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Projeto África Brasil 6 África Brasil Conhecendo Ontem, Trabalhando Hoje e Construindo o Amanhã

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Projeto África Brasil

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África Brasil Conhecendo Ontem, Trabalhando Hoje e Construindo o Amanhã

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Projeto África Brasil

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© EMEB PROFª MARIA BARBOSA MARTINS, 2012.

É Permitida a reprodução ou transmissão desta obra por qualquer meio, sem a prévia

Autorização do autor, desde que preservada a fonte.

Direitos reservados para a autora, protegidos pela Lei 9610/98.

A originalidade dos artigos e as opiniões emitidas são de inteira responsabilidade de sua autora.

José Wilson Tavares

Diretor

Eliane Winck

Coordenadora Pedagógica

Azuil Marcio Bastos

Presidente do CCDE

Sandra Regina Nunes

Secretária Escolar

Tatiane Pinheiro da Silva

Professora comunitária Programa Mais Educação

Adnilse de Souza Santos Siqueira

Articuladora

Pagina na Internet:

www.emebmariabarbosamartins.blogspot.com

Embm.

MARTINS, EMEB Maria Barbosa.

Projeto África Brasil: Conhecendo o Ontem,

trabalhando o Hoje e construindo o Amanhã

Distrito de Bonsucesso. Várzea Grande-MT, 2012.

1. Questão Étnica. 2. Cor e cultura

Ensino fundamental.

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Colaboradores envolvidos na Execução do projeto

José Wilson Tavares

Eliane Winck

Tatiane Pinheiro da Silva Leque

Adnilse de s. Santos Siqueira

Adriany Sthefany de Carvalho Lima

Alessandra Heloisa de Toledo

Azuil Marcio Bastos

Davi Gonçalves de Miranda

Deize Pinheiro da Silva

Dianne Karla Costa Rosa

Edilene Cristina n. Alvarenga

Eliane Marques da Silva Almeida

Evanildes Maria Magalhães

Jane Ribeiro dos Santos

Jaqueline Angélica Fortes

Juliana Larissa de Oliveira Matos

Karla Cilene de Magalhães

Luciana Rodrigues g. Da Rosa

Luiz Fernando de Moraes Campos Filho

Luiza pinheiro da silva

Maluce Rodrigues de Magalhães

Marlucia de Oliveira Gomes

Perpetua Silveira melo

Sandro Eduardo Cardoso

Silmeire de Pinho t. Da Rosa

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Vanessa Carla da Silva

Vanize Gonçalves da Silva

Vilma Barbosa de Moraes

Wherllen Junior de Magalhães

Zedinete Dias de Magalhães

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TEMA:

Olhar o Brasil e ver a África.

Público Alvo:

Educação Infantil ao nono ano do ensino fundamental.

PALAVRAS-CHAVES: escola, currículo, diferenças, identidade.

Componentes Curriculares envolvidos:

Língua Portuguesa, Artes, História, Espanhol, Geografia, Matemática, Ciências e

Educação Física.

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Introdução

Em cumprimento a legislação vigente, a Lei Federal 10.639 de 2003 que

alterou a LDB, devendo os

estados Municípios com o

apoio da União, promover

a inclusão de material

artístico, histórico e que

forme a consciência do

quanto a sua herança

negra e a formação de

valores culturais, onde não

se pode hegemonizar uma

formação cultural e étnica,

com uma só herança

genética, com o ideário Europeu. Promover a desestruturação de uma formação

genética tosca que sempre promoveu o Etnocentrismo de nossas tradições e que

promoveu por longos anos, o ideário de que somos uma subraça e que este país

jamais seria uma grande nação por que sofremos a intervenção genética de

diferentes povos, fazendo com que fossemos subjugado na historia e como

nação.

Sobre por a estes conceitos errôneos do passado, só seria possível,

quando a nação brasileira, a partir da formação em sala de aulas e da sala de

aulas até nossos lares e espaços sociais, pudéssemos mostrar o quão é bonito

e prazeroso, saber o pó que de nossa cor de pele, nosso cabelo, nosso linguajar

e bem como nossa comida sempre foram muito apreciadas e cultuadas pelo

seu sabor. Nas artes e manifestações culturais, os gingados sempre fizeram a

diferença. Neste contexto, mostrar que as influencias de povos originários do

continente africana e sua miscigenação com os povos amarelos de origem

indígena formou este sociedade não única e nem superiora, mas vivendo a

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diferença e diversidade no todo da cultura como soma de valores e conceitos

ético de respeitabilidade social.

A proposta é superar preconceitos: Diferente sim, porém somos parte da

soma de valores internacionais que promovem a igualdade racial em terras

brasileiras.

É preciso ter sempre em mente, o famoso dizer de Francisco d e Assis,

“Não se ama aquilo que não conhece”, então promover o conhecimento é dar a

oportunidade de amar, e ser amado, respeitar e ser respeitado, como gente e

cidadão incluídos nos valores que norteiam as relações internacionais dos quais

o Brasil é signatários d e diversos tratados inclusive as Declaração Universal dos

Direitos do Homem.

Nesta promoção de valores e conceitos de respeitabilidade, levar a

superação, por conclusão de que somos um povo brasileiro, que temos nossa

origens em diferente raças, etnias e culturas que nos promova como cidadãos

do mundo dentro do contexto, social da sociedade internacional.

“Uma boa árvore é aquela que se

lembra da semente que a gerou”

Provérbio Africano

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Justificativa

Como historicamente percebemos uma minimização do legado africano,

muitas vezes visto como secundário em relação às temáticas universais ou outras,

acreditamos ser importante destacar e pensar em uma nova visão no contexto local

e nacional, uma vez que estamos dentro de um Sistema integrado de formação

que são orientados pela Diretriz de base da Educação Nacional – LDB.

A Lei 10.639, que torna obrigatório o ensino de História da Cultura Africana nos

estabelecimentos de ensino fundamental e médio fez cinco anos em janeiro de 2008. As

orientações do Ministério da Educação, através da coordenação Geral de Diversidade e

Inclusão Educacional da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade -

Secad, tem firmado o seu posicionamento, diante da sociedade brasileira, para promover o

estudo e o debate da legislação e seu cumprimento integral, pelos estado e município, e

sua aplicação pelos profissionais da educação em todos os níveis do processo de

ensino aprendizagem. Hoje afirma que desconhece a legislação e a negação do processo

iniciado em 2003, com a advento das alterações promovidas na LDB. Segundo Leonor

Araujo da SECAD-MEC

“Não podemos continuar com uma escola que tem como referência teórica

apenas uma cultura de formação do povo brasileiro, que é a cultura branca

européia. Precisamos referendar também aos alunos que temos outras matrizes

étnico-raciais na sua formação”. “Chegamos à conclusão de que, para que a

implementação da lei seja realmente efetiva na rede básica, precisamos de uma

orquestração nacional.” “A Lei 10.639, de 2003, altera a Lei de Diretrizes e Bases

da Educação (LDB), de 1966. “Se a lei não for cumprida, é como se você não

estivesse cumprindo a LDB. “Por isso, a escola pode ser notificada e até fechada”.

“O que nós queremos é combater o racismo e fazer com que haja mais respeito à

diversidade, aos que são considerados diferentes, que sejam apenas diferentes,

que eles não sejam desiguais. Então, precisamos trabalhar essa perspectiva nas

três ações principais: formação dos professores, produção do material didático e

sensibilização dos gestores da educação.” (grifo nosso).

Assim, pretendemos que nossa Unidade tenha a oportunidade de

promover a apropriação de novos conhecimentos que vise combater ao racismo,

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através d e ações que mesmo pequenas e num núcleo ainda incipiente, mas que

forme consciências e valores que até então não eram promovidos no entorna da

escola e seu interior. Ao propor o estudo da história do continente africano, irá

possibilitar a correção das referências equivocadas que carregamos sobre os

africanos. Além, é claro, de tornar mais denso nossos conhecimentos sobre suas

características e realidades. Enfatizamos, que nossa proposta visa valorizar valores

e conceitos que não são conhecidos e/ou estão esquecido por muitos, e são

referencia em nossa historia e estão na matriz de nossa ancestralidade africana.

Para tanto, torna-se necessário que articulemos dados sobre a intensa participação

africana na formação da sociedade brasileira com a ininterrupta tarefa de combate

ao racismo e às práticas discriminatórias a que estão sujeitos diariamente milhares

de africanos e afro-descendentes espalhados pelo mundo.

OBJETIVOS:

Geral

Construir na escola um espaço, que valorize a cultura e a herança afro-brasileira,

existente na comunidade, como patrimônio da sociedade, formando uma

consciência de que devemos parte de nosso presente ao nosso passado histórico

daquele povo em terra brasileira, com objetivo de fortalecer nossas tradições e

identidade nos levando a superação de preconceitos e a negação dos valores

religiosos e étnicos.

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Específicos

Conhecer as nações africanas e suas respectivas bandeiras;

Perceber a diversidade de países existentes naquele continente;

Identificar alguns idiomas falados na África;

Conhecer algumas pinturas rupestres;

Elaborar histórias; confeccionar um livro de curiosidades;

Observar a estrutura das pirâmides; trabalhar formas geométricas;

Construir uma casa Ndebele; realizar jogos; identificar tradições;

Testar hipóteses, fazer inferências; trocar e associar informações;

Respeitar diferentes opiniões; analisar mapas.

Construir a árvore genealógica

Identificar a herança africana na Cultura várzea-grandense, de Bonsucesso e

Religiosidade local.

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Processo Interdisciplinar

Com o advento de novas normas, sendo incluído no processo de ensino

aprendizagem, e as alterações que na LDB, inclusive com a homologação de um

novo diploma legal, em questão a Lei federal nº 11.645 de 10 de Março de 2008

– estabelece a obrigatoriedade da inclusão no currículo escolar a História e Cultura

Afro-Brasileira e Indígena, em sala de aula na educação básica brasileira em todos

os estabelecimentos de ensino do Sistema Nacional.

A lei como diploma legal, em sua redação prioriza como ação da Unidade

de Ensino e propor:

O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da

história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir

desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos

africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e

indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional,

resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política,

pertinentes à história do Brasil. Os conteúdos referentes à história e cultura afro-

brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o

currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e

história brasileira. (grifo nosso)

Nossa proposta de trabalho e execução para o cumprimento da legislação

e envolvendo outras disciplinas, acreditamos que seja necessário envolve uma

discussão aprofundada sobre currículo no sentido de promover a inclusão dos

temas propostos pela legislação em outras disciplinas do currículo, para que não

ocorra uma polarização e bem como um descompromisso de outros profissionais

em suas áreas de conhecimento com a tematica que precisamos privilegiar na

execução do projeto no entorno da unidade e em seu interior com a comunidade

interna.

A reflexão inicia com os seguintes questionamentos desta

interdisciplinaridade na formação dos conteúdos que versem sobre a questão da

cultura africana e indígena no currículo escolar em nossa Unidade:

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O que ensinamos para nossos alunos e por que ensinamos o que

ensinamos, ou seja, quais os jogos de força envolvidos na definição de conteúdos a

serem abordados na escola. Que critérios usar para escolher o que é importante em

termos de conteúdos? Os conteúdos são apenas os conceituais?

Qual a verdadeira função da escola?

Informar ou/e também formar?

Voltando à questão específica da interdisciplinaridade, devemos lembrar

que dentro de cada disciplina há necessidades ou habilidades que precisam ser

desenvolvidas, tais como: a leitura e interpretação, o registro escrito, a compreensão

de mapas, gráficos, grandezas numéricas, ordenações, etc., que perpassam todas

as disciplinas e que, sem forçar uma relação, podem ser trabalhadas de forma

conjunta. Podemos também eleger uma temática (Tema Gerador) que pode ser

trabalhada pelas diferentes disciplinas. A metodologia de projetos se presta muito a

isso.

Os temas transversais propostos pelo governo também podem facilitar

esta articulação entre as disciplinas. Os temas transversais: Meio Ambiente, Ética,

Saúde e Orientação Sexual, por exemplo, podem e é desejável que sejam trabalhados

de forma interdisciplinar.

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Interdisciplinaridade Possível

A) História

Buscar nos livros didáticos e paradidáticos e rede mundial de

computadores, informações que esclareçam ao aluno que o continente africano já

existia muito tempo antes do continente europeu. Por exemplo, No império de Gana,

os monarcas se reuniam todos os dias com os súditos para papear, ouvir

reclamações e tomar decisões. Essas informações são comparadas com o modo de

vida do negro no nosso país, na época da escravidão, nos quilombos e nos dias de

hoje.

A tradição oral é forte nas culturas africanas, mas os povos também

sabiam ler, escrever e viviam em cidades desenvolvidas, assim os alunos podem

construir maquetes da cidade antigas do continente africano.

Miséria, epidemias e guerras civis existem hoje nos diversos países da

África como as guerras civis em Angola e em Ruanda, mas também estão presentes

em outros lugares. A partir desta informação os alunos podem pesquisar problemas

comuns do Brasil e dos povos africanos como a fome e a epidemia de AIDS. E desta

pesquisa os alunos poderão até produzir um programa de rádio e ou um jornal

informativo. Realizar o censo dos alunos da escola. Criolo (em castelhano criollo, em

francês créole e em italiano creolo) era, originalmente, o filho do europeu ou africano

nascido na América ou o filho de casamento interracial em que um dos pais era

espanhol ou português (os filhos de casamentos entre portugueses não eram

chamados crioulos).

No Brasil do século XIX e anterior, chamava-se de crioulos os escravos

não-mestiços que tinham nascido na terra, diferenciando-os daqueles nascidos na

África. Os escravos africanos que sabiam falar português e conheciam os costumes

brasileiros, eram chamados de "negros ladinos" (derivado de latinos, mas já com a

conotação de esperto). Escravos africanos que desconheciam a língua portuguesa e

os costumes da nova terra eram denominados "negros boçais". Certamente, este

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tom pejorativo contaminou posteriormente o significado de crioulo. Em geral, os

escravos mestiços eram apenas chamados de mulatos, já subentendendo-se que

sabiam falar português e conheciam os costumes locais como os escravos crioulos.

No Brasil do século XX e atual, a palavra crioulo designa pessoas de pele

escura descendentes de africanos subsaarinos, incluindo negros e mulatos, e pode

ser considerado racialmente ofensivo. Não inclui pessoas de origem asiática, norte-

africana, Amerindios ou qualquer outra que tenha a pele escura.

No mundo lusófono, o termo crioulo denomina os filhos de casamentos

inter-raciais ou, por extensão, as culturas nascidas do encontro entre o mundo

europeu e o africano (como a caboverdiana ou a santomense). Em geral, este termo

não tem conotação ofensiva nestas regiões. A conotação desta palavra como

miscigenação originou a expressão língua crioula para designar as línguas

resultantes da mistura de dois ou mais idiomas distintos, em geral, as que surgiram

nos territórios colonizados pelos europeus como mistura de idiomas europeus e não-

europeus.

Na América Espanhola, criolo, em geral, designa uma pessoa

descendente de europeus que tenha nascido na América. Os filhos dos grandes

aristocratas europeus - em especial espanhois - que tinham filhos nascidos em

terras americanas, chamavam a seus filhos de criollo. O termo era então usado

como sinônimo para todo aquele que nascesse fora de seu país de origem.

Atualmente o termo apresenta várias nuances desse significado original dependendo

de cada país ou região da América Espanhola. Por exemplo, na Argentina, o termo é

utilizado geralmente para referir-se aos descendentes dos antigos colonizadores

espanhóis que vivem no interior do país, mas não aos descendentes dos imigrantes

mais recentes, mesmo que descendentes de espanhóis.

No Rio Grande do Sul, estado brasileiro fronteiriço com a Argentina e

Uruguai, a palavra crioulo é utilizada para designar os descendentes dos antigos

colonizadores portugueses, isto é, o gaúcho tradicional, como se pode ver no nome

do Museu Crioulo e do programa de televisão Galpão Criolo. Entretanto, cientes do

seu uso no resto do Brasil, alguns procuram diferenciar, utilizando a palavra "crioulo"

para designar pessoas de pele escura e a palavra espanhola "criolo" para designar

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os descendentes brancos dos antigos colonizadores portugueses. Assim,

denominam de "Balcão do Criolo" a uma janela do palácio do governo estadual de

onde os antigos presidentes da província e governadores costumavam discursar

para o povo.

Memória e História;

Mito e História.

b) Literatura

Em movimento oposto à tradição crítica não só nos estudos literários,

mas também nos estudos de história e sociologia, política e economia, o trabalho

não opera no sentido de construir uma imagem homogênea da comunidade

afrodescendente brasileiro, solucionando, no plano do discurso, problemas que

atravessam sistematicamente essa comunidade na vida social.

Cristina Rodríguez Cabral nasceu em Montevideo, Uruguai, em 1959.

Depois de uma longa passagem por várias cidades do Brasil (São Paulo, Rio de

Janeiro, Belo Horizonte e Salvador) em 1992, se muda aos Estados Unidos em

1998, onde é professora universitária de literatura lationo-americanamora.

Que aspectos em comum podem ter a poesia de cada uma delas? Ou,

voltando a nossa pergunta inicial, como essas poetas articulam/negociam sua(s)

identidade(s)? Se consideramos os títulos da obra de cada uma de nossas poetas

(Memoria & Resistencia, Balafres e Recordar é Preciso), percebemos alguns pontos

comuns dessas autoras. Resistir, recordar: verbos que nos antecipam que

encontraremos um aspecto combatente na leitura das obras; memória, cicratizes:

Substantivos que trazem à tona um passado que deixa marcas

(cicratizes), mas que não pode e nem se quer apagado (memória).

Ao ler seus trabalhos, percebemos que demonstram as mesmas

preocupações. Seus poemas falam delas, de amor, de sua terra, de suas famílias,

da história, é nesses territórios diaspóricos que, segundo Constance Richards, nos

permite ver a experiência dessas mulheres em uma perspectiva mais ampla que em

situações isoladas, ao mesmo tempo em que reconhece as limitações de uma

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perspectiva global que tenta homogeneizar experiências, e mascara especificidades

históricas.

Em sua proposição de uma “nova consciência mestiça, que se move

“constantemente para fora das formações cristalizadas” (ANZALDÚA, 2005, p. 706),

a autora aponta para uma saída:

O trabalho da consciência mestiça é o de desmontar a dualidade sujeito-objeto

que a mantém prisioneira, e o de mostrar na carne e através de imagens no seu

trabalho como a dualidade pode ser transcendida [...] Extirpar de forma massiva

qualquer pensamento dualista no indivíduo e na consciência coletiva representa o

início de uma longa luta, que poderá, com a melhor das esperanças, trazer o fim

do estupro, da violência, da guerra (ANZALDÚA, 2005, p. 707).

O traço marcante da obra é precisamente a heterogeneidade da produção

literária afrodescendente no Brasil, acusando a heterogeneidade que define essa

comunidade. Somos (não posso negar) autores muito diferentes, tanto os

fundadores quanto os consolidadores e, mais ainda, os contemporâneos, cada um

expressando a condição afro-brasileira à sua maneira, mas enfrentando um mesmo

problema: a dificuldade de se afirmar no mundo literário.

Lendas e Mitos Indígenas.

c) Artes:

Na dança, nas máscaras e nos

desenhos. Os elementos da cultura dos povos

africanos poderão ser desenvolvidos em todas as

séries, trabalhando conceitos de arte abstrata e

geometria, mitos, adereços e máscaras

relacionando essas produções às manifestações

artísticas do continente europeu. O grande

desafio é não resvalar no preconceito nem cair

no encantamento do exótico, pois a cultura dos

povos africanos é pouco conhecida para nós, fica

fácil se deslumbrar com o diferente e esquecer-se de dar valor às culturas africanas

em sua essência.

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Teatro

Arte e Cultura Material Indígena;

Artesanato Indígena;

Pintura Corporal.

d) Matemática

A LEI Nº 11.645, DE 10 MARÇO DE 2008 altera a Lei no 9.394, de 20 de

dezembro de 1996, modificada pela Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que

estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo

oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-

Brasileira e Indígena”. Assim, o art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de

1996, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino

médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-

brasileira e indígena”.

Ao conhecer a cultura egípcia, os alunos podem estudar as pirâmides e

os triângulos, olhando gravuras que retratam a construção dos monumentos, eles

tentam estimar a quantidade de pessoas que trabalharam na obra e de tijolos

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usados. Realizar a pesquisa e o censo dos alunos da escola.

O currículo é um lugar de escolhas; ele não é neutro e precisa ser

alimentado pela ação do professor. À medida que estamos tratando

de um conteúdo omitido, negligenciado e pouco conhecido pela

escola e pelo professor, é que promovemos a restituição da

presença e da dignidade da população negra como sujeito na história

e na cultura brasileira. Precisamos tomar cuidado para não

cometermos uma falha pedagógica muito comum nas nossas

escolas. (LOPES: 2006, p.24)

Ao conhecer a cultura egípcia, os alunos estudam as pirâmides e os

triângulos. Olhando gravuras que retratam a construção dos monumentos, eles

tentam estimar a quantidade de pessoas que trabalharam na obra e de tijolos

usados. O estudo da simetria usando alguns símbolos egípcios: "Esse conceito será

importante depois, no estudo do corpo humano". Tornando a aquisição de novos

conhecimentos em ferramentas que possibilitam desvendar os diferentes

significados - como pureza espiritual (unsum), solidez e perseverança (wawa aba),

precisão e habilidade (nkyimu) -, eles perceberam a importância de ler imagens.

Na disciplina de Matemática, abordar conteúdos mediante a idéia de

inseri-los numa perspectiva que

contemple a História e Cultura Africana,

Afro-Brasileira e Indígena, encontra

certas dificuldades devido o pouco

material que fundamenta essas

abordagens e dada à especificidade de

cada conteúdo. No entanto, as

tendências em Educação Matemática

presentes nas Diretrizes Curriculares do

Estado possibilitam várias abordagens

da História e Cultura Africana, Afro-brasileira e Indígena no encaminhamento de

conteúdos matemáticos, e também por meio de brincadeiras e jogos ensinados e

praticados entre comunidades ou descendentes de africanos ou indígenas.

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Uma das sugestões foi o jogo Shisima, um jogo de três alinhados, jogado

pelas crianças da parte ocidental do Quênia. Na língua tiriki, a palavra shisima quer

dizer “extensão de água”; eles chamam as peças de imbalavali ou pulgas-d’água.

As pulgas-d’água movimentam-se tão rapidamente na água que é difícil acompanhá-

las com o olhar. Além da investigação sobre o jogo (histórico, regras,…), com a

construção do tabuleiro é possível explorar conceitos matemáticos de geometria

(raio, diâmetro, círculo, circunferência,…), frações, medidas.

Etnomatemática;

Sistemas de numeração.

e) Geografia:

A África não é um país, e sim um continente. Essa afirmação pode

parecer absurda, mas não Há uma tendência em falar da África como se todos que

ali vivem tivessem os mesmos hábitos e tradições. Através da construção de mapas,

os alunos conseguirão localizar os diversos países existentes do continente e quais

foram os seus colonizadores e as riquezas de cada região.

Ao falar sobre os diversos povos, é possível destacar as contribuições de

cada um para a economia do Brasil Colônia. É importante que os alunos saibam que

os negros trouxeram para cá a melhor tecnologia dos trópicos como a enxada, o

arado e técnicas de irrigação. Tanto que os donos das terras encomendavam aos

mercadores mão-de-obra especializada para a atividade de seus domínios. Realizar

a pesquisa e o censo dos alunos da escola.

Território e territorialidades;

Questão fundiária.

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Projeto África Brasil

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f) Língua Portuguesa:

Pesquisar algumas palavras de origem africana que fazem parte do nosso

vocabulário, para atividade de leitura e escrita.

Trabalhar com lendas e histórias africanas que tratem de diversidade

como:

Menina Bonita do Laço de Fita, de Ana Maria Machado, O Pássaro-da-Chuva, de

Kersti Chaplet, o gibi Zumbi dos Palmares (produzido em 2001 pela Editora Lake, é

distribuído gratuitamente.), Gosto de África de Joel Rufino dos Santos, Lendas

Africanas de Júlio Emílio Braz, além de familiares dos alunos afro-descendentes que

podem ser convidados para contar histórias de sua vida, de modo que estas

informações poderão ser transformadas em texto.

Etimologia de palavras indígenas;

Literatura Indígena;

Línguas Indígenas.

g) Ciências Naturais:

Somos todos africanos! ! !

Há sete milhões de anos houve a separação entre as linhagens do

macaco e do que viria a ser o homem mais tarde. Os fósseis mais antigos de nossos

ancestrais foram encontrados no Vale da Grande Fenda, formação que atravessa a

Etiópia, o Quênia e a Tanzânia. Milhões de anos depois, o Homo erectus teria

partido dessa região para povoar a Ásia e a Europa, onde se transformou em

homem de Neanderthal. Os que continuaram na África evoluíram para a espécie

sapiens, que mais uma vez migrou, dizimando ou substituindo os neandertais e os

hominídeos asiáticos. E assim o planeta foi povoado.

O professor ao trabalhar este tema deverá ressaltar a importância ao

abordar a evolução das espécies, esclarecendo que biologicamente todos os seres

humanos são parecidos e que as pequenas diferenças físicas não interferem na

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capacidade intelectual. Levar o aluno a reconhecer a sua raça através de

características físicas. E isso vai ajudar o aluno a desmontar o falso embasamento

científico que subdividiu a humanidade em raças, no século 19, idéias que perduram

até hoje.

Biodiversidade;

Medicina Alternativa;

Farmacologia Indígena.

Língua Espanhola

O espaço geográfico denominado América Latina caracteriza-se pela

presença e Diversidade de povos afrodescendentes em seus territórios. Segundo o

pesquisador e antropólogo Luis Ferreira, no seu artigo A Diáspora Africana na

América Latina e o

Caribe, o termo afro-latino-americano tem sido utilizado nos últimos

tempos por estudiosos e ativistas de organizações negras para referi-se a população

afrodescendentes oriunda desta região da América.

Na contemporaneidade, tem-se presenciado ações realizadas pelo

Ministério da Cultura no Brasil no sentido de discutir a presença da cultura negra na

América Latina uma vez que, de acordo com o documento do MINC, existe um vazio

de informações quanto à situação da população e do rico patrimônio cultural

afrodescendente na maior parte dos países da América Latina. Neste sentido foi

realizado o I Seminário Internacional Intercâmbios Afro-latinos (2007), promovido

pela Fundação Cultural Palmares e o I Encontro Ibero americano: Agenda

afrodescendente nas Américas (2008) nos quais foram discutidas ações a serem

implementadas para criação de políticas públicas de valorização da cultura negra na

América Latina e quando o governo brasileiro propôs a fundação do Observatório

Afro-Latino. Faz-se relevante destacar que este site3 pode ser acessado na versão

em espanhol ou em português.

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Projeto África Brasil

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Reggae e biografias

O professor poderá levar algumas letras de músicas do afro-descendente

jamaicano Bob Marley e de outros cantores negros e textos em Español sobre a vida

de lideranças de alguns espanhóis. Trabalhar as traduções de músicas influentes

africanas.

Educação Física

A cultura dos povos na modernidade sofre intensas e sucessivas

influências tornando o corpo cultural, algo visto como um objeto maleável que sofre

transformações que os levam em sentido ao aperfeiçoamento. Hoje já está

comprovado pela biologia e pela genética que todos os seres humanos possuem a

mesma carga genética.

Assim, a capoeira terá sido executada adequadamente, pois em um

contexto pedagógico, nunca será levada a desempenho ─ o qual poderia ser gerado

sendo posta como atividade extracurricular. Nota-se, que com a sua entrada na

escola, um acréscimo de valiosos benefícios a formação dos alunos surge, pois

além dos benefícios já citados, ela pode ser coadjuvante a outras disciplinas e pode

servir como conteúdo das aulas de educação Física escolar ─ alem de estar

cumprindo exigência legislativa.

Vamos jogar iitop ou mbube - mbube? Para a disciplina que se dedica à

educação do corpo, brincadeiras que privilegiam as competições em equipe. Assim

o professor poderá apresentar para os alunos o

iitop, o mbube-mbube (ou o tigre e o impala) e jogos

como o yote e a mancala. Ele iniciará contando a

história do jogo e os valores da cultura africana

presentes em cada um. Veja como construir o kalah,

versão do mancala e conheça as regras dos outros

jogos. Pesquisar dança do jongo, roda de capoeira.

Brincadeira Africana do Mbube Mbube

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Projeto África Brasil

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É uma das palavras Zulu para "leão". "Mbube" é chamar o leão1.

Neste jogo as crianças estão ajudando o leão a capturar uma presa. O

jogo inicia com todos formando um grande círculo. Dois jogadores são escolhidos

(um para ser o leão e o outro a caça). De olhos vendados os dois são girados e

afastados. O leão deve ficar dentro do círculo e se mover para pegar a caça que

também pode se mover. Quando o leão se aproxima da presa, as crianças devem

cantar "Mbube, mbube", mais alto e mais rápido. Se o leão se afastar cantam mais

baixo e lento2.

1 Brincadeira de Criança da Região de Gana

2 Brincadeira Mbube Mbube – Imagens de Odi Alfaia

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Projeto África Brasil

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Recursos Materiais

• Multimídias.

• Xerox de textos, mapas e bandeiras etc.

Cronograma: Tempo e Duração

O trabalho será desenvolvido no transcorrer do segundo bimestre. Tendo como

CRONOGRAMA: (Ocorrerá em cada ano letivo a alterações desta datas dentro do ano letivo

em vigência de sua realização e execução de etapas)

Inicio: 14 de Maio de 2012;

Término dia 14 de Julho de 2012.

Sua Culminância juntos aos Festejos tradicionais Juninos, num misto tradições

brasileiras, africanas e indígenas.

“O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem do sem-caráter, nem da sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons". Martin

Luther King

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Projeto África Brasil

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Referências Bibliográficas

DUARTE, Eduardo de Assis. “Literatura e Afrodescendencia”. In:

http://www.acaocomunitaria.org.br/discussoes_tematicas/literatura_e_afro_descende

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EVARISTO, Conceição. “Da representação à auto representação da mulher negra

na literatura brasileira” In: Revista Palmares: cultura afro-brasileira. Ano 1 n. 1

agosto, 2005. P. 52-57.

FONSECA, Maria Nazaré. “Corpo e voz em poemas brasileiros e africanos escrito

por mulher” In: Site da Organização de Escritores Africanos (http://www.uea-

angola.org).

FONSECA, Nazaré (et. ali) "Autores afro-brasileiros contemporâneos". In: Literatura

Afro-brasileira. Salvador: CEAO; Brasília: Fundação Palmares, 2006. p. 113-178.

SOUZA, Florentina. “Literatura Afro-brasileira: algumas considerações”. In: Revista

Palmares: cultura afro-brasileira. Brasília, ano 1 n. 2 dezembro, 2005. p. 64-72.

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http://revistaescola.abril.com.br/pdf/reinos-africanos.pdf

KEATING, AnaLouise, ed. entre mundos / entre os mundos: novas perspectivas

sobre a Gloria Anzaldúa. Palgrave MacMillan, New York, 2005