relato de uma jovem obreira (forte)

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Hoje é domingo, dia em que me dedico única e exclusivamente ao meu Senhor. A reunião principal na minha IURD é as 09h30minh e eu estou super atrasada, preciso correr, até a Igreja são 15 minutos se eu andar rápido. Os candidatos precisam chegar cedo e sentar-se na primeira fileira.. Ah! Com toda essa correria esqueci de me apresentar. Meu nome é Gabriela, mas todos me chamam de Gabizinha rs E tenho 15 anos, sou candidata à obreira à 6 meses e sei que o Pr. Erick está prestes a me levantar, mas tudo em seu tempo não é rs. Relato de uma jovem Obreira (Muito Forte)

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Relato de uma jovem obreira (MUITO FORTE)

Hoje domingo, dia em que me dedico nica e exclusivamente ao meu Senhor. A reunio principal na minha IURD as 09h30minh e eu estou super atrasada, preciso correr, at a Igreja so 15 minutos se eu andar rpido. Os candidatos precisam chegar cedo e sentar-se na primeira fileira.. Ah! Com toda essa correria esqueci de me apresentar. Meu nome Gabriela, mas todos me chamam de Gabizinha rs E tenho 15 anos, sou candidata obreira 6 meses e sei que o Pr. Erick est prestes a me levantar, mas tudo em seu tempo no rs.

Relato de uma jovem Obreira(Muito Forte)

Ao trmino da reunio, o Pr. Erick chamou mim e mais 2 candidatos, o Pedro e a Tati, e pra nossa surpresa nos entrevistou mais uma vez. At que ele disse: Pr. Erick: Muito bem, vocs precisam estar l na Joo Dias as 11h30minh, o Bispo ir falar com vocs trs. Ainda bem que meus pais nos levaram correndo de carro pra l, afinal a Joo Dias um tanto longe. Meus pais sempre foram exemplos, casados h 17 anos conheceram-se na Obra, os dois tem 20 anos de obreiros! No caminho at Joo Dias, minha me foi nos orientando sobre a Obra de Deus e seus espinhos...Outra surpresa! Poucos candidatos, cerca de 15 pessoas esperavam pelo inicio das entrevistas que aconteceriam em cima do Altar! Chegamos em ponto... E a Tati foi a primeira a ser chamada. Eu sabia que aquela era a hora dela! Sabia que ela tinha tudo pra ser uma obreira, ela sempre foi to sbia no falar e no agir, foi ela quem me ajudou em meus propsitos e minhas dvidas... A cada degrau que ela subia para chegar ao Altar, eu tinha mais convico que ela sairia de l com a carta assinada em mos!

A entrevista foi longa, longa at demais... Ela despediu-se do Bispo e agradeceu. Ela no estava com a carta assinada, mas no estava nem um pouco triste, desceu do Altar sorrindo.Gabriela: Como foi com o Bispo Tati? Tatiane: Eu no fui levantada Gabi, mas fique tranquila, Deus sempre nos honra na hora certa..Meu mundo desabou. Como ela pode no ter sido levantada? Se a Tati no foi levantada, imagine eu! O prximo foi o Pedro, que mal subiu a escada do Altar e o Bispo lhe disse "A partir de hoje voc um obreiro!" Ele desceu to contente, Tati o parabenizou, mas eu mal consegui me expressar por ainda estar pasma pela Tati! Foi quando o Bispo chamou pelo meu nome, era a minha vez... S eu e Deus sabamos o quanto eu estava nervosa.Sentei-me. "Bom dia Bispo!". Ele prosseguiu com mais perguntas.Bispo: Olha minha filha, voc um milagre. Os filhos de obreiros, pastores, enfim, so as mais difceis de lidar, muitos deles se revoltam contra a prpria Igreja. Poucos deles tm o desejo de ser um obreiro ou ir pro Altar... S de voc estar aqui, tenha certeza que sua vida j um milagre.Aquilo me acalmou bastante. E ele prosseguiu: A partir de hoje voc uma obreira, Gabriela. Deus abenoe!

Quando desci do Altar fui correndo abraar a Tati que logo percebeu que eu tinha sido levantada e disse: "No fique triste por mim Gabi, nunca aconteceu do Senhor Jesus desamparar um filho seu, no seria a primeira vez comigo. Estou to feliz por voc!.Eu e Pedro fomos correndo falar com o Pr. Erick, e ele ficou muito feliz! Mas quando soube que a Tatiane no tinha sido levantada, disse que precisava falar com ela... Eu estava feliz, meus pais estavam felizes, j alguns obreiros... Quando ficaram sabendo disseram para minha me "Sua filha? obreira agora? Ela muito nova! No est em condies de ser uma obreira.Creio que o pior erro da minha vida foi ter deixado aquilo entrar em mim... Foi a que tudo comeou a mudar no meu interior... Uma semana se passou, e finalmente chegou o dia da minha consagrao, eu tentava me concentrar, ficar feliz, mas repentinamente as palavras daqueles obreiros vinham em minha mente... Eu me olhava de uniforme na frente do espelho do meu quarto, e no enxergava uma MULHER de Deus, mas sim uma menina, como disseram os obreiros.Meus pensamentos foram interrompidos pela minha me que disse:- Gabriela? J est na hora, voc est pronta minha filha?

Sim me. Apressei-me at o carro, pois no queria chegar atrasada. Minha consagrao foi maravilhosa, levei 15 convidados, e s por aquele instante eu me esqueci de tudo o que aqueles obreiros andavam dizendo... Mas s naquele momento. Ao descer do Altar percebi olhares como os de uma metralhadora pra mim, olhares dos mesmos obreiros, e aquilo se tornou um complexo.Fui ento para a reunio de obreiros, era a minha primeira rs. Eu queria esquecer aqueles pensamentos, Diante de Deus. Mais surpresas! No final da reunio o Pr. Erick colocou-me como lder da FJU rs! A antiga lder era a Obr. Jssica, mas ela estava de banco e precisava se cuidar... Quando o Pr. deu a notcia, senti novamente aqueles olhares que quase perfuraram minha alma, vindos principalmente da Obr. Jessica que no gostou nada de ser tirada de seu "cargo". Foi quando minha raiva se acendeu! Eu decidi mostrar que eu era de Deus sim! Mais um erro...Eu j estava com 3 meses de Obra, a Tatiane ainda no estava de Obreira, mas estava de minha auxiliar na FJU. No sei o que seria de mim sem a Tati naquela poca! rsrsr Foi quando resolvi contar ela sobre o falatrio dos obreiros.

Ela comeou a me alertar sobre os maus olhos. Mas eu no dei importncia, comecei a me achar melhor por ser obreira e lder dela.No sbado, quando terminei a reunio da Fora Jovem, chamei todos os lderes para dar um recado... Foi quando o vi l de atrs... Tnhamos um novo Pr. Auxiliar! E todas as obreiras solteiras no tiravam os olhos dele...Eu quase no olhei rs... Eu nunca quis o Altar... No at ele chegar...Ele chegou cheio de cabides, mas com apenas uma mala. Ele estava to apressado que a nica coisa que nos disse foi "Boa noite pessoal!" As obreiras quase derreteram. Ele era muito bonito, ningum podia negar! E era inevitvel no sentir aquele perfume rsrs Pedi a ateno de todos para terminar de dar o recado, afinal as obreiras estavam meio avoadas rs. Mas eu estava sria por fora. Eu nunca tinha gostado de ningum, um IBURD j havia se interessado por mim antes, mas como eu disse, eu nunca quis o Altar. Fui pra casa pensando naquele Pr., como era bonito rs... Mas o meu interior no estava bem, por fora eu era a obreira de guerra que no tinha medo de desafiar o diabo, mas por dentro, eu mal conseguia me dirigir a Deus, por no me achar capaz. Por isso eu no podia pensar em vida sentimental naquele momento!Confesso que todo esse tempo que eu estive de lder da FJU, no fiz nada pra Deus, mas para os outros (principalmente aqueles obreiros) saberem que eu era de Deus. O trabalho no estava crescendo por minha causa, mas pela Tatiane, que dava o tudo dela, que fazia propsitos, que dava ideias, que dava a vida pelos jovens. Eu s fazia as reunies, e vestia uma camisa de lder.

No outro sbado fui trabalhar na reunio do Jejum para ajudar o Pr. Auxiliar (Eu nem sabia o nome dele ainda rs) E pra minha surpresa s eu estava de uniforme, alis, somente eu de obreira para ajud-lo.. Quando me viu disse " obreira, vamos na f, hoje vai arrebentar ." Fiquei vermelha rsrs A reunio foi mega, 25 pessoas no salo, mas aquele Pr. fez uma reunio to violenta que pareciam ter 10.000 pessoas l. Ao trmino, ele me chamou na cozinha "Senta a obreira, vamos tomar um caf da manh, a gente merece (risos)" Senti um frio na barriga, minhas bochechas rosaram, no... Eu no podia estar gostando de algum que nem sabia o nome... Foi quando ele se apresentou:Pr. Pablo: Ahh como sou sem educao (risos) Meu nome Pablo, e a senhora a Gabriela n?Como ele sabia o meu nome? Eu nunca o vi... ", sou eu mesma rsr" Ele riu, acho que percebeu que eu estava sem graa... rsConversamos a manh toda, ele tinha 17 anos e seis meses de Pr. E eu prestes a fazer meus 16 aninhos e quatro meses de Obr. rs... Por um breve momento ficamos em silncio, e foi esse silncio que acarretou uma pergunta dele... "A Senhora gosta de algum? Algum gosta da Senhora?" Contei pra ele sobre o tal IBURD que havia se interessado por mim pouco tempo atrs, eu nem sabia quem era e quem me contou foi meu Pr., mas eu disse que no queria conhecer ningum naquele momento... Antes que eu terminasse de falar, o Pr. Pablo ficou vermelho e ria como quem soubesse de algo...

Gabriela: Por que o senhor esta rindo? No entendi rsrPr. Pablo: Eu conheo esse IBURD (risos)Gabriela: Srio Pr.? Quem ?Pr. Pablo: Era eu. Alis, sou eu.Senti borboletas na minha barriga, paralisei... No sabia o que dizer... Eu no sabia o que dizer ao Pr. Pablo...Gabriela: An... Er.. S-srio Pa-Pastor? (gaguejei mais que tudo rs)Pr. Pablo: kkk Fica em paz obreira! Eu no vou te incomodar.Foi quando rdio dele tocou, ele pediu licena e saiu, mas disse que j voltava.Sentada ali, naquela cozinha, refletindo sobre tudo, sobre mim, sobre a Obra, nasceu em mim vontade para o Altar, no por causa do Pr. Pablo, mas por que a sede de Almas em mim estava se apagando. certo que para ganhar almas, eu no precisava ser esposa de pastor, mas eu cumpriria aquilo que o Senhor Jesus nos deixou como mandamento "Ide por todo mundo e pregai o evangelho toda criatura." Marcos 16:15... Comecei me imaginar, naqueles lugares precrios, pessoas famintas por Deus, por mudana, pessoas sofridas que estavam nas garras do diabo, precisando de ajuda... Foi quando um pensamento cortou todos estes, uma voz que gritava em minha mente "VOC NO PODE!! VOC NO SERVE!!" as palavras daqueles obreiros vieram de novo tona. Eu no me via capaz. E no fazia nada pra mudar isso, eu estava estagnada no mesmo lugar... Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Tatiane, eu precisava falar com ela sobre tudo isso! Ela sempre sabe o que fazer. Eu me surpreendi com a rapidez dela, logo em seguida ela me mandou uma mensagem "Obr. Gabi, antes de falar comigo, fale com Deus, beijos!.

Ali mesmo, na cozinha, eu curvei minha cabea e comecei a desabafar para Deus TUDO. Eu chorava como uma criana, a muito tempo eu no recorria Deus, eu no chorava por estar emocionada. Chorava por que mesmo depois de tudo, eu tinha certeza que Deus estava ouvindo a minha orao. Coloquei todos os meus complexos, toda aquela inferioridade para fora, aqueles maus olhos com os obreiros, eu abri mo de tudo. Terminei a orao eu disse "Assim Seja" com um sorriso no rosto... Olhei no visor do meu celular, orei por 33 minutos sem cessar, e no pude deixar de notar a minha maquiagem toda borrada rsrs Quando eu olhei para porta, adivinha quem estava l, parado, olhando pra mim, e que estava ouvindo toda a minha orao... Isso mesmo que voc pensou. O Pr. Pablo estava parado na porta ouvindo minha orao... Tomei um susto. Mas ele estava sorrindo. Gabriela: Desculpe-me pastor, preferia que o senhor no tivesse visto isso. (nem sei por que falei aquilo rs)Pr. Pablo: No ver o que Gabriela? Voc falando com Deus? Se abrindo pra Ele? Sendo sincera? Prefiro ver isso, a sua sinceridade, do que v-la se auto enganando. Fique tranquila!Gabriela: O senhor tem razo..Ele sorriu! Eu tambm. Mas no por ele, mas por que um peso enorme havia sado das minhas costas, eu sentia a chama do Primeiro Amor queimar no meu peito novamente! O Pr Pablo me deu algumas idias para reunio da FJU, e disse que iria me ajudar em tudo, afinal antes de ser levantado Pr., ele era lder da FJU de sua Igreja!

Comecei a reunio com uma agitao bsica rsrs Eu estava feliz demais! Tatiane percebeu, e ela estava feliz por mim. Na hora da busca passei o microfone para o Pr. Pablo, e ele deve ter se empolgado bastante, pois fez a reunio at o fim, mas eu no vi problema, sabia que ele tinha muita coisa para passar para aqueles jovens.Quando a reunio terminou, o Pr Pablo mal deixou que eu chamasse os lderes e me chamou de canto dizendo que precisava falar comigo urgente, pedi que os lderes esperassem um pouco, mas foi inevitvel os olhares fuzilantes das obreiras interessadas no Pr.Gabriela: Senhor Pr.? O senhor precisa de algo?Pr. Pablo: No sei como te falar isso Gabriela...Ele estava bastante nervoso, at tremia, imaginei que fosse algo bem srio.Pr. Pablo: Eu estive te observando neste pouco tempo, procurei saber de voc, seu trabalho na FJU... E tambm pelo o que eu ouvi de voc hoje, sinceridade. Olhando dentro dos seus olhos agora, eu vejo Deus.S de dizer isso o Pr. me deixou sem palavras.Pr. Pablo: Ento... Eu queria te conhecer melhor.Enquanto ns conversvamos e as Obreiras cochichavam umas com as outras. Tatiane estava na porta da salinha de campanha, mas estava preocupada, o porqu eu no sei...Gabriela: Sim, eu quero pastor.Pr Pablo: Ufa (risos) Estava imaginando que iria dizer no! Gabriela, eu vou te ajudar, estou aqui para isso...Falou tudo isso sorrindo. E automaticamente eu tambm sorri. Ele pegou o nmero do meu celular, e eu estava nas nuvens rsrs

Quando voltei chamei os lderes, fui rpida e objetiva. O Pr. Erick havia pedido que todos os obreiros ficassem para organizar tudo para a reunio no domingo de manh. A nica jovem que ficou foi Tatiane. Eu sorria sozinha, e Tatiane percebeu, era inevitvel, ela me conhecia muito bem...

Tatiane: Obreira? Aconteceu alguma coisa? E esse sorriso? rsrsEu contei tudo para ela. Desde a minha conversa com o Pr. pela manh...Tatiane: Obreira, eu no tenho um ttulo, eu no sou ningum para estar te falando isso. Mas a senhora no acha que est muito cedo para querer conhec-lo? Quer dizer, ele procurou saber da senhora, mas a senhora no procurou saber dele...Por um minuto pensei a mesma coisa, ser que estava sendo rpido demais? S tivemos uma conversa! Eu no tinha resposta para dar Tatiane. E no podia dizer que ela estava errada.O Domingo chegou. Era domingo de Santa Ceia. Cheguei bem cedo para ajudar as obreiras. E logo que entrei no salo, l estava o Pr. Pablo, sim! Ele estava lindo! rsrsr Ele no me ligou no sbado noite, imagino que tenha ido dormir cedo... Devia estar cansado... Eu o cumprimentei "Bom dia Pastor" Ele sorriu, mas no disse nada. Eu no vi Tatiane no salo e achei estranho, ela era uma das primeiras a chegar Igreja... A reunio comeou e ela ainda no estava l, procurei por ela na escolinha, mas no a encontrei. Comecei ficar preocupada...Quando a reunio estava quase terminando o Pr. Erick disse: Cad a Tatiane? Por favor, digam a ela que suba no Altar.

Quando olhei l no fundo do salo, vinha a Tatiane! Ela estava de uniforme de Obreira! Ningum sabia! Ela no contou pra ningum... Ao subir no Altar o Pr Erick perguntou se algum tinha alguma coisa contra ela que a impedisse de ser obreira, mas ningum se manifestou. O Pr ento explicou o que era ser um obreiro... E assim iniciou sua consagrao. Seus convidados? Ela levou 20 pessoas! Quando a reunio terminou, fui a primeira a ir abraa-la, eu estava to feliz, se ela arrebentava de jovem, imagine agora de Obreira! Ela esperou tanto, mas nunca foi ansiosa, nunca deixou de confiar em Deus. Mais uma obreira, Obreira Tatiane!A reunio de obreiros iria comear, eu e ela fomos correndo pra l. Mas a reunio no foi como pensei... O Pr. me tirou de lder da FJU, e colocou Tatiane. A raiva tomou conta de mim naquele momento! Ento quer dizer que Tatiane era melhor que eu? Por que o Pr. tirou a mim? Ela no santa no!

Eu estava assim por dentro. Mas por fora s disse 'Sim senhor'. Eu no ficaria nem mais na FJU, eu estava na evangelizao... Tentei no demonstrar nada, mas meus pais j haviam percebido que eu no tinha ficado nada feliz. Meu pai foi tentando falar comigo dentro do carro, mas eu no lhe dei ouvidos. De novo, o pensamento que eu tinha que eu no era capaz, no era boa o suficiente pra estar ali...

Foi quando o Pr. Pablo me ligou:Pr. Pablo: Gabriela? Est chorando? Por qu?Eu contei tudo pra ele, e ele me orientou. Assim como todos estavam tentando me orientar em relao aquilo. Meu mundo desabou logo aps, quando o Pr. Pablo disse:Olha Gabriela, as coisas no vo acontecer do jeito que pensei... Acho melhor pararmos de conversar por aqui, voc precisa se cuidar, mas se precisar de alguma coisa estou aqui, s me procurar na Igreja, Deus abenoe.E desligou.Nunca havia chorado tanto quanto naquele dia. Era domingo, mas eu no quis nem aparecer mais na Igreja, Tatiane me ligou umas 15 vezes, mas no atendi nenhuma. O pensamento de novo! Uma voz dizia "T vendo? Ele no te quis por que voc no capaz!.E eu j havia me convencido de que realmente eu no servia pra nada! Tranquei-me no meu quarto e chorei por horas. Minha me batia na porta, mas eu s dizia "Sai daqui! Quero ficar sozinha!.

Foi quando Tatiane bateu na minha porta:Tatiane: Gabriela? Voc est a? Me deixe entrar? Por favor!Gabriela: Eu no quero falar com ningum Tatiane, vai arrumar alguma coisa pra fazer!Eu comecei imaginar que aquelas hora todos da Igreja sabiam o que estava acontecendo comigo. Que Raiva! Eu no conseguia me conter.

Quando Tatiane foi embora, peguei todo meu uniforme de Obreira e o joguei no quintal, coloquei fogo nele at no sobrar mais nada. Meu pai dizia pra eu no fazer aquilo! Mas a raiva estava to ardente dentro de mim que a nica voz que eu ouvia era a que dizia que eu no era capaz. Mandei meus pais avisarem o Pr. Erick de que eu no seria mais obreira...Meus pais foram evangelizar tarde, eles me aconselharam mas disseram que no iriam interferir em nada, pois a salvao era minha.Sai na porta da minha casa e um rapaz passou mexendo comigo. Naquele mesmo dia eu ca com aquele jovem. Eu j no ligava mais...Eu continuei indo para Igreja, mas s por ir. Muitos jovens no sabiam que eu tinha sado da Obra e me chamavam de Obreira Gabriela todo momento. Cada vez que algum me chamava de Obreira mais o meu interior doa, eu no queria lembrar que fui uma Obreira e que agora estava naquela situao por no me achar capaz. Eu no falava com nenhuma das obreiras, nem mesmo com a Tatiane. Eu ainda gostava do Pr. Pablo, por vezes ele tentava falar comigo, me chamar pra perto, mas eu no tinha coragem nem mesmo de olhar nos olhos dele depois de ter cado com aquele jovem. O Pr. Erick chegou a fazer visita na minha casa, mas eu no coragem de dizer tudo o que aconteceu...

Passaram-se dois meses nessa situao, e foi quando eu fiquei sabendo que a Tatiane e o Pr. Pablo estavam orando... O Pr. Pablo e a Tatiane orando??! Traidora! Foi assim que pensei naquele momento. Decidi jogar tudo pro alto, at ento, eu estava com um p na igreja e um p no mundo, mas decidi me jogar de cabea no pecado.Comecei a usar drogas (coisa que nunca tinha feito antes), beber, me prostituir, brigar com meus pais... Eu parecia um zumbi ambulante! E ainda por cima falava mal da Igreja pra qualquer um que falasse de Jesus pra mim, nunca mais fui Igreja. Minha me e meu Pai continuaram lutando por mim, mas no adiantava, a escolha era minha e de mais ningum. Eu disse que se visse Tatiane na rua a espancaria at a morte.

Todos os jovens, e at os obreiros que um dia falaram mal de mim foram na porta da minha casa falar comigo, me chamar pra ir Igreja. Sabe o que eu fiz? Sa fumando maconha, e soltei a fumaa na cara da Tatiane que tambm estava l.

Eu sabia que no era feliz com aquela vida, mas aquela voz que dizia "VOC NO CAPAZ!" Falava muito mais alto.Passei a ver demnios, ouvir vozes que chamavam pelo meu nome. Mas nem isso me fez voltar pra Jesus. Eu desejava que o relacionamento de Tatiane e do Pr. Pablo nunca desse certo.Eu fiquei um ano e meio nessa vida. O meu semblante no era mais o mesmo, nem a minha voz era a mesma.

Foi quando minha me chegou em casa muito feliz.. Gabriela: Pra que tanta felicidade?Dona Deisy (me da Gabriela): Olha s minha convite do casamento da Obr. Tatiane e do Pr. Pablo! Ah Graas a Deus que deu tudo certo! Depois de tantas guerras que esses dois enfrentaram! Finalmente! E ela quer muito que voc v Gabriela...Enquanto minha me falava tudo o que aconteceu comigo passou como um filme diante dos meus olhos... Tudo o que aconteceu comigo passou como um filme diante dos meus olhos. "VOC NO FOI CAPAZ, MAS ELA FOI."No respondi nada minha me, peguei o convite e sa. Eu no conseguia pensar, no sabia pra onde ir, chorei tanto que minha vista ficou embaada. Aquela voz me direcionou, pra um lugar. Uma ponte perto de casa. A Altura era mdia, qualquer um que se jogasse dali, morreria na certa.Cheguei at l, fui at a beirada da ponte e fiquei de p olhando pra baixo. Eu no queria me jogar de l, mas a voz dizia que tudo iria melhorar e que eu iria me esquecer de tudo o que aconteceu. "Tatiane, me perdoe por tudo o que fiz, sei que s por estar te pedindo perdo no serei salva, pois dentro de alguns minutos estarei me jogando de uma ponte... Peo perdo a voc, ao seu futuro esposo, a todos.

Pulei. A queda durou poucos segundos, o impacto foi grande e tudo se escureceu...

Gabriela cometeu o suicdio aos 17 anos. Achou que era ela que estava lhe contando esta histria no ? No. Sou eu, Tatiane. Gabriela morreu um ms antes do meu casamento com o Pablo. Ela escreveu uma carta para mim antes que morresse. Infelizmente, sabemos que ela no foi salva. Mas guardo esta carta para mostra-la as jovens que sofrem com este mesmo pensamento. Eu e Pablo estamos fazendo a Obra de Deus fora do Brasil. E em todos os lugares que passamos, encontramos pessoas que tm dado ouvidos a esta voz.Voc capaz sim! Deus no te escolheu toa! Deus no faz nada por fazer. Voc preciosa! Nunca d ouvidos a esta voz, seja voc obreira ou no. O que te faz capaz no a sua idade, seu ttulo, seus anos na igreja, mas sim o Deus que voc serve. Gabriela deu ouvidos a essa voz, e jogou fora a salvao. Ela era to valiosa, lembro-me de que todos falavam de como ela exalava o perfume do Senhor Jesus logo que se tornou candidata obreira. Espero que este testemunho tenha lhe ajudado...

Att: Tatiane. FIM

By NightSophie HutchingsNight Sky, track 62012Dance330656.28