gratificaÇÃo natalina 13º salÁrio - legale.com.br · 13º proporcional - rompido o ... nas...

16
GRATIFICAÇÃO NATALINA – 13º SALÁRIO Todo empregado tem direito ao 13º salário, inclusive ao doméstico (art. 7º, VIII, e parágrafo único, CF/88) E o Trabalhador Temporário, previsto na Lei n. 6.019/74 alterada pela Lei 13.429/2017: Art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos: a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional; Jurisprudência: A GRATIFICAÇÃO NATALINA E O TRABALHADOR TEMPORÁRIO - CABIMENTO INTELIGÊNCIA DO ART. 12, DA LEI 6.019/74. A enumeração dos direitos assegurados ao trabalhador temporário, contida no art. 12, da Lei 6.019/74, se classifica como meramente exemplificativa, comportando a inclusão de outros títulos oriundos do vínculo de emprego subjacente ao contrato de trabalho temporário. Além disso, esse é presidido pelo princípio da isonomia, pelo qual é aplicável ao trabalhador cedido as mesmas vantagens de que desfrutam os empregados da empresa tomadora. Por conta disso é forçoso lhe reconhecer o direito ao 13o. salário, do qual compartilha a universalidade dos empregados, aí incluídos até mesmo os servidores públicos. Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região TRT-15 – Recurso Ordinário: RO 1724 SP 001724/1995 Pagamento do 13º Salário: Em 02 (duas) parcelas: A 1ª parcela. Art. 2º da Lei 4.749/65 - Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagará, como adiantamento da gratificação referida no artigo precedente, de uma só vez, metade do salário recebido pelo respectivo empregado no mês anterior. Esse adiantamento será pago ainda nas FÉRIAS: Art. 2º, § 2º - O adiantamento será pago ao ensejo das férias do empregado, sempre que este o requerer no mês de janeiro do correspondente ano. A 2ª parcela. Art. 1º da Lei 4.749/65 - A gratificação salarial instituída pela Lei número 4.090, de 13 de julho de 1962, será paga pelo empregador até o dia 20 de dezembro de cada ano, compensada a importância que, a título de adiantamento, o empregado houver recebido na forma do artigo seguinte. 13º nas Rescisórias:

Upload: nguyendien

Post on 20-Nov-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

GRATIFICAÇÃO NATALINA – 13º SALÁRIO Todo empregado tem direito ao 13º salário, inclusive ao doméstico (art. 7º, VIII, e parágrafo único, CF/88) E o Trabalhador Temporário, previsto na Lei n. 6.019/74 alterada pela Lei 13.429/2017:

Art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos: a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional;

Jurisprudência:

A GRATIFICAÇÃO NATALINA E O TRABALHADOR TEMPORÁRIO - CABIMENTO INTELIGÊNCIA DO ART. 12, DA LEI 6.019/74. A enumeração dos direitos assegurados ao trabalhador temporário, contida no art. 12, da Lei 6.019/74, se classifica como meramente exemplificativa, comportando a inclusão de outros títulos oriundos do vínculo de emprego subjacente ao contrato de trabalho temporário. Além disso, esse é presidido pelo princípio da isonomia, pelo qual é aplicável ao trabalhador cedido as mesmas vantagens de que desfrutam os empregados da empresa tomadora. Por conta disso é forçoso lhe reconhecer o direito ao 13o. salário, do qual compartilha a universalidade dos empregados, aí incluídos até mesmo os servidores públicos. Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região TRT-15 – Recurso Ordinário: RO 1724 SP 001724/1995

Pagamento do 13º Salário: Em 02 (duas) parcelas: A 1ª parcela.

Art. 2º da Lei 4.749/65 - Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagará, como adiantamento da gratificação referida no artigo precedente, de uma só vez, metade do salário recebido pelo respectivo empregado no mês anterior.

Esse adiantamento será pago ainda nas FÉRIAS:

Art. 2º, § 2º - O adiantamento será pago ao ensejo das férias do empregado, sempre que este o requerer no mês de janeiro do correspondente ano.

A 2ª parcela.

Art. 1º da Lei 4.749/65 - A gratificação salarial instituída pela Lei número 4.090, de 13 de julho de 1962, será paga pelo empregador até o dia 20 de dezembro de cada ano, compensada a importância que, a título de adiantamento, o empregado houver recebido na forma do artigo seguinte.

13º nas Rescisórias:

13º proporcional - Rompido o contrato de trabalho antes do mês de dezembro, a parcela é devida proporcionalmente aos meses contratuais no respectivo ano. É devido nas dispensas sem justa causa, nas dispensas por justa causa empresarial (rescisões indiretas), nos pedidos de demissão, nas rupturas por aposentadoria obreira, nas extinções contratuais em virtude da extinção do estabelecimento ou da empresa (mesmo por força maior), nas rupturas dos contratos a termo (antecipadas ou por esgotamento regular do prazo contratual). E na Justa Causa dada pelo Empregado?

Art. 3º da Lei 4.090/62 - Ocorrendo rescisão, sem justa causa, do contrato de trabalho, o empregado receberá a gratificação devida nos termos dos parágrafos 1º e 2º do art. 1º desta Lei, calculada sobre a remuneração do mês da rescisão. Art. 7º Decreto 57.155/65 - Ocorrendo a extinção do contrato de trabalho, salvo na hipótese de rescisão com justa causa, o empregado receberá a gratificação devida, nos têrmos do art. 1º, calculada sôbre a remuneração do respectivo mês.

FORMAS E MEIOS DE PAGAMENTO DO SALÁRIO Salário por Unidade de Tempo

Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações. § 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.

É o tempo, ou seja (hora, dia ou mês) colocado a disposição do empregador, NÃO importando a produção ou produtividade do empregado. Daí a clássica divisão do salário no tempo; exemplo salário mínimo diário (unidade mês dividida por 30) e o salário mínimo horário (unidade mês dividida por 220).

OJ 358 SDI-1 TST - SALÁRIO MÍNIMO E PISO SALARIAL PROPORCIONAL À JORNADA REDUZIDA. EMPREGADO. SERVIDOR PÚBLICO (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 16.02.2016) - Res. 202/2016, DEJT divulgado em 19, 22 e 23.02.2016. I - Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior à previsão constitucional de oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito o pagamento do piso salarial ou do salário mínimo proporcional ao tempo trabalhado.

Vantagem: O empregado NÃO se “preocupa” com a maior ou menor produção efetuada ou do maior ou menor rendimento alcançado na dinâmica produtiva.

Também reduz o esgotamento do empregado no processo de trabalho e contribui para o implemento mais eficaz da política de diminuição dos males detectados pela saúde e segurança do trabalho no processo produtivo. Salário Por Unidade de Obra É o contrário do anterior, aqui o tempo não serve para calcular os salários e, sim, a produção alcançada pelo empregado A produção realizada (número de peças produzidas, por exemplo) é o critério essencial para cálculo do salário pactuado. Cada unidade produzida recebe um valor previamente fixado pelo empregador (a chamada tarifa): o somatório das peças produzidas, multiplicado pelo valor da tarifa estipulada, permitirá o encontro do salário mensal do empregao. Hipótese: Adotado em situações contratuais que o empregador não tenha controle efetivo sobre o desenvolvimento da duração do trabalho do empregado, situações sem controle real sobre a jornada de trabalho. Exemplo, no trabalho em domicílio ou à distância ou em regime de teletrabalho (art. 6º da CLT), normalmente enquadrados como trabalho externo, sem controle de jornada (art. 62, da CLT).

Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial. III - os empregados em regime de teletrabalho. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

CAPÍTULO II-A

(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) DO TELETRABALHO

Art. 75-A. A prestação de serviços pelo empregado em regime de teletrabalho observará o disposto neste Capítulo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Parágrafo único. O comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 1o Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 2o Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo contratual.(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a remuneração do empregado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 75-E. O empregador deverá instruir os empregados, de maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Parágrafo único. O empregado deverá assinar termo de responsabilidade comprometendo-se a seguir as instruções fornecidas pelo empregador. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Garantia do Salário Mínimo, na CF:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

Na CLT:

Art. 78 - Quando o salário for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou peça, será garantida ao trabalhador uma remuneração diária nunca inferior à do salário mínimo por dia normal da região, zona ou subzona.

Lei do Salário Mínimo 8.716/93:

Art. 1º Aos trabalhadores que perceberem remuneração variável, fixada por comissão, peça, tarefa ou outras modalidades, será garantido um salário mensal nunca inferior ao salário mínimo.

Desvantagem: A utilização do salário por unidade de obra tem sido criticada por razões de saúde e de segurança, pois muitas vezes o empregador fixa a tarifa muito baixa para a peça ou unidade de produção, acabando por estimular a prática de um ritmo exaustivo de trabalho pelo empregado, para este alcançar um rendimento salarial minimamente significativo. É o que se passa, por exemplo, no agronegócio, no setor de corte de cana.

OJ 235 SDI-1 do TST - HORAS EXTRAS. SALÁRIO POR PRODUÇÃO (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 16.04.2012) - Res. 182/2012, DEJT divulgado em 19, 20 e 23.04.2012. O empregado que recebe salário por produção e trabalha em sobrejornada tem direito à percepção apenas do adicional de horas extras, exceto no caso do empregado cortador de cana, a quem é devido o pagamento das horas extras e do adicional respectivo.

Salário-Tarefa. O salário-tarefa junta os dois critérios, da unidade de tempo e de obra, ou seja, (hora, dia, semana ou mês) por um certo montante mínimo de produção a ser alcançado pelo empregado. Dinâmica: Caso o empregado atinja a meta de produção em menor número de dias da semana, por exemplo, dois efeitos podem ocorrer, a juízo do interesse do empregador:

libera-se o empregado do trabalho nos dias restantes, garantido o salário padrão fixado; ou,

determinasse a realização de uma produção adicional, no tempo disponível restante (pagando-se, é claro, um plus salarial por esse acréscimo de produção).

Caso o empregado NÃO atinja a produção mínima na duração semanal regular do trabalho e for compelido a manter o serviço até o cumprimento da meta estabelecida:

este tempo adicional de trabalho será tido, inquestionavelmente, como sobrejornada (art. 7º, XIII e XVI, CF/88).

É evidente que também no salário-tarefa não poderá o trabalhador receber pagamento mensal inferior ao mínimo legal ou ao mínimo da categoria.

PROTEÇÃO AO SALÁRIO A proteção pela ordem jurídica não significa à ideia de suficiência real do salário. É que a noção de suficiência acatada no Direito brasileiro é meramente formal.

Art. 76 - Salário mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, e capaz de satisfazer, em determinada época e região do País, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes

periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

A doutrina e jurisprudência dominantes, entendem que não há direito subjetivo ao empregado no sentido de ver, efetivamente, seu salário mínimo garantindo-lhe o atendimento àquelas necessidades básicas, ou seja, não há garantia da real suficiência do salário. 1ª - Irredutibilidade Salarial Advém do princípio geral da inalterabilidade dos contratos (pacta sunt servanda). Na CLT art. 468 da CLT

CAPÍTULO III DA ALTERAÇÃO

Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Parágrafo único - Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. § 1o Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) § 2o A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

O §2º já foi estudado quando das Gratificações Legais. Conflito com Súmula 372, I do TST:

Súmula nº 372 do TST GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES (conversão das Orientações Jurisprudenciais nos 45 e 303 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação TENDO EM VISTA O PRINCÍPIO DA ESTABILIDADE FINANCEIRA. (ex-OJ nº 45 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996)

O art. 468, § 2º da CLT Reformada, é contrária a jurisprudência consolidada pelo STF, que se firmou no sentido da Constitucionalidade do Instituto da Estabilidade Financeira, conforme entendimento firmado no julgamento do AI 675.287-AgR, Min. Rel. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe de 10.02.2015: Jurisprudência:

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. ESTABILIDADE FINANCEIRA. DIREITO ADQUIRIDO AOS CRITÉRIOS DE REAJUSTE DA VANTAGEM PESSOAL INCORPORADA. INEXISTÊNCIA. PRECEDENTES. O Supremo Tribunal Federal, após reconhecida a repercussão geral da matéria no RE 563.965-RG, sob a relatoria da Ministra Carmen Lúcia, reafirmou a jurisprudência da Corte no sentido da constitucionalidade do instituto da estabilidade financeira. Ficou ressalvada a possibilidade de alteração dos critérios de reajustes da vantagem pessoal incorporada, tendo em conta a inexistência de direito adquirido a regime jurídico, desde que assegurada a irredutibilidade remuneratória. Entendimento aplicável ao caso dos autos. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento. ”

Enunciado Anamatra:

026 - REMUNERAÇÃO E PARCELAS INDENIZATÓRIAS: GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES. LEI 13.467/2017. I - uma vez percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação, tendo em vista os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e segurança jurídica, garantidores da estabilidade financeira. II - Mantido o empregado no exercício da função comissionada, não pode o empregador reduzir o valor da gratificação.

I - Proteção do Salário na CF:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VI - irredutibilidade do salário, SALVO o disposto em convenção ou acordo coletivo;

Prevalece a regra da irredutibilidade, APENAS, no valor nominal do salário. (art. 468 “caput” CLT e art. 7º, VI, CF/88). Jurisprudência:

RECURSO ORDINÁRIO. IRREDUTIBILIDADE SALARIAL. AUSÊNCIA DE REDUÇÃO NO SALÁRIO NOMINAL. A única irredutibilidade salarial proibida pela legislação trabalhista é a nominal, ou seja, a lei garante aos trabalhadores a manutenção da mesma expressão numérica do montante global, da remuneração, por ele percebido, pouco importando, para tanto, a composição da remuneração. Em outras palavras, é despicienda a nomenclatura dessa ou daquela parcela que compõe a remuneração do empregado, porque a garantia legal não é de recebimento de tais parcelas, mas de manutenção do valor total nominal da remuneração paga. TRT-1 - Recurso Ordinário RO 8912120115010054 RJ (TRT-1) Data de publicação: 07/08/2012

Outros exemplos práticos:

ALTERAÇÃO CONTRATUAL LESIVA. IRREDUTIBILIDADE SALARIAL. ILEGALIDADE. A alteração da modalidade remuneratória de mensalista para horista não pode

implicar a redução do valor correspondente à hora normal de trabalho, sob pena de ofensa ao princípio da irredutibilidade salarial e ao art. 468 da CLT. TRT-12 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 00006980820155120006 SC Data de publicação: 13/10/2015

UNICIDADE CONTRATUAL. IRREDUTIBILIDADE SALARIAL. Reconhecido vínculo contratual único em que, durante parte do período laboral, houve o registro, em CTPS, de salário inferior ao efetivamente pago nos meses anteriores, também integrantes do vínculo empregatício, deve prevalecer a média do salário que vinha sendo pago, em homenagem aos princípios da primazia da realidade e da irredutibilidade salarial. TRT-12 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 00024257020145120027 SC Data de publicação: 10/12/2015

II - Proteção do Salário na CLT: A irredutibilidade salarial não alcança as parcelas salariais tidas como condicionadas. O salário condição pode ser suprimido, caso desaparecidas as circunstâncias responsáveis por seu pagamento. Exemplo; adicionais legais (horas extras, noturno, insalubridade, periculosidade, transferência).

Art.194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho. Art. 469, § 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.

III - Proteção do Salário PSE - Programa Seguro-Emprego – Lei 13.456/2017 Possibilidade de reduzir, inclusive o salário-nominal?

Art. 2o Podem aderir ao PSE as empresas de todos os setores em situação de dificuldade econômico-financeira que celebrarem acordo coletivo de trabalho específico de redução de jornada e de salário. (Redação dada pela Lei nº 13.456, de 2017) Art. 5o O acordo coletivo de trabalho específico para adesão ao PSE, celebrado entre a empresa e o sindicato de trabalhadores representativo da categoria da atividade econômica preponderante da empresa, pode reduzir em até 30% (trinta por cento) a jornada e o salário. Art. 6o A empresa que aderir ao PSE fica proibida de: I - dispensar arbitrariamente ou sem justa causa os empregados que tiverem sua jornada de trabalho temporariamente reduzida enquanto vigorar a adesão ao PSE

e, após o seu término, durante o prazo equivalente a um terço do período de adesão; Art. 611-A da CLT - A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho, observados os incisos III e VI do caput do art. 8º da Constituição, têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:(Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017) IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei no 13.189, de 19 de novembro de 2015; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

IV - Proteção do Salário PSE – Rescisão Indireta

Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando: d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários.

2ª - Intangibilidade Salarial – Proteção Salarial Intangível é aquilo que não é palpável, que não pode ser mexido, irredutível.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

Entendido no sentido stricto sensu, excluem-se dessa noção de salário retido (para fins penais) as parcelas salariais acessórias e ainda as verbas salariais controvertidas (a controvérsia sobre o débito exclui o próprio dolo em tais casos). 3ª – Descontos Salariais – Proteção Salarial 1ª Hipótese – Adiantamentos – Desconto nos Salários

Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, SALVO quando este resultar de adiantamentos, de dispositvos de lei ou de contrato coletivo.

O adiantamento mensal com a posterior compensação no holerite, não é desconto salarial. 2ª Hipótese – Dispositivos de Lei – Desconto nos Salários

Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, SALVO quando este resultar de adiantamentos, de dispositvos de lei ou de contrato coletivo.

descontos relativos a contribuição previdenciária oficial;

a imposto de renda deduzido na fonte;

a contribuição sindical (art. 579 CLT);

Art. 579 - A contribuição sindical é devida por todos aquêles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo êste, na conformidade do disposto no art. 591. Art. 579 - O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591 desta Consolidação.(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

a prestações alimentícias judicialmente determinadas;

à pena criminal pecuniária;

a dívidas junto ao Sistema Financeiro da Habitação (mediante requerimento: Lei n. 5.725/71);

a vale-transporte (Leis n. 7.418/85 e 7.619/87);

à retenção do aviso-prévio de empregado que pede demissão;

Art. 487, § 2º - A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo.

a participação do empregado no custo do vale--cultura (art. 8º, §§ 1º e 2º, Lei n. 12.761/2012; art. 15, Decreto n. 8.084, de 26.8.2013);

a empréstimo financeiro contratado pelo trabalhador, nos moldes e limites da Lei n. 13.172/15:

Art. 1o - Os empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, poderão autorizar, de forma irrevogável e irretratável, o desconto em folha de pagamento ou na sua remuneração disponível dos valores referentes ao pagamento de empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e operações de arrendamento mercantil concedidos por instituições financeiras e sociedades de arrendamento mercantil, quando previsto nos respectivos contratos. § 1o - O desconto mencionado neste artigo também poderá incidir sobre verbas rescisórias devidas pelo empregador, se assim previsto no respectivo contrato de empréstimo, financiamento, cartão de crédito ou arrendamento mercantil, até o limite de 35% (trinta e cinco por cento), sendo 5% (cinco por cento) destinados exclusivamente para: I - a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou II - a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito.

3ª Hipótese – Contrato Coletivo (CCT ou ACT) – Desconto nos Salários

Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, SALVO quando este resultar de adiantamentos, de dispositvos de lei ou de contrato coletivo.

A jurisprudência dominante tem compreendido que tais descontos referem-se a contribuições sindicais distintas da legal obrigatória, podendo incidir estritamente sobre empregados sindicalizados.

Todavia, se uma contribuição associativa mostrar-se abusiva, pode o Judiciário, adequá-la a parâmetro que a afaste da fronteira da irregularidade. 4ª Hipótese – Previsão no CT – Desconto nos Salários

§ 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.

Conflito com o art. 2º da CLT, risco do negócio é do empregador. Portanto, enquadrando-se o dano em decorrência do risco da atividade do empregador, prevalece o princípio geral da assunção dos riscos pelo empregador em contraponto à ressalva da responsabilidade obreira pelo dano. Jurisprudência:

DESCONTO EM CASO DE DANO NO CONTRATO DE TRABALHO NÃO AFASTA A NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DE CULPA DO EMPREGADO PARA LEGITIMAR OS DESCONTOS. Os descontos havidos a título de multas de trânsito e avarias de veículo, embora o contrato de trabalho tenha previsto a possibilidade de descontos do salário do autor em caso de danos ou prejuízos causados à empregadora, tal previsão, por si só, não basta para legitimar os diversos descontos sofridos pelo autor sob tais títulos, pois, nestes casos, a reclamada deveria ter formalizado documentação específica para cada desconto, especificando o dano ocorrido por culpa ou dolo do reclamante, imputando a responsabilidade a ele e consignando a anuência dele com relação à responsabilidade imputada e respectiva autorização do desconto, o que não comprovou ter feito, eis que não juntou nenhum documento que demonstre ter imputado ao autor a responsabilidade pelas avarias e multas, com a respectiva anuência e autorização de desconto do valor correspondente. Reforma-se parcialmente a decisão de origem, para deferir ao autor o reembolso dos descontos sofridos a título de avarias e multas de trânsito. TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00005140920135020036 SP 00005140920135020036 A28 (TRT-2) Data de publicação: 18/03/2015

5ª Hipótese – Dolo do Empregado – Desconto nos Salários

§ 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.

A responsabilidade do empregado é subjetiva na apuração do “dolo”. Jurisprudência:

REMUNERAÇÃO. DESCONTOS. DANOS AO EMPREGADOR. DOLO DO EMPREGADO. CULPA DO TRABALHADOR. AUTORIZAÇÃO CONTRATUAL. A remuneração do trabalhador é protegida contra os descontos efetuados pelo empregador, conforme o art. 462 da Consolidação das Leis do Trabalho CLT. Assim, ainda segundo o referido dispositivo, Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. Portanto, em qualquer dos casos, dano decorrentes de culpa ou dolo, a responsabilidade do empregado será sempre subjetiva, vez que em ambos deverá ser atestada a intenção do

trabalhador em produzir o prejuízo ou, se previsto no contrato de trabalho, houver sido provada, de igual forma, a culpa do mesmo na ação danosa. TRT-5 - Recurso Ordinário RecOrd 00004049620125050024 BA 0000404-96.2012.5.05.0024 (TRT-5)

EQUIPARAÇÃO SALARIAL

REDAÇÃO ORIGINAL X REDAÇÃO REFORMADA

Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade.

§ 1º. Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos.

§ 2º. Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antigüidade e merecimento.

§ 3º. No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por antingüidade, dentro de cada categoria profissional.

§ 4º. O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial.

Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade.

§ 1º. Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a diferença de tempo na função não seja superior a dois anos.

§ 2º. Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de homologação ou registro em órgão público.

§ 3º. No caso do § 2º deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e por antiguidade, ou por apenas um dos critérios, dentro de cada categoria profissional.

(...) não mudou

§ 5º A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo ou na função, ficando vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigm contemporâneo tenha obtido a vantage em ação judicial propria. § 6º No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia, o juízo determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas, multa, em favor do empregado discriminado, no valor de 50%

Art. 461 - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade.(Redação dada pela Lei nº 1.723, de 8.11.1952)

“Mesmo empregador”, hipótese de grupo econômico e “na mesma localidade” como mesmo munícipio ou mesma região metropolitana.

Súmula nº 6 do TST EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que, comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana

Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

E agora, pela reforma “no mesmo estabelecimento empresarial”, significa que a equiparação salarial está limitada dentro da matriz, da filial OU não? Enunciado Anamatra:

025 - EQUIPARAÇÃO SALARIAL. RESTRIÇÕES RELACIONADAS AO TEMPO DE SERVIÇO NA FUNÇÃO E AO LOCAL DA PRESTAÇÃO DO TRABALHO: VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA 2. Entende-se por estabelecimento, para fins do artigo 461 da CLT, o "complexo de bens organizado para exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária", nos termos do artigo 1.142 do Código Civil.

Art. 1.142 do CCB - Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.

Quanto ao Tempo:

§ 1º - Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos. (Redação dada pela Lei nº 1.723, de 8.11.1952)

Aqui não importava o tempo de “casa”, o tempo de registro.

Súmula nº 6 do TST EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT II - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na função e não no emprego.

§ 1o Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a diferença de tempo na função não seja superior a dois anos.(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Agora, empregado e paradigma não poderão ter diferença superior a 4 anos de tempo de serviço (de registro) e o tempo de 2 anos na mesma função (na atividade específica), ou seja, se dois empregados forem promovidos na mesma ocasião, mas o equiparando tiver contrato de trabalho ativo com diferença de admissão superior a 4 anos em relação ao equiparado, não fará jus a equiparação salarial. Enunciado Anamatra:

025 - EQUIPARAÇÃO SALARIAL. RESTRIÇÕES RELACIONADAS AO TEMPO DE SERVIÇO NA FUNÇÃO E AO LOCAL DA PRESTAÇÃO DO TRABALHO: VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA 1. O artigo 461 da CLT, ao vedar a equiparação salarial para empregados com diferença de mais de quatro anos de tempo de serviço na empresa, é contrário ao princípio da isonomia constante do artigo 5º, caput e 7º, XXX, da Constituição Federal.

Art. 7º, XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

Quadro de Carreira:

§ 2º - Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antigüidade e merecimento.(Redação dada pela Lei nº 1.723, de 8.11.1952)

Súmula nº 6 do TST EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT I - Para os fins previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira das entidades de direito público da administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo da autoridade competente.

§ 2o Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de homologação ou registro em órgão público. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Agora, poderá ser instituído quadro de Carreira por meio de norma interna da empresa ou de negociação coletiva, dispensada qualquer forma de homologação ou registro no Ministério do Trabalho.

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por antingüidade, dentro de cada categoria profissional. (Incluído pela Lei nº 1.723, de 8.11.1952)

Havia critério, alternando entre merecimento e antiguidade. § 3o No caso do § 2o deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e por antiguidade, ou por apenas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional.(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Não é mais obrigatório que as promoções obedeçam a critérios alternados de merecimento e antiguidade, restando suficiente que as promoções sejam feitas apenas por um dos critérios. Redação antiga:

§ 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial.(Incluído pela Lei nº 5.798, de 31.8.1972)

Mais alterações:

§ 5o A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo ou na função, ficando vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma contemporâneo tenha obtido a vantagem em ação judicial própria. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Exigência de trabalho efetivo, ao mesmo tempo, entre os empregados. Afastando o item VI da súmula 6 do TST, ou seja, a indicação de paradigma de outra reclamação trabalhista.

Súmula nº 6 do TST EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o paradigma, exceto: a) se decorrente de vantagem pessoal ou de tese jurídica superada pela jurisprudência de Corte Superior; b) na hipótese de equiparação salarial em cadeia, suscitada em defesa, se o empregador produzir prova do alegado fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito à equiparação salarial em relação ao paradigma remoto, considerada irrelevante, para esse efeito, a existência de diferença de tempo de serviço na função superior a dois anos entre o reclamante e os empregados paradigmas componentes da cadeia equiparatória, à exceção do paradigma imediato.

§ 6o No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia, o juízo determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas, multa, em favor do empregado discriminado, no valor de 50% (cinquenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

R$ 5.531,31 = R$ 2.765,65

DA INCONTITUCIONALIDADE DAS ALERAÇÃO NO ART. 461 DA CLT

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;