um edifício de seis salas de aula aumentou de 85 mil para 280 mil Cedis no prazo de 4 anos, não obstante a suposta inflação de um dígito.

93 Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (2012). África, Relatório de Desenvolvimento Humano 2012. Nações Unidas: Nova York, pp 16. Os outros oito países são Botsuana, Cabo Verde, Congo, Guiné Equitoral , Gabão, Namíbia, África do Sul e Suazilândia.

do ano94. Ao mesmo tempo, o orçamento nacional deverá aumentar para $ 9842066957 contra 8117228113 dólares em receitas e subvenções, em comparação com $ 6725930546 contra 5511072988 dólares em 201195. A grande quebra das receitas do petróleo levou a preocupações sobre os riscos para a execução do orçamento96. Um possível aumento do gasto público por parte do Governo também pode prejudicar o progresso do país, incluindo a manutenção de baixa taxa de inflação97.

114. Além disso, o Cedi do Gana continuou a cair em relação às principais moedas estrangeiras. Em particular, o Banco do Gana (BOG) relatou que o Cedi do Gana desvalorizou 18% em relação ao dólar dos EUA, 17,3% contra a libra esterlina, e de 13,1% em relação ao Euro nos primeiros 8 meses de 201298. A tabela abaixo mostra que o Cedi era a moeda com pior desempenho em relação ao dólar dos EUA em 2012, em relação a todas as moedas dos Estados membros da CEDEAO, com queda de mais de 30%. Assim, muitos produtores locais, particularmente aqueles na indústria transformadora, incorreram em custos de produção mais elevados, devido ao aumento dos direitos de importação cobrados em moeda estrangeira99. Isto alimentou o já elevado custo de bens e serviços no país, e aumentou ainda mais os preços dos produtos de consumo importados100. As preocupações com o aumento resultante nos preços das mercadorias, como evidenciado pelos aumentos da taxa de ano-a-ano, durante quatro meses consecutivos de 9,4% no primeiro semestre de 2012, levou o CS a elevar as taxas de juros três vezes a 15%101. As medidas do BOG, sem dúvida, aumentaram o custo dos empréstimos, restringindo,  desse modo, as atividades de negócios. Significativamente, o aumento do custo de bens e serviços tem implicações negativas para o poder aquisitivo e o custo de vida em geral, e pode empurrar muitos ganenses para a pobreza.

94 Ver a declaração de Orçamento e da política económica do governo do Gana para o Ano Fiscal de 2012, 16 de novembro de 2011, 43 pp. Cópia disponível em http://www.mofep.gov.gh/sites/default/files/budget/2012_budget.pdf. (Acedido em8 Novembro 2012) O valor projetado é de 1.234 milhões Cedis do Gana e é convertido em dólares no Banco do Gana a 07 de novembro de 2012 Cedi-Dólar taxa de 1,9236; ver também, Receitas do Petróleo e período de distribuição para primeiro trimestre de 2012 em http://www.mofep.gov.gh/sites/default/files/reports/petroleum_receipts_4th_quarter_2011_0.pdf. (Acedido em 8 Novembro 2012); As receitas de petróleo e período de distribuição para 2 º Trimestre de 2012 em http://www.mofep.gov.gh/sites/default/files/reports/petroleum_receipts_2nd_quarter_2012.pdf (Accessed 8 November 2012).

95 A Declaração Orçamental e da política económica do governo do Gana para o Ano Fiscal 2012, pp 62-65; A Declaração Orçamental e da política económica do governo do Gana para o Ano Fiscal 2011, pp 59-62. Cópia disponível em http://www.mofep.gov.gh/sites/default/files/budget/2011_Budget.pdf. (Acedido em 8 Novembro 2012).

96 A Declaração Orçamental e da política económica do governo do Gana para o Ano Fiscal 2012, pp 43. Cópia disponível em http://www.mofep.gov.gh/sites/default/files/budget/2012_budget.pdf. (Acedido em 8 Novembro 2012). A Declaração Orçamental e da política económica do governo do Gana para o Ano Fiscal de 2011

97 AEO 2012 Gana –Nota do País’

98 Banco do Gana (2012), World Economic Outlook e Desenvolvimento do Setor Externo, Relatório de Política Monetária, vol. 1, N ° 4, pp 8. Cópia disponível em http://www.bog.gov.gh/privatecontent/MPC_Press_Releases/weo%20%20external%20sector%20developments%20-%20september%202012.pdf. (Acedido em 8 Novembro 2012).

99 Associação das Indústrias de Gana, “A desvalorização do Cedi leva a altos impostos - AGI”, 17 de maio de 2012, disponível em http://agighana.org/News/Depreciation-of-the-Cedi-Leads-to-High-Taxes.aspx. Presidente da Associação das Indústrias do Gana (AGI), Nana Owusu Afari, lamentou que a depreciação Cedi “... é uma grande preocupação para a indústriacom o aumento de impostos a elevar o custo de produção dos produtores locais.” Reuters “, África Money - Fraca Moeda do Gana custa muito ao país em ano eleitoral “, 19 de julho de 2012, em http://www.reuters.com/article/2012/07/19/ghana-cedi-idUSL6E8I9BZV20120719. Starwin Products Limited, fabricante de droga, teria incorrido um aumento de 17 por cento no seu custo de produção no primeiro semestre de 2012. O seu gerente geral teria deplorou que a depreciação Cedi “... está seriamente a prejudicar, porque 90 por cento dos nossos insumos são importados.”

100 Ver Banco do Gana (2012), a evolução da inflação e Outlook, op. cit. Inflação dos alimentos subiram acentuadamente durante o segundo trimestre de 2012. Subiu para 4,4 por cento em março de 2012, e 5,4 por cento em Junho de 2012; Serviço de Estatística do Gana, ‘Price Index Boletim Estatístico do Consumidor, em setembro de 2012, em http://www.statsghana.gov.gh/docfiles/CPI%20Release_pdf/Bulletin_CPI_September_2012.pdf.

101 Ver Banco do Gana (2012); Reuters, ‘Banco do Gana subidas das taxas para combater a inflação “, 13 de junho de 2012, em http://af.reuters.com/article/investingNews/idAFJOE85C06L20120613?pageNumber=1&virtualBrandChannel=0.

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115. As elevadas taxas de crescimento do Gana não reduziram a taxa de pobreza, que se mantém em 28,5%102. Apesar da falta de dados fiáveis sobre o desemprego no país, cerca de 25,6% dos ganenses entre as idades de 15-24 anos, que constituem cerca de 20% da população, estão desempregados103. O número é o dobro do grupo etário 25-44 e três vezes maior do que os grupos etários de 45-64104. Os jovens representam também em parte 14% do emprego no setor formal, com muitos, incluindo a maioria dos graduados universitários e migrantes a partir das áreas rurais para áreas urbanas, lutando para encontrar trabalho e, principalmente, compelidos a procurar oportunidades no setor informal como aprendizes, trabalhadores domésticos ou trabalhadores não remunerado, ou como trabalhadores independentes105. Além disso, o crescimento dificilmente traduzido em desenvolvimento, pois o Gana continua a enfrentar sérios desafios de desenvolvimento, incluindo as desigualdades de renda generalizadas. Muitas comunidades ganenses permanecem seriamente privadas e têm pouco ou nenhum acesso aos serviços sociais básicos106.

116. A existência de muitas comunidades carentes e a falta generalizada de acesso aos serviços significa que o Gana continua vulnerável a uma série de crimes subjacentes. Na verdade, o tráfico de drogas, crimes cibernéticos, e outras atividades criminosas muitas vezes são vistos não só como fontes legítimas de financiamento para projetos de desenvolvimento, mas também para a sobrevivência. Isto é evidenciado pela legitimidade adquirida e mantida por traficantes de drogas e outros barões de crimes que financiam projectos e prestação de serviços básicos nas comunidades carentes com produtos do crime. O caso do ex-deputado ganense do Parlamento (MP), que goza de um apoio considerável na sua comunidade pelo seu trabalho filantrópico, apesar da sua prisão e condenação por acusações de tráfico de drogas nos EUA, é uma indicação de que isso poderia estar a acontecer. Nas comunidades onde as alternativas de subsistência são limitadas, mais pessoas, como no passado, podem recorrer a atividades criminosas como meio de sobrevivência. Um aumento de crimes subjacentes minaria os esforços ABC/CFT no Gana pois os criminosos, muitas vezes trabalham com os seus apêndices corruptos do funcionalismo do Gana, e procurarão disfarçar as fontes dos recursos que recebem.

117. O governo do Gana resolveu duplicar a dimensão da economia ganense em 2015 como parte dos esforços para tratar, entre outros, os altos níveis de desemprego

102 Banco Mundial resumo do País : Gana, op. cit.

103 Panorama Económico African Watch, ‘2012 Gana - Nota do País ‘; e do Conselho Económico e social: Gana, em http://esa.un.org/wpp/country-profiles/pdf/288.pdf. Ver também, Gana Moderno , ‘Eu não tenho dados sobre a Taxa de Desemprego – Ministro do Empregor’, 24 Junho 2011,em http://www.modernghana.com/news/336272/1/i-have-no-data-on-unemployment-rate-employment-min.html. Num discurso ao parlamento em junho de 2011, o Ministro da Juventude e Emprego observou que não há dados fiáveis sobre o desemprego do Gana

104 Panorama Económico African Watch, ‘2012 Gana - Nota do País ‘

105 Ibid

106 O Governo tem procurado enfrentar esses desafios com uma série de iniciativas, incluindo o Livelihood Empowerment Against Poverty (LEAP), o Savannah Accelerated Development Authority (SADA), e a Estratégia Nacional de Proteção Social.

e pobreza107. Ao fazê-lo, pretende-se, entre outros, atrair investimento directo estrangeiro, removendo as barreiras ao comércio e ao investimento, atrair transferências de capital a partir dos ganenses na diáspora, e melhorar o acesso ao crédito acessível a empresas micro indígenas, pequenas e de médio porte108. O governo também tem como objetivo desenvolver a indústria do turismo do Gana como um meio de criação de emprego e geração de renda, atraindo investidores privados e empresários para investimento em instalações de alto valor109.

118. O setor financeiro de Gana é dominado principalmente pelos bancos. Existem 25 bancos de depósito de capitais que representam cerca de 80% dos ativos totais do setor, o que representa cerca de 24% do PIB em 2010. As entradas de remessas em 2012 foram de USD151 milhões (0,4% do PIB). O fluxo de remessas oficiais no entanto, retrata a pouca confiabilidade do Gana sobre essas entradas ao contrário de muitos países da Africa Ocidental.

Prevalência de Crimes subjacentes119. O tráfico de drogas continua a ser o crime subjacente mais prevalente no Gana. As remessas de cocaína da América Latina e heroína do Sudeste e Sudoeste da Ásia trânsitam através do país a caminho da Europa, e, em menor medida, param os Estados Unidos110. Cannabis em particular, cultivada e consumida em todo Gana continua ser traficada para a Europa. Isto é evidenciado pela apreensão simultânea de 1,5 toneladas de canábis e 7,5 quilos de cocaína, com valor combinado de £ 4,3 milhões, do Gana por forças policiais Britânicas _ no aeroporto de Heathrow, em Londres, em setembro de 2012111. Redes de tráfico de droga estrangeira continuam a ter pontos de apoio operacionais profundos no país, incluindo uma rede de distribuição elaborada e supervisionada em grande parte por criminosos ganeses e nigerianos112. O aeroporto principal do Gana, o Aeroporto Internacional de Kotoka (KIA) em Acra, continua a ser um importante ponto de trânsito de narcóticos. Além disso, apesar da falta de dados fiáveis , há preocupações de que o consumo de canábis e outras drogas pesadas entre os indivíduos ricos e traficantes  de pouca envergadura está em ascensão no Gana113.

120. No que diz respeito ao cibercrime, a evidência anedótica indica um aumento de manifestação em diferentes padrões. Por exemplo, dois jovens ganeses foram presos

107 Quadro de Desenvolvimento Nacional a MédioPrazo : Panorama Económico do Gana. Crescimento Partilhado e Agenda para o Desenvolvimento (GSGDA), 2010-2013, vol. 1, Acra,

108 Ibid, Pp. 23-29.

109 Ibid

110 Departamento Internacional de Narcóticos e Aplicação da Lei dos EUA (2012). Relatório de Estratégia Internacional de Controlo de Drogas: Volume I Controlo de Medicamentos e Produtos Químicos. pp. 230;

111 Daily Guide, ‘Rapazes de Sakawa Presos “, 30 de abril de 2012. disponível em http://www.dailyguideghana.com/?p=46456. (Acedido em 19 Outubro 2012).. GhanaWeb, ‘Grande Transporte de Canabis do Gana apreendido no aeroporto de Heathrow “, 27 de setembro de 2012. disponível em http://www.ghanaweb.com/GhanaHomePage/NewsArchive/artikel.php?ID=251558. (Acedidoem 19 Outubro 2012).

112 Ver por exemplo, Gana Business News “, Manager do Gana, três Nigerianos presos por suposto tráfico de drogas”, 14 de novembro de 2012, disponível em http://www.ghanabusinessnews.com/2012/11/14/ghana-post-manager-three-nigerians-arrested-for-alleged-drug-trafficking/. (Acedido em 21 Janeiro 2013).

113 Ver Departamento Internacional para Narcóticos e Aplicação da Lei dos EUA (2012), op. cit. Isto foi confirmado durante as entrevistas de campo com funcionários NACOB e profissionais de saúde no início deste ano. Ver também, Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (2012). Relatório Mundial sobre Drogas 2012. Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime: New York, NY, 18 pp. Há também indicações de uso de estimulantes do tipo Anfetamina no Gana.

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por fraude de uma mulher americana-canadense de 54 anos de idade, em USD37, 000 através de uma fraude de taxa antecipada relacionada com a internet (golpe 419) 114. Sakawa, uma forma de fraude de taxa antecipada misturada com as práticas de vodu, permanece particularmente prevalente. Isto é evidenciado pelo aumento de relatos de suposto assassinato e atividades rituais por cibercriminosos para fortalecer as suas operações115. Embora a natureza dos indivíduos e redes envolvidas permanece obscura, há um sentimento geral no Gana de que os homens jovens pobres e desempregados, particularmente da periferia de Acra, continuam a dominar o cibercrime.

121. Além disso, apesar da falta de dados fiáveis , há uma preocupação crescente sobre a extensão de ilícitos em Pequenas Armas e Armamento Leve (ALPC) de proliferação e tráfico dentro e através do Gana. A Comissão Nacional de Armas Pequenas recentemente expressou preocupação sobre o relatório de ALPC ilegais sendo contrabandeados para o Gana a partir de países vizinhos116. A polícia Ganense em Acra apreendeu recentemente uma remessa de armas e munições, incluindo 10 armas de grande envergadura, 20 armas de dois canos, e hordas de cartuchos de AAA com destino a Nigéria e prenderam três ganenses e dois Nigerianos117. Relatos de aumento da violência armada como resultado de confrontos entre grupos étnicos e religiosos e incidentes violentos que acompanharam exercícios de registo biométrico durante a eleição de 2012 sublinham ainda mais a ameaça representada pelo ALPC118.

122. Grandes depósitos de ouro e outros minerais do Gana continuam a sustentar a mineração ilegal generalizada, conhecida localmente como ‘”galamsey”. O fenómeno é sustentado por pura ganância, os altos níveis de pobreza e desemprego, especialmente entre os jovens, a falta de oportunidades económicas, financeiras e benefícios materiais da mineração ilegal, e ampla aceitação da comunidade e glorificação da riqueza que os mineiros de sucesso podem mostrar de volta às suas comunidades locais. Em que medida é que galamsey é controlado por redes transnacionais não é claro, há cada vez mais evidências de que ela é promovida por estrangeiros, principalmente migrantes chineses, que muitas vezes conspiram com os líderes locais no acesso a áreas de mineração. Migrantes chineses continuam a operar no país, usando a mão-de-obra local. Isto é evidenciado

114 GhanaWeb, ‘Vitima Sakawa Encalhada “, 21 de maio de 2012, Disponível em http://www.ghanaweb.com/GhanaHomePage/NewsArchive/artikel.php?ID=239529. (Acedido em 19 Outubro 2012); Daily Guide, ‘ Rapazes de Sakawa Apanhados’, 30 Abril 2012. Disponível em http://www.dailyguideghana.com/?p=46456. (Acedido em19 Outubro 2012).

115 Ver, por exemplo, Gana Moderno , ‘Vitima Sakawa assassino preso, 20 de junho de 2012. Disponível em http://www.modernghana.com/news/402376/1/sakawa-killer-arrested.html.(Accessed 31 Outubro 2012).

116 Joy News, ‘Comissão Armas de pequeno porte Alarmados com aumento de relatos ilegal de armas “, 7 de agosto de 2012, em http://edition.myjoyonline.com/pages/news/201206/87927.php. (Acedido em 8 Novembro 2012).

117 The Punch, ‘Gana apreende Armas de pequeno porte remessa ia para a Nigéria, 12 de janeiro de 2012. Disponível em http://www.punchng.com/news/ghana-seizes-arms-consignment-bound-for-nigeria/; Ver também Vanguard, ‘caminhão de Armas em Direcção à Nigéria apreendidos no Gana, 11 de janeiro de 2012. Disponível em http://www.vanguardngr.com/2012/01/truckload-of-arms-heading-for-nigeria-seized-in-ghana/.

118 GhanaWeb, ‘Presby Moderador Golpeia violência associada Exercício de Registo Biometrico “, 12 de abril de 2012, disponível em http://www.ghanaweb.com/GhanaHomePage/religion/artikel.php?ID=235767. (Acedido em 21 Janeiro 2013). Joy News, ‘Registo de Violência pode conduzir o Gana ao Caos - Manhyia MP “, 11 de agosto de 2012, disponível em http://politics.myjoyonline.com/pages/news/201204/84699.php. (Acedido em 21 Janeiro 2013).

pela recente detenção de 27 migrantes chineses por seu envolvimento em galamsey na região ocidental do Gana119.

123. O relativo desenvolvimento do setor financeiro do Gana nos últimos anos tem aprofundado a sua vulnerabilidade às atividades de branqueamento de capitais. O comércio baseado no branqueamento de capitais, principalmente na forma de manipulação de operações de importação e exportação para reduzir ou evitar o pagamento dos direitos aduaneiros e impostos especiais de consumo, e repatriação de lucros através de canais informais, permanece inabalável. Apesar da falta de dados fiáveis , o Judicial do Gana e agentes da lei relataram que uma quantidade considerável de dinheiro ilícito foi branqueada através de investimentos em bancos, seguros, imobiliário, importação automobilística, as empresas gerais de importação e instituições religiosas. Entre janeiro e maio de 2012 apenas, o Tribunal de Crimes Económicos e Financeiros autorizou o congelamento de mais de 250 contas bancárias por suspeita de branqueamento de capitais muitas vezes relacionados com o cibercrime. Isto representa mais de 80% das 300 contas congeladas em todo o 2011120. Corrupção, no entanto, continua a ser um desafio, pois o Gana teve uma avaliação 45 em 100 e está classificado como 64 entre 176 países em 2012 no Indice de Percepção da Corrupção de Transparência Internacional121. Isto não é diferente de 2011, quando o Gana ficou classificado 69 em 183 países.

Situação ABC/CFT 124. Na sequência da adopção de RAM do Gana em novembro de 2009 e, como sequência das suas avaliações pobres sobre todo o Núcleo e Principais Recomendações do GAFI, o Gana foi colocado  no processo acelerado de acompanhamento regular. Depois de uma visita de advocacia de alto nível ao Gana pelo Diretor-Geral do GIABA em fevereiro de 2012, durante a qual as autoridades ganenses foram lembradas das implicações da implementação lenta no país do Plano de Ação acordado com o Grupo de Análise Regional (RRG) do Médio Oriente e África, o Gana fez esforços iniciais para corrigir as deficiências identificadas no seu ABC/CFT. Mesmo assim, em fevereiro de 2012, a Declaração Pública do GAFI identificou o Gana como uma jurisdição BC/FT de alto risco e colocou-o sob análise por não-conformidade com as normas ABC/CFT122. O Gana respondeu, tomando medidas para melhorar o seu quadro ABC/CFT, e apresentou o seu terceiro Relatório de Acompanhamento antes de Plenária do GIABA em Abidjan, Costa do Marfim, em maio de 2012. O relatório de acompanhamento indicou passos significativos no sentido de corrigir as deficiências identificadas, incluindo a aprovação pelo Parlamento ganense dos Regulamentos Anti-

119 Ghana Business News, ‘ Polícia do Gana prende 27 chineses Homens de Galamsey ‘, disponível em http://www.ghanabusinessnews.com/ghana-police-arrest-27-chinese-galamsey-men/. (Acedido em 19 Outubro 2012).

120 Próxima publicação NYU-CIC - Respondendo ao impacto do crime organizado na governação nos países em desenvolvimento. A publicação inclui um capítulo sobre o Gana, que foi escrito por Sampson B. Kwarkye com Dr. Kwesi Aning e John Pokoo.

121 Ver Transnacional Internacional “Índice de Percepção da Corrupção 2012”, disponível em http://www.transparency.org/cpi2012/results. (Acedido em Janeiro 2013).

122 A Declaração Pública do GAFI de 2012 instou o Gana e outros países a “i) criminalizar adequadamente o branqueamento de capitais e terrorismo; ii) estabelecer e implementar medidas adequadas para o confisco de fundos relacionados com o branqueamento de capitais; iii) estabelecer uma unidade de  Inteligência Financeira totalmente operacional e eficaz e iv) estabelecer e implementar procedimentos adequados para identificar e congelar bens de terroristas. Ver Declaração Pública do GAFI de 22 de Junho de 2012http://www.fatf-gafi.org/documents/repository/fatfpublicstatement-22june2012.html (Acedido em 29 Outubro 2012); e Declaração Pública do GAFI de16 Fevereiro 2012, disponível em http://www.fatf-gafi.org/documents/documents/fatfpublicstatement-16february2012.html. (Acedido em29 Outubro 2012).

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Terrorismo (instrumento legislativo 2181) e regulamentos do Crime Económico e Organizado (EOCO) (instrumento legislativo 2183), ambos fornecem orientações ABC/CFT para as instituições bancárias e não bancárias, em julho de 2012. O primeiro  criminalizou o financiamento do terrorismo, no contexto da recomendação 6 do GAFI e ampliou o alcance das medidas a serem utilizados para libertar, apreender e confiscar os produtos do crime123. O parlamento também ratificou a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, e alterou a Lei de Contravenções Penais de 1960 (Lei 29), aprovando a Lei de infracções penais (Alteração) de 2000 (Lei 849). A lei criminaliza o crime antecedente restante, incluindo o uso ilegal de partes humanas, a exploração sexual, o tráfico ilícito de explosivos, armas de fogo e munições, e extorsão. A Lei Anti-Terrorismo foi alterada para capacitar o Ministro das Finanças e do Planeamento Económico a emitir instruções para sua efetiva implementação. A nova Lei de imigração (Lei de Emenda) de 2012 (Lei 848), que criminaliza o contrabando de migrantes e tráfico de seres humanos, foi assinada em lei em junho de 2012124. O Gana também emitiu manuais de conformidade para os operadores do mercado de capitais e companhias de seguros e os intermediários, e aprovou a Estratégia Nacional ABC/CFT e o Plano de Ação.

125. Além disso, foi criada uma unidade de ABC/CFT no Banco do Gana. A unidade sensibilizou bancos, instituições financeiras e gestores bancários sobre os riscos, ameaças e vulnerabilidades relacionadas com a BC/FT, bem como os pilares essenciais da ABC/CFT; treinou diretores de conformidade na avaliação de risco BC/FT  e finalizou um manual para análise exterior e exame no local de bancos e instituições financeiras125. O Banco, em colaboração com o Centro de Inteligência de Financeira (FIC), também sensibilizaram os oficiais de conformidade sobre os requisitos legais em matéria de transacções em numerário. O FIC aumentou o seu pessoal para sete, e participou, e facilitou seminários de anti branqueamento a hipotecas e outros agentes financeiros.

126. Tendo reavaliado o regime ABC/CFT do Gana e as medidas tomadas pelo país para resolver as deficiências estratégicas identificadas, o GAFI concordou em realizar uma visita ao país para confirmar as medidas tomadas antes da saída do Gana na lista de países sob monitoramento. O GAFI observou o alto nível de comprometimento político para trabalhar em abordar as deficiências identificadas e os “passos importantes... [tomados] no sentido de melhorar o seu regime ABC/CFT, incluindo a promulgação de legislação para criminalizar a branqueamento de capitais, estabelecer e implementar medidas adequadas para a confiscar fundos ligados ao branqueamento de capitais, melhorar as medidas de vigilância da clientela e aumentar a eficácia da Unidade de Inteligência Financeira “.

123 Declaração à imprensa pelo Sr. Samuel Thompson Essel, CEO , Gana, 24 de outubro de 2012, pp 7.

124 Governo do Gana, Portal Oficial: ‘Presidente Mills assina lei sobre a imigração “, 9 de Julho de 2012, Disponível em http://www.ghana.gov.gh/index.php/news/features/14266-president-mills-signs-law-on-immigration. (Acedido em 30 Outubro 2012); Declaração de Imprensa, op. cit.

125 Ibid Pp. 3.

127. No entanto, desafios consideráveis permanecem como a não-conformidade com marcos regulatórios existentes. Em particular, a corrupção continua a frustrar a aplicação eficaz dos esforços de anti branqueamento de capitais, até porque os quadros legislativos estão a ser prejudicados por funcionários do Estado muito corruptos. São fornecidos endereços falsos aquando da abertura de contas bancárias e responsáveis pela conformidade facilmente corruptíveis permitem que os fundos sejam transferidos para fora de um banco rapidamente quando a suspeita é levantada. De fato, um estudo recente realizado por autoridades policiais do Gana revelaram que funcionários bancários permitiram aos cibercriminosos retirar 58.000 € que tinham recebido de um cidadão alemão através de fraude na internet126. Os funcionários também continuam a permitir depósitos de grandes quantias sem pedir comprovação de origem dos fundos, e sem processar COS conforme compromissos do Gana no seu Plano de Acção127 ABC/CTF.

128. Mais importante, embora o FIC tenha retransmitido informação sobre centenas de contas bancárias que se suspeite serem usadas para o BC da EOCO (Organização de Crimes Económicos e Financeiros). A Lei de Anti branqueamento estipula que quando as contas estão congeladas, os proprietários podem lançar um apelo após um ano. No entanto, as contas congeladas são muitas vezes descongeladas depois de apenas uma semana128. As EOCO, o Tribunal de Crimes Económicos e Financeiros (EFCC), e a UIF do FIC todos continuam a enfrentar sérias restrições129 de recurso e de capacidade.

Assistência Técnica

129. Além da realização de vários programas de formação para aumentar as habilidades dos funcionários competentes, o GIABA instalou um dispositivo analítico m ABC/CFT nos FIC do Gana. Foi fornecida formação ao nível do utilizador no dispositivo ao FIC do GIABA. Mesmo assim, outros desafios persistem. Em particular, o Poder Judiciário do Gana e agentes da lei também beneficiaram de algum programa de reforço da capacidade a partir do GIABA. Que, não obstante, o conhecimento e a capacidade para detectar, prevenir, investigar, julgar e punir o branqueamento de capitais e crimes conexos permaneceu relativamente baixo. Os agentes financeiros, particularmente companhias de seguros, permaneceram geralmente pouco familiarizados com as questões ABC/CFT. O Serviço de Polícia do Gana (GPS) ainda não dispõe das competências ou equipamentos para investigar e processar os principais crimes subjacentes, especialmente o tráfico de drogas. Esta situação é agravada por um processo jurídico demasiado lento, pois julgamentos arrastam-se por anos, principalmente devido à má preparação dos casos.

126 Próxima publicação NYU-CIC - Respondendo ao impacto do crime organizado na governação nos países em desenvolvimento, op. cit.

127 Ibid

128 Ibid

129 Ibid

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130. Assim, o Gana identificou a necessidade de desenvolver e reforçar as capacidades de análise, de investigação, e do Ministério Público das suas agências especializadas da lei. Em particular, solicitou análise financeira e formação em investigações para o pessoal da FIC e outros policiais.

Conclusão131. Os esforços ABC/CFT do Gana estão em perigo de ser minados, devido a um processo eleitoral muito caro, financiamento de campanha praticamente não regulamentado, e a consequente tentativa de desviar fundos públicos em campanhas ou aproveitar fontes criminosas de financiamento. De fato, a corrupção por parte dos funcionários do Estado e da banca, como relatado nos meios de comunicação continua a minar os esforços de aplicação efetiva das medidas ABC/CFT. A existência de inúmeras comunidades carentes e altos níveis de pobreza, a desigualdade, o desemprego e o subemprego, particularmente entre a juventude urbana continuam a oferecer um terreno fértil para crimes subjacentes e, por extensão, BC/FT.

132. Não obstante a prestação de uma série de formações e seminários de sensibilização para o judiciário, a aplicação da lei, e as autoridades bancárias e financeiras, continuam a existir lacunas consideráveis em competências e conhecimentos sobre questões ABC/CFT. Assim, o Gana e seus parceiros devem concentrar-se no desenvolvimento de cursos específicos sobre a natureza e a dinâmica do branqueamento de capitais e crimes relacionados. É crucial dispor de formação e cursos em análise financeira, investigações criminais e processos com foco particular em realidades sócio-culturais do Gana. A participação atempada dos policiais e judiciários em tais cursos é fundamental na construção de capacidades sustentáveis.

GUINÉ

Situação Política133. A República da Guiné continua a trilhar um caminho democrático difícil. O país enfrentou um clima sócio-político tenso, devido a divergências sobre o registo eleitoral que resultou no adiamento das eleições legislativas previstas. Confrontos entre apoiantes da oposição e polícia guineense destacaram, ainda, as tensões políticas no país.

134. A instabilidade política e institucional nos últimos anos tem agravado desafios de governação da Guiné, até porque a autoridade do estado tem sido enfraquecida. De acordo com Relatório Doing Business do Banco Mundial 2012, a Guiné ocupa o 179 melhor lugar para fazer negócios (de 183).

Situação Económica e Financeira135. A economia guineense deverá crescer 5,1% em

2012, em comparação a 4% em 2011130. Contribuindo para este crescimento, são o crescimento de 3,9% no setor primário, incluindo 4,5% e 4,1% na pesca e sub-sectores da agricultura, respetivamente131. Além disso, a expansão das terras irrigadas e aumento de insumos era esperado provocar crescimento de 11% na produção de alimentos na época de 2011-2012, em comparação com 10% na temporada 2010-2011. No entanto, espera-se que a produção de ouro e produção de diamantes tenham um declínio de 36,5% e 24,3%, respetivamente.

136. Apesar do crescimento esperado, no entanto, a instabilidade política tem afetado negativamente um setor privado já fraco e subdesenvolvido por meio de perda de investimentos estrangeiros e oportunidades de negócios. Mais significativamente, a taxa de pobreza da Guiné ficou em 55,2% em 2012, com 64,7% dos guineenses em áreas rurais e 35,4% nas áreas urbanas a viver na pobreza132. É, portanto, pouco provável que a Guiné consiga reduzir a sua taxa de pobreza pela metade, como estabelecido até 2015. As reservas cambiais atingiram EUA$ 677 milhões dólar abrangendo três meses de custos de importação133.

137. O setor financeiro da Guiné é composto por 12 bancos de depósito de capitais, o que representa mais de 90% do setor financeiro com um ativo equivalente a 9,7% do PIB em 2006. Remessas entradas em 2012 situaram-se em USD78 milhões de cerca de 1,5% do PIB.

Prevalência de Crimes subjacentes138. Com altos níveis de desemprego e pobreza, a Guiné permaneceu vulnerável a uma série de atividades criminosas subjacentes. O país continua a ser um ponto de trânsito e reembalagem para estupefacientes da América Latina a caminho da Europa e outros destinos. Além disso, a corrupção continua desenfreada. Em maio de 2012, uma tentativa de desviar recursos públicos da ordem de 13 mil milhões de francos guineenses levou à prisão de nove (9) funcionários do Departamento do Tesouro, do Banco Central e do Ministério da Economia e Finanças. Esta tentativa de desfalque também provocou a morte do Diretor do Tesouro, que foi assassinado por expor a criminalidade134. No nível de corrupção, a Guiné teve uma avaliação 24 em 100 e ficou em 154 entre 174 países no Índice 2012 Transparência Internacional de Percepção da Corrupção135.

Situação ABC/CFT139. A Guiné foi avaliada em Junho de 2012 e o Relatório de Avaliação Mútua (RAM) foi discutido e aprovado durante o a 18ª Plenária do GIABA, realizada em Dakar, Senegal, de 20-22 de Novembro de 2012.

130 Panorama Económico African Watch, ‘2012 Guiné, resumo do País

131 Ibid

132 Relatório: « Pobreza e Desigualdade na Guiné 1994-2012. Análise do inquérito aos agregados familiares (2012) »

133 Xinhua, ‘Guiné: os indicadores económicos estão a brilhar em 2012 “, 24 de dezembro de 2012, disponível em http://french.china.org.cn/autreshorizons/2012-12/24/content_27503143.htm

134 RFI, ‘Guiné: assassinato Aissatou Boiro, uma mulher chave na luta contra o Realinhamento de Fontes ‘, 10 de novembro de 2012, disponível em http://www.rfi.fr/afrique/20121110-guinee-assassinat-aissatou-boiro-femme-cle-lutte-contre-detournement-fonds-criminalite-conakry

135 Transparência Internacional, ‘ìndice de Perceção da Corrupção 2012’

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140. Apesar dos esforços sustentados pelo GIABA, incluindo uma visita de advocacia de alto nível pelo Director-Geral de 27-29 de março de 2012, para se envolver com líderes políticos guineenses no desenvolvimento dos esforços ABC/CFT do país, desafios consideráveis permanecem. O quadro ABC/CFT continua extremamente fraco e incompleto, sobretudo, porque ainda falta estabelecer uma UIF efetiva e em funcionamento, conforme estipulado pelo artigo 19 da Lei de 2007 nº L/2006/010/AN. A Guiné também ainda não promulgou uma lei CFT, nomeou um correspondente nacional para o GIABA, e reforçou a cooperação e a colaboração entre instituições relevantes para o funcionamento eficaz do seu Comité Inter-Ministerial.

141. O Comité de Acompanhamento Técnico, um órgão informal acusado de coordenar atividades ABC/CFT, não tem os recursos financeiros e logísticos requeridos para realizar a sua função.

142. A ausência de uma UIF e uma Estratégia Nacional ABC/CFT, bem como a falta de marcos legais e institucionais robustos a minam os esforços ABC/CFT na Guiné. Além disso, os casos de crimes subjacentes sugerem que a Guiné é um país de alto risco para o BC e FT. Isto é evidenciado pela não-prestação de COS pelo bancos, instituições financeiras e outras entidades reportantes. Também não há registo de processo criminal de qualquer dos crimes subjacentes, com condenação. Apesar de todo o apoio e engajamento construtivo do GIABA com as autoridades da Guiné, esta manteve-se, juntamente com a Libéria, os dois elos mais fracos da luta  ABC/CFT da região.

Assistência Técnica143. No que diz respeito à assistência técnica, o GIABA auxiliou a Guiné a organizar um seminário de pré-avaliação para as partes interessadas naquele país a 5-7 de março 2012 como um prelúdio para o exercício de avaliação mútua. Cerca de sessenta (60) participantes assistiram. O objetivo foi familiarizá-los com as ferramentas utilizadas no processo de avaliação, bem como a metodologia de avaliação em si e os processos e procedimentos do exercício de avaliação mútua do GIABA.

144. Mesmo assim, a Guiné requer mais assistência para, entre outros, elaborar a sua estratégia nacional ABC/CFT, reforçar a sua Comissão Técnica, a fim de coordenar os programas de atividades de formação e sensibilização, e ministrar formação ao seu pessoal judicial em crimes financeiros. Certamente, embora o GIABA se tenha oferecido para prestar apoio técnico e financeiro à Guiné para lhe permitir fortalecer a sua estratégia ABC/CFT; os funcionários guineenses optaram por completar a avaliação mútua do país antes de trabalhar na estratégia.

Conclusão145. A República da Guiné deve tomar medidas

para melhorar o seu regime ABC/CFT. Em particular, deve concentrar-se na criação da UIF, a aprovação e promulgação da lei sobre o FT, bem como a elaboração de uma estratégia nacional de ABC/CFT que será de necessidade urgente para o futuro.

146. O GIABA reafirma a sua disponibilidade para apoiar esforços dos países no reforço do quadro de combate BC/FT  acreditando que esses esforços devem basear-se na vontade política e compromisso firme das autoridades guineenses. No geral, uma vez que o RAM revelou deficiências significativas, a principal prioridade da Guiné é desenvolver uma ação para lidar com as deficiências sem demora.

GUINÉ-BISSAU

Situação Política147. Em janeiro de 2012, o Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanha faleceu. Isso levou a uma eleição presidencial em março de 2012, durante o qual o presidente interino, Malam Bacai Sanha, não ganhou a maioria necessária para evitar uma segunda volta. A Guiné-Bissau sofreu outro revés político quando os militares deram golpe em Abril de 2012 antes da segunda volta das eleições presidenciais da nação136. O golpe ilustra a precária situação política do país. A CEDEAO decidiu criar uma Força Militar (ECOMIB) e implantou 679 soldados para restaurar a paz e a estabilidade no país. Além disso, a Autoridade dos Chefes de Estado da CEDEAO nomearam Sua Excelência,  Goodluck Jonathan, Presidente da República Federal da Nigéria, como o presidente do Grupo de Contacto da CEDEAO com a Guiné-Bissau.

148. Talvez seja importante ressaltar que o problema na Guiné-Bissau é político e não de segurança per se. É uma manifestação da extrema pobreza e da fragilidade do Estado com cerca de 30 partidos políticos num país de 1,4 milhão lutando pela supremacia. As sanções impostas sobre a Guiné Bissau por parte da comunidade internacional estão a tornar-se contraproducentes pois nada evoluir sem compromisso construtivo. O principal desafio político neste país é concluir o Roteiro para as eleições.

Situação Económica e Financeira149. A exploração dos recursos naturais é o principal motor da economia da Guiné-Bissau, que possui grande potencial económico, graças à sua riqueza em recursos naturais e ainda setores inexplorados. Mas a economia não é muito diversificada e depende principalmente da castanha de caju, que representou 90% das exportações em 2011137.

150. O crescimento económico em 2011 foi de 5,1% e impulsionado pelas exportações. Estes contribuíram 14,4%

136 Contexto político na Guiné-Bissau, http://www.africaneconomicoutlook.org/fr/pays/afrique-de-louest/guinee-bissau/

137 Fonte: panorama económico, http://www.africaneconomicoutlook.org/fr/pays/afrique-de-louest/guinee-bissau/

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em relação ao PIB. As previsões138 mostram que a demanda e os preços do caju cairiam de USD 1.350 por tonelada para US $ 1.130,6 em 2012 e USD 1.121,3 em 2013. As exportações também cairam de 14,4% do PIB em 2011 para 13,9% em 2012 e 13,7% em 2013, tendo uma contribuição para o crescimento de 3,7% em 2011 para 0,1% em 2012 e 1,6% em 2013. Em geral, o crescimento económico subiria de 4,6% em 2012 para 4,9% em 2013.

151. O setor financeiro da Guiné-Bissau ainda está subdesenvolvido. Há quatro bancos de depósito de dinheiro com uma base de capital limitado e representando mais de 90% do total de ativos do setor no valor de 11,2% do PIB em 2010. As remessas entradas em 2012 foram de USD46 milhões, o que representa cerca de 4,7% do PIB.

152. A implementação de ABC/CFT, incluindo DVC é muito fraco, se é que será tudo feito. No entanto, o relatório Doing Business 2012 mostra que o país se mudou para a posição 176 em 183 países, cinco (5) lugares melhores do que em 2011, o que representa um elevado potencial de crescimento do setor financeiro. O setor privado é dominado pelo comércio informal, que é difícil de regular e proteger do branqueamento do produto do crime. No entanto, precisam de ser feitas uma série de reformas para aumentar a confiança da comunidade doadora e ajudar a proteger os seus investimentos.

153. A Guiné-Bissau, devido a vários obstáculos, que incluem a instabilidade política, tem uma relativamente alta taxa de desemprego estimada em mais de 30% entre os jovens. Este desemprego resulta, principalmente, da falta de orientação para os graduados que entram no mercado de trabalho.

154. Para além do impacto da instabilidade na produção e investimentos, problemas no sistema de educação contribuem também ao privar os jovens de começar o seu primeiro emprego. Assim,  é necessário criar uma entidade nacional139 que identifica e auxilia pessoas desempregadas, de modo a ter uma verdadeira avaliação da taxa de desemprego e resolver o problema de forma eficaz.

Prevalência de Crimes subjacentes155. As principais fontes de branqueamento de capitais na Guiné-Bissau são tráfico de drogas, corrupção e evasão fiscal. Contrabando e tráfico de pessoas, especialmente crianças, são as outras ameaças e fontes de riqueza ilícita.

156. Além disso, muitos cartéis da droga fizeram da Guiné-Bissau um ponto de trânsito, tráfico de drogas da América Latina para a Europa, devido às deficiências nas

138 Fonte: http://www.africaneconomicoutlook.org/fr/pays/afrique-de-louest/guinee-bissau/

139 Fonte: http://www.africaneconomicoutlook.org/fr/pays/afrique-de-louest/guinee-bissau/

estruturas institucionais e o controlo do país. A Guiné-Bissau não é nem um produtor nem o consumidor de renome de drogas ilícitas, no entanto, o tráfico de drogas continua a ser o maior desafio de abordar. Muitos relatórios criticaram a relação estreita entre os líderes militares e traficantes de drogas. Por exemplo, o Chefe de Gabinete é considerado o cérebro por trás da junta. Ele e um grupo de outras pessoas são suspeitas de ter tomado o controlo da América Latina, o comércio de tráfico de cocaína que continua a atravessar o país140. A Guiné-Bissau precisa de tomar as medidas necessárias para restabelecer a estabilidade política no país, a fim de mitigar essas ameaças que colocam o seu desenvolvimento estratégico e económico em perigo.

Situação ABC/CFT157. A Guiné-Bissau parece não ter feito nenhum progresso desde as discussões sobre o terceiro relatório de acompanhamento em maio 2012. Por exemplo, o presidente ainda não aprovou a Lei de Contra Financiamento do terrorismo. A sua aplicação vai ter um impacto sobre Recomendações 3-6, 20 e 37. As principais áreas de progresso foram a nomeação e posse dos membros da UIF, o desenvolvimento do modelo de COS aprovado pelo Ministro das Finanças e enviado a todos os departamentos, conforme exigido por lei, e a adoção da Lei Uniforme Anti-Branqueamento de Capitais em virtude da Resolução N. º 4/2004 de 2 de Novembro da Assembleia Nacional, e da Lei de Financiamento do terrorismo.

158. No entanto, muito mais continua por fazer. Por exemplo, A Guiné-Bissau não forneceu informações sobre o tempo necessário para obter a aprovação da referida legislação do presidente. Além de tudo isso, o BCEAO ainda não terminou revisão da Lei Uniforme Anti branqueamento capitais. De uma perspectiva geral, o quarto relatório de acompanhamento da Guiné-Bissau não conseguiu demonstrar a eficácia do seu sistema ABC/CFT.

159. Para corrigir as deficiências mencionadas acima, a Plenária sugeriu algumas intervenções e implementação de procedimentos mais avançados e monitoramento de atividades no país.

Assistência Técnica160. A UIF da Guiné-Bissau foi instalada com a assistência do GIABA e do UNODC. Houve novas medidas para melhorar o quadro da ABC/CFT para além da aprovação das leis. Em termos de assistência técnica, as necessidades expressas pela Guiné Bissau são principalmente nos domínios legislativo e judicial. O país precisa realmente de aumentar a sensibilização das autoridades políticas para que possam reforçar o apoio a ABC/CFT.

161. Capacitação para investigação é outra grande

140 SlateAfrique, ‘Guiné-Bissau : A vitória militar e dos (narcos), http://www.slateafrique.com/87297/guinee-bissau-victoire-des-militaires-narcos

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preocupação das autoridades UIF. Para reforçar a transferência de competências, são necessários seminários de formação para assuntos e intervenientes em ABC/CFT para garantir que eles adquiram as competências necessárias para o exercício das suas funções de forma consciente.

162. A instabilidade política na Guiné-Bissau é um verdadeiro fardo para a economia. Também está a abrandar o progresso em muitas outras áreas. O relatório nacional submetido a 18ª Plenária do GIABA afirma claramente os desafios decorrentes dessa situação.

Conclusão163. A análise geral sobre os progressos em ABC/CFT sugere que a Guiné-Bissau não fez qualquer progresso e nada mudou na situação do país em ABC/CFT, desde que submeteu o seu relatório de acompanhamento em Maio 2012. Uma vez que a assistência indicou ao país alugar um alojamento de escritório, o governo não forneceu qualquer apoio à UIF. Apesar do fato de que os membros que foram nomeados estão a ser pagos pelas suas organizações principais, mais de quatro anos foram desperdiçados em termos de tornar a UIF verdadeiramente eficaz com apenas uma COS, que foi encaminhada ao Ministério da Justiça, há mais de um ano atrás. Não há nenhuma ideia do que aconteceu com a COS até a data. Preocupado com a falta de compromisso político e de progresso em lidar com questões ABC/CFT na Guiné-Bissau, a Plenária do GIABA, na sua 18ª reunião em Dakar, Senegal em novembro de 2012 solicitou ao Diretor-Geral realizar uma missão de alto nível aquele país, se possível com os representantes dos Estados-Membros.

LIBÉRIA

Situação Política164. A Libéria consolidou a sua paz no pós-guerra e gozava de um ambiente político estável em geral, ao longo de 2012 tendo resistido a um período político altamente carregado devido a perturbações relacionadas com as eleições e um boicote eleitoral pelo Congresso da oposição para a Mudança Democrática (CDC) em 2011141. A posse da presidente Ellen Johnson Sirleaf, vencedora da ronda de eleições presidenciais de novembro 2011, em 16 de janeiro de 2012, e da 53 ª Legislatura da Libéria, uma semana antes142, confirmou o progresso do país para a paz e estabilidade a longo prazo, embora com divergências entre o partido da Unidade dirigente e a oposição.

165. Ao mesmo tempo, o anúncio do Governo da descoberta de petróleo em alto mar na Libéria tem levantado preocupações sobre o potencial de corrupção, ainda mais porque a Libéria ainda não pôr em prática medidas de gestão de petróleo. No entanto, os esforços estão em curso para reformar a lei de Petróleo da Libéria e formular uma

141 Para mais informações sobre a eleição da Libéria em 2011, ver, por exemplo, BBC News, “Sirleaf da Libéria Procura Reeleição Entre Tubman Boicote ‘, 8 de novembro de 2011, disponível em http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-15633697. (Acedido em 14 Março 2013). Ver também BBC News, ‘Sirleaf Insta liberianos para Votar Apesar de Tubman Boicote ‘, 5 de novembro de 2011, disponível em http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-15609008. (Acedido em14 Março 2013).

142 Relatório Especial do Secretário-Geral sobre a Missão das Nações Unidas na Libéria, pp 1. Cópia disponível em http://www.un.org/ga/search/view_doc.asp?symbol=S/2012/230.

política de petróleo143. O governo tem sido criticado pela sua falta de transparência e responsabilidade na gestão do sector petrolífero do país144. Na sua busca por transparência e responsabilidade na gestão dos contratos de petróleo, o Legislativo liberiano iniciou uma investigação sobre os vários contratos de petróleo concedidos145.

166. Como um país pós-conflito, a Libéria ainda é confrontada com os desafios da reconstrução das suas instituições e infra-estruturas que sofreram mais de uma década de guerra. O pós-guerra na Libéria tem sido caracterizado pelo Banco Africano de Desenvolvimento como um estado frágil, juntamente com os seus vizinhos146. A segurança, em particular, continua a enfrentar um desafio potencial de crises regionais que se espalham para o país. Por exemplo, mais de 100 mil refugiados que fugiram da crise eleitoral da Costa do Marfim no início de 2011 permanecem nos municípios do sudeste da Libéria, exercendo pressão sobre as reservas de alimentos nessas áreas. Enquanto as máquinas estatais, como força policial de 4000 e o exército de 2.000 funcionários de polícia da Libéria ainda estão a ser formados pela NU e EUA, o seu desempenho durante os distúrbios em novembro levantou dúvidas sobre a sua disponibilidade para assumir o controlo da Missão das Nações Unidas na Libéria (UNMIL). Como resultado, a missão de paz das Nações Unidas, uma das maiores missões de paz de sempre (8000) ainda mantém a sua presença até 2014147. A governação global tem vindo a melhorar embora ainda esxistam desafios a serem superados. O país tem sido classificado pelo Índice Mo Ibrahim de 2012 em termos de governança global como 34 entre 52 países africanos, pontuando 47 por cento. O governo melhorou a sua eficiência, transparência e prestação de contas através de reformas de gestão financeira pública e a introdução de sistemas de gestão de informação, mas a capacidade institucional ainda é fraca148.

Situação Económica e Financeira167. A economia da Libéria continuou a sua expansão, registando o seu oitavo ano consecutivo de crescimento do pós-guerra. O país exportou o seu primeiro minério de ferro desde o conflito de 2011, e o crescimento deverá continuar em 2012 e além, impulsionado pelo aumento das exportações de minério de ferro, borracha, madeira e óleo de palma, e continuando o investimento estrangeiro direto149.

168. A Libéria fez fortes ganhos macroeconómicos sob o recente acordo de Facilidade de Crédito Alargado (ECF) apoiado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O crescimento económico tem sido robusto, a inflação tem sido amplamente contida; reservas internacionais foram

143 Ver all Africa “, Libéria: Lei do Petróleo Sob Revisão”, 24 de dezembro de 2012, disponível em http://allafrica.com/stories/201212242042.html. (Acedido em14 Março 2013).

144 Vigésimo quarto relatório do Secretário-Geral sobre a Missão das Nações Unidas na Libéria, pp.1.

145 Relatório do Conselho de Segurança da NU S/2012/641

146 Ibid

147 Ibid

148 http://www.afdb.org/en/countries/west-africa/liberia/liberia-economic-outlook/

149 http://www.imf.org/external/np/sec/pr/2012/pr12449.htm

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construídas, e a dívida externa foi reduzida. O crescimento tem sido impulsionado por políticas macroeconómicas, maior investimento e implementação vigorosa de reformas estruturais. As perspectivas de curto e médio prazo continuam favoráveis, embora sujeitas a riscos consideráveis . Após um impulso inicial de pós-conflito, o crescimento económico foi em média 7% ao ano desde 2009 (a maior parte das atividades não-mineiras antes do reinício das exportações de minério de ferro no final de 2011), enquanto a inflação tem sido, em grande parte contida em ou perto de um dígito. Com o reinício das exportações de minério de ferro em 2011, o crescimento do PIB está estimada em cerca de 9% em 2012, apoiado por um forte crescimento no setor de mineração e política fiscal expansionista para acomodar um aumento de escala de investimento em infraestrutura150. As reformas fiscais focar na contenção da despesa corrente, em particular a massa salarial e o fortalecimento de execução e controlos do orçamento, através de melhorias na gestão financeira pública. Um aumento no limite da dívida externa permitirá uma ampliação dos investimentos que favoreçam o crescimento crítico, mantendo a sustentabilidade da dívida. As medidas também estão planeadas para melhorar a governação e a transparência, incluindo a supervisão financeira de empresas estatais, agilizando processos de contratação, melhorando a execução do projeto, e estabelecendo uma unidade de receita de recursos naturais no Ministério das Finanças. As reformas do setor financeiro concentram-se em reduzir as vulnerabilidades e melhorar o acesso ao crédito.

169. O investimento estrangeiro direto está a aumentar. Após os picos de preços de alimentos e de carburantes em 2011 e início de 2012, a inflação em dólar EUA$ declinou para menos de 4 por cento até final de junho e deverá permanecer num dígito até ao final de 2012. O déficit comercial ampliou-se desde 2010, refletindo concessão de capital financiado e aumento dos preços de importação de carburantes e de alimentos que mais que compensou o aumento das exportações de minério de ferro. A cobertura de reserva manteve-se relativamente estável, em cerca de 2 meses e meio de importações.

170. O setor financeiro da Libéria é dominado principalmente pelos bancos. Os oito bancos de depósito representam cerca de 90% do total de ativos do setor no valor de 27,1% do PIB em 2010. As remessas entradas em 2012 foram de USD378 milhões, o que representa cerca de 31% do PIB. O excesso de confiança do país em fluxo de remessas é motivo de preocupação e também tem implicações ABC/CFT e precisam de ser acompanhadas de perto.

171. No setor financeiro, as reformas foram implementadas para melhorar a estabilidade do setor e aumentar o acesso a serviços de crédito e financeiros, incluindo o setor de microfinanças. O sistema bancário é

150 http://www.imf.org/external/np/sec/pr/2012/pr12449.htm

líquido e bem capitalizado, e o crescimento do crédito tem sido forte nos últimos três anos. Empréstimos de curso anormal diminuíram em 2011, mas ainda são mais elevados do que nos anos anteriores e altos para a região. O Banco Central da Libéria (BCL) respondeu a isto intensificando o ciclo de verificação in situ de crédito específico e complementou isso com uma vigilância mais rigorosa off-site. O BCL também está a ajudar os bancos comerciais a reforçar as suas orientações de gestão de riscos internos e exigiu queadotem padrões internacionais de relato financeiro (IFRS) até ao final de 2012. O BCL conduziu esforços para desenvolver um novo Código Comercial e uma lei para estabelecer um novo tribunal comercial em 2011, o que deve melhorar a execução dos contratos financeiros.

172. O BCL tem progredido com novas iniciativas para expandir a intermediação financeira, inclusive para aquelas sem conta bancária, através de um crédito de US $ 5 milhões estímulo às PME lançado em novembro de 2010 e mais US $ 5 milhões facilidade voltado para o setor agrícola que deverá ser lançado no início de 2012. Também tem facilitado microfinanças e mobile banking foi introduzido em setembro de 2011. A persuasão moral pelo governo mantém as taxas de empréstimos relativamente baixas para servir o setor de pequenas e médias empresas, embora isso limite a rentabilidade dos bancos. No entanto, esses esforços têm melhorado o Doing Business da Libéria para classificação de crédito de 139 no relatório de 2011 para 98 em 2012.

173. O BCL está a modernizar o sistema de pagamentos e intensificar os esforços para desenvolver um mercado de capitais, que serão liderados pelo início de um mercado de tesouraria-conta ou do banco central-lei em 2012. O mercado de capital de longo prazo ainda não está desenvolvido e não há veículos eficazes para a economia contratual e de investimento coletivo com exceção da Nacional de Segurança Social e Previdência Social. A renda do setor bancário está concentrada em atividades baseados em taxas enquanto o quadro jurídico e regulamentar para assuntos e intervenientes em concessão de empréstimos com garantia está subdesenvolvido. As autoridades precisam de melhorar o quadro existente pois representam riscos ABC/CFT para a economia.

174. Em 2011, o governo concluiu as negociações sobre um Acordo de Parceria Voluntário (VPA) com a UE para garantir mercados locais e de exportação de que a madeira tenha sido legalmente produzida. O BCL VPA é ajudar a A Libéria melhorar a gestão da floresta e introduzir um auditor independente para reforçar o controlo e fiscalização das atividades florestais151.

175. A Libéria foi o primeiro país Africano e segundo em todo o mundo a estar em conformidade com a Iniciativa

151 http://www.efi.int/files/attachments/euflegt/liberia_vpa-briefingnote_eng.pdf

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de Transparência das Indústrias Extractivas (EITI), e o primeiro a nível mundial a incluir o setor florestal no seu relatório. Em 2011, completou o seu terceiro Relatório da EITI, que abrangeu os pagamentos feitos ao governo pelas 121 empresas de mineração, petróleo, agricultura e empresas florestais, entre julho de 2009 e junho de 2010, em comparação com 64 empresas no segundo relatório de acompanhamento. Também divulgou um relatório sobre incentivos EITI de países conformes que utilizam a Libéria como um estudo de caso. Em 2011 o Índice Mo Ibrahim de Governação africana, classificou a Libéria em 10 º lugar entre 53 países sobre políticas ambientais, uma melhoria acentuada de 37 em 2006.

Prevalência de Crimes subjacentes176. A Libéria é um dos países da Africa Ocidental que têm sido alvo de cartéis de drogas da América do Sul como ponto de trânsito para a Europa e os EUA, como evidenciado por crises recentes. Outro grande desafio que o país enfrentou é o nível de transação de dinheiro numa economia de dupla moeda (o dólar EUA e a moeda local são usados alternadamente). O sistema financeiro é rudimentar com fraca infra-estrutura do sistema de pagamentos. O país irá, no entanto, beneficiar de um projeto de infra-estrutura do sistema de pagamento em curso que o BAD está a implementar na região. Os desafios regulatórios e de supervisão continuarão inabaláveis. O setor de empresas não financeiras, permanece não regulamentado. Há aparato estatal limitado para combater o crime com fronteiras muito porosas.

177. As autoridades estão a lutar para aprovar uma nova Lei ABC/CFT tendo em conta as deficiências identificadas no Relatório de Avaliação Mútua do país de 2011. Enquanto as autoridades estão a colocar em funcionamento mecanismos para estabelecer a UIF do país, o Banco Central da Libéria (BCL) é atualmente responsável por receber e processar comunicações de operações suspeitas (COS) dos bancos comerciais. No entanto, não houve COS recebidas pelo BCL de bancos durante o período de avaliação. Estabelecer a UIF e torná-la operacional dependerá em grande parte da promulgação da lei ABC/CFT.

178. Durante o período em análise, existiam 219 drogas relacionadas e 58 crimes conexos cometidos e os envolvidos foram presos e encaminhados ao Tribunal para julgamento. As quantidades de drogas envolvidas foram 64,3 gramas de cocaína, 0,66 gramas de heroína e 386,4 gramas de marijuana152. No entanto, há ainda mais informação que diz respeito à repressão destes casos. Isto leva-nos a concluir que o sistema de justiça criminal também não é eficaz.

Situação ABC/CFT179. O sistema ABC/CFT da Libéria foi avaliado em

152 Relatório nacional da Libéria ao GIABA

novembro de 2010 e o Relatório de Avaliação Mútua (RAM) foi aprovado em maio de 2011. Havia deficiências significativas no sistema ABC/CFT na Libéria. Em particular, o país não tem uma legislação de anti branqueamento de capitais abrangente aprovada. Além disso, a Libéria não tem uma Unidade de Inteligência Financeira (UIF) e não existe um quadro jurídico para combater o financiamento do terrorismo. A avaliação revelou que a execução da ABC/CFT das normas internacionais aceitáveis na Libéria não foi eficaz. Com base nos resultados da avaliação, a Plenária colocou a Libéria no processo de acompanhamento regular acelerado.

180. Ao abordar as deficiências acima, as autoridades liberianas estabeleceram dois comités (Comissão Inter-Ministerial ABC/CFT e Comissão Inter-Agências ABC/CFT). O comité Inter-Ministerial ABC/CFT foi encarregado da responsabilidade de garantir um regime de ABC/CFT eficaz na Libéria. Por outro lado, o Comité Inter-Agências ABC/CFT foi responsável por melhorar a coordenação e cooperação entre várias agências em relação à partilha de informação ABC/CFT no país. Adicionalmente, a Comissão Inter-Ministerial ABC/CFT constituiu a Comissão de Redação ABC/CFT e este comité foi encarregue da responsabilidade de acompanhar a elaboração e promulgação da Lei de ABC/CFT na Libéria.

181. A Libéria apresentou o seu primeiro relatório de acompanhamento em maio de 2012, que foi, posteriormente, discutido na Plenária do GIABA em Maio de 2012 realizado em Abidjan, Costa do Marfim. Depois de uma análise cuidadosa por parte da Plenária do progresso alcançado pelo país em relação às suas recomendações RAM, a Libéria foi mantida no processo de acompanhamento regular acelerado.

182. Durante o período em análise, a Comissão Inter-Ministerial da ABC/CFT intensificou os esforços para garantir a conclusão do projecto de Lei ABC/CFT. Para o efeito, a Comissão de Redação realizou um conjunto de seções de elaboração, sob a coordenação da Comissão Inter-Ministerial da ABC/CFT. Consequentemente, o projecto-Lei versão final ABC/CFT foi apresentado ao Ministro das Finanças para a apresentação diante do Ministro da Justiça para uma revisão final. Em julho de 2012, a Lei ABC/CFT foi apresentada ao Presidente para posterior encaminhamento ao Poder Legislativo da Libéria para promulgação. A Lei foi submetida ao Senado da Libéria e aprovado por aquele órgão ilustre. O projeto também foi apresentado à Câmara dos Deputados para concordância. O projeto de lei deverá ser aprovado pela Câmara dos Deputados em janeiro de 2013.

183. Em junho de 2012, o Diretor Geral do GIABA realizou uma visita de advocacia à Libéria. A visita foi para convencer as autoridades a agilizar ações para corrigir as deficiências e recomendações do relatório de avaliação mútua da Libéria.

184. A Comissão Inter-Ministerial, em colaboração com o GIABA em abril de 2012 organizou um seminário de partes interessadas sobre o Projeto-Lei de ABC/CFT (lei) da

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Libéria. O seminário reviu e discutiu o Projeto-Lei de ABC/CFT para apresentação ao Poder Legislativo Nacional e das partes interessadas sensibilizadas sobre o perigo que o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo representam na região da África Ocidental. Em julho de 2012, a Comissão organizou também um seminário de formação de dois dias para os agentes de conformidade responsáveis pelas questões ABC/CFT ou atividades correlatas em seguros, remessas, microfinanças, ONGs, Casinos e agências reguladoras e de supervisão encarregados de supervisão e monitoramento EPNFD.

Assistência Técnica185. A necessidade de assistência técnica da Libéria para gerir eficazmente o seu regime ABC/CFT continua a depender da capacitação. O país necessita de apoio técnico para intensificar a luta contra o crime organizado transnacional. Formação e orientação para as autoridades judiciais e questões que investigam e manipulação de entidades do Ministério Público especializados em assuntos ABC/CFT; também proporcionar formação substantiva sobre ABC/CFT aos reguladores. Outras áreas de intervenção incluem: advocacia e sensibilização dos principais intervenientes; apoio técnico e financeiro na pesquisa de avaliação de risco de BC/FT;capacitação sobre como realizar o levantamento e julgar casos relacionados ABC/CFT.

186. No entanto, é importante ressaltar que a Libéria é um exemplo de países em que a capacidade de absorção de assistência técnica é baixa. Por exemplo, o GIABA fez várias ofertas de assistência técnica, mas à Libéria não poderia aceitar, devido à ausência de uma UIF. Em particular, se à Libéria não estabelecer a UIF e instalá-la num local adequado, que pode acomodar o dispositivo e equipamento analítico ABC/CFT, corre o risco de perder essa assistência. Para além destes, o GIABA forneceu à Libéria com uma máquina de scanner de moeda e outro scanner de contrabando no aeroporto e patrocinou uma viagem de estudo de Juízes do Supremo Tribunal de Justiça e organizou uma série de reuniões setoriais e programas de formação na Libéria para motivar alguma ação.

Conclusão187. A perspectiva para o funcionamento eficaz de um regime ABC/CFT na Libéria ainda não é certa, apesar deste compromisso do governo feito durante a visita do diretor-geral ao país e levando o assunto à atenção do Presidente, que a garantiu uma ação rápida na legislação pendente. A aprovação da Lei ABC/CFT pelo Senado e o seu posterior encaminhamento à Câmara dos Deputados para concordância contribuirá ainda mais  como instrumento legal para um regime efectivo ABC/CFT vigente no país. Apesar do envolvimento com o Banco Central da Libéria sobre as questões pendentes de ABC/CFT no país, muito pouco tem sido feito para corrigir as deficiências. Se os parâmetros para impedir riscos e deficiências, bem como medir o progresso são aplicados no caso da Libéria, incluindo a falta de legislação contra o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, a fraca supervisão do setor financeiro de ABC/CFT, a ausência de uma UIF, a falta de

registos sobre a investigação, acusação bem-sucedida e a condenação de casos de BC e FT, a falta de mecanismo para congelar e confiscar bens de origem criminosa, de acordo com as UNSCRs 1267 e 1373, seria lógico concluir que a Libéria é o mais atrasado em esforços ABC/CFT e pode apresentar os maiores riscos e vulnerabilidades para BC e FT na região.

MALI

Situação Política188. Considerada uma das democracias promissoras na África Ocidental, o Mali testemunhou um grande revés político em 2012, a partir da rebelião Tuaregue prolongada ao golpe militar de 22 de Março de 2012, que forçou o derrube do governo eleito do ex-presidente Amadou Toumani Toure. Este golpe precipitou a vitória militar da rebelião Tuareg travada pelo Movimento Nacional para a Libertação de Azawad (MNLA), com o apoio declarado de grupos terroristas da Al-Qaeda, principalmente o Ansar Dine e o Movimento para a Unidade e Jihad na África Ocidental (MUJAO) e Al Qaeda no Magrebe islâmico (AQMI).

189. A eventual queda do vasto norte do país nas mãos dos rebeldes e terroristas e a consequente aplicação da lei Sharia na região viu a separação de fato do país em dois. Em abril de 2012, o MNLA declarou unilateralmente a “Independência do Azawad” após uma grande guerra relâmpago realizada no norte do país, e assumiu o controlo de três cidades-chave: Kidal, Gao e Timbuktu. Esta situação dramática causou o deslocamento de centenas de milhares de malianos para países vizinhos.

190. Além disso, o controlo do norte pelos grupos terroristas, que também perpetraram o crime organizado, tais como sequestro, tráfico de drogas, contrabando, etc, transformou o país num refúgio de BC/FT. Enquanto o Governo Provisório, em Bamako se esforçavam para se organizar, o avanço ameaçador das forças terroristas do sul, bem como a vigilância política abrangente dos golpistas ainda ativas nos bastidores, continua a minar a autoridade do Estado do Mali.

191. Na sequência da demissão forçada do ex-primeiro-ministro Cheick Modibo Diarra em dezembro de 2012 e sua prisão sob as ordens do Capitão Sanogo, o chefe dos golpistas, um novo Primeiro-Ministro, Dr. Diango Cissoko, foi nomeado. No entanto, a combinação de um território terrorista no norte e um governo civil-militar controlado no sul é mortalmente prejudicial para a capacidade do Mali combater BC/FT. Pior ainda, transformou o país num terreno potencial para plotagem e patrocínio do FT, crime organizado e outros crimes subjacentes de BC em países vizinhos na região.

192. É importante notar, porém, que a CEDEAO tem respondido adequadamente aos desafios colocados pela situação política e de segurança no Mali. A CEDEAO, em colaboração com as Nações Unidas e a União Africana (UA) foi

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capaz de aprovar uma resolução do Conselho de Segurança para o envio de tropas para o Mali chamado AFISMA. Foi organizada uma reunião para angariar fundos, o que somou cerca de 450.000 mil dólares americanos e outras formas de assistência subsequentes. As forças francesas e do Mali foram capazes de desalojar os rebeldes e recuperaram partes significativas do território do Mali antes do final de 2012. A maioria da CEDEAO e outros países têm implantado tropas para ajudar a restaurar a soberania do Mali. As negociações estavam em curso no momento da elaboração deste relatório através de um diálogo construtivo e cronograma para a eleição acordada.

Situação Económica e Financeira193. Apesar das crises políticas e de segurança, a economia do Mali foi projetada para crescer 6,9% em 2012, um forte aumento de 1,1% em 2011. Essa projeção, no entanto, sujeita a alterações, depende dos caprichos da situação política e de segurança, bem como de comércio com a Costa do Marfim.

194. O contexto macroeconómico do Mali já havia sido marcado em 2011 por uma queda acentuada na produção agrícola devido a chuvas irregulares e má distribuição das chuvas ao longo do tempo e do espaço. Isso foi agravado por uma combinação de choques externos, incluindo a crise pós-eleitoral na Costa do Marfim, a guerra na Líbia, e o aumento dos preços do petróleo e dos alimentos. Para lembrar, em 2011 o crescimento do PIB do país foi de 1,1%, com a contribuição dos setores primário, secundário e terciário, respectivamente, situando-se em 35,1%, 25,3% e 39,5%. O crescimento do PIB foi apoiado, em primeiro lugar, com a produção e o comércio de algodão e, em seguida pelas indústrias têxteis e alimentos, transportes, telecomunicações e pecuária.

195. O setor financeiro do Mali é dominado pela banca com 13 bancos de depósito que representam cerca de 90% do total de ativos do setor no valor de cerca de 20% do PIB em 2010. Remessas entradas em de 2011 ascenderam a USD473 milhões, o que representa cerca de 4,5% do PIB.

196. Após o golpe de março 2012, os setores público e privado da economia sofreram danos extensos. A ocupação do norte do país interrompeu a produção agrícola e o comércio, pois a situação de segurança muito deteriorada causou uma queda nas viagens de negócios para o Mali. Comércio geral, hotéis e restaurantes foram duramente atingidos. A decisão dos parceiros de desenvolvimento “para suspender o apoio orçamental e uma boa parte da ajuda a projectos para a administração do país resultou  num fraco desempenho nos setores de obras públicas e de construção. Felizmente, o setor de mineração acabou por ser uma fonte de crescimento estável, e o setor agrícola viu colheitas em 2012.

197. O FMI considera que as autoridades têm sido cautelosas na compensação da perda de receita por meio

de cortes nas despesas, principalmente despesas de investimento e uma redução dos subsídios indiretos sobre produtos petrolíferos e gás de cozinha. Além disso, no final de julho de 2012, o Banco Mundial iniciou uma carteira de dezoito projetos ativos no Mali, correspondentes a compromissos de financiamento de 587.600.000 $ distribuídos nas áreas de energia e desenvolvimento rural.

198. O Mali ficou em 146 de 183 países no Relatório Doing Business de 2012 do Banco Mundial, e como tal, apelidado o país mais reformista na zona UEMOA para melhorar o ambiente de negócios. No entanto, a sua classificação pela Transparência Internacional é 105 em 174 países em 2012, no Índice de Percepção da Corrupção permaneceu pobre, com uma pontuação de 34%, e indica a extensão da corrupção no país. Sob tal clima, seria muito difícil operar eficazmente o regime de ABC/CFT do país.

199. Apesar da melhoria da economia do país em 2012, a pobreza persiste no Mali, particularmente nas áreas rurais (51%). O PNUD estima um baixo índice de desenvolvimento humano (é 175 em 185 países em 2011), composto por dados demográficos desfavoráveis (elevada taxa de fertilidade - 6,6 filhos por mulher, uma população muito jovem: 3 em cada 5 malianos têm menos de 25 anos). Isso poderia tornar o gasto social intolerável para o governo no médio e longo prazo.

200. O desemprego juvenil é um grave problema no Mali (de 15,4% para a faixa etária de 15 a 39 anos, contra 9,6% de toda a população), e é mais prevalente em Bamako (27,3%) do que nas cidades secundárias (14%) e áreas rurais (6,6%). As áreas rurais essencialmente lidam com o subemprego durante a estação seca do ano. A duração média do desemprego é de cinco anos e a grande maioria dos desempregados (81,5%) são jovens à procura do primeiro emprego.

201. Por outro lado, o Mali está no caminho certo para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) para escolarização primária em 2015. A taxa de alfabetização é muito maior nas áreas urbanas (53,2%) do que nas áreas rurais (21,6%). Em termos de gastos sociais, 35,61% do orçamento de 2011 foi dedicado à educação. O Mali também poderia alcançar os ODM na luta contra o HIV/AIDS em 2015. A discriminação de género e desigualdade ainda estão fortemente presentes no Mali. As mulheres continuam sub-representadas nos órgãos de tomada de decisão.

Prevalência de Crimes predicado202. Historicamente, a posição geográfica do país coloca-o nas rotas de caravanas comerciais que existiram durante o período colonial. Após a descolonização e o surgimento de novas rotas comerciais, o corredor uma vez utilizado pelo comércio de caravanas tornou-se palco de atividades comerciais informais, progressivamente, um canal para as diversas formas de tráfego regional e internacional (o contrabando de cigarros, contrabando de combustível, tráfico de armas, tráfico de drogas, contrabando de migrantes,

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etc.) Em 2011, a polícia do Mali apreendeu mais de 900 kg de drogas ilícitas (cocaína, anfetaminas, erva ou resina de canabis e outras substâncias controladas).

203. Quanto ao tráfico de seres humanos, além do contrabando de migrantes que passam pela rota do Mali através da Europa, em Março de 2012, a polícia do Mali prendeu quatro pessoas suspeitas de tráfico de meninos de Burkina Faso para o trabalho forçado nas minas artesanais de ouro do Mali. Ao mesmo tempo, 12 (doze) processos relacionados com o tráfico foram trazidos perante o tribunal.

204. Além desses dois crimes, o relatório nacional apresentado pelo Mali no período de setembro de 2011 a agosto 2012 destaca as seguintes crimes: fraude na compra e venda de ouro, a falsificação e o financiamento de atividades terroristas. No entanto, não há consideração por acções judiciais bem-sucedidas e a condenação dos casos BC.

205. De fato, ao longo da última década, vários relatos alarmantes advertiram contra o aumento do crime organizado na região do Sahel-Sahara sem gerar estratégias adequadas para reduzir o fenómeno dos países em questão, particularmente no Mali, onde tais atividades levaram à corrupção de muitos funcionários do governo, incluindo o pessoal de segurança nessas áreas. Além do enfraquecimento dos serviços aduaneiros, a corrupção também tem facilitado o conluio entre contrabandistas e outras organizações criminosas presentes no norte do Mali.

206. Além disso, os recursos limitados do governo do Mali e o tamanho das três regiões do norte do Mali têm sido um grande desafio para o Estado, em face do crescente crime organizado. Esta situação foi agravada pelo golpe militar de março de 2012, o que precipitou a tomada das três regiões do norte do Mali (cerca de dois terços do país) por terroristas e rebeldes.

207. Historicamente, as drogas ilícitas no Mali foram limitadas a canabis e outras ervas em resina principalmente para uso local. Recentemente, no entanto, os traficantes estrangeiros começaram introdução clandestina de cocaína da América do Sul, em trânsito para a Europa Ocidental através do Mali. Vastas áreas desabitadas no norte do Mali são usadas para receber as remessas aéreas clandestinas de cocaína, bem como transporte terrestre de cocaína e haxixe para a Europa. O crime organizado tem incentivado a criação de grupos jihadistas na região norte do Mali, especialmente após a crise líbia. Têm mantido e promovido vários tipos de tráfico ilícito, desde a sua chegada ao Mali.

208. O Carnegie reporta sobre o crime organizado e os conflitos nos links Sahel do crime organizado e do terrorismo no Mali. Como foi referido anteriormente, os extremistas e grupos islâmicos derivam sua força no norte do Mali a partir da sua aliança com redes criminosas locais com base em interesses comerciais. Portanto, qualquer abordagem para o

conflito deve incluir estratégias para quebrar essas alianças.

Situação ABC/CFT209. A análise dos três anteriores relatórios de acompanhamento mostraram notável progresso nos esforços para reforçar o seu mecanismo nacional ABC/CFT em conformidade com as recomendações do GAFI, incluindo a aprovação da lei do FT e a admissão da sua UIF como um membro do Egmont Grupo. O Mali apresentou o seu quarto relatório de acompanhamento pós avaliação  mútua em novembro de 2012. O relatório mostra que a grave crise sócio-política e de segurança tem dificultado a implementação de diversas atividades programadas, como parte dos esforços para assegurar a conformidade com normas internacionais ABC/CFT. ² Outras atividades realizadas pelas autoridades, incluem:

• A aprovação da lei sobre tráfico de pessoas em 2012;

• O desenvolvimento de um projecto de decreto sobre as condições para a aplicação de medidas de congelamento de fundos penais;

• O estabelecimento de uma plataforma funcional de assistência jurídica mútua em matéria de luta contra o crime organizado transnacional entre o Mali, Mauritânia e Níger;

• A assinatura de acordos de cooperação com a África do Sul e outros acordos concluídos com a Rússia, Macedônia e Chile para serem assinados na próxima reunião do Grupo de Egmont, e

• A organização de cinco (05) seminários de sensibilização ABC/CFT a favor de entidades reportantes e autoridades de investigação.

210. Além disso, a estratégia nacional de ABC/CFT foi finalizada com o seminário de validação de 3 de Dezembro de 2011, que reuniu todas as partes interessadas no seminário de sensibilização ABC/CFT. O documento final, portanto, validado é parte integrante do programa do governo para ser aprovado antes do final de 2012. Quanto a COS, a UIF indicou ter recebido vinte e seis (26), entre janeiro e agosto de 2012, incluindo 05 que foram investigadas, e 04 que foram processadas. No entanto, até à data, nenhuma sentença foi pronunciada pelos tribunais do Mali por branqueamento de capitais ou financiamento do terrorismo.

211. Deve notar-se que o mecanismo do Mali ainda tem deficiências significativas. Por exemplo, o financiamento do “terrorismo individual” ou de uma “organização terrorista” não estáocriminalizada na lei CFT. Isto impediria de iniciar processos paralelos (criminal, civil ou administrativo), em tais casos, e minando qualquer pedido de cooperação internacional nesta matéria. Não há nenhum mecanismo adequado para a implementação das resoluções da NU 1267 e 1373. O Mali está particularmente encorajado a designar a autoridade competente para tomar, administrar e aplicar medidas de congelamento (administrativa) ou a libertação.

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Assistência Técnica212. Ao contrário de anos anteriores, o Mali nem recebeu qualquer atividade do GIABA em 2012, nem mesmo com todos os outros parceiros que trabalham em assuntos ABC/CFT. Para além da sua participação em algumas reuniões estatutárias e seminários regionais organizados pelo GIABA, o país tem recebido muito pouca assistência devido à instabilidade sociopolítica prevalecente. O Mali estava programado para ser o país piloto para a implementação do projecto de assistência técnica do GIABA sobre equipamento e dispositivo ABC/CFT, mas não foi possível instalar o equipamento, como resultado da situação de segurança. As necessidades de assistência técnica ao ABC/CFT, portanto, tornam-se recorrentes, especificamente no que diz respeito a:

• Sensibilização de entidades reportantes e a sociedade civil sobre os perigos do crime organizado, branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo;

• Fortalecer a capacidade de jogadores-chave (analistas, juízes, investigadores, oficiais de alfândega, os executivos bancários, empresas de EPNFD) em ABC/CFT;

• Reforçar o quadro jurídico, em particular, para o estabelecimento de um sistema de congelamento dos bens, e elaboração de legislação relativa à nomeação da autoridade administrativa encarregada de congelamento de bens e procedimentos;

• Aquisição de equipamentos para deteção e controlo de dinheiro, bem como metais e pedras preciosas;

• A assistência técnica para a recuperação de alguns registos destruídos durante os incidentes, que ocorreram durante a crise política e

• Assistência para a reabilitação e apetrechamento de postos de segurança e tribunais saqueados nas regiões do norte do Mali.

Conclusão213. O Mali terá que lutar em várias frentes importantes na gestão da crise. Na verdade, ao tentar recuperar a sua integridade territorial e a estabilidade política através de uma transição suave para preservar o funcionamento das suas instituições, bem como para garantir o crescimento económico, o país deve ser capaz de conter o crime organizado. Isso requer, basicamente, que a luta contra o crime organizado não seja relegada para as prioridades menores. Neste caso, o Estado de direito deve continuar a ser garantido, assim como o processo contínuo de conformidade com as normas internacionais. Para fazer isso, o Mali vai precisar do apoio da comunidade internacional, mas especialmente de assistência técnica de instituições regionais e de países da África Ocidental.

214. Além disso, durante o ano passado, muito poucas ações corretivas foram tomadas com relação a deficiências identificadas no mecanismo de ABC/CFT do Mali. O plano de ação proposto através da estratégia nacional é uma decisão muito importante, cuja implementação pode ajudar a corrigir algumas das deficiências do Relatório de Avaliação Mútua.

NÍGER

Situação Política215. O Níger continuou a experimentar relativa paz e estabilidade política tendo restaurado o regime democrático e adotou reformas políticas e institucionais no ano anterior. No entanto, há preocupações de que significativos habitantes nómadas tuaregues do Níger, cerca de 11% da população e as condições sócio-económicas difíceis podem resultar num transbordamento de uma rebelião tuaregue e da violência e da insegurança a partir do vizinho do Mali relacionados com o terrorismo. Em resposta, o governo anunciou uma quinquenal de desenvolvimento e estratégia de segurança com o objectivo de impedir o Níger de descer para esse tipo de violência relacionados com o terrorismo e a insegurança que tomou conta Mali.153

216. O Níger está bem classificado no ‘Repórteres sem Fronteiras’ índice de liberdade de imprensa de 25 janeiro de 2012. Na África, o Níger ficou classificado em 4, atrás de Cabo Verde (1), Namíbia (2) e do Mali (3). A imprensa no Níger enfrenta desafios económicos difíceis, mas é gratuita e funciona num contexto legal favorável. Quase não tem havido relatos sobre violações e tem sido visto progresso em medidas, tanto concretas  como simbólicas.

217. No entanto, apesar deste progresso louvável na democracia e constitucionalismo, o fortalecimento de grupos terroristas no vizinho Mali e na Nigéria em 2012, aumentou consideravelmente a vulnerabilidade do país aos riscos de BC/FT. A infiltração do movimento secessionista pan-Tuaregue pelos jihadistas e do aumento da intensidade do crime organizado além das fronteiras do Mali e Nigéria, particularmente aumentou a vulnerabilidade do Níger ao crime organizado, ao branqueamento de capitais provenientes de tais crimes e às operações de financiamento do terrorismo.

Situação Económica e Financeira218. Após uma série de choques externos - mau tempo e chuva mínima, bem como os problemas de segurança na vizinha Nigéria e Costa do Marfim, o que reduziu o crescimento económico de 8% em 2010 para 4,2% em 2011, a economia do Níger deveria crescer 11,2% em 2012 e 6% em 2013154. O crescimento esperado, inferior a 14,2% projetado pelo FMI, foi atribuído a um investimento significativo nos setores de mineração e petróleo.

219. O crescimento impressionante, no entanto, não se traduziu em ampla prosperidade. Com a economia a não produzir muitos empregos, muitos jovens nigerianos continuam a lutar para encontrar um emprego. Condições de

153 Thurston, Alex, ‘Com Olho no Mali, Níger adota nova estratégia para Tuareg do Norte, World Politics Review, disponível em http://www.worldpoliticsreview.com/articles/12400/with-eye-on-mali-niger-adopts-new-strategy-for-tuareg-north. (Accessed 8 March 2013); Reuters, ‘Níger lança $ 2,5 mil milhões Plano para Segurar, Desenvolver Norte, 2 de outubro de 2012, disponível em http://www.reuters.com/article/2012/10/02/niger-security-north-idUSL6E8L2ALG20121002. (Acedido em 8 Março 2013).

154 Panorama Económico Africano “, Níger-Nota do País ‘. Cópia disponível em http://www.africaneconomicoutlook.org/en/countries/west-africa/niger/. (Acedido em 8 Março 2013).

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vida difíceis continuam a ser generalizadas pois os esforços de combate à pobreza têm produzido resultados mínimos155. Assim, é pouco provável o Níger alcançar todos os ODM, sobretudo, reduzir a pobreza até 2015156.

220. A estratégia de crescimento do Níger está baseada em sete pilares, que incluem um grande aumento de escala nos gastos públicos em infra-estrutura, agricultura, saúde e educação, bem como medidas para afastar as ameaças cada vez mais ameaçadora para a segurança na região e um programa abrangente para desenvolver os sectores financeiro e privado. As autoridades estão em vias de concluir o relatório intercalar sobre a estratégia de redução da pobreza para o período de 2008 a 2012. Esperam também finalizar um desenvolvimento sustentável e estratégia de crescimento inclusivo - nova estratégia de redução da pobreza do governo - deverá ser finalizado até ao final de 2012.

221. Qualquer que seja o resultado destas estratégias de desenvolvimento, o Níger terá de reforçar a boa governação, a fim de elevar a sua população da pobreza e reduzir a sua vulnerabilidade aos riscos de BC/FT. Tem o potencial de, com a descoberta de petróleo em quantidades comerciais, para além do seu urânio ser um país próspero se a exploração e gestão destes recursos minerais forem bem tratadas.

222. O setor financeiro do Níger é dominado por 10 bancos de depósito de dinheiro que representam cerca de 90% dos ativos do setor, o que representa 12,74% do PIB em 2010. Remessas entradas em 2011 ficaram em USD102 milhões, representando cerca de 1,7% do PIB.

223. O Níger é o segundo país mais baixo do mundo no Índice de Desenvolvimento Humano (186/187 países). Ele enfrenta uma combinação de crises (crise alimentar em 2011, graves inundações, em 2012, e as crises de segurança em todo o país). O PIB per capita é de cerca de US $ 399 e 43,1% da população vive com menos de US $ 1,25 por dia. A população, estimada em 15,5 milhões, está a crescer a uma taxa de 3,5% a cada ano. O PNUD informa que a expectativa de vida no Níger é 54,7 anos e a taxa de mortalidade é de 7,3%.

224. O país carece de um bom clima de negócios (173 º entre 183 países no ranking Doing Business 2012). Os fatores incapacitantes no ambiente de negócios incluem: a corrupção, a inconsistência em alguns regulamentos e a forma como são aplicados, as deficiências institucionais, e a falta de acesso ao crédito e à terra. No entanto, a última sessão do Conselho Internacional da EITI em março 2011 o Níger estava colocado entre os países considerados em conformidade com a Iniciativa de Transparência das Indústrias Extractivas (EITI). O Níger ainda estava mal classificado pela

155 Ibid

156 Ibid

Transparência Internacional em 2012, com uma pontuação de 33/100 pontos (113/174 países).

225. As condições sociais no país continuam a ser angustiantes. Registaram-se progressos na melhoria das condições de vida da população, mas ainda falta reduzir a pobreza de uma forma significativa. Para superar esta tendência, o Níger necessita de um crescimento forte e sustentável de cerca de 7% ao ano, juntamente com o controlo do crescimento populacional.

226. A demanda por mão-de-obra no Níger é relativamente fraca, o que mostra que a economia tem uma baixa propensão para criar empregos. Este é um grande obstáculo para o emprego dos jovens. Na mesma linha, cerca de 40% dos licenciados não correspondem aos perfis profissionais que os empregadores precisam, porque as suas qualificações na maioria das vezes não são adaptadas para atender às necessidades do mercado de trabalho.

227. O Relatório de Desenvolvimento Humano, o PNUD, afirma que a taxa de alfabetização de adultos foi de cerca de 28,7% em 2011, e que a taxa de matrículas no ensino primário está numa tendência crescente, mas que o sistema educacional ainda tem deficiências. No campo da educação, a inscrição de meninas na escola primária duplicou desde 2000, e, ainda assim, a diferença entre meninos e meninas continua a aumentar no final do ensino primário. Com o nível de pobreza no Níger, a proporção de mulheres desempregadas sublinha ainda as condições difíceis em que vivem. A presença das mulheres na esfera pública e participação no governo, o parlamento e as instituições públicas tem melhorado, graças especialmente à lei que estabeleceu um sistema de cotas. Infelizmente, porém, o seu peso na tomada de decisão ainda é marginal.

Prevalência de Crimes subjacentes228. O Níger é um dos países da região do Sahel, que é mais afetado pelo crime organizado transnacional, o terrorismo e o financiamento do terrorismo. O seu deserto que cobre três quartos da área total do país e 85% dos 16 milhões de pessoas está concentrado num corredor que tem quase 100-150 km de largura, entre a fronteira norte com a Nigéria e a capital (Niamey). Isso torna difícil para o Estado exercer controlo de segurança eficaz em todo o território, e isso abre o caminho para o surgimento de várias formas de crime organizado e ao terrorismo. Segundo o Departamento de Estado dos EUA, os traficantes157 passam a Mauritânia, as regiões do norte do Mali e do Níger e ao longo das fronteiras da Argélia e da Líbia para chegar à África do Norte, antes de passar para o Médio Oriente e a Europa. As drogas que transportam são principalmente da América do Sul. Esta situação é agravada ainda mais pela ampla disponibilidade de armas na região do Sahel, desde o final do conflito líbio, que permite que aos traficantes

157 Fonte: Departamento de Estado dos EUA, INCSR 212, Níger,, http://www.state.gov/j/inl/rls/nrcrpt/2012/vol1/184101.htm#Niger

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reforçar a sua capacidade de fornecer seus produtos ilícitos.

229. Enquanto o Níger não é conhecido por ser uma droga produzida/consumida no país (com exceção de pequenas quantidades de canabis e drogas sintéticas), relata convulsões regulares de uma impressionante quantidade de drogas por causa do comércio internacional de tráfico de drogas. É neste sentido que, no Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico de Drogas, que foi comemorado no dia 26 de junho de 2012, foi organizada158 uma cerimónia de incineração da droga no Níger, sob os auspícios do ministro da Justiça, Guarda-Selos, para eliminar uma grande quantidade de drogas apreendidas.

230. Além de tráfico de drogas e armas, o contrabando de enormes quantidades de cigarros159 em todo o Sahel também é muito lucrativo para os traficantes da região (no Níger). Cigarros falsificados de plantas, principalmente da Nigéria, são distribuídos na região, no Magrebe, no Médio Oriente e na Europa. Este tráfico é uma importante fonte de financiamento para grupos terroristas. Enquanto os grupos nem sempre ou necessariamente estão diretamente envolvidos neste tipo de contrabando, cobram aos contrabandistas para pagar a sua proteção como «guarda-costas». Além do tráfico transfronteiriço na região do Sahel-Saharan, o Níger está cada vez mais voltado para a ameaça terrorista representada pela Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI). Isto é evidenciado pelos sequestros perpetrados pela AQMI e as atividades de Boko Haram na Nigéria. A Agência Antidrogas dos EUA (DEA) relata que há 60% de grupos terroristas estrangeiros envolvidos no tráfico de drogas, e isso poderia agravar o nível de criminalidade no país. Os crimes subjacentes predominantes incluem tráfico ilegal de combustível, o contrabando de cigarros, tráfico de vários bens em trânsito, falsificação e uso de documentos falsos, corrupção, sonegação fiscal, enriquecimento ilícito, tráfico de influência, e o desvio de fundos públicos.

Situação ABC/CFT 231. Considerando o quão o Níger tinha recorrentemente falhado em relatar o progresso significativo no desenvolvimento do sistema nacional de ABC/CFT do Mali à altura do padrão internacional, a comissão técnica do GIABA colocou o país sob um regime de controlo reforçado em novembro de 2011. O GIABA também embarcou numa visita de advocacia às mais altas autoridades do país de 24 a 26 abril de 2012, instando-os a melhorar o seu regime ABC/CFT160. A iniciativa do GIABA parece ter rendido frutos, olhando para o progresso observado no 4 º Relatório de Acompanhamento do Níger, que foi submetido à Comissão Técnica do GIABA em novembro de 2012. Na verdade, mostra que há um novo impulso no combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo contra os esforços do país. Menciona especialmente que as autoridades nacionais

158 Fonte: Jornal Républicain, artigo de jornal intitulado “Incineração de grandes quantidades de drogas apreendidas, 2012, 2012 http://www.republicain-niger.com/Index.asp?affiche=News_Display.asp&articleid=4991&rub=%C3%89ditorial

159 Fonte: The Carnegie Papers, Crime organizado e conflitos na região do Sahel-Sahara

160 Durante a visita de advocacia, o Diretor Geral do GIABA reuniu com o Presidente da República do Níger, o primeiro-ministro e os ministros encarregados da Segurança, Justiça e Finanças.

estão a desempenhar um papel ativo no sentido de garantir o efetivo controlo da corrupção e infracções conexas.

232. O Níger posteriormente estabeleceu as Haute Autorité de Lutte contre la Corruption et les Infrações Assimilées (HALCIA). Uma vez feito isso, várias pessoas de alto perfil foram interrogadas e submetidas a audiências de detenção por alegadamente contrabando de mercadorias. O Ministério da Justiça também criou uma linha directa para dar a todos os cidadãos a oportunidade de denunciar casos de corrupção. No mesmo sentido, oito (08) queixas foram apresentadas ao Parlamento para o levantamento da imunidade parlamentar de deputados acusados de corrupção. No financiamento do ontra terrorismo, foi estabelecido um serviço central na Direcção-Geral de Vigilância Territorial. Da mesma forma, foi posto a funcionar uma unidade de prevenção e contra financiamento do terrorismo dentro do sistema judicial por ordem da lei. Em matéria de cooperação nacional, o Níger reavivou o Comité Nacional Antiterrorista no Ministério das Relações Exteriores (Decreto nº. 022/MAEC/DAAF/DP de 25/10/2007, alterada pela Portaria n. 03/MAEC/IA/NE/DIRCAB de 2/21/2012), que foi configurado inicialmente em 2010. A estrutura do comité foi modificada para cobrir a UIF e o BCEAO, tornando-se um fórum de intercâmbio nos aspectos operacionais da luta contra o terrorismo.

233. Em ABC/CFT do Mali especificamente, a lei CFT do Níger é conforme com o direito comunitário da UEMOA. A UIF goza agora de melhores condições de trabalho. Tem mais dinheiro, locais de trabalho e equipamentos adequados e salários para os seus trabalhadores. As regras e regulamentos da UIF foram revistos para reforçar a sua estrutura. A unidade tem agora um analista financeiro patrocinado pelo GIABA para processar comunicações de operações suspeitas (COS). Em 2012, a UIF recebeu sete (07) COS. Destas, 05 (cinco) foram processadas e encaminhadas para o Ministério Público. A UIF também realizou quatro (4) apreensões administrativas para investigar casos de branqueamento de capitais e/ou financiamento do terrorismo. Em termos de cooperação com outras UIF, a UIF assinou um acordo com o FIC do Gana em fevereiro de 2012. Também assinou um acordo com a UIF do Gabão em março 2012.

234. Além disso, a UIF embarcou numa visita de estudo a algumas UIF estrangeiras para aprender as melhores práticas. Estes incluem TRACFIN (França), CTIF (Bélgica), a UIF do Senegal, a UIF da Costa do Marfim e FIC de Gana. Também organizou sessões de trabalho com o Secretariado do GIABA e UNODC nos seus respectivos escritórios no Senegal. Da mesma forma, realizou reuniões com parceiros técnicos e financeiros do Níger para apresentar o programa de trabalho e procurar a assistência técnica dos mesmos (o Consulado dos Estados Unidos, a Embaixada da França, Embaixada da China, a Delegação da União Europeia, o Coordenador da Unidade da UE no Ministério das Finanças e a Embaixada dos Estados Unidos).

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235. O ministro da Justiça do Níger inaugurou oficialmente o Comité de Coordenação Nacional do ABC/CFT do Mali a 5 de abril de 2012, na presença do representante do GIABA. A Comissão organizou, em Junho de 2012, um seminário para os seus membros para os treinar sobre a estratégia nacional ABC/CFT. Após este seminário, o comité aprovou o Documento de Estratégia Nacional ABC/CFT do Níger, e agora está em processo de ser aprovado pelas autoridades públicas.

Assistência Técnica236. O GIABA recrutou um analista financeiro para a UIF do Níger durante um ano em primeiro lugar. O GIABA também patrocinou uma viagem de estudo a membros recém-nomeados da UIF à para Bélgica para aprender algumas das melhores práticas. No entanto, é fundamental ter em conta a situação do crime organizado do país para determinar as suas necessidades de assistência técnica, e estas incluem:

• Restaurar a confiança dos bancos e outras entidades que relatem na confidencialidade dos relatórios que fazem para os encorajar a fazer mais;

• Programas de capacitação para incluir todas as pessoas sujeitas, especialmente entidades reportantes;

• Realização de exercícios específicos de formação para a autoridades de investigação e judiciais;

• Organizar uma reunião consultiva sobre questões cambiais manuais;

• Sensibilização das comunidades locais;

• Proporcionar à UIF materiais técnicos de alta qualidade: a instalação do aplicativo para processamento de COS, a aquisição de um servidor de banco de dados, um servidor back-up e um servidor de correio, fornecendo capacitação no uso do banco de dados de COS, e treinar o analista financeiro na UIF;

• Organizar um Fórum Internacional sobre o Financiamento do Terrorismo, e

• Organizar viagens de estudo e facilitar acordos de cooperação com a UIF do Chade, Nigéria, Camarões, França e Bélgica.

Conclusão237. O Níger sofre instabilidade geopolítica e tem fronteiras porosas que facilitam a transferência de armas de um país para outro, reforçando a posição dos terroristas e traficantes de drogas. É neste contexto que o país se tornou atraente ou ponto de trânsito para a proliferação de armas, o tráfico de drogas e o contrabando de cigarros e outras substâncias ilícitas. Considerando a magnitude do desafio, todos os grupos sociais precisam de trabalhar juntos para combater o crime organizado de uma forma eficaz. Isso envolve principalmente os serviços de segurança (polícia, polícia e alfândega), bem como os juízes e entidades ABC/CFT. A situação de crime torna o país particularmente vulnerávelao branqueamento de capitais e crimes de financiamento do terrorismo. Portanto, o Níger deve sustentar a sua dinâmica de conformidade com as normas internacionais. Isto implica a correcta aplicação das recomendações constantes do seu Relatório de Avaliação Mútua, especialmente colocando em prática um mecanismo adequado para o congelamento

e confisco do produto do crime, de acordo com as UNSCRs 1267 e 1373. Também deve proporcionar instalações suficientes e seguras à UIF para ser capaz de tirar proveito do equipamento e dispositivo analítico de ABC/CFT do GIABA e iniciar o processo de solicitação de adesão ao Grupo Egmont.

NIGÉRIA

Situação Política238. A Nigéria manteve-se numa trajetória democrática, embora conturbada,  desde que regressou ao regime multipartidário em 1999. O país continuou a enfrentar uma situação política tensa no ano passado. Isto foi parcialmente manifestado pela escalada de ataques violentos dos insurgentes pelo grupo radical islâmico Boko Haram e o consequente colapso da lei e da ordem, em alguns estados do nordeste da Nigéria. Estes ataques são parte de uma insurreição islâmica radical que visa não só a criação de uma situação de ilegalidade, mas também derrubar o que é considerado como um estado nigeriano corrupto e ocidentalizado e impor um sistema Sharia islâmico de governo. Significativamente, a prisão de um comandante sénior Boko Haram na casa de um senador titular gerou suspeita de que certos políticos têm cooptado o grupo e encorajado a sua escalada de violência para fins de causa própria. 161

239. A escalada da insurreição Boko Haram coincidiu com protestos e uma semana de greve dos sindicatos de trabalhadores provocados pela supressão completa e unilateral por parte do Governo Federal do dispendioso, mas altamente popular subsídios aos combustíveis no Dia de Ano Novo em 1 de Janeiro de 2012 e do acentuado aumento repentino nos preços dos combustíveis162. A crise de subvenção assim exacerbou a tensa situação política da Nigéria, pois os manifestantes exigiram a renúncia do presidente e tentativas por parte da polícia nigeriana para conter o protesto resultaram na morte de diversos manifestantes163. Na verdade, havia a preocupação de que a agitação e animosidade gerada pela eliminação dos subsídios daria um pretexto ao Boko Haram para realizar mais ataques, e recrutar e radicalizar mais jovens, principalmente, que sentiram diretamente o impacto dos preços mais elevados do combustível164.

161 BBC News, ‘da Nigéria faz a Detenção de Boko Haram Comandante’’, 21 de outubro de 2012, disponível em http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-20018670. (Acedido em 21 Outubro 2012); Vanguard ‘SSS Questionários Zannah relativos ao suposto links de Boko Haram ‘, 22 de outubro de 2012, disponível em http://www.vanguardngr.com/2012/10/sss-quizzes-zannah-over-alleged-boko-haram-links/. (24 Outubro 2012); The Economist, ‘Uma ameaça a todo o país “, 29 de setembro de 2012, disponível em http://www.economist.com/node/21563751. (Acedido em 24 Outubro 2012). Ola Bello (2012), Ameaça de Boko Haram na Nigéria : Como deve agir a UE, Policy Brief No. 123; The Economist “, A propagação da insurreição no Norte”, 14 de janeiro de 2012, disponível em http://www.economist.com/node/21542764. (Acedido em 21 Outubro 2012). BBC News, ‘‘Exército da Nigéria faz a Detenção do comandante Boko Haram ‘’, 21 de outubro de 2012, disponível em http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-20018670. (Acedido em 21 Outubro 2012); Vanguard ‘Questionários Zannah relativos ao suposto links de Boko Haram’, 22 Outubro 2012, disponível em http://www.vanguardngr.com/2012/10/sss-quizzes-zannah-over-alleged-boko-haram-links/. (24 Outubro 2012); The Economist, ‘Uma ameaça para todo o país “, 29 de setembro de 2012, disponível em http://www.economist.com/node/21563751. (Acedido em 24 Outubro 2012).

162 New York Times, ‘Nigerianos Protestam ascensão dos preços do petróleo “, 9 de janeiro de 2012, em http://www.nytimes.com/2012/01/10/world/africa/nigerians-protest-oil-price-rise-as-subsidies-end.html. (Acedido em 15 Janeiro 2013).

163 New York Times, ‘Sob pressão, líder nigeriano cede no_ preço de gás “, 16 de Janeiro de 2012, em http://www.nytimes.com/2012/01/17/world/africa/nigerian-president-rolls-back-price-of-gasoline.html?pagewanted=all. (Acedido em15 Janeiro 2013).

164 Instituto de Estudos de Segurança “, do subsídio aos combustíveis e suas implicações para a Luta contra o Boko Haram”, 11 de janeiro de 2012, disponível em http://www.issafrica.org/iss_today.php?ID=1409. Acedido em (14 Novembro 2012).

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240. Enquanto a escalada de ataques de insurgentes por Boko Haram e o colapso aparente da lei e da ordem em certos estados nordestinos levaram a preocupações sobre segurança da Nigéria e da estabilidade regional, há preocupações sobre a emergência do país como hotspot do terrorismo e do extremismo165. Ainda mais importante é a aparente prosperidade de financiamento do terrorismo, embora as atividades terroristas não parecem ser dispendiosas. Proeminentes nigerianos, incluindo funcionários do governo de alto escalão e funcionários de segurança, são acusados de patrocinado ataques por Boko Haram166. Além disso, o grupo é acusado de ter recebido apoio financeiro de um fundo fiduciário islâmico com sede no estrangeiro167.

241. O suposto envolvimento político no financiamento de atividades insurgentes para fins de causa própria poderia prejudicar gravemente os esforços de ABC/CFT na Nigéria e potencialmente reverter muitos dos progressos realizados nos últimos anos.

242. Além disso, o controlo completo sobre a riqueza do petróleo e seu vasto domínio da vida económica do Estado continuou a sustentar a corrupção política na Nigéria. Divulgações recentes de um inquérito da Câmara de Representantes que os importadores de combustíveis, incluindo alguns com laços estreitos com figuras políticas, desviaram cerca de US $ 7 bilhões em subsídios do petróleo entre 2009 e 2011 geram controvérsia no país. A situação foi agravada por denúncias de que um legislador tinha tentado garantir um suborno de US $ 3 milhões a fim de retirar uma empresa da lista dos indiciados no escândalo, e eventual admissão por parte do legislador de ter recebido 500.000 dólares.

Situação Económica e Financeira243. A Nigéria continua numa trajectória económica robusta, com uma taxa de crescimento projetada de 6,9 % e 6,6% em 2012 e 2013, respetivamente168. Na sequência de uma fraca economia global e diminuição da produção de gás e petróleo em anos anteriores o crescimento de 2012 foi impulsionado principalmente pelo aumento da produção e das exportações de petróleo. No entanto, o sector não-petrolífero, em particular um setor grossista e retalhista vibrante, bem como agricultura, indústria, telecomunicações e construção deram uma contribuição considerável para o crescimento. Declínios nos preços dos alimentos e implementação de medidas de política monetária restritiva em resposta à recente crise financeira bancária e deverão

165 Ghana News Agency, ‘Boko Haram é uma ameaça para a segurança sub-regional da CEDEAO - Especialista em Segurança “, 25 de janeiro de 2012, disponível em http://www.ghananewsagency.org/details/Politics/Boko-Haram-is-a-threat-to-ECOWAS-sub-regional-security-Security-Expert/?ci=2&ai=38409. (23 Novembro 2012). The Economist, ‘Uma ameaça para todo o país’, op. cit.

166 Nigerian Tribune, ‘Clérigo desmascara patrocinadores de Boko Haram , nomes de destaque nigerianos,  funcionários de topo no Gov. ‘, 10 de setembro de 2012, disponível em http://tribune.com.ng/index.php/lead-stories/47305-cleric-unmasks-boko-haram-sponsors-names-prominent-nigerians-top-govt-functionaries-forwards-list-to-senate-president-supports-claims-with-video-clips-mark-orders-investigation-uk-charity-group-accused-of-funding-boko-haram. (23 Novembro2012).

167 The Guardian, ‘Pares levantam temores sobre supostas ligações da Caridade do Reino Unido a Boko Haram “, 09 de setembro de 2012, disponível em http://www.guardian.co.uk/world/2012/sep/09/uk-charity-boko-haram. (23 Novembro 2012).

168 Esta taxa de crescimento é a mesma que a de 2011 e um pouco menos do que uma média de 7,4 por cento ao longo da última década

reduzir a inflação, ainda que lentamente, de 10,2% em 2011 para 10,1% e 8,4% em 2012 e 2013, respetivamente. Ao mesmo tempo, o crescimento do PIB real per capita deverá aumentar ligeiramente de 4,1% em 2011 para 4,4% em 2012169.

244. O crescimento em 2012 parece ter sido, em grande parte exclusivo, uma vez que nem se traduziu em emprego nem melhorou as condições socioeconómicas cronicamente difíceis enfrentadas pela grande maioria dos nigerianos. A taxa de pobreza manteve-se em 70%, enquanto a taxa de desemprego aumentou ligeiramente de 21% para 24%170. Quase 38% e 22,4% dos nigerianos nas faixas etárias 15-24 e 25-44, respectivamente, permaneceram desempregados. Além disso, o desemprego e o subemprego de pós-graduação continuaram a ser generalizados. Essas condições criaram um ambiente favorável ao recrutamento e radicalização de jovens carentes para atividades criminosas.

245. A Nigéria também enfrenta sérios desafios de desenvolvimento, como expresso por profundas desigualdades de rendimentos entre as populações. Há ainda uma estrutura de classe amplamente desigual em que os membros das elites dominantes e as empresas e os seus colaboradores desfrutam de alto padrão de vida, enquanto a maioria dos nigerianos, especialmente a juventude, lida com condições de vida difíceis. Além disso, a grande maioria das comunidades nigerianas, particularmente nas áreas rurais, permanece em grande parte isolada de todos os níveis de governo e tem pouco ou nenhum acesso aos serviços básicos. Assim, isto criou uma situação em que não só são organizadas atividades criminosas e outros crimes subjacentes, muitas vezes visto como meio legítimo de sobrevivência, mas também uma aceitação geral e glorificação da riqueza ilícita.

246. O setor financeiro da Nigéria, o mais desenvolvido na região tem um grande potencial mas ainda em desenvolvimento. Existem 21 bancos de depósito de dinheiro que compõem mais de 70% do total de ativos do setor no valor de 40,3% do PIB em 2010. Remessas entradas em de 2011 ascenderam a USD20.6 bilhões, o que representa cerca de 8,7% do PIB. isto exige um estreito acompanhamento das remessas entradas pois têm implicações ABC/CFT.

Prevalência de Crimes subjacentes 247. A Nigéria continua a ser um importante centro de atividade criminosa organizada na região da Africa Ocidental. A localização do país ao longo das rotas de tráfico e vastas e porosas fronteiras continuam a fazê-laum importante ponto de transbordo para a cocaína da América Latina e heroína do Sudeste e Sudoeste da Ásia a caminho da Europa, e, em menor medida, nos Estados Unidos171. Redes criminosas nigerianas continuam a desempenhar um papel importante no tráfico

169 O crescimento esperado em 2012 é de pouco menos de 5,3 por cento em 2010.

170 Relatório do FMI N º 12/194, julho de 2012, pp 4

171 US Bureau for International Narcotics and Law Enforcement Affairs (2012). International Narcotics Control Strategy Report: Volume I Drug and Chemical Control. pp. 347.

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de drogas para os mercados de consumo172. A Agência de Aplicação da Lei Nacional de Drogas (NDLEA) apreendeu um total de 227,055 quilos de drogas duras num valor estimado N2.5 bilhões no Murtala Mohammed International Airport (MMIA) no primeiro semestre de 2012173. No mesmo período, a NDLEA apreendeu mais 2.476 quilos de drogas pesadas no estado de Kogi174. O Murtala Mohammed International Airport (MMIA), em particular continua a ser um importante ponto de trânsito de narcóticos. Um alfaiate nigeriano foi preso no MMIA em Junho de 2012 por tentativa de contrabando de 2,70 quilos de cocaína com um valor estimado de N29 milhões para o país175. Em setembro de 2012, dois homens nigerianos foram presos por tentar contrabandear 2,56 quilos de cocaína para a Turquia. Dois outros homens nigerianos foram presos por tentar contrabandear 4.285 de metanfetamina para a Índia no mesmo mês176. Dois meses depois, um estudante nigeriano sediado no Reino Unido foi preso no MMIA por tentativa de contrabando de 1,535 quilos de cocaína para o Reino Unido177.

248. Apesar dessas prisões e apreensões, porém, a fraca cooperação inter-agências, como evidenciado pela ausência de operações conjuntas entre as agências de aplicação da lei, continua a minar a capacidade da Nigéria para apreender grandes traficantes ou grandes remessas de interceptação. Redes de tráfico internacional de drogas poderosas e abastadas continuam a manobrar uma NLDEA mal equipada e mal-financiada, não obstante o aumento do seu capital e as despesas com pessoal nos últimos cinco anos178. O financiamento para outras agências da lei continua seriamente insuficiente. Deixado sem solução, isso pode prejudicar ainda mais o progresso a médio e longo prazo. Além disso, há evidências não só de um aumento do uso de canabis, ópio, cocaína e estimulantes do tipo anfetamina, mas também a fabricação ilícita de metanfetaminas na Nigéria179. As drogas são exportadas principalmente para mercados ilícitos no Sudeste Asiático180.

249. O roubo de petróleo por grupos locais e as redes criminosas, comumente referido como “abastecimento”, permanece inabalável na Nigéria. Refinarias improvisadas ilegais operados por pequenos empresários têm aumentado drasticamente em toda a região do Delta do Níger, o que

172 US Bureau for International Narcotics and Law Enforcement Affairs (2012), op. cit; United Nations Office of Drugs and Crime (2012). World Drug Report 2012. United Nations: New York, pp. 84. According to the UNDOC report, ‘Nigerian groups have also become active in exporting cocaine from Brazil, notably Sao Paulo, to destinations in Africa and Europe’.

173 Spy Ghana, ‘NDLEA Seizes 227.055kg Drugs in 6 Months’, 19 July 2012, available at http://www.spyghana.com/world-news/inside-africa/nigeria-news/ndlea-seizes-227-055kg-drugs-in-6-months/. (Accessed 28 October 2012).

174 Vanguard, ‘NDLEA Seizes 2,476kg of Hard Drugs in Kogi’, 2 June 2012, available at http://www.vanguardngr.com/2012/06/ndlea-seizes-2476kg-of-hard-drugs-in-kogi/. (Accessed 28 October 2012).

175 Nigerian Tribune, ‘Why I Engaged in Drug Trafficking – 41-year-old Tailor…As NDLEA Calls for Stiffer Penalty’, 13 June 2012, available at http://tribune.com.ng/index.php/crime-a-security/42394-why-i-engaged-in-drug-trafficking-41-year-old-tailoras-ndlea-calls-for-stiffer-penalty. (Accessed 28 October 2012).

176 Daily Trust, ‘Nigeria: NDLEA Arrests Two with Cocaine at Lagos Airport’, 19 September 2012, at http://allafrica.com/stories/201209190986.html. (Accessed 30 November 2012); Leadership, ‘ NDLEA Arrests 2 Suspects with 4.825Kg of Drug Meth to India’, 30 September 2012, available at http://www.leadership.ng/nga/articles/36098/2012/09/30/ndlea_arrests_2_suspects_4285kg_drug_meth_india.html. (Accessed 30 November 2012).

177 Vanguard, ‘ NDLEA Arrests Student with 1.535 kg of cocaine’, 8 November 2012, available at http://www.vanguardngr.com/2012/11/ndlea-arrests-student-with-1-535kg-cocaine/. (Accessed 30 November 2012).

178 National Drug Law Enforcement Agency (2011). 2011 Annual Report. NDLEA: Abuja, pp. 52-55.

179 United Nations Office of Drugs and Crime (2012). World Drug Report 2012. United Nations: New York, pp. 18.

180 Ibid, pp. 84

prejudica ainda mais a produção de petróleo181. Em agosto de 2012, a Administração Marítima da Nigéria e da Agência de Segurança (NIMASA) interceptou um barco que transportava 300 toneladas de petróleo roubado182. O Grupo de Trabalho Conjunto também informou intercepção de dois navios que transportavam 60 mil toneladas de diesel roubado num valor estimado em N11 biliões em Rivers State183. De acordo com a Royal Dutch Shell, a maior produtora de petróleo da Nigéria, entre 150 mil e 180, 0.000 barris são roubados por dia184. Isso representa cerca de 6% da produção total do país185. O governo nigeriano informou cerca de 400 mil barris de petróleo foram roubados por dia em abril de 2012, resultando num declínio de 17% nas vendas oficiais durante o mês186. Numa produção diária de cerca de 2,4 milhões de barris e um preço médio de US $ 121 por barril, isso traduz-se numa perda de mais de US $ 1 bilião só num mês187. A recente detenção de vinte ganenses e seis nigerianos pela JTF revela que empresas bunkering do petróleo continuam a ser operadas não apenas pela Nigéria, mas também por estrangeiros e redes criminosas188. Embora parte do petróleo roubado seja contrabandeado para os mercados regionais e internacionais, muito do qual é vendido no mercado interno189. Certamente, os ladrões do petróleo supostamente usaram recursos para financiar projetos de desenvolvimento, incluindo a construção de escolas e hospitais, nas suas comunidades. Assim, os ladrões de petróleo acumulam considerável capital político e base de apoio por meio de cativar as comunidades locais, através da prestação de serviços sociais básicos. Isto permite-lhes branquear facilmente a sua riqueza ilícita através de uma série de projetos nas suas comunidades190.

250. Relacionados ao roubo de petróleo está a corrupção desenfreada, particularmente suborno e peculato, nos setores público e privado da Nigéria. Isto é evidenciado pelo escândalo do subsídio aos combustíveis acima mencionado. Além disso, não faltam acusações e estas persistem, de que os políticos de baixa e de alta patente e oficiais militares colaboram com redes criminosas envolvidas no abastecimento de petróleo. Os Crimes Económicos e Financeiros da Comissão (AECC) prendem e apresentam perante o tribunal vários suspeitos, incluindo seis empresas

181 BBC, ‘Nigeria’s Booming Illegal Refineries’, 26 July 2012, available at http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-18973637. (Accessed 5 November 2012).

182 Economic and Financial Crimes Commission, ‘EFCC Takes Over illegal Oil Bunkering Vessel’, available at http://www.efccnigeria.org/efcc/index.php/news/96-efcc-takes-over-illegal-oil-bunkering-vessel. (5 November 2012).

183 Leadership, ‘JTF Impounds N11bn Worth of Diesel in Rivers, Says Commander’, 22 October 2012, available at http://www.leadership.ng/nga/articles/38145/2012/10/22/jtf_impounds_n11bn_worth_diesel_rivers_says_commander.html. (8 November 2012).

184 See US Energy Information Administration, ‘Nigeria Background’, available at http://www.eia.gov/countries/cab.cfm?fips=NI. (Accessed 12 November 2012).

185 Ibid

186 Financial Times, ‘Nigeria Losing $1bn a Month to Oil Theft’, 26 June 2012, available at http://www.ft.com/intl/cms/s/0/61fb070e-bf90-11e1-a476-00144feabdc0.html#axzz2C1Z9CEKO.

187 According to the US Energy Information Administration, crude output rose slightly in 2012 and averaged almost about 2.15 million bbl/d for the first half of 2012.

188 Daily Times, ‘JTF Arrests 21 Ghanaian Oil Bunkers’, 9 May 2012, available at http://dailytimes.com.ng/article/jtf-arrests-21-ghanaian-oil-bunkers. (13 November 2012).

189 The Economist, ‘The Niger Delta: Still an Oily Dangerous Mess’, 11 August 2012, available at http://www.economist.com/node/21560299. (Accessed 12 November 2012). See also allAfrica ‘Nigeria: Cole: Stolen Oil Goes to Balkans, Singapore’, 24 October 2012, available at http://www.economist.com/node/21560299. (Accessed 12 November 2012).

190 Nigerian Tribune, ‘Niger Delta: Oil Thieves Build Roads, Hospitals, Schools for Communities as Navy Deploys 8 Warships, 5 Gunboats, Aircraft in N/Delta’, 11 November 2012, available at http://tribune.com.ng/sun/front-page-articles/9123-niger-delta-oil-thieves-build-roads-hospitals-schools-for-communities--as-navy-deploys-8-warships-6-gunboats-aircraft-in-ndelta. (13 November 2012).

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e onze pessoas, por suposto envolvimento na fraude do subsídio191 aos combustíveis. Embora a referida redução dos subsídios aos combustíveis pode reduzir o nível de peculato através do regime de subsídio, há preocupações de que o dinheiro economizado pelo governo também possa ser desviado. Em setembro de 2012, uma empresa de defesa estrangeira foi multada por um tribunal francês por subornar funcionários nigerianos entre 2000 e 2003 para garantir um contrato para produzir cartões de identidade nacionais192. Isto resulta na condenação e prisão de um ex-governador do estado nigeriano por um tribunal britânico por desvio e branqueamento de 77 milhões dólares de dinheiro público193. Além disso, persistem194 as alegações de envolvimento de políticos de baixa e de alta patente e oficiais militares no abastecimento de petróleo.

251. Além disso, as atividades e transações fraudulentas, fraude taxa particularmente avançada (golpe 419), fraude bancária e de falsificação de documentos para obter ganhos financeiros permanecem sérias preocupações na Nigéria. Por exemplo, num caso, o EFCC prendeu e apresentou perante o tribunal um corretor de seguros por defraudar a sua companhia em mais N30 milhões e um banqueiro por forjar assinaturas dos clientes e desviar N20 milhões para a sua conta195. Outro banqueiro foi preso e acusado por desviar quase N1.2 milhão196. Outras prisões e acusações formais incluem uma polaca pela emissão de um cheque falso de N9 milhões, dois homens nigerianos por tentar defraudar uma equipa de EFCC em N250, 000, quatro homens nigerianos envolvidos em N54 milhões esquema de terras, três homens nigerianos envolvidos num golpe de 66 milhões de Naira, e um nigeriano por falsificação de moeda197. Para agravar a situação existem as atividades cibercriminosas generalizadas, incluindo esquemas de romance e casamento através do qual as vítimas, na sua maioria estrangeiros, são enganadas.

252. O tráfico de pessoas, tráfico de armas e outros crimes subjacentes não têm mostrado sinais de declínio no ano passado. Por exemplo, um diplomata nigeriano informou que uma média de 30 meninas nigerianas entre as idades de 10 e 15 são introduzidas clandestinamente para o Mali diariamente, e expressou preocupação de que o problema

191 Economic and Financial Crimes Commission, ‘EFCC to Arraign 20 Suspects Over Fuel Subsidy Fraud’, available at http://www.efccnigeria.org/efcc/index.php/news/78-efcc-to-arraign-20-suspects-over-fuel-subsidy-fraud. (13 November 2012).

192 BBC News, ‘Sanfra Fined in Nigerian Bribery Case, 6 September 2012, at http://www.bbc.co.uk/news/business-19498916. (Accessed 13 November 2012).

193 BBC News, ‘Former Nigeria Governor James Ibori Jailed for 13 years’, 17 April 2012, available at http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-17739388. (Accessed 15 January 2013).

194 BBC News, ‘Nigeria’s Booming Illegal Oil Refineries’, 26 July 2012, available at http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-18973637. (Accessed 15 January 2013).

195 Economic and Financial Crimes Commission, ‘EFCC Arraigns Manager Over N30m Fraud’, available at http://www.efccnigeria.org/efcc/index.php/news/171-efcc-arraigns-manager-over-n30m-fraud. (Accessed 13 November 2012); Economic and Financial Crimes Commission, ‘N20m Fraud: EFCC Arraigns Banker’, available at http://www.efccnigeria.org/efcc/index.php/news/173-n20m-fraud-efcc-arraigns-banker. (Accessed 13 November 2012).

196 Economic and Financial Crimes Commission, ‘Bank Fraud: EFCC Arraigns Ovie Israel’, available at http://www.efccnigeria.org/efcc/index.php/news/181-bank-fraud-efcc-arraigns-ovie-israel. (Accessed 13 November 2012).

197 Economic and Financial Crimes Commission, ‘N9m Fraud: EFCC arraigns Polish Woman’, available at http://www.efccnigeria.org/efcc/index.php/news/178-n9m-fraud-efcc-arraigns-polish-woman. (Accessed 13 November 2012); Economic and Financial Crimes Commission, ‘Currency Counterfeiter Jailed 25 Years’, available at http://www.efccnigeria.org/efcc/index.php/news/176-currency-counterfeiter-jailed-25-years. (Accessed 13 November 2012); Economic and Financial Crimes Commission, ‘Fraud: EFCC Docks Obinna James, Eddy Ogagu’, available at http://www.efccnigeria.org/efcc/index.php/news/172-fraud-efcc-docks-obinna-james-eddy-ogagu. (Accessed 13 November 2012).

tenha crescido em magnitude e sofisticação198. Há também a suspeita de que traficantes de armas ilegais, particularmente na região do Sahel, continuam a fornecer armas pesadas a Boko Haram199. Em julho de 2012, as forças de segurança nigerianas trocaram tiros na fronteira com o Chade com dois membros do Boko Haram que tentaram contrabandear uma remessa de armas para Maiduguri200.

253. Relacionado com os crimes subjacentes acima mencionados está o problema do contrabando de dinheiro para fora da Nigéria, que permanece inabalável, apesar dos esforços por parte dos órgãos de fiscalização. Os aeroportos permanecem como pontos primários de trânsito para a introdução clandestina de produtos ilícitos. Isto é evidenciado pela detenção de um oficial da Autoridade do Aeroporto Federal na MMIA por posse ilegal e tentativa de contrabando de $ 1,4 milhão em dinheiro201. A prisão fez com que a preocupação de que os funcionários do aeroporto possam estar a trabalhar com sindicatos de branqueamento de capitais. Dois mensageiros foram presos no Aeroporto Internacional Aminu Kano por tentar contrabandear $ 107.000202. Esta segue-se a outra prisão de um mensageiro ligada ao Dubai de 24 anos de idade na MMIA por tentar exportar mais de US $ 7 milhões em setembro de 2012203. Dois meses depois, dois mensageiros ligados ao Dubai foram presos com cerca de 240 mil dólares americanos no Aeroporto Internacional Nnamdi Azikiwe em Abuja204. O EFCC também prendeu e acusou perante o tribunal um ex-caixa do banco por desvio e branqueamento de N2.4 milhões205. Mais significativamente, agentes da EFCC no Aeroporto Internacional Aminu Kano prenderam o filho de um governador do estado por tentar contrabandear US $ 50.000 em dezembro de 2012206.

254. Os muitos casos mencionados acima sugerem um sistema robusto em declaração de dinheiro, conforme exigido pela R32 do GAFI. No entanto, os desafios continuam enormes devido às complexidades do país. Em resumo, portanto, a fraude fiscal/evasão, que se manifesta de muitas maneiras continua a ser um grande desafio, pois os impostos representam apenas 6,1% do PIB em cerca de EUA $ 170 bilhões. A corrupção é o crime subjacente mais prevalente na corrupção do setor público. Em termos de prevenção e

198 The Punch, ‘30 Nigerian Girls Trafficked into Mali Daily – Envoy’, 12 November 2012, available at http://odili.net/news/source/2012/nov/12/818.html. (13 November 2012).

199 allAfrica, ‘Nigeria: How Boko Haram Smuggles Weapons into Nigeria – Ex-Niger Delta Militants’, 23 October 2012, available at http://allafrica.com/stories/201210230708.html?aa_source=acrdn-f0. (13 November 2012).

200 PM News, ‘Boko Haram’s Amrs Smugglers Killed’, 1 August 2012, available at http://pmnewsnigeria.com/2012/08/01/boko-harams-arms-smugglers-killed/. (13 November 2012).

201 Economic and Financial Crimes Commission, ‘ EFCC Arrests FAAN Security Official with $1.4 Million’, available at http://www.efccnigeria.org/efcc/index.php/news/152-efcc-arrests-faan-security-official-with-1-4m. (Accessed 13 November 2012).

202 Nigerian Tribune, ‘ EFCC Arrests Two Cash Couriers with $107,000’, 22 October 2012, available at http://tribune.com.ng/index.php/news/49558-efcc-arrests-two-cash-couriers-with-107000. (13 November 2012).

203 allAfrica, ‘ Nigeria: U.S.$7 Million Export at MMA – EFCC Arrests Currency Courier’, 29 September 2012, available at http://allafrica.com/stories/201209290455.html. (13 November 2012).

204 Nigerian Tribune, ‘EFCC Arrests 2 for Laundering $238, 858 in Abuja’, 9 November 2012, available at http://tribune.com.ng/index.php/news/50650-efcc-arrests-2-for-laundering-238858-in-abuja-. (13 November 2012); The Punch, ‘ EFCC Arrests Two with $238,858’ 9 November 2012, available at http://www.punchng.com/news/efcc-arrests-two-with-238858/. (13 November 2012).

205 allAfrica, ‘Nigeria: EFCC Arraigns Council Cashier Over Money Laundering’, 5 November 2012, available at http://allafrica.com/stories/201211060336.html. (13 November 2012).

206 This Day, ‘EFCC Arrests Lamido’s Son for Money Laundering’ 13 December 2012, available at http://www.thisdaylive.com/articles/efcc-arrests-lamido-s-son-for-money-laundering/133416. (Accessed 15 January 2013).

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controlo - TI Classificou a Nigéria o menos na AO só melhor que a Guiné e Guiné-Bissau. Infelizmente, muitos processos importantes permanecem inconclusivos: casos PEPS especialmente. O golpe do subsídio do combustível um exemplo recente de corrupção dentro da corrupção - revelou o roubo de US $ 7 bilhões entre 2009 e 2012. Um sistema de justiça criminal fraco para lidar com isso - pode encorajar mais. O tráfico de drogas persiste como problema pois a Nigéria parece estar a transformar-se num país de trânsito para país de origem. Certamente, devem ser reconhecidos os esforços para lidar com esse como outros crimes. Por exemplo, o NDLEA apreendeu cerca de 227,055 kg no primeiro trimestre de 2012, estimado em 2,5 bilhões de nairas. Não obstante, fronteiras porosas - agora aeroportos principais pontos de embarque de trânsito. No roubo de petróleo, como discutido acima, cerca de 150 mil -180, 000 barris são roubados diariamente (Shell) e estima-se que a Nigéria tenha perdas de 1000 milhões dólares mensais devido a roubo de petróleo (FT). Os rendimentos vão para a compra de armas, assalto à mão armada e sequestro e a corrupção facilita um círculo vicioso de criminosos, as elites políticas e militares em conluio com o abastecimento de petróleo.

Situação ABC/CFT255. Desde 2009, com base no RAM da Nigéria e no tamanho do seu sector bancário estando em excesso de EUA $ 5 bilhões, e em conformidade com a directiva do G8 para o GAFI para identificar «jurisdições de alto risco» e engajá-los para melhorar os seus sistemas, a Nigéria foi identificada como uma jurisdição BC/FT de alto risco e colocou em revisão pelo GAFI por não-conformidade com normas ABC/CFT internacionais. Com o apoio do Grupo Regional GAFI do ICRG e do GIABA, foi adotado um plano de acção para lidar com as deficiências da Nigéria em fevereiro de 2010 e a Nigéria assumiu um compromisso político de implementar o plano de ação. Em junho de 2011, a Nigéria fez progressos significativos na resolução das deficiências identificadas no seu ABC/CFT, incluindo a emissão de regulamentos para instituições financeiras pela BCN, e aprovação da Lei Branqueamento de Capitais (Proibição) Emenda à Lei (BCLP) de 2011 e a Lei de terrorismo (Prevenção) Emenda à Lei (LPT) 2011, ambos destinados a corrigir deficiências em relação à criminalização do BC/FT. Após uma revisão desses atos, pelo Grupo de Revisão do GAFI, constatou-se que a Nigéria não tinha criminalizado adequadamente BC e do FT de acordo com as normas do GAFI, portanto, a Nigéria teve de rever as duas partes da legislação e a Assembleia Nacional aprovou BCLP no final de 2012. O atraso na aprovação da LPT, em parte, manteve a Nigéria no processo de revisão do GAFI ao longo de 2012.

256. Além da emissão de um regulamento para a implementação das RCSNU 1267 e 1373, bem como outras normas de instituições financeiras e as funções do BCN, a Unidade de Controlo Especial sobre Branqueamento de Capitais (SCUML) e da Unidade de Inteligência Financeira Nigeriana (NFIU) também realizaram inspeções em INFD, concessionárias de veículos, proprietários de hotéis e casas de desconto, aumentando assim a conformidade ABC/CFT . Em

particular, a NFIU recebeu mais de 5.000 NOS e mais de 4.000 COS207. O registo do SCUML de 384 INFD adicionais no ano passado aumentou o número de INFD sob supervisão  mais aprofundada ABC/CFT no setor INFD208. Foram desenvolvidas e emitidas orientações sobre a elaboração de relatórios e notas de orientação sobre branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, bem como as regulamentações sobre o congelamento de ativos terrorista e circular sobre declaração de dinheiro209.

257. O NFIU introduziu uma iniciativa que visa prevenir e reduzir o contrabando de dinheiro dentro e através da Nigéria;e um procedimento diferenciado Conheça o seu Cliente foi criado para promover e aprofundar a inclusão financeira210. Além disso, vários seminários de sensibilização e de formação, e conscientização sobre ABC/CFT foram fornecidos a várias partes interessadas, incluindo os responsáveis pela conformidade dos INFD, funcionários do hotel, e os reguladores não bancários e supervisores. As oficinas de capacitação incluíram um curso de conformidade ABC/CFT, formação de assessores de risco de BC/FT; e simpósio sobre crimes financeiros211.

258. Além disso, as contas bancárias contendo várias quantias em moedas locais e estrangeiras, bem como propriedades, incluindo os veículos de propriedade de vários suspeitos de tráfico de drogas foram investigadas, congeladas ou apreendidas pela NDLEA no ano passado212. O EFCC também processou vários casos envolvendo contrabando de dinheiro, branqueamento de capitais e delitos subjacentes, incluindo atividades fraudulentas213.

259. No entanto, grandes desafios permanecem. Embora a Lei principal ABC e CFT tenham sido foram alteradas, na medida em que a forma como abordam deficiências estratégicas no contexto das recomendações do GAFI permanece obscura. Assim, a Nigéria permanece na lista de jurisdições BC/FT de alto risco e continua sob revisão pelo GAFI214.

260. Não existem lacunas apenas no pessoal regulatório, fiscal, judicial e de aplicação da lei que ainda não têm a capacidade de ABC/CFT necessária e experiência, mas também a infra-estrutura de ICT existente continua a ser insuficiente. Brechas constitucionais e legais graves permanecem sem solução como a não-condenação baseada no Confisco de

207 Ibid

208 Ibid, pp. 5.

209 Ibid, pp. 6.

210 Ibid, pp. 7

211 Ibid, pp. 8

212 Nigeria’s 4th Follow-up Report to GIABA, pp. 26

213 Ibid, pp. 5

214 See FAFT Public Statement – 19 October 2012, available at http://www.fatf-gafi.org/topics/high-riskandnon-cooperativejurisdictions/documents/fatfpublicstatement-19october2012.html. (14 November 2012).

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Ativos ainda está pendente perante a Assembleia Nacional. A situação é agravada por um processo legal demasiado lento, como evidenciado pelo julgamento lento de jurisdições de três ex-governadores em acusações de corrupção215. Apesar da existência de um regime ABC/CFT elaborado no país, a execução efectiva das normas tem sido muito fraca. A área mais crítica deste regime ABC/CFT em evolução, onde uma fraqueza grave óbvia é a capacidade de processar com sucesso e julgar casos de BC/FT. Casos de alto perfil de jurisdições BC/FT ou são deixados na pendência em tribunais indefinidamente ou são indeferidos prematuramente, devido a uma má acusação e/ou compromisso judicial e incompetência ou ambos.

Assistência Técnica261. De acordo com o relatório nacional de 2012 da Nigéria ao GIABA, muitos agentes da regulação, poder judiciário e aplicação da lei ainda carecem de habilidades e conhecimentos suficientes sobre as questões ABC/CFT. Os agentes da lei em particular enfrentam severas restrições de capacidade em detectar, prevenir, investigar e reprimir crimes BC/FT e afins. Há uma falta generalizada de habilidades analíticas avançadas sobre questões ABC/CFT. As autoridades policiais também estão restringidas por infraestrutura de TIC inadequada e muitas vezes obsoleta. Os legisladores e os interessados no setor financeiro não estão geralmente familiarizados com as questões ABC/CFT.

262. Assim, a Nigéria identificou a necessidade de desenvolver e reforçar as capacidades de análise, de investigação, e do Ministério Público das suas agências especializadas da lei. Solicitou a capacitação em habilidades analíticas avançadas e análise de conformidade baseada no risco, e sobre a deteção de ativos, apreensão e confisco para o seu pessoal regulador, e de aplicação da lei. A Nigéria também solicitou formação para os legisladores sobre questões ABC/CFT, e de apoio para melhorar a sua infraestrutura de TIC.

Conclusão263. A Nigéria tem feito esforços louváveis para melhorar o seu quadro ABC/CFT. No entanto, permanece na lista das jurisdições BC/FT de alto risco e sob revisão para a não-conformidade com as normas ABC/CFT. Esta situação é agravada pelo aumento aparente em ataques terroristas, como evidenciado pela escalada de atividades insurgentes violentas por Boko Haram. Ao mesmo tempo, a corrupção e a fraca fiscalização, judiciário e capacidade de aplicação da lei continuam a restringir a implementação eficaz de esforços ABC/CFT no país. Mais ainda são altos níveis de pobreza, a desigualdade, o desemprego e subemprego, e a existência de muitas comunidades carentes no país, os quais continuam a proporcionar um ambiente propício para crimes subjacentes e, por extensão, BC/FT.

264. Combinado com as condições de má governação e

215 allAfrica, ‘Nigeria: Corruption – EFCC Blames Judiciary FOR Delay in Ex-Governor’s Trial’, 11 August 2012, available at http://allafrica.com/stories/201208110322.html. (14 November 2012).

corrupção no sector público generalizado, a incapacidade de investigar com sucesso, processar, julgar e punir os criminosos seria incentivar a impunidade e encorajar outros criminosos para se envolverem em branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. Ou seja, enquanto os índices de acusação, condenação e confisco permanecem muito baixos, enquanto os casos de BC/FT continuam pendentes nos tribunais, enquanto a sentença não é proporcionadas e dissuasiva o suficiente para deter os criminosos, enquanto os criminosos podem convenientemente desfrutar do produto do seu crime, todos os esforços para combater o BC/FT em conformidade com as normas internacionais serão frustrados. O tratamento de casos recentes de alto perfil de BC/FT por parte do sistema de justiça criminal216 na Nigéria mostra que a implementação de normas internacionais ABC/CFT enfrenta grandes desafios no país.

265. Um dos casos de alto perfil mais sensacionais envolveu o ex-governador do estado do delta, Mr. James Ibori. Ibori que foi preso pela Comissão de Crimes Económicos e Financeiros (EFCC) em dezembro de 2007 e acusado de 170 crimes de corrupção e branqueamento de capitais. Depois de exatamente dois anos o que parecia ser um jogo de xadrez judicial, o ex-governador foi dispensado e absolvido pelo tribunal de todas as 170 acusações em dezembro de 2009, para o desgosto de toda a nação. Embora a EFCC tenha interposto recurso contra o acórdão do tribunal e começou uma nova ronda de investigações sobre Ibori em março de 2010 o ex-governador conseguiu vencer as forças de segurança da Nigéria e fugiu do país em abril de 2010. Desde então, não houve nenhum desenvolvimento substancial com os resultados do recurso e as investigações. Felizmente, o mesmo arguido, que estava dispensado e absolvido na Nigéria foi considerado culpado e condenado pelos mesmos crimes num tribunal do Reino Unido. Por falta de espaço, este é apenas um exemplo de como os casos de branqueamento de capitais estão a ser tratados na Nigéria. Mas isso não quer dizer que o país não tem ou não está a fazer esforços substanciais, longe disso;há um bom número de histórias de sucesso que não são conhecidas do público. Mais ainda, o governo continuou a re-assegurar ao público o seu compromisso de combater a corrupção. O GIABA deve continuar a apoiar a Nigéria e outros Estados membros a lidar com todos os crimes subjacentes ao branqueamento de capitais.

SENEGAL

Situação Política266. O Senegal manteve a sua imagem como um farol de paz e estabilidade e um modelo para a governação democrática na África Ocidental. No entanto, a paz do país e credenciais democráticas foram seriamente testadas por uma

216 Para esclarecimento ver, the criminal justice system includes all actors in the criminal justice process: investigators, prosecutors, defence counsels, judges, etc.

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situação política e constitucional tensa na primeira parte de 2012, provocada por uma disputa sobre a elegibilidade do atual presidente, Abdoulaye Wade, para procurar um novo mandato217. Isto resultou numa série de protestos violentos que ameaçavam desfazer muito do progresso do país218. O país voltou à normalidade depois do presidente ter sido derrotado na segunda volta pelo candidato da oposição Macky Sall em março 2012219. A coligação do novo presidente, Benno Bokk Yakaar (United em Hope), posteriormente, venceu as eleições parlamentares por de forma esmagadora em julho de 2012220.

267. Um vislumbre de esperança para a reconciliação nacional e, particularmente, para a pacificação da rebelião no sul (Casamance) mostrou como o Movimento das Forças Democráticas de Casamance (MFDC) libertou oito (8) reféns militares senegaleses que estavam detidos há mais de um ano. Sua Excelência, o Presidente Macky Sall, embora se congratule os oficiais libertados, afirmou que tomou conhecimento do sinal enviado pelo movimento separatista e vai trabalhar no sentido de restaurar a paz duradoura.

Situação Económica e Financeira268. A economia senegalesa deveria crescer 4,2% e 4,7% em 2012 e 2013, respectivamente, em comparação com 4% em 2011221. Essas projeções foram ligeiramente maiores do que 3,7% e 4,3% projetadas pelo Fundo Monetário Internacional para 2012 e 2013, respetivamente222. O crescimento esperado foi em grande parte atribuível ao consumo privado maior, impulsionado por remessas de senegaleses que trabalham no exterior, e pela expansão dos setores industriais e de serviços223. Enquanto isso, a taxa de crescimento no setor primário deverá diminuir de 10,8% em 2011 para 8,9% em 2012. A agricultura industrial deve crescer 28,4% em 2012, após um declínio de 41,3% em 2011. A agricultura de subsistência também espera um crescimento de 9,8% em 2012, após um declínio de 10,3% em 2011. Isto é principalmente devido às chuvas uniformemente distribuídas, bem como a assistência do Estado aos produtores.

269. O setor financeiro do Senegal, promissor e com um grande potencial é, contudo, dominado pelos bancos. Existem 19 bancos de depósito de capitais que compõem mais de 80% dos ativos totais do setor e representam cerca de 29% do PIB em 2010. Remessas entradas de acordo com estimativas do Banco Mundial em 2011 ascenderam a USD 1,48 bilhão, o que representa cerca de 10,3% do PIB. Isto exige um estreito acompanhamento das remessas entradas

217 Para background, ver, for instance, BBC News, ‘Senegal Clashes Erupt as Court Clears Wade Poll Bid’, 28 January 2012, available at http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-16770305. (Accessed 7 March 2013);

218 CNN, ‘3 Killed in Senegal Protests, Opposition Says’, 20 February 2012, available at http://edition.cnn.com/2012/02/20/world/africa/senegal-violence. (Accessed 7 March 2013); USA Today, ‘Senegalese Police Fire Tear Gas at Protesters’, 2 February 2012, available at http://usatoday30.usatoday.com/news/world/story/2012-02-15/senegal-protest/53107306/1. (Accessed 7 March 2013).

219 BBC News, ‘Senegal’s President-elect Macky Sall Hails New Era’, 26 March 2012, available at http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-17508098. (Accessed 7 March 2013)

220 BBC News ‘Senegal’s President Macky Sall Wins National Assembly Landslide’, 5 July 2012, available at http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-18719787. (Accessed 7 March 2013). The ex-president’s party got 12 seats outpacing its dissidents who regrouped under the banner of “Bokk Guiss Guiss” to win 4 seats.

221 African Economic Outlook, ‘Senegal – Country Note’. Copy available at http://www.africaneconomicoutlook.org/en/countries/west-africa/senegal/. (Accessed 7 March 2013).

222 International Monetary Fund, ‘Senegal and the IMF’, Updated 19 December 2012, available at http://www.imf.org/external/country/sen/index.htm. (Accesed 7 March 2013).

223 Ibid.

pois têm implicações ABC/CFT.

270. Era estimado o sector secundário experimentar um lento crescimento de 2,7% em 2012, após performances de 5,5% e 7,2%, respectivamente, alcançado em 2010 e 2011. Isto pode ser atribuído não só de, entre outros, à desaceleração nos sub-setores de fabricação de equipamentos de construção e da indústria da pesca, mas também especialmente ao contra-desempenho dos óleos comestíveis sub-setor que sofreu uma queda na colheita do produção de amendoim, que por sua vez, teve um impacto negativo sobre a produção de óleos brutos e refinados. O sub-setor, globalmente, registou -51,1% em 2012 contra -21% em 2011. O sector terciário mostrou a mesma perspectiva com um crescimento de 2,9% em 2012, contra 4% alcançados em 2011. A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Harmonizado (IPCH) foi mantida em 2%, em média, contra 3,4% em 2011.

271. No que diz respeito às finanças públicas, o governo recebeu 1,723.2 bilhões de FCFA, enquanto os gastos somaram 2,148.7 bilhões de FCFA. O déficit público foi de 425.400 milhões FCFA, que é de 5,9% do PIB em 2012, contra 455.000 milhões FCFA, que foi de 6,7% do PIB em 2011.

272. 271. A dívida pública total aumentou 12,5%, de 2,704.2 bilhões de FCFA em 2011 para 3,041.1 bilhões de FCFA em 2012, como uma percentagem do PIB, a dívida pública aumentou ligeiramente de 39,7% em 2011 para 42,1% em 2012. Este valor está bem abaixo do critério padrão da União Monetária Oeste Africano (UEMOA) de, no máximo, 70% do PIB224.

273. O mais recente relatório Doing Business do Banco Mundial classificou o Senegal 154 em 2012, em comparação com 157 em 2011225. Isto é atribuído aos esforços do governo para melhorar o clima de negócios, concentrando-se na modernização e competitividade226. O país pontuou 36 em 100 e ficou em 94 em 2012 TI Índice de Percepção da Corrupção, em comparação com 112 º no ano anterior227. Também pontuou 56,2 em 100 e ficou em 16 º de 52 países no Índice Mo Ibrahim228 de Governação Africano de 2012.

274. Entretanto, o Senegal continuou a enfrentar uma série de desafios sócio-económicos pois o crescimento sustentado não se traduziu em ampla prosperidade. _ O desemprego, em particular continua a ser um grande problema, até porque a taxa de emprego dos jovens é

224 L’analyse qui précède est tirée du Rapport sur la Situation économique et financière en 2012 et perspective en 2013 de la DEPEE (octobre 2012), en ligne sur le site web de la DEPEE

225 World Bank (2012). Doing Business in a More Transparent World. Washington, DC: World Bank. Copy available at http://www.doingbusiness.org/reports/global-reports/doing-business-2012. (Accessed 7 March 2013).

226 African Economic Outlook, ‘Senegal-Country Note’

227 Transparency International, ‘Corruption Perception Index 2012’ ; Transparency International, ‘Corruption Perception Index 2011’, available at http://www.transparency.org/cpi2011/results. (Accessed 7 March 2013)

228 Mo Ibrahim Foundation, ‘2012 Ibrahim Index of African Governance (IIAG)’, available at http://www.moibrahimfoundation.org/interact/. (Accessed 7 March 2013).

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25% inferior ao dos adultos229. As desigualdades persistem generalizadas como iniciativas de proteção social são limitadas aos assalariados do setor formal, que constituem menos de 20% da população230. No entanto, o presidente do Senegal anunciou os planos do governo para aumentar os salários do setor público, reduzindo os impostos em 29 bilhões de FCFA, bem como criar 5.000 postos de trabalho no serviço público.

Prevalência de Crimes subjacentes275. Crimes subjacentes, especialmente o tráfico de drogas, permaneceram grandes desafios no Senegal no ano de referência. Em agosto de 2012, por exemplo, oficiais policiais senegaleses desmantelaram uma vasta rede de traficantes de falsificação e prenderam dois libaneses- sírios231. Significativamente, um membro  oficiais policiais senegaleses da rede era um colaborador próximo, uma personalidade Politicamente Expostas (PEP) no país. Buscas e apreensões por parte da polícia nacional levaram à apreensão de notas pretas de 500 Euros e 100 USD para serem branqueadas232. Os agentes da lei também prenderam um Apresentador popular, um gerente de hotel, um número desconhecido de funcionários personalizados pelo seu suposto envolvimento na extorsão e oficiais de tráfico de cocaína no resort da praia da cidade de Saly. A busca em dois funcionários aduaneiros senegaleses levou à descoberta de trinta e nove (39) pastilhas de cocaína nas áreas pesquisadas. Todas as pessoas envolvidas no caso foram presas e interrogadas e as investigações sobre o caso continuam.

276. É, igualmente, de destacar as ações dos serviços do Gabinete Central de Repressão ao Tráfico Ilícito de Drogas (OCRTIS) que, depois de apreender 3 kg de cocaína de um cantor guineense, desmantelou uma vasta rede de tráfico internacional de drogas que usa Dakar como um ponto de trânsito. No exercício das suas actividades, o OCRTIS fez outra apreensão de pelo menos 2 kg de canabis após uma revista corporal num suspeito, enquanto estava a sair de um quarto alugado que servia de depósito. Essa busca levou os policiais a descobrir um saquinho de plástico na sua pessoa contendo “erva”.233

277. De janeiro a junho de 2012, a UIF recebeu 58 relatórios de transacções suspeitas (COS), encaminhou quatro relatórios ao Ministério da Justiça e arquivou 13 casos. Os crimes subjacentes que estão na origem destas COS envolveram crimes fraudulentos, falsificação e uso de falsificação na escrita privada, corrupção, tráfico de drogas e fraude de taxa antecipada (419). Durante o mesmo período, as seguintes decisões judiciais foram registadas no Ministério da Justiça: Liberação (2); Destituição (1); Condenação (1).

229 African Economic Outlook, ‘Senegal-Country Note

230 Ibid

231 Seneweb.com, ‘Pour Trafic de Faux Billets de Banque : Le Chef de Protocole de Ministere de l’Interieur et la Rappeur Akabess Deferes au Parquet’, 12 August 2012, available http://www.seneweb.com/news/Justice/pour-trafic-de-faux-billets-de-banque-le-chef-de-protocole-du-ministere-de-l-rsquo-interieur-et-le-rappeur-akabess-deferes-_n_74524.html. (Accessed 7 March 2013).

232 Ibid

233 (Consulté le 01/10/2012)  : lien  : http://www.dakaractu.com/Joli-coup-de-filet-nouvelle-saisie-de-chanvre-indien-par-l-Ocrtis_a32730.html

Situação ABC/CFT278. Durante o período em análise, o Senegal tomou medidas legislativas e regulamentares importantes para tornar o seu regime ABC/CFT mais eficiente, especialmente na luta contra o enriquecimento ilícito. Assim, para fazer cumprir a lei sobre o enriquecimento ilícito, o presidente emitiu o Decreto n º 2012-502, de 10 de maio de 2012, designando os membros da sede, o tribunal de primeira instância e o Comité responsável pelas investigações do Tribunal de repressão de enriquecimento ilícito.

279. Além disso, o governo apresentou um projeto de lei n º 13/2012, para a criação da Comissão Nacional de Luta contra a Fraude e Corrupção (OFNAC), que foi aprovada pela Assembleia Nacional, durante a sua sessão de 19 de dezembro de 2012.

280. A OFNAC foi criada a partir da extinta Comissão Nacional de Luta contra a falta de transparência, corrupção e extorsão (CNLCC). A OFNAC é composta por 12 membros nomeados por decreto, para um mandato de 3 anos, renovável apenas uma vez. A nova lei permite, mais uma vez, a Agência Anti-corrupção para confiscar bens (artigo 12) e de transmitir um relatório ao Ministério Público sobre as acusações de corrupção e crimes conexos (artigo 14), entre outros.

281. Sob a condução e coordenação da UIF, o Senegal continuou com a elaboração do seu documento de estratégia nacional ABC/CFT que, devido a algum atraso, não foi concluído no final de setembro de 2012, como inicialmente previsto. No entanto, o processo está na sua fase final e beneficiou do contributo da sociedade civil.

282. A UIF prosseguiu as suas atividades de formação para os magistrados e investigadores criminais sobre temas ligados ao “métodos de investigação financeira e da organização dos processos de inquérito”, “Contas de análise e deteção de movimentos fraudulentos”, etc Além disso, os seminários de formação organizados UIF para auditores jurídicos, contabilistas e auditores, diretores de conformidade do banco e representantes dos sistemas financeiros descentralizados de apoio à Associação Profissional de sistemas Financeiros descentralizados (SFD-AP).

283. A UIF também continuou formação do seu pessoal com “uso da ferramenta de Notebook do analista”, bem como em “investigações financeiras sobre dados complexos”, as operações financeiras do Estado e em “investigações de fraude no trabalho, uso indevido de bens públicos etc.” Estas formações irão certamente contribuir para melhorar a qualidade das análises realizadas para que os relatórios de qualidade pudessem ser encaminhado para os Tribunais.

284. A 24 de maio de 2012, o diretor-geral fez uma visita de cortesia a Sua Excelência, Maky Sall para o felicitar pela

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sua eleição popular, bem merecida e chamar a sua atenção para a acusação insuficiente de casos de branqueamento de capitais, apesar do bom número de casos referido ao governo investigador/Ministério Público pela UIF. Mesmo onde tais crimes foram processados , os resultados foram seriamente desafiados pelos advogados e pela comunidade internacional. Em resposta, o Presidente informou o DG que o seu governo se pautou pela transparência e prestação de contas e que tinha dirigido o estabelecimento de uma Comissão de recuperação de ativos, e assegurou que será feita justiça em todos os casos.

Assistência Técnica 285. O Senegal precisa de assistência técnica nas áreas de formação de magistrados e oficiais de polícia judiciária, apoio técnico para a gestão do transporte de dinheiro e Instrumentos Negociáveis ao Portador (INP) através das suas fronteiras, os relatórios de controlo e estabelecimento de um banco de dados nacional sobre crimes financeiros e económicos, incluindo BC/FT. O país também está a precisar de apoio para a implementação da sua estratégia nacional de ABC/CFT, que está a ser finalizada.

Conclusão286. À luz dos actos legislativos e regulamentares desenvolvidos pelas novas autoridades senegalesas, é claro que o Senegal tem mostrado uma vontade firme e determinação para lutar contra a corrupção, verificação de desvio de fundos públicos e, sobretudo, erradicação da má gestão. O país precisa de ser apoiado nesta unidade pelos seus parceiros técnicos e financeiros para que estas ações sejam coroadas de êxito. Quando algumas pessoas leram os nossos relatórios anteriores, fizeram perguntas sobre se a proliferação de imóveis no Senegal não implica branqueamento de capitais. Deve notar-se que o branqueamento de capitais é definida na fonte, origem, propriedade, movimento, finalidade da riqueza, e não pela especulação sobre o tamanho e a forma como a riqueza é tratada.

SERRA LEOA

Situação Política287. A Serra Leoa consolidou a sua paz e a estabilidade pós-guerra e manteve a trajetória democrática, tendo realizado as suas terceiras eleições gerais desde o fim da guerra civil, em novembro de 2012, sem grande violência política234. As eleições foram julgadas pelos observadores internacionais como livres e justas, apesar de alegações de fraude por parte do principal partido da oposição235. Não obstante a ausência de violência em todo o país, a desconfiança e rivalidade entre os dois principais partidos intensificou-se enquanto os apoiantes dos dois partidos entraram em confronto, ocasionalmente, durante o período de campanha236. As eleições testaram o progresso da Serra Leoa em direção à paz, estabilidade e democracia pois a oposição recusou-se a admitir a derrota, mesmo após os resultados terem sido declarados pela comissão eleitoral do país a favor do partido no poder237.

288. Ao mesmo tempo, a Serra Leoa registou progressos louváveis no sentido da boa governação. O progresso do país foi reconhecidao no Índice Mo Ibrahim Governação Africana de 2012, especialmente com a sua classificação de 30 entre 52 países africanos. A Serra Leoa também pontuou 123 entre 176 países no índice de Transparência Internacional de Percepção da Corrupção 2012, em comparação com 134 entre 183 países em 2011. No entanto, aumentar a transparência e responsabilidade na gestão das finanças e dos recursos naturais do país continua a ser um desafio assustador.

289. A comissão Verdade e Reconciliação da Serra Leoa

234 United Nations (2012). Ninth Report of the Secretary-General on the United Nations Integrated Peace building Office in Sierra Leone. New York: United Nations, pp. 1. Copy available at http://www.securitycouncilreport.org/atf/cf/%7B65BFCF9B-6D27-4E9C-8CD3-CF6E4FF96FF9%7D/s_2012_679.pdf. (Accessed 7 March 2013).

235 BBC News, ‘Sierra Leone’s SLPP in Boycott Threat Over Poll Results’, 28 November 2013, available at http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-20523515. (Accessed 7 March 2013); IRIN, ‘Sierra Leone : Opposition Cries Foul After Election’, 21 November 2012, available at http://www.irinnews.org/report/96838/SIERRA-LEONE-Opposition-cries-foul-after-election. (Accessed 7 March 2013). To be sure, isolated cases of irregularity were acknowledged.

236 United Nations (2012). Ninth Report of the Secretary-General on the United Nations Integrated Peace building Office in Sierra Leone.

237 The opposition was persuaded by senior statesmen to rescind its decision to contest the results in court.

O Diretor Geral do GIABA, o Dr. Abdullahi Shehu e a sua delegação foram recebidos pela SªExcª Macky Sall, Presidente da República do Senegal e pelo Sr. Abdoul Mbaye, Primeiro Ministro do Senegal.

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exortou o governo a concentrar-se na luta contra outros desafios, tais como as instituições democráticas fracas, coesão fraca e reconciliação nacional, uma cultura de intolerância política e corrupção.

Situação Económica e Financeira290. O crescimento económico da Serra Leoa tem sido fortalecido nos últimos anos, impulsionado pela expansão na agricultura, serviços e atividades de construção. O crescimento real do PIB deve subir gradualmente a partir de 5,7% em 2011 para 6,2% em 2012. O início da produção de minério de ferro no final de 2011 deveria impulsionar o crescimento e as exportações de forma significativa em 2012 e além. As projeções do governo mostraram uma expansão de um tempo de crescimento real do PIB de 18,2% em 2012.

291. A taxa de inflação deveria diminuir de 16,6% em 2011 para 11% em 2012, devido a melhorias na produção agrícola nacional, a introdução do novo imposto sobre bens e serviços (GST) e a menor taxa de depreciação da moeda. No entanto, a remoção de subsídios aos combustíveis deverá elevar os preços.

292. Além disso, a posição externa foi definida para beneficiar de um aumento das exportações e redução das importações de mineração relacionados com o minério de ferro. As exportações foram projetadas para afluir para 1,53 bilhões de dólares em 2012 a partir de 385.720 mil dólares em 2011, enquanto as importações devem cair para 1,32 bilhões de dólares em 2012 de 1,63 bilhões de dólares em 2011, registando um superávit comercial.

293. As perspetivas de médio prazo são favoráveis. No entanto,  estão sujeitos a riscos descendentes relacionados com a perspetiva económica global incerta e movimentos adversos potenciais nos preços das mercadorias. Para suportar o crescimento generalizado e reduzir a vulnerabilidade da economia a choques exógenos, as autoridades teriam de sustentar os esforços para melhorar o ambiente de negócios e resolver impedimentos ao crescimento. Chave entre estes são um investimento contínuo em infra-estrutura para apoiar os ganhos de produtividade no setor privado, o aumento da diversificação da economia, e mais amplo acesso aos serviços financeiros, especialmente a pequenas e médias empresas para a criação de oportunidades de emprego.

294. O endurecimento da política fiscal e monetária também irá ajudar a Serra Leoa a gerir a melhor sustentabilidade da dívida. Além disso, as reformas fortes que visam reduzir a corrupção, a prestação de cuidados de saúde gratuitos e melhorar o transporte decrépito, energia e infra-estruturas de saúde pública no topo da lista de prioridades do governo em 2012 e além. Como resultado, o país é classificado como um dos principais reformadores do mundo, pelo índice Doing Bussiness de 2012 do Banco

Mundial.

295. O setor financeiro da Serra Leoa continuou a enfrentar uma série de desafios: os bancos são pequenos (média de ativos, de cerca de USD 45 milhões), a eficiência é baixa (despesas não-juros com média de cerca de 10% dos ativos totais e os spreads de taxa de juro são em torno de 11 pontos percentuais); há alta concentração bancária em que os três maiores bancos (de catorze operacionais dos bancos comerciais) detêm cerca de 54 por cento dos ativos bancários totais, o nível de competência e experiência dos banqueiros é considerado baixo, e as associações do setor financeiro, incluindo a associação de banqueiros, não funcionam bem238. O sistema de pagamento é sub-desenvolvido, sem interoperabilidade entre o sistema Multibanco; as operações de pagamento nacionais são dominadas por dinheiro com o uso limitado de cheques ou internet banking, e, é claro, nenhum sistema eletrónico de pagamento de grandes valores. Além disso, os mercados financeiros normais (crédito de curto prazo, o crédito de médio e longo prazo, câmbio, etc.) são rudimentares e não funcionam bem. A nova bolsa ainda tem que obter um número significativo de listas. Os esforços para desenvolver o sistema de pagamento em conformidade com as normas internacionais estão, portanto, em curso. O BAD está a financiar a automatização do sistema de pagamento, que inclui: (i) a liquidação por bruto em tempo real, (ii) processamento de cheques automatizado e uma câmara de compensação automática, (iii) um sistema de liquidação de valores mobiliários de Scriptless, e (iv) aplicações de core banking.

296. Como indicado acima, os bancos de depósito constituem cerca de 90% do total de ativos do setor no valor de 19,2% do PIB em 2010. Remessas entradas em 2012 foram de USD80 milhões, o que representa cerca de 3,4% do PIB.

297. Numa nota mais positiva, a relação entre os bancos de capital ativo, por exemplo, é um saudável de 17 por cento, apesar de não realizar empréstimos ainda são elevados em 14,96 por cento do PIB em 2011, abaixo dos 15,61 por cento em 2010. No entanto, a supervisão bancária está subdesenvolvida como o rácio de crédito líquido sobre depósitos totais, que ainda é tão alta quanto 40,1 por cento de liquidez. Assim, há uma necessidade urgente de examinar a solidez e gestão de empresas financeiras contra riscos e gestão de riscos, e para enfatizar a importância de uma compreensão clara dos riscos financeiros e de atribuição ideal da responsabilidade pela gestão de diferentes tipos de risco (a saber: liquidez, de crédito, de taxa de juro, de mercado, de câmbio, soberano, risco legal e fraude operacional). Há uma necessidade urgente de desenvolver uma estratégia regulatória que esteja focada, coerente e em linha com as melhores práticas internacionais.

238 http://www.africaneconomicoutlook.org/en/countries/west-africa/sierra-leone/

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298. O Plano de Desenvolvimento do Setor Financeiro (PDSF) está em fase preliminar de implementação. O objetivo do plano é abordar questões de inclusão financeira. O plano visa reforçar os programas já existentes, como as microfinanças, banca Rural e mobile banking sem agências. Também visa a introdução de novos produtos que atendam aos desafios impostos pela atual infra-estrutura do sistema de pagamentos. O mercado financeiro secundário é de âmbito limitado e não há necessidade de abrir e introduzir títulos e valores mobiliários de longo prazo e atrair novos jogadores (tanto interno como externo). O mercado de capitais ainda está por fazer headways pois há muito poucas empresas alistadas que operam na bolsa de valores.

299. O Bureau de Referência de Crédito, uma instituição do Banco Central, que foi criada para fornecer orientações aos bancos comerciais na sua gestão de risco de crédito, já está operacional. No entanto, a sua existência ainda não se traduziu numa melhoria significativa dos bancos manipularem a sua carteira de crédito, o que pode ser atribuído ao efeito lag. A instituição tem, no entanto, fornecido orientações sobre o processo de gestão de risco de crédito que é susceptível de melhorar os processos e procedimentos de identificação e verificação de clientes, em conformidade com o princípio Dever de Vigilância da Clientela, um componente essencial dos padrões ABC/CFT.

Prevalência de Crimes subjacentes300. A Serra Leoa permaneceu um ponto de transbordo atraente para as drogas da América do Sul a caminho da Europa e dos Estados Unidos, não menos importante por causa das suas fronteiras porosas, infra-estrutura fraca, instituições fracas, pobreza em massa e desemprego, litoral mal tripulado, entre outros239. De fato, há preocupações de que os jovens, em grande parte pobres e desempregados do país podem envolver-se cada vez mais, no tráfico de drogas240. Se, como se espera, a democracia está a criar raízes na Serra Leoa e a juventude descontente não considerar pegar nas armas e ir para o mato uma opção viável para abordar a sua frustração, podem muito bem virar-se cada vez mais para o comércio de drogas para preencher a lacuna deixada por nenhum meio alternativo de emprego rentável. A apreensão na Serra Leoa de uma quantidade desconhecida de drogas escondidas num contentor de transporte do Equador em dezembro de 2011 exemplificou a extensão do problema241.

301. No que diz respeito à corrupção, a Comissão Anti-Corrupção 2012 e Reconciliação da Serra Leoa (CAC) anunciou a sua recuperação de 552 Mil Milhões Leones de indivíduos corruptos e pessoas colectivas e singulares apenas nos seis primeiros meses de 2012242. Em abril de 2012, a Comissão indiciou duas pessoas por supostamente terem recebido

239 US Department of State (2012), pp. 388.

240 Penfold (2012)

241 BBC News, ‘Apreensão de Drogas na Serra Leoa do Equador em Fraldas “, 22 de dezembro de 2011, disponível em http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-16300086. (Acedido em 7 Março 2013).

242 United Nations (2012). Nono Relatório do Secretário-Geral sobre o Gabinete Integrado das Nações Unidas para a paz na Serra Leoa, pp 10.

suborno em nome do vice-presidente do país243.

302. Uma grande vulnerabilidade que o país enfrenta é o enorme setor informal, que é alimentado pela predominância de transação de dinheiro. A economia continua a ser baseada em dinheiro com um sistema financeiro subdesenvolvido. O setor financeiro formal ainda é reduzido e continua a enfrentar desafios regulatórios e de supervisão pois o sistema de pagamento ainda é rudimentar. O setor não-financeiro, incluindo as EPNFD não é regulamentado com fraca supervisão, se houver algum tipo. Tem havido esforços para melhorar o sistema tributário, mas ainda existem lacunas existentes que possibilitam a fraude e evasão fiscais.

Situação ABC/CFT303. A Serra Leoa continua a tomar medidas, embora lentamente, para cumprir as normas internacionais ABC/CFT. Em novembro de 2011, depois de discutir a falta de progresso na implementação da Serra Leoa das recomendações no seu RAM, a Plenária decidiu emitir uma declaração pública contra o país. Isso levou à aprovação da Lei de ABC em fevereiro de 2012. No entanto, o governo ainda não operacionalizou a nova lei, tomando medidas concretas contra o BC/FT. Foram comprometidos recursos mínimos na luta contra o BC/FT.

304. A UIF ainda não está totalmente operacional e continua a ser uma unidade do Departamento de Supervisão do Banco do Banco Central. Em março de 2012, o comité inter-ministerial ABC/CFT pediu ao presidente para operacionalizar a UIF com a nomeação de um diretor, de acordo com a Seção 7 da lei.

305. Durante o período em análise, 10 comunicações de operações suspeitas (COS) foram recebidas pela UIF principalmente de bancos comerciais a partir de 4 COS em 2011. Quatro foram encaminhadas para as agências de aplicação da lei para uma investigação mais aprofundada. Uns totais de 39.583 divulgações em relação a operações de câmbio acima do limite especificado foram recebidas de bancos comerciais em 2012, acima dos 34,495 NOS em 2011. Além das COS recebidas, a UIF recebeu também 3 (três) pedidos da Unidade de Crime Organizado Transnacional e pediu ajuda á Polícia de Serra Leoa para obter informações para auxiliar a sua investigação. Relatórios de inteligência foram fornecidos pela UIF para cada solicitação.

306. A Unidade de Crime Organizado Transnacional (TOCU) acolheu vários seminários em pontos de fronteira-chave para promover a cooperação inter-agências entre a Polícia, Autoridade Tributária Nacional, Imigração e outras partes interessadas. O seminários foi usado para introduzir

243 Reuter, ‘Serra Leoa Acusa Dois no caso Timbergate Graft ‘, 17 de abril de 2012, disponível em http://www.reuters.com/article/2012/04/17/sierraleone-corruption-idUSL6E8FHBPO20120417. (Acedido em 7 Março 2013). Os indiciamentos foram o resultado de um documentário da Al Jazeera em novembro de 2011, na qual foi alegado que os dois indivíduos aceitaram subornos em troca de uma promessa de que o vice-presidente apoiaria um projeto de extração ilegal de madeira.

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os formulários de declaração de moeda a esses pontos de entrada.

Assistência Técnica307. Apesar de todos os desafios, o país foi capaz de fazer parceria com os parceiros de desenvolvimento para fazer alguns ganhos nos seus esforços ABC / CFT. O Banco Mundial apoiou uma iniciativa conjunta do Banco de Serra Leoa e da Unidade de Crimes Organizado Transnacional (TOCU) na elaboração de um Procedimento Nacional Anti-Terrorismo e financiamento da proliferação. O seminário de três dias realizado de 23-25 julho de 2012 foi assistido por todos os interessados. Os principais resultados do seminário incluiu uma cadeia acordada de distribuição das Nações Unidas ou outra lista de pessoas designadas e recomendações propostas para cada instituição a considerarem. As recomendações foram divulgadas a todas as instituições e órgãos competentes para a necessária ação.

308. Missão Integrada das Nações Unidas para a construção da paz na Serra Leoa (UNIPSL) forneceu fundos para a impressão de 100 mil formulários de declaração de câmbio revistos para uso em controlo de movimentos transfronteiriços de dinheiro e outros instrumentos negociáveis ao portador acima do limite especificado. O apoio permitiu a Autoridade Tributária Nacional poder cumprir o seu mandato de administrar declaração de moeda em vários pontos de entrada.

309. A Serra Leoa exige mais assistência técnica no reforço da sua capacidade de resposta à crescente ameaça de BC/FT e a crimes subjacentes associados... Em particular, as autoridades judiciais, reguladores e entidades de investigação especializada e de ação penal requerem mais formação sobre como lidar com questões ABC/CFT. É necessário o apoio técnico e financeiro para permitir ao país realizar uma pesquisa de avaliação de risco ABC/CFT.

Conclusão310. A Serra Leoa consolidou a paz, estabilidade e democracia no pós-guerra, tendo realizou as suas terceiras eleições gerais sem violência em todo o país. A economia está num bom equilíbrio e o caminho para a recuperação é muito promissor, com a descoberta de novos recursos minerais, se bem gerido. A perspetiva global mostra sinais de desenvolvimento socioeconómico e estabilidade. Na luta ABC/CFT, o país aprovou uma nova lei ABC/CFT. O próximo desafio é operacionalizar a UIF, que inclui a nomeação do seu diretor e fazer a provisão para o financiamento do governo. As autoridades fizeram alguns ganhos na luta da ABC/CFT, mas precisa de renovar o seu compromisso para reforçar os esforços nos heróicos desafios que se avizinham.

TOGO

Situação Política311. A transição democrática do Togo, desde o fim

da regra de 38 anos de Gnassingbe Eyadema, em 2005, é uma obra inacabada. A tensa situação política do país foi manifestada pelos violentos confrontos entre manifestantes da oposição e forças de segurança e as prisões em massa que acompanharam a introdução de reformas eleitorais percebidas como favoráveis ao partido no poder244. A situação foi agravada por uma inesperada renúncia do Primeiro-ministro do país e do governo antes das eleições parlamentares em outubro de 2012245, provocando preocupações de possível insegurança e instabilidade.

312. Segundo o Índice de Transformação Bertelsmann de 2012, o Togo246 teve uma avaliação de 5 em 10 pontos para a transformação política, contra 6 em 10 em 2011, indicando que o país está numa tendência de regressão. No entanto, o Togo registou melhorias notáveis nos seus indicadores de governação. Por exemplo, o Togo foi classificado 79 entre 179 países nos rankings de liberdade 2011-2012 por Repórteres Sem Fronteiras. Isto representa uma melhoria de 19 pontos do ranking anterior.

Situação Económica e Financeira

313. Não obstante a tensa situação política do Togo, a economia do país continuou a expandir-se. A taxa de crescimento PIB do Togo foi projetado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) a subir ligeiramente de 3,9% em 2011 para 4,2% em 2012 e 4,4% em 2013247. A taxa esperada em 2012 foi menor do que os 5% e os 5,2% projetados pelo Fundo Dinheiro Internacional e do Banco Mundial, respetivamente248. O crescimento é em grande parte atribuível ao elevado gasto do governo, os novos investimentos em infra-estrutura, a recuperação do sector do algodão, entre outros249. Mais importante ainda, a agricultura, o foco da economia, contribuíram para esse desempenho do crescimento. A produção de culturas de rendimento, em particular aumentaram de 22,2% para 153.400 toneladas, em comparação com um aumento de 20,9% em 2011250. Embora a produção de cacau tenha caído 40%, a produção de algodão aumentou mais de 70%, após queda de 68,5% em 2010251.

314. O setor financeiro do Togo é dominado por 12 bancos de depósito de capitais que compõe mais de 80% do total de ativos do setor no valor de 31,4% do PIB em 2010. As entradas de remessas em 2011 somaram USD337 milhões, o que representa cerca de 9,4% do PIB. Isto mostra a

244 BBC News, ‘Protesto no Togo: Lomé abalada por Agitação da Reforma Eleitoral “, 14 de junho de 2012, disponível em http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-18439872. (Acedido em 5 Março 2013).

245 Reuters, ‘PM do Togo, Governo Demite-se para ampliar liderança antes da votação “, 12 de julho de 2012, disponível em http://www.reuters.com/article/2012/07/12/ozatp-togo-government-idAFJOE86B03R20120712. (Acedido em 5 Março 2013).

246 Fonte: Biblioteca da OCDE, Panorama Económico Africano 2012, Togo, www.africaneconomicoutlook.org

247 Banco Africano de Desenvolvimento, ‘Togo - Nota do País ‘

248 Fundo Monetário Internacional “, Relatório de Acompanhamento doTogo e do FMI”, 30 de outubro de 2012, disponível em http://www.imf.org/external/country/tgo/index.htm. (Acedido em 5 Março 2013); Banco Mundial: ‘Relatório de Acompanhamento doTogo: Resumo País’, disponível em http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/COUNTRIES/AFRICAEXT/TOGOEXTN/0,,menuPK:375275~pagePK:141132~piPK:141107~theSitePK:375265,00.html. (Acedido em 5 Março 2013).

249 World Bank, ‘Togo: Country Brief’

250 Desenvolvimento AfricanoTogo – Nota do País’

251 Ibid

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necessidade de um estreito acompanhamento da do fluxo de remessas pois têm implicações gerais de ABC/CFT.

315. Para lidar com desafios económicos existentes, o Governo do Togo resolveu consolidar os progressos na gestão fiscal no último Financiamento Reforçado Aprovado do FMI (ECF 2008-11), melhorando o desempenho das despesas a médio prazo. Também visa finalizar um plano de médio prazo para a racionalização da cadeia de despesa pública, descentralizando as despesas e o controlo financeiro e a criação de uma contabilidade única do Tesouro. O Togo parece estar a conseguir isso, de acordo com o FMI. Durante a sua missão ao Togo em outubro de 2012, o FMI252 informou que a situação económica do Togo estava num caminho positivo. A taxa média de inflação foi de 2,6% em setembro. Continua a diminuir devido aos baixos preços dos produtos alimentares e melhorias na produção agrícola. A taxa média de inflação para 2012 está estimada em 2,5%. O PIB continua forte, embora tenha diminuído ligeiramente a partir do nível em projeções anteriores. Estava projetado para atingir cerca de 5% em 2012. O déficit em conta corrente deverá manter-se inalterado em cerca de 8% do PIB em 2012 e 2013. O desempenho das receitas no orçamento de 2012 tem sido bom, especialmente em termos de receitas aduaneiras. Enquanto isso, os subsídios aos combustíveis ultrapassaram os valores orçados, e há deficiências nas receitas de acordos de privatização e o apoio orçamental dos doadores.

316. O FMI e as autoridades do Togo estão a ter discussões frutíferas a re-iniciar o já adiado uma vez, programa de reformas estruturais. É particularmente importante para consolidar os progressos alcançados na gestão das finanças públicas e melhorar a capacidade de gestão da dívida, enquanto se esforça para ter um financiamento adequado. As autoridades do Togo decidiram embarcar numa grande reforma para reorganizar os serviços de receita através da fusão da Direcção-Geral dos Impostos com a Direcção-Geral das Alfândegas como um corpo, e através da criação de um Serviço de Receita Nacional (Fr. Office Togolais des Recettes - OTR). Parece que através da criação do OTR, o Togo teria uma base para futuras discussões no início de 2013 sobre um novo programa apoiado pela Facilidade de Crédito Alargado.

317. O crescimento económico, no entanto, não se traduziu em redução da pobreza e aumento do emprego. Apesar do crescimento económico promissor no Togo, 61,7% da população ainda é pobre. A maioria está nas áreas rurais (74,3% contra 36,7% nas áreas urbanas). O Togo está classificado 162 entre 187 países no Índice de Desenvolvimento Humano do PNUD. O Relatório de Desenvolvimento Humano sugere que 38,7% dos togoleses estão a viver com menos de US $ 1,25 por dia. Tal número alarmante é o resultado de longos anos de crises sociais e políticas que foram balançando o país e estrangularam os seus esforços para o desenvolvimento. A

252 Fonte: FMI, Declaração de Conclusão de uma missão do FMI ao Togo, em outubro de 2012,http://www.imf.org/external/np/sec/pr/2012/pr12404.htm

taxa de alfabetização253 é de 56,9%, enquanto a expectativa de vida é de 57,1 e a mortalidade infantil 6,6%. O relatório Doing Business do Banco Mundial de 2012 indica que o Togo tem 53 tipos diferentes de impostos, contra uma média de 37 na África sub-saariana. Em termos de regulamentação254 para começar um negócio, o Togo está na posição 174, uma queda de cinco pontos em relação ao ano anterior.

318. A terrível situação socio-económicas face ao crescente desemprego entre os jovens. Além disso, a crescente corrupção e diminuição de oportunidades económicas para a média da população ampliando a desigualdade social e a crescente exclusão dos jovens. Este cenário abre o país a infracções subjacentes cujo produto pode ser facilmente utilizado para BC/FT.

Prevalência de infrações subjacente319. O Togo tem um ambiente propenso ao crime semelhante à situação nos outros países da zona UEMOA. De fato, o relatório do país255 que as autoridades do Togo submeteram ao GIABA em 2012 destaca a predominância das seguintes infracções: tráfico de drogas, fraude bancária, fraude (o cibercrime), corrupção nos contratos públicos e uso de falsificação e documentos falsos. Com relação à corrupção, o relatório destaca especialmente o papel influente de PEPs na aquisição de contratos públicos, não-conformidade com os procedimentos e sobretaxas. Quanto a fraude bancária, tem origem principalmente na falta de procedimentos de vigilância da clientela (DVC), a má aplicação da lei e a ausência de supervisão bancária. Togo continua a ser vulnerável ao tráfico de pessoas, que ainda não é criminalizado no direito substantivo do Togo (exceto o tráfico de crianças e prostituição). Indice de Percepção da Corrupção de Transparência Internacional256 classifica o Togo na 128ª posição, com uma pontuação de 30/100 pontos, entre 174 países em todo o mundo em 2012. Da mesma forma, Relatório Doing Business do Banco Mundial de 2012 classifica o Togo na 162ª entre um total de 183 países, contra 158 onde estava em 2010. O Togo recuou por causa de restrições, tais como declínio na capacidade de proteger os investimentos.

320. No que diz respeito ao tráfico de drogas, o Departamento de Estado dos EUA relata que o Togo não é um grande produtor de drogas. A canabis é a única droga cultivada em grandes quantidades no Togo e é cultivado exclusivamente para o consumo local, apesar das alegações que os pequenos retalhistas vendem a droga através das fronteiras nacionais. O Togo também se tornou um ponto de trânsito para a heroína e a cocaína, desempenhando assim um papel cada vez mais importante no tráfico de estupefacientes, a nível regional. A capacidade do Togo para lidar com o fluxo transnacional de drogas é prejudicada pela sua extrema pobreza, a falta de recursos e formação, fronteiras porosas longas e incapacidade de controlar a

253 Fonte: Banco Mundial, World Development Indicators (dados para 2010)

254 Fonte: OCDE, op.cit

255 Fonte: GIABA, Relatório do país no período de maio a setembro 2012

256 Fonte: Transparência Internacional, O Relatório 2012 Index Percepção de Corrupção

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corrupção. Foram observados recordes de apreensões de drogas ilícitas por agências de aplicação da lei nos últimos anos. Em julho de 2012, uma movimentação conjunta de combate às drogas pelos serviços de polícia do Togo, do Benim e do Gana foi realizada em conjunto com a Interpol, apreendendo um total de oito (08) toneladas de drogas, incluindo canabis, cocaína, heroína e drogas sintéticas. O maior problema, no entanto, foi no Togo com sete (07) toneladas de substâncias psicotrópicas. Esta operação regional, realizada no âmbito do Plano Regional da CEDEAO para prevenir e combater o tráfico ilícito de drogas, culminou na prisão de setenta e quatro (74) traficantes.

Situação ABC/CFT321. O Togo apresentou o primeiro relatório de acompanhamento na sua avaliação mútua no Comité Técnico do GIABA e reunião Plenária de Maio de 2012. Após a análise257, ficou claro que Togo tinha feito pouco progresso na melhoria do sistema nacional de ABC/CFT; Tinha melhorado, principalmente, o quadro jurídico e regulamentar através da adopção da Lei n. 2011-009, de 12 de Maio de 2011 sobre a regulação dos sistemas financeiros descentralizados e da Lei Estatísticas de 9 de maio de 2011. O Ministério da Economia e Finanças também assinou a Circular nº. 015/MEF/CENTIF em 8 de fevereiro de 2012, que proíbe formalmente os bancos de manterem transações com bancos de fachada e abrir contas anônimas, a fim de reforçar a vigilância da clientela para ABC/CFT.

322. O Togo tem agora uma Comissão Inter-ministerial ad hoc composta por funcionários dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Defesa, Segurança e Protecção Civil, Economia e Finanças, Comércio e Justiça. A sua missão é garantir que Togo implementa as resoluções do Conselho de Segurança, incluindo as Resoluções 1267 e 1373, prepara uma lista de indivíduos ou entidades terroristas e arquivos de relatórios periódicos, conforme exigido pelas resoluções acima e de outras resoluções do Conselho de Segurança. No entanto, a eficácia e/ou eficiência destas medidas estão ainda a ser avaliadas.

323. Em relação às atividades da UIF, já está disponível um modelo de formulário de comunicação de operação suspeita (STR) nos sites da UIF para uso por entidades reportantes. Além disso, foram organizados seminários de sensibilização sobre as obrigações gerais de ABC/CFT de pessoas colectivas, bem como sessões de trabalho com os pontos focais de algumas entidades (auditores internos e agentes de conformidade em bancos). No que diz respeito às COS, a UIF   salienta que recebeu nove (9), entre janeiro e setembro de 2012, mas nenhuma foi ainda enviada ao Ministério Público. No entanto, a UIF tem trocado informações com três UIF, nomeadamente TRACFIN na França, a UIF da Costa do Marfim e a UIF do Gana.

257 Fonte: GIABA, Revisão do primeiro Relatório de Acompanhamento doTogo, maio 2012

324. Por questões operacionais, procedimentos mais simples estão em funcionamento para aceder a alocações de financiamento das UIF e os recursos da Unidade foram aumentados com uma dotação orçamental superior ao costume: compra de mais quatro (4) veículos, seis (6) computadores e acessórios; recrutamento de um analista, um especialista em TI e dois secretários e contratação de um detetive da polícia em missão. Além disso, foi concebido um projeto para um sistema de informação de gestão de banco de dados.

Assistência Técnica 325. Em 2012, o Togo participou em vários exercícios de formação financiados pelos parceiros de desenvolvimento, especialmente na análise financeira e detecção de fraudes. O GIABA organizou diversas atividades regionais de formação em que o Togo participou, como o seminário de formação do setor financeiro no Níger e o seminário de Formação de Jornalistas em Cabo Verde. Para além destes programas regionais, o GIABA deu apoio durante várias actividades de formação e sensibilização que teve lugar no Togo em ABC/CFT bem como sobre o controlo de drogas e a prevenção da criminalidade organizada no âmbito do Programa Nacional Integrado financiado pelo UNODC. O programa UNODC também organizou um seminário sobre o reforço do quadro jurídico e institucional para a ABC/CFT, como parte das suas atividades. A UIF está a receber o apoio do UNODC para comprar um servidor e finalizar um projeto de lei sobre o tráfico de pessoas. Da mesma forma, os membros da UIF farão uma viagem de estudo aos EUA com financiamento do Departamento de Estado dos EUA. No final de junho de 2012, o Banco Mundial tinha uma carteira de dezasseis projectos financiados, totalizando USD 189 milhões. Todos estes acontecimentos constituem um panorama económico positivo necessário para facilitar o desenvolvimento humano no país. Outras necessidades de Togo incluem:

• Capacitação: a capacitação de magistrados na categorização de branqueamento de capitais e infrações de financiamento do terrorismo, bem como a recuperação de bens de origem criminosa, fornecendo formação aos jornalistas, a fim de os envolver nos esforços para criar sensibilização e disseminar informações sobre ABC/CFT; proporcionar formação aos analistas e proporcionar formação aos investigadores;

• Ajudar a UIF do Togo a tornar-se um membro do Grupo Egmont, a fim de expandir a rede do país para inteligência ABC/CFT; e

• Proporcionar mais recursos materiais: para a segurança das instalações das UIF através da instalação de um sistema de CCTV, e a criação de um sistema de informação e de uma base de dados segura.

Conclusão326. O Togo, assim como os outros países da Africa Ocidental, é afetado pelo tráfico e re-exportação de drogas para a Europa para os cartéis colombianos e mexicanos. A quantidade de apreensões de drogas e do número crescente de consumidores de drogas no ano passado, são indicadores do desafio de segurança que este fenómeno coloca hoje. Este tráfico de drogas pode, por sua vez, ampliar o ressurgimento do

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crime no Togo, especialmente o branqueamento de capitais.

327. A análise do primeiro relatório de acompanhamento do Togo mostra que o progresso alcançado tem sido marginal. Não houve estatísticas a partir das quais avaliar a eficácia dos esforços de combate ao branqueamento de capitais e contra financiamento do terrorismo. O Togo tem tentado, sem sucesso, adotar uma estratégia nacional de ABC/CFT desde 2009. Na coordenação nacional da ABC/CFT, poucas iniciativas foram tomadas, principalmente porque o comité inter-ministerial não estava a funcionar. A autoridades do Togo devem ser encorajadas, portanto, a fazer um maior esforço na implementação das recomendações do relatório de avaliação mútua do país, para que possam exercer um acompanhamento regular, como tem sido o caso desde maio de 2011.

Conclusão geral328. Este capítulo forneceu uma visão geral das condições políticas, económicas e sociais nos 15 países membros da CEDEAO. Isso não inclui São Tomé e Príncipe pois a sua adesão foi finalmente aprovada pelo Conselho

de Ministros da CEDEAO, em novembro de 2012. O capítulo também tentou avaliar os fatores sócio-criminogênicos, bem como a prevalência de crimes subjacentes em cada país, e os esforços em curso para mitigar os riscos, em particular, das medidas tomadas para implementar os RAM. A conclusão geral a ser desenhada a partir deste, no entanto, é que nem são os dados completamente satisfatórios, nem as análises dos esforços dos países uma vez que o relatório é derivado de relatórios nacionais enviados pelos correspondentes nacionais e relatórios de acompanhamento para RAM. No entanto, têm sido feitas bastantes referências a alguns documentos oficiais e fontes abertas, a fim de reforçar alguns pontos. Infelizmente, para além da evidência anedótica, muito pouco pode ser encontrado no que diz respeito ao número e dimensão do sector bancário ou dos EPNFD na maioria dos países. Além disso, as estatísticas sobre taxa de criminalidade, investigações, processos e condenações não são fiáveis, e espera-se que os Estados-membros devem tomar nota de que o que é mensurável é o que pode contar. Ao mesmo tempo, isso não torna este capítulo menos valioso de forma alguma;mas sim, ajudaria o leitor a entender o contexto, a justificação e os recursos investidos em atividades do programa nos próximos capítulos deste relatório.

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Capítulo Três

AVALIAÇÕES DOS PAÍSES

329. Primeira ronda de avaliações mútuas de todos os seus Estados-membros (15 países da CEDEAO e São Tomé e Príncipe). A avaliação mútua dos Estados-Membros é um componente-chave do trabalho do GIABA. Os Estados membros do GIABA concordaram em submeter-se a avaliação mútua, um exercício de revisão multilateral pelos pares que avalia o grau de cumprimento de cada Estado-membro com as normas internacionais ABC/CFT, particularmente as Recomendações do GAFI. O exercício é realizado por uma equipa de avaliadores treinados. As equipas de avaliação são constituídas por peritos jurídicos, do setor financeiro e os peritos policiais, sobretudo originários dos Estados membros do GIABA. Durante um exercício de avaliação mútua, os assessores coletam informações sobre o regime ABC/CFT de um país e identificam as áreas que necessitam de melhoria. Os assessores também recomendam medidasque os países deveriam tomar para melhorar o seu nível de conformidade ABC/CFT.

330. O GIABA iniciou a avaliação mútua dos seus Estados membros em 2006. Em 2007, o GIABA aprovou um Calendário de Avaliação Mútua para programar e monitorar avaliações mútuas nos Estados Unidos. A primeira ronda de avaliação mútua foi baseada nas Quarenta Recomendações do GAFI sobre branqueamento de capitais e nove Recomendações Especiais sobre Financiamento do Terrorismo (GAFI 40 +9 Recomendações), a metodologia para avaliar o cumprimento das 40 +9 Recomendações do GAFI, o Manual para os países e Assessores e o Processo de Avaliação mútua e Procedimentos do GIABA (AM P & P do GIABA). Os Relatórios de Avaliação Mútua (RAM) de países avaliados são publicados no site do GIABA após a sua aprovação pela Comissão Técnica/Plenária   do GIABA e aprovação pela Comissão Ministerial do GIABA (CMG). O processo de avaliação mútua e os relatórios de avaliação mútua sobre os Estados-Membros do GIABA são fatores-chave para a implementação das normas do GAFI na região, e dos principais insumos para o desenho de programas de intervenção com base nas prioridades dos Estados-membros.

331. A primeira ronda de avaliações mútuas forneceu ao GIABA e aos seus Estados membros uma grande oportunidade de integração na configuração ABC/CFT internacional como principais intervenientes na luta contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo. Um componente crítico do processo de AM é um processo de acompanhamento rigoroso para garantir que os países

avaliados caminhem continuamente no sentido do pleno cumprimento das Recomendações do GAFI. Dos dezesseis (16) Estados membros avaliados, treze (13) foram avaliados pelos assessores regionais do GIABA, quatro (4) pelo Banco Mundial2581, e um (1) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI)2259.

332. Em 31 de Dezembro de 2012, o RAM dos quinze (15) países da CEDEAO foram discutidos e aprovados pela Plenária do GIABA, e publicados no site do GIABA em conformidade com o parágrafo 42 do Processo de Calendário de Avaliação Mútua e Processos e Procedimentos do GIABA. O resumo dos votos em cada uma das 40 +9 Recomendações é apresentado como segue:

258 Source: OECD, op.cit

259 O Banco Mundial avaliou o Burkina Faso, Mali, Níger e Serra Leoa, enquanto Cabo Verde foi avaliado pelo FMI.

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Tabela 1: Classificações da Avaliação Mútua dos Estados membros segundo as 40 Recomendações do GAFI

40Rs

Estados-Membros avaliados e Classificações por Recomendação

Beni

m

Burk

ina

Faso

Cabo

Ver

de

Cost

a do

Mar

fim

Gan

a

Gui

Gui

né B

issa

u

Libé

ria

Mal

i

Níg

er

Nig

éria

Sene

gal

Serr

a Le

oa

Togo

Gâm

bia

R.1 PC PC PC PC PC LC PC NC PC PC LC LC PC PC PC

R.2 LC LC LC LC PC C PC PC LC LC PC LC PC LC LC

R.3 PC PC LC PC NC PC PC PC NC PC PC LC PC PC LC

R.4 LC LC PC LC PC LC LC PC LC LC C C C LC LC

R.5 NC NC NC NC NC NC NC NC NC PC NC NC NC NC PC

R.6 NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC PC

R.7 NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC PC

R.8 PC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC PC NC NC LC

R. 9 NC NC NC NC NC NC NC PC NC NC PC N/A N/A NC N/A

R.10 PC PC PC LC PC LC PC PC PC PC PC LC PC PC PC

R. 11 PC PC PC PC NC LC NC PC PC NC LC LC NC PC LC

R. 12 NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC

R.13 PC NC NC PC PC PC NC NC NC PC PC PC NC PC NC

R. 14 LC NC NC LC LC C NC PC NC PC PC C NC LC C

R.15 PC PC NC PC PC PC PC PC PC PC PC PC NC PC NC

R. 16 NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC PC NC NC NC

R.17 PC PC PC PC PC PC PC PC NC NC PC PC NC PC PC

R.18 NC NC NC NC PC NC NC NC NC PC NC NC NC NC NC

R.19 NC NC NC NC C NC NC NC NC NC LC NC NC NC C

R.20 NC NC NC NC C NC NC NC NC NC PC LC PC NC NC

R.21 PC NC NC NC NC PC NC PC NC NC NC NC NC NC PC

R.22 NC NC NC NC PC PC N/A NC NC NC NC NC NC NC NC

R.23 PC NC NC PC NC LC NC NC NC NC NC PC LC PC NC

R.24 NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC PC NC NC NC NC

R.25 PC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC PC PC NC NC

R.26 PC PC NC LC NC NC NC NC NC PC PC LC NC PC NC

R.27 PC PC PC PC LC NC NC PC PC NC LC LC NC PC C

R.28 LC PC PC LC LC PC NC PC PC C C C NC LC LC

R.29 NC NC PC LC NC C NC PC NC NC PC LC C PC NC

R.30 PC NC PC NC PC NC NC PC NC NC PC LC NC PC NC

R.31 PC NC PC PC PC NC NC NC NC NC PC LC NC PC NC

R.32 PC PC NC NC NC NC NC NC NC NC PC PC NC NC NC

R.33 NC NC LC NC PC PC NC NC NC PC LC PC PC NC PC

R.34 N/A N/A N/A N/A NC N/A N/A NC N/A N/A PC N/A NC N/A PC

R.35 PC LC PC NC PC PC PC PC PC PC PC PC PC PC LC

R.36 LC LC PC PC PC LC PC PC NC LC PC C NC PC PC

R.37 LC LC PC PC PC LC PC PC PC C PC C PC PC PC

R.38 PC PC NC PC PC PC PC NC PC PC PC C NC PC PC

R.39 LC PC PC PC PC LC PC PC PC LC LC LC NC PC PC

R.40 PC PC PC PC PC PC PC PC NC LC LC LC NC PC PC

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Tabela 2: Classificações da Avaliação Mútua dos Estados-Membros segundo asRecomendações Especiais do GAFI

RE

Estados Membros

Beni

m

Burk

ina

Faso

Cabo

Ver

de

Cost

a do

Mar

fim

Gan

a

Gui

Gui

né B

issa

u

Libé

ria

Mal

i

Níg

er

Nig

éria

Sene

gal

Serr

a Le

oa

Togo

Gaâ

bia

RE.I NC NC NC NC PC NC NC NC PC NC NC PC NC NC PC

RE.II NC NC NC PC PC NC NC NC NC PC NC PC NC PC LC

RE.III NC NC NC NC PC NC NC NC NC NC NC PC NC NC PC

RE.IV NC NC NC PC PC NC NC NC NC NC NC NC NC PC NC

RE.V NC NC NC PC PC PC PC PC NC NC NC PC NC PC LC

RE.VI NC NC PC NC NC NC NC NC NC NC PC PC NC PC NC

RE.VII NC NC NC NC NC NC NC PC NC NC NC NC NC PC NC

RE.VIII NC NC NC NC NC NC NC NC NC PC NC NC NC NC PC

RE.IX NC NC NC NC PC NC NC NC NC NC PC PC NC NC NC

Legenda:

RECOMENDAÇÕES PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES CHAVE

Tabela 3: Resumo das Classificações por País

Classificações

Estados Membros

Beni

m

Burk

ina

Faso

Cabo

Ver

de

Cost

a do

Mar

fim

Gan

a

Gui

Gui

né B

issa

u

Libé

ria

Mal

i

Níg

er

Nig

éria

Sene

gal

Serr

a Le

oa

Togo

Gâm

bia

C 0 0 0 0 2 3 0 0 0 2 2 6 2 0 3

LC 7 5 3 7 3 8 1 0 2 5 7 13 1 4 9

PC 19 13 16 17 24 12 13 21 11 14 22 16 9 24 17

NC 22 30 29 24 20 25 33 28 35 27 18 12 36 20 19

N/A 1 1 1 1 0 1 2 0 1 1 0 2 1 1 1

40 Recomendações

C 0 0 0 0 2 3 0 0 0 2 2 6 2 0 3

LC 7 5 3 7 3 8 1 0 2 5 7 13 1 4 7

PC 19 13 15 14 18 11 12 19 10 12 20 10 9 19 14

NC 13 21 21 18 17 17 25 21 27 20 11 9 27 16 15

N/A 1 1 1 1 0 1 2 0 1 1 0 2 1 1 1

9 Recomendações

C 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

LC 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2

PC 0 0 1 3 6 1 1 2 1 2 2 6 0 5 3

NC 9 9 8 6 3 8 8 7 8 7 7 3 9 4 4

N/A 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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Tabela 4: O Banco Mundial avaliou o Burkina Faso, Mali, Níger e Serra Leoa, enquanto Cabo Verde foi avaliado pelo FMI.

Classificações No. %

Conforme 20 3.3%

Largamente Conforme 73 12.2%

Parcialmente Conforme 215 35.8%

Não-Conforme 278 46.3%

Não Aplicável 14 2.3%

Total 600 100.0%

Gráfico 1: Resumo das classificações para os Estados membros do GIABA sobre as 40 Recomendações do GAFI

Tabela 5: Resumo das classificações para os Estados membros do GIABA sobre os nove Recomendações Especiais do GAFI

Classificações No. %

Conforme 0 0.0%

Largamente Conforme 2 1.5%

Parcialmente Conforme 33 24.4%

Não-Conforme 100 74.1%

Não Aplicável 0 0.0%

Total 135 100.0%

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Gráfico 2: Resumo das classificações para os Estados membros do GIABA sobre as nove Recomendações Especiais do GAFI

333. A primeira ronda de avaliações mútuas revelou baixo nível de conformidade com normas internacionais ABC/CFT. Isto foi, em grande parte devido a limitações de capacidade dos Estados membros. Devido ao fato de que os Estados membros do GIABA são países de baixa capacidade, enfrentam desafios peculiares na implementação das recomendações do GAFI. Durante o primeiro turno, observou-se que os Estados Membros tinham estruturas institucionais débeis e quadros jurídicos inadequados. A falta de capacidade humana e institucional entre as partes interessadas ABC/CFT também constituiu um grande revés na implementação de medidas de ABC/CFT. Estes desafios tiveram um impacto negativo sobre o número de investigações, processos e condenações relacionadas com BC e FT. A investigação e repressão dos poucos casos tratados pelos Estados membros do GIABA foram muitas vezes lentas ou ineficazes. O baixo nível de cooperação e coordenação entre autoridades ABC/CFT relevantes e competentes e a falta de gestão de registos também foram identificados como os principais obstáculos à aplicação efectiva das medidas ABC/CFT.

334. Além disso, uma revisão geral do estado de implementação das normas do GAFI na região identificou a não criminalização de toda a gama das infracções subjacentes e criminalização inadequada de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo como as principais deficiências nos regimes ABC/CFT da maioria dos Estados membros do GIABA. Além disso, a implementação dos requisitos de DVC por parte das instituições financeiras e das RCSNU 1276 e 1373 na região foi limitada. A ausência de UIF totalmente funcionais e má compreensão do que constitui operação suspeita também contribuiu para o baixo nível de aplicação das normas. Dentro da zona UEAMOA, a implementação de algumas das Recomendações do GAFI é regida por leis supranacionais. Assim, é necessária a revisão das leis supranacionais para que os Estados Membros da UEMOA melhorem os seus regimes ABC /CFT. Além disso, observou-se que os Estados-membros parecem concentrar-se mais na conformidade técnica, em vez de focalizar a eficácia do seu ABC/CFT.

335. Os desafios de garantir a efectiva implementação das normas internacionais ABC/CFT aceitáveis na região são bastante consideráveis. Durante a primeira ronda de avaliações mútuas, o GIABA geriu esses desafios de várias maneiras. Em particular, o GIABA garantiu que a coordenação do EM ao nível do país fosse tratada por altos funcionários do governo, e as UIF foram designadas como pontos focais para questões ABC/CFT, inclusive AM. Assim, os Chefes da UIF foram nomeados Correspondentes Nacionais do GIABA e coordenadores de programas de ABC/CFT nos seus respectivos países. Além disso, devido à falta de capacidade na região, o GIABA realizou formação de avaliação prévia para os intervenientes ABC/CFT antes das visitas no local. Observou-se que os Estados-membros exigem normalmente uma orientação técnica sobre como preencher o Questionário de Avaliação Mútua (QAM) e planeamento do processo de avaliação. Assim, a formação de pré-avaliação serviu como um fórum para informar as autoridades nacionais dos seus papéis no processo de AM e facilitar a apropriação do processo. Outra iniciativa do GIABA envolveu a realização de reuniões de alto nível e missões de advocacia para solicitar um forte apoio político e compromisso dos Estados-Membros.

336. Sobre o acompanhamento, o GIABA também apoiou os Estados membros a desenvolver Estratégias Nacionais ABC/CFT abrangentes, que estabelecem as ações necessárias para enfrentar deficiências ABC/CFT identificadas e construir sistemas de ABC/CFT eficazes, tendo em conta os recursos disponíveis e os riscos BC/FT. A estratégia nacional de um país normalmente identifica e designa responsabilidades para as partes interessadas e permite ao país priorizar ações e utilizar os recursos escassos de forma eficiente, especialmente face às necessidades concorrentes. A Estratégia Nacional visa promover a coordenação e fomentar a colaboração entre as partes interessadas. Compromete os países para o desenvolvimento do seu sistema de ABC/CFT a curto, médio e longo prazo. Cada Estado-membro deverá elaborar e implementar uma Estratégia nacional ABC/CFT para orientar os seus esforços e ações contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo

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ao longo de um período de tempo. A Estratégia Nacional e planos de acção são cruciais para orientar e coordenar as ações dos países na implementação do RAM.

337. As respostas acima pelo GIABA, juntamente com o processo de acompanhamento e compromisso dos Estados-Membros para implementar normas internacionais ABC/CFT aceitáveis, conduziram à melhoria global durante a primeira ronda de avaliações mútuas. Até ao final da primeira ronda de avaliações mútuas, os Estados-Membros do GIABA tinham reforçado as suas estruturas jurídicas, institucionais e operacionais de ABC/CFT. Embora, os Estados membros estejam em diferentes níveis de ABC/CFT, houve uma melhoria considerável em toda a linha. Todos os Estados-Membros do GIABA têm actualmente legislação ABC em vigor e muitos também têm legislação CFT. Treze (13) UIF foram estabelecidas, das quais cinco (5) UIF são agora membros do Grupo Egmont. A tabela abaixo apresenta o estatuto de implementação ABC/CFT dos Estados membros no final da primeira ronda de avaliações mútuas.

Programas de Avaliações mútuas em 2012338. No ano em análise, o GIABA realizou muitas actividades relacionadas com avaliações mútuas, incluindo a formação de avaliação prévia e visitas in loco, discussão e adoção de RAM e relatórios de acompanhamento (RA), a publicação de RAM, a adoção de memorando em análise pelos pares de RA pelos Estados-Membros, adopção das Normas revistas do GAFI pela Plenária e pelo CMG, a formação sobre as Normas revistas do GAFI, a reconstituição de membro WGMEI e acompanhamento das ações pelo Secretariado no âmbito de implementação de avaliações mútuas. A seguir, o resumo das atividades desenvolvidas no ano de 2012 no que diz respeito a AM e acções de acompanhamento.

Formação Pré-Avaliação e visitas in situ339. As visitas in loco para as avaliações mútuas das Repúblicas da Costa do Marfim, Guiné e São Tomé e Príncipe foram precedidas por seminários de avaliação prévia para sensibilizar os intervenientes nacionais nos seus papéis e garantir o sucesso dos exercícios de AM. Os seminários de avaliação prévia foram realizados em março de 2012, em Abidjan, Costa do Marfim, e Conacri, Guiné, e em dezembro de 2012 em São Tomé.

340. As visitas in situ  foram realizadas da seguinte forma: República da Costa do Marfim, de 7 - 21 Maio, 2012, República da Guiné de 04-18 junho 2012, e São Tomé e Príncipe de 03-14 dezembro 2012. As avaliações dos três países foram conduzidas por especialistas especialistas do GIABA com a assistência recebida de França para a avaliação da Costa do Marfim, e de Portugal para a avaliação de São Tomé e Príncipe. O UNCTED também enviou um observador para a avaliação da Costa do Marfim.

341. O foco das visitas in situ foi rever o actual quadro institucionaldas leis, regulamentos, diretrizes de ABC/CFT, e outros meios de execução (OME) no local com vista a determinar a sua eficácia, aplicação e conformidade com as

normas internacionais. Os assessores realizaram reuniões com funcionários das autoridades nacionais/competentes e outras partes interessadas.

Grupo de peritos de Revisão (ERG)342. Com base na experiência adquirida no âmbito do GAFI e outros OREG, um grupo de peritos (ERG) é geralmente constituído antes da Plenária para discutir o projecto de RAM. O ERG identifica e destaca questões-chave ABC/CFT para discussão em Plenária. Isso garante que apenas as questões de alta relevância são levadas ao conhecimento na Plenária. Especificamente, o ERG é necessário para identificar áreas de desacordo entre o país avaliado e a equipa de avaliação, bem como a base do desacordo, inconsistências com outros RAM, áreas importantes que merecem discussão na Plenária, e quaisquer questões que exigem interpretação/esclarecimento das normas do GAFI, a metodologia 2004 (incluindo “questões horizontais”) ou sobre procedimentos de AM.

343. Em linha com o processo e os procedimentos de AM do GIABA constituiu-se um ERG para rever o projecto RAM da Costa do Marfim e da Guiné, em Novembro de 2012. O ERG examinou cuidadosamente o projecto de RAM e apresentou questões pendentes à Plenária para discussão. O relatório sobre as discussões do ERG ajudaram a definir e focar as discussões e deliberação da Plenária antes de adoptar o RAM.

Relatório de Avaliação Mútua344. De acordo com o Processo e Procedimento de Avaliação Mútua do GIABA os RAM da Costa do Marfim e da Guiné foram discutidos e aprovados na 18ª Comissão Técnica/sessão Plenária realizada em Dakar, Senegal de 19-22, novembro de 2012. A Plenária debateu os dois relatórios com base no relatório de síntese do Grupo de peritos de Revisão (ERG), realizada em 19 de novembro de 2012. Com relação ao RAM da Guiné, o ERG referiu questões-chave relacionadas com as Recomendações 1, 2, 10, 14 e 36 do GAFI à Plenária para decisão. No caso da Costa do Marfim, o ERG referiu as Recomendações 1 e Recomendações Especiais II e IV a Plenária. Na sequência da adopção dos dois RAM, os dois países foram colocados no acompanhamento normal acelerado e instados a apresentar os seus primeiros relatórios de acompanhamento a Plenária em novembro de 2013. O Secretariado procurou a aprovação Ministerial via correspondência pois a reunião da CMG não foi realizada durante a sessão Plenária de Novembro. O RAM de São Tomé e Príncipe deverá ser discutida e aprovado na sessão Plenária de maio 2013.

Publicação e divulgação dos Relatórios de Avaliação Mútua345. A política de publicação do GIABA sobre RAM e Resumos Executivos prevê que, o Secretariado deverá rever ambos os documentos e encaminhar as versões revistas ao país no prazo de 1 (uma) semana. O país irá confirmar a sua precisão e/ou indicar ao Secretaria os erros nos relatórios. O Secretariado, então, procura a aprovação ministerial antes de publicar o RAM e o Resumo Executivo no site do GIABA. Em consonância com essa política, os dois RAM foram publicados

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no site do GIABA (www.giaba.org), elevando o número de RAM publicados para quinze (15).

Grupo de Trabalho sobre Programas de Avaliações mútuas e Implementação (WGMEI)346. Além disso, de acordo com o Processo de Avaliação Mútua do do GIABA e procedimentos referentes à renovação do mandato e membros da WGMEI cada dois anos, foi aprovado pela Plenária um mandato revisto , em maio de 2012 e novos membros da Costa do Marfim, Guiné, Níger, Serra Leoa e Gana foram nomeados para um mandato de dois anos de maio de 2012 a maio de 2014. O mandato do WGMEI consiste em apoiar a sessão Plenária na análise e tomada de decisão sobre questões relativas às avaliações mútuas do GIABA e assuntos relacionados. Isto inclui a revisão do Processo e Procedimentos da Avaliação Mútua do GIABA e a discussão de relatórios de acompanhamento, recomendação de novas políticas e medidas de avaliações mútuas para a consideração da Plenária. Em 2013, e antes do segundo ciclo de avaliação, em 2014, o WGMEI irá rever o Processo e Procedimentos de Avaliação Mútua do GIABA com base na nova metodologia de avaliação aprovada pelo GAFI.

Processo de acompanhamento347. Em 2012, o GIABA sustentou a dinâmica do seu processo de follow-up para garantir que as deficiências identificadas nos regimes de ABC/CFT dos países avaliados são abordadas, em plena conformidade com normas internacionais ABC/CFT. Normalmente, todos os países avaliados pelo GIABA são colocados no processo acelerado de acompanhamento regular, o que requer que um país apresente um relatório de acompanhamento a Plenária do GIABA um ano após a avaliação. O relatóro de Acompanhamento detalha o progresso feito por um país em abordar as deficiências identificadas no RAM. Na eventualidade da Plenária do GIABA determinar que um país não está a fazer progressos significativos, pode escalar aquele país para o processo de acompanhamento reforçado, que exige que esse país lhe apresente um relatório em cada sessão Plenária (período de seis meses ao invés de um ano). Os países avaliados apresentam os seus relatórios de acompanhamento ao Secretariado do GIABA baseado num modelo aprovado pelo menos dois meses antes da sessão Plenária na qual os relatórios serão discutidos. Em maio de 2012, o Secretariado chamou a atenção da Plenária para o não-cumprimento dos Estados Membros ao calendário estipulado para a apresentação dos relatórios de acompanhamento e os desafios que esses atrasos representam para a análise oportuna, tradução e circulação dos relatórios. A Plenária reiterou a necessidade dos Estados-membros apresentarem os seus relatórios de acompanhamento com documentos de apoio, no prazo estipulado e no formato adequado. Os Estados-Membros deram cumprimento à presente decisão, na Plenária de novembro de 2012, o que facilitou as análises oportunas e circulação dos relatórios.

Relatórios de acompanhamento348. No ano em análise, a Plenária de maio de 2012 considerou e adotou os primeiros relatório de acompanhamento da Libéria e do Togo, o segundo relatório de acompanhamento do Benin, o terceiro relatório de acompanhamento do Gana, Guiné Bissau e Níger, o quarto

relatório de acompanhamento de Cabo Verde, Nigéria, Senegal e Gâmbia, e o sexto relatório de acompanhamento da Serra Leoa. A Plenária de  novembro de 2012 considerou o terceiro relatório de acompanhamento do Burkina Faso, o quarto relatório de acompanhamento do Gana, Níger, Mali e da GuinéBissau, o quinto relatório de acompanhamento da Gâmbia e Cabo Verde, e o Sétimo relatório de acompanhamento da Serra Leoa. A Plenária debateu e aprovou relatórios de acompanhamento com base na análise do Secretariado e do relatório dos Co-Presidentes do Grupo de Trabalho sobre Avaliação e Implementação Mutua (WGMEI). Os relatórios de acompanhamento destacaram os progressos realizados pelos países no que diz respeito ao núcleo e às Recomendações chave do GAFI Classificadas parcialmente Conforme (PC) e Não conforme (NC). Um resumo das observações e decisões Plenárias nos RA é fornecido a seguir:

Primeiro relatório de acompanhamento da Libéria349. O primeiro relatório de acompanhamento da Libéria, indicou que o país não tinha feito progressos no tratamento das deficiências identificadas no seu ABC/CFT desde a adoção do RAM em maio 2011. O país ainda está para promulgar a Lei ABC/CFT, que visa estabelecer um quadro jurídico sólido para os esforços ABC/CFT e corrigir as deficiências relativas à criminalização do branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo, dever de vigilância da clientela, manutenção de registos, medidas de congelamento, apreensão e confisco de produtos do crime e os fundos destinados ao financiamento de atos terroristas, comunicação de transacções suspeitas, criação de uma unidade de inteligência financeira, assistência jurídica mútua, extradição, coordenação nacional, cooperação internacional e a implementação das RCSNU 1267 e 1373. A Libéria procurou adoptar um projecto de Estratégia nacional de ABC/CFT preparado em 2010 com o apoio do Secretariado do GIABA para garantir a implementação coordenada e eficaz das medidas de ABC/CFT no país. Este projecto deverá ser aprovado formalmente no final de 2012, afetando assim a implementação de medidas de ABC/CFT na Libéria.

350. A Plenária encorajou a Libéria a intensificar os esforços para aprovar o projeto ABC/CFT, sem mais delongas. A Plenária também observou que a Libéria necessitará de assistência técnica intensiva para a habilitar a atingir um nível desejável de conformidade com normas internacionais ABC/CFT. Assim, solicitou ao GIABA, parceiros de desenvolvimento, e os Estados membros a considerar a possibilidade de fornecer à Libéria,  assistência técnica coordenada para melhorar o seu sistema de ABC /CFT. A Plenária manteve a Libéria no processo de acompanhamento acelerada regular e orientou o país a apresentar o seu segundo relatório de acompanhamento a Plenária, em maio de 2013.

Primeiro relatório de acompanhamento do Togo351. No ano em análise, o Togo elaborou e promulgou várias leis e regulamentos para reforçar o seu quadro ABC/CFT. O país promulgou a Lei N ° 2011-009, de 12 de Maio de 2011 sobre regulação dos sistemas financeiros descentralizados. A Lei de  Prevenção e Tráfico de Pessoas e práticas relacionadas e a Lei Anti-Corrupção, foram submetidas ao Governo para posterior revisão e enviadas ao Parlamento antes do final de

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2012. O Togo preparou uma série de projectos de decretos e ordens, incluindo um projecto de decreto que estabelece as condições para a implementação de mecanismos de congelamento administrativo nos termos do artigo 30 da Lei N ° 2.009-022 de luta contra o financiamento do terrorismo, um projecto de decreto instituindo obrigatoriedade de identificação do cliente, elaboração de relatórios de operação suspeita, conformidade ABC/FT e manutenção de registos sobre EPNFD, e um projecto de decreto Inter-Ministerial para fortalecer a cooperação nacional e a coordenação nacional.

352. O Togo reforçou as operações da sua UIF e processou um número de casos sobre lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, conforme relatado no capítulo 2. Com o apoio financeiro e técnico do UNODC, o Togo também organizou programas de capacitação e de sensibilização para as partes interessadas, no âmbito da implementação do Programa Nacional Integrado (PNI) contra o tráfico de drogas e o crime organizado.

353. A Plenária registou os progressos realizados pelo Togo desde a aprovação do seu RAM em maio 2011 e incentivou o país a prosseguir os seus esforços para suprir as deficiências existentes sobre o seu sistema de ABC/CFT. Em particular, o país deve garantir que os projectos de decretos entram em vigor. A Plenária manteve o Togo no processo de acompanhamento regular acelerado, e solicitou-lhe que apresentasse o seu Segundo Relatório de Acompanhamento aa Plenária, em maio de 2013.

Segundo Relatório de acompanhamento do Benim354. O Benim promulgou a Lei n º 2.011-20 de 30 de agosto de 2011, que, entre outras coisas, criminaliza a corrupção, o abuso de informação privilegiada e manipulação de mercado e delitos conexossobre conformidade com a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (2003). O país organizou programas de capacitação sobre a cibercriminalidade, técnicas de investigação e recuperação de ativos criminais pelas partes interessadas ABC / CFT. O Benim tem melhorado o funcionamento da UIF, através do recrutamento de pessoal técnico.

355. A Plenária observou que o Benim não criminalizou o financiamento do terrorismo. O país também não relatou o progresso no que diz respeito a corrigir deficiências nos termos da Recomendação 5 relativa à vigilância da clientela, a Recomendação 6 relativa às Pessoas Politicamente Expostas (PEPs), a Recomendação 7 relativa às relações de correspondente bancário, a Recomendação 8 relativa à má utilização de novas tecnologias, recomendação 18 relativa a bancos de fachada, e a Recomendação 21 relativa aos países de alto risco. O Benim também não estabeleceu um mecanismo para o congelamento e confisco de bens conforme exigido nas RCSNU 1267 e 1373.

356. A Plenária concluiu que os esforços feitos pelo Benim culminaram em ações sustentáveis , incluindo a promulgação da Lei Anti-Terrorismo. Manteve o Benim no

processo de acompanhamento regular e solicitou que o país apresentasse o seu terceiro relatório de acompanhamento aa Plenária, em maio de 2013.

Terceiro relatório de acompanhamento do Burkina Faso357. O terceiro relatório de acompanhamento do Burkina Faso revelou progressos em certas áreas-chave. A UIF do Burkina Faso iniciou a análise das comunicações de operações suspeitas (COS) e o país foi admitido como observador na Plenária do Grupo Egmont. O Burkina Faso reforçou o seu quadro jurídico e institucional. O país nomeou um magistrado especial para supervisionar as questões ABC/CFT, preparou uma circular para sensibilizar magistrados sobre auto-branqueamento, e operacionalizou o Comité Interministerial (CIM). O CIM está mandatado para coordenar as atividades de ABC/CFT no país. As autoridades do Burkina Faso aprovaram uma Estratégia nacional ABC/CFT e um Plano de Acção...

358. A Plenária reconheceu que o Burkina Faso tinha iniciado um processo, que irá melhorar o seu regime nacional  ABC/CFT através do conjunto de iniciativas que tem tomado. A Plenária exortou o país a manter o ritmo de trabalho contínuo e assegurar o cumprimento das Recomendações do GAFI, especialmente as Recomendações Principais e Chave do GAFI e, em particular, a exigência de realização de devida vigilância prescrita nos termos da Recomendação 5; a cooperação internacional nos termos da Recomendação 40; medidas de congelamento e confisco em conformidade com a Recomendação 3; Recomendação Especial III; e regulação, supervisão e monitoramento nos termos da Recomendação 23. O Burkina Faso foi mantido no processo de Acompanhamento regular acelerado e solicitado a apresentar o seu quarto Relatório de acompanhamento a Plenária em novembro de 2013.

Terceiro e Quarto Relatórios de Acompanhamento do Gana359. O Gana foi colocado em acompanhamento reforçado em novembro de 2011. Isso exigiu ao país apresentar um relatório de acompanhamento em cada Plenária. Assim, O Gana relatou aa Plenária, em maio de 2012 e novembro de 2012. No ano em análise, O Gana tomou medidas significativas no contexto do seu acompanhamento no ao GIABA e o processo de revisão ICRG, para corrigir as deficiências identificadas no seu sistema de ABC/CFT. Foi relatado um progresso significativo em algumas Recomendações principais e Chave, incluindo recomendações 1, 3, 5, 26 e Recomendações Especiais II e III. Especificamente, o Gana emitiu orientações e Manuais de Conformidade sobre Anti-Branqueamento de Capitais / Combate ao Financiamento do Terrorismo 2012 (ABC/CFT) para bancos e instituições não-bancárias, Operadores de Mercado de Capitais (OMC) e companhias de seguros e intermediários. O país aderiu à Convenção de Palermo e seus protocolos e aprovou a Lei Anti-Terrorismo 2012 (Alteração) e os Regulamentos Anti-Terrorismo (L.I. 2181). O Gana emitiu o instrumento executivo, E.I. 8, que estabeleceu instruções para a implementação da RCSNU 1267 e 1373 e suas resoluções

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sucessoras, e criminalizou a gama de infracções subjacentes designadas através da promulgação dos Delitos Criminais 2012 (Alteração) e a Lei da Imigração 2012 (Alteração). Além disso, O Gana realizou programas de formação para o setor regulatório, embarcou na supervisão bancária ABC/CFT e programas de formação e sensibilização realizados para garantir que as entidades de relatórios compreendem as suas obrigações ABC/CFT. O Gana também impetrou uma ação em relação às medidas aplicáveis ao sector das EPNFD no âmbito das R.12, R.15 e R.24, e fortaleceu a capacidade administrativa e técnica do seu Centro de Inteligência Financeira (FIC).

360. A Plenária elogiou o Gana pelo seu compromisso com a ABC/CFT e reconheceu os progressos significativos que tinham sido feitos para enfrentar as deficiências no seu sistema de ABC/CFT num período de tempo relativo. Assim, o Gana passou do processo de acompanhamento reforçado ao acompanhamento acelerado regular, e foi solicitado a apresentar o seu quinto relatório de acompanhamento na Plenária em novembro de 2013.

361. Recorde-se que o Gana tinha estado no processo de revisão do GAFI/ICRG desde 2010. Em fevereiro de 2012, o Gana foi escalado para a declaração pública como um país que não progredia o suficiente. O Gana trabalhou assiduamente para implementar o seu plano de acção acordado com a RRG, e em outubro de 2012, o Gana foi retirado da lista de países que não fazem progressos significativos e colocado na lista de países com melhoria dos seus sistemas ABC/CFT na Declaração Pública GAFI. Isto foi um sinal de que o Gana pode ser completamente retirado do processo de revisão após uma RRG visita in situ programada para ocorrer no Gana em janeiro de 2013

Terceiro e Quarto Relatórios de Acompanhamento da Guiné-Bissau362. A Guiné-Bissau continua com a revisão e avaliação da sua legislação ABC. A UIF do país adotou e distribuiu um modelo de relatório de operação suspeita para as instituições financeiras e não-financeiras, e organizou um seminário de sensibilização para instituições reportantes. Além disso, a Guiné-Bissau indicou na reunião WGMEI em novembro de 2012 que a diretriz nº 4/2007/CM/UEMOA sobre a luta contra o financiamento do terrorismo foi promulgada em lei. A implementação desta diretriz será em conformidade com as R1. R3, RE II, REIII, REIV e REV. Guiné-Bissau também indicou que a sua UIF organizou um programa de formação ABC/CFT para magistrados.

363. A Plenária observou, com base nos dois relatórios, que a Guiné-Bissau não tinha feito progressos significativos na resolução das deficiências remanescentes no seu regime ABC/CFT. A Plenária observou as circunstâncias peculiares que afetam a implementação efectiva das medidas ABC/CFT na Guiné-Bissau e expressou a necessidade de intervenções mais intensivas e ações de acompanhamento no país. A Plenária determinou que uma missão de alto nível, que inclui representantes de outros Estados membros, deve visitar a Guiné-Bissau para se reunir com ministros e altos

funcionários do governo do país para reforçar a necessidade do país cumprir as Recomendações do GAFI. A Guiné-Bissau foi mantida no processo de acompanhamento reforçado, e e foi solicitada a apresentar o seu quinto relatório de acompanhamento a Plenária, em maio de 2013.

Terceiro e Quarto Relatórios de Acompanhamento do Níger364. O Níger promulgou a lei n º 2010-05, de 21 de Janeiro de 2010 relativa à luta contra o financiamento do terrorismo, em conformidade com a legislação comunitária da UEMOA. De acordo com essa lei, o Níger promulgou o Artigo 399.1.21 ao abrigo do Decreto N ° 2011-12, de 27 de janeiro de 2011 (edição especial do Diário Oficial da União N ° 03 de 11 de Março de 2011), que criminaliza o financiamento do terrorismo pelos indivíduos. O país prestou esclarecimentos sobre a criminalização do financiamento do terrorismo e a extensão desta ofensa a qualquer pessoa, por alteração do Código Penal. Além disso, o Níger criou um comité Nacional de Coordenação ABC/CFT (CNCA-LBCFT) para ações ABC/CFT pelo Decreto n º 2010-541/PCSRD/MEF de 8 de julho de 2010 e formalmente constituíram a Comissão no dia 5 de abril de 2012. Foi criado um sub-comité do CNCA e mandatado para implementar ordens para congelar bens de origem criminosa, particularmente aqueles nos termos da Resolução 1272. A UIF do Níger fez esforços consideráveis para restaurar a confiança das entidades reportantes sobre a transmissão das COS à UIF e melhores padrões de comunicação. Além disso, o Decreto No.0087/MF/CENTIF de março de 2012 alterou o formulário das COS para refletir o financiamento do terrorismo. Essas melhorias permitiram à UIF gerar inteligência credível para facilitar a repressão eficaz dos casos de branqueamento de capitais.

365. A Plenária observou que o Níger precisava intensificar os seus esforços para cumprir com as Recomendações do GAFI. Por exemplo, o Níger ainda não implementou efetivamente a legislação anti-terrorismo e processou um caso relacionado com o terrorismo. A UIF do Níger também não tem os recursos necessários para levar a cabo as suas funções. No entanto, a Plenária reconheceu os esforços do Níger para enfrentar as grandes deficiências no seu regime ABC/CFT e recomendou que o país fosse retirado do processo de acompanhamento reforçado e colocado no processo de acompanhamento regular acelerado. O Níger deve apresentar o seu quinto relatório de acompanhamento na Plenária em novembro de 2013.

Quarto e Quinto relatórios de acompanhamento de Cabo Verde366. Tendo sido colocado no processo de acompanhamento reforçado, Cabo Verde apresentou dois relatórios de acompanhamento em 2012. O país informou a Plenária que aprovou o Decreto-Lei n º 09/2012 em 20 de março de 2012. Esta lei, que revogou o Decreto-Lei n º 1/2008, de 14 de janeiro de 2008, prevê a transferência da sede da UIF do Banco Central de Cabo Verde para o Ministério da Justiça. A lei também regula a organização, competência e funcionamento da UIF. Fornece essencialmente à UIF,  independência funcional e autonomia financeira e capacita-a ainda mais para receber, analisar e disseminar informações relativas às suspeitas de branqueamento de

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capitais e financiamento do terrorismo. A UIF também está habilitada para sensibilizar o público sobre a prevenção do BC e FT. A lei exige que a UIF deve apresentar um relatório semestral ao Gabinete do Procurador-Geral e do Ministério da Justiça e enviar relatórios de investigação, envolvendo casos complexos que necessitam de intervenção especializada para o Procurador-Geral e a Polícia Judiciária.

367. A Plenária expressou a preocupação sobre a ausência de legislação para combater o financiamento do terrorismo. Além disso, Cabo Verde não forneceu informações adequadas ou estatísticas apropriadas que atestam a eficácia do seu sistema ABC/CFT. A Plenária pediu a Cabo Verde para fazer mais esforços para abordar as deficiências estratégicas observadas no seu sistema de ABC/CFT, particularmente por prontamente promulgar legislação para criminalizar o financiamento do terrorismo, recolha e disponibilização de estatísticas sobre a investigação e o julgamento de casos de branqueamento de capitais e infracções subjacentes. Cabo Verde também foi instado a prestar informações relativas a assistência jurídica mútua, outros pedidos formais de assistência para ou da UIF, e em verificações prudenciais e de ABC/CFT realizadas pelos supervisores.

368. Cabo Verde complementou o quinto RA com apresentações orais na reunião WGMEI, fornecendo dados estatísticos relativos à apreensão de bens e instrumentos do crime, confisco, condenações de branqueamento capitais e COS. O país observou que tinha criado uma unidade de gestão de activos, realizou seminários de formação para os membros dos Media e magistrados e reforçado a cooperação com as UIF congéneres. Cabo Verde também informou que a lei anti-terrorismo tinha sido aprovada. Uma vez que foram mostradas evidências, a Plenária recomendou que Cabo Verde deve ser mantido no processo de acompanhamento reforçado até que a nova Lei da ABC/CFT seja publicada e analisada para garantir o cumprimento das normas do GAFI. Cabo Verde deverá apresentar o seu sexto relatório de acompanhamento à Plenária, em maio de 2013.

Quarto Relatório de Acompanhamento do Mali369. Apesar da crise socio-política e de segurança no Mali, o país tomou uma série de medidas para sanar as deficiências no seu sistema de ABC/CFT. O Mali adotou a Ordem Inter-Ministerial, estabeleceu a Comissão Inter-Ministerial, e mandatou-a para coordenar as ações nacionais ABC/CFT. É significativo que o Mali tenha finalizado a sua estratégia nacional ABC/CFT. O país também iniciou a elaboração de um decreto de congelamento de fundos derivados de fontes criminosas e o projecto deverá estar pronto antes do final de abril de 2013. Também aprovou a lei contra o tráfico de pessoas, estabeleceu o Comité contra o tráfico humano e práticas ilegais, e iniciou o funcionamento do Bureau Central de Narcóticos e o Programa Nacional Integrado na luta contra as drogas e o tráfico ilegal também iniciou operações. A UIF alargou o seu âmbito de cooperação internacional através da celebração de acordo de cooperação com outros países. Além disso, também foram realizados seminários de sensibilização sobre ABC/CFT para entidades de comunicação, incluindo EPNFD.

370. A Plenária observou que, apesar de ser necessário tomar algumas ações a nível nacional, a maioria das lacunas restantes que precisam de ser abordadas pelo Mali são aquelas em análise na UEMOA a nível comunitário. A Plenária também observou que o plano de acção proposto para a estratégia nacional de ABC/CFT é uma base importante para a implementação ABC/CFT e, sem dúvida, ajuda a corrigir as deficiências identificadas no RAM do país. O Mali foi mantido no processo de acompanhamento  acelerado e e foi solicitada apresentar o seu quinto relatório de acompanhamento na Plenária em novembro de 2013. O relatório deve incorporar o grau de execução da estratégia nacional ABC/CFT e o mecanismo posto em prática para implementar resoluções do RCSNU.

Quarto Relatório de Acompanhamento da Nigéria371. A Nigéria reforçou o seu quadro ABC/CFT ao promulgar a Lei Branqueamento de Capitais (Proibição), 2011 (BNCLP) e a Lei de Prevenção do Terrorismo de 2011 (LPT), e emissão de Regulamentos de Prevenção de Terrorismo (congelamento de fundos terroristas internacionais e outras medidas relacionadas), para facilitar a implementação das RCSNU 1267 e 1373. Além disso, a Nigéria estabeleceu e fortaleceu as Unidades de ABC/CFT em instituições interessadas para que possam servir como pontos de contacto em matéria ABC/CFT e estabeleceu a aplicação da lei e Fórum de Reguladores para facilitar a cooperação e a coordenação entre agências e melhorar questões operacionais relativas à troca de informações/feedback e regulamentares/conformidade. O país também desenvolveu o quadro de Supervisão ABC/CFT Baseado no Risco (SBR), que visa garantir uma supervisão mais eficaz de informação das instituições nos termos da sua competência regulatória, e uma Estratégia Nacional ABC/CFT e uma Estratégia Antiterrorista de coordenação Nacional (EATCN) para lhe permitir implementar medidas ABC/CFT de forma mais coordenada.

372. A Plenária exortou a Nigéria a tratar de algumas questões pendentes para fortalecer ainda mais o seu regime ABC/CFT. Em particular, a Nigéria foi instada a alterar a Lei de Prevenção ao Terrorismo (LPT) para criminalizar adequadamente o financiamento de um terrorista individual e organizações terroristas (Recomendação Especial II), prevê confisco de instrumentos destinados à prática de um crime (Recomendação Especial III), aderir ao limiar internacional ABC/CFT de USD15, 000 (Recomendação especial V) em vez do limiar de comunicação proposto de N5 milhões (equivalentes a US $ 43.000) para as pessoas jurídicas. A Plenária também pediu à Nigéria para alterar a Lei branqueamento de Capitais (Proibição) (BCLP) para prever medidas preventivas robustas, emitir um manual consolidado ABC/CFT para IF e INFD para alcançar regulação consolidada ABC/CFT e desenvolver uma base de dados nacional ABC/CFT para garantir fácil armazenamento, recuperação e disseminação de dados ABC/CFT.

373. Depois de considerar o relatório de acompanhamento e outras questões, incluindo a análise da Nigéria pelo GAFI   ICRG como relatado no capítulo 2, a

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Plenária manteve a Nigéria no acompanhamento acelerado regular e solicitou-lhe que apresentasse seu quinto Relatório de acompanhamento à Plenária em maio de 2013.

Quarto Relatório de Acompanhamento do Senegal374. O Senegal demonstrou aplicação efectiva das medidas ABC/CFT através do fornecimento de dados estatísticos sobre as condenações e penas para branqueamento de capitais, confisco de de dinheiro e outros bens. O país também forneceu informações sobre programas de sensibilização e de formação pela sua UIF, e sobre a cooperação entre as autoridades nacionais e parceiros estrangeiros. No entanto, como outros países irmãos na UEMOA, o país ainda não definiu expressamente os conceitos de “terrorista indivídual “ e “organização terrorista”, uma vez que resolver essa deficiência depende da revisão do texto da comunidade.

375. A Plenária foi informado que o BCEAO está a rever as leis de financiamento do terrorismo, de acordo com as Recomendações revistas do GAFI.

376. Após as deliberações, a Plenária manteve o Senegal no processo de acompanhamento acelerado regular e solicitou a apresentação do seu quinto relatório de acompanhamento à Plenária , em maio de 2013.

Quarto e Quinto relatórios de acompanhamento da Gâmbia377. A Gâmbia não submeteu o seu quarto Relatório de acompanhamento à Plenária de Maio de 2012 como instado pela Plenária em novembro de 2011. Assim, a discussão da Plenária de maio 2012 baseou-se numa nota de informação apresentada pelo Secretariado no sentido de que o país não tinha demonstrado compromisso com a implementação de medidas ABC/CFT de normas internacionais aceitáveis. Notou-se que o país não tinha promulgado o projecto de Lei ABC/CFT, que aborda um número significativo de deficiências no sistema ABC/CFT da Gâmbia. Além disso, a Gâmbia não havia nomeado um correspondente nacional para o GIABA para coordenar as atividades ABC/CFT. Tendo em vista as deficiências significativas ABC/CFT, a Plenária instruiu o país a promulgar a lei ABC/CFT em ou antes de Junho de 2012, não fazê-lo resultaria nma declaração pública a ser emitida até 1 de Julho de 2012 com o efeito que a Gâmbia não está em conformidade com normas ABC /CFT. Consequentemente, o país promulgou a Lei ABC/CFT em 27 de junho de 2012 e a Lei recebeu sanção presidencial a 17 de agosto de 2012. Além disso, a Comissão Inter-Ministerial (CIM) sobre ABC/CFT foi reativada.

378. Em novembro de 2012, a Plenária observou que a promulgação da Lei ABC/CFT, (2012) constituiu um progresso significativo no desenvolvimento do quadro jurídico ABC/CFT, da Gâmbia. A lei prevê também a designação de uma autoridade competente para assegurar a aplicação efectiva de questões ABC/CFT, no país, que obriga entidades declarantes a enviar COS relativas ao financiamento do terrorismo à UIF, imponha requisitos sobre EPNFD requisitos de declaração

e permita a prestação de assistência jurídica mútua. UIF da Gambia está situada dentro das instalações do Banco Central da Gâmbia, composta por funcionários em tempo integral e foi-lhes fornecido um orçamento aprovado pelo Ministério das Finanças e Assuntos Económicos. No entanto, o país ainda não implementou eficazmente as disposições da Lei ABC/CFT, e resolveu questões pendentes relacionadas com a criminalização de toda a gama das infracções subjacentes designadas pelas questões ABC/CFT do GAFI e abordou assuntos relacionados com o âmbito e adequação das provisões de assistência jurídica mútua. Outros problemas com relação às informações a serem obtidas por meio de entidades declarantes em relação às transferências bancárias, a ausência de coordenação das medidas de congelamento e à ausência de procedimentos para a execução das obrigações decorrentes da RE III ainda estão para ser resolvidos.

379. A Plenária manteve a Gâmbia no acompanhamento reforçado. A Gâmbia é obrigada a apresentar o seu quinto relatório de acompanhamento aa Plenária, em maio de 2013.

Sexto e sétimo relatórios de Acompanhamento da Serra Leoa

380. Após a declaração pública emitida sobre os riscos e falta de progresso na abordagem de deficiências no seu sistema ABC/CFT a Serra Leoa promulgou a Lei Anti Branqueamento de Capitais e de e Lei de Combate ao Financiamento do Terrorismo 2012 (ABC/CFT, Lei de 2012) e, assim, alcançou Conformidade técnica de um número significativo de Recomendações do GAFI. O país criminalizou o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo e forneceu um quadro jurídico para o bom funcionamento da estratégia nacional da UIF. A Serra Leoa estabeleceu as disposições de confiscar propriedade, incluindo instrumentos utilizados na prática de branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e outras atividades ilegais. A Lei ABC/CFT, 2012 impõe exigências de vigilância da clientela, e prevê a assistência legal mútua, extradição, a coordenação nacional e cooperação internacional. No entanto, a Serra Leoa ainda não implementou medidas RCSNU 1267 e 1373 e as operacionalizou plenamente. Além disso, o país ainda não forneceu orientações substanciais para todas as suas entidades declarantes e supervisão de entidades declarantes para garantir o cumprimento das obrigações ABC/CFT, é fraca. Após um debate, em Maio de 2012, sobre o progresso da Serra Leoa sobre a implementação de medidas ABC/CFT, necessárias, a Plenária decidiu retirar a declaração pública... A Declaração foi emitida em novembro de 2011.

381. Durante a segunda metade do ano, a Serra Leoa emitiu formulários de declaração de moeda para controlar o movimento transfronteiriço de dinheiro e outros instrumentos negociáveis ao portador e realizou uma série de seminários em pontoschave da fronteirapara promover a cooperação inter-agências entre a polícia, Autoridade Tributária Nacional, o departamento de imigração e outras partes interessadas. O país organizou uma reunião das partes interessadas em relação à elaboração de procedimentos e mecanismos para RCSNU 1267 e 1373 e as resoluções sucessoras.

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382. Não obstante a sua retirada da Declaração Públicaa Plenária concluiu que a a Serra Leoa não tinha tomado medidas suficientes para implementar as disposições da Lei ABC/CFT, Lei de 2012. Assim, manteve A Serra Leoa no processo de acompanhamento reforçado e solicitou-lhe que apresentasse o seu oitavo relatório de acompanhamento à Plenária,, em maio de 2013. Além disso, a Plenária instruiu o Secretariado a realizar as seguintes duas ações e informá-lo, em 2013: (i) escrever uma carta para a mais alta autoridade política na Serra Leoa, e (ii) uma missão de campo de alto nível no país sobre a necessidade de Serra Leoa para resolver

urgentemente as deficiências no seu sistema de ABC /CFT.

Resumo das Ações pelos Estados-Membros

383. Em face dos relatórios de acompanhamento expostos, a tabela abaixo apresenta um resumo da estratégia nacional das ações imediatas que os Estados membros devem seguir para garantir que os seus regimes de ABC/CFT se aproximam da integral conformidade com padrões internacionais aceitáveis.

Tabela 6: Resumo das Ações de Acompanhamento dos Estados membro

ESTADO MEMBRO

ESTADO ATUAL DE ACOMPANHAMENTO

AÇÕES IMEDIATAS

Benim 2º (Acelerado Regular) • Assegurar o pleno cumprimento pessoal, tanto a nível de tomada de decisão e técnicos

• Assegurar a efetiva implementação da lei CFT

• Assegurar a plena conformidade com as seguintes recomendações do GAFI

• R5 (Devida Vigilância da Clientela)

• R6 (Pessoas Politicamente Expostas – PPE)

• R7 (Relações de Correspondente Bancário)

• R8 (Novas Tecnologias)

• R21 (Páise de Alto Risco)

Burkina Faso

3º (Acelerado Regular) • Assegurar a efetiva implementação da Estratégia Nacional ABC/CFT

• Assegurar a plena conformidade com as seguintes recomendações do GAFI

• R3 e RE III (Congelamento e confisco)

• R5 (Devida Vigilância da Clientela)

• R23 (Regulação, Supervisão e Monitoramento)

• R40 (Cooperação Internacional)

Cabo Verde 5º (Reforçado) • Assegurar a promulgação e publicação da lei CFT

• Assegurar o funcionamento eficaz da UIF com recursos adequados.

• Assegurar a plena conformidade com o seguinte:

• Fornecimento atempado de estatísticas sobre assistência jurídica mútua, outros pedidos formais de assistência feitos ou recebidos pela UIF

• Prestação de estatísticas relativas à supervisão de conformidade ABC/CFT

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ESTADO MEMBRO

ESTADO ATUAL DE ACOMPANHAMENTO

AÇÕES IMEDIATAS

Gâmbia 5º (Reforçado) • Assegurar a aplicação eficaz da lei ABC/CFT paprovada em Junho de 2012

• Abordar o seguinte:

• Abrangência e adequação das disposições de auxílio judiciário mútuo

• Extensão da informação a ser obtida por meio de entidades declarantes em relação às transferências bancárias

• Coordenação das medidas de congelamento

• Desenvolvimento de procedimentos para a implementação de obrigações da RE III.

• Intensificar a sensibilização das EPNFD nas suas obrigações ABC/CFT

Gana 4º (Acelerado Regular) • Assegurar a efetiva implementação de todas as leis ABC/CFT, regulamentos, instruções, diretrizes e outros meios/medidas executórios recentemente adoptados

• Intensificar a sensibilização das EPNFD nas suas obrigações ABC/CFT, especialmente a comunicação de operações suspeitas e manutenção de registos.

• Assegurar a efetiva implantação do Dispositivo ABC/CFT em análise de COS

Guiné Bissau

4º (Reforçado) • Assegurar a efetiva implementação do regime ABC/CFT em conformidade com as normas internacionais ABC/CFT aceitáveis

• Fornecer apoio adequado à Unidade de Inteligência Financeira (UIF).

• Nota: (i) A Guiné-Bissau necessita de assistência técnica intensiva do GIABA e parceiros de desenvolvimento para facilitar a aplicação eficaz do seu regime ABC/CFT.

• ii) missão de alto nível do GIABA e Estados-Membros para reforçar a necessidade do país estar em plena conformidade com as normas do GAFI.

Libéria 1º (Acelerado Regular) • Aprovar o projeto Lei ABC/CFT em lei e implementar a lei de forma eficaz para garantir a conformidade com os padrões internacionais ABC/CFT aceitáveis

• Fornecer os recursos adequados para a Unidade de Inteligência Financeira (UIF).

• Formalmente adotar e começar a implementação do projecto de estratégia ABC/CFT elaborado em 2010, com a ajuda do GIABA.

• Nota: A Libéria requer assistência técnica intensiva do GIABA e parceiros de desenvolvimento para facilitar a aplicação eficaz do seu regime ABC/CFT.

Mali 4º (Acelerado Regular) • Assegurar a efetiva implementação do Plano de Acção no âmbito da Estratégia Nacional ABC/ CFT

• Completar a elaboração do decreto de congelamento de fundos derivados de fontes criminosas e para assegurar que o decreto entra em vigor.

• Colocar em funcionamento mecanismo para implementar RCSNU

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ESTADO MEMBRO

ESTADO ATUAL DE ACOMPANHAMENTO

AÇÕES IMEDIATAS

Níger 4º (Acelerado Regular) • Assegurar a efetiva implementação da legislação anti-terrorismo

• Fornecer orçamento adequado para o funcionamento eficaz da Unidade de Informação Financeira (UIF)

Nigéria 4º (Acelerado Regular) • Alterar e aprovar a Lei de Branqueamento de Capitais (Proibição), para prever:

• Medidas preventivas robustas por parte das instituições responsáveis.

• Desenvolver uma base de dados nacional ABC/CFT para garantir fácil armazenamento, recuperação e disseminação de informações ABC/CFT

• Alterar e aprovar uma Lei de Prevenção abrangente de Terrorismo (LPT), tendo em consideração o seguinte:

• Criminalização da terrorista individual e organização terrorista

• Proporcionar perda de instrumentos destinados à prática de uma infracção

• Aderir ao limiar internacional ABC/CFT de USD15000 de comunicação em vez do N5 milhões propostos.

Senegal 4º (Acelerado Regular) • Seguimento do BCEAO relativo à revisão do texto comunitário sobre Lei Anti-Terrorismo para garantir a criminalização de terroristas individuais e organizações terroristas.

• Intensificar a sensibilização da Estratégia Nacional EPNFD nas suas obrigações ABC/CFT.

Serra Leoa 7º (reforçado) • Assegurar a aplicação efectiva da legislação ABC/CFT em conformidade com as normas ABC/CFT internacionais aceitáveis

• Proporcionar apoio adequado à Unidade de Inteligência Financeira (UIF).

• Nota: Missão de de alto nível do GIABA para reunir com as mais altas autoridades políticas para reforçar a necessidade do país estar em plena conformidade com as normas do GAFI.

Togo 1º (Acelerado Regular) • Assegurar que os seguintes projetos de decretos são aprovados em lei e efetivamente implementadas

• Decreto estabelecendo as condições para a implementação de mecanismos administrativos de congelamento na luta contra o financiamento do terrorismo

• Decreto instituindo obrigatoriedade de identificação do cliente; o formulário das COS; Conformidade ABC/CFT e manutenção de registos de EPNFD;

• Projeto de portaria inter-ministerial para fortalecer a cooperação nacional e a coordenação interna

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Análise pelos pares de relatórios de acompanhamento por Estados-Membros384. A Plenária do GIABA aprovou um memorando apresentado pelo Secretariado sobre as Diretrizes para Análise pelos Pares de relatórios de acompanhamento por Estados-Membros. O objetivo da proposta revisão pelos Pares é reforçar o princípio da reciprocidade no processo de avaliação mútua, tal como adoptado e contido no Processo e Procedimentos na Avaliação Mútua do GIABA. A análise pelos Pares de relatórios de acompanhamento vai promover a apropriação do processo de avaliação mútua pelos Estados Membros, e melhorar a qualidade da discussão nos relatórios de acompanhamento, ao construir a capacidade dos Estados membros e permitindo-lhes tomar posse de toda o processo ABC/CFT. A análise pelos Pares será realizada por uma equipa de avaliadores treinados, que serão nomeados pelos Estados-Membros a cada dois anos. A equipa de avaliação será nomeada numa base bienal. As responsabilidades de um membro da equipa de avaliação incluem a análise de relatórios de acompanhamento e envio da análise ao Secretariado. A Análise pelos Pares de relatórios de acompanhamento serão utilizadas durante a segunda ronda de avaliações mútuas, sendo que 2013 servirá como o período de aprendizagem para permitir que os Estados membros desenvolvam e construam a capacidade necessária para analisar os relatórios de acompanhamento.

As Recomendações Revistas do GAFI sobre as Normas Internacionais de Combate ao Branqueamento de Capitais, Financiamento do Terrorismo e Proliferação385. As Recomendações revistas do GAFI foram aprovadas pelo GAFI em fevereiro de 2012. As recomendações revistas proporcionam aos governos ferramentas mais fortes para combate ao branqueamento de dinheiro, financiamento do terrorismo e proliferação. As mudanças nos padrões abrangem medidas para avaliar os riscos, desenvolver políticas e melhorar a coordenação nacional. As Normas de colocam mais ênfase em medidas para combater a corrupção, incluindo alargar o âmbito de Pessoas Politicamente Expostas (PPE) e melhorar os requisitos de transparência sobre a propriedade e o controlo benéfico das pessoas colectivas ou acordos jurídicos. O novo padrão aumenta e esclarece ainda mais a abordagem baseada no risco e as medidas de vigilância da clientela. Também esclarece as exigências de sanções financeiras específicas relativas ao financiamento do terrorismo e inclui crimes fiscais na lista de infracções subjacentes do branqueamento de capitais. As Recomendações do GAFI abordam financiamento da proliferação e alarga o leque de técnicas de investigação e poderes que devem estar disponíveis aos agentes policiais. A nova norma incide sobre a eficácia das medidas ABC/CFT que os países são obrigados a adotar. A Plenária de maio 2012 discutiu as mudanças nas Recomendações revistas do GAFI e endossou a sua implantação para permitir ao GIABA cumprir o seu mandato.

386. A Plenária do GIABA instou os Estados-Membros a tomarem em consideração o seguinte em vista das recomendações revistas: a necessidade, se necessário, de rever as legislações ABC/CFT existentes, pôr em prática uma estratégia nacional operacional ABC/CFT e Política com o

Plano de Ação robusto indicando instituições responsáveis e prazos realistas e um quadro nacional de avaliação de riscos para ABC/CFT, institucionalizar a Abordagem Baseada no Risco para supervisão e conformidade ABC/CFT, melhorar o processo de identificação e verificação de clientes existentes e potenciais por parte de instituições financeiras, inclusive usufrutuários, facilitar a adesão aos requisitos de DVC, promovendo a inclusão financeira e melhorar a cooperação, colaboração e coordenação entre partes interessadas nacionais de ABC/CFT.

387. A fim de garantir que os Estados-Membros do GIABA têm plena compreensão do processo de ABC/CFT e alcançar a implementação efectiva das normas, o Secretariado aumentou a participação dos Estados membros nas reuniões do GAFI, incluindo a participação no desenvolvimento da metodologia utilizada para operacionalização das normas revistas.

Formação sobre as Normas Internacionais de Combate ao Branqueamento de Capitais, Financiamento do Terrorismo e Proliferação388. Em colaboração com ao GIABA, o Secretariado do GAFI organizou um seminário de formação de um dia nas Recomendações revistas do GAFI, intitulado Normas Internacionais de Combate ao Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo e proliferação. O seminário de formação foi realizado à margem da Comissão Técnica/Plenária em novembro de 2012 e todos os membros da Comissão Técnica participaram. As apresentações no seminário destacaram as mudanças nas normas do GAFI, os objetivos das mudanças e como as normas revistas devem ser implementadas. As apresentações forneceram aos participantes um conhecimento introdutório sobre as Normas. O GIABA pretende proporcionar formação sobre as normas revistas para avaliadores e diversos interessados em devido tempo antes do início da segunda ronda de avaliações...

Ações de Acompanhamento no Quadro de Avaliações Mútuas389. No período em análise, o Secretariado realizou missões de acompanhamento ao Gana, Benim, Nigéria, Guiné, Libéria e Níger para reforçar o compromisso dos Estados membros para implementar medidas ABC/CFT de normas internacionais aceitáveis , especialmente as recomendações nos seus RAM. As missões de acompanhamento foram realizadas simultaneamente com as visitas de advocacia relatadas no capítulo 6. Um resumo dos resultados das missões é fornecido a seguir:

GANA390. Em 2010, o GAFI identificou o Gana como uma jurisdição com deficiências ABC/CFT estratégicas e submeteu o país a uma análise orientada. A Plenária do GAFI encaminhado O Gana a declaração pública em Fevereiro de 2012 por não conseguir fazer progressos suficientes na aplicação do seu plano de acção, e com base em determinadas deficiências estratégicas que permaneceram no sistema ABC/

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CFT do país. O GAFI exortou o Gana a continuar a trabalhar em estreita colaboração com o GIABA na implementação do seu plano de ação para corrigir as deficiências, inclusive criminalizando adequadamente o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, garantindo uma Unidade de Inteligência Financeira totalmente operacional e funcional, estabelecendo e implementando procedimentos adequados para identificar e congelar bens terroristas. O Gana fez um compromisso político de alto nível para corrigir essas deficiências através da implementação de um plano de ação desenvolvido com o Grupo de Análise Regional (GAR) do GAFI. A missão de acompanhamento reuniu-se com funcionários do governo relevantes, incluindo o Vice-Chefe do Estado-Maior, o vice-ministro das Finanças e do Planeamento Económico, o Vice-Ministro do Interior, o CEO da FIC, representantes do Departamento do Procurador-Geral, o Coordenador Nacional de Segurança e o Director do Gabinete do Crime Económico e organizado (EOCO).

391. As discussões na reunião centraram-se no relatório de ICRG GAFI sobre o Gana e o progresso do país na implementação do Plano de Acção. A Missão enfatizou a necessidade urgente de criminalizar toda a gama de infracções subjacentes do branqueamento de capitais, aprovar regulamentos para a aplicação efectiva da Lei Anti-Terrorismo de 2008 (Lei 762) e a RCSNU 1267 e 1373, aprovar regulamentos para implementar eficazmente a Lei Económica e do Crime Organizado, de 2010 (Lei 804), e aumentar a força do pessoal da FIC. As autoridades demonstraram a sua compreensão das questões em jogo e prometeu o seu empenho para acelerar o progresso na implementação do Plano de Acção. O Vice-Chefe do Estado-Maior e o CEO da FIC realizaram uma missão de acompanhamento ao Secretariado do GIABA em 14 de março de 2012 para discutir a implementação do Plano de Acção para o Gana. Após as missões head-to-head, o Gana levou a cabo várias iniciativas como observado nos capítulos 2 e 6, respectivamente.

BENIM392. Tendo em vista o atraso na aprovação da lei CFT, uma missão de acompanhamento de visita a Cotonou, República do Benim de 11-13 março de 2012, reuniu-se com o distinto porta voz da Assembleia Nacional, que confirmou que o projecto lei de Contra financiamento do terrorismo tinha sido encaminhado para Assembleia Nacional para análise e aprovação. A Missão foi informada de que as discussões sobre o projeto de lei tinham sido adiadas várias vezes devido à agenda ocupada dos Ministros competentes. O Diretor-Geral incentivou o Benim a intensificar esforços para aprovar o projeto em lei e estabelecer mecanismos internos adequados para a implementação da legislação.

393. A missão também discutiu a necessidade de reforçar a eficácia da Unidade de Inteligência Financeira (UIF), dotando-a de recursos humanos adequados e orçamento operacional suficiente, e revitalizar a Comissão Inter-Ministerial para assegurar a coordenação efectiva das partes interessadas na luta contra a lavagem de dinheiro no Benim.

NIGÉRIA394. A missão em fevereiro de 2012 à Nigéria, focou

a discussão na Declaração Pública emitida pelo GAFI em Fevereiro de 2012 sobre a Nigéria e a falta de progressos na implementação do plano de acção do país. A missão reuniu-se com o Procurador-Geral e Ministro da Justiça, que informou o diretor-geral de esforços do seu gabinete para alterar a Lei Branqueamento de Capitais (Proibição) e a Lei de Prevenção do Terrorismo de 2011, em conformidade com os padrões internacionais aceitáveis. O Director-Geralforneceu alguns insumos para ajudar o país a rever a legislação e prometeu fornecer um apoio adicional que venha a ser necessário no contexto da implementação das recomendações do RAM e seu Plano de Acção no âmbito do GAFI ICRG do processo de análise orientada. Todos os detalhes das várias missões de advocacia para a Nigéria são relatados no capítulo 6.

GUINÉ395. Na preparação para a Avaliação Mútua da visita in situ à Guiné marcada para 04-18 junho de 2012, o Diretor-Geral realizou uma missão de alto nível da defesa para Conacri, Guiné de 27-29 março 2012. O principal objetivo da missão era procurar o compromisso político das autoridades guineenses “no que diz respeito à criação da UIF em conformidade com as disposições da Lei n º L/2006/010/AN de 24 de Outubro de 2007, relativa à luta contra o branqueamento de capitais, a promulgação da lei CFT, o fortalecimento da colaboração entre as instituições interessadas para o funcionamento eficaz do respectivo Comité Inter-ministerial, e a nomeação do correspondente nacional do GIABA, por decisão da CMG em maio 2010.

396. Numa série de reuniões, as autoridades guineenses reconheceram a necessidade de rapidamente aprovar a lei CFT e afirmaram o compromisso de facilitar a avaliação mútua in situ. Expressaram, igualmente, o seu apreço pela assistência do GIABA com a elaboração da lei CFT e os comentários pertinentes, bem como o seminário bem-sucedido de avaliação prévia, realizado a 05-07 março 2012. As autoridades expressaram preocupação com a criação da UIF, o que levou o Diretor-Geral a garantir assistência técnica, inclusive para a comissão inter-ministerial. O GIABA também confirmou o apoio para a visita in situ da avaliação mútua.

LIBÉRIA397. Durante a missão da Monrovia, Libéria, em 16-17 de abril de 2012, o Diretor-Geral reuniu-se com as autoridades nacionais da Libéria. O objetivo da missão era obter um compromisso político sobre a implementação eficaz de normas ABC/CFT internacionais aceitáveis na Libéria. A missão discutiu a necessidade urgente de rever as disposições relativas à UIF no Projeto Lei ABC/CFT como parte de obrigação das autoridades liberianas “ estabelecerem formalmente a UIF, nomeando os seus membros, garantir a independência operacional da UIF, e garantir a continuidade na sua administração. O Director-Geral instou as autoridades liberianas a aprovar o Projeto de Lei ABC/CFT sem demora e buscou apoio para o reconhecimento executivo e revitalização da Comissão Inter-Ministerial para garantir a efetiva colaboração entre as autoridades competentes na Libéria. Detalhes da visita de alto nível da Libéria e as questões específicas que necessitam de intervenção política são discutidos no capítulo 6.

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Conclusão398. A avaliação mútua (AM) é uma das funções essenciais do GIABA. O objetivo da é avaliar mutuamente membros para determinar o seu nível de conformidade com as normas internacionais aceitáveis. O processo de AM fornece informações sobre os progressos realizados por Estados-Membros na implementação das suas obrigações nos termos das Recomendações revistas do GAFI, convenções da NU e RCSNU e outras melhores práticas. É um dos pontos de referência para medir o desempenho do GIABA como um corpo Regional do estilo GAFI. As avaliações foram realizadas a partir das Quarenta Recomendações sobre o Branqueamento de Capitais de 2003, as nove Recomendações Especiais de 2001, sobre o financiamento do terrorismo, e da Metodologia 2004 desenvolvida pelo GAFI. De longe, uma das principais realizações do GIABA ao longo dos anos tem sido na área da avaliação mútua. Os membros têm demonstrado um forte compromisso com este processo e o processo revelou-se gratificante para todos. Ajudou os Estados-Membros a compreender e apreciar a necessidade de tal avaliação interpares e igualmente o seu impacto nos seus sistemas.

399. O baixo nível de cumprimento dos Estados membros com as normas internacionais, não obstante, a percepção geral pelas partes interessadas é que o processo de avaliação mútua é um segmento importante do regime

ABC/CFT. Assim, o processo tem ajudado os Estados membros a reestruturar, reformular e reorientar os seus quadros ABC/CFT. Além disso, a primeira ronda tem proporcionado uma boa oportunidade de aprendizagem, como foi evidenciado pelo nível de melhoria na qualidade dos debates em cada sessão Plenária. As lições aprendidas na primeira ronda (como discutido em pormenor no capítulo 10) servirão como grandes contributos para a implementação da próxima ronda. A preparação do GIABA para a segunda ronda de avaliações mútuas envolverá liquidação do processo de acompanhamento, formar os assessores e as partes interessadas, e rever processos e procedimentos de avaliação mútua do GIABA de acordo com as novas recomendações revistas do GAFI e Metodologia. Entrando na segunda ronda de avaliação mútua, o GIABA edificará sobre as lições aprendidas a partir da primeira ronda, enquanto focalizando as mudanças nas normas revistas, especialmente a eficácia das medidas ABC/CFT, que os Estados-Membros têm em funcionamento. Presumivelmente, não será uma tarefa fácil, pois como Estados membros assumem que puseram em prática a legislação pertinente e outras estruturas, isso só vai satisfazer a conformidade técnica até certo ponto. O foco na próxima ronda será na eficácia, ou seja, avaliar se a legislação e as estruturas postas em prática são realmente aplicadas e eficazes.

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Capítulo Quatro

TIPOLOGIAS E OUTRAS PESQUISAS

400. Um dos mandatos do GIABA é a conduta de tipologias e outros estudos de pesquisa sobre BC/FT, e é uma das seis áreas prioritárias do

Plano Estratégico 2011-2014 do GIABA. Tipologias e outras pesquisas são conduzidas pelo GIABA, a fim de revelar as técnicas, métodos, esquemas, extensão, padrões, tendências e impacto do BC e FT.

401. As actividades do GIABA com relação às tipologias e outros estudos de pesquisa em 2012 envolveram o reforço do seu Grupo de Trabalho sobre Tipologias (WGTYP), continuação de estudos incompletos transitados do ano anterior, incluindo estudos no âmbito do Bolsas de Investigação e novos estudos iniciados no ano, incluindo aqueles realizados em colaboração com os parceiros internacionais, a participação em projetos de tipologias revistas do GAFI e a organização conjunta da reunião de Tipologiase 2012 com o GAFI. Este capítulo fornece uma visão geral dessas atividades e avalia brevemente as suas implicações para a implementação das normas ABC/CFT internacionais nos Estados membros do GIABA.

GIABA/FATF Projeto Conjunto de Tipologias sobre Financiamento do Terrorismo na África Ocidental 402. Na sua 16 ª reunião realizada em Lomé, Togo, em novembro de 2011, a Plenária do GIABA aprovou a realização de um projeto de tipologias conjunto com o GAFI. O projeto, que foi concebido pelo Grupo de Trabalho do GIABA sobre Tipologias (WGTYP), em colaboração com o Secretariado do GAFI está a ser coordenado pelos Co-Presidentes do GIABA WGTYP. O estudo de tipologias é projetado para melhorar a compreensão sobre as técnicas, métodos e tendências de financiamentos terroristas na região, e deve ser concluído em meados de 2013.

403. A fim de garantir que o projeto de tipologias teve dados fiáveis e suficientes para trabalhar, foram contratados cinco (5) especialistas para realizar um estudo de fundo sobre o terrorismo e o financiamento terrorista em cinco (5) Estados membros do GIABA, ou seja, Burkina Faso, Mali, Níger, Nigéria e Senegal. Os estudos de caso foram recolhidos pelos peritos e incluídos nos seus relatórios. O GIABA WGTYP coordenou

o trabalho de campo dos peritos. Os membros da equipa analisaram os cinco relatórios dos países que forneceram a base para o seminário de tipologias sobre o projeto.

Encontro Anual Conjunto de Peritos do GAFI/GIABA Sobre Tipologias de Branqueamento de Capitais e Financiamento de Terrorismo404. O GIABA teve a honra de acolher o Encontro Anual de Peritos do GAFI sobre Tipologias de branqueamento de capitais e Financiamento de terrorismo 2012 em Dakar, Senegal, de 26-28 novembro 2012. O objetivo do encontro de peritos era avaliar o progresso em vários projetos de tipologias sendo realizados pelo GAFI, ou em conjunto com os OREG, em diferentes regiões do mundo, a fim de avançar no trabalho. Foram realizados cinco seminários durante a reunião tratando das seguintes áreas de pesquisa:

Branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo relacionado com a falsificação de moeda405. Este projeto de pesquisa foi concebido para analisar a forma como os produtos derivados de moeda falsa são branqueados e/ou utilizados no financiamento do terrorismo. Os objectivos deste projecto são:

• Identificar e descrever métodos de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo associados com moeda falsa;

• Contrastar os métodos de colocação de moeda falsa com os de outros produtos do crime;

• Estudar as ligações de falsificação de moeda com o crime organizado, financiamento do terrorismo e outros crimes;

• Identificar medidas ABC/CFT que são úteis na detecção de falsificação de moeda e BC/FT associado;

• Identificar indicadores de alerta para a detecção de operações suspeitas relacionados com a moeda falsa, e

• Identificar lacunas no quadro jurídicos e/ou desencontro na interação operacional das agências de aplicação da lei, alfândega e as UIF na prevenção, investigação e repressão bem-sucedida de BC/FT relacionado com moeda falsa.

• Durante o seminário, os dados disponíveis foram

INTRODUÇÃO

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analisados , enquanto se reviram exemplos de casos sobre as ligações de moeda falsa com o crime organizado, branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo. O questionário utilizado no estudo e a atribuição de tarefas e responsabilidades na implementação do projeto também foram considerados. Foi criado um projecto de relatório que deverá apresentado na Plenária GAFI em fevereiro 2013.

Financiamento do terrorismo na África Ocidental

406. Este exercício de tipologias é liderado pelo GIABA. O seu objectivo é determinar os métodos utilizados para angariar, movimentar e usar os fundos para apoiar terroristas e o terrorismo na África Ocidental, a fim de fortalecer os esforços de luta contra o terrorismo na região. Espera-se que os resultados revelem as implicações para as intervenções,

enquanto se farão recomendações pertinentes para lidar com essas implicações.

Vulnerabilidades dos profissionais da área jurídica ao Branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo

407. O principal objetivo deste projeto de tipologias é entender até que ponto a profissão jurídica está em risco de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. O objetivo do seminário foi:

• Revisão da literatura coletadas e as respostas ao questionário recebido;

• Obter uma melhor compreensão do segredo profissional jurídico/sigilo e processos de supervisão e

• Examinar os estudos de caso de vulnerabilidades, mecanismos e indicadores de alerta.

O Diretor Geral do GIABA, Dr. Abdullahi Shehu, o Ministro do Interior, General Pathé Seck, e os participantes da reunião conjunta de especialistas do GIABA / GAFI sobre as tipologias de BC / FT organizada de 26 à 28 de Novembro de 2012, em Dakar (Senegal).

408. Os principais pontos de discussão incluíram a questão da confidencialidade, privilégio e sigilo profissional pois relacionam-se com a prática no profissional jurídico, e os requisitos para a educação, formação e orientação. As discussões também se concentraram em sinais de alerta e COS gerados pelas instituições financeiras. O projecto de relatório deverá ser apresentado na Plenária do GAFI em junho 2013.

Vulnerabilidades de Branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo através do comércio de diamantes e outras pedras preciosas

409. Os objetivos deste projeto, que é liderado pelo Grupo Egmont, é identificar as vulnerabilidades que podem ser exploradas por branqueamento de capitais e / ou financiamento do terrorismo no comércio de diamantes. As

principais questões discutidas durante o seminário foram as seguintes:

• País / experiências regionais;

• Esquemas, vulnerabilidades e riscos BC/FT;

• Casos, tipologias, indicadores e sinais de alerta, e

• As conclusões e as implicações políticas.

410. O relatório final deverá ser apresentado na Plenária do GAFI em junho 2013.

Papel de hawala no branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo.411. Este projeto de tipologias é um seguimento ao trabalho anteriormente realizado pelo GAFI e outros órgãos. O seu objectivo é identificar e melhorar o entendimento de como certos tipos de sistemas de transferência de dinheiro e

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valor são explorados para fins de financiamento do terrorismo e branqueamento de capitais.

412. Os principais pontos considerados durante o seminário foram respostas dos questionários, as questões de definição e alcance dos Hawala, e a questão do tratamento jurídico diferenciado. Outras questões debatidas são riscos BC/FT relacionados com operações Hawala, estruturas de supervisão e fiscalização, bem como a cooperação internacional.

Capacitação para membros do GTTYP do GIABA 413. Como parte dos esforços para fortalecer a capacidade do GTTYP do GIABA na entrega do seu mandato, os seus membros foram patrocinados para participar da Reunião Conjunta de Peritos GAFI/GIABA . Os co-presidentes do Grupo de Trabalho presidiram o Seminário sobre FT na África Ocidental. A Reunião de

Peritos concedeu aos membros do Grupo a oportunidade de beneficiar de melhores práticas internacionais na condução e coordenação das tipologias BC/FT.

Pesquisas concluídas

414. Os estudos que foram iniciados em 2011 foram concluídos e os seus relatórios adotados em Plenária e aprovados pela decisão da CMG em 2012. Estes incluiam relatórios das tipologias sobre Crimes fiscais e

Sessão de discussão dos parceiros e membros observadores do GIABA na reunião conjunta do GIABA / GAFI sobre as tipologias de BC / FT organizada a partir de 26 à 28 de Novembro de 2012, em Dakar (Senegal).

branqueamento de capitais na África Ocidental e o estudo geral da pesquisa sobre: “fraude fiscal e branqueamento de capitais na África Ocidental: Perspectiva de Desenvolvimento Humano e Económico ‘, e estudo sobre” O Nexus entre ALPC e branqueamento de capitais e o Financiamento do Terrorismo na África Ocidental “. Estes três relatórios já foram publicados e os seus objectivos, as principais conclusões e recomendações foram reportados no Relatório Anual de 2011 do GIABA. Foram oncluídos e finalizados uma série de estudos no âmbito do regime de concessão de pesquisa. O “Estudo sobre Fraude Financeira Avançada e Branqueamento de Capitais na África Ocidental”, também foi concluído e será finalizado em 2013.

415. As conclusões e recomendações destes estudos ajudarão o programa baseado em evidências e conceptualização do projeto, design e implementação, com a plena colaboração das partes interessadas

do GIABA. Os objetivos e resumo das conclusões dos estudos realizados são fornecidos abaixo:

Crimes fiscais e branqueamento de capitais na África Ocidental:

416. Os principais objectivos deste projecto de tipologias foram:

a. Compreender os métodos e técnicas utilizados para

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cometer a fraude fiscal e branquear o produto do crime e os principais setores envolvidos e;

b. Destacar as diferentes tipologias de crimes fiscais;

c. Identificar a partir de estudos de caso, o crime fiscal relacionado potencial BC com o crime a ocorrer e de que forma;

d. Aprofundar o conhecimento e a compreensão das entidades de investigação e repressão de como rendimentos ilegais gerados através de crimes fiscais estão a ser branqueados;

e. Identificar os indicadores relevantes e sinais de alerta para ajudar as instituições financeiras e outras entidades de comunicação na tomada de decisão no que diz respeito ao acompanhamento e comunicação de transacções suspeitas sobre métodos de branqueamento de capitais relacionado com crime fiscal;

417. As principais conclusões do estudo são as seguintes:

a. Crimes fiscais são fontes importantes de produtos do crime na África Ocidental.

b. As principais técnicas utilizadas na execução de crimes fiscais e branqueamento dos produtos incluem a manutenção de várias contas e registos financeiros, preços de transferência, transferências de dinheiro informal, sub-declaração de rendimentos e lucros, manipulação de operações de importação e exportação, e apresentação de declarações fiscais falsas incluindo falsas deduções.

c. Produto de crimes fiscais são na sua maioria branqueados através de empresas subsidiárias, usando contas fictícias para facilitar o desvio de instrumentos financeiros e as receitas fiscais.

d. A predominância do setor informal na região tem mantido muitas empresas tributáveis /entidades fora da rede de imposto, com consequências adversas sobre a receita de impostos. A natureza baseada em dinheiro das economias da Africa Ocidental facilita a evasão fiscal e crimes relacionados.

e. Enquadramento da regulamentação e aplicação fiscais na maioria da África Ocidental permanecem deficiente e exigem mais reformas.

f. Cooperação inter-agências e a coordenação sobre crimes tributários, especialmente entre as agências de execução fiscal e Unidades de Informação Financeira (UIF) são inexistentes.

g. Imposto de fraude/evasão está ligado a outro método de tipologias de branqueamento de capitais conhecido como o comércio baseado em métodos de branqueamento de capitais e uso de profissionais para manipular as demonstrações financeiras para reduzir passivos fiscais/evasão fiscal.

h. Fraudes fiscais/evasões são normalmente processados sem integrar o elemento de branqueamento de capitais.

i. Há uma escassez de dados/estatísticas sobre o imposto de fraude/evasão de processo e condenação em toda a região.

j. Incentivos do governo, isenções fiscais

particularmente não monitorados são abusados por fraude fiscal e crimes relacionados.

418. As principais recomendações contidas no relatório são de que o GIABA deve:

a. Trabalhar com EM para desenvolver diretrizes e notas interpretativas sobre os novos regulamentos. Também é pertinente criminalizar a evasão fiscal / fraude e incluí-la como uma das infracções subjacentes de leis ABC/CFT dos EM .

b. Facilitar a cooperação e a colaboração entre administradores fiscais, aplicação da lei e outras agências de investigação, e do Judiciário, especialmente em termos de partilha de informações e operações conjuntas, conforme necessário, para melhorar a aplicação, investigação e repressão das questões relacionadas com impostos.

c. Envolver  od EM para aumentar o compromisso político para resolver a questão da corrupção e melhorar a transparência e responsabilidade na gestão dos recursos em todos os níveis. Os funcionários fiscais não são, em alguns casos,  muito transparentes na divulgação de taxas de imposto ou no seu cálculo dos deveres fiscais, intimidando assim os contribuintes e, posteriormente, levando-os a atividades fraudulentas, a expensas do Estado.

d. Apoiar EM a desenvolver estratégias nacionais para alargar a base tributária e eventualmente rever algumas taxas para baixo, levando em consideração as taxas cobradas noutras jurisdições (emular as melhores práticas).

e. Facilitar a formalização do sector informal e incorporá-lo como parte do suporte de imposto.

Fraude Fiscal e branqueamento de capitais na África Ocidental: Perspectiva de Desenvolvimento Humano e Económico419. O estudo liga o fenómeno com a escala de evasão fiscal no âmbito da economia informal e da evasão fiscal realizada por entidades (incluindo as multinacionais) que operam na economia formal. Considerando a dimensão do problema e do impacto negativo significativo, é provável que afetem a capacidade do Estado para promover o desenvolvimento humano e económico, foi iniciado um estudo mais detalhado para explorar a relação entre a fraude fiscal e o branqueamento de capitais.

420. As principais conclusões do estudo são as seguintes:

a. A maioria das leis fiscais na região ainda tem lacunas que estão a ser exploradas para cometer fraude fiscal em países da Africa Ocidental. A capacidade institucional e administrativa para aplicar a legislação tributária existente é muito fraca e faz com que a luta contra a fraude fiscal seja extremamente difícil;  a investigação, julgamento e condenação por fraude fiscal é muito insignificante.

b. A evasão fiscal e o branqueamento de capitais estão intimamente relacionados e caminham juntos na região, pois proventos gerados a partir do primeiro

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alimentam o processo do último.

c. A fraude fiscal e o branqueamento de capitais produzem os mesmos efeitos e consequências em todos os países da África Ocidental. Além da deterioração dos valores morais, sonegação fiscal e branqueamento de capitais afetam adversamente as políticas de desenvolvimento e os objectivos definidos por estes países.

d. A economia política de má governação, a fragilidade do Estado, a economia baseada em dinheiro, a dominância do setor, o analfabetismo generalizado do imposto informal, a porosidade das fronteiras e controlos fronteiriços fracos, torna a região um terreno fértil para o florescimento de fraude fiscal.

e. Há um impressionante baixo nível de consciência geral de questões fiscais e fraude fiscal.

f. As formas mais comuns de fraude fiscal são a falsificação de documentos, sonegação fiscal, desvio de imposto recolhido por funcionários fiscais, o excesso de faturamento, e manipulação de livros de contabilidade.

421. As recomendações chave feitas no relatório são de que o GIABA deve:

a. Forjar parcerias com redes de organizações da sociedade civil da região para a disseminação de informação em massa e criação de sensibilização sobre a tributação geral.

b. Trabalhar com os Estados-membros para atualizar a sua administração fiscal, a fim de colmatar as lacunas que estão a ser exploradas por fraude fiscal.

c. Trabalhar para construir a capacidade das agências reguladoras e de supervisão nacionais (incluindo as UIF e agências anti-corrupção) para a detecção eficaz de fraude fiscal

d. Criação de programas de formação contínua dos funcionários da administração fiscal.

e. Desenvolver um guia para os agentes fiscais para melhorar a sua moral e profissionalismo

f. Apoiar os Estados-Membros a informatizar as suas administrações fiscais para aumentar a transparência e a prestação de contas.

O vínculo entre ALPC e branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo na África Ocidental422. O GIABA encomendou este estudo, principalmente para proporcionar uma maior compreensão de como o tráfico ilícito de ALPC está a alimentar e está a ser sustentado pelo BC/FT na região. O relatório mostra as tipologias e a prevalência de tráfico ilícito de ALPC, e revela os padrões emergentes da sua relação com o BC/FT em todos os 15 Estados membros da CEDEAO.

423. O estudo mostra que o tráfico ilícito de ALPC na África Ocidental e nos países da região é extenso. Este comércio ilícito é lubrificado pela natureza informal da economia da Africa Ocidental, o que torna mais fácil para os atores movimentar armas e dinheiro por todo o lado, sem

passar pelo sistema financeiro formal. Os fundos utilizados para a compra de armas são provenientes de atividades ilícitas como o contrabando de café, cacau, diamante e cigarro; roubo de petróleo, sequestro e recursos públicos roubados. Estes fundos são facilmente desviados e utilizados para financiar o comércio ilícito de armas. Os corretores não registados, por razões puramente comerciais, também movem facilmente dinheiro dentro e fora dos sistemas formais e informais para financiar o comércio ilícito de armas.

424. Bancos e instituições financeiras têm falta de sistemas robustos de AML/CFT na região, permitindo, assim, que os traficantes de armas ilícitas e outros criminosos facilmente branqueiam os recursos que recebem dos seus negócios. Além disso, as medidas legais e institucionais contra o tráfico ilícito de ALPC são fracas. Em particular, apesar de ser signatários da Convenção da CEDEAO sobre as ALPC, as leis nacionais de armas de fogo são na sua maioria desatualizadas e têm disposições fracas para regular as ALPC. As medidas legais e institucionais contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo são igualmente fracos. Isso resultou numa investigação e repressão mínimas dos casos BC/FT.

425. As recomendações chave previstas no relatório são de que o GIABA deve:

a. Despertar a necessidade urgente de reforçar o Acordo de Wassenaar sobre armas de pequeno porte em relação aos países da Europa Oriental ao conhecimento das organizações e fóruns internacionais relevantes.

b. Colaborar com a Comissão da CEDEAO e os Estados-membros para a construção da capacidade de segurança e agências policiais para patrulhar efetivamente postos de fronteira terrestres e marítimos e detectar o contrabando de ALPC nas fronteiras da região.

c. Prestar assistência aos Estados-Membros a desenvolverem rastreamento e identificação de petróleo roubado, cacau contrabandeado, algodão e outros produtos contrabandeados e minerais que são usados para financiar a importação ilícita de ALPC.

d. Iniciar uma parceria regional e nacional para incentivar o intercâmbio de dados e informações entre as agências nacionais e regionais responsáveis pelo controlo das ALPC e BC/CTF, especialmente na área de desenvolvimento de banco de dados relacionados para ajudar no rastreamento de fundos ilícitos de toda a região e as apreensões de ativos.

e. Intensificar a colaboração com grupos da sociedade civil na sub-região para criar sensibilização sobre os perigos da proliferação de ALPC, BC e FT na região

f. Mobilizar a sociedade civil e construir a sua capacidade de realizar estudos sobre os aspectos estratégicos de proliferação de ALPCbranqueamento de capitais e financiamento do terrorismo

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Estudo sobre Fraude de Taxa Antecipada e Branqueamento de Capitais na África Ocidental426. Devido ao crescente problema da fraude de taxa antecipada e ofensas BC associadas na região, o GIABA encomendou um estudo sobre “Fraude da Taxa Antecipada e Branqueamento de Capitais na África Ocidental” no início de 2012. O estudo centra-se no corredor Lagos-Cotonou-Accra-Abidjan, que tem as maiores atividades económicas, movimentos humanos e de veículos na região (a saber: Benim, Gana, Nigéria e Togo). O estudo visa determinar a natureza e a prevalência do crime e os métodos pelos quais os rendimentos gerados a partir do crime estão a ser branqueados e/ou utilizados para financiar atividades terroristas da região.

427. As principais conclusões do estudo são as seguintes:

a. Apesar dos quadros existentes no Gana e Nigéria, existem lacunas no âmbito da execução, pois os dois países estão agora a lutar contra o flagelo da fraude de taxa antecipada. O Benim e o Togo não têm estruturas legislativas que respondam à fraude de taxa antecipada, mas parecem ser ativos na prevenção do crime.

b. O estudo revelou que, apesar dos profissionais estarem envolvidos na cadeia de processos, no que diz respeito a alguns dos grandes negócios fraudulentos de FTA, a maioria das pessoas que são utilizadas na linha de frente dessas operações são jovens desempregados.

c. Considerando a s incidências de FTA e BC decorrentes de práticas corruptas visíveis na região, a relação entre FTA e BC ou FT tem sido difícil de estabelecer.

428. As recomendações chave feitas no relatório que o GIABA deve:

a. Apoiar EM a rever as políticas e leis sobre segurança cibernética para apertar as regras sobre o uso de ciber espaço e monitorar atividades de forma a estar em posição de interceptar algumas das cartas de fraude e as atividades que são realizadas por golpistas e as suas redes de fraude.

b. Liderar o desenvolvimento de normas básicas de segurança do espaço cibernético e ajudar a construir e atualizar os órgãos estaduais para serem capazes de monitorar e interceptar atividades criminosas dentro do seu espaço cibernético.

c. Promover um processo contínuo de educação pública sobre os riscos de golpistas e seus truques.

d. Trabalhar em estreita colaboração com EM e fazer o lobby da entrada de recursos para a formação de pessoal competente em evolução de tendências, tecnologias e técnicas necessárias nas suas operações.

e.

O relatório deve ser finalizado para a consideração na Plenáriaa do GIABA em 2013.

Bolsas de Pesquisa429. O GIABA lançou o seu primeiro sistema de concessão de Investigação em 2011, a fim de enfrentar os

desafios da baixa capacidade de pesquisa na área de ABC/CFT na região. O objetivo da Bolsa de investigação é promover investigação política orientada com base em evidências sobre os fenómenos do BC/FT na região. Foram concedidas 14 bolsas em três categorias: Ouro (para académicos e associações profissionais), Prata (para as ONG/OSC registadas) e Bronze (para os alunos de pós-graduação). A maioria dos beneficiários (8 em 14) estão na categoria Bronze (estudantes), e isso significa que a conclusão de seus prémios tem sido ligada à conclusão dos seus respectivos projetos de pesquisa da universidade, com diferentes cronogramas de conclusão. Os relatórios completos serão apresentados à Plenária do GIABA em 2013 para consideração.

430. Até agora, foram concluídos e finalizados cinco dos projetos de pesquisa . Abaixo está o resumo das pesquisas concluídas:

a. Implicação para o desenvolvimento de intervenções da sociedade civil eficazes para a gestão dos fluxos transfronteiras de dinheiro líquido no Setor Informal: um estudo de caso da ordem Nigéria-Benim

431. Este estudo analisa os fenómenos do movimento de dinheiro e outros instrumentos negociáveis ao portador (BNI em toda a fronteira Idiroko/Igolo (Nigéria - Benim), e identifica as comunidades e as categorias de pessoas envolvidas na atividade. O estudo também avalia o nível de sensibilização das comunidades de fronteira e organizações da sociedade civil sobre as leis nacionais e regulamentos relevantes do GAFI sobre o movimento de dinheiro e BNIs. Essencial ao estudo é compreender as atuais práticas de controlo de gestão em vigor na fronteira e, por extensão, o papel das comunidades de fronteira e organizações da sociedade civil, tanto quanto o controlo de dinheiro e movimento de BNI está em causa.

432. As principais conclusões do estudo são as seguintes:

i. O movimento de dinheiro e outros BNIs, essencialmente, não foi através da fronteira formal ou regulada mas contrabandeado através de rotas ilegais que tornaram o BC quase impossível de detectar.

ii. Elemento de incentivos compensatórios também fez o elevado risco associado a BC provável nas comunidades fronteiriças.

iii. Grupos vulneráveis têm a perceção de BC como uma oportunidade para conseguir uma rápida reviravolta na qualidade de vida.

iv. Emergente nas comunidades locais é novo núcleo de correios locais cujo produto de actividades ilegais está a ser branqueado em empreendimentos comerciais. Portanto há atração de um número crescente de jovens que não frequentam a escola, jovens mulheres e homens, para o crime.

v. A topografia e a paisagem da fronteira é ao mesmo tempo um obstáculo e uma vantagem.

433. As recomendações chave contidas no relatório são as seguintes:

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i. O estudo recomenda um maior foco na componente de capacitação de ABC. Os grupos que devem ser especificamente orientadas incluem funcionários, as OSCs, as instituições financeiras formais, grupos tradicionais e económicos nas comunidades de fronteira para os sensibilizar e pedir o seu apoio na ABC.

ii. Da mesma forma, a atenção tem de ser concentrada em como facilitar o desenvolvimento e organização do setor informal que é o coração da existência económica das comunidades fronteiriças. É um dos meios para diminuir a ocorrência de BC pelas fronteiras terrestres.

iii. A colaboração entre as organizações comunitárias com base nas comunidades locais, os grupos profissionais, as Organizações Não-Governamentais (ONGs) e outras organizações regionais e da Sociedade Civil Global deve ser aumentada.

b. Capacitar a sociedade civil no Gana na Implementação de medidas ABC/CFT

434. O objetivo do estudo é avaliar o nível geral de sensibilização da sociedade civil no Gana das questões de BC e FT, e propor formas de integrar plena e eficazmente a sociedade civil no esforço nacional de combate ao BC e FT. Um resultado importante do estudo é o desenvolvimento de um manual CSO no BC & FT.

435. O estudo revela um baixo nível de sensibilização e não-envolvimento das OSCs no Gana sobre questões ABC e CFT. As principais razões alegadas para esta situação são duas: i) o início lento ou retardado para desenvolver os quadros institucionais, legais e estruturas do regime ABC/CFT no Gana, e ii) a tradicional atitude negativa e indiferente da sociedade na fronteira com Gana de quase desconfiança em relação às questões relacionadas com a segurança. Para enfrentar esse desafio, o estudo termina com uma série de recomendações a vários parceiros.

436. O estudo recomenda o envolvimento das comunidades fronteiriças por meio do engajamento de medidas das organizações da sociedade civil e organizações de base comunitária (OBC) para facilitar a implementação eficaz e sustentável de políticas ABC nas fronteiras do Benim e da Nigéria.

c. Inclusão Financeira e Normas ABC/CFT na Serra Leoa

437. O estudo explora a relação entre a aplicação de normas ABC/CFT e inclusão financeira na Serra Leoa. A principal conclusão deste estudo é que, embora a inclusão financeira ajude a reduzir os riscos ABC/CFT e melhorar a implantação de ABC/CFT normas, implementação irrestrita de normas ABC/CFT, especialmente aquelas relativas à vigilância da clientela, exclui os mais vulneráveis de aceder aos serviços financeiros. O relatório também observou que a análise regulamentar aguçada ajudaria a encontrar um equilíbrio entre a maximização das oportunidades para melhorar o acesso financeiro e limitar o risco de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.

438. A principal recomendação do relatório é para operar um regulamento diferenciado da norma conheça o seu Cliente (CSC) que permite a abertura de conta imediata com barreiras mínimas para as pessoas pobres e de renda baixa. A adoção da abordagem baseada no risco à implementação ABC/CFT e criação de espaço regulamentar para uma gama de serviços financeiros (Agente bancário, dinheiro móvel, e-dinheiro para criar depósito e pagamentos de processos) são igualmente recomendados.

d. Branqueamento de capitais através de Organizações sem Fins Lucrativos na África Ocidental: o caso da República da Guiné

439. Este estudo foi desenhado para explorar a participação das organizações sem fins lucrativos (ONG) em branqueamento de capitais na Guiné. Foram apresentados vários casos de branqueamento de capitais por meio de organizações sem fins lucrativos. As análises revelaram que BC através de organizações sem fins lucrativos é uma realidade na Guiné e ocorre através da criação e financiamento de organizações sem fins lucrativos, a criação e financiamento dos partidos políticos, uso indevido das doações, bem como o desvio de fundos por ambas as organizações sem fins lucrativos nacionais e estrangeiras.

440. O estudo conclui que, embora o fenómeno seja real, a sua sensibilização é mínima devido à falta de condenações e confiança de que organizações sem fins lucrativos desfrutam entre as populações, tendo em vista o papel fundamental de medidas de assistência e apoio que desempenham para as pessoas pobres. As recomendações resultantes incluem o fortalecimento do quadro jurídico e institucional, sensibilização, capacitação e operacionalização de sistemas de controlo para a prevenção e combate ao branqueamneto de capitais através de organizações sem fins lucrativos.

e. O impacto do tráfico de drogas transnacional sobre o ressurgimento do crime nos países de trânsito: o caso de Cabo Verde

441. Este estudo centra-se sobre o impacto do tráfico de drogas na criminalidade doméstica em Cabo Verde. Fornece uma breve descrição das rotas internacionais de cocaína da América do Sul para os principais mercados nos Estados Unidos da América e na Europa, e analisa as formas e estratégias utilizadas para introduzir a droga no país, bem como o seu trânsito para o destino final.

442. As principais conclusões do estudo são as seguintes:

a. Crimes relacionados com a droga têm diferentes tipos de tendências de outros tipos de crime. Os crimes ligados ao tráfico de drogas aumentaram muito mais acentuadamente e com variações mais amplas em contraste com a variedade de crimes previstos pelo sistema judicial em Cabo Verde. Como os consumidores de droga nem sempre têm meios financeiros consistentes,  são levados a cometer crimes, como forma de satisfazer as suas necessidades.

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b. O estudo mostrou o compromisso determinado das autoridades nacionais para definir as políticas e ações destinadas a combater o crime organizado transnacional, em parceria com os outros Estados e as instituições e agências internacionais, o que é atestado pela apreensão de grandes quantidades de cocaína em trânsito por Cabo Verde, com a prisão de “correios” que transportam as drogas, de traficantes ligados a organizações criminosas e o confisco de grandes volumes de bens ilícitos que lhes pertencem.

443. Sendo o primeiro de seu tipo, a implementação do regime de concessão de pesquisa produziu algumas lições que ajudarão o planeamento e a condução de subvenções futuras. Por exemplo, o momento da concessão para doutorandos pode ser diferente para outros altos graus não-doutorados.

Uma avaliação dos efeitos de aplicação das medidas anti-branqueamento de inclusão financeira nos Estados Membros do  GIABA.

444. Nos últimos anos, a implementação de medidas ABC/CFT tem atraído muita atenção no que diz respeito às suas implicações sobre a inclusão financeira. A crise económica que manifesta, em 2008, deu um novo impulso à necessidade de reforçar medidas de inclusão financeira e desmantelar as barreiras para a inclusão financeira. Medidas como requisitos de Dever de Vigilância da Clientela para entidades que relatam são vistas como meio de promoção da exclusão financeira, especialmente quando estritamente aplicadas. Acredita-se que menos de 30% da população CEDEAO colocado em mais de 300 milhões têm acesso aos serviços bancários formais, Enquanto muito menos tem acesso a crédito.

445. Como parte da sua contribuição para o discurso, o GIABA concedeu uma subvenção para uma análise documental sobre os efeitos da implementação de medidas ABC sobre inclusão financeira nos Estados Membros do GIABA. O relatório será concluído no primeiro semestre de 2013. Os resultados deste estudo irão guiar futuros trabalhos sobre o assunto pelo GIABA.

Projeto Conjunto de Investigação com o IDEA de Proteger a legitimidade política na África Ocidental446. Em 2011, um Memorando de Entendimento (MOU) foi assinado entre o GIABA e o Instituto baseado em Estocolmo para Assistência Democrática e Eleitoral (IDEA). Com base nas disposições do Memorando de Entendimento, o GIABA encomendou estudos regionais sobre o quadro jurídico e político que regulam o comportamento de políticos e partidos políticos em nove (9) Estados Membros do GIABA em 2012, ou seja, Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Gâmbia, Gana, Libéria, Mali, Nigéria e Serra Leoa. Os estudos foram financiados pela IDEA, com o apoio em género e coordenação fornecida pelo GIABA

447. O objetivo do estudo foi compreender a adequação ou não de quadros nacionais para proteger os sistemas políticos nacionais de infiltração e/ou captura de criminosos organizados. O estudo também foi desenhado para identificar as lacunas nas legislações e políticas atuais que regulam a conduta dos políticos e dos partidos políticos, a fim de informar

a intervenção programática adequada. O estudo foi concluído e o Secretariado do GIABA e o IDEIA receberam os relatórios finais. Entretanto, o IDEIA e o GIABA estão a trabalhar num quadro comum para explorar plenamente as conclusões dos estudos.

448. Estava previsto que as conclusões do estudo informarão a assistência técnica do GIABA aos Estados-Membros no domínio da promoção e protecção da integridade dos seus sistemas políticos. Assim, espera-se que o conhecimento obtido a partir dos relatórios específicos de cada país oriente o GIABA na elaboração de programas adequados e eficazes para prevenir ou reduzir a infiltração e eventual captura das máquinas de governo e decisores políticos por criminosos e grupo criminoso. Tal intervenção programática garantiria que os países membros não estão a ser transformados em estados penais e que as instituições públicas são viris o suficiente para combater de forma eficaz a ameça gémea do BC e FT, bem como as miríades dos seus crimes subjacentes.

Estratégia de Investigação do GIABA

449. Em 2012, o Secretariado do GIABA liderou o desenvolvimento de uma estratégia global destinada a orientar as suas actividades de investigação, incluindo a conduta de tipologias. O documento de estratégia, que pode ser acedido no site do GIABA (www.giaba.org), articula os princípios fundamentais que norteiam as actividades de investigação do GIABA, os principais tipos de pesquisas a serem realizadas e os objetivos gerais dessa investigação.

450. A estratégia de pesquisa, que foi aprovada pela Plenária do GIABA em novembro de 2012, prevê que os esforços de pesquisa do GIABA sejam construídos sobre três pilares/prioridades: conformidade de suporte com os padrões ABC/CFT; conduta de tipologias de estudos e outra de investigação e prestação de assistência técnica na condução de tipologias e outros estudos de pesquisa BC/FT, no contexto de programas de integração regional da CEDEAO.

Conclusão

451. A Investigação é fundamental na prestação de provas e revelar novos conhecimentos que ajudam a estabelecer as prioridades certas para intervenção. Com base nisso, o GIABA vai continuar a formar parcerias com os actores nacionais, regionais e internacionais para a realização de tipologias e outros estudos sobre BC/FT. O recente desenvolvimento e adopção da Estratégia de Investigação da instituição representam um passo importante nessa direção. Espera-se que a estratégia de pesquisa ajudaria a elevar ainda mais a qualidade de tipologias do GIABA e outros estudos de investigação e aumentar a absorção de política de resultados nos Estados Membros. O resultado das bolsas de pesquisa é uma prova clara de que pode ser desenvolvida capacidade na região em pesquisa  BC/FT. Os relatórios serão plenamente explorados, a fim de orientar as prioridades de intervenção.

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Capítulo Cinco CINCO

ASSISTÊNCIA TÉCNICA E FORMAÇÃO

INTRODUÇÃO

452. A assistência técnica é um componente importante de mandato e funções do GIABA. O ano de 2012 marcou o segundo ano de

implementação do Plano Estratégico 2011-2014, que está ancorado num quadro de gestão baseado em resultados e o seu objetivo geral “criar, sustentar e fortalecer a Aliança Regional de partes interessadas empenhadas na luta contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo na África Ocidental”. Assim, os objectivos gerais da assistência técnica e outros programas de capacitação oferecidos em 2012 estavam a alcançar um maior envolvimento dos Estados Membros na identificação e concepção de programas de intervenção com base em prioridades, capacidade de retenção, a sustentabilidade do desenvolvimento do capital humano e melhoria na capacidadede absorção dos Estados Membros. A gravidade da restrição da capacidade institucional prevalecente nos Estados Unidos acentuou a entrega da assistência técnica em 2012 para abordar as seguintes prioridades:

• Reforçar as UIF para melhorar a eficiência operacional na sua função principal de fornecer inteligência financeira útil que facilita a investigação e o julgamento de casos de BC/FT;

• Reforçar as capacidades do sistema judiciário para facilitar a sua compreensão da ABC/CFT e rápido julgamento de casos de crimes económicos e financeiros;

• Melhorar a percepção de atores não-estatais, incluindo organizações da sociedade civil e do setor privado, das questões relacionadas com BC/FT e a compreensão dos problemas do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo e galvanizar o seu apoio na luta contra estes flagelos. Isso é discutido em pormenor no capítulo seguinte sobre parcerias estratégicas e de defesa;

• Reforçar as funções de supervisão e de conformidade ABC/CFT, com particular ênfase na abordagem baseada no risco, de acordo com a Recomendação n º 1 das Normas revistas do GAFI;

• Construir as capacidades das Empresas e Profissões Não financeiras (EPNFD) Designados, tendo em vista a sua vulnerabilidade ao BC/FT decorrente de mudança de foco e estratégias pelos criminosos para esses setores, e

• Prestar assistência de capacitação direta para a investigação e repressão eficazes de branqueamento de capitais e os casos de financiamento do terrorismo.

453. Assistência técnica do GIABA em 2012 foi consistente no Plano Estratégico 2011-2014. Projetos de assistência técnica e programas foram classificados nas seguintes áreas-chave: (i) revisão da lei, (ii) a formação e capacitação dos parceiros,  agentes investigadores, promotores e juízes em ABC/CFT, (iii) fornecimento de equipamentos técnicos, especialmente em apoio à UIF, (iv) assistência aos organismos profissionais, incluindo organizações da sociedade civil envolvidas na luta contra o BC/FT, e (v) de sensibilização e advocacia. Cada uma dessas categorias, com exceção da consciência e da defesa, é discutida em detalhe nas sessões subsequentes. É razoável concluir que existe uma considerável confiança entre os parceiros do GIABA na sua capacidade de oferecer assistência técnica. O GIABA pretende construir esta confiança, reforçando o seu apoio aos Estados Membros no futuro. Esta será a medida de excelência e prova do valor do GIABA.

454. O nicho estratégico do no que diz respeito à assistência técnica baseia-se na consciência geral de que os seus esforços a nível regional têm um impacto a nível nacional e requer apoio nacional... Assim, os objectivos acima referidos foram obtidos por meio de uma colaboração intensa com os Estados membros e vários parceiros de desenvolvimento. Em 2012, a assistência técnica e programas de formação oferecidos pelo GIABA e ajudou os Estados Membros a fazer progressos significativos na concepção e implementação de regimes ABC/CFT robustos. Em particular, a maioria dos Estados membros foram capazes de up-grade os seus quadros ABC/CFT melhorando na escala dos parceiros de conformidade e aplicação. Quase todos os Estados-Membros têm em funcionamento amplas infra-estrutura jurídica ABC/CFTcom mecanismos institucionais básicos e pessoal qualificado para os implementar e operar. Existe agora uma maior coordenação tanto a nível operacional como político. O stock de pessoal capacitado está em ascensão (ver Quadro 1 e Tabela 2A no final deste capítulo), devido à mudança de paradigma regional para programas nacionais nos últimos dois anos (2011 - 2012). Além disso, houve o compromisso demonstrável pelas instituições responsáveis no cumprimento das suas obrigações de informação, devido à interface reguladora operadora reforçada.

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455. Em 2012, o GIABA implementou cerca de sessenta e dois (62) programas de assistência técnica e formação para beneficiar mais de 2.300 funcionários em todas  instituições parceiras. Na concretização desses programas, foi dada especial atenção aos Estados Membros com regimes ABC/CFT fracos  e/ou Estados-Membros no GAFI ICRG de revisão orientada. Juízes superiores e Senior dos mais altos tribunais nos Estados Membros foram patrocinados para ir numa viagem de estudos internacional relacionada com ABC/CFT, instalação de cartazes no exterior sobre ABC/CFT e mensagens, o Dispositivo analítico ABC/CFT foi implantado na UIF dos Estados-Membros e comissionado.

456. Em preparação para a implementação das normas revistas do GAFI a assistência técnica do GIABA em 2012 foi concebida para:

• Aumentar a responsabilidade dos Estados-Membros: instituições interessadas servem como principal proprietário e agentes executores de atividades e programas que irão melhorar a capacidade humana e institucional na luta contra o BC/FT, e a proliferação de armas de destruição maciça (ADM);

• Satisfazer as prioridades nacionais: está prevista a prestação de  assistência técnica para dar resposta às prioridades ABC/CFT nacionais em consonância com a sua estratégia e plano de acção. Assim, enquanto que a assistência técnica é dirigido pela demanda, reconhece também as exigências de aceitação de pedidos urgentes, mesmo não planeados, especialmente onde a força do do GIABA é percebida ser tão forte quanto o seu elo mais fraco, e

• Assegurar abordagem holística e abrangente: Para transferênia de capacidade, apropriação e sustentabilidade, o GIABA oferece assistência técnica

ABC/CFT por meio de uma abordagem consultiva, colaborativa e cooperativa, garantindo que todas as partes interessadas de ABC/CFT relevantes estão envolvidas em todas as fases de implementação da assistência técnica.

457. Para fins de concisão e clareza, mas integralidade, os programas de assistência técnica serão discutidos nas partes seguintes deste capítulo, na seguinte ordem: (A) apoio à construção de instituições e fornecimento de equipamentos; (B) Os programas regionais envolvendo todos os setores e (C) programas nacionais envolvendo instituições nacionais e partes interessadas específicas. Deve-se notar que, enquanto a assistência técnica do GIABA é impulsionada pela demanda e com base na avaliação das necessidades empíricas, a essência dos programas e projetos relatados é capturar os seus objectivos, relevância e impacto, bem como a sua contribuição para a realização do GIABA e a promoção da cooperação regional contra o BC/FT.

A. Apoio à Edificação de Instituições e Fornecimento de Equipamento

458. Entre os objetivos dos programas de assistência técnica do GIABA está o reforço da capacidade das instituições nacionais competentes, com a colaboração e apoio dos Estados Membros. Neste sentido, os seguintes projetos tiveram continuidade em 2012:

a) Apoio ao Estabelecimento e Operações Eficazes da Unidade de Informação Financeira (UIF)

459. A principal essência das normas ABC/CFT é negar aos criminosos a utilização dos ganhos das suas atividades ilícitas,  antecipando, assim, a continuidade da

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criminalidade. A prestação de informação financeira às autoridades competentes é fundamental para o controlo do fluxo de produtos do crime. A Inteligência financeira facilita a investigação, julgamento e condenação de casos BC/FT. Unidades de Informação Financeira (UIF) são as autoridades centrais responsáveis pela obtenção e disseminação de inteligência financeira para apoiar as agências de aplicação da lei a investigar, processar e condenar casos BC/FT. Assim, a Recomendação 29 do GAFI exige que os países estabeleçam as UIF e obriga-os a receber e analisar COS e outras informações relacionadas ao BC/FT e infracções subjacentes associadas. Espera-se que as UIF obtenham informações adicionais das entidades declarantes, e tenham acesso atempado a informação financeira, administrativa, e judiciária para que possam funcionar de forma eficaz.

460. O Estatuto do GIABA mandata o Secretariado apoiar os Estados-membros para que possam estabelecer e manter UIF. Todos os Estados-membros, com excepção de dois (2), estabeleceram e operacionalizaram totalmente as suas UIF. As UIF dos dois restantes (2) são semi-operacionais e estão em estágios avançados de estarem em pleno funcionamento em 2013. Significativamente, a UIF de quatro (4) Estados-Membros, ou seja, Nigéria, Senegal, Costa do Marfim e Mali, são membros do Grupo Egmont. O GIABA vai continuar a promover e apoiar UIF elegíveis na região para procurar a adesão do Grupo Egmont.

461. Em 2012, o GIABA continuou a prestar assistência técnica direta e coordenada às UIF, incluindo o seguinte:

1) Implantação de dispositivo analítico ABC/CFT para 13 UIF

462. A Avaliação de Necessiddae de Assistência Técnica (ANAT) do GIABA, realizada em 2007, recomendou a prestação de assistência integral, incluindo equipamento e dispositivo analítico para a UIF. Numa série de discussões com o Diretor-Geral durante as suas visitas, os Estados membros expressaram a sua urgente necessidade de um dispositivo que iria ajudar as suas UIF analisar COS. Isso foi discutido na reunião inaugural do Fórum dos Chefes de UIF Oeste Africano, realizado em Freetown, Serra Leoa, em 5 de novembro de 2009. Foi pedido ao GIABA iniciar os processos de aquisição e instalação dos equipamentos para auxiliar as UIF na região com as ferramentas de trabalho eficazes, incluindo dispositivo analítico ABC/CFT robusto. No seminário sobre a validação do relatório independente o Plano de Acção Estratégico 2011-2014 do GIABA realizado em Saly, Senegal, em setembro de 2010, os Estados membros reiterara o seu pedido e exortaram o Secretariado a dar início à implementação do projeto sem demora. Em conformidade com o mandato da assistência técnica do GIABA e em resposta ao pedido, o Secretariado desenvolveu uma proposta para a prestação de dispositivo

analítico ABC/CFT para a UIF do Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné Bissau, Guiné, Libéria, Mali, Níger, Serra Leoa e Togo por um período superior a três (3) anos. O projeto teve como objetivo equipar as UIF com ferramentas de trabalho-chave que irá automatizar a coleta e análise de Comunicações de operações suspeitas (COS) e Relatórios de Transações de Câmbio (RTC). Isto irá melhorar a sua prestação de serviço de inteligência financeira útil para as agências de aplicação da lei, promover a troca de informações entre as UIF, tanto a nível regional como internacional e facilitar a adesão do Grupo Egmont.

463. O projeto foi aprovado pela Administração da CEDEAO e Finanças (AFC), na sua sétima reunião, realizada em Abuja, Nigéria, em Maio de 2010 e recomendada ao Conselho de Ministros para aprovação. O projeto foi aprovado pelo Conselho na sua sexagésima quinta sessão ordinária e confirmada pela Autoridade da CEDEAO de Chefes de Estado e de Governo na reunião realizada na Cidade da Praia, Cabo Verde em 2010. De acordo com o Código Tender da CEDEAO, o processo de aquisição foi concluído com sucesso em 09 de outubro de 2010 e o contrato para o fornecimento do ABC/CFT Analítico foi atribuído a JetLink Limited do Gana, o fornecedor do Oracle Financial Dispositivo Service (OFSS). O projeto foi planeado para cobrir três (3) UIF na primeira fase, cinco (5) UIF na segunda fase, e mais cinco (5) na terceira fase. Com base num Plano de Ação acordado entre o GIABA e Jetlink, o projeto começou em 3 de novembro de 2011 e será implementado ao longo de três (3) anos. A implementação consiste em duas grandes componentes - sistemas de instalação equipamento e dispositivo com o último atribuído a Jetlink.

464. Em junho de 2011, a aquisição de dispositivo analítico foi concluída pelo Tenders Board da CEDEAO. O projeto, que estava programado para começar imediatamente foi adiado com base no parecer técnico do provedor para aguardar uma nova versão do dispositivo. Após a aquisição do equipamento e do dispositivo básico, ou seja, Oracle 11g R2 Enterprise Edition Data Base-Server e Client Version, Linux RHEL 5.3 e IBM Web Sphere 7.0.0.9, o projeto começou em julho de 2012, com o piloto implantado com êxito na UIF Gâmbia, Cabo Verde, Gana e Burkina Faso. Prevê-se que a implantação do dispositivo analítico ABC/CFT para as restantes nove (9) UIF vai ser concluída antes do final de 2013. Em 2012, o componente de equipamento foi concluído na Gâmbia, Cabo Verde, Burkina Faso, Gana, Togo e República do Benim, enquanto que o dispositivo tinha sido implantado com sucesso na UIF da Gâmbia, Cabo Verde, Burkina Faso e Gana, no final de 2012. As fases de implementação do projecto são apresentadas na tabela 1 e 2 abaixo.

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Tabela 7: Plano de Instalação do dispositivo Analítico ABC/CFT

Para os Estados-Membros do GIABA

Atividade Prazo de Instalação

–Gambia

Prazo de Instalação –

Cape Verde

Prazo de Instalação –

Burkina Faso

Prazo de Instalação –

Ghana

Encomenda do equipamento e dispositivo de sistemas

28-Dez-2011 25-Abr-2012 20-Jun-2012 30-Jun-2012

Data de chegada ao país-membro

08-Fev-2012 19-Maio-2012 08-Jul-2012 10-Jul-2012

Data/Duração Despacho alfandegário do equipamento

09-Fev-20121dia

15-Jun-201226dias

16-Ag-201239dias

Ag-201215dias

Instalação e configuração do servidor

13-Fev-2012 a14-Mar-2012

15-Jun-2012 a 18-Jun-2012

16-Ag-2012 a 17-Ag-2012

18-Ag-2012 a 19-Ag-2012

Configurar o LAN 01-Fev-2012 a06-Fev-2012

11-Jun-2012 a13-Jun-2012

09-Ag-2012 a 13-Ag-2012

Instalação da internet na sala do servidor

01-Mar-2012 Conecta atv Min. das Justiça

Conecta atv Min. das Finanças

Autónomo

Estabelecimento de conectividade remota

08-Mar-2012 17-Set12 13-Jul-12 20-Jun-12

Ambiente / Controlo físico por Jetlink

07-Mar-2012 1-Ag-12 23-Jul-12 23-Jul-12

Verificação doHigh-system 14-Mar-2012 19-Set-12 02-Ag-12 02-Ag-12

Instalação de Dispositivo Analítico ABC/CFT (Oracle Mantas)

30-Abr -2012 a20-Jul-2012

04-Out-12 a28-Nov-12

28-Set-2012 a 18-Nov-12

04-Out-12 a28-Nov-12

Teste Autenticação do Utilizador (UAT),

04-Jul-2012 11-Nov-12 02-Nov-12 11-Nov-12

Product-Live 11-Jul-2012 14-Nov-12 07-Nov-12 14-Nov-12

Formação do utilizador 11-Jul-2012 a15-Jul-2012

14-Nov-12 a29-Nov-12

07-Nov-12 a14-Nov-12

14-Nov-12 a29-Nov-12

Go-Live/ Data de Entrega 15-Jul-2012 21-Dez-12 08-Nov-12 30-Nov-12

Tabela 8: Plano de Projeto Amplo (Indicando Datas Chave Provisórias) Para Benim, Togo, Mali,

Níger, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Serra Leoa, República da Guiné e Libéria

S/No Estado Membro

Instalação de Equipamento

Instalação de Dispositivo Preliminar (Windows, Linux, Oracle 11g e Web shpere)

Instalação de Dispositivo ABC/CFT

1 Benim 25 Fevereiro 2013 8 Março 2013 25 Março – 20 Maio 2013

2 Togo 4 Março 2013 16 Março2013 25 Março – 20 Maio 2013

3 Mali 29 Março 2013 5 Abril 2013 29 Abril – 24 Junho 2013

4 Guiné Bissau 29 Março 2013 12 Abril 2013 29 Abril – 24 Junho 2013

5 Costa do Marfim

29 Março 2013 19 Abril 2013 29 Abril – 24 Junho 2013

6 Níger* 30 Abril 2013 9 Maio 2013 1 Julho – 23 Agosto 2013

7 Serra Leoa 30 Abril 2013 16 Maio 2013 1 Julho – 23 Agosto 2013

8 República da Guiné

30 Abril 2013 23 Maio 2013 1 Julho – 23 Agosto 2013

9 Libéria 30 Abril 2013 30 Maio 2013 26 Agosto – 18 Outubro 2013

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* O Níger solicitou uma mudança na data de entrega do Equipamento para junho de 2013, para permitir a UIF completar a reconstrução das instalações que abrigarão o dispositivo e equipamentos.

465. Como o GIABA não teve controlo absoluto sobre todas as variáveis que afetam o projeto, foram encontrados os seguintes desafios durante a sua execução:

i. Os equipamentos geralmente não eram itens para arquivar e exigiam requisitos personalizados. Houve dificuldades burocráticas associadas com o despacho de embarque do equipamento nos portos dos Estados Membros, atrasando assim o a rapidez do projeto.

ii. Vários compromissos do pessoal da UIF a trabalhar com a equipa do projecto e a falta de pessoal técnico para tomar posse, em alguns casos afetaram o ritmo do processo de implantação...

466. Processo de implantação foi prejudicado pela incapacidade da equipa para conectar o sistema a uma Internet (através Secured VPN) com o Endereço IP estático público. Isto deveu-se principalmente às políticas nacionais em matéria de ligação à Internet para instituições e agências governamentais. Algumas das políticas não permitem que as agências obtenham conexão independente, sem passar por uma rede centralizada com um endereço leasing IP dinâmico.

467. O GIABA, Jetlink, e as UIF evoluíram estratégias para enfrentar os desafios acima mencionados. Assim, a implantação do dispositivo às restantes UIF deverá ser concluída antes do final de 2013, tal como consta do acordo e plano de projeto.

2) Orientação e Visita de Estudo para o pessoal da UIF

468. Na preparação das UIF dos Estados Membros para a adesão do Grupo Egmont, o GIABA implantou um mentor da Unidade de Informação Financeira da Nigéria (NFIU) para o Centro de Inteligência Financeira do Gana (FIC) para orientar a FIC, na preparação para a realização de requisitos Egmont de participação no grupo. Além disso, o GIABA patrocinou 5 (cinco) analistas da FIC num um programa de visita de estudo / anexo para o NFIU para experiência prática sobre o funcionamento de uma UIF típica. Como dito no capítulo 2, sobre o Níger, foi organizado um programa de visita de estudo semelhante aos membros recém-nomeados da UIF do Níger para visitar a UIF da Bélgica. O GIABA também patrocinou a contratação de um analista financeiro em junho de 2012 para a UIF do Níger. Além disso, foram fornecidos programas de associação [ou orientação?] para a Serra Leoa e Libéria. No entanto, os dois países não puderam tirar proveito deles, porque não têm UIF funcionais.

3) Apoio ao Fórum UIF na África Ocidental

469. À margem da Plenária do GIABA, realizado em Freetown, Serra Leoa, em novembro de 2009, convidou todos os chefes de UIF na região para consultas com vista ao estabelecimento de um Fórum UIF para a África Ocidental. Durante a reunião, o Diretor-Geral afirmou que, no contexto de nicho estratégico da CEDEAO, a integração regional

exige aprofundamento, e que os Chefes de UIF Fórum UIF é uma dessas plataformas para promover o programa de integração. O Director-Geral expressou a esperança de que os Estados-membros menos desenvolvidos serão assistidos no estabelecimento e operacionalização da sua UIF. O Diretor Geral informou que a reunião, tendo em vista o aumento do número de UIF de 2 (dois) para 13 (treze), o Secretariado reconhece a necessidade de organizar um fórum regional para facilitar a interação e networking entre as UIF e quem apoia o trabalho da UIF, sem comprometer princípios orientadores de divulgação de informações específicas. Assim, o Fórum tem como objetivo reunir UIF para fins de colaboração.

470. O Director-Geral observou que não é responsabilidade do GIABA determinar como o fórum UIF / CENTIF deve configurar e operar. Em vez disso, o GIABA apenas serve como um facilitador para os reunir de forma coordenada. O Fórum viria a decidir se quer ter um gabinete, mas, entretanto, o Secretariado do GIABA serviria como um Secretariado temporário para a coordenação do Fórum. O Fórum foi informado de que o Sr. Nduka [Dr. Buno Nduka, Diretor de Programas e Projetos do Secretariado?] Servirá como Ponto Focal para o Fórum.

471. Membros elogiaram o GIABA pela iniciativa de reunir as UIF/CENTIFs e expressaram o seu apoio à sua sustentação. Os Estados-Membros reconheceram a importância da integração entre si, bem como a necessidade das suas UIF colaborarem entre si. A necessidade de cooperação no âmbito UIF também foi enfatizada. Foram levantadas preocupações quanto à criação do fórum no que diz respeito à possibilidade ou não de incorrer num custo adicional, nomeadamente porque algumas UIF enfrentam alguns desafios financeiros. Também foi sugerido que as UIF deveriam promover programas de intercâmbio de pessoal para fins de formação e capacitação.

472. No que diz respeito ao estatuto do Fórum tendo em vista o papel do Secretariado, o Diretor-Geral informou na reunião que o papel do GIABA é juntá-las e, em seguida, ocupar uma posição secundária caso as UIF concordem em formar o Fórum. O Fórum desenvolveria o seu próprio Memorando de Entendimento (MoU).

473. Após extensos debates, foi decidido, por unanimidade, formar o Fórum e que a fase inicial, deve operar informalmente para tornar a cooperação internacional e interação entre os membros mais flexível, pragmática e prática. A reunião nomeou as UIF da Nigéria e do Senegal para elaborar um projecto Mou. Desde então, o Secretariado do GIABA não se envolveu, apesar de ter prometido fornecer tradução e outro apoio de secretariado.

474. No caso dos Chefes da UIF, uma reunião a portas fechadas foi realizada com o secretariado para discutir maneiras de reanimar o Fórum. Após deliberações sobre os desafios ou organizar uma reunião, o Diretor-Geral prometeu

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os seguintes apoios para o Fórum:

• Recuperar e fazer circular a todos os chefes de UIF o projecto inicial MoU produzido pela Nigéria e Senegal. Este foi realizado imediatamente após a Plenária;

• Patrocinar um dia de reunião do Fórum como um prelúdio para uma Plenária. A próxima reunião está programado para ter lugar próximo da Plenária do GIABA no Gana a 08 de maio de 2013, e

• Continuar a prestar serviços de secretariado, incluindo a interpretação e tradução de documentos para o Fórum.

475. A implementação do projecto de assistência técnica na instalação de moeda e outros scanners de contrabando como um acompanhamento para relatório tipologia do GIABA a transações em dinheiro continuou com a aquisição de scanners de segurança para as Repúblicas da Guiné e Libéria. Depois de concluir as negociações com os fabricantes, os scanners estavam prontos para ser implantado no local, a partir de meados de 2012. No entanto, o GIABA não poderia garantir a aprovação dos dois países para a implantação dentro do ano. Consequentemente, os países devem estar preparados para aceitar essa assistência e tomar providências para a sua instalação antes de 30 de abril de 2013. No caso em que o GIABA determina que os países não estão prontos para a implantação antes da referida data, os equipamentos serão implantados para o próximo país na lista. A falta de preparação desses dois países para absorver essa assistência técnica reforça o seu atraso nos esforços regionais para fortalecer a estrutura de ABC/CFT através da coordenação e prestação de assistência directa aos estados.

B. Resumo dos Principais Programas de Formação Regionais em 2012

a. GIABA / Comissão Bancária / Banco da França ABC-CFT Seminário de Supervisores da Comissão Bancária da UEMOA , Abidjan, Costa do Marfim , 2-4 abril de 2012

476. O RAM de Estados membros da UEMOA destacou as deficiências significativas no que diz respeito àimplementação das recomendações do GAFI, incluindo R10, R11, R20, R26 e R35, e o fraco regime de supervisão da Comissão Bancária. O RAM enfatizou a necessidade de fortalecer os marcos regulatórios e de supervisão para assegurar que as instituições financeiras e outras entidades de comunicação gravitem em torno da pleno conformidade das normas ABC/CFT em relação às suas operações.

477. Na continuação dos esforços para lidar com as deficiências acima, o GIABA, em colaboração com a Comissão Bancária da UEMOA e do Banco da França, organizou um seminário de formação para os membros da zona UEMOA. O seminário visa fortalecer a capacidade dos supervisores no exercício das suas funções de regulação e de supervisão, e identificou as principais áreas da zona UEMOA que exigiam atenção, de modo a assegurar a aplicação efectiva das medidas de ABC/CFT. A formação foi ministrada por especialistas do Banco da França, UIF da Costa do Marfim, e o Secretariado. Trinta e um (31) funcionários do BCEAO,

Comissão Bancária, e os bancos comerciais participaram do seminário.

478. O resultado do seminário é que a zona UEMOA iniciou a implementação das recomendações acordadas no seminário, que incluem:

• Melhoria da colaboração entre a Comissão Bancária e as Unidades de Informação Financeira de Estados membros da UEMOA;

• A emissão de directiva relativa às sanções e penalidades financeiras por parte da Comissão Bancária para garantir que as instituições financeiras que não cumprirem com requisitos ABC/CFT são devidamente punidas;

• Organização de mais programas de sensibilização e formações para funcionários do banco sobre os requisitos de regimes ABC/CFT dentro das leis e diretrizes BCEAO e

• Emissão de manual de conformidade ABC/CFT para as instituições financeiras.

479. A implementação das recomendações acima está prevista para melhorar a prestação de contas, promover a apropriação nacional e reforçar a harmonização do quadro ABC/CFT nos Estados membros da UEMOA. O que resta é melhor supervisão. À luz do exposto, tanto o GIABA como a Comissão Bancária devem explorar novas áreas de colaboração nos próximos anos.

b. Instalação de painéis para mensagens ABC/CFT nos Dezesseis aeroportos internacionais dos Estados Membros.

480. O relatório da avaliação independente do Plano estratégico do GIABA 2007 - 2009 observou o baixo nível de conhecimento sobre os problemas do BC/FT nos Estados Membros. O relatório recomendou a aceleração dos esforços de sensibilização para facilitar a implementação de medidas de ABC/CFT na região. Alcançar esta tarefa exigia uma abordagem multifacetada, particularmente na área do quadro de comunicação de informações relevantes para todos os segmentos dos parceiros. Isto pode ser conseguido através da utilização de diferentes canais, como imprensa escrita e electrónica, e instalações ao ar livre. Notou-se que a tecnologia tem feito mudanças irrevogáveis na relação e estrutura de poder entre as organizações e seus públicos, e que se tornou difícil para as organizações definirem e segmentarem o seu público tendo em vista a diversidade através de fronteiras culturais, geográficas e económicas. Assim, para enfrentar os desafios decorrentes dessa natureza diversa das partes interessadas, foi considerado um Painel Publicitário Electrónico para fornecer uma plataforma genérica para transmitir mensagens de sensibilização para ser comumente entendido, porém personalizado, de tal forma que ainda aborda as diversas segmentações do público de forma eficaz. O Painel Publicitário Electrónico como uma oportunidade de passar uma mensagem tem o potencial de criar o aumento da exposição se colocado estrategicamente em áreas onde há grande tráfego humano. Além disso, as mensagens são efetivamente comunicadas através de painéis

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de informação visualmente estimulantes. Como um ponto de inflexão e de agregação de valor proposta na evolução da história da comunicação de massa, o Painel Publicitário Electrónico é uma característica comprovada de transmitir as mensagens certas para as pessoas certas no lugar e na hora certa. É rentável pois a cobertura é esmagadora. Tendo em vista os imensos benefícios de usar os cartazes, o GIABA realizou a implementação de painéis eletrónicos nos dezesseis (16) aeroportos internacionais nos quinze (15) Estados-Membros em 2011 e 2012.

481. Os painéis eletrónicos foram instalados para aumentar o nível de conhecimento sobre os problemas do BC/FT, e para acelerar a implementação de medidas de ABC/CFT na região. A concessão do contrato de aquisição dos cartazes estava de acordo com o processo de aquisição da CEDEAO na reunião do Conselho Permanente da CEDEAO Tender de 31 maio de 2011 - 1 de junho de 2011. A implementação do projeto começou em julho de 2011 e foi concluída em setembro de 2012, como mostrado na tabela abaixo.

Tabela 9: Situação da Implementação do Projeto Outdoors

No. Nome do Aeroporto Data de Instalação

1 Aeroporto Internacional Banjul –Banjul, Gâmbia 28 Julho, 2011

2 Aeroporto Internacional Bamako Senou –Bamako, Mali 18 Julho 2011

3 Aeroporto Internacional Gnassingbe Eyadema –Lomé, Togo 26 Setembro 2011

4 Aeroporto Internacional Francisco Mendes –Praia, Cabo Verde 24 Agosto 2011

5 AeroportoInternacional Lungi –Lungi, Freetown, Serra Leoa 06 Setembro 2011

6 Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira –Guiné Bissau 12 Setembro 2011

7 Aeroporto Leopold Sedar Senghor –Dakar Senegal 02 Março 2012

8 Aeroporto Internacional –Acra, Gana 19 Março 2012

9 Aeroporto Internacional, Abuja, Nigéria 26 Março 2012

10 Aeroporto Internacional Murtala Mohammed –Lagos, Nigéria 9 Abril 2012

11 Aeroporto de Gbessia –Conacri, Guiné; 20 Julho 2012

12 Aeroporto Internacional deAbidjan –Abidjan, Costa do Marfim; 28 Julho 2012

13 Aeroporto Internacional de Roberts –Monrovia, Libéria; 15 Agosto 2012

14 Aeroporto Gadjehoun –Cotonou, Benim; 29 Agosto 2012

15 Aeroporto Internacional Diori Hamani –Niamey, Níger; 12 Setembro 2012

16 Aeroporto de Ouagadougou –Oagadougou, Burkina Faso; 24 Setembro 2012

482. Com o apoio dos Correspondentes Nacionais (CN), o Secretariado e os Estados Membros geriram a implantação do projeto, envolvendoa seleção do fornecedor, e produção de mensagem, a identificação do local, processo de aprovação nacional, supervisão e monitoramento do fornecedor. Os cartazes foram instalados em pontos estratégicos de entrada e/ou saída dos dezesseis aeroportos na língua comunitária adequada (ver fotos abaixo) para cada Estado-membro.

483. Como resultado do elevado custo de montagem de um suporte de painel, as mensagens serão mantidos durante um período mínimo de três anos, para maximizar os recursos, aumentar a visibilidade da mensagem e, consequentemente, facilitar a medição do impacto deste projecto. Consequentemente, o GIABA procederá a uma avaliação do impacto dos cartazes no final do segundo ano das suas instalações.

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c. Viagem de Estudo Internacional para melhorar as competências e conhecimentos dos juízes sobre Crimes Económicos e Financeiros, Minnesota, EUA, 24-30 junho 2012, e Paris, França

484. Crimes económicos e financeiros, juntamente com o branqueamento de capitais e utilização das receitas acumuladas a partir deles, tornaram-se temas da atualidade para a comunidade internacional. Isto é devido à sua natureza e efeitos sobre a segurança da paz global, e o crescimento económico. A África Ocidental não foi poupada pela onda de atividades criminosas transnacionais, incluindo o tráfico de drogas, o tráfico ilícito de armas ligeira de paqueno calibre , tráfico de seres humanos, corrupção, contrabando e branqueamento de capitais.

485. Nos seus esforços para combater estes crimes, os países têm tomado várias iniciativase adotado medidas internacionais ABC/CFT com o objectivo último de tornar o crime inútil. Embora estes esforços tenham sido fortalecidos nos últimos anos e rendido resultados positivos, as ameaças representadas por atividades criminosas continuam a evoluir. Em resposta à persistência dessas atividades, o Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI), organismo intergovernamental global responsável pelo estabelecimento de normas ABC/ FT, adoptou um conjunto de normas revistas em fevereiro de 2012. Os principais elementos das normas revistas incluem a facilitação da cooperação internacional, especialmente na assistência jurídica mútua e recuperação de ativos de atividades ilícitas. No entanto, um grande obstáculo para a implementação destas normas, especialmente no Oeste Africano e de outros países de baixa capacidade é a falta de capacidade judicial adequada para julgar casos de crimes económicos e financeiros. É assim, apesar dos esforços para institucionalizar o Estado de direito, promover a independência judicial e melhorar a integridade. Estes desafios judiciários da Africa Ocidental em relação à ABC/CFT manifestam baixa taxa de acusação e condenação de casos BC/FT, mesmo no contexto de aumento das atividades criminosas na África Ocidental.

486. De acordo com a Avaliação de Necessidadede Assistência Técnica 2007 do GIABA (ANAT), RAM, os resultados de estudos de pesquisa do GIABA e os resultados de estudos realizados por organizações credíveis de ABC/CFT, os Estados Membros apresentam vários desafios judiciais em relação a ABC/CFT. Entre estes desafios, a aplicação de leis obsoletas para os casos considerados modernos e complicados na sua natureza, influência executiva indevida, a tolerância social da corrupção, e medo de represálias.

487. Nos seus esforços para enfrentar esses desafios, o GIABA tem vindo a organizar desde 2008 Seminários Regionais de Capacitação sobre Crime Económico e Financeiro para os juízes. Na última contagem, em 2012, cerca de duzentos e oitenta (280) juízes, principalmente dos Tribunais Superiores responsáveis pelo julgamento de casos envolvendo o crime económico e financeiro nos seus

respectivos países, beneficiaram dos programas. Entre os objetivos dos seminários está o reforço da capacidade dos magistrados para lidar com questões jurídicas materiais relativas ao ABC/CFT.

488. Os seminários focados em estratégias para efetivamente processarem casos de BC/FT. Assim, os grandes temas abrangeram os riscos e ameaças de BC/FT, estruturas legais e institucionais, medidas preventivas, confisco de produtos do crime, instrumentos utilizados ou destinados a serem utilizados na prática de crime e ativos vinculados ao financiamento do terrorismo; cooperação internacional, incluindo a assistência mútua e a extradição e assuntos relacionados.

489. Apesar de reconhecer o impacto positivo dos Seminários, os participantes destacaram nos vários comunicados os obstáculos à acusação bem-sucedida e julgamento de crimes económicos e financeiros. Isto confirma os resultados nos estudos de avaliações mútuas do GIABA. Os participantes recomendaram, entre outros, que os Estados Membros da CEDEAO intensifiquem os esforços para adoptar e implementar medidas robustas ABC/CFT de normas internacionais aceitáveis. Em particular, recomendaram que os tribunais superiores deveriam ser patrocinados para realizar visitas de estudo internacionais para países com sistemas jurídicos avançados em processar crimes económicos e financeiros. Isto irá permitir-lhes aprofundar os seus conhecimentos e reforçar as suas capacidades para lidar com casos de crimes económicos e financeiros, especialmente. Além disso, durante várias missões de advocacia desenvolvidas pelo Diretor-Geral aos Estados Membros, os Chefes de Tribunais Superiores ecoaram a necessidade de receberem assistência técnica através da formação e ligação internacional.

490. Em vista do exposto, o GIABA organizou duas correntes de visitas de estudo internacionais para juízes dos tribunais superiores responsáveis pela adjudicação da criminalidade económica e financeira em Estados Membros da CEDEAO para lhes proporcionar a experiência prática. O primeiro fluxo de estudo internacional foi para os juízes dos Estados-Membros de língua inglesa ao Minnesota, EUA de 24-30, junho de 2012, enquanto a segunda corrente foi para os juízes de África Ocidental francófona, em Paris, França, de 21-29 outubro de 2012.

491. Além de aprofundar o conhecimento e fortalecimento das capacidades dos juízes, as visitas de estudo visaram também fornecer uma plataforma para o intercâmbio de experiências e melhores práticas sobre questões relacionadas com a criminalidade económica e financeira. Especificamente, a viagem de estudo foi projetada para:

a. Permitir aos juízes explorar, apreciar e adquirir uma compreensão mais profunda dos processos

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de acusação e julgamento de casos relativos à criminalidade económica e financeira nos países avançados, e

b. Fornecer aos juízes a oportunidade de propor estratégias para garantir a efectiva implementação de iniciativas globais para combater a criminalidade económica e financeira, em particular das normas revistas do GAFI, e

c. Examinar e discutir os desafios enfrentados pelos juízes de primeira instância, especialmente no que diz respeito a recursos aos tribunais de apelação.

492. Assim, a viagem de estudo centrou-se nas estratégias de repressão eficaz de BC/FT, o uso de provas eletrónicas, a cooperação judicial, extradição e assistência jurídica mútua, recuperação de ativos e outras questões relevantes para a repressão eficaz e julgamento dos crimes económicos e financeiros. Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer e partilhar experiências... O estudo foi feito através de estudos de caso, visitas às instituições de melhores práticas nos Estados Unidos e na França.

493. Um total de quarenta e cinco (45) juízes de tribunais superiores e os tribunais de recurso, incluindo os Ministros Chefe de Gana, Serra Leoa, Nigéria, bem como juízes dos Tribunais Supremos e Tribunais de Recurso da Gâmbia, Gana, Libéria, Nigéria e Serra Leoaparticiparam na viagem de estudo anglófona. Um total de vinte e quatro (24) Juízes Seniores do Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné, Guiné Bissau, Mali, Níger, Senegal e Togo participaram na viagem de estudo francófona.

494. Os juízes fizeram as seguintes recomendações:

a. Estabelecimento de uma organização guarda-chuva para coordenar as ações das autoridades competentes responsáveis pelo ABC, identificação de lacunas existentes e recomendações para lidar com essas lacunas;

b. Institucionalização do Projeto de Aprendizagem Ação na África Ocidental;

c. Seleção de 3 ou 4 Projetos de integridade por cada Estado-membro;

d. A colaboração entre o GIABA e parceiro de desenvolvimento (s) para facilitar os projetos de Integridade;

e. Criação de plataformas de partilha de experiências dos projetos dentro do sistema judiciário Ocidental Africano;

f. Provisão de recursos adequados (humanos, financeiros e de infra-estrutura) para o Judiciário e as agências de aplicação da lei para facilitar as suas funções;

g. Identificação e divulgação das melhores práticas;

h. Identificação e designação de juízes incorruptíveis para lidar com casos de crimes económicos e financeiros.

i. Estabelecimento de mecanismos para enfrentar os desafios à integridade judicial, incluindo

procedimentos transparentes e credíveis para nomeação de juízes e suas condições de serviço.

495. Foi desenvolvido um plano de ação para a implementação das recomendações acima mencionadas. Foi recomendado que o GIABA deve considerar a realização das acções preconizadas no Plano de Implementação para as próximas etapas acordadas e ajudar Estados-Membros de língua inglesa a conseguir o mesmo. Em particular, o GIABA pode trabalhar com os parceiros de desenvolvimento para projetar e fornecer formação sobre Integridade para os juízes da região. Além disso, o GIABA deve considerar a promoção da colaboração por meio de diálogo informal entre a aplicação da lei, o Ministério Público e o Judiciário sobre maneiras de conseguir a adjudicação rápida e eficaz dos casos de crime. O GIABA, desde então, enviou o relatório, incluindo as recomendações e aguarda a reação dos juízes Chefe para desenvolver projetos específicos de cada país de acordo com as necessidades.

496. A viagem de estudo foi considerada bem-sucedida, pois estimulou o interesse e aumentou as competências e conhecimentos dos tomadores de decisão no Judiciário. A excursão forneceu um meio viável para efetuar a mudança política e assegurar que os sistemas de justiça penal na região estão bem equipados para combater crimes económicos e financeiros. Além disso,   seminário serviu como plataforma para networking e troca de experiências. A visita de estudo também reforçou a necessidade de realizar novos programas de capacitação sobre ABC/CFT para pessoal judicial e isso será prioridade e tendo em conta as necessidades específicas dos países, em planos futuros.

d. Apresentação do livro sobre “Estratégias e Técnicas de julgar os crimes económicos”, Abuja - Nigéria, 05 de junho de 2012

497. A acusação bem-sucedida de crimes económicos é condição sine qua non para uma investigação eficiente. Portanto, o Ministério Público desempenha um papel fundamental na luta contra o BC/FT, particularmente na área de assistência jurídica mútua, pedido de congelamento, apreensão e perda dos produtos do crime. No entanto, os promotores da África Ocidental enfrentam inúmeros desafios, incluindo a falta de ferramentas essenciais para os ajudar a realizar as suas funções de acordo com padrões aceitáveis de ABC/CFT. A avaliação independente das atividades e programas do GIABA entre 2007 e 2009 revelou a falta de processos bem-sucedidos e condenações por branqueamento de capitais, na maioria, se não em todos os Estados membros do GIABA.

498. Em maio de 2011, o GIABA organizou um programa de capacitação regional sobre o julgamento de crimes económicos e financeiros para os promotores. Os participantes do programa expressaram as suas frustrações sobre a falta de materiais de orientação e ferramentas para os ajudar a reprimir eficazmente casos de BC e crime económico.

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A observação pelos participantes corroborou os resultados no RAM dos Estados Membros. A lacuna de conhecimento entre os funcionários das autoridades competentes é um obstáculo para a implementação eficaz de ABC/CFT na África Ocidental. Portanto, a construção de um conhecimento da comunidade com materiais de referenciação bem documentados torna-se imperativo para o sucesso da guerra contra o BC/FT.

499. Em resposta aos resultados da avaliação independente acima referida e, a fim de suprir a falta de competências e conhecimentos de investigadores e procuradores, o Secretariado publicou um livro intitulado «Estratégias e Técnicas de processar Crimes Económicos e Financeiros”. O objetivo principal do livro, de autoria de Abdullah Shehu, o Diretor Geral, é fornecer alguns guias úteis, incluindo as nuances do processo bem-sucedido para os profissionais e outras autoridades competentes no exercício das suas funções. O livro é composto por 6 (seis) capítulos e combina conceitos teóricos com perspectivas práticas, tornando-o uma verdadeira ajuda. O livro foi lançado oficialmente em Abuja, Nigéria, a 05 de junho de 2012. Participaram no evento um total de quatrocentos e sete (407) pessoas dos Estados Membros da CEDEAO e uma ampla gama de partes interessadas sobre ABC/CFT.

500. O evento foi presidido pelo Chefe de Justiça da Nigéria, Sua Senhoria Justice Dahiru Musdapher,, enquanto o general Yakubu Gowon, o ex-chefe de Estado da Nigéria e um dos fundadores da CEDEAO, foi o convidado de honra. Ambos Justice Musdapher e General Gowon elogiaram a erudição intelectual do autor, e também elogiaram o GIABA pelo evento marcante e o valor que  adiciona à integração regional da CEDEAO. O evento contou com a presença de juízes e chefe Ministros da Justiça de alguns Estados-Membros, o Presidente do Parlamento da CEDEAO, os membros dos parlamentos nacionais dos Estados-Membros; a Presidente do Tribunal de Justiça da comunidade da

CEDEAO, os correspondentes Nacionais dos Estados Membros do GIABA, os membros do pessoal diplomático, membros do corpo docente da academia, comunidade da aplicação da lei, a Ordem dos Advogados da região e órgãos jurídicos profissionais, parceiros de desenvolvimento e estudantes de Direito de instituições de ensino superior. O livro foi apresentado pelo Senhor Procurador-Geral e Ministro da Justiça da República de Gana, o Sr. Benjamin Kumbour, juntamente com o Representante do Presidente da Assembleia Nacional da República do Benim, nas três línguas comunitárias e distribuído aos participantes gratuitamente como parte do alcance do GIABA. Também foram distribuídos exemplares às Altas Autoridades Políticas, incluindo chefes de Estado, ministros das Finanças, da Justiça e do Interior, além de outras instituições intervenientes relevantes na região.

501. O livro foi reconhecido e elogiado como oportuno, incisivo, educativo, pertinente e adaptável às circunstâncias da região da Africa Ocidental. Assim, a leitura do livro deverá exceder o público-alvo original. Abaixo está um resumo de alguns dos comentários de reconhecimento e acompanhamento recebidos em relação ao livro:

502. No seu discurso de abertura, o presidente da ocasião e Chefe de Justiça da Nigéria, Exmo. Justice Dahiru Musdapher, afirmou, nomeadamente, que: “Mesmo que eu não tenha lido o livro, pelo título, posso dizer que esta é realmente uma excelente iniciativa, especialmente agora que o Ministério Público precisa de mais formação para melhorar a sua capacidade e habilidade para processar com sucesso casos de criminalidade económica e financeira em tribunal. Acredito que este livro irá percorrer um longo caminho no fornecimento da orientação necessária ao Ministério Público para melhor preparar e apresentar casos em tribunal de acordo com os procedimentos necessários e padrões de prova. Este livro é, talvez, o primeiro do seu tipo na região, e mais ainda que o livro é publicado nas três línguas comunitárias

(Da esquerda para a direita) O Presidente da Assembleia Nacional da Rep. do Benim, Hon Coffi Nago, Exmo. Ministro da Justiça e AG, do Gana, Dr. Benjamin Kunbour, ex-chefe de Estado nigeriano e fundador da CEDEAO , o general Yakubu Gowon (RDT), ex-Chefe de Justiça da Nigéria, Sua Senhoria, Exmo. Juíz Dahiru Musdapher, A Presidente do Tribunal de Justiça da CEDEAO Sua Senhoria, Exmª Juiza Nana Daboya e o Diretor-Geral do GIABA, Dr. Y. Abdullahi Shehu na apresentação pública do livro em Abuja, 05 de junho de 2012.

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da CEDEAO. Conforme relanceei ao longo do livro, vi uma declaração do autor que o “procurador de sucesso é uma função de uma boa investigação.” Não poderia dizer mais do que isso. Ou seja além dos procuradores, que são os principais utilizadores finais deste livro, os pesquisadores também beneficiarão imensamente das ideias desenvolvidas no livro. Não me vou antecipar às palavras crítico literário, que vai nos contar mais sobre o livro antes da sua apresentação formal.

503. É suficiente, portanto, usar esta oportunidade para agradecer a bolsa de estudos apresentada pelo Dr. Abdullahi Shehu, que apesar dos seus horários muito apertados conseguiu encontrar o tempo para desenvolver algumas ideias para ajudar no julgamento de casos de criminalidade económica e financeira. Felicito-o sinceramente por esta iniciativa e por contribuir para o reservatório de conhecimentos na administração da justiça criminal. Como um cidadão nigeriano, o Dr. Shehu se tem destacado e honrosamente representado a Nigéria na sua posição de Diretor-Geral e chefe de uma das instituições da CEDEAO. Estamos orgulhosos dele e de sua equipa pelo sucesso retumbante alcançado sob a sua liderança na implementação de um programa orientado abrangente e integrado e de impacto contra o crime organizado transnacional, em

particular, branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo na África Ocidental. Desejamos-lhe e à sua equipa os maiores sucessos - deixem-me dizê-lo melhor numa das nossas línguas comunitárias - Francês - bravo et bon courage.

504. Nas suas considerações finais, após rever o livro, o Professor Epiphany Azinge, Diretor Geral do Instituto Nigeriano de Estudos Jurídicos Avançados (NIALS) tem a dizer:’ “Quero elogiar o Dr. Abdullahi Shehu pela sua visão, a indústria e a disciplina que o impulsionou a escrever este livro de significância monumental. Recomendo fortemente o livro Estratégias e técnicas de processar Crimes Económicos e Financeiros para advogados, procuradores públicos, oficiais e homens das agências anti-corrupção, estudantes de advocacia forense digital, professores de direito, tanto nas nossas universidades como nas faculdades de Direito, Ministérios da Justiça tanto a nível federal e estadual, os juízes, investigadores de polícia, estudantes do estudo da cooperação internacional e assistência jurídica mútua e todas as pessoas interessadas na arte de julgar os crimes económicos e financeiros. Acima de tudo é o meu desejo que este trabalho de alto nível seja traduzido para o francês para o benefício dos nossos irmãos e irmãs da comunidade da CEDEAO e toda a União.”

(Da esquerda para a direita) Diretor Geral do GIABA, Dr. Abdullahi Shehu recebendo a Sª Excª General Yakubu Gowon, ex-Chefe de Estado nigeriano, pai fundador da CEDEAO e Presidente do Parlamento da CEDEAO e vice-presidente do Senado da Nigéria, Senador Ike Ekweremadu na Apresentação do livro em Abuja, Nigéria, 5 de Junho de 2013.

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O livro “Estratégias e Técnicas de processar Crimes Económicos e Financeiros” foi apresentado ao público em Abuja, Nigéria, a 05 de junho de 2012.

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Tabela 10: Comentários sobre as estratégias do Livro Técnicas de processar

Crimes Económicos e Financeiros

PAÍS COMENTÁRIOS

Burkina Faso 4) The President of Faso and the Chairman of the Council of Ministers, His Excellency Blaise Compaore considered the book as being the result of an in-depth analysis that provides invaluable information on financial crime and strengthens the legal arsenal of member States in a global context marked by the amplification of ML. He commended the publication and stressed the usefulness of its content in enhancing the effectiveness of fight against ML that threatened the economic stability of member States. He concluded acknowledging Director General’s outstanding contribution to the improvement of the business environment within the region.

5) O Primeiro-Ministro da República do Burkina Faso manifestou o seu apreço e a consideração que lhe foi dada. Incentivou os esforços na luta contra o BC na região. Notou os bons e apreciáveis resultados e elogiou-os. Garantiu ainda que o bom uso da informação no livro contribuirá para a luta real contra os crimes económicos e financeiros nos Estados Membros.

6) O Ministro da Justiça e Procurador-Geral do Burkina Faso disse que o livro será de inestimável contribuição para a administração da justiça criminal

Cabo Verde 7) O Presidente da República de Cabo Verde, Sua Excelência Jorge Carlos de Almeida Fonseca, agradeceu ao Diretor Geral a oferta do livro e expressou que o livro vai atrair todo o seu interesse.

Gâmbia 8) O Presidente da República da Gâmbia, Sua Excelência Sheikh Prof. Alh. Dr. Yahya A.J.J. Jammeh expressou a sua profunda gratidão e apreço pelo gesto louvável e ofereceu os seus sinceros parabéns.

Senegal 9) O Presidente da República do Senegal, Sua Excelência Macky Sall elogiou o excelente contributo para uma melhor compreensão dos crimes económicos e financeiros, e as formas de lutar eficazmente contra eles. Nota que as experiências desenvolvidas no livro vão ajudar as autoridades na promoção da boa governação económica, a repressão do enriquecimento ilícito e a repatriação de toda a riqueza ilícita investida no exterior. Indicou igualmente a sua vontade de adquirir cinquenta exemplares, como forma de apoiar a iniciativa.

10) O Primeiro-Ministro da República do Senegal, S. Exa. Abdoulaye Mbaye, observou que o livro é uma ferramenta indispensável para os decisores políticos, magistrados e investigadores no julgamento de crimes económicos e financeiros.

11) O Ministro do Interior da República do Senegalelogiou o livro e refere-se a ele como um ‘must’ para os atores envolvidos na luta contra o BC.

12) O Presidente da UIF do Senegal, o Sr. Demba Diallo, agradeceu ao Diretor Geral pelo livro e observou que irá melhorar a compreensão dos crimes económicos e financeiros.

Tribunal de Justiça da CEDEAO

13) O Presidente do Tribunal de Justiça da Comunidade da CEDEAO, Exmo. Justice Awa Nana Daboya, confirmou recepção do livro e do Relatório Anual 2011 e elogiou a sua excelente qualidade, bem como o bom relacionamento inter-institucional entre o GIABA e o Tribunal. O presidente desejou que o Director Geral fosse bem-sucedido na sua missão emocionante e meritório na Comunidade, e expressou a esperança de que as duas instituições, o GIABA e o Tribunal, trabalharão em conjunto para melhorar o processo de integração regional.

505. Nos próximos anos, o GIABA vai alavancar sobre o conteúdo do livro, aquando do seu seminário regional sobre ABC/CFT para o Ministério Público.

e. Seminário Regional sobre requisitos ABC/CFT para Auditores e Contabilistas, Dakar, Senegal, 16-17 julho, 2012

506. As Recomendações revistas do GAFI 22 e 23 obrigam EPNFD a aplicar os requisitos de Dever de Vigilância da Clientela, de manutenção de registos, de comunicação das operações suspeitas, a partilha de informação, controlos internos adequados, e proibição de avisar os clientes como estabelecidos nas Recomendações 10, 11, 12, 15,17, e 18 a 21.

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O Secretário-Geral do Ministério da Economia e Finanças, Sr. Ngouda Fall Kane e o Diretor-Geral do GIABA, o Dr. Abdullahi Shehu cercado pelos participantes do seminário regional sobre o papel dos Contabilistas agregados da UEMOA na ABC/CFT, desde julho 16-17 de 2012, em Dakar (Senegal).

507. No entanto, o RAM dos Estados Membros revelam que EPNFD, principalmente advogados e contabilistas não aderem a esses requisitos. Isso ocorre porque os advogados e contabilistas considerados os guardiões em ABC/CFT, operam principalmente sob “a confidencialidade do cliente” princípio que oferece oportunidades aos criminosos para o branqueamento do produto do crime. Assim, a relevância dos EPNFD para a implementação global eficaz de ABC/CFT não pode ser demasiado enfatizada. Consequentemente, em 2012, o GIABA organizou a primeira edição de um seminário Regional sobre requisitos ABC/CFT para os auditores e contabilistas em Dakar, Senegal, 16-17 julho. O objetivo do seminário foi sensibilizar os participantes sobre aa suas obrigações ABC/CFT como parte da abordagem integrada na luta contra o BC/FT. Quarenta e três (43) contabilistas e auditores profissionais dos Estados membros francófonos participaram no seminário O principal resultado do evento foi a recomendação por parte dos participantes que as associações nacionais de contabilidade nos Estados

Membros do GIABA, devem, como organizações auto-reguladoras (OAR), emitir uma directiva em conformidade com os requisitos ABC/CFT necessárias pelos seus membros, particularmente em relação para apresentação de COS à UIF.

f. GIABA / Grupo Egmont Seminário Regional para Unidade de Inteligência Financeira em Funções e Requisitos para UIF sobre ABC/CFT Global, Dakar, Senegal, de 29 a 30 de novembro de 2012

508. Nos seus esforços para aumentar a eficácia operacional da UIF em conformidade com a Recomendação 29 do GAFI das Normas revistas do GAFI foi organizado um seminário conjuntamente pelo GIABA e o Grupo Grupo Egmont em Dakar, Senegal, 29-30 de novembro de 2012. O seminário teve como objetivo aprofundar a compreensão dos desafios relacionados com o estabelecimento da UIF em África, das expectativas e exigências dos padrões internacionais, o papel do OREG no desenvolvimento da UIF, com vista a facilitar a sua adesão ao Grupo Egmont. O

seminário contou com a presença dos chefes das UIF de todos Estados-Membros do GIABA, e altos funcionários da UIF do Gabão, Camarões, Chade, República Centro-Africana (CAR), República do Congo, República Democrática do Congo (RDC), e As Comores. Também participaram no seminário representantes do Banco Central dos Estados Oeste Africano (BCEAO).

509. O seminário foi apresentado por especialistas internacionais e regionais da África do Sul, Canadá, Bélgica,

Estados Unidos da América, França, o Gabinete das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC), o Secretariado do Grupo Egmont, e a ESAAMLG e o GAFI. As apresentações foram feitas por um painel de especialistas regionais e internacionais sobre o papel e as funções de OREG no desenvolvimento da UIF, as melhores práticas internacionais das UIF, em especial sobre a importância da segurança, proteção de informação e partilha, e a cooperação internacional.

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510. As seguintes recomendações emanaram do seminário:

• Os Chefes de UIF devem estabelecer procedimentos para garantir a confidencialidade das informações;

• Autoridades do Estado devem alocar recursos adequados para UIF para lhes permitir melhorar as suas normas operacionais e facilitar a sua adesão ao Grupo Egmont;

• O GIABA deve contribuir para o reforço da capacidade do pessoal da UIF em técnicas de análise e processamento de informações financeiras;

• O GIABA deverá continuar o processo de instalação de ferramentas de comunicação para facilitar a comunicação entre UIF, e

• GAFI, Egmont, UNODC e outros parceiros técnicos devem coordenar esforços com o GIABA na prestação de assistência técnica a UIF.

g. Seminário Regional sobre o congelamento de bens terroristas sob a Resolução das Nações Unidas 1373 (2001)

511. Na tentativa de garantir a participação ativa de todos os atores envolvidos ABC/CFT o GIABA, em colaboração com a Direcção Executiva Contra o Terrorismo (CTED) das Nações Unidas e com o apoio do Governo suíço organizaram um seminário regional sobre o congelamento de bens de terroristas nos termos da Resolução 1373 (2001) das Nações Unidas, em Dakar, Senegal, 11-14 de dezembro de 2012. Os

objetivos do seminárioforam oferecer uma oportunidade para os participantes de países membros da UEMOA e da Guiné, trocar pontos de vista e discutir as melhores práticas sobre os aspectos legislativos e operacionais dos procedimentos de congelamento de bens nos termos da Resolução 1373 (2001) do Conselho de Segurança. Especialistas internacionais atuaram como pessoas de recurso para o seminário.

512. Apresentações realizadas durante o seminário e subsequentes debates definiram o conceito de congelamento, e medidas a serem tomadas pelos Estados-Membros a aplicarem resolução 1373 (2001), o impacto das medidas de congelamento, e os procedimentos de recurso e observância da regra de direito. Após as apresentações e discussões, ficou claro que havia ainda uma série de obstáculos e ser escalado sobre o congelamento de bens de terroristas pelos países participantes. Em particular, foram destacadas as seguintes questões:

a) O conceito de congelamento de bens terroristas

513. Foi acordado que a definição do conceito de congelamento de bens terroristas não está claramente refletido na legislação dos Estados Membros da UEMOA e da Guiné.

b) Medidas a serem tomadas pelos Estados membros para designar e processar os pedidos de países terceiros, em conformidade com a Resolução 1373.

514. Observou-se que nenhum país membro da UEMOA tem uma lista nacional de terroristas designados e, portanto, nenhuma decisão de congelamento foi emitida. No que diz respeito ao tratamento de pedidos de congelamento emanando de outros países, o status da legislação na zona UEMOA apresenta algumas deficiências, como a lei uniforme da UEMOA CFT que não prevê tal acordo.

c) Impacto das medidas de congelamento, os procedimentos de recurso e observância do Estado de Direito nos termos da Resolução 1373

A Directora Geral Adjunta do GIABA, Dra. Ndèye Elisabeth Diaw (no meio) e participantes durante o seminário regional sobre o congelamento de bens de terroristas nos termos da Resolução do Conselho de Segurança 1373 (2001). Seminário organizado pela Direcção Executiva Contra-Terrorismo (CTED) e GIABA de 11 a 13 de Dezembro de 2012 Dakar (Senegal).

515. Os participantes observaram que as disposições relativas aos procedimentos de recurso e a observância da regra de lei ainda não foram completamente abrangidas pela Lei Uniforme UEMOA, o que limita o desafio das medidas de congelamento de recurso informal. Outras preocupações levantadas pelos participantes incluem:

- O setor privado não tem acesso às listas;

- Os investigadores não têm a experiência e as habilidades para conduzir a investigação especial e identificar congelamento de bens terroristas necessários;

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x. O BCEAO deve realizar imediatamente a revisão dos quadros comunitários ABC/CFT e ter em conta as disposições relativas à execução das medidas de congelamento consistentes com os padrões internacionais, e

xi. O GIABA deve acompanhar a aplicação efectiva das medidas de congelamento e todas as recomendações do seminário nos Estados Membros.

h. Seminário Regional ABC/CFT de Bancos Comerciais e Diretores Executivos e Oficiais de Conformidade, Acra - Gana, 30- 31 de maio, 2012

518. Operadores do sector financeiro desempenham um papel crítico no ABC/CFT. Assim, mais da metade das Recomendações do GAFI são orientadas no sentido de assegurar que as instituições financeiras adotam e implementam medidas preventivas adequadas, incluindo a institucionalização da cultura de conformidade ABC/CFT envolvendo o desenvolvimento de estrutura de gestão de risco, a aplicação de uma abordagem baseada no risco para as operações de negócios, implantação de programa abrangente de clientes devida vigilância (DVC), a criação de mecanismos de manutenção de registos robustos e apresentação de COS às UIF. Resolver o dilema de ser competitivo e lucrativo, garantindo a integridade do sistema financeiro requer o empenho e apoio dos executivos de negócios para a implementação de medidas ABC/CFT abrangentes. Assim, é imperativo manter Chefes dos Executivos de empresas a par com as questões emergentes ABC/CFT, especialmente no que diz respeito aos elementos-chave das Recomendações revistas do GAFI e as suas implicações para a comunicação de entidades declarantes.

519. Em consonância com o exposto, o GIABA organizou um seminário regional para CEO/Diretores Executivo e Oficiais Executivos de Conformidade de IF e EPNFD em Acra, Gana, 30-31 maio. O seminário contou com a presença de mais de cento e cinquenta (150) participantes de bancos, instituições financeiras e agências reguladoras e de supervisão da região. O seminário foi proferido por especialistas vindos de instituições financeiras regionais, Sator Regulatory Consultancy, Jersey, Reino Unido, Price Waterhouse Coopers (PWC), África do Sul e do Secretariado do GIABA.

520. A fim de promover a cultura ABC/CFT nas suas instituições respetivas, no final do Seminário, os participantes decidiram realizar as seguintes ações:

• Organizar um seminário interno de capacitação sobre abordagem baseada no risco;

• Separar as funções de oficiais de conformidade das dos auditores/controlos internos e

• Nomear um alto funcionário com autoridade considerável como o Diretor Executivo de Conformidade.

i. Seminário Regional GIABA/Suíça sobre requisitos ABC/CFT para reguladores e supervisores do sector financeiro, Abuja, Nigéria, 11 – 13 de dezembro, 2012

- Transporte transfronteiriço ilícito de dinheiro e instrumentos negociáveis ao portador poderia facilitar FT na região;

- Dificuldades com as investigações preliminares sobre a propriedade e os ativos detidos por ou em nome de pessoas físicas ou jurídicas terroristas;

- A comunicação entre o setor privado (bancos, EPNFD) e as autoridades competentes continuam a ser insuficientes. Ao mesmo tempo, esta não emitiu orientações adequadas para aquela em relação à ABC/CFT;

- Desclassificação de documentos pode ser um problema em caso de contestação legal.

516. No entanto, considerando a exigência da Resolução 1267 (1999) e de outras resoluções subsequentes, que exigem congelamento imediato, foi revelado que o mecanismo posto em prática em países membros da UEMOA não foi compatível, devido à intervenção das instâncias comunitárias, caracterizado por atrasos nas listas disponíveis e falta de atualização.

Recomendações e Ações de Acompanhamento517. Em resposta às questões acima identificadas, os participantes do seminário fizeram as seguintes recomendações:

i. Países membros da UEMOA devem implementar a Lei Uniforme sobre CFT nomeando uma autoridade competente para administrar as exigências de congelamento;

ii. As autoridades competentes de designação devem preparar uma lista nacional que deve ser distribuída a entidades declarantes;

iii. Os Estados-Membros são instados a reforçar a cooperação entre as autoridades competentes de designação e outras unidades de financiamento do terrorismo, particularmente as UIF;

iv. Os Estados-Membros devem melhorar a sua análise da ameaça terrorista aos níveis nacional e regional, bem como o seu financiamento;

v. As autoridades Anti Financiamento ao Terrorismo competentes nos Estados-Membros devem ser incentivadas a cooperar e colaborar estreitamente entre si e com o setor privado (bancos, EPNFD e Organizações da Sociedade Civil-OSC), a fim de facilitar a implementação de medidas de congelamento;

vi. O GIABA deve dar prioridade ao reforço da capacidade das estruturas de inteligência e investigação para rastrear fundos ou bens sujeitos ao congelamento;

vii. Países membros da UEMOA são instados a distribuir as suas listas de indivíduos terroristas ou entidades sem mais delongas;

viii. Os Estados-Membros são instados a desenvolver e/ou implementar estratégias nacionais de luta contra o terrorismo;

ix. A Guiné deve procurar aprovar uma legislação CFT e designar uma autoridade competente para a aplicação das medidas de congelamento;

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521. O GIABA, em colaboração com a Confederação Suíça e o Governo Federal da Nigéria, organizou um Seminário de Peritos sobre requisitos de branqueamento de capitais e Combate ao Financiamento do Terrorismo (ABC/CFT) para o Norte e Oeste da África, 11 de dezembro - 13, de 2012, em Abuja, na Nigéria. O seminário foi destinado a ajudar as partes interessadas no desenvolvimento de medidas apropriadas para lidar com questões ABC/CFT, e facilitar e reforçar a cooperação nacional e internacional entre as FIU e as partes interessadas na implementação de estratégias ABC/CFT.

522. O Secretário Permanente do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) da Nigéria, o embaixador (Dr.) Martin Uhomoibhi, em nome do Embaixador Olugbenga, o Excelentíssimo Senhor Ministro das Relações Exteriores, presidiu à sessão do seminário de abertura, No discurso de abertura, o Senhor Ministro elogiou os organizadores do seminário pela iniciativa e expressou a determinação do Governo Federal da Nigéria de combater o terrorismo e o crime organizado.

523. No seu discurso de boas-vindas, Sua Excelência Dr. Hans-Rudolf Hodel, o embaixador da Suíça na Nigéria, pediu o reforço da cooperação internacional e regional como uma chave para a luta contra o terrorismo. O embaixador afirmou que a Suíça está empenhada em ajudar os interessados em compreender e implementar as melhores práticas e fortalecer a capacidade regional para lidar com FT. As suas declarações também elaboraram as recentes iniciativas do Governo da Suíça para enfrentar FT.

524. O Director-Geral do GIABA, Dr. Abdullahi Shehu, proferiu um discurso introdutório sobre “Os Desafios da Implementação de Contra Financiamento de Regimes de Terrorismo na África Ocidental.” A introdução forneceu uma visão geral das normas do GAFI, o estado de implementação das Normas da CEDEAO Estados-Membros, e os desafios e os constrangimentos na implementação, na África Ocidental. O Dr. Shehu discutiu os esforços em curso do GIABA para fornecer as melhores práticas internacionais em matéria de ABC/CFT na África Ocidental.

Primeira fila, 3 º esquerda para a direita: Director Geral do GIABA, o Dr. Abdullahi Shehu, Secretário Permanente do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) da Nigéria, o embaixador Dr. Martin Uhomoibhi, o embaixador da Suíça para a Nigéria, Sua Excelência Dr. Hans-Rudolf Hodel ladeado pelos participantes do Seminário sobre Anti branqueamento de capitais e combater o Financiamento do Terrorismo (ABC / CFT) para o Norte e Oeste da África, 11 de dezembro - 13, de 2012, em Abuja, Nigéria.

525. Apresentações durante as sessões plenárias do seminário centraram-se nas seguintes áreas temáticas:

• Falta de cooperação entre Autoridades da Alfândega/Fronteira e outras autoridades relevantes CFT;

• Medidas ABC/CFT orientadas para economias baseadas em dinheiro e vias informais para a transferência de dinheiro

• Responsabilidades ABC/CFT para as instituições financeiras não-bancárias.

526. O seminário contou com a presença de quarenta (40) oficiais superiores de Estados Membros da CEDEAO e Norte Africanas , e agências reguladoras e de investigação. No final do seminário, os participantes emitiram um comunicado contendo recomendações abrangentes

para o acompanhamento de ações para garantir a melhor implementação de regimes nacionais ABC/CFT. O comunicado pode ser acedido no site do GIABA em www.giaba.org.

j. Formação Anual de ECOBANK sobre ABC/CFT para os Conselhos de Administração

527.

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Além disso, é mais fácil treinar as pessoas dentro das suas localidades, especialmente porque a barreira de receber formação através de um intérprete é eliminada e há mais concentração e interação entre os formandos e os formadores. Mais importante ainda, os programas nacionais são projetados especificamente para atender às necessidades dos países. Um resumo de alguns dos programas patrocinados ou apoiados pelo GIABA nos Estados Membros em 2012 é apresentada como segue:

k. Código de Conduta de Conformidade para Funcionários Públicos, Abuja, Nigéria, 23 fev 2012

534. São fundamentais altos padrões éticos para combater a corrupção no sector público. De acordo com o Índice de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional (CPI), para melhorar a integridade do setor público, na Nigéria, o Departamento do Código Nigeriano de Conduta organizou um seminário de Código de Conduta de Conformidade para Chefes dos Executivos de Ministérios, Departamento e Agências Federais (MDA) em 23 de fevereiro de 2012 em Abuja, na Nigéria. O GIABA foi convidado a apoiar essa iniciativa e fazer uma apresentação sobre “Partilha de Experiências: Melhores Práticas Internacionais sobre Código de Conduta. A formação contou com a presença de cerca de trezentos (300) participantes das instituições do governo federal.

535. Tendo em vista o papel fundamental de funcionários públicos para assegurar a responsabilização e a transparência, a formação foi concebida para os sensibilizar sobre a importância do cumprimento do Código Nigeriano de Conduta para Funcionários Públicos. O seminário de capacitação atuou como uma plataforma para explicar as consequências do nexo corrupção-branqueamento de capitais, com especial ênfase nas deficiências nos regimes ABC/CFT da Nigéria.

536. O Director-Geral do GIABA, o Dr. Abdullahi Shehu, apresentou um resumo dos vários tipos de código de conduta para os funcionários públicos, incluindo as melhores práticas internacionais. Explorou ainda mais o estabelecimento e funcionamento do Departamento do Código de Conduta e do Código de Conduta do Tribunal da Nigéria e sugeriu reforçar a eficácia do código de conduta para os funcionários públicos.

537. Sem ser prescritivo, O Dr. Shehu recomendou a aplicação das divulgações de activos e passivos por funcionários públicos em conjunto com outros requisitos, incluindo os relacionados com a imposição de sanções aos oficiais que tanto deixam de declarar os seus ativos e passivos no calendário estipulado como fazem declarações falsas e enganosas. O Dr. Shehu pediu penas severas para servir como dissuasão. Os requisitos de divulgação são destinados a impedir a corrupção e para identificar e excluir funcionários corruptos, que exigem que dois tipos distintos de penalidade devem ser aplicados. Despedimento e outro fluxo de sanções disciplinares do incumprimento de exigências contratuais, ou

528. O Grupo ETI convidou o Diretor Geral do GIABA, O Dr. Abdullahi Shehu, e o Secretário Executivo da ESAAMLG, O Dr. Eliawony Joseph Kisanga, a partilhar as suas opiniões com os participantes da formação.

529. A apresentação do Dr. Shehu centrou-se no conceito de BC/FT, tipologias e os riscos de BC/FT, a situação ABC/CFT na África Ocidental, as respostas ao BC/FT na região, os desafios para a implementação de ABC/CFT na África Ocidental, e sugeriu o caminho a seguir. O Dr. Shehu aproveitou o seminário para destacar o importante papel do setor financeiro na implementação de medidas eficazes ABC/CFT e sensibilizar os participantes sobre a necessidade de pôr em prática um sistema de cumprimento robusto em instituições financeiras (IF). Enfatizou os seguintes pontos na sua apresentação:

a. Os principais elementos das medidas preventivas que devem ser aplicadas;

b. Os principais indicadores para determinar uma operação suspeita a ser comunicada no processo de conformidade ABC/CFT;

c. Quando aplicar devida vigilância/abordagem baseada no risco;

d. Por que instituições financeiras deveriam cumprir as disposições ABC/CFT ;

e. O fatores críticos de sucesso para a cultura de cumprimento efectivo;

f. Os desafios da ABC/CFT.

530. Os membros do Conselho consideraram o seminário muito informativo e felicitaram o Dr. Shehu e Dr. Kisanga por compartilharem o seu conhecimento e experiência consigo...

531. Além disso, a UBA Senegal organizou um pequeno almoço com funcionários do GIABA para discutir questões de conformidade ABC/CFT, incluindo maneiras pelas quais o banco pode melhorar o seu sistema de conformidade e permanecer competitivo na região. Em 2010, um programa de esclarecimento semelhante foi organizado pela United Bank for Africa (UBA) para os seus membros do Conselho em Lagos, na Nigéria.

532. Estes seminários de formação ilustram o compromisso do setor privado para ABC/CFT. Esta iniciativa torna-se mais relevante agora à luz da revisão das recomendações do GAFI. Portanto, IF e outras entidades declarantes devem fazer esforços para formar e dotar o seu pessoal de recursos, a fim de compreender plenamente as suas obrigações ABC/CFT.

C. Resumo dos Programas Nacionais de Assistência Técnica/Formação

533. A prestação de assistência direta a nível nacional complementa os programas regionais e tem o potencial de aumentar significativamente o número de beneficiários.

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a divulgar (não divulgação), ou abster-se de comportamento corrupto (prevaricação) e de violações de disposições penais ou outra infração. A primeira categoria resulta em ação para retirar o funcionário do serviço público ou de uma posição aberta ao abusoe a segunda leva a punição criminal a intenção de dissuadir os outros. Uma vez que apenas uma categoria é de natureza penal, as regras do Risco Duplo, de acordo com o Diretor-Geral, não se aplicam, e não se devem aplicar.

538. Muito importante, o Diretor-Geral concluiu que não há nenhum tipo ideal do Código de Conduta. Em vez disso, o sucesso ou insucesso de qualquer regime depende, em grande medida, do meio sócio-cultural particular e não da quantidade de regulamentos em vigor. Em países onde o nível de confiança da população é elevado, a necessidade de regulamentação pode ser menor em comparação com países com nível muito baixo de confiança pública. Num país como a Nigéria, onde o nível de confiança da população é muito baixo, prevenir conflitos de interesse e abuso de poder público tem sido uma tarefa desafiadora.

539. Isto é particularmente verdadeiro quando os valores de integridade são fracos e onde as instituições públicas não têm capacidade para fazer cumprir as regras. Embora o Código de Conduta para os Funcionários Públicos da Nigéria seja robusto em termos das suas disposições e de força legal, a sua maior fraqueza foi a incapacidade de impedir abuso de poder por funcionários públicos e aplicar conflito de normas de juros. Os escândalos quase diários de abuso repreensível de gabinete por funcionários públicos no país demonstram a inadequação bruta de mecanismos preventivos e de execução. Também expõem uma necessidade urgente de tirar lições de histórias de sucesso de outras jurisdições para fortalecer o regime do Código de Conduta.

l. Seminário  ABC/CFT para Operadores de Mercado de Capitais, em Acra, Ghana, 10 – 11 de abril 2012

540. Uma das recomendações contidas no RAM do Gana é a sensibilização do sector não bancário nas suas obrigações ABC/CFT, que foi enunciada como uma prioridade na sua Estratégia  Nacional e Plano de Acção. Assim, o GIABA  apoiou o Centro de Inteligência Financeira do Gana (FIC) e da Bolsa de Valores (SEC) para organizar um Seminário Nacional de ABC/CFT para Operadores do Mercado de Capitais (OCM) no Gana, em 10-11 de abril de 2012. O seminário foi concebido para sensibilizar os funcionários da SEC e CMOs sobre os riscos e os efeitos de branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e o financiamento da proliferação de armas de destruição em massa, e as questões relevantes relativas requisitos globais ABC/CFT, especialmente no contexto das Normas revistas do GAFI.

541. O seminário teve a participação de cerca de oitenta e cinco (85) participantes que comprometeram o seu empenho em fazer parte da luta contra o BC/FT. Além disso, a SEC comprometeu-se com a intensificação dos esforços para atingir padrões internacionais sobre ABC/

CFT. Um resultado direto do seminário é a emissão de um Manual de conformidade para os Operadores do Mercado de Capitais pelo SEC em colaboração com o FIC. Além disso, a SEC está numa fase avançada de revisão do quadro jurídico para promover uma micro-estrutura do mercado de valores mobiliários duradoura  no Gana, em consonância com os equisitos Globais ABC/CFT.

m. Seminários nacionais sobre a Abordagem Baseada em Risco (ABR) para Funções de conformidade ABC/CFT para responsáveis pela conformidade em Instituições Financeiras, Niamey, Níger, 27- 28 de junho, 2012

542. Recomendação 1 das Normas revistas do GAFI (2012) obriga entidades declarantes a adotar uma abordagem baseada no risco (ABR) nas suas operações. A essência da ABR é identificar, avaliar, monitorar, controlar e mitigar os riscos de BC/FT. Como a maioria dos Estados membros do GIABA são países de baixa capacidade (LCC), a aplicação da ABR tornou-se uma importante medida política que vai ajudar os países a implementar medidas ABC/CFT eficazes. É importante ressaltar que fazendo ABR uma parte dos quadros regulatórios ABC/CFT vai facilitar uma melhor compreensão do ambiente operacional e reforçar a eficácia dos regulamentos ABC/CFT. Responsáveis pela conformidade foram identificados como vanguarda da aplicação dos princípios de ABR nas respectivas instituições.

543. Assim, o GIABA projetou uma formação -alvo para esses oficiais. Em 2011, o GIABA organizou Seminários sobre RBA para Funções de Conformidade ABC/CFT para responsáveis pela conformidade em Instituições Financeiras para Serra Leoa e Senegal. Uma das principais conclusões do seminário foi a criação de uma Rede de Conduta de Conformidade de Oficiais para a implementação eficaz e eficiente dos regimes nacionais ABC/CFT nos seus países. A rede tem promovido parcerias mais fortes entre as instituições financeiras, EPNFD e suas respectivas entidades de supervisão e regulação. Em 2012, um programa semelhante foi replicado para a República do Níger , em Niamey, em 27-28 de Junho 2012. O seminário expôs os responsáveis pela conformidade das instituições financeiras para o uso da ABR na detecção e mitigação de riscos de BC/FT. Cerca de cinquenta (50) oficiais participaram no seminário onde foi acordado que o Níger, com a ajuda do conhecimento adquirido, desenvolverá o seu Quadro Nacional de Avaliação de Risco, integrando a avaliação dos riscos institucionais.

n. Seminário Nacional para Empresas e Profissões Não Financeiras Designadas (EPNFD) para conformidade ABC/CFT Monrovia, Libéria, 11 – 12 de julho, 2012

544. O RAM da Libéria revelou deficiências significativas no regime ABC/CFT do país. Em particular, a Libéria foi classificada como não conforme (NC) em todas as Recomendações do GAFI relativas à EPNFD. As más classificações foram atribuídas à regulação e supervisão inadequada desses setores e falta de consciência dos requisitos ABC/CFT por parte dos operadores desses segmentos da economia, apesar das suas grandes contribuições para o PIB

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da Libéria. O RAM observou que, deixados sem controlo, os criminosos tiram proveito da vulnerabilidade nestes sectores para BC e FT. O RAM recomenda pronta ação corretiva para enfrentar as lacunas, em EPNFD através da criação de consciência entre partes interessadas ABC/CFT (reguladores, outras autoridades competentes e os operadores) dos seus papéis na implementação de medidas adequadas para a segurança destes setores.

545. Em resposta às recomendações do RAM e as diretrizes da 15ª Comissão Técnica/Plenária para fornecer à Libéria assistência técnica acelerada, o GIABA em colaboração com as autoridades competentes na Libéria, organizou um Seminário Nacional de ABC/CFT para os EPNFD na Monrovia, Libéria, 11-12 de julho de 2012. O foco do seminário foi sensibilizar os operadores dos EPNFD dos riscos e suas obrigações ABC/CFT no âmbito das Recomendações revistas do GAFI.

546. Cinquenta (50) operadores de vários EPNFD, nomeadamente, agências de seguros, associações de contabilistas, profissão jurídica, cooperativas de crédito e instituições de microfinanças, agências de câmbio e organizações sem fins lucrativos participaram no seminário. Em um comunicado emitido pelos participantes, observaram que o principal obstáculo impedindo a implementação efetiva do regime ABC/CFT na Libéria é, principalmente, a falta de legislação ABC/CFT abrangente. Espera-se que o projeto de lei ABC/CFT alterado irá abordar as lacunas identificadas declaradas no relatório de avaliação mútua. Os EPNFD comprometeram-se em criar associações de profissões para ajudar na auto-regulação em conformidade com as necessárias medidas de combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.

o. Retiro dos Juízes do Supremo Tribunal no Estado do Plateau de  29 julho - 2 agosto de 2012.

547. Mediante solicitação, o GIABA patrocinou um retiro de três dias para juízes do Tribunal Superior do Estado de Plateau, na Nigéria de 29 julho - 2 agosto 2012. O Retiro, realizado no Saminaka Resort no Estado de Kaduna, visava levar juízes do Tribunal Superior do estado de Plateau a debater problemas que afetam o desempenho eficaz do Poder Judiciário do Estado, incluindo as relações com os poderes executivo e legislativo, com vista a promover uma melhor cooperação e colaboração. O governador do Estado de Plateau foi representado pelo seu vice, Sua Excelência Longjon Datong. O retiro contou com a presença do Juiz-Chefe do Estado de Plateau, Exmo. Justice Lazarus Dakyen, o Presidente do Estado da Assembleia do Plateau, Exmo. John Clark Dabwan, o Grand Khadi do Tribunal de Recurso da Sharia, Justice Adamu Musa Kanam, o presidente em exercício do Tribunal de Recurso consuetudinário, Justice Julia Kyentu , o Procurador-Geral do Estado do Plateau, o Vice-Presidente, o Líder de bancada, o Chefe Líder da maioria, o vice-Líder da bancada, e o líder da minoria da State House Assembley do Estado do Plateau. . O Diretor de Segurança e os juízes participantes assistiram à cerimónia de abertura.

548. No seu discurso de boas-vindas, o Juiz Chefe, reconheceu o apoio do GIABA, e observou que a instituição de formação ABC/CFT para juízes do tribunal superior do estado, resultou na nomeação de dois deles para lidar com casos de crimes financeiros e económicos. O Juiz Chefe expressou sua esperança de que o GIABA estenderá a sua formação aos demais juízes do Supremo Tribunal do Estado do Plateau, e agradeceu ao Diretor Geral do GIABA a prestação de assistência técnica, incluindo instalações de TIC para magistratura do Estado. Por fim, observou que o conteúdo do programa para o Retiro dos juízes foi relevante e inovador.

549. No seu discurso, proferido na Sessão Executiva do Retiro, o Diretor Geral. Forneceu uma visão geral do papel do GIABA para facilitar a implementação de normas de ABC/CFT internacionais aceitáveis , e proteger as economias e setores financeiros de BC/FT. Apelou ao fortalecimento do Estado de Direito no Judiciário, abordando questões fundamentais que lhe dizem respeito. Tais questões dizem respeito a condições de serviço dos juízes, capacidade, restrições orçamentais e de recursos e influência política indevida do Judiciário... O Director-Geral afirmou que o governo vai conseguir acusações mais eficazes e céleres de grandes casos criminais, especialmente os crimes económicos e financeiros, se o Procurador-Geral aparecer em pessoa para representar o governo em tais assuntos. Ressaltou a importância do desenvolvimento pessoal e liderança, auto-motivação e evolução de um estilo de tomada de decisão participativa no âmbito do Judiciário. O secretário o Governo Estadual, Professor Shadrach Best também apresentou um documento na sessão Executiva.

550. A Sessão Executiva, que também incluiu a apresentação de um trabalho do Professor Shadrach Best, Secretário do Governo do Estado, foi extremamente produtivo na medida em que ofereceu aos membros do Poder Judiciário a oportunidade de discutir questões e desafios por eles enfrentados com o seu executivo e contrapartes legislativas. O Procurador-Geral do Estado do Plateau recomendou que os participantes devem desenhar um plano de ação com um cronograma definido que estabelece as questões levantadas, bem como as medidas a ser tomadas para resolver esses problemas e voltar a reunir para avaliar os progressos realizados. O Diretor de Segurança do Estado e um representante do Comissário de Polícia para o Estado de Plateau falou sobre os desafios de segurança no Estado de Plateau e do papel dos juízes.

551. O Diretor-Geral também fez uma visita de cortesia ao Governador do Estado do Plateau. Nas suas observações, o Dr. Abdullahi Shehu reafirmou o compromisso do GIABA em ajudar os Estados membros na implementação de medidas   ABC/CFT internacionais aceitáveis , inclusive auxiliando o Judiciário a julgar efetivamente em matérias relacionadas com crimes económicos e financeiros. Em resposta, o governador agradeceu ao Diretor-Geral a assistência do GIABA ao Judiciário estadual. Afirmou que a sua administração tinha abordado algumas das questões levantadas no retiro e prometeu agir sobre o feedback

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recebido. Informou o Diretor-Geral de que o Estado estava a trabalhar para eliminar a corrupção a todos os níveis e tinha iniciado planos para reestruturar o serviço público, incluindo o governo local.

p. Seminário Nacional de medidas   ABC/CFT através de Zona Comércio Livre, Lagos, Nigéria, 14 - 15 de agosto, 2012

552. Zonas de comércio livre (ZCL) são áreas designadas

dentro dos países e/ou jurisdições em que são oferecidos

incentivos para apoiar o desenvolvimento das exportações,

o investimento directo estrangeiro (IDE), e o emprego local.

Fotografia do grupo de participantes do seminário Nacional ABC/CFT sobre branqueamento de capitais através da

Zona Franca realizado de 14 a 15 de Agosto de 2012 em Lagos, Nigéria

O Director-Geral do GIABA, Dr. Abdullahi Shehu foi recebido por S.Exa. Governador Jonah Jang, o Governador do Estado de Plateau, na Casa de Governo, Jos, aquando do retiro dos Juízes,

31 de Julho 2012.

Esses incentivos incluem isenções de impostos e taxas, procedimentos administrativos simplificados e importação isenta de direitos de matérias-primas, máquinas, peças e equipamentos. Além de aumentar as oportunidades económicas, esses incentivos podem resultar numa redução nas finanças e nos controlos e aplicação comercial, criando oportunidades para atividades BC e FT. Assim, enquanto zonas francas são benéficas para as empresas legítimas, oferecem oportunidades para o BC e FT. Os criminosos e os financiadores do terrorismo poderiam explorar a supervisão frouxa e a falta de transparência dentro de ZCL para branquear produtos do crime, financiar o terrorismo, e apoiar a proliferação de armas pequenas e armamento leve para minar as reformas do governo.

553. A recomendação 28 revista do GAFI exige que todas as formas de EPNFD e setores identificados como vulneráveis ao risco de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo devem ser sujeitos a uma regulação, fiscalizaçãoe monitoramento eficaz para garantir a conformidade com os requisitos de ABC/CFT. O RAM da Nigéria revelou o crescimento da ZLC no país e a susceptibilidade das zonas para uso indevido por criminosos para atividades ilícitas. Em particular, o RAM notou a falta de uma adequada coordenação e cooperação entre as autoridades competentes, os procedimentos fracos para fiscalização de mercadorias e registo de laxismo das entidades que operam na zona. Tendo em vista as consequências económicas da vulnerabilidade das zonas francas para a economia nigeriana em particular, e as implicações inerentes a outros países da CEDEAO, o GIABA organizou um Seminário Nacional ABC/CFT Zona Franca de 14-15 agosto de 2012 em Lagos, na Nigéria.

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554. O objetivo do seminário foi sensibilizar todos os intervenientes responsáveis por questões de ZCL nas suas funções no que diz respeito à aplicação efectiva das Recomendações do GAFI e as requeridas melhores práticas internacionais em operações de salvaguarda dentro de ZCL, com ênfase na abordagem baseada no risco e conformidade., Cerca de 50 participantes das ZCL, órgãos competentes auto-reguladores, autoridades policiais e de investigação assistiram ao seminário.

555. O seminário reuniu praticantes e interessados na criação de redes, troca de ideias e experiências e promoção de uma melhor cooperação e entendimento dos seus papéis respectivos na implementação do regime ABC/CFT. Uma das principais conclusões do seminário foi a designação de um oficial administrativo ABC/CFT por cada uma das agências participantes reguladoras, policiais e órgãos de investigação e instituições de auto-regulação. Os oficiais administrativos ABC/CFT devem facilitar o reforço da cooperação inter-agências e a troca de informações entre as instituições com o objetivo de implementar medidas ABC/CFT nas ZCL.

q. Conferência Nacional do comité dos Chefes dos Serviços de conformidade dos bancos na Nigéria:

556. O GIABA tinha promovido a criação de capítulos nacionais do comité de Diretor de conformidade de bancos, para fins de implementação de melhores práticas nos bancos e em conformidade com as regras de DVC. O Comité de Responsáveis pela conformidade (CCCOBs) na Nigéria foi o primeiro a ser formado na região. Com o apoio do GIABA, a CCCOBs organizou uma conferência nacional com o tema “O Papel da Devida Vigilãncia da Clientela no combate aos crimes financeiros e terrorismo nos bancos nigerianos”. A conferência, que teve lugar em Lagos, em 20-21 de março de 2012, teve na assistência, o representante do Governador

do Banco Central da Nigéria, o representante da Comissão Crimes económicos e Financeiros, Responsáveis pela conformidade e responsáveis pela conformidade dos bancos na Nigéria e outras partes interessadas.

557. A delegação do GIABA, incluindo o diretor de programas e projetos e Diretor Jurídico Senior, foi liderada pelo DG, que fez um discurso introdutório. No seu discurso, o Diretor Geral comentou sobre os os níveis de conformidade pobres dos Estados-Membros do GIABA nas medidas preventivas previstas nas Recomendações do GAFI e salientou que a Nigéria e o Gana estavam na lista do GAFI de países que não fizeram progressos significativos na resolução das lacunas no seu regime ABC/CFT. O Director-Geral enfatizou a necessidade das entidades de comunicação e supervisores trabalharem em conjunto para melhorar a conformidade, especialmente em relação à adoção de medidas eficazes na identificação e verificação da identidade dos seus clientes, inclusive usufruto. O DG sublinhou a necessidade de eficácia na implementação de normas do GAFI recentemente revistas e informou os participantes que as normas revistas do GAFI coloca maores obrigações às instituições financeiras e EPNFD.

r. Cimeira Oeste Africana sobre Dinheiro Móvel, Lagos, Nigéria, 05-06 março de 2012

558. A Recomendação 15 revista do GAFI afirma que os países e as instituições financeiras devem identificar e avaliar os riscos de branqueamento de capitais e de financiamento do terrorismo que possam surgir em relação ao desenvolvimento de novos produtos e novas práticas de negócios, incluindo os mecanismos de entrega, bem como a utilização de tecnologias novas ou em desenvolvimento para ambos os produtos novos e pré-existente. Devem ser tomadas medidas adequadas para gerir e mitigar o risco dessas novas tecnologias.

Fotografia de grupo de participantes na Conferência Nacional do Comité de Diretores de Conformidade dos bancos

realizada em Lagos, na Nigéria , de 20-21 de Março de 2012

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559. Portanto, em apoio ao Banco Central dos esforços da Nigéria na prossecução do objectivo de uma economia sem numerário, na Nigéria, o setor financeiro lançou a segunda Cimeira Oeste Africana sobre Dinheiro Móvel para defender e discutir as questões com relação ao dinheiro móvel como uma ferramenta eficaz, para resolver o desafios da inclusão financeira, mas também para transformar a Nigéria numa sociedade sem numerário que terá um impacto positivo na a estabilidade do sector financeiro e crescimento económico.

560. O Secretariado do GIABA foi representado nesta cimeira para partilhar com os participantes os resultados das tipologias em transações em dinheiro, que foi realizado em 2007 e para sensibilizar os participantes sobre o esforço do GIABA na promoção da inclusão financeira, como meio de assegurar a conformidade das normas globais ABC/CFT.

561. A cimeira contou com a presença de delegados do setor privado, incluindo provedores de serviços financeiros e operadores de dinheiro móvel, com oradores da Europa, Oriente Médio e África, incluindo a Nigéria. As principais questões discutidas foram:

• Identificar as oportunidades de dinheiro móvel na África Ocidental;

• Mapeamento do caminho a seguir para serviços financeiros móveis na Nigéria;

• O papel do Sistema de Liquidação Inter-Bank na Nigéria (NIBSS) para enfrentar os desafios globais do sistema de pagamentos na Nigéria;

• Telecomunicações (Telco) led versus não-Telco led iniciativas de dinheiro móvel;

• Atingir a população não-bancarizada na África Ocidental;

• Acesso a um sistema não-bancarizado no setor de dinheiro móvel;

• Crescimento dos negócios na era do comércio móvel;

• Impulsionar o uso do Mobile Wallet;

• O caso de negócio para serviços de dinheiro móvel;

• Desvendando o potencial - implementações bem-sucedidas de dinheiro móvel;

• Garantir boa vontade de negócios através da plataforma mobile money, e

• Perceber a regulação que afeta o dinheiro móvel e agência bancária

562. Os participantes observaram e concordaram com o seguinte:

• Que o Banco Central da Nigéria (CBN) é o principal órgão regulador do mercado de dinheiro móvel;

• O CBN emitiu 16 licenças a instituições financeiras para fornecer serviços de dinheiro móvel;

• Um sistema de pagamentos eficiente está agora em vigor para acelerar a reconciliação dos instrumentos financeiros, incluindo a compensação de cheques entre os prestadores de serviços financeiros;

• O papel da Comissão Nacional de Telecomunicações, no espaço de dinheiro móvel;

• Porquê as operadoras móveis não estão autorizadas a deter licença e operam de forma independente, sem parcerias com instituições financeiras, na prestação de serviços de dinheiro móvel;

• O excesso de regulação pelo CBN pode sufocar o mercado de de dinheiro móvel, derrotando assim o propósito da sua existência;

• Tipos de produtos de dinheiro móvel e a questão dos preços e de acesso;

• A necessidade de cooperação em matéria de concorrência para alcançar a sustentabilidade do mercado monetário móvel, e

• As lições aprendidas com a história do Quénia.

563. As diversas assistências técnicas e programas de formação são grandes conquistas que devem ser reconhecidas como a capacidade do GIABA para oferecer oportunidades de formação a peritos dos EM, tanto na região como fora. Seminários, seminários, mesas redondas e conferências têm ajudado aumentar o conhecimento das questões de ABC/CFT em toda a região. Estas acções de formação específica, tanto na região como fora, têm sido altamente apreciadas pelos entrevistados durante a avaliação in situ desses programas e projetos e deve definitivamente ser prosseguido.

564. Este tipo de intervenção apresenta um bom custo-benefício apesar do preço, mas é claro, a integração regional não tem preço  mas custo. A eficácia dessa metodologia de custos deve ser devidamente medida antes de ser realizada, portanto. Os benefícios da formação em exercício com um indivíduo altamente qualificado são inegáveis. O processo de aprendizagem, para não mencionar a aquisição de confiança em fazer o trabalho necessário, é uma fonte permanente de aquisição de competências, que é incomparável. Às vezes, os custos são baixos, por meio de esforços de colaboração com entidades estrangeiras, que recebem o estagiário gratuitamente.

565. No entanto, ao ganhar o controlo do problema e atingir um nível de conforto com a conformidade na região, é claro que a formação é a chave! É através de pessoas qualificadas e competentes, apoiadas por equipamentos e sistemas adequados, que o progresso acabará por ser feito. As pessoas fazem a diferença, e a formação torna as pessoas melhores. Assim, um foco contínuo sobre este aspecto da intervenção é essencial para o sucesso futuro.

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Tabela 11: Natureza do Programa Realizado (2009 – 2012)

S/N Estado Membro 2009 2010 2011 2012 Total Total Geral

Nacional

Regional

Nacional

Regional

Nacional

Regional

Nacional

Regional

Nacional

Regional

1 Benim 2 4 2 1 0 1 1 1 5 7 122 Burkina Faso 2 1 2 1 1 0 1 1 6 3 93 Cabo Verde 1 1 1 1 1 1 1 2 4 5 94 Costa do Marfim 1 2 1 2 3 0 3 3 8 7 155 Gâmbia 3 3 0 1 1 1 2 1 6 6 126 Gana 1 2 1 2 5 2 4 2 11 8 197 Guiné 0 0 0 0 1 0 7 1 8 1 98 Guiné Bissau 1 0 0 1 5 0 0 0 6 1 79 Libéria 1 0 4 0 0 1 6 1 11 2 13

10 Mali 2 4 2 1 2 1 0 0 6 6 1211 Níger 0 0 0 0 0 1 3 1 3 2 512 Nigéria 2 2 2 9 10 1 4 3 18 15 3313 Senegal 2 3 1 6 4 8 1 10 8 27 3514 Serra Leoa 1 3 1 1 3 0 0 1 5 5 1015 Togo 0 0 3 0 1 2 0 1 4 3 716 Sao Tomé & Príncipe 1 0 0 0 2 0 1 0 4 0 4

Total 20 25 20 26 39 19 34 28 113 98 211

Tabela 11A: Participação por Estados Membros

S/N Estado MembroANO

TOTAL2009 2010 2011 2012

1 BENIM 18 95 39 34 186

2 BURKINA FASO 50 59 63 45 217

3 CABO VERDE 5 41 20 29 95

4 COSTA DO MARFIM 88 81 61 128 358

5 GÂMBIA 67 81 38 50 236

6 GANA 41 120 278 191 6307 GUINÉ 2 13 25 166 206

8 GUINÉ BISSAU 8 19 100 18 145

9 LIBÉRIA 20 55 28 124 227

10 MALI 21 153 56 29 259

11 NÍGER 10 21 38 141 210

12 NIGÉRIA 177 298 353 1021 1,849

13 SENEGAL 67 53 223 116 459

14 SERRA LEOA 17 42 97 19 175

15 TOGO 23 55 52 44 174

16 OUTRAS INSTITUIÇÕES - 81 135 210 426

TOTAL 614 1,267 1,606 2,365 5,852

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Tabela 11B: Participação por Setor

S/N SETORANO

TOTAL2009 2010 2011 2012

1 Autoridade Reguladora 80 360 426 444 1,310

2 Setor Bancário / Instituições Financeiras 74 258 196 222 750

3 Outras Instituições Financeiras (EPNFD) 71 45 168 144 428

4Ministérios (Económico & Finanças, Segurança, Justiça)

29 168 200 642 1,039

5 Judiciário 75 84 163 208 530

6 Aplicação da Lei 138 76 117 135 4667 Outros (Sociedade Civil, Media, etc.) 147 276 336 570 1,329

Total 614 1,267 1,606 2,365 5,852

Tabela 11C: Participação por Género

`SN GÉNEROANO

TOTAL2009 2010 2011 2012

1 Masculino 482 920 1,273 1,986 4,661

2 Feminino 132 347 333 379 1,191

TOTAL 614 1,267 1,606 2,365 5,852

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566. O GIABA está a escalar as suas actividades de advocacia e está cada vez mais envolvido com a sociedade civil. Isso exigiu a

dedicação de um capítulo sobre a defesa e divulgação para a sociedade civil no relatório deste ano. A promoção da parceria estratégica com a OSC, incluindo os meios de comunicação de massa, é um dos objetivos estratégicos do Plano Estratégico 2011-2014. Como mencionado anteriormente, o GIABA não pode cumprir o seu mandatosem parcerias com organizações da sociedade civil, assim como com visitas de advocacia de alto nível aos Estados membros para solicitar e incentivar o compromisso político necessário. Sensibilização para as questões BC e FT pelos funcionários de alto nível e da sociedade civil são complementares a um regime de ABC/CFT eficaz, se é que não são o seu fundamento.

567. Assim, este capítulo fornece uma visão geral das várias advocacias e programas de extensão realizado pelo GIABA durante 2012. Também trata compromissos com segmentos relevantes da população dos Estados membros para galvanizar o apoio às medidas ABC/CFT. Defesa pública de ABC/CFT, reuniões com altos funcionários dos Estados membros, ampla cobertura dos media para questões BC/FT, contribuem para explicar o problema e incentivar o aparecimento de soluções viáveis. Isso ajuda muito os Estados membros a lutar para atingir os padrões internacionais. É importante ressaltar que antes da formação do GIABA e o início do seu trabalho contra BC e FT na região, a maioria das pessoas, incluindo funcionários de alto escalão dos Estados membros e os atores do setor privado, ou eram ignorantes ou indiferentes relativamente aos fenómenos. Os esforços do GIABA, incluindo programas de sensibilização alvo, resultaram numa compreensão geral das ameaças de BC e FT e as ameaças que representam para a paz, segurança e desenvolvimento na África Ocidental. Um relato das diversas atividades realizadas em 2012, no que diz respeito à defesa e divulgação da sociedade civil, é apresentado nas próximas seções deste capítulo.

a. Reunião de Peritos sobre o Impacto do Crime Organizado e o Tráfico de Drogas sobre a Segurança, Governação e Desenvolvimento na África Ocidental, Dakar, Senegal, 18-20 de Abril de 2012

568. Reconhecendo a necessidade de uma melhor compreensão do impacto do tráfico de drogas e crime organizado na África Ocidental, foi organizada uma reunião de peritos sobre o impacto do crime organizado e o tráfico de drogas em Segurança, Governação e Desenvolvimento na África Ocidental, conjuntamente pelo GIABA, Universidade de Nova York centro de Cooperação Internacional (CIC), a Fundação Kofi Annan, e o Centro de Formação Kofi Annan para a manutenção da paz internacional [KAIPTC] em Dakar, Senegal, em 18-20 de abril de 2012. O encontro reuniu 45 especialistas de governos, organizações multilaterais e da sociedade civil e académicos de toda a África Ocidental, América Latina e Caraíbas, América do Norte e Europa.

569. O encontro procurou reunir uma melhor compreensão do impacto percebido do tráfico de drogas e o crime organizado na governação, segurança e desenvolvimento na África Ocidental, e identificar lacunas no conhecimento, e avaliar a eficácia e/ou deficiências de políticas diferentes e respostas operacionais atualmente prosseguidas por diferentes atores em relação aos desafios existentes e emergentes. Também procurou discutir potenciais pontos de entrada e componentes-chave de uma estratégia renovada para enfrentar os problemas identificados (por exemplo, através do estabelecimento de um mecanismo a nível regional) e discutir as diferentes opções para avançar.

570. As discussões durante a reunião incidiram sobre o impacto percebido do narcotráfico e do crime organizado na governação, desenvolvimento e segurança, e a variação do impacto entre países, ferramentas e mecanismos utilizados pelos diferentes atores para monitorar e avaliar o impacto e como estes, por sua vez, influênciam as respostas, os desafios aos atuais esforços para construir resiliência contra o narcotráfico e o crime organizado, e medidas concretas para apoiar a implementação da arquitetura de resposta atual e superar os desafios existentes.

571. No final da reunião, os participantes concluíram, entre outros, apesar dos progressos em diferentes frentes, os Estados da África Ocidental continuam a enfrentar

Capítulo Seis

ADVOCACIA E ALCANCE DA SOCIEDADE CIVIL

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O Director-Geral do GIABA, o Dr. Abdullahi Shehu, Ministra da Justiça do Senegal, a Sra. Aminata Touré, e os embaixadores, cônsules, representantes e parceiros de desenvolvimento, durante a 3 ª Sessão de Informação para os embaixadores da CEDEAO realizada a 28 de abril de 2012, em Dakar (Senegal).

enormes desafios, incluindo a insegurança, os sistemas políticos frágeis, a pobreza, o crescimento económico lento, pandemias e vulnerabilidade às mudanças climáticas. Assim foram feitas uma série de recomendações, incluindo a criação de, um grupo a nível regional independente de “campeões” à semelhança da Comissão sobre Drogas e Democracia da América Latina ou a Comissão Global sobre Políticas de Drogas, para apoiar os esforços regionais e nacionais para responder ao tráfico de drogas e o crime organizado.

b. Terceira Sessão Anual de Informação para Embaixadores da CEDEAO e Parceiros de Desenvolvimento, Dakar, Senegal 28 de abril de 2012.

572. A Sessão Anual de Informação para Embaixadores da CEDEAO e Parceiros de Desenvolvimento é um evento anual institucionalizado em conformidade com a directiva da Autoridade dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, na sua 38 ª Cimeira Ordinária realizada no Sal, Cabo Verde no dia 2 de julho de 2010. A directiva segue a recomendação da 64 ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros de que as instituições comunitárias devem organizar sessões regulares de partilha de informação para Embaixadores / Representantes dos Estados membros sobre as suas atividades. Desde 2010, o GIABA tem vindo a organizar esta sessão de informação para informar os Embaixadores dos Estados membros da CEDEAO e outros representantes de organizações internacionais sobre as operações do GIABA.

573. A 3 ª Sessão de Informação, realizada em Dakar, Senegal, em 28 de abril de 2012, proporcionou a oportunidade para os formuladores de políticas dos Estados-Membros para aprender e apreciar as funções e realizações

do GIABA na luta contra o BC e FT na África Ocidental. Durante a sessão, o GIABA apresentou as normas revistas do GAFI e encapsulou os papéis esperados dos Estados-Membros na sua implementação. Houve particular ênfase nas normas relativas à corrupção atribuível a Pessoas Politicamente Expostas (PPE).

574. A Ilustre Ministra da Justiça do Senegal, Senhora Aminata Touré, e três (3) outros funcionários de alto escalão representaram o Governo do Senegal na sessão. Além disso, a Sessão Anual contou com a presença dos Embaixadores de sete (7) Estados membros da CEDEAO, três (3) Embaixadores não-CEDEAO.

575. Os embaixadores elogiaram o GIABA pelas suas realizações em ABC/CFT e por fazer face aos desafios associados, e renovaram ainda o seu interesse em participar em futuras sessões de informação como uma forma de manter-se a par com assuntos ABC/CFT. Os embaixadores também expressaram a sua vontade de ajudar o GIABA a alcançar o seu mandato e atualizar os seus respectivos governos sobre as suas actividades e realizações.

c. Seminário de Sensibilização Regional para Organizações da Sociedade Civil (OSC) sobre ABC/CFT, Dakar, Senegal, 06-08 agosto de 2012

576. Tendo reconhecido o papel fundamental das OSCs na luta contra o BC e FT na África Ocidental, o GIABA organizou um seminário de sensibilização regional sobre ABC/CFT para OSC da África Ocidental. O seminário, realizado em Dakar, no

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da sociedade civil em Estados membros da CEDEAO na divulgação de publicações do GIABA e peças publicitárias para os cidadãos da Comunidade.

579. Foi criada formalmente a rede das OSC contra BC/FT na África Ocidental no seminário.

d. Terceira Sessão Anual Interativa Regional para executivos dos Media, Dakar - Senegal, 27 de abril de 2012

580. Alcançar as metas do Plano Estratégico 2011-2014 requer o envolvimento de todas as partes interessadas para garantir a implementação de regimes ABC/CFT sustentáveis e eficazes na África Ocidental. Isso ainda requer a capacitação dos Media e as OSCs para promover e propagar as mensagens de ABC/CFT de forma contínua, concertada e sustentada.

581. O segundo seminário interativo para executivos dos Media foi organizado pelo GIABA em Dakar, Senegal, em abril de 2012. Os participantes discutiram o papel dos Media na promoção ABC/CFT e emitiram um comunicado com as seguintes recomendações:

i. Os media devem ser objectivos na comunicação de crimes económicos e financeiros em geral e BC e FT, em particular, de modo a evitar infligir danos à reputação, bem como;

ii. Profissionais da comunicação social devem realizar pesquisa e jornalismo investigativo para desenterrar casos e alegações de BC e FT;

iii. As autoridades policiais responsáveis pelo monitoramento e detecção de movimento transfronteiriço de numerário e tráfico de drogas devem colaborar e cooperar com os meios de comunicação e as OSCs em aumentar o conhecimento público desses crimes;

iv. Profissionais da comunicação social devem formar alianças e redes para promover a cooperação e colaboração na luta contra o BC e FT na África Ocidental.

v. Profissionais da comunicação social devem tirar proveito dos avanços tecnológicos e da globalização para aguçar as suas competências para melhor desempenhar as suas funções.

582. Como seguimento a estas recomendações, o GIABA organizou o terceiro seminário interativo para vinte e quatro (24) executivos dos media dos Estados-Membros, em Dakar, Senegal, em 27 de abril de 2012.

583. Os participantes elogiaram os media pelo seu papel na sensibilização de crimes financeiros e branqueamento de capitais na África Ocidental. Em resposta, os representantes dos meios de comunicação comprometeram-se a continuar a agir como jogadores importantes na sensibilização. A sessão reconheceu a formação de redes nacionais de Jornalistas sobre ABC/CFT em todos os Estados membros do GIABA. As redes servem de plataforma para o reforço da colaboração

O Director-Geral, Dr. Abdullahi Shehu (meio) e Pr. Amsatou Sow Sidibé (quinto da esquerda), Conselheira da Presidência da República do Senegal e os participantes durante o seminário regional de sensibilização sobre ABC / CFT para as organizações da sociedade civil (OSC) de 6 a 7 de agosto de 2012 em Dakar (Senegal).

Senegal 7-8 agosto de 2012, teve como objetivo sensibilizar OSC em questões ABC/CFT, em geral, e do seu papel na luta contra o BC e FT, contando com o seu apoio para envolver as populações dos Estados Membros no combate ao BC e FT, construindo as capacidades dos participantes para empreender políticas de defesa e de influência relacionadas com a ABC/CFT, e facilitar o estabelecimento de uma rede de OSC para propagar uma visão holística e mensagem agressiva contra BC e FT na África Ocidental.

577. O seminário também contou com a presença do Diretor-Geral do GIABA, o Ministroencarregue das Questões Humanitárias dos Direitos Humanos, Paz, Refugiados do Senegal, Professor Amsatou Sow Sidibé, o Chefe da UIF do Senegal, advogada de direitos humanos e ativista Femi Falana, o Núncio Apostólico, Monsenhor Luis Mariano Montemayor, e ex-membro da Câmara dos Representantes da Nigéria e Secretário Executivo da Rede Anti-Corrupção na Nigéria, Exmo. Dino Melaye. Um total de quarenta e sete (47) participantes de organizações da sociedade civil e da academia participaram no seminário. A sessão técnica foi proferida por meio de apresentações de trabalhos, discussões plenárias e estudos de caso.

578. Tendo discutido os efeitos deletérios da corrupção, e BC e FT sobre a segurança, estabilidade e desenvolvimento, os participantes fizeram as seguintes recomendações:

• O GIABA deve alargar a realização de seminários semelhantes às OSC a nível nacional e regional;

• O GIABA deve ser mais visível e acessível a OSC nas suas atividades de divulgação;Deverá ser estabelecida uma rede de organizações da sociedade civil contra o Branqueamento de Capitais e o Financiamento do Terrorismo na África Ocidental para facilitar a partilha de informação e sensibilização;

• As OSC são capazes de liderar a advocacia, influenciar políticas e sensibilizar nas bases.

• O GIABA deveria fazer parceria com organizações

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entre os profissionais da comunicação social, por um lado, e entre os media e outras partes interessadas, especialmente as agências de aplicação da lei, por outro lado.

e. Programa de Sensibilização da CEDEAO para a Comunidade da CEDEAO na Nigéria, 18 de setembro - 20 de 2012.

584. O GIABA participou na sensibilização Regional da CEDEAO organizado conjuntamente pela Comissão da CEDEAO e a Unidade nacional da CEDEAO para a Nigériaem Lagos, na Nigéria, 18 - 20 setembro de 2012. O evento teve como objetivo esclarecer a comunidade da CEDEAO na Nigéria sobre as atividades realizadas por instituições da CEDEAO e obter feedback dos participantes. O evento contou com a presença de 60 (sessenta) participantes, incluindo jovens e representantes de organizações da sociedade civil com a comunidade empresarial, os costumes e os oficiais de imigração, participantes de ministérios do governo. Foi feita uma apresentação sobre as questões ABC/CFT na África Ocidental pelo GIABA, que sensibilizou os participantes sobre o mandato, as operações e os resultados do GIABA. Foram partilhadas publicações do GIABA para a sensibilização e para aumentar o conhecimento público sobre as questões ABC/CFT.

f. Sensibilização da CEDEAO e Campanha de Informação, Acra, Gana, 6 -  8 de junho de 2012

585. A Comissão da CEDEAO organiza campanhas de sensibilização nos Estados membros para esclarecer os cidadãos da CEDEAO sobre os programas e objetivos da CEDEAO. O GIABA, juntamente com outras instituições da CEDEAO, participou na campanha de sensibilização realizada no Gana, 06-08 junho de 2012 para educar os ganenses sobre o papel e o desempenho das instituições da CEDEAO para a

integração da África Ocidental. O GIABA fez uma apresentação sobre o seu mandato, visão e atividades, e forneceu cópias das suas publicações aos participantes.

g. Apoio à Associação de Mulheres da Africa Ocidental (Wawa), Lagos, Nigéria, 07 junho de 2012.

586. Como parte dos esforços para educar e construir uma forte aliança com os cidadãos capazes de influenciar as principais partes interessadas na execução de medidas de ABC / CFT, o GIABA forneceu equipamentos de escritório e mobiliário para a Associação de Mulheres da Africa Ocidental (Wawa). Numa reunião com representantes da Wawa do Gabinete de Ligação da CEDEAO em Lagos, na Nigéria em 7 de junho de 2012, o Diretor Geral do GIABA pediu à associação para levar a mensagem ABC/CFT aos seus membros, incluindo mulheres do mercado, comerciantes, profissionais e trabalhadoras rurais.

h. Seminário Regional sobre ABC/CFT para Jornalistas da Francofonia da CEDEAO e os Países de Língua lusófonos, Praia, Cabo Verde, 29-30 de agosto de 2012

587. O GIABA organizou um seminário de sensibilização sobre ABC/CFT para Jornalistas na Praia, Cabo Verde agosto 29-30, 2012. O seminário teve como objetivo a construção de forte aliança com os Media para divulgação eficaz de informações sobre questões ABC/CFT, sensibilizando os meios de comunicação sobre iniciativas regionais ABC/CFT existentes e melhoria da rede entre os jornalistas, de modo a promover a disseminação de informações adequadas sobre regimes ABC/CFT.

O Director Geral do GIABA, o Dr. Abdullahi Shehu e líderes dos Media dos Estados-membros da CEDEAO na conferência de imprensa internacional realizada a 27 de abril de 2012, em Dakar, Senegal.

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O Diretor Geral do GIABA, Dr. Abdullahi Shehu apresenta mobiliário de escritório e equipamentos à Sra. Betty Ubeku, Ponto focal da Associação de Mulheres Oeste Africanas (WAWA), como parte do apoio do GIABA às OSC a 7 de junho de 2012, em Lagos, Nigéria

Dr. José Carlos Lopes Correia, ministro da Justiça de Cabo Verde (quinto da esquerda) e participantes do seminário de sensibilização para Jornalistas francófonos e Lusófonos da CEDEAO realizada de 29 a 30 de Agosto de 2012, na Praia (Cabo Verde).

588. Um total de quarenta (40) participantes do Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Guiné, Guiné Bissau, Mali, Níger, Senegal e Togo participaram no seminário.

589. O resultado do seminário é o seguinte:

• Maior entendimento das questões BC/FT e do mandato do GIABA pelos jornalistas presentes;

• Desenvolvimento do Plano de Acção;

• Criação do comité ad hoc para a criação de uma rede francófona e lusófona;

• Distribuição de 50 boletins informativos, 50 Relatórios Anuais, bem como materiais de conferências com mensagens de sensibilização.

590. As principais recomendações emitidas no final do seminário pelos participantes foram as seguintes:

• Estabelecer uma rede de jornalistas engajados

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com as UIF da França, Bélgica e Líbano.

594. Após a conclusão da análise dos progressos realizados, o acolhimento do próxima Plenária do GIABA e a avaliação mútua in situ foram apresentados para discussão. Como resultado desta missão, as autoridades da Costa do Marfim acordaram e a 17ª Comissão Técnica/Plenária e a 11ª reunião da CMG foram efetivamente realizadas em Abidjan, Costa do  Marfim e a avaliação mútua in situ realizada imediatamente após as reuniões plenárias, em maio de 2012.

GANA595. Em consonância com o mandato do GIABA para assegurar a adoção e implementação de medidas ABC/CFT em conformidade com as normas e práticas internacionais aceitáveis pelos seus Estados membros , o GIABA realizou uma missão de advocacia de alto nível para Accra, ao Gana, em fevereiro de 2012. O objetivo da missão era instar as autoridades do país a intensificar os esforços na implementação do Plano de Acção acordado com o Grupo de Análise Regional (GAR) para o Oriente Médio e África.

596. Na reunião com as principais autoridades do país sobre o relatório ICRG, o Director-Geral do GIABA ressaltou as implicações do limitado progresso na implementação do Plano de Acção.

597. As autoridades registaram com preocupação e envidaram esforços consideráveis para corrigir as deficiências identificadas no seu regime ABC/CFT. Apesar dos esforços iniciais realizados, o GAFI publicou uma declaração pública sobre Gana na reunião Plenária do GAFI realizada em Paris, França, em fevereiro de 2012. Do GIABA prosseguiu os seus esforços, e o Gana empenhou-se nas suas leis ABC/CFT e foi retirado da lista de países com deficiências significativas e colocado na lista dos países que melhoram a sua ABC/CFT na Declaração Pública do GAFI em outubro de 2012. Foi marcads uma visita in loco no âmbito do processo de ICRG também para janeiro de 2013; um sinal de que o Gana pode ser retirado da lista se a missão in situ ficar satisfeita com a implementação do Plano de Acção do Gana.

LIBéRIA598. Foi relatado no capítulo 3 que uma missão de alto nível liderada pelo DG estava na Libéria em 16-17 de abril 2012 no âmbito da implementação do RAM da Libéria. Um dos objetivos dessa missão era chegar às mais altas autoridades para os sensibilizar sobre a falta de progressos em muitas áreas da ABC/CFT na Libéria e para solicitar o seu forte compromisso político e intervenção. Assim, a missão reuniu-se com chefes de ministérios, departamentos e agências, incluindo os Ministérios das Finanças, Justiça e Segurança Nacional, o Banco Central da Libéria, a Comissão Anti-Corrupção da Libéria, a Comissão Geral de Auditoria, a Drug Enforcement Agency e a Comissão de Reforma da lei. Foram realizadas sessões interativas com membros da Comissão Inter-Ministerial e dos media.

na luta contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo;

• Garantir a profissionalização dos membros da rede sobre questões AML/CFT;

• Advogar o acesso a informações sobre questões BC/FT nos Estados membros, especialmente com as UIF;

• Advogar nas Assembleias Nacionais dos Estados membros para fortalecer a liberdade de imprensa;

• Abrir experiências de jornalismo investigativo com outros continentes e participar em diferentes formações e

• Estabelecer um prémio para a melhor reportagem investigativa sobre questões AML/CFT.

VISITAS DE ADVOCACIA A ESTADOS MEMBROS591. No ano em análise, A Gestão Executiva do GIABA intensificou as visitas de alto nível aos Chefes de Estado e de Governo e às organizações da sociedade civil para procurar um compromisso político e apoio para a conclusão do primeiro ciclo do processo de avaliação mútua, o desenvolvimento, a criação implementação de leis e estratégias ABC/CFT, o estabelecimento eo funcionamento eficaz das UIF e dos comités inter-ministerial, ações de sensibilização das 40 Recomendações revistas do GAFI, entre outras questões. Apesar de algumas missões de advocacia terem já sido relatadas no capítulo 3, essas missões específicas foram em relação ao acompanhamento da implementação dos RAM. As seguintes missões de advocacia foram, contudo, polivalentes: a propaganda eleitoral para a conclusão da primeira ronda de avaliações em países ainda a ser avaliada, para apelar para a alteração da legislação, quando necessário, para incentivar os países a estabelecer as UIF onde não há nenhuma ainda e, mais importante, para chamar a atenção das mais altas autoridades políticas nalgumas dificuldades em progredir nos seus esforços ABC/CFT e procurando as suas intervenções.

Costa do Marfim, Abidjan592. O Director-Geral do GIABA, Dr. Abdullahi Shehu, empreendeu uma visita de advocacia de acompanhamento a Abidjan, Costa do Marfim, a 3 de fevereiro de 2012. Durante esta missão, o DG e a sua delegação reuniram com o Ministro das Finanças Sr. Kofi Charles Diby e discutiram o compromisso do país de se submeter a avaliação mútua que havia sido adiado várias vezes. O objetivo da missão era garantir a prontidão do país para se submeter à avaliação mútua, bem como as medidas tomadas para o funcionamento eficaz da UIF e o Centro de Informação do GIABA, incluindo outras questões discutidas durante a missão em novembro do ano anterior, 2011.

593. Foi feito um progresso notável no intervalo das duas visitas. No momento da segunda visita, o orçamento da UIF 2012 foi aumentado para aproximadamente CFA 1 bilhão, o presidente da UIF foi apontado como Correspondente Nacional do GIABA na Costa do  Marfim, a formação de pré-avaliação foi agendada; foi concluido o projecto de acordo de sede da UIF e o Centro de Informações do GIABA foi concluído; foram tomadas medidas para melhorar a operação UIF, bem como a restauração do seu networking com parceiros, e foram concluídos os acordos de parceria

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CFT para permitir a sensibilização dos parlamentares em questões ABC/CFT e facilitar a passagem rápida do projeto Lei ABC/CFT.

NíGER, NIAMEY603. Nos contínuos esforços para ajudar os Estados membros a criar estruturas e práticas ABC/CFT mais fortes e mais eficazes e eficientes, o Diretor Geral liderou uma missão de alto nível para o Níger, Niamey, 24-26 abril de 2012. Dr. Shehu reuniu com Sua Excelência, Issoufou Mahamadou, Presidente da República do Níger, o Exmo. Primeiro-ministro, Exmo. Ministro das Finanças Exmo. Ministro do Interior, bem como o Comité Inter-Ministerial.

604. Na reunião com Sua Excelência o Presidente da República, o Diretor-Geral elogiou as suas iniciativas de boa governação, incluindo a aprovação da legislação ABC/CFT, o apoio à UIF, bem como o estabelecimento da CIM. Chamou também a atenção para a necessidade urgente de abordar as deficiências identificadas no RAM e para concluir solicitou o apoio presidencial ao ministro das Finanças para apoiar a UIF. Por sua vez, Sua Excelência o Presidente elogiou o GIABA no apoio ao Níger e assegurou ao Director-Geral que seriam tomadas ações apropriadas.

605. No que diz respeito ao encontro com o Chefe do Governo e os dois ministros setoriais, as principais questões discutidas centraram-se em: a) dotação orçamental adequada e autonomia operacional; Fornecimento de instalações adequadas, seguras, permanentes e bem equipadas, e apoio Presidencial ao Ministro da Finanças para apoiar a UIF, b) corrigir as deficiências identificadas no RAM do Níger, c) a colaboração entre os Ministros setoriais do GIABA para permitir o funcionamento eficaz da Comissão Inter-Ministerial, d) apoio das autoridades para o estudo planeado GIABA/GAFI sobre financiamento do terrorismo. O Chefe de Governo e seus ministros também asseguraram ao DG que serão tomadas medidas em relação às questões levantadas.

599. O DG também fez uma visita de cortesia a Sua Excelência, a Senhora Ellen Johnson Sirleaf, presidente da República da Libéria. Presentes na reunião estavam o Ministro e Vice-Ministro da Justiça, o vice-ministro da Segurança Nacional, representantes do BCL e o Correspondente Nacional do GIABA.

Sua Excelência, a Presidente Ellen Johnson Sirleaf, da República da Libéria ouve atentamente o Diretor Geral do GIABA, o Dr. Abdullahi Shehu numa visita de advocacia em 17 de abril de 2012

600. As discussões destacaram os esforços feitos pela Libéria para combater o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo, as deficiências identificadas no sistema ABC/CFT da Libéria, bem como as ações a serem tomadas pelo país para corrigir essas deficiências.

601. A visita proporcionou à Missão a oportunidade de sensibilizar as autoridades e o público em geral sobre os riscos, as ameaças e os efeitos do branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo. Também forneceu visibilidade aos esforços do GIABA e da CEDEAO para combater o crime económico e financeiro da região no contexto da integração regional. A este respeito, o DG foi recebido num programa de televisão ao vivo, “Crossfire” para discutir questões relacionadas com o branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo, os esforços do GIABA e da CEDEAO para lidar com as ameaças e nível de conformidade com as normas ABC/CFT da Libéria.

602. À margem da reunião estatutária WAMA, realizada a 12 de julho de 2012, o Diretor Geral fez visitas de cortesia ao Vice  presidente da Assembleia Nacional, Ministros da Justiça Adjunto e Juiz Presidente da Libéria, bem como ao governador do Banco Central da Libéria. Foram discutidas as seguintes questões  com as autoridades: a aprovação do projeto Lei ABC/CFT através das câmaras legislativas, o estabelecimento da UIF e assistência técnica para os membros do Judiciário. As autoridades requereram mais assistência técnica, especialmente formação para os membros do Poder Judiciário, em colaboração com o Instituto Judicial da Libéria e a divulgação do documento sobre as conclusões e os benefícios da Libéria, que adopta o projeto de lei ABC/

A delegação do GIABA chefiada pelo seu Diretor Geral, Dr. Abdullahi Shehu, foi recebida em 24 de abril de 2012 por Sua Excª Mohamadou Issoufou, o Presidente da República do Níger.

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606. Por fim, o Diretor Geral do GIABA reuniu com CIM recém-formada, informou-os e sensibilizou-osdas suas funções e mandato na implementação do sistema ABC/CFT. Prometeu  ainda enviar-lhes os documentos relevantes que irão orientá-los nas suas operações, tais como: documento do processo de adopção da Estratégia Nacional ABC/CFT; missão e o mandato da Comissão Inter-Ministerial, e Projeto de documento de Estratégia 2007 do Níger.

607. A iniciativa do GIABA tem rendido frutos, olhando para o progresso observado no 4 º Relatório de Avaliação Mútua do Níger, que foi submetido à Comissão Técnica do GIABA em novembro de 2012. Na verdade, mostra que há um novo impulso no anti branqueamento de capitais e contra financiamento do terrorismo nos esforços do país. Menciona especialmente que as autoridades nacionais estão a desempenhar um papel ativo no sentido de garantir o efetivo controlo da corrupção e infracções conexas.

608. Após a visita de advocacia, foi registado um progresso significativo no Níger, incluindo o reforço das Haute Autorité de Lutte contre la Corruption et les Infrações Assimilées (HALCIA) como relatado no capítulo 2. O Ministério da Justiça também criou uma linha directa para dar a todos os cidadãos a oportunidade de denunciar casos de corrupção. No mesmo sentido, oito (08) queixas foram apresentadas ao Parlamento para o levantamento da imunidade parlamentar de deputados acusados de corrupção. No contra financiamento do terrorismo, foi estabelecido um serviço central na Direcção-Geral de Vigilância Territorial. Da mesma forma, foi posta a funcionar uma unidade de prevenção e contra financiamento do terrorismo dentro do sistema judicial por imposição da lei. Em matéria de cooperação nacional, o Níger reavivou o Comité Nacional Antiterrorista no Ministério das Relações Exteriores (Decreto n º. 022/MAEC/DAAF/DP do 25/10/2007, alterada pela Portaria n. 03/MAEC/IA/NE/DIRCAB de 2/21/2012),  que configurou inicialmente em 2010. A estrutura do comité foi modificada para abranger a UIF e BCEAO, tornando-se um fórum de intercâmbio nos aspectos operacionais da luta contra o terrorismo.

609. Foi alocado à UIF um novo e adequado espaço de escritório. O seu orçamento foi aumentado modestamente. As regras e regulamentos da UIF foram revistas para reforçar a sua estrutura. A unidade tem agora um analista financeiro patrocinado pelo GIABA para processar comunicações de operações suspeitas (COS). O ministro da Justiça do Níger inaugurou oficialmente o Comité de Coordenação Nacional da ABC/CFT no dia 5 de abril de 2012, na presença do representante do GIABA. A Comissão, em Junho de 2012, organizou um seminário para os seus membros para os treinar sobre a estratégia nacional ABC/CFT. Após este seminário o comité aprovou o documento de estratégia nacional ABC/CFT do Níger, e agora está em processo de ser adotado pelas autoridades públicas.

NIGéRIA610. Depois de participar do retiro especial para juízes no Estado de Plateau como relatado no capítulo 5, o Diretor-

Geral também reuniu com o Diretor Geral do Instituto Nigeriano de Estudos Jurídicos Avançados (NIALS), Prof Epiphany Azinge, SAN, e alguns funcionários do Instituto. O DG do GIABA agradeceu ao Prof Azinge pela revisão do seu livro sobre «Estratégias e Técnicas de Acusação de Crimes Económicos e Financeiros”. O Director-Geral explicou o trabalho e as funções do GIABA particularmente o seu papel na análise e apoio à promulgação da legislação ABC/CFT, prestando assistência técnica para as partes interessadas nos Estados membros, incluindo juízes e membros da Ordem dos Advogados da Africa Ocidental, bem como realização de pesquisas e tipologias de exercícios. O Director-Geral observando que NIALS tinha realizado uma investigação oficial sobre Integridade no Judiciário em três estados da Nigéria afirmou que o objetivo da reunião era descobrir como as duas instituições poderiam trabalhar juntas para desenvolver programas e projetos de apoio ao Poder Judiciário da Nigéria, especialmente no que diz respeito ao reforço da integridade e processos judiciais de modernização. O Director-Geral do NIALS informou que, embora a investigação fosse uma função central do instituto, havia outras funções, incluindo a organização de conferências, seminários e outros programas de formação e que o Instituto havia iniciado o processo de estender a formação a juízes do Supremo Tribunal. Anotou que uma das áreas de atuação do instituto é de elaboração legislativa e revelou que o instituto está particularmente e fortemente envolvido na fase de audição pública do processo legislativo.

611. Enquanto fazia as visitas de advocacia à Nigéria, o Diretor Geral do GIABA também realizou uma visita de cortesia e reuniu com o fundador da CEDEAO, o general Yakubu Gowon, ex-chefe de Estado da Nigéria. O DG agradeceu-lhe por assistir à apresentação oficial do GIABA do livro sobre estratégias e técnicas de Acusação de Crimes Económicos e Financeiros e o seu apoio contínuo à CEDEAO e à sua instituição.

612. Além disso, o Diretor-Geral fez uma visita de cortesia ao Presidente do Supremo Tribunal da Nigéria (CJN), Sua Senhoria Justice Aloma Mariam Mukhtar, no dia 14 de novembro de 2012. O objetivo da visita foi de felicitar formalmente o CJ pela sua nomeação e desejar-lhe sucesso na sua posição como CJN. Outros objetivos da visita ao Chefe de Justiça da República Federal da Nigéria foi para discutir questões relativas ao papel do Judiciário da Nigéria na implementação de medidas ABC/CFT de normas internacionais aceitáveis , e do relatório do Estudo da viagem de estudo organizada pelo GIABA para juízes, juízes de Tribunais Supremos e Tribunais de Recurso, de Estados membros de língua inglesa ao Minnesota, EUA, em junho de 2012.

613. O Diretor-Geral informou o Juiz Presidente sobre o mandato do GIABA e explicou que o GIABA presta assistência técnica aos Estados-Membros da CEDEAO para que possam implementar medidas ABC /CFT de normas internacionais aceitáveis protegendo assim as economias dos Estados membros contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo. Destacou o papel fundamental do Poder Judiciário na luta contra o BC/FT e expressou

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preocupação com o baixo nível de condenações BC /FT na região.

614. O DG informou ainda o CJN que o GIABA organizou vários seminários regionais de capacitação/formação para juízes, a fim de sensibilizar os membros do Poder Judiciário em questões ABC/CFT.. Como seguimento a estes programas de formação, uma Visita de Estudo foi realizada para Juízes Presidente do Supremo Tribunais e Juízes dos Tribunais de Recurso de 24 a 29 junho de 2012  no Minnesota, EUA, e uma cópia do relatório sobre a Visita de Estudo foi transmitida ao CJN. O Diretor-Geral apresentou uma outra cópia do relatório da Visita de Estudo ao CJN. O Director-Geral convidou o CJN para examinar o relatório e considerar áreas específicas de possível colaboração entre o GIABA e o judiciário nigeriano que diz respeito à implementação das recomendações do relatório.

615. O Director-Geral expressou preocupação sobre o atraso e o abuso de disposições processuais no julgamento dos casos, especialmente em assuntos relacionados com Pessoas Politicamente Expostas. Informou o CJN que o GIABA está disposto a oferecer apoio ao Judiciário para enfrentar os déficits de infra-estrutura que resultou na adjudicação dilatória dos casos. O Diretor-Geral informou ainda o CJN que a relutância dos juízes nigerianos para conceder decisões de congelamento intercalares em casos relacionados BC/FT como prescrito por normas internacionais era uma das principais preocupações e pode prejudicar os esforços de agências nigerianas de aplicação da lei. O Director-Geral observou que ainda não havia nenhum Auto do Tribunal Supremo no que diz respeito à apelação sobre a decisão do Tribunal de Recurso, Divisão de Kaduna, no caso Ibori, que parece apoiar a posição de que os criminosos só podem ser julgados na jurisdição onde a infracção foi cometida, observando que essa postura irá, sem dúvida dificultar esforços de ABC/CFT.

616. Na sua resposta às preocupações do Diretor-Geral, o CJN concordou que os advogados muitas vezes trazem aplicações frívolas aos tribunais causando atrasos desnecessários e adiamento dos casos. Afirmou que, embora os juízes estejam vinculados por direito constitucional do partido à defesa, os juízes devem, contudo, ser donos do seu tribunal. O CJN acrescentou que havia precedência suficiente para apoiar a posição de que um pedido de medidas provisórias não deve necessariamente resultar numa suspensão da instância. O CJN informou o Diretor-Geral de que um fórum para os membros da profissão jurídica, incluindo os juízes, os advogados, os dirigentes da Associação de Advogados nigeriana e outras partes interessadas, foi criado para tratar de questões como o abuso de disposições processuais e outros assuntos relevantes para o funcionamento eficaz do sistema judiciário e do sistema jurídico como um todo. Pediu ao Exmo. Justice Mahmoud Mohammed (JSC) para olhar para o caso Ibori e assegurar que seja ouvido. O CJN agradeceu ao Diretor Geral pela visita e afirmou que iria ler o relatório sobre a Viagem de Estudo para juízes.

617. Antes da reunião com o CJN, em 13 de novembro de 2012, o Director-Geral, acompanhado pelo Diretor Jurídico Sénior, visitou a UIF nigeriana e felicitou o Ag recém-nomeado. Diretora, a Sra. Juliet Ibekaku/Correspondente Nacional do GIABA e assegurou-lhe apoio contínuo do GIABA e assistência à NFIU, a EFCC e outros órgãos envolvidos na luta contra o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo na Nigéria.

Visitas de advocacia aos Ministros das Finanças e da Justiça da Nigéria618. No âmbito da Revisão GAFI/ICRG do regime ABC/CFT da Nigéria e para acompanhar com as autoridades nigerianas sobre os itens de ação restantes no seu plano de acção, o Diretor-Geral realizou uma missão a Abuja, Nigéria, de 8 a 9 fevereiro 2012. O objetivo da missão era encontrar e informar os dois Ministros do GIABA das Finanças e da Justiça sobre os desenvolvimentos relacionados com o sistema ABC/CFT do país.

619. O Director-Geral reuniu com o Ministro da Coordenação da Economia e do Sr. Ministro das Finanças, Dr. (Sra.) Ngozi Okonjo-Iweala no dia 8 de fevereiro de 2012 e felicitou-a pela sua nomeação merecida. Os debates centraram-se em duas questões principais:

• Revisão do GAFI da Nigéria: a Direcção-Geral ressaltou a importância da alteração da legislação da Nigéria sobre branqueamento de capitais e de Prevenção do Terrorismo.

• Acompanhamento pelo Excelentíssimo Senhor Ministro sobre a carta que o presidente do GAFI lhe escreveu no dia 14 de setembro de 2011 sobre projeto de reforma tecnológica e infra-estrutural no Judiciário nos Estados membros.

620. Sobre a revisão legislativa, o Sr. Ministro informou o DG que alguma representação do Banco Mundial e da OCDE tinha entrado em contato com ela sobre o assunto. O ministro organizou outra reunião a 9 de fevereiro de 2012 com o seu colega, o Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral e Ministro da Justiça, onde tiveram lugar mais discussões com o DG;

621. Sobre o projeto Judiciário, o ministro assegurou que uma resposta será encaminhada ao Presidente do GAFI e isso foi feito.

622. Além disso, o Diretor-Geral informou o ministro de Coordenação para a Economia e Ministro das Finanças que é também membro da Comissão Ministerial do GIABA (CMG) e ele convidou-a para participar da reunião CMG em maio 2012. O Sr. Ministro congratulou-se e elogiou o GIABA pelo trabalho que está a fazer. Ela solicitou ao Diretor-Geral um novo encontro dentro das próximas duas semanas para uma atualização sobre o progresso.

623. O encontro com o Exm. PG e Ministro da Justiça ocorreu a 09 de fevereiro de 2012, durante o qual o DG

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explicou ao Procurador-Geral e Ministro da Justiça da Federação as circunstâncias em que o Sr. Ministro das Finanças o chamou para organizar a reunião estatutária como indicado acima. O Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral solicitou ao Sr. Emmanuel Akomaye, Secretário da EFCC um resumo dos resultados da reunião GAR do GAFI, realizada em setembro de 2011 na Cidade do Cabo, África do Sul.

624. Este último informou que a delegação da Nigéria foi informada durante a reunião que a sua legislação de lei ABC/CFT ainda tem alguns problemas em certas partes e não reflete a realidade no terreno. Áreas de interesse foram:

• Emissão de financiamento: a lei não aborda essa área,

• Termos de punição: muito confuso em termos de punição e interpretação aplicável,

• O projeto de lei de prevenção não está suficientemente coberto por atos cometidos fora da Nigéria pelos seus cidadãos,

• A exploração sexual de crianças é omissa na lei de branqueamento de capitais,

• Regulamentos a serem emitidos pelo BCN, NICON, SEC, etc.

625. O Diretor-Geral do GIABA ressaltou a revisão da legislação ABC/CFT como a questão mais importante a ser tratada na conclusão da implementação do plano de acção da Nigéria, conforme acordado com o GAR. Com base nisso, o DG transmitido oficialmente apresentou os comentários preliminares do GIABA sobre  Lei Branqueamento de capitais da Nigéria (Proibição)   e a Lei Prevenção do Terrorismo em agosto de 2011, que ainda aguarda resposta adequada.

626. O Exm. Procurador-Geral assegurou o Diretor-Geral que será realizada uma revisão da legislação conforme necessário, e na semana seguinte seria aprovada uma alteração da legislação. Observou que o processo de alteração não é fácil, devido aos processos parlamentares.

Reunião de Acompanhamento com o Procurador-Geral e Ministro da Justiça da Nigéria627. No seguimento da reunião que o DG realizou com o Sr. Procurador-Geral (PG) e Ministro da Justiça da Nigéria, o Sr. Mohammed Bello Adoke para discutir o progresso da Nigéria no âmbito do processo de FATF/ICRG em fevereiro de 2012;foi realizada outra reunião  com o PG no seu gabinete no dia 23 de março de 2012. O PG convidou o presidente e alguns membros do Comité Presidencial da Revisão do GAFI para a reunião. O PG solicitou ao Presidente da Comissão apoio Presidencial para apresentar as questões pendentes, como discutido durante a reunião GAR realizada em Cape Town, África do Sul, em janeiro de 2012.

628. O Presidente da Comissão Presidencial do GAFI fez um breve relato sobre as questões levantadas na reunião de Janeiro de 2012 do Grupo Análise Regional (GAR) na África do Sul. Declarou que informou o GAR que a Nigéria se tinha voluntariamente engajado no progresso do GAFI e tinha cooperado com o GAFI desde que o país foi colocado sobre a revisão alvo, também destacou que, embora cópias

dos regulamentos de 2011 de prevenção do terrorismo (congelamento de fundos terroristas internacionais e outras medidas relacionadas) tinham sido dadas ao GAFI na Plenária em outubro de 2012, a GAR não realizou uma revisão dos regulamentos antes da reunião GAR em janeiro de 2012. Acrescentou que as leis e os comentários relevantes foram enviados para o GAR antes da reunião de Janeiro de 2012, mas, a GAR disse que não poderia considerá-los devido à apresentação tardia. Além disso, a GAR afirmou que era puramente uma comissão técnica e as decisões sobre países eram tomadas pelo GAFI. Observou que uma série de questões foram levantadas pelo GAR sobre a adequação das leis ABC/CFT da Nigéria incluindo se a fraude foi deliberadamente excluído da lista designada de infracções principais. Afirmou que as leis solicitadas pelo GAR tinham sido enviadas no formato eletrónico. O Presidente da Comissão Presidencial d GAFI observou que o texto da Declaração Pública reconheceu os esforços que a Nigéria está a fazer para comprir com normas ABC/CFT internacionais aceitáveis;no entanto, reconheceu que a Nigéria precisa claramente de trabalhar sobre as leis ABC/CFT.

629. Depois de agradecer ao procurador-geral pelo seu empenho e dedicação às questões do GIABA, o Diretor Geral respondeu a questões do Presidente da Comissão Presidencial sobre o GAFI, explicando que se estabelecem os prazos nos quais as decisões são tomadas no âmbito do ICRG. Para a Nigéria, uma decisão tinha de ser tomada na Plenária de outubro 2012, a decisão do GAFI na Plenária de Outubro baseou-se no fato de que a Nigéria não tinha abordado de forma adequada as deficiências ABC/CFT no seu regime ABC/CFT, conforme acordado no plano de acção com o GAFI. O DG informou que a Nigéria precisava criminalizar adequadamente o branqueamento de capitais (BC) e financiamento do terrorismo (FT) e implementar procedimentos adequados para identificar e congelar bens de terroristas. Então, forneceu ao procurador-geral comentários destacando as deficiências no quadro legal para a ação necessária.

630. O Procurador-Geral prometeu chamar a atenção da liderança da Assembleia Nacional para a importância de criminalizar adequadamente BC e FT. Observou que as leis foram sendo revistas. Comentou sobre o ritmo lento do processo legislativo e garantiu ao Diretor-Geral que iria escrever uma carta ao presidente do Senado, pedindo uma ação imediata.

631. O Director-Geral ofereceu assistência do GIABA na revisão da lei. O procurador-geral ressaltou que pode não ser possível enviar a lei revista ao Secretariado GIABA antes de ser enviado para a Assembleia Nacional tendo em vista a necessidade urgente de se aprovar as leis. Não obstante, afirmou que uma cópia será enviada ao Secretariado, ao mesmo tempo em que é enviada para a Assembleia Nacional e os insumos do Secretariado ainda podiam ser captados durante a audiência pública.

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632. Recorde-se que essas numerosas visitas de advocacia à Nigéria foram principalmente para incentivar e apoiar as autoridades a tomar medidas sobre as questões pendentes na revisão GAFI ICRG, mas também tirar lições da experiência do país para outros países da região. Felizmente, foram alcançados avanços significativos como resultado do estímulo: por exemplo o BCN pôs em prática medidas novas e eficazes para controlar transações em dinheiro, assim como o EFCC e Alfândegas fizeram inúmeras apreensões de dinheiro em numerário em pontos de entrada e de saída. Em dezembro de 2012, a Lei de Proibição de Branqueamento de Capitais foi alterada. Ver Capítulos 2 e 3 para obter detalhes sobre os esforços em curso no país para resolver os problemas pendentes no contexto da AM acompanhamento do GIABA.

Compromissos do Diretor Geral com a Imprensa633. Em consonância com os objetivos fundamentais do GIABA de reforçar a parceria com organizações da sociedade civil, especialmente dos meios de comunicação, o Diretor-Geral, fez uma visita de advocacia ao Presidente da Channels TV e teve sessões de entrevista com jornalistas de imprensa escrita e eletrónica, em Lagos, na Nigéria, a 3 de abril de 2012. A visita aos Canais de TV foi visava informar os meios de comunicação e o público em geral do mandato do GIABA e procurar parceiros para fortalecer a sensibilização sobre os efeitos negativos do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo na comunidade CEDEAO. A Channels TV, uma estação de televisão independente, recebeu o prémio de “melhor programa de televisão do ano” seis vezes no espaço de dez anos de existência, pela Nigéria Merit Award Media International. A sua audiência é estimada em mais de vinte milhões de pessoas em toda a África

Ocidental.

634. O Director-Geral foi entrevistado pela Channels TV e a entrevista foi transmitida em toda a região várias vezes. Também foi entrevistado pelo The Guardian e o Daily Champion Jornais da Nigéria, Televisão Nacional, em Monróvia, Libéria, BBC Hausa Service, VOA Hausa Serviço e RFI Hausa Service. Estes compromissos com os Media deram maior visibilidade ao GIABA e ajudaram a criar consciência maciça na luta contra o BC/FT entre a comunidade da CEDEAO.

Penetração de Comunicação e Parcerias

635. Na sequência do relatório da avaliação independente de implementação do plano estratégico 2007- 2009 do GIABA e a necessidade de redimensionar e aprofundar a comunicação de questões ABC/CFT e criar sensibilizar mais sobre o GIABA na região e internacionalmente. Ficou claro a partir do relatório de que há a necessidade de um esforço deliberado para aumentar a sensibilização entre os Media, Juventude, associações de mulheres, sociedade civil, organismos profissionais, as partes interessadas e o público em geral. A resposta imediata foi a ampliação das atividades do Centro de Informação do GIABA em Lagos, cujo mandato é ampliar o alcance do GIABA, e o da Unidade de Comunicação e de advocacia na sede. Em segundo lugar, a necessidade de desenvolver uma Estratégia de Comunicação efetiva, também foi desenvolvida a Implementação abrangente do Plano da Estratégia de Comunicação. Foram postos em prática programas para voltar a envolver os meios de comunicação e a sociedade civil em parceria para atingir os objetivos muito necessários.

O Diretor Geral, Dr. Abdullahi Shehu respondendo a perguntas dos jornalistas na 18 ª Reunião Plenária do GIABA realizada 19-22 novembro de 2012, em Dakar (Senegal).

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A importância da estratégia de comunicação e Plano de Implementação do GIABA

636. Recorde-se que, na sua 11 ª reunião realizada em Abidjan, Costa do  Marfim, em maio de 2012, o CMG, mediante recomendação da CT/Plenária aprovou uma estratégia de comunicação abrangente para o GIABA. Esta estratégia tem proporcionado os meios para colocar todas as informações à disposição da organização para o público em geral. A estratégia tornou-se um canal através do qual todas as atividades de comunicação do GIABA serão executadas. A importância da estratégia de comunicação não pode ser sobreestimada; internamente,  tem ajudado na coordenação da divulgação de informações; reforçou a cooperação inter-agências sobre a partilha de informação na região e internacionalmente;e expandiu o nosso alcance para os participantes globais com informação vital. A estratégia também tem ajudado o GIABA a realizar classificação de audiência, e conduziu a necessária análise de informações do público-alvo do GIABA. O plano de implementação da estratégia é segmentá-lo passo a passo sobre como a estratégia será atualizada. No próximo ano, mais de plano será o desdobramento e o alcance do GIABA aos cidadãos da CEDEAO vão aumentar dramaticamente. Cópia da Estratégia de Comunicação pode ser encontrada no site do GIABA: www.giaba.org.

Impacto imediato da Estratégia de Comunicação

637. É persuasivo dizer que, no curto espaço de tempo da implementação da estratégia de comunicação do GIABA (ECG), os bons resultados já começaram a aparecer:

• Estruturou a rede interna da equipa de comunicação do GIABA para uso criterioso dos recursos humanos disponíveis;

• A sua implementação no momento está cobrindo população de lager;

• A produção e divulgação de boletins informativos trimestrais, tanto em cópias electrónicas e papel, atingindo cerca de 5000 leitores dentro e fora da região Oeste Africano por agora.

• O acesso on-line recém-criado no media social: Facebook e Twitter, estão a fornecer informações diárias para os usuários-alvo, particularmente associações de juventude e profissionais,  atinge aproximadamente cerca de mais de 100.000 utulizadores no próximo ano, com espaço para expansão surpreendente.

• Outra importante atividade de extensão foi a implantação de painéis nos principais aeroportos da região, com mensagens cativantes,  atraentes e convincentes sobre ABC/CFT, sendo que, por exemplo, o Aeroporto Internacional Murtala Muhammed , em Lagos, na Nigéria, tem mais de cem mil (100.000) visitantes e utilizadores numa base mensal.

• Há aumento de aparições nos media, comunicados de imprensa regulares e consistentes e interação com os meios de comunicação locais e internacionais.

638. No final desta fase de execução, espera-se que 21 a 25 milhões pessoas tenham sido alcançadas por mensagens de ABC/CFT

Colaboração e Parceria com os Jovens e a Imprensa639. A responsabilidade de esclarecimento e mobilização da sociedade civil não é apenas do GIABA. Os Estados-Membros, o sector privado, grupos profissionais, organizações comunitárias e ONGs têm igual responsabilidade. O GIABA firmou parcerias e colaboração com outras partes interessadas críticas (organizações dos media, da Juventude e Organismos Estudantis e a sociedade civil organizada) para trabalhar cooperativamente para concretizar este mandato de fazer ouvir a mensagem, para criar a consciência necessária, mobilizar o apoio público e influenciar a ação dos cidadãos.

A Diretora Geral Adjunta,, Dr. Ndèye Elisabeth Diaw, o Ministro da Justiça da República da Guiné, o Sr. Christian Sow (centro) e os participantes, durante a 5ª Jornada Portas Abertas do GIABA realizado a 01 de junho de 2012 em Conakry (Guiné).

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CRIAÇÃO DE REDES SETORIAIS ABC/CFT

a) Rede de Jornalistas contra BC/FT na África Ocidental

640. Como parte dos seus esforços contínuos para chegar aos diversos segmentos das populações na sua sensibilização em toda a região, em junho de 2012, o GIABA organizou outro seminário de sensibilização para jornalistas nos países da África Ocidental de língua inglesa em Banjul, Gâmbia. Este evento unificou jornalistas e analisou as unidades nacionais da Rede de Jornalistas contra BC/FT. O capítulo da Gambia da Rede foi estabelecido durante este período. Em agosto de 2012, foi realizado um seminário de sensibilização para jornalistas e profissionais dos Media na Cidade da Praia, Cabo Verde, para os países da África Ocidental francófona e lusófona. Foram feitas apresentações sobre o mandato e operações do GIABA, visão geral de ABC/CFT e o papel dos jornalistas na luta contra a ameaça do BC/FT. O conteúdo foi semelhante ao seminário de ajuda a países de língua inglesa.

641. O propósito do GIABA ao estabelecer a rede de jornalistas é promover a troca de informações sobre BC/FT para garantir a ampla disseminação das questões ABC/CFT, dentro e fora da região, e promover uma colaboração mais estreita entre os jornalistas.., Nigéria, Serra Leoa, Libéria, Benim, Gâmbia e Cabo Verde estabeleceram Redes Nacionais. A rede regional deve ser estabelecida no futuro próximo e a expectativa é que a rede irá conduzir a penetração local das mensagens de ABC/CFT e conseguir o apoio dos cidadãos

para ABC/CFT. Feedback recebido tem mostrado que as redes nacionais estabelecidas até agora estão empenhadas em criar consciência sobre BC/FT, por exemplo as redes da Nigéria, Gana, Libéria e Gâmbia já desenvolveram blogs na internet para partilhar todas as suas publicações sobre ABC/CFT.

b) Rede das OSC contra BC/FT na África Ocidental

642. Como observado anteriormente, a rede de organizações da sociedade civil contra o BC/FT na África Ocidental foi formalmente criada em 7 de agosto de 2012, em Dakar, Senegal, durante o primeiro seminário OSC sobre ABC/CFT. Os participantes seleccionaram os seus representantes interinos para ajudar a formalizar o processo de criação de operações da rede. A gestão e as operações da rede são da exclusiva responsabilidade dos seus membros. O GIABA vai apoiar a rede em consonância com o seu mandato.

643. Espera-se que a rede se torne uma verdadeira ferramenta para a transmissão de informações a outras organizações relevantes da sociedade civil partilhar conhecimentos, mobilizar o apoio local e internacional, influenciar as políticas dos governos em favor da luta contra o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo no Estado-Membro. Os membros da rede vão reunir casos de BC/FT, sensibilizar e divulgar informações importantes nas suas comunidades. Cada Estado-membro deverá estabelecer um capítulo nacional e executar atividades similares. Os capítulos nacionais irão fornecer regularmente o secretariado do GIABA com informações sobre as suas operações e em

Seção transversal de participantes na Formação de Jornalistas anglófonos e a inauguração formal da Rede de Jornalistas contra o branqueamento de capitais e o Financiamento do Terrorismo (JNMLTF) em Banjul, Gâmbi , Junho 28, 2012.

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casos de BC /FT no âmbito das suas jurisdições.

c) Implicar a Juventude e os Estudantes

644. O GIABA, nos seus esforços para promover uma abordagem colaborativa e tudo incluído para a sensibilização sobre os efeitos negativos do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, organizou a 5 ª edição do Open House do GIABA para a sensibilização dos jovens em ABC/CFT, em 1 de Junho, 2012 na Guiné Conakry. O Fórum teve como objetivo mobilizar a juventude contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo, bem como outros crimes financeiros, impactando positivamente na sua mente, atitude, comportamento e crença; e apoiar jovens nos seus esforços de advocacia para ajudar a espalhar mensagens ABC/CFT entre os seus pares e decisores políticos. Seria lembrado que em dezembro de 2011, o GIABA organizou a sua palestra anual inaugural na Ahmadu Bello University, Zaria, estado de Kaduna, na Nigéria. A palestra foi concebida para sensibilizar a comunidade universitária sobre os efeitos deletérios do BC/FT, sensibilizar os estudantes em particular, e estímular pesquisa nesta área entre a academia. Teve um impacto tremendo na comunidade universitária.

645. Este tipo de divulgação para a população jovem e os da academia tem o maior potencial de mudar a atitude, como o ditado diz “apanhá-los em novos”. Duas lições importantes podem ser extraídas disto: Primeiro lugar, trabalhar com grupos parece mais eficaz do que colocar muita energia para fornecer mensagens ABC/CFT como organizações individuais, e em segundo lugar, construir relação formal e profissional informal com grupos de Media provou ser mais eficiente, pois isso ajuda a produzir propriedade.

Conclusão646. É óbvio que uma corrente é tão forte quanto o seu elo mais fraco e, portanto, o GIABA reconhece a necessidade de informação e partilha de conhecimentos dentro e fora da região. É de acordo com isto que o GIABA engajou todas as partes interessadas na região,  numa forma de parceria ou de outra, e também fortaleceu a comunicação e a equipa de defesa para envolver as partes interessadas numa escala global para a coleta de informações relevantes e oportunas e partilha das mesmas do outro lado da rede de intervenientes. O impulso de advocacia do GIABA e da sociedade civil é de divulgação para garantir que a nossa sociedade fica livre de crimes financeiros e  transfronteiriços para permitir à CEDEAO emergir como uma economia segura e comunidade vibrante.

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Capítulo Sete

INTEGRAÇÃO REGIONAL E COOPERAÇÃO INTERNATIONAL

INTRODUÇÃO

647. Nas últimas duas décadas, o combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo tornou-se uma

agenda global e a necessidade de cooperação, colaboração e coordenação recebeu renovado interesse e compromisso dos líderes mundiais. Grupos internacionais e regionais estão a tomar várias iniciativas para resolver a ameaça desses males gêmeos que impedem o crescimento e desenvolvimento económico.

648. Instituições e especialistas de todo o mundo envolvidos na luta contra o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo (BC/FT) estão a enfrentar sérios desafios devido à crise económica que persiste. Por

um lado, os fios da economia global para o crescimento económico com líderes mundiais a analisar a fórmula certa para a recuperação económica, enquanto, por outro lado, os criminosos encontram o ambiente favorável para atividades branqueamento de capitais, fornecem suporte para atos terroristas, envolvem-se no tráfico de drogas e armas e práticas corruptas. Como tal, os efeitos contíguos e coincidente do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo pedem uma resposta coletiva e uma maior colaboração a nível regional e internacional, para melhorar a integridade e segurança dos sistemas financeiros.

649. O GIABA continuou a ajudar seus membros a desenvolverem estratégias e mecanismos para proteger suas

Dr. Abdullahi Shehu, Diretor Geral do GIABA recebeu o Embaixador Sul Coreano na República do Senegal, Rr. Chon-Woen Shin no Secretariado do GIABA as part of efforno âmbito do reforço da Cooperação Internacional

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economias de ser refúgio para criminosos através de uma abordagem colaborativa e all-inclusive com os parceiros regionais e internacionais para fortalecer combate aos regimes de branqueamento de capitais e combate ao financiamento do terrorismo na região. Este esforço foi sustentado em 2012, com a realização de numerosos programas de cooperação e de parceria. Este capítulo fornece uma visão geral das várias atividades realizadas em 2012, incluindo o seguinte:

• Organização das reuniões plenárias anuais em colaboração e participação dos funcionários em causa dos Estados membros, e também a participação de parceiros de desenvolvimento e outros países africanos para discutir ameaças e estratégias BC/FT para tratar eficazmente estas ameaças na região e noutros países do continente;

• Participação no GAFI, OREGs, Grupo Egmont e outras organizações relacionadas com assuntos ABC/CFT, com os principais objetivos de partilha de informação, identificação e tratamento de assistência técnica ABC/CFT para os membros e para o acompanhamento da implementação das recomendações do GAFI e outras normas internacionais sobre o combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo e proliferação, e

• Organização, patrocínio e promoção de eventos regionais e fóruns para sensibilizar e partilhar experiências sobre as melhores práticas na luta contra o BC/FT.

Reuniões Estatutárias do GIABA650. Artigos 9 (iii) e 11 (i) (b) do Estatuto do GIABA prevê que as reuniões estatutárias, tanto a nível técnico como político serão pelo menos realizadas uma vez por ano para discutir as políticas, programas e atividades de progresso do GIABA. Além disso, como uma entidade regional Estilo GAFI (OREG), O GIABA é obrigado a reunir-se regularmente, pelo menos uma vez por ano, e de preferência duas vezes por ano com os seus funcionários e especialistas para analisar, monitorar e identificar estratégias para a implementação efectiva das medidas ABC/CFT nos Estados membros. Assim, o GIABA, em colaboração com os seus Estados membros, realiza duas reuniões de Comissões Técnicas/Plenária (CTP) e pelo menos uma reunião da Comissão Ministerial cada ano.

651. Comité Ministerial do GIABA (CMG) é o principal órgão de tomada de decisão de do GIABA. É composto pelos Ministros das Finanças, da Justiça e do Interior / Segurança de cada Estado-Membro. O Comité é presidido pelo país que detém a presidência da Autoridade dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO.

652. O Comité aprova novas políticas, os relatórios de progresso; revê e recomenda o programa de trabalho anual e candidatos à adesão do GIABA para a aprovação do Conselho de Ministros da CEDEAO. Também aprova os relatórios de avaliação mútua dos Estados membros.

653. A Comissão Técnica (CT), especialistas dos ministérios do CMG e os correspondentes nacionais do GIABA nos Estados membros - considera e adota um priorado de documentos e outras questões relevantes para a aprovação do GMC.

A 17ª Comissão Técnica (CT) / Reuniões Plenárias654. Em 2012, o 16 º e e 18ª reuniões das Comissões Técnicas/Plenária em novembro, Abidjan, foram realizadas em Abidjan, Costa do Marfim, em maio, Dakar, Senegal, Novembro, respectivamente. Durante a reunião Plenária em Abidjan, foram tomadas as seguintes decisões:

• Discussão e aprovação dos relatórios de acompanhamento de Benim, Cabo Verde, Gâmbia, Gana, Guiné-Bissau, Libéria, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo;

• Admissão da República de São Tomé e Príncipe ,  como membro de pleno direito do GIABA em conformidade com os artigos 3 e 15 (b) dos Estatutos do GIABA, sujeito ao cumprimento das suas obrigações financeiras.

• Adoção de outros relatórios:

- Tráfico de Armas Pequenas e Leves (ALPC), branqueamento de capitais e Insurreição;

- Estudo sobre a fraude fiscal e branqueamento de capitais na África Ocidental: Perspectiva de Desenvolvimento Humano;

- Tipologias de fraude fiscal e branqueamento de capitais.

• Adopção e aprovação da Estratégia de Comunicação do GIABA, uma ferramenta para abordar os requisitos de comunicação para a implementação de medidas eficazes ABC/CFT na África Ocidental.

• Aprovação das 40 Recomendações revistas do GAFI sobre Combate ao branqueamento de capitais e Financiamento do Terrorismo e Proliferação de acordo com o artigo 2 º do Estatuto do GIABA.

655. Da mesma forma, na 18ª reunião Plenária realizada em Dakar, Senegal, foram tomadas as seguintes decisões importantes:

• Discussão e aprovação dos RAM da Costa do Marfim e Guiné, os dois últimos EM a ser submetidos à avaliação mútua in situ na África Ocidental;

• Discussão e aprovação dos relatórios de acompanhamento Burkina Faso, Cabo Verde, Gâmbia, Gana, Guiné Bissau, Mali, Níger e Serra Leoa;

• O reconhecimento dos esforços do secretariado do GIABA sobre o dispositivo analítico ABC/CFT na UIF dos Estados membros;

• A aprovação do pedido da União das Comores para estatuto de Observador no GIABA;

• A adoção do Relatório de Monitoramento e Avaliação de janeiro-junho de 2012.

11 ª Reunião Comité Ministerial do GIABA, Abidjan, Costa do Marfim, 05 de maio de 2012656. A 11ª reunião CMG foi realizada em Abidjan em

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05 de maio de 2012. A reunião considerou o Resumo do Relatório semi-anual do Director Geral; O GAFI Reviu 40 Recomendações sobre BC/TF/Proliferação e discutiu um memorando de informação sobre o processo ICRG Estilo GAFI; considerado o relatório da 16ª e 17ª  Comissão Técnica/Reuniões Plenárias em que as seguintes questões-chave foram apresentadas para decisão:

a. Associação de São Tomé e Príncipe -

b. Relatório sobre o tráfico de armas ligeira de paqueno calibre (ALPC) e Insurreição

c. Relatório sobre um Estudo sobre a fraude fiscal e branqueamento de capitais na África Ocidental: Perspectiva de Desenvolvimento Humano

d. Relatório sobre tipologias de fraude fiscal e branqueamento de capitais

e. Estratégia de Comunicação do GIABA

657. No seu discurso de boas-vindas, o DG lembrou aos ministros que o mandato do GIABA visa promover o Estado de Direito e uma das suas prioridades é ajudar os Estados membros a aprovar uma legislação de padrão internacional aceitável. Informou o GMC sobre os progressos significativos registados em diversos segmentos de atividades do GIABA. Por exemplo, afirmou que há seis anos, apenas um ou dois países tinham legislação Anti Branqueamento de Capitais (ABC), mas em 2008, e com o estímulo e orientação ativos do GIABA todos os Estados membros tinham leis promulgadas criminalizando o branqueamento de capitais. Embora algumas leis ainda precisam melhorar a conformidade com

os padrões internacionais aceitáveis , o que foi realizado indica um progresso significativo nos esforços regionais para combate ao branqueamento de capitais. Sobre o financiamento do terrorismo, o GIABA concebeu com a ajuda de parceiros de desenvolvimento, um modelo de lei CFT que foi aprovado pelos Estados-Membros em Junho de 2007. Prevê-se que todos os Estados membros terão as suas leis CFT em vigor até o final da primeira ronda de avaliações em 2012.

658. O DG afirmou ainda o estabelecimento e manutenção de uma Unidade de Inteligência Financeira (UIF) é um requisito importante para uma eficaz ABC/CFT. Há seis anos, apenas dois países, ou seja, Nigéria e Senegal tinham estabelecido UIF. Hoje, com o apoio do GIABA, 13 Estados-Membros criaram UIF, os restantes países sendo Guiné e Libéria. As UIF operam em várias etapas e garantiu-lhes a disponibilidade do GIABA para continuar a prestar a assistência necessária.

659. Outra medida de sucesso do GIABA é a vasta gama de publicações que tem sido capaz de coordenar e orquestrar, incluindo os seus relatórios anuais, relatórios de avaliação mútua, as Relatórios de Tipologias, relatórios de estudo e um modelo de Manual de Conformidade ABC/CFT para uso pelos reguladores financeiros regionais, as instituições financeiras e outras empresas reguladas e profissões. Estas publicações são recursos inestimáveis para diversas partes interessadas

Fotografia de grupo dos participantes na 18 ª Comissão Técnica / Reunião Plenária do GIABArealizada de 19-22 novembro de 2012, em Dakar, Senegal.

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128 Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

| www.giaba.org GIABA Relatório Anual De 2012

O Presidente do GAFI, Giancarlo DEL BUFALO (segunda da esquerda), o Diretor Geral, Dr. Abdullahi Shehu, o Ministro do Interior da Côte d’Ivoire, Hamed Bakayoko e do Diretor-Geral Adjunto do GIABA, Dra. Ndeye Elisabeth Diaw (segunda da direita) na abertura oficial da 11 ª reunião do Comité Ministerial

do GIABA realizada em Abidjan em 5 de Maio de 2012

e pesquisadores ABC/CFT e representam uma importante contribuição para o esforço regional.

660. Dentro do contexto da CEDEAO, o DG informou os Ministros que o GIABA tem demonstrado excelente desempenho, com uma taxa de programas de implementação de 88% em 2008, 94% em 2009 e 98% para 2010 e 2011. Além de ser compatível com os a visão global da CEDEAO de 2020, os programas do GIABA têm ajudado a sensibilização sobre os perigos do crime organizado transnacional e complementaram outros programas de integração da CEDEAO, especialmente na justiça criminal, controlo de drogas anti-corrupção e boa governação, macro -economia, o comércio e a livre circulação de bens e serviços.

661. Em conclusão, o DG reiterou o fato de que GIABA tem trabalhado de forma eficaz ao longo dos últimos anos para ajudar os seus Estados membros a construir e consolidar sistemas de controlo de branqueamento de capitais (BC)

e o Financiamento do Terrorismo (FT), e seu corolário, a corrupção endémica. Tem apoiado activamente a formulação de estratégias nacionais, que tem incentivado a criação de comités ativos de ABC/CFT em cada país membro, que ajudou a criar e financiar as UIF, aumentando assim a capacidade de investigação do EM; tem ativamente defendido e apoiado a formulação ou atualização de leis ABC e CFT; ajudou a financiar e realizar inúmeras atividades de formação sobre diversos assuntos para funcionários de toda a África Ocidental, e tem a consciência pública elevada em relação a este assunto em cada EM. De fato, tem estado sistematicamente na vanguarda dos esforços para modernizar e introduzir as melhores práticas e padrões internacionais para a região, nas áreas de interesse prioritário para o seu mandato, os relacionados com BC/FT.

662. Finalmente, o DG chamou a atenção de Ministros que havia ainda muitas áreas cinzentas onde mais trabalho ainda precisava ser realizado. Enfatizou que, a fim de combater o BC e FT, é essencial ter um alcance completo

O Diretor Geral, Dr. Abdullahi Shehu acolhendo o Ministro do Interior da Côte d’Ivoire, Sr. Hamed Bakayoko que representou o Primeiro Ministro da Côte d’Ivoire, na 11 ª reunião do Comité Ministerial do

GIABA realizada em Abidjan em 05 de Maio de 2012

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sobre toda a cadeia de ações necessárias para impedir ou pelo menos limitar as organizações criminosas. Até agora, o GIABA procedeu de uma maneira lógica e metódica: estratégias nacionais básicas foram formuladas e melhoradas. Aplicação da Lei foi significativamente apoiada (capacidade de investigação; capacidade do Ministério Público; UIF; o apoio técnico e ligações TIC). A infra-estrutura legislativa foi revista e reforçada (Leis ABC e CFT;). Tipologias examinaram e descreveram o funcionamento e as ligações regionais de BC e FT. Em resumo, as capacidades nacionais e regionais para investigar os casos e trazê-los ao tribunal ter sido muito maior ao longo dos últimos 6 anos.

663. Segundo ele, apesar desses esforços, os seguintes desafios e obstáculos permanecem:

• O domínio de dinheiro em transações favorece o anonimato, negando, assim, pistas de auditoria, bem como a prevalência de um grande setor informal caracterizado por opacidade e falta de regulamentação.

• Vontade política inadequada para adotar e implementar regimes ABC/CFT robustos.

• Recursos inadequados e prioridades concorrentes em termos de recursos e mão-de-obra qualificada por parte de ambos os reguladores e os operadores.

• Baixa capacidade de absorção em termos de capacidade de utilizar adequadamente o financiamento e suporte técnico, refletindo deficiências em regimes ABC/CFT e uma escassez de pessoal qualificado em ABC/CFT.

• Os poucos dados que existem são pobres em qualidade, abrangência, oportunidade e disponibilidade de dados.

• Insuficiente cooperação inter-agências e a coordenação, resultando em arbitragem regulatória e implementação ineficaz de medidas ABC/CFT.

• Falta de diligente investigação e acção penal, o que dificulta a rapidez de entrega da justiça, de um lado e faz um processo judicial muito lento no outro. Estes levaram a um número relativamente baixo de condenações.

• O baixo nível de consciência de alguns interessados .

• Cultura pobre de conformidade, refletindo a situação na sociedade em geral.

• A prevalência da corrupção, o que proporciona um ambiente propício ao BC/FT.

• Os efeitos de “retrobranqueamento” da globalização e internacionalização, que permite aos criminosos o espaço económico e a tecnologia para executarem as suas operações em escala maciça e quase sem detecção, contra a limitada capacidade das autoridades competentes de aplicação da lei na região.

664. O Presidente do GAFI, o Sr. Giancarlo del Bufalo, apresentou uma palestra sobre as Recomendações revistas do GAFI e pediu ao CMG para endossar para a implementação com os Estados membros. O CMG foi informado através do relatório da Plenária que as Recomendações revistas do GAFI abordavam novas ameaças e prioridades e fez algumas

mudanças importantes nas Normas. Estas incluem:

a. Financiamento da proliferação - O GAFI incluiu uma nova recomendação sobre a aplicação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas (RCSNU), que impõem sanções financeiras específicas sobre a proliferação ilícita de armas de destruição em massa.

b. No que diz respeito à corrupção e Pessoas Politicamente Expostas, as novas recomendações abrangem PEPs domésticos, e exigem as jurisdições a ter em conta os riscos associados de fazer negócios com eles. Como antes, as recomendações continuam a exigir medidas de Devida Vigilãncia da Clientela a serem tomadas ao fazer negócios com pessoas politicamente expostas estrangeiras.

c. A lista de infracções subjacentes ao branqueamento de capitais tem sido expandida para incluir crimes fiscais. Isto porque foi observado pelo GAFI que crimes fiscais graves se têm tornado uma importante fonte de branqueamento de capitais, resultando numa perda de receitas legítimas para as autoridades nacionais.

d. As normas do GAFI também foram revistas para esclarecer a abordagem baseada no risco. Os países são obrigados a entender claramente os riscos de financiamento do terrorismo que lhes dizem respeito e branqueamento de capitais, e adaptar o seu sistema ABC/CFT à natureza desses riscos. Isso permitiria que os países adotem uma resposta eficaz e adequada proporcional aos riscos. Assim, há mais flexibilidade para medidas simplificadas para serem aplicadas em áreas de baixo risco e as medidas de Devida Vigilância da Clientela em áreas de alto risco.

e. A recomendação do GAFI sobre as sanções financeiras específicas relacionadas com o terrorismo e o financiamento do terrorismo foi atualizada para levar em conta as resoluções sucessoras das resoluções das Nações Unidas do Conselho de Segurança 1267 e 1373 e ainda esclarecer a confusão entre a aplicação da sanção pecuniária alvo e o congelamento de ativos terrorista relacionados, no âmbito de uma investigação criminal ou processo penal. As normas revistas estabelecem uma separação clara a esses requisitos, melhorando assim a clareza e permitindo que os países melhorem o nível inadequado de implementação observado em diversas jurisdições.

f. As normas revistas esclareceram as medidas de DVC que devem ser adotadas para identificar e verificar os clientes e beneficiários. Particularmente, as medidas de DVC que devem ser tomadas em relação às pessoas colectivas e instrumentos jurídicos foram elaboradas na Recomendação revista. A abordagem baseada no risco também foi especificamente aprovada dentro da recomendação exigindo exemplos de DVC e exemplos ilustrativos de maiores e menores fatores de risco têm sido dados nas notas interpretativas.

g. A falta de transparência sobre as partes para transferências eletrônicas de fundos e de

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propriedade e de controlo das pessoas colectivas e entidades jurídicas torna-os vulneráveis ao mau uso por criminosos e terroristas. O GAFI tem fortalecido os requisitos de transparência, exigindo que haja informações fiáveis disponíveis sobre a titularidade e controlo das empresas, trusts, e outras pessoas colectivas ou acordos legais. Além disso, foram adotadas rigorosas exigências sobre as informações que devem acompanhar as transferências eletrónicas de fundos. Se essas medidas forem implementadas globalmente, será mais difícil para os criminosos e terroristas para ocultarem as suas atividades.

h. As Recomendações do GAFI sobre a aplicação da lei e as Unidades de Inteligência Financeira foram ampliadas de forma significativa para esclarecer o papel e as funções dos órgãos operacionais responsáveis pelo combate ao branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo. Por exemplo, a UIF deve ser capaz de obter e utilizar informações adicionais de entidades declarantes conforme necessário para desempenhar adequadamente a sua análise, e as autoridades policiais devem desenvolver investigação financeira paralela pró-ativa e, quando necessário, fazer uso de grupos multi-disciplinares especializados em investigações financeiras ou de ativos.

i. Devido ao aumento na globalização do branqueamento de capitais e ameaças de financiamento do terrorismo, o GAFI ampliou o âmbito da cooperação internacional entre as agências governamentais e entre grupos financeiros. As recomendações revistas significarão intercâmbio mais eficaz de informação, detecção, congelamento, apreensão e repatriação de bens ilícitos.

j. As recomendações foram reduzidas das 40 + 9 a 40 Recomendações.

665. O CMG tomou nota da informação e aprovou o Relatório da Plenária e recomendou que o Secretariado deveria encaminhar a sua aprovação nas Recomendações do GAFI e adesão de São Tomé e Príncipe para o Conselho de Ministros da CEDEAO para aprovação.

Participação em atividades do GAFI666. Em consonância com as exigências do GAFI para seus membros associados e sua rede de Órgãos do tipo GAFI Regionais (OREG), o GIABA, como membro associado e um OREG deve manter contactos regulares com o Secretariado do GAFI e participar nas reuniões do GAFI. Em 2012, o GIABA participou das três reuniões plenárias realizadas em Paris, França, em fevereiro, Roma, Itália, em junho, e Paris, França, em outubro, Reuniões de Análise do Grupo Regional do GAFI / ICRG realizada na Cidade do Cabo, África do Sul e Beirute, no Líbano, em janeiro e setembro; GAFI África / Médio Oriente Grupo de Análise Regional e GAFI Inter-Sessão Reunião do WGMEI.

667. As 40 Recomendações revistas do GAFI viram a sua aprovação e publicação na reunião Plenária do GAFI realizada em Paris, França, em fevereiro de 2012, sob a Presidência italiana. A quarta revisão das normas iniciada em

2009, em estreita colaboração com a rede global de OREGs e as organizações observadoras, ou seja, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e as Nações Unidas. Estas normas revistas destinam-se a abordar novas e emergentes ameaças, clarificar e reforçar muitas das obrigações existentes, bem como o reforço das exigências aplicáveis às situações de maior risco.

668. Quanto à reunião Plenária do GAFI, também realizada em Paris, França, em outubro de 2012, sob a Presidência da Noruega, o GIABA alcançou como resultado principal, a retirada do Gana da Declaração Pública do GAFI. Até outubro de 2012, o GIABA teve no âmbito do Grupo Análise e de Cooperação Internacional ICRG) o processo de revisão de três dos seus Estados-Membros: Nigéria e Gana, e São Tomé e Príncipe (um observador no GIABA e agora membro do GIABA desde maio de 2012). O GIABA participou em reuniões do Grupo do GAFI / ICRG realizada na Cidade do Cabo, África do Sul e Beirute, no Líbano, em 17-19 de janeiro e 11 -13 Setembro de 2012 para discutir os relatórios destes países que foram alvo de revisão, prima facie, e sob o ICRG processo de revisão.

669. Gana e Nigéria estavam sob este processo devido ao mau resultado das suas avaliações mútuas e do tamanho e integração dos seus sistemas financeiros com o sistema financeiro internacional (acima do limiar de EUA US $ 5 bilhões) e São Tomé e Príncipe por não fazer progressos suficientes na implementação do seu plano de acção e também devido a certas deficiências estratégicas BC/ FT.

670. Em novembro de 2012, a Plenária do GAFI concluiu que o Gana tinha abordado substancialmente as deficiências estratégicas identificadas pelo GAFI no regime ABC/CFT do país. O Gana foi retirado da Declaração Pública e identificado no documento público “Melhorar a Conformidade ABC/CFT Global: processo em curso”. O GAFI concordou em realizar uma visita no local ao Gana para confirmar que o processo de execução das medidas postas em prática para solucionar as deficiências previamente identificadas está em andamento. Na mesma linha, o Parlamento nigeriano adotou a Lei de  branqueamento de capitais (proibição) (Alteração) e a legislação Terrorismo (Prevenção) (Alteração). A versão finalizada destas peças de legislação será avaliada pelo GAFI após a sua promulgação. Embora São Tomé e Príncipe permanecer na Declaração Pública, o país participou no Grupo Regional de Revisão GAFI/ICRG e também fez alguns progressos na abordagem de deficiências identificadas no seu regime ABC/CFT. Essencialmente, o GIABA e seus membros participaram ativamente das atividades do GAFI durante o ano em análise.

Participação em Atividades do Grupo Egmont671. O Grupo Egmont é uma rede mundial de UIF que se reúne regularmente para reforçar a cooperação entre os seus membros nas áreas de intercâmbio de informações, formação e partilha de conhecimentos, fundamental na luta contra o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. O GIABA participa das atividades do Grupo Egmont, em apoio das UIF dos seus Estados-Membros. Quatro Estados membros do GIABA -Costa do Marfim, Mali, Nigéria e Senegal - são

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131Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

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membros do Grupo Egmont, e Burkina Faso, Gana e Togo estão na fase final do seu processo de adesão.

672. Durante o ano em análise, o GIABA participou na Plenária do Grupo EGMONT realizado em São Petersburgo, Rússia, 06-13 julho 2012. Além disso, de 29-30 novembro de 2012, logo após a reunião TPC do GIABA, o GIABA organizou conjuntamente com o Grupo Egmont um seminário em Dakar, Senegal. O objetivo principal desta iniciativa conjunta era aprofundar a sua parceria estratégica com o Orgãos Regionais estilo GAFI e melhorar os padrões de funcionamento das unidades de inteligência financeira. O seminário teve a participação do presidente do Grupo Egmont e do seu Secretariado, o Secretariado GIABA e suas UIF, participantes de outros países africanos e especialistas regionais e internacionais.

673. O seminário centrou-se principalmente sobre as seguintes questões:

Alcance e atividades de advocacia destinadas às autoridades sobre a necessidade de garantir que todas as UIF na região se tornam totalmente operacionais e membros do Grupo Egmont;

Autonomia (financeira e tomada de decisões) para as UIF;

Os desafios relacionados com o estabelecimento de UIF dentro de estruturas de supervisão;

Patrocínio da UIF no processo de adesão das UIF ao Grupo Egmont;

Staffing, segurança física das instalações e de segurança dos registos das UIF;

Desafios relacionados com a recolha, análise e divulgação de informações;

Desafios relacionados com sistemas de informação da UIF;

Emissão de segredo profissional e obrigação de confidencialidade dos funcionários da FIU;

Emissão de formação inicial e contínua do pessoal da UIF.

Reuniões Anuais do Banco Africano de Desenvolvimento, em Arusha, Tanzânia, 25 - 27 jan 2012

674. O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) realizou a sua Assembleia Geral Ordinária em Arusha, na Tanzânia, de 28 maio - 1 junho 2012. O tema do encontro foi centrado em “África e o novo cenário mundial: desafios e oportunidades”. A reunião analisou as operações realizadas pelo Banco em 2012 e seu portfólio de 2012, bem como os desafios que a África enfrenta nos domínios das alterações climáticas, infra-estrutura, o setor privado e governo. Além da reunião em Plenária, uma série de seminários de alto nível, debates e eventos paralelos, colocando ênfase nos problemas económicos, sociais e políticos no continente, bem como os desafios e possibilidades inerentes à nova ordem mundial.

675. A convite, o GIABA foi representado nesta reunião

e estabeleceu contactos de alto nível com as autoridades competentes para a promoção da cooperação entre o GIABA e suas respectivas instituições. O GIABA está a acompanhar o BAD nas suas propostas de projeto.

Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos da América (DHS EUA) Seminário conjunto Senegal /Nigéria sobre Desafios ABC/CFT Regionais Conformidade ABC/CFT, Dakar, Senegal, 16-18 julho de 2012

676. O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS EUA) convidou 20 (vinte) principais partes interessadas Conformidade ABC/CFT especialistas da Nigéria e do Senegal, para discutir desafios de ilícitos financeiros que a África Ocidental enfrenta, em Dakar, Senegal, de 16 a 18 de julho de 2012. A reunião foi enquadrada em torno de três áreas temáticas que se relacionam diretamente com esforços de  Conformidade ABC/CFT:

• Questões transfronteiriças

• Problemas de tráfico de narcóticos

• Questões do setor financeiro

677. O encontro foi facilitado por profissionais ABC/CFT  dos Estados Unidos da América (EUA), e das Nações Unidas (NU). O Secretariado do GIABA participou como observador. Foi apresentado um projecto de relatório das recomendações na 18ª Reunião Plenária do GIABA. Foi acordado que seria necessária a colaboração entre os EUA, Nigéria e Senegal para a finalização do relatório.

678. Os seguintes problemas decorrentes do Seminário serão consideradas pelo GIABA na execução de mandatos nos próximos anos:

• Intenso acompanhamento dos Estados-membros no que diz respeito a implementação das Recomendações publicadas nos relatórios de Tipologias do GIABA;

• Estudos sobre o uso de tipologias de Lounges diplomáticos e VIP como ponto de trânsito param branqueamento de capitais, o risco de Novos Sistemas de Pagamento na região;

• O Fórum da FIU estar totalmente operacional para incentivar a cooperação entre as unidades de inteligência financeira dos Estados membros;

• O GIABA precisa de continuar a participar em eventos de ABC/CFT semelhantes no futuro

O 30 º Simpósio Internacional de Cambridge sobre Crime Económico, Jesus College, Cambridge, Reino Unido; 2 - 9 de Setembro de 2012

679. O Simpósio Internacional de Cambridge comemorou o seu trigésimo ano na promoção de uma maior compreensão das questões reais e práticas envolvidas na prevenção e controlo da criminalidade económica, da corrupção e abuso, e facilitando assim a cooperação. O GIABA, em linha com seu Plano Estratégico 2011 - 2014, continua a

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132 Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

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concentrar-se em estar a par com as questões emergentes sobre regimes de ABC/CFT e promover a cooperação internacional. Como tal, o Secretariado participou no Simpósio Internacional de Cambridge Cambridge realizado no Jesus College, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido de 2 a 9 de setembro de 2012, sob o tema “Crimes Económicos - Sobrevivendo à queda - Mitos e Realidades”. O Director geral do GIABA, no contexto do tema, fez um discurso sobre “Melhorar a aplicação da Devida Vigilância da Clientela à luz das normas revistas do GAFI : Implicações para Entidades Declarantes”. Como parte de assistência técnica e esforços contínuos para expor especialistas regionais com as melhores práticas internacionais de assuntos ABC/CFT assuntos, o GIABA patrocinou a participação de sete altos funcionários dos seus Estados membros.

Conferência ACAMS, em Joanesburgo, África do Sul, de 31 de Outubro a 02 de Novembro de 2012

680. Associação de Peritos Agregados em Anti-branqueamento de Capitais (ACAMS) é uma associação internacional que se dedica a melhorar o conhecimento e a experiência de profissionais, a partir de uma ampla gama de indústrias, tanto no sector público como no privado, sobre assuntos ABC/CFT. Com a adesão de mais de 13.500 pessoas em 160 países, a ACAMS oferece conferências internacionais, a certificação de profissionais BC/CFT, seminários de um dia inteiro, seminários web, formação personalizada e oportunidades de networking entre pares para melhorar, desenvolver e aperfeiçoar as habilidades exigidas por profissionais para eficiente desempenho. Nos últimos quatro anos o GIABA tem ajudado a ACAMS no desenvolvimento dos capítulos nacionais da Associação nos Estados membros. A 2 ª Conferência Anual da ACAMS de ABC/CFT e Conferência de Crime financeiro para a África foram realizadas em Joanesburgo, África do Sul a partir de 31 outubro - 2 novembro de 2012

681. O GIABA foi convidado a proferir uma Palestra Especial na Conferência. O tema da conferência foi “Equilibrando Desafios Regionais e as obrigações internacionais”, e os principais objetivos foram:

• Obter informações sobre as Recomendações revistas do GAFI e as implicações para as organizações;

• Fortalecer os processos de vigilância da clientela da instituição para cumprir com múltiplas jurisdições;

• Utilizar o sistema de monitoramento de alerta para prevenir e detectar atividade suspeita.

682. O Director-Geral, representado pelo Diretor de Programa e Projetos, proferiu o Discurso Especial. Mais de 200 profissionais ABC de nível sénior de 27 países em todo o mundo, incluindo 19 Africanos e cinco países europeus participaram na conferência. Profissionais da Nigéria, Gana, Zâmbia, Quénia, Estados Unidos e África do Sul fizeram parte da representação da África na conferência.

683. As palavras do Director-Geral foram sobre os esforços em curso para fornecer as melhores práticas internacionais de ABC/CFT na África Ocidental. Em particular, a palestra destacou os desafios da implementação de

medidas eficazes ABC/CFT na África Ocidental, incluindo: aspectos jurídicos, ambientais, administrativos, operacionais, de cooperação e os desafios de coordenação. Para superar estes desafios, o discurso recomendou, entre outros, a necessidade de pôr em prática um mecanismo adequado para a gestão de ativos recuperados, provisão de recursos suficientes para programas de ABC/CFT, a promoção da inclusão financeira, pro-actividade na concepção de programas ABC/CFT utilizando os resultados de tipologias e outros estudos de pesquisa e capacidade contínua de escala (tanto humanas como institucionais) das diferentes partes interessadas, especialmente as autoridades competentes

Apoio para a Cooperação e Integração Regional

684. No ano de 2012, o GIABA continuou a aumentar o seu apoio à integração regional da CEDEAO e participação em iniciativas regionais, principalmente as atividades relacionadas à Comunidade da CEDEAO. Consequentemente, prestou assistência direta a organizações e atividades governamentais e não-governamentais relacionadas com ABC/CFT. Estas incluem as seguintes:

Conferência Regional sobre a Adaptação de Estratégias de Conformidade anticorrupção efetivas quando se opera numa região de Alto Risco em desenvolvimento , 19 - 20 de junho de 2012

685. Uma Conferência Regional Anti Corrupção organizada pelo Forum C5 com o tema “Adaptação de Estratégias de Conformidade anticorrupção efetivas quando se opera numa região de Alto Risco em desenvolvimento “ foi realizada em Accra, Gana, de 19 a 20 de junho de 2012. A conferência reuniu representantes de empresas locais e internacionais expostas ao risco de corrupção na região, que incluem: Funcionários das Comissões Nacionais Anti-Corrupção, Comissões Anti-Corrupção; Agências de aplicação da lei Anti Corrupção no Reino Unido e EUA e o Alto Comissariado Britânico no Gana. Houve discussões sobre a eficácia da anti-corrupção local e internacional e legislação de suborno, bem como a aplicação de tais leis na África Ocidental. O GIABA participou no evento como a personificação dos esforços regionais de combate à corrupção.

686. As discussões no âmbito dos dois dias incidiram sobre corrupção e as suas várias dimensões, incluindo os desafios na aplicação de quadros jurídicos regionais e internacionais pertinentes e outras questões técnicas, tais como:

• A aplicabilidade da Foreign Corrupt Practices Act (FCPA) dos EUA e a Lei de Suborno do Reino Unido sobre as empresas da Africa Ocidental;

• Leis locais anti-corrupção em toda a África Ocidental e prioridades de aplicação das agências dos EUA, Reino Unido e da África Ocidental;

• Técnicas emergentes utilizadas por empresas multinacionais para desenvolver e atualizar as políticas de conformidade anti-corrupção;

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133Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

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• Riscos de fraude, suborno e corrupção específicos associados ao funcionamento dentro de exigências de conteúdo local na região;

• Devida Vigilância da Clientela por parte de Terceiros baseada no risco para controlar e minimizar os riscos de responsabilidade quando operando contratos de negócios na região, e

• Os desafios da assistência jurídica mútua, recuperação de ativos e repatriação de ativos no exterior param países da África Ocidental.

687. Na sua apresentação, intitulada: Iniciativas Legislativas Regionais e Prioridades de Aplicação para Anti-Corrupção na África Ocidental “o DG do GIABA conceptualizou a corrupção como uma infracção subjacente ao branqueamento de capitais, e que a corrupção representa o desafio mais crônico para a boa governação, especialmente nos países em desenvolvimento. É um fator comum subjacente das condições prevalecentes do subdesenvolvimento, fragilidade do Estado, fraqueza institucional, instabilidade política, os défices democráticos, a insegurança humana, crises sociais, a criminalidade organizada e o progresso dolorosamente lento sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM). A maioria dos países com o menor índice de desenvolvimento humano (IDH), conforme publicado nos relatórios do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano, estão na África Ocidental. Curiosamente, os mesmos países têm consistentemente ocupado a categoria de “mais corrupto” do Índice de Percepção da Corrupção anual da Transparency International. Também curiosamente, quase todos os mesmos países da África Ocidental passaram por conflitos internos, estão a enfrentar algum tipo de crise política prolongada, ou são geralmente instáveis e altamente propenso à violência política.

688. Não surpreende, portanto, que se tenha tornado cada vez mais claro para os governos, a sociedade civil e os parceiros internacionais na África Ocidental que criar as condições de estabilidade democrática, a paz e a segurança e progresso humano sustentável requer o combate à corrupção como uma emergência política pública. Percebendo o perigo que a corrupção representa para a integração regional, o desenvolvimento, a paz e a estabilidade, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tem respondido com contramedidas a nível regional desde a viragem do milénio.

689. No dia 21 de dezembro de 2001, a CEDEAO adoptou um Protocolo sobre a Luta contra a Corrupção. O objetivo do protocolo é fortalecer os mecanismos eficazes para prevenir, reprimir e erradicar a corrupção. O Protocolo convida os Estados Partes a harmonizar as respectivas legislações nacionais anti-corrupção, adoção de medidas preventivas eficazes contra a corrupção e introduzir sanções proporcionadas e dissuasivas. O Protocolo abrange medidas preventivas, tais como exigências do serviço público de declaração de bens e estabelecimento de códigos de conduta e os requisitos de acesso à informação, proteção de denúncia, normas de contratação e transparência no financiamento dos partidos políticos. O Protocolo também obriga os Estados

Partes a adotar as medidas legislativas necessárias para criminalizar uma ampla gama de crimes, incluindo tráfico de influência, enriquecimento ilícito, contabilidade falsa, os atos de cumplicidade práticas corruptas, e o branqueamento de capitais provenientes de corrupção. Em terceiro lugar, o Protocolo prevê um quadro de cooperação internacional, que visa melhorar a assistência jurídica mútua e promover a cooperação policial e judiciária dentro da África Ocidental e com outras partes da África. Finalmente, o Protocolo prevê um mecanismo de acompanhamento através da criação de uma Comissão Técnica para monitorar a implementação do exposto, tanto a nível nacional como sub-regional, bem como recolher e divulgar informações e prestar formação e assistência aos Estados Partes. Embora este protocolo preveja medidas amplas e de longo alcance das medidas anti-corrupção, ainda não está em vigor pois o número mínimo de ratificações do Estado não foi garantido.

690. Outra resposta regional importante pode ser encontrada no Artigo 38 do Protocolo da CEDEAO sobre Democracia e Boa Governação Complementar ao Protocolo relativo ao Mecanismo para a Prevenção de Conflitos, Gestão, Resolução, Manutenção da Paz e Segurança. Este instrumento apela aos Estados membros para se comprometerem a combater a corrupção e gerir os seus recursos nacionais de forma transparente e garantir ainda mais o estabelecimento de mecanismos adequados para tratar de questões de corrupção dentro das suas respectivas jurisdições.

691. O DG declarou que a resposta mais decisiva e prática da CEDEAO para o desafio de crimes financeiros, incluindo a corrupção tem sido a criação do Grupo de Ação Intergovernamental contra o Branqueamento de Capitais na África Ocidental (GIABA). Concluiu então que a fraqueza inerente nas nossas instituições, em particular o sistema de justiça criminal, resultou, principalmente, da falta de vontade política para efetuar profundas reformas nas instituições. O impacto da lei só pode ser sentido se houver recursos suficientes e, mais importante, a integridade para investigar e processar casos de corrupção. Não deve haver intocáveis e toda a gama de penalidades e sanções devem ser aplicadas de forma consistente. Os governos da região precisam fazer muito mais para colocar  ABC e questões anti-corrupção no topo da sua agenda política e reprimir a grande corrupção, que é uma das principais causas da pobreza e do subdesenvolvimento na região. Tais iniciativas precisam resolver as deficiências específicas e as causas da corrupção, bem como monitorar e analisar a eficácia das iniciativas e regimes postas em prática para combater o crime. Atacar a corrupção deve tornar-se uma questão política central na governação.

692. Uma área mais crítica onde se precisa de concentrar mais trabalho, segundo ele, é a capacidade de processar com sucesso e julgar casos de grande corrupção. Em muitos países da região, casos de alto perfil de corrupção ou são deixados pendentes em tribunais indefinidamente ou são indeferido prematuramente, devido a uma má acusação e/ou incompetência judicial. Combinado com as condições de má governação e corrupção generalizada do setor

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público, a fraqueza do Judiciário é susceptível de favorecer a impunidade e outros criminosos mais audazes para continuar com suas práticas corruptas.

A Quadragésima Segunda Reunião Ordinária do Comité dos Governadores dos Bancos Centrais dos Estados Membros da CEDEAO, Monrovia, Libéria, 12 de julho de 2012

693. A  Agência Monetária Oeste Africano (WAMA) realizou a sua reunião estatutária semi-anual na Monróvia, na Libéria, de 11 a 14 julho de 2012. O Director-Geral do GIABA foi convidado a participar e fez uma apresentação ao Comité de Governadores das recomendações revistas do GAFI enfatizando seu papel do Banco Central como reguladores na implementação de ABC/FT nos seus países. Também informou a assistência do GIABA aos países membros, o estado de implementação do regulamento, o impacto das novas tecnologias sobre a transparência dos serviços bancários, bem como a identificação de operações suspeitas. Esta apresentação foi bem recebida e os governadores reafirmaram o seu compromisso de implementar ABC/CFT nos seus respectivos países. Instruiram a sua comissão técnica de administração da supervisão bancária a incluir ABC/CFT na sua agenda de cada vez que se encontram.

A Assembleia Geral Anual 2012 (AGA) da Rede de Instituições Nacionais de Combate à Corrupção da África Ocidental (NACIWA), Cotonou, Benim, de 22 –a 23 de Agosto de 2012.

694. A Rede de Instituições Nacionais de Combate à Corrupção da África Ocidental (NACIWA) realizou a sua Assembleia Geral Ordinária  em Cotonou, Benim, em 22-23 agosto de 2012. O objetivo da rede é fortalecer a ação e cooperação regional, examinar e discutir os métodos de corrupção e tendências, bem como os esforços para lidar com ele. O NACIWA é composto por instituições anti-corrupção em 14 (quatorze) Estados membros da CEDEAO. O objetivo principal da Assembleia Geral Ordinária de 2012 foi rever o progresso feito sobre a ratificação, a domesticação e a implementação do Protocolo da CEDEAO sobre a Corrupção, a cooperação entre NACIWA e o Plano de Trabalho de 3 anos. As estratégias para enfraquecer a ligação entre a corrupção e o terrorismo nos Estados membros, bem como os esforços para reforçar a sua estrutura e funcionamento também foram discutidas. Dez países estiveram representados, Burkina Faso, Cabo Verde, Senegal e Serra Leoa não enviaram representantes. A Gâmbia, o país restante que ainda não criou uma instituição anti-corrupção no momento da AGA, participou como observador. A Comissão da CEDEAO, o GIABA, o PNUD e o OSIWA todos participaram como observadores.

695. A AGM analisou as realizações 2011, com foco no regime anti-corrupção, o desenvolvimento institucional de NACIWA, partilha de informação e cooperação entre os membros NACWA e nível de implementação do plano de trabalho de 3 anos. Em termos de regime anti-corrupção, Cabo Verde, Costa do Marfim, Guiné, Guiné Bissau, Libéria e Senegal estão ainda a ratificar o Protocolo da CEDEAO.

Não houve contato efetivo com instituições membros, sem secretariado funcional e orçamento operacional. Isto levou à má execução do plano de trabalho de 3 anos para o ano em análise.

696. A fim de reforçar o trabalho da Rede para superar alguns dos desafios acima mencionados, foi recomendado que a rede deverá desenvolver parceria com a Comissão da CEDEAO, o GIABA e OSIWA na luta contra a corrupção na região, realizar visitas de advocacia para a rápida ratificação e domesticação dos protocolos relevantes em Anti-Corrupção e, implementação de programas orientados para os resultados.

Assembleia Geral WAPCCO, Abidjan, Costa do Marfim, de 12 a 15 de Setembro de 2012.

697. O Comité Oeste Africano dos Chefes de Polícia (WAPCCO), em parceria com a Comissão da CEDEAO organizou a sua Assembleia Geral Ordinária de 12 - 15 de setembro , 2012, em Abidjan, Costa do Marfim. A reunião da Assembleia Geral composta por vários seminários do National Central Bureaus (NCB) of INTERPOL, o Comité de Chefes de Serviços de Segurança (CCSS) eo   Fórum de Ministros responsava pela segurança. As reuniões foram coordenadas pela Divisão Regional de Segurança do Departamento de Assuntos Políticos, Paz e Segurança da Comissão da CEDEAO. Participantes no geral discutiram questões relativas à segurança na África Ocidental e proferiram soluções duradouras, inclusive na luta contra o crime organizado transnacional. Todos os Estados Membros da CEDEAO estiveram representados nas reuniões, bem como representantes da Comissão da CEDEAO, do Secretariado Geral da INTERPOL, o Comité Central Africano dos Chefes de Polícia, Escritório Regional para a África Ocidental da INTERPOL, e o Instituto de Estudos de Segurança (ISS).

698. Em vista de seu papel estratégico na região, o Secretariado do GIABA foi convidado a participar das reuniões e contribuir nas discussões do painel. Algumas das recomendações das reuniões são destacadas a seguir:

• Que os países membros devem delinear um Plano de Ação Estratégico de Segurança nacional a curto, médio e longo prazo;

• Que os Estados membros devem ratificar o Acordo de Cooperação de Inteligência da Polícia de 2003;

• A necessidade de uma abordagem simplificada a ser desenvolvida em relação a extradição de pessoas de um país para outro através do National Central Bureau of Interpol;

• A necessidade de envolvimento do Secretariado Permanente da WAPCCO na implementação do projeto da Iniciativa da Costa Oeste Africano (WACI);

• Que a Libéria e a Guiné devem tomar medidas para estabelecer UIF com o objectivo de reforçar os esforços regionais para lutar contra a BC/FT;

• Que o GIABA deve continuar a organizar programas de formação específicos em técnicas de investigações financeiras para agentes da autoridade

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135Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

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699. No final das reuniões, a Assembléia Geral adotou as recomendações da 4 ª reunião CCSS e da 13ª reunião WAPCCO. Ficou decidido que na próxima reunião será feita uma análise mais aprofundada da implementação das recomendações anteriores.

Seminário regional sobre a harmonização de marcos regulatórios de supervisão de bancos e instituições financeiras não-bancárias, Conakry, de 1 a 3 de Outubro de 2012.

700. A Agência Monetária da Africa Ocidental (WAMA) e do Instituto Monetário Oeste Africano (IMAO), em colaboração com o Banco Central da República da Guiné (BCRG) organizaram um seminário em Conakry, Guiné, 1-3 outubro de 2012. Todos os bancos centrais de todos os Estados membros da CEDEAO participaram, com exceção do Banco Central de Cabo Verde. Outras organizações que participaram incluíram o GIABA, FMI, BEAC, WAIFEM e representantes de associações profissionais de seguros e empresas de microfinanças. O seminário teve como objetivo harmonizar as estruturas de regulação e supervisão dos bancos e instituições financeiras não-bancárias na CEDEAO. O GIABA fez uma apresentação sobre a relevância das normas revistas do GAFI para quadros regulatórios harmonizados de supervisão de entidades declarantes na região, e foi solicitado ainda para fazer uma apresentação semelhante na próxima reunião do WAMI programada em Acra, Gana, 8  - 10 de outubro de 2012. No final do seminário, WAMA e WAMI foram designados com a responsabilidade de coordenar o processo de harmonização com uma data estimada de conclusão de dezembro de 2017.

40 º Aniversário e Seminário sobre a Zona Franca, Paris, França, 3-7 outubro de 2012

701. O encontro e seminário da Zona Franca foram realizados em Paris, França, em outubro 3-07, 2012. O objetivo da reunião foi fazer um balanço das perspectivas económicas dos países da Zona Franca. Foram realizadas três reuniões:

• Reunião do Comité de Ligação ABC (ACLM) da Zona Franca;

• Reunião de Peritos da Zona Franca;

• Reunião de Ministros da Zona Franca.

702. O Secretariado do GIABA participou da reunião e destacou o progresso do Secretariado na implementação de regimes ABC/CFT na Zona UEMOA e também realizou atividades de defesa com a presença de partes interessadas ABC/CFT de alto nível.

Conclusion703. O Engajamento do GIABA na integração regional e na cooperação internacional no ano de 2012 é bastante notável. Não só o GIABA organizou eventos com sucesso, patrocinou eventos relacionados ao aprofundamento do programa de integração da CEDEAO no âmbito do seu mandato, mas também ajudou reunir grupos focais juntos e examinar as questões do BC e FT, bem como seu impacto sobre a integração regional, a paz, estabilidade e desenvolvimento… O GIABA também fez contribuições significativas e de impacto em muitas outras actividades internacionais e regionais que promovem a segurança global e reduzem a criminalidade transfronteiriça em todo o mundo, da África para a Europa, América e Médio Oriente através de alguns programas e atividades discutidos neste capítulo. Esta é a verdade que os crimes transfronteiriços não estão limitados a qualquer jurisdição, a cooperaçãodesse modo é necessária e colaboração contínua, como mostrado nos numerosos compromissos do GIABA.

O Diretor Geral do GIABA, Dr. Abdullahi Shehu recebendo a Embaixadora da Nigeria no Senegal, Emb. Katyen C. Jackden mni no Secretariado do GIABA, no quadro do reforço da Integração Regional

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704. Como OREG, o envolvimento contínuo do GIABA e participação ativa nas atividades do GAFI não pode ser demasiado enfatizado e isso vai continuar nos anos seguintes. A colaboração semelhante com todos os órgãos assessores, incluindo outros OREGs, a IFI, etc. continuará a ter prioridade junto de outros parceiros de desenvolvimento, como a ONU, CRA, a Interpol, organizações regionais, o BOAD, FAD, a UEMOA, e todas as outras instituições da CEDEAO.

705. Como dito no capítulo anterior, o impulso da integração do GIABA e política de cooperação é garantir que a nossa sociedade está livre de todos os crimes financeiros e a CEDEAO vai emergir uma economia segura, integrada e comunidade vibrante.

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Capítulo Oito

SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E DE APOIO

INTRODUÇÃO

706. Em 2012, o Secretariado consolidou as suas reformas administrativas e financeiras, finalizou o processo de codificação para os

seus procedimentos, e reforçou as suas capacidades humanas e financeiras.

707. No contexto das reformas iniciadas pelo Conselho de Ministros em Instituições da CEDEAO, e uma transição na administração da Comissão da CEDEAO, o Secretariado esforçou-se para posicionar o GIABA como uma instituição modelo no seio da CEDEAO e dentro das redes OREG.

708. A nova estrutura organizacional, compatível com a sua missão e atividades, foi aprovada pelo Conselho de Ministros, na sua 65 ª sessão, realizada em Abuja, em agosto de 2011. Isto levou ao recrutamento de profissionais-chave. No entanto, o recrutamento ainda está para ser finalizado por conta do congelamento de recrutamento imposto pela Autoridade enquanto se aguarda a finalização da auditoria institucional das Instituições da CEDEAO.

709. Os esforços do Secretariado para cumprir com os melhores padrões internacionais resultou em melhorias na gestão administrativa e financeira do GIABA. Uma avaliação global do Comité de Auditoria das Instituições da CEDEAO concluíu que o GIABA cumpria todas as recomendações emitidas pelos Órgãos Diretivos. O Secretariado deu um passo à frente para preparar o terreno para a cooperação dos doadores em aumentar as suas normas e ferramentas de gestão para além das suas necessidades.

Estrutura Organizacional710. Tendo em vista as necessidades de expansão dos Estados membros, a carteira de assistência técnica do GIABA aumentou consideravelmente, enquanto as normas revistas do GAFI têm gerado novas áreas de responsabilidade e apoio, particularmente em termos de estratégias, riscos de avaliação e apoio aos Estados-Membros para incorporar o financiamento da proliferação como delito, quando tal não é o caso. Com base nesses desafios e oportunidades, o fortalecimento da

Direção de Estudos e Planeamento tornou-se necessário através da melhoria do Planeamento e das funções TIC. O atual organograma do GIABA é o indicado no apêndice 2.

Recrutamento

711. Vagas preenchidas em 2012 incluíram os cargos de Responsável da Repressão Criminal, Assistente TIC, Assistente Administrativo, Assistente de Programas, Assistente de Pesquisa, Assistente de Protocolo e Assistente de Documentação. Outras vagas como Responsável Principal (Programas), Responsável Principal (Programas de Apoio), Responsável de Administração e Recursos Humanos, do Setor Financeiro e auxiliares de escritório estão em vias de ser preenchidos.

Retiro do Pessoal e outras atividades Sociais712. Tendo em vista a incorporação de cultura institucional em comportamentos e atitudes de pessoal, o Secretariado convocou um Retiro Para Todo O Pessoal em Somone, Senegal, de 5 a 7 de junho de 2012, facilitado por um consultor de RH proeminente coadjuvado por um ex-funcionário de RH das NU. Apresentação e discussões foram sobre “Induzir cultura institucional no GIABA” e permitiu reflexão sobre crenças e atitudes dos funcionários, bem como a sua relação com a instituição e com a comunidade. As principais recomendações foram recolhidas a partir do retiro e analisadas pela administração.

713. Recomendações centradas na melhoria pessoal e habilidades de liderança, a produtividade da equipa, a comunicação entre a equipa, a diversidade, distribuição de tarefas e gestão, comunicação interna, ancorando valores fundamentais do GIABA em lidar com responsabilidades, aumentando a motivação dos funcionários e produtividade, equilíbrio trabalho/vida, criando uma reserva de líderes e gerentes eficazes, aumentar a inovação e a criatividade para o crescimento sustentável e auto-realização pessoal e padronizar todos os documentos.

714. A Administração tem procurado implementar

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estas recomendações, e uma atualização sobre o estado de implementação será prestada no próximo retiro.

Dia Internacional da Mulher, 8 de março de 2012

715. Um dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) é promover a igualdade de género e direitos das mulheres. Este também é um princípio fundamental no programa de integração regional da CEDEAO. A fim de demonstrar o compromisso da gestão para o equilíbrio de género, bem como a protecção e promoção dos direitos das mulheres, o Diretor Geral renovou a observância do Dia

Internacional da Mulher no GIABA em 8 de março de 2011. O Secretariado celebrou o dia no GIABA através de uma conferência sobre “Conciliar família e vida profissional” e um almoço recepção durante o qual o Director-Geral Adjunto lhes assegurou o seu apoio total e reconheceu  a sua enorme contribuição para o sucesso do GIABA.

Reunião da Assembleia Geral do Pessoal716. Num esforço para promover a abertura e diálogo construtivo entre os membros da administração e funcionários, duas Assembleias Gerais de Pessoal/reuniões da câmara municipal, concebidas como uma forma de fornecer

Fotografia de Grupo do Staff do GIABA durante o retiro realizado em Somone, Senegal de 5 a7 de Julho de 2012.

feedback ao pessoal em questões de gestão, foram realizadas em fevereiro e outubro de 2012, em linha com os mecanismos de comunicação interna criados pela Direção Executiva. Questões relacionadas com o regime de seguro de saúde, o processo de avaliação do pessoal e as relações de pessoal foram levantadas e a Gestão deu respostas claras. Foram tomadas ações para para resolver algumas das questões levantadas. Além disso, o Diretor-Geral realizou reuniões trimestrais com os representantes do pessoal. O objetivo dessas reuniões é permitir que o DG comunique estratégias e visão da Comunidade e da instituição aos representantes do pessoal e receber deles sugestões e possíveis reclamações.

717. O GIABA organizou uma Cerimónia de presentes de Natal no dia 15 de dezembro de 2012, durante o qual o Diretor Geral ofereceu a todos os filhos da família do GIABA presentes de Natal, para mostrar o apreço do GIABA aos membros da equipa pela sua excelente contribuição durante o ano, com o apoio das suas famílias.

Programa de Formação de Pessoal

718. Como parte do seu objetivo geral de fortalecer competências do pessoal do GIABA, foi estabelecido um plano abrangente de formação criado em março de 2012, para ser usado para o ano de 2012 a 2015. Foi aprovado um Catálogo de Formação 2012 antes de uma decisão comunitária passar a reduzir a formação realizada fora da região da CEDEAO a 20% das acções de formação. Considerando-se as peculiaridades das necessidades do GIABA (ABC/CFT, recuperação de ativos ilícitos, a cooperação internacional e assistência judiciária mútua, a gestão do Programa Estratégico, etc.) que não estão disponíveis na região, esta decisão tem levantado alguns inconvenientes que devem ser abordados. Foi acordado que o GIABA irá expor essas peculiaridades para obter dispensa para esta medida. Financiamento

719. Para o ano em análise, o GIABA foi apoiado com recursos da dos fundos comunitários Levy da CEDEAO (salários dos funcionários, programas, gastos administrativos e de capital), o Departamento de Estado dos EUA (apoio para avaliação mútua dos Estados-Membros), UNCTED

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(Implementação dos requisitos de congelamento para Estado membro do GIABA), Governo da Suíça (seminário sobre Financiamento do Terrorismo, regime ABC para EPNFD para países da África do Norte e Ocidental).

720. Para diversificar a sua base de financiamento, o GIABA está a finalizar acordos de financiamento com a União Europeia nas áreas de melhorar a luta contra o branqueamento de capitais no sector financeiro, a implementação das recomendações do GAFI e legislações regionais atualizadas. Também começaram as negociações com o BAD para assistência técnica direta ao GIABA.

Execução Orçamental721. A 67 ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros da CEDEAO aprovou um orçamento de 8.982.779 UA para a implementação de atividades de 2012 do do GIABA, representando um crescimento de 13% nos recursos disponibilizados em relação a 2001. O orçamento é financiado em 97% (o que representa 8.682.779 UA), pela Comunidade na Levy da CEDEAO e 3% (o que representa 300.000 UA) de fundos externos. Durante o período em análise, foi executado 94% do orçamento. Desafios na execução orçamental do GIABA residem na crescente perda cambial que ocorre na taxa salarial UC em relação ao dólar levando a lacunas de dinheiro, a coordenação entre as funções de planeamento e execução, a baixa capacidade de absorção dos Estados membros e as prioridades emergentes em relação às necessidades determinadas. Estrita conformidade com as regras comunitárias também está a dificultar a realização dos objectivos pois é sempre dada contrapartida à regularidade sobre a eficiência e eficácia. Obviamente, as regras precisam ser modificadas para refletir as realidades atuais na gestão de programas e projetos.

Auditoria dos Relatórios Financeiros722. A auditoria externa às Demonstrações Financeiras de 2011 do GIABA foi concluída em novembro de 2012 pela KPMG, Gana. A empresa apresentou o relatório final ao Comité de Auditoria das Instituições da CEDEAO, que acabará por ser transmitido ao Conselho de Ministros para aprovação. No momento da finalização deste relatório, o Conselho Fiscal não tinha considerado o relatório para aprovação pelo Conselho. Por esta razão, a demonstração financeira de 2011 não está incluída neste relatório. No entanto, o relatório será publicado no relatório anual de 2013, juntamente com o de 2012, como aprovado.

723. Além da auditoria anual realizada por auditores externos, o auditor financeiro das Instituições da CEDEAO realizou duas visitas in loco em junho e outubro de 2012 para examinar as operações administrativas e financeiras do GIABA. O Auditor Interno Chefe (AIC) também realizou visitas in loco no GIABA e quatro UIF para examinar o processo de compra para a aquisição e instalação de projeto de dispositivo analítico ABC. O relatório ainda não foi finalizado, mas a AIC manifestou a sua satisfação durante as sessões de esclarecimento no local com a viabilidade técnica do dispositivo e os procedimentos de aquisição que foram seguidos.

Outras atividades724. Durante o período em análise, foram organizadas de partilha para permitir aos funcionários que participaram em formações e reuniões internacionais para partilhar o resultado dessa formação e reunião, e o seu conhecimento pessoal com os seus colegas. A Direcção de Programas organizou duas sessões de partilha: uma sobre as novas 40 Recomendações do GAFI e outra na Estratégia de Comunicação do GIABA. A Direção de Estudos e Planeamento organizou uma sessão de partilha sobre o novo portal do GIABA, que é um passo em frente na automatização e simplificação dos processos de trabalho do Secretariado e modernização das suas ferramentas de comunicação. A Direcção de Administração e Finanças organizou uma sessão de partilha sobre o regime de seguro médico e outro sobre a atribuição dada ao médico da instituição designada.

725. O GIABA participou na reunião de Revisão do Orçamento 2012, realizada na Comissão da CEDEAO e a Reunião do Comité de Administração e Finanças, em Abuja, Nigéria 14-18 de novembro de 2012 para consolidar as propostas de orçamento das instituições da CEDEAO para a apresentação ao Conselho de Ministros para apreciação e aprovação. O GIABA participou ativamente, juntamente com outras instituições da CEDEAO no processo de reforma da gestão financeira, incluindo a finalização do Código de Propostas da CEDEAO.

726. O GIABA também participou da reunião do Comité de Auditoria realizada em julho de 2012 sobre a reforma institucional da CEDEAO em Abuja. Foram tomadas decisões importantes para fortalecer a gestão financeira das instituições da CEDEAO e facilitar a recolha de Comunidade Levy. No entanto, o Comité de Gestão Levy da CEDEAO, não pode reunir-se regularmente como prescrito pelos regulamentos, a reunião programada para ser recebida pelo GIABA foi adiada sine die e isso está a dificultar a tomada de decisões importantes que iria melhorar a gestão financeira da CEDEAO.

Planeamento do Aprovisionamento e Relatórios727. As reformas no processo de aquisição estão, sem dúvida, a ser abraçadas, embora lentamente, de forma firme. Em janeiro de 2012, a Unidade de Compras preparou um Plano de Aquisições abrangente, conforme exigido pelo Código de propostas da CEDEAO. Isso foi feito em estreita consulta com outros departamentos. O Processo de aquisição foi consolidado e as oportunidades foram criadas para gerir as actividades de compra de qualidade. Com o Plano de Aquisições, somos capazes de determinar o valor monetário de cada contrato.

728. No entanto, a Unidade de Aquisições continua a enfrentar desafios na implementação do Plano. Os principais desafios estão relacionados com custo e qualidade. O GIABA continua a enfrentar desafios adicionais, incluindo comunicações, pagamentos, regulamentos aduaneiros nos Estados membros, um período de tempo, transporte,

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regras governamentais estrangeiras e acordos comerciais. No entanto, algumas melhorias foram registadas no ano incluindo:

• Padronização: o GIABA estabeleceu documentação de aquisição e modelos para auxiliar no processo de aquisição. Itens padronizados e equipamentos que estejam em conformidade com as normas internacionais são altamente recomendados na prestação de apoio aos Estados membros. Isso não só, economiza tempo e dinheiro para o próprio GIABA, mas também para os empreiteiros de licitação para contratos do GIABA.

• Especificação: o GIABA continua a dar passos no sentido da utilização de especificações com base em resultados. Os utilizadores finais e as partes interessadas estão envolvidos no desenvolvimento das suas especificações: Os principais desafios que enfrentávamos era a definição estreita de especificações ou utilização de especificações comerciais (por exemplo, o uso de nomes de marcas). Isto resultou em menos alternativas com o aumento dos custos e produtos errados a serem obtidos.

• Lista de Fornecedores Aprovados: A lista completa de fornecedores foi preparada apesar de não ser uma exigência no presente Código de Propostas. A lista é composta por fornecedores que oferecem produtos e serviços de alto padrão com capacidade suficiente e estabilidade do negócio. O racional para a seleção dos fornecedores foi baseado em capacidades comprovadas, competências fundamentais reconhecidas (disciplinas) e registos objetivos de desempenho. A lista é atualizada anualmente através de avaliação de fornecedores e avaliação contínua. Isto foi feito para promover a eficiência, transparência, probidade e melhorar a gestão financeira. O processo de avaliação de desempenho motivou os fornecedores a melhorar o seu desempenho. Desafios associados à avaliação de fornecedores incluem compromissos de recursos e custo no estabelecimento e manutenção de um sistema robusto e eficaz. Assim, o compromisso de gestão e apoio de um processo de avaliação de fornecedores é essencial.

Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)

729. O GIABA é uma instituição intensiva das TIC. Grande parte das operações do GIABA é realizada eletronicamente. Portanto, o investimento em TIC. É uma prioridade para o GIABA. Cada ano, a instituição procura manter e melhorar a sua infra-estrutura TIC, a fim de facilitar os seus processos de trabalho. Em 2012, foram implementadas uma série de iniciativas e estas são descritas abaixo.

a) Dados Métricos de Voice over comunicação IP Link

730. Em 2012, o GIABA implantou um sistema de comunicação alternativo que interliga o Secretariado e o GIABA CNs do GIABA usando o VOIP protocolo de tecnologia de comunicação. Este sistema permitirá que os utilizadores comuniquem de forma gratuita, desde que tenham uma ligação à Internet com largura de banda suficiente, o

sistema tem recursos de ponta, como o encaminhamento de chamadas e flexibilidade para integrar outras plataformas. Os componentes do sistema VOIP incluem adaptador Cisco Linksys, Panasonic telefone digital e analógico Alcatel telefone, que se conectam a uma rede de área local ou um sistema sem fio ADSL. O sistema é resistente e duradouro porque a tecnologia utilizada é muito simples, móvel, flexível e eficiente.

b) Substituição de sistemas de computadores velhos e equipamento de TI

731. O GIABA opera um tempo de reciclagem de um máximo de 5 anos para os seus sistemas. Com base no inventário existente, todos os sistemas identificados e se verifique estarem à altura foram substituídos por novas versões atualizadas. O objetivo é fornecer ferramentas de trabalho eficazes e eficientes para melhorar a produtividade da equipa do GIABA. Os recursos de ponta dos computadores recém-instalados não requerem manutenção regular e apoio num futuro próximo previsível.

c) Películas de Proteção para reforçar a segurança no Secretariado do GIABA

732. O Secretariado do GIABA está localizado em frente à Universidade Cheikh Anta Diop, e a agitação dos estudantes irrompe de vez em quando. Como resultado, o GIABA decidiu reforçar a segurança dos seus escritórios. A película protetora sobre janelas de vidro vai melhorar a segurança do pessoal e visitantes do Secretariado, reduzindo o impacto de pequenas partículas de vidro que espalham com o impacto.

d) Fornecimento de túnel VPN e servidores de DNS no Secretariado do GIABA

733. Um túnel seguro VPN (Virtual Private Network) foi fornecido para ligar o Secretariado a um centro de dados remoto para backup regular de documentos e programas para minimizar o risco e facilitar a continuidade dos negócios. Além disso, a mobilidade do pessoal é alta devido a missões oficiais; como resultado foi estabelecido um túnel VPN Client/Server que já foi posto em prática, a fim de lhes proporcionar o acesso remoto seguro aos seus computadores no escritório. Isto é ainda mais crítico devido à migração prevista de um sistema de fluxo de trabalho eletrónico. A VPN também vai facilitar a operação contínua com os centros de informação localizados em Lagos e Abidjan.

e) Scanners de Moeda

734. Em novembro de 2007, o GIABA publicou o relatório do seu exercício de Tipologias de transações em dinheiro e passadores de fundos na África Ocidental. O estudo identificou as vulnerabilidades da África Ocidental em relação às transações de dinheiro e correios em dinheiro.

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No âmbito das recomendações do relatório, alguns Estados-Membros estão a ser apoiados com Scanners de moeda para fazer cumprir as suas leis locais contra o movimento transfronteiriço ilegal de dinheiro dentro e fora dos seus países. A Guiné-Bissau e Costa do Marfim foram os primeiros a beneficiar deste apoio em 2011.

735. Durante o decorrer do ano de 2012, o GIABA adquiriu Scanners de moeda para a Guiné Conakry e Libéria. No entanto, devido ao tempo gasto para o transporte e libertação da Alfândega, a instalação dos scanners será concluída no início de 2013.

736. Durante o último trimestre de 2012, o GIABA iniciou o processo de implantação de um Portal Intranet Elaborado e Sistema Automação de Processos de Negócio. O objetivo é automatizar os processos de trabalho interno do GIABA e para facilitar a colaboração e prestação eficiente de programas e projetos.

Conclusão

737. Construir e manter uma gestão baseado em melhoria contínua é um grande desafio num ambiente instável. O Secretariado tem procurado iniciar grandes reformas desde 2007, um salto em frente das reformas institucionais em curso da CEDEAO. A forte infra-estrutura TIC e melhores padrões internacionais que criou para o seu funcionamento ganharam a confiança dos parceiros técnicos e financeiros e, portanto, a abertura de novas vias de cooperação. Isto está em conformidade com a visão do GIABA a “ser um líder na promoção de uma aliança regional contra o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo e a proliferação de armas de destruição em massa.” O próximo passo será o de fortalecer a rede de correspondentes nacionais para atingir padrões semelhantes. Estamos conscientes dos desafios de tal esforço, devido a baixa capacidade da maioria dos nossos Estados-Membros, é por isso que estamos a apostar no apoio técnico e financeiro contínuo para satisfazer a nossa visão e objetivos.

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Capítulo Nove

CONCLUSÃO: DESAFIOS E PRIORIDADES FUTURAS

INTRODUÇÃO

738. Como foi relatado nos relatórios anuais anteriores, este relatório de 2012 reforçou o fato de que o GIABA tem trabalhado de forma

eficaz para promover padrões ABC/CFT aceitáveis , o que ajudou a melhorar os enquadramentos regulares e solidez dos sistemas financeiros na África Ocidental. Os capítulos anteriores demonstraram que coletivamente o GIABA ajudou os seus Estados membros a construir e consolidar os sistemas para controlar BC e FT, e certamente outras infracções subjacentes ao branqueamento de capitais, incluindo drogas, tráfico de pessoas, armas e insurreição, fraude e evasão fiscal, bem como corrupção. Tem apoiado activamente a formulação de estratégias nacionais; tem incentivado a criação de Comités ABC/CFT ativos em cada país membro; ajudou a estabelecer e fortalecer UIFs, aumentando assim a capacidade de investigação do EMtem ativamente defendido e apoiado a formulação ou atualização das leis ABC e CFT ajudou a financiar e realizar inúmeras atividades de formação sobre diversos assuntos relacionados para funcionários de toda a África Ocidental; e tem a consciência pública elevada em relação a este assunto em cada EM.

739. Deve ficar claro que, a fim de combater eficazmente os problemas do BC e FT, é fundamental ter uma ações abrangentes e integradas, não-partidária e de impacto orientado necessárias para impedir ou pelo menos reduzir a criminalidade organizada e o seu impacto na sociedade. Os capítulos anteriores forneceram uma visão abrangente de todas essas ações e seus impactos manifestos. O primeiro capítulo apresenta o relatório, dando uma breve etiologia da organização, incluindo o seu mandato, a visão, a missão, os principais órgãos e membros. Apesar da sua limitação no fornecimento de dados atual e sobre o tamanho dos sistemas financeiros, bem como as estatísticas sobre a investigação, processo e condenação em BC/FT, o capítulo 2 constitui um reservatório de conhecimento sobre os mecanismos existentes nos países membros para lidar com esses fenómenos. A conclusão geral desse capítulo é que a viagem tem sido lenta, mas constante, e as apostas são bastante elevadas em termos de perspectivas potenciais para a construção de arquitetura credível e sustentável para a luta contra o crime organizado e promover a integração regional. Capítulo 3 representa o registo de progresso na

implementação das normas do GAFI através do processo de AM. A vasta gama de publicações, incluindo tipologias e outros relatórios que tenham sido coordenados e orquestrados, como relatado no capítulo 4, são testemunhos claros do sucesso do GIABA como uma organização baseada no conhecimento. Estas publicações são recursos inestimáveis para diversas partes interessadas e pesquisadores ABC/CFT e representam uma importante contribuição para o esforço global para criar conhecimento, especialmente sobre esses fenómenos. Os inúmeros projetos de assistência técnica e programas realizados no ano considerado no relatório para apoiar os países membros a melhorar os seus sistemas foram elaborados no capítulo 5, enquanto um dos nichos muito importantes do GIABA, o de desenvolver e promover parcerias estratégicas e colaboração com a sociedade civil foram suficientemente relatadas no capítulo 6. O GIABA não pode agir isoladamente, portanto, cooperação regional e internacional, inclusive com as outras instituições da CEDEAO para promover e aprofundar a integração regional, bem como com a rede global FATF e IFI para enfrentar os flagelos de BC/FT foram discutidos no capítulo 7. Nenhuma organização pode funcionar efetivamente sem uma equipa competente, regras e regulamentos padrão, bem como apoio técnico e administrativo. Assim, o capítulo 8 relatou, ainda que, em resumo, os principais serviços administrativos e de apoio do GIABA em 2013.

740. Com base nesse enquadramento detalhado, portanto, este capítulo final é dedicado a informar sobre as lições aprendidas nos vários aspectos relatados nos capítulos anteriores, incluindo a promulgação legislativa, execução e adjudicação, a avaliação mútua e ações de acompanhamento lições aprendidas para lidar com diferentes segmentos da sociedade civil, na tentativa de mudar a percepção, atitudes e caráter, e mais importante, os fatores endógenos e exógenos que podem ter influenciado a elaboração e execução de programas do GIABA em geral. Os desafios encontrados ao longo do ano, bem como as perspectivas para o futuro das actividades do GIABA também serão examinados e discutidos neste capítulo conclusivo.

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Lições aprendidas741. Mesmo sem entrar em detalhes, seria lógico concluir que a aprovação e alteração da legislação fornece lições importantes, especialmente no que diz respeito à implementação das Recomendações revistas do GAFI, que incluem Financiamento da Proliferação, que a maioria, se não todos os Estados do GIABA ainda não criminalizaram,  e pode ter que o fazer para cumprir com o GAFI, especialmente Recomendação 7. O ritmo lento do processo legislativo foi uma importante lição aprendida. Uma das principais conquistas do GIABA ao longo dos anos é que todos os Estados membros têm promulgado leis que criminalizam o branqueamento de capitais. No entanto, muitas das peças da legislação, tanto a nível nacional e regional continuam a exigir melhoria em conformidade com os padrões internacionais aceitáveis. Uma importante lição aprendida é que a promulgação e modernização da legislação foi a ação mais difícil para os países para sair do processo de ICRG GAFI. Por exemplo, Nigéria, Gana e São Tomé e Príncipe tiveram de rever a sua legislação ABC/CFT várias vezes, incluindo a promulgação de novos regulamentos e outros meios executórios, ainda, até o final de 2012, ainda não estavam fora da revisão do GAFI. Esta deve ser uma lição tanto para os Estados-Membros e para o GIABA para garantir que, não obstante os processos parlamentares longos e, às vezes pesados, é melhor compreender os principais requisitos para a nova legislação ou alteração, incluindo a reunião do espírito e da letra das convenções pertinentes e Recomendações do GAFI, fazendo consultas amplas e eficazes entre as partes interessadas e, também procurando assistência técnica na forma de serviços de assessoria jurídica antes de iniciar o processo legal de fazer ou alterar a lei. Sem mais delongas sobre o problema, o GIABA tinha projetado com a ajuda de parceiros de desenvolvimento, modelo de lei ABC/CFT que foram aprovados pelos Estados-Membros, mas alguns países não fazem uso dos elementos-chave para a produção de legislação aceitável.

742. Em alguns casos, os políticos foram sensíveis, para não dizer menos, na promulgação de leis que perceberam como “martelo”, que pode ser arrebatado juntamente com eles. Noutros casos, havia sensibilidades com base em situações de segurança nacional, por exemplo, o que seria a definição de um terrorista, por um lado, e  rebeldes ou lutador liberdade por outro. Havia também muitos casos em que alguns crimes antecedentes foram inadvertidamente omitidos da lista de crimes que constituem BC e obter os parlamentos a reconsiderar esses casos não foi nada fácil. De uma perspectiva regional e no que diz respeito aos textos comunitários, além do processo de domesticação demorar muito em alguns países, algumas questões importantes foram ignoradas ou consideradas como não importante em alguns países. As lições aprendidas em relação à legislação continua, mas a coisa mais importante é que é um problema meio resolvido se as suas causas são conhecidas, e que é precisamente o que as lições nesta área nos ensinaram.

743. No entanto, uma coisa é fazer uma lei, e uma outra, talvez mais importante é fazer o trabalho da lei - execução. O objetivo do processo de revisão por pares não é apenas determinar que a lei está em vigor, mas também

que ela é efetivamente aplicada. Durante a primeira ronda de avaliações mútuas, algumas lições importantes foram aprendidas nesse sentido. Apesar de muitos países membros do GIABA terem sido classificados largamente conforme com relação à legislação branqueamento de capitais, quase todos foram classificados como parcialmente ou não conforme na legislação do financiamento do terrorismo. Conformidade significa que o EM vai fazer todas as disposições legais e técnicas para a prevenção e controlo do BC & FT nos seus países. Espera-se que se imponham exigências e sanções em caso de incumprimento, e a realidade da “obrigação” irá tornar-se a norma. No geral, embora as classificações nos RAM no capítulo 3 não parecem muito bem, como uma lição, foi um notável sucesso e tem sido feito progresso, especialmente através de um processo de acompanhamento rigoroso.

744. Assim, o GIABA adoptou um processo de acompanhamento de quatro níveis graduados para implementar as recomendações contidas no RAM de países avaliados, que fornecem uma grande quantidade de lições para o trabalho futuro. Como uma abordagem acelerada, todos os Estados membros avaliadas foram colocados no accompanhamento normal acelerado, num caso em que um país foi requerido apresentar um relatório à Plenária uma vez por ano após a aprovação do seu RAM. Após contínuo fraco desempenho dos Estados membros, cinco países foram transferidos para o processo de acompanhamento reforçado obrigando-os a reportar em cada Plenária sobre o seu progresso. Estas foram decisões muito difíceis que colocam pressão sobre os países e os seus recursos, no entanto, aceitaram como uma demonstração do seu compromisso com o processo. A robustez do processo de acompanhamento levou a uma melhoria significativa nos regimes ABC/CFT dos Estados membros, incluindo a revisão de legislação moribunda ABC/CFT, a criação de novas leis, capacitação acelerada de funcionários interessados e criação e reforço relevantes de instituições de apoio. Os membros já perceberam que precisam de leis em ação, em vez de leis na prateleira, a promulgação das leis criou também a base jurídica necessária para o estabelecimento da UIF, entre outros.

745. A experiência da primeira ronda de avaliações revelou que o QAM era muito volumoso e, como tal, a sua conclusão foi trabalhosa, demorada e fez alguns países enviar uma enxurrada de documentos e informações, alguns dos quais eram irrelevantes para a auto-avaliação. O GAFI também percebeu isso e tem em conjunto com outros órgãos da rede, revisto e melhorado a metodologia de avaliação, bem como o QAM para a próxima ronda de avaliação.

746. Outra lição aprendida na condução da avaliação mútua tem a ver com a qualidade de alguns RAM. Isto pode ter sido um resultado da utilização de linguagens diferentes para avaliar diferentes sistemas jurídicos e financeiros. Às vezes, os avaliadores treinados não estavam disponíveis para tarefa no local devido a qualquer transferência para outros horários ou sobreposição de tarefas. O GIABA tentou melhorar a qualidade dos RAM fazendo os avaliadores ficar por pelo menos três dias no local para elaborar um projecto de relato, a fim de não perder a memória quando tinham retornado ao

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seu trabalho normal. Isso ajudou no final da primeira ronda, mas não sem custo uma vez que o Secretariado deve fornecer per diem aos assessores.

747. A partir das perspectivas do in situ, houve algumas dificuldades com a realização de reuniões em diferentes locais ou cidades. Alguns altos funcionários não estavam disponíveis para entrevista e essas reuniões tiveram de ser adiadas noutros casos. A gestão de reuniões também foi um problema nalguns casos, especialmente onde não havia uma coordenação adequada.

748. No que diz respeito aos estudos de tipologias, ainda há uma escassez de especialistas em branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo relacionado. A experiência com a a gestão das Bolsas de Investigação mostra que a maioria dos premiados, apesar dos termos de referência que lhes foi dado, não entendem completamente por que receberam tal atribuição e a responsabilidade recaía sobre o Secretariado para fornecer tutoria e orientação numa base contínua para esse empreendimento pudesse ter sucesso. Apesar disso, é preciso reconhecer que alguns premiados fizeram um excelente trabalho que merece elogios. Acima de tudo, a maior lição que aprendi é que o GIABA se tornou um reservatório de conhecimento sobre ABC/CFT na região. Não obstante as fraquezas em alguns dos estudos, todos eles atingiram os seus objectivos, em grande medida. A questão do que acontece com os resultados dos estudos tem a ver com a implementação das recomendações, tanto a nível regional como nacional, alguns dos quais têm sido relatados no âmbito da assistência técnica no capítulo 5.

749. No geral, apesar do GIABA ser como qualquer organização internacional ou regional em termos de diversidade, uma lição crítica aprendida é da gestão das diversidades culturais, linguísticas e outras dentro do Secretariado e entre os membros. Para operar numa comunidade de três línguas e cada país tendo a a sua própria agenda nas nossas circunstâncias peculiares é uma tarefa hercúlea. No entanto, todas as barreiras percebidas, imaginadas ou reais não têm de qualquer forma afetado o funcionamento eficaz do GIABA, ao invés, a série de retiros organizados especialmente os membros da equipa ajudaram tremendamente na promoção de um espírito de trabalho em equipa e isso deve ser mantido e consolidado ao longo do tempo

Desafios750. A maioria dos desafios encontrados na implementação das actividades do programa também foram as lições aprendidas, mas para fins de clareza e distinção, os desafios podem ser classificados em fatores endógenos e exógenos que influenciaram a concepção, projeto e implementação de tais atividades. Como o GIABA tem o controlo absoluto das suas variáveis em termos de coordenação de EM, perceiros, entidades de conformidade, os doadores e outras partes interessadas, é óbvio que o complexo processo de coordenação irá colocar alguns desafios.

751. O primeiro e talvez o mais importante desafio externo tinha a ver com os recursos limitados e as prioridades concorrentes dos Estados membros. Isto manifesta-se de várias maneiras:

• Recursos insuficientes nalguns países para construir fortalecer e sustentar instituições/estruturas. Por exemplo, a criação de UIF continua a ser um desafio para a Libéria e a Guiné, algumas UIF não têm o pleno complemento de pessoal, etc.

• Em alguns casos, até mesmo onde os recursos estão lá, convencer as autoridades políticas para alocar os recursos para a ABC/CFT também foi um desafio;

• Dotação orçamentária insuficiente para ABC/CFT em alguns países;

• Escassez de pessoal qualificado na ABC/CFT. Isso não significa que a formação ministrada nos últimos anos não mudou alguma coisa. Em vez disso, o ponto é que, quando as leis estão em vigor, a infra-estrutura está lá, foi suscitada a sensibilização e chegamos a um altitude de cruzeiro, onde as pessoas esperam resultados, então torna-se a responsabilidade das pessoas conhecedoras nos EM assegurar os resultados esperados. Agora é sobre a “entrega” dos bens. E isso só pode ocorrer quando as pessoas competentes e dedicadas assumem a tarefa de o fazer e são autorizados a permanecer na programação por um tempo considerável para sustentar os seus esforços e conquistas;

• Talvez a manifestação mais preocupante deste desafio é a baixa capacidade de absorção de alguns países. Isto foi discutido em pormenor no capítulo 5, e não há necessidade de se entrar em detalhes aqui sobre esta questão. Basta dizer que isso está diretamente relacionado com o compromisso e competências em cada jurisdição e as suas prioridades.

752. O segundo desafio tem a ver com a instabilidade política que caracteriza alguns países durante o ano. Para dizer o mínimo, as estruturas de ABC/CFT só poderá ser criadas e sustentadas quando há política estável. A instabilidade política é um fator recorrente que surge periodicamente para dificultar o trabalho que vem sendo realizado nos EM para combater a BC & FT. Os exemplos abundam em que a agitação social ou agitação política impediram a continuidade do trabalho que vem sendo realizado, ou a eficiência desse trabalho. Pode-se pensar a situação na Costa do Marfim há pouco tempo, ou os problemas em curso na Guiné-Bissau, ou a mudança de regime na Guiné, ou ainda a rebelião no Mali, para citarmos apenas alguns. Algumas delas precisam ser mais elaboradas.

753. Em 2012, a situação política na Guiné-Bissau e Mali, como discutido no capítulo 2 teve repercussões sérias para a ABC/CFT, tal como aconteceu no passado recente na Guiné. Por exemplo, após a tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau, alguns países impuseram sanções ao paísapesar do governo de transição ter sido formado e mandatado para realizar uma eleição livre e justa, a sanção não foi levantada, o que significa que aqueles que impuseram a sanção em vez de unir forças com a CEDEAO para restaurar a paz e a estabilidade no país, agravaram porque as sanções significam muitas coisas: não há apoio técnico e financeiro, nenhum negócio,

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etc., e num país que é frágil e fraco economicamente, as sanções só podem exacerbar a taxa de desemprego entre os jovens, o aumento da criminalidade e da violência. O que a Guiné-Bissau precisava nas circunstâncias de 2012 não era uma punição por não democratizar, lamento dizer, pois este não é um relato político, mas de incentivos e apoio para lidar com os problemas políticos críticos que levaram ao conflito ou violência. No Mali, também, não foi possível contemplar a aplicação efectiva das medidas ABC/CFT em áreas assumidas pelos rebeldes, para não falar da implantação de qualquer ajuda para construir a estrutura ABC/CFT. É por isso que apesar do Mali foi o primeiro país beneficário previsto pelo GIABA para receber o dispositivo analítico ABC/CFT de acordo com o plano do projeto;não foi possível por causa da instabilidade.

754. Cada vez mais, o setor privado, particularmente IFs já aceitam toda a responsabilidade para a prevenção do BC/FT nos seus sistemas e muitas delas estão a investir maciçamente em formação de pessoal e controlo interno. No entanto, devido ao lucro dos intermediários financeiros e da concorrência no setor financeiro, parece haver uma apatia geral para a geração oportuna de relatórios de comunicaçõs de operação suspeitas (COS) pela entidade participante. Em alguns países, no entanto, há o problema da confiança entre as entidades declarantes e as UIF.

755. A corrupção é um fenómeno universal que assola todas as partes do mundo. Está presente em todos os lugares, mas tem um impacto mais significativo em África por causa de mecanismos de resposta fracos ou sistemas inadequados de prevenção, detecção, investigação e repressão. Além disso, os níveis de pobreza na África Ocidental são tais que prosperidade econômica ilude grandes parcelas da população. Isto por sua vez, cria um medo de se tornar prevalecente ou permanecer abjetamente pobre uma numerário de síndrome que permeia tudo e tende a glorificar a riqueza.

756. Na sua Cimeira de Setembro de 2009, em Pittsburg, EUA, os líderes dos países do G20 emitiram uma Declaração e exortaram o GAFI a identificar jurisdições não cooperantes e de “alto risco” para um acompanhamento mais próximo. Parte da Declaração lê em resumo: “Estamos prontos para usar medidas contra os paraísos fiscais a partir de março de 2010. Congratulamo-nos com os progressos realizados pelo Grupo de Ação Financeira (GAFI) na luta contra o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo e exortamos o GAFI a emitir uma lista pública de jurisdições de alto risco, em fevereiro de 2010. Desde então, a corrupção tornou-se uma das principais considerações no trabalho do GAFI e é bem abordada nas Recomendações revistas do GAFI, especialmente no que diz respeito aos PPE.

757. Num dos estudos realizados pelo GIABA, a corrupção foi identificada como um grande desafio para lutar contra BC e FT, porque não só gera receitas ilícitas, mas também protege as pessoas envolvidas no branqueamento de capitais. Infelizmente, enquanto a Declaração do G20 é clara em tomar uma ação decisiva contra a corrupção, parece concentrar-se apenas na origem, deixando o destino dos

recursos. Vários relatórios divulgados por várias organizações, incluindo os da Global Financial Integrity sobre os fluxos financeiros ilícitos sugerem que a maioria dos produtos da corrupção da África está localizada noutras partes do mundo. O desafio de lidar com a corrupção no contexto da ABC/CFT é que a abordagem tem de ser abrangente, integrada e cooperativa. Se os bancos ocidentais continuam a permitir que os produtos resultantes da corrupção seja m depositados nos seus sistemas financeiros, a África deverá continuar a ter falta de recursos para o desenvolvimento e o círculo vicioso continuará. É, portanto, esperançoso que a implementação das normas revistas do GAFI enfrente este desafio.

758. Aproveitando as lições aprendidas e os desafios enfrentados na implementação das 40 + 9 Recomendações do GAFI, o GAFI, em colaboração com outras partes interessadas (OREGs, instituições financeiras internacionais e Nações Unidas), e em consulta com o setor privado, realizou uma revisão da aplicação das normas e notou a falta de EFETIVIDADE como uma grande fraqueza. Consequentemente, através de várias reuniões de consulta, o GAFI aprovou um novo conjunto de normas em fevereiro de 2012. As normas revistas deverão fornecer os governos com as ferramentas mais fortes para tomar medidas contra a criminalidade financeira, ao mesmo tempo lidar com as novas áreas prioritárias.

759. Com esta revisão, as normas tornaram-se mais coesas, mais claras na sua aplicação e interpretação, e medidas adicionais que facilitem a EFICÁCIA foram adicionados. Em particular, em resposta ao apelo do G-20 sobre o GAFI para identificar potenciais países corruptos e submetê-los a uma revisão orientada, a definição de Pessoas Politicamente Expostas (PPE) foi expandida para incluir PPE domésticas. Um novo crime antecedente - crime fiscal, foi adicionado à lista de infracções designadas, e em consonância com RCSNU adequadas, os países foram chamados para implementar sanções financeiras específicas relativas ao financiamento da proliferação de armas de destruição em massa.

760. As normas revistas estão ancoradas nas seguintes medidas essenciais a serem tomadas pelos países:

• Identificação de riscos, elaboração de políticas e assegurar a coordenação nacional;

• Combate ao branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e o financiamento da proliferação;

• A aplicação de medidas preventivas para salvaguardar as instituições envolvidas na intermediação financeira e noutros setores designados;

• Capacitação adequada e definição de função adequada para as autoridades competentes (investigativo, a aplicação da lei, e as autoridades de supervisão);

• Aumentar a transparência e a disponibilidade de informações relativas à titularidade de pessoas jurídicas e arranjos, e

• Facilitar a cooperação internacional em tempo hábil e ágil.

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761. As disposições das normas revistas pedem o reforço da cooperação, colaboração e uma melhor coordenação de todos os intervenientes na implementação de regimes ABC/CFT. Tanto a nível sectorial como nacional. A nível nacional, os países devem:

a. Rever as suas leis ABC/CFT para garantir que todas as 21 infracções subjacentes designadas estão devidamente criminalizadas em conformidade com normas revistas.

b. Certificar-se de que há está em vigor um quadro político nacional ABC/CFT operacional.

c. Assegurar a existência de um quadro de Avaliação de Risco Nacional (ARN) para facilitar a implantação da abordagem baseada no risco (RBA) para funções de conformidade ABC/CFT.

762. O foco na eficácia das normas revistas exige que as entidades de relatórios proporcionem informações sobre operações suspeitas úteis (COS) à UIF. Um dos principais desafios no relato de COS foi a apresentação de um grande número de COS inúteis que levam à má investigação, acusação indevida e não condenações.

763. O NRA é  construído a partir dos resultados de exercícios institucionais e setoriais de avaliação de risco. Não é por acaso que as normas revistas colocam a ênfase na adoção de uma abordagem baseada no risco de função de conformidade ABC/CFT. Foi concebido para ajudar as instituições financeiras, não só a realizar ABC/CFT numa base sensível ao risco, mas também para garantir a priorização das ações, bem como a otimização de recursos. Assim, os agentes de conformidade são uma chave para o desenho de uma estrutura de gestão de risco com base na avaliação de risco adequada. À medida que a RBA está previsto para ser implementado como um processo end-to-end, em seguida, os oficiais de conformidade seriam os proprietários do processo, especialmente no fornecimento de avaliação de risco oportuna antes do lançamento de novos produtos ou de implantação de novas tecnologias. Neste sentido, os responsáveis pela conformidade precisarão desenvolver um “Pensamento Visual” ABC/CFT para capturar a essência dos princípios ABR que facilitem a inteligência financeira.

764. Os requisitos de DVC no novo conjunto de normas prevêem a implantação de abordagem sensível ao risco para monitoramento de clientes, especialmente os PPE que se tornaram o centro de atração em relação a questões de corrupção e facilitação de práticas corruptas. Portanto, cabe aos agentes de conformidade evoluir mecanismo robusto para manter atenção sobre esta categoria de clientes.

765. Este longo antecedente sobre as normas do GAFI é dado aqui, a fim de colocar os desafios na implementação das recomendações revistas numa perspectiva futurista. Além dos desafios normais que os países de baixa capacidade enfrentam na aplicação das normas anteriores, um grande desafio que alguns membros do GIABA enfrentam para implementar eficazmente as novas normas, diz respeito ao devido processo legal. Promulgação de leis que exigem

o congelamento ou a privação de propriedade sem aviso prévio às partes e sem submeter a decisão de congelar a algum tipo de revisão judicial nacional pode ir contra a corrente do arranjo constitucional em alguns países e isso pode ser um problema. Como foi experimentado durante a execução de RCSNU sobre FT, uma ordem de congelamento administrativo indefinido é um conceito desconhecido e apesar da margem de manobra de petição ao ST através de um ponto focal, como observado no caso de Kadi2601, o problema, na realidade, decorre da implementação nacional da Resolução. A implementação nacional das RCSNU ainda está repleta de desafios relacionados com o devido processo adequado, e como já foi dito, são precisos mecanismos nacionais criativas para os governos cumprirem as obrigações legislativas e administrativas embutidas em resoluções do RSCNU2612. Assim, no âmbito dos quadros jurídicos nacionais, as questões relativas à implementação adequada ainda permanecem.

766. A maioria dos países tem capacidade limitada e enfrentam diversas dificuldades na implementação das resoluções. A capacidade de detectar, identificar e evitar as ameaças representadas pela proliferação de ADM exigirá formação e capacitação. O processo de actualização e divulgação da lista e comunicar designações para as instituições financeiras e EPNFD ainda não está bem estabelecido em muitos países. Além disso, alguns países ainda carecem de mecanismos de cooperação internacional adequados que lhes permitam facilitar a troca eficaz de informações. No entanto, o Secretariado vai continuar a trabalhar em estreita colaboração com os EM e os parceiros de desenvolvimento em “combater o financiamento da proliferação de armas de destruição maciça” aspectos do seu trabalho e colaborar com os atores regionais e internacionais envolvidos no combate ao financiamento da proliferação de armas de destruição maciça.

767. Em resumo, portanto, apesar dos esforços feitos e os feitos alcançados no combate BC/FT na região, os seguintes desafios e restrições permanecem, entre outros:

• O domínio de dinheiro em transações favorece o anonimato, negando, assim, pistas de auditoria, bem como a prevalência de um grande setor informal caracterizado por opacidade e falta de regulamentação.

• Controlos fracos nas fronteiras na região continuam a ser um grande problema2623.

• Vontade política inadequada para adotar e implementar ABC/CFT robustos.

• Recursos inadequados e prioridades concorrentes em termos de recursos e mão-de-obra qualificada por parte de ambos os reguladores e os operadores.

• Baixa capacidade de absorção em termos de capacidade de utilizar adequadamente

260 C-402/05 P e C-415/05 P, Yassin Abdullah Kadi e Al Barakaat International Foundation v Council and Com-mission, judgment de 3 Setembro 2008

261 Noël Stott

262 Uma das prioridades da CEDEAO é promover a livre circulação de pessoas e bens. No entanto, este parece ser abusado em alguns casos, por criminosos que se aproveitam da boa política para atravessar fronteiras e perpetrar atividades ilegais.

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o financiamento e apoio técnico, refletindo deficiências em regimes ABC/CFT e uma escassez de pessoal ABC/CFT qualificado.

• Os poucos dados que existem são pobres em qualidade, abrangência, pontualidade e disponibilidade de dados.

• Insuficiente cooperação inter-agências e a coordenação, resultando em arbitragem regulatória e implementação ineficaz de medidas ABC/CFT.

• Falta de diligente investigação e acção penal, o que dificulta a rapidez de entrega da justiça, de um lado e faz um processo judicial muito lento no outro. Estes levaram a um número relativamente baixo de condenações.

• O baixo nível de consciência de alguns interessados .

• Pobre cultura de conformidade, refletindo a situação na sociedade em geral.

• A prevalência da corrupção, o que proporciona um ambiente propício ao BC/FT.

• Os efeitos de “retrobranqueamento” da globalização e internacionalização, que permite aos criminosos o espaço económico e a tecnologia para executarem as suas operações e quase sem detecção, contra a limitada capacidade das autoridades competentes de aplicação da lei na região.

Prioridades futuras768. As lições aprendidas e os muitos desafios discutidos acima não significam que o futuro é sombrio ou que estamos a perder a luta. Longe disso, existem várias perspectivas que, se devidamente aproveitadas e mobilizadas, podem produzir resultados ainda maiores nos próximos anos. Sem levar isso em qualquer ordem de prioridade, é possível concluir que a sabedoria da autoridade dos Chefes de Estado da CEDEAO de estabelecer o GIABA como uma instituição da comunidade e desenhar o seu financiamento diretamente da Comunidade Levy é a maior vantagem que o GIABA tem e enquanto os membros continuam com as contribuições da comunidade Levy à CEDEAO, a principal fonte de financiamento do GIABA estará assegurada. A fim de cumprir o seu mandato e para alcançar os seus objetivos declarados, a organização deve assegurar que tem recursos orçamentais suficientes para cumprir com as expectativas. Historicamente, uma parte considerável do financiamento do GIABA veio diretamente da CEDEAO. Mas o GIABA está estruturado de tal forma que pode receber recursos de fontes alternativas e utilizar esses fundos para as suas atividades. As fontes de financiamento, desde então, tornam-se infinitamente mais diversificadas.

769. Os criminosos não respeitam a soberania nacional, nem hesitam em abusar dos elos mais fracos da cadeia regional. Portanto, é imperativo que a ação intergovernamental seja organizada a fim de combater eficazmente esses fenómenos de forma sistemática. Isto requer uma coordenação de esforços entre todos os intervenientes e parceiros com uma visão compartilhada e missão sob a Visão 2020 da CEDEAO, e mesmo mais além. Ignorar esta realidade é um convite à sobreposição, o desperdício de energia e tempo, as intervenções contra-produtivas, e até mesmo ao fracasso das atividades devido

ao apoio financeiro ou logístico insuficiente. Coordenação adequada requer a partilha de informação numa base constante, através de meios estruturados e coerentes. Estes podem ser efetivamente incorporada aos planos de trabalho, e monitorados por todas as partes interessadas, a fim de determinar onde podem ser desenvolvidas as sinergias, onde  pode ser aproveitada a ação e empreendidas conjuntamente, e onde as complementaridades podem ser melhoradas para melhores resultados. Deve haver programas baseados em evidências, tendo em conta as vantagens comparativas do que o GIABA faz  melhor para evitar a duplicação de esforços. Por outras palavras, a coordenação é a chave para obter melhores resultados.

770. No que diz respeito ao lucro dos intermediários financeiros e da concorrência no setor financeiro, o que precisa, essencialmente,  ser alcançado, além de uma regulamentação eficaz, é  persuasão moral do setor privado através de uma maior consulta e diálogo que visam vincular o seu objectivo comercial com a obrigação de conformidade. O setor privado na região deve chegar a entender, apreciar e abraçar plenamente o seu papel na promoção de boas práticas, bem como a protecção da integridade, credibilidade e solidez do sistema financeiro em particular.

771. Tomando em conta os desafios acima mencionados e outras peculiaridades da região, também há uma necessidade de flexibilidade. Em particular, medidas de conformidade não devem desencorajar as pessoas de utilizar serviços financeiros formais por causa de burocracia ou inapropriada implementação de medidas ABC/CFT. Economias baseadas em dinheiro, os cidadãos devem ser encorajados a utilizar cada vez mais instrumentos formais financeiros para as suas operações, tais como serviços bancários, de investimento e transferências de moeda e taxas de serviços, faturamento, etc. Isto é especialmente importante para os segmentos de baixa renda da sociedade, que desconfiam do sistema formal, que estão acostumados a lidar em pessoa e em numerário, e que muitas vezes não sabem ou não entendem completamente os instrumentos financeiros disponíveis ou estruturas. Mas, além da situação óbvia dos assalariados de baixa renda, aqueles que acumulam uma enorme riqueza através da corrupção, muitas vezes em dinheiro e mantêm os recursos em bunkers subterrâneos nas suas casas também devem ser desencorajados a fazê-lo por vários meios. As formas e os meios de o fazer não podem ser discutidos aqui por falta de espaço, mas o fato óbvio deve-se afirmar que um elevado grau de flexibilidade e alcance também são necessários nos EM para lidar com esses problemas de várias perspectivas.

772. No que diz respeito ao impacto global dos esforços regionais a nível nacional, uma maior ênfase deve, portanto, ser colocada no reforço da investigação, julgamento e condenação de casos de alto perfil, bem como a recuperação de bens de origem criminosa de presidiários. A fraqueza prevalecente no julgamento de casos BC/FT levou aos excessivamente longos atrasos e, nalguns casos, a cessação dos julgamentos inconclusivos. Esta falha atenua o entusiasmo do público gerado pela descoberta inicial do BC/FT casos de alto perfil. Da mesma forma, a falta de condenação sobre casos BC/FT de grande repercussão não só prejudica a fé pública no incipiente regime ABC/CFT, mas também

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faz um absurdo dos sucessos caros nas fases de regulação e fiscalização. Isso prejudica ainda mais a credibilidade do sistema judiciário e do sistema global de justiça criminal.

773. Reforçar a acusação e condenação de criminosos de alto perfil vai garantir que tais casos são perseguidos à conclusão lógica, reforçando assim a legitimidade das instituições e contando com o apoio do público para a luta contra o BC/FT. Mas também irá garantir que o trabalho penoso de agentes policiais, pesquisadores, reguladores e oficiais de conformidade, bem como os escassos recursos públicos investidos em tal trabalho não são desperdiçados, mas sim recompensado através de punição eficaz.

774. No entanto, apenas a condenação e sentença, mesmo que severa, não é um factor de dissuasão suficiente, onde o crime está em grande escala e o valor envolvido é enorme. Onde criminosos condenados têm ainda acesso ao volume colossal dos produtos do seu crime,  têm um incentivo para cumprir a pena com paciência, a fim de voltar para desfrutar de tais bens. Por outro lado, onde o acesso ao produto do crime é permanentemente negado aos criminosos e onde esses activos sejam devolvidos com sucesso à comunidade, cometer tais crimes no futuro torna-se cada vez menos atraente. Confiscar e recuperar os ativos criminais de presos é, portanto, condição sine qua non para a dissuasão eficaz contra os crimes de BC/FT. No geral, o fortalecimento da investigação, julgamento, alcançar condenação de alto perfil e registar a recuperação bem-sucedida de ativos constituem uma área de prioridade imediata na região na implementação de regimes ABC/CFT de normas internacionais.

775. O novo sistema baseado no M&A mostra que o GIABA tem muitos pontos de entrada complementares para reforçar a luta contra ABC/CFT, com seus objetivos estratégicos em vigor que abrangem todas as partes interessadas com um papel a desempenhar. Questões de liderança, independência, integridade, bem como a capacidade também estão bem integrados na abordagem do GIABA. Há no entanto uma série de pressupostos e/ou pré-condições para o sucesso, que estão, em grande parte, fora do controlo do GIABA. Estes incluem o comportamento de infratores de BC/FT (pois muitos operam fora do sector formal), a liberdade de informação e os mecanismos de proteção do denunciante e do processo de justiça criminal. Além disso, mesmo quando efetivamente combinadas, avaliações mútuas e ações de acompanhamento, assistência técnica, mobilização das partes interessadas e de advocacia de alto nível não podem garantir que surgirão automaticamente mudanças positivas no comportamento.

776. De longe, o maior sustentáculo para o sucesso do GIABA está na sua estrutura interna e liderança. A Gestão de Recursos Humanos é uma área crucial da tarefa administrativa em geral. Em particular, a contratação de prática e as práticas administrativas discutidas no capítulo 8, se mantida e melhorada, pode fazer a organização um modelo real, não

apenas dentro da CEDEAO, mas internacionalmente.

777. As relações de pessoal são sempre um assunto delicado, e é necessário muito cuidado, a fim de não criar divisões que podem ser prejudiciais para alcançar os objetivos desejados. Muito cuidado continuará a ser dado a garantir que o direito individual ocupa a posição certa. Às vezes, é necessário que a administração tome certas decisões que não são populares, mas isso faz parte do processo de gestão. Dito isto, é fundamental manter a credibilidade do processo de seleção de pessoal, e que a aparência de favoritismo ou tratamento especial não é transmitida. Isto também é verdadeiro no que diz respeito ao processo de avaliação pessoal, onde a objectividade deve ser mantida. Tudo isto nem sempre é fácil. Mas é essencial para a moral do pessoal, para a construção de confiança e criar laços dentro da Organização. Isto é particularmente verdadeiro no ambiente ABC/CFT ou ambiente “crime financeiro” em geral, onde as questões de confiança e fiabilidade são fundamentais para a realização do trabalho de confiança.

778. Além disso, a questão do controlo de qualidade é um passo importante neste contexto particular. Gestores de programas precisam garantir que a entrega é feita de acordo com normas e prazos adequados. Se uma determinada atividade está mal feita ou deficientemente, inevitavelmente terá impacto no plano de trabalho global. Muitas ações dependem do fornecimento adequado de atividades anteriores, assim como o acompanhamento ativo, e não pode ser feito sem ter sido estabelecida a base prévia adequada. Assim, a necessidade de assegurar que toda a entrega é feita de forma adequada, oportuna, adequada, sequencial e completa, como esperado nos Planos de Trabalho Estratégico e Anual.

779. No geral, o sucesso de qualquer organização depende do desempenho do pessoal, e o GIABA demonstrou, nomeadamente, que: (1) as equipas devem ser bem conduzidas. A liderança eficaz pode vir de um indivíduo ou da própria equipa, mas a liderança é o único mais importante para o sucesso2634, (2) para realizar um trabalho exemplar, deve haver um foco nos resultados e a clareza dos resultados aos Estados-Membros; (3) os EM devem demonstrar que são igualmente bons jogadores da equipa a ser apoiados pelo Secretariado. Isso normalmente permitirá evitar atraso de programas ou recaída na implementação e acompanhamento; (4) O desenvolvimento de competências tanto no Secretariado e nos EM é um processo contínuo, e (5) por meio das suas atividades, a visibilidade do GIABA floresceu na região e já criou uma comunidade de apóstolos contra o BC e FT. Como este é um período de transição, tudo isso deve ser levado em conta na gestão da transição na liderança da organização.

263 Mark Miller, 5 Reasons Most Teams Underperfom, Guest Post

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150 Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

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Conclusão780. No documento publicado pelo 10 º Aniversário do GIABA, foi claramente indicado e deve ser repetido aqui que “todas as coisas consideradas, sobretudo tendo em conta que o GIABA tem um Plano estratégico robusto de quatro anos para 2011-2014, apoiado mecanismo de implementação orientado para os resultados o que garantiria uma grande medida de sucesso, há espaço para o otimismo de que os Estados-Membros estariam bem no caminho para alcançar conformidade satisfatória com padrões aceitáveis internacionais de ABC/CFT a médio prazo, provavelmente no quadro e no calendário do Plano Estratégico 2011-2014 do GIABA”2645.

781. Um regime sustentado e credível exige vontade política visível, no entanto, é o resultado de uma intervenção ativa que determina o sucesso. Esta vontade e comprometimento também podem ser medidos através da atribuição de recursos orçamentais suficientes pelo Governo para os esforços ABC/CFT. Todos os crimes principais que são cometidos, a fim de garantir o ganho ilícito e ilegítimo inevitavelmente resultam em BC. Portanto, não pode ser ignorada, uma vez que representa a fonte do dinheiro sujo. Esses crimes são bastante variadas e facilmente apontados. Uma vez que também devem ser denunciados e tratados

264 GIABA @ 10, Cap. 4, para 82, p. 43 – Conclusão.

pelas autoridades, pode ser tentador pedir às mesmas pessoas ou instituições competentes que combatem BC/FT para também combaterem as infracções subjacentes, que são a fonte do BC, em primeiro lugar!

782. Todo esforço humano é imperfeito, portanto, há a necessidade de melhorar o processo de AM, assegurando que os avaliadores verdadeiramente cumprem normas rígidas para a avaliação dos seus pares, e pela garantia de que a proposta de medidas de acompanhamento é de fato realizada. Assim como a qualidade de RAM deve ser melhorada, assim também deve ser a vibrante qualidade das discussões plenárias sobre tais relatos. Assim, na execução do programa, o GIABA deve garantir, como prioridade,  que as propostas de AM de correcção são de fato realizadas e implementadas. Esse processo ajuda a promover a conformidade, o que é uma prioridade a partir de agora para o GIABA.

783. Finalmente, o GIABA é e continuará a ser um líder na promoção da aliança regional para combater (esses) fenómenos, é claro, com o compromisso, a cooperação e o apoio dos seus membros bem como a assistência e o apoio da comunidade internacional, especialmente a comunidade de doadores.

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151Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

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Apêndice I: Plano de Trabalho 2013

PRIMEIRO TRIMESTRE Janeiro Fevereiro Março

SN Atividade/Programa/Projeto

1ª S

M

2ª S

M

3rdS

M

4th

WK

1ª S

M

2ª S

M

3rªS

M

4tª S

M

1ª S

M

2ª S

M

3ª S

M

4ª S

M

1. 2013 Preparação do Relatório Anual 01 de Janeiro - 20 de Dezembro

2. Reunião das Instituições da CEDEAO (Durante todo o ano)

3. Manutenção do Painel Publicitário para mensagens de sensibilização ABC/CFT (Mali, Gâmbia, Guiné Bissau, Cabo Verde, Serra Leoa; Janeiro-Julho)

4. Reuniões da Comissão de Trabalho de Grupo Egmont (WGC) (Bruxelas, Bélgica - 20 - 25 de Janeiro)

5. Reunião Acompanhamento de Advocacia em questões de Avaliação Mútua (Serra Leoa, 21 - 25 de Janeiro)

6. 1° Projeto do Relatório anual de 2012 (GIABA Sec; 24 de Janeiro)

7. Programação do Seminário, cumprimentos época natalícia e Assembleia Geral (30 - 31 de Janeiro)

8. Plano de Organização de Eventos Sociais do GIABA (Comissão) (Todo o ano)

9. Projeto e Plano de Finalização da Plataforma E-Work (GIABA Sec; 1 de Fevereiro - 1 de Abril)

10. Radiodifusão mensagens de sensibilização de ABC/CFT nos Estados-Membros (Estados membros, Fevereiro - Dezembro)

11. GIABA - Seminário Conjunto SCUML sobre a Parceria Estratégica pela regulamentação e EPNFD (Lagos, Nigéria - 11 12 de Fevereiro)

12. Plenária do GAFI e Reunião do Grupo de Trabalho (Paris, França - 18 - 22 de Fevereiro )

13. Desenvolvimento do Plano de Formação (GIABA Sec; 25 de Fevereiro

14. Implantação de dispositivo analítico ABC/CFT para UIF (Benim, Togo, Mali, Guiné Bissau, Costa do Marfim) (25 de Fevereiro - 24 de Junho)

15. Equipamento e Obtenção de recursos Centro de Informações do GIABA (Lagos, Nigeria - Fevereiro - Dezembro)

16. Documentário eletrónico do GIABA (Estados membros, Março - Maio)

17. Edição e Finalização de 2011 relatórios apresentados para Bolsa de Investigação (GIABA Sec; Março - Julho)

18. Estabelecimento de um banco de dados de Vigilância Estratégica (1 de Março - 20 de Dezembro)

19. Atualização do sistema no âmbito do Secretariado (Março - Dezembro)

20. Celebração do Dia da Mulher (8 de Março )

21. Informatização do Sistema de Seguimento e Avaliação do GIABA (15 de Março - 15 de Maio)

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152 Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

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22. Revisão a meio percurso da Implementação do Plano Estratégico 2011 - 2014 (Saly - Senegal; 20 - 22 de Março )

23. Fornecimento de ligação Alternativa à Internet através de V-Sat 2GB (29 de Março - 28 de Junho)

24. ESAAMLG Reunião Plenária (Arusha, Tanzania; 25 - 29 de Março )

25. Seminário nacional ABC/CFT de sensibilização (Bissau, Guiné Bissau; 28 de Março )

26. Reunião Acompanhamento de Advocacia em questões de Avaliação Mútua (Guiné Bissau, 29 de Março)

27. Produção do Relatório Anual 2012 (GIABA Sec; 31 de Março )

SN

SEGUNDO TRIMESTREAbril Maio Junho

Atividade/Programa/Projeto

1ª S

M

2ª S

M

3ª S

M

4ª S

M

1ª S

M

2ª S

M

3ª S

M

4tª S

M

1ª S

M

2ª S

M

3ª S

M

4ª S

M

28. Implantação do Portal, Workflow e Sistema de Gestão (GIABA Sec; Abril 01 - Dez 20)

29. Apoio do EM para a realização de Tipologias (Dakar; Senegal; Abril 01 -Novembro 29

30. Estudo sobre a relação entre BC/FT e EPNFD na África Ocidental (Todos os Estados membros, 1 de Abril - 20 de Dezembro )

31. Informatização do Secretariado do GIABA, Documentação e Publicação (1 de Abril - 11 de Novembro )

32. Compra de materiais de referência para a Biblioteca (1 de Abril - 30 de Setembro )

33. Aquisição e instalação de Moeda & Scanners de Contrabando para o EM (Cabo Verde & Benim; Março - Outubro)

34. Revisão trimestral do Plano de Trabalho (2 - 3 de Abril)  

35. Assistência Técnica sobre o Desenvolvimento de ABC/CFT da estratégia Nacional & Plano de Acção para a Guiné (8 - 10 de Abril)  

36. Abertura do Centro de Informações do GIABA (Abidjan, Costa do Marfim; TBA)  

37. Celebração do dia dos Assistentes e secretários (Dakar, Senegal; 16 de Abril)  

38. Forum dos OREG -Egmont-UIF (Doha, Qatar - 16 - 17 de Abril)  

39. Seminário Nacional Sensibilização sobre DVC (Bissau, Guiné Bissau - 23 de Abril)  

40. Acompanhamento trimestral e Relatório de Avaliação (Edição de Abril) (26 de Abril)  

41. UN CTC Reuniões (TBD, TBA)

 42. Implantação de dispositivo analítico

ABC/CFT para UIF (Níger, Serra Leoa, Guiné, Libéria) (30 de Abril - 18 de Outubro)  

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43. Reunião do Grupo de peritos avaliadores (Acra, Gana; 6 de Maio)  

44. Grupo de Trabalho sobre Avaliação Mútua e reuniões de implementação (Acra, Gana; 6 - 7 de Maio)  

45. Fórum Regional das UIF (Acra, Gana; 8 de Maio)  

46. GIABA Plenária/Comissão Técnica Reunião (Acra, Gana; 9 - 10 de Maio)  

47. Comité Ministerial do GIABA (Acra, Gana; 11 de Maio)  

48. World Press Conference (Acra, Gana; 11 de Maio)  

49. Finalização das Diretrizes sobre Documentação e Publicação do GIABA (2 de Maio - 16 de Agosto)  

50. Seminário Nacional sobre Abordagem Baseada em Risco para ABC/CFT funções de conformidade (Dakar, Senegal; 22 - 24 de Maio)  

51. Sessão Informativa Anual de Embaixadores da CEDEAO e Parceiros de Desenvolvimento e celebração do dia da CEDEAO (Dakar, Senegal; 28 de Maio)  

52. Implantação de CBT e Desenvolvimento do Sistema de Gestão (GIABA Sec; 30 de Maio - 20 de Dezembro)  

53. Seminário Regional de Capacitação sobre Crimes Económicos e Financeiros de Cambridge para juízes (anglófonos) Banjul, Gambia; 3 - 7 de Junho)

54. Concurso de Oratória Inter-Universitário sobre ABC/CFT Impacto nas Economias da África Ocidental (Ibadan, Nigéria; 6 - 7 de Junho)

55. Reunião do Conselho de Ministros da CEDEAO (TBD, TBA)

56. Reunião AFC (Abuja, Nigéria; Jun TBA)

57. Prestação de Mentoria para UIF de  EM (Conakry, Guiné - Junho)

58. Formação Análise de Inteligência Nacional para UIF (Conakry, Guiné - Junho)

59. Plenária do GAFI e Reunião do Grupo de Trabalho (Oslo, Noruega - 17 - 21 de Junho)

60. Patrocínio de Especialista Técnico para Revisão das leis ABC/CFT (Conakry, Guiné, TBA)

61. Seminário Nacional Sensibilização para o EPNFD (Ouagadougou, Burkina Faso - 27 - 28 de Junho)

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154 Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

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SNTERCEIRO TRIMESTRE Julho Agosto Setembro

Atividade/Programa/Projeto

1ª S

M

2ª S

M

3ª S

M

4ª S

M

1ª S

M

2ª S

M

3ª S

M

4ª S

M

1ª S

M

2ª S

M

3ª S

M

4ª S

M

62Estudo de Pesquisa sobre o Estatuto da Inclusão Financeira no Oeste da África (All MS, 1 de Julho - 29 de Novembro)

63 Plenária Egmont (Sun City, África do Sul - 1 - 5 de Julho 5)

64 Revisão Trimestral de 2013, Plano de Trabalho (GIABA Sec; 3 - 4 de Julho)

65 Review of the 2013 Budget (GIABA Sec; 4 de Julho)

66 Acompanhamento trimestral e Relatório de Avaliação (July Edition)

67

Formação de Avaliadores na nova metodologia do GAFI para o aplicação das normas revistas do GAFI (Estrasburgo, França - 8 - 12 de Julho)

68

Seminário nacional ABC/CFT de sensibilização, Open House para Jovens (Freetown, Serra Leoa - 13 de Julho)

69Patrocínio de Especialista Técnico para Revisão de leis BC/FT EM (Freetown, Serra Leoa, TBA)

70 Prestação de Mentoria para EM da UIF (Monrovia, Libéria; TBA)

71 Análise de Inteligência Nacional para UIF- Formação (Monrovia, Libéria; TBA)

72Seminário Regional sobre Avaliação de Risco BC/FT dos Estados-Membros (Saly, Senegal - 15 - 17 de Julho)

73

Deployment of ICT Equipment and Library for GIABA Information Center Abidjan (J31 de Julho - 11 de Novembro)

74

Seminário Regional sobre requisitos ABC/CFT Nacional para organismos profissionais (Contabilistas) (Anglófono) (Banjul, Gambia, 15 - 17 de Julho

75

Assistência Técnica para o Desenvolvimento da ABC/CFT Nacional da estratégia & Plano de Acção para a Gambia (Banjul; 22 - 23 de Julho)

76 Reunião do Comitê de Auditoria (Abuja, Nigéria; TBD, TBA)

77 Elaboração de Projeto de Orçamento 2014 (GIABA Sec, 1 - 12 de Agosto)

78

Formação Regional das Instituições Financeiras sobre as Recomendações revistas do GAFI (Lagos, Nigeria; 27 - 30 de Agosto)

79Análise Estratégica do GIABA 1 ª Ronda de Avaliação Mútua (Saly, Senegal; 19 - 20 de Agosto)

80 Encontro Internacional Instituições Financeiras (TBD, TBA)

81

31º Simpósio Internacional de Crimes Económicos e Financeiros de Cambridge (Cambridge, UK; 1 - 8 de Setembro)

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155Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

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82

Seminário Regional de Capacitação sobre Crimes Económicos e Financeiros para o Ministério Público (Ouagadougou, Burkina Faso; 16 - 19 de Setembro)

83 Reunião CIMA (TBD, TBA)

84 Comissão de Arbitragem do Orçamento (Abuja, Nigéria, TBC)

85 Prestação de Mentoria para UIF de  EM (TBD, TBA)

86 Formação em Análise de Inteligência Nacional para UIF (TBD, TBA)

87 Forum Crans Montana (TBD, TBA)

88

Seminário Nacional de Formação em Detecção e Investigação de Branqueamento de Capitais e Crimes Financeiros para AAL (Freetown; Serra Leoa, 23 - 27 de Setembro)

QUARTO TRIMESTREOutubro Novembro Dezembro

SN Atividade/Programa/Projeto

1º S

M

2º S

M

3º S

M

4º S

M

1º S

M

2º S

M

3º S

M

4tºS

M

1º S

M

2nºS

M

3º S

M

4tºS

M

89. Seminário Regional de Capacitação em Crimes Económicos e Financeiros para juízes (Francófono & Lusófono) (Abidjan, Costa do Marfim) (1 - 4 de Outubro)

90 Reunião da Zona Franca (Paris, França - 1 - 4 de Outubro)

91 Revisão trimestral do Plano de Trabalho (3 de Outubro)

92. Apoio da Assistência Técnica para o Desenvolvimento da Estratégia National ABC/CFT da Estratégia & Plano de Ação para a Guiné (Conacri - 7 - 9 de Outubro)

93 Plenária do GAFI e reuniões do grupo de trabalho (Paris; França; 14 - 19 de Outubro)

94 Reunião AFC (Abuja, Nigéria; Outubro TBA)

95 Fórum Regional da UIF (TBD, TBA)

96 Grupo de Trabalho sobre Avaliação Mútua e reuniões de implementação (TBD, TBA)

97 Reunião do Grupo de Trabalho sobre Tipologias (TBD, TBA)

98. Plenária do GIABA/Reunião da Comissão Técnica (TBD, TBA)

99. Reunião Anual de Tipologias do GAFI (MENAFATF Região, TBA)

100. Reunião do Conselho de Ministros da CEDEAO e as autoridades dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO (TBD, TBA)

101. Seminário Regional em Recuperação de Ativos/Gestão de Activos para Partes Interessadas ABC/CFT (Lomé, Togo, 26 - 29 de Novembro )

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102 Seminário de Sensibilização Regional de Organizações da Sociedade Civil (OSC), em Mobilização ABC / CFT (Bissau, Guiné Bissau; 2 - 4 de Dezembro)

103. Formação em Análise de Inteligência Nacional para UIF (Bissau; Guiné Bissau, TBA)

104. Seminário Nacional de Formação sobre detecção e investigação de Branqueamento de Capitais e Crimes Financeiros para AAL (Dakar, Senegal, 9 - 11 de Dezembro)

105. Formação Regional no RCSNU para juízes (Dakar, Senegal, 9 - 11 de Dezembro)

106. Natal no Escritório e Comemorações de Fim de Ano (Sec GIABA, 17 de Dezembro)

Nota: Local e data no cronograma estão sujeitos a alterações em consonância com condições emergentes

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157Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

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Diretor Geral

Diretor Geral Adjunto

Direção da Pesquisa e

Planificação

Direção de Administração e

Finanças

Direção de Programas e

Projetos

Divisão da Pesquisa

Divisão das Finanças

Divisão dos Programas

Divisão da Planificação &

TIC

Divisão da Administração

e Recursos Humanos

Divisão de Apoio aos Programas

Centro de Informação de

LAGOS

Centro de Informação de

ABIDJAN

Apêndice II: Organigrama Atualizado

Apêndice III: Situação de Ratificação das Convenções pelos estados membros do GIABA

RATIFICAÇÃO DAS CONVENÇÕES

SNEstados Membros

Convenção de Viena, 1988

Convenção para a Supressão do Financiamento do Terrorismo das NU, 1999

Convenção de Palermo, 2000

Convenção das NU contra a Corrupção, 2003

1. Benim 23/05/1997a 30/08/2004 30/08/2004 14/10/2004

2. Burkina Faso 02/06/1992a 01/10/2003a 15/05/2002 10/10/2006

3. Cabo Verde 08/05/1995a 10/05/2002 15/07/2004 23/04/20084. Costa do Marfim 25/11/1991 13/03/2002a 25/10/20125. Gâmbia 23/04/1996a 05/05/20036. Gana 10/04/1990 06/09/2002 21/08/2012 27/06/20077. Guiné- Bissau 27/10/1995a 19/09/2008 10/09/2007 10/09/2007a

8. Guiné 27/12/1990a 14/07/2003 09/11/2004a

9. Libéria 16/09/2005a 05/03/2003a 22/09/2004a 16/09/2003a

10. Mali 31/10/1995a 28/03/2002 12/04/2002 18/04/200811. Níger 10/11/1992a 30/09/2004a 30/9/2004 11/08/2008a

12. Nigéria 01/11/1989 16/06/2003 28/06/2001 14/12/200413. Senegal 27/11/1989 24/09/2004a 27/10/2003 16/11/200514. Serra Leoa 06/06/1994 26/09/2003 30/09/200415. Togo 01/08/1990 10/03/2003 02/07/2004 06/07/2005

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158 Grupo Inter-Governamental De Acção Contra O Branqueamento De Capitais Na África Ocidental

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Apêndice IV: Situação dos Quadros Jurídico, Legislativo e Institutional nos Estados membros

Aprovação do RAM

PROMULGAÇÃO DE LEGISLAÇÃO

QUADROINSTITUTIONAL

SNEstados Membros

Legislação ABC*

Legislação CFT*

UIF Operacional Estratégia Nacional ABL/CFT Aprovada

1. Benim 2010 2006 20122009

2. Burkina Faso 2009 2006 2009 2007

3. Cabo Verde 2007 2002/2012 2008

4.Costa do Marfim

2005 20092008/Egmont 2010

Elaborada, ainda não aprovada

5. Gâmbia 2008 2003/2012 2002/2012 2008

6. Gana 2009 2008 2008 2010 2011

7. Guiné- Bissau 2009 2006 2011 2011

8. Guiné 2007

9. Libéria 2011 2002Elaborada, ainda não aprovada

10. Mali 2008 2006 2010 2007 2011

11. Níger 2008 2004 2010 2005Elaborada, ainda não aprovada

12. Nigéria 2008 2004/2011 20112005Egmont

Elaborada ainda não aprovada

13. Senegal 2008 2004 2009 2005Elaborada, ainda não aprovada

14. Serra Leoa 2007 2005/2012 2012 2008 2007

15. Togo 2011 2007 2009 2009Elaborada, ainda não aprovada

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